Exposição
CAIA NA REAL
Vilma Coelho
Galeria da Assembleia Legistativa do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte 05 a 15 de novembro de 2013.
Diferente de tantos encontros que naturalmente acontecem em nossos ateliês, onde compartilhamos nossas ideias, ansiedades e nossa produção, falar sobre o trabalho de uma amiga é bem mais difícil do que falar sobre a própria produção. Mas resolvi arriscar:
Tenho na memória a primeira vez que estive no ateliê da Vilma; ela rodeada de pranchas enormes, cobertas por metros e metros de tecidos pintados. Uma pintura exuberante, colorida - pássaros, peixes, animais diversos, vegetação vigorosa e abundante cobriam em veladuras obtendo gradações de valor e
chroma num delicado jogo de valores; ora se apropriando do desenho, ora do abstrato e gestual. Desde então mostrava-se nítido seu interesse pela natureza e meio ambiente. Poderia definir aquela primeira visita em uma palavra: envolvimento.
Durante muitos anos acompanhei o comprometimento da Vilma com a atividade que desempenhava; nessa época, a produção era orientada para a criação de estampas para o mercado de moda, experiência marcante que durou muitos anos. Paralelamente desenvolveu-se como arte educadora em escolas de vulnerabilidade social, fazendo com que a arte exercesse um poder restaurador sobre crianças e jovens em busca do resgate da auto estima, da alegria de viver e do acesso a cultura.
À procura de um trabalho autoral, começa a criar a série “Caia na Real”. Inspirada nessa homenagem à Fauna Brasileira, tão rica e diversa, Vilma traz nas suas pinturas traços da experiência anterior; com as
telas carregadas de cores e matizes, demonstrando bom domínio da técnica e do desenho. Mas a poética da artista cria novo significado às notas do Real; ela nos provoca, nos convida a cair na real, a abandonarmos a fantasia de sermos possuidores dessa riqueza natural para assumirmos nossa parcela de responsabilidade no descaso ao meio ambiente e preservação dos animais. O lugar idealizado de riqueza nos transporta para uma reflexão de alerta e responsabilidade.
E com humor diz: “E o direito autoral dos animais, onde fica? Por que não construir uma forma de cobrança pelos uso do direito de imagens dos animais, quando são usadas com finalidade eminentemente lucrativa por empresas que agregam essas imagens aos seus produtos? Acho justo esse ressarcimento.”. Ousada essa minha amiga!
Juza Graça
Na mostra Caia na Real a artista apresenta sete quadros, em acrílica sobre tela e pigmentos naturais, nos quais interpreta as ilustrações dos animais retratados nas cédulas de nossa moeda atual, o Real. São mostrados cenários de uma natureza preservada, em contraste com cenários agredidos pela exploração humana. O objetivo da exposição é sensibilizar o público para a questão ecológica e questionar o consumismo insensato, que, consequentemente, leva à destruição da natureza.
Título: “A número 1” – cédula de R$ 1,00 Técnica: Acrílica sobre tela Dimensão: 70 x 150 cm Ano: 2007
Título: “Só R$ 2,00” – cédula de R$ 2,00 Técnica: Acrílica sobre tela Dimensão: 70 x 150 cm Ano: 2007
Título: “Garça à R$ 5,00” – cédula de R$ 5,00 Técnica: Acrílica sobre tela Dimensão: 70 x 150 cm Ano: 2007
Título: “A arara é 10” – cédula de R$ 10,00 Técnica: Acrílica sobre tela Dimensão: 70 x 150 cm Ano: 2008
Título: “Mico Leão à R$ 20,00” – cédula de R$ 20,00 Técnica: Mista – acrílica e pigmentos naturais sobre tela Dimensão: 70 x 150 cm Ano: 2008
Título: “Olha a pinta da onça” – cédula de R$ 50,00 Técnica: Mista – acrílica e pigmentos naturais sobre tela Dimensão: 70 x 150 cm Ano: 2009
Título: “A Garoupa é cem!” – cédula de R$ 100,00 Técnica: Acrílica sobre tela Dimensão: 70 x 150 cm Ano: 2009
Contato
oďŹ ciarte@hotmail.com oďŹ ciarte@hotmail.com (31) 9734-705331 . 9734.7053
Vilma Coelho Vilma Oliveira Coelho nasceu em Governador Valadares, vive e trabalha em Belo Horizonte, MG. Aos 14 anos iniciou seus estudos no ateliê da artista Célia Alvarenga, e partir de 1980 começou a desenvolver estudos em Psicologia, Ed. Física e Artes Plásticas, frequentando ateliês de artistas; Frederico Bracher Jr., Euclides Bottaro, Jomadi, dentre outros. Também fez cursos de extensão na Escola de Belas Artes da UFMG, Escola Guignard e cursos livres. Foi orientada pelos artistas Katie Van Scherpenberg (RJ), Luiz Áquila (RJ), Carmela Gross (SP), Nelson Leirner (SP), Frans Krajcberg (BA), Alex Cerveny (SP), Marcos Hill (MG), entre outros. Estudou cenografia com Raul Belém Machado, no Centro Técnico de Produção da Fundação Clóvis Salgado, em Sabará, MG. Participou da IV Bienal Brasileira de Design em 2012 e da mostra Como Tudo Que Se Esconde, na Funarte MG em 2013. Atualmente coordena cursos livres em sua oficina de arte e trabalha na rede estadual de ensino como professora de Arte e Educação Física. É pós-graduanda no curso de Especialização em Ensino de Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG.