Scout #25

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EDIÇÃO #25 | OUTUBRO 2021 | GRATUITA

SCOUT Samu FC VIZELA

OS ARTISTAS DO GOLO

ENTREVISTA SAMU

TALENTOS DA LIGA 3


SOUNDSCOUT EDIÇÕES SETEMBRO/OUTUBRO

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Editorial | 3

Editorial OUTUBRO 2021

N

um mês em que assinalamos dois anos de existência, começo por agradecer a todos os colaboradores que têm contribuído para o crescimento sustentado do nosso projeto. Como já tinha referido no ano anterior, mantemos a ambição de trazer o melhor para aqueles que leem e apreciam a revista. No que diz respeito às temáticas desta edição, o principal destaque é a entrevista a Samu Silva. Na temporada passada, o médio do Vizela foi uma das principais figuras da equipa, numa época que culminou com a subida do clube à Primeira Liga, 36 anos depois. Formado no Paços de Brandão, Porto e Boavista, Samu esteve à conversa com a Scout, onde fala sobre o seu percurso no mundo do futebol.

Diretores: Filipe Carvalho, João Lemos e Pedro Carvalho Diretor de redação: Pedro Carvalho

Ficha técnica

Redação: Pedro Carvalho, Diogo Teixeira e Luís Castro Martins Marketing: João Lemos Web development: João Lemos Diretor Departamento Design: João Lemos

Na edição de outubro, realce para um artigo referente a cinco talentos da Liga 3 e a um rescaldo daqueles que são, até ao momento, os artilheiros das principais ligas europeias. Para terminar, a Scout desafia os leitores com um quiz referente a Cristiano Ronaldo, apresenta mais dois talentos do futebol mundial na rubrica “Regresso ao Futuro” e revela o onze da vida de Duarte Félix da Costa. Boa leitura!

Pedro Carvalho

Agradecimentos: Luís Castro Martins, Duarte Félix da Costa, Samu e FC Vizela. Créditos: Getty Images, Global Imagens, UEFA, FIFA, FPF, LUSA, Liga Portugal, Transfermarkt, zerozero, Kapta+, Região de Leiria, UD Oliveirense, 100 Oportunidades, CFP e Insidefoto

Em todas as imagens reproduzidas na revista e/ou respetivo website, foram respeitados os seus devidos direitos de autor e devidamente referenciados na ficha técnica. Desta forma, não pretendemos infligir quaisquer danos aos seus respetivos autores, colocando sempre em evidência a sua justa e respeitada utilização.

Design gráfico: Francisco Canais Revisão: Diogo Teixeira

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4

| Índice

08

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30

12

26

31

06

06

08

12

Regresso ao futuro

Liga 3: Cinco talentos

Entrevista Samu

24

26

Quiz

Os artistas do golo

Cristiano Ronaldo

30

31

11 da minha vida

Agenda

Duarte Félix da Costa

Outubro

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FINALS 2021

10/10 06/10

19H45

19H45

07/10 19H45

10/10 14H00


6

| Regresso ao futuro

• 19

ANOS

• 1,80

M

• PONTA-DE-LANÇA

• ALEMANHA • PÉ ESQUERDO • 20M VALOR MERCADO

Regresso ao futuro

KARIM ADEYEMI • R.B. SALZBURG

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Depois de Erling Haaland e Patson Daka, o RB Salzburgo encontrou a nova “máquina” de fazer golos. Karim Adeyemi é o mais recente avançado sensação da equipa austríaca, tendo inclusive já despertado o interesse de alguns colossos europeus. O jovem, com raízes nigerianas, tinha apenas 16 anos quando o RB Salzburgo o recrutou ao modesto SpVgg Unterhaching, por uma quantia de 3 milhões de euros. Depois de uma passagem pelo FC Liefering (clube satélite), a afirmação de Adeyemi na equipa principal do campeão austríaco ocorreu na temporada passada após ter realizado 38 jogos (nove golos e nove assistências). Avançado centro (embora também possa jogar a partir das alas), o alemão é bastante móvel, possui uma boa finalização (tem “faro” de golo) e utiliza a sua rapidez (forte na mudança de velocidade) para ser incisivo nas transições ofensivas e no ataque à profundidade. Como já referido anteriormente, o “camisola 27” é sinónimo de golo e a prova disso são os sete marcados na Liga Austríaca (em novos jogos realizados), que fazem dele, até ao momento, o melhor marcador da prova. Embora ainda seja bastante novo, o ponta de lança já tem uma internacionalização ao serviço da seleção AA da Alemanha, numa estreia brindada com um golo frente à Arménia.


Regresso ao futuro | 7

• 21

ANOS

• 1,72

M

• EXTREMO • BRASIL • PÉ ESQUERDO • 25M VALOR MERCADO

ANTONY • AJAX Este é daqueles que não engana. Talvez isto seja aquilo que melhor se pode dizer sobre o talento de Antony, o menino brasileiro que tem impressionado toda a Europa através das performances ao serviço do Ajax. Com apenas 11 anos, o extremo ingressou na formação do São Paulo e foi aí que fez todo o percurso até chegar à equipa principal, onde impressionou no Brasileirão. Em fevereiro de 2020, o Ajax desembolsou 15,75 milhões de euros e Antony deu o ambicionado salto para a Europa, numa mudança que só ocorreu no início da temporada 20/21. Habitualmente na faixa direita do ataque, Antony é um extremo puro, desequilibrador, ágil, tendo como principais características a grande capacidade técnica, com destaque para o drible (muito forte no 1x1), o controlo de bola e a qualidade de passe. Sendo um jogador canhoto, o jovem de 21 anos tende a efetuar diagonais para o centro do terreno, mas também tem a capacidade de jogar pela linha. Campeão olímpico pelo Brasil nos Jogos de Tóquio (uma das principais figuras do escrete), Antony cumpre a segunda época ao serviço do Ajax e possui um registo notável para alguém tão novo e que chegou do continente sul-americano. Na temporada transata, o brasileiro participou em 46 partidas (11 golos e nove assistências) e nesta época tem se assumido como um jogador importante na manobra ofensiva da equipa comandada por Erik ten Hag.

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| Liga 3: Cinco Talentos

Liga 3: Cinco talentos A Liga 3 arrancou e se dúvidas havia que era uma competição necessária para filtrar talento e aumentar o nível competitivo no terceiro escalão do futebol português essas estão dissipadas.

Para os mais distraídos, a Liga 3 é composta por 24 equipas, divididas em duas séries de 12 (norte e sul), e em cada uma delas apuram-se 4 para a fase de apuramento de campeão e subida. Pela amostra, a competitividade é enorme, numa prova jogada em relvados naturais, bem tratados, e que aproximam os jogos do contexto profissional. Das 24, 20 têm aspirações de lutar por uma vaga de subida e isso “apimenta” a competição. Cada jogo é “jogo grande”, os três pontos valem mais do que isso e para alimentar mais o espetáculo há históricos envolvidos, com grandes massas associativas, como o Vitória FC, de Setúbal, o Fafe, União de Leiria, Torreense e duas equipas B: Vitória SC, de Guimarães, e SC Braga.

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O decorrer da prova vai mostrar-nos quem são os conjuntos mais fortes, os candidatos a lutar pelo título, pela subida e quem vai lutar pela permanência. Todavia, o mais importante, na minha opinião, é olhar para o talento e para a possibilidade que vários jovens vão ter de se mostrar à nata do futebol português. E, por isso, destaco 5 jogadores que me agradaram neste arranque da Liga 3.


Liga 3: Cinco Talentos | 9

Paulinho (avançado) União de Leiria O melhor jogador do mês de agosto da Liga 3. Virtuoso, agitador e o melhor amigo de qualquer avançado, no caso Gonçalo Gregório. O brasileiro, de 24 anos, chegou a Portugal em 2015 pela porta da AD Sanjoanense, passou pelo Espinho e chegou à equipa B do SC Braga. Esta época assinou pela União de Leiria e já mostrou o “samba” que tem. 1 golo e 3 assistências no mês em que foi reconhecido pelos colegas e treinadores como o melhor. Mas mais que os golos e assistências, destaca-se por aquilo que faz o conjunto de Filipe Cândido jogar. Os bons relvados, as equipas a jogarem quase sempre um futebol desinibido e à procura do golo beneficiam Paulinho, e o futuro dele pode ser risonho. A seguir com atenção.

Joãozinho (médio of./ avançado) CDC Montalegre Aos 24 anos, o atacante do Montalegre está determinado em provar que tem qualidade para jogar a outro nível. Depois de dois anos no Vitória SC, entre equipa sub-23 e equipa B, Joãozinho saiu de “casa” – já tinha estado nos vitorianos entre 2005 e 2011 – e foi à procura de espaço e protagonismo. E está a tê-lo. 2 golos e 2 assistências é um bom cartão de visita para um jogador que pode jogar quer nas faixas quer no apoio ao avançado. Forte no um para um e a jogar nos espaços entre linhas, Joãozinho precisa de melhorar a capacidade de ir ao choque e aguentar algumas cargas para se tornar ainda mais perigoso. Nos últimos dois anos não tinha marcado golos, agora já leva dois. É um bom sinal.

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| Liga 3: Cinco Talentos

Jaime Pinto (extremo) UD Oliveirense Extremo de 23 anos que procura na Liga 3 o espaço que não teve no Rio Ave, mesmo tendo conseguido ser uma referência nos sub-23 dos vilacondenses. Nunca teve espaço nos “A”, assinou esta temporada pela UD Oliveirense e teve um arranque de sonho: um golo e quatro assistências nos primeiros três jogos. Os números refletem a importância que tem na equipa, jogando da linha para dentro. Um extremo muito rápido, com boa capacidade de drible e, sobretudo, com bom timing a aparecer em zonas de finalização. Dotado fisicamente, Jaime Pinto é difícil de travar no um para um e tem este ano uma rampa de lançamento para o regresso ao futebol profissional.

Bruno Ventura (médio) Vitória FC O médio, de 20 anos, foi a grande revelação dos sadinos na última época no Campeonato de Portugal, marcando 9 golos. Agora liderados por António Pereira, o Vitória FC fez várias contratações de jogadores mais experientes e com qualidade, mas Bruno Ventura não saiu do 11 e tem mostrado talento. É um jogador com muita chegada à área, faz-se valer do forte remate e da qualidade nas bolas paradas ofensivas. É um médio-ofensivo, um pensador de jogo e, nesta equipa de António Pereira, é um dos homens que liga o setor defensivo ao ataque, a par de Robson (fica Semedo no papel de equilibrador). A crise administrativa do Vitória FC permitiu a que este jovem da formação tivesse espaço e, no futuro, pode vir a ser rentável financeiramente. Bruno é a prova que o talento precisa de oportunidades. Ele beneficiou dela, independentemente do contexto e da prova, e agarrou-a.

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Liga 3: Cinco Talentos | 11

Joca (avançado) Amora FC É o caso mais invulgar desta curta lista: pela idade e por nunca ter conhecido outro clube que não o Amora. Joca tem 28 anos e vai na 20.ª época ligado ao clube, estando desde 2010 na equipa principal. Apesar de já ter mais de 25 anos e isso, por vezes, ser olhado com alguma desconfiança na hora de apostar, é um dos jogadores que mais me entusiasma na Liga 3. Tem tudo: inteligência, critério, drible, último passe e finalização. Parece que estou a descrever um jogador da elite europeia, o que não é verdade, mas acreditem que vale a pena ver Joca jogar. É um daqueles jogadores que sabemos que vai dar espetáculo, que não vai ter medo de ir para cima do adversário, que vai ter a prepotência de encarar todo e qualquer adversário e, para comprovarem isso, basta procurarem o jogo que realizou frente ao Vitória FC, no qual fez o que quis de Mano, um lateral habituado à Liga Bwin, e que acabou expulso. Se quiserem puxar a cassete ainda mais atrás, vão ver o jogo que fez frente ao Feirense, no qual marcou um golo, eliminando o clube de Santa Maria da Feira da Taça de Portugal. É um jogador que me entusiasma e… intriga, porque ainda não percebi o motivo de não estar mais acima. Mas que vale a pena o bilhete, vale.

PS: Ao fazer este exercício sei que estarei a deixar para trás nomes interessantes como João Paredes, goleador da UD Oliveirense, Gustavo Souza, goleador do Real, ou até mesmo os jovens de valor das formações B, como Rodrigo Gomes ou Guilherme Guedes, mas isso só prova que há muito talento e, sobretudo, PURO FUTEBOL para ver na Liga 3.

Luís Castro Martins Jornalista Desportivo @luis_castro_martins

@luis_martins13

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| Entrevista: Samu

ENTREVISTA

SAMU FC VIZELA

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| Entrevista: Samu

Na temporada passada, Samu foi uma das principais figuras do Vizela, numa época que culminou com a subida do clube à Primeira Liga, 36 anos depois. Formado no Paços de Brandão, Porto e Boavista, o médio de 25 anos esteve à conversa com a Scout, onde fala sobre o seu percurso no mundo do futebol.

Samu

ENTREVISTA

SCOUT: Para começar, como é que surgiu a tua entrada no futebol, sabendo que na tua terra só existia atletismo? SAMU: Eu sou de Mozelos e o que tinha na altura era o atletismo, aliás, antes de começar a jogar futebol, andei dois anos no atletismo. Porém, nós jogávamos futebol todos os dias na rua e o pessoal da minha zona começou a dizer-me que eu tinha jeito. Como o meu pai era natural de Paços de Brandão e lá tem futebol, a partir daí comecei a jogar no Paços de Brandão.

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SCOUT: Então, o atletismo nunca foi uma opção para ti? SAMU: Numa fase inicial, eu até tinha algum jeito, ainda para mais porque era o único desporto que havia na minha terra e todos os meus colegas de turma estavam lá, mas o que eu queria mesmo era jogar futebol. SCOUT: Tens algum familiar com passado no futebol? SAMU: Não. Tenho o meu pai, que gosta de ver futebol, e então eu via muito com ele, mas em relação a ter familiares ligados ao futebol, nunca tive.

Era um sonho de criança, mas não foi aí que que achei que ia ser profissional até porque nós com essa idade queremos é jogar todos os dias, seja no Porto seja no Paços de Brandão.


Entrevista: Samu | 15

SCOUT: Com apenas 10 anos, foste para o Porto. Sendo tão novo, sentiste que a mudança tornou o futebol mais sério para ti, ou seja, já pensavas numa carreira profissional? SAMU: Não, sinceramente. Quando fui para o Porto, o meu pensamento não era ser jogador profissional. Claro que, apesar de ainda sermos bastante novos, temos a noção que é algo mais sério, não só porque é um clube que ouvimos falar todos os dias na televisão e nos jornais, mas porque sabemos que é um clube, digamos, grande em Portugal. Isso torna as coisas um pouco mais sérias, mas acho que nessa altura o meu pensamento não era ser profissional. Era um sonho de criança, mas não foi aí que que achei que ia ser profissional até porque nós com essa idade queremos é jogar todos os dias, seja no Porto seja no Paços de Brandão. Ser o Porto deu um pouco mais de seriedade à coisa, mas não em termos profissionais. SCOUT: Com essa mudança, quais foram as diferenças que notaste? SAMU: Eu, no Paços de Brandão, nem em sintético joguei, foi sempre em pelados e, mesmo no meu primeiro ano no Porto, também foi em pelado. No Paços de Brandão, nós tínhamos um treinador e mais um que estava lá para ajudar enquanto que no Porto tínhamos três treinadores por equipa e todas as condições que era possível imaginar, tudo o que precisasses. Em termos de estrutura, senti uma grande diferença, daí ter dito que também me apercebi que era uma coisa mais séria. SCOUT: Ainda te lembras de alguns jogadores com quem estiveste no Porto e que agora fazem carreira no futebol? SAMU: No Porto, lembro-me do Diogo Verdasca (defesa central), do Miguel Crespo, do Rui Moreira, que o ano passado estava no Varzim e do Sérgio Ribeiro, que está agora na Roménia e que esteve na Oliveirense na Segunda Liga.

Quando fui para o Porto, em futebol de 11, fui extremo esquerdo, depois ainda joguei a defesa esquerdo e só mais à frente é que passei para médio.

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| Entrevista: Samu

SCOUT: Durante a tua formação jogaste sempre como médio? SAMU: No Paços de Brandão, como era futebol de 7, jogava mais por fora. Nós jogávamos com 2 atrás, 3 no meio e eu jogava mais pela esquerda, também era dos poucos esquerdinos que havia na equipa e então fazia a linha toda. Quando fui para o Porto, em futebol de 11, fui extremo esquerdo, depois ainda joguei a defesa esquerdo e só mais à frente é que passei para médio. SCOUT: Quais foram as razões para a saída do Porto? SAMU: Na altura, alegaram que eu não tinha crescido como eles queriam, que eu era baixo. Eles disseram-me que até contavam comigo, mas que ia ter poucas oportunidades até porque, tendo o Porto duas equipas de sub-14, ia passar a haver apenas uma nos sub-15, ou seja, uma equipa inteira ia ter que ir embora. Eles disseram-me que seria melhor eu sair para ter mais oportunidades e eu também naquela altura, com 14 anos, queria era jogar por isso optei por sair. SCOUT: Depois seguiste para o Boavista. Como é que surgiu a oportunidade? SAMU: Quer queiramos quer não, acaba por ser natural que, quando saímos do Porto, aqueles clubes à volta tenham algum interesse. Surgiu o Boavista, que na altura estava a mudar para um sintético diferente, eles apresentaram-me o estádio e achei interessante a maneira como falaram comigo, por isso decidi aceitar o convite.

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Entrevista: Samu | 17

SCOUT: Terminaste a tua formação no Boavista e, depois de duas épocas na equipa principal onde fizeste poucos jogos, foste por empréstimo para o Fafe, na temporada 16/17… SAMU: Sim, foi na Segunda Liga. Não estava a ter muitas oportunidades no Boavista e surgiu a possibilidade de ir para o Fafe para ter ritmo de jogo e decidi aceitar. Infelizmente, coletivamente, não correu muito bem, mas individualmente acabei por fazer aquilo que o jogador mais gosta que é ter jogos, ter minutos, conseguir fazer golos e assistências. Isso acabou por ser positivo para mim. SCOUT: Atualmente, o que pensas dos jovens terem o espaço necessário para jogar antes de chegar à equipa principal, sendo nas equipas B e sub-23 ou por empréstimo? SAMU: Teoricamente as equipas B são feitas para isso, para os jogadores terem mais minutos. Por exemplo, agora só temos o Porto e Benfica na Segunda Liga, mas chegamos a ter o Sporting de Braga e o Vitória SC, e isso acaba por ser muito positivo porque acaba por ser um bom escalão do futebol português, logo abaixo à Primeira Liga, onde tens uma intensidade competitiva muito grande. Clubes em que não haja equipas B acaba por ser um pouco mais difícil, mas se o clube não conta com o jogador para o imediato, mas sim para o futuro, acho que seria sempre importante emprestá-lo para jogar porque isso é o mais importante.

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| Entrevista: Samu

Fui treinar ao Barcelona B porque surgiu o interesse de me quererem lá para trabalhar com eles e foi uma experiência bastante positiva para mim. SCOUT: Eu referi isso porque depois desse empréstimo ao Fafe, foste ao Barcelona B para fazer treinos de captação. Como surgiu a oportunidade? SAMU: Na altura ainda era jovem e fui ao Barcelona B. Surgiu o interesse de me quererem lá para trabalhar com eles e foi uma experiência bastante positiva para mim, provavelmente por ser jovem e por até ter corrido bem. Foi uma experiência muito marcante para mim. SCOUT: Estiveste quanto tempo? SAMU: Estive uma semana. SCOUT: Ainda te lembras de quem era o treinador? SAMU: Eu já não me lembro muito bem quem era o treinador, sinceramente, eu sei que ele é conhecido, mas esqueci-me do nome. Porém, trabalhei com alguns jogadores que agora até jogam na La Liga e para mim foi muito importante porque consegui ver o crescimento que eles depois lá tiveram. SCOUT: Se tivesses ficado, provavelmente a tua carreira teria um rumo diferente… SAMU: Não sei, depois até surgiu na comunicação social que eles até tinham interesse que eu voltasse, mas depois o Boavista também me disse que provavelmente ia ser aposta e acabou por não surgir. Poderia ter sido diferente, mas nunca saberemos.

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Com o ritmo, a confiança dos vários jogos, acaba por ser mais fácil, e no Boavista faltou-me um pouco isso. Provavelmente não só por eles, mas também por mim, que podia ter feito algo diferente.


Entrevista: Samu | 19

SCOUT: Já que falas no Boavista, embora tenhas feito alguns jogos na equipa principal, sentiste que nunca foste uma aposta do clube? SAMU: Sim, eu acho que acaba por ser o que faz a diferença porque, embora estivesse na Primeira Liga, jogava uma vez de longe a longe. No empréstimo ao Fafe consegui demonstrar mais a minha qualidade até porque em meio ano fiz 23 jogos e isso é muito bom para um jogador que numa fase inicial, como não tem jogado tanto, pode não estar tão confiante. Com o ritmo, a confiança dos vários jogos, acaba por ser mais fácil, e no Boavista faltou-me um pouco isso. Provavelmente não só por eles, mas também por mim, que podia ter feito algo diferente.

SCOUT: Neste momento, cumpres a terceira época ao serviço do Vizela. Na tua chegada, tendo em conta que o clube estava no Campeonato de Portugal, o que te cativou neste projeto? SAMU: Eu acho que, para já, o meu ano anterior ao Vizela foi o meu pior a nível futebolístico, em que apenas fiz um jogo. Surgiu a possibilidade do Vizela e gostei do projeto, das condições que me apresentaram e essencialmente da ambição que me demonstraram. Claro que toda a gente diz que foi um passo atrás, mas com ambição e as condições que o clube tinha acho que foi um passo importante para mim, para poder jogar.

SCOUT: Eu penso que está a ser algo mais recorrente, ou seja, os clubes já estão a apostar mais na formação. Se fosse hoje, talvez tivesses mais continuidade no Boavista… SAMU: Mesmo o próprio Boavista até já está a lançar alguns jovens da formação. Poderia ser ou até ser pior ainda, podia até nem jogar e ser logo emprestado ou até nem ter contrato com o Boavista. O futebol é muito de “ses”. Claro que podia ter a oportunidade, mas sim, por acaso, em Portugal, está a existir uma maior aposta nos jovens. Não sei se as equipas agora estão a olhar mais para “dentro” devido aos problemas financeiros, mas acho que era importante isso acontecer porque também acaba por dar mais visibilidade, não só aos jovens portugueses, mas ao próprio futebol português.

SCOUT: O Álvaro Pacheco foi determinante para ingressares no Vizela visto que ele tinha sido teu treinador adjunto no Boavista? SAMU: Sim, o Vizela falou comigo e logo de seguida o mister ligou-me. Por acaso já nos tínhamos encontrado antes, infelizmente não pelas melhores razões, quando aquele rapaz do Boavista faleceu. Nós tivemos uma breve conversa e, tendo sido meu treinador adjunto, acabou por me ver num momento menos feliz a nível de jogo e aí talvez tenha conhecido a minha personalidade. Claro que ajudou quando ele me ligou e disse que contava comigo.

Surgiu a possibilidade do Vizela e gostei do projeto, das condições que me apresentaram e essencialmente da ambição que me demonstraram.

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| Entrevista: Samu

SCOUT: Na temporada passada, foste uma das figuras do Vizela e realizaste 36 jogos (todas as competições) com um registo de nove golos e nove assistências. Atualmente, quão importante são os golos e as assistências para um médio centro? SAMU: Os golos e as assistências são importantes para qualquer posição porque, quer queiramos quer não, os menos atentos ao futebol olham muito para esse tipo de estatísticas e acaba por ser positivo ter boas indicações nesses parâmetros, mas acho que agora como os jogos são todos televisionados, acaba por não ser tão determinante como era há uns anos atrás. Eu acho que o mais determinante tem a ver mesmo com a qualidade de jogo, mas claro que isso é um ponto importante. SCOUT: Tu pensas que os adeptos ainda olham mais para os golos e para as assistências, relativamente às ações que um jogador desempenha dentro do campo? SAMU: Sim, penso que é um pouco em todo o mundo e acho que acaba por ser normal porque a emoção do jogo é o golo, a assistência, e é difícil para um adepto “normal” ver o jogo no seu todo. Por acaso, há pouco tempo os adeptos do Vizela até me elegeram como o melhor jogador de um jogo onde eu não fiz golos nem assistências, por isso, provavelmente, os adeptos do Vizela podem ver o jogo de uma maneira diferente (risos). SCOUT: Quais são os objetivos do Vizela para esta temporada? Passa pela manutenção na Primeira Liga? SAMU: Não há um objetivo definido, mas claro que uma equipa quer a permanência o mais rápido possível. O nosso foco é jogo a jogo, mas mais do que isso é dia a dia. A nossa filosofia é essa: sermos melhores amanhã do que hoje e, sendo algo que já vem de trás, acho que tem dado bom resultado e penso que é uma maneira de pensar positiva porque estamos sempre a querer melhorar todos os dias.

SCOUT

No início da Segunda Liga, até começamos bem com uma vitória, mas depois houve uma fase em que tivemos três derrotas seguidas. Num clube que tinha acabado de subir, o mais provável era trocar alguma coisa, mas o Vizela não o fez, manteve a estabilidade.


Entrevista: Samu | 21

SCOUT: Tendo em conta que o Álvaro Pacheco vai para a terceira época no comando técnico do Vizela, até que ponto é importante o clube manter uma estabilidade no que diz respeito a este parâmetro? SAMU: Eu acho que é importante porque, não só em Portugal, mas hoje em dia no futebol, está muito complicado manter um treinador tanto tempo num clube. Eu acho que isso também demonstra um pouco a filosofia do Vizela e aquilo que o clube pensa do futebol porque nós tivemos fases complicadas, mesmo na Segunda Liga. No início do campeonato, até começamos bem com uma vitória, mas depois houve uma fase em que tivemos três derrotas seguidas. Num clube que tinha acabado de subir, o mais provável era trocar alguma coisa, mas o Vizela não o fez, manteve a estabilidade. Eu acho que isso pode ser um segredo da qualidade que temos demonstrado e dos resultados que temos obtido. SCOUT: Tendo em conta que ainda realizaste alguns jogos pelo Boavista na Primeira Liga, que diferenças é que notaste nessa competição comparativamente à temporada atual? SAMU: Como eu joguei muito pouco não notei grandes diferenças, mas penso que neste momento existe mais competitividade na Primeira Liga. Naquela altura, existia uma diferença maior entre os chamados “três grandes”, o Sporting de Braga ou mesmo o próprio Vitória SC, em relação aos outros. Agora também pelo bom trabalho que os treinadores portugueses estão a fazer e, havendo mais informação, acho que hoje em dia só não trabalha bem quem não quer e isso é um ponto positivo para a competitividade.

Eu penso que, taticamente, evoluí bastante na intensidade de jogo e também defensivamente, que era uma das minhas lacunas.

SCOUT: Nestes três anos no Vizela, em que aspetos, táticos e técnicos, pensas que evoluíste? SAMU: Tecnicamente eu penso que evoluí obviamente com os jogos, mas acho que a qualidade técnica é o tal dom natural que o jogador normalmente tem. Agora, eu penso que, taticamente, evoluí bastante na intensidade de jogo e mesmo defensivamente, que era uma das minhas lacunas mais evidentes. Através de um melhor posicionamento tático, consegui evoluir nesse aspeto, mas eu penso que a maior evolução foi na intensidade. SCOUT: Já surgiu na tua carreira a oportunidade de ir para o estrangeiro? SAMU: Para já, acabei de renovar com o Vizela este ano, mas na minha carreira ainda não surgiu essa possibilidade de forma muito convicta. Eu já tive algumas abordagens do estrangeiro, mas para já o meu pensamento está no Vizela também por não ter atingido o que eu quero na Primeira Liga, que é cimentar o meu lugar nessa competição.

SCOUT


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| Entrevista: Samu

SCOUT: Para ti, quais são as ações do jogo que são mais desvalorizadas? SAMU: Eu tenho duas: a primeira é a reação à perda, principalmente quando estamos em ação ofensiva e perdemos a bola, o médio é muito importante nessa recuperação mais rápida. A segunda, é quando o médio baixa para construir jogo e, em vez de estar tão à frente, está um pouco mais atrás, e consegue fazer aquele passe que é capaz de quebrar linhas de pressão. Essas ações são muito importantes e não são tão valorizadas pelos adeptos em geral. SCOUT: Num meio-campo a três, quais são os dois jogadores que escolhias para jogarem contigo? SAMU: Eu jogava com o Iniesta e com o Busquets, mas também podia jogar com o Palhinha em vez do Busquets. Eu acho que o Palhinha está muito forte, ainda para mais num meio-campo a três, mais atrás, acho que ele neste momento está num nível muito alto e isso tem sido comprovado, não só no Sporting como agora na seleção. SCOUT: Foste influenciado pela tua passagem pelo Barcelona… SAMU: Pois… (risos) SCOUT: Chegaste a ver treinos da equipa A? SAMU: Não, apenas vi o Luis Suárez, que na altura estava lesionado, porque os jogadores da equipa principal tinham ido para as seleções. Apanhei foram alguns jogadores que estão/estiveram na La Liga, como por exemplo o Carles Aleñá, que está agora no Getafe, o Sergi Samper, que está no Japão e o Cucurella, lateral direito que agora está no Brighton.

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SCOUT: Para terminar, embora ainda falte bastante tempo para concluíres a tua carreira, pensas em continuar no ramo do futebol, talvez como treinador? SAMU: É assim, sinceramente, ainda não pensei muito nisso. Eu até gostava de voltar a estudar porque, embora tenha completado o 12º, depois parei. O meu pensamento nem é a área do desporto, mas sim da gestão, no entanto ainda falta algum tempo por isso pode ser até que as ideias mudem, não sei. Ainda não pensei muito nisso também porque nunca tive aquele “bichinho” de querer ser treinador. SCOUT: No Vizela, sabes se alguém tem essa intenção de se tornar treinador? SAMU: Não sei, não sei. Eu acho que o Ivo Gonçalves quer tirar, mas para treinador de guarda-redes.


Entrevista: Samu | 23

SCOUT


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| Quiz — Cristiano Ronaldo

1. Em que clube Cristiano Ronaldo começou a jogar futebol? A

Marítimo

B

Nacional

C

Andorinha

D

Sporting

2. Em que ano se estreou como profissional na equipa principal do Sporting? A

2001

B

2002

C

2003

D

2004

3. Jogou com que número na camisola? A

7

B

17

C

28

D

38

4. Com que idade se transferiu para o Manchester United? A

17

B

18

C

19

D

20

5. Com que idade venceu a sua primeira Bola de Ouro? A

20

B

21

C

22

D

23

1. C; 2. B; 3. C; 4. B; 5.D.

SCOUT

?

?


Quiz — Cristiano Ronaldo | 25

6. Qual o valor da transferência para o Real Madrid? A

92 M ¤

B

94 M ¤

C

96 M ¤

D

98 M ¤

7. Quantos golos marcou pela equipa madrilena?

?

428

B

437

C

446

D

451

8. Quantos troféus venceu na Juventus? A

3

B

4

C

5

D

6

9. Quantas vezes venceu a Bota de Ouro? A

3

DB

4

C

5

D

6

10. Quantos golos tem na Liga dos Campeões? A

120

B

125

C

130

D

135

6. B; 7. D; 8. C; 9. B; 10. D.

?

?

A

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| Os artistas do golo

Os artistas do golo Golo. Uma palavra que define um dos momentos que mais emoção proporciona aos intervenientes do jogo e que pode ter o condão de transformar vidas. Neste meses iniciais da temporada, já há quem se evidencie pelo número de golos que marca e por isso resolvi fazer um rescaldo daqueles que são, até ao momento, os artilheiros das principais ligas europeias. Provavelmente não haverá ninguém melhor do que Robert Lewandowski para dar início à temática dos melhores goleadores do futebol atual. Nesta temporada, o polaco continua uma “máquina” e já soma 11 golos em oito partidas realizadas. Há 19 jogos consecutivos a marcar na condição de visitado, é notável o que o avançado tem realizado nos últimos anos ao serviço do Bayern Munique, ao ponto de ter sido considerado o melhor jogador do Mundo em 2020. Sem sair de terras germânicas, evidenciar também os números assombrosos de Erling Haaland. O fenómeno norueguês é a principal figura do Borussia Dortmund e, nos oito jogos realizados, fez “o gosto ao pé” em 11 ocasiões. Desde que está na equipa alemã, o ponta de lança marcou 68 golos em 67 partidas, números inacreditáveis para alguém com 21 anos…

SCOUT

Muitas vezes criticado por aquilo que não marcava, Karim Benzema sempre foi muito mais que um finalizador, sendo um dos avançados mais completos do futebol mundial. Porém, nesta época, o francês tem aliado aquilo que oferece à equipa (talvez a figura mais influente do Real Madrid após a saída de Cristiano Ronaldo) a um excelente registo. São oito golos (e sete assistências!) em sete jogos, daquele que é o atual melhor marcador da La Liga. Quem também está em grande destaque neste início de temporada é Vinícius Júnior. Naquela que aparenta ser a afirmação do brasileiro (apenas 21 anos) nos merengues, os cinco golos ajudaram à liderança do Real Madrid na La Liga e são um indicador bastante positivo daquilo que se avizinha para o resto da temporada. Em Espanha, também referir o nome de Mikel Oyarzabal (cinco golos), a principal figura da Real Sociedad e que já merecia “dar o salto”.


Manchester United, Cristiano Ronaldo e golos são os ingredientes de uma receita que, no passado, deu muitas alegrias aos adeptos dos red devils. Com o regresso de CR7 a terras de Sua Majestade, os golos não têm faltado ao astro português e quatro tentos em três partidas é o mote perfeito para mais uma temporada que se avizinha produtiva para Ronaldo. Quem já era uma figura crucial no Manchester United era Bruno Fernandes que, tendo em conta a sua posição, tem excelentes números. Depois dos 28 golos na temporada passada (em todas as competições), o português leva quatro nesta edição da Premier League. Em Inglaterra, destaque ainda para os cinco golos de Mo Salah (chegou à marca dos 100 na Premier League) e de Michael Antonio, o goleador do West Ham.

Com a (para já) pouca utilização de Lionel Messi no PSG, é Kylian Mbappé quem tem guiado a constelação de estrelas parisienses. Os quatro golos do craque francês ajudaram o clube a chegar à liderança da Ligue 1, campeonato em que o vencedor parece estar já anunciado com apenas oito jornadas disputadas. Destaque ainda para o incrível arranque de temporada do talentoso Amine Gouiri (cinco golos ao serviço do Nice) e do irreverente Dimitri Payet. Por fim, não posso deixar de referir os cinco golos de Ciro Immobile e os quatro de Edin Dzeko na Serie A (habitués nestas andanças) e o excelente início de Luis Díaz no Porto, que com cinco golos é o atual melhor marcador da Liga Portuguesa.

SCOUT


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| Os artistas do golo

Ranking dos jogadores com mais apostas registadas até agora (a percentagem indica o retorno com apostas ganhas)

1.º

2.º

3.º

4.º

C. RONALDO

HAALAND

LUKAKU

BENZEMA

26,8 %

15,1 %

22,7 %

5,6 %

5.º

6.º

7.º

8.º

MBAPPÉ

LEWANDOWSKI

B. FERNANDES

L. DÍAZ

11,6 %

26,4 %

11,6 %

28,1 %

Ranking dos jogadores que mais ganhos geraram para os apostadores, em valores absolutos 1.º

2.º

3.º

4.º

L. DÍAZ

C. RONALDO

LEWANDOWSKI

HAALAND

5.º

6.º

7.º

8.º

LUKAKU

MBAPPÉ

B. FERNANDES

BENZEMA

SCOUT



Duarte Félix da Costa PERFORMANCE DRIVER COACH E COMENTADOR DE F1

11

DA

MINHA VIDA

SCHMEICHEL

BECKENBAUER

MALDINI

R. CARLOS

CAFU

MARADONA

MESSI

RUI COSTA

R. SÁ PINTO

RONALDO

SCOUT

C. RONALDO


OUTUBRO 3

Liverpool X Man. City

16h30

J7

16

Leicester X Man. United

15h00

J8

24

West Ham X Tottenham

14h00

J9

24

Man. United X Liverpool

16h30

J9

2

Atlético Madrid X Barcelona

20h00

J8

17

Barcelona X Valencia

20h00

J9

Real Madrid X Athletic Bilbao

J9

24

Barcelona X Real Madrid

15h15

J 10

3

Bayern X Eintracht Frankfurt

16h30

J7

17

Leverkusen X Bayern

14h30

J8

30

Leverkusen X Wolfsburg

14h30

J 10

30

Eintracht Frankfurt X Leipzig

17h30

J 10

3

Atalanta X Milan

19h45

J7

16

Lazio X Inter

17h00

J8

17

Juventus X Roma

19h45

J8

24

Inter X Juventus

19h45

J9

31

Roma X Milan

19h45

J 11

16

Lyon X Monaco

20h00

J 10

24

Marseille X PSG

19h45

J 11

29

PSG X Lille

20h00

J 12

19-20

Fase de Grupos — Jornada 3

19-20-21

Fase de Grupos — Jornada 3


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