3 minute read

ARTE

Next Article
INSTITUCIONAL

INSTITUCIONAL

Viva Rebel

O título manifesto, Viva Rebel, é uma exaltação e alerta. A exposição foi uma homenagem e um espaço de solidariedade

Advertisement

FOTOS: MELISSA BINDER

artista plástico Raul Mourão expôs duas escultu-O ras cinéticas inéditas e uma instalação temporária ao ar livre, na Avenida Delfim Moreira, no número 558, na orla do Leblon (Rio de Janeiro). A intervenção artística, batizada de Viva Rebel, foi apresentada pela Gafisa e realizada entre os dias 21 de janeiro e 21 de março, ocupando o terreno onde será construído o residencial Tom Delfim Moreira. A mostra teve acesso gratuito e respeitou as regras de distanciamento social, com limite diário de público e exigência de obrigatoriedade do uso de máscaras durante toda a visitação. As duas esculturas cinéticas de grande escala foram projetadas pelo artista durante a pandemia, em 2020, e são desdobramentos da série Grades, remetendo às grades usadas para proteção, segurança e isolamento em ruas do Rio de Janeiro, presentes nas fotografias realizadas pelo artista há três décadas. Apesar de cada peça pesar cerca de 1,5 tonelada, a questão central não é o peso ou a brutalidade, mas sim o equilíbrio, a possibilidade de movimento e o cuidado. “Basta um pequeno gesto do espectador para que toda essa massa se movimente, permitindo que as linhas da estrutura de aço se cruzem e criem um embaralhamento visual”, explica o artista. É esse engajamento, adesão e possibilidade de resistência, não só no campo da arte, mas também para além dele, que são os motores dessa produção.

Além das esculturas, houve uma instalação de setas em bandeiras hasteadas a seis metros de altura na entrada do terreno que demarcam a ocupação de um território que sinalizaram que algo aconteceu ali. Esses elementos foram resultado de uma série de fotografias que Mourão realizou entre o fim dos anos 1980 e o início dos anos 1990, presentes até hoje em sua obra e que retratam tapumes brancos com setas vermelhas usados pelo poder público para indicar desvios no espaço urbano em virtude de obras.

Ao longo de três décadas de produção, Raul Mourão vem construindo um corpo de trabalho que sempre se interessou pelos espaços entre o público e o privado, a rua e o ateliê e os circuitos da cidade e da arte. No projeto Viva Rebel, essa característica se reapresenta. “A mostra ocupou o espaço que estava temporariamente vazio, e o limite do terreno era delimitado pelas empenas de quase 20 metros de altura dos prédios que antes rodeavam a casa, transformando o lugar em uma espécie de beco sem saída à beira-mar”, destaca o artista. Raul Mourão, que é artista multimídia, produtor e diretor de arte. Estudou na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e expõe seu trabalho desde 1991. Sua obra abrange desenhos, gravuras, pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, textos, instalações e performances.

A exposição foi apresentada pela Gafisa, uma das maiores construtoras e incorporadoras do Brasil. Para a companhia, a iniciativa reflete o seu objetivo de oferecer uma gentileza urbana por meio da arte. “Neste terreno tão icônico, agregamos uma função social e cultural ao espaço, proporcionando uma experiência enriquecedora, além do convencional, aos visitantes da orla carioca”, destaca o diretor de Novos Negócios da Gafisa e CEO da Gafisa Propriedades, Guilherme Pesenti. Com mais de 67 anos de mercado, a Gafisa está presente em 40 cidades e 19 estados de todo o país. Ao longo de sua trajetória, a empresa já entregou mais de 1.200 empreendimentos – que, juntos, formariam uma cidade com 1,5 milhão de habitantes, o que significa que um em cada 130 brasileiros vive em um Gafisa.

Na página anterior, escultura pendular em forma geométrica, feita em aço, que balança num ritmo controlado pelo próprio peso. Aqui, crianças experimentam a dupla de esculturas de Raul Mourão

This article is from: