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Sumário Estado de Minas - Opinião - p.05 - 08/02/16 Zika vírus e gestação


Estado de Minas - Opinião - p.05 - 08/02/16 Zika vírus e gestação

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OPINIÃO

O olfato na degustação NELTON FAGUNDES Sommelier da Enoteca Decanter BH

A degustação é um trabalho cauteloso que envolve muita dedicação de quem a faz. Para trabalhar no mundo dos vinhos, é necessário ter um constante aperfeiçoamento das técnicas de degustação, pois se trata de uma ação muito importante na hora de consumir vinhos e alimentos. Devemos usar os sentidos para comer e beber melhor. É importante lembrar que 70% dos sabores estão na parte nasal, sendo na boca apenas doce, salgado, amargo e azedo. Para ser um bom degustador, é preciso usar todos os sentidos e, principalmente, o olfato. Pode parecer algo esnobe e prepotente, mas o fato de usar tanto os olhos quanto o nariz e a boca envia pequenas milhares de informações ao cérebro para que ele perceba nuances, aromas e sabores, que seriam impossíveis sem o processo da degustação sistemática, como ocorre nos vinhos. É impossível que uma pessoa que não tem costume de cheirar as coisas ache todos os aromas presentes nos vinhos, situação que leva tempo. Criar um banco de dados com os aromas requer dedicação e atenção. A sensibilidade de cada um em ter percepção é bem variada, sendo que alguns têm mais facilidade que outros para sentir os aromas e as texturas. Muitas pessoas são Perceber privilegiadas e connuances em seguem uma sensibilidade única. Já tempos de outras são verdadeiras descobridoras de excesso de aromas e consecarros e gás guem sentir aromas dentro de outros. A carbônico é única forma de ter complicado essa facilidade é cheirar os alimentos e criar um banco de dados para, sempre que possível, recorrer a ele. Lembro bem, na minha infância, minha mãe sempre me dizia que cheirar alimentos, ou mesmo pratos na mesa, era falta de educação, mas, num puro instinto de sommelier, eu já tinha esse hábito. Sempre fui apaixonado pelos cheiros e cores e, até hoje, ao receber um prato, em qualquer lugar em que esteja, sempre o levo ao nariz para sentir sua complexidade, sem nenhum pudor. Sabemos que, ao cheirar aromas desconhecidos, temos a intuição inicial de rejeitálos, pois, de forma automática, o cérebro informa que o alimento pode nos fazer mal. Algo tão primitivo e instintivo que nos guiou por milhares de anos. Hoje somos bombardeados por cheiros de todos os lados. Perceber nuances em tempos de excesso de carros, gás carbônico e muita poluição fica cada dia mais complicado. Não se sinta envergonhado por não sentir ou conhecer determinados aromas. Se nunca comemos amora, como podemos sentir seu cheiro? Mesmo assim, pode-se ter uma percepção de frutas vermelhas. O quesito aroma nas degustações é verdadeira tortura para alguns e um paraíso para outros. Tudo requer treinamento e dedicação. Sempre que for consumir vinhos e alimentos, seu repertório vai ser elaborado de forma natural. O mais importante é montar seu arquivo de aromas sem queimar etapas. Se você tiver paciência e atenção, em pouco tempo, será um ótimo degustador ou, quem sabe, um sommelier. O importante é ter a chama da vontade acesa dentro de si. Tendo vontade de aprender mais sobre a arte da degustação, você estará apto a se entregar nesse fabuloso mundo e saberá distinguir diversas características pelo olfato.

Zika vírus e gestação RIVIA MARA LAMAITA Ginecologista e obstetra especialista em reprodução humana e membro da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig)

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m comunicado da Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou o mundo em estado de emergência de saúde na última semana. Oficialmente, o zika vírus tornou-se o principal suspeito da multiplicação de malformações congênitas na América Latina, deixando em alerta toda a população mundial, principalmente as grávidas, que são um grupo de alto risco, no que diz respeito à possibilidade de gerarem crianças com microcefalia. O surto da doença pode ser um indício da necessidade de adiar algumas gestações até que existam pesquisas e resultados mais precisos sobre os efeitos a médio e longo prazo em pessoas infectadas com o vírus. Um estudo feito pelo Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz Paraná, constatou que o vírus é capaz de atravessar a placenta durante a gestação. A descoberta foi feita após uma gestante do Nordeste ter tido sintomas comuns ao zika na sexta semana de gravidez, como manchas vermelhas no corpo. O aborto foi feito na oitava semana pelo fato de o feto ter deixado de se desenvolver no útero. Outro caso que intriga médicos e pesquisadores foi um nascimento de gêmeos em que apenas um dos bebês tinha microcefalia. Estudos estão sendo realizados na Universidade de São Paulo (USP) para investigar se alguns fetos podem ter genes que os protegem ou facilitam a malformação. Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-tronco da USP e professora de genética do Instituto de Biociências, indica que uma gestação de gêmeos, em que a gestante foi contaminada pelo zika vírus e apenas um dos bebês desenvolver a má-formação, pode indicar que alguns tenham predisposição genética ou proteção para a microcefalia. A docente afirma que estudar gêmeos pode levar a descobertas preciosas, uma vez que podem ser feitas comparações entre os dois bebês da mesma mãe. Até o momento, Mayana recebeu relatos de três casos em que apenas uma criança nasceu com microcefalia. Um em Santos e dois descobertos por pesquisadores de Pernambuco e da Bahia. Para a diretora dos estudos, pode haver cerca de 40 nascimentos de gêmeos com a doença, já que a prevalência de gestação de gêmeos é de uma em cada 100 e já foram notificados 4 mil casos no país. A pesquisa realizada pelos geneticistas da USP vai comparar o genoma dos dois gêmeos e dos pais para verificar se existe algum gene ligado à

Diante de tantas evidências de surto de zika vírus, é indicado que as mulheres que planejam engravidar adiem esse evento microcefalia diferente em um dos bebês ou ainda se o zika vírus tem o poder de combater um gene que poderia evitar a malformação. Será estudado também se existe algum fator hereditário que tenha causado a microcefalia – e não a infecção por zika. A professora solicita que médicos e cientistas que tenham conhecimento de casos como esses informem o grupo de pesquisa da USP. Diante de tantas evidências de surtos de zika vírus, que podem ser o principal fator causador da microcefalia nos bebês, é indicado que as mulheres que planejam engravidar adiem a gestação. Se uma paciente adiou a gravidez até o momento, é ideal que espere passar esse período de alta proliferação do vírus, uma vez que as investigações cien-

tíficas ainda não conseguiram determinar se há risco de engravidar logo após a mulher ter sido curada da infecção da doença. As pesquisas ainda não conseguiram indicar como barrar o surto do zika vírus, mas as gestantes precisam estar atentas e utilizar repelentes, roupas de manga comprida, evitar horários e lugares com presença de mosquitos e permanecer em locais com barreiras para entrada dos insetos como telas de proteção ou mosquiteiros. As alterações no corpo, como manchas vermelhas, principalmente no período até o quarto mês de gestação, devem ser informados ao médico. O pré-natal continua sendo uma importante arma para ajudar a diminuir o risco de microcefalia.

Os maus, os bons e os ótimos exemplos FÁBIO P. DOYLE Da Academia Mineira de Letras, jornalista

Pois é. Depois de afirmar, de pés, mãos e cara de pau juntas, não ser o proprietário do apartamento triplex do Guarujá, negativa repetida por seu advogado diversas vezes, em entrevistas na televisão e em declarações à imprensa, Lula da Silva caiu na real e mudou a versão, fez o dito por não dito. Ele e sua mulher, Marisa Letícia, compraram, sim, o tão controvertido e milionário imóvel. O advogado ficou com a brocha na mão, sem a escada da versão falsa e mentirosa. Como um cidadão, um ex-presidente da República, pode dizer uma coisa em um dia; e no outro, dizer outra completamente diferente. Lula não se desmentiu por arrependimento. Ele o fez diante das provas irrefutáveis dos que investigam a complicada operação, que começou com uma cooperativa bancária presidida e depois falida por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. É o mesmo Vaccari que está preso em Curitiba, por decisão do juiz Sérgio Moro, por envolvimento no assalto aos cofres da Petrobras, operação que continuou, sempre à margem da lei e da ética, com a OAS, a empreiteira que distribuía propinas milionárias em troca de verbas da petrolífera desmoralizada pelo petismo. Lula, com suas mentiras, é um mau exemplo de homem público. Para contrabalançar, há também muitos que dão o bom exemplo. Estes, precisam ser exaltados. E imitados. Como o novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, que assumiu um governo falido, como o nosso, cortando despesas, carros oficiais, viagens, diárias, toda a mordomia dispendiosa que herdou de sua antecessora. Macri não é apenas um bom, mas um ótimo exemplo a ser seguido. E está sendo. Para alegria nossa, aqui mesmo, na nossa Câmara Municipal. O novo presidente, vereador Wellington Magalhães, convocou

TELEFONES DE APOIO

uma reunião para propor medidas de economia. Entre elas, o corte de verbas de gabinete, o corte de gastos com veículos, com lanches, com celulares pagos pelas verbas da casa – cada gabinete de vereador tinha direito a 15 celulares! O mais importante, o mais honroso para os vereadores e para nós, seus eleitores, é que a decisão de corte foi aprovada por unanimidade. Minas, por meio da casa legislativa municipal de Belo Horizonte, dá a lição que o país todo precisa aprender e seguir. No Congresso, no Judiciário, nos executivos e legislativos estaduais e municipais. Vamos esperar que assim aconteça. Mas sentados. Nem tudo está perdido, ainda. A corrupção está sendo combatida. O assalto aos cofres públicos está sendo desvendado pelos órgãos competentes. Os corruptos estão sendo punidos. Mas, certamente, nada disso teria acontecido se não surgisse no meio do caminho dos assaltantes um Joaquim Barbosa, no Supremo Tribunal Federal, e um Sérgio Moro, na Justiça Federal paranaense. Deram os dois ótimos exemplos de coragem, de firmeza, de respeito às leis, processando e punindo os que se sentiam acima delas. Quem tentar enriquecer com falcatruas e propinas, com licitações de cartas marcadas, com medidas provisórias de endereço certo e pagamento acertado, pensará duas ou mais vezes. A lei existe, e é para todos. Nem sempre. Como no caso do Conselho Nacional de Justiça, o CNJ. Criado em 2004, com o objetivo de cuidar da imagem do Judiciário, fixava metas e limites éticos e administrativos para os tribunais, para os magistrados brasileiros de todas as instâncias, para o sistema cartorial, para a engrenagem quase sempre burocratizada e morosa de nossa Justiça. Pois o CNJ está sob ameaça. Uma emenda constitucional estaria sendo preparada, inspirada e apoiada pelo atual presidente do Conselho e do STF, o ministro Ricardo Lewandowiski, com a fina-

lidade de criar o Conselho da Justiça Estadual. Na verdade, o que se pretende é o esvaziamento do CNJ, desejado pelos que não querem ser controlados e vigiados. Vale lembrar que foi o Conselho Nacional da Justiça que proibiu o nepotismo na área do Judiciário, e acabou, ou ainda tenta acabar, com o corporativismo da classe, além de combater o mal maior da Justiça brasileira, a morosidade, a lentidão dos processos judiciais. Por falar em lentidão da Justiça, vem causando problemas a recente reorganização do sistema jurisdicional da Comarca de Belo Horizonte, com redistribuição de processos. O propósito foi o melhor possível, desafogar varas com excesso de ações, o que retarda o andamento processual. Mas o resultado pode não ser aquele desejado. Há ações iniciadas há 10 anos, ou mais (algumas bem mais), compondo dezenas de volumes, tantos e tão pesados, que os advogados são obrigados a transportá-las em carrinhos de supermercado quando devem examiná-las no escritório. Um juiz leva tempo para se enfronhar no emaranhado de petições, despachos, vistas ao autor e ao réu, laudos periciais, agravos, embargos, o diabo a quatro, que aqueles que militam no fôro conhecem muito bem. Com a redistribuição, o processo sai do juiz que o acompanhava há mais tempo, logo, doutor no caso, e é passado a um novo julgador, obrigado a repassar todos os volumes para bem se entrosar na questão. A morosidade será a consequência. Advogados sugerem ao presidente do Tribunal de Justiça, meu culto e respeitado colega dos tempos de magistério superior, e ao corregedor, dois juízes honrados e bem-intencionados, que a competência para o julgamento de ações mais antigas permaneça com o juiz que por mais tempo acompanhou a formação processual. É uma sugestão, fundada no bom senso. Como se diz na área jurídica, que foi também a minha por tantos e tantos anos: data venia.

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SumĂĄrio Encontro - 05/02/16 ONG holandesa causa polĂŞmica ao incentivar brasileiras a abortar DisponĂ­vel em:

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Encontro - 05/02/16 ONG holandesa causa polĂŞmica ao incentivar brasileiras a abortar

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Encontro - 05/02/16 ONG holandesa causa polêmica ao incentivar brasileiras a abortar

ONG holandesa causa polêmica ao incentivar brasileiras a abortar A organização está incentivando as grávidas que podem contrair o zika vírus a interromper a gravidez devido ao risco do bebê ter microcefalia A epidemia de zika vírus no Brasil tem gerado cada vez mais repercussão internacional. Após organizações de saúde de várias partes do mundo recomendarem que as grávidas não visitem o país – pelo risco do feto nascer com microcefalia, que pode ser causada pela doença –, uma ONG holandesa, que é conhecida por defender o aborto, passou a incentivar as brasileiras a interromperem a gravidez, inclusive oferecendo pílulas para a realização do procedimento. A organização Women on Web, que se posiciona como uma “comunidade digital de mulheres e outros indivíduos que apoiam o aborto”, é conhecida por oferecer pílulas abortivas a diversas partes do mundo, por meio de uma simples solicitação em seu site. As mulheres interessadas precisam apenas realizar um cadastro e participar de uma consulta online. Após esse procedimento, os medicamentos são enviados para o endereço cadastrado. Na página que consta o processo de solicitação das pílulas, a Women on Web publica um recado específico para as mulheres brasileiras, dizendo que, por causa do zika vírus, os medicamentos passariam a ser enviados para o Brasil, porém, correndo risco de serem retidos na Receita Federal. A ONG chega a recomendar que as brasileiras informem endereços em outros países sulamericanos, aptos a receber os pacotes. “Sentimos muito não poder ajudar de outra forma”, diz o comunicado no site. Zika vírus e microcefalia Estudos realizados pelo Ministério da Saúde comprovaram a relação direta entre casos de microcefalia e do zika vírus. No entanto, o órgão concluiu que somente há risco do feto desenvolver o problema se a mãe for infectada pelo vírus nos três primeiros meses de gravidez. Perigo De acordo com Cláudia Laranjeira, diretora científica da Associação de Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais, as mulheres que fazem aborto por conta própria correm um enorme risco. “Tentativas de aborto por meio de medicamentos podem falhar e, consequentemente, causar infecções, hemorragias, má formação no feto, perda do útero e, até mesmo, levar a mulher à morte”, alerta a especialista. O site da ONG Women on Web informa que os medicamentos oferecidos contém as substâncias mifepristona e misoprostol. Como explica a ginecologista Cláudia Laranjeira, essa combinação é, de fato, abortiva, mas muito perigosa. “É uma mistura de hormônios e medicamentos que induzem as contrações, provocando, assim, o aborto. Porém, as doses podem não ser suficientes para concluir o procedimento, causando sérias complicações”, diz. Crime Além de ser arriscado, o aborto é crime previsto nos artigos 124, 125 e 126 do Código Penal Brasileiro, exceto em casos de anencefalia – fetos que foram diagnosticados sem cérebro ou sem partes do órgão. Mesmo assim, nesse caso, o procedimento deve ser realizado por um médico. A pena para quem pratica aborto, incluindo a gestante, pode variar de um a 20 anos de reclusão.

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