Este trabalho é um estudo sobre a ocupação irregular de loteamentos balneários na orla da baía de Guaratuba, e seus impactos na atividade pesqueira e na relação da comunidade com a paisagem. Viabilizando a implementação de uma Cooperativa de Pescadores e um espaço Público na orla da baía, com o intuito de abrir uma ‘’Janela para o Mar’’, e devolver uma parte da paisagem e o uso da orla a comunidade tradicional, reforçando a identidade cultural e histórica da paisagem e da pesca. Sendo importante unir a potencialidade pesqueira tradicional existente à necessidade da ocupação e uso da orla da baía, promovendo o crescimento e valorização da pesca na cidade, gerando uma relação entre a comunidade, à paisagem e à pesca.
Existe uma barreira visual em todo o perímetro da orla da baia de Guaratuba, o conjunto de casas beira mar formam um grande paredão que desconecta a paisagem da baia com a comunidade.
Os pescadores enfrentam grandes problemas quanto ao sistema organizacional, social e econômico, não havendo um espaço adequado para exercerem sua atividade, como recepção dos produtos, armazenamento e esteira para manutenção das embarcações.
A orla da baia de Guaratuba foi sendo ocupada e privatizada de forma desenfreada por residências de veraneio, com alto poder aquisitivo, incentivadas pela especulação imobiliária.
CONCEPÇÃO DOS
A proposta de implantar uma Cooperativa de Pescadores, atenderia significativamente as necessidades dos usuários, uma vez que a Cooperativa é um movimento social e econômico que une pessoas em torno de um mesmo objetivo, através de uma gestão democrática possuem autonomia e independência.
Além das dificuldades pesqueiras, outro problema a se considerar é a relação da paisagem, esta que carrega significados construídos ao longo do tempo, e possui valor simbólico, afetivo e cultural, devendo ser protegida para assim garantir uma boa condição de vida para a comunidade, além de reforçar uma atividade cultural histórica (REZENDE; DUARTE, 2018, p. 2777).
A área de estudo se concentrou nos bairros Mirim, Piçarras e Canela, visto que é nessa região que a atividade pesqueira é mais prejudicada pelo adensamento dos loteamentos balneários, o que impediu os ‘’portos’’ pesqueiros na orla da baía de Guaratuba. Dessa forma, a área de intervenção se localiza no maior espaço disponível, denominada como ‘‘terreno do trapiche’’.
As empresas de beneficiamento e armazenagem de pescados possuem grande relevância para o sistema pesqueiro, se encontram espalhas no perímetro urbano, principalmente no bairro Piçarras, uma dessas empresas se localiza junto a orla, o que a torta expressiva e importante, visto que atende a diversas demandas da atividade pesqueira. O mapeamento não considerou as empresas irregulares, conhecidas como ‘‘salgas’’, onde é feito o processo de descasque do camarão, com isso pode-se constatar que a área de estudo possui uma atividade pesqueira importante.
USO E OCUPAÇÃO DA REGIÃO
O último censo do IBGE em 2010, apontou cerca de 32.095 habitantes, a estimativa populacional atualmente é de 37.974 pessoas. Sendo os bairros Mirim, Piçarras e Carvoeiros uns dos mais populosos, com uso residêncial local, diferente de outros bairros que se caracterizam com residências de veraneio. Conforme o mapa ao lado, percebe-se que o setor de serviço e comércio existem em pequena escala, atedendo a comunidade do bairro, também estão localizadas nas avenidas principais.
Visto que o uso desses bairros vias se enquadram como local e coletora, za uma via arterial, que recebe boa parte os bairros com a região central da cidade. racteriza como uma cidade pequena, o fluxo ceto no período de temporada. Algumas importante, principalmente em horários zados pela população é a bicicleta, moto do em pequena escala, visto que o tempo tre os lugares serem relativamente curta, CHEIOS E VAZIOS
Analisando o entorno da área de dominância das áreas edificadas, considerando tecido horizontal, segundo o censo do IBGE ções são casas, confirmando uma característica Dessa forma, os vazios presentes amentos já implantados, com cas similares, exceto as casas localizadas
bairros é predominantemente residencial, as coletora, exceto a Av. Damião Botelho de Souparte do fluxo das vias coletoras, e interliga cidade. Considerando que Guaratuba se cafluxo viário é relativamente pequeno, exAlgumas vias coletoras apresentam um trafego de ‘’pico’’. Os meios de locomoção utilimoto e carro, o transporte público é utilizatempo de espera é longo e pela distância encurta, se comparado à uma grande cidade.
Analisando o mapa com áreas quente e frias, nota-se as áreas verdes fragmentas em locais pontuais. Próximo ao terreno há palmeiras que foram implantadas em projetos paisagísticos das residências, e árvores de médio porte em alguns loteamentos no meio urbano. Demonstrando assim, a viabilidade de um projeto paisagismo na área de intervenção, destacando a paisagem e proporcionando um ambiente confortável.
INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO
de intervenção, é possível identificar a preconsiderando o fato de que a cidade detém um IBGE de 2010, a grande maioria das habitacaracterística das cidades litorâneas do Paraná. no mapa fazem parte dos loteresidências simples e característilocalizadas no perímetro da orla da baía.
O litoral do paranaense enquadra no clima Subtropical Úmido – Mesotérmico, com temperatura média do mês mais quente superior a 22ºC e no mês mais frio inferior a 18ºC, sem estação seca definida, verão quente e geadas menos frequentes’’ (VANHONI; MENDONÇA, 1980). Os meses que possuem maior temperatura é dezembro, janeiro e fevereiro, sendo o mês de fevereiro o mais quente entre os demais. Quanto aos períodos de menor temperatura, se concentram no mês de junho, julho e agosto.
A paisagem e apropriação da baía se tornou algo distante da comunidade residente, por meio de uma brusca ruptura a barreira visual agride direitos históricos, sociais e culturais do povo local, afetando principalmente à comunidade pesqueira. Com isso, o conceito do projeto é abrir uma ‘’Janela para o Mar’’ e devolver essa paisagem a quem é de direito, conectando o bairro com o mar, proporcionando assim uma vivência com a paisagem, apropriação e compreensão da história. A intenção do projeto também é promover um vínculo entre a comunidade e os pescadores, desmistificando alguns preconceitos quanto a classe pesqueira.
FLUXO ORGANOGRAMA E SETORIZAÇÃO
A proposta será dividida em duas áreas, a praça linear que terá uso público, e a Cooperativa que terá uso semiprivado.
A intenção é conectar os dois usuários com o mar, além de promover a conexão entre o pescador e a comunidade. Considerando a pluralidade do setor pesqueiro, a Cooperativa atenderá a uma necessidade especifica dos pecadores da área de análise, que são afetados pela falta de equipamentos e espaços para o recebimento dos produtos.
PARTIDO ARQUITETÔNICO
Pontos chaves do Conceito
Conexão entre à comunidade e os pescadores
• Feira de Produtos
• O trapiche será das atividades pesqueiras;
• Memorial da Pesca;
Conexão entre à comunidade e a paisagem
• Criação de um mirante margens da baía;
• Blocos de concreto do o contato da comunidade
Apropriação e compreensão histórica da cidade e da pesca
• Por meio do mobiliário praça pública, em do ao passado, em praia central da cidade);
• Concepção de um territorial da cidade dade cultural da comunidade dentro do espaço
Reforçar à cultura pesqueira/ identidade de pertencimento
• Criação de um ambiente dos produtos na esteira
• Estabelecimento rada de embarcações
• Constituição de cações no espaço
• Empregar elementos madeira, aço, corda,
Produtos do produtor; público o que permitirá a visualização pesqueiras; Pesca;
IMPLANTAÇÃO
Devido ao tamanho delimitado do terreno, a Cooperativa de Pescadores foi posicionada no lado esquerdo e a praça pública no lado direito.
1 Cooperativa - ADM
O bloco administrativo foi posicionado mais à frente para facilitar o acesso dos usuários.
2 Cooperativa - Recepção e Expedição
Toda a parte de Recepção, pesagem e expedição é realizada neste bloco.
mirante próximo as concreto que dão acesso a baía, promovencomunidade com a água.
VEGETAÇÃO
mobiliário urbano, criar um balanço na frente a paisagem da baía (remetenem que havia um balanço na areia da cidade); um memorial histórico da formação cidade e da relevância da pesca na identicomunidade Guaratubana, localizado da Cooperativa;
4 Mirante Foi posicionado em frente a paisagem para proporcionar maior contemplação.
3 Praça Pública Linear A praça ocupa metade do terreno em formato retangular, com isso a pagnação de piso e vegetação conduzem o público para a observação da paisagem.
• Vegetação pendente nas marquises, gerando plasticidade e conforto. Canteiro na lateral quebrando a monotonia do muro e gerando um espaço com conforto térmico. O desenho do canteiro faz referência a paisagem que é formada por montanhas.
• A paginação da vegetação buscou preservar a visibilidade da paisagem, diante disso palmeiras altas guiam o público para a baía.
ambiente adequado para recebimento esteira elétrica;
Estabelecimento de uma rampa apropriada para a retiembarcações para manutenção e reforma; retratos reais de pescadores e embardo projeto. elementos e materiais que já utilizam, como corda, concreto, entre outros.
ESTRUTURA
Estrutura no sistema de pilares e vigas de concreto armado moldados in loco, com vãos de 5m e laje pré moldada com EPS. Os pilares em ‘’v’’ sustentam a estrutura do telhado borboleta.
Proporcionando assim leveza ao projeto, lembrando as casarias das embarcações locais.
Na região á um saber especifico na construção de trapiches e estruturas em contato com a água, sendo assim a execução do bloco da cooperativa que esta em contato com água se daria pelos próprios pescadores que já possuem esse conhecimento.