Narrativa Transmídia na Bem Feminina (TCC)

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FACULDADE PITÁGORAS UNIDADE DIVINÓPOLIS Curso de graduação em Comunicação Social – Jornalismo

Felipe Silvestre Ferreira Mariana Aparecida Moreira de Freitas Tatiana Sousa dos Santos

NARRATIVA TRANSMÍDIA NA BEM FEMININA

Divinópolis 2015


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Felipe Silvestre Ferreira Mariana Aparecida Moreira de Freitas Tatiana Sousa dos Santos

NARRATIVA TRANSMÍDIA NA BEM FEMININA

Monografia

apresentada

ao

Curso

de

Comunicação Social da Faculdade Pitágoras – Divinópolis, como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Jornalismo.

Orientadora: Júlia Vasconcelos Espejo

Divinópolis 2015


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Felipe Silvestre Ferreira Mariana Aparecida Moreira de Freitas Tatiana Sousa dos Santos

NARRATIVA TRANSMÍDIA NA BEM FEMININA

Monografia apresentada ao Curso de Comunicação Social da Faculdade Pitágoras – Divinópolis, como requisito parcial para obtenção de título de Bacharel em Jornalismo.

_____________________________________ Júlia Vasconcelos Espejo (Orientadora) – Faculdade Pitágoras

______________________________________ Bruna Santos – Faculdade Pitágoras

______________________________________ Leandro Martins – Faculdade Pitágoras

Divinópolis, 26 de junho de 2015.


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Um dia, quando olhares para trรกs, verรกs que os dias mais belos foram aqueles em que lutaste. (FREUD)


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RESUMO Este trabalho analisa o processo de narrativa transmídia em produtos das plataformas impresso, Televisão e Internet. Tem como objeto a Bem Feminina, que iniciou no impresso, e hoje também está presente em outras duas mídias. Seu objetivo foi analisar a preservação da linha editorial e se os produtos seguem as características típicas de cada veículo de comunicação. Foi realizado um estudo de caso e empregou métodos como coleta de dados, pesquisa bibliográfica e entrevista em profundidade. Com base nos resultados, foi elaborado como produto prático o piloto de um programa de Rádio desenvolvido para exemplificar mais uma possibilidade de narrativa transmídia. Palavras-chave: Narrativa transmídia. Jornalismo. Mídia.


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ABSTRACT In this monograph shows the study of the transmedia narrative process on press products, television and Internet. The object of this study is Bem Feminina, with started as a magazine and today is also present in others two media class. This analysis has the objective to verify the preservation of the editorial line in the others products and analyze its characteristics in each different media class. This study was performed in form of case study and applied methods as data gathering, biographic research and indepth interview. Based on the results, a radio show was developed as a pratical product to exemplify another transmedia narrative. Key-words: Transmedia narrative. Journalism. Media.


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LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Capa da edição nº14 da revista Bem Feminina........................................ 35 FIGURA 2 – Home Page do site www.revistabemfeminina.com.br.............................. 37 FIGURA 3 – Captura do programa Bem Feminina após mudança............................... 38


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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8 2 CARACTERÍSTICAS DAS MÍDIAS ............................................................................ 11 2.1 Impresso ................................................................................................................. 14 2.1.1 Revistas especializadas...................................................................................... 15 2.2 Rádio ....................................................................................................................... 16 2.3 Televisão ................................................................................................................. 19 2.4 Internet .................................................................................................................... 21 2.4.1 Redes Sociais ...................................................................................................... 23 2.5 Identidade editorial................................................................................................. 11 3 NARRATIVA TRANSMÍDIA ....................................................................................... 25 3.1 Hipermídia ............................................................................................................... 26 3.2 Convergência de mídia .......................................................................................... 28 3.3 Narrativa transmídia na revista Trip ..................................................................... 31 4 NARRATIVA TRANSMÍDIA NA BEM FEMININA ...................................................... 34 4.1 Revista Bem Feminina ........................................................................................... 34 4.2 Site Bem Feminina ................................................................................................. 36 4.3 Bem Feminina na TV .............................................................................................. 37 4.4 Metodologia ............................................................................................................ 39 4.5 Exposição e análise dos resultados ..................................................................... 40 4.5.1 Exposição do conteúdo da revista Bem Feminina ........................................... 40 4.5.2 Exposição do conteúdo do programa Bem Feminina na TV ........................... 44 4.5.3 Exposição do conteúdo do site Bem Feminina ................................................ 47 4.5.4 Análise das três mídias....................................................................................... 49 4.5.5 Entrevista em profundidade ............................................................................... 52 4.6 Produto prático ....................................................................................................... 56 5 CONCLUSÃO ............................................................................................................. 59 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 61 APÊNDICES....................................................................................................................62


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1 INTRODUÇÃO Atualmente, a barreira entre os meios de comunicação com formatos diferentes está sendo quebrada. O produto criado para um tipo de mídia é expandido para outros meios, de forma que as variadas plataformas possam contribuir de maneira diferente para a construção de um todo – esse processo recebe o nome de narrativa transmídia (JENKINS, 2009). Dessa forma, é possível atrair um público diverso e de formas diferentes.

A narrativa transmídia e a convergência de mídia passaram a ocorrer com mais frequência após a popularização da Internet. (JENKINS, 2009). No Brasil, esse fenômeno foi registrado na segunda metade dos anos 1990. (PINHO, 2003). Nessa época, jornais e revistas impressos começaram a ganhar páginas no ambiente virtual.

O Jornal do Brasil (JB) foi a primeira publicação brasileira a desenvolver um site e disponibilizá-lo aos seus leitores em 1994. Dezesseis anos depois, o veículo foi o primeiro jornal totalmente virtual. “Sua última edição em papel foi em 31 de agosto de 2010, depois só permaneceu a versão digital.” (PRADO, 2011, p. 20). Entre as revistas, a ISTOÉ foi a primeira revista brasileira que deixou sua marca na Internet em forma de site, em 1995. [...] um serviço que no passado era oferecido por um único meio – seja a radiodifusão, a imprensa ou a telefonia – agora pode ser oferecido de várias formas físicas diferentes. Assim, a relação um a um que existia entre um meio de comunicação e seu uso está se corroendo. (POLL apud JENKINS, 2009, p.37).

Mas, ao transferir o conteúdo de uma mídia para outra, é preciso respeitar as características de cada meio. As frases simples e diretas do Rádio, o texto “casado” com as imagens da Televisão e a multimídia da Internet são exemplos. Além disso, o produto deve levar consigo, caso seja de seu interesse, a linha editorial do conteúdo original. Essa identidade é criada de acordo com o público e define os assuntos que serão noticiados e como serão abordados. (BISTANE; BACELLAR, 2006).


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Com as diversas opções de mídia existentes, os veículos de comunicação têm a oportunidade de apresentar seu conteúdo usando variadas plataformas. Um produto criado inicialmente para o impresso pode ganhar uma página na Internet, um perfil nas redes sociais ou um programa de Rádio e de Televisão, por exemplo.

Exemplo desse processo é a revista Trip, que explora as principais mídias. Além da publicação impressa, a marca está presente de forma audiovisual por meio do programa Trip TV (exibido pela TV Bandeirantes) e nas ondas sonoras com o Trip FM, transmitido por diversas emissoras para mais de 480 cidades do Brasil. O conteúdo dos três produtos também está disponível em uma página na web e nas redes sociais.

Neste trabalho de conclusão de curso foi analisado o processo de narrativa transmídia na Bem Feminina. A identidade editorial da Bem Feminina é resguardada ou ela sofre alterações entre os produtos jornalísticos desenvolvidos pelo veículo? Durante o processo, a Bem Feminina respeita as características de cada tipo de mídia?

Essa pesquisa teve como objetivo geral analisar o processo de narrativa transmídia da Bem Feminina, observando a adequação às características de cada meio e a manutenção da identidade editorial.

O estudo teve como objetivo específico avaliar, em termos qualitativos, se a identidade editorial da revista Bem Feminina é preservada nos produtos desenvolvidos para outras mídias (Internet e TV). Foi proposto o Rádio como uma nova mídia para a revista, de forma que essa seja planejada e desenvolvida sem perder as características editoriais.

Optou-se por pesquisar a respeito da narrativa transmídia devido à relevância do tema, uma vez que o processo vem ocorrendo com frequência, principalmente após a maior utilização da Internet no Brasil, no final dos anos 1990. Além disso, é uma forma de analisar se o veículo de comunicação colocado como objeto de estudo tem a preocupação de fazer as adaptações necessárias com relação ao conteúdo e se preserva a identidade editorial nos produtos desenvolvidos para outras plataformas.


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A pesquisa mostra-se necessária por colocar como objeto de estudo um veículo regional (revista, site e programa de TV Bem Feminina), com possibilidade de aplicação da mídia proposta e correção de eventuais erros encontrados nas mídias já existentes.

Para atingir os objetivos desse estudo, foram utilizados os métodos de pesquisa bibliográfica, estudo de caso, análise de conteúdo, entrevista em profundidade e produção de conteúdo. A pesquisa bibliográfica serviu como base para o entendimento das características de cada meio de comunicação analisado, bem como os conceitos relacionados à identidade editorial e convergência de mídia. A Análise de Conteúdo permitiu verificar se as características de cada mídia e a identidade editorial foram repeitadas durante processo de narrativa transmídia da Bem Feminina. A partir da entrevista em profundidade pode-se compreender o processo de produção de conteúdo e narrativa transmídia e conhecer como foi construída a identidade editorial da marca. Com base nessas informações, foi proposto o Rádio como uma nova mídia a ser desenvolvida pelo veículo.

Dessa forma, o presente estudo traz, na primeira parte, um estudo bibliográfico com as características a serem seguidas em cada plataforma e o conceito de linha editorial. Na segunda parte encontram-se os conceitos de convergência de mídia, hipermídia e narrativa transmídia complementados por um case da revista Trip, que está presente no impresso, na Internet, no Rádio e na TV. Por fim, a terceira parte traz a apresentação da Bem Feminina, o conteúdo publicado em outubro e novembro de 2014 bem como os resultados da análise e da entrevista em profundidade.


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2 CARACTERÍSTICAS DAS MÍDIAS O jornalismo exerce forte influência na sociedade, por sua contribuição nas relações sociais, políticas e científicas. Segundo Lage (2005), o jornalismo é responsável por atualizar o nível de conhecimento das pessoas como nenhum outro meio é capaz.

A notícia tem a necessidade de ser adequada ao seu público-alvo e, ao mesmo tempo, atraente, “[...] o que significa ser facilmente compreensível e conformar-se a formas e ritmos, aspirações e fantasias de um público.” (LAGE, 2005, p. 83). A informação deve despertar a atenção do leitor ou este, simplesmente, desprezará o conteúdo.

Sendo assim, o jornalismo pode se manifestar de diversas formas, dependendo da linha editorial e da mídia ou veículo utilizado na divulgação de informações. Cada meio de comunicação possui suas características, que devem ser respeitadas pelos profissionais. “Mas existem requisitos e qualidades que são comuns aos discursos peculiares a cada veículo, como a clareza, a densidade, a concisão, a precisão, a exatidão, a simplicidade e a coerência.” (PINHO, 2003, p. 56).

Até adquirir suas características atuais, cada tipo de mídia passou por um processo de construção. Quando um novo meio de comunicação passa a ser utilizado, seu desenvolvimento é subsidiado por propriedades de outras mídias já existentes. Aos poucos, cada meio vem alcançando seu espaço e traçando suas características técnicas, de acordo com a evolução tecnológica e dos profissionais de Comunicação. “À medida que eles foram amadurecendo, os conteúdos tornaram-se aos poucos mais adequados ao formato do novo meio.” (PINHO, 2003, p. 181). E, assim, cada mídia assume suas particularidades para a produção e a publicação de conteúdo.

2.1 Identidade editorial

A identidade editorial ou linha editorial é a personalidade e/ou estilo tomado pelo veículo de comunicação para a produção de conteúdo. Ela é responsável por delimitar a abordagem da notícia, a maneira como será exposta para o público e até mesmo o


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que será divulgado no meio. “O veículo, dotado de ‘personalidade’, de ‘caráter’, terá um jeito próprio de abordar as questões em que se detém, uma escolha específica de temas prediletos, e esse olhar vai definir a forma que o objeto tomará para o público.” (PEREIRA JÚNIOR, 2009, p.97).

O perfil dos espectadores é determinado, principalmente, pela identidade editorial do veículo, pois é ela que leva o indivíduo a se interessar pelo conteúdo proposto e o impulsiona a consumir outras vezes, a ponto de se fidelizar. O veículo não vende apenas uma informação, vende uma ideia, uma visão sobre os fatos. Para que o público se interesse pelo produto editorial, ele deve sentir empatia com o mesmo. Nesse sentido, Luiz Costa Pereira Júnior (2009, p.94) explica que “[...] o veículo de informação busca impor sua identidade, sua leitura sobre o mundo, que definirá seus laços profundos com o destinatário de sua mensagem.”.

Segundo o mesmo autor, um projeto editorial é construído com base nas características do produto (formato, periodicidade, distribuição, cobertura geográfica, entre outros), importância estratégica, público-alvo, concorrência e orçamento (mensal e anual). No entanto, ele afirma que: “O projeto de um produto editorial é um processo que confirma e se formata diariamente, da formulação da pauta à reflexão da edição que já foi a público.” (PEREIRA JÚNIOR, 2009, p.95). A cada pauta, uma nova decisão deve ser tomada pelo editor – responsável pela linha editorial do veículo. Esse profissional define o que entra ou não em uma edição e, muitas vezes, a abordagem tomada na matéria (o que deve ser feito pelo repórter), aproximando-se da identidade editorial.

A identidade editorial dá direcionamento para os profissionais envolvidos na produção do conteúdo jornalístico e serve também para amparar as atividades na construção do texto e diagramação, ou seja, embasar o que será escrito e como será exposto. “São necessárias as referências, os parâmetros, principalmente para jornalistas mais moços.” (ABRAMO, 1999, p.114).


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O jornalismo, teoricamente, é visto como uma prática isenta de opinião, em que deve reinar a imparcialidade. No entanto, isso contradiz o que se chama de identidade editorial. A visão de mundo vendida por um jornal, por exemplo, conduz o leitor a uma percepção provavelmente diversa da percepção tida pelo que leu outro jornal, ou que assistiu a um determinado programa de TV. Por trás de toda identidade editorial existem pessoas com interesses e visões próprias. Uma boa ilustração disso é dada por Cláudio Abramo (1999, p.113): “É conhecida a piada do repórter que classifica o entrevistado como um homem muito alto; num outro jornal, sai que ele era muito baixo. Isso porque um entrevistador era baixinho e o outro um homem muito grande.”

Assim como o texto, a exposição das informações também possui sua carga informativa e de influência na percepção do público. Tal significação é chamada de “enunciação”. (PEREIRA JÚNIOR, 2009, p.98). No impresso ou em páginas da Internet que requerem um layout para a apresentação das notícias, o design assume esse papel, por sua responsabilidade de hierarquizar cada manchete e dar a devida posição a cada assunto. Para o autor, o envolvimento do leitor com a notícia permite uma totalidade de significação, pois ele acredita a ponto de compartilhar. A padronização visual, assim, organiza o material de modo a que, cada página, seja a personificação do veículo inteiro. O padrão, no entanto, é personalizado, estabelece a identidade, expressa a imagem pública do veículo. A forma como assume um título, por exemplo, vai tornar a página mais viril, mas principalmente define a leitura que o produto faz dos assuntos que cobre. (PEREIRA JÚNIOR, 2009, p.99).

A interpretação do conteúdo é delineada pelo veículo em todos os elementos de significação presentes na apresentação do conteúdo. Fotos, cores, tipologias, layout, tamanho das fontes e imagens, legendas, entre outros elementos, ajudam a definir a identidade editorial do veículo. O editor se vê perdido em meio a constantes conflitos éticos, sempre em torno de decisões que não desagradem o público, já fidelizado graças à identidade editorial e aos interesses do veículo e de seu proprietário. “[...] a liberdade de imprensa só é usada pelos donos das empresas.” (ABRAMO, 1999, p.116).


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Não se pode esquecer que meios de comunicação são empresas, e empresas visam o lado comercial. Portanto, a identidade editorial provavelmente sofrerá intervenções, superando a essência de neutralidade jornalística.

2.2 Impresso

O jornalismo começou a dar seus primeiros passos através do impresso. Atualmente, essa plataforma permite o uso de texto e imagens na divulgação de informações – seja em cores ou preto e branco. No impresso, utiliza-se uma linguagem mais formal. Geralmente, os textos são mais completos e o repórter tem a oportunidade de aprofundar mais nos fatos.

O aprofundamento nos temas também é uma forma de suprir a incapacidade do impresso de “[...] oferecer a notícia de última hora, a notícia em flagrante, que é a grande arma da Televisão [...] A notícia chega ao leitor pelo menos 12 horas após ter sido recebida pelo telespectador.” (VIEIRA apud ERBOLATO, 2006, p.28).

Porém, ao mesmo tempo em que a Televisão e o Rádio possuem a vantagem de serem rápidos, eles têm limitações. A programação é feita em 24 horas e nem todo momento é ideal para o noticiário. O impresso, por sua vez, pode adicionar quantas páginas forem necessárias para inserir todas as informações, como defende Erbolato (2006).

O impresso também permite recuperar uma informação por meio do próprio veículo. É possível reler e consultar uma notícia quantas vezes forem necessárias. A edição também pode ser acessada a qualquer hora ou em qualquer lugar, até que o exemplar seja descartado. No Rádio e na TV, esse recurso está disponível apenas com intermédio da Internet, onde o conteúdo pode ser disponibilizado de forma parcial ou integral, ou da TV digital, que permite pausar, rever e gravar a programação a qualquer momento.


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Ricardo Noblat (2008) defende que o texto jornalístico deve ser simples, claro, em ordem direta, com frases curtas e concisão. Esses conceitos são aplicados também em outras plataformas.

2.2.1 Revistas especializadas Com o avanço dos impressos, surgiram as revistas especializadas – mídia em que a linha editorial geralmente é construída com base em um assunto ou público específico. Nelas, existe a preocupação em abordar o assunto de uma forma mais abrangente e aprofundada. “Por se dirigir a um público formador de opinião de conhecedores do tema, uma revista especializada, seja em vinhos ou em cachorrinhos, é forçada a ter sério compromisso com os temas que propõe.” (LAGE, 2005, p.151). Caso contrário, os próprios leitores reprovarão o conteúdo, comprometendo a credibilidade e a audiência do veículo.

Uma revista especializada deve ter propriedade para escrever sobre um assunto, pois, além de informações sobre o tema, está em jogo uma cultura. Por detrás de uma revista, há compromissos nem sempre evidentes. Quando uma delas, especializada em motocicletas, aponta defeitos em um modelo, a fábrica até lamenta, mas não deixa de anunciar por isso: o que o magazine se propõe a promover é o uso da “cultura” da moto, não a marca em particular. A crítica resulta em credibilidade e é parte das regras do jogo. (LAGE, 2005, p.151).

Ao contrário da maioria dos jornais, a magazine pode ser distribuída semanalmente, mensalmente, semestralmente e até anualmente, por exemplo. Dessa forma, não é interessante trabalhar com factuais, porque a informação ficaria velha até chegar ao leitor – além de já ter sido divulgada por outros meios de comunicação mais instantâneos, como o Rádio, a TV e a Internet. Por isso, torna-se mais viável a publicação de reportagens. Embora a reportagem não prescinda de atualidade, esta não terá o mesmo caráter imediato que determina a notícia, na medida em que a função do texto é diversa: a reportagem oferece detalhamento e contextualização àquilo que já foi


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anunciado, mesmo que seu teor seja predominantemente informativo. (SODRÉ; FERRARI, 1986, p.18).

Como a periodicidade é maior, o imediatismo não é o item mais importante neste veículo. Sendo assim, o trabalho do profissional e a forma de apuração sofrem mudanças. “A intensidade, profundidade e autonomia do jornalista no processo de construção da matéria são, por definição, maiores na reportagem do que na notícia.” (LAGE, 2005, p.139). Nas revistas, as imagens são mais exploradas, ocupam mais espaço e são mais trabalhadas. As fotos chamam a atenção do leitor, convidando-o para “entrar” no assunto, “prendendo-o” àquela página ou não. Isso se justifica tanto pela qualidade de impressão do material, que geralmente é maior do que nos jornais, quanto pela importância que as revistas dão às fotos e ilustrações. Como o produto tem uma periodicidade maior, o custo da alta qualidade não pesa no bolso do público específico. O fato é que a fotografia e a revista parecem ter nascido uma para a outra. Desde que foi lançada a primeira revista ilustrada, elas nunca mais se separaram. Tanto pela qualidade do papel quanto da impressão, as revistas sempre puderam, e souberam valorizar a fotografia. (SCALZO, 2004, p.71).

Marília Scalzo (2004) destaca outro diferencial da revista que é o formato. Justamente por ter uma validade maior, tem que ser agradável de manusear e guardar.

2.3 Rádio

Os primeiros passos para a criação do Rádio foram dados no final da década de 1880. A popularização no Brasil veio a partir dos anos 1940, com a chamada “Era do Rádio”. Durante o tempo, as características do texto nessa mídia passaram por mudanças e, atualmente, tem como principal marca a linguagem simples. “Dinâmico, rápido e ágil, o Rádio exige de quem escreve a objetividade, a economia de palavras e o encadeamento claro e simples das ideias, para que o ouvinte possa compreender facilmente a informação no momento exato em que escuta.” (PARADA, 2000, p.49).


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O profissional do Rádio não tem como usar imagens ou texto escrito para transmitir uma informação. Ou seja, o público só pode receber a mensagem de uma forma: pela audição. Essa característica faz com que a comunicação requeira cuidados para que a ausência de recursos visuais seja compensada na linguagem.

A ausência de recursos visuais também é um desafio na hora de captar e manter a atenção do público. Enquanto ouve a programação de uma determinada emissora, o ouvinte geralmente está desempenhando outras funções. Mais uma vez, a linguagem entra como solução, conforme defende Maria Elisa Porchat (1993). A simplicidade e riqueza de variações é o caminho para manter o público interessado.

Outro fator importante é que, no Rádio, não tem como recuperar a informação. Não dá tempo de fazer o ouvinte pensar muito para entender o que acabou de ouvir. Isso justifica a necessidade de ter uma linguagem limpa e repetitiva – mas sem ser cansativa e pobre. É importante que o ouvinte escute a notícia toda em seu contexto e que não seja induzido a erros. Lembre-se de que no rádio você só tem uma chance de dar uma notícia. Não é como no jornal, em que as notícias podem ser relidas. No rádio, o ouvinte não pode voltar atrás e escutar novamente o que você acabou de dizer. (CHANTLER; HARRIS, 1998, p.60).

O Rádio é, também, fácil de ser transportado e pode estar em todo lugar, em que a frequência alcance. Consequentemente, é um meio que pode ser ouvido a qualquer momento e independente do nível de escolaridade da pessoa. Todas essas situações só justificam a importância do emprego da fala de forma correta no meio radiofônico. A linguagem nítida, simples, rica, repetitiva, forte, concisa, correta, invocativa e agradável são as características enumeradas por Maria Elisa Porchat (1993). No entanto, as regras não devem comprometer a espontaneidade e nem empobrecer a linguagem. Uma frase mal construída, uma expressão ambígua, uma sequência complicada ou uma descrição de fatos sem uma sequência lógica podem ser fatais para um


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noticiário no rádio. Não há lugar no radiojornalismo para complexidade, divagação ou obscuridade. (CHANTLER; HARRIS, 1998, p. 50).

No Rádio, o texto deve ter como característica a síntese. O uso de expressões, períodos e manchetes curtos facilitam o entendimento e melhoram a locução. Porchat (1993) também destaca a linguagem invocativa, construída por uma série de itens que ajudam a aproximar o ouvinte da informação. O primeiro ponto é a informalidade: “Ser natural, informal e usar linguagem simples são condições absolutamente indispensáveis para quem fala no Rádio.” (PORCHAT, 1993, p.144). Quem acompanha a programação também precisa sentir que o locutor fala para ele. Para isso, é importante se dirigir ao ouvinte de maneira individual. Outra técnica é adotar uma fala “ativa”, ou seja, imaginar a reação do ouvinte diante de suas perguntas, como se fosse um diálogo.

O redator precisa ainda se preocupar com o efeito sonoro do texto. É importante ler tudo em voz alta e corrigir eventuais colocações que não ficaram bem. O tempo presente do verbo também pode substituir o passado e o futuro. “A maior força do Rádio é ser dinâmico. Portanto, o uso do verbo no presente - dando a impressão de que alguma coisa está ‘acontecendo agora’ - é muito apropriado, principalmente na primeira linha da notícia”. (CHANTLER; HARRIS, 1998, p. 52).

Diante de tantas regras e peculiaridades da mídia, o profissional do Rádio deve ter como meta “[...] buscar a linguagem absolutamente clara, inconfundível e a forma correta, sem afetação. Uma linguagem especial que concilie o bom português com as exigências de um veículo que se limita a ser som.” (PORCHAT, 1993, p.157). Tudo isso em nome do público e da boa informação. “Notícias bem escritas são a base de um bom jornalismo. Você pode ter uma grande história; no entanto, se perceber que não vai conseguir fazer seu ouvinte entendê-la, é melhor nem transmiti-la.” (CHANTLER; HARRIS, 1998, p. 50). Cabe ao profissional


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construir o seu estilo. Para isso, ele deve considerar variáveis, como o público e o estilo da emissora em que trabalha.

2.4 Televisão

A criação da Televisão se deu através de uma série de experimentos e outras invenções realizadas ao longo do século XIX e meados do século XX. Até o início da década de 1950, a TV já havia entrado em quase todos os países com transmissões abertas, inclusive no Brasil. (PINTO, 2015). “O telespectador já tinha a garantia da boa imagem e a indústria começou a se preocupar com os aperfeiçoamentos, que duram até hoje.” (PATERNOSTRO, 2006, p.24). Não existe TV sem imagem – esta é indispensável e universal, já que todas as pessoas veem o que é exibido e adquirem algum conhecimento a partir daquilo. O grande desafio está em relacionar texto (escrito ou falado) e imagem de forma que faça sentido e seja compreensível a qualquer telespectador. Em telejornalismo, a preocupação é fazer com que o texto e a imagem caminhem juntos, sem um competir com o outro: ou o texto tem a ver com o que está sendo mostrado ou não tem razão de existir, perde sua função. O papel da palavra não é brigar com a imagem. (PATERNOSTRO, 2006, p. 77).

A Televisão proporciona grande prestígio para o jornalista, devido ao contato visual com o telespectador, a abrangência e a credibilidade depositada nesta mídia. O profissional de telejornalismo está sempre preocupado em obter a melhor imagem, que deve, além de combinar com o texto, tornar a notícia mais atraente e completa que as apresentadas em outros meios jornalísticos. Nesse ponto, ela leva vantagem com relação aos outros meios. Seus recursos são capazes de atingir dois sentidos do ser humano: a audição e a visão. Entretanto, a TV carece ser tão interessante que consiga disputar sua atenção com os outros atrativos que cercam o telespectador. Pois, segundo Luciana Bistane e Luciane


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Barcellar (2006), a Televisão disputa a atenção com tudo que está ao redor do telespectador e muitos assistem enquanto leem, fazem refeição ou outra atividade.

O texto da TV não pode ficar preso ao que é encontrado no jornal impresso. Deve existir um cuidado com a sonoridade das palavras, criar frases curtas e na ordem direta – parecido com o texto de Rádio. Utiliza-se também uma linguagem simples e coloquial, buscando um nivelamento que a torne acessível a diversos públicos, independente do grau de escolaridade ou classe social.

Busca-se, no texto da TV, a proximidade com a linguagem falada. No telejornalismo, o repórter deve contar a história como se estivesse conversando com o telespectador, sempre se apoiando em um vocabulário do cotidiano (da maneira como “o povo fala”), porém, sem parecer vulgar. “Quanto mais palavras (ou o texto como um todo) forem familiares ao telespectador, maior será o grau de comunicação.” (PATERNOSTRO, 2006, p.95). O uso de termos técnicos ou expressões muito peculiares de determinados nichos deve ser evitado. Uma única palavra mal compreendida pode mudar ou impossibilitar o sentido da notícia. O problema é que escrever como se fala não é nada instintivo. Não somos treinados para isso. Não é assim que aprendemos na escola, na faculdade e, mesmo nas redações do jornal. Mas essa é a maneira mais indicada de aproximar um texto do universo do espectador. (BONNER, 2009, p.235).

O texto é responsável por direcionar o uso das imagens, que vão sendo necessárias à medida que as palavras discorrem. A entonação dada pelo repórter ao texto falado é que irá conferir o sentimentalismo, irreverência e crítica presentes na notícia televisiva. Por isso a pontuação é essencial no texto. Ela é responsável por atribuir ritmo às palavras. Os sinais gráficos de pontuação permitem “[...] intervalos, pausas e a entonação da voz, que vão ajudar na respiração do locutor e na compreensão do texto.” (PATERNOSTRO, 2006, p.81). O texto escrito exibido na tela traz informações adicionais à fala do repórter, do apresentador ou da própria fonte (entrevistado), como nome, cargo, localização,


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legendas e números. Tais informações são adicionais, porém, indispensáveis. Além disso, conferem maior credibilidade à matéria e facilitam a compreensão do conteúdo. O tempo é um fator determinante na Televisão, pois a informação nela é imediata, instantânea e, consequentemente, superficial. Os fatos chegam ao conhecimento do público de maneira imediata. A tecnologia permite mostrar fatos ocorridos do outro lado do mundo por meio de transmissões ao vivo, “[...] a informação na TV requer ‘hora certa’ para ser vista e ouvida: a mensagem é instantânea. A informação é ‘captada’ de uma só vez, no exato momento em que é emitida. Não tem como voltar atrás e ver de novo.” (PATERNOSTRO, 2006, p.75).

O repórter tem a missão diária de entender o fato a ponto de conseguir relatá-lo de forma precisa e resumida em apenas dois minutos, ou menos. “Uma coisa é ouvir uma história; outra, é entender o suficiente para contá-la, transmitindo a relevância da informação de forma atraente e inteligível.” (BISTANE; BARCELLAR, 2006, p.13). Por esse motivo, a informação na TV é tida como superficial, sendo exceções os programas e reportagens especiais voltados para apenas um assunto e que dispõem de um tempo maior para exibição.

2.5 Internet O surgimento da “WWW” (World Wide Web1) permitiu que a rede ficasse mais atraente, interligando e incorporando textos, sons e imagens. Com isso, o jornalismo digital tornou-se diferente do tradicional, principalmente por causa da forma como os dados são tratados, o formato e o tamanho do texto. “Hoje com maior espaço existente de circulação de informação via redes de computadores, a Internet não deixa de representar também o novo e promissor campo de renovação para as práticas e as técnicas de jornalismo.” (PINHO, 2003, p.58). 1

Segundo Morais (2012), World Wide Web (WWW) é um serviço baseado em hipertextos, que permite ao usuário buscar e recuperar informações distribuídas por diversos computadores da rede. Documentos estruturados como hipertextos são interligados através de um conjunto de termos pré-selecionados.


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A objetividade é uma das principais características de um bom texto na Internet. Geralmente os leitores desanimam de ler grandes blocos textuais. Assim como no impresso, a ideia principal do texto já deve ser apresentada logo no início (lead), isto é, ir direto ao assunto. Porém, por mais que o texto seja curto, ele não pode ser pobre de informações. Como em outras mídias, a informação deve ser acessível para quem lê, sem termos muito complexos.

A interatividade, segundo Weber (2014), é representada pela participação e pela bidirecionalidade, que permite a co-criação, não havendo distinção entre polo emissor e receptor. Isso porque a comunicação permite a articulação de diversas redes e conexões.

A instantaneidade é outra característica forte da Internet, e se resume no potencial de transmissão imediata de um fato, sendo mais rápida do que alguns meios tradicionais. Em contrapartida, é importante ressaltar que há muitos riscos, caso a notícia não seja apurada em sua totalidade, dando margem aos erros ou equívocos.

Na web, o usuário tem a possibilidade de escolher o conteúdo que quer ler, assistir ou ouvir – ou seja, pode customizar. Essa característica, que também é denominada de personalização, nada mais é do que a configuração de um determinado conteúdo de acordo com os interesses do usuário, permitindo uma pré-seleção do que será exibido. Essa customização se constrói a partir do comportamento do usuário, com base nos sites que são acessados.

Segundo Santaella (2004), o usuário também pode passar de um conteúdo para o outro por meio dos hipertextos. A hipertextualidade interconecta textos através de links. Esse recurso é um dos principais diferenciais da Internet, pois permite a inserção de vídeos, fotografias e qualquer outro conteúdo relacionado ao assunto publicado. Junto à hipertextualidade vem a multimidialidade, tratando diretamente da convergência de formatos. Assim, ao ler uma notícia on-line, por exemplo, formatos tradicionais como som, texto e imagem podem ser inseridos no mesmo conteúdo.


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Para Mielniczuk (2001), é mais fácil armazenar conteúdo on-line do que em qualquer outra mídia. Com o advento da “computação em nuvem”, tornou-se popular a ideia de armazenar os conteúdos todos em um disco virtual ao invés de salvar no disco do computador ou do dispositivo móvel do usuário. A “memória on-line” permite o acesso a todo o conteúdo disponível na rede, a partir de qualquer dispositivo (fixo ou móvel) conectado à Internet.

2.5.1 Redes Sociais

Enquanto o site cria um ambiente de esclarecimento, as redes sociais prezam pelo relacionamento, porque é lá onde o público se encontra e deve receber o conteúdo. “É no contato mais próximo com uma marca que o usuário conhece seus produtos, serviços e a própria empresa, e nenhum ambiente é tão propício quanto uma rede.” (RODRIGUES, 2014, p.40). Ao contrário dos portais de informação, o conteúdo das redes sociais é “descartável” e instantâneo. Bruno Rodrigues (2014, p.44) compara os sites de relacionamento “[...] com um flyer bem produzido e distribuído - e disputado a tapa - em uma avenida movimentada. Leu, informou-se do necessário, flyer no lixo.”

Atualmente, além de ser fonte, o internauta ajuda na repercussão das matérias, graças a funcionalidades como o “curtir” e o “compartilhar” do site de relacionamento Facebook e o “RT” ou “retweet” do microbloging2 Twitter. Essa interatividade também possibilita ao leitor fiscalizar, analisar e dar a sua opinião sobre o assunto.

Porém, há um grande desafio em adequar o jornalismo às redes sociais. Na Internet não há um veículo oficial: todos têm o poder de dar o “furo” jornalístico. Faz-se necessário um planejamento para que o jornalismo dentro das redes sociais mantenha a mesma credibilidade outrora estabelecida nos meios tradicionais. “Perder o controle 2

Microblogging é um blog com limitações, de acordo com Camila Camargo (2008). Geralmente, esse tipo de site possui menos recursos e opções de interface, além de ter uma quantidade restrita de caracteres por publicação – no caso do Twitter, o limite é 140.


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da informação, produzir um plano editorial individual para cada canal social e, ao mesmo tempo, ser capaz de integrar todos os meios é um desafio de gestão, não apenas de produção.” (TORRES, 2012).

Com relação a escolher entre o uso de sites ou das redes sociais, Bruno Rodrigues (2014, p. 42) defende que é preciso aproveitar todas as plataformas: “[...] nunca ignore uma mídia ou veículo. A não ser que nesses ambientes não exista ninguém que seja parte do público que se quer alcançar - quase impossível -, nunca despreze chances de comunicar.” Quanto maior a disponibilidade, mais fácil será para atrair a atenção do internauta, que normalmente não fica em apenas um site ou rede social.


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3 NARRATIVA TRANSMÍDIA A barreira entre os meios de comunicação com formatos diferentes está sendo quebrada. O produto criado para uma determinada mídia não fica mais preso a ela: o conteúdo flui por diferentes canais e é recebido pelo público de diferentes formas. (JENKINS, 2009). Além disso, múltiplas plataformas contribuem de modo diferente para a construção de um todo.

Henry Jenkins (2009) chama de narrativa transmídia um processo onde uma história é introduzida em uma mídia e expandida por outros meios, como produtos, eventos e outras mídias. O autor usa o filme Matrix para exemplificar o fenômeno. A obra foi lançada no cinema para estimular a curiosidade do público. Em seguida, vieram os quadrinhos e games para incrementar a produção inicial. Mídias diferentes atraem nichos de mercado diferentes. Filmes e televisão provavelmente têm os públicos mais diversificados; quadrinhos e games, os mais restritos. Uma boa franquia transmidiática trabalha para atrair múltiplas clientelas, alterando um pouco o tom do conteúdo de acordo com a mídia. Entretanto, se houver material suficiente para sustentar as diferentes clientelas – e se cada obra oferecer experiências novas –, é possível contar com um mercado de intersecção que irá expandir o potencial de toda a franquia. (JENKINS, 2009, p.138).

O conceito de narrativa transmídia foi debatido pela primeira vez em 1999. Segundo Henry Jenkins (2009), A Bruxa de Blair foi um sucesso na época, antes mesmo de chegar aos cinemas. Isso porque foi disponibilizado um site com informações sobre a história do filme e documentos com descobertas de bruxas ao longo dos séculos, além de quadrinhos com relatos de pessoas que supostamente encontraram a bruxa e outros detalhes que despertaram a curiosidade do público.

O autor destaca ainda as motivações econômicas existentes por trás da narrativa transmídia. A possibilidade de desenvolver produtos relacionados aumenta os pontos de acesso à marca, atingindo novos públicos e, consequentemente, aumentando o consumo. Porém, esse fator não pode afetar o processo: os produtos desenvolvidos nas mais variadas plataformas precisam ser, ao mesmo tempo, independentes e


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complementares.

3.1 Hipermídia

O ambiente virtual criado a partir da Internet possuiu características especificas. É importante que o profissional de comunicação esteja atento a essas peculiaridades que influenciam na forma como o conteúdo é disponibilizado. Cada vez mais crescentemente processos de comunicação são criados e distribuídos em forma digital legível no computador. Forma digital significa que quaisquer fontes de informação podem ser homogeneizadas em cadeias de 0 e 1. Isso quer dizer que a mesma tecnologia básica pode ser usada para transmitir todas as formas de comunicação - seja na forma de textos, áudio ou vídeo - em um sistema de comunicação integrado, tal como aparece na internet. (SANTAELLA, 2004, p. 38).

Lúcia Santaella (2004) usa conceitos de Baylon e Mignot para explicar que a rede não é algo hierárquico, e sim uma grande teia envolvendo todo o planeta de forma igual, sem bordas e centros. Essa teia é formada por sub-redes - entre elas está a WWW (World Wilde Web). O usuário geralmente consegue usar a rede com facilidade, desde que não precise entender o que está por trás da tela ou o funcionamento de programas, por exemplo. “É por isso que crianças de cinco anos já são capazes de se conectar a partir da memorização de uma pequena sequência de ícones.” (SANTAELLA, 2004, p.39).

Os dispositivos eletrônicos aliados à Internet dão origem a um ambiente virtual que Pierre Lévy (1999) chama de Ciberespaço: uma sociedade conectada em rede com a possibilidade de constante troca de dados. Esse ambiente fomentou o desenvolvimento de comunidades virtuais e, consequentemente, uma nova forma de cultura. A relação de compartilhamento de informações pela Internet recebe do filósofo francês o nome de Cibercultura. A hipermídia é a linguagem utilizada nesse meio virtual.

Na hipermídia não há limites de significação e de mídias. Cada conteúdo pode levar a diferentes caminhos e interpretações conforme os hiperlinks inseridos. Lúcia Santaella (2004) enumera traços fundamentais que caracterizam a hipermídia. O primeiro deles é


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a mistura de linguagens e mídias, entre outros fatores, que as novas tecnologias proporcionam. Uma das consequências dessa hibridização é a interação e participação do receptor na produção de determinado conteúdo.

A autora também cita que a mescla de linguagens e tecnologias anteriormente separadas vem sendo chamada de convergência de mídias. Um texto digital, por exemplo, pode conter um hiperlink que direcione o usuário para um vídeo com informações complementares ou somente com uma relação remota ao tema inicial.

O segundo traço é a organização do conteúdo em construções hipertextuais. Com a hipermídia, existe “[…] a capacidade de armazenar informação e, por meio da interação do receptor, transmutar-se em incontáveis versões virtuais que vão brotando na medida mesma em que o receptor se coloca em posição de coautor.” (SANTAELLA, 2004, p. 49). Isso ocorre porque o hipertexto quebra a linearidade existente nos impressos ou audiovisuais. Nesse contexto, cada internauta deverá trilhar um caminho diferente, conforme suas escolhas. A hipermídia também possui “nós de informações” que são formados por som, gráfico, desenho, vídeo, texto, entre outras estruturas do documento, como se fossem capítulos de um livro. O contrário do que acontece no impresso, em que o conteúdo se mantém permanente após a publicação e possui uma ordem predeterminada de consumo, a hipermídia permite que o leitor tenha total responsabilidade sobre o caminho que vai seguir.

O ciberespaço detém de elasticidade infinita e permite que novos capítulos sejam construídos de maneira instantânea e apoiados na interação com o público. “Pense na hipermídia como uma coletânea de mensagens elásticas que podem ser esticadas ou encolhidas conforme as ações do leitor. As ideias podem ser abertas ou analisadas com múltiplos níveis de detalhamento.” (NEGROPONTE apud NUNES FILHO, 2004, p.03).


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No ciberespaço, o acesso ao conhecimento pode ser feito de forma mais democrática do que nas outras mídias, onde todos os membros dessa comunidade estão habilitados para consumir e participar do processo de construção. Não existe centralização de poder sobre a informação, como nas mídias convencionais. No entanto, Lúcia Santaella (2004) alerta: a grande flexibilidade pode funcionar como uma “faca de dois gumes” e deixar o leitor desorientado. A autora destaca a interatividade da hipermídia. “O leitor não pode usá-la de modo reativo ou passivo. Ao final de cada página ou tela, é preciso escolher para onde seguir. É o usuário que determina qual informação deve ser vista, em que sequência ela deve ser vista e por quanto tempo.” (SANTAELLA, 2004, p.52). Diferente do consumo nas mídias convencionais, através da hipermídia o internauta tem autonomia para escolher o conteúdo que ele deseja acessar e como acessar.

3.2 Convergência de mídia

Henry Jenkins (2009, p. 29) relaciona o conceito de convergência de mídia com um fenômeno chamado por ele de Cultura da Convergência. Enquanto alguns autores previram a extinção de uma mídia diante do surgimento de outra, Ithiel de Sola Pool citado por Jenkins (2009) defende que as variadas plataformas de comunicação se completam, tanto as tradicionais quanto as novas mídias. Isso permite que serviços que eram oferecidos anteriormente de forma separada estejam relacionados. A convergência dos meios de comunicação é um dos “pilares” da cultura da convergência. Os outros dois fatores definidos por Henry Jenkins (2009) são: a cultura participativa e a inteligência coletiva. O primeiro termo diz respeito ao envolvimento do público na criação de um produto. Já a inteligência coletiva é um conceito de Pierre Lévy (1999) e está relacionado com adquirir conhecimento através de comunidades virtuais. A convergência pode ser considerada como um processo que teve início antes da web.


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Meios de comunicação tradicionais já faziam um pouco da tarefa que hoje tem como referencial a Internet: unir linguagens. Júlia Espejo (2013) usa como exemplo a Televisão, que é uma junção da linguagem simples do Rádio, os recursos do cinema e do impresso. “Porém com a amplitude oferecida pela Internet o processo tornou-se mais complexo. A agilidade das mudanças é cada vez maior, assim como a ampliação da produção gerada é impossível de contabilizar.” (ESPEJO, 2013, p.58).

Atualmente, o conteúdo da Internet também está presente na Televisão. Exemplo disso é o “G1 em 1 minuto”, da Rede Globo. O programa estreou no dia 20 de abril de 2015 com a proposta de promover interação entre as duas plataformas. Um repórter é responsável por destacar os principais assuntos do G1, o portal de notícias da Globo na Internet. (G1, 2015).

Também há registros de programas de Rádio que foram adaptados para a TV, como o Matéria Prima, da rádio Cultura AM. Nos anos 80, a rádio Cultura AM iniciou a produção de programas educativos com formatos de entretenimento e bem mais ágeis. Nesse contexto, surgiu o Matéria Prima, o primeiro programa de rádio voltado para o público adolescente e jovem. Anos depois, foi reestruturado e adaptado para televisão, obtendo enorme sucesso na TV Cultura. (FUNDAÇÃO PADRE ANCHIETA, 2008).

O fenômeno passou a ocorrer com mais frequência após a maior utilização da Internet (JENKINS, 2009), que, no Brasil, foi registrada na segunda metade dos anos 1990. A web facilitou para que todos os tipos de mídia fossem encontrados em um só lugar: conteúdos para Rádio, TV ou impresso, por exemplo, estão disponíveis para serem acessados de qualquer parte do mundo, desde que haja conexão. Com esse processo, o jornalista trabalha de acordo com o conteúdo a ser divulgado (e não apenas com foco na mídia) e o conteúdo torna-se mais importante do que os meios em que são veiculados. [...] um serviço que no passado era oferecido por um único meio – seja a radiodifusão, a imprensa ou a telefonia – agora pode ser oferecido de várias formas físicas diferentes. Assim, a relação um a um que existia entre um meio de comunicação e seu uso está se corroendo. (POLL apud JENKINS, 2009, p.37).


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Com a popularização da web, jornais e revistas impressos começaram a ganhar páginas no ambiente virtual, como exemplo, temos o Jornal do Brasil e a revista ISTOÉ já citados na introdução.

Helena Jacob citada por Magaly Prado (2011) divide as revistas digitais em quatro categorias, de acordo com a forma como o conteúdo é disponibilizado na Internet. Primeiramente ela cita os veículos que colocam o conteúdo integral na web, em forma de PDF3. Em segundo lugar, a autora cita os portais de notícias ligados a um determinado título de revista, podendo disponibilizar, ou não, o conteúdo do produto físico. A terceira categoria é a das revistas que usam o site apenas para disponibilizar o conteúdo do impresso em forma de artigos ou postagens. Por último, Jacob fala da revista digital por formato, categoria dos produtos feitos exclusivamente para a Internet.

A convergência de mídia também afeta a relação produtor-consumidor. Essas duas funções não são mais papeis separados, elas interagem. O público passou de passivo e imprevisível para ativo e participante. Dessa forma, o consumidor adquire o poder de interferir no processo de produção de notícias. A convergência das mídias é mais do que apenas uma mudança tecnológica. A convergência altera a relação entre tecnologias existentes, indústrias, mercados, gêneros e públicos. A convergência altera a lógica pela qual a indústria midiática opera e pela qual os consumidores processam a notícia e o entretenimento. Lembrem-se disso: a convergência refere-se a um processo, não a um ponto final. (JENKINS, 2009, p. 43).

Exemplo disso é que os meios de comunicação estão mais abertos para receber sugestões de pauta dos cidadãos, como a TV Integração, afiliada da Rede Globo no interior de Minas Gerais. A emissora disponibiliza o aplicativo para dispositivos móveis Você no MGTV, para que os telespectadores enviem os próprios flagrantes em forma de vídeos e fotografias. O material recebido é selecionado e exibido nos telejornais da emissora. (INTEGRAÇÃO, 2014).

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Portable Document Format (Formato Portátil de Documento) é um formato de arquivo desenvolvido pela Adobe Systems. Ele é um padrão aberto para troca de documentos eletrônicos. (ADOBE SYSTEMS SOFTWARE IRELAND, 2014).


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As empresas que desenvolvem produtos a partir de dicas dos clientes também ilustram essa nova realidade. Em 2011, a PepsiCo realizou a promoção “Ruffles faça-me um sabor”, em que o consumidor criava um novo aroma para o salgadinho em troca de participação nos lucros. A iniciativa gerou uma participação duas vezes maior do que o esperado. (ARAGÃO, 2011). Interações como essas estão cada vez mais frequentes, principalmente com as facilidades proporcionadas pela Internet. 3.3 Narrativa transmídia na revista Trip A revista Trip é exemplo de um produto de comunicação que usa diversas plataformas para levar seu conteúdo até o público. Produzida pela Editora Trip, a publicação mensal trata de temas diversos. A edição impressa foi lançada em 1986 e, atualmente, possui tiragem de 40 mil exemplares. A publicação coleciona prêmios nacionais e internacionais (incluindo o Prêmio Esso), além de ter versões em outros idiomas. “[…] a revista trata a cada mês dos mais variados temas – da política ao sexo, da cultura de praia às novas relações com o trabalho, da alimentação às drogas, da segurança pública ao novo ativismo.” (TRIP EDITORA, 2014). Alguns dos textos da revista Trip possuem como característica o jornalismo literário estilo de reportagens que quebra as barreiras do jornalismo tradicional e registra histórias com perenidade. (PENA, 2007). Por ser distribuída mensalmente, a revista aborda temas de forma mais profunda. Além disso, as reportagens podem ser lidas a qualquer momento, sem que fiquem “velhas”. Os conteúdos das revistas Trip e TPM (Trip Para Mulheres) são levados para a Televisão por meio do programa Trip TV. A atração também usa conteúdo das plataformas digitais e do programa de Rádio. O Trip TV começou a ser transmitido em 2012 pelo canal Mix TV. Em 2014, entrou para a grade de programação da TV Bandeirantes, na TV aberta.


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O Trip TV tem 30 minutos de duração e é exibido semanalmente na madrugada de sexta-feira, após o Jornal da Noite, e com reprise na quarta-feira, no mesmo horário. “A atração traz ao público temas intrigantes discutidos de forma ao mesmo tempo leve e profunda.” (TRIP EDITORA, 2014). O programa é predominantemente feito por pequenos documentários e a maior parte das informações é passada pelos entrevistados, o que é uma característica da TV. Existe o cuidado de obter a melhor imagem, para deixar o conteúdo atraente. O Trip TV também usa um texto próximo à linguagem falada e que esteja relacionado com os recursos visuais disponíveis, como recomenda Paternostro (2006). No Rádio, o Trip FM também carrega a mesma linha irreverente e descontraída do material impresso. Além de música e notícias, o programa recebe convidados variados e é transmitido por diversas emissoras para mais de 480 cidades do Brasil, geralmente nas noites de domingos. (REVISTA TRIP, 2014). O programa foi lançado em 1984, sendo o primeiro produto da Trip Editora. Na época, a atração tinha o nome de Surf Report e era voltada para o mundo dos esportes radicais. O programa de Rádio possui aproximadamente uma hora de duração e tem os entrevistados como foco. Com formato jornalístico, o apresentador usa uma linguagem simples, de forma que facilite o entendimento do ouvinte. A informalidade, uma das características que ajudam a aproximar o ouvinte da informação destacadas por Porchat (1993), também está presente no Trip FM. Existe ainda uma preocupação com a sonoridade do programa, com o uso de trilhas e efeitos.

Além do impresso, da TV e do Rádio, a revista Trip possui ainda uma página na web. A revista Trip foi uma das primeiras publicações brasileiras a ter seu conteúdo disponível na internet. Hospedada no UOL desde o lançamento do portal, em abril de 1996, a versão on-line da revista é atualizada diariamente e reúne, além do conteúdo impresso, material exclusivo para a web como reportagens, canal de vídeos, o programa Trip TV, colunas e ensaios exclusivos com Trip Girls. (TRIP EDITORA, 2014).


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A página é uma espécie de “arquivo infinito”, onde o público da Trip encontra o conteúdo que foi disponibilizado em outros formatos, podendo até mesmo ouvir e ver edições já exibidas do Trip TV e Trip FM. No ambiente virtual, o usuário escolhe o que quer consumir, passando de um conteúdo para outro através de links ou hipertextos. A Trip também usa a interatividade a seu favor e está presente nas redes sociais, com atualizações diárias. Os sites utilizados pela marca são: Facebook, Twitter, YouTube e Instagram. Essas plataformas são geralmente usadas para informar ao internauta sobre o conteúdo disponibilizado no site. O material também pode ser acessado através do aplicativo para celulares.


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4 NARRATIVA TRANSMÍDIA NA BEM FEMININA A marca Bem Feminina foi criada, em 2012, pelas recém-formadas jornalistas Jessica Riegg e Jessica Ramos. Ao produzirem um informativo em formato de revista para um salão de beleza de Divinópolis, notaram o interesse das mulheres pelos assuntos tratados. As leitoras relataram que sentiam falta de uma revista regional com temas direcionados a elas.

Como o próprio nome já diz, a Bem Feminina tem como público-alvo as mulheres. Dentre os temas mais abordados pelo veículo em suas diferentes plataformas (impresso, Internet e Televisão) estão tratamentos estéticos, moda, alimentação, saúde, comportamento, cultura e eventos. Todos os conteúdos são produzidos pela mesma equipe. Quando necessário são contratados profissionais freelance4.

4.1 Revista Bem Feminina

A revista Bem Feminina teve sua primeira edição publicada em agosto de 2012. Foi a primeira mídia da marca. As edições da revista possuem, em média, 50 páginas, divididas entre reportagens, normalmente de uma página cada, e anúncios publicitários de produtos e serviços relacionados ao universo feminino. Existem seções fixas e variáveis. As matérias se dividem entre os temas estética, saúde, cultura, política, decoração e eventos, dentre outros.

A cada edição são veiculados cerca de 40 anúncios publicitários, 40% do conteúdo da revista. Com tiragem de 4.000 exemplares, a versão impressa possui distribuição segmentada que abrange os municípios de Divinópolis, Carmo do Cajuru, Itaúna e Nova Serrana. A publicação é disponibilizada nas bancas para venda pelo preço de R$5,50 (junho de 2015).

A identidade visual da revista é construída com cores fortes, design divertido,

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Trabalho autônomo, sem vínculo empregatício. (OXFORD LEARNERS DICTIONARIES, 2015).


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apostando em ícones ilustrativos para as reportagens. Não existe um padrão de cores para a diagramação. No entanto, há harmonia entre as cores usadas e as fotos. A fonte tipológica sem serifas confere um ar de jovialidade e leveza à publicação (FIG.7). Figura 1 – Capa da edição nº14 da revista Bem Feminina


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4.2 Site Bem Feminina

Pouco tempo depois da publicação do primeiro exemplar da revista foi criado o site (www.revistabemfeminina.com.br) como uma maneira de apresentar o conteúdo e passar mais credibilidade aos anunciantes. Nele são disponibilizadas as edições da revista, algumas das pautas tratadas no impresso, além de outros conteúdos produzidos exclusivamente para a plataforma digital: pautas factuais que normalmente não podem ser cobertas pelas outras plataformas, devido ao deadline5.

O site conta com um layout delicado, remetendo à ideia de feminilidade. Na página inicial são destacadas as principais e mais atuais notícias. O conteúdo é dividido em seções e/ou editorias: Espaço Gourmet, Tricotando, Decorando, Mundo Fashion, Espaço local, entre outras (FIG. 2).

Através do site, o leitor pode se inscrever para receber informações de interesse (definidos no momento da inscrição) por e-mail. Também tem a programação de coberturas a serem feitas pela equipe Bem Feminina, novidades e eventos de âmbito regional.

Ao final da página de cada matéria publicada o site permite ao leitor comentar e compartilhar o conteúdo - basta que o usuário esteja conectado em uma conta do Facebook6. Outra forma de interatividade oferecida pelo site é a aba “Contato”, em que o leitor pode preencher um formulário e enviar sua mensagem, obtendo resposta posteriormente.

A Bem Feminina possui uma página no Facebook, que possui aproximadamente 4500 seguidores (maio/2015). São feitas, em média, quatro publicações diariamente, com temas variados por editorias. Há também um perfil no Instagram7, com 1000 seguidores (maio/2015), no qual são postados os mesmos conteúdos preparados para o Facebook, 5

Expressão em inglês usada no jornalismo para se referir ao prazo final de fechamento de uma edição. Rede social criada em 2005 que permite compartilhar mensagens, fotografias, links e vídeos com amigos. 7 Rede social de compartilhamento de fotos e vídeos, criada em 2010 por Kevin Systrom e Yosyp Shvab. 6


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além de fotos feitas pela equipe. Figura 2 – Home page do site www.revistabemfeminina.com.br

4.3 Bem Feminina na TV

O primeiro programa Bem Feminina na TV foi ao ar em agosto de 2013, quando a revista Bem Feminina comemorava um ano de publicação. Com duração aproximada de 30 minutos, é exibido pela emissora TV Candidés8, aos sábados às 15 horas.

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Canal 13 pela TV Aberta. Com sede em Divinópolis, a transmissão abrange também os municípios de Carmo do Cajuru, Itapecerica, Nova Serrana, Perdigão, São Gonçalo do Pará e São Sebastião do Oeste.


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O programa começou com quadros como Beleza Comprada, Conta Mais, Mundo Fashion, Saúde e Boa Forma, e Dele para Elas. Tais quadros eram intercalados com entrevistas no estúdio.

Em março de 2015 o programa passou por alterações em seu formato e seu nome foi alterado de Bem Feminina na TV para apenas Bem Feminina. Na versão atual, deixou de ser multitemático para ter um único assunto em destaque por edição. Sorriso, moda e o Minas Trend, ciúmes e mães são alguns dos assuntos já abordados na nova roupagem. Cada edição traz uma entrevista com um personagem relacionado ao tema. Esse bate-papo é complementado com reportagens exibidas no meio da entrevista, também ligadas ao assunto abordado no dia.

A parte visual também foi alterada (FIG. 3). O lilás utilizado anteriormente deu lugar a outras cores, em especial à combinação de roxo, rosa e amarelo. A legenda aparece com tarja na cor lilás, e usa de fonte tipológica sem serifas. Este padrão de legendas é usado em todos os VT’s do programa. O estúdio não é mais usado e todas as gravações são realizadas em locais externos. Figura 3 – Programa de TV Bem Feminina após mudança


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4.4 Metodologia

Para atingir os objetivos desta pesquisa foi feito o estudo de caso da Bem Feminina. Essa pesquisa teve como objetivos geral e específico, respectivamente, analisar o processo de narrativa transmídia na Bem Feminina, observando se houve adequação às particularidades de cada meio, e avaliar, em termos qualitativos, se a identidade editorial da revista é preservada nos produtos desenvolvidos para outras plataformas. Utilizou-se ainda os métodos de pesquisa bibliográfica, análise de conteúdo, entrevista em profundidade e produção de conteúdo.

Na pesquisa bibliográfica foram estudadas as características e peculiaridades de cada meio de comunicação (impresso, Rádio, TV e Internet), além dos conceitos sobre identidade editorial, convergência de mídia e narrativa transmídia. Todos os temas pesquisados estão diretamente relacionados com o objeto, vindo direcionar a parte prática do estudo. Para obter dados qualitativos foi utilizada a análise de conteúdo: “[...] uma metodologia de pesquisa usada para descrever e interpretar o conteúdo de toda classe de documentos e textos.” (MORAES, 1999, p.07). A análise de conteúdo tomou por base a edição nº 14 da revista Bem Feminina, que compreende os meses de Outubro e Novembro de 2014; os nove programas Bem Feminina na TV veiculados no período entre os dias 1º de outubro de 2014 e 26 de novembro de 2014; bem como o conteúdo publicado no site (www.revistabemfeminina.com.br) durante os referidos meses.

Foi feita a leitura e análise do conteúdo, levando em conta os critérios de uso da linguagem de cada meio; se os temas abordados em uma plataforma se repetiam nas outras; e se as identidades editorial e visual foram mantidas durante o processo de narrativa transmídia.

Para completar o processo de estudo de caso foram realizadas entrevistas em profundidade, que, segundo Robert Farr citado por Bauer e Gaskell (2010, p. 65),


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servem “para estabelecer ou descobrir que existem perspectivas, ou pontos de vista sobre os fatos, além daqueles da pessoa que inicia a entrevista.”

A seleção de entrevistados foi feita levando em conta a relação com a produção editorial da Bem Feminina. Portanto, foram escolhidas as proprietárias do veículo: Jessica Ramos e Jessica Riegg, por serem as idealizadoras, participarem ativamente na construção da identidade editorial e visual e da produção de conteúdo; e a repórter Natália Fernanda Santos, que trabalha há mais de um ano na revista e tem participação na escolha das pautas, produção das reportagens para as três plataformas e gerenciamento das redes sociais Bem Feminina.

Jessica Ramos e Jessica Riegg foram entrevistadas, separadamente, no dia 18 de maio de 2015, na sede da Bem Feminina. Natália foi entrevistada no dia 23 de maio de 2015, no mesmo local das entrevistas anteriores. Em todas as entrevistas utilizou-se o mesmo questionário, composto por dez perguntas abertas. As respostas obtidas serviram para embasar a descrição do objeto de estudo, entender o processo de produção de conteúdo do mesmo, confirmar informações conferidas por meio da análise de conteúdo e ainda subsidiar a proposta de uso de uma nova mídia.

4.5 Exposição e análise dos resultados

Para alcançar os objetivos desse estudo realizou-se análise de conteúdo das três mídias (revista, programa de TV e site). Foram utilizados nessa análise o material veiculado nos meses de outubro e novembro de 2014. As tabelas com os conteúdos veiculados nas três mídias analisadas se encontram no Apêndice B deste trabalho. Os resultados estão descritos a seguir:

4.5.1 Exposição do conteúdo da revista Bem Feminina

No impresso, a revista Bem Feminina analisada é um dos 4 mil exemplares da edição de número 14 do ano 3, referente aos meses de outubro e novembro de 2014. A


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publicação traz na capa Marcela Fernandes, vencedora do concurso de beleza promovido pela revista, e assuntos de destaque voltados para o tema 15 anos. A garota também aprece na contracapa, ilustrando o anúncio de página cheia do salão de beleza Cabelo & Cia, voltado para promover o serviço de produção de debutantes.

Na página 3 está o editorial, com as proprietárias anunciando os temas tratados na edição. Também está o índice, o expediente e o anúncio de rodapé do jornal Gazeta do Oeste (Portal G37). Na página seguinte, de número 4, estão algumas pílulas de notícias assinadas por Jessica Riegg e Natália Santos. A primeira fala sobre o movimento mundial Outubro Rosa, ressaltando o trabalho da Associação de Combate ao Câncer no Centro-Oeste de Minas (ACCCOM). A segunda parte destaca eventos de Divinópolis, anunciando as atrações e datas da Festa Fantasia e Divina Folia. A página termina com um anúncio de rodapé da fotógrafa Sylvia Pagotto.

A página 5 é exclusivamente dedicada ao anúncio do Atelier P. Vasconcelos. O mesmo acontece na página 6, com anúncio da Primeiro Ato. Na página 7, Welber Skaul, diretor do Museu Histórico de Divinópolis, assina a coluna Retrato de Mulher com o tema Fotografando Misses. Graduado em História e Fotografia e Artes, ele comenta sobre as peculiaridades da fotografia de mulheres enquanto misses, que é diferente de fazer uma foto de moda ou fotobook.

Na página 8 está a coluna Para Ver, Ler e Curtir, assinada por Jessica Riegg. Os filmes indicados são Se Eu Ficar e Jogos Vorazes. A Arte de Lidar Com Pessoas e Não se Apega Não são os livros sugeridos. Todas as obras possuem um resumo para o leitor saber do que se trata. A página recebe o anúncio de rodapé da Dyfteria. Na página 9 está o anúncio da loja Le Bless e a página 10 é preenchida pelo anúncio de Gustavo Gonzalez Cirurgia Plástica.

Na página 11 está a coluna Make Me, assinada por Jessica Ramos e com o tema “Queridinhos do Verão”. A página é preenchida com itens considerados indispensáveis na estação e suas respectivas fotos e informações sobre onde comprar os produtos. O


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anúncio de rodapé da Beleza Essencial Cosméticos & Presentes encerra a página.

A coluna Mundo Fashion, que vem na página seguinte, é assinada pela blogueira de moda Rayssa Trindade. Ela traz as tendências do verão 2015 apresentadas na New York Fashion Week, destacando o estilo Lady Like, Xadrez e Renda, Maxi Floral e inspiração masculina. O SpaVinci é o anunciante que aparece no rodapé da coluna. Na página 13 está o anúncio da Siri ocupando toda a página.

Na página 14, a repórter Natália Santos assina uma matéria sobre Crossfit Lady. O programa de treinamento envolve força, mas isso não impediu que a atividade conquistasse as mulheres. No rodapé, um anúncio da Dr. Laser. A página 15 é totalmente preenchida pelo anúncio da Premissa Lingerie e Moda Praia.

Natália Santos assina a página 16 destacando as tranças como tendência para o verão 2015. São apresentados exemplos de penteados sob análise da cabeleireira Brenda Rufo, do Cabelo & Cia. Na página 17, uma publicidade do fotógrafo profissional Fernando Laudares.

Na página 18, o destaque é o trabalho da estilista Grace Cortez, responsável por materializar os sonhos da mulher em vestidos de noiva. O anúncio de rodapé é da Oficina da Moda. Na página 19 está o anúncio de Odontologia Fernando Franco.

Um dos temas anunciados na capa aparece na página 20: como viver em harmonia em condomínios, matéria assinada por Natália Santos. A entrevistada é a advogada Denise Amorim, responsável jurídica da administradora de condomínios DMA. A mesma empresa aparece no anúncio de rodapé. Na página seguinte, de número 21, um anúncio da All Pé - Dr. Scholl's.

Na página 22, o tema é boa forma. A matéria de Natália Santos fala sobre o Hooke, um aparelho novo no mercado que promete resultado imediato no tratamento da pele. O texto cita a clinica de estética Nova Imagem, anunciante que aparece no rodapé da


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página. Em seguida, na página 23, aparece o anúncio do Repolho Roxo.

Na página 24, o assunto é lingerie de luxo, destacando o lançamento da Outlet Lingerie em Divinópolis, franquia especializada em marcas famosas. A matéria é assinada por Jessica Riegg. A página recebe o anúncio de rodapé do Peixe Dourado Restaurante & Petiscaria. Na página 25 está o anúncio de Maison Erika Augusta e, na 26, Studio Erik Brian.

O tema de destaque na capa está nas paginas 27, 28, 29, 30 e 31, com um ensaio fotográfico e entrevista com Marcela Fernandes, vencedora do concurso Diva Aos 15, realizado pela revista. O texto é assinado por Jessica Ramos.

Na página 32, Natália Santos assina uma matéria sobre treinamentos empresariais e investimento em recursos humanos. O entrevistado é da empresa Master Mind, que também aparece no anúncio de rodapé. Na página 33 está o anúncio da Outlet Lingerie. Na página 34 tem o Espaço Gourmet com uma receita do site Panela Minha seguido de um anúncio do Studio Ar Bem Estar.

Na página 35 está o anúncio da Divina Panela, voltado para a decoração natalina. Na 36 aparece o anúncio do fotógrafo Mateus Dias. Na 37, o destaque é para o Estilista João Calazans. Na página 38 está uma matéria feita por Jessica Riegg e Natália Santos sobre o projeto Dentista do Futuro, desenvolvido pelo HOE - Hospital de Odontologia Especializada. O local é destaque também no anúncio de rodapé da página. Já na página 39 está o anúncio da Crossfit Divinópolis.

Na página 40, o tema política é tratado em coluna assinada por Amanda Quintiliano, jornalista do Portal Centro-Oeste. O texto fala sobre os problemas ambientais de Divinópolis e a atitude do cidadão, sendo acompanhado de um anúncio do site de notícias. Na página 41, o anúncio da Deep Cosméticos. Já nas páginas 42, 43, 44, 45, 46 e 47 está um ensaio fotográfico com o tema debutantes.


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Na página 48, o assunto odontologia é novamente tratado, mas agora com foco nas crianças. A matéria de Natália Santos traz uma entrevista com a odontopediatra Juliana Tourino Prado falando sobre os cuidados que devem ser tomados desde os primeiros dentes para prevenir problemas na fase adulta. O anúncio da Gráfica Nossa Senhora da Paz aparece em seguida.

Na página 49 está o anúncio do Atelier Grace Cortez. Nas páginas 50, 51, 52, 53, 54 e 55 estão as fotos do aniversário de dois anos da Bem Feminina e final do concurso Diva Aos 15, com anúncios na lateral de Casa & Campo, Spavinci, Alegria Ao Cubo, Jhonatan Duarte Decoração e Cerimonial, Imperatriz Festas & Eventos e DJ Caim.

Nas últimas páginas, tem o Tricotando (56), coluna assinada por Jessica Ramos que tem como tema “a morte de Joana Botelho”, seguida de um anúncio da Clínica Adélia Mendonça. Na página 57, o anúncio de Rosa Buffet, nas páginas 58 e 59, o anúncio de página dupla do Sistema MPA e, na contracapa, anúncio do produto Especial Blond Masque da Deep Cosméticos.

4.5.2 Exposição do conteúdo do programa Bem Feminina na TV

Na Televisão, foram analisadas as edições do programa Bem Feminina dos meses de outubro e novembro. Durante o período, foram exibidas nove edições.

Na edição de número 8, que foi ao ar no dia 1º de outubro de 2014, foram veiculadas duas reportagens. O quadro “Beleza Comprada” mostrou os tratamentos estéticos feitos pela ex-BBB Amanda Gontijo, na clínica SpaVinci. Esses procedimentos são usados para mulheres que exageraram e agora precisam correr atrás para recuperar a forma. No quadro Conta Mais, o destaque foi história da moda em Divinópolis, que teve como uma das pioneiras Esmeralda Fidélis. A estilista foi tema de uma exposição na reabertura do Museu Histórico de Divinópolis.

No dia 8 de outubro de 2014 foi ao ar o programa de número 9. A primeira reportagem


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foi do quadro Saúde e Boa forma e teve como tema doenças dos pés, como micoses, unhas encravadas e calos. Para dar dicas de cuidados, foi realizada uma entrevista com a podóloga Silviane Santana, destacando a importância de procurar um profissional

para

tratar

corretamente

esses

males.

No

Mundo

Fashion,

os

telespectadores ficaram conhecendo as tendências de vestidos e acessórios para as noivas em 2015. As entrevistadas foram a estilista Danielle Benício e a designer de joias Thaís Vilela. Na mesma edição, as apresentadoras entrevistaram a blogueira Carol Meloni, do Desafetada, falando sobre o estilo Color Block, quando são usadas duas ou mais cores sólidas em um look. A outra entrevista foi com Sara Lemos, enfermeira da Associação de Combate ao Câncer do Centro-Oeste de Minas (ACCCOM), falando sobre o Outubro Rosa e o câncer.

No programa de número 10, exibido no dia 15 de outubro de 2014, o quadro Beleza Comprada abordou cuidados com os cabelos loiros no verão, com dicas da tricoterapeuta Adriana Almeida, da Cabelo & Cia. No Conta Mais o tema foi o Minas Trend Preview, a semana de moda mineira realizada em Belo Horizonte. O Mundo Fashion também fala sobre o evento, mas com foco na coleção de inverno.

O programa de número 11 foi ao ar no dia 22 de outubro de 2014. Nessa edição, o quadro Conta Mais aparece em dois momentos distintos. No primeiro, a ex-BBB Amanda Gontijo foi repórter por um dia e entrevistou a blogueira e estilista Raquel Matar e o estilista Victor Dzenk. No segundo, o tema foi a decoração natalina, com dicas de Vanessa Morais da loja Divina Panela. O evento de moda de BH foi mais uma vez abordado no quadro Mundo Fashion, agora destacando o desfile da Faven e entrevista com a estilista Luiza Luz.

A última edição do mês de outubro de 2014 foi exibida no dia 29, como o programa de número 12. O Minas Trend Preview voltou a ser citado no quadro Mundo Fashion, tendo como entrevistada a estilista mineira Patrícia Motta. O quadro Dele para Elas mostrou a participação de Cleber Souza no Fenômenos do YouTube, no Programa da Eliana, no SBT, falando sobre o erro ao vivo no programa Bem Feminina, que acabou


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virando sucesso na Internet. No fim, Cléber é repórter por um dia e desafia as pessoas a falarem o trava-língua que ele teve que dizer no Programa da Eliana.

Já no mês de novembro de 2014, o programa de número 13 foi ao ar no dia 5. No Saúde e Boa forma, o destaque foi a inauguração da nova franquia do Repolho Roxo, um restaurante que oferece cardápio saudável. O empresário fala sobre a importância da alimentação correta e o programa alimentar exclusivo com a opção de entrega dos pratos na residência ou empresa do cliente. O assunto Minas Trend está de volta no Conta Mais, com foco na participação dos divinopolitanos no evento, como a Verde Limão e Diviníssima. O Mundo Fashion também destacou o evento e o tema foi a importância dos blogs na moda.

A edição de número 14 do programa Bem Feminina foi exibida no dia 12 de novembro. O quadro Beleza Comprada trouxe um tutorial feito por Jessica Ramos ensinando a fazer uma maquiagem para o verão. No Conta Mais, a consultora de imagem Mariana Rosenburg deu dicas de como organizar o guarda-roupas e combinar cores. O quadro Mundo Fashion mostrou a moda nas lingeries. No estúdio, a apresentadora recebeu Pierre Vasconcelos, dono do Ateliêr P Vasconcelos, em Divinópolis, para falar sobre vestidos sob medida.

O programa de número 15 foi ao ar no dia 19 de novembro de 2014. No quadro Conta Mais, a consultora Mariana Rosenburg continuou dando dicas de como combinar as roupas para formar looks. No Saúde e Boa forma, o destaque foi a inauguração do Bistrô Fit no SpaVinci, um espaço de alimentação funcional e fit.

O último programa analisado, de número 16, foi exibido no dia 26 de novembro de 2014. O quadro Beleza Comprada foi um tutorial de maquiagem para usar no dia-a-dia. Já no Mundo Fashion, o Bem Feminina foi para a Divina Folia falar sobre a customização de abadás. No quadro “Badalando”, o tema foi o novo espaço de açaí em Divinópolis com a proposta de não engordar.


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4.5.3 Exposição do conteúdo do site Bem Feminina

O site da Bem Feminina é dividido em seções e os assuntos mais recentes e/ou importantes recebem destaque na página inicial. Em outubro e novembro de 2014, foram 83 publicações na página, divididas em 15 editorias ou colunas. O conteúdo é assinado tanto pelas proprietárias da revista e a repórter Natália Santos, quanto por colunistas exclusivos da plataforma on-line.

Na área News estão as matérias sobre a participação da mulher brasileira na política, apresentação da Cia de humor Tumate Cru em Carmo do Cajuru e Uberaba, uma ação da empresa Beleza Essencial para arrecadar produtos para o Lar das Meninas, em Divinópolis, e dicas de como evitar ciladas na Black Friday. A primeira notícia foi publicada em outubro e as outras três foram postadas em novembro. Na coluna Pra ver, ler e curtir está apenas uma postagem de outubro: “As suas mil palavras!”, destacando o filme de comédia americana. Outra área do site, “Clube do esmalte”, também recebeu apenas uma postagem durante o período. O texto publicado em outubro tem o nome de “Esmaltes: os queridinhos da estação” e fala sobre as tendências para verão. Já na Make Me, o texto de outubro é composto por dicas de 10 produtos pra comprar em farmácias de Nova York.

Na coluna Mundo Fashion foram 12 publicações durante o período analisado. Em outubro, os assuntos foram o estilo Lady Like, tendências da Moda Praia para o verão 2015, brincos de franja, tênis slip-on, o evento de moda ELLE Fashion Preview, “Outlets americanas fazem dos EUA o principal destino para compras” e as novidades para o Inverno 2015 da São Paulo Fashion Week. No mês seguinte os temas publicados foram: looks com branco básico, como usar decote profundo, tendências da São Paulo Fashion Week, o domínio da cor amarelo no mês de novembro e dicas de look com estampas.

A coluna Saúde e Boa Forma, por sua vez, recebeu seis atualizações nos dois meses


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em questão. Em outubro, cuidados com aparência na terceira idade, inauguração da nova franquia da Repolho Roxo Gourmet e câncer de ovário foram os temas publicados. Em novembro, os destaques foram os alimentos da estação, hidratação com o uso de Bepantol e uma receita de suco bronzeador.

Na coluna Decorando foram quatro publicações, todas em outubro. As postagens falam sobre decoração de jardim artificial, decorações com pneus recicláveis, áreas externas com cores e estampas e novos tons neutros como tendência para decoração em 2015.

A coluna Tricotando recebeu 16 postagens. Em outubro, as autoras falaram sobre o desenho animado Peppa Pig, a questão da culpa no universo feminino, brinquedos com materiais recicláveis, dicas de cuidados femininos (maquiagem, pele e cabelo), o horário de verão, o conceito Flow (fazer o que mais gosta), os benefícios de ler para o bebê, cabelos brancos, os abusos dos virais tendo crianças como personagens e o curso on-line de extensão Escola de Você. No mês seguinte, o guarda-roupa de gestante, o dilema de ter dois locais para ir, passaporte para bebê, franqueza, mulheres que inspiram e intoxicação de bebês e crianças.

Outra coluna do site é a Roube o Look, que no período teve sete postagens. Em outubro, os temas foram: bolsas, dia das crianças, lingerie, looks do evento Sabores de Itália em Divinópolis e fantasias para o Dia das Bruxas. Em novembro, as publicações foram sobre sombrinha e jeans. Na coluna Sorriso Saudável, a atualização de outubro foi sobre clareamento dental.

A culinária tem lugar reservado no site da Bem Feminina com a coluna Espaço Gourmet. Nos dois meses analisados, foram 10 postagens. Molhos, Petit Gateau, farofa light, brigadeiros gourmet e doces finos, vinagre, picolés recheados e pãozinho caseiro foram os temas das publicações de outubro. Em novembro, pipoca, brigadeiro de liquidificador e cuscuz de tapioca foram os destaques.

Os cuidados com os cabelos aparecem na seção Minhas Madeixas, com quatro


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publicações no período. Em outubro, foram publicados artigos com dicas de cuidados, truques para disfarçar cabelo sujo e produtos para cabelos crespos. Em novembro, uma postagem sobre o início de agendamento de horários para festas de fim de ano no Cabelo & Cia.

Na área Bate Papo foram seis publicações. Em outubro, os temas foram: selfies, filhos, piscina e carreira. Já em novembro, foram postadas dicas para limpar a casa e um artigo relacionando os conhecimentos de Ana Paula Padrão e o que faz uma mulher feliz.

Como o nome sugere, a coluna Destaque Local é mais voltada para acontecimentos de Divinópolis. Foram 10 publicações nos dois meses analisados. Em outubro, os temas foram: salão solidário no mês de prevenção ao câncer de mama, 5º Festival de Música, projeto ambiental da Miss Terra Brasil Letícia Silva, participação do ator Rodrigo Simas no Projeto Cinderela, Semana do Alto Verão no Planeta Center Shop, presença do conferencista Jamil Albuquerque em Divinópolis, Humor de Quinta e Taquinho Big Dog no palco do Gravatá, Festa de Halloween no Estrela do Oeste Clube (EOC) e uma ação social no Lar dos Idosos, realizada por jovens com lançamento da campanha Turma do Sorriso. Em novembro, a única publicação registrada na coluna é sobre o evento Bate Papo com Estilo com a consultora Mariana Rosenburg voltado para as noivas.

Por fim, a coluna Retrato de Mulher destaca a beleza da Miss Minas Gerais Karen Porfírio. O artigo foi publicado em outubro.

4.5.4 Análise das três mídias

As três plataformas da Bem Feminina (impresso, TV e Internet) foram analisadas considerando a linguagem usada, as características de cada mídia, os temas abordados e as identidades editorial e visual.

Com relação à linguagem, percebe-se que a Bem Feminina, de um modo geral, usa


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uma linguagem simples, clara, concisa, descontraída e próxima do leitor, o que sugere uma ideia de amizade entre quem escreve e quem lê. Embora a linguagem formal prevaleça, algumas expressões estrangeiras e gírias são utilizadas, como curta, news, fitness, fashion, agito e make.

A marca Bem Feminina também segue as características de cada plataforma de comunicação. No impresso, os assuntos são mais aprofundados e, ao mesmo tempo, curtos, sem deixar o texto cansativo. Na maior parte das reportagens publicadas, o conteúdo não passa de uma página. A revista é bimestral, mas os temas abordados podem ser lidos e relidos em qualquer época do ano sem perder a “validade” – uma das principais características do meio.

O número de páginas entre uma edição e outra é variável, evidenciando outra característica do impresso: a possibilidade de acrescentar ou eliminar páginas de acordo com a quantidade de assuntos a serem publicados (algo que o Rádio e a Televisão não permitem, por terem o limite de 24 horas de programação). As imagens são muito exploradas e existe uma preocupação com a qualidade das fotos. No programa Bem Feminina, o estilo “conversado” fica ainda mais evidente, já que essa é uma característica da mídia. Sempre que possível, são usadas imagens informais e de apoio para complementar as entrevistas e reportagens.

Já na Internet, os textos são mais curtos e objetivos, na maioria das vezes ilustrados com imagens. Os temas são mais imediatos e distribuídos em seções temáticas. O usuário pode navegar livremente pelo conteúdo conforme seu objetivo. As postagens antigas também podem ser facilmente encontradas por meio do campo de pesquisa.

O site também busca a interatividade por meio dos comentários (que podem ser feitos com uso do perfil no Facebook), botões de compartilhamento e formulário de contato. Nas publicações analisadas, o recurso de links não é muito utilizado. O site também não lista matérias relacionadas, o que poderia manter o usuário na página por mais


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tempo.

Com relação aos temas abordados, verificou-se que eles se complementam, seguindo a característica da narrativa transmídia. No geral, as três mídias, no período analisado, abordam assuntos sobre beleza, moda, comportamento, saúde, culinária e eventos voltados para o público feminino. No entanto, o site também tem assuntos que podem ser de interesse para o público em geral, principalmente na seção “Destaque Local”, que possui notícias de eventos.

Alguns quadros da versão produzida para a TV também aparecem nas seções da versão impressa e no site, mas as pautas são diferentes. É o caso do Mundo Fashion, por exemplo. Na revista, foi publicada uma matéria sobre as tendências do verão 2015 na New York Fashion Week. No programa de TV, os assuntos abordados foram o evento Minas Trend Preview em Belo Horizonte, moda das noivas, lingeries e customização de abadás.

Durante o período analisado (outubro e novembro de 2014), o impresso destacou o tema “15 anos com estilo” e os programas de TV deram mais enfoque para a cobertura do evento Minas Trend Preview. Ao mesmo tempo, o site possui publicações sobre os mais diversos temas, não tendo um destaque específico. A revista na edição analisada traz o tema “15 anos” na capa, um ensaio fotográfico de moda com looks para inspirar as debutantes, e fotos da vencedora do concurso Diva Aos 15, promovido pela Bem Feminina. Na versão impressa há um anúncio do atelier de vestidos de festa P. Vasconcelos cujo proprietário é entrevistado no quadro Beleza Comprada, no programa de TV, com o tema “vestidos sob medida”.

A festa Divina Folia é citada na seção Pílulas de Notícias da revista e no quadro Mundo Fashion do programa Bem Feminina, mas com uma abordagem diferente. Na versão impressa existe uma pequena chamada, enquanto na reportagem para TV são apresentados os looks das mulheres que frequentaram o evento, com destaque para a


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personalização de abadás.

Outro tema abordado por mais de uma mídia durante o período é o restaurante Repolho Roxo. No site, a publicação na seção Saúde e Boa Forma anuncia o lançamento da nova franquia. A reportagem de TV fez parte do quadro com mesmo nome, mas o foco foi mostrar o evento de inauguração entrevistando Leonardo Teixeira, um dos proprietários do novo estabelecimento.

Alguns dos anunciantes da revista também estão presentes na TV, tanto nos comerciais, quanto nos entrevistados dos VTs. No impresso, os anunciantes são distribuídos, na maioria das vezes, de acordo com a relação estabelecida com os temas das reportagens. Percebe-se uma associação entre o assunto tratado e o anunciante na diagramação.

Com relação às identidades editorial e visual, ambas foram mantidas durante o processo de narrativa transmídia. Embora não haja um padrão de temas e pautas abordados nas diferentes mídias, o veículo segue uma linha de assuntos, tendo relação com moda, estética, saúde e eventos, entre outros. A identidade visual da revista é construída com cores fortes, com design divertido, apostando em ícones ilustrativos para as reportagens. Não existe um padrão de cores para a diagramação, mas há harmonia entre as cores usadas e as fotos. A fonte tipológica sem serifas confere um ar de jovialidade e leveza à publicação.

4.5.5 Entrevista em profundidade

A entrevista em profundidade foi feita para possibilitar o entendimento do processo de produção das três plataformas da Bem Feminina, além de dar um direcionamento para a criação do produto de Rádio. Foram entrevistadas as proprietárias Jessica Riegg e Jessica Ramos, e a repórter Natália Santos. As entrevistas completas estão disponíveis no Apêndice A deste trabalho.


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A primeira pergunta foi: "como foi definida a linha editorial da Bem Feminina?" De acordo com Jessica Ramos, a definição foi feita com base no público-alvo (mulheres de 15 a 65 anos). Foi levado em consideração o contexto regional de Divinópolis e a qualidade jornalística. As referências foram a revista teen Capricho (com seu lado descontraído, colorido e a riqueza visual) e a revista Nova (com assuntos da mulher adulta). A partir disso, temas de âmbito nacional ganharam um enfoque regional com entrevistados, eventos e destaques da cidade. Já Jessica Riegg respondeu destacando que a escolha dos temas que hoje são abordados pela revista, pelo site e pela TV foram com base nos assuntos que as duas mais gostavam. A dupla se colocou como referência para as outras mulheres com o objetivo de definir o que o público gostaria de saber. Por não ser proprietária, Natália Santos não respondeu sobre esse assunto. A pergunta seguinte foi “como são escolhidas as pautas a serem produzidas pela revista e TV?” e as respostas foram muito parecidas. As três entrevistadas disseram que os temas abordados são definidos em uma reunião de pauta, com a presença de toda a equipe. Cada integrante faz uma pesquisa para propor assuntos com base nos temas do momento, nas questões do quotidiano das próprias profissionais, nos temas das seções fixas e no que vai de encontro ao que os anunciantes divulgam. Segundo Jessica Riegg, os programas de TV são produzidos com antecedência, em um mês intenso de trabalhos, para que o restante do tempo seja dedicado à revista.

Quando questionadas sobre o propósito geral da Bem Feminina (terceira pergunta), Jessica Riegg e Natália Santos deram respostas parecidas, destacando o objetivo de levar informação de qualidade para o público feminino, pegando uma novidade nacional e trazendo para uma realidade regional. Natália também destacou a proposta do novo formato do programa: “levar um pouco de pessoas que tenham experiências que as mulheres podem se identificar com elas”. Já Jessica Ramos ressaltou o objetivo de ser “referência como revista impressa e programa de TV na cidade de Divinópolis e no Centro-Oeste mineiro”, dizendo que a Bem Feminina é uma revista de cunho jornalístico e não uma publicação feita apenas para arrecadação e venda de propaganda.


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Em seguida, as entrevistadas também tiveram que responder sobre a diferença entre o conteúdo das três plataformas. Jessica Riegg defendeu que, se o conteúdo da Televisão, do impresso e do site fosse o mesmo, o público não teria motivos para acompanhar as três mídias. Ela também comentou que o universo de conteúdo para as mulheres é tão grande que dá para produzir matérias sem repetir temas. Até quando é o mesmo assunto, a abordagem é diferente em cada plataforma. A repórter Natália Santos e a proprietária Jessica Ramos defendem que a diferença no conteúdo é por causa do público e das características de cada mídia.

A quinta pergunta do questionário era: "por que decidiram investir na TV?" O ponto em comum das respostas das proprietárias foi a crise do jornal impresso. Para Jessica Riegg, se o futuro da comunicação for mesmo a Internet, o programa de TV produzido por elas pode ser facilmente adaptado para a web – o que não ocorre com o impresso, já que a linguagem é diferente. Ela também contou que é um sonho antigo e a oportunidade surgiu após receber um convite de Mayrinck Pinto de Aguiar Junior, diretor presidente do Sistema MPA, que abrange diversos veículos de comunicação em Divinópolis, entre eles a TV Candidés. Já Jessica Ramos acredita que o programa de TV é um diferencial da Bem Feminina no mercado, oferecendo algo que a concorrência não consegue oferecer e com qualidade. Já a repórter Natália vê o programa de TV como uma plataforma que soma e também ressaltou a facilidade de postar o conteúdo na Internet.

Em seguida, veio a pergunta de número 6, sobre qual a diferença em produzir para o impresso, Internet e TV. As proprietárias destacaram as diferenças na produção (tanto de tempo quanto de estrutura) e no tipo de conteúdo. O impresso pede fotos de qualidade e texto mais longo. A TV exige linguagem descontraída, textos curtos e muito mais estrutura para as gravações. O site já recebe pautas mais quentes e a produção é menor. Natália Santos, por sua vez, destacou a dificuldade em encontrar pessoas (personagens) que saibam falar bem na TV. Na sétima pergunta foi questionado sobre “qual conteúdo é produzido exclusivamente


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para o site?”. Jessica Riegg disse que praticamente todas as colunas do site são exclusivas e, além delas, são postados os textos da revista. A resposta de Jessica Ramos foi mais voltada para o tipo de pauta, já que a web é excelente para factuais – assuntos que não entram na revista e no programa de TV por questão de tempo. Já a Natália Santos disse que o conteúdo que vai para o site da revista é mais voltado para o dia-a-dia da mulher. A pergunta de número oito foi: “como é a interatividade das leitoras com o site? Existem outros canais online (Instagram, Facebook)? Como eles são gerenciados?” Jessica Riegg e Natália Santos concordaram em uma parte: a interatividade existe, na maioria das vezes ocorre nas redes sociais, mas é menor do que elas gostariam. Riegg avalia que os internautas interagem mais no Facebook do que no site da Bem Feminina, que utiliza o perfil da mesma rede social para comentários. Natália disse que a “interatividade” é maior no boca a boca do que na Internet. Por outro lado, na visão de Jessica Ramos, a interatividade no site é bem grande por causa do vínculo com o Facebook, facilitando para que os leitores marquem amigos e discutam as informações divulgadas. Os comentários não passam por moderação e são publicados imediatamente.

Ainda com relação à pergunta de número oito, Riegg também explicou que o gerenciamento dos perfis é feito pela própria equipe da revista. As atualizações são com links com conteúdo do site, da revista impressa e do programa de TV, além de fotos de bastidores. Ela também assume ser um erro da Bem Feminina não pagar para impulsionar publicações no Facebook, já que o site não exibe as atualizações para todos os seguidores de forma orgânica. A penúltima pergunta foi: “as mensagens das leitoras alteram as escolhas de reportagem para a revista?”. As três respostas foram unânimes: as sugestões do público feitas por e-mail, pelas redes sociais ou pessoalmente são analisadas pela Bem Feminina. Segundo Jessica Riegg, apesar de existir essa interação, o envolvimento do público ainda poderia ser maior. A repórter Natália Santos, por sua vez, destacou que


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uma das atuais colunistas do site, chamada Viviane, conheceu a Bem Feminina pela Internet e entrou em contato pedindo o espaço para escrever sobre sentimentos e comportamentos femininos. Já Jessica Ramos ressaltou que o interesse do leitor é o principal objetivo da revista, por se tratar de um meio de comunicação jornalístico. Por fim, veio a pergunta “como você imagina a Bem Feminina no Rádio?”. As proprietárias admitiram que não está nos planos delas ir para o Rádio. Jessica Riegg disse que uma Rádio online com músicas com intérpretes femininas, com um pouco de semelhança com o programa de TV seria o ideal. Ela defende que o Rádio tradicional não é o melhor meio para atingir o público da Bem Feminina, que hoje são as classes A e B. Já Jessica Ramos imagina “um programa interativo, com músicas curtidas no universo feminino e notícias do mundo da moda e beleza”. De acordo com ela, seria uma ideia a ser pensada se houvesse uma parceria com alguém da área, já que a equipe atual não tem experiência no Rádio. A repórter Natália, que também não tinha imaginado a Bem Feminina no Rádio até então, acha a ideia interessante, principalmente se conseguir tiver o padrão de levar personagens, como ocorre no programa de TV.

4.6 Produto prático

Como exposto, a Bem Feminina está presente em três plataformas, sendo elas o impresso, a Televisão e a Internet. Como forma de demonstrar as possibilidades da narrativa transmídia, propõe-se uma nova plataforma: o Rádio.

Para elaboração da Bem Feminina no Rádio foi utilizado como base o programa de TV Bem Feminina, que atualmente possui um tema por edição e um entrevistado que ilustre o assunto em destaque. A trilha sonora da abertura do novo formato do programa exibido na TV Candidés (a música “Água de Beber” interpretada por Nara Leão) também foi levada para o rádio por meio da abertura, vinhetas e trilhas (na forma instrumental). Dessa forma, o público pode fazer uma associação entre os dois


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produtos.

Propõe-se um programa semanal com duas horas de duração. Os programas são temáticos, intercalando entrevistas e músicas com intérpretes femininas, de estilos variados, conforme a segmentação da emissora. Os temas podem ser os mesmos ou diferentes dos abordados na Televisão. As edições podem ainda ser complementadas com reportagens sobre o tema abordado, enquetes e entrevistas com artistas, por exemplo.

Também, como parte da programação, há os comerciais. No piloto, para demonstrar melhor a questão do conteúdo, usou-se apenas spots (peças publicitárias de rádio normalmente com duração de 30 segundos cada e inseridas no bloco comercial). Mas a relação da marca com comerciantes pode ser feita também por testemunhais (quando a apresentadora fala sobre um produto ou serviço ao vivo), promoções e flash (participação ao vivo direto do local onde é realizado um evento, por exemplo).

Uma das características mais marcantes no Rádio é o imediatismo. E isso favorece muito a interatividade. No Rádio, a interação com o público em tempo real é mais fácil do que na Televisão e no impresso. Essa participação pode ser feita de diversas formas, sendo as mais comuns: direto no estúdio, por telefone, por mensagens de texto e pela Internet. Como o Rádio fortalece esse fator, pode também potencializar a interatividade nas outras mídias, que ainda é pequena. Utilizar a mídia radiofônica poderia ajudar tanto na interação do ouvinte durante o programa quanto despertar no público o interesse de interagir com outras mídias também. Para a elaboração do piloto do programa de Rádio, elegeu-se como tema “mães de primeira viagem”, um dos assuntos tratados em uma das primeiras edições do novo formato do programa Bem Feminina. Os convidados foram: a psicóloga Juliana Marçal, a pediatra Niomar Guimarães e a mãe Ana Tereza Arruda. A abordagem do programa foi mais voltada para esclarecimento de dúvidas comuns de mulheres que estão na primeira gestação.


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Na apresentação, Tatiana Santos e Mariana Moreira representam Jessica Riegg e Jessica Ramos, mantendo a característica das outras mídias, ao ser feito de mulher para mulher. As apresentadoras são responsáveis por conduzir o programa, expondo as perguntas e participações e anunciando músicas e blocos comerciais.

Para representar a interatividade, foram selecionadas mensagens de áudio com dúvidas de mulheres sobre o tema, bem como mensagens de texto enviadas pela internet. Esses questionamentos foram expostos para os entrevistados responderem.

Nesse formato, o programa Bem Feminina pode ser executado tanto em emissoras tradicionais de Rádio quanto pela Internet. No piloto, foi simulada a transmissão do programa na Rádio 94 FM de Divinópolis, que foi escolhida levando em consideração os dados de público. Segundo informações do Sistema MPA, a rádio tem 27,6% do público feminino e 20,8% do público masculino. Com relação às classes sociais, a divisão é feita da seguinte forma: 30,3% classe A, 24,7% classe B, 20% classe C e 25% classe D. Sobre a faixa etária, 57% tem idade entre 10 e 24 anos, 31,2% entre 25 e 39 anos, e 11,3% acima de 40 anos. O programa pode ainda ser disponibilizado na Internet, no site da Bem Feminina. O roteiro do programa se encontra no Apêndice C deste trabalho.


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5 CONCLUSÃO Constatou-se, pela presente pesquisa, que a identidade editorial da Bem Feminina foi resguardada durante o processo de narrativa transmídia, permanecendo a mesma em todos os produtos jornalísticos desenvolvidos. Embora as pautas produzidas para as três mídias sejam diferentes, em virtude do tempo de produção jornalística de cada uma, os temas abordados se complementam, seguindo o padrão de temas sobre beleza, moda, comportamento, saúde, culinária e eventos, entre outros assuntos voltados para a mulher. Ao escolher as pautas, a equipe se preocupa em seguir a identidade editorial Bem Feminina, que é baseada nos interesses do seu público-alvo – mulheres. A característica mantém até mesmo entre segmentos comerciais dos anunciantes, comuns em todas as mídias em que atuam.

Já a identidade visual foi mantida apenas no que diz respeito à marca e às tipografias. No entanto, não existe um padrão de cores definido nos produtos Bem Feminina, cada mídia possui uma linha própria.

Confirmou-se a hipótese desta pesquisa de que a Bem Feminina respeita as particularidades de cada plataforma em que atua. O veículo utiliza uma linguagem próxima de seu público-alvo, porém, sem desrespeitar as características das mídias: a forma culta de escrita no impresso, o texto coloquial da TV e a objetividade e atualidade da Internet.

Ao buscarem referências em revistas de abrangência nacional para criarem a identidade editorial da revista, adaptando ao cenário local, as editoras conseguem abordar o universo feminino de forma comercial e atrativa. No entanto, conforme alegou a proprietária Jessica Ramos, a revista é pouco lucrativa, devido à grande concorrência e o declínio na popularidade do impresso. Portanto, a narrativa transmídia surge como uma oportunidade de expandir a marca Bem Feminina, possibilitando que a mesma seja acessada por diversos públicos e de diversas formas, além de ser um meio para aumentar os lucros.


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Observou-se que mesmo possuindo canais digitais (site, Facebook e Instagram) para interação com público, o maior índice de interatividade e retorno do público é tido nas ruas, uma característica peculiar de cidades de interior.


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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO ÀS PROPRIETÁRIAS E REPÓRTER Jessica Riegg – proprietária da Bem Feminina

1.

Como foi definida a linha editorial Bem Feminina?

A linha editorial foi a primeira coisa que a gente definiu quando criamos a revista. Antes mesmo de ter um nome, de criar uma identidade para a revista, a gente definiu qual seria a linha editorial. A gente reuniu e definiu quais assuntos a gente mais gostava para ter uma referencia para as outras mulheres também, o que elas iriam gostar. Então foi ai que a gente definiu que seriam assuntos relacionados à moda, saúde, estética e bem estar. Basicamente são esses assuntos que hoje a Bem Feminina tem.

2.

Como são escolhidas as pautas a serem produzidas pela revista e TV?

As pautas são a primeira coisa que a gente faz em qualquer processo produtivo, tanto da revista quanto da TV. A gente faz uma semana de estudos, cada pessoa vai pesquisando na sua casa (na Internet, na Televisão, no Rádio) assuntos que estejam em pauta, estejam na mídia. Depois desse tempo, a gente faz uma reunião de pauta e define o que a gente vai falar, qual o entrevistado, quais serão os personagens das matérias. Tudo é definido junto, com a equipe toda.

No programa de TV, a gente produz três meses em um mês. É um mês intenso de produção, de gravação, depois a gente da uma pausa para conseguir se dedicar à revista. E assim que a gente vai conseguindo manter as duas coisas porque é a mesma equipe para os dois trabalhos, praticamente são duas empresas dentro de uma só. A gente sempre deixa alguns “buracos” na nossa escala de produção. Então, por exemplo, tal semana não tem matéria, é a semana que vai entrar um especial de algum lançamento de loja, alguma coisa assim, se por acaso surgir. Então a gente deixa esses buracos para poder preencher. Ou então a gente tem um quadro de cozinha que não é tão factual e, dependendo, se surgir um cliente muito importante ou se surgir um


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assunto muito factual, a gente tira o quadro de cozinha e coloca esse assunto, no caso da TV. Na revista, se a gente precisar, vai aumentando o numero de paginas. A gente vai adaptando, tira uma coisa aqui, tira uma ali, até a gente conseguir fechar. No impresso você consegue mexer um pouco mais do que a TV porque na TV a produção é muito maior que no impresso.

3.

Qual é propósito geral da Bem Feminina?

Principalmente levar informação de qualidade para as nossas leitoras, as mulheres. Como nós somos jornalistas, o nosso foco principal não é vender, não é fazer propaganda. É trazer coisas diferentes do mercado nacional para a nossa realidade regional. Por exemplo, às vezes a gente vê um equipamento que esta fazendo muito sucesso com as famosas, como a aplicação de hidrogel, e a gente vai conversar com pessoas daqui da cidade ou da região pra ver se existe esse procedimento aqui, se isso acontece, como que é feito, se tem algum procedimento similar que pode ser usado também.

4.

Por que os conteúdos das três plataformas são diferentes?

Acreditamos muito que se replicarmos assuntos nas três plataformas, estaremos banalizando muito. E hoje o universo é tão vasto de conteúdo para as mulheres que a gente tem, na verdade, é que ficar podando. Às vezes aqui não cabe, joga aqui, joga ali, não cabe na revista, vamos fazer para o programa, para o site. Mesmo quando é o mesmo assunto, como o Minas Trend. A gente foi até BH, ficamos dois dias lá, participamos dos desfiles, das exposições. A gente falou do Minas Trend no site, fez matéria na TV e fez matéria pra revista. Mas as três matérias são completamente diferentes umas das outras porque o universo é tão vasto, o assunto é tão grande que a gente consegue. Se a gente for ficar fazendo tudo igual, pra quê que a pessoa vai querer ler a revista e assistir ao programa? Eu quero que meu publico queira as duas coisas, por isso que eu tenho que fazer coisas diferentes para as três plataformas.


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5.

Por que decidiram investir na TV?

Hoje, o que a gente vê é que a realidade do impresso tem caído muito. Grandes jornais estão fechando, grandes revistas estão reduzindo o número de páginas. E a gente tem percebido que, com o aumento do preço da água, o papel ficou muito caro, muito caro mesmo, está encarecendo mais a cada dia. Estão importando papel da China e, mesmo assim, o papel está ficando mais caro. Está ficando uma realidade complicada. Não sei, daqui 15 ou 20 anos será que o impresso vai continuar existindo com a mesma força que a gente tem hoje? Será que vai continuar da mesma forma? Agora a TV não. A gente consegue jogar todos os programas na plataforma web. Acaba que fica mais fácil. Então, se o futuro for a web realmente, a gente já tem essa carta na manga, a gente já está com o programa que pode ser adaptado totalmente para web. O impresso já não pode ser adaptado, já é totalmente diferente. Você já tem que fazer uma transformação textual, na linguagem. Na TV não. A gente consegue manter a mesma qualidade que temos hoje. Por isso que resolvemos investir na TV.

E claro, é um sonho nosso também, porque é uma coisa que a gente ama também fazer. TV é muito bacana, gostoso de produzir. Quando o Mayrink fez o convite para que a gente fosse para a TV Candidés, ficamos muito satisfeitas porque realizou um sonho e ainda conseguimos pensar no futuro mesmo, o que vem por ai na comunicação. Porque nós, como gestoras de comunicação, temos que estar ligadas o tempo todo nas novidades do mercado. E o que é novidade no mercado hoje? É a Internet. Quando a gente tinha um ano de revista, a gente pensava: “nossa, um dia a gente vai ter um programa, é o nosso sonho, quem sabe, né? A gente pode fazer uma proposta pro Mayrink, vamos ver se vai dar certo”. Só que isso surgiu antes do esperado. A gente não estava preparada, não tinha estrutura. O Mayrink viu nosso potencial e nos convidou. Então a gente correu atrás, gostou, foi uma experiência muito bacana. Só que a gente viu que o programa poderia ser muito melhor do que já era. Então a gente ficou três meses de férias se planejando e mudamos totalmente o formato para esse


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formato novo que é o que passa hoje em dia, que é o que a gente acredita que tenha maior qualidade. É um dos programas que tem maior qualidade de produção hoje da TV Candidés. Vários repórteres, vários jornalistas de lá, inclusive, já falaram. É um programa que está sendo hoje muito bem falado na cidade e é a realização do nosso sonho porque, assim como a revista, nunca fizemos uma coisa mais ou menos. A gente sempre quis uma qualidade suprema, a máxima qualidade possível. Tanto é que a gente só imprime em gráficas boas, a gente contrata um fotógrafo, a gente faz um ensaio de moda – não é simplesmente pegar uma foto pronta ali e jogar. Tudo nosso tem que ser com maior qualidade porque a nossa grande qualidade é o produto que a gente tem, é o conteúdo. Se a gente não valorizar isso, quem vai valorizar? Os nossos anunciantes não vão valorizar, os nossos leitores não vão valorizar – que são os dois públicos que a gente busca atingir sempre.

6.

Qual principal diferença vocês veem em produzir para o impresso, Internet e TV?

É a forma como é redigido, como é feito, e a demanda da produção. Por exemplo: hoje a Internet exige textos curtos, então o processo de produção e muito menor porque é uma coisa simples, é um entrevistado só, é um texto mais curto e está ok, é um texto mais leve. Na revista, o texto já é mais aprofundado. Então você precisa buscar fotos de qualidade, mais do que pra Internet. A Internet demanda uma foto de menor qualidade. Às vezes [no impresso é preciso] tirar essa foto nós mesmas ou contratar um fotografo para fazer o ensaio. E mais entrevistados, não pode ser só um entrevistado em cada matéria. Então, a produção é bem maior e o texto é bem maior, bem mais aprofundado. Agora para TV, a linguagem já tem que ser outra. Tem que ser uma linguagem mais descontraída, mais divertida, curta, mas, ao mesmo tempo, tem que ser muito aprofundada. A gente não pode trazer mais do mesmo. A gente tem que trazer informação de qualidade, informação que é relevante pro nosso espectador. Se eu trouxer mais do mesmo, pra que ele vai assistir ao meu programa? E a produção que é muito maior. Só de pensar que em um dia de gravação você tem que levar dois câmeras, duas câmeras, dois tripés, quatro baterias, dois microfones para o entrevistado, uma produtora, uma auxiliar de áudio, o apresentador e, geralmente, a


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gente ainda leva mais uma pessoa que faz a direção, que só fica ali fiscalizando para ver se está tudo ok. São muitas pessoas envolvidas, às vezes, para uma gravação de dois minutos. É bem diferente. E o tempo de produção é bem maior também porque até que você consegue todos os entrevistados, tem que conseguir um lugar bonito para fazer a gravação, não pode ser só chegar ali na rua e fazer uma gravação. Hoje a nossa qualidade demanda isso. Essas três plataformas se diferem nisso: na produção e no tipo de conteúdo.

7.

Qual conteúdo é produzido exclusivamente para o site?

Praticamente todas as colunas do site são exclusivas, não vão para as outras plataformas. E todos os dias são escritos textos exclusivos só pra plataforma de site. A gente tem uma estagiaria que fica responsável só por isso, só em alimentar as informações para o site e postar os textos dos nossos colunistas. Claro que a gente posta os textos da revista no site, mas, fora eles, há conteúdo exclusivo todos os dias.

8.

Como é a interatividade das leitoras com o site? Existem outros canais online

(Instagram, Facebook)? Como eles são gerenciados?

Hoje a gente tem mais interatividade nas redes sociais, que é o Facebook e o Instagram (que sim, a gente tem) do que no próprio site. No próprio site a gente fica ainda meio limitado. Não sei por que, mas as pessoas não participam tanto quanto nas redes sociais. Se a gente posta uma matéria no Facebook, tem comentário, tem compartilhamento, tem curtida. No site, não. A gente viu que tem visualização, são muitas visualizações, muitos acessos, mas não tem muita interatividade. Às vezes abre a matéria pelo Facebook, lê no site e comenta no Facebook.

Nós mesmas fazemos esse gerenciamento [das redes sociais]. Todo mundo da equipe posta conteúdo, posta algumas novidades, posta foto, faz essa interatividade mesmo com nosso leitor. Todo mundo faz. Tem compartilhamento das matérias que foram para o site, para a revista e para o programa – todos eles são postados nas nossas redes


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sociais. E tem conteúdo exclusivo também, mas praticamente só fotos, que a gente faz uma chamadinha para isso, para aquilo. Posta uma foto de bastidores, algumas fotos diferentes, fotos da equipe, basicamente só fotos pra conteúdo exclusivo pro Facebook e para o Instagram.

É até um erro nosso, deveria ter mais interatividade sim, eu acredito que ela não seja tão grande. Mas é um erro nosso por que? Porque hoje a gente não paga para o Facebook. Então a gente sabe que só dois por cento das pessoas que curtiram a página que vão ter acesso constante às informações que a gente posta. Então, apesar de saber disso, a gente não paga para o Facebook. Poderia ser muito maior se a gente fizesse esse investimento hoje.

9.

As mensagens das leitoras alteram as escolhas de reportagem para a revista?

Influenciam, com certeza. A gente tem um e-mail, inclusive, exclusivo para isso, para as pessoas mandarem pautas, mandarem conteúdo, mandarem ideias, sugestões de entrevistados. Tudo isso influencia na hora que a gente vai produzir as matérias sim. E há essa interatividade, é bem bacana. As pessoas gostam de participar. Dão dicas, as sugestões, o que não gostaram. Poderia ser maior, a interatividade ainda é pequena talvez por causa do perfil que a gente tem aqui na cidade, região Centro-Oeste, as pessoas são muito na delas, muito acomodadas. Não participam tanto, mas participam sim. A participação é maior por rede social.

10.

Como você imagina a Bem Feminina no Rádio?

No Rádio? Eu imagino que se fosse para o Rádio teria que ser em uma plataforma online de Rádio, tinha que ser uma web Rádio, porque aí condissera com o que a gente tem de proposta. Mas eu faria uma rádio só com músicas femininas, com jornalismo destinado para a informação de entretenimento para as mulheres, um pouco do que é parecido com o programa de TV. Acho que é a plataforma mais parecida que a gente poderia fazer. Musicas só tocadas por mulheres, que eu acho que é bem interessante,


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seria uma coisa bem inovadora, bem diferente, e repórteres (todas mulheres) passando informação que é de interesse nosso, de informação de entretenimento. Eu imagino assim, uma coisa bem diferente.

Eu acho que o Rádio tradicional não é melhor foco pra gente atingir as classes sociais que a gente busca, que hoje são as classes A e B. Se esse é o nosso foco, a gente tem que buscar o que a gente consegue atingir. E hoje o Rádio é muito popular. Nem todo mundo escuta, nem todo mundo tem tempo de escutar. É quem tá em casa, a dona de casa ou a pessoa que está trabalhando na loja que está escutando o Rádio o tempo todo. Teria que ser uma coisa diferente que a gente atinja esse publico ai. Jéssica Ramos – proprietária da Bem Feminina

1. Como foi definida a linha editorial Bem Feminina?

A linha editorial da Bem Feminina foi definida levando em consideração o nosso público alvo. Como a gente tinha trabalhado com house organ dentro de um salão de beleza (que era o Cabelo e Cia com o Cabelo e Cia News), a gente havia visto essa lacuna no mercado de um veículo impresso especificamente voltado para a mulher, que é um público que tem um poder muito grande de transformar produto em consumo, de consumir informação e fazer essa informação prosperar e ir adiante. A gente definiu primeiro o público-alvo. A partir daí, a gente definiu a nossa linha editorial levando em consideração tanto nosso contexto regional que é a cidade de Divinópolis, quanto os nossos anseios de qualidade como jornalistas, aquilo que a gente aprendeu na academia. Então a gente juntou isso. De que forma? A gente pegou como referência as revistas “Nova” e “Capricho”, que são uma reviste teen e uma revista adulta, porque a gente queria um público alvo feminino de 15 a 65 anos, então é um público muito abrangente em termos de idade. Juntamos um pouco do que havia de descontraído, de colorido, de riqueza visual na revista Capricho e com um pouco também dos assuntos da mulher adulta, porque a mulher que consome mais informação e produtos de bem de consumo são as mulheres de meia idade, mulheres de 40 anos, que são as


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principais leitoras da revista Nova. A gente juntou essas duas revistas e chegamos numa linha editorial final, que foi também levando em consideração o nosso contexto regional. Por que nosso contexto regional? A gente não poderia fazer uma revista tratando simplesmente de assuntos de âmbito nacional, como essas revistas retratam. Nós pegamos como referência a qualidade visual, a qualidade textual dessas revistas, porém trazendo para um contexto regional, fazendo matéria com o público da nossa cidade, entrevistando profissionais da nossa cidade, dando colunas para fazer coberturas de festas de pessoas da nossa cidade, valorizando as personalidades e mulheres locais, as empresas locais. A nossa linha editorial foi definida dessa forma.

2. Como são escolhidas as pautas a serem produzidas pela revista e TV?

A gente sempre faz uma reunião de pauta. Para a revista Bem Feminina, a gente faz bimestralmente uma reunião de pauta junto com toda a equipe da redação: hoje a Natália Santos (jornalista formada, que trabalha conosco), a Jessica Riegg (minha sócia) e a Bruna (que é nossa estagiária de jornalismo). A gente fine essas pautas de acordo com o que nós já temos de seções. Nós temos algumas seções pré-definidas na revista que são fixas como, por exemplo, o Make Me (que é uma seção de cabelo), o Clube do Esmalte (que é uma seção específica para unha), o Saúde, o Boa Forma (que é uma seção mais Fitness e nutricional), nós temos a seção de política. Então nós temos algumas seções já preestabelecidas que dão um norte sobre o que a gente vai falar. A gente senta e, a partir dessas seções fixas, a gente leva em consideração o que está acontecendo no bimestre. Por exemplo: se é um bimestre que está falando de inverno, a gente faz um Especial Capa com moda de inverno. A gente leva em consideração essas duas coisas, tanto a questão das seções que são fixas, que já norteiam o assunto que a gente vai tratar, quanto a questão do que está acontecendo na temporada, se tem um assunto que está muito comentado nas redes sociais. Teve uma época que uma menina daqui de Divinópolis passou em Harvard e Oxford, e era um assunto super relevante pra cidade. A gente tenta abordar esses assuntos factuais também, falar de assuntos políticos que estejam relacionados com o nosso contexto atual, como a escassez da água e outros assuntos relacionados. A gente define essas


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pautas de acordo com o que está acontecendo na época e, claro, com o que vai de encontro ao que os nossos anunciantes divulgam. Por quê isso? Porque hoje a revista é subsidiada pelo recurso desses anunciantes. Nós não podemos deixar de levar em consideração isso também. Se nós não temos nenhum anunciante de moda, vamos fazer o Especial Capa que não seja de moda, vamos fazer um Especial Capa entrevistando uma personalidade local. Não que os anúncios definam a nossa parcialidade na hora de abordar o assunto, mas, com certeza, vai nortear sobre o que a gente vai falar. Mas, na hora de falar, a gente procura ser sempre imparcial e procura atender o interesse do público antes do interesse da empresa porque a gente sabe que, agradando o público, consequentemente os patrocinadores vão ter mais visibilidade.

3. Qual é propósito geral da Bem Feminina?

Hoje o propósito da Bem Feminina, nossa missão, é nos tornar referência como revista impressa e programa de TV na cidade de Divinópolis e no Centro-Oeste mineiro. Nosso propósito principal é levar informação de qualidade, com conteúdo rico e em mesma qualidade que grandes revistas nacionais fazem, porém com conteúdo regional. Os princípios que a gente começou lá no comecinho permanecem: conteúdo de qualidade, porém voltado para universo regional. A gente busca isso tanto na revista quanto no programa também. A gente quer ser uma referência nesse mercado, nós não temos a intenção de sermos uma revista empresária, uma revista sem público alvo, às vezes, uma revista que só é feita para arrecadação e venda de propaganda. Essa postura ética de ser uma revista jornalística. Nossa revista é jornalística, ela tem uma linha editorial a ser seguida, ela tem assuntos que devem ser abordados. A gente sempre respeita essa questão de ser uma revista jornalística, tanto é que ela é 60% conteúdo e 40% anúncio. Nosso foco é, dentro de uma crise de mercado ou quaisquer outras crises que venham a surgir, como a que a gente está enfrentando hoje em todo pais, conseguir essa postura ética de ser uma revista jornalística.

4. Por que os conteúdos das três plataformas são diferentes?


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Porque são voltados para públicos um pouco diferentes. Muitas vezes esses públicos vão de encontro. Por exemplo, a plataforma impressa tem um público que busca uma informação mais detalhada, um público intelectual, um público que gosta da leitura. Então a gente tem que dar um olhar detalhado. A revista tem uma periodicidade de dois meses, não podemos tratar tantos assuntos factuais, não podemos falar simplesmente de eventos. A gente tem que trazer matérias frias que tenham a ver com a temporada, mas pensando em uma temporada ao longo de três meses e não uma temporada ao longo de uma semana. Nossos assuntos vão ser a cerca de inverno, verão, cuidados com a pele, política – são assuntos mais gerais que a gente tem que tratar de uma forma aprofundada porque o texto pede isso. A plataforma de Internet é superficial porque ela é muito imediatista. A gente vê a notícia ali na hora, na hora que acontece a gente sabe o que aconteceu. Se a gente via ler essa mesma notícia numa plataforma impressa, a gente quer que essa notícia venha com algo a mais. Na revista a gente usa muito da ferramenta do texto lúdico, do texto de entretenimento para a gente aprofundar no assunto e trata assuntos fritos justamente para atender essa necessidade do impresso. No programa de Televisão, como ele é semanal, a gente tem uma liberdade maior de falar sobre assuntos factuais. A gente pode fazer a cobertura de um evento – do rodeio, de algum evento de moda (como foi o Minas Trend, que a gente foi pra BH fazer a cobertura), por exemplo – porque vai sair naquela semana e a gente tem condição de noticiar isso. Claro que algumas características de TV se mantêm no programa. Toda essa questão da descontração, do caráter de entretenimento, porque a gente trata dos assuntos sempre de uma forma descontraída, com uma linguagem mais lúdica e isso se mantem no programa. Porém tem essa diferença: na revista assuntos mais frios e na TV assuntos mais factuais. Já no site, a gente busca dar todo o tipo de informação que não cabe dentro da revista por uma questão de espaço e que também às vezes não cabe no programa porque o programa tem só 25 a 30 minutos. No site a gente tem uma liberdade de ser imediatista, como são os sites de notícias, a gente consegue estar sempre postando, mas mantendo essa questão da linguagem. Eu acredito

que

a

linguagem

mais

lúdica

de

entretenimento,

uma

linguagem

especificamente voltada para a mulher é a característica em comum em todas essas plataformas. Faz parte da nossa personalidade também, como profissionais, e também


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do nosso interesse em agradar o público, conversar diretamente, falar a língua do nosso público, que é o público feminino.

5. Por que decidiram investir na TV?

A gente sabe que a plataforma impressa tem grandes chances de passar por uma crise. Há divergências e controvérsias em relação ao veículo impresso porque tem muitos amantes do veículo impresso, pegar no papel, material palpável ainda tem certo valor. Porém, a. gente vê que a concorrência, principalmente regional, no veículo impresso, é muito grande. Isso tem dificultado, muitas vezes, para nós trabalharmos. Por quê? Enquanto um concorrente nosso às vezes faz uma revista comercial, 70% das páginas dele são vendáveis, porque ele tem 30% de conteúdo. Com 30% de conteúdo, ele tem um custo menor com fotógrafo, com jornalistas, com produção de matérias. E tem uma possibilidade de receita infinitamente maior. No nosso caso, a gente tem um custo altíssimo e o número de páginas vendáveis reduzido. Hoje, em uma revista de 60 páginas comercial você tem 40 páginas que podem ser vendidas. Nós temos só 20 que podem ser vendidas e um custo de produção maior porque a gente quer manter essa linha editorial. Então tudo isso é muito difícil pra nós no mercado complicado. Somos jovens, a gente acredita que o caráter regional de Divinópolis e região ainda é aquele caráter do colunismo social, de grupos sociais elitizados que se conhecem. Então, muitas vezes, já existem veículos antigos, comunicadores que estão no mercado há muito mais tempo que nós, que não fazem revista jornalística (fazem revistas comerciais que muitas vezes não dão tanto retorno quanto a revista porque a revista nossa desperta o interesse do público), mas eles já têm conhecimento de grupos elitizados e tudo isso facilita a venda. Pra gente conseguir entrar nesse meio e ainda vender esse pouco número de páginas vendáveis, é realmente um desafio encorajador. Graças a Deus, a gente sempre consegue, mas a gente não tem uma expectativa de receita muito alta. Nossa expectativa de receita é baixa. Então a gente continua fazendo porque a gente ama o que a gente faz e cobre os gastos. O programa foi uma ideia promissora porque a gente sabe que hoje não é qualquer um que faz um programa de TV. Um veículo impresso qualquer um pode vir e fazer. Não é possível


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fazer um programa inteiramente comercial hoje que tenha audiência. A gente viu no programa (já que nós somos pioneiras no que fizemos, começamos a revista com uma ideia pioneira) [a oportunidade de] sermos mais pioneiras ainda na plataforma: lançar o programa no formato que jamais foi feito com uma qualidade jamais vista na região. A ideia foi esse pioneirismo mesmo. Tem um livro que chama “Estratégias de um Oceano Azul”, você navegar sozinho, sem concorrência. O programa foi essa ideia mesmo, de conseguir oferecer algo que a nossa concorrência não vai oferecer e fazer isso com qualidade. A gente acredita que é muito difícil uma pessoa de uma hora pra outra começar a fazer um programa e fazer isso com a qualidade que temos feito. Não é impossível, porque se nós fizemos, qualquer um pode fazer, mas tem um custo muito alto. Nossa grande aposta futura é para o programa. O retorno do programa ainda não é mais satisfatório do que na revista, mas a possibilidade de recita do programa é maior do que na revista. o investimento inicial do programa é até maior, ele é mais trabalhoso de ser feito também. Só que ele tem uma possibilidade de venda maior, uma possibilidade de receita maior do que da revista porque a revista, a cada dia, surge um concorrente novo. Acho que só nesse ano surgiram quatro revistas novas na cidade e acredito que muitas outras surgirão. A gente fica em um mercado certamente prostituído. Muitas vezes, o que a gente faz, o nosso concorrente faz por um terço do valor e o cliente está interessado, muitas vezes, no preço e nem sempre na qualidade. A gente sabe que é necessário buscar outras formas. A revista é nossa paixão, nosso xodó. A gente não tem o menor interesse de desfazer dela. Mas o programa é a nossa grande aposta futura, com certeza. Em tempos de crise da plataforma impressa, o programa é a aposta.

6. Qual principal diferença vocês veem em produzir para o impresso, Internet e TV?

A principal diferença está na dificuldade de produção mesmo. Jornalisticamente falando, ambos são iguais. Todos necessitam de ética, apuração, de fazer uma reunião de pauta para que a gente consiga ter assuntos interessantes, de conhecer histórias de pessoas. Isso não muda no jornalismo. Mas o que muda é muito o tempo que a gente leva para produzir cada um desses veículos. No site, por exemplo, a gente consegue


77

fazer uma entrevista curta por telefone e soltar uma nota no site. Já para o programa, a gente não consegue fazer isso. No programa, a gente tem que fazer uma pré-produção muito grande. Essa pré-produção envolve questões não só jornalísticas, mas técnicas também, de luz, cinegrafia, de direção de arte, de locação, onde a gente vai gravar. Envolve trabalho de outros profissionais especializados, o que demora muito a produção, a gente conseguir alguém que esteja disposto a falar na frente da TV. E tem a pós-produção. Além da produção (normalmente a gente vai gravar uma matéria e fica o dia todo gravando, 12 horas direto gravando), tem depois o trabalho de edição desse conteúdo. Então é também muito trabalhoso. A revista tem uma certa dificuldade, mas um pouco menor do que no programa. A dificuldade dela está muito mais na diagramação, porque o trabalho de apuração é o mesmo. O trabalho de produção é fotografia, que é um pouco mais fácil do que o vídeo. Tem um trabalho de préprodução, de pós-produção também, mas demanda um tempo mais curto. O que a gente tem de trabalho maior é acompanhar a diagramação, fazer as correções textuais. Mas o amor que a gente tem, a gente vê que é tudo muito igual, muito parecido, os três caminhos juntos. A diferença é só mesmo no tempo da produção desses. O mais rápido de ser produzido é o site, as matérias do site, depois vem a revista e, por último, o programa, que é mais trabalhoso.

7. Qual conteúdo é produzido exclusivamente para o site?

São normalmente matérias bem factuais, que não cabem na revista. Não que elas tenham menor relevância. Por exemplo: surgiu a notícia de que vai ter uma banda, amanhã, na cidade, e não dá tempo de divulgar isso na revista porque a próxima revista só sai em junho. É uma notícia de relevância, mas ela não cabe na revista e nem dá tempo de ser divulgada. Essas matérias são produzidas exclusivamente para o site porque depois não tem motivo para elas irem para a revista. E o programa, a gente trabalha com temas. Cada programa tem um tema. E normalmente a gente grava o programa inteiro um mês antes de ele ir pro ar. Por exemplo, os programas inteiros de junho já estão gravados e a gente nem entrou em junho e já está pronto. A gente agora vai começar a gravar os programas de julho. Não caberia nem na revista nem no


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programa. As matérias que vão exclusivamente para o site são aquelas matérias que precisam ser divulgadas mais rápido. São essas que vão exclusivamente para o site.

8. Como é a interatividade das leitoras com o site? Existem outros canais online (Instagram, Facebook)? Como eles são gerenciados?

A interatividade no site é bem grande porque o nosso site é vinculado ao Facebook. Todas as pessoas que têm conta no Facebook (e hoje a maioria das pessoas que navegam na Internet tem) podem interagir conosco. Cada matéria que a gente publica, cada coisa que a gente publica, as nossas leitoras podem ir lá e comentar através da sua conta no Facebook. É bem dinâmico porque esses comentários não passam por nenhum tipo de moderação. No mesmo momento em que ele é feito, ele já é imediatamente publicado. Significa que a gente é bastante imparcial com relação aos comentários. E o mais interessante é que a maior parte dos comentários não são direcionados à equipe da revista, são comentários que as pessoas marcam amigos, discutem sobre algum tipo de informação que está sendo divulgada na matéria, quase sempre comentários marcando amigos, conversando, debatendo entre as pessoas que estão lendo a matéria. Isso torna o nosso trabalho ainda mais interessante porque é como se fosse um fórum, canal onde as pessoas podem ler as matérias e comentarem sobre o assunto, não necessariamente fazendo críticas ao veículo, mas sim colocando como principal objetivo o conteúdo da matéria, que é discutir o assunto.

9. As mensagens das leitoras alteram as escolhas de reportagem para a revista?

Sim, a opinião das leitoras altera sim as nossas pautas porque, como eu já disse anteriormente, o interesse do leitor é o nosso principal objetivo a ser atendido pelo fato da revista ser uma revista jornalística. Nosso público-alvo são as nossas leitoras, são as pessoas que querem consumir informação. A gente sempre analisa de acordo com o feedback que a gente tem nas redes sociais, no nosso site, no nosso e-mail e, até mesmo, com o que as pessoas nos chegam, nos abordam pessoalmente, pedem pra gente falar sobre um tipo de assunto. A gente sempre procura estabelecer as nossas


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pautas de acordo com os comentários, com o feedback, com o que as pessoas procuram saber mesmo. Toda a nossa escolha do nosso conteúdo, os assuntos que a gente vai abordar tanto na revista quanto no programa e no site, é selecionado de acordo com o que as pessoas nos pedem.

10. Como você imagina a Bem Feminina no Rádio?

Eu imagino um programa interativo, com músicas curtidas no universo feminino e notícias do mundo da moda e beleza. Mas essa não é ideia que passe pela nossa cabeça. Não planejamos alcançar a plataforma do Rádio por enquanto, apesar de ser um veículo interessante por não exigir atenção exclusiva do expectador. O Rádio pode ser apreciado no trânsito ou enquanto faz uma atividade. Acredito que se houvesse um convite com o apoio de alguém com conhecimento na área iríamos trabalhar melhor a ideia e o formato. Mas, por falta de experiência, ainda não pensamos nisso. Falta de experiência no Rádio. Natália Santos – repórter da Bem Feminina

1.

Como foi definida a linha editorial Bem Feminina?

---

2.

Como são escolhidas as pautas a serem produzidas pela revista e TV?

Nas duas ocasiões a gente sempre senta, faz uma reunião de pauta e todo mundo vem com alguma ideia. Então, normalmente, como é assunto específico da mulher, a gente traz assuntos do nosso dia-a-dia. Agora, mexendo com casa e tudo, a gente pensa: “como será uma forma fácil de limpar o vidro”. Aí a gente pensa em fazer uma matéria na revista dando dicas para as mulheres de formas eficientes que ajudam a deixar o vidro bem limpo e brilhando. São coisas corriqueiras da mulher: moda (que é forte, que toda mulher quer saber de moda), tendência, estética, saúde, dieta (principalmente, que


80

toda mulher busca) e dicas nutricionais. São sempre isso. A gente reúne, cada um traz alguma sugestão, a gente faz uma seleção das mais importantes, que a gente acha que podem gerar um conteúdo mais elaborado e, a partir daí, a gente começa elaboração. Sempre antes de iniciar a edição da matéria e do programa a gente faz a reunião de pauta. A gente sempre grava quatro programas de uma vez, então a gente sempre faz reunião de pauta para quatro programas.

3.

Qual é propósito geral da Bem Feminina?

Levar conteúdo feminino para as mulheres, conteúdos gerais que podam auxiliar. No programa a gente tenta levar um pouco de pessoas que tenham experiências que as mulheres podem se identificar com elas. Um dos propósitos do programa também é esse: além de levar informação desse universo para as mulheres, levar personagens que passam um pouco de empatia, que as mulheres que estão assistindo se identifiquem com elas.

4.

Por que os conteúdos das três plataformas são diferentes?

Um pouco por causa do publico, do direcionamento. Mas acaba que, em algum momento, eles se cruzam. Na Internet é sempre a mesma linha das matérias da revista. Na revista vai variar um pouquinho porque as vezes tem alguma matéria que a gente faz com um colaborador nosso, algum parceiro, então às vezes pode fugir um pouquinho disso. E do programa, por causa da linha um pouquinho diferente por isso, pra gente levar conteúdos que tenham pessoas que vão falar sobre aquele tema para as pessoas se identificarem, para as mulheres que estão assistindo se identificarem.

5.

Por que decidiram investir na TV?

Acho que é uma plataforma que soma. Tem as mulheres que gostam da leitura, é um público que vai estar no salão, que vai estar no consultório esperando por alguma coisa e que vai estar ali lendo. E o programa, por ser uma plataforma que a gente pode jogar


81

também esse conteúdo na Internet, que também é outro veículo de comunicação.

6.

Qual principal diferença vocês veem em produzir para o impresso, Internet e TV?

Eu acho um pouco difícil a parte da TV porque você precisa levar pessoas que tenham facilidade de passar informação, de falar, tem que ser um personagem que vai falar bem. E é difícil você achar essas pessoas que queiram estar de frente à TV para falar. Essa é a dificuldade maior. Tem muitas pessoas que a gente acha que tem o perfil daquele assunto nosso, só que tem vergonha de falar em público, tem vergonha de falar. Essa é a maior dificuldade que eu acho.

7.

Qual conteúdo é produzido exclusivamente para o site?

Para o site é essas informações básicas do dia a dia. Uma ajuda pra mulher na cozinha, uma dica de um alimento que está na moda (a gente fez sobre goegbels, a gente fez sobre linhaça, tapioca). Então são informações básicas do dia a dia da mulher mesmo. Acho que é o que chama a atenção no quotidiano da mulher que está ali navegando na Internet.

8.

Como é a interatividade das leitoras com o site? Existem outros canais online

(Instagram, Facebook)? Como eles são gerenciados?

Com o site até que a gente não tem a interatividade. O que a gente pode mencionar é na fanpage, através das curtidas, dos comentários mesmo. Não é hoje o que a gente queria. A gente tem mais um retorno boca a boca das pessoas falarem que viu uma informação por ali, escutou uma entrevista na rádio, viu o programa. Mais no boca a boca do que especificamente na plataforma digital.

O Instagram é atualizado com coisas do dia a dia. A gente está gravando, a gente coloca. Fez um ensaio da capa da revista, a gente vai colocando. E na fanpage a gente coloca as notícias que vão para o site e alguma coisa ou outra como um sorteio, uma


82

imagem que a gente acha na Internet e que tem tudo a ver com mulher. Mas o conteúdo principal são as notícias que a gente coloca no site e a gente compartilha na fanpage.

9.

As mensagens das leitoras alteram as escolhas de reportagem para a revista?

Com certeza. A gente já teve mensagem por inbox das pessoas falando “ah, gostaria de saber mais sobre isso”. A gente vai e faz as matérias. A gente já teve colunistas como a Viviane que é do sul do Brasil. Ela conheceu o site, conheceu a fanpage, entrou em contato com a gente, pediu para ser colunista e ela fala toda semana na coluna dela comportamentos femininos: a mãe que está ponto o filho pela primeira vez na escola e essa questão da perda dela, porque ela fica o dia inteiro com o filho e agora tem que deixa-lo por meio período, esses sentimentos femininos ela aborda toda semana. Foi um retorno que a gente deve dela conhecer o site, conhecer a fan page e pedir pra ser uma colunista semanal com a gente.

10.

Como você imagina a Bem Feminina no Rádio?

No radio? Eu nunca imaginei no Rádio não. Eu acho que poderia ser interessante mais uma plataforma porque dá pra falar dos mesmos assuntos que a gente fala na TV, poderia estar discutindo e passando essas informações para mulheres ouvintes. E até mesmo, se conseguisse levar o mesmo formato da TV de ter uma personagem, de estar fazendo as mesmas perguntas que a gente faz pra TV e a pessoa ali falando e discutindo, eu acho que poderia ser interessante. Gosto da ideia.


83

APÊNDICE B – TABELAS COM CONTEÚDO DAS MÍDIAS ANALISADAS Revista Bem Feminina

Página

Conteúdo

1

Capa com destaque para o tema “Diva Aos 15”

2

Anúncio Cabelo & Cia

3

Índice, editorial e expediente

4

Pílulas de notícias

5

Anúncio P. Vasconcelos

6

Anúncio Primeiro Ato

7

Fotografando Misses

8

Para ver, ler e curtir

9

Anúncio Le Bless

10

Anúncio Gustavo Gonzalez Cirurgia Plástica

11

Make Me Queridinhos do Verão

12

Tendências do Verão 2015 New York Fashion Week

13

Anúncio Siri

14

Crossfit Lady

15

Premissa Lingerie e Moda Praia

16

Tranças de volta para o verão 2015

17

Fernando Laudares Fotografia Profissional

18

A arte que materializa sonhos (vestidos de noiva)

19

Anúncio Odontologia Fernando Franco

20

Condomínio: como viver em harmonia e sustentabilidade

21

Anúncio All Pé

22

Hooke

23

Anúncio Repolho Roxo

24

Lingerrie de Luxo (lançamento da Outlet)

25

Anúncio Maison Erika Augusta

26

Anúncio Studio Erik Brian


84

27

Especial Capa: Diva Aos 15

28

Especial Capa: Diva Aos 15

29

Especial Capa: Diva Aos 15

30

Especial Capa: Diva Aos 15

31

Especial Capa: Diva Aos 15

32

Treinamentos Empresariais

33

Anúncio Outlet Lingerie

34

Espaço Gourmet: Pudim de Chocolate (Panela Minha)

35

Anúncio Divina Panela

36

Anúncio Mateus dias Fotografia

37

Anúncio Estilista João Calazans

38

Projeto Dentista do Futuro

39

Anúncio Crossfit Divnópolis

40

Política: Hipocrisia Ambiental por Amanda Quintiliano

41

Anúncio Deep Cosméticos

42

Ensaio de Moda: 15 anos

43

Ensaio de Moda: 15 anos

44

Ensaio de Moda: 15 anos

45

Ensaio de Moda: 15 anos

46

Ensaio de Moda: 15 anos

47

Ensaio de Moda: 15 anos

48

Fique de olho: saúde bucal de crianças

49

Anúncio Atelier Grace Cortez

50

Cliques: 2 Anos Bem Feminina

51

Cliques: 2 Anos Bem Feminina

52

Cliques: 2 Anos Bem Feminina

53

Cliques: 2 Anos Bem Feminina

54

Cliques: 2 Anos Bem Feminina

55

Cliques: 2 Anos Bem Feminina

56

Tricotando: O que vale a vida?


85

57

Anúncio Rosa Buffet

58

Anúncio Sistema MPA

59

Anúncio Sistema MPA

60

Anúncio Deep Cosméticos Special Blond Masque

Programa Bem Feminina

Programa

Tema abordado

Programa 8 - 01-10-

Beleza Comprada – Tratamentos estéticos em clínica para

14

recuperar a forma Conta Mais – Esmeralda Fidélis e a História da moda em Divinópolis

Programa 9 - 08-10-

Mundo Fashion – Moda das noivas 2015 em roupas e

14

acessórios Saúde e Boa Forma – Doenças dos pés Entrevista - Color Block com dicas da Blogueira Carol Meloni (Desafetada) Entrevista – Outubro Rosa

Programa 10 - 15-10-

Beleza Comprada – Cuidados com os cabelos loiros no verão

14

Conta Mais – Minas Trend Preview Mundo Fashion – Coleção de Inverno Rogério Lima

Programa 11 - 22-10-

Conta Mais - Minas Trend Preview: Raquel Matar e Victor

14

Dzenk Conta Mais – Decorações natalinas Mundo Fashion – Faven no Minas Trend Preview

Programa 12 - 29-10-

Deles para Elas – Cléber Souza no SBT e desafio do Trava-

14

Lingua Mundo Fashion - Patrícia Motta no Minas Trend Preview

Programa 13 - 05-11-

Boa Forma – Restaurante Repolho Roxo na Academia Aspire e

14

alimentação saudável


86

Conta Mais – Divinopolitanos no Minas Trend Mundo Fashion – Importância dos blogs no mundo da moda (Minas Trend) Programa 14 - 12-11-

Beleza Comprada – tutorial de maquiagem para o verão

14

Conta Mais – Dicas de como organizar o guarda-roupas e combinar cores Mundo Fashion – Moda nas lingeries Entrevista – vestidos sob medida

Programa 15 - 19-11-

Conta Mais – dicas de looks

14

Saúde e Boa Forma - Inauguração Bistrô Fit no SpaVinci

Programa 16 - 26-11-

Beleza Comprada – Maquiagem para o dia-a-dia

14

Mundo Fashion – Customização de abadás na Divina Folia Badalando – Açaí sem engordar Site Bem Feminina – www.revistabemfeminina.com.br

Editoria/Coluna

Data 04/10/14

News

14/11/14 18/11/14

Tema Eleições 2014: Como é a participação da mulher brasileira na política? Tumate Cru se apresenta em Cajuru e em Uberaba Beleza Essencial arrecada produtos para Lar das Meninas

27/11/14

Como evitar ciladas na Black Friday

13/10/14

As suas mil palavras!

Clube do esmalte

09/10/14

Esmaltes: os queridinhos da estação

Make Me

07/10/14

10 produtos pra comprar em farmácias americanas

06/10/14

Lady like

08/10/14

Moda Praia 2015: as tendências para o verão

10/10/14

As franjas invadiram os brincos!

Para ver, ler e curtir

Mundo Fashion


87

20/10/14

Tênis slip-on

21/10/14

ELLE Fashion Preview

23/10/14

Outlets americanas fazem dos EUA o principal destino para compras

27/10/14

Inverno 2015: São Paulo Fashion Week

03/11/14

Branco básico, looks incríveis!

06/11/14

Decote profundo, como usar?

10/11/14

Tendências São Paulo Fashion Week

13/11/14

Novembro amarelo

18/11/14

Estampas para quem te quer...

01/10/14 21/10/14

Dia do Idoso: Cuidado com a aparência independente da idade Novo espaço para a saúde é inaugurado em Divinópolis

Saúde e Boa Forma

22/10/14

04/11/14

9 perguntas e respostas sobre o câncer de ovário Conheça os alimentos que estão na melhor safra e são aliados da sua saúde

05/11/14 25/11/14

Decorando

Suco bronzeador que ajuda a manter a cor da pele e ainda faz detox na barriguinha

01/10/14

Decoração de Jardim Artificial

17/10/14

Decorações com pneus recicláveis

24/10/14

06/11/14 02/10/14 Tricotando

Hidratação com Bepantol

10/10/14

Para receber amigos: áreas externas ganham ainda mais charme com cores e estampas Novos tons neutros são tendência para decoração 2015 O que é que a Peppa Pig tem? Culpa, minha culpa!


88

11/10/14

Brinquedos com materiais recicláveis – Dicas e modelos

14/10/14

18/10/14

O polêmico horário de verão

20/10/14

Buscando Flow!

21/10/14

Quais os benefícios de ler para o bebê?

27/10/14

Cabelos Brancos

28/10/14

Virais e crianças

30/10/14

Escola de Você!

04/11/14

O que não pode faltar no guarda-roupa de uma gestante

07/11/14

Aonde ir?

13/11/14

Passaporte para bebê, por onde começar?

14/11/14

Quem fala o que quer...

19/11/14

Mulheres que inspiram

25/11/14

Roube o look

Cuidados femininos

Intoxicação de bebês e crianças! Quais os sintomas? Como agir?

03/10/13

Especial: Com que bolsa eu vou?

10/10/13

A moda é ser feliz!

17/10/13

O que você tem debaixo da roupa?

25/10/13

Descontração e estilo, elas sabem se vestir!

31/10/13

Confira diversos estilos de fantasia para o “Dia das Bruxas”

07/11/13

A palavra para hoje é: sombrinha

21/11/13

Jeans, simples assim...

Sorriso Saudável

30/10/14

Espaço Gourmet

03/10/14

Clareamento dental: é melhor fazer em casa ou no consultório? Especial-Molhos


89

10/10/14

Petit Gateau Fácil

17/10/14

Farofa Light Deliciosa

22/10/14

A nova onda dos brigadeiros gourmet e doces finos

24/10/14

Vinagre Substitui Líquido Secante da Lava-louças

28/10/14

Descubra como fazer receitas de picolés recheados

31/10/14

Pãozinho Caseiro

01/11/14

Brigadeiro de Liquidificador

28/11/14

Cuscuz de Tapioca

07/10/14

Dicas de cuidados para as madeixas

Minhas madeixas 23/10/14

Acordou sem tempo de lavar o cabelo? Aprenda 8 truques para disfarçar o problema Divinopolita cria linha de produtos para cabelos crespos

14/11/14

Agendamento

02/10/14

Como fazer boas selfies e não pagar mico

08/10/14

Meu filho não é a minha vida

14/10/14

31/10/14

Cuidado com a piscina! 12 dicas de segurança para evitar afogamentos de bebês e crianças Mais escolarizadas, mulheres ainda ganham menos e têm dificuldades de subir na carreira

05/11/14

10 dicas simples para limpar a casa

26/11/14

Ana Paula Padrão, uma mulher de verdade!

06/10/14 Destaque local

por porção

07/11/14

20/10/14

Bate papo

Como fazer pipoca sem óleo com apenas 31 kcal

15/10/14

Divinópolis recebe salão solidário no mês de prevenção ao Câncer de Mama 5º Festival de Música apresenta orquestras, coros e banda sinfônica

16/10/14

Miss Terra Brasil divulga projeto ambiental

16/10/14

Presença Confirmada: Rodrigo Simas no Projeto


90

Cinderela 27/10/14

27/10/14

29/10/14

29/10/14

30/10/14 26/11/14

Retrato de Mulher 03/10/14

Planeta Center Shop investe em “Semana do Alto Verão” Conferencista de renome nacional vem à Divinópolis nesta segunda (27) Humor de Quinta e Kaquinho Big Dog no palco do Gravatá Com o tema “Fábrica de brinquedos”, EOC realiza festa de Halloween Jovens realizam ação social no Lar dos Idosos e lançam campanha Turma do Sorriso Bate Papo com Estilo Beleza do dia: Miss Minas Gerais Karen Porfíro


91

APÊNDICE C – ROTEIRO DO PROGRAMA PILOTO DE RÁDIO BEM FEMININA Tema: Mães de 1ª Viagem

Duração: 60min

Edição: Tatiana Santos

Data: 27/06/15

Produção: Felipe Silvestre, Mariana Moreira e Tatiana Santos. Locução: Mariana Moreira e Tatiana Santos

1º BLOCO VHT – ABERTURA: (Programa Bem Feminina, // oferecimento: // Farmax 35 anos, // viva melhor todos os dias. // Studio Erik Brian Vídeo Profissional // e Deck Beer, sua festa acontece aqui) TATIANA (BG: Água de Beber - Instrumental): OLÁ MULHERES DE DIVINÓPOLIS E REGIÃO! // ESTÁ COMEÇANDO MAIS UM PROGRAMA BEM FEMININA PARA VOCÊS, / AO VIVO NA RÁDIO 94 FM E PELO SITE 945FM.COM.BR. // COMIGO NO ESTÚDIO A MINHA COMPANHEIRA MARIANA MOREIRA. // BOA TARDE, MARI! // MARIANA: BOA TARDE, TATI. / BOA TARDE OUVINTES. // E JÁ APROVEITO PARA CONVIDAR TODOS PARA PARTICIPAREM DO PROGRAMA DE HOJE. // O TEMA? // MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM. // VOCÊ TEM DÚVIDAS? // QUER CONTAR SUAS EXPERIÊNCIAS? // PARTICIPE! // É MUITO FÁCIL! // É SÓ COMENTAR A PUBLICAÇÃO NA PÁGINA BEM FEMININA NO FACEBOOK E ENVIAR SUA MENSAGEM DE TEXTO OU WHATSAPP PARA 84109494. // TATIANA: E PRA FALAR SOBRE O TEMA DE HOJE,/ “MÃES DE PRIMEIRA


92

VIAGEM”,/ RECEBEMOS:  A JORNALISTA E MAMÃE DE PRIMEIRA VIAGEM ANA TEREZA ARRUDA  A PSICÓLOGA JULIANA MARÇAL  E A PEDIATRA DOUTORA NIOMAR GUIMARÃES MARIANA: COMO TRADUZIR O CHORO DOS BEBÊS? // COMO SABER SE ELE ESTÁ SENDO AMAMENTADO DA FORMA CORRETA? // QUAIS OS MEDOS E INSEGURANÇAS DAS MÃES? VAMOS FALAR SOBRE TUDO ISSO E MUITO MAIS NO PROGRAMA BEM FEMININA DE HOJE! // TATIANA: E SE VOCÊ TEM UM TEMA LEGAL PARA SER DEBATIDO NO NOSSO PROGRAMA DE RÁDIO, NA TV, NA REVISTA OU NO SITE, PODE ENVIAR SUA SUGESTÃO PRA GENTE! // ACESSE REVISTABEMFEMININA.COM.BR / E NO FACEBOOK É SÓ CURTIR A PÁGINA BEM FEMININA. // PRA COMEÇAR O PROGRAMA DE HOJE, VAMOS CONHECER UM POUCO SOBRE A HISTÓRIA DA JORNALISTA ANA TEREZA ARRUDA, / MÃE DA PEQUENA E LINDA CECÍLIA! // MARIANA: ISSO MESMO, TATI. // BOA TARDE, ANA // (pausa para resposta) CONTA PRA GENTE SOBRE AQUELE MOMENTO MARCANTE: // COMO VOCÊ DESCOBRIU SUA GRAVIDEZ? // (INTERCALAR AS PERGUNTAS A SEGUIR COM AS PARTICIPAÇÕES)  E QUAIS ERAM SEUS MAIORES MEDOS?  VOCÊ CONTOU COM A AJUDA DE ALGUÉM PARA CUIDAR DO BEBÊ NOS PRIMEIROS DIAS?  QUAIS OS SEUS MAIORES APRENDIZADOS?


93

 QUE CONSELHO VOCÊ DEIXA PARA AS MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM QUE ESTÃO NOS OUVINDO? TATIANA: ANA, MUITO OBRIGADA PELA SUA PARTICIPAÇÃO AQUI NO BEM FEMININA, COMPARTILHANDO SUA EXPERIÊNCIA CONOSCO E COM NOSSAS OUVINTES. // AGORA VAMOS CURTIR UM POUCO DE MÚSICA? // A PRIMEIRA DE HOJE É COM VANESSA DA MATA - POR ONDE ANDO TENHO VOCÊ.

BLOCO MUSICAL: MÚSICA 01 - Vanessa Da Mata - Por onde ando tenho você VHT - (Programa Bem Feminina) MÚSICA 02 - Meghan Trainor - All About That Bass

2º BLOCO TATIANA (BG: Água de Beber - Instrumental): MEGHAN TRAINOR - ALL ABOUT THAT BASS E VANESSA DA MATA - POR ONDE ANDO TENHO VOCÊ FORAM OS PRIMEIROS SONS DO PROGRAMA BEM FEMININA DE HOJE / COM O TEMA “MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM”. // E AÍ?// VOCÊ QUER SUGERIR ALGUM TEMA PARA O PROGRAMA BEM FEMININA NO

RÁDIO,

NA

TV

OU

NA

NOSSA

REVISTA?

//

ACESSE

REVISTABEMFEMININA.COM.BR E CURTA A NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK: REVISTA BEM FEMININA. // CONTA PRA GENTE QUAL TEMA VOCÊ TEM DÚVIDAS, CURIOSIDADE E VONTADE DE SABER MAIS! // AGUARDAMOS SUA MENSAGEM! // MARIANA: ANTES DO BLOCO MUSICAL, / A JORNALISTA ANA TEREZA ARRUDA


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CONTOU PRA GENTE SUAS EXPERIÊNCIAS COMO MÃE DE PRIMEIRA VIAGEM. // AGORA A GENTE RECEBE A PSICÓLOGA JULIANA MARÇAL, / QUE VAI NOS AJUDAR A ENTENDER ESSAS MUDANÇAS PELAS QUAIS PASSAM AS MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM. // (INTERCALAR AS PERGUNTAS A SEGUIR COM AS PARTICIPAÇÕES)  AO LONGO DA VIDA,/ A MULHER É PREPARADA BIOLOGICAMENTE E ANATOMICAMENTE PARA SER MÃE. // MAS, PSICOLÓGICAMENTE,/ QUANDO ISSO ACONTECE?  É COMUM MÃES RELATAREM QUE SENTEM MEDO DE ACONTECER ALGO AO BEBÊ ENQUANTO DORME. // ISSO SERIA SINÔNIMO DE INSEGURANÇA OU CUIDADO?  E A DEPRESSÃO PÓS-PARTO? O QUE É? COMO AGIR?  HOJE, MUITAS MULHERES TRABALHAM, O QUE AS IMPEDE DE FICAR BOA PARTE DO TEMPO AO LADO DO FILHO. // AÍ VEM AQUELE DILEMA: DEIXAR O BEBÊ EM CASA COM UMA BABÁ OU LEVÁ-LO PARA A CRECHE.// ISSO, PARA A MAIORIA, É UM SOFRIMENTO.// COMO LIDAR COM ESSE SENTIMENTO?  NOSSA COLUNISTA NATHÁLIA CAMPO CONTOU UMA VEZ NO SITE QUE GOSTA DE LER PARA O BEBÊ. // ESSA PRÁTICA TRAZ BENEFÍCIOS? TATIANA:

JULIANA,

MUITO

OBRIGADA

PELA

SUA

PARTICIPAÇÃO

NO

PROGRAMA BEM FEMININA. // TENHO CERTEZA QUE AJUDOU MUITO A ENTENDER O MUNDO DAS MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM DO PONTO DE VISTA DA PISCICOLOGIA. //


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MARIANA: VAMOS PARA O NOSSO BLOCO COMERCIAL E JAJÁ ESTAMOS DE VOLTA COM MAIS BEM FEMININA. // LEMBRANDO QUE O TEMA DE HOJE É “MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM” E VOCÊ PODE ENVIAR SUA DÚVIDA, / SUGESTÃO, / HISTÓRIA OU COMENTÁRIO. // TATIANA: PARA PARTICIPAR, ACESSE A PÁGINA DA BEM FEMININA NO FACEBOOK E COMENTE O NOSSO POST. // PODE AINDA MANDAR SUA MENSAGEM DE TEXTO OU WHATSAPP PARA 8410-9494. // DEPOIS DO INTERVALO TEM A ENTREVISTA COM A PEDIATRA DOUTORA NIOMAR

GUIMARÃES.

//

VOCÊ

VAI

ADORAR!

//

AGUARDAMOS

SUA

PARTICIPAÇÃO E CONTINUE NA SINTONIA. // VHT – SAÍDA: (Você está ouvindo Programa Bem Feminina,// oferecimento: Farmax 35 anos // Studio Erik Brian e Deck Beer)

BLOCO COMERCIAL SPOT 1: JINGLE CACAU SHOW SPOT 2: STUDIO JHONATAN JUNIOR VHT – Programa Bem Feminina SPOT 3: VIVO SEMPRE - ALÔ, GRAZI SPOT 4: ACCCOM

3º BLOCO VHT VOLTA: (Voltamos a apresentar Programa Bem Feminina,// oferecimento: Farmax 35 anos // Studio Erik Brian e Deck Beer) TATIANA (BG: Água de Beber - Instrumental): DE VOLTA COM O PROGRAMA BEM


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FEMININA E HOJE O TEMA É “MÃES DE PRIMEIRA VIAGEM”. // A ANA TEREZA ARRUDA JÁ CONTOU PRA GENTE AS EXPERIÊNCIAS DE TER O PRIMEIRO FILHO// E A PSICÓLOGA JULIANA MARÇAL NOS EXPLICOU AS MUDANÇAS QUE ENVOLVEM AS MULHERES AO SE TORNAREM MÃES. // MARIANA: AGORA A GENTE CONVERSA/ TAMBÉM/ COM A PEDIATRA DOUTORA NIOMAR GUIMARÃES. // (INTERCALAR AS PERGUNTAS A SEGUIR COM AS PARTICIPAÇÕES)  UMA DAS COISAS QUE MAIS ASSUSTAM AS NOVAS MAMÃES É O CHORO,/ QUE PODE SIGNIFICAR “N” COISAS. // NIORMAR,/ EXPLICA PRA GENTE,/ COMO LIDAR COM ESSE SINAL DO BEBÊ?  A ALIMENTAÇÃO É OUTRO PONTO COMPLICADO PARA AS NOVAS MÃES. // COMO SABER SE O NENÉM ESTÁ MAMANDO O SUFICIENTE? MARIANA: REALMENTE,/ SÃO MUITAS DÚVIDAS SOBRE ESSE TEMA. // MAS VAMOS DAR UMA PAUSA NO NOSSO DEBATE/ PARA CURTIR MAIS MÚSICA. // TATIANA: É ISSO MESMO, MARI. // AGORA VAMOS DE BEYONCÉ - DRUNK IN LOVE. //

BLOCO MUSICAL: VHT – Programa Bem Feminina MÚSICA 03 - Beyoncé - Drunk In Love VHT – Programa Bem Feminina MÚSICA 04 - Sandy - Ponto Final VHT – Programa Bem Feminina – Pra quem entende de ser mulher


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4º BLOCO: TATIANA (BG: Água de Beber - Instrumental): SANDY - PONTO FINAL E BEYONCÉ - DRUNK IN LOVE NO PROGRAMA BEM FEMININA, / HOJE FALANDO SOBRE “MAMÃES DE PRIMEIRA VIAGEM”. // JÁ CONVERSAMOS COM A MAIS NOVA MAMÃE DO PEDAÇO, ANA TEREZA ARRUDA, / E A PSICÓLOGA JULIANA MARÇAL. // AGORA O BATE-PAPO É COM A PEDIATRA DOUTORA NIOMAR GUIMARÃES. // (INTERCALAR AS PERGUNTAS A SEGUIR COM AS PARTICIPAÇÕES)  QUANDO A MÃE PODE SAIR COM O BEBÊ DE CASA PARA PASSEAR NA RUA?  O UMBIGO DO BEBÊ TAMBÉM REQUER ATENÇÃO. // QUAIS SÃO OS CUIDADOS NECESSÁRIOS? E QUAIS OS RISCOS SE NÃO FOR CUIDADO DIREITINHO? TATIANA: O PAPO ESTÁ ÓTIMO,/ MAS O NOSSO PROGRAMA BEM FEMININA DE HOJE ESTÁ CHEGANDO AO FIM. // DOUTORA NIOMAR, MUITO OBRIGADA PELA SUA PRESENÇA. // FIQUE A VONTADE PARA DEIXAR SEUS CONTATOS. // MARIANA: É ISSO AÍ. // MUITO OBRIGADA PELA PRESENÇA E PELA PARTICIPAÇÃO DE TODAS AS OUVINTES QUE CONTRIBUÍRAM COM MUITAS PERGUNTAS LEGAIS. // LEMBRANDO QUE ESSE PROGRAMA ESTARÁ DISPONÍVEL TAMBÉM NO SITE REVISTABEMFEMININA.COM.BR.// ENTÃO, / SE VOCÊ PERDEU ALGUMA COISA,/ QUER REVISAR ALGUMA INFORMAÇÃO OU MOSTRAR PARA AS AMIGAS,/ É SÓ PROCURAR LÁ.// TATIANA: É ISSO MESMO! // APROVEITA PARA SUGERIR O TEMA DO NOSSO


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PRÓXIMO

PROGRAMA.

//

RECEBEMOS

VÁRIAS

INDICAÇÕES

INTERESSANTÍSSIMAS! // E A GENTE SE FALA NO PRÓXIMO SÁBADO, / UMA HORA DA TARDE, / AQUI, / NA 94 FM E NO 945FM.COM.BR. // NOS VEMOS TAMBÉM NO PROGRAMA BEM FEMININA NA TV, / EXIBIDO SÁBADO, 3 HORAS DA TARDE, E COM REPRISE SEGUNDA 6 HORAS DA NOITE, QUARTA 8H30 DA NOITE E SEXTA 11 HORAS DA NOITE, NA TV CANDIDÉS! // SEM CONTAR QUE TODOS OS DIAS TÊM INFORMAÇÕES PRA VOCÊ NO NOSSO SITE: REVISTABEMFEMININA.COM.BR. // VAMOS FICANDO POR AQUI! // ATÉ A PRÓXIMA!// ENCERRAMENTO: (Você acabou de ouvir // Programa Bem Feminina, // oferecimento: // Farmax 35 anos, // viva melhor todos os dias.// Studio Erik Brian Video Profissional // e Deck Beer, sua festa acontece aqui)


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