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Boas práticas na inter-relação da Educação Permanente em Saúde e a construção teórica de Peplau
Boas práticas na inter-relação da Educação Permanente em Saúde e a construção teórica de Peplau
Viviane Lins Araujo de Almeida*, Simone Costa da Matta Xavier** , Matheus de Oliveira Silva***, Anderson Ferreira da Silva****, & Elaine Antunes Cortez***** *Mestrado. Especialista em Enfermagem Neonatal. Professora da UNESA – 21741-340, Rio
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de Janeiro, Brasil. E-mail: enf.vivianelins@gmail.com
mailto:ex@esenf.pt**Mestrado. Especialista em Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiatria.
Universidade Federal Fluminense, 22750-009, Niterói, Brasil. Email:
enomisxavier@gmail.com
***Graduando; Enfermagem; Universidade Estácio de Sá, 26220-099, Nova Iguaçu, Brasil. E-
mail: matheusoliveira4510@gmail.com
****Mestrado; Serviço Social; Supervisor Clínico Institucional do CAPS III Casa Azul, 22231-
090, Mesquita, Brasil. E-mail. anderferreira76@gmail.com
*****Doutorado; Enfermagem; Professora Associada I e Universidade Federal
Este trabalho é um recorte da dissertação do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde
(MPES) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e contém a construção do referencial
teórico.
RESUMO CONTEXTO: O transtorno psiquiátrico é uma disfunção nos processos psicológicos,
biológicos ou de desenvolvimento do funcionamento mental, frequentemente associados ao
sofrimento ou incapacidades significativas que afetam o indivíduo e suas relações. A política
atual de saúde mental brasileira nos impulsiona a refletir os principais marcos históricos que
consolidam a Reforma Psiquiátrica, sua relação e implicação na Educação Permanente em
Saúde (EPS) e à respeito da Psicodinâmica proposta por Hildegard Peplau na consolidação
da (re)socialização dos indivíduos atendidos no Centro de Atenção Psicossocial.
OBJETIVO(S): Proporcionar uma reflexão teórica/filosófica da prática de Educação
Permanente nas construções teóricas de Enfermagem de Peplau sobre o trabalho
interdisciplinar e seu reflexo na integralidade do cuidado da rede de atenção em saúde mental. MÉTODOS: Estudo descritivo, do tipo análise reflexiva, sobre a Política de Educação
Permanente em Saúde à partir dos conceitos suscitados por Hildegard Peplau.
RESULTADOS: Revela que já era proposto por Peplau a participação do “doente” nas
práticas de Enfermagem, assim como na Educação Permanente. Portanto, com base em sua
contribuição, quão antiga é essa relação entre o saber e a (re)elaboração de um novo saber
– fazer, onde o aprendizado no cenário laboral é valorizado e utilizado na aplicação de novas abordagens. CONCLUSÕES: As contribuições alcançadas, demonstram a necessidade de
implementação desta prática nos serviços destinados ao portador de transtorno mental, pois,
desta forma, será possível consolidar a aprendizagem no local de trabalho, a inserção do
usuário na identificação dos problemas, a construção das soluções e a consolidação do
trabalho em equipe.
Palavras-Chave: Educação continuada; Educação em enfermagem; Saúde mental; Relações
interpessoais.
ABSTRACT CONTEXT: Psychiatric disorder is a dysfunction in the psychological, biological or
developmental processes of mental functioning, often associated with suffering or significant
disabilities that affect the individual and their relationships. The current Brazilian mental health
policy impels us to reflect the main historical milestones that consolidate Psychiatric Reform,
its relationship and implication in Permanent Health Education (EPS) and regarding the
Psychodynamics proposed by Hildegard Peplau in the consolidation of (re) socialization of
patients. individuals seen at the Psychosocial Care Center. OBJECTIVE(S): To provide a
theoretical / philosophical reflection on the practice of Permanent Education in the theoretical
constructions of Nursing in Peplau on interdisciplinary work and its reflection on the
comprehensive care of the mental health care network. METHODS: A descriptive, reflective
analysis study on the Permanent Health Education Policy based on the concepts raised by
Hildegard Peplau. RESULTS: It reveals that it was already proposed by Peplau the
participation of the “patient” in Nursing practices, as well as in Permanent Education.
Therefore, based on your contribution, how old is this relationship between knowledge and the
(re) elaboration of a new know-how, where learning in the workplace is valued and used in the
application of new approaches. CONCLUSIONS: The contributions achieved demonstrate the
need to implement this practice in services for people with mental disorders, as this way, it will
be possible to consolidate learning in the workplace, the insertion of the user in the
identification of problems, the construction of solutions and the consolidation of teamwork.
Keywords: Continuing education; Nursing education; Mental health; Interpersonal Relations.
RESUMEN CONTEXTO: El trastorno psiquiátrico es una disfunción en los procesos psicológicos,
biológicos o de desarrollo del funcionamiento mental, a menudo asociado con sufrimiento o
discapacidades significativas que afectan al individuo y sus relaciones. La actual política de
salud mental brasileña nos impulsa a reflejar los principales hitos históricos que consolidan la
Reforma Psiquiátrica, su relación e implicación en la Educación Permanente en Salud (EPS)
y en torno a la Psicodinámica propuesta por Hildegard Peplau en la consolidación de la (re)
socialización de los pacientes. personas atendidas en el Centro de Atención Psicosocial.
OBJETIVO (S): Proporcionar una reflexión teórico-filosófica sobre la práctica de la Educación
Permanente en las construcciones teóricas de Enfermería en Peplau sobre el trabajo
interdisciplinario y su reflexión sobre la atención integral de la red de atención en salud mental. MÉTODOS: Estudio descriptivo, de análisis reflexivo sobre la Política de Educación
Permanente en Salud a partir de los conceptos planteados por Hildegard Peplau.
RESULTADOS: Revela que ya fue propuesta por Peplau la participación del “paciente” en las
prácticas de Enfermería, así como en la Educación Permanente. Por tanto, a partir de tu
aportación, qué antigüedad tiene esta relación entre el conocimiento y la (re)elaboración de
un nuevo saber hacer, donde se valora y utiliza el aprendizaje en el lugar de trabajo en la
aplicación de nuevos enfoques. CONCLUSIONES: Los aportes logrados evidencian la
necesidad de implementar esta práctica en los servicios para personas con trastornos
mentales, ya que de esta manera, será posible consolidar el aprendizaje en el lugar de trabajo,
la inserción del usuario en la identificación de problemas, la construcción de soluciones y la
consolidación del trabajo en equipo.
Palabras Clave: Educación continua; Educación en enfermería; Salud mental; Relaciones
interpersonales.
INTRODUÇÃO O transtorno psiquiátrico é uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de
desenvolvimento do funcionamento mental, que estão frequentemente associados
ao sofrimento ou incapacidades significativas que afetam o indivíduo e suas relações
(American Psychiatric Association [APA], 2014).
Apesar dos anos de segregação vivenciados por pessoas que enfrentaram algum transtorno,
é na década de 80 que uma nova perspectiva de modelo assistencial surge, em substituição
ao modelo asilar. Este movimento inicia-se no estado de São Paulo, posteriormente, no
estado da Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, trazendo a necessidade de pensar-se em um
modelo de assistência integrado, não mais centrado na doença, mas no indivíduo (Brasil,
2005).
Este estudo se justifica por entender que a Educação Permanente em Saúde (EPS), assim
como a Enfermagem Psicodinâmica proposta por Hildegard Peplau, possuírem aplicabilidade
relevante na (re)socialização dos indivíduos atendidos no Centro de Atenção Psicossocial,
ampliando as possibilidades de troca de saberes e a identificação dos problemas reais, a fim
de melhorar o processo de trabalho, propondo refletir sobre o impacto da EPS na efetivação
da integralidade do cuidado (Brasil, 2009; Peplau, 1993).
Importa mencionar que este trabalho é um recorte da dissertação do Mestrado Profissional de
Ensino na Saúde (MPES) da Universidade Federal Fluminense (UFF) e contém a construção
do referencial teórico.
Como objetivo, espera-se proporcionar uma reflexão teórica/filosófica, da prática de Educação
Permanente nas construções teóricas de Enfermagem de Peplau sobre a integralidade do
cuidado na rede de atenção em saúde mental.
MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo, do tipo reflexivo sobre a Política de Educação Permanente
em Saúde (EPS) no Centro de Atenção Psicossocial à partir dos conceitos suscitados por
Hildegard Peplau, que define a Enfermagem Psicodinâmica como sendo a capacidade de
compreender o comportamento de uns para ajudar outros a identificar as dificuldades sentidas
(Peplau, 1993).
RESULTADOS Aspecto Histórico da Educação em Peplau
A contribuição de Hildegard Peplau nasce de sua preocupação, expressada no curso de sua
vida profissional. Considerada a mãe da Enfermagem Psiquiátrica, nascida em 1931, na
Pensilvania, faleceu em 1999 durante o sono, seguida de seis filhos, iniciou sua carreira em
1931, cursou bacharelado em Psicologia Interpessoal no ano de 1943, mestrado em
Enfermagem Psiquiátrica em 1947 e teve seu doutoramento em 1953. Peplau Influenciou
diretamente o avanço dos padrões profissionais, educativos e práticos da Enfermagem
(Tomey & Alligood, 2004).
A identificação da vida de Peplau se faz relevante nesse aspecto, posto que exerceu influência
direta sobre sua produção, a mais importante delas, “Teoria das Relações Interpessoais”,
uma teoria de médio alcance centrada na relação doente-enfermeiro. Onde o doente era tido
como objeto da ação de Enfermagem, e a assistência prestada deveria ser pra ele e por ele,
que a partir da conceitualização de Peplau passou a ser visto como parceiro no processo de
cuidar (Carvalho, 2012; George, 2000). Defensora do empoderamento da Enfermagem, que
tinha sua assistência limitada aos hospitais psiquiátricos, defendeu vigorosamente que estes
profissionais deveriam ser mais instruídos (Tomey & Alligood, 2004).
Tinha como ponto de partida a enfermagem como força educativa de maturação através do
aprendizado empírico, incentivava a abordagem indutiva que advinha da contemplação de
acontecimentos empíricos utilizados como referência na compreensão de eventos específicos
ou similares, defendendo a assistência holística e integralizada na garantia do cuidado efetivo
(Cortez, 2012; George, 2000; Tomey & Alligood, 2004).
Corroborando ao texto, cabe mencionar as produções de Peplau, onde destaca-se o
pragmatismo assertivo da Enfermagem Psicodinâmica, que vai convenientemente ao
encontro das diretrizes de Educação Permanente, apesar de precedê-la cronologicamente.
Peplau define a Enfermagem Psicodinâmica como a capacidade de compreender o
comportamento de uns para ajudar os outros a identificar as dificuldades sentidas e aplicar
princípios de relações humanas aos problemas que surgem em todos os níveis de
experiências (Tomey & Alligood, 2004).
Para tal, Peplau dividiu sua teoria em quatro etapas; e descreveu os diversos papéis exercidos
pelos profissionais durante a realização da assistência, possuindo como foco a busca por
respostas para as necessidades do “doente”, visando a identificação e a resolução de seus
problemas de saúde (Silva, Costa, Silva, Oliveira, Almeida, Fernandes, 2015). Desta forma,
sua teoria favorece a interação, a relação horizontal, e a aprendizagem compartilhada e em
conjunto entre os indivíduos. A partir da teoria de Peplau e da Política Nacional de Educação
Permanente, o Quadro 1 foi construído de modo a elucidar informações complementares.
Quadro 1 – Esta descrita em quatro etapas
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Enfermagem Psicodinâmica
1ª fase Orientação O Doente busca ajuda do profissional,por sua vez a enfermeira auxilia o doente a reconhecer e compreender sua doença e a determinar sua necessidade de ajuda.
2ª fase Identificação O doente identifica-se com quem vai ajudá-lo, a enfermeira permite a exploração do sentimento para ajudar o paciente a passar pela doença como uma experiência que reorienta os sentimentos, fortalece as forças positivas da personalidade e fornece a satisfação necessáia
3ª fase Exploração O doente tenta tirar toda valia do que lhe é oferecido, a enfermeira projeta novos objetivos.
4ª fase Resolução
•O doente coloca de lado objetivos antigos e adota novos, esse é o processo em que ele se liberta do poder da enfermeira.
Educação Permanente em Saúde
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Processo de Trabalho INQUIETAÇÃO
PROBLEMATIZAÇÃO
Conhecimento MULTIPROFISSIONAL COMPARTILHADO proporcionando SOLUÇÕES para PROBLEMAS REAIS
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APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
![](https://assets.isu.pub/document-structure/210806085211-b0376f32cf3636db54ef8093d813abf9/v1/e07c20532dadc73535813e0e48017b14.jpeg?width=720&quality=85%2C50)
Diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde
Em sintonia com o descrito, a Política Nacional de Educação Permanente (PNEP), é uma
proposta ético – político – pedagógica que objetiva transformar e qualificar a atenção à saúde,
os processos formativos, as práticas de educação em saúde, além de incentivar a organização das ações e dos serviços em uma perspectiva intersetorial. É ainda incentivada pelo SUS de
forma a promover a integração entre ensino e serviço, proporcionando, assim, uma reflexão
crítica sobre a possibilidade de aprender e ensinar no cenário laboral, o que evidencia
significativa melhora da prática assistencial (Peixoto et al., 2013).
Em consonância com o já exposto, a Educação Permanente permite aos profissionais serem
protagonistas dentro de sua práxis, deixando a passividade e o conformismo de lado,
possibilitando a transformação, a valorização do trabalhador, o fortalecimento da equipe e
possibilita a participação ativa na tomada de decisão. É na Educação Permanente que está a perspectiva de articulação entre as ações de
aprendizado nos contextos organizacionais, uma vez que os problemas eleitos são os do
cotidiano. Isto por estar inserida no local de serviço e volta-se para a construção conjunta de
soluções para os problemas identificados. Desta maneira, incorpora o ato de ensinar e
aprender nas organizações transformando-as práticas profissionais (Brasil, 2009).
DISCUSSÃO A busca por autores que pudessem validar a reflexão aqui abordada nos levou a necessidade
de esclarecer que, embora com terminologias diferenciadas, a Educação Permanente
contempla algumas das ações sugeridas pela Educação Continuada, no entanto a educação
continuada, em função de seu método, não tem o alcance e efetividade favorecida pela
Educação Permanente. No Quadro 2, um recurso visual representa as diversas modalidades
de educação propostas no cenário laboral.
Quadro 2 – Diferentes modalidades de educação em saúde
Aprendizagem Significativa
Educação Permanente em Saúde
Educação Continuada
Cabe ressaltar que a aprendizagem significativa proposta pela EPS, alem de valorizar o
profissional e buscar soluções para os problemas reais, permite a inclusão do usuário no
processo de construção do saber de forma ativa e não somente como objeto do cuidado
prestado.
Portanto, foram encontradas reflexões em um estudo que teve por foco conhecer as
necessidades da família cuidadora de uma pessoa com transtorno mental no atual modelo de
atenção à saúde. Neste contexto, além da inclusão da pessoa com transtorno mental nos
serviços comunitários, é preciso vínculo entre ela, sua família e o profissional que oferece
assistência nos serviços, pois assim se estabelece uma relação de confiança no cuidado.
Como resultado, a família consegue expressar suas necessidades, ou seja, recebe uma
escuta que abrange o trabalho baseado nos pressupostos do cuidado integral e humanizado
à saúde mental (Bessa & Waidman, 2013).
Há uma inter-relação entre Enfermagem e Educação Permanente, quando Peplau descreve
a Enfermagem como força de amadurecimento e instrumento educativo que aspira fomentar
o progresso da personalidade na direção de uma vida criativa, construtiva, produtiva, pessoal
e comunitária, onde tanto a Enfermagem quanto a pessoa envolvida na ação interpessoal
constituem uma experiência de aprendizagem do sujeito “eu”, permitindo ao profissional
questionar sua função, suas ações, seus saberes e a efetividade de suas contribuições
durante o processo de trabalho, onde tanto a Enfermagem quanto o usuário constituem uma
experiência de aprendizagem (Tomey & Alligood, 2004).
LIMITAÇÕES DO ESTUDO É evidenciada a pouca produção existente sobre a Educação Permanente e a Enfermagem
Psicodinâmica descrita por Peplau como possibilidade de (re)inserção psicossocial dos
usuários com transtorno mental. A dificuldade encontrada frente às poucas publicações nos
permitiu que observássemos uma relativa produção científica em repositórios acadêmicos,
documentos quais não foram publicados em revistas indexadas.
CONCLUSÃO Tratar das contradições do processo de trabalho em saúde e do aprendizado no cenário
laboral constitu-se em um desafio para todos os que se preocupam com a temática. Impõe-
se que a discussão seja enfrentada em uma perspectiva contextualizada, questionando,
analisando e revendo as concepções da educação em serviço e sua inserção junto à prática.
Sabe-se que a qualificação profissional, norteada pelos problemas reais emergidos no cenário
laboral garante mudanças na qualidade dos serviços oferecidos à população e esta
assistência assume um alcance que vai além da qualificação dos profissionais que a
executam. Os conceitos estabelecidos por Hildegard Peplau permitem a reflexão sobre as
diretrizes da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, uma vez que possibilita
a articulação entre as etapas da Aprendizagem Significativa e a da teoria da Enfermagem
Psicodinâmica.
Em Peplau, a Psicodinâmica adquire potencialidade a partir da prática da Educação
Permanente, reforçando a existência de diversas maneiras de se produzir a Aprendizagem
Significativa. As contribuições alcançadas, demonstram a necessidade de implementação
desta prática nos serviços destinados ao portador de transtorno mental, pois, desta forma,
será possível consolidar a aprendizagem no local de trabalho, a inserção do usuário na
identificação dos problemas, a construção das soluções e a consolidação do trabalho em
equipe. Por fim, a escolha de Peplau como referencial teórico, em uma pesquisa que aborde
a Educação Permanente em Saúde, é adequada e pertinente, pois pode-se identificar a
proximidade das fases da teoria da Enfermagem Psicodinâmica ás etapas da EPS.
IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA CLÍNICA O diálogo proposto visa agregar saberes à educação em saúde. Além disto, intenciona o
resgate das teorias de enfermagem, apontando o quanto é possível adequá-la às demandas
atuais na construção do saber.
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