Revista Cia.City

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MAIO DE 2015

HISTÓRIA CIA. CIT Y: UMA MARCA QUE TRADUZ QUALIDADE E SOLIDEZ

PAISAGISMO JARDINS E PRAÇAS QUE AJUDAM A MELHORAR O AR DA CIDADE

ARQUITETURA | UMA PUBLICAÇÃO DA CIA. CIT Y DESENVOLVIMENTO URBANO |

CASAS MODERNISTAS


O legado da Cia. City para o urbanismo brasileiro é a sua paixão pelos traçados que inspiram vidas.

Jardim América

Pacaembu

Alto da Lapa

Alto de Pinheiros

ciacity.com.br

Certamente você já ouviu falar do Alto de Pinheiros, do Pacaembu e do Jardim América, renomados bairros de São Paulo. O que talvez você não saiba é que foi a Cia. City que projetou esses e muitos outros. Ela é uma empresa única, com a missão de proporcionar qualidade de vida aos moradores das cidades onde atua, por meio de projetos urbanísticos pioneiros. E continua fazendo isso com propostas cada vez mais inspiradoras, como a Fazenda Dona Carolina, em Itatiba; o City Parque, em Itu; o Jardins da Cidade, em Nova Odessa; e o Traços da Cidade, em Santos.


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CARTA EDITORIAL |

UM ESPAÇO PARA O BEM VIVER A

Cia. City, criada em 1911 em Londres, teve um papel pioneiro na consolidação do traçado urbano de São Paulo. Em uma época em que não havia lei de zoneamento nem regras para uso do solo, a empresa estabeleceu parâmetros que influenciaram o poder público e, principalmente, criou áreas verdes e aprazíveis que se tornaram verdadeiros pulmões na metrópole que hoje sofre as consequências do crescimento e do progresso. A companhia continua sua trajetória inovadora e pioneira criando novos empreendimentos que privilegiam o modelo de bem-estar urbano estabelecido pelos arquitetos Barry Parker e Raymond Unwin, que depois de criar a primeira cidade-jardim do mundo, na Inglaterra, desenharam bairros icônicos como o Jardim América e Pacaembu. Essa revista tem o intuito de relatar, em textos de leitura leve e agradável, histórias como a de Ebenezer Howard, um visionário que gostava de poesia e criou o conceito urbanístico das cidades-jardins na Inglaterra do final do século 19. Além de abordar aspectos da trajetória da companhia, decidimos também realizar reportagens sobre assuntos de interesse geral que têm, na sua essência, os mesmos atributos de valorização

da qualidade de vida. Temos as inspiradoras casas modernistas projetadas por expoentes da arquitetura como Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha e as praças mais icônicas dos bairros projetados pela companhia; e uma entrevista com o conceituado paisagista e urbanista Sergio Santana sobre os conceitos do Novo Urbanismo, um movimento que resgata a importância da humanização das grandes cidades. E como o lazer e a diversão são quesitos indispensáveis quando falamos em bem viver, temos também uma reportagem sobre a comida de fazenda, um tipo de gastronomia que resgata agradáveis lembranças e hoje ganha versões moderninhas em restaurantes como Dalva e Dito e Mocotó. Além disso, trazemos os novos talentos do tênis nacional; e uma viagem pelos sabores e cultura em dez atrações da Grã-Bretanha, que este ano apresenta uma quantidade de eventos capaz de agradar a qualquer estilo, desde a Copa do Mundo de Rúgbi até a comemoração dos 150 anos do lançamento do livro As Aventuras de Alice no País das Maravilhas. Você também vai conhecer os novos projetos da Cia. City em cidades como Itatiba, Santos e Itu, empreendimentos que surpreendem pelo desenho minucioso de cada detalhe que pode proporcionar mais bem-estar aos moradores. Desejamos a todos uma leitura agradável! Boa leitura! 3


ÍNDICE CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015

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PAISAGISMO 06

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HISTÓRIA

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Alicerces do futuro Cia. City: uma marca que traduz qualidade e solidez.

Enclaves verdes Os jardins e praças dos bairros da Cia City ajudam a melhorar o ar da cidade.

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URBANISMO

O pioneiro visionário Ebenezer Howard, o britânico que idealizou o conceito das cidades-jardins.

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Pelo mundo Da Disney a Camberra, um conceito que se espalhou pelo planeta.

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O bem-estar urbano Sergio Santana: o Novo Urbanismo e a humanização das cidades.

Casas Modernistas Projetos históricos mostram a força do movimento em São Paulo.

VIAGEM 46

ESPORTES Virtuoses da raquete Os novos talentos do tênis brasileiro. Potenciais campeões do futuro.

ARQUITETURA

A Grã-Bretanha em 2015 Festivais de gastronomia e de esportes estão entre as atrações.

GASTRONOMIA 52

Comida de Fazenda Delícias caipiras em alta em restaurantes descolados.

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EQUIPE CIA CITY Marketing Thalia Rogano Pantarotto Diretor Presidente José Pereira Wilken Bicudo Diretor Geral Ciro Schmeil PROJETO EDITORIAL

www.studiolemon.com.br Rua Harmonia, 293 CEP 05435-000 Tel. (11) 2893 - 0199 São Paulo - SP DIRETOR DE CRIAÇÃO Cesar Rodrigues cesar@studiolemon.com.br DIRETOR EXECUTIVO Chico Volponi cvolponi@studiolemon.com.br PROJETO GRÁFICO Lemon Design & Comunicação DESIGN Eduardo Barletta Felipe Ribeiro

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PROJETOS

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Dona Carolina Vida no campo com as comodidades de um hotel. Jardins da Cidade Uma casa a um passo do clube: mais de 20 itens de lazer.

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City Parque Itu Vista eterna para o verde: empreendimento fica ao lado de parque. Traços da Cidade Localização perfeita e design sofisticado em Santos.

EDITORA Rosane Aubin JORNALISTAS Cristina Bielecki Renata Turbiani DIAGRAMAÇÃO Pedro Henrique ARTE FINAL Osmar Tavares Junior REVISÃO Claudio Eduardo Nogueira Ramos

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HISTÓRIA |

UMA HISTÓRIA COM

ONTEM, HOJE E AMANHÃ CIA CITY IMPLANTOU HÁ MAIS DE CEM ANOS OS CONCEITOS QUE INSPIRARAM O DESENVOLVIMENTO URBANO DA CIDADE DE SÃO PAULO NO SÉCULO XX POR: ROSANE AUBIN FOTOS: ACERVO CIA. CITY

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É

impossível não ser impactado: andar por bairros de São Paulo como Jardim América, Alto de Pinheiros, Pacaembu, Alto da Lapa e Bella Aliança causa uma sensação imediata de bem-estar e de conforto. Calçadas largas, ruas sinuosas, jardins públicos e privados em profusão, casas construídas a partir de regras que estabelecem um grande recuo, por exemplo, criaram ambientes que são verdadeiros sinônimos de qualidade de vida em São Paulo. Quando a City of São Paulo Improvements and Freehold Land Company Ltda. começou a implantar os bairros-jardins, na segunda década do século XX, não havia nada mais inova-

dor e surpreendente. Na época em que os arquitetos Barry Parker e Raymond Unwin, criadores da primeira cidade-jardim do mundo, Letchworth, na Inglaterra, começaram a desenhar o Jardim América, a área era dominada por charcos e pântanos. Os ingleses, que haviam sido conquistados pelas ideias visionárias do londrino Ebenezer Howard, aceitaram o desafio urbanístico, drenaram a região e criaram o traçado urbano hoje tão valorizado. >> 7


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E mais: além de projetar ruas, realizar pavimentação, sistemas de água e esgoto, e os amplos espaços públicos para permitir a convivência entre moradores, criaram regras para o uso dos lotes em uma época em que São Paulo não tinha nenhuma lei que prevenisse o crescimento desordenado da cidade. Resultado: as decisões tomadas por Barry Parker, que escrevia a mão como as casas deveriam ser construídas e quanto de área deveriam preservar para jardins, mais tarde foram levadas em conta na criação das primeiras leis de zoneamento urbano da cidade. “Nosso arquivo tem pastas com informações de cada lote vendido pela Cia. City, inclusive com as plantas das casas, o que nos permite reconstruir a história do urbanismo e da arquitetura da cidade de São Paulo. Barry Parker escrevia muito nas plantas e se correspondia com profissionais da Prefeitura, consultando as diretrizes e sugerindo novos conceitos urbanísticos. 8

São documentos importantes porque ali temos os principais conceitos que levaram aos bairros-jardins implantados no Brasil”, conta o economista José Pereira Wilken Bicudo, presidente da Cia. City. Com o amadurecimento dos bairros e a evolução da cidade, os bairros-jardins, verdadeiros oásis verdes e aprazíveis, valorizaram-se, atraindo um público de alta renda. Hoje, os desenhos de vários deles foram tombados pelo patrimônio histórico, o que garante a sua preservação no futuro. A Cia. City manteve até 1972, ano da primeira lei de zoneamento da cidade, uma equipe de arquitetos e engenheiros para fiscalizar as obras de construções de residências em cada lote. Após 1972, incentivou a criação das associações de moradores, com quem mantém um relacionamento próximo e intenso. “Temos um caso emblemático, no Alto da Lapa, em que apoiamos a associação local para embargar a obra, que não obedecia às restrições estabelecidas pela empresa”, conta José Bicudo. Iênidis Benfati, presidente do Conselho Deliberativo da Viva Pacaembu, elogia a atuação da companhia. “‘É tão boa parceira que já a homenageamos com dois diplomas de reconhecimento pela ajuda na preservação do bairro e da cidade como um todo”, diz. CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


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HISTÓRIA |

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Na página anterior, Foto aérea do Pacaembu realizada em 2014 01. Foto aérea do Alto de Pinheiros, em 2014

02. O mesmo Alto de Pinheiros em 1953 Fonte: Acervo Cia City 03. Anúncios publicados no jornal O Estado de S.Paulo na década de 1930 Fonte: Acervo Cia City

PRESENTE O presidente José Bicudo divide a trajetória da Cia. City em três ciclos: o primeiro foi iniciado quando a empresa foi criada em 1911, em Londres, pelo arquiteto Joseph-Antoine Bouvard e investidores; o segundo começa em 1961, quando o Grupo Deltec adquire as ações e torna a empresa uma das maiores incorporadoras da cidade de São Paulo e implanta nas principais cidades do Estado e também em

outros Estados do país os conceitos dos bairros jardins; e o terceiro a partir do início dos anos 2000, quando é adquirida pelo Grupo Santo Domingo e passa a conviver com o novo cenário no mercado brasileiro, mais amadurecido e especializado. “O grupo compra a empresa olhando essencialmente o poder da marca e o papel que teve no País, e o grande ativo que restou, o grande terreno comprado em Pirituba na década de 1970”, detalha o presidente. Ele acredita que esse projeto, que vai ocupar 1,6 milhão de metros quadrados e terá cerca de 4 mil moradias, poderá representar uma retomada da vocação primeira da empresa, em que a inspiração no modelo inglês de bem-estar urbano prevaleceu. “Com a dificuldade que temos hoje em encontrar grandes áreas, Pirituba talvez seja algo único, um espaço onde a Cia. City possa colocar uma bandeira de tudo que representou e fez pela cidade de São Paulo. Terá uso misto, com residências uni e multifamiliares, comércio e serviços, tudo planejado para formar um bairro compacto com muitas áreas verdes e que ofereça mobilidade e qualidade de vida aos moradores”, explica. A previsão é de que o empreendimento, cujos conceitos estão alinhados com o novo Plano Diretor da cidade, seja lançado em 2017. A nova fase da empresa inclui seis outros empreendimentos que estão em várias fases de implantação. “Temos desde um loteamento de lazer, em que a qualidade urbanística é visivelmente superior, até empreendimentos com unidades multifamiliares que se integram a um todo urbanístico planejado por nossos parceiros”, enumera. Ele se refere à Fazenda Dona Carolina, lançada em 2011, em que o projeto está integrado a uma estrutura hoteleira e procura incentivar a convivência entre as pessoas, tanto no hotel quanto nos vários equipamentos de lazer oferecidos. O outro empreendimento é o City Parque Itu, que inicialmente terá torre única ao lado de um parque que a empresa está criando em parceria com a prefeitura e será aberto ao público. Além desses dois, a Cia. City atualmente trabalha com o Traços da Cidade, em Santos; e Jardins da Cidade, em Nova Odessa (leia mais a partir da página 58). >> 9


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“É TÃO BOA PARCEIRA QUE JÁ A HOMENAGEAMOS COM DOIS DIPLOMAS DE RECONHECIMENTO PELA AJUDA NA PRESERVAÇÃO DO BAIRRO E DA CIDADE COMO UM TODO”

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HISTÓRIA |

PASSADO A Cia. City nasceu do conceito das cidades-jardins idealizado por Ebenezer Howard e desenvolvido por Raymond Unwin e Barry Parker. Visionário, Howard imaginou uma solução para o caos de cidades inglesas como Londres e Manchester, inchadas pelas consequências da Segunda Revolução Industrial. Em seu livro As Cidades-Jardins de Amanhã, lançado em 1898, ele imaginou cidades autônomas que aliassem as vantagens do campo com a dos centros urbanos, com traçado orgânico, espaço para áreas verdes e convivência social, e que tivessem tudo o que o morador precisa para o dia a dia, de serviços a opções de comércio e entretenimento. Os dois arquitetos vieram ao Brasil para ajudar a Cia. City a urbanizar os 15 milhões de metros quadrados que haviam sido adquiridos por um grupo de investidores reunido por Joseph-Antoine Bouvard, arquiteto francês que veio a São Paulo para desenhar o Boulevard da Avenida São João. Ele conheceu o proprietário de terras Henrique Sabino, que estava desenvolvendo a então chamada Vila América, hoje Jardins, e juntos buscaram um investidor, primeiro em Paris, depois em Londres, onde fundaram a City of São Paulo Improvements and Freehold Land

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Company Ltda., em 1911. Com o capital amealhado na Bolsa de Valores de Londres, compraram as áreas de terra em São Paulo e contrataram a dupla de arquitetos. O primeiro lançamento foi o Jardim América, que ocupou mais de um milhão de metros quadrados, hoje um dos mais valorizados da cidade e tombado pelo patrimônio histórico. Em 1917, a companhia comprou um terreno no Anhangabaú, mas não pôde imprimir as mesmas características dos outros bairros-jardins porque a área já era previamente ocupada. Mesmo assim, foi a responsável pela abertura da Avenida Anhangabaú, atual Nove de Julho, e urbanizou o Vale do Anhangabaú, hoje famoso por seus jardins e edifícios históricos. Em 1921, a empresa expandiu seus domínios criando os bairros Alto da Lapa e Bella Aliança, ao lado, que mantêm até hoje o planejamento inicial e são tombados. Em 1925, iniciou-se o desenvolvimento do Alto de Pinheiros, que teve um progresso lento e ganhou força nos anos 1940. No mesmo ano, surgia o Pacaembu, cuja história tem um ingrediente pitoresco: segundo relatos, os engenheiros lançaram mão de uma estratégia curiosa para definir o traçado das ruas. Como a região era extremamente acidentada, eles usavam burros de carga, conhecidos por escolher sempre as melhores trilhas, e depois desenhavam os caminhos baseados nos trajetos dos animais. Em 1930, foi a vez do Butantã, onde a companhia restaurou e doou à Prefeitura a Casa dos Bandeirantes. A empresa também criou bairros como o Jardim Guedala, Vila Romana, City América e Boaçava, entre muitos outros, além de atuar em outras cidades e estados. Na década de 1960, a companhia, que já havia esgotado o estoque de terras comprado inicialmente, foi adquirida pelo Grupo Deltec. “O primeiro questionamento deles foi sobre definir o futuro da companhia. Decidiram reunir um grupo diretivo que tivesse presença na sociedade, na economia e na política”, conta José Bicudo, presidente da companhia. Como naquele momento estava sendo criado o Banco Nacional da Habitação (BNH), primeira instituição destinada a financiar a casa própria, os diretores tomaram a decisão de passar a

incorporar imóveis, estratégia que foi tão bem-sucedida que a empresa tornou-se uma das maiores incorporadoras da cidade na década de 1970. No final da mesma década, a companhia expandiu seus negócios para o Interior, retomou sua vocação urbanística com a criação de loteamentos e cruzou os limites do Estado, com empreendimentos em Anápolis (Goiás), Blumenau (Santa Catarina) e Uberlândia (Minas Gerais). “A Cia. City também inovou ao criar conceitos de loteamentos que depois passou a ser largamente usado no País, apesar de que os bairros são abertos, integrados à cidade, e não isolados por grandes muros”, diz José Bicudo. O atual acionista da Cia. City, Grupo Santo Domingo, adquiriu a empresa no começo dos anos 2000. Atualmente, a companhia mantém seus valores mais intrínsecos, que são a valorização do meio ambiente, o pioneirismo, a cidadania, a ética nas suas relações, qualidade de vida dos moradores e o resgate, desenvolvimento e integração dos valores sociais, culturais e ambientais das comunidades em que está envolvida. Essas ideias, compartilhadas por colaboradores e parceiros de renome no mercado de arquitetura, engenharia e paisagismo, são a semente do futuro que a Cia. City deseja. “Pretendemos que os colaboradores possam aprender o passado, a história da empresa, e pensar seu futuro conjuntamente, aqui dentro. Formar pessoas é algo muito agradável”, diz o presidente José Bicudo, mostrando que o espírito colaborativo e inovador que impulsionou Raymond Unwin e Barry Parker no início do século XX continua vivo dentro da companhia.

O Alto da Lapa em foto aérea registrada em 2014

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HISTÓRIA |

A HISTÓRIA DE EBENEZER HOWARD, UM ESTENÓGRAFO QUE GOSTAVA DE POESIA E CRIOU UM NOVO MODELO URBANO NA INGLATERRA, AS CIDADES-JARDINS

POR: ROSANE AUBIN FOTOS: HERITAGE FOUNDATION LETCHWORTH GARDEN CITY

Na

POESIA e na

PRÁTICA E

benezer Howard nasceu em 1850, em Londres, filho de um comerciante de classe média. Ainda na infância foi estudar em escolas no interior da Inglaterra, onde aprendeu a apreciar a vida no campo. Aos 21 anos, influenciado por um tio que era fazendeiro nos Estados Unidos, imigrou, viajou até o estado de Nebraska, chegou a se instalar numa propriedade rural com um amigo, mas logo percebeu que a vida no campo não era para ele. Mudou-se para Chicago, e passou a trabalhar como repórter em tribunais e jornais, época em que conheceu a poesia de Walt Whitman e Ralph Waldo Emerson, o que inspirou suas primeiras reflexões sobre formas de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Sonhador, mas ao mesmo tempo pragmático, Howard mais tarde foi o criador do conceito da cidade-jardim, que expôs no livro As Cidades-Jardins de Amanhã, cuja edição brasileira mais recente foi lançada em 2002, pela editora Anablume. Mesmo sem ter tido uma educação sofisticada, Howard foi capaz de articular, no final do século XIX e início do XX, um movimento de vanguarda que se espalhou pelo mundo

e ganhou força no limiar de outro século com o lançamento do Novo Urbanismo, nos anos 1990. Como citam os autores Andres Duany, Elizabeth Parker-Zyberk e Jeff Speck no livro The Rise of Sprawl Suburban and the Decline of Nation, essencial para se entender a gênese do Novo Urbanismo, o inglês foi um pioneiro ao perceber que era preciso passar de um modelo de cidade sem espaço para o bem-estar para outro em que a convivência humana e a fruição da natureza fossem possíveis. Quase um século antes, ele já havia concebido cidades que facilitavam a locomoção e aproximavam casas e fábricas, com muitas áreas verdes e integração entre campo e cidade. E, principalmente, cuidadosamente desenhadas com várias regras que visavam garantir o bem-estar e a qualidade de vida dos moradores. >> 13


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HISTÓRIA |

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Na página anterior, Jardim comunitário na primeira cidade-jardim, Letchworth, na Inglaterra 01. A Rua Broadway, uma das mais simbólicas de Letchworth, no outono

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02. Retrato de Ebenezer Howard produzido pelo pintor Spencer Pryse 03. Jardins de Letchworth no verão

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Depois de viver nos Estados Unidos, Howard voltou para a Inglaterra em 1876 e foi trabalhar como repórter no Parlamento inglês, experiência que lhe permitiu assistir a muitos debates sobre os problemas de habitação no país. Àquela época, as cidades inglesas sofriam as consequências da industrialização. O excesso de moradores, muitos vindos do interior em busca de trabalho nas fábricas, criou uma situação caótica, com moradias caras, bairros com precárias condições sanitárias e altamente poluídos, o que impactou diretamente na saúde dos cidadãos. Ele percebeu que, independentemente de partido político ou convicção religiosa, a preocupação com o inchaço das cidades era compartilhada por todos. Leitor voraz e errático, Howard foi fortemente influenciado pelo livro Looking Backward, de Edward Bellamy, um romance futurista que descrevia uma Boston utópica no ano 2000. Combinando várias leituras e influências, lançou seu livro, em 1898, e passou a fazer apresentações pelo país, divulgando suas ideias. Logo conseguiu reunir um grupo de interessados

e criar a Associação das Cidades-Jardins, que contava com um de seus melhores amigos e incentivadores, o dramaturgo George Bernard Shaw. A instituição, hoje chamada Town and Country Planning Association, é a mais antiga entidade filantrópica ambiental da Inglaterra. A primeira conferência contou com a presença de Raymond Unwin que, ao lado de Barry Parker, criou a primeira cidade-jardim, Letchworth, o primeiro subúrbio com o conceito, Hampstead, em Londres, e também os bairros paulistanos Jardim América e Pacaembu. Ebenezer Howard foi condecorado cavaleiro do rei em 1927, ganhando o título de Sir. Teve três filhas e um filho com Elizabeth Ann Bills, que sempre apoiou suas ideias e apreciava a vida no campo. Morreu em 1928, na sua segunda cidade-jardim, Welwyn. 15


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HISTÓRIA |

DA DISNEYLÂNDIA

À AUSTRÁLIA POR: ROSANE AUBIN FOTOS: DIVULGAÇÃO

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02 01. Camberra, considerada modelo de urbanização e qualidade de vida 02. Walt Disney apresenta o traçado do Epcot Center, inspirado nas cidadesjardins

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CIDADES-JARDINS INSPIRARAM PROJETOS PELO MUNDO

té Walt Disney, quem diria, foi seduzido pelas ideias utópicas de Ebenezer Howard, o britânico que antecipou em quase cem anos os movimentos urbanísticos em voga hoje no mundo. O famoso Epcot (sigla para Experimental Prototype Community of Tomorrow, ou protótipo experimental de uma comunidade do futuro), parque temático que faz parte do complexo turístico da Flórida, Estados Unidos, é inspirado no desenho urbanístico proposto por Howard. Walt Disney queria que a cidade fosse um teste para um novo tipo de urbanismo e desenhou suas ruas a partir de um círculo que concentrava áreas de comércio e negócios no centro; depois colocou as escolas, centros comunitários e clubes; e por fim, na parte mais periférica, a área residencial. Disney morreu em 1966, sem concluir o projeto, que acabou sendo inaugurado em 1982 com características muito diferentes: em vez de uma cidade, virou um parque temático que celebra a engenhosidade humana, especialmente as conquistas tecnológicas e a cultura internacional. Mas, no final dos anos 1980, o CEO da Disney, Michael Eisner, decidiu construir uma nova cidade numa grande área que a companhia havia comprado décadas atrás e colocar em prática os planos iniciais do fundador. Assim surgia Celebration, também na Flórida, uma comunidade com algumas características do projeto original mas que também dava espaço aos conceitos do Novo Urbanismo. >> 17


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01. A vila alemã de Hellerau, hoje importante ponto turístico de Dresden 02. A paisagem urbana da comunidade 03. A cidade de Celebration, na Flórida, realizou o sonho de Walt Disney

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Hellerau, vila da cidade de Dresden, na Alemanha, fundada por Karl Schmidt Hellerau em 1909, foi a primeira cidade-jardim da Alemanha e, graças ao arquiteto Hermann Muthesis, conseguiu colocar em prática várias ideias de Howard. A qualidade de vida e a atmosfera progressista da comunidade atraíram artistas como o compositor Émile Jaques-Dalcroze e os coreógrafos Mary Wigman e Gret Palucca. Antes da Primeira Guerra, seus festivais de arte anuais atraíam a elite cultural europeia. Hoje, Hellerau é uma das atrações turísticas de Dresden.

O prédio antigo que era sede dos festivais passou por uma longa restauração concluída em 2006, e agora abriga eventos experimentais de arte moderna, e é a casa das companhias de dança contemporânea Derevo e Forsythe. Em 1931, Barry Parker, que já havia projetado as cidades-jardins de Letchworth e Welwyn e os bairros-jardins de São Paulo, criou a cidade satélite de Wythenshawe, perto de Manchester, na Inglaterra. Nos Estados Unidos, Radburn, em Nova Jersey, de 1929, e Greenhills, em Ohio, da década de 1930, são exemplos de outras comunidades que seguiam os princípios de Howard. O arquiteto Walter Burley Griffin, que ganhou o concurso realizado em 1911 para desenhar Camberra, capital da Austrália, também foi fortemente influenciado pelos princípios da cidade-jardim. Depois de vencer a concorrência, declarou que nunca imaginou ser escolhido, já que havia projetado uma cidade diferente de qualquer outra existente. “Planejei a cidade ideal, que vem ao encontro do meu ideal de cidade do futuro”, disse. Moderna e famosa

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HISTÓRIA |

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pela vegetação natural das ruas e parques, Camberra é considerada um modelo em urbanização e qualidade de vida, com várias opções de esportes ao ar livre. O centro, ao redor do lago Burley Griffin, abriga uma série de boas opções em restaurantes e uma vibrante vida noturna. Outro bom exemplo de aplicação das ideias de Ebenezer Howard é o condomínio Village Homes, na cidade de Davis, Califórnia. Quando começaram sua construção, em 1973, seus idealizadores tiveram dificuldades para conseguir financiamento, por causa das características inovadoras do projeto. O arquiteto Michael Corbett desenhou grandes cinturões verdes e determinou que a área urbana seria de uso misto, com comércio, serviços e empresas de pequeno porte,

além de criar uma rede de ciclovias e caminhos para pedestres com acesso às estradas e meios de transporte da cidade. A ideia de criar uma comunidade modelo, com coleta seletiva de lixo, sistemas para economia de energia, hortas e pomares fertilizados com a compostagem do lixo produzido no local, entre outras medidas hoje tão em voga, ainda não eram tão conhecidas à época. Mas hoje Village Homes é considerada um modelo de comunidade, e apesar de parecer um pouco utópica, pode apontar caminhos possíveis para as cidades do futuro.

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PAISAGISMO |

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UM JARDIM

A CADA ESQUINA AS ÁREAS VERDES VALORIZAM A CIDADE E GARANTEM QUALIDADE DE VIDA AOS MORADORES POR: RENATA TURBIANI FOTOS: DIVULGAÇÃO

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ada vez mais necessárias nas grandes metrópoles, as áreas verdes, além de oferecerem valorização imobiliária e paisagística aos locais onde estão inseridas, são instrumentos importantíssimos para melhorar a qualidade de vida dos moradores. Isso porque são responsáveis pela regulação do clima, a manutenção da biodiversidade, o controle da poluição e a diminuição da impermeabilidade do solo. Para a Cia. City, essa é uma questão fundamental, tanto que seus projetos são baseados na valorização do meio ambiente e na integração do urbano com o campo, de forma que as cidades possam servir a seus moradores e, com isso, melhorar seu modo de viver. Nos trabalhos que realiza, a empresa busca o máximo aproveitamento da vegetação nativa e faz praças em abundância, além de reservar espaços ao lazer e à prática de esportes. Outras preocupações constantes da companhia, responsável pelo desenvolvimento de 33 milhões de metros quadrados, incluindo o planejamento de 50 bairros em vários estados − entre eles Jardim América, Pacaembu e Alto de Pinheiros −, são traçar as ruas de acordo com a topografia local e garantir padrões rígidos para a construção de casas,

que devem ser distantes umas das outras e com amplo recuo frontal. “A Cia. City, quando fez os loteamentos dos bairros-jardins de São Paulo, deixou uma porcentagem para as áreas verdes, e muitas delas se tornam praças. Trata-se de um padrão de qualidade que não existe muito na cidade”, analisa Silvio Soares Macedo, professor titular de paisagismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Universidade de São Paulo (USP). Para o paisagista Marcelo Faisal, a necessidade de garantir o verde, a permeabilidade do solo e a melhoria das condições socioambientais têm de ser obrigatórias em qualquer gestão. “A evolução das áreas verdes e a das ciclovias correm juntas, para tornar as cidades mais humanas e menos áridas”, diz. A seguir, conheça algumas áreas verdes localizadas em bairros de São Paulo projetados pela Cia. City. >> 21


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PAISAGISMO | 01

PRAÇA ARQUITETO BARRY PARKER − PACAEMBU Quando fez o traçado de loteamento do bairro do Pacaembu, a Cia. City deixou várias áreas remanescentes e as doou para o município. O espaço onde atualmente fica a Praça Arquiteto Barry Parker, localizada na confluência das ruas Itajubá, Itatinga e Monsenhor Alberto Pequeno, ficou abandonado durante muitos anos e acabou servindo de depósito de lixo. A Associação Viva Pacaembu, que existe há 13 anos, decidiu, então, recuperar a área. Asunción Blanco, fundadora da organização de moradores, conta que foi feita uma proposta para a prefeitura de São Paulo, na época sob o comando de Marta Suplicy, já com o projeto da praça pronto. “A prefeitura aceitou e, como o valor da obra seria pequeno, se encarregou da construção”, lembra ela, que mora no bairro há 28 anos. Asunción conta ainda que a escolha do nome de Barry Parker é uma homenagem ao urbanista que projetou o traçado do bairro, respeitando a sinuosidade dos terrenos ali existentes. Inaugurada há mais de 10 anos, a praça, além de muitas árvores (araçás, por exemplo) características dos bairros-jardins, conta com pista de caminhada, playground para as crianças brincar, bancos para os visitantes sentarem e observar a natureza e aparelhos de ginástica. 02

Na página anterior, Jardins da Praça Panamericana 01. A Praça Arquiteto Barry Parker, no Pacaembu 02. Espaço para descanso na Praça Barry Parker 03. Dividida em duas meiasluas, a Panamericana é considerada um marco do bairro

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PRAÇA PANAMERICANA − ALTO DE PINHEIROS Próxima à Marginal Pinheiros, a Praça Panamericana fica em uma zona de trânsito intenso entre quem vem do Butantã, da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), da Vila Madalena e de Pinheiros. Com uma área de 26.100 metros quadrados, ela se encontra em uma grande rotatória, bem no centro do bairro, é dividida em duas meias-luas e cercada por instituições bancárias, supermercados, farmácias, postos de gasolina e restaurantes. Rosa Maria Castro Menegali, engenheira agrônoma e supervisora técnica de Limpeza Pública da Subprefeitura de Pinheiros, diz que a proposta da Panamericana é um pouco diferente das demais praças da cidade. “Ela é o que chamamos de praça de passagem.

Não é um local que as pessoas frequentem. Embora tenha alguns equipamentos de ginástica, é difícil ver gente por lá, mas ainda assim é um marco no bairro”, avalia. Em 1999, a praça passou por uma revitalização, que ficou a cargo do paisagista Marcelo Faisal. “Naquela época ela se encontrava em estado de total abandono. Diante do desafio, que não era pouco, em razão da escala e das condições apresentadas, imaginei algo lúdico e que convidasse para o convívio”, comenta o especialista. O que ele fez, então, foi instalar um megapomar, dividido em setores, com jabuticabeiras, laranjeiras, pitangueiras e amoreiras. Outras espécies que podem ser vistas por lá são palmeiras, jasmim-manga, tipuanas e araucárias brasileiras. >> 23


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PAISAGISMO |

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PRAÇA CORONEL CUSTÓDIO FERNANDES PINHEIRO (PRAÇA DO PÔR DO SOL) − ALTO DE PINHEIROS Famosa pela visão privilegiada que oferece do entardecer, a Praça Coronel Custódio Fernandes Pinheiro, mais conhecida como Praça do Pôr do Sol, é uma das mais frequentadas da capital. Especialmente no fim da tarde e nos finais de semana, pessoas de todas as regiões de São Paulo se reúnem no local para curtir a natureza, fazer piquenique ou simplesmente relaxar. O espaço mais disputado é o gramado − feito com grama batatais. Com projeto da arquiteta Miranda Martinelli Magnoli e da paisagista Rosa Kliass, a praça, de 31.343 metros quadrados, é cheia de tipuanas, ipês e guapuruvus. Rosa Maria Castro Menegali, da Subprefeitura de Pinheiros, diz que o local não tem canteiros e conta com poucos maciços de arbustivos por uma questão de segurança. “O objetivo é evitar que pessoas se escondam nesses 24

espaços para assaltar. Também procuramos não plantar árvores no gramado para não intervir na vista do horizonte, que é o seu principal atrativo.” A praça conta ainda com pistas para caminhada e playground de madeira. Para mantê-la sempre limpa e em ordem, Rosa conta que um esquema especial de limpeza e de varrição é realizado no domingo e na segunda-feira pela manhã. No restante da semana, o serviço é feito em dias alternados. A manutenção do gramado e da vegetação acontece a cada 35 dias e as podas quando necessário, mediante laudos de engenheiros agrônomos. CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


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PRAÇA HOMERO VAZ DO AMARAL − JARDIM AMÉRICA Localizada na esquina das ruas Venezuela e Estados Unidos, no Jardim América, a Praça Homero Vaz do Amaral está passando por uma restauração. Além de novo projeto paisagístico − deverá ser finalizado em abril −, o local, de 512 metros quadrados, ganhou um banco-escultura de 33 metros. A peça em aço carbono, do artista plástico argentino Pablo Reinoso, foi encomendada a pedido do joalheiro Jack Vartanian, mantenedor da área, e da Farah Service, empresa de marketing social responsável pelo novo projeto. O objetivo da reestruturação é, além de embelezar, oferecer um ambiente público confortável e moderno para estimular o convívio entre as pessoas. No passado, a praça também já havia sido palco de outras instalações artísticas. A que ficou mais famosa foi a das enormes flores vermelhas. Fabricadas em resina e com os caules feitos de ferro e aço reutilizados, elas também foram idealizadas pela Farah Service − a empresa, aliás, é a mesma que espalha as vaquinhas da Cow Parade pela cidade −, baseadas em uma intervenção urbana realizada em 2011 na Park Avenue, em Nova York, nos Estados Unidos. As flores ficaram expostas por cerca de dois anos e foram retiradas no final de 2013.

01. A vista privilegiada que o paisagismo teve o cuidado de preservar atrai visitantes à Praça Pôr do Sol 02. A segurança da praça é incrementada com medidas simples, como o uso de vegetação adequada

03. Projeto de restauração da Praça Homero Vaz do Amaral inclui banco escultura

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URBANISMO |

O BEM-ESTAR

URBANO POR: RENATA TURBIANI FOTOS: DIVULGAÇÃO

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O PAISAGISTA SERGIO SANTANA, RESPONSÁVEL POR ALGUNS DOS PROJETOS REALIZADOS PELA CIA. CITY, FALA SOBRE O NOVO URBANISMO E AS CIDADES-JARDINS

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01. Sergio Santana: uma das vantagens do Novo Urbanismo é a minimização de problemas como enchentes e escassez de água 02. Encontro da piscina com o riacho cenográfico do projeto Paradiso All Suites, na Barra da Tijuca, no Rio 03. Praça central do centro comercial Città América, também na Barra da Tijuca

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esolver os problemas urbanísticos de cidades como São Paulo leva tempo e requer muitos investimentos, mas é possível, especialmente se levarmos em conta as premissas do Novo Urbanismo, movimento que complementa as propostas dos bairros-jardins ou cidades-jardins − conceito trazido para o Brasil pela Cia. City. Desenvolvido na década de 1990, nos Estados Unidos, por arquitetos, projetistas e planejadores, ele prevê que as cidades sejam pensadas e redesenhadas em função de suas dimensões, bem como dos movimentos e das necessidades de seus moradores. De modo geral, propõe pensar mais no coletivo e menos no individual, oferecendo soluções para que o transporte de massa seja o principal elemento de mobilidade urbana e para estimular o processo de participação comunitária. Além disso, recomenda saídas para que haja melhor distribuição das áreas, evitando, assim, a ocupação dispersa e os intensos deslocamentos, responsáveis pelos gigantescos congestionamentos. De acordo com Sergio Santana, sócio-diretor e paisagista titular da Sergio Santana Planejamento e Desenho da Paisagem e parceiro da Cia. City em diversos projetos, o Novo Urbanismo também idealiza a maior integração entre as áreas construídas e o meio ambiente em

que estarão inseridas, de modo a diminuir seus impactos. “Uma das vantagens desse tipo de urbanismo é minimizar as questões ambientais como as grandes enchentes e as situações decorrentes da escassez de água”, comenta. Segundo ele, que já ganhou vários prêmios por seus trabalhos no Brasil e nos Estados Unidos, onde estudou e trabalhou, isso ocorre uma vez que se busca conciliar a expansão urbana com a paisagem e a natureza nas quais a cidade está inserida. No entanto, a implantação das premissas do Novo Urbanismo, especialmente em cidades já consolidadas, como é o caso de São Paulo, exige paciência, pois se faz necessária uma série de obras e mudanças, inclusive na legislação. >> 03

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URBANISMO |

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Cia. City – O que é o Novo Urbanismo? Sergio Santana – O Novo Urbanismo é resultado de um congresso de profissionais nos Estados Unidos, realizado na década de 1990, que colocou em discussão parâmetros do urbanismo aplicados nas cidades americanas. Naquela época, cada vez mais áreas eram ocupadas nas periferias, com zoneamento monofuncional, separando as áreas comerciais de residenciais e setores industriais de pequeno porte, por exemplo. O foco estava na construção de autoestradas como transporte para a população, não levando em consideração os aspectos locais de cada região. Já o Novo Urbanismo prevê o resgate de alguns pontos que já haviam sido colocados nas cidades-jardins, ampliando suas considerações ao articular os espaços com atividades diversificadas nas cidades, ou seja, incentivando que exista, em um mesmo local, atividades distintas como 28

comerciais e residenciais, além de considerar o sistema de transportes coletivos como principal elemento de mobilidade urbana. Também prevê uma maior integração entre as áreas construídas e o meio ambiente em que estarão inseridas, de modo a minimizar seus impactos. Cia. City – Quais são as principais vantagens do Novo Urbanismo e de que forma ele causa impactos nas grandes cidades? Sergio Santana – A grande vantagem desse tipo de urbanismo é a tentativa de melhorar alguns problemas que temos nas grandes cidades, como o intenso deslocamento das pessoas, causando enormes congestionamentos. Outra vantagem é minimizar os problemas ambientais. Grandes enchentes e as situações decorrentes da escassez de água, por exemplo. Isso ocorre uma vez que se busca conciliar a expansão urbana com a paisagem e a natureza à qual está inserida. Seu impacto em cidades como São Paulo deve ser encarado como um grande desafio, mas, certamente, ao se tomarem as medidas para solucionar essas questões, alguma melhoria será nitidamente observada. CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


Cia. City – Em quanto tempo uma cidade pode ser transformada com bases nas premissas do Novo Urbanismo? Sergio Santana – No desenvolvimento de novas áreas urbanizadas, a implantação de premissas do Novo Urbanismo pode ser imediata. Porém, é preciso que desde a sua concepção o novo bairro ou área já seja executado seguindo os conceitos do Novo Urbanismo. Já em cidades consolidadas como São Paulo, é uma ação a longo prazo, porque é necessária uma série de obras e mudanças, inclusive na legislação, para que se transforme efetivamente a cidade. Felizmente, o primeiro passo parece estar de acordo com a nossa necessidade, já que alguns pontos do novo plano diretor parecem estar alinhados com esses conceitos, mas ainda é necessário estimular e efetivamente investir em recursos na transformação urbana. Cia. City – Mas o que seria preciso exatamente para implantar o Novo Urbanismo em uma cidade como São Paulo? Sergio Santana – Não seria sensato realizarmos grandes obras de intervenção em cidades grandes como São Paulo ou Rio de Janeiro. Há a necessidade da criação de planos de incentivos, até mesmo governamentais, que estimulem o uso de práticas de trabalho conscientes do espaço, levando em conta principalmente as questões ambientais. Apesar de estarmos experimentando situações bastante intensas e precisarmos de investimentos mais pesados no sentido de resolver problemas que enfrentamos, a solução, a meu ver, seria estudar qual a escala compatível de intervenção, destinando recursos necessários para solucionar os problemas ambientais e de mobilidade urbana mais urgentes para a população. >>

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01. Imagem aérea do acesso e praça central do Mundo Novo, na Barra da Tijuca 02. Praça de entrada do Rochaverá Corporate Tower, no Morumbi, em São Paulo

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Cia. City – Você falou sobre as cidades-jardins. Quais são as conexões do Novo Urbanismo com elas? Sergio Santana – Creio que a principal conexão entre o Novo Urbanismo e as cidades-jardins é levar em consideração as necessidades humanas respeitando as questões ambientais. Atualmente parece óbvio realizar o processo de urbanização mais consciente, ou seja, prezando ao máximo pelo nosso meio ambiente, pois estamos na eminência de experimentar situações extremas como falta d’água e racionamento de energia. Mas seria importante levar em conta também como resolver problemas de densidades demográficas elevadas. Cia. City – Quais são os principais atrativos das cidades-jardins? Sergio Santana – É basicamente a qualidade de vida que proporcionam. Além de serem áreas com bastante vegetação, suas taxas de densidade demográfica são menos elevadas, o que significa que estão mais condizentes com o que seria adequado à nossa realidade. E, devido ao traçado de suas vias ser mais orgânico, não estimulam o intenso fluxo de veículos, evitando que se formem grandes congestionamentos. Cia. City – Em São Paulo, qual foi o impacto dos bairros-jardins implantados pela Cia. City? Sergio Santana – Os bairros-jardins foram responsáveis pela transformação da cidade. Atualmente são os mais valorizados, pois efetivamente conseguiram conferir uma maior humanização, especialmente quando observamos que são regiões onde se encontram os maiores índices de áreas verdes por metro quadrado na cidade. 30

URBANISMO |

“OS BAIRROS-JARDINS FORAM RESPONSÁVEIS PELA TRANSFORMAÇÃO DA CIDADE. ATUALMENTE SÃO OS MAIS VALORIZADOS, POIS EFETIVAMENTE CONSEGUIRAM CONFERIR UMA MAIOR HUMANIZAÇÃO...”

Cia. City – O conceito de bairros-jardins completou 100 anos em 2012. Qual é a avaliação que você faz desse período? E o que podemos esperar para os próximos 100 anos? Sergio Santana – O bairro-jardim é uma situação positiva que melhorou muito a qualidade de vida da população. Já é um passo rumo à melhoria. Eles são o maior fator de sustentabilidade que tivemos até hoje. Para o futuro, teremos que pensar ainda mais em questões de sustentabilidade, mais até do que pensamos hoje. Creio que teremos que desenvolver meios para armazenar água, como captar a água das chuvas com biovaletas. Enfim, acredito que deverá haver mais preocupação e integração entre urbanização e meio ambiente e, consequentemente, uma atuação mais enfática dos sistemas de paisagismo. Cia. City – Hoje, quais são os principais problemas urbanísticos de São Paulo e o que seria necessário para resolvê-los? Sergio Santana – São Paulo é consequência de uma série de decisões que não privilegiam a compatibilidade populacional com a qualidade de vida. É uma cidade muito adensada, que em momento nenhum teve um planejamento que privilegiasse a qualidade de vida da população. Penso que seria importante fazer muito mais áreas verdes, tanto de lazer quanto visando melhores condições de conforto ambiental. Se tais medidas fossem realizadas com propostas conjuntas, pensan-

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do em um sistema de áreas verdes integradas, avançaríamos bastante. As soluções para a cidade têm que ser feitas focando na qualidade de vida, e, principalmente, no resgate de uma filosofia ambiental. O que verificamos hoje é resultado de uma matriz econômica que sempre desconsiderou essas questões. Agora estamos colhendo aquilo que plantamos. São Paulo também é resultado de uma megalópole que cresceu contra os atributos ambientais. Por exemplo, ocupamos áreas que antes eram alagáveis, como as margens dos rios Pinheiros e Tietê, com pistas impermeabilizadas destinadas ao transporte de veículos.

E reclama-se que essas áreas agora são palco de inundações. Parece um tanto óbvio que, ao impermeabilizar uma área alagável, consequentemente iríamos nos deparar com essa questão, mas o que enfrentamos atualmente é decorrência dessa decisão. Essa postura já está sendo revista, mas deveríamos ter um foco maior para solucionar esses problemas. Não adianta demolirmos agora aquilo que já foi construído, e no Brasil, não é possível realizar grandes obras públicas devido aos problemas que temos de cumprimento de prazos, corrupção e desvio de verbas públicas. Então, creio que devemos tentar remediar aos poucos, porém em uma escala mais compatível com a nossa necessidade e não somente com pequenas ações pontuais, embora essas ações possam contribuir para uma melhora efetiva da nossa condição.

Jardim central do Jardins Open Mall, em Aldeota, Fortaleza

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ESPORTES |

POR: RENATA TURBIANI FOTOS: DIVULGAÇÃO

MATCH

POINT CONHEÇA OS NOVOS TALENTOS DO TÊNIS BRASILEIRO

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ustavo Kuerten foi, indiscutivelmente, o maior tenista brasileiro da história − ele venceu por três vezes (em 1997, 2000 e 2001) o torneio de Roland Garros, na França, e atingiu o posto de número um do mundo no ranking da Association of Tennis Professionals (ATP). Bom, pelo menos até agora. É que uma nova geração de atletas tem surgido e conseguido excelentes resultados em torneios mundialmente importantes. Ótima notícia para o País, principalmente porque esses esportistas têm chances reais de conquistar medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que serão disputados na Cidade Maravilhosa a partir do dia 6 de agosto de 2016. Para Paulo Moriguti, superintendente técnico da Confederação Brasileira de Tênis (CBTênis), Bruno Soares e Marcelo Melo, pelos resultados que estão conseguindo no circuito nos últimos anos e também na Copa Davis, onde estão invictos desde 2010, são as nossas maiores esperanças nas Olimpíadas. “Eles são dois dos melhores duplistas do mundo e estão cada vez mais próximos do primeiro título de Grand Slam nas duplas masculinas, o que esperamos alcançar ainda este ano. Os dois atletas tiveram grande evolução e estão em um patamar que poucos jogadores brasileiros atingiram”, avalia. Mas as esperanças tupiniquins não param por aí. Outros dois tenistas nascidos no País também têm chances reais de conquistar um lugar no pódio olímpico e, com isso, se aproximar dos feitos de Guga: Thomaz Bellucci, o segundo brasileiro melhor colocado no ranking de Simples da ATP, e Teliana Pereira, a brasileira melhor colocado no ranking de Simples da Women’s Tennis Association (WTA) – os rankings são de março. “O Bellucci é um jogador consolidado e muito respeitado no circuito. Ele já mostrou que pode atingir grandes resultados contra os melhores tenistas do mundo. Agora, novamente com o João Zwetsch como seu treinador, acreditamos que ele tem tudo para conquistar títulos”, analisa Moriguti. Quanto a Teliana, o superintendente da CBTênis diz que a esportista é um exemplo de superação e de garra. “Ela fez história em 2014 ao ser a primeira brasileira desde Maria Esther Bueno a jogar todos os torneios de Grand Slam do ano na chave prin-cipal de Simples”, detalha. >> 33


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ESPORTES |

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Outro atleta que certamente dará trabalho aos seus adversários nas próximas competições e também nos jogos olímpicos é João Souza, o Feijão. Atualmente, ele é o líder entre os brasileiros no ranking da ATP – no final de março, sua posição era a de número 70. O atleta, inclusive, protagonizou no dia 8 de março deste ano o jogo de simples mais longo da história da Copa Davis. Foram 6h42 de partida contra o argentino Leonardo Mayer, que saiu vitorioso (três sets a dois).

02 Na página anterior, Thomaz Bellucci: jogador consolidado e respeitado no circuito 01. Marcelo Zormann: talento promissor 02. Luisa Stefani, de 17 anos, ocupa a 23ª posição no ranking da ITF

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03. Bruno Soares: esperança nas Olimpíadas 04. Marcelo Melo: dupla está invicta desde 2010 na Copa Davis

TALENTOS JUVENIS Além da geração pós-Guga já consagrada, o Brasil tem vários novos talentos entre os tenistas juvenis. Moriguti comenta que, devido ao trabalho de desenvolvimento que vem sendo realizado desde a base, sem contar as parcerias firmadas, especialmente com os Correios, muitos nomes estão surgido. Entre eles, destaque para Orlando Luz (17 anos, 960º colocado no ranking da ATP e segundo no da International Tennis Federation−ITF), Marcelo Zormann (18 anos, 876º no ranking da ATP), João Menezes (18 anos, 664º no ranking da ATP), Rafael Matos (19 anos, 758º no ranking da ATP) e Luisa Veras Stefani (17 anos, 23ª no ranking da ITF) – os rankings são referentes ao mês de março. CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


“Todos eles vêm de ótimos resultados no juvenil e já começaram o trabalho de transição para o profissional. Orlando Luz e Marcelo Zormann venceram a chave de duplas juvenis em Wimbledon e também foram medalhistas de ouro nas duplas dos Jogos Olímpicos da Juventude. Rafael Matos e João Menezes foram vice-campeões de duplas juvenis no US Open, e Luisa Stefani fez boa campanha em Roland Garros juvenil”, comemora o superintendente da CBTênis.

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CLASSIFICAÇÃO PARA OS JOGOS OLÍMPICOS A definição dos atletas que participarão dos Jogos Olímpicos é diferente no tênis. De acordo com a Confederação Brasileira de Tênis (CBTênis), os tenistas são selecionados com base no ranking que será divulgado apenas no início de junho de 2016, logo após o torneio de Roland Garros, na França. A entidade diz que nas chaves de Simples (masculino e feminino), são 56 tenistas que entram diretamente e oito convidados, e nas Duplas (também masculina e feminina), 24 parcerias diretas e oito convidadas. No caso das duplas mistas, participam das Olimpíadas os 12 primeiros na soma de ranking dos atletas, além de quatro duplas convidadas. Entre os brasileiros que brigarão por medalhas nos jogos, provavelmente estarão Marcelo Melo, Bruno Soares, Thomas Bellucci e Teliana Pereira. Outros atletas que também têm chances de participar são Beatriz Haddad Maia (204ª colocada no ranking da WTA) e Guilherme Clezar (196º colocado no ranking da ATP) – os rankings são referentes ao mês de março. Quanto aos técnicos que serão responsáveis pelas equipes nacionais, os mais cotados são João Zwetsch, capitão da Copa Davis, e Carla Tiene, capitã da Fed Cup. >> 35


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ESPORTES |

RAIO-X DOS ATLETAS João de Souza (Feijão) Idade: 26 anos Local de nascimento: Mogi das Cruzes (SP) Posição: 70º colocado no ranking de Simples da ATP Empunhadura: destro Profissional desde 2006

Bruno Soares

Marcelo Melo

Idade: 33 anos Local de nascimento: Belo Horizonte (MG) Posição: 15º colocado no ranking de Duplas da ATP Empunhadura: destro Profissional desde 2001

Idade: 32 anos Local de nascimento: Belo Horizonte (MG) Posição: 4º colocado no ranking de Duplas da ATP Empunhadura: destro Profissional desde 1998

Teliana Pereira Idade: 26 anos Local de nascimento: Águas Belas (PE) Posição: 146ª no ranking de Simples da WTA Empunhadura: destra Profissional desde 2005

*As posições dos atletas nos rankings da ATP e da WTA foram consultadas no mês de março e estão sujeitas a alterações.

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WIMBLEDON

O TORNEIO MAIS ANTIGO DO MUNDO O Torneio de Tênis de Wimbledon, disputado na Inglaterra, é o mais antigo do mundo e considerado o de maior prestígio. Ele foi criado em 1877 pelo All England Lawn Tennis and Croquet Club. O primeiro campeonato foi realizado porque o clube precisava de verba para a ampliação de sua sede. A disputa inicial foi de simples masculino, com chave de 22 jogadores, e teve como vencedor Spencer W. Gore. Dois anos depois, foram acrescentadas as partidas de duplas e, em 1884, o simples feminino. Junto com o US Open, dos Estados Unidos, o Aberto da Austrália e o Torneio de Roland Garros, da França, o Torneio de Wimbledon forma o conjunto de Grand Slam, as disputas mais importantes do esporte. No Brasil, as competições mais destacadas de tênis, e que fazem parte do calendário da ATP, são o Brasil Open e o Rio Open. O Brasil Open foi disputado pela primeira vez em 2011, na Costa do Sauípe, na Bahia, e na época contou com a presença do então número 1 do mundo, Gustavo Kuerten – a edição deste ano foi disputada no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Já o Rio Open é realizado na cidade do Rio de Janeiro desde o ano passado. Trata-se do único torneio na América do Sul a reunir simultaneamente uma etapa do ATP World Tour 500 e do WTA International.

Sobre Wimbledon Ano de criação: 1877 País: Inglaterra Tipo de quadra: Grama Premiação total (em 2014): 25 milhões de libras (cerca de R$ 111,5 milhões)

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ARQUITETURA |

GRANDES ARQUITETOS ASSINAM OBRAS HISTÓRICAS EM BAIRROS DESENHADOS PELA CIA. CITY POR: RENATA TURBIANI FOTOS: NELSON KON E FERNANDO STANKUNS

MODERNISTAS

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cidade de São Paulo é um dos principais expoentes da arquitetura moderna brasileira. Casas projetadas por grandes nomes da arquitetura hoje viraram museus, como a Casa Modernista, de Gregory Warchavchik, na Vila Mariana; a Casa de Vidro, de Lina Bo Bardi, no Morumbi; a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, cuja residência foi projetada por Oswaldo Arthur Bratke, também no Morumbi. Além dessas casas, que podem ser visitadas, já existem várias outras espalhadas pela cidade, especialmente em bairros planejados pela Cia. City. Como explica Monica Junqueira de Camargo, arquiteta e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), da Universidade de São Paulo (USP), o modernismo revolucionou o que vinha sendo feito no País no final do século XIX e no começo do XX. “A arquitetura moderna determina novas concepções de espaço, relações de composição e estética. Ela foge das regras clássicas e, por isso, não segue nenhum critério e não parte de elementos predeterminados. Algumas de suas características mais marcantes são espaços fluidos e interligados e a priorização das áreas sociais em detrimento das íntimas”, diz. Monica, especialista em arquitetura moderna brasileira, destaca três residências localizadas nos bairros Butantã e Alto de Pinheiros. >>

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ARQUITETURA |


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CASA OLGA BAETA JOÃO BATISTA VILANOVA ARTIGAS Projetada em 1956 para um casal de professores da Universidade de São Paulo (USP) − Olga e Sebastião Baeta Henriques −, e executada um ano depois, a residência, localizada no bairro do Butantã, na Zona Oeste de São Paulo, foi edificada simetricamente no terreno plano a partir dos recuos determinados pela Cia. City. A principal característica desse imóvel são as empenas de concreto em balanços assimétricos de 4,5 metros da fachada e dos fundos. Como explica o arquiteto Ângelo Bucci, responsável por sua restauração, em 1996, a casa, de seis apoios, foi feita com recursos contados e inspirada nas residências de madeira do Paraná, estado onde Vilanova Artigas nasceu. “Essa construção foi um marco na carreira do arquiteto. Ela tem linguagem própria e traz elementos que antes só eram pensados em escalas maiores”, comenta. Com 160 metros quadrados, a edificação, atualmente de propriedade de Eugênio Bucci, jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes (ECA), da USP, e de sua mulher, Maria Paula Dallari Bucci, sobrinha-neta dos primeiros moradores, conta com quatro dormitórios e dois banheiros − originalmente havia apenas um. Ela é dividida em três níveis, interligados por uma escada assimétrica de dois lances. Outro destaque fica por conta do uso de cores primárias − amarelo, azul e vermelho −, além do preto e do branco, tanto nas paredes quanto nos pisos de ladrilho hidráulico. Elas demarcam geometricamente os espaços e sua composição foi inspirada na obra do pintor holandês Piet Mondrian. Nesse projeto, Artigas também visou a integração dos ambientes, sem fazer separação entre o interior e o exterior. Os espaços são abertos, múltiplos e estabelecem uma relação de visualidade total por meio, principalmente, do uso de um “paredão” lateral de vidro. “É uma casa que não termina na soleira da porta”, diz Ângelo Bucci. A área social da residência Olga Baeta conta com sala de estar com pé-direito duplo, sala de jantar e escritório, e a área de serviços é composta por cozinha, copa, lavanderia, dormitório e banheiro de empregada. >>

Na página anterior, Residência Olga Baeta: marco na carreira de Vilanova Artigas 01. Ambientes integrados diluem a fronteira entre interior e exterior

02. O uso de cores primárias é outro destaque da obra

// P e r f i l Nascido em junho de 1915, o curitibano João Batista Vilanova Artigas é um dos principais nomes da chamada Escola Paulista de Arquitetura. Inicialmente, sua arquitetura era fortemente influenciada pelos projetos de Frank Lloyd Wright. Mais tarde, no entanto, assumiu a influência de Le Corbusier. Formado pela Escola Politécnica da USP, Artigas é responsável por mais de 700 projetos, como a sede da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP e o Estádio do Morumbi, ambos em São Paulo. O arquiteto faleceu em janeiro de 1985, aos 69 anos. 41


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CASAS GÊMEAS PAULO MENDES DA ROCHA Também localizada no Butantã, a residência projetada por Paulo Mendes da Rocha em 1964 é, na verdade, duas, com estrutura e plantas praticamente idênticas. Conhecidas como as Casas Gêmeas e instaladas lado a lado, uma delas foi feita para o arquiteto e sua família, e atualmente é habitada por um de seus filhos, o fotógrafo Lito Mendes da Rocha, e a outra para sua irmã Lina Mendes. O que motivou Mendes da Rocha a construir essa residência foi oferecer mais espaço para seus filhos brincarem. Com a ideia de pré-fabricação, ele adotou técnicas de rigoroso método construtivo modulado e adequado para repetição. O local é todo em concreto armado e conta com sistemas de instalações hidráulica e elétrica autônomos. Cada casa é formada por um único pavimento elevado e fica apoiada sobre quatro pilares, duas vigas mestras e lajes nervuradas. Elas são divididas em três nichos: social, íntimo, que ocupa o centro da planta e conta com cinco dormitórios e dois banheiros, e de serviços. A área de convívio, totalmente integrada com as demais, tem salas de jantar e de visitas e escritório. Muitos dos móveis, como as escrivaninhas dos quartos, são fixos e feitos de concreto. Também chama a atenção a ausência de janelas nos dormitórios e as paredes que param a meia altura. “Essa é uma casa inovadora e que propõe um esquema diferente de distribuição. Tudo se desenvolve em um único piso e a prioridade foram os espaços coletivos. As áreas privativas são diminutas e as demais são fluidas, amplas e sem barreiras”, relata Monica Junqueira de Camargo. Com 250 metros quadrados de área construída, em terreno de 760 metros quadrados, as residências gêmeas do Butantã foram uma espécie de ensaio para outro projeto de Paulo Mendes da Rocha, a Casa Gerassi, construída quase 25 anos depois com elementos pré-fabricados de concreto montados a seco no canteiro. >>

// P e r f i l Segundo brasileiro a ganhar o Pritzker, o prêmio Nobel da arquitetura − o primeiro foi Oscar Niemeyer −, Paulo Mendes da Rocha, de 86 anos, nasceu em outubro de 1928 em Vitória, no Espírito Santo. Ao lado de João Batista Vilanova Artigas, encabeçou a Escola Paulista de Arquitetura. Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Mendes da Rocha é adepto da arquitetura “crua, limpa, clara e socialmente responsável”. Algumas de suas obras são o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), em São Paulo, e o Estádio Serra Dourada, em Goiânia, Goiás.

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01. Paulo Mendes da Rocha projetou duas residências quase idênticas 02. O arquiteto adotou técnicas construtivas moduladas que facilitam a repetição

03. As áreas de uso coletivo são amplas e fluidas, sem barreiras

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CASA ROBERTO MILLAN CARLOS MILLAN Em 1960, o arquiteto Carlos Millan projetou uma residência, no Alto de Pinheiros, na Zona Oeste da capital paulista, para seu irmão mais velho, o cirurgião plástico Roberto Millan. Construída em um lote de esquina, plano, com 370 metros quadrados de área construída, a casa rendeu ao seu criador uma menção honrosa na categoria de Habitação Individual na VI Bienal de São Paulo, em 1961. Com três dormitórios, salas de estudo, dois banheiros, sala de estar, sala de jantar, lavabo, biblioteca, cozinha, lavanderia, quarto e banheiro de empregada e garagem, o imóvel foi o primeiro realizado pelo arquiteto com elementos de pré-fabricação, pouca variedade de materiais e desenho singelo, porém com detalhamento técnico refinado. Externamente, a residência apresenta volumetria simples, rigorosamente geométrica e com duas empenas cegas. As alvenarias são predominantemente de blocos de concreto pintados de branco, enquanto as vedações, de placa de cimento fundido no canteiro, ficam aparentes no lado externo e são revestidas de placas de madeira pintadas de branco no lado interno. A casa Roberto Millan é concentrada em um volume único e prismático, sustentado por oito pilares de apoio, balanços laterais, e nela o arquiteto deu prioridade às estruturas de concreto armado, como se fosse um exoesqueleto. 44

O que também chama a atenção no imóvel são as escadas. A externa é de concreto aparente e tem formato diferenciado. Além disso, permite acesso aos dormitórios sem que o morador tenha de entrar no pavimento térreo. A escada interna, também de concreto, tem formato trapezoidal e é revestida de madeira. Detalhes construtivos, como as gárgulas, são outro diferencial. Usadas como elementos compositivos, elas despejam a água da cobertura em espelhos d’água inseridos no paisagismo. Os caixilhos das janelas são de ferro pintado com zarcão laranja e as portas são em madeira pintadas de azul. As lâmpadas são embutidas e as arandelas de concreto. Quanto aos pisos, são de concreto na área de serviço, paralelepípedo na garagem, lajota de barro nas áreas internas e no terraço, pastilhas cerâmicas nas áreas molhadas e tacos de madeira nos dormitórios. Já a decoração da casa mescla elementos contemporâneos com clássicos. CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


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// P e r f i l O arquiteto Carlos Millan nasceu em agosto de 1927 e faleceu com apenas 37 anos. Formado pela Faculdade de Arquitetura Mackenzie, ainda estudante abriu o próprio escritório. Seus primeiros projetos revelam afinidade com a arquitetura americana de Frank Lloyd Wright. Mais tarde, interessou-se pelas obras de Le Corbusier e pelos projetos de Mies Van der Rohe. Apesar da curta carreira, Millan deixou sua marca na arquitetura paulistana com obras como a do Clube Paineiras do Morumbi e o Edifício Lagoinha, no bairro Cerqueira César.

01. A casa projetada por Carlos Millan tem desenho simples e detalhes técnicos refinados

02. Misturas: o arquiteto usa vários tipos de piso, de acordo com o uso, e decoração com elementos clássicos e contemporâneos

03. A escada externa dá acesso direto aos dormitórios

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DEZ ATRAÇÕES NA

GRÃ-BRETANHA POR: CRISTINA BIELECKI FOTOS: DIVULGAÇÃO

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lguma dúvida de onde passar as férias em 2015? Seja qual for o mês escolhido, a Grã-Bretanha está com uma agenda cheia de eventos e datas comemorativas para todos os gostos. Atividades culturais, esportivas e gastronômicas acontecem na Inglaterra, Escócia e no País de Gales, tornando a região uma boa pedida para vários tipos de público. Para os

esportistas, a Copa Mundial de Rúgbi pode ser uma boa pedida; os gourmands não vão querer perder o Ano da Gastronomia na Escócia; e os leitores contumazes com certeza agendarão visitas à casa de Agatha Christie nos 125 anos de seu nascimento. >> 47


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COMER 2015 é o Ano da Gastronomia na Escócia (Scotland´s Year of Food and Drink). É o motivo que faltava para se esbaldar conhecendo desde os pratos únicos do país, como o haggis, que leva carne, purê de batata e batata-doce, e a cranachan, uma sobremesa tradicional com framboesas frescas, mel, aveia e uísque. A Escócia oferece ainda muito mais, de restaurantes estrelados no guia Michelin à tentadora porção de lagosta e fritas servida à beira do lago, além das degustações de uísque nas destilarias e nos inúmeros bares da região. www.visitscotland.com 48

TOMAR CHÁ DA TARDE Com inauguração prevista para a Páscoa, no início de abril, a Wedgwood, uma das marcas mais tradicionais da Grã-Bretanha, abre seu novo centro de visitantes (Wedgwood Visitor Experience). Após a visita guiada ao museu aproveite para tomar um inesquecível chá da tarde servido em porcelana da marca, ou desfrute de uma refeição no novo restaurante do local. www.wedgwoodvisitorcentre.com CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


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VIVER LITERATURA Grandes clássicos da literatura britânica comemoram aniversários importantes em 2015. Há 150 anos, Lewis Carroll lançava “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas”. Uma boa pedida é visitar Oxford e conhecer o local onde o escritor viveu e ainda aproveitar a loja de chás para os fãs do livro. Tem ainda a Casa Antony, do século XVIII, onde o diretor Tim Burton filmou Alice. www.nationaltrust.org.uk/antony www.visitoxfordandoxfordshire.com

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O romance Emma, de Jane Austen, completa 200 anos. Os fãs podem conhecer vários lugares na Inglaterra, como Wiltshire e Bath, em excursões temáticas, e o museu que fica na casa onde a escritora viveu. www.britmovietours.com/bookings/jane-austen-tour www.jane-austens-house-museum.org.uk

Este ano ainda marca os 125 anos do nascimento da escritora Agatha Christie, que morava em Torquay, a chamada Riviera Inglesa, no sudoeste da Inglaterra, local imperdível para seus fãs. Os visitantes podem voltar no tempo, diretamente para a década de 1950, e inclusive se hospedar na residência de férias da escritora, chamada Greenway, em Devon. E em Londres, aproveitar para assistir A Ratoeira, a peça há mais tempo em cartaz no mundo. Em 2015 serão 63 anos de palco. www.nationaltrust.org.uk/greenway www.englishriviera.co.uk www.the-mousetrap.co.uk >>

04 Na página anterior, O festival Braemar Gathering, na Escócia, é garantia certa de diversão com suas competições inusitadas 01. O Ano da Gastronomia, também na Escócia, traz atrações como a lagosta servida com vista para o lago 02. Garçonete vestida como a Rainha de Copas serve chá em Oxford

03. A residência de férias de Agatha Christie recebe hóspedes 04. A Alice de Lewis Carroll é lembrada em seus 150 anos

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VER HISTÓRIA A assinatura da Magna Carta, um dos documentos mais importantes da história britânica e mundial, completa 800 anos em 2015. Em comemoração, foram criadas rotas com passeios de dois a três dias, que podem ser feitos independentemente, sem acompanhamento de guia. Passam por atrações turísticas, como a Biblioteca Britânica e catedrais, além de cidades pequenas e vilarejos que tiveram um papel importante na assinatura da Magna Carta. O castelo Lincoln estreia novo visual, depois de quatro anos de reforma. www.magnacartatrails.com www.lincolnshire.gov.uk/visiting/historic-buildings/ lincoln-castle

Em 2015 também completam-se os 50 anos da morte de Winston Churchill, um dos primeiros-ministros mais famosos da Grã-Bretanha. É uma boa chance para conhecer a casa onde viveu, e a Churchill War Rooms, em Londres, que abrigou Churchill e seu governo durante o ataque repentino na Segunda Guerra Mundial. Tem ainda o Palácio de Blenheim, onde o estadista nasceu e pediu sua mulher em casamento. www.nationaltrust.org.uk/chartwell www.iwm.org.uk/visits/churchill-war-rooms 50

CURTIR ESPORTES O Braemar Gathering chega aos 200 anos com energia de adolescente. O evento, tradicional na Escócia, tem atrações curiosas como arremesso de vara, cabo de guerra e dança das Terras Altas. É um dos mais famosos eventos dos Highland Games, onde é muito provável encontrar a família real britânica. A Braemar Royal Highland Society nasceu em 1815, foi ganhando notoriedade, conquistando o selo real de aprovação. www.braemargathering.org

De 18 de setembro a 31 de outubro, a Inglaterra e o País de Gales vão sediar a Copa Mundial de Rúgbi 2015, com jogos que serão realizados por toda a Inglaterra. Uma excelente oportunidade para conhecer novos lugares e seus estádios, curtindo toda a empolgação durante o torneio. Alguns dos locais que sediarão os jogos são o emblemático Twickenham, próximo de Londres, clubes como o Old Trafford, em Manchester, e o Estádio Millennium, em Cardiff. www.rugbyworldcup.com/ destinationengland CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


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CONHECER A CAPITAL VERDE A onda verde fica por conta de Bristol, que ganhou o título de Capital Ecológica da Europa 2015 (European Green Capital 2015). Variadas atividades voltadas para a preservação do meio ambiente estão programadas, além de acomodações confortáveis e restaurantes deliciosos. Vale conhecer a cidade embarcando no ônibus Sightseeing in Bristol. www.visitbristol.co.uk

01. Jogos curiosos são disputados no Braemar Gathering 02. As danças das Terras Altas espelham a tradição escocesa

03. O castelo Lincoln, onde foi assinada a Carta Magna, foi reformado 04. O ônibus turístico é uma boa opção para conhecer a cidade

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COMIDA DE

FAZENDA DE NORTE A SUL DO PAÍS, A CULINÁRIA REGIONAL ENCANTA COM SUA VARIEDADE DE INGREDIENTES, RECEITAS E LEMBRANÇAS POR: CRISTINA BIELECKI FOTOS: DIVULGAÇÃO

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A carne-de-sol com baião cremoso do Mocotó e a famosa galinhada do Dalva e Dito revisitam receitas simples, que ganham um toque contemporâneo

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explosão da gastronomia nos últimos tempos trouxe muitos sabores e novidades de todas as partes do planeta. Numa capital como São Paulo, por exemplo, pode-se encontrar de tudo: de caviar a baião de dois, passando por trufa e acarajé, galinhada e cuscuz, foie gras e pão de queijo. A velha e boa comida da roça não perde seu posto, mostrando tão bem a grandeza do Brasil e a riqueza de sua culinária regional. É a comida da nossa lembrança, que conforta a fome e a alma. “Comida de fazenda é uma comida simples, é da época em que as pessoas tinham as coisas que plantavam e colhiam, os animais que criavam, e pronto, não tinha essa facilidade que temos hoje de poder comprar o que a gente quiser, produtos importados e tudo o mais”, diz a chef de cozinha Angela Stefani, sócia-proprie-

tária do Hotel Histórico Fazenda Dona Carolina, em Itatiba, interior de São Paulo. “Entre os hóspedes tem aqueles que querem uma comida mais variada e tem aqueles que não abrem mão da comida de fazenda”, explica. No cardápio do bufê, normalmente a chef inclui receitas como frango com quiabo, ou com ora-pro-nóbis, galinhada, cabrito, e, no café da manhã, pão de queijo, bolinho de chuva, sonho... “Galinhada é uma coisa bem nossa. É aquele frango feito com muito molho, cozido junto com o arroz, que fica com o sabor da galinha, e os pedaços do frango com osso, um prato mais rústico”, diz. “Adoro essa culinária, eu usava fogão a lenha para cozinhar, porém aqui no hotel mesclo alguns pratos dessa culinária que remete à fazenda com criações da cozinha internacional”, conta. >> 53


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01. A galinhada do restaurante do chef Alex Atala 02. Lombo de porco com laranja e tropeirinho mineiro do Dalva e Dito 03. Galinhada em versão moderninha 04. Ivan Achcar procura redescobrir sabores esquecidos 05. Nhoca de Rodrigo Oliveira

A galinhada também ganhou fama e é uma verdadeira festa no restaurante Dalva e Dito, do chef Alex Atala. Ainda sem data para iniciar agora em 2015, é servida no bufê direto da cozinha a partir da meia-noite de sábado, programa saboroso e divertido para um público moderno e descolado. Além da galinhada, todo o cardápio do restaurante destaca a proposta do chef de apostar no ingrediente e na cultura nacionais. O conceito do restaurante foi criado por Alex Atala, que apresenta uma cozinha conhecida dos brasileiros. Entre as opções estão pratos como lombo de porco com laranja e tropeirinho mineiro, bolinho de arroz, pudim de leite, Romeu e Julieta e a seleção de doces da fazenda com queijo fresco. 54

TRADIÇÃO E SABORES Para o chef Ivan Achcar, que passou pelo Café Journal e pela Casa Fazenda do Morumbi antes de criar o Alma Cozinha, cozinha da fazenda é aquela mais tradicional paulista: “De casa, da mãe e da vó! Mais rústica, mais ligada a ingredientes. Hoje a cozinha de fazenda está esquecida no Brasil; esquecemos das tradições. As pessoas absorveram o modismo e tudo que é de raiz deixou de ter tanta importância. O que podemos falar que existe é a culinária típica paulista, como feijão tropeiro, canjiquinha, manteiga de garrafa, queijos artesanais”, diz. O chef é um paulistano típico: a mãe vem de família italiana, o pai, árabe. Viveu entre os Estados Unidos e o Caribe, desenvolvendo um olhar multicultural para a culinária. De volta a São Paulo, quis buscar a identidade local por meio de ingredientes, técnicas, costumes e tradições. “Procuro fazer no Alma uma redescoberta de sabores esquecidos. São pratos elegantes com influências rústicas: uma tábua com pão toscano quentinho, CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


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ingredientes locais, ou a creole, no sul dos Estados Unidos, que faz uma fusão da culinária francesa, africana, caribenha, espanhola e norte-americana. “A ideia é a miscigenação gastronômica. O meu cardápio é sempre sazonal: muda de acordo com o frescor do peixe ou das hortaliças, de acordo com o clima. Tem receita que vai ser servida em um único dia, tem outras que podem durar um mês inteiro”, conta o chef, que também é um dos jurados do programa Cozinheiros em Ação, reality show comandado por Olivier Anquier no canal GNT. 04

queijos caseiros de estilo árabe e uma manteiguinha cremosa, ora enriquecida com óleo de castanha, ora com manteiga de garrafa, ora com azeite; pastéis que podem ser de feira, de angu ou até mesmo um bolinho de lambari, moldados e fritos com perfeição, acompanhados sempre das “pimentas d’Alma”; quibes crus, como o de buri ou amendoim, sempre com espuma de coalhada; massas próprias; e até assados de ousadia, como o cabrito que é desfiado para dar vida a um arroz com mexilhões, no melhor estilo mar e montanha.” Para ele, a cozinha do Alma é como São Paulo: milhares de raízes misturadas que criam sabores únicos. É um pouco como a cozinha criolla na América Latina, que mistura tradições espanholas a indígenas e se vale de

COMIDA SERTANEJA No Nordeste, a comida de fazenda dá lugar à comida do sertão, que recheia o cardápio do restaurante Mocotó, do premiado chef Rodrigo Oliveira, no comando do restaurante desde 2004. A casa, fundada por seu pai, José de Almeida, em 1973, hoje é um dos lugares mais concorridos para se comer na capital paulista, onde se encontra uma cozinha brasileira original e autêntica, feita com produtos de qualidade. Ainda hoje, o Seu Zé Almeida vai ao Mocotó, atende clientes, lava pratos, orienta os cozinheiros e cria novas receitas. Alguns pratos já se tornaram ícones do Mocotó, como os dadinhos de tapioca. Premiada criação do chef Rodrigo Oliveira, é uma porção de cubinhos de tapioca com queijo de coalho dourado com molho especial de pimenta agridoce. Outras atrações são a carne de sol artesanal na brasa, servida com manteiga de garrafa, alho assado, pimenta biquinho e chips de mandioca; e ainda o baião de dois, o famoso feijão com arroz incrementado com queijo de coalho, linguiça, bacon e carne-seca. “Fazer cozinha brasileira para mim é fazer a comida do sertão, que é o meu chão e o de minha família”, diz o chef. >> 55


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RECEITAS

SASHIMI CAIPIRA Tiradinho de tilápia entre o oeste paulista e o Peru / Chef Ivan Achcar, restaurante Alma Cozinha

TRADIÇÃO E RESGATE “Muita gente me pergunta sobre o que fazemos para o resgate da tradição nordestina em nossos cardápios. A vontade irresistível é responder ‘nada’. Mas, falando sério, essa é uma preocupação que não passa pelo nosso consciente quando trabalhamos uma receita, determinados ingredientes, novas ideias e desafios nos estimulam todos os dias. Outro ingrediente básico desse processo é a origem, o ‘momento mágico’, o “insight” que dá origem a uma receita. Novamente a resposta é diluída na lida diária com os ingredientes, no calor intenso e cotidiano da cozinha de produção, nas conversas com produtores, no bate-papo desinteressado com minhas filhas, na leitura de livros, filmes, tudo o que passa pelos olhos acaba virando alimento e pode produzir aquela faísca mágica que de repente confere sentido e sequência para um monte de coisas desconexas que você já tinha na cabeça, mas não lembrava. O mesmo se dá com essa coisa do resgate. Nunca penso que estou resgatando algo, ou, pior ainda, fazendo ‘releitura’ de um prato conhecido e que pode ser mudado. O que fazemos em nossos restaurantes é tentar executar cada dia melhor o que sabemos fazer bem. Continuar a conversa silenciosa com o alimento, o fogo, a transformação que resulta da inquietude humana. Como lembrava Jorge Luis Borges, ‘a tradição é feita de memórias e esquecimentos’. Tudo o que faço, acho, é continuar lembrando as histórias, saberes e sabores de minha família e, por que não, esquecer tudo isso de vez em quando, e abrir as minhas janelas para outros sertões por onde tenho passado, seja um pequeno vilarejo do sertão pernambucano, uma grande cidade da Dinamarca ou uma aldeia perdida no Minho. Uma das refeições de que mais gosto é o café da manhã, especialmente quando compartilhado com minha mulher Ligia e minhas duas filhas. O sol que passa por nossa janela e banha a renda delicada das tapiocas, o pão nosso de cada dia, acrescido de uma omelete com milho, que apelidamos de ‘omilhete’ (para brincar com minha esposa, que é atriz e adora Shakespeare), entre outras coisas, se tornaram uma tradição toda nossa. É esse ambiente de carinho e essa leveza que busco levar para o nosso trabalho diário no restaurante. Lembrando que tenho ótimos companheiros, talentosos profissionais, que me ajudam e estimulam a ir além, mantendo a essência. Essa é a nossa tradição.”

Ingredientes para uma porção: • 80 g de filé de tilápia • Um doce de batata-doce • Wasabi (pitada) • Shoyu (uma colher de sopa) • Coentro (uma porção) • Pimenta biquinho (uma colher de sopa ou a gosto) • Limão (suco de um limão) • Sal (a gosto) • Cebola roxa (meia cebola roxa picada) Modo de preparo: • Corte os files de tilápia em fatias finas como um sushi. • Corte o doce de batata-doce em cubos. • Marine o peixe no limão e cebola roxa por 5 minutos. • Reduza o shoyu em uma panela em fogo baixo até obter a metade. • Corte a pimenta biquinho em fatias finas. Montagem: • Disponha as fatias de peixe no prato, guarneça com algumas folhas de coentro e pimenta biquinho, coloque os pedaços de batata-doce ao redor do peixe, faça pequenas bolinhas de wasabi e finalize com o shoyu.

Rodrigo Oliveira

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NHOCA NHOQUE DE MANDIOCA COM POLVILHO (1,5 KG) Chef Rodrigo Oliveira, restaurante Mocotó

BAIÃO DE DOIS COM NATA (1KG) Chef Rodrigo Oliveira, restaurante Mocotó

Ingredientes para 6 porções: • 1 kg de mandioca (cozida e salgada) • 3 gemas de ovos grandes • 60 g de polvilho doce • 270 g de queijo de coalho (ralado) • 150 g de requeijão cremoso • Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo: • Derreta metade da manteiga e doure as nhocas. • Em outra frigideira, acrescente o restante da manteiga, os quiabos e os cogumelos até ficarem macios, adicione os tomates, a mostarda e o tucupi, adicione o sal e a pimenta-do-reino moída na hora. • Junte o refogado à nhoca e incorpore tudo. • Em um prato fundo coloque metade do queijo de cabra, coloque a nhoca com os vegetais por cima. Finalize com o restante do queijo e os brotos de coentro.

Ingredientes para 6 porções: • 400 g de feijão de corda (cozido e salgado) • 460 g de arroz Basmati (cozido com vinho branco, temperado e salgado) • 70 g de queijo de coalho em cubos pequenos (aproximadamente 5 mm) • 70 g de abóbora cabotiá em cubos pequenos (aproximadamente 5 mm) • 70 g de tomate italiano em cubos pequenos (aproximadamente 5 mm) • 35 g de cebolinha laminada • 100 g de manteiga • 250 g de nata fresca • Sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

CARNE-DE-SOL (1 KG) Chef Rodrigo Oliveira, restaurante Mocotó

Modo de preparo: • Derreta a manteiga em uma panela pequena e acrescente o feijão, o arroz, o queijo coalho e a abóbora, esquente rapidamente e acrescente a nata, deixe incorporar bem e acrescente o tomate e a cebolinha, o sal e a pimenta. O baião deve ficar cremoso, porém consistente, com textura que lembre um risoto.

Modo de preparo: • Misture e homogeneíze todos os ingredientes até obter uma massa pouco pegajosa, se estiver grudando um pouco nas mãos adicione um pouco de polvilho, prove o sal. • Coloque em um saco de confeiteiro (bico simples de pelo menos 20 mm). • Prepare uma assadeira forrada com placas de silicones ou papel-manteiga. • Fazer tiras uniformes sobre as placas de silicone com espaço para que as mesmas não grudem. • Levar ao forno preaquecido por 14 minutos a 120°C. • Deixe esfriar, polvilhe com um pouco de polvilho e corte. Para o molho: • 200 g de quiabo • 150 g de cebola caramelizada • 75 g de tomate cereja • 75 g de cogumelo paris • 75 g de cogumelo shimeji • 75 g de cogumelo shiitake • 25 g de folha de mostarda • 100 g de manteiga • 200 ml de tucupi • 250 g de queijo de cabra • 25 g de broto de coentro

Ingredientes para 6 porções: • 1 kg de filé mignon limpo • 30 g de sal granulado • 3 g de açúcar mascavo Modo de preparo: • Seque bem o filé com papel-toalha. • Adicione o sal granulado e o açúcar mascavo. • Deixe repousar no refrigerador por 3 a 4. dias, preferencialmente sobre uma grade com uma bandeja embaixo para o líquido ou em um recipiente sempre virando e extraindo o excesso de líquido. • Corte em pedaços conforme o seu gosto, cortes maiores para quem deseja no ponto ou malpassada (de 150 a 180 gramas) ou cortes melhores para quem desejar mais bem passada (de 70 a 120 gramas). • Grelhar a carne em uma frigideira com manteiga de garrafa (preferencialmente), sempre regando a carne com o líquido que ela liberar na frigideira.

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FAZENDA DONA CAROLINA |

A FAZENDA DONA CAROLINA, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE ITATIBA, OFERECERÁ AOS USUÁRIOS A TRANQUILIDADE DO CAMPO ALIADA À COMODIDADE DE UM HOTEL

UMA CASA

NA FAZENDA POR: CRISTINA BIELECKI FOTOS: DIVULGAÇÃO

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m lugar com ambiente de fazenda para morar ou descansar está mais próximo da capital paulista do que se imagina. Localizado na cidade de Itatiba, a apenas 80 quilômetros de São Paulo, o empreendimento Fazenda Dona Carolina une história, natureza e infraestrutura, e vai mudar o conceito de uma casa na fazenda. Situada na Serra da Jurema, a cidade, além de manter pontos históricos preservados, oferece infraestrutura e qualidade de vida. Faz parte do Circuito das Frutas, junto com outras cidades da região, e está bem próxima de Jundiaí e Campinas. O empreendimento Fazenda Dona Carolina está inserido na natureza da Mata Atlântica e conta com clube social e esportivo, portaria social e segurança. O paisagismo prioriza a flora da região nos jardins, praças e arborização das vias, e utiliza princípios de construção sustentável. O projeto do arquiteto Raul Pereira conta com praças contemplativas e de lazer, a definição de padrões de muros e gradis, cercas vivas e acessos, contribuindo para a unidade visual do empreendimento. Segundo o paisagista, o projeto busca a harmonia com

a natureza local. “É uma paisagem lindíssima e já caracteriza o que existe, que é uma fazenda de café, e uma questão histórica para ser respeitada. Incorporamos essa paisagem já existente dando essa continuidade”, explica. Entre outras coisas, o paisagismo prioriza a espécie nativa. “Primeiro, porque é um respeito à memória vegetal do local e, segundo, as espécies adaptadas ao ecossistema são mais resistentes. Isso faz com que a manutenção, por exemplo, seja mais fácil”, diz. O empreendimento contempla três praças, como a do Bosque: “Já existe um bosque bonito que foi mantido, um lugar mais bucólico. É uma área de estar, para ficar conversando, olhando a paisagem, um local com caráter quase que rural”, explica. E na Praça dos Sabores estão algumas palmeiras e árvores frutíferas como pitanga, amora, uvaia, jambo rosa, e ervas aromáticas como lavanda, melissa, manjericão, orégano, sálvia e carqueja. Já na Praça da Paz, o ar de tranquilidade pode ser aproveitado no pergolado, nas brincadeiras das crianças no playground e na atmosfera silvestre. >>

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01. A sede da fazenda de café hoje abriga o hotel histórico 02. Os moradores do condomínio poderão usufruir dos serviços do hotel

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O Clube da Fazenda Dona Carolina, voltado para uso exclusivo dos moradores, contará com pista de caminhada, SPA (com espaço fitness, saunas e sala de massagem), piscina com borda infinita e quadras de tênis e poliesportiva. “Uma grande vantagem é que o clube está no alto e tem uma vista lindíssima. Então, o primeiro cuidado que tivemos foi de preservar essa vista”, explica o paisagista. As crianças poderão se divertir no playground e na brinquedoteca e os adultos terão momentos agradáveis e relaxantes com a família e amigos em dois espaços diferenciados: o pub e restaurante lounge com lareira e o wine bar com fogo de chão, numa vista privilegiada da natureza. 60

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01. A sede da antiga Fazenda Jaboticabal, toda restaurada, revela o charme da arquitetura portuguesa 02. Recantos ajardinados 03. O lago e áreas para passeios a cavalo são atrações do hotel

RODEADO PELA HISTÓRIA Inserido no empreendimento, e fruto de um convênio, está o Hotel Histórico Fazenda Dona Carolina, antiga Fazenda Jaboticabal, importante produtora de café no final do século XIX que em 1919 mudou de nome em homenagem à viúva proprietária Dona Carolina. A sede, inteiramente restaurada, mostra na sua construção toda a beleza da colonização portuguesa. Por meio desse convênio, os proprietários poderão utilizar a infraestrutura do hotel em seus momentos de lazer. Segundo o paisagista, o hotel se integra muito facilmente com o projeto, porque já conta com aspectos como o jardim, que é bem natural, o cafezal e o lago. No centro hípico pode-se fazer passeios a cavalo com guias nas trilhas da fazenda, além das aulas de equitação com professores especializados, em pistas de grama e areia. A área de esportes de aventura conta com parede de escalada, arvorismo, tirolesa, caiaque e arco e flecha. No centro de lazer tem piscina aquecida, quadras poliesportivas, SPA, academia e sauna. Cinco restaurantes oferecem menus com opções desde a cozinha internacional até cozinha de fazenda, comandados pela chef de cozinha Angela Stefani, sócia proprietária do Hotel Histórico Fazenda Dona Carolina. “Temos um bufê bastante rico, e os cardápios do dia a dia não se repetem nos finais de semana, são opções bem variadas”, diz a chef. No hotel, uma horta orgânica é cultivada sem aditivos agrícolas, oferecendo ainda mais qualidade e sabor aos restaurantes do local. Nesse espaço ainda será instalada uma vila com pequenas lojas e serviços para facilitar o dia a dia, com padaria, café, banca de jornais e revistas, lavanderia, lojas e armazéns. >> 61


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GUIA DA REGIÃO AVENTURA E NATUREZA A região ao redor de Itatiba oferece atrações históricas e turísticas em espaço rural, com opções de lazer em contato com a natureza. Na cidade estão preservados casarões históricos com arquitetura do século XIX, remanescentes da produção cafeeira. Hoje o turismo rural explora a fruticultura: a cidade faz parte do Circuito das Frutas junto com Atibaia, Jundiaí, Valinhos, Vinhedo e outros municípios próximos. Um desses passeios é visitar sítios e fazendas e colher as frutas diretamente do pé, conhecendo as safras conforme a época dentro do ambiente rural. 62

Atibaia, por exemplo, oferece diversas opções de passeios para toda a família, com ecoturismo, esportes e aventura. São caminhadas em trilhas, passeios a cavalo, voos de asa-delta e paraglider, rapel e escalada, entre outras atividades. Uma dica da agência Atibaia Turismo é o passeio ecológico da Pedra Grande, o cartão-postal da cidade, com 1.450 metros de altitude, que merece ser visitado. Na caminhada o visitante pode conhecer a flora do local e seus mirantes. Lá de cima a vista de toda a região estimula os praticantes de asa-delta e paraglider, que colorem o céu. A agência também organiza programas de turismo rural, religioso, cultural e histórico. A poucos quilômetros de Itatiba fica o Zooparque, com mais de mil animais de 180 espécies diferentes, entre elas várias ameaçadas de extinção, como o mico-leão-de-cara-dourada, a arara-azul e os rinocerontes brancos africanos. Todo final de semana acontecem apresentações educativas que mostram de uma forma lúdica e didática a nutrição e o condicionamento de algumas dessas espécies. Tem também o minizoo, onde ficam pequenos animais como minivaCIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


01. A Pedra Grande, em Atibaia, oferece uma vista panorâmica da região 02. Agência promove passeios por paisagens deslumbrantes 03. Zooparque tem mais de mil animais de 180 espécies 04. O Hopi Hari é considerado maior parque temático da América Latina 05. O Wet’n Wild recicla toda a água que utiliza

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quinha, minicabra, miniporco, entre outros, com visita guiada por um monitor. Caminhos sinalizados, como a Trilha do Pantanal e a da Mata Atlântica, mostram a importância desses ecossistemas para o planeta. Para conhecer tudo isso, os visitantes seguem uma trilha de três quilômetros, em meio a uma parte de Mata Atlântica bem preservada, onde é possível ver de perto águias, tucanos, macacos, hipopótamos, lobos, jacarés, tartarugas... O ponto alto do passeio é o recinto Savana Africana, onde vive o maior grupo de rinocerontes do Brasil, a Maternidade, que abriga filhotes de animais sendo amamentados e cuidados, e o Aviário da Alegria, um grande aviário de voo livre. Também bem próximo, em Itupeva, fica o parque aquático Wet’n Wild, com atrações para todas as idades e perfis. A água recebe tratamento especial: o parque recicla toda a água que utiliza, mantendo-a clorada e filtrada 24 horas. Os mesmos cuidados são tomados no lago adjacente, que é fonte original das águas. Abre normalmente no período de inverno, já que a água conta com um sistema de aquecimento. As atrações podem ser mui-

to emocionantes, com uma descida em alta velocidade no Vortex, que chega a 70 quilômetros por hora. Para quem prefere uma atração mais relaxante, a escolha é o Lazy River, um rio artificial de correnteza suave. A Hot Land é uma área com cobertura retrátil e água aquecida, com quatro piscinas de hidromassagem, e a Suntan Lagoon, para descansar e tomar banho de sol. Já em Vinhedo fica o Hopi Hari, considerado o maior parque temático da América Latina, com muitas atrações e diversão para todas as idades. Ocupa uma área total de 760 mil metros quadrados, o que corresponde a duas vezes o Estado do Vaticano. O espaço contempla cinco regiões temáticas: Kaminda Mundi, Wild West, Pernalonga e sua Turma, Mistieri e Liga da Justiça, onde estão distribuídas suas várias atrações. Nessa localidade, são mais de 300 dias de sol por ano, e a temperatura média durante o dia é de 25 graus. >> 63


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PASSEIOS GASTRONÔMICOS A proximidade com a cidade de Campinas facilita um passeio gastronômico, e não faltam boas opções na região. Três dos mais premiados restaurantes estão no Hotel Vitória, para agradar a diferentes paladares. O Bellini Ristorante oferece um cardápio de cozinha mediterrânea, com entradas, massas frescas, carnes e peixes, e uma carta de vinhos com mais de 400 rótulos nacionais e internacionais. O ambiente é amplo, com jardim interno e iluminação natural. Comandado pelo chef potiguar Rodrigo Varela, é premiado há oito anos pelo guia Comer & Beber, da revista Veja Campinas. Se a pedida for comida asiática, no mesmo local fica o restaurante Kindai, há nove anos eleito o Melhor Japonês de Campinas pela mesma publicação. Além de típicas receitas japonesas, a casa oferece especialidades com referências tailandesas, chinesas e até brasileiras para uma cozinha fusion. O espaço é moderno e descontraído, e oferece 64

completo bufê de almoço, festivais especiais e pratos à la carte, além de uma temakeria interna. Também no Hotel Vitória encontra-se a irreverência da cozinha ibérica no restaurante Esquinica. Inaugurado em 2011, foi premiado em 2012, 2013 e 2014, e o chef Lucas Batista foi eleito o melhor Chef de Campinas em 2013 e 2014 pelo júri da Comer & Beber, da Veja Campinas. Com cardápio de tapas espanholas e pratos diferenciados, traz à mesa ceviches, pinchos, espetos de camarões, tábuas de frios e embutidos ibéricos, sanduíches e pratos especiais como o tradicional Arroz Rico. Para beber, sangrias, cervejas, chope, drinques e destilados e licores, além da variada carta de vinhos. >> CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


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01. O Esquinica serve especialidades Ibéricas 02. O Bellini é comandado pelo chefe Rodrigo Varela 03. Adega do Roma Mia tem rótulos de alta qualidade 04. Carré ao Balsâmico do Bellini

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SERVIÇO Zooparque Rod. D. Pedro I, km 95,5 – Itatiba www.zooparque.com.br Atibaia Turismo Passeios culturais, históricos, ecológicos, esporte e aventura pelas cidades da região. www.atibaiaturismo.com.br

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Em Jundiaí, o restaurante Roma Mia oferece uma autêntica culinária italiana tradicional e contemporânea, e uma carta de vinhos com rótulos de qualidade. O ambiente é intimista e aconchegante, perfeito tanto para um jantar a dois como para um almoço em família. O cardápio oferece entradas desde a tradicional bruschetta, com tomate fresco, mozarela de búfala e manjericão, até duas versões de carpaccio. Entre as massas, delicadas combinações como o penne com camarão e aspargo fresco ao molho de mascarpone; e, entre as carnes, a pedida é o filé empanado e recheado de presunto Parma, mozarela e espinafre com polenta cremosa, tomate fresco e manjericão.

Parque aquático Wet’n Wild Rod. dos Bandeirantes, km 72 – Itupeva (SP) www.wetnwild.com.br Hopi Hari Rod. dos Bandeirantes, km 72 – Vinhedo (acesso pelo km 70,5) www.hopihari.com.br Bellini Ristorante Av. José de Souza Campos, 425 – Cambuí – Campinas www.belliniristorante.com.br

02

Restaurante Kindai Av. José de Souza Campos, 425 – Cambuí – Campinas www.kindai.com.br Restaurante Esquinica Av. José de Souza Campos, 425 – Cambuí – Campinas www.esquinica.com.br

01. Ambiente do Roma Mia 02. Restaurante serve pratos da cozinha italiana

66

Restaurante Roma Mia Rua Barão de Teffé, 572 – Jundiaí www.romamia.com.br

CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


FICHA TÉCNICA | FAZENDA DONA CAROLINA Área total do terreno

993.703,31 m²

Área líquida de lotes

563.413,73 m²

Áreas institucionais

25.853,34 m²

Área verde (APP)

235.859,59 m²

Área sistema de lazer

7.387,96 m²

Área dos lotes

1.250 a 4.350 m2

Projeto urbanístico

Alcindo Dell’Agnese Arquitetos Associado

Projeto arquitetônico

Diana Malzoni

Projeto paisagístico & desenho de mobiliário:

Raul Pereira

Incorporadores

Cia. City de Desenvolvimento e Enplan Empreendimentos Imobiliários

Construtora

Enplan Engenharia e Construtora

Local

Estrada Municipal Manoel Stefani, Km 39,5, Itatiba (SP)

• Portaria • Administração • Pista de caminhada • Spa e sauna seca • Sala de massagem • Espaço fitness • Pub e restaurante lounge com lareira • Piscina com borda infinita • Wine bar com fogo de chão

• Playground • Brinquedoteca • Quadras de tênis e poliesportiva • 3 praças internas • Leitos carroçáveis asfaltados • Calçadas gramadas • Sistema subterrâneo de fiação • Fechado

Empreendimento “Fazenda Dona Carolina”, projeto de loteamento aprovado pelo GRAPOHAB, através do Certificado nº 93/2008 e pela Prefeitura Municipal de Itatiba, através do Decreto Municipal nº 6.015/2011, registrado sob nº R6 da matrícula nº 44.464, do Registro de Imóveis de Itatiba – SP. Recebimento das obras de infraestrutura atestado através dos Decreto nº 6.537/2014 e 6.565/2014, expedidos pela Prefeitura Municipal de Itatiba, tem a Dona Carolina como responsável pelo seu desenvolvimento imobiliário. Os acabamentos, equipamentos e mobiliário das áreas comuns serão entregues conforme Memorial Descritivo. As perspectivas são artísticas e sujeitas a alteração. A vegetação constante das imagens está com porte adulto, que será atingido após alguns anos da entrega do empreendimento. Material preliminar, sujeito a alteração. Material preliminar, sujeito a alteração. Central de Atendimento Coelho da Fonseca. Rua Estados Unidos, 209. São Paulo - SP - Tel. (011) 3888-3000 - CRECI J-961 - SECOVI I 191.


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EM

JARDINS DA CIDADE |

meio À

NATUREZA JARDINS DA CIDADE, EM NOVA ODESSA, TEM CLUBE EXCLUSIVO PARA OS MORADORES 01 02

A

cidade de Nova Odessa, na região metropolitana de Campinas, é conhecida como um paraíso do verde: tem 30 metros quadrados de áreas verdes por habitante, o dobro do recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU). A Cia. City realiza mais um empreendimento com a sua marca registrada, o alto padrão de qualidade de vida, numa área de 417 mil metros quadrados no município. Com apenas 187 lotes de metragens entre mil e 1,5 mil metros quadrados, o projeto tem como grande atrativo um clube exclusivo de 4.360 metros quadrados que, além de oferecer as opções usuais, terá atrações diferenciadas que privilegiam o lazer, a convivência e o contato direto com a natureza. O projeto, que preserva as espécies mais significativas das áreas verdes já existentes, terá espaços como a Praça da Fogueira e o Mirante, exemplos da preocupação da com68

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04

03

01. Perspectiva ilustrada do clube 02. Perspectiva ilustrada da praça central 03. Perspectiva ilustrada do espaço fitness 04. Perspectiva ilustrada da praça de apoio

panhia em proporcionar aos moradores a tranquilidade e o bem-estar que caracterizam desde o início do século XX os empreendimentos que levam sua assinatura. Trilhas, pomar, horta e praças são planejados de forma a incentivar os laços e a convivência entre as pessoas, que também vão contar com salão de festas, espaço gourmet, duas churrasqueiras com forno para pizza, salão de jogos, centro fitness, piscina com raia de 25 metros, piscinas adulto e infantil, bar da piscina, spa com sauna, playground, duas quadras de tênis de saibro, quadra poliesportiva, quadra de areia e campo de futebol gramado. >> 69


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JARDINS DA CIDADE |

01

01. Perspectiva ilustrada das quadras 02. Perspectiva ilustrada da casa referência por Diana Malzoni

02

70

Sergio Santana, que estudou arquitetura de paisagem na Louisiana State University e fez pós-gradução em Harvard, assina o projeto paisagístico. Ele explica que o morador irá encontrar toda a infraestrutura de esgoto, iluminação e pavimentação pronta, e terá ruas traçadas de forma a facilitar os deslocamentos por meio de caminhadas. “Conseguimos resolver toda a acessibilidade e mobilidade de pedestres no bairro, dessa forma os usuários poderão acessar todo o empreendimento facilmente. Além disso, fizemos a integração entre as áreas verdes propostas e as existentes. Para isso, evitamos cortes de espécies significativas, criamos uma área de preservação permanente e fizemos a sua recuperação. Também propusemos um mirante e um sistema de lazer planejado e distribuído por todo o empreendimento.” CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


FICHA TÉCNICA | JARDINS DA CIDADE Área total do terreno

417.000 m2

Total de unidades

187 residenciais

Área do lote

Lotes residenciais com tamanho médio de 1.000 a 1500m2

Área de preservação permanente

76.245m2

Clube

4.360 m2

Projeto arquitetônico

Ingrid Gebara

Projeto paisagístico

Sergio Santana

Incorporação

Cia. City

Participação

Rio Branco Desenvolvimento Imobiliário

Construtora (clube)

Klar Construtora

• Salão de festas • Espaço Gourmet • Salão de jogos • Fitness entregue com equipamentos Reebok • Piscina com raia de 25 m • Piscina adulto e infantil • Bar da piscina • Spa com sauna • 2 playgrounds • 2 quadras de tênis de saibro • Quadra poliesportiva • Pomar

• Horta • Praça da Fogueira • 2 churrasqueiras com forno para pizza • Campo de futebol gramado • Quadra de areia • Mirante • Trilhas • Portaria blindada e segurança 24h • Sistema de triagem informatizado • Muro com fechamento perimetral • Rede de energia subterrânea • Cruzamentos em piso intertravado

Empreendimento “Jardins da Cidade”, projeto de Loteamento aprovado pelo Graprohab, através do Certificado no 172/2012 e pela Prefeitura Municipal de Nova Odessa, através do Decreto no 2842/2012, registrado sob o nº R3 da matrícula nº 5.569, do Oficial de Registro de Imóveis de Nova Odessa-SP, tem a City Nova Odessa como responsável pelo seu desenvolvimento imobiliário. Os acabamentos, equipamentos e mobiliário das áreas comuns serão entregues conforme Memorial Descritivo. As perspectivas são artísticas (sugestão de decoração) e sujeitas a alteração. A vegetação constante das imagens está com porte adulto, que será atingido após alguns anos da entrega do empreendimento. Material preliminar, sujeito a alteração. Material preliminar, sujeito a alteração.


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CITY PARQUE ITU |

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ETERNOVERDE CITY PARQUE ITU TERÁ, AO LADO, UM PARQUE PÚBLICO QUE VAI PROPORCIONAR UMA BELA VISTA AOS MORADORES

O

empreendimento City Parque Itu, às margens da Estrada Itu 10, vai ocupar uma área de mais de 10 mil metros quadrados com vários espaços para o lazer e a contemplação. Além disso, a Cia. City vai criar ao lado, em convênio com a Prefeitura, o parque público Almeida Junior. Instalado em uma área de mais de 20 mil metros quadrados, o local terá atividades de recreação, culturais e educacionais. “O conceito tem como premissa a exploração do relevo e uma leitura da paisagem em diversos pontos. As áreas de intervenção foram criadas para que seus elementos interajam visualmente e as conexões serão feitas por alamedas arborizadas, passeios para caminhadas e trilhas que buscam a mínima impermeabilização do solo”, conta o arquiteto paisagista Mauricio Alito. Ele é um dos responsáveis, junto com a equipe da EKF – Arquitetura de Exteriores, dirigida pela arquiteta Evani Kuperman Franco, pelo projeto paisagístico tanto do empreendimento quanto do parque. Os arquitetos terão o cuidado de preservar a mata existente no terreno e planejam que a reconstituição também seja feita basicamente com espécies locais, com a inserção de plantas exóticas ornamentais bem adaptadas à região como forma de embelezar a paisagem em pontos específicos. Além de beneficiar a população do município como um todo, o parque proporcionará aos moradores do City Parque Itu uma vista permanente para uma das regiões de maior beleza natural da cidade, avalia Alito. “A relação direta do empreendimento com o futuro parque cria oportunidade de acompanhar dia a dia a recuperação ambiental da área, bem como o desenvolvimento do cenário paisagístico proposto pelo projeto. >>

Perspectiva ilustrada da fachada do prédio

73


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CITY PARQUE ITU | 02

01

03

“O parque faz uma homenagem ao pintor ituano José Ferraz de Almeida Junior, autor de obras como Caipira Picando Fumo e O Violeiro, destaques do acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Figura importante por introduzir o homem comum em suas atividades cotidianas na temática das artes, sua data de nascimento, 8 de maio, foi instituída como o dia do Artista Plástico Brasileiro. Alito conta que uma das maiores inspirações da equipe nasceu da observação da cultura ituana: os moradores da cidade têm, até hoje, um grande apreço por seus quintais e áreas verdes. “No caso do empreendimento, buscamos o equilíbrio entre as relações das áreas verdes e o edifício. A forte presença das curvas garante a fluidez do espaço e as composições vegetais intercalam-se, criando uma paisagem que ora revela a arquitetura e acessos e ora forma leves barreiras visuais. Apesar de a paisagem percorrer diversos pavimentos e áreas de usos muito distintos, todos obedecem a conceitos e intenções comuns de refletir para dentro do empreendimento elementos urbanos como a rua, calçadas e praças”, diz. O projeto arquitetônico, do conceituado escritório FGMF – Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz, procurou oferecer uma vista privilegiada em todas as unidades. De linhas contemporâneas, a edificação reservou boas áreas para o lazer

74

e a recreação e terá torre única, com 130 unidades distribuídas em quatro blocos, algumas com jardim privativo com cerca de 85 metros quadrados. Segundo Alito, a configuração dos pisos proporciona fácil acesso entre os diversos itens de lazer, mas também cria espaços intimistas para momentos mais tranquilos. “A ideia é que os ambientes distribuídos ao longo das áreas ajardinadas sejam como praças que convidem os indivíduos ao descanso, instiguem crianças e jovens no playground e quadra poliesportiva e proporcionem recreação e socialização na piscina e nas áreas externas próximas ao espaço gourmet”, detalha. >>

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04 05

01. Perspectiva ilustrada do playground 02. Perspectiva ilustrada das piscinas 03. Perspectiva ilustrada do espaรงo gourmet

04. Perspectiva ilustrada do hall de entrada 05. Perspectiva ilustrada do espaรงo fitness

75


01

LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA A apenas 200 metros do Itu Plaza Shopping, a oito minutos do Centro e vizinho ao colégio Divino Salvador, o empreendimento terá fácil acesso a linhas de transporte público e às rodovias que integram Itu aos demais municípios da região. A cidade oferece boas opções gastronômicas, como o tradicional Steiner, ou Bar do Alemão, que atrai visitantes que vão de São Paulo até cidade só para comer o famoso bife à parmegiana da casa. Outra opção, a apenas 10 minutos do Centro, é o famoso Rancho da Picanha, que oferece vá-

rios tipos de carnes, entre elas o carro-chefe, a picanha na brasa que vem com várias opções de acompanhamentos. E, para os fãs de comida caipira, a melhor escolha é o Restaurante das Pedras, parte do complexo de lazer e turismo Fazenda das Pedras. Com mais de 30 anos, é reconhecido pelo cuidado no preparo de pratos tradicionais da gastronomia caipira, como cuscuz paulista, leitoa à pururuca e paçoca de carne preparada no pilão. Nas sobremesas, destaque para ovos queimados, doces de frutas e pudins. 02

SERVIÇO Steiner Rua Paula Souza, 575, Centro. www.bardoalemao.com.br Rancho da Picanha Rodovia Waldomiro Corrêa de Camargo, Km 57. www.ranchodapicanha. com.br Restaurante das Pedras Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto, km 98 – Itu www.fazendadaspedrasitu. com.br

01. Perspectiva ilustrada da varanda 02. Perspectiva ilustrada do garden

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CITY PARQUE ITU |

FICHA TÉCNICA | CITY PARQUE ITU Área total do terreno

10.000 m²

Torres

1

Apartamentos por andar

4 – pavimento térreo 6 – 1º pavimento 12 – pavimento tipo

Pavimentos

Térreo + 11 pavimentos

Total de unidades

130

Dormitórios

2, 3 e 4 dormitórios

Elevadores

9

Vagas por unidade

2 vagas – 3 dorms. 3 vagas – 3 dorms. Garden 3 vagas – 4 dorms.

Sistema de vagas

Rotativas com manobrista

Projeto arquitetônico

FGMF – Forte Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos

Projeto paisagístico

EKF – Arquitetura de Exteriores

Projeto de decoração

Studio I + C

Incorporadora

Cia. City

Construtora

Lock Engenharia

• Fitness • Playground • Brinquedoteca • Espaço gourmet com churrasqueira

• Salão de festas • Piscinas adulto e infantil • Piscina com raia de 25 m • Quadra poliesportiva

Empreendimento “City Parque Itu”, projeto de incorporação aprovado na Prefeitura Municipal de Itu, através do Alvará sob nº 465/2013, registrado sob o nº R03 e averbação nº AV05 da matricula 65.132, do Cartório de Registros de Imóveis de Itu – SP, tem a Garden City como responsável pelo seu desenvolvimento imobiliário. Os acabamentos, equipamentos e mobiliário das áreas comuns serão entregues conforme Memorial Descritivo. Os imóveis e utensílios são objetos de decoração e não fazem parte do contrato de aquisição da unidade. As perspectivas são artísticas (sugestão de decoração) e sujeitas a alteração. A vegetação constante das imagens está com porte adulto, que será atingido após alguns anos da entrega do empreendimento. Material preliminar, sujeito a alteração. Material preliminar, sujeito a alteração.


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TRAÇOS DA CIDADE |

ELEGÂNCIA COM

VISTA

TRAÇOS DA CIDADE, NO BAIRRO EMBARÉ, EM SANTOS, UNE LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA A DESIGN CUIDADOSO 78

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TRAÇOS DA CIDADE |

01

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02

Na página anterior, Perspectiva ilustrada da praça de festas 01. Perspectiva ilustrada da fachada do prédio 02. Perspectiva ilustrada da portaria do condomínio 03. Perspectiva ilustrada da piscina com raia de 25m

L

03

ocalizado na Rua Álvaro Alvim, a poucas quadras da praia e do Shopping Praiamar, em Santos, o empreendimento Traços da Cidade alia o cuidado artesanal dos projetos da Cia. City à excelente qualidade de vida da cidade, que ocupa o quinto lugar no ranking de municípios brasileiros com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A companhia conseguiu reunir um time de profissionais altamente reconhecidos no mercado, como a arquiteta Fernanda Marques, que assina o design de interiores das áreas comuns e o apartamento decorado, num projeto de alto padrão que tem torre única, apartamentos com três ou quatro dormitórios e mais de 15 itens de lazer sob medida para a família. >> 81


|

Fernanda, premiada em concursos nacionais e internacionais, diz que as áreas comuns do prédio foram criadas com o intuito de serem realmente usadas. “Com isso, conseguimos ter uma dimensão muito favorável e generosa desses ambientes. O salão de festas, que fica junto ao salão gourmet, é ao mesmo tempo sofisticado e descontraído, para que possa receber desde festas de crianças até de moradores de mais idade”, diz. A mesa, por exemplo, pode tanto ser usada para colocar um bolo de aniversário do filho quanto para jantares casuais feitos por um chef, morador ou amigos. No caso de uma festa com pista de dança, é só realocar peças do mobiliário soltas. “A decoração permite vários usos e possibilidades”, define Fernanda, que usou materiais naturais, como a madeira, para aquecer os ambientes e dar um toque sofisticado. O salão de jogos foi feito sob medida para garantir a diversão dos adolescentes: tem um lounge para jogar videogame, pinball e mesa de pingue-pongue. A brinquedoteca traz opções para crianças de zero a 6 anos e cores graciosas, desde tons de vermelho até róseos, passando por verdes e azuis, que colaboram para deixar o ambiente lúdico. O espaço fitness também procura oferecer opções para vários tipos de público. “Mesmo em Santos, que tem uma orla tão bonita onde é possível correr ao ar livre, temos dias de muito calor ou de chuva. Então fizemos uma academia muito bem montada, com esteiras e equipamentos de musculação para que os moradores não precisem sair de casa.” >> 82

TRAÇOS DA CIDADE |

01

02

CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


01. Perspectiva ilustrada da salão de festas 02. Perspectiva ilustrada do espaço fitness 03. Perspectiva ilustrada da salão de jogos

03

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TRAÇOS DA CIDADE |

01 02

84

PLANTA VERSÁTIL Fernanda Marques conta que seu trabalho no apartamento decorado foi muito favorecido pela planta. ‘‘É muito boa, extremamente bem resolvida. Eu gosto muito quando, logo na entrada, já se tem uma vista direta para o terraço, dá uma sensação de amplitude muito grande. A planta foi pensada para ter flexibilidade, para que a gente possa abrir o quarto dormitório para a sala e ter um living ampliado, sem interferência, o que é muito bacana. Muitos não precisam do quarto dormitório, ficam com as três suítes”, explica. Outro ponto que a arquiteta elogia é que o lavabo não abre diretamente para a sala, está numa posição ligeiramente recuada em que é possível encaixar CIA. CITY MAGAZINE | MAIO 2015


01. Perspectiva ilustrada do playground 02. Perspectiva ilustrada da brinquedoteca 03. Perspectiva ilustrada da quadra poliesportiva 04. Fernanda Marques assina o design de interiores das áreas comuns e do apartamento decorado

03

uma adega, por exemplo. E a cozinha, além de ter luz natural, tem acesso direto ao terraço gourmet. “Nós, donas de casa, gostamos disso porque podemos servir as pessoas no terraço gourmet sem precisar cruzar a sala com pratos e tudo o que necessitamos para organizar a mesa num dia de churrasco ou de macarronada”, diz. A arquiteta avalia que as suítes têm bom tamanho e boa quantidade de armários, capazes de armazenar as roupas e acessórios ligados aos hobbies de moradores, seja para ginástica, tênis ou golfe. A sala do apartamento decorado foi desenhada na versão com três suítes, em tons crus e claros, e aproveita a atmosfera criada pelas amplas aberturas que dão para o terraço com espelhos que refletem a luz natural. Fernanda optou por uma mesa que acomoda de seis a oito pessoas. No living, juntou num mesmo ambiente sala de estar e de TV. “Gosto dessa ideia de espaços com dupla função, porque assim todos os ambientes da casa são usados. Não me agrada ter uma sala para cada atividade, a gente acaba passando a semana sem entrar em determinados cômodos.” Um dos toques da arquiteta, a distribuição inovadora dos quadros nos ambientes, também é ponto alto do apartamento. “Fazemos uma brincadeira, criamos um ritmo diferente que dá personalidade e traz mais modernidade aos espaços”, diz.

04

85


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TRAÇOS DA CIDADE |

FICHA TÉCNICA | TRAÇOS DA CIDADE Área total do terreno

2.037,20 m²

Torres

1

Total de unidades

76

Total de unidades por andar

4

Área privativa

131 m²

Dormitórios

3 e 4 dormitórios

Vagas de estacionamento

1 ou 2 vagas por apartamento

Projeto arquitetônico

MCAA Arquitetos

Projeto paisagístico

Marcelo Faisal

Decoração de áreas comuns

Fernanda Marques

Realização

Cia. City

Construtora

Sinco

ÁREA COMUM – LAZER • Fitness center • Deck molhado • Salão de jogos • Fitness externo • Salão de festas • Playground

• Brinquedoteca • Quadra recreativa • Piscina com raia de 25 m • Churrasqueira • Piscina infantil

Empreendimento “Traços da Cidade”, projeto de Incorporação aprovado pela Prefeitura Municipal de Santos, através do Alvará no 0226/2012, e Alvará de Licença para Construção no 0081/2013, de 19/8/2013, registrado sob o nº R01 da matrícula no 88.538, do 2º Oficial de Registro de Imóveis de Santos-SP, tem a City Embaré como responsável pelo seu desenvolvimento imobiliário. Os acabamentos, equipamentos e mobiliário das áreas comuns serão entregues conforme Memorial Descritivo. Os imóveis e utensílios são objetos de decoração e não fazem parte do contrato de aquisição da unidade. As perspectivas são artísticas (sugestão de decoração) e sujeitas a alteração. A vegetação constante das imagens está com porte adulto, que será atingido após alguns anos da entrega do empreendimento. Material preliminar, sujeito a alteração. Material preliminar, sujeito a alteração.


Fundação do bairro Pacaembu, em São Paulo, no ano de 1912.

Perspectiva ilustrada da casa modelo do Jardins da Cidade, em Nova Odessa, no ano de 2015

A Cia. City é a única empresa do setor imobiliário que tem mais de um século de história. Pioneira na introdução do conceito inglês de bairro-jardim no Brasil, idealizou bairros como Jardim América, Pacaembu, Butantã, Alto de Pinheiros, entre outros. Hoje, a Cia. City faz história também no interior de São Paulo. O que é tendência agora, a Cia. City já realizava há mais de 100 anos. Conheça nossos lançamentos:

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Traços da Cidade Obras iniciadas – previsão dezembro/2016 Apartamentos de 131 m2 - 3 ou 4 dorms. tracosdacidade.com.br

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