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Figura 08 Pilares Agenda 2030 Plataforma Agenda 2030, s.d

A Declaração Final da Conferência Rio+20, o documento “O Futuro que Queremos”, reconheceu que a formulação de metas poderia ser útil para o lançamento de uma ação global coerente e focada no desenvolvimento sustentável. Essa orientação guiou as ações da comunidade internacional e deu início ao processo de consulta global para a construção de um conjunto de objetivos universais de desenvolvimento sustentável: a Agenda 2030, de 2015. (PLATAFORMA AGENDA 2030, S.D.).

O documento adotado na Assembleia Geral da ONU em 2015, “Transformando Nosso Mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”, é um guia para as ações da comunidade internacional nos próximos anos. E é também um plano de ação para todas as pessoas e o planeta e foi coletivamente criado para colocar o mundo em um caminho mais sustentável e resiliente até 2030 (PLATAFORMA AGENDA 2030, S.D.).

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A Agenda 2030 consiste em uma Declaração, com os 17 objetivos e suas 169 metas. Os 17 Objetivos são integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental. São como uma lista de tarefas a serem cumpridas pelos governos, a sociedade civil, o setor privado e todos cidadãos na jornada coletiva para um 2030 sustentável. Na Agenda 2030, os objetivos e suas metas irão estimular e apoiar ações em áreas de importância crucial para a humanidade: Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias (Figura 08) (PLATAFORMA AGENDA 2030, S.D.).

Figura 08 – Pilares Agenda 2030 Fonte: Plataforma Agenda 2030, s.d.

A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Johannesburg, afirmou que o Desenvolvimento Sustentável é construído sobre “três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores”: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental (CORRÊA, 2009).

E são nestes três pilares que os projetos de edificações planejadas para atendimento à níveis de excelente desempenho ambiental, se baseiam em seu processo de planejamento, criação e execução.

2.3 Sustentabilidade aplicada à Construção Civil

A implantação de práticas sustentáveis na construção civil segue como tendência. Aos poucos, representantes e organizações entendem de fato a importância dessas práticas em um dos setores de maior importância econômica e social, no país e no mundo. Legislações em outros países já estão adequadas a este cenário de práticas sustentáveis, no cenário nacional, ainda há muito a se adequar em legislações e boas práticas, mas a introdução de certificações e etiquetas ambientais nacionais e internacionais, ajudam a fomentar ações. O item de certificações será abordado em capitulo específico deste trabalho.

O crescente desequilíbrio ambiental e social tem imposto às organizações a necessidade de se atualizarem frente a este contexto e assumirem uma postura comprometida com a responsabilidade socioambiental. O papel das empresas tem grande importância para a construção de uma sociedade mais justa e solidária em função dos investimentos que podem ser priorizados em projetos ambientais e sociais. A gestão empresarial com foco apenas nos interesses dos acionistas revela-se insuficiente, ela deve ser balizada pelas necessidades e expectativas de um conjunto maior de partes interessadas, tais como clientes, fornecedores, colaboradores, sociedade, entre outras (CÔRTES, FRANÇA, QUELHAS, MOREIRA, MEIRINO, 2011).

A indústria da construção civil tem grande participação no desenvolvimento econômico e social através da criação de infraestrutura, redução do déficit

habitacional, geração de emprego e renda. Esse setor também é responsável por sérios impactos ambientais ligados ao consumo de recursos naturais, energia, poluição e geração de resíduos. Aproximadamente 35% do total dos recursos naturais consumidos pelo setor produtivo são associados à construção. Dessa forma, cresce gradativamente a procura por empreendimentos mais sustentáveis, movimentando toda a cadeia da construção civil (GREEN BUILDING COUNCIL, 2015).

Edificações sustentáveis podem ser definidas como aquelas que promovem melhorias na qualidade de vida de seus usuários e no desenvolvimento econômico, social e cultural da região ao qual está inserida (VERAS, 2013).

Relacionando com a definição acima, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, enfatiza que a proteção do planeta contra a degradação está atrelada a um conjunto de atitudes conscientes que possibilitem que o planeta suporte o atendimento às necessidades das gerações presentes e futuras. Entre essas atitudes, o uso racional dos recursos naturais e sua preservação ao máximo, são necessárias e condizentes à construção civil.

O setor da construção civil, gradativamente, vem adotando práticas sustentáveis, não apenas com a intenção de cumprir aspectos legais, mas também como aprimoramento de projeto e responsabilidade social e ambiental. Empresas construtoras estão aderindo a pelo menos uma certificação ambiental em seu portfólio de empreendimentos como forma também de agregar valor e diferencial a seu produto. Essas ações geram competitividade e impulsionam outras construtoras aderirem a práticas sustentáveis em seus empreendimentos, não devendo, porém, ser esquecida a principal função do um projeto com foco em sustentabilidade: cooperar com a qualidade de vida social e ambiental de onde está inserido.

Em 1994, John Elkington criou o termo “Triple Bottom Line”. Entendendo que as empresas devem prezar pela qualidade ambiental e justiça social, e não podem, somente, concentrar-se no lucro de suas atividades. Ou seja, possuem responsabilidade sobre os impactos negativos que geram no Meio Ambiente e na sociedade (TELLO E RIBEIRO, 2012).

Camargo, Capobianco e Oliveira (2015) argumentam que, um dos maiores desafios da construção civil, consiste na busca por equilíbrio do triple bottom line –

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