ABORDANDO O SOLO NA ESCOLA: PARA PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
UNIDADE 3
PERFIL E MORFOLOGIA DO SOLO
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SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO ���������������������������������������������1 2 PERFIL DO SOLO ���������������������������������������������2 2.1 HORIZONTES DO SOLO ��������������������������������������������� 3 2.2 REPRESENTAÇÕES DO PERFIL DO SOLO NOS LIVROS DIDÁTICOS ���������������������������������������������������������� 8 2.3 COMO TRABALHAR O PERFIL DO SOLO COM O ALUNO ���������������������������������������������������������������������������� 11
3.1 COR DO SOLO ���������������������������������������������������������� 12 3.2 CONSISTÊNCIA DO SOLO ���������������������������������������� 16 3.3 TEXTURA DO SOLO ������������������������������������������������� 18 3.4 ESTRUTURA DO SOLO ��������������������������������������������� 20 3.5 POROSIDADE DO SOLO ������������������������������������������ 21
4 SÍNTESE DA UNIDADE ����������������������������������23 5 REFERÊNCIAS �����������������������������������������������24
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3 MORFOLOGIA DO SOLO �������������������������������12
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PERFIL E MORFOLOGIA DO SOLO Marcelo Ricardo de Lima
1 APRESENTAÇÃO
A intenção desta unidade é apresentar conceitos atualizados em relação ao perfil do solo e à sua morfologia, dois aspectos que são facilmente observáveis no solo e que permitem inferências sobre uso do mesmo. Em geral, a visão do solo nos livros didáticos é simplificada e, muitas vezes, não adequada à realidade dos solos tropicais brasileiros. Por isso, o estudo desta unidade permitirá um aprofundamento sobre conceitos dos quais julgamos fundamentais, como é o caso do perfil do solo (unidade básica de estudo do mesmo, onde podemos perceber diversos horizontes) e da morfologia do solo (estudo dos atributos perceptíveis no solo utilizando os sentidos, principalmente o tato e a visão). Nesta perspectiva, destacamos abaixo os objetivos específicos da unidade: • Apresentar algumas incorreções conceituais existentes nos livros didáticos, bem como no senso comum, em relação a perfil e morfologia dos solos, procurando dirimir estes aspectos; • Mostrar materiais didáticos e experimentos que podem ser utilizados para auxiliar a compreensão do tema pelos alunos do ensino fundamental e médio. Ao final do estudo desta unidade, esperamos que possam avançar para uma visão mais crítica em relação às informações do senso comum sobre o perfil e a morfologia do solo, tendo condições de abordar este conteúdo em suas aulas com maior correção conceitual, e procurando contextualizar o tema em relação à sua realidade local.
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Prezados professores,
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Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
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Quando observamos uma paisagem, muitas vezes não percebemos o solo, pois ele está abaixo da superfície do terreno. Para Lima e Melo (2007, p. 11), “O perfil do solo é uma seção vertical que inicia na superfície do solo e termina na rocha, podendo ser constituído por um ou mais horizontes”. É possível observar o perfil de um solo principalmente em barrancos na beira de estradas, em cortes de construções, etc. Vejamos um exemplo na imagem a seguir.
Vista de um barranco na beira da estrada no município de Pinhão (PR), no qual se observa o perfil do solo.
Ao analisar o perfil de solo também devemos observar se o mesmo não foi cortado ou enterrado, principalmente em áreas urbanas. Nestes locais o solo pode ter perdido horizontes que foram cortados por máquinas ou operários durante as construções, ou então terem sido enterrados por outras camadas de solos, entulho de construção ou até mesmo lixo. Por isso, ao escolher um perfil de solo para observar os horizontes, devemos estar atentos a estas possíveis modificações antrópicas que o solo recebeu.
IMPORTANTE: Podemos observar o perfil de solo em nosso caminho diário até o trabalho, próximo ou até mesmo dentro da escola em alguns casos. Muitas vezes o perfil de solo passa despercebido de nossa vista, mas, a partir de agora, devemos prestar mais atenção a este “retrato” do solo.
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UNIDADE 3 PERFIL E MORFOLOGIA DO SOLO 2.1 HORIZONTES DO SOLO
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
Antes de começar a ler sobre os horizontes, assista ao vídeo disponível no link abaixo, pois este irá colaborar muito para o entendimento do conteúdo desta unidade. O vídeo também está disponível para download, acesse:
O perfil do solo é dividido em horizontes, como pode ser visto na imagem a seguir. Estes são normalmente paralelos à superfície do terreno, e denominados por letras maiúsculas, sendo as mais comuns: O, A, E, B, C e a camada R. •
Horizonte O: é um horizonte orgânico e superficial, formado por resíduos vegetais e animais decompostos ou em decomposição. Nas condições climáticas brasihttps://vimeo.com/31294007 leiras raramente o horizonte O é espesso, limitando-se normalmente a poucos centímetros, se houver. O horizonte O de uma floresta, também conhecido por “liteira”, é constituído pela acumulação de restos de folhas, galhas, frutos e sementes, que ocupam um ou mais centímetros na superfície do solo. Já no alto de serras e montanhas o horizonte O pode ser mais espesso, alcançando dezenas de centímetros, como nas partes mais elevadas da Serra do Mar ou da Serra da Mantiqueira. Apesar de fino, o horizonte O é importante para o solo, pois impede o impacto da gota da água na superfície do solo e reduz o escorrimento da água, da água, contribuindo, assim, para a redução da erosão. Além disso, o horizonte O também contribui para reduzir a evaporação da água, mantendo o solo mais úmido. Quando os agricultores utilizam a prática do “plantio direto” (conforme será estudado na unidade 7, “Conservação do Solo e Água”), eles não queimam nem destroem o horizonte O, mantendo-o sobre a superPerfil de solo localizado em Pinhais (PR), no qual se fície do solo e reduzindo a distinguem os horizontes A, B e C. erosão.
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SAIBA MAIS:
4 Horizonte A: é um horizonte mineral e superficial do solo, que apresenta cor mais escura que os demais horizontes minerais do solo, e maior atividade biológica. É muito comum os livros didáticos citarem o horizonte A como sendo orgânico, o que está incorreto, pois ele possui pouca matéria orgânica se comparada com a matéria mineral. Apesar disso, essa matéria orgânica tem grande capacidade de colorir o solo e, por este motivo, o horizonte A pode ser mais escuro. Tem grande capacidade de colorir o solo e, por este motivo, o horizonte A pode ser mais escuro. Devido ao frio, na região sul do Paraná, por exemplo, o horizonte A é bem escuro e espesso, mas em outras regiões mais quentes do Paraná ou do Brasil, a cor do horizonte A é mais clara e, às vezes, até difícil de diferenciar dos horizontes B ou C. Observe as imagens que ilustram solos com horizontes A mais escuro e mais claro.
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
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Solo com horizonte A mais claro em Palotina (PR)
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
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Solo com horizonte A mais escuro em Piraquara (PR)
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
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Perfil de solo, localizado em Paranaguá (PR), no qual se observa a coloração clara do horizonte E.
•
Horizonte E: é um horizonte mineral e subsuperficial, encontrado apenas em alguns solos, normalmente entre os horizontes A e B. Apresenta cores muito claras, devido à grande presença de quartzo. Nem sempre os livros didáticos da educação básica citam este horizonte. É muito comum nos solos da planície costeira no litoral do Paraná. Veja a imagem ao lado, que mostra o horizonte E em um solo do litoral paranaense.
•
Horizonte B: é um horizonte mineral e subsuperficial, ou seja, está abaixo do horizonte O ou A. Em geral as cores do horizonte B são homogêneas, variando do amarelo, vermelho, vermelho-amarelado ou marrom. Embora tenha matéria orgânica e atividade biológica, estas são de proporção menor se comparadas ao horizonte A. Em solos mais jovens, o horizonte B pode estar ausente ou ter poucos centímetros de espessura, enquanto em solos mais velhos (intemperizados) pode alcançar alguns metros de espessura, como se observa na imagem a seguir.
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Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
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Perfil de solo, localizado em Cianorte (PR), no qual se observa um horizonte B muito espesso.
•
Horizonte C: é um horizonte mineral e subsuperficial, sendo o mais jovem dos horizontes do solo. Este horizonte pode ser considerado uma transição entre a rocha (camada R) e o solo propriamente dito (horizontes A e B). É um material que não apresenta resistência forte quando escavado com uma pá, e ainda pode incluir resíduos da rocha intemperizada (alterada). Também é muito comum o horizonte C ter cores mescladas (misturadas), pois há tanto minerais da rocha (minerais primários) como minerais do solo (minerais secundários) neste horizonte.
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Camada R: é o substrato rochoso propriamente dito, cuja escavação com a pá é muito difícil ou impossível, e que teve pouca ou nenhuma transformação para virar solo. Note que o R é uma camada do perfil e não um horizonte, pois ainda não se transformou em solo.
Exemplos de algumas sequências de horizontes em perfis de solos.
Também deve ser ressaltado para os alunos que não há nenhuma espessura mínima ou máxima para nenhum horizonte do solo. Por exemplo, há solos sem horizonte B, enquanto que outros possuem apenas poucos centímetros deste horizonte, e em outros o horizonte B é bem espesso.
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Deve ser ressaltado para os alunos que nenhum horizonte é obrigatório no solo. Por exemplo, um solo pode ter sequência de horizontes O-A-B-C-R, enquanto outro solo pode ter simplesmente uma sequência A-R ou O-R. Abaixo seguem algumas representações de sequências de horizontes em perfis de solos.
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2.2 REPRESENTAÇÕES DO PERFIL DO SOLO NOS LIVROS DIDÁTICOS
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Soil#mediaviewer/File:Soil_profile.png
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Alguns livros didáticos da educação básica podem apresentar representações que podem levar os alunos a terem compreensões errôneas sobre o perfil do solo. É importante que, em situações como esta, seja ressaltado ao aluno que a imagem do livro didático é meramente uma representação e apresentados perfis de solos de sua realidade local, que contextualizam melhor o que pode ser encontrado em sua região. Na imagem abaixo é possível verificar um exemplo de representações comuns em livros didáticos.
Representação esquemática do perfil de solo, comumente encontrada nos livros didáticos da educação básica.
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A seguir, são descritos os equívocos mais comuns que podem ocorrer nas representações do perfil do solo:
b) Não há nenhum horizonte obrigatório no perfil do solo, assim como também não há nenhuma espessura, mínima ou máxima, para nenhum destes. Por exemplo, há solos que não possuem horizonte C, enquanto outros possuem alguns centímetros e outros com vários metros de espessura.
Foto: Itamar Antonio Bognola
c) Usualmente os horizontes são representados com cores e limites muito distintos entre si nos livros didáticos. Porém, na maioria das regiões tropicais e subtropicais brasileiras, as diferenças de cores entre os horizontes são discretas, frequentemente se assemelhando mais a um dégradé, como se nota na imagem ao lado.
Perfil de solo, localizado em Araucária (PR), no qual se observa que a transição entre os horizontes A e B não é abrupta, mas é gradual, bem como não há presença de fragmentos de rocha.
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a) Frequentemente são mostradas pedras no perfil do solo nos livros didáticos, principalmente nos horizontes B e C. Isto pode ocorrer em alguns solos, mas não é a situação mais comum nas condições brasileiras, onde são muito comuns horizontes B muito espessos e sem nenhuma pedregosidade.
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d) O horizonte A é sempre representado com cores muito escuras nos livros didáticos e, até mesmo, erroneamente indicado como sendo orgânico e muito fértil. Contudo, na maior parte do Brasil, o horizonte A é somente um pouco mais claro que o B ou C, e frequentemente tem baixa fertilidade química natural.
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
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e) As representações de perfil de solo nos livros didáticos sempre mostram solos que tem os horizontes O, A, B e C, como se todos estes fossem obrigatórios, o que não é verdadeiro. Somente o horizonte A ou O sobre a rocha já pode caracterizar um perfil de solo, como se observa na imagem a seguir.
Perfil de solo, localizado em Francisco Beltrão (PR), no qual se observa somente a presença do horizonte A sobre a camada R (rocha).
f ) Embora existam mais raízes e atividade biológica no horizonte A, estes não são aspectos exclusivos deste horizonte, podendo ocorrer em menor proporção nos horizontes B e C. g) Por não compreender as escalas envolvidas, é comum o aluno confundir o perfil pedológico (solo) com o perfil geológico que envolve a crosta terrestre rochosa e as demais camadas do planeta.
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Que tal fazer uma maquete mostrando a formação do perfil do solo com seus alunos? Veja o roteiro completo e um vídeo mostrando a experiência “Formação do Solo” nos links: Roteiro completo: http://goo.gl/mexOpW
Vídeo: https://goo.gl/vKjdDH
Antes de iniciar o estudo do perfil do solo, pode-se pedir para os alunos desenharem o solo em uma folha de papel. Esta atividade simples (que pode ser utilizada do ensino fundamental ao superior) permite observar as impressões que os alunos têm sobre o solo, e as eventuais confusões de conceitos existentes. Muitas vezes o aluno pode desenhar apenas a superfície do solo, mostrando a falta da percepção deste como um corpo tridimensional na paisagem. A realização da mesma atividade ao final do conteúdo permite que o aluno não somente perceba a evolução conceitual dele, mas também que o professor consiga mensurar, de modo qualitativo, a eficiência do processo educativo. Às vezes podemos contar com um perfil de solo no próprio terreno da escola, ou em uma área bastante próxima, que seja possível ir a pé, desde que a direção da escola autorize e não represente perigo aos alunos. Outra opção é aproveitar alguma outra aula que necessite ir de ônibus, e visitar algum perfil de solo no caminho ou, pelo menos, discutir o uso e ocupação do solo durante o próprio trajeto. O tempo dentro do ônibus também pode ser muito útil para mostrar o ambiente urbano, os rios e as bacias hidrográficas urbanas, a conservação ou a degradação do solo. É interessante não somente ver o perfil, mas procurar limpá-lo (usando ferramentas como enxada, martelo de pedreiro, pá de jardinagem, etc.), e coletar amostras para levar para a sala de aula. A limpeza do perfil é relevante, pois ajuda a visualizar melhor os horizontes escondidos pelas plantas que crescem no barranco, ou pela poeira da rua ou estrada. Por outro lado, ao escolher um perfil de solo para levar os alunos e coletar amostras para a aula, é sempre interessante procurar perfis que estejam ainda originais, sem que tenham sido submetidos a cortes ou aterros. Mas se os solos se encontram muito antropizados (alterados pela ação humana), também se pode discutir a respeito da degradação que houve no perfil.
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EXPERIMENTE:
2.3 COMO TRABALHAR O PERFIL DO SOLO COM O ALUNO
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No entanto, se nenhuma destas opções é possível, ainda nos resta a possibilidade de encontrar um perfil de solo, coletar amostras de seus horizontes, tirar uma foto do perfil e de seu local de ocorrência e mostrar tudo isso aos alunos. É muito mais fácil entender o perfil de solo quando efetivamente vemos e tocamos as amostras dos horizontes. Deve ser ressaltado que uma imagem esquemática de perfil de solo no livro didático nunca irá conseguir representar adequadamente a realidade local.
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Os alunos podem até utilizar as amostras de solos, coletadas por eles ou pelo professor, e montar um “perfil”, utilizando garrafas PET ou colando amostras de solo em uma folha de cartolina, na sequência que as mesmas aparecem no perfil de solo.
3 MORFOLOGIA DO SOLO A morfologia do solo significa o estudo e a descrição da sua aparência no meio ambiente natural, segundo as características visíveis a olho nu, ou perceptíveis com o tato. Os principais atributos do solo observados na descrição morfológica são: cor, consistência, textura, estrutura e porosidade. Do ponto de vista prático, o aluno poderá observar a morfologia do solo através dos sentidos do tato e da visão. Os sentidos do olfato e da audição também poderiam ser utilizados para fins da análise morfológica do solo, embora não seja usual. Os atributos morfológicos são variáveis em cada horizonte do solo. Por exemplo, a cor do horizonte A é diferente dos horizontes B e C. 3.1 COR DO SOLO A cor é um atributo morfológico observável com a visão. Os solos podem apresentar cores variadas, tais como: preto, vermelho, amarelo, acinzentado, etc. Essa variação irá depender não só do material de origem, mas também de
SAIBA MAIS: Antes de começar a ler sobre a morfologia do solo, assista ao vídeo “Morfologia do solo”, disponível no link abaixo. Se desejar você também pode fazer download deste vídeo. https://goo.gl/faaYhV
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Em geral, quanto mais material orgânico, mais escuro é o solo, o que pode indicar boas condições de fertilidade e grande atividade microbiana. Normalmente o horizonte A do solo é mais escuro, justamente por possuir mais matéria orgânica, como podemos observar na imagem ao lado.
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
Porém, excessiva quantidade de matéria orgânica pode indicar condições desfavoráveis à decomposição da mesma, como temperatura muito baixa, baixa disponibilidade de nutrientes ou falta de oxigênio. Deve-se evitar o senso comum de que todo solo escuro (popularmente conhecido como “terra preta”) é fértil. Muitos solos escuros apresentam fertilidade natural muito baixa. Também deve ser evitada a ideia de que todo solo escuro é orgânico.
Perfil de solo, localizado na Lapa (PR), no qual se observa a coloração escura no horizonte superficial (A) devido à matéria orgânica.
As cores mais avermelhadas ou amareladas dos solos estão frequentemente associadas aos diferentes tipos de óxidos de ferro existentes nos solos. Um exemplo são os solos
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sua posição na paisagem, conteúdo de matéria orgânica e mineralogia, dentre outros fatores.
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Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
Perfil de solo, localizado em Francisco Beltrão (PR), no qual se observa a coloração avermelhada.
Solos com elevada quantidade de quartzo na fração mineral (como ocorre no horizonte E de solos arenosos no litoral do Paraná) são frequentemente claros, como podemos observar na imagem ao lado.
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
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popularmente conhecidos como “terra roxa” (na verdade seria “rosso”, do italiano vermelho), que são mais comuns nas regiões norte, oeste e sudoeste do Paraná. A cor avermelhada destes solos é devida à presença dos óxidos de ferro (hematita), como podemos observar na imagem abaixo.
Perfil de solo, localizado em Paranaguá (PR), no qual se observa a coloração clara devido ao quartzo.
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Solo localizado em área de várzea (banhado) em Antonina (PR), cuja cor acinzentada é devida à perda dos óxidos de ferro.
EXPERIMENTE: Que tal fazer uma coleção de cores de solos com seus alunos? Veja o roteiro completo e um vídeo mostrando a experiência “Colorteca de Solos” nos links: Roteiro completo http://goo.gl/DEdsNh
Vídeo https://goo.gl/loSYeZ
Você também pode identificar o nome aproximado da cor do solo utilizando o aplicativo “Color Soil Chart,” disponível para os dispositivos móveis que trabalham com Android®.
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Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
No entanto, nos solos mal drenados (com excesso de água), um ou mais horizontes do solo podem ficar com cor acinzentada. Esta cor indica que o ferro foi perdido, devido às condições de redução (ausência de oxigênio), conforme se observa na imagem a seguir.
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3.2 CONSISTÊNCIA DO SOLO A consistência é um atributo morfológico do solo observado com o auxílio do tato, sendo expressa pela dureza, friabilidade, pegajosidade e plasticidade do solo.
A plasticidade é observada quando o material do solo, no estado molhado, ao ser manipulado, pode ser modelado constituindo diferentes formas. A plasticidade do solo é uma propriedade muito utilizada pelos professores de artes, e também é útil ao artesão, que comumente precisa moldar o solo para desenvolver seu trabalho, conforme a imagem a seguir.
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
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A expressão da consistência quando o solo está seco é a dureza, que é a resistência à ruptura dos torrões. Para determinar a dureza, se pega um torrão de solo seco, a fim de tentar quebrá-lo com os dedos, ou, se não for possível, com as mãos. Uma amostra de um solo extremamente duro não pode ser quebrada mesmo utilizando ambas as mãos. Em um solo extremamente duro, é difícil a penetração das raízes das plantas, o preparo do solo para o cultivo pelo produtor rural, a escavação de poços ou fundações de casas.
O artesão se utiliza da plasticidade para moldar o solo e produzir objetos de cerâmica.
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Solo não pegajoso não adere aos dedos quando molhado.
Solo ligeiramente pegajoso adere a apenas um dedo quando molhado .
Esse é um atributo muito importante, pois um solo muito pegajoso é difícil de ser trabalhado para diversas finalidades, como construção de um aterro por operários em uma obra, ou o cultivo por um produtor rural. O aluno, que depende de estradas não pavimentadas para chegar até a escola, conhece muito bem o efeito deste atributo morfológico do solo nas épocas de chuva, quando o solo pode ficar mais pegajoso.
EXPERIMENTE: Você pode mostrar para seus alunos a consistência que diferentes solos apresentam. Veja o roteiro completo da experiência “Consistência do Solo” no link: Roteiro completo http://goo.gl/jkbhcl
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Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
A pegajosidade refere-se à aderência do solo às mãos ou a outros objetos, quando molhado, conforme verificamos nas imagens a seguir, onde podemos observar um solo não pegajoso e outro ligeiramente pegajoso.
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3.3 TEXTURA DO SOLO A textura é um atributo observável com o tato, e refere-se à proporção relativa das frações areia, silte e argila (conforme estudamos na unidade 2, “Composição do Solo”) em um solo, de acordo com os grupamentos texturais descritos na tabela abaixo. Para determinar a textura, de modo simples, deve-se molhar uma amostra de solo e esfregar com força entre o polegar e o indicador.
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Tabela 1 - Grupamentos texturais do solo GRUPAMENTO TEXTURAL
(1)
SENSAÇÃO AO TATO DEFINIÇÃO(1)
(esfregar a amostra de solo úmida entre o polegar e o indicador)
Muito argiloso
Sensação de partículas finas (sem areia) e pegajosa.
Solos com mais de 60% de argila
Argiloso
Sensação de partículas finas (com muito pouca areia) e pegajosa.
Solos com 35 a 60% de argila
Siltoso
Sensação semelhante ao talco (sedosa e macia). É o mais macio e gostoso.
Solos com argila < 35% e areia <15%
Médio
Sensação intermediária entre o argiloso (pegajoso) e o arenoso (áspero).
Solos com menos de 35% de argila, mais de 15% de areia, e que não sejam de textura arenosa
Arenoso
Sensação áspera, com partículas maiores, além de fazer mais barulho.
Solos com areia ≥ 70% e sem argila; ou areia ≥ 75% e argila < 5%; ou areia ≥ 80% e argila < 10%; ou areia ≥ 85%
IBGE, 2015 (Adaptado)
Para determinar o grupamento textural, de modo simples, deve-se molhar uma amostra de solo e esfregar com força entre o polegar e o indicador, sentindo a sensação ao tato, conforme representa a imagem a seguir.
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Determinação da textura do solo: sentir a sensação ao tato ao esfregar a amostra de solo molhada entre o polegar e o indicador.
É comum as pessoas associarem o conceito de “argila” somente à massa cerâmica utilizada em modelagem. E, muitas vezes, esta massa cerâmica sequer é argilosa, podendo ser siltosa. Destaca-se que a sensação do solo argiloso molhado ao tato não é macia, sendo apenas fina.
Solos de textura argilosa ou muito argilosa terão, de modo geral, propriedades como: capacidade de retenção de água elevada; maior capacidade de reter nutrientes para as plantas; maior porosidade total e menor densidade. Os solos arenosos, em geral, têm comportamento oposto ao dos solos argilosos, ou seja, menor capacidade de reter água, menor porosidade, menor capacidade de reter nutrientes para as plantas, menor porosidade total e maior densidade. Os solos argilosos de regiões tropicais e subtropicais (devido a sua composição mineralógica) apresentam, em sua maioria, boa estrutura e, portanto, apresentam boa aeração e facilidade para circulação de água. Em muitos livros didáticos se associam os solos argilosos à baixa capacidade de infiltração de água, o que é incorreto para a maioria dos solos argilosos das regiões tropicais úmidas, exceto se estiverem compactados. Ressalta-se, também, que a areia da praia ou de uma duna não é solo arenoso, mas um sedimento, que pode ser o material de origem de solos das áreas de restinga na planície litorânea. A maior parte dos solos do estado do Paraná são argilosos ou muito argilosos. Na região noroeste do Paraná predominam solos de textura média, e na planície litorânea costeira predominam solos arenosos.
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Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
Um solo muito argiloso, por exemplo, é um solo que apresenta mais de 60% de partículas com tamanho argila, ou seja, menores que 0,002 mm, embora estes solos também tenham areia e silte.
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3.4 ESTRUTURA DO SOLO
Fonte: Lima (2007)
Estrutura prismática do solo .
Fonte: Lima (2007)
Em sala de aula é importante fazer uma analogia entre a estrutura do solo e a estrutura de uma casa. A casa é construída com diferentes materiais (tijolos, areia, cimento, etc.) que formam uma estrutura e deixam espaços vazios (quartos, sala, cozinha, etc.). No solo, ocorre um processo semelhante, visto que as partículas do solo (areia, silte, argila) formam diferentes tipos de estruturas (granular, blocos, prismática, laminar), conforme as imagens a seguir.
Fonte: Lima (2007)
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O conjunto de agregados do solo (popularmente chamado de “torrões do solo”), em seu estado natural, forma a estrutura do solo. Estes agregados possuem tamanhos e formatos variados, e nada mais são que o agrupamento das partículas primárias, ou seja, areia, silte e argila.
Estrutura granular do solo.
Estrutura em blocos do solo.
A existência da estrutura também permite a existência de espaços (poros do solo), nos quais se encontra a fração líquida do solo (solução do solo) e a fração gasosa do solo (ar do solo), conforme estudamos na unidade 2, “Composição do Solo”. Além disso, quando há estrutura, as partículas individuais (areia, silte, argila) estão “unidas”, dificultando a perda do solo pelo processo da erosão (conforme será estudado na unidade 7, “Conservação do Solo e Água”).
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UNIDADE 3 PERFIL E MORFOLOGIA DO SOLO 3.5 POROSIDADE DO SOLO
Foto: Marcelo Ricardo de Lima.
Os maiores poros do solo podem ser visualizados a olho nú, como na imagem a seguir, ou com uma lupa de 10 aumentos facilmente encontrada em papelarias. A porosidade dos solos é importante para o armazenamento e movimento da solução do solo (fase líquida) e do ar do solo (fase gasosa) conforme estudamos na unidade 2, “Composição do Solo” -, e para o desenvolvimento das raízes das plantas. Deve ser claramente indicado aos alunos Poros visíveis observáveis em uma amostra de solo. que as raízes crescem ocupando o espaço poroso do solo, e não “comendo” a fração sólida (minerais e matéria orgânica). Do mesmo modo é imprescindível a existência do espaço poroso para que a água da chuva infiltre no solo. A compactação dos solos apresenta, como efeito direto, a redução da porosidade, diminuindo a infiltração de água e penetração de oxigênio. Um exemplo típico de compactação são as ruas de terra (urbanas ou rurais), as quais apresentam elevada compactação devido o tráfego de pessoas, veículos ou animais, não permitindo a infiltração da água da chuva e favorecendo o escorrimento da enxurrada e a erosão.
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A porosidade é um atributo morfológico observado pela visão, e pode ser definida como o volume de solo ocupado pela fase líquida e pela fase gasosa do solo. Muitas vezes, o aluno pode imaginar que o solo é um meio maciço, como uma rocha, porém é um meio extremamente poroso. Neste caso, para exemplificar este atributo morfológico pode ser feita uma analogia entre o solo e uma esponja utilizada na cozinha. Como tem poros, o solo pode absorver água, assim como ocorre com a esponja.
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UNIDADE 3 PERFIL E MORFOLOGIA DO SOLO
Fonte: Marcelo Ricardo de Lima (2007)
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A imagem abaixo apresenta uma estrada rural compactada, na margem da qual já se observa a ocorrência do processo de erosão.
Estrada rural na qual se observa a ocorrência do processo de erosão em sua lateral, em Peabiru (PR). EXPERIMENTE: Você pode facilmente demonstrar para seus alunos que o solo tem poros. Veja o roteiro completo e o vídeo das experiências “Porosidade do Solo” e “Ar no Solo” nos links: Porosidade do solo: Vídeo https://goo.gl/fPG9BN
Ar no solo: Vídeo https://goo.gl/gHBAav
Roteiro completo http://goo.gl/3a3ajH
Roteiro completo http://goo.gl/nQPEmr
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UNIDADE 3 PERFIL E MORFOLOGIA DO SOLO
4 SÍNTESE DA UNIDADE
Em “Perfil do Solo”, foram apresentada as principais seções encontradas, ou seja, os horizontes A, E, B, C e a camada R. Foram também discutidos os principais equívocos encontrados na descrição do perfil do solo, comumente utilizados pelos livros didáticos da educação básica. Em “Morfologia do Solo”, discorreu-se sobre os principais atributos morfológicos observados no solo: cor, consistência, textura, estrutura e porosidade. Observou-se que a cor é um atributo relacionado à composição do solo; a consistência é um atributo relevante para o manejo do solo e artesanato; a textura refere-se à proporção das partículas finas do solo; a estrutura é o arranjo das partículas do solo; e a porosidade corresponde ao espaço ocupado pelas fases líquida e gasosa do solo. Foi destacada a necessidade de abordar estes conceitos de forma precisa para evitar a confusão de definições muito comum em diversos livros didáticos do ensino fundamental e médio.
SAIBA MAIS: Consulte os capítulos 2 e 3 do livro “O Solo no Meio Ambiente” (LIMA, 2007; LIMA e MELO, 2007), disponível no link: http://goo.gl/Gdp7yo
Também foram apresentadas, nesta unidade, diversos vídeos e experimentos, os quais podem ser encontrados no site do Programa Solo na Escola/UFPR (www.escola. agrarias.ufpr.br), que podem auxiliar na demonstração desses conceitos, de forma simples, aos alunos do ensino fundamental ou médio. A partir deste estudo, pôde-se entender que os solos apresentam diferentes perfis, com diferentes expressões dos atributos morfológicos. Assim, em cada região do estado do Paraná, encontraremos solos com diferentes sequências de horizontes, cores, texturas, consistências, estrutura e porosidade. Esta diversidade será discutida com mais detalhes na unidade 4, “Principais Solos do Estado do Paraná”.
ABORDANDO O SOLO NA ESCOLA: PARA PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
Nesta unidade foram apresentados dois conceitos relevantes para a compreensão do que são o perfil e a morfologia do solo.
24 5 REFERÊNCIAS IBGE. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais. Manual técnico de pedologia. 3. ed. Rio de Janeiro, 2015. 430 p. (IBGE. Manuais Técnicos em Geociências, 04).
ABORDANDO O SOLO NA ESCOLA: PARA PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
LIMA, M. R. Noções de morfologia do solo. In: LIMA, V. C.; LIMA, M. R.; MELO, V. F. (Eds.). O solo no meio ambiente: abordagem para professores do ensino fundamental e médio e alunos do ensino médio. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, 2007. p. 17-26. LIMA, V. C.; MELO, V. F. Perfil do solo e seus horizontes. In: LIMA, V. C.; LIMA, M. R.; MELO, V. F. (Eds.). O solo no meio ambiente: abordagem para professores do ensino fundamental e médio e alunos do ensino médio. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, 2007. p. 13-16.
UNIDADE 3 PERFIL E MORFOLOGIA DO SOLO
PERFIL E MORFOLOGIA DO SOLO
ABORDANDO O SOLO NA ESCOLA: PARA PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL E MÃ&#x2030;DIO
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