Relação entre arquitetura e cidade Esta temática aborda as influencias mutuas entre as duas escalas de trabalho que comprometem o desenvolvimento da disciplina: a arquitetônica e a urbanística. A definição clássica de Leon Batista Alberti que considera a cidade como uma casa grande, assim como a casa uma cidade pequena, domina a consciência projetual na abordagem dos problemas de arquitetura e cidade.
Pólo da Pedra Praia do Porto, Barreiros -PE Vera Pires e Roberto Ghione
Pólo da Pedra surgiu a partir do projeto de três hotéis na Praia do Porto, no Município de Barreiros, Estado de Pernambuco. A partir dele (não construído), empresários, proprietários de terrenos e o município solicitaram uma estratégia que visasse o desenvolvimento turístico da área. A idéia foi o desenvolvimento de uma “cidade análoga”, estruturada ao longo de uma via que organiza diferentes pousadas temáticas, moradias de proprietários e funcionários, e uma grande praça panorâmica que aglutina serviços culturais e turísticos e aproveita as excepcionais vistas para o mar que o local possui.
Pode apreciar se neste trabalho a presencia de idéias de cidade que estão presentes na cultura universal: o conceito de rua como eixo estruturante de um núcleo urbano; a idéia de tipologia, como estrutura física que organiza o espaço e as atividades; a noção de praça, como
elemento cívico representativo de uma comunidade; a integração com a paisagem e com o território, na intenção de “arquiteturizar” a colina na que se implanta a proposta.
Este projeto não construído recebeu o Primeiro lugar na Premiação Nacional Hostal Exposhow, ano 2000, na categoria de Planejamento de áreas turísticas. O projeto de Praça da Independência foi o ganhador de um concurso para o entorno urbano dessa praça, localizada no centro da cidade de Recife. Representa as idéias do escritório em relação à atuação em estruturas urbanas consolidadas. O desenvolvimento deste trabalho manifesta a metodologia de analise urbana para definir uma estratégia de intervenção. Praça da Independência
A análise da estrutura de cheios e vazios do tecido urbano determina a presença de um quadrado vazio, antiga “Praça das Palmeiras” segundo verificação em pesquisa histórica. Este estudo motivou a intenção de recuperar o traçado e a estrutura física da antiga praça.
Mapa cheios e vazios - Praça da Independência
A análise dos sistemas de fluxos urbanos determinou a reorganização do sistema de transporte público, segundo solicitação das bases do concurso.
Mapa de sistema de fluxos - Praça da Independência
A análise dos eixos estruturantes define as tensões do lugar e foi fundamental para definir uma proposta de valorização de monumentos e situações urbanas existentes.
Mapa de eixos estruturantes - Praça da Independência
A análise do sistema de áreas verdes integra a vegetação existente com a proposta de valorização do contexto mediante a introdução de novas espécies.
Mapa de sistemas de áreas verdes - Praça da Independência
A síntese integra as diferentes categorias de analise numa idéia preliminar do projeto arquitetônicourbano.
Mapa síntese - Praça da Independência
O projeto se resume numa praça quadrada definida por palmeiras (releitura dos documentos históricos), com um estado na confluência dos principais eixos urbanos onde a população possa se manifestar em diversas expressões culturais. O motivo do concurso era projetar um “Marco para o Terceiro Milênio”. Este trabalho valoriza as ricas expressões culturais pernambucanas e as expõe no centro da praça como mensagem da vivencia social neste inicio de século.
Praça da Independência
Elementos simbólicos qualificam e preenchem de significado o projeto, como uma “porta ao passado” que valoriza a igreja de Santo Antonio; água e pontes, que referenciam à paisagem urbana de Recife; uma rampa e mirante, que permite observar a praça de cima, valoriza a Igreja do Rosário e promove espetáculos populares espontâneos; um telão, que permite transformar a praça em centro de eventos coletivos.
Praça da Independência
Uma preocupação do escritório na relação entre arquitetura e cidade é o encontro entre a cidade e o mar; entre o choque muitas vezes violento da ordem urbana, rígida e dura, com a ordem da natureza, leve e maleável, que se produz na maioria das cidades litorâneas do Brasil. Varandas do Atlântico é um conjunto de cinco edifícios articulados entre eles, que configuram uma frente para o mar continua e ondulada, que contrasta com a ordem rígida da quadricula urbana que define a fachada posterior. Esta solução permite as vistas para o mar de todos os ambientes, assim como as ventilações cruzadas favorecidas pela solução dos apartamentos com salas vazadas.
Condomínio Varadas do Atlântico Cabedelo-PB, 2004 Vera Pires e Roberto Ghione
Condomínio Varandas do Atlântico
Condomínio Varandas do Atlântico
Um grande parque aquático constitui o centro de atenção das áreas externas. Um muro de vidro divide e ao mesmo tempo integra a ordem natural da praia e o mar, com a natureza arquiteturizada em piscinas, pérgulas, jardins e apoios de lazer. O resultado é um conjunto inédito, que combina a residência com o lazer altamente qualificado que só se encontra na arquitetura hoteleira.
Piscina -Condomínio Varandas do Atlântico
Piscina- Varandas do Atlântico
Morada do Atlântico é um projeto inédito que combina casas com edifícios residenciais num mesmo condomínio. Os edifícios adotam a ordem rígida da quadricula urbana, definindo um espaço regular onde se localizam a piscina e as atividades de lazer. As casas adotam a ordem mais livre da natureza, do mar e da praia, estruturando um percurso de pedestres sinuoso, que contrasta com a rigidez dos edifícios. O contraponto entre as duas ordens gera uma
espacialidade externa rica e variada. As analogias de “praça” no espaço definido pelos edifícios, e de “rua” na seqüência de casas são evidentes na solução arquitetônica - urbana deste conjunto.
Condomínio Morada do Atlântico Cabedelo-PB, 2002 Vera Pires e Roberto Ghione
Fachada- Condomínio Morada do Atlântico
Todos os ambientes principais possuem vistas para o mar, destacando se as salas, que são vazadas e favorecem a constante ventilação cruzada. As casas estão resolvidas com uma rica geometria que favorece as vistas para o mar e a ventilação de todos os ambientes.
Condomínio Morada do Atlântico
Arquitetura e paisagismo foram pensados como uma unidade, que se integram e valorizam mutuamente.
Corte - Condomínio Morada do Atlântico
Planta - Condomínio Morada do Atlântico
Terraços do Atlântico é um conjunto residencial localizado num terreno relativamente estreito, de frente para o mar. Uma grande área aberta, com piscinas e apoios de lazer, constitui a área mais privilegiada do projeto, penetração da natureza “arquiteturizada” entre os edifícios. Uma seqüência de três edifícios baixos se organiza de frente para a área aberta, e um edifício de maior altura localiza se na parte posterior do terreno. Os edifícios baixos articulam se entre eles com um telhado de amplo beiral suportado por mãos francesas de madeira, que sombreia as fachadas e cria uma situação inédita em edifícios residenciais. Esta solução de cobertas de casas transladada aos edifícios humaniza o conjunto, tira a rigidez própria da arquitetura imobiliária e dá um caráter “praieiro” ao conjunto.
Condomínio Terraços do Atlântico Cabedelo-PB, 2005 Vera Pires, Roberto Ghione e Waltair Brito
O projeto (não construído) do Enotel Residence é um conjunto de casas e apartamentos destinados a segunda residência, localizado na praia de Porto de Galinhas, num terreno vizinho ao atual hotel Enotel. O conjunto estrutura se como uma grande muralha fechada para a rodovia de acesso e para uma rua lateral, que o protege da insolação do poente e garante privacidade em relação a outros empreendimentos que possam ser construídos no futuro. Um edifício de recepção e acesso é a única abertura que conecta o exterior com o interior do conjunto.
Enotel Residence Porto de Galinhas-PE Vera Pires e Roberto Ghione
O interior assume a ordem leve e ondulante que provem da natureza, da praia e do mar. Edifícios de quatro pavimentos definem um limite onde dispõem se diferentes tipologias de residências que respondem a programas particularizados. O paisagismo e a disposição das unidades residenciais interpreta a ordem livre da natureza e contrasta com a rigidez da “muralha” que limita o conjunto. Cobertas em telhas com amplos beirais, plantas vazadas com ventilação cruzada, disposição geométrica que garante vistas e privacidade a todas as unidades, racionalidade construtiva derivada de uma geometria precisa que define os telhados, núcleos de circulações verticais estrategicamente localizados, arquitetura sombreada e “praieira” com abundante utilização de madeira de reflorestamento são características que qualificam o projeto e dão um senso de pertencia ao lugar.
Perspectivas- Enotel Residence
Winterville é um conjunto de residências de fim de semana localizado em Gravatá, cidade de montanha no interior de Pernambuco, numa área periférica de nove hectares. O empreendimento (atualmente em processo de construção) consta de um edifício de serviços, com lojas, restaurante e administração, concebido como porta de acesso veicular. A circulação de veículos está resolvida mediante um anel perimetral, solução que separa carros de pedestres. Os edifícios, que definem diferentes tipologias de habitações, dispõem se ao redor
de um grande espaço social, onde localizam se piscinas e equipamentos de lazer, atravessado por uma calçada que articula as circulações de pedestres dentro do conjunto. A disposição dos edifícios residenciais criam diferentes situações internas: uma parte localizados tangenciando a área de lazer, e outra parte de forma centrípeta. Esta solução permite resolver uma frente continua de uma lado, a outra aberta às vistas que a localização oferece. Outra área do conjunto está definida por residências individuais localizadas em torno de um lago existente.
Condomínio Winterville Residence (em construção) Gravatá-PE,2008 Vera Pires e Roberto Ghione
Grandes telhados com sombra e transparências definem a plástica dos diferentes tipos de edifício, criando uma interpretação contemporânea das casas de campo. A adaptação dos edifícios à topografia permite definir situações diversas e cambiantes, que evitam a monotonia que um conjunto desta escala possa gerar. O escritório projetou diferentes conjuntos de residências de fim de semana na periferia de Gravatá. Todos eles organizam se ao redor de uma grande praça interna, onde localizam se apoios de lazer. As residências, de baixo custo, oferece uma variante de tipologias para unidades entre 90 e 100 m² que Condomínio Boulevard da Serra foram desenvolvidas atendendo às Gravatá-PE, 2003 exigências do mercado imobiliário e Vera Pires e Roberto Ghione às expectativas de consumo de segunda residência para classe media, baseada em tipologias com uma imagem de “casa de campo pitoresca”, presente no subconsciente coletivo.
Condomínio Village da Borborema Gravatá-PE, 2005 Vera Pires e Roberto Ghione
Condomínio Serra das Russas Gravatá-PE, 2005 Vera Pires e Roberto Ghione
Condomínio Serra do Araripe Gravatá-PE, 2008 Vera Pires e Roberto Ghione
Condomínio Village do Marotto Gravaté-PE, 2004 Vera Pires e Roberto Ghione
Condomínio Village da Canastra Gravatá-PE, 2006 Vera Pires e Roberto Ghione
Condomínio Villa da Serra Gravatá-PE, 2007 Vera Pires e Roberto Ghione