Proposta de Projeto Final - ARQ1109 Aluna: Stéphanie Miranda I Orientadora: Cecília Herzog I Co-orientador: Ricardo Esteves
COMUNIDADES ECOLÓGICAS Estudo de caso: Asa Branca Verde Curicica, Rio de Janeiro, Brasil
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Curso de Arquitetura e Urbanismo Proposta de Projeto Final - ARQ 1109 Aluna: Stéphanie Carvalho Batista Miranda Orientadora: Cecília Polacow Herzog Co-orientador: Ricardo Esteves
Visto Orientadora
Ăndice
p.04
Tema / justificativa
p.06
Contexto I Rio de Janeiro 2016 Página 7. Relação entre a estruturação urbana devido aos grandes eventos e o processo de remoções. Página 8. Rio de Janeiro: cidade partida. Página 9. Áreas vulneráveis a redefinição da linha de costa pela elevação do nível médio do mar.
p.10
Conceituação
p.12
Estratégia Metodológica
p.13
Plano e Cronograma de trabalho
p.14
Estudo de caso: Asa Branca Verde Página 16. Localização dos recortes
p.18
Recorte 1: Região Página 18: Mapa síntese de diagnóstico Página 19: Análise topográfica Página 20: Análise hidrográfica Página 24: Análise da vegetação Página 26: Partidos I Princípios de Ação Página 28: Estudo preliminar: Sistema de conexão ambiental e espaços livres
p.30
Recorte 2: Favela Página 32: Aspectos formadores de identidade Página 34: Atores-chave Página 36: Caracterização ambiental Página 38: Sistema de Espaços livres Página 40: Síntese de intenções
p.42
Recorte 3: Quadras/ casas Página 42: Pressupostos de ação Página 43: Caracterização I Áreas de atuação Página 45: Estratégias de intervenção
p.46 p.47
Fontes Referências Bibliográficas
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COMUNIDADES ECOLÓGICAS: ESTUDO DE CASO SOBRE A FAVELA ASA BRANCA
1921
1968
2015
Ano 1921. Desmonte do morro do Castelo, durante a reforma de Pereira Passos. Ano 1968. Remoção da favela da Catacumba, governo de Carlos Lacerda. Ano 2015. Remoção da favela Metrô-Mangueira, durante obras de infraestrutura urbana para grandes eventos.
tema / justificativa
ARQ1109 - PROPOSTA DE PROJETO FINAL - PUC-RIO
Os padrões de vida, de consumo e o modelo de desenvolvimento que induzem à predação de recursos naturais e energéticos regularam a forma como produzimos as cidades desde o período da Revolução industrial. Cidades “cinzas”, desconectadas da natureza e dos anseios naturais humanos, projetadas para os automóveis e moldadas pelos interesses privados, trazem consigo preocupações no que diz respeito a vulnerabilidade às mudanças climáticas, a efetividade de seus sistemas sociais, ambientais e econômicos sobre cenários adversos e a qualidade de vida de seus habitantes. Sobre esse contexto, a cidade do Rio de Janeiro sofre com a falta de visão sistêmica no planejamento e continua a repetir os
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erros de políticas e reformas urbanas passadas. Historicamente, o município passou por vários processos de remodelação pautados, principalmente, por questões estéticas, sanitaristas, pela abertura de grandes eixos viários e que tiveram como consequência direta as demolições e desapropriações sobre as áreas mais pobres. Desde a reforma proposta por Pereira Passos, em 1875, até as obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, continuamos a remover assentamentos informais, expulsar seus residentes para áreas suburbanas e longe dos locais de trabalho, canalizar e poluir riosconstruir grandes anéis viários e priorizar o trânsito de veículos individuais poluentes em detrimento do transporte público ou não-motorizado. Este trabalho tem como objetivo questionar a lógica de produção urbana carioca, ao evidenciar a necessidade de uma mudança de paradigmas fundamentada, principalmente, na efemeridade, adaptabilidade e evolução dos cenários e dinâmicas. Para isso, o ponto de partida adotado tem origem nas favelas, espaços sintomáticos do fracasso das políticas públicas na cidade e que, entretanto, guardam características positivas no que diz respeito a organização social, ao sentimento de pertencimento de seus moradores, a sua pequena pegada ecológica, a organicidade do crescimento de seus espaços e a adoção de soluções criativas para a resolução de problemas intrínsecos, fatores que se perderam nos grandes centros urbanos.
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Colagem síntese representativa do processo de remoção e das reinvindicações dos moradores pelo direito à cidade.
Contexto rio de janeiro 2016
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A cidade do Rio de Janeiro passa por um período de vertiginosa valorização imobiliária, fruto, principalmente, da reestruturação urbana para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A perspectiva de consolidação de uma cidade voltada para o mercado imobiliário ameaça as individualidades, na medida em que constrói espaços cada vez mais genéricos, impessoais e voltados para interesses particulares. O desmantelamento do programa “Morar Carioca”, bem como o elevado número de remoções na cidade, reforçam essa lógica de produção urbana, e mais uma vez, deixam escapar a oportunidade de resolver problemas intrínsecos à cidade do Rio de Janeiro. Somado a esses fatores, vivemos uma época de incertezas, marcada pelas mudanças climáticas, sobrecargas dos sistemas e elevação do nível do mar. Tais fatos tornam emergenciais a adoção de soluções sistemáticas que visem a resiliência e diminuam os impactos negativos sobre a cidade.
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População da cidade x População residente em aglomerados subnormais (IBGE, 2010)
Relação entre a estruturação urbana devido aos grandes eventos e o processo de remoções. Mapa retirado do livro SMH 2016: Remoções no Rio de Janeiro olímpico.
Favelas c/ remoções
MCMV
Porto Maravilha
Clusters olímpicos
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rio de janeiro: cidade partida Mega-eventos + Governança corporativa + City Marketing + Processo de produção espacial capitalista
=
CIDADE ForMAL
recursos naturais
cidade informal
Especulação imobiliária: De 2001 a 2010: Preços dos imóveis residenciais e comerciais chegaram a subir 400% e 700%, respectivamente. (Fonte: FGV 2010); Aumento do preço do solo Investimento urbano em áreas já valorizadas pelo mercado Multiplicação de condomínios privados Privatização dos espaços públicos.
Ausência de gestão ambiental (continuamos impermeabilizando o solo, desmatando, despejando esgoto e canalizando rios) Abandono do “legado ambiental”e piora da qualidade das águas Cultura de jardins homogêneos Extinção de espécies e perda de diversidade Desconexão das pessoas com a natureza.
22 mil famílias removidas de suas casas (entre janeiro de 2009 e dezembro de 2015). (Fonte: RioNow). Perda de vínculos de vizinhança; Abandono do programa “Morar Carioca” Aumento da segregação sócio-espacial / gentrificação.
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Áreas vulneráveis a redefinição da linha de costa pela elevação do nível médio do mar.
Mapa adaptado do projeto: Região Metropolitana do Rio de Janeiro: Vulnerabilidades das megacidades brasileiras às mudanças climáticas.
Favela Asa Branca
O estudo considerou a possibilidade de estabelecimento da Baixada de Jacarepaguá como o caso mais crítico na capital carioca, visto que a faixa marginal do sistema lagunar de mesmo nome é fortemente adensada, o que causaria maiores danos sociais, ambientais e econômicos com a expansão de seu espelho d’ água.
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“ “ “
Quando vamos nos dar conta de que as favelas não são um problema para o urbanismo, mas a solução?” Justin McGuirk, citação retirada do livro “Cidades Radicais”. O que torna uma cidade empolgante é a espontaneidade, e a espontaneidade vem da informalidade.” Theresa Wiliamson, fundadora do site “Comunidades Catalisadoras”. Cidades construídas para uma vida salutar e não para o lucro e especulação com áreas verdes assumindo um papel importante em seus complexos, serão o interesse principal do planejador urbano.” Jens Jensen, paisagista, citação retirada do texto “Terra Fluxus”.
CONCEITUAÇÃO
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Como a cidade pode transformar o panorama atual em uma oportunidade para reforçar sua economia, afirmar sua herança sócio-cultural e preparar-se para os desafios das mudanças climáticas?
Historicamente, as favelas se estabeleceram em várias partes das cidades como a única alternativa de moradia para grande parte da população mais pobre. Constituíram-se, assim, como territórios às margens da cidade formal, destituídos de infra-estrutura urbana - com sistemas de abastecimento de água, drenagem, coleta de esgoto e de lixo precários - e ausência de serviços públicos como creches, escolas e hospitais. Entretanto, seus espaços e casas são exemplos da organicidade e poder de participação popular na construção de um território, o que apesar de deflagrar problemas de infraestrutura e planejamento, apresenta uma série de aspectos positivos que se perderam ao longo do tempo no âmbito do Urbanismo. Enquanto várias cidades se apressam para estimular a transformação e construção de cidades para a escala humana, bem como o engajamento popular na tomada de decisões e a dinamicidade dos espaços, tais características se desenvolveram nos assentamentos informais por décadas. A homogeneização das soluções sobre os espaços das comunidades, são consequência de visões e anseios superficiais, resultantes de interesses externos a esses territórios. Sobre esse ponto, este estudo pretende potencializar as dinâmicas positivas que se desenvolveram nos assentamentos informais, enquanto mitiga problemas relacionados à ausência do poder público, a infraestrutura precária e a homogeneização das soluções adotadas por projetos urbanos passados ao buscar a resiliência de seu território, bem como a garantia de melhor qualidade de vida para seus moradores. As comunidades ecológicas buscam alcançar a resiliência social, econômica e ecológica por meio da reconexão entre as pessoas e a natureza, a recuperação de ce-
nários ambientais degradados, a mimetização dos processos naturais e o envolvimento de seus habitantes nesses processos. Voltam-se para o bem-estar de seus moradores, cidadãos participantes da vida em comunidade, e não meros consumidores de bens e serviços. Buscam fechar seus ciclos de energia localmente, por meio da produção local de alimentos e o fornecimento de águas para garantir seu funcionamento mesmo em cenários de crise. Seu território funciona como um catalisador social e é protagonista de importantes funções ecológicas para a cidade, possuindo pequena pegada ecológica. Tratam-se de comunidades mais igualitárias, cooperativas, seguras, e que oferecem mais oportunidades por meio de uma economia rentável e ao mesmo tempo, não-predatória.
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Estratégia metodológica A estratégia metodológica adotada busca trabalhar os fatores abióticos, bióticos e culturais relacionados ao tema de infraestrutura verde e espaços livres em três escalas: a da região, da favela e da casa. Assim, a elaboração de uma análise relativa às temáticas e escalas supracitadas foi realizada por meio de pesquisas, atualização dos dados cadastrais, visitas ao local, entrevistas com moradores, elaboração de mapas e leitura da bibliografia disponível no final deste caderno. Desta maneira, foi possível a concepção de um diagnóstico abrangente que servirá como base para as decisões projetuais. Este trabalho busca incentivar a participação comunitária na elaboração das políticas locais, como forma de engajamento social e criação de vínculos com o espaço público, as dinâmicas naturais e a manutenção das estruturas criadas. Para tanto, durante seu desenvolvimento, serão realizadas visitas à comunidade e apresentação das propostas na “Associação de Moradores de Asa Branca”. O produto final do TCC também será apresentado à comunidade.
Escalas de projeto: 1 região
2 favela
3 casa
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plano de trabalho FASE 1 - Aprofundamento do tema/ embasamento conceitual. FASE 2 - Concepção da análise e de diagnóstico. FASE 3 - Elaboração das estratégias de intervenção iniciais. FASE 4 - Aprofundamento das intervenções. _Revisão das propostas apresentadas em ARQ1109; _Confecção do Masterplan na escala da região _ Elaboração das intervenções na escala da favela e da casa/quadra. Peças gráficas a serem produzidas: Plantas, estudos volumétricos, cortes, fachadas, perspectivas a mão. *Confecção de três maquetes simbolizando as três principais tipologias urbanas existentes na escala da casa. FASE 5 - Detalhamento. _Concepção de detalhes relacionados às intervenções nas moradias, nas quadras e nas favelas: teto verde, sistema construtivo, “playscapes”, jardins de chuva, jardins drenantes.
cronograma de trabalho FASE 1 FASE 2
FASE 3
FASE 4
FASE 5
G1 ARQ1109
G2 ARQ1109
G1 ARQ1110
G2 ARQ1110
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Vista da laje de um morador da Rua Leonardo Villas Boas. Foto: Rio On Watch.
eSTUDO DE CASO ASA BRANCA verde
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Asa Branca é um exemplo de resistência entre as comunidades cariocas que, apesar de renegadas pelo Estado, construíram sua infraestrutura, ainda que rudimentar, por meio do engajamento de seus moradores. Seu território denota o fracasso dos programas de urbanização anteriores, visto que apesar de ter passado pelo “Bairro Maravilha”, continuou apresentando problemas de drenagem, de propagação de vetores de doenças pelo Canal da Pavuninha, a carência de espaços de lazer e de equipamentos públicos. A favela tem potencial para se tornar uma comunidade ecológica pelo estilo de vida de seus moradores, que possuem baixa pegada ecológica; pela proximidade com um corpo d´água; e por ser uma área fortemente antropizada com problemas que poderiam
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ser mitigados pela implementação de infraestrutura verde, fato que melhoraria a qualidade de vida de seus moradores, a conexão com os recursos naturais e a consolidação de seu território como um espaço de funções ecossistêmicas.
Vista de uma das principais ruas da comunidade - Rua Dulce Bia Foto: Associação de Moradores de Asa Branca. Tirada em 2012.
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recorte 2
recorte 1
localização dos recortes
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recorte 1: região análise de contexto mapa síntese
Legenda: FIA TOPOGRA Topografia de nível - 0-80 m Curva Curva de nível a 80 m m nível--085-160 Curva Curva de a 160 m m - 200 nível- -85165 de nível Curva Curva de 240mm 205a -200 nível- -165 de nível Curva Curva de nível - 205 a 240 m
Hidrografia ÁGUAS: Rios Rios Trechos cobertos cobertos Trechos irregular Margens com ocupaçãoirregular comocupação Margens ciliar mataciliar Trechos com commata Trechos uá Lagoa de de Jacarepag Jacarepaguá Lagoa
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VIÁRIO Mobilidade Vegetação O VEGETAÇÃ expressas Vias Fragmentos Vias expressas densa vegetaçãodensa devegetação os de Fragment do BRT (Transolímpica e Linhas (ameaçados dodo tecido Linhas do BRT expansão pelaexpansão os pela (ameaçad oca)(Transolímpica Transcari urbano) e Transcarioca) urbano) tecido do BRT Estações natural Vegetação primitiva primitiva (área (áreanatural Estações do BRT Vegetação genética) matrizgenética) preservadaa aa matriz preservad lineares (jardins cosmé Parques lineares Parques ticos) (jardins cosméticos) Vegetação ciliar
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topografia Pedra da Águia Caída
TOPOGRAFIA Curva de nível - 0Curva de nível - 85 Curva de nível - 16 Curva de nível - 20
Morro do Outeiro
O bairro de Curicica situa-se na baixada de Jacarepaguá, região que recebe as águas provenientes do Maciço da Pedra Branca (com 1024 m de altura) e do Maciço da Tijuca (com 1021 m de altura). Incidem diretamente sobre a dinâmica de águas na favela pequenas elevações, tais como: o Morro do Outeiro (com 56 m de altura) e grandes elevações, como o Maciço da Pedra Branca). O recorte analisado apresenta enchentes recorrentes, devido a constituição do seu relevo como área de baixada, e que são potencializadas, principalmente, pela expansão descontrolada do tecido urbano, o desmatamento de grandes áreas e a impermeabilização do solo. Perfil do relevo da região. Maciço da Pedra Branca Pedra da Águia Caída
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hidrografia “Além do complexo lagunar, a Baixada de Jacarepaguá também é bastante vascularizada por rios e canais. A maior parte das águas que descem a vertente sul das cadeias montanhosas acaba sendo direcionada para as lagoas; porém, em determinados locais, as escarpas dos respectivos maciços alcançam a linha costeira e as águas escorrem direto para o mar (MARQUES, 1984). A característica de formação dos ambientes lênticos da Baixada faz com que a renovação das águas seja insuficiente, o que aumenta a suscetibilidade dos mesmos a impactos negativos. Por estar localizado numa área deprimida, o complexo lagunar de Jacarepaguá recebe naturalmente fluxos de água e sedimentos originados em toda a área abrangida pela bacia de drenagem. Mais recentemente, com o crescimento desordenado da ocupação urbana, vêm sendo acrescidos poluentes de origem antrópica aos fluxos de água e sedimentos em direção ás lagoas e suas margens. Esses efluentes, após percorrerem vastas áreas da bacia hidrográfica da Baixada de Jacarepaguá, acabam sendo despejados in natura nos ecossistemas lagunares configurando um quadro de insalubridade e degradação ambiental.“¹ 5 1
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ÁGUAS: Rios Trechos cobertos Margens com ocupa Trechos com mata c Lagoa de Jacarepag
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Quatro principais sub-bacias, partes da Macrobacia de Jacarepaguá, possuem influência no recorte estudado: Arroio Pavuna, Pavuninha, Passarinhos e Caçambé. De forma geral, esses corpos d’água estão bastante assoreados, possuem trechos com as margens ocupadas por favelas e por vegetação aquática.
ÁGUAS: Rios Rios ÁGUAS: Trechos cobertos cobertos Trechos Rios Margenscobertos com ocupação irregular comocupação Margens Trechos ciliar irregular irregular com Trechos ocupação commata Margens uá Jacarepag decom Trechos mata Lagoa ciliar mataciliar com Trechos Lagoa de de Jacarepag Jacarepaguá uá Lagoa
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¹ Fonte: Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) das obras de prolongamento do molhe existente na entrada do Canal da Joatinga e as melhorias da circulação hídrica do Complexo Lagunar de Jacarepaguá.
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TRECHOS GERAIS - SUB-BACIAS
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Planos e projetos existentes: Projetos do INEA (Instituto Nacional do Ambiente) previstos para a Bacia Hidrográfica de Jacarepaguá :
Trecho 1: Rio Pavuninha na altura da favela Vila Calmete. A ocupação das margens acontece de forma semelhante no rio dos Passarinhos e no Arroio Pavuna.
Trecho 2: Ponto de encontro entre o rio Pavuninha e dos Passarinhos. Foz alterada pelas obras olímpicas.
Trecho 3: Foz dos rios Caçambé, Pavuninha e dos Passarinhos, alteradas pelas obras olímpicas. Antes, desembocavam em pontos distintos da Lagoa de Jacarepaguá.
Projeto Rio Ecobarreira - O projeto tem o objetivo principal de reduzir o lixo flutuante presente nos corpos d’água. As ecobarreiras são estruturas flutuantes que, instaladas transversalmente nas calhas de rios nos trechos próximos à foz, retêm o lixo flutuante. Na concepção do projeto, pelo CIDS/FGV, previu-se utilização de materiais reciclados para flutuação, como garrafas PET, bombonas plásticas, além da madeira plástica POLICOG, material produzido a partir de Pet’s. Status: Inoperante. Projeto Ecobarcos - Também foi criado para reduzir o lixo flutuante existente, utilizando embarcações para fazer o recolhimento diário de lixo flutuante e sedimentado nas áreas costeiras e do entorno das ilhas da Baía de Guanabara. Status: Inoperante. Projeto de Saneamento da Restinga de Itapeba - A CEDAE é responsável pela execução deste projeto, que tem a finalidade de coletar todo o esgoto da área adjacente às avenidas das Américas, Salvador Allende, Alfredo Balthazar, Professor Fausto Moreira, Otávio Dupont e Di Cavalcanti, garantindo o tratamento final do esgoto produzido nas edificações presentes. Status: Em execução.
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ASPECTOS RELEVANTES - RIO PAVUNINHA Trecho 4: Rio Pavuninha no trecho da Favela Asa Branca. Moradores convivem com grandes quantidades de lixo, com o mau-cheiro e a proliferação de doenças. Foto: Associação de moradores de Asa Branca. Tirada em 2012.
Trecho 4: Travessias possíveis em poucos pontos do rio e, por várias vezes, feita de forma improvisada. Foto: Associação de moradores de Asa Branca. Tirada em 2013.
Trecho 5: Segundo os moradores, as obras da Transolímpica pioraram o assoreamento e as enchentes. Foto: Reportagem do RJTV 1ª edição (dia 12 de novembro de 2015 - “Rio desapareceu emabaixo do lixo”).
Trecho 6: Obras de “dragagem” foram feitas com o final da construção da Transolímpica. Para isso, parte da mata ciliar foi retirada, o que deflagrou o estado crítico do rio para os moradores do entorno. O escoamento da água é prejudicado pela quantidade de lixo e ,assim, vira um reservatório de água parada e vetor de transmissão de doenças, como a dengue. Foto: Página do Facebook: Canal Pavuninha Tirada em Janeiro de 2016.
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Rio Pavuninha em 2016: obras de dragagem melhoraram a quantidade de lixo, porém o mau-cheiro continua. Em Outubro, durante entrevistas, moradores relataram que as enchentes cessaram após as intervenções, porém, até então, o sistema não havia sido submetido a grandes níveis de precipitação.
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vegetação
VEGETAÇÃO Fragmentos de vege (ameaçados pela exp tecido urbano) Vegetação primitiva preservada a matriz Parques lineares (jar ticos) Vegetação ciliar
A Baixada de Jacarepaguá sistêmicas dos diferentes tipos de vepossui inúmeras áreas de preservação getação nativas à aplicação na fase (APP) formadas por remanescentes projetual para diversos fins, valendode restinga, mangue e floresta om- -se das características particulares e do brófila densa nas cotas mais altas que equilíbrio e recuperação dos ecossisteintegram o Maciço da Pedra Branca. mas possíveis. O VEGETAÇÃ No recorte analisado, fica eviFragmentos densa densa vegetação devegetação osde Fragment dente a presença de uma coleção de (ameaçados do do expansão fragmentos de vegetação densa impelaexpansão ospela (ameaçad pactados pela ação antrópica (queitecidourbano) urbano) tecido madas, aberturas de estradas, expanVegetação primitiva natural natural (área primitiva(área Vegetação são da malha urbana). genética) preservadaaaamatriz genética) matriz preservad A desconexão entre as áreas verdes, a presença de jardins cosParques lineares lineares (jardins cosmé Parques méticos, e a retirada da mata ciliar, (jardins cosméticos) ticos) associados a outros fatores, são resVegetação ciliar ponsáveis pela supressão das funções Propriedades - Vegetação local ecológicas da paisagem e da potenAtrai fauna cialização de problemas relacionados à restrição do espaço destinado a Propriedades fitoterápicas biodiversidade em ilhas desconexas; à drenagem; e as ilhas de calor. Inflorescência ornamental A análise da página ao lado, Folhagem ornamental busca apreender as principais características sobre algumas espécies Frutos comestíveis pioneiras da região. Dessa forma, Filtra contaminantes objetiva-se conectar as funções ecos-
ESPÉCIES PIONEIRAS
Quaresmeira
Açoita-Cavalo
Pau-cigarra
Embaúba
Aroeira-da-praia
Bromélia Noeregelia cruenta
Tocoyena bullata
Palmeira Guriri
Seashore paspalum
Mangue-branco
Mangue-vermelho
manguezais
restinga
Crindiúva
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florestais
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recorte 1: região PARTIDO I PRINCÍPIOS DE AÇÃO
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A região analisada deflagra o processo de produção urbana pautado nos interesses privados, onde a criação de ilhas de interesses colocou territórios a margem dos investimentos de infraestrutura básica, fragmentou a rede biótica, priorizou o rodoviarismo e renegou a importância dos espaços livres e da unidade territorial como fundamental ao estabelecimento de uma dinâmica salutar de trocas e encontros entre as pessoas e a cidade. Como consequência, problemas relacionados a falta de planejamento sistêmico acometem, principalmente, as áreas renegadas pelo poder público. A venda de grandes áreas florestadas para a implantação de condomínios sobrecarrega os sistemas de drenagem da região, e ao mesmo tempo, impulsiona o processo de gentrificação. O objetivo principal das intervenções na escala regional é costurar o tecido urbano por meio de uma rede de espaços livres capaz de reconectar as pessoas, reestruturar a rede biótica e desmantelar limites territoriais, enquanto propõe novas atividades e relações com o espaço urbano.
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Dinâmicas sociais
Dinâmicas econômicas Dinâmicas ambientais
Legenda: Topografia FIA TOPOGRA m nível- -00-80 de nível Curva de a 80 m Curva m nível--8585-160 de nível Curva Curva de a 160 m 200mm 165a -200 nível- -165 de nível Curva Curva de 240mm 205a -240 nível- -205 de nível Curva Curva de Hidrografia ÁGUAS: Rios Rios Trechos cobertos cobertos Trechos irregular Margens com ocupaçãoirregular comocupação Margens ciliar mataciliar Trechos com commata Trechos uá Lagoa de de Jacarepag Jacarepaguá Lagoa Mobilidade VIÁRIO Vias expressas Viasexpressas (Transolímpica e BRT Linhas (Transolímpica LinhasdodoBRT oca) eTranscari Transcarioca) BRT EstaçõesdodoBRT Estações Ciclorrotas existentes Ciclovias existentes Ciclovias propostas
Sistema de conexão ambiental / espaços livres Áreas verdes a serem protegidas Áreas verdes ameaçadas Parques lineares Áreas destinadas a recuperação de mata ciliar Corredores verdes propostos Parque de acomodação de águas Moradias a serem relocadas Novas travessias sobre o rio
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Mapa síntese Diagnóstico + Intervenções: Sistema de conexão ambiental e espaços livres
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1) Sistema de conexão ambiental / espaços livres: Objetivo geral: Conectar os fragmentos de vegetação, preservar áreas verdes ameaçadas pela expansão do tecido urbano e com influência direta na retenção das águas da chuva e articulação o sistema natural com as dinâmicas de fluxos e encontros de pessoas.
Metas: - Preservação e incentivo ao plantio das espécies de vegetação nativas; - Proteção das áreas verdes da expansão urbana desenfreada; - Envolvimento das pessoas com as dinâmicas naturais como forma de preservação dos recursos naturais; - Reconexão da rede biótica; - Recuperação de ecossistemas degradados; - Preparação para a sobrecarga dos sistemas sob condições climáticas adversas.
Estratégias: 1 - Recuperação de recursos hídricos: 1.1 - Implementação de jardins flutuantes sobre corpos hídricos degradados: Estruturas hexagonais que servem de apoio a plantas aquáticas capazes de filtrar poluentes sem o uso de produtos químicos. Além disso, é instalado nos rios um reator capaz de adicionar ar à água e introduzir no ecossistema uma bactéria que se alimenta dos poluentes. Trata-se de uma técnica de baixo custo desenvolvida pela empresa “Biomatrix Water”. (Figura 4). 1.2 - Obras de infraestrutura para evitar o despejo de resíduos poluentes; Com o objetivo de melhorar a qualidade da água e do ar e o controle sobre a propagação de vetores de doenças. 1.3 - Relocação de moradias coladas no leito dos rios: As mudanças climáticas tendem a sobrecarregar o sistema hídrico e promover eventos extremos com mais frequência. Senso assim, como forma de prevenção de eventuais perdas e danos ao moradores, eles seriam relocados para casas construídas pelo
poder público nas imediações da favela Asa Branca.
2 - Reestruturação da rede biótica: 2.1 - Preservação de áreas verdes com influência direta na retenção das águas da chuva: O desmatamento de grandes áreas vegetadas e a impermeabilização do solo em uma região que recebe um intenso aporte de águas sobrecarregariam o sistema de drenagem da região, que já sofre com alagamentos. 2.2 - Implementação de corredores verdes: Conectam as áreas verdes preservadas, os fluxos de pessoas por transporte não-motorizado, os espaços públicos e os recursos hídricos.
2.3 - Criação do Parque Linear da Pavuninha: Espaço destinado ao lazer e à prática de esportes, a conexão entre as pessoas e a natureza e a mobilidade por transporte não-motorizado. 2.4 - Parque de acomodação de águas: Responsável pela acomodação das águas em ocasiões em que haja sobrecarga dos sistemas. 2.5 - Ecoduto: Permite o atravessamento da fauna pela Av. Salvador Allende. Também possibilita o fluxo de pessoas e a integração com os sistemas naturais. (Figura 1 da página ao lado). 2.6 - Recuperação da mata ciliar: As matas ciliares colaboram na proteção dos corpos hídricos, diminuindo problemas relacionados a erosão do solo e a manutenção a qualidade das águas dos corpos hídricos.
3 - Integração entre os espaços públicos existentes: A região possui pouquíssimos espaços públicos de convivência. O Parque Linear do condomínio Cidade Jardim, apesar de sua grande área, tem caráter semi-público e é pouco frequentado (Figura 3), diferentemente do que ocorre no campinho ao lado de Asa Branca (Figura 2).
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Figura 1 Ecoduto
Figura 2 Item 3
Figura 3 Item 3
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Figura 4 Jardins flutuantes
Mapa proposta Sistema de conexão ambiental e espaços livres
Legenda Áreas verdes a serem protegidas Áreas verdes ameaçadas Parques lineares Áreas destinadas a recuperação de mata ciliar Corredores verdes propostos Parque de acomodação de águas Moradias a serem relocadas Novas travessias sobre o rio
recorte 2: favela
Foto da Rua do Comércio. Fonte: Associação de moradores de Asa Branca.
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pamentos públicos: localizados fora da comunidade, requerem a caminhada por vias com pouca ou nenhuma arborização e o atravessamento por duas vias expressas onde o pedestre não possui prioridade. A partir dos resultados da fase de entrevistas, foi realizada uma análise da favela, com enfoque nos aspectos formadores de identidade da comunidade, a temática de infraestrutura verde e o sistema de espaços livres, que será apresentada nas páginas a seguir.
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A favela Asa Branca está localizada no bairro de Curicica, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Com 8000 moradores e área equivalente a aproximadamente 75900m², a comunidade sofre com problemas relacionados ao crescimento desordenado, o descaso do poder público e a pressão pelo modelo de cidade vigente. Durante a etapa de diagnóstico, foram realizadas entrevistas com os moradores que apontaram como principais fraquezas do território: 1) O aumento da pressão imobiliária sobre os limites da favela, ocasionado principalmente pela valorização da região depois das obras olímpicas. 2) Os constantes alagamentos, frutos de um sistema de drenagem insuficiente e da constante movimentação de terra ocasionada pelos empreendimentos que fazem fronteira com a comunidade. 3) A poluição do Rio Pavuninha e a propagação de vetores de doenças relacionadas ao contato com a água. 4) A qualidade ambiental do espaço: Altas temperaturas e pouca ventilação. 5) A existência de barreiras que impossibilitam os atravessamentos por dentro da comunidade. 6) A qualidade dos percursos realizados até os equi-
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aspectos formadores de identidade 1981
90’s
Primeiras famílias ocuparam a área que daria origem à Asa Branca.
Início da construção do condomínio Rio 2 pela construtora Carvalho Hosken. Uso da área antes da sua ocupação: Agricultura
Quem eram? Trabalhadores da antiga fábrica Cimentex.
1996
2009
Construção do sistema de esgoto rudimentar por iniciativa dos moradores.
Anúncio da cidade como sede das Olimpíadas de 2016.
2010
2012
2014
Criação do programa Morar Carioca, com o objetivo de urbanizar mais de 200 favelas.
Obras de urbanização do programa "Bairro maravilha". Asa Branca selecionada para o programa "Morar Carioca". Início das obras da Transolímpica.
Início da remoção da vizinha “Vila Autódromo”. Ameaça de remoção parcial pela Prefeitura.
2016
2015
Inauguração das linhas do BRT “Transolímpica” e “Transcarioca”.
Chegada de 180 imigrantes haitianos a Asa Branca. Eles dão aula de Francês e Inglês na associação de moradores e em troca, recebem aulas de português. Remoções na Vila União de Curicica por obras do BRT TransOlímpica.
Instalação de barreiras nas entradas da favela durante as Olimpíadas.
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limites de demarcação do território 2006
2016
2010
A partir das fotos de evolução urbana, foram identificadas algumas tendências de espraiamento do tecido urbano, registradas no mapa abaixo. Por meio das imagens, podemos perceber a forte pressão imobiliária sobre os limites da favela, principalmente após a implementação das linhas de BRT no entorno próximo, o que gerou uma valorização no preço do solo, e a venda de algumas garagens de ônibus e concessionárias para darem lugar à condomínios fechados.
Legenda Legenda
Legenda Favela Favela Asa Asa Branca Branca Legenda
Favela Asa Branca Concessionárias/ gaConcessionárias/ Favela Asa Brancagaragens de ônibus Legenda ragens de ônibus garagens de ônibus Concessionárias/ Condomínios Concessionárias/ garagens de ônibus Condomínios Condomínios Favela Asa Branca Residências unifamiliares e comércio Condomínios Residências unifamiResidências unifamiliares comércio Concessionárias/ garagense de ônibus Empresa de unifamiliares Terraplanagem (movimentação de terra) Residências e comércio liares e comércio Empresa de Terraplanagem (movimentação de terra) Condomínios BRT Transolímpica Empresa de TerraplaTerraplanagem (movimentação de terra) BRT Transcarioca Transolímpica Residências unifamiliares e comércio BRT nagem (movimentaBRT Transolímpica BRTde Transcarioca Empresa de Terraplanagem (movimentação de terra) ção terra) Rio Pavuninha BRT Transcarioca Rio Pavuninha BRT Transolímpica BRT Transolímpica Vetor de expansão do mercado imobiliário Rio Pavuninha Vetor de expansão do mercado imobiliário BRT Transcarioca Transcarioca BRT Vetor de expansão do mercado imobiliário Rio Rio Pavuninha Pavuninha Vetor de de expansão expansão do do mercado imobiliário Vetor mercado imobiliário
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atores-chave A fase de entrevistas foi crucial para que fossem traçados alguns perfis dos principais usuários dos espaços da favela. A partir deles, busca-se investigar as potencialidades dos espaços públicos existentes e a abrangência da utilização dos que fossem projetados, de modo que atendessem às necessidades dos moradores e tivessem ampla utilidade a população.
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caracterização ambiental Sobre esse aspecto, a análise realizada na escala da favela busca apreender sobre os impactos negativos ambientais que comprometem a qualidade de vida dos moradores e a salubridade dos espaços e que poderiam ser mitigados com a implementação de infraestrutura verde e o planejamento sistêmico.
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2
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Legenda Direção predominante dos ventos Orientação solar Terrenos com constante movimentação de terra
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ILHA DE CALOR - TEMPERATURAS A imagem abaixo mostra a variação de temperatura ocasionada pela conformação do tecido da favela, que dificulta a passagem de ventos e, aliada a ausência de árvores, elucida as altas temperaturas que acometem a comunidade.
ºC Rua Nova Rua B Asa Branca
Rua Sena
Rua Tia Nina
Rua Barbosa Rua do Comércio
ÁREAS PERMEÁVEIS X IMPERMEÁVEIS Os programas de urbanização que ocorreram em Asa Branca se limitaram a impermeabilizar as ruas principais da comunidade. Relatos de moradores contam que desde o programa “Bairro Maravilha”, em 2012, os alagamentos pioraram, já que as ruas foram asfaltadas, porém não foram realizadas obras de melhoria da drenagem. Em algumas localidades, o asfalto foi colocado até a beira das casas, não havendo espaço de calçada, para o escoamento de água e o plantio de árvores.
Rua do Canal Corredor de vento
1 - Foto da Rua Barbosa, em 2014.
2- Movimentação de terra nos limites da favela, em 2016.
Ruas com maior frequência de alagamentos Asa Branca sofre com alagamentos frequentes, principalmente no período do verão. A falta de arborização, o assoreamento do rio Pavuninha, a movimentação de terra do entorno e a impermeabilização de grandes áreas são fatores que intensificam a ocorrência de cenários onde há sobrecarga dos sistemas. Maior aporte de águas
Menor aporte de águas
3 - Foto da Rua Leonardo Villas Boas, em 2016.
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Sistema de espaços livres “Os espaços livres urbanos, constituem algo além de um vazio a ser preenchido e/ou decorado. Representam, na verdade, fragmentos significativos que caracterizam o cotidiano das cidades e estruturam um organismo complexo composto por intrincadas redes de relações. Este organismo que conecta a cidade, a arquitetura construída e a paisagem configura um sistema espacial denominado “sistema de espaços livres”. É esse sistema que determina o desenho da paisagem e estabelece continuidades espaciais que relacionam construções e espaços a céu aberto nos quais a dinâmica da natureza e da geomorfologia locais – ainda que transformadas e domesticadas – exercem papel importante na reprodução da vida humana e da sociedade.”² ² Trecho retirado de: Cadernos Técnicos Morar Carioca: Espaços Livres.
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Legenda
Fluxo de pessoas Áreas de permanência Grande Principais Médio Secundárias Baixo
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Áreas não-construídas x áreas construídas O esquema gráfico ao lado mostra em preto a configuração dos espaços intersticiais, que abrangem superfícies com vegetação, espaços de circulação, áreas de estar públicas e espaços residuais. O mapa indica a elevada densidade populacional da favela, se comparada com o entorno imediato.
Sistema de circulação
1 - Rua do Canal Caixa de rolamento (compartilhada entre pedestres e veículos): 5 metros Calçada: 2 metros *Área de permanência
2 - Vielas Distância entre as casas varia de 0,80 a 1,20 m. Espaços intersticiais de passagem, escuros e mal ventilados.
3 - Rua do Comércio Caixa de rolamento (compartilhada entre pedestres e veículos): 5,50 metros Calçada: 0,50 metros *Área de permanência
Áreas de permanência Em geral, configuram-se nas ruas de comércio e em pequenos espaços residuais espalhados pela comunidade. Não possuem mobiliário urbano, arborização, sombreamento, nem uma conexão clara. As imagens abaixo exemplificam as dinâmicas que ocorrem nesses espaços. 1 - Espaço que abriga os eventos político-culturais da comunidade: shows, debates, apresentações...
2 - Campinho de futebol ao lado da comunidade.
3 - As ruas da comunidade, principalmente as comerciais, configuram-se como as principais áreas de permanência.
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recorte 2
síntese de intenções 1 Parque de acomodação de águas
6 Centro comercial existente
2 Zona de amortecimento
3 Plantio de árvores
4 Novas ruas de pedestre
5 Condomínio sendo construído
3 Plantio de árvores
12 10 10 11 8 9 Novas Áreas de Jardins de Áreas de Corredor Terrenos a Parque praça chuva + Verde serem comlinear da travessias praça prados pelo plantio de Pavuninha poder público árvores 7
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justificativas 1 Parque de acomodação de águas Responsável pela acomodação das águas em ocasiões em que haja sobrecarga dos sistemas e pela conscientização da população por meio do contato com a dinâmica das águas. 2 Zona de amortecimento Zona arbórea que amortece o barulho e a poluição vindos da Av. Salvador Allende. 3 Plantio de árvores Plantio de árvores nos canteiros do BRT, que, atualmente, são constituídos apenas por grama. Essa medida visa amenizar a formação de ilhas de calor e a filtragem de poluentes das vias expressas. 4 Novas ruas de pedestre A quadra sinalizada constitui uma barreira aos atravessamentos internos e promove uma divisão no território da favela (ao lado direito: “área mais rica”. 5 Condomínio Cyrela Life Em fase de construção, promove movimentação de terra para a estruturação de subsolo, o que piora as enchentes em Asa Branca. Pressiona a remoção da favela. 6 Centro comercial existente Promover integração com o Parque Linear Pavuninha. 7 Parque Linear da Pavuninha Espaço destinado ao lazer e à prática de esportes, a conexão entre as pessoas e a natureza e a mobilidade por transporte não-motorizado.
8 Novas travessias Novas conexões, a serem detalhadas nas próximas páginas, propostas tanto no nível da rua, quanto nos pavimentos superiores.
Geração de energia Método: “Distributed Generation” Geração de energia para pequenas comunidades por digestão anaeróbia dos restos de comida. Vantagens: Energia limpa, mais barata, reduz o ciclo de emissão de carbono, diminui a necessidade de aterros sanitários, fecha os ciclos localmente (o metano residual proveniente do processo, pode ser utilizado como fertilizante).
9 Jardins de chuva + plantio de árvores Implantação de infraestrutura verde de modo a mitigar enchentes, melhorar a qualidade do ar e o conforto ambiental na favela, em ruas que tenham perfil de via maior ou igual a 5 metros.
10 Áreas de praça Praças propostas em terrenos baldios, com o objetivo de conter o vetor de especulação imobiliária, preservar as áreas vegetadas, reter as águas da chuva e promover maior variedade de atividades.
11 Corredor verde Conexão biótica e cultural: Parque Linear da Pavuninha - Parque Linear Cidade-Jardim - Rio Arroio-Pavuna. Ajuda na mitigação de enchentes e oferece sombra a ciclovia proposta.
12 Terrenos a serem comprados pelo poder público O histórico da região aponta a tendência de venda das garagens de ônibus para a construção de grandes condomínios. Como apontado no diagnóstico, o movimento de terras provocado pela construção de subsolos piora o problema de enchentes. Ao passo que aumenta a pressão imobiliária sobre a região. A área a ser incorporada pelo poder público seria destinada a implantação de equipamentos públicos, a locação de uma horta comunitária e de infraestrutura de geração de energia, com aproveitamento das estruturas já existentes. Também acomodaria moradores relocados.
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recorte 3: quadras /CASAS PRESSUPOSTOS DE AÇÃO:
OBJETIVOS:
As favelas são construídas de maneira orgânica: de acordo com as necessidades dos moradores, andares são adicionados e novos usos ou funções são incorporados às suas casas. Por essa característica, uma mesma construção pode abrigar uma ou mais famílias e usos distintos. Tal propriedade permite que algumas construções sejam encaradas como módulos independentes, que possam ser alterados de acordo com a necessidade, de modo em que sejam respeitados parâmetros relacionados a condição de salubridade dos espaços, conforto ambiental e eficiência energética.
- Promover melhor articulação do
miolo de quadra com o restante da malha urbana; -Aprimorar aspectos relacionados ao conforto ambiental, a eficiência energética e as condições de salubridade nas residências; - Fomentar a diversificação das atividades e as oportunidades de geração de renda; - Conceber espaços que possibilitem o compartilhamento de itens de uso comum (ferramentas, máquinas de lavar) e pequenos núcleos de reciclagem de materiais.
“Na favela, a unidade mínima é a laje”.³
MORFOLOGIA, TEMPO E ATIVIDADES
Citação de Eduardo Pimentel Pizarro em “Interstícios e interfaces urbanos como oportunidades latentes: o caso da Favela de Paraisópolis”, São Paulo. Dissertação (Mestrado)
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CARACTERIZAÇÃO I ÁREAS DE ATUAÇÃO: Quadra 1: Rua do Canal Parte do tecido urbano com maior densidade populacional da favela. Edificações “grudadas” ou separadas por no máximo 1,20 m, com péssimas condições de ventilação e iluminação. Presença de comércio no nível térreo. Fachada oeste voltada para a rua. Quadra 2: Rua Dulce Bia Zona estritamente residencial, localizada no centro geográfico da comunidade. Tecido pouco vascularizado. Quadra 3*: Rua Nova Asa Branca Organização semelhante ao tecido formal. Casas compartilham o mesmo fundo de lote. Melhores condições de ventilação e insolação. * Será trabalhada em ARQ 1110.
CONSTITUIÇÃO ATUAL: Quadra 1: Rua do Canal
Área 1
Área 2
Área 3
Quadra 2: Rua Dulce Bia Em rosa: áreas piores condições de ventilação e insolação.
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ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO: Ao considerar a laje como correspondente ao espaço do lote na cidade formal, novas possibilidades de intervenção tangem o aspecto dos espaços livres. As construções que abrigam diferentes usos e famílias permitem que seus pavimentos sejam considerados independentes, e portanto, possam ser movidos de forma a garantir melhores condições relacionadas ao conforto ambiental. Esse tipo de intervenção funciona como um processo de reforma, onde o poder público compra o espaço referente as lajes para promoção de novas conexões, que garantem outras possibilidades de percurso fora do nível térreo, enquanto, implanta novas atividades e oportunidades de geração de renda, melhora as condições de acessibilidade e a salubridade dos espaços. Atividades - novas “lajes”: - Troca de livros, objetos; - Espaços de compartilhamentos de objetos e equipamentos de uso comum; - Reciclagem; - Reuniões; - Comércio; - Trabalho; - Oficinas; - Jardinagem; - Serviço; - Projeções/ exposições.
Quadra 1: Rua do Canal
Quadra 2: Rua Dulce Bia
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intervenções na escala da casa
{ Segundo a “Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento” feita pelo Ministério do Meio Ambiente, o termo “construção sustentável” é definido como: “um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica”, enfatizando a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades. Nesse sentido, as intervenções realizadas nas casas funcionam como um processo de reforma que tem como objetivo a melhoria das condições de insolação e ventilação, o aproveitamento de recursos e a gestão de resíduos sólidos. Ao lado, foram listadas as principais medidas que abrangem essas categorias.
30%
é a porcentagem que expressa a economia de uma residência sustentável em sua manutenção, gasto de água e energia elétrica.
1 - Diminuição da temperatura média nas residências: 1.1 - Implantação de tetos verdes: A ONG “Teto Verde Favela” propõe uma técnica que utiliza o cultivo de plantas litófitas e epífitas, que possuem raízes superficiais e crescem sobre rochas e cascas de árvores, sob as superfícies dos telhados. Assim, não é necessária a utilização de terra como substrato, o que diminui o peso total sobre a construção e permite que as plantas cresçam sobre telhados de amianto e de zinco. O projeto teve início na favela do Arará, em Benfica, e apresentou uma redução de 25 graus de temperatura quando comparada com uma casa com telhado de amianto. Principais benefícios: _ Conforto térmico; _Impermeabilização das telhas; _ Retenção das águas pluviais; _ Conforto acústico; _ Melhoria na qualidade do ar; _ Baixo custo de instalação e manutenção; _ Baixo peso sobre a estrutura; _ Geração de renda; _Reutilização de materiais (lona utilizada para a impermeabilização é a mesma para a produção de banners).
} 1.2 - Ventilação cruzada; 1.3 - Dispositivos de proteção para as fachadas (brises, elementos vazados.) 2 - Aproveitamento de recursos: 2.1 - Aproveitamento das águas da chuva: Construção de cisternas para armazenagem e utilização da água para usos não potáveis. 2.2 - Utilização de material reciclado e madeira de demolição nas construções. 2.3 - Compostagem de resíduos orgânicos por composteiras domésticas. 3 - Gestão de resíduos: 3.1 - Promoção do tratamento adequado de esgoto no próprio lote: utilização, por exemplo, zona de raízes em substituição ao sumidouro. 3.2 - Adoção de um projeto hidrossanitário com tubulações independentes para as águas negras (vaso sanitário) e para as águas cinzas (reaproveitadas para rega de jardim). 3.3 - Redução da geração de resíduos da construção, com o reaproveitamento e reciclagem de materiais.
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Página 4 Foto 1: Desmonte do morro do Castelo. Retirada de: http://infograficos.oglobo.globo.com/rio/castelo-360o.html. Acesso em 08/10/2016. Foto 2: Remoção da favela da Catacumba. Foto por Correio da Manhã. Retirada de: http://rioonwatch. org.br/?p=18044. Acesso em 08/10/2016. Foto 3: Remoção da favela da Metrô Mangueira. Foto por Luiz Baltar / Imagens do Povo. Retirada de: http://of.org.br/noticias-analises/os-megaeventos-sao-justificativas-para-remocoes-forcadas/. Acesso em 08/10/2016. Página 6
Página 14 Foto retirada do site http://rioonwatch.org.br Páginas 15 Foto disponibilizada pela Associação de moradores de Asa Branca. Página 19 3D ilustrando o perfil do relevo gerado pelo Google Earth. Página 20 Estudo realizado com base no “Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do Projeto de Recuperação Ambiental da Macrobacia de Jacarepaguá”.
Colagem realizada a partir das fotos disponíveis nos links: https://comitepopulario.files.wordpress. com/2013/02/dsc_03221.jpg; http://www.ebc. com.br/sites/_portalebc2014/files/atoms_image/ vigilia_0.jpg;http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/sites/_agenciabrasil/files/gallery_assist/24/ gallery_assist724430/ABr062913TS_TNG1516.jpg
Página 22 Foto 1 e 2: Disponibilizada pela Associação de moradores de Asa Branca.
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Foto 4: Disponibilizada na página do Facebook: Canal da Pavuninha. Tirada em Janeiro de 2016.
Mapa 1: Relação entre a estruturação urbana devido aos grandes eventos e o processo de remoções. Retirada do livro: SMH 2016: Remoções no Rio de Janeiro Olímpico. 1ª ed. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2015, de Lucas Faulhaber e Lena Azevedo. Dados do gráfico retirados do Censo 2010 do IBGE.
Página 9 Mapa 1: Áreas vulneráveis a redefinição da linha de costa pela elevação do nível médio do mar. Mapa adaptado do projeto: Região Metropolitana do Rio de Janeiro: Vulnerabilidades das megacidades brasileiras às mudanças climáticas. Disponível em: http://www.rio.rj.gov. br/dlstatic/10112/2122393/DLFE-232588.pdf/ mapa_vulnerabilidade_inpe_smac.pdf Mapa 2: Áreas vulneráveis a elevação do nível do mar próximas a Bacia de Jacarepaguá. Adaptado do estudo: Rio próximos 100 anos.
Foto 3: Reportagem do RJTV 1ª edição (dia 12 de novembro de 2015 - “Rio desapareceu embaixo do lixo”). Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/4603946/.
Página 24 Estudo realizado com base no artigo disponível em: http://www.globalgarbage.org/Apresentacao_ouroazul.pdf%20http://www0.rio.rj.gov. br/smac/up_arq/sub/Volume%203%20-%20 Meio%20Biotico%20(Parte%201).pdf Página 45 Estudo realizado com base na cartilha disponível em: http://www.oeco.org.br/images/stories/ file/abr2013/cartilha_construcoes_sustentaveis_.pdf
fontes
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Referências bibliográficas:
FIGUEIREDO, Guilherme Araújo de; CENIQUEL, Mario. Cadernos Técnicos Morar Carioca - Espaços Livres. 1ª ed. Rio de Janeiro: Instituto de Arquitetos do Brasil, 2013. PIZARRO, E. P. Interstícios e interfaces urbanos como oportunidades latentes: o caso da Favela de Paraisópolis, São Paulo. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. FAULHABER, Lucas; AZEVEDO, Lena. SMH 2016: Remoções no Rio de Janeiro Olímpico. 1ª ed. Rio de Janeiro: Mórula Editorial, 2015. SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos. Movimentos Urbanos no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1981. GEHL, Jan. Cidades para Pessoas. Tradução: Anita Di Marco. 2ª ed. São Paulo: Perpectiva, 2013. HERZOG, Cecília Polacow. Cidades para Todos: (Re)aprendendo a conviver com a natureza. 1ª ed. Rio de Janeiro: Mauad x Inverde, 2013. MARICATO, Hermínia. Cidades alternativas para a crise urbana. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2001. MCGUIRK, Justin. Radical Cities: Across Latin America in Search of a New Architecture. 2014.
referências bibliográficas