Revista Brilia - 5ª edição

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Uma Publicação Brilia - Luz Muda Tudo

ESPECIAL

CASA COR RIO DE JANEIRO

CINEMA

WALTER SALLES

FOTOGRAFIA DARIO ZALIS


Gabinete de Leitura - Pedro Lรกzaro


LU Z OFICIAL

2015


VISITE

NOW OPEN 4440 Ponce de leon blvd. CORAL GABLES | 305.774.0004

S 達o Pa u lo : H a d d o c k lo b o - 3 0 8 7 7 0 0 0 | d & d S H o P P i n g - 5 1 0 5 7 7 7 7 | J a r d i m a n 叩 l i a F r a n c o - 2 0 2 2 5 6 0 0 | r i o d e J a n e i r o - 3 3 2 5 7 6 6 7 arteFacto b&c: S達o Paulo: avenida braSil - 3894 7000 | d&d SHoPPing - 5105 7760 | arteFacto oFF: S達o Paulo: r. Henrique ScHaumann - 3897 8484


deSign

MARISOL PINTO

curitiba - 3111 2300 | balneário camboriú - 3062 7944 | camPinaS - 3397 3200 | braSília - 2196 4250 | goiânia - 3238 3838 | Jaú - 3416 6904 c ata r i n a Fa S H i o n o u t l e t - 4 1 3 0 47 0 0 | u S a : c o r a l g a b l e S - 3 0 5 . 7 74 . 0 0 0 4 | av e n t u r a - 3 0 5 . 9 3 1 . 9 4 8 4 | d o r a l - 3 0 5 . 6 3 9 . 9 9 6 9 | a r t e Fac to.c o m . b r


Foto: edison garcia

a mbiente p or

jorge elmor


avenida brasil: 3894 7000 | d&d shopping: 5105 7760 | artefactobc.com.br



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CARTA EDITORIAL |

BOSSA NOVA Após o sucesso da participação como fornecedora oficial de Iluminação da Casa Cor São Paulo – evento no qual disponibilizou 6.547 lâmpadas LED, distribuídas entre 76 espaços, possibilitando uma redução de 75% no consumo de energia da mostra –, a Brilia repetiu a boa experiência na Casa Cor Rio 2015. Dessa vez, no conjunto de casarões restaurados da Villa Aymoré, na Ladeira da Glória, zona sul carioca. Para marcar essa participação, a revista Brilia Insight fez uma edição totalmente focada no Rio de Janeiro. Nas páginas a seguir o leitor irá encontrar um conteúdo exclusivo com o estilo carioca de viver. Para começar, um Especial sobre a edição deste ano da Casa Cor Rio, destacando o jeito de morar da Cidade Maravilhosa – despojado e contemporâneo – apresentado em lofts, estúdios, espaços de criação, home offices e jardins iluminados por LEDs de última geração, com os mais recentes lançamentos da Brilia. As seções Perfil e Email revelam, respectivamente, os estilos de Maurício Nóbrega, um dos arquitetos mais respeitados do Rio; e da designer de interiores Paola Ribeiro, famosa pela criatividade de seus projetos. Em Talk, uma conversa com a lighting designer Mônica Lobo, a premiada profissional brasileira que assina a iluminação de alguns dos mais importantes cartões-postais do Rio. Além desse time talentoso em arquitetura, interiores e lighting design, a revista desenvolveu reportagens especiais com figuras estreladas do cenário cultural brasileiro, todos radicados no Rio; como o fotógrafo Dario Zalis em Fotografia; o cineasta Walter Salles em Cinema, a Companhia de Dança Deborah Colker, na seção Cenografia e o artista multimídia Arthur Omar, em Art. Em Fiat Lux, um registro que não poderia escapar de nossas pautas, o Nobel de Física conquistado por Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura, o trio de cientistas japoneses que inventaram o LED Azul, uma descoberta que garantiu uma nova fonte de luz branca, brilhante e eficiente. Com todo esse material jornalístico, esta quinta edição da Brilia Insight tornou-se uma das mais iluminadas desde a sua criação no ano passado. Boa Leitura! Vinicius Marchini e Leandro Neves Co-Fundadores da Brilia

* Sugestões e comentários:

briliainsight@brilia.com


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CONTEÚDO outubro / 2015

Uma Publicação Brilia - Luz Muda Tudo

ESPECIAL CASA COR RIO DE JANEIRO CINEMA WALTER SALLES FOTOGRAFIA DARIO ZALIS

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Capa: O Museu de Arte Contemporânea de Niterói, com vista para a baía de Guanabara, no Rio de Janeiro num click do fotógrafo Dario Zalis

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SPECIAL E O jeito carioca de viver na Casa Cor Rio 100% LED

MAIL E A criatividade da designer de interiores Paola Ribeiro

I NSTITUCIONAL

A nova campanha da Brilia: Acesos - A vida secreta da Casa Cor

O melhor da nova safra de luminárias made in Rio

PROJETO EDITORIAL

A RT

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C INEMA

O mais recente filme do diretor carioca Walter Salles

DIRETOR DE CRIAÇÃO Cesar Rodrigues cesar@studiolemon.com.br

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C ENOGRAFIA

DIRETOR EXECUTIVO Chico Volponi cvolponi@studiolemon.com.br

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ALK T A luminosa e premiada lighting designer Mônica Lobo

SPOT

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P ERFIL

O despojamento da arquitetura e interiores de Maurício Nóbrega

EQUIPE BRILIA Vinicius Marchini Leandro Neves Pamela Gerard Vecchi

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INSIGHT

A obra visceral do artista multimídia Arthur Omar

Os espetáculos de dança da mais que talentosa Deborah Colker

FOTOGRAFIA

A paisagem do Rio pelas lentes de Dario Zalis

P RÊMIO

A premiada iluminação LED de Carlos Lemos na Casa Cor Rio Grande do Sul

O LED azul conquista o Prêmio Nobel de Física

OUTUBRO

PROJETO GRÁFICO Lemon Design & Comunicação DESIGN Cesar Rodrigues Eduardo Barletta EDITOR Luiz Claudio Rodrigues JORNALISTAS Carlos Alberto Queiróz Gabriel Pardal Lauro Lins DIAGRAMAÇÃO Pedro Enrike ARTE FINAL Osmar Tavares Junior

FIAT LUX

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www.studiolemon.com.br Rua Harmonia, 293 CEP 05435-000 Tel (11) 2893 - 0199 São Paulo - SP

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REVISÃO Claudio Eduardo Nogueira Ramos


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ESPECIAL | POR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES • FOTOS: STUDIO EUKA

PELA LUZ DOS

OLHOS TEUS

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A Casa Cor Rio 2015 recebeu, pela primeira vez, uma iluminação 100% LED fornecida pela Brilia. Nela, o estilo carioca de viver foi celebrado com variadas formas de luz.

Depois do sucesso da participação da Casa Cor São Paulo deste ano, a Brilia repetiu a dose como fornecedora oficial de iluminação 100% LED na Casa Cor Rio, realizada em setembro passado. “Iluminar a principal mostra de arquitetura e decoração do Rio de Janeiro em um lugar tão especial, como a Villa Aymoré, foi uma grande realização para a Brilia”, comemora o empresário Vinicius Marchini, um dos fundadores da Brilia. O mesmo entusiasmo foi compartilhado por seu sócio, Leandro Neves: “A energia do local, aliada à qualidade dos projetos, com o jeito de viver carioca, tornaram a experiência única”. Para as diretoras da Casa Cor Rio de Janeiro, Patrícia Mayer e Patricia Quentel, a iluminação LED foi um dos marcos da edição deste ano no Rio, que completou 25 anos com um histórico de 1.091 ambientes decorados nesse período. “O uso do LED é, sem dúvida, um caminho sem volta. Em tempos de crise hídrica, energética e econômica, é essencial procurar materiais que proporcionem economia e que sejam sustentáveis. O LED já havia aparecido em outros anos, em alguns ambientes, mas essa foi a primeira vez que esse tipo de iluminação foi utilizada em 100% dos espaços. Num evento que há 25 anos apresenta as tendências de decoração e arquitetura de interiores, é importante para mostrar todas as possibilidades do LED, já que muita gente ainda associa essa tecnologia àquela luz branca e fria, que hoje não é mais verdade”, comenta Patrícia Mayer. Os diferentes usos do LED também foram destacados pelas diretoras. “Ver de perto as diversas possibilidades do LED, com variadas nuances de cor e temperatura, usadas pelos arquitetos foi uma boa surpresa.

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Como os ambientes são muito diferentes, até na entrada de luz natural cada arquiteto precisou criar projetos bem diversos de iluminação, apesar de usarem a mesma tecnologia. Acho que o evento deste ano mostrou bem as muitas possibilidades do LED”, destaca Patricia Quentel. Neste ano especial de aniversário, a Casa Cor Rio voltou à Zona Sul – depois de dois anos consecutivos na Barra da Tijuca – e pela primeira vez ocupou uma vila de casas geminadas, a Villa Aymoré, erguida no pé do morro da Glória, bairro famoso pelo Outeiro e pela ladeira de paralelepípedos que remetem ao Rio colonial. Ao todo, o evento ocupou cerca de 5 mil metros quadrados de espaço, divididos em 42 ambientes, assinados por 63 arquitetos, designers de interiores e paisagistas que interpretaram, cada um a seu modo, o jeito carioca de morar em lofts, estúdios, espaços de criação e home offices.

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Na página de abertura, a Sala de Estar Bela Arte, criada pela dupla Ricardo Melo e Rodrigo Passos 1. Ateliê 35 A / Espaço Deca, assinado pela arquiteta Lia Siqueira 2. Escritório Multiuso, projeto do arquiteto Jairo de Sender

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NUM EVENTO QUE HÁ 25 ANOS APRESENTA AS TENDÊNCIAS DE DESIGN DE INTERIORES É IMPORTANTE MOSTRAR TODAS AS POSSIBILIDADES DO LED” Patrícia Mayer, diretora da Casa Cor Rio

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Para o arquiteto Erick Figueira de Mello, que planejou a Recepção, a experiência de trabalhar com LED foi além de suas expectativas. “A iluminação ficou incrível para o uso que propusemos, como iluminar as obras de arte no espaço, trabalhando com luzes e focos diferentes, ora mais intensos, ora mais suaves. O resultado foi excepcional”, comenta o arquiteto, que considera a luz como a própria realidade: “Sem a luz o que teríamos seria apenas a imaginação”. O mesmo conceito é compartilhado pelo arquiteto Pedro Paranaguá, autor da ambientação Home Office da Fotógrafa. “A parceria com a Brilia foi ótima. A iluminação deu o tom, o humor, o clima do ambiente e cumpriu o que considero mais importante num projeto luminotécnico, o de banhar o ambiente com luz”, avalia o profissional carioca.

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3. Estúdio dos Colecionadores, espaço planejado pelo arquiteto Maurício Nóbrega 4 e 5. Café da Vila, espaço com design de interiores de Gabriel Sabugosa

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6. Loft da Chef, ambientado por Bianca da Hora 7. Garconnière, da dupla André Piva e Vanessa Borges 8. Espaço Memória, planejado pela Raf Arquitetura e Lafem Engenharia 9. Home Office da Fotógrafa, projeto assinado por Pedro Paranaguá

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Mas não foram só nos ambientes indoor que a iluminação LED foi bem aproveitada. No Jardim da Frida Kahlo – espaço que foi uma das grandes sensações da mostra carioca –, planejado pela paisagista Paula Bergamin, a luz deu o tom no colorido exuberante do jardim. “O espaço que criei tem múltiplas funções e a iluminação teve uma função importante. OS LEDs são um grande avanço para a iluminação de jardins, especialmente porque as plantas não sofrem com o calor das antigas lâmpadas. Antes dos LEDs as folhas queimavam e, muitas vezes, as raízes também”, observa a paisagista que utilizou fitas de LED para “criar inúmeros efeitos”, na área molhada, na escada e nas paredes. “Os spots da Brilia para exteriores são uma novidade, têm qualidade e são muito elegantes e discretos no jardim, destacando sutilmente a silhueta das plantas”, pontua Paula, que convidou o arquiteto iluminador Widimir Ligeiro para desenvolver o projeto luminotécnico de seu espaço.


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Foto: Ricardo Perri

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Foto: Ricardo Perri

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10 e 11. Joalheria Aymoré, projeto de Marcella Bacellar 12, 13 e 14. Jardim da Frida Kahlo, da paisagista Paula Bergamin

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Ao completar 25 anos de história, a Casa Cor Rio exaltou o estilo carioca de viver e a memória da cidade ao ocupar o casario da Villa Aymoré, no bairro da Glória, zona sul da cidade. Na ladeira de paralelepípedos, bem antes de a vila ser construída no início do século 20, em estilo eclético, havia a antiga casa da baronesa de Sorocaba, irmã da marquesa de Santos. Durante as obras de restauração e renovação do local – iniciadas em 2011 pela Landmark Properties – artefatos da época foram descobertos, assim como o caminho de pedras originais que ligava a casa da baronesa ao Outeiro da Glória, que passou a ser chamado pelos arqueólogos (do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade) de Caminho da Baronesa. Além das casas geminadas foi incorporado ao projeto o prédio do antigo Hotel Turístico, localizado na entrada da rua de acesso à Villa, e construído um novo, o Edifício Baronesa, que ganhou o contorno da montanha e cobogós.

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PERFIL | P OR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES

FOTOS: ANDRÉ NAZARETH E RODRIGO AZEVEDO

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DE BEM COM A VIDA Dono de um estilo despojado, o arquiteto Maur铆cio N贸brega traduz a leveza do jeito carioca de ser em todos os seus projetos

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Com mais de mil projetos ao longo de sua carreira – iniciada em 1982 –, o arquiteto Maurício Nóbrega tem um traço bem característico em seus projetos de arquitetura e interiores: o despojamento, o uso de materiais naturais e a essência das linhas puras. Seu traçado segue o estilo contemporâneo misturado com modernidade brasileira e a leveza do jeito de viver do carioca. Nóbrega é admirador de seu conterrâneo, o arquiteto Claudio Bernardes e da obra de Affonso Eduardo Reidy, arquiteto francês, radicado no Rio, que foi um dos pioneiros do modernismo no Brasil, que deixou como legado para a cidade a sede do Museu de Arte Moderna, no aterro do Flamengo. Graduado pela Faculdade de Arquitetura do Instituto Metodista Bennett, uma das mais tradicionais instituições de ensino do Rio de Janeiro, Nóbrega costuma dizer que não segue tendências. “Gosto de tudo que é atemporal. O essencial em um projeto é que ele traduza a personalidade de quem vai viver e desfrutar dele”, afirma. Entre as principais características de seu trabalho está a integração com a natureza e os espaços amplos e integrados. Quando planeja o design de interiores gosta de desenvolver bases neutras na ambientação, que contrastam com tons vibrantes de algumas peças, além do uso de materiais reciclados e naturais.

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Na abertura, retrato do arquiteto Maurício Nóbrega e sala de estar do Estúdio dos Colecionadores, na Casa Cor Rio 2015. Nele, sua marca característica: cores neutras, aconchego e despojamento na ambientação. 1 e 2. Estúdio dos Colecionadores, espaço planejado por Nóbrega para a edição 2015 da Casa Cor Rio. 3 e 4. Apartamento Araucária.


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Além do escritório no Leblon, no Rio; Nóbrega também atende sua clientela paulista no Itaim Bibi, bairro nobre da capital paulista. Neles, desenvolve projetos de arquitetura e interiores (residenciais e comerciais) em todo o País e no exterior. Tem projetos assinados em Nova York e Miami. Nesta última, costuma planejar o design de interiores para clientes brasileiros que gostam de passar as férias com a família na mais latina das cidades americanas. Neles, sempre encontra espaço para salpicar objetos brasileiros para que seus proprietários possam “sentir-se como se estivessem em casa”. Fora do eixo Rio-São Paulo, Maurício é requisitado para planejar casas de praia e hotéis no litoral nordestino. Lugares onde há a casualidade e o uso de materiais naturais, como madeira, palha e pedras brasileiras. Nessas construções, o toque especial é dado pelos acabamentos e peças artesanais fornecidos por artesãos que fazem toda a diferença.

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1, 2 e 3. Casa em Angra dos Reis, clima de descontração com colorido pontual.

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Na Casa Cor Rio de Janeiro 2015, o arquiteto assinou a ambientação “Estúdio dos Colecionadores”. No espaço manteve a identidade original da arquitetura da Villa Aymoré e aplicou tons neutros com pitadas de cores vibrantes a fim de criar um ambiente aconchegante, claro e com espaço de sobra para expor uma coleção de arte, com curadoria e montagem da galeria Mul.ti.plo Espaço de Arte; e livros dispostos na escada de metal existente na casa. Para o projeto de iluminação 100% LED, Maurício contou com a consultoria da Dimlux. “O que achei muito interessante foi desenvolver um projeto normal, da maneira que estava acostumado, e a tecnologia da Brilia se integrar perfeitamente, com todas as adaptações possíveis. Já havia testado a tecnologia do LED em outros projetos, inclusive na minha casa, mas com o desenvolvimento atual do LED conseguimos o efeito que desejávamos, com uma temperatura de luz bastante agradável”, comenta o arquiteto.

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EMAIL | POR: LAURO LINS • FOTOS: DIVULGAÇÃO

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O clima de despojamento e de tranquilidade faz parte do repertório de estilo no trabalho da designer Paola Ribeiro.

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Com vinte anos de atuação no mercado, a designer de interiores Paola Ribeiro acredita nas “pequenas e grandes ousadias” ao desenvolver um projeto de ambientação. A partir desse princípio costuma fazer pesquisa de novos materiais, tecidos e design contemporâneo em viagens pelo Brasil e o mundo. “O contato com diferentes culturas e comportamentos permite apurar o olhar não somente sobre a casa, mas principalmente sobre os diferentes estilos de vida”, destaca a profissional carioca. Em seus projetos, usa basicamente mobiliário de design contemporâneo mesclado com peças antigas e acabamentos rústicos que “tornam a ambientação mais calorosa”. Para a edição deste ano da Casa Cor Rio, Paola planejou o Living da Praia, onde a cor azul-marinho dá o tom no ambiente, além do mix de peças de diferentes épocas e a seleção de obras de arte, que incluem trabalhos dos fotógrafos Claudio Edinger e Claudia Jaguaribe, entre outros. Qual é o seu estilo como designer de interiores? Paola Ribeiro: Gosto de misturar estilos, de mesclar peças contemporâneas com antigas, tecnológicas com rústicas, peças de design com móveis de demolição e sempre acrescento obras de arte, livros e fotografias no ambiente. Brilia Insight:

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Brilia Insight: Qual

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é o diferencial ao desenvolver projetos de interiores no Rio

de Janeiro? Paola Ribeiro: Um dos diferenciais do Rio é poder contar com a vista da paisagem natural, além do privilégio de usar cores claras e tecidos leves que são a cara da cidade. Há uma marca registrada do jeito de viver do carioca? Paola Ribeiro: Sim, uma maneira mais casual de viver que se traduz numa decoração mais despojada. Brilia Insight:

Brilia Insight: Como

você traduz as tendências urbanas em projetos para uma cidade de praia como o Rio? Paola Ribeiro: Acho que o Living da Praia, ambiente que fiz para Casa Cor Rio deste ano, é um bom exemplo. É um espaço alegre, colorido e poderia estar em qualquer apartamento de praia, seja em Ipanema, Leblon ou São Conrado, justamente porque tem um estilo urbano e bem carioca. Esse jeito de ser aparece na escolha do mobiliário contemporâneo, na marcenaria fina, na valorização do pé-direito alto e na cuidadosa seleção das obras de arte e fotografias que transforma a atmosfera do ambiente.

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Peças de design contemporâneo e iluminação aconchegante: duas marcas dos projetos assinados por Paola Ribeiro


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BUSCO UMA LUZ ACONCHEGANTE QUE DÊ UMA SENSAÇÃO GOSTOSA EM TODOS OS ESPAÇOS.” Paola Ribeiro

Brilia Insight: Como

foi sua experiência ao trabalhar com iluminação 100% LED na Casa Cor Rio deste ano? Paola Ribeiro: Os LEDs avançaram muito nos últimos anos. Agora é possível ter temperaturas de cor variadas para se chegar a uma luz mais quente e aconchegante. Além de ser mais econômica, o que é primordial na atualidade. Brilia Insight: Como

você planeja a iluminação de seus projetos? Paola Ribeiro: A partir da definição do layout procuro valorizar os destaques do projeto, como, por exemplo, as obras de arte. Busco uma luz aconchegante que dê uma sensação gostosa para quem vai habitar naquele espaço.

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TALK | POR: CLAUDIO GUES • FOTOS: ANDRÉ NAZARETH

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Considerada uma das mais talentosas lighting designers brasileiras, Mônica Lobo desde 1997 dedica-se a construir uma carreira de sucesso. É dela a iluminação do Theatro Municipal do Rio de Janeiro; do Hotel Fasano, no Arpoador; dos luxuosos salões do Copacabana Palace; e do novo acesso ao Cristo Redentor, além de muitos outros fora do Rio, como a nova iluminação da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em BH; e do Museu do Futebol, em São Paulo. Também assina a luz do Museu do Amanhã, com arquitetura do espanhol Santiago Calatrava e a nova sede carioca do Museu da Imagem e do Som, do escritório norte-americano Diller, Scofidio+Renfro. Com toda essa bagagem, passou a acumular prêmios por suas realizações e tornou-se a primeira lighting designer brasileira a ganhar dois importantes prêmios internacionais de iluminação, o IESNA (Iluminating Engineering Society of North America) e o IALD (International Association of Lighting Designers). Nesta entrevista exclusiva para a Brilia Insight, Mônica nos fala de seus mais recentes projetos de iluminação.

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Brilia Insight: O

que significa a luz para você? Mônica Lobo: Prefiro falar em iluminação, pois para mim significa um conceito que combina o fenômeno com sua aplicação. A iluminação pode revelar, esconder, enfatizar, criar texturas e, finalmente, conferir alma ao espaço construído. Como costumamos dizer aqui no escritório, a iluminação tem o poder de revelar a essência das coisas, ela transforma o imaterial em realidade, com alma. Como foram desenvolvidos os projetos de luminotécnica do Museu do Amanhã e do novo MIS? Mônica Lobo: Esses dois projetos são muito sofisticados para serem descritos em poucas palavras. O nosso escritório é responsável por toda a iluminação desses dois museus, isso significa que fizemos a iluminação interna de áreas públicas e técnicas, a iluminação da museografia e a iluminação das fachadas. Desde 2010, estamos desenvolvendo esses projetos e ainda estamos acompanhando e adaptando soluções. Brilia Insight:

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Esses projetos podem ser considerados um marco em sua carreira? Mônica Lobo: Posso dizer que o escritório não é o mesmo depois desse processo. Aprendemos incrivelmente com eles, principalmente a buscar soluções “fora da caixa” e conduzir situações nunca antes experimentadas. Tenho certeza que todos irão se surpreender. Brilia Insight:

Como você avalia o projeto de iluminação para um ícone da arquitetura modernista brasileira, a Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte? Mônica Lobo: É um projeto de 2005 que ganhou dois prêmios. Foi um desafio. Ficamos muito contentes quando fomos escolhidos para integrar a equipe montada para o processo de restauração da igreja no que se refere à iluminação. Nosso escopo abrangia a iluminação interna e externa da igreja. Desde o princípio, nos demos conta do tamanho da responsabilidade em iluminar essa joia da arquitetura brasileira que reúne tantos nomes importantes como Oscar Niemeyer, Burle Marx, Portinari, Paulo Werneck e Alfredo Ceschiatti. Brilia Insight:

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Na página de abertura, a fachada iluminada da igreja São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte Acima, a lighting designer Mônica Lobo 1 e 2. Exteriores e interior do centro cultural Casa Daros, em Botafogo, no Rio de Janeiro


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Foi imprimido algo novo para essa iluminação? Mônica Lobo: Nosso conceito foi o de revelar a arquitetura de maneira a não imprimir um desenho autoral com a iluminação, quase como se essa iluminação fizesse parte da arquitetura. Procuramos revelar as “cascas” curvas, enfatizando a base através de projetores wallwashers, fazendo com que essas aparentemente brotassem do chão. Projetores de facho médio, fixados nos postes públicos existentes e apontados para a parte superior dessas cascas, complementam essa leitura. A marquise de acesso foi iluminada de maneira indireta, recuperando um nicho que havia no piso e proporcionando uma iluminação suave que revela todo o plano horizontal. O campanário foi iluminado pelo interior, também com iluminação indireta, deixando a treliça que fecha o volume em negativo. Brilia Insight:

Foi difícil destacar o famoso painel de azulejos da Igreja da Pampulha? Mônica Lobo: O painel de azulejos de Portinari demandou uma solução dupla. Uma iluminação em sua base, com luminárias fixadas no piso a 30 cm do painel, que proporciona uma sensação de elevação, ao mesmo tempo que revela o transpasse da casca de concreto sobre esse plano vertical. Por outro lado, os projetores de facho médio fixados nos postes públicos existentes (nesse caso, do outro lado da via) foram direcionados ao plano do painel de azulejos dando homogeneidade à leitura do painel. Brilia Insight:

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Quais prêmios você ganhou com o projeto luminotécnico da Igreja da Pampulha? Mônica Lobo: Esse projeto foi duplamente premiado internacionalmente. Recebeu o prêmio de mérito dado pelo IALD (International Association of Lighting Designers) e o prêmio de excelência em iluminação externa Paul Waterbury Award of Excellence on Outdoor Lighting, dado pelo IESNA (Illuminating Engineering Society of North America), duas instituições de muito prestígio no universo de iluminação de arquitetura. Brilia Insight:

Conte um pouco sobre sua experiência ao trabalhar com escritórios de arquitetura estrangeiros? Mônica Lobo: É muito desafiador e interessante. Precisamos achar uma via de comunicação que foge de nosso ambiente conhecido. É necessário muita concentração e organização, além do talento. Muitas reuniões são feitas por Skype e precisam ser objetivas e eficientes. Além da documentação e da linguagem gráfica exigirem uma precisão muitas vezes maior que a habitual. No final é um aprendizado e ainda fazemos amigos. Brilia Insight:

Quais são os projetos nos quais você está envolvida atualmente? Mônica Lobo: Estamos desenvolvendo hotéis, como o Grand Hyatt, Mio+Venit e Barra Luxury Lifestyle, além da revitalização dos shoppings Leblon e Rio Design Leblon, no Rio, entre outros. Brilia Insight:

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3. Biblioteca Parque Estadual, no centro do Rio de Janeiro 4. Paço do Frevo, em Recife


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CAMPANHA 2015 BRILIA BRILIA

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Com cenários da Casa Cor São Paulo, a campanha publicitária de 2015 da Brilia reforça sua imagem de contemporaneidade.

A campanha de 2015 da Brilia – intitulada Acesos – A vida secreta da Casa Cor foi realizada na Casa Cor São Paulo. Como fornecedora oficial de iluminação da mostra, a Brilia aproveitou a ambientação de alguns espaços como cenário para a sessão fotográfica de sua campanha. As fotos foram realizadas pelo fotógrafo Hick Duarte. “A partir dos ambientes da Casa Cor, que são visualmente muito ricos, decidimos contar histórias sem a participação de modelos. Selecionamos pessoas que têm o perfil da Brilia a vivenciar os espaços como se elas morassem ali, estivessem lendo um livro, tomando um café ou trabalhando naqueles espaços. Eu também acrescentei minha

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experiência com moda para dar um pouco mais de personalidade nas fotos”, diz o fotógrafo. Para a gerente de Marketing da Brilia, Pamela Gerard Vecchi, luz e decoração existem em função das pessoas. “São meios para que as pessoas possam se expressar: trabalhando, se divertindo e vivendo melhor. O resultado foi uma produção fotográfica linda, com pessoas reais em situações do cotidiano, transmitindo o poder de transformação através da luz.” Os espaços selecionados para a campanha foram os ambientes “Bar Interativo Stella Artois”, do arquiteto Guto Requena; a “Casa do Bosque”, de David Bastos; e o “Gabinete de Leitura”, de Pedro Lázaro.

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À esquerda, registro no Living do Colecionador brasileiro da arquiteta Flavia Gerab e acima clique realizado no Café Conforto dos arquitetos Gerson Dutra e Ana Lucia Salama


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A NOVA SAFRA DO DESIGN CARIOCA TIRA PARTIDO DAS FORMAS ORGÂNICAS PARA COMPOR LUMINÁRIAS QUE BRINCAM COM A FORMA E A FUNÇÃO.

CULT Inspirada na série Óculos, criada por sua avó, a artista plástica Lygia Clark, a designer Alessandra Clark desenhou a coleção de luminárias Criaturinhas, formada por 20 objetos luminosos de mesa, confeccionados em aço inox e espelhos móveis, que possibilitam o controle da intensidade e o ajuste da posição dos focos de luz. A novidade faz parte dos lançamentos deste ano da La Lampe. www.lalampe.com.br

NATURAL Com cúpula e base de madeira torneada, a luminária Kremlin foi desenvolvida por Leonardo Lattavo e Pedro Moog – da Lattoog – para a Schuster Móveis. A peça segue o estilo da dupla que alia o lado racional da tecnologia à intuição e subjetividade dos objetos de arte, com bom desenho e boas ideias. www.lattoog.com e www.moveis-schuster.com.br

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BALLOON Entre as novidades da mais recente coleção de lâmpadas da Brilia, a Bulbo Balloon Filamento foi desenvolvida como uma solução para deixar ainda mais sofisticadas as luminárias tipo pendente. Tem temperatura de cor quente e aconchegante de 2700K e tecnologia de filamentos LED que remete aos antigos modelos incandescentes, mas com facho de luz livre de calor. www.brilia.com

ZOO Produzida em acrílico, a coleção de luminárias Zoo, de Bernardo Senna, investe no lúdico e na surpresa, duas das principais características do designer. Para ele, todo produto deve trazer ideias não vistas e propostas que possam instigar a curiosidade das pessoas. www.bernardosenna.com.br

VELA Com desenho do tipo vela, a lâmpada Vela Chama Filamento – da Brilia – consome apenas 2W e mantém o mesmo efeito do modelo tradicional, com a vantagem do baixo consumo de energia e luz livre de calor. O design é 100% fiel aos modelos tradicionais das incandescentes. www.brilia.com

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ANTENA Desenvolvida para a Lumini, a coleção Sintonia Fina – assinada pela designer Claudia Moreira Salles – é composta por seis modelos de luminárias que são verdadeiras obras de arte. Feitas em edição limitada e numeradas, cada peça tem base confeccionada com madeiras nobres de demolição, como peroba-de-campos, ipê, sucupira preta e baraúna. Suas hastes são produzidas em cobre e as cúpulas com nióbio, um metal raro que ganhou tonalidades trabalhadas por Marina Sheetikoff. www.lumini.com.br

SPACE Ideal para espaços comerciais e corporativos, a nova AR111 Dimerizável faz parte dos lançamentos de 2016 da Brilia. Além da economia de energia e excelente poder de dimerização, a lâmpada promove a redução de calor no ambiente de trabalho, sem abrir mão da qualidade da luz. www.brilia.com

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PEQUENA NOTÁVEL Opção para pequenas luminárias e ambientes cênicos, a lâmpada Míni Globo Filamento – novidade da Brilia – conta com tecnologia de filamentos LED que têm a mesma eficiência energética das incandescentes, mas com a vantagem de ser mais econômica e luz livre de calor. www.brilia.com

ESFERA Com um quê de arte conceitual, a luminária Ostra – da em2Design, dos designers Mariana Betting e Roberto Hercowitz – possui duas partes iguais que se abrem revelando seu interior. Quanto mais se abre uma de suas partes, mais luz é projetada no ambiente. A peça ainda permite que as metades sejam movidas em diferentes posições, direcionando o foco de luz. Outro detalhe inusitado está no material que lhe dá forma: uma resina que imita o concreto. www.leucos.com

MAGIC Inspirada nos antigos brinquedos de madeira, a luminária de chão Bilboquê é esculpida em madeira maciça e tem cúpula de vidro leitoso. A criação é assinada pelo designer Eduardo Baroni que costuma aliar simplicidade, leveza, baixo custo e inovação, princípios que movem seu design que surpreende pela inventividade. www.eduardobaroni.com

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Com um olhar bastante particular, a arte de Arthur Omar é inquietante e, ao mesmo tempo, perturbadora, cheia de signos e metáforas da contemporaneidade

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Considerado pela crítica um artista multimídia, Arthur Omar trabalha com diferentes linguagens para expressar sua arte. Fotografia, cinema, vídeo, instalações, desenhos, música e poesia. Nesse vasto arsenal de plataformas exerce seu experimentalismo, ora poético, ora aterrorizante ou trágico. Seja qual for o meio, seu imaginário é rico na construção de metáforas visuais. Sua inquietante trajetória, iniciada na década de 1970, ainda inclui ensaios e reflexões teóricas sobre arte contemporânea. Sua arte é uma constante busca por uma nova iconografia para a representação de elementos da cultura brasileira. Esse é polo central que marca toda a sua obra. Um de seus trabalhos mais famosos é a série fotográfica “Antropologia da Face Gloriosa”, realizada em preto e branco, entre 1973 e 1998, onde

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registra pessoas anônimas, participantes do Carnaval no Rio de Janeiro, onde capta expressões de desvario, alegria ou tristeza em seus rostos. A partir dessas fotos, interfere na revelação, acrescentando cores ou trilhas luminosas. “Uma operação transfigural que desconstrói ou desloca boa parte do discurso contemporâneo de negação da figura”, afirma a crítica de arte Joanne Martins, que complementa: “Na contramão de um clichê da arte contemporânea que muito rapidamente erigiu dogmas, como o borrão, o fluido ou o sujo, Arthur Omar vai do moderno ao contemporâneo, passando pelo experimentalismo mais radical, onde a instabilidade e a fluidez nascem do próprio ato fotográfico ou na busca da materialidade da imagem, que pode emergir como figurativa ou chegando à mais pura abstração ou dissolução total das formas”.

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Na página anterior, foto de “A Pele Mecânica” (2003), obra que desdobrou da famosa série “Antropologia da Face Gloriosa” (19731998) e “O Macaco Transparente” (2003), videoinstalação apresentada na mostra “Zooprismas”. 1 e 2. Antropologia da Face Gloriosa 3. Golden Hamlet

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Para o crítico Paulo Herkenhoff, “nada pode parar o fluxo de imagens, palavras, sons e ideias contidas numa obra de Arthur Omar”. Com mais de trinta filmes e vídeos – incluindo o longa-metragem Triste Trópico e documentários sobre a produção de artistas, como O Nervo de Prata (1987), sobre o artista plástico Tunga; e Derrapagem no Éden (1997), sobre o colega Cildo Meirelles – o artista introduziu novas maneiras de pensar, além da renovação de linguagens e técnicas. Como prova de sua expressividade, em 1999, teve uma retrospectiva completa de sua obra em filmes e vídeos no MoMA – Museu de Arte Moderna de Nova York. Foi destaque na Bienal Internacional de São Paulo em 2002 com a série “Viagem ao Afeganistão”, um conjunto de 30 fotografias em grandes dimensões compondo paisagens paradoxais e perspectivas impossíveis, com imagens realizadas entre Cabul e Bamyan. Na década de 2000 foi premiado por duas exposições individuais pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte). Uma delas, “O Esplendor dos Contrários”, com fotografias da paisagem amazô-

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nica, em que reinventa o espaço e a luz e trabalha com efeitos em 3D; e a mostra “Frações da Luz”, apresentada na Galeria Nara Roesler, onde explorou a luminosidade interna de caixas de luz, com imagens vindas de diferentes suportes. Uma de suas exposições mais significativas de sua criação foi “Zooprismas”, realizada em 2006, no Centro Cultural Telemar, no Rio. A mostra ocupou três andares formando um “complexo sensorial” nas palavras do próprio Arthur Omar. Nela, o tema era a percepção. “O artista teceu um pensamento-percepção. Uma potência temporal do processo perceptivo que envolve a quantidade de movimento e a qualidade da luz, com efeitos visuais de estrobo, flicagem e flou, a câmera lenta e a aceleração em trabalhos que mostravam uma sintonia entre percepção e manipulação”, diz Mariana Rodrigues Pimentel, professora de Estética e Teoria da Arte da UERJ. Com tantas experimentações em sua trajetória artística, Arthur Omar está sempre um passo à frente do nosso tempo. E se existem gênios na atualidade, talvez o artista seja um deles entre nós.

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CINEMA | POR: LAURO LINS • FOTOS: DIVULGAÇÃO

SENSÍVEL DEMAIS Com a parceria de diversos diretores de fotografia, Walter Salles constrói imagens onde a realidade e a poesia se cruzam em sutis fotogramas.

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Famoso internacionalmente desde o lançamento do filme Central do Brasil, em 1998, o diretor de cinema Walter Salles volta aos holofotes com seu novo longa-metragem “Jia Zhang-ke, Um Homem de Fenyang”: um documentário que faz tributo a um dos maiores cineastas chineses da atualidade. No filme, Salles faz um ensaio sobre as contradições políticas, estéticas e até sentimentais da China, um país que vive entre a contemporaneidade e a tradição, o progresso e a preservação de ritos milenares de convivência. A direção de fotografia do filme leva a assinatura do peruano, radicado no Chile, Inti Briones, citado pela revista Variety como um dos dez nomes da área em que o mundo deve prestar

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atenção. Seus colegas de trabalho dizem que seu trabalho tem uma sensibilidade rara, baseada no equilíbrio entre os aspectos artísticos e técnicos da profissão. Sua ascensão no mercado cinematográfico foi iniciada em 2008 com o filme “El Cielo, la tierra y la lluvia”, do diretor chileno José Luís Torres Leiva, apresentado no Festival de Cinema Independente de Buenos Aires. Sua aproximação com o Brasil tem fundo emocional: há quatro anos Briones namora a atriz brasileira Simone Spoladore, que lhe apresentou a diretora Flávia Castro, com quem filmou o curta-metragem “Último Dia” e não parou mais, passando por Felipe Hirsch com a série para a TV “A menina sem qualidades” e a cineasta Paula Gaitán,

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Cena do documentário “Jia Zhang-ke, Um Homem de Fenyang”, selecionado para a Mostra Panorama do Festival de Berlim 2015. O longametragem tem direção de fotografia do peruano Inti Briones


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No documentário de Salles, o diretor de fotografia assume uma invisibilidade quase oriental. Essa naturalidade na fotografia é uma das principais características de sua carreira no cinema. Neste trabalho não usou lentes especiais, iluminou tudo com luz natural e, mesmo assim, passa a ideia de um visual meticuloso. Por trás desse despojamento há uma sofisticação que os olhos mais atentos conseguem perceber, o tom esmaecido das cores demonstra sua habilidade de quase “captar o sol por trás neblina”. no filme “Sobre a Neblina”, até chegar em Walter Salles. Com a experiência em solo brasileiro, Briones fez um up em sua expertise cinematográfica. “A luz do Brasil tem natureza cambiante, em um mesmo dia, podemos vê-la sob diferentes condições, a céu claro, encoberto por nuvens, debaixo de chuva. Muitos fotógrafos veem nisso um problema, mas eu só encontro vantagens nessa inconstância climática. É um tipo de luz com muita personalidade”, declarou ao jornal O Globo numa reportagem do jornalista Carlos Helí de Almeida. BRILIA

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Entre os fotógrafos que já fizeram parceria com Salles estão Walter Carvalho (“Terra Estrangeira”, “Central do Brasil”, “Abril Despedaçado” e outros), Eric Gaultier (“Diários de Motocicleta”), Mauro Pinheiro Jr. (“Linha de Passe”) e Affonso Beato (“Dark Water”). Com tanta diversidade de companhia, não é à toa que Walter Salles seja um dos cineastas mais autorais do cinema contemporâneo. Uma das primeiras produções que impulsionaram sua carreira foi o curta-metragem “Socorro Nobre”, feito em 1995, sobre a ex-presi-

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diária Maria do Socorro Nobre. Segundo ele, foi esse trabalho que lhe deu régua e compasso. “O mundo é amplo. Pode-se falar sobre absolutamente tudo. Então, se você não escolher aquilo que gera alguma coisa que ecoa profundamente em você ou que você queira desvendar de uma forma profunda, aquilo não merece ser um filme. Fazer um filme é difícil demais para não termos uma ligação com ele. As questões de identidade e a possibilidade de alguém encontrar e oferecer uma segunda chance acabou norteando meu trabalho, como ‘Terra Estrangeira’ e ‘Central do Brasil’”, afirmou o diretor em uma aula magna que foi convidado a dar na ECA – Escola de Comunicações e Arte da USP, em 2013. Essa constante busca pela identidade dos personagens é

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uma característica marcante em sua filmografia, que tem forte influência dos brasileiros Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, além do italiano Michelangelo Antonioni. No filme novo, Salles intercala suas andanças com Jia Zangh-ke com cenas dos filmes “Plataforma” e “Em busca da vida” (realizados pelo diretor chinês) e vasculha os lugares onde foram rodados e encontra ruínas, com construções milenares demolidas, em imagens que impulsionam emoções de tristeza, desencanto e reflexão sobre as mudanças culturais no decorrer do tempo. No ano que vem, Salles volta a dirigir um filme com roteiro original. Por enquanto faz segredo da nova produção, mas revela que o roteiro já está bem adiantado.

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Cenas do documentário de Salles. Nele, o cineasta faz um retrato afetivo sobre o jovem realizador chinês. Nas cenas, os lugares onde foram rodados alguns de seus filmes, com o reencontro de atores, amigos e colaboradores mais próximos


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| POR: GABRIEL PARDAL • FOTOS: FLÁVIO COLKER PERFIL | CENOGRAFIA

CHEIA DE GRAÇA Conhecida internacionalmente por suas coreografias acrobáticas e ritmadas, Deborah Colker é uma das mais completas artistas brasileiras em atividade.

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Uma das coreógrafas mais importantes do mundo por coincidência é brasileira. Ela é nascida no Rio de Janeiro e se chama Deborah Colker. E desde 1994 não para de surpreender o universo do balé contemporâneo com suas coreografias cheias de energia e uma dose elevada de provocação. Atualmente roda as principais metrópoles do mundo com o espetáculo Belle, livremente inspirado no romance Belle de Jour, do escritor Joseph Kessel, que mais tarde iria consagrar a atriz francesa Catherine Deneuve, no filme homônimo, dirigido por Luis Buñuel, na década de 1960.

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A carreira de sucesso da Companhia de Dança Deborah Colker foi iniciada em 1994 quando subiu à cena, pela primeira vez, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, para apresentar o balé Vulcão, dividindo a noite com o Momix, do coreógrafo norte-americano Moses Pendleton. A grande explosão viria no ano seguinte com Velox, que em apenas seis meses contabilizava 55 mil espectadores. Um fenômeno que renderia à companhia uma estabilidade precoce. Em 1996, a Cia Deborah Colker era contemplada com o patrocínio exclusivo da Petrobras e ocupava sede própria. No mesmo ano, fazia sua primeira estreia mundial na prestigiada Bienal de Dança de Lyon. O espetáculo da vez chamava-se Mix e

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projetou internacionalmente o trabalho da companhia carioca. No começo dos anos 2000 teria sua excelência chancelada pela Society of London Theatre, premiada na categoria “Outstanding Achievement in Dance”, com o Laurence Olivier Award 2001, honraria inédita concedida a um artista ou grupo brasileiro. De lá para cá, a companhia de dança percorreu quatro continentes apresentando-se em alguns dos palcos mais importantes do mundo, como John F. Kennedy Center, em Washington; New York City Center, Nova York; Barbiban Centre, em Londres; Maison de La Dance, em Lyon; Admiral Spalatz, em Berlim; Stopera Muziektheater, em Amsterdã; e o Tel-Aviv Opera House, em Tel-Aviv, entre tantos outros.

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Na página anterior A iluminação dos espetáculos da Companhia de Dança Deborah Colker é assinada por Jorginho de Carvalho. Na abertura, cena do espetáculo Belle, que atualmente está em turnê internacional e retrato da bailarina e coreógrafa Deborah Colker, em registro de seu irmão, o fotógrafo Flávio Colker. 1. Outro momento do balé Belle 2. Cena do espetáculo Nó 3. Um dos movimentos do espetáculo Dínamo 4. Bailarinas em cena do espetáculo Nó


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DEBORAH COLKER É UM PERSONAGEM, AO MESMO TEMPO, MÚLTIPLO E ÚNICO NO PANORAMA CONTEMPORÂNEO DAS ARTES CÊNICAS”

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Com onze espetáculos na bagagem e sete em repertório, ao longo desses anos, a coreógrafa carioca e sua companhia foram alvo de inúmeras reportagens em periódicos famosos como os ingleses The Time, The Guardian e The Independent; o francês Le Figaro e os americanos New York Times e Washington Post, somente para citar alguns. O reconhecimento internacional motivou também convites para o desenvolvimento de projetos comissionados fora do Brasil, como foi o caso do espetáculo Maracanã – posteriormente incorporado ao repertório da companhia sob o título de Dínamo – especialmente encomendado pela Fifa para a Copa do Mundo de 2006, e Ovo, em 2009, uma colaboração de Colker com o Cirque du Soleil. Além disso, companhias estrangeiras interessaram-se por diversas peças de seu repertório e levaram à cena no circuito internacional de dança.

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A inquietação e o gosto pela diversidade não se tornaram uma marca do trabalho de Deborah Colker por acaso. Criada entre a solidão do estudo do piano clássico e a prática de um esporte coletivo, o voleibol, a coreógrafa carioca iniciou-se na dança contemporânea como bailarina do grupo Coringa, da uruguaia Graciela Figueiroa, que marcou época no Rio de Janeiro nos anos 1980. Em 1984, a convite da atriz Dina Sfat, deu início àquela que seria a principal vertente de sua carreira nos dez anos subsequentes: diretora de movimento, expressão especialmente cunhada para ela pelo diretor de teatro Ulysses Cruz. Era uma forma de sublinhar a relevância de seu trabalho no resultado final de algumas dezenas de espetáculos de teatro com que colaborou nesse período. A rubrica, que acabaria se incorporando

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ao jargão cênico brasileiro, aplica-se também, e com precisão, ao papel que desempenhou, por exemplo, na criação dos movimentos dos bonecos da TV Colosso, programa infantil da TV Globo exibido na década de 1990. Deborah Colker ainda imprimiu sua marca em territórios distintos como o videoclipe, a moda, o cinema, o circo e o showbiz. Inscreveu seu nome, também, na história do maior espetáculo de massa do planeta: o desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, símbolo maior do carnaval carioca, com o qual contribuiu repetidas vezes assinando a coreografia das comissões de frente de grandes agremiações como a Mangueira, Viradouro e Imperatriz Leopoldinense. Um portfólio que não deixa dúvidas de que Deborah é uma verdadeira carioca da gema.

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À esquerda, cena do balé Rota. Acima, as bailarinas em rodopio no mesmo espetáculo de dança


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Apaixonado pelo Rio, o fotógrafo Dario Zalis traduz – em belas imagens – a cidade que escolheu para viver

Ele costuma dizer que é argentino de nascença e carioca na existência. E realmente sua definição faz jus: Dario Zalis há quarenta anos vive uma intensa paixão pela cidade do Rio de Janeiro. “Nasci em Buenos Aires e cheguei com a família no Rio com oito anos de idade. Vivi uma infância porteña maravilhosa, mas foi aqui, no Rio, que minha fotografia ganhou inspiração”, afirma o fotógrafo, que desde sua chegada à Cidade Maravilhosa morou em Copacabana, Leblon e Jardim Botânico, bairro onde atualmente vive com a mulher, Ana Paula, e os filhos Luiza e Nick. Zalis se dedica à fotografia desde a infância incentivado por seu irmão mais velho, o também fotógrafo Sergio Zalis, seu sócio no estúdio ZNZ, um dos mais respeitados em todo o Brasil. “Desde menininho via meu irmão com uma câmera na mão e aos 14 anos fiz um curso de fotografia no Museu de Arte Moderna. Chegou uma época que eu e Sergio tínhamos um laboratório de revelação no único banheiro da casa dos meus pais”, diverte-se o fotógrafo ao lembrar do início de seu ofício. Mais tarde, na juventude, abandonou o curso de Engenharia Mecânica para se dedicar profissionalmente à fotografia na extinta revista Manchete, no começo da década de 1980. E não parou mais. Ao fotografar a paisagem do Rio costuma ter paciência para captar a melhor luz a fim de garantir o clique perfeito. “É uma alegria ter essa cidade como cenário. Eu vejo ela no carro, no amanhecer, no meio de um engarrafamento no trânsito e no inferno do verão”, brinca. Para quem pensa que seu acervo se restringe somente à zona sul pode ter uma surpresa. Zalis afirma que fez e faz fotos “maravilhosas” no subúrbio e na zona norte da capital fluminense.

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FOTOGRAFIA | POR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES • FOTOS: DARIO ZALIS

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Com esse mesmo apuro se dedica a fazer ‘portraits’ de personalidades famosas, como João Gilberto, Maria Bethânia, Fernanda Montenegro e uma verdadeira constelação de astros e estrelas da música, cinema, literatura, TV e teatro, além de personalidades do mundo empresarial, autoridades e socialites. Com esse ecletismo passou a colaborar para a imprensa, a moda, a indústria fonográfica e a publicidade. Para captar o melhor ângulo de suas fotos, Dario toma decisões após diversos testes. “Geralmente um fotógrafo experiente tem a sensibilidade do que vai ser a imagem final, mas aquele ângulo que parecia muito bom, na hora da edição das imagens, pode ser um engano”, revela o fotógrafo sobre o seu método de trabalho. Por se considerar eclético, ele acredita que não tem uma marca própria, mas ao ver suas fotos percebemos o quanto sua linguagem visual se traduz em camadas, como um relevo. “Meus amigos dizem que ao olhar uma foto logo percebem quais são as minhas”, diz com um certo ar de orgulho.

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Atualmente é a fine art que atrai as atenções de Dario Zalis. Ou seja, aquela foto que adquire o status de obra de arte. Ou melhor: aquela imagem que se revela como “prazer estético” e persiste no tempo como um registro singular. “Hoje as pessoas, cada vez mais, gostam de ter uma linda foto de arte em casa”, comenta o fotógrafo que atualmente se prepara para duas exposições, uma no Brasil e outra no exterior. Nesse trabalho de seleção de imagens para as exibições, Dario (que tem um arquivo extenso) faz uma verdadeira viagem no tempo e se depara com fotos analógicas e digitais, pois viveu esse momento de transição como todos os fotógrafos de sua geração. “Para quem respirou fotografia quase a vida toda, de ter vivido com negativos, ampliações, de ter muitas horas num quarto escuro para revelar filmes é um privilégio. Eu aconselho a todos a não descartarem suas fotos digitais, que façam impressões, que façam backup para não deixar uma geração sem um documento, sem o registro de uma época”, ensina o fotógrafo que ama sua arte há quatro décadas.

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Na abertura, nas páginas 52 e 53, a alameda de palmeiras-imperiais no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, em ângulo especial que capta o Corcovado e o Cristo Redentor 1. O calçadão e a praia de Copacabana, na zona sul do Rio 2. Vitórias-régias no lago Frei Leandro, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro 3. O amanhecer sobre a neblina captado pelas lentes de Dario Zalis 4. Flagrante aéreo dos surfistas no mar, antes da arrebentação, da praia da Barra da Tijuca 5. O voo de asa-delta no pôr do sol do Rio de Janeiro 6. O Museu de Arte Contemporânea de Niterói, famoso projeto de Oscar Niemeyer, com vista para a Baía de Guanabara


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PRÊMIO | POR: CARLOS ALBERTO QUEIROZ • FOTOS: EDUARDO LIOTTI

100%LED A preocupação com a sustentabilidade foi o ponto de partida para o uso de iluminação 100% LED pelo arquiteto Carlos Lemos na Casa Cor Rio Grande do Sul.

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O arquiteto Carlos Lemos é um entusiasta quando o assunto é iluminação com tecnologia LED

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Na edição 2015 da Casa Cor Rio Grande do Sul (realizada de junho a agosto em Porto Alegre) a “Fachada e Paisagismo” – área planejada pelo arquiteto Carlos Lemos e a Disconzi Floresta e Jardim – foi premiada entre Os Melhores Ambientes da mostra na categoria “Destaque em Iluminação”. O espaço contou com iluminação LED da Brilia. “Sou um grande entusiasta da redução de consumo e nosso escritório tem uma grande preocupação com todos os aspectos envolvidos com a sustentabilidade e a utilização mais consciente dos produtos e de nossas reservas naturais”, revela o arquiteto gaúcho que há cinco anos utiliza lâmpadas, fitas e sistema RGB de LEDs em seus projetos. Com essa expertise,

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Lemos utilizou a nova tecnologia em iluminação a fim de divulgar suas vantagens aos visitantes da mostra de decoração. “Ao trazer essa tecnologia para o meu espaço na Casa Cor foi uma forma de marcar o compromisso que devemos ter com o nosso bem-estar no futuro. Mais do que consciência, o uso do LED mostra que desejamos um ambiente mais inteligente, responsável e, obviamente, mais iluminado.” Além de ser um dos profissionais participantes, o arquiteto Carlos Lemos foi o curador da edição 2015 da Casa Cor Rio Grande do Sul, com a apresentação de 41 ambientes, assinados por 62 profissionais e que atraiu um público de 38 mil visitantes.


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FIAT LUX | POR: LAURO LINS • FOTOS: DIVULGAÇÃO

A invenção dos LEDs azuis – que permitiu a criação de fontes de luz branca, brilhantes e eficientes desde os anos 1990 – deu a três cientistas japoneses o Prêmio Nobel de Física.

Neste mês completa um ano a premiação do Nobel de Física aos cientistas Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura. Os físicos foram laureados por um dos mais importantes prêmios científicos da atualidade, o Prêmio Nobel, por terem inventado uma nova fonte de luz, com excelente eficiência de energia e favorável ao meio ambiente: o LED azul, que completa 25 anos de sua criação em 2015. No início da década de 1990, os três cientistas japoneses produziram brilhantes feixes de luz

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azul de seus semicondutores. A partir dessa descoberta foi desencadeada uma transformação fundamental na tecnologia de iluminação. Os LEDs vermelho e verde existiam desde os anos 1960, mas sem a luz azul, não era possível criar lâmpadas de luz branca. “Apesar dos esforços consideráveis, tanto na comunidade científica e na indústria, o LED azul havia permanecido como um desafio por três décadas”, ressalta o comunicado da Real Academia Sueca de Ciências.

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O LED AZUL ELEVA O PATAMAR TECNOLÓGICO EM ILUMINAÇÃO PARA TODA A HUMANIDADE ”

Fotos artísticas do LED azul e os cientistas japoneses na cerimônia de premiação do Nobel de Física em 2014

Com a combinação das três cores fundamentais (verde, vermelho e azul) finalmente foi possível produzir luz branca para substituir lâmpadas incandescentes e fluorescentes a fim de reduzir o consumo de energia elétrica. Um LED é feito de camadas de material semicondutor nas quais se aplicam uma corrente elétrica. O LED azul, inventado pelos japoneses, consiste em várias camadas de nitreto de gálio (GaN) combinadas com índio (In) e alumínio (Al). Akasaki trabalhou em conjunto com Ama-

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no (ambos são professores da Universidade de Nagoya), enquanto Nakamura fazia seus experimentos na empresa Nichia Chemicals, uma pequena empresa em Tokushima. O nitreto de gálio foi considerado o material mais adequado para a produção de luz azul pelos três cientistas, mas as dificuldades práticas, como a incerteza do número suficiente de cristais de nitreto de gálio de alta qualidade, necessitaram de diversos experimentos e ajustes ao longo do tempo. Em 1986, Akasaki e Amano foram os primeiros a ter sucesso na criação de uma alta qualidade de cristal de nitreto de gálio, colocando uma camada de nitreto de alumínio em um substrato de safira e, em seguida, aumentando o volume de nitreto de gálio. Logo depois descobriram que o material estava brilhando mais intensamente quando foi estudado em um microscópio eletrônico de varredura, mas foi somente em 1992 que foram capazes de apresentar o primeiro LED que emitia uma luz azul brilhante.


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Em outra frente, Nakamura começou a desenvolver seu LED azul em 1988 e dois anos mais tarde conseguiu desenvolver nitretos de gálio de alta qualidade e encontrou sua própria maneira de criar o primeiro cristal por crescimento de uma fina camada de nitreto de gálio a baixa temperatura e com crescentes camadas subsequentes a uma temperatura mais elevada. Dessa forma, as soluções de Nakamura eram diferentes das dos cientistas da Universidade de Nagoya. Durante a década de 1990 os dois grupos de pesquisa conseguiram aprimorar ainda mais os LEDs azuis, tornando-os mais eficientes. Os três também inventaram um laser azul, onde o LED azul, do tamanho de um grão de areia, tornou-se componente essencial. Ao contrário da luz dispersa do LED, um laser azul emite um feixe de luz de corte afiado, com um comprimento de onda mais curto que podia armazenar quatro vezes mais informação do que

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a luz infravermelha. Essa descoberta levou ao desenvolvimento do Blu-ray com tempos de reprodução mais longos, assim como impressoras de laser mais eficientes. Além de ser uma excelente fonte de luz, o LED azul oferece a possibilidade de controlar a cor da luz em lâmpadas de LED que podem reproduzir as alternâncias de luz natural que regulam o nosso relógio biológico. Também é uma grande promessa quando se trata da possibilidade de aumentar a qualidade de vida para mais de 1,5 bilhão de pessoas que atualmente não têm acesso a redes de eletricidade. Isso é possível porque o LED azul pode ser alimentado por energia solar. Outra de suas funções humanitárias é a sua capacidade de esterilizar água poluída usando LEDs ultravioleta, uma elaboração subsequente do LED azul. Com todos esses benefícios, o LED azul eleva o patamar tecnológico de toda a humanidade.

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