REDE RECICLAR: NÚCLEO GETÚLIO VARGAS
TRIAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS ARMAZENAMENTO| INCLUSÃO SOCIAL
universidade federal de pelotas faculdade de arquitetura e urbanismo trabalho final de graduação I
ênfase em espaços construídos acadêmica: TAÍS BELTRAME DOS SANTOS Professor da disciplina: Sylvio Dick Jantzen Professor orientador: Eduardo Rocha Pelotas, julho de 2018
LIXO: 1) O QUE VARRE DE CASA, DA RUA, E SE JOGA FORA; ENTULHO. 2) COISA IMPRESTÁVEL. (FERREIRA, 2010, P. 471) RESÍDUO: 1) O QUE RESTA DE QUALQUER SUBSTÂNCIA; RESTO. ( FERREIRA, 2010, P. 661)
APRESENTAÇÃO
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introdução justificativa geral cidade de Pelotas Rede Reciclar Escolha do Terreno O Bairro Três Vendas e o Getúlio Vargas O terreno do projeto As organizações e a Econimia Solidária Objetivos da proposta
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ESTUDOS DE CASO
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COOTAFRA associação de recicladores Serrano projetos de galpões de triagem manual: construir e reformar um galpão de reciclagem maquinário básico legislação específica
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53 56 60 62
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
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centro de reciclagem Milieustraat sistema moduar sustentável para novos espaços educativos QB studio modular! paisagem de atividades influências pontuais
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ANÁLISES DO TERRENO E ENTORNO
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compreendendo o espaço percepções levantamento fotográfico condicionantes conclusões parciais
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PROPOSTA PROJETUAL
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conceito sistema construtivo estudos proposta perspectivas conceituais encaminhamentos e objetivos
REFERÊNCIAS BLIOGRAFICAS
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O projeto se estrutura nos corpos. Nos corpos que caminham, transpassam e ressignificam o espaço público- (e) privado. Nos corpos que pedalam, caminham,trabalham e transpassam a lógica cotidiana de espetacularização. Nos corpos que dão corpo a cidade, coro e caráter. Nos corpos crianças, jovens, adultos, idosos, que procuram formas de sobre-viver e sobrevivem.
RESUMO: O presente trabalho busca discutir a reciclagem de resíduos sólidos em Pelotas, bem como propor alter-
nativas, no âmbito do projeto arquitetônico, que unam ações de
inclusão e afirmação social à geração de renda. É orientado pelo funcionamento e demandas da rede de cooperativas RECICLAR, que hoje é atuante e composta por 5 cidades do sul do Rio Grande do Sul: Arroio Grande, Pinheiro Machado, Piratini, Turuçu e São Lourenço. Através de um projeto modular e adaptável, delineia alternativas de instalação de novas sedes. Busca propor,
portanto, um centro de triagem de resíduos sólidos, um armazém com capacidade de centralizar o material de venda da rede reciclar, e um centro administrativo-eduacional comunitário, todos permeados por um paisagismo atrativo que incentive a apropriação dos espaços abertos.
APRE SEN TAÇÃO
INTRODUÇÃO: Produzimos a cada dia cerca de 1,15 kg de lixo. Matéria orgânica e reciclável que em 58% das cidades brasileiras possui destino inadequado. Desse volume geral, apenas 2% volta ao mercado em forma de matéria prima reciclada. (BRASIL,2012) Nesse sistema insustentável, “o catador e o
reciclador são aquelas pessoas que de algum modo nos livram da culpabilidade do desperdício e da irresponsabilidade com os rejeitos que jogamos fora “ (FUÃO, 2012), mas quem são e em que condições trabalham essas pessoas? O trabalho busca compreender parte da ação dos catadores e catadoras que operam em cooperativas de triagem de resíduos. E propõe, através de
um projeto arquitetônico, buscar alternativas ao tradicional galpão pré moldado, que em grande
parte das (boas) vezes recebe as cooperativas. Nesse sentido, o trabalho possui ainda a pretensão de despertar a atenção à demanda de projetarmos e construirmos espaços que possam receber adequadamente um trabalho tão caro a sustentabilidade urbana - a triagem de resíduos. A partir das demandas dessa minoria, sugere ainda a instalação de uma sede e armazém núcleo da rede de cooperativas de triagem de resíduos do sul do Estado - A Rede Reciclar, que
hoje composta por cooperativas de 5 cidades da região (Arroio Grande, Pinheiro Machado, Piratini, Turuçu e São Lourenço), É além de propulsora das associações, uma grande articuladora das demandas de luta.
Inicialmente apresenta-se uma justificativa para o tema, delineando a importância de pensarmos, enquanto arquitetos e urbanistas, espaços de infraestrutura urbana, que possibilitem a inclusão social a partir de instituições autogestionárias. Faz-se também um recorte da cidade que recebe o projeto - Pelotas, e da comunidade que o abriga, o Loteamento Getúlio Vargas, e a associação CRIAS BGV. Traz um estudo das cooperativas já estruturadas: COOTAFRA, em Pelotas e SERRANO, em Caxias do Sul, como reconhecimento das demandas funcionais e projetuais do tema, além de uma leitura das sugestões do Ministério das cidades e do Manual Construir e Reformar um Galpão de Reciclagem, do Fernando Fuão, arquiteto que se dedica a pesquisa da temática. Palpeia a legislação federal no que concerne ao incentivo da reciclagem de lixo, e a legislação Municipal, no que se refere a instalação de uma industria num bairro da cidade. Busca, portanto, enquadar os deveres legais para a construção do Galpão e do Armazém. Busca referências no que toca a ma-
terialidade projetual, como um meio de criar repertório acerca do objeto que se propõe delinear. Apanhando inteligentes formas de resolver “problemas” como a modularidade, a imponência de construções industriais e o conforto térmico em grandes espaços. E estuda, como meio, as condicionantes diretas do projeto: o entorno do terreno, o terreno propriamente dito e os corpos que usam os espaços que se pretende intervir projetualmente. Faz-se uma leitura da paisagem, móvel e imóvel, através de fotografias, croquis, relatos, e desejos. E o exercício por fim, busca conceituar , articular e propor, soluções em uma ampla escala, para o programa de necessidades que formula. Sugere então, uma forma de ocupar o terreno e estruturar o projeto arquitetônico e paisagistico que será desenvolvido no Trabalho Final de Graduação II, a ser concluido no próximo semestre.
JUSTIFICATIVA GERAL por que esse tema, por que Pelotas A presença de catadores e catadoras de resíduos na cidade de Pelotas, assim como na maioria das médias e grandes cidades brasileiras, é facilmente percebida. É costumeiro nos depararmos com esses homens, mulheres e crianças, que com sacolas, carrinhos e muitas vezes até charretes, transitam pelas ruas recolhendo resíduos como papelão, plástico e alumínio. A necessidade econômica da classe social menos favorecida financeiramente (32% da população de Pelotas recebe até ½ salário mínimo (IBGE,2010), somada à grande demanda pela limpeza urbana, cria a situação necessária para que o recolhimento,
a triagem e venda de resíduos sejam vistos como uma fonte de renda direta. Esse trabalho, que geralmente se estabelece de forma informal e nômade, é indispensável para a gestão da limpeza urbana, pois é capaz de suprir parte da demanda que não consegue ser gerida pelo poder público. Como muitos trabalhadores agem informalmente, não se têm números precisos acerca dessa profissão. Em 2015, apenas 73 catadores estavam associados às 5 cooperativas de triagem que possuíam parceria com a Prefeitura Municipal. (HERNANDES, 2015).Estima-se que apenas 10% dos
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catadores e catadoras participem de organizações como associações ou cooperativas (IPEA, 2013), logo, calcula-se que cerca de 730 pessoas possuem a separação e triagem de lixo como ofício, apenas na cidade de Pelotas. No Rio Grande do Sul, 23.527 pessoas (IBGE,2010) se declararam catadores e catadoras, e desse número cerca de 2.400 faz parte de organizações como cooperativas ou associações. “O IPEA (2013) aponta que em torno de 94,3% das 23.527 pessoas que se declararam catadoras e catadores vivem nas áreas urbanas. A renda média, em 2010, das catadoras e dos catadores era de R$ 563,47. A taxa de analfabetismo nessa população atingiu 13,1%. Somente 21,6% de catadoras e catadores possuem Ensino Fundamental completo e, para o Ensino Médio completo, essa percentagem cai para 7,2%” (aput ZEELAND, 2016). A escolaridade dessas pessoas é um ponto altamente preocupante. O diagnóstico feito com 26 organizações e 1225 catadroes, através projeto Cataforte, realizado no Rio Grande do Sul em 2012 (ZEELAND, 2012), estimou que 15% dos catadores e catadoras não são alfabetizados, 61% cursou da pri-
meira a quarta série, e apenas 5% ingressou no ensino médio. O baixo nível de instrução dos catadores e catadores gera problemas pessoais e diretos às essas pessoas, enfrentados cotidianamente e que intricam, por exemplo, a organização de cooperativas ou associações. A administração e autogestão desses espaços coletivos é dificultosa, e essas acabam perdendo mercado para grandes empresas privadas que agenciam a venda as compradores em grande quantidade (e ficam com notável porcentagem do lucro). A viabilidade física e econômica do processo, é outra grande inquietude.
Normalmente as associações e cooperativas ocupam lugares irregulares ou abandonados, ate que possam receber verbas
de instituições ou de editais federais, para a adaptação ou construção do galpão. Sendo assim, trabalham meses ou até anos sob condições totalmente insalubres,(FUÃO, 2012) o que desgasta ainda mais, a condição humana1 dos catadores e catadoras. Segundo Fuão, (2012), é fundamental que a questão da arquitetura já esteja presente desde a concepção da cooperativa. Pois a construção e distribuição desses espaços, fortalece-
rá para além da vida e convívio dos associados e familiares, mas também a comunidade e seus sonhos e aspirações. Facilitar a organização dessas pessoas, e propor espaços que possibilitem não só a triagem de lixo, mas a capacitação escolar e técnica, é essencial para que, no mínimo, o cotidiano dos catadores e catadoras seja modificado. É necessário que se proporcione o desenvolvimento de base (MEDINA, 2000), aliando a instrumentalização e emancipação2 popular à proteção ambiental. É papel crucial do arquiteto e urbanista estar, pensar e articular esses espaços e dar vi (si/a) bilidade as demandas que lhe competem. Hannah Arendt, 1958. Raciére, 1987.
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RECICLAGEM E EMPODERAMENTO: MULHERES CATADORAS SUSTENTAM MILHARES DE FAMÍLIAS COM LATAS DE ALUMÍNIO NO BRASIL (HYPENESS. SP.18)
LIXO PRODUZIDO ANUALMENTE PELO BRASIL ENCHERIA 206 ESTÁDIOS DO MORUMBI. R$ 8 BILHÕES SÃO PERDIDOS POR ANO NO PAÍS COM RESÍDUOS SÓLIDOS QUE DEVERIAM SER RECICLADOS (CORREIO, BA. 2018) BRASILEIROS ESTÃO ENTRE OS MAIORES PRODUTORES DE LIXO DO MUNDO. NO PAÍS, SÃO QUASE 80 MILHÕES DE RESÍDUOS SÓLIDOS POR ANO. (TVBRASIL. 2018)
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RIQUEZA DO LIXO NÃO VAI PARA O BOLSO DOS CATADORES. INTERMEDIÁRIOS COMPRAM MATERIAL DAS ASSOCIAÇÕES A PREÇOS BAIXOS E REVENDEM 90% DO MATERIAL FORA DO ESTADO COM LUCRO DE ATÉ 150% (GAZETA, SP. 17)
BRASIL PRODUZ LIXO COMO PRIMEIRO MUNDO, MAS FAZ DESCARTE COMO NAÇÕES POBRES. (ESTADAO, SP. 2016) BRASIL PERDE R$ 120 BILHÕES POR ANO AO NÃO RECICLAR LIXO PAÍS GERA QUASE 80 MILHÕES DE TONELADAS DE REJEITOS ANUALMENTE E SÓ REAPROVEITA 3% DO TOTAL( SP. JORNAL O
OS NÚMEROS “MALCHEIROSOS” DA GESTÃO DE LIXO NO BRASIL. FALTA DE VONTADE POLÍTICA COM REL AÇÃO AO MANEJO DE RESÍDUOS RESULTA EM CONTAMINAÇÃO A CÉU ABERTO E RISCOS À SAÚDE. (EXAME, SP. 17)
TEMPO. 2017)
EM SANTO ANDRÉ, LIXO É SINÔNIMO DE OPORTUNIDADE, DE RESPONSABILIDADE E DE QUALIDADE DE VIDA! A CIDADE TEM INVESTIDO EM REAPROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS E INCENTIVA A POPULAÇÃO A FAZER PARTE DO PROCESSO. (G1, SP. 2018)
EMPREENDEDORISMO UNE CATADORES EM PROJETO DE COLETA SELETIVA EM ITAÚN. GRUPO FORMOU COOPERATIVA DE RECICLAGEM E TRABALHO E RECEBEU PREMIAÇÃO NACIONAL. CIDADE TEM 23% DOS RESÍDUOS RECICLADOS ATUALMENTE. (G1, MG. 2018)
APENAS 3% DE TODO O LIXO PRODUZIDO NO BRASIL É RECICLADO. 30% DO LIXO PRODUZIDO NO BRASIL PODERIA SER REAPROVEITADO. NÚMERO DE MUNICÍPIOS QUE IMPLANTARAM PROGRAMAS DE RECICLAGEM AUMENTOU (ESTADAO, SP. 2017) UM TERÇO DO LIXO DESTINADO À COLETA SELETIVA DE SC NÃO GOVERNO DO ESTAÉ APROVEI- DO VAI INVESTIR R$ TADO POR 7 MILHÕES PARA GESD E S C A R T E TÃO DE RESÍDUOS EM INCORRETO MINAS GERAIS (BRA(CLICKRBS, SIL EM FOLHAS, MG. 2018) RS. 2017)
COOPERATIVAS DE RECICLAGEM DE AL DEPENDEM DE ATRAVESSADORES COOPERADOS ALEGAM QUE PERDEM DINHEIRO POR FALTA DE ESTRUTURA. EM MACEIÓ, NENHUMA COOPERATIVA VENDE DIRETAMENTE PARA EMPRESAS. (G1, AL. 15)
ACHAM QUE A GENTE É LIXO’: A REDE INVISÍVEL DE CATADORES QUE PROCESSA TUDO O QUE É RECICLADO EM SP (BBC, SP. 18)
SÃO PAULO RECICLA POUCO MAIS DE 1% DE TODO LIXO PRODUZIDO DIARIAMENTE. (EBC, SP. 2015)
COLETA SELETIVA EM TODA A CAPITAL GERARIA ECONOMIA DE R$ 1 MI PARA O MUNICÍPIO. PREFEITURA ADMITE QUE GASTA R$ 12 MI COM RECOLHIMENTO DE LIXO; ENQUANTO ISSO, COOPERATIVAS LUTAM POR CONSCIÊNCIA AMBIENTAL PORTA A PORTA. (GAZETA,AL.2018)
CATADORES MOVEM A CADEIA PRODUTIVA DO LIXO RECICLÁVEL NO PARANÁ ORGANIZADOS EM COOPERATIVAS OU NAS RUAS, MILHARES DE TRABALHADORES ENFRENTAM CONDIÇÕES RUINS E INVISIBILIDADE SOCIAL PARA COLETAR, SEPARAR E DESTINAR RESÍDUOS REAPROVEITÁVEIS. (G1. PR. 2017) 19
Procurar entender como a mídia retrata tanto os catadores e catadoras de resíduos, como a própria reciclagem é capital para determinar uma proposta projetual. Buscar compreender como esses se auto reconhecem é fundamental. Abordar o que já foi produzido sobre o tema, por diversas fontes midiáticas, é o caminho mais curto, e menos invasivo para compreender esse território. Fica um convite desse percurso, de parte desse olhar...
MULHER CATADORA É MULHER QUE LUTA (disponível em: https://vimeo.com/254915254)
DESCARTÁVEL: A VIDA DE QUEM SOBREVIVE DO LIXO (disponível em: https://globoplay.globo. com/v/6049420/)
COOPERATIVA DE RECICLAGEM DO FRAGET (PELOTAS) (disponível
em:https://www.youtube. com/watch?v=aLWUPrPm3xI
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0 RIO SUL ÁREAGRANDE URBANADO PELOTAS ÁREA TOTALDE PELOTAS MUNICIPIO PELOTAS
5
MAPA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL COM A Cidade de pelotas em destaque. DA AUTRORA, COM BASE NOS DADOS DO IBGE 2010.
CANGUÇU
ARROIO DO PADRE
SÃO LOURENÇO TURUÇU
MORRO REDONDO CAPÃO
5 10 km MUNICIPIO DEPELOTAS PELOTAS 0 DO LEÃO ÁREA URBANA ÁREA TOTAL PELOTAS AREA URBANA DE PELOAS
RIO GRANDE
MAPA DO MUNICIPIO DE PELOTAS, COM ÁREA URBANA EM DESTAQUE. DA AU0 5 10 km TRORA, COM BASE NOS DADOS DO IBGE 2010. MAPA SEMPELOTAS ESCALA. ÁREA URBANA ÁREA TOTAL PELOTAS
10 km
A CIDADE DE PELOTAS:
acontecimento | anfitriã | questão Pelotas é um município situado no Sul do Rio Grande do Sul, estado brasileiro. Possui uma população estimada de 344.385 pessoas (IBGE,2017), sendo considerada a terceira cidade mais populosa do estado. Permeada por águas, situa-se também às margens do Canal São Gonçalo, importante ligação entre a Lagoa dos Patos e a Lagoa Mirim. Possui uma área ter-
ritorial de 1610,084 km2 e uma densidade populacional de 203,89hab/km2 (IBGE, 2010). Está a uma distância de 261km2 da capital. Conhecida como cidade universitária, Pelotas possui 4 universidades (UFPel, UCPel, Anhanguera, João Paulo) e 1 instituto federal (IFsul), possuido um total de 23 073 estudantes (IBGE.2015).
0 AREA URBANAPELOTAS DE PELOTAS ÁREA URBANA ÁREA TOTAL BAIRRO TRÊSPELOTAS VENDAS 0
5km
MAPA DA ÁREA URBANA DE PELOTAS, COM O LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS EM DESTAQUE. DA AUTRORA, COM BASE NOS DADOS DO IBGE 2010. MAPA SEM ESCALA.
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“Hoje, a coleta seletiva porta a porta cobre cerca de 60% da área urbana de Pelotas e ocorre duas vezes por semana. No mês de julho, foram recolhidas 133 toneladas de recicláveis, com uma média anual em 2015 de 130,5 toneladas. O projeto “Adote uma Escola” continua em ação, abrangendo 75 estabelecimentos de ensino municipais, estaduais e particulares que funcionam como pontos de entrega voluntária e recebem repasse de recursos proporcionais ao volume obtido. Enquanto isso, a coleta seletiva domiciliar é feita em toda a zona central e comercial da cidade, onde se concentra a maior densidade populacional.
pesas administrativas (aluguel, luz, água, impostos e taxas), operacionais (EPIs, EPCs, óleo hidráulico, combustíveis, cintas para enfardamento e bags) e com pessoal (Previdência Social). Estas despesas não podem ultrapassar o valor de R$ 15 mil mensais que é o teto limite do convênio”, explica Monterosso. “Além disso, o produto da coleta seletiva do município é dividido entre as conveniadas. Mensalmente, as cooperativas fazem a prestação de contas, com a apresentação dos documentos legais que comprovem as despesas realizadas, para que o Sanep possa realizar o repasse subsidiado dos recursos.”
A coleta seletiva é realizada pelo Sanep que mantém convênios com cinco cooperativas de catadores, responsáveis por receber os resíduos e cuidar de sua triagem e comercialização. No total, o sistema conta com 84 cooperados, além de onze coordenadores. “Os convênios garantem a cobertura de des-
PELOTAS PRIORIZA AÇÕES EM ESCOLAS PARA DISSEMINAR A COLETA SELETIVA. [2015]. Disponível em: <http://cempre. org.br/informa-mais/id/26/pelotas-prioriza-acoes-em-escolas-para-disseminar-a-coleta-seletiva>. Acesso em: 05 maio 2018.
a coleta SELETIVA em Pelotas: Segundo o SANEP ( Serviço Autonômo de Saneamento em Pelotas), a cidade de Pelotas possui coleta seletiva. Tendo sua primeira fase de implantação nos anos 90, recebeu uma significativa ampliação nos anos de 2010, com a 1a fase do programa, que passou a atender 11 bairros, e de 2012, com a ampliação para mais 07 bairros. A coleta ainda funciona no sistema porta-a-porta. Segundo uma pesquisa realizada em 2015, no Município de Pelotas, em 2012, apenas 2,1% dos resíduos sólidos gerados na cidade eram recolhidos pela coleta seletiva, elevando-se para 3,6% em 2014. Considerando-se que há a possibilidade de que cerca de 25% dos resíduos produzidos pela cidade serem recicláveis, ainda existe
um campo de expansão muito amplo a ser trabalhado. Um grande problema encontra-se na não separação dos resíduos (recicláveis e orgânicos) por parte dos moradores. Dos 146.740kg/ mês de resíduos chegam às cooperativas de triagem, por meio da coleta seletiva 58.396kg são rejeitos (COLARES, 2015). Além disso, ainda não há cooperativas suficientes para suprir a demanda. Estima-se, segundo os dados do SANEP (2014) que apenas 11% dos resíduos recebidos pelas cooperativas, sejam reciclados. Os números de produção, recolhimento e reciclagem de resíduos são imprecisos e são instáveis.
138 toneladas ao mês: entre plásticos, papel, papelão vidro e metal sanep (2016)
18 zonas do município 60% zona urbana é atendida pela coleta seletiva sanep (2018)
ERAM RECICLADAS POR MÊS, PELAS COOPERATIVAS CONVENIADAS, SEGUNDO DADOS DE 2014 (PMGIRS):
92kg de papel
22 kgplástico duro
30 kg de papelão
32,28 kg metais
78 kg plástico mole
17 kg vidro 25
A REDE RECICLAR o que é? como se aplica no projeto A Rede Reciclar é uma central de cooperativas e associações de materiais recicláveis, que interliga organizações do Sul do Estado. Hoje a rede é composta por cooperativas de Arroio Grande (Cooperativa Reciclar), Piratini (Coopiratini), Turuçu (Coopetri), Morro Redondo (Associação Reciclagem Morro Redondo) e Pinheiro Machado (Associação Pinheirense de Trabalhadores Reciclagem), atinge diretamente 58 familias. E possui como objetivo a “Constituição de uma rede de empreendimentos solidários de coleta e seleção de resíduos sólidos na região sul do RS”. O foco central da formação de grupos de catadores é dispensar a necessidade de atravessadores. Com a criação dessas cooperativas e associações, os trabalhadores ultrapassam o volume mínimo à venda para empresas que compram o material prensado. Inicialmente, em 2012, quando o projeto da rede começou a ser encabeçado pelo Núcleo Economia Solidária e Incubação de Cooperativas (NESIC), da Universidade Católica de Pelotas,
tinha-se a intenção de que a rede fosse composta por 12 municípios, entre eles Pelotas e Rio Grande.
O que é lógico, pela necessidade de alianças entre as cooperativas, de forma que estas sejam ainda mais in26
fluentres perante o mercado que compra os resíduos. Se observarmos no mapa da região, os munícios que fazem parte da rede, notaremos que embora um pouco dispersos, são ligados por rodovias, que inclusive passam por centros urbanos de outras cidades. Logo, é sugestivo que o transporte, por exemplo, que recolhe os produtos das cooperativas cadastradas, poderia também coletar os materiais em outras associações (das cidades que compunham a rede inicialmente, por exemplo). Dessa forma, seria ainda mais fácil reunir a quantidade mínima de compra paralotar um carreta (ou um grande caminhão), diminuindo, por exemplo, o valor do transporte dos produtos, e aumentando a peridiocidade de vendas. Entretanto, para que isso seja possível, e a venda seja feita em grande quantidade é necessário que:
1) Mais associações ou cooperativas se juntem a rede. Nesse caso, consideramos que a cooperativa que teria o galpão de triagem projetado seria inclusa na REDE RECICLAR, efetuando as vendas conjuntamente as outras organizações; E considerando também, que essa
possa ser um núcleo inicial dentro da cidade, podendo depois, alcançar outras organizações; 2) Exista um armazém que possa funcionar como depósito dos produtos prensados em Pelotas (maior produtora de resíduos solidos da rede), pois é necessário espaço físico para reunião dos produtos, de forma que se possiblilite a venda em grande quantidade. A necessidade de um núcleo que reúna e armazene os volumes e venda diretamente para as grandes empresas, é evidente. Pois só assim, o salário daqueles que trabalham efetivamente no beneficiamento dos resíduos pode ser aumentado. O lucro, no caso de um núcleo de rede articulado, e repassado inteiramente para os associados. O uso de um projeto modular, leva em consideração também, que esse pode ser aplicado, nas diversas cidades que compõem a Rede Reciclar, mediante adaptações. Servindo assim, como um projeto protótipo expansível. A expansão, pode, inclusive, receber um núcleo de beneficiamento dos resíduos ( que recicle eles efetivamente), como por exemplo, maquinário próprio para a reciclagem de vidro. Essa “simulação” vai de encontro a uma demanda da própria rede, que
inicialmente, pretendia ter um “depósito” de resíduos em Pelotas ou Turuçu. Todos os dados aqui explicitos foram repassados pelo Núcleo de Economia Solidária (NEISIC), e autorizados pela coordenadora Vanessa Monks.
ESTRADA FEDERAL ESTRADA FEDERAL ESTRADA ESTADUAL ESTRADA ESTADUAL REDE RECICLAR REDE RECICLAR RIO GRANDE RIO GRANDE PELOTAS PELOTAS PORTO ALEGRE PORTO ALEGRE CENTROS URBANOS DE MUNICIPIOS DE INTERESSE MAPA DA REGIÃO SUL DO RIO GRANDE
URBANOS 0DO SUL, COM 100 CENTROS200 km DAS
CDADES PRÓXIMAS DEMARCADOS. DA AUTRORA, COM BASE NOS DADOS DO IBGE 2010. SEM ESCALA.
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A ESCOLHA DO TERRENO: A escolha do terreno não foi aleatoria. Surgiu de uma série de estudos que tocaram campos diversos, mas relacionáveis, de modo a viabilizar e justificar a proposta do projeto. Inicialmente mapeou-se e mesclou-se os dados do III Plano Diretor da Cidade de Pelotas, que eram de interesse para a escolha do terreno, como elencado no mapa ao lado. Considerou-se as bacias e zonas de drenagem, os cursos de água, as principais vias da cidade, os lotes desocupados, as zonas de proteção ambiental e de degradação ambiental. Investigou-se também as cooperativas de triagem que recebem lixo da prefeitura, E elencou-se a localização das mesmas, de forma a entender a situação dessas na cidade. Tentou-se compreender, então, o entorno e contexto dos lotes sem ocupação, de modo a elencar um A área escolhida situa-se em uma zona de Interesse Social e em uma Zona de Degradação ambiental. O projeto possui portanto, a resposabilidade de ser um ponto que instigue a sustentabilidade ambiental, econômica e social da comunidade que o recebe. Se coloca, por necessidade e objetivo, como um núcleo de 28
que pudesse receber o projeto. Mas o uso dos mesmos foi descartado. Esses, de uma maneira geral, possuíam empecilhos ambientais ou de infraestrutura, ou ainda estavam muito próximos de zonas habitacionais (o que pode ser um problema quando trabalhamos com resíduos). Então, a partir de investigações feitas sobre o tema na cidade, descobriu-se que havia um terreno no Loteamento Getúlio Vargas que já estava destinado, pela prefeitura, para uma Associação de Triagem de Lixo, a CRIAS BGV. Entretanto a mesma não estava ocupando o seu galpão por motivos de gestão e infraestrutura do espaço (que apresentava muitas patologias). Decidiu-se, portanto, investigar o terreno, e posteriormente, usá-lo como base propror o projeto.
desenvolvimento. Vale colocar que a Lei Municipal 6533(2017) prevê o investimento de R$94.050.000,00 para qualificação dos Loteamentos Getúlio Vargas e Pestano, verba que prevê a construção de um Centro Comunitário e Galpão de drenagem de material reciclável.
ÁREA DE EXPASÃO DA CENTRALIDADE URBANA
VIA REGIONAL VIA ARTERIAL
ÁREA ABASTECIDA POR VIAS IMPORTANTES
VIA COLETORA
(ÁREA ACESSÍVEL)
LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS
NÃO POSSUI RISCO DE ALAGAMENTO
COOPERATIVAS DE TRIAGEM QUE RECEBEM
NÃO É ÁREA DE INTERESSE AMBIENTAL
RESÍDUOS DA PREFEITURA DE PELOTAS
NÃO É ÁREA DE INTERESSE DO
ÁREAS DE INTERESSE AMBIENTAL NATURAL
PATRIMÔNIO CULTURAL
ÁREAS AMBIENTALMENTE DEGRADADAS ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE TERRENOS SEM ÁREA CONSTRUÍDA
MAPA DA CIDADE DE PELOTAS. DA AUTRORA, COM BASE NO III PLANO DIRETOR DE PELOTAS.
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O BAIRRO TRÊS VENDAS E O LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS O Bairro Três Vendas localiza-se na zona norte da cidade de Pelotas, e possui uma população de 60.190 pessoas (IBGE,2010). A área do Bairro é dividida em 22 lotes de terras ou vilas, conhecidos como sub bairros. Esses, estão dispostos entre os eixos viários da BR 116 e Av. Fernando Osório. A área do Bairro Três vendas começou a ser ocupado ruralmente em 1825, quando servia de ponto de parada e negociação para os Tropeiros que lidavam com o gado (RAMOS, 2013. P.45-46). Entretando, o espaço só começa a ser articulado como zona urbana, por cerca do ano 1835(GUITIERREZ, 2010), quando abre-se a estrada de Monte Bonito, que ligava a Cidade de Pelotas, à zona rural e à capital gaúcha. Os lotes eram ocupados principalmente por comerciantes alemães, que desenvolveram sua cultura e economia nesse eixo: entre o campo e a cidade (RAMOS, 2013. P.46). Já no século XX, empresas imobiliárias são contratadas para expandir a área urbana da cidade, e o bairro é consolidado, São construídos diversos conjuntos
habitacionais, bem como loteamentos, que objetivavam a distribuição de lotes em terras planejadas para a população de baixa renda, de modo a evitar a ocupação “desordenada” dessas áreas. “No bairro Três Vendas iniciaram-se o parcelamento de lotes de terras, que originaram o Núcleo Residencial Corredor do Pestano, onde mais tarde se anexou, ao seu lado, a vila Getúlio Vargas.” (RAMOS.2013) Hoje o loteamento ainda possui área de expansão prevista por lei, entretanto, muitas áreas próximas às ruas principais, que são de pertencem à Prefeitura ou à proprietários particulares, estão sendo ocupadas por habitações não regulares. A comunidade ainda está em expanção, entretanto enfrenta difuculdades características de um bairro periférico.
MAPA DA CIDADE DE PELOTAS COM O BAIRRO TRÊS VENDAS E O LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS EM DESTAQUE. DA AUTORA, COM BASE NOS DADOS IBGE 2010. 30
GETULIO 3_VENDAS urbano_pel
urbano_pel MUNICIPIO DE PELOTAS 3_VENDAS BAIRRO TRÊS VENDAS GETULIO LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS
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IMAGEM DE SATÉLITE DOS LOTEAMENTOS GETÚLIO VARGAS E PESTANO. FONTE: GLOBAL MAPPER.
estatísticas | CENSO DEMOGRÁFICO:
reconhecimento e características do loteamento O Getúlio Vargas possui predominantemente residências de um pavimento, em terrenos de dimensões predominantes de 8,5x20 (170m2), em domicilios que possuem em geral de 5 a 3 habitantes. Possui uma densidade de até 209,90 hab/ha, número um pouco superior a densidade municipal de 205,1 hab/ha (IBGE,2013). Possui ao total, aproximadamente 7850 moradores, subdivididos em zonas de mais ou
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2 a 350
670 a 825
532 a 669
827 a 1698
menos densidade. Segundo dados do Plano de Habitação de Interesse social da cidade de Pelotas (2014) a zona também se encontra em área de médio défict habitacional (classificado como 6/10). Possuindo ainda, infelizmente, edificações consideradas de alta precariedade. Entretanto, não existes ocupações habitacionais em territórios de risco ou importância ambiental.
0 a 15,64
15,89 a 55,00
55,11 a 82,59
82,60 a 121,91
MAPA DO LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS, MAPA DE DENSIDADE DEMOGRÁFICA. (em hab/ha) FONTE: IBGE, SINOPSE POR SETORES, CENSO 2010; MAPA SEM ESCALA.
3,03 a 3,37
3,38 a 5,00
MAPA DO LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS, MAPA DE NÚMERO DE HABITANTES POR DOMICÍLIO. (em hab/ha) FONTE: IBGE, SINOPSE POR SETORES, CENSO 2010;
MAPA SEM ESCALA.
35
estudos | CONEXÃO E ACESSO: reconhecimento e características do loteamento
500
1000 m
1
5 4
3
2
7
6
MAPA DA CIDADE DE PELOTAS (EM PARTE), COM RUAS COLETORAS REGIONAIS (BRs) E ARTERIAIS MUNICIPAIS, EM DESTAQUE O LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS; . DA AUTRORA, COM BASE NO III PLANO DIRETOR DE PELOTAS. MAPA SEM ESCALA.
1 | BR 116 2| Rua 25 de Julho 3| Avenida Leopoldo Brod 4| Avenida Fernando Osório 5| Alfredo Theodoro Born 6| Rua Ildefonso Simões Lopes 7| Avenida Um (coletora do Bairro)
36
o loteamento em questão está próximo de vias de grande gabarito e fluxo (vias arteriais), o que facilita o transporte de carga - que é essencial para o funcionamento da proposta.
estudos | USOS E SERVIÇOS: reconhecimento e características do loteamento
MAPA DE USO DO SOLO DOS LOTEAMENTOS PESTANO E GETÚLIO VARGAS. DA AUTRORA, COM BASE NO MUB 2017 E GOOGLE MAPS. MAPA SEM ESCALA.
Educação Saúde Comércio Áreas Verdes Lotes residenciais de 2 ou 3 pavimentos 37
O TERRENO DO PROJETO: localização e dimensões O terreno em questão, pertence a Prefeitura do municipio e está cedido (como consta a lei no 5057 do município) para a Cooperativa de Trabalho, Reciclagem, Integração e Ação Social do Bairro Getúlio Vargas (CRIAS BGV), e não aparece nos Mapas do III Plano Diretos como elemento único, mas sim parte de um lote maior. Já no MUB está desmembrado. POSSUI ÁREA
SUPERFICIAL DE DOIS HECTA-
Rua 7 (via coletora)
RES E NOVENTA E OITO ARES (2HA.98ª.), e está situado na zona
rururbana desta cidade de Pelotas, no lugar denominado Tablada, ao lado do loteamento Getúlio Vargas. Posssui rua aberta somente no seu lado Maior (Avenida Um), e é circulado por ruas abertas pela pisada para o acesso às suas moradias que se situam ao redor do terreno.
Av. Leopoldo Broad (via arterial)
MAPA DO LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS (EM PARTE), EM DESTAQUE O TERRENO DO PROJETO. DA AUTRORA, COM BASE NO MUB DE PELOTAS 2017. MAPA NA ESCALA 1:100000. 38
Avenida 1 Av. Leopoldo Broad (via arterial) 39
A SITUAÇÃO LEGAL DO TERRENO a lei no 5057, de 1o de julho de 2004 Prefeitura Municipal de Pelotas Gabinete do Prefeito LEI Nº 5057, de 1º de julho de 2004 Autoriza o Município a outorgar à Cooperativa de Trabalho, Reciclagem, Integração e Ação Social do Bairro Getúlio Vargas (CRIAS BGV) concessão de direito real de uso sobre imóvel pertencente ao Município destinado para fins de desenvolver atividade de reciclagem de lixo. Eu, Prefeito Municipal de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1º Fica o Município autorizado a outorgar em favor da Cooperativa de Trabalho, Reciclagem, Integração e Ação Social do Bairro Getúlio Vargas (CRIAS BGV), com sede e foro nesta cidade, concessão de direito real de uso sobre o imóvel destinado ao desenvolvimento da sua atividade com uso exclusivo para fins de reciclar lixo. Art 2º O imóvel, objeto da concessão de direito real de uso, é constituído de um terreno com áreas superficial de dois hectares e noventa e oito ares (2ha.98ª.), situado na zona urbana desta cidade de Pelotas, no lugar denominado Tablada, ao lado do loteamento Getúlio Vargas, de formato irregular, com as seguintes medidas e confrontações: ao oeste mede quatrocentos e quarenta e oito metros e vinte e um centímetros (448,21m) e confronta-se com imóvel do Município 40
de Pelotas (matrícula 34.718); ao sul mede vinte e um metros e noventa e um centímetros (21,91m) e confronta-se com área remanescente do Município de Pelotas: ao norte mede cento e onze metros e treze centímetros (111,13m) e confronta-se também com área remanescente do Município de Pelotas; e ao leste mede quatrocentos e cinqüenta e cinco metros e noventa e seis centímetros (455,96m) e confronta-se ainda com área remanescente do Município de Pelotas; o vértice formado pelos lados sul e oeste fica distante cento e onze metros e dezesseis centímetros (111,16m) do alinhamento da Avenida Leopoldo Brod, conforme matrícula (nº62.985, Registro de Imóveis da 1[ Zona) e planta anexa, que fica fazendo parte integrante desta Lei. Art. 3º A concessão será revogada: a) - se a concessionária: I não utilizar o imóvel no prazo de dois anos; II - dissolver-se ou deixar de funcionar regularmente; III - dar destinação diversa ao imóvel ou de qualquer forma desatender os objetivos da concessão; IV - passar a remunerar os membros da Direção; V - deixar de atender os encargos civis, administrativos e tributários da área. b) – se os cooperados atendidos pela concessionária: I - não lhe derem o uso prometido; II - desviarem sua finalidade, dando ao terreno destinação diversa estabelecida; III - deixar de atender os
encargos civis, administrativos e tributários do terreno; Parágrafo único. Em caso de revogação da concessão, a área reverterá integralmente ao patrimônio do Município, assim como, as benfeitorias implementadas no imóvel passarão ao Patrimônio do Município, sem caber ao concessionário ou coo-
perado qualquer direito à indenização. Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação. GABINETE DO PREFEITO DE PELOTAS, EM 1º DE JULHO DE 2004. Prefeito fernando Marroni, Secretário de Governo Elleman Wojahn.
termo de concessão de direito real de uso O MUNICÍPIO DE PELOTAS, através de seu representante legal, o Prefeito Fernando Marroni, no uso das atribuições que lhe confere a Lei Orgânica do Município, e de acordo com a autorização concedida através da Lei Municipal nº 5057, de 1º de julho de 2004, outorga à Cooperativa de Trabalho, Reciclagem, Integração e Ação Social do Bairro Getúlio Vargas (CRIAS BGV), concessão de direito real de uso de um imóvel constituído de um terreno com áreas superficial de dois hectares e noventa e oito ares (2ha.98ª.), situado na zona urbana desta cidade de Pelotas, no lugar denominado Tablada, ao lado do loteamento Getúlio Vargas (...). A presente concessão de direito real de uso será revogada caso a concessionária não utilize o imóvel no prazo de dois anos; dissolva ou deixe de funcionar regularmente; dê destinação diversa ao imóvel; desatenda os objetivo da concessão; passe a re-
munerar os membros da Direção; ou deixe de atender os encargos civis, administrativos e tributários da área. Da mesma forma, a concessão de direito real de uso será revogada se os cooperados atendidos pela concessionária não derem ao imóvel o uso prometido; desviarem sua finalidade, dando ao terreno ou lote destinação diversa da estabelecida; ou deixarem de atender os encargos civis, administrativos e tributários da área. Em caso de revogação da concessão, a área reverterá ao patrimônio do Município, assim como, as benfeitorias implementadas no imóvel passarão ao Patrimônio do Município, sem caber ao concessionário ou cooperado qualquer direito à indenização. GABINETE DO GABINETE DO PREFEITO DE PELOTAS, EM 5º DE JULHO DE 20 04. Prefeito Fernando Marroni. 41
AS ORGANIZAÇÕES E A ECONOMIA SOLIDÁRIA As práticas sustentadas em relações sociais solidárias e cooperativas começaram a ser apoiadas nos anos 1990, por meio de organizações da sociedade civil (OSC), mas foram ganhar ampla viabilidade, ao nível de América Latina, com a criação de redes de empreendimentos econômicos solidários e organizações como o Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES), criado em 2001, e a Secretaria Nacional da Economia Solidária (SENAES), criada em 2003. (ZEELAND, 2016). As experiências de economia social e solidária, também segundo Zeeland (2016), são diversas e atuam em seguimentos diversificados, como produção, serviços, comercialização e finanças, dentre esses seguimentos, se encontram as associações ou cooperativas de reciclagem. O Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), criado a partir de demandas de catadores e catadores em 2001, defende a reciclagem popular. Essa, através da autogestão, garante a participação dos catadores e catadoras em todo o processo, proporcionando riqueza e poder de conhecimento, gerados a partir dos resíduos. (MOVIMENTO NACIONAL DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - MNCR, 2014a, p. 1). O movimento luta pelo reconhecimento e inclusão de uma categoria que é his42
toricamente esquecida pela sociedade, e conseguiu aprovar em 2010, por exemplo, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que incentivava o fechamento dos lixões ao céu aberto e a implementação da coleta seletiva e dos incentivos à emancipação econômica dos catadores e catadoras (BRASIL, 2012, p. 18). As organizações que adotam a economia solidária, de um modo geral, possuem fundamentos e objetivos diferentes dos do setor público ou privado pois, segundo Pearce (2009, apud, ZEELAND, 2016, P.49), possuem como principio básico o bem comum. Seu trabalho deve, prioritariamente, possuir um impacto benéfico para as pessoas, para o planeta e para a economia local. Ainda, há: “Outros princípios [que] se referem às questões da boa governança e transparência, mediante práticas democráticas eficazes; ao uso do lucro para investimento na organização e na comunidade; ao cuidado das trabalhadoras e dos trabalhadores para que trabalhem em boas condições e para que as capacidades individuais e coletivas sejam reforçadas (PEARCE, 2009).” (aput ZEELAND, 2016, p. 49). Logo, a economia solidária é um meio de desenvolvimento social,
pois
alia as necessidades econômicas de um negócio, ao reconhecimento e importância da classe que o opera, bem como ao democrático e horizontal progresso de todos os envolvidos.
de um galpão de triagem de lixo, pois além de ser incentivado pela MNCR, é benéfico para a comunidade envolvida de forma direta e indireta, e funciona de forma completa, tanto nas cooperativas visitadas (COOTAFRA E SERRANO), como nos galpões que compõem a rede de cooperativas usadas como base: A Rede Reciclar.
Esse tipo de prática é considerado base para a conceituação e desenho
“O mérito da autogestão é [...] o desenvolvimento humano que proporciona aos praticantes” (SINGER,2002). “A participação em discussões e decisões coletivas reforça a autonomia e a agência das pessoas, altera o comportamento social e, muitas vezes, resulta em aumento da autoconfiança. Ao mesmo tempo, a participação e a autogestão modificam as organizações, tornando-as mais democráticas.” (ZEELAND, 2016)
43
OBJETIVOS DA PROPOSTA:
centro comunitário galpão de reciclagem espaços de lazer
propor espaços para as demandas da COMUNIDADE
espaços para mulher. Salas para oficinas, ateliês, aulas de teatro, de música, de aula e de informática
arquitetar espaços acessíveis e permeáveis, que facilitem a APROPRIAÇÃO
pavimentação da via iluminação publica canais de drenagem de água e esgoto
incentivar movimentos de AUTOGESTÃO E EMPODERAMENTO espaços abertos e coberturas, que viabilizem as atividades e encontros que já ocorrem
melhorar condições de INFRAESTRUTURA E AMBIENTE
horta urbana, composteira, árvores frutiferas
depósito, administração recebimento
núcleo de armazenagem da REDE RECICLAR
45
ESTUDOS DE CASO
COOPERATIVA DE TRABALHO DOS AGENTES AMBIENTAIS FRAGET (COOTAFRA) A Cootafra é uma cooperativa situada em Pelotas, no Bairro Fragata, situada na Rua Carlos Andrade, nº 260. Foi instituida como cooperativa no ano de 2011, e possui como objetivo principal proporcionar o exercício e o aprimoramento da atividade profissional dos cooperados, com ênfase nas atividades voltadas para o processo de coleta, triagem, transformação, comercialização de objetos recicláveis e artesanato. Adota como principio os valores da Economia Solidária. Possui adesão voluntária e livre, gestão democrática, intercooperação e autonomia. Conta hoje com 16 trabalhadores. Possui somente uma prensa.
A COOTAFRA funciona principalmente com os resíduos recebidos da Coleta Seletiva. Aproveita-se, segundo os cooperativados, apenas cerca de 25% dos resíduos recebidos. Os resíduos prensados, e prontos pra venda, são vendidos para atravessadores, que vendem para empresas maiores grandes volumes, inclusive comprados de outras cooperativas. São triados e
vendidos papel, papelão, alumínio, plástico e embalagem tetra-pac. O
vidro também é triado, entretando a cooperativa não possui meios beneficiá-lo, bem como compradores interessados pelo material, e esse é um grande problema.
FLUXOGRAMA do galpão: 5. saída dos produtos 4. depósito 3. prensa 6. administração
1. chegada de residuos 48
2. triagem
depósito
49
ASSOCIAÇÃO DE RECICLADORES SERRANO A Serrano é uma cooperativa de recicladores de lixo que se localiza no bairro Serrano, na cidade de Caxias do Sul, RS. Se instituiu como associação através da organização de diversos moradores que trabalhavam com coleta e triagem de resíduos sólidos. Segundo os trabalhadores, a associação possui mais de 20 anos e funciona no mesmo terreno, sedido pela prefeitura desde o começo. A estruturação do galpão ( de dimensões aproximadas de 25x60m) e as reformas feitas, bem como compra de maquinários, sempre se deram através do ganho de editais e recebimento de verbas específicas
para o tema. Hoje, o galpão conta com uma esteira de 20m, quatro prensas, carrinhos de mão e balanças, todos adquiridos por edital. O galpão é autogestionado
pelos 21 associados, que de forma democrática, cumprem todas as funções necessárias. A
associação consegue aproveitar cerca de 20% dos resíduos recebidos da CODECA, órgão responsável pela coleta de lixo na cidade. E beneficia plásti-
co, embalagens tetra pac, isopor, alumínio, papelão e papel.
FLUXOGRAMA do galpão: 3. prensas
4. depósito
5. saída dos produtos
1. chegada de residuos
3. prensas 4. depósito
50
FLUXOGRAMA EM CORTE 1. chegada de residuos
2. triagem 4. depósito 3. prensa
ESQUEMA DE DUTOS:
NESSA METODOLOGIA, CADA CATADOR OU CATADORA FICA RESPONSÁVEL POR UM MATERIAL; O COLOCA DIRETAMENTE DOO DUTO QUE O LEVA A UMA BAG.
TRIAGEM DE RESÍDUOS ESTEIRA DE 20M
BAG COM RESÍDUOS SEPARADOS, PRONTOS PARA SEREM PRENSADOS
51
ELEMENTOS DA COLETA SELETIVA E PROJETO DOS GALPÕES DE TRIAGEM O manual: ELEMENTOS PARA A ORGANIZAÇÃO DA COLETA SELETIVA E PROJETO DOS GALPÕES DE TRIAGEM , publicado no ano de 2008 pelo Ministérios das Cidades, é uma espécie de cartilha com indicações para a implementação da coleta seletiva e a construção e organização dos galpões de triagem de resíduos sólidos. Traz alguns dados sobre a situação da coleta seletiva no país na época, que é ante-
rior a aprovação da lei 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), mas já prevê a necessidade e importância de investimento nos galpões de triagem de lixo. Abaixo disposições sobre o dimensionamento equilibrado de tarefas (BRASIL, 2008):
coletores de rua:
retriadores de plástico:
com carrinhos manuais, re-
1 a cada 5 triadores
colhem até 160 kg por dia
administradores:
triadores internos:
1 a cada 20 pessoas.
conseguem triar 200 kg por dia
enfardadores:
deslocadores de tambores:
conseguem enfardar 600 kg por dia
1 para cada 5 triadores
cada m3 de resíduo coletado, solto, possui em média 45kg.
52
imagens: fluxos e funcionamento de um galpão de triagem. Fonte: Mnistérios das Cidades (BASIL, 2008)
53
MANUAL: CONSTRUIR E REFORMAR UM GALPÃO DE RECICLAGEM. O Manual Construir e reformar um galpão de reciclagem, lançado em 2015, pelo Fernando Freitas Fuão, reúne os critérios básicos para projetar ou reformar um Galpão de Triagem de Resíduos Sólidos. É um reunião de resultados e percepções de 12 anos de estudo em Galpões de Porto Alegre e interior do Rio Grande do Sul, e busca, portanto, não somente fazer indicações, através de uma linguagem simples e direta, de organização e fluxograma, mas também de emancipar os traba-
FLUXOGRAMA do galpão:
54
lhadores, de modo que esses possam compreender e executar ações para que seu cotidiano seja melhorado. É usado aqui, como um dicionário de possíveis soluções, além de uma bibliografia de recomendações. Todas as imagens a seguir, são ilustrações apresentadas no caderno.
27
55
o tamanho do galpĂŁo:
56
mesas de triagem e esteira:
57
MAQUINÁRIO BÁSICO: MAQUINÁRIO NECESSÁRIO PARA O FUNCIONAMENTO DO GALPÃO DE TRIAGEM EM FUNÇÃO DA ÁREA DO MESMO:
BALANÇA MECÂNICA
Equipamento que facilita a triagem manual de resíduos
(MODELO DE REFERÊNCIA: BALANÇAS GERAIS)
(MODELO DE REFERÊNCIA: LEMAQUI)
dimensões da balança(cm) : 100x132x115 dimensões da plataforma(cm): 100x15x100 capacidade de pesagem: 100kg 58
ESTEIRA DE TRIAGEM
Equipamento possiblita a pesagem dos fardos, que são vendidos a kg.
altura ajustável(cm): 70 ou 100 capacidade de carga: 150 kg/m comprimentos disponíveis: 08m,10m,12m,15m e 20m
PRENSA ENFARDADEIRA
EMPILHADEIRA SIMPLES
Equipamento que possibilita a prensagem dos resíduos já triados, de forma a “produzir” fardos de material.
Equipamento que possibilita a movimentação horizontal e vertical de materiais e cargas.
(MODELO DE REFERÊNCIA: DT3 DA DETROIT)
(MODELO DE REFERÊNCIA: LE1034-C DA DUTRA MAQUINAS)
força máxima: 15 tn medidas fardo (cm): 100x100x62 peso máximo fardo: 100 a 200kg dimensões da prensa (cm): 300x140x90 peso do equipamento: 750 kg
tração manual: 1000kg capacidade de elecação: 3,40m dimensões (cm): 79x 190x226 largura externa do garfo: 560 mm largura externa da patrola: 560 mm
59
LEGISLAÇÃO:
CÓDIGO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE:
CAPITULO III: DOS ESTÍMULOS E INCENTIVOS
Art. 22 - O Poder Público fomentará a proteção do meio ambiente e a utilização sustentável dos recursos ambientais através da criação de linhas especiais de crédito no seu sistema financeiro, apoio financeiro, creditício, técnico e operacional, contemplando o financiamento do desenvolvimento da pesquisa ambiental, execução de obras de saneamento, atividades que desenvolvam programas de educação ambiental, criação e manutenção de Unidades de Conservação, privilegiando também, na esfera pública ou privada: (Vide Lei n.º 13.913/12) VI - a racionalização do aproveitamento de água e energia;
PLANO DIRETOR DE PELOTAS:
CAPÍTULO IV: REGIME URBANÍSTICO DA REGIÃO ADMINISTRATIVA DO LARANJAL E DA ÁREA RURURBANA Art. 169 - Em todo o território da Região Administrativa do Laranjal e do Rururbano será permitida a construção de até 7,00m (sete metros) de altura. 60
VII - o incentivo à utilização de matéria-prima reciclável, tanto na produção agrícola, quanto na industrial; VIII - o incentivo à produção de materiais que possam ser reintegrados ao ciclo de produção; CAPITULO XII: DOS RESÍDUOS Art. 219 - A segregação dos resíduos sólidos domiciliares na origem, visando ao seu reaproveitamento otimizado, é responsabilidade de toda a sociedade e será gradativamente implantada pelo Estado e pelos municípios, mediante programas educacionais e projetos de reciclagem.
MAPA DO MODELO URBANO DE PELOTAS, III PLANO DIRETOR DE PELOTAS FONTE: REFEITURA DE PELOTAS. DISPONÍVEL. SEM ESCALA.
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CÓDIGO DE OBRAS DE PELOTAS: SEÇÃO V: DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE
Art. 21 - O Coeficiente de Permeabili-
dade do Solo (CP) constitui-se em uma porcentagem da área do terreno sem pavimentação, que deverá ser dotada de vegetação e arborização, facilitando a absorção das águas pluviais e aliviando a contribuição sobre o sistema de esgotamento pluvial público. § 1º Para os casos de novas edificações, reformas com acréscimo de área construída ou acréscimos em edificações existentes, será exigido o atendimento ao percentual mínimo de 20% (vinte por cento) de Coeficiente de Permeabilidade do Solo, calculado sobre a área do terreno. § Art. 22 - Além do Coeficiente de Permeabilidade, será exigida capacidade, da Caixa de Captação e Drenagem, equivalente a, no mínimo, 1,00m³ (um metro cúbico) por economia na edificação, inclusive para Residências Unifamiliares, para fins de limpeza, abastecimento de caixas de descarga e regas de jardim e recomposição de reservas de incêndio. seção X: doS PRÉDIOS PARA FINS INDUSTRIAIS: Art. 175 - Os prédios deverão atender, além das disposições que lhes forem aplicáveis na presente lei, aos seguintes requisitos mínimos:
62
I - Ter pé direito mínimo de 3,50m (três metros e cinqüenta centímetros), quando com área superior a 80,00m² (oitenta metros quadrados) e de 3,00m (três metros), quando a área for menor; II - Ter nos locais de trabalho vãos de iluminação e ventilação naturais, com área não inferior a 1/10 (um décimo) da superfície do piso, admitindo-se para este efeito iluminação zenital; III - Ter vestiários separados por sexo; IV - Ter número de vagas para guarda de veículos calculado de acordo com o Anexo 2. Art. 177 - É obrigatório, nos imóveis onde se implantarem instalações industriais, a arborização dos recuos mínimos laterais e de fundos, para constituição da uma “proteção vegetal localizada”, nas unidades industriais. Art. 178 - A “proteção vegetal localizada”, de que trata o artigo anterior, será composta por espécies perenes, devendo constituir barreiras vegetais maciças e compactas, de modo a reduzir a poluição aérea. Art. 179 - As barreiras vegetais de que trata esta Lei devem ter a seguinte formação: I - Uma faixa contínua aos limites dos lotes, constituídas por vegetação de grande porte, ocupando 75% (setenta e cinco por cento) da área arborizada, em sentido transversal à barreira; II - Uma faixa contínua e interior à primeira, constituída por vegetação de
pequeno e médio porte, ocupando 25% (vinte e cinco por cento) da área, em sentido transversal à barreira. seção XV: doS ARMAZÉNS E DEPÓSITOS:
técnicas estabelecidas pela ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas e a legislação vigente; IV - Ter número de vagas para guarda de veículos calculado de acordo com o Anexo 2.
Art. 201 - As edificações destinadas a armazéns, além das disposições da presente lei que lhes forem aplicáveis, deverão: I - Ter abertura de iluminação e ventilação com área não inferior a 1/20 (um vigésimo) de superfície do piso; II - Ter instalações hidrossanitárias de acordo com as exigências do órgão responsável pelo serviço de abastecimento de água e tratamento de esgoto; III - Ter instalação preventiva contra incêndio de acordo com as normas
63
REFE RÃ&#x160;NCIAS PROJE TUAIS
CENTRO DE RECICLAGEM MILIEUSTRAAT Projetado segundo os principios da construção IFD (Industrial, Flexível e desmontável), o projeto é baseado num sistema modular, em planta e corte, o que possibilita seu futuro transporte e reutilização. Possui um programa de necessidades compativel com um maquinário avançado, caracteristico do pais onde está instalado, entretanto, serve como referência por sua modulação e técnica de iluminação natural. TÉCNICA CONSTRUTIVA ILUMINAÇÃO NATURAL
Ficha técnica Autoria: Groosmaan arquitetos Localização: Dordrecht, Holanda Área: 3000m2
CONTEÚDO E IMAGENS: ARCHDAILY. DISPONÍVEL EM , < https://www.archdaily.com.br/br/780897/centro-de-reciclagem-milieustraat-groosman > ACESSADO EM: 01/06/2018
SISTEMA MODULAR SUSTENTÁVEL PARA NOVOS ESPAÇOS EDUCATIVOS A proposta foi pensada para um concurso do Ministério da Educação do Chile, que buscava projetos que transmitissem os conceitos de relocalização, modularidade, inovação, materialidade e sustentabilidade através de módulos expansíveis e adaptáveis ás zonas climáticas do país. Possue boas soluções de conforto térmico, modulação e expansões, além de possuir uma volumentria e materialidade muito interessante.
Ficha técnica Autoria: G B+V Arquitectos + CHEB Arquitectos + Arquicon Localização: Chile
ADAPTABILIDADE MODULARIDADE
CONTEÚDO E IMAGENS: ARCHDAILY. DISPONÍVEL EM , < https://www.archdaily.com.br/br/876458/arquitetos-chilenos-propoem-equipamentos-educacionaisemergenciais-modulares > ACESSADO EM: 01/06/2018
QB STUDIO MODULAR ! CENTRO DE ESCRITÓRIOS O projeto do edifício de escritórios surge após o terremoto de 2011, onde surge a necessidade de uma construção rápida, atraente e leve. A QB lança a proposta de um edificio não tradicional, que aposta na modulação e no jogo de espaços abertos e fechados, para a demarcação de áreas específicas. A referência foi escolhida pelas texturas e materias, modulação e versatilidade, além da volumetria principal.
TRATAMENTO VOLUMÉTRICO
Ficha técnica Autoria: QB Modular Arquitetos Localização: Christchurch, Nova Zelândia Área: 960m2
CONTEÚDO E IMAGENS: ARCHDAILY. DISPONÍVEL EM , < https://www.archdaily.com.br/br/781841/qb-estudios-qb-modular> ACESSADO EM: 01/06/2018
PAISAGEM DE ATIVIDADES O projeto surge da necessidade de propor espaços publicos usáveis durante todo o ano, que transitem entre o formal e o informal. Através de colinas de grama, asfalto, cria uma paisagem lúdica que interage com o edifício, em com as diversas atividades que propõe abrigar. Cria-se uma composição espacial interior e exterior que fomenta a recreação e a interação social.
MATERIALIDADE ESTRUTURA CONCEITO
Ficha técnica Autoria: JAJA Architects , AI Localização: 7673 Harboøre, Dinamarca Área: 2000m2
CONTEÚDO E IMAGENS: ARCHDAILY. DISPONÍVEL EM , <https://www.archdaily.com.br/br/801149/paisagem-de-atividades-jaja-architects-plus-ai> ACESSADO EM: 01/06/2018
INFLUÊNCIAS PONTUAIS: 1.BANHEIROS PÚBLICOS Autoria: Piotr Musialowski + Lukasz Przybylowicz Localização: Kazimierz, Polônia
TEXTURAS E “CORTE” 1.FONTE: ARCHDAILY 2008-2018. DISPONÍVEL EM<https://www.archdaily.com.br/br/01-128674/ banheiros-publicos-slash-piotr-musialowski-plus-lukasz-przybylowicz> acessado em 17/07/2018
2.AMPLIAÇÃO DO LYCÉE GEORGES Autoria: Ateliers O-S architectes Localização: Kle-de-
MATERIAIS CORES
-France, França
2.FONTE: ARCHDAILY 2008-2018. DISPONÍVEL EM<https://www.archdaily.com.br/br/766056/ ampliacao-do-lycee-georges-cormier-ateliers-o-s-architectes> acessado em 17/07/2018
3.Angular Green-Roofed School Autoria: BIG’s ARCHITECTURE localização: Asminderod, dinamarca.
SISTEMA DE COBERTURA 1.FONTE: INHABITAT. DISPONÍVEL EM<https://inhabitat.com/bigs-angular-green-roofed-school-blends-into-the-environment/> acessado em 17/07/2018
4. KEYNSHAM CIVIC CENTRE Autoria: AHR TEAM Localização: LONDRÊS, INGLATERRA
ILUMINAÇÃO VENTILAÇÃO
E
4.FONTE: ARCHILOVERS DISPONÍVEL EMhttp:// www.archilovers.com/teams/578007/ahr.html#projects> acessado em 17/07/2018.
5. FÁBRICA VAE Autoria: FGMF ARQUITETOS Localização: BACABEIRA MARANHÃO
SOLULÇÕES DE CONFORTO TERMICO 4.FONTE: ARCHDAILY 2008-2018. DISPONÍVEL EM<https://www.archdaily.com.br/br/01-96947/fabrica-vae-slash-fgmf-arquitetos> acessado em 17/07/2018
6. ESCOLA “DE BUITENKANS” Autoria: RO&AD Architecten Localização: holanda
CHEIOS E “VAZIOS” .FONTE: https://www.archdaily.com.br/ br/876292/escola-de-buitenkans-ro-and-ad-architecten?ad_medium=gallery
ANÁLISES DO TERRENO E ENTORNO
COMPREENDENDO O ESPAÇO:
CROQUI DO TERRENO EM ENTORNO. LOTEAMENTO GETÚLIO VARGAS. DA AUTORA.
78
ÁREAS CONSTRUÍDAS: HABITAÇÕES EM ÁREA REGULAR
ÁREA VERDE (PRAÇA?)
VEGETAÇÃO EXISTENTE CAMINHOS “IRREGULARES”
TERRENO ÁREAS CONSTRUÍDAS: HABITAÇÕES EM ÁREA DE OUPAÇÃO
PRÉ EXISTÊNCIA QUE SERÁ DESCONDIDERADA ÁREAS CONSTRUÍDAS: HABITAÇÕES EM ÁREA DE OUPAÇÃO VIAS NÃO PAVIMENTADAS!!!!
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PERCEPÇÕES DO ESPAÇO o deslocar: A área escolhida para estudo e projeto é notoriamente uma área de fragilidades. A precária infraestrutura pública (faltam passeios públicos, rede
de esgoto, iluminação pública, pavimentação...), aliada a declarada
insegurança do lugar me colocaram em uma situação de tensão. Primeiramente, porque não pude (ou me atrevi) a ir visitar o local sozinha. Tive, inclusive, uma leitura não só minha, mas conjunta às pessoas que estiveram lá comigo. Por conseguinte, porque todo o “reconhecimento” do lugar, dos caminhos e dos percursos que eu fiz previamente via “google maps/street view”, era de 2011 e estava totalmente modificado. A paisagem não era a mesma, não era imóvel. Logo, eu não estava só num lugar novo, mas estava totalmente deslocada. Não achei conveniente fotografar tudo e todos, afinal, eu já estava ali como
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uma intrusa no território, estávamos.
E fomos logo notados, observados e questionados: -”vai sair projeto no terreno?” - “quer dizer que a prefeitura vai lembrar de nós?” -”Aqui fiquem tranquilos mas não passem dqquela rua...”- “ô tia, o que vocês tão fazendo aqui?, se quiser entrar ali é só passar por baixo do portão, é fácil.” E fomos logo, bem recebidos. Haviam muitas pessoas, e mais, muitas crianças, nas ruas. Ativas. Dentre muitos problemas, também me sensibilizei com muitas potencialidades. Pessoas! Haviam pessoas ali! E no mundo da espetacularização das cidades, ver cidade que é cidade apropriada é luxo. -“vocês deveriam voltar mais vezes, aqui, é bom ter gente nova”, - disse o dono do/no mercado (que também era sua casa).
CRIANÇAS
jogando futebol andando de bicicleta correndo jogado Iô-Iô
ADULTOS
indo no mercado visitando os vizinhos esperando ou descendo do ônibus abrindo dutos de esgoto andando de moto (trabalhando?) haviam poucos adultos na rua
IDOSO
onde estão os idosos?
ANIMAIS
pastando latindo miando correndo VEÍCULOS bicicletas bicicletas carros moto charrete ônibus
COMUNIDADE APROPRIAÇÃO SENSAÇÃO DE SEGURANÇA PESSOALIDADE USO HIBRIDO DOS ESPAÇOS | SIMBIOSE
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PERCEPÇÕES DO ESPAÇO corpografias: A corpografia urbana, segundo Paola Jacques (2008), é uma cartografia do corpo - atingida pela memória e experiência urbana- na cidade vivida. Ela pertence a um território1, e expressa as micro práticas cotidianas, que são exploradas involuntariamente pelos corpos que a vivenciam. “Neste sentido, a compreensão de corpografias pode servir para a reflexão sobre o urbanismo, através do desenvolvimento de outras formas, corporais ou incorporadas, de se apreender o espaço urbano para, posteriormente, se propor outras formas de intervenção nas cidades.” (JACQUES. 2008) Pois essas (corpografias) extrapolam o espaço construído e projetado. E demonstram as apropriações, modificações e experiências daqueles que vivenciam o cenário – que se quer projetar. É necessário entender a ginga2 do lugar antes de modifica-lo/a. 1
Em Deleuze e Guattari Em Paola Jacques
A grafia do corpo (corpografia) ultrapassa a noção restrita de linguagem corporal humana, e alcança as formas e padrões de todos os corpos animados e inanimados. A paisagem, por exemplo, possui corpografia, assim como um animal, uma pessoa, ou qualquer organização que configure e caracterze um episódio.
O CICLISTA
EMPINADOR FIGURA AUTÔNOMA ASSIMÉTRICO EXPANSIVO FORA DO EIXO VELOZ
2
O CAVALO
FIGURA ESTACIONADA ANDA SOB QUATRO PA" TAS MOVIMENTOS LENTOS E ASSIMÉTRICOS 82
O CICLISTA DE PASSAGEM
FIGURA AUTÔNOMA SIMÉTRICOS CENTRADO RITMICO
O JOGADOR DE IÔ IÔ FIGURA PESSOA ANDA EM GRUPOS MOVIMENTOS SUTIS E CATEGÓRICOS EXPANSIVO
JOGADOR DE FUTEBOL TAMBÉM ANDA EM GRUPOS MOVIMENTOS RÁPIDOS ABERTOS E IMPREVISÍVEIS EXPANSIVO
CORPOS ABERTOS E NÃO SIMÉTRICOS, INTERFERÍVEIS QUAL A ARQUITETURA QUE FAVORECE /PROPCIA/ COMPORTA ESSAS CORPOGRAFIAS? 83
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO:
1
FOTOGRAFIA DO TERRENO. DA AUTORA.
2
FOTOGRAFIA DO TERRENO. DA AUTORA. 84
85
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO E LEITURA DE TERRENO E ENTORNO:
1
ANÁLISE DE RUÍDO DO TERRENO E ENTORNO. 86
87
1 FOTOGRAFIA DO TERRENO E ENTORNO CASAS EM LOTES IRREGULARES, ATRÁS DO TERRENO. DA AUTORA.
4 E 5 FOTOGRAFIAS DO TE
3
FOTOGRAFIA DO TERRENO E ENTORNO. FOCO NO CANAL DE ESGOTO ENTRE A AV.1 E O TERRENO. DA AUTORA. 88
6 FOTOGRAFIA DO TERRENO
1
6 4 5 3
2
2 FOTOGRAFIA DO TERRENO E ENTORNO. DA AUTORA.
ERRENO E ENTORNO. DA AUTORA.
O E ENTORNO. DA AUTORA. 89
6
4
5
1
3 2
1 FOTOGRAFIA DO TERRENO E ENTORNO. DA AUTORA. 2 FOTOGRAFIA DO
4 FOTOGRAFIA DO ENTORNO. VIAS SEM PAVIMENTAÇÃO E COM CANAIS DE ESGOTO LATERAIS. DA AUTORA.
90
5 FOTOGRAFIA DO TERRENO E ENTOR
O TERRENO E ENTORNO. DA AUTORA.
3 FOTOGRAFIA DA AVENIDA 1. DA AUTORA.
RNO. DA AUTORA.
6 FOTOGRAFIA DO TERRENO E ENTORNO. DA AUTORA. 91
VENTO QUENTE NORDESTÃO VENTO FRIO MINUANO
TERRENO: posição solar e ventos MAPA DA POSIÇÃO SOLAR E VENTOS. DA AUTORA. SEM ESCALA.
LINHAS DE DRENAGEM CURVAS DE NÍVEL
TERRENO: topografia e linhas de drenagem MAPA DA TOPOGRAFIA E LINHAS DE DRENAGEM. DA AUTORA COM BASE NOS DADOS DO GLOBAL MAPPER. DE SEM ESCALA. 92
RUAS MAIS IMPORTANTES RUAS CAMINHOS IRREGULARES
TERRRENO: vias e conexões MAPA DE IMPORTÂNCIA DAS VIAS E CONEXÕES. DA AUTORA. SEM ESCALA.
TERRENO: mapa de forças MAPA DE FORÇAS DO TERRENO. DA AUTORA. SEM ESCALA.
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CONCLUSÕES PARCIAIS desafios:
paisagem
usos do terreno e entorno
os corpos e seus meios de transporte e seus caminhos
o ambiente natural
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O RESPEITO AO CÉU, A LUZ, AO RITMO, À DIVERSIDADE DE MATERIAIS E TEXTURAS (E CORES).
"CAMPOS" DE FUTEBOL PASTAGEM DE CAVALOS CAMINHOS GALPÃO DE RECICLAGEM
QUE PEDALAM, JOGAM, CORREM, CAMINHAM, CAR" REGAM SEUS ANIMAIS, PEGAM ÔNIBUS.
O TERRENO NORDESTE" -SUDOESTE, AS LINHAS DE DRENAGEM E AS CURVAS DE NÍVEL
CONCLUSÕES PARCIAIS objetivos: preservar a horizontalidade, e o tempo padrão, investindo em cores atraentes e que tragam cor ao entorno, mas mantendo a linguagem de texturas. preservar a apropriação que já existe e incentivá-la. O futebol de várzea, a passagem de pessoas e a presença de cavalos fazem parte da estética (e cultura) do lugar.
Incentivar a prática de esportes e mobilidade, através de espaços que recebam skates, patins, bicicletas, patinetes...pessoas, ativas!!! Ruas que acolham!! sistematizar os espaços de acordo com a necessidade de ventilação (ou abrigo); prever linhas de limpeza do terreno, colocar espaço como quadra de esportes na cota mais alta
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PROPOSTA PROJETUAL
CONCEITO propósitos: O projeto se estrutura em 5 propósitos, que foram construídos ao longo desse estudo. São eles: a modulação dos elementos estruturais, crucial para que o mesmo módulo possa ser adaptado para outras sedes da Rede Reciclar, bem como possa ser desmontado e transportado. O conforto térmico dos espaços, tão caro especialmente a galpões de reciclagem, que costumam ser muito quentes no verão e muito frios no inverno. A sustentabilidade do empreen-
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dimento de forma geral, desde sua construção e manutenção até a continua geração de emprego e renda para com a comunidade. A comunidade em si, com suas dinâmicas e caracteristicas físicas culturais, com seus corpos espectadores e usuários. E por ultimo, o caráter e escala industrial do empreendimento, que possui demandas como grandes vãos e alturas, que destoam do entorno do terreno, mas ainda assim são neces-
sários enquanto programa de necessidades e formulação de uma tipologia arquitetônica. Busca portanto, ser uma proposta de infraestrutura urbana, um parque convite à integração, ao convivio e organização social, a emancipação pessoal e profissional dos componentes comunidade. Pretende ser, por fim, não um marco elemental, inabitado e icônico, mas um nó de ação, um convite, em constante adaptação e transformação, apropriado, permeável.
COMUNIDADE MÓDULO PERMEABILIDADE APROPRIAÇÃO EMANCIPAÇÃO CONVITE ADAPTAÇÃO ENCONTRO DISCUSSÃO SUSTENTABILIDADE ACESSIBILIDADE CULTIVO RESISTÊNCIA IMPORTÂNCIA INFRAESTRUTURA TÉCNICA
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PROGRAMA DE NECESSIDADES pré dimensionamento O programa de necessidades e seu pré dimensionamento são uma união dos parâmetros indicados pelo Manual: Construir e Reformar um Galpão de Reciclagem, do Fernando Fuão (2014), e das conclusões feitas a partir do levantamento e leitura do terreno e entorno. As áreas de uso, quando não indicadas, foram retiradas do livro Neufert, Arte de Projetar em Arquitetura (2015).
estábulo: serve de abrigo para os vários animais do local. a área indicada por animal é 8,4m2. Considera-se que o estábulo possa receber ao menos 10 animais logo: 84m2 + circulação (20%) + deposito(10%) =110m2
composteira: possibilita a geração de aduto através da matéria orgânica retirada por triagem. uma composteira que composte 150kg/dia de materia orgânica deve possuir, segundo o MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (2010), para gerar adubo após 120 dias, 18 leiras. Logo: 1 leira (3,04m2) + área de reviramento 93,04m2) + área de circulação (30,4 cm2) = total de área por leira (6,38m2)
100
área totoal: 18x 6,38= 114,84m2
centro comunitário + ateliês: pensa-se o centro comunitário como um núcleo de atração e interação social. ele necessita portanto, alem de um “salão comunitário”, espaços educativos. Logo: salão comunitário (espaço multiuso) para 50 pessoa (100m2) + cozinha industrial (30m2) = 130m2 sala de informática para 16 pessoas: 40m2 sala de reuniões para 16 pessoas: 30m2 ateliês: 40 m2 banheiros: 12m2 área total: 130 + 40 + 30 + 80 + 12 =292m2
galpão de triagem: o galpão divide-se em recebimento dos resíduos(160m2), triagem (180m2), prensa (120m2) e depósito (120m2). prevê-se ainda dois banheiros (10m2). área total: 160 + 180 + 120 +120 = 590m2.
administração: o bloco de administração será equipado com recepção (30m2) + sala de reu-
niões (30m2) + sala adminstração do galpão e rede reciclar (50m2) + sala de exposições com bazar (50m2) + vestiários (70m2) + banheiros (10m2) + refeitório (60m2). área total: 300m2.
30+30+50+50+70+10+60=
estacionamento aberto: Considera-se que haverão no terreno no máximo 4 caminhões de carga (45m2) e 2 caminhões de lixo (25m2), e cinco automoveis (12m2), logo: área total: 180+ 50+ 60= 290m2.
armazéns:
quadras esportivas:
Os armazens irão reunir os materiais da Rede Reciclar, logo, devem comportar o volume de produtos suficiente para uma “carga” de caminhão (25000kg), e devem ser separados por tipo de material. Os materiais e o peso respectivo do fardo (90x90x90cm) são:
Propõe-se a instalação de uma quadra de futebol (924m2 ) e uma quadra de vôlei(336m2), além de espaço coberto para a realização de múltiplos esportes (100m2). área total: 924+336+100= 1360m2.
1) papel branco - 160kg 2) papel colorido - 160kg 3) PET transparente - 140 kg 4) PET verde - 140kg 5) Embalagens Tetra PAC- 188 kg 6) Isopor - não informado 7) Papelão - 190 kg 8) Alumínio - 138 kg 9) Plásticos duro - 58 kg 10) Plástico mole - 93 kg Logo, para o depósito de cada material, considerando uma pilha de 4 fardos, é necessário cerca de 50m2 . área total: 50 x 10 = 500m2.
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ESTUDO DE FLUXOS E IMPLANTAÇÃO setores e usos escala 1:1 | PESSOAS LIGAÇÃO COM A PRAÇA HORTA, ESTÁBULO ATIVIDADES AO AR LIVRE Manutenção de área recreativa que já existe no terreno. Espaços de lazer e acolhimento.
escala 1:1 | DENTRO ADMINISTRAÇÃO administração como “intermediária”, pois comporta espaços de gerenciamento do galpão e do armazém
MAPA DE USOS PROPOSTOS. DA AUTORA. SEM ESCALA.
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escala 2:1 | ENTRE ATELIÊS + GALPÃO DE RECICLAGEM espaços de educação, dialogo, produção artistica e cultural e galpão de triagem de resíduos
escala 3:1 ARMAZÉM + ESTACIONAMENTO depósito da rede reciclar e espaço para ampliação de módulo para beneficiamento. estacionamento para carga e descarga de caminhões
ESTUDO DE FLUXOS E IMPLANTAÇÃO setores e fluxos
ESTUDO DE FLUXOS E IMPLANTAÇÃO estudo dos perfis viários Visto os objetivos do projeto e a infraestrutura do bairro, é necessário que os perfis atuais sejam repensados, propoem-se por tanto, dois perfis: o primeiro, onde se priorizará a circulação do pedestre e do usuário de transporte leve (via mista ou compartilhada) e o segundo para a área onde há a circulação de caminhões (via local). Atualmente as vias já são compartilhadas pois os passeios públicos são inexistentes, e não há nenhum tipo de pavimentação, nem mesmo na via.
pessoas, animais, carroceiros
MAPA DE FLUXOS PROPOSTOS. DA AUTORA. SEM ESCALA.
Os fluxos apresentados possuem dois objetivos: 1) aumentar a permeabilidade e a acessibilidade do terreno perante à comunidade; 2) traçar o trajeto dos caminhões, de forma que esses interfiram o mínimo possível na paisagem local.
7 a 9 metros
VIA LOCAL TERRENO PROJET0
caminhões da rede reciclar (trazem e levam produtos)
PRAÇA
fluxo interno (entrada resíduos, saída de produtos)
TERRENO DO PROJETO
RUA MISTA
caminhão da prefeitura (traz os resíduos)
2,5 metros
5,5 metros
4 metros
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ESTUDO DE FLUXOS E IMPLANTAÇÃO fluxos e equipamentos
6 1 7 7
2
4
5
3 ESTÁBULO + COMPOSTEIRA CENTRO COMUNITÁRIO GALPÃO DE RECICLAGEM ADMINISTRAÇÃO ARMAZÉNS ANIMAIS E ÁRVORES FRUTI6 FERAS QUADRAS ESPORTIVAS 7 HORTAS COMUNITÁRIAS
1 2 3 4 5
0 10 20 30m MAPA DE FLUXOS PROPOSTOS. DA AUTORA. 104
ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO croquis de lançamento 0 processo de definição da implantação aconteceu conjuntamente à compreensão da escala do projeto, tendo em vista sempre os fluxos esperados, o conceito do projeto e a forma irregular do terreno. Inicialmente estudo-se somente o programa de necessidades, desprendido da escala e da necessi-
croqui um problema com a dimen" são do projeto e/ escala. não considera os espacos abertos. não é permeavel. 1112
dade de um módulo, posteriormente compreendeu-se a “grandeza” do terreno e a área efetivamente necessária para cada atividade, e ao final, juntou-se tudo isso à orientação solar desejada e a uma malha organizativa . Aproximando também a ideia dos espaços construidos do paisagismo.
croqui DOIS CONSIDERA A ESCALA, e alguns espa" cos abertos mas é fragmentado e não possui partido arquitetônico.
croqui três CONSIDERA A ESCALA, e espacos abertos, além da orientação solar. sugere uma malha e se aproxima de um partido arquitetôni" co. e é permeavel. 105
MODULO ARQUITETÔNICO estudos e percursos A necessidade da estruturação arquitetônica através de um módulo é um objetivo inicial, entretanto, dentro de todas as possibilidade de arquitetura modular, nao se sabia qual dessas adotar. Inicialmente, o estudo partiu das formas básicas e regulares, como o quadrado, o retângulo e o círculo, passando também pelo hexágono e octágono, todos limitados pela ideia do módulo de 7x7m, apresentado pelo
106
Fernando Fuão (2015). Entretanto esses módulos, como foram trabalhados, não captavam o conceito e tão pouco propunham composições interessantes. Logo testou-se algumas outras formas, assimétricas e mais abertas, como os corpos do local. O módulo surge pautado pelo principio de não ser só uma forma repetida, mas possuir uma estrutura de leitura clara.
CRQUIS DE ESTUDO. DA AUTORA.
CRQUIS DE ESTUDO. DA AUTORA.
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MODULO ARQUITETÔNICO geometria e malha geradora A partir dos estudos citados anteriormente, surge, a partir da forma retangular a ideia de um módulo que não seja fechado em um volume, mas sim, que possa, a partir de um número de elementos, resultar em diferentes formas. Projeta-se assim uma estrutura com base, pilares, vigas, tesouras e terças, que, como um jogo de LEGO, pode ser combinada de acordo com diversas intenções.
ESTRUTURA GEOMÉTRICA DO MÓDULO ARQUITETÔNICO. DA AUTORA.
VOLUMES MALHA GERADORA DA ORGANIZAÇÃO MODULAR. DA AUTORA.
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MALHA GERADORA DA ORGANIZAÇÃO MODULAR. MALHA COM PARALELAS DE 4.10m e 8,20m, no sentido leste-oeste. DA AUTORA.
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SISTEMA CONSTRUTIVO O sistema construtivo em estrutura metálica foi escolhido pois acata diferentes demandas, tanto do programa de necessidades como do partido do projeto. Conceitua-se um projeto a partir da construção limpa, rápida, modular, transportável e reutilizável, preceitos admitidos pelo sistema. Além disso, como projeta-se modulos, que podem ser adotados em outras realidades (e solos), é importante que o sistema possua fundações razas, que se adaptem a terrenos diferentes e não necessitem de um grande estudo prévio. Além disso, é necessário que os materiais, tanto estruturais quanto de
estrutura metálica: vedação, sejam de fácil limpeza e manutenção, afinal os espaços precisarão ser peridioticamente higienizados. Logo, não indica-se o uso de materiais porosos (como é o caso da alvenaria estrutural e das estruturas em madeira), pois essas podem ser deterioradas com as atividades do programa, diferentemente do aço. Além disso, o uso do aço é um marco local, pois, introduz um novo sistema construtivo num entorno onde predominam as construções em alvenaria tradicional e madeira.
vantagens específicas: Maior área útil:
Flexibilidade:
Compatibilidade:
Precisão construtiva:
por possuir seção de pilares esbeltas, libera espaço em planta, possibilitando outras dinâmicas e visuais.
O aço é compativel com diversos materiais, tanto convencionais ou pré-fabricados como alternativos. E nesse caso esse ítem é muito importante pois permite a “adaptabilidade” de acordo com a demanda dos usuários.
110
possibilita adaptações, ampliações e reformas.Além disso, torna mais fácil a passagem de utilidades como água, eletricidade e esgoto. As peças dos módulos, podem ser “remontadas” facilmente, pois são precisas. Logo, com um “jogo” de elementos, pode ser remontado diferentes vezes e, pode-se montar diferentes estruturas.
SISTEMA CONSTRUTIVO
materiais e fechamentos:
O sistema construtivo adotado permite diferentes fechamentos. Pode-se utilizar sistemas pré moldados e também sistemas temporários. Permite-se fazer adaptações, modificações e ampliações. Logo, sugere-se alguns materiais, que serão utilizados nes-
cobetura:
se projeto, mas deixa-se em aberto o sistema para outras opções, no caso da instalção dos módulos em outras situações.
aberturas:
OPÇÕES: telha metálica termoacústica telhado verde com captação de água telha de pneu reciclado telha de tetra-pac cobertura textil
OPÇÕES: aberturas metálicas brises
paredes divisórias e de vedação:
materias adotados no núcleo Getúlio Vargas:
OPÇÕES: placas cimentícias placas osb placas drywall chapas de policarbonato chapas metálicas vidro garrafas pet
cobertura com telha metálica termoacústica, paredes de vedação coom placas drywall, cimentícias e chapas de policarbonato e aberturas com estruturas metálicas.
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MÓDULO ARQUITETÔNICO:
elementos estruturais TIPO UM
BASE ESTRUTURAL. RADIER) ELEMEN" TO EM CONCRETO ARMADO. TIPO DOIS
BASES ESTRUTURAIS DO MÓDULO. ESCALA 1:100. DA AUTORA. 112
TIPO TRÊS
trelicas metálicas
TIPO UM TIPO TRÊS TIPO DOIS corte exemplar:
PILARES H VINTE X VINTE CM ALTURAS: 2,47, 3m,3,47 4m e 5,47 e 6m
vigas i ESTRURA EM CORTE, COM TRELIÇA TIPO 2, E PILARES DE 6M. ESCALA 1:100.
ESTRURA EM CORTE, COM TRELIÇA TIPO 1, E PILARES DE 6M. ESCALA 1:100.
A ALTURA DA VIGA É ~1/20 DO VÃO TAMANHOS: 20X20X400 cm 20x20x420 cm 20x20x445 cm 20x20x467 cm 20x40x800cm 20x50x1082 20x60x1200cm 20x60x1344 113
AGRICULTURA URBANA:
algumas espécies indicadas Parte muito importante da proposta é o uso e cultivo, por asim dizer, dos espaços abertos. A grande parcela de terra do terreno, hoje subutilizada, pode e deve ser usufruida pela comunidade. Propõe-se portanto, o plantio de especies que possam produzir para além de sombra, ou efeitos visuais, alimento. Ervas medicinais, grãos ou até
bananeira médio porte crescimento rápido
114
mesmo árvores frutíferas podem ser facilmente cultivados, organicamente, e podem servir de atrativo para com a comunidade, tanto financeiramente como socialmente. E além de tudo a presença de árvores é benéfica para manutenção da qualidade ambiental do solo.
jabiticabeira GRANDE PORTE CRESCIMENTO LENTO
FIGUEIRA GRANDE PORTE NATIVA!
espécies para horta: ce noura, batata, batata doce, abóbora, couve, bró cilos, couve flor, alfa ce, rúcula, agrião, radici, tomate, girassol, cebola, alho poró, morango, raba nete....
PITANGUEIRA CRESCE RÁPIDO FRUTAS DELICIOSAS! PLANTA BRASILEIRA
CAVALINHA PLANTA PERENE FILTRA MUITA ÁGUA AMOREIRA CRESCIMENTO RÁPIDO PERDE FOLHAS NO INVERNO
LARANJEIRA MUUUITAS FRUTAS PERDE FOLHAS NO INVERNO 115
estábulo composteira
centro comunitário oficinas/ateliês espaços multiuso espaço coberto GALPÃO DE TRIAGEM ADMINISTRCÃO REFEITÓRIO VESTIÁRIOS ARMAZÉM
116
PROPOSTA PROJETUAL | ESPAÇOS COBERTOS
árvores frutíferas espaço para animais quadra de futebol quadra de volei horta
plantas ornamentais
espaços asfaltados de uso industrial (horario comercial) e comunitário
PROPOSTA PROJETUAL | ESPAÇOS AO AR LIVRE
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O GALPÃO DE RECICLAGEM:
estrutura e fluxo O galpão foi estruturado a partir dos fluxos, procurando compatibilizar as necessidades levantadas através das visitas relatados no capítulo dois e dos parâmentros e indicações do Manual do Fernando Fuão (2015).
Considerou a instalação de uma esteira e não de mesas para a triagem dos resíduos, além da presença de 4 prensas e área interna para um depósito temporário.
recebimento de re síduos dos carro ceiros e caminhoes
área de prensagem triagem dos resíduos
depósito banheiros
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ESTUDO DE USOS E FLUXOS DO GALPÃO DE TRIAGEM. DA AUTORA.
PLANTA BAIXA DO GALPÃO DE TRIAGEM. ESCALA 1:250.
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PERSPECTIVAS CONCEITUAIS: ÁREA DE ANIMAIS, ESTÁBULO E COMPOSTEIRA
CENTRO COMUNITÁRIO E ÁREA COBERTA
120
horta comunitรกria
ร REA ESPORTIVA
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galpĂŁo de triagem
galpĂŁo de triagem
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ARMAZÉM
ARMAZÉM
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ENCAMINHAMENTOS E OBJETIVOS para onde seguir? ESPACOS ABERTOS
REFINAR OS CAMINHOS, SEUS MATERIAIS E POSSIVEIS USOS PENSAR EM CICLOFAIXAS E PISTAS DE CAMINHADA DEFINIR MOBILIÁRIOS ILUMINACAO
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ESTÁBULO E COMPOSTEIRA
DETALHAR A PLANTA DO LU" GAR, O FECHAMENTOS E AS ÁREAS. .
CENTRO COMUNITÁRIO
DETALHAR A PLANTA, OS MA" TERIAIS E FECHAMENTOS. USAR CORES E DIFERENTES TEXTURAS. PENSAR EM ES" PACOS DE ARTE EDUCACÃO E ENCONTRO.
GALPÃO DE TRIAGEM
ESTUDAR OS MELHORES FLU" XOS POSSÍVEIS, FACILITANDO A RETIRADA DOS RESÍDUOS INAPROVEITADOS E DA LIM" PEZA DO LOCAL. DETALHAR O PROJETO ARQUITETÔNICO.
ADMINISTRAÇÃO
PENSAR EM UM MARCO VER" TICAL QUE IDENTIFIQUE O LOCAL. DETALHAR O PROJETO ARQUITETÔNICO.
ARMAZÉM
DETALHAR A PLANTA COM BASE NOS FLUXOS INTERNOS E DE CHEGADA E SAÍDA DE MATERIAL. PENSAR EM MANEI" RAS DE LIMPAR O LOCAL.
MÓDULO ARQUITETÔNICO
ESTUDAR MELHOR APROVEITA" MENTO DOS MATERIAS, POS" SIBLIDADES DE VENTILACÃO E COMPOSICAO E POSSIBILIDADES DE FECHAMENTO.
125
BIBLIOGRAFIA BRASIL. ELEMENTOS PARA A ORGANIZAÇÃO DA COLETA SELETICA E PROJETO DOS GALPÕES DE TRIAGEMBrasíliaGOVERNO FEDERAL, , 2008. Disponível em: <http://www.mma.gov. br/estruturas/srhu_urbano/_publicacao/125_publicacao20012011032243. pdf> BRASIL. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOSBRASIL, 2012. FUÃO, F. F. Galpões de triagem e o lugar da arquitetura. In: RHEINGANTZ, P.; PEDRO, R. (Eds.). . Qualidade do Lugar e Cultura Contemporânea, controvérsias e ressonâncias em coletivos urbanos. 1. ed. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2012. p. 169–182. GUTIERREZ, E. J. O MONTE BONITO COBRIU-SE DE SANGUE : HISTÓRIA DO SÍTIO CHARQUEADOR. 2010. HERNANDES, J. et al. Capacitação dos catadores de cooperativas do Município de Pelotas-rs , sobre a política nacional dos resíduos sólidos about the national policy of solid residue. Expressa Extensão, p. 194–205, 2015. IPEA. Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável no Brasil. 1. ed. Brasília: IPEA, 2013.
JACQUES, P. B. Corpografias urbanas. 08, fev. 2008. RAMOS, S. ESTRUTURA URBANA HISTÓRICA : A importância dos primeiros caminhos e sua permanência na estrutura urbana de Pelotas, RS. ZEELAND, A. Cataforte/RS . Fortaliecimento do associativismo e cooperativismo dos catadores de Materiais recicláveis. 1. ed. Porto Alegre. ZEELAND, A. ECONOMIA SOLIDÁRIA E DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM ESTUDO DA SUSTENTABILIDADE DE EMPREENDIMENTOS ECONÔMICOS SOLIDÁRIOS E DAS CONDIÇÕES DE VIDA DE CATADORAS E CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS. [s.l.] Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2016.