NOITE FELIZ COM AS CRIANÇAS
Desde pequenas as crianças podem desenvolver atitudes solidárias e colaborativas que servirão de esteio para a formação pessoal. Lidar com jogos e brincadeiras pode ser uma boa maneira de inspirar este espirito humano e sensível da criançada, principalmente em tempos de festas de final de ano, quando podemos aliar diversão, ludicidade, fantasia e momentos de reflexão. Preparar a festa junto com a família, criar alguns enfeites e até mesmo colocar a mão na massa para fazer alguns os quitutes além de ser muito divertido, é uma boa maneira de envolver a criançada no clima coletivo, generoso e harmonioso entre as pessoas. Além do mais, certamente este empenho será reconhecido quando os convidados se depararem com a beleza das criações infantis e com o envolvimento da meninada no preparo das festividades. Isto confere orgulho e satisfação para todos. Nós, adultos costumamos avaliar percursos, rever caminhos e lançar nossos sonhos e desejos para o ano vindouro. O mesmo pode acontecer com as crianças, mas não necessariamente deste jeito. Para elas é na brincadeira que criam novos mundos com sonhos e boas intenções. É também quando refletem sobre o que vivenciaram, onde elaboram possíveis conflitos e interagem com os colegas. Quando brincam com os primos, irmãos e parentes estreitam laços afetivos, aprendem a conviver, pois precisam combinar do que vão brincar, dividir papeis e funções e precisam negociar sentidos e significados para as diversas invenções que nascem destes encontros. Dormir mais tarde nestas ocasiões, pode ser uma exceção concedida com cuidado, evitando chateações. O segredo está no planejamento da festa, quando ela também é pensada para as crianças e com elas. O que gostam de fazer? Quais as brincadeiras que podemos proporcionar? Qual será o espaço destinado às crianças? Descansar um pouco a tarde ajuda a aguentar melhor o sono da noite, mas se ele aparecer, não será problema se alguém dormir antes das doze badaladas. Deixe um canto previsto para esta
soneca, caso ela seja necessária, basta um sofá próximo dos adultos ou uma caminha com travesseiro e fronha limpinha. A festa das crianças pode começar e encerrar mais cedo, o importante é que vivenciem de alguma maneira este ritual e usufruam dos votos de esperança, continuidade e renovação. Um bom jeito de envolver as crianças é preparando uma mesa de refeição especial para elas. Com cadeiras, almofadas, banquinhos ou mesmo pequenos caixotes na altura delas. Com guardanapos enfeitados ou feito dobraduras sobre os pratos, adulto pode ensinar como fazer estas dobraduras. Uma toalha de papel branco ou tecido pode ser enfeitada com os motivos desenhados pelas crianças. Se desenhada em tecido, pode ser guardada e reaproveitada no ano seguinte, com certeza a lembrança será especial. Esta mesa das crianças possibilitará uma conversa mais fluída, animada entre elas e nenhum convidado ficará incomodado com “certa bagunça” que emerge desta espontaneidade infantil a mesa. Mas lembre-se: ela é uma opção, não pode soar como obrigação ou castigo para quem “supostamente não sabe se portar a mesa” junto com os adultos. Outra alternativa é fazer um canto com fantasias diversas para que possam criar um teatro livre entre elas. E que tal deixarmos disponíveis alguns adereços como um gorro de papai Noel, algumas capas, aventais, utensílios de culinária, sapatos de adultos, vestidos e paletós, caixas vazias, bonecas, bichinhos de pelúcia, fitas e tecidos para que inventem sua própria festa? E que tal também sugerir jogos e brincadeiras com este “espirito” de amizade, colaboração e afeição ao próximo que tanto nos envolve no final do ano? A seguir proponho algumas brincadeiras que podem auxiliar neste projeto, a escolha dependerá da idade das crianças, mas a grande maioria pode ser executada com a participação de todas no convívio entre idades: 1. Caça ao tesouro (preparo antecipado pelos adultos) 2. Esconde-esconde (balança caixão) 3. Quente e frio – um tipo de esconde-esconde em equipe, cada grupo deve encontrar um presente escondido pelo outro que orientará a busca dizendo: 1- quente quando a equipe se aproxima do esconderijo e frio quando ela se distancia. O “presente” pode ser uma caixa de bombons ou balas a ser dividido entre todos. 4. Cabra cega 5. Gato mia.- para esta brincadeira é melhor um quarto escuro 6. Um canto com lápis e papéis para desenhar e um varal para pendurar os desenhos na festa. Ou, um painel coletivo para que registrem suas mensagens pode ser usado por adultos e/ou crianças, com palavras e/ou desenhos. 7. Mimica de cenas, de filmes ou dos adultos da família (imitar os tios, avós, pais pode ser bem divertido) - alguém imita e todos tentam adivinhar qual foi o personagem da família representado. É um bom exercício de percepção e um jeito de se colocar no lugar do outro. Se tiver um quintal ou espaço aberto e natural é sempre gostoso observar a lua ou mesmo as nuvens, caso elas resolvam aparecer (quem nunca se divertiu imaginado formas, animais e outros objetos ao olhar as nuvens? É muito bom). E que tal fazer desejos e pedidos às estrelas? E sentir o cheio das flores e escutar o barulho do vento e dos pequenos animais do jardim? Coisas simples como estas ganham mistério e sabor especial nas festividades, esta sensação agradável do contato com os mistérios da noite e do mato ajudam a desenvolver o sentimento de pertencimento e respeito a natureza.
Mas se a comemoração for na cidade, as luzes das casas, apartamentos e das ruas também encantam. Elas podem brincar com as sombras que se formam nas paredes, podem fazer sombras com as próprias mãos e objetos e, assim, aproveitam com tranquilidade a inusitada escuridão da noite. Deixem um tempinho para contemplação, junto com as crianças, das paisagens das janelas ou das luzes de algumas velas acendidas dentro de casa. O fogo aquece a alma e instiga a imaginação das crianças, pode ser usado desde que com cautela e sob supervisão. Os fogos de artificio também encantam, mas assim como os rojões, além de perigosos podem assustar, evite usá-los. Sabemos que nem sempre os vizinhos consideram a questão, portanto, a distância, uma mão amiga e apertada ou um colinho ajudam os pequenos neste enfrentamento. É necessário criar condições para que as todas as crianças desfrutem das festividades com alegria, solidariedade e em segurança. Percebam que são consideradas, respeitadas e não sintam que os encontros são enfadonhos ou cansativos para elas.
Esta é a minha mensagem e também meu voto de um feliz 2016 para todos! Tânia Fukelmann Landau