cultura | moda | comportamento
O último ballet romântico
Tendências
outono/inverno
2014
Giselle chega ao Brasil
Mary
Lambert e a criação de um hino gay
E ambientes descolados garantem o glamour das noitadas em SP
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editora
Seletividade
pg.10
Mary Lambert
Entrevista
pg.13 música / letra
Gerência Executiva Janaína Mendonça
Novos Negócios Wesley Lopes
Assessoria de Circulação Wellington Oliveira
Equipe Administrativa Financeira Débora Sampei, Simone Reinhardt, Elisiane Freitas, Yandra Peres, Gleice Carvalho e Pedro Moura
Operação e Manuseio FG Press www.fgpress.com.br
Distribuição em Bancas
edição #1
‘‘she keeps me warm’’
arte
cinema
pg.5
Porquê
Dell’Arte anuncia o célebre Ballet do Teatro
pg.20
editora
FC Comercial e Distribuidora S.A Treelog Logística
Direção Editorial Gabriela Magalhães
“Azul é a Cor Mais Quente”
Equipe Comercial
NÃO É um filme sobre lésbicas
Produção Gráfica
E porquê ele é ótimo!
Sidney Almeida, Vanusa Batista e Cristina Quintão
Maylene Rocha
Atendimento ao Leitor Vanessa Pereira atendimento@caseeditorial.com.br
Mídias Digitais
Brasil
MODA
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tendências
Vendas no Atacado sidney@edicase.com.br vanusa@edicase.com.br
Outono inverno
Scala de Milão no
Clausilene Lima
(11) 3772-4303
Produto Desenvolvido por:
2014
entretenimento
pg.18
Direção de Conteúdo Gabriela Magalhães
crônica
As 10 baladas mais caras de São Paulo pg.14
Equipe de Arte Tami Oliveira Lais Magalhães, Ligia Fagundes, Manu Lopes e Robson Araújo
Feriado
Por Mel M. , autora do blog ‘The Girl Fucking Mia’’.
signos
Equipe de Redação Andréa Perrone - MTB 62569/SP, Matilde Freitas - MTB 67769/SP Fernanda Paraizo e Saula Lima
pg.22 Previsões mensais pg.23 para o seu signo com a astróloga Maína Mello
Contato redacao@gamaestudio.com.br Publicidade:
Editora Filiada
atendimento@lemidia.com Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da editora.
LÉS | Abril 2014 | #1
lés & você
foi você quem disse da edição
Agora sim!
em toda edição uma dica de tumblr para você conhecer!
Grazi Viera, 24 anos, São Paulo -SP Que felicidade descobrir que vai nascer uma publicação direcionada ao público homossexual feminino! Depois de muita baboseira gay, daquelas feitas por héteros PARA héteros; finalmente uma revista para atender nossas expectativas! ;)
http://fuckyeahdykes.tumblr.com
#feliz! Bruna Lorenzetti, 25 anos, Rio de Janeiro Finalmente uma revista só pra gente! Depois de ter que ‘‘ traduzir’’ e adaptar as leituras para o meu mundinho agora tem uma publicação que me entende! Muito sucesso e parabéns pela iniciativa e coragem de criar a revista! Beijos!
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Parabéns! Luiza Ramazoti, 25 anos, São Paulo Boa! Era tudo que procurava em outras revistas mas tinha que ir peneirando as informações! rs Parabéns à equipe da revista LÉS, muito sucesso!
Como é que é?
* enquete
Na era da preguiça telefônica, três leitoras contam qual foi o sms mais bizarro que já receberam: “ Preciso te ver, estou solteira!’‘ Recebi esse SMS de uma namorada minutos depois de ela terminar comigo pelo telefone! No dia eu chorei, hoje acho graça. Renata Rollemberg
Um número desconhecido mandou: ‘‘ Venha em casa hoje mesmo ou está tudo terminado entre nós.’’ Eu respondi: ‘‘Ok, estamos terminados’’. Aryane Cabral
Sou cerimonialista e estava em casa quando recebi: ‘‘Minha mesa não está sendo servida. Nos ajude, por favor’’. Foi engraçado, mas não consegui localizar a tal pessoa. Graziela Lanes
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editorial
bem vinda à bordo! Você já deve ter se sentido sozinha, a pessoa estranha em um grupo de amigas, às vezes parece que ninguém fala sua língua. No trabalho, na faculdade, parece que ninguém nunca te entende e você precisa ficar explicando quando usa alguma expressão diferente? E aquela matéria de revista que pela chamada na capa parace super interessante mas não tem nada a ver com seu lifestyle? Com um projeto gráfico diferenciado, que une elementos clássicos, modernos e despojados, e uma linguagem que faz parte do seu universo cheio de coisas acontecendo ao mesmo tempo e mesmo assim, sem perder a elegância. O formato da publicação (mais ‘‘alto’’ que as revistas convenciaonais foi pensado para que você a encontre nas bancas com maior facilidade, uma revista que como você, merece destaque e não Bom, finalmente chegou uma revista para chamar de sua! A revista Les fala sobre cultura, comportamento, moda e muito mais. Vamos discutir assuntos polêmicos, dar dicas quentíssimas para você e queremos estar por perto em todos os momentos.
Tami Oliveira Pós Graduação Design Editorial
LÉS | Abril 2014 | #1
Dell’Arte anuncia o célebre Ballet do Teatro
Scala de Milão no
Brasil
Uma das mais tradicionais e aclamadas companhias de dança no mundo chega ao Brasil em julho para apresentar o clássico “Giselle” no Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, e ainda um “Gala” em Goiânia. Apresentações no país fazem parte das comemorações dos 30 anos da Dell’Arte Soluções Culturais
Por Midiorama
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arte
Com quase 200 anos de tradição, uma das mais importantes e aclamadas companhias de balé do mundo, o Ballet do Teatro Scala de Milão, volta ao Brasil em julho com seu corpo de baile completo e traz para os palcos do país uma montagem de “Giselle”, um dos mais consagrados balés de todos os tempos. A turnê é mais uma realização da Dell’Arte Soluções Culturais, que completa 30 anos de atividades dedicadas à cultura no Brasil este ano. A vinda da companhia ao Brasil tem o patrocínio da Bradesco Seguros. Fundado em 1813 para servir às óperas da mais famosa casa de canto lírico do mundo, o Ballet do Teatro Scala de Milão logo assumiu o papel de protagonista para se tornar uma das mais importantes companhias do mundo. Dirigida atualmente
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LÉS | Abril 2014 | #1
por Makhar Vaziev, nos últimos anos destacam-se em seu extenso repertório clássicos do acadêmico ao moderno. As apresentações do Ballet do Teatro Scala de Milão no Brasil fazem parte da Temporada de Dança Dell”Arte 30 Anos, que este ano trará ainda para os palcos brasileiros a Nederlands Dans Theater I, o Nuevo Ballet Español e o Les Ballets de Monte Carlo. As apresentações no Brasil acontecem no dia 04 de julho em Goiânia, no Teatro Rio Vermelho, dias 07 e 08 de julho em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, de 12 a 15 de julho em São Paulo, no Theatro Municipal, e de 18 a 22 de julho no Rio de Janeiro, no Theatro Municipal. As apresentações em Belo Horizonte serão acompanhadas pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e as apresentações do Rio e de São Paulo serão acompanhadas pela Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, sempre com regência do maestro italiano Alessandro Ferrari. No espetáculo de Gala de Goiânia, os bailarinos da companhia dançarão as coreografias Le Spectre de la
rose (coreografia Michail Fokin – música Carl Maria von Weber), Proust, ou les intermittences du cœur (coreografia Roland Petit – música Gabriel Fauré), L’histoire de Manon (coreografia Kenneth MacMillan – música Jules Massenet), Diana e Atteone (coreografia Agrippina Vaganova – música Cesare Pugni adatt. Riccardo Drigo), La morte del cigno (coreografia Michail Fokin – música Camille Saint-Saëns), Romeo e Giulietta (coreografia Leonid Lavrovskij – música Sergej Prokof’ev), Il corsaro (coreografia Marius Petipa – música Riccardo Drigo), L’altro Casanova (coreografia Gianluca Schiavoni-música Antonio Vivaldi), Don Chisciotte (coreografia Marius Petipa - música Ludwig Minkus). Esta é a terceira turnê da companhia ao país – a primeira aconteceu em 1983 e a segunda em 2004, ambas apenas pelo Rio e São Paulo. O programa será estrelado pelos primeiro bailarinos Marta Romagna, Petra Conti, Eris Nezha, Antonino Sutera, Mick Zeni, os solistas Antonella Albano, Gabriele Corrado e algumas das novas
promessas da companhia - Alessandra Vassallo, Claudio Coviello e Federico Fresi. No elenco de Giselle estarão no palco Petra Conti e Antonella Albano, no papel da protagonista, que será vivido também em uma récita por Virna Toppi, em sua estréia no personagem. No papel de Albrecht, Eris Nezha, Antonino Sutera e Claudio Coviello, Alessandra Vassallo, Sofia Rosolini e Virna Toppi darão vida à Myrtha, e Alessandro Grillo e Marco Agostino serão Hilarion, enquanto o pas-de-deux dos camponeses Antonella Albano e Antonino Sutera, Vittoria Valerio e Federico Fresi, Denise Gazzo com Marco Agostino, Andreas Lochmann e Federico Fresi.
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arte
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O ilustre passado da companhia de balé do Teatro Scala de Milão tem suas raízes nos séculos que precederam à inauguração, em 1778, do mais célebre teatro musical do mundo, o Scala, onde permanece sediado. Sua história se confunde com o próprio nascimento do balé mundial, promovido exatamente na Itália, nas cortes renascentistas e, em particular, no esplêndido palácio dos Sforza, em Milão. Lá, entre 1779 e 1789, Gasparo Angiolini montou uma companhia com mais de cinqüenta integrantes, e Salvatore Viganò testou em várias coreografias a sua concepção pessoal do ballet d’action, definida como “coreodrama”. Viganò exerceu enorme influência sobre os autores de dança contemporâneos, como o danseur noble Carlo Blasis, cujo nome permanece para sempre ligado à escola do Scala fundada em 1813. Blasis foi diretor da “Imperial Regia Accademia” entre 1838 e 1851 e com ele estudaram as maiores estrelas da primeira metade do século XIX, entre elas Carlotta Briaza, a primeira intérprete de A Bela Adormecida de Tchaikovsky/Petipa (1890) e Pierina Legnani, a primeira Odette/Odile de O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky/Petipa (1895), a quem se deve a proeza técnica dos trinta e dois fouettés do Cisne Negro. Em 1881, a companhia estreou Excelsior, o mais celebrado dos “grandes balés” de Luigi Manzotti, antecipando o gênero da revista musical. Profissionais estabelecidos como Raffaele Grassi, Nicola Guerra e Giovanni Pratesi fizeram a travessia da companhia do Scala para o século XX. e uma nova leva de astros e estrelas contribuiu para abrilhantar o Teatro depois da pausa provocada pela primeira guerra. Grandes coreógrafos, como Michel Fokine e Leonid Massine se encarregaram de adaptar ao gosto do Scala as novidades trazidas pelos “Ballets Russes”.
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LÉS | Abril 2014 | #1
Depois da estréia em 1942 do seu Mandarim miraculoso (música de Béla Bartók), Aurelio Milloss foi encarregado por Arturo Toscanini para relançar o Ballet del Teatro Alla Scala no segundo pós-guerra. Em 1948, Massine retornou à companhia para preparar a sua Sagração da Primavera. Por mais de uma década, Massine teve uma grande influência sobre o Corpo de Baile que naqueles anos conheceu também George Balanchine, chamado ao Scala de 1952 a 1964. Contribuíram então com o seu brilho vários astros do balé como Carla Fracci, que iniciou sua carreira em 1956 interpretando Cinderela de Alfred Rodriguez e, dois anos depois, Romeu e Julieta de John Cranko. Veneza. Fracci foi partner de Rudolf Nureyev, que se apresentou pela primeira vez no Scala em 1965, e destinou à companhia quase todos os seus clássicos: A Bela Adormecida (1966), O Quebra-nozes (1969), Paquita (1970), Don Quixote e Romeu e Julieta (1980), O Lago dos Cisnes (1990), mantendo um vínculo inteiramente peculiar com a companhia dirigida por John Field a partir de 1971. Outros grandes nomes da coreografia mundial colaboraram com a companhia, como John Butler, Roland Petit e Maurice Béjart, que montou para o Scala O Pássaro de Fogo, Le marteau sans maître, Bakhti, e ainda Le Martyre de Saint Sébastien (1986) e Dyonisos (1988), mesclando várias vezes a companhia do Scala com o seu Ballet du XXème Siècle, a partir da Nona Sinfonia de Beethoven (1973). Com Le jeune homme et la mort inaugura-se, de fato, em 1955 — mas que só tomaria impulso em 1963 — a longa e fértil colaboração da companhia com Roland Petit (Le Loup, La chambre, Les demoiselles de la nuit e, mais recentemente, The Marriage of Heaven and Hell, Proust ou Les intermittences du coeur, O Anjo Azul, Tout Satie, Carmen e Notre-Dame de Paris). Nos anos 70 e 80, uma nova abertura na Europa e na América revela para a companhia coreógrafos como Jiri Kylián, Jerome Robbins, Birgit Cullberg e Louis Falco. No Lago dos Cisnes de Franco Zeffirelli (1985) apresentou-se, ao lado de Carla Fracci, uma novíssima Alessandra Ferri que se tornou, em 1992, primeira bailarina absoluta do Teatro Scala, tendo o seu nome ligado a uma longa série de estréias e criações feitas especialmente para ela, como Quartetto (1998), de William Forsythe, e Ondine de Frederick Ashton (2000). Nesse meio tempo, entre os diretores artísticos de prestígio internacional da companhia, surge Elisabetta Terabust, que exalta o talento de bailarinos como Roberto Bolle e Massimo Murru, ambos estrelas mundiais ao lado do convidado residente Maximiliano Guerra. Entre as étoiles femininas, Sylvie Guillem, que estreou no Scala, ao lado de Rudolf Nureyev, em 1987. No início de 2002, a direção artística passa para Frédéric Olivieri, ex-primeiro bailarino do Ballet de Monte Carlo. No repertório da companhia destacam-se, além dos clássicos do repertório acadêmico e moderno, coreografias de Mats Ek, William Forsythe, Antony Tudor, Glen Tetley, Alvin Ailey, Agnes de Mille, Paul Taylor, Maguy Marin e John Neumeier. Atualmente a companhia é dirigida por Makhar Vaziev, ex bailarino e diretor do Kirov.
dança
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Um conto de amor, traição e redenção. Giselle, o último ballet romântico, continua a seduzir plateias com o seu contraste entre o mundo real e o misterioso e sombrio mundo sobrenatural. Criada por Jean Coralli e Jules Perrot, e revisitada por Yvette Chauviré , sua estréia mundial aconteceu em 1841, em Paris. Giselle é uma linda jovem que vive em um vilarejo nos campos da Alsácia, na França. Ela vive feliz com sua mãe, Bertha, suas amigas e Hilarion, seu namorado. É época de colheita da uva, e as festas atraem muita gente, inclusive os nobres. O conde Albrecht é um desses nobres, e, encantado por Giselle, decide se fazer passar por um lenhador, chamado Loys, para se aproximar da moça. Giselle se apaixona pelo lenhador, e apesar dos avisos de sua mãe e das tentativas de Hilarion de desmascarar Loys, ela prefere acreditar em seu grande amor. O conde, também apaixonado, mantém a farsa com medo de perder Giselle. Uma comitiva de caçadores nobres chega à vila. Hilarion entra escondido na casa de Loys para procurar algo que possa incriminá-lo, encontrando sua roupa de nobre e sua espada, e conseguindo finalmente desmascarar o conde. Quando o jovem conta tudo a todos, a nobre Bathilde confirma que Loys é seu noivo, deixando cada morador da vila chocado com a notícia. Giselle, diante da grande decepção, enlouquece de tristeza e morre de amor. O corpo da moça é enterrado na floresta, lar das Willis. Elas são almas de jovens que amavam muito e morreram antes do casamento. Materializam-se à meia-noite, desaparecendo ao amanhecer, e buscam se vingar, fazendo com que os homens que passeiam pela floresta dancem até morrerem de cansaço. Hilarion vai visitar o túmulo de Giselle e as Willis começam a aparecer. Myrtha, a rainha das Willis, convida-as para iniciar Giselle em seus ritos. Hilarion, então, é perseguido e levado à morte. Albrecht aparece, carregando lírios, e Giselle surge para ele. As Willis reaparecem, e Myrtha o condena a dançar até a morte, mas o amor de Giselle por ele é ainda grande. Ela o ampara e o protege com a ajuda da cruz de seu túmulo, poupando a vida de seu amado até o amanhecer, quando as Willis desaparecem.
Makhar Vaziev, diretor
Nascido em 1961, em Alagir, uma cidade nas montanhas do Cáucaso, situada na fronteira entre a Rússia e a Geórgia, Makhar Vaziev entrou para a Academia Agrippina Vaganova em São Petersburgo (turma de Yury Umrikin) em 1973. Em 1979, começou a dançar no Ballet Kirov, onde foi oficialmente contratado em 1981, após a sua formatura. Foi promovido a solista em 1986, e a primeiro bailarino em 1989. Entre 1995 e 2008, atuou como diretor do Kirov no Teatro Marijinsky em São Petersburgo. Durante os 13 anos da sua gestão, o repertório da companhia russa ganhou a colaboração de alguns dos maiores coreógrafos do século XX, como George Balanchine, Hans van Manen, John Neumeier, William Forsythe, Harald Lander, Kenneth MacMillan, Pierre Lacotte e David Dawson. Em 2002, Vaziev foi nomeado Artista Honorífico da Rússia e também recebeu o prêmio Spirit of Dance na categoria cavaleiro da dança.
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Mary Lambert
Sobre como escrever um hino gay cantando com Madonna, e vendo Queen Latifah Marry Casais Gays LÉS | Abril 2014 | #1
Entrevista
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o domingo passado, o extremamente talentoso Mary Lambert realizada em frente à sua maior audiência ainda quando ela cantou o refrão de Macklemore e Ryan Lewis hino “Same Love” durante a cerimônia Grammys , que se desenvolveu em um dueto com Madonna e, mais notoriamente, uma massa casamento oficiado por Queen Latifah. É impossível superestimar a influência do desempenho teve em uma audiência global que talvez nunca tinha esperado para testemunhar um casamento do mesmo sexo. O performer fora passou os últimos meses em turnê com o duo de rap e realizando exposições individuais em todo o país para apoiar o seu EP Welcome To The Age Of My Body , uma coleção cadenciada de composições próprias de Lambert, incluindo “Ela me mantém aquecido”, uma música completa que evoluiu a partir do coro assombração em “Same Love.” Atualmente trabalhando em seu primeiro álbum full-length, Lambert recentemente conversou com Queerty sobre apresentar ao lado de Madonna, crescer com uma mãe lésbica e escrever uma canção que se tornou um LGBT indiscutível hino.
Suas letras são muito confessional e você é muito sincera quando bate-papo com o público entre as músicas durante seus shows ao vivo. Existe alguma coisa que está fora dos limites ou que você não irá revelar sobre si mesma? [Risos] Isso é uma boa pergunta. Acabei de sair de uma entrevista e eu senti como se deu muito de mim e eu nunca me senti assim antes. Na verdade, estou no processo de aprender a definir um balanço agora. Há algumas coisas na minha vida que eu quero manter privado e sagrado, especialmente se elas envolvem outras pessoas. Mas é importante ter discussões sobre imagem corporal e abuso de saúde mental e estupro e. Essas são todas as coisas muito importantes para falar. Eu não espero que todos sejam tão vulneráveis como eu sou, mas a única maneira que pode haver soluções para esses problemas é se formos honestos sobre [essas questões].
Você foi criada Pentecostal, que segue uma doutrina religiosa muito conservadora. Que tipo de homofobia você encontrou? Por causa da natureza do trauma e mecanismos de enfrentamento que há um pouco da minha infância que eu tenho maciçamente bloqueado. Uma coisa que eu sei é a reação de minha mãe nessas situações. Uma coisa que eu entendi é que tinha um monte de amigos muito próximos na igreja e tivemos uma grande comunidade na igreja, em seguida, quando os meus pais se divorciaram ir para aquela comunidade estava desligado. Lembro-me de não ver qualquer um dos amigos da igreja mais. Fomos evitado. Lembro-me de a minha mãe ser muito, muito deprimido. Lembro-me de pensar que era a coisa mais ridícula. Lembro-me desde cedo que queria ser um campeão de todas as coisas boas. Encontrei uma igreja evangélica na escola, então eu olhei padrões minuciosos diferentes na minha relação com o cristianismo. 11
É importante ter discussões sobre imagem corporal e abuso de saúde mental e estupro. São coisas
muito importantes para falar ”
Você ainda se considera religiosa? Eu ainda me considero um cristão, mas para mim é mais uma jornada pessoal do que qualquer outra coisa que eu não falar sobre isso de super abertamente. Tenho momentos divinos com Deus e com os que muitas vezes acontecem por meio da música. Eu definitivamente acho que a minha relação com a comunidade cristã mudou, mas não o meu relacionamento com Deus.
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Entrevista
Sua mãe também é lésbica. Como foi crescer com um pai gay antes de vir por si mesmo? Ele nunca foi estranho para mim. Eu acho que é assim por um monte de crianças com pais gays. É só estranho porque outras pessoas fazê-lo estranho. Comecei a levantar-se e dizer às pessoas que não podiam dizer gay com uma conotação negativa. Eu me lembro de estar na quinta série e dizendo: “Você não pode usar ‘gay’ de forma pejorativa.” [Risos]
Como as crianças reagem ?
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Oh, eles começaram a me chamar de lésbica. Claro que algumas das crianças eram legais, mas, em geral, eu era uma estranha total. Eu era apenas uma garota estranha de qualquer maneira. Era uma daquelas crianças que falam sozinhas. Eu não tinha um par de jeans até os 15 anos. Eu só usava calças stretch todos os dias. Olhando para trás agora eu estava muito à frente do jogo. Nunca foi uma opção para mim que eu poderia ser gay, porque eu nunca conheci ninguém da minha idade que era gay. Assim que eu percebi que eu pensei: Oh meu Deus, eu poderia realmente ser gay? Eu tinha entradas de diário de quando eu tinha 13 anos em que eu escrevi, “eu poderia ser gay. Eu sou atraído por mulheres. Eu gosto de beijar meus amigos. Mas, para estar em um relacionamento seria muito estranho. “Então, quando eu tinha 17 anos eu conheci uma garota e pensei Oh, OK.
Estou fascinado com a dinâmica entre mãe e filha, ambas lésbicas. Como você chegou a ela e qual foi sua reação? Eu pensei que ia ser muito fácil. Fui para casa um dia e disse: “Hey mãe, eu estou namorando uma menina e agora eu sou gay.” Eu nunca senti que era uma discussão que eu precisava ter. Eu já tinha manifestado que eu tinha sentimentos por um amigo meu, mas eu estava realmente chocado com a reação dela, porque ela estava chateada. Ela disse: “Eu acho que você está passando por uma fase e eu acho que é muito perigoso para você sair agora, se de fato você é gay. Acho que deve esperar até a faculdade. Com o tempo eu entendi suas motivações. Ela só estava apenas preocupada com a minha segurança. Ela também estava aliviada que eu não iria engravidar. [Risos]
LÉS | Abril 2014 | #1
música / letra
Falando do Grammy, como você chegou a escrever “Ela me mantém aquecido”, que começou como o coro de “Same Love?” Eu escrevi o refrão especificamente para “Same Love” e eu continuei sendo solicitado a realizar-lo em shows. Mas eu não estou indo para o rap, eu não vou fazer isso. Eu não estou indo para executar a uma faixa. Ao invés de fazer isso eu trabalhada uma canção em torno dele. Não era meu plano para gravá-la. Eu queria me separar de alguma forma, mas a procura foi tal que quando eu fiz isso ao vivo em uma emissora de rádio, em seguida, foi à loucura. As pessoas queriam isso para seus casamentos. Houve uma fome para o outro lado. Eu pensei que era apropriado, e eu não estava tentando montar qualquer caudas do revestimento. Eu amo tocando a música e isso significa alguma coisa para mim, por isso é um ganha-ganha.
O que o inspirou a letra? Houve diferentes encarnações. Eu queria escrever uma canção de amor que era aplicável daqueles primeiros borboletas que você começa quando você conhece alguém. Eu queria que ressoam com todo mundo. Eu assisto comédias românticas o tempo todo - eu sou obcecado. Eu assisto The Bachelor. A questão de fundo é que eles são os sentimentos de amor e atração. Eu amo o amor. Acho que as pessoas retas love love, também. Eu não acho que eles percebem que eles adoram qualquer tipo de amor. Esperemos que a música ressoa dessa forma. Mesmo que seja um contexto diferente do principal é o mesmo. E então, o refrão é familiar, mas eu queria que ela tivesse um duplo sentido - Eu sempre vou me sentir assim. Eu sempre vou ser atraído por ela.
No Grammy você tem que executar o refrão “Love Same” como um dueto com Madonna. Ela estava já familiarizado com você e da música? Sim, o que era uma loucura. Ela sabia que a música. Eu ainda estou processando o que isso significa. Essa é a minha vida agora.
Vocês duas batem papo? Sim, totalmente. Tivemos dois dias de ensaios juntos. Eu a considero um amigo agora. Fiquei muito emocional, e não apenas a partir da música, mas do fato de que as pessoas estavam se casar durante a música e Madonna estava cantando minhas letras. Houve um momento em que eu estava chorando e ela enxugou as minhas lágrimas. Ela é maravilhosa.
Qual foi a sua opinião sobre Queen Latifah? Qual era o seu humor como o dia em que oficiar os casamentos? Oh meu Deus, ela estava em êxtase. Ela era linda e tem um tal brilho sobre ela e tem uma energia tão bonita. Nós não temos ensaios com ela, apenas um ensaio geral. Eu a conheci por alguns instantes. Ela foi maravilhoso.
Você está namorando Michelle Chamuel, que era um ex-participante do The Voice. Quais são os desafios de namorar outro cantor? Para mim, a distância é difícil, mas acho que isso é verdade para qualquer um. No final do dia, nós dois estamos muito focados em nossas carreiras e que contribui para uma relação incrível. Eu acho que é porque nós dois entendemos um ao outro dessa forma.
Você está trabalhando em um álbum completo. O que você pode revelar sobre isso? Haverá partidas surpreendentes ou colaborações? Espero que haverá algumas colaborações. Eu ainda estou classificando isso. Estou extremamente orgulhoso do álbum. Estou além animado. Eu não posso esperar para que ele seja liberado para que as pessoas possam ouvir o que temos vindo a trabalhar. É um som diferente realmente distinto. Eu não tenho palavras para descrever o que eu estou tão animado sobre isso.
‘‘she keeps me warm’’ She says I smell like, safety and home I named both of her eyes, forever and please don’t go ‘cause I know this kind of love, I’ve been here before It’s good for a while ‘till she walks out the door And I can’t change, even if I tried, even if I wanted to And I can’t change, even if I tried, even if I wanted to My love, my love, my love, my love She keeps me warm, she keeps me warm She keeps me warm, she keeps me warm What’s you’re favorite word? do you like kissing girls? Could you stand to date a vegetarian? Would you hold me close? could you kiss my nose? Can I call you baby? Yeah... yeah She says that people stare ‘cause we look so good together Yeah And I can’t change, even if I tried, even if I wanted to And I can’t change, even if I tried, even if I wanted to My love, my love, my love, my love She keeps me warm, she keeps me warm She keeps me warm, she keeps me warm Love is patient, love is kind Love is patient, love is kind (not crying on sundays, not crying on sundays Not crying on sundays, whoa) Love is patient, love is kind Love is patient, love is kind.
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Casas noturnas de
luxo
transformam São Paulo em
Nova York Clientes associados, público seleto e ambientes descolados dão glamour às noitadas do high society paulistano, que chega a gastar mais de R$ 1 000 na balada
O requinte da noite paulistana não se restringe a restaurantes e lojas finos, também inclui casas noturnas cada vez mais sofisticadas. Com ingressos caros e ambientes descolados, baladas luxuosas atraem endinheirados que buscam diversão em grande estilo. Em uma balada de luxo, o público é seleto. Para isso, há sempre uma hostess na porta, que avalia se os candidatos a frequentar a casa noturna se enquadram ou não ao perfil exigido. Os critérios, normalmente, dizem respeito ao traje escolhido. Em algumas casas, o acesso é ainda mais restrito, com privilégios para associados e cobrança de até R$ 500 para um simples mortal entrar na balada. Para frequentar o que há de melhor na noite de São Paulo, a regra básica é chegar sempre bem vestido e estar disposto a gastar muito dinheiro sem dor na consciência.
LÉS | Abril 2014 | #1
entretenimento
As 10 baladas mais caras de São Paulo Josephine
Mynt Lounge
Aberta neste ano, a Josephine integra o time das boates estrangeiras que abriram suas portas por aqui. Filial de um clube em Washington, nos Estados Unidos, a balada leva a tecnologia para as portas, com as hostesses checando a lista de convidados vips em iPads. Apesar da decoração discreta e sem grande ostentação, os preços revelam que o lugar é sim para um público refinado: as long necks não saem por menos de 18 reais. Enquanto a black music dá o tom nanoite de quarta, o tradicional house é a pedida nos fins de semana. Com um vistoso telão de placas de LED instalado sobre a pista, o espaço abriga até 500 pessoas. Nas quartas e sextas, a entrada custa 200 reais para eles (com 170 reais consumíveis) e 100 reais para elas (70 reais consumíveis). No sábado, o preço sobe apenas para os homens: 250 reais, com 200 reais de consumação. Rua Doutor Mário Ferraz, 590, Jardim Paulista
Mesas com tela touch screen, sistema israelense de reconhecimento facial e jatos de nitrogênio para resfriar a pista: saiba o que oferecem as baladas mais caras de SP
Replicando a mesma estética da boate homônima em Miami, a filial brasileira da Mynt Lounge foi inaugurada em 2007. Depois de apenas seis meses, entretanto, a casa foi fechada por funcionar em área residencial. De volta ao bairro do Itaim Bibi, mas em um novo endereço, a balada reabriu as portas neste ano. O ritmo reinante é mais uma vez o house. E no ambiente que conta com projeções na parede, os mais de trinta camarotes que rodeiam a pistaprincipal custam a partir de 2.500 reais. Uma pista reservada de hip hop costuma abrir depois das 3h. Para entrar, mulheres gastam 50 ou 80 reais, sendo que a opção mais cara dá direito à consumação de 60 reais. Para os homens, os preços são 150 ou 250 reais, com 200 reais consumíveis. Rua Clodomiro Amazonas, 482, Itaim Bibi
Mokaï Associada aos mais modernos e descolados, a emblemática rua Augusta também abriga um dos point dos bem nascidos da capital paulista. Atrás do número 2.805, no Jardim Paulista, fica a Mokaï, filial da casa noturna de mesmo nome em Miami. Decorado com imagens da rainha francesa Maria Antonieta, a boate conta com uma profusão de lustres e correntes douradas enfeitando a pista principal, o lounge e uma área exclusiva para hip hop. Entre os sócios da empreitada estão Rico Mansur e Amir Slama. A entrada custa 60 reais para as mulheres e 140 para homens. Com consumação, o preço sobe para 90 e 300 reais, respectivamente. Rua Augusta, 2.805, Jardim Paulista
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3P4 A 3P4 (fala-se Três por Quatro) ganhou a noite paulistana em 2008, quando também propunha aliar restaurante e casa noturna em um mesmo espaço. Mas os donos, entre eles o empresário Rico Mansur, resolveram eleger a balada como prioridade. No espaço iluminado por lustres coloridos e com as paredes recobertas por imagens de beldades fotografadas por André Schiliró, as quintas são dedicadas ao house. Nas sextas e sábados, a batida eletrônica divide espaço com o hip hop. Para entrar, homens pagam 200 reais e mulheres 50, desde que inscritos na lista vip. Fora dela, as moçam pagam 100 e os homens desembolsam entre 250 e 300 reais, dependendo da lotação da casa e da atração da vez. Nos seis camarotes que acomodam até 15 pessoas, os clientes levam garrafas de champanhe Veuve Clicquot e vodka Blue Spirit por preços que chegam a 3.000 reais. 16
Club A Com coqueiros de cristal entalhados à mão, a casa do apresentador Amaury Jr. abriu as portas em 2009, no lobby do hotel Sheraton. A princípio, apenas os sócios que pagavam 5.000 reais pela titularidade podiam frequentá-la. A exceção ficava para os amigos dos 20 embaixadores do Club A - nomes da alta sociedade escalados para selecionar o público. As regras foram afrouxadas em 2011 e hoje os shows variados de jazz, MPB e pop rock são abertos aos afortunados em geral. A entrada custa 150 reais consumíveis, acrescida de um couvert artístico de 40 reais. Duas vezes por mês, o espaço que recebe até 200 pessoas no jantar faz as vezes de boate para acomodar até 800 pessoas. A balada custa 50 reais para as mulheres e 150 para os homens até às 23h. Após este horário, os preços sobem para 80 e 200 reais. Seja qual for o momento da entrada, todo o valor do ingresso pode ser revertido em consumo. Usualmente frequentado por clientes mais maduros, o Club A conta com telas touch screen nas mesas, que permitem a solicitação de pedidos e até a conversa entre usuários de diferentes “estações”. Avenida das Nações Unidas, 12.559, Brooklin
LÉS | Abril 2014 | #1
Rua Bandeira Paulista, 676, Itaim Bibi
A.F.A.I.R No espaço antes ocupado pela Pink Elephant nasceu a A.F.A.I.R. (As Far As I Remember, ou Até onde eu me lembro, em português). Em comum com a antiga balada, estão parte dos mesmos donos e o desejo de conquistar o público de luxo. São 19 camarotes espalhados pela casa, com preços que vão de 2.000 a 3.500 reais. Na pista, feixes coloridos de LED embalam os bem de vida em noites regadas a house. Os afortunados que pedem champanhe dentro dedois camarotes específicos recebem o espumante em elevadores que descem do teto. Outra novidade é o uso de um aparelho israelense que realiza o reconhecimento facial dos clientes, ajudando as hostesses a atender os clientes de forma diferenciada. Com nome na lista, homens pagam 150 reais e mulheres desembolsam 50, com os valores sendo revertidos em consumo. A entrada cheia custa 80 para elas e 200 para eles, sendo mantido o benefício da consumação. Rua Gumercindo Saraiva, 289, Itaim Bibi
entretenimento
Kiss & Fly Tradicional templo do consumo paulistano, a Villa Daslu passou a abrigar também a Kiss & Fly, filial de uma boate de Nova York. A casa surgiu depois que o restaurante Buddha Bar, que funcionava no local, foi dividido em dois em 2009. A boate ganhou a segunda parte e arrebanhou, de quebra, boa parte dos frequentadores de luxo da loja. Para entrar, as mulheres pagam 50 reais ou 90 com consumação. Os homens, por sua vez, desembolsam 140 reais ou 250 reais consumíveis. Quando algum dj internacional assume as pick ups da casa, os preços costumam subir para 300 reais para eles. Entre as peculiaridades da balada, está o jato de fumaça de nitrogênio que refresca o ambiente de madrugada por alguns segundos e o lustre de 38.000 cristais que enfeita a pista principal, importado da Itália e avaliado em 200.000 dólares.
Seven Six Outra novidade de 2011 é a Seven Six. Com inspiração em Paris, a luxuosa casa conta com uma reprodução em menor escala da Torre Eiffel na porta, fotografias da capital da França penduradas nas paredes e sofás de couro preto no lounge. Com dois andares e espaço para 600 pessoas, a boate cobra valores diferentes para os que conseguem nome na lista vip; mulheres não pagam e homens desembolsam 80 reais consumíveis. Sem o benefício, os valores sobem para 40 reais para elas e 150 para eles, com consumação. Os camarotes custam 1.500 reais para 10 pessoas ou 2.500 reais para 20 pessoas.
Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, 2041
Rua Henrique Schaumann, 170, Pinheiros
Club Disco Em um mercado no qual o sucesso anda de mãos dadas com o conceito de novidade, o lugar mais antigo da lista se mantém entre os eleitos dos endinheirados em São Paulo. Inaugurado em 2000, o Club Disco já foi palco de festas privadas de modelos como Naomi Campbell e Gisele Bündchen. Apesar de abrir espaço para shows esporádicos de MPB, o house é o carro chefe da casa. O ambiente de traços futuristas e clássicos leva a assinatura do arquiteto Isay Weinfeld. Mas o grande destaque fica por conta de um painel de mais de 20 metros quadrados dos irmãos Campana. Para entrar na balada que tem Marcos Mion e Michel Saad entre os sócios, mulheres pagam 100 reais e homem desembolsam 200, ambos com consumação. Quem compra uma garrafa de vodka ou uísque no valor de 500 reais ganha o direito de ocupar uma mesa, com espaço para dois casais. Rua Professor Atílio Innocenti, 160, Itaim Bibi
Museum
Com a proposta de emendar o jantar com a balada, a Museum servia pratos japoneses e aumentava o volume na pista depois da meia-noite. Com o restaurante fechado, os bacanas paulistanos agora aproveitam apenas a noitada. Com pé direito de 12 metros e elevador panorâmico, a casa também abriga exposições temáticas. Com nome na lista vip, a entrada sai por 50 reais para elas e 150 reais para eles, com consumação. Sem nome na lista, os preços saem por 70 para as mulheres e 200 para os homens. Rua James Joule, 65, Brooklin
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Outono inverno
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2014 party
LÉS | Abril 2014 | #1
Conheça as peças must have que não vão te abandonar na temporada mais fria
MODA
trabalho
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street
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Porque “Azul é a Cor Mais Quente” NÃO É um filme sobre lésbicas E porquê ele é ótimo! Quando foi divulgada pela primeira vez a estréia do filme Azul É A Cor Mais Quente no Brasil, imediatamente rolou uma comoção entre todas as lésbicas que ficaram ansiosíssimas, dizendo que finalmente um filme lésbico seria transmitido nos cinemas e elas estavam curiosas para saber se o “mundo lésbico” seria retratado da “maneira correta”. Me lembro de ter, em primeiro lugar, questionado a tradução do título, já que o original – em francês – é La Vie D’Adele. E foi daí que minha crítica ao assistir o filme partiu. Já logo aviso que esse post vai ficar gigantesco, um pouco “arrogante” e CHEIO DE SPOILERS. (Se você ainda não assistiu o filme, não leia.) Bom… Adele é uma personagem naturalmente enigmática e hipnotizante, arrisco dizer que, principalmente, por causa da atriz que a interpreta: Adele Exarchopoulos. A atriz francesa interpretou uma personagem com características simplórias, tímida e de aparência simples; mas não conseguiu evitar de transpor nela um pouco da sua essência pessoal (na vida real), que é sexy, provocadora e blasé. Essa mistura entre pessoa real e personagem foi a pimenta que o filme precisava para dar certo.
LÉS | Abril 2014 | #1
Deu tão certo que, apesar das críticas negativas que escutamos por aí de muitas lésbicas que assistiram, o filme levou a Palma de Ouro no Festival de Cannes; prêmio esse que foi dado à aclamadíssimos filmes como Taxi Driver, Pulp Fiction e La Dolce Vita. Vale lembrar que a bancada de avaliação é composta por pessoas de nível altíssimo em conhecimento teórico e prático do cinema, pessoas que você – – deve, no mínimo, respeitar a opinião. E eu disse tudo isso para explicar que, tendo consciência dessas informações, assisti pela primeira vez o filme com o coração e a mente aberta, para captar o que ele realmente queria dizer. O que mais me chamou atenção no filme foi uma característica muito forte nos filmes europeus (e bastante ignorada nos filmes norte-americanos e brasileiros), que é a representação visual fortíssima dos sentimentos dos personagens de uma forma crua, silenciosa e visceral.
cinema
Podemos reparar em cenas, como na festa de exposição das artes da Emma, que Adele passa por questionamentos sobre a reciprocidade de seu amor pela amada, e esse sentimento não é retratado por meio de diálogos, ele é retratado através do olhar da personagem e de imagens transmitidas no cenário da cena (no telão ao fundo, na dança dos convidados, nas cores). A cena de sexo com o garoto no início, a cena de dança com as crianças, a cena de masturbação, a cena fumando cigarros com a mão tremendo, as cenas na praça… O filme é cercado de significados subentendidos, silenciosos, tendo externado em diálogos apenas o básico, apenas aquilo que já pode ser notado e interpretado visualmente. Outro detalhe interessante que mostra isso é a utilização das cores azul e vermelho/amarelo. Diversos objetos azuis e vermelhos são misturados no início do filme (quando Adele ainda está confusa); durante o começo do namoro o azul vem muito forte; do centro da história até o fim as cores somem (até Emma tira o azul do cabelo); porém o azul volta com tudo novamente no fim para Adele, quando ela se reencontra e decide tocar o barco, enquanto as pinturas de Emma (antes totalmente azuis, pintando Adele) começam a tomar tons misturados de amarelo (pintando sua nova companheira). Tudo isso importa, tudo isso dita o ponto forte da direção. O filme não se trata sobre as relações lésbicas, muito menos sobre a descoberta homossexual de Adele. O filme se trata do amadurecimento pessoal dessa garota chamada Adele, se trata da primeira vez em que ela amou uma pessoa de verdade, em que ela saiu do casulo da “adolescente comum” para vivenciar sentimentos reais, questionamentos existenciais, o que está fazendo, por que está fazendo e se deve ou não continuar fazendo. Adele é uma pessoa que se vê numa posição completamente fora da sua zona de conforto, que ela tem a opção de evitar ou não, mas decide se jogar nessa experiência e ouvir seus instintos para descobrir quem ela é, sem se prender às regras da vida social ordinária, que é nascer, crescer, estudar, trabalhar, pagar contas, não amar e morrer. Claro, todos esses questionamentos são levantados quando Adele se apaixona por uma pessoa do mesmo sexo que ela, mas essa é a parte que deve ser menos levada em conta no filme, e é exatamente por não compreenderem isso que
muitas pessoas se decepcionaram dizendo que “o filme não retrata direito a dificuldade de se descobrir gay” ou que “o filme só mostra sexo e não os problemas de assumir para os pais”. Inclusive, é esse tipo de opinião que ainda trava relacionamentos entre duas pessoas do mesmo sexo sendo rotulados como “homoafetivos”. Casamento gay, beijo gay, filme gay, vida gay, sapato gay, escova gay, pasta dental gay. O relacionamento de Adele não é um relacionamenot gay, ele é apenas um relacionamento. O filme retrata de forma extremamente natural a evolução de um sentimento que se transforma em relacionamento, em rotina e no derradeiro fim. A forma natural com que (exceto pelo derradeiro fim) absolutamente todos os relacionamentos, independente dos gêneros das pessoas, se desenvolve ao longo do tempo. Duas pessoas se conhecem, elas se tornam mais próximas, começam a se ver mais vezes, se apaixonam, dão o primeiro beijo, passam a próxima fase, fazem sexo pela primeira vez, e aí fazem pela segunda, terceira, quarta, quinta, sexta, incansavelmente, naquela paixão inebriante de todo início de relacionamento. E aí está o motivo do número de cenas de sexo e da longa duração da primeira entre o casal. Porque o diretor não quis retratar essa história como mais um dos romances batidos que acabam e a gente fica se perguntando “E o que acontece depois do casamento? O que acontece depois que eles entram no quarto?”. Com certeza Adele Exarchopoulos é uma verdadeira revelação no cinema, pois sua interpretação não deixa a desejar em nenhum momento do filme. Ela é natural, não busca nenhum tipo de glamour ou perfeição, e torna transparente o seu envolvimento com a personagem, sua exaustão, seus limites sendo ultrapassados. Me emocionei muito com a atuação de Adele na cena em que ela é expulsa da casa de Emma e na cena do restaurante, quando ela tenta reconquistá-la. É como se realmente aqueles meses todos tivessem passado e ela estivesse por um fio. E dentro de toda essa realidade, descoberta e amadurecimento da personagem, pouco antes dos créditos, o filme mostra mais uma vez que essa não é uma história sobre lésbicas. Adele sai da galeria, andando em direção à sua casa, e não sabemos se ela é alcançada pelo homem que conheceu na exposição ou não. “Chapitres 1 et 2.” – “Capítulos 1 e 2.” A Vida de Adele continua. Lésbica ou não? Tanto faz.
THE ‘‘ REAL’’ ME (AUTORA) Bianka Carbonieri, 22 anos, mora em São Paulo e é mais conhecida por aí como “decooy”. Workaholic, louca por Social Media, estudante de Relações Públicas, italiana, taurina, viciada em café e lasagna!
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crônica
Feriado
Veio mansa, aos pouquinhos. Uma saudade quieta de você. À surdina, devagarzinho, subindo pelo lençol, tocando a minha pele... um sentimento macio. Estava calor e eu ali, num desses quartos de hotel de praia, meio à toa. Não percebi, foi inconsciente. Inconseqüente, na verdade. Me envolveu sem que eu pudesse notar. Ou lutar. Vagarosamente, se alastrou como uma brisa levinha sobre o meu corpo. Você, pois é. Foi sem querer, estava distraída, não sei. Tinha acabado de tomar banho, vestia só uma blusa folgada e havia ficado aquela sensação gostosa nas pernas, aquela moleza, deslizando-as descobertas e soltas pela cama.
Sabe, aquela sensação? De alguma forma, me lembrou das suas. Das suas nas minhas. As pernas, digo. Entrelaçadas umas nas outras, esbarrando-se, num vai-e-vem tenro. Sem sacanagem, só uma preguiça boba, dessas de fim de tarde. É, era fim da tarde também. Depois de um dia quente na praia, uma sexta-feira ociosa. Senti saudades disso, eu acho. Não sei bem o que foi. Corri a mão pelo lençol frio, sentia-o lisinho sob a ponta dos meus dedos, um percorrer agradável, despreocupado. Pensei nos seus beijos, você sabe, na sua boca. Em quando ficávamos de bobeira e você me abraçava, me beijava devagarzinho, uma por uma das minhas pintinhas. Quase não sentia os seus lábios na minha pele, de tão delicados os movimentos. Eu gostava de quando o tempo não tinha pressa para passar. E gostava da pontinha da sua língua, metida entre os dentes, da sua cara de sapeca, quando chegava até o meu umbigo e resolvia aprontar, me encher de cócegas. Nossa, parece que faz tanto tempo. Faz meses. Aí quis escrever, quis tornar você concreta de novo, transformar a saudade em palavras. Pois não queria perder o sentimento: não é todo dia que sinto falta de você. Quase nunca, na verdade. Você me machucou demais, garota – e a minha cabeça não te aceita, te recusa, me impede de te procurar na memória. Ou então, às vezes, ela chora... e como choro vez em quando, meu deus! Mas tudo de uma vez, de uma só vez, nunca aos pouquinhos, para passar logo. Já hoje foi diferente. Foi outra coisa, não foi ruim. Pelo contrário, aliás, foi tranqüilo, foi afável – mas ainda assim foi você. Você, que sempre me dói tanto. E que, de repente, não machucava. Só vinha, mansinha, sem o passado e sem erros, vinha de fininho, como uma memória boa, um grande amor, me acariciava as pernas e sussurrava carinhos no meu ouvido. “Minha linda”. Ah, meu, que saudades da sua voz. Puxei o caderno, que estava na cabeceira – sempre a postos, mania de escritor –, aí me curvei de lado, sozinha na cama, procurando uma luminosidade qualquer vinda da janela. Entrava pouca no quarto, o sol terminava de se pôr. Me esforcei para conseguir ler as letras, apoiada na minha mão esquerda. Sentia uma falta de você nas pernas, na pele, no ventre, no jeito que você se encaixava na curva do meu corpo. Encostada naquele espaço não-preenchido incômodo que me dá vez em quando, apoiada no vazio. É, às vezes, parece que falta alguma coisa. Alguém, ao meu redor. E, às vezes, te procuro. O seu tamanho, a sua proporção, procuro em outras... outras meninas, você sabe. Mas outras vezes, não. Muitas vezes, a propósito – não vou mentir, meu bem. Nessas, eu vou porque quero; vou com vontade e sem pretensão alguma de você. Têm sempre novos len-
çóis e relacionamentos para me envolver, outras garotas intrigantes sobre as quais escrever... e tenho escrito, acredite. Tenho me atrevido a fazê-lo. Fazia tempo, muito tempo, contudo, que não dedicava uma linha sequer a você. Fazia meses que não formava palavras com o seu jeito, tinha esquecido de como era bonito. E não pretendia voltar, de forma alguma – ah, se você não tivesse subido, tão de leve, na minha cama... surgido nesta praia... Viemos aqui, você lembra? Na praia ao lado, um ano atrás. Meados de novembro. Era o nosso aniversário de namoro, os nossos doze meses. Não, não foi de propósito que vim, sequer fui eu quem planejou. Até que já fosse tarde demais, eu não percebi. As redondezas, sim, mas o calendário não. E, de certa forma, acho que foi isso que entrou pela minha janela hoje, acho que foi isso que veio do mar. Das mesmas ilhas que nós olhamos juntas, desse pedaço de terra que agora se espalha ao som de ondas quebrando e ruídos de mata pelo quarto escuro. Me veio, à meia-luz, esse pressentimento tranqüilo de você, de quando tudo ainda era perfeito, de quando estivemos aqui e você ainda se enrolava delicada e despretensiosamente nas minhas pernas... uma memória sem feridas, você sabe, só boa. E, foi, foi bom lembrar. Mas foi mentira. Mentira minha, eu digo, porque me doeu. Em algum momento, me doeu. Foi leve e foi mansinho, mas doeu. Doeu depois, doeu para escrever. E escrevi aos prantos, quando você enfim passou, deixou-me na cama. Sobre os sussurros, os carinhos, as suas curvas e o deslizar das suas pernas nas minhas. Como me doeu. E doeu acender a luz, doeu ver o quarto vazio, ver minha vida sem você. Sem nem saber mais de você – que sabia tanto de mim e que por tanto tempo foi minha. Me doeu, sim. E continua doendo. Mas dói mais, e sobretudo, admitir o quanto eu te amei. Ou ainda amo, às vezes. Pois não é fácil, pequena. Não para mim...
...que te esqueço de propósito.
THE ‘‘ REAL’’ ME (AUTORA) Mel M. , jornalista, 26 anos, paulistana convicta, ego imenso, apaixonada por rock n’ roll e por mulheres tatuadas. ps: Não, eu não sou a protagonista.
LÉS | Abril 2014 | #1
signos
horóscopo
Todo começo de mês você tem um encontro marcado com Maína Mello. Nossa astróloga lê o céu pra você saber seus prognósticos no amor, no trabalho, na vida!
Áries
Touro
Câncer
Gêmeos
Leão
Virgem
Março foi um mês crucial para o seu desenvolvimento profissional, aproveite esta última semana para fazer um balanço do que ainda pode crescer e melhorar nos próximos meses.
Março está acabando e vai ficar para trás também toda aquela densidade emocional que mexeu com você. Aos poucos você vai entender as lições que precisa aprender com as últimas experiências.
Está junto ou separado? É importante definir o status de relacionamento para entrar na próxima fase sabendo com o que você está lidando. Incertezas só vão aumentar sua insegurança.
Libra
Escorpião
Sagitário
Capricórnio
Aquário
Peixes
20/03 a 18/04 É a última semana do mês, tempo de concluir processos antes de passar para o novo ciclo. A cada dia a tendência é que fique mais ansiosa pelas novidades. Viva um dia de cada vez.
20/05 a 20/06
22/09 a 21/10 O clima de reviravolta de Abril já deve se fazer sentir nessa última semana de Março. Organize a agenda da melhor maneira que puder, evite deixar qualquer coisa para depois.
21/12 a 18/01 Conforme termina o mês e se aproxima Abril você deve ir sentindo sua disposição social minguar, porque seu foco estará cada vez mais nas questões da intimidade.
19/04 a 19/05 É a última semana do mês mas é também o início do seu período pré-aniversário. Tente compreender a causa das suas angústias, é possível que a resistência à mudança esteja atrapalhando seu desenvolvimento.
23/07 a 22/08
22/10 a 20/11 É a última semana do mês, tempo de concluir processos antes de passar para o novo ciclo. Será que até aqui já deu para reinventar-se e reconquistar a autoconfiança?
19/01 a 17/02 É a última semana do mês, tempo de concluir processos antes de passar para o novo ciclo que terá a comunicação como palavra-chave. Seja mais flexível com opiniões divergentes.
21/06 a 22/07 É a última semana do mês, tempo de concluir processos antes de passar para o novo ciclo. É preciso fazer uma escolha a longo prazo e perseverar nesse caminho.
22/08 a 21/09
21/11 a 20/12 O mês está acabando e o clima de introspecção também, vá colocando a cabeça para fora de casa aos poucos e se preparando para entrar novamente em cena como quem reestreia na vida.
18/02 a 19/03 É a sua lunação de aniversário que está chegando ao fim, mas seu ano novo pessoal está apenas começando. Seria bom fazer um balanço de como transcorreu até aqui para não desperdiçar energia com o que não vingou.
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