Especial - «Quarteto Fantástico»

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tatiana henriques O «Quarteto Fantástico» está de volta, mas de uma forma bastante diferente desde a última vez que visitou o grande ecrã. Após dois filmes que não correram como o esperado, o grupo de super-heróis opta por uma nova abordagem, mais dramática, sombria e científica. Fique a saber neste especial o que pode esperar deste novo filme cheio de superpoderes.

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A história: Quatro jovens muito diferentes entre si teletransportam-se para um universo alternativo e perigoso. Todos acabam por sofrer transformações radicais a nível físico, ganhando superpoderes. A equipa tenta aprender a lidar com as suas novas vidas enquanto trabalham em conjunto para vencer um antigo aliado que se tornou um inimigo e que coloca a Terra em risco.

Quem são o Quarteto Fantástico? O Quarteto Fantástico é uma equipa de super-heróis criada pela Marvel, pelas mãos e criatividade de Stan Lee e Jack Kirby, em 1961. Na altura, o propósito era contra-atacar o grupo de heróis Liga da Justiça, da autoria da DC Comics. Na sua versão original, tratava-se de um grupo familiar composto pelo inventor Reed Richards, a sua namorada Sue Storm, o irmão dela, chamado Johnny, e o melhor amigo e colega de quarto na universidade de Reed, Ben Grimm. Os quatro viajam para o espaço e ganham poderes sobre-humanos devido a ondas cósmicas. Contudo, não é nesta versão que «Quarteto Fantástico» se baseia, mas sim em The Ultimate Fantastic Four.

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A Versão Ultimate Esta história renovada foi lançada nos anos 2000 e é da autoria de Bryan Hitch. Nesta versão, os heróis e o vilão Doom ganham os seus superpoderes de uma forma bastante diferente. Assim, enquanto Reed explora portais para a dimensão “N-Zone”, algo corre mal e todos acabam por ficar irreversivelmente alterados, ganhando muitos poderes e bastante perigo inerente. Outra das diferenças é que os heróis não usam os seus nomes de código como “Sr. Fantástico” ou “Tocha Humana”, nem se referem a si próprios como o “Quarteto Fantástico”. É provável que o mesmo aconteça no filme. Simon Kinberg, produtor e coargumentista (que assumiu as mesmas funções em «X-Men: Dias de um Futuro


Tocha Humana Tocha Humana: Johnny Storm está sempre envolvido em sarilhos e procura sempre novas e emocionantes aventuras. Os seus poderes permitem-lhe lançar bolas de fogo e voar a velocidades impensáveis. Michael B. Jordan é californiano e há muito que dá cartas na representação, iniciando a sua carreira num episódio de uma série de prestígio, «Os Sopranos», corria o ano de 1999. Entretanto, impressionou em «Fruitvale Station: A Última Paragem» (2013) e foi um dos protagonistas de «Crónica», de Josh Trank, o que lhe garantiria a presença em «Quarteto Fantástico», já que, ao contrário de outros atores, Michael B. Jordan foi, desde sempre, a primeira opção de Trank para ser o intérprete de Johnny Storm. Antes de começar as gravações, o ator conversou com Chris Evans sobre a personagem e este disse-lhe o seguinte: “És fantástico. Simplesmente faz o que sabes melhor e aproveita. Vai ser divertido”. Michael B. Jordan descreve a sua personagem como alguém que “atravessa um período de busca de uma identidade ou de um propósito. Ele vê os seus poderes como obra do destino, talvez aquilo seja o que ele sempre procurou”. Já sobre o filme em si, o ator procurou resumir a história da seguinte forma: “um grupo de miúdos que tiveram um acidente e ficaram com marcas, tendo que aprender a lidar com isso e a tentar encontrar uma vida depois do que aconteceu”. Apesar da certeza de Trank na escolha de Jordan, o mesmo já não aconteceu com alguns fãs, que se insurgiram pela contratação de um afro-americano para uma personagem que é originalmente caucasiana. Sobre esta mudança, Trank justificou dizendo que queria, justamente, mostrar a personagem numa família de hoje em dia: “Tenho uma família misturada. Se fores lá a casa no Natal, vais encontrar pessoas brancas e negras. É normal para mim. Queria que a família Storm representasse as famílias do século XXI”. O próprio ator falou do assunto em entrevista: “Percebo. Tenho muitos amigos que são mais velhos do que eu e que são fãs da banda desenhada e é muito difícil para eles uma mudança como estas. O Quarteto Fantástico pertence-lhes há mais tempo do que o tempo que eu tenho de vida”. De qualquer forma, o ator escreveu um texto para a revista Entertainment Weekly, no qual instiga os aficionados da internet a saírem para a rua e verem o mundo tal como ele é. Agosto 2015 metropolis 75


Sr. Fantástico

Sr. Fantástico: Reed Richards é um jovem prodígio que sempre revelou inquietude científica, procurando descobrir vários mistérios do Universo a partir da sua garagem, após as aulas. Depois de sofrer uma transformação devido a uma das suas experiências, Reed descobre-se capaz de deformar o espaço à sua volta e de esticar o seu corpo de maneiras impressionantes e impossíveis. O jovem ator norte-americano Miles Teller tem conquistado cada vez mais fãs em Hollywood. Começou a sua carreira na curta-metragem «Moonlighters» (2004) e, desde aí, seguiram-se participações em «O Outro Lado do Coração» (2010), «Footloose - A Música Está do Teu Lado» (2011), «Aqui e Agora» (2013) e «Divergente» (2014). Mas foi em «Whiplash – Nos Limites» (2014) que viria a dar realmente nas vistas, com uma interpretação visceral de um jovem baterista. Para conseguir o papel de Reed Richards teve de enfrentar a concorrência de Anton Yelchin, Jack O’Connell e de dois atores do mega-sucesso «A Guerra dos Tronos», Kit Harington e Richard Madden. Miles Teller contou o que mais aprecia nesta nova obra: “Penso que o que é fantástico neste filme é que vês as personagens antes depois da transformação. Podes ver o seu período de transição, de um cidadão normal para estas personagens que toda a gente conhece. Adoro o facto de os poderes ver a passar pela transformação. Penso que é a parte mais interessante”. O ator revela que as personagens foram humanizadas “de uma forma nunca antes feita”, até porque “se fosse um rapaz elástico que andasse por aí seria ridículo. Como se sentiria um jovem que não tem controlo sobre o seu corpo?”. Teller confessou ainda o seguinte sobre o momento em que viu pela primeira vez o trailer de «Quarteto Fantástico»: “Quando gravas um filme podes ter uma ideia do tom que o realizador procura e de como está a dirigi-lo mas, em termos de como é filmado, a luz e isso tudo, não sabes. Estou na cena a falar com outro ator, mas o realizador está a ver na sua cabeça onde é mais escuro ou mais áspero. Tudo isso vem com a montagem. Por isso, estou emocionado. Todos os atores estão interessados nas suas personagens e tinha que ser divertido. Espero que as pessoas embarquem connosco nesta viagem”.

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Esquecido»), explica a razão de se ter optado por esta versão da banda desenhada: “Queríamos contar uma história geracional. Fizemo-lo em «Crónica» (2012) e neste filme trata-se da próxima geração. É uma das razões pelas quais vimos em “The Ultimates” parte da inspiração porque é um Quarteto Fantástico mais jovem”. Este novo filme é pautado sobretudo pela importância da ciência, introduzindo a abordagem das múltiplas dimensões. Por outro lado, a obra «X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido» (2014) avançou com o conceito de viagens no tempo. As semelhanças entre os universos «Quarteto Fantástico» e «X-Men» têm levado a notícias recentes que apontam os intentos da Fox num crossover entre ambos. Contudo, tal ainda depende do desempenho de «Quarteto Fantástico» nas bilheteiras mundiais. Tudo ainda não passa de rumor, mas pode-se já contar com um fã da ideia, Miles Teller, que revelou em entrevista que “adorava lutar com o Wolverine”. Passado cinematográfico O Quarteto Fantástico estreou-se no cinema em 2005, com um filme homónimo que deixa poucas memórias. «Quarteto Fantástico» (2005) teve realização de Tim Story e tinha como base a versão da banda desenhada criada nos anos 1960. O elenco era completamente

Foto: Jamie Bell diferente do atual. Ora, Ioan Gruffudd interpretava Reed Richards, Jessica Alba era Sue Storm, Michael Chiklis dava vida a Ben Grimm e Chris Evans era Johnny Storm. Sim, Chris Evans, o mesmo que viria a interpretar outro herói da Marvel, o Capitão América, um dos Vingadores, papel pelo qual ganhou muito mais reconhecimento. No papel do vilão estava Julian McMahon e ainda havia lugar para uma atriz – na altura – não muito conhecida: Kerry Washington, que interpreta, atualmente, Olivia Pope na série «Scandal». O filme não alcançou valores superlativos nas bilheteiras mundiais, desiludindo críticos e fãs, que não apreciaram a adaptação cinematográfica. Seguiu-se «Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado» (2007), que só viria piorar a reputação do grupo no cinema, com uma trama pouco entusiasmante e nada carismática. O realizador e elenco mantiveram-se a bordo, adicionando-se ainda a voz do reputado Laurence

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mulher invisível Mulher Invisível: Susan Storm é uma jovem brilhante, independente e algo sarcástica. O seu poder consiste em tornar-se invisível e poder gerar os seus próprios campos de força, o que poderá torná-la ainda mais distante dos outros. Contudo, isso não servirá de desculpa para que Reed não tente aproximar-se… A nova-iorquina Kate Mara alcançou a ribalta sobretudo com a sua participação na série «House of the Cards», mas a sua carreira começou muito antes disso, mais precisamente num episódio de 1997 da série «Lei & Ordem». Participou ainda nos filmes «127 Horas» (2010) e «Transcendence: A Nova Inteligência» (2014). Além disso, integrou um grupo de super-heróis no filme «Zoom» (2006). A irmã da atriz Rooney Mara tinha várias concorrentes para o papel de protagonista, como Margot Robbie, Emmy Rossum, Saoirse Ronan ou Allison Williams. Josh Trank explica a razão da escolha: “A Kate Mara é uma atriz muito talentosa. Todo o trabalho que ela fez até agora faz com que realmente pareça que ela deveria interpretar a Sue. A química entre o Michael B. Jordan e ela foi simplesmente incontestável”. O realizador falou ainda da nova abordagem que a personagem irá ter no filme: “Sempre houve duas facetas em Sue – a versão ‘secretária’ e a ‘brilhante cientista’. Esta é uma Sue muito, muito inteligente, que está dignificada e que tem integridade”. Sobre o filme, Kate Mara mostrou o seu entusiasmo em relação ao mesmo: “Assistes a algo animador e fantástico, de arrepiar e com muita ação, mas também percebes a parte emocional e humana das personagens. O filme é realmente sobre a união familiar e até onde irias para proteger aqueles de quem gostasê-los”. “O filme é muito intenso, por isso, o set tinha um ambiente intenso. Mas, por causa da nossa dinâmica, havia sempre lugar para muitas piadas”, recordou a atriz.

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Fishburne à personagem Surfista Prateado. Os resultados desastrosos no box-office fizeram com que esta obra se tornasse esquecível e planos para novas adaptações do grupo foram postas de lado. Até agora... O Reboot A nova versão do grupo de super-heróis estreia exatamente 10 anos após o primeiro filme. Simon Kinberg descreveu da seguinte forma a história: “uma celebração de todas as histórias de banda desenhada do Quarteto Fantástico, a noção de uma família disfuncional de cientistas que se juntam e a ideia de que é mais uma aventura científica do que um filme de super-heróis”. “Este é um filme sobre família”, salienta Josh Trank, realizador do filme, acrescentando ainda que o âmago deste grupo é “ver quão longe uma família consegue ‘esticar-se’ e vê-los a serem expostos a circunstâncias extremas e, mesmo assim, voltar unidos e mais fortes do que nunca”. Não obstante, nesta nova versão, haverá um grande enfoque na ciência, como explica Kinberg: “Há uma ênfase no lado científico da ficção científica. E nós tratamos o que normalmente seria considerado um superpoder como um trauma. Eles não sobem ao telhado e voam pela cidade. É o oposto. Aquilo que tentámos pensar foi o que aconteceria se o teu corpo se transformasse e não tivesses controlo sobre ele? Estamos a fazer algo bastante radical em relação ao tom do filme". Sobre o tema, Trank refere que sempre quis “ver ciência na ficção científica de uma forma que raramente vemos”. Kinberg salienta ainda que, “quando o Stan Lee e o Jack Kirby criaram o Quarteto Fantástico, nos anos 1960, foi numa altura de grandes progressos no conhecimento científico, na áre ada física, mas não só, com a ida do homem à Lua e logo depois a invenção da internet que nos leva para esta nova fronteira científica. Queríamos explorar mais essa fronteira com a realidade no filme”. Josh Trank revelou ainda que queria muito “contar a história de um Reed Richards jovem”,

inspirando-se sobretudo numa das imagens da banda desenhada de Hitch, na qual o herói trabalha numa garagem. “Contei ao Stan Lee a minha ideia e a razão de querer fazer este filme sobre o Quarteto Fantástico e ele genuinamente adorou a ideia de mostrarmos o grupo com uma visão mais séria, colocando-os num espaço moderno. Foi muito porreiro ver o Stan Lee a concordar com isso”, contou o realizador. Para colocar a ideia em prática, não foram medidos esforços para encontrar simplesmente os melhores, como considera Josh Trank: “Não poderíamos ter encontrado melhores atores para interpretar estas personagens nesta versão da história”. “Queríamos fazer uma história dramática, então escolhemos os melhores atores dramáticos nesta faixa etária”, corrobora Kinberg. Todos os olhos postos em Josh Trank O quase novato Josh Trank tem ainda um currículo parco em títulos. Realizou cinco episódios da série «The Kill Point» e o filme «Crónica» (2012) e terá sido muito provavelmente devido a este trabalho que acabou por ser escolhido para realizar o novo «Quarteto Fantástico». Afinal, «Crónica» contava a história de três amigos do secundário que ganham superpoderes após uma incrível descoberta – algo muito semelhante ao que Agosto 2015 metropolis 79


coisa Coisa: Ben Grimm tem um enorme coração, além de ser um amigo leal e protetor para Reed. A transformação torna o seu corpo em pedra, o que lhe dá uma enorme força física, sendo virtualmente indestrutível. Na versão original, Ben Grimm é norte-americano, mas, para interpretar a personagem foi escolhido um ator britânico, Jamie Bell, que roubou a atenção do público logo no primeiro papel, quando foi protagonista de «Billy Elliot» (2000). Seguiram-se participações em «King Kong» (2005), «Jane Eyre» (2011) e «As Aventuras de Tintin - O Segredo do Licorne» (2011), tendo surpreendido tudo e todos em «Ninfomaníaca – Vol. 2» (2013). Neste novo filme, Bell interpreta o herói que sofre a alteração mais radical, transformando-se totalmente em pedra. O ator revelou o que pensa sobre a sua personagem: “Ele faz de tudo para não ser definido pela criatura em que se transforma. Vais sempre vê-lo a tentar lembrar-se de que há um miúdo ali dentro. Um rapaz que tem o resto da vida pela frente como um ser humano normal e que se vê confrontado com uma mudança daquelas. Estou sempre a lembrar-me disso: há um humano ali. Quer dizer, tirando as mudanças físicas que também precisas de considerar, tens uma pessoa real, com problemas reais”. Pela primeira vez, a personagem será criada através do uso de captura de performance ao contrário do que acontecera antes, em que se recorreu a próteses e a maquilhagem. Contudo, algo se manteve: os olhos do ator. Josh Trank justifica: “O Jamie Bell é um excelente ator e nós procurámos manter todas as expressões faciais. O processo total foi bastante complicado, mas atingimos o nosso objetivo”. O próprio ator abordou um pouco este processo: “A questão foi capturar a essência do ser humano dentro de um personagem transformado em rocha e isso é feito através da captura de performance. É uma técnica na qual o meu amigo Andy Serkis é especialista. Ele é o guru da captura de performance. Tive a sorte de trabalhar com ele três ou quatro vezes e consid-

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ero-o como meu mentor”. A demora no lançamento de imagens e trailer do filme deveu-se, em parte, ao cuidado aplicado a esta personagem, como explica Kinberg: “Sabíamos que este filme iria ser alvo de mais escrutínio do que a maioria e queríamos garantir que os efeitos visuais representavam verdadeiramente o que o Josh tinha idealizado para o filme. Criar o “Coisa” totalmente em CGI não é uma tarefa fácil!”. Tal como aconteceu com Michael B. Jordan, muitos fãs também não ficaram nada contentes com a escolha de Jamie Bell, já que o ator é algo franzino em comparação com o enorme Coisa. Todavia, Simon Kinberg revelou que tal escolha foi absolutamente propositada: “É mais dramático quando uma personagem se torna numa criatura rochosa. É uma transformação maior”. Jamie Bell também falou sobre o assunto: “É uma grande responsabilidade. Penso que as pessoas ficaram confusas quando fui escolhido, mas esse filme mostra a história da origem das personagens”. “Estou muito animado para ver o filme. O que posso falar é do que vi nas gravações e da jornada que tivemos com ele. Foi uma experiência e tanto. Senti-me lisonjeado e honrado por fazer parte disso”, concluiu.


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acontece com os super-heróis deste novo filme. Todavia, agora a ideia é ir bem mais longe, como explicou Josh Trank: “«Crónica» era sobre a descoberta e a evolução dos poderes. Isto é mais do género ‘E se, alguns anos depois, isso não prestasse?”. Assim, optar-se-á por explorar a vida de super-heróis que não estão propriamente muito contentes com os seus superpoderes. Além disso, o grupo terá de enfrentar um grande adversário (e antigo aliado), Doom, que também ganhou poderes. Sobre este embate e o filme em geral, Trank não deixa margem para dúvidas, revelando que se irá tratar de “um festival de poderes, épico e monumental”. “Este filme é grande, uma enorme aposta”, acrescenta. Josh Trank enfrenta uma onda de ceticismo à sua volta,

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sobretudo vinda dos fãs mais aguerridos do Quarteto Fantástico. O realizador confessou que compreende a reação: “Entendo o ceticismo do público com o filme, porque os anteriores não foram muito bons. É uma imagem difícil de quebrar”. Todavia, Trank já frisou que este novo filme será bastante diferente dos anteriores: “Os dois filmes originais são, para mim, muito semelhantes a muitos filmes recentes que foram lançados, em termos deste tipo de adaptação. Isso é algo que eu e o Simon [Kinberg] não estamos interessados”. Assim, o tom do filme seguirá uma linha mais dramática do que os originais: “Temos a oportunidade de fazer algo desafiador, trágico e dramático”, referiu o cineasta. Em relação aos tais fãs da banda desenhada, Trank assinala que “as pessoas são tão religiosas com a banda desenhada como são com a Bíblia”. “Tomei cada decisão sabendo que as pessoas iriam questionar”, acrescenta. Todavia, o próprio parece sentir o peso da responsabilidade em assumir esta empreitada, como afirmou em entrevista: “Este foi o primeiro e mais importante grupo de super-heróis para a história moderna da banda desenhada. Obviamente, há uma responsabilidade muito grande nisso”.


doom O filme «Quarteto Fantástico» tem estado envolto em muito secretismo, facto que aumenta mais ainda quando se trata do vilão. Para interpretar a personagem, foi escolhido o ator britânico Toby Kebell, que já tem alguma experiência em filmes de ação, tendo participado em filmes como «Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo» (2010), «Fúria de Titãs» (2012) e «Planeta dos Macacos: A Revolta» (2014). Foi o próprio ator que revelou, em entrevista, uma das peculiaridades da sua personagem: “Na nossa história, ele chama-se Victor Domashev e não Victor von Doom”. Além disso, no filme ele é um programador muito antissocial que usa o nome “Doom” como username no ciberespaço. Segundo Kebbell, o aspeto mais difícil de concretizar relativamente a esta personagem foi conseguir acertar com a sua voz, sobretudo por causa do sotaque de Domashev, cuja origem será explicada no filme. “Há uma pequena mudança que acontece em função da história”, conta Kebbell. Simon Kinberg forneceu também alguma informação sobre o vilão nesta nova história: “Ele tem aspirações e dilemas que são um pouco mais trágicas do que as de outras personagens. Estamos a contar uma história de origem dos nossos heróis e também a acompanhar como alguém pode tornar-se num vilão”.

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