ALMO
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a beças, homens flutuando, árvores, cifrões, carros, ramos de louro. Elementos simbólicos. Eles são recorrentes no trabalho de Almo. Crendo que nas fronteiras estão limites muito cruéis, executa nesta sua série de pinturas em acrílica os desenhos de forma extremamente intuitiva, buscando num processo de “semitranse” como o próprio Almo define, ao realizar sem nenhum esboço prévio as figuras que vão se formando e as narrativas que vão surgindo desta sua linguagem de sonhos, extremamente simbólica, criando um universo onírico e revelando informações codificadas pelo seu subconsciente.
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poder planar na superfície, na estética, na busca para um novo design e se preocupar com o belo. Através das cores se permite esquecer as frustrações contemporâneas, se desconecta da pressão que torna a vida nas cidades modernas uma imperiosa condenação ao trabalho (muito), ao ganhar dinheiro (muito), ao obter sucesso (o que será que isto pode ser?), elementos que vivenciam o que se denomina profissional em detrimento do contato humano, a presença que, ao deixar de existir, produz o vazio espiritual.
Geralmente tais narrativas preenchem formas maiores, muitas vezes grandes cabeças ou molduras, que contém e aprisionam pequenas fábulas. Nessa mesma série desafia a técnica da pintura. Busca sua forma no avesso. Ao invés de depositar matéria para criar as figuras, faz um processo inverso. Primeiro cobre toda a superfície com tinta e em seguida trabalha com a remoção para revelar as figuras que vão surgindo de forma inesperada, como se algo fosse sendo desvendado pelo inconsciente.
O Brasil, e nele a Bahia, é apenas um dos seis diferentes países em que já viveu e o português é apenas mais uma das seis línguas que o artista fala. Com tantas referências históricas, geográficas, linguísticas e diferentes culturas assimiladas, em seus sotaques, hábitos, virtudes e vícios que o cotidiano expõe a cada um de nós, Almo em sua arte questiona sua identidade, suas cidades, seus dias, e se faz estrangeiro por ter tornado o mundo sua casa, sua pele, e sua cidadania, e na sua arte o seu salvo conduto para explorar os mistérios que atravessam, seja como símbolos, sonhos ou marcas, a vida de cada um de nós.
Entre um trabalho e outro mergulha nas cores. Ele considera essa série como um descanso, um respiro, a não necessidade de ser tão profundo, de
THAIS DARZÉ Galerista
Detalhe Acrilica sobre Acrilico 60 cm. / 60 cm. 2011
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Detalhe Acrilica sobre Acrilico 1.0 m. / 1.0 m. 2011 4
Detalhe Acrilica sobre Acrilico 1.0 m. / 40 cm. 2012
Olhar para as obras de arte do Almo é como ser puxado em uma fonte de energia criativa que o leva em uma viagem de descoberta. As aplicações abstratas coloridas de tinta podem parecer aleatórias, mas elas são cuidadosamente determinadas mesmo que através de seleção emocional. As infinitas escolhas que ele faz guiam os olhos em toda a tela para grandes e pequenas descobertas. Você pode ver a precisão de execução mais claramente em suas aquarelas e gravuras, porém a metodologia de escolha definitiva é executada através de todas suas obras. É um prazer ver sua energia criativa óbvia pulsando . Glenn Tunstull Artista e Professor da Parsons School of Design
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Acrilica sobre tela 1.10 m. / 1.10 m. 2016
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Detalhe Acrilica sobre Tela 1.0 m. / 1.0 m. 2016
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Detalhe Acrilica sobre Tela 1.0 m. / 1.0 m. 2016
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Detalhe Acrilica sobre Tela 1.0 m. / 1.0 m. 2016
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Detalhe Acrilica sobre tela 1.50 m. / 1.60 m. 2016
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Detalhe Bordado sobre Tecido 50 cm / 70 cm 2011
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As experiências do artista foram iniciadas na Itália, onde estudou design e realizou suas primeiras exposições. Mas o olhar de Almo, já conhecia terras como Honduras, Costa Rica e Filipinas e com certeza o fato de ter morado nesses países deixou em sua memória, símbolos e signos, que misturados aos que encontrou na Bahia renderam excelentes resultados. Almo tem o poder de deixar o observador encantado com a habilidade de suas resoluções técnicas e infinitas possibilidades de criação. O refinamento e o equilíbrio do desenho, a utilização sensível das cores e a exatidão da composição mostram um artista maduro e capaz de unir razão e emoção na medida exata. Em seus trabalhos, abstração e figura convivem em harmonia porque acabam se fundindo em uma forma de escrita, que na grande maioria das vezes registram objetos do cotidiano. São como cartas, escritas com carinho e habilidade para contar às pessoas suas notícias e seus sentimentos diários. Justino Marinho Artista Plástico e crítico de arte
(Trecho do texto escrito para a exposição “10x20” realizada no Acbeu/Salvador, em julho de 2009)]
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Detalhe Acrilica sobre Papel 30 cm. / 40 cm. 2008
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Detalhe Acrilica sobre Tela 1.60 m. / 80 cm. 2014
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Detalhe Ouro sobre papel 30 cm. / 21 cm. 2016
As obras de arte do Almo são um convite para que o espectador chegue mais perto e descasque as camadas, para ver o que esta por trás. A arte é espiritualmente sudutora. Para aqueles de nós que dizem sim ao convite do Almo, somos recompensados com instigantes imagens das possibilidades sem limites da vida, reveladas quando ultrapassamos a superfície. A interação entre as cores, os detalhes escondidos, nos dão espaço para respirar e refletir. Adoro ter a arte do Almo na minha casa. São vinhetas espirituais e nada menos do que magníficas!!!! Carson Phillips Colecionador 18
Detalhe Aquarela com ouro sobre Papel 30 cm. / 21 cm. 2013
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Detalhe Acrilica sobre tela 1.10 m. / 1.10 m. 2016
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Detalhe Ouro sobre Acrilico 1.0 m. / 40 cm. 2014
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Acrilica sobre tela 2.70 m. / 1.70 m. 2016
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Detalhe Acrilica sobre Acrilico 60 cm. / 70 cm. 2013
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TRAJETÓRIA
Jorge Morillo, Almo, possui formação acadêmica em Desenho Industrial, Instituto Europeu di Design, Milão, Itália, concluído em 1997, e estudou Arquitetura na Universitá di Firenze, Facolta di Architettura e Politecnico di Milano. Começa a expor em 1993, coletiva na cidade de Davao, nas Filipinas. Quatro anos depois, participa de mostra na Galeria Tortona, em Milão, Itália. Sua primeira coletiva na Bahia é em 2002, na galeria Ebec. Segue em 2003, Projeto Ambiências, Sala de Arte do Baiano de Tênis, Salvador, Bahia; 2004, Bienal Naïfs do Brasil, São Paulo, São Paulo. Em 2005, Salão Regional de Artes Plásticas, Centro Cultural Adonias Filho, Itabuna, Bahia; 2006, Galerie Zin, Délèmont, Suíça. Em 2007, Galeria do Goethe Institut, Salvador, Bahia; 2007, La Villa Bayard, Sierre, Suíça; 2007, Le Scandale, Genebra, Suíça; 2008, Galerie Zin, Délèmont, Suíça; 2009, Galerie Zin, Délèmont, Suíça. Em 2007 realiza a primeira exposição individual, “Proximidades”, na Galeria do Acbeu, Salvador, Bahia, mostra do Prêmio Braskem Cultura e Arte. Em 2007 realiza “Proximitée”, na Galerie Paul Bovée, Délèmont, Suíça; 2008, “Almo”, Hôtel de Ville, Fribourg, Suíça; e em 2009, “10 X 20”, Galeria do Acbeu, Salvador, Bahia. Já participou de três edições do Circuito das Artes na cidade de Salvador e Paulo Darze galeria de arte já levou os trabalhos do Almo para ARTRIO 2013 e SP ARTE 2014. Ganhou os Prêmios: 2005, primeiro lugar no Salão Regional de Artes Plásticas da Bahia, Centro Cultural Adonias Filho, Itabuna, Bahia. Em 2006, Prêmio Braskem Cultura e Arte, categoria Artes Plásticas.
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EXPOSIÇÕES COLETIVAS
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
2002-Galeria do Ebec VI Mercado Cultural de Salvador, Bahia
2007-“Proximidades”, Galeria do ACBEU, Salvador, Bahia – Pre-
2003-Projeto Ambiências, Saladearte do Baiano de Tênis,
mio Braskem Cultura e Arte
Salvador, Bahia
2007-“Proximitée”, Galerie Paul Bovée, Délèmont, Suíça
2004-Bienal Naïfs do Brasil, São Paulo, São Paulo
2008-“Almo”, Hôtel de Ville, Fribourg, Suíça
2005-Salão Regional de Artes Plásticas, Centro Cultural
2009-“10 X 20”, Galeria do Acbeu, Salvador, Bahia
Adonias Filho, Itabuna, Bahia 2006-Galerie Zin, Délèmont, Suiça 2007-Galeria do Goethe Institut, Salvador, Bahia
FEIRAS DE ARTE
2007-La Villa Bayard, Sierre, Suíça
ArtRio 2013, 2014 e 2015 - Paulo Darze Galeria de Arte
2007-Le Scandale, Genebra, Suíça
SpArte 2013, 2014, 2015, 2016 - Paulo Darze Galeria de Arte
2008-Galerie Zin, Délèmont, Suíça 2009-Galerie Zin, Délèmont, Suíça 2010-Circuito das Artes. Salvador, Bahia
PRÊMIOS
2011-Paulo Darze galeria de arte, Salvador Bahia
2005- Primeiro lugar no Salão Regional de Artes Plásticas da
2011-Salão Regional de Artes Plásticas, Porto Seguro, Bahia
Bahia, Centro Cultural Adonias Filho, Itabuna, Bahia.
2011- Galerie Zin, Délèmont, Suíça
2006- Prêmio Braskem Cultura e Arte, categoria Artes
2012-Circuito das Artes, Salvador, Bahia
Plásticas.
2014-Circuito das Artes, Salvador, Bahia
2011-Menção Honrosa, Salões Regionais de Artes Plásticas,
2014- Triangulações 2014: Pinacoteca de Maceio, Alagoas.
Porto Seguro, Bahia, Brasil.
2014- Triangulações 2014: CCBB, Belem, Pará. 2014- Triangulações 2014: Museu de Arte Moderna da Bahia,
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Salvador, Bahia
CONTATO
2015- Tempo e linguagens , Paulo Darze Galeria de Arte
ALMO/ Jorge Alberto Morillo Doria
2016- Acervo Acbeu 75 anos. Uma trajetória de invocação e
Telefone: (011)99588 9263
incentivo a cultura, Galeria Acbeu
E-mail: morillo.jorge@gmail.com
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Ouro sobre acrilico 1.0 m. / 1.0 m. 2014
Acrilica sobre Acrilico 60 cm. / 60 cm. 2011
Capa e contra-capa
Pรกg 3
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Acrilica sobre Acrilico 1.0 m. / 1.0 m. 2011
Pรกg 4
Acrilica sobre Acrilico 1.0 m. / 40 cm. 2012
Pรกg 5 33
Acrilica sobre Tela 1.0 m. / 1.0 m. 2016 Pรกgs 8, 9 e 10
Acrilica sobre Tela 1.0 m. / 1.0 m. 2016 Pรกg 11
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Acrilica sobre Tela 1.50 m. / 1.60 m 2012
Pรกgs 12 e 13
Acrilica sobre Acrilico 1.0 m. / 1.0 m 2011
Pรกg 15 Bordado sobre Tecido 50 cm. / 70 cm 2011 Pรกg 14
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Acrilica sobre Papel 30 cm. / 40 cm. 2012 Pรกg 16
Acrilica sobre Tela 1.60 m. / 80 cm. 2015 Pรกg 17
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Ouro sobre papel 30 cm. / 21 cm. 2016 Pรกg 18
Aquarela com ouro sobre Papel 30 cm. / 21 cm. 2013
Pรกg 19
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Pรกgs 20 e 21
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Acrilica sobre tela 1.10 m. / 1.10m. 2016
Acrilica sobre Acrilico 60 cm. / 70 cm. 2013
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Fotos: Pico Garcez Direção de Arte e Edição: Magu Atala Sapolnik
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Detalhe Ouro sobre acrilico 1.0 m. / 1.0 m. 2014
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