Esta história foi criada por uma pessoa preocupada em não matar os sonhos infantis de seu filho, mas também atenta para que ele não passasse por bobo perante seus amigos mais velhos. Foi um grande dilema para mim, quando Rodrigo começou a perguntar: “Papai Noel existe, mamãe?” Se eu deixasse que seus amigos, simplesmente, o convencessem de que eram os pais quem compravam os presentes, correria o risco de matar o encanto de nossos Natais; caso contrário, se eu insistisse no segredo, passaria por uma grande mentirosa, que tinha permitido que ele fosse enganado por todo aquele tempo, pois, com certeza, um dia ele o desvendaria. Utilizando meus conhecimentos de psicóloga e de Iniciada nos Mistérios, transmiti oralmente esta história para meu filho, que hoje está escrita em forma de livro, na esperança que os mistérios sejam revelados, mas nunca devassados. Esta foi a forma mais infantil que encontrei para dizer a meu filho Rodrigo, hoje com vinte e sete anos, que o considero um homem, um grande homem, coisa que só o tempo e a atenção concentrada em seu autoconhecimento poderá fazer com que ele entenda o porquê de assim o considerar. Graziela Domini
BAHIA 2010
Papai Noel existe, mamãe?
Copyright texto © 2010 Graziela Domini Copyright ilustrações © 2010 Ian Sampaio Copyright © 2010 Solisluna Design Editora Edição Enéas Guerra Valéria Pergentino Design e Editoração Ian Sampaio Elaine Quirelli Revisão do texto Maria José Bacelar Guimarães
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Domini, Graziela Papai Noel existe, mamãe? / Graziela Domini ; Ian Sampaio , ilustrações . -- Salvador, BA : Solisluna Design Editora, 2010. ISBN 978-85-89059-34-3 1. Contos - Literatura infantojuvenil I. Sampaio, Ian. II. Título. 10-07468
CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático: 1. Contos : Literatura infantil 028.5 2. Contos : Literatura infantojuvenil 028.5
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ra uma vez... um homem que morava em uma terra muito distante. Apaixonado por crianรงas, sempre que sobrava um tempinho, ele aproveitava para fazer brinquedos e dar de presente aos garotos e garotas que moravam perto dele. Seu nome era Noel, mas, como era muito amado, comeรงou a ser chamado de Papai Noel.
No princípio, eram umas quatro ou cinco crianças que moravam nos arredores da casa do querido Papai Noel. Assim, não era difícil encontrar tempo para fabricar os brinquedos e presenteá-las. Contudo outras foram chegando e, lógico, passaram a amá-lo também. Como, então, negar um brinquedo àqueles lindos rostinhos?
Quando essas crianças viajavam de férias, para visitar os primos e amigos, mostravam os brinquedos recebidos e contavam sobre a amizade e o carinho que recebiam de Papai Noel. Elas ficavam fascinadas e logo começavam a escrever-lhe, pedindo para conhecê-lo e, se possível, ganhar algum presente. Papai Noel respondia a todas as cartas. Foi até visitar algumas crianças e, pessoalmente, entregou-lhes os presentes. As cartas, entretanto, não paravam de chegar. Cada dia chegavam mais, mais e mais cartinhas. Papai Noel resolveu fazer o seguinte: trabalhava de dia, fazia os brinquedos durante a noite e visitava as crianças nos sábados e domingos.