cinema Patrim么nio junho de 2011
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Alguma coisa acontece na preservação. Na era digital, arquivos de filmes em transição. A consciência para o valor das imagens, mesmo que tardiamente, ganha força. O futuro dos arquivos audiovisuais começa a fazer parte do exercício de cidadania. Quantos registros já foram jogados fora, quantos já queimaram? Quantos já se perderam? Quantos em silêncio, nem sabemos o destino? 2
diálogo aberto
No mundo contemporâneo, precisamos enfrentar o desafio de preservar a cinematografia nacional de modo que ela possa ser conhecida pelas futuras gerações e construir informações para acesso público em tempo presente. A falta de um movimento mais vigoroso quanto à salvaguarda do patrimônio fílmico em geral proporcionou o desaparecimento em larga escala da maior parte dos filmes produzidos entre 1895 e 1950. As cinematecas, museus, centros de documentação e pesquisa associados aos arquivos são importantes espaços de divulgação e de desenvolvimento científico e cultural, de guarda de bens culturais móveis destinados às gerações futuras. Como eles se configuram no Brasil? Quais são os incentivos e políticas públicas existentes? Como se organizam para proporcionar o acesso democrático do público aos filmes, ao conhecimento e à informação? Eleita fórum de reflexões e encaminhamento de ações do setor de preservação, a CineOP, desde a sua primeira edição, tem proporcionado uma visibilidade crescente para um verdadeiro tesouro escondido em cinematecas, arquivos, museus, coleções particulares e acredita que, através de uma discussão ampla e participativa dos repre-
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sentantes de arquivos e acervos com a classe cinematográfica, com os poderes públicos e privado, contribui para ampliar as oportunidades de propor um modelo eficaz, produtivo, descentralizado, democrático e de qualidade para a preservação audiovisual no País. Em sintonia com a cidade de Ouro Preto, declarada patrimônio histórico da humanidade pela Unesco, e que a acolhe, a CineOP busca lançar um olhar crítico e reflexivo sobre a história do cinema brasileiro, sem perder de vista sua produção contemporânea. Consolida-se como o principal espaço de discussão da história, memória e preservação do cinema brasileiro e oferece uma programação abrangente e gratuita que reúne uma seleção de 77 filmes brasileiros – 15 longas, 6 médias e 56 curtas – que serão exibidos ao longo dos seis dias do evento em 36 sessões, em três espaços ouro-pretanos - o Centro de Artes e Convenções, a Praça Tiradentes e o precioso Cine Vila Rica, fundado em 1957 e, ainda hoje, uma referência entre as salas de exibição que resistiram ao tempo no interior de Minas Gerais. Em sua 6ª edição, inova e amplia sua programação de debates unindo as linguagens cinema e educação, preservação e história. Coloca novos paradigmas em debate e conta com a participação de 48 profissionais no centro das discussões do 6º Seminário do Cinema Brasileiro: Fatos e Memória. No Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros, reúne mais de 80 profissionais de 50 instituições e amplia sua proposta conceitual na busca da conjugação de esforços para ampliar o diálogo com a cadeia produtiva do audiovisual e, ainda, inaugura a interface com o setor da educação e sedia o III Fórum da Rede Kino – Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual. Ainda jovem, mas com maturidade, a CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto se consolida como o foro nacional da preservação do audiovisual e recebe da Academia Brasileira de Cinema o Prêmio Especial de Preservação no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2011. Isto faz toda diferença. Muito nos orgulha constatar que para cá olhos e atenções se voltam e o nosso trabalho é reconhecido. Agradecemos a confiança manifestada no apoio e na presença do Governo de Minas, do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual, das autoridades e
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lideranças políticas, parceiros e patrocinadores que acreditam na importância de somar esforços para a viabilização de manifestações culturais pioneiras, ousadas e consistentes em suas propostas e conceitos. A colaboração e a presença de profissionais do audiovisual, veículos de imprensa, educadores, historiadores, acadêmicos, entidades preservacionistas provam que as flores continuam florescendo e fazem eco para seus melhores frutos, reafirmando o propósito de agregar valor de patrimônio à sétima arte. Não existe história sem memória. A preservação é uma ação estratégica e fundamental para o desenvolvimento de uma nação, portanto, deve integrar a vida social e política do Brasil, que reúne expressivo patrimônio audiovisual, representativo da sua cultura, história, arte e manifestações da sociedade. O cinema reflete a imagem de cada país e, portanto, deve ser livre. A todos que comparecem a esta edição, que acreditam e lutam pelo nosso cinema, sejam bem-vindos!
Raquel Hallak Quintino Vargas Fernanda Hallak Diretores da Universo Produção Coordenadores da CineOP
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A CineOP de 2011 traz a marca do tricentenário da Vila Rica de Ouro Preto e a chancela do Prêmio Especial da Academia Brasileira de Cinema. Na décima edição de sua premiação anual, a Academia torna evidente a importância da Mostra que, em seis anos de sucesso, é uma das mais significativas realizações que se projetam na tela do cinema nacional. A atenção conferida à preservação dos acervos merece o aplauso especialmente reservado à promoção ouro-pretana, na bela festa do Teatro João Caetano. O reconhecimento que se presta ao evento coordenado por Raquel e Fernanda Hallak e Quintino Vargas vem consagrar a CineOP, para nós um momento extremamente empolgante no rico e variado calendário cultural da cidade monumento. A cinematográfica Ouro Preto acolhe, com entusiasmo, a 6ª CineOp, celebrando a esplêndida fase vivida hoje pelo cinema no Brasil. Viva o nosso cinema! E viva a CineOP! Ângelo Oswaldo de Araújo Santos Prefeito de Ouro Preto
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Para o BNDES, a cultura brasileira, além do conjunto de expressões de um povo, representa um ativo que pode ser empregado em favor do desenvolvimento nacional e do bem-estar da sociedade. O BNDES tem como missão promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais, o que torna a economia da cultura um setor estratégico para a empresa. Assim, desde 1995, o BNDES apoia o setor cultural por meio de um diversificado conjunto de instrumentos, que inclui patrocínio, investimentos não reembolsáveis, financiamentos e capital de risco. O patrocínio à 6ª Mostra de Cinema de Ouro Preto (CineOP) representa mais uma iniciativa do BNDES nesse sentido, contribuindo para o fortalecimento do setor audiovisual, a difusão da cultura nacional, a formação de plateia, a capacitação de profissionais da área e a geração de renda. Além disso, complementa as ações do BNDES voltadas para o incremento do turismo na região e para a revitalização do patrimônio histórico brasileiro.
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Como destaque durante o 10º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, no Rio de Janeiro, em maio deste ano, a CineOP foi reconhecida como uma das mais importantes ferramentas de preservação do audiovisual nacional. A Edição de 2011 traz para Minas a confirmação do trabalho responsável da Universo Produção, ao realizar seus eventos de forma estratégica para que o ciclo da produção cinematográfica cumpra todas as suas etapas, zelando inclusive pelo diálogo sobre o registro e a preservação dos acervos. A Mostra já apresenta números que não ficam devendo a nenhum outro festival ou mostra do País: já exibiu 361 filmes, promoveu cinco seminários, com 24 mesas de debates sobre temáticas históricas pensadas no contemporâneo. Homenageou nove personalidades do cinema nacional, promovendo um reconhecimento e valoração de suas obras e atuações. Para a Cemig, essa parceria é importantíssima na construção de nossa reputação como empresa atenta às questões culturais e sociais. Parabéns à Universo Produção pelo reconhecimento da Academia Brasileira de Cinema. Parabéns pela sensibilidade de entender a memória como o hoje e assim trabalhar de forma edificante para a preservação de nossos acervos.
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Ao imprimir sua marca ao lado da já tradicional CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto, a Oi demonstra apoio a um projeto que ajuda a preservar a memória audiovisual brasileira, reconhece o cinema como veículo de educação e cultura e atua como instrumento de conscientização da cidadania. No circuito das cidades históricas mineiras, o evento movimenta em cadeia uma série de segmentos do turismo cultural. Em seu sexto ano, a CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto resgata a história e os protagonistas da chanchada, o mais popular e bem-sucedido gênero cômico de nosso cinema em todos os tempos. A programação abrangente e gratuita inclui 77 filmes - dos quais 15 longas, seis médias e 56 curtas -, em exibição em três espaços, e 36 sessões, ao longo de seis dias. Haverá ainda debates e seminários, para informação dos aficionados e troca de experiências entre os realizadores. Mais uma vez, a proposta da CineOP alcança seu alvo central: valorizar obras dos precursores e apresentar novos talentos contemporâneos ao expressivo patrimônio audiovisual brasileiro.
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“A penosa construção de nós mesmos se desenvolve na dialética rarefeita entre o não ser e o ser outro. O filme brasileiro participa do mecanismo e o altera através de nossa incompetência criativa em copiar.”
Paulo Emilio Salles Gomes, em Cinema: trajetória no subdesenvolvimento
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trofĂŠu vila rica
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índice
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Temática Histórica
63
Homenagem
79
Temática Preservação
111
Temática Educação
143
Longas e Médias
165
Curtas
187
Mostrinha
196
Cine-Escola
203
Oficinas
211
Arte
15
Temática Histórica
111
Temática Educação
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A Década de 50
122
Seminário
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O Legado da Chanchada
143
Longas e Médias
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Atlândida
165
Curtas
32
O Cinema nos anos 50
187
Mostrinha de Cinema
38
A Produção do Cinema Brasileiro nos anos 50
196
Cine-Escola
63
Homenagem
203
Oficinas
72
Entrevista Carlos Manga
211
Arte
79
Temática Preservação
221
Depoimentos CineOP
80
A Preservação
230
Cinema Sem Fronteiras
88
Encontro Nacional de Arquivos
232
Programação Completa
90
Arquivos no Brasil
253
Agradecimentos
94
ABPA
254
Ficha Técnica
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temática
histórica a década de 50 no cinema brasileiro
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a década de 50
por Leonardo Mecchi
A década de 50 foi marcada por inúmeras personalidades que podem ajudar a defini-la ou decifrá-la – de Elvis Presley a Pelé, de Jackson Pollock a James Dean, de Jean-Paul Sartre a Che Guevara –, mas talvez nenhuma tenha sido mais simbólica e insuspeita do que Laika, a pequena cadela russa que pagou com sua própria vida o preço da Guerra Fria. Na disputa entre as duas grandes potências que emergiram após a II Guerra Mundial, cada conquista era propagandeada como símbolo da superioridade do regime que a concebeu. Foi nessa sanha que Laika, até então um simples vira-lata das ruas de Moscou, foi lançada ao espaço em 3 de novembro de 1957, tornando-se o primeiro ser vivo a orbitar a Terra, a bordo da Sputnik II, sem planos de ser resgatada. O embate entre capitalismo e comunismo e suas vítimas foi uma das principais características desse período, permeando as mais diversas áreas: da corrida espacial que vitimou Laika às disputas olímpicas; da caça às bruxas do Macartismo à
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foto: divulgação
Guerra da Coreia; da aliança militar do bloco socialista em torno do Pacto de Varsóvia ao desenvolvimento da bomba de hidrogênio (com seu poder de destruição 4 mil vezes superior à de Hiroshima); de Che Guevara, Fidel Castro e sua Revolução Cubana ao início da Guerra do Vietnã. Estamos no período do pós-guerra, com um novo equilíbrio de forças sendo definido. De um lado, os Estados Unidos da América. De outro, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Quem ficava no meio segurava-se como podia: a Europa, arrasada pela guerra, tentava se reerguer (foi na década de 50 que surgiu a Comunidade Econômica Europeia, embrião da atual União Europeia), enquanto a maioria dos países do hemisfério sul recebia então a alcunha de “Terceiro Mundo”.
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No meio desse turbilhão político, os anos 50 marcaram também o início da descolonização da África e da Ásia: Tunísia, Marrocos, Líbia, Camboja, Malásia, Singapura e Argélia (este não antes de uma sangrenta guerra com a França, que durou
O Brasil aproveita esse momento de reconfiguração do
mais de oito anos) foram alguns dos países que conquistaram sua independência ao longo da década.
cenário global para crescer
O Brasil aproveita esse momento de reconfiguração do cenário
a passos largos. Começando
52 milhões de habitantes, o segundo governo de Getúlio Vargas
global para crescer a passos largos. Começando a década com
a década com 52 milhões de
implanta as bases do Brasil moderno: são criados o BNDES, a
habitantes, o segundo governo
entrar na história e abre caminho para Juscelino Kubitschek e
de Getúlio Vargas implanta as
desenvolvimentista que o Brasil implanta sua indústria auto-
bases do Brasil moderno...
Petrobras, o CNPq e a Capes. Em 1954, Vargas sai da vida para sua meta de fazer o País crescer 50 anos em cinco. É nessa toada mobilística e inicia a construção de Furnas e Brasília. Foi em 1950 também que o Brasil sediou, pela primeira vez, uma Copa do Mundo. O cenário estava todo montado para ser uma grande celebração da nação brasileira: tínhamos acabado de inaugurar o maior estádio do mundo, o Maracanã, e a Seleção de Ademir, Jair e Zizinho vinha de vitórias arrebatadoras no quadrangular final em cima da Suécia (7 a 1) e da Espanha (6 a 1). Foi então que no dia 16 de junho de 1950, diante do maior público já reunido para uma partida de futebol (estima-se que havia entre 200 e 220 mil espectadores no Maracanã naquele dia), o impossível acontecia: dependendo apenas de um empate para sagrar-se campeão, tendo saído na frente com um gol de Friaça no início do segundo tempo, o Brasil cede a virada e o título ao Uruguai. Nascia aí o Maracanaço, uma das maiores tragédias da história do futebol brasileiro.
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O Brasil conquistaria seu tão sonhado título mundial ainda em 1958, em Estocolmo, ao vencer a seleção local por 5 a 2. Era uma seleção de craques – com nomes como Djalma Santos, Mazzola, Didi, Garrincha, Nilton Santos e Vavá – mas a Copa da Suécia ficará marcada para sempre pelo surgimento de um mito, na época com apenas 18 anos e que tinha iniciado sua carreira aos 15 no Santos: Pelé, o eterno melhor jogador de todos os tempos. Mas nem só de futebol viveu o esporte brasileiro nos anos 50. Adhemar Ferreira da Silva ganhava, nas Olimpíadas de Helsinque, de 1952, a primeira medalha de ouro do atletismo brasileiro, no Salto Triplo. Em 1956, nas Olimpíadas de Melbourne, sagrava-se bicampeão olímpico na categoria, quebrando desta vez o recorde mundial. O final da década viu surgir ainda outro mito precoce do esporte brasileiro: em 1959, Maria Ester Bueno, então com apenas 19 anos, tornava-se a primeira sulamericana a vencer o tradicional torneio de tênis de Wimbledon, na Inglaterra. A ciência também avançava em ritmo acelerado na década: em 1952 a medicina desenvolve o primeiro coração artificial; em 1953, descobre-se a estrutura do DNA; em 1954, ocorre o primeiro transplante de órgãos, mesmo ano em que surgem os primeiros estudos vinculando o tabaco ao câncer. Na área cultural, nada se equipara ao impacto do surgimento de um novo gênero musical: o rock’n’roll. A década nasceu sob o impacto de músicos como Bill Halley, Chuck Berry, Little Richards, e, mais tarde, Elvis Presley, que mudaram para sempre não apenas a música, mas os costumes de toda uma geração – o folclórico Jânio Quadros chegou a proibir o rock nos bailes em 1957. O jazz também se modernizou nessa época, com o surgimento do bebop e do cool jazz, e nomes como Charlie Parker, Miles Davis, John Coltrane, Thelonious Monk, foto: divulgação
Charles Mingus, Stan Getz, Chet Baker, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Nina Simone e Billie Holiday gravaram alguns de seus melhores álbuns nesse período. Já no Brasil, um pequeno compacto de 78 rotações, lançado pela Odeon em 1958, com apenas duas músicas, também estava prestes a criar sua própria revolução
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foto: divulgação
musical: era João Gilberto, que com sua mitológica gravação de “Chega de saudade” dava início à bossa-nova.
Mas foram também anos de clássicos como Crepúsculo dos Deuses, Um Bonde Chamado Desejo, Cantando na Chuva, Luzes da Ribalta, Os Homens Preferem as Loiras, A um Passo da Eternidade,
Na literatura, Russell, Hemingway e Camus recebiam o Prê-
Assim Caminha a Humanidade, A Malvada, A Marca da Maldade,
mio Nobel, enquanto Salinger fazia sucesso entre jovens e
entre tantos outros. Fellini ganhava o primeiro Oscar de
adolescentes com seu Apanhador no campo de centeio e Jack
Melhor Filme Estrangeiro com A Estrada da Vida, enquanto
Kerouac definia a geração beat com On the road, que em
Bergman fazia O Sétimo Selo e Morangos Silvestres. Hitchcock
breve se tornará filme nas mãos de Walter Salles. Enquanto
estava em seu auge, com filmes como Disque M para Matar, O
isso, no Brasil, João Cabral de Melo Neto publicava sua Morte
Homem que Sabia Demais, Um Corpo que Cai e Janela Indiscreta,
e vida severina, Guimarães Rosa ia de Grande Sertão – veredas
enquanto os jovens turcos da Cahiers du Cinéma, seus fãs
e os poetas paulistas Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de
confessos, iniciavam sua revolução da Nouvelle Vague.
Campos lançavam o “Manifesto Concretista”. Por aqui, nosso cinema foi migrando ao longo da década das Já no cinema, pouca coisa mudou de lá pra cá: lutando para
chanchadas de Carnaval Atlântida, Nem Sansão Nem Dalila e Matar
recuperar o público perdido para a recém-surgida TV (que no
ou Correr para obras como Rio 40 Graus e Rio Zona Norte, que
Brasil estreou em 1950, com a extinta TV Tupi), os produtores
pavimentaram o caminho para o Cinema Novo. Apesar disso, o
e diretores buscavam no espetáculo a chave para o sucesso de
espírito paródico e debochado da chanchada – recuperado pos-
público: no lugar de blockbuster, épicos como Os Dez Man-
teriormente pelo Cinema Marginal – não apenas marcou nosso
damentos e Ben-Hur; no lugar dos filmes fantásticos, a ficção
cinema dos anos 50, como se tornou parte indissociável de nossa
científica de O Dia em que a Terra Parou, Guerra dos Mundos, A
cultura. Nesse sentido, a influência dessa década continua pre-
Ameaça Veio do Espaço, O Planeta Proibido e Vampiros de Almas,
sente até hoje, e prova disso teremos ao longo dessa semana de
alimentada pela corrida espacial e a paranoia da Guerra Fria;
filmes, encontros e discussões da 6ª CineOP.
no lugar do Imax, o CinemaScope; e no lugar do 3D... o 3D, que teve justamente nos anos 50 sua chamada “era de ouro”.
Leonardo Mecchi produtor e crítico de cinema
Temática histórica
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o legado da chanchada
por Luís Alberto Rocha Melo
Afinal, o que é uma chanchada? Todos nós temos pelo menos algumas respostas para essa pergunta aparentemente simples. É preciso desconfiar de todas elas. Desnaturalizar a palavra “chanchada” talvez não resulte em uma definição mais precisa de seu significado, mas certamente pode ajudar na compreensão de um período extremamente rico da produção de filmes no Brasil, os anos 1940-50. Por exemplo: em vez de pensarmos em filmes, pensarmos em quem falava sobre os filmes, isto é, nos críticos. Não eram os cineastas quem se autointitulavam chanchadeiros. E quanto trabalho a palavra “chanchada” poupou para a crítica da época!... Na maior parte dos casos, a expressão queria dizer “filme ruim”, “porcaria”, ou qualquer coisa do tipo. Mas não só. Alguns críticos embutiam na palavra “chanchada” outros sentidos: vulgaridade, pornografia. Pedro Lima gostava de elogiar filmes brasileiros que não apresentavam traços de “chanchada”, tais como camisas de malandro, sambas, morros e piadas típicas da Praça Tiradentes. “Chanchada” também queria dizer, para outros críticos da época, antiprofissionalismo, mal-acabamento, ausência de conhecimento da “sintaxe cinematográfica”. Ficou famosa a polêmica entre Moniz Vianna, crítico do Correio da Manhã, e o diretor Luiz
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foto: divulgação
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de Barros, em 1947. O primeiro apelidou o segundo de “cineasno”. Luiz de Barros respondeu à altura: chamou Moniz Vianna de “nazista”. Em Prá lá de Boa (1948), Luiz de Barros criou o personagem de um crítico de cinema gago, de óculos de aros grossos e cachimbo. Era uma caricatura de Moniz Vianna. Nem todos os críticos malhavam a chanchada. Alex Viany enxergou nela traços positivos: a utilização da música popular brasileira, os personagens populares, o coloquialismo e as gírias nos diálogos, um jeito mais “brasileiro” de fazer cinema. Mas concordava com seus colegas quanto ao aspecto mal-ajambrado dos filmes e à suposta “indigência mental” dos diretores. Depois, isso tudo mudou. A chanchada dos anos 1950 acabou no princípio da década seguinte, em parte porque alguns de seus astros migraram para a televisão, em parte porque o estilo dos filmes se tornou desgastado, ou ainda porque os sambas, as marchinhas e a fórmula de encenação dos musicais clássicos de Hollywood, nos quais as chanchadas se inspiravam, não correspondiam mais aos padrões estéticos de uma nova geração de jovens consumidores de cultura. Quando se tornou passado, a palavra “chanchada” adquiriu um outro significado. Foi envolvida por um manto de carinhosa compreensão. Já não queria mais dizer filmes ruins, pornográficos ou vulgares, mas um cinema “autenticamente” popular, brasileiro e nem sempre ingênuo do ponto de vista político. A chanchada foi resgatada até mesmo pelos seus antigos detratores – basta mencionar um filme como Quando o Carnaval Chegar (Carlos Diegues, 1972) – e foi alçada à posição de referência nobre para cineastas de vanguarda – vide O Rei do Baralho (Júlio Bressane, 1973). Grande Otelo, pelo menos desde Macunaíma (Joaquim Pedro de Andrade, 1969), tornou-se um símbolo que conseguia fazer a ponte entre o “antigo” e o “novo” cinema brasileiro. Aliás, a merecida valorização de Grande Otelo indicava um novo olhar sobre a chanchada. Nos foto: divulgação
anos 1950, Otelo era subestimado, enquanto Oscarito era o grande astro da Atlântida. Os anos 1970 inverteram completamente essa situação: ninguém mais se lembrava de
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Oscarito, a não ser cômicos contemporâneos como Renato Aragão e Ronald Golias. Mas esses continuavam a ser furiosamente malhados pela crítica. Institucionalizada a chanchada, o que era um adjetivo desabonador se tornou nome próprio. As comédias musicais – carnavalescas ou não – dos anos 1940-50 e seus realizadores – Luiz de Barros, Watson Macedo, José Carlos Burle, Carlos Manga, Vitor Lima, Eurides Ramos, J. B. Tanko, entre outros – foram aos poucos compreendidos como patrimônios da cultura brasileira. Nem todos esses, é verdade: apenas os que eram estudados, apenas os mais “significativos”, apenas os que sobreviveram ao tempo (com cópias disponíveis). De qualquer forma, o processo de institucionalização não envolvia apenas o elogio a filmes e diretores, mas a preservação de uma determinada ideia de cinema brasileiro: aquele que não incomodava mais ninguém, pois já havia deixado de existir. Em paralelo a esse processo de canonização da chanchada, se processava um outro fenômeno: a transmigração do termo para um outro conjunto de filmes de grande sucesso popular que, exatamente como nos anos 1950, era agora aquele que causava verdadeiro asco na crítica: a pornochanchada. O mesmo processo de domesticação da chanchada nos anos 1970-80 hoje em dia ocorre com a pornochanchada – críticos, estudiosos, pesquisadores, cineastas etc. também nos reportamos a essas comédias eróticas como referências de um cinema brasileiro que passou e que era tão bom. A chanchada dos anos 1940-50 resiste hoje sobretudo como um objeto de estudo de alguns pesquisadores e historiadores do cinema brasileiro. Mas o principal desafio a enfrentar não é mais a legitimação da chanchada como fenômeno social, cultural, artístico e comercial, e sim a necessária revisão crítica dos diversos discursos de legitimação que fizeram da chanchada um termo tão inofensivo. foto: divulgação
Luiz Alberto Rocha Melo cineasta, pesquisador e professor da ufjf
Temática histórica
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Atlântida uma fábrica de sonhos e uma mina de ouro
por João Luiz Vieira
Constituída por assembleia geral em 13 de outubro de 1941, a Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A. foi idealizada por Moacyr Fenelon, Alinor Azevedo, José Carlos e Paulo Burle, Nelson Schultz e Arnaldo de Faria. Em palavras sintonizadas com a ideologia governamental da década anterior, a Atlântida dizia a que vinha, conforme afirmava, sem qualquer sombra de dúvida, o realizador José Carlos Burle, no que parece ter sido um discurso proferido nessa Assembleia Geral da Associação Comercial do Rio de Janeiro, onde os estatutos da empresa foram apresentados e aprovados: ...na hora presente, mais do que qualquer outra instituição, as nações reúnem e exaltam os seus elementos nacionalizantes mais expressivos. Não precisaríamos aqui, numa simples explanação de nossos propósitos, realçar todos os fatores que fazem do cinema um desses fortes elementos. Lembramos, porém, que a arte completa o nível de cultura superior e constitui com a ciência, a política e a religião, todo o patrimônio moral e intelectual de uma época, de um povo. O cinema, arte resultante de todas as artes e com maior poder dentre todas, para objetivar e divulgar, adquiriu métodos próprios de expressão, fez-se arte independente e, por esse grande poder de penetrar e persuadir as mais diversas multidões, tornou-se indústria de vulto universal, órgão essencial de educação coletiva.
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A finalidade da Atlântida é a produção de filmes cinematográficos-documentários, noticiosos, artístico-culturais, de longa e pequena metragem, desenhos animados, dublagem de produções estrangeiras e atividades afins – implantando uma indústria e uma arte de cinema no Brasil. A isso nos propomos levados pelo que vimos nos referindo e pelo grande ideal de levantarmos as paredes dessa grandiosa construção que será o cinema brasileiro, cujos alicerces já estão
foto: divulgação
lançados – o nosso meio social. A criação da Atlântida – Empresa Cinematográfica S.A., de caráter absolutamente brasileiro, é, sem dúvida, o melhor emprego de capital na atualidade e realização das mais necessárias, quando o Brasil, procurando bastar-se a si próprio, vive a fase definitiva de sua emancipação econômica. 1
Temática histórica
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Também tradicionalmente costuma-se, numa visão sempre
Oscarito, Grande Otelo e um elenco em que se destacavam
apressada e simplista, agrupar e “classificar” a produção da
números musicais defendidos pelas irmãs Linda e Dircinha
Atlântida em dois momentos distintos e, aparentemente,
Batista, Emilinha Borba, Marion, Sílvio Caldas, Alvarenga e
inconciliáveis, ou seja, o primeiro, desde a fundação da
Ranchinho, entre vários outros nomes de grande populari-
empresa em 1941 estendendo-se até 1947; e um segundo
dade no rádio.
momento, a partir de 1947, ano que marca uma radical mu-
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dança de poder na empresa, quando ela passa a ter seu con-
Nesses primeiros anos, a ideia de um cinema de estúdio sig-
trole acionário nas mãos do maior exibidor cinematográfico
nificava, na Atlântida, espaços mais ou menos improvisados
do País, o poderoso Luiz Severiano Ribeiro. De acordo com
localizados num barracão situado à Rua Visconde do Rio
as palavras de Burle acima, as “nobres” intenções formula-
Branco, Centro do Rio. A direção da empresa, entretan-
das por esse grupo inicial foram materializadas em projetos
to, localizava-se na sede do Jornal do Brasil, cujo endereço
cinematográficos de viés crítico-social, como Moleque Tião
(Avenida Rio Branco, 51), dono e acionista, o Conde Pereira
(1943), dirigido por Burle e roteirizado por Alinor Azevedo,
Carneiro, imprimiam credibilidade ao projeto. Técnicos da
este o articulador talvez mais comprometido com um cin-
competência de um Edgar Brasil, Cajado Filho e Waldemar
ema de “consciência social”; ou ainda filmes com preten-
Noya foram contratados e a produção se equilibrava entre os
sões artísticas ambiciosas, como É Proibido Sonhar (também
cinejornais, os filmes tidos como “artísticos” e as comédias
de 43), dirigido por Fenelon, e a comédia Romance de um
musicais. Com a entrada de Severiano Ribeiro nesse quadro,
Mordedor (1945), adaptação literária de Galeão Coutinho, di-
em outubro de 1947, assumindo o controle da empresa como
rigida por Burle . Mas esse grupo diretor da Atlântida também
seu principal acionista, esse equilíbrio entre o risco de uma
havia experimentado o sucesso popular da união entre cin-
produção mais ambiciosa e a certeza de retorno financeiro
ema e música popular tão bem conseguido pelas produções
prometido pelas chanchadas vai, de certa forma, continuar,
da Cinédia na década anterior e de realizadores como Wal-
mas com a balança pendendo bem mais para a segurança ga-
lace Downey, além do próprio Fenelon, sempre ligado a
rantida pelas comédias musicais. Afinal, não há com o que se
questões de sonorização e, por isso mesmo, atento ao pa-
surpreender, uma vez que Ribeiro era um capitalista inves-
pel sedutor que a música exercia junto ao público. Portanto,
tidor e o lucro máximo, seu horizonte natural. Ainda assim,
além dessas produções mais artísticas e dos cinejornais pre-
entre retumbantes êxitos de bilheteria, como Carnaval no
sentes desde o início da produção (e pelos quais, além das
Fogo (1949) e Aviso aos Navegantes (1951), ambos de Watson
chanchadas, a marca Atlântida permaneceria para sempre
Macedo, havia espaço para produções como as adaptações
no imaginário dos espectadores), a realização de comédias
literárias Terra Violenta (1948), de Eddie Bernoudy (do livro
musicais também foi experimentada nesses primeiros anos,
de Jorge Amado, Terras do sem fim), Escrava Isaura (1949) de
em títulos às vezes premonitórios e visionários, como Triste-
Eurides Ramos (do original de Bernardo Guimarães) ou o
zas não Pagam Dívidas (1944), sob a direção de Burle, ou Não
pioneiro melodrama racial Também Somos Irmãos (1949), de
Adianta Chorar (1945), de um estreante Watson Macedo, com
José Carlos Burle. Na década de 50, entre chanchadas e co-
médias, incluindo adaptações de peças como O Golpe (1955), Papai Fanfarrão (1956) e Cupim (1959), todas dirigidas por Carlos Manga, há que se destacar, sempre, produções de fôlego como A Sombra da Outra (1950), de Macedo, Areias Ardentes (1951), de J. B. Tanko, o policial com ares de filme
Com muitos cinemas espalhados pelo País, o grupo
noir Amei um Bicheiro (1952), de Jorge Ileli e Paulo Wanderley,
garantiu uma visibilidade
além de uma coprodução com a Alemanha, Paixão nas Selvas
também até então inédita
(1955), dirigida por Franz Eichhorn.
para o filme nacional.
A estratégica entrada de Severiano Ribeiro como sócio majoritário da Atlântida não acontece por acaso e responde, diretamente, a seus interesses como o exibidor (e não produtor) de poder que era. Seus objetivos maiores, associados aos possíveis lucros a serem gerados pela produção de filmes, vinham ao encontro de uma situação que lhe era favorável, filmes brasileiros, o célebre Decreto n. 20.493, de 24 de janeiro de 1946. Tal dispositivo determinava que os cinemas teriam que exibir, anualmente, pelo menos três filmes nacionais. Após o autoritarismo do Estado Novo (1937-1945), o presidente Eurico Gaspar Dutra manteve o interesse es-
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permitida pela obrigatoriedade de reserva de mercado para
tratégico pela atividade cinematográfica inaugurada por Getúlio Vargas. Ribeiro, ao cumprir com total empenho esse decreto, passava a produzir para os seus próprios cinemas, garantindo assim todos os lucros de uma cadeia na qual ele também era o distribuidor. Com a montagem de seu próprio laboratório de revelação, a Cinegráfica São Luiz, uma cacinema brasileiro. Com muitos cinemas espalhados pelo País, o grupo garantiu uma visibilidade também até então inédita para o filme nacional. Objetivando o lucro máximo, os investimentos na produção eram mínimos – agora localizados na Tijuca, na Rua Haddock Lobo –, os “estúdios” eram
Temática histórica
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deia econômica de produção se fechava de forma inédita no
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bem diferentes do que um jovem Carlos Manga, fascinado pelo cinema, sempre imaginou a partir do glamour que ele idealizava e lia sobre a atividade cinematográfica. Dá o que pensar a distância e o significado de afirmações contrastantes em que, de um lado, o patrão Ribeiro afirmava que Oscarito era a sua “mina de ouro” e do outro, a do próprio comediante que, em diversas entrevistas, sempre repetia que “nunca enriqueceu com o cinema”. Equipes reduzidas ao mínimo necessário, atores e atrizes que já deveriam chegar
1
para as filmagens alimentados e vestidos com suas próprias roupas, equipamen-
cente biografia de Luiz Severiano Ribeiro, O rei
tos técnicos reciclados, tudo contribuía para um esquema de produção de baixo
do cinema, de Toninho Vaz (Rio de Janeiro/São
orçamento, rápido e dinâmico. Tal estratégia de produção também tinha eco nas
Paulo: Record, 2008), que traz, em seu caderno
experiências anteriores de Moacyr Fenelon, que abandonou a Atlântida após a en-
iconográfico, uma imagem do original do docu-
trada de Severiano Ribeiro. Já na Sonofilms, nos anos 30, Fenelon era um nome
mento intitulado Estatutos da Atlântida. O pro-
reconhecido no meio exatamente pela habilidade em saber fazer filmes destinados
fessor e pesquisador Máximo Barro esclarece no
ao grande público a partir de estratégias de baixo custo, incluindo aqui esse perfil
livro José Carlos Burle: drama na chanchada (São
posteriormente mantido pela Atlântida, que combinava comédias musicais com
Paulo: Imprensa oficial, 2007) a existência de
adaptações de textos teatrais leves.
dois manifestos – o primeiro, Manifesto de incor-
Conforme transcrito das páginas 122-123 da re-
poração, publicado no Diário Oficial (20/12/1941),
A garantia de exibição – ainda que limitada a três ou quatro títulos por ano, mé-
e um outro texto ampliado e publicado posteri-
dia da produção da Atlântida entre 1947 e 1962 – resolveu, durante pelo menos
ormente como Estatutos da Atlântida (Rio de Ja-
duas décadas, um eterno “calcanhar de Aquiles” da atividade cinematográfica
neiro: Tipografia Mercantil, 1942).
brasileira que se estende até os dias de hoje. A experiência da Atlântida, em termos de pensamento industrial, materializou um conhecimento prático das condições
2
reais e possíveis de um mercado periférico, especialmente se comparadas a outras
Alinor Azevedo não só durante os anos da Atlân-
tentativas de implantação e defesa de um cinema mais sofisticado e ambicioso. A
tida, ver a excelente (e inédita) dissertação de
consciência e demonstração desse conhecimento e dessa prática estão presentes
mestrado de Luís Alberto Rocha Melo, intitulada
tematicamente e de forma reflexiva num filme emblemático de José Carlos Burle,
Argumento e roteiro: o escritor de cinema Alinor
realizado em 1952, chamado Carnaval Atlântida, e onde o próprio Manga dirigiu
Azevedo (Niterói: Iacs/PPGCOM, 2006), 349 p.
números musicais. João Luiz Vieira pesquisador, professor uff e colaborador da temática preservação da cineop
30
Para uma leitura definitiva do papel seminal de
foto: divulgação
Temática histórica
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OS ANOS 50 E SUAS EXTENSÕES
por Cleber Eduardo
Estabelecer marcos históricos no cinema para delimitar periodizações e divisões por décadas é tão problemático quanto necessário. Um determinado período de anos não começa e termina na delimitação proposta. É preciso olhar para trás, para o lado e para a frente, ver os antecedentes e as continuidades nas mudanças. Nada fica e nada muda por completo e de uma vez. Os anos 50, por exemplo. Se a década foi marcada por iniciativas e discussões sobre a industrialização do cinema, sobre modelos de identidades nacionais cinematográficas a serem construídos e sobre o lado nocivo para a cultura brasileira de parte dessas iniciativas, também é importante ressaltar que, nas décadas anteriores, tudo isso já havia sido cultivado. Antes da Atlântida (desde os anos 40) e da Vera Cruz (anos 50), houve a Cinédia, comandada por Adhemar Gonzaga, que, nos anos 30, estabeleceu uma linhagem de filmes cantantes, musicais, carnavalescos, cômicos. Antes da Cinédia, houve o Lulu de Barros de Acabaramse os Otários (1929), houve Coisas Nossas (1931), de Wallace Downey, que semearam caminhos depois prosseguidos por A Voz do Carnaval (1933), de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro, e Alô Alô Carnaval (1936), também de Gonzaga, ambos realizações da Cinédia.
32
Também a Atlântida, quando começaram os anos 50, já tinha duas fases. Uma entre 1941 e 1946, híbrida em si, composta de dramas e comédias, entre a indignação social e o espírito debochado. Outra de 1946 a 1950, assumidamente voltada para a carnavalização e para as paródias. Essa segunda já prefigura a década seguinte. O período social foi aos poucos substituído pelas chanchadas, por conta da penúria financeira. Os ideais de um estúdio voltado para filmes populares e de relevância cultural, base do manifesto de fundação em 1941 por Alinor Azevedo, Moacyr Fenelon, José Carlos Burle foto: divulgação
e Edgar Brasil, haviam mudado de rumo. Não mais filmes como Moleque Tião (1943), de José Carlos Burle, baseado na própria vida de Otelo, e Tristezas Não Pagam Dívidas (1944), de Burle também, que marca a primeira composição de Oscarito e Grande Otelo como dupla.
Temática histórica
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A Cinédia se mexia e reagia, com O Ébrio (1946), de Gilda de
fase Estado Novo, Macedo foi o craque da era Dutra e Manga, o
Abreu, melodrama baseado na canção de Vicente Celestino e
camisa 10 da segunda gestão Vargas, avançando pelo período
protagonizado pelo próprio, o maior êxito da década. O ano
JK. Há mudanças e continuidades nessas passagens. Portan-
de 1946, apenas com hipótese, talvez possa ser um marco
to, se os anos 50 começam a sua gestação nos 40 com Watson
de transição. Marcos precisam de símbolos e paradigmas, de
Macedo como paradigma de transição na Atlântida, o pai fe-
sinais claros de mudanças expressivas. Talvez o sucesso de O
cunda alguns filhos, como Este Mundo É um Pandeiro (1947) e
Ébrio marque o fim dos anos 30/40. A Cinédia abria a déca-
Carnaval no Fogo (1949). A verve paródica, crítica, aparente-
da de 30, com Humberto Mauro de Lábios sem Beijo, e foi a
mente ingênua, é dotada de cinismo e subversão, consciente
principal produtora dos 15 anos da Era Vargas. Entre 1946 e
da colonização pela música e pelo cinema norte-americano,
1950, a década de 50 está em alta gestação, com a Atlântida
pela moda e pelos costumes dos “States”.
sem concorrência. Os governos eleitos de Eurico Gaspar Dutra (1946-50) e Getúlio Vargas (em seu retorno pelo voto, em
É momento no qual o mercado exibidor estava de pernas
1950) deram continuidade e ampliaram a reserva de mercado
abertas para o produto de Hollywood, período de pós-guerra,
para os filmes brasileiros. O exibidor Luis Severiano Ribeiro
de expansão dos tentáculos culturais dos EUA. Não à toa as
Jr. compra a Atlântida e, como dono de um enorme circuito,
reações das comédias cariocas eram imediatas. Saía-se do
cumpre a reserva de mercado com seus próprios filmes, ado-
cinema e já se ia escrever a paródia. Este Mundo é um Pandeiro,
tando a chanchada como seu RG. A elite industrial ítalo-pau-
por exemplo, tem como situação mítica, sempre citada, a
listana varre o provincianismo e veste-se de burguesia cos-
paródia de Oscarito em cima do número sensual de Rita Hay-
mopolita com uma série de iniciativas culturais: as criações
worth em Gilda, de Charles Vidor, que havia sido lançado um
do Masp, do TBC, da Filmoteca Brasileira (depois Cinemate-
ano antes. Isso faz desses filmes crônicas de seus momentos.
ca Brasileira) e da produtora Vera Cruz, com seu modelo de
Mal se ingeriam os filmes made in Hollywood e já se ruminava
cinema popular artístico de padrão técnico pretensamente
para devolver de forma corrompida, expondo o lado “sub” da
internacional. A produção de filmes cresce no fim dos 40, as-
própria chanchada, subversivo e subdesenvolvido. Quando
sim como o circuito exibidor (em torno de 2 mil salas), saindo
começam os 50, a Atlântida tem um star system definido e
de pouco mais de uma dezena de filmes por ano para quase 30
uma dupla de estrelas sem concorrentes, Oscarito e Otelo,
na virada da década. O preço do ingresso de cinema no Brasil
que haviam atuado em parceria em sete filmes nos anos 40.
era um dos mais baixos do mundo. O começo dos 50, do novo GV, começa mal. O Brasil perde a
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Se Dutra faz a transição entre o primeiro e segundo governo
Copa em casa para os uruguaios. Ressaca. Chora-se ao som
de Getúlio, Watson Macedo faz entre a primeira e a segunda
de Francisco Alves. A chanchada reage. E ri das nossas der-
fase da Atlântida, entre os fundadores com preocupações so-
rotas e de nossas infrações. Povo torto, instituições idem,
ciais e o empresário de olho no borderô (Severiano Ribeiro Jr.)
nada a fazer. Na Atlântida, Watson Macedo pede as contas
– entre Burle e Manga, em última instância. Burle começou na
de realizar dois musicais, Aviso aos Navegantes (1950) e Aí
Vem o Barão (1951), consolidação da dupla Grande Otelo e Oscarito. Burle também parte para outra depois de realizar três filmes importantes. No fim dos 40, realizou dois com espírito do manifesto de fundação do estúdio, Luz dos Meus Olhos, melodrama que marca a estreia de Cacilda Becker no cinema, e Também Somos Irmãos (1949), denúncia social sobre o preconceito racial no País. Os dois filmes tinham Grande Otelo no elenco. Em 1952, com Carnaval Atlântida, faz autorreflexão: uma comédia metalinguística sobre a impossibilidade de imitar o padrão estrangeiro de cinema. O jeito então é esculhambar com os modelos e fazer diferente, do jeito que dá,matriz de todo um discurso de Rogerio Sganzerla no fim dos 60. Do lado contrário da hoje rodovia Dutra, a Vera Cruz baseava-se na italiana Cinneci-
De formas distintas, todos querem dinheiro como finalidade, uns de olho na técnica e no
tá e em outros estúdios europeus para investir em filmes de paisagem brasileira e
bom gosto, outros
olhar impessoal. Os ataques críticos na direção dos estúdios miravam nessa distância
na agressão ao
dos filmes ali produzidos em relação às coisas nossas. Cardápio de raízes populares era oferecido (de O Cangaceiro, de Lima Barreto, sucesso em Cannes em 1952, a Tico Tico no Fubá (1952), de Adolfo Celi, baseado na vida de Zequinha de Abreu), mas a questão estava menos no tema e mais no tipo de enfoque. Nos congressos de cinema, atacava-se o nível das chanchadas e o modelo estrangeiro da Vera Cruz, reivindican-
gosto e na sabotagem dos modelos referenciado...
do-se um cinema mais brasileiro e de maior qualidade artística. No rádio, Emilinha Borba reinava. No cinema, a rainha era Eliane Lage, a estrela de Caiçara (1950), de Celi, e Ângela (1951), de Tom Payne, ambos do estúdio paulista. De formas distintas, todos querem dinheiro como finalidade, uns de olho na técnica e no bom gosto, outros na agressão ao gosto e na sabotagem dos modelos referenciados (e não reverenciados). Macedo faz dois sucessos em 1954, O Petróleo é Nosso e Carnaval em Marte, enquanto Burle é bem-sucedido com Depois Eu Conto (1956). Na Atlântida, Manga prossegue com sua carreira, emendando alguns dos melhores filmes da década, como Matar ou Correr (1954), Nem Sansão Nem Dalila (1955), O Homem do Sputnik (1959), Este Milhão é Meu (1959), Pintando o Sete (1959) e Os Dois Ladrões (1960). Ainda no fim da década, o gênero era matriz ou referência para iniciantes da direção, como foi para galã da Atlântida e da Vera Cruz, Anselmo Duarte, com Absolutamente Certo (1957), uma chanchada já olhando para fora do repertório da chanchada. Também o jovem Roberto Farias estreia com olhos na tradição da Atlântida em Rico Ri à Toa (1957).
Temática histórica
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A segunda metade da década, a da gestão Juscelino Kubitschek, contém algumas transições. Podemos em parte ver no caminho solitário de Walter Hugo Khouri, desde seu começo no início dos anos 50, uma proposição isolada de um universos muito autoral, sem o humor das chanchadas e as reivindicações sociais dos cineastas independentes. Essa proposição será menos deslocada nos anos 60, mesmo se mantendo solitária em seus caminhos, única, mas ao menos mais respeitada no desenrolar de sua filmografia. A passagem dos 50 para os 60 começa a ser prefigurada, também, por Alex Viany em Agulha no Palheiro (1953) e Nelson Pereira dos Santos em Rio 40 Graus (1955). Sem romper inteiramente com esse humor carioca já arraigado das chanchadas, os dois aproximam-se de um realismo tropical que, à frente, iria ser farol para o Cinema Novo. Também há uma inquietação no documentário brasileiro no fim da década, com a aparição de filmes como Aruanda, de Linduarte Noronha, e Arraial do Cabo (1959), de Paulo Cesar Saraceni e Mario Carneiro, colocando a encenação, o registro, o comentário e a observação poética como um dos possíveis caminhos adiante. E houve tantos outros filmes não citados, como Barnabé Tu És Meu (Burle), Tudo Azul (Fenelon), Simão, o Caolho (Cavalcanti), Sinfonia Amazônica (Anélio Latini Filho), Rio Zona Norte (Nelson Pereira dos Santos), Ravina (Rubem Biáfora), tão distintos e tão complementares. Houve ainda outros, muitos nunca vistos (e nunca mais possíveis de se ver em muitos casos). Uma periodização contém movimentos, delimitações e relativizações, recortes e dialética, com o ano zero de uma década podendo começar cinco anos antes e acabar cinco anos depois, com Khoury, Burle, Macedo, Manga, Humberto Mauro, Nelson Pereira e Lima Barreto a conviver em mesmo espaço e tempo histórico, mas com disposições e práticas tão pouco aproximáveis a uma primeira vista. Nessa heterogeneidade, a chanchada se impôs, pela Atlântida, como a vertente mais popular dos anos 50. Desde a segunda metade dos 40. Cleber Eduardo professor, crítico de cinema e colaborador da Temática Histórica da CineOP
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foto: divulgação
Temática histórica
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A PRODUÇÃO DO CINEMA BRASILEIRO NOS ANOS 50 Anos 50. No cinema, a década se manifestou de diferentes for-
cada um deles com seus mundos cinematográficos, não se pode
mas: além das chanchadas da Atlântida, houve as produções
deixar de lembrar dos realizadores mais profícuos do período,
independentes com ambições realistas e sociais, os dramas “re-
como Eurides Ramos (16 filmes), Luiz de Barros (15) e Watson
levantes” da Vera Cruz e o sucesso internacional de O Canga-
Macedo (15 filmes), seguidos de Carlos Manga, Vitor Lima, José
ceiro (1952), de Lima Barreto, produzido pelo estúdio paulista.
Carlos Burle e J. B. Tanko.
O recorte proposto pela CineOP para retomarmos os anos 50,
Segundo a pesquisa de Antônio Leão da Silva Neto, foram rea-
obviamente, é bastante específico e não dá conta da riqueza
lizados 335 longas-metragens na década, três vezes mais que
da década. Optamos por enfocar as produções pelo prisma das
nos anos 40, quase o dobro dos 20, tendo os anos de 1957, 1958
chanchadas, em especial as da Atlântida, mas que diante de ou-
e 1959 como os mais produtivos, com uma variação de 41 a 43
tras tantas e diferentes propostas na década não podem ser to-
longas-metragens. Nos últimos três anos, a produção brasileira
madas como síntese – somente como conjunto expressivo den-
tem superado essa marca, com mais de 60 filmes por ano.
tro de um universo mais amplo. Se dentro de uma perspectiva estética e histórica costuma-se destacar os nomes de Moacyr Fenelon, Nelson Pereira dos Santos, Jorge Ileli, Roberto Santos, Alex Viany, Lima Barreto, Alberto Cvalcanti, Walter Hugo Khoury e Carlos Hugo Christensen,
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1950 »» Aguenta Firme, Isidoro, de Luiz de Barros (pr Adhemar Gonzaga, RJ)
»» Areias Ardentes, de J. B. Tanko (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ)
»» Aviso aos Navegantes, de Watson Macedo
»» Barnabé Tu És Meu, de José Carlos Burle (cpr Atlântida Cine-
»» Um Beijo Roubado, de Leo Marten (pr Adhemar Gonzaga, RJ)
matográfica, RJ)
»» Caiçara, de Adolfo Celi (pr Alberto Cavalcanti, SP)
»» A Beleza do Diabo, de Romain Lesage (cpr Meldy Filmes, RJ)
»» Caraca, Porta do Céu, de Teodor Lutz (pr José W Carsalade, MG)
»» Brasil Desconhecido, de João Beck (pr Paulo M. Burle, RJ)
»» Copa do Mundo de 1950, de Milton Rodrigues (pr Mario Filho, RJ)
»» Cascalho, de Léo Marten (pr Cláudio Gomes, RJ)
»» Écharpe de Seda, de Gino Talamo (pr Henrique Ferrari, RJ)
»» Colar de Coral, de Léo Ivanov (cpr Cine Filmes, SP)
»» Estrela da Manhã, de Jonald (pr Afonso Campiglia, RJ)
»» O Comprador de Fazendas, de Alberto Pieralisi (pr Mário Civelli, SP)
»» O Falso Detetive, de José Cajado Filho (pr Moacir Fenelon, RJ)
»» Coração Materno, de Gilda de Abreu (pr Afonso Campiglia, RJ)
»» O Guarani, de Ricardo Preva
»» Corações na Sombra, de Guido Lazzarini (cpr Piratininga Filmes, SP)
»» A Inconveniência de Ser Esposa, de Samuel Markenzon (pr Moacir
»» Dentro da Vida, de Jonald (pr Rubem Tramonti, RJ)
Fenelon, RJ)
»» Garota Mineira, de João H. Leopoldo (pr Bóris Youskevitch, MG)
»» Katucha, de Paulo Machado (pr George Jiri Dusek)
»» Hóspede de uma Noite, de Ugo Lombardi (pr Ugo Lombardi, RJ)
»» Lampião, o Rei do Cangaço, de Fouaud Anderaos (SP)
»» Liana, a Pecadora, de Antônio Tibiriça (pr Gilberto Rossi e Antônio
»» Loucos por Música, de Monteiro Guimarães – pseudônimo de Adhemar Gonzaga
Tibiriça, SP) »» Maior que o Ódio, de José Carlos Burle (cpr Atlântida Cinematográfia, RJ)
»» Mundo Estranho, de Francisco Eichorn (pr Oscar Bayer)
»» Maria da Praia, de Paulo Vanderley (pr Hermán Maldonado, RJ)
»» Não É Nada Disso, de José Carlos Burle (pr Atlântida, RJ)
»» Meu Dia Chegará, de Gino Talamo (pr Henrique Ferrari, RJ)
»» Noivo da Minha Mulher, de Ferrucio Cerio (pr Andrea de Robilant, RJ)
»» Milagre de Amor, de Moacyr Fenelon (pr Rubens Berardo e Moacyr
»» O Pecado de Nina, de Eurides Ramos (pr Alipio Ramos, RJ)
Fenelon, RJ)
»» Quando a Noite Acaba, de Fernando de Barros (pr Roberto Acacio, RJ)
»» Minha Vida no Sertão, de William Gericke (pr Genil Vasconcelos, RJ)
»» A Serra da Aventura, de Miguel Marracini (RJ)
»» Nos Sertões do Amazonas, de Genil Vasconcelos (pr Genil Vasconcelos, RJ)
»» Sertão, de Silvio Fonseca (pr Genil Vasconcelos, RJ)
»» Presença de Anita, de Rugero Jacobbi (pr Mário Civelli, SP)
»» Somos Dois, de Milton Rodrigues (pr Ary Cataldi)
»» Suzana e o Presidente, de Rugero Jacobbi (pr Mário Civelli, SP)
»» A Vida É uma Gargalhada, de Mario Santos (pr Isaac Saindemberg, SP)
»» Terra É Sempre Terra, de Tom Payne (pr Alberto Cavalcanti, SP)
1951 »» Aí Vem o Barão, de Watson Macedo (pr Décio Alves tinoco, RJ) »» Alameda da Saudade, 113, de Carlos Ortiz (pr Ortiz Monteiro, SP) »» Ângela, de Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne (pr Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne, SP) »» Anjo do Lodo, de Luiz de Barros (pr Adhemar Gonzaga, RJ)
Temática histórica
»» Tocaia, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ) »» Tudo Azul, de Moacyr Fenelon (pr Moacyr Fenelon e Rubens Berardo, RJ) »» Vento Norte, de Salomão Scliar (pr Adel Carvalho e Salomão Scliar, RS)
1952 »» Agulha no Palheiro, de Alex Vianny (pr Moacyr Fenelon, RJ) »» Amazônia Indomável, de Julian Lesser (cpr Thalia Filmes, RJ)
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»» Amei um Bicheiro, de Jorge Ileli e Paulo Vanderley (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ) »» Appassionata, de Fernando de Barros (pr Fernando de Barros, SP) »» Areão, de Camillo Mastrocinque (pr Vittorio Cusani, SP) »» Uma Aventura no Rio, de Alberto Gout (pr Pedro Calderon, RJ)
matográfica, RJ) »» Veneno, de Gianni Pons (cpr Companhia Cinematográfica Vera Cruz, SP)
»» Brumas da Vida, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ)
1953
»» O Canto da Saudade, de Humberto Mauro (pr Humberto Mauro, MG)
»» Balança Mas Não Cai, de Paulo Vanderley (pr Afonso Campiglia, RJ)
»» Carnaval Atlântida, de José Carlos Burle (cpr Atlântida Cine-
»» Cais do Vício, de Francisco José Pereira (cpr Guaira Filmes, SP)
matográfica, RJ) »» A Carne, de Guido Lazzarini (pr Mário del Rio, SP)
»» O Cangaceiro, de Lima Barreto (cpr Companhia Cinematográfica Vera Cruz, SP)
»» Com o Diabo no Corpo, de Mário del Rio (pr Moacyr Fenelon, RJ)
»» Carnaval em Caxias, de Paulo Vanderley (pr Jorge Ileli, RJ)
»» Conflito, de Guido Padovani (cpr Oceania Filmes, SP)
»» A Carne é o Diabo, de Plínio Campos (cpr Atlântida Cinematográ-
»» Custa Pouco a Felicidade, de Geraldo Vietri (pr Sérgio Azário, SP)
fica, RJ)
»» Destino, de Samuel Markenson (pr Andréa di Robilant, RJ)
»» Destino em Apuros, de Ernesto Remani (pr Mário Civelli, SP)
»» É Fogo na Roupa!..., de Watson Macedo (pr Watson Macedo, RJ)
»» Dupla do Barulho, de Carlos Manga (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ)
»» Era uma Vez um Vagabundo, de Luiz de Barros (pr Victor Marques
»» É Prá Casar?, de Luiz de Barros (pr Luiz de Barros, RJ)
de Oliveira, RJ) »» Força do Amor, de Eurídes Ramos (pr Alípio Ramos, RJ)
»» Esquina da Ilusão, de Ruggero Jacobbi (cpr Companhia Cinematográfica Vera Cruz, SP)
»» João Gangorra, de Alberto Pieralisi (pr Alberto Pieralisi, SP)
»» Está Com Tudo, de Luiz de Barros (pr Conceição D. Oliveira, RJ)
»» Meu Destino é Pecar, de Manoel Peluffo (pr Mário Civelli, SP)
»» Família Lero-Lero, de Alberto Pieralisi (cpr Companhia Cine-
»» Modelo 19, de Armando Couto (pr Mário Civelli, SP)
matográfica Vera Cruz, SP)
»» Mulher do Diabo, de Milo Harbich (pr Pietro Lanzilotti, RJ)
»» Fatalidade, de Jacques Maret (pr Mário Civelli, SP)
»» Noivas do Mal, de George Dusek (pr George Dusek, RJ)
»» O Homem dos Papagaios, de Armando Couto (pr Mário Civelli, SP)
»» Pecadora Imaculada, de Rafael Mancini (pr Mário Sombra e Rafael
»» Luz Apagada, de Carlos Thiré (cpr Companhia Cinematográfica
Mancini, RJ)
Vera Cruz, SP)
»» O Preço de um Desejo, de Aluísio T. Carvalho (pr George Dusek, RJ)
»» Luzes na Sombras, de Carlos Ortiz (pr Heládio Fagundes, RJ)
»» O Rei do Samba, de Luiz de Barros (pr Carmen Santos, RJ)
»» Magia Verde, de Gian Gaspare Napolitano (pr Leonardo Bonzi, SP)
»» Sai da Frente, de Abílio Pereira de Almeida (pr Abílio Pereira de
»» Nadando em Dinheiro, de Abílio Pereira de Almeida e Carlos Thiré
Almeida, SP)
(Companhia Cinematográfica Vera Cruz, SP)
»» Simão, o Caolho, de Alberto Cavalcanti (pr Alfredo Palácios, SP)
»» Perdidos de Amor, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ)
»» Sinfonia Amazônica, de Anélio Latini Filho (pr Anélio Latini Filho, RJ)
»» Uma Pulga na Balança, de Luciano Salce (pr Companhia Cine-
»» Tico-Tico no Fubá, de Adolfo Celi (pr Fernando de Barros e Adolfo Celi, SP) »» O Tigre, de João Lopes (pr Domingos Fiorenza, SP)
40
»» Os Três Vagabundos, de José Carlos Burle (cpr Atlântida Cine-
matográfica Vera Cruz, SP) »» O Saci, de Rodolfo Nanni (pr Artur Neves, SP)
»» Santa de um Louco, de George Dusek (pr George Dusek, RJ) »» Sinhá Moça, de Tom Payne (pr Edgar Batista Pereira, SP) »» Os Três Recrutas, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ) »» Uma Vida para Dois, de Armando Miranda (pr Mário Civelli, SP)
1954 »» Almas em Conflito, de Rafael Mancini (pr Mário Sombra, RJ) »» O Americano, de William Castle (pr Roberto Stilmann, SP)
»» Nem Sansão Nem Dalila, de Carlos Manga (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ) »» A Outra Face do Homem, de J.B. Tanko (cpr Atlântida Cinematográfica e Multifilmes, RJ e SP) »» Paixão Tempestuosa, de Antônio Tibiriçá (pr Antônio Tibiriçá, SP) »» O Petróleo É Nosso, de Watson Macedo (pr Watson Macedo, RJ) »» O Poder da Fé em Tambaú, de Alexandre Wulfes (pr Alexandre Wulfes, SP)
»» Angu de Caroço, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ)
»» A Queridinha do meu Bairro, de Felipe Ricci (pr José Pinto Filho, SP)
»» Candinho, de Abílio Pereira de Almeida (cpr Companhia Cin-
»» Rua sem Sol, de Alex Vianny (pr Mário del Rio, RJ)
ematográfica Vera Cruz, SP) »» O Canto do Mar, de Alberto Cavalcanti (pr Alberto Cavalcanti, SP)
»» São Paulo em Festa, de Lima Barreto (pr Ralpho da Cunha Mattos e Lores Cavazzini, SP)
»» O Canto dos Rios, de Ruy Santos (pr Joris Yvens, RJ)
»» A Sogra, de Armando Couto (pr Mário Civelli, SP)
»» Capricho de Amor, de Hermógenes Rangel (pr Hermógenes Rangel, SP)
»» Sós e Abandonados, de Fernando Gardel Filho (pr Cacilda Pulino
»» Chamas no Cafezal, de José Carlos Burle (pr Mário Civelli, SP)
Gardel, SP)
»» O Circo Chegou à Cidade, de Alberto Severi (pr Primo Carbonari, SP)
»» Toda a Vida em Quinze Minutos, de Pereira Dias (pr Hélio Ribeiro, RJ e SP)
»» O Craque, de José Carlos Burle (pr Mário Civelli, SP)
»» Os Três Garimpeiros, de Gianni Pons (pr Gianni Pons, SP)
»» Da Terra Nasce o Ódio, de Antoninho Hossri (pr Jaime e Julio Nori, SP)
1955
»» Dúvida, de Wladimir Lundgren (cpr Guaira Filmes, SP)
»» A Um Passo da Glória, de José Pinto Filho (pr José Pinto Filho, SP)
»» É Proibido Beijar, de Ugo Lombardi (cpr Companhia Cinematográ-
»» Agosto 13, Sexta-Feira, de Camilo Tebaldi (pr Manoel Tomazoni, RS)
fica Vera Cruz, SP) »» Floradas na Serra, de Luciano Salce (cpr Companhia Cinematográfica Vera Cruz, SP) »» O Gigante de Pedra, de Walter Hugo Khouri (pr Emílio Cantini, SP) »» Guerra ao Samba, de Carlos Manga (pr Guido Martinelli, RJ) »» Malandros em Quarta Dimensão, de Luiz de Barros (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ) »» Marujo por Acaso, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ) »» Matar ou Correr, de Carlos Manga (pr Guido Martinelli, RJ)
»» Aí Vem o General, de Alberto Attili (pr José Broder, SP) »» Armas da Vingança, de Alberto Severi e Carlos Coimbra (pr José Antônio Orsini, SP) »» Carnaval em Lá Maior, de Adhemar Gonzaga (pr Mário Audrá Júnior, SP) »» Carnaval em Marte, de Watson Macedo (pr Watson Macedo, RJ) »» A Carrocinha, de Augusto Martins Pereira (pr Jaime Prades, SP) »» Chico Viola Não Morreu, de Román Vañoly Barreto (pr Eduardo Devoto, RJ)
»» Mulher de Verdade, de Alberto Cavalcanti (pr Alberto Cavalcanti, SP)
»» O Diamante, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ)
»» Na Senda do Crime, de Flamínio Bollini (cpr Companhia Cine-
»» Entre Dois Amores, de Fernando Picoral (cpr Farrapos Filmes, RS)
matográfica Vera Cruz, SP)
Temática histórica
»» Eva do Brasil, de Pierre Caron (pr Berliet Júnior e Pierre Caron, SP)
41
»» O Feijão É Nosso, de Victor Lima (pr Alípio Ramos, RJ)
»» Fuzileiro do Amor, de Eurídes Ramos (pr Osvaldo Massaini, RJ e SP)
»» Feitiço do Amazonas, de Zigmunt Sulistrowski (pr Vincent Beijtman, RJ)
»» Gato de Madame, de Agostinho Martins Pereira (pr Galileu Garcia, SP)
»» Genival É de Morte, de Aluízio T. Carvalho (pr Ronaldo Lupo, RJ)
»» Getúlio: Glória e Drama de um Povo, de Alfredo Palácios (pr
»» O Golpe, de Carlos Manga (pr Oscarito, RJ) »» O Grande Pintor, de Victor Lima (pr Alípio Ramos, RJ) »» Kalapalo, de William Gericke (cpr Musa Filmes, SP) »» Mãos Sangrentas, de Carlos Hugo Christensen, (pr Roberto Acácio, SP e RJ) »» Não Matarás, de Luís Freitas Júnior (pr Lorenzo Serrano, SP) »» A Noiva do Rio, de Kioji Suzuki (cpr Shintoho Films, RJ) »» Paixão nas Selvas, de Francisco Eichhorn (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ) »» O Primo do Cangaceiro, de Mário Brasini (pr Mário del Rio, RJ) »» O Rei do Movimento, de Victor Lima (pr Alípio Ramos, RJ)
Jorge Alves de Lima e Geraldo Junqueira de Oliveira, SP) »» A Lei do Sertão, de Antoninho Hossri (pr Walter Paulo Vieira, SP) »» Leonora dos Sete Mares, de Carlos Hugo Christensen (pr Roberto Acácio, SP e RJ) »» O Negócio Foi Assim, de Luiz de Barros (pr Victor Guilherme de Barros e Luiz de Barros, RJ) »» Papai Fanfarrão, de Carlos Manga (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ) »» A Pensão da Dona Estela, de Alfredo Palácios e Ferenc Fekete (pr Alfredo Palácios e Andras Kalman, SP)
»» Remissão, de José Picoral (cpr Farrapo Filmes, RS)
»» Quem Matou Anabela?, de D. A. Hamza (pr Alfredo Palácios, SP)
»» Rio, 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos (pr Nelson Pereira dos
»» Quem Sabe... Sabe!, de Luiz de Barros (pr Oswaldo Sampaio, RJ e SP)
Santos e Ciro Freire Curi, RJ) »» Samba Fantástico, de Jean Manzon e René Persin (pr Jean Manzon, RJ)
»» Rosas no Céu, Milagres na Terra, de Alberto Pieralisi (cpr Eldorado Filmes, SP)
»» Sinfonia Carioca, de Watson Macedo (pr Watson Macedo, RJ)
»» Sai de Baixo, de J.B. Tanko (pr Herbert Richers, RJ)
»» Tira a Mão Daí, de Ruy Costa (pr Murilo Lopes, RJ)
»» Sob o Céu da Bahia, de Ernesto Remaini (cpr Corona Filmes e
»» Trabalhou Bem, Genival, de Luiz de Barros (pr Ronaldo Lupo, RJ) »» Tragado Pela Amazônia, de Genil Vasconcelos (pr Rodrigo Sorrentino e Genil Vasconcelos, RJ)
1956
Cirrus Filmes, SP) »» O Sobrado, de Walter George Durst e Cassiano Gabus Mendes (pr Abílio Pereira de Almeida, SP) »» S.O.S. Noronha, de George Rouquier (pr Antônio Monteverde, RJ) »» Terra sem Justiça, de Moacir de Almeida Ramos (cpr Estrela do Mar, SP)
»» Boca de Ouro, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ)
»» Vamos com Calma, de Carlos Manga (pr Guido Martinelli, RJ)
»» Colégio de Brotos, de Carlos Manga (pr Guido Martinelli, RJ)
»» A Virgem Aparecida É Milagrosa, de Alexandre Wulfes (cpr
»» Com Água na Boca, de J. B. Tanko (pr Herbert Richers, RJ) »» Depois Eu Conto, de José Carlos Burle (pr Watson Macedo, José Carlos Burle, Osvaldo Massaini e Anselmo Duarte, RJ)
FAN Filmes, RJ)
1957
»» A Estrada, de Oswaldo Sampaio (pr Pedro Moacyr Peixoto, SP)
»» Absolutamente Certo, de Anselmo Duarte (pr Oswaldo Massaini, SP)
»» Fernão Dias, de Alfredo Roberto Alves (pr Alfredo Roberto Alves, SP)
»» Além do Rio das Mortes, de Duílio Mastroianni (pr Duílio Mas-
»» Fugitivos da Vida, de Mássimo Sperandeo (pr Jaime Nori, SP)
42
Alfredo Palácios, SP) »» Kirongozi, Mestre Caçador, de Geraldo Junqueira de Oliveira (pr
troianni, RJ)
»» Arara Vermelha, de Tom Payne (pr Fernando de Barros, SP) »» O Barbeiro que se Vira, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ)
»» Osso, Amor e Papagaios, de Carlos Alberto de Souza Barros e César Mêmolo Júnior (pr Abílio Pereira de Almeida, SP)
»» A Baronesa Transviada, de Watson Macedo (pr Watson Macedo, RJ)
»» Paixão de Bruto, de João Lopes (pr João Sábio Gonzalez, SP)
»» Brasiliana, de Helmut Wiesler (pr Amadeu Steinhauser, RS)
»» O Pirata do Outro Mundo, de Luiz de Barros (pr Luiz de Barros, RJ)
»» Canjerê, de Victor Diniz Neto e Iolandino Maia (cpr Luso Filmes, RJ)
»» O Preço da Ilusão, de Nilton Nascimento (pr Nilton Nascimento e
»» Casei-me com um Xavante, de Alfredo Palácios (pr Mário Marinho, SP)
Armando Carreirão, SC)
»» Uma Certa Lucrécia, de Fernando de Barros (pr Osvaldo Massaini, SP)
»» Rico Ri à Toa, de Roberto Farias (pr Murilo Seabra e Roberto Farias, RJ)
»» Com a Mão na Massa, de Luiz de Barros (pr Paulo Sá Pinto, RJ)
»» Rio Fantasia, de Watson Macedo (pr Watson Macedo e Roberto
»» Com Jeito Vai, de J.B. Tanko (pr Osvaldo Massaini e Herbert Richers, RJ) »» Craveiro Lopes do Brasil, de Eurico Richers (cpr Produções Cinematográficas Herbert Richers, RJ) »» Curucu, o Terror do Amazonas, de Curt Siodmak (pr Richard Kay, SP) »» De Pernas pro Ar, de Victor Lima (pr Osvaldo Massaini, RJ) »» De Vento em Popa, de Carlos Manga (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ)
Acácio, RJ) »» Rio, Zona Norte, de Nelson Pereira dos Santos (pr Nelson Pereira dos Santos, Ciro Freire Curi e Roberto Santos, RJ) »» Rosa dos Ventos, de Alex Vianny (pr Jovis Yvens, SP) »» O Samba na Vila, de Luiz de Barros (pr Luiz de Barros e Paulo Sá Pinto, RJ) »» Santa Maria da Vila Amazônia, de Silvino Santos (pr Agesilau Araújo, AM) »» Tem Boi na Linha, de Aluízio T. Carvalkho (pr Ronaldo Lupo, RJ)
»» Dioguinho, de Carlos Coimbra (pr Michel Lebedka, SP)
»» Treze Cadeiras, de Francisco Eichhorn (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ)
»» A Doutora é Muito Viva, de Ferenc Fekete (pr Carlos Szili, SP)
»» Tudo é Música, de Luiz de Barros (pr Paulo Sá Pinto e Luiz de Barros, RJ)
»» Garotas e Samba, de Carlos Manga (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ) »» O Grande Desconhecido, de Mário Civelli (pr Alfredo Palácios e Mário Civelli, SP) »» Hoje o Galo Sou Eu, de Aluízio T. Carvalho (pr L. Lupovici, RJ)
1958 »» Aguenta o Rojão, de Watson Macedo (pr Watson Macedo e Lívio Bruni, RJ)
»» Homens sem Paz, de Lorenzo Serrano (pr Lorenzo Serrano, SP)
»» Alegria de Viver, de Watson Macedo (pr Watson Macedo, RJ)
»» A Lei dos Fortes, de Júlio Robaccio (pr Moacir Ramos e Júlio Ro-
»» O Batedor de Carteiras, de Aluízio T. Carvalho (pr Lívio Bruni, RJ)
baccio, SP) »» Madrugada de Sangue, de Maurício de Barros (pr Maurício de Barros, SP) »» Maluco por Mulher, de Aluízio R. Carvalho (pr John Edward Borring, RJ) »» Mar sem Fim, de Graça Mello e Marcos Merguliés (pr Hugo Schlesinger, SP) »» Metido a Bacana, de J.B. Tako (pr Osvaldo Massaini e Herbert Richers, RJ) »» Na Corda Bamba, de Eurides Ramos (pr Osvaldo Massaini, RJ) »» O Noivo da Girafa, de Victor Lima (pr Osvaldo Massaini, RJ)
Temática histórica
»» Cala a Boca Etelvina, de Eurides Ramos (pr Osvaldo Massaini, RJ) »» O Camelô da Rua Larga, de Eurides Ramos (pr Osvaldo Massaini e Alípio Ramos, RJ) »» O Cantor e o Milionário, de José Carlos Burle (pr Lívio Bruni, SP) »» O Capanga, de Alberto Severi (pr José Antônio Orsini, SP) »» Cara de Fogo, de Galileu Garcia (pr Alfredo Palácios, SP) »» Cavalgada da Esperança, de Heládio Fagundes (pr Heládio Fagundes, SP) »» Chico Fumaça, de Victor Lima (pr Osvaldo Massaini, RJ e SP)
43
»» Chofer de Praça, de Milton Amaral (pr Amácio Mazzaropi, SP) »» Contrabando, de Eduardo Llorente (pr Alcebíades Ghiu, RJ)
Pereira (pr Abílio Pereira de Almeida, SP)
»» É a Maior, de Carlos Manga (pr Guido Martinelli, RJ)
»» Redenção, de Roberto Pires (pr Hélio Moreno Lima, BA)
»» É de Chuá!, de Victor Lima (pr Osvaldo Massaini, RJ)
»» Sangue, Amor e Neve, de Jerônimo Geberlotti (pr Jerônimo
»» E o Bicho Não Deu, de J. B. Tanko (pr Arnaldo Zonari, RJ) »» E o Espetáculo Continua, de José Cajado Filho (pr Guido Martinelli e Carlos Manga, RJ) »» Éramos Irmãos, de Renato Ferreira (pr Renato Ferreira, SP) »» Escravo do Amor das Amazonas, de Curt Siodmak (cpr Internacional Filmes e Universal Pictures, SP) »» Esse Milhão é Meu, de Carlos Manga (pr Guido Martinelli, RJ) »» Estranho Encontro, de Walter Hugo Khouri (pr Abílio Pereira de Almeida, SP) »» O Grande Momento, de Roberto Santos (pr Nelson Pereira dos Santos, Mário Marinho e Roberto Santos, SP) »» A Grande Vedete, de Watson Macedo (pr Watson Macedo, RJ)
Geberlotti, RJ) »» Se a Cidade Contasse..., de Tito Batini (pr Ângelo Decanio e Tito Batini, SP) »» Sherlock de Araque, de Victor Lima (cpr Produções Cinematográficas Herbert Richers, RJ) »» A Sina do Aventureiro, de José Mojica Marins (pr Augusto Pereira de Cervantes, SP) »» Traficantes do Crime, de Mário Latini (pr Mario Latini e Hélio Coelho, RJ) »» Vou te Contá, de Alfredo Palácios (pr Mário Marinho e Alfredo Palácios, SP)
»» Horizontes da Fé, de Nilton Nascimento (pr Nilton Nascimento, RS)
1959
»» João Negrinho, de Oswaldo Censoni (pr Dito Gainelli, SP)
»» Aí Vem a Alegria, de Cajado Filho (cpr Atlântida Cinematográfica, RJ)
»» Meus Amores no Rio, de Carlos Hugo Christensen (pr Carlos Man-
»» Aí Vêm os Cadetes, de Luiz de Barros (pr Primo Carbonari e Afonso
zano e Carlos Hugo Christensen, SP) »» Minha Sogra é da Polícia, de Aluízio T. Carvalho (pr Lívio Bruni e Aluízio T. Carvalho, RJ) »» A Mulher de Fogo, de Tito Davinson e Osvaldo Louzada (pr Roberto Acácio, RJ)
Cavalcante, SP) »» O Café, de Geraldo J. Oliveira (pr Osvaldo Galembeck, SP) »» Um Caso de Polícia, de Carla Civelli (pr Carla Civelli, Glauce Rocha, Inor Ramos e Giuseppe Baldacconi, RJ) »» Chão Bruto, de Dionísio Azevedo (pr Dilo Gianneli, SP)
»» No Mundo da Lua, de Roberto Farias (pr Murilo Seabra, RJ)
»» Cinema, que Confusão, de Sérgio Sckera (RJ)
»» Nobreza Gaúcha, de Rafael Macini (pr Mário Sombra e Rafael
»» Comendo de Colher, de Alcebíades Ghiun (pr Alcebíades Ghiun, RJ)
Macini, RJ) »» Paixão de Gaúcho, de Walter George Durst (pr Abílio Pereira de Almeida, SP)
»» Crepúsculo de Ódios, de Carlos Coimbra (cpr Jundiá Filmes, SP) »» O Cupim, de Carlos Manga (pr Cyll Farney, RJ) »» Depois do Carnaval, de Wilson Silva (pr Wilson Silva, RJ)
»» O Pão que o Diabo Amassou, de Maria Basaglia (pr Marcelo Albani, SP)
»» Dona Xêpa, de Darcy Evangelista (pr Osvaldo Massaini, RJ)
»» Pé na Tábua, de Victor Lima (pr Herbert Richers, RJ)
»» Dorinha no Society, de Geraldo Vietri (pr Alfredo Palácios e Geraldo Vietri, SP)
»» Pega Ladrão!, de Alberto Pieralisi (pr Miguel Schneider, RJ)
»» Encontrado na Noite, de Silva Ferreira e Henrique Meyer (pr M.
»» Pista de Grama, de Haroldo Costa (pr Wilson Nascimento, RJ)
44
»» Rebelião em Vila Rica, de Geraldo Santos Pereira e Renato Santos
Coraczko, RS)
»» Espírito de Porco, de Victor Lima (pr Herbert Richers e Lívio Bruni, RJ)
»» Sexo e Vida, de Henrique Meyer (pr Enéas G. Amaral, SP)
»» Fronteiras do Inferno, de Walter Hugo Khouri (pr Konstantin
»» Território Xavante, de Máximo Sperandeo (pr Fernando C. Ne-
Tkaczenko, SP) »» Garota Enxuta, de J. B. Tanko (pr Herbert Richers, Arnaldo Zonari e J. B. Tanko, RJ) »» O Homem do Sputnik, de Carlos Manga (pr Cyll Farney, RJ) »» Jeca Tatu, de Milton Amaral (pr Amácio Mazzaropi, SP)
greiros, SP) »» Titio Não é Sopa, de Eurides Ramos (pr Alípio Ramos, RJ) »» Tumulto de Paixões, de Zigmunt Sulistrowski (pr Artur Brauner, RJ) »» Yális, A Flor Selvagem, de Francesco de Robertis e Leonardo Salmieri (pr Alfredo Curti, RJ)
»» Juventude sem Amanhã, de Elzevir Pereira da Silva e João Cézar Galvão (pr Aécio E. Andrade, RJ)
Fonte de pesquisa:
»» Lágrimas da Fé, de Francisco Xavier da Silva e Bruno Hochheim (RS)
Dicionário de filmes brasileiros, de Antônio Leão da Silva
»» Macumba na Alta, de Maria Basaglia (pr Marcelo Albani, SP)
Neto, SP, 1ª edição, 3ª tiragem, nov. 2002.
»» Maria 38, de Watson Macedo (pr Watson Macedo, RJ) »» Massagista de Madame, de Victor Lima (pr Herbert Richers, RJ) »» Matemática Zero, Amor Dez, de Carlos Hugo Christensen (pr Caval-
Ranking Diretores – Década de 50
heiro Lima e Carlos Hugo Christensen, RJ) »» Meruri, o Morro das Arraias, de Marcos Saliveiros (pr Mário Marinho, RJ)
16 filmes
»» Minervina Vem Aí, de Eurides Ramos (pr Oswaldo Massaini, RJ)
»» Eurides Ramos
»» Mistério da Ilha de Vênus, de Douglas Fowley (pr Milton J. Brescia, SP) »» Moral em Concordata, de Fernando de Barros (pr Abílio Pereira de Almeida e Fernando de Barros, SP)
15 filmes »» Luiz de Barros
»» Mulheres à Vista, de J.B. Tanko (pr Herbert Richers e Arnaldo Zonari, RJ)
»» Watson Macedo
»» Na Garganta do Diabo, de Walter Hugo Khouri (pr Carlos Szili, SP)
»» Carlos Manga
»» Nos Tempos de Tibério César, de Ettore Brescia (pr Ettore Brascia e Luís Renato Brescia, MG) »» Orfeu do Carnaval, de Marcel Camus (pr Sacha Gordine, SP)
14 filmes »» Vitor Lima
»» O Palhaço o que É?, de Carlos Manga (pr Cyll Farney, RJ) »» Pintando o Sete, de Carlos Manga (pr Cyll Farney, RJ)
11 filmes
»» O Preço da Vitória, de Osvaldo Sampaio (pr Vera Sampaio e Osvaldo
»» José Carlos Burle
Sampaio, SP) »» Quem Roubou meu Samba?, de José Carlos Burle (pr Osvaldo Massaini, RJ)
10 filmes »» J. B. Tanko
»» Ravina, de Rubem Biáfora (pr Flávio Tambelini, SP) »» O Segredo da Serra Dourada, de Pino Belli (pr Genil Vasconccelos, RJ)
Temática histórica
45
46
Tem谩tica hist贸rica
47 acervo cinemateca brasileira
OPINIÕES, COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E REPERCUSSÕES DAS CHANCHADAS
por Cleber Eduardo
A chanchada se constitui no mais brasileiro dos gêneros, sem com isso ser um gênero genuinamente brasileiro, com matrizes e diálogos com outras manifestações anteriores em outros países. Entre os críticos brasileiros, no momento da recepção dos filmes em seus lançamentos, era sinônimo de vulgaridade. Ou de sintoma de nosso subdesenvolvimento. Pode-se encarar as violentas reações menos por conta da subnutrição cinematográfica e mais em função de uma reatividade ressentida contra o atraso brasileiro (tão claramente manifestado pelas comédias do período). Esse caminho da crítica foi construído desde os anos 30, pelo menos, mas atingiu talvez o ápice com as produções da Atlântida e suas derivações. O gênero se desenvolveu em momento de modernização e industrialização do Brasil. Talvez não manifestasse nas imagens o mesmo tom de crença em um país do futuro. Pode-se ver a chanchada como um manifesto do atraso cuja potência é deteriorar o progresso tal qual se coloca (corrompido). As reações críticas retroativas, com distância histórica, mais contextualizadora e menos valorativa, reconhece a importância extraestética, sobretudo, vendo nas chanchadas um documento de época e uma reação também a seu próprio sintoma histórico. A chanchada olha o mundo para trazê-lo para dentro dela e ela poder olhar se no espelho enquanto olha pela janela.
48
No fim dos 40, o crítico de O Globo, Fred Lee, considerava
Matar ou Correr e Rua sem Sol. O Petróleo é Nosso foi produzido,
a chanchada coisa nossa, mas prejudicado pelas improvisa-
afirma Watson, com o único objetivo de ganhar aquele prêmio.
ções e manipulado com o simples objetivo de bilheteria.
Carnaval em Marte, menos ambicioso, tem por finalidade fazer
Pedro Lima, crítico de O Jornal, acusava a Atlântida de en-
apenas com que Anselmo Duarte venha a concorrer com chance
torpecer o público “com o ópio barato e fácil da licenciosi-
ao concurso de fantasias do Baile municipal.”
dade”, reivindicando sentimentos mais construtivos. Moniz
Correio da Manhã – Moniz Vianna (Carnaval em Marte, 1955,
Vianna sentenciou em um artigo: “Isto que aí está para o
de Watson Macedo)
cinema como a pornografia para a literatura. E uma pornografia muito pouco espirituosa”.
“O senhor Carlos Manga de uma só cajadada mata dois coelhos:
Vejamos o tom dessas críticas:
faz guerra ao samba e ao cinema nacional.” Correio da Manhã - Moniz Vianna (Guerra ao Samba, 1954,
“Tem um princípio, um meio e um fim, o que já é alguma coisa na
de Carlos Manga)
irresponsabilidade cinematográfica brasileira.” A Cena Muda (E o Mundo se Diverte, 1948, de Watson Macedo)
“Que o diretor Carlos Manga, depois de ser durante anos repetente no jardim de infância da arte cinematográfica, conseguiu
“Um musical bem-sucedido, realizado com inteligência, muito
subir um degrau no seu laborioso aprendizado. Há uma história
bem cortado, com uma direção excepcional, sem paralelo com o
que, embora sem nada de original, tem princípio, meio e fim, e,
que se tem visto por aqui em matéria de direção.”
o que é mais curioso, desenrola-se logicamente, revelando um
O Globo – Fred Lee (E o Mundo se Diverte,1948, de Watson Macedo)
certo cuidado na confecção do script, tato inteiramente novo no arraial da Atlântida.”
“Cenários apressados, situações ilógicas, cortes descuidados e os
O Globo – José Sanz (Colégio dos Brotos,1956, de Carlos Manga)
personagens mal-resolvidos.” Cena Muda – Carnaval no Fogo, 1949, de Watson Macedo
“É a coisa mais idiota que o cinema nacional já produziu.” Segundo ele, as cópias eram malfeitas e defeituosas, frutos que
“Carnaval em Marte é endereçado a duas espécies de fãs: 1) aos
eram da pressa em seu lançamento. Em contraposição o jornal
que não assistiram, por isto, ou por aquilo, a Abbott & Costello
O Globo comentou que o filme era superior à maioria dos filmes
no planeta Marte; 2) aos juízes do II Festival do Abacaxi, que
americanos então em cartaz e que pela primeira vez existia um
votaram em outro filme de Watson Macedo, O Petróleo é Nosso,
filme brasileiro onde a história superava a parte musical. Tam-
atribuindo-lhe o cobiçado título de ‘o pior de 1954’. É com orgu-
bém Pedro Lima, outro colonizado, pontuou que, não obstante, o
lho que Macedo, ao anunciar a sua ‘comédia’ carnavalesca, exibe
filme era “(…) limpo, sem pornografia, sem cheiro de suor”.
o Oscar que conquistou com tanto esforço, com tanta dedicação
Correio da Manhã - Moniz Vianna (Carnaval no Fogo, 1949,
ao ridículo – e, também, com tanta habilidade, porque não era
de Watson Macedo)
fácil superar, como o júri achou que ele superou, as idiotices de
Temática histórica
49
“Não é difícil avaliar o mal que tem feito ao cinema nacional o com-
“À censura (escreveu o crítico do Correio da Manhã), não fosse
portamento de certos indivíduos que se intitulam diretores e cena-
ela tão sectária e estúpida, competia pôr um paradeiro às por-
ristas e, apesar de sua falta absoluta de decência e de escrúpulos,
nografias celuloidificadas que infestam nossas telas, não lhes
encontram quem lhes financie os golpes. Cada filme que eles produ-
atribuindo o esperado e famoso carimbo de “boa qualidade”.
zem lança uma onda de descrédito, quando não de verdadeira repul-
Preferem, entretando, os respeitáveis censores proibir e mutilar
sa, sobre uma cinematografia que titubeia e muito débil se encontra
obras de valor artístico indiscutível, julgando desempenhar sa-
ainda para suportar qualquer afronta […] é de todo imprescindível
biamente o papel de guardiãs da moralidade brasileira.”
que os desequilibrados e os desonestos sejam afastados. Permitir a
Moniz Vianna sobre a chanchada
sua presença no meio cinematográfico será dar passe livre à vergonha, e esta, aos olhos dos que desconhecem o mecanismo íntimo
“Certos fazedores de filmes brasileiros teimam em se afirmar fi-
das coisas, se estenderá sobre os que a ela não fazem jus, entravando
nanceiramente batendo na tecla fácil da pornografia, fazendo das
o progresso de uns, tirando a outros o estímulo, porque se os fatos
telas de nossos cinemas um misto de picadeiro de circo e ribalta
continuarem no pé em que estão, dentro de muito breve diretor, no
de certo teatro-revista. É lamentável a insistência desses ‘realiza-
Brasil, poderá vir a ser no sinônimo de cafajeste ou coisa parecida.”
dores’ em promover tais abusos, sob o pretexto de que o público
Correio da Manhã - Moniz Vianna (Aí Vem o Barão, 1950, de
gosta mesmo é disso. Na verdade, essa justificativa é mais uma
Watson Macedo)
prova de limitação do que propriamente de orientação. Watson Macedo, em O Petróleo é Nosso, torna a dizer as mesmas paspal-
“Há quem diga que Carnaval no Fogo é a coisa mais idiota que o ci-
hices humorísticas e a mostrar os mesmos meros musicais – sem
nema nacional já produziu. Terminado na manhã de segunda-feira,
nada acrescentar de sutil, de original, de sugestivo. Não é mais
foi estreado á tarde. Resultados da maratona: cópias ultradefeituo-
admissível, diante do que nesses quatro anos se fez em matéria de
sas, feitas ali na Rua Bambina, num pardieiro prestes a pegar fogo.”
cinema brasileiro, que alguns remanescentes da velha escola do
(Moniz Vianna, Correio da Manhã, 8 de fevereiro de 1950)
cine-carnavalesco continuem a fazer humorismo para auditório
Correio da Manhã (Carnaval no Fogo,1949, de Watson Macedo)
que durante longo tempo atravancou o desenvolvimento amplo para que os realizadores cinematográficos nele encontrem uma
“Carnaval no Fogo, da Atlântida, é superior à maioria dos musi-
infinidade de motivos de real valor, não só nacional, mas, e prin-
cais norte-americanos exibidos ultimamente no Rio. Pela primeira
cipalmente, universal. Além do mais, é necessária uma severa re-
vez, temos um filme em que a história supera a parte musical.”
primenda de censura e esses filmes imorais que criam no seio do
O Globo, 8 de fevereiro de 1950
público uma noção errada de humor cinematográfico, que, de resto, deturpa as mentalidades. O Petróleo é Nosso em nada difere das
“De um modo geral, Carnaval no Fogo é um filme limpo, sem porno-
fitas anteriores do mesmo diretor: é um amontoado de ‘quadros
grafia, sem cheiro de suor, embora explorando músicas e números
cômicos’ entremeados com números musicais que, aliás, obedecem
carnavalescos, dentro de um sentido de asseio que agrada.”
a mesma coreografia e marcação. Que mais se poderia esperar de
Pedro Lima, O Jornal, 23 de fevereiro de 1950
50
um filme assim? Somente isso: que é uma ameaça perigosa, capaz
de criar uma tradição negativa – porque arrasta consigo o grande público ainda sufocado pelo mundo de imbecilidades que lhe impingem a troca de entretenimentos e diversão.” Alex Viany – O Petróleo É Nosso (1954, Watson Macedo) “Claro que nem todas as chanchadas eram interessantes, e havia as rasteiras, mas não se pode desconsiderar o seu período áureo, que se localiza na década de 50. Diretores como Carlos Manga, José Carlos Burle, Watson Macedo, entre outros, podem ser considerados os principais responsáveis pelas melhores chanchadas. Talvez a expressão mais perfeita e acabada da chanchada carioca, onde todos os elementos que a caracterizam estão presentes, Carnaval Atlântida (1952), de José Carlos Burle, que tem algumas sequências musicais dirigidas pelo jovem Carlos Manga.“ “Nunca, em nenhum momento da história do cinema brasileiro, houve um sucesso popular tão grande como na época das chanchadas. Os filmes eram lançados em muitas salas simultaneamente, e as filas, imensas, faziam com que fosse preciso se chegar duas horas antes do horário da sessão. Argui-se que o produtor (Luiz Severiano Ribeiro) era, também, o dono do maior circuito de exibição no Brasil. Em parte, há razão, mas existiam estados nos quais, a exemplo da Bahia, Severiano não tinha rede de cinemas e o sucesso se dava da mesma forma. Um verdadeiro fenômeno de bilheteria como nunca mais se repetiu. Carlos Manga, na citada entrevista ao Sintonia, diz que atualmente não é mais possível se fazer chanchadas nos moldes daquela época, porque não há mais um certo otimismo e uma certa ingenuidade. O Brasil era outro.” “A Atlântida, porém, se a grande produtora das chanchadas, não foi a única. Herbert Richers, que tinha empresa produtora, tentou, em fins dos anos 50, reviver a dupla inesquecível de Oscarito e Grande Otelo, com Ankito e este último, e revelou o baiano Zé Trindade, que fez um sucesso sem precedentes em inúmeras chanchadas.” “Há um filme, que tem acentos chanchadísticos, mas que é uma comédia de costumes, foto: divulgação
que considero um dos maiores do cinema brasileiro: Absolutamente Certo (1958), de Anselmo Duarte, sobre um tipógrafo da classe baixa de memória prodigiosa que sabe, de cor, todo o catálogo de telefones da cidade de São Paulo e vai participar de um programa televisivo tipo O Céu é o Limite.” André Setaro, Terra Magazine, 24 de fevereiro de 2009
Temática histórica
oscarito 51
“Em todos os setores, enfim, o cinema brasileiro vai caminhando,
qualquer outra de suas comédias, a paródia opera uma redução
aos tropeços, aos trancos e barrancos, aprendendo hoje para errar
do modelo nobre à ‘vulgaridade’ do tipo habitual destas comé-
amanhã e para acertar depois de amanhã. Não será difícil imaginar-
dias brasileiras. A agressão consiste em reduzir o modelo ao que
mos uma superação da casa dos 50 filmes anuais, dentro em pouco,
é habitualmente o subdesenvolvimento. Há uma desvalorização
nem será otimismo esperarmos bons trabalhos de realizadores como
do modelo imposto e simultaneamente uma autodesvalorização.”
Lima Barreto, Jorge Ileli, Osvaldo Sampaio, Nelson Pereira, Carlos
Jean-Claude Bernardet, sobre Nem Sansão Nem Dalila e Matar
Manga, Roberto Santos, José Carlos Burle, Walter Durst.”
ou Correr, em Cinema brasileiro: propostas para uma história
Alex Viany, em Introdução ao cinema brasileiro “Nessas comédia popularescas, a língua e sua gramática não “Mesmo quando tentativa de imitação da produção estrangeira,
eram fielmente respeitadas, a gíria entrava timidamente, a lin-
mesmo quando a realidade brasileira apresentada pelo filme está
guagem verbal aproximava-se da rua.”
obviamente deturpada, este filme oferece uma determinada imagem desta sociedade.”
Jean-Claude Bernardet, em Cinema brasileiro: propostas para uma história
Jean-Claude Bernardet, em Cinema brasileiro: propostas para uma história
“Indiscutivelmente, o teatro brasileiro é, em termos absolutos, muito superior ao cinema, mas é preciso convir que os milhares
“A paródia é o fenômeno usual no cinema popularesco, na
de aficionados que condicionaram o florescimento da arte teatral
chanchada. (...) Mas das paródias aplicadas aos sistemas de
entre nós não possuem uma escala ampla de termos de compara-
dominação cultural, há uma particularmente significativa para
ção, ao passo que ao aventurar-se a assistir a um filme nacional
a nossa discussão: a que se aplica ao filme norte-americano.
as exigências desse mesmo público são muito maiores, pois tem
Apesar da chanchada fazer apelo a uma tradição brasileira de
quotidianamente à sua disposição pelo menos boa parte do que se
espetáculo (comédia teatral dos anos 30, o circo, o rádio), esta
faz de melhor mundialmente em matéria de cinema.”
chanchada também tem fortes matizes americanas. Basta ver o
Paulo Emilio Salles Gomes, em artigo para o Suplemento
último filme de Carmen Miranda, com Jerry Lewis e Dean Martin
Literário de 11 de abril de 1959
(...), mistura de musical e policial (...), e perceber que a chanchada é forte devedora de uma certa comédia americana.” Jean-Claude Bernardet, em Cinema brasileiro: propostas para uma história
“(...) a adoção, pela plebe, do malandro, do pilantra, do desocupado da chanchada, sugeria uma polêmica de ocupado contra ocupante. Paulo Emilio Salles Gomes, em Cinema: trajetória no subdesenvolvimento
“A paródia é uma avacalhação, um esculacho do modelo: ela
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degrada, macula o modelo opressor. Mas para essa degradação
“O fenômeno cinematográfico que se desenvolveu no Rio de Ja-
funcionar, é necessário que o modelo continue modelo. Ao avaca-
neiro a partir dos anos 1940 é um marco. A produção ininterrup-
lhar o próprio herói do filme (Oscarito), que se comporta como em
ta durante cerca de 20 anos de filmes musicais e de chanchada,
ou a combinação de ambos, se processou desvinculada do gosto do ocupante e contrária ao interesse estrangeiro. (...) Quase desnecessário acrescentar que essas obras, com passagens rigorosamente antológicas, traziam, como seu público, a marca do mais cruel subdesenvolvimento.” Paulo Emilio Salles Gomes, em Cinema: trajetória no subdesenvolvimento “Isto não é um estúdio.... é uma fogueira” Alberto Cavalcanti, ao visitar os estúdios da Atlântida, em 1949 “No Brasil, não havia um comediante que constituísse, com dignidade, um tipo, uma figura de arrebatar, pela atuação imediata e pelo que de universalismo contivesse, às plateias populares e à elite intelectual capaz de nele reconhecer o representante de uma classe, de uma casta, de uma nação (...) Oscarito não seria esse tipo, esse elemento que representasse nacionalmente uma forma e, universalmente na essência, o correspondente de Carlitos.” Salvyano Cavalcanti de Paiva Cleber Eduardo professor, crítico de cinema e colaborador da Temática Histórica da CineOP
Temática histórica
foto: divulgação
zezé macedo 53
grande otelo 54
fada santoro
zĂŠ trindade
Temática histórica
eliana
fotos: divulgação e acervo colecionador particular
josé lewgoy
josé carlos burle 55
anos 50 cinco visões, muitas memórias
por Ana Cristina d’Angelo
– o Fortunato saiu, foi levado por dois majores. Foi assim que minha vó me contou da prisão do meu pai, dia 7 de abril de 1952. Tudo por conta do Petróleo é Nosso. Contexto de Guerra Fria, sabe como? Uma pressão danada dos americanos. Tudo pela defesa do mundo ocidental cristão. Imagina meu pai, nacionalista, ufanista, na vanguarda da campanha. Ele era oficial da Aeronáutica, foi chefe de esquadrilha na II Guerra Mundial. Então ele ficou preso e solto várias vezes, mais tarde foi condenado a dois anos de prisão. Mas não tinha um motivo que justificasse, então inventaram uma coisa tipo “causador de transtornos”. Nada podia ser falado abertamente. Até o próprio Getúlio, coitado, tinha que se sujeitar a essa ideologia norte-americana, essa forçação de barra. Duas ocasiões me marcaram muito: no dia do meu aniversário de 13 anos o major me levou pra visitar meu pai, ele tava preso em São Cristóvão.
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A outra vez, mais pra frente, foi quando houve o contragolpe em 13 de novembro de 1955. Tinha um jogo de futebol que eu queria muito assistir, mas toda vez que complicava a cena política eu corria pra casa pra ver se meu pai não tinha sido preso [risos]. Quando Getúlio se matou, também achei que iam prender meu pai [risos]. Fora isso, na década de 50 o Flamengo foi campeão carioca em 1953, 54 e 55. Inesquecível. Ivan Soter . historiador, escritor e desenhista carioca
foto: divulgação
A gente ia muito ao cinema. Muito mesmo e ainda guardava o lugar do namorado que chegava atrasado, depois do futebol. Me lembro de chegar no cinema com meu casaco de frio caramelo. Porque não tinha calça comprida para mulheres, então a gente passava frio nas pernas, mas usava uns casacos compridos muito chiques.
Temática histórica
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Me lembro da TV Tupi, a primeira estação, era uma fixação isso da televisão, desde o começo. [cantarola] – I’m singing in the rain – Cantando na Chuva também foi uma apoteose, ninguém consegue esquecer uma música dessa. Em 1952 morreu Francisco Alves, o rei da voz. Uma coisa! Eu era mais pra comportada, mas realmente o Elvis Presley causou um rebuliço com o rock’n’roll [fala com sotaque inglês]. Na literatura, ninguém foi maior no Brasil que Guimarães Rosa. Grande Sertão – veredas – nunca houve nada tão inventivo, não acha? E Fernando Sabino marcou uma geração também com seu Encontro marcado. “Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.” Cecília d’Angelo . professora mineira aposentada, cronista, nasceu e vive em são joão del-rei
A Inezita Barroso cantava uma música que se chamava “Lampião de gás” e tinha o Adoniran também, né, Nelson Gonçalves, Emilinha borba. A gente usava uma saia longa muito ridícula. As meninas mais ricas tinham a saia com arame. Meu sonho era ter esse saiote, mas minha mãe não tinha dinheiro, então ela enfoto: divulgação
gomava bastante a nossa pra ficar bem godê. Toda sexta-feira ia a família inteira pra casa da minha tia que tinha televisão. Para assistir ao Clube dos Artistas, apresentado pelo Ayrton e Lolita Rodrigues. No sábado era Almoço com as Estrelas, mas a gente tinha vergonha de voltar na casa dela bem no dia seguinte [risos].
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No Carnaval a gente enchia a bisnaga de plástico com água e espirrava nas pessoas, pense. Era a diversão da época, mas não era ofensivo, era só bobo. As pessoas aproveitavam as coisas, vasilhas, não se gastava tanto. A lata de leite era usada para guardar torrada de pão. Fazer roupas era uma realidade. Eu tinha duas avós: uma espanhola e outra lituana. Essa última era muito moderna. Não queria nem saber. A outra aceitou a vida que tinha. O rádio era uma companhia constante, o rádio na cozinha, o rádio à noite, minha mãe ouvia uma rádio de Moscou à noite falada em português de Portugal. Eu ia bastante ao cinema com meus avós lituanos no final de semana à noite. Mazzaropi me marcou muito. A figura dele, eu pensava, que homem feio [risos]. Ele era bem aquele personagem do Biotônico Fontoura, o Jeca Tatu. Valmar Betina Gutierrez . professora de artes, foi comissária de bordo na década de 70, nasceu e vive em são paulo
De curioso, escrevo: nascido em 51, vivi infanciazinha tão boa! Era tudo tão cinza/preto/ branco, inclusive o carro do Juizado de Menores que nos apavorava pela possibilidade de virar a esquina a qualquer instante. Mas as ruas do meu bairro eram pungentemente vermelhas quando chovia. Um barro denso, verdadeiro, vívido, nas ruas, nos sapatos (pretos ou marrons, exceto os do Rubens da vila, preto e branco, porque fulano era dançarino), nas calçadas e que se espalhava foto: divulgação
inevitavelmente para dentro das casas. Política naquele ambiente suburbano era coisa episódica, só na época das eleições. Meu pai trazia cédulas de um tal Farabullini Jr., do PTB, que tinha o Brás como reduto eleitoral. Seu símbolo era um passarinho. Fazíamos festa com aquelas cédulas: significavam formidáveis e indiscutíveis volumes que se bastavam por essa condição. Quando teve o
Temática histórica
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quarto centenário, uns aviões meio rasantes jogaram triângulos em papel metálico. Chuva de estrelas em pleno dia. Com aquele escrito non ducor etc., que acho arrogante e mais provinciano que meu bairro. É isso aí. José Conte . jornalista paulistano, acaba de se mudar para santos em busca de tranquilidade
Uma delícia de vida, eu tinha 15 anos. Harmonia, muito cinema, teatro. A gente andava nas ruas sem medo, sem violência, nada. Eu gostava muito de Hitchcock e Elisabeth Taylor. Coisa mais linda da época, Elisabeth Talylor, meu deus! [suspira] Ia muito ao cinema. Porque não tinha outra coisa pra se divertir e também para esperar o trânsito melhorar no Centro. Saía do trabalho, entrava no cinema para depois pegar o transporte. No Centro do Rio tinha uns 10, 12 cinemas maravilhosos, um do lado do outro, tudo estofado, carpetado, uma beleza. E a gente frequentava muito também o Noticiário Cinematográfico na Avenida Rio Branco. Chamava Cineac-Trianon, toda segunda-feira mudava o noticiário. Você sabe, a TV era muito incipiente. De resto, eu gostava muito de Lucho Gatica, um cantor chileno de boleros. Juntamos um grupo de 18, 20 pessoas e ficamos sócios do Clube Méier. De dia, praia. De noite, cinema e baile. Com a diferença que o biquíni não existia. Pena. É, mas agora estou aposentado, aproveitei bem, namorei muuuito, mas já me aposentei. Paulo Marcos de Oliveira . administrador de empresas, carioca, diz que não foto: divulgação
é saudosista
Ana Cristina d’Angelo jornalista
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foto: divulgação
Temática histórica
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foto: acervo Carlos Manga
homenagem 63
MANGA, UM GRANDE
por Cleber Eduardo
Os relativismos históricos e críticos são necessários. No entanto, algumas afirmações devem ter mais força e abrangência, caso contrário encolhem. Tomemos como exemplo o homenageado Carlos Manga, um diretor vinculado à Atlântida, mais especificamente à chanchada, também aos anos 50. Ele consagrou na década a já tradicional queda pela paródia do “humor nacional”, por meio dos paradigmáticos Nem Sansão Nem Dalila, Matar ou Correr e O Homem do Sputnik, três dos títulos mais expressivos da época. Qualquer estudioso de cinema em início de formação, consequentemente, aprende às pressas sobre a importância de Manga. Seu nome figura ao lado da dupla de comediantes Oscarito/Grande Otello e do diretor Watson Macedo como parte do quadrado central da chanchada, esse gênero protagonista de nossa vertente popular. Estar na linha de frente do segmento e do período, porém, pode também cercear o alcance de Manga. Não seria já hora de expandi-lo para fora dos muros da Atlântida e vê-lo como um dos diretores com maior força do cinema brasileiro? Se as chanchadas foram trituradas pelos críticos em relação à desnutrida produção doméstica até meados dos 50, sua redenção intelectual tem sido desenvolvida nas
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homenagem
65 foto: tânia rêgo / acervo universo produção
últimas três décadas por pesquisadores e jornalistas de olhos abertos, mas ainda para pontos específicos. Tende-se a valorizar a afirmação identitária (nacional) das comédias em relação aos modelos norte-americanos parodiados como forma de destacar a reação dos ocupados aos ocupantes (Hollywood e seus tentáculos). É um modo de ver no gênero uma potência rebelde no lugar da antes acusada carência de criação e personalidade. A chanchada alia-se, historicamente, a desdobramentos do teatro brasileiro do século 19, de manifestações populares de outras culturas audiovisuais (italiana à frente), mas também ao Modernismo tropical dos anos 20-30 com sua militância discursiva em favor do antropofagismo de Oswald de Andrade. Pode-se ainda encará-la dentro de um processo histórico que atravessa o tropicalismo nos anos 60-70, o auditório do Chacrinha, filmes de Rogerio Sganzerla e Julio Bressane, além dos programas cômicos da TV em linhas gerais. A chanchada e Manga, em perspectiva histórica, consequentemente, estão absolvidos, mas menos pelo valor e mais pela foto: tânia rêgo / acervo universo produção
importância, que podem ser coisas distintas. Também se procura no gênero e nos filmes do diretor, feitos com o objetivo principal de gerar filas de pessoas e pilhas de notas, vestígios de crítica ao Brasil dos anos 50, especialmente ao Rio, capital federal, endereço do presidente Getúlio Vargas, que, após uma primeira gestão à força nos anos 30, Estado Novo, retornou pelas urnas e no braço do povo para novo mandato. Chanchada como documento, rastro histórico, identidade nacional. Em outras palavras, Manga e as chanchadas, no processo de legitimação retroativo, são encarcerados de novo, agora em celas com algum conforto. Por que esse apontamento? Porque
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talvez seja necessário seguir em frente nesse processo e encarar os filmes do diretor com um olhar mais atento às opções formais, não apenas para as caracterizações de personagens e para a sintomatologia das situações expostas. Em outras palavras, o que se propõe, como hipótese mobilizadora, é realocar a importância de Manga. Não mais um dos principais diretores da Atlântida nos anos 50, não mais um dos
A chanchada aliase, historicamente, a desdobramentos
maiores chanchadeiros, não apenas a assinatura de três comédias clássicas, não
do teatro brasileiro
somente a matriz de uma comicidade televisiva nos últimos 50 anos e de boa parte
do século 19, de
das comédias de sucesso da última década. Manga é, acima disso tudo, um grande cineasta. Talvez o maior daquela década de 50, tão afeita a sonhos de industrialização, tão geradora de desconfianças, momento de debates intensos e de resultados expressivos de bilheteria. É a mesma década na qual surgiram valores expressivos e mais bem situados em nosso clube de elite do reconhecimento, como Nelson Pereira dos Santos (com Rio 40 Graus), Lima Barreto (O Cangaceiro), Roberto Santos (O Grande Momento), Walter Hugo Khouri (O Gigante de Pedra). Também é momento de um encaminhamento para os primeiros sinais do futuro e inimigo Cinema Novo. Nesse momento de novidades e transições, de empreendimentos com pretensões industriais e de iniciativas independentes, Manga tem estatura para além do teto es-
manifestações populares de outras culturas audiovisuais (italiana à frente), mas também ao Modernismo tropical dos anos 20-30
pecífico da chanchada. Está entre os cinco ou seis cineastas nucleares do Brasil, ao lado de Glauber Rocha, Nelson Pereira, Rogerio Sganzerla, Humberto Mauro. Eleição discutível, claro, mas é preciso iniciar, nesses outros termos, essa discussão. Para além das referências explícitas a musicais da Metro e das cenas, de títulos e personagens de filmes americanos parodiados, as comédias de Manga estampam uma personalidade visual forte, com uso recorrente da câmera baixa em ligeira contra plongée, com cuidados evidentes na exploração das formas do cenário para melhor compor o quadro com os atores, na prática quase nunca descritiva dos travellings pelos ambientes a acompanhar a movimentação dos atores, no desenho de luz expressivo e com óbvios cuidados. Um olhar menos resistente pode encontrar influências, referências e confluências mais notáveis, de Orson Welles a Otto Preminger.
homenagem
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Não se trata apenas de um bom artesão capaz de fazer uso de
mentos e gags. Para Manga, Cajado não levantou voos mais
suas referências, mas de um cineasta que, sem deixar de en-
altos porque era mulato, mas o considerava verdadeiro tal-
tregar ao patrão (Luis Severiano Ribeiro Filho) a encomenda
ento da Atlântida, pai da chanchada.
esperada, com os códigos já aguardados, exibia familiaridade com a continuidade entre os planos e com a relações da
O filme seguinte de Manga, segundo longa, foi Nem San-
câmera com as coisas filmadas.
são Nem Dalila, argumento de Victor Lima, que foi pensado como alegoria sobre o Estado Novo, embora os críticos da
DO BANCO AO SPUTNIK
época não tenham percebido o subtexto político evidente. O modelo parodiado era Sansão e Dalila, filme histórico de
José Carlos Aranha Manga nasceu no Rio de Janeiro em
Cecil B De Mille, que havia sido lançado pouco antes no Bra-
6 de janeiro de 1928. Estudante de Direito aos 19 anos,
sil. Era uma superprodução para os padrões da produtora
trabalhava no banco Boa Vista e na empresa aérea Cruzeiro
carioca. Embora quisesse fazer filmes sérios, Manga empla-
do Sul, quando, por meio do amigo e ator Cyll Farney, ad-
cou outra paródia a seguir, Matar ou Correr, a partir de Matar
entrou o mundo da Atlântida. Ficou impressionado com
ou Morrer, western clássico de Fred Zinnemann. Na comédia
precariedade material do que ele considerava a Metro da
brasileira, o Oeste americano é ambientado em Jacarepaguá
Guanabara. Largou os dois empregos para vestir macacão e ganhar bem menos, primeiro como carpinteiro, depois no
O terceiro longa, Guerra ao Samba, esbarrou na censura. Teve
almoxarifado, adiante no processo de montagem e assistên-
uma dezena de piadas vetadas, mas, contrariando a ordem,
cia de direção. Aprendeu por observação.
a Atlântida exibiu o filme na íntegra, com seus diálogos infestados de quádruplos sentidos, a maioria deles sexuais. A
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Sua estreia na direção foi com A Dupla do Barulho, em 1953,
segunda metade da década foi marcada por uma sucessão de
comédia centrada nas figuras (mais que nos personagens) de
filmes realizados a toque de caixa e cronômetro na mão, no
Oscarito e Grande Otelo. “O Manga fez uma reflexão sobre
esquema rápido e barato de muitas produções da empresa,
a dupla”, afirmou Otelo a Sergio Augusto em Este mundo é
como foi o caso de O Golpe, baseado em peça de Mario Lago
um pandeiro (p.131). Desde o princípio, portanto, lidou com
e José Wanderley, que o diretor considerou teatro filmado
a referencialidade. Seus filmes dependem de um repertório
com orçamento e retorno curtos. Também foi o caso de Va-
do espectador com a cultura pop do cinema (inclusive o
mos com Calma, cujo roteiro foi escrito quase às vésperas de
brasileiro). Não apenas contam histórias, mas as contam
se entrar no set, mas levou as multidões cariocas às salas
em cima de dados de outros filmes, de políticos e de per-
exibidoras do grupo Severiano Ribeiro.
sonalidades, sempre trabalhando em dupla camada. Neste
Seu grande sucesso, contudo, foi Colégio de Brotos, raro filme
primeiro filme, teve como colaborador um parceiro depois
coletor de elogios da crítica, derivação de Escola de Sereias, com
assíduo, José Cajado Filho, desenhista industrial que dese-
Oscarito implicado em um roubo. José Sanz, crítico de O Globo,
nhava cenários na Atlântida, mas também escrevia argu-
concluiu: “O diretor Carlos Manga, depois de ser durante anos
repetente do jardim da infância da arte cinematográfica, con-
ção de poder, ao machismo dos maridos adúlteros, decididos a
seguiu subir um degrau no seu laborioso aprendizado”.
largar as esposas autoritárias e ciumentas no xilindró.
Outra derivação, agora de Como Agarrar um Milionário, era
Os caminhos para subir na vida e para escapar dos limites
a mola de Garotas e Samba, filme seguinte a Papai Fanfarrão
do casamento. Essa é uma constante nas chanchadas e nos
(também baseado em peça de Lago e Wanderley, mesmos
filmes de Manga. O poder sempre corrompe. E alguns pro-
autores do sucesso rampeiro Vamos com Calma). Com as as-
tagonistas afirmam-se pelo que desafiam dos modelos de
síduas na chanchada Adelaide Chiozzo e Sônia Mamede, o
conduta moral. Um paradoxo com a cartela inicial de Esse
filme se passa em uma pensão para mulheres, onde as mora-
Milhão é Meu, que solicita o voto para deputado em Car-
doras sonham com o sucesso no rádio.
los Manga, “o que diz que faz e faz mesmo”. Ou seja, um homem de palavra, algo raro em seus filmes.
Os últimos anos da década foram marcados por filmes considerados dos mais fortes de sua filmografia, como “i” e, so-
No começo da comédia, o valor do trabalhador é afirmado.
bretudo, O Homem do Sputnik, originado de uma vontade do
Oscarito é Felizmino, premiado com um milhão em sua
argumentista Cajado Filho de transformar uma bola de ferro
repartição pública por nunca ter faltado. Logo começa a tor-
usada para indicar pontos cardeais em iconografia da Guerra
rar a bufunfa em farras de bebida e mulher com os colegas.
Fria pela perspectiva de um homem simples e ingênuo. Ele
Os diálogos são diretos e machistas.
ainda realizaria nos 50 dois filmes a serem mais bem reavaliados: Pintando o Sete e Os Dois Ladrões.
“Sou tão boazinha, não sou?” “Boazinha é apelido, você é boa mesmo.”
A existência de um olhar em alguma medida crítico com a situação do País e com os entraves do cotidiano carioca está
A exposição das fissuras de comportamento afeta em geral a
presente nas situações e diálogos de alguns desses filmes
família. Marido e mulher não são parceiros em muitos filmes
com a mesma premissa e efeito das marchinhas de carnaval.
e a falta de fidelidade não é apenas sexual. A ambição coloca-
Se Manga manteve certa distância da festa de Momo, tran-
os em campos opostos muitas vezes. Sem falar nas sogras.
sitando das comédias musicais para as comédias paródicas,
Em Esse Milhão é Meu, a família de Felizmino quer gastar por
as marchinhas não estão fora de sua filiação cômica e crítica.
conta o milhão. Como em outros filmes, temos personagens de um ambiente social elevado a outro, com os consequen-
Uma crítica para gerar risos diante do subdesenvolvimento
tes ruídos entre os diferentes mundos. O dinheiro traz o pior
geral e diário. Talvez até mesmo resignação. Em Garotas e Sam-
de todos e, graças ao custo alto do poder, os que sobem re-
bas, os sintomas culturais e sociais estão evidentes, por exem-
solvem estagnar, ou descer ao ponto de onde subiram.
plo. Há desde a amoralidade da ambição no interior do show business radiofônico, promessa de ascensão social e de afirma-
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Pintando o Sete é um festival de trapaças e vantagens malandras. Começa com um palhaço encrencado por conta de mulher, que depois se transforma em sósia de Picasso, por quem se passa, enganando deslumbrados intelectuais admiradores da arte moderna. A elite é alvo de gozação. Em uma ida a um restaurante, o Picasso fake pergunta ao garçom, depois de ver o cardápio internacional: “Você não tem nada brasileiro?” Tributo à falsidade, que em Garotas e Sambas é combatida (na figura de Jece Valadão), Pintando o Sete, entre outras cenas, tem um grande momento, no qual Oscarito imita a voz de Cyll Farney para mover as coisas na direção planejada. Assim como em outras comédias de Manga, muitas das situações se passam em um hotel, o Glória, com os tradicionais desencontros de corredor e saguão. Lugar de passagem. As chanchadas estão sempre de passagem. Em Os Dois Ladrões, filme da virada dos 50 para os 60, vê-se um Manga mais estilista. Temos uma composição em sombras, de filme noir, mas o ponto de partida é bem familiar: um trambiqueiro boa vida, morador em um tubo de concreto em frente ao mar (Oscarito), rei dos despistes, ajuda um parceiro a roubar grã-finos. Destaque para a entrada da câmera por um ambiente de mulheres seminuas como se estivéssemos em um filme de Hawks dos anos 30, Welles nos 40 e Preminger nos 50, travelling com sofisticação e funcionalidade. Falsear é a palavra chave. Trabalha na expansão dos gestos e na projeção das vozes. Nos momentos menos inspirados desses filmes, vemos resquícios marcantes de um teatro à antiga, que chama a plateia para ouvir o que se diz e ver o que se faz, quase aos berros, de modo a chamar o espectador pelos exageros. Isso está lá, inspirou marteladas, mas Manga, convenhamos, não se reduz a isso. É bem mais. Cleber Eduardo professor, crítico de cinema e colaborador da temática Histórica da CineOP
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foto: tânia rêgo / acervo universo produção
entrevista
carlos manga
por Daniel Schenker
Próximo à sala de estar de sua casa, Carlos Manga mostra com entusiasmo quadros com fotos de Oscarito e Grande Otelo. Comediantes que teve a oportunidade de dirigir, ao longo dos anos 50, em chanchadas da Atlântida, vertente de sucesso do cinema brasileiro pautada pelo humor despretensioso e pelo talento de nomes como, além dos já citados, Zezé Macedo, Cyll Farney, Eliana, Fada Santoro e José Lewgoy. Mas as fotografias não surgem (pelo menos, não apenas) como referências históricas. Manga fala sobre eles com vivacidade. Ao mesmo tempo, não esconde a saudade de um cinema que considera mais ingênuo. Assume restrições em relação à prática de um humor mais apelativo, que teria se tornado frequente à medida que as décadas passaram. Ele sabe do que está falando. Na Atlântida dirigiu muitas chanchadas emblemáticas. Exemplos: Matar ou Correr (1954), Nem Sansão, Nem Dalila (1955), De Vento em Popa (1957) e O Homem do Sputnik (1959). Decepcionado com o rumo de certa parcela do cinema brasileiro, notadamente no que se refere à escalada do erotismo, Carlos Manga migrou para a televisão, veículo em que conduziu elogiadas minisséries. CineOP – Como o senhor avalia a transição na abordagem da comédia no cinema brasileiro no decorrer das décadas?
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73 foto: tânia rêgo / acervo universo produção
foto: divulgação
Carlos Manga – Sim. O Cinema Novo foi formado por filmes sérios, pesados, que poucos entendiam. O movimento tendia para a esquerda e provocava dizendo que a chanchada não podia ser arte. Eu discordo. Não devo dizer que o Cinema Novo surgiu como oposição às chanchadas. Mas o fato é que passou a concorrer com aquela “bobagem”. CineOP – Que recordações o senhor guarda de Grande Otelo? Carlos Manga – Um dia ele veio trabalhar depois de voltar do cemitério. A mulher tinha se suicidado depois de matar o próprio filho (enteado de Grande Otelo). Ele entrou no estúdio e fez a divertidíssima paródia da cena do balcão de Romeu e Julieta (presente no filme Carnaval no Fogo, de 1949, assinado por Watson Macedo). Grande Otelo teve uma vida muito difícil. CineOP – Além de Oscarito e Grande Otelo, que profissional o senhor destacaria durante o período das chanchadas? Carlos Manga – Antigamente, o humor era mais sutil. Não havia o medo de não ser engraçado. Uma vez, Oscarito me
Carlos Manga – Cajado Filho. Era um gênio, uma pessoa bem
disse: “A gargalhada cansa; o riso não”. Acho que com o
simples. Ganhou um prêmio, mas não recebeu. Tinha um
passar do tempo a apelação foi ganhando mais espaço. A
“defeito” grave: era mulato. Nos anos 50, ninguém podia
graça tende a ir embora.
ser mulato. Todos os diretores das chanchadas devem seus sucessos a ele, que escrevia tão bem. No entanto, seu nome
CineOP – Ser engraçado é algo que se aprende?
pouco aparecia. Lembro que, no meu início de carreira, um produtor que não gostava muito de mim, ainda que me
Carlos Manga – Difícil dizer. Mas Abel Pêra não era engra-
respeitasse por dar certo, fez uma pergunta difícil e eu não
çado na vida real. E em O Homem do Sputnik ele atuou com
soube responder. Fingi que estava pensando até que al-
muita sinceridade, leveza e graça.
guém soprou no meu ouvido, salvando-me daquele silêncio constrangedor. Era Cajado. Um dia, estávamos andando de
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CineOP – De um lado, a despretensão das chanchadas; do outro,
automóvel à cata de uma locação para O Homem do Sputnik e,
o engajamento do Cinema Novo. Ambos são sempre abordados
de repente, ele avistou uma igreja. Não percebi nada demais.
como polos opostos, contrastantes. Era assim mesmo?
Mas ele me mostrou uma bola lá no alto. Era o Sputnik.
CineOP – Em De Vento em Popa, o senhor escalou Zezé Macedo para o papel de uma grã-fina. Essa escalação surpreendente, em se tratando do perfil de personagens normalmente interpretadas pela atriz, pode ser entendida como uma crítica? Caso sim, localiza outras iniciativas dessa natureza em seus filmes? Carlos Manga – Acho que sim. Mas os meus filmes traziam críticas ao sistema. Oscarito fez uma paródia de Getúlio Vargas em Nem Sansão Nem Dalila. Imitava muito bem, como sempre. Isto também se deve, em parte, a Cajado Filho. Cajado criticava o grã-fino e, principalmente, aquele que se fazia passar por grã-fino. CineOP – O senhor acha que a derrocada da chanchada está ligada a um momento de transformação do Brasil – o Rio de Janeiro deixando de ser capital, a renúncia de Janio Quadros, o Golpe Militar?
... os meus filmes traziam críticas ao sistema. Oscarito fez uma paródia de Getúlio Vargas em Nem Sansão Nem Dalila ...
Carlos Manga – Foi quando a tristeza começou. O Rio de Janeiro sempre foi a fábula de sorrisos e gargalhadas. Aos poucos, a graça se tornou exagerada. Passou a machucar. Os filmes passaram a trazer palavras pesadas, obscenas. A nudez das mulheres começou a imperar. É muito difícil divertir, principalmente de maneira inocente, como fazia Watson Macedo, que investia numa graça movida a simplicidade, apoiada nos trabalhos dos cômicos. Então, não quis mais fazer cinema. Antigamente, frequentava cinema quatro vezes por semana.
foto: tânia rêgo / acervo universo produção
homenagem
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CineOP – O senhor se refere à fase das pornochanchadas?
radas, das sátiras, das imitações. Procurei levar esse espírito para o cinema. Sinto muita saudade desse cinema.
Carlos Manga – A pornochanchada nunca foi engraçada e querida. Era, até certo ponto, desagradável.
CineOP – Fale sobre seu encontro com Federico Fellini.
CineOP – Como foi dirigir Os Trapalhões? Considera-os di-
Carlos Manga – Aconteceu no susto. Viajei para a Itália. Um
retamente ligados às chanchadas?
dia estava com um italiano que planejava fazer um filme meio brasileiro. Propus trabalharmos a partir de temática espírita.
Carlos Manga – A paixão de Renato Aragão é Oscarito. Re-
Criei um argumento que acabei não executando, de tanto
nato conserva até hoje uma graça inocente. Quanto ele me
medo que me meteram. Ele perguntou se eu conhecia Fell-
convidou para dirigir o filme (Os Trapalhões e o Rei do Futebol,
ini. E me levou à Cinecittà. Fomos até um estúdio, onde es-
de 1986), tive medo. Mas foi ótimo.
tava sentado um homem alto, vestido de preto. Era Fellini. Os dois se abraçaram. Tinham sido amigos “na época do café com
CineOP – O humor das chanchadas permanece vivo?
leite”. Fellini me chamou. Fiquei como fã de Angela Maria no momento em que ela canta. Meu joelho começou a tremer.
Carlos Manga – Ainda hoje o público morre de rir das chanchadas.
Ele me perguntou se cinema dava dinheiro, já que eu tinha feito mais de 20 filmes naquele momento. Brincou dizendo
CineOP – O senhor foi membro do fã-clube Sinatra-Farney, não?
que ganhava mais do que ele. E disse que dificilmente eu conseguiria fazer cinema lá, porque o sindicato não permitiria.
Carlos Manga – Sim. Reunia um grupo de rapazes e moças
Mas que poderia vê-lo trabalhar durante meses no estúdio. Na
para brincar e ouvir música. Por intermédio de Cyll Farney,
época, ele estava filmando Amarcord (1973).
travamos contato com Dick Farney, que, quando veio ao
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Brasil, convidou o grupo para fazer a abertura do show dele.
Entrevista concedida pelo diretor Carlos Manga ao
Também foi o momento em que me descobri diretor. Vejo
crítico de cinema Daniel Schenker, a pedido da
o fã-clube como um ligeiro esboço das coisas bem-humo-
organização da CineOP, 19 de maio de 2011, RJ.
homenagem
77 acervo particular / foto: tânia rêgo
78
temática
preservação 79
a preservação
sou imagem e som, logo… existo
por João Luiz Vieira
Foi através do amigo e ator Cyl Farney, que um dia o levou aos míticos estúdios da Atlântida, na Rua Visconde do Rio Branco, Centro do Rio, que Carlos Manga, o homenageado desta edição da 6ª CineOP, foi introduzido no mundo do cinema. Em diversas ocasiões, Manga relembra o espanto e a surpresa do encontro com o então já célebre diretor Watson Macedo, vestido de maneira simples e literalmente com a mão na massa, carregando adereços, martelando alguma coisa e manipulando cenários como qualquer trabalhador do estúdio. O oposto às imagens glamurosas dos igualmente famosos diretores de cinema de Hollywood nos sets de filmagem que nos chegavam graças à divulgação garantida nas páginas de revistas como Cinearte ou Cena Muda. Macedo não tinha sequer um escritório, uma bela secretária ou, muito menos, carro de luxo com motorista à sua disposição. Esse reconhecimento de precariedade pode nos levar a refletir que, durante muito tempo, essa era a imagem que se tinha do cinema feito no Brasil e de sua própria (in)viabilidade por aqui. Um cenário marcado pela carência, falta de investimentos, infraestrutura, tecnologia, condições que eram, por outro lado, plenamente compensadas pela vontade de fazer, pela exuberância de recursos humanos (atores, atrizes, técnicos), pela criatividade em resolver impasses e dar, sempre, a volta por cima.
80
Também talvez por isso mesmo — autoestima baixa, complexo de inferioridade, um certo consenso de que o cinema nacional não possuía qualquer valor artístico — possamos encontrar alguma explicação para o longo descaso com o nosso passado de imagens e sons cinematográficos, tanto pelo lado oficial de uma política de Estado, como também pelo senso comum de muitos espectadores. Esse panorama negativo tem mudado, felizmente, ao longo de algumas décadas, numa história que vem sendo contada em pesquisas e publicações que falam da criação de arquivos e cinematecas e, simultaneamente, somam-se a projetos e iniciativas apontando perspectivas, indicando ações, desenhando um presente e um futuro bem mais afirmativos, em que políticas públicas para a área da preservação audiovisual seguem paralelas a um maior conhecimento e sensibilidade para a importância estratégica da prospecção, restauração, guarda e acesso às imagens e sons produzidos no País. No quadro mais recente deste século, a CineOP tem se destacado exatamente por ter centralizado a área do patrimônio audiovisual brasileiro como tema principal do único festival de cinema que dela se ocupa, integralmente. Apesar de seus ainda jovens seis anos de atuação, dá para afirmar que Ouro Preto é, hoje, referência inquestionável para a área numa perspectiva nacional. Através da realização anual do Seminário de Preservação, como parte do Encontro Nacional de Arquivos, para além dos problemas e impasses foto: divulgação
experimentados pela heterogeneidade natural da área (que espelha o tamanho do País), amplia-se o conhecimento sobre preservação, arquivamento, guarda e acesso, como estratégias de resistência, sobrevivência e, especialmente, afirmação cultural da memória audiovisual brasileira.
Temática preservação
81
Alguma coisa bastante significativa já foi conquistada, além
Finalmente daremos início também à ampliação da noção de
da colocação definitiva da área de preservação audiovisual
preservação para tudo aquilo relacionado com o audiovisu-
numa discussão nacional. Através da formação de uma As-
al, mas que vai além da película ou do digital, como o que o
sociação Brasileira de Preservação Audiovisual, com esta-
teórico francês Gerard Genette define como sendo paratexto,
tuto próprio, diretoria, equipes, grupos de trabalho, abre-se
ou documentação correlata, conforme apresentamos aqui:
uma chance inédita de organização da área, ponto de en-
roteiros, mapas de filmagem, cenografia, vestuário, objetos
contro de arquivos nacionais privados e públicos, viabili-
de cena, cartazes, fotos de still, materiais de divulgação... ou
zando anualmente um local certo para a troca de conheci-
seja, uma quantidade de documentos que também narram
mentos e experiências que, por sua vez, geram intercâmbios
a experiência fílmica e necessitam de cuidados especiais no
os mais variados e sempre produtivos. Em seis anos, passou-
campo da preservação. Muitas vezes é o que apenas restou
se de uma situação de quase total desconhecimento entre
da memória de um filme, e que atesta sua existência.
os agentes mais ou menos atuantes, para o reconhecimento claro do tamanho dos desafios a serem enfrentados.
João Luiz Vieira professor, pesquisador e colaborador
Este ano, o Seminário programado no Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros dá continuidade ao debate de questões urgentes que necessitam reflexão e respostas, tais como as que envolvem critérios e procedimentos gerenciais para a manutenção e acesso público aos acervos e arquivos no âmbito da preservação audiovisual. Um dos objetivos pensados na formulação das questões para o Seminário é localizar e dialogar com ações, projetos e relatos de experiências de estratégias adotadas em busca de uma melhor eficiência e modernização da gestão pública a partir da constituição de novos agentes como as organizações sociais. Num outro viés, complementar, pretende-se também incentivar ainda mais as multifacetadas aproximações entre educação e preservação, especialmente no que diz respeito a uma via que só pode existir em mão dupla: para além da formação de mão de obra específica para atuação na área, inscreve-se a necessidade do acesso e da pesquisa para a produção de memória e de conhecimentos específicos originários do audiovisual.
82
da temática Preservação da CineOP
foto: divulgação
Temática preservação
83
Testemunha ocular
por Gustavo Dahl
Ainda no final dos anos 50, 1957, digamos, o jornal O Estado de São Paulo, fortaleza ideológica do conservadorismo liberal paulista, não publicava notícias do Brasil na primeira página, dedicada integralmente à política internacional. As notícias do País saíam na última, a contracapa, evidentemente olhada em segundo lugar. O meio é a mensagem. Um dia, estava lá a foto no meio da página: uma porta aberta e atrás grandes labaredas saindo de pilhas de latas de filme. E uma manchete: incêndio na Cinemateca. O primeiro a gente nunca esquece. Eu estava próximo da Cinemateca Brasileira. Frequentava as projeções desde tenra adolescência, desde que era a Filmoteca do Museu de Arte Moderna, vendo de perto os filmes e de longe as grandes figuras de quem posteriormente ficaria amigo. Os depósitos da Cinemateca Brasileira eram situados no mesmo prédio em que estavam os escritórios da diretoria dos Diários Associados. Uma vez cruzei com Assis Chateaubriand, seu poderoso chefão, usando um terno de casimira pied de poule cinza, com colete e chapéu Gelot, de um feltro inconfundível. As maravilhas da história da pintura do Museu de Arte de São Paulo, também estavam lá, bem como o auditório e o barzinho do Museu de Arte Moderna. Rua Sete de Abril, 230, tudo junto e misturado. Segurança zero, total irresponsabilidade. No incêndio perdeu-se uma seleção de filmes documentários do início do século até aquela data, longa-metragem em que o crítico e montador Marcos Marguliès trabalhava há anos. O creme do creme, a cereja do bolo. Em
84
matéria de raridade e relevância, era simplesmente o melhor,
e pilotos de série de televisão. Comentário de José Bonifácio de
sem falar no resto. Como um insulto, como uma desgraça, es-
Oliveira, o Boni, diretor de operações da TV Globo, na época
tava lá a foto. Foi a primeira vez em que me apunhalaram. Logo
em que ela estava virando o que ainda é: “Com cinco milhões
depois fui trabalhar numa casinha do Parque Ibirapuera, portão
de dólares eu comprava equipamento, montava um centro de
4, com Rudá de Andrade, Sergio Lima e P. E. Salles Gomes. Era
produções em vídeo, fazia uma porção de coisas e dava trab-
a nova sede da Cinemateca, modesta, dedicada à guarda dos
alho a todo mundo”. Os roteiros para filmes históricos foram
salvados do incêndio. Segundo Alain Fresnot, que passou por
um vexame, os pilotos de série de televisão nunca viraram uma,
lá mais tarde, o principal do trabalho era abrir as latas e jogar
nem mesmo foram exibidos na televisão ou outro lugar qualquer.
fora os filmes avinagrados para evitar... incêndio. Fiquei dois
Marcamos de Almoçar juntos. Saindo comigo do elevador para
anos, saí depois por conta de uma bolsa de estudos em Roma.
irmos almoçar no Clube Naval, decorado com vasos de bronze
No meu passaporte constava orgulhosamente a profissão: ar-
polido e palmeirinhas num estilo fin de siècle, vitoriano, logo em
quivista de filmes. Foi uma iniciação, o curso secundário. A
frente, Paulo parou. Estávamos na Avenida 13 de Maio, aquele
faculdade não deu para fazer. Como previra Rudá, depois não
calçadão ao lado do Theatro Municipal. A memória falha para
voltei à CB. Entrei no Cinema Novo e caí na vida. Guardei do
lembrar o número do prédio, mas não para esquecer a expressão
trabalho em preservação do cinema brasileiro uma impressão
de Paulo Emilio, ombros pendidos e balançando a cabeça, hesi-
exaltante pelo valor da tarefa, enfrentar a morte da película em
tando entre conformação e inconformação, dizendo a frase:
seu trabalho, mas confundida sempre com uma grande dor,
“Não adianta, há um diabo torto com esta história de cultura no
uma queimadura, sensação de que a coisa não tinha jeito. Era
Brasil”. Novamente me senti apunhalado. Faz mais de 30 anos.
só 1960, meio século atrás, 50 anos. As coisas iriam melhorar, o
Mas os tempos haveriam de mudar e não mais repetir o erro de
tempo é senhor da razão.
produzir o irrelevante em detrimento da preservação, fazendo prevalecer o factício sobre o resgate das imagens em movimento
Já contei o segundo episódio, aqui mesmo na CineOP, há dois
que constituem a memória real do País. E contribuir para que,
anos. Na segunda metade dos anos 70 eu trabalhava na Em-
talvez, quem sabe, este enigma chamado Brasil seja decifrado.
brafilme, convidado por Roberto Farias, diretor geral, grande
Um dia a ditadura iria acabar e viria finalmente a República.
gestão. Porém a Cinemateca Brasileira estava em mais uma de
Nova em folha, tinindo, quando então a cultura, finalmente livre
suas crises. Paulo Emilio veio ao Rio pedir uma quantia equiva-
do atraso e dos grilhões, reconheceria o valor destas imagens que
lente a 250 mil dólares. Perdoem, mas foram muitas as moe-
o tempo e o clima quente e úmido de país tropical insistiam
das que sobrevieram ao cruzeiro. Roberto não teve condições
em deliquescer. A gelatina contendo os sais de prata que
de atender. A Embrafilme tinha dado para Luiz Carlos Barreto
aprisionam no tempo a luz e as cores de nossa realidade, não
a garantia de um milhão de dólares, como adiantamento pelos
se transformaria mais em ácido acético. A verdade, porém,
direitos de distribuição de Dona Flor, e o Ministério da Educação
é que terminou virando vinagre. Que bela metáfora! Como
e Cultura, comandado por Ney Braga, tinha mandado uma boa
dizia Cazuza, citando o ex-governador de Minas, da Arena,
grana para que a Embra produzisse roteiros de filmes históricos
Francelino Pereira: que país é este?
Temática preservação
85
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro foi construído nos anos 50, no Aterro. Urbanismo de Lucio Costa, paisagismo de Burle Marx, com jardins de pedra e plantas nativas brasileiras, como as taiobas e o capim de penacho, misturadas com uma coleção de palmeiras do mundo inteiro. Ao fundo, impávido, o Pão de Açúcar. O MAM ainda hoje é uma construção surpreendente em audácia, simplicidade e beleza. Testemunha duradoura do grande encontro entre o projeto do elegante arquiteto Afonso Reidy e o cálculo estrutural corajoso elaborado pela engenheira Carmem Portinho, uma das primeiras do Brasil. Sua mulher até a morte, grande amor. A caixa do prédio mal toca as quinas das colunas em concreto bruto, com formato em “V”. Un morceau de bravore. Nunca mais água, areia, cimento, ferro e brita foram tão leves. Desde que foi inaugurado, abrigava a sede e os depósitos da Cinemateca do MAM, feita pelos críticos Moniz Vianna e José Sanz. Concebida como uma cinemateca de difusão, fez grandes festivais, retrospectivas dos cinemas americano, francês, inglês. Os depósitos de filmes, relativamente secundários, estavam candidamente à beira do mar plantados. Apesar de estranho, dizem que há precedente em Barcelona. A Cinemateca posteriormente sobreviveu da generosa tenacidade de Cosme Alves Neto. Passou momentos difíceis, alguns materiais cinematográficos, de tempos em tempo, sumiam. Também, o Museu era uma instituição em crise desde sua fundação, há 60 anos. A certa hora, apareceu Maneco Nascimento Brito, casado com a Condessa Pereira Carneiro, herdeira do centenário Jornal do Brasil, que ele dirigia. Um lorde da aristocracia carioca, bem relacionado, vestido impecavelmente, faixa preta de jiu-jitsu. Foi ser presidente do MAM, ver se o salvava. Para operar a ingrata tarefa chamou sua filha, Maria Regina. A nova diretoria constatou que os depósitos de filmes ocupavam muito espaço, necessário para uma redisposição interna. Em seguida, Maria Regina descobriu a habitual precariedade de sua cinemateca e foi severíssima, dizendo que se tratava de uma ilusão, de um fingimento, de uma brincadeira. Em sua própria sala, pequena para acolher a indignação provocada, chamou os produtores titulares foto: divulgação
dos filmes depositados e alguns próceres, pedindo que retirassem as latas. Se não o
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Museu se desfaria do fardo. Um trambolho. Estava decidida. A primeira hipótese foi mandar o acervo para a Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Os brios regionais se sentiram atingidos. O Rio, onde nasceu e viveu desde sempre o cinema brasileiro, de Afonso Segreto, Major Reis, CineArte, Chaplin Clube, Mário
Peixoto, Cinédia, Adhemar Gonzaga (que acolheu Humberto
ou do Memorial Minas Gerais, obra-prima de Gringo Cardia.
Mauro), Carmem Santos, Atlântida, Silveira Sampaio, Cinema
Moderno sim, interativo. Mas sem previsão de espaço de
Novo, ia deixar sua memória ir para São Paulo? Nunca! Lembrai-
guarda do acervo audiovisual. Onde vão ficar os filmes do Rio?
vos de 32, da Revolução Constitucionalista. Diante da revolta
Por enquanto, ficam onde sempre estiveram. À beira de dois
generalizada, acorreu prestimoso o alcaide César Maia. Cheio de
eventos mundiais, Copa e Olimpíada, o acervo cinematográ-
compreensão e amor para dar, prometeu fazer uma cinemateca
fico carioca, seu repertório, continua disperso. Com todo o re-
carioca. Logo. Enquanto ela era montada, os filmes iriam para
speito aos esforços realizados. Aquela reuniãozinha de fim de
o Arquivo Nacional, como efetivamente foram. Outros para São
manhã, num escritório apertado do MAM, hoje remota, foi a
Paulo, outros para debaixo da cama dos produtores. A cinemate-
terceira punhalada. O corte fundo das duas primeiras já havia
ca prometida terminou não saindo. Anos depois, Niterói ensaiou
fechado. Mas como dizia Paulo Francis, ri da cicatriz quem não
retomar a ideia, pensando instalá-la no Caminho Niemeyer, ele
co-nheceu a ferida. Ao abrir-se a terceira, de novo já haviam
próprio com problemas para ser concluído. Nada.
passado décadas. E nada. A lesma lerda. A glória passada tratada como um fardo incômodo. Há mesmo com a preservação
O Arquivo Nacional fez o que pôde, instalou os filmes em espa-
cinematográfica carioca uma caveira de burro enterrada que
ços climatizados com aparelhos horizontais de ar-condiciona-
para ser desfeita precisa de um despacho forte. Que é de Glau-
do e desumidificadores. Apesar da improvisação, o resultado
ber? E Paulo Emilio, com seu diabo torto?
era satisfatório. Foi recrutar pessoal especializado no Centro Técnico Audiovisual, então em processo de desmonte pelo
As punhaladas, como as namoradas, depois da terceira não se
Ministério da Cultura. O arquivo era vinculado à Casa Civil da
contam mais. Vira normal.
Presidência da República, o que lhe dava um status acima da arraia miúda da preservação. E do próprio MinC. Agora voltou
Gustavo Dahl
para o Ministério da Justiça, sob protestos de seus funcionários.
Cineasta
A área de preservação não tem mais capacidade de absorver novos depósitos. Foram-lhe negados recursos para construir novas instalações, há um certo desconforto. E no ambiente, apreensão. Mas a Cinemateca do MAM não morreu, está lá, um pouco melhor, mas quase como sempre esteve, apesar de um recente aporte do BNDES. Abriga o material do Museu da Imagem e do Som, da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, que vai construir um prédio retumbante na praia de Copacabana, bonito como a Cidade da Música, será multimidiático e conceitual. Emulando o exemplo do Museu da Língua Portuguesa e do Museu do Futebol em São Paulo,
Temática preservação
87
encontro nacional de arquivos e acervos audiovisuais brasileiros CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto é testemunha da força
Em ação, técnicos, arquivistas, historiadores, educadores,
dos que atuam e trabalham com a preservação. Foi eleita fórum
pesquisadores que atuam incansavelmente pela preserva-
anual do setor e, em sua terceira edição(junho 2008), presen-
ção – profissionais guerreiros, muitas vezes, desconhecidos
ciou a criação da ABPA – Associação Brasileira de Preservação
- agem nos bastidores dos centros de pesquisas e arquivos,
– uma entidade nacional representativa da ação de preservação
tentando evitar que o desastre da perda significativa da vas-
do patromônio audiovisual brasileiro – um avanço mportante na
ta produção cinematográfica não se alastre pelo Brasil afora.
legitimação e organização do funcionamento da atividade. A proposta é avançar, superar as diferenças, as desigualdades, Promove, em edições anuais, o Encontro Nacional de Arquivos
propor a descentralização e propor critérios para as ações de
e Acervos Audiovisuais Brasileiros que reúne em assembléia e
restauro, guarda, tratamento, coleta, catalogação, pesquisa e
debates, mais de 70 profissionais que representam a diversidade
difusão da memória cinematográfica e audiovisual brasileira.
de mais de 50 arquivos e acervos do Brasil com o propósito de
Debater a evolução das técnicas de restauração, o impacto da
trabalhar conjuntamente para o desenvolvimento e o aper-
era digital, o intercâmbio, elaborar novas estratégias de ação
feiçoamento da atividade de preservação audiovisual no Brasil.
para preservação, discutir políticas públicas de acesso e gerenciamento de arquivos e acervos brasileiros.
Em pauta, a elaboração de diretrizes emergenciais para o
88
campo da preservação e a proposta de construir um Plano
A preservação é uma ação estratégica e fundamental para o
Nacional de Preservação que contemple o território nacional.
desenvolvimento de uma nação, portanto, deve integrar a
vida social e política do Brasil, que reúne expressivo pat-
A Universo Produção agradece a presença de todos os partici-
rimônio audiovisual, representativo da sua cultura, história,
pantes do 6o Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovi-
arte e manifestações da sociedade.
suais e a colaboração da Comissão Executiva e dos membros da APBA , que juntos, demonstraram que os desafios fazem parte da
Entretanto, passo importante no rumo da liberdade de ex-
condição humana e da vontade de trabalhar pelo bem comum.
pressão seria uma cuidadosa revisão nas políticas públicas, nas leis, nas posturas municipais, estaduais e federais, para
Mãos à obra!!!
fazer valer o exercício descentralizado, democrático e participativo a favor da identidade brasileira e da salvaguarda do patrimônio do Brasil.
Raquel Hallak Diretora da Universo Produção Coordenadora da CineOP
FOTO: ACERVO UNIVERSO PRODUÇão
Participantes do encontro nacional de arquivos e acervos audiovisuais brasileiros - 5ª Cineop, junho de 2010
Temática preservação
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ARQUIVOS E ACERVOS AUDIOVISUAIS BRASILEIROS ÓRGÃO EXECUTIVO »» Ministério da Cultura / Secretaria do Audiovisual (DF) ARQUIVOS, ACERVOS E COLEÇÕES »» Acervo Alex Viany (RJ) »» Acervo Caliban (RJ) »» Acervo Jece Valadão (RJ)* »» Acervo Joaquim Pedro de Andrade (RJ) »» Acervo Leon Hirszman (SP) »» Acervo Lyonel Licini (SP) »» Acervo Mário Peixoto (RJ) »» Acervo Paulo Tardin (RJ) »» Acervo Primo Carbonari (SP) »» Acervo Roberto Farias (RJ)* »» Acervo Roberto Pires (BA)* »» Acervo Rogério Sganzerla (SP)* »» Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (RJ)* »» Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul (RS)
90
»» Arquivo Nacional (RJ)*
»» Cinemateca Brasileira (SP)*
»» Arquivo Público do Distrito Federal (DF)*
»» Cinemateca Capitólio (RS)*
»» Arquivo Público do Espírito Santo (ES)
»» Cinemateca Catarinense (SC)
»» Arquivo Público do Estado de São Paulo (SP)
»» Cinemateca de Curitiba (PR)*
»» Arquivo Público do Estado do Ceará (CE)
»» Cinemateca de Santos (SP)
»» Arquivo Público do Estado do Maranhão (MA)
»» Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM (RJ)*
»» Arquivo Público do Estado do Mato Grosso (MT)
»» Cinemateca Minas Filmes (MG)*
»» Arquivo Público do Estado do Paraná (PR)
»» Cinemateca Paulo Amorim – Casa de Cultura Mário Quintana (RJ)
»» Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (RJ)*
»» Colecionador - Antônio Leão da Silva Neto (SP)*
»» Arquivo Público Estadual de Alagoas (AL)
»» EBC – Empresa Brasil de Comunicação (rj)*
»» Arquivo Público Mineiro (MG)*
»» Embaixada da França (RJ)
»» Atlântida Cinematográfica (RJ)
»» Espaço Cultural José Lins do Rego – Funesc (PB)
»» Band TV (SP)
»» Estúdio Herbert Richers (RJ)
»» Biblioteca da Floresta (AC)
»» Estúdios Vera Cruz (SP)
»» Câmara dos Deputados (DF)
»» Fundação Armando Álvares Penteado – Faap (SP)*
»» Canal 100 (RJ)
»» Fundação Arquivo e Memória de Santos (SP)
»» Canal Brasil (RJ)*
»» Fundação Biblioteca Nacional (RJ)*
»» Canal Futura (RJ)
»» Fundação Casa Rui Barbosa (RJ)
»» Centrais Hidrelétricas do São Francisco – Chesf (PE)
»» Fundação CineMemória (DF)
»» Centro Brasileiro de Estudos de Saúde - Cebes (RJ)*
»» Fundação Cultural do Estado da Bahia (BA)*
»» Centro de Documentação e Memória da Unesp (SP)
»» Fundação Getúlio Vargas – FGV (RJ)*
»» Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro (SP)
»» Fundação Gregório de Mattos (BA)
»» Centro de Pesquisa Documentação Social - Arquivo Edgard
»» Fundação Joaquim Nabuco (PE)*
Leuenroth – AEL (SP)*
»» Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz (RJ)*
»» Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (RJ)
»» Fundação Padre Anchieta – TV Cultura (SP)*
»» Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro – CPCB (RJ)*
»» Grupo Severiano Ribeiro (RJ)*
»» Centro de Referência do Audiovisual – Crav (MG)*
»» Instituto Brasileiro de Museus – Ibram (DF)
»» Centro Josué de Castro (PB)
»» Instituto Cultural Cervantes (MG)
»» Centro Técnico Audiovisual – CTAv (RJ)*
»» Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres (PE)*
»» Centro Universitário de Brasília – UniCeub – (DF)*
»» Instituto Goethe (SP)
»» Centro Universitário UNA (MG)
»» Instituto Moreira Salles (RJ)
»» Cinédia Estúdios Cinematográficos e Instituto para Preservação
»» Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
da Memória do Cinema Brasileiro (RJ)*
Temática preservação
Teixeira – Inep (DF)
91
»» Instituto Universo Cultural (MG)*
»» Pinacoteca (SP)
»» Memória Civelli Produções Culturais (SP)
»» Pontifícia Universidade Católica de Goiás (GO)*
»» Ministério da Educação – MEC (DF)
»» Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (RS)*
»» Museu da Casa Brasileira (SP)
»» RBS TV (RJ)
»» Museu da Imagem e do Som da Bahia (BA)
»» Recordar Produções Artísticas (RJ)*
»» Museu da Imagem e do Som de Alagoas (AL)
»» Rede Latino-Americana em Educação, Cinema e Audiovisual –
»» Museu da Imagem e do Som de Campinas (SP)*
Rede Kino*
»» Museu da Imagem e do Som de Campos (RJ)
»» Rede Minas (MG)
»» Museu da Imagem e do Som de Goiás (G0)
»» Rede Record (SP)
»» Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul (MS)*
»» Rede TV (SP)
»» Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (PE)
»» Serviço de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França (MG)
»» Museu da Imagem e do Som de Piracicaba (SP)
»» Superintendência de Audiovisual - Secretaria de Estado da Cul-
»» Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina (SC)*
tura do RJ (RJ)*
»» Museu da Imagem e do Som de São Paulo (SP)
»» Televisão América Latina TAL
»» Museu da Imagem e do Som de Taubaté (SP)
»» Tempo Glauber (RJ)
»» Museu da Imagem e do Som de Varginha (MG)
»» TV Globo (RJ)*
»» Museu da Imagem e do Som do Amazonas (AM)
»» TV Senado (DF)
»» Museu da Imagem e do Som do Ceará (CE)
»» Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico do Estado de
»» Museu da Imagem e do Som do Pará (PA)
S. Paulo (SP)*
»» Museu da Imagem e do Som do Paraná (PR)*
»» Universidade de Brasília - UnB (DF)*
»» Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro (RJ)*
»» Universidade de São Paulo – USP (SP)*
»» Museu da Imagem e Som da Curitiba (PR)
»» Universidade Federal da Bahia (BA)*
»» Museu da Pessoa (RJ)
»» Universidade Federal da Bahia (BA)
»» Museu de Arte Murilo Mendes (MG)
»» Universidade Federal da Paraíba (PB)*
»» Museu de Cinema Antônio Vituzzo (SP)
»» Universidade Federal de Minas Gerais (MG)*
»» Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa (RS)
»» Universidade Federal de Ouro Preto (MG)*
»» Museu do Futebol (SP)
»» Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (MS)
»» Museu do Índio (RJ)
»» Universidade Federal Fluminense – UFF (RJ)*
»» Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga (GO)
92
»» Museu Histórico de Cambé (PR)
INSTITUIÇÕES, ENTIDADES E EMPRESAS COLABORADORAS E OB-
»» Museu Lasar Segall (SP)*
SERVADORAS
»» Museu Nacional (RJ)
»» Agência Nacional de Cinema - Ancine (RJ)
»» Observatório de Favelas do Rio de Janeiro (RJ)
»» Associação Brasileira de Cineastas – Abraci
»» Associação Brasileira de Cinematografia – ABC (RJ) »» Associação Brasileira de Conservadores-Restauradores de Bens Culturais - Abracor »» Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas ABD Nacional »» Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA)* »» Associação Curta Minas (MG)* »» Associação de Arquivistas de São Paulo (SP) »» Associação Paulista de Cineastas - Apaci (SP) »» Congresso Brasileiro de Cinema - CBC »» Conselho Nacional de Cineclubes - CNC »» Estúdios Mega (SP) »» Fórum Brasileiro de Ensino de Cinema e Audiovisual - Forcine* »» Fórum dos Festivais »» JLS Facilidades Sonoras (SP) »» Labocine (RJ)* »» Photograma Restauração Digital (SP)* »» Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Cinema do Estado de São Paulo – Sindcine (SP) »» Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual – (RJ) »» Sindicato
Interestadual
dos
Trabalhadores
nas
Indústrias
Cinematográficas e do Audiovisual – Stic (RJ) »» Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual – Socine (SP) »» TeleImage (SP)* »» União Nacional da Infraestrutura Cinematográfica – Uninfra (SP)* Convidado Internacional: Departamento de Investigaciones Educativas DIE - México *Arquivos, acervos e colecionadores presentes na 6ª CineOP.
Temática preservação
93
Ata de fundação ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRESERVAÇÃO AUDIOVISUAL - ABPA
As organizações, instituições, entidades e profissionais ligados à preservação audiovisual, definida como a atividade de reunião, gestão, conservação e promoção do acesso ao conjunto de documentos que contém imagens em movimento e sons gravados caracterizados em toda sua tipologia ou variedade e usados de forma associada ou isolada, assim como o conjunto de documentos, conceitos, técnicas e tecnologias que lhe são associados, reunidos em assembléia durante o 3º Encontro Nacional de Arquivos de Imagens em Movimento, evento associado à 3ª Mostra de Cinema de Ouro Preto e considerando: Que o Brasil reúne expressivo patrimônio audiovisual, representativo da cultura, história, arte e manifestações da diversidade da sociedade e da vida brasileira, alocado em todos as unidades da Federação; Que o Brasil reúne um conjunto de organizações ou parte de organizações, públicos, privados e particulares, voltadas para a preservação de acervos audiovisuais; Que as organizações, instituições, entidades e profissionais ligados à preservação audiovisual presentes ao 3º Encontro Nacional de Arquivo de Imagens em Movimento expressam um objetivo comum em torno da ação de preservação deste pat-
94
rimônio, e o desejo de trabalhar mais conjuntamente para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da atividade de preservação audiovisual no Brasil; Que o trabalho conjunto visa a colaborar na construção e no aprimoramento de políticas públicas nacionais para o setor; Resolvem criar a Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), reafirmando seu compromisso com a salva guarda deste patrimônio, instrumento essencial e estratégico do desenvolvimento da sociedade e da cultura brasileira. Para a constituição da Associação, os participantes signatários desta ata instituem uma Comissão Executiva encarregada de coordenar a elaboração de uma proposta para o funcionamento da entidade. A comissão é formada pelos seguintes membros indicados pela plenária: Albertina Malta - Coordenador Geral do Centro de Documentação Fundação Joaquim Nabuco - PE Beatriz Kushnir - Diretora - Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro - RJ Fabricio Felice - Sec. Executivo SiBIA - Cinemateca Brasileira - SP Fernanda Elisa Costa - Pesquisadora - Universidade Católica de Goiás - GO Hernani Heffner - Conservador Chefe - Cinemateca do MAM - RJ
Ouro Preto, 16 de junho de 2008
Ivo José Paes Silva - Coordenador do Audiovisual - MIS Pará - PA
Documento elaborado e assinado
Luiz Cardoso Ayres Filho - Diretor - Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres - PE
por profissionais que participaram
Maria Angélica Santos - Técnica responsável pelo acervo - Cinemateca Capitólio - RS
do 3º Encontro Nacional de Ar-
Maria de Andrade - Diretora - Filmes do Serro - RJ
quivos de Imagens em Movimento
Myrna Brandão - Presidente - Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro - RJ
promovido durante a 3ª CineOP
Paloma Rocha - Diretora - Tempo Glauber - RJ
realizada de 12 a 17 de junho de
Teder Muniz Morás - Centro de Documentação - Fundação Padre Anchieta
2008 em Ouro Preto, MG
–TV Cultura - SP
Temática preservação
95
abpa - CARTA DE OURO PRETO 2010
Os integrantes da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) e os participantes do 5º Encontro Nacional de Arquivos Audiovisuais, reunidos na 5ª Mostra de Cinema de Ouro Preto, reafirmam este evento como fórum privilegiado de discussão e encaminhamento de reflexões para a preservação do Patrimônio Audiovisual Brasileiro. Considerando: »» Os avanços dos trabalhos desenvolvidos no exercício 2009/2010, que deram iní-
cio ao processo de institucionalização da ABPA; »» Que se mantém a necessidade de reconhecimento do Patrimônio Audiovisual Brasileiro
como instrumento estratégico do desenvolvimento da sociedade brasileira; »» A existência de um sério risco de desaparecimento desse patrimônio e o dese-
quilíbrio na distribuição dos investimentos; »» A importância da participação das televisões brasileiras na preservação e na
difusão do conteúdo audiovisual;
96
»» A necessidade da formação e capacitação dos profissionais da área do audiovisual
quanto à salvaguarda deste patrimônio; »» Os desafios impostos pelas novas tecnologias; »» Reafirmam seu compromisso em: »» Dar continuidade aos debates de construção do instrumento regulatório deno-
minado Estatuto da ABPA; »» Promover a valorização, o aperfeiçoamento e a difusão do trabalho de preserva-
ção audiovisual; »» Cooperar com órgãos governamentais, entidades nacionais e internacionais,
públicas e privadas, estabelecendo e mantendo intercâmbios de conhecimento e experiências relacionadas ao setor; »» Estimular as ações que visem à salvaguarda do patrimônio audiovisual;
Reiteram seu compromisso em aprofundar as questões relativas ao campo da preservação audiovisual no Brasil e caminhar para a consolidação de seu estatuto. Comissão Executiva ABPA exercício 2010/2011: Fernanda Elisa Costa (PUC-GO) Glênio Nicola Póvoas (RBS TV / PUCRS) João de Lima Gomes (UFPB) José Luiz de Araujo Quental (Cinemateca do MAM-RJ) foto: divulgação
Marília da Silva Franco (USP/CPCB) Solange Straube Stecz (Cinemateca Curitiba) Teder Muniz Moras (Fundação Padre Anchieta – TV CULTURA) Ouro Preto, MG, 21 de junho de 2010.
Temática preservação
97
RELATÓRIO DE ATIVIDADES ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRESERVAÇÃO AUDIOVISUAL - ABPA COMISSÃO EXECUTIVA 2010-2011
A Comissão Executiva (CE) da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA), eleita pela Assembleia Geral em junho de 2010, em Ouro Preto (MG), tem como principal tarefa formatar um modelo de Estatuto para esse organismo, para ser levado a discussão geral antes da reunião de junho de 2011. No 6º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros o texto final deverá ser aprovado em Assembleia Geral. Essa Comissão Executiva também carrega consigo a responsabilidade de deflagrar a primeira eleição após a aprovação do Estatuto, participando diretamente do momento mais importante dessa trajetória desde a criação oficial da ABPA, o momento de seu estabelecimento oficial enquanto instituição de defesa do patrimônio audiovisual nacional. Nesse sentido a CE contou com a participação de seus membros em importantes eventos nacionais e fez reuniões presenciais com partes da equipe de trabalho. As discussões ocorridas durante essas reuniões e debatidas entre os membros da CE, por e-mail, resultaram na proposta de Estatuto que ora apresentamos, através da lista de discussão da ABPA. Aguardamos as colaborações dos outros integran-
98
tes da ABPA para sistematizar essas colaborações no aper-
contemplando a “Carta de Porto Alegre”, as Moções e as
feiçoamento do documento.
Resoluções aprovadas, encontra-se em: http://culturadigital.br/cbcinema/?page_id=1485.
Para o 6º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros em Ouro Preto, em junho de 2011, a CE
VI Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro
compromete-se a reunir e sistematizar as sugestões que
João Pessoa (PB), 10 a 15 dez; 2010
forem colocadas pelos demais membros da ABPA no intuito
Durante este Festival reuniram-se os membros da CE Marília
de dinamizar a construção do texto final do Estatuto que de-
Franco, Solange Stecz e João de Lima para examinar e reorgani-
verá ser votado pela Assembleia Geral.
zar nova proposta a partir das observações ao texto base do Estatuto feitas pelo advogado Heliomar Freitas. Todas as observa-
No segundo semestre de 2010 o texto do Estatuto passou por
ções foram consideradas para o texto final que a CE encaminha
um primeiro estudo, quando foram levantados seus princi-
para análise e contribuição de todos os membros da ABPA.
pais pontos a serem trabalhados e amplamente discutidos. - 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes A integrante da CE Solange Stecz encaminhou a proposta
Tiradentes (MG), 21 a 29 jan. 2011
de estatuto para avaliação pelo diretor jurídico da Fundação
Houve um convite da Universo Produção para que um mem-
Cultural de Curitiba, Heliomar Freitas.
bro da CE a representasse nesta Mostra de Cinema, juntamente com mais nove representantes de outras entidades
Seguem as participações, os eventos e os encontros nos
em uma mesa-redonda sobre Memória. O representante da
quais um ou mais membros da CE da ABPA estiveram pre-
CE que teve disponibilidade para participar foi João de Lima,
sentes e os principais desdobramentos.
que preparou o texto “Políticas culturais no Governo Lula”.
- 8º Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual
- Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia da PUC Goiás
Porto Alegre (RS), 12 a 15 set. 2010
Goiânia (GO), 15 fev. 2011
No CBC a participação é por entidade filiada e a ABPA
Convidado para uma banca de mestrado no IGPA/PUC-
ainda não é uma entidade filiada. Não houve reunião da CE
Goiás, João de Lima se reuniu com Fernanda Elisa Costa para
em Porto Alegre. Participação dos membros da CE Marília
análise das observações e considerações que Heliomar Frei-
Franco (CPCB) e Solange Stecz (como coordenadora da Ci-
tas propôs ao Estatuto. Assim, o texto final foi preparado para
nemateca de Curitiba, entidade filiada ao CBC) e de diversos
ser encaminhado à lista da ABPA para análise e aprovação.
membros da ABPA, que atuaram no GT3 - Pesquisa, Preservação e Crítica. O resultado final foi amplamente divulgado
- 26 fev 2011
nos sites do setor de cinema e preservação. O documento
Neste dia foi encaminhado para lista-da-abpa@google-
final do 8º Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual,
groups.com o e-mail a seguir:
Temática preservação
99
Encaminhamos ao debate e aos aperfeiçoamentos do coletivo da ABPA uma proposta de Estatuto, desenvolvida nas condições explicadas em nosso relatório, que se aplicaria a uma associação integrada por Profissionais Pessoas Físicas. Sabemos que algumas pessoas propuseram uma associação mista ou composta apenas por Pessoas Jurídicas, mas esses formatos ainda estão em estudo. Agradeceríamos se alguém pudesse encaminhar alguma proposta ou argumentos que justifiquem esses formatos, embora tenhamos feito consultas aos estatutos de outras associações e todas são de PFs. Essa também é a indicação do profissional jurista consultado. Essa Comissão Executiva compromete-se a reunir e sistematizar as sugestões para dinamizar a construção do texto final a ser votado pela Assembleia Geral em Ouro Preto. Comissão Executiva [enviado anexo arquivo com a proposta do Estatuto] - 28 fev. 2011 Afastamento de Teder Muniz Moras por razões pessoais e profissionais. Houve a proposição da escolha de novo coordenador, sendo sugerido o nome da professora Marília Franco. A Comissão continuou seu trabalho de forma colegiada. - Seminário “Cultura da Preservação”, promoção da Cinemateca de Curitiba Curitiba (PR), 16 e 17 abr. 2011 Integrantes da CE da ABPA estiveram reunidos em dois encontros abertos dos quais participaram também outros membros da APBA e pessoas interessadas presentes no Seminário. Reunião com o advogado Heliomar Freitas com o intuito de melhorar e aprofundar o texto do Estatuto. Desta reunião participaram João de Lima, Solange Stecz, Marília Franco, José Quental, Fernanda Coelho, Cristiana Miranda, Fernanda Hallak e Mônica Braga. Além de questões técnicas na redação do Estatuto, como por exemplo a reorganização de tópicos ou a sugestão de temas que sem prejuízo poderiam ser realocados no Regimento Interno que deverá ser redigido, o advogado Heliomar Freitas fez observações importantes no que toca a natureza e a definição da entidade. A clareza sobre o associado (pessoa física ou pessoa jurídica) e sobre a possibilidade de prestação de serviços são pontos centrais.
100
Mesmo que a proposta de Estatuto elaborada pela CE estabeleça a ABPA como uma entidade de pessoas físicas, gostaríamos que essa discussão chegasse a Ouro Preto mais amadurecida, pois acreditamos que ela é longa e merece ser feita com cuidado e paciência. Em 17 de abril houve um segundo encontro em que estiveram presentes João de Lima, Solange Stecz, Marília Franco, José Quental, Fernanda Coelho, Cristiana Miranda. Foram abordados de forma mais geral os encaminhamentos que a CE poderia dar para as questões. Entre abril e maio de 2011 Troca de e-mails entre os membros da CE para a apresentação no 6º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais da proposta de Estatuto da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual. Membros da Comissão Executiva 2010/2011 Fernanda Elisa Costa (GO) Glênio Póvoas (RS) João de Lima Gomes (PB) José Quental (RJ) Marília Franco (SP) Solange Stecz (PR) Teder Muniz Moras (SP)
Temática preservação
101
PROPOSIÇÕES E RELATÓRIO DO GT DE PRESERVAÇÃO NO 8º CBC O Congresso Brasileiro de Cinema (CBC) tem tido como tônica forte e inarredável a ratificação do compromisso de seus membros com o progresso do cinema brasileiro, com a coletividade dos trabalhadores do audiovisual e com o comprometimento de dar continuidade e ampliar a diversidade cultural e a democratização do acesso da população brasileira à produção cultural. Para isso, entre suas atividades e ações, o Congresso estabeleceu a formação de GTs para discussão das questões e propostas das diversas áreas e setores da cadeia produtiva do audiovisual, procurando manter um canal aberto de diálogo com os órgãos governamentais, estimular o debate dos temas e necessidades ligados à área e coordenar o encaminhamento de políticas públicas para o setor. Especificamente com relação à Preservação, foi criado o GT Pesquisa / Preservação / Crítica com o objetivo de fazer um diagnóstico e formular propostas para a área. Tais questões foram debatidas no 8º Congresso do Cinema Brasileiro, realizado em Porto Alegre de 12 a 15 de setembro de 2010, cujas resoluções finais foram consolidadas na Assembleia do CBC, promovida em Atibaia em 14 de maio de 2011.
102
RELATÓRIO DO GT PESQUISA / PRESERVAÇÃO / CRÍTICA
obra em si, mas também a guarda de roteiros, fotos, críticas, notícias, cartazes, anotações do diretor, convites e inúmeros
INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO
outros documentos relacionados com o filme;
Já há bastante tempo vem crescendo o reconhecimento
7. reduzido número de cursos e disciplinas de formação su-
universal de que o cinema é uma arte estratégica. Os filmes
perior e técnica no campo da preservação audiovisual;
são espelhos em que cada povo pode se identificar na tela e refazer os caminhos de sua cultura e sua história. Por isso,
8. falta de regulamentação da profissão voltada para a
a pesquisa, a preservação fílmica e os órgãos de guarda da
“preservação audiovisual”;
cinematografia brasileira são fundamentais para a nossa história, nossa memória e nossa identidade cultural.
9. necessidade de preservação de equipamentos (projetores, gravadores e leitoras de CD/DVD), que necessitam igual-
Com isso em mente, é cada vez mais importante a reflexão,
mente de profissionais especializados para tratamento da
o debate, o encaminhamento de propostas que resultem em
informação;
ações para a área em torno de questões tais como: 10. necessidade de estudos quanto à climatização, técnicas e 1. perda substancial do nosso acervo filmográfico;
novas tecnologias para depósitos de guarda;
2. ausência de legislação específica para a área;
11. necessidade de estabelecimento de normas e procedimentos éticos para a restauração que envolvam nomencla-
3. reduzido número de laboratórios, equipamentos de
tura adequada, atenção a padrões culturais, diversas versões
restauro e profissionais especializados em restauração ótica;
de uma mesma obra, cessão de imagens, herdeiros e outros.
4. poucos órgãos de guarda e riscos de perda, haja vista que
PROPOSTAS E SUGESTÕES
diversas filmografias – sobretudo aquelas regionais – estão
Em face do exposto acima, sugerimos que os painéis,
guardadas em locais sem condições técnicas adequadas;
palestras e debates se concentrem em tópicos que abordem temas como:
5. importância da conservação de suportes variados como películas, papel fotográfico, suportes magnéticos e ele-
I – COM RELAÇÃO À PRESERVAÇÃO FÍLMICA
trônicos, entre outros;
1. TEMA CENTRAL O reconhecimento de que a preservação fílmica tem um
6. poucos recursos para a preservação e a guarda da docu-
valor estratégico na afirmação da identidade da nação, de
mentação fílmica, já que a preservação não envolve apenas a
sua cultura e de sua soberania.
Temática preservação
103
Cenário e diagnóstico da situação do acervo do patrimônio audiovisual brasileiro (conforme fundamentação exposta acima). A normatização e o aprofundamento da política institucional para a área de preservação fílmica, com o consequente estabelecimento de diretrizes para a área. 2. TEMAS PARA DEBATES E ENCAMINHAMENTO a) Quanto à legislação e recursos Criação de legislação específica para a área de restauração fílmica envolvendo as questões relativas a prazos de execução, incentivos, financiamentos, dotações orçamentárias, relacionamentos com herdeiros e outros itens relacionados com os aspectos da área. Criação de um Fundo de Preservação do Patrimônio Audiovisual Brasileiro, a ser administrado por órgão do Governo Federal. Incentivos e financiamentos para laboratórios de restauro e formação de profissionais especializados. b) Quanto à ética e entendimento da área Debates e proposição sobre as diversas nomenclaturas relacionadas com a restauração de forma a criar jurisprudência e evitar dúvidas ou mal entendidos nas diversas instâncias ligadas à área em espaço e tempo, tais como: universidades, escolas, canais de difusão, patrocínios, herdeiros e outras. Debates e proposição sobre as diversas versões geradas numa obra que foi restaurada e/ou tenha sido submetida a qualquer processo de mudança. Debates e proposição sobre os aspectos éticos que devem ser seguidos na restauração quanto ao não desvirtuamento da obra original, respeito cultural, manutenção dos padrões culturais, esclarecimentos aos espectadores no caso de mudanças, adaptações linguísticas e/ou necessidade de introdução de qualquer modificação, inclusão, exclusão ou ausência de cena(s) da obra original.
104
c) Quanto à formação e profissionalização
Estudos relacionados com a questão da climatização de depósi-
Inclusão da área de preservação e restauração fílmica na es-
tos, principalmente em países tropicais, como é o caso do Bra-
trutura de todos os cursos de cinema.
sil, envolvendo técnicas, temperatura ideal, umidade, novas tecnologias e levando em conta os diversos suportes da obra.
Debates e encaminhamento de propostas para regulamentação da profissão voltada para a “preservação cinematográfica”.
Debates e proposições relacionadas com a questão do acesso aos materiais que fazem parte do acervo, envolvendo aspec-
d) Quanto à guarda
tos ligados à liberação, custos, autorização dos detentores
Ações que possibilitem e incentivem a criação e o financia-
dos direitos e outros.
mento de órgãos de guarda, principalmente regionais, que se encarreguem da preservação de filmografias locais e de
e) Quanto à difusão da memória cinematográfica e audiovi-
difusão do acervo existente.
sual brasileira Incentivo à exibição, nos canais abertos de televisão e nos
Legislação que regulamente a criação e o funcionamento
circuitos comerciais, de filmes brasileiros restaurados. In-
integrado de órgãos de guarda de obras audiovisuais, assim
centivo e estímulo à exibição de filmes brasileiros nos cine-
como os mecanismos de obtenção e gerenciamento de todos
clubes, escolas, centros culturais e em regiões carentes de
os recursos necessários.
acesso à nossa filmografia.
Inclusão, no orçamento do filme brasileiro que está sendo
f) Quanto à difusão do material preservado
produzido, da confecção de uma cópia para depósito nas
É importante entender a preservação como um processo
cinematecas e órgãos de guarda.
permanente do qual fazem parte desde a coleta do material até a sua disponibilidade ao público (difusão). Sendo as-
Ações que possibilitem a preservação dos documentos ele-
sim, recomenda-se que, em todos os editais que incentivem
trônicos digitais (textos, filmes, trailers postados na inter-
ou financiem a preservação ou a restauração de acervos ou
net, curtas-metragens e outros).
obras isoladas, seja considerada a disponibilidade e a difusão
Tendo em vista as rápidas modificações e obsolescências hoje
do material recuperado.
verificadas na indústria da informática, a execução de estudos e normas relacionadas com a questão de que a conservação de
II – COM RELAÇÃO À PESQUISA
imagens em movimento e de materiais relacionados aos filmes hoje também está associada à preservação dos equipamentos
1. TEMA CENTRAL
(projetores, gravadores e leitoras de CD/DVD), que necessitam
A atividade de pesquisa é fundamental para o desenvolvi-
igualmente de profissionais especializados na área.
mento e estudo da história do cinema brasileiro e do audiovisual de um modo geral.
Temática preservação
105
Assim como não há uma legislação específica para a preservação e a guarda fílmicas, não há igualmente um apoio mais maciço à pesquisa cinematográfica brasileira, além do considerável esforço das universidades e de algumas poucas organizações em outras ações isoladas decorrentes de prêmios e/ou bolsas concedidas, na maior parte das vezes, por entidades empresariais. Face a isso, podemos dizer que a história do cinema brasileiro ainda não foi escrita. O que existe de publicado em termos da biografia e da obra de diretores, produtores e técnicos da área cinematográfica nacional, bem como de pesquisas e publicações que retratem os ciclos, movimentos e a história do cinema brasileiro de um modo geral, é ainda insuficiente. 2. TEMAS PARA ENCAMINHAMENTO – Reconhecimento da figura e da atividade do pesquisador e da importância da pesquisa de cinema e do audiovisual em geral. – Apoio e estímulo à pesquisa através de bolsas de estudos e outros mecanismos de fomento. – Apoio mais consistente ao trabalho e às iniciativas que as universidades e/ou organizações da área vêm desenvolvendo. – Apoio à divulgação do resultado das pesquisas através do incentivo e do financiamento de publicações. III – COM RELAÇÃO À CRÍTICA 1. TEMA CENTRAL A crítica tem um envolvimento e um compromisso direto com a qualidade do produto final e com os aspectos culturais do mercado. A ela cabe ainda o papel de formação de novas plateias – sem as quais o cinema na prática passa a inexistir – dando ao público subsídios para o aprimoramento de sua experiência cinematográfica, o que reverte na melhoria da qualidade da produção da distribuição, das condições de exibição dos produtos e consequentemente da afluência dos espectadores às salas de cinema. É fundamental a importância da presença de pelo menos um representante da crítica em todas as comissões, congressos, fóruns e seminários que tenham como
106
objetivo discutir e debater o cinema e seus segmentos, prin-
Recomendação:
cipalmente nos aspectos relativos a políticas de importação,
Recomendamos a constituição de grupos para a prospecção,
distribuição e importação de filmes e outros aspectos cult-
criação de outros centros regionais de guarda, conservação
urais do mercado.
e difusão dos acervos audiovisuais.
2. TEMAS PARA ENCAMINHAMENTO
6.3. – DIFUSÃO DE OBRAS PRESERVADAS
– Facilidades para a circulação, no mercado brasileiro, de
Propor e defender junto à Secretaria do Audiovisual a cria-
produções audiovisuais diferenciadas.
ção de novos mecanismos e de novos canais objetivando a
– Apoio à criação e ao desenvolvimento de publicações es-
difusão das obras preservadas, através de redes sistematiza-
pecializadas, voltadas para a reflexão cinematográfica.
das e de publicações, em qualquer suporte.
– Incentivo ao exercício da atividade crítica através de seminários de formação e do apoio à introdução da disciplina de
6.4. – CRÍTICA
crítica nos cursos de audiovisual.
Propor e defender, junto à Secretaria do Audiovisual, apoio;
– Propostas para a participação sistemática da crítica nas
e, junto à Ancine, a ampliação de programas e dos recursos
comissões oficiais de escolha e premiação de projetos, ro-
destinados à criação e ao desenvolvimento de publicações
teiros, concursos e eventos.
especializadas, voltadas para a reflexão cinematográfica.
– Aumento da representatividade da crítica nas atividades do CBC. Propor e defender, junto à Secretaria do Audiovisual, apoio; 8º CBC – documento final
e,junto à Ancine, a ampliação de programas e dos recursos destinados ao incentivo ao exercício da atividade crítica
6. – PRESERVAÇÃO E CRÍTICA
através de seminários de formação.
6.1.- POLÍTICA DE PRESERVAÇÃO Propor e defender junto à Secretaria do Audiovisual que, na
6.5. – RECOMENDAÇÕES AO CBC
formulação e na aplicação das políticas públicas de preser-
Recomendamos ao CBC – Congresso Brasileiro de Cinema a consti-
vação, seja a mesma considerada como macroárea, que deve
tuição de um grupo de avaliação da legislação vigente sobre preser-
perpassar os processos de formação, pesquisa e crítica a in-
vação, com indicações para seu aperfeiçoamento e para a criação de
clusão de diretrizes curriculares para a formação técnica e su-
instrumentos legais específicos, quando não existentes.
perior e a ampliação dos investimentos continuados na área. Recomendamos ao CBC – Congresso Brasileiro de Cinema a 6.2. – AÇÕES INTERMINISTERIAIS
constituição de um grupo de trabalho objetivando conceituar,
Propor e defender junto ao Governo Federal que sejam efetivamente
definir e padronizar termos e procedimentos da área.
implantadas e ampliadas as parcerias interministeriais e interinstitucionais no desenvolvimento da área de preservação audiovisual.
Temática preservação
107
cineop ganha prêmio especial de preservação Anualmente, a Academia Brasileira de Cinema concede o Prêmio Especial de Preservação para pessoas ou instituições que se destacam no trabalho de preservação da história audiovisual brasileira. A CINEOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto tem atuado nos últimos anos como um instrumento de desenvolvimento da preservação, da história e da identidade cultural brasileira agregando valor de patrimônio à atividade cinematográfica e contribuindo para a construção de um plano nacional de preservação. Como reconhecimento a esse trabalho, o Conselho da Academia Brasileira de Cinema decidiu, conceder à CINEOP, através de seus organizadores Raquel Hallak, Quintino Vargas e Fernanda Hallak, o Prêmio Especial de Preservação no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2011, realizado no dia 31 de maio, no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. É com grande satisfação que compartilhamos com vocês este Prêmio.
108
foto: divulgação foto: divulgação quintino vargas, raquel e fernanda hallak recebem prêmio especial de preservação
Temática preservação
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110
temática
educação
Temática preservação
111
preservação, cinema e educação
por Adriana Fresquet
A preservação do cinema constitui o desafio de manter viva a memória de uma sociedade, para ela se conhecer melhor e para lembrar suas memórias correndo o risco de reinventá-las. Preservação se contrapõe ao abandono. Mas curiosamente eles, às vezes, coexistem, como posso apreciar na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, MAM-Rio. Como pesquisadora frequente desse espaço que recebe professores, alunos e escolas públicas, hoje convivem o esforço e o desejo de preservação de um acervo, representados por Hernani Heffner, entre outros, e o descaso que habita as paredes, os tetos e até o chão penetrado pelas águas. A Associação Brasileira de Preservação Audiovisual (ABPA) em 2010 enfatizou que é necessário investir no reconhecimento do Patrimônio Audiovisual Brasileiro como instrumento estratégico do desenvolvimento da sociedade brasileira. Existem sérios riscos de desaparecimento desse patrimônio e sempre constitui uma ameaça o desequilíbrio na distribuição dos investimentos. Hoje se faz cada vez mais importante destacar a importância da participação das televisões brasileiras na preservação e na difusão do audiovisual, assim como a for-
112
mação e a atualização dos profissionais dessa área quanto à salvaguarda deste patrimônio. As novas tecnologias impõem outros desafios que precisam ser atendidos, com os que a educação pode dialogar e agir. Através de suas múltiplas formas de acesso às crianças e jovens e, em consequência, às famílias brasileiras, as escolas se constituem cenários privilegiados para conscientizar a importância da preservação. O cinema e a educação vêm driblando uma relação de lonfoto: divulgação
ga data. Trata-se de uma aproximação de uma potência pedagógica incomensurável. Quando acontece na escola e supera o formato instrumental, ela propicia o encontro do cinema com a infância e com a adolescência, acentuando a intensidade do mesmo. Projetar filmes para ensinar conteúdos tem sido uma prática relativamente recorrente nas últimas décadas e ela ainda conserva alguma força, mas pen-
Temática EDUCAÇÃO
113
sar esta como a única forma de articulação entre o cinema e
na relação do cinema com a escola e com a infância, que se de-
educação seria minimizar suas possibilidades, cujas origens
fine através de três crenças: “A primeira crença é no cinema
remontam à década de 20, como discutem Franco, Duarte,
e na sua possibilidade de intensificar as invenções de mundo.
Teixeira e Lopes, entre outros.
A segunda é na escola, como espaço em que o risco dessas invenções é possível e desejável. O terceiro é na criança, como
Para Alain Bergala, cineasta e educador francês, o cinema esta-
aquela que tem a criar com o mundo, com os filmes” (p.109).
belece uma relação de alteridade com a escola, ele se situa como
Para operacionalizar formas tentando atingir essa intensidade,
um estrangeiro que provoca a instituição com o ato criativo,
se faz necessário oferecer um amplo leque de filmes de dife-
alterando rotinas de espaço e tempo. Esse gérmen de anarquia
rentes épocas e gêneros, em particular desse cinema que não
é condição fundamental para “fazer arte” dentro e fora da es-
é fácil encontrar em locadoras ou no circuito comercial; criar
cola, já que o encontro entre cinema e educação pode ter como
cineclubes, promover atividades para estudantes e professores
cenário diversos outros espaços (cinematecas, centros culturais,
nas salas de cinema e levar o cinema através dos seus filmes
hospitais, ONGs, presídios, asilos etc.). Embora o objetivo de-
nas salas de aula; geriátricos; salas de espera, enfermarias ou
sta arte não seja pedagógico, é possível aprender, desaprender
recintos de reclusão; desenvolver propostas de exercícios,
e reaprender a partir de diversas experiências do cinema. Sua
experimentações com os recursos que hoje são cada vez mais
potencia de afetação pode atingir contundentemente os es-
acessíveis técnica e economicamente; projetar cinema mudo
pectadores/realizadores e continuar a ter efeitos pedagógicos,
no pátio nos recreios; criar pequenas cabines nas bibliotecas...
estéticos e políticos ao longo do tempo. Nesse sentido, ganha um destaque singular a concepção de Serge Daney, para quem
Aprender a ver cinema é aprender a ver o outro, configurar no-
todo transmissor de cinema deve virar um passador (passeur).
vos encontros entre o eu e o mundo. Um “outro” que vem de
Isto é, o professor deveria personalizar as escolhas daquilo que
outros espaços e outros tempos e descobrir que existem infini-
quer transmitir do cinema, fugindo de qualquer neutralidade,
tos olhares para vê-lo. Aprender a ver e fazer cinema significa
doando algo de si, “arriscando”, como quem arrisca sua própria
também sensibilizar o intelecto, restaurar o valor da memória e
vida acompanhando quem aprende a subir uma montanha ou a
da imaginação, da ativação do afeto e das sensações no ato de
cruzar um rio a nado (BERGALA, 2006).
aprender. Mas também significa uma forma de encontro consigo mesmo. Uma potencial invenção de si mesmo.
Muitas biografias e entrevistas de reconhecidos cineastas apre-
114
sentam o cinema como um encontro de decisiva constituição
O grande desafio de estreitar a relação entre o cinema e a
subjetiva (François Truffaut, Nelson Pereira dos Santos, Glau-
educação é favorecer condições para uma revolução. Uma
ber Rocha, Abbas Kiarostami etc.). Isto parece confirmar a for-
revolução coletiva de alteridade. Uma revolução pacífica,
ça da intensidade como marca distintiva entre o cinema e out-
amorosa, que através do trabalho de professores, artistas e
ras artes e outras mídias que já alertara Ricciotto Canudo e que
profissionais legitime a autoria das crianças e adolescentes
hoje retoma Migliorin (2010), para quem há uma força especial
no ato de criação e produção cultural. Trata-se de um grupo
social que ainda não tomou (tomamos) consciência de seu poder, pelo número e pela força criativa. Inventar formas de aproximação do cinema e a educação dentro e fora do currículo, e inclusive dentro e fora da escola nos anima a um devaneio: o combate ao imperialismo e outras formas de hegemonia econômica e cultural. É quase impossível imaginar hoje uma criança ou adolescente não preferindo um produto da indústria cultural, porque de fato não tem outras escolhas. Quem sabe não venham a ser crianças e jovens os que virem pelo avesso algumas formas de colonialismo, os que fazendo de conta que são cineastas (ou escritores, músicos, pintores etc.) se antecipem com sua magia e sua verdade a um mundo de mentira sustentado pela lógica do capital. Partir dessa ruína rumo à utopia, como sonhava Benjamin. BARROS, Manoel. Manoel de Barros. Poesia completa. São Paulo: Leya, 2010.
O cinema tem condições de devolver algo da infância às
BENJAMIN, Walter. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo:
crianças e aos adultos que ainda acreditam que para criar
Duas Cidades/34, 2005.
é necessário reencontrá-la e mantê-la viva. Mas para isso
BERGALA, Alain. L’hipothèse cinéma. Petit traité de transmission du cinéma à
ele também precisa preservar seus acervos, povoar suas
l’école et ailleurs. Paris: Petit Bibliothèque des Cahiers du Cinéma, 2006.
memórias. Hoje, podemos afirmar que o diálogo do cinema
DUARTE, Rosália. Cinema & educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
com a educação e a preservação constitui um ato político. Um
FRESQUET, Adriana. Imagens do desaprender. Rio de Janeiro: Booklink/Lise/
ato democrático que permite diversificar leituras do mundo
UFRJ, 2007.
desde diferentes pontos de vista, facilitar o acesso à cultura,
MIGLIORIN, Cezar. Cinema e escola sob o risco da democracia. Dossiê: cinema e
promover a divergência e não o consenso homogeneizador –
educação: uma relação sob a hipótese de alteridade. Revista Contemporânea de
quando não dogmático – de fazer diferente, sempre. Mergu-
Educação. Faculdade de Educação/UFRJ, v 5, n. 9, jan.-jul. 2010.
lhar nos acervos para criar com inspirações cinematográficas
TEIXEIRA, Inês Assunção de Castro & LOPES, José de Sousa Miguel (Orgs.). A
não é repetir... ou como disse o poeta Manoel de Barros, pode
escola vai ao cinema. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
ser sim repetir, repetir até ficar diferente...
XAVIER, Ismail (Org.). A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Graal, 1983.
Adriana Fresquet professora, pesquisadora – ufrj coordenadora da rede kino
Temática EDUCAÇÃO
115
cinema e educação algumas referências entre memórias e processos de formação
por Milene Silveira Gusmão
Aprendi a aprender com filmes, a usufruir mais intensamente da emoção que provocam, a interpretar as imagens, a refletir a partir delas, a reconhecer valores diferentes e a questionar os meus próprios. E o fato de essa experiência ter sido tão fundamental em minha formação (muito do que conheço do mundo, das culturas e das artes aprendi vendo filmes) é uma das razões pelas quais decidi estudar, academicamente, as relações das pessoas com o cinema. Rosália Duarte (2002) Não há novidade, pelo menos para os que se interessam, quando se afirma que a relação entre cinema e educação é secular. Penso mesmo que não é exagero afirmar que a pedagogia do cinema é contemporânea ao surgimento do cinematógrafo, especialmente quando há possibilidade de especular sobre o impacto que a imagem em movimento provocou ao olhar do homem, em diversos lugares do mundo, na virada do século XIX para o século XX. Apesar da antecedência da câmara escura e da lanterna mágica, inaugurou-se com a projeção das imagens em movimento projetadas pelo cinematógrafo outro tipo de mediação na tessitura da vida em sociedade. Seja nas itinerâncias das exibições promovidas
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nas feiras, nos salões de variedades, nos parques de diversão, seja
de diversos segmentos sociais, entre os quais se encontram
nas salas de exibição, ou nos encontros dos cineclubes, o con-
educadores, cineastas, políticos, governantes, religiosos e re-
sumo cinematográfico impacta e provoca reflexões, especial-
presentantes de movimentos anarquistas. Embora sejam muitas
mente no que diz respeito aos processos educativos, formais ou
as referências das discussões e reflexões acerca das inquietações
não formais, dele decorrentes. Não são poucos os registros que
provocadas pelo sucesso do cinema, não é possível trazer mui-
tomam o cinema como uma importante questão a ser tratada,
tos exemplos neste breve texto, apenas ressaltar algumas delas,
seja como instrumento pedagógico, doutrinário ou de propa-
especialmente aquelas menos conhecidas, como é o caso da opi-
ganda, a sua utilização esteve na ordem do dia em vários lugares
nião dos anarquistas. Segundo Figueira (2004, p.135), desde o iní-
do planeta. Independentemente das ideologias, governos e
cio da década de 1910, os intelectuais anarquistas desenvolveram
instituições religiosas atribuíam estatuto privilegiado ao cinema
uma intensa reflexão sobre os usos do cinema, observando que:
como um eficiente meio de educação das massas. Como a imprensa, ele [o cinema] educa e perverte, ensina No âmbito da Igreja Católica foi significativa a importância cul-
e engana esclarece e embrutece, é a obra de exploração, é
tural e educativa que o cinema alçou. Em 1928, em Bruxelas,
“clarim do progresso” e trombeta da revolta - mas ainda ca-
na Bélgica, fundou-se a Organização Católica Internacional
tecismo e resignação e tambor monótono de passiva disciplina
do Cinema (Ocic). Em 29 de junho de 1936, o Papa Pio XI pro-
(VASCO, 1913, p.1, apud FIGUEIRA, 2004, p.135).
mulgou a Encíclica Vigilanti Cura, especificando recomendações para o cinema e reconhecendo a sua capacidade de influenciar e
Ainda na década de 1920, encontram-se registros em revistas e
exercer sobre as multidões ações educativas.
jornais brasileiros sobre a utilização do cinema no âmbito educacional, no entanto, ao que parece nenhuma experiência mais
Não há hoje um meio mais poderoso para exercer influência sobre
sistematizada se realizou até 1929, quando Fernando Azevedo,
as massas, quer devido às figuras projetadas nas telas, quer pelo
então diretor do Departamento de Educação do Distrito Federal,
preço do espetáculo cinematográfico, ao alcance do povo comum,
organizou uma ação oficial e determinou a utilização do cinema
e pelas circunstâncias que o acompanham. O poder do cinema
nas escolas primárias do Distrito Federal. Nesse mesmo ano,
provém de que ele fala por meio da imagem, que a inteligência
Jonathas Serrano, então diretor de instrução pública do Distrito
recebe com alegria e sem esforço [...]. A cinematografia realmente
Federal, organizou a I Exposição de Cinematografia Educativa.
é para a maioria dos homens uma lição de coisas que instrui
No início dos anos 1930, os debates sobre projetos e reformas no
mais eficazmente no bem e no mal, do que o raciocínio abstrato
âmbito educacional que evidenciaram o entusiasmo pedagógico
(PIO XI, 1936, apud SANTOS, 2009).
mobilizado pelos educadores para ressaltar o potencial educativo do cinema tomam fôlego. Segundo Faveretto (2004, p.10),
No Brasil o debate entre o cinema e a educação encontra
são vários os indícios da rápida importância atribuída ao cinema
registros, no decorrer do século passado, na imprensa diária, em
pelos educadores, manifesta em estudos e iniciativas educacio-
revistas especializadas, em livros e depoimentos de indivíduos
nais, a exemplo do livro pioneiro de Jonathas Serrano e Francisco
Temática EDUCAÇÃO
117
foto: leonardo lara / acervo universo produção
Venâncio Filho, Cinema e educação, publicado em 1930, do livro de Canuto Mendes de Almeida, Cinema contra cinema, publicado em 1931, bem como da criação, no âmbito institucional estatal, do Instituto Nacional do Cinema Educativo (Ince), em 1937, pelo Ministério da Educação e Saúde, na gestão de Gustavo Capanema, que tinha como uma de suas tarefas primordiais possibilitar a integração do cinema às práticas escolares. Quanto à ação da Igreja Católica, especialmente a partir dos anos 1950, o contínuo interesse pela dimensão educativa do cinema, expresso principalmente com a chegada da representação da Ocic, em 1952, em Belo Horizonte, Minas Gerais, deveria criar as condições para o desenvolvimento de uma cultura cinematográfica a serviço da formação de jovens, realizando cursos e seminários para estimular a implantação de cineclubes nas instituições ligadas à Igreja, especialmente nos colégios. A esse respeito, destacam-se as ações desenvolvidas em Belo Horizonte pelo padre Guido Logger e pelo frei Francisco de Araújo. O primeiro, entre outras atividades, escreveu um livro intitulado Educar para o cinema, publicado pela Editora Vozes em 1965; e o segundo foi o responsável pela criação do Cine-Clube da Ação Católica (CCAC), em 1957, que mais tarde passou a ser gerido pela Ação Social Arquidiocesana (ASA), sob a responsabilidade de Yone Augusto de Castro, então responsável pelo Departamento de Cinema. Esse cineclube, segundo Ribeiro (1997, p.47), foi o embrião que possibilitou o surgimento do Cine-Clube Belo Horizonte (CCBH), em 1959. Outro braço forte da Ocic se organizou no Rio de Janeiro, ligado à Pontifícia Universidade Católica: o Centro de Estudos da Ação Social Arquidiocesana, coordenado por Irene Tavares de Sá, que promoveu mais de 60 cursos sobre cinema, entre 1952 e 1968, além de publicar três livros que se tornaram referências para
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a discussão sobre cinema e educação e para a implantação de cineclubes colegiais. No
Referências
primeiro deles, Cinema e educação, publicado em 1967 pela Editora Agir, expressa a seguinte opinião:
DUARTE, Rosália. Cinema e educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
A arte da imagem em movimento é uma escola de costumes, um instrumento de edu-
FAVERETTO, C. Prefácio. In: SETTON, Maria da
cação, uma nova técnica a serviço da informação, da ciência e até mesmo da política.
Graça J. (Org). A cultura da mídia na escola: en-
(...) Todos conhecemos a importância dos instrumentos audiovisuais no aprendizado
saios sobre cinema e educação. São Paulo: An-
e o cinema utiliza todos eles. Além disso, é uma arte que mobiliza não só a sensibili-
nablume, 2004.
dade como a força criadora e outros elementos da personalidade. Seu raio de influência
FIGUEIRA, C. A. R. O cinema do povo: um pro-
abrange todos os interesses humanos e, para um autêntico cineasta, qualquer objeto
jeto da educação anarquista (1901-1921). Quaestio
pode ser considerado fílmico. (...) As ideias abstratas podem ser traduzidas em símbolos
(Uniso), Sorocaba-SP, v. 6, n. 2, 2004, p.135-150.
e a escala dos seres e dos valores focados pelo cinema vai de Deus ao mais insignificante
GUSMÃO, Milene. Memória, cinema e educa-
objeto (SÁ, 1967, p.13-14).
ção: algumas considerações sobre cineclubes, Estado e Igreja Católica no Brasil pós-1930.
Diante deste breve panorama no País, de percursos significativos da trajetória relacional
In: LOMBARDI, J. C.; CASIMIRO, A. P. B. S. e
entre os ambientes do cinema e da educação, durante boa parte do século passado, em
MAGALHÃES, L. D. R. (Orgs). História, cultura
que a tessitura entre os variados interesses na relação entre cinema e educação informa
e educação. Coleção Educação Contemporânea.
– a partir da preocupação com os rumos dos processos de aprendizagem pelo consu-
Campinas, SP: Autores Associados, 2006.
mo cinematográfico – práticas e trajetórias, consumos e sensibilidades, incorporação e
RIBEIRO, José Américo. O cinema em Belo Hori-
transmissão de saberes, expressões e significações sobre os conhecimentos acumulados
zonte: do cineclubismo à produção cinematográ-
por indivíduos e instituições, algumas questões se tornam preponderantes, quais sejam:
fica na década de 60. Belo Horizonte: Editora da
Quais são os saberes que costuram discursos e práticas contemporâneas no âmbito da
UFMG, 1997.
relação cinema-educação? Em que medida esses saberes estão referenciados pelos pro-
SÁ. Irene T. de. Cinema e educação. Rio de Janeiro:
cessos de formação empreendidos pelas gerações antecedentes? Quais os sentidos que
Editora Agir, 1967.
potencializam a atual retomada do debate acerca da relação entre consumo audiovisual
SANTOS, R. C. Lição de coisas: Igreja Católica e for-
e processos de formação educacional e cultural?
mação cultural para o cinema no Brasil e na Bahia. Dissertação de mestrado. Pontifícia Universi-
Milene Silveira Gusmão
dade Católica de São Paulo, São Paulo, 2009.
professora, pesquisadora e coordenadora da Rede Kino
Temática EDUCAÇÃO
119
rede kino Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual
A Rede Kino – Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual surgiu da inquietação de alguns professores, pesquisadores, produtores, estudantes e representantes de outras organizações do âmbito do cinema e audiovisual, que, preocupados com a importância do cinema e do audiovisual no campo da educação e da cultura nas sociedades contemporâneas, e com a necessidade da ampliação e consolidação de discussões e práticas relativas a esta temática, especialmente no que se refere à educação estética audiovisual, decidiram se reunir com o intuito de viabilizar uma articulação entre pessoas e instituições para superação da distância entre produção artística e formação humana, visando, entre outras atividades, à realização de projetos e programas colaborativos no âmbito latino-americano. Desde o seu encontro fundacional na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em agosto de 2009, promoveu reuniões de trabalho em Vitória da Conquista, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, bem como participou de eventos nos âmbitos do cinema e da educação, em Florianópolis, Salvador, Ouro Preto e Campinas. Entre estes, destacam-se os Fóruns da Rede Kino, sendo o primeiro deles no Rio de Janeiro, durante o III Encontro Internacional de Cinema e Educação da UFRJ, coordenado pela Profª. Adriana Fresquet, em
120
novembro de 2009, e o segundo realizado como parte da programação da 5ª Mostra de Cinema de Ouro Preto, em junho de 2010, articulado pela Profª. Inês Teixeira com a coordenação geral da Universo Produção. A acolhida do II Fórum da Rede Kino na Mostra de Cinema de Ouro Preto, em 2010, possibilitou reflexões, trocas de experiências, divulgação e ampliação da rede, bem como o reconhecimento, comum aos participantes da rede, da fundamental importância da CineOP como evento nacional que viabiliza diálogos entre produção e consumo cinematográfico, ancorados em reflexões sobre memória, patrimônio, educação e diversidade cultural. O sucesso da parceria, especialmente articulada pela afinidade de objetivos, reuniu mais uma vez as coordenações da Rede Kino e da Universo Produção para realizar o III Fórum da Rede em Ouro Preto, com significativa ampliação da programação durante a 6ª CineOP. Oxalá tudo se encaminhe para a construção de um caminho parceiro na consecução de outras histórias de cinema-educação, e que o fluxo do tempo possa trazer às próximas gerações boas memórias do que agora vivenciamos com alegria. Adriana Fresquet e Milene Gusmão Coordenadoras da Rede Kino
Temática EDUCAÇÃO
121
6º Seminário brasileiro: fatos e memória 6º encontro nacional de arquivos e acervos audiovisuais brasileiros
Debate TEMÁTICA HISTÓRICA
CARLOS MANGA, UM OLHAR PARÓDICO A proposta deste debate é tematizar a carreira do cineasta Carlos Manga e sua relação com o humor paródico na Atlântida, que se manifestou principalmente em filmes como Nem Sansão Nem Dalila e Matar ou Correr. O que desse gênero se mantém em nosso audiovisual? Convidados: Carlos Manga – cineasta e homenageado do evento - RJ Luiz Henrique Severiano Ribeiro – superintendente Grupo Severiano Ribeiro - RJ Oscar Maron Filho – cineasta - RJ Roberto Farias – cineasta - RJ Mediador: João Luiz Vieira – pesquisador e professor – UFF e colaborador da temática Preservação da CineOP - RJ
122
Debate TEMÁTICA HISTÓRICA
Debate TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
A CHANCHADA NO CONTEXTO DOS ANOS 50
POLÍTICAS PÚBLICAS: GERENCIAMENTO E ACESSO AOS AR-
Em debate o lugar e a importância da chanchada nos anos 50,
QUIVOS AUDIOVISUAIS
momento de iniciativas de olho em uma industrialização e em
Quais as políticas públicas, critérios e procedimentos gerenciais
um cinema popular. Esta discussão deu a tônica do período,
para a manutenção e o acesso público aos acervos e arquivos no
com os empreendimentos da Atlântida, Vera Cruz, Multifilmes,
âmbito da preservação audiovisual?
nem sempre bem recebidos pelos críticos e intelectuais, mas muitas vezes gerando filas de espectadores.
Convidados: Ana Paula Santana – secretária do Audiovisual – Ministério
Convidados:
da Cultura - DF
Afrânio Catani – professor USP - SP
Carlos Magalhães - diretor da Cinemateca Brasileira - SP
Maurício Reinaldo Gonçalves – professor, pesquisador, es-
Gustavo Dahl – gerente do CTAv e presidente do Conselho
critor - SP
da Cinemateca Brasileira - RJ
Sheila Schvarzman – pesquisadora e professora – SP
Mauro Domingues – coordenador de preservação de Acervo do Arquivo Nacional - RJ
Mediador: Sérgio Alpendre – crítico de cinema - SP Mediador: João Luiz Vieira – pesquisador e professor – UFF e colaborador da temática Preservação da CineOP - RJ
seminário
123
6º Seminário brasileiro: fatos e memória 6º encontro nacional de arquivos e acervos audiovisuais brasileiros
Debate TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
Debate TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
MODELOS DE GESTÃO DE CINEMATECAS, ARQUIVOS, MU-
DOCUMENTAÇÃO CORRELATA
SEUS DE ARTE
O audiovisual para além da película: roteiros, mapas de filma-
Ações, projetos e relatos de experiências de mecanismos adota-
gem, cenografia, vestuário, objetos de cena, cartazes, fotos de
dos que visam eficiência e modernização da gestão pública. As
still, materiais de divulgação... A quantidade de documentação
organizações sociais representam avanço ou retrocesso? Quais
que também narra a experiência fílmica merece cuidados es-
os caminhos para aperfeiçoar os controles e melhorar a quali-
peciais no campo da preservação. No cinema brasileiro, muitas
dade dos serviços?
vezes é o que apenas restou da memória de um filme, atestando para sua existência.
Convidados:
Claudinéli Moreira Ramos – coordenadora da Unidade de
Convidados:
Preservação do Patrimônio Museológico do Governo do
Olga Futemma – diretora da Cinemateca Brasileira - SP
Estado de São Paulo - SP
Beatriz Kushnir – diretora do Arquivo Geral da Cidade do
Fernanda Machado – secretaria de Estado de Cultura de
Rio de Janeiro (ACGRJ) - RJ
Minas Gerais – MG
Débora Aizenberg – pesquisadora e designer do memória de
Júlia Levy – superintendente de Audiovisual da Secretaria
produção - tv globo - rj
de Estado de Cultura do Rio de Janeiro - RJ
Pedro Asterito Lapera – pesquisador da fundação Biblioteca Nacional - RJ
Mediador: Téder Muniz Morás – coordenador do Centro de
124
Documentação e Pesquisa da Fundação Padre Anchieta -
Mediador: José Quental – coordenador do Setor de Docu-
TV Cultura - SP
mentação da Cinemateca do MAM – RJ
Debate TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
Debate e Diálogos TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
ARQUIVOS DE IMAGENS E SOM: NOVOS HORIZONTES
A PESQUISA, A DOCUMENTAÇÃO E O ACESSO
Novos desafios, projetos e perspectivas de restauro em materiais
Relato e apresentação de projetos e experiências de recuperação
audiovisuais para além da película cinematográfica.
histórica da memória do cinema utilizando a internet, meios tradicionais e tecnologia digital como ferramentas de difusão.
Convidados: Débora Butruce – coordenadora do Acervo Audiovisual -
Expositores:
CTAv /Minc – RJ
Laura Bezerra - coordenadora do projeto Filmografia
Marco Dreer – analista de documentação e informação da
Baiana: Memória Viva! - BA
Fundação Getúlio Vargas - RJ
Rafael de Luna – professor -pesquisa e preservação das re-
Mauro Domingues – coordenador de Preservação de Acer-
vistas de cinema brasileiras da década de 1930 e 1940 - RJ
vo – Arquivo Nacional - RJ Patrícia de Filippi – diretora da Cinemateca Brasileira – SP
Mediador: Fernanda Elisa da Costa – professora PUCGoiáis - GO Mediador: Rafael de Luna – pesquisador e professor – UFF - RJ
seminário
125
6º Seminário brasileiro: fatos e memória 6º encontro nacional de arquivos e acervos audiovisuais brasileiros
126
Debate da Educação TEMÁTICA EDUCAÇÃO
Debate TEMÁTICAS HISTÓRICA, EDUCAÇÃO E PRESERVAÇÃO
CINEMA E EDUCAÇÃO NO BRASIL: memórias e perspectivas
HISTÓRIA, PRESERVAÇÃO, EDUCAÇÃO: escolas, universidades
O cinema e a educação no Brasil percorrem caminhos de en-
e arquivos
contros e desencontros de longa data. O cinema traz à educação
A vida de mão dupla e o diálogo entre preservação/restauração/
uma outra intensidade. A proposta é refletir sobre as intensas
educação no âmbito do acesso, da pesquisa, formação, memória
memórias e perspectivas na produção, nos espaços de compar-
e produção de conhecimento fundamentais na construção da
tilhamento e de invenção coletiva do mundo.
identidade cultural de uma nação soberana.
Convidados:
Convidados:
Eliany Salvatierra - professora UFF – RJ
Anita Leandro - Pesquisadora ECO - RJ
Joel Pizzini – cineasta - RJ
Inés Dussel – pesquisadora do DIE - Departamento de In-
Marialva Monteiro - professora e coordenadora do Cin-
vestigaciones Educativas - México
educ - RJ
Luiz Souza – professor UFMG - MG
Maurice Capovilla – cineasta - RJ
Rosália Duarte – professora PUC – Rede Kino – RJ
Mediadora: Milene Gusmão – professora UESB e coordena-
Mediador: João Luiz Vieira – pesquisador e professor UFF e
dora da Rede Kino - BA
colaborador da temática Preservação – RJ
Diálogos da Preservação TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
Diálogos da Preservação TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
2ª reunião de trabalho dos participantes do Encontro Nacional
1º reunião de trabalho dos participantes do Encontro Nacional
de Arquivos
de Arquivos
Coordenação: Comissão Executiva ABPA
Coordenação: Comissão Executiva ABPA Apresentação de relatório de atividades da ABPA 2010/2011
Discussão e formalização da ABPA - aprovação do Estatuto e do
Breve relato da pauta e dinâmica das reuniões de trabalho
Regimento Interno
seminário
127
6º Seminário brasileiro: fatos e memória 6º encontro nacional de arquivos e acervos audiovisuais brasileiros
Diálogos da Preservação TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
Diálogos da Preservação TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
3ª reunião de trabalho dos participantes do Encontro Nacional
DESAFIOS ATUAIS PARA A PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO
de Arquivos
FÍLMICA
Coordenação: Comissão Executiva ABPA
A complexidade dos avanços tecnológicos aplicados à restauração e à recuperação de filmes, os aspectos éticos e estéticos, as
Leitura final do Estatuto e do Regimento Interno aprovados
diferenças técnicas de restauro.
Criação de comissão eleitoral Preparação administrativa do processo eleitoral da Diretoria da
Expositores:
ABPA
Projeto de restauro do Filme RICO RI À TOA (1957), direção de Roberto Farias Francisco Moreira – coordenador do projeto de restauro da Labocine - RJ Myrna Brandão – presidente do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro – RJ Roberto Farias – diretor Rico Ri à Toa - RJ Projeto de restauro do Filme REDENÇÃO (1959), direção de Roberto Pires Petrus Pires – coordenador do projeto de restauro - BA Renata Borges – coordenadora do núcleo de restauração da Teleimage – SP Mediador: Alexandre Pimenta – professor e pesquisador - MG
128
Diálogos da Preservação TEMÁTICA PRESERVAÇÃO
Diálogos da Educação TEMÁTICA EDUCAÇÃO
4ª reunião de trabalho dos participantes do Encontro Nacional
III Fórum da REDE KINO
de Arquivos
(Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual)
Coordenação: Comissão Executiva ABPA e Universo Produção
1ª Reunião de trabalho dos integrantes da Rede Kino
Mediação: João Luiz Vieira e Raquel Hallak Coordenação: Milene Gusmão e Adriana Fresquet – coordenaDiretrizes de atuação da ABPA 2011/2012
doras da Rede Kino
Abertura das inscrições de chapas para eleição da ABPA Eleição da primeira Diretoria da ABPA e do Conselho Fiscal Resoluções finais do 6º Encontro Nacional de Arquivos e Acervos Audiovisuais Brasileiros Elaboração da Carta de Ouro Preto 2011 – documento oficial
seminário
129
6º Seminário brasileiro: fatos e memória 6º encontro nacional de arquivos e acervos audiovisuais brasileiros
Diálogos da Educação TEMÁTICA EDUCAÇÃO
Workshop TEMÁTICA EDUCAÇÃO
III Fórum da REDE KINO (Rede Latino-Americana de Educação,
A POTÊNCIA PEDAGÓGICA DA IMAGEM
Cinema e Audiovisual)
Existem infinitos exemplos fascinantes do poder pedagógico
2ª Reunião de trabalho dos integrantes da Rede Kino
das imagens e de sua capacidade de transformar certezas em
Coordenação: Milene Gusmão e Adriana Fresquet – coordena-
questões, de aproximar a aprendizagem ética à estética e políti-
doras da Rede Kino
ca. Um deles em particular constitui o grande desafio do nosso tempo: sensibilizar o olhar da infância.
Elaboração da Carta de Ouro Preto 2011 Palestrante - convidada internacional: Inés Dussel – México Principal pesquisadora da Flacso Ensino Superior e professora convidada do DIE - Departamento de Investigaciones Educativas/Cinvestav, México. Publicou seis livros e é autora de mais de 80 capítulos de livros e artigos em revistas indexadas. Foi consultora de seis projetos para a televisão do Ministério da Educação da Argentina, Canal Assembleia. Mediadora: Adriana Fresquet – professora UFRJ e coordenadora da Rede Kino
130
seminário
131 Inauguração do cine são luiz, 1937 - rj
Infoto: acervo colecionador particular
Curriculos convidados seminário e encontro nacional de arquivos Adriana Fresquet
audiovisuais. Dirigiu mais de 60 documentários editados no
Professora adjunta da UFRJ. Leciona uma disciplina e um
CRAV desde 2001. Supervisão do projeto de Digitalização do
seminário de pesquisa sobre cinema e educação no Programa
acervo em películas do Arquivo Público Mineiro – Dezenove
de Pós-Graduação em Educação da UFRJ. Coordena o Projeto
novos títulos digitalizados e disponibilizados na internet.
de Pesquisa Currículo e Linguagem Cinematográfica na Educação Básica e o de extensão Cinead, em parceria com a Cin-
ANITA LEANDRO
emateca do MAM-Rio e com o CAp/UFRJ. Membro fundadora
Anita Leandro é professora da Escola de Comunicação da Uni-
da Rede Kino: Rede Latino-Americana de Educação, Cinema
versidade Federal do Rio de Janeiro, com pesquisa junto ao CNPq
e Audiovisual. Coordena, com Hernani Heffner, a coleção
sobre as imagens de arquivo no cinema. Tem mestrado e douto-
Cinema e Educação, coedição Booklink-Lise/UFRJ.
rado em cinema pela Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Foi coordenadora de pesquisas do Laboratório de Vídeo Educativo
Afrânio Mendes Catani
do Nutes/UFRJ entre 1999 e 2003 e ajudou a criar o master pro-
É bacharel em Administração Pública pela Fundação Getúlio
fissional Réalisation de Documentaires et Valorisation des Ar-
Vargas (1975). Mestre (1983) e doutor (1992) em Sociologia pela
chives de Bordeaux 3, que coordenou entre 2004 e 2009.
Universidade de São Paulo (USP) e livre-docente em Educação pela Faculdade de Educação – USP (2006). Foi professor na
Beatriz Kushnir
Getúlio Vargas, na Universidade Estadual Paulista – Unesp e na
Graduada em História pela Universidade Federal Flumi-
Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. É professor tit-
nense (1989), com mestrado em História Social pela Univer-
ular na Faculdade de Educação – USP desde 1986 e no Programa
sidade Federal Fluminense (1994), doutorado em História
de Pós-Graduação em América Latina (Prolam) – USP. Autor e
Social do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas
organizador de mais de 20 livros e de mais de duas centenas de
(2001), pós-doutoramento (júnior) junto ao Cemi/Unicamp
artigos e capítulos de livros, publicados no Brasil e no exterior.
(2005) e pós-doutoramento (sênior) junto ao Departamento de História/UFF (2007-2008). É professora convidada do
132
Alexandre Pimenta
Departamento de História/Unicamp e professora visitante
É jornalista, mestre em artes visuais, editor, diretor de tele-
junto ao Departamento de História/UFF. Atualmente é di-
visão, produtor cultural, pesquisador e restaurador de mídias
retora geral do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro,
com experiência na área de gestão pública. Suas reflexões
concluiu o mestrado em Filosofia da Educação. Especialista
e pesquisas centram-se na temática da história do Brasil
em Gestão do Terceiro Setor pelo Senac, é professora con-
contemporâneo, com ênfase nos seguintes temas: censura,
vidada da PUC desde 2007 para ministrar disciplina sobre
governos militares, imprensa, imigração, arquivos, investi-
Gestão de Projetos Culturais no Curso de Introdução à Política
gação sobre os furtos de bens culturais e a salvaguarda do
e ao Tratamento de Arquivos. Também integra o quadro de
patrimônio histórico.
docentes de Pós-Graduação da Unifai, ministrando disciplina sobre Gestão em Patrimônio e Cultural. Atuou na Fundação
Carlos manga
Patrimônio Histórico da Energia e Saneamento, em São Paulo,
José Carlos Aranha Manga, nascido no Rio de Janeiro, em 6
tendo exercido diversas funções, de analista de documenta-
de janeiro de 1928. Manga, além montador, roteirista e dire-
ção a diretora de gestão técnica e cultural. Desde jan. 2008
tor de cinema, também atuou à frente, a partir dos anos 60,
é coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio
do percurso histórico da TV brasileira nos últimos 50 anos.
Museológico da Secretaria de Estado da Cultura de SP, onde
Foi um dos principais profissionais do cinema popular
gerencia as estratégias de gestão dos 18 museus da Secretaria
brasileiro dos anos 50, sobretudo no segmento cômico e
e responde pelas políticas de articulação dos 415 museus que
paródico das chanchadas da Atlântida, em que brilhou,
integram o Sistema Estadual de Museus – Sisem-SP.
apenas para começo de conversa, com três títulos paradigmáticos do gênero: Nem Sansão Nem Dalila (1954), Matar ou
Débora Aizenberg
Correr (1954) e O Homem do Sputnik (1959), talvez o trio mais
Formada em Design de Produto e Comunicação Visual com
célebre de uma filmografia de 32 longas-metragens. Antes
especialização em Usabilidade (IHC) pela PUC-RJ e Gestão do
dos sets, houve o banco. De funcionário de máquina de ad-
Conhecimento pela FGV. Desde 2005 já criou material gráfico
ministração de dinheiro, foi parar na máquina da administ-
para uso em cena de programas como Malhação, Sexo Frágil, Sen-
ração de risos costumes, a Atlântida Cinematográfica, onde
hora do Destino etc. A partir de 2007 tem atuado em atividades de
entrou pelas portas dos fundos, primeiro como ajudante de
apoio à pesquisa, análise e indexação de arquivos digitais da área
carpintaria, depois almoxarifado, contrarregra, assistente
de criação de ambientes; que envolve projetos e pesquisas de ce-
de montagem, assistente de direção e diretor de cenas mu-
nografia, produção de arte , figurino e caracterização.
sicais, atividade na qual começou com dois números em Carnaval Atlântida (1952), de José Carlos Burle, que integrava
Débora Butruce
o primeiro time da companhia. Não demorou para Manga
É mestre em Comunicação e graduada em Cinema pela UFF.
estar à altura de Burle e Watson Macedo.
Atualmente é a coordenadora do Acervo Audiovisual do Centro Técnico Audiovisual – CTAv, sendo que desde 2007
Claudinéli Moreira Ramos
atua como preservadora-chefe da instituição.
É historiadora formada pela Universidade de São Paulo, onde
tornou-se coordenadora técnica do projeto Digitalização
também se aperfeiçoou em História Econômica do Brasil e
de Acervos e Banco de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros,
seminário
Em 2009
133
desenvolvido em parceria com a Cinemateca Brasileira.
Faculdades Objetivo e Universidade Paulista (Unip), é pro-
Também é coordenadora técnica, junto com Hernani Hef-
fessora e pesquisadora no Instituto Goiano de Pré-História
fner, da restauração de títulos do acervo Cinédia, como Bone-
e Antropologia da PUC-Goiás. Atua, ao longo de quase 23
quinha de Seda (Oduvaldo Viana, 1936), Berlim na Batucada
anos de trabalho na PUC Goiás, na criação e na implanta-
(Luiz de Barros, 1944) e Estou Aí (Moacyr Fenelon, 1949).
ção de coleções de referência para institutos de pesquisas
Trabalhou em outras instituições da área, como o Arquivo Na-
e museus, preservação e conservação de acervos e educa-
cional (2002 a 2006) e a Cinemateca do MAM (2001 a 2002),
ção patrimonial. Atualmente, coordena o acervo fílmico da
além de acervos particulares como o da Luiz Carlos Barreto
instituição, responsável pela guarda dos acervos audiovi-
Produções. Participou de cursos e especializações no campo,
suais de Jesco von Puttkamer e Adrian Cowell, e ainda coor-
como a Fiaf Film Restoration Summer School, realizada pela
dena o Subprojeto de Documentação Audiovisual do Projeto
Cineteca di Bologna e pelo Laboratório L’Imaggine Ritrovata,
de Levantamento e Salvamento Arqueológico da Ferrovia de
na Itália, em 2010; o Curso de Altos Estudos sobre Preservação
Integração Oeste-Leste, do Governo Federal.
Fílmica, realizado pela Escola Internacional de Cinema e Televisão de Santo Antonio de los Baños, em Cuba, em 2008, o Pro-
Francisco Sérgio Moreira
grama de Formação de Profissionais Iberoamericanos no Setor
Montador, pesquisador, restaurador e técnico de preserva-
Cultural, na Filmoteca Espanhola e o I Estágio de Restauração
ção de filmes na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do
Digital – inserido no Projeto de Restauração dos filmes de Joa-
Rio de Janeiro, onde trabalhou de 1979 a 1999. Como edi-
quim Pedro de Andrade, ambos em 2005, entre outros.
tor de documentários, trabalhou com Sylvio Back, em Rádio Auriverde (1990), Babel da Luz (1992), Zweig: A Morte em Cena
ELIANY SALVATIERRA
(1995), Yndio do Brasil (1995), Véu de Curitiba (1995) e Cruz e
Professora do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF –
Souza, o Poeta do Desterro (1999), e com Silvio Tendler, em
Universidade Federal Fluminense. Pesquisadora no campo
Os Anos JK (1979) e Jango (1984). Seu trabalho como editor
da comunicação e atualmente do cinema/educação. Coor-
se apoia basicamente na pesquisa de imagens em arquivos e
denou vários projetos de formação para professores e jovens
cinematecas no Brasil, na Europa e nos Estados Unidos. Nas-
no campo da educomunicação, em parceria com o NCE-
cido no Rio em 1952, formado em Cinema e Jornalismo pela
USP e a Secretaria de Educação do Município e Secretaria de
Universidade Federal Fluminense, começou como curador
Educação do Estado de São Paulo, MEC e MMA. Sua pesquisa
de restauração e preservação da Cinemateca e fez cursos de
atual tem como tema central os fundamentos teóricos para a
especialização em restauração e preservação de filmes na
formação de educadores mediadores do audiovisual.
Cinemateca da Alemanha Oriental (1981-1982) e na Universidade da Califórnia (1989-1990). Montou cerca de 20 film-
Fernanda Elisa Costa
134
es, entre longas, médias e curtas-metragens, entre eles: Me
Fotógrafa e mestre em Gestão do Patrimônio Cultural pela
Beija (1984), de Werner Schünemann, Castro Alves, Retrato-
Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Ex-professora das
Falado do Poeta (1999), de Silvio Tendler, Uma Questão de Ter-
ra (1988), de Manfredo Caldas, e Lost Zweig (2004), de Syl-
fico no Museu do Homem (Paris, 1963). Desde 2007 preside o
vio Back. Coordenou a restauração de clássicos do cinema
Conselho da Cinemateca Brasileira e atualmente é o gerente
brasileiro, como: O Ébrio (1946), de Gilda de Abreu, Aviso aos
do CTAv – Centro Técnico do Audiovisual.
Navegantes (1950), de Watson Macedo, Tudo Azul (1951), de Moacyr Fenelon, Um Caso de Polícia (1959), de Carla Civelli,
INÉS DUSSEL
Alô, Alô, Carnaval! (1936), de Adhemar Gonzaga, A Bolandeira
DIE- Departamento de Investigaciones Educativas/México.
(1967), de Vladimir Carvalho, Os Fuzis (1963), de Ruy Guerra,
Principal pesquisadora da Flacso Ensino Superior e profes-
Menino de Engenho (1965), de Walter Lima Jr., e O País de São
sora convidada do DIE – Departamiento de Investigaciones
Saruê (1971), de Vladimir Carvalho, além de toda a obra de
Educativas / Cinvestav, México. Sua formação acadêmica
Nelson Pereira dos Santos. Atualmente, dirige o departa-
inclui: PhD – Departamento de Currículo e Instrução, da
mento de restauração de filmes da Labocine.
Universidade de Wisconsin-Madison, bacharel em Ciências da Educação da Faculdade de Letras da Universidade de
Gustavo Dahl
Buenos Aires, Argentina; MA – Educação e Ciências Soci-
Cineasta, crítico e gestor público de cinema brasileiro, foi
ais, Flacso / Argentina. Liderou o projeto Novos Meios para
superintendente de comercialização da Embrafilme (1975),
o Tratamento da Diversidade nas Escolas, financiado pela
presidente do Concine – Conselho Nacional de Cinema
Fundação Ford, que produziu oito documentários educati-
(1985), presidente do Conselho Nacional de Direitos Auto-
vos. Publicou seis livros, editou três e é autora de mais de
rais – CNDA , primeiro presidente do Congresso Brasileiro de
80 capítulos de livros e artigos em revistas indexadas. Foi
Cinema (2000), participante e relator do Grupo Executivo da
consultora de seis projetos para a televisão do Ministério da
Indústria Cinematográfica – Gedic (2000), junto à Casa Civil
Educação da Argentina, Canal Assembleia.
da Presidência da República, e primeiro diretor-presidente da Ancine (2001-2006). Em 1958, a convite de Paulo Emilio
João Luiz Vieira
Salles Gomes, passou a colaborar no Suplemento Literário
Graduado em Comunicação Social pela Universidade Fed-
d’O Estado de S. Paulo. No mesmo período, foi presidente do
eral Fluminense (1973), mestrado em Comunicação pela
Cineclube do Centro Dom Vital e começou a trabalhar na
UFRJ (1977), mestrado em Cinema Studies - New York Uni-
Cinemateca Brasileira. Participou do movimento do Cin-
versity (1979), doutorado em Cinema Studies - New York
ema Novo e dirigiu mais de 12 obras cinematográficas, en-
University (1984, bolsista Fulbright/Capes) e um período
tre as quais O Bravo Guerreiro (1968), Uirá, um Índio em Busca
de pós-doutoramento no Department of Film & Television
de Deus (1974) e Tensão no Rio (1984). Recebeu o prêmio Saci
Studies da Universidade de Warwick, Inglaterra. Foi profes-
pela montagem de A Grande Cidade (Carlos Diegues, 1965) e a
sor visitante pela Comissão Fulbright do Departamento de
Coruja de Ouro pela montagem de Passe Livre (Osvaldo Cal-
Media Arts da Universidade do Novo México (1996) e visit-
deira, 1974). Fez curso de direção no Centro Experimental
ing scholar do Departamento de Cinema e Literatura Com-
de Cinematografia (Roma, l960-1962) e de cinema etnográ-
parada da Universidade de Iowa (2002). Conferencista,
seminário
135
crítico, pesquisador e curador, tem experiência na área de
Paraná; curador da rest auração da obra de Glauber Rocha e
artes e comunicação, com ênfase em cinema e audiovisual
codiretor com Paloma Rocha dos documentários extras dos
em geral, atuando principalmente com os seguintes temas:
Dvds do cineasta; Foi curador das retrospectivas “Faces de
cinema, cinema brasileiro, crítica, estética e história; cinema
Casavetes”, “Festival Jodorowsky”, “Estratégia do Sonho,
e literatura; cinema japonês; teorias de adaptação; imagem e
o Primeiro cinema de Bertolucci”, e “Ocupação Sganzerla”;
corpo. Membro do Conselho Científico da Socine – Sociedade
participou do projeto Artecidade e da Bienal de São Paulo,
Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, do Centro de
Mercosul com videoinstações e direção de performances;
Pesquisadores do Cinema Brasileiro, do Conselho Consultivo
Finaliza atualmente filme “Olho Nu”, sobre o musico Ney
da Cinemateca Brasileira (1994-2010), da Associação de Críti-
Matogrosso, coproduzido pelo Canal Brasil e “Mr. Sganzer-
cos de Cinema do Rio de Janeiro e da Society for Cinema and
la”, produzido pelo Instituto Itaú Cultural.
Media Studies. Autor de inúmeros ensaios e livros, entre eles, Cinema Novo & beyond (New York: The Museum of Modern
José Quental
Art, 1998) e Câmera-faca: o cinema de Sérgio Bianchi (Portugal:
Coordenador do Setor de Documentação da Cinemateca do
Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira,
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. É historiador for-
2004). Atualmente é Professor Associado III do Departamento
mado pela Universidade Federal Fluminense e mestre em Co-
de Cinema e Vídeo e do Programa de Pós-Graduação em Co-
municação, Imagem e Informação pela mesma universidade.
municação da Universidade Federal Fluminense.
Julia Levy
136
JOEL PIZZINI
É economista formada pela Universidade Federal Fluminense
Autor de filmensaios, videoinstalações e textos críticos,
e pós-graduada em Cinema Documentário pela Fundação
conquistou dezenas de prêmios nacionais e internacionais.
Getúlio Vargas, RJ. Iniciou sua carreira como pesquisadora
Filmes como Enigma de um Dia (1996) e Anabazys (2009)
acadêmica do curso de Economia e, posteriormente, como
representaram o país no Festival de Veneza, assim como
produtora de festivais de cinema, entre eles o Festival Curta
Glauces, Estudo de um Rosto (2001) e Dormente (2005) que
Cinema, Festival do Rio, Mostra de São Paulo e Festival É tudo
concorreram, respectivamente, em eventos importantes
Verdade. Foi gerente de distribuição da Distribuidora Filmes
como o Festival de Locarno e Oberhausen. Seu primeiro
do Estação, uma das principais distribuidoras de filmes in-
curta, Caramujo-Flor (1989), ganhou o prêmio principal
dependentes e de arte do Brasil. Sob sua gerência foram lan-
no Festival de Huelva (Espanha). Com os longas 500 Almas
çados os filmes O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia, Cafuné, de
(2004) e Anabazys (2009) conquistou os prêmios de Mel-
Bruno Vianna, primeiro caso de distribuição de um filme in-
hor Filme, Som e Fotografia, o prêmio Especial do Júri e o
terativo no qual os espectadores podiam montar o final como
de Melhor Montagem, nos Festivais do Rio, de Mar del Plata
quisessem, assim como sucessos internacionais do circuito de
e de Brasília, entre outros. É conselheiro da Escola do Au-
arte, como A Culpa é do Fidel, de Julie Gavras, Um Lugar na Pla-
diovisual de Fortaleza; professor da Faculdade de Artes do
teia, de Danièle Thompson, As Testemunhas, de André Téchi-
né, entre outros. Trabalha desde de 2008 no setor audiovisual
ção preventiva, conservação-restauração, peritagem e análise
da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), onde atualmente
científica de obras de arte. É membro do Conselho do Iccrom
ocupa o cargo de superintendente do audiovisual e é respon-
(http://www.iccrom.org), como representante do Brasil. É
sável por implantar a política audiovisual fluminense, uma
membro do Conselho Curador da Faop – Fundação de Arte
das áreas estratégicas do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
de Ouro Preto, como representante da Abracor – Associação Brasileira de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais.
Laura Bezerra
É diretor da Escola de Belas Artes da UFMG.
Idealizadora e coordenadora do projeto Filmografia Baiana. Doutoranda do Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação
Luiz Henrique Severiano Ribeiro
em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura) da UFBA, com o tema
Foi gestor do Acervo da Atlântida Cinematográfica até sua
“Políticas para a Preservação Audiovisual no Brasil (1995-
venda para a Cinemateca Brasileira, coordenando o acordo
2010)”. Coordenadora do Coletivo Audiovisual do Centro de
de pesquisa com a Universidade Gama Filho, e a equipe de
Estudos Multidisciplinares em Cultura (Cult) da UFBA.
historiadores, técnicos e profissionais da Atlântida que catalogou, pesquisou e divulgou os 21 mil rolos de filmes, 8 mil
LUIZ SOUZA
documentos, 2 mil fotos e centenas de equipamentos. Co-
Possui graduação em Química pela Universidade Federal de
ordenador de mais de uma centena de eventos e projetos
Minas Gerais (1986), mestrado em Química – Ciências e Con-
culturais sobre a Atlântida e sua influência nas diversas ver-
servação de Bens Culturais pela Universidade Federal de Minas
tentes da manifestação cultural no Brasil. Produtor execu-
Gerais (1991), com trabalho experimental realizado no IRPA
tivo dos filmes Esse é Carlos Manga; Mario Filho, o Criador de
(Institut Royal du Patrimoine Artistique, Bruxelas, Bélgica) e
Multidões; Football Mulato, além de 21 programas para o Canal
doutorado em Química pela Universidade Federal de Minas
Brasil. Editor executivo do livro Grupo Severiano Ribeiro – 90
Gerais (1996), com trabalho experimental realizado junto ao
anos de cinema (Record, edição em português e inglês).
Getty Conservation Institute, em Los Angeles, EUA. Atualmente é coordenador do Lacicor - Laboratório de Ciência da
Marco Dreer
Conservação, na Escola de Belas Artes da UFMG, onde é pro-
É mestre em História, Política e Bens Culturais pela Funda-
fessor associado. É coordenador do curso de Especialização em
ção Getulio Vargas (FGV), especialista em Cinema Docu-
Conservação de Bens Culturais Móveis e da Recicor – Rede de
mentário pela mesma instituição, e possui graduação em
Ciências e Tecnologia para a Conservação Integrada de Bens
Cinema pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Atu-
Culturais (financiada pela Finep). Tem experiência na área de
almente é Analista de Documentação e Informação do CP-
artes e ciência da conservação, com ênfase em ciência e tec-
DOC da Fundação Getulio Vargas – RJ, atuando na área de
nologia para a conservação-restauração de bens culturais,
preservação de documentos sonoros e audiovisuais. Entre
atuando principalmente nos seguintes temas: gerenciamento
2002 e 2005 atuou na área de preservação de documentos
e análise de riscos para a conservação de acervos, conserva-
sonoros e filmográficos do Arquivo Nacional.
seminário
137
Marialva Monteiro
do curso de Realização Cinematográfica da Escola de Comu-
Nasceu em Salvador, Bahia. É graduada em Filoso-
nicação e Artes da Universidade de São Paulo (1968/1972), e
fia pela PUC-RJ e tem mestrado em Filosofia da Educa-
do Departamento de Cinema do Instituto Central de Artes da
ção pela Fundação Getúlio Vargas, RJ. Formada em Crítica
Universidade de Brasília (1968), bem como de Pós-Produção
Cinematográfica no curso da Ação Social Arquidiocesana
em TV na Faculdade da Cidade (1977/1978). Foi professor ai-
(3 ciclos). É fundadora do Cineduc – Cinema e Educação,
nda da Escuela Internacional de Cine y Televisión de Santo
entidade que trabalha há 40 anos com o uso da linguagem
Antonio de Los Baños, Cuba (1989/1990). Foi membro do
audiovisual no processo educativo. Coordenou durante oito
Conselho Consultivo da Fundação Cinemateca Brasileira
anos o projeto Sessão Criança no Centro Cultural Banco do
(1969/1972). Atuou como diretor da série Globo Shell (1971) e
Brasil – CCBB e fez a curadoria da Mostra Geração do Festival
Globo Repórter (1972/73/74/75), diretor do Núcleo da Nove-
do Rio, desde 1999 até 2007. Escreveu o livro Cinema: uma
la das 20h da Rede Bandeirantes (1979/1980), diretor do Nú-
janela mágica, em coautoria com Bete Bullara, sobre lingua-
cleo de Especiais – Rede Bandeirantes (1981/1983), diretor
gem cinematográfica destinada a jovens leitores. Coordenou
de Projetos Especiais da Rede Manchete (1983/1987), diretor
a realização do vídeo didático Cinema para Todos, sobre a
de Produção e Programação da Eco TV – Rede Litorânea e
linguagem cinematográfica, distribuído gratuitamente para
Comunitária de Televisão (1989/1996), diretor executivo do
mais de 600 entidades culturais e universidades, e o pro-
Instituto Dragão do Mar de Arte e Indústria Audiovisual do
grama Olho Mágico, uma série com 15 programas veiculado
Ceará (1996/99) e coordenador do Núcleo de Produção Digi-
pela TV Educativa nos anos 90. Para a TV Escola escreveu o
tal da Usina de Arte do Acre (2005/2010). É sócio-diretor da
argumento e acompanhou a produção da série A Trama do
Saturna Produções Artísticas Ltda.
Olhar, para tele-educadores. Ministrou várias oficinas de linguagem cinematográfica no Brasil e na América Latina.
Maurício R. Gonçalves Graduado em Publicidade e Propaganda pela Universidade de
Maurice Capovilla
São Paulo (1987), mestrado em Ciências da Comunicação pela
Cursou Filosofia na Fac. Filosofia, Ciências e Letras da USP
Universidade de São Paulo (1996) e doutorado em Ciências da
(1961/65). Fez estágio no Instituto de Cinematografia de Uni-
Comunicação pela Universidade de São Paulo (2005). É profes-
versidade do Litoral, Santa Fé, Argentina, e Direção Docu-
sor e pesquisador do Programa de Mestrado em Comunicação
mentária com o professor Fernando Birri (1963). Foi repórter
e Cultura da Universidade de Sorocaba e professor do curso de
do jornal O Estado de São Paulo (1960/1961), diretor do Depar-
graduação em Audiovisual do Centro Universitário SENAC.
tamento de Difusão Cultural Cinematográfica da Fundação
Atua como professor e pesquisador, com os seguintes temas:
Cinemateca Brasileira (1961/1963), repórter especial e edito-
cinema, televisão, comunicação e suas relações com a socie-
rialista do jornal Última Hora (São Paulo, 1963/1964), editor
dade, a identidade nacional, a história e a diversidade. Autor
e crítico cinematográfico do Jornal da Tarde, vespertino de O
do livro “Cinema e identidade nacional no Brasil, 1898-1969”.
Estado de São Paulo (1965/1967). Trabalhou como professor
138
Mauro Domingues
da Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro (ACC-
Fotógrafo, arquivista formado pela UFF em 1985, com está-
RJ), diretora cultural da Associação Brasileira de Recursos
gio no Laboratório de Restauração da Filmoteca da Universi-
Humanos (ABRH-RJ). Coordenou a restauração dos filmes
dade Nacional Autônoma do México – Unam em 1999; pós-
Aviso aos Navegantes, Tudo Azul, Menino de Engenho, O País de
graduação Fotografia, memória, imagem e comunicação, na
São Saruê, O Homem que Virou Suco, A Hora da Estrela, Rico
Universidade Cândido Mendes, membro da Câmara Técnica
Ri à Toa. Coordenadora, no Congresso Brasileiro de Cinema
de Conservação de Documentos do Conselho Nacional de
(CBC), do GT Pesquisa, Preservação, Crítica. Coeditora dos
Arquivos – Conarq; coordenador de preservação do Acervo
livros Memória da memória – uma História do CPCB e Cadernos
do Arquivo Nacional; coordenador técnico do projeto de hi-
de Pesquisa. Autora dos livros Leve seu gerente ao cinema e Luz,
gienização e acondicionamento de documentos sonoros do
câmera, gestão – a arte do cinema na arte de gerir pessoas, am-
Arquivo Nacional, BNDES, 2008/2009 e coordenador técni-
bos da Qualitymark. Assina colunas mensais sobre cinema
co do projeto Preservação e Catalogação do Acervo Fonográ-
nas revistas Liderança e Gestão & Negócios. Faz coberturas de
fico da Rádio MEC, BNDES, 2008/2009.
festivais de cinema nacionais e internacionais, entre outros, Festival de Berlim, Festival de Sundance, Festival de Nova
Milene Gusmão
York, IndieLisboa, Festival de Roma, Festival de Bari, etc.
Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia. Mestre em Memória Social pela Universidade Federal
Oscar Maron Filho
do Estado do Rio de Janeiro – Uni-Rio. Professora e coorde-
Dirigiu e produziu o documentário longa-metragem Mario
nadora do bacharelado em Cinema e Audiovisual da Univer-
Filho - O Criador das Multidões em 2010. Prêmio de Melhor Ed-
sidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Uesb. Professora do
ição de Imagens no Recine 2010. Diretor da série de TV Esse é
Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e So-
Carlos Manga!, com cinco documentários médias e um longa
ciedade, da mesma instituição. Coordenadora do Programa
sobre Carlos Manga e as chanchadas da Atlântida. Foi diretor
Janela Indiscreta Cine-Vídeo Uesb. Líder do grupo de pes-
da Atlântida Cinematográfica. Pesquisador e diretor da série
quisa Cinema e Audiovisual: Memória e Processos de For-
de 20 episódios Memória do Brasil Através dos Cinejornais da
mação Cultural. Pesquisadora do Grupo Cultura, Memória
Atlântida. Coordenador do editorial do álbum de luxo Grupo
e Desenvolvimento do Programa de Pós-Graduação em
Severiano Ribeiro – 90 anos de cinema. Foi diretor do Canal 100.
Sociologia da UnB. Coordenadora, juntamente com a profª.
Dirigiu a série de 10 programas Discutindo Futebol, coprodução
Adriana Fresquet (UFRJ), da Rede Latino-Americana em
com o Canal 100, com personalidades como João Ubaldo, Mu-
Educação, Cinema e Audiovisual – Rede Kino.
niz Sodré, Barbara Heliodora, Neville de Almeida, Rui Castro etc., exibidos no Canal Brasil da Globosat. Dirigiu a série de
Myrna Silveira Brandão
curtas À Sombra das Chuteiras Imortais, sobre as crônicas de
Jornalista, administradora, socióloga. Presidente do Centro
Nelson Rodrigues, exibida no Canal 100 TV, na rede Manchete.
de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB), conselheira
seminário
139
Pedro Lapera
Conarq (Conselho Nacional de Arquivos) e criador e mantenedor
Doutorando em Comunicação pelo PPGCOM-UFF, professor
do site www.preservacaoaudiovisual.blogspot.com.
universitário e pesquisador da Fundação Biblioteca Nacional (FBN/MinC). Áreas de interesse: Teoria e Linguagem do Au-
Renata Borghini Borges
diovisual; História do Audiovisual Brasileiro; Audiovisual e Et-
Produtora Audiovisual formada em Imagem e Som pela Univer-
nicidade; Audiovisual e História.
sidade Federal de São Carlos (UFSCar) e coordenadora do Núcleo de Restauração Digital da empresa Teleimage/Casablanca (SP),
Petrus Pires
participando da restauração de obras de Joaquim Pedro de An-
Realizou filmes publicitários em diversas produtoras no Bra-
drade, Leon Hirszman, Mário Civelli e Roberto Pires.
sil, como operador de câmera e diretor de fotografia. Trabalhou durante quatro anos como técnico cinematográfico
Roberto Farias
na Diretoria de Artes Visuais e Multimeios da Fundação Cul-
Diretor, produtor e distribuidor, realizador do clássico O Assalto
tural do Estado da Bahia. Destaque para o seu trabalho au-
ao Trem Pagador (1962). Foi diretor geral da Embrafilme em sua
toral em que dirigiu e fotografou o filme O Artesão de Sonhos.
fase áurea, entre 1974 e 1978. Nascido em 1932, em Nova Fribur-
É coordenador geral do projeto Memória Roberto Pires, que
go (RJ), começou no início dos anos 1950 como assistente de di-
está restaurando os filmes do Cineasta Roberto Pires.
reção da Atlântida e em algumas produções de Watson Macedo. Entre 1957 e 1960 realizou quatro longas: Rico Ri à Toa (1957), seu
140
Rafael de Luna Freire
primeiro filme, No Mundo da Lua (1958), Cidade Ameaçada (1959)
É mestre e doutor em Comunicação pela Universidade Federal
e Um Candango na Belacap (1960). Em 1964 dirigiu Selva Trágica
Fluminense (UFF), com passagem pela University of California –
(1964), que teve sucesso de crítica. Com Toda Donzela Tem um Pai
Los Angeles (Ucla). É professor de cinema, tendo dado aulas na
que É uma Fera (1966) fez um marco das comédias de costumes
UFF e na Universidade Estácio de Sá, ministrado cursos livres no
cariocas. Ao mesmo tempo que, com Luiz Carlos Barreto, ajudou
Centro Cultural do Banco do Nordeste (CCBN, CE e PB) e Instituto
a fundar a Difilm, distribuidora do Cinema Novo, dedicou-se
Moreira Salles (IMS, RJ) e tendo atuado como curador e conferen-
também à sua própria produtora, a R. F. Farias, junto com seu
cista em mostras, seminários e congressos. É autor de inúmeros
irmão, Riva Faria, e à Ipanema Filmes, uma usina de sucessos,
artigos e livros sobre cinema brasileiro, entre os quais Navalha na
como Os Paqueras (1968), Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa
tela: Plínio Marcos e o cinema brasileiro (2008), Retomando a questão
(1968) e Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora (1971), todos es-
da indústria cinematográfica brasileira (2009) e Nas trilhas do cinema
tes dirigidos pelo próprio Roberto Farias. Em 1973 realizou, com
brasileiro (2009). No campo da preservação audiovisual, trabalha
Hector Babenco, O Fabuloso Fittipaldi. Seja na iniciativa privada
desde 2002 na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de
ou em cargos públicos, sempre teve como meta a ocupação do
Janeiro (MAM-RJ), tendo feito estágios na Cinemateca Brasileira
mercado brasileiro pelo filme nacional, bem como sua projeção
(SP) e na Filmoteca Española (Madri). É membro da Câmara Téc-
internacional. Sua gestão na Embrafilme e no Concine coincide
nica de Documentos Audiovisuais, Iconográficos e Sonoros do
com o período de maior público do filme nacional em relação
ao produto estrangeiro, quando a distribuidora da Embrafilme
Teder Muniz Morás
foi líder do mercado durante três anos seguidos. É presidente da
Há 20 anos atuando na área de comunicação, com ênfase em
Academia Brasileira de Cinema.
rádio e televisão, ciência da informação, digitalização e administração de acervos audiovisuais. Coordenador do Centro
ROSÁLIA DUARTE
de Documentação e Memória da Fundação Padre Anchieta,
Professora do Departamento de Educação da PUC-Rio e co-
em São Paulo. Gerencia o processo de digitalização do acervo
ordenadora do Grupo de Pesquisa em Educação e Mídia.
de videoteipe com maior risco de obsolescência. Coordena a
Atualmente, desenvolve estudos na área de educação e mí-
implementação do novo sistema de gerenciamento de con-
dia e é autora de Cinema & educação (Editora Autêntica) e A
teúdo em formato digital e seus processos.
televisão pelo olhar das crianças (Editora Cortez).
Sérgio Alpendre É crítico de cinema, jornalista, professor e pesquisador. Fundou e editou a revista Paisà, publicação impressa sobre cinema. Foi redator da Contracampo de 2000 a 2010. Ministra cursos de história e estética do cinema e oficinas de crítica em diversas cidades do Brasil. Foi curador das mostras Andrei Tarkovski e seus Herdeiros e Retrospectiva do Cinema Paulista, ambas realizadas no CCBB em 2009 e 2010. Editou também os catálogos destas mostras. Foi editor da quarta edição da Revista da Programadora Brasil. Já colaborou para os cadernos Mais e Ilustrada, da Folha de S. Paulo, para a Movie e para a Bravo. Escreve regularmente para o Guia Folha (livros, discos, filmes), UOL Cinema, revista eletrônica Foco e mantém um blog especializado em cinema no seguinte endereço: http://chiphazard.zip.net.
Sheila Schvarzman É doutora em História pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), professora do mestrado em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. É autora de Humberto Mauro e as imagens do Brasil (Edunesp, 2004). É especialista em História do Cinema Brasileiro.
seminário
141
142
longas e mĂŠdias 143
longas anos 50
por Cleber Eduardo
Watson Macedo havia realizado duas importantes comédias no fim dos anos 40, Este Mundo É um Padeiro (1947) e Carnaval no Fogo (1949), quando começou a se despedir da Atlântida, com Aviso aos Navegantes (1950), antes de romper de vez com Aí Vem o Barão (1951). Eliana (sobrinha de Macedo) e Adelaide Chiozzo são estrelas, também no enredo, de Aviso aos Navegantes. Interpretam cantoras em um transatlântico, envoltas em convescotes amorosos e piscadas de olhos, no meio do qual está o galã Anselmo Duarte em papel de imediato. Oscarito, camareiro, entra em atrito com Grande Otelo, cozinheiro. Números musicais, uma intriga internacional de espionagem (resquícios da 2ª Guerra Mundial e vestígios da Guerra Fria), modelo hollywoodiano (Romance em Alto-Mar – 1948, de Michael Curtiz), mas transmutado para o Brasil da Zona Norte carioca. Oscarito traz na bagagem a saudade de Madureira. Suburbano de cabeça erguida. Tchaikovsky vira uma batucada. Emilinha ataca de “Tomara que chova”. Oscarito, de toureiro. Macedo começa a se despedir do estúdio em um navio de retorno ao País. Burle também estava já para sair da Atlântida quando realizou Carnaval Atlântida (1952), comédia metacinematográfica na qual a chanchada olha-se no espelho e se autoafirma pela impossibilidade da cópia do modelo do Primeiro Mundo do
144
cinema, optando pela gozação consigo e com o modelo hol-
uma normalidade amortecedora, que se preocupa mais com
lywoodiano. Cecil B. De Milho (Renato Restier), produtor de
a catarse imediata pelo humor e quase nada com os efeitos
ambições desmedidas, quer filmar Helena de Troia, mais ou
mais amplos dessa verve sabotadora da ordem.
menos como, se hoje, a Globo Filmes colocasse José Alvarenga Jr. para refilmar Avatar. De Milho quer imagem de beleza,
O carnaval está evidente no momento em que Oscarito e
nada a ver com Morro da Formiga. Oscarito, como professor
Lewgoy contracenam em um ensaio como Helena e Páris,
Xenofontes, especialista em história grega, sai da erudição,
quase chegando a se beijar. A encenação de Burle é dura
cheia de afetação pela ignorância e pelo cinema, para contri-
em alguns momentos, se comparada à de Manga nos anos
buir na chanchada. Essa opção pela capacidade de improvisar
seguintes, mas há um cultivo do jogo cênico. Oscarito e
com pouco e de abrir mão de certos rigores é quase um mani-
Lewgoy, apesar de estarem com gestos largos, teatrais
festo ideológico da Atlântida. E da chanchada.
no sentido pré-teatro burguês, quebram a quarta parede, olham para fora da cena, não conseguem separar o mundo
Oscarito e Otelo não fazem dupla. Estão em lados opostos.
da ficção do mundo do set. Piscadas de olho para a plateia.
Otelo é um operário com planos de se dar bem, seja como ar-
Burle é conceitual. Há um toque de absurdo em alguns mo-
tista, seja como detetive disfarçado com exagero surrealista,
mentos, quase surrealistas, mas também de olho em Jerry
que aceita tudo em nome do benefício individual. É a ima-
Lewis. O filme entra no sonho de Lewgoy. Filme sem cen-
gem da flexibilidade moral pragmática diante do dinheiro.
tro, de narrativa paralela e encadeada, que se desdobra e se
Já a flexibilização do rigor do professor Xenofontes é con-
encontra, com casal heterossocial e heterocultural a se con-
seguida pelo sexo. Assim sempre é na chanchada. Nenhum
ciliar no final de modo um tanto onírico (e idealista).
homem é forte o suficiente – e muitos são tarados mesmo – para resistir a um rabo de saia (a não ser os tratados como
Carlos Manga não coloca a chanchada no espelho em Matar
paspalhões pelos próprios filmes). O mais desprovido de
ou Correr (1954), mas em uma época indefinida, em um lugar
beleza e charme dos homens pode ter uma mulher em casa
qualquer do Oeste, onde se fala português para melhor en-
ou no cangote e outra ao alcance da mão boba.
tendermos. Ou seja, a modernidade autorreflexiva de Carnaval Atlântida abre alas para uma modernidade já situada apenas
Em Carnaval Atlântida, José Lewgoy é o ator metido a besta,
dentro do cinema, pois o lugar da ação do filme é o gênero wes-
namorado da sobrinha do produtor De Milho. Será o oposi-
tern e a base dramática de Matar ou Morrer, de Fred Zinnemann.
tor de Xenofontes, personagem que Oscarito torna afetado
Muitos podem correr para alinhá-lo a uma ideia de filme pós-
e blasé. Xenofontes acha estapafúrdia a ideia de fazer Helena
moderno, como um ancestral de Tarantino e Robert Rodriguez.
de Tróia em roupagem de faroeste, mas cede por dinheiro e pela secretária de boas formas. Do teatro de revista ao carna-
Trapaceiros e trapalhões, os heróis são Oscarito e Grande Ote-
val pensado por Bakhtin, temos também no filme a suspen-
lo. Por acidente e inspiração, eles prendem o bandido do local,
são regulada, que permite a crítica, a gozação, mas dentro de
Jesse (Lewgoy), tornam-se xerifes e precisam ir embora antes
longas e médias
145
do criminoso ser resgatado. Os dois têm a insígnia de xerifes,
Há momento a se destacar em Nem Sansão Nem Dalila, nor-
mas são instauradores de uma desordem que, em um giro de
malmente pouco associado às comédias dos anos 50. Os-
360 graus, acaba por impor uma nova ordem às avessas.
carito ansioso, andando de lá para cá, quase nada a mostrar além do corpo intenso, porém sem espaço para se deslocar,
Oscarito e Otelo atuam mesmo como dupla, um em relação
na adrenalina da espera. Encontra Dalila, invade seu espaço
ao outro, não apenas um ao lado do outro. Oscarito investe
(mais uma vez), passa a ser disputado por duas mulheres. A
em seu talento camaleônico, corpo e rosto em mobilidade
sacanagem de sempre alia-se a uma mistura de orientalismo
expansiva e surpreendente, da escola não do minimalismo
fake e momentos fortes de cinema, após a perda da cabeleira,
aeróbico de Chaplin ou de Keaton, mas de uma tradição cir-
quando vemos um antro de monstrengos presos.
cense e teatral do malabarismo corporal e da maleabilidade dos rostos, vistos também em Jerry Lewis e, mais tarde, em
Horácio aplica os discursos e os erros de seu tempo históri-
Steve Martin e Jim Carrey, por exemplo. Grande Otelo atua
co no Brasil quando assume o poder. Tem projeto de in-
com corpo e alterações estridentes da voz.
dustrialização, decreta eleições e a marmelada, inventa a burocracia, cria leis trabalhistas para se folgar seis dias
Manga retorna a um título colado ao cinema americano em
por semana, exige propaganda de sua gestão. O Estado
Nem Sansão, Nem Dalila (1954), derivativo de Sansão e Dalila
Novo é virado do avesso, com O Grande Ditador (1940), de
(1949), de Cecil B. De Mille, épico mitologizante, mas mis-
Charles Chaplin, como uma referência. Em um discurso,
turado à ficção científica, com uma premissa em cima de
situa-se entre Chaplin como Hitler e Getúlio Vargas como
uma viagem para o passado em uma máquina do tempo. O
GV. Promete indústria para cinema. O fraco pelas mulheres
cinema ainda não andava às voltas com esses trânsitos pelos
reaparece. Uma conspiração é armada. Querem sua peruca.
séculos. A chanchada, ao tripudiar, ainda tinha suas inven-
Jean-Claude Bernardet considera Nem Sansão, Nem Dalila
ções. Oscarito é o barbeiro Horácio, que entra nessa máqui-
um dos grandes filmes políticos brasileiros. Jairo Ferreira
na transtemporal por acidente durante uma fuga.
coloca-o em sua listagem histórica de filmes de invenção. Chanchada política, clima B, cinepoeira.
No passado, usa um isqueiro em um tempo antigo e se tor-
146
na deus ou espião para eles (depende para quem). Troca o
Estreia na direção de Roberto Farias, Rico Ri à Toa é uma comé-
acendedor de fogo pela peruca de um certo Sansão. A mis-
dia mais tradicional, sem flertar com os transgêneros de Manga,
tura de épocas, os ruídos gerados pelos deslocamentos dos
talvez mais vinculado ao modelo Burle-Fenelon, ou mesmo ao
personagens quando postos em outro contexto, é a própria
Manga mais de fim de década, em Este Milhão É Meu. Zé Trindade
chanchada, com essa atenção pelos que estão fora de seus
é o taxista de temperamento briguento que recebe herança de
lugares, embora se comportem como se os lugares onde es-
um passageiro, mas descobre depois estar envolvido com um
tão fossem destinados a eles.
roubo de banco. Violeta Ferraz faz sua parceira.
O cinema B de ficção científica, em alta nos anos 50, clima paranoico de Guerra Fria, é a premissa de O Homem do Sputnik (1957), também de Manga. Um objeto metálico cai no galinheiro de um casal. A esposa sonha em ganhar dinheiro com a peça caída do céu. O marido a esconde, alia-se a um jornalista e sua namorada, torna-se pivô de uma competição internacional pelo Sputnik, que envolve russos, franceses, americanos (os mais tripudiados, na figura de Jô Soares, já antecipando sua presença em A Mulher de Todos – 1969 - de Sganzerla). Todos querem agradá-lo. A oportunidade faz o homem. O caipira com alto poder ocasional quer tirar proveito da circunstância e praticar o salto de cerca. O poder, portanto, como Nem Sansão, Nem Dalila, altera o comportamento. Abre portas para uma maior liberdade de ação. Isso nos permite ver o número de Brigitte Bardot parodiado por Norman Bengell, que dança com decote, alcinha e cintura marcada pelo vestido, o que não tem nada de paródico, mas de aproximação com a modelo reinventada. Manga demonstra cuidado com a agilidade e com algumas construções de luz, procurando aliar uma competência visual com a montagem. São filmes complementares nessa vertente cômica dos 70, em suas variações musicais, paródicas, transgenéricas e mais tradicionais, com a malandragem e a cultura do trambique sendo combatida ou praticada com orgulho. No cinema internacional, para além do cinema norte-americano, os anos 50 respiram bem. A chanchada é contemporânea de pontos altos de grandes cineastas, como Kurosawa (Rashomon, 1951), Hawks (Inventor da Mocidade, 1952), Ozu (Era uma vez em Tóquio, 1953), Mizoguchi (Os Amantes Crucificados, 1954), Rossellini (Viagem à Itália, 1954), Kazan (Sindicato de Ladrões, 1954), Ray (Juventude Transviada, 1955) Hitchcock (Janela Indiscreta, 1954), Kubrick (O Grande Golpe, 1955) e Ford (Rastros de Ódio, 1955), entre muitos. Nesse cenário, a chanchada é um moleque travesso. Uma moleca. Cleber Eduardo professor, crítico de cinema e colaborador da temática Histórica - SP
longas e médias
147
Nem sansão nem dalila Ficção, 35mm, P&B, 90min, RJ, 1954 Companhia Produtora: Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A. Direção de Produção: J.B.Tanko Gerente de Produção: Victor Lima Companhia Distribuidora: U.C.B. – União Cinematográfica Brasileira S.A. Argumento e Roteiro: Victor Lima Direção: Carlos Manga Coreografia: Blanche Mur Direção de Fotografia: Amleto Daissé Câmera: Silvio Carneiro Direção de Som: Aloysio Vianna Montagem: Waldemar Noya e Carlos Manga Cenografia: Cajado Filho Elenco: Oscarito, Fada Santoro, Cyll Farney, Eliana Macedo, Carlos Cotrim, Wilson Grey, Wilson Viana, Ricardo Luna, Werner Hammer, Anthony Zamborski, Sérgio de Oliveira, João Péricles, Gene de Marco, Milton Leal, Carlos Mesnik, José do Patrocínio e Jorge Luiz Por intermédio de uma máquina do tempo apresentada numa conferência científica, o barbeiro Horácio é transportado para o século IV a.C, no reino de Gaza. Lá conhece Sansão, cuja força descomunal vem de uma milagrosa peruca. Ao trocar a peruca de Sansão por um isqueiro, Horácio transforma-se num homem forte e poderoso e passa a reinar em Gaza,
acervo particular
envolvendo-se em diversas trapalhadas.
Filme homenagem 148
matar ou correr Ficção, 35mm, P&B, 100min, RJ, 1954 Companhia Produtora: Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A. Produção: Vinícius Silva Direção de Produção: Guido Martinelli Companhia Distribuidora: U.C.B. - União Cinematográfica Brasileira S.A. Argumento: Amleto Daissé e Victor Lima Direção: Carlos Manga Coreografia: David Dupré Direção de Fotografia: Amleto Daissé Câmera: Silvio Carneiro Direção de Som: Aloísio Viana Montagem: Wilson Monteiro Cenografia: Cajado Filho Música (Genérico): Luís Bonfa e Lírio Panicalli Música de: Jacques Offenbach Identidades/ Elenco: Oscarito, Grande Otelo, José Lewgoy, Renato Restier, Wilson Viana, John Herbert, Inalda da Carvalho, Wilson Grey, Julie Bardot, Altair Johny, Suzy Kirby, Totó, Carlos Costa, Felix Batista, Antônio Garcia, Nelson Dantas, Tito Martini, Henry Horman Jr., Walter Quinteiros, Marlene, Ionê, Rojan, Diclea Matagorda é um pequeno município onde reina a injustiça e a impunidade, graças à atuação de Jesse Gordon, o bad man da cidade. Mas a situação se transforma quando Benedito FazTudo e Jerônimo, por um acaso, prendem o bandido, para logo em seguida serem nomeados xerifes do local. Mas tudo se complica quando Jesse Gordon escapa da prisão, prometendo
acervo cinemateca brasileira
vingança. Porém, com ajuda de Roy Lawton, o facínora é preso novamente e os novos xerifes, após hesitarem bastante, resolvem defender a cidade, já que Frank Gordon, o irmão de Jesse, jura vingança.
Filme homenagem longas e médias
149
o homem do sputnik Ficção, 35mm, P&B, 97min, RJ, 1959 Companhia Produtora: Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A. Produção: Cyll Farney Direção de Produção: Abel Teixeira Costa e Cyll Farney Companhia Distribuidora: U.C.B. - União Cinematográfica Brasileira S.A. Argumento: Cajado Filho Roteirista: Cajado Filho Direção: Carlos Manga Direção de Fotografia: Ozen Sermet Cinegrafista: Antônio Gonçalves Técnico de Som: Aloysio Vianna Montagem e Edição: Waldemar Noya Cenografia: Cajado Filho Figurinos: Aelson Música (Genérico): Radamés Gnatalli Identidades/Elenco: Oscarito, Cyll Farney, Zezé Macedo, Neide Aparecida, Alberto Perez, Norma Bengell, Heloísa Helena, Hamilton Ferreira, Joe Soares, Geraldo Gamboa, João Labanca, Diego Cristian, Luiz Gilberto Tozzi, César Viola, Ernesto Braga, Nestor Montemar, Abdias do Nascimento, Abel Pêra, Fregolante, Sobrinho Grijó, Hilton Gomes, Joméri Pozzolli, Laura Galano, Maria Acyr, Denys Grey, Riva Blanche, Sérgio Roberto e Tutuca O casal de caipiras comerciantes de ovos, Anastácio e Cleci, é surpreendido por um estrondo em seu galinheiro. Anastácio encontra entre suas galinhas um globo metálico. No dia seguinte, Cleci lê no jornal sobre o acidente com o satélite russo Sputnik e reconhece na
acervo cinemateca brasileira
fotografia um objeto semelhante ao que caiu em seu quintal. A notícia de que o Sputnik caiu
Filme homenagem 150
no Brasil vira primeira página dos jornais.
rico ri à toa Ficção, 35mm, P&B, RJ, 110min, 1957 Direção: Roberto Farias Assistente de Direção: Mozael Silveira Dip: Riva Farias Asp e Asc: Reginaldo Farias Argumento e Roteiro: Roberto Farias e Riva Farias Produtor: Murilo Seabra Produtores Associados: Roberto Farias e Cláudio Castilho Fotografia: Juan Carlos Landini Câmera: Gilberto Azevedo Sonografia: Celso Muniz Assistente: José da Silva Eletricista: Ulysses, Arahy, Jardim e Hugo Cenografia: Darcy Evangelista Cotr: Arnobio Carvalho Maq: Raymundo Campesato Cos: Conceição S. Paula Montagem: Mauro Alice Música: Sivuca Zé Trindade é o Zé da Fubica, carioca, chofer de praça, feliz com sua profissão, morador na favela mais bem situada do Rio de Janeiro, com o seu barraco de frente para a Lagoa Rodrigo de Freitas, ponto nobre da cidade. Sua mulher, Violeta Ferraz, e sua filha, Silvinha Chiozzo, vivem em boa harmonia até que um advogado aparece com uma herança de um irmão do Zé,
acervo cinemateca brasileira
que faleceu em Portugal e que vai mudar a vida de todos.
anos 50 longas e médias
151
carnaval atlântida Ficção, 35mm, 92min, P&B, RJ, 1952 Companhia Produtora: Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A. Gerente de Produção: Guido Martinelli Companhia Distribuidora: U.C.B. - União Cinematográfica Brasileira S.A. Argumento: Jr. Berliet e Victor Lima Autoria: Jr.Berliet e Victor Lima Roteirista: José Carlos Burle, Jr. Berliet e Victor Lima História: Jr. Berliet e Victor Lima Direção: José Carlos Burle Coreografia: Juliana Yanakiewa Direção de Fotografia: Amleto Daissé Câmera: Carneiro, Silvio Técnico de Som: Aloísio Viana, Jesus Narvaez e Ercole Baschera Montagem: Wilson Monteiro Cenografia: Martim Gonçalves e Pablo Olivo Figurinos: Gilda Bastos e Oswaldo Mota Identidades/Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Cyll Farney, Eliana, José Lewgoy, Cole, Renato Restier, Wilson Grey, Iracema Vitória, Carlos Alberto, Francisco Carlos, Bill Farr, Nora Ney, Dick Farney, Orquestra de Chiquinho, Aurélio Teixeira, Jesus Ruas, Leonel Saraiva, Rosa Sandrini, Victor Binot, Aurelina Lisboa, Edith Tremonte, Edmundo Carlos, Ingrid Germer, Isaura Henriques, Marlene Barroso, Maurício Loyola Moacir Ferreira, Núcia Miranda, Oscar B. Freitas Participação Especial: Maria Antonieta Pons Piro e Miro são dois malandros que apresentam ao Dr. Cecílio, produtor da Acrópoles filmes,
acervo cinemateca brasileira
o argumento de uma chanchada carnavalesca. O produtor, com a intuição de fazer um filme
anos 50 152
sobre Helena de Troia, recusa o argumento, mas termina por empregar os dois como faxineiros. Em seguida, decidido a realizar seu filme sério, Dr. Cecílio segue o conselho de seu secretário Augusto e contrata o professor Xenofontes, um especialista em história antiga. Os dois malandros, dispostos a tudo por dinheiro, se disfarçam de detetives e são contratados pelo Dr. Cecílio, que pretende desmascarar o Conde de Verdura, noivo de sua sobrinha Carmem. Eles descobrem que o Conde de Verdura é na verdade Tobias, o chofer de uma família rica. Mas o falso conde promete um bom dinheiro aos dois após o casamento com Carmem, desde que eles não revelem seu segredo.
aviso aos navegantes Ficção, 35mm, 113’ RJ, 1950 Companhia(s) Produtora(s): U.C.B. - União Cinematográfica Brasileira S.A.; Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A. Produção: Severiano Ribeiro Jr. Direção de Produção: Décio Tinoco Gerente de Produção: Barroso Vasconcelos Companhia(s) Distribuidora(s): U.C.B. - União Cinematográfica Brasileira S.A. Argumento: Watson Macedo Roteirista: Alinor Azevedo e Paulo Machado Direção: Watson Macedo Coreografia: Juliana Yanakiewa Direção de Fotografia: Edgar Brasil Técnico de Som: Aloysio Vianna, Jesus Narvaez e Antonio Gomes Montagem: Waldemar Noya e Wilson Monteiro Música de: Piotr Ilitch Tchaikovski Identidades/Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Eliana, José Lewgoy, Adelaide Chiozzo, Sérgio de Oliveira, Ivon Cury, Mara Rios, Yara Izabel, Inah Malaguti, Cuquita Carballo, Zezé Macedo, Clélia Rios, Rubem Durado, Sobrinho Grijó, Alfredo Rosário, Dalva Oliveira, Eliana Macedo, Emilinha Borba, Elvira Pagã e Juliana Yanakiewa. Um luxuoso navio parte de Buenos Aires com destino ao Rio de Janeiro. A bordo está Cléo, a dançarina cortejada por Alberto, o imediato do navio, e o príncipe Suave Leão. Frederico é um clandestino que viaja sem passaporte e é surpreendido por Azulão, cozinheiro da embarcação que passa a explorar a situação. No meio da viagem um comunicado alerta para a presença de um perigoso espião entre os passageiros que precisa ser detido. Para capturá-lo, todos se unem, dando início a uma série de perseguições intercaladas por números musicais
foto: divulgação
e desencontros amorosos.
anos 50 longas e médias
153
redenção Ficção, digital, P&B, 57min, BA, 1959 Direção: Roberto Pires Argumento e Roteiro: Roberto Pires Fotografia: Hélio Silva Música: Alexandre Gnatalli Montagem: Mario del Rio Diretor de Produção: Oscar Santana Câmera: Oscar Santana Iluminador: Rodi Lucheri Cenografia: Waldemar Brito Eletricista: Mario Magalhães Assistente de Produção: Alberto Barreto Produção: Élio Moreira Lima / Iglu Filmes Ltda. Intérpretes: Geraldo del Rey, Braga Neto, Maria Caldas, Fred Júnior, Milton Gaúcho, Costa Júnior, Leonor Barros, Raimundo Andrade, Jorge Cravo, Normand Moura, Klaus Kiaus, Jackson Lemos, José Melo, Orlando Rego, Alberto Barreto e outros Um psicopata estuprador é contido por dois jovens fazendeiros, um dos quais envolvido com
foto: divulgação
a polícia e que, ao proteger uma jovem ameaçada, encontra a “redenção” de sua vida.
anos 50 154
longas e mĂŠdias
155
Contemporâneos sobre efeitos do tempo por Cássio Starling Carlos
Entre os longas e médias-metragens inscritos para a 6ª CineOP, uma das linhas de
e Francis Vogner dos Reis
força mais constantes aparece demarcada por trabalhos que encontram no tempo seu material e na velocidade de seus efeitos uma motivação preponderante. Nos quatro médias e nos três longas escolhidos encontramos registros ou esforços para resgatar práticas e discursos, preservá-los do efeito de perda, de abolição do valor ou do mero esquecimento. A predominância dessas questões nos títulos selecionados aponta para a presença muito maior, às vezes excessiva, no total de trabalhos inscritos. Nos melhores resultados, os que detivemos encontram-se tentativas de registrar e refletir sobre o que a economia, a conjuntura social e a aceleração das transformações no mundo contemporâneo têm feito desaparecer. Diante disso, a forma do documentário apareceu como a solução mais recorrente para capturar as mudanças, preservando por meio de imagens acompanhadas de discursos o que em breve terá sobrevivido apenas na memória. É o que se pode conferir no longa O Corte do Alfaiate, em que um time de profissionais, todos já idosos, relatam o inexorável desaparecimento de uma profissão.
156
Por mais que se adaptem às modificações da demanda ou
perspectiva, o longa Malditos Cartunistas enfoca o trabalho –
tentem transmitir seus saberes e fazeres a artífices de novas
o seu processo, o seu tempo e como ele expressa sua época
gerações, seus personagens guardam a aura de remanes-
– como questão.
centes e os depoimentos deles adquirem o tom de lamento, ecoando uma tradição em vias de se perder.
Permanências, um filme sem tema muito claro ou definido, lida com a ação do tempo nas coisas e nas pessoas. Ele, na
Num sentido equivalente, mas menos dominado pela me-
sua vagareza, não trabalha com estímulos comuns com a
lancolia, o média Primeiro Tempo registra o fim de uma época
ligeireza dispersiva moderna. Assim, violenta e exige outra
numa multiplicidade de perspectivas. A desaparição do está-
relação da nossa percepção com o “tempo” cinematográfi-
dio do Palmeiras, em São Paulo, para dar lugar a uma moderna
co. Nele, percebe-se que o tempo não existe só como dura-
arena serve de justificativa para evocar o histórico de um es-
ção, mas como marca visível nas pessoas e nos lugares.
paço urbano e seu entorno, assim como de valores esportivos, culturais e sociais em simbiose. Há, inevitavelmente, uma
O filme-depoimento Meia Hora com Darcy mostra que o tem-
resposta nostálgica a esse fenômeno de apagamento, mas
po é algo que não se perde, ao contrário, que tanto mais se
o trabalho ganha vigor afirmativo ao sugerir uma corre-
aproveita quanto mais se tem consciência de que ele pode
spondência com os dois tempos de uma partida de futebol.
acabar rapidamente. O cineasta Roberto Berliner oferece na íntegra, em toda a sua duração, sem edição, sem manipu-
Essa ideia de transformação, encarada de modo distinto da
lação do tempo, uma entrevista registrada com o senador e
pura perda, ganha peso em Efeito Reciclagem. Aqui, saímos
antropólogo Darcy Ribeiro dois meses antes da morte dele,
da lógica do consumo e do descarte que sustenta o modo
vítima de câncer.
de vida contemporâneo e pós-industrial para encontrar um grupo de pessoas que reinsere (e assim se integra) na ordem
No fluxo incessante da fala, a memória do tempo passado se
econômica aquilo que foi excluído como resíduo, sobra e,
mescla às possibilidades do tempo que resta, cuja finitude o
portanto, fadado ao esquecimento: o lixo.
entrevistado reitera. Mais até que a vivacidade de um pensamento, aqui é o tempo como matéria-prima da vida que fica
Como se pode observar em O Corte do Alfaiate, Efeito Re-
impregnado nas palavras e nas imagens.
ciclagem tenta entender o tempo do trabalho, perscrutar o indivíduo frente a suas atividades produtivas e o tempo
Cássio Starling Carlos
que ele consome nessas funções. Por isso, estes dois títulos
Francis Vogner dos Reis
ganham importância também como reveladores da dura-
Seleção de longas e médias
ção, dos ritmos, das cadências, essas dimensões do tempo estreitamente relacionadas com o cotidiano e a percepção que temos dele na forma de repetições e hábitos. Em outra
longas e médias
157
pré-estreia nacional
O CORTE DO ALFAIETE Documentário, cor, digital, 70min, PR, 2010 Direção: João Castelo Branco Machado Roteiro: Dayana Zdebsky de Cordova, João Castelo Branco Machado e Valéria Oliveira Santos Montagem: Marco Meirelles Som Direto: Leco de Souza Fotografia: Humberto Michaltchuk e João Castelo Branco Machado Empresa Produtora: Meio-Fio Produções O Corte do Alfaiate é um documentário etnográfico sobre a prática da alfaiataria que parte do trabalho do alfaiate, de suas técnicas e de seus saberes, para versar sobre os valores incorporados e expressos na confecção de ternos sob medida. Entre paletós e calças que são riscados, cortados e montados, o filme mostra a alfaiataria com suas transformações, tensões entre moda e tradição, inovações tecnológicas e manutenção da técnica artesanal. Um oficio permeado pelas dificuldades de transmissão de seus saberes e pela falta de mão de obra especializada, entre uma estrutura de trabalho que remete às antigas corporações de
foto: divulgação
ofício e os profissionais autônomos dos dias de hoje
contemporâneo 158
pré-estreia nacional
MALDITOS CARTUNISTAS Documentário, cor, digital, 94min, RJ, 2010 Direção, Roteiro e Som Direto: Daniel Garcia e Daniel Paiva Fotografia e Montagem: Daniel Paiva Direção de Arte: Daniel Garcia Trilha Sonora: Fanfarra Paradiso Malditos Cartunistas traça um panorama sobre a profissão de desenhista de humor no Brasil, desde o Pasquim nos anos 60 até os dias de hoje. Traz quatro gerações de cartunistas debatendo sobre o universo da profissão; temas como a rotina de trabalho, mulheres, censura, arte e mercado editorial. Numa conversa descontraída os autores acabam retratando
foto: divulgação
a história recente do Brasil através do humor.
contemporâneo longas e médias
159
pré-estreia nacional
EFEITO RECICLAGEM Documentário, cor, digital, 91min, SP, 2010 Direção e Roteiro: Sean Walsh Direção de Fotografia: Ted Carioba Montagem e Edição: Cristina Amaral Trilha Sonora: Laurent Mis Som Direto: Jorge Vaz Empresa Produtora: Code 7 Produções Artísticas O documentário retrata a vida do carismático Claudinês Alvarenga, um coletor de materiais recicláveis que, enquanto firmemente tradicional em alguns aspectos, é absolutamente moderno na forma de lidar com a vida. Da periferia ao Centro, a cidade de São Paulo serve como pano de fundo para a história do trabalho deste homem e sua numerosa família, incentivando a reflexão sobre a necessidade urgente de reciclar não só materiais e produtos,
foto: divulgação
mas também atitudes e ideias.
contemporâneo 160
longas e mĂŠdias
161
permanências Documentário, cor, digital, 34min, MG, 2010 Direção: Ricardo Alves Junior Roteiro: Diego Hoefel, Pablo Lamar e Ricardo Alves Junior Fotografia: Tomas Perez Silva Montagem: Ernesto Gougain e Alejandra Aguilar Catalán Som Direto: Pablo Lamar Empresa Produtora: Entrefilmes, Sapukai Filmes e Desbun Filmes
foto: divulgação
Do lado de dentro o ar é mais denso.
PRIMEIRO TEMPO Documentário, cor, digital, 47min13, SP, 2011 Direção, Roteiro e Montagem: Rogério Zagallo Trilha Sonora: João Erbetta e Felipe Vassão Som Direto: Eric Ribeiro Christiani, Luiz Adelmo, Luan Granzotto e Maria Clara Cervantes Empresa Produtora: Oka Comunicações
A despedida de uma torcida do estádio onde viveu momentos históricos. Depois de 93 anos, o Palestra Itália, casa do time e da torcida Palmeirense, vai dar lugar foto: divulgação
a um novo estádio. A história é contada através de cenas do último jogo no local,
Médias 162
intercaladas com depoimentos de torcedores, jogadores e ex-jogadores, sócios e funcionários do clube e moradores do entorno. A memória afetiva de pessoas que acompanharam, viveram e fizeram da história do Palestra Itália, a sua própria história.
MEIA HORA COM DARCY Documentário, cor, digital, 30min, RJ, 2011 Direção: Roberto Berliner Empresa Produtora: TV Zero
Em dezembro de 1996, o antropólogo e político Darcy Ribeiro concordou em receber o cineasta Roberto Berliner para uma conversa de meia hora em seu apartamento em Brasília. Expressando-se com a habitual veemência e paixão, cobriu uma grande gama de assuntos. Dois meses depois, Darcy morreu e o material foto: divulgação
ficou guardado até agora. O diretor decidiu apresentar este depoimento histórico em tempo real, sem cortes.
FORMAS DO AFETO – UM FILME SOBRE MÁRIO PEDROSA Documentário, cor, digital, 33min42, RJ, 2010 Direção, Roteiro e Montagem: Nina Galanternick Fotografia: Thiago Lima Silva Trilha Sonora: Rodrigo Marçal Som Direto: Carlos Sotto Empresa Produtora: Gala Filmes
Uma abordagem afetiva da relação entre Mário Pedrosa, um dos maiores críticos de arte do século XX, e alguns dos mais importantes artistas brasileiros, como Helio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, Abraham Palatnik, Almir Mavignier, Anfoto: divulgação
tonio Manuel e Cildo Meireles. Cartas, críticas, entrevistas unidas à beleza das obras de arte conduzem o espectador numa viagem pela arte moderna brasileira a partir da década de 1950.
médias longas e médias
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164
curtas 165 foto: acervo colecionador particular
Pensando o ontem, exibindo o hoje por Pedro Maciel Guimarães
A 6ª edição da CineOP apresenta um desafio para a curadoria de curtas-metragens:
e Rafael Ciccarini
dar conta das obras que tratam o cinema de patrimônio, tema central da mostra, e, ao mesmo tempo, abrir espaço para a produção contemporânea de filmes de curta duração. Essas duas bases para o visionamento de filmes não são excludentes e sim confluentes. A escolha dos filmes apresentados pautou-se pelas possibilidades abertas aos jovens cineastas de dialogarem, direta ou indiretamente, com as imagens já feitas por seus contemporâneos ou antepassados. A discussão sobre cinema de patrimônio está, ao mesmo tempo, concentrada e distribuída em toda a programação de curtas. Concentrada, pois uma grade específica foi criada especialmente para abordar filmes que tratam da feitura inacabada de obras (O Doce Segredo de Bárbara) e do resgate da produção estadual (a pernambucana, no caso de Janela Molhada), filmes que se completam com o cineconcerto com filmes de mulheres cineastas europeias. Distribuída, pois, em cada programa, temos quase que sistematicamente um filme que se coloca em relação a imagens feitas anteriormente. Assim, esses filmes resgatam, de maneira fugidia ou abertamente citacional, a imagem fundadora do cinema (A Chegada do Trem à Estação, dos irmãos Lumière em Magnífica Desolação); o cinema de autor europeu (Uma Noite); o cinema americano popular (Per-
166
fídia); a trajetória de precursores brasileiros (Humberto Mauro
mos representantes de três estados que têm se destacado de
em Regard Edgar e o cineasta especialista em efeitos especiais
maneira especial nos últimos anos, não só pelo aumento do
mineiro, Alonso Gonçalves, em Cineastas do Apocalipse) e até as
número de filmes produzidos, mas também pela qualidade e
imagens ultrarrecentes das redes sociais da internet (Film Por-
diversidade da produção. Do Paraná, filmes-ensaios e fábulas
nografizme). Isto sem falar em filmes de gênero que citam, sob
como Memórias do meu Tio e Vó Maria, prêmio do Júri da Crítica
forma de homenagem ou releitura, autores específicos como
na 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes; de Goiás, comédias
Yasujiro Ozu (Bushido), Sergio Leone (Duas Vidas para Antonio
românticas como a visão bem humorada de uma estrangeira
Espinosa), Gus Van Sant (Intervalo) e Jean-Luc Godard (Zeit to
do Brasil (Julie, Agosto, Setembro); e da Paraíba, filmes de gêne-
the Geist). E não são só as imagens animadas que são revisitadas
ro tipicamente europeus ou norte-americanos, mas filmados
esse ano. A fotografia também aparece como tema (e forma)
à brasileira (Mais Denso do que o Sangue).
de discussão em Vó Maria, Aeroporto, Domingo e Várias Vidas de Joana, assim como a vastidão da expressão sensorial de um ar-
Dentro da temática que liga cinema e educação, uma grade
tista único (Helio Oiticica em Parangolétryko).
especial foi feita para os participantes desse seminário. Ela traz o resultado de uma oficina feita pelos alunos do Ensino
As posturas dos curtas-metragistas brasileiros presentes este
Fundamental da Rede Municipal de Vitória, realizadores de
ano em Ouro Preto podem ser resumidas nos questionamen-
As Curvas de Niemeyer. Esses filmes abordam também imagens
tos dos cineastas e atores de Um U.R.S.O na Minha Rua, que
que povoam o imaginário infantil e adolescente, como o faro-
colocam em cheque o fato, as maneiras e a utilidade em se
este de Duas Vidas para Antonio Espinosa e os amigos inventa-
“fazer” uma imagem.
dos em Traz Outro Amigo Também, prêmio do Público na 14ª Mostra de Cinema de Tiradentes. Já em Braxília, o tema é um
A contemporaneidade das imagens da 6ª CineOP fica por
poeta que, pela ousadia e originalidade, merecia ter sua obra
conta de filmes feitos com inscrição direta no mundo em que
levada, assim como o filme que o retrata, para dentro da sala
vivemos. Assim, temos o debate em torno de uma nova tribo
de aula. E, finalmente, Além da Rua, em que as crianças são
urbana (Coloridos), o conflito entre o novo e o antigo (Oma,
mostradas como criadoras e criaturas de imagens, ora cineas-
Obsoleto, Últimos Dias), o perfil de gente anônima e lugares-
tas en herbe, ora espectadores embevecidos, ora imitadores
comuns (A Dama do Peixoto, Praça Walt Disney), as relações
empolgados. A atitude deles face às imagens, de ontem e de
de trabalho no meio rural ou urbano (Boate Azul, A Poeira e o
hoje, condensa o espírito da 6ª CineOP.
Vento, Circuito Interno e Acercadacana) e a relação, por vezes conflituosas e sempre engrandecedora, entre adultos e crian-
Pedro Maciel Guimarães
ças (Fábula das Três Avós, A Sombra de Sofia e Ratão).
Rafael Ciccarini Seleção de Curtas
A descentralização da produção brasileira de curtas foi outro ponto marcante da safra de 2010-2011. Nesta seleção, te-
curtas
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2004 Animação, Digital, 5’, 2011, MG Direção: Edgard Paiva
foto: divulgação
Produtora: EBA - UFMG
Ele é um jovem, com seu mp3 player e sua mania de desenhar as pessoas que passam na rua, enquanto espera o ônibus para mais um dia de trabalho. É assim sempre. Mas, em um dia como outro qualquer, sua vida é transformada depois que descobre o reflexo da linda mulher que estava ao seu lado.
a boate azul Documentário, Digital, 14’20, 2010, MG Direção: Cássio Pereira dos Santos
foto: divulgação
Produtora: Novaponte Filmes Juliana e Edgar são casados e moram em Cruzeiro da Fortaleza, interior de Minas Gerais. Assim como centenas de pessoas da região, o casal tira seu sustento do árduo trabalho nas lavouras de café. Este filme é um pequeno retrato do cotidiano do casal em época de colheita.
A Dama do PEixoto Documentário, Digital, 12’, 2010, RJ Direção: Allan Ribeiro e Douglas Soares
foto: divulgação
Produtora: 3 Moinhos Produções
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“Ela está aqui, está ali, e os invisíveis são os outros.”
a felicidade dos peixes Ficção, Digital, 24’, 2011, PB Direção: Arthur Lins
foto: divulgação
Produtora: Pigmento Cinematográfico O mar seria imenso para nós dois, mas neste aquário não te cabe, querida.
a poeira e o vento Documentário, 35mm, 18’, MG
foto: divulgação
Direção: Marcos Pimentel Interior do estado de Minas Gerais. Uma pequena vila no meio do nada. Isolamento. Montanhas. Silêncio. O homem. A paisagem. O tempo.
acercadacana Documentário, 35mm, 20’, 2010, PE Direção: Felipe Peres Calheiros
foto: divulgação
Produtora: Coletivo Artístico
curtas
Nos anos 90, com a valorização do etanol e a expansão do latifúndio canavieiro, 15 mil famílias foram expulsas dos seus sítios na Zona da Mata de Pernambuco. Maria Francisca decidiu resistir.
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Aeroporto Documentário, Digital, 22’, 2010, PE Direção: Marcelo Pedroso
foto: divulgação
Produtora: Símio Filmes Estarei partindo logo. É tão estranho pensar que esse tempo está acabando, as pessoas que conheci aqui parecem quase velhos amigos agora. Provavelmente, nunca mais vou vê-las. Um pensamento triste, mas, eu acho, bem realista. A Austrália é tão longe do resto do mundo...
Além da Rua Ficção, Digital, 20’, 2010, CE
foto: divulgação
Direção: Natalia Vieira Com uma câmera filmadora, um grupo de amigos brincam, vivenciando os espaços de Otavio Bonfim, bairro de classe média-baixa de Fortaleza, onde moram, passeando por lugares por eles já conhecidos e descobrindo outros.
Angeli 24h Documentário, 35mm, 25’, 2010, RJ Direção: Beth Formaggini
foto: divulgação
Produtora: 4 Ventos Comunicação
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Documentário sobre o cartunista Angeli e as transformações de sua obra. É centrado na sua obsessão pelo trabalho e na crise entre ser um artista da cultura pop que tem que produzir diariamente novas charges e tirinhas para várias mídias e ao mesmo tempo exigir de si mesmo radicalidade e capacidade de se renovar, sempre botando o dedo na ferida.
as curvas de niemeyer Animação, Digital, 10’, 2010, ES Direção: Alunos da Rede Municipal de Vitória
foto: divulgação
Produtora: Instituto Marlin Azul A menina Estela embarca numa nave do tempo junto com Oscar Niemeyer, um dos mais importantes arquitetos modernos do mundo, para descobrir as principais obras do artista em uma aventura fantástica de curvas e cores.
boa noite Ficção, 35mm, 14’, 2011, SP Direção: Bel Bechara e Sandro Serpa
foto: divulgação
Produtora: Maconde Filmes Uma cena violenta transforma a noite de dois desconhecidos.
Braxilia Documentário, 35mm, 16’30, 2010, DF Direção: Danyella Proença
foto: divulgação
Produtora: Cor Filmes
curtas
Documentário cujo foco é o olhar do poeta Nicolas Behr sobre Brasília e a construção de sua cidade inventada, Braxília.
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breves instantes Animação, Digital, 3’, 2010, MG Direção: Mirian Aparecida Rolim
foto: divulgação
Produtora: EBA - UFMG Tipicamente brasileiros, os tapetes processionais construídos com serragem por ocasião das procissões religiosas são a matéria-prima para Breves Instantes. Cores, formas, gestos, palavras, objetos de culto se combinam num cenário maior das ruas e igrejas barrocas mineiras ainda preservadas e criam um universo de possibilidades visuais.
bushido Ficção, Digital, 9’, 2011, SP Direção: Cíntia Nakashima
foto: divulgação
Produtora: Faap Um samurai recebe uma intimação de seu senhor para fazer o harakiri. Seu último sopro de vida é se envolver com uma mulher misteriosa.
Cineastas do apocalipse Documentário, Digital, 12’, 2011, MG Direção: Ayron Borsari
foto: divulgação
Produtora: Digito Zero
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Mais do que um olhar, Cineastas do Apocalipse é um passeio pela mente de homens que tentam transformar o esfacelamento humano num desafio Audiovisual.
circuito interno Ficção, 35mm, 13’, 2010, SP Direção: Julio Marti
foto: divulgação
Produtora: Kinoosfera Filme e Faap Elias, um imigrante boliviano ilegal, pressionado por seus colegas de trabalho, busca uma forma de batizar seu sobrinho. Através da sua jornada de trabalho acompanhamos o cotidiano do abusivo universo nas oficinas de costura espalhadas no Centro de São Paulo.
coloridos Ficção, Digital, 9’, 2011, PR Direção: Christopher Faust e Evandro Scorsin
foto: divulgação
Produtora: O Quadro É domingo. Sol, cabelos coloridos e roupas brilhantes. Um grupo de jovens se reúne para debater o lugar que ocupam na sociedade.
contigo quero dividir minha solidão Documentário, Digital, 13’, 2011, SP
foto: divulgação
Direção: Malu Teodoro
curtas
Posso ver a mesma paisagem muitas vezes e sempre aparecerá algo novo, e todas as paisagens, de todos os lugares, no final podem ser a mesma, pois são imagens que existem mais dentro de mim do que no mundo de verdade. A paisagem respira no ritmo que piscam meus olhos. A imagem respira em si mesma e também dentro de mim. Essa imagem me deixa só, e essa solidão me impulsiona a
seguir buscando.
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duas vidas para antônio espinosa Ficção, 35mm, 16’, 2011, SP Direção: Caio d’Andrea e Rodrigo Fonseca
foto: divulgação
Produtora: Poeira Filmes Alberto Espinosa, seu irmão mais novo, Antonio, e seus amigos decidem aterrorizar uma família indígena que está acampada em suas antigas propriedades. O reflexo dessa noite é o aparecimento de uma figura misteriosa que busca implacavelmente um acerto de contas.
filme pornografizme Documentário, Digital, 9’, 2011, MG Direção: Leo Pyrata
foto: divulgação
Produtora: Crewlless Sinema Sobre a política dos afetos em tempos de banda larga.
Intervalo Ficção, Digital, 9’, 2010, PR Direção: Alexandre Rafael Rodrigues
foto: divulgação
Produtora: O Quadro
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Pedro tem 16 anos, namora Ana e cursa o ensino médio. Em uma tarde qualquer: o colégio, olhares, a piscina. O azul.
Janela Molhada
foto: nando chiappetta
Documentário, 35mm, 22’, 2010, PE Direção: Marcos Enrique Lopes Produtora: Tempo Impresso Aborda a memória da cinematografia muda brasileira, a partir da vinda dos imigrantes europeus e questões relativas à restauração de acervos e os ciclos regionais de cinema, a exemplo de Cataguases e Recife. Entre os entrevistados está a última remanescente do cinema mudo no país, Dona Didi, de 92 anos
Julie, agosto, setembro Ficção, Digital, 6’, 2011, GO Direção: Jarleo Barbosa
foto: divulgação
Produtora: Panacéia Filmes e Ta Na Lata Filmes Julie é uma suíça que acabou de se mudar para Goiânia. Pouco a pouco, ela tenta entender a cidade. Até se transformar em uma parte dela.
magnífica desolação Documentário, 35mm, 19’, 2010, SP Direção: Fernando Coimbra
foto: divulgação
Produtora: Gullane e Cabra Films
curtas
O homem, a máquina e a viagem. Impressões sobre o cotidiano dos maquinistas de trens de carga no Brasil.
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Mais Denso que o sangue Ficcção, Digital, 15’, 2011, PB Direção: Ian Abé
foto: divulgação
Produtora: Salò Filmes Um forasteiro chega a Cabaceiras e se camufla na multidão que acompanha a comemoração à Semana Santa. Ele está armado. Um Taurus com quatro balas ponta oca e duas normais.
mens sana in corpore sano Ficção, 35mm, 22’, 2010, PE Direção: Juliano Dornelles
foto: divulgação
Produtora: Símio Filmes Garra, disciplina, tenacidade, força física e obediência. Estes são os tesouros guardados para que tenhamos uma vida mais plena e saudável. O seu corpo agradece!
Náuseas do sagrado coração Ficção, Digital, 17’, 2010, RJ Direção: Walter Fernandes Jr.
foto: divulgação
Produtora: Maria Gorda Filmes
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O último encontro entre um pai moribundo e o seu filho adulto sem perspectivas na vida acontece de forma inesperada.
noel rosa Documentário, Digital, 10’, 2010, SC Direção: Thiago Mello
foto: divulgação
Produtora: BossaFilmes Documentário aborda o universo musical do compositor Noel Rosa, através de fotografias, imagens de época, animações, depoimentos e músicas.
o doce segredo bárbara Ficção, Digital, 17’, 2011, MG Direção: Paulo Augusto Gomes
foto: divulgação
Produtora: Tristana Cinema e Vídeo, UFA Audiovisual e Arquipélago Audiovisual Uma discussão sobre o ato da criação entre uma personagem e seus criadores, a escritora autora do argumento original e o diretor do filme.
oferenda Documentário, Digital, 17’, 2011, PB Direção: Ana Bárbara Ramos
foto: divulgação
Produtora: Pigmento Cinematográfico e Cooperativa Filmes Agranel
curtas
Filme etnográfico ensaístico sobre o ato de entregar presentes a Iemanjá, divindade mítica de origem africana. Cultuada no Brasil desde a chegada dos negros escravos, Iemanjá hoje atrai milhares de devotos a sua festa anual celebrada na beira do mar, no dia 8 de dezembro.
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oma Documentário, Digital, 22’, 2011, SP Direção: Michael Wahmann
foto: divulgação
Produtora: Sancho Filmes Ela fala alemão. Eu falo espanhol. Ela não escuta. Eu não entendo.
parangolétryco Experimental, Digital, 11’30”, SP Direção: Marco Lafer e Marcelo Lee
foto: divulgação
Produtora: Vista Filmes Um documentário experimental sobre a obra de Hélio Oiticica e seus alcances formais no contemporâneo.
perfídia Ficção, Digital, 15’, 2010, DF Direção: Ramon Navarro
foto: divulgação
Produtora: Ramon Filmes
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Ao ser reprovada em uma seleção para o musical Noviça Rebelde, Perfídia resolve se tornar uma freira de verdade. No convento, ela se torna espiã da Igreja Católica por influência de um padre nazista e ganha uma inacreditável missão: chantagear ex-católicos, obrigando-os a seguir a religião do Papa em troca da manutenção da própria vida.
praça Walt disney Documentário, 35mm, 21’, 2011, PE Direção: Sérgio Oliveira e Renata Pinheiro
foto: divulgação
Produtora: Aroma Filmes Boa Viagem, Recife, PE – 51111-260
Ratão Ficção, 35mm, 20’, 2010, DF Direção: Santiago Dellape
foto: divulgação
Produtora: Lumiô Filmes, Pavirada Filmes e TMTA Comunicação Goma é um garoto que ajuda Tio a vender CDs piratas na Feira do Paraguai, em Brasília. Enquanto Tio busca a iluminação espiritual, Goma se envolve com a máfia japonesa que controla a Feira.
regard edgar Ficção, Digital, 8’53, 2010, MG Direção: Emílio Gallo, Gustavo Jardim e Joel Pizzini
foto: divulgação
Produtora: Pólo Audiovisual de Cataguases
curtas
Plano-sequência rodado em Cataguases, MG, uma fita-manifesto pela revitalização do Cine Teatro Edgard, espaço de iniciação do cineasta Humberto Mauro e seu grande colaborador, o fotógrafo Edgar Brazil.
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redoma Ficção, digital, 14’41, 2011, SP
foto: divulgação
Direção: Noelle Rodrigues Um fino restaurante em São Paulo é cenário para ilustrar a enclausurada realidade e falta de perscpectiva de um casal de classe média quando confrontados com assuntos cotidianos sobre a família e vida profisional.
Traz outro amigo também Ficção, Digital, 14’45, 2010, RS Direção: Frederico Cabral
foto: divulgação
Produtora: Animake Imagem Virtual Um detetive é contratado por um homem para encontrar seu amigo imaginário de infância, desaparecido há mais de 50 anos. Como encontrar alguém que só existe na imaginação de um homem?
Últimos Dias Ficção, 35mm, 15’, 2010, RJ Direção: Yves Moura
foto: divulgação
Produtora: Buendia Filmes
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O último dia de funcionamento de um antigo restaurante e as relações estabelecidas entre seus funcionários e sua última cliente.
um u.r.s.o. na minha rua Experimental, Digital, 3’, 2011, MG
foto: divulgação
Direção: Gilberto Scarpa Eu vejo, você não vê?
uma ciência encantada Documentário, Digital, 20’, 2010, PB
foto: divulgação
Direção: Chico Sales
curtas
Produtora: Rapadura Brejeira Um documentário sobre percepções e impressões acerca dos encantos e mistérios de uma praia, inserida na cosmologia da Jurema Sagrada, no litoral sul da Paraíba.
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uma noite Ficção, 35mm, 8’50, 2011, RJ
foto: divulgação
Direção: Daniela Santos: Um filme, um casal, uma noite.
Várias Vidas de joana Documentário, Digital, 8’, 2011, RJ Direção: Cavi Borges e Abelardo de Carvalho
foto: divulgação
Produtora: Cavídeo Produções
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A história do Brasil vista pelo olhar de uma menina nascida no interior de Minas Gerais.
Vó Maria Documentário, Digital, 6’, 2011, PR
foto: divulgação
Direção: Tomás von der Osten Memória em três tempos.
zeit to the geist Experimental, Digital, 18’, 2010, SP Direção: Diogo Faggiano
foto: divulgação
Produtora: Temporal Filmes
curtas
Chateados pela chegada do homem na lua, guerrilheiros apegados ao chão revisitam antigas batalhas enquanto ventilam acerca do futuro esperado após 1969.
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Curriculos comissão de seleção de filmes e colaboradores Cássio Starling Carlos (sp)
doutorado em Cinema e Audiovisual na Universidade Sorbonne
É crítico, pesquisador, professor de História do Audiovisual.
Nouvelle – Paris 3 e publicou o livro Créer ensemble: la poétique
Graduado em Filosofia pela UFMG e mestrando em Meios e
de la collaboration dans le cinéma de Manoel de Oliveira (EUE, Sar-
Processos Audiovisuais na ECA-USP. Integrou o grupo de
rebruck, 2010). Foi selecionador de curtas e colaborador do Fes-
curadores de curtas-metragens da 13ª e 14ª Mostra de Cine-
tival de Cinema Brasileiro de Paris, além de professor da Facul-
ma de Tiradentes, da 5ª CineOP e da 4ª CineBH. Como crítico
dade de Comunicação da Faap. Atualmente, é pós-doutorando
de cinema colabora para a Folha de S. Paulo. Foi consultor e
da ECA-USP, com trabalho sobre os atores do cinema brasileiro.
responsável editorial da Coleção Folha Clássicos do Cinema e coeditor do especial 100 filmes essenciais da revista Bravo.
Rafael Ciccarini (mg)
Autor do livro Em tempo real (Ed. Alameda, 2006), sobre nar-
Professor e crítico de cinema. Graduado em História, mestre
rativas de séries de TV.
em Artes Visuais – Cinema, e doutorando em Artes, todos pela UFMG. Professor de História do Cinema Brasileiro na
Francis Vogner dos Reis (sp)
Pós-Graduação do IEC/PUC Minas, professor do curso su-
É jornalista, professor, crítico e produtor de mostras de
perior de Cinema da UNA e de História do Cinema e Crítica
cinema. Escreve para a revista Cinética (www.revistacinet-
Cinematográfica da Escola Livre de Cinema - MG. É também
ica.com.br), é colaborador da revista Foco (www.focorevis-
editor da revista eletrônica Filmes Polvo e coautor do do Livro
tadecinema.com.br) e da revista italiana de cinema La Furia
Antologia revista de cinema.
Umana (www.lafuriaumana.it). Já escreveu para a revista du Cinéma-España. É roteirista do longa-metragem Carisma
Colaborador Temática histórica Cleber Eduardo (sp)
Imbecil, próximo filme de Sergio Bianchi.
É um dos fundadores e redatores da revista Cinética. For-
Paisà, revista Zingu, revista Teorema, Filme Cultura e Cahiers
mado em Comunicação e Ciências Sociais, é mestrando em
184
Pedro Maciel Guimarães (sp)
Ciências da Comunicação na USP. Professor de Teoria do Au-
Formado em Jornalismo pela PUC-MG, ex-repórter de cultura
diovisual, Narrativa Cinematográfica, Documentário e Ro-
e crítico de cinema do jornal Estado de Minas. Fez mestrado e
teiro no curso de bacharelado em Comunicação Audiovisual
do Centro Universitário Senac. É ainda professor documen-
Art, 1998) e Câmera-faca: o cinema de Sérgio Bianchi (Portugal:
tário na Academia Internacional de Cinema (AIC), em São
Festival de Cinema Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira,
Paulo. Foi crítico de cinema da revista eletrônica Contracam-
2004). Atualmente é Professor Associado III do Departamento
po. Tem ensaios publicados sobre cinema brasileiro contem-
de Cinema e Vídeo e do Programa de Pós-Graduação em Co-
porâneo. É curador da Mostra de Cinema de Tiradentes. No
municação da Universidade Federal Fluminense.
cinema, é diretor, com Ilana Feldman, do curta Almas Passantes, de 2008, e Rosa e Benjamin, de 2009.
Colaboradoras temática educação Adriana Fresquet (rj)
Colaborador Temática preservação João Luiz Vieira (rj)
Professora adjunta da UFRJ. Leciona uma disciplina e um
Graduado em Comunicação Social pela Universidade Fed-
de Pós-Graduação em Educação da UFRJ. Coordena o Projeto
eral Fluminense (1973), mestrado em Comunicação pela
de Pesquisa Currículo e Linguagem Cinematográfica na Edu-
UFRJ(1977), mestrado em Cinema Studies - New York Uni-
cação Básica e o de extensão Cinead, em parceria com a Cin-
versity (1979), doutorado em Cinema Studies - New York
emateca do MAM-Rio e com o CAp/UFRJ. Membro fundadora
University (1984, bolsista Fulbright/Capes) e um período
da Rede Kino: Rede Latino-Americana de Educação, Cinema
de pós-doutoramento no Department of Film & Television
e Audiovisual. Coordena, com Hernani Heffner, a coleção
Studies da Universidade de Warwick, Inglaterra. Foi profes-
Cinema e Educação, coedição Booklink-Lise/UFRJ.
seminário de pesquisa sobre cinema e educação no Programa
sor visitante pela Comissão Fulbright do Departamento de Media Arts da Universidade do Novo México (1996) e visiting
Milene Gusmão (ba)
scholar do Departamento de Cinema e Literatura Comparada
Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Federal da
da Universidade de Iowa (2002). Conferencista, crítico, pes-
Bahia. Mestre em Memória Social pela Universidade Federal
quisador e curador, tem experiência na área de artes e co-
do Estado do Rio de Janeiro – Uni-Rio. Professora e coorde-
municação, com ênfase em cinema e audiovisual em geral,
nadora do bacharelado em Cinema e Audiovisual da Univer-
atuando principalmente com os seguintes temas: cinema,
sidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Uesb. Professora do
cinema brasileiro, crítica, estética e história; cinema e lit-
Programa de Pós-Graduação em Memória: Linguagem e So-
eratura; cinema japonês; teorias de adaptação; imagem e
ciedade, da mesma instituição. Coordenadora do Programa
corpo. Membro do Conselho Científico da Socine – Sociedade
Janela Indiscreta Cine-Vídeo Uesb. Líder do grupo de pes-
Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual, do Centro de
quisa Cinema e Audiovisual: Memória e Processos de For-
Pesquisadores do Cinema Brasileiro, do Conselho Consultivo
mação Cultural. Pesquisadora do Grupo Cultura, Memória
da Cinemateca Brasileira (1994-2010), da Associação de Críti-
e Desenvolvimento do Programa de Pós-Graduação em
cos de Cinema do Rio de Janeiro e da Society for Cinema and
Sociologia da UnB. Coordenadora, juntamente com a profª.
Media Studies. Autor de inúmeros ensaios e livros, entre eles,
Adriana Fresquet (UFRJ), da Rede Latino-Americana em
Cinema Novo & beyond (New York: The Museum of Modern
Educação, Cinema e Audiovisual – Rede Kino.
curtas
185
186
mostrinha
187
CINEMA É INFORMAÇÃO COM DIVERSÃO MAGIA E EMOÇÃO. ANIMAÇÃO E IMAGINAÇÃO. EXIBIMOS CINEMA PARA TODAS AS GERAÇÕES.
Para encantar, divertir e despertar na criançada e na juventude
A 6ª CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto mantém a tradição
a paixão pelo cinema, e ainda conscientizar, envolver e unir as
de reservar um espaço especial para reunir toda a família em ses-
linguagens educação e cultura, a Universo Produção idealizou
sões de cinema na programação da Mostrinha de Cinema.
a TURMA DO PIPOCA – personagens que representam a cadeia produtiva do audiovisual, resgatam valores e transmitem con-
São nove filmes – três longas e seis curtas em seis sessões
hecimentos de forma lúdica e divertida.
de cinema. Em destaque, a estreia da primeira animação brasileira em 3D, o longa Brasil Animado, da diretora pau-
O PIPOCA apresenta sua turma, os personagens Lúcio, o Lan-
lista Mariana Caltaviano, a produção do Rio Grande do Sul,
terninha, Maria, a Baleira, Juca, o projecionista, e o Dudu – são
A Casa Verde, de Paulo Nascimento. E quem gosta de ação
os guardiões do cinema.
e aventura não pode perder a exibição do longa Eu e o meu Guarda-Chuva, filme baseado no livro infanto-juvenil do titã
O diretor Nando, a produtora Fefa, o ator Jorge, a atriz Lia e a
Branco Mello e dirigido pelo experiente diretor de arte Tony
Flor, assistente de produção – são os protagonistas do cinema.
Vanzolini, que estreia na direção geral.
Eles vão interagir, divertir, informar, brincar e, claro, assistir a muitos filmes pertinho de você.
188
mostrinha
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eu e meu guarda-chuva Ficção, cor, 35mm, 78min, SP, 2010 Baseado na obra de Branco Mello, Hugo Possolo e Ciro Pessoa Direção e Produção: Toni Vanzolini Roteiro: Adriana Falcão, Bernardo Guilherme, Marcelo Gonçalves e Toni Vanzolini Produção Executiva: Eliana Soárez, Leonardo Monteiro de Barros, Luiz Noronha e Pedro Buarque de Hollanda Coprodutor: Moonshot Pictures Produtor Associado: Patrick Siaretta Direção de Fotografia: Paulo Vainer Direção de Arte: Frederico Pinto Figurino: Andrea Simonetti Maquiagem: Anna Van Steen Produção de Elenco: Cibele Santa Cruz Preparação de Elenco: Lais Correa Som Direto: Guilherme Ayrosa Edição de Som: Miriam Biderman, ABC e Ricardo Reis Mixagem: Paulo Gama Trilha Sonora: Branco Mello e Emerson Villani Montagem: Sergio Mekler Diretora de Produção: Jenifer Marques Empresas Produtoras: Conspiração Filmes, Moonshot Pictures e Fox Film Elenco: Lucas Cotrim, Victor Froiman, Rafaela Victor, Daniel Dantas, Arnaldo Antunes, Camila Amado, Leandro Hassum, Paola Oliveira, Mariana Lima, Raul Barreto, Francisco Gaspar Na última noite de férias, três amigos – Eugênio, sempre munido do guarda-chuva herdado do avô, Frida e Cebola – embarcam numa aventura mágica ao visitar a escola nova. Um barão que deveria permanecer num antigo quadro de parede ganha vida e comprova sua fama de “terror dos alunos”. Salas e corredores viram palco de uma fuga repleta de ação que leva a viagens, lugares desconhecidos e ao encontro com personagens inusitados e di-
foto: divulgação
vertidos.
190
brasil animado Animação, cor, 35mm, 75min, SP, 2010 Direção: Mariana Caltabiano Argumento: Mariana Caltabiano, Suzana Liuzzi Roteiro: Mariana Caltabiano e Eduardo Jardim Direção de Animação: Alexandre Augusto Ferreira Montagem Final: Ihon Yadoya, Bruno Chekerdimian Direção de Fotografia: Maritza Caneca, ABC Esteroscopia: Ariel Sérgio Wollinger Martins Esteroscopia em Animação:Bruno Chekerdimian Produção Executiva: Mariana Caltabiano, Thais Bastos Supervisão Técnica e PósProdução: Marcelo Siqueira, ABC Pesquisa: Suzana Liuzzi Edição: Ihon Yadoya Coordenação de Produção: Thais Bastos Finalização: Bruno Chekerdimian, Mayumi Domae, Renan Santos, Rodrigo Brandão, Thomas Chekerdimian, Pedro Portásio Celso Ribeiro Jr. Supervisão de Montagem e Efeitos: Alexandre Augusto Ferreira Montagem e Efeitos: Bruno Chekerdimian, Celso Ribeiro Jr. Pencil Test: Celso Ribeiro Jr. Artes Especiais: Bruno Chekerdimian Dublagem: Mariana Caltabiano, Eduardo Jardim Fabiano Perez, Fernando Meirelles Edição de Som Direto: Fernando Z. Higa Mixagem: Rafael Benvenuti Trilha Sonora Original: Alexandre Guerra Assistente de Produção de Som: Gabriel de Goes Produção: Mariana Caltabiano Criações Coprodução: Globo Filmes, Teleimage Elenco: Eduardo Jardim, Fernando Meirelles, Daiane dos Santos, Ariel Wollinger, Mariana Caltabiano, Fabiano Perez Matagorda é um pequeno município onde reina a injustiça e a impunidade, graças à atuação de Jesse Gordon, o bad man da cidade. Mas a situação se transforma quando Benedito Faz-Tudo
foto: divulgação
e Jerônimo, por um acaso, prendem o bandido, para logo em seguida serem nomeados xerifes
mostrinha
do local. Mas tudo se complica quando Jesse Gordon escapa da prisão, prometendo vingança. Porém, com ajuda de Roy Lawton, o facínora é preso novamente e os novos xerifes, após hesitarem bastante, resolvem defender a cidade, já que Frank Gordon, o irmão de Jesse, jura vingança.
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a casa verde Ficção, cor, 35mm, 72min, RS, 2008 Roteiro e Direção: Paulo Nascimento Produzido por: Marilaine Castro da Costa e Paulo Nascimento Coproduzido por: Homero Chemale e Duca Leindecker Produção Executiva: Marilaine Castro da Costa Direção de Fotografia: Roberto Laguna Direção de Arte: Voltaire Danckwardt Direção de Produção: Mônica Catalane Montagem: Marcio Papel Som: André Sittoni Música: Duca Leindecker Figurino: Márcia Matte Preparação de Elenco Infantil: Jefferson Silveira PósProdução: Marcio Papel, Eduardo Della Santa, Fabiane Rodrigues, Márcia Macedo, Deivid Baldwin Produtora: Accorde Filmes Elenco: Nicola Siri, Zé Victor Castiel, Fernanda Moro, Ingra Liberato, Leonardo Machado, Lui Strassburger, Marcos Verza, Jeffersonn Silveira, Rogério Hoch E as Crianças: Alice Nascimento, Mariana Catalane, Adoilson da Silva e Vitória Lopes Um desenhista em crise criativa é pressionado por sua editora a entregar a história-emquadrinhos que está desenvolvendo. A ação avança quando um professor inventa um reciclador de lixo, contrariando os interesses do malvado da história, Jordão, que cobra pela coleta do lixo na cidade. Um dos personagens, Nerd 1, uma criança cria um avatar, que chama de Eu e convence o desenhista de que Eu é a heroína perfeita para a história. Eu encontra Leonardo Del Vinte, um alquimista de 500 anos, amigo do professor, para ajudá-los.
foto: divulgação
O desenhista perde o controle da história e os personagens passam a agir por conta própria.
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curtas
fábula das três avós Ficção, 35mm, 17’30, 2010, SP Direção: Daniel Turini
foto: divulgação
Produtora: KNS Natália é uma pequena órfã que será levada por um sujeito esquisito a conhecer as suas avós. Ela terá que escolher uma de que goste de verdade. Mas suas avós não são muito normais.
obsoleto Animação, Digital, 6’, 2011, RJ Direção: Heitor Mendonça, Leando Henriques e Victor Mendonça
foto: divulgação
Produtora:
mostrinha
Em uma cidade do futuro encontramos OP-068, um simpático robô que perdeu um de seus braços e passa seus dias sentado na calçada pedindo esmola. Ele tenta voltar à ativa e ter uma existência digna novamente, a fim de não se tornar obsoleto.
193
Memórias do meu tio Ficção, Digital, 13’, 2011, PR Direção: Alexandre Rafael Garcia e Álvaro Zeini Cruz
foto: divulgação
Produtora: Simulacro Filme e O Quadro As aventuras de Ariel, um garoto de 10 anos que encontra o tio-avô já morto e ao lado dele parte em busca de um tesouro inimaginável.
bafo quente Animação, Digital, 1’6”, 2010, RJ Direção: Mauricio Maia
foto: divulgação
Produtora: Copa Studio
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Pessoas de etnias, faixas etárias e grupos sociais diferentes sofrendo com o aquecimento global.
A sombra de sofia Ficção, Digital, 14’ 2011, SP Direção: Flavia Thompson
foto: divulgação
Produtora: Catu Filmes Sofia, uma criança de 7 anos, depois de apreender a brincar de sombra com seu pai, fica fascinada pela própria sombra. Toda sua brincadeira acaba quando sua sombra cria vida própria e começa a desobedecê-la.
Banjo e Viola Animação, Digital, 3’12”, 2010, BA Direção: Thiago Martins
foto: divulgação
Produtora:
mostrinha
Banjo vai ao Saloon, bar da pequena cidade onde mora. Chegando lá vê Viola e, para impressioná-la, resolve montar o touro mecânico e acaba conquistando o coração da linda moça.
195
cine-escola
O CINEMA É UMA AULA DE EDUCAÇÃO O CINEMA COMO INSTRUMENTO DE CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA O cinema reflete todas as dimensões do ser humano. É entretenimento, arte. Discute temas universais, apresenta a diversidade cultural. Estimula a reflexão, desperta a consciência da cidadania. O mundo passa por transformações sociais profundas, ancoradas em conquistas tecnológicas cotidianas, transformando os meios audiovisuais nas principais formas de comunicação e expressão, um instrumento formador de opinião e de comportamento. Nos meios audiovisuais hoje incluímos o cinema, vídeo, TV, internet, jogos eletrônicos, a vídeoarte e os múltiplos usos da fotografia e novas mídias.
196
Entender o cinema como janela sobre as relações sociais do mundo e como ação complementar do projeto pedagógico são razões que impulsionam a pensar o cinema além da sua exibição e sensibilizar o universo educacional para investir e utilizar o cinema como ferramenta multidisciplinar na sala de aula. Aproximar a discussão de cinema e educação – linguagens que se enriquecem mutuamente – e utilizar o cinema como veículo para a conscientização da cidadania são objetivos do programa Cine Expressão - A Escola Vai ao Cinema, que consiste na oferta de uma programação cultural gratuita que beneficia educadores e estudantes da rede pública de ensino. A programação oferece XXX sessões cine-escola com exibições de filmes brasileiros, cine-debates, oficinas, lançamento de livros, encontros e diálogos – ações complementares de reflexão, qualificação, conhecimento e capacitação direcionadas aos educadores e estudantes, para que juntos, possam ampliar, aprender e praticar o exercício da leitura coletiva da arte cinematográfica, questão vital para o desenvolvimento e identidade de uma nação. O programa Cine Expressão - A Escola vai ao Cinema realiza ações que une educação e cultura explorando a cinematografia brasileira para estimular e oportunizar o acesso da comunidade escolar a produção, formação e reflexão do universo audiovisual – importante ferramenta para ser utilizada na pedagogia. Abordagem de elementos estéticos e temáticos de filmes. Exercícios de leitura coletiva da arte cinematográfica. Comentários temáticos e troca de conhecimento de linguagens de cinema. Aplicação de técnicas de estimulação de debates e exibição de filmes.
cine-escola
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GUI, ESTOPA E A NATUREZA Animação, cor, digital, 56min, SP, 2009 Direção: Mariana Caltabiano Produção: Mariana Caltabiano Criações Roteiro: Mariana Caltabiano e Eduardo Jardim Música: Juliano Beccari e Inputsom Direção de Animação: Alexandre Augusto Ferreira Gui e Estopa descobrem que os tubarões de Recife atacam porque o homem pescou mais do que devia. Os micos roubam comida de um hotel porque tiveram seu espaço invadido. Esses são apenas alguns exemplos de como os personagens aprendem a importância da preserva-
foto: divulgação
ção do meio ambiente.
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brasil animado Animação, cor, 35mm, 75min, SP, 2010 Direção: Mariana Caltabiano Argumento: Mariana Caltabiano, Suzana Liuzzi Roteiro: Mariana Caltabiano e Eduardo Jardim Direção de Animação: Alexandre Augusto Ferreira Montagem Final: Ihon Yadoya, Bruno Chekerdimian Direção de Fotografia: Maritza Caneca, ABC Esteroscopia: Ariel Sérgio Wollinger Martins Esteroscopia em Animação:Bruno Chekerdimian Produção Executiva: Mariana Caltabiano, Thais Bastos Supervisão Técnica e PósProdução: Marcelo Siqueira, ABC Pesquisa: Suzana Liuzzi Edição: Ihon Yadoya Coordenação de Produção: Thais Bastos Finalização: Bruno Chekerdimian, Mayumi Domae, Renan Santos, Rodrigo Brandão, Thomas Chekerdimian, Pedro Portásio Celso Ribeiro Jr. Supervisão de Montagem e Efeitos: Alexandre Augusto Ferreira Montagem e Efeitos: Bruno Chekerdimian, Celso Ribeiro Jr. Pencil Test: Celso Ribeiro Jr. Artes Especiais: Bruno Chekerdimian Dublagem: Mariana Caltabiano, Eduardo Jardim Fabiano Perez, Fernando Meirelles Edição de Som Direto: Fernando Z. Higa Mixagem: Rafael Benvenuti Trilha Sonora Original: Alexandre Guerra Assistente de Produção de Som: Gabriel de Goes Produção: Mariana Caltabiano Criações Coprodução: Globo Filmes, Teleimage Elenco: Eduardo Jardim, Fernando Meirelles, Daiane dos Santos, Ariel Wollinger, Mariana Caltabiano, Fabiano Perez Matagorda é um pequeno município onde reina a injustiça e a impunidade, graças à atuação de Jesse Gordon, o bad man da cidade. Mas a situação se transforma quando Benedito Faz-Tudo
foto: divulgação
e Jerônimo, por um acaso, prendem o bandido, para logo em seguida serem nomeados xerifes
cine-escola
do local. Mas tudo se complica quando Jesse Gordon escapa da prisão, prometendo vingança. Porém, com ajuda de Roy Lawton, o facínora é preso novamente e os novos xerifes, após hesitarem bastante, resolvem defender a cidade, já que Frank Gordon, o irmão de Jesse, jura vingança.
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DESENROLA Ficção, cor, digital, 75min, SP, 2010 Direção: Rosane Svartman Roteiro: Rosane Svartman e Juliana Lins Produção: Clélia Bessa Direção de Fotografia: Dudu Miranda Direção de Arte: Fabiana Egrejas Figurino: Márcia Tacsir Som: Valéria Ferro Direção Musical: Bruno Levinson Trilha Sonora: Mauro Berman Montagem: Nataraney Nunes Coprodução: Globo Filmes Produtores Associados: Labocine e Quanta Distribuição: DownTown Filmes e Rio Filme Elenco: Olivia Torres, Lucas Salles, Kayky Britto, Vitor Thiré, Daniel Passi, Juliana Paiva, Cláudia Ohana, Jorge de Sá, Juliana Paes, Letícia Spiller, Marcela Barrozo, Marcelo Novaes, Pedro Bial, Roberta Rodrigues, Smigol. Participação Afetiva: Ernesto Piccolo e Heitor Martinez Aos 16 anos, Priscila se vê pela primeira vez sozinha em casa: a mãe viajou e vai passar 20 dias fora. É nesse curto espaço de tempo que sua vida passa por grandes mudanças e diver-
foto: divulgação
sas “primeiras vezes” acontecem.
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LIXO EXTRAORDINÁRIO Documentário, cor, digital, 99min, Brasil/Inglaterra, 2009 Direção: Lucy Walker Codireção: João Jardim, Karen Harley Produção: Angus Aynsley, Hank Levine Coprodução: Peter Martin Produção Executiva: Fernando Meirelles, Miel de Botton Aynsley, Andrea Barata Ribeiro, Jackie de Botton Música: Moby Edição: Pedro Kos Direção de Fotografia: Dudu Miranda Codireção de Fotografia: Heloisa Passos, Aaron Phillips Mixagem de Som: Aloysio Compasso, José Lozeiro Participações: Vik Muniz, Fabio Ghivelder, Isis Rodrigues Garros José Carlos da Silva Baia Lopes (Zumbi), Sebastião Carlos dos Santos (Tião), Valter dos Santos, Leide Laurentina da Silva, (Irmã) Magna de França Santos, Suelem Pereira Filmado ao longo de dois anos (agosto de 2007 a maio de 2009), Lixo Extraordinário acompanha o trabalho do artista plástico Vik Muniz em um dos maiores aterros sanitários do mundo: o Jardim Gramacho, na periferia do Rio de Janeiro. A equipe tem acesso a todo o pro-
foto: divulgação
cesso e, no final, revela o poder transformador da arte e da alquimia do espírito humano. .
cine-escola
201
202
foto: acervo carlos manga
oficinas 203
oficinas
A teoria e a prática na sétima arte. A cultura e a educação como instrumentos de transformação.
Uma retrospectiva da tecnologia das imagens em movimento
Formação, difusão, qualificação, reciclagem e criatividade.
nos últimos séculos, preservação e restauração de acervos e uma
Oficinas de cultura para adultos, jovens, educadores e arquivistas.
simulação do que fizeram os primeiros cineastas, os irmãos Lu-
CineOP aproxima o público do fazer cinematográfico.
mière, estão entre as novidades oferecidas nesta edição.
São oito oficinas gratuitas e 250 vagas que integram a pro-
Cinema, vídeo, TV, internet, jogos eletrônicos, a videoarte,
gramação do evento e aproximam o público do fazer cine-
os múltiplos usos da fotografia e novas mídias são assuntos
matográfico, despertam novos talentos, estimulam a qualifi-
das oficinas práticas, em que os alunos terão a oportunidade
cação e contribuem para a formação de futuros profissionais.
de fazer curtas para publicação em redes sociais e exibição no encerramento do evento.
Conteúdos ligados à preservação do audiovisual e educação
204
através do cinema estão privilegiados nesta sexta edição. A
A CineOP tem também o propósito de aproximar os alunos
CineOP renova seu compromisso com a formação e une as
do fazer cinematográfico e apresentar como as conquistas
linguagens cinema e educação, além de dar ênfase à história,
tecnológicas cotidianas têm transformado os meios audiovi-
memória e preservação audiovisual – fundamentais para
suais nas principais formas de comunicação e expressão, um
agregar valor de patrimônio à sétima arte.
instrumento formador de opinião e de comportamento.
A TECNOLOGIA DAS IMAGENS EM MOVIMENTO, DO SÉCULO XIX AO XXI
CINEMA E MEMÓRIA Instrutoras: Mariza Guerra e Ana Lúcia Azevedo - MG
Instrutor: Rafael de Luna Freire - RJ
Período: 17 a 19/06/2011 – sexta a domingo
Período: 15 a 17/06/2011 – quarta a sexta-feira
Horário: 9h30 às 12h30
Horário: 14 às 18h
Carga Horária: 9 horas
Carga Horária: 12 horas
Nº de vagas: 35 | Faixa etária: acima de 18 anos
Nº de vagas: 40 | Faixa etária: acima de 18 anos PEDAGOGIA DO OLHAR – MÉTODOS PARA ABORDAGEM DIREÇÃO DE ARTE E CENOGRAFIA
DAS ARTES AUDIOVISUAIS NO PROCESSO EDUCATIVO
Instrutora: Ana Paula Cardoso -RJ
Instrutora: Bete Bullara - RJ
Período: 16 a 18/06/2011 – quinta a domingo
Período: 16 a 18/06/2011 – quinta a domingo
Horário: 14 às 18h
Horário: 8h30 às 12h30
Carga Horária: 12 horas
Carga Horária: 12 horas
Nº de vagas: 25 | Faixa etária: acima de 18 anos
Nº de vagas: 30 | Faixa etária: acima de 18 anos
REALIZAÇÃO EM CURTA DOCUMENTAL
PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE ACERVOS AUDIOVISUAIS
Instrutor: Luiz Carlos Lacerda - RJ
Instrutora: Débora Butruce - RJ
Período: 17 a 20/06/2011 – sexta a segunda
Período: 17 e 18/06/2011 – sexta e sábado
Horário: 10 às 13h e de 15 às 18h
Horário: 13 às 18h
Carga Horária: 24 horas
Carga Horária: 10 horas
Nº de vagas: 35 | Faixa etária: acima de 18 anos
Nº de vagas: 25 | Faixa etária: acima de 18 anos
PATRIMÔNIO E PROCESSOS COCRIATIVOS EM NOVAS MÍDIAS
MINUTO LUMIÈRE Instrutora: Adriana Fresquet - RJ
Instrutores: Igor Amin e Vinícius Cabral - MG
Período: 20/06/2011 – segunda-feira
Período: 17 a 20/06/2011 – sexta a segunda-feira
Horário: 10h30 às 13h30
Horário: 13h às 18h
Carga Horária: 3 horas
Carga Horária: 20 horas
Nº de vagas: 40 | Faixa etária: acima de 12 anos
Nº de vagas: 20 | Faixa etária: 16 a 24 anos
oficinas
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Curriculos instrutores de oficna
Adriana Fresquet
por Rosane Svartman, e a direção de arte do longa-metra-
Professora adjunta da UFRJ. Leciona uma disciplina e um
gem Dores e Amores, dirigido por Ricardo Silva e Pinto,
seminário de pesquisa sobre Cinema e Educação no Pro-
ambos lançados no Festival de Paulínia 2010. Ainda em 2010
grama de Pós-Graduação em Educação da UFRJ. Coordena
filmou em Regência, ES, o longa-metragem A Onda da Vida,
o Projeto de Pesquisa Currículo e Linguagem Cinematográ-
em que assina a direção de arte. Em abril recente fez a arte do
fica na Educação Básica e o de extensão Cinead, em parceria
filme Com os Pés na Cabeça (MG), de Tiago Scorza, e prepara
com a Cinemateca do MAM-Rio e com o CAp/UFRJ. Membro
a arte do filme Esperando Gatti (SP), de Michael Wahrmann
fundadora da Rede Kino: Rede Latino-Americana de Educa-
em julho de 2011 – além de curtas e médias-metragens real-
ção, Cinema e Audiovisual. Coordena com Hernani Heffner a
izados como Rua dos Bobos (www.ruadosbobos.com.br), de
coleção Cinema e Educação, coedição Booklink-Lise/UFRJ.
Julia Martins, O Resto é Silêncio; Ana Maria, Maria, Mariana; Retrato de um Artista com um 38 na Mão; Bela e Galhofeira,
Ana Lucia de Faria e Azevedo
todos estes dirigidos por Paulo Halm, entre outros. Trabalha
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação da Faculdade
na publicidade e na TV, tendo em seu currículo, entre out-
de Educação da UFMG, onde realiza pesquisa que investiga
ras, campanhas publicitárias da Unimed, Johnson&Johnson,
os temas: professores, cinema, experiência, práticas cul-
Arcelormital, Oi, reunindo quatro prêmios, além de dezenas
turais e práticas educativas. Mestre em Educação, Profes-
de cenários criados para o Canal Futura, MultiRio e Multi-
sora de História da Rede Municipal de Ensino de Belo Hori-
show. Atualmente desenvolve em paralelo o lançamento de
zonte. Pesquisadora do Núcleo de Pesquisas sobre Condição
sua marca de mobiliário criativo.
e Formação Docente da Faculdade de Educação da UFMG (Prodoc-FAE-UFMG). Integrante da Kino (Rede Latino-
Bete Bullara
Americana de Educação, Cinema e Audiovisual).
Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, jornalista e fotógrafa. Faz parte da equipe do Cineduc desde 1975,
206
Ana Paula Cardoso
onde participa de cursos e oficinas para professores, crianças e
É cenógrafa e diretora de arte. Tem, em sua filmografia re-
adolescentes, mesas-redondas e palestras no Brasil e no exte-
cente, a cenografia do longa-metragem Desenrola, dirigido
rior, além do preparo de material didático, tanto teórico como
de exercícios. A partir de 1974 trabalhou como repórter fotográ-
e Televisão de Santo Antonio de los Baños, em Cuba, em 2008,
fico, tendo atuado para jornais e revistas de circulação nacional,
o Programa de Formação de Profissionais Ibero-Americanos no
além de empresas como a Petrobras. Para a Embrafilme, formou
Setor Cultural, na Filmoteca Espanhola, e o I Estágio de Restau-
agentes culturais para a área de cinema em vários estados; para
ração Digital – inserido no Projeto de Restauração dos filmes de
a Funarte, criou núcleos de cineclubismo em universidades fed-
Joaquim Pedro de Andrade, ambos em 2005, entre outros.
erais. Trabalhou em todos os municípios do Rio de Janeiro, exibindo cinema na praça e em escolas municipais e estaduais. Du-
Igor Amin
rante oito anos, foi professora de Cinema no curso de Educação
É artista multimídia, gestor cultural e arte-educador. É sócio-
Artística da Faculdade do Centro Educacional de Niterói. Teve
diretor da A Produtora Audiovisual, responsável pela Gestão de
experiências também como roteirista, produtora e assistente de
Projetos autorais. Viabiliza estudos e negócios em novas mídias e
direção na TV Educativa, como produtora e assistente de direção
novos formatos. Coordenou durante três anos o Cineclube Cur-
em curtas-metragens e vídeos. Coautora do livro Cinema: uma
ta Circuito, projeto da Associação Curta Minas ABD/MG. Suas
janela mágica, junto com Marialva Monteiro.
produções audiovisuais são focadas em questões como utilização de tecnologias baratas, cinema expandido, difusão audiovisual
Débora Butruce
e distribuição alternativa em meios virtuais, vjing, live image e
É mestre em Comunicação e graduada em cinema pela UFF.
blogosfera. Faz parte do Instituto Visão Futuro, ONG dedicada ao
Atualmente é a Coordenadora do Acervo Audiovisual do Centro
desenvolvimento do bem-estar individual e coletivo.
Técnico Audiovisual – CTAv, sendo que desde 2007 atua como preservadora-chefe da instituição. Em 2009 tornou-se coorde-
Luiz Carlos Lacerda
nadora técnica do projeto Digitalização de Acervos e Banco de
Iniciou sua carreira de cinema como assistente de direção do
Conteúdos Audiovisuais Brasileiros, desenvolvido em parceria
cineasta Nelson Pereira dos Santos. É diretor e roteirista de
com a Cinemateca Brasileira. Também é coordenadora técnica,
mais de 20 curtas-metragens, diretor e roteirista dos longas-
junto com Hernani Heffner, da restauração de títulos do acervo
metragens Mãos Vazias (1972), O Príncipe do Prazer (1978),
Cinédia, como Bonequinha de Seda (Oduvaldo Viana, 1936),
Leila Diniz (1987), For All (1998) e Viva Sapato (2002). É profes-
Berlim na Batucada (Luiz de Barros, 1944) e Estou Aí (Moacyr
sor da Escola Internacional de Cinema de Cuba, ministra cursos
Fenelon, 1949). Trabalhou em outras instituições da área, como
na Universidade de São Carlos, Universidade Federal de Santa
o Arquivo Nacional (2002 a 2006) e a Cinemateca do MAM (2001
Catarina e Secretaria de Cultura de Niterói. Foi produtor execu-
a 2002), além de acervos particulares, como o da Luiz Carlos
tivo de mais de 15 longas-metragens e de novelas da TV Globo.
Barreto Produções. Participou de cursos e especializações no campo, como a Fiaf Film Restoration Summer School, realizada
Mariza Guerra de Andrade
pela Cineteca di Bologna e pelo Laboratório L’Imaggine Ritro-
Historiadora formada pela UFMG, é mestre em Ciências
vata, na Itália, em 2010; o Curso de Altos Estudos sobre Preser-
Sociais aplicadas à Educação pela FAE/UFMG e coordena-
vação Fílmica, promovido pela Escola Internacional de Cinema
dora da Coleção Historiografia de Minas Gerais pela Editora
oficinas
207
Autêntica; autora do livro A educação exilada - Colégio do Caraça (BH: Autêntica, 2000); integrante da Kino (Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual).
Rafael de Luna Freire É mestre e doutor em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela University of California – Los Angeles (Ucla). É professor de cinema, tendo dado aulas na UFF e na Universidade Estácio de Sá, ministrado cursos livres no Centro Cultural do Banco do Nordeste (CCBN, CE e PB) e Instituto Moreira Salles (IMS, RJ) e tendo atuado como curador e conferencista em mostras, seminários e congressos. É autor de inúmeros artigos e livros sobre cinema brasileiro, entre os quais Navalha na tela: Plínio Marcos e o cinema brasileiro (2008), Retomando a questão da indústria cinematográfica brasileira (2009) e Nas trilhas do cinema brasileiro (2009). No campo da preservação audiovisual, trabalha desde 2002 na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ), tendo feito estágios na Cinemateca Brasileira (SP) e na Filmoteca Española (Madri). É membro da Câmara Técnica de Documentos Audiovisuais, Iconográficos e Sonoros do Conarq (Conselho Nacional de Arquivos) e criador e mantenedor do site www. preservacaoaudiovisual.blogspot.com .
Vinícius Cabral É publicitário, produtor independente e curador. É diretor de mais de 15 vídeos autorais e criador de uma série em processo cujo tema são as novas possibilidades semiológicas da imagem digital (www.nemsooqueandaemovel.com). Foi premiado na categoria Ousadia e Risco com seu curta Vídeo Terrorismo no FLÔ 2007 – Festival do Livre Olhar. É sócio-diretor da A Produtora Audiovisual, responsável pela direção de conteúdos audiovisuais.
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oficinas
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ARTE 211
arte pela arte
Ritmos, trilhas, estilos, vozes, a música encontra o cinema. O cinema fala de música. A música ao vivo em repertórios variados e consagrados, em sons ecléticos e personalizados. Palavras, textos, poesia, informações, livros e dossiês, a literatura, as publicações, o acesso, a possibilidade do registro que escreve a história. Em cena, em cores, ao vivo, desce a ladeira da tricentenária e barroca Ouro Preto, o contagiante cortejo que reúne expressão e improvisação, alegria e folia, fantasia e encantamento. Manifestações da arte no cinema, nas ruas, De noite e de dia, a programação insinua identificações com o Brasil.
212
cortejo da arte
Um contagiante e tradicional passeio musical percorre as ruas tricentenárias de Ouro Preto com a regência e animação de bandas, grupos e artistas convidados numa mistura de ritmos e sonoridades que vão contagiar moradores, turistas e o público em geral. Trajeto: Saída da Praça Tiradentes, percorre a Rua Direita com destino ao Cine Vila Rica. Convidados: Alunos da Escola Municipal Major Raimundo Felicíssimo, Cia. El Indivíduo, Cia. Estandarte, Clube dos Lacaios “Zé Pereira”, Fanfarra da Escola Estadual Desembargador Horácio Andrade, Grupo Residência de Teatro, Grupo Trampulim, Palhaço Popó, Palhaço Potássio, Valores de Minas
fotos: leonardo lara / acervo universo produção
Participação Especial Núcleo Valores de Minas do Plug Minas
O programa Valores de Minas, do Servas, participa das edições anuais da CineOP. O programa, que atende mais de 500 jovens por ano, leva para a ala do Cortejo, entusiasmo e o trabalho de jovens artistas.
foto: divulgação
arte
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exposição a década de 50 no cinema brasileiro
Local: Hall do Centro de Artes e Convenções Período: 16 a 20 de junho de 2010 Horário: 10h às 20h
a cHancHada
nOS anOS 50 N
o cinema, a década de 50 se manifestou de diferentes formas: além das chanchadas da Atlântida, houve as produções
independentes com ambições realistas e sociais, os dramas “relevantes” da Vera Cruz.
Instalada em painéis, a exposição apresenta as temáticas histórica e de preservação em imagens, fotos e textos com foco na abordagem desta edição - A década de 50 no cinema brasileiro - com destaque para o contexto das chanchadas da Atlântida e Carlos Manga, homenageado do evento.
Em sua sexta edição, a CineOP retorna à década de 50, mas pelo prisma das chanchadas, em especial as da Atlântida. Realizadas com baixo custo, sustentadas pelo humor sarcástico, dotadas de um star system próprio (Oscarito e Grande Otello em destaque), com situações vividas por personagens suburbanos, com a sinônimo de má qualidade, bagunça, esculacho, sobretudo quando sentenciadas pela falta de humor do Cinema Novo. No fim dos anos 60, com Rogério Sganzerla e Julio Bressane, a chanchada torna-se cult, reciclável. Apesar das produções serem feitas a partir da caricatura e trejeitos norte-americanos, eram adicionados temas do cotidiano nacional, como as anedotas tipicamente cariocas e o jeito malandro de falar e se comportar do brasileiro.
grande OtelO
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Quando se fala em Atlântida Cinematográfica nos vem imediatamente à cabeça o humor irreverente de Oscarito e Grande Otelo e diretores como Carlos Manga, que, entre outros, encantaram o público durante tantos anos.
malandragem nos gestos e na língua, as chanchadas viram
Zé trIndade
ZeZé MacedO
cine-concerto lE RENDEZ-VOUs DU SAM’DI SOIR – série 3 Cine Concerto “As Pioneiras do Cinema”
Os músicos franceses irão executar uma trilha original e inédita - ao vivo Germaine Dulac e da alemã Lotte Reiniger –mulheres pioneiras do cinema. Céline BENEZETH, no violino, Maxime ROMAN, no violão e guitarra, e Marco PEREIRA, no piano revelam composições e improvisações com efeitos sonoros. A proposta é reviver o cinema mudo do século passado. Marco Pereira.
fotos: divulgação
- para os curtas selecionados das cineastas francesas Alice Guy-Blaché e
os fiLmes
Marco Pereira - piano
Alice Guy-Blaché
Mestre em Musicologia pelo Conservatório de Avignon e pelo
• Le Piano Irrésistible (1907, 4’05”)
Conservatório Regional de Paris, pianista e compositor, criou o
• Madame A Des Envies (1907, 4’15”)
grupo de jazz vocal Tea Time, que tocou em locais prestigiados como
• L’émeute Des Barricades (1906, 3’40”)
o Pavillon Ledoyen, o Grand Hotel, o Man Ray. Em 2009 criou a
Germaine Dulac
associação DoubleCadence e instaurou a parceria com o Ano da França
• La Souriante Madame Beudet (1923, 40’)
Brasil. Após trabalhos universitários sobre o Cine-Concerto, lança
Lotte Reiniger
vários espetáculos, cujo último se chama As Pioneiras do Cinema.
• Der Scheintote Chinese (1923, 9’) • Aschenputtel (1922, 13’)
Maxime Roman - violão e guitarra Músico formado no Conservatório Real de Bruxelas e na Universidade
os mÚsiCos
de Paris 8. Toca violão clássico e eletrônico, é músico de cena e de
Celine Benezeth - violino
estúdio, participou de muitas apresentações de teatro e de vários
Mestre em Direção de Organizações e Manifestações Culturais pelo
projetos de música urbana, além de ser técnico especializado em
Conservatório de Música de Aix-en-Provence. Violinistada Orquestra
informática musical. Recentemente, trabalhou em vários projetos
Note et Bien. Trabalha na agência artística Diane du Saillant e foi uma
internacionais, como em 2010, no Festival das Culturas Urbanas,
das fundadoras da associação DoubleCadence. Participa pelo terceiro
na Guiana. Participou de vários Cine-Concertos e acompanha o
ano de uma turnê na América Latina.
beatboxer Blade Mc e a cantora Weelye Okumu.
arte
215
foto: divulgação
foto: divulgação
lançamento de livros
Curta o Acervo – Pesquisa e Memória do Audiovisual
Dicionário de fotógrafos do cinema brasileiro
Mineiro de Curtas e Documentários
Uma biofilmografia de 470 profissionais da fotografia do cin-
Projeto de pesquisa, catalogação e memória das obras au-
ema brasileiro
diovisuais mineiras, em documentário, ficção, animação e experimental. A catalogação inclui informações técnicas das
Dicionário de astros e estrelas do cinema brasileiro –
obras, como suporte, estado de armazenamento e conserva-
2ª edição revisada e ampliada
ção da película, fotos de cena, materiais de divulgação, car-
Uma homenagem ao ator brasileiro. Um cadastro de quase 11
reira dos filmes, mecanismos que propiciaram a realização
mil atores e atrizes em 113 anos de cinema.
de uma década do cinema mineiro. Autor: Antônio Leão da Silva Neto Realização: Associação Curta Minas
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Coleção Aplauso Especial – Imprensa Oficial
foto: divulgação
foto: divulgação
Filosofia, Cinema e Educação
Dossiê Cinema Educação
A coletânea Filosofia, Cinema e Educação pretende con-
Trata-se uma relação sob a hipótese de alteridade de Alain Ber-
tribuir com o diálogo que permeia as discussões acerca de
gala, e traz novas leituras e práticas inspiradas no cineasta e
encontros e desencontros entre cinema e filosofia. Intenta
professor francês, em particular sobre a sua obra Hipótese-cin-
também diagnosticar os efeitos e limites do filme para com
ema: pequeno tratado de transmissão do cinema dentro e fora
o pensamento e estabelecer que tipo de provocação o filme
da escola. Coordenado pela pedagoga e psicopedagoga Adriana
proporciona ao leitor, por meio de desconstrução, metáfo-
Fresquet, a obra reúne textos de professores de diversas univer-
ras, paradoxos, jogos entre cenas, imagem, tempo, espaço,
sidades brasileiras e dois convidados, um da Argentina e outro
situação, que são tarefas filosóficas.
da Espanha, especialistas sobre o tema: Marília Franco, Rosália
Duarte, Marcus Tavares, Carlos Eduardo Albuquerque Miranda,
Organizadores: Itamar Pereira de Aguiar e Jorge Mi-
Débora Nakache, Romina Perez Toldi, Bruno Bahia, Gisela Pas-
randa de Almeida
cale de Camargo Leite, Marina Rodrigues e Cezar Migliorin.
Edições Uesb - 2010 Organização: Adriana Fresquet Coleção Cinema e Educação da Booklink Publicações em coedição com o Grupo de Pesquisa e Extensão Cinema para Aprender e Desaprender (Cinead) / Laboratório de Imaginação Social e Educação (Lise) / Programa de PósGraduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
arte
217
SHOWS
TARJA PRETA SOUNDSYSTEM
é formado pelos editores da revista
Tarja Preta: Daniel Juca (DJ de várias festas do RJ, integrante da Bangarang Sound System e diretor do filme Malditos Cartunistas), Daniel Paiva (trompetista das bandas Orquestra Voadora, Fanfarra Paradiso e Luisa Mandou um Beijo). Produzindo foto: divulgação
a Fiesta Cucaracha desde 2001, o Sound System estreou no bar Love Land (SP) em 2007, durante as gravações do filme Malditos Cartunistas.
ODILARA Fundada em 2006, a banda Odilara toca sambas de grandes compositores (Chico Buarque, Adoniram, Paulinho da Viola), além de músicas próprias, com uma pegada forte e moderna, o que fez com que conquistasse espaço nas principais casas e foto: divulgação
rádios FM de BH. Em abril de 2010, lançou o seu primeiro CD, composto por re-
218
leituras e músicas próprias, sendo que este trabalho está tendo uma grande aceitação do público (já está na 5ª edição), abrindo portas para a banda nas principais cidades do interior de MG. A banda é composta por Andrea Furtini (voz e gaita), Eurípedes Neto (violão e voz), Gustavo Scarpa (baixo e voz), Marcelo Bomtempo (guitarra) e Paulo Espinha (bateria).
ORQUESTRA MINEIRA DE BREGA Apaixonados pelos refrões mais indestrutíveis da música brasileira e pelos melhores hits internacionais, músicos de diversas bandas de BH criaram, no final de
foto: divulgação
2009, a Orquestra Mineira de Brega (OMB). O repertório da OMB, sempre berrado e suado em catarse pelo público, vai dos clássicos brasileiros do gênero, como “Fogo e paixão”, de Wando, aos sucessos gringos, no melhor estilo “good times” de um famoso programa de rádio de BH. É impossível não gostar, se você já sofreu por amor.
Trio Cappuccino’s O Trio Cappuccino’s, formado por Giovani Leão, Felipe Ferreira e Cássio Guimarães, tem como repertório pérolas do rock dos anos 60 e 70, como Beatles, Crosby Stills and Nash, Beach Boys, Simon and Garfunkel, além de artistas nacionais como Os foto: divulgação
Mutantes, Chico Buarque e Tom Jobim, entre outros. A banda destaca-se pela criação de harmonias vocais inseridas em um repertório rico e variado em formato acústico.
sonho de salsa Salsa brasileira – mistura de Jackson do Pandeiro com a mais pura música popular
foto: divulgação
cubana.
arte
219
TV MOSTRA fatos. registros. informaçÕES. ENTREVISTAS Tudo que acontece nos bastidores da Mostra você pode acompanhar diariamente pela TV Mostra durante a programação do evento. Programas jornalísticos são produzidos e editados local do evento e exibidos antes das sessões de cinema, mantendo o público informado sobre as principais notícias e acontecimentos. A TV Mostra pode ser assistida também no site oficial da Mostra: www.cineop.com.br
220
depoimentos cineop
“O festival de Ouro Preto tem uma característica muito legal de um filme não ficar na tela, ao contrário de outros festivais em que o filme fica na tela, bate no público e se esvazia. Aqui o seu não e só mais um filme. Isso é muito mais interessante do que o seu filme ser um grande momento em um momento muito pequeno. É muito legal esse aspecto do festival propor a reflexão, aquela coisa de entender outras possibilidades. Acho o máximo o clima do festival que todos os locais por onde se vá as pessoas estão falando sobre cinema. O festival gera esse processo reflexivo que é fundamental. Estou muito feliz por estar aqui, além do festival ser muito carinhoso com o realizador.” Adirley Queirós Diretor do média Fora de Campo “Todas as homenagens que a Cinédia tem recebido pelos 80 anos são muito boas, porque a Cinédia entrou na mídia e conseguimos imprimir uma marca. Vale sim! 80 anos é muito importante para o cinema brasileiro. Eu espero comemorar os 100 anos. E agora vamos começar outros caminhos, porque a restauração está quase terminada. A ideia é fazer da Cinédia um polo cultural, com cursos, conferências, palestras e eu quero começar a digitalizar o acervo. Para poder conseguir os patrocínios para digitalização do acervo e conseguir as cópias avulsas dos filmes restaurados, a gente teve que fazer um marketing
221
grande para os 80 anos. Porque nem todos os festivais exibem
cina de Roteiro, percebi que os diretores têm muita imaginação,
filmes em preto-e-branco restaurados. Ouro Preto é o único fes-
mas, algumas vezes, pouco conhecimento técnico para melhorar
tival que tem uma janela imensa para exibir os filmes restaura-
a narrativa. Então criei esta oficina (Direção para Iniciantes) e foi
dos. Tem 30 anos que estou nessa luta de restauração dos filmes
a segunda vez que a ministrei. Foi muito legal e tenho certeza que
e o festival cumpre este papel de vitrine, a ponta final da cadeia
o aprendizado será útil. Sou fã da Universo, que tem uma capaci-
que é a exibição da memória do cinema.”
dade de realização e empenho de fazer tudo bem feito, organizado Alice Gonzaga
e estruturado. Outro ponto importante é a questão da preserva-
Diretora da Cinédia e homenageada da 5ª CineOP
ção. Tenho um filme, dos anos 70, sobre um famoso escritor inglês quando esteve no Brasil, por exemplo, que eu não sei onde está.
“É muito bom e emocionante exibir o filme numa sala de
Até pedi aos profissionais que estão no encontro que me ajudem a
cinema lotada com mais de 600 jovens. Se a gente quer ter públi-
encontrá-lo, é um trabalho de detetive. Às vezes pode estar na mão
co para os filmes brasileiros é fundamental este tipo de trabalho
de um realizador, no laboratório. Aqui se faz um trabalho funda-
da Mostra. E ter a chance de conversar com estes jovens depois
mental não só de encontrar o que tem sido feito, como também de
da exibição, então, é melhor ainda. Esta é a melhor forma de
recuperar o que se sabe onde está, mas está em más condições.”
conhecermos o nosso filme, de saber que filme a gente fez.” Ana Luiza Azevedo
Antônio Carlos da Fontoura Cineasta e instrutor de oficina Direção para Iniciantes
Diretora do longa Antes que o Mundo Acabe “É o terceiro ano que venho à CineOP. Acho muito interessante,
222
“Mais um final feliz, com a vitória absoluta do penta em Ouro
porque consegue reunir representantes do Brasil inteiro para dis-
Preto! A quinta edição da CineOP assinalou um evento plena-
cutir a questão da preservação dos acervos, não só de cinema, mas
mente consolidado como referência na exibição de filmes, de-
também das televisões que é um patrimônio público, e discutir como
bates e estudos, com o envolvimento de cinéfilos de toda parte e
dar acesso a esses acervos. Acredito que é uma iniciativa única que
da população ouro-pretana, em especial o público estudantil.
não vejo acontecer em outro lugar, ainda mais em um País com di-
Os acervos do cinema mereceram atenção especial da cidade
mensões tão grandes e com várias diferenças. Então é muito impor-
patrimônio que é Ouro Preto, transformando a CineOP em fórum
tante para essa identidade nacional ter a oportunidade de vir a Ouro
maior desse desafio tão importante quanto até então poucas
Preto, uma vez por ano, encontrar pessoas com realidades bem dife-
vezes enfrentado. Os 80 anos da Cinédia ganharam o aplauso ge-
rentes, com o mesmo problema, que é a preservação de seus acervos,
ral, e a CineOP está pronta para ganhar todos os troféus do hexa!”
e com a mesma preocupação de como disponibilizá-lo.”
Angelo Oswaldo
Antônio Laurindo
Prefeito de Ouro Preto
Representante Arquivo Nacional
“Venho participando de oficinas em Tiradentes e Belo Horizonte,
“Estamos muito felizes com esta quinta edição da CineOP. Os ci-
além de levar filmes aos eventos da Universo Produção. Fiz ofi-
nemas desapareceram das cidades. Hoje, em Minas Gerais, ape-
nas 50 cidades têm salas de cinema. Então Ouro Preto, com o Cine
(Espírito Santo) só pra fazer a oficina. As pessoas precisam saber
Vila Rica – cinema da Ufop –, com essa Mostra valoriza a preser-
que é uma oportunidade. A oficina do Bigode ensina mesmo e a
vação do cinema. Demonstra que Ouro Preto, com a cultura e a
gente aprende na prática. Depois tenho que me aperfeiçoar e es-
educação, se mantém ativa e mostra para as pessoas a importân-
tudar, mas eu já sei que é uma área que eu quero seguir dentro do
cia da cultura brasileira, do cinema e sua preservação.”
cinema, ele conseguiu me mostrar isso. Quero voltar!”
Armando Wood
Dijanira Bravo
Pró-reitor de extensão da Ufop
Aluna de oficina
“A Mostra de Ouro Preto é fundamental para o debate e o en-
“Em primeiro lugar, não conhecia Ouro Preto e estou encan-
contro entre arquivos e acervos, a troca de experiência, a pos-
tada, a cidade é incrível e maravilhosa. Sobre o evento, estou
sibilidade de se construir uma rede de cooperação e não só isso,
achando de uma qualidade muito grande, principalmente com
mas o investimento que tem sido feito – que espero que continue
um respeito muito grande com os filmes. O debate sobre média-
– em debates que possibilitam uma reflexão crítica sobre o que
metragem foi extremamente enriquecedor pra mim e acho que
nós estamos fazendo, que nivelem os profissionais dando acesso
para todos que participaram. Pudemos trocar ideias, enfim,
a uma bibliografia recente e pesquisas publicadas na atualidade.
circular com o filme e conhecer outros. Uma das coisas muito
É muito importante essa troca que estamos fazendo na Mostra de
interessantes que vi aqui no festival é o projeto do cine-esco-
Ouro Preto. Não é um encontro acadêmico entre historiadores,
la, que é incrível. Numa cidade do tamanho de Ouro Preto, ter
cientistas políticos, antropólogos. São pessoas que trabalham
um festival deste tamanho com um projeto deste mobiliza uma
com acervo específico ou fazem gestão desse acervo, que podem
grande parte da população. Isto traz, a longo prazo, um pro-
ser privados, públicos ou estar entre colecionadores. Estamos
cesso de criação de público de relação com o cinema, de edu-
tentando estabelecer uma prática, não esquecendo que há uma
cação, que não tem preço. Esta relação do festival com a cidade
orientação de política nacional de arquivos que o Conarc e o Ar-
é um dos pontos mais bonitos da CineOP. Fiquei encantada, a
quivo Nacional estipulam como as indicações para o setor.”
produção é incrível, muito delicada. Um tratamento muito ba-
Beatriz Kushnir Diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
cana com os realizadores, o filme e o público.” Ester Fer Diretora do média Variante
“Estive aqui ano passado como visitante e eu gostei muito da organização do festival. Achei diferente, com uma abertura empol-
“Festivais como este são muito importantes, porque fomentam a
gante e me senti estimulada a voltar. Me inscrevi e consegui par-
cultura brasileira que é também um mercado crescente. A Mostra
ticipar da oficina de Realização em Curta Documental. E agora
de Ouro Preto para nós tem um sentido especial, porque o BNDES
estou me sentindo participante da CineOP, estou participando e
faz várias ações de preservação e restauração na cidade.”
produzindo. Estou gostando muito. Para mim, é uma oportuni-
Fabiano Nascimento
dade, porque é uma oficina gratuita, apesar de eu vir de longe
Técnico em comunicação do BNDES
223
“Como sempre, a CineOP é de uma competência organizacional, funciona tudo muito bem, muito agradável... Mas o mais importante de tudo é que o fórum de arquivos tem permitido ao grupo de preservadores amadurecer as suas ideias e suas relações. Estamos realmente participando do momento de criar a oportunidade de trabalharmos juntos como um todo, no Brasil inteiro para localizar nossas deficiência e propor políticas que resolvam as carências de arquivos. Esse espaço de reunião que permite a troca presencial das pessoas é fundamental para o amadurecimento desta área e a CineOP está realmente propiciando isso. CineOP é um dos poucos lugares onde se tem a possibilidade de reunir as pessoas fisicamente e essa vivência é diferente de se fazer uma lista de internet.” Fernanda Elisa Costa Professora e coordenadora do acervo da Igpa – PUC/GO “Me sinto confortável, embora seja um pesquisador em formação, para falar da década de 30 e de ter um festival que coloca a discussão da década de 30 em pauta. Parece sem sentido falar de questões técnicas de 80 anos atrás, de como o cinema passou do mudo para o sonoro e que questões técnicas estavam implícitas nesse processo. Mas muitas dessas questões ainda fazem sentido de serem discutidas em 2010. A história não está tão longe assim. Você tinha uma quantidade de soluções técnicas naquele momento. Agora também você tem muitas soluções técnicas para dar, mas mil formas de exibir e gravar cinema. A discussão da década de 30, se for pensar que no Brasil é o momento do cinema sonoro se tornar popular, ela ainda vale muito hoje, tanto para discussão do cinema popular quanto para questões técnicas. A questão da preservação, não é mistério nenhum que o festival de Ouro Preto é o maior polo da discussão da preservação audiovisual hoje no Brasil e que não podemos deixar essa discussão esfriar, agora que se tem consciência da preservação existe. Cada vez mais tem que se ter espaço físico para isso, para que as pessoas possam se encontrar.” Fernando Morais Pesquisador e professor da UFF “Gostei muito do filme (Antes que o Mundo Acabe, de Ana Luiza Azevedo) e achei interessante que mostra o que se passa na adolescência. A nossa escola não é muito convidada para esse tipo de evento e essa é uma oportunidade. O cinema ensina muito, a gente aprende vendo estas histórias e através delas podemos aprender outras.” Gabriel Arlindo Ferreira Aluno da Escola Municipal Professora Haydée Antunes
224
“Como outras Mostras da Universo, achei a CineOP de alta qualidade, em todos os sentidos, desde a apresentação estética até a escolha das mesas, dos convidados e filmes. A memória e a preservação são fundamentais para nossa cultura, não só se manter como tradição, mas para ela se reinventar. Se não guardamos não podemos reinventar, porque se corre risco de repetir o que já foi feito. Quero insistir, destacar e cumprimentar os organizadores pelo destaque que a escola e a educação têm na CineOP. Em particular, nós da Rede Kino queremos destacar a feliz acolhida que tivemos. Fizemos contato porque vimos que havia uma sensibilidade da Universo com a educação, escola o cinema. Foi um feliz encontro da Rede Kino com a CineOP. Espero que o evento prossiga cada vez mais belo, mais reflexivo, protagonizando e instigando a questão do cinema brasileiro da memória e do patrimônio e certamente da educação, porque tudo isso passa pela educação.” Inês Teixeira Professora, escritora e coordenadora adjunta da Rede Kino “Vejo a CineOP como uma iniciativa muito importante e interessante. Vários assuntos foram abordados de maneira bem transparente. Cada vez mais, a sociedade tem que estar discutindo realmente. O próprio Governo Federal está abrindo a discussão e demonstrando disposição de discutir e debater as questões de políticas públicas efetivas, a de preservação está aí exposta. Acho que cabe à sociedade e suas organizações estarem mais próximas do governo para discutir de maneira mais esmiuçada estas questões e essa é a importância que vemos hoje e é isso que o CineOP está trazendo para todos nós.” Luís Maurício Bortolotti Representante da Ancine “É uma alegria muito grande estar aqui participando deste encontro de arquivo da Mostra de Ouro Preto. A organização da Mostra conseguiu reunir em um único espaço as principais pessoas que trabalham com preservação de acervo neste País. Isso além de ter propiciado a criação de uma associação de preservação audiovisual, que faz com que haja um ponto muito forte entre os preservadores, estreitando os laços. A CineOP é uma das maiores contribuições no Brasil para a preservação cinematográfica.” Lula Cardoso Presidente do Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres
225
“O cinema é uma ferramenta para o trabalho pedagógico, que moderniza a sala de aula, dinamiza o trabalho docente, oportuniza contextualizações para debates, pesquisas e outras, contribuindo para a ampliação da prática docente. Assim, a Escola vai ao Cinema concretiza a oportunidade real para os educadores atualizarem as suas práticas e ampliarem a sala de aula.” Marcília Chaves dos Santos Secretária Municipal de Educação de Ouro Preto “O Encontro de Arquivos promovido através da Universo, dentro da Mostra, é sem dúvida alguma a referência para quem tem acervo, pesquisa, guarda, conserva. Constituiu-se aqui um grupo sólido, arejado, democrático e capaz de realmente implantar uma nova realidade no audiovisual brasileiro. A guarda da memória fílmica no Brasil tem muito a agradecer a esse encontro e com certeza estamos criando instrumentos e instituições para que isso se perpetue e se converse de forma legal e instituída.” Maria Angélica dos Santos Representante da Cinemateca Capitólio “Estou aqui pela primeira vez, mas a Faap participa desde a primeira edição. Sempre estivemos juntos, porque a Faap leva a sério exatamente a perpetuação. Não adianta nada fazer um filme hoje e saber que daqui a 15 dias ele não tem mais negativo. Então conservar a matriz é algo extremamente importante. Nossos filmes são conservados e fomos supervisionados pela Kodak. Sempre participamos de eventos como a CineOP, porque é uma das coisas que queremos, tanto que estamos tentando inserir a matéria Restauro, para que o aluno tenha consciência para o que vai acontecer com a obra dele.” Máximo Barro Professor e pesquisador, instrutor da oficina História do Cinema Brasileiro nos Anos 30 “A empresa vem de longa data patrocinando eventos de cultura, principalmente no que se refere a cinemas e artistas. Preocupa-se em fazer o resgate de toda a história cultural, no caso o cinema. A abertura de um espaço para a preservação da memória do cinema brasileiro é superválida, porque vai mostrar para as pessoas o que foi o passado.” Messias Godoy Diretor adjunto dos Correios em MG
226
“Este Encontro de Arquivos contou com a participação ativa da comissão da ABPA em parceria com a Universo, na sugestão de nomes e composição das mesas. O reflexo disso foi uma programação muito interessante. Várias manifestações das pessoas na plateia sobre o alto nível do debate e a excelente temática das mesas. Em outro sentido, a CineOP obviamente é um espaço de reunir as pessoas que fazem parte da ABPA e, nesse sentido, as reuniões de trabalho foram muito proveitosas. A programação da Mostra foi muito satisfatória tanto em discussões, quanto em conteúdo. A CineOP se legitima como um espaço de reunião e discussão sobre os temas da preservação audiovisual e legitima uma parceria com a ABPA.” Rafael de Luna Professor UFF “A relação do futebol com o cinema é muito interessante. Porque o futebol tem uma plástica, uma beleza muito especial. E quando isso é captado pelo cinema, a beleza e o movimento são ressaltados. Este é o primeiro festival de cinema de que participo e estou muito feliz com este reconhecimento pelo meu trabalho, com esta homenagem e por estar próximo às pessoas que acompanharam meu futebol.” Reinaldo Lima Ex-jogador do Clube Atlético Mineiro, homenageado na 5ª CineOP “Eu já tinha aos dois outros festivais produzidos pela Universo (Tiradentes e Belo Horizonte) como crítico e estou vindo nesta como realizador e estou fechando a trilogia dos festivais. A sensação que tinha dos outros festivais, que foi reforçada aqui, é que essa combinação da competência e do aconchego da Universo, com a visão de cinema do Cléber Eduardo, do Eduardo Valente, do Cássio Starling Carlos e do Leonardo Mecchi, transformou estes três festivais nos melhores e mais relevantes festivais do Brasil. Especificamente o de Ouro Preto tem um ponto principal que é um foco muito claro. Ou seja, um festival focado em memória, preservação e restauração. Acho que é muito legal em um País que historicamente é pouco preocupado com a sua história. Faz muito sentido este festival ser em Ouro Preto por toda a sua importância histórica. Foi uma honra ter sido convidado para exibir o filme aqui, o filme no qual as imagens de arquivo são muito importantes. O coração do filme são as imagens de arquivo. Como é um festival dedicado à preservação, acho que o filme estava em casa. Os festivais da Universo têm uma importância de for-
227
mação de público. Além do público de cinema, tem o público da cidade e de turistas que aproveita esta oportunidade para conhecer mais o cinema para ter acesso a uma arte a uma arte a que não precisamente tem acesso o ano todo. Então isso foi muito importante pra gente, saber como esse público ia reagir numa praça pública, ao ar livre, num dia de frio e acho que o público reagiu muito bem, ficamos felizes e emocionados.” Ricardo Calil Diretor do longa Uma Noite em 67 “Apesar de ser o quinto encontro, esta é minha primeira vez aqui. Estou achando incrível e espero poder voltar. Em relação à mesa, eu também não havia sido convidado para nenhuma mesa com esse tipo de debate. Temos que levar à frente tudo o que foi discutido para que esse debate não se perca. Acho que não só as emissoras de TV, como toda a sociedade, vão ganhar com isso. O acervo das emissoras de TV existe porque a sociedade o construiu de alguma maneira, é um registro da história. Nas emissoras existem regras, normas e políticas internas. E esta discussão transparente esclarece como as coisas funcionam e com esse debate chagaremos a um denominador comum.” Ridley Silva Supervisor de tráfego e arquivo de imagem da Rede Record “A Mostra em si é um evento ímpar, fantástico. O grande diferencial está em ter a oportunidade de reunir o encontro de arquivos. Um ambiente plural onde se reúne todo o ciclo produtivo da cadeia audiovisual brasileira. Um ambiente que propicia discussões filosóficas, acadêmicas, práticas e operacionais. Quiçá o Brasil ter CineOPs espalhadas por todos os estados. É fundamental esse tipo de incitativa ser estendida a outras mostras em território nacional, inclusive com temáticas, como é feito aqui dentro para a discussão do audiovisual brasileiro. É fundamental para o ser humano preservar a sua história, a memória é responsabilidade de todo cidadão, não é só de um acervo. Trazer isso para um ambiente plural como esse, discutir essas questões e despertar essa iniciativa na sociedade é algo extremante fundamental. Em essência, preservar a memória é preservar a nossa identidade.” Teder Muniz Morás Coordenador do Centro de Documentação e Pesquisa da Fundação Padre Anchieta / TV Cultura
228
“Os festivais de cinema devem se multiplicar pelo país. Mesmo porque vários filmes dependem da existência de festivais para serem exibidos porque não têm espaço nas salas de cinema. Acho que cada festival deve encontrar sua personalidade, como é o caso desta Mostra de Ouro Preto. Um evento que já está na quarta edição e já mostrou a que veio. Mesmo tendo sido esta a primeira vez em que participo, eu já sabia o que iria encontrar aqui, já conhecia o festival que dá espaço para a grandeza e diversidade do cinema brasileiro. Estamos vivendo um momento único no cinema brasileiro e os festivais têm um papel singular.” Cacá Diegues Cineasta-RJ “O evento enxerga o cinema como forma de preservação. Conseguir fazer o evento que estimule esse pensamento de prospecção, de pesquisa, de conservação, de salva de material de arquivo, que reúna essas pessoas, que de certa maneira têm esse conhecimento e são as responsáveis por essa atividade. Nada mais sintomático do que ter seminários que amplie esse conhecimento para a recuperação de imagens da nossa história, não é só o cinema, mas a memória fotográfica, cultural. No sentido de ser pontual, talvez seja o evento mais importante que o Brasil tem hoje porque concentra sua visão na prospecção e na conservação. Isso é emocionante. O grande diferencial está aí. Isso aqui é utilidade pública não é um festival de fetiche, das vaidades. Aqui se enxerga o cinema como registro cultural e histórico e especialmente como vínculo à nossa raiz.” Carlos Reichenbach cineasta-SP
229
EDIÇÃO 2011
230
CINEMA BRASILEIRO CONTEMPORÂNEO
CINEMA PATRIMÔNIO
CINEMA NO MERCADO 29 de setembro a 4 de outubro de 2011
231
programação
15
Junho • QUARTA homenaGem
9h inÍCio das ofiCinas :
16
CARLOS MANGA fiLme de aBertura
Junho • QUINTA
O HOMEM DO SPUTNIK , 35, , 97,, 1959
16h às enContro de arquivos 18h30 : – 2º - Temática Preservação - programação direcionada aos participantes do Encontro Nacional de Arquivos
diálogos da preservaÇÃo 1º reunião de trabalho dos participantes do Encontro Nacional de Arquivos Coordenação: Comissão Executiva ABPA • Apresentação de relatório de atividades da ABPA 2010/2011 • Breve relato da pauta e dinâmica das reuniões de trabalho
20h30 aBertura ofiCiaL : a dÉCada de 50 ANOS DOURADOS o ápiCe da ChanChada CHEGADA DA TELEVISÃO humor ingÊnuo, burlesCo TRANSIÇÃO ENTRE O PERÍODO DE GUERRAS ClássiCos para fiCar na memória.
232
Direção: Carlos Manga Elenco: Oscarito, Zezé Macedo, Cyll Farney, Neide Aparecida, Jô
23h
Soares, Norma Bengel, César Viola, Heloísa Helena, Alberto Peres, Grijó Sobrinho, Hamilton Ferreira, Labanca, Fregolente, Abel Pêra.
23h arte shoW : – tarJa preta sound sYstem () DJ e trompetista misturam sons e ritmos em repertório variado que vai embalar a noite de abertura do evento.
17
Junho • SEXTA
8h LonGa LonGa CineCine esCola esCola : :
Temática Preservação – programação aberta ao público e aos participantes do Encontro Nacional de Arquivos
debate Tema: POLÍTICAS PÚBLICAS: GERENCIAMENTO E ACESSO AOS ARQUIVOS AUDIOVISUAIS
DESENROLA DESENROLA
Quais as políticas públicas, critérios e procedimentos gerenciais
,, , 35,108, , 35,108, , 2010, 2010
para a manutenção e acesso público aos acervos e arquivos no
Direção: Direção: RosaneRosane Svartman Svartman
âmbito da preservação audiovisual?
Olivia Torres, Olivia Torres, Lucas Salles, Lucas Kayky Salles, Britto, Kayky Britto, Vitor ThVitor iré, Daniel Thiré, Daniel Elenco:Elenco: Passi, Juliana Passi, Juliana Paiva, Cláudia Paiva, Cláudia Ohana,Ohana, Jorge deJorge Sá, Juliana de Sá, Juliana Paes, Letícia Paes, Letícia
Convidados:
Spiller,Spiller, MarcelaMarcela Barrozo, Barrozo, MarceloMarcelo Novaes,Novaes, Pedro Bial, Pedro Roberta Bial, Roberta
• Ana Paula Santana – Secretária do Audiovisual – Ministério da
Rodrigues, Rodrigues, Smigol Smigol . Participação . Participação afetiva:afetiva: ErnestoErnesto PiccoloPiccolo e Heitore Heitor
Cultura - DF
Martinez Martinez
• Carlos Magalhães - Diretor da Cinemateca Brasileira – SP • Gustavo Dahl – Gerente do CTAv e Presidente do Conselho da
CINE-DEBATE CINE-DEBATE após a após sessão a sessão com a diretora com a diretora de artede Ana arte Ana
Cinemateca Brasileira - RJ
Paula Cardoso Paula Cardoso
• Mauro Domingues – Coordenador de Preservação de Acervo do
* *: : 12 14 12 14
Arquivo Nacional - RJ
8h30 LonGa LonGa CineCine esCola esCola : : - -
GUI, GUI, ESTOPA ESTOPA E A NATUREZA E A NATUREZA , , , , , , 56,56, , 2009, 2009
Mediador: João Luiz Vieira – pesquisador e professor – UFF e colaborador da temática preservação da CineOP - RJ
14h às 14h às seminÁrio enContro de arquivos 16h30 16h30 : – 2º -
Direção: Direção: Mariana Mariana Caltabiano Caltabiano * *: : 05 08 05 08
Temática Preservação – programação aberta ao público e aos participantes do Encontro Nacional de Arquivos
9h30 às seminÁrio seminÁrio enContro enContro de arquivos de arquivos 12h30 : : – 2º – 2º - -
relatos e debate Tema: MODELOS DE GESTÃO DE CINEMATECAS, ARQUIVOS,
abertura abertura ofiCial ofiCial do 6º do seminário 6º seminário do Cinema do Cinema brasileiro: brasileiro:
MUSEUS DE ARTE
fatos fatos e memória e memória e 6º enContro e 6º enContro naCional naCional de arquivos de arquivos e e
Ações, projetos e relatos de experiências de mecanismos adotados
aCervos aCervos audiovisuais audiovisuais brasileiros brasileiros
que visam eficiência e modernização da gestão pública. As
233
organizações sociais representam avanço ou retrocesso? Quais os
(Tião), Valter dos Santos, Leide Laurentina da Silva (Irmã), Magna de
caminhos para aperfeiçoar os controles e melhorar a qualidade
França Santos, Suelem Pereira
dos serviços?
* : 15 18
Convidados: • Claudinéli Moreira Ramos – Coordenadora da Unidade de
15h às seminÁrio 15h às 17h30 : – 2º - 17h30
Preservação do Patrimônio Museológico do Governo do Estado de São Paulo - SP
Temática Histórica – programação aberta ao público
• Fernanda Machado – Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais – MG
debate
• Júlia Levy – Superintendente de Audiovisual da Secretaria de
Tema: CARLOS MANGA, UM OLHAR PARÓDICO
Estado de Cultura do Rio de Janeiro - RJ
A proposta deste debate é tematizar a carreira do cineasta Carlos Manga e sua relação com o humor paródico na Atlântida, que se
Mediador: Téder Muniz Morás– coordenador do Centro de
manifestou principalmente em filmes como Nem Sansão Nem Dalila e
Documentação e Pesquisa da Fundação Padre Anchieta - TV
Matar ou Correr. O que desse gênero se mantém em nosso audiovisual?
Cultura - SP Convidados:
13h30 LonGa Cine esCola :
• Carlos Manga – Cineasta e homenageado do evento - RJ • Luiz Henrique Severiano Ribeiro – Superintendente Grupo Severiano Ribeiro – RJ
BRASIL ANIMADO
• Oscar Maron Filho – Cineasta – RJ
, , 35, 75, , 2010
• Roberto Farias – Cineasta e Presidente da Academia Brasileira
Direção: Mariana Caltabiano
de Cinema – RJ
* : 09 11
Mediador: João Luiz Vieira – pesquisador e professor – UFF e
14h30 LonGa Cine esCola
colaborador da temática preservação da CineOP - RJ
: -
LIXO EXTRAORDINÁRIO
15h30 LonGa Cine esCola 15h30 :
, , , 99, , 2010 Direção: Lucy Walker
BRASIL ANIMADO
Participações: Vik Muniz, Fabio Ghivelder, Isis Rodrigues Garros,
, , 35, 75, , 2010
José Carlos da Silva Baia Lopes (Zumbi), Sebastião Carlos dos Santos
Direção: Mariana Caltabiano * : 09 11
234
17h Curtas Curtas sÉriesÉrie 1 1 : : – –
diálogos da preservaÇÃo 2º reunião de trabalho dos participantes do Encontro Nacional de Arquivos
BUSHIDO BUSHIDO , de Cíntia , de Cíntia Nakashima Nakashima
Coordenação: Comissão Executiva ABPA
,, , , 9, , 9, 2011, 2011
• Discussão e formalização da ABPA - aprovação do Estatuto e do
CONTIGO CONTIGO QUERO QUERO DIVIDIR DIVIDIR MINHA MINHA SOLIDÃO SOLIDÃO , ,
Regimento Interno
de Malu deTeodoro Malu Teodoro , , , , 13,13, , 2011, 2011
20042004 , de Edgard , de Edgard Paiva Paiva
19h 19h LonGa ANOS 50 • FILME HOMENAGEM :
, , , , 5, , 5, 2011 , 2011
OMA,OMA de Michael , de Michael Wahrmann Wahrmann
MATAR OU CORRER
, , , , 22,22, , 2011, 2011
, 35, , 100, , 1954
MAISMAIS DENSO DENSO QUE QUE O SANGUE O SANGUE , de Ian, de Abé Ian Abé
Direção: Carlos Manga
,, , , 15,15, , 2011 , 2011
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, José Lewgoy, Renato Restier, Wilson
* * 16 16
Viana, John Herbert, Inalda da Carvalho, Wilson Grey, Julie Bardot, Altair Johny, Suzy Kirby, Totó, Carlos Costa, Felix Batista, Antônio
17h às seminÁrio seminÁrio fórum fórum rederede KinoKino 19h : : – 2º – 2º - - Temática Temática Educação Educação – programação – programação direcionada direcionada aos participantes aos participantes da da
Garcia, Nelson Dantas, Tito Martini, Henry Horman Jr., Walter Quinteiros, Marlene, Ionê, Rojan, Diclea.
20h 20h Curta e mÉdia prÉ-estreia naCional
Rede Kino Rede Kino
:
diálogos diálogos da eduCaÇÃo da eduCaÇÃo
ACERCADACANA, de Felipe Peres Calheiros
III Fórum III Fórum da REDE da KINO REDE (Rede KINO Latinoamericana (Rede Latinoamericana de Educação, de Educação,
, , 35, 20, , 2010
Cinema Cinema e Audiovisual) e Audiovisual)
PRIMEIRO TEMPO, de Rogério Zagallo
• 1ª Reunião • 1ª Reunião de trabalho de trabalho dos integrantes dos integrantes da Rede daKino Rede Kino
, , , 47, , 2011
Coordenação: Coordenação: MileneMilene Gusmão Gusmão e Adriana e Adriana Fresquet Fresquet – Coordenadoras – Coordenadoras da Rede daKino Rede Kino
21h 21h LonGa prÉ-estreia naCional :
17h às enContro enContro arquivos arquivos – 2º – 2º - - 19h30 : :
MALDITOS CARTUNISTAS , , , 94, , 2010
Temática Temática Preservação Preservação – programação – programação direcionada direcionada aos participantes aos participantes
Direção: Daniel Garcia e Daniel Paiva
do Encontro do Encontro Nacional Nacional de Arquivos de Arquivos
* 16
235
22h30 Curta e mÉdia :
A DAMA DO PEIXOTO, de Allan Ribeiro e Douglas Soares , , , 12, , 2010
PERMANÊNCIAS, de Ricardo Alves Júnior , , , 34, , 2010
18
Junho • SÁBADO
9h309h30 seminÁrio enContro arquivos às 12h30 às 12h30 : – 2º - Temática Preservação – programação aberta ao público e aos participantes do Encontro Nacional de Arquivos
23h30 arte shoW : –
debate Tema: ARQUIVOS DE IMAGENS E SOM: NOVOS HORIZONTES
orquestra mineira de brega
Novos desafios, projetos e perspectivas de restauro em materiais
Apaixonados pelos refrões indestrutíveis da MPB e pelas
audiovisuais para além da película cinematográfica.
melhores internacionais de novelas, músicos de diversas bandas de BH se reúnem no palco para apresentar show eclético.
Convidados:
dJ lourenÇo veloso
/Minc – RJ
Após o show, o DJ continua embalando a noite de Ouro Preto.
• Marco Dreer – Analista de Documentação e Informação da
• Débora Butruce – Coordenadora do Acervo Audiovisual - CTAv
Fundação Getúlio Vargas - RJ • Mauro Domingues – Coordenador de Preservação de Acervo – Arquivo Nacional - RJ • Patricia de Filippi – Diretora da Cinemateca Brasileira – SP Mediador: Rafael de Luna – Pesquisador e professor – UFF - RJ
10h às 10h às seminÁrio 13h 13h : – 2º - Temática Histórica – programação aberta ao público
debate Tema: A CHANCHADA NO CONTEXTO DOS ANOS 50 Em debate o lugar e a importância da chanchada nos anos 50,
236
momento de iniciativas de olho em uma industrialização e em
imagens e de sua capacidade de transformar certezas em questões,
um cinema popular. Esta discussão deu a tônica do período, com
de aproximar a aprendizagem ética à estética e política. Um deles em
os empreendimentos da Atlântida, Vera Cruz , Multifilmes, nem
particular constitui o grande desafio do nosso tempo: sensibilizar o
sempre bem recebidos pelos críticos e intelectuais, mas muitas
olhar da infância.
vezes gerando filas de espectadores.
Convidada Internacional: • Inés Dussel – DIE/México
Convidados:
Principal pesquisadora da FLACSO Ensino Superior e professora
• Afrânio Catani – professor USP - SP
convidada do DIE - Departamento de Investigaciones Educativas/
• Maurício Reinaldo Gonçalves – Professor, pesquisador,
CINVESTAV, México. Publicou seis livros e é autora de mais de 80
escritor - SP
capítulos de livros e artigos em revistas indexadas. Foi consultora
• Sheila Schvarzman – Pesquisadora e Professora – SP
de seis projetos para a televisão do Ministério da Educação da Argentina, Canal Assembleia.
Mediador: Sérgio Alpendre - Crítico de Cinema - SP Mediadora: Adriana Fresquet – professora UFRJ e coordenadora da
11h LonGa mostrinha de Cinema
Rede Kino - RJ
:
A CASA VERDE
15h 15h LonGa anos 50 :
, , 35, 72, , 2008 Direção: Paulo Nascimento
AVISO AOS NAVEGANTES
Elenco: Nicola Siri, Zé Victor Castiel, Fernanda Moro, Ingra
, , 113, , , 1950
Liberato, Leonardo Machado, Lui Strassburger, Marcos Verza,
Direção: Watson Macedo
Jeffersonn Silveira, Rogério Hoch. E as crianças: Alice Nascimento,
Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Anselmo Duarte, Eliana, José Lewgoy,
Mariana Catalane , Adoilson da Silva e Vitória Lopes
Adelaide Chiozzo, Sérgio de Oliveira, Ivon Cury, Mara Rios, Yara Izabel, Inah Malaguti, Cuquita Carballo, Zezé Macedo, Clélia Rios, Rubem Durado,
14h30 SEMINÁRIO às : – 2º - 15h45 Temática Educação – programação aberta ao público
Sobrinho Grijó, Alfredo Rosário, Dalva Oliveira, Eliana Macedo, Emilinha Borba, Elvira Pagã e Juliana Yanakiewa
16h às SEMINÁRIO 16h às 18h 18h : – 2º -
WorKshop Tema: A POTÊNCIA PEDAGÓGICA DA IMAGEM
Temática Preservação e Educação – programação aberta ao público
Existem infinitos exemplos fascinantes do poder pedagógico das
237
debate Tema: CINEMA E EDUCAÇÃO NO BRASIL: memórias e
16h 16h Curtas mostrinha de Cinema :
perspectivas O cinema e a educação no Brasil percorrem caminhos de
SÉRIE MOSTRINHA – curtas para nova geração
encontros e desencontros de longa data. O Cinema traz a Educação uma outra intensidade. A proposta é refletir sobre as
FÁBULA DAS TRÊS AVÓS, de Daniel Turini
intensas memórias e perspectivas na produção, nos espaços de
, 35, 17, , 2010
compartilhamento e de invenção coletiva do mundo.
OBSOLETO, de Heitor Mendonça, Leandro Henriques e Victor Mendonça
Convidados:
, , 6, , 2011
• Eliany Salvatierra - Professora UFF - RJ
BANJO E VIOLA, de Thiago Martins
• Joel Pizzini - Cineasta - RJ
, , 312, , 2010
• Marialva Monteiro – Coordenadora Cineduc – BA
A SOMBRA DE SOFIA, de Flávia Thompson
• Maurice Capovilla – Cineasta - RJ
, , 14, , 2011
BAFO QUENTE, de Maurício Maia Mediadora: Milene Gusmão – Professora UESB e Coordenadora
, , 16, , 2010
da Rede Kino - BA
MEMÓRIAS DO MEU TIO,de Alexandre Rafael Garcia e Álvaro Zeini Cruz
17h às seminÁrio enContro de arquivos 19h30 : – 2º - Temática Preservação – programação direcionada aos
, , 13, , 2011
17h 17h Curtas sÉrie 2 : –
participantes do Encontro Nacional de Arquivos
NÁUSEAS DO SAGRADO CORAÇÃO, de Walter diálogos da preservaÇÃo
Fernandes Jr.
3ª reunião de trabalho dos participantes do Encontro Nacional de
, , 17, , 2010
Arquivos Coordenação: Comissão Executiva ABPA • Leitura final do Estatuto e do Regimento Interno aprovados
AEROPORTO, de Marcelo Pedroso , , 22, , 2010
PARANGOLÉTRYKO, de Marco Lafer e Marcelo Lee
• Criação de comissão eleitoral
, , 1130, , 2010
• Preparação administrativa do processo eleitoral da Diretoria da ABPA
CINEASTAS DO APOCALIPSE, de Ayron Borsari , , 12, , 2011
238
REDOMA, de Noelle Rodrigues , , 1441, , 2011
21h30 21h30 Curta e mÉdia prÉ-estreia naCional :
* 16
18h mÉdia anos 50 :
ANGELI 24H, de Beth Formaggini , , 35, 25, , 2010
MEIA HORA COM DARCY, de Roberto Berliner , , , 30, , 2011
REDENÇÃO , , , 57, , 1959 Direção: Roberto Pires
22h30 22h30 Curtas sÉrie 3 :
Elenco: Geraldo del Rey, Braga Neto, Maria Caldas, Fred Júnior, Milton Gaúcho, Costa Júnior, Leonor Barros, Raimundo Andrade,
VÓ MARIA, de Tomás von der Osten
Jorge Cravo, Normand Moura, Klaus Kiaus, Jackson Lemos, José
, , 6, , 2011
Melo, Orlando Rego, Alberto Barreto e outros
INTERVALO, de Alexandre Rafael Garcia , , 9, , 2010
19h30 LonGa prÉ-estreia naCional :
EFEITO RECICLAGEM , , , 91 , , 2010 Direção: Sean Walsh
A POEIRA E O VENTO, de Marcos Pimentel , 35, 18, , 2011
CIRCUITO INTERNO, de Julio Marti , 35, 13, , 2010
MENS SANA IN CORPORE SANO, de Juliano Dornelles , 35, 22, , 2010 * 18
20h LonGa ANOS 50 • FILME HOMENAGEM :
23h30 23h30 arte shoW : –
NEM SANSÃO, NEM DALILA , 35, , 90 , , 1954
trio CappuCCino’s
Direção: Carlos Manga
Em destaque a variação e reprodução de harmonias vocais
Elenco: Oscarito, Fada Santoro, Cyll Farney, Eliana Macedo,
inseridas em repertório rico e variado em formato rock acústico.
Carlos Cotrim, Wilson Grey, Wilson Viana, Ricardo Luna, Werner Hammer, Anthony Zamborski, Sérgio de Oliveira, João Péricles,
dJ
Gene de Marco, Milton Leal, Carlos Mesnik, José do Patrocínio e
Após o show, o DJ continua embalando a noite de Ouro Preto.
Jorge Luiz
239
19
Junho • DOMINGO
BRASIL ANIMADO , , 35, 75, , 2010 Direção: Mariana Caltabiano
9h30 seminÁrio enContro arquivos/rede Kino às : – 2º - 12h30 Temáticas Histórica, Educação e Preservação – programação
* : 09
12h 12h CorteJo da arte :
aberta ao público e aos participantes do Encontro Nacional de Arquivos e do Forum da Rede Kino
Um contagiante e tradicional passeio musical percorre as ruas tricentenárias de Ouro Preto com a regência e animação de bandas,
debate
grupos e artistas convidados numa mistura de ritmos e sonoridades
Tema: HISTÓRIA, PRESERVAÇÃO, EDUCAÇÃO: ESCOLAS,
que vão contagiar moradores, turistas e o público em geral.
UNIVERSIDADES E ARQUIVOS A vida de mão dupla e o diálogo entre preservação/
Trajeto: Saída da Praça Tiradentes, percorre a Rua Direita com
restauração/educação no âmbito do acesso, da pesquisa,
destino ao Cine Vila Rica.
formação, memória e produção de conhecimento fundamentais na construção da identidade cultural de uma
Convidados:
nação soberana.
• Alunos da Escola Municipal Major Raimundo Felicíssimo • Cia. El Indivíduo
Convidados:
• Cia. Estandarte
• Anita Leandro – Pesquisadora ECO-UFRJ – RJ
• Clube dos Lacaios “Zé Pereira”
• Inés Dussel – Pesquisadora do DIE - Departamento de
• Fanfarra da Escola Estadual Desembargador Horácio Andrade
Investigações Educativas - México
• Grupo Residência de Teatro
• Luiz Souza – Professor UFMG - MG
• Grupo Trampulim
• Rosália Duarte – Professora PUC – Rede Kino – RJ
• Palhaço Popó • Palhaço Potássio
Mediador: João Luiz Vieira – Pesquisador e Professor UFF e
• Valores de Minas
colaborador temática preservação da CINEOP – RJ
11h LonGa mostrinha de Cinema
12h45 12h45 enContro de arquivos : – 2º -
: • Foto Oficial dos participantes do 6º Encontro Nacional de Arquivos e da Rede Kino
240
13h LanÇamento LanÇamento de Livros de Livros : : – 2º – 2º - -
debate Tema: DOCUMENTAÇÃO CORRELATA O audiovisual para além da película: roteiros, mapas de filmagem,
• Dicionário • Dicionário de fotógrafos de fotógrafos do Cinema do Cinema Brasileiro Brasileiro
cenografia, vestuário, objetos de cena, cartazes, fotos de still,
Uma bio-fi Umalmografi bio-filmografi a de 470 a de profi 470 ssionais profissionais da fotografi da fotografi a do Cinema a do Cinema
materiais de divulgação...a quantidade de documentação que também
Brasileiro Brasileiro
narra a experiência fílmica merece cuidados especiais no campo da
• Dicionário • Dicionário de astros de eastros estrelas e estrelas do Cinema do Cinema Brasileiro Brasileiro – 2ª edição – 2ª edição
preservação. No cinema brasileiro, muitas vezes é o que apenas restou
revisada revisada e ampliada e ampliada
da memória de um filme, atestando para sua existência.
Uma homenagem Uma homenagem ao atorao brasileiro. ator brasileiro. Um cadastro Um cadastro de quase de 11 quase mil 11 mil
Convidados:
atores atores e atrizes e atrizes em 113em anos 113deanos cinema. de cinema.
• Beatriz Kushnir – Diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio
Autor: Autor: Antônio Antônio Leão da Leão Silva daNeto Silva Neto
de Janeiro - RJ
Coleção Coleção Aplauso Aplauso Especial Especial – Imprensa – Imprensa OficialOficial
• Olga Futemma – Diretora da Cinemateca Brasileira – SP • Pedro Asterito Lapera – Pesquisador da Fundação Biblioteca
• Curta•oCurta Acervo o Acervo – Pesquisa – Pesquisa e Memória e Memória do Audiovisual do Audiovisual Mineiro Mineiro de de
Nacional - RJ
CurtasCurtas e Documentários e Documentários
• Débora Aizenberg - Pesquisadora e Designer do Memória da
ProjetoProjeto de pesquisa, de pesquisa, catalogação catalogação e memória e memória das obras dasaudiovisuais obras audiovisuais
Produção – TV Globo - RJ
mineiras, mineiras, em documentário, em documentário, ficção,fianimação cção, animação e experimental. e experimental. Realização: Realização: Associação Associação Curta Minas Curta Minas
Mediador: José Quental – Coordenador do Setor de Documentação da Cinemateca do Mam – RJ
• Filosofi • Filosofi a, Cinema a, Cinema e Educação e Educação Organização: Organização: Jorge Miranda Jorge Miranda e Itamar e Itamar PereiraPereira Editora: Editora: UESB, UESB, 2010 2010 • Dossiê • Dossiê Cinema Cinema Educação Educação Organização: Organização: Adriana Adriana Fresquet Fresquet
15h às seminÁrio rede Kino 15h às 18h 18h : – 2º - Temática Educação – programação direcionada aos participantes da Rede Kino
Coleção Coleção Cinema Cinema e Educação e Educação –Booklink –Booklink Publicações Publicações
diálogos da eduCaÇÃo
seminÁrio enContro enContro arquivos arquivos 15h às seminÁrio – 2º – 2º - - 17h30 : :
III Fórum da REDE KINO (Rede Latinoamericana de Educação, Cinema e Audiovisual) • 2ª Reunião de trabalho dos integrantes da Rede Kino
Temática Temática Preservação Preservação – programação – programação aberta aberta ao público ao público e aos e aos participantes participantes do Encontro do Encontro Nacional Nacional de Arquivos de Arquivos
Coordenação: Milene Gusmão e Adriana Fresquet – coordenadoras da Rede Kino • Elaboração da Carta de Ouro Preto 2011
241
16h LonGa LonGa mostrinha mostrinha de Cinema de Cinema : :
Nascimento, Mozael Silveira, Tiririca, João Labanca, Roque da Cunha, Procopinho, Gilberto Azevedo, Heron Pinto, Gordurinha, Jaime Ferreira, Almeidinha, Frederico Schlle, Jaime Filho, Miguel Alves,
EU EEU MEU E MEU GUARDA GUARDA CHUVA CHUVA
Wilson Hervolino, Scilia Mattos, Ita West, Clóvis Roberto, Yolanda
,, , 35, , 35, 78,78, , 2010, 2010
Moura, Luiz Gilberto, Zé Gonzaga, Ítalo, Dolores Duran, Jorge Veiga,
Direção: Direção: Toni Vanzolini Toni Vanzolini
Zezé Gonzaga, Marinês e sua gente.
Lucas Cotrim, Lucas Cotrim, Victor Froiman, Victor Froiman, RafaelaRafaela Victor, Victor, Daniel Daniel Dantas,Dantas, Elenco:Elenco: ArnaldoArnaldo Antunes, Antunes, CamilaCamila Amado,Amado, Leandro Leandro Hassum, Hassum, Paola Oliveira, Paola Oliveira, Mariana Mariana Lima, Raul Lima, Barreto, Raul Barreto, Francisco Francisco Gaspar Gaspar
Curtas sÉriesÉrie 4 4 17h Curtas : : – –
PRAÇA PRAÇA WALTWALT DISNEY DISNEY , de Sérgio , de Sérgio Oliveira Oliveira e Renata e Renata Pinheiro Pinheiro
19h30 Curtas sÉrie 5 19h30 :
TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM, de Frederico Cabral , , 1445, , 2010
AS CURVAS DE NIEMEYER, dos alunos da Rede Municipal de Vitória
, , 35, 35, 21,21, , 2011 , 2011
, , 10, , 2010
REGARD REGARD EDGAR EDGAR , de Emílio , de Emílio Gallo, Gustavo Gallo, Gustavo JardimJardim e Joel Pizzini e Joel Pizzini
ALÉM DA RUA, de Natalia Viana
,, , , 853, 853, , 2010 , 2010
, , 20, , 2010
OFERENDA OFERENDA , de Ana , de Bárbara Ana Bárbara RamosRamos
BRAXILIA, de Danyella Proença
, , , , 17,17, , 2011 , 2011
, 35, 1630, , 2010
BREVES BREVES INSTANTES INSTANTES , de Mirian , de Mirian Aparecida Aparecida Rolim Rolim
DUAS VIDAS PARA ANTÔNIO ESPINOSA, de Caio d´Andrea
, , , , 3, , 3, 2010 , 2010
e Rodrigo Fonseca
ZEIT ZEIT TO THE TO GEIST THE GEIST , de Diogo , de Faggiano Diogo Faggiano
, 35, 16, , 2011
, , , , 18,18, , 2010, 2010
LonGa anos anos 50 50 18h30 LonGa
20h30 LonGa prÉ-estreia naCional 20h30 :
: :
RICORICO RI À TOA RI À TOA ,, 35, 35, , ,, 110, , 110, 1957 1957 Direção: Direção: Roberto Roberto Farias Farias Zé Trindade, Zé Trindade, VioletaVioleta Ferraz,Ferraz, Armando Armando Camargo, Camargo, Silvinha Silvinha Elenco:Elenco: Chiozzo, Chiozzo, Apolo Correia, Apolo Correia, EvilázioEvilázio Marçal,Marçal, Evelyn Evelyn Rios, Domingos Rios, Domingos Terras, Terras, Oswaldo Oswaldo Louzada, Louzada, ArnaldoArnaldo Montel,Montel, Zezé Macedo, Zezé Macedo, Armando Armando
242
O CORTE DO ALFAIATE , , 70, , 2010 Direção: João Castelo Branco Machado
22h Curtas sÉrie 6 :
MAGNÍFICA DESOLAÇÃO, de Fernando Coimbra , 35, 19, , 2010
ÚLTIMOS DIAS, de Yves Moura , 35, 15, , 2010
BOA NOITE, de Bel Bechara e Sandro Serpa , 35, 14, , 2011
JULIE, AGOSTO, SETEMBRO, de Jarleo Barbosa
20
Junho • SEGUNDA
7h307h30 LonGa CINE esCola :
BRASIL ANIMADO , , 35, 75, , 2010 Direção: Mariana Caltabiano * : 09 11
, , 6, , 2011
FILME PORNOGRAFIZME, de Leo Pyrata , , 9, , 2011
8h308h30 LonGa Cine esCola : -
* 18
23h30 arte shoW : –
LIXO EXTRAORDINÁRIO , , , 99, , 2010 Direção: Lucy Walker Participações: Vik Muniz, Fabio Ghivelder, Isis Rodrigues Garros,
odilara
José Carlos da Silva Baia Lopes (Zumbi), Sebastião Carlos dos Santos
Show animado com releituras de compositores da MPB e do
(Tião), Valter dos Santos, Leide Laurentina da Silva (Irmã), Magna de
samba, além de músicas autorais.
França Santos, Suelem Pereira.
dJ lourenÇo veloso
CINE-DEBATE após a sessão com o personagem do filme Zumbi e
Após o show, o DJ continua embalando a noite de Ouro Preto.
Bete Bullara, educadora do Cineduc * : 15 18
9h309h30 LonGa Cine esCola :
BRASIL ANIMADO , , 35, 75, , 2010 Direção: Mariana Caltabiano * : 09 11
243
9h às seminÁrio seminÁrio enContro enContro arquivos arquivos – 2º – 2º - - 10h30 : :
Expositores: • Francisco Moreira – Coordenador do projeto de restauro da Labocine - RJ
Temática Temática Preservação Preservação – programação – programação aberta aberta ao público ao público e aos e aos
• Myrna Brandão – Presidente do Centro de Pesquisadores do
participantes participantes do Encontro do Encontro Nacional Nacional de Arquivos de Arquivos
Cinema Brasileiro - RJ • Roberto Farias – Diretor “RICO RI A TOA” - RJ
debate debate e relatos e relatos da preservaÇÃo da preservaÇÃo Tema: Tema: A PESQUISA, A PESQUISA, A DOCUMENTAÇÃO A DOCUMENTAÇÃO E O ACESSO E O ACESSO
Projeto de restauro do Filme “REDENÇÃO” (1959 ), direção de
Relato Relato e apresentação e apresentação de projetos de projetos e experiências e experiências de recuperação de recuperação
Roberto Pires
histórica histórica da memória da memória do cinema do cinema utilizando utilizando a internet, a internet, meios meios tradicionais tradicionais e tecnologia e tecnologia digitaldigital como ferramentas como ferramentas de difusão. de difusão.
Expositores: Petrus Pires – Coordenador do projeto de restauro - BA
Expositores: Expositores:
Renata Borges – Coordenadora do núcleo de restauração da
• Laura• Bezerra Laura Bezerra - coordenadora - coordenadora do projeto do projeto Filmografi Filmografi a Baiana: a Baiana:
Teleimage – SP
Memória Memória Viva! -Viva! BA - BA • Rafael• Rafael de Luna de–Luna professor – professor – pesquisa – pesquisa e preservação e preservação das Revistas das Revistas
Mediador: Alexandre Pimenta – professor e pesquisador - MG
de Cinema de Cinema Brasileiras Brasileiras das décadas das décadas de 1930 dee 1930 1940 e-1940 RJ - RJ
14h 14h LonGa Cine esCola Mediadora: Mediadora: Fernanda Fernanda Elisa da Elisa Costa da–Costa professora – professora PUC-Goiáis PUC-Goiáis - GO - GO
seminÁrio enContro enContro arquivos arquivos 10h45 seminÁrio – 2º – 2º - - às : : 12h30
:
DESENROLA , , 35,108, , 2010 Direção: Rosane Svartman
Temática Temática Preservação Preservação – programação – programação aberta aberta ao público ao público e aos e aos
Elenco: Olivia Torres, Lucas Salles, Kayky Britto, Vitor Thiré, Daniel
participantes participantes do Encontro do Encontro Nacional Nacional de Arquivos de Arquivos
Passi, Juliana Paiva, Cláudia Ohana, Jorge de Sá, Juliana Paes, Letícia Spiller, Marcela Barrozo, Marcelo Novaes, Pedro Bial, Roberta
debates debates e diálogos e diálogos da preservaÇÃo da preservaÇÃo
Rodrigues, Smigol . Participação afetiva: Ernesto Piccolo e Heitor
Tema: Tema: DESAFIOS DESAFIOS ATUAIS ATUAIS PARA A PARA PRESERVAÇÃO A PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO E RESTAURAÇÃO
Martinez
FÍLMICA FÍLMICA A complexidade A complexidade dos avanços dos avanços tecnológicos tecnológicos aplicados aplicados à restauração à restauração e e
CINE-DEBATE após a sessão com a roteirista Juliana Lins e Bete
recuperação recuperação de filmes, de fios lmes, aspectos os aspectos éticos eéticos estéticos, e estéticos, as diferenças as diferenças
Bullara, educadora do Cineduc
técnicas técnicas de restauro. de restauro.
* : 12 14
ProjetoProjeto de restauro de restauro do Filme do “RICO Filme “RICO RI À TOA”(1957 RI À TOA”(1957 ), direção ), direção de de Roberto Roberto Farias Farias
244
14h30 LonGa Cine esCola : -
GUI, ESTOPA E A NATUREZA , , , 56, , 2009 Direção: Mariana Caltabiano * : 05 08
UM U.R.S.O. NA MINHA RUA, de Gilberto Scarpa , , 3, , 2011
UMA CIÊNCIA ENCANTADA, de Chico Sales , , 20, , 2010
UMA NOITE, de Daniela Santos , , 850, , 2011
VÁRIAS VIDAS DE JOANA, de Cavi Borges e Abelardo de Carvalho
14h30 seminÁrio enContro arquivos às : – 2º - 17h30 Temática Preservação - programação dirigida aos participantes
, , 8, , 2011 * 14
17h30 17h30 LonGa anos 50
do Encontro Nacional de Arquivos
:
diálogos da preservaÇÃo
CARNAVAL ATLÂNTIDA
4º reunião de trabalho dos participantes do Encontro Nacional
, 35, 92, , , 1952
de Arquivos Coordenação: Comissão Executiva ABPA e Universo Produção Mediação: João Luiz Vieira e Raquel Hallak
Direção: José Carlos Bule Elenco: Oscarito, Grande Otelo, Cyll Farney, Eliana, José Lewgoy Cole, Renato Restier, Wilson Grey, Iracema Vitória, Carlos Alberto, Francisco Carlos, Bill Farr, Nora Ney, Dick Farney, Orquestra de Chiquinho,
• Diretrizes de atuação da ABPA 2011/2012
Aurélio Teixeira, Jesus Ruas, Leonel Saraiva, Rosa Sandrini, Victor Binot,
• Abertura das inscrições de chapas para eleição da ABPA
Aurelina Lisboa, Edith Tremonte, Edmundo Carlos, Ingrid Germer, Isaura
• Eleição da primeira Diretoria da ABPA e do Conselho Fiscal
Henriques, Marlene Barroso, Maurício Loyola, Moacir Ferreira, Núcia
• Resoluções finais do 6º Encontro Nacional de Arquivos e
Miranda, Oscar B. Freitas. Participação especial Maria Antonieta Pons
Acervos Audiovisuais Brasileiros • Elaboração da Carta de Ouro Preto 2011 – documento oficial
18h 18h Curtas sÉrie 8 :
17h Curtas sÉrie 7 :
NOEL ROSA, de Thiago Mello , , 10, , 2010
A FELICIDADE DOS PEIXES, de Arthur Lins , , 24, , 2011
COLORIDOS, de Christopher Faust e Evandro Scorsin , , 9, , 2011
PERFÍDIA, de Ramon Navarro , , 15, , 2010
245
A BOATE AZUL, de Cássio Pereira dos Santos
Céline BENEZETH, no violino, Maxime ROMAN, no violão e guitarra,
, , 1420, , 2010
e Marco PEREIRA, no piano revelam composições e improvisações
RATÃO, de Santiago Dellape
com efeitos sonoros. A proposta é reviver o cinema mudo do
, 35, 20, , 2010
século passado.
19h mÉdia e Curtas
os fiLmes
: Alice Guy-Blaché
FORMAS DO AFETO. UM FILME SOBRE MÁRIO PEDROSA, de Nina Galanternick
• Le Piano Irrésistible (1907, 4’05”)
, , , 3342, , 2010
• L’émeute Des Barricades (1906, 3’40”)
O DOCE SEGREDO DE BÁRBARA, de Paulo Augusto Gomes
Germaine Dulac
, , 17, , 2011
• La Souriante Madame Beudet (1923, 40’)
JANELA MOLHADA, de Marcos Enrique Lopes
Lotte Reiniger
, 35, 22, , 2010
• Der Scheintote Chinese (1923, 9’)
* 12
• Aschenputtel (1922, 13’)
20h30 enCerramento
• Madame A Des Envies (1907, 4’15”)
os mÚsiCos
: Celine Benezeth - violino • Entrega dos certificados aos alunos das Oficinas
Mestre em Direção de Organizações e Manifestações Culturais pelo
• Exibição do curta dos alunos da Oficina de Realização em Curta
Conservatório de Música de Aix-en-Provence. Violinistada Orquestra
Documental produzido durante a mostra
Note et Bien. Trabalha na agência artística Diane du Saillant e foi uma
• Exibição da TV Mostra – resultados da 6ª CineOP
das fundadoras da associação DoubleCadence. Participa pelo terceiro ano de uma turnê na América Latina.
Cine-ConCerto prÉ-estreia mundial LE RENDEZ-VOUS DU SAM’DI SOIR • SÉRIE 3
Marco Pereira - piano Mestre em Musicologia pelo Conservatório de Avignon e pelo
Cine Concerto “AS PIONEIRAS DO CINEMA”
Conservatório Regional de Paris, pianista e compositor, criou o
Os músicos franceses irão executar uma trilha original e inédita
grupo de jazz vocal Tea Time, que tocou em locais prestigiados como
– ao vivo - para os curtas selecionados das cineastas francesas
o Pavillon Ledoyen, o Grand Hotel, o Man Ray. Em 2009 criou a
Alice Guy-Blaché e Germaine Dulac e da alemã Lotte Reiniger –
associação DoubleCadence e instaurou a parceria com o Ano da França
mulheres pioneiras do cinema.
Brasil. Após trabalhos universitários sobre o Cine-Concerto, lança vários espetáculos, cujo último se chama As Pioneiras do Cinema.
246
Maxime Roman - violão e guitarra Músico formado no Conservatório Real de Bruxelas e na Universidade de Paris 8. Toca violão clássico e eletrônico, é músico de cena e de estúdio, participou de muitas apresentações de teatro e de vários projetos de música urbana, além de ser técnico especializado em informática musical. Recentemente, trabalhou em vários projetos internacionais, como em 2010, no Festival das Culturas Urbanas, na Guiana. Participou de vários Cine-Concertos e acompanha o beatboxer Blade Mc e a cantora Weelye Okumu.
23h arte shoW : – sonho de salsa Salsa brasileira - Mistura de Jackson do Pandeiro com a mais pura música popular cubana. dJ Após o show, o DJ continua embalando a noite de Ouro Preto.
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CINEMA NO MERCADO 29 de setembro a 04 de outubro de 2011 Evento que faz conexão entre a produção independente e o mercado audiovisual, discutindo as implicações do formato de co-produção, o circuito alternativo de exibição e as opções de intercâmbio, cooperação e formação. www.cinebh.com.br realizaÇÃo
rua pirapetinga, 567 - serra Cep 30220-150 - belo horizonte - mg 31 . 3282.2366 www.universoproduCao.Com.br
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Setembro de 2011
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BH MOSTRA O CINEMA PARA O MUNDO DIÁLOGO ENTRE AS CULTURAS A COPRODUÇÃO INTERNACIONAL Brasil CineMundi - International Coproduction Meeting chega a sua 2ª edição de 29 de setembro a 4 de outubro. Integra a programação da Mostra CineBH 2011 que faz conexão entre a produção independente e o mercado audiovisual mundial e amplia a rede de contatos e negócios entre os profissionais brasileiros e representantes da indústria internacional. Brasil CineMundi - International Coproduction Meeting reached the second edition september 29th to the october 4th 2011. Being part of BH Film Festival Programming creates the conection between independent production and worldwide audiovisual market and amplify the network between Brazilian professionals and representatives of the international industry.
RUA PIRAPETINGA, 567 - SERRA CEP 30220-150 - BELO HORIZONTE - MG 31 . 3282.2366
www.cinebh.com.br
WWW.UNIVERSOPRODUCAO.COM.BR
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pousadas NOME
TELEFONE
ENDEREÇO
SITE
Casa Grande
3551 4314
Rua Cons. Quintiliano, 96
hotelpousadacasagrande.com.br
Grande Hotel
3551 1488
Rua das Flores, 164
grandehotelouropreto.com.br
Hotel Colonial
3551 3133
Travessa Padre Camilo Veloso, 26
hotelcolonial.com.br
Hotel do Teatro
3551 7000
Rua Costa Sena, 307
hoteldoteatro.com.br
Pousada Arcanjo
3551 4121
Rua São Miguel Arcanjo, 270
arcanjohotel.com.br
Pousada Clássica
3551 3663
Rua Conde de Bobadela, 96
pousadaclassica.com.br
Pousada dos Ofícios
3551 7735
Rua Padre Rolim, 765
pousadadosoficios.com.br
Solar da Ópera
3551 6844
Rua Conde de Bobadela, 79
hotelsolardaopera.com.br
Solar do Rosário
3551 5200
RUa Getúlio Vargas, 270
hotelsolardorosario.com.br
restaurantes NOME
252
TELEFONE
ENDEREÇO
SITE
A Varanda
3551 1488
Rua das Flores, 164
Acaso 85
3551 2397
Largo do Rosário, 85
acaso85.com.br
Bené da Flauta
3551 1036
Rua São Francisco de Assis, 32
benedaflauta.com.br
Café & Cia
3551 0022
Rua São José, 187
Casa do Ouvidor
3551 2141
Rua Direita, 42
casadoouvidor.com.br
Casa dos Contos
3551 5359
Rua Camilo de Brito, 21
casadoscontosrestaurante.com.br
Chafariz
3551 2828
Rua São José, 167
O Passo
3552 5089
Rua São José, 56
opassopizzajazz.com.br
agradecimentos
Alcione Comonian
José Vicente Hallak d´Angelo
Ana de Hollanda
Josiane Gonçalves Corrêa
Ana Paula Santana
Julia Mitraud
André Simões
Julio César de Oliveira
Angela Gutierrez
Luis Eguinoa
Angelo Oswaldo de Araujo Santos
Luiz Henrique Michalick
Antônio Grassi
Marcelo Matte
Armando Wood
Marilda Pinto Soares de Pinho
Bartolomeu Fortes
Miguel Correia
Cecília Bhering
Moacir Teixeira Souza
Chiquinho de Assis
Mônica Gomes
Comissão Executiva e membros da ABPA
Otavio Azevedo
Eduardo Serrano
Paulo Moura
Eldina dos Santos Cunha
Reginaldo Lopes
Eliane Parreiras
Rubem Tavares
Elynês Soares Rodrigues
Sandra Cipriano
Emerson Rodrigues
Sheila Martins de Freitas
Fábio Kerche
Sílvio Da-Rin
Fernando Pimentel
Túlio Vanucci
Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte
Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP
Heleny Hallak d´Angelo Jafete Abrahão João Luiz Martins José Amaro (Zinho) José Luiz Gattás Hallak
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ficha técnica
Idealização e realização
João Luiz Vieira
Produção - programação Interativa
Universo Produção
Comissão Executiva da ABPA – co-
Andreza Magalhães
laboração
Rebeca de Paula
Temática Histórica
Tráfego de filmes
Raquel Hallak
Cecília Gabrielan
Coordenação Geral Raquel Hallak d’Angelo Coordenação Adjunta e Técnica
Cleber Eduado
Quintino Vargas
Gestora Administrativo-financeiro Seleção de longas e médias – Anos 50
Coordenação Adjunta e Logística
Juliana Barros
Cleber Eduardo
Fernanda Hallak d’Angelo
Assistentes de Produção Seleção de longas
André Magalhães
Coordenação de Oficinas
e médias contemporâneos
Bruna Sales
e Secretaria do evento
Cássio Starling Carlos
Júnia Haddad
Denise Hallak
Francis Vogner
Pamella Schefer Corrêa
Produção Executiva
Seleção de curtas
Rômulo Moreira
e Encontro Nacional de Arquivos
Pedro Guimarães
Rosane Felix
Mônica d’Angelo Braga
Rafael Ciccarini
Tiago Salomon Hallak
Produção Logística
Produção - Cine-Escola
Agentes de apoio
Rebeca de Paula
Denise Hallak
Danielle Elisa de São José
Rebeca de Paula
Gabriel Edeano Silva Reis
Cecilia Gabrielan
Pamella Schefer Corrêa
Roberta Gulhelmelli
Temática Preservação Raquel Hallak
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Marcelo Martins Vicente
Carolina Breviglieri
Projeção Película
Produção Gráfica
Jorge Pessoa
Alltech - José Luiz Almeida
Agência ) Dez
Gabriela Fonseca e Soares
Holograma Design Gráfico
Renan Marcheto
Projeção Digital
Karine castro
On Projeções
WN Escritório de Arquitetura
Fernanda Amorim Machado Ana Caroline de Meirelles Silva
Triagem e Encodamento
Kíssylla Aparecida Magalhães
de filmes digitais
Camilla Mariana
A produtora
Apresentadores
VT Homenagem Carlos Manga
Sonorização Cinemas, Seminário e Programação Artística
VT 6ª CineOP e Vinheta TV Mostra
Som Melhor
Criação Agência ) dez Montagem e finalização - Lucas Souza
André Magalhães Luis Carlos Gomes
Clarissa Neves e Paulo Waisberg
Canal Brasil
Gabriela de Morais Walquíria Bhering
Projeto Cenográfico
Iluminação Cênica
Trilha sonora - Zero Zero Sete
Som Melhor VT Abertura Multimídia
Assessoria de Imprensa Universo Produção
Transporte
Roteiro – Raquel Hallak
Colaboradores
Banana Veloz – Disk Van
Produção - Universo Produção e Imago Filmes
Ana d’Angelo Ariana Lemos
Passagens aéreas
Direção - Alexandre Pires
Leonardo Mecchi
Terra Viagens e Turismo
Apresentadora - Rose Brant
Bruna Sales
Atores - Carolina Seller, Fabiano Persi, Isabella Micielline
TV Mostra Trade Comunicação
Website Feira Modderna
Galpão Cine Bar Show e Cine Bar Café José Luiz da Silveira
Fotografia Leonardo Lara
Cerimonial
Pedro Silveira
Ruby Cardoso
* As imagens utilizadas na identidade visual do
Paulo Filho
Ronna Norma
evento fazem parte do acervo fotográfico da
Victor Schwaner
Universo Produção.
Identidade Visual e Publicidade Agência ) Dez
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