Geografia espaco e vivencia 8ano

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Orientações ao professor

ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR

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Apresentação Caro colega, O caderno Orientações ao professor foi elaborado para permitir a utilização mais eficaz desta obra didática, estimulando o máximo aproveitamento dos recursos sugeridos no livro-texto. Este caderno está estruturado da seguinte forma: Proposta didático-pedagógica Apresenta os pressupostos teóricos que orientaram a elaboração da coleção, bem como a construção de uma consciência da espacialidade dos elementos e dos fenômenos naturais e sociais, além dos conceitos e noções estruturantes dos conteúdos de Geografia e de cartografia para os alunos da educação básica. Atualização profissional Indica endereços de entidades que podem fornecer informações referentes à atualização e ao aperfeiçoamento profissional do docente. Conhecendo a coleção Trata da estrutura da coleção e está organizada em duas partes: •• Conteúdo dos volumes: apresenta os principais conteúdos abordados em cada volume da coleção. •• Estrutura das unidades: mostra como as unidades estão organizadas graficamente e indica as melhores maneiras de explorar seus recursos (textos, imagens, atividades, informações pedagógicas, boxes etc.). O volume de 8o ano Engloba a estrutura dos conteúdos do terceiro volume da coleção. Orientações e propostas para o trabalho de cada capítulo Descreve os objetivos pretendidos capítulo a capítulo e fornece orientações para o bom desenvolvimento das aulas, além de informações suplementares (científicas e pedagógicas). Ao término de cada capítulo, inclui os “Comentários e respostas das atividades de final de capítulo”, para auxiliar na condução do trabalho e, depois dos comentários da unidade, traz a seção “Ampliando seus horizontes”, com sugestões de bibliografia complementar, filmes, CD-ROMs etc. Orientações e propostas para o Caderno de temas especiais Contém as orientações básicas necessárias para o desenvolvimento das temáticas e dos projetos propostos no final do livro-texto. Bibliografia Agrupa as principais fontes consultadas na produção deste manual e pode ser utilizada como indicação de leitura. Nosso objetivo é que este caderno sirva como referencial para seu trabalho com o material didático, auxiliando o desenvolvimento das atividades dentro e fora da sala de aula. Bom trabalho! Os autores

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Proposta didático-pedagógica .................................................... 228 O estudo da espacialidade dos fenômenos sociais e naturais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 228 Os objetivos da Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233 Os conteúdos procedimentais e atitudinais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237

Orientações ao professor

Sumário

O trabalho integrado e a transversalidade com os conteúdos de Geografia . . . . . . 239 A avaliação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240

Tecnologia na educação ............................................................. 249 Atualização profissional ............................................................. 251 Conhecendo a coleção ................................................................ 253 Conteúdo dos volumes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253 Estrutura das unidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 254

O volume de 8o ano...................................................................... 258 Mapa de conteúdos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 260 O trabalho integrado – a Geografia e as demais disciplinas ............................. 262 A formação cidadã – a Geografia e a transversalidade ..................................... 263

Orientações e propostas para o trabalho de cada capítulo......... 264 Conheça seu manual ........................................................................................... 264

I

A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

...........................................

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II A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277 III A REGIONALIZAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 295 IV AMÉRICA LATINA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 302 V ÁFRICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319 VI ÁSIA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 333 ORIENTAÇÕES E PROPOSTAS PARA O CADERNO DE TEMAS ESPECIAIS .................................................... 349 Bibliografia ................................................................................. 351

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Proposta didático-pedagógica O estudo da espacialidade dos fenômenos sociais e naturais Ao longo da história da Geografia como disciplina escolar, ocorreram amplos debates a respeito dos conhecimentos geográficos que deveriam ser ensinados aos alunos no Ensino Fundamental e da finalidade da transmissão desses conhecimentos. Nos últimos anos, porém, entre os diversos especialistas no campo das práticas de ensino dessa disciplina, existe um consenso: o principal objetivo de ensinar Geografia é desenvolver nos educandos uma consciência e uma compreensão da espacialidade dos elementos e dos fenômenos naturais e sociais. Isso porque todos os elementos — tanto os construídos pelo ser humano como os criados pela força da natureza — fazem parte, direta ou indiretamente, da experiência dos alunos. Tomar consciência da espacialidade desses elementos em determinado período de tempo (histórico ou geológico), ou seja, reconhecer o modo como um espaço é construído em razão das dinâmicas naturais e sociais, é fundamental para o desenvolvimento das práticas sociais e da cidadania. De acordo com essas considerações, o espaço, objeto de estudo principal da Geografia na escola, é abordado nesta coleção com base em duas perspectivas: •• Como espaço vivido: local de experiências existenciais e simbólico-afetivas dos indivíduos em particular e em sociedade. De acordo com essa perspectiva, por meio de textos e atividades distribuídos em vários capítulos da coleção, procura-se valorizar o imaginário, os sentimentos e as representações que os alunos constroem, individual ou coletivamente, dos lugares e das paisagens. •• Como espaço geográfico: produto das ações humanas sobre a natureza e das relações entre as pessoas. Com base nessa perspectiva, organiza-se grande parte dos conteúdos de cada volume, buscando mostrar aos alunos que as sociedades transformam o espaço geográfico no decorrer do tempo histórico, por meio de sucessivos modos de produção, de inovações tecnológicas e científicas e de novas relações de trabalho. Nesta coleção, o trabalho com os elementos da natureza (distribuição espacial de objetos, processos e fenômenos naturais) é feito de acordo com uma visão integradora entre as dinâmicas sociais e as dinâmicas naturais. Assim, busca-se mostrar aos alunos que o espaço geográfico e as paisagens terrestres são produtos das relações de interação e interdependência entre os elementos naturais da biosfera (relevo, rios, florestas, mares, clima e outros) e também da interferência humana sobre esses elementos e, consequentemente, sobre os ecossistemas do planeta. Além disso, o estudo dos fatos sociais e dos fenômenos naturais é considerado em diferentes escalas geográficas. Isso significa que, ao apresentar os conteúdos e as atividades de ensino que visam à aprendizagem de conceitos e habilidades, leva-se em consideração uma visão escalar do espaço geográfico, articulando, sempre que necessá228

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rio, as escalas local, regional, nacional e mundial, para a melhor apreensão da realidade socioespacial contemporânea e pretérita. Nesse sentido, podemos identificar a existência de três razões fundamentais para ensinar Geografia na escola: [...] Primeiro: para conhecer o mundo e obter informações, que há muito tempo é o motivo principal para estudar Geografia. Segundo: podemos acrescer que a Geografia é a ciência que estuda, analisa e tenta explicar (conhecer) o espaço produzido pelo homem. Ao estudar certos tipos de organização do espaço, procura-se com­ preender as causas que deram origem às formas resultantes das relações entre sociedade e natureza. Para entendê-las, faz-se necessário compreender como os homens se relacionam entre si. Terceira razão: não é no conteúdo em si, mas num objetivo maior que dá conta de tudo o mais, qual seja a formação do cidadão. Instrumentalizar o aluno, fornecer-lhe as condições para que seja realmente construída a sua cidadania é objetivo da escola, mas à Geografia cabe um papel significativo nesse processo, pelos temas, pelos assuntos que trata. CALLAI, Helena Copetti. O ensino de Geografia: recortes espaciais para análise. In: CASTROGIOVANNI, Antônio Carlos et al. (Orgs.). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. 2. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/AGB, 1999. p. 57.

Os conteúdos e os conceitos básicos da Geografia Outro consenso importante entre os especialistas em ensino de Geografia é o de que os conteúdos da disciplina no Ensino Fundamental devem ser estruturados com base nos conceitos essenciais dessa ciência. Entre eles, destacam-se: lugar, paisagem, território e região, assim como o próprio conceito de espaço geográfico. Como toda ciência, a Geografia possui alguns conceitos-chave, capazes de sintetizarem a sua objetivação, isto é, o ângulo específico com que a sociedade é analisada, ângulo que confere à Geografia a sua identidade e a sua autonomia relativa no âmbito das ciências sociais. Como ciência social, a Geografia tem como objeto de estudo a sociedade que, no entanto, é objetivada via cinco conceitos-chave que guardam entre si forte grau de parentesco, pois todos se referem à ação humana modelando a superfície terrestre: paisagem, região, espaço, lugar e território. CORRÊA, Roberto Lobato. Espaço, um conceito-chave da Geografia. In: CASTRO, Iná E. de et al. (Orgs.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. p. 16.

Nesse sentido, compõem a estrutura do planejamento curricular desta coleção, de acordo com os currículos nacional e estaduais de Geografia para os anos finais do Ensino Fundamental, os conceitos de espaço, lugar, paisagem, região e território, além de outros conceitos e noções fundamentais ligados à dinâmica e ao conteúdo espaço-temporal de processos e fenômenos como sociedade, natureza, cultura, trabalho, técnicas, tecnologias, redes, fluxos e globalização. Esse conjunto de conceitos e noções servirá como fio condutor dos conteúdos programáticos apresentados, reapresentados e aprofundados a cada ano escolar. Observe, no quadro-síntese a seguir, o significado teórico de alguns conceitos estruturantes desta coleção. 229

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Conceito/Concepção norteadora

Elementos de aprofundamento

Espaço geográfico Conjunto indissociável de sistemas de objetos (redes técnicas, prédios, ruas) e de sistemas de ações (organização do trabalho, produção, circulação, consumo de mercadorias, relações familiares e cotidianas) que procura revelar as práticas sociais dos diferentes grupos que nele produzem, lutam, sonham, vivem e fazem a vida caminhar. (Milton Santos)

O espaço é perceptível, sensível, porém extremamente difícil de ser limitado, quer por dinâmica, quer pela vivência de elementos novos e elementos de permanência. Apesar de sua complexidade, ele apresenta elementos de unicidade. Interferem nos mesmos valores que são atribuídos pelo próprio ser humano e que resultam numa distinção entre o espaço absoluto – cartesiano –, uma coisa em si mesma, independente, e um espaço relacional, que apresenta sentido (e valor) quando confrontado com outros espaços e outros objetos.

Paisagem Unidade visível do arranjo espacial, alcançada por nossa visão.

Contém elementos impostos pelo homem por meio de seu trabalho, de sua cultura e de sua emoção. Nela se desenvolve a vida social e, dessa forma, ela pode ser identificada informalmente apenas mediante a percepção, mas também pode ser identificada e analisada de maneira formal, de modo seletivo e organizado – e é neste último sentido que a paisagem se compõe como um elemento conceitual de interesse da Geografia.

Lugar Porção do espaço apropriável para a vida, que é vivido, reconhecido e cria identidade.

Guarda em si as noções de densidade técnica, comunicacional, informacional e normativa. Guarda em si a dimensão da vida, como tempo passado e presente. É nele que ocorrem as relações de consenso, conflito, dominação e resistência. É nele que ocorre a recuperação da vida. É o espaço com o qual o indivíduo se identifica mais diretamente.

Território Porção do espaço definida pelas relações de poder, passando, assim, da delimitação natural e econômica para a de divisa social. O grupo que se apropria de um território ou se organiza sobre ele cria relação de territorialidade, que se constitui em outro importante conceito da Geografia. Essa relação de territorialidade se define como a relação entre os agentes sociais, políticos e econômicos, interferindo na gestão do espaço.

A delimitação do território é a delimitação das relações de poder, domínio e apropriação nele instaladas. É, portanto, uma porção concreta. O território pode, assim, transcender uma unidade política, o mesmo acontece com o processo de territorialidade, e este não se traduz por uma simples expressão cartográfica, mas se manifesta sob relações variadas, das mais simples às mais complexas.

Globalização e redes O fato gerador é o processo de globalização, que corresponde a uma etapa do processo de implementação de novas tecnologias, que acabaram por criar a intercomunicação entre os lugares em tempo simultâneo.

A globalização é basicamente assegurada pela implementação de novas tecnologias de comunicação e informação, isto é, de novas redes técnicas que permitem a circulação de ideias, mensagens, pessoas e mercadorias num ritmo acelerado, criando a interconexão em tempo simultâneo.

Fonte: BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Ciências Humanas e suas tecnologias. Brasília: MEC/Semtec, 1999. p. 56.

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A cartografia como suporte para a representação e a apreensão do espaço O desenvolvimento dos conteúdos de Geografia no Ensino Fundamental deve levar em consideração a capacidade dos alunos de compreender as diferentes formas de representação do espaço, seja ele próximo ou distante. Para tanto, os educandos devem conhecer uma linguagem específica, com regras, códigos e símbolos muito particulares (a chamada linguagem cartográfica), que lhes permita decodificar uma série de elementos, como croquis, plantas, mapas, planisférios, globos, perfis topográficos e maquetes. O domínio dessas regras, códigos e símbolos capacita os educandos a representar a espacialidade dos objetos, fatos e fenômenos naturais e sociais, indicando suas dimensões aproximadas e sua localização no espaço terrestre. Dessa forma, a função principal do desenvolvimento das noções e dos conceitos de cartografia nesse segmento de ensino é formar alunos leitores de mapas, gráficos, perfis e maquetes, que sejam capazes de reconhecer essas representações como textos, fontes de informação, pesquisa e investigação que podem propiciar interpretações, indagações e análises críticas sobre a realidade. A tabela a seguir mostra os principais conteúdos de cartografia a ser desenvolvidos com os alunos da educação básica. Noções e conteúdos da cartografia Localização ••Mapa mental ••Paralelos/meridianos ••Latitude/longitude ••Altimetria/batimetria ••Instrumentos e símbolos

Orientação ••Lateralidade ••Direção/distância ••Sentido ••Posição dos astros ••Instrumentos e símbolos

Escalas ••Proporcionalidade ••Escala gráfica e numérica ••Anamorfoses geográficas ••Escala geográfica

Projeções cartográficas ••Visões da Terra (história e ideologia) ••Formas de representar a Terra ••Fusos horários ••Tipos de projeção

Gráficos ••Tabelas (levantamentos de dados e elaboração) ••Representação de dados ••Tipos de gráfico ••Diagramas

Linguagem visual ••Croquis (análise e confecção) ••Representação do espaço tridimensional ••Pontos de vista (visões oblíquas, vertical e horizontal) ••Simbologia (legenda) ••Planos de paisagem ••Perfil topográfico

Mapas (representações no espaço bidimensional) ••A história da cartografia ••Cartografia e Geografia ••Componentes dos mapas ••Produção dos mapas (desenvolvimento do processo técnico-científico) ••Fotografia aérea ••Imagens de satélite ••Tipos de mapa 231

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Quando realizada gradativa e plenamente ao longo de toda a educação básica, a alfabetização cartográfica possibilita a formação do aluno como leitor crítico, mapeador consciente, capaz de desenvolver ideias e relações cada vez mais complexas e abstratas, tornando-se apto a analisar, localizar, correlacionar, sintetizar etc. Daí a importância de o professor promover o ensino da leitura cartográfica. Segundo Passini (1994, p. 9): A educação para a leitura de mapas deve ser entendida como o processo de aquisição, pelos alunos, de um conjunto de conhecimentos e habilidades para que consigam efetuar a leitura do espaço, representá-lo, e desta forma construir os conceitos das relações espaciais. Neste processo, a função simbólica desempenha um importante papel para o preparo de leitores eficazes de mapas. PASSINI, Elza Yasuko. Alfabetização cartográfica e o livro didático. Belo Horizonte: Lê, 1994. p. 9. (Coleção Apoio).

Sendo assim, é necessário que o professor promova o ensino de cartografia e a alfabetização cartográfica na educação básica tomando-se como ponto de partida o estágio de desenvolvimento cognitivo dos alunos. O professor deve lançar mão de estratégias e metodologias para o ensino de cartografia conforme o nível de complexidade e abstração das aquisições a serem desenvolvidas, sejam elas simples, médias ou complexas. No quadro a seguir, o professor pode encontrar alguns exemplos dessas aquisições para nortear os conteúdos com os quais irá trabalhar em sala de aula. Uso de mapas, cartas e plantas ••Conhecer os pontos cardeais; ••saber se orientar com uma carta;

Aquisições simples

••encontrar as coordenadas de um ponto; ••saber se conduzir com uma planta simples; ••extrair de plantas e cartas simples uma só série de fatos; ••saber calcular altitude e distância; ••saber se conduzir com um mapa rodoviário ou com uma carta topográfica. ••Analisar a disposição das formas topográficas;

Aquisições médias

••analisar uma carta temática representando um só fenômeno (densidade populacional, relevo etc.); ••saber diferenciar declives; ••reconhecer e situar as formas de relevo e de utilização do solo; ••saber reconhecer e situar tipos de clima, massas de ar, formações vegetais, distribuição populacional, centros industriais e urbanos, entre outros. ••Saber utilizar uma bússola; ••correlacionar duas cartas simples; ••ler uma carta regional;

Aquisições complexas

••elaborar uma carta simples a partir de uma carta complexa; ••saber elaborar croqui regional simples; ••analisar uma carta temática que representa vários fenômenos; ••saber levantar hipóteses reais sobre a origem de uma paisagem; ••saber extrair de uma carta complexa os elementos fundamentais.

Fonte: Adaptado de SIMIELLI, Maria Elena. Cartografia no Ensino Fundamental e Médio. In: CARLOS, Ana Fani Alessandri (Org.). A Geografia na sala de aula. 8. ed. São Paulo: Contexto, 2007. p. 97.

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Esta coleção oferece a oportunidade de o professor desenvolver o ensino da alfabetização cartográfica ao longo de todos os conteúdos e temas estudados. Embora alguns capítulos, em especial, sejam destinados exclusivamente ao estudo da cartografia, em geral os diferentes tipos de mapas e representações cartográficas são acompanhados por procedimentos de análise para que o aluno possa se familiarizar e desenvolver as habilidades para a leitura cartográfica. As respostas a esses procedimentos de análise são apresentadas ao professor nas Orientações e propostas para o trabalho de cada capítulo. Além disso, o ensino da alfabetização cartográfica também é sistematicamente explorado nas seções Trabalho com representações, elaboradas especialmente com a finalidade de promover o ensino de cartografia. O quadro-síntese a seguir mostra como essas seções, apresentadas nas páginas de atividades, estão dispostas ao longo dos quatro volumes da coleção. Cartografia/Trabalho com representações 6o ano C1

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8o ano C2

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C10 C11 C12 C13 C14 C15 C16 C17 C18 C19 C20 C21

9o ano C2

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Aquisições simples

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C10 C11 C12 C13 C14 C14 C15 C16 C16 C17 C18

C1 = Capítulo 1

Aquisições médias Aquisições complexas

Os objetivos da Geografia nos anos finais do Ensino Fundamental Os objetivos são os principais norteadores do trabalho com os conteúdos programáticos estabelecidos para cada ano ou ciclo de ensino. Assim, o professor deve ter os objetivos de ensino traçados e bem claros sempre que iniciar uma nova etapa de atividade. Pretende-se, com esta coleção, auxiliar os alunos a alcançar os seguintes objetivos gerais para o estudo da disciplina de Geografia, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Geografia (1998) e com orientações destacadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (2013). Entre esses objetivos estão: ••compreender como a ciência geográfica contribui para o conhecimento da história da Terra e da sociedade atual; ••conhecer e compreender as principais características do espaço geográfico, de sua transformação e de seus elementos no lugar onde vivem e em espaços maiores, como o Brasil e o mundo; ••compreender que, no espaço social, que também faz parte do espaço geográfico, desenvolvem-se inúmeras relações entre as pessoas e destas com a natureza; 233

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••compreender as relações existentes entre os lugares (e entre as pessoas que neles vivem) em um mundo no qual as distâncias e os obstáculos físicos têm sido superados pelo desenvolvimento tecnológico e científico; ••conhecer e entender as causas dos problemas sociais (por exemplo, por que as conquistas políticas, econômicas e tecnológicas são usufruídas por uma parcela restrita da humanidade) e como esses problemas estão inseridos no espaço, para assumir uma postura consciente em relação à necessidade de transformações sociais; ••identificar a ação humana na natureza e suas consequências; ••compreender que todos participam de uma sociedade que é constantemente transformada e que são, em grande parte, autores dessas mudanças; ••compreender e valorizar todas as formas de trabalho humano, assim como desenvolver uma postura crítica na abordagem das relações de trabalho; ••conhecer e compreender os conceitos fundamentais da Geografia e, por meio do estudo dos processos e fenômenos naturais e sociais, entender a dinâmica dos lugares onde vivem; ••identificar a inter-relação entre a Geografia e as demais áreas do conhecimento (Literatura, Matemática, Ciências e Arte, entre outras); ••adquirir conhecimentos sobre a linguagem cartográfica a fim de interpretar, localizar e representar elementos, processos e fenômenos estudados pela Geografia; ••realizar procedimentos de pesquisa.

Pretende-se, assim, possibilitar aos alunos apreender de forma crítica e experiencial a realidade socioespacial que os cerca, identificando-se como agentes construtores do espaço geográfico, ou seja, reconhecendo que, direta ou indiretamente, participam das ações sociais e interferem nas dinâmicas naturais, em nível local, regional ou global, o que confere ao ensino de Geografia um papel decisivo na formação do educando cidadão.

Como alcançar esses objetivos? Esta coleção foi elaborada com a finalidade de contribuir, da melhor maneira possível, para o desenvolvimento do trabalho do professor em sala de aula. Para tanto, propõe-se uma série de procedimentos metodológicos e de atividades de ensino direcionados a uma aprendizagem significativa dos conteúdos por parte dos educandos. Dessa forma, busca-se privilegiar as dimensões subjetivas dos alunos, valorizando sua experiência de vida e seus conhecimentos sobre a realidade. Os alunos são seres criativos, autônomos e articuladores de ideias. Ao professor, portanto, cabe o papel de sistematizar esses conhecimentos, correlacionando-os aos conteúdos propostos e dando-lhes uma fundamentação científica. 234

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Orientações ao professor

O educador deve atuar como mediador, desafiador e questionador, a fim de levar os alunos a desenvolver um trabalho cada vez mais independente. É importante que não haja mera transmissão de “verdades” ou de problemas solucionados, mas que ocorra uma aprendizagem significativa. Essa perspectiva do processo didático requer, portanto, uma mudança na relação entre professor e alunos. Nos modelos tradicionais de ensino, a relação professor-aluno na transmissão-assimilação tem o professor como centro do processo, aquele que detém o conhecimento e o transmite, e o aluno como receptor passivo e mero espectador. Já na perspectiva contemporânea, calcada no aprender a aprender, a ênfase do processo didático se desloca para a redescoberta do conhecimento, e a relação professor-aluno vai se modificar radicalmente, com o professor passando a ter o papel de orientador, instigador e facilitador do processo, enquanto o aluno se torna o centro do processo, desempenhando papel ativo e participativo como agente da sua aprendizagem. Veja o esquema abaixo.

PROFESSOR

ALUNO

Orientador, criador de desafios para estimular a investigação do aluno.

Ativo, participativo. É o centro do processo. MARTINS, Pura Lúcia Oliver. Didática. Intersaberes: Curitiba, 2012. p. 39.

Com base nessa concepção didático-pedagógica, o professor assume o papel de mediador do processo de ensino-aprendizagem e a questão central se desloca do professor para o método de aprender, visto que: [...] o ensino escolar é o processo de conhecimento do aluno mediado pelo professor. Ensinar é uma intervenção intencional nos processos intelectuais e afetivos do aluno, buscando sua relação consciente e ativa com os objetos de conhecimento. O objetivo maior do ensino, portanto, é a construção do conhecimento mediante o processo de aprendizagem do aluno. A intervenção intencional própria do ato docente diz respeito à articulação de determinados objetivos, conteúdos e métodos que levem em conta as condições concretas em que ocorre o ensino e seus diferentes momentos, planejamento, realização e avaliação. Em outros termos, a tarefa de intervenção no ensino escolar é basicamente do professor e consiste em dirigir, orientar, no planejamento, na realização das aulas e das atividades extraescolares e na avaliação, o processo de conhecimento do aluno com base em determinados propósitos, em conteúdos específicos e em modos adequados para conseguir os propósitos definidos. [...] CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimento. 10. ed. Campinas: Papirus, 2003. p. 136-137.

A tabela conceitual a seguir resume as principais ideias desenvolvidas pelo estudioso norte-americano David P. Ausubel (1980) a respeito do significado teórico de aprendizagem significativa. 235

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O que é a aprendizagem significativa? A aprendizagem significativa é um processo no qual o que se aprende é o produto da informação nova interpretada à luz daquilo que já se sabe, ou seja, essa forma de aprendizagem manifesta-se pela transformação de saberes já existentes em saberes mais elaborados. Essa aprendizagem ocorre quando o que se aprende faz sentido, isto é, quando o aprendiz atribui significado ao conteúdo apreendido, de modo que a informação recebida possa interagir com suas estruturas cognitivas e com saberes preexistentes. Não basta reproduzir informação nova; é preciso assimilá-la ou integrá-la aos conhecimentos anteriores. Somente assim é possível compreender e adquirir novos significados ou conceitos. Aprender significados é modificar as próprias ideias como consequência da interação destas com a nova informação. Quem promove a aprendizagem significativa não é o que repete uma informação, mas o que utiliza informações presentes no meio social para estimular novas formas de conhecimento. Para promover a aprendizagem significativa, torna-se necessário levar em consideração os conhecimentos factuais e conceituais que o aluno já possui, assim como suas atitudes e seus procedimentos.

Agora que já tratamos do significado teórico de aprendizagem significativa, vamos apresentar sugestões para promovê-la nas aulas de Geografia. Além de textos que desenvolvem os raciocínios de natureza teórico-analítica e crítico-reflexiva a respeito dos conteúdos, esta coleção oferece aos alunos e aos professores uma grande variedade de recursos didáticos (veja os boxes a seguir) fundamentais para promover a aprendizagem significativa nas aulas de Geografia. Eles servem como fonte de informação, de discussão e de contextualização (sondagem do conhecimento prévio dos alunos), permitindo desenvolver não somente os conteúdos de natureza factual e conceitual, mas também os de natureza procedimental e atitudinal. Por isso, devem ser intensamente explorados pelo professor que deseja desenvolver um processo de ensino e aprendizagem mais dinâmico em suas aulas. Textos ••Textos de jornais, revistas, livros e sites; ••textos literários (poemas, crônicas, letras de músicas etc.); ••histórias em quadrinhos, charges etc.

Imagens ••Fotografias de jornais, revistas e livros; ••ilustrações, figuras e esquemas; ••mapas, tabelas e gráficos; ••recursos iconográficos (gravuras, pinturas, obras de arte etc.). 236

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Orientações ao professor

Aprendemos de maneiras diferentes Cada um de nós aprende de maneiras diferentes. Por isso, ao diversificar os recursos e as estratégias de ensino, além de evitar aulas cansativas e repetitivas, respeitamos os diferentes ritmos de aprendizagem dos alunos. Essa variedade de aprendizagem pode ser observada em: •• alunos que compreendem melhor um assunto por meio de uma leitura, por exemplo, criando imagens mentais do texto; •• alunos que necessitam de uma explicação, ou seja, de uma aula narrativa para compreender um assunto; •• alunos que se interessam em fazer análises sobre um tema, assimilando de maneira mais eficaz as conclusões sobre ele; •• alunos que têm maior facilidade em construir um conhecimento ao serem desafiados a deduzir, criar hipóteses sobre uma problemática e ao investigá-las; •• alunos que apreendem o significado de um conceito ao executar atividades concretas, experimentais, ao realizar verificações em campo.

Os conteúdos procedimentais e atitudinais Os conteúdos propostos na coleção estão estruturados com o objetivo de possibilitar a interação entre aluno, professor e livro. Essa interatividade é proporcionada por meio dos diversos questionamentos presentes nas páginas do texto principal, os quais resgatam o conhecimento prévio dos alunos e estimulam a exposição de opiniões e a participação nos debates e nos trabalhos em equipe, entre outras atividades. O objetivo desses questionamentos é desenvolver atitudes favoráveis à sociabilidade, à cooperação e à tomada de decisões, além de possibilitar o estabelecimento de relação entre a realidade do aluno e o conteúdo trabalhado. Entre os questionamentos propostos nas páginas de texto principal e nas atividades de final de capítulo, existem aqueles de natureza procedimental, que visam desenvolver nos alunos habilidades intrínsecas à ciência geográfica, oferecendo-lhes oportunidade de: •• observar (com base no nível perceptivo de seus conhecimentos, compreendendo o significado científico do que está sendo observado e procurando respostas para esses fenômenos); •• descrever (compreendendo a realidade e selecionando informações); •• comparar (fazendo analogias, por exemplo, entre lugares, regiões e culturas diferentes); •• interpretar, sintetizar e analisar criticamente (formulando hipóteses, problematizando, registrando e construindo explicações); •• inteirar-se e refletir sobre os conhecimentos adquiridos com o estudo da Geografia. A articulação dos conteúdos de ordem conceitual, factual, atitudinal e procedimental pode promover uma aprendizagem significativa nas aulas de Geografia. Observe o quadro na página seguinte. 237

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Condições necessárias para a aprendizagem significativa

Devem contemplar:

Conteúdos conceituais/factuais (contextualizados)

••Sondagem do conhecimento prévio ••Cotidiano ••Vivência do aluno ••Realidade próxima Devem contemplar: ••Observação ••Descrição ••Comparação

Aprendizagem significativa

Conteúdos procedimentais

••Interpretação ••Análise ••Reflexão ••Síntese ••Elaboração de hipóteses Devem contemplar: ••Socialização ••Diálogo

Conteúdos atitudinais

••Convivência em grupo ••Tomada de decisão ••Respeito mútuo •• Expressão de opiniões

Apresentação gradativa de conteúdos Outra característica didático-pedagógica importante da coleção é a apresentação gradativa de conteúdos factuais, conceituais, procedimentais e atitudinais. Esses conteúdos são desenvolvidos em diferentes graus de complexidade. Dessa maneira, conceitos, habilidades e valores são estudados primeiro de forma simples e objetiva, para que, posteriormente, sejam resgatados e aprofundados com maior complexidade nos próximos volumes, respeitando o nível cognitivo dos alunos. 238

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Orientações ao professor

O trabalho integrado e a transversalidade com os conteúdos de Geografia Seguindo uma tendência pedagógica contemporânea, a coleção possibilita o trabalho integrado dos professores de Geografia com os de outras disciplinas, já que essa ciência se ocupa da espacialidade dos fenômenos naturais e sociais. Os conteúdos apresentados propiciam o trabalho conjunto, por exemplo, com História, ao tratar da evolução das tecnologias, ressaltando seu avanço e a transformação do espaço geográfico e das paisagens terrestres no decorrer do tempo; com Matemática, ao abordar noções espaciais e cartográficas, com destaque para escalas, proporções e medidas, análise e construção de gráficos e tabelas; com Ciências, ao explicar como e por que ocorrem vários dos fenômenos físicos, químicos e biológicos observáveis na natureza; com Língua Portuguesa, ao contemplar a leitura, a produção e a interpretação de diferentes gêneros textuais (narrativos, descritivos, notícias, poemas, letras de música, charges, anúncios publicitários, histórias em quadrinhos); com Arte, ao promover a apreciação de obras de arte e também valorizar a expressão artística. O desenvolvimento de atividades integradas é indispensável para ampliar os conhecimentos dos alunos e torná-los cientes do modo como os saberes científicos constituem um todo. A prática interdisciplinar é, portanto, uma abordagem que facilita o exercício da transversalidade, constituindo-se em caminhos facilitadores da integração do processo formativo dos estudantes, pois ainda permite a sua participação na escolha dos temas prioritários. Desse ponto de vista, a interdisciplinaridade e o exercício da transversalidade ou do trabalho pedagógico centrado em eixos temáticos, organizados em redes de conhecimento, contribuem para que a escola dê conta de tornar os seus sujeitos conscientes de seus direitos e deveres [...]. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica. Brasília: MEC; SEB; Dicei, 2013. p. 29.

Além disso, os conteúdos propostos nesta coleção possibilitam a transversalidade com a exploração de temas voltados para a formação cidadã. Assim, é possível encontrar entre os conteúdos temas como ética (ao proporcionar um aprendizado que privilegia o respeito mútuo, a justiça, o diálogo e a solidariedade), pluralidade cultural (ao valorizar as diferenças étnicas, os costumes e os valores distintos que estão presentes na sociedade), saúde (ao estudar a qualidade de vida da população e as doenças) e meio ambiente (ao analisar a degradação ambiental). Todos esses temas transversais apresentam interface com a Geografia e contribuem para a construção do conhecimento e para a formação cidadã. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais: A transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático-pedagógico em que temas, eixos temáticos são integrados às disciplinas, às áreas ditas convencionais de forma a estarem presentes em todas elas. [...] A transversalidade orienta para a necessidade de se instituir, na prática educativa, uma analogia entre aprender conhecimentos teoricamente sistematizados (aprender sobre a realidade) e as questões da vida real (aprender na realidade e da realidade). BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Brasília: MEC; SEB; Dicei, 2013. p. 29.

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A avaliação A avaliação é um precioso meio pelo qual o professor pode acompanhar as manifestações de aprendizagem dos alunos e examinar a validade da própria prática pedagógica. Ela deve estar, de acordo com Hadji (2001), a serviço da aprendizagem. Desse modo, é importante que se baseie em critérios claros, em objetivos bem definidos, buscando a formação dos alunos e não uma mera classificação. Para tanto, a prática avaliativa deve respeitar as diferentes formas de expressão que um grupo heterogêneo de alunos apresenta, de modo que o professor possa se valer de vários instrumentos de avaliação. Entre eles estão a observação e o registro da participação de cada aluno e a aplicação de diferentes atividades que envolvam expressão oral, escrita, pictórica, gráfica, numérica, artística e corporal, a fim de obter informações que melhor discriminem o nível de aprendizagem dos alunos. O instrumento deve ser escolhido com cuidado, para que cumpra adequadamente o papel de fornecer informações ao professor. Essas informações são valiosas, pois devem direcionar o professor em seus próximos passos, seja na direção da continuidade das unidades de estudo, seja na retomada de algum aspecto do processo, analisando a validade da estratégia de ensino, da abordagem dada ao conteúdo ou, até mesmo, do instrumento de avaliação utilizado. Para avaliar constantemente o desempenho dos alunos, sugere-se ao professor utilizar os questionamentos propostos nas páginas de conteúdo, as atividades, que envolvem várias habilidades, e também os diversos trabalhos propostos neste caderno. No entanto, é importante destacar novamente que cabe ao professor ter bem claros os objetivos e os critérios da avaliação e investigar o raciocínio utilizado pelos alunos em suas produções.

De professor para professor: sugestões para o processo avaliativo A seguir, apresentamos alguns procedimentos metodológicos que, além de permitir o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa no contexto das aulas de Geografia, também podem ser utilizados como instrumentos avaliativos. Eles podem ser aplicados quando forem pertinentes a determinados temas, de acordo com a disponibilidade de tempo do professor e com os recursos que a escola oferece. Alguns momentos oportunos para o desenvolvimento dessas atividades estão indicados na seção “Orientações e propostas para o trabalho de cada capítulo”. O professor poderá trabalhar com os alunos a escolha das atividades, o preparo e o preestabelecimento de algumas regras (como a disciplina, ao efetuar a atividade, e a responsabilidade na produção e no uso de materiais). Assim, os alunos tornam-se mais atuantes, desenvolvendo várias habilidades e obtendo bom aproveitamento. Pode-se também trabalhar de maneira integrada, visando à interdisciplinaridade, e promover a formação cidadã, por meio da transversalidade, assim como avaliar o conhecimento dos alunos. Deve-se sugerir à classe a formação de equipes com tamanho reduzido, pois ao formar duplas, ou mesmo trios, eles têm mais chances de participação. Veja as orientações e dicas apresentadas a seguir. 240

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Orientações ao professor

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Tempestade de ideias (brainstorming)

A “Tempestade de ideias” é uma estratégia que pode ser utilizada para a introdução do estudo das unidades. Os questionamentos propostos nas páginas iniciais de cada unidade e de cada capítulo desta obra podem auxiliar o professor a desenvolver essa atividade. Assim, deve-se instigar os alunos a expressar oralmente seus conhecimentos sobre o assunto a ser tratado e suas experiências. Todas as ideias devem ser anotadas no quadro de giz, em uma folha ou em um cartaz, pelo professor ou por um aluno. As anotações tornam-se o ponto de partida para o trabalho com o conhecimento científico. É importante que o professor leve em consideração todas as ideias citadas, pois, inicialmente, todas são válidas. Convém estimular os alunos a dar opiniões, até mesmo sobre as ideias dos outros. É aconselhável sugerir a participação de todos em rodadas, a fim de que sempre tenham chance de contribuir. Ao final das rodadas de ideias, é importante ler as anotações e verificar se os alunos querem fazer alguma pergunta. Em seguida, as contribuições dos alunos podem ser analisadas, sem que haja crítica negativa. Esse trabalho propicia uma diagnose dos conhecimentos dos educandos. Ao utilizar esse recurso, é necessário incentivar os alunos a assumir ideias e posições perante o grupo; adquirir conhecimentos ou corrigir possíveis distorções; respeitar as ideias de outras pessoas e desenvolver, assim, o hábito da participação. 2

Construção de atlas

É importante combater a ideia de que mapa é algo complicado, pois ele pode facilitar muitas atividades desenvolvidas pelos alunos, desde que seja trabalhado de forma integrada e inserido constantemente no cotidiano. Atividades cartográficas podem ser desenvolvidas no decorrer de todo o ano letivo, culminando na elaboração de um atlas. Sugere-se começar com a produção de um mapa do corpo humano, trabalhando as noções de “frente” e “atrás”, “direita” e “esquerda”. Depois, é interessante produzir maquetes da sala de aula e, em seguida, sua planta, a fim de que os alunos tenham a visão tridimensional (maquete) e bidimensional (planta) do local onde estudam. É possível trabalhar com a escala concretamente, utilizando a técnica do barbante, ou seja, usando-o para medir os lados da sala que será representada. Em seguida, dobra-se o barbante até que ele caiba no papel que será utilizado para fazer a representação e conta-se o número de vezes que o barbante foi dobrado. Esse número refere-se à escala, ou seja, o número de vezes que a medida real foi proporcionalmente diminuída. Conforme o assunto estudado, pode-se escolher determinado tipo de mapa, relacionado ao tema, para ser confeccionado. A elaboração de alguns mapas poderá obedecer às etapas apresentadas a seguir: a) cortar um papel transparente (papel vegetal, por exemplo) em tamanho maior que o das dimensões do mapa a ser reproduzido; b) traçar as margens no papel, distantes 1 ou 2 cm das bordas laterais; c) centralizar o papel sobre o mapa e reproduzi-lo. 241

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Deve-se auxiliar os alunos na pintura do mapa, de acordo com as convenções cartográficas, lembrando-os de colocar os componentes da representação (título, escala, rosa dos ventos, fonte, orientação, legenda e data da elaboração). Os mapas produzidos podem ser arquivados em uma pasta e utilizados sempre que necessário. As atividades sugeridas para a elaboração de mapas são de autoria das professoras Rosângela Doin de Almeida e Elza Y. Passini e estão mais bem desenvolvidas no livro O espaço geográfico: ensino e representação (15. ed. São Paulo: Contexto, 2006). 3

Dramatização

A dramatização pode ser utilizada nas mais diferentes situações, constituindo um excelente recurso didático que, além de estimular a participação e o convívio social, contribui para o desenvolvimento cultural, linguístico e da expressão corporal. O trabalho de dramatização pode seguir estas etapas: a) formação dos grupos, escolha do tema e pesquisa; b) definição do objetivo a ser alcançado pelo trabalho e composição do roteiro pelos grupos (escolha da peça e produção de textos, falas, diálogos etc.); c) definição do papel de cada personagem e dos horários de ensaio; d) montagem do cenário, incluindo som e luz, e definição de figurinos e maquiagem; e) apresentação; f ) avaliação final das etapas do objetivo traçado e do trabalho realizado (com a participação de todos os alunos). Esse tipo de atividade pode estimular ainda mais a criatividade dos alunos, pois, para realizá-la, é preciso desenvolver várias habilidades. A dramatização pode se tornar um trabalho mais valoroso quando o tema escolhido puder envolver toda a escola. Para isso, podem ser desenvolvidas campanhas ou festivais de teatro. O livro A aventura do teatro, de Maria Clara Machado (12. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011), apresenta várias ideias sobre o trabalho com dramatização.

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Feiras e exposições

As feiras e exposições são ótimas oportunidades para desenvolver a participação em grupo, promovendo a integração, a cooperação e a criatividade entre os alunos. Alguns temas gerais podem ser indicados (tecnologia, meio ambiente, feira das nações, cultura etc.), como forma de promover a prática interdisciplinar. Essas atividades consistem em trabalhos de pesquisa e na apresentação dessa pesquisa pelos alunos, com explicações sobre o tema pesquisado, a metodologia utilizada e as conclusões do grupo. As feiras devem ser organizadas com alguns meses de antecedência — tempo suficiente para que os alunos realizem as pesquisas necessárias e apresentem satisfatoriamente os resultados. A apresentação dos trabalhos pode ser aberta à comunidade, mostrando, dessa forma, a importância das atividades desenvolvidas na escola, além de proporcionar a integração escola-comunidade. As feiras e as exposições estimulam a pesquisa sobre novos temas ou sobre alguma curiosidade que os alunos tenham. É importante que o professor se envolva com o trabalho, sugerindo bibliografia e propondo autoavaliações. 242

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Orientações ao professor

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Pesquisa

É importante despertar nos alunos o interesse pela pesquisa. Para isso, o professor deve propor bibliografia e auxiliá-los no trabalho de pesquisa, além de orientá-los na produção dos textos e da síntese dos materiais pesquisados. O professor deve orientá-los ainda a citar textos com as devidas referências. Dessa forma, os alunos valorizarão tanto a produção textual como sua autoria. Para esse trabalho é preciso incentivar: a organização da pesquisa, para a qual os alunos podem preparar um cronograma; a anotação das informações obtidas; um plano de pesquisa com os passos a serem seguidos; a síntese e a apresentação dos resultados. As pesquisas podem ser feitas em livros, revistas, enciclopédias, na internet ou por meio de entrevistas. Os temas podem ser direcionados pelo professor ou escolhidos pelos alunos (de acordo com o conteúdo trabalhado). Essas dicas podem ser encontradas no livro Pesquisar e aprender, de Ruth Rocha (São Paulo: Scipione, 1998). 6

Estudo do meio

O estudo do meio é uma metodologia muito importante para relacionar a teoria (apresentada em sala de aula) à realidade, além de desenvolver a observação crítica e o espírito científico de investigação, entre muitos outros procedimentos necessários para o estudo da Geografia. Para que atinja bons resultados, é necessário que o estudo do meio seja bem planejado. Portanto, o professor deve tomar determinadas providências para realizá-lo, seguindo passos importantes, como: a) escolher o local de estudo (bairro, indústria, mata, propriedade rural, usina etc.) e agendar a visita com a pessoa responsável por ele; b) conhecer o local escolhido antes de levar os alunos e traçar o roteiro da visita, certificando-se de que não haverá riscos; c) enviar um bilhete aos pais ou responsáveis, informando-lhes o local e horário de saída, o endereço a ser visitado e o horário de retorno, e também um pedido de autorização, por escrito, para retirar os alunos da escola (os alunos que não forem autorizados a participar da visita deverão permanecer na escola, desenvolvendo alguma atividade sob a responsabilidade de outro profissional); d) discutir previamente (em sala) o assunto que será visto em campo, o roteiro, o cronograma (tempo da atividade, horário para lanche etc.) e o retorno, assim como definir regras de disciplina a serem cumpridas durante o trabalho; e) solicitar à direção da escola uma ou duas pessoas para auxiliá-lo. De preferência, o trabalho de campo deve ser realizado com uma turma de cada vez. Pode-se, ainda, convidar professores de outras áreas para uma prática interdisciplinar, além dos pais ou responsáveis pelos alunos que queiram acompanhá-los. A avaliação do estudo do meio pode ser feita com uma ficha autoavaliativa (item 17), uma conversa informal, um relatório, um croqui (desenho) ou com a produção de mapas, plantas e maquetes do local visitado, de acordo com o que for mais adequado. Sobre a perspectiva teórica de realização de estudos do meio na escola, é interessante para o professor ler o artigo intitulado “O conceito de estudo do meio transforma-se... em tempos diferentes, em escolas diferentes, com professores diferentes”, escrito pela professora Nídia Nacib Pontuschka, publicado no livro organizado por José William Vesentini, O ensino de Geografia no século XXI (Campinas: Papirus, 2004. p. 249-288). 243

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Produção de textos

A produção de textos é uma importante alternativa de trabalho a ser desenvolvida em sala de aula. Os textos podem ser ilustrados pelos alunos, o que constitui um recurso motivador, ao mesmo tempo que dinamiza as atividades e propicia o trabalho interdisciplinar entre Geografia, Português e Arte. A produção de textos pode ser aplicada de várias maneiras. A seguir, algumas sugestões: ••elaboração de histórias em quadrinhos, nas quais os alunos podem, individualmente ou em grupo, criar personagens, desenvolver enredos sobre determinado tema e ilustrar os assuntos estudados; ••elaboração de narrativas, reais ou fictícias, sobre temas sugeridos ou situações simuladas pelo professor; ••criação de poemas, notícias fictícias e anúncios publicitários, entre outros tipos de texto, associados ao conteúdo estudado; ••elaboração de texto com base em imagens. Os textos elaborados podem ser fotocopiados (ou mimeografados), a fim de ser utilizados na produção de um livro. Para integrar o livro, o professor pode escolher algumas produções de texto sugeridas nas páginas de atividades desta obra. 8

Construção de maquetes

A construção de maquetes é uma estratégia que permite desenvolver noções espaciais e cartográficas, além de proporcionar o convívio social e a participação dos alunos em atividades práticas. Podem ser construídas maquetes da escola, do bairro, de bacias hidrográficas e do relevo. Para isso, podem ser utilizados materiais como isopor, papelão, massa de modelar, massa de vidraceiro e papel machê. Um trabalho interessante sobre maquetes do relevo brasileiro está no artigo “Do plano ao tridimensional: a maquete como recurso didático”, publicado no Boletim Paulista de Geografia, n. 70 (São Paulo: AGB, 1992. p. 5-21), de autoria de Maria Elena Simielli e outros. Vale a pena, também, conhecer o trabalho relatado pela professora Rosely S. Archela no artigo “Construindo representações de relevo: metodologia de ensino”, que faz parte do livro organizado por Márcia S. Carvalho, Para quem ensina Geografia (Londrina: UEL, 1998. p. 65-79). 9

Expressão oral

A produção de textos orais é uma atividade que propicia a desinibição dos alunos, promovendo maior desenvoltura na socialização dos conhecimentos adquiridos. A seguir, há algumas sugestões para o desenvolvimento dessa atividade. ••Os alunos podem ler um texto e, logo em seguida, explicá-lo. ••Após assistir a um filme ou a um documentário, os alunos podem expressar oralmente o que entenderam a respeito dele. ••Depois de assistir a uma palestra, os alunos podem expor o que compreenderam. Há mais informações sobre o assunto no livro de Luiz M. de Sousa e Sérgio W. de Carvalho, Compreensão e produção de textos (Petrópolis: Vozes, 1999), e no artigo “A prática de produção de textos”, de João W. Geraldi, que faz parte do livro O texto na sala de aula (São Paulo: Ática, 2002. p. 64-73). 244

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Orientações ao professor

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Glossário

Outra alternativa de trabalho é a elaboração de um glossário. No decorrer do ano letivo, devem ser selecionadas as palavras-chave de cada capítulo (como solicitado em algumas questões de compreensão das páginas de atividades). A montagem do glossário pode ser individual ou em grupo. Nele devem constar os significados dos principais termos estudados durante o ano (é interessante ilustrá-lo). Esse material pode ser utilizado pelos alunos como consulta. Além do glossário, é possível elaborar uma enciclopédia, abordando temas (sociais, econômicos, ambientais, entre outros) trabalhados em sala de aula.

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Jogos e outras atividades

A realização de jogos e brincadeiras também desperta interesse e motivação nos alunos, além de permitir o desenvolvimento da criatividade e da sociabilidade. Vários jogos tradicionais podem ser adaptados ao estudo geográfico, como o jogo da memória, o bingo, o dominó e o baralho. Algumas ideias interessantes podem ser consultadas no livro de Marina Marcondes Machado, O brinquedo-sucata e a criança: a importância do brincar — atividades e materiais (São Paulo: Loyola, 2001), e no de Nylse H. S. Cunha, Brincar, pensar e conhecer: brinquedos, jogos, atividades (São Paulo: Maltese, 1997).

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Música

A música pode ser trabalhada em Geografia de diversas maneiras e em muitos conteú­ dos. Em um primeiro momento, é necessário escolher a música e o tema, de preferência com a participação dos alunos. Para isso, deve-se estabelecer o objetivo e escolher as músicas que expressam claramente o conteúdo a ser trabalhado. Então, pode-se utilizar, com criatividade, a música como recurso auxiliar, por exemplo: ••em estudos regionais, destacando compositores locais e escolhendo músicas que expressam características do lugar; ••em pesquisa sobre a vida de compositores de diferentes gêneros musicais ou, ainda, sobre a origem de instrumentos musicais (a pesquisa sobre a origem de instrumentos pode conduzir, por exemplo, ao estudo de diferentes países, de sua cultura, localização etc.); ••em coleta ou produção de imagens que ilustram a música em questão. Também é possível desenvolver atividades em que os alunos componham paródias, letras e, se houver possibilidade, melodias de músicas. Outras dicas e informações mais aprofundadas sobre o trabalho com música em sala de aula podem ser conferidas no livro de Nicole Jeandot, Explorando o universo da música (São Paulo: Scipione, 1993). 245

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Jornal: notícias geográficas

O trabalho com leitura e produção de jornais e noticiários nas aulas de Geografia pode ser uma boa oportunidade de estímulo ao convívio social e ao exercício da cidadania. Para elaborar os jornais ou noticiários, pode-se escolher, com os alunos, o tema a ser abordado. A seguir, pode-se dividir a classe em grupos e atribuir a cada grupo uma tarefa. A apresentação das “notícias geográficas” pode ser feita de diferentes formas, conforme os recursos disponíveis: ••um telejornal, se possível com gravação em vídeo, envolvendo montagem do cenário e apresentação; ••folheto, periódico produzido com recortes, cadernos montados ou cartazes com textos dos alunos, que contenham as manchetes e fotos com legenda. Esse material pode ser regularmente distribuído para a turma ou para a escola, em fotocópias. Nele podem ser divulgadas notícias sobre o município, o estado ou sobre o mundo, tanto de teor informativo como científico (que expliquem algum fenômeno), como crítico, contendo opiniões. O professor pode se informar melhor sobre a produção de textos jornalísticos consultando o livro de Maria A. Faria, O jornal na sala de aula (São Paulo: Contexto, 1997), e o de Elisabeth Maggio e Fábio Sgroi, Vamos fazer um jornal? (São Paulo: Moderna, 1998).

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Fotografias

Além das imagens apresentadas nesta obra, podem-se utilizar frequentemente fotografias de outras fontes em trabalhos extras. Elas podem ilustrar os conteúdos possibilitando uma interpretação mais completa dos temas abordados. É possível iniciar o trabalho estimulando os alunos a recolher fotografias de diversas origens (jornais, revistas, postais ou próprias) referentes a determinado tema e utilizá-las como recurso para montar painéis e ilustrar mapas, ambos temáticos, entre outras atividades. Os cartões-postais também são boas alternativas para conhecer e estudar muitos lugares. Convém ao professor fazer a própria coleção didática. Interessantes ideias de trabalho com esse e outros recursos podem ser obtidas nas reportagens da revista Nova Escola “Um mundo de imagens para ler” (<http://revistaescola.abril.com.br/arte/ fundamentos/mundo-imagens-ler-426380.shtml>) e “Um retrato do bairro e da turma” (<http://revistaescola.abril.com.br/arte/pratica-pedagogica/retrato-bairroturma-429611.shtml>).

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Orientações ao professor

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Filmes e documentários

Filmes e documentários, vistos em vídeo ou no cinema, enriquecem as aulas de Geografia. Eles podem ilustrar os conteúdos, provocar discussões e estimular análises, além de permitir aos alunos que expressem suas opiniões e sentimentos. Os filmes e documentários devem ser adequados à faixa etária à qual se destinam, e o professor deve vê-los previamente para destacar os pontos principais a serem analisados posteriormente pelos alunos. É importante estar atento ao tempo de duração do título escolhido. Filmes de longa duração podem cansar os alunos e avançar sobre o horário da aula de outro professor. Se houver necessidade de exibir um filme longo, combine antes com o professor da aula seguinte ou programe mais de uma aula para exibi-lo. O uso desse recurso pedagógico pode ir além dos limites do conteúdo, enriquecendo ainda mais o conhecimento dos alunos. Os filmes e documentários oferecem a oportunidade de os estudantes abordarem com mais segurança e interesse os diversos aspectos de uma questão. A revista Nova Escola traz informações de como trabalhar filmes e documentários e outros recursos tecnológicos em sala de aula (<http://revistaescola.abril.com.br/ formacao/formacao-continuada/cinema-escola-filmes-tecnologia-audiovisual-556044. shtml> e <http://revistaescola.abril.com.br/avulsas/223_materiacapa_abre.shtml>). 16

Contatos

Contatar entidades, grupos ambientalistas, organizações não governamentais, escolas e órgãos públicos é uma oportunidade para que os alunos participem de campanhas ou conheçam diversos trabalhos realizados por outras pessoas. Corresponder-se com pessoas, entidades ou instituições pode resultar em uma nova forma de aprendizagem. As cartas ou e-mails devem conter as ideias e as assinaturas de todos os alunos. É possível obter os endereços das entidades em jornais, em revistas, na internet, entre outros meios. Os alunos podem enviar correspondências para esclarecer suas dúvidas, questionar ou sugerir algo à instituição contatada. De maneira geral, são bem recebidas e respondidas.

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Ficha autoavaliativa

A autoavaliação pode complementar alguns tipos de trabalho. Pode ser aplicada no final das atividades, na conclusão do estudo do conteúdo de uma unidade, em períodos bimestrais, semestrais ou sempre que for necessário. Essa prática valoriza a descoberta da aprendizagem pelos alunos e colabora para que se tornem indivíduos mais atentos e autocríticos. A autoavaliação deve proporcionar o questionamento dos alunos em relação aos próprios atos e uma conscientização de sua aprendizagem e de suas dificuldades, para que possam refletir sobre suas concepções e atitudes, além de reformular a conduta. Veja o modelo de uma ficha de autoavaliação que pode ser aplicada aos alunos. 247

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Ficha de autoavaliação Nome:

Turma:

1 Participo com interesse das atividades (ou das aulas)?

Sempre

Quase sempre

Às vezes

Nunca

2 Deixo meus colegas falarem e ouço com atenção o que dizem?

Sempre

Quase sempre

Às vezes

Nunca

3 Tiro todas as dúvidas que tenho sobre o assunto estudado?

Sempre

Quase sempre

Às vezes

Nunca

4 Questiono fatos ou atitudes com os quais não concordo, explicando o que penso?

Sempre

Quase sempre

Às vezes

Nunca

5 Aceito as opiniões e resoluções da maioria do grupo?

Sempre

Quase sempre

Às vezes

Nunca

Às vezes

Nunca

6 Mantenho os materiais que utilizo organizados?

Sempre

Quase sempre

7 Cumpro os prazos determinados pelo professor para a entrega dos trabalhos?

Sempre

Quase sempre

Às vezes

Nunca

Às vezes

Nunca

8 Auxilio meus colegas em suas dificuldades?

Sempre

Quase sempre

9 Faço silêncio durante as aulas para não tirar a atenção dos colegas?

Sempre 10 Respeito

Nunca

Quase sempre

Às vezes

Nunca

Às vezes

Nunca

Às vezes

Nunca

dos trabalhos em grupo?

Sempre 12 Faço

Às vezes

as regras, dentro e fora da sala de aula?

Sempre 11 Participo

Quase sempre

Quase sempre

as tarefas e os trabalhos de casa? Sempre

13 Estudo

Quase sempre

diariamente os conteúdos dados na sala de aula? Sempre

Quase sempre

Às vezes

Considero que o meu desempenho pode ser avaliado com o conceito:

Nunca .

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Tecnologia na educação Com as novas tecnologias cada vez mais presentes no cotidiano de nossas crianças e adolescentes, as políticas educacionais no país caminham no sentido de promover a incorporação das tecnologias digitais no trabalho escolar. Como diversos estudos realizados ao longo das últimas décadas já comprovam, um novo tipo de inteligência e uma cultura digital estão se desenvolvendo nas novas gerações de crianças e adolescentes que crescem interagindo com as tecnologias digitais (SEABRA, 2010). Nesse sentido, o ambiente escolar deve se transformar em um campo fértil para aproveitar o potencial que essas tecnologias oferecem ao desenvolvimento de práticas pedagógicas que possam contribuir de maneira significativa para a melhoria e o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem. Além disso, a disseminação dessas tecnologias amplia as possibilidades de acesso aos recursos da mídia digital como instrumentos de estudo, pesquisa e elaboração de conhecimentos/conteúdos dos diferentes campos disciplinares que integram o currículo escolar. O texto a seguir discorre sobre a incorporação das novas tecnologias no dia a dia das escolas. Tecnologia ao alcance de todos Há uma década, computador em escola brasileira era, quando muito, privilégio de elite. Seu uso praticamente se restringia a processar textos e a internet era novidade absoluta. Hoje, esses recursos são os mais básicos de uma enorme gama de opções. [...] Fazer parte dos novos tempos não depende apenas de equipamentos modernos. A interação que eles permitem pede uma revisão dos métodos tradicionais de ensino. Quanto mais se mantiverem os hábitos que relegam o aluno a um papel meramente receptor, menos diferença a tecnologia fará no aprendizado. Em muitas escolas, os computadores ficam durante a maior parte do tempo confinados a salas que só abrem para aulas de informática, sem se incorporar ao projeto pedagógico. É como deixar trancados os livros da biblioteca ou limitar seu uso ao processo estrito da alfabetização. Em geral, crianças e jovens sabem aproveitar por conta própria as oportunidades oferecidas pelo mundo digital, ainda que – claro – com propósitos recreativos. [...] Alguns professores ficam constrangidos diante dessa desenvoltura, mas não há razão para isso. “O que o estudante quer é ser orientado e ouvido, e não provar que entende mais de computador”, diz Léa Fagundes, do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O papel do professor, portanto, é dar sentido ao uso da tecnologia, produzir conhecimento com base em um labirinto de possibilidades. “O computador trouxe novas situações de aprendizagem que o professor deve gerenciar”, diz Silvia Fichmann, da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo. É possível, por exemplo, estimular o raciocínio lógico com jogos virtuais. Ou criar páginas na internet para a garotada publicar seus textos. 249

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Estágios de complexidade a partir de experiências de inclusão digital nas escolas. •• Estágio inicial: alunos e professores exploram aos poucos os recursos das máquinas por meio de jogos e produção de textos e desenhos, além de pesquisas em sites de busca. •• Estágio intermediário: usam-se ferramentas da internet para fazer programas de rádio ou comunicar-se por escrito com outras escolas. •• Estágio avançado: a turma constrói produtos com a ajuda de instrumentos como o kit para robótica ou o software para CDs multimídia.

Dicas sobre tecnologia para os professores ••Conheça a cultura televisivo-digital de seus alunos: o que eles gostam de ver na TV e usar na internet, como jogos e comunidades. ••Faça um debate com os que já utilizam canais de comunicação (redes sociais, por exemplo): discuta as palavras que eles usam para se comunicar e compare com a linguagem culta. ••Promova dias ou momentos de jogos coletivos na internet. Utilize os que provocam interação, envolvem conhecimentos gerais e específicos de disciplinas da escola (Matemática, História) e estimulam estratégias, desafios e o raciocínio lógico. ••Crie uma comunidade da escola, com a participação dos estudantes e autorização da direção. O debate em torno da criação da comunidade pode enriquecer o aprendizado. Lembre que essa iniciativa envolve riscos e responsabilidades, pois trata-se de um espaço livre, onde qualquer um pode entrar e escrever o que quiser. Deixe claro que, assim como na vida real, na virtual também podemos ofender, caluniar ou injuriar alguém. ••Estimule a troca de opiniões por meio de outras ferramentas, como os blogs. Adaptado de MENEZES, Débora. Tecnologia ao alcance de todos. Nova Escola, São Paulo: Fundação Victor Civita, ano 21, n. 195, set. 2006. p. 31-37.

Passo a passo: como o professor pode inserir a tecnologia em seu trabalho 1. Preparação: mantenha-se informado, converse com os colegas e os gestores que já tiveram experiências no uso da tecnologia. 2. Planejamento: estabeleça quais os conteúdos a serem trabalhados e só depois avalie quais recursos tecnológicos podem colaborar com o aprendizado deles. A tecnologia deve servir ao ensino e não o contrário. 3. Tempo: calcule o tempo necessário para executar, acompanhar e avaliar as atividades que você irá desenvolver. 4. Teste: antes de usar um equipamento ou um programa, teste-o o máximo que puder. 5. Limites: as regras de convivência são importantes em qualquer aula e também devem ser feitas para as que utilizam as TIC. Combine com os alunos quais programas e equipamentos podem ser usados. 6. Avaliação: os prazos foram cumpridos? Os objetivos foram alcançados? A tecnologia colaborou para a evolução do aprendizado da turma? Adaptado de SCACHETTI, Ana Ligia (Org.). Como o professor pode usar a internet a seu favor. Nova Escola, São Paulo: Fundação Victor Civita, edição especial n. 42, jul. 2012. p. 32-33.

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Atualização profissional É necessário que o docente esteja sempre atualizado. Para isso, é importante participar de congressos, encontros e cursos de capacitação (alguns oferecidos por universidades e secretarias estaduais de ensino), em que trabalhos e pesquisas são expostos, debates são promovidos e livros são divulgados, entre outras atividades científica e culturalmente enriquecedoras. A seguir, há alguns endereços úteis para obter informações sobre eventos relacionados à Geografia. •• Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) Diretoria Executiva Nacional (DEN) Avenida Professor Lineu Prestes, 338 Cidade Universitária – Edifício de Geografia e História Caixa Postal 72028 CEP 05508-970 – São Paulo – SP – Tel. (11) 3091-3758 Internet: <www.agb.org.br>. A AGB representa os interesses de geógrafos, estudantes e professores ao divulgar as produções geográficas nacionais e promover eventos (encontros, seminários e congressos, entre outros). Conheça alguns eventos que ocorrem periodicamente com o apoio da AGB: ••Encontro Nacional de Geógrafos (a cada dois anos). ••“Fala, Professor” – Encontro Nacional de Ensino de Geografia (a cada quatro anos). ••Encontro Nacional de Prática de Ensino de Geografia – Associação Nacional de Prática de Ensino de Geografia (bienal). ••Simpósio Nacional de Geografia Urbana (bienal). ••Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada (bienal). ••Concurso Cartografia para Crianças – Sociedade Brasileira de Cartografia (anual). Existem representantes da AGB em várias localidades do país. Por intermédio da Executiva Nacional, o professor pode saber qual é a seção mais próxima de sua residência e ter acesso a outras informações sobre a entidade. A taxa de anuidade para os associados é diferente em cada seção.

•• Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Endereços no próprio site. Internet: <www.ibge.gov.br>. É possível obter informações estatísticas oficiais sobre os recursos naturais, a população e a economia do Brasil consultando as diversas publicações do IBGE, como o Anuário Estatístico, o site etc. 251

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•• Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) Rua Maria Antônia, 294, 4o andar – Vila Buarque CEP 01222-010 – São Paulo – SP – Tel. (11) 3355-2130 Internet: <www.sbpcnet.org.br>. Essa sociedade existe desde 1948, não tem fins lucrativos e seu objetivo é promover o desenvolvimento científico e tecnológico no país. Tem sede nacional em São Paulo e secretarias regionais espalhadas pelo Brasil. Além de promover numerosos eventos culturais e científicos, como encontros, simpósios, conferências, mesas-redondas e cursos, a SBPC é responsável pela produção das publicações Ciência Hoje, Ciência Hoje das Crianças, Jornal da Ciência e Ciência Hoje na Escola. O site da SBPC fornece informações sobre cursos de pós-graduação em diversas universidades brasileiras.

•• Ministério da Educação (MEC) Secretaria de Educação Básica Esplanada dos Ministérios – Bloco L – Sala 500 CEP 70047-900 – Brasília – DF Internet: <www.mec.gov.br>. Esse órgão governamental fornece informações oficiais a respeito da educação no Brasil. Na internet, por exemplo, o MEC comunica o que há de mais recente sobre política educacional, ensino e pesquisa, entre outros assuntos.

•• Diretrizes Curriculares Nacionais <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman &task=doc_download&gid=13448&Itemid>. •• Plano Nacional de Educação <http://pne.mec.gov.br/>. •• TV Escola <http://tvescola.mec.gov.br/tve/home>. •• Acervos do PNBE (Programa Nacional Biblioteca Escolar) <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content &view=article&id=13698&Itemid=986>. •• Portal do Professor (MEC) <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html>. •• Salto para o Futuro <http://tvescola.mec.gov.br/tve/salto>. 252

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Conhecendo a coleção A seguir, entenda como a coleção está organizada no que se refere aos conteúdos de cada volume e à estrutura interna das unidades.

Conteúdo dos volumes Esta coleção é composta de quatro volumes que se destinam ao ensino de Geografia para os anos finais do Ensino Fundamental. Cada volume apresenta conteúdos indispensáveis ao estudo da ciência geográfica e, de acordo com os anos, estão organizados da maneira apresentada a seguir.

6o ano Apresenta conteúdos e conceitos básicos da Geografia, destacando a relação sociedade-natureza na construção e transformação do espaço geográfico. Os temas gerais são estudados, na maioria das vezes, por meio do estabelecimento de relações com a realidade brasileira.

7o ano Aborda basicamente o estudo do Brasil e está organizado em duas partes principais: primeiro, é analisada a organização do espaço brasileiro com base em temas gerais; em seguida, são apresentadas a diversidade natural e as diferentes realidades socioeconômicas das cinco grandes regiões do país.

8o ano A primeira parte apresenta temas gerais referentes ao espaço mundial — como a dinâmica e a interdependência dos elementos naturais na criação e na recriação das paisagens terrestres — e à organização e à regionalização do espaço geográfico contemporâneo. A segunda parte estuda as principais características do mundo subdesenvolvido.

9o ano O volume é organizado em duas partes: a primeira aborda temas geográficos atuais, como a influência cada vez maior da tecnologia e da ciência na organização do espaço geográfico mundial, o consumo, a problemática ecológica global e o aprofundamento das desigualdades entre países ricos e pobres; a segunda parte refere-se, especificamente, ao estudo do mundo desenvolvido. 253

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Estrutura das unidades Conheça mais detalhadamente a estrutura interna das unidades, a fim de aproveitar integralmente os recursos apresentados e melhor aplicar a metodologia de trabalho proposta.

Páginas de abertura

Fotomontagem com a composição da fotografia 3dsguru/Thinkstock/Getty Images

Na abertura das unidades, procura-se sensibilizar os alunos e incentivá-los a estudar o tema em questão. Essas páginas oferecem recursos motivadores, como textos ou imagens e questões problematizadoras.

1 2

Foram escolhidas para essas páginas imagens 1 que atraem a atenção dos alunos e que devem ser bastante exploradas. Além disso, as páginas de abertura apresentam questionamentos 2 com base no texto e/ou nas imagens utilizadas com o objetivo de verificar o conhecimento prévio dos alunos a respeito do tema e incentivá-los a observar a realidade em que vivem. Esses questionamentos estimulam as discussões e permitem ao professor identificar o conhecimento dos alunos em relação ao conteúdo a ser estudado.

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Espaço, poder e territórios 3 nacionais

Páginas de conteúdo

Atualmente, é muito comum ouvirmos notícias como: “O povo brasileiro vai escolher seus representantes nas próximas eleições”; “A nação francesa comemorou a conquista de muitasforam medalhas olímAs páginas de conteúdo elaboradas com o propósito de tornar picas”; “Os chefes de Estado sul-americanos reuniram-se em Brasília”. Entretanto, podem surgir as aulas mais dinâmicas; por isso, apresentam textos concisos, que dúvidas sobre tantos termos diferentes para se referir aos países e às populações que habitam os diabordam os pontos essenciais de cada assunto; imagens em destaversos territórios no mundo. O que cada um desses termos significa? Converse com os colegas e com que, tornando a leitura mais interessante; boxes com textos teóricos o professor a respeito disso.

Edson B. C.

Planisfério – projeção de Mercator

e complementares sobre o conteúdo proposto; questionamentos que propiciam discussões e interação entre professor e alunos.

As páginas de abertura de capítulo apresentam, em geral, questionamentos 3 que dão continuidade às discussões sobre o tema, motivando os alunos à participação e permitindo ao professor avaliar o conhecimento prévio deles e traçar as melhores estratégias para a exploração dos temas e o desenvolvimento das aulas. 254

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A fome na África

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Orientações ao professor

Os questionamentos 4 que acompanham imagens (fotografias, ilustrações, mapas, esquemas etc.) permitem a aplicação dos procedimentos básicos para o estudo da Geografia (observação, descrição, interpretação, análise, analogia, síntese, interação e reflexão). O vocabulário 5 traz o significado dos termos técnicos e científicos citados no texto da página.

Embora possua economia essencialmente agrária, o continente africano apre atualmente o pior quadro de subalimentação populacional. De acordo com a ONU, em 24 países africanos, de um total de 54, apresentavam uma média de consumo de calorias Consumo desigual de quilocaloria por habitante abaixo da recomendada, ou seja, Quantidade recomendada de a ser ingerida por uma pesso menos de 2 500 calorias diárias. Observe o Kcal 4 000 gráfico ao lado. 3 500 3 000

1. Identifique os países destacados no gráfico.

2 500

2939

2061 2105 Verifique quais deles apresentam consumo 1937 2 000 médio diário de calorias abaixo dos índices 1696 1 500 recomendados internacionalmente. de 1 000 exportação e a explo 2. De acordo com essa análise, Monoculturas o que se pode promover o povoamento em suas colônias na América concluir sobre o problema da fomePara na África? 500 lançaram mão também da atividade agrícola, sobretudo nas r 0 ram as tão cobiçadas riquezas minerais, ai deo ouro pia e a pra ália âmbiacomo Cha Etió Urugu A Z Som Dessa forma, Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em:transformaram vastas áreas em lavouras m em: 16 dez.cuja 2014. produção era voltada para a exportação, o plantations, A hidrografia e o relevo<http://faostat.fao.org>. Acesso levados para a metrópole, que os consumia ou os comercia De maneira geral, a configuração rede flagelo hidrográfica africana acompanha a distribuiAs raízes da desse certamente da Europa. estão no modelo econômico de dependênc ção de seus diferentesterna, domínios climáticos. implantado pelo colonialismo europeu nos da África por e, depois, Desde o século XVI,países os portugueses, exemplo,mantido desenv Nas regiões mais chuvosas, dedurante climalitorânea tropical e Nordeste elites africanas que ascenderam ao poder o processo de descolonização reira ao longo da faixa do brasileiro, aprov Os boxes com informações teóricas ou nascentes rios bastante ex- favoráveis massapê e asde condições climáticas cultivo de massapê:estão de as agravar essaequatorial, situação, asolopopulação africana cresceu rapidamente nasaoúltimas décc complementares 6 visam ampliar o coloração escura e de ricaentre tensos e volumosos, eles o Nilo (o segundo espanhola, a agricultura ganhou impulso somente entre 229 milhões de habitantes, em 1950, para 1,1 bilhão, em 2015. Isso composição argilosa, conhecimento do aluno em relação ao assuntopassando demais extenso do mundo), o Níger, o Congo mineral. e o Zambeze. a queda da produção fica que a demanda por alimentos cresceu vertiginosamente nesse período. No en proveniente da estudado. Eles foram elaborados pelos autores ou Nas regiões áridas e semiáridas, a rede hidrográdecomposição de Esse modelo agrário-exportador deixou profundas marc tal demanda não foi atendida em razão, sobretudo, dos fatores que seguem. extraídos de fontes conceituadas (revistas, rochas metamórficas, paço ruralbasicamente latino-americano. Nas regiões monocultoras fica é incipiente, formada por rios que apresenta • As monoculturas ocuparam áreas terras coletiva jornais, livros ou sites). substituída porpequenas latifúndios com exportação. temporários, afloramentos dede água em oásispropriedades isola-lavouras epara elevada fertilidade de eramdos produzidos gêneros alimentícios básicos que abasteciam a popu dios caracterizam as paisagens de vários países. Além diss e alguns lagos. Os diversos questionamentos 7 estão ligados das terras e a concentração fundiária – problemas que atin Esse fato provocou a diminuição da oferta de alimentos, levando o governo aos temas voltados para a formação cidadã, ao latino-americanos na atualidade – são, grandenaparte, Embarcações conhecidas como esses produtos rios países africanos a importar em vez de em investir amp conhecimento prévio e à realidade próxima dos felucas navegando nasnial. águas Naquela época, enormes extensões de terra foram do do Rio Nilo, no Egito, em 2013. alunos. Além de desenvolver atitudes por meio de das lavouras. metrópoles, o que deu início ao intenso processo de conc Tropicais e de Savanas, onde os solos se apr perguntas que estimulam a emissão de opiniões, • A ocupação de áreas de Florestas estende até os dias atuais. férteis e bastante suscetíveis ações erosivas, desenca a troca de ideias e as tomadas de decisão, esses tavam pouco No relevo africano, predominam planaltosàs elevaUmcom espaço agrário de contrastes questionamentos permitem a prática dos desequilíbrios ecológicos, como avariáveis. dedos formas e altitudes De origem bastante antiga (foram noapreperíodo Préprocedimentos básicos no estudo da Geografia. sertificação, que diminuiu aformados dispoO espaço agrário da América Latina -cambriano), esses planaltos apresentam senta grandes contrastes, sobretudo no formas nibilidade de pastagens e de terras Os comentários e sugestões ao professor 8 intensamente desgastadas por processos erosivos. que se refere à elevada concentração funtrazem dicas e orientações didático-pedagógicas cultiváveis. diária, à disparidade do nível tecnológico Nade porção continente, o relevo que auxiliam no desenvolvimento das aulas e na • As disputas podercentro-oriental e ospropriedades conflitosdoterempregado nasgrande rurais (pe- geológié marcado por um conjunto de falhas exposição do conteúdo. ritoriaiscas desencadearam guerras civis quenas e grandes) e à desigual assistência decorrentes de movimentos tectônicos recentes em vários países grupos oferecida pelo governo produtores. (cerca de 70africanos. milhões deOsaos anos), ocorridos nos períoO rift valley na África em confronto utilizam estratégias dos Terciário e Quaternário. Essede conjunto Assim, de um lado, pequenas proprieda-de falhas, guerrilha, como ocomo saque de aldeias, a des empregam tradicionais de conhecido rifttécnicas valley, prolonga-se na direção destruição das lavouras matança dos norte-sul, grande conjuntomode montacultivo eformando criaçãoee,a um de outro, latifúndios nhas salientes e depressões. nocultores, ainda que em menor número, rebanhos, visando derrotar o inimigo. Colheita manual de batatas em Lima, Pe enormes áreas. Os “Made in China”, “Made in PRC (Popular Republic of China)” ou “Fabricado na latifundiários China”... Você as mais Algumas dessas montanhas estão entre O quadro daocupam fome na África agrava-se investem cada vez mais embrasileiro implementos certamente já leu essas frases em etiquetas deelevadas presentes mercado e que do continente, como montes Kilimanjaro cada vez mais,produtos pois pouco tem no sido feito os para agrícolas e assistência técnica, pois receestão à venda em bancas de camelôs, bazares(ponto e até em grandes lojas deÁfrica, departamentos. Agoculminante da com 5 892 metros de tanto por parte dos governos afri-paracomo ra pense: O que a importação amenizá-lo, em massa desses produtos vem ocasionando asdein-altitude). bem maior apoio dos altitude) echineses Quênia (com 5 governos, 200 metros canos como por instituições internacionais. dústrias brasileiras que fabricam as mesmas mercadorias? Porpor que os produtos fabricados subsídios, financiamentos linhas de crédiimpor As depressões, sua vez,edão origem ana um imporChina são, em geral, mais baratos que os similares brasileiros? Troque ideias sobre essas questo, ao passo que pequenos tante conjunto deos lagos, entreproprietários eles o Vitória e o tões com os colegas e o professor. quase não por parte dos goverTanganica, osobtêm mais auxílio extensos do continente. SEUX Paule/hemis.fr/Getty Images

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CAPÍTU LO

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China: a emergência de uma grande 7 nação

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Foto: Roger-Viollet, Paris/Bridgeman Images/Easypix

Explicar aos alunos o Nilo é o único rio querepresentam atravessa o Deserto do nantes. As que imagens ao lado Saara. Apesar de percorrer uma das regiões mais secas do globo, seu curso

az

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essesperene, contrastes. mantém pois recebe a água das nascentes localizadas na região Para seentender a realidade atual da China, assim tropical (chuvosa) do continente. como as grandes transformações que levaram o país Colheita mecanizada de milho em Altitude em metros a se destacar no cenário mundial, devemos uma Inés Indart, Argentina,fazer em 2013. análise de sua história mais recente. 98 Desde o século XIX, a China esteve submetida aos interesses de nações imperialistas europeias, como Inglaterra e Rússia, e também do Japão, que exploravam de maneira indiscriminada seus recursos naturais, além de controlar grande parte sua economia. Fontes: ATLAS geográfico escolar. 6. ed. de Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 57.

Wilson Teixeira et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2000. p. 364.

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Páginas de atividades Nas páginas de atividades são propostos exercícios diversificados que permitem a interpretação e a aplicação dos conteúdos teóricos desenvolvidos nos capítulos, assim como atividades que estimulam a reflexão, o debate, o desenvolvimento de atitudes e a prática dos procedimentos de análises geográficas.

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Fotom fotog ontagem rafia 3dsgucom a com ru/Th inkstoposição da ck/Ge tty Im ages

9 10

As atividades iniciais permitem a revisão 9 dos conteúdos estudados no capítulo. As atividades de compreensão 10 procuram relacionar a teoria com a realidade dos alunos, simular situações que permitem a interpretação do assunto estudado e sugerir a troca de ideias, entre outros objetivos. As páginas de atividades também apresentam outras seções, com exercícios diversificados e criativos, que aprofundam o entendimento do conteúdo dos capítulos e provocam o desenvolvimento do raciocínio e de diferentes habilidades dos alunos. Entre elas, destaca-se a seção Trabalho com representações 11 , que privilegia exercícios de observação, construção e análise de mapas e gráficos. Essa variedade de exercícios permite desenvolver a capacidade de aprendizagem dos alunos, além de oferecer várias alternativas de avaliação aos professores.

Ícones Vivência e... Explora conteúdos relevantes para a formação cidadã, com destaque para temas ligados a meio ambiente, saúde, pluralidade cultural etc. Giro pela... Destaca a interação entre os conhecimentos da Geografia e os das demais áreas do conhecimento (História, Matemática, Língua Portuguesa, Arte, Ciências etc.) Apresenta sugestões de filmes ligados à temática de estudo. Apresenta sugestões de leituras que complementam ou enriquecem o assunto estudado. Apresenta sugestões de sites para complementar o assunto estudado. 256

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Orientações ao professor

O mundo em leitura As páginas que contêm a seção O mundo em leitura apresentam textos (literários, científicos e jornalísticos) extraídos de publicações diversas ou produzidos pelos autores, para que sejam explorados com diferentes exercícios.

Fotomontagem com a composição da fotografia 3dsguru/Thinkstock/Getty Images

Os assuntos escolhidos estão relacionados ao tema do capítulo, trazendo informações que ampliam o conhecimento do aluno. Os textos exploram temas ligados à ciência, à tecnologia, à ética, às relações entre a natureza e a sociedade e à pluralidade cultural.

O trabalho com textos procura estimular o prazer pela leitura e o interesse por atividades científicas, divulgando o trabalho dos cientistas e também sua importância para a sociedade. O símbolo utilizado na seção indica a relevância principal do tema, podendo ter um caráter mais voltado para o saber interdisciplinar e a relação entre as áreas disciplinares (História, Ciências, Língua Portuguesa, Arte, Matemática etc.) ou, ainda, para temas voltados à formação cidadã, com destaque para a valorização de temas como meio ambiente, cultura e saúde.

Caderno de projetos e temas especiais

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Historicamente, os mapas tiveram papel fundamental na bretudo a partir do período da expansão marítima europe quando se iniciou o desenvolvimento da chamada cartografi histórico, diversas viagens marítimas foram empreendidas p reconhecer novas terras e de estabelecer contato com povos informações coletadas durante as viagens, as descrições de p tes geográficos (baías, enseadas, montanhas, rios etc.), altitudes e latitudes dos pontos visitados eram repassadas a diam elaborar mapas cada vez mais precisos da superfície te Contudo, a grand ração de mapas oco com o desenvolvime Agora é sua vez remoto. Essas técni Nesta atividade, que será realizada em duas etapas, vocêda vaisuper ente e imagens fotografias aéreas são usadas nos estudos de Geografia. Em primeiro de sensores que sã a interpretar uma fotografia aérea, identificando eartificiais localizando eleme ou balões Depois, aprenderá a elaborar um mapa com base na mesma Sensoresimagem são ap

gia do Sol (luz e c paisagem – como das, casas e lavour em imagens. Nosso Observe esta fotografia aérea de parte do município de Andradas Depois realize as atividades a seguir, no caderno. considerados senso ficas, as câmeras d de satélites são art

ETAPA 1 Interpretando uma fotografia aérea

Base Aerofotogrametria e Projetos S.A

As propostas de trabalho apresentadas neste caderno envolvem procedimentos importantes para os estudos de Geografia, além de apresentar atividades motivadoras que podem ser realizadas dentro ou fora da sala de aula. Os textos e os roteiros de análise apresentados buscam detalhar temas abordados nos capítulos, oferecendo ao aluno diferentes possibilidades de ampliar seus conhecimentos.

Os mapas e as novas tecnolog trabalhando com fotografias a

A

As câmeras aerofotográficas instaladas em aviões e os sensores

A câmera fotográfica capt refletida pela paisagem q Esse registro pode ser obt nível do chão, ou de um p como a encosta de monta

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O volume de 8o ano O volume de 8o ano abrange conteúdos ligados ao mundo contemporâneo e, particularmente, às regiões do planeta que fazem parte do chamado mundo subdesenvolvido. Esses conteúdos ampliam o domínio das categorias e conceitos próprios da ciência geográfica, os quais já foram iniciados nos volumes de 6o e 7o anos. Os conteúdos desse volume estão organizados da seguinte maneira:

UN IDADE

I

A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO

UN IDADE

Aborda os principais fenômenos e processos relacionados à dinâmica natural e à interferência da sociedade humana na construção do espaço geográfico.

II

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL

UN IDADE

Desenvolve uma análise do mundo contemporâneo, destacando a diversidade de povos, de culturas e as questões territoriais. Trata, ainda, das principais transformações ocorridas no cenário mundial desde a Segunda Grande Guerra até a atual fase da globalização.

III

A REGIONALIZAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO

UN IDADE

Tem como principal tema o estudo das regiões, destacando algumas das principais maneiras de regionalizar o espaço geográfico mundial na atualidade.

IV

AMÉRICA LATINA

Apresenta as principais características do quadro natural dessa região. Também trata do subdesenvolvimento nos países latino-americanos e sua relação com o processo de ocupação e povoamento dessa região. Mostra como o subdesenvolvimento se revela nas paisagens de tais países e como essas nações relacionam-se entre si e com o mundo na atualidade. 258

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Orientações ao professor

UN IDADE

V

ÁFRICA

UN IDADE

Desenvolve um estudo sobre a diversidade dos aspectos físicos do continente africano. Analisa o subdesenvolvimento e suas relações com o processo de colonização e descolonização da África. Destaca as principais características da atual organização do espaço geográfico africano, abordando a economia de seus países, seus problemas ambientais, e a questão populacional.

VI

ÁSIA

Discorre sobre as características naturais desse continente. Analisa o subdesenvolvimento na Ásia, enfocando sua relação com o colonialismo ocorrido em seu território. Além disso, aborda as particularidades das diversas regiões do continente, como o Oriente Médio e o Sudeste da Ásia (e os Tigres Asiáticos), destacando, ainda, a Índia e a China, países subdesenvolvidos que possuem grande importância no cenário geopolítico e econômico internacional. Os conteúdos propostos no volume de 8o ano estão voltados para o conhecimento da realidade mundial, e são apresentados em dois blocos principais: o primeiro (Unidades I, II e III) aborda as características gerais do mundo contemporâneo, com temáticas sobre o espaço natural, a transformação da natureza e a organização do espaço geográfico mundial; o segundo bloco (Unidades IV, V e VI) destina-se ao estudo do mundo subdesenvolvido, apresentando tanto o processo de formação histórica das regiões como as características que cada uma delas possui na atualidade. É importante destacar a sequência dos temas no volume de 8o ano. • Ao iniciar o trabalho com o espaço geográfico mundial na Unidade I, considera-se necessário que o aluno retome e aprofunde ideias ligadas à importância da dinâmica natural, como os conceitos de biosfera, interdependência entre os elementos físicos, tempo geológico etc., na criação e transformação do espaço e das paisagens terrestres. Compreender como o trabalho humano e as técnicas colaboram no processo de transformação do espaço geográfico é um dos principais objetivos da Unidade I. • A Unidade II aborda a organização do espaço geográfico mundial, privilegiando a discussão do conceito de território e de outras noções a ele relacionadas, como as de poder, fronteiras, nação, povo, ordem mundial e globalização. • Na sequência, a Unidade III retoma e aprofunda os conceitos de região e de regionalização trabalhados no 7o ano, destacando algumas maneiras de regionalizar o espaço geográfico no mundo contemporâneo, com destaque para a dualidade: países desenvolvidos e países subdesenvolvidos. • O segundo bloco (Unidades IV, V e VI) aborda especificamente o estudo do mundo subdesenvolvido, apresentando uma discussão pormenorizada do subdesenvolvimento na América Latina, na África e na Ásia, em seus aspectos históricos, políticos, econômicos e sociais, destacando-se também os conteúdos relativos aos aspectos físicos dessas regiões. Outro aspecto importante desse volume é o fato de que os conteúdos apresentados são essenciais para o estudo do mundo desenvolvido, que será contemplado no volume de 9o ano. 259

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Mapa de conteúdos

U N I D A DE

Unidade

I

U N I D A DE

A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO, 10

II

U N I D A DE

A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO GEOGRÁFICO MUNDIAL, 38

III

U N I D A DE

A REGIONALIZAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO, 70

IV

U N I D A DE

AMÉRICA LATINA, 86

V

U N I D A DE

ÁFRICA, 122

VI

ÁSIA, 158

Capítulos

Temas, noções e conceitos

1. A natureza e a transformação do espaço, 12 2. A vegetação e as paisagens geográficas, 22 3. O trabalho e a tecnologia nas sociedades capitalistas, 30

• Litosfera, hidrosfera e atmosfera; biosfera; tempo geológico; interação entre os elementos naturais; paisagens naturais; ação humana na paisagem; tecnologia; capital; trabalho; capitalismo; divisão social do trabalho; indústria e espaço geográfico; problemas ambientais.

4. Espaço, poder e territórios nacionais, 40 5. Do mundo bipolar ao multipolar, 50 6. Um mundo fragmentado, porém globalizado, 58

• Território nacional; limites e fronteiras; povo e cultura; nação e Estado; minorias nacionais; sentimento nacionalista; projeções cartográficas; mundo bipolar; guerra fria; capitalismo e socialismo; mundo multipolar; globalização; blocos econômicos.

7. A regionalização do espaço geográfico mundial, 72 8. O mundo desenvolvido e o mundo subdesenvolvido, 78

• Região e regionalização; Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo; ricos e pobre; centro e periferia; desenvolvimento e subdesenvolvimento; Índice de Desenvolvimento Humano (IDH); colonização e subdesenvolvimento; o mundo desenvolvido e o mundo subdesenvolvido.

9. América Latina: regionalização e quadro natural, 88 10. O espaço agrário da América Latina, 96 11. A urbanização e a economia da América Latina, 106 12. América Latina: influências externas e projetos de integração, 112

• América Latina e América Anglo-Saxônica; domínios naturais e paisagens; relevo e hidrografia; exploração colonial, mineração e plantations; produção agrícola; concentração de terra e reforma agrária; urbanização; metropolização; economia e multinacionais; endividamento externo; narcotráfico; projetos de integração; Mercosul.

13. O continente africano: natureza e cultura, 124 14. As raízes do subdesenvolvimento africano, 132 15. A apropriação do espaço geográfico africano, 140 16. Indústria, urbanização e movimentos populacionais na África, 150

• Domínios naturais e paisagens; rede hidrográfica e relevo; diversidade cultural; África Islâmica e Subsaariana; colonialismo e partilha da África; movimentos de resistência e dominação cultural; descolonização; agropecuária de subsistência; desertificação do Sahel; fome; recursos minerais e energéticos; rede de transportes; indústria; êxodo rural e urbanização; fluxos migratórios.

17. Ásia: natureza e regionalização, 160 18. Oriente Médio, 168 19. O Sudeste da Ásia, 180 20. China: a emergência de uma grande nação, 190 21. Índia: a nova potência da Ásia, 200

• Domínios naturais e paisagens; rede hidrográfica e relevo; diversidade cultural; regionalização; religião e islamismo; Israel e Palestina; água e petróleo; rizicultura; monções; Tigres Asiáticos; China; demografia e produção agrícola; socialismo de mercado; hinduísmo e sistema de castas; instabilidade militar no Sul da Ásia.

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Orientações ao professor

Atividades

Destaques

••Pesquisa, 18 ••Trabalho com representações, 29 (imagens de satélite) ••Análise de história em quadrinhos e produção de texto, 36 ••Pesquisa e elaboração de painel, 37

••Geografia na Biblioteca, 19 O mundo em leitura ••Mitos e ciência: um modo de entender a natureza, 20-21 ••Geografia na Rede, 29

••Análise de texto e pesquisa, 46 ••Análise de charge, 47 ••Análise de imagens, 56 (propaganda) ••Análise de texto, 57 ••Análise de tabela e pesquisa, 66 ••Análise de texto e elaboração de história em quadrinhos, 67

••Geografia no Cinema, 47 O mundo em leitura ••Projeções cartográficas: a representação da Terra e de seus territórios, 48-49 ••Geografia na Biblioteca, 67 O mundo em leitura ••Você 3.0, 68-69

••Pesquisa e elaboração de cartaz, 76 ••Trabalho com representações, 77 (mapas em diferentes escalas), 82 (análise de tabela e construção de gráfico) ••Análise e interpretação de texto, 83

O mundo em leitura ••Terceiro Setor e o voluntariado, 84-85

••Análise de climogramas, 94 ••Análise de texto, 95; 103 ••Análise de imagens e pesquisa (fotografia), 110 ••Trabalho com representações, 111 (análise de mapa) ••Pesquisa e concurso, 118 ••Análise de texto e debate, 119

••Geografia na Rede,95 ••Geografia na Biblioteca, 119 O mundo em leitura ••Diversidade étnico-cultural na América Latina, 104-105 O mundo em leitura ••Do Atlântico ao Pacífico, o caminho de Peabiru, 120-121

••Análise de mapa, 130, 137 ••Análise de texto, 131, 136 ••Análise de dados e relatório, 148 ••Análise de texto e debate, 149 ••Análise de gráficos, 156 (pirâmides etárias) ••Pesquisa, 157 ••Trabalho com representações, 157 (análise de tabela)

••Geografia no Cinema, 137 O mundo em leitura ••Comunidades africanas no Brasil, 138-139

••Análise de texto, 166 ••Trabalho com representações, 167 (análise de mapa), 177 (análise de mapa),199 (análise de gráfico) ••Pesquisa e produção de texto, 176 ••Análise de imagem e debate, 176 ••Análise de tabela e imagem de satélite, 188 ••Análise de imagem, 189 ••Análise de texto e debate, 198 ••Análise de texto e gráfico, 206

O mundo em leitura ••Jerusalém: cidade sagrada, 178-179 ••Geografia no Cinema, 189 ••Geografia na Biblioteca, 199

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O trabalho integrado – a Geografia e as demais disciplinas O quadro-síntese a seguir apresenta os momentos do volume de 8o ano que destacam a integração entre a Geografia e os conhecimentos das disciplinas: História, Ciências, Língua Portuguesa, Arte e Matemática.

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Orientações ao professor

A formação cidadã – a Geografia e a transversalidade O quadro-síntese a seguir apresenta os momentos do volume de 8o ano que destacam o desenvolvimento da formação cidadã, com temas como meio ambiente, saúde, cultura, ética, cidadania etc.

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Orientações e propostas para o trabalho de cada capítulo Orientações ao professor

As orientações e propostas para o trabalho de cada capítulo são considerações sobre pontos importantes do conteúdo abordado neste volume. Nessa seção, são ser impossível manter um exército permanentemente mobilizado capaz de defenapresentadas sugestões para a exploração do livro didático, assim como atividades dê-la em todos os seus pontos. Passados mais alguns séculos, a muralha iria depodem auxiliar educando na compreensão saparecer quaseque completamente, restandoohoje dela raríssimos vestígios. Quandodo conteúdo. Além disso, são recobem mais tardemendados, Gengis Khan ocupou a China no século XIII, não existia.textos [...] para enriquecimento doelatrabalho, complementares, livros e filmes podem serdeutilizados em sala de aula. Em alguns casos, essas sugestões são Transcorridoque quase um século domínio mongol, os chineses conseguem recuperar sua autonomia e por volta de 1400 imperadores da dinastia Ming, endereçadas apenas aooseducador. como que se esquecendo das lições do passado, iniciam a construção de uma importante lembrare que as orientações para o desenvolvimento do conteúdo incluem segunda muralha, É agora feita de alvenaria tida como inexpugnável. A parte principal dessasugestões Muralha, quede perdura até hoje,auxiliares apresenta uma cer-realizadas no decorrer do ano letivo. atividades queextensão podemdeser ca de 2.500 km e consumiu cerca de 200 anos até ficar pronta. [...] A partir de Assim, recomenda-se leitura prévia dessas orientações para o planejamento pedagógico. 1564, constrói-se uma nova ramificação, a a muralha de Pequim, concluída por volta de 1600. Para facilitar o trabalho em sala de aula e melhorar o aproveitamento deste material, MARTIN, André R. Fronteiras e nações. São Paulo: Contexto, 1998. p. 24-5. conheça a seguir como está estruturada esta parte das Orientações ao professor. Página 41

Conheça seu manual

Respostas e orientações Toda unidade início se com orientações e Pessoal.tem Verifique os as alunos já viram apresentações de dança como aquelas mostradas comentários para o trabalho com as páginas de formas de manifestação cultural que conhenas fotografias. Estimule-os a falar de outras 1 . Emartesanato, seguida, apresenta abertura das Unidades cem, como teatro, música, folclore etc. os principais conteúdos a serem estudados e os outras informações sobre o combate às drogas, acesse programas como: objetivos gerais a serem alcançados com ra esse estudo. O quadro Respostas e orientações • Plenarinho: o jeito criança ser (www.plenarinho.gov.br); O conteúdo dessa página é propício para2se desenvolver o temade pluralidade cultural traz e comentários os • Proerd Programa Educacional de Resistência comobservações os alunos. Proponha umasobre discussão na qual–possam expor o que sabem a respeito às Drogas (www.proerdbrasil. questionamentos propostos nesta página. com.br). da diversidade cultural existente não somente entre os diferentes países, mas também 3 para auxiliar Orientações e comentários • Explique os camponeses produtores dentro da própria sociedade brasileira. Solicite aos quealunos citem que manifestações culturais do de coca vêm sofrendo com os onosso trabalho do professor com os conteúdos conflitos no campo, principalmente na Bolívia. Com o apoio dos Estados Unidos ao país ligadas à música, como os diversos instrumentos e ritmos típicos de regiões apresentados nos capítulos destacam pontos plano de erradicação das plantações de coca nos brasileiras. Com base nos exemplos citados, explique que a cultura de um povo é extre- países latino-americanos e o aumento dos conflitos, agricultores sãofinal obrigados a abandonar suas terras e importantes das temáticas emfinalizar estudo, esse como mamente abrangente. Para assunto, trabalhe amuitos questão proposta no buscar refúgio nas cidades, agravando ainda mais os problemas urbanos. Esses fasugestões de análise, propostas de da página. atividades práticas, questionamentos e tos devem levar os alunos a refletir sobre as ações realizadas pelos governos e se elas trazem benefícios ou não para a população. reflexões sobre o tema etc. Respostas e orientações

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Utilize o texto e o questionamento propostos ao final da página para que os alunos expres• Pergunte aos se já tiveram algum tipo de contato com latino-americanos de sem sua opinião sobre as características culturais doalunos povo brasileiro.

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Texto complementar

países vizinhos ao Brasil e em que situação. Questione-os sobre o que sabem da cultura dos povos latino-americanos, que, em muitos aspectos, é semelhante à do povo brasileiro.

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Utilize o texto, a tabela e o mapa que seguem paracomplementar extrair informações e enriquecer Atividade sua exposição sobre o assunto dessa página. Os quadros com Textos complementares 4 Pesquisa e cartaz podem ser utilizados pelo professor para Língua, religião e identidade cultural Sugira aos alunos uma pesquisa sobre a vida do líderenriquecer revolucionário Simón Bolívar, ou ampliar o tema estudado. as batalhas comandou e, principalmente, ideais. textos Esse trabalho pode ser são indicados com o intuito Entre os aspectos culturais de cada povo, a que língua e a religião são, certamente,seusAlguns realizado com a ajuda do professor o resultado pesquisa, peça os que mais se destacam, ou seja, representam as características culturaisde queHistória. melhor Com de ampliar odaconhecimento do professor, identificam os grupos humanos. A língua falada porcartazes um povocom unetextos os indivíduos, pois em ordem que elaborem apresentados cronológica, na forma enquanto outros são sugeridos para o é por meio dela que se expressamde asinfográfico. ideias e os Opensamentos se fortalecem as para trabalho finalepode ser exposto os alunos outros anos.Os quadros com trabalho emde sala de aula. relações entre os integrantes do grupo.SeAtualmente, existem cerca de 3 mil línguas 5 Atividades complementares achar pertinente, utilize o texto a seguir. e 7 mil dialetos no mundo todo. No entanto, sete dessas línguas são faladas por apresentam sugestões de atividades que cerca de um terço da população mundial, se observa tabela um a seguir. Umacomo América Latinanaunida: sonho antigo podem ser promovidas pelo professor com o 279 Desde o processo de independência das colônias europeias na América Latina, intuito de ampliar o estudo do tema. Entre no século XIX, vêm sendo realizados vários projetos e tentativas integração entre de trabalho essas atividadesdeestão sugestões as nações latino-americanas, sobretudo no que refereanálise aos aspectos culturais e gráficos de se campo, de texto e imagens, econômicos, o que causou certo isolamento, principalmente do Brasil, trabalhos em relaçãopráticos etc. e tabelas, pesquisas, aos países de colonização hispânica. Um dos personagens mais ativos na luta pela união entre os países da América 264 Latina foi o líder revolucionário Simón Bolívar. Descendente de família rica e tradicional de criollos, Simón Bolívar nasceu na Venezuela, em 1783, partiu para estudos na Espanha e, ao retornar, nas primeiras décadas do século XIX, passou a participar de reuniões de grupos que aspiravam à independência. Anos mais tarde, Bolívar comandou as principais batalhas que levaram à inde2_g17_sal_mp_8gev_manu_u1_p264a276.indd 264

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