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O mundo dos

adoçantes Conheça os tipos existentes no mercado brasileiro e saiba como age cada um

Substituir o açúcar pelo adoçante é uma das primeiras mudanças que os diabéticos fazem quando iniciam o tratamento. Sem valor energético e vitaminas, os adoçantes são usados apenas para conferir um sabor mais gostoso às bebidas e alimentos. 14 | Vida Saudável & Diabetes

Como não provocam variação glicêmica e não engordam, eles podem ser consumidos por pessoas com diabetes e por aquelas que desejam emagrecer. Os adoçantes possuem substâncias naturais (extraídas de vegetais e frutas) ou artificiais (produzidas por um processo químico) chamadas de edulcorantes (responsáveis por


Foto: Shutterstock

dar o sabor adocicado). Dentre os edulcorantes mais conhecidos estão o aspartame, a sacarina e o ciclamato. De acordo com a nutricionista Elaine Cristina Moreira, os edulcorantes têm poder de doçura muito superior ao do açúcar comum. A sacarina, por exemplo, é capaz de adoçar 300 vezes mais e a sucralose, até 600. A taumatina, edulcorante natural, tem capacidade de dulçor impressionante: três mil vezes maior que a da sacarose. A variedade dessas substâncias é usada pela indústria alimentícia no intuito de amenizar aquele gostinho sintético ou amargo que o adoçante tem. A nutricionista Gisele Rocha explica que, para isso, as empresas mesclam mais de um edulcorante na mesma fórmula. “Basta observar o rótulo dos frascos e encontrará combinações como ciclamatos, sacarina e sorbitol”, explica a especialista. Em relação à quantidade recomendada para o consumo, a nutricionista é enfática. “Quanto mais açúcar você coloca no café, mais doce ele fica. Por outro lado, quanto mais adoçante for adicionado, mais amarga a bebida se torna. O indicado é de 3 a 5 gotas por xícara pequena”, compara Gisele.

F az

bem ou mal ?

De forma geral, os adoçantes não causam efeito acumulativo e não são metabolizados pelo organismo. A sucralose, por exemplo, é eliminada cerca de 13 horas depois de ingerida. “Todos, com exceção do aspartame, não contém calorias. Mas a quantidade que ele oferece é muito pequena, por isso consideramos inexpressivas”, esclarece Gisele Rocha. Com o objetivo de orientar o consumo moderado de adoçantes, a Organização Mundial da Saúde definiu critérios para a Ingestão Diária Aceitável (IDA), ou seja, a quantidade

estimada em miligrama por quilo de peso corpóreo, que pode ser ingerida diariamente. A Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (ABIAD) criou em seu site (abiad. org.br) uma ferramenta virtual para calcular a quantidade que uma pessoa pode consumir de adoçantes por dia. Basicamente, a ingestão diária aceitável de aspartame seria de 40 mg por quilo corporal, 5 mg de sacarina por quilo e 4 mg de estévia, também calculada de acordo com o peso da pessoa. É comum encontrarmos notícias ou artigos sobre os efeitos nocivos do consumo prolongado de adoçantes. O mais atacado é o aspartame. De acordo com as nutricionistas, essas pesquisas, além de inconclusivas, são feitas com quantidades muito altas do aditivo, bem acima da ingestão habitual. “Não existe nenhum trabalho na literatura científica comprovando que o aspartame é prejudicial à saúde. As dúvidas existentes em torno dele se devem ao fato de que é uma substância absorvida pelo organismo”, explica a nutricionista Elaine Cristina Moreira. Mas há consenso entre os especialistas de que o aspartame deve ser evitado por pessoas que sofrem da doença fenilcetonúria (caracterizada pela incapacidade do organismo de metabolizar a fenilalanina, presente, entre outros alimentos, no leite e na carne). Assim, existem escolhas de adoçantes que se encaixam melhor para cada pessoa. Essa variação não está ligada à marca, mas sim às substâncias adotadas em cada um deles. Fontes: Site da Associação Brasileira de Indústria de Alimentos (ABIAD); Elaine Cristina Moreira é nutricionista, pós-graduada em Nutrição Clínica nas Doenças Crônico-Degenerativas e em Fisiologia do Exercício e consultora nutricional da Linea Sucralose; Gisele Rocha é nutricionista e responsável pelo setor de assuntos regulatórios da Lowçúcar.  Vida Saudável & Diabetes| 15


Fotos: Shutterstock e divulgação Fotos: Shutterstock e divulgação

Os tipos de adoçantes

Conheça os edulcorantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e suas principais características.

Naturais

Estévia: Extraído da planta Stevia Rebau-

diana, encontrada na região do Paraguai na fronteira com o Brasil. Os índios a utilizavam para adoçar as bebidas. O processo de purificação da planta ainda não consegue eliminar totalmente o sabor residual amargo. Pela origem natural, a estévia pode ser usada por crianças, gestantes e na culinária. Ele não é metabolizado pelo organismo e está entre as opções mais saudáveis, ao lado da sucralose.

Taumatina: Extraído do fruto africano

“Katemfe” (Thaumatococcus danielli), tem uma potência de dulçor muito grande, cerca de 3 mil vezes maior que o açúcar. A capacidade de interagir com outros edulcorantes possibilita que ele seja empregado na produção de bebidas à base de café, gomas de mascar, iogurtes, confeitarias e marmeladas.

Isomalte: Com propriedades químicas se-

Xilitol: Responsável pelo gosto de hortelã

Maltitol: Obtido através da hidrogenação,

Artificiais

Manitol: Encontrado em vegetais, é utilizado em combinação com o sorbitol na indústria alimentícia.

acessulfame de potássio é utilizado sempre junto com outros adoçantes, como aspartame e sucralose. Com poder adoçante duzentas vezes maior que o da sacarina, potencializa o sabor dos edulcorantes e é totalmente eliminado pela urina.

Sorbitol: É derivado das frutas, como

Aspartame: Descoberto em 1965, possui

melhantes às do açúcar, o isomalte ou isomaltitol é combinado com outros aditivos como xilitol e sorbitol, disfarçando o sabor residual amargo deles. apresenta de 60 a 70% do dulçor da sacarose. Não provoca cáries. Usado em doces e barras de cereais.

ameixa, cereja, maçã e pêssego. Pode ser transformado em glicose e frutose no fíga16 | Vida Saudável & Diabetes

do, mas como o processo é lento, não altera significativamente a glicemia. Geralmente empregado na fabricação de gomas de mascar “sem açúcar”, o consumo deve ser evitado por pacientes com diabetes mal controlado. Em quantidades acima de 70 g/ dia pode causar efeito diurético e laxativo.

presente em enxaguantes bucais, tem uma potência de dulçor menor do que a do açúcar. É utilizado também em forma de xaropes, barra de cereais, cookies e geleia.

Acessulfame-K: Desenvolvido em 1960, o

quatro calorias por grama e, como toda proteína, é metabolizado pelo organismo, onde


se “quebra” em três substâncias: o metanol, a fenilalanina e o aspartato. Devido à presença da fenilalanina, é contraindicado para pessoas com a doença fenilcetonúria. Já o aspartato é absorvido pelo sistema nervoso central e, por isso, pessoas que sofrem de enxaqueca e dores de cabeça devem ter seu consumo moderado, uma vez que pode potencializar as crises. Quando aquecido perde o sabor doce, por isso não é usado no preparo de receitas culinárias.

Ciclamato: Libera sabor doce lentamente,

assim é comum que seja associado à sacarina para mascarar o sabor amargo. Possui sódio e, uma vez ingerido, 40% do ciclamato é metabolizado. Nos Estados Unidos, seu uso foi proibido. Presente em refrigerantes, gelatinas, iogurtes e bolos, entre outros.

Sacarina: Primeiro adoçante desenvolvido,

em 1874. Derivada do petróleo, ela tem um sabor residual característico e esse amargor aumenta conforme a concentração. Ela não é metabolizada pelo organismo, mas é contraindicada para gestantes (porque atravessa a barreira placentária) e para pessoas hipertensas, pois possui sódio.

Sucralose: Desenvolvida em 1976, é ob-

tida da cana-de-açúcar. Não tem sódio em sua composição e sua doçura pode variar de 400 a 600 vezes em relação à sacarose e duas vezes à sacarina. Como não é metabolizada pelo organismo, a sucralose é eliminada totalmente em até 13 horas após o consumo. Não tem efeito colateral químico e pode ser consumida por gestantes e crianças. Sua segurança foi comprovada em mais de cem estudos. Encontrada em sucos à base de soja, sucos de fruta, geleias, molhos para saladas e balas, entre outros.

Açúcares

Todos os tipos de açúcar são derivados da sacarose, que pode ser conhecida por diversos nomes, dependendo de seu aspecto físico e da maneira como foi processada – melado, açúcar mascavo, açúcar de cana, açúcar de confeiteiro, açúcar refinado são alguns deles. Cada grama de açúcar tem, em média, quatro calorias. Uma colher de sopa possui até 110 calorias.

Conforme o açúcar passa pelo processo de refinamento, os nutrientes são retirados. “O refino é feito com ácido que corrói a parte da casca onde contêm fibras. Quanto mais refinado, maior a perda”, afirma a nutricionista Elaine Moreira. O açúcar mascavo tem um pouco de fibra e pode ser consumido por pessoas com diabetes que fazem uso da contagem de carboidratos. Existe ainda o açúcar presente no leite (lactose), nas frutas e no mel chamado de frutose, que é 30 vezes mais doce que a sacarose. Por isso, é preciso ficar atento para não cometer exageros. Ao consumir suco de fruta concentrado, por exemplo, o ideal é diluir em água, “um copo de 200 ml tem cerca de 10 g de carboidrato”, orienta a nutricionista Elaine Cristina Moreira. 

No supermercado

Os adoçantes são comercializados em três versões: Em pó – disponíveis em sachês;

Líquido – vendido em frascos transparentes ou brancos;

Em pó para uso culinário – apresentado em pacotes e potes.

Eles também são encontrados nas versões light e diet de bebidas e alimentos industrializados, como bolos, cookies, refrigerantes, sucos, entre outros.


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