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* sexta-feira, 21 de novembro de 2008 * ano 0I * nr. 01 *

Perspectivas e desafios dos médicos dentistas Os cheques dentista, a polémica dos seguros são alguns dos temas analisados por Orlando de saúde e a não actualização da convenção Monteiro da Silva, bastonário da Ordem dos da ADSE e a proliferação de grandes clínicas Médicos Dentistas. p. 03

O laser na medicina dentária

artigos Nuno Franchini escreve sobre a relação entre a Saúde oral e a auto-estima p. 02 Luís Macieira fala sobre a nova era da prótese dentária p. 04 Hélder Monteiro explica a importância da terceira dentição p. 04

Ana S. Lopes revela que a medicina dentária é sinónimo de inovação p. 05


* artigo

Saúde oral e auto-estima * Por Nuno Franchini, sócio e director clínico da DentalMed do Porto

C. McGrath, Professor Associado de Periodontologia da Universidade de Hong Kong, e R. Bedi, realizaram um estudo em que foram questionadas 1838 pessoas acerca do número de dentes naturais que ainda mantinham e sobre a influência que os dentes, gengivas e boca tinham sobre diversos aspectos da vida. Auto-estima: 1. estima por si próprio 2. opinião favorável de si mesmo 3. Confiança e satisfação em si próprio.

Na opinião de 66% dos inquiridos, a saúde oral era relevante em relação à aparência. Já 63% afirmaram que a saúde oral influenciava o conforto, enquanto 62% associaram a sua importância ao acto de comer; 43% achavam que melhorava o convívio social, e 42%, os relacionamentos amorosos. A pesquisa revela ainda que 49% dos participantes sentiam que os dentes e as gengivas aumentavam a sua auto-estima. (British Journal 2002; 193:521-524) Auto-estima é definida como opinião favorável de si mesmo ou confiança e satisfação em si próprio, sendo considerada uma componente importante da saúde emocional. O nosso sorriso tem um peso forte na auto-estima, é com ele que comunicamos com os outros e demonstramos o nosso estado de espírito, transformando-se no nosso cartão de visita. Cobrir a boca com a mão ao sorrir é um claro sinal de timidez, mas esse não é um hábito exclusivo de envergonhados, é também um recurso daqueles, extrovertidos até, que sofrem apenas de uma vergonha específica: a própria boca. Dentes mal posicionados, inestéticos e ausentes, ou até mesmo a halitose são como a cárie para a autoestima, corroem a vontade de sorrir. É neste âmbito que a Medicina Dentária intervém e tem uma palavra forte a dizer não só na estética, bem como no bem-estar e funcionalidade da cavidade oral, através de inúmeras especialidades, entre as quais a Ortodontia. A Ortodontia é a especialidade que lida com problemas dentários tais como dentes mal posicionados, bem como com problemas esqueléticos relacionados com má posição dos maxilares. São inúmeros os relatos de crianças sobre o facto de serem gozadas e diminuídas na escola pela aparência física, nomea-

damente do sorriso e todos sabemos como as crianças podem ser cruéis. A resposta a alguns destes problemas pode ser encontrada na Ortodontia, que se encarrega habilmente de reposicionar os dentes de uma forma correcta e harmoniosa, reabilitando estética e funcionalmente a boca em questão.

* Actualmente os aparelhos fixos são muito bem recebidos quer por crianças quer por adultos, que cada vez mais procuram este tipo de tratamentos. As crianças estão sempre muito ansiosas pela consulta seguinte em que poderão trocar as ligaduras elásticas coloridas adaptadas aos brackets, para poderem mostrar aos amigos da escola e familiares as novas cores, encarando dessa maneira o seu tratamento de uma forma alegre e divertida. No caso dos adultos mais envergonhados, existe a solução dos brackets estéticos, cerâmicos, ou linguais que possibilitam um tratamento mais discreto, dando-lhes a comodidade de encararem o dia de trabalho sem qualquer constrangimento. Ao atingir um sorriso bonito e harmonioso, pode-se dizer que o Ortodontista fez um trabalho ortoemocional, já que o paciente em questão fica mais desinibido socialmente. O entendimento de alguns pontos relacionados com as necessidades humanas é actualmente muito importante para o sucesso profissional, e pode auxiliar também na recuperação da auto-imagem do paciente. A técnica utilizada em alguns casos transforma-se num instrumento catalisador de mudanças para o paciente capaz de elevar consideravelmente a sua auto-estima. Prisma


Prisma * saúde oral * 03

Ordem comemora 10 anos

O XVII Congresso Anual da Ordem dos Médicos Dentistas deste ano é também um momento de comemoração dos 10 anos de existência da Ordem dos Médicos Dentistas. “Este é um dos maiores congressos de saúde que se realiza em Portugal, resolvemos ter apenas oradores nacionais, homenageando inúmeras pessoas que não só a nível profissional, como a nível tecnológico, se têm distinguido.” Embora a profissão seja mais antiga, principiando-se em 1979 quando foram criadas as Escolas Superiores de Medicina Dentária do Porto e de Lisboa e começaram a sair os primeiros licenciados. A Ordem actua como “força dinamizadora da classe profissional que representa, tanto em acções de promoção da saúde pública, como na defesa da acessibilidade da população aos cuidados de saúde médico dentários.

entrevista *

Medicina Dentária em Portugal

Perspectivas e Desafios da profissão Quase excluída do Serviço Nacional de Saúde, e mais acessível aos mais favorecidos, ao longo dos tempos a medicina dentária tem vindo a conquistar o seu lugar na sociedade portuguesa. Um dos reflexos é a atribuição dos cheques dentista a algumas franjas da população, uma medida que, embora tardia, é apoiada pelo bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva. Há aproximadamente meio ano o Governo iniciou uma iniciativa pioneira no país que tem dado os seus frutos: a atribuição de cheques dentista a grávidas e a idosos com baixos rendimentos. Hoje também as crianças e os adolescentes podem utilizar esta via. Orlando Monteiro da Silva defende esta iniciativa também pela forma como está a ser implementada: “as pessoas têm toda a liberdade para utilizar o cheque no médico dentista que quiserem e existe um sistema informático que permite monitorizar o que é efectuado por cada consultório. É também um serviço bem regulamentado, devidamente orçamentado, pois além de ter valores estipulados tem o controlo ético e deontológico da Ordem dos Médicos Dentistas.” Constituída por aproximadamente 6400 médicos dentistas, de 32 nacionalidades, dentro das quais o maior número de especialistas estrangeiros são brasileiros, a classe enfrenta várias dificuldades, desde o excesso do número de profissionais, passando pela proliferação do número de clínicas, pela falta de revisão da convenção da ADSE e a falta de realismo de algumas seguradoras face aos seguros de saúde, entre outros. O bastonário explica que “para combater estas situações tentamos regular, ética e profissionalmente, ne-

Profissão de médico dentista

Orlando Monteiro da Silva explica que depois de terminar a licenciatura os médicos dentistas enfrentam um período, por ser uma profissão liberal, de dificuldade que requer “o singrar na profissão, o arranjar de clientes, depois segue-se um período que corresponde a um auge profissional, ao qual se segue a fase final de baixa”, ou seja, “temos uma profissão que não tem subsídio de desemprego e que tem que pagar 14 meses de despesa, que recebe apenas 11 meses de honorários, com 1 mês de férias, e temos a competição desleal dos grandes grupos económicos”.

Saúde oral influi na qualidade de vida

“Sem dúvida que há várias relações directas entre doenças. Há pessoas que têm problemas periodontais, de osso, da gengiva à volta dos dentes e que têm uma maior risco de enfarte de miocárdio, de parto prematuro ou baixo peso dos prematuros. A diabetes manifesta-se muito na saúde oral. Depois há relações indirectas, uma pessoa que mastiga mal vai ter problemas digestivos, uma pessoa que não tem bons dentes não fala bem, não tem um bom contacto social o que vai influir no seu bem estar e qualidade de vida. A boca é o cartão de visita das pessoas.” gociamos com o governo o cheque dentista, tentamos motivar os decisores políticos para que se faça algo na área da saúde oral e isso tem sido conseguido nos últimos anos”. Actualmente, “estamos a exportar médicos dentistas para outros países da Europa que têm falta desta especialidade, como é o caso da Inglaterra, Noruega, Suécia e Holanda, entre outros.” Em relação às grandes clínicas e dificuldade das pequenas, “temos uma profissão que luta com dificuldades enormes a nível de empreendedorismo porque as grandes estruturas são beneficiadas em relação às pequenas, os requisitos são praticamente os mesmos, as clínicas grandes ou pequenas têm de preencher os mesmos requisitos não sendo isto justo”, realça o bastonário acrescentando que “é a globalização no pior sentido e isto passa-se na medicina em geral, os melhores consultórios foram absorvidos por grandes empresas, nas análises, fisioterapia, etc.”. O bastonário realça também um problema grave que tem vindo a asfixiar a classe, ou seja, os seguros de saúde e a falta de regulação dos mesmos: “não é exequível fazer alguns tratamentos pelos valores que são apresentados nos seguros de saúde. Tenho conhecimento de que alguns médicos dentistas o fazem tendo em vista a fidelização do utente, mas isso acaba por prejudicar os restantes profissionais que não têm capacidade para o fazer.” Neste sentido, o bastonário propõe: “é necessário mais informação, mais regulação, assegurar que os valores das convenções são ade quados aos tratamentos”. Outra situação “menos boa” é a nefasta regulação das convenções e o facto de, por exemplo, da convenção da ADSE não ser actualizada desde 1992. Uma realidade que, no fundo, faz com que “os colegas mais jovens que querem trabalhar com estas convenções não tenham possibilidade de aderir às mesmas, pois estas não são revistas há anos”. Orlando Monteiro da Silva conclui afirmando que é preciso apostar na prevenção. Prisma Texto: Alexandra Vieira e Ana Mendes Propriedade. Escala de Ideias - Edições e Publicações, Lda. R. D. João I, 109, RC. 4450-164 Matosinhos NIF 507 996 429 Tel. 229 399 120 Fax. 229 399 128 Site. www.escaladeideias.pt E-mail. geral@escaladeideias.pt Directora-Geral. Alice Sousa Artigos. Alexandra Vieira, Ana Mendes Director de Marketing e Projectos Especiais. Luís Ribeiro Design e Produção Gráfica. Teresa Bento Banco de Imagens. StockXpert, SXC Account. Joaquim Duarte Contactos. Redacção. 229 399 120 Departamento Comercial. 229 399 120

Cheque Dentista

O cheque dentista funciona nos seguintes grupos: ´ - Crianças e jovens até aos 16 anos; - Mulheres grávidas; - Pessoas idosas beneficiárias do complemento solidário.

Rácio de população por número de médicos dentistas

Actualmente em Portugal existe 1 médico dentista para cada 1942 pacientes. Os dados apontam para que em 2015 o numero de profissionais aumente para quase o dobro.

A partir de que idade se deve ir ao dentista?

A grávida deve ter logo uma informação do que deve fazer quando a criança nasce. Ainda sem dentes, a boca deve ser limpa e as gengivas estimuladas. Depois com o aparecimento dos primeiros dentes, a criança deve começar, com a ajuda dos familiares, a fazer uma escovagem. A primeira consulta deve ser efectuada aos 2/3 anos para se controlar o número de dentes, se nasceram corectamente, pois grande parte dos problemas de correcção de dentes, são passíveis de ser prevenidos nestas idades. É um acompanhamento desde cedo que deve ser feito.


04 * Prisma * saúde oral

Oclusão e Implantologia

Nova era na Prótese Saúde oral na terceiDentária ra dentição

Luís Macieira, formado em prótese dentária pela Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, exerce em exclusividade nas áreas de Implantologia e prótese fixa. Enquanto consultor técnico da empresa Zirkonzahn participa no desenvolvimento dos mais modernos materiais de reabilitação e desenvolve acções de formação dedicadas aos mesmos.

Implantes orais imediatos. Um novo método na substituição dos dentes.

Helder Monteiro, Mestrado em Implantologia, Oclusão e implantologia

O ser Humano ao contrário de algumas espécies sempre que lhe cai um dente este não volta a nascer. O homem desde os tempos mais primitivos sempre tentou substituir os dentes em falta, os materiais variaram ao longo dos séculos desde a madeira, o ouro e recentemente o titânio para não falar de várias ligas para optimizar a resistência. Na substituição de dentes na boca existem dois conceitos totalmente distintos. Um diz respeito à colocação de dentes fixos, em que o paciente não pode retirar, e o outro em que os dentes substituídos deverão ser sempre removidos para lavar e dormir. O objectivo é o mesmo, os meios é que são diferentes. Iremos focar o primeiro conceito, em que o ou os dentes perdidos são substituídos por dentes artificiais, chamados de próteses dentárias e que simulam os dentes naturais na sua forma cor e função. Quem já não ouviu falar nas pontes da boca, do pivot ou da coroa, de dentes em ouro ou “marfim”? Recentemente, os implantes chegaram à medicina dentária de uma forma consistente, passaram a apresentar características de integração ossea e resistência, capazes de simular um dente natural. Foi uma verdadeira revolução no conceito de tratar a falta de dentes. A forma como os pacientes passaram a mastigar alterou significativamente, e a sua qualidade de vida melhorou amplamente. Hoje procura-se através de estudos técnicos e científicos, que para quando se extraia um dente se possa colocar um implante imediatamente no local extraído. As vantagens desta técnica são inúmeras, e os riscos são menores em relação aos seus benefícios. Já não faz sentido que para substituir um dente em falta, que se tenha de unir esse dente aos seus vizinhos, que sofrem sempre algum traumatismo. (A tal ponte de que se falava). Embora a procura para os dentes fixos seja intensa por parte dos pacientes, é necessário elucidar bem a população que o melhor momento para a aplicação de um implante, é logo no momento da extracção do dente em causa. Não podemos falar em implantes estéticos como muito se fala sem levar em linha de conta esta realidade actual. (colocar o implante na hora de retirar o dente) Tudo se faz em termos de reabilitação, mas quanto mais tempo passa entre a extracção e a colocação do implante, mais complicado é imitar a natureza. À medida que o tempo vai passando desde umas simples semanas até dezenas de anos, a necessidade de recorrer a cirurgia estética reconstrutiva é uma realidade e por vezes complexa. As técnicas passam por autotransplante ósseo, para o local do implantes, enxerto ósseo de outra natureza e implante diferido vários meses. Em situações mais extensas devido à grande perda óssea o paciente só poderá ter dentes fixos na boca passado cerca de ano e meio. Talvez num futuro próximo, à medida que se vão perdendo os dentes os dentistas e especialmente a população e os nossos sistemas de saúde, estejam preparados para proceder à substituição do dente assim que ele chegar ao fim da sua vida. A realidade e o que é normal é irmos perdendo os dentes ao longo da vida, mas a implantologia desde que bem planeada e elaborada pode ser uma verdadeira 3ª dentição. Prisma

Caso 1

Situação inicial com perda óssea (da parte de fora 12 mm)

Desdentado total superior, indicação para extração total inferior

Situação final Caso 2

Realização completa e prótese metalo-cerâminca

A prótese dentária atravessa um período de grandes mudanças e avanços tecnológicos. Na sua opinião quais são os aspectos mais importantes destas mudanças? Sem dúvida que entre os mais importantes estão o uso generalista de tratamentos com recurso a implantes e a possibilidade de realizar qualquer tipo de prótese fixa sobre dentes ou implantes sem recurso a metal. Quer dizer que hoje em dia já é possível realizar qualquer tipo de prótese fixa com materiais mais avançados? Sim, sem dúvida, entre outros destaca-se o Óxido de zircónio que para além da sua biocompatibilidade apresenta níveis de resistência e possibilidades de manipulação numa relação inultrapassável por qualquer outro material. E como se traduz em beneficio para o paciente a utilização destes novos materiais? Desde logo uma excelente biocompatibilidade, que se reflecte por ausência de alergias ou as clássicas alterações de cor das gengivas provocadas pelas restaurações com metal. Embora designadas de coroas ou pontes cerâmicas estas possuíam normalmente um núcleo metálico, que muitas vezes era responsável por reacções comprometedoras do tratamento ou pelo menos do potencial estético do mesmo. Actualmente só por desconhecimento ou falta de recursos técnicos se realizam coroas e pontes com metal. Além do mais nem o preço é obstáculo pois no caso do Óxido de Zircónio este é inclusivamente em muitas situações mais económico do que os velhos materiais. E como se posiciona Portugal neste contexto? Os dentistas portugueses estão a aderir a estes materiais? Sim, e com grande entusiasmo. Portugal para além de possuir os meios, atravessa um período em que os profissionais possuem em geral um bom nível de informação que lhes permite eleger a melhor solução para cada tratamento. Por outro lado os pacientes também já não aceitam um tratamento que não associe á função a estética, e neste particular o Zircónio é uma grande vantagem. Os profissionais que teimosamente resistirem á mudança acabarão por ser preteridos em favor dos que realizam tratamentos mais estéticos e duradouros. Então quer dizer que os pacientes também têm uma palavra a dizer quando chega a hora de escolher o material para a sua prótese? Dentro do que o médico responsável planeou como solução protética, o paciente pode opinar e escolher o material entre as opções que o clínico lhe apresente. Uma vez informado das vantagens das novas opções, não tenho dúvida de que optam por realizar uma prótese sem metal. Esta é definitivamente uma nova era na prótese dentária. Prisma


Prisma * saúde oral * 05

artigo *

A medicina dentária, sinónimo de inovação Por Ana S. Lopes, Clínica Ferreira Borges

A medicina dentária tem-se tornado cada vez mais um desafio para os profissionais que a acompanham com dedicação. É uma área muito exigente, que não admite muitos erros. Surgiu uma cultura associada à busca pela estética, o que favoreceu a medicina dentária, cirurgia maxilofacial e cirurgia plastica. Os médicos dentistas de hoje, pegaram nestes conceitos culturais e na herança do conhecimento, recebida pelos grandes investigadores da área e pô-los em prática. Nos dias de hoje, dispomos de toda a tecnologia e materiais para “criar sorrisos”. Todas as áreas da medicina dentária, tiveram na última década um desenvolvimento importante. E com o novo conceito da colaboração interdisciplinar, a complementaridade entre profissionais torna-a cada vez mais cientifica e evoluída.

O grande passo Os implantes revolucionaram a medicina dentária, hoje é possivel fazer uma reabilitação total, de ambos os maxilares recorrendo à implantologia. Esta evolução reportada a muitos anos atrás, mostra-nos um confronto com uma prática muito diferente, onde a extracção de dentes era protocular. A reabilitação minuciosa da função integrada à estética do sorriso, é a linha de pensamento nos dias de hoje. A prevenção e agir, tentando criar, da maneira menos invasiva possivel, tornou-se o nosso desafio.

“Golden Proportions”, a origem dos conceitos de estética Leonardo Davinci, trouxe-nos e define conceitos como harmonia, que justifica ser a relação e proporção de todas as partes do nosso corpo, inseridas num todo. Também focou o seu estudo e pensamento nas proporcões da cabeça e face, criando parâmetros para definir harmonia. Desta forma a proporção e a harmonia teve início na arte e estes conceitos, que ficaram definidos há muito tempo atrás, foram desenvolvidos e transportados para a ciência. Houve a necessidade de nos basearmos nestes pensamentos para transpormos e conseguirmos, chegar a uma definição de sorriso harmonioso. Atingimos ao longo dos tempos parâmetros standard, que variam nas devidas proporções. O sorriso, rege-se desta forma, por parâmetros de proporcionalidade como: “(1) posicionamento vertical dos dentes anteriores e seu relacionamento com o lábio em repouso (2) dimensão transversal do sorriso (3) caracteristicas do arco do sorriso (4) relação vertical de todas as margens gengivais”. Com a interacção das várias áreas da medicina dentária, expandimos o diagnóstico do sorriso para um refinamento e aperfeicoamento da estética dos nossos pacientes. Há um conhecimento vasto de parâmetros standard, pelos quais os profissionais se podem reger, que definidos deverão ficar inseridos e equilibrados nas caracteristicas faciais individuais.

A Saúde Oral A saúde oral tem sensibilizado e está presente na vida das pessoas. Um sorriso aberto é um factor indisso-

ciável da auto-estima. Rir e sorrir são manifestações de ânimo e felicidade, praticadas diariamente vezes sem conta. Poder contribuir para este tipo de sensações revela-se para o médico dentista o seu maior património. Por estes factores, a medicina dentária é uma área que progride a cada instante e em termos de futuro, com esta caminhada, tornar-se-á cada vez mais cientifica e evoluida. Todas as medidas implementadas para a melhoria da saúde oral, na minha opinião, têm sido apoiadas e bem recebidas pelos médicos dentistas. A integração dos problemas dentários da nossa população aos problemas de saúde pública, faz com que sejam desenvolvidos programas de prevenção importantes. Este tipo de programas, embora numa fase embrionária, denotam progresso. O cheque dentista, é um sinal dessa evolução. Abrange um grupo de mulheres que manifestam graves problemas de saúde oral. A consulta além dos tratamentos realizados, promove os cuidados de higiene e a sensibilização para que apartir daquele dia a sua vida mude para melhor. A consulta da grávida consiste no tratamento dos problemas prioritários, que podem pôr em risco a sua saúde e a do bébé. Na consulta, tentamos valorizar os cuidados de higiene oral e salientar que estes cuidados, de uma forma adequada, devem ser realizados na criança desde o nascimento. Prisma


06 * Prisma * saúde oral

Utilização do laser na medicina dentária O uso de laser na medicina dentária já começa a ser uma realidade em Portugal e abre um grande campo para os dentistas. Há um ano no mercado, o Laseracus é um sistema de laser de baixa potência de tratamento dentário, de uma forma terapêutica e não cirúrgica. Utilizado em tratamentos médicos e odontológicos tendo em vista a sua acção terapêutica sobre os diferentes tecidos biológicos, este tipo de laser é utilizado principalmente pelos seus efeitos na reparação do tecido, melhorando a regeneração e cicatrização destes. Christian Alves, técnico do sistema laser de tratamento dentário, explica que este equipamento pode ser “utilizado em diversas especialidades clínicas com bons

resultados: profilaxia da carie; profilaxia de periodontose endodontite; parodontite crónica; granuloma; cura depois da extracção; dor pós-extracção; edemas; aftas e gengivite”. Sebastião Araújo, responsável pelo Instituto Internacional de Medicinas Complementares que comercializa este equipamento, explica que “este aparelho estava inicialmente vocacionado para a acupunctura, mas que agora pode ser utilizado na medicina oral”. Em seu entender, existe todo um trabalho de campo que deve ser feito no sentido de sensibilizar os médidos dentistas para a importância que a utilização deste equipamento pode ter na qualidade de vida dos seus pacientes, no marcar da diferença. “Alivia a dor de dentes, desobstrói, retira a inflamação, regenera, põe o sangue a circular”, conclui acrescentando “só não tira dentes, mas evita a sua deterioração”.

Acupuntura e Saúde Oral Christian Alves e Sebastião Araújo

A utilização da acupuntura é reconhecida pela OMS como forma de tratamento e como um grande aliado no

Indicações do laser terapêutico

De um modo geral, o laser terapêutico tem uma série de indicações, podendo ser usado isoladamente ou como coadjuvante de outros tratamentos, sempre que se necessite efeito local (já que estimula a microcirculação, bem como o trofismo celular local), ou ainda quando se necessite de efeito terapêutico geral. Os três campos de utilização principais do laser terapêutico (laser vermelho de baixa potencia) são: Alívio da dor (efeito antiálgico); Reparação tecidual (efeito bioestimulador do trofismo celular); e Redução de edema e de hiperemia (efeito antiinflamatório, antiedematoso e normalizador circulatório).

Aplicações com laser infravermelho O uso de laser infravermelho tem as mesmas aplicações ou parecidas que o laser vermelho, só que está mais orientado para as aplicações em tecido duro. Por isso, em algum tipo de terapia pode ser mais eficaz o uso nesta família de cumprimentos de onda. O sistema LASERacus permite escolher entre de 8 cumprimentos de onda diferentes na família do laser infravermelho, o que deixa ao terapeuta a liberdade de utilizar aquele que se adapte melhor ao seu modo de trabalho. controlo da dor. Este tipo de terapia é cada vez mais utilizada pelos dentistas, com agulhas de metal, como tradicionalmente foi praticada. Agora é possível estimular os pontos de acupunctura e inclusive os “trigger points” da dor mediante laser, de uma forma totalmente não invasiva e sem dor. As combinações de pontos de acupunctura serão fornecidas ao dentista de uma maneira gráfica e fácil de compreender, mesmo sem ter nenhum tipo de formação em acupunctura. Prisma

Aplicações extra orais

Em caso de ser preciso utilizar o laser para aplicações extra orais, é recomendado o uso delaser vermelho, devido ao facto da fibra óptica do sistema LASERacus ser capaz de emitir ao mesmo tempo uma parte de infravermelhos (Aproximadamente 15 %). Com o sistema LASERacus é possível actuar sobre as causas celulares das artroses, e isso permite não só o tratamento da dor como também o das causas que produzem esta doença.


Quer engravidar? Procure um médico dentista! Nos últimos anos os novos conhecimentos tem destacado a possibilidade de que doenças bucais, particularmente as doenças periodontais (doenças da gengiva), possam influenciar o início e/ou progressão de outras doenças como as doenças do coração, doenças respiratórias, controle do diabetes e também nascer prematuramente. O parto prematuro é aquele cuja ocorrência se dá antes da 37ª semana de gestação (início do 9o mês gestacional), tendo como base a data do primeiro dia da última menstruação. A prematuridade é um problema muito sério, responsável por grande número de óbitos no primeiro mês de vida, além da necessidade de tratamentos contínuos, sofridos e onerosos durante toda a infância e muitas vezes na adolescência. A prevenção de infecções na gestante, sejam elas sistêmicas ou bucais, é uma das grandes preocupações para se evitar complicações com o bebê durante a gestação e tem sido intensamente estudada por obstetras e médicos dentistas. Muitos pesquisadores ao redor do mundo têm estudado e evidenciado a participação das infecções bucais, especialmente a doença periodontal (piorréia), como fator predisponente para ocorrência do nascimento prematuro. Assim, visitas ao dentista antes e durante a gestação é fundamental para prevenir intercorrências durante a gravidez. Também é o momento oportuno para eleger o odontopediatra e receber informações adequadas sobre cuidados com a boca do bebê antes mesmo do seu nascimento. Deste modo ele receberá a atenção necessária para que seja um adulto saudável com qualidade de vida. Prisma

Você sabia que existe relação entre saúde oral e doenças sistémicas AVC, Infarte e Diabetes? Uma das principais condições que compromete a saúde oral é a doença periodontal, doença que afecta os tecidos de protecção e sustentação dos dentes. Esta enfermidade acomete um grande número de pessoas no mundo, e não diferente em Portugal o último levantamento epidemiológico mostra que a nossa população é atingida em cerca de 60% acima de 40 anos, em ambos os sexos. Se não tratada pode levar a sérias alterações e comprometer de forma significativa a função mastigatória, a estética, a saúde sistêmica e até a auto-estima do portador. Assim, a saúde periodontal passa a ter um peso relevante na qualidade de vida das pessoas. A doença periodontal está diretamente relacionada com a presença do biofilme, massa bacteriana esbranquiçada e amolecida que se deposita continuamente e em camadas ao redor dos dentes, gengivas, língua, palato, mucosa, próteses, implantes e lábios. Se não for removido de forma adequada causará alterações gengivais que podem se manisfestar através de sangramento, inchaço, mau gosto, mau hálito, dentre outras. Neste momento a doença periodontal é classificada como gengivite. Com a permanência dos depósitos de biofilme, ocorre a progressão da doença periodontal que deixa de ser gengivite, restrita a margem gengival e evolui para uma doença destrutiva, acompanhada de perda de tecidos periodontais e reabsorção óssea, que leva a mobilidade dentária e até a perda dos dentes se não for realizado o tratamento adequado pelo Médico Dentista. O hálito é gradativamente comprometido, com o odor fétido o relacionamento social fica cada vez mais dificultado, fazendo com que o indivíduo se isole ou seja isolado no seu dia-a-dia. Além disso a falta de elementos dentários compromete a mastigação. Os alimentos não são devidamente triturados e acabam por ser ingeridos em pedaços, dificultando a digestão. As palavras, para serem emitidas, precisam do auxílio dos dentes, como por exemplo tatu, sapo, além de interferir de forma dramática na estética do sorriso, comprometendo assim a auto-estima do indivíuo. Porém, o mais preocupante, é que a ciência tem demonstrado que a doença periodontal pode colaborar com o aparecimento de outras doenças ou mesmo potencializar uma doença pré-existente. Pode aumentar o risco do indivíduo ter AVC, infarto, diabetes, doenças pulmonares, nascimento de bebés prematuros, entre outras. Desta maneira, cuidados com a saúde oral precisam ser valorizados e uma importante parceria entre o indivíduo e o médico-dentista necessita ser firmada. O dentista irá orientar sobre métodos, materiais e produtos de higiene oral adequados para cada paciente em particular. O indivíduo, no seu dia-a-dia, tem que se comprometer a controlar o biofilme oral por meio de higiene oral efectiva e realizar periodicamente o auto-exame e diante de sangramento gengival, contorno irregular da gengiva, alteração de cor, ferida, caroço e mau gosto na boca, procurar imediatamente um dentista. Bonito mesmo é ter saúde!!!!!! Prisma



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