Os Vingadores:
nada sera como dantes
Tatiana Henriques
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A historia
Tony Stark (Robert DowneyJr.) e Bruce Banner (Mark Ruffalo) tentam assegurar a paz no planeta e criam um programa de inteligência artificial para cumprir esse propósito. Contudo, a experiência não corre da melhor forma e resulta, acidentalmente, na criação de Ultron (James Spader), um vilão implacável e demolidor que pretende eliminar a
humanidade. É a “desculpa” perfeita para voltar a unir os Vingadores e, ainda, ajuntar uns gémeos muito especiais…
Curiosidades .
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No primeiro trailer (que alcançou milhões e milhões de visualizações), a música de fundo é uma versão de “I’veGot No Strings”, que faz parte da banda-sonora de «Pinóquio» (1940). Curiosamente, este filme de animação conta a história de um ser inanimado que ganha vida e Ultron acaba por ser, assim, a versão sombria de Pinóquio. Ainda sobre o trailer, estava planeado que o mesmo fosse publicado após um dos episódios da série «Os Agentes S.H.I.E.L.D.», mas uma versão de fraca qualidade foi divulgada na internet alguns dias antes. Em resposta, a Marvel lançou a versão HD do trailer no mesmo dia e brincou com o assunto na sua conta de Twitter, dizendo que a culpa havia sido da HYDRA, a organização maléfica rival da S.H.I.E.L.D. «Os Vingadores: A Era de Ultron» é o filme mais longo do Universo Cinematográfico Marvel, com um total de 160 minutos. Além disso, bate outro recorde, já que é o filme que recorre ao maior número de efeitos especiais da história do estúdio. Assim, ao todo, serão 3000 as cenas que terão efeitos especiais, superando as 2750 de «Os Guardiões da Galáxia» (2014).
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Stan Lee, um dos criadores das principais personagens da Marvel e mestre dos cameos, já afirmou que considera que a sua participação neste filme é a sua preferida de sempre. 42 metropolis Maio 2015
Mais um recorde: a construção do maior cenário já edificado para um filme da Marvel. O resultado é um enorme cenário da Torre dos Vingadores, construída pelo designer de produção Charles Wood e a sua equipa. No filme, a Torre foi construída por Tony Stark e serve como um ponto de encontro para os Vingadores. De acordo com o compositor Brian Tyler, a banda sonora presta homenagem aos trabalhos de John Williams em «Super-Homem» (1978), «StarWars: Episódio IV – Uma Nova Esperança» (1977) e «Os Salteadores da Arca Perdida» (1981).
Homem de Ferro
Foram já muitas as vezes que Robert DowneyJr. interpretou o papel de Tony Stark mas, para o actor, é sempre “como se fosse a primeira vez”. Impetuoso mas absolutamente brilhante, Tony Stark sempre assumiu uma posição de liderança e irreverência n’Os Vingadores. No início desta nova obra, é Stark quem financia o grupo, apetrechando-o mesmo com novas funcionalidades tecnológicas que potenciam os seus poderes. Junta-se, ainda, ao seu amigo e também génio, Bruce Banner, para criarem Ultron, um programa para providenciar a paz. Contudo, após esta invenção,o projecto quase se tornará uma utopia… Não obstante, para DowneyJr., Stark “em parte, ainda é um engenheiro que só quer ajudar todos e agir um pouco melhor”. A personagem assume uma importância fundamental neste novo filme, sobretudo a partir da relação que o liga a Ultron, uma espécie de pai e filho, com todas as complexidades inerentes. Sobre o volte-face que Ultron providencia, o actor revela o seu entusiasmo: “Simplesmente adoro a ideia de que ele possa ter o impulso de fazer algo bom, mas que volta para trás e torna-se outra coisa”. Já sobre James Spader –um antigo companheiro de cena noutros filmes, como em «TuffTurf» (1985) e «A Última Viagem em Beverly Hills» (1987) –, DowneyJr. é categórico: “Ele tem sido brilhante e foi a melhor ideia possível. Estamos muito contentes por tê-lo no elenco”.
Evans, que afirmou que gosta muito do «Homem de Ferro» “porque não te consegues cansar do Downey, cada fala dele é tão fantástica”. O actor vai mais longe, referindo que muito desta saga se deve ao intérprete de Tony Stark: “Percebo porque foi ele que fez nascer isto – não estaríamos aqui se não fosse pelo Downey e aquilo que ele fez no primeiro «Homem de Ferro» (2008)”. Sobre o filme em si, Robert DowneyJr. considera que parece, simultaneamente, “um fim e um início”, havendo, inclusive, “muitas referências a isso no argumento”. Além disso, agora que a S.H.I.E.L.D. já não existe e que os Vingadores estão um pouco mais por sua conta, o actor enuncia um factor “que era anteriormente personificado em Coulson (ClarkGregg) e depois em Fury (Samuel L. Jackson)” e que se trata de “amizades que se desenvolvem sob circunstâncias bizarras e que se tornam genuínas”. DowneyJr. referiu ainda as enormes expectativas que pairam sobre esta nova obra: “O mais importante foi juntar-nos a todos em «Os Vingadores»(2012), acho que isso nos chocou porque correu tão bem e teve uma resposta tão boa. A reacção foi ‘Bem, e agora o que se segue?’”. O que se segue é um filme “incrivelmente divertido e bem pensado”, segundo Robert DowneyJr. “Eu aprovo”, concluiu.
Falando em elenco, um aspecto que considera como “a chave do sucesso destes filmes”, o actor revelou em entrevista a existência de “um sentido de união”, algo que os outros actores também referem. Tal é ainda mais notório quando as rodagens têm lugar em outros países – como, aliás, aconteceu, em grande escala neste filme –, já que, na opinião do actor, “quando gravas cenas fora do estúdio tendes a interagir mais com os colegas”. Parece que os outros actores também admiram o trabalho de DowneyJr., como é o caso de Chris Maio 2015 metropolis 43
Hulk Em «Os Vingadores: A Era de Ultron», Hulk é agora uma arma menos secreta dos Vingadores e Banner tenta encontrar um lugar dentro desta “família” de super-heróis. Mark Ruffalo, o terceiro actor que já interpretou a personagem no Cinema, fala um pouco sobre esta mudança de Banner: “Julgo que ele está a tentar tornar-se mais parte do grupo. Não penso que ele alguma vez se tenha sentido parte de uma família ou de alguma coisa. Ele sempre esteve do lado de fora, a fugir ou a tentar evitar a humanidade. Mas agora penso que ele tem a ideia de que talvez faça parte de algo, está a tentar realmente sê-lo e sente-se mais confortável com a fantasia de que talvez faça parte de algo. Mas continuo a pensar que é uma luta para ele e não acho que alguma vez esteja sob controlo. Penso que, nesta versão, ele está o mais perto possível de ter uma vida normal, o que poderá incluir… algum romance. Mas se tal será alguma vez possível para Banner é sempre a questão”. Todavia, não tenhamos ilusões:Hulk poderá perder o controlo. Para evitar isso mesmo, foram tomadas algumas precauções… Assim, Ruffalo considera que a sua personagem continua a tentar encontrar uma cura, uma forma para que deixe de se transformar em Hulk. Contudo, também considera que ele começa a aceitar a situação para que “não bata com a cabeça contra a parede”. Todavia, o actor salienta que, apesar de se sentir que o Bruce tem bastante controlo sobre Hulk, na verdade, “há algo nele que não confia plenamente nisso. Ele está, sem dúvida, preocupado que vá chegar o dia em que o Hulk vai vencer”. “Ele é como uma bomba nuclear. É difícil ser-se muito táctico com ele”, ajuntou. Há, assim, uma espécie de plano para parar Hulk: o Hulkbuster, uma armadura desenvolvida por Stark e Banner, após terem estudado as acções físicas e os níveis de força de Hulk. Desta forma, um satélite 44 metropolis Maio 2015
em órbita próxima está sempre perto de Banner para que rapidamente Stark possa abrir a armadura Hulkbuster e tentar conter Hulk – pelo menos, em teoria. À semelhança de outros Vingadores, também Hulk viu algumas melhorias no seu guarda-roupa, de modo a evitar uma ou outra situação mais embaraçosa após a sua transformação. Desta forma, as suas calças elásticas são feitas de alta tecnologia e com tecido de micro fibra, esticando com ele. Tratando-se de novas tecnologias, este filme inova mais um pouco no trabalho com CGI, sobretudo com a ajuda do “perito” Andy Serkis. “O Andy criou um tipo de espaço e atitude em torno da captura de performance, que honra um pouco mais o actor em relação ao passado”, conta Mark Ruffalo. O actor comparou esse trabalho com o teatro, “porque é tudo imaginação. Não tens uma floresta à tua frente no teatro”. “A mais antiga forma de representar repentinamente encontra-se com a mais recente. E elas são muito compatíveis uma com a outra. É muito entusiasmante”, salientou. Para Ruffalo, esta nova obra “é muito maior, em termos visuais, relativamenteao primeiro filme”. Além disso, há outro aspecto que Mark Ruffalo não deixa de salientar: “Há algo muito giro que acontece no filme: o Hulk tem medo do Banner tanto quanto o Banner tem medo do Hulk. Ambos são, obviamente, a mesma pessoa, pelo que terão de encontrar uma forma de se relacionar um com o outro. E essa confrontação é construída ao longo do filme”.
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_ Capitao America e funcionalidade”. Contudo, o actor não deixa de considerar que “ele quer servir o seu país mas o que ele realmente desejava, na minha opinião, era ter uma vida normal”. De referir ainda que em «Os Vingadores: A Era de Ultron», o Capitão América poderá contar com uma novidade relevante no seu escudo, que tem agora a capacidade de regressar. Assim, ao invés de ter duas alças na parte de trás, há agora um elemento magnético no escudo que se prende à luva do Capitão.
A liderança está-lhe no sangue e Steve Rogers assume verdadeiramente o papel de líder da equipa em «Os Vingadores: A Era de Ultron». Após o desmantelamento da S.H.I.E.L.D., narrado em «Capitão América: O Soldado do Inverno» (2014), o Capitão América continua em fuga e a tentar encaixar-se no mundo muito diferente daquele que conhecia. Como refere Chris Evans, o actor que interpreta o super-herói, “leva um certo tempo para ele entender em quem pode confiar ou não e quem está na equipa e quem não está”. “Ele está a ajustar-se. A equipa não tem ninguém a quem reportar agora. Não há mais S.H.I.E.L.D., portanto, dependemos todos uns dos outros, o que lhe dá uma oportunidade de tomar mais uma posição de liderança”, acrescenta. Chris Evans abordou também o facto de a sua personagem assumir agora o papel de líder com mais veemência: “O Capitão está mais do que disposto a assumir o papel de liderança. Ele esteve em guerra e entende a dinâmica de equipa. Não está a fazêlo por arrogância ou ego, mas por necessidade
Chris Evans diz que agora sente-se “muito confortável”, naquela que é a quarta vez que interpreta o Capitão América.“No primeiro filme, estás aterrorizado. No filme «Os Vingadores», estás intimidado porque há muitas pessoas fantásticas nele masé no segundo filme do «Capitão América» que começas a acertar o passo e a sentir que estás a fazer algum progresso com a personagem e sentes-te um pouco mais confortável ao dar as tuas opiniões”, contou o actor. Sobre o regresso ao set de gravações de um filme que reúne todos os vingadores, Evans assinala que, “de uma forma estranha, parece que nunca saí verdadeiramente. Quando é o teu filme, há um peso, pressão e envolvimento. Todos os dias estás em todas as cenas e é muito. Neste filme, há simplesmente diversão. É como uma colónia de férias ou algo do género”.E o que terá o realizador, Joss Whedon, a dizer sobre esta amena cavaqueira? “É uma maravilha eles darem-se tão bem. Às vezes, é uma maravilha exaustiva”. Numa obra cinematográfica com tantos protagonistas “é difícil mergulhar muito profundamente no arco de uma personagem”, conta Evans, já que “há demasiadas narrativas e personagens para que se possa gastar muito tempo no teu conflito individual”. Aliás, sobre o assunto, Joss Whedon referiu que “o maisimportante era que todos tivessem o seu Maio 2015 metropolis 45
momento e que todos os fios estivessem ligados”. Contudo, tal não quererá dizer que a abordagem de Capitão América será descurada, tal como o actor explica: “Em termos de personagem, o Joss ajudou a escrever o primeiro filme do Capitão América e não é apenas isso, ele é um fã. Ele adora banda desenhada, portanto, estás a falar com alguém que sabe o que o público quer e quem a personagem é no seu íntimo. A única coisa que falei com ele foi sobre a consistência das habilidades da personagem. No segundo filme do Capitão América, subimos realmente a fasquia em
termos daquilo que este homem é capaz de fazer, o que era algo que eu estava entusiasmado por ver porque no primeiro filme ele é apenas forte. No filme «Os Vingadores», continuou a ser, na minha opinião, murro, murro, pontapé, pontapé”. “Não queria dar um passo atrás [em relação a «Capitão América: O Soldado do Inverno»], por isso, tínhamos de garantir que ele continua a treinar. O seu estilo de luta tem de evoluir um pouco”, finalizou Chris Evans, que também já confessou que “até dá um pouco de medo fazer estes filmes, ao saber que todos estão à espera para o ver”.
O Mundo das Trevas»(2013), o actor australiano Chris Hemsworth volta a interpretar o super-herói Thor. Como curiosidade, o seu irmão mais novo, Liam Hemsworth, integra também outra saga, «TheHunger Games». Thor está diferente neste novo filme e é o próprio intérprete da personagem que explica: “Ele soltou-se um pouco. Mesmo se perdemos, do primeiro para o segundo filme, alguma da ingenuidade e aquela característica de ser um peixe fora da água que o Thor tinha”. “Há mais humor no Thor porque ele está na Terra, é um pouco mais humano, está mais acessível agora. Como está fora de Asgard, já não precisa de ser tão régio e majestoso como é no seu mundo, o que é bom. Gosto mais assim”, acrescentou. Thor, o Deus Asgardiano do Trovão, continua a ser o protector da Terra. Agora está mais confortável a viver num planeta que não é o seu, enquanto segue uma busca pessoal para descobrir quem é, afinal, o aliado secreto de Loki (Tom Hiddleston), o seu irmão que deu muitos problemas no primeiro filme dos Vingadores. Além disso, Thor usa os conhecimentos que adquiriu sobre muitos outros planetas e acautela os restantes elementos da equipa para outras ameaças bem maiores que ainda poderão chegar. Depois de «Thor» (2011), «Os Vingadores» (2012) e «Thor: 46 metropolis Maio 2015
Joss Whedon, o realizador e argumentista da obra, confessou que adorou escrever sobre a personagem Thor neste filme, já que “Hemsworth consegue realmente comprometer-se”. O actor contou o que pensa sobre esta nova aventura dos Vingadores: “Esteticamente, foi tudo melhorado”. “Tudo foi amplificado mas de uma forma inteligente. Todas as histórias são relevantes para aquilo que está a acontecer, tanto quanto o crescimento exponencial da tecnologia e da inteligência artificial e, ainda, as questões do bem contra o mal”, concluiu.
_ Gaviao Arqueiro O Gavião Arqueiro sofreu às mãos de Loki em «Os Vingadores», tendo a sua mente sido controlada pelo vilão. Neste novo filme, a história já é outra e este arqueiro super habilidoso e muito preciso está de volta já absolutamente funcional e com armas mais avançadas, graças a uma pequena ajuda de Tony Stark. Por exemplo, o seu arco mudou de cor, passando de preto a castanho, tendo ainda um dispositivo de infravermelhos e outro de mira sónico. Em conversa com jornalistas, Jeremy Renner falou um pouco sobre este novo filme: “É muito entusiasmante para mim e o Joss aprofundou um pouco mais a personagem. Há vários segredos fantásticos e relações profundas. Sem dúvida, há muito mais dele em vez da sua versão hipnotizada”. Ao contrário da maioria dos outros Vingadores, o Gavião Arqueiro não tem propriamente superpoderes, mas tal não é um ponto a menos para este herói, segundo o actor: “Tens de ser um lutador inteligente quando não tens super poderes e penso que é isso que faz dele super, de uma certa forma. Ele tem de usar a sua mente tanto quanto a sua habilidade física e a sua capacidade de nunca falhar”. Neste novo filme, a personagem terá ainda um papel importante, de ligação com os gémeos: “Ele, de certa forma, policia-os para ver se são ou
não merecedores, se são bons ou maus”, conta Renner. O Gavião Arqueiro “questiona-os imenso”, porque é “necessário trabalhar como uma unidade, em equipa. De outra forma, alguém pode morrer. É aí que o cepticismo entra. Não é ser apenas maldisposto ou não gostar de alguém”. Tal como outros actores, também Renner fala sobre a boa-disposição que reina no elenco:“Neste filme, passámos muito tempo juntos, o que é óptimo para nós e péssimo para Joss, porque é muito difícil reunir dez actores loucos que se adoram”. E parece que o divertimento terá razões para continuar. Além dos próximos filmes dos Vingadores – «Avengers: InfinityWar – Part I» e «Avengers: InfinityWar – Part II» – Jeremy Rennerestá também já confirmado em «CaptainAmerica: Civil War», tal como os actores ScarlettJohansson, Elizabeth Olsen e Robert DowneyJr., já que o Homem de Ferro assumirá um papel deveras importante na obra, que tem estreia prevista para Maio de 2016. Não obstante, Renner confessou que estaria disponível para interpretar a personagem além dos filmes, até porque o Gavião Arqueiro não teve filmes a solo, não havendo, assim, oportunidade, para explorar a personagem, que o actor considera ser “interessante” para ele. Maio 2015 metropolis 47
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Viuva Negra ScarlettJohansson regressa à interpretação da Viúva Negra, uma das mais letais e misteriosas integrantes d’Os Vingadores. A super-espia Natasha Romanoff pode não ter super-poderes mas usa da melhor forma possível a sua inteligência e capacidades de combate. Contudo, neste novo filme, Romanoff terá uma nova inimiga para enfrentar além do próprio Ultron: ela própria – e tudo graças à Feiticeira Escarlate, que a obrigará a enfrentar os demónios do seu passado obscuro. A actriz fala um pouco sobre a sua personagem nesta nova obra: “No início do filme, tudo parece ter finalmente voltado ao normal. Mas era um momento de falsa esperança, em que ela sentiu que deveria ser recompensada. Mas ela percebe que a sua vocação é mais importante. É isso que é heróico nela. Ela aceita o chamamento do dever, mesmo que, para isso, tenha perdas pessoais”. No filme, há uma cena em que a Viúva Negra recusa tentar levantar o martelo de Thor. Contudo, na banda desenhada, ela é considerada digna de o fazer numa realidade alternativa. A actriz estava grávida durante as filmagens do filme. Para que a gravidez não se notasse, Johansson gravou primeiro as suas cenas e foram ainda contratadas duplos. 48 metropolis Maio 2015
A actriz não deixa de revelar o seu encantamento pela personagem: “As pessoas surpreenderam-se pelo facto de eu querer interpretar uma heroína de banda desenhada. Mas eu adorei o «Homem de Ferro» e encontrei-me com a Marvel para ver o que era possível. Fiz alguma pesquisa e a personagem da Viúva Negra fez ressoar algo em mim. Ela é sombria e enfrentou tantas vezes a morte que faz com que tenha uma perspectiva profunda do valor da vida. Neste filme, aprende-se mais sobre a tristeza no seu passado”. ScarlettJohansson também já revelou que pensa que poderia haver lugar para um filme a solo, já que “a personagem tem uma história muito rica sobre a sua origem”. Após a estreia da Viúva Negra em «Homem de Ferro 2» (2010), o contrato da actriz mudou: “Eu e a Marvel não sabíamos verdadeiramente como é que os fãs iriam reagir inicialmente à Viúva Negra e como ela iria ser. O público teve uma grande reacção sobre ela, o que tem sido fantástico. Por exemplo, eu não estava contratada para os filmes do Capitão América, mas aquela narrativa correu tão bem que depois dei por mim naquele filme a solo. O meu contrato está numa espécie de mutação, moldando-se para encaixar na demanda da personagem”. “A Viúva Negra é uma super heroína mas também é humana. Ela é pequena, mas forte. É difícil não admirá-la”, concluiu.
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Os gemeos milagrosos Mercurio PietroMaximoff, ou melhor, Mercúrio, é, simplesmente, o homem mais rápido do mundo. Juntamente com a sua irmã, Wanda, tudo fará para defender Sokovia, a sua terra-natal que foi devastada pela guerra. Ambos ofereceram-se para um programa secreto, no qual Pietroganhou a sua super-velocidade, através de uma experiência do Barão Strucker (Thomas Kretschmann), graças a uma fonte de energia invulgar. Estes irmãos gémeos têm uma relação muito próxima, tal como assinala Aaron Taylor-Johnson, o intérprete de Mercúrio: “Ele e a sua irmã foram abandonados pelos seus pais e cresceram na Europa de Leste defendendo-se e tomando conta um do outro. Ele é muito protector em relação a ela e não quer que mais ninguém toque nela”. “Ele é muito agitado porque tudo acontece de forma demasiado lenta para ele. Ele é rápido em tudo. É rápido a perder a paciência. Trata-se mais de abordar o Pietro e a Wanda juntos, um yin/yang, no qual ele é muito físico e protector em relação a ela, enquanto ela é mais introspectiva e trata-o de forma maternal. O Pietro não confia em absolutamente ninguém. Ele apenas se preocupa com a irmã e apenas por ela seria capaz de se colocar na mira de um tiro”, acrescentou. Esta não é, contudo, a primeira vez que a personagem aparece no cinema, tendo sido retratada por Evan Peters em «X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido» (2014). Todavia, devido a complexidades legais relativamente aos direitos da personagem, a produção foi obrigada a que Mercúrio tivesse de ser interpretado por outro actor em «Os Vingadores: A Era de Ultron». Para Aaron Taylor-Johnson, tal não foi um problema: “Já se sabia disso antes mesmo de eu assinar contrato. Se me importasse assim tanto teria recusado”. “O que sabia era que o Mercúrio do Evan Peters era
diferente e dos anos 1970. Não vi nada enquanto fazia o filme mas vi recentemente e foi fantástico”, confessou. Não obstante, na banda desenhada, os gémeos são, na verdade, mutantes e filhos de um dos mais poderosos vilões desse universo: Magneto. Porém, mais uma vez, por problemas de direitos, tal não poderá ser referido neste filme. Assim, Mercúrio e Feiticeira Escarlate não são mutantes mas “milagres”. Os contratos com a Marvel costumam ser longos mas, para Aaron Taylor-Johnson, tal não foi assustador: “Se estivesse ligado a alguma saga infantil e pateta, pensaria ‘Assinei por dois ou três filmes e nem gosto da personagem’. Mas como não podes divertir-te em algo assim?”. O actor revelou ainda que se inspirou na banda desenhada “MarvelUltimates” para interpretar Mercúrio e que espera que este Pietro seja mais intenso, retratando mais fielmente a partir da banda desenhada. E é essa a razão por terem optado pela pronúncia europeia. Além disso, Taylor-Johnson refere que o Mercúrio é indissociável da Feiticeira Escarlate, uma personagem que, na opinião do actor, vai “criar uma grande impressão no público”. Maio 2015 metropolis 49
Feiticeira Escarlate
Uma das personagens que mais prometem surpreender em «Os Vingadores: A Era de Ultron» dá por nome de WandaMaximoff, mas será mais conhecida como Feiticeira Escarlate. Trata-se da irmã gémea de Pietro e que tem como superpoderes a manipulação mental e a telecinésia. A personagem tem um poder avassalador, mas que decerto não é mostrado em toda a sua plenitude no filme. Já na banda desenhada, ela conseguiu aniquilar grande parte da população mutante. Elizabeth Olsen revelou aos jornalistas um pouco mais sobre a personagem que interpreta: “«Os Vingadores: A Era de Ultron»é praticamente a história da nossa origem, portanto, não temos aquelas montagens nas quais os heróis aprendem todos os seus poderes em cinco minutos. Ainda estamos a descobrir as coisas que conseguimos e não conseguimos fazer. A extensão dos seus poderes não é totalmente explorada no filme. Mas ela pode manipular objectos e tem visões, que consegue partilhar”. De tal forma que fez com que Mark Ruffalo afirmasse o seguinte sobre Wanda: “Ela consegue revelar o pior de nós”. E não será apenas com o grandalhão verde, mas com todos os vingadores… 50 metropolis Maio 2015
Numa fase inicial, os gémeos aliam-se a Ultron. Elizabeth Olsen explica o motivo: “Obviamente, há vários países no mundo que odeiam a América, por qualquer razão e dor que eles acreditam que tenha causado ao seu país e às suas vidas. Este é o mundo que criámos para a Wanda e o Pietro”. “Os Vingadores são, na cabeça deles, o pior demónio e não o Ultron, que ainda não fez nada”, acrescentou. Fruto de uma experiência científica do Barão Strucker, a personagem “tem uma quantidade enorme de conhecimento que não consegue aprender como controlar. Ninguém a ensinou a fazê-lo da forma adequada”, conta a actriz. Além disso, é a primeira vez que a personagem é retratada no cinema, o que acabou por se tornarum surpreendente desafio: “O mais giro sobre a Feiticeira Escarlate é que, como nunca a tínhamos visto antes, tivemos de criar o modo como ela se move. O Joss estava inspirado por dançarinos e, por isso, sabia que queria mudar a forma como ela se mexe, para ser mais uma dançarina do que uma lutadora. Não tive, na verdade, muitos treinos de luta. Em vez disso, treinei com uma dançarina, Jenny White, qual seria o seu tipo de dor”. A actriz disse também, em entrevista, que ficou feliz por saber que o guarda-roupa da personagem não seria fiel ao da banda desenhada, já que este não seria apropriado para as cenas de luta. Com a capacidade de mexer com as emoções dos outros de uma forma única, Feiticeira Escarlate poderá revelarse uma curiosa adição para a equipa dos Vingadores: “O que adoro nela é que, em muitos filmes de superheróis, as emoções são algo negligenciadas, mas, para ela, qualquer coisa que alguém sinta – como os seus momentos mais fracos – ela pode fisicamente ter essa mesma experiência, o que é bastante porreiro. Se eles tiverem o maior e mais sombrio medo, poderei ver isso”, revelou Elizabeth Olsen.
Ultron Ultron é o super-vilão do filme e é mesmo super. Ora vejamos: Ultron é feito de Adamantium, o mesmo material que faz parte do esqueleto do mutante Wolverine, tendo ainda uma capacidade de memória de 3.2 terabytes, além de ter como super-poderes uma força e durabilidade sobre-humanas e um intelecto de génio. Ultron pode ainda fazer clones de si próprio. Joss Whedon até brincou e disse que “tivemos de torná-lo um pouco menos omnipotente, caso contrário, ele ganharia”. A personagem de Ultron foi criada por Roy Thomas e John Buscema, em 1968. No entanto, ao contrário daquilo que acontece na banda desenhada, no filme, é Stark quem cria Ultron e não HankPym, o HomemFormiga. James Spader foi a primeira e única escolha de Joss Whedon para o papel de Ultron, devido “à sua hipnótica voz, que pode ser estranhamente calma e convincente, enquanto também é muito humana e bem-humorada”. Falando em voz, James Spader usa a sua voz natural para Ultron, sem recorrer a qualquer pronúncia ou alteração digital. Sobre a personagem, James Spader considera que “ele vê o mundo de uma forma muito estranha, de um ponto de vista bíblico porque ele é muito novo… É imaturo mas tem, ainda assim, um conhecimento abrangente da história e criou, num período de tempo muito curto, uma visão do mundo algo enviesada”. Joss Whedon referiu ainda o seguinte: “Ao contrário de Loki, ele não é, na verdade, apenas instável! Ele é brilhante, mas um pouco desequilibrado e há oportunidades para uma espécie de humor que normalmente não se vê quando
se trata de inteligência artificial. Ao mesmo tempo, ele é um grande homem de metal. Ele é muito imponente e a combinação da mente idiossincrática e extraordinariamente errante dentro deste corpo enorme e assustador é simplesmente deliciosa”. Kevin Feige, um dos produtores do filme, afirmou que Ultron “não se parece em nada com qualquer personagem robótica da história cinematográfica”. Como Ultron é criado por Tony Stark, há questões que serão inevitáveis de retratar, como conta Joss Whedon: “Não há forma de não abordar a questão pai e filho. O Stark é, definitivamente, a figura paternal para o Ultron, mas é algo mais complexo do que isso. Não se pode simplesmente dizer que é uma rebelião infantil. Não vou fazer um filme em que a criança diz ao pai: ‘Fizeste asneira. Agora vou ter que te matar!’ Isso é um pouco mauzinho”. Na opinião de Jeremy Renner, Ultron “é como um pedaço da roupa do Stark. Não é só um robô insensato, tem personalidade”. No início da história, Ultron terá como aliados Mercúrio e a Feiticeira Escarlate. A razão para esta ligação improvável é Maio 2015 metropolis 51
simples, tal como Joss Whedon enuncia: “Precisava de alguém com quem o Ultron pudesse falar. Por mais poderoso que ele seja, se ele construir mais Ultrons, eles serão Ultrons. Não há qualquer razão para ele falar com eles porque eles são ele próprio”. “Não poderia ter um único vilão cujo parceiro fosse ele mesmo. Queria mais perspectivas daquilo que está errado com os Vingadores”, acrescentou o realizador.
Chegou a ser noticiado que Thanos, interpretado por JoshBrolin em «Os Guardiões da Galáxia»(2014), poderia ser o vilão deste filme, mas Whedon acabou por escolher Ultron. “Temos que manter os pés no chão. Faz parte do motivo pelo qual o universo Marvel funciona, por causa da sua relação com o mundo real. O Thanos não está fora disso, mas nunca esteve destinado para ser o próximo vilão porque sempre foi o senhor da vilania e da escuridão”. Assim, guardase o melhor, ou antes, o pior, para o fim e Thanos será o grande antagonista do finale, em «Avengers: InfinityWar – Part 1» e «Avengers: InfinityWar – Part II».
_ Visao Uma das novas personagens do filme é Visão, que tem interpretação de Paul Bettany, que já havia dado voz a Jarvis, nos filmes protagonizados por Homem de Ferro. Na banda desenhada, Visão é criado por Ultron para destruir os Vingadores, mas acaba, no entanto, por virar-se contra o seu criador – aliás, um pouco à semelhança do que acontece com o próprio Ultron. No filme, Visão é obra de Bruce Banner e Tony Stark, o que acaba por explicar as suas cores: dourado, vermelho e verde. Os dois criam Visão para derrotar Ultron e é considerado um Vingador.
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Paul Bettany descreve assim a sua personagem: “Ele é igualmente omnipotente e totalmente ingénuo, é esse tipo de perigo e a natureza complexa de algo recém-nascido que é tão poderoso. As escolhas que ele faz a nível moral são verdadeiramente complexas e interessantes”. Incontrolável e perigoso, Visão mostra um outro de ponto de vista em relação à mesma situação quando comparado com Ultron. Para Joss Whedon, “é algo bonito” e “os dois representam os dois lados da moeda de Tony Stark”. Bruce Banner é outro dos criadores deste novo robô e Mark Ruffalocomentou o que pensa sobre o mesmo: “Ele é tão espectacular. E sim, ele é o meu bebé. É bastante incrível”, além de ser “uma personagem realmente fantástica. As pessoas vão adorar o Visão”.
Joss Whedon, o derradeiro Vingador O nova-iorquino Joss Whedon há muito que dá nas vistas em Hollywood. Já foi nomeado para um Óscar, na categoria de Melhor Argumento Original pelo filme de animação «ToyStory» (1995), além de ter criado séries como «Buffy, Caçadora de Vampiros», «Os Agentes S.H.I.E.L.D». e «Firefly», facto que faz com que seja mencionado algumas vezes na série «A Teoria do BigBang» pelos cientistas mais geeks da televisão norteamericana. A geekiness é algo que também está no sangue de Whedon, não tivesse sido ele o realizador do sucesso estrondoso que foi o primeiro encontro no ecrã de todos os Vingadores. As expectativas aumentam na sequela e Whedon promete desafiar os fãs com um filme onde os protagonistas vão revelar-se: “O desafio, para mim, no primeiro filme, era o de construir uma comunidade. O segundo filme é sobre destroçá-la. Queria que houvesse mais desafio, com diferentes opiniões sobre os Vingadores. Nem todos vão adorar os Vingadores neste filme”. Whedon descreveu a obra como sendo “mais pequena, mais pessoal e mais dolorosa. É a próxima coisa que deveria acontecer a estas personagens e não apenas uma repetição daquilo que funcionou da primeira vez. É um tema completamente refrescante e orgânico”.
Porém, parece que a tarefa de voltar a reunir os Vingadores foi árdua: “Foi um pesadelo. Gosto de filmes simples como «Serenity» (2005)! Este filme foi o malabarismo mais difícil que já tive de fazer”.“«Os Vingadores: A Era de Ultron» ficou maior do que o primeiro filme. Não era essa a minha intenção, mas o clímax que preparei para o filme é completamente louco, e ninguém me disse que não. Então, fiz. O mais importante, para mim, foi aprofundar as personagens”, contou Whedon, que revelou ainda que a obra foi “filmada de forma muito, muito diferente do primeiro e é muito diferente da maior parte das coisas que já fiz”. Sobre o tal ponto alto do filme, Joss Whedon afirmou ainda o seguinte: “Sabes que eles vão lutar contra Ultron. Sabes que Ultron tem a tendência de construir centenas de Ultrons. Então, isso já te leva numa certa direcção, mas o trabalho difícil foi ter a certeza de fazer com que todos se sentissem integrados e satisfeitos com o filme. Queres manter todas as coisas que fizeram as pessoas adorar o primeiro filme, mas também queres fazer algo novo, ou então não faz sentido fazer outro filme.” Maio 2015 metropolis 53
Um dos principais desafios foi a adição à equipa das personagens Feiticeira Escarlate, Mercúrio e Visão: “Eles são personagens muito discrepantes. O aspecto divertido dos Vingadores é que eles não podem ser colocados juntos na mesma sala. Não são iguais aos X-Men, que são torturados pelas mesmas coisas e têm uniformes parecidos. Estas personagens são desreguladas, por isso, foi difícil. Honestamente, foi uma das coisas mais difíceis da minha vida.” Whedon escolheu as personagens Mercúrio e Feiticeira Escarlate porque considerou que os seus poderes seriam relevantes para serem usados no filme: “Os seus poderes são muito interessantes visualmente. Um dos problemas que tive no primeiro filme é que todos basicamente tinham poderes de combate… O Mercúrio tem super velocidade e a Feiticeira Escarlate pode tecer feitiços e entrar na tua cabeça. Essas coisas interessantes que eles podem fazer vão ajudar a manter o filme revigorado”.
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Whedon queria “diferentes visuais, texturas e estados de espírito” para dar ao filme uma estética diferente do anterior, pelo que filmou em vários locais do mundo, como emInglaterra, Coreia do Sul, Itália e África do Sul. “Queríamos ver o efeito que os Vingadores têm no mundo. O facto de irem a lugares como Joanesburgo e levarem com eles os problemas inevitáveis que os seguem. Como isso vai afectar a percepção um do outro e o modo como o mundo os vê?”, declara o realizador. O grupo de Vingadores deste filme é o mesmo do primeiro, mas será que manter-se-á para os filmes seguintes? Se tal não acontecer, não será, de todo, surpreendente, como avança Joss Whedon: “Afinal de contas, faz da parte da natureza dos Vingadores que a lista de elementos seja ridiculamente instável. Não é como o Quarteto Fantástico, os Vingadores mudaram
a sua formação no segundo número. Não estou a exagerar”. O tal segundo número de banda desenhada que Whedon refere foi publicado em Novembro de 1963 e marcou a saída de Hulk da equipa, enquanto, por exemplo, demoraria mais dois números para o Capitão América fazer parte dos Vingadores. Apesar de ser um grande fã destas histórias e de já ter realizado dois filmes dos Vingadores, foi já noticiado que Whedon não irá assinar os filmes seguintes, sendo os irmãos Anthony e Joe Russo a assumir a tarefa. Sobre o assunto, Whedon afirmou que todos os filmes da Marvel que já fez eram “um filme de grupo com proporções enormes e crescentes. Com tantas coisas a acontecer, o trabalho ainda iria ficar maior em «Avengers: InfinityWar». Não seria capaz de fazer o filme que precisaria de ser feito. É algo para os jovens”.
No entanto, Whedon sairá desta saga com algo garantido: o apreço dos actores. Aaron Taylor-Johnson considerou que Joss Whedon é “o derradeiro vingador”, enquanto Chris Evans diz que ele é “incrivelmente dotado”. Já Robert DowneyJr. é peremptório: “Penso que é importante para o Joss pegar em toda a influência que ganhou e aplicá-la noutra coisa qualquer. Ele é um criador”.
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