MONOGRAFIA_ CENTRO DE APOIO AS FAMILIAS AFETADAS PELO AUTISMO

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Instituto dia CENTRO DE APOIO ÀS FAMÍLIAS AFETADAS PELO AUTISMO

Um projeto de: Filipe

Holanda

Como trabalho final de graduação

Em arquitetura

e urbanismo


FILIPE OLIVEIRA DE HOLANDA

INSTITUTO DIA Centro de Apoio às famílias afetadas pelo autismo

Trabalho Final de Graduação, apresentado a Faculdade Pitágoras como parte das exigências para a obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Dr. Miguel Artur de Ávila Carranza

Uberlândia 2020



Agradeço a todos os que deixaram um pouco de sua energia ao cruzarem o meu caminho inspirando, ensinando ou

apenas

dividindo

as

efêmeras horas dos dias. Em especial, agradeço aos meus pais e à minha família pelo apoio incondicional na busca das

minhas

realizações

pessoais pois, sem eles, jamais poderia ter encontrado com clareza os caminhos pelo qual percorri até chegar aqui.


Dedicado a todos aqueles que se fazem luz


A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio, do que do cheio. Falava que vazios são maiores e até infinitos.

Manuel de Barros


Mapa 1: Limites urbanos de Uberlândia. Fonte: Google Earth ..................................................................... 47 Mapa 2 – Entorno. Fonte: Google Earth ...................... 48 Mapa 3 - Delimitação de área ..................................... 49 Mapa 4 - Acessos ............................................................. 49 Mapa 5 - Topografia ........................................................ 50 Mapa 6 - Uso e Ocupação do solo ............................. 51 Mapa 7 - Cheios e Vazios ............................................... 51 Mapa 8 - Equipamentos Urbanos ................................. 52 Mapa 9 - Serviços Próximos. Fonte: Google Earth..... 52


Figure 1 - Ilustração de Jeannie Phan .................... 15 Figure 2 - Ilustração de Laurene Boglio .................. 16 Figure 3 - Colagem...................................................... 17 Figure 4 - Anthony Hopkins | Foto: The New York Times ............................................................................... 21 Figure 5 - Hans Asperger trabalhando em VIena. Foto: Alamy ................................................................... 23 Figure 6 - Leo Kanner | Foto: Rowland Sherman.. 23 Figure 7 - Temple Grandin | Fonte: AgroMulher ... 24 Figure 8 - Berenice Piana discursa em sessão plenária da Alerp | Foto: Pedro Oliveira/Alep ..... 25 Figure 9 - Norma recebeu o nome Romeo Mion em homenagem ao apresentador, Marcos | Foto: Instagram ............................................................ 25 Figure 10 - RUNSTUDIO / Getty Images ................... 27 Figure 11 - MENGXIN LI | SpectrumNews ............... 28 Figure 12 - O Modulor de Le Corbusier ................... 29 Figure 13 - ADOBE STOCK........................................... 30 Figure 14 - Magda Mostafa | American University of Cairo .......................................................................... 32 Figure 15 - VeryWell Health ........................................ 35 Figure 16 - Freepik ........................................................ 36 Figure 17 - Foto: Tim Griffith ........................................ 37 Figure 18 - Foto: Tim Griffith ........................................ 37 Figure 19 - Foto: Tim Griffith ........................................ 37 Figure 20 - Foto: Tim Griffith ........................................ 38 Figure 21 - Foto: The American Institute of Architects ...................................................................... 38 Figure 22 - Foto: The American Institute os Architects ...................................................................... 38 Figure 23 - Foto: MEIUS Arquitetura .......................... 39 Figure 24 - Foto: MEIUS Arquitetura .......................... 39 Figure 25 - Foto: MEIUS Arquitetura .......................... 39 Figure 26 - Foto: MEIUS Arquitetura .......................... 40 Figure 27 - Foto: MEIUS Arquitetura .......................... 40 Figure 28 - Foto: MEIUS Arquitetura .......................... 40 Figure 29 - Foto: MEIUS Arquitetura .......................... 40 Figure 30 - Foto:Mika Huisman .................................. 41 Figure 31 - Foto:Mika Huisman .................................. 41 Figure 32 - Foto:Mika Huisman .................................. 41 Figure 33 - Foto:Mika Huisman .................................. 41 Figure 34 - Foto: Mika Huisman ................................. 42 Figure 35 - Foto:Mika Huisman .................................. 42


Figure 36 - Foto: Mika Huisman ................................. 42 Figure 37 - Colagem ................................................... 43 Figure 38 Movimento aparente do sol e Ventos dominantes ................................................................... 50 Figure 39 - Fluxograma de macrozoneamento .... 53 Figure 40 - Fluxograma de microzoneamento ...... 53 Figure 41 - Setorização4 .............................................. 54 Figure 42 - Setorização ............................................... 54 Figure 43 – Isométrica ................................................. 55 Figure 44 – Composição volumétrica ..................... 55 Figure 45 - Tela branca pintada de cinza ou tela cinza pintada de branco? | Fonte: Society6 ....... 56 Figure 46 - Feixe de luz | Fonte: Ommphoto em Flicr .................................................................................. 56 Figure 47 – Concepção do Logotipo...................... 57



á çã

Í

.............................................................

Sweetwater Spectrum, Inc..................................................... Escola Infantil Montessori ................................................... Casa das Crianças .................................................................

á

.................................................................................

Localização......................................................................... Acessos ................................................................................ TOPOGRAFIA ............................................................................ CORTE..................................................................................... USO e ocupação ....................................................................... CHEIOS e vazios

.........................................................................

EQUIPAMENTOS urbanos ...............................................................

ÇÃ

ê 12


13


Para

as

crianças

diagnosticadas

com

o

transtorno do espectro autista, dependentes de vários

profissionais

conhecimento

em

para

diversas

se

áreas

de

desenvolverem,

é

degradante ter a sua rotina dividida entre vários consultórios,

com

horas

enumeradas

e

apontamentos desconectados. É mais funcional e efetivo que seus progressos se ajustem em uma distribuição de horas mais flexíveis e interligadas de acordo com o desenvolvimento individual de cada criança. Um centro com profissionais reunidos

num

ambiente

interligado,

com

comunicação diária para o controle de cada caso singular, projetado especialmente para que a visão de mundo de cada um seja amplamente explorada e adequada à rotina comum mundana é o que este trabalho propõe. Ampliando e adaptando os estímulos para cada tipo

de

percepção,

com

ambientes

que

intensifiquem as capacidades de quem pensa pelos diferentes caminhos que a mente autista pode levar.

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çã A relação do homem com o seu entorno está totalmente atrelada à forma como ele percebe o

espaço,

contextualizando

o

seu

comportamento de acordo com o ambiente onde está inserido. Analisar e compreender o local onde se está situado é natural e um direcional ao modo de agir dentro de cada lugar, sendo que todo espaço pode limitar ou estimular

certos

comportamentos maneira

de

subjetiva.

Entretanto, nem todos percebem o espaço da mesma Figure 1 - Ilustração de Jeannie Phan

forma

nem

recebem os estímulos de cada âmbito de uma maneira uniforme e geral. Toda ação subjetiva tende a despertar reações diferentes de acordo com a forma como o receptor consegue absorver podendo

e

processar ser

nula

cada

informação,

para

alguns

ou

superestimulante para outros. Dessa forma vão se desencadeando ramificações de detalhes e possibilidades da formulação dos ambientes de acordo com cada tipo de usuário que possa frequentá-lo, sem que os ambientes deixem de ser o mais universais possíveis.

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As crianças afetadas com o Transtorno do Espectro Autista, o TEA, têm a sua maneira singular de traduzir os estímulos que recebem dos ambientes que os cercam por terem uma maneira de

percepção

estamos habituados,

diferente

que

ao

que

elevam barreiras

diante do que eles podem absorver do mundo em que vivem por, geralmente, desenvolverem distúrbios na captação sensorial elevando ou suprimindo as sensações a polos extremos e transformando-os em catalizadores de inúmeras informações que não conseguem processar ao mesmo tempo. Assim, nasce a necessidade da criação

de

ambientes

especialmente

preparados para receber a sua visão de mundo, sem que haja prejuízo em seu aprendizado e ações corriqueiras sem ultrapassar os seus limites sensoriais, espaços especialmente adaptados para a visão autista. Figure 2 - Ilustração de Laurene Boglio

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O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um dos tipos

de

transtornos

invasivos

de

desenvolvimento sumariamente caracterizado pelo déficit na consolidação de habilidades sociais

de

interação

interpessoal,

da

comunicação (verbal e não verbal) e das faculdades cognitivas. É, ainda, marcada pela introspecção do indivíduo numa redoma de pensamentos que o mantém distanciado do mundo exterior e, assim, consequentemente Figure 3 - Colagem

tendo uma percepção da realidade que o circunda

diferente

da

maneira

que

os

neurotípicos a leem e agindo de maneira singular. Isto não quer dizer que haja falta de comunicação e entendimento com o seu exterior ou com quem o circunda, mas o transtorno acaba se condensando seu ato de comunicação em comportamentos diferentes ao que estamos esperando, não como forma de atingir engajamento social mas como forma de regulação

a

estímulos

indesejados

como

agitação, introspecção, birra, gritos e agressões. Apesar de haver um termo comum, formado pela união do prefixo auto (do grego: referente a si mesmo) com o sufixo ismo (também do grego: estado ou modo de existência), a palavra autismo ainda mantém sua definição subjetiva, vaga e sem um significado concreto, indicando que seja apenas um indivíduo centrado em si

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mesmo.

Isso

se

pela

dificuldade

de

diagnóstico, pela alta variabilidade de causas vistas dentro do espectro e de comportamentos totalmente distintos entre os afetados por esse transtorno de neurodesenvolvimento, por isso a alcunha de espectro, que conflita pela alta heterogeneidade de fatores e causas que o compõe. Vale ressaltar ainda que, uma pessoa com um transtorno mental é, antes de tudo, uma “pessoa” e não um “transtorno”. Neste sentido, um indivíduo “com” TEA não “é” um “autista”. Um rótulo classificatório não é capaz de captar a totalidade complexa de uma pessoa, nem, muito menos, a dimensão humana irredutível desta. Há sempre o risco de que termos taxonômicos acabem por minimizar as enormes diferenças entre pessoas que apresentam uma mesma condição clínica (VOLKMAR; KLIN, 2005). ‘... o autismo não pode ser diagnosticado em laboratório – embora os pesquisadores estejam tentando criar métodos para tal (...). Em vez disso, como no caso de muitas síndromes psiquiátricas, como a depressão e o TOC, o autismo é identificado pela observação e avaliação de comportamento. As observações e

avaliações

são

subjetivas,

e

os

comportamentos variam de uma pessoa para outra. O diagnóstico pode ser confuso e vago.’ (GRANDIN, 2019)

Então torna-se de enorme importância um diagnóstico precoce e uma intervenção que se inicie o mais cedo possível além de ser contínua e bem estruturada, pois o tratamento é lento e

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requer paciência entre as partes envolvidas visto que mudanças e evoluções a curto prazo quase não podem ser notadas. O diagnóstico definitivo só pode ser confirmado após o terceiro ano de idade porém quanto mais precoce forem feitas as observações e a identificação de sinais, melhor será aplicado e dimensionado um tratamento ao caso. Os dados observados e a análise sistemática dos relatos dos pais de crianças com TEA indicam que 75% a 88% dos casos já apresentavam sinais indicativos da patologia antes dos 2 (dois) anos e, entre 31% a 55%, antes de 1 (um) ano (YOUNG, BREWER; PATTISON, 2003). Tais sinais são notados por deficiências nas ações que necessitam da atenção conjunta e relações de apego entre outros aspectos, mostrando prejuízo nas suas interações sociais. Cerca de 20% das crianças autistas nunca chegam a falar e a capacidade de comunicação verbal geralmente é bem retraída. Além disso, são marcados por terem um arsenal de atividades e nichos de interesses bem específicos com dificuldade em aturar alterações em suas rotinas e mudanças de ambientes aos quais estão habituados. E existem ainda comorbidades e diagnósticos diferenciais observáveis que se manifestam

física

ou

psicologicamente

juntamente com o transtorno, como crises convulsivas,

neurofibramatose,

deficiência

intelectual,

depressão,

ansiedade,

comportamento

hiperativo,

distúrbios

de

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linguagem

entre

outros,

explicitando

a

importância de uma análise clínica ampla e precisa. Outra

dificuldade

ao

tentar

atingir

um

diagnóstico e um tratamento eficaz a esse tipo de transtorno é a grande variabilidade de comportamentos observados pelos atingidos pelo espectro autista já que podemos notar indivíduos com predisposições a atividades visuais, espaciais ou sequenciais, indivíduos de alta responsividade sensorial, indivíduos de baixa responsividade sensorial e uma gama infinita de predisposições às mais variadas atividades. É importante se atentar que tais desenvolvimentos se alteram em um âmbito qualitativo e não quantitativo de experiências emocionais, não podendo ser comparado com o processo normal de desenvolvimento que estruturam os neurotípicos e sim como um processo anômalo, que prejudica desenvolvimento e consolidação de seu aparelho psíquico de interações. Esse processo anômalo causa, então, transtornos de desenvolvimento específicos e globais, sendo que

o

primeiro

afeta

o

aprendizado

e

coordenação e o segundo sendo os transtornos invasivos ou abrangentes, afetando um nicho maior de funções psíquicas. Dentro das variações do espectro, considerada uma forma mais branda de autismo, há a Síndrome de Asperger, que compartilha de algumas peculiaridades entre as disfunções

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psicossociais,

com

boa

capacidade

de

comunicação e sistema cognitivo ampliado, porém com déficit em entender a estrutura social, sendo considerados pedantes e com alguma habilidade técnica superdesenvolvida. A alta variabilidade de sintomas, causas e efeitos distintos do espectro cria a possibilidade de termos de um extremo da linha espectral pessoas totalmente incapacitadas, sem ações cognitivas e totalmente dependentes Figure 4 - Anthony Hopkins | Foto: The New York Times

de

cuidados de terceiros enquanto no outro, capacidades

cognitivas

aguçadas,

como

memorização de sequências, datas, fórmulas matemáticas

além

do

que

neurotípicos

consideram comum, habilidades extraordinárias nos campos da música e tecnologia e, serem pessoas de absoluto sucesso, como Steve Jobs ou Anthony Hopkins (são os chamados savants, e chegam a contemplar 10% dos casos). As causas do autismo ainda são pontos fortes de debates

e

pesquisas

aprofundadas

por

nenhuma afirmação poder ser considerada absoluta. Cada caso é singular e carrega traços muito

específicos

comportamentos

de

sintomas

e

variados

podendo

ser

advindos de inúmeras causalidades. Porém, sabe-se que há uma ligação sólida entre causas genéticas, seja ela hereditária ou adquirida por mutações, com mais de 900 genes (SFARI Gene) alterados já encontrados, e uma suspeita de interferência ambiental por agentes específicos

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como medicamentos, e infecções durante a fase de gestação (mesmo que não haja ainda validações empíricas). Diversas teorias já foram descartadas ao longo dos anos, como a influência parental, a ‘mãe geladeira’ e a ligação com as vacinas, um mito até os dias atuais.

E

o

aumento

da

incidência

de

diagnósticos tendem a ampliar tais pesquisas e métodos de tratamento nos próximos anos. Este aumento na incidência, porém, não quer dizer em números reais que tenha havido um surto ou aumento repentino da quantidade de pessoas

afetadas,

e

sim

que,

após

o

aperfeiçoamento das referências na área, a adoção de definições mais concisas e amplas, uma conscientização de pais e mães na busca por ajuda ao notarem certos sintomas e a importância de o fazê-lo o mais cedo possível além do aporte tecnológico para detecção de anomalias cerebrais, transformaram o caminho até o diagnóstico mais claro. Diagnóstico esse que ainda repousa sobre um forte estigma de conceitos pré-formados entre leigos e populares, por ser descritivo e não explicativo, devendo ser tratado de maneira ética e educativa, sem segregação e com a sua inclusão na sociedade visando

reduzir

preconceitos

vigentes

às

doenças mentais.

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– Conceito de 'idiotia' cobria todo o conceito de psicopatologias em crianças e adolescentes, podendo ser o precursor do atual retardo mental e psicoses

Howard Potter propões a esquizofrenia infantil após observar seis casos onde os sintomas surgiram antes da puberdade.

Primeiras referências diferindo a loucura adulta da infantil pelo alemão Griesinger.

Os distúrbios autísticos do contato afetivo de Leo Kanner indicava uma patologia que tinha como sintomas distúrbios na relações sociais.

O psiquiatra Maudsley publica um capítulo chamado Insanity in early life em seu livro Phisiology and pathology of mind.

O italiano De Sanctis em 1906 com a dementia precocissima; o austríaco Heller em 1908 com a dementia infantilis e o alemão Emil Kraepelin com a dementia praecox descrevem as psicopatologias especificamente infantis.

Figure 6 - Leo Kanner | Foto: Rowland Sherman

Figure 5 - Hans Asperger trabalhando em VIena. Foto: Alamy

Hans Asperger publica Psicopatia Autística na Infância descrevendo quatro casos cujo refúgio na abstração, originalidade de pensamento e isolamento social pediam cuidados específicos para seu desenvolvimento.

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Distinção da psicose infantil autista” da “psicose infantil simbiótica” por Margareth Mahler.

Michael Rutter instiga o foco do problema dentro do campo cognitivo.

Ascenção pública de pessoas com o transtorno autista por meio de mídias e livros recusando o título de psicose começava a quebrar o estigma.

Ritvo relaciona o autismo a um distúrbio do desenvolvimento.

Uso de filmes para observação comportamental que fizeram cair a teoria relacionada a posições parentais, como a mãe geladeira.

Na terceira edição do DSM, o autismo é reconhecido pela primeira vez como uma condição específica e colocado em uma nova classe, a dos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TID).

Figure 7 - Temple Grandin | Fonte: AgroMulher

Temple Grandin, diagnosticada com Asperger, cria a Máquina do Abraço e começa a levantar questões sobre como desenvolver o máximo potencial das crianças com autismo.

Origem do método TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficiências relacionadas à Comunicação) por Eric Schopler.

Loma Wing põe foco sobre a tríade sintomática: limitação de interação social, falta de linguagem e faculdades imaginativas estereotipadas.

Surgimento da primeira associação de amigos de autistas no Brasil em São Paulo.

Núcleo de Atenção Intensiva à Criança Autista e Psicótica (NAICAP), surgido em 1991, no Instituto Philippe Pinel, no Rio de Janeiro.

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A Síndrome de Asperger é adicionada ao DSM, ampliando o espectro do autismo, que passa a incluir casos mais leves, em que os indivíduos tendem a ser mais funcionais.

Um artigo publicado por Andrew Wakefield afirma que o autismo poderia ser causado por vacinas. Teoria totalmente desacreditada e Andrew posteriormente perde seu registro médico.

A ONU instituiu o dia 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo.

É sancionada, no Brasil, a Lei Berenice Piana (12.764/12), a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

Figure 8 - Berenice Piana discursa em sessão plenária da Alerp | Foto: Pedro Oliveira/Alep

O DSM-5 passa a abrigar todas as subcategorias do autismo em um único diagnóstico: Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O maior estudo já realizado sobre as causas do autismo revelou que os fatores ambientais são tão importantes quanto a genética para o desenvolvimento do transtorno.

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (13.145/15) cria o Estatuto da Pessoa com Deficiência.

A Lei Romulo Mion é aprovada alterando a lei Berenice Piana e cria carteira especial para pessoas portadoras do transtorno do espectro autista dando reconhecimento à pessoa e assegurando maior inclusão social.

Figure 9 - Norma recebeu o nome Romeo Mion em homenagem ao apresentador, Marcos | Foto: Instagram

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Í Quando se procura quantificar o número de casos para o espectro ao redor do mundo há uma divergência entre os dados obtidos através da ONU (Organização das Nações Unidas) com os da OMS (Organização Mundial da Saúde). Enquanto

a

primeira

estima

que

aproximadamente 1% da população mundial pode apresentar traços autistas (o que seria Segundo a OMS haveriam cerca de 76 milhões de pessoas afetadas pelo autismo no mundo sendo, apenas no Brasil, mais de 2 milhões de casos.

cerca de 76 milhões de pessoas) a segunda diz que há um caso de autismo a cada 160 crianças. Porém, em ambos os casos, são números

estatísticos

e

podem

apresentar

variações, principalmente para valores muito maiores, já que pesquisas acerca de tal fator seja praticamente nulo em diversos países, principalmente os que apresentam IDH mais baixos. Nos EUA, o país com maior índice de estudos publicados sobre o tema de acordo com o site SpectrumNews, a incidência de casos em crianças aumentou de 1 para 68 em 2012 para 1 a cada 59 crianças em pesquisa divulgada pelo governo norte-americano em abril de 2018 e a projeção de 1 a cada 54 para o ano de 2020.

80% dos afetados são do sexo masculino.

No Brasil o estudo e a quantificação para

-------------------------------

espectro

descobrir a quantidade da incidência do é

praticamente

nula,

contando

apenas com fatores estatísticos e levando em consideração os números da ONU ou da OMS.

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Então, considerando a população de 209,5 milhões de pessoas do último censo, haveriam mais de 2 milhões de pessoas autistas vivendo em solo brasileiro. A falta de números oficiais acerca do tema prejudica ainda mais a alocação de recursos e o dimensionamento de políticas públicas de inclusão e, por isso, em 2018 houveram pedidos de sessões extraordinárias na câmara para a inclusão de especificidades que abrangessem o autismo na próxima pesquisa de censo demográfico.

Figure 10 - RUNSTUDIO / Getty Images

Diversas

instituições

são

responsáveis

pelo

cuidado, acolhimento, tratamento e educação das crianças com TEA no Brasil mas pouco se sabe sobre elas e se têm um staff qualificado, estrutura

mínima

sem

carência

de

equipamentos e recursos ou como elas se mantém. E, a maioria não tem o autismo como atendimento exclusivo, mesclando casos de transtornos variados e idades flutuantes junto com as crianças em questão. AMAs (Associação de Amigos do Autista), APAEs (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), associações diversas, clínicas e escolas particulares além de alguns órgãos públicos, de acordo com uma

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pesquisa recente, são os locais em que crianças autistas buscam amparo no país.

Figure 11 - MENGXIN LI | SpectrumNews

Para se produzir um espaço na arquitetura o ponto de partida natural são as pessoas e como elas usam seus sentidos para interagir com o ambiente. Olhos, ouvidos, mãos, pés, nariz e boca. A sensação íntima do toque, os aromas captados pelas narinas, a dimensão espacial captada pela visão, todos os sentidos são ativados quando conhecemos um local novo para que possamos interagir da melhor forma possível. A arquitetura toma, subjetivamente, pelos

seus

usuários

inúmeras

decisões

subconscientes sobre como uma pessoa usará o local no qual está se inserindo, como qual o caminho

que

comunicação

deverá

percorrer,

como

a

deverá ocorrer (ou não) e

condiciona diversos fatores que incitarão certos comportamentos que se tornam naturais.

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A biologia da construção cujo objetivo é, através da observação da relação física, química e biológica, estabelecer a correspondência com as agressões ambientais a que se submetem os organismos humanos dentro de edifícios e, em contrapartida, Figura -O Modulor Figure 12 -1O Modulor dede Le Corbusier Le Corbusier

encontrar

soluções

de

saneamento para combater as causas (“morar saudável”) (NEUFERT, 2017). E, a partir de estudos relacionados à biologia da construção, foi-se criando

diversas

regras

e

conceitos

de

ergonomia amplamente aplicados a fim de melhorar a vida e o design no dia a dia. Le Corbusier, um dos mais famosos arquitetos e teóricos da área, criou o Modulor (1948) a partir relação matemática entre as medidas do corpo humano com a natureza considerando um padrão que, apesar de toda aplicabilidade, não abrangia todas as diferenças e realidades que encontramos entre os seres humanos.

A

preocupação

com

a

diferença

e

a

acessibilidade universal cresceu ao longo dos anos buscando adaptar os ambientes para que eles se tornassem democráticos com rampas, plataformas, pisos táteis, grades, corrimãos, sinais em Braille, vagas especiais reservadas entre muitas outras especificidades, todas protegidas e garantidas por leis públicas. Todo este aparato,

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apesar de altamente importante, tem seu foco em

diferenças

físicas,

contornadas

por

resoluções também físicas para que seu papel fosse

cumprido

deixando

preocupações

uma

à

outra

margem

das

necessidade:

a

acessibilidade sensorial. Estamos o tempo todo rodeados de inúmeras fontes

de

estímulos

mecanismos

que

de

consequentemente,

ativam

nossos

percepção

e,

sujeitos

a

diferentes

sensações quase que ininterruptamente. São barulhos dos motores dos carros, das vozes das pessoas pela cidade, placas publicitárias cheias de informação, os formatos e texturas dos objetos, luzes, ritmos, cadências e sinais que acabam causando fadiga, cansaço e estresse. Figura 13 2 - -ADOBE Figure ADOBESTOCK STOCK

A limitação na interpretação dos sinais do ambiente somada às dificuldades de interação social levam o autista a apresentar restrições da criatividade repetitiva;

na além

planejamento

brincadeira, de

motor,

tornando-a

dificuldades já

que

em

não

seu troca

experiências nem ideias com outras crianças; na imitação, interferindo na aprendizagem de ações

simples

e

complexas;

e

no

desenvolvimento de mecanismos de feedback interno, por evitar situações que explorem sua percepção sensorial (TRECKER, 2001).

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Os ambientes projetados para demanda

das

pessoas

atender a

afetadas

com

o

transtorno do espectro autista devem então abrandar

tais

estímulos

para

que

o

processamento sensorial dos usuários consigam processá-los, O uso de uma paleta mais branda das cores, iluminação natural e não ofuscante, formas simples e bem identificáveis mantém o sistema cognitivo num nível que pode ser controlado tornando a experiência do local agradável aos usuários.

além

de

cuidar

do

seu

desempenho sócio motor e a participação interativa com o entorno. Compreender o ambiente construído, dentro da estrutura dessa definição sensorial de autismo, é a base da Teoria do Design Sensorial (MOSTAFA 2008). A condução de um cuidado eficaz com pacientes diagnosticados com o autismo deve ser gradual, adentrando-se primeiramente em seu

universo

particular,

compartilhando

as

experiências do local onde está inserida e, então, levá-la a interagir com o mundo afora. A independência

é

a

meta

principal

do

tratamento. Estruturar fisicamente o ambiente de tratamento e aprendizagem da criança, de acordo com o seu nível de compreensão, pode aliviar o efeito dos déficits relacionados aos transtornos do espectro do autismo e suas consequências ao aprendizado, sendo o apoio para que a pessoa consiga se desenvolver (MIN. DA SAÚDE 2015). A arquitetura escolar pode ser vista como um programa

educador,

ou

seja,

como

um

elemento do currículo invisível ou silencioso, ainda que ela seja, por si mesma, bem explícita ou manifesta. A localização da escola e suas relações com a ordem urbana das populações,

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o

traçado

arquitetônico

do

edifício,

seus

elementos simbólicos próprios ou incorporados e a decoração exterior e interior respondem a padrões culturais e pedagógicos que a criança internaliza e aprende (ESCOLANO, 1998, p. 45). A partir dos três pilares notados nos diagnósticos do transtorno: dificuldades com interação social, comunicação verbal e não verbal afetadas e comportamentos repetitivos, além da maneira singular que cada indivíduo transparece seus ‘sintomas’, foi desenvolvido o ASPECTS™ Design Figure Magda Figura14 5 -- Magda Mostafa | Mostafa |American American University of Cairo

University of Cairo

“Eu acredito no poder do design. Eu acredito na responsabilidade que vem com este poder, uma responsabilidade de ensinar com compaixão, compreensão e coragem de ser criativa.”

Index pela arquiteta egípcia Magda Mostafa como um guia pioneiro na construção de ambientes para indivíduos com o transtorno do espectro autista. O índice foi desenvolvido a partir de uma década de estudos e coleta de evidências

científicas

sobre

como

as

características do ambiente e alguns fatores arquitetônicos afetavam o comportamento de crianças observando-as em atividades diversas dentro de tais ambientes. Nele são levantados os sete principais critérios que merecem atenção dentro

do

projeto,

que

são:

acústica,

sequenciamento espacial, espaço de escape, compartimentalização,

espaços

transitórios,

zonas sensoriais e a segurança. Criando espaços tranquilos, bem delineados de acordo com as rotinas de cada indivíduos e que tenha a transição gradual de zonas de estímulos para que não haja sobrecarga sensorial em nenhum local.

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Acústica: uso de elementos que possam impedir a reverberação, ecos e barulhos de fundo ajudando no foco e na concentração dentro do ambiente. Sequenciamento espacial: sequenciamento dos espaços baseado na afinidade que os indivíduos têm com o mesmo, organizados em uma ordem lógica e com o mínimo de barreiras possíveis. Espaço de escape: espaços livres de estímulos para que sirva de refúgio contra situações de estresse

extremo

como

pequenas

áreas

compartimentadas ou salas de descompressão. Compartimentalização: definir uso e limites de cada zona para que os estímulos sensoriais de cada local sejam específicos e ordenados de acordo com seus usos. Espaços transitórios: para que haja tempo hábil de recalibrar os sentidos sem que haja picos de estímulos quando precisar atravessar de um espaço para o outro. Zonas sensoriais: organizar as zonas do menor para o maior estímulo com espaços de transição Inter locados entre cada uma delas. Segurança: além das medidas de segurança comuns

a

qualquer

projeto

dedicado

principalmente ao público infantil, deve haver cuidado com todos os locais e possibilidades, visto que a possibilidade de situações de estresse alto são mais comuns e o senso crítico das crianças envolvidas é menor.

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Aliados às soluções arquitetônicas, existem ainda uma ampla gama de tratamentos, profissionais e rotinas psicoformadoras envolvidas em todo o processo para que a criança atinja a fase adulta com a maior autonomia possível. Metodologias como o TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits Relacionados à Comunicação),

o

comportamento

Aplicada)

(Desenvolvimento

ABA

(Análise e

funcional

de

o

DIR

emocional;

diferenças individuais e de relacionamento) são modelos terapêuticos para a expansão da consciência

individual

e

cognitiva

e

o

desenvolvimento de interações sociais básicas que

formam

condutoras

o

do

indivíduo, projeto

e

sendo do

assim,

modo

de

pensamento dentro de um complexo voltado para o apoio de crianças com o espectro autista. O TEACCH usa como diretriz o fato de que um ambiente bem organizado, com fluxos de fácil adaptação e um ensino individualizado são os pilares do processo de desenvolvimento das crianças com autismo, indicando então três locais bem distintos dentro do seu conceito: uma área para aprendizado, uma para trabalhos terapêuticos

independentes

e

uma

para

descanso. O ABA se baseia na observação comportamental para traçar meios de equilibrar comportamentos que estejam em déficit ou em excesso em um plano de intervenção individual,

34


periodicamente

reestruturado,

intensivo

e

duradouro. O

DIR

se

direciona

em

seis

níveis

de

desenvolvimento, sendo eles a atenção e regulação, o envolvimento, a comunicação de duas vias, a solução de problemas complexos, a formação emocional de ideias e a construção de uma ponte lógica entre as ideias. Em ambas fases a criança envolve temas nas brincadeiras, comunica seus desejos e se comunica, podendo até

desenvolver

habilidades

para

resolver

problemas sociais durante a interação (SURFAS, Figure 15 - VeryWell Health Além de tudo, os espaços clínicos devem estar adaptados para receber também os pais e acompanhantes dos pacientes reais, não para que eles tenham apenas um local resguardado para aguardar enquanto a criança da qual é responsável está em alguma sala de terapia, mas sim ambientes que tenham amparo para a forte carga psicológica que vem junto com o acompanhamento psicopedagógico aplicado.

2004). Tendo como fator em comuns entre todos os pontos, o brincar. O

ambiente

deve

possibilitar

então

a

aplicabilidade de tais metodologias teóricas consolidando

espaços

que

atendam

à

demanda especial para que técnicas como o floortime, o peer-play e o problem-solving interaction possam ser executadas com o maior conforto possível. O Floortime foi criado com o objetivo de aumentar a socialização, melhorar a linguagem

e

repetitivos

das

diminuir

os

crianças

comportamentos com

transtornos,

inclusive os autistas, bem como facilitar a compreensão das crianças e de suas famílias, identificando, sistematizando e integrando as funções

essenciais

às

capacidades

de

desenvolvimento (GREENSPAN; WIEDER, 2006). A família e a casa são as redes sociais primordialmente

responsáveis

pela

consolidação de vários conceitos sociais e

35


adaptação de comportamento e seu cotidiano deve

ser

analisado

como

uma

variável

importante, e usado em favor, no processo terapêutico, com atividades de conscientização e acompanhamento física e mental dos pais e cuidadores considerando os vários fatores de estresse e desgaste do cotidiano, ajudando na saúde coletiva e participação em todos os processos. Ambientes projetados e criados especialmente para crianças com TEA claramente têm um impacto benéfico, não apenas nas próprias crianças, mas também naqueles que cuidam delas (WHITEHURST, 2006). Figure 16 6 - -FREEPIK Freepik

E, por fim, deve-se considerar espaços para desenvolver ações que transcendam os limites do campo da saúde para promover ações sociais e culturais servindo como estímulo para o desenvolvimento de novas habilidades sejam elas

artísticas

ou

sociais

agregando

a

comunidade, as famílias e a região onde o projeto esteja inserido ao processo terapêutico além de ajudar a conscientizar e quebrar estigmas. Estes serviços podem ser de extrema importância na construção de PTS para as pessoas com TEA e suas famílias em todos os ciclos de vida (MIN. DA SAÚDE 2015).

36


Sweetwater Spectrum, Inc. Sonoma - Califórnia – EUA

Figure 17 - Foto: Tim Griffith

Tida como modelo entre os centros de apoio para adultos diagnosticados com TEA, a Sweetwater Spectrum visa oferecer uma vida com propósito e dignidade para seus moradores integrando soluções específicas de design e sustentabilidade de modo que o desenvolvimento individual, a independência, o bem-estar e a saúde dos residentes fossem maximizadas através de edifícios ligados com a paisagem, as pessoas e a comunidade. Um organismo sensível, que reage de forma singular a cada um de seus moradores. Sutil, único e consciente.

Figure 18 - Foto: Tim Griffith

Figure 19 - Foto: Tim Griffith

Criado em 2009 por familiares e idealizado pelo escritório Leddy Maytum Stacy Arquitetos em conjunto com One Workplace para o mobiliário, o projeto inclui quatro casas principais, um centro comunitário, piscinas e uma fazenda urbana integrando um design especificamente

37


pensado para ambientar um caráter sereno, com identidade visual para quem necessita, num ambiente seguro a todos, com estímulo sensorial reduzido (acústica, padrões visuais, odores, etc.) e ainda conectado à comunidade. Conceitualmente, o projeto considerou a expansão do consciente individual atrelado ao seu ambiente, o conectando ao seu arredor aos poucos e considerando zonas de transição entre cada micro ambiente até confluir na vida comum em sociedade criando ambientes familiares e bem definidos aos seus usuários. Diagrama de interação no sentido indivíduo > casa > área comum > comunidade com zonas transicionais para readaptação entre cada esfera social. Figure 20 - Foto: Tim Griffith

Figure 21 - Foto: The American Institute of Architects

Casa

Figure 22 - Foto: The American Institute os Architects

Comum

Casa

Praça Casa

Piscina

Casa

Acessos

38


Escola Infantil Montessori

Belo Horizonte – BRA

Figure 23 - Foto: MEIUS Arquitetura

A escola foi criada a partir de adaptações à uma casa já construída, projetada na década de 50, em seus acessos, disposição de paredes para permeabilidade visual, readequação de espaços para fluxos mais dinâmicos além da construção de um galpão, da criação de aberturas zenitais para trazer iluminação e ventilação e do uso de cobogós utilizados no projeto para fechar o portão da garagem conferindo identidade visual ao projeto.

Figure 24 - Foto: MEIUS Arquitetura

Figure 25 - Foto: MEIUS Arquitetura

As adaptações corretas e um bom uso do estudo do local transforma completamente o caráter de uma obra. O escritório de arquitetura MEIUS, juntamente com Raquel Cheib, idealizou todo o projeto, de 700 m², sob a perspectiva do

39


método montessoriano tendo como resultado final um local de aprendizado com uma paleta de cores leves inspiradas em uma paleta mais neutra dos tons primários, todo tocado pela iluminação natural, conferindo calma e tranquilidade para quem usa as instalações. A educação é um processo natural realizado pela criança e não se adquire ouvindo palavras, mas sim mediante as experiências de uma criança no seu entorno Figure 26 - Foto: MEIUS Arquitetura

(MONTESSORI 1989).

Figure 27 - Foto: MEIUS Arquitetura

O método Montessori pede induções subjetivas dentro do espaço educacional para que a criança se sinta livre e confiante a interagir com o entorno sem que haja perigos para a mesma. Figure 28 - Foto: MEIUS Arquitetura

Os móveis e as paredes com permeabilidade visual

para

que

haja

um

controle

dos

educadores ao mesmo tempo que dê liberdade às crianças são fundamentais. Figure 29 - Foto: MEIUS Arquitetura

40


Casa das Crianças

Saunalahti, Espoo – Finlândia

Figure 30 - Foto:Mika Huisman

Figure 31 - Foto:Mika Huisman

Fugindo do conceito tradicional das escolas que, em geral, ainda obedecem o modelo panóptico da mesma linha conceitual que as prisões, a Casa da Criança em Saunalahti na Finlândia traz um conceito que visa romper esse paradigma. O edifício que abriga em seus dois andares uma escola infantil e um centro de saúde para crianças lembra um museu ou um centro de artes quando se olha em um primeiro momento seus 10000 m².

Figure 32 - Foto:Mika Huisman

Figure 33 - Foto:Mika Huisman

O terreno é aberto e sem muros, alguns ladrilhos colocados na fachada instigam o toque e a curiosidade por ter sido colocados em desalinho, as cores vivas no interior servem para setorizar e situar as pessoas e sua forma foi baseada em um

41


personagem de um livro infantil forte na cultura finlandesa.

Figure 35 - Foto:Mika Huisman

Figure 34 - Foto: Mika Huisman

A curvatura das linhas do projeto se adapta a irregularidade do terreno. As claraboias que iluminam o interior com luz natural e fornece um raro calor do sol que entra no interior, enquanto madeira e gesso são utilizados para que a troca de calor seja menos intensa, mantendo o interior aquecido. O partido, conceito, materiais utilizados e a paleta de cores foi feita pelo escritório JKMM Arquitetos no ano de 2011 observando o local onde é instalada e na paisagem belíssima do entorno.

Figure 36 - Foto: Mika Huisman

42


á De acordo com o IBGE, a população estimada para o ano de 2019 em Uberlândia é de 691.305 habitantes, sendo a segunda mais populosa do estado de Minas Gerais. Tendo por base a pirâmide etária do último censo, realizado em 2010, teríamos então: Tabela 1 - Distribuição da população de acordo com a Pirâmide Etária - 2010

Figure 37 - Colagem

Faixa etária 0-4 4–9 10 - 14

Meninos 20035 20818 23145

Meninas 19171 20085 22341

O projeto mantém seu foco na saúde e no cuidado de crianças (que, por definição do Estatuto da Criança e do Adolescente, é a pessoa de até doze anos de idade incompletos) com o transtorno de espectro autista. O que nos levaria, levando-se em conta a estimativa da ONU, a: Tabela 2 - Casos estimados de autismo por faixa etária - 2010 Faixa etária 0-4 4–9 10 - 14 TOTAL

Casos estimados de incidência de autismo 392 409 454 1255

43


O espaço prevê também a integração do corpo familiar dos pacientes dentro da terapia global com atividades que estimulem um cuidado continuado no tratamento das crianças e que dê atenção à saúde física e mental dos mesmos, visto que são parte essencial na rotina das crianças. Esses espaços considerarão o tempo de

espera

em

que

acompanhantes

e

cuidadores passam dentro do centro, atividades de relaxamento, acompanhamento físico e emocional,

educação

acerca

de

temas,

tratamentos e atividades que circundam o espectro e uma integração efetiva dentro da rotina do fluxo de atividades. Já o corpo profissional depende de uma gama grande de atividades que engloba a educação e o desenvolvimento das crianças além do corpo

técnico

funcionamento

que

é

geral

necessário das

para

atividades

o e

burocracias oriundas de um espaço assim. São levadas em consideração profissionais do corpo docente multidisciplinar, secretárias, técnicos de serviços

gerais

organização,

e

apoio

equipe

de

na

limpeza

cozinha

e

com

cozinheiros e assistentes, além de terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas,

psicólogos,

pedagogos,

fonoaudiólogos,

assistentes

sociais, enfermeiros, cuidadores e responsáveis técnicos

para

atividades

especiais

como

motoristas, seguranças e jardineiros.

44


o o

ACESSOS JARDIM FRONTAL ESTACIONAMENTO

105 m² 81 m²

o o o o o o o o o

ÁREA TÉCNICA RECEPÇÃO SECRETARIA SALA DE PROFESSORES SALA DE REUNIÕES DIREÇÃO COORDENAÇÃO TESOURARIA SALA DE EQUIPE SANITÁRIOS

42 m² 14 m² 14m² 20 m² 14 m² 12 m² 10 m² 12 m² 15 m² (x2)

o o o o o o o o

COMUM ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA QUADRA DE ESPORTES VESTIÁRIO REFEITÓRIO PLAYGROUND SANITÁRIOS PÁTIO ÁREA VERDE

o o o ▪ ▪ ▪ ▪ o o

EDUCAÇÃO SALAS DE AULA SALAS ESPECÍFICAS SALAS DE OFICINAS IMAGEM PADRÃO ESPAÇO MULTIUSO AUDITÓRIO BIBLIOTECA

o o

SAÚDE HALL DE ESPERA ASSISTÊNCIA SOCIAL

50 m² 215 m² 15 m² (x2) 50 m² 75 m² 20 m² (x2) 120 m² 250 m²

25 m² 25 m²

25 m² 25 m² 25 m² 25 m² 140 m² 55 m²

17 m² 12 m²

45


o o o o o o o ▪ ▪ ▪ ▪ ▪

ENFERMARIA TERAPIA OCUPACIONAL FONOAUDIÓLOGA PEDAGOGIA PSICOLOGIA APOIO À FAMÍLIA SALA SENSORIAL IMAGEM PADRÃO ESPAÇO SENSORIAL SUPRESSÃO SENSORIAL

o o o o o o o o o o o

SERVIÇOS COZINHA COPA DESPENSA DEPÓSITO DE LIXO CASA DE GÁS DML BANHEIRO FRALDÁRIO VESTIÁRIOS FUNCIONÁRIOS VARANDA SEGURANÇA

15 m² 12 m² 12 m² 12 m² 12 m² 30 m² 14 m² 14 m² 14 m² 14 m² 20 m²

15 m² 14 m² 10 m² 3 m² 2 m² 5 m² 15 m² (x2) 8 m² 18 m² (x2) 30 m² 6 m²

De acordo com a listagem prévia dos ambientes tem-se uma noção da quantidade de espaço requerido

para

cada

setor,

estimando

o

tamanho mínimo de um lote a ser requisitado para que o projeto seja implementado. No caso, a área aproximada do projeto seria de 1986 m², com uma margem de erro considerável na hora da adequação

dos

ambientes

às

conformidades

projetuais. Então, levando-se em conta que ainda existem muitas áreas que consomem boa parte do empreendimento, foi solicitado um terreno que tivesse ao menos uma dimensão de 2500 m² para que o projeto se alinhasse com seus pré-requisitos.

46


Uberlândia é um município do estado de Minas Gerais, situado na região do Triângulo Mineiro e considerada o segundo maior centro urbano do estado contando hoje com aproximadamente 690 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE.

Mapa 1: Limites urbanos de Uberlândia. Fonte: Google Earth

A cidade tem hoje uma ampla gama de serviços à disposição e é considerada exemplo em transporte

público,

gestão

hídrica

e

acessibilidade dentro do país. É um polo de logística e de serviços no eixo Minas-São Paulo, de acesso a vida acadêmica com universidade e institutos federais e uma cidade em amplo desenvolvimento. Tem IDH de 0,789 e uma taxa de escolarização de 98% considerando crianças de 0 a 14 anos.

47


LOCALIZAÇÃO

Mapa 2 – Entorno. Fonte: Google Earth

O terreno está situado no bairro Morada da Colina, zona sul da cidade e, mais especificamente, na Avenida Liberdade, ao lado do número 956, com frente para a praça José Motta o que, de acordo com a Lei Complementar nº 525, de 14 de abril de 2011 que dispõe sobre o zoneamento do uso e ocupação do solo do município de Uberlândia, o classifica como Setor de Vias Coletoras (SVC) e estabelece diretrizes para o exercício de atividades específicas e regulamentação da sua volumetria. TAVA DE OCUPAÇÃO MÁXIMA: Permitido 70% nos 2 primeiros pavimentos acima do nível do logradouro, para os usos comercial e ou serviços e as áreas comuns de qualquer uso. Permitido 80% no subsolo sem ocupar a projeção do afastamento frontal. COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO MÁXIMO: 4,0 m AFASTAMENTO FRONTAL MÍNIMO: 5,0 m AFASTAMENTO LATERAL E FUNDO MÍNIMO: 1,5 m TESTADA MÍNIMA: 10 m ÁREA MÍNIMA DO LOTE: 250 m²

48


Localização Está localizado na avenida Liberdade, em frente à praça José Motta fazendo divisa com o número 956 na fachada direita e com outro lote vago pelo lado esquerdo e pelos fundos.

0

25 50M

Mapa 3 - Delimitação de área

Acessos

Mapa 4 Acessos

Estrutural Arterial Coletora

0

25 50M

49


TOPOGRAFIA A Avenida Rondon Pacheco é um fundo de vale que segue o leito do córrego São Pedro já canalizado, o que faz com que as ruas que a interseccionam sejam bastante íngremes em certos pontos, bem como parte dos terrenos próximos das suas antigas margens. Isto demanda então movimentos de terra para conformar os níveis, como cortes e aterros.

0

Mapa 5 - Topografia

CORTE +4 m

O bioclimático se torna importante na concepção do projeto orientando aberturas e disposição de fachadas para que haja um melhor aproveitamento da luz natural e circulação de ar.

25 50M

0

+3 m

+2 m

+1 M

25 m

Rn

Figure 31 - Corte longitudinal

>

Figure 38 Movimento aparente do sol e Ventos dominantes

50


USO E OCUPAÇÃO

Mapa 6 - Uso e Ocupação do solo

Terreno Residencial Comercial Público Residencial Multifamiliar Com exceção do condomínio de prédios residenciais, não há mais nenhuma edificação que não seja térrea nas redondezas.

0

25 50M

Os mapas que identificam os usos e ocupação ou os cheios e vazios do entorno são importantes para mostrar como e quais são as edificações vizinhas, permitindo projetar de acordo com suas orientações para que o projeto se adeque bem ao espaço do entorno.

CHEIOS E VAZIOS

Terreno Espaços construídos

Mapa 7 Cheios e Vazios

0

25 50M

51


EQUIPAMENTOS URBANOS

Mapa 8 Equipamentos Urbanos

LEGENDA ÁREA VERDE TERRENO NATURAL EDIFICAÇÃO ÁREA LAZER SERVIÇO PÚBLICO

PONTO DE ÔNIBUS Hospital Clinica Drogaria Ubs patrimônio Dentista Escola

0 25 50M

Os serviços localizados no entorno são de vital importância para o gerenciamento dos fluxos essenciais e emergenciais do centro. O local escolhido fica próximo à hospitais, clinicas de diversas especialidades, dentistas e a UBS do bairro Patrimônio, serviços complementares que dão suporte a qualquer tipo de necessidades especiais. Mapa 9 - Serviços Próximos. Fonte: Google Earth

0

25 50M

52


O fluxograma estabelece uma relação coordenada entre os diferentes setores da edificação, onde os fluxos devem ser otimizados para que não haja sobrecarga em algumas áreas e indicar onde os setores têm relações mais íntimas, necessitando proximidade ou ligações diretas, enquanto outros devem permanecer mais reservados.

DIREÇÃO SALA DOS PROFESSORES APOIO TÉCNICO DIREÇÃO SALAS DE TERAPIA SALA DOS ASSISTÊNCIA SOCIAL PROFESSORES FISIOTERAPIA APOIO TÉCNICO ENFERMARIA

ACESSO STAFF Área comum

SERVIÇOS

TÉCNICO

EDUCAÇÃO

SAÚDE

Figure 39 - Fluxograma de macrozoneamento

Por exemplo, locais que necessitam silêncio e concentração devem ser dispostos distanciados de onde houver qualquer tipo de perturbação como a ala de terapias longe do playground, quadra de esportes e entrada. Figure 40 - Fluxograma de microzoneamento

SALAS DE AULA PÁTIO PLAYGROUND RECEPÇÃO RECEPÇÃO HALL

JARDIM SALAS DE TERAPIA ASSISTÊNCIAJARDIM SOCIAL

ACESSO COMUM

HALL

COZINHA SALAS DE AULA LANCHONETE DML COZINHA LANCHONETE SALÃO MULTIUSO DML SALÃO MULTIUSO BRINQUEDOTECA ESTACIONAMENTO BRINQUEDOTECA ESTACIONAMENTO

53


ÇÃ 4 10 10 8

12 12

No estudo de manchas propõe-se uma ordenação do espaço já dentro dos limites do terreno, levando-se em conta também variáveis como insolação, circulação de ar, vizinhança e a disposição de cada parte da edificação para que se tenha uma noção da concepção ideal do projeto.

9

8 5 8

7 7

Figure 42 - Setorização

11

4

6

4

9

11

8

6

4

3

5

4

7 5 5

4

23

1

4

2

1

LEGENDA 1 - estacionamento 2 - acesso 3 - recepção 4 - jardim 5 - auditório e biblioteca 6 - salas de terapia

7 - circulação 8 - técnicos 9 - serviços 10 - salas de aula 11 - pátio 12 - playground

54


O

estudo

da

volumetria

da

edificação leva em conta, além dos espaços necessários para a área interna dos ambientes, o movimento

das

formas

e

a

conformidade com o entorno. O volume maior, disposto do lado direito do terreno, por exemplo, fica reservado para a área de auditório, que demanda um pé direito maior e dará destaque para este lado, já que confronta

Figure 43 – Isométrica

um muro alto e robusto. A

dimensão

vertical

da

edificação também foi levada em conta para que aberturas ficassem

livres

e

os

ventos

dominantes, vindos do nordeste, pudessem chegar pelo lado esquerdo e fluir pelos outros volumes sem impedimentos. Já a modulação ambiente isolando destinado

de foi

setores

toda

cada

moldada

tipo

para

do

de

que

uso não

houvesse tantos choques nos fluxos

dentro

do

centro

de

apoio, formando segmentações e compartimentos

Figure 44 – Composição volumétrica

55


Apesar de haver um tripé de condições predispostas e que confluem num diagnóstico positivo,

que

peculiarmente

envolvem repetitivos

comportamentos e

os

déficits

na

capacidade de interagir socialmente e se comunicar, o autismo recebe a alcunha de espectro por englobar um grande leque de condições e consequências que afetam a vida Figure 45 - Tela branca pintada de cinza ou tela cinza pintada de branco? | Fonte: Society6

do indivíduo de maneiras ímpares ao se comparar cada caso e, por isso, demandam tratamentos singulares para cada um. As formas de tratamento e condições que levam ao diagnóstico se abrem em ramificações infinitas de possibilidades. Neste universo de possiblidades, existe no vocabulário japonês um termo, composto pela conjunção dos ideogramas que representam o sol (日)e o portão (門), que é o Ma (間). A

união

dos

ideogramas representa o facho de

luz

que

se

esgueira por entre a fresta que a porta deixa, iluminando o ambiente e dando um vislumbre do que existe do outro lado.

Figure 46 - Feixe de luz | Fonte: Ommphoto em Flicr

56


O Ma não tem uma tradução literal para o nosso vocabulário mas, como símbolo, sugere a coexistência, a efemeridade do tempo e do espaço, a condição não material das coisas e o intervalo entre ações que mostram que além do ser ou não ser na antologia aristotélica, há a possibilidade de ser. A escolha do uso deste conceito se deu pelas pequenas aberturas que cada criança dá para que possamos acessar seu eu interior, seu mundo particular, para que possamos alcançá-las sem escancarar a porta e as ofuscar com o brilho excessivo de se olhar direto para o sol.

Figure 47 – Concepção do Logotipo

A responsabilidade de cuidar de uma criança com o espectro autista é também saber que a criança não deve ser tirada do seu pequeno mundo particular num processo abrupto e sim ser iluminada, como o sol da manhã, que traz frescor,

ilumina e

aquece

ternamente,

se

esgueirando pelo mundo enquanto o tempo flui em suas linhas tênues.

57


Figura 48 - Recepção

A concepção do projeto se deu respeitando algumas terreno

condicionantes com

em

alto aclive em

especial.

O

sua seção

longitudinal permitiu uma leve movimentação dos blocos dos volumes principais, numa alternância de dois níveis com diferença de 2.10 metros. Enquanto o pensamento de setorizar em locais semi independentes cada nicho de serviço do empreendimento deu movimentações lineares aos fluxos no seu âmbito interno. Logo na entrada, a escolha de não haver um painel ou letreiro demarcando a fachada vem para dar vida a um conceito de que o verdadeiro sol está no interior onde, no projeto, junto à recepção, temos um letreiro nas cores do logotipo que se destacam além dos vidros que dão para a parte frontal. 58


Já na recepção, a divisão de fluxos se dá de modo que, quem necessitar usar serviços médicos se direcionam para um lado e quem necessitar de usos educacionais, vão para outro, evitando o cruzamento dos fluxos e um elevado tráfego dentro do projeto;

Figura 49 - Planta layout sem escala

Área total do terreno: 2500 m² Área total construída: 1320 m² Taxa de ocupação: 58,20 %

59


Figura 51 - Vista da fachada com ênfase no letreiro interior

O sequenciamento dos

espaços

torna o caminho de seus usuários intuitivo e fáceis de criarem laços com

as

rotinas

enquanto o não cruzamento fluxos

de

torna

o

andar dentro do complexo intimista tranquilo.

mais

Figura 50 - Sequenciamento dos caminhos

e Acesso à ala médica e terapêutica Acesso ao setor educacional Acesso de prestadores de serviço.

60


Figura 51 - Fachada

Figura 52 - Detalhe fachada

Figura 53 - Lobby de espera com jardim sob abertura zenital

61


Figura 54 Jardim sob abertura zenital com vista para as salas de terapia

Figura 55 - Pátio do nível superior

Figura 56 - Pátio inferior com vista para o playground

62


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VOLKMAR, F. R. et al. Handbook of autismo and pervasive developmental disorders. 3. ed. New Jersey: John Wiley & Sons, 2005. v. 1.

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