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apresentação para além das montanhas Mostra CineBH 2009 quer amplificar perguntas, compartilhar leituras, refinar o entendimento, lançar novas ideias, contextualizar o mercado audiovisual, dialogar com outros países, questionar os dilemas crônicos do circuito comercial refletir e entender o cinema que se fez e que se faz. E ajudar a tatear com mais firmeza tudo que virá. Em Belo Horizonte, o encontro pelo cinema acontece. A formação cria possibilidades de atuação no mercado, a reflexão provoca mudanças, avança, registra resultados. A exibição deixa marcas, inova e amplia visões.
elo Horizonte no centro nacional do cinema, no cenário do bairro Santa Tereza – símbolo de uma vida cultural intensa que se transforma e ganha alma no convivio com a sétima arte. Chancelada como evento oficial do Ano da França no Brasil, a Mostra CineBH integra o programa nacional Cinema sem Fronteiras e chega a sua terceira edição maior e mais convicta do seu papel – representar um novo diálogo entre as forças constituintes de uma cinematográfica em intercâmbio com o mundo. Contextualiza o mercado audiovisual e, nesta edição, coloca em evidência a coprodução internacional em filmes, debates e homenagem. A Mostra CineBH 2009 exibe 76 filmes, sendo 23 longas, 7 médias e 46 curta duração, divididos em 43 sessões ao longo dos seis dias de programação oferecida gratuitamente ao público. Pela primeira vez, internacionaliza sua programação trazendo a Belo Horizonte filmes inéditos no Brasil, que tiveram grande repercussão em festivais como Cannes, Berlim, Veneza, Locarno e Toronto, além de pré-estreias brasileiras e seminários com a presença de convidados internacionais. A Mostra CineBH se propõe a discutir também o papel da França como principal coprodutora de diversas cinematografias pelo mundo, ao mesmo tempo que discute questões cru-
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ciais que colocam em primeiro plano a necessidade de reabertura de espaços de exibição, tanto para a formação de novos públicos como para alternativa viável para o atual problema de distribuição do cinema brasileiro no País. Presta homenagens a O2 Filmes, apresentando a vitalidade do seu trabalho em coproduções que ganharam o mundo, o reconhecimento da crítica e do público. Em mais uma edição da Mostra CineBH, a Universo Produção reafirma seu compromisso com o País, com Minas, com Belo Horizonte e com a comunidade de Santa Tereza levando a cultura para perto do povo – hoje mais que um evento, um instrumento que se faz necessário ao nosso fazer cinematográfico, à nossa condição humana que quer ter acesso a uma programação cultural de qualidade. Além das exibições de filmes em pré-estreias nacionais e internacionais, retrospectivas, oficinas, seminário, debates, cine-escola, mostrinha de cinema, o evento reúne também outras manifestações da arte – exposição, cortejo, lançamento de livros e atrações musicais, reconhecendo a cultura como instrumento de transformação social e construção da cidadania. A programação cultural gratuita, abrangente e de vanguarda acontece na Vila do Cinema instalada no tradicional bairro de Santa Tereza com três espaços de projeções – o Cine-Tenda (400 lugares), o Cine-Praça (1.500 lugares) e o precioso Cine Santa Tereza, prédio arquitetônico e urbanístico expressivo da história cultural e do cinema em Belo Horizonte, fundado em 1944 e desativado desde 1980. Foi reerguido pela Universo Produção para ser a sede e o coração da Mostra CineBH e, mes-
mo entreaberto provisoriamente, já insinua a importância da sua destinação para o audiovisual. Inserida na vida e no cotidiano da comunidade de Santa Tereza, a Mostra CineBH assume as comemorações dos 111 anos do bairro e promove, em parceria com a Associação Comunitária, ações que apresentam as personalidades e o cenário de muitas histórias. Agradecemos à Prefeitura de Belo Horizonte, aos Comissariados Brasileiro e Francês, Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores no Brasil e na França, ao Comitê Mineiro do Ano da França no Brasil, às empresas patrocinadoras, às lideranças políticas e comunitárias e aos parceiros que, sensibilizados e comprometidos com ações scioculturais-turísticas, somaram esforços na viabilização da 3ª CineBH – testemunha das dificuldades e cúmplice da busca de soluções, do conhecimento e descobertas. À dedicada e incansável equipe de trabalho e a todas as pessoas que acreditaram na proposta – diretores, atores, produtores, técnicos, lideranças, imprensa; enfim, todos – nossa gratidão. Sejam bem-vindos à moldura de novos e longos traços e permitam-se que um espetáculo de imagens e sons desvenda novos mundos diante dos seus olhos.
Raquel Hallak Quintino Vargas Fernanda Hallak Diretores da Universo Produção Coordenadores do Cinema sem Fronteiras – Mostra CineBH
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apresentação elo Horizonte é, definitivamente, a cidade onde a cultura ganha vida. Hoje, a capital mineira tem orgulho de sediar grandes eventos culturais, como o Festival Internacional de Teatro (FIT), o Festival de Arte Negra (FAN), o Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), o Encontro de Literatura. Além da internacionalização da cultura, a cidade vem desenvolvendo projetos, programas e ações que garantem o acesso democrático aos bens culturais, o incentivo e a proteção do patrimônio cultural. Cerca de 900 mil pessoas frequentam os espaços da Prefeitura, e as atividades descentralizadas, realizadas em locais públicos, têm promovido a inclusão e contribuído para um processo de formação de público. Hoje a cultura é uma das prioridades do nosso programa de governo e foi contemplada no Planejamento Estratégico para 2030 como um dos projetos sustentadores – o Rede BH Cultural. Isso porque acreditamos que a cultura pode ser um caminho para a transformação de uma sociedade, através da inclusão social, da geração de oportunidades de trabalho e negócios e do fortalecimento da identidade dos cidadãos com sua cidade. A realização da Mostra CineBH é mais uma prova da vitalidade e das oportunidades de criação e produção cultural que Belo Horizonte oferece. E o evento é mais um destes momentos mágicos que a cidade irá viver. Todos sabemos da importância do cinema como manifestação estética, registro da história da humanidade e que conquistou os povos de todos os continentes. Se a cultura pode ser um caminho para a transformação de uma sociedade, o cinema se destaca como ferramenta nesta transformação.
A Mostra CineBH concretiza a possibilidade de acesso da população à cultura, ao utilizar um espaço tradicional e historicamente cultural de nossa cidade, que é a praça Duque de Caxias, no bairro Santa Tereza. Belo Horizonte recebe, de braços abertos, mais esta edição da Mostra CineBH. A cada filme exibido, a cada oficina ou seminário realizado, não se estará abrindo apenas um espaço para debates e reflexões sobre esta arte, mas, principalmente, construindo dentro de cada um o espaço que nos permite ter a consciência de que somos agentes transformadores da realidade que vivemos.
Marcio Araujo Lacerda Prefeito de Belo Horizonte
apresentação cinema é uma atividade que passa a criar uma dinâmica própria, sendo um pequeno investimento, porém um grande ativo para o País, consolidando um dos mais importantes passos culturais brasileiros. Em Belo Horizonte, assim como em outras capitais, a cinematografia é pouco conhecida, mas a largada para a grande construção, com perfil industrial, já foi dada e esse é o principal esforço neste momento. Com a Mostra CineBH, mais uma oportunidade é aberta para paisagens de interesses de vários campos da produção independente e o mercado do audiovisual. A importância da CineBH concentra-se no que vem da própria multiplicidade de sentidos deste conceito e da imensa gama de possibilidades que a cidade de Belo Horizonte oferece à reflexão e à ação sobre as conexões e formatos de intercâmbio e cooperação. Nosso conselho a todos, moradores e visitantes da capital mineira, é que aproveitem, ao máximo, esta agradável, criativa e lúdica temporada.
Júlio Pires Diretor-presidente da Belotur
os últimos anos, desde o início da retomada da produção cinematográfica em nosso País, multiplicou-se o número de eventos – festivais, mostras, semanas – espalhados ao longo do mapa brasileiro, cujo objetivo, além de apresentar o trabalho de nossos cineastas, é reforçar os laços com o público e incentivar a formação de novas plateias. Ao mesmo tempo, nesse período, consolidou-se, cada vez mais, a parceria entre a Petrobras e o cinema brasileiro. A Mostra CineBH, na sua terceira edição, é um bom exemplo disso. Em 2009, a Mostra CineBH exibirá 77 filmes em seis dias de programação oferecida gratuitamente ao público. Haverá ainda a promoção de debates com cineastas, críticos, produtores e pesquisadores, onde, a partir dos filmes exibidos, serão discutidas características e desafios da coprodução internacional. O evento enfoca o contexto do mercado audiovisual brasileiro em intercâmbio com o mundo e discute questões cruciais que colocam em primeiro plano a necessidade de reabertura de espaços de exibição, tanto para a formação de novos públicos como para alternativa viável para o atual problema de distribuição do cinema brasileiro no Brasil. A Petrobras, maior empresa brasileira e maior patrocinadora das artes e da cultura em nosso País, como nas outras edições, está presente nesta edição da Mostra CineBH. Ao patrocinar o evento, reforçamos a aliança da marca Petrobras ao cinema brasileiro, cumprindo com os propósitos e as diretrizes de nossa política cultural. Nosso compromisso – convém reiterar – não se limita a apoiar a produção de filmes. Alcança também o apoio à distribuição e à exibição, ou seja, incentiva que o trabalho de nossos cineastas chegue ao público e que esse público seja cada vez maior.
Petrobras
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coprodução internacional
temática
O Brasil em diálogo com o mundo por Leonardo Mecchi ivemos em tempos globalizados. Tempos de recursos globalizados, talentos globalizados e problemas globalizados. Nesse cenário, as coproduções internacionais surgem cada vez mais como uma alternativa – tanto para países como a França, que detêm quase metade de seu mercado cinematográfico, como o Brasil, que ocupa apenas 10% – para, de maneira apenas aparentemente contraditória, reforçar cinematografias nacionais nesse cenário global, buscando viabilizá-las em uma realidade em que a produção de um único país monopoliza nada menos que 85% do mercado mundial. Alternativa na busca por recursos para financiar uma atividade a cada dia mais onerosa, alternativa para distribuir os filmes a um mercado mais amplo que o local, alternativa para fomentar o intercâmbio de culturas, tecnologias e profissionais. Os benefícios da coprodução internacional vão além do financiamento mais imediato de produções nacionais que, de outra forma, não conseguiriam captar recursos para sua realização. A coprodução tem a capacidade de aproximar culturas, não apenas através da obra pronta, mas também no compartilhamento de experiências e conhecimento entre os profissionais de diferentes nacionalidades, envolvidos em sua realização. Confrontam-se visões diferentes de mundo e de cinema, estimulam-se debates sobre culturas e modos de produção, fomentam-se novos cinemas: multinacionais, transnacionais, pan-nacionais.
Não se pode negar, entretanto, os benefícios econômicos diretos da coprodução internacional. Se não há dados oficiais do montante de recursos trazidos para projetos brasileiros através dessa modalidade de produção, é fato que ela é vista cada vez mais por nossos produtores como uma alternativa viável e saudável para o financiamento de seus projetos: se nos sete primeiros anos da chamada “retomada” do cinema brasileiro foram realizadas apenas 15 coproduções internacionais (todas, à exceção de uma, em parceria com Portugal), nos sete anos seguintes esse número pulou para 48 coproduções, realizadas com 18 países diferentes. Para além do financiamento da produção propriamente dita, se considerarmos que mesmo na Europa (uma das regiões mais abertas à diversidade das cinematografias regionais) a produção do resto do mundo – descontando-se os filmes europeus e hollywoodianos – é relegada a apenas 2% de participação nas salas de cinema, os benefícios da coprodução internacional podem ser estendidos também à distribuição e à inserção internacional desses filmes, uma vez que eles são considerados como obras nacionais também no país de coprodução – e por isso aptos a utilizar fundos ou cotas de proteção à produção local. Isso fica claro quando observamos que 54% dos títulos da América Latina lançados na Europa são coproduções com países europeus, e que esses filmes obtêm, na média, o dobro de
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público de um filme 100% latino-americano. Não é à toa que, das dez maiores bilheterias brasileiras dos últimos anos no mercado europeu, oito são de filmes realizados em coprodução internacional. Apesar de todas essas evidências, o Brasil ainda engatinha nesse novo cenário de recursos (humanos, técnicos e financeiros) globalizados, mesmo quando comparado a países vizinhos como a Argentina, que desde 2000 já realizou mais de 270 coproduções internacionais. Entretanto, iniciativas governamentais e de uma nova geração de produtores que não se acomodam sob a tutela do Estado e seus recursos incentivados (e que, por isso mesmo, parecem mais capacitados a trabalhar nessa nova configuração do audiovisual contemporâneo) demonstram o reconhecimento – tardio, mas inexorável – de que esse é um dos principais caminhos a serem trilhados pelo cinema brasileiro atual. Parafraseando nosso presidente da República, se o Brasil ganhou definitivamente sua cidadania internacional com a eleição do Rio para sede das Olimpíadas de 2016, nossa cidadania no campo da coprodução se deu alguns meses antes, com a realização pela O2 Filmes (não à toa a homenageada desta edição da Mostra CineBH) de Ensaio Sobre a Cegueira, uma coprodução de US$ 25 milhões entre Brasil, Canadá e Japão, distribuída para mais de 40 países. E as consequências já começam a surgir: apenas este ano estão em andamento no Bra-
sil, em diversos estágios de realização, 37 projetos de coprodução internacional, mais do que a soma de tudo o que foi realizado nos últimos quatro anos. Ciente da importância de se fomentar e discutir esses novos modelos de produção, a Mostra CineBH 2009 se propõe, portanto, a ser um espaço amplo e diverso de debate sobre as oportunidades e desafios que a coprodução internacional impõe aos produtores e cineastas brasileiros, colocando esse modelo em evidência e discussão por meio da exibição de filmes e da realização de seminários e debates sobre o assunto. Esperamos, dessa forma, poder contribuir positivamente para a aceleração de um processo que, acreditamos, é fundamental e inadiável para o amadurecimento e a profissionalização de nossa produção.
Leonardo Mecchi Produtor, crítico de cinema e colaborador da temática conceitual da Mostra CineBH
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Estratégias de coprodução internacional para o desenvolvimento do audiovisual no Brasil por Steve Solot
oprodução é um termo abrangente que pode ser aplicado a qualquer forma de colaboração financeira, criativa ou técnica envolvida na realização de uma obra audiovisual. Existem várias configurações de coprodução audiovisual entre os setores público e privado de um país, ou entre um ou mais países, em função da forma de participação e acordos contratuais entre as partes, mas todos podem ser classificados em duas categorias: coprodução entre partes privadas ou coprodução utilizando um tratado bilateral ou multilateral assinado entre os governos dos países participantes. Um filme qualificado por um tratado de coprodução recebe duas ou mais “nacionalidades” nos respectivos territórios, e passa, assim, a estar credenciado aos incentivos fiscais nacionais e a outras formas de apoio governamental voltados para a promoção da produção, distribuição e/ou exibição cinematográfica. Uma coprodução apenas entre partes privadas obedece estritamente às cláusulas dos contratos e pode oferecer mais flexibilidade em negociação e menos burocracia que uma coprodução dentro de um marco de um tratado, embora sem gozar de benefícios fiscais outorgados a filmes nacionais de cada país. Os acordos de coprodução internacionais e os incentivos fiscais nacionais operam como duas ferramentas essenciais
para a concretização dos objetivos políticos para o desenvolvimento de uma indústria audiovisual sustentável, além de promover a diversidade cultural e a educação audiovisual. Os tratados possibilitam a produção da maioria dos filmes voltados para o público internacional e são componentes significativos e crescentes na criação de políticas regulatórias audiovisuais pelos governos. Os incentivos fiscais e os subsídios para a produção cinematográfica e televisiva estão previstos nas normas para o comércio internacional da Organização Mundial do Comércio – OMC (GATT), e rapidamente assumiram um papel essencial no estímulo da produção, assim como da distribuição e exibição, de conteúdo audiovisual no ambiente digital globalizado de hoje. No lugar das políticas de proteção dos mercados domésticos através de restrições e barreiras contra importações, no final do século XX começa a surgir uma série de legislações na América Latina para promover a produção audiovisual através da atração de capital externo. A lógica dessas políticas conduz o setor audiovisual, tanto cinema como televisão, a competir diretamente nos mercados locais e internacionais, além de promover a circulação internacional de bens e serviços do setor audiovisual. Embora a cultura e a identidade nacional permaneçam como fatores significativos na confecção da nova legislação audiovisual, os antigos modelos protecionistas de desenvolvimento das políticas culturais não mais predo-
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estratégias de coprodução
minam. De fato, esta mudança nasce da percepção da importância estratégica de ter acesso aos mercados globais. A política de promoção de coproduções internacionais figura como componente integral da política de desenvolvimento de uma indústria audiovisual nacional, que por sua vez é um dos elementos da estratégia de desenvolvimento econômico da maioria dos países. Mesmo antes da Segunda Guerra Mundial, vários países, e principalmente os EUA, perceberam o valor da indústria audiovisual como instrumento de influência cultural e crescimento econômico, e não apenas como forma de entretenimento. De fato, as indústrias criativas como um todo, e o setor de entretenimento em particular, são hoje considerados um “motor” de geração de emprego, tributação, crescimento econômico, e até exportações de bens e serviços, com efeitos multiplicadores positivos na economia nacional. Como parte dessa tendência mundial de coprodução e distribuição de filmes nacionais, os produtores estrangeiros, especialmente dos Estados Unidos, também tiram proveito dos mecanismos de incentivos fiscais e de coprodução, e participam do crescente acesso ao financiamento audiovisual, o que contribui para a expansão da indústria audiovisual em vários países da América Latina.
O Brasil tem abraçado a tendência de coprodução internacional através de vários mecanismos como o Programa Cinema do Brasil, uma parceria entre a Apex e o Ministério da Cultura, com apoio do Itamaraty e da Ancine. Esta iniciativa permitiu a participação de produtores brasileiros em mais de 20 festivais e 20 encontros de negócios em países como Alemanha, Canadá, França, Itália e Argentina. No entanto, o Programa tem praticamente ignorado o potencial para coprodução com o cinema independente dos EUA e os produtores hispânicos, que poderia ser articulado através de entidades representativas como IFTA, IFP e Nalip.
Steve Solot Presidente da Rio Film Commission Presidente do Latin American Training Center – LATC, Presidente do Comitê de Propriedade Intelectual, Câmara do Comércio Americana – Rio e Ex-Vice-Presidente Sênior na América Latina da Motion Picture Association (MPA).
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entrevista manoel rangel por Daniel Caetano anoel Rangel é, desde 2006, diretor-presidente da Ancine – Agência Nacional do Cinema, órgão oficial de fomento, regulação e fiscalização do setor audiovisual no Brasil, e durante seu mandato tem apoiado e fomentado cada vez mais a realização de coproduções internacionais no País. Nascido em Brasília em 1971, formou-se cineasta pela Universidade de São Paulo em 1999. Foi presidente da Associação Brasileira de Documentaristas de São Paulo, entre 1999 e 2001, e da Comissão Estadual de Cinema da Secretaria de Estado da Cultura, entre 2001 e 2002. A partir daí seguiu carreira em cargos oficiais públicos, foi assessor especial do Ministério da Cultura, entre 2004 e 2005, e secretário do Audiovisual Substituto no mesmo período, quando coordenou o grupo de trabalho sobre regulação e reorganização institucional da atividade cinematográfica e audiovisual no Brasil. Em maio de 2005, foi nomeado membro da Diretoria Colegiada da Ancine e, no final de 2006, foi nomeado diretor-presidente, com mandato até 2009. CineBH – As coproduções internacionais realizadas pelo Brasil estão em uma curva ascendente. Alguns acordos foram reativados e alguns novos acordos foram realizados recentemente. Estão sendo realizados filmes em coprodução com vários países da América Latina e ainda com Portugal, Canadá e outros. Como está sendo pensada essa questão da coprodução com outros países? Manoel Rangel – Nossa política aqui na Ancine tem dois braços muito claros: o principal é a expansão do mercado interno, fazer nosso mercado deixar de ser um mercado pequeno para ser um mercado médio, e o nosso objetivo é ter, ao fim e
ao cabo, um mercado grande, compatível com o tamanho da economia brasileira no mundo, com o tamanho da população e com o projeto de Brasil que o país constrói junto. Uma outra perna importante dessa política é a internacionalização dessa produção brasileira. Nesse movimento, nós tivemos ao longo dos últimos anos um conjunto de medidas para viabilizar um número maior de coproduções internacionais. Para nossa satisfação, houve resposta dos nossos produtores e aumentou significativamente o número de coproduções que o Brasil tem feito. Nós saltamos de um patamar por volta de 11 filmes em 2004 para um número em torno de 27 no ano de 2008. Portanto, é um crescimento expressivo de coproduções articuladas. Para isso, nós fizemos a renovação de acordos de coprodução com a França e a Alemanha – já firmados e em operação –, renovamos o acordo de coprodução com a Itália, firmamos um acordo de coprodução com a Índia. Participamos das alterações no acordo iberoamericano de coprodução, que envolve 18 países em um mesmo regime de coprodução e que mantém um programa de coprodução, o Ibermedia. Nós temos também uma política de realização de encontros de coprodução: fizemos ano passado dois encontros de coprodução do Mercosul, encontros de coprodução com a Galícia, com a Espanha, fizemos alguns encontros de coprodução com o Canadá, com a França, com a Alemanha. Temos uma política constante de aproximação. O Brasil mantém os programas Cinema no Brasil, Brazilian TV Producers e Filme Brasil, todos os três apoiados pelo governo, através da Apex, agência de exportação do governo brasileiro, e do Ministério da Cultura. Programas geridos por produtores, em parceria com o Estado. E esses programas atuam no sentido de estimular a coprodução de obras audiovisuais e de filmes em uma perspectiva de trocas culturais, de ampliar o horizonte da criação artística, mas também
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de ampliar as condições de financiamento e de obtenção de mercado dessas obras. Essa é uma política permanente, para a qual se mobilizam esforços múltiplos: da Apex, do Itamaraty (que criou uma divisão do audiovisual no ano de 2005, dando um passo a mais na estruturação da política internacional), da Secretaria do Audiovisual, da Agência Nacional de Cinema e dos produtores organizados em torno das associações de promoção internacional. CineBH – Como está a regulação específica do uso de recursos em coproduções? Existe a preocupação com a possibilidade de produtores internacionais quererem viabilizar projetos que já possuem uma origem financeira bastante sólida, mas que aproveitam para canibalizar recursos que são de incentivo? São, afinal, distorções que podem ocorrer. Manoel – Eu não conheço casos desse tipo que tenham acontecido. A agência é muito atenta à observância dos princípios legais para essa matéria e os projetos que têm sido feitos são todos projetos de coprodução. Aqueles que receberam autorização para recursos públicos brasileiros são projetos de coprodução real, com envolvimento real, com direitos patrimoniais preservados, com todas as características de uma coprodução que é benigna para o nosso País. A maneira como a gente faz isso é com acompanhamento e controle. O que é a coprodução? A coprodução não é você arranjar dinheiro de outros para fazer um filme brasileiro. A coprodução é você construir projetos que sejam mobilizações de talentos artísticos e técnicos de dois países para realizar obras que podem, em alguns casos, ter uma temática fortemente brasileira, e terá em outros casos uma temática fortemente de um terceiro país. Essa possibilidade tem que estar presente, o caminho
temática da coprodução é um caminho de mão dupla, ele não comporta um raciocínio utilitarista do tipo “vem a nós e não vai ao outro”. O outro país, o outro produtor, o outro mercado também tem que ter ganhos nesse processo da coprodução. Até o presente momento nós não temos casos que distorçam isso. E aquilo que se aventurou, tentando se apresentar com esse viés, nós não aprovamos aqui na Ancine. Nós não aprovamos, esse é um recado que nós temos reiterado para nossos produtores. Nós procuramos dissuadir os produtores brasileiros até mesmo de apresentar propostas dessa natureza aqui dentro. Isso não significa dizer que esse risco não exista. O risco existe, sempre. Hoje a gente já detecta isso, na medida em que o Brasil cada vez mais for reconhecido como um polo de coprodução, coisa que o Brasil no passado nunca foi, não porque o Brasil não tivesse capacidade para ser, mas porque nossos produtores ensimesmaram-se. CineBH – Mas muitos filmes foram produzidos em regime de coprodução em décadas anteriores. Manoel – Mas não foi a tônica, é isso que estou dizendo. A tônica do nosso processo nunca foi o processo de coprodução. O horizonte sempre foi um horizonte de diálogo com o mercado brasileiro, com o horizonte brasileiro, com o dinheiro brasileiro. O que nós estamos procurando é mudar essa perspectiva. Em um cenário onde a gente se internacionaliza mais, é natural que você vá ter que aprimorar as defesas desse processo de coprodução. Isso pode significar que a gente tenha que, dentro de algum tempo, adotar métodos como o método francês ou o canadense, que é um rígido sistema de pontuações em que aquele projeto que não cumpre um determinado conjunto de exigências que ali estão não se habilita para receber inves-
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entrevista timentos públicos naquela operação de coprodução. Uma pontuação que leva em conta desde o idioma a chefes de equipe, elenco principal, elenco secundário. Leva em conta a quantidade de capital investido, os direitos de exploração comercial e direitos patrimoniais derivados. Ou seja, é possível que a gente tenha que caminhar em algum momento para um sistema de pontuação mais rígido, que faça um crivo ainda mais rigoroso do que a gente tem feito até agora. Neste momento, nós não temos necessidade desse tipo de norma porque o que se apresenta diante de nós é facilmente mapeável e nós não temos tido distorções, mas a agência está atenta aos vários elementos que podem surgir nesse percurso de internacionalização que o Brasil atravessa. CineBH – Há perspectivas de novos acordos em andamento? Manoel – Nós temos um acordo de coprodução em fase de conversa e diálogo com Israel e vamos ter conversas este ano ainda com a Suécia. Não está em vista um acordo de coprodução, mas está em vista um processo de cooperação com a Suécia. Assim como nós não temos um acordo com o Reino Unido, mas temos um processo de cooperação com o Reino Unido que, inclusive, resultou numa coprodução bastante bem-sucedida, Jean Charles. CineBH – Falando em Jean Charles, este ano nós temos alguns filmes que conseguiram obter excelentes números de bilheteria, mas novamente existem dezenas de filmes patinando para conseguir distribuição. Como estão os planos para conseguir ampliar o mercado para o filme médio, para conseguir disseminar esses filmes atualmente? Manoel – O mercado este ano tem sido, de fato, excepcional. Nós tivemos já quatro filmes brasileiros que fizeram mais de um milhão de espectadores. Um com mais de dois milhões de
temática espectadores e um, com um número absolutamente extraordinário, fez mais de seis milhões de espectadores. Mas também tivemos pelo menos outros três filmes que fizeram bons números, números de filmes médios: O Menino da Porteira, que fez cerca de 650 mil espectadores, O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes, que fez cerca de 300 mil espectadores, e Jean Charles, que também fez 300 mil espectadores. Nós temos, portanto, um mercado funcionando de maneira extraordinária este ano. Ano passado, para a gente ter um elemento de comparação, nós tivemos um filme que fez mais de um milhão de espectadores e tivemos cerca de 14 filmes que fizeram cerca de 500 mil espectadores. Portanto, é uma situação mais equilibrada a deste ano, mais positiva, puxando o mercado inteiro. O que ocorre no Brasil, mas também em todo o resto do mundo, na participação de mercado na Espanha, na Argentina, no México, na França, é que há uma situação curiosa, em que existem extremos operando. Há um conjunto de filmes que têm um resultado muito expressivo e há uma grande quantidade de filmes com resultado absolutamente inexpressivo de público nas salas de cinema. Ou seja, é como se tivesse naufragado o chamado filme médio, que é aquela miragem que os produtores de cinema e os distribuidores passaram anos no Brasil dizendo que era onde residia um mercado estável. Na realidade isso afundou, ou seja, o cinema americano tem esse filme, mas os cinemas nacionais não têm tido esse tipo de perfil na ocupação de seus mercados. Daí eu afirmo, em relação ao nosso mercado, que esse ano é um ano interessante, porque nós conseguimos ter filmes muito expressivos e temos tido filmes de desempenho médio importantes. Mas continuamos tendo um conjunto de filmes com dificuldade na ocupação do mercado, isso é fato. Para lidar com isso, temos mantido um programa que estimula as distribuidoras a trabalharem também com esses filmes pequenos. O Prêmio Adicional de Renda, na maneira como contabiliza o resultado das distribuidoras, valoriza aquelas que trabalham com mais títulos, com títulos pequenos. Por-
entrevista que soma sem fazer nenhum tipo de deflação, nenhum tipo de valorização dos grandes lançamentos, pelo contrário, há uma correção de equilíbrio em favor dos filmes que têm uma menor participação. E também no caso do edital que a Petrobras faz em diálogo com a Ancine, onde somente as distribuidoras brasileiras podem se apresentar. E são elas, em geral, que estão trabalhando com a carteira desses filmes. Em geral, nós criamos uma condição que favorece a colocação desses filmes no mercado. A existência de filmes que não chegam às salas de cinema é algo absolutamente normal em mercados bem estruturados. Em geral se produz mais do que a quantidade de filmes que vão estrear nas salas. Porque é próprio do mercado que a sala de exibição se transforme num lugar que tem um filtro para se chegar. No Brasil, a gente até tem uma situação bastante positiva, quase todos chegam. De cerca de 100 filmes que nós temos feito por ano, nós temos estreado 80. É uma situação mais interessante que a realidade de outros países, mas isso não significa que a gente não se preocupe com a situação daqueles filmes que aspiravam estar no mercado de salas e que por uma razão ou outra têm muita dificuldade de estar nesse mercado. Ocorre que, na maneira como o mercado está organizado no Brasil, onde a decisão de realizar um filme é uma decisão autônoma de um produtor; onde o Estado não discute se aquele filme pode ou não ser feito, mas apenas verifica se há capacidade de produzi-lo e se são atendidas certas regras; onde o filme nasce para ser produzido sem nenhum tipo de compromisso firmado com terceiros agentes que sejam importantes no processo de fazê-lo chegar ao público em qualquer janela que seja; a probabilidade de ter filmes que têm muita dificuldade de se colocar no mercado, em qualquer nicho de mercado possível, é muito maior. Porque você tem pouco diálogo sobre que público se quer atingir, com qual faixa da sociedade se quer dialogar, qual é a proporcionalidade do orçamento em relação aos resultados que se pode obter com aquele filme. São todas reflexões importantes também a serem
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feitas, além do esforço criador de pensar o que o cineasta quer dizer, com quem ele quer falar. CineBH – Nesse caso, está se falando de um mercado comercial. Também é preciso disseminar os filmes que claramente não têm capacidade de obter rentabilidade no esquema comercial, mas que mal ou bem é preciso ser dado o direito aos cidadãos para os verem e saberem se gostam ou não. Manoel – Veja bem, quando eu falei do mercado, eu não estou discutindo o mercado do ponto de vista dos filmes mais rentáveis ou dos filmes que se comunicam com toda a sociedade. Eu estou falando do mercado como mercado amplo, e o mercado brasileiro tem uma riqueza em relação ao de outros países que é o fato dele ser bastante diversificado. Eu tenho um mercado sim para filmes de alto valor estético, tenho mercado sim para filmes difíceis, de reflexão, tem mercado para isso no Brasil. Em geral esse mercado está restrito aos grandes centros urbanos, às grandes metrópoles, mas a pergunta é: esses filmes aspiram ir além desses grandes centros, dessas grandes metrópoles? Foram feitos aspirando ir além? Essas são perguntas que o diretor e o produtor dos filmes deveriam fazer ao seu produto quando lá atrás tiveram uma ideia. O valor estético, cada um atribui o seu, mas se a gente não quiser transitar para o território do completo relativismo, eu tenho que considerar que há mecanismos que o próprio setor produziu, que a sociedade produziu, de avaliação dos filmes. Festivais, por exemplo. Júris, crítica especializada, artigos em jornais e revistas, universidades, teses, estudos, ou seja, nós vivemos em sociedade. Há muito dinheiro envolvido na produção de um filme, esse dinheiro é todo público, ou ao menos majoritariamente público. Se são públicos, majoritariamente, é preciso haver critérios que a sociedade estabelece para fazer acompanhamento e validação dessas coisas. O que eu estou querendo dizer é o seguinte: eu não encaro o mercado como um mercado
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entrevista para poucos, eu encaro o mercado como um mercado onde há espaço para todos os filmes. Mas os filmes devem guardar uma proporcionalidade entre orçamento e sua capacidade de obter colocação no mercado. Sem essa proporcionalidade nenhum mercado se sustenta. CineBH – Ao mesmo tempo que a Ancine tem que ser parceira dos agentes de mercado, criando condições para que as coisas se deem na melhor maneira possível nesse mercado comercial, ela também não tem que, nesse sentido de planejamento de longo prazo, ser complementar com atividades de disseminação de filmes? Manoel – O papel da Ancine dentro da política pública de cinema e audiovisual é a estruturação do mercado. É a regulação e fiscalização do mercado. O papel da Secretaria do Audiovisual refere-se a tudo aquilo que é extramercado, a operação de inovação e cultura audiovisual. No escopo da Ancine, o nosso olhar não é um olhar estreito, é nisso que eu insisto. Eu não assumo essa leitura, que eu sei que é de alguns, de que o mercado é apenas o filme de um milhão, um milhão e meio, de cinco milhões de espectadores. Eu acho que o Brasil tem mercado, tem circuito exibidor, tem televisão interessada e tem distribuidor de DVD interessado em filmes que no mercado de salas não vão falar com mais do que 50, 100 mil pessoas. O que muitas vezes ocorre é que não há proporcionalidade no processo da produção da obra e na perspectiva de retorno que aquela obra pode dar. Segundo, muitas vezes ocorre que o produtor não consegue encontrar o distribuidor que saiba trabalhar o filme dele e saiba fazer o filme dele circular e encontrar o público que ele precisa encontrar. Esse é um trabalho específico, é um trabalho de programação, de saber colocar esses filmes no mercado. CineBH – E existem projetos para fazer com que esse tipo de relação se dê?
temática Manoel – A gente tem travado debates com as empresas nesse sentido, a gente acolhe todas essas empresas no mecanismo do Prêmio Adicional de Renda, na perspectiva do edital de produção da Petrobras, que acolhe essas empresas e trava esse debate com o setor. Mas essa operação é uma operação entre produtor e distribuidor, não é o Estado que vai substituir o produtor, o distribuidor, o exibidor, a televisão e o distribuidor de DVD nesse diálogo. Esse é um esforço que cada um tem que se incumbir de sua parte. Se não a gente está pensando o Estado de uma maneira completamente paternalista, onde, além dele dar o dinheiro, ele diz como é que o cara vai fazer para conseguir encontrar o público com o qual ele quer dialogar, ele vai achar um distribuidor que entre com esse produtor, ele vai ter que achar o lugar onde esse filme vai ser exibido. Não é a visão que a gente tem do papel do Estado na estruturação do mercado. Mas há todo um outro universo, que é o universo da difusão, da reflexão, da circulação dessas obras, com o qual o Governo Federal tem tido intenso diálogo e produzido políticas para dialogar com isso. O Governo Federal montou a Programadora Brasil, estruturou os Cine Mais Cultura, tem dado intenso apoio aos movimentos de cineclube, aos festivais. Todos eles têm apoio do Governo Federal, seja através da Lei Rouanet ou de mecanismos do Fundo Nacional de Cultura. Portanto, o Estado assumiu sua parcela de responsabilidade com esse outro universo que está posto aqui. E tem outra questão com a qual estamos trabalhando, que é a expansão do mercado interno. Há um esforço nosso de expandir o mercado de salas de cinema. Hoje nós estamos trabalhando na estruturação de um programa de expansão de um parque exibidor que permita ao Brasil sair de suas 2.300 salas para um patamar de no mínimo 3.000 salas. E nós acreditamos que há mercado para isso. Há viabilidade para isso e estamos trabalhando com a indução disso em relação à classe C, às periferias das grandes cidades, às cidades médias do interior do País, às cidades médias sem sala de cinema. Estamos indo em busca da demanda não atendida. Temos dito aos produtores, aos distribuidores e
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foto: tânia rêgo
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entrevista atuado no Congresso para que se aprove o PL 29 e se institua uma cota de produção independente de filmes brasileiros nos diversos canais de televisão por assinatura, porque isso induz a demanda. Porque isso gerará mercado para os filmes e para a produção independente de televisão. Portanto, há uma atuação no sentido de expansão do mercado que, quando ocorre, favorece o conjunto dos filmes produzidos no Brasil. Mesmo aqueles filmes que têm como ponto de partida um desafio de renovação estética, de linguagem ou de reflexão. Nós entendemos que uma cinematografia se faz de bons filmes. Bons filmes com capacidade de reflexão e bons filmes com capacidade de comunicação com o público. CineBH – A Ancine, quando foi criada no Governo Fernando Henrique, teve durante seu processo de criação um rebuliço e a regulação da área de televisão ficou de fora. E no Governo Lula, quando houve nova tentativa de inserir a área da TV dentro da jurisdição da Ancine, isso novamente não aconteceu. Recentemente foi publicado um estudo mostrando qual a porcentagem de filmes brasileiros que são exibidos nas TVs aberta e por assinatura. É um percentual que chega a ser risível, é constrangedor. Existem projetos para atuar nesse sentido ou isso continua congelado? Manoel – Entre as iniciativas que os Governos Fernando Henrique e Lula tomaram em relação à matéria, eu diria que o elemento positivo é que as duas principais forças políticas do País tiveram convergências de entendimento sobre a necessidade de uma política conjunta para o cinema e o audiovisual. Ou seja, que lide com a perspectiva do mercado audiovisual como um todo: cinema, televisão, televisão por assinatura, novas mídias, DVD. Esse é um elemento extremamente positivo. Entre o debate ocorrido no Governo Fernando Henrique e o debate ocorrido durante o Governo Lula, a diferença fundamental é que da época do Governo Fernando Henrique tudo que nós conhecemos são os bastidores, porque esse debate nunca
temática veio a público, nunca houve a apresentação de uma proposta e o enfrentamento público para tentar construir na sociedade uma maioria favorável a esse ponto de vista. No Governo Lula esse debate veio a público e houve um esforço de disputa na sociedade por esses pontos de vista. Num dado momento, se percebeu que aquele caminho não havia reunido maioria. Portanto, o presidente Lula optou por dizer: segue-se uma parte das medidas, que são medidas de desenvolvimento e estímulo para o setor, e vamos continuar debatendo mais com o Congresso Nacional e a sociedade brasileira as medidas no campo regulatório. Essas medidas de desenvolvimento vêm sendo implantadas. Em 2006, o governo aprovou no Congresso Nacional a Lei 11.437, que criou o Fundo Setorial do Audiovisual, e o Artigo 3º-A, que é um mecanismo que viabiliza a parceria com as televisões e reforça a parceria com as programadoras nacionais e internacionais. Isso fez com que a Ancine começasse a operar um forte esforço de indução da parceria entre a televisão e a produção independente e de parceria entre a televisão e o cinema brasileiro. A gente vai vendo gradativamente os resultados. Não ocorre na velocidade que gostaríamos, mas digamos que ocorrem deslocamentos no sentido de haver mais parcerias entre televisão e a produção independente e de haver mais presença de filmes brasileiros na televisão. Como você disse, o que nós constatamos é que essa presença é baixíssima, mas se você montar uma curva no tempo dessa presença, eu posso dizer que nos últimos três anos é uma curva ascendente. Portanto, esse é um caminho de estímulo à parceria. Ao mesmo tempo, não desapareceu o debate regulatório. O principal debate que discute a presença da produção independente na televisão é o debate sobre o PL 29 no Congresso Nacional, que disciplina a televisão por assinatura no Brasil. Nesse debate, claramente, todas as comissões de deputados que já tiveram oportunidade de deliberar sobre o PL 29 optaram por incluir no substitutivo da lei a cota para a produção independente brasileira, para filmes brasileiros, nos diversos canais de televisão por assinatura. Isso é uma conquista,
entrevista é a evolução daquele debate travado lá atrás, é a continuidade de um esforço no sentido da criação de um mercado vigoroso para o cinema na televisão e para a produção independente na televisão brasileira. CineBH – Com relação ao mercado de DVDs, a disseminação dos filmes brasileiros recentes está encontrando dificuldade de entrar no mercado de DVD, que está em crise sobretudo pelos downloads de Internet. Como você vê essa questão? Manoel – O mercado de DVD continua ativo, distribuindo títulos brasileiros, mas eles estão em crise. Eles vivem uma situação que é uma mudança brutal de uma realidade que foi uma era de ouro para o mercado de DVD para uma realidade de dificuldades. O que é essa realidade de dificuldades? Diminuiu a margem de ganho, diminuiu o número de unidades vendidas. Mas há todo um esforço feito no sentido de manutenção desse mercado. O Brasil ainda tem cerca de 6.000 locadoras funcionando. Nós tínhamos 10.000 locadoras, hoje nós temos 6.000. Eu cito o número porque se não a gente entra no reino do apocalipse, e é sempre bom observar as coisas tal como elas se dão. É expressiva a queda de 10.000 para 6.000? É muito expressiva. Mas é muito expressivo você ter 6.000 locadoras funcionando neste mercado. É expressivo o fato de que esse mercado já não fatura três vezes mais que o mercado de salas de cinema? É expressiva essa queda, mas esse mercado continua faturando duas vezes mais que o mercado de salas de cinema no País. Esse é um mercado que está vivendo uma fase em que é pressionado pela modernização tecnológica e pela própria pirataria. Para a pirataria, há todo um conjunto de esforços do Governo Federal em torno do Conselho Nacional de Combate à Pirataria e a Ancine se soma nesses esforços. Para as questões da modernização tecnológica, o que há é uma readequação do mercado, que vai também explorar novas possibilidades. Possibilidade do vídeo por demanda, por exemplo, junto com a possibilidade do mercado de DVD. O que vai acon-
temática tecer não é uma substituição, mas uma convivência. Há um outro movimento, que é a entrada do Blu-Ray, que abre um novo processo de revitalização, uma nova possibilidade de um ciclo de expansão. E nisso a gente vai tendo uma realidade mais difícil para esse mercado, mas ele também tem energias para se renovar e continuar funcionando. CineBH – Com relação a um assunto mais espinhoso: temos uma lei em vigor, que você conhece bem, que é a chamada de Lei do Curta. Ela causa pruridos em alguns agentes do mercado, mas ela está em vigor. Como a Ancine se relaciona hoje com essa lei? Manoel – A Ancine não tem competência para disciplinar a Lei do Curta, porque a legislação que criou a Ancine não nos deu competências para tal. A Lei do Curta é, na verdade, alguns artigos de uma lei que foi revogada na sua parte principal. Ela entra dentro de um limbo jurídico, são leis que acabam tendo a força de terem sido derrogadas, embora não tenham sido revogadas. Por isso a expressão que eu só fui conhecer quando tive que me defrontar com o tema aqui na Ancine, que é esse conceito de derrogar, que é uma lei que não foi revogada efetivamente, mas que foi esvaziada em suas questões principais, que davam corpo à lei. Alguns dispositivos sobrevivem, mas sobrevivem sem atribuição de responsável, sem atribuição de penalidades, ou seja, sem circunstâncias no entorno que viabilizem sua aplicação. Então a Ancine não tem competência para lidar com a matéria. A Ancine, quando foi consultada sobre o tema, reportou o tema ao Ministério da Cultura e ao Governo Federal, que era quem tinha competência para estabelecer qual seria a resposta e o encaminhamento possível para lidar com a Lei do Curta. A questão não se coloca para nós sob um ângulo de sim ou não, a favor ou contra, é viável ou não é viável, se tem a ver com a realidade do mercado neste momento ou não. Nos importa pouco a opinião dos agentes econômicos que são contra, como também não nos impressiona
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entrevista a opinião dos que são favoráveis. A gente lida aqui todo dia com agentes econômicos que são a favor e agentes econômicos que são contra. Com coisas que têm efeitos positivos e negativos. Isso não é uma dificuldade para a agência, estamos acostumados a lidar com isso, mas é preciso estar dentro do universo de ações de competência da Ancine, o que não é o caso aqui. CineBH – Com relações às exibições de filmes em tecnologia digital, existe uma grande diferença de qualidade, de nível tecnológico, na exibição desses filmes em salas comerciais. Isso causa uma diferença de padrão de qualidade brutal, por vários motivos. Há uma tentativa ou preocupação de padronização de qualidade para os espectadores? Manoel – Nós temos uma preocupação em manter o padrão de qualidade nas salas de cinema. Há todo um esforço que a Cinemateca Brasileira, a ABC e o CTAv desenvolvem no sentido de uma padronização de qualidade das salas em todos os quesitos. O Brasil tem hoje dois padrões digitais em operação: o padrão da Rain e o padrão da UCI. Esses dois padrões cumprem uma função importante. O padrão Rain tem viabilizado a circulação de determinados filmes, de determinados lançamentos, em um número maior de salas de cinema. Ele cumpre um papel importante dentro do mercado. O padrão UCI corresponde a uma modernização do circuito comercial mais estruturado. Ele tem uma qualidade de projeção superior ao do padrão Rain, porque projeta com 2K, enquanto a Rain está projetando com 1,3K. Em geral, a qualidade de projeção tanto da Rain quanto da UCI é uma qualidade boa, satisfatória. Satisfatória para o espectador comum. Não estou falando do cinéfilo que estudou fotografia e que está preocupado em encontrar os grãos do filme ou aquela plástica da película, que tem um gosto especial. Toda vez que se vai ver uma determinada situação, é preciso fazer uma análise de custo/benefício dentro de determinada medida. O governo precisa sempre pensar no custo/benefício de toda medida que vai
temática ser adotada. Se eu levo ao pé da letra esse raciocínio, deveria haver uma coibição, por parte do governo, da existência de salas num padrão que não fosse o 4K, que é um padrão superior à película, mas isso geraria um outro tipo de problema. CineBH – Mas o caso é que não há por parte dos exibidores nem mesmo a divulgação para o consumidor, para o público, das informações sobre a qualidade da projeção. Manoel – Em geral, há sim. As empresas, em sua maior parte, passaram a divulgar que a projeção é em digital. Quando você faz a opção por ir a um cinema determinado, você tem em mente mais ou menos em que cinema você está indo, que tipo de poltrona você vai encontrar, que tipo de projetor, que tipo de ambiente, que tipo de som. E você faz uma opção calculando uma série de fatores: o filme que você quer ver, o quanto você quer ver, em que condições você está disposto a ver etc. Nós temos padrões que estão estabelecidos pela ABC, pelo CTAv, pela Cinemateca, que são observados pelas salas de cinema em geral. É injustificável, é verdade, um filme que seja exibido em condições inadequadas. É um serviço prestado contra a própria sala, contra o próprio distribuidor, é prestado contra o próprio filme, contra o próprio negócio. Em geral, essas salas fecham, perdem capacidade de circulação por conta disso, cai a frequência. O mercado disciplina essas coisas. Mas não há justificativa, pensando no custo/benefício, para você banir projetores digitais. E não é verdadeiro que projetores como os da Rain – trabalhando com esse fator de contraste, de densidade, de lúmens – não tenham projeções de alto padrão sendo feitas com ela. Há. O que eu posso dizer é que há cinemas em que eu não vou assistir a filmes.
Entrevista concedida pelo presidente da Ancine, Manoel Rangel, ao crítico Daniel Caetano, a pedido da organização da Mostra CineBH, 24 set. 2009.
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acordos de coprodução ara ter sua nacionalidade brasileira reconhecida pela Ancine, uma coprodução deve atender às exigências dos acordos de coprodução firmados entre os dois (ou mais) países envolvidos na produção. Caso não exista acordo de coprodução entre os países, a produtora brasileira deve deter um mínimo de 40% dos direitos patrimoniais do filme e sua produção deve contar com pelo menos 2/3 de artistas e técnicos brasileiros ou residentes no País. O Brasil possui atualmente nove acordos de coprodução bilateral vigentes, três acordos multilaterais e dois protocolos de cooperação entre a Ancine e órgãos reguladores do audiovisual em outros países, que fomentam a realização de coproduções entre o Brasil e os países cossignatários. Abaixo segue um resumo desses instrumentos.
ACORDOS BILATERAIS ARGENTINA Data de assinatura – 18/04/1988. Participação das partes – mínimo de 30% e máximo de 80%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: 1. Documento comprobatório de que a propriedade dos direitos autorais para a adaptação cinematográfica foi legalmente adquirida. 2. Descrição pormenorizada. 3. Contrato de coprodução, estipulado sob reserva de apro-
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vação por parte das autoridades competentes dos dois países. O referido contrato deverá especificar, em folha anexa: a. título do filme; b. nome do autor do argumento e do adaptador, se o argumento for extraído de obra literária; c. nome do diretor; d. montante dos custos; e. montante das contribuições dos coprodutores; f. distribuição dos lucros e dos mercados; g. compromisso dos produtores de participar nos eventuais aumentos ou do beneficiar-se das eventuais economias no tocante ao custo do filme, proporcionalmente às respectivas contribuições; h. uma cláusula do contrato deve prever que a concessão dos benefícios do Acordo não obriga as autoridades competentes dos dois países a outorgarem a permissão para exibição pública; i. outra cláusula deve especificar as condições do regulamento financeiro entre as partes: - no caso de que as autoridades competentes não autorizem a exibição pública do filme em um ou outro dos países, ou no exterior; - no caso de que os depósitos das contribuições financeiras não tenham sido efetuadas de acordo com o previsto pelo Acordo; j. indicação do período previsto, em princípio, para o início da filmagem da película. 4. Plano de financiamento e o orçamento das despesas. 5. Lista dos elementos técnicos e artísticos, com a indicação da nacionalidade e dos papéis atribuídos aos atores.
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acordos de coprodução
6. VI. Plano de trabalho, com a indicação analítica da filmagem de interiores e exteriores, os lugares e os países onde se efetuarão as filmagens; 7. VII. Roteiro do filme, que deverá ser entregue às autoridades antes do início da filmagem da película. As respectivas autoridades poderão, ademais, solicitar todos os documentos e indicações complementares que considerarem necessárias.
ALEMANHA Data de assinatura – 17/02/2005. Participação das partes – mínimo de 20% e máximo de 80%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: apresentação de um contrato entre as partes sobre a coprodução cinematográfica, que deverá: 1. prever que um coprodutor somente poderá ceder os benefícios que a legislação de seu país reservar a seus nacionais; 2. regulamentar entre os coprodutores a atribuição de todos os direitos de propriedade intelectual decorrentes da realização do filme de coprodução e conter os entendimentos entre os coprodutores com relação ao exercício de direitos de acesso a obras e uso de obras protegidas pelo direito autoral, gerados quando da realização do filme de coprodução; 3. estabelecer as garantias financeiras de cada coprodutor em relação às despesas decorrentes: -da preparação de um projeto de coprodução ao qual seja recusado pelas
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autoridades competentes a aprovação como filme de coprodução; -da realização de um filme que, embora tenha sido aprovado, não preenche os requisitos para a referida aprovação; -da realização de um filme de coprodução cuja exibição pública em um dos países coprodutores não foi aprovada; conter os entendimentos entre os coprodutores relativos à divisão das receitas para exploração do filme de coprodução, inclusive aquelas decorrentes dos mercados de exportação; estabelecer os prazos dentro dos quais as respectivas contribuições dos coprodutores do filme devem estar integralizadas; especificar se o filme de coprodução será exibido em festivais cinematográficos como filme nacional do coprodutor majoritário ou como filme nacional de todos os coprodutores; especificar todas as demais condições de aprovação que as autoridades competentes acordarem conjuntamente.
CANADÁ Data de assinatura – 27/01/1995. Participação das partes – mínimo de 20% e máximo de 80%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: 1. Roteiro final. 2. Prova documental de que os direitos autorais da coprodução foram legalmente adquiridos. 3. Cópia do contrato de coprodução assinado pelos dois coprodutores; Os contratos incluirão:
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acordos de coprodução a. Título da coprodução. b. Nome do autor do roteiro ou do adaptador, se origic.
d. e. f. g.
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i.
j.
nário de fonte literária. Nome do diretor (uma cláusula prevendo a substituição do mesmo é permitida em caso de necessidade). Custo total. Plano de financiamento. Cláusula sobre divisão de rendas, mercados, mídia, ou uma combinação dos mesmos. Cláusula que estabeleça as partes respectivas de cada coprodutor em relação a despesas adicionais ou a custos menores que os previstos; tais partes deverão, em princípio, ser proporcionais às respectivas contribuições, no entanto, a do produtor minoritário em qualquer despesa adicional poderá ser limitada a uma baixa porcentagem ou a uma quantia fixa, desde que respeitada a proporção mínima do Acordo. Cláusula que reconheça que a fruição dos benefícios proporcionados pelo Acordo não constitui compromisso de que as autoridades governamentais de qualquer uma das partes contratantes concederão licença para a exibição pública da coprodução. Cláusula que preveja medidas a serem adotadas quando: a) após exaustivo exame do caso, as autoridades competentes em qualquer uma das partes recusem a concessão dos benefícios solicitados; b) as autoridades competentes proíbam a exibição da coprodução em seu território ou sua exportação para um terceiro país; c) qualquer um dos coprodutores venha a descumprir suas obrigações. Período previsto para o início das filmagens.
k. Cláusula que estipule que o coprodutor majoritário
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obtenha uma apólice de seguro que cubra pelo menos “todos os riscos de produção” e “todos os riscos de produção dos negativos de imagem e fitas de som originais”. l. Cláusula que regule a divisão da propriedade dos direitos autorais em base que seja proporcional às respectivas contribuições dos coprodutores. Contrato de distribuição, caso já esteja assinado; Lista do pessoal técnico e de criação, indicando suas nacionalidades e, em caso de atores, os papéis que desempenharão; Cronograma de produção; Orçamento detalhado, especificando as despesas a serem feitas por cada coprodutor; Sinopse.
CHILE Data de assinatura – 25/03/1996. Participação das partes – mínimo de 20% e máximo de 80%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: 1. Documento referente à aquisição dos direitos de autor para utilização da obra. 2. Roteiro detalhado e roteiro técnico de sequências que o diretor considerar relevantes. 3. Lista de pessoal técnico e artístico de ambos os países; 4. Orçamento, plano de financiamento detalhado, plano de exploração comercial e acordos de distribuição que tenham sido formulados. 5. Plano de trabalho da obra. 6. Contrato de coprodução concluído entre os coprodutores.
acordos de coprodução 7. Todo outro requisito que cada parte contratante estabeleça para suas produções exclusivamente nacionais. ESPANHA Data de assinatura – 02/12/1963. Participação das partes – mínimo de 40% e máximo de 60%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: não definida pelo acordo.
França Data de assinatura – 08/03/1969. Participação das partes – mínimo de 20% e máximo de 80% (percentuais atualizados em emenda datada de 12/07/2007). Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: 1. Argumento detalhado, 2. Documento concernente à cessão dos direitos de autor. 3. Contrato de coprodução passado entre as sociedades coprodutoras. 4. Orçamento e plano de financiamento detalhado. 5. Relação dos elementos técnicos e artísticos dos dois países. 6. Plano de trabalho do filme. ITÁLIA Data de assinatura – 09/11/1970. Participação das partes – mínimo de 30% e máximo de 70%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: 1. Roteiro com os diálogos do filme; 2. Documento que comprove ter sido legalmente adquiridos
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a propriedade dos direitos de autor a adaptação cinematográfica ou, na sua falta, uma opção válida; 3. Contrato de coprodução (um exemplar assinado e rubricado e três cópias conformes), concluído com reserva de aprovação de parte das autoridades competentes dos dois países. Tal documento deve indicar com precisão: a. título do filme; b. nome do autor de enredo ou do adaptador, se tratar de enredo extraído de obra literária; c. nome do diretor (admite-se uma cláusula de ressalva para a sua substituição); d. montante do orçamento; e. montante das contribuições dos coprodutores; f. repartição da receita e dos membros; g. compromisso dos coprodutores de participar de eventuais despesas excedentes ou de beneficiar-se de economia sobre o custo do filme, proporcionalmente às respectivas contribuições; h. uma cláusula do contrato deve prever que a admissão às vantagens do Acordo não obrigue as autoridades competentes dos dois países a liberar a projeção em público. Outra cláusula deve definir, em consequência, as condições do ajuste financeiro entre os contratantes, no caso de não concederem as autoridades competentes de um outro país, após exame de todos os documentos, a admissão solicitada. Uma cláusula análoga deve igualmente ser prevista para o caso de não autorizarem as autoridades competentes a projeção do filme em um outro dos dois países ou a sua exportação. Uma cláusula especial deve prever também o regulamento das relações entre os coprodutores, no caso de não serem as contribuições financeiras conforme as exigências do Acordo;
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acordos de coprodução i.
período previsto, em princípio, para início da filmagem; 4. Plano de financiamento. 5. Relação dos elementos técnicos e artísticos com indicações de sua nacionalidade e dos papéis atribuídos aos atores. 6. Plano de execução.
PORTUGAL Data de assinatura – 03/02/1981. Participação das partes – mínimo de 20% e máximo de 80%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: 1. Orçamento. 2. Proporção de cada um dos coprodutores. 3. Previsão do equipamento técnico. 4. Divisão dos mercados combinados. 5. Contrato assinado entre as partes coprodutoras para a realização do projeto. 6. Todos os dados necessários para o estudo e avaliação do projeto, os quais serão oportunamente definidos.
2. Roteiro detalhado com os diálogos do filme; 3. Contrato de coprodução (um exemplar firmado e rubricado em três vias, que devem ser registradas ante as autoridades competentes de ambos os países). Tal contrato deverá precisar no seu anexo: a. título do filme; b. nome do autor do argumento e do adaptador, se se tratar de argumento baseado em obra literária; c. nome do diretor; d. custos totais; e. soma das contribuições totais de cada coprodutor; f. repartição de bilheterias e de mercados; g. indicação de data-limite para o início da rodagem do filme. 4. Plano de execução financeira e o orçamento dos gastos. 5. Ficha técnica e artística completa e nacionalidade dos participantes. 6. Plano de trabalho, com indicação dos países onde serão efetuadas as rodagens de cada seqüência.
VENEZUELA
ACORDOS MULTILATERAIS
Data de assinatura – 17/05/1988. Participação das partes – mínimo de 30% e máximo de 70%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: 1. Documentos que certifiquem a propriedade legal, por parte dos coprodutores, dos direitos do autor sobre a obra a realizar, seja esta uma história origina ou uma adaptação;
Convênio de Integração Cinematográfica IberoAmericana Data de assinatura – 11/11/1989. Signatários – Argentina, Brasil, Colômbia, Bolívia, Cuba, Espanha, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana, Venezuela Estabelece que as partes signatárias se comprometem a: 1. Apoiar iniciativas, através da cinematografia, para o de-
acordos de coprodução senvolvimento cultural dos povos da região.
2. Harmonizar as políticas cinematográficas e audiovisuais 3. 4. 5.
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das partes. Resolver os problemas de produção, distribuição e exibição da cinematografia da região. Preservar e promover o produto cinematográfico das partes. Ampliar o mercado para o produto cinematográfico, em qualquer de suas formas de difusão, mediante a adoção, em cada um dos países da região, de normas que contribuam para o seu desenvolvimento e para a constituição de um mercado comum cinematográfico latino-americano. Adotar as medidas necessárias para facilitar a entrada, permanência e circulação de cidadãos dos países membros encarregados do exercício de atividades destinadas ao cumprimento dos objetivos do Convênio. Adotar as medidas necessárias para facilitar a importação temporária dos bens provenientes dos Estados Membros e destinados ao cumprimento dos objetivos do Convênio. Estimular a assinatura de Acordo de Cooperação e Coprodução no âmbito do Convênio. Procurar estabelecer ou aperfeiçoar sistemas e mecanismos de financiamento e desenvolvimento da atividade cinematográfica nacional. Impulsionar a criação em suas cinematecas de seções dedicadas a cada um dos Estados Membros. Procurar incluir em seu ordenamento legal normas que favoreçam a atividade cinematográfica. Considerar a possibilidade de criar um fundo financeiro multilateral de desenvolvimento da atividade cinematográfica.
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13. Estimular a participação conjunta de instituições representativas de produtores e distribuidores de filmes nacionais nos principais eventos do mercado audiovisual internacional. 14. Promover a presença da cinematografia dos Estados Membros nos canais de difusão audiovisual existentes ou por criar-se em cada um deles. 15. Intercambiar documentação e informações que contribuam para o desenvolvimento de suas cinematografias. 16. Proteger e defender os direitos autorais, em conformidade com as leis internas de cada um dos Estados Membros.
Acordo para Criação do Mercado Comum Cinematográfico Data de assinatura – 03/09/1998. Signatários – Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba, Equador, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana, Venezuela. Estabelece que: 1. O Mercado Comum Cinematográfico Latino-Americano terá por objetivo criar para as obras cinematográficas certificadas como nacionais pelos Estados signatários do Acordo um sistema multilateral de participação nos espaços nacionais de exibição de obras cinematográficas, com a finalidade de ampliar as possibilidades de mercado e de preservar os laços de unidade cultural entre os povos ibero-americanos e do Caribe. 2. Cada Estado Membro do Acordo terá direito a que quatro obras cinematográficas nacionais suas de duração não inferior a setenta minutos concorram anualmente nos mercados nacionais dos demais Estados Membros do
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acordos de coprodução Mercado Comum Cinematográfico Latino-Americano.
3. As obras cinematográficas participantes do Mercado Comum Cinematográfico Latino-Americano serão consideradas como obra cinematográfica nacional em cada Estado Membro para fins de sua distribuição e exibição por qualquer meio, e, em conseqüência, usufruirão de todos benefícios e direitos conferidos a obras cinematográficas nacionais pela legislação de cada Estado Membro no que diz respeito a espaços para exibição, quotas de exibição, quotas de distribuição e demais prerrogativas, excetuados os incentivos financeiros governamentais.
Acordo Latino-Americano de Coprodução Cinematográfica Data de assinatura – 11/11/1989. Signatários – Argentina, Brasil, Colômbia, Cuba, Equador, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana, Venezuela. Participação das partes – mínimo de 20% e máximo de 80%. Documentação exigida para reconhecimento de coprodução: 1. Documentação que certifique a propriedade legal, por parte dos coprodutores, dos direitos de autor da obra que desejam realizar, quer se trate de uma história original ou de adaptação. 2. Roteiro cinematográfico. 3. Contrato de coprodução, o qual deverá especificar: a. título do projeto; b. nomes dos roteiristas, suas nacionalidades e residências; c. nome do diretor, sua nacionalidade e residência; d. nomes dos protagonistas, suas nacionalidades e residências;
e. orçamento detalhado, na moeda determinada pelos coprodutores;
f. montante, as características e a origem das contribuições de cada coprodutor; g. distribuição das receitas e a repartição dos mercados; h. indicação da data provável para o início da filmagem da obra cinematográfica e para seu término.
PROTOCOLOS DE COOPERAÇÃO Protocolo Luso-Brasileiro de Coprodução Cinematográfica Data de assinatura – 17/07/2007. Participação das partes – mínimo de 20% e máximo de 80%. O protocolo estabelece que: 1. As partes signatárias comprometem-se a cofinanciar, anualmente, quatro filmes, dos quais pelo menos dois são majoritariamente brasileiros e dois majoritariamente portugueses. 2. A realização ou direção e a produção destes filmes devem ser asseguradas por realizadores ou diretores e produtores portugueses e brasileiros, do seguinte modo: a. dois filmes cujo realizador seja português, de iniciativa e responsabilidade de produtor português, detentor da participação financeira majoritária; b. dois filmes cujo diretor seja brasileiro, de iniciativa e responsabilidade de produtor brasileiro detentor da participação financeira majoritária. 3. Por filme, entendem-se longas-metragens de ficção, animação e documentários cinematográficos; 4. Os recursos financeiros do cofinanciamento serão atribu-
temática
acordos de coprodução ídos por cada país aos coprodutores minoritários de cada projeto ou seja, para os filmes de realizadores portugueses a Ancine atribuirá o financiamento estabelecido ao abrigo do Protocolo ao coprodutor minoritário brasileiro; e, para os filmes de realizadores brasileiros, o ICA atribuirá o financiamento estabelecido ao abrigo do presente Protocolo ao coprodutor minoritário português.
Protocolo de Cooperação com o Consórcio Audiovisual da Galícia Data de assinatura – 21/09/2007. Participação das partes – mínimo de 20% e máximo de 80%. O protocolo estabelece que: 1. O Consorcio e a Ancine consideram de seu interesse atuar na produção de filmes por ambas as partes, assegurando a direção e a produção, tanto galega quanto brasileira. 2. Para a execução do presente Protocolo, ambas as partes incluirão nos seus respectivos orçamentos os compromissos financeiros que serão estabelecidos no convênio de colaboração que será assinado, assim como nos regulamentos e instrumentos próprios de cada uma das entidades, nos quais serão fixados conjuntamente os limites do apoio financeiro a ser atribuído a cada ano, correspondente ao valor máximo a atribuir por projeto nas coproduções minoritárias. 3. As partes signatárias do Protocolo comprometem-se a cofinanciar, anualmente, pelo menos dois filmes, dos quais um será majoritariamente brasileiro e outro majoritariamente galego, garantindo a participação de diretores e produtores dos dois territórios.
Pesquisa: Leonardo Fonte: Ancine
Mecchi
035
s o d a iz l a e r s a g n o l desde 1995 Cênicas/ Lira Empresas de Arte ões Tatu Filmes/A&B Produç duções Cinema do Século XXI Pro Artísticas
O Judeu r
Bocage, O Triunfo do Amo
Quimera Filmes
Amor e Cia.
Brasil Filmes/Fundação
Memórias Póstumas
Padre Anchieta
Sérgio Resende
Morena Filmes
Quase Nada
Video
Sky Light Cinema/Forplay
Tentação
Sky Light Cinema/Tibet
et O Xangô de Baker Stre
Joaquim Leitão Alain Fresnot
AF Produções
Desmundo
André Klotzel Manuel de Oliveira
Plateau Produções
Palavra e Utopia
Filmes
a
tári Garrincha, Estrela Soli Rua Seis, Sem Número
De Passagem e
Dois Perdidos Numa Noit Suja O Vestido
e João Batista de Andrad
Oeste Filmes Brasileiros
do
Diário de um Novo Mun
Suzana Amaral Ricardo Elias Jose Joffily
Coevos Filmes matográficas
Vitória Produções Cine
Vídeo Filmes Produções
Tudo Isto é Fado
ardo Eduardo Vieira
Milton Alencar
FAM Produções ográficas Raiz Produções Cinemat ográficas Raiz Produções Cinemat
Uma Vida em Segredo
Miguel Faria Jr. Leon
Sky Light Cinema
A Selva
Brasil/Portugal
Lúcia Murat
Taiga Filmes
Brava Gente Brasileira
Brasil/Portugal
Alberto Seixas Santos
Quimera Filmes
Mal
Helvécio Ratton
Antônio Pedro Vasconcelos
Vídeo Filmes Produções
Jaime
Brasil/Portugal
Luís Alberto Pereira
Lapfilme
Hans Staden
Djalma Batista
Brasil/Portugal
Paulo Rocha
Sky Light Cinema
Rio do Ouro
Jom Tob Azulay
Ruy Guerra
Sky Light Cinema
Estorvo
036
diretor
produtora brasileira
projeto
países coprodutores
rde Comunicação
Linha de Produção/Aco
Paulo Thiago Luís Galvão Teles Paulo Nascimento
Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/México Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Chile Brasil/Chile Brasil/Chile Brasil/Chile Brasil/Chile Brasil/Chile Brasil/Portugal Brasil/Portugal/ Argentina
temática
participação brasil
ano
etapa de produção
Majoritário
1995
Finalizado
Minoritário
1997
Finalizado
Majoritário
1998
Finalizado
Majoritário
1998
Finalizado
Minoritário
1998
Finalizado
Majoritário
1999
Finalizado
Minoritário
1999
Finalizado
Minoritário
1999
Finalizado
Majoritário
2000
Finalizado
Majoritário
2000
Finalizado
Minoritário
2000
Finalizado
Majoritário
2000
Finalizado
Minoritário
2000
Finalizado
Majoritário
2001
Finalizado
Majoritário
2001
Finalizado
Minoritário
2002
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2002
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2002
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2002
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2003
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2003
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2003
Finalizado
Minoritário
2003
Finalizado
Majoritário
2004
Finalizado
acordo internacioal Portugal Portugal Portugal Portugal Portugal Portugal Portugal Portugal Latino-americano Portugal Portugal Latino-americano Portugal Portugal Portugal Portugal
Portugal Portugal/Latinoamericano
temática
e 1995
longas realizados desd
produtora brasileira
projeto Extremo Sul O Diabo a Quatro O Veneno da Madrugada Perigosa Obsessão
unicações
Ravina Produções e Com
Os Doze Trabalhos Tapete Vermelho Tiro no Escuro A Ilha dos Escravos A Outra Margem Batismo de Sangue É Proibido Proibir A Ilha da Morte Mulheres do Brasil O Céu de Suely Solo Dios Sabe Sonhos e Desejos Fica Viúva Rica Solteira Não
31 Minutos Call Girl Dot.Com
Raul Rodriguez Peila
Morena Filmes
Achados e Perdidos
Alice de Andrade Ruy Guerra
a Lagoa Cultural e Esportiv
Vida de Menina
Café de los Maestros
Monica Schmiedt e Sylvestre Campe
M. Schmiedt Produções
Quase Dois Irmãos
diretor
Lucia Murat
Taiga Filmes
Helena Solberg
Radiante Filmes
países coprodutores
matográficas/ Lapfilme Produções Cine Costa do Castelo Filmes Studio Filmes
Brasil/Chile/França Brasil/Chile
Francisco Manso
Prodifilme/MPC
Luís Felipe Rocha
Plateau Produções
Helvécio Ratton
Quimera Filmes nioli&Amado El Desierto Filmes/Anto Produções Artísticas Pascual M Margarita Hernandez E.H. Filmes
Jorge Duran Wolney Oliveira Maria Martino Karim Aïnouz
Vídeo Filmes Produções s
Dezenove Som e Imagen Filmes do Equador Plateau Marketing
Carlos Bolado Marcelo Santiago José Fonseca e Costa Miguel Luis Kohan
2004
Finalizado
Majoritário
2004
Finalizado
Majoritário
2004
Finalizado
Minoritário
2004
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2004
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2004
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2005
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2005
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2005
Finalizado
Minoritário
2005
Finalizado
Minoritário
2006
Finalizado
Minoritário
2006
Finalizado
Majoritário
2006
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2006
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2006
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2006
Finalizado
Majoritário
2006
Finalizado
Latino-americano
Igualitária
2006
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2006
Finalizado
Portugal/Latinoamericano
Minoritário
2006
Finalizado
Minoritário
2007
Finalizado
Argentina
Brasil/Argentina
Helvécio Ratton
Igualitária
Portugal/Latinoamericano
Brasil/Portugal/ Argentina
Luiz Alberto Pereira
etapa de produção
Portugal
Brasil/Portugal
Ricardo Elias
Polithema Filmes
ano
Latino-americano
Brasil/Chile
José Joffily
Coevos Filmes
participação brasil
acordo internacioal
Brasil/Chile Brasil/Chile o
Brasil/Portugal/Méxic
Portugal
Brasil/Portugal
Portugal/Latinoamericano
Brasil/Portugal/ Espanha/Moçambique Brasil/Portugal
Portugal
Brasil/Portugal
Portugal
Brasil/Chile Brasil/Cuba/Espanha Brasil/Argentina a/
Brasil/Portugal/Franç Alemanha Brasil/México Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Argentina
Portugal
Argentina
Minoritário
Finalizado
Brasil/Chile
Chile/Latinoamericano
2007
Total Entertainment
Pedro Peirano e Álvaro Diaz
Minoritário
Finalizado
a Lagoa Cultural e Esportiv
Brasil/Portugal
Portugal/LatinoAmericano
2007
Antonio Pedro Vasconcelos
Minoritário
2007
Finalizado
Vídeo Filmes Produções
Vídeo Filmes Produções
Luís Galvão Teles
Brasil/Portugal
Portugal
037
temática
e 1995
longas realizados desd produtora brasileira
projeto
Citizencrane Produções
Estômago Maré - Nossa História Amor
de
O2 Filmes de
a?
Onde Andará Dulce Veig
038
ta
A Festa da Menina Mor
Ensaio Sobre a Cegueira Infância Roubada Falsa Loura Birdwatchers No Meu Lugar Dawson - Ilha 10 Olhos Azuis Budapeste Carmo Jean Charles A Guerra dos Vizinhos A Primeira Missa Antes da Noite Desencuentro Dores, Amores e Assemelhados Entre a Dor e o Nada
Gringos do Rio
Yu Lik Wai Matheus Nachtergaele
Bananeira Filmes
Fernando Meirelles
O2 Filmes os
RPJ Produtores Associad
Bruno Barreto Carlos Reichenbach
Dezenove Som e Imagens
Marco Becchis
Gullane Filmes
Eduardo Valente
Vídeo Filmes Produções
Miguel Littin
VPC Cinemavídeo
José Joffily
Coevos Filmes
Walter Carvalho
Nexus Cinema e Vídeo Magia Filmes Produções
Ltda
Já Filmes
Murilo Pasta Henrique Goldman Rubens Xavier
XR2 Cinevideo Ltda. a
Crystal Cinematográfic Olhar Imaginário
Vídeo Filmes Produções unicação e Panda Filmes/Vereda Com Arte MPC & Associados Central de Produções Tambellini Filmes
Jorge Paixão da Costa
Brasil/Portugal
Evaldo Mocarzel
Gullane Filmes
Cidade de Plástico
Brasil/Uruguai/França Brasil/Uruguai
Guilherme de Almeida Prado
Star Filmes
Brasil/Itália
César Charlone e Enrique Fernández
Hector Babenco
Casa Azul Produções
À Margem do Lixo
Epoxy
os Ltda.
RPJ Produtores Associad HB Filmes
O Passado
Marcos Jorge Lucia Murat
Taiga Filmes
O Banheiro do Papa O Mistério da Estrada Sintra
Artísticas
diretor
Ana Carolina Soares Toni Venturi Pablo Trapero Ricardo Pinto e Silva Alberto Graça Ricardo Akershtein Jonathan Nossiter
participação brasil
ano
etapa de produção
Igualitária
2007
Finalizado
Majoritário
2007
Finalizado
Latino-americano
Minoritário
2007
Finalizado
Latino-americano Portugal/Latinoamericano
Minoritário
2007
Finalizado
Igualitária
2007
Finalizado
Majoritário
2007
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2008
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
2008
Finalizado
Majoritário
2008
Finalizado
Igualitária
2008
Finalizado
Majoritário
2008
Finalizado
Majoritário
2008
Finalizado
Minoritário
2008
Finalizado
Majoritário
2009
Finalizado
Minoritário
2009
Finalizado
Majoritário
2009
Finalizado
Majoritário
2009
Finalizado
Minoritário
2009
Finalizado
Minoritário
2009
Finalizado
Latino-americano
Majoritário
Não Concluído
Em preparação
Portugal/Latinoamericano
Majoritário
Não Concluído
Em captação
Latino-americano
Majoritário
Não Concluído
Em captação
Latino-americano
Minoritário
Não Concluído
Em captação
Majoritário
Não Concluído
Em filmagem
Majoritário
Não Concluído
Em preparação
Majoritário
Não Concluído
Em captação
Majoritário
Não Concluído
Em filmagem
acordo internacioal
países coprodutores
Itália
Argentina
Brasil/Argentina Brasil/Chile Brasil/Portugal
Sem acordo
Brasil/Hong-Kong Brasil/Portugal/ Argentina
Latino-americano
Brasil/Canadá/Japão
Canadá França
Brasil/França
Latino-americano
Brasil/Portugal
Itália
Brasil/Itália
Portugal
Brasil/Portugal
Chile
Brasil/Chile/Espanha
Latino-americano
Brasil/Argentina Brasil/Portugal/Hungria
Sem acordo
Brasil/Espanha
Sem acordo
Brasil/Inglaterra Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Argentina Brasil/Argentina
Portugal
Brasil/Portugal ha
Brasil/Portugal/Espan
Brasil/Argentina/Espanha Brasil/França
Portugal
Portugal/Latinoamericano Argentina França
temática
e 1995
longas realizados desd
am Histórias de Amor Dur Apenas 90 Minutos Tamarindo Viva o Povo Brasileiro A Velha dos Fundos América
Que Culpa Tem o Tomate?
Amor e História Entre os Dedos
Studio Uno Produções
Artísticas
Plateau Marketing
Simão Botelho Um Rio A Despedida mar Caleuche, o Chamado do
unicação
Meios de Produção e Com
uais
CCFBR Produções Audiovis
uções
Plateau Marketing e Prod Culturais
o Tiago Guedes e Frederic Serra
José Barahona Leonel Vieira Mário Barroso Jose Carlos de Oliveira
Bras Filmes
Paulo Nascimento
Panda Filmes
Jorge Olguín
Dezenove Som e Imagens
A definir
Ginga Eleven Produções
João Jardim
O2 Filmes
Bernard David Attal
Santa Luzia Filmes es
Cinematográfica Superfilm Conspiração Filmes
Aurelio Grimaldi
Beto Souza
Panda Filmes
Não Concluído
Em finalização
Igualitária
Não Concluído
Em captação
Majoritário
Não Concluído
Em captação
Minoritário
Não Concluído
Em finalização
Minoritário
Não Concluído
Em preparação
Igualitária
Não Concluído
Em preparação
Minoritário
Não Concluído
Em Finalização
Portugal/Latinoamericano
Minoritário
Não Concluído
Em Finalização
Latino-americano
Majoritário
Não Concluído
Em Finalização
Portugal/Latinoamericano
Majoritário
Não Concluído
Em Finalização
Latino-americano
Majoritário
Não Concluído
Em finalização
Portugal/Latinoamericano
Minoritário
Não Concluído
Em Finalização
Brasil/Portugal
Portugal/Latinoamericano
Minoritário
Não Concluído
Em finalização
Brasil/Portugal
Latino-americano
Minoritário
Não Concluído
Em finalização
Latino-americano
Minoritário
Não Concluído
Em Finalização
Latino-americano
Minoritário
Não Concluído
Em Finalização
Minoritário
Não Concluído
Em captação
Igualitária
Não Concluído
Em captação
Minoritário
Não Concluído
Em captação
Majoritário
Não Concluído
Em captação
N/D
Não Concluído
Em captação
Minoritário
Não Concluído
Em captação
Brasil/Portugal/ Argentina
Oswaldo Caldeira
es
uçõ Oswaldo Caldeira Prod
Majoritário
Brasil/Portugal
Erik de Castro
BSB Cinema Produções
etapa de produção
Brasil/Índia
Jorge Nieto, Josué Mendez, marcos Montoya, Paola Vieira, Alejo Hoijman, Carolina Navas, Alejandra Szeplaki
TV Zero Cinema
ano
Brasil/Argentina
João Nuno Pinto
Dezenove Som e Imagem
Naturezas Mortas
Lope
Pablo Jose Meza
Panda Filmes
Milho
República di Mininus
André Luiz Oliveira
Fantasias Luminosas
Insônia
A Coleção Invisível
Indranil Chakravarty
es
Dharma Filmes e Produçõ
Histórias de Alce
Lixo Extraordinário
Paulo Halm
es
Tipos e Tempos Produçõ
Federal
Rosa Morena
diretor
produtora brasileira
projeto
participação brasil
países coprodutores
Flora Gomes Andrucha Waddington
Brasil/Portugal Brasil/Argentina/ Espanha/Colômbia/Peru/ Bolívia/Venezuela Brasil/Itália Brasil/Portugal Brasil/Colômbia/Hungria Brasil/Portugal Brasil/Argentina
Brasil/Portugal Brasil/Portugal Brasil/Uruguai Brasil/Chile Brasil/Dinamarca Brasil/Inglaterra Brasil/EUA Brasil/Portugal Brasil/Espanha
acordo internacioal Latino-americano Sem acordo Portugal/Latinoamericano Argentina Portugal
Latino-americano
Sem acordo
Chile Sem acordo Sem acordo Sem acordo Portugal Espanha
cine
i | Fonte de Pesquisa: An
pesquisa Leonardo Mecch
039
040
coprodução ano a ano
temática
participação brasileira ano
qtd.
1995
1
majoritária
igualitária
minoritária
1
1996
-
1997
1
1998
3
2
1999
3
1
2000
5
3
2001
2
2
2002
4
3
2003
4
3
2004
8
5
2005
4
3
10
6
1
3
2006
11
2
2
7
2007
7
5
1
1
2008 2009
4
2
Total
67
38
5
24
em produção
qtd.
Em captação*
1 1 2 2
1 1 2
1
1
2
participação brasileira majoritária
igualitária
minoritária
13
5
2
5
Em preparação
5
3
1
1
Em filmagem
2
1
Em finalização
13
5
33 Total Em Produção nivel. dispo *1 Projeto com participação não
14
1 8 3
15
uisa: Ancine pesquisa Leonardo Mecchi | Fonte de Pesq
coprodução por país Em Produção
Produzidas
Coproduções entre países Portugal Chile Argentina França Itália Canadá Espanha Inglaterra
12
40
13
2
15
15%
3
5
8
8%
2
1
3
3%
2
1
3
3%
3
3%
1
1
2
2%
1
1
2
2%
1
1
2
2%
2
2%
1
2
2%
1
1
1%
1
1
1%
1
1%
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1%
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
1
1
1%
100
100%
1
Uruguai Venezuela
Argentina/Espanha/Colômbia/Peru/Bolívia/ Argentina/Espanha Argentina/EUA Argentina/Portugal Canadá/Japão Chile/França Cuba/Espanha
1 1
Dinamarca EUA França/Uruguai Hong-Kong Hungria/Colômbia Hungria/Portugal
1 1
Índia Portugal/Espanha Portugal/Espanha/Moçambique Portugal/França/Alemanha Portugal/México Total
%
28
2
México
Total
40%
3
Portugal/Argentina
temática
67
33
pesq
: Ancine uisa Leonardo Mecchi | Fonte de Pesquisa
041
042
curiosidades
temática
Sobre o MERCADO AUDIOVISUAL E A COPRODUÇÃO • Somente 8,7% dos municípios brasileiros possuem salas de cinema. • São apenas 2.045 salas de cinema para uma população de 188 milhões de pessoas. • O número de municípios brasileiros que possuem sala de cinema caiu 4,3% entre 2005 e 2006. • O Brasil tem uma sala de cinema para cada 85 mil habitantes. A Argentina tem uma sala para cada 35 mil habitantes, e os EUA, uma sala para cada 8 mil habitantes. • Rio de Janeiro é o estado com maior percentual de municípios com salas de cinema (41,3%), enquanto o Maranhão é o último colocado, com apenas 1,4% dos municípios dotados de uma sala de exibição. • Os filmes produzidos ou coproduzidos pelo Brasil representam apenas 11% do total exibido no País. • Anualmente o Brasil vende mais de 93 milhões de ingressos de cinema, 90% para produções internacionais. • Entre 1995 e 2002, apenas 19 filmes brasileiros foram realizados em coprodução internacional. De 2003 a 2007, em pouco mais da metade do tempo, esse número pulou para 37 projetos.
• Em 2008, havia 36 projetos de coprodução em andamento, sendo 14 em captação, 5 em preparação, 1 em filmagem e 16 em finalização. • 57% das coproduções internacionais realizadas pelo Brasil são viabilizadas através do acordo multilateral latino-americano. Em segundo lugar está o acordo bilateral com Portugal, responsável por 27% dos filmes feitos em coprodução internacional, seguido do acordo bilateral com a Argentina, que responde por 5% dos projetos em coprodução. • O único acordo de coprodução firmado pelo Brasil que contempla também produções para TV é com a Alemanha. • O acordo de coprodução mais antigo ainda em vigência no Brasil é com a Espanha, datado de dezembro de 1963. O mais novo é com a Índia, aprovado pelo Congresso Nacional no último dia 23 de agosto. • Dos 10 filmes brasileiros com maior bilheteria na Europa, 8 foram realizados com coprodução internacional. • De 2000 a 2008, a Argentina realizou mais de 270 coproduções internacionais. Dessas, apenas 10 foram com o Brasil. • Mais da metade dos filmes latino-americanos que obtiveram distribuição na Europa entre 2002 e 2006 eram coproduções com países europeus.
curiosidades
• Na Europa, a bilheteria de um filme latino-americano realizado em coprodução com um país europeu é, na média, o dobro da bilheteria de um filme realizado sem coprodução. • Orfeu Negro (1959) é talvez a mais famosa coprodução Brasil-França. O filme recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes, Melhor Direção no Festival de Berlim e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. No ano seguinte, Albert Camus, diretor do filme, voltou ao Brasil para realizar Os Bandeirantes, uma coprodução Brasil-França-Itália. • Em 1978, Jece Valadão produziu A Deusa Negra, uma rara c-produção entre Brasil e Nigéria. • A Fábula, uma coprodução entre Brasil e Suécia, utilizava crianças de uma favela carioca como atores no filme. Quando da estreia do filme na Suécia, em 1965, quatro dessas crianças foram apresentar o filme com o diretor, mas duas não retornaram – foram adotadas por famílias locais.
temática
• Rio-Leningrado, Sem Fronteiras (1988) foi a primeira coprodução Brasil-Rússia, tendo sido assistido por mais de 200 milhões de espectadores, ao ser exibido em cadeia nacional na então União Soviética. O filme é dirigido por Valery Naumov e Carlos Ribeiro Prestes, filho de Luiz Carlos Prestes. • O Testamento do Senhor Nepumoceno (1996) é o primeiro trabalho cinematográfico realizado ao abrigo do tratado de cooperação artística entre Portugal e Brasil e foi rodado inteiramente nas ilhas de Cabo Verde. • Estômago, uma coprodução Brasil-Itália, conseguiu distribuição em mais de 20 países, graças às facilidades da nacionalidade europeia do filme, além de ter sido lançado com mais cópias na Holanda do que no Brasil. • Ensaio Sobre a Cegueira foi o primeiro longa-metragem de ficção produzido dentro do acordo de coprodução entra Brasil e Canadá, que foi firmado em 1995.
• Natal da Portela (1988) foi uma coprodução Brasil-França bastante tumultuada, tendo inclusive os negativos “sequestrados” pelo produtor francês, que alegava pendências financeiras da ordem de US$ 100 mil por parte do produtor brasileiro.
043
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temรกtica
2009 A ร N A R f A D O N A NO BRASIL
temática asil
ano da frança no br
ma das prioridades do Ano da França no Brasil, que acontece de 21 de abril a 15 de novembro de 2009, é mostrar uma França moderna, aberta e diversificada, através de projetos desenvolvidos em colaboração entre instituições brasileiras e francesas. Mais de 600 eventos, em todos os campos, foram assim chancelados e são apresentados ao público brasileiro durante este ano excepcional. No campo audiovisual, este Ano da França possibilitou maior difusão das obras cinematográficas francesas e um a aproximação das instituições e dos profissionais. Entre os 50 projetos audiovisuais desenvolvidos no âmbito do Ano da França, temos que destacar o Panorama Unifrance do cinema francês, os 1ºs Encontros de Coprodução Cinematográfica França-Brasil, as retrospectivas de Chris Marker, Marguerite Duras, Jacques Tati, Jean Rouch, Jean-Luc Godard, entre outros cineastas, mas também, em outro setor, a presença da França na nova novela da Globo – Viver a Vida.
Em 2008, na França, as coproduções internacionais representam 26% dos filmes de iniciativa francesa e 95 filmes foram coproduzidos pela França em 2008. Aliás, a Mostra CineBH exibirá vários exemplos desses filmes. Recentemente o Brasil assinou vários acordos de coprodução e deseja também desenvolver laços com o mercado internacional. Portanto, é um momento oportuno para refletir juntos sobre essas questões. Esperamos que com a Mostra CineBH o público do Festival possa descobrir ou redescobrir nossa cinematografia e estreitar mais ainda os laços existentes entre a França e o Brasil no setor do audiovisual, sendo atualmente o Brasil, para a França, um mercado de exportação importante, cerca de 40 filmes franceses chegando todo ano às telas brasileiras.
Antoine Pouillieute embaixador da frança no brasil
A Mostra CineBH quis associar-se este ano à festa da cultura francesa, como foi anteriormente, com grande êxito, a Mostra de Cinema de Tiradentes e a Mostra de Cinema de Ouro Preto. O festival, que faz parte do calendário oficial deste Ano da França no Brasil, desejou criar um diálogo entre franceses e brasileiros nos padrões de financiamento do audiovisual em cada país e na coprodução como meio de abrir-se aos mercados internacionais.
045
046
mercado audiovisual na frança
ano da frança no brasil . temática
França está entre os países do mundo que mais incentivam e protegem o cinema. A entidade governamental voltada para o setor é o Centre National de la Cinematographie (CNC), órgão público administrativo ligado ao Ministério da Cultura e da Comunicação. O CNC possui recursos próprios e independe do orçamento do Ministério. Em 2005, por exemplo, seu orçamento foi de € 521 milhões, provenientes de três fontes principais: taxação sobre o faturamento das TVs (responsável por quase 80% da arrecadação), taxação sobre o homevideo e taxação sobre os ingressos de cinema.
foi considerado como um modelo para outros países durante muitos anos.
Assim como outras áreas da cultura francesa, a regulamentação do audiovisual no país é baseada no princípio da exceção cultural. Ele determina que produtos considerados como bens culturais não devem se submeter às regras do livre comércio, obedecendo a uma legislação específica. Por isso, o audiovisual possui um conjunto sólido de medidas de estímulo e proteção. A legislação francesa de cinema começou a ser elaborada em 1946, logo após a Segunda Guerra Mundial, e vem sendo alterada desde então, conforme as necessidades do mercado e as novidades tecnológicas.
Toda a administração dos recursos e regulamentação do setor audiovisual é centralizada pelo CNC, que baseia suas medidas em uma série de pesquisas realizadas para compreender os hábitos e desejos do público.
A França é o mais forte mercado cinematográfico da Europa e um dos poucos do mundo que gera uma renda anual próxima a US$ 1 bilhão. São produzidos cerca de 200 longas-metragens por ano, muitos deles coproduzidos pela televisão. A parceria entre cinema e TV é determinada por lei e forma um sistema complexo que, apesar de estar em crise atualmente,
Devido à forte tradição cinematográfica e à filosofia da “exceção cultural”, o market share do filme francês tem oscilado entre 30% e 40% nos últimos cinco anos, o maior índice de toda a Europa e um dos maiores do mundo. Em 2001, o market share do filme francês atingiu o recorde de 41%, graças, principalmente, ao sucesso de O Fabuloso Destino de Amélie Poulin. A França também é um dos países que mais lança filmes: em torno de 500 títulos chegam ao mercado por ano.
O governo incentiva o cinema nas áreas de produção (incluindo preparação de roteiros e desenvolvimento de projetos), distribuição e exibição. Há também uma detalhada regulamentação sobre o funcionamento dessas mesmas áreas, especialmente sobre a televisão. A maior parte dos apoios concedidos pelo CNC é de caráter automático, dependendo dos resultados obtidos por cada produtor, distribuidor ou exibidor. A principal fonte de recursos para a produção vem das verbas da TV aberta e por assinatura. Em 2003, por exemplo, € 109 milhões, ou 31% do total dos recursos investidos na realização de filmes, vieram dos canais da TV aberta. Quase 70%
mercado audiovisual na frança
dos investimentos das TVs abertas são feitos pelo sistema de pré-compra dos direitos de exibição. O restante é por meio de acordos de coprodução. Além disso, o principal canal pago da França, o Canal Plus, é obrigado a investir anualmente 20% de seu faturamento em pré-compras de produções cinematográficas, dos quais 12% devem ser destinados à compra de filmes europeus (9% obrigatoriamente de filmes franceses, e 3% de outros países da Europa). Os outros 8% podem ser usados na pré-compra de filmes de outras nacionalidades, inclusive norte-americanos. Além dos recursos do CNC, a produção cinematográfica francesa conta ainda com diversos incentivos fiscais federais e regionais, como isenção de impostos e créditos fiscais, e fundos de investimento como os Soficas, sociedades de investimento destinadas a coletar recursos para produções audiovisuais, com regulamentação específica e tratamento fiscal diferenciado. Em outubro de 2005, uma mudança na diretoria do CNC mexeu com as instituições do cinema francês. Veronique Cayla, exdiretora geral do Festival de Cannes, assumiu a direção geral do CNC. Também em outubro o mercado francês se mobilizou quando da vitória quase unânime da ratificação da Convenção Sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, na Unesco.
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Principais formas de fomento: O CNC disponibiliza vários concursos anuais que contemplam todos os setores do cinema. Para a produção: Os incentivos podem ser de duas modalidades: a automática, que se baseia no resultado de filmes anteriores de uma mesma companhia ou produtor, e a seletiva, que é basicamente o incentivo via concurso público. Apoio automático: - O fundo de referência é voltado para produtores que já tenham produzido pelo menos um longa-metragem de sucesso. O valor do incentivo é calculado com base na bilheteria, vendas em homevideo e venda para a televisão do filme-referência. Esse recurso é automaticamente depositado numa conta administrada pelo CNC e precisa ser investido pelo produtor em um novo longa-metragem, num prazo de cinco anos. - O produtor também pode optar por um fundo de adiantamento de receitas que será reembolsado, em todo ou em parte, quando o filme iniciar sua carreira comercial. O percentual do reembolso é estabelecido em comum acordo entre as partes, antes da liberação dos recursos, e costuma ser calculado a partir de um sistema de pontuação aplicado aos filmes anteriores do mesmo produtor. O CNC destina cerca de € 20 milhões por ano ao fundo de adiantamento de receitas.
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Apoio seletivo: Esse apoio é dividido em duas categorias e pode variar de € 300 mil a € 1 milhão por filme. O apoio está divido em duas categorias: uma para filmes de diretores que estejam realizando seu primeiro ou segundo longa-metragem, e outra para diretores já confirmados. - O fundo para o desenvolvimento de roteiros de longa-metragem é distribuído por meio de concursos anuais, voltados para roteiros de profissionais iniciantes ou para roteiristas profissionais, em obras originais ou adaptações. Há concursos que premiam o projeto e outros que funcionam como forma de adiantamento de recursos ao produtor, e que, no caso, serão reembolsados quando for iniciada a produção do filme. - Existem também formas de incentivo à aquisição de equipamentos de nova tecnologia e para a composição de trilhas sonoras. - O CNC também promove concursos anuais para financiar a produção de curtas-metragens.
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Apoio automático: Os filmes de longa-metragem franceses ou de coprodução francesa, uma vez acertado o acordo de produção, podem se tornar geradores de apoio financeiro automático, beneficiando a empresa de distribuição, sob certas condições previstas no contrato. Os valores depositados na conta do distribuidor são inversamente proporcionais à receita do filme em salas de cinema e destinados a serem reinvestidos na produção e/ou distribuição de uma nova obra cinematográfica. Para que um filme possa gerar essa receita adicional, é necessário que o distribuidor se comprometa com o filme ainda em seu estágio de produção ou montagem. Apoio seletivo: O apoio sletivo é destinado às distribuidoras selecionadas pelo CNC que tenham uma atuação regular no mercado e possuam qualidade artística reconhecida. Esse apoio pode beneficiar a cartela anual de lançamentos desta distribuidora, beneficiar filme a filme, ou ainda beneficiar suas despesas estruturais.
Obs: A França também oferece diversas formas de financiamento de coproduções com países estrangeiros, como, por exemplo, o Fonds Sud, voltado para cinematografias de países em desenvolvimento, e que pode contemplar inclusive produções brasileiras.
Para a exibição: A taxa sobre as receitas geradas pela bilheteria dos cinemas gera um fundo de recursos em benefício dos exibidores, que será destinado à modernização e à construção de salas. O cálculo do montante de retorno da taxa ao qual cada exibidor terá direito é feito a partir de um coeficiente calculado sobre o número de salas de cada cinema.
Para a distribuição: O apoio à distribuição contempla longas-metragens de produção ou coprodução francesa também pela modalidade automática ou seletiva.
Destaques da regulamentação do CNC Algumas das principais obrigações dos canais de TV são: Cota de exibição: Do número total de filmes exibidos por ano para cada canal de televisão (da TV aberta ou fechada), 60%
mercado audiovisual na frança devem ser obras europeias, e desses, 40% precisam ser filmes falados em francês. Nesse aspecto, a França é o país que segue de forma mais próxima as diretrizes do Conselho do Audiovisual Europeu, que recomenda às emissoras abertas o esforço para a difusão de 50% de filmes produzidos no continente. Número máximo de longas exibidos: Os canais de televisão abertos estão autorizados a exibir anualmente 192 obras de longa-metragem, das quais 104 entre o horário de 20h30 e 22h30. Restrições de exibição: Os canais abertos não podem exibir filmes de longa-metragem nas noites de quartas e quintas e aos sábado (o dia inteiro). No domingo, só podem exibir filmes a partir de 20h30. Às quartas e quintas, exceções são feitas para os filmes considerados de “cineclube”, que podem ser exibidos a partir de 22h30. Obs: quarta-feira é o dia de lançamento de filmes nos cinemas da França. Janela: Os canais abertos precisam respeitar a janela de três anos (reduzida a dois anos em casos de coprodução), contada a partir da data de expedição do visto de exploração do filme. Para a exibição de filmes em canais de TV paga, a janela é de um ano, com algumas variações de horários e itens específicos para a programação do Canal Plus. Publicidade: A legislação que regulamenta o setor da comunicação do país é rigorosa quanto à veiculação, pela TV aberta, de comerciais de produtos culturais. A lei proíbe a exibição de anúncios de cinema, livros ou lojas de grande distribuição (hi-
ano da frança no brasil . temática permercados etc). A publicidade de filmes é permitida apenas em canais temáticos da TV paga. Obrigações de coprodução: Os canais de TV aberta devem dedicar ao menos 3,2% de sua receita do ano anterior ao desenvolvimento da produção cinematográfica, dos quais 2,5% para obras faladas em francês, e 0,5% para produções europeias. Em sua programação global, cada emissora precisa dedicar 75% da grade a produções audiovisuais independentes. Controle de receitas: O controle de cinema é realizado pelo CNC, sob o sistema de bilhete padronizado. Todo exibidor precisa ter seu cinema registrado no CNC, e é esse mesmo órgão que repassa a parte da arrecadação que cabe ao distribuidor. Construção de multiplex: Na exibição, existe uma atenção especial às regras para a construção de multiplex, com medidas que pretendem evitar o fechamento de salas principalmente de exibidores independentes e do circuito de arte. Os exibidores que quiserem erguer ou transformar outros espaços em complexos cinematográficos com mais de 800 poltronas devem apresentar um estudo que será analisado por uma comissão especial chamada Comission Départamentale d’Equipement Cinématographique (CDEC). A comissão levará em conta diversos aspectos, incluindo a demanda da região por cinemas desse tipo, a “densidade” de salas de cinema nessa região e o efeito potencial do projeto sobre a frequência aos cinemas, levando em conta o equilíbrio sustentável e a diversidade de oferta de cada região, entre outros itens.
Fonte de pesquisa: Database
Mundo Filme B.
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comparativo 2007 Brasil
França
Relação França x Brasil
182.989.611
64.473.140
-65%
Público (milhões)
89,3
177,5
+99%
Público filme nacional (milhões)
10,3
64,8
+529%
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112,7
+43%
Market share filme nacional
11,5%
36,5%
+217%
Salas
2.120
5.398
+155%
23
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+200%
Habitantes por sala
86.316
11.944
-86%
Ingressos per capita
0,5
2,8
+460%
Filmes lançados
338
573
+70%
Lançamentos nacionais
82
262
+220%
Lançamentos estrangeiros
254
311
+22%
R$ 712,6 USD 401,6
EUR 1.050 USD 1.445
+260%
R$ 79,1 USD 46,7
EUR 383,3 USD 527,5
+1030%
R$ 633,5 USD 354,9
EUR 667 USD 917,5
+159%
R$ 7,98 USD 4,53
EUR 5,95 USD 8,14
+80%
População
Público filme estrangeiro (milhões)
Salas digitais
Renda (milhões) Renda filme nacional (milhões) Renda filme estrangeiro (milhões) Preço médio do ingresso
pesquisa Leonardo Mecchi | Fonte de Pesquisa: filme B
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Entrevista homenagem
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ENTREVISTA O2 FILMES
Fernando Meirelles, Andrea Barata Ribeiro e Paulo Morelli Por Leonardo Mechi e Ana d’Angelo
Em 2003 produz Viva Voz, de Paulo Morelli, e coproduziu Contra Todos. Em 2005, uma nova coprodução, desta vez com os EUA: o documentário Ginga. Em 2007, lança nos cinemas dois novos longas: Não Por Acaso, dirigido por Philippe Barcinski, e Cidade dos Homens, dirigido por Paulo Morelli a partir das quatro temporadas da série de mesmo nome, que fora ao ar pela Rede Globo. Em 2008, estabelece um novo patamar nas coproduções internacionais no Brasil com o longa Ensaio Sobre a Cegueira, dirigido por Fernando Meirelles. O filme é uma coprodução entre Brasil, Canadá e Japão, com orçamento estimado em US$ 25 milhões. No mesmo ano, lança O Banheiro do Papa, dirigido por César Charlone e Enrique Fernández, outra coprodução, desta
A O2 realizou também diversas séries para TV, das quais se destacam Cidade dos Homens, exibida por quatro temporadas seguidas na TV Globo, Filhos do Carnaval, que estreou em março de 2006 na grade da HBO, as duas temporadas da série Antonia e Som e Fúria, recentemente veiculada na Globo. CineBH – Gostaria de começar pelo histórico de cada um até chegar ao audiovisual, porque Fernando e Paulo são formados em Arquitetura e Andrea em Comunicação Social, com especialização em Publicidade, certo? Como chegaram ao audiovisual e como se encontraram? Fernando Meirelles – Eu e Paulo estávamos na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), quando começamos a fazer desenho animado, porque arquitetura e desenho eram coisas muito próximas, e depois passamos para o vídeo. Fizemos uns primeiros filminhos de animação na USP ainda, alguns em Super 8. Aí começamos a nos interessar por filmes. No terceiro ou quarto ano da FAU a gente resolveu abandonar mesmo a ideia de sermos arquitetos e abrimos uma produtora, que foi a Olhar Eletrônico. A Andrea veio trabalhar com a gente uns cin-
go
vez entre Brasil, Uruguai e França. A mais nova produção para o cinema da O2, em coprodução com a Universal Studios e financiado pela Europacorp, é o longa À Deriva, dirigido por Heitor Dhalia, que estreou no último Festival de Cannes.
foto: tânia rê
endo como sócios-fundadores os diretores Fernando Meirelles e Paulo Morelli e a produtora Andrea Barata Ribeiro, a O2 Filmes, homenageada desta edição da Mostra CineBH, iniciou suas atividades em 1991, trabalhando então exclusivamente no mercado publicitário. A produção de longas começou em 1999, com Domésticas, o Filme, com direção de Fernando Meirelles e Nando Olival. O segundo longa-metragem produzido pela O2 Filmes já foi uma coprodução e tornou-se um paradigma incontornável do cinema brasileiro: Cidade de Deus, também de Fernando Meirelles, visto por mais de 3,3 milhões de espectadores no Brasil, acumulando mais de 40 prêmios nacionais e internacionais, com passagens por Cannes e pelo Oscar.
homenagem agem
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co ou seis anos depois. Quando ela entrou deu um gás, a produtora começou a fazer mais trabalhos, e a gente pensou: se essa mulher for embora a gente afunda [risos]. Foi aí que virou nossa sócia. CineBH – Quando vocês criaram a Olhar Eletrônico, na década de 80, o foco era mais a produção para TV? Paulo Morelli – Era vídeo, vídeo independente. A gente fazia até lançamento de remédio, coisas para ganhar um dinheirinho. Morávamos todos juntos, numa casa com vários amigos. Usávamos o vídeo para sobreviver, pois vimos que essa seria nossa profissão. Com isso entramos na TV, quando o (apresentador de TV e jornalista) Goulart de Andrade nos ofereceu um programa. Andrea Barata Ribeiro – Eles foram pioneiros nessa questão da TV independente, porque se hoje é pequeno o espaço para essa produção, imagine naquela época. Não existia nenhum. Saíram oito páginas na revista Veja, era algo realmente inovador o que estava acontecendo. Fernando – Era inovador, mas era burro do ponto de vista empresarial. Era um negócio novo, não havia mercado. Não existiam televisões que comprassem produção independente, era preciso criar um mercado. Andrea – Mas acho que vocês não viam com esse olhar na época, da questão empresarial. Pensavam em fazer uma coisa que desse prazer, não pensavam em mercado. O que existia na época como possibilidade de negócios era publicidade, pois não existia produção independente, não existia cinema. Foi a época em que se abriu um buraco no cinema brasileiro. Ou você trabalhava em televisão, nas emissoras que existiam na época, ou se fazia publicidade. Eu entrei nessa época em que eles estavam começando a trilhar o caminho da publicidade.
homenagem Fernando – Fazíamos uns vídeos institucionais muito chatos, mas na publicidade se trabalhava menos, se ganhava mais e tinha menos aborrecimento. Paulo – E podíamos nos aproximar das câmeras de cinema. Saía do vídeo e nos aproximava do cinema, que era o objetivo. No fundo, a gente queria chegar ao cinema. Sempre foi essa a ideia, mas naquela época era um sonho distante. CineBH – E vocês fundaram a O2 em 1991, bem quando o Collor decretou o fim da Embrafilme e o cinema brasileiro entrou em crise. Fernando – Mesmo a Olhar, na década de 80. Se você pegar a produção de cinema na época, tinha cinco ou seis filmes sendo feitos por ano. Eu tinha alguns amigos da ECA (Escola de Comunicação e Artes da USP) fazendo cinema e os coitados ficavam sete ou oito anos pra terminar um filme e, quando lançavam, os filmes eram ruins, porque não tinha dinheiro para mixar, não tinha dinheiro para nada. Pensamos então que não queríamos ficar nessa fila de seis anos para fazer um filminho. Televisão pelo menos a gente fazia toda semana. CineBH – E a Andrea chegou nessa transição da Olhar para a O2? Paulo – Entrou na Olhar, mas nessa época em que começamos a fazer publicidade, parando um pouco de fazer a TV semanal. Andrea – Entrei na área de publicidade. Nessa época eles estavam entrando fundo na publicidade. Mas foi ótimo, deu uma quilometragem de set, uma experiência, conhecimento de câmeras, lentes, atores. Virou um grande berço depois que o cinema voltou. Tinha um preconceito com a publicidade, mas deu uma grande bagagem para todo mundo.
foto: tânia rêgo
entrevista homenagem
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homenagem CineBH – Mas mesmo com a O2 vocês continuaram a trabalhar para TV e começaram a produzir alguns curtas. Paulo – Continuamos, dava muita prática, mas a gente queria chegar ao longa. A TV era o caminho, fez parte. Fernando – A gente apoiava muito curta de amigo, fazendo dentro da O2. Uns 20 curtas passaram aqui, oito eram da O2 e uns 12 de amigos. Andrea – Foi aí que vieram as leis, a famosa retomada do cinema, depois dessa leva de curtas. Foi muito bacana. Nessa época de curtas a gente aproveitava os cenários da publicidade. Sobrava um cenário e pensávamos: “puxa, está incrível, vamos fazer um curta”. Escrevia num dia, no dia seguinte o Fernando estava no set, aproveitando a luz. Começamos a ganhar prêmios em festivais. Começamos com capricho de imagem, de tratamento. CineBH – Daí veio Domésticas, em 2001, que era um filme de superbaixo orçamento. Andrea – Foram R$ 600 mil. Fernando – Eu havia prometido para mim mesmo que faria um longa antes dos 40, eu já tinha mais de 40 na verdade. E estava muito ligado em qualquer ideia que eu lia no jornal. Fui assistir à peça num dia, no dia seguinte levei a equipe inteira. Foi muito rápido. Entre assistir à peça e o filme estar rodando foram quatro meses. A ideia inicial era fazer um filme de R$ 80 mil, estouramos um pouco o orçamento [risos]. Foi depois de uma campanha que fiz para publicidade, onde montamos quatro ou cinco cozinhas no estúdio. Já tínhamos as cozinhas, havia a peça da Renata Melo e cada doméstica usaria uma cozinha.
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entrevista homenagem Então, de fato, usamos os cenários, mas depois o filme cresceu, como tudo na vida. CineBH – E como foi para você, Andrea, vindo da publicidade, produzir esse primeiro longa com um orçamento de R$ 600 mil? Porque são realidades bem diferentes, o cinema e a publicidade. Andrea – Foi minha primeira experiência com cinema realmente. Estava todo mundo a fim de fazer. Acho que todo mundo entrou na história, era todo mundo da casa, na realidade. Era um desejo de todo mundo ali fazer, sem pensar tanto na grana. Fernando – Mas havia outra motivação interessante em Domésticas. Eu já estava escrevendo Cidade de Deus, tinha comprado os direitos e estava escrevendo com o Bráulio (Mantovani, roteirista do filme), mas nunca tinha feito um longa. Então a parte de som, de finalização, não sabia nada disso. A ideia de fazer um longa pequenininho enquanto estava escrevendo o roteiro foi bom pra isso, aprender a fazer essa parte que eu não nunca tinha feito na vida. Então, na verdade, eu comecei o Cidade e fizemos Domésticas no meio. Quando foi lançado Domésticas, eu estava no set filmando Cidade de Deus. CineBH – Como foi o impacto de Cidade de Deus para a produtora? Porque foi a 02 dando a cara para o mundo, com todo o reconhecimento internacional. Andrea – A sensação que eu tenho é que foi um divisor de águas. Botou a produtora no mapa do mundo. Fernando – Isso no cinema. Porque em publicidade não afetou nada, era a maior produtora de publicidade no Brasil e continuou sendo.
homenagem Andrea – É verdade, chegou quase a atrapalhar nesse sentido. Na época, os publicitários ficaram com ciúmes que a gente estava fazendo cinema. Os publicitários diziam que a gente era cineasta e os cineastas diziam que éramos publicitários. Era engraçado isso. Hoje mudou, é ótimo que você pode pular de uma mídia pra outra, mas eu tenho essa sensação de que foi um divisor de águas no cinema, botou a produtora e o Brasil também em evidência. Eu acho que o filme puxou o Brasil todo. Fernando – Mas a empresa como um todo não afetou muito. O faturamento da empresa continuou o mesmo, porque o negócio da produtora era publicidade. Agora está mais dividido, mas na época 95% era publicidade. Mas a gente percebeu que podia fazer cinema, viver de cinema, expandir, acreditar no cinema. CineBH – Como se deu o financiamento do filme? Há a história que vocês bancaram praticamente tudo. O orçamento foi de US$ 3,3 milhões, é isso? Fernando – Quando a gente ia começar a fazer o filme havia uma venda meio garantida da Miramax, que conseguimos através da VideoFilmes (produtora de Walter e João Moreira Salles). Eu comecei a ensaiar, banquei o ensaio, montei uma oficina no Rio de Janeiro com dinheiro meu, pessoal, não era nem da produtora. Quando chegou o momento da Miramax entrar com o dinheiro pra começarmos a filmar, eles pularam fora. Cidade de Deus estava dentro um pacote negociado com eles, juntamente com Madame Satã (de Karim Aïnouz) e um filme grande do Walter Salles, chamado A Redenção da Virgem, que seria feito na Itália, com Benicio Del Toro e Juliette Binoche. Uma produção grande, de US$ 35 milhões. Às vésperas da filmagem o Benicio Del Toro quebrou o dedo e teve que
entrevista homenagem adiar a Redenção da Virgem. O Walter não estava muito a fim de fazer esse filme e aproveitou isso para cair fora, e com isso acabou o pacote. Então, porque o Benício Del Toro quebrou o dedo, a gente perdeu nosso financiamento [risos]. Mas quando disseram isso, eu já estava com tudo pronto, ensaiando com os meninos, figurino pronto, meio cenário montado. Já tinha colocado um bom dinheiro ali e pensei: “agora já estamos aqui, faltando três semanas pra filmar, então vamos em frente”. Assinava chequinho toda semana. Andrea – E nesse meio tempo eu tentando captar dinheiro. Mas para filme de favela, com atores desconhecidos, com traficante?! Éramos quase tocados pra fora com vassoura. Mas na hora que o filme ficou pronto, começou uma briga de foice, todo mundo queria o filme. Foi bacana também, apesar de a gente não ter sabido aproveitar na época, pois não tínhamos muita experiência. Fizemos péssimos negócios. Nunca perdemos, mas nunca ganhamos. CineBH – Entre os filmes programados para a homenagem à O2 na Mostra está Ginga, uma coprodução com os EUA. Qual a origem desse projeto, que veio logo depois de Cidade de Deus? Andrea – Veio dessa tendência da publicidade patrocinar conteúdo. A Nike, nessa época, tinha como tema de suas campanhas a ginga. O Brasil estava em evidência, então eles queriam fazer alguma coisa sobre a ginga do futebol brasileiro. Foi aí que procuraram o Fernando para ser o produtor do projeto, para promover essa coisa da publicidade com o conteúdo. Fazer um documentário sobre a paixão do futebol, a ginga, que é uma junção muito bacana. CineBH – Em seguida tivemos, em 2006, Antonia, e em 2007, Cidade dos Homens, dois projetos que trazem novamente aquela
homenagem relação com a TV sobre a qual estávamos conversando. São filmes que se desmembraram depois em séries de TV. Como se deu essa reaproximação com a TV e o que a diferencia da época da Olhar? Paulo – Acho que houve um enorme avanço, se pegarmos dos anos 80 para cá. Passaram-se 20 anos e a mudança é total, entre fazer uma produção caseira que passava num canal de TV e agora fazer produtos de peso, que são vistos por milhares de pessoas. Isso mostra um arco imenso que a produção independente percorreu. Acho muito bacana fazer TV, porque no fundo fazemos cinema na TV. Estamos mudando a sua cara, aproximando-a do cinema e levando a linguagem cinematográfica para dentro da TV. E eu acho que eles estão ávidos por isso e querendo mais produtos. CineBH – Mas o que ocasionou essa mudança de paradigma para a TV? Porque no Brasil a TV nunca quis trabalhar com produção independente. Na França é por lei, em qualquer outro país é por lei. Trata-se, afinal de contas, de uma concessão pública. Mas aqui nunca houve essa prática, então mudou alguma coisa? Andrea – Ao contrário do Paulo, eu não acho que a TV tenha grande interesse na produção independente. Acho que o interesse é pequeno. O que ajudou e impulsionou foram as leis. Mesmo nós, que apresentamos um padrão de qualidade lá em cima, produzíamos antes de Som e Fúria três horas de conteúdo para a Globo por ano. É muito pouco! Paulo – É pouco, mas a audiência é muito boa e dá prestígio para eles. Andrea – Dá prestígio, mas precisa abrir mais esse mercado. Há uma brecha minúscula, é verdade, pois se comparado há 20 anos não havia nenhuma, mas é minúscula.
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Fernando – E com a Globo foi um pouco um acaso. Sou muito amigo do Guel (Arraes), tinha feito Comédia da Vida Privada e tal. Eu estava ensaiando Cidade de Deus no Rio quando encontrei o Guel. Ele precisava fazer uma série de especiais para o final de ano e perguntou se eu não queria fazer um. Eu falei que estava no meio do ensaio com aqueles meninos e que se ele deixasse eu fazer alguma coisa com eles eu topava. Foi aí que fizemos Palace 2, com toda a equipe do filme, no meio dos ensaios. A Globo ficou com medo de colocar no ar, não fez chamada, entrou no dia 22 de dezembro e teve uma audiência inesperada, muito mais que os outros. No dia seguinte, eles propuseram para nós uma série com os dois atores. Eu falei que não podia, pois estava fazendo um longa, mas que quando acabasse poderíamos conversar. Esqueci disso depois, mas quando Cidade de Deus foi para Cannes, eles ligaram cobrando a promessa. Fizemos os quatro primeiros episódios (da série Cidade dos Homens), a audiência foi boa e pediram para continuarmos. O Paulo começou a tocar e ficamos mais três anos seguidos. Mas era assim, em cima do resultado. No quarto ano, a gente falou chega. Mas foi assim porque foi dando certo, não foi um plano estratégico. CineBH – A Andrea citou a questão da legislação. Vocês acham que a legislação ajudou então? Esse é um caminho para viabilizar a produção independente na TV? Andrea – É, porque como você disse aqui é o único país em que a televisão é vertical. Não me lembro de outro lugar assim, em que a produção da TV seja vertical. Então, já que não tem lei, que obrigue a comprar, ao menos há as leis de incentivo. Quer incentivo melhor que renúncia fiscal para produzir? Aí começou a haver o interesse de todo mundo. Os produtores responderam muito bem, você vê as séries feitas para a HBO
entrevista homenagem pela gente, pelos Gullane, pela Conspiração, são todos altíssimo padrão de produção, então acho que a produção respondeu à altura. Perdeu-se o medo da produção brasileira. Porque na época de Domésticas fui a várias sessões para ver o filme com o público e lembro-me que num desses cinemas de shopping, quando pedi um ingresso para Domésticas, a mulher me alertou que era filme nacional. Eu falei que tudo bem, que eu queria assim mesmo, e ela insistiu: “a gente não devolve o dinheiro do ingresso”. CineBH – Voltando um pouco da TV para o cinema, em 2007 vocês fazem Banheiro do Papa, que também é uma coprodução e está na programação da Mostra. Uruguai, Brasil, França. Como foi costurar essa coprodução de Banheiro do Papa? Andrea – A gente não conseguiu captar nada aqui no Brasil. O que conseguimos foi triangular o Fonds Sud (fundo de financiamento francês), porque precisava ter uma produtora brasileira e a nossa contribuição acabou sendo através desse fundo e da venda internacional, pois o filme vendeu bastante bem fora. A gente costurou essa venda internacional, até porque a produtora uruguaia não tinha experiência com isso, a entrada em Cannes, mas não conseguimos captar dinheiro no Brasil. CineBH – Mas por que vocês acham que não conseguiram captar dinheiro no Brasil? Fernando – É um filme falado em espanhol, filmado no Uruguai... Andrea – Edital nós perdemos todos. E não conseguimos pegar dinheiro de lei, mas acabamos conseguindo entrar com outro tipo de contribuição. Mas o diretor vivia no Brasil há mais de
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três anos, havia o acordo de coprodução. É o caso de Blindness (Ensaio Sobre a Cegueira), que apesar de ser falado em inglês é legalmente um filme brasileiro, feito como uma coprodução. CineBH – Blindness, assim como Cidade de Deus, é outra grande quebra de paradigma para o cinema brasileiro, em termos da estrutura que foi montada em torno dessa coprodução. Filmagens em diversos países, atores hollywoodianos, orçamento de US$ 25 milhões e a questão de se conseguir captar dinheiro aqui para um filme dessa proporção. Andrea – O orçamento aprovado na Ancine foi de US$ 25 milhões e captamos R$ 7 milhões aqui. Nós captamos R$ 7 milhões aqui, mas gastamos R$ 13 milhões. Isso acho importante destacar, porque trouxemos recurso para o País. Foi superbacana. Brasil e Canadá têm um acordo bilateral de coprodução e pudemos trazer o Japão através de uma triangulação com o Canadá. O Japão já estava no pacote antes de a gente chegar. Eles usaram as leis de incentivo lá, nós usamos as leis de incentivo aqui. E o Japão trouxe boa parte do orçamento, misturou com um pouco de pré-venda e foi assim que a gente conseguiu financiar. CineBH – Vocês possuem uma estrutura enorme de vocês aqui que facilita muito, mas o Brasil está pronto para receber projetos desse porte? Vocês encontraram muita dificuldade, em termos de infraestrutura, legislação? Andrea – Não teve nenhuma dificuldade com a Ancine, ao contrário, a Ancine ajudou muito a fechar essa coprodução, porque a gente teve que amarrar algumas pontinhas soltas no Canadá. A Ancine jogou completamente a favor da coprodução,
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entrevista homenagem fizeram toda a parte de negociação na esfera política, com a Ancine de lá.
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Fernando – São Paulo não tem uma Film Commission, então tive que fazer reuniões com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo) e, por incrível que pareça, eles ficaram completamente abertos ao projeto. Fecharam ruas, fecharam áreas grandes da cidade. O prefeito topou, disse que ia nos ajudar, pois era uma propaganda para a cidade também, dava visibilidade. Liberaram tudo, nas datas que a gente queria, teve um apoio grande.
homenagem CineBH – Que impacto Blindness teve nos negócios da O2? Fernando – Temos recebido muitas consultas para fazer coprodução internacional. Eles viram que a gente pode fazer isso aqui no Brasil. Não fechamos nada, mas a gente recebe muito convite. Tem aqui na casa rolando umas cinco ou seis propostas para fazermos coprodução, com Alemanha, Espanha, Inglaterra. Andrea – É que também não é o nosso foco. A O2 é uma produtora de diretores também, a prioridade nossa aqui é fazer o projeto dos nossos diretores.
entrevista homenagem Fernando – E tem também a questão de que está difícil financiar filmes lá fora e eles sabem que o Brasil tem dinheiro incentivado. Então eles vêm sempre com o papo: “vocês são muito bons, São Paulo é uma cidade linda, clima maravilhoso, queremos muito”, e fazem a proposta deles entrarem com 1/3 do orçamento e nós com 2/3. Andrea – Mas não estamos dispensando. Os projetos interessantes estão em análise, não dispensamos fazer uma coprodução. Outro dia tivemos aqui um produtor português muito bacana, que tem também um acordo já amarrado na Espanha. Ele veio com 2/3 do orçamento, pra gente financiar 1/3 aqui. Enfim, tem bons negócios. Fernando – Estamos numa coprodução com um filme chamado Catalunya, com Kevin Spacey e Rachel Weisz, dirigido pelo Hugh Hudson, que fez Carruagens de Fogo. Eles estão na Argentina e no Uruguai, vendo locações. Eles vão rodar provavelmente na Argentina e vão finalizar aqui na O2. CineBH – Quais são as principais dificuldades encontradas na hora de se fazer uma coprodução internacional? Qual filme realizado dessa forma trouxe mais ganhos em termos de experiência nesse processo? Andrea – A principal dificuldade é você não conhecer muito bem as pessoas que estão do outro lado. É quase como um casamento, você vai conviver com aquela pessoa pelos próximos quatro, cinco anos, intensamente, e de repente aos seis meses descobre que é um mala sem alça ou não cumpre seu lado da coprodução. Tem que ser muito amarrado, gostar do projeto, ter referências. Fernando – Acho que o Blindness foi o que nos trouxe mais aprendizados. Nós aqui nunca tínhamos lidado com orçamento
homenagem de US$ 25 milhões. Isso vem com todas as normas de cinema da indústria norte-americana. Foi um grande aprendizado para nós, que tivemos que aprender uma série de coisas, foi muito bacana. Nem sei se o Brasil já tinha feito uma produção desse tamanho. Acho que Blindness foi a maior. CineBH – A O2 é estruturada de uma maneira inovadora para o mercado brasileiro. Vocês possuem uma série de divisões aqui dentro da própria O2, como publicidade, cinema, a O2 Digital, a O2 Internacional. Como surgiram e funcionam essas diversas divisões dentro da O2? Paulo – Elas são bolhas que vão crescendo. Em princípio, a ideia é que cada divisão tenha uma vida própria, mas o que acontece de fato é que a publicidade gera o negócio e acaba sustentando as outras áreas. O cinema nasceu sob o guardachuva da publicidade, mas hoje em dia ele já é independente. Mesma coisa com a digital, que ainda vive com orçamentos muito pequenos e por isso damos suporte para ela poder crescer. No fundo, a publicidade dá esse grande guarda-chuva para tudo poder crescer. Andrea – O internacional e a pós-produção são departamentos que andam sozinhos. Mas a ideia é que cada área ande sozinha, se sustente e temos um coordenador para cada área, com essa política de dar muito espaço para as pessoas atuarem, trazerem soluções, acho que isso cria essa coisa da O2 em que todo mundo se sente muito à vontade. CineBH – A O2 Internacional é algo inovador e que chama a atenção. Andrea – A O2 Internacional, nós montamos quando o dólar estava favorável, estávamos todos interessados em tornar o Brasil um polo de produção. Daí montamos o departamento
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Fernando – Começa a crescer um determinado setor e cria-se uma estrutura para administrar aquilo, mas se de repente o setor encolhe, a gente enxuga e absorve a equipe. O tempo inteiro a produtora faz assim. Pós-produção é um exemplo recente, que está cada vez mais forte. A gente percebe isso e começa a fomentar. CineBH – O que vocês pensam da O2 daqui pra frente? Quais os objetivos? Fernando – Eu penso só em produtos, qualidade de produtos. Fazer coisas interessantes que eu goste de ver, de assistir. Aparecem muitas pessoas com propostas de projetos incríveis, onde vamos ganhar milhões, mas a gente não faz. Se for só para ganhar dinheiro a gente não faz. Claro que ganhar dinheiro é uma motivação, mas nunca é a motivação única. Se não tiver uma coisa interessante... Às vezes você dá uma desviada e entra num negócio por oportunidade, mas eu sempre me arrependo.
Entrevista concedida pelos sócios-fundadores da 02 Filmes ao crítico Leonardo Mecchi e à jornalista Ana Cristina d’Angelo, a pedido da organização da Mostra CineBH.
SP, 10 set. 2009.
fotos: divulgação O2 flmes
internacional, que ia buscar fazer esse trabalho de production service. Fizemos muitos comerciais assim, dois longas – o do Stallone (Os Mercenários, em finalização) e Journey to the End of the Night (2006). A gente não tem nada a ver com o conteúdo, é só uma prestação de serviço mesmo. Mas o dólar hoje em dia já não está mais tão interessante, então meio que agregamos o departamento internacional dentro da estrutura do nacional. É a vantagem de se ter uma estrutura orgânica. Daqui a pouco, se a situação estiver favorável novamente, monta-se de novo.
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: o r i e l i s a r b a 3º Seminário do cinem m sua terceira edição, a Mostra CineBH 2009 faz conexão entre a produção independente e o mercado audiovisual mundial, discutindo as implicações, vantagens e dificuldades do formato de coprodução internacional, bem como as opções de intercâmbio, cooperação e formação proporcionadas por essas parcerias. Dentro desse contexto, e sendo um evento chancelado pelo comissariado do Ano da França no Brasil, a CineBH convida a França para dialogar, através de exibições de filmes e participação de convidados franceses nos debates do seminário.
foto: leonardo lara
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Idealizada para contextualizar o mercado audiovisual do Brasil em intercâmbio com o mundo, a Mostra CineBH, que nesta edição coloca em evidência a coprodução internacional, visa, com a realização de seminários e mesas de debate, um histórico das coproduções no Brasil e as oportunidades e desafios dessa nova modalidade de produção para os produtores e cineastas brasileiros.
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CoprodUÇÃO: CAMINHOS E CRITÉRIOS
destino: brasil
Como se dá a coprodução entre Brasil e França? Quais os caminhos, critérios e acordos para viabilizar essas parcerias? Que tipo de projetos interessa aos produtores franceses e brasileiros?
O Brasil como cenário para coproduções internacionais. Como atrair produções estrangeiras para filmarem no Brasil? Qual o papel das Film Commissions?
Convidados • Andrea Barata RIBEIRO, produtora, sócia da O2 Filmes, homenageada do evento – SP • Christophe GOUGEON, produtor do longa Independência França • Eva KINH, coordenadora do programa Cinema em Développement/Festival de Toulouse – França • Sebastián PUENZO, produtor e fotógrafo do longa O Menino Peixe – Argentina • Rachel MONTEIRO, consultora internacional do programa Cinema do Brasil - SP
Convidados • Carolina GONTIJO, diretora executiva da Minas Film Commission – MG • Elisa TOLOMELLI, produtora EH! Filmes – RJ • Gabriel LACERDA, produtor Gullane Filmes – SP • Sérgio Sá LEITÃO, presidente da Riofilme
Mediador: Leonardo MECCHI – produtor e crítico de cinema – SP
Mediador: Steve SOLOT, presidente da LATC e da Rio Film Commission – RJ
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A TV COMO ALIADA
O MERCADO AUDIOVISUAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O SETOR NA FRANÇA E NO BRASIL
Como a TV pode atuar no fomento e na difusão da produção cinematográfica, fortalecendo dessa forma toda a cadeia audiovisual?
Um panorama do mercado audiovisual nos dois países, em especial para os filmes independentes e de baixo orçamento, e as políticas públicas de financiamento e proteção para essa produção. Quais produções têm atraído o grande público e como coabitar a produção independente em harmonia com essa produção de grande público?
Convidados • Bruno DELOYE, diretor da rede Ciné cinéma Club, Clanic e Faniz – Grupo Canal Plus – França • Cadu RODRIGUES, diretor executivo da Globo Filmes – RJ • Gabriel PRIOLLI, coordenador do Núcleo de Conteúdo e Qualidade da TV Cultura – SP • Octávio Penna PIERANTI, coordenador geral de TV e Plataformas Digitais da Secretaria do Audiovisual/Ministério da Cultura • Paulo MENDONÇA, diretor geral do Canal Brasil – RJ
• Mediador: Pedro ORTIZ, diretor TV USP – SP
Convidados • Brigitte VEYNE, adida audiovisual da Embaixada da França no Brasil – RJ • Joël AUGROS, professor da Université Paris 8 – França • Manoel RANGEL, diretor-presidente da Ancine – RJ • Silvio DA-RIN, Secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura – DF
• mediadora: Alessandra MELEIRO, professora e pesquisadora USP – SP
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currículos seminário Alessandra meleiro Pós-doutora pela University of London (Media and Film Studies) e pesquisadora associada do Cebrap, onde coordena o Centro de Análise do Cinema e do Audiovisual (www.cenacine.com.br). Doutora em Cinema e Políticas Culturais pela ECA/ USP. Autora do livro O novo cinema iraniano: uma opção pela intervenção social e organizadora das coleções Cinema no Mundo: Indústria, Política e Mercado, e A Indústria Cinematográfica Brasileira (no prelo). Presidente do Instituto Iniciativa Cultural.
Andrea Barata ribeiro Ao lado de Fernando Meirelles e Paulo Morelli, sócia fundadora da O2 Filmes, indicada como uma das cinco produtoras de maior impacto do mundo pela publicação Variety. Andrea foi responsável pela produção de vários longas para o cinema, como do premiado Cidade de Deus, Não por Acaso, Cidade dos Homens, Domésticas, Antonia e El Banõ del Papa. Entre as produções mais recentes, Andrea Barata assinou a coprodução internacional Ensaio sobre a Cegueira, o último longa dirigido por Fernando Meirelles, em 2007, e À Deriva, de Heitor Dhalia, em 2008. Para TV aberta, produziu as séries Cidade dos Homens, Antonia e Som & Fúria, a adaptação brasileira da série canadense Slings and Arrows, todas para a Rede Globo. E para a HBO produziu Filhos do Carnaval, série indicada ao Emmy International de melhor série de ficção, que tem sua segunda temporada prevista para estrear em outubro deste ano.
Brigitte Veyne Brigitte Veyne estudou na Ecole Superieure de Commerce de Paris. Trabalhou muitos anos em Paris como consultora de projetos culturais e audiovisuais nas empresas: Arthur Andersen, Bossard Consultants, ABCD Ingéniérie Culturelle. Logo foi responsavel na Fundacion Autor da entidade espanhola de gestão
dos direitos de autor, do departamento de Formação profissional e dos projetos europeios. Nesse contexto, trabalhou entre 2001 e 2008 como lider de programa europeios (Cultura 2000, Media e Euromed Audiovisuel) para projetos de formação dos profissionais dos audiovisual europeio e mediterraneo. Criou um centro de formação para autores, gestores e tecnicos da cultura, com oficinas em toda Espanha. Desde fevereiro de 2008, é adida audiovisual da Embaixada Francesa no Brasil.
Bruno Deloye Nascido em 1963, graduou-se em Audiovisual e Telecomunicações, com especialização em Gestão de Televisão e Telecomunicações na universidade Paris-Dauphine. Iniciou a carreira como diretor adjunto de desenvolvimento da Région Cable, entre 1989 e 1995, onde criou o primeiro canal pay-per-view da França, em 1991. Transfere-se para o grupo MCM-Euromusique para criar o canal Muzzik, primeiro canal de TV europeu dedicado à música clássica e ao jazz, onde ocupa a função de diretor de programação. Em 2000, ingressa no grupo Canal Plus, onde ocupa sucessivamente as funções de diretor do canal Cinéclassic na França, Itália e Espanha, antes de criar a rede Ciné cinéma Club, Classic e Famiz, em setembro de 2002. Em seguida, assume a direção dos três canais da rede Ciné cinéma Club dedicados ao cinema de autor; do Classic, dedicado a obras clássicas; e do Famiz. É atualmente membro da Comissão do Patrimônio Cinematográfico do CNC. Foi júri de diversos festivais, entre eles o Festival do Filme Brasileiro de Paris.
Cadu Rodrigues 48 anos, dois filhos, formado em Tecnologia de Informação pela PUC-RJ, com MBA em Administração de Varejo pelo Coppead/RJ, MBA de Planejamento Estratégico pela Babson College, Boston, EUA, e IAG Máster de Marketing na PUC-RJ; atuou
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como executivo de TI em empresas como a TV Globo, Coca-Cola, Mesbla e Banco Chase Manhattan. Desde 2002 ocupa a direção executiva da Globo Filmes, onde participou da produção e do lançamento de mais de 60 filmes até o momento, incluindo os principais sucessos de público da retomada do cinema brasileiro – 2 Filhos de Francisco, Carandiru, Se Eu Fosse Você, Cidade de Deus, Lisbela, Cazuza, Olga, Os Normais, Meu Nome Não É Johnny, Se Eu Fosse Você 2, Divã e Os Normais 2.
Gabriel Lacerda
Carolina Gontijo
Gabriel Priolli
Formada em Jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte, com habilitação em Cinema de Animação pela UFMG. Especialização One Year Advanced Filmmaking – New York Film Academy / King’s College, em Londres. Participou de diversas produções mineiras e atualmente responde pela Diretoria Executiva da Minas Film Commission, estrutura de facilitação às produções cinematográficas e audiovisuais no estado de Minas Gerais.
É jornalista, professor, apresentador e diretor de televisão. Graduado pela Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo. Atualmente, é coordenador de conteúdo e qualidade da Fundação Padre Anchieta-TV Cultura de São Paulo e presidente de honra da ABTU – Associação Brasileira de Televisão Universitária. Foi membro do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, do Conselho Superior do Cinema (Ministério da Cultura) e do Comitê Consultivo do Sistema Brasileiro de TV Digital (Ministério das Comunicações). Foi apresentador do programa diário Opinião Brasil, na TV Cultura de São Paulo, onde também dirigiu o programa Vitrine. Foi apresentador do programa semanal Imprensa na TV, no Canal 21 de São Paulo. Foi colunista, repórter e crítico de televisão na Folha de S.Paulo.
Elisa Tolomelli Elisa Tolomelli tem formação publicitária e trabalha em cinema há mais de 15 anos. Durante esse período acumulou experiência em várias etapas da produção cinematográfica: Roteiro, Direção, Produção, Distribuição e Exibição
Eva Morsch Kihn Graduada em Literatura Moderna pela Universidade de Montreal, no Canadá, com mestrado em Literatura e Cinema pela Universidade Toulouse Le Mirail, na França. É coordenadora dos encontros profissionais “Cinema en Construction”, “Cinéma en Développement” e “Cinéma Sans Frontière”, do festival Rencontres Cinémas d’Amérique Latine de Toulouse.
Formado em Administração de Empresas e Pós Graduado em Finanças, Gabriel Lacerda trabalhou durante 6 anos como diretor da holding de investimentos Partcon. No mesmo período foi diretor da Construtel, empresa do ramo de telecomunicações. Em 2008, tornou-se sócio da Gullane Filmes ocupando o cargo de diretor financeiro. É produtor de diversos longas e séries de TV.
Joel Augros Professor da Université Paris 8. Realizou doutorado em Ciências Econômicas, em que examina o desenvolvimento multimídia da indústria cinematográfica mundial. Seguiu esse eixo de pesquisa ao trabalhar sobre o cinema hollywoodiano. Mais tarde, estendeu a pesquisa às indústrias cinematográficas no mundo, tentando mostrar por meio de quais modalidades elas se opõem a Hollywood ou colaboram com ela. É membro do
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Grupo de Pesquisa sobre a Economia do Cinema e do Audiovisual e do grupo de pesquisa internacional Europe-Hollywood Network.
Leonardo Mecchi É crítico de cinema e produtor. Editor da Revista Cinética [www. revistacinetica.com.br], foi selecionado em 2007 para o Berlinale Talent Campus, programa anual do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Como produtor, atua no desenvolvimento e na produção de projetos de curtas e longas-metragens – entre eles À Margem do Lixo e Quebradeiras, de Evaldo Mocarzel; Rosa e Benjamin, de Cléber Eduardo e Ilana Feldman; e Onde Andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado – além de mostras e festivais dedicados ao cinema brasileiro, como o Festival de Cinema e Meio Ambiente de Guararema, já em sua 3ª edição, o I Festival de Cinema de Paranapiacaba e as mostras Eu é um Outro – O Autor e o Objeto no Documentário Brasileiro Recente (Caixa Cultural-RJ, 2008), Vivendo e Morrendo em São Paulo (CCSP-SP, 2008), Baseado em Caso Real (CCBB-Brasília, 2009) e Órfãos da Embrafilme (CCBB-Brasília, 2009). Idealizou e produziu também o ciclo de debates em mídia eletrônica Estéticas da Biopolítica – Audiovisual, Política e Novas Tecnologias, contemplado pelo MinC através do programa Cultura e Pensamento. É colaborador das Mostras de Cinema de Tiradentes, Ouro Preto e Belo Horizonte.
Manoel Rangel Nasceu em Brasília. É cineasta, formado pela Universidade de São Paulo (1999), onde cursou o mestrado em Comunicação e Estética do Audiovisual. Foi presidente da Comissão Estadual de Cinema da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo (2001-2002). Foi assessor especial do ministro da Cultura Gilberto Gil (2004-2005) e secretário do Audiovisual Substituto (2004-2005), quando coordenou o grupo de trabalho sobre
regulação e reorganização institucional da atividade cinematográfica e audiovisual no Brasil. Foi nomeado membro da Diretoria Colegiada da Agência Nacional do Cinema (Ancine) em 2005. Foi nomeado diretor-presidente da autarquia em dezembro de 2006 e reconduzido ao cargo em maio de 2009, com mandato até 20 de maio de 2013.
Octavio Penna Pieranti Doutorando em Administração pela Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getúlio Vargas – Ebape/FGV, mestre em Administração Pública pela mesma instituição (2005) e graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003). Coordenador geral de TV e Plataformas Digitais da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC). Especialista em regulação de serviços de telecomunicações concursado da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), onde atuou, também, como relator, vice-relator e participante de questões, programas e iniciativas especiais das Comissões Brasileiras de Comunicações (CBCs). Pesquisador do Programa de Estudos em Administração Brasileira (Abras) da Ebape/ FGV e do Laboratório de Estudos em Comunicação, Tecnologia e Educação Cidadã (Lecotec) da Faac/Unesp. Autor/organizador de três livros: Democracia e regulação dos meios de comunicação de massa; Políticas públicas para imprensa e radiodifusão e Estado e gestão pública.
Paulo Mendonça Administrador de Empresas com especialização em Informática e longa experiência no mercado financeiro e de capitais. Paulo Roberto Mendonça dirige desde fevereiro de 2004, o Canal Brasil S/A, canal de televisão por assinatura, constituído através de uma associação entre a Globosat e um grupo dos principais cineastas brasileiros, do qual faz parte. O Canal
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Brasil é distribuído pelas principais operadoras do país. É roteirista, compositor e foi membro do 1° Conselho Superior de Cinema da ANCINE - Agencia Nacional de Cinema.
Pedro Ortiz Jornalista formado pela Escola de Comunicações e Artes da USP (1990), documentarista e diretor de TV. Mestre (1997) e doutor (2005) em Integração da América Latina – Área de Comunicação e Cultura, pela Universidade de São Paulo (PROLAMUSP). Diretor geral da TV USP e do Canal Universitário de São Paulo (CNU). Diretor financeiro da ABTU – Associação Brasileira de Televisão Universitária. Pesquisador-doutor associado ao Leer – Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação (Deptº. de História – FFLCH/USP). Professor de Telejornalismo (3º e 4º anos) do Curso de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero (SP). Pesquisador do CIP – Centro Interdisciplinar de Pesquisas da Faculdade Cásper Líbero (SP), com pesquisa sobre a TV Pública no Brasil. Orientador de TCCs (trabalhos de conclusão de curso) e iniciação científica. Integrante do grupo de pesquisa Jornalismo, Comunicação e Epistemologia da Compreensão, do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Cásper Líbero. Integrante do grupo de pesquisa Cinema, Audiovisual e Educação, que reúne pesquisadores da UFMG, Uesb, UFF, UFRJ, UFRB, PUC-RJ, USP e Cásper Líbero. Coordenador do módulo Amazônia do Projeto Repórter do Futuro, curso de complementação para estudantes de jornalismo. De 1989 a 2000, foi correspondente na América Latina da agência-cooperativa de jornalistas Acopi, de Buenos Aires, realizando coberturas e reportagens especiais no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai, Peru e México para jornais, revistas e emissoras de rádio desses países. Trabalhou para Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e TV Bandeirantes, além de produtoras independentes de TV e documentários, no Brasil e no exterior.
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Rachel Monteiro Cursou Comunicações e História na Universidade de São Paulo (USP), Institut des Hautes Études, Marc Ferro (Paris, França) e Cinema Direct com Jean Rouch, na Sorbonne, em Paris. Foi curadora na Cinemateca Francesa de uma série de panoramas e mostras de autores do cinema brasileiro, em Paris, durante os anos de 1982 a 1985. Dirigiu documentários realizados para a Mendes Jr. do Brasil, e produzidos na Europa, entre 1981 e 1983. Responsável pelo setor cultural da Embrafilme, em Paris, em 1984. Na volta ao Brasil, assinou a direção de cerca de 270 filmes publicitários para as agências Salles – DMBB, DM-9, Adag, Almap, Guimarães e Associados, Norton, entre 1986 e 1995. Roteirista de obras audiovisuais para a Fundação Roberto Marinho, TV dos Trabalhadores, a Fundação Crocevia (Itália) e Senac. Desde de 2006 é consultora internacional do Programa Cinema do Brasil, um programa de internacionalização do cinema brasileiro, que tem como parceiros a Apex – Brasil, SAV-Minc, Ancine e Ministério de Relações Exteriores.
Sérgio Sá Leitão Formado em Jornalismo na Escola de Comunicação da UFRJ, com pós-graduação em Políticas Públicas e Marketing, Sérgio Sá Leitão tem 42 anos e mora no Rio. É diretor-presidente da RioFilme – Distribuidora de Filmes S/A. Foi diretor da Agência Nacional do Cinema (Ancine), diretor da distribuidora Vereda Filmes e assessor da Presidência do BNDES, onde coordenou a criação do Departamento de Economia da Cultura e do Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Audiovisual. Entre 2003 e 2006, foi chefe de gabinete do ministro da Cultura e secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura. Coordenou os programas Copa da Cultura, Música do Brasil, CulturaPrev e Economia da Cultura, entre outros. Foi um dos responsáveis pela formulação do Programa Brasileiro de Cinema e Audiovi-
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sual; e membro do Conselho Petrobras Cultural. Foi ainda vicepresidente da Comissão Interamericana de Cultura (CIC-OEA), assessor da diretoria da Clear Channel Entertainment do Brasil e editor na Folha de S.Paulo e no Jornal do Brasil, além de crítico de cinema em várias publicações e diretor de redação no Jornal dos Sports e na revista Volleyball. Dirigiu vários curtas, documentários, clipes e comerciais, como We Belong (2002) e A Balada do Mar Salgado (Ed Motta, 2002). Foi membro do júri do Claro Curtas (2008 e 2009) e do Celucine (2009), entre outros festivais.
Silvio DA-RIN É documentarista e técnico de som. Realizou mais de uma dezena de filmes e vídeos, vários deles premiados em festivais brasileiros e internacionais, como os longas Hercules 56 e Igreja da Libertação; telefilmes como Brasil Anos 60 e Brasil Anos 80; e os curtas Nossa América, Príncipe do Fogo e Fênix. Gravou o som de mais de 150 filmes, entre eles os longas Quase Dois Irmãos, Onde Anda Você, Viva Voz, Separações, , Amores Possíveis, Mauá e Pequeno Dicionário Amoroso. Tem ministrado cursos e oficinas nas áreas de som para cinema e documentário. Em 2004, publicou o livro Espelho Partido: Tradição e Transformação do Documentário, versão revista de sua dissertação de mestrado em Comunicação na UFRJ.
seminário vice-presidente sênior da Motion Picture Association (MPA) para a América Latina em 1995, responsável pela supervisão e gestão de todas as operações da MPA em todos os territórios da região em diversos setores, incluindo: cinema, entretenimento doméstico, TV aberta, TV por assinatura, proteção dos direitos de propriedade intelectual em ambientes digitais. Antes de ingressar na MPA, atuou como gerente e economista na filial do Rio de Janeiro do Banco de Boston, e consultor e professor no Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), e no Centro de Estudos Conjuntos de Integração Econômica para a América Latina (Eciel), ambos no Rio de Janeiro. Atualmente, desempenha funções como membro da Comissão Fulbright do Brasil, representando os Estados Unidos, e presidente do Comitê de Propriedade Intelectual da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro. Sr. Solot é palestrante frequente em seminários e encontros nacionais e multilaterais focados na indústria audiovisual, propriedade intelectual, conteúdo e tecnologia para o entretenimento digital.
Steve SOLOT Presidente da Latin American Training Center – LATC (Centro Latino-Americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual), sediada no Rio de Janeiro, uma firma de treinamento e consultoria regional, voltada para a nova geração de cineastas na América Latina, que oferece serviços completos de consultoria para projetos audiovisuais. Assumiu no último mês a presidência da Rio Film Commission. Antes de fundar a LATC, foi
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LATC
EGEDA
O Latin American Training Center (Centro Latino-Americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual), sediado no Rio de Janeiro, é um centro regional de consultoria audiovisual fundado por Steve Solot, ex-vice-presidente para América Latina da MPA (Motion Picture Association). O LATC oferece serviços completos de consultoria para projetos audiovisuais e também organiza oficinas e cursos técnicos sobre produção e distribuição audiovisual. O LATC é afiliado à Associação Internacional de Escolas de Cinema e Televisão – CILECT, e mantém convênios com a Entidad de Gestión de Derechos de los Productores Audiovisuales de España – EGEDA, a Independent Feature Project – IFP, a Fundación para la Investigación del Audiovisual – FIA, a Independent Film & Television Alliance – IFTA , e a National Association of Latino Independent Producers–NALIP. www.latamtrainingcenter.com
A EGEDA - Entidad de Gestión de Derechos de los Productores Audiovisuales é a entidade de gestão que representa e defende os interesses dos produtores audiovisuais, derivados dos direitos que a Lei da Propriedade Intelectual reconhece e protege. A EGEDA, cuja atuação é sem fins lucrativos, mantém importantes relações com as associações de produtores dos diferentes países da comunidade ibero-americana, e tem promovido a constituição de diferentes entidades de gestão na América Latina para a administração coletiva dos direitos de propriedade intelectual dos produtores audiovisuais. www. egeda.es
Cesnik, Quintino & Salinas Advogados O escritório Cesnik, Quintino & Salinas Advogados é especializado em consultoria a negócios e ações voltadas às áreas do entretenimento, da cultura, esporte e terceiro setor. Criado há mais de dez anos por profissionais integrados ao cenário cultural brasileiro, o escritório conquistou destacada posição e expertise no mercado de entretenimento, com atuação junto a importantes clientes de diversos segmentos, em especial na área musical, audiovisual, de artes cênicas, das artes plásticas, publicitária, realizando, inclusive, assessoria à iniciativa privada para investimentos em entretenimento, cultura e terceiro setor. www.cqs.adv.br
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longas coprodução este seu terceiro ano, a Mostra CineBH incorpora pela primeira vez títulos internacionais à sua programação, algo que aconteceu com enorme naturalidade pela escolha da temática da coprodução como foco principal da mostra. A circunstância revelou-se duplamente feliz, uma vez que este também foi um ano voltado para comemorações várias do Ano da França no Brasil, e a França é inegavelmente um dos polos principais de apoio ao financiamento do cinema no mundo, especialmente o cinema de autor. Estas foram, portanto, as duas vertentes seguidas na nossa escolha dos títulos exibidos, que farão um diálogo direto com as discussões nas mesas do seminário e permitem entrever um rico panorama das possibilidades abertas para o cinema através de sua internacionalização e do contato com a televisão. Em todos estes sentidos, é extremamente feliz a possibilidade de abrirmos a programação voltada especificamente para este tema com a exibição de Nova York Eu Te Amo, o segundo filme da série idealizada pelo produtor francês Emmanuel Benbihy, cujo primeiro volume (Paris Eu Te Amo) estreou com sucesso em Cannes, e passou pelos cinemas brasileiros. Neste novo filme, diretores de vários países (França, Japão, China, Índia e, claro, Estados Unidos) criam histórias passadas em Nova York, numa mistura de olhares que serve de metáfora bastante forte para a situação atual do cinema de autor e sua necessidade de internacionalização. Vale lembrar ainda que o próximo destino desta série será o Rio de Janeiro, cuja produção em conjunto com a Riofilme já foi iniciada pela produtora francesa de Be-
nhiby, anunciando nomes como Fernando Meirelles e José Padilha como alguns dos diretores associados ao projeto. O papel central da França na relação com o cinema de autor pelo mundo estará exemplificado ainda na programação por filmes que demonstram quão variado é o destino desses apoios. Tanto o brasileiro Os Famosos e os Duendes da Morte, como o argentino El Niño Pez e o filipino Independencia só puderam ser completados, em grande parte, pelas parcerias internacionais que estabeleceram. No caso dos três filmes, a França entrou como coprodutora através do programa Fonds Sud Cinéma, que se volta justamente para os filmes realizados pelos chamados “países do Hemisfério Sul”. El Niño Pez contou ainda com um coprodutor espanhol, algo bastante comum no cinema argentino recente, enquanto Independencia é fruto de uma colaboração multinacional que soma ao apoio francês o trabalho com fundos de financiamento holandeses e alemães. Independencia exemplifica ainda um outro tipo de coprodução importantíssimo para o presente e o futuro do cinema, que é o trabalho conjunto entre as redes de TV e os produtores independentes. No caso do filme filipino, a rede Arte da França é coprodutora desse trabalho do jovem cineasta Raya Martin, cujo talento inegável permitiu que ele tivesse a honra de ter não apenas um, mas dois filmes no Festival de Cannes deste ano (o outro chamava-se Manila). No Brasil, o trabalho com a TV tem sido ainda incipiente, para além da relação com a Globo Filmes. Neste sentido, é muito importante a exibição de
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Dzi Croquettes, filme que nasce ligado ao Canal Brasil, após o enorme e surpreendente sucesso do ano passado nos festivais (inclusive na CineBH) e no circuito do primeiro longa produzido pelo Canal, Loki – Arnaldo Baptista.
produtora brasileira Elisa Tolomelli e que tem no elenco os jovens Dominique Swain e Henry Thomas, como norte-americanos que enfrentam problemas neste filme de gênero filmado em Angra dos Reis.
Finalmente, um tema importantíssimo no contexto da internacionalização crescente das produções é a presença de olhares estrangeiros no Brasil. Neste sentido, nossa programação tem a verdadeira honra de poder exibir uma cópia de Orfeu Negro, uma das primeiras coproduções brasileiras, dirigida pelo francês Marcel Camus e ganhadora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O filme continua até hoje uma das mais marcantes apropriações do território brasileiro (no caso, o Rio de Janeiro) para hospedar um olhar de cineasta estrangeiro que dialoga diretamente com a cultura e as questões inerentes ao País.
Temos certeza de que o painel traçado por esses oito longas, em conjunto com aqueles exibidos dentro da homenagem à O2 Filmes, permitirão que muitos caminhos e possibilidades sejam pensados para o cinema brasileiro (mas não só), a partir das trocas inerentes ao processo de coprodução.
Cinquenta anos depois do filme de Camus, a CineBH tem o prazer de apresentar a primeira sessão brasileira de Plastic City, uma coprodução entre Brasil, China, Hong Kong e Japão filmada em São Paulo pelo importante cineasta e diretor de fotografia chinês Yu Lik-Wai, e que competiu pelo Leão de Ouro em Veneza no ano passado. Para além de confirmar um trabalho internacional empreendido pela Gullane Filmes (cujo Terra Vermelha, dirigido pelo ítalo-argentino Marco Bechis já foi lançado no circuito brasileiro), Plastic City também tem a particularidade de trazer personagens estrangeiros para o Brasil. Isso é algo que veremos ainda em Dead in the Water, filme realizado pelo brasileiro Gustavo Lipsztein através de uma rara coprodução entre Brasil e Estados Unidos, idealizada pela
Eduardo Valente Cineasta e crítico de cinema Seleção de filmes
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longas homenagem
CIDADE DE DEUS Ficção, cor, 35mm, 130 min, RJ, 2002
Direção: Fernando Meirelles Codireção: Kátia Lund Do Romance de Paulo Lins Roteiro: Bráulio Mantovani Cinematografia: César Charlone, ABC Montagem: Daniel Rezende Direção de Arte: Tulé Peake Produção: Andrea Barata Ribeiro e Maurício Andrade Ramos Coprodutores: Walter Salles, Donald K. Ranvaud, Daniel Filho, Hank Levine, Marc Beauchamps, Vincent Maraval, Juliette Renaud Produção Executiva: Elisa Tolomelli, Bel Belinck Música Original: Antônio Pinto e Ed Côrtes Desenho de Som: Zeta Audio por Martin Hernández Som Direto: Guilherme Ayrosa, Paulo Ricardo Nunes Figurino: Bia Salgado e Inês Salgado Desenho de Maquiagem: Anna van Steen Colorista: Sergio Pasqualino Efeitos Visuais: Renato Batata 1º Assistente de Direção: Lamartine Ferreira Oficina de Atores: Nós do Cinema e Guti Fraga Preparação de Atores: Fátima Toledo Uma Realização O2 Filmes e VideoFilmes Coprodução: Globo Filmes, Lumière e Wild Bunch Elenco: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino, Phelipe Haagensen, Jonathan Haagensen, Douglas Silva, Roberta Rodrigues, Daniel Zettel, Matheus Nachtergaele O principal personagem do filme Cidade de Deus não é uma pessoa. O verdadeiro protagonista é o lugar. Cidade de Deus é uma favela que surgiu nos anos 60 e se tornou um dos lugares mais perigosos do Rio de Janeiro no começo dos anos 80. Para contar a estória deste lugar, o filme narra a vida de diversos personagens, todos vistos sob o ponto de vista do narrador, Buscapé – um menino pobre, negro, muito sensível e bastante amedrontado com a ideia de se tornar um bandido; mas também inteligente suficientemente para se resignar com trabalhos quase escravos.
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longas homenagem
Baseado no livro de José Saramago Direção: Fernando Meirelles Roteiro: Don Mckellar Cinematografia: César Charlone, ABC Desenho de Produção: Tule Peake Figurino: Renée April Montagem: Daniel Rezende Música Original: Marco Antonio Guimarães/UAKTI Produtores Executivos: Gail Egan Simon, Channing Williams, Tom Yoda, Akira Ishi e Victor Loewy Coprodução: Bel Berlinck e Sari Friedland Produzido por Andrea Barata Ribeiro e Sonoko Sakai Elenco: Julianne Moore, Gael García Bernal, Mark Ruffalo, Danny Glover, Adrien Brody, Alice Braga Uma adaptação de Ensaio sobre a cegueira, romance de José Saramago, Blindness conta a história de uma súbita e devastadora epidemia, a cegueira branca, que acaba por destruir a sociedade, colocando seus personagens, e também os espectadores deste longa-metragem, cara a cara com os valores mais básicos de nossa civilização. Na luta pela sobrevivência, a cegueira fará enxergar a essência de nossa humanidade.
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
Título Original: BLINDNESS
Ficção, cor, 35mm, 121 min, Canadá/Brasil/Japão, 2008
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Direção: Hank Levine, Marcelo Machado e Tocha Alves Roteiro: Hank Levine, Marcelo Machado e Tocha Alves, com a colaboração de Fernando Meirelles Produtores: Fernando Meirelles e Hank Levine Produção: O2 Filmes e Nike Direção de Fotografia: Raul Fernandez Montagem: Lessandro Sócrates, Márcio Canella e Oswaldo Sant’Ana O grande segredo do domínio brasileiro no futebol é a ginga de seus jogadores. Uma habilidade de corpo que os torna capazes de driblar, passar a bola e marcar o gol como se o adversário não existisse. Mas ginga não se aprende. É algo mítico, inerente ao Brasil. Ginga é um jeito de não se levar nada muito a sério, usar bem
GINGA
Doc, cor, 35mm, 81 min, Brasil/EUA, 2005
os pés, o calcanhar e as coxas durante o jogo e fora dele. Vários brasileiros, de diferentes níveis sociais e de várias partes do País, relatam, no documentário, a sua paixão e sua habilidade no futebol e a importância do gingado em suas vidas.
longas homenagem
Direção: César Charlone e Enrique Fernández Produzido por: Elena Roux Roteiro: Enrique Fernández e César Charlone Coprodutores: Andrea Barata Ribeiro, Bel Berlinck, Fernando Meirelles e Serge Catoire Produtores Executivos: Sandino Saravia Vinay e Claudia Büschel Fotografia: César Charlone, ABC Som: Daniel Marquez Música: Luciano Supervielle e Gabriel Casacuberta Direção de Arte: Ines Olmedo Figurino: Alejandra Rosasco Maquiagem: Claudia Gonzalez Montagem: Gustavo Giani Direção de Produção: Mirtha Molina Elenco: César Troncoso, Virginia Méndez, Mario Silva, Henry de Leon, Jose Arce, Nelson Lence, Rosário dos Santos, Alex Silva, Baltasar Burgos e Carlos Lerena Estamos no ano de 1988 e o Papa João Paulo II visitará a cidade de Melo, no Uruguai. Calcula-se que 50.000 pessoas virão para ver o Papa. Os habitantes mais humildes acreditam que, se venderem comida e bebida a esta multidão, poderão ficar ricos. A não ser Beto, que decide construir um banheiro em frente a sua casa.
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O BANHEIRO DO PAPA Título Original: EL BAÑO DEL PAPA
Ficção, cor, 35mm, 97 min, Brasil/Uruguai, 2008
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Direção e Roteiro: Gustavo Lipsztein Diretor de Fotografia: Marcelo Durst Direção de Arte: Alexandre Meyer Figurino: Kika Lopes Som Direto: Heron Alencar Maquiagem: Luís Carmargo Montagem: Kurt Bullinger e José Pulido Trilha Sonora: Heitor Pereira Consultora Musical: Michelle Kuznetsky Produção Executiva: Elisa Tolomelli Produção: Nuts e Lloyd e Eh! Filmes Coprodução: Georg Lipsztein, Gustavo Lipsztein, Elisa Tolomellio, Evan Astrowsky e Jay So. Elenco: Henry Thomas, Dominique Swain, Scott Bairstow, Sebastian de Vicente, José Wilker, Renata Fronzi e Lavínia Vlasak
o mar por testemunha
O Mar por Testemunha é um filme sobre os valores de uma geração
Ficção, cor, 35mm, EUA/Brasil, 90 min, 2002
dia em que jovens abastados tornam-se vítimas do próprio egoísmo.
Título Original: DEAD IN THE WATER
contado em forma de triller. Dois casais saem para um passeio de barco. A cada volta, o barco fica mais claustrofóbico. Seus instintos de sobrevivência fazem com que pensem no que é necessário para resolver seus problemas individuais. Nesse processo, a verdadeira personalidade de cada um vem à tona, fechando o ciclo dessa tragé-
longas coprodução
Direção e Roteiro: Lucía Puenzo Fotografia: Rodrigo Pulpeiro Arte: Mercedes Alfonsin Figurino: Julio Suárez Som: Fernando Soldevila Montagem: Hugo Primero Música: Andrés Goldstein, Daniel Tarrab, Laura Zisman Assistente de Direção: Fabiana Tiscornia Diretora de Produção: Paula Zyngierman Produtores Executivos: Fernando Sirianni e Miguel Morales Produtores Associados: Marin Karmitz, Nathnnaël Karmitz e Charles Gillibert Produtores: Luis Puenzo e José Maria Morales Elenco: Inés Efron, Emme, Mariela Vitale, Pep Munné, Arnaldo André, Carlos Bardem, Diego Velázquez, Sandra Guida, Julián Salas, Paloma, Contreras, Darío Velenzuela, Jerônimo Perassolo, Sergio Lapegüe e Vando Vilamil Lala, uma adolescente que vive num dos bairros mais ricos de
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o menino peixe
Buenos Aires, está apaixonada por Guayi, a empregada paraguaia
Título Original: EL NIÑO PEZ
de 20 anos que trabalha na sua casa. Sonham em viver juntas no
Ficção, cor, 35mm, 96 min, 2009, Argentina/ Espanha/França
Paraguai, às margens do lago Ypoá. O assassinato do pai de Lala apressa seus planos. Este é o ponto de partida que apressa a fuga na rota que une o norte de Buenos Aires com o Paraguai. Enquanto Lala espera sua amante em Ypoá, reconstruindo seu passado (o mistério de sua gravidez e a lenda de um menino peixe que guia os afogados até o fundo do lago), Guayi é presa numa instituição para menores. Ela também esconde um crime em seu passado.
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Direção: Marcel Camus Roteiro: Marcel Camus, Vinícius de Moraes e Jacques Viot Elenco: Breno Mello, Marpessa Dawn, Marcel Camus, Fausto Guerzoni, Lourdes de Oliveira, Léa Garcia, Ademar Da Silva, Alexandro Constantino, Waldemar De Souza, Jorge Dos Santos, Aurino Cassiano, Maria Alice, Ana Amélia, Elizeth Cardoso, Arlete Costa Baseado na peça de Vinícius de Morais, o filme de Marcel Camus foi premiado com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e com a Palma de Ouro em Cannes. A ação se passa durante o carnaval carioca, no fim da década de 1950, e mantém a estrutura do mito grego. Orfeu (Breno Mello) apaixona-se por Eurídice (Marpessa Dawn), uma jovem
orfeu negro
Ficção, cor, 35mm, 107 min, Brasil/França/Itália, 1959
recém-chegada do interior. O interesse do rapaz desperta ciúmes em Mira (Lourdes de Oliveira).
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Direção: Fatih Akin, Yvan Attal, Allen Hughes, Shunji Iwai, Wen Jiang, Shekhar Kapur, Joshua Marston, Mira Nair, Natalie Portman, Brett Ratner e Andrei Zvyagintsev. Elenco: Bradley Cooper, Shia LaBeouf, Natalie Portman, Orlando Bloom, John Hurt, Christina Ricci, Ethan Hawke, Robin Wright Penn, Ethan Hawke, Andy Garcia, Chris Cooper, Blake Lively, Justin Bartha, Rachel Bilsonm, Hayden Christensen, Drea de Matteo, Julie Christie e mais... Na cidade que nunca dorme, ninguém nunca para de sonhar por amor. Esses sonhos ganham vida em Nova York, Eu te Amo – uma colaboração entre alguns dos mais instigantes artistas internacionais das telas da atualidade e um elenco internacional de estrelas que, juntos, criam uma visão caleidoscópica das espontâneas, surpreendentes e excitantes relações humanas que definem o ritmo da cidade. Encontros sexies, engraçados, marcantes e surpreendentes surgem pelas paisagens de Manhattan – de Tribeca, passando pelo Central Park, até o Harlem – criando uma história de amor tão
nova york, eu te amo
Título Original: NEW YORK, I LOVE YOU Ficção, cor, 35mm, 110 min, 2009, França/EUA
diversa e interligada quanto o próprio tecido nova-iorquino.
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plastic city
Ficção, cor, 35mm, 118 min, Brasil/China/Hong Kong/ Japão, 2008
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Direção: Yu Likwai Roteiro: Yu Likwai, Fernando Bonassi e Liu Fendou Direção de Fotografia: Lai Yiu Fai Desenho de Luz: Wong Chi Ming Direção de Arte: Cassio Amarante Consultor Visual: Cássio Vasconcellos Direção de Produção: André Montenegro e Rodrigo Castellar Magoo Música: Yoshihiro Hanno e Instituto Montagem: Wenders Li e André Finotti Efeitos Especiais: Sinai Mountain Produção Executiva: Tom Cheung, Rui Pires e Sônia Hamburger Produtores Associados: Manuela Mandler, Patrick Siaretta e Paulo Ribeiro Co-Produtores: François da Silva, Jaqueline Liu, Fumiko Osaka Produtores: Fabiano Gullane, Caio Gullane, Chow Keung, Jia Zhang-Ke, Yuji Sadai, Siuming Tsui, Débora Iavanov e Gabriel Lacerda Produção: Gullane Filmes e Xstream Pictures Co- Produção: Bitters End, Sundream Motion Pictures e Paris Filmes Produção Associada: ARTE France, Media Factory INC., Ozone Network Co., Teleimage Elenco: Odagiri Joe, Anthony Wong, Huang Yi, Tainá Müller, Chen Chao Jung, Phellipe Haagensen, Antônio Petrin, Milhem Cortaz, Alexandre Borges, Cláudio Jaborandy Ambientado no tradicional bairro da Liberdade no centro de São Paulo, Plastic City tem como protagonista a imensa comunidade oriental que se estabeleceu na cidade ao longo dos anos, buscando uma terra de oportunidades e um lugar para novos negócios – legais ou ilegais. Yuda é um poderoso imigrante chinês que prosperou na ilegalidade, Kirin, seu filho adotivo, é um jovem impetuoso que vive em conflito com as decisões de seu pai. Juntos, eles comandam a máfia da pirataria no Brasil. Mas um império conquistado ao longo de anos pode desmoronar em um passo em falso. Pai e filho passam a limpo as histórias da vida e se vêem diante de um acerto de contas.
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Direção: Raya Martin Roteiro: Raya Martin e Ramon Sarmiento Elenco: Alessandra de Rossi, Tetchie Agbayani e Sid Lucero e Mika Aguilos Início do século 20 Filipinas. Os sons de guerra: sinal da chegada dos americanos. Uma mãe e filho fogem para as montanhas, esperando por uma vida tranqüila. Um dia, o filho descobre uma mulher ferida no meio da floresta, e decide levá-la para casa. Passar dos anos. Homem, mulher e criança viver em isolamento do caos crescente em todo o país. Mas uma tempestade em breve ameaça a sua existência, e as tropas americanas se aproximam.
independência Título Original: INDÉPENDANCE
Ficção, P&B, França/Filipinas/Holanda/Alemanha, 77 min, 2009
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s a i d é m e s a g n lo s o e n â r o p m e t n co om grande parte da programação voltada para a temática principal da coprodução e a homenagem à O2 Filmes dentro deste panorama, além das seis sessões de curtas-metragens, optamos por usar a grade disponível para o cinema brasileiro contemporâneo a partir de duas aproximações distintas e complementares. Por um lado, há uma programação voltada para a pré-estreia em Minas Gerais de alguns filmes de maior apelo com o público. Neste sentido, para a programação da Praça, por exemplo, num movimento que tem se revelado constante na produção nacional recente, as escolhas recaíram sobre dois documentários: Mamonas pra Sempre, o Doc e Só Dez Por Cento é Mentira. Ambos se inserem na parte da produção brasileira que tem dialogado com nomes de peso em outras manifestações artísticas (no primeiro caso, o grupo musical Mamonas Assassinas; no segundo, o poeta Manoel de Barros), procurando estabelecer um diálogo entre o cinema e esses outros fazeres artísticos. Em ambos os casos, o resultado são filmes com enorme potencial de comunicação popular e inegáveis qualidades cinematográficas. Já no Cine Santa Tereza, o espectador poderá assistir ao mais recente filme de um dos mais relevantes nomes do cinema brasileiro ainda em atividade, Domingos Oliveira. Sempre realizador de um cinema altamente comunicativo, Domingos radicaliza neste seu novo trabalho o diálogo com a outra arte que mais exercitou na vida, o teatro, adaptando uma peça sua de
enorme sucesso, Todo Mundo Tem Problemas Sexuais. Para além da origem do texto, o filme de Domingos incorpora na sua própria estrutura a relação com o teatro como um dos seus temas principais. Não deixa de ser curioso, neste sentido, notar que o Cine Santa Tereza exibe também um outro filme brasileiro que tem origem no teatro: o documentário Dzi Croquettes, que retrata um dos mais importantes grupos da história das artes cênicas nacionais. Mesmo inserido na temática da coprodução, a exibição deste filme também configura uma préestreia nacional. Já o Cine Tenda exibirá, além dos curtas, alguns filmes com menos oportunidades de futura exibição em circuito comercial. Boa parte disso se deve a nossa opção pela exibição dos médias-metragens, ainda hoje um formato que possui poucos espaços abertos para sua difusão. Mas há também espaço para um longa como Dia dos Pais, de Julia Murat e Leonardo Bittencourt, filme feito de maneira absolutamente independente, sem qualquer financiamento, lidando com questões onde o íntimo espaço dos realizadores se mistura com a paisagem onde eles decidem se embrenhar. É um filme de enorme delicadeza, que transpõe para a tela um olhar que se encontra e tenta desvendar uma realidade brasileira pouco conhecida. Já na grade de médias, exibiremos dois trabalhos que se inserem na recente corrente do documentário voltado para os pequenos temas e as questões cotidianas. Em Amor Como Destino, os realizadores Maria Stella Mendes Ribeiro e José Américo Ribeiro se voltam para o tema dos casamentos e sua
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durabilidade, falando dos desafios e delícias de se manter uma relação amorosa ao longo dos anos. É um filme voltado para a intimidade e para os espaços internos das casas. Ampliando os espaços para a cidade, Paulo Leão coloca em pauta, através da pergunta que dá título a Por Que Você Veio Morar Aqui?, outra questão de foro absolutamente íntimo. Ambos os filmes constroem narrativas através de uma coletividade de impressões sobre temas comuns, cujas respostas serão sempre incomuns, pois pessoais e intransferíveis. De outra ordem são as questões levantadas pelos filmes que exibimos em conjunto em uma outra sessão, formada por Ninguém Segura o Brasil e Memórias Finais da República de Fardas. Temos aqui duas investigações bem diferentes sobre o imaginário brasileiro durante o período da ditadura militar. No caso do primeiro, este imaginário surge em estado bruto, pois os realizadores optam por não fazer qualquer intervenção sobre o material publicitário do período que eles pesquisaram. Trata-se de uma aposta, radical, na capacidade deste material falar muito por si mesmo. Já o segundo trabalho é um exemplar produto de uma pesquisa quase investigativa sobre os estertores do regime ditatorial no País, que consegue revelar uma série de fatos e impressões bastante relevantes sobre aquele momento. Em conjunto, acreditamos que esses dois trabalhos ganhem ainda mais força. Finalmente, temos o prazer de exibir dois médias e um curta que têm origem num mesmo projeto: A Dança do Pensamento, Transversais e De Volta ao Quarto 666 têm diferentes diretores,
mas são realizados através de uma mesma série, idealizada pela produtora gaúcha V2. Neles, os realizadores se aproveitam da presença na capital gaúcha de vários nomes essenciais da produção artística e de pensamento pelo mundo para colocar em pauta uma série de questões que se tornam tanto o tema de entrevistas como o motivador para a autoria dos diferentes cineastas que realizam os trabalhos. Aqui, a arte revela seu poder transcendental tanto nas palavras proferidas quanto na forma dos filmes, num conjunto bastante significativo de intervenções.
Eduardo Valente Cineasta e crítico de cinema Seleção de filmes
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DIA DOS PAIS
DZI CROQUETTES
Doc, cor, digital, 72 min, RJ, 2008
Doc, cor, digital, 110 min, RJ, 2009
Direção e Roteiro: Júlia Murat e Leo Bittencourt Fotografia: Leo Bittencourt Montagem: Julia Murat Trilha Sonora: Maria Muricy Edição de Som: Júlia Murat e Leo Bittencourt Empresa Produtora: Taiga Filmes
Direção, Roteiro e Fotografia: Tatiana Issa e Raphael Alvarez Montagem: Raphael Alvarez Elenco: Liza Minnelli, Ron Lewis, Gilberto Gil, Nelson Motta, Marília Pêra, Ney Matogrosso, Betty Faria, José Possi Neto, Miéle, Aderbal Freire Filho, Jorge Fernando, César Camargo Mariano, Elke Maravilha, Cláudia Raia, Miguel Falabella, Pedro Cardoso, Norma Bengell, Claudio Tovar, Ciro Barcelos, Bayard Tonelli, Rogério de Poly e Benedito Lacerda.
O documentário Dia dos Pais é uma viagem por quatro pequenas cidades da antiga região do café, que hoje está abandonada. A importância histórica e econômica do passado transparece indiretamente pela memória da linha do trem e de suas antigas fazendas, em contraste com o presente e o cotidiano pobre enfocados no filme.
O documentário resgata a trajetória do grupo que se tornou símbolo da
Seguindo viagem chegamos a Bananal, cidade de origem da família de
contracultura ao confrontar a ditadura usando a ironia e a inteligên-
Júlia. A busca por conhecer as cidades do Vale hoje se mistura com
cia. Os espetáculos revolucionaram os palcos com homens de barba
a busca pela identidade de sua família, dividida após a derrocada do
e pernas cabeludas, que contrastavam com sapatos de salto alto e
seu velho avô, Moacir.
roupas femininas. O grupo se tornou um enorme mito na cena teatral brasileira e parisiense nos anos 70.
longas contemporâneo
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MAMONAS PRA SEMPRE, O DOC
OS FAMOSOS E OS DUENDES DA MORTE
Doc, cor, digital, 85 min, SP, 2009
Ficção, cor, 35MM, 101 min, Brasil/França, 2009
Direção e Produção: Cláudio Kahns Direção de Entrevistas: Luna Alkalay e Dagomir Marquezi Fotografia e Som Direto: Johnny Torres e João Pavese Pesquisa e Roteiro: Diana Zatz Mussi Coordenação de Produção (Entrevistas): Bia Carvalho Coordenação (Finalização): Bruna Callegari e Patrícia Souza Lima Edição: Anna Penteado, Bruna Callegari, Diana Zatz Mussi, Felipe Igarashi, Rafael B
Diretor: Esmir Filho Roteiro baseado no livro de Ismael Cannepele Roteiro: Esmir Filho e Isamael Cannepele Produtores: Sara Silveira e Maria Ionescu Diretora de Produção: Lili Bandeira Casting: Patrícia Faria Diretor de Arte: Marcelo Escañuela Figurino: Andréa Simonetti Diretor de Fotografia: Mauro Pinheiro Técnico de Som: Geraldo Ribeiro Editor de Som/ Mixing: Martin Grignaschi Editora: Caroline Leone Finalizador: Gustavo Ribeiro Trilha Sonora: Nelo Johann Elenco: Ismael Caneppele, Tuane Eggers, Henrique Larré, Samuel Reginatto e Aurea Baptista
O documentário narra a história da banda que em menos de dez meses saiu do anonimato para ser um dos maiores fenômenos da música brasileira. Repleto de material inédito guardado até hoje pela famílias, o filme resgata a trajetória do grupo, os desafios vencidos e sua as-
Um garoto de 16 anos, fã de Bob Dylan, acessa o mundo através da
censão. Irreverentes, inteligentes, sarcásticos, mas, acima de tudo,
Internet, enquanto vê seus dias passarem em uma pequena cidade
extremamente criativos, os Mamonas viraram o País de cabeça para
alemã no interior do Rio Grande do Sul. A chegada de figuras miste-
baixo enquanto divertiam e uniam as famílias brasileiras.
riosas na cidade traz lembranças do passado e o leva para um mundo além da realidade.
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SÓ DEZ POR CENTO É MENTIRA
TODO MUNDO TEM PROBLEMAS SEXUAIS
Doc, cor, digital, 76 min, RJ, 2008
Ficção, cor, digital, 82 min, RJ, 2008
Direção e Roteiro: Pedro Cezar Produção: Pedro Cezar, Kátia Adler e Marcio Paes Fotografia: Stefan Hess Montagem: Julio Adler e Pedro Cezar Música: Marcos Kuzka Cunha Empresa Produtora: Artezanato Eletrônico
Direção: Domingos Oliveira Direção de Arte: Ronald Teixeira Roteiro: Domingos Oliveira Fotografia: Luiz Paulo Nenen Montagem: Jordana Berg Edição de Som: Bernardo Gebara Som Direto: Pedro Moreira Trilha Sonora: Bernardo Gebara e Domingos Oliveira Figurino: Kika Lopes Produção: Renata Paschoal Produtoras: 4004 Produções e Teatro Ilustre Elenco: Pedro Cardoso, Cláudia Abreu, Priscilla Rozenbaum, Orã Figueiredo, Paloma Riani, Ricardo Kosovski
Documentário sobre a vida e obra do poeta sul-matogrossense Manoel de Barros. Alternando sequências de entrevistas com o escritor, versos de sua obra e depoimentos de conhecedores de sua literatura, o filme traça um painel revelador da linguagem do autor considerado o poeta mais original em língua portuguesa. Com 91 anos, cerca de 20
O filme conta 5 histórias altamente maliciosas: 1 Impotência. Uma mulher
livros publicados e vivendo atualmente em Campo Grande, Manoel de
apaixonada descobre no bolso de seu parceiro uma cartela de estimu-
Barros é consagrado por diversos prêmios literários e é o mais ven-
lante sexual. 2 Perversão. Casal viveu anos um casamento convencional
dido escritor brasileiro.
e por causa de uma circunstância inesperada não podem mais viver sem outros parceiros 3 Desejo. Casal se conhece pela internet e tem encontros tórridos por 3 meses no escuro, até que uma geladeira se abre e lança luz sobre verdades ocultas. 4 Sedução. Farmacêutico precisa seduzir sua colega de trabalho. 5 Preferências sexuais. Homem descobre, mesmo amando e desejando uma mulher, o desejo por outro homem
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A DANÇA DO PENSAMENTO
TRANSVERSAIS
Doc, digital, cor, 54 min, RS, 2008
Doc, digital, cor, 54 min, RS, 2008
Direção, Roteiro, Direção de Arte, Cenografia e Figurino: Marta Biavaschi Fotografia: Vinícius Nora Produção Executiva: Letícia de Cássia e Davi de Oliveira Pinheiro Montagem: Alfredo Barros e Thais Vieira Trilha Sonora: Marcelo Fornazier Edição de Som: Leo Bracht Empresa Produtora: V2 cinema
Direção e Roteiro: Guilherme Castro Produção Executiva: Letícia de Cássia e Davi de Oliveira Pinheiro Fotografia: Eduardo Amorim Direção de Arte: Gilka Vargas e Iara Noemi Montagem: Alfredo Barros e Bruno Carvalho Trilha Sonora: Richard Serraria Edição de Som: Leandro Lefa Empresa Produtora: V2 Cinema
O cosmo, o homem e a cidade. Desde os mitos de criação do mundo
Grandes pensadores falam sobre os maiores temas da humanidade. A
até a subjetividade das narrativas contemporâneas, buscamos esta-
cidade é o cenário surpreendente e movimentado, é o ambiente forte
belecer um diálogo entre nós e o universo.
onde guerras, fundamentalismo, mercados, democracia, terrorismo, fé e política se misturam ao dia a dia de pessoas comuns.
médias contemporâneo
médias
NINGUÉM SEGURA O BRASIL
POR QUE VOCÊ VEIO MORAR AQUI?
Doc, digital, cor, 30 min, RJ, 2009
Doc, digital, cor, 51 min, MG, 2008
Direção e Roteiro: Alfeu França Produção e Assistência de Direção: Renata Fazzio Montagem: Bernardo Brik Pesquisa: Alfeu França e Renata Fazzio Empresa Produtora: Imagenax Produtora Associada: Abbas Filmes
Direção, Roteiro, Montagem e Trilha Sonora: Paulo Leão Produção Executiva: Gracy Laport Edição de Som: João Gabriel Empresa Produtora: Olhar Filmes Este documentário tenta mostrar um pequeno painel dos motivos,
Brasil. Década de 1970. O despertar de um gigante. Os militares no
desejos e necessidades que levam as pessoas a se mudarem de ci-
poder e a propaganda oficial como arma para divulgar o progresso e
dade, estado ou país em que nasceram e se estabelecerem em novos
forjar o cidadão para o Brasil de amanhã – “o país do futuro”.
lugares. A resposta à pergunta “por que você veio morar aqui” é dada através de 20 entrevistas realizadas em diversas cidades de Minas Gerais, entre os anos de 2006 e 2008.
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MEMÓRIAS FINAIS DA REPÚBLICA DE FARDAS
AMOR COMO DESTINO
Doc, digital, cor, 37 min, DF, 2008
Doc, digital, cor, 30 min, MG, 2009
Direção e Roteiro: Gabriel F. Marinho Montagem: Gabriel Catta Preta Trilha Sonora: Nemo de Souza Edição de Som: César Ferreira Produção Executiva: Carolina Villa Lobos Direção de Produção: Leandro Borges e Maurício Neves Fotografia: Andressa Anholete, André Gomes e Emília Silberstein Direção de Produção: Leandro Borges e Mauricio Neves Empresa Produtora: Totó Filmes
Direção: Maria Stella Mendes Ribeiro e José Américo Ribeiro Produção Executiva: Maria Stella Mendes Ribeiro Fotografia: Sérgio Vilaça e Jussara Vitória Montagem: Sérgo Vilaça e José Américo Ribeiro Trilha Sonora: Arthur Andrés e Regina Machado Edição de Som: Jussara Vitória Empresa Produtora: BH FilmesdeRua Produção Ltda. O documentário discute a relação de casais com muitos anos de casa-
Quase 25 anos depois da maior campanha cívica que o Brasil já presenciou, os habitantes do Distrito Federal contam suas versões e percepções do movimento que lutava por eleições diretas para presidente. Aqui, homens e mulheres, a maioria desconhecidos, contam as histórias de quem não subiu nos palcos dos grandes showmícios.
dos.
sessão especial filme-jogo
médias
A GRUTA – Filme-Jogo Suspense/terror interativo, ficção, digital, cor, até 45 min, DF, 2009 Direção e Roteiro: Filipe Gontijo Produção: Tamara Habka Co-produção e fotografia: Érico Cazarré Assistente de direção: Santiago Dellape Trilha sonora e edição de som: Patrick De Jongh Direção de arte: Nadine Souza Maquiagem: Mura Martins Continuista: Rafael Lobo Som direto: Jorge Pennington e Márcio Miranda Ilustrações: Fabiano O Silva Elenco: Carlos Henrique, Poliana Pieratti, André Deca e Dadinho, o porco-ator. O suspense interativo conta a história de um jovem casal que decide passar uns dias na fazenda da família da garota, onde mora o caseiro Tião. A harmonia acaba quando eles encontram um filhote de porco na gruta da fazenda. Na sessão, o público terá controles remotos individuais para interferir no destino dos protagonistas. Serão mais de 30 momentos de interatividade e 11 finais possíveis para a história. E o espectador pode escolher, já no começo do filme, sob a perspectiva de qual personagem quer assistir ao filme.
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curtas conceber uma sessão de filmes a partir de um universo consideravelmente maior deles é sempre e essencialmente um desafio que, com o passar dos anos e a adição constante de uma série de questões conceituais e práticas, vem se tornando cada vez maior e, podemos dizer, instigante. Documentário? Ficção? Experimental? Película, digital, HD, celular? Como lidar com tantos filmes, de tantos lugares e com combinações estéticas, materiais e orçamentárias tão diversificadas? Seria o caso de aceitar essa tal diversidade como supostamente impositiva de um relativismo que impossibilita a demarcação de uma linha, de uma postura frente ao que se vê ou, pelo contrário, seria o caso de assumir este desafio e jamais abrir mão da afirmação do que se considera fundamental? O que aqui se tenta, pois, é uma forma de conciliação, uma construção que não renegue a diversidade e o que ela traz consigo de democracia e liberdade, mas que não abdique da proposição de um recorte, um olhar ou, quem sabe, uma primeira afirmação dentro de um diálogo não apenas possível, como desejável, com o espectador.
Assim sendo, há alguns eixos fundamentais na seleção, cuja recorrência e força expressiva nos pareceu eloquente o suficiente para assim pensá-los e apresentá-los ao público. Um deles, por exemplo, diz respeito à utilização do gênero cinematográfico menos como mero pastiche, acomodação ou celebração ingênua, mas como matriz internalizada e possibilidade de potência a partir do domínio de sua carpintaria fundamental. Também bastante forte é a presença de filmes lidando com o universo da adolescência, cuja abordagem parece transitar entre o mais seco dos realismos e uma fantasia marcadamente sombria. Podemos perceber neste movimento ecos de uma nova geração que começa a filmar cada vez mais nova, graças à maior disponibilidade dos meios digitais, e também ao grande número de cursos de cinema espalhados hoje pelo País. Ainda, nota-se a presença forte de uma série de elementos e procedimentos modernos que aqui ganham forma, tom e colorações contemporâneas, em filmes preocupados em explorar a relação da câmera com o corpo e o espaço (em suas diversas possibilidades), as possibilidades de expressão a partir do diálogo com o próprio meio (metalinguagem) e, por fim, as ferramentas técnicas e possibilidades expressivas do cinema a
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serviço do universo mais particular e íntimo do realizador: esse “eu” fragmentado pelo mundo e/ou pela linguagem, esse gesto paradoxal de interiorização máxima através de algo que é, em si mesmo, um ato de exteriorização – a realização de um filme para sua posterior exibição pública. Por fim, no que diz respeito à localização das produções selecionadas, ao mesmo tempo que cabe dizer que, ainda que este não tenha sido critério observado em primeira análise, quando visto a posteriori, não deixa de ser dado relevante e sintomático de alguns dos movimentos e estados do audiovisual brasileiro. Fica aberto, portanto, mais esse campo de diálogo a partir do trabalho curatorial proposto. Que o prazer da descoberta, das provocações, estímulos e afetos seja tão intenso para o espectador quanto o foi para nós na garimpagem dos filmes e posterior montagem destas sessões.
Eduardo Valente Cineasta e crítico de cinema
Rafael Ciccarini Crítico de cinema Seleção de curtas
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série 1 medo do escuro ficção, digital, 7’42”, DF, 2008 Direção: Cauê Brandão Família tenta viver em meio às consequências de um ato de violência
o vampiro do meio dia
O Elétrico jardim da escuridão
ficção, digital, 19’, RJ, 2008
experimental, digital, 10’, MG, 2009
Direção: Anita Rocha da Silveira
Direção: Mariana Campos
No verão mais quente de sua vida, adolescente descobre o prazer em
Vídeo documental feito com imagens caseiras sobre o sentimento de
meio a ônibus, balões, Darth Vader e leis de Newton.
rejeição e perda do amor dos outros
curtas
série 1
duas fitas ficção, digital, 11’, SP, 2009 Direção: Lucas Camargo de Barros e Felipe Miguel Produtoraireção: FAAP Hugo, um menino de 12 anos, pega emprestado duas fitas de videogame de um colega e vai levá-las de volta após a morte do garoto.
não me deixe em casa ficção, 35mm, 18’, PE, 2009 Direção: Daniel Aragão Produtora: REC Produtores Associados Quem ama se isola das crueldades da vida.
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série 2
curtas
filme de sábado ficção, digital, 17’, MG, 2009 Direção: Gabriel Martins Em uma manhã de sábado, André teve uma ideia...
afluentis
kinetoscópio mané cocó
ficção, digital, 18’05”, RJ, 2008
ficção, digital, 9’20”, CE, 2008
Direção: Rodrigo Savastano e Ram Pace Produtora: Caxanga Audiovisual e Laprospectiva Video
Direção: Firmino Holanda Produtora: Iluminura Filmes
E eu, rio abaixo, rio afora, rio adentro – o rio.
Celebração da chegada do cinema em Fortaleza, em 1897, com os aparelhos de Edisone dos Lumière. O comerciante Mané Cocó exibe as primeiras cenas de uma bailarina no seu kinetoscópio.
série 2
curtas
Quando o vento sobra ficção, 35MM, 16’, CE, 2008 Direção: Petrus Cariry Produtora: Iluminura Filmes Um homem em crise e um velho filme super-8 com imagens da sua infância. Um catador de papel e seu filho andam pelas ruas em busca da sobrevivência. O filme traça uma trajetória poética entre a impermanência das coisas e a memória afetiva.
a maçã de botero ficção, 35MM, 15’, SP, 2008 Direção: Mariana Dias Weis e Moira Toledo 25 de dezembro. Bunny Banana sai pela cidade à caça de um papai noel para seu filho. O menino persegue a mãe pela cidade. A jornada toma rumos extraordinários...
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série 3
curtas
darluz ficção, digital, 15’, SP, 2009 Direção: Leandro Goddinho Dei José, dei Antônio, dei Maria. Dei, daria e dou. Não posso criar.
o desgosto dá mais lenha pra pensar
diante da lei
ficção, digital, 15’, SP, 2008
ficção, digital, 20’10”, CE, 2008
Direção: Felipe Altenfelder Silva Produtora: UFSCar
Direção: Alyson Lacerda Inspirado em conto homônimo de Franz Kafka. Um camponês chega ao
É sob os olhos amedrontados de uma família que enxergamos uma re-
prédio da lei em busca de justiça. No prédio, acaba se deparando com
volução social de grandes proporções. O medo de mudanças é capaz
a burocracia da lei em um labirinto de corredores escuros e vazios.
de trazer à tona sentimentos obscuros, capazes de os levar ao colapso da sanidade e do convívio.
curtas
série 3
Quarto de espera ficção, 35MM, 13’, RS, 2009 Direção: Bruno Carboni e Davi Pretto Um jovem usando uma máscara de gás transita em uma cidade vazia e cinzenta.
foto: alexandre baxter
homem provisório ficção, 35MM, 17’, MG, 2009 Direção: Gibi Cardoso Produtora: Olho de Peixe Cinema e Vídeo Homem obcecado pelo passado. Parece que tudo que ele viveu não justifica estar vivo. Quase sempre se refugia em locais onde a vida está em extinção.
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curtas
série 4 o teu sorriso ficção, digital, 19’, RJ, 2009 Direção: Pedro Freire Rodrigo e Suzana estão namorando há poucas semanas. Ele tem 72 anos, ela tem 60, e estão completamente apaixonados. Juntos, passam os dias grudados, na cama, namorando, batendo papo, comendo e rindo.
phiro
Reza
doc, digital, 12’, SP, 2008
doc, digital, 12’, ES, 2008
Direção: Gregório Graziosi
Direção: Alunos da rede pública municipal de Divino de São Lourenço Produtora: Patuleia Filmes e Produções
A presença da ausência.
No município de Divino São Lourenço, benzedores falam de suas origens, seus fundamentos e sua importância dentro da comunidade local.
curtas
série 4
a arquitetura do corpo doc, 35MM, 21’, MG, 2008 Direção: Marcos Pimentel Produtora: Tempero Filmes do Brasil Os bailarinos e suas formas. Suas dores. Seus sonhos...
tempo de cinzas
Silêncio e sombras
experimental, digital, 6’04”, PR, 2008
animação, 35MM, 8’33”, PR, 2008
Direção: Arnaldo Belotto Produtora: Destilaria do Audiovisual
Direção: Murilo Hauser Produtora: Amazing Graphics do Brasil
Duas mulheres seguem o dia limpando o túmulo de sua família.
Quem cavalga tão tarde pela noite e pelo vento?
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série 5
curtas
perto de casa
a casa do cel. messias
doc/experimental, digital, 9’30”, MG, 2009
doc, digital, 10’15”, MG, 2008
Direção: Sérgio Borges Produtora: TEIA
Direção: Rodrigo Maia Uma desconhecida casa histórica em São João del-Rei é pela primeira
Um passeio entre irmãos e o pai, da casa para o mundo.
vez documentada. Um convite inesperado surge e revela a decadência de um sítio de um dos coronéis mais ricos e poderosos da região. Inocente e revelador.
Fronteira
Minha tia, meu primo
experimental, digital, 5’, PR, 2008
doc, digital, 9’10”, RJ, 2008
Direção: Arthur Tuoto Produtora: Zerkalo Filmes
Direção: Douglas Soares Minha tia-avó sempre me intrigou. Não sei o real motivo que a con-
Um ônibus atravessa uma fronteira.
siderei uma ótima personagem. Talvez seja porque, numa conversa, ela disse que gostaria de ser uma atriz de cinema. Um filme sobre as relações afetivas e as alternativas para não se sentir sozinho.
série 5
curtas
jarro de peixes
biografia da mudança
experimental, digital, 10’, CE, 2008
experimental, digital, 6’50”, MG, 2008
Direção: Salomão Santana Produtora: PeixeFlor
Direção: Alexandre Carvalho Trajetória da família em seu espaço e ritmo paralelos aos valores e
Estou indo embora para sempre. Quero que guardem de mim algumas
conceitos políticos e sociais de essência e aparência.
lembranças. Espero não ter passado em suas vidas sem ter deixado qualquer tipo de recordação.
alto astral ficção, digital, 11’, CE, 2009
minha avó comemora aniversário com suas amigas de hidroginástica ficção, digital, 16’, MG, 2009
Direção: Hugo Pierot e Gláucia Barbosa Produtora: Imerso Filmes
Direção: Leonardo Amaral
No azul do céu descansa meu corpo inerte.
Filme sobre avó.
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série 6
curtas
o anão que virou gigante animação, digital, 10’, RJ, 2008 Direção: Marão Produtora: Marão Filmes A improvável, todavia autêntica, história do anão que virou gigante.
amanda & monick
a tal guerreira
doc, digital, 18’50”, PB, 2008
doc, digital, 14’, SP, 2008
Direção: André da Costa Pinto Produtora: Medonho Produções/UEPB
Direção: Marcelo Caetano Produtora: Paleo TV
O documentario aborda a vida de travestis do Cariri paraibano, mos-
Um sound system no cemitério. Go-go boys nos atabaques. Uma tele-
trando que o que vale em qualquer relacionamento é a felicidade.
visão no terreiro. Um filme sobre o sagrado e o profano nas incorporações do mito Clara Nunes.
série 6
curtas
o filme mais violento do mundo
de volta ao quarto 666
ficção, 35mm, 16’, MG, 2009
ficção, digital, 15’, RS, 2008
Direção: Gilberto Scarpa Produtora: Ateliê 22, Abuzza Filmes e Kinosfera Filmes
Direção: Gustavo Spolidoro Produtora: V2 Cinema
Raimundo, produtor de cinema fracassado, pede ajuda financeira ao amigo
Qual o futuro do cinema? Em 1982, em Cannes, Wim Wenders convidou
e produtor de sucesso J.C. para realizar seu próximo projeto. J.C. condiciona
diversos cineastas a responderem esta pergunta. Vinte e seis anos de-
o apoio à mudança de estilo do produtor que terá que fazer uma filme visan-
pois, a pergunta continua a mesma, mas Wenders está do outro lado
do o grande público.Um fato inesperado ameaça a conclusão do filme.
da câmera
C.J.K. doc, digital, 15’, MG, 2008 Direção: Eliza Gazzinelli e Ana Paula Gazzinelli Produtora: Olhar XXI C.J.K. apresenta ao público o polêmico conjunto habitacional popularmente conhecido como JK – monumento da arquitetura moderna idealizado por Juscelino Kubitschek, Joaquim Rolla e Oscar Niemeyer na década de 50, em Belo Horizonte.
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cine concerto o grivo e cao guimarães
Exibição dos filmes: Word/world, de Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander P&B, 8’, brasil, 2001 nanofobia, de Cao Guimarães cor, 3’, brasil, 2003 sin peso, de Cao Guimarães cor, 7’, brasil/méxico, 2006 aula de anatomia, de Cao Guimarães cor, 5’, brasil, 2003 peiote, de Cao Guimarães cor, 4’, brasil/méxico, 2007 sopro, de Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander p&b, 5’30”, brasil, 2000
fotos: divulgação
Cine-Concerto é uma apresentação do trabalho visual do cineasta e artista plástico Cao Guimarães com show do duo experimental O Grivo. O espetáculo multissensorial, com duração de 50 minutos, é formado pela exibição de filmes de Cao, com a trilha sonora executada ao vivo pelo O Grivo, composto por Nelson Soares e Marcos Moreira. As improvisações são realizadas em instrumentos e máquinas sonoras construídas pela própria dupla com objetos como latas velhas e copos de cristal.
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comissão de seleção
Eduardo Valente
Leonardo Mecchi
Eduardo Valente formou-se em cinema pela UFF (Niterói/RJ). Seu curta de formatura, Um Sol Alaranjado, recebeu em 2002, de um júri presidido por Martin Scorsese, o Primeiro Prêmio da Cinéfondation, competição de filmes de escola do Festival de Cannes. Seus dois curtas seguintes, Castanho (2003) e O Monstro (2005) também foram exibidos no Festival de Cannes, em diferentes seções. No Meu Lugar é a sua estréia em longas-metragens. Além de realizador, ele é editor da revista de crítica de cinema Cinética (www.revistacinetica.com.br); curador e organizador de mostras e festivais de cinema; e dá cursos e oficinas de crítica, roteiro, direção e linguagem de cinema.
É crítico de cinema e produtor. Editor da Revista Cinética [www. revistacinetica.com.br], foi selecionado em 2007 para o Berlinale Talent Campus, programa anual do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Como produtor, atua no desenvolvimento e na produção de projetos de curtas e longas-metragens – entre eles À Margem do Lixo e Quebradeiras, de Evaldo Mocarzel; Rosa e Benjamin, de Cléber Eduardo e Ilana Feldman; e Onde Andará Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado – além de mostras e festivais dedicados ao cinema brasileiro, como o Festival de Cinema e Meio Ambiente de Guararema, já em sua 3ª edição, o I Festival de Cinema de Paranapiacaba e as mostras Eu é um Outro – O Autor e o Objeto no Documentário Brasileiro Recente (Caixa Cultural-RJ, 2008), Vivendo e Morrendo em São Paulo (CCSP-SP, 2008), Baseado em Caso Real (CCBB-Brasília, 2009) e Órfãos da Embrafilme (CCBB-Brasília, 2009). Idealizou e produziu também o ciclo de debates em mídia eletrônica Estéticas da Biopolítica – Audiovisual, Política e Novas Tecnologias, contemplado pelo MinC através do programa Cultura e Pensamento. É colaborador das Mostras de Cinema de Tiradentes, Ouro Preto e Belo Horizonte.
Rafael Ciccarini Professor e crítico de cinema. Mestre em Artes Visuais – Cinema pela UFMG, graduado em História pela UFMG. Professor de História do Cinema Brasileiro na Pós-Graduação do IEC/PUCMinas e de História do Cinema, Cinema Brasileiro e Crítica Cinematográfica da Escola Livre de Cinema – MG. É também editor da revista eletrônica Filmes Polvo.
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a m e n i c e d a mostrinh Luz, câmera e ação! Cinema para a nova geração. Cinema para toda família. No escurinho do cinema, imagens em movimento com muito humor e animação. Na platéia, a expectativa, a euforia e emoção o púbico dá sentido às produções. Na tela, os personagens, o cenário, a narração e fantasia, ingredientes que se reúnem e dão brilho à imaginação. A Mostrinha apresenta quatro longas e cinco curtas que em cinco sessões de cinema ocupam as telas do Cine Santa Tereza. Tudo isto com a presença da TURMA DO PIPOCA apresentando os novos personagens o Lanterninha, a Baleira, a Flor e o Dudu que vão interagir e divertir.
radicional nos eventos da Universo Produção, a Mostrinha de Cinema também faz parte da programação da Mostra CineBH que dedicada ao público infantil e à família – também entra na onda do Ano da França no Brasil, com a exibição da animação francesa O Rei e o Pássaro, de Paul Grimault, que dividirá com O Guerreiro Didi e a Ninja Lili e Turma da Mônica em uma Aventura no Tempo a atenção das crianças e a sessão do documentário Palavra (En)cantada, de Helena Solberg pretende reunir toda a família com muita poesia.
ema
mostrinha de cin Longas
Direção: Marcus Figueiredo Direção de Ação: DANI HU Produzido por Diler Trindade Produtores Associados: Paulo Aragão Produtor Executivo: Telmo Maia Produtor Delegado: Geraldo Silva de Carvalho Direção de Fotografia: Cézar Moraes, A.B.C. Direção de Arte: Paulo Flaksman Cenografia: Ana Schlee Figurino: Maria Diaz Música: Torcuato Mariano Som Direto: José Moreau Louzeiro e Alaerson Nono Coelho Edição de Som: Maria Muricy e José Moreau Louzeiro Mixagem: Cláudio Valdetaro Montagem: João Paulo Carvalho, Natara Ney, Fernando Vicor e Sergio Marini Produção de Elenco: Cibele Santa Cruz Direção de Produção: Mariângela Furtado História Original: Renato Aragão Roteiro: Renato Aragão, Marcus Figueiredo e Guto Franco Elenco: Renato Aragão, Livian Aragão, Vanessa Loes, Marcelo Novaes, Cadu Fávero, Daniele Suzuki, Werner Schunemann, João Vitor Silva, Rafael Ritto, Luan Assimos e Rodrigo Hilbert
foto: Lívia Taranto Aragão e Estevam Avelar
o guerreiro didi e a ninja lili Ficção, cor, 35mm, 110 min, 2009, RJ
No início do século XX, Lili é a filha de um jovem oficial europeu convocado para a guerra. Um Mestre oriental é o responsável pela educação dela, principalmente na milenar arte que deu origem aos ninjas. O Mestre recebe uma carta comunicando o desaparecimento do pai de Lili na frente de batalha. Ele, então, manda Lili de volta para a Europa para ser criada por sua única parenta viva, Morgana, sua milionária tia materna. O Mestre resolve enviar um guardião para a menina e conta com um voluntário para a missão: Didi. Entretanto, o trapalhão tem uma forma peculiar de utilizar seu treinamento ninja, o que não raramente resulta em confusões.
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longas
a turma da mônica em uma aventura no tempo Animação, cor, 35mm, 80 min, RJ, 2006
mostrinha de cinema
Direção: Maurício de Sousa Codireção: André Passos, Clewerson Saremba e Rodrigo Gava Produtor: Diler Trindade Coprodutor: Wilson Borges Produtores Associados: Mônica S. e Souza e Bruno Bluwol Produtor Executivo: Telmo Maia Produtor Delegado: Geraldo Silva de Carvalho Roteiro: Didi Oliveira, Emerson Bernardo de Abreu e Flavio de Souza Argumento e Roteiro: Airon Barreto de Lacerda, Marcelo Barreto de Lacerda e Elizabeth Mendes Bentacour Sena Música: Marcio Araujo e Danilo Adriano Direção de Animação: Zé Brandão Direção de Arte: Silvio Ribeiro Montagem: João Paulo Carvalho e Rafael Gomes Story Boards: Rodrigo Martins “Soldado” Designer de Cenários e Ambientes: Mauro Souza Animação 3D: Ivan Kisil e Wesclei Barbosa Composição e Efeitos: Jansen Raveira, Gabriel Rocha e Leonardo Mateus Gerente de Produção: Felipe Tavares Pinto Supervisão de Projeto: Gil Josquin Mixagem: Edgardo Rapetti, Wild Veiga e Cláudio Valdetaro Edição de Som: Edgardo Rapetti Produzido por Maurício de Sousa Produções, Diler & Associados, Miravista e Labo Cine Distribuição: Buena Vista International Elenco: (vozes): Marli Borbeletto, Angélica Santos, Paulo Cavalcante, Elza Gonçalves, Sibele Toledo, Maurício de Sousa, Bianca Rinaldi Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali estão de volta no filme mais emocionante e engraçado de suas vidas! Nossos heróis precisam viajar numa máquina do tempo para recuperar os “Quatro elementos da Natureza” e salvar o mundo do congelamento total. Muita aventura e confusão esperam a turminha nessa jornada. Seja enfrentando os perigos da pré-história com o Piteco, ou ajudando o Papa-Capim a salvar a floresta, seja lutando com o Astronauta contra piratas do futuro ou até mesmo encontrando suas versões baby no passado. O filme vem recheado de efeitos especiais e músicas superanimadas.
longas
mostrinha de cinema
Direção: Paul Grimault Roteiro: Paul Grimault, Jacques Prévert, Hans Christian Andersen Elenco (vozes): Jean Martin (O pássaro) ,Pascal Mazzotti (O rei), Raymond Bussières (O chefe da polícia), Agnès Viala (O pastor), Renaud Marx (O limpador de chaminé), Hubert Deschamps (O juiz), Philippe Derrez (O elevador), Albert Médina (O gladiador), Claude Piéplu (O prefeito) No mundo dos desenhos animados, há um reino encantado chamado Taquicardia. Nele, o rei é muito vaidoso, caprichoso, um tanto quanto cruel e, mesmo tendo uma péssima pontaria, adora cometer a crueldade de caçar passarinhos. Como todo rei, esse também tem um bando de súditos falsos que vivem bajulando-o e fazendo de tudo para que
estátuas e os personagens dos retratos do Rei ganham vida e se diver-
O rei e o pássaro Título Original: Lo Roi et L’Oiseau
tem pelo castelo e pelo mundo à sua volta.
Animação, cor, 35mm, 80 min, RJ, 2006
as vontades de Sua Ignorante Majestade sejam cumpridas em todos os detalhes. Mas, durante uma enigmática noite, deliciosamente, as
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curtas
mostrinha de cinema
fance doc, digital, 15’, SC, 2008 Direção: Flávio Chiarini Pereira Fance, em latim, é Fala. Infância significa não-fala. Este vídeo tenta desconstruir um pouco este conceito, mostrando que criança tem o que falar; por isto é centrado no universo que cada uma constrói, sem preocupação com qualquer vir-a-ser .
jardim das cores
a garrafa do diabo
animação, digital, 7’40”, MG, 2008
ficção, digital, 15’, SP, 2008
Direção: Guilherme Reis Produtora: Postura Digital, Ordem Primeira dos Adoradores de PI e Escola de Belas Artes da UFMG
Direção: Fernando Coimbra Produtora: Cabra Filmes Alfredinho tem 13 anos e uma infeliz missão: entrar na casa do velho
Uma brincadeira de lápis e papel.
doido Manuelzinho e roubar a garrafa que tem dentro um diabo preso.
curtas
mostrinha de cinema
a festa que caiu do céu ficção, digital, 13’, RJ, 2008 Direção: Karen Akerman Produtora: Cineclube Pela Madrugada Rosa quer participar da festa que está acontecendo na sala da casa, mas sua mãe não deixa. Quando a gata da menina escapa do quarto, Rosa resolve segui-la, indo parar numa festa em que os convidados são bem diferentes.
O menino quadradinho ficção, digital, 15’, PR, 2008 Direção: Diego Lopes Produtora: Oger Sepol Produções O Menino Quadradinho é baseado na obra homônima de Ziraldo. O filme conta as aventuras de um garoto que vivia dentro de um gibi. Um dia ele acorda e não existem mais quadrinhos a sua volta. Passa aos poucos a se relacionar com as palavras, com as quais nunca tivera contato.
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Mostra CineBH 2009 promove em sua programação cinco oficinas de cinema oferecidas gratuitamente ao público com oferta de 200 vagas. A teoria e a prática na sétima arte, a capacitação de produtores, a linguagem cinematográfica dirigida aos educadores formais e informais, a análise crítica e formação da nova geração do cinema brasileiro dão a tônica dos conteúdos programáticos que são vivenciados pelos alunos.
Análise Crítica da Linguagem Cinematográfica
Contribuir para a formação de mão de obra especializada, fomentar a indústria cinematográfica, difundir a produção audiovisual nas escolas e entender o cinema como instrumento sem fronteiras são propostas que a Mostra CineBH leva até ao público em geral, de forma democrática e participativa, através de oficinas e atividades que impulsionam o mercado audiovisual e unem as linguagens educação e cultura.
Interpretação para cinema
foto: leonardo lara
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Oficinas (Seleção do Juri Jovem para atuar na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes) Instrutor: Cleber Eduardo – SP Período: 16 a 18 de outubro Horário: 9h30 às 13h30 Carga Horária: 12h Nº de vagas: 35 / Faixa etária: de 18 a 25 anos
Instrutor: Sérgio Penna – SP Período: 17 a 20 de outubro Horário: 14 às 18h Carga Horária: 16h Nº de vagas: 25 / Faixa etária: acima de 18 anos
oficinas programação
Realização em Curta Documental
clínica de Consultoria Audiovisual
Instrutor: Luiz Carlos Lacerda – RJ Período: 16 a 20 de outubro Horário: 10 às 13h e de 15 às 18h Carga Horária: 28h Nº de vagas: 35 / Faixa etária: acima de 18 anos
(Seleção de projetos de longas para consultoria de audiovisual) Parceria: Centro Lationamericano de Treinamento e Assessoria Audiovisual e Cesnik, Quintino & Salinas Advogados Instrutores: Steve Solot – RJ | Fábio Cesnik – SP Melissa Moreira - SP Período: 16 e 17 de outubro Horário: 15 às 17h30 Carga Horária: 5h Nº de vagas: 10 / Faixa etária: acima de 18 anos
Introdução à Linguagem Cinematográfica Instrutor: Bete Bullara – Cineduc– RJ Período: 17 e 18 de outubro Horário: 9h30 às 13h30 Carga Horária: 8h Nº de vagas: 35 / Faixa etária: acima de 18 anos
Capacitação para produtores audiovisuais Parceria: LATC – Latin American Training Center (Centro Latinoamericano de Treinamento e Assessoria Audiovisual) Cesnick Quintino & Salinas Advogado Instrutores: Steve Solot – RJ | Fábio Cesnik – SP Melissa Moreira - SP Período: 16 e 17 de outubro Horário: 10 às 13h Carga Horária: 6h Nº de vagas: 80 / Faixa etária: acima de 18 anos
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currículos instrutores
SÉRGIO PENNA (SP) Sergio Penna é preparador de atores para cinema e televisão, diretor de espetáculos teatrais, curtas em vídeo e programas radiofônicos, além de professor convidado da Direção de Atores do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA/ USP; da Escuela Internacional de Cine y TV (Cuba) e da Academia Internacional de Cinema-SP. Em cinema, realizou a preparação de elenco dos filmes Bicho de Sete Cabeças, Chega de Saudade e As Melhores Coisas do Mundo (inédito), de Laís Bodansky; Carandiru, de Hector Babenco (filme e série para a TV); Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton; Contra Todos e Quanto Dura o Amor? (inédito), de Roberto Moreira; Não Por Acaso, de Phillippe Barcinski; Antonia (filme e série para a TV), de Tata Amaral; Acquária, de Flavia Moraes; Sonhos de Peixe, de Kirill Mikhanovsky (produção EUA/Brasil); Bellini e o Demônio (inédito), de Marcelo Galvão; O Homem Mau Dorme Bem (inédito), de Geraldo Moraes; Bróder (inédito), de Jeferson De; Historias de Amor Duram Apenas 90 Minutos (inédito), de Paulo Halm; Lula, o Filho do Brasil (inédito), de Fabio Barreto; entre outros. Sergio Penna também preparou o ator Rodrigo Santoro para os filmes Che (competição oficial de Cannes 2008), de Steven Soderbergh; La Leonera (representante argentino do Oscar 2009), de Pablo Trapero; e I Love You Philip Morris (inédito), de Glenn Ficarra e John Requa. Atualmente está trabalhando no filme O Doce Veneno do Escorpião – Bruna Surfistinha, de Marcus Baldini. Na TV, preparou os atores das séries Carandiru - Outras Histórias (direção Hector Babenco, Walter Carvalho e Roberto Gervitz) e Antonia (direção de Luciano Moura, Tata Amaral, Roberto Moreira, Fabrizia Pinto, Gisele Barroco, Paola Siqueira e Dainara Toffoli), ambos para a TV Globo; além dos programas Ilha Rá-Tim-Bum e Galera, produzidos pela TV Cultura de São Paulo. Nas áreas de vídeo e rádio, sempre em parceria com a Rádio e TV Cultura-SP dirigiu os curtas Ulisses - O Herói Seduzido e O Rapto de Perséfone; alem dos programas radiofônicos Glossolalias – A Loucura Fala, EmMiMesma-
oficinas do, Diário de Bordo - Fragmentos de Uma Viagem Sonora e Multidown - Um Poema Musical.
CLEBER EDUARDO (SP) Cléber Eduardo é editor da Revista Cinética (revistacinetica. com), professor de Teoria do Cinema no Centro de Graduação Senac e mestrando em Análise da Produção Midiática na ECAUSP. Atuou como curador da Mostra de Tiradentes nas útimas três edições. Também foi curador de mostras no Rio e em Brasília sobre documentários e filmes baseados em casos reais no contexto do cinema brasileiro. É diretor, roteirista e montador dos curtas Almas Passantes e Rosa e Benjamin.
LUIZ CARLOS LACERDA (RJ) Roteirista e diretor de cerca de 20 documentários de curta e média-metragem sobre personagens da nossa cultura, como Lúcio Cardoso; Nelson Pereira dos Santos; João da Baiana; Donga; Pixinguinha; Cecilia Meireles; Walmir Ayala; Oduvaldo Viana Filho; Alex Viany; João Tinoco; Paulo Vilaça; Antonio Parreiras; Zé Tarcísio; Alair Gomes; Quirino Campofiorito etc. E dos longas de ficção Mãos Vazias; O Princípio do Prazer; Leila Diniz; For All e Viva Sapato! Professor da Escola Internacional de Cinema de Cuba; da Universidade Estácio de Sá e do Polo do Pensamento Contemporâneo; ministra frequentemente oficinas nas Mostras de Tiradentes, Ouro Preto, Mostra CineBH, Vitória e Goiânia.
BETE BULLARA (RJ) Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense, jornalista e fotógrafa. Faz parte da equipe do Cineduc desde 1975, onde participa de cursos e oficinas para professores, crianças e adolescentes, mesas-redondas e palestras no Brasil e no exterior, além do preparo de material didático, tanto teórico como de exercícios. A partir de 1974 trabalhou como repórter fotográfica, tendo atuado para jornais e revistas de
currículos instrutores circulação nacional, além de empresas como Petrobras. Para a Embrafilme, formou agentes culturais para a área de Cinema em vários estados; para a Funarte, criou núcleos de cineclubismo em universidades federais. Trabalhou em todos os municípios do Rio de Janeiro, exibindo cinema na praça e em escolas municipais e estaduais. Durante oito anos, foi professora de Cinema no curso de Educação Artística da Faculdade do Centro Educacional de Niterói. Teve experiências também como roteirista, produtora e assistente de direção na TV Educativa, como produtora e assistente de direção em curtas-metragens e vídeos. Coautora do livro Cinema: uma janela mágica, junto com Marialva Monteiro.
STEVE SOLOT (RJ) Presidente da Latin American Training Center – LATC (Centro Latino-Americano de Treinamento e Assessoria Audiovisual), sediada no Rio de Janeiro, uma firma de treinamento e consultoria regional, voltada para a nova geração de cineastas na América Latina, que oferece serviços completos de consultoria para projetos audiovisuais. Assumiu no último mês a presidência da Rio Film Commission. Antes de fundar a LATC, foi vice-presidente sênior da Motion Picture Association (MPA) para a América Latina em 1995, responsável pela supervisão e gestão de todas as operações da MPA em todos os territórios da região em diversos setores, incluindo: cinema, entretenimento doméstico, TV aberta, TV por assinatura, proteção dos direitos de propriedade intelectual em ambientes digitais. Antes de ingressar na MPA, atuou como gerente e economista na filial do Rio de Janeiro do Banco de Boston, e consultor e professor no Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), e no Centro de Estudos Conjuntos de Integração Econômica para a América Latina (Eciel), ambos no Rio de Janeiro. Atualmente, desempenha funções como membro da Comissão Fulbright do Brasil, representando os Estados Unidos, e presidente do Comitê de Propriedade Intelectual da Câmara de Co-
oficinas mércio Americana do Rio de Janeiro. Sr. Solot é palestrante frequente em seminários e encontros nacionais e multilaterais focados na indústria audiovisual, propriedade intelectual, conteúdo e tecnologia para o entretenimento digital.
FÁBIO DE SÁ CESNIK (SP) Advogado, sócio do escritório Cesnik, Quintino e Salinas, especializado em cultura, audiovisual, esportes e terceiro setor. É bacharel em Direito e Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco - USP e membro do Instituto dos Advogados de São Paulo. Autor dos livros Guia de incentivo à cultura, na 2ª edição, pela Editora Manole; Projetos culturais, na 5ª edição, pela Editora Escrituras, e Globalização da cultura, pela Editora Manole. É autor do capítulo brasileiro do livro Incentivos fiscais para a produção e a coprodução audiovisual na Ibero-América, Canadá e Estados Unidos, editado pela LATC.
MELISSA DE MENDONÇA MOREIRA (SP) Bacharel em Direito pela Universidade Paulista – Unip. Advogada inscrita na OAB-SP, militante na área do entretenimento e do direito público. Sócia da Cesnik, Quintino e Salinas Advogados, responsável pela área de incentivos fiscais. Palestrante e conferencista em eventos e autora de artigos publicados em diversos veículos. Professora do curso de Direito do Entretenimento, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro – Uerj e Audiovisual Business, do Instituto Europeu di Design.
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sessão cine-escola
CINEMA E EDUCAÇÃO CINEMA É UMA AULA DE EDUCAÇÃO O CINEMA COMO INSTRUMENTO DE CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA O CINEMA COMO FERRAMENTA MULTIDISCIPLINAR Educadores e estudantes têm programação garantida na Mostra CineBH 2009 OFICINAS, SEMINÁRIO, SESSÕES CINE-ESCOLA E CINE-DEBATES A Escola vai ao Cinema oferece, gratuitamente, atividades que unem as linguagens educação e cultura e visam conscientizar, envolver, estimular e oportunizar o acesso da comunidade escolar à produção, formação e reflexão do universo audiovisual – importante ferramenta pedagógica e instrumento de construção da cidadania. • Abordagem de elementos estéticos e temáticos de filmes • Exercícios de leitura coletiva da arte cinematográfica • Comentários temáticos e troca de conhecimento de linguagens de cinema • Aplicação de técnicas de estimulação de debates e exibição de filmes
Sessões cine-escola Durante a Mostra CineBH planejamos a exibição quatro longas-metragens com temáticas e abordagens diferenciadas que pretende beneficiar mais de 3.000 alunos da rede pública de ensino que participam gratuitamente da programação
Cine-debates Após a exibição dos fillmes, educadores e estudantes participaram dos cine-debates sob orientação dos profissionais do Cineduc. O objetivo é estimular comentários temáticos e troca de conhecimento de linguagens de cinema, abordando os elementos estéticos e temáticos de filme.
longas
ENTRE OS MUROS DA ESCOLA
Título Original: ENTRE LES MURS
sessão cine escola
HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES Ficção, 35mm, 75 min, 2002, cor, RS
Doc, 35mm, 128 min, 2009, cor, França Direção: Laurent Cantet Roteiro: Laurent Cantet, Robin Campillo, François Bégaudeau (baseado no livro de François Bégaudeau) Fotografia: Pierre Milon, Catherine Pujol, Georgi Lazarevski Montagem: Robin Campillo, Stéphanie Léger Produção: Caroline Benjo, Carole Scotta, Barbara Letellier, Simon Arnal Distribuição: Imovision Elenco: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi, Juliette Demaille, Dalla Doucoure, Arthur Fogel e Damien Gomes
Direção: Jorge Furtado Produção Executiva: Nora Goulart e Luciana Tomasi Roteiro: Jorge Furtado Direção de Fotografia: Alex Sernambi Direção de Arte: Fiapo Barth Música: Leo Henkin Planejamento de Produção: Ana Luiza Azevedo Direção de Produção: Marco Baioto e Débora Peters Montagem: Giba Assis Brasil Assistente de Direção: Alfredo Barros Uma Produção da Casa de Cinema de Porto Alegre Elenco: André Artehce, Ana Maira Mainieri, Pedro Furtado, Júlia Barth, Victória Mazzini Chico, adolescente em férias na “maior e pior praia do mundo”, en-
François e os demais amigos professores se preparam para enfrentar
contra Roza num fliperama e se apaixona. Transam na primeira noite,
mais um novo ano letivo. Tudo seria normal se a escola não estive em
mas ela some. Ao lado de seu amigo Juca, Chico procura Roza pela
um bairro cheio de conflitos. Os mestres têm boas intenções e desejo
praia, em vão. Só mais tarde, já de volta a Porto Alegre e às aulas de
para oferecer uma boa educação aos seus alunos, mas por causa das
química orgânica, é que ele vai reencontrá-la. Chico quer conversar
diferenças culturais - microcosmo da França contemporânea - es-
sobre “aquela noite”, mas Roza conta que está grávida. Até o próximo
ses jovens podem acabar com todo o entusiasmo. François quer sur-
verão, ela ainda vai entrar e sair muitas vezes da vida dele.
preender os jovens ensinando o sentido da ética, mas eles não parecem dispostos a aceitar os métodos propostos.
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sessão cine-escola
longas
O GRILO FELIZ E OS INSETOS GIGANTES Animação, cor, 35mm, 84 min, SP, 2008
O REI E O PÁSSARO
Título Original: Le Roi et L’Oiseau Animação, cor, 35mm, 80 min, RJ, 2006
Direção: Walbercy Ribas e Rafael Ribas Produção Executiva: Juliana Ribas Música: Ruriá Duprat Roteiro: Walbercy Ribas Direção de Animação: Rafael Ribas Direção de Arte e Fotografia: Rafael Ribas Produção: Start Anima Distribuição: Fox Filme do Brasil O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes é uma nova história do inspirado grilo azul que já havia encantado as famílias no primeiro filme. Agora,
Direção: Paul Grimault Roteiro: Paul Grimault, Jacques Prévert, Hans Christian Andersen Elenco (vozes): Jean Martin (O pássaro) ,Pascal Mazzotti (O rei), Raymond Bussières (O chefe da polícia), Agnès Viala (O pastor), Renaud Marx (O limpador de chaminé), Hubert Deschamps (O juiz), Philippe Derrez (O elevador), Albert Médina (O gladiador), Claude Piéplu (O prefeito)
Grilo Feliz quer gravar um CD, mesmo desejo de um divertido grupo de rap formado por sapos, porém ambos se deparam com a vilã Trambika,
No mundo dos desenhos animados, há um reino encantado chamado
que pirateia suas músicas, e acaba por unir sapos e insetos numa ine-
Taquicardia. Nele, o rei é muito vaidoso, caprichoso, um tanto quanto
sperada aventura.
cruel e, mesmo tendo uma péssima pontaria, adora cometer a crueldade de caçar passarinhos. Como todo rei, esse também tem um bando de súditos falsos que vivem bajulando-o e fazendo de tudo para que as vontades de Sua Ignorante Majestade sejam cumpridas em todos os detalhes. Mas, durante uma enigmática noite, deliciosamente, as estátuas e os personagens dos retratos do Rei ganham vida e se divertem pelo castelo e pelo mundo à sua volta.
sessão faMÍLIA com poesia
PALAVRA (EN)CANTADA Doc, cor, digital, 86 min, 2009, cor, RJ Um filme de: Helena Solberg e Marcio Debellian Direção: Helena Solberg Produtor: David Meyer Roteiro: Diana Vasconcellos, Helena Solberg, Marcio Debellian Argumento e Coprodutor: Marcio Debellian Montagem: Diana Vasconcellos Produtor Executivo: David Meyer Coordenador de Pesquisa: Júlio Diniz Pesquisadores: Frederico Coelho, Heloísa Tapajós Diretores de Fotografia: Pedro Farkas A.B.C. e Luís Abramos Câmeras: André Luiz de Luiz e Stefan Kolumban Hess Palavra (En)Cantada é um documentário que percorre uma viagem na história do cancioneiro brasileiro com um olhar especial para a relação entre poesia e música. Dos poetas provençais ao rap, do carnaval de rua aos poetas do morro, da bossa-nova ao tropicalismo, o filme passeia pela música brasileira até os dias de hoje, costurando depoimentos de grandes nomes da nossa cultura, performances musicais e surpreendente pesquisa de imagens.
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arte
nato Exposição civilização, artesa a, ur at er lit , eu ltura, mus emoção, ideias fia, pintura, escu cnica, percepção, za té a, ic ús m a, m rio de santa tere á , dança, televisão n et ce rn te o n in teatro, circo, cine , ia af ema n gr o ci fenômeno literatura, foto ásticas, história, a, artista, estilo, pl s te ar , za s da Praça Duque le te be ar ento, livros, a, ão o arco central ur ar lt up oc cu os es fic a, rá , vontade, sentim ur og nt tra CineBH Painéis fot to, civilização, pi inspiração a temática da Mos en o, im nta çã se ov ia re m cr ap , o, ão za tiv siç le le po be ex co ade, o Santa de Caxias. A nato do tradicional bairr processo, habilid civilização, artesa a, onto com o cenário ap ur s, conhecimento, ntr at co er em lit , 09 20 eu ltura, mus emoção, ideias memora 111 anos. ofia, pintura, escu cnica, percepção, té reza que em 2009 co a, Te ic o ús sã m vi a, le m te cine internet, dança, o, teatro, circo, ura, fotografia, at er fenômeno lit o, til es , ásticas, história, pl ra, artista s te ar , za le be s, artes ento, a, escultura, livro ur e, vontade, sentim nt pi , ão aç liz nstrução. ento, civi ansformação, a co tr , coletivo, movim a , te ar da s o. anifestaçõe os do ser human onhecimento, As m de um dos sentid te an di to o id na nt sa se te z ar fa a,civilização, filosofia, Tudo só museu, literatur a, ur lt oção, ideias cu es a, ur a, percepção, em tica, , pint ic cn té a, ic ús m televisão cinema, , internet, dança, ia ão,teatro, circo, af gr to fo a, ur nômeno o, literat ticas, história, fe ás pl bra, artista, estil s te ar , za le artes imento, be escultura, livros, a, ur de, vontade, sent nt pi , ão aç ento, civiliz o, inspiração o, coletivo, movim ade, beleza, criaçã lid bi ha , so es oc pr , ão, artesanato cas, conhecimento eratura,civilizaç lit , eu us m a, ur oção, ideias cult a, percepção, em ic osofia, pintura, es cn té a, ic ús m televisão cinema, , internet, dança, ia af ião, teatro, circo, gr to fo a, ur meno o, literat as, história, fenô tic ás pl s obra, artista, estil te ar , za artes imento, bele escultura, livros, a, ur nt ade, vontade, sent pi , ão aç o, inspiração imento, civiliz ivo, coletivo, mov ade, beleza, criaçã lid bi ha , so es oc ação,artesan to, pr , literatura,civiliz ticas, conhecimen eu us m a, ur lt cu oção,ideias ura, es ica percepção,em cn té ca, filosofia, pint a, ic ús m a, televisão rco, cinem , internet, dança, ia af gr eligião, teatro, ci to fo a, ur ômeno o, literat ticas, história,fen ás pl s obra, artista, estil te ar , za le artes ntimento, be escultura,livros, a, ur nt pi idade, vontade, se , ão aç ovimento, civiliz cultura, museu tica, , pintura, es etivo, coletivo, m té Es , to en im ec ma, música , conh teatro, circo, cine o, a, estilo, plásticas iã lig re to na sa stilo, literatura ção, arte
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arte
vros
Lançamento de li
EA RA A PRODUÇÃO PA IS CA FIS VOS INCENTI -AMÉDIOVISUAL NA IBERO U A O ÇÃ U d o pr Co TADOS UNIDOS RICA, CANADÁ E ES eve Solot Coordenado por St A – EntiEditado por EGED rechos De dad de Gestión de dioviAu es de los Productor
suales ican TraiLATC – Latin Amer Latinoatro en ning Center (C mento e ina Tre mericano de ual) vis dio Au Assessoria a fonte O livro oferece um obrigaúnica de consulta, res, letória para produto cas augisladores de políti investidores, diovisuais, a, estudantes e proe institutos de cinem s cia ên ag s, do ga advo em geral. tria cinematográfica fissionais da indús
ENDES DA MORTE
DU OS FAMOSOS E OS ppele Autor: Ismael Cane r Flo a Fin : Editado ou e foi Obra que inspir filme diriadaptado para o Esmir Figido pelo cineasta Dezeda lho com produção nove.
filme. Um Um livro que é um ro. Esmir liv filme que é um ael CaIsm e , Filho, cineasta em à un se r, ito neppele, escr çalan ra pa or editora Finafl o. mento inédit diálogo O projeto propõe um te impresentre a obra de ar má-la e ressignifique pode transfor – lvo -a co bli pú u sa e o se m-se em autores da leitores transforma Os o. içã ed da ca cá-la a que os transforma ncias pessoais, o riê pe ex o z nd ga re ag obra, colaboradores tra ltado dessa rede de su re O s. s. re ria ido mó gu em se um baú de me re diferente, como um livro-objeto semp
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arte Participações especiais:
cortejo
za
ical pela Praça Duque de Um animado passeio circense e mus emorar os 111 anos do Caxias vai contagiar o público e com e musicais, artistas e ticos bairro de Santa Tereza. Grupos artís sentar uma mistura de convidados estarão reunidos para apre arte circense. ritmos e sonoridades com a alegria da Participações s, Equilibrismo, Mágica, Trupe Circo – Palhaços, Malabare Bonecos e Música Palhaço Popó Palhaço Polika Palhaças Socorro e Conselhos Mágico Rubadel Rafarafa Malabares e Equilibrismo Cia. Circunstância Cia. El Individuo
Bloco Caricato Inocentes de Santa Tere
primeiro desfile oficial no Em 1973, o Bloco Caricato tem seu então soma-se cinco veCarnaval de Belo Horizonte, e desde hoje a Escola de Samba zes campeão. Os Inocentes integram desenvolvem na região Unidos de Santa Tereza, e em paralelo jovens em situações de um trabalho envolvendo crianças e vulnerabilidade social.
ussão
Alto Batuque Vera Cruz – Grupo de Perc
foto: netun lima
arte-educação com forFundado em 2005, é uma atividade de e percussão. Trabalha mação em música, expressão corporal novos ritmos com identicom ritmos populares e criação de atitudes saudáveis contridade própria. Desenvolve hábitos e s, em turnos alternativos buindo para a formação dos atendido ns, de ambos os sexos, ao da escola. O grupo conta com 55 jove na faixa de 10 a 20 anos.
arte
intervenção circense trupe circo circenses de várias modaA Trupe Circo é formada por artistas barista, o mágico, o equilidades, entre elas o palhaço, o mala têm formação profissiolibrista e o bonequeiro. Todos artistas idade da Trupe. nal e experiência, o que garante a qual pcionará o público da Na Mostra Cine BH, a Trupe Circo rece evento e proporcionando Mostrinha, dando as boas vindas ao e magia antes de cada momentos de descontração, diversão s lúdicos e interatijogo sessão. As palhaçadas, brincadeiras, vidade, ficam por conta de:
Participações: Palhaço Popó Palhaço Potássio e seus malabarismos Palhaço Polika Palhaços Custódio e Curisco s Palhaças Pororoca, Socorro e Conselho Mágico Rubadel Rafarafa Malabares e Equilibrismo Cia. Circunstância Cia. El Individuo
haço popó)
fotos: netun lima e divulgação (pal
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djs
dj rogermoore
um A música dos anos 70 no repertório de ira dos DJs mais badalados da noite mine do s show de ão rmaç inaugura a prog e s onai naci ssos evento, revisitando suce internacionais da década
arte
dj mônica
dora Mônica é jornalista, DJ, programa ativa Educ musical da Oi FM SP e da rádio ixa UFMG. Escreve no blog de moda Ame , A Japonesa. Já tocou no Velvet Club tos even em e nto cime bele Obra, Bar Esta de moda em BH.
dj zubreu
dj Jornalista, produtor, radialista e a eçou com que e – discoteca desd ê Sant : rádio para pesquisar música para nte, alme Inici FM, inconfidência e Oi FM. em o foco foi a música brasileira, mas nos seguida assimilou rock e eletrônica ça cabe de ou entr , 2008 de sets. Desde Fit, no ou sent apre se nos mashups. Já et Cabaré Circense, Mp5, A Obra, Velv s Bela inas Club, Estabelecimento e Usim Artes.
arte
foto: alexandre cavalcanti
performance
Companhia suspensa teve início no núcleo de O trabalho da Companhia Suspensa o em 1999, a fim de criad ”, Chão no pesquisa “Sem os Pés tação aérea circence. A explorar possiblidades de movimen pesquisa que incluem Companhia desenvolve projetos de oficinas direcionados e os diálogos com outros artistas , curs práticas corporais e em dos essa inter à estudantes, artistas e trução de intervenções, de criação; além do trabalho de cons lvem questionamentos performances e espetáculos que envo pertinentes ao mundo atual.
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lounge ormação. ão, divulgação e inf Espaço de produç cta – Prodabel ramas da TV Cone og pr de rie sé a Um ados na Internet local e disponibiliz são produzidos no teiros e atraur apresenta os ro e a equipe da Belot Belo Horizonte. ções turísticas de
tv mostra . FATOS. REGISTROS
INFORMAÇÕES. EN
TREVISTAS.
fotos: netun li
ma
Mostra você pode nos bastidores da e tec on nte a ac e qu Tudo TV Mostra dura riamente pela acompanhar dia ento. programação do ev dos o produzidos e edita mas jornalisticos sã a, ra em og pr cin de de rie s sé õe ss Um s antes das se do ibi ex e e to en ias ev ipais notic do local do ormado das princ inf co bli pú o o mantend acontecimentos. no site oficial do assistida também r se de po tra os A TV M bh h.com.br/canalcine evento: www.cineb
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150 fotos: acervo luis g贸es
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foto: leonardo lara
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HORIZONTES QUE SE ENCONTRAM.
A Universo Produção idealiza e executa três importantes mostras anuais diferenciadas e complementares, formando um amplo programa nacional de audiovisual em Minas Gerais – o Cinema Sem Fronteiras – que exibe e discute a produção contemporânea do cinema brasileiro, sua história, patrimônio, linguagens, estéticas e formas de inserção no mercado audiovisual.
CINEMA CONTEMPORÂNEO 23 a 30 de janeiro de 2010
CINEMA PATRIMÔNIO 17 a 22 de junho de 2010
CINEMA NO MERCADO 21 a 26 de outubro de 2010
(31) 3282-2366 www.universoproducao.com.br
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programação
- Eva KINH, coordenadora do programa Cinema en Développement/ Festival de Toulouse - França - Sebastián PUENZO, produtor e fotográfo do longa O Menino Peixe, Argentina
o outubr eira
- Rachel MONTEIRO, Consultora Internacional do programa
quinta-f
20h30
Cinema do Brasil - SP
abertura oficial
Mediador - Leonardo MECCHI, produtor e crítico de cinema - SP
local: cine santa tereza
lançamento DE livro Homenagem à o2 filmes
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
filme de abertura
Incentivos fiscais para a produção e a Coprodução
ensaio sobre a cegueira
Audiovisual na Ibero-América, Canadá e Estados
ficção, cor, 35mm, 121 min, canadá/brasil/japão, 2008
Unidos
Direção: Fernando Meirelles
Coordenado por Steve Solot
Elenco: Julianne Moore, Gael García Bernal, Mark Ruffalo, Danny
Editado por Egeda
Glover, Adrien Brody, Alice Braga
LATC – Latin American Training Center
*Recomendado para maiores de 16 anos
Centro Latinoamericano de Treinamento e Assessoria Audiovisual
17h
o outubr eira
Longa coprodução | filme homenagem local: cine santa tereza
sexta-f
cidade de deus 14h30 às 17h30
Seminário
ficção, cor, 35mm, 130 min, brasil/frança, 2002
Direção: Fernando Meirelles
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
Elenco: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino, Phelipe 1º debate
Haagensen, Jonathan Haagensen, Douglas Silva, Roberta
Tema: coprodução: caminhos e critérios
Rodrigues, Daniel Zaettel, Matheus Nachtergaele
Como se dá a coprodução entre Brasil e França? Quais os caminhos
*Recomendado para maiores de 16 anos
para se viabilizar essas parcerias? Que tipo de projetos interessam aos produtores franceses e brasileiros?
18h30
curtas série 1 local: cine-tenda (praça duque de caxias)
convidados: - Andrea Barata RIBEIRO, produtora, sócia-fundadora O2 Filmes -
Medo do escuro, de Cauê Brandão
SP, homenageada desta edição - SP
Ficção, digital, 17 min, DF, 2008
- Christophe Gougeon, produtor do longa Independência - França
arte O vampiro do meio dia, de Anita Rocha da Silveira
22h
Ficção, digital, 19 min, RJ, 2008
Longa coprodução | pré-estreia nacional local: cine santa tereza
O elétrico jardim da escuridão, de Mariana Campos Experimental, digital, 10 min, MG, 2009
os famosos e os duendes da morte
Duas fitas, de Lucas Camargo de Barros e Felipe Miguel
Ficção, Cor, 35mm, 101 min, Brasil/França 2009
Ficção, digital, 11 min, SP, 2009
Direção: Esmir Filho
Não me deixe em casa, de Daniel Aragão
Elenco: Ismael Caneppele, Tuane Eggers, Henrique Larré, Samuel
Ficção, 35mm, 18 min, PE, 2009
Reginatto e Aurea Baptista *Recomendado para maiores de 14 anos
19h30
Longa coprodução | Pré-estreia nacional Lançamento de livro
local: cine santa tereza
local: cine santa tereza
NOVA YORK, EU TE AMO Título Original: NEW YORK, I LOVE YOU
Livro: Os Famosos e os Duendes da Morte
Ficção, Cor, 35mm, 110 min, 2009, França/EUA
obra que inspirou e foi adaptada para o filme
Direção: Mira Nair, Fatih Akin, Yvan Attal, Allen Hughes,
Autor: Ismael Caneppele
Shekhar Kapur, Shunji Iwai, Joshua Marston, Natalie
Editora: Fina Flor
Portman, Brett Ratner, Wen Jiang *Recomendado para maiores de 14 anos
23h
arte cine-encontro local: cine-tenda (praça duque de caxias)
20h
Longa contemporâneo | pré-estreia nacional cine-bar-café
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
Ao som da DJ Mônica
DIA DOS PAIS
outubro
Doc, Cor, Digital, 72 min, RJ, 2008
sábado
Direção: Julia Murat e Leo Bittencourt
21h
Longa coprodução | filme homenagem
10h
arte
local: cine-praça (praça duque de caxias)
local: cine-praça (praça duque de caxias)
O BANHEIRO DO PAPA
intervenção circense
Ficção, Cor, 35mm, 90 min, Uruguai/Brasil/França 2007
palhaços, malabares, equilibrismo, mágica
Direção: César Charlone e Enrique Fernández
Grupo: Trupe Circo
Elenco: César Troncoso, Virginia Méndez, Mario Silva, Henry de Leon, Jose Arce, Nelson Lence, Rosário dos Santos, Alex Silva, Baltasar Burgos e Carlos Lerena
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programação
11h
longa mostrinha local: cine santa tereza
15h às 17h30
seminário local: cine-tenda (praça duque de caxias)
O GUERREIRO DIDI E A NINJA LILI
2º debate
Ficção, cor, 35mm, 102 min, RJ, 2008
Tema: destino: brasil O Brasil como cenário para coproduções internacionais. Como atrair
Direção: Marcus Figueiredo
produções estrangeiras para filmarem no Brasil? Qual o papel das
Elenco: Renato Aragão, Livian Aragão, Vanessa Loes, Marcelo
Film Commissions?
Novaes, Cadu Favero, Daniele Suzuki, Werner Schunemann, João Convidados:
Vitor Silva, Rafael Ritto, Luan Assimos e Rodrigo Hilbert.
- Carolina GONTIJO, Diretora Executiva da Minas Film Commission - MG
14h
arte
- Elisa TOLOMELLI, produtora EH! Filmes - RJ
local: cine-praça (praça duque de caxias)
- Gabriel LACERDA, produtor Gullane Filmes - SP - Sergio Sá LEITÃO, presidente da Riofilme - RS
intervenção circense
14h30
palhaços, malabares, equilibrismo, mágica
Mediador – Steve SOLOT, Presidente do LATC e Presidente da Rio
Grupo: Trupe Circo
Film Comission - RJ
curtas série mostrinha
15h30
arte
local: cine santa tereza
local: cine-praça (praça duque de caxias)
Curtas para nova geração
intervenção circense palhaços, malabares, equilibrismo, mágica
Fance, de Flávio Chiarini Pereira
Grupo: Trupe Circo
doc, digital, 15 min, SC, 2008
Jardim das Cores, de Guilherme Reis Animação, digital, 7min40, MG, 2008
16h
Longa Mostrinha local: cine santa tereza
A garrafa do diabo, de Fernando Coimbra Ficção, digital, 15 min, SP, 2008
O REI E O PÁSSARO
O menino quadradinho, de Diego Lopes
Título original: LE ROI ET L’OISEAU
Ficção, digital, 15 min, PR, 2008
Animação, Cor, 1980, 87 min, França
A festa que caiu do céu, de Karen Akerman Ficção, digital, 13 min, RJ, 2008
Direção: Paul Grimault
programação
17h30
Longa coprodução | retrospectiva
20h
curtas série 3
local: cine santa tereza
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
ORFEU NEGRO
Darluz, de Leandro Goddinho
Ficção, Cor, 35mm, 107 min, Brasil/França/Itália, 1959
Ficção, digital, 15 min, SP, 2009
Direção: Marcel Camus
O desgosto dá mais lenha pra pensar, de Felipe
Elenco: Breno Mello, Marpessa Dawn, Marcel Camus
Altenfelder Silva
*Recomendado para maiores de 14 anos
Ficção, digital, 15 min, SP, 2008
Diante da lei, de Alyson Lacerda 18h30
curtas série 2
Ficção, digital, 20 min, CE, 2008
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
Quarto de espera, de Bruno Carboni e Davi Pretto Ficção, 35mm, 13 min, RS, 2009
Filme de sábado, de Gabriel Martins
Homem provisório, de Gibi Cardoso
Ficção, digital, 17 min34, MG, 2009
Ficção, 35mm, 17 min, MG, 2009
Afluentis, de Rodrigo Savastano e Ram Pace Ficção, digital, 15 min, RJ, 2008
21h
Kinetoscópio Mané Cocó, de Firmino Holanda
longa coprodução | filme homenagem local: cine-praça (praça duque de caxias)
Ficção, digital, 9 min, CE, 2008
Quando o vento sopra, de Petrus Cariry
GINGA
Ficção, digital, 16 min, CE, 2008
Doc, Cor, 35mm, 79 min, Brasil/EUA, 2005
A maçã de Botero, de Mariana Dias Weis e Moira Toledo
Direção: Tocha Alves, Hank Levine, Marcelo Machado
Ficção, 35mm, 15 min, SP, 2008
22h 19h30
Longa coprodução | Retrospectiva
longa coprodução | pré-estreia nacional local: cine santa tereza
local: cine santa tereza
PLASTIC CITY O MAR POR TESTEMUNHA
Ficção, cor, 35mm, 118 min, Brasil/China/Hong Kong/Japão, 2008
Título original: DEAD IN THE WATER
Direção: Yu Likwai
Ficção, Cor, 35mm, 90 min, EUA/Brasil, 2002
Elenco: Odagiri Joe, Anthony Wong, Huang Yi, Tainá Müller, Chen
Direção: Gustavo Lipsztein
Chao Jung, Phellipe Haagensen, Antônio Petrin, Milhem Cortaz,
Elenco: Henry Thomas, Dominique Swain, Scott Bairstow,
Alexandre Borges, Cláudio Jaborandy
Sebastian de Vicente, José Wilker, Renata Fronzi e Lavínia Vlasak
*Recomendado para maiores de 14 anos
*Recomendado para maiores de 14 anos
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programação 23h30
sessão especial filme jogo | estreia nacional
11h
longa mostrinha
local: cine tenda (praça duque de caxias)
local: cine santa tereza
A GRUTA – Filme-Jogo
TURMA DA MÔNICA EM UMA AVENTURA NO TEMPO
Ficção, digital, 45 min, RJ, 2008
Animação, cor, 35mm, 80 min, RJ, 2006
Direção: Filipe Gontijo
Direção: Maurício de Sousa Elenco: (Vozes) Marli Borbeletto, Angélica Santos, Paulo
Na sessão do filme-jogo A Gruta, o público terá controles-
Cavalcante, Elza Gonçalves, Sibele Toledo, Maurício de Sousa,
remotos individuais para interferir no destino dos protagonistas.
Bianca Rinaldi.
Serão mais de 30 momentos de interatividade e 11 finais possíveis para a história. E o espectador pode escolher, já no
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começo do filme, na perspectiva de qual personagem quer assistir
arte intervenção artística local: cine-praça (praça duque de caxias)
ao filme. TRUPE CIRCO e música
*Recomendado para maiores de 14 anos
Palhaços, Malabares, Equilibrismo, Mágica, Bonecos e Música
0h30
arte cine-encontro
homenagem ao bairro santa tereza
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
Participações cine-bar-café
Palhaço Popó, Palhaço Polika, Palhaças Socorro e Conselhos
Ao som do DJ Zubreu
Mágico Rubadel Rafarafa Malabares e Equilibrismo Cia. Circunstância Cia. El Individuo
o outubr o doming
Participações especiais:
10h
arte
Bloco dos Inocentes
local: cine-praça (praça duque de caxias)
Alto Vera Cruz Batuque Colégio Santa Tereza
intervenção circense palhaços, malabares, equilibrismo, mágina
Grupo: Trupe Circo
15h às 17h30
seminário local: cine-tenda (praça duque de caxias)
3º debate
Tema: A TV COMO ALIADA Como a TV pode atuar no fomento e difusão da produção cinematográfica, fortalecendo dessa forma toda a cadeia audiovisual.
programação Convidados:
19h
- Bruno DELOYE, Diretor da rede Cinécinéma Club, Clanic e Faniz -
longa coprodução | pré-estreia nacional local: cine santa tereza
Grupo Canal Plus - França - Cadu RODRIGUES, diretor executivo da Globo Filmes - RJ
INDEPENDENCIA
- Gabriel PRIOLLI, coordenador do Núcleo de Conteúdo e Qualidade
Título Original: INDépeNDanCE
da TV Cultura - SP
Ficção, 35mm, P&B, 77 min, França/Filipinas/Holanda/Alemanha, 2009
- Octavio Penna PIERANTI, Coordenador de TV e Plataformas
Direção: Raya Martin
Digitais da Secretaria do Audiovisual - DF
Elenco: Alessandra de Rossi, Tetchie Agbayani, Sid Lucero
- Paulo MENDONÇA, diretor geral do Canal Brasil - RJ
e Mika Aquilas * recomendado para maiores de 14 anos
Mediador – Pedro ORTIZ, Diretor TV USP - SP
19h30 16h
longa sessão família com poesia
médias contemporâneo | estreia nacional local: cine-tenda (praça duque de caxias)
local: cine santa tereza
AMOR COMO DESTINO PALAVRA (EN)CANTADA
Doc, Cor, Digital, 30 min, MG, 2009
Direção: Maria Stella Mendes Ribeiro e José Américo Ribeiro
Doc, Cor, digital, 86 min, RJ, 2009
Direção: Helena Solberg
pOR QUE VOCÊ VEIO MORAR AQUI? 18h
curtas série 4
Doc, Cor, Digital, 51 min, MG, 2008
Direção: Paulo Leão
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
O teu sorriso, de Pedro Freire Ficção, digital, 19 min, RJ, 2009
21h
longa contemporâneo | pré-estreia nacional local: cine-praça (praça duque de caxias)
Phiro, de Gregório Graziosi Doc, digital, 12 min, SP, 2008
MAMONAS pra sempre, O DOC
Reza, dos alunos da rede pública municipal de Divino de São
Doc, Cor, digital, 100 min, sp, 2009
Lourenço
Direção: Cláudio Kahns
Doc, digital, 12 min, ES, 2008
Tempo de Cinzas, de Arnaldo Belotto Experimental, digital, 6 min, PR, 2008
Silêncio e sombras, de Murilo Hauser Animação, 35mm, 8min33, PR, 2008
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programação 21h30
longa coprodução | pré-estreia nacional
13h30
longa sessão cine-escola
local: cine santa tereza
local: cine santa tereza
DZI CROQUETTES
entre os muros da escola
Doc, Cor, Digital, 110 min, RJ, 2009
Título original: ENTRE LES MURS
Direção: Tatiana Issa e Raphael Alvarez
Doc, Cor, 35mm, 128 min, França, 2009
Elenco: Liza Minnelli, Ron Lewis, Marília Pêra, Ney Matogrosso,
Direção: Laurent Cantet
Norma Bengell, Miguel Falabella, Cláudia Raia, Gilberto Gil,
Elenco: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela,
Nelson Motta, José Possi Neto, Betty faria, Miéle, Pedro
Cherif Bounaïdja Rachedi, Juliette Demaille, Dalla Doucoure
Cardoso, Aderbal Freire Filho, Elke Maravilha, Jorge Fernando, Maria Zilda, César * recomendado para maiores de 14 anos
23h
14h30 às 17h30
seminário local: cine-tenda (praça duque de caxias)
arte cine-encontro
4º debate
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
Tema: O MERCADO AUDIOVISUAL E AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O SETOR NO BRASIL E NA FRANÇA
cine-bar-café
Um panorama do mercado audiovisual nos dois países, em especial
Ao som da DJ Mônica
para os filmes independentes e de baixo orçamento, e as políticas públicas de financiamento e proteção para essa produção. Quais
o outubr a-feira segund
8h
produções têm atraído o grande público e como coabitar a produção independente em harmonia com essa produção de grande público?
longa sessão cine-escola
Convidados:
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
- Brigitte VEYNE, Adida Audiovisual da Embaixada da França no Brasil - RJ
O GRILO FELIZ E OS INSETOS GIGANTES
- Joël AUGROS, Professor da Université Paris 8, França
Animação, cor, 35mm, 84 min, SP, 2008
- Manoel RANGEL, Diretor-Presidente da Ancine - RJ
Direção: Walbercy Ribas e Rafael Ribas
- Silvio DA-RIN, Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura - DF
8h
longa sessão cine-escola local: cine santa tereza
entre os muros da escola Título original: ENTRE LES MURS Doc, Cor, 35mm, 128 min, França, 2009
Direção: Laurent Cantet Elenco: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi, Juliette Demaille, Dalla Doucoure
Mediadora – Alessandra Meleiro, pesquisadora e escritora - SP
programação 18h30
curtas série 5
20h
médias contemporâneo | estreia nacional
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
Perto de Casa, de Sérgio Borges
MEMÓRIAS FINAIS DA REPÚBLICA DE FARDAS
doc, digital, 9 min, MG, 2009
Doc, Cor, Digital, 37 min, DF, 2008
Fronteira, de Arthur Tuoto
Direção: Gabriel F. Marinho
Experimental, digital, 5 min, PR, 2008
A casa de Cel. Messias, de Rodrigo Maia
NINGUÉM SEGURA O BRASIL
Doc, digital, 10 min, MG, 2008
Doc, Cor, Digital, 30 min, RJ, 2009
Minha tia, meu primo, de Douglas Soares
Direção: Alfeu França
Doc, digital, 9 min, RJ, 2008
Jarro de Peixes, de Salomão Santana
21h
Experimental, digital, 10 min, CE, 2008
longa contemporâneo | pré-estreia nacional local: cine-praça (praça duque de caxias)
Alto astral, de Hugo Pierot e Gláucia Barbosa Ficção, digital, 11 min, CE, 2009
SÓ DEZ POR CENTO É MENTIRA
Biografia da mudança, de Alexandre Carvalho
Doc, Cor, digital, 76 min, RJ, 2008
Direção: Pedro Cezar
Experimental, digital, 6min50, MG, 2008
Minha avó comemora aniversário com suas amigas de hidroginástica, de Leonardo Amaral
19h
22h
sessão especial estreia nacional
Ficção, digital, 16 min, MG, 2009
local: cine santa tereza
longa coprodução | pré-estreia nacional
cine-concerto
local: cine santa tereza
O GRIVO E CAO GUIMARÃES Cine-Concerto é uma apresentação do trabalho visual do cineasta e
O MENINO PEIXE
artista plástico Cao Guimarães com show do duo experimental O Grivo.
Título Original: EL NINO PEZ
O espetáculo multisensorial, com duração de 50 minutos, é formado
Ficção, Cor, 35mm, 96 min, 2009, Argentina/Espanha/França
pela exibição de filmes de Cao, com a trilha sonora executada ao
Direção e Roteiro: Lucía Puenzo
vivo pelo O Grivo, composto por Nelson Soares e Marcos Moreira. As
Elenco: Inés Efron, Emme, Mariela Vitale, Pep Munné, Arnaldo
improvisações são realizadas em instrumentos e máquinas sonoras
André, Carlos Bardem, Diego Velázquez, Sandra Guida, Julián
construídas pela própria dupla com objetos como latas velhas e copos
Salas, Paloma, Contreras, Darío Velenzuela, Jerônimo Perassolo,
de cristal.
Sergio Lapegüe e Vando Vilamil * recomendado para maiores de 14 anos
Exibição dos filmes:
Word/world, de Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander P&B, 8’, brasil, 2001
nanofobia, de Cao Guimarães cor, 3’, brasil, 2003
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programação sin peso, de Cao Guimarães
10h
cor, 7’, brasil/méxico, 2006
Longa sessão cine-escola local: cine-tenda (praça duque de caxias)
aula de anatomia, de Cao Guimarães cor, 5’, brasil, 2003
houve uma vez dois verões
peiote, de Cao Guimarães
5 min, 2003, cor, Brasil
cor, 4’, brasil/méxico, 2007
Direção: Jorge Furtado
sopro, de Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander
Elenco: André Arteche, Ana Maria Mainieri, Pedro Furtado,
p&b, 5’30”, brasil, 2000
Victória Mazzini, Marcelo Aquino, Janaína Kraemer Motta, Yuri Ferreira, Antônio Carlos Falcão
23h
arte cine-encontro local: cine-tenda (praça duque de caxias)
13h30
longa sessão cine-escola local: cine-tenda (praça duque de caxias)
cine bar café
entre os muros da escola
Ao som do DJ Zubreu
Título original: ENTRE LES MURS Doc, Cor, 35mm, 128 min, França, 2009
o outubr ira
Direção: Laurent Cantet
terça-fe
Elenco: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela,
8h
longa sessão cine-escola
Cherif Bounaïdja Rachedi, Juliette Demaille, Dalla Doucoure
local: cine santa tereza
13h30 O REI E O PÁSSARO
longa sessão cine-escola local: cine santa tereza
Título original: LE ROI ET L’OISEAU
O GRILO FELIZ E OS INSETOS GIGANTES
Animação, Cor, 1980, 87 min, França
Direção: Paul Grimault
Animação, cor, 35mm, 84 min, SP, 2008
Direção: Walbercy Ribas e Rafael Ribas
10h
longa sessão cine-escola local: cine santa tereza
15h
longa sessão cine-escola local: Cine Santa Tereza
O GRILO FELIZ E OS INSETOS GIGANTES Animação, cor, 35mm, 84 min, SP, 2008
Direção: Walbercy Ribas e Rafael Ribas
O GRILO FELIZ E OS INSETOS GIGANTES Animação, cor, 35mm, 84 min, SP, 2008
Direção: Walbercy Ribas e Rafael Ribas
programação 15h45
longa sessão cine-escola
Lançamento do Livreto “Personalidades do bairro Santa Tereza”
local: cine tenda
Fotos: Luis Góes - Exibição do curta produzido durante o evento pelos alunos da
O REI E O PÁSSARO
Oficina em Curta Documental
Título original: LE ROI ET L’OISEAU
- Exibição TV Mostra – fatos e acontecimentos Mostra CineBH 2009
Animação, Cor, 1980, 87 min, França
Direção: Paul Grimault
20h30
curtas série 6 local: cine-praça (praça duque de caxias)
*As sessões cine-escola são direcionadas às
O anão que virou gigante, de Marão
escolas previamente inscritas no programa
Animação, digital, 10 min, RJ, 2008
18h
média contemporâneo | estreia nacional
Amanda & Monick, de André da Costa Pinto
local: cine-tenda (praça duque de caxias)
Doc, digital, 18min50, PB, 2008
A tal guerreira, de Marcelo Caetano A DANÇA DO PENSAMENTO
Doc, digital, 14 min, SP, 2008
Doc, Cor, Digital, 54 min, RS, 2008
C.J.K, de Elisa Gazzinelli e Ana Paula Gazzinellli
Direção: Marta Biavaschi
Doc, digital, 15 in, MG, 2008
O filme mais violento do mundo, de Gilberto Scarpa 19h
curta e média contemporâneo | estreia nacional
Ficção, 35mm, 16 min, MG, 2009
local: cine tenda (praça duque de caxias)
21h30 DE VOLTA AO QUARTO 666
filme de encerramento Contemporâneo local: cine santa tereza
Ficção, Cor, Digital, 15 min, RS, 2008
Direção: Gustavo Spolidoro
pré-estreia nacional
TRANSVERSAIS
TODO MUNDO TEM PROBLEMAS SEXUAIS
Doc, Cor, Digital, 54 min, RS, 2008
Ficção, Cor, Digital, 80 min, RJ, 2008
Direção: Guilherme Castro
Direção: Domingos Oliveira Elenco: Pedro Cardoso, Cláudia Abreu, Priscilla Rozenbaum,
20h
Sessão especial santa tereza em festa
Orã Figueiredo,Paloma Riani, Ricardo Kosovski
local: cine santa tereza
Comemoração dos 111 anos do bairro Santa Tereza Parceria: Associação Comunitária do bairro de Santa Tereza Universo Produção Apresentação da história do tradicional bairro Santa Tereza em imagens e homenagens
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h b e n i c s o t n e m depoi “É um prazer, uma honra ser homenageada pela Universo Produção. Eu gosto muito da Raquel, Fernanda e Quintino, porque a gente é parecido nessa coisa da labuta, de arrombar a porta para fazer acontecer. Desde o Festival de Tiradentes eu acompanho o trabalho deles e respeito e admiro muito.” Sara Silveira, produtora e homenageada da Mostra - SP “Esse resgate do cinema de bairro é muito importante. Os festivais cumprem um pouco esse papel de levar espaços de exibição onde o cinema de bairro morreu. Além disso, acho que os festivais da Universo Produção têm essa característica de unir exibição e debate, as ideias em torno do fazer cinema. A Mostra de Tiradentes foi muito importante para as pessoas perceberem que nosso filme Conceição não era um filme para poucos, abriu um caminho para o filme.” André Sampaio, cineasta - RJ “Foi com muita satisfação que participei da reunião da executiva da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, proporcionada pela Universo Produção, como parte da programação da Mostra CineBH. O encontro foi muito produtivo e ao final das discussões conseguimos redigir um texto com sugestões para a definição do estatuto da ABPA. Esperamos receber contribuições, sugestões e críticas dos demais membros para que em Tiradentes, no encontro que ocorrerá em janeiro de 2009, possamos definir o estatuto da ABPA. Registramos o nosso agradecimento à Universo Produção por criar, desde a Mostra CineOP, em junho passado, o espaço para as discussões sobre preservação audiovisual, e esperamos poder continuar contando com esse fundamental apoio.” Albertina Malta, Fundação Joaquim Nabuco - PE
“O mais encantador da CineBH (para além de sua própria concepção como revitalizador do espaço de exibição que é o Cine Santa Tereza) é sentir o calor do público, o interesse constante e crescente, a vontade de ver e entender o que se projeta na tela. Seja em filmes mais esteticamente ousados ou nos de linguagem tradicional, a sensação é de que os espectadores nivelam tudo da mesma forma e renovam sempre mais a vontade de estar ali participando daquele ritual de construção e reconstrução de imagens. É curioso pensar isso a partir de uma mostra cuja programação é formada apenas de cinema brasileiro, justamente num ano em que o cinema brasileiro vai bastante mal das pernas. O que sei e percebo é que um evento como a Motra CineBH não apenas forma plateias e as insere num universo audiovisual muito estimulante, mas também as coloca em contato com o que de mais instigante vem sendo feito no nosso País.” Marcelo Miranda, jornalista do jornal O Tempo e crítico do site Filmes Polvo - MG “Eu acho que o mais interessante da CineBH é aproximar o público da produção do cinema, através dos debates, das sessões gratuitas e do contato direto que se tem com a equipe de produção e elenco dos filmes. Assistir a um filme a quatro fileiras de distância do Selton Mello é mais que exemplo disso.” Luíza Glória, estudante de Comunicação Social - MG “A Mostra CineBH tem se consolidado como um importante espaço de discussão e troca de saberes entre pessoas que se propõem pensar, de uma forma menos conformada, a realidade cinematográfica brasileira. Refletindo, debatendo e com isso, crescendo. E para crescer é necessário que se tenha
depoimentos
atenção e cuidados contínuos. Ter sido realizado no âmbito da Mostra o desdobramento das discussões acerca da criação da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual – ABPA, continuando um esforço iniciado na CineOP, em junho, é uma ação que deve ser aplaudida. Os acervos audiovisuais de todo o País também agradecem!” Daniela Giovana Siqueira, pesquisadora e conservadora do CRAV - MG “O papel do festival é pensar essas formas diferentes de produzir e distribuir o audiovisual, reinventando a forma de fazer cinema contra a fetichização de valores colocados em outros espaços.” Rodrigo Minelli, cineasta e professor UFMG “O problema dos festivais é que cada vez mais querem categorizar seu filme como qualquer indústria; ao mesmo tempo, em muitos deles você tem contato com obras que jamais teria, que revolucionam sua vontade de fazer cinema. Para a obra é maravilhoso participar de festivais onde estão curadores e diretores do mundo inteiro, vira uma vitrine para o seu filme.” Cao Guimarães, cineasta - MG “Fomentar o cinema independente do cinema brasileiro foi uma escolha muito feliz para a Mostra CineBH. A qualidade da programação também valorizou o evento e o que os mineiros devem esperar é a próxima edição, com muita ansiedade.” Débora Lucas, aluna da oficina Análise da Linguagem Cinematográfica - MG “Gostei demais da iniciativa da Mostra convidar as escolas para as sessões de cinema. Poucos alunos têm a oportunida-
de de ir ao cinema e posso assegurar que os alunos amaram estar aqui. O cinema faz parte da educação e abre novos caminhos, amplia a visão das pessoas. O cinema também é uma forma de aprendizado o inclui o currículo de artes.” Gorete Checon, educadora Colégio Tiradentes - MG “A Mostra de Cinema é importante na medida em que possibilita o acesso e o encontro de uma dupla diversidade: a do cinema em seus mais variados suportes e debates e a do público que circula pela Praça Santa Tereza entre crianças, estudantes, avós e amantes. Oportunidade dupla para o contato entre essas pessoas diversas e filmes diversos.” Nísio Teixeira, jornalista e professor universitário - MG “Eu acho os festivais da Universo muito bacanas. Dizem que as pessoas não vão ao cinema, mas os festivais mostram o contrário. Vemos sessões lotadas sempre. Temos que nos perguntar por que essas pessoas depois não vão ao cinema?” Eduardo Cerqueira, Usina Digital - MG “Achei maravilhoso esse cinema de bairro reaberto. Ele tem que continuar a ser cinema, não pode ser outra coisa. Vamos criar um espaço de debate, uma campanha em prol desse cinema no MovieMobz. Fiquei encantado com a sessão de Loki no Cine Santa Tereza. Eu adoro BH, adoro Minas.” Marco Aurélio Marcondes, MovieMobz - RJ “Eu acho muito bom esse debate sobre distribuição, sem recursos para exibir o processo fica muito complicado. A exibição de 3Efes aqui foi muito legal, o público compareceu, perguntou sobre as atuações, foi bem interessante.” Paulo Souza, produtor da Casa de Cinema de Porto Alegre - RS
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depoimentos
“BH tem uma posição estratégica no mercado de cinema do Brasil em termos de produção. Temos que equacionar a questão da exibição, dos ingressos. Buscar incentivar o público a ir ao cinema.” Paulo Sérgio de Almeida, Filme B - RJ
“Os festivais são janela de escape para curtas-metragens. Primeiro passamos no bairro, no cineclube, mas somente os festivais vão levar os curtas para o mundo, vão criando caminho, estrada.” Cavi Borges, cineasta e produtor - RJ
“Os festivais da Universo têm vários méritos: a formação de público, o espaço de exibição e ainda os debates sobre os problemas, desafios que temos de enfrentar.” André Sturm, produtor e diretor - SP
“Eu vim o ano passado e volto agora. Este cinema já foi tanta coisa, boate, fábrica, mas ele tem que ser é cinema mesmo, devia estar aberto há mais tempo e sempre, sem fechar.” Flávia Alcântara, moradora de Santa Tereza - MG
“Gostei muito do cinema montado no meio da praça. Isso é muito lúdico, faz com que o cinema integre as pessoas, sem falar que tudo é gratuito. Sem falar que gostei muito da minha sessão, da reação do público que é muito diverso, de todas as idades, justamente pelo fato do cinema ser na praça. Isso é muito bom para o diretor, ter na plateia a presença de vários tipos de pessoas.” Emílio Domingos. diretor do curta Pretinho Babylon - SP “Foi incrível a sessão de ontem. O cinema estava lotado e a plateia aplaudiu bem o filme no final, por muito tempo. Adorei a temática da Mostra, que traz a reflexão de um tema fundamental, a produção independente. Só de saber que a Universo está à frente do evento, tenho a certeza que o evento tende a ficar cada vez melhor.” André Saddy, produtor executivo de Loki – Arnaldo Baptista - RJ
agradecimentos Adriana Almeida Agostinho Neves Alcione Comoniam Alfredo Manevy Amílcar Martins Ângela Gutierrez Associação Comunitária do bairro de Santa Tereza Belotur Brigitte Veyne Catherine Faudry Christine Veras Cinemateca da Embaixada da França Comitê Mineiro – Ano da França no Brasil Comissariados Francês e Brasileiro – França.br 2009 Denise Hallak Deputado Federal José Fernando Deputado Federal Reginaldo Lopes Escola Santa Tereza Fernando Rios Fundação Municipal de Cultura Grabriella Lima Guilherme Carvalho Heleny Hallak d’Angelo
Jacinto Amaral Jafete Abrahão João Bosco d’Angelo José Amaro (Zinho) José Geraldo Araújo (Lalado) José Luiz Gattás Hallak José Samuel Júlio Pires Leonardo Mecchi Luís Eguinoa Marcelo Matte Mário Assad Ministério da Cultura Padre Elias Paróquia de Santa Tereza e Santa Terezinha Paulo Moura Paulo Ramos Prefeito Márcio Lacerda Simão Lacerda Sylvie Debs Túlio Vanucci Valadão
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ficha técnica Idealização e Realização Universo Produção
Logística – Passagem Aérea Juliana Braga
Coordenação Geral Raquel Hallak d’Angelo
Logística – Tráfego de Filmes Cristiana Brandão Rômulo Moreira
Coordenação Adjunta e Técnica Quintino Vargas Coordenação Ajunta e Logística Fernanda Hallak d’Angelo Produção Executiva Mônica d’Angelo Braga Produção – Secretaria, Oficinas e Sessão Cine-Escola Roberta Gulhelmelli Colaborador Temática, Homenagem e Seminário Leonardo Mecchi Seleção de Longas e Médias Eduardo Valente Seleção de Curtas Eduardo Valente Rafael Ciccarini Colaborador – Ano da França no Brasil Leonardo Mecchi Agente Administrativo- Financeiro Cássia Melo
Assistentes de Produção Andréa Cardoso de Rezende Débora Lucas Júnia Haddad Kika Haddad Neuza Teixeira dos Reis Rebeca de Paula Rômulo Moreira Rosane Félix Agentes de Apoio Welbert Thiago Javier Galindo Daniane Reis Assessoria de Imprensa Universo Produção Ana d’Angelo Ariane Lemos Leonardo Mecchi Cerimonial Ruby Cardoso Letícia Amaral
Apresentadores André Magalhães Luiz Carlos Gomes Raquel Pedras Comemoração 111 anos de Santa Tereza Assistente de Produção – Perla Horta Colaborador – Paulo Ramos Parceria: Associação Comunitária do Bairro de Santa Tereza Presidente: Ibiraci José do Carmo (Bira) Vice-Presidente: Luiz Góes Apoio: Universo Produção Fotografia Leonardo Lara Netun Lima Victor Schwanner Assistente – Felipe Ivaniscka Projeção Película Alltech Comércio e Manutenção de Equipamentos José Luiz Almeida Projeção Digital Alltech Comércio e Manutenção de Equipamentos Rain Sonorização e Iluminação Som Melhor Transporte Banana Veloz – Disk Van Passagens Aéreas Terra Viagens e Turismo
Identidade Visual e Publicidade Agência ) Dez Website Arquitetura e Programação – Feira Modderna Design – Agência ) Dez Projeto Cenográfico Concepção – Dois Arquitetura Programação Visual – Agência ) Dez Produção Gráfica Agência ) Dez Holograma Design Gráfico VT e Vinheta TV Mostra CineBH 2009 Criação e Direção – Agência ) Dez Animação e Montagem – Lucas Souza VT Homenagem Canal Brasil Abertura Concepção e Produção – Universo Produção e Imago Vídeo Vídeo – Imago Vídeo TV Mostra Trade Comunicação Intervenções artísticas Paulo Sérgio Pires Cavalcanti (Popó) Cine Encontro Bar Café José Luiz da Silveira João Paulo
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Ano da França no Brasil (21 de abril a 15 de novembro) é organizado: no Brasil pelo Comissariado geral brasileiro, pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério das Relações Exteriores, na França pelo Comissariado geral francês, pelo Ministério das Relações exteriores e européias, pelo Ministério da Cultura e da Comunicação e por Culturesfrance
a da França Brasil
Ano da França no Brasil (21 de abril a 15 de novembro) é organizado: no Brasil pelo Comissariado geral brasileiro, pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério das Relações Exteriores, na França pelo Comissariado geral francês, pelo Ministério das Relações exteriores e européias, pelo Ministério da Cultura e da Comunicação e por Culturesfrance
Embaixada da França no Brasil
Ano da França no Brasil (21 de abril a 15 de novembro) é organizado: no Brasil pelo Comissariado geral brasileiro, pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério das Relações Exteriores, na França pelo Comissariado geral francês, pelo Ministério das Relações exteriores e européias, pelo Ministério da Cultura e da Comunicação e por Culturesfrance
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Embaixada da França no Brasil
Embaixada da França no Brasil
Paróquia de Santa Tereza e Santa Terezinha
Paróquia de Santa Tereza e Santa Terezinha
Embaixada da França no Brasil
Ano da França no Brasil (21 de abril a 15 de novembro) é organizado: no Brasil pelo Comissariado geral brasileiro, pelo Ministério da Cultura e pelo Ministério das Relações Exteriores, na França pelo Comissariado geral francês, pelo Ministério das Relações exteriores e européias, pelo Ministério da Cultura e da Comunicação e por Culturesfrance
Paróquia de Santa Tereza Vicariato de Comunicação da e Santa Terezinha Arquidiocese de Belo Horizonte
Paróquia de Santa Tereza e Santa da Terezinha Vicariato de Comunicação Arquidiocese de Belo Horizonte
Paróquia de Santa Tereza e Santa Terezinha Vicariato de Comunicação da Arquidiocese de Belo Horizonte
Vicariato de Comunicação da Arquidiocese de Belo Horizonte
Rua Pirapetinga, 567 – Serra – Belo Horizonte/MG – CEP 30220-150 (31) 3282-2366 – www.universoproducao.com.br
Vicariato de C Arquidiocese d
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