KAREN CAROLINE DE ANDRADE PETRAGLIA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
Anjos de quatro patas
Trabalho Final de Graduação apresentada como Requisito de conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Pitágoras de Uberlândia (MG) para obtenção de do título de Arquitetura e Urbanismo
Uberlândia 2020
1
Sumário INTRODUÇÃO....................................................................................................4 1.Justificativa e relevância do tema........................................................................6 2.Fundamentação Teórica.........................................................................................8 2.1.A relação entre o homem e o animal de estimação......................................8 2.2. O abandono animal......................................................................................9 2.3. Surgimentos de Abrigos.............................................................................11 2.4. Hospitais Veterinários no Brasil..................................................................14 2.5 Abrigos no Mundo........................................................................................18 3.Cronograma de trabalho..............................................................................20 4.Estudos de Caso...........................................................................................21 Animal Refuge Centre.......................................................................................21 Palm Springs Animal Care.................................................................................25 Spa para Cachorros / Square One Interiors......................................................26 5.Programa de Projeto....................................................................................28 5.1. Perfil dos usuários......................................................................................29 5.1.1. Programa de Necessidades....................................................................30 (tipo de espaço, mobiliário, equipamentos e dimensões) ................................30 5.1.2. Microclima (ventilação, iluminação e insolação) .....................................31 6.Limitações de Projeto...................................................................................32 Legislação Municipal, Estadual e Federal; Recursos financeiros......................32 7.Contextualização do Local ..............................................................................33 7.1A Cidade - Uberlândia .................................................................................34
2
Lista de figuras
Figura 1: Cães em abrigo com superlotação................................................................................5 Figura 2: Cães em abrigo com condições adequadas.................................................................7 Figura 3: Animal com família.......................................................................................................9 Figura 4: Idosa com animal........................................................................................................10 Figura 5: Cachorro abandonado com maus-tratos....................................................................11 Figura 6:Fachada Animal Care Center, Los Angeles................................................................14 Figura 7:Animal Care Center, Los Angeles...............................................................................15 Figura 8: Fachada UIPA, São Paulo..........................................................................................16 Figura 9: Fachada Hospital Veterinário Público - Unidade Tatuapé..........................................17 Figura 10 - Lateral Animal Refuge Centre (Fonte: Site ArchDaily)...........................................21 Figura 11- Animal Refuge Centre na margem do rio (Fonte: Site ArchDaily)............................22 Figura 12: Entrada Animal Refuge Centre (Fonte: Site ArchDaily)...........................................23 Figura 13: Planta baixa de implantação do Animal Refuge Centre (Fonte: Site ArchDaily).....24 Dentro do perímetro projetado para os canis, os arquitetos criaram.........................................24 Figura 14- Vista superior maquete Animal Refuge.....................................................................24 Figura 15- Fachada Palm Spring Animal Care (Fonte: Site ArchDaily).....................................25 Figura 16: Planta Baixa Stonnington Pound Development.........................................................26 Figura 17:Acomodações dos Pet’s.............................................................................................27 Figura 18:Entrada do SPA..........................................................................................................33 Figura 19: Mapa da Cidade de Uberlândia.................................................................................34 Figura 20: Localização do terreno e aeroporto...........................................................................35
3
INTRODUÇÃO Um abrigo de cães e de gatos é um local que reúne e cuida de um número considerável desses animais, em sua maioria recolhidos das ruas. Um abrigo de animais tem como objetivos principais: ser um refúgio seguro para os animais que dele precisam; funcionar como local de passagem, buscando a recolocação desses animais para lares definitivos; ser um núcleo de referência em programas de cuidados, controle e bem-estar animal. Suprir as necessidades dos animais no ambiente do abrigo não é uma tarefa fácil e requer muito planejamento e comprometimento. Além disso, envolver-se com a construção e manutenção de um abrigo requer muitas outras considerações, como obtenção de licença, cumprimento de exigências reguladoras, planejamento de atividades, formação e treinamento de alto padrão da equipe que tomará conta dos animais. Deve-se também considerar a disponibilidade de recursos para arcar com as despesas de manutenção por pelo menos um ano. Devido à grande quantidade de questões a serem consideradas, provavelmente haverá problemas e frustrações. Até mesmo as organizações de proteção animal mais experientes e que dispõem de mais recursos continuam a aprender com seus erros. Embora muitas organizações vejam a construção e manutenção de um abrigo como a necessidade mais premente para resolver um problema de bemestar animal, esta nem sempre é a melhor estratégia. A construção de um abrigo pouco contribui para resolver o problema de animais abandonados e não fornece solução para o problema dos animais na rua. Além disso, após sua construção, os custos de manutenção de um abrigo representam um fardo financeiro contínuo e geralmente deixam muito pouco tempo ou dinheiro para outras questões importantes, como educação humanitária, campanhas e atividades de lobby para mudanças na legislação. Um planejamento inadequado e uma estimativa equivocada do comprometimento financeiro e das exigências operacionais podem ter efeitos desastrosos. Além disso, a falta de experiência e a insuficiência de recursos podem comprometer seriamente o bem-estar dos animais nos abrigos. 4
Doenças, superpopulação, conflitos sociais, acomodações inadequadas e falta de exercícios são problemas comuns nos abrigos e, se a estada for longa demais, os cães podem se tornar “institucionalizados”, o que dificulta sua adoção. Abrigos podem ficar rapidamente superlotados e nessa condição não têm nenhuma função significativa na melhoria das condições de vida dos cães do lado de dentro e de fora de seus portões. Além disso, manter um abrigo é um peso muito grande para a equipe e voluntários da organização; isso se revela especialmente verdadeiro quando enfrentam a tarefa de cuidar desses animais por muito tempo e são obrigados a recusar outros animais que necessitam de cuidados.
Figura 1: Cães em abrigo com superlotação
Uma forma de evitar essa superlotação seria o incentivo a adoção, as pessoas precisam conscientizar sobre a importância desse ato, assim, além de oferecer um recomeço para um pet abandonado – um problema, em especial, dos grandes centros urbanos -, essa também é uma forma de se posicionar contra a comercialização de cachorros e gatos .
5
1.Justificativa e relevância do tema O número de cães e gatos nas ruas estão cada vez maiores, sendo assim é de suma importância a criação de abrigos para diminuir essa grande quantidades de animais, mas para se criar uma abrigo é necessário um planejamento árduo, como um dos seus objetivos principais, um abrigo deve planejar programas de adoção permanentes, recolocando os animais em novos lares, o mais rápido possível, onde eles poderão ter uma nova chance de conviver com uma família e, dessa forma, serem reinseridos na sociedade. O abandono e os maus-tratos sofridos no passado geram, nesses animais, transtornos psicológicos diversos, especialmente ansiedade, insegurança e vulnerabilidade emocional. A recolocação em um novo grupo familiar, seguro e acolhedor, é fator primordial para o desenvolvimento /restabelecimento da saúde física e mental desses animais, concorrendo para sua estabilidade emocional. Para suar e colocação, no entanto, esses animais precisam do abrigo para sua pronta reabilitação física e comportamental e para o encontro de família e lares apropriados. Paralelamente a essa função, um abrigo também deve atuar como multiplicador dos conceitos de bem-estar animal, guarda responsável de animais e das ações mais eficientes para o controle populacional de cães e gatos, tendo conhecimento da política pública estabelecida na cidade e das possibilidades de parceria para o desenvolvimento de melhor tratamento para os animais na sociedade. Para tanto, são necessárias capacitações periódicas de todos os profissionais que trabalham no abrigo, com vistas ao seu próprio bem-estar físico e mental e a uma interação harmoniosa com os animais. Animais em cativeiro, como os que vivem em um abrigo ou em um zoológico, por exemplo, são totalmente dependentes dos humanos para lhes providenciar as condições que irão satisfazer as suas necessidades básicas. E é muito importante que todas as suas necessidades possam ser atendidas. •Livre de fome e de sede –pelo fornecimento de água fresca e uma dieta balanceada que mantenha os animais saudáveis e vigorosos;
6
•Livre de dor, lesões e doenças –pela prevenção ou rápido diagnóstico e tratamento; •Livre de medo e estresse –assegurando condições e tratamento que evitem sofrimento mental; •Livre de desconforto –providenciando ambiente apropriado, incluindo abrigo e área para descanso confortáveis; •Livre
para
expressar
comportamento
normal
–providenciando
espaço
suficiente, proporcionando atividades e companhia apropriada de animais de sua própria espécie.
Figura 2: Cães em abrigo com condições adequadas
7
2.Fundamentação Teórica 2.1.A relação entre o homem e o animal de estimação A arte de domesticar animais iniciou na cultura humana quando os homens começaram a viver em determinadas regiões do mundo e passaram a usar a criação de animais para auxiliar na produção de alimentos, para transporte de pessoas ou cargas e até mesmo para cuidados com os terrenos para agricultura. Com o passar dos anos os animais domesticados se tornaram muito mais próximos dos humanos, assim deixaram de servir apenas para ajudar em trabalhos, e passaram a fazer parte do cotidiano dos homens, tanto que hoje em dia muitas pessoas dão grande importância à presença de animais dentro de casa, considerando-os necessários para um lar feliz. Um estudo e pesquisa feitos pelo American Journal of Cardiology mostrou que algumas pessoas quando interagiam com animais, reduziam seu nível de estresse e até mesmo de problemas com a pressão arterial e no decorrer do tempo ficaram menos propensas ao aparecimento de problemas no coração. Isso acontece porque os animais levam um pouco mais de afeto, carinho e faz com que seus donos os amem incondicionalmente até mesmo ou mais como se ama um outro humano. Um outro benefício trazido por animais dentro de casa, principalmente cachorros de porte médio e grande, é a agilidade e companhia na hora de praticar exercícios físicos como caminhadas e/ou corridas, mas nesse caso você precisa escolher bem a raça do seu animal porque não são todos os bichinhos dessa espécie que possuem resistência física e disponibilidade para isso. Cães também são utilizados como animais de guia para pessoas que apresentam deficiência física, mas nesse caso precisam passar por um treinamento especial para realizarem essa função. Para a psicanálise, um dos fatores que estimula mais as pessoas a manterem uma vida mais saudável também, principalmente se residirem sozinhos, é a vontade de estarem sempre por perto para cuidarem de seus 8
animais. Então consequentemente, pacientes quando se dirigem aos cuidados médicos para tratar de algum problema de saúde, a maior preocupação depois da sua própria cura, é cuidar dos animais de estimação.
Figura 3: Animal com família
Animais de estimação passam a ser um ótimo suporte emocional também. Pessoas adquirem confiança e o hábito de conversarem com seus animais, assim como conversam com humanos e esses bichos passam a ser uma espécie de cúmplices de seus donos, o que favorece ainda mais para o alívio de estresse e de possíveis mágoas. Segundo Millan (2009 apudMARTHE, 2009), esta forte relação dáse pelo fato do animal necessitar do alimento que lhe é concedido, e são programados para seguir um líder, no caso, seu dono. Já o homem desenvolve uma dependência emocional, já que mais do quequalquer outro bicho, o cão équem lhe permitemanter uma conexão mínima com a natureza. “Pessoas que aboliram a simplicidade de sua vida procuram, por meio de seus cães, reencontrá-la.” Há, por exemplo, idosos que moram sozinhos e amenizam a ausência da família criando animais de estimação para fazer companhia, tratando-os com todo carinho e atenção que for necessário, e até mesmo casais que não tem 9
filhos por diversos motivos e optam por criar um ou mais animaizinhos como “filhos”, oferecendo tudo o que for possível para o bem-estar e diversão deles.
Figura 4: Idosa com animal
Enfim, a aproximação no relacionamento homem e animal está resultando em mudanças diretas na vida de ambas as partes, mas isso não significa que a convivência harmônica não é possível. Se os animais dependem dos humanos hoje, é devido à necessidade que os humanos têm de conviver com esses seres capazes de amar e sofrer e que trazem benefícios à vida de muitos, proporcionando grande vínculo afetivo.
10
2.2. O abandono animal Apesar da estreita união homem-animal, constata-se um grande número de casos de maus-tratos contra os animais, cometidos pelos seres humanos: abandono, negligência, espancamentos, queimaduras, tráfico de animais silvestres, zoofilia, promoção de rinhas, esgotamento de matrizes devido à exaustiva reprodução, caça ilegal e uso de animais para fins recreativos, entre outros. Os casos de abandono de animais constituem-se em um grave problema, causando prejuízos para a ecologia, economia, saúde pública e bemestar animal. Assim como muitos animais são amados por seus tutores, outros são simplesmente descartados como mercadorias sem valor. Os animais errantes
podem
sofrer
de
fome,
desnutrição,
parasitas,
doenças,
envenenamento e outras formas de abuso. ‘’Segundo a World Veterinary Association, há cerca de 200 milhões de cães abandonados no mundo. No Brasil, há 30 milhões de animais vivendo em situação de abandono. Já em Porto Alegre e Região Metropolitana, RS, Brasil, há uma estimativa de que existam 500 mil cães e gatos errantes’’
Figura 5: Cachorro abandonado com maus-tratos
No Brasil, o abandono é uma realidade comum no dia a dia das ONGs e nas cidades como um todo. Os descartes acontecem também em parques, 11
praças, estradas e portas de pet shops. Nem os hospitais veterinários públicos escapam. Há quem interne o animal doente e não volte mais. Vale ressaltar que maus-tratos ou abandono de animais é considerado crime ambiental e pode resultar na pena de detenção de três meses a um ano e multa. A lei se aplica a quem “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”. Cães e gatos necessitam de cuidados especiais, atenção, geram gastos com rações, artigos de pet shops, visitas ao veterinário, precisam de espaço, higiene pessoal e no local onde ficarão abrigados, devem ser levados para passear, fazem suas necessidades pelo chão e precisam ser educados. No momento em que se adquire um bichinho, deve-se ter a consciência de que eles vivem em torno de 15 anos, e que esse é o tempo programado em que ele estará com o seu dono. Ao chegar no lar, é necessário saber que cada animal guarda consigo uma personalidade diferente. Uns podem ser tranquilos, obedientes, enquanto outros podem ser difíceis de lidar, bagunceiros e bravos. Os animais precisam ser adestrados, ensinados. Para isso deverá se ter paciência e disposição. Irão latir, chorar, fazer suas necessidades em qualquer lugar, até que aprendam como seguir as regras de comportamento impostas pelo seu dono. A maioria das pessoas não estão preparadas para tais cuidados, e muitas vezes utilizam o argumento de que o animal não atendeu às expectativas. Por estes motivos, cães e gatos, de todas as raças e temperamentos, acabam sendo abandonados pelos seus donos. Este é o maior motivo que leva a problemática atual em que a maioria dos animais de estimação vivem: o abandono e os maus tratos (SHULTZ, 2016). Vários motivos são dados para tentar justificar o abandono. Uma pesquisa realizada nos EUA em 12 abrigos, envolvendo 1.984 cães e 1.286 gatos, procurou investigar quais eram os motivos dados pelas pessoas que abandonaram seus bichos. As somas passam de 100% porque um dono pode ter alegado mais de um motivo para abandonar seu animal. (SCIENCE, S. D apud NETO,2007).
12
Há também os animais que fogem dos seus lares, acabam se perdendo sem saber voltar para casa. Muitos donos saem a procura deles, mas nem sempre conseguem achá-los. Motivo pelos quais acontecem o abandono, segue a tabela:
CÃES
GATOS
1°
20,0% Destrutivo dentro de casa
37,7% Suja a casa
2º
18,5% Suja a casa
16,9% Agressivo com as pessoas
3º 4°
12,6% Destrutivo fora de casa 11,6% Agressivo com as pessoas
14,6% Destrutivo dentro e casa 11,45 Destrutivo fora de casa
5°
11,6% Tem o vicio de fugir de casa 9,0% Morde
7°
10,9% Requer muita atenção
6,9% Requer muita atenção
8°
10,7% Late ou uiva muito
6,9% Não amistoso
9°
9,7% Morde
4,6%
10º
9,0% Desobediente
Eutanásia
4,6% Ativo demais
Esses motivos tendem a mudar com o tempo e são diferentes dos estudos anteriores. Os dados indicam um aumento nos fatores econômicos e uma diminuição dos motivos relacionados com a perda de interesse, o fim da temporada de caça e o medo de toxoplasmose. Entretanto, o abandono continua apontando para uma incompatibilidade entre alguns proprietários e alguns pets, para um desconhecimento sobre as implicações práticas de viver com um animal e, em alguns casos, para expectativas equivocadas sobre o comportamento normal de um cachorro ou gato. Portanto, pode-se concluir que ainda existem diversas razões que motivam o abandono de animais. Além da orientação e da vontade de combater
13
esses efeitos causados pelo aumento da população de animais nas ruas, existem diversas soluções para colaborar com esse processo evolutivo, como adotar algum animal que espera por carinho nos abrigos. 2.3. Surgimentos de Abrigos Os animais domésticos começaram a gerar negócios milionários, e para a população, comprar cachorros e gatos de raça se tornou status. Consequentemente, o número de cães e gatos sem raça definida sendo abandonados nas ruas cresceu, e o número de animais de raça sendo explorados em criadouros, também. Com o grande número de animais sofrendo surgiram as associações de proteção e os abrigos para os animais regatados. A tabela abaixo mostra as principais causas para justificar o abandono: Um dos principais métodos de prevenção ao abandono é a castração. Segundo Cessarini (2016), a melhor forma para amenizar, ou melhor, sanar o problema do abandono de animais domésticos é a castração. Esta operação além de evitar o abandono, traz outros benefícios aos bichos: diminui drasticamente o risco de doenças, como o câncer de mama e de útero; extingue a gravidez psicológica que as fêmeas costumam ter; ameniza o risco de fugas e brigas, dentre outras. (Larissa Guimarães, 2016). 2.5 Abrigos no Mundo Animal Care Center, Los Angeles
Figura 6:Fachada Animal Care Center, Los Angeles
14
Projeto criado em 2012, com o intuito da conscientização e interação da população com o abrigo, aumentando consequentemente as adoções e diminuindo as eutanásias. O Shelter está localizado no coração de uma área industrial, levemente rodeada por zonas residenciais e perto de avenidas movimentadas. O edifício está situado estrategicamente para torná-lo o mais visível e acessível possível. Com sua fachada distintiva e cores brilhantes, o abrigo anima a área. Ele suaviza a rua com árvores e plantação ao longo das ruas industriais e fornece uma pausa bem-vinda para a comunidade local. O edifício tomou todas as medidas necessárias para alcançar a certificação LEED Silver. As medidas foram tomadas para regular a iluminação, o controle de temperatura, o ar interno e a qualidade ambiental. Materiais de construção interior e exterior têm conteúdo reciclado e estão regionalmente disponíveis. A vitrificação Low-e e um telhado da estrela da energia reduzem o acúmulo do calor para dentro. A forma de construção é tão compacta quanto possível: os quartos firmemente e eficientemente dispostos. A galeria principal é um espaço exterior, reduzindo o total de ar-condicionado. Os painéis solares cobrem o telhado e a clarabóia do edifício permite a luz em todos os quartos ocupados por povos e por animais.
Figura 7:Animal Care Center, Los Angeles
15
União Internacional Protetora dos animais, São Paulo
A associação mais antiga do Brasil é
A UIPA, responsável pela
instituição do Movimento de Proteção Animal no país, no século XIX. Em 1893, o suiço Henri Ruegger dispôs- se a denunciar os maus-tratos a que era submetido um cavalo, em plena área central de São Paulo, mas indignou-se ao tomar ciência de que inexistia, no país, entidade destinada à proteção dos animais. Inspirado por Henri Ruegger, o jornalista Furtado Filho publicou artigo sobre maus-tratos no “Diário Popular”, dando ensejo a inúmeras manifestações, conclamando a sociedade a erguer voz contra
os maus-tratos infligidos aos
animais. Lançou-se, então, a ideia de se criar no Brasil uma associação protetora dos animais. Constituiu-se uma comissão para criar a UIPA, fazendo vir das entidades estrangeiras as informações de base, enquanto se espalhavam as listas para a inscrição de associados, nas quais se liam os nomes de escritores, de educadores, de jornalistas e de honrados representantes do Poder Público. A UIPA, possui também um abrigo em São Paulo, rodeado de vegetação, para resgatar gatos e cachorros e depois colocá-los para a doção. (Site Uipa).
Figura 8: Fachada UIPA, São Paulo
Associação de Proteção Animal, Uberlândia Em Uberlândia, Minas Gerais, existe a APA, Associação de Proteção Animal, que foi fundada em 1996. Ao longo de dois anos o projeto ganhou corpo 16
e, em 1998, com a doação de 1 terreno numa área de chácaras no município, iniciou-se à construção de 2 coberturas para abrigo de animais (12 unidades). Em 2010, através de financiamento viabilizado pela Prefeitura, foi construído mais 1 gatil (2 unidades). Em 2012 a Promotoria de Meio Ambiente de Uberlândia também deu sua parcela de contribuição, possibilitando a construção de mais 2 conjuntos de canis (com 14 unidades) e elevando a capacidade de abrigo para 150 animais. Os animais atendidos pela apa/uberlândia têm as seguintes características: situação de risco, vítimas de maus-tratos, vítimas de violência sexual, de violência doméstica, filhotes expulsos de seus lares e fêmeas em risco de gestação. (APA Uberlândia).
17
2.4. Hospitais Veterinários no Brasil
Figura 9: Fachada Hospital Veterinário Público - Unidade Tatuapé
O primeiro Hospital Veterinário Público do Brasil, foi criado em julho de 2012, a primeira unidade do hospital veterinário público surgiu de uma emenda do vereador Roberto Tripoli (PV) e faz parte das ações da Coordenadoria Especial de Proteção a Animais Domésticos, criada pela Prefeitura de São Paulo no dia 23 de junho de 2012. A unidade, totalmente custeada pela Prefeitura de São Paulo e administrada pela ANCLIVEPA-SP e se localiza na Zona Norte de São Paulo. Sua estrutura conta com 5 centros cirúrgicos, 20 consultórios, Esterilização de materiais, Sala de Raio-X, Sala de Ultrassom, 2 salas de emergência, 4 enfermarias, Ambulatório de Doenças infectocontagiosas, Internação e Almoxarifado. A equipe é composta por 72 Funcionários de apoio e 39 Veterinários. Podemos perceber a simplicidade da obra, e a reutilização do prédio. Com fachada simples, sem muitos detalhes, apenas revestida com cerâmica e cores frias. Já em Minas Gerais foi anunciada a criação de um Hospital Veterinário Público em 5 de julho, de 2018. A implantação do primeiro Hospital Público Veterinário de Minas Gerais, funcionará em um prédio pertencente à Prefeitura de Belo Horizonte localizado na rua Pedro Bizoto, 230, no bairro Madre Gertrudes. O anúncio foi feito após visita ao imóvel que sediará o novo hospital veterinário. 18
O prefeito destacou a importância de se revitalizar um prédio já existente, sem maior ônus à administração municipal, e com benefício para a população de Belo Horizonte. “É um imóvel que estava abandonado desde 2009 e, dentro daquela simplicidade de fazer funcionar, nós vamos entregar o prédio reformado. São coisas simples, em que se gasta pouco, e que a cidade tem um ganho, um custo-benefício muito bom. É importante fazer, com todo o custo encampado pelos parceiros como as instituições de ensino, que o usarão como hospital-escola”, afirmou.
Haverá a reforma das janelas e telhado,
principalmente. (Site da Prefeitura, PBH, 2018)
19
3.Cronograma de estudos
20
4.Estudos de Caso 4.1.Animal Refuge Centre Arquiteto: Arons en Gelauff Architecten Localização: Amsterdam, The Netherlands Área: 5800m² Ano do Projeto: 2007 Fonte: https: //www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centrearons-engelauff-architecten https://holywestie.com.br/e-um-shopping-nao-e-um-abrigo-de-caes/
Acesso: 17/10/2019
Figura 10 - Lateral Animal Refuge Centre (Fonte: Site ArchDaily)
O enredo do projeto é à margem de um rio da cidade. O terreno com o formato de cunha, aparentemente não cabia às funções de abrigo para animais. O revestimento exterior é concebido para parecer pertencente à vegetação circundante.
21
Figura 11- Animal Refuge Centre na margem do rio (Fonte: Site ArchDaily)
São painéis de aço zincado revestidas com doze tons de verde que corre ao longo do comprimento do prédio – é uma versão da gram “pixelada”. A posição central do átrio da entrada determina a forma final da fachada – um objeto fluído. O projeto consiste em um corredor de serviço longo, com área de repetição dos canis perpendicularmente posicionada a esse corredor e separada por pequenos espaços exteriores. O edifício é todo voltado para o interior a fim de reduzir os níveis de ruído excessivo dos latidos para os vizinhos.
22
Figura 12:Entrada Animal Refuge Centre (Fonte: Site ArchDaily)
No segundo pavimento do edifício, está localizada a acomodação dos gatis, agindo como uma área de abafamento do som pat ao exterior. O lugar oferece abrigo para 180 cães e 480 gatos, também abriga uma loja, uma clínica veterinária, salas de ensino, cozinhas, escritórios, espaços técnicos, salas de armazenamento e um apartamento de zelador de 115m2. O Átrio no centro dos canis, com espaços segregados, margeados por uma circulação dá a possibilidade para manter matilhas separadas, conforme a evolução da socialização.
23
Figura 13: Planta baixa de implantação do Animal Refuge Centre (Fonte: Site ArchDaily)
Dentro do perímetro projetado para os canis, os arquitetos criaram Figura 14- Vista superior maquete Animal Refuge
Grandes espaços de jogos para os animais, que também podem funcionar como separação de matilhas por porte dos animais. As áreas dos
24
gatis na parte de cima da edificação funcionam como um abafador do som dos latidos.
4.2.Palm Springs Animal Care Arquitetos: Swatt; Miers Architects Localização: Demuth Park, Palm Spring, EUA Período de Construção: 2012 Terreno da Construção: 21.000m² Fonte: https://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animalcare-facility-swatt-miersarchitects
Acesso:17/10/2019
Figura 15- Fachada Palm Spring Animal Care (Fonte: Site ArchDaily)
25
4.3. Spa para Cachorros / Square One Interiors Arquitetos :Square One Interiors Localização :Vancouver, BC, Canadá Área :163 m² Ano do projeto :2010 Fotografias : Ihor Pona
Acesso:17/10/2019
Figura 16:Acomodações dos Pet’s
Este ambiente que oferece serviços completos para cachorros ganhou a definição de "spa". Três componentes funcionais estão contidos em um único espaço: varejo, aliciamento e lounge / área de cuidados e jogos. Cada componente é criado de acordo com sua própria função e identidade, mas um tornou-se uma extensão do outro, projetados para o conforto. O objetivo era estabelecer uma marca única no serviço de pet-shops, criando um mimo, uma experiência livre de estresse para os proprietários e seus cães, dentro de um orçamento limitado. 26
Figura 17:Entrada do SPA
O spa é limpo, sofisticado e lúdico, com uma paleta de tom-sobre-tom texturizada que cria uma sensação de luxo e conforto. A área de diversão e cuidados é distinguida com aros de metal personalizados que são suavizados pelas almofadas. Sutis, gráficos
superdimensionados
e
a
palavra
play
ajudam
a estabelecer uma marca forte reconhecível. Acessórios contemporâneos de varejo exibem os produtos. Estes elementos se alinham para criar uma sensação de exclusividade e luxo. Os materiais foram selecionados para fins estéticos e com a clientela canina em mente. A resina textorizada utilizada no caixa não se risca com o salto dos cães e os acabamentos de pavimento e parede são todos duráveis, laváveis e de baixa manutenção.
27
5.Programa de Projeto 5.1. Perfil dos usuários - Funcionários
Recepcionistas Médicos Veterinários Auxiliares de Limpeza Auxiliares de Recreação Profissionais de Banho e Tosa
5.1.1. Programa de Necessidades/Microclima
I-
Setor Atendimento
Tabela 2- Setor de Atendimento LEGENDA: HQ: Água Quente FV: Vapor FO: Oxigênio EE: Elétrica ED: Elétrica diferenciada o
HF: Água Fria ADE: A depender do equipamento diferenciado FV: Vapor FAM: Ar comprimido medicinal/industrial AC: Ar Condicionado
28
II-Setor Diagnóstico
Tabela 3- Setor de Diagnóstico
III-
Sustentação
;
29
IV-
Administrativo
LEGENDA: AC: Ar Condicionado
Tabela 5- Setor Administrativo
V-Abrigo
30
31
6. Limitações de Projeto Uso e Ocupação do Solo em Uberlândia O abrigo para animais abandonados e o Hospital Veterinário público se enquadram em Serviços Especiais LEI COMPLEMENTAR Nº 525, DE 14 DE ABRIL DE 2011. Capítulo II DO ZOENAMENTO DO USO DO SOLO URBANO Tipo de serviço: Seção I Das Definições Art. 4º Para os efeitos de interpretação e aplicação desta lei complementar, adotam-se as definições e conceitos adiante estabelecidos: SERVIÇOS ESPECIAIS XX - SERVIÇOS ESPECIAIS: são os estabelecimentos de prestação de serviços à população, cuja atividade exige tratamento diferenciado, em função de sua natureza ou impacto ambiental e no tráfego local, independentemente da área construída; 9609-2/03- Alojamento, higiene e embelezamento de animais, 3.3.3- Outras Atividades e Serviços 2. Guarda de animais, canis 4.3- Equipamentos Especiais I (E3-I) 4. Hospital, sanatório e hospital veterinário Local de Implantação: XIII - Zona de Transição – ZT ZONA DE TRANSIÇÃO: são áreas ao longo dos Setores de Vias de Serviço e Setor de Vias Estruturais, que desempenham o papel de zonas intermediárias entre estes setores e a zona residencial;
32
7.Contextualização do Local 7.1A Cidade - Uberlândia
Figura 18: Mapa da Cidade de Uberlândia
Uberlândia, fundada em 31 de agosto de 1888, é um município brasileiro do interior do estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Localiza-se a oeste da capital do estado, Belo Horizonte, distanciando-se desta cerca de 537 quilômetros. Sua população, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), era de 683 247 habitantes em 2018, sendo o município mais populoso da região do Triângulo Mineiro e o segundo mais populoso de Minas Gerais. É, também, o município mais populoso do interior de Minas e o quarto município mais populoso do interior do Brasil. Ocupa uma área de 4,1 mil quilômetros quadrados, sendo que 135,3 quilômetros quadrados estão em perímetro urbano.
Perfil Socioeconômico Mediante ao PIB, pode-se afirmar que o município de Uberlândia tem importante papel econômico na região de seu entorno e no Estado de Minas Gerais. Considerando-se, aqui, o olhar para a evolução e a composição setorial do PIB municipal, Uberlândia se encontra entre os dez municípios com maiores participações na economia de Minas Gerais. A agricultura é o setor menos relevante de sua economia, sendo a indústria o segundo setor mais relevante, e cerca de 7.479.038 mil reais do PIB municipal são de prestações de serviços
33
(terciário). Sendo assim, setor terciário, atualmente, é a maior fonte geradora do PIB uberlandense.(CEPES, 2018. Uberlândia)
34