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# atualidade

Por tudo o que já foi escrito, mas também pelo facto dos ciclos de conhecimento serem cada vez mais curtos, a aprendizagem ao longo da vida nunca foi tão relevante. E falo de aprendizagem, não de formação –formação é um processo em que pode, ou não, existir aprendizagem, pois na realidade a aprendizagem é algo individual, depende de cada pessoa. Algo que aprendi ao longo da minha carreira: não se pode ensinar algo a alguém que não quer aprender, não se pode ajudar alguém a mudar se essa pessoa não quiser mudar.

Mas que tipo de aprendizagem?

Defendo que uma aprendizagem para durar no tempo tem que ser alvo de experiência e reflexão, tem que acontecer ao nível das emoções e no desconforto. Sem estes ingredientes, dificilmente acontecerá algo de transformacional. Não é por acaso que muitas empresas estão a desenvolver programas para que as suas pessoas simplesmente aprendam a aprender.

Deve também ser baseada na psicologia positiva, devemos focar-nos nas forças e não apenas nos desvios negativos, e deve ser de continuidade –pois nada se transforma em 2 ou 3 dias. Confesso que sou muito crítico de ações de curta duração quando se visa a transformação de comportamentos, de atitudes e de crenças. Esse tipo de ações funcionará para passagem de informação e até em algumas questões técnicas, mas na vertente comportamental não. Este é um dos atuais paradoxos do desenvolvimento pessoal e profissional – neste mundo em que tudo tem que acontecer num estalar de dedos, em que tudo parece ser para ontem, não podemos descurar que a transformação das pessoas demora tempo, por vezes muito, não podemos cair nessa ratoeira, pois caso contrário nada de realmente significativo poderá mudar.

A customização da aprendizagem é também crucial. Temos consciência que o mesmo fato não serve a todas as pessoas. Todos aprendemos de forma diferente e a heutagogia defende esse princípio para a aprendizagem de adultos, colocando o foco na pessoa que aprende e dando-lhe o protagonismo.

Usualmente, no ciclo de aprendizagem, o mais difícil passa por levarmos as pessoas do “não sei que não sei” para o “sei que não sei”, pois, a partir desse momento, o passo seguinte para o “sei que sei” dependerá apenas delas. Cria-se, desta forma, a responsabilidade individual no próprio processo de desenvolvimento e de aprendizagem.

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