Igrejas ouro preto / poesia arnaldo rocha / fotografia eduardo tropia

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igrejas OURO PRETO

igrejas OURO PRETO

Poesia | Arnaldo Rocha Filho

Fotografia | Eduardo Tropia



Primavera de 2017 Ouro Preto-MG



igrejas OURO PRETO



O primeiro contato foi com as luzes. Lá pelo início do ano 75, Ouro Preto me presenteou com pouca luz nas ruas e o brilho secreto de uma cidade que vive no lume de tudo que eu pudesse querer ou pudera, numa primeira noite no meio da Rua Direita, pensar que estivesse aquém da luz que brotaria no lado oculto dos lampiões. Nada seria possível e não existe em mim a mínima possibilidade de entender que sua ausência pudesse fazer possível a retribuição em luz que fora ocultada nos lampiões das noites lá pelo início do ano 75 na Rua Direita.



O segundo contato foi com o silêncio. Lá pelos idos dos anos 76/77, Ouro Preto calou em mim o caos que gritara e se formara e se transformara e quiçá eu conhecesse na Praça Tiradentes muito mais que a névoa ou nada ou a chuva fina e fria. O silêncio me conduzira pelas ladeiras e pedras e partes do que houvera sido até que, enfim, em mim tivessem dito em vão, ou nem mesmo o não, embora urja embora surja embora o silêncio surdo urdindo alto e forte, surgindo em meio à névoa fina e fria, pisando o chão e a pedra bruta quase preta com pés pretos quantos e tantos lá pelos idos dos anos 76/77 na Praça Tiradentes.



O terceiro contato foi com a amizade. Lá pelo correr dos anos 78/79, Ouro Preto traçou em mim a capacidade de ver além do vulto que somos, no viés do despregado riso, abusado, abdicado e abolido no entreolhar da cumplicidade explícita, através da fresta da janela na trípice esquina mundial, onde a Rua Direita esgueira na Rua Paraná pela intercessão do Largo dos Contos. Esse momento firmara em mim o definitivo jeito queainda ecoa a presença viva envolta em vultos, porque o poder pudera consentir a doce trégua de egos generosamente esboçada em tácito entendimento, lá pelo correr dos anos 78/79 no vértice da tríplice esquina mundial, onde a Rua Direita esgueira na Rua Paraná pela intercessão do Largo dos Contos.



O quarto contato foi com a felicidade. Lá pelo passar dos anos 80/81, Ouro Preto soprou em mim a mágica que explodira e eu bem sei que, mesmo que já existira, foi por assim dizer um prelúdio do que viria, e subir a Rua da Escadinha era como descer a Rua da Escadinha e subir e descer era como a felicidade que não coubera por inteiro e assim engendrara-se o factual mistério. O impulso que foi posto implodira em postas e pontas e pulsos e só mesmo a mais nítida pulsação de euforia poderia traduzir em externas alegrias o que dali para frente tornara a mais nítida e impávida energia, capaz de fazer subir suave em mim uma riqueza pródiga que só a Deus cabe agradecer, enquanto o teto da Igreja do Pilar subia ou eu descia lá pelo passar dos anos 80/81 a Rua da Escadinha.



O quinto contato foi com a estética. Lá pelo andar dos anos 82/83, Ouro Preto impôs a mim a beleza da escolha da maneira como se me apresentariam a arte e a cultura, e devidamente a vida refletida pelas formas, pelas cores, pelos sons e a música e letra sugadas em sangue, em samba, em fina canção, em quase quadros, em tons barrocos e cheiros de séculos e dantes e tantos sugestivos momentos que mesmo antes sem sono, sem ódio, sem ópio, sem a própria convicção formal, perambulara pelas madrugadas frias em serestas na Rua São José. A estética é a herança que anos depois me trouxera por conta própria a arte de Eduardo Trópia, e as imagens se interpuseram aos poemas e isso foi agora, embora com talvez certeza já existira desde lá pelo andar dos anos 82/83 perambulando em serestas frias pela Rua São José.



O sexto contato foi com a palavra. Lá pelo final do ano 84, Ouro Preto impregnou em mim a definitiva fase que me jogara diante do vero desafio e, nem mesmo o fio da meada, que se fizera em sombra solta sobre letras dispersas e dispostas em pensamentos díspares, na intermitente luz dos adros, ziguezagueando pela Rua Getúlio Vargas até ao Rosário. O texto remonta, recorre e recai sempre na base indispensável e, por mais que eu sentisse a distância, não faria qualquer nexo se a causa primeira e primordial, como sombra solta, desprendesse do involuntário sentido que a cidade me presenteara enquanto eu ziguezagueava lá pelo final do ano 84 pela Rua Getúlio Vargas até ao Rosário.



O sétimo contato foi com a saudade. Lá pelo meio em diante do ano de 85, Ouro Preto preservou em mim as marcas e os matizes das imagens reveladas na retina sólida do tempo, além da luz que brotara no lado oculto dos lampiões. E no lastro que ora credito a Adriana Iennaco de Castro, a quem de forma exclusiva nomeio ao mais justo reconhecimento, que apta, com certeza, capta e opta por estender a seu modo a todos que, como ela, compõem o mosaico definitivo da minha formação, traduzido e devolvido sob a forma desta elegia, captaneada pela lembrança selada em mim lá pelo meio em diante do ano de 85, às igrejas de Ouro Preto.

Arnaldo Rocha Filho



igrejas

igrejas OURO PRETO

OURO PRETO

Poesia | Arnaldo Rocha Filho

Fotografia | Eduardo Tropia


Igreja N. Sra. do Pilar

Da cor do ouro Do outro lado da miséria Da matéria Nas marolas das carolas Da cor do sol Do solo fértil da abundância Da substância Nos sermões de Simões Da cor da chama Do chafariz natural do fulgor Do amor Na alma ímpia de Olímpia Da cor do magma Da magnitude plena da beleza Da riqueza No altar de Nossa Senhora do Pilar



Igreja N. Sra. das Mercês e Misericórdia

Igreja das Mercês e Misericórdia Quem que não Deus em teus passos Perpetuamente em teus braços Quem que não Deus em teus traços Eternamente em teus braços Mil ave-marias E nem um suspiro de dor Quem que não Deus em teus braços



Igreja de São Francisco de Assis

Igreja de São Francisco de Assis De alguém que brilha em doces momentos-luz Algo assim feito matéria-luz Arma de fogo-fátuo No negro azul do céu propício Amor estrela frontispício És desígnio de Deus ou pura imaginação dos olhos meus?



Igreja N. Sra. do Rosário

No carisma de Deus Ou nos caminhos ateus... Sempre chegarão a ti Na precisão das preces Ou na ausência das messes... Sempre chegarão a ti No êxtase da catolicidade Ou nas malhas da sensibilidade... Sempre chegarão a ti Nas incontáveis contas dos intermináveis terços Ou nos bem-me-queres das pétalas das rosas... Sempre chegarão a ti Porque és maravilhosa e mística Das almas negras e dos escapulários Das irmandades e afinidades De Nossa Senhora do Rosário



Igreja N. Sra. das Mercês e Perdões

Igreja das Mercês e Perdões Fino programa das tardes de domingo De crianças pequenas e pais felizes Ato profano em adro sacro Pretéritos ministérios De religiosos mistérios Dos perdões Da calma interior À mercê da paz



Igreja de Santa Efigênia

Santa Efigênia dos negros nossos Vixe! Efigênia dos africanos ossos Ainda que tardia a liberdade aflora Da lembrança que dela chora Na pele de negros forros Pelos caminhos tortos De íngremes morros Vixe! Efigênia dos africanos mortos Navios negreiros Banzo da memória Trôpegos tropeiros Santa Efigênia guardiã da história Vixe! Efigênia dos africanos cheiros Sombrias portas Reprimidas lágrimas Saudades mortas Vixe! Efigênia dos negros nossos Santa Efigênia dos africanos ossos



No nimbo do fogo do sol retirante

Igreja de São José

Nem estrela estreante estoura estelar beleza errante Nem neve eterna esboça tão terna silhueta Nem nuvens em chamas, se possível fosse Tudo que há de infinito, ad infinitum em ti Poder do belo mistério Que viva o mistério da fé Que viva a Igreja de São José



Igreja do Carmo

Igreja N. Sra. do Carmo

Monstro! Num dia perdido há séculos Ainda assim, as nuvens dão a ti movimento Navio-monumento Impressionas pela grandeza do convés E se as nuvens parassem, avançarias sobre a cidade Que – de medo ou pavor – cairia servil a teus pés - Como as luzes dão a ti claridade – Quando – entre galhos secos – a lua cheia ao leste Revelasse a história que nunca disseste



Igreja de Bom Jesus de Matosinhos

Igreja de Bom Jesus de Matosinhos

És a inefável senda que leva ao abscôndito sacrário da divina beleza E tens a beleza das auras És o real caminho que leva ao esconso escaninho da mundana beleza E tens a beleza das rochas



Igreja de São Francisco de Paula

Alteza De São Francisco de Paula Alta... alva... alta... Mais alta que os altares Que os púlpitos e as naves De lá, a cidade plena De cá, monumental beleza flutuante As mãos de Deus ergueram-te firmeza Voas!



Igreja N. Sra. da Conceição

Na concessão Da bifurcação Do bodoque De Conceição Com vista de Efigênia dos negros nossos Porque negro é ouro E ouro é luz Nossa Senhora dos negros blues Da Conceição de Antônio Dias Das minas de um certo Rey Que Conceição e Chico Das graças, dos breus, das Silvas e Deus Porque negro é ouro E ouro é luz



igre

OURO P

Poesia | Arnaldo Rocha Filho

Da cor do ouro Do outro lado da miséria

Nos sermões de Simões Da cor da chama Do chafariz natural do fulgor Do amor Na alma ímpia de Olímpia Da cor do magma

Igreja de São Francisco de Assis

momentos-luz Algo assim feito matéria-luz Arma de fogo-fátuo No negro azul do céu propício Amor estrela frontispício És desígnio de Deus ou pura imaginação dos olhos meus?

Da magnitude plena da beleza

O segundo contato foi com o silêncio. Lá pelos idos dos anos 76/77, Ouro Preto calou em mim o caos que gritara e se formara e se transformara e quiçá eu conhecesse na Praça Tiradentes muito mais que a névoa ou nada ou a chuva fina e fria. O silêncio me conduzira pelas ladeiras e pedras e partes do que houvera sido até que, enfim, em mim tivessem dito em vão, ou nem mesmo o não, embora urja embora surja embora o silêncio surdo urdindo alto e forte, surgindo em meio à névoa fina e fria, pisando o chão e a pedra bruta quase preta com pés pretos quantos e tantos lá pelos idos dos anos 76/77 na Praça Tiradentes.

De alguém que brilha em doces

Igreja de São Francisco de Paula

Igreja N. Sra. do Pilar

Da cor do sol Do solo fértil da abundância Da substância

Igreja de São Francisco de Assis

Da matéria Nas marolas das carolas

O primeiro contato foi com as luzes. Lá pelo início do ano 75, Ouro Preto me presenteou com pouca luz nas ruas e o brilho secreto de uma cidade que vive no lume de tudo que eu pudesse querer ou pudera, numa primeira noite no meio da Rua Direita, pensar que estivesse aquém da luz que brotaria no lado oculto dos lampiões. Nada seria possível e não existe em mim a mínima possibilidade de entender que sua ausência pudesse fazer possível a retribuição em luz que fora ocultada nos lampiões das noites lá pelo início do ano 75 na Rua Direita.

Da riqueza No altar de Nossa Senhora do Pilar

O terceiro contato foi com a amizade. Lá pelo correr dos anos 78/79, Ouro Preto traçou em mim a capacidade de ver além do vulto que somos, no viés do despregado riso, abusado, abdicado e abolido no entreolhar da cumplicidade explícita, através da fresta da janela na trípice esquina mundial, onde a Rua Direita esgueira na Rua Paraná pela intercessão do Largo dos Contos. Esse momento firmara em mim o definitivo jeito que ainda ecoa a presença viva envolta em vultos, porque o poder pudera consentir a doce trégua de egos generosamente esboçada em tácito entendimento, lá pelo correr dos anos 78/79 no vértice da tríplice esquina mundial, onde a Rua Direita esgueira na Rua Paraná pela intercessão do Largo dos Contos.

mdm

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O quarto contato foi com a felicidade. Lá pelo passar dos anos 80/81, Ouro Preto soprou em mim a mágica que explodira e eu bem sei que, mesmo que já existira, foi por assim dizer um prelúdio do que viria, e subir a Rua da Escadinha era como descer a Rua da Escadinha e subir e descer era como a felicidade que não coubera por inteiro e assim engendrara-se o factual mistério. O impulso que foi posto implodira em postas e pontas e pulsos e só mesmo a mais nítida pulsação de euforia poderia traduzir em externas alegrias o que dali para frente tornara a mais nítida e impávida energia, capaz de fazer subir suave em mim uma riqueza pródiga que só a Deus cabe agradecer, enquanto o teto da Igreja do Pilar subia ou eu descia lá pelo passar dos anos 80/81 a Rua da Escadinha. O quinto contato foi com a estética. Lá pelo andar dos anos 82/83, Ouro Preto impôs a mim a beleza da escolha da maneira como se me apresentariam a arte e a cultura, e devidamente a vida refletida pelas formas, pelas cores, pelos sons e a música e letra sugadas em sangue, em samba, em fina canção, em quase quadros, em tons barrocos e cheiros de séculos e dantes e tantos sugestivos momentos que mesmo antes sem sono, sem ódio, sem ópio, sem a própria convicção formal, perambulara pelas madrugadas frias em serestas na Rua São José. A estética é a herança que anos depois me trouxera por conta própria a arte de Eduardo Trópia, e as imagens se interpuseram aos poemas e isso foi agora, embora com talvez certeza já existira desde lá pelo andar dos anos 82/83 perambulando em serestas frias pela Rua São José. O sexto contato foi com a palavra. Lá pelo final do ano 84, Ouro Preto impregnou em mim a definitiva fase que me jogara diante do vero desafio e, nem mesmo o fio da meada, que se fizera em sombra solta sobre letras dispersas e dispostas em pensamentos díspares, na intermitente luz dos adros, ziguezagueando pela Rua Getúlio Vargas até ao Rosário. O texto remonta, recorre e recai sempre na base indispensável e, por mais que eu sentisse a distância, não faria qualquer nexo se a causa primeira e primordial, como sombra solta, desprendesse do involuntário sentido que a cidade me presenteara enquanto eu ziguezagueava lá pelo final do ano 84 pela Rua Getúlio Vargas até ao Rosário.

No carisma de Deus Ou nos caminhos ateus...

O sétimo contato foi com a saudade. Lá pelo meio em diante do ano de 85, Ouro Preto preservou em mim as marcas e os matizes das imagens reveladas na retina sólida do tempo, além da luz que brotara no lado oculto dos lampiões. E no lastro que ora credito a Adriana Iennaco de Castro, a quem de forma exclusiva nomeio ao mais justo reconhecimento, que apta, com certeza, capta e opta por estender a seu modo a todos que, como ela, compõem o mosaico definitivo da minha formação, traduzido e devolvido sob a forma desta elegia, captaneada pela lembrança selada em mim lá pelo meio em diante do ano de 85, às igrejas de Ouro Preto.

Ou nas malhas da sensibilidade... Sempre chegarão a ti Nas incontáveis contas dos intermináveis terços Ou nos bem-me-queres das pétalas das rosas... Sempre chegarão a ti Porque és maravilhosa e mística

Igreja das Mercês e Misericórdia Quem que não Deus em teus passos Perpetuamente em teus braços Quem que não Deus em teus traços Eternamente em teus braços Mil ave-marias E nem um suspiro de dor Quem que não Deus em teus braços

Das almas negras e dos escapulários Das irmandades e afinidades De Nossa Senhora do Rosário

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Igreja N. Sra. da Conceição

Igreja N. Sra. do Rosário

Sempre chegarão a ti No êxtase da catolicidade

Igreja de Bom Jesus de Matosinhos

Na precisão das preces

Igreja N. Sra. das Mercês e Misericórdia

Sempre chegarão a ti

Ou na ausência das messes...

Arnaldo Rocha Filho


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PRETO

Fotografia | Eduardo Tropia

Igreja do Carmo Monstro! Num dia perdido há séculos

Santa Efigênia dos negros nossos Vixe! Efigênia dos africanos ossos

Ainda assim, as nuvens dão a ti

Da lembrança que dela chora

movimento

Alta... alva... alta... Mais alta que os altares Que os púlpitos e as naves De lá, a cidade plena De cá, monumental beleza flutuante As mãos de Deus ergueram-te firmeza

Na pele de negros forros Pelos caminhos tortos De íngremes morro s Vixe! Efigênia dos africanos mortos Navios negreiros Banzo da memória Trôpegos tropeiros Santa Efigênia guardiã da história Vixe! Efigênia dos africanos cheiros Sombrias portas

Igreja N. Sra. do Carmo

Ainda que tardia a liberdade aflora

De São Francisco de Paula

Igreja de Santa Efigênia

Alteza

Navio-monumento Impressionas pela grandeza do convés E se as nuvens parassem, avançarias sobre a cidade Que – de medo ou pavor – cairia servil a teus pés

Reprimidas lágrimas Saudades mortas

Voas!

Vixe! Efigênia dos negros nossos

- Como as luzes dão a ti claridade –

Santa Efigênia dos africanos ossos

Quando – entre galhos secos – a lua cheia ao leste Revelasse a história que nunca disseste

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abscôndito sacrário da divina beleza E tens a beleza das auras És o real caminho que leva ao esconso escaninho da mundana beleza E tens a beleza das rochas

Nem estrela estreante estoura estelar beleza errante Igreja das Mercês e Perdões Fino programa das tardes de domingo De crianças pequenas e pais felizes Ato profano em adro sacro Pretéritos ministérios De religiosos mistérios Dos perdões Da calma interior À mercê da paz

Nem neve eterna esboça tão terna

Igreja de São José

És a inefável senda que leva ao

Igreja N. Sra. das Mercês e Perdões

No nimbo do fogo do sol retirante

Igreja de Bom Jesus de Matosinhos

silhueta Nem nuvens em chamas, se possível fosse Tudo que há de infinito, ad infinitum em ti Poder do belo mistério Que viva o mistério da fé Que viva a Igreja de São José

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Na concessão Da bifurcação Do bodoque De Conceição Com vista de Efigênia dos negros nossos Porque negro é ouro E ouro é luz Nossa Senhora dos negros blues Da Conceição de Antônio Dias Das minas de um certo Rey Que Conceição e Chico Das graças, dos breus, das Silvas e Deus Porque negro é ouro E ouro é luz

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projeto expográfico: parede 2,80 x 6,00 mts cor vermelho “profano” 15 quadros 42 x 60 cm




poesia: Arnaldo Rocha Filho fotografia: Eduardo Trópia curadoria: Guilherme Horta design: Guilherme Horta mapa das igrejas: Prefeitura Municipal de Ouro Preto assessoria de imprensa: Carolina Coppoli produção: Eduardo Trópia e Studio Anta agradecimentos: Bernadete Cunha e Guiomar de Grammont Agradecimento muito especial ao Guilherme Mansur pela sua participação motriz e magnífica



patrocínio:

produção:

apoio cultural:


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