Catálogo - 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes

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um novo tempo “No novo tempo, apesar dos castigos Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer No novo tempo, apesar dos perigos Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver” (Trecho da música “Novo tempo”, de Ivan Lins e Vitor Martins)

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MUNDO DA SUBJETIVIDADE. SOCIEDADE MULTIMÍDIA. MÍDIAS CRIANDO MOVIMENTOS CINEMATOGRÁFICOS. O Brasil é a terra dos contrastes sociais. Múltiplas identidades individuais e coletivas. A modernização, a cultura, a cidadania, os avanços e retrocessos. Os desafios, as descrenças, os perigos, as contaminações, os movimentos sociais, políticos, religiosos se difundindo pelo País. O Brasil em ascensão no cenário político-econômico mundial. A capacidade humana alcançando níveis de qualidade e eficiência. A inserção da tecnologia digital a favor da ousadia. Novas experiências e subjetividades modernas. De que forma o Brasil responde ao que se caracteriza desafios da modernidade? De que forma a brasilidade aparece representada no cinema que se produz no Brasil? Falar de “cinema brasileiro” é uma forma de expressar nossa nacionalidade.

Podemos afirmar que o cinema produzido hoje é retrato da realidade do País? As imagens não param de ser projetadas. A cada dia novas janelas de exibição descortinam sobre os nossos olhos. Muitas vão se abrir para um jardim de promessas, outras vão desaparecer como se nunca estivessem existido. Qual é o momento histórico do cinema brasileiro contemporâneo? Qual o significado do cinema para você?

Apresentação

Vale a pena pensar, dar um passo adiante, sair da mesmice, da acomodação, afinal somos responsáveis pelas nossas escolhas. E cinema é atitude, é audácia, nos faz transgredir, nos impregna, é instrumento de construção, de transformação, é um trabalho obstinado para enquadrar a autenticidade do mundo que só faz sentido quando o nosso olhar imprime identidade, nosso pensamento confere ordem.

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ANISTIA PARA O CINEMA CINEMA FORTE COM IDENTIDADE PRÓPRIA Mais imagens, poesia com autonomia. Menos resistências, mais ousadia. Menos normas e ameaças, mais coragem e parceria. Menos individualidade, mais coletividade. Personalidade, rigor, critério, transparência. Em mais de uma década de existência, a Mostra de Cinema de Tiradentes é testemunha da força da diversidade do cinema brasileiro e da adesão do grande público brasileiro ao cinema feito em sua própria terra.

Apresentação

O caminho ainda é árduo. A cada edição, um novo começo. Os resultados não conferem garantia de continuidade e perspectiva de futuro. Leis de incentivo, a busca desenfreada pelos recursos, o planejamento e a construção do nosso “palácio dos festivais” emoldurado pela Serra São José, tão ameaçada quanto a fragilidade da existência humana e do trabalho sério que faz a diferença. Precisamos de lideranças para entender que um festival de cinema com conceito, perfil,

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proposta e identidade bem definidas e respeitadas pode ser um poderoso instrumento de desenvolvimento econômico, de transformação social e construção da cidadania. Precisamos de homens para descortinar o tesouro para além das leis, editais e normas que aprisionam a alma. Homens sensíveis, atentos e dispostos a desvendar a arte que aqui se apresenta. Um cinema enigmático, que não tem respostas, mas faz abrir janelas para outras vidas, gerações, para a história e a memória, que só tem implicações se visar o futuro. A Mostra de Cinema de Tiradentes em sua 13ª edição consolida-se como uma das mais importantes plataformas de lançamento do cinema brasileiro independente. Ao longo de nove dias de programação oferecida gratuitamente ao público, 128 filmes da recente produção brasileira – 29 longas e 99 curtas de cineastas veteranos e jovens realizadores, em 48 sessões de cinema, dão o tom da programação que, nesta edição, coloca em evidência os paradoxos do novo cinema brasileiro e a cinematografia do homenageado Karim Aïnouz.


PATROC ÍNIO

INCENTIVO

Propõe refletir o contemporâneo em movimento, a estética, que também é ética e política, estabelece diálogo entre as forças da cadeia produtiva do audiovisual, gera intercâmbio cultural entre as nações e cria vínculo com o público que comparece, participaAPOIO e dá sentido a este projeto, que não pode ser apenas de uma empresa, de um governo, de um realizador, mas uma ação coletiva, responsabilidade de todos. Agradecemos aos patrocinadores, parceiros, lideranças políticas, profissionais da cultura e do audiovisual que tornam possível a realização desta empreitada, à imprensa, ao público e à comunidade de Tiradentes pela acolhida e participação, à equipe de trabalho pela dedicação e competência. A soma de esforços é um bem supremo que se faz necessário para erguer novos caminhos e sonhos. Você está convidado a conhecer o cinema que reflete todas as dimensões do ser humano. É entretenimento, arte e discute temas universais. REALIZAÇÃO Abra a sua janela para ele projetar. O cinema brasileiro é patrimônio que merece tombamento.

Apresentação

Raquel Hallak d’Angelo Quintino Vargas Neto Fernanda Hallak d’Angelo Diretores R U A P IR A P E T IN G A , 5 6 7 - S E R R A - B E L O H O R IZ O N T E / M G - C E P 30220-150 ( 3 1 ) 3 2 8 2 - 2 3 6 6 - WWW. U N IV E R S O P R O D U C A O . C O M . B R

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Imagens e sons ocupam espaço crescente no mundo em que vivemos. Em salas de cinema e telas de televisão - formatos tradicionais de difusão de conteúdos audiovisuais, mas agora também em telas de computador, paredes de edifícios, elevadores e pequenos dispositivos móveis, como aparelhos celulares, iPods e outros, que surgem e se renovam todos os meses.

Apresentação

A adesão dos brasileiros a essas novas tecnologias é impressionante. Em nosso País existe um florescente mercado de consumo não somente para portais e ferramentas da Internet, como YouTube e Orkut, mas também para a ampla gama de jogos eletrônicos e os mais diversos tipos de aparelhos móveis. A Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura acompanha o fenômeno com grande interesse. E tem lançado concursos públicos, como os programas BRGames e XPTA.LAB, dedicados respectivamente ao fomento de jogos eletrônicos baseados em nossas referências simbólicas e ao desenvolvimento de pesquisas em tecnologias audiovisuais. Além disso, a SAV apoia eventos

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dedicados à difusão de obras digitais e à reflexão sobre o processo de convergência de tecnologias e empresas que estão transformando aceleradamente nosso cenário audiovisual. A diversidade de festivais é outro fenômeno marcante no Brasil. Duas décadas atrás contavam-se em pouco mais de duas dezenas, em todo o País. Hoje já se aproximam de duas centenas. Há festivais dedicados a todos os gêneros e formatos. A exiguidade de recursos nos obriga a selecionar criteriosamente aqueles que devem receber a chancela do MinC e receber apoio para o desenvolvimento de suas atividades. Em nossa gestão formulamos um conjunto de critérios, que resultaram no apoio anual a pouco mais de 50 eventos, organizados em 24 unidades da Federação. A regionalização é um desses critérios, que visa possibilitar um desenvolvimento mais equilibrado da cultura cinematográfica e da reflexão sobre realização, fruição e as interações entre audiovisual e sociedade. Mas há outros parâmetros. Apoiamos somente festivais e mostras que tenham ultrapassado a terceira


edição, comprovando assim a receptividade por parte do público e o apoio das instituições locais. Desenvolvemos uma escala de valores composta de quatro categorias, proporcionando maior volume de recursos aos eventos mais afirmados, que foram capazes de renovar-se e cativar número expressivo de espectadores para suas propostas.

cional, bem como seus realizadores, elenco, técnicos, críticos e pesquisadores, oferecendo atividades gratuitas a cerca de 30 mil espectadores. Com primorosa e generosa curadoria, organiza seus programas em três diferentes mostras, dedicadas tanto a novos realizadores quanto a filmes já reconhecidos em outros festivais e a obras que se destacam por sua proposta inovadora.

Por fim, e não menos importante, procuramos direcionar nossos limitados recursos para aqueles eventos que deixam algum substrato, como registros videográficos e publicações, que permanecerão acessíveis a consulta em videotecas e bibliotecas por todo o País. Atribuímos especial importância aos festivais e mostras que não se limitam a exibir as obras, mas contribuem, por meio de seminários, cursos e ciclos de debates, para a discussão e a reflexão sobre o campo ampliado do cinema.

Em 2010 esperamos depurar ainda mais os critérios de apoio às mostras e festivais dedicados ao audiovisual brasileiro, por meio de um verdadeiro programa, integrado às demais políticas públicas de fomento implementadas pela SAV, em uma perspectiva republicana, democrática e transparente. Para isso, convocaremos a contribuição do Fórum dos Festivais, que não por acaso reúne-se anualmente em Tiradentes. Esperamos que a experiência deste festival possa iluminar nossa reflexão e nossas propostas de aperfeiçoamento do apoio aos mais destacados eventos dedicados à difusão do nosso cinema.

A Mostra de Cinema de Tiradentes se enquadra perfeitamente nesses critérios. Há mais de uma década tem levado à pequena cidade histórica mineira a recente produção cinematográfica na-

Apresentação

Silvio Da-Rin Secretário do Audiovisual do MinC

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A escolha do tema “Paradoxos do Contemporâneo” para a 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes consolida e reafirma características fundamentais deste reconhecido e consagrado evento: a opção pela multiplicidade e o respeito às diferenças. Características que o público - já cativo e cada vez mais fiel e ávido pelo agendamento da “próxima edição” - poderá confirmar durante os nove dias da programação que promete variedade nos temas, nos gêneros e nos estilos dos realizadores que apresentarão seus trabalhos.

Apresentação

Assim, a cidade de Tiradentes será, durante a sua Mostra de Cinema, uma arena aberta ao público, a críticos especializados, a pesquisadores e cineastas, que poderão apresentar, apreciar e discutir a diversidade, os paradoxos, as diferenças e semelhanças do cinema brasileiro contemporâneo. Para Minas, estado que prima pela liberdade desde os tempos mais longínquos, ser palco desses momentos parece, mais que apropriado, natural. A consolidação da Mostra de Cinema de Tiradentes, que chega à sua 13ª edição, é exemplo de que

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Minas se interessa e se mobiliza para fomentar eventos e produções ligadas ao audiovisual. A Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, por meio da Minas Film Commission e do Filme em Minas – que já destinou mais de R$ 13 milhões a 111 produções mineiras -, trabalha para valorizar e viabilizar essa vocação. Ao inaugurar a temporada audiovisual brasileira, a 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes promete apresentar ao público as novidades da produção cinematográfica brasileira e fazer um convite à reflexão, ao diálogo e à participação. Que sejam dias de proveitoso amadurecimento para todos: produtores, artistas e público. Paulo Brant Secretário de estado de cultura


O cinema brasileiro vive uma etapa especialmente positiva. Como resultado, não apenas a participação dos filmes nacionais no mercado exibidor experimenta uma retomada vigorosa, como a própria produção alcança uma diversificação de linguagens e formatos, com especial ênfase para os curtasmetragens de ficção ou de caráter documental. O grande número de festivais, que atraem um público cada vez mais numeroso e interessado, é outra consequência desse processo. Todas essas características se reúnem na Mostra de Cinema de Tiradentes. Uma programação variada, com ênfase no que de mais importante acontece, e uma significativa concentração de público. Para a presente edição foi preparada uma ampla programação que incluirá seminários, fóruns e debates – além de oficinas – cujo foco estará centrado no fazer cinematográfico. Nada mais natural, portanto, que este evento contar com o apoio da Petrobras. Afinal, nossa empresa é a maior patrocinadora do cinema nacional (aliás, somos os maiores patrocinadores das artes e da cultura em nosso País).

O objetivo central desta 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes está em perfeita harmonia com o apoio da Petrobras à indústria cinematográfica do Brasil. Aqui, a missão é contribuir para a difusão do nosso cinema, estimular o público a se encontrar com a realidade levada às telas pelos nossos cineastas, fomentar a participação e o debate. É exatamente o que faz a Petrobras ao apoiar a indústria cinematográfica do Brasil. Apoiamos a ideia em seu cerne, apoiamos esta mostra que traz ao público – de forma gratuita – o resultado final. Missão cumprida? Qual o quê. Mãos à obra, que há muito trabalho pela frente. E a Petrobras, da mesma forma que os nossos cineastas, não pode parar.

Apresentação

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Apresentação

Com renovado orgulho, a Oi, uma das maiores investidoras brasileiras na área cultural, patrocina, pela 13ª edição consecutiva, a Mostra de Cinema de Tiradentes. Apoiado pela Oi desde seu lançamento, o evento se consolida, ano a ano, como privilegiado espaço de debate, troca de experiências, reflexão, reconhecimento, divulgação e lançamento, inclusive no circuito internacional, das obras de cineastas brasileiros de diversas origens e múltiplas opções estéticas. Credenciada como o maior painel do cinema brasileiro, a Mostra inaugura o calendário nacional de 2010 com o lançamento, para um público estimado em mais de 30 mil pessoas, da nova safra da produção audiovisual contemporânea. Além de pré-

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estreias nacionais e mundiais de filmes brasileiros, nos formatos longas e curtas, o público pode participar gratuitamente de debates, exposições, lançamento de livros e mostrinha de cinema. O Festival ainda agita a cidade de Tiradentes com seminários, cortejo, teatro de rua e shows musicais. Ao patrocinar desde seu início a Mostra de Cinema de Tiradentes, a Oi reafirma o propósito de incentivar a produção cinematográfica brasileira, apoiar a produção descentralizada e investir na formação de novos públicos.


Para nós, da Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig, é de grande relevância participar do cenário cultural do País. Acreditamos que, por meio do conhecimento e da arte, a sociedade se desenvolve com mais consciência e se humaniza. Apoiar a 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes e a discussão de temas relativos ao cinema brasileiro contemporâneo é uma forma de fomentar a produção de futuras obras, cujo teor será, sem dúvida, influenciado por esse panorama da cinematografia atual.

Proporcionar o intercâmbio de ideias, experiências e vivências, gratuitamente, como a Mostra Tiradentes faz, é valorizar e viabilizar encontros, diálogos, revelações e integrações com o intuito de ampliar e incentivar novos projetos e a diversidade da produção cultural brasileira.

Assim, a realização, em Minas Gerais, da 13ª edição de um festival que vem ganhando em importância a cada ano, expõe o dinamismo da cultura brasileira, em que um estado com tradições seculares se abre à discussão do contemporâneo. Um mineiro, Guimarães Rosa, foi um dos que compreenderam melhor essa dinâmica da expressão artística e cultural de um povo, que consiste em movimentos de recepção e exibição, de impressão e expressão, de reflexão e, também, inflexão.

Assim, é com grande satisfação que a Cemig vem se consolidando, ao longo dos anos, como parceira da Mostra de Cinema de Tiradentes, que, com sua proposta sempre inovadora e instigante, tem conseguido trazer para Minas o reflexo do melhor que se faz no Brasil e no mundo, além de impulsionar o processo dinâmico da cultura em nossa sociedade.

Apresentação

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zendo va que fa a h c a u rteza ue e tanta ce do, porq o n h u n m e t o ão ar ...” de mud dia eu n cinema e fazer vontade hoje em r a s a d a r m o m u c , r za po sse o muda cinema ue me fa o mund i a fazer coisas q e e s u ïnouz c a e q d m a m o Karim A zer co a é um “...Eu c fa d ir in a u g s e a ns ondo, disto, m eu ia co Ariane M a a id cinema d viola once ista Mo evista c v e r r nt a e n a od licada extraíd 09, pub Trecho 15/11/20

epígrafe

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trofĂŠu barroco

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Ă­ndice

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e c i índ

a temátic m menage ouz 27 ho rim aïn a k a t is ntrev 31 - e ção de sele o ã s is m 42 co rora ngas stra au o o l m s a 5 t 4 eas ta - cin is v e r t n 72 - e de júri omissão c 88 oco ostra f m s a t r ma 91 cu panora a r t s o rtas - m 110 cu ma de cine a ih r t s o 131 m io eminár 143 s filmes ates de b e d 152 ficinas 157 o

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índice

arte

ão gramaç o pr 176 pinião 192 o ntos adecime r g a 200 ica HA Técn IC F 2 20

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a c i t รก tem 19


Um parêntese dentro de um parêntese por José Carlos Avellar

(Este texto talvez devesse ser publicado entre parênteses, indicação gráfica de seu parentesco com a fala dos benshis, que no Japão são os narradores de filmes na época do cinema mudo, e com a fala que nos DVDs se sobrepõe ao som original para analisar o filme. Escrever entre parênteses, na verdade, é uma tradição da crítica de cinema. Prática que surgiu antes da elaboração de uma teoria e de uma história – e antes também do cinema terminar de inventar-se como expressão artística –, a crítica de cinemas com frequência parece feita em absoluta simultaneidade com a projeção de um filme. Mesmo quando uma digressão, a crítica parte do desejo de se encaixar entre parênteses no texto do filme, de inserir na obra o modo de recepção da obra. Desta tentativa de pensar uma ação no instante mesmo em que ela ocorre resulta uma expressão não articulada de todo ou articulada mais perto do sentimento que da razão, mais hipótese que certeza. Assim são os textos que, como este, falam de filmes em exibição, de um processo ainda em curso: são notas entre parênteses. Além disto, este texto discute uma questão que se insere como um parêntese no trabalho de criação de uma ficção brasileira – um modelo que resulte do conflito entre a incorporação de estilos formulados por culturas vizinhas e a invenção de formas narrativas inspiradas na experiência viva do realizador. Portanto, fechar estes parênteses significa de fato abrir um outro que se abre para um outro.)

temática

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Quase como um gênero cinematográfico – no sentido de filmes ligados por uma comum construção dramática, de filmes que formam um universo particular e imediatamente identificável pelo espectador, de filmes que se alimentam da reiteração e eventual reordenação de regras comuns, no sentido, enfim, de uma estratégia de mercado adotada pela produção industrial baseada em Hollywood para manter o espectador fiel a determinada linha de produtos –, quase como um gênero cinematográfico, biografias e retratos filmados de personalidades da vida política e cultural marcaram o cinema brasileiro em 2009. São filmes que respondem às dificuldades de reunir recursos capazes de cobrir os custos de produção e distribuição de um projeto de ficção. As regras do mercado empurram produtores e diretores para a dificuldade menor, a produção de um meio-termo entre um documentário cinematográfico e um informativo de televisão com a esperança de poder chegar ou a uma sala de cinema ou a uma televisão. O quadro econômico no entanto não explica o essencial, que nesta estratégia de sobrevivência, os filmes dão continuidade ao trabalho de invenção de uma ficção brasileira com um gesto em câmera lenta – ou um entreato – para estudar o herói, o protagonista da ficção que se quer inventar. São uma recusa dos personagens criados pelas construções dramáticas que importamos e elaboramos até então e uma afirmação apresentada como dado positivo, outras como dado negativo: não sabemos quem somos e somente depois de identificar o herói de nossas histórias será possível descobrir o que e como contar.

Por isso os retratos nos dizem que estes personagens do mundo cultural e político brasileiro souberam se impor à história: Humberto Teixeira | O homem que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira; Eliezer Batista | O Engenheiro do Brasil, de Victor Lopes; Arnaldo Baptista (Loki, de Paulo Henrique Fontenelle; Paulo Vanzolini | Um Homem de Moral, de Ricardo Dias); Patativa do Assaré | Ave Poesia, de Rosemberg Cariri; Paulo Gracindo | O Bem Amado, de Gracindo Júnior; Waldick Soriano |Waldick, Sempre no meu Coração, de Patrícia Pillar); Herbert Vianna | Herbert de Perto, de Roberto Berliner e Pedro Bronz; Wilson Simonal | Ninguém Sabe o Duro que Eu Dei, de Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal. Entre vários outros que poderiam ser acrescentados à lista, lembremos mais dois: o título do primeiro sugere a presença de um tanto de ficção nestes documentários – Só Dez por Cento é Mentira, diz Pedro Cezar para falar do poeta Manoel de Barros; o do segundo, que estes retratos retratam não propriamente o retratado, mas a máquina de tirar retratos. O assunto do filme é o cinema – Pan Cinema Permanente, diz Carlos Nader para falar do poeta Wally Salomão.

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A biografia como uma autobiografia do cinema. Este sinal comum aos retratos do ano que passou aparece melhor quando inserimos (entre parênteses) neste conjunto de documentários uma ficção lançada no primeiro dia do ano que acaba de começar: Lula, o Filho do Brasil. A ficção radicaliza o gesto dos documentários – os lembrados acima e outros como eles. As diferenças de custo de produção, de estratégia de distribuição, de estilo de narração são menos significativas do que a comum vontade de contar

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a história de um personagem que parece não caber nos modos de contar histórias. É como se o cinema estivesse contando não as histórias que o realizador quer contar, mas sim aquelas impostas pelo processo de produção. Como reação a este estado de coisas, numa ponta o documentário que privilegia o personagem real e incorpora elementos de ficção para reafirmá-lo como um herói, dono absoluto de sua história. Na outra ponta a ficção que privilegia a narrativa e incorpora registros de fatos reais para reafirmar a história como dona do personagem. Talvez seja possível imaginar a experiência brasileira como uma tentativa de pensar o cinema simultaneamente numa ponta e outra. Talvez seja possível imaginar o espectador brasileiro pressionado entre uma ponta e outra, levado a discutir o cinema como uma reprodução fiel da realidade ou esta como uma direta reencenação do cinema. temática

Lula, o Filho do Brasil tem sido discutido a partir da especulação sobre uma possível interferência do cinema sobre a realidade. Discute-se o que a política teria ido buscar no cinema para reafirmar-se, ou poderia se beneficiar com a existência do filme. Para perceber esta ficção, espelha os documentários|retratos, e vice-versa, convém trilhar o caminho oposto: investigar a efetiva ação da realidade sobre o cinema, a incorporação de imagens e referências a pessoas e fatos realmente acontecidos para a ficção melodramática reafirmar-se como imagem da vida como ela é. Não uma biografia à maneira de um melodrama, mas um melodrama à maneira de uma biografia. Não um filme

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sobre Lula, pois ainda que ele se encontre na maior parte do tempo no centro da cena, o quadro aqui está (entre parênteses) fora de quadro: o verdadeiro texto, o verdadeiro quadro, é a personagem da mãe. Não um filme sobre o filho, mas sobre a mãe, a personagem da mãe tal como construída pela ficção de inspiração melodramática. A coincidência que reúne agora nos cinemas duas biografias muito diferentes entre si – O Homem que Engarrafava Nuvens e Lula, o Filho do Brasil – talvez permita tomar uma como contracampo da outra. Os planos de detalhe de esculturas do cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro, no prólogo do retrato de Humberto Teixeira, são quase uma ficção montada (entre parênteses) neste documentário feito de depoimentos e cenas musicais. Assim como os planos de protestos de rua durante a ditadura militar na metade da biografia de Lula são quase um documentário montado (entre parênteses) numa narrativa de ficção. Talvez não a utilização de um mesmo procedimento em diferentes filmes. Talvez nada além de uma coincidência. Talvez não o que sugere a montagem proposta aqui. Mas coincidência tão especialmente significativa quanto a que nos levou a realizar um documentário no primeiro ano do governo de Lula, Entreatos, de João Moreira Salles, e um melodrama em seu último ano de governo, Lula, o Filho do Brasil, de Fábio Barreto.

José Carlos Avellar Pesquisador e crítico de cinema


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Paradoxos do Contemporâneo (ou o Cinema e seu Presente) por cleber eduardo

O paradoxo deriva do fato de uma concretização aparentemente contrária à intenção que a gerou poder ser adequada a essa mesma intenção. Vladimir Safatle em Cinismo e Falência da Crítica

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O Brasil do século XXI é um país novo-rico e conservador. Luiz Carlos Oliveira na Contracampo

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Paradoxo não é vale-tudo. Porque quando tudo vale, quando tudo é aceito e incorporado como parte da norma, quando tudo é naturalizado, a diferença perde o sentido e, em vez de ser pensada como diferença, passa a ser encarada como regra. Eleger como questão norteadora da 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes não recortes específicos como foram os das duas últimas edições (Juventude em Trânsito em 2008 e O Personagem e seu Lugar em 2009), mas os Paradoxos do Contemporâneo, não significa naturalizar diferenças de forma acrítica. Pelo contrário. Propor os paradoxos como matéria de reflexão não é encerrar uma discussão por não se verem no universo discutido caminhos preponderantes. Novamente, é o contrário. A intenção é alavancar uma discussão sem cair em dualidades simplificadoras.


Não repitamos a estratégia de jornalistas e críticos que, nos anos 90, diante da dificuldade de relacionar as especificidades do conjunto da produção, optaram pelo piloto automático de duas definições genéricas: “retomada” e “diversidade”. Nenhum desses termos dizia nada sobre a matéria e os estilos dos filmes daquele momento. Retomada diz respeito a um período de alguns anos, na segunda metade dos 90, caracterizados pela reorganização do sistema de produção, via editais e leis de incentivo, após a abolição dos financiamentos via Embrafilme (extinta em 1990). Diversidade foi a qualificação empregada a uma soma de filmes que, durante esse período de reorganização do sistema de produção, era vista como heterogênea em suas propostas. Uma forma de não pensar o conjunto do cinema e, sim, somente cada trabalho isoladamente. Diversas foram todas as fases do cinema brasileiro. Não havia apenas Cinema Novo nos anos 60. Não havia apenas pornochanchadas na década de 70. Como lidar, porém, com paradoxos? Em primeiro lugar, circunscrevendo-os. Podemos pensar o cinema do presente pelas opções de estilo, pelas estruturas narrativas, pelos ambientes geográficos enfocados, pelos universos sociais dos personagens, pela idade dos protagonistas, pela razão dos conflitos, mas optamos pensar pela relação das situações mostradas com a atualidade. Como o cinema brasileiro do momento, entre os filmes lançados em circuito comercialmente e exibidos pela primeira vez em festivais, responde a seu momento histórico? Para fazer essa arqueologia do presente, é preciso evitar as dicotomias redutoras, atalho preguiçoso diante da necessidade de reflexões mais complexas. E uma dessas dualidades facilitadoras e enganosas diz respeito a um racha da produção entre filmes a sério e filmes de brincadeira.

De um lado, dramas intensificados sobre os efeitos do déficit social urbano. Do outro, comédias felizes sobre os incidentes de relações afetivas na classe média carioca. Como circunscrever nessa bipolaridade todos os demais filmes, maioria da produção, que não se situam em nenhuma das duas vertentes? Mas serão mesmo duas vertentes, ou, entre elas, há também conexões a uni-las? Porque essa aparente oposição entre filmes sobre problemas sem solução de um lado e filmes com solução para a falta de problemas comunitários de outro abafa a possibilidade de os dois segmentos lidarem com os distintos universos de uma mesma forma: tratando o mundo da ficção encenada como um mundo dos outros, como um outro mundo, só possível no cinema, porque sem sintonia com o mundo direto dos espectadores. Só é possível se relacionar com esses ambientes e seus personagens após termos a garantia de distância em relação a eles. Nas idas às favelas e às zonas de risco, o ambiente mostrado é estrangeiro ao espectador, porque se trata de um mundo do espetáculo, no qual o indigesto tem de se tornar palatável. Nas ambientações em mundos conjugais, os casais não são um espelho, mas estereótipos de mundos inexistentes fora da sala, de modo a rirmos deles com ar de superioridade assegurada. Nos dois casos, alívio. Limitar a reflexão sobre o conjunto dos filmes brasileiros atuais a essa bifurcação é levar em conta somente os filmes de maior visibilidade e inserção midiática, sem abarcar a encruzilhada de toda a produção audiovisual. Há outros tipos de cinema também integrantes do cinema brasileiro, distantes do cultivo da impotência resignada diante dos abismos e da celebração da superioridade cega para si mesmo diante do patético. Esses outros tipos têm pontos de contato e pontos de diferenciação. Às vezes, de forma paradoxal.

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A relação do cinema do presente com seu presente passa também pelos olhares para o passado. Porque para uma parte significativa da produção atual o presente é o lugar de onde se olham décadas anteriores na política e na cultura. O presente se constitui, sobretudo em documentários ambientados no regime militar e sobre artistas de diferentes setores e décadas, como busca de seu DNA. Produção de memória e organização de mitos. Por outro lado, em filmes nos quais as narrativas olham para os anos 2000, há muitas faces. Vemos como vivem, morrem e matam-se os pobres urbanos, como sobrevivem os pobres rurais, como se desentendem os casais, como pais e filhos se relacionam, como os jovens sofrem por serem jovens, como certos ambientes caminham na contemporaneidade sem a febre da novidade, como a representação olha para si mesmo e não para a realidade representada.

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Nas narrativas sobre o passado, impera a lógica do predestinado para brilhar ou a força da perseverança nas dificuldades. Histórias de gênios e de guerreiros. Nas narrativas do presente, se há beleza, está embalada em desencanto. É como se tivesse acabado o momento dos predestinados e dos resistentes, como se o presente acabasse com genialidades e implodisse perseveranças. A beleza é procurada na solidariedade com a impotência, na resignação do olhar fragilizado e feliz com gestos miúdos de felicidade (a felicidade será sempre no diminutivo?), cuja única esperança de transformação está em deslocar-se. O deslocamento, porém, como temos visto desde Terra Estrangeira, lá naquele momento de retomada dos anos 90, não tem selo de garantia. O cinema brasileiro, portanto, desde há muito, tem pouco a constatar. Está à procura. Tanto de seu passado como de seu presente. Cleber Eduardo Curador e crítico de cinema

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m e g a n e om

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KarimAÏNOUZ KARIM Aïnouz CONTEMPORÂNEO EM MOVIMENTO. CIDADÃO DO MUNDO. BRASILEIRO DO CEARÁ. CINEASTA DA POESIA, DA BRASILIDADE, DA ATUALIDADE, DA AFETIVIDADE. CONTEMPORÂNEO NO PENSAR E FAZER CINEMA. CINEASTA DE DIÁLOGOS, DE PARCERIAS, DE RESULTADOS. CINEASTA SEM FRONTEIRAS.

homenagem

Nascido no Ceará, de ascendência argelina, francobrasileiro de nacionalidade, 15 anos de vivência nos EUA, uma mistura de tradições culturais diversas, Karim estudou arquitetura, mas sua grande paixão é a pintura. Depois veio a fotografia e, em sequência, o cinema. Começou a fazer cinema com vontade de mudar o mundo. Acreditava que fazendo cinema era um jeito de imaginar um mundo que não existe; mesmo sendo uma certa utopia, ainda acredita que o cinema possibilita criar um mundo ou outro, além de ser um jeito de roubar as imagens do mundo um pouco para ele, pensando que, talvez no futuro, não possa mais vê-las. A cinematografia de Karim Aïnouz revela identidade, modernidade, movimento.

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foto: Divulgação

homenagem

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foto: Divulgação

foto: Divulgação

Histórias de personagens fortes, poesia, música, vitalidade, desejos e conflitos – a força que surge das entranhas para as telas e, em deslocamento, conquista espaços, ganha o mundo. homenagem

Karim Aïnouz é diretor de filmes emblemáticos, da nova cinematografia brasileira. Seu primeiro longa-metragem, Madame Satã, estreou no Festival de Cannes 2002, Un Certain Regard. O Céu de Suely, seu segundo longa, estreou no Festival de Veneza, Orizzonti, 2006. Suas instalações foram exibidas na Bienal do Whitney Museum of American Art (1997) e na Bienal de São Paulo (2004). O cineasta tematiza o próprio deslocamento em Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo, realizado em parceria com o pernambucano Marcelo Gomes. Recentemente

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concluiu Alice, série de televisão para a HBO Latin America, e trabalha atualmente no seu próximo longa, Praia do Futuro – uma coprodução Brasil-Alemanha. Karim coloca-se assim à frente de uma atualidade cinematográfica em constante mutação. Sua busca pelo afeto e novos desafios movem sua vida. Karim Aïnouz é o homenageado da 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes, que apresenta ao público a pré-estreia nacional do filme Viajo Poque Preciso, Volto Porque te Amo (2009), direção dele e de Marcelo Gomes; O Ceú de Suely (2007); os médias Seams (1993); Sertão de Acrílico Azul Piscina, com Marcelo Gomes (2004); e o curta Paixão Nacional (1994).


entrevista Personagens em deslocamento têm sido recorrentes no cinema brasileiro desde Terra Estrangeira. Os motivos são variados, mas, quando se desloca, há sempre a expectativa de mudança, de novidade, de reinvenção de si e da vida. Poderia falar como encara os deslocados de O Céu de Suely, Alice e Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo? Essa noção de deslocamento estará em Praia do Futuro? Sinto que é uma condição que informa todos os filmes, mas nunca tinha pensado dessa maneira, tanto no conceitual como no textual. Nos filmes, os personagens não apenas se deslocam de um lugar para outro, mas são deslocados no contexto em que eles vivem. Deslocados, mas não marginais. Praia do Futuro é exatamente sobre isso. Há um personagem que muda de país, que atravessa o Oceano Atlântico em uma jornada amorosa. É super romântico, com personagens que se arriscam a partir de um grande deslocamento que executam. Isso é bem mais presente no filme novo, que devemos filmar no segundo semestre de 2010. Em Fortaleza e em Berlim, com algumas sequências no Mar do Norte. Filmar no verão no Brasil e no inverno na Europa, para ficar bem contrastado. Há um corte entre Madame Satã, personagem que briga para ficar, que luta na permanência em dado espaço, e os trabalhos seguintes a ele? O deslocamento em Ma-

dame Satã é em sentido menos físico, de deslocar por espaço, e mais em sentido existencial, de alguém potencialmente deslocado que briga para se impor na marra, com deslocamento da aparência e da própria identidade, tendo em vista que Satã tem algo de performer? Acho que existe um descontentamento que sempre me interessa no que eu faço: uma sensação de inquietação, de insatisfação, de desadequação, em todos os filmes, em todos os personagens. Não sei se há um corte, necessariamente. São gêneros muito distintos. Mas, ao mesmo tempo, tem o olhar para o personagem em primeiro plano e para trama no segundo plano. Todos os filmes têm isso. A trama existe. Em um, existe mais do que em outros; em alguns, ela é menos desenhada. Mas não acho que tenha um corte. Há um desejo que eu falo, que eu penso, e uma tentativa de ver que cada filme são dois, três ou quatro anos da sua vida. Uma viagem, literalmente, não no sentido lisérgico, mas no sentido físico mesmo. Então, tem que ser uma aventura nova. Não fico sempre tentando dar uma coerência aos filmes; é legal quando isso é dito pelo crítico. Mas reconheço que cada filme é como um novo amor, uma nova paixão, uma nova viagem. É um lugar que a gente não conhece e quer conhecer... Confrontado com cada filme, vejo uma constelação de personagens que eu me interessaria por

entrevista

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foto: Divulgação

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conhecer, que viveram vidas que seriam dignas de virar filme, não necessariamente de ficção. Vejo um desejo de ir para um lugar diferente. Quando terminei Madame Satã, queria fazer um filme que tivesse sol. Depois de fazer uma série em São Paulo, cidade que eu adoro, mas que não é a minha, queria fazer um filme com coisas do meu cotidiano. Como você consegue, nesses primeiros anos dos anos 2000, período no qual estreou em longa e se firmou como nome dessa geração de estreantes dos 2000, situar seu percurso no percurso mais amplo do cinema brasileiro? Que lugar seria esse? Percebe afinidades com outras linhas de cinema? Acha-se à parte do restante da produção?

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Venho de uma geração que aos 25 anos não pensava em fazer cinema. Sou arquiteto de formação e trabalhava com urbanismo. Queria muito ter feito artes plásticas. Comecei a fotografar e o cinema foi pintando muito como extensão disso. Sou de uma geração que começa a fazer cinema num momento em que não há cinema, em 1994, 1995. Começamos a fazer longas-metragens quando já estávamos muito velhos. Durante muito tempo, o sistema de financiamento estava sendo colocado à prova, no pós-retomada, e tenho a sensação de que a gente começou a fazer cinema muito tarde. Que fomos mais desobedientes nos curtas do que nos longas. Sou parte de uma geração que, espero, é bem diferente da geração que está fazendo cinema agora. Tem uma diferença, e não apenas porque eles são mais jovens e a idade com que começam a trabalhar é mais jovem ainda. De fato, há uma renovação que é mais emocionante do que teve na minha geração. Os tempos mudaram para o bem. Uma das características marcantes dos filmes programados para Tiradentes é o fato de muitos deles terem sido dirigidos em dupla ou em mais de dois diretores. Você poderia falar dessa relação e desse processo de criação em dupla com Marcelo Gomes? Essa dinâmica de duplicação ou multiplicação de autorias é um processo ainda a ser desenvolvido no futuro? Detecto alguma coisa na nossa geração e mais forte ainda na geração que desponta agora, com os meninos da UFF, Caetano, Esmir, Marco Dutra, Juliana, Daniel... A questão da colaboração é muito presente no cinema hoje. Engraçado que a gente fala disso como se fosse excepcional. Mas, quando você pensa, todos os grandes movimentos do cinema nascem a partir de colaborações:


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Você faz cinema dependente e não independente. Poderia explicar como se dá este processo e comentar os meios de produção hoje no País? Nos anos em que morei nos Estados Unidos, fiz amigos que sempre trabalharam juntos. Jonathan Nossiter, diretor de Mondovino, é um amigo de muitos anos e lançou um negócio chamado cinema dependente. É uma tentativa de formar e formalizar, sem ser rígido, um grupo para ajudar um ao outro. Tipo tem gente que está lançando um filme no Brasil e quer uma capa de jornal ou então está querendo fazer uma ampliação na Suíça

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foto: Divulgação

o cinema americano dos anos 70, o francês dos anos 60, o brasileiro dos anos 60, o cinema argentino. Existe uma prática colaborativa e, de fato, tem acontecido cada vez mais. Trabalho muito com Marcelo Gomes, Sérgio Machado, Felipe Bragança. Não tem mais a sensação de que tem um dinheiro ali que é meu ou seu. Não precisa brigar pelo dinheiro ou competir. Hoje em dia, existem muitas possibilidades de fazer um filme que permitem que a gente esteja juntos, e não um contra o outro. É um sinal dos tempos. Pode-se fazer um filme com nada. Já com o Marcelo, quando nos encontramos, tinha uma coisa que era muito bacana: estávamos deslocados. Nos encontramos em um momento que vínhamos de lugares diferentes. Eu estava chegando de Nova York, ele vinha da Inglaterra e estava morando em São Paulo e nos encontramos lá. Mas tínhamos muita coisa em comum, em especial os lugares onde nascemos, Ceará e Pernambuco. Com o Sérgio também: apesar dele ser baiano, tem essa coisa de se encontrar no eixo Rio de Janeiro-São Paulo sem ser dali. Nos dois casos, o passado em comum fez com que nos aproximássemos.

e tem gente lá que pode ajudar. Nos EUA, é possível ser independente do estúdio. Em outras situações, essa independência é meio órfã. Então um grupo assim é uma tentativa de dar mais visibilidade ao trabalho. Qual a sua opinião sobre fazer cinema no Brasil? Fazer cinema em qualquer lugar tem suas diferenças. E no Brasil a gente não é indústria. Ainda. Nos EUA, tem um processo de produção que é muito rígido. Tem um sindicato, é tudo um pouco formalizado. Se você quiser mudar de locação amanhã, quase que tem que passar um memorando para alterar a câmera de posição. Aqui, o improviso é mais bem-vindo e mais possível. Estou vivendo agora na Alemanha e lá o cinema de ficção é muito dependente da televisão. Os filmes ficam todos com a mesma cara. Tem ali uma bula, uma forma de fazer. Como tudo aqui é meio bagunçado, como as coisas não foram formalizadas de maneira rígida e sistemática


e como não temos uma indústria, ainda tem algumas coisas que a gente pode inventar e fazer mais. Quando estávamos rodando O Céu de Suely, um dia o produtor chegou para mim e disse que a gente ia ter que parar no dia seguinte porque ia passar a parada de 7 de Setembro. Eu decidi que a gente ia filmar a parada. E filmamos. Ficou no filme até o último corte e está lá nos extras do DVD. Nos EUA, existe um negócio chamado completion bond, que é uma espécie de ferramenta que assegura que o filme termine. Isso dá uma rigidez enorme ao processo. Aqui, é possível inventar, improvisar, mudar de ideia, o que torna o cinema mais sensual e dessacraliza o processo. Deixa tudo mais pagão. E surpreendente.

Poder fazer um filme na Sibéria, no Oriente Médio, poder utilizar o pretexto do cinema para conhecer lugares que me deixam curioso. Queria muito estar fazendo um cinema que não fosse tão ligado ao real. Como Pedro Almodovar, David Lynch e Douglas Sirk. Algo menos real, mas nunca alegoria ou metáfora. Tô fora. Um cinema um pouco mais maluco mesmo. Sinto que nossa geração veio preencher um lugar que a televisão jamais conseguiu preencher. Veio para ser o contracampo da TV. Entrevista concedida à jornalista Luciana Veras, a pedido da organização do evento, Brasil/Berlim, janeiro 2010.

Como é sua maneira de fazer filmes, a escolha das suas parcerias? Queria ter uma equipe que não mudasse mais. É tão difícil você encontrar as pessoas certas... Tenho essa fantasia da monogamia cinematográfica. Mas é impossível. Por mais que você tenha essas relações, não é uma questão de lealdade, e sim de respeito ao trabalho. Como com o Marcos Pedroso, diretor de arte. Eu falo, ele entende. É muito prazerosa essa tentativa de erro e acerto. Eu escolho meus parceiros muito por intuição, e não por olhar currículo ou por competência. Claro que experiência é importante, mas a afinidade intelectual e emocional é mais.

entrevista

Queria muito fazer cinco filmes daqui a cinco anos. Queria muito estar mais inquieto. Ou pelo menos mais inquieto do que estou agora. Queria filmar pelo mundo.

foto: Divulgação

Onde você se vê daqui a cinco anos?

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Um filme de marcElo G

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GomEs e Karim a誰nouz

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do karim, eu falo... No início de 1995, ou seja, há 15 anos – um corte de tempo que literalmente passou voando –, recebi um telefonema de alguém para mim, desconhecido e que me convidava a encontrá-lo num restaurante do bairro carioca da Lapa. Ali conheci, rapidamente, um jovem cineasta que cuidadosamente acalentava um projeto: filmar uma narrativa sobre o lendário Madame Satã.

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Karim Aïnouz chegava até mim guiado pelas trilhas de um estudo que vem me consumindo – no sentido do acúmulo, e não do desgaste –, mais de duas décadas (http://polacas.blogspot.com/). De nosso encontro, em mim ficou o empenho por ampliar a ação da historiografia por outros meios que não só os usualmente acadêmicos, como livros e seminários. Mais que crer, milito – termo tão pouco usual neste mundo globalizado – pela inclusão de historiadores (e/ou cientistas sociais) na seara das artes cênicas, onde podemos difundir uma gama de pesquisas e informações atualizadas, e também retirar estudos de uma áurea de “claustro”. Isto porque temos assistido a algumas produções televisivas ou cinematográficas extremamente dispendiosas em recursos e desprovidas de “verdade histórica”, que chocaram certo público. Estes vêm reivindicando trabalhos mais bem cuidados e esta deve ser uma ação pedagógica e cidadã.

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Por outro lado, é fundamental que se incorpore nas mentes e nos orçamentos a compreensão de que os acervos públicos também merecem ser preservados – no sentido de receberem seu quinhão de investimento –, quando difundidos por terceiros e de forma privada com recurso público. Foi este zelo que de imediato saltava aos olhos, que tanto me marcou naquele encontro com Karim. Preocupado em mergulhar no tempo do seu personagem, Karim Aïnouz iniciava uma carreira com delicadeza e cuidado, não timidez, muito pelo contrário, com esmero. Reencontrei Karim Aïnouz quase seis anos depois. Ele finalmente tinha o seu roteiro e as condições para filmar o seu projeto. Eu, mordida pelo prazer das artes cênicas, vinha colaborando como consultora histórica, desde aquele encontro da Lapa e até hoje. Mas sinceramente, nunca havia vivido antes e nem tampouco depois a plenitude da experiência que o set de Madame Satã me proporcionou. A preocupação, na atividade de consultoria histórica, é extrair dos textos fatos e uma linguagem assincrônica, auxiliar no figurino e na escolha das locações, e compreender que aquele trabalho tem uma autoria. Será sempre do diretor a opção, ou não, por mesclar história e ficção.


A mim cabe instrumentalizá-lo, e ao restante da equipe permitir-lhes vivenciar uma dada especificidade do tempo histórico vivido. Relembrar aquelas poucas semanas de Madame Satã é compreender como Karim Aïnouz soube encarnar as reflexões de Bourdieu. Adentrar o passado é perceber que “falar de história de vida [e] [...] tentar compreender uma vida como uma série única e por si suficiente de acontecimentos sucessivos, sem outro vínculo que não a associação a um ‘sujeito’ cuja constância certamente não é senão aquela de um nome próprio, é quase tão absurda quanto tentar explicar a razão de um trajeto de metrô sem levar em conta a estrutura da rede”1.

Beatriz Kushnir é doutora em História Social do Trabalho pela Unicamp e diretora do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. 1

BOURDIEU, Pierre, “A ilusão biográfica”. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO,

Janaína (Orgs.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 1996.

“Karim mistura duas coisas adoráveis em um cineasta: é um bicho completamente obsessivo,metódico e perfeccinoista com o que faz, mas também dono de uma energia selvagem e passional que o faz sempre atento ao que há de novo e inesperado naquilo que pode ser filmado e dramatizado a seu redor. Somos capazes de passar horas discutindo o conceito da menor das cenas, mas também encontrar a beleza procurada em um abrupto fluxo de emoção. É sintomático que algumas das idéias mais interessantes que tivemos juntos, tenham surgido em momentos de caminhadas por cidades, olhando as ruas e as pessoas das cidades que procuramos filmar. Tentando encontrar um olhar não de observador distanciado, mas de agente afetuoso e vivaz, Karim parece querer colocar em ebulição as emoções, as utopias e as políticas escondidas nas frestas dos cotidianos, dos amores impossíveis e perdidos; nos traços de melodrama que emergem não como opressão moral, mas como uma insurreição romântica de espíritos livres na forma de imagem.”

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Felipe Bragança cineasta

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parceiro de todas as horas Conheci Karim Aïnouz a partir de amigos em comum. Lembro uma das nossas primeiras conversas, em ele me disse que não gostava de carnaval. Achei aquilo uma heresia e o convidei para conhecer o carnaval de Pernambuco. O convite foi aceito e ele não só mudou de opinião como se tornou um folião convicto e decidimos fazer um filme sobre o carnaval - espero que esse filme seja exibido no próximo ano aqui no festival de Tiradentes. Tempos depois, ele me mostrou o projeto de seu primeiro longa, Madame Satã, e me convidou para trabalhar com ele no roteiro do filme.

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Acho um tanto redundante falar da importância dos filmes de Karim Aïnouz para o cinema brasileiro contemporâneo. Melhor seria dizer o que aprendi nesses anos de trabalho com ele. Primeiramente, Aïnouz me mostrou trabalhos de cineastas que eu desconhecia. Assistíamos e discutíamos muito filmes. Aliás, ele é um excelente professor de cinema. Às vezes, demasiadamente brabo nas argumentações. Depois aprendi sobre a criação cinematográfica. Trabalhar num filme é antes de tudo responder perguntas como: Por que quero contar essa história? Como quero contar essa história? Questionar sempre o fazer cinematográfico para assim encontrar o cinema que deseja fazer. E que não seja, obrigatoriamente, o maior ou o melhor, mas sim um filme que se aproxime do que pensamos do mundo, de nós mesmos, de nossos corações.

Afinal, realizar um filme às vezes exige anos e anos de espera na procura de financiamentos. Uma persistência e perseverança que às vezes nos deprime e exaure. Passada essa fase vem a rodagem do filme. E nesse momento Karim realiza o trabalho com muito esmero, mas acima de tudo com muita alegria, felicidade, tesão. Aliado a essas questões filosóficas na realização de um filme, Karim tem traços em sua personalidade que instiga todos que trabalham com ele. Uma pessoa de espírito burlesco, efervescente, inconformado, barroco e bem humorado. Se me pedissem para definir Ainouz, diria que ele é uma boa risada, daquelas que dão vontade de rir também. É uma das pessoas que tem uma das melhores gargalhadas que conheço e um humor refinado. Humor é um sinal de inteligência emocional. Risos. Muitos risos. Risos ao fazer cinema. Uma boa gargalhada quando encontra um plano. Uma risada larga quando descobre um desafio no filme. Risos ao errar e risos ao acertar. Ele faz cinema com alegria e traz para seu cinema a alegria de viver, sempre. Marcelo Gomes Cineasta


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comissão de seleção Cleber Eduardo

eduardo valente

Temática Conceitual, Seleção de longas seleção de curtas - mostra foco

seleção de curtas - mostra foco

É um dos fundadores e redatores da revista Cinética. Formado

Formou-se em Cinema pela UFF (Niterói/RJ). Seus três curtas se-

em Comunicação e Ciências Sociais, é mestrando em Ciências da

guintes, Um Sol Alaranjado (2002), Castanho (2003) e O Monstro

Comunicação na USP, com projeto sobre documentários de per-

(2005) foram exibidos no Festival de Cannes, em diferentes se-

sonagens únicos, e professor de Teoria do Audiovisual e Roteiro

ções. No meu Lugar (2009), sua estreia em longas-metragens,

comissão

no curso de bacharelado em Comunicação Audiovisual do Cen-

teve sua primeira exibição pública em Tiradentes e também foi

de seleção

tro Universitário Senac. Foi crítico de cinema dos jornais Folha

exibido em Cannes e vários festivais pelo mundo. Além de rea-

da Tarde (SP) e Diário Popular (SP), editor assistente e crítico de

lizador, é editor da revista de crítica de cinema Cinética. (www.

cinema na revista Época, colaborador da revista Sinopse (Cinusp)

revistacinetica.com.br), curador e organizador de mostras e fes-

e da revista Bravo, além de crítico da revista eletrônica Contra-

tivais de cinema; e dá cursos e oficinas de crítica, roteiro, direção

campo. Foi curador de mostras no Rio, em Brasília e em São Pau-

e linguagem de cinema.

lo. É curador da Mostra de Cinema de Tiradentes. No cinema, é diretor, com Ilana Feldman, do curta Almas Passantes, de 2008, e Rosa e Benjamin, de 2009.

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ana siqueira

Cássio Starling carlos

seleção de curtas - mostra panorama

seleção de curtas - mostra Panorama

É curadora e pesquisadora audiovisual. Foi programadora do Cine

É crítico de cinema, colaborador do jornal Folha de S. Paulo,

Humberto Mauro, em Belo Horizonte, e atua em mostras e festi-

professor e pesquisador de narrativas audiovisuais. Autor de Em

vais de cinema, como o forumdoc.bh e o Festival Internacional de

Tempo Real (Ed. Alameda), sobre mutações contemporâneas das

Curtas de Belo Horizonte.

séries de TV, e consultor editorial da Coleção Folha Grandes Clássicos do Cinema.

comissão de seleção

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S LONGA 47


Os entroncamentos do longa brasileiro por Cleber Eduardo

O cinema brasileiro selecionado para ser exibido em Tiradentes não é o Cinema Brasileiro, assim em maiúsculas, completo, tampouco uma distribuição balanceada de seus segmentos representativos. Os 23 longas-metragens escolhidos não compõem o retrato de uma integralidade, nem são representantes de todos os segmentos detectáveis. Esse conjunto tem como limite e motivação o universo de filmes disponíveis, concluídos em 2009, inéditos ou exibidos pela primeira vez no segundo semestre, ainda não lançados no circuito comercial mineiro e, na quase totalidade dos casos, também sem lançamento em outros estados do País. Tiradentes exibe o recorte de uma safra, a polaróide das possíveis faces do cinema brasileiro em dado momento, uma radiografia do instantâneo, tanto no que tem de expressivo, mas também no que tem de reflexo.

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O critério de seleção tem como parâmetro, inevitavelmente, o valor estético de cada filme em particular, juízo esse sempre questionável. Também leva em conta uma tentativa de visão mais ampla do presente, que ultrapassa as especificidades de cada longa-metragem, de modo a situá-los na safra e relacioná-los uns com os outros. Não existe um cinema brasileiro único, mas um cinema de muitas cabeças e muitos olhos, de diferentes ambições e distintos caminhos. Deixar de vê-lo em seu conjunto é abolir o necessário empenho crítico e reflexivo para se satisfazer com o diagnóstico da multiplicidade e da ausência de direções em comum. Tem sido a saída de muitos críticos, não só de cinema, mas também de literatura, que, receosos de simplificar as sínteses, declaram-se vencidos pela quantidade de possibilidades diferentes.

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Entre os 23 longas-metragens selecionados para Tiradentes, escolhidos a partir de um universo de 80 longas inscritos (distribuídos equanimemente entre ficções e documentários, com uma maioria de produções em vídeo), o elo em comum entre os filmes é uma procura por uma expressão “incomum”, sobretudo nas narrativas ficcionais. São trabalhos que, com maior ou menor quantidade e intensidade de atrativos para seduzir o espectador, não copiam fórmulas. Correm o risco de não serem compreendidos, graças à fidelidade de seus realizadores a suas visões e a seus princípios, assim como se arriscam a não serem vistos por grande número de espectadores, justamente porque procuram a relação com o espectador por caminhos e não por atalhos. Os filmes existem em si mesmos, porque assim foram pensados e realizados, mas ganham outros sentidos, nos dias da Mostra de Tiradentes, quando vistos em diálogo ou em dissonância. Para além das especificidades internas de cada um deles, é preciso circunscrever o conjunto a partir de informações exteriores às narrativas. O primeiro aspecto a se destacar tem sido recorrente nos últimos anos em Tiradentes, mas nunca com o volume e a desproporção oferecida esse ano. De todos os 23 longas, apenas um, Os Inquilinos, é dirigido por alguém com mais de três longas, o paranaense radicado na produção paulistana Sergio Bianchi, que começou sua filmografia em longa nos anos 80. Três estão no terceiro longa, inclusive o homenageado, Karim Aïnouz. Os outros 19 filmes são de realizadores em seu primeiro ou segundo filme. Alguns deles são dirigidos em dupla, ou

em grupo, no qual pelo menos um é estreante. Qualquer visão panorâmica desses filmes tem de considerar esse olhar de quem chega. Não se trata de afirmar uma noção de geração em um sentido estrito e restrito: idade, formação, influências. A geração em seus primeiros passos organizada na programação é uma geração de diretores em seus começos de percurso, não importando a idade e o estilo, a origem regional e seus modos de produção, porque essa geração de primeiros filmes comporta gente com alguns anos de diferença (dos 20 e tanto aos 40 e poucos), assim como filmes com proposições muitas vezes em choque, viabilizados com editais, leis de incentivo ou com a as economias dos grupos de realização. São trabalhos ainda concentrados, em pouco mais de metade do total, no eixo Rio-São Paulo, mas com a quase metade dos demais produzidos em Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará e Paraná, sem com isso responder a cotas regionais.

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Não se pode ignorar ainda o fato de que quase um quarto dos filmes é dirigido em dupla ou em grupo. Não precisamos ter uma resposta imediata para esse fenômeno, que, se estava presente nos anos anteriores em casos isolados, em 2010 transforma-se em uma evidência a ser melhor refletida, a começar pelo filme de abertura, Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo, que leva a assinatura tanto do homenageado Karim Aïnouz como de seu parceiro de criação, Marcelo Gomes, um cearense, outro pernambucano, ambos com carreira solo de precoce reconheci-

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mento e legitimação, mas abertos a unir seus estímulos e inspirações em iniciativas a dois. Em projetos tão associados à autoralidade, a filmes de projetos de autor, o que significa essa autoria desconcentrada, para além de um indivíduo? A programação inclui desde filmes já premiados e de boa repercussão crítica a filmes ainda a serem descobertos pelos admiradores de um cinema menos sedutor à primeira vista. Chama atenção a presença de três narrativas centradas em protagonistas adolescentes gaúchos do interior, cada um à sua maneira, que pode ser um modo mais observador de momentos, ou mais poético em sua relação com os dados do contemporâneo, ou mais bem humorado na crônica do comportamento afetivo juvenil. O Sul do País ainda está presente em um filme paranaense, filme de imaginário e de memória, que também filtra o mundo pelos afetos de um menino depois mostrado na idade adulta. Mas essa coincidência, de forma alguma, dá o tom da mostra, embora, por estar na programação, não deixe de integrar esse tom: o das crises afetivas.

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Há outras crises, porém, de outras ordens: sociais, de identidade, do cinema. Também há outras geografias e maneiras de lidar com elas. Temos deslocamentos e permanências no sertão, explosões dramáticas e resignação em zonas de fronteira (a Sudoeste e Norte-Noroeste) e de tensão (periferia de São Paulo), rarefação de conflitos em uma casa mineira, conflitos à flor da pele em uma mansão carioca e em um quarto de hotel, confissões de classe

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social em coberturas de capitais, divertimento familiar em um transatlântico, fugas sem destino e procuras a esmo em estradas e espaços cearenses, mal-estar expandido por vários personagens em um espaço urbano e as dificuldades de lidar com a diferença mesmo no terreno amoroso. Há ainda uma busca por uma entrevista alguns tantos anos atrás, uma genealogia cultural da violência contra a mulher, uma caça à memória do cinema brasileiro dos anos 70, reverências a artistas da música pop nos anos 70, 80 e 90. Tem um pouco de muitos rumos. Haverá um rumo em comum? Não cabe à curadoria ter essa resposta, embora, com exceção de alguns trabalhos, todos os filmes partam de crises. Em algumas delas, temos a superação, ou a mitificação da queda, sobretudo nos retratos de trajetos de artistas. Na maior parte, contudo, as crises permanecem. Esse cinema brasileiro de diretores em começo de percurso, mas também o filme do mais experiente diretor da programação (Sergio Bianchi), quando nos coloca diante das dificuldades das emoções, da sociedade e das relações mais próximas, não têm pílulas de conforto a oferecer aos espectadores. Não é um cinema com tapinha nas costas, mas com grande nível de ceticismo, ao menos com as transformações amplas, restando acreditar somente nas pequenas belezas, ou nas belezas dos gestos aparentemente menores. Quando acredita. Cleber Eduardo Curador e crítico de cinema


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Ficção, cor, 75”, sp/pe, 2009 Direção: Marcelo Gomes e Karim Aïnouz Roteiro: Marcelo Gomes e Karim Aïnouz Colaboração no Roteiro: Eduardo Bernardes Direção de Fotografia: Heloisa Passos Direção de Fotografia Adicional: Daniel Aragão Montagem: Karen Harley Trilha Sonora: Chambaril Edição de Som: Waldir Xavier Mixagem: Ricardo Cutz Coordenação de Lançamento: Fred Avellar Coordenação Internacional: Manuela Mandler Direção de Produção: Juliana Carapeba e Germana Pereira Produção Executiva: Livia de Melo e Nara Aragão Produtores Associados: Link Digital e Karen Harley Coprodução: Caio Gullane, Fabiano Gullane, Ofir Figueiredo e Chico Ribeiro Produção: João Vieira Jr. e Daniela Capelato Uma Produção: Rec Produtores e Daniela Capelato Coprodução: Gullane Distribuição no Brasil: Espaço Filmes Elenco: Irandhir Santos como José Renato

José Renato, geólogo, 35 anos, é enviado para realizar uma pesquisa de campo durante a qual terá que atravessar todo o Sertão, região semidesértica, isolada, situada no Nordeste do Brasil. O objetivo de sua pesquisa é avaliar o possível percurso de um canal que será construído a partir do desvio das águas do único rio caudaloso da região. Para muitos dos habitantes da região, o canal será uma solução, uma possibilidade de futuro, de esperança. Mas para aqueles que moram em áreas por onde fisicamente o canal passará, ele significa desapropriação, partida, perda. Muitos dos lugares por onde José Renato passa serão submersos; muitas das pessoas e famílias que ele encontra serão removidas. No decorrer da viagem, nos damos conta de que há algo em comum entre José Renato e os lugares por onde ele passa: o vazio, uma certa sensação de abandono, de isolamento.

foto: Divulgação

filme homenagem longas

o, Precis o e u q r Am Po Viajo Porque te o t Vol


Ficção, cor, 35mm, 88’, ce, 2006 Direção: Karim Aïnouz Produção: Walter Salles, Mauricio Andrade Ramos, Hengameh Panahi, Thomas Häberle, Peter Rommel Produtores Associados: Christian Baute e Luís Galvão Teles Produção Executiva: João Vieira Jr. Coprodução: Fado Filmes Argumento: Mauricio Zacharias e Karim Aïnouz Roteiro: Mauricio Zacharias, Felipe Bragança e Karim Aïnouz Fotografia: Walter Carvalho, ABC Direção de Arte e Figurino: Marcos Pedroso Preparação de Elenco: Fátima Toledo Montagem: Isabela Monteiro de Castro e Tina Baez Le Gal Direção de Produção: Dedete Parente Costa Maquiagem e Cabelo: Marcos Freire Som Direto: Leandro Lima Edição de Som: Waldir Xavier Mixagem: Branko Neskov, CAS Produção Musical: Berna Ceppas e Kamal Kassin Elenco: Hermila Guedes, Georgina Castro, Maria Menezes, João Miguel, Zezita Matos, Mateus Alves, Gerkson Carlos, Marcélia Cartaxo, Flavio Bauraqui

Dois anos atrás, Hermila partiu. A experiência em São Paulo foi boa, mas a cidade era cara demais. Agora ela está de volta a Iguatu, no Sertão cearense. A casa da avó, Zezita, e da tia, Maria, é acolhedora e confortável. Mas não demora muito e Hermila se dá conta de que precisa ir embora dali outra vez. Inspirada nas conversas com a amiga Georgina, ela adota o nome de Suely e inventa um plano audacioso para levantar dinheiro e conseguir viajar.

filme homenagem

foto: Divulgação

ly de sue o céu

longas

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mostra olhares longas

SERTÃO,SUBJETIVIDADES E ZONAS DE CONFLITO Na sessão de abertura, o deslocamento de um homem que, por necessidade e com dor de amor, pensa em sua galega, enquanto viaja Brasil adentro. Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo, de Karim Ainouz e Marcelo Gomes, diretores, respectivamente, em seu terceiro e segundo longa-metragem. Na noite do encerramento, moças com sentimento de abandono no interior de Minas, com senso de espera, tanto em relação a homens em deslocamento, em projetos de longo prazo, como em relação aos deslocamentos de suas vidas. A Falta que me Faz, de Marilia Rocha, terceiro longa-metragem. Um é o plano em expansão pelos lugares, o outro o contraplano condensado em um ambiente. Em diálogo ou separados, cada um deles são belos e tristes, com a dor do abandono e a delicadeza da comunhão (entre filmes e personagens), mesmo se assumindo como comunhão entre diferenças. A Mostra Olhares abre e fecha com filmes de diretores que, com dois ou três filmes, já desfrutam de certo nível de legitimação crítica. São obras de realizadores cuja

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em expansão. Em Corpos Celestes, a questão é individual, de matriz na infância, em um momento de desencanto, mas, antes de ser questão de uma pessoa, a dificuldade de lidar com o mundo está já no mundo. Nas pessoas. No plural.

A Olhares é composta de filmes que, como o da primeira e da última noite da programação, chegam a Tiradentes com credenciais. Passaram poucas vezes, mas foram bem recebidos, em alguma medida, nessas primeiras exibições. Alguns ganharam prêmios dentro ou fora do País. Outros bem poderiam ter ganho.

No singular mesmo é a crise de Os Famosos e os Duendes da Morte, de Esmir Fiho, que, em sua estreia em longa, depois de alguns curtas sediados no mundo juvenil da elite urbana, aproxima-se de um adolescente de classe média no interior gaúcho, cuja relação com os afetos e com a vida se dá por interações virtuais e imaginárias.

A Mostra inclui em sua programação diretores estreantes, como o ator de set, palco e estúdios Marco Ricca (com Cabeça a Prêmio), mas também conta com filme do único realizador com vasta quilometragem da programação, Sergio Bianchi (com Os Inquilinos).

Também é bastante centrada em um indivíduo, embora se espalhe para sua parceira de quarto em um hotel, a doença de sensibilidade de Natimorto, de Paulo Machline, outro longo de estreia, com Lourenço Mutarelli na base do material dramático, do qual é autor, e à frente das câmeras ao lado de Simone Spoladore, atriz com três longas em Tiradentes 2010.

Ricca e Bianchi têm em comum o fato de situarem suas narrativas em zonas de conflitos latentes ou explícitos. Cabeça a Prêmio passa-se em região de fronteira Sudoeste do Brasil. Os Inquilinos tem como ambiente a periferia cheia de tensões de São Paulo. Há todo tipo de crise nesses lugares e com os personagens dos filmes. A crise expansiva e interiorizada de Insolação, quarto longa em dupla de Daniela Thomas, agora com o diretor de teatro Felipe Hirsch, e a crise de afetos a partir da memória de Corpos Celestes, outro filme em dupla, do estreante Fernando Severo com Marcos Jorge (após a estreia com Estômago), são crises de ordem mais pessoal. Em Insolação, esse pessoal é coletivo, porque, na soma ou nos encadeamentos dos vários núcleos de personagens e de dramas, o mal-estar está sedimentado, ao mesmo tempo

Já a crise de Belair é crise festiva, porque de reação pelo humor, pela subversão, pelo afeto com os destemidos, uma ode a Julio Bressane, Rogerio Sganzerla e à patota dos esculhambadores dos anos 70. É mais um filme de dupla, Noah Bressane e Bruno Safadi (ele ganhador do Júri da Crítica em 2008, na primeira edição do Aurora, com Meu Nome é Dindi).

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estreia em longa se deu nos anos 2000, mas que, em 2010, não são mais interrogações para quem acompanha de perto a produção brasileira. Algumas exclamações já foram endereçadas a obras deles.

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Qual a linguagem do mal-estar? De que formas os sons, as imagens, a câmera, a duração dos planos e a relação entre os fragmentos, ritmo e estrutura, têm expressado essas situações mencionadas? É delicada quando olha lugares carentes, pode ser simples diante do ambiente agressivo, é formal e grave quando lida com problemas pessoais, é heterogênea quando nos remete a outros tempos.

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Documentário, cor, 85’, 35mm, MG, 2009

Documentário, cor, 35mm, 80’, RJ, 2009

Direção: Marília Rocha Diretora Assistente: Clarissa Campolina Fotografia: Alexandre Baxter, Ivo Lopes Araújo Fotografia Adicional: Clarissa Campolina, Marília Rocha Montagem: Francisco Moreira, Marília Rocha Desenho de Som: O Grivo Design Gráfico: Marilá Dardot Site: Fred Paulino Produção: Luana Melgaço Produtor Associado: Helvécio Marins Jr. Empresa Produtora: Teia Personagens: Alessandra Ribeiro, Priscila Rodrigues, Shirlene Rodrigues, Valdênia Ribeiro, Paloma Campos

Direção: Noa Bressane e Bruno Safadi Fotografia: Lula Carvalho e David Pacheco Montagem: Rodrigo Lima Som direto: Raphael Viera Edição de Som: Aurélio Dias Assistente de direção: Sinai Sganzerla Produção: TB Produções Elenco: Julio Bressane, Rogério Sganzerla, Helena Ignez, Maria Gladys, Guará Rodrigues, Grande Otelo e cia.

Durante um inverno, rodeadas pela Cordilheira do Espinhaço, um grupo de meninas vive o fim da adolescência. Um romantismo impossível as enlaça com homens de fora, deixando marcas em seus corpos e na paisagem a seu redor. Entre festas, amizades, angústias e contradições da passagem para a idade adulta, cada uma encontra sua maneira particular de resistir à mudança e existir na incerteza.

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foto: Alexandre Baxter

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A Belair filmes foi a produtora criada por Julio Bressane e Rogério Sganzerla, que entre fevereiro e maio de 1970 realizou sete filmes de longa-metragem: A Família do Barulho; Carnaval na Lama; Barão Olavo, o Horrível; Copacabana Mon Amour; Cuidado, Madame; Sem Essa Aranha; A Miss e o Dinossauro. Belair é uma historia do cinema. Interditados pela censura da época, estes filmes de ficção são uma desconhecida e reveladora máscara–espelho daquele período sombrio. Imagens que sugerem o horror que representa o desprendimento da liberdade e o fim de um cinema transformador. Uma escavação ótica traz estes fotogramas clandestinos à luz. A montagem projeta o esforço experimental destes cineastas em tornar o invisível visível, move as peças de um xadrez de ficções, de energias, de histórias.


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Ficção, cor, 35mm, 104’, SP, 2009

Ficção, cor, 35mm, 90’, PR, 2009

Direção: Marco Ricca Produção: Marco Ricca (Ricca Produções) e Paulo Schmidt (Academia de Filmes) Produção Executiva: Bianca Villar e Camila Groch Roteiro: Felipe Braga e Marco Ricca, com colaboração de Marçal Aquino Fotografia: José Roberto Eliezer Direção de Arte: Luiz Roque Montagem: Manga Campion Edição de Som: Miriam Biderman Mixagem: Jose Luiz Sasso Música: Eduardo Queiroz Elenco: Fulvio Stefanini , Alice Braga Daniel Hendler, Eduardo Moscovis, Cassio Gabus Mendes, Otavio Muller, Via Negromonte, Cesar Troncoso, Ana Braga

Direção: Marcos Jorge e Fernando Severo Roteiro: Marcos Jorge, Fernando Severo, Carlos Eduardo de Magalhães e Mário Lopes Fotografia: Kátia Coelho Direção de Arte: Daniel Marques Montagem: Caio Cobra e Mark Robin Trilha Sonora: Ruriá Duprat Edição de Som: Direct Sound Cenografia: Daniel Marques Figurino: Zenor Ribas Empresa Produtora: Zencrane Filmes Elenco: Dalton Vigh, Carolina Holanda, Rodrigo Cornelsen, Alexandre Nero e Antar Rohit

Decadência, poder, traição. Três histórias se entrecruzam numa paisagem desoladora de fronteira – fim de linha entre o Brasil, o Paraguai e a Bolívia, terra de personagens desgarrados, esquecidos, sem ilusões. Um grande criador de gado e contrabandista, sua filha impulsiva, apaixonada pelo piloto de avião do pai, e o pistoleiro encarregado de trazê-la de volta – ele próprio vítima de uma história de amor.

Marcado por um fato em seu passado, ao qual deve sua prolífica carreira, Francisco, um astrônomo, entre a insignificância do homem e a imensidão do cosmos, terá de lidar com um dos maiores mistérios: seus sentimentos para com Diana, uma moça bem à vontade com o seu lugar no universo.

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foto: Elis Regina

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Ficção, cor, 35mm, 100’, SP, 2009

Ficção, cor, 35mm, 92’, SP, 2009

Direção: Felipe Hirsch e Daniela Thomas Roteiro: Will Eno e Sam Lipsyte Produtores: Sara Silveira, Beto Amaral, Pedro Igor Alcântara, Maria Ionescu Diretor de Fotografia: Mauro Pinheiro Jr. Diretor de Arte: Valdy Lopes JN Editor: Lívia Serpa Figurinista: Cássio Brasil Trilha Sonora Original: Arthur de Faria Editor de Som: Miriam Biderman Elenco: Paulo José, Antônio Medeiros, Simone Spoladore, Leonardo Medeiros, André Frateschi, Maria Luisa Mendonça, Leandra Leal, Jorge Emil, Daniela Piepszyk, Emilio de Biasi

Direção: Paulo Machline Narração: Nasi Produção: Rodrigo Teixeira e Paulo Schmidt Roteiro: André Pinho (adaptado do livro O natimorto, um musical silencioso, de Lourenço Mutarelli) Produção Executiva: Bianca Villar e Camila Groch Direção de Fotografia: Lito Mendes da Rocha Direção de Arte: Zé Carratú e Rose Bazo Figurino: Joana Porto Montagem: Oswaldo Santana Trilha Sonora Original: Érico Theobaldo Supervisão e Desenho de Som: Beto Ferraz Som Direto: Louis Robin Direção de Produção: Felipe Pio Produção de Finalização: Elaine Ferreira Empresas Produtoras: RT Features, Academia de Filmes, Camisa Treze Cultural e Ipanema Entertainment Coprodução: Teleimage Produção Associada: Quanta, Bianca Villar, Paulo Machline, Patrick Siaretta e Marcio Neubauer Elenco: Simone Spoladore, Lourenço Mutarelli e Betty Gofman

Insolação conta a história de desertos amorosos. “Amor e perdas. Perdas, principalmente”, na fala de uma das personagens. Numa cidade vazia, castigada pelo sol, jovens e velhos confundem a sensação febril da insolação com o início delicado da paixão. Como espectros, eles vagam entre construções e descampados em busca do amor inalcançável. Livremente inspirado em contos russos do século XIX, as histórias se entrelaçam e se desembaraçam na improvável cidade de Brasília, espelho distorcido da utopia soviética, instalada no Cerrado brasileiro.

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Um caça-talentos traz uma jovem cantora a São Paulo a fim de apresentá-la a um renomado maestro. Enquanto esperam o dia da audição, permanecem num quarto de hotel onde, entre cigarros e cafezinhos, ele lê o futuro da cantora nas advertências dos maços de cigarro como se fossem cartas de tarô. É durante essa espera que serão reveladas suas verdadeiras intenções.


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Ficção, cor, 35mm, 101’, sp, 2009

Ficção, cor, 35mm, 103’, SP, 2009

Roteiro: baseado no livro de Ismael Cannepele Diretor: Esmir Filho Roteiro: Esmir Filho e Isamael Cannepele Produtores: Sara Silveira e Maria Ionescu Diretora de Produção: Lili Bandeira Casting: Patrícia Faria Diretor de Arte: Marcelo Escañuela Figurino: Andréa Simonetti Diretor de Fotografia: Mauro Pinheiro Técnico de Som: Geraldo Ribeiro Editor de Som/ Mixing: Martin Grignaschi Editora: Caroline Leone Finalizador: Gustavo Ribeiro Trilha Sonora: Nelo Johann Elenco: Ismael Caneppele, Tuane Eggers, Henrique Larré, Samuel Reginatto e Aurea Baptista

Adaptação de um conto de Vagner Geovani Ferrer Direção: Sérgio Bianchi Câmera: Gilberto Otero Roteirista: Beatriz Bracher e Sérgio Bianchi Diretor de Fotografia: Marcelo Corpanni Diretor de Arte: Bia Pessoa Montador: André Finotti Técnico de Som: Paulo Ricardo Edição de Som: Ricardo Reis Figurinista: Izabel Paranhos Produção: Agravo Produções Cinematográficas Elenco: Marat Descartes, Ana Carbatti, Umberto Magnani, Lennon Campos, Andressa Néri, Cássia Kiss, Ana Lucia Torre, Caio Blat, Leona Cavalli, Zezeh Barbosa, Sergio Guizé, Ailton Graça, Sidney Santiago, Fernando Alves Pinto

Um garoto de 16 anos, fã de Bob Dylan, acessa o mundo através da Internet, enquanto vê seus dias passarem em uma pequena cidade alemã no interior do Rio Grande do Sul. A chegada de figuras misteriosas na cidade traz lembranças do passado e o leva para um mundo além da realidade.

Valter estuda de noite. Iara, sua mulher, diz que os novos inquilinos não trabalham, que devem ser bandidos. Ninguém sabe de onde vieram os três rapazes, Iara diz que eles levam mulheres para casa e falam palavras sujas. Os jovens da rua querem ir para a briga, Valter quer dormir. Ele não tem uma arma, tem uma filha e um filho pequenos, fica fora o dia inteiro, não vê o que se passa na rua, ouve o que a mulher diz, o que a rua diz, ouve o barulho da música e das risadas dos inquilinos, de madrugada. E não consegue dormir. Quem vai morrer? Valter não sabe.

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Frentes diferentes da música As razões podem ser mercadológicas, como se apressam a diagnosticar os plantonistas da lógica imediata, mas não podem ser vistas apenas por esse prisma. A quantidade de documentários sobre artistas e grupos de música, que nos últimos anos tem sido produzida e nem sempre vista por quantidade proporcional de espectadores, parece ter razões mais amplas se levarmos em conta a produção de forma mais ampla, não somente os documentários produzidos por canais de televisão, nem somente os documentários sobre celebridades da música brasileira.


Entres os centrados em celebridades já legitimadas pelo sucesso, predominam os enfoques sobre a longevidade do percurso, a inserção das obras na cultura e no contexto histórico do Brasil e a aparente predestinação de alguns cantores para o sucesso. Em todos esses casos, há lugar para acidentes e fracassos, mas também para retornos. Veremos algo desses movimentos biográficos em Herbert de Perto, de Roberto Berliner e Pedro Bronz; Mamonas pra Sempre, o Doc, de Claudio Kahns; e Dzi Croquettes, de Raphael Alvarez e Tatiana Issa, outro filme de duplas, esse em torno de um grupo cênico-musical.

Cada um deles se relaciona com a particularidade do ambiente e do momento histórico nos quais os componentes dos grupos agiram na cultura brasileira, mas há em comum neles a noção de testemunho de uma trajetória em dado contexto e os efeitos desse percurso em universo mais amplo (de uma geração, de uma sociedade, do consumo). Somados uns aos outros, ajudam a ofertar momentos para entendermos melhor o consumo e a expressão no mundo do consumo pop.

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Documentário, cor, digital, 110’, RJ, 2009

Documentário, cor, 35mm, 94’, RJ, 2009

Direção, Roteiro, Fotografia e Direção de Arte: Tatiana Issa e Raphael Alvarez Montagem: Raphael Alvarez Edição de Som: Thiago Coev Cenografia: Rio Scenário Elenco: Liza Minnelli, Ron Lewis, Marília Pêra, Ney Matogrosso, Norma Bengell, Miguel Falabella, Cláudia Raia, Gilberto Gil, Nelson Motta, José Possi Neto, Betty Faria, Miéle, Pedro Cardoso, Aderbal Freire Filho, Elke Maravilha, Jorge Fernando, Maria Zilda, César Camargo Mariano, Claudio Tovar, Ciro Barcelos, Bayart Tonelli, Rogério de Poly, Benedito Lacerda

Direção: Roberto Berliner e Pedro Bronz Produção Executiva: Rodrigo Letier e Roberto Berliner Montagem: Pedro Bronz Direção de Fotografia e Câmera: Paulo Violeta Assistência de Direção e Pesquisa: Chris Alcazar Coordenação de Produção: Lorena Bondarovsky e Paola Vieira Coordenação Artística: Leonardo Domingues Som Direto: Renato Calaça Edição de Som e Mixagem: Denilson Campos – SoloAudio Pós-Produção: Guga Nascimento e Anna Julia Werneck Colorista: Sergio Pasqualino Junior Design Visual: Marcelo Pereira/ Tecnopop Produtores Associados: Os Quatro Coprodução: Imagem Filmes, TeleImage e Synpase Produção: TvZERO

O documentário resgata a trajetória do grupo que se tornou símbolo da contracultura, ao confrontar a ditadura usando a ironia e a inteligência. Os espetáculos revolucionaram os palcos com homens de barba e pernas cabeludas, que contrastavam com sapatos de salto alto e roupas femininas. O grupo se tornou um enorme mito na cena teatral brasileira e parisiense nos anos 70.

O filme conta a história da vida e da carreira de Herbert Vianna, líder dos Paralamas do Sucesso, uma das principais bandas do rock brasileiro. Em 2001, no auge da vida, Herbert teve sua carreira interrompida por um fatídico acidente que matou sua mulher e o deixou paraplégico. Sentado numa cadeira de rodas, Herbert confronta-se com imagens de sua vida para recontar uma história de luta, persistência e superação através do olhar próximo e comovente dos diretores Roberto Berliner e Pedro Bronz. Um mergulho na vida de um dos mais talentosos músicos da música pop brasileira.


Documentário, cor, Digital, 85’, SP, 2009 Direção e Produção: Cláudio Kahns Direção de Entrevistas: Luna Alkalay e Dagomir Marquezi Fotografia e Som Direto: Johnny Torres e João Pavese Pesquisa e Roteiro: Diana Zatz Mussi Coordenação de Produção (Entrevistas): Bia Carvalho Coordenação de Finalização: Bruna Callegari e Patrícia Souza Lima Edição: Anna Penteado, Bruna Callegari, Diana Zatz Mussi, Felipe Igarashi, Rafael B O documentário narra a história da banda que em menos de dez meses saiu do anonimato para ser um dos maiores fenômenos da música brasileira. Repleto de material inédito guardado até hoje pelas famílias, o filme resgata a trajetória do grupo, os desafios vencidos e sua ascensão. Irreverentes, inteligentes, sarcásticos, mas, acima de tudo, extremamente criativos, os Mamonas viraram o País de cabeça para baixo enquanto divertiam e uniam as famílias brasileiras. Após longa pesquisa, foi compilado um vasto arquivo de imagens, incluindo cenas do começo, bastidores e gravações dos próprios Mamonas em suas turnês e apresentações. O resultado de tudo isso é um filme único, com memórias que até hoje marcam todos.

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Vertentes resume, no próprio nome, a noção de multiplicidade. O que une os filmes dessa mostra, antes de quaisquer afinidades estéticas ou temáticas, são seus lugares próprios. Quando não isolados ou sem conexões diretas. Podemos tanto encontrar em sua programação duas propostas de inegável busca de popularidade, apesar de muito diferentes entre si, como documentários também muito distantes em suas formas de realização. Um empenho pelo diálogo, não sem códigos de mediação, manifesta a comédia adolescente gaúcha Dá um Tempo, de Evandro Berlesi e Rodrigo Castelhano, e a comédia de sexualidades em trânsito Elvis e Madona, de Marcelo Lafitte. Ambos filmes de estreantes.


Nos dois casos, embora possamos relacionar suas escolhas a matrizes recentes ou mais distantes do humor audiovisual brasileiro, no cinema e na tevê, há algo de contramão. É como cada um dos dois filmes reivindicasse um lugar para eles, hoje, talvez inexistente na configuração de exibição no País. É diferente a situação de Morro no Céu, terceiro longa do gaúcho Gustavo Spolidoro, que derivou da versão de média-metragem para o DOCTV. Lugar, portanto, havia. Mas a sua maneira de relacionar com seu personagem central e com o lugar onde vive é uma maneira de observar raras vezes praticadas com força e imersão no Brasil. Rara também é a combinação narrativa de Verdade de Mulher, de Maria Luiza Aboim, que funde a autobiografia, a reflexão em primeira pessoa e uma genealogia cultural do Brasil, centrado na formação da banalização da violência contra a mulher. Nenhum deles são quebradores de prato em matéria de estilo e cada um tem ambições diferentes com relação ao cinema e à vida. Todos eles precisam ser descobertos para serem pensados em seus lugares na produção atual.

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Documentário, cor, digital, 60’, RJ, 2009

Ficção, cor, digital, 90’, RS, 2009

Direção e Roteiro: Maria Luiza Aboim Fotografia: Flávio Ferreira e Rodrigo Sampaio Direção de Arte: Maria Luiza Aboim Montagem: Ana Gaitan Rocha e Marianne Antabi Trilha Sonora: Guinga, Paulo Moura, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Paulo Vanzolini Edição de Som: Aurélio Dias Empresa Produtora: Aboim Produções e Artes

Direção: Evandro Berlesi e Rodrigo Castelhano Roteiro: Evandro Berlesi Fotografia: Cristiano Lencina Direção de Arte e Cenografia: Jamaikah Santarém Montagem: Rodrigo Castelhano Trilha Sonora: Coletiva Edição de Som: Alexandre Leeh Figurino: Paola Saturnino Empresa Produtora: Alvoroço Filmes Elenco: Diego César, Jéssica Maciel, Raphael Markzal, Everton Carvalho e Michael Azambuja

A partir de uma traumática experiência pessoal, Maria Luiza Aboim parte em busca de uma compreensão mais profunda sobre a questão da violência contra a mulher. Tomando como ponto de partida as experiências do movimento de mulheres brasileiras a partir dos anos 70, associa as primeiras expressões organizadas de reação à violência doméstica e sexual à reação da sociedade organizada contra a violência da ditadura. O filme apresenta a história de seis mulheres vítimas de violência e ouve o pensamento analítico de profissionais experientes.

Comédia sobre um jovem às voltas com suas desilusões amorosas em uma cidade da região de Porto Alegre.


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morro

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Ficção, cor, 35mm, 105’, RJ, 2009

documentário, cor, digital, 71’, rs, 2009

Direção e Roteiro: Marcelo Laffitte Produção: Marcelo Laffitte e Tuinho Schwartz Produção Executiva: Sara Silveira e Tuinho Schwartz Fotografia: Uli Burtin Som: Márcio Câmara Arte: Rafael Targat Figurino: Rô Nascimento Maquiagem: Marina Beltrão Preparação Elenco: Ângela Durans Montagem: Luiz Guimarães de Castro Música: Victor Biglione Elenco: Simone Spoladore, Igor Cotrim e Sergio Bezerra. Participação epecial: Maitê Proença, Buza Ferraz, Duse Nacarati e José Wilker

Direção: Gustavo Spolidoro Roteiro: Gustavo Spolidoro e Bruno Carboni Fotografia: Gustavo Spolidoro Empresa Produtora: Gus Gus Cinema, ABPEC, TVE/RS Montagem: Bruno Carboni Trilha Sonora: Victor e Léo, Banda Constantina Edição de Som: Gustavo Spolidoro Elenco: Bruno Storti, Joel Storti, Geni Storti, Raul Storti, Daian Lazzarini, Maquelen Falcade

A motociclista Elvis sonha em ser fotógrafa, mas precisa trabalhar e consegue um emprego de entregadora de pizzas na Mussarela & Cia. A travesti Madonna é uma cabeleireira que sonha em produzir um show de teatro de revista. De um encontro inusitado entre as duas, nasce uma divertida e moderna história de amor.

Morro do céu é uma pequena comunidade de descendentes de italianos, localizada no alto de uma montanha no sul do Brasil. Lá, o jovem Bruno Storti e seus amigos preenchem os dias de verão entre túneis de trem, a colheita da uva e a descoberta do primeiro amor.

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Documentário, super 8/miniDV/HD, cor, 74’, MG, 2004/2010 Direção: Cao Guimarães Produção Executiva: Beto Magalhães Direção de Produção: Beto Magalhães Assistente de Produção e Pesquisa de Personagem: Gibi Cardoso Fotografia em Super 8: Cao Guimarães Fotografia Videodigital: Cao Guimaraes, Beto Magalhaes, Marcos M. Marcos Edição: Cao Guimarães Trilha Sonora e Mixagem: O Grivo Captação de Som: Marcos M. Marcos Pesquisa de Personagens: Gibi Cardoso Consultoria: Monica Cerqueira Arte: Jimmy Leroy Créditos finais: Fernando Mendes Finalização: Link Digital Atendimento: Denise Miller, Jal Guerreiro e Luciana Sabino Coordenação de Finalização: João Paulo

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Em uma caverna encravada numa montanha de pedra vive Dominguinhos, 72 anos, 1,60 m de altura, 40 escassos quilos e piolho na barba. Armamos uma barraca ao lado de sua gruta e passamos alguns dias convivendo com ele. Para o nosso pequeno fogão a gás ele tinha um fogãozinho na pedra movido a graveto, lenha e fogo. Para os nossos cantis de água, recipientes de plástico, garrafas velhas de refrigerante cortadas ao meio e devidamente tampadas para proteger a água dos ratos e das baratas. Para as nossas modernas lanternas de luz alógena, a luz das estrelas, do fogo e a rápida dilatação das pupilas na escuridão. Para o nosso café coado, café com borra. Para a nossa ansiedade em satisfazer o estômago que entorpece o cérebro e o corpo, a alimentação pela palavra e a voracidade do pensamento de estômago vazio interrompido de quando em vez por mordidas em bananas ou o que estiver disponível. Para a nossa dificuldade em dobrar as pernas, sentar de cócoras, deitar no chão duro, agachar, levantar, dobrar, esticar o corpo, o balé natural de um homem-mola, homem-elástico, homem-osso-veia-carne na medida do necessário. Ao contrário do que esperávamos, ele só parava de falar para fazer café, dormir, tocar viola e exercer rituais bastante particulares que fomos identificando pouco a pouco. O silêncio para ele parece ser já o lugar-comum, o estado normal em que o tempo passa. A fala é o estado de exceção. Se esquiva de perguntas relacionadas à sua vida afetiva como das cobras. Ao contrário, adora uma investigação sobre laços de família e sobre o que está acontecendo no mundo. As notícias chegam até ele por alguns visitantes que às vezes passam por lá. Ele não precisa de ir até elas…

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uma geração à procura Apenas uma das mostras da programação de Tiradentes, a Aurora, tem os filmes avaliados e premiados por júris. Se todos os longas selecionados concorrem ao prêmio do público, os sete escolhidos para a mostra Aurora são candidatos ainda ao prêmio de Filme do Júri da Crítica e do Júri Jovem. Cada uma dessas comissões tem cinco integrantes. A dos críticos é composta por jornalistas especializados, ensaístas e pesquisadores. A dos jovens é formada pelos selecionados em uma oficina específica, ministrada em Belo Horizonte, no Cine BH, para interessados entre 18 e 25 anos, durante a qual foram avaliados pela produção de textos e pelas participações nos três encontros de quatro horas cada um. Somente filmes de diretores no primeiro ou no segundo longa-metragem podem concorrer ao Aurora. É dada preferência aos trabalhos com algum nível de ousadia e de quebra dos protocolos. Os selecionados deste ano atendem a essas demandas às suas maneiras.

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Esperando Telê também é um filme que vai e vem em sua busca por uma entrevista. No alvo da câmera e dos microfones, o treinador Telê Santana, então recém-campeão mundial pelo São Paulo. Há um ruído de tempo entre o filme em 2009 e essa procura pela palavra de alguém hoje morto faz alguns anos.

São quatro documentários e três ficções. Três filmes de estreias, dois deles de mulheres. Um filme em dupla e outro em quarteto. Quatro filmes em deslocamento, um em vários apartamentos e dois em praticamente um único ambiente (uma casa e uma mansão). Dois de Pernambuco, dois do Rio, um de São Paulo, um do Ceará e um de Minas Gerais.

Iniciado em 1993 por Tales Ab’Saber e Rubens Rewald (que esteve no Aurora 2008 com Corpo, codirigido com Rosana Foglia), Esperando Telê é filme de espera, literalmente, porque, além da espera pela entrevista (tema do filme), esperou 17 anos para vir a público, tendo em vista ter chegado a um corte final apenas no ano passado.

A jornada começa com um filme em viagem, Terras, de Maya Da-Rin, que retorna ao espaço geográfico de Margens, seu média-metragem exibido no CineOp 2008, para se aproximar mais das fronteiras amazônicas. Como filme em viagem, de passagem, a força está nos fragmentos. Há mais interrogações que respostas a oferecer.

Também é em cima de deslocamentos, esperas e procuras sem bússolas existenciais que se move Estrada para Ythaca, direção em grupo de Guto Parente, Pedro Diógenes e dos irmãos Luiz e Ricardo Pretti, produção cearense com aquela busca estética dos curtas ligados à produtora Alumbramento. Filme de dispersão por espaços e pelo tempo.

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Se não temos expectativa de encontrar obras-primas ou revolucionários do cinema, certamente há a procura por formas minimamente instigantes de se articular as imagens, que demonstrem um desejo de caminho particular, sem sede para se inserir no “gente que faz”, ou pelo menos não a custo de se tornar (indi)gente estético.

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Dispersão com concentração em espaço conduz, com aposta na rarefação dramática e narrativa, Mulher à Tarde, de Affonso Uchoa, longa-metragem derivado de um curta, que acompanha pequenos gestos de três moças em uma casa. Seu minimalismo tem parte com parte de uma produção asiática e europeia muito valorada por críticos e por um segmento da nova geração de realizadores. Na pauta, imersão em momentos. São moradias como ponto de partida para uma coletânea de fragmentos de pensamentos da elite o ponto de partida de Um Lugar ao Sol, de Gabriel Mascaro, filme com espaço para a palavra de moradores de cobertura sobre e com sua visão vertical da comunidade urbana. A rarefação exibida aqui é de perspectivas do alto. Embora se passe em uma ampla casa no alto do Rio, A Falta que nos Move, de Christiane Jutahy, está interessado mesmo é no dispositivo de sua narrativa, que tem como protagonistas atores e atrizes, cientes de estarem sendo filmados, que esperam alguém para um jantar, mas se enfrentam até quase se agredirem. Um filme impossível de ser gerado em outro momento histórico.

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Dirigido por Marcelo Pedroso, Pacific também parte de um dispositivo da imagem, mas sem provocar as reações de quem é mostrado, pois seu material é o de viajantes de transatlântico, cuja organização constrói uma narrativa, embora o mais importante seja a presença da câmera como ferramenta de interação e produção de experiência. Do universo da elite do País às regiões logínquas ou centrais, de esforços por novos modos de representação, com maior e menos presenças das ferramentas com as quais se representam situações e vidas, aos esforços para nada de representativo vir à superfície da imagem, a geração de novos realizadores trilha suas procuras. Em cada um dos filmes, a conexão entre eles, na superfície e nas profundezas, está em suas buscas. Em todas elas, pulsam as evidências do presente, dos momentos nos quais a câmera estava olhando parcelas do mundo. Não são filmes com leituras sobre esse mundo, mas com muitas interrogações a respeito dele. Tanto o mundo mais amplo como o mundo de uma pessoa.


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ENTREVISTA COM OS REALIZADORES DA MOSTRA AURORA Pela terceiro ano consecutivo, a Mostra de Cinema de Tiradentes propõe um pequeno questionário aos diretores dos sete filmes selecionados para a Mostra Aurora, na qual são exibidos filmes de realizadores até dois longas, que são avaliados pelo Júri da Crítica e pelo Júri Jovem. O objetivo é registrarmos fragmentos do pensamento de um grupo de diretores que, para além de seus estilos próprios e escolhas de universos filmados, têm em comum o fato de darem os primeiros passos na realização de longas-metragens em um mesmo momento histórico do cinema brasileiro. 1. Por que a opção pela expressão com sons e imagens em um mundo em que as mediações por sons e imagens ditam o funcionamento desse mundo, seja na política, seja no consumo? Há algum tipo e nível de angústia em utilizar essas ferramentas em um momento no qual elas têm presença excessiva no cotidiano? Affonso Uchoa – Diretor de Mulher à Tarde (MG, 2009) A opção pelos sons e imagens (conjugados) não depende tanto do contexto: é a opção pelo cinema e pela arte, seja qual for a relação do mundo com as imagens. Não creio que seja algo tão deliberado. Não se pode acordar um dia e dizer “Vou fazer cinema” ou algo do tipo. Também não é

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algo que brote somente duma militância ou uma vontade de intervenção política na realidade, porque o cinema não muda o preço do feijão nem da carne. Por isso, fazer cinema num contexto de inchaço das imagens e sentidos pra lutar contra isso e trazer a verdade novamente às imagens não me parece bom caminho. Faço cinema porque sim. Porque minha vida me guiou pra isso. Porque vi Potenkim e Chaplin e Copolla e Glauber. Porque houve alguns momentos de encontro entre minha vida e o cinema e não fiquei imune a isso. Claramente, fazer cinema hoje, nesse contexto de excesso de imagens e significados descrito, não é o mesmo de antes. Como todo tempo, o de hoje impõe desafios e posturas. Não saberia dizer quais são, talvez filme por isso: por não saber. A angústia fundamental do cinema é o reflexo de sua natureza dúbia: angústias da arte e da indústria. A angústia da criação e do cumprimento de prazos e de cuidar de dinheiro e pessoas trabalhando. Me angustio pra filmar uma sequência e pra não estourar o orçamento. No tempo atual a principal dificuldade é fazer arte. Porque a atividade artística não tem lugar nesse mundo de imperativos mercantis e financeiros. Não me considero um assalariado quando filmo e isso me isola. A maior angústia


Christiane Jatahy – Diretora de A Falta que nos Move (RJ, 2009) A presença excessiva da imagem no mundo contemporâneo, ao mesmo tempo que traz a sensação de esgotamento, também acaba sendo um estímulo para a criação. O excesso leva ao vazio e o vazio desestabiliza e gera perguntas e tensões criativas. Como superar o uso cotidiano da imagem? Como colaborar como criador para renovar o olhar do espectador? Como fazer o que já foi feito e refeito tantas vezes? Mergulhando nessas questões e assumindo a profundidade presente na aparente superficialidade do cotidiano, tentei encontrar algumas respostas. Ou, talvez, mais perguntas e delas novas criações. Gabriel Mascaro – Diretor de Um lugar ao Sol (PE, 2009) O que se coloca como questão, para além da imagem e do som, é a capacidade de experienciação multissensorial do mundo a partir da presença dos dispositivos que produzem em demasiado a imagem e o som. Mas é nesta presença excessiva e caótica do audiovisual na contemporaneidade que se fundam os desafios estéticos e políticos. E mais do que uma resposta a este estado de coisas, o leit motiv é mais excesso, de forma a tumultuar significados. Ao invés de se perceber no estado de exceção, os processos de produção estão inscritos neste mesmo mundo. Porém, um mundo que se funda a partir de uma premissa fílmica, que alicerça regras próprias de um mundo temporalmente suspenso, e que finda este mundo após cada filme.

Luiz Pretti – Diretor de Estrada para Ythaca (CE, 2010) Quando fizemos este filme, a relação que tínhamos com os sons e imagens era de outra ordem que não a do consumo e por isso não existiu angústia em utilizar tais recursos. Ao mesmo tempo, tanto o método de produção quanto o caminho percorrido no filme Estrada para Ythaca passa longe de uma realidade mediada por esquemas publicitários. Mise en scène nos parece um termo mais justo que imagens e sons, pois ele dá conta de todos os elementos necessários para a realização de um filme e transforma a noção de imagem em noção de plano, levando a gente pro mundo da construção cinematográfica, e não da aleatoriedade publicitária. Marcelo Pedroso – Diretor de Pacific (PE, 2009) Pacific é um filme que nasce justamente como reflexo dessa inquietação. Há mais de meio século que o mundo vem sendo tomado por telas que inundam o cotidiano de emoções, sonhos, ideais. E, numa espécie de contiguidade à disseminação das telas, são as objetivas que agora vêm ocupando o espaço privado, sempre disponíveis para produzir imagens: das câmeras fotográficas digitais aos celulares que filmam. Então me parece que as imagens que produzimos hoje são um reflexo daquelas que temos consumido. Há uma grande utopia de desejo nas imagens particulares. E de mimese também. Uma mimese talvez não mais voltada para o mundo objetivo, mas para as próprias representações de mundo que vemos no cinema, na televisão, na Internet. Queremos que as imagens que produzimos se assemelhem às que consumimos, pois elas são belas, ungidas de sua luz espetacular. Queremos ser iguais àquilo que vemos e nos apresentam como bom, sofistica-

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é ver o horizonte econômico como o único possível. E é preciso que se diga isso mesmo podendo parecer anacrônico ou excessivamente místico.

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do. E agora que temos ferramentas que nos permitem criar nossas próprias representações, tentamos reproduzir o que vemos. Assim, esses registros, que antes encontravam escoamento apenas na esfera da intimidade e pareciam corresponder a um desejo de fixar momentos importantes na imagem, agora talvez estejam mais ligados a uma possibilidade de construção da identidade, já que podem ser compartilhados em diversos tipos de rede. Maya Da-Rin – Diretora de Terras (RJ, 2009) O som e a imagem, além da escrita (também imagem), sempre foram as principais formas de expressão do homem. Hoje eles têm sido massivamente usados pelos meios de propaganda e exercem um poder político e econômico. Mas ao mesmo tempo se democratizaram. Não só na sua produção, com câmeras e gravadores portáteis e cada vez mais acessíveis, mas também na propagação, com a Internet, o YouTube, Myspace etc. Se tornou impossível, ou pelo menos inocente, trabalhar com essas ferramentas sem levar em conta a sua enorme utilização. Mas essas formas de uso muitas vezes não constituem a expressão de um olhar pessoal, a construção de sentido (e não apenas registro) e a investigação das suas potencialidades estéticas e narrativas. Eu particularmente sinto que, mais do que angústia, isso traz um desafio à criação. Inevitavelmente estamos em diálogo com essa produção massiva presente no nosso cotidiano. É importante pensar em como queremos travar esse diálogo. Rubens Rewald – Diretor de Esperando Telê (SP, 2009) Essa opção pelas imagens e sons já é antiga, eu e Tales

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fizemos faculdade de Cinema há mais de 20 anos, foi lá que nos conhecemos, na ECA. Era um momento muito difícil, o cinema brasileiro praticamente não existia para a sociedade de consumo, era um corpo à parte, estrangeiro em sua própria terra. Ainda encaramos o Plano Collor, quando o corpo estranho virou moribundo. Trilhamos vários caminhos, Tales a psicanálise, eu o teatro, ambos a academia, mas continuávamos inquietos fazendo filmes caseiros. Pois essa era a nossa questão: você precisa estar inserido no mercado para fazer cinema? Você precisa produzir imagens broadcast para fazer um filme? Pra que reproduzir o discurso estético da TV, que nos assola dia e noite com imagens pobres, enquadramentos óbvios, discursos simplistas e redundantes? Portanto, não há angústia nessa opção, e sim postura crítica, consciência dessa presença excessiva, já que as imagens estão aí, por que não brincar com elas, manipulá-las, jogá-las num novo contexto. Ainda a atitude pop é a que melhor lida com toda essa loucura do consumo. Não fugir das imagens e sim retrabalhá-las num novo contexto. Telê Santana é a nossa Marilyn Monroe, nossa Sopa Campbell. Já que recebemos, jogamos de volta, com um novo discurso, claro. 2. Cada um dos sete filmes do Aurora tem sua própria particularidade, mas todos eles, pelo que mostram ou por como mostram, talvez não pudessem ser realizados como foram em outros contextos históricos. Poderia comentar sobre a possível relação entre as motivações de realizar esse filme e esse momento no qual vivemos no século XXI?


Poderia atacar a questão por vários lados e começar falando da tecnologia digital de captação (que de fato me foi muito útil) pra falar do estado atual do cinema e de como filmar em digital talvez fosse a forma de filmar mais condizente com os dias atuais. Poderia falar dos planos, da duração, da filmagem por plano sequência, com menor intervenção da montagem, de uma certa dramaturgia do mínimo como marcas do cinema contemporâneo presentes em meu filme, mas não gostaria de ir por essa estrada. Porque não sei sequer se isso é meu de fato: meu estilo, meu modo de ver o mundo através do cinema. Isso me serviu pra esse filme em específico. O cinema é mais e pode ir por outros meios. É provável que em outro filme já proceda de modo diferente. Prefiro pensar no tempo presente através do mundo que o filme apresenta: retirar do mundo daquelas personagens traços do nosso mundo. E tudo começa com uma casa impossível. Assim, não há lugar para si nem para repouso nem conforto. Há também algo, pesado, mas invisível, espalhado no ar, que parece impedir o grito, a fúria e o amor. Vivem juntas, mas não se tocam, não parecem se gostar. Sabem umas das outras, mas não pa-

recem se importar. Capturadas no espaço de uma tarde, uma véspera de mudança, um intervalo: o que viveram até então não se manterá, mas o que virá ainda nem sequer se anunciou. A casa mudará, elas mudarão. Uma fugirá, mas não parece ter realmente esperança nesse gesto. O filme termina com a luz e com os cacos encostados na cama. Pra mim, está tudo aí: a casa impossível, o abismo do corpo e da mente do outro, essa atmosfera pesada que quase nos impede de respirar. E é necessário juntar os cacos e lançar luz sobre quem fica com a missão de levar a casa além. Falo do mundo e do filme, como coisas juntas que são. Christiane Jatahy – Diretora de A Falta que nos Move (RJ, 2009) A Falta que nos Move foi filmado em 13 horas contínuas com o uso de três câmeras digitais na mão. E a opção por essa “forma” de filmar está intrinsecamente ligada ao resultado que pretendíamos alcançar. Tecnicamente, então, seria impossível realizar esse filme em outra época. E, para além da questão técnica, o que o filme pretende retratar é, como forma e conteúdo, o registro de relações muito atuais. O que é verdade e o que é mentira no registro documental em uma sociedade vigiada por câmeras de segurança? A ficção captada como documentário, ou o documento de uma ficção que transborda seus limites e questiona o próprio registro do que se vê, está no resultado do filme. E os atores, personagens ficcionais deles mesmos, representam uma geração, atualmente na faixa dos 40 anos, que viveu à deriva, sem grandes ideais, e que agora olha para si mesma e se defronta com a falta que os move.

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Affonso Uchoa – Diretor de Mulher à Tarde (MG, 2009) Foi Borges quem disse, num prefácio de algum dos seus primeiros livros, que na obra apresentada tinha-se imposto um desnecessário dever: ser contemporâneo. Desnecessário, porque não há que se forçar a ser o que já se é. Sou contemporâneo do meu tempo e o que quer que faça trará as suas marcas impressas.

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Gabriel Mascaro – Diretor de Um Lugar ao Sol (PE, 2009) Um Lugar ao Sol aborda o universo de nove moradores de cobertura de prédios. Assim, tem sua gênese na reflexão sobre organização socioespacial e na lacuna documental brasileira em inferir questionamentos, tendo o set (personagens e locação) nas residências de sujeitos de classes média e alta. Como a arquitetura vertical vem varrendo e desenhando novos modelos de cidade na América Latina, o que me interessa nisso tudo é refletir sobre o imaginário de desejo, sonho e proteção, do trinômio ser-ter-estar, projetado no ideário de verticalização de cidade que foi adotado no Brasil para fins residenciais. Um Lugar ao Sol se alicerça enquanto a cidade visivelmente se modifica, e para o alto. Luiz Pretti – Diretor de Estrada para Ythaca (CE, 2010) Acreditamos que o Estrada para Ythaca não seria possível tanto em outro contexto histórico quanto em qualquer outro momento das nossas vidas, já que se trata de um filme realizado a oito mãos – o que implica uma disponibilidade e entrega muito maior de todos, além da necessidade de estarmos numa mesma frequência criativa, com o mínimo de ruídos. Sem dúvida o fato de sermos grandes amigos e vivermos cinema juntos – assistindo, discutindo, pensando, produzindo –, numa espécie de comunidade, ou família cinematográfica, torna possível um filme como este, onde assumimos todas as funções e compartilhamos todas as decisões, em função de um desejo comum de cinema – tudo isso em plena harmonia. Estrada para Ythaca é fruto da vida que levamos, assim como reflete a maneira como encaramos a vida e o ato de fazer cinema.

Marcelo Pedroso – Diretor de Pacific (PE, 2009) Acho que o mundo hoje está a tal ponto “mediatizado” que a mise en scène passa a ocupar um espaço quase permanente nas relações cotidianas. Se a constituição do sujeito se dá de forma dialógica, a partir da alteridade frente à qual buscamos reconhecimento, ela agora também passa a operar em face aos novos meios, portáteis e de fácil manuseio, que estão em todos os lugares. São câmeras que atravessam os vários instantes do dia a dia e modulam uma inserção no mundo, jogando com uma identidade que diz respeito a como queremos ser vistos, desejados. Esse estado das coisas afeta diretamente minha própria experiência de mundo, minha rede de relações interpessoais. E Pacific acaba sendo uma reflexão sobre tudo isso, ao mesmo tempo em que se debruça sobre um momento muito particular da história do País. Um momento em que um grupo de brasileiros que sonhava com cruzeiros e férias numa ilha paradisíaca agora está podendo realizar esses sonhos, beneficiado por uma situação econômica que favorece a ampliação do consumo principalmente através do crédito e da melhoria da renda. Então o filme busca parâmetros para refletir um pouco sobre o ideário de realização pessoal e felicidade dessas pessoas. E sobre como isso é construído nas imagens. Maya Da-Rin – Diretora de Terras (RJ, 2009) O mundo vem passando por uma grande reorganização geográfico-econômica, com a unificação de territórios, e num outro plano, com o advento da Internet e do espaço virtual. Ao mesmo tempo, os conflitos de fronteira, de demarcação territorial e de imigração seguem e vêm


Rubens Rewald – Diretor de Esperando Telê (SP, 2009) A motivação era muito simples: falar de futebol e Brasil. Uma atitude quase sociológica. A estratégia de filmagem também era simples: saíamos de carro pela cidade procurando o futebol. Quando víamos, estacionávamos e gravávamos, independente da natureza do evento: futebol de várzea, crianças chutando bola, um boteco com uma discussão quente sobre futebol, manchetes numa banca; a ideia era que, para onde a câmera olhasse, haveria alguma manifestação de futebol rolando. A montagem do filme juntou tudo isso, mais as imagens da TV e criou uma estrutura de livre associação, quase um hiperlink. Nesse sentido, a liberdade de flutuação lembra muito uma navegação pela rede, apesar de que, no momento em que trabalhávamos no filme, isso ainda estava começando.

Mas sem dúvida essa horizontalidade da informação, essa estrutura rizomática já rondava nossos imaginários. Também trabalhamos com a ideia de sampler, se os DJs podem na música, por que não poderíamos no cinema? Assim, usamos as imagens da TV sem dó nem piedade, como elementos de manipulação à nossa disposição. Download por videocassete! Portanto, apesar de utilizar ferramentas rudimentares, entramos nessa discussão contemporânea da propriedade das informações. Dissemos sim à pirataria. 3. Primeiros filmes tendem a ser vistos como inícios de um possível percurso, que podem responder e reagir a algum aspecto do presente do cinema, seja para seguir um caminho paralelo, seja para seguir em diálogo com ele. Embora não se espere distanciamento nessa resposta, qual o lugar em que seu filme, hoje, em 2010, está inserido como proposta e estilo audiovisual em relação ao conjunto das imagens?

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se intensificando. Desde a fronteira entre os Estados Unidos e o México, a Israel e Palestina, à imigração das excolônias da África para a Europa, até a demarcação dos territórios indígenas na América do Sul. Estamos vivendo um momento de reformulação da nossa relação com o espaço e a terra que habitamos. Essas questões estavam presentes pra mim mas não foram as que me motivaram a realizar o filme. Eu escolhi filmar em uma região onde a fronteira é aberta, praticamente sem controle e camuflada pela vegetação da floresta. O que me interessava não era o conflito “tradicional” das regiões de fronteira, o da impossibilidade de atravessá-la, mas a fronteira como zona de indistinção, suas manifestações sensíveis e sua presença no cotidiano das pessoas. Algo da relação entre o macro e micro, onde eles se encontram, se tocam.

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Affonso Uchoa – Diretor de Mulher à Tarde (MG, 2009) Essa resposta não pode passar pela certeza. Não acreditaria em quem soubesse exatamente seu lugar na história (mesmo que provisória) do cinema. Meu filme em 2010 é meu filme. Não consigo ir além disso. Sei que nele está a história do cinema, mas não saberia divisar as parcelas nem dar os créditos a quem fosse devido. Sei que o cinema contemporâneo (o que quer que isso seja) também está nele, pois ele é um filme contemporâneo e eu gosto de muitos filmes feitos hoje. Não penso quando vou rodar um plano: “agora vou fazer um plano que trará uma no-

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vidade pro cinema e sua história”. Isso não se consegue assim. Penso em equilibrar o desejo do plano com o lugar da câmera, a lente e o ator. E o desejo do plano é cada filme que guia. No meu caso, no Mulher à Tarde, um dos desejos era explorar a relação entre cinema e pintura, um pouco se forçar ao duvidoso exercício de pintar com uma câmera de filmar. E trazer a pintura pro absolutamente comum e banal. Pra modorra da tarde. Explorar as formas do olho do espectador correr o espaço da tela guiado pela mão mais severa, a narrativa, principalmente. E realizar essa descoberta banal. Porém de magia absurda, de que de fato o cinema é movimento. Talvez isso seja algo a destacar do filme enquanto unicidade de empreendimento cinematográfico. Talvez. Se entendermos por conjunto das imagens, literalmente o conjunto de imagens de toda natureza presentes no mundo atual, sendo que nesse contexto, primordialmente, as imagens são postas a serviço do comércio e passam a ser vistas com bagatelas, bem, aí a relação das imagens do meu filme com esse conjunto de imagens é a da diferença irreconciliável. Christiane Jatahy – Diretora de A Falta que nos Move (RJ, 2009) O alargamento de algumas fronteiras artísticas e a mistura de diferentes meios de expressão têm sido motivadores para diferentes áreas de criação. Assim como a busca de um registro provocador para renovar o olhar do espectador e tentar captar o instante presente, verdadeiro da

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emoção do ator, como se pudéssemos olhar mais e mais fundo, em busca de algum tipo de “verdade”. Acredito que meu filme dialoga com alguns outros que também exploram essas fronteiras, tanto documentários como ficções. Além de ter como inspiração artistas de outras épocas como John Cassavetes. Gabriel Mascaro – Diretor de Um Lugar ao Sol (PE, 2009) A ideia fetichizante de um “primeiro filme” como possibilidade de reagir ou responder às imagens do mundo me parece um tanto equivocada. Soa algo como um olhar virgem e puro sobre o mundo, capaz de apresentar algo de novo e descontaminado. O dia pode simplesmente nascer nublado e a “Aurora” ficar imperceptível. Todo filme para mim se apresenta como meu primeiro e último filme. Cada novo procedimento fílmico que se engendra e que se cria se torna uma experiência de vida única, capaz de renovar ao menos quem o cria. Um Lugar ao Sol, enquanto proposta e estilística, é uma criação audiovisual com uma possibilidade singular de promover debate e conflito de ideias, de fazer amigos e inimigos. Luiz Pretti – Diretor de Estrada para Ythaca (CE, 2010) Essa pergunta é muito difícil responder sem dar um tiro no próprio pé. A crítica estaria mais apta a respondê-la do que os diretores. Pra gente é importante deixar que o filme encontre o seu próprio lugar. É claro que temos um desejo grande de que o filme consiga se comunicar com as pessoas e que fale um pouco da época e do mundo no qual vivemos.


Maya Da-Rin – Diretora de Terras (RJ, 2009) No meu caso isso se dá de forma instintiva e menos planejada. Não por negação ou afirmação de um estilo ou outro de cinema, mas pela busca da particularidade na minha forma de interação com o mundo e a possibilidade de compartilhar esse olhar através do cinema. Claro que existem muitos interesses e aproximações, que não estão apenas circunscritos ao conjunto das imagens mas estão também na literatura, na música, no teatro etc. Falando de forma abrangente, eu me interesso por um cinema artesanal que

nasce da troca entre pessoas que estão comprometidas com o projeto. Um cinema de invenção e pesquisa, onde há risco e atenção. Agora, se os filmes que fiz, ou o Terras, particularmente, está inserido nesse ou naquele conjunto de imagens, não saberia dizer. Mas se estiver, espero que sejam imagens com liberdade de olhar. Rubens Rewald – Diretor de Esperando Telê (SP, 2009) Esperando Telê é um filme digital, pensando numa era prédigital. O filme foi concebido em 1992, gravado entre 1993 e 1994 e editado durante 14 anos, paralelamente aos outros projetos meus e do Tales. Era o nosso filme caseiro, que sabíamos que algum dia ficaria pronto e não nos preocupávamos com o tempo, o envelhecimento, pois sentíamos que as imagens ganhavam um valor agregado com o tempo, estávamos fazendo um “documentário de época”. Nesse sentido, a baixa qualidade das imagens, capturadas em Hi-8 e VHS (!!!), dialoga bem com o momento atual, em que as plateias já não têm a exigência da imagem em película, da profundidade e da textura, e que o jogo das ideias muitas vezes seduz mais um determinado público que a excelência da imagem. Um filme quase marginal, numa época em que o cinema de invenção passa a ser revisto com seriedade e admiração crescentes. E, claro, há a questão do processo presente na obra, um filme como um documentário de sua realização, algo hoje quase corriqueiro, mas, na época em que começamos esse caminho, havia poucas experiências nesse sentido. Houve dois filmes que nos influenciaram bastante: Roger and Me, do Michael Moore, e Aconteceu Perto de sua Casa, de Rémy Belvaux, dois filmes que trabalham de maneira inteligente essa questão do processo de criação de um filme.

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Marcelo Pedroso – Diretor de Pacific (PE, 2009) Há algumas renúncias que considero importantes no Pacific: ao set de filmagem, ao controle das situações, ao diálogo com os personagens. Essas recusas se alinham a horizontes já delineados por alguns documentários brasileiros e introduzem diferentes redes de afeto e atrito no filme. São significações que apenas ganham vulto na montagem - última instância da realização e da marcação de um ponto de vista. A enunciação dos personagens se deu à minha revelia, inserida num contexto de relações sociais que traduzem uma série de aspirações e desejos. Talvez o principal movimento do Pacific enquanto realização esteja em perceber isso e optar por fincar o discurso fílmico na montagem. Significa então a possibilidade de darmos conta de uma representação de mundo a partir de enunciados imagéticos já produzidos naturalmente dentro de diferentes espaços de interação social. Tratase de olhar para a realidade enquanto uma fonte natural de imagens que emanam das próprias relações humanas e podem se servir à ressignificação num filme.

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4. Todos os filmes do Aurora são filmes que, em vez de atalhos para se inserir em um circuito de visibilidade ou para seduzir o espectador, tomam caminhos compatíveis com o que apresentam em suas propostas. Qual o preço da coerência?

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Affonso Uchoa – Diretor de Mulher à Tarde (MG, 2009) O silêncio. Ou, de um modo mais concreto, ficar restrito a um nicho, a um grupo específico. Fazer filmes como quem escreve cartas pro futuro ou pra ninguém. Christiane Jatahy – Diretora de A Falta que nos Move (RJ, 2009) O alargamento de algumas fronteiras artísticas e a mistura de diferentes meios de expressão têm sido motivadores para diferentes áreas de criação. Assim como a busca de um registro provocador para renovar o olhar do espectador e tentar captar o instante presente, verdadeiro da emoção do ator, como se pudéssemos olhar mais e mais fundo, em busca de algum tipo de “verdade”. Acredito que meu filme dialoga com alguns outros que também exploram essas fronteiras, tanto documentários como ficções. Além de ter como inspiração artistas de outras épocas como John Cassavetes. Gabriel Mascaro – Diretor de Um Lugar ao Sol (PE, 2009) Ao invés de imaginar a Aurora como uma luz rígida num dia ensolarado, talvez um possível percurso fosse percorrer as variadas luzes que surgem neste céu de sete propostas fílmicas que se somam ou que se chocam, e que se esfacelam umas às outras. Quando o dia vai, na escuridão, podemos juntar os estilhaços do que sobrou e brincar de criar figuras do espaço.

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Luiz Pretti – Diretor de Estrada para Ythaca (CE, 2010) Estrada para Ythaca ainda é uma incógnita para a gente. Nós não estamos inseridos em um mercado de cinema onde os passos e atalhos do filme são calculados minuciosamente, o que mais nos motiva é a generosidade, primeiro, entre nós, os realizadores, e segundo, com o público. A coerência é um gesto de compromisso com o que mais amamos. Não seria possível cogitar outros caminhos, pois seria prejudicial, ou seja, incoerente ao que vivemos e tentamos fazer. O processo é a carne do filme, é dele que as sensações e experiências surgem. Não adianta fazer um filme que busca um jeito alternativo de se estar no mundo sem que o processo seja também um jeito alternativo de se estar no mundo. Fazer esse filme é desejar que o cinema se encontre com a vida e que os dois tenham uma relação íntima, de troca e diálogo, ao invés de uma relação de exploração e vampirização. Marcelo Pedroso – Diretor de Pacific (PE, 2009) A busca pela coerência - não sei se alcançada - tem pra mim o efeito mais positivo de todos, que é a aproximação de outras pessoas que também estão na mesma busca. Refiro-me a um certo público - restrito, é verdade - interessado em outras formas de se olhar para mundo além daquelas oferecidas pela indústria. E refiro-me também a uma rede de realizadores que busca igualmente diferentes estados da imagem, narrativas desinteressadas de valor mercadológico e a expressão de um cinema atento a sua essência. Essa aproximação serve como uma grande força motriz para se continuar fazendo filmes. Quanto ao ônus de algumas escolhas, é mesmo lamentável, por


Maya Da-Rin – Diretora de Terras (RJ, 2009) O preço é o de não entrar no circuito comercial de incentivo e distribuição. Agora, isso passa a ser um preço dependendo do que cada realizador está buscando. O problema é que fazer cinema é caro, muito mais do que realmente precisa ser, e ainda assim mais do que todas as outras formas de expressão. E aí vemos o cinema se aproximando da indústria e se distanciando da cultura e da arte. No mundo todo, o espaço e o incentivo para filmes que exigem uma participação maior do público tem sido cada vez menor. Esse é o mundo que está sendo construído, mas não é o que eu quero ajudar a construir. O cinema é uma oportunidade de diálogo entre as pessoas, de participação no mundo. Por isso existe uma urgência em realizar os filmes da forma que acreditamos. E o cinema que me instiga não tem como ser feito com uma estrutura de produção industrial. Rubens Rewald – Diretor de Esperando Telê (SP, 2009) Quando iniciamos o projeto do documentário, no final de 1992, o São Paulo tinha acabado de se tornar campeão mundial e o Telê era uma espécie de estrela pop da mídia, estava em todos os canais de TV, jornais, conversas, era o herói que tinha conseguido ser campeão jogando um futebol bonito. Ele era o Messias que podia nos tirar do mundo nublado e sem perspectivas em que nos encon-

trávamos, em plena era Collor e derrota na Copa de 90. Um ser puro e idealista em meio ao pragmatismo antiutopias reinante. O futebol era um espaço muito importante no Brasil e naquela época quase não havia filmes ou livros que abordavam esse mundo. Se contavam nos dedos os filmes sobre futebol no Brasil, seja ficção ou documentário. Então iríamos falar sobre o Telê e, no fundo, sobre o Brasil. Escrevemos o projeto, mandamos para alguns editais e não conseguimos nada. Daí tomamos a resolução: vamos fazer o filme, de qualquer modo. Já que não dá pra ser oficialmente, via edital, com verba pública, que seja na base da guerrilha, com nossa câmera Hi-8 e nossos videocassetes. Gravávamos muita coisa da TV, eram matérias diárias sobre Telê, o futebol arte, Pelé e vários assuntos ligados ao futebol. Queríamos também uma entrevista com Telê. Nunca conseguimos. Mas já tínhamos muito material, tanto nosso quanto da TV. Decidimos fazer uma grande colagem. Num determinado momento até pensamos em “limpar” o filme, conseguir os direitos das imagens e sons. Daí desistimos. Seria um trabalho insano e economicamente inviável para nós. Assumimos que tínhamos um filme pirata. Isso nos excluía do mercado comercial, mas será que só existe vida no cinema se o filme está em cartaz? A história do filme tinha sido de guerrilha, nada mais natural que a exibição mantivesse esse espírito.

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exemplo, que os filmes não cheguem a um público maior - mas a forma de se reverter isso não estaria na mudança dos filmes, e sim na criação de outros mecanismos que permitam o acesso e a reflexão em torno deles.

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5. Uma nova geração de realizadores, independente de suas idades, formações e origens regionais, implica novos olhares e novos modos de realizar. Espera-se de quem chega que aponte algo à frente, a partir do que foi realizado logo atrás. O que acredita que seja o cinema de logo à frente?

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Affonso Uchoa – Diretor de Mulher à Tarde (MG, 2009) Algo como o cinema logo atrás: umas imagens que se movimentam numa tela dentro de uma sala escura, na qual pessoas compartilham um comum, porém particular, desejo de ver essas imagens se movimentar. O desejo das pessoas muda e pode ser que ele fique cada vez mais raro. E de fato se essas pessoas da sala desejarem ter suas vidas modificadas pelo que se move na tela isso será cada vez mais raro. As imagens que se movimentarão também. Sobre a forma das imagens não me atreveria a exercer futurologia. Deverá ser digital, porque já o é. O que me preocupa é a motivação de quem movimenta as imagens e de quem se movimenta em direção das salas onde se podem ver as imagens. Se o que unir esses dois polos for meramente um desejo de entretenimento e de escapismo da vida e do mundo: transformar o cinema num analgésico social, então estamos verdadeiramente lascados. Christiane Jatahy – Diretora de A Falta que nos Move (RJ, 2009) Fizemos esse filme sem nenhum patrocínio, não porque queríamos, mas porque ou realizávamos assim, ou não fazíamos. E só foi possível fazer assim porque hoje existem meios de filmar com câmeras digitais sem perder a qualidade. Com isso, podem-se fazer mais filmes inovadores e experimentais, ampliando o circuito independente. Acredito que o cinema se liberta com essa possibilidade, e no futuro e cada vez mais, a democratização da realização cinematográfica vai trazer novos formatos e novas maneiras de chegar ao espectador.

Gabriel Mascaro – Diretor de Um Lugar ao Sol (PE, 2009) Este cinema que “aponta para frente” é um cinema onde a frente é ali pertinho, aqui, lá trás, passou... Luiz Pretti – Diretor de Estrada para Ythaca (CE, 2010) Para nós, não existe um cinema à frente, assim como não existe um cinema atrás. Parece que o nosso momento histórico nos permite ter uma relação com o tempo que não é linear, mas de outra ordem. Em um mesmo dia assistimos a um filme mudo do John Ford para logo em seguida assistirmos a Clube dos Cinco do John Hughes. É como se a história do cinema se fizesse mais por afinidades que por uma ordem cronológica. Se o nosso filme aponta algo de novo, isso é porque estamos lidando com meios e formas de produção que cineastas de outras épocas não tinham à sua disposição. Com relação a um cinema recente, mais próximo de nós, podemos dizer que certos cineastas percorreram caminhos que abriram os nossos olhos e nos deram coragem de realizar um filme como este. Ficaremos muito felizes se o nosso filme ajudar outros a realizarem um filme que antes não acreditavam ser possível. Isso seria uma ótima previsão para o cinema que está por vir. Que os cineastas não tenham medo de ousar e de buscar outras estruturas cinematográficas que permitam novos filmes acontecerem de forma mais fresca e menos engessada. Esse é o cinema no qual acreditamos.


Maya Da-Rin – Diretora de Terras (RJ, 2009) Acho que é difícil pensar nessa verticalidade da história e na ideia de um novo cinema que está surgindo. Isso acaba remetendo a essa ditadura da novidade, reguladora do momento que estamos vivendo, e que não sei se é o caminho mais interessante para o processo de criação. São muitos os cinemas feitos hoje no Brasil, mesmo pela geração mais nova, e eu não vejo exatamente uma coesão de proposta entre eles. Mas acho isso ainda mais interessante porque aponta para a particularidade. Mostra que os realizadores estão buscando seus caminhos pessoais e não seguindo uma onda. Mas isso não significa que estamos isolados. Ao contrário. Existe muita troca e diálogo. E essa troca está acontecendo entre pessoas de diferentes regiões do País. Os movimentos regionais estão dando lugar para encontros interestaduais. Isso é ótimo. Nos últi-

mos anos estamos voltando a discutir cinema no Brasil, coisa que não acontecia há muito tempo, e isso se reflete nos filmes feitos por essa geração. Rubens Rewald – Diretor de Esperando Telê (SP, 2009) Difícil dizer. Sem dúvida trafegamos entre a tradição e a ruptura, numa espécie de linha evolutiva de que já falava o Augusto de Campos. A gente veio da faculdade, estamos acostumados com a perspectiva histórica, durante o processo do filme nos relacionávamos com Glauber, Godard, Resnais, Jorge Furtado (dos curtas), Rosselini, Joaquim Pedro, Joris Ivens, tantos outros, mas claro, queremos achar nosso canto, falar do nosso modo. Esperando Telê expressa uma necessidade pura de se fazer filmes, fora de uma estrutura de produção rígida ancorada por orçamentos elevados. É a ideia de se fazer um filme caseiro, de fim de semana, mas que diz algo de nós. Claro, não acho que todos os filmes tenham que ser feitos desse modo, defendo a profissionalização, com todos envolvidos numa produção ganhando bons salários, mas se tudo for feito nessa lógica, caímos na armadilha da longa espera, anos para se fazer um filme, que não pode arriscar, pois depende de um esquema de distribuição e exibição e, portanto, não pode correr o risco de incomodar ou afastar o público. Enfim, é a eterna ambivalência do cinema, ao mesmo tempo arte e indústria, e acredito que o futuro próximo irá articular de maneira positiva essa ambiguidade, ainda mais com as novas tecnologias, cada vez mais acessíveis.

mostra aurora

Marcelo Pedroso – Diretor de Pacific (PE, 2009) Quando se fala nisso, penso logo nas novas plataformas de cinema que estão surgindo a partir das demandas do entretenimento e do espetáculo. Imagino que será maravilhoso ver os resultados que o cinema independente poderá produzir quando essas ferramentas lhe forem acessíveis. Mas levando para um aspecto mais imediato, eu fico refletindo sobre de que formas a câmera de vídeo - já naturalizada no cotidiano - pode nos fornecer mais indícios do mundo dentro de malhas constitutivas já existentes. E também sobre formas de introduzir a câmera em sistemas sociais de maneira a causar uma desestabilização de relações já sacramentadas. O que pode haver de comum entre essas formas seria o indivíduo e sua maneira de se relacionar com o mundo.

entrevista

Entrevistas concedidas à curadoria do evento pelos realizadores da Mostra Aurora, janeiro 2010.

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esper

ando

telê

Ficção, cor, 95’, digital, RJ, 2009

Documentário, cor, digital, 96’, SP 2009

Direção: Christiane Jatahy Roteiro: Christiane Jatahy e Lulu Telles Fotografia: Walter Carvalho Direção de Arte: Marcelo Lipiani Montagem: Sérgio Mekler e Christiane Jatahy Trilha Sonora: Lucas Marcier, Rodrigo Marçal e Luciano Correa Edição de Som: Leandro Lima e Marcel Costa Empresa Produtora: Tambellini Filmes e Produções Audiovisuais Ltda. Elenco: Cris Amadeo, Dani Fortes, Pedro Brício, Kiko Mascarenhas e Marina Vianna

Direção, Roteiro, Fotografia, Trilha Sonora e Edição de Som: Rubens Rewald e Tales Ab’Saber Montagem: Gustavo Aranda Empresa Produtora: Confeitaria de Cinema

13 horas de filmagem. 3 câmeras na mão. 5 atores dirigidos durante a filmagem por torpedo de celular. No dia 23 de dezembro de 2007, depois de 4 anos de trabalho contínuo de pesquisa de linguagem, os atores chegaram na casa da diretora do filme para viverem uma experiência cinematográfica única. Serem filmados ininterruptamente sem deixar de seguir roteiros e cenas. Ficção e realidade se entrelaçaram no limite máximo da tensão. Por trás de tudo são contadas histórias de uma geração que viveu à deriva, e que agora se defronta com a falta que os move.

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foto: Divulgação

foto: Divulgação

mostra aurora

longas

move e nos u q a t a fa l

Afinal, onde acontece o futebol feito no Brasil? Num passado mítico, no dia a dia dos campeonatos, no conhecimento profundo dos torcedores, na programação ininterrupta da TV ou na trajetória dos craques como Pelé, Zico, Paulo César Caju, Romeu Peliciari, Romário ou... Telê Santana? As muitas coisas do futebol em um documentário de várzea, feito por dois pernas-de-pau.


mulhe

rde r à ta

Ficção, cor, digital, 70’, CE, 2010

Ficção, cor, digital, 96’, MG, 2009

Produção, Direção, Roteiro, Fotografia, Som, Montagem: Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes, Ricardo Pretti Elenco: Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes, Ricardo Pretti, Rodrigo Capistrano, Uirá dos Reis, Ythallo Rodrigues. Figurino: Lia Damasceno e Themis Memória Pre-Produção: Carol Louise Produção executiva: Guto Parente Música Original: Luiz Pretti Produção Musical: Uirá dos Reis Empresa Produtora: Alumbramento

Direção e Roteiro: Affonso Uchoa Direção de Fotografia: Luish Coelho Câmera e Assistência de Fotografia: Mauricio Rezende Montagem: Luiz Gabriel Lopes e Affonso Uchoa Direção de Arte: Priscila Amoni Som Direto: Pedro Aspahan Edição de Som e Trilha Sonora: Luiz Gabriel Lopes Assistência de Captação de Som: Luiz Gabriel Lopes, Theo Duarte, Oswaldo Teixeira Assistência de Direção: Alex Lindolfo Produção Executiva: Aline X Produção: Fernanda Salgado Produção de Arte: Priscila Amoni, Ana Carolina Antunes e Júlia Almeida Eletricista Chefe: Paulo Sérgio de Oliveira Maquinista: Mauro Roberto Siqueira Assistente Elétrica e Maquinária: Eduardo da Silva Pereira Produção: 88 Filmes Coprodução: Árvore Elenco: Renata Cabral, Luisa Horta e Ana Carolina Oliveira

“Mantenha sempre Ythaca em sua mente. Chegar lá é sua meta final, Mas não tenha pressa na viagem. Melhor que dure vários anos; E ancore na ilha quando você estiver velho, com todas as riquezas que você tiver adquirido no caminho, sem esperar que Ythaca irá enriquecê-lo. Ythaca terá lhe dado a linda viagem. Sem ela você nunca teria partido, E ela não poderia dar-lhe mais... Tão sábio que serás, com todo conhecimento, Já terás entendido o que significa Ythaca.”

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foto: Divulgação

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thac pa r a y a d a estr

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Três mulheres em uma casa. Por uma tarde.

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s

gar um lu

l ao so

Documentário, cor, 35mm,75’, RJ, 2009

Documentário, cor, digital, 71’, PE, 2009

Direção: Maya Da-Rin Diretora Assistente: Luiza Leite Pesquisa: Daniel Bueno, Geraldo Pereira, Luiza Leite, Maya Da-Rin, Pedro Cesarino Fotografia e Câmera: Pedro Urano Montagem: Karen Akerman, Maya Da-Rin, Joaquim Castro Som Direto: Bruno Vasconcelos, Altyr Pereira Desenho de som e Música Original: Edson Secco Produção: Sandra Werneck Produção Executiva: Maya Da-Rin Direção de Produção: Mara Junqueira

Direção, Roteiro e Produção: Gabriel Mascaro Produção Executiva: Stella Zimmerman e Rachel Ellis Direção de Produção: Lívia de Melo Direção de Fotografia: Pedro Sotero Montagem: Marcelo Pedroso Trilha Sonora: Iezu Kaeru e Luiz Pessoa Som: Phelipe Cabeça Colorista: Rogério (Movimento CG) Mixagem de Som: Gera Vieira (Carranca) Empresa Produtora: Símio Filmes

Na fronteira tríplice entre Brasil, Colômbia e Peru, as cidades gêmeas Letícia e Tabatinga formam uma ilha urbana cercada pela imensa floresta amazônica. As delimitações territoriais são muitas vezes encobertas pela vegetação e as fronteiras se confundem nos corpos e rostos de seus moradores. Terras acompanha o ritmo deste lugar de encontro e passagem, aproximando-se do cotidiano de seus habitantes.

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foto: Divulgação

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mostra aurora

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terra

Um Lugar ao Sol é um documentário que reúne depoimentos de moradores de luxuosas coberturas de Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. O diretor conseguiu acesso aos moradores através de um curioso livro que mapeia a elite e pessoas influentes da sociedade brasileira. No livro, foram catalogados 125 donos de coberturas. Desses, apenas nove cederam entrevista. O documentário oferece um rico debate sobre desejo, visibilidade, altura, status e poder. É um filme que reflete sobre a classe dominante brasileira e a verticalização das cidades, abordando o imaginário sociocultural de um grupo pouco problematizado na cinematografia nacional.


c

Documentário, cor, digital, 73’, PE, 2009 Direção, roteiro e montagem: Marcelo Pedroso Direção de produção: Milena Times, Pérola Braz Pesquisa: Kika Latache, Milena Times, Pérola Braz Assistente de Montagem: André Antônio Finalização: Daniel Aragão Mixagem: Gera Vieira/Estúdio Carranca Material Gráfico: Clara Moreira Uma viagem de sonho em um cruzeiro rumo a Fernando de Noronha. As lentes dos passageiros captam tudo a todo instante. E eles se divertem, brincam, vão a noitadas. Desfrutam de seu ideal de conforto e bem-estar. E, a cada dia, aproximam-se mais do tão sonhado paraíso tropical.

mostra aurora

foto: Divulgação

pa c i f i

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comissão de júri

júri da crítica

mostra aurora

júri da crítica ANDRÉ SETARO (BA)

Denílson Lopes (RJ)

Possui graduação em Direito pela Universidade Federal da Bahia

Possui graduação em Comunicação / Jornalismo pela Universi-

(1974) e mestrado em História e Teoria da Arte pela Escola de Be-

dade de Brasília (1989), mestrado em Literatura pela Universida-

las Artes da Universidade Federal da Bahia (1998). Desde abril de

de de Brasília (1992) e doutorado em Sociologia pela Universidade

1979 é professor adjunto do Departamento de Comunicação da

de Brasília (1997). Foi professor da Faculdade de Comunicação da

Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Artes,

Universidade de Brasília de 1997 a 2007, onde coordenou o Pro-

com ênfase em Cinema, atuando principalmente nos seguintes

grama de Pós-Graduação; é presidente da Associação Brasileira

temas: cinema baiano, discurso cinematográfico, análise fílmica

de Estudos de Homocultura (ABEH) e Presidente da Sociedade

e linguagem. Crítico cinematográfico do jornal Tribuna da Bahia,

Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual (Socine). Atual-

com uma coluna diária de crítica cinematográfica de 1974 até

mente é professor adjunto da Escola de Comunicação e supe-

1994, quando passou a escrever apenas uma vez por semana.

rintendente de difusão cultural do Fórum de Ciência e Cultura

Colaborador eventual do Suplemento Cultural do jornal A Tarde,

da Universidade Federal do Rio de Janeiro, bolsista de produti-

onde já publicou alguns ensaios e críticas de cinema. Colunista

vidade científica do Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Tem

cinematográfico do Terra Magazine.

experiência na área de comunicação, com ênfase em Estética da Comunicação, atuando principalmente nos seguintes temas:

André Brasil (MG)

estética da comunicação, cinema contemporâneo, estudos de

Com doutorado pela UFRJ, André Brasil é professor do Depar-

gênero (estudos gays e transgêneros), crítica de cultura e da arte

tamento de Comunicação da UFMG. Ensaísta, colabora em pu-

contemporâneas, estudos culturais, literatura comparada. Au-

blicações de cinema e artes visuais. Participou da comissão de

tor de A delicadeza: estética, experiência e paisagens (Brasília,

seleção e do júri de festivais e editais públicos, entre eles, Festival

EdUnB, 2007), O homem que amava rapazes e outros ensaios (RJ,

Internacional de Curtas de Belo Horizonte, forumdoc, Videobrasil

Aeroplano, 2002) e Nós os mortos: melancolia e neobarroco (RJ,

e DOC TV. Em 2006, foi curador da MostraVídeo do Itaú Cultural.

7Letras, 1999); é coorganizador de Imagem e diversidade sexual

Organizou, com Cézar Migliorin, Ilana Feldman e Leonardo Mec-

(SP, Nojosa, 2004), de Cinema, globalização e interculturalidade

chi, o dossiê Estéticas da biopolítica: audiovisual, política e no-

(Chapecó, Argos, a sair em 2009) e organizador de O cinema dos

vas tecnologias, publicado pela Revista Cinética. Recebeu a Bolsa

anos 90 (Chapecó, Argos, 2005).

Vitae de Artes, através da qual realizou o documentário Tempos

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Suspensos (2001), em parceria com André Amparo. Atualmente,

Luciana Corrêa de Araújo (SP)

desenvolve o projeto Ensaio sobre o Inacabado, que prevê a pro-

Pesquisadora de cinema e professora na graduação de Imagem

dução de filme, site e livro. Pai da Rosa.

e Som e do Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som, da


júri jovem Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Publicou o livro A

Bárbara Bergamaschi Novaes (RJ)

crônica de cinema no Recife dos anos 50 (1997); organizou, com

Estudante do 3º período de Comunicação Social da UFRJ. 20 anos.

Rubens Machado e Rosana de Lima Soares, os livros Estudos de cinema Socine ano VII (2006) e Estudos de cinema Socine ano VIII

Letícia Andrade Americano (MG)

(2007). Entre outros artigos, publicou “Beleza e poder: os docu-

Estudante do 4º período de Comunicação Social da PUC-MG. 20 anos.

no Brasil – tradição e transformação, organizado por Francisco

Marcus Luan de Oliveira Neto (MG)

Elinaldo Teixeira) e “O cinema em Pernambuco nos anos 1920”

Estudante do 7º período do curso de Comunicação Social com Ha-

(no catálogo da I Jornada Brasileira de Cinema Silencioso).

bilitação em Cinema e Vídeo no Centro Universitário UNA. 20 anos.

Luiz Carlos Merten (SP)

Karla Moreira de Oliveira (MG)

Formado pela UFRS, exerceu o jornalismo em empresas gaú-

Estudante do 8º período do curso de Cinema e Audiovisual no

chas e, desde 1989, está no Estado de São Paulo, assinando e

Centro Universitário UNA. 24 anos.

fazendo reportagens de cinema e críticas de filmes. Enviado do jornal a vários festivais nacionais e internacionais, conhece tan-

Flávio Campos von Sperling (MG)

to os bastidores do cinema brasileiro, como os do europeu e o

Estudante do 5º período do curso de Cinema e Audiovisual do

hollywoodiano. Também faz crítica de televisão e acompanha

Centro Universitário UNA. 20 anos.

mostra aurora

mentários de Joaquim Pedro de Andrade” (no livro Documentário

júri jovem

o mercado de DVD. É autor dos livros Cinema – um zapping de Lumière a Tarantino; Cinema – entre a realidade e o artifício; e Cinema gaúcho – uma breve história. No Portal Estadão, mantém um blog sob o título Uma geleia geral a partir do cinema, em que fala de tudo e todos: críticas, informações, novidades, com várias atualizações diárias para manter o intenauta a par do que se passa no planeta cinema.

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S TA R U C 93


mostra foco curtas

o foco e o seu olhar por Eduardo Valente

A composição da mostra Foco, criada este ano na Mostra de Tiradentes, é circunscrita aos curtas “mais representativos da safra 2009/2010”. Representativos, segundo o olhar de quem? Dos dois curadores que assinam a seleção, obviamente, cujos olhares não são nem mais, nem menos válidos do que o de uma outra pessoa, mas que são os olhares responsáveis por esta seleção. Por isso, apresentar a mostra Foco é apresentar este olhar – que já é uma soma equilibrada dos olhares de duas pessoas, em suas afinidades e discordâncias. Essa soma de pontos de vistas valorativos precisa ser explicada passo a passo, de modo a darmos os caminhos pelos quais os curadores consideram estes filmes representativos e importantes, em seu conjunto e também em suas especificidades. Como, para esta curadoria, tão importante quanto selecionar alguns filmes é pensar a maneira como eles serão apresentados ao espectador da Mostra, o ato de separar os filmes em sessões e ordená-los acaba sendo igualmente determinante. O texto abaixo tenta, assim, contar a história que este olhar quer narrar para o seu espectador. Esta história não é a única que se pode construir com estes filmes, nem pretende uniformizar as inúmeras possíveis recepções a eles. Ela apenas quer explicitar aquilo que estava óbvio desde o começo: que esta histó-

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Sessão 1: Do começo ao fim, imagens Parece bastante adequado para abrir uma mostra que o personagem principal de Bem-Vindo, Guilherme esteja em pleno processo de vinda ao mundo. O filme consegue a difícil tarefa de se inscrever e transcender ao mesmo tempo a condição de “filme caseiro” através de uma série de manipulações do tempo, do som, do uso dos enquadramentos, que torna aquela família quase personagens de uma ficção. Cinema da proximidade, mas, acima de tudo, cinema. A proximidade se radicaliza em Perto de Casa, onde a interação entre a câmera e quem a porta com seus “objetos” vem ao primeiro plano. Aqui, efeitos de animação reposicionam os personagens e a mágica do cinema se dá quando um monte de areia se torna muito mais do que isso, se torna o mundo inteiro, à disposição de duas crianças. Em Sweet Karolynne, o registro típico de um modelo de produção low-fi se mantém, mas o olhar já se dá claramente de fora, ao contrário dos outros dois filmes. No entanto, frente a uma realidade tão peculiar que parece ficção, a câmera “caseira” adequadamente embaralha fronteiras ao mesmo tempo em que encontra construções extremamente complexas. O Divino, de Repente radicaliza este modelo, transformando seu personagem em figura

animada. De novo, a capacidade dos seres humanos de se autonarrar e criar vem ao primeiro plano, num movimento que aproxima arte e vida de maneira irreversível. Não deixa de ser o mesmo que faz Guilherme de Brito, que olha para o homem primeiramente através de sua obra, extremamente múltipla (pinturas, murais, canções). Guilherme é, antes de tudo, aquilo que faz. Assim, de um Guilherme ao outro, abrindo e fechando a sessão, fecha-se um passeio que reforça como o cinema apenas empresta uma dimensão adequada ao ato espetacular que é a vida. Sessão 2: Assombrações solitárias Já se disse que o cinema é a arte dos fantasmas por definição, uma vez que eterniza algo que morre no segundo em que é capturado. Se isso é verdade, As Corujas é o cinema encarnado, pois tudo ali é fantasmagórico: os personagens vivos, os cadáveres, os animais que dão nome ao filme... Mas, principalmente, a própria câmera, que parece vagar pelo espaço sem encontrar um chão firme onde possa assentar-se. Da mesma maneira, as imagens de 98001075056 estão fadadas ao desaparecimento, que é próprio da materialidade da imagem fotográfica – a mesma matéria e o mesmo processo de onde nasceu o cinema há mais de 100 anos. E se hoje o cinema se torna inevitavelmente digital, um filme como Fantasmas deixa claro, já no título, que a captura da imagem em movimento continua respondendo a muitos dos mesmos pressupostos anteriores, acima de tudo o binômio eterno X passageiro. “Captura” é palavra adequada ao que o personagem do filme tenta fazer com uma câmera, gerando uma assombração digital que pode ser vista e rebobinada eternamente – sem com isso tornar-se mais real.

mostra foco

ria é narrada por alguém, e que este narrador a construiu com alguns sentidos. No entanto, o leitor deste texto não está sendo chamado apenas a concordar com ele, mas sim a dialogar e construir, ao longo da Mostra, o seu próprio caminho a partir do nosso. Este é o nosso Foco; encontre agora o seu.

curtas

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mostra foco

A seguir na sessão, Matryoshka traz uma personagem que paira como uma assombração que não encontra seu pouso e que, através da magia do cinema, aproxima Fortaleza da Rússia. Afinal a solidão, já sabemos, não conhece fronteiras. Pairar também é o que mais fazem os personagens de 24º Domingo do Tempo Comum. Mesmo os ligando por um evento coletivo, espiritual, o filme, ao privilegiar em sua duração os trajetos que os levam até lá e para longe de lá, nos relembra que o contato humano é e será sempre um encontro de solidões.

curtas

Entre o vagar e a solidão se coloca também Cadernos de Viagem, filme que radicaliza a simplicidade de realização (não por acaso usando um anacrônico crédito final de “um vídeo de...”), ao ir de encontro a alguns paradoxos na relação do homem com as distâncias, a memória, o dar conta da experiência do mundo. Seu personagem parece tão fora do tempo e da realidade como o protagonista de Chapa, naquela eterna beira de estrada, onde o efêmero dá as caras todo dia, a cada caminhão que passa – e onde a espera pelo outro pode durar para sempre. Mas (e não é um pequeno “mas”) o filme, e a sessão, terminam com um aceno e um sorriso. Não é por acaso. Sessão 3: Choques e encontros A sessão começa com um pequeno petardo de efeito retardado, de nome Vista Mar, no qual a lógica do mercado imobiliário de Fortaleza é fruto de um autêntico ato terrorista cinematográfico, onde o objetivo não é derrubar nenhum prédio, mas sim expor as fundações de um sistema onde surge como ideal que “ninguém encontre com ninguém”. Curiosamente este gesto agressivo é, ele mesmo, o fruto de um encontro: o filme é coassinado por seis realizadores, o que dá à sua mensagem um sentido ainda mais agudo. Na sequência, A Amiga Americana, outro fil-

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me de Fortaleza, este coassinado por dois diretores, empresta novas cores ao processo de despersonalização da capital, optando por mostrar a possibilidade do encontro e da comunicação para além das barreiras da língua, em meio a um entorno marcado pelos mesmos prédios e linhas retas verticais a que assistimos no filme anterior. Do choque entre estes dois filmes, assinados por realizadores que fazem parte de um mesmo grupo criativo, sai a constatação de um momento de extrema criatividade que vive o cinema local, movido por boa dose de angústia, mas, acima de tudo, pela crença no contato entre pessoas e a expressão por uma arte em comum – no caso, o cinema. É de encontros e choques que tratam também os dois filmes que fecham a sessão, em ambos com o cinema surgindo em primeiro plano como o detonador e explicitador de violentos conflitos. Não por acaso, em Nego Fugido (outra codireção, esta vinda de Salvador), o casal principal abre o filme cantando a mítica canção de Deus e o Diabo na Terra do Sol. Na busca de registrar as tradições folclóricas de um povoado quilombola, os dois logo se verão enredados num jogo complexo de relações de poder entre quem representa e quem é. Muitas trocas de lado, muitos choques de frente. Também é o cinema que move o protagonista de O Filme Mais Violento do Mundo a ir buscar vampirizar a realidade. Só que, neste caso, quando a realidade dá as caras de novo e confronta o cineasta, este tem poucas dúvidas do que vale mais para ele: o filme ou a vida? Entre a angústia e a carnavalização, os dois filmes acabam lidando com uma matéria extremamente atual, a dos limites (ou ausência deles) da ficção. Sessão 4: À flor da pele - mulheres, homens... sangue Em Laurita, os homens ocupam espaços periféricos num mundo cujo centro são as mulheres. Tias, sobri-


Separados até este ponto, masculino e feminino encontram-se irremediavelmente conectados em Tchau e Bênção. Mas essa conexão se dá na impossibilidade do contato e do toque, levados ao extremo pela manipulação do cineasta que brinca com as expectativas do espectador a cada plano enquanto, quase literalmente, prepara a autópsia de um casal. Depois, em Não me Deixe em Casa, o mundo volta cheio de toques, mas cujos resultados são impossíveis de prever. Num mundo adolescente, onde tudo está à flor da pele, os melhores sentimentos podem dar vazão aos piores atos. Não é muito diferente a sensação que nos habita ao ver Handebol e seu quase macabro balé da adolescência. De novo, tudo o que vemos são corpos a ponto de explodir – e, por isso mesmo, de sangrar. Finalmente, As Sombras nos joga de volta ao mistério do mundo com força. E nos relembra como no cinema todos os personagens são, antes de tudo, superfícies em contato. Homens ou mulheres, todos sob o signo da pele.

Sessão 5: Os universos e seus códigos Não sabemos onde estamos em Quarto de Espera: que cidade é essa, que tempo é esse. Tudo que nos é dado a ver é uma série de personagens masculinos que perambulam por ruas vazias ou apartamentos e corredores de prédios decadentes. Se não podemos de todo entender em que contexto eles estão inseridos, logo percebemos que a violência se torna o grande balizador das relações, a linguagem que aparentemente todos entendem. No meio de tudo isso, uma das imagens mais marcantes do cinema brasileiro em 2009: um homem com uma máscara de gás, cuja respiração parece prestes a ser sufocada o tempo todo. Da estranheza deste mundo masculino sem regras e contato humano, mergulhamos no universo de Bailão: igualmente masculino, mas quase totalmente oposto. Aqui, as regras são conhecidas por todos e os códigos partilhados são os do toque, do carinho, do beijo, da dança. O que não muda é o sentimento de um universo à parte de uma realidade externa a ele, algo reforçado pelas vozes que relembram uma história de lutas para afirmar (muitas vezes para si mesmo) que “não se está só no mundo”, como diz um personagem.

mostra foco

nhas, primas, mães, filhas, amigas... Cada classificação dessas carrega um significado, mas também um mistério. A cada toque entre os corpos, uma fricção cujos resultados e motivos são inesperados. A juventude, como vemos, é o lugar do descobrir-se, mas nessa descoberta os sentimentos são, para dizer o mínimo, dúbios. Descobertas e dubiedades que também habitam o universo tão contido de Sangre, com sua menina de vestido tão branco e com morangos tão vermelhos nas mãos. Numa imagem única, o feminino parece desvendar-se. Pois, de uma criança que brinca, vamos para uma que olha, e se o sangue surgia feminino, Tauri nos relembra que o universo masculino externaliza os mistérios, os desvendando a golpes nada sutis. De novo, apenas um plano; de novo, inúmeros os sentidos possíveis de se extrair dele.

curtas

Do Centro de São Paulo, vamos para o Centro de Recife, onde o mundo de Faço de Mim o que Quero se espalha pelas ruas. É o universo bastante particular do “brega”, que a câmera do filme olha com curiosidade e parceria, sem sentir necessidade de localizar personagens nem contextualizar situações. É a crença de que as imagens e sons constroem por si mesmas o seu discurso. Mesma cidade, mudança radical de registro: em Recife Frio a realidade criada pelo cinema é manipulada o tempo todo (digitalmente inclusive) para permitir que olhemos de novo para a realidade que conhecemos por um prisma que não

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mostra foco

esperaríamos. Como em Quarto de Espera, o mundo aqui mostrado só pode existir pelas lentes de cinema, mas, ao contrário daquele filme, este é um mundo baseado numa cidade bastante específica, que tem seus códigos mais identificadores (como a sua unidade climática) virados de cabeça para baixo. O que resta então de reconhecível, senão a estranheza deste nosso mundo?

curtas

Sessão 6: Eu e você Não sabemos qual relação existe entre os dois personagens de Ensaio de Cinema: amantes, amigos, parentes? Isso em nada importa para o filme. O que importa é a dinâmica entre os dois corpos, entre eles e o espaço, entre uma representação e a realidade na qual ela se insere. E o poder da arte de encantar o mundo. É um filme cheio de mistérios, apaixonado pelo cinema. Também de mistério e paixão é feita a dança de Manassés. Aqui, a dupla em jogo não está apenas em cena: um está em frente da câmera, mas a segunda parte também equivale à própria câmera a ao olhar por detrás dela. Este gesto de olhar, e tudo implicado nele, é também protagonista desta história de familiaridade e de carinho extremo, mas também de estranheza e distância. É apenas o cinema, através do gesto da câmera que filma e da montagem que cria relações entre as imagens, que aproxima os dois personagens de Lembro-Me de Quando Comíamos Pão de Mel... Eles não coexistem no espaço, no tempo, nem mesmo no registro (realidade/ representação). É o cinema que faz com que os dois sejam protagonistas de uma mesma história. Mas que história é essa? O filme não responde.

Do mesmo jeito, até os créditos finais de Pedra Bruta nós não saberemos qual a relação entre aquelas duas mulheres, uma pianista e uma atriz. Somos convidados a partilhar da viagem de uma delas por uma terra estranha, cujas marcas de violência parecem tornar o passado e o presente automaticamente conectados. O filme transita entre estrangeiro e nativo, entre violência e beleza, entre memória e representação. Todos eles são duos que nos levam mais e mais perto do mistério. Memória e representação também são chaves importantes para O Menino Japonês, mesmo que no filme só pareça existir o agora, o momento exato em que dois seres se encontram e partilham algo. Mas na verdade os verdadeiros protagonistas do filme talvez sejam o passado e o futuro – tudo que está fora de quadro (como o menino japonês), e que talvez por isso mesmo torne aquela situação tão maravilhosa quanto trágica, tão banal quanto única. Algo parecido sentimos na conversa do casal em Ressaca, onde de novo presente e passado se superpõem através da oralidade. Criação, projeção, sentimentos que em muito suplantam as palavras efetivamente ditas, e os momentos irradiam forças para trás e para a frente no tempo. Já em Um Par, as palavras rareiam, como também rareiam as possibilidades de saber algo de fato sobre aquele casal: são felizes? Se amam? Em última instância, existem mesmo? Há algo no filme que torna aquele casal não só um casal qualquer, mas também qualquer casal. E, afinal, este sempre foi o fascínio do “filme de casal”: somos todos aqueles dois ali, na tela. Eduardo Valente curador curtas - mostra foco

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mostra foco série 1

curtas

p e rto

a de cas

documentário, digital, 15’, mg, 2009

documentário, digital, 9’30”, mg, 2009

Direção: Dellani Lima e Rodrigo Lacerda Jr. Produtora: Colégio Invisível

Direção: Sérgio Borges Produtora: Teia

Nada está parado, tudo move, tudo acontece.

Um passeio perto de casa entre irmãos e o pai. Um passeio da casa para o mundo.

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rme

foto: Divulgação

b

ilhe do gu n i v m e

documentário, digital, 15’, pb, 2009 Direção: Ana Bárbara Ramos Produtora: Laz Luzineides Coletivo Psicotrônico Audiovisual

karol sweet

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foto: Divulgação

Nem Elvis, nem Jarbas morreram. É tudo uma grande invenção.


foto: Divulgação

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Direção: André Sampaio Produtora: Cine Música / Conservatória / Inventarte / Carcará / UFF Documentário musical: passeio cinematográfico nas memórias e no universo de Guilherme de Brito – poeta, compositor, cantor e artista plástico, um dos maiores nomes da nossa música popular, autor de clássicos como “A flor e o espinho”, “Quando eu te chamar saudade”, entre tantos outros.

animação, 35mm, 6’20”, sp, 2009 Direção: Fábio Yamaji Produtora: Rocambole Produções e Skerzo Cinema

foto: Divulgação

Ubiraci Crispim de Freitas, personagem real conhecido por Divino, canta repentes e conta sua vida neste documentário animado com ficção experimental. Além do live action, várias técnicas artesanais de animação, sem uso de computador, compõem o filme: flipbook, desenho animado, rotoscopia, pixilation e stop motion.

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mostra foco série 1

documentário, 35mm, 20’, rj, 2009

curtas

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experimental, digital, 3’11”, sp, 2009

Direção: Fred Benevides Produtora: Alumbramento

Direção: Felipe Barros

6

foto: Divulgação

foto: Divulgação

ficção, digital, 20’32”, ce, 2009

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Guardados nos corpos dos nossos velhos... Em qualquer parte, na noite, estarão as corujas. Transcriado do conto homônimo de Moreira Campos

ficção, digital, 11’13”, mg, 2009

Ficção, digital, 9’, CE, 2009

Direção: André Novais Oliveira Produtora: Filmes de Plástico

Direção: Salmão Santana Produtora: Peixe Flor

O fantasma da ex.

Sou uma estrangeira na minha própria cidade.

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foto: Divulgação

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foto: Divulgação

mostra foco série 2

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foto: Divulgação

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experimental, digital, 5’29”, mg, 2009

mostra foco série 2

Direção: Alex Londolfo Tentativas de discagem para captação do mundo.

ficção, 35mm, 15’, sp, 2009

Direção: Daniel Lentini

Direção: Thiago Ricarte Produtora: FAAP

Dia 13 de setembro de 2009. Arredores da Estrada Real. Minas Gerais.

Antônio, um trabalhador informal de beira de estrada, quebra a rotina de serviço para esperar a visita da filha.

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foto: Divulgação

foto: Divulgação

documentário, digital, 16’, rj, 2009

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mar

foto: Divulgação

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mostra foco série 3

documentário, digital, 12’, ce, 2009

curtas

Direção: Pedro Diogenes, Rubia Mercia, Rodrigo Capistrano, Claugeane Costa, Henrique Leão e Victor Furtado Produtora: Escola de Audiovisual de Fortaleza “Se uma imagem vale mais que mil palavras, essa vista custaria uma biblioteca inteira.”

Ficção, digital, 19’, CE, 2009 Direção: Ivo Lopes Araújo e Ricardo Pretti Produtora: Alumbramento

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cana

foto: Divulgação

Paris conhece Thaís.


foto: Divulgação

e n to is violundo a m e do m o film

Direção: Gilberto Scarpa Produtora: Ateliê 22, Abuzza Filmes, Kinosfera Filmes Raimundo, produtor de cinema fracassado, pede ajuda financeira ao amigo e produtor de sucesso J.C. para realizar seu próximo projeto. J.C. condiciona o apoio à mudança de estilo de Raimundo. Raimundo terá que fazer um filme visando o grande público e seguindo a cartilha do velho produtor: violência, sexo, não atores, favela e muitos tiros. Raimundo faz o que o produtor manda, mas um fato inesperado ameaça a conclusão do filme.

ficção, 35mm, 16’, ba, 2009 Direção: Marília Hughes e Cláudio Marques Produtora: Coisa de Cinema

mostra foco série 3

ficção, 35mm, 17’, mg, 2009

curtas

foto: Divulgação

Brinquedo de nego forro fugido é abrir roda para mostrar que tudo é caça e caçador.

nego

fugido

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curtas

ficção, digital, 20’, sp, 2009

ficcão, 35mm, 19’10”, rj, 2010

Direção: Roney Freitas Produtora: Cinematográfica Superflmes e Massa Real

Direção: Anita Rocha da Silveira

bol

Bia é uma adolescente como tantas outras: gosta de rock, handebol e sangue.

Laura e sua mãe passam as férias no litoral de São Paulo, numa casa de praia de classe média. O corpo pré-adolescente de Laura está mudando em descompasso com sua maturidade. Mas seu incômodo fica menor diante da situação das duas na casa.

experimental, digital, 2’30”, mg, 2009 Ficção, digital, 7’, sp, 2009

Direção: Cris Ventura Produtora: Coletivo da Imagem

Direção: Marcio Miranda Perez Produtora: Ludo Filmes

Mariana tem dez meses, um vestido branco e morangos. Sangrar para a mulher não é esvaecer-se, é necessário e vital. Um feminino férrico e simbólico que está ligado a mitos de fertilidade, virgindade e morte.

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Quando foi o seu primeiro contato com o universo masculino?

foto: Divulgação

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foto: Divulgação

foto: Divulgação

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foto: Divulgação

mostra foco série 4

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foto: Divulgação

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ficção, 35mm, 17’49”, pe, 2009

mostra foco série 4

Direção: Daniel Aragão Produtora: REC Produtores Associados Quem ama se isola das crueldades da vida.

ficção, 35mm, 15’, sp, 2009 ficção, digital, 10’, pe, 2009 Direção: Juliana Rojas e Marco Dutra Produtora: Filmes do Caixote

Direção: Daniel Bandeira Produção: Simio Filmes e April’s Fool

Numa casa de campo, a paciente e seu marido envolvem-se com a jovem psiquiatra. Os ruídos da floresta os cercam.

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foto: Divulgação

foto: Divulgação

Música tocando, coisas na caixa e ela a caminho. Tudo pronto para o fim.

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curtas

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foto: Divulgação

r e espe d o t r qua

mostra foco série 5

ficção, 35mm, 12’30”, rs, 2009

curtas

Direção: Bruno Carboni e Davi Pretto Produtora: Teccine - Famecos - PUC-RS e Tokyo Filmes Um jovem usando uma máscara de gás transita em uma cidade vazia e cinzenta.

documentário, 35mm, 16’55”, sp, 2009 Direção: Marcelo Caetano Produtora: PaleoTV e Marcelo Caetano

bailão

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foto: Divulgação

A memória de uma geração visitada por seus personagens. O cenário é o centro de uma grande cidade; o enredo, a urgência da vida. E o Bailão, o ponto de convergência dessas histórias.


foto: Divulgação

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frio

Direção: Kleber Mendonça Filho Produtora: CinemaScópio O Recife ficou frio.

documentário, 35mm, 19’, pe, 2009 Direção: Sérgio Oilveira e Petrônio Lorena Produtora: Aroma Filmes

mostra foco série 5

ficção, 35mm, 23’34”, pe, 2009

curtas

foto: Divulgação

Tô nem aí.

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experimental, digital, 16’20”, rj, 2009

Direção: Julia Zakia Produtora: Cinematográfica Superfilmes

Direção: Allan Ribeiro Produtora: 3 Moinhos Produções

Há lugares onde a arte tem que se tornar uma forma de combater a guerra.

“Ele dizia que o filme começava com uma câmera muito suave, com um zoom muito delicado, e avançava em busca de Barbot.”

foto: Divulgação

foto: Divulgação

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ficção, 35mm, 8’, sp, 2009

experimental, digital, 3’30”, mg, 2009 experimental, ficção, 13’52”, ce, 2009 Direção: Luisa Marques

Direção: João Toledo Produtora: Sorvete Filmes

Manassés era um violeiro solitário que teve uma filha e disse adeus.

Em meio ao caos, olhares, palavras, abortos.

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em de cin o i a s en

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foto: Divulgação

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foto: Divulgação

mostra foco série 6

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foto: Divulgação

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Direção: Rene Brasil Produtora: Rene Brasil e Cinepro Um casal acorda no dia 25 de dezembro. Ele está de ressaca e não lembra do que fez na ceia com a família dele. Ela está bem e o ajuda a se lembrar do que fez. Ele acha que estragou a festa, mas descobre, conforme se lembra, que havia contado suas experiências dos Natais da infância e de como era um tempo de amor e saudade. Ela relembra tudo isso com ele e percebe que para ela esse foi um Natal inesquecível.

ficção, 35mm, 18’, sp, 2009 ficção, 35mm, 8’, sp, 2010

Direção: Caetano Gotardo Produtora: Dezenove som e Imagens e Filmes do Caixote

Direção: Lara Lima Produtora: FAAP e Lira Cinematográfica

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curtas

Quando ele chega, ela sai.

foto: Divulgação

foto: Divulgação

Enquanto eu o olhava se afastar, por um momento tive a sensação de que sabia exatamente o que era ser ele – aquele menino, naquela situação.

mostra foco série 6

ficção, 35mm, 10’20”, sp, 2009

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mostra panorama

curtas

Um lugar para imagens fora do lugar por ana siqueira e Cássio Starling Carlos

Selecionar é verbo que sempre pressupõe o múltiplo, do qual se busca extrair o relevante em meio àquilo que, por alguma força, torna-se predominante. Quando a ação visa como resultado um festival do âmbito e repercussão da Mostra de Tiradentes, a tarefa ganha um contorno movente, efeito do foco do evento: a contemporaneidade. E estimula as escolhas a seguirem linhas móveis, provisórias, em processo, e evitar o atalho das fórmulas e dos clichês repaginados. Dentro desse campo aberto de possibilidades, não foram poucas as estratégias – estéticas, narrativas, temáticas – com que nos deparamos na escolha dos trabalhos aqui programados. Contudo, em vez de nos atermos exclusivamente a constantes ou reincidências temáticas e formais, também nos deixamos abordar e contaminar pelos paradoxos e por aproximações problemáticas dos realizadores frente a seus objetos. A escolha de lugares de representação da espera, por exemplo, enfatizou situações de inadequação e de deslocamento, ao funcionar como espaço para desencontros, como em Sobe, Sofia, de adiamentos de encontros, como em Obra-Prima, e de aproximações indiretas, como em Carreto. Ou se configurar, na desarticulação de um espaço, em um fora do lugar, como em Valparaíso.

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Em outros, é pelo efeito insólito do cruzamento de situação e lugar que documentários e ensaios se impuseram entre as escolhas, ao revelarem situações inusitadas como as ovelhas urbanas de Pastoreio, a perambulação hippie de EPOX, o espocar de luzes de Flash Happy Society, o equilíbrio instável em outro meio em 1976 e a inversão da ordem dos atos em Avaca e do lugar do filmado em Reverso. Também pode servir de palco de inversões completas de perspectiva provocadas pela deficiência ou pelo excesso de percepções, como demonstram de muitos modos os entrevistados de Dois Mundos. Já o desencontro é a marca da conjugação precária do eu com o outro que alavanca as ficções sobre relacionamentos, com frequência enfocadas sob o paradigma da desordem. Ela se encontra na crise do casal de “Princípio da Incerteza”, cuja apreensão aparece deslocada pelo afeto infantil, e ressurge no autoexame do par proposto em Pão dos Anjos, Urânia, Vigília do Amor e Pendular. Os efeitos da expectativa pelo outro reaparece cercada de obstáculos em Verão, Coração e Skate or Die, enquanto isolamentos culturais e geracionais bloqueiam os encontros, conduzem personagens ao confronto ou recaem insistentemente em estereótipos, como se vê em Ernesto no País do Futebol, A Distração de Ivan e What Do You

Think of Me?. São todos expressões do desconforto e da desorganização da comunicação, paradoxos de um tempo em que esta foi elevada ao patamar de única utopia. Inadequação é termo forte quando se trata de aproximações no tempo, com a memória recorrentemente deixando para trás a função de reconhecimento e reconciliação. As lembranças, quando ressurgem na forma de registros antigos, familiares, íntimos, são forçadas a se recriar no encontro com o presente, instante de passagem e de perda. É quando a memória se assume como falha ou como falsa. Dela se guardam traços sensórios, matéria de um efeito poético da dissipação buscado, por exemplo, em A Montanha Mágica. Ou se depara com rastros, como em Sobre Distâncias e Incômodos e Alguma Tristeza, quando é levada a um esforço de captura de intensidades. Ou ainda se reinterpreta o tempo vivido pelos outros, como nas imagens dos avós recuperadas e reinventadas em Olhos de Ressaca. Trata-se de memória ainda, mas já esvaziada da fidelidade e convertida em faculdade de fabulação, como atesta o depoimento do protagonista de Calça de Veludo.

mostra panorama

Em alguns trabalhos, o lugar serve para ajuntar personagens e provocar a irrupção de disparates, produzindo efeitos de humor como o chiste de Cheirosa, a saturação pelo absurdo de Zigurate e a subversão da expectativa de Pescaria de Merda.

curtas

Para tentar preservar a riqueza de variantes desse conjunto observada no processo de seleção, optamos por construir programas sem apartar os diferentes gêneros – documentários, ficções e ensaios –, lançando mão apenas de aproximações (ou estranhamentos) sugeridos pelos próprios filmes. Ana Siqueira Cassio Starling Carlos Curadoria Curtas – Mostra Panorama

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mostra panorama série 1

curtas

documentário, digital, 9’47”, ba, 2009

ficção, digital, 19’,RJ, 2010

Direção: Emanuela Yglesias Produtora: Draco Imagens

Direção: André Lavaquial

Na fazenda Acupe de Santo Amaro, um dos escravos se fantasiou com folhas de bananeira e máscara de papel para fugir alcançado seu intento. Vendo aquilo, a população da comunidade passou a se fantasiar também, dando origem a uma manifestação popular conhecida hoje como “Os caretas de Acupe”.

foto: Divulgação

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foto: Divulgação

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Raz é um menino que canta rap nas linhas de metrô do Rio de Janeiro. Após desmaiar ao ouvir toques rituais em um mercado popular, perde seu rádio e inicia assim uma jornada solitária, transitando entre a crueza do mundo real e a visão ilusória de uma criança.

documentário, digital, 8’, ce, 2009 Direção: Guto Parente Produtora: Alumbramento

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foto: Divulgação

Ficção científica baseada em fatos reais.


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ficção, 35mm, 19’45”, sp, 2009 Direção: Carlos Eduardo Nogueira Acima das nuvens, próximo dos céus, longe da terra. Uma alegoria cínica da sociedade de castas e da incomunicabilidade.

ficção, digital, 4’45”, mg, 2009 Direção: Carlos Segundo Produtora: Cass Filmes

mostra panorama série 1

foto: Divulgação

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foto: Divulgação

Um péssimo dia, um novo encontro, uma nova possibilidade.

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curtas

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ficção, digital, 15’39”, rj, 2009

experimental, digital, 7’,RJ, 2009

Direção: André Mielnik Produtora: PUC-RIO

Direção: Adélia Jeveaux

O espaço entre um “oi” e outro “oi”.

Um monólogo sobre a angústia de uma jovem por não conseguir dormir à noite, apenas de dia.

ficção, digital, 23’15”, sp, 2009 Direção: Andréa Midori Simão e Thiago Faelli Produtora: Ribossomo Entretenimento e Lacuna Filmes Conta a história de um encontro. Lipe se sente exatamente como parece estar escrito em seu exame médico: muito inexistente. Irma realiza uma busca de algo que nem ela sabe exatamente o que é.

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foto: Divulgação

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foto: Divulgação

mostra panorama série 2

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ficção, 35mm, 12’, ba, 2009 Direção: Cláudio Marques e Marília Hughes Produtora: Coisa de Cinema Uma história sobre os pequenos gestos.

ficção, 35mm, 13’, sp, 2009 Direção: Daniel Tonacci Produtora: Legato Audiovisual

foto: Divulgação

A importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós. Há que ser como acontece no amor. Justo pelo motivo da intimidade. A memória e a separação de dois amantes. Inspirado pela poesia de Manoel de Barros.

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mostra panorama série 2

foto: Divulgação

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mostra panorama série 3

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experimental, digital, 16’, sp, 2009

experimental, digital, 6’10”, PA, 2009

Direção: Kika Nocolela Produtora: Dilema Studio

Direção: Alberto Bitar

Durante uma residência artística na Finlândia, a artista brasileira Kika Nicolela convida pessoas locais a gravarem-na com uma câmera de vídeo e descrevê-la em finlandês. Invertendo os papéis de autor e objeto, este vídeo aborda questões como estereótipos culturais e identidade.

foto: Divulgação

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foto: Divulgação

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O deixar para trás de um sítio impregnado de lembranças, sonhos, desejos, segredos ditos em sussurros, revelados aos gritos ou outros que continuam segredos, o abandono de um lugar onde a coleção de determinados objetos faz sentido e onde a arrumação e a escolha destes, apesar de alguma alteração, guardam o gosto e a memória de pessoas que já não estão presentes – saíram da cena antes.

ficção, digital, 7’, mg, 2010 Direção: Ana Moravi e Dellani Lima Produtora: Madame Rrose Sélavy

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foto: Divulgação

- Comigo é calça de veludo, bunda de fora!


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documentário, 35mm, 20’, rj, 2009 Direção: Petra Costa Produtora: Aruac Produções Vera e Gabriel, um casal de idosos, divagam sobre sua própria história. Neste rememorar, imagens de arquivo familiar se confundem com imagens do presente, sugerindo um diário pessoal e onírico acerca do amor e da morte.

documentário, 35mm, 13’, ce, 2009 Direção: Petrus Cariry Produtora: Iluminura Filmes

foto: Divulgação

De tanto se divertir lá em cima, ele caiu, 15 metros, faltou ar! Quais são os limites entre a realidade e ficção? Eu gostaria de lembrar um pouco mais. Um filme sobre a infância.

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mostra panorama série 3

foto: Divulgação

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foto: Divulgação

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foto: Divulgação

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foto: Divulgação

mostra panorama série 4

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ficção, digital, 6’, rj, 2009

documentário, digital, 15’, rj, 2009

Direção: Pedro Faissol Produtora: Engenharia Filmes

Direção: Diego Hoefel Produtora: Entrefilmes

A audição vazada não aguenta os toques. Os pés, as pernas, as mãos em cera extasiados, já nada é o que posso. Os olhos vidrados que nada veem, olhos de Tirésias, o esbugalhado, este torpor.

Naquele dia, eles cantaram por Valparaíso.

ficção, digital, 9’, ce, 2010 Direção: Thiago Pedroso e Hiro Ishikawa Produtora: Filmes para bailar Um dia de sol, um dia de chuva.

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ficçao, 35mm, 13’44”, GO, 2009 Direção: Cauê Brandão A separação de um casal vista pela ótica do filho, um garoto que não consegue ainda compreender por completo o que está acontecendo.

Direção: Carlosmagno Rodrigues e Alonso Pafyeze

documentário, 35mm, 20’, pe, 2009

Três seres viventes são mantidos no fundo de uma piscina. Filme de imersão física e emocional, onde não há metafísica, não há sentimentos de espiritualidade, ou qualquer misticismo, apenas o torpor da condição de estar vivo e relutar.

Direção: Sergio Oliveira Produtora: Aroma Filmes

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Liberdade é um trampo.

foto: Divulgação

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experimental, digital, 3’, mg, 2009

mostra panorama série 4

foto: Divulgação

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foto: Divulgação

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documentário, digital, 15’11”, rj, 2009

documentário, digital, 10’57”, pr, 2009

Direção: Thereza Jessouroun Produtora: Kinofilmes

Direção: Arnaldo Belotto Produtora: Destilaria Produção Audiovisual

Para os surdos, existem dois mundos: o mundo do silêncio e o mundo sonoro. Este filme é sobre a experiência com o mundo sonoro dos surdos que transitam entre os dois mundos.

Um diário imagético dentro do Ceasa.

experimental, digital, 7’, mg, 2009 Direção: Davi Kolb Produtora: Segunda-Feira Filmes O mar tem jogado na praia pinguim, tartaruga gigante, cação, cachalote. Hoje: tem mulher nua.

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foto: Divulgação

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mostra panorama série 5

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Ficção, 35mm, 5’38”, MA, 2009 Direção: Francisco Colombo O que diferencia os indivíduos é a capacidade de realizar determinados atos. Filmado em plano sequência.

experimental, digital, 12’, sp, 2009 ficção, 16mm, 10’, pb, 2009 Direção: Gustavo Rosa de Moura Produtora: Duas Àguas

Direção: Arthur Lins e Ely Marques Produtora: Pigmento Cinematográfico

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Cachorros vagam solitários esperando a morte chegar.

foto: Divulgação

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Em um matadouro do interior do Brasil, dois homens habilidosos constroem uma vaca.

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curtas

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experimental, digital, 5’, rj, 2009

ficção, digital, 11’25”, rj, 2009

Direção: Felipe David Rodrigues, Oswaldo Martins e Alexandre Faria Produtora: Maria Gorda Filmes

Direção: Julia Murat Produtora: Taiga Filmes

Da janela de sua casa, um homem observa os astros.

Os dois personagens vivem igualmente em seu mundo particular; a satisfação e a contenção dos seus desejos e inseguranças está acima da capacidade de se entregarem um para o outro. Por mais que se amem, estão sós. Brigam e voltam para o mesmo lugar. A dor.

experimental, digital, 6’26”, go, 2009 Direção: Camila Leite Produtora: Andromeda Os olhos que tateiam as mágoas em um deserto de sal, é a reação de distúrbio ambíguo de endorfinas sem lacre occipital, assim, arde Jacquess Brel em uma mala de flores

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foto: Divulgação

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mostra panorama série 6

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experimental, digital, 5’, mg, 2009 Direção: Ana Moravi E à praia o meu olhar primeiro buscava ansioso o seu olhar. Mas há na vida sempre um dia de sonho se acabar, este me veio em que não via o seu veleiro regressar.

ficção, digital, 10’20”, es, 2009 documentário, 35mm, 21’, mg, 2009 Direção: Erly Vieira Jr. Produtora: Casa do Lago / Faketown Produções

Direção: Cristina Maure e Joana Oliveira Produtora: Vaca Amarela

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Em um ambiente muito seco, onde a água é escassa, mulheres vivem somente entre crianças e outras mulheres.

foto: Divulgação

foto: Divulgação

Os olhos que tateiam as mágoas em um deserto de sal, é a reação de distúrbio ambíguo de endorfinas sem lacre occipital, assim arde Jacques Brel em uma mala de flores.

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mostra panorama série 6

foto: Divulgação

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documentário, digital, 16’50”, pr, 2009

Documentário, mindv, 23’34”, rj, 2009

Direção: Alexandre R. Garcia Produtora: Pequenos Filmes / Faculdade de Artes do Paraná - CINETVPR

Direção: Isaac Chueke Produtora: Escape Filmes

A rotina do trabalho de Laudelino, pastor de ovelhas no Parque Barigui, em Curitiba, há quase 20 anos, em meio à região urbana e inúmeras pessoas que praticam esportes ou passam suas horas de lazer.

Um olhar irreverente sobre o esporte mais popular do mundo. O futebol visto através de torcidas arquirrivais em um estádio, jogadores de várzea, apreciadores e um jogador profissional com um único gol na carreira.

documentário, digital, 2’25”, ba, 2009 Direção: Fausto Junior Na festa de São João, em pleno forró, o Homem Doim fica doido por Emilha.

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mostra panorama série 7

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experimental, 35mm, 7’30”, sp, 2009 Direção: Leonardo Esteves Produtora: Filmes da Garotada Um filme rodado no carnaval, sem roteiro, sem claquete e sem fotômetro!

documentário, digital, 8’46”, sp, 2009 Direção: Coletivo Santa Madeira Produtora: Santa Madeira Filmes

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foto: Divulgação

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foto: Divulgação

Grupo de cineastas realiza pescaria no Rio Pinheiros, em São Paulo.

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experimental, digital, 2’15”, mg, 2009

Direção: Igor Amin Produtora: A Produtora Visual

Direção: Marcelo Braga e Eduardo Zunza Produtora: V!

Ela foi assassinada antes de se explodir (entre o céu e a terra).

“movimento de um mecanismo que após iniciado continua indefinidamente”

Ficção, digital, 6’16”, mg, 2009

Experimental, digital, 3’24”, mg, 2009

Direção: Walfried Amaral Weissmann

Direção: Alexandre Milagres

Homem que sofre de narcolepsia conta a uma equipe de documentário o seu dilema.

Uma linha que se divide, desviando o encontro dos trens na estação.

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foto: Divulgação

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experimental, digital, 3’, mg, 2009

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foto: Divulgação

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docuemntário, digital, 8’, mg, 2010

experimental, digital, 2’17”, mg, 2009

Direção: Gabriel Sanna Produtora: Eu morri em 1999

Direção: Sávio Leite Produtora: Leite Filmes

Fragmentos cotidianos de mulheres que passam o dia catando mariscos à beira da Baía de Todos os Santos.

Um biofilme resultado de uma simbiose complexa entre espécimes de bactérias e leveduras.

ficção, 35mm, 14’, mg, 2009 Direção: Cristiano Abud Produtora: Abuzza Filmes

documentário, 35mm, 22’, mg, 2009

Um assassino e sua vítima presos a um agoniante impasse, a uma interminável espera, a um jogo mortal. Em seus últimos momentos, só resta ao protagonista de Bala na Cabeça, Pedro, perder-se em suas reminiscências. As coisas não estão no espaço. As coisas estão é no tempo. A cada lembrança, uma mudança. Só resta a Pedro mais um minuto de vida. Mas ele sobrevive.

Direção: Marcos Pimentel

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foto: Divulgação

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Um dia qualquer, uma cidade comum. O horror e o sublime do urbano em constante transformação, numa era onde não há nada acabado, definitivo. Construção e destruição, sístole e diástole expressas na poética da pólis contemporânea.

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série cena mineira

foto: Divulgação

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curtas

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documentário, super8/16mm/video, 29’, br/eua, 1993

experimental, super8/16mm/video, 9’, br/can/eua, 1994

Direção: Karim Aïnouz

Direção: Karim Aïnouz

Karim entrevistas suas cinco tias, deliciosamente excêntricas, cobre visões do amor, família e casamento.

Uma trilogia sobre identidade sexual. Neste capítulo, um cearense foge do Brasil em um cargueiro de um avião e morre congelado.

foto: Divulgação

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documentário, super8/16mm/slides fotográficos, 26’, pe, 2004 Direção: Karim Aïnouz e Marcelo Gomes

co acríli na e d o i ã c sert azul pis

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foto: Divulgação

Uma viagem como filme; um filme como devaneio pelo sertão brasileiro. Lugares remotos revelam tradições e costumes de uma paisagem brasileira que é ao mesmo tempo primitiva e contemporânea, regional e globalizada.


foto: Divulgação

ouro

branc

o

ficção, digital, 22’, MG, 2009

Em 1591, a Inquisição portuguesa chega ao Brasil. Surpreendidos, os moradores da Capitania de Pernambuco são incitados a denunciar práticas domésticas e religiosas associadas ao judaísmo e elegem Branca Dias, senhora de engenho, e sua filha Beatriz, a “Alcorcovada”, como os principais alvos das delações.

Ficção, digital, 15’, rj, 2009

série especial

Direção: Elza Cataldo

curtas

Direção: Luiz Carlos Lacerda

ertig vida v

inosa

foto: Divulgação

foto: Divulgação

Enquanto se prepara para entrar em cena, uma atriz conta estórias pra outra de amor,ciúme e crime. Não sabemos se vividas ou inventadas por ela. Inspirado em contos de João do Rio.

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a h n i r t s o m a m e n i c e d 133


mostrinha de cinema LUZ, CÂMERA, AÇÃO! CINEMA PARA A NOVA GERAÇÃO. CINEMA PARA TODA FAMÍLIA Na plateia, a euforia, humor, animação. Na tela, a fantasia, narração e imaginação Na praça, a diversão.

mostrinha de cinema

O Pipoca agora tem a sua turma - a TURMA DO PIPOCA e apresenta os seus personagens o lanterninha Lúcio, a baleira Maria, o projecionista Juca e o Dudu – os guardiões do cinema o diretor Nando, a produtora Fefa, o ator Jorge, a atriz Lia e a Flor, assistente de produção e continuísta – os protagonistas do cinema. Eles vão interagir, divertir, informar, brincar e, claro, assistir a muitos filmes junto com você.

Fefa pipoca

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foto: Victor Schwanner

mostrinha de cinema

135


mostrinha de cinema

m uma nica e empo ô m a t d turma ventura no a

Animação, cor, 35mm, 84’, SP, 2008

Animação, cor, 35mm, 80’, RJ, 2006

Direção: Walbercy Ribas e Rafael Ribas Produção Executiva: Juliana Ribas Música: Ruriá Duprat Roteiro: Walbercy Ribas Direção de Animação: Rafael Ribas Direção de Arte e Fotografia: Rafael Ribas Produção: Start Anima Distribuição: Fox Filme do Brasil

Direção: Maurício de Sousa Codireção: André Passos, Clewerson Saremba e Rodrigo Gava Produtor: Diler Trindade Coprodutor: Wilson Borges Produtores Associados: Mônica S. e Souza e Bruno Bluwol Produtor Executivo: Telmo Maia Produtor Delegado: Geraldo Silva de Carvalho Roteiro: Didi Oliveira, Emerson Bernardo de Abreu e Flavio de Souza Argumento e Roteiro: Airon Barreto de Lacerda, Marcelo Barreto de Lacerda e Elizabeth Mendes Bentacour Sena Música: Marcio Araujo e Danilo Adriano Direção de Animação: Zé Brandão Direção de Arte: Silvio Ribeiro

É uma nova história do inspirado grilo azul que já havia encantado as famílias no primeiro filme. Agora, Grilo Feliz quer gravar um CD, mesmo desejo de um divertido grupo de rap formado por sapos, porém ambos se deparam com a vilã Trambika, que pirateia suas músicas e acaba por unir sapos e insetos numa inesperada aventura.

nando

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foto: Divulgação

foto: Divulgação

z e os o feli ntes l i r g o s giga i n s e to

Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali estão de volta no filme mais emocionante e engraçado de suas vidas! Nossos heróis precisam viajar numa máquina do tempo para recuperar os “Quatro Elementos da Natureza” e salvar o mundo do congelamento total. Muita aventura e confusão esperam a turminha nessa jornada. Seja enfrentando os perigos da préhistória com o Piteco, ou ajudando o Papa-Capim a salvar a floresta, seja lutando com o Astronauta contra piratas do futuro ou até mesmo encontrando suas versões baby no passado. O filme vem recheado de efeitos especiais e músicas superanimadas.


foto: Divulgação

foto: Llilan Aragão

di e a iro di lili e r r e o gu ninja

ério o mist nha m e a uri xux de fei

Ficção, cor, 35mm, 102’, RJ, 2008

Ficção, Cor, 35mm, 82’, RJ, 2009

Direção: Marcus Figueiredo Roteiro: Renato Aragão, Marcus Figueiredo e Guto Franco Direção de Ação: Dani Hu Produzido por Diler Trindade Produtores Associados: Paulo Aragão Produtor Executivo: Telmo Maia Produtor Delegado: Geraldo Silva de Carvalho Direção de Fotografia: Cezar Moraes, A.B.C. Direção de Arte: Paulo Flaksman Cenografia: Ana Schlee Figurino: Maria Diaz Música: Torcuato Mariano Som direto: José Moreau Louzeiro e Alaerson Nono Coelho Edição de Som: Maria Muricy e José Moreau Louzeiro Mixagem: Cláudio Valdetaro Montagem: João Paulo Carvalho, Natara Ney, Fernando Vicor e Sergio Marini Produção de Elenco: Cibele Santa Cruz Direção de Produção: Mariângela Furtado História Original: Renato Aragão Elenco: Renato Aragão, Livian Aragão, Vanessa Loes, Marcelo Novaes, Cadu Fávero, Daniele Suzuki, Werner Schunemann, João Vitor Silva, Rafael Ritto, Luan Assimos e Rodrigo Hilbert

Livremente baseado na obra literária de Pedro Bandeira Direção: Tizuka Yamasaki Roteiro: Claudio Lobato e Gabriela Amaral Produção Executiva: Eliana Soárez, Pedro Buarque de Hollanda e Ricardo Rangel Produtor Associado: Patrick Siaretta Produção: Xuxa Meneghel, Mônica Muniz e Luiz Cláudio Lopes Moreira Direção de Fotografia: André Horta Direção de Arte: Yurika Yamasaki Figurino: Marcelo Cavalcante Maquiagem: Martín Macías Trujillo Produção de Elenco: Cibele Santa Cruz Som Direto: Jorge Saldanha Edição de Som e Mixagem: José Louzeiro Música: Ary Sperling Montagem: Eduardo Hartung e Aruanã Cavalleiro Empresas Produtoras: Xuxa Produções, Conspiração Filmes, Moonshot Pictures, PlayArte Pictures e Globo Filmes Elenco: Xuxa Meneghel, Sasha Meneghel, Luciano Szafir, Angélica, Luciano Huck, , Antônio Pedro Borges, Paulo Gustavo, Zezé Motta, Fafy Siqueira, Daniele Valente, Lavínia Vlasak, Simone Soares, Samantha Schmütz, Daniela Dondo, Alexandra Richter, Ana Ribeiro, Bernardo Mesquita, Bruna Marquezine, Lesliana Pereira, Leandro Hassum,Andre Marques e Hebe Camargo

No inicio do século XX, Lili é a filha de um jovem oficial europeu convocado para a guerra. Um Mestre oriental é o responsável pela educação dela, principalmente na milenar arte que deu origem aos ninjas. O Mestre recebe uma carta comunicando o desaparecimento do pai de Lili na frente de batalha. Ele, então, manda Lili de volta para a Europa para ser criada por sua única parenta viva, Morgana, sua milionária tia materna. O Mestre resolve enviar um guardião para a menina e conta com um voluntário para a missão: Didi. Entretanto, o trapalhão tem uma forma peculiar de utilizar seu treinamento ninja, o que não raramente resulta em confusões.

O que acontece com as princesas e seus príncipes depois do “viveram felizes para sempre”? As princesas têm filhos, sogra, cunhadas. Os príncipes engordaram. Os casais têm conflitos matrimoniais, mas continuam felizes. Entretanto, prestes a completar bodas de prata, Cinderela, Rapunzel, Branca de Neve, Bela da Fera, Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho estão ameaçadas de desaparecer, depois que a princesa Feiurinha sumiu misteriosamente do mundo encantado e ninguém se lembra da história dela. Para salvar o reino e continuarem sendo felizes para sempre, elas embarcam numa aventura emocionante para encontrar Feiurinha.

mostrinha de cinema

dudu

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animação, digital, 9’40”, mg, 2009

Direção: Marão Produtora: Marão Filmes

Direção: Jackson Abacatu

Cotidiano de uma criança com bronquite.

as

foto: Divulgação

foto: Divulgação

animação, digital, 8’, rj, 2009

Um pardal, em um de seus voos libertos, encontra um periquito num local que nunca vira antes, com a presença de grades. Será que a vida ali é realmente o que ele queria ou vale a pena uma tentativa de fuga dos grilhões?

animação, digital, 2’48”, mg, 2009 Direção: Julia Nascimento e Felipe Kolb

de cinema

Um homem acorda preso em uma fantasia de joaninha e descobre estar dentro de uma casa composta de objetos pequenos como caixas de fósforos. Ele não consegue se adaptar ao formato retangular e cheio de quinas da maior parte dos objetos, já que seu novo corpo é grande, pesado e redondo.

maria

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libert

insect

us

foto: Divulgação

mostrinha

programa 1

r um ria se stro e u q u e mon


foto: Divulgação

pa í s to n o ernes o futebol d ficção, 35mm, 14’, sp, 2009

Em ano de Copa do Mundo, o que poderia ser pior para um garoto argentino do que morar no Brasil?

animação, digital, 12’, rj, 2009 Direção: Diogo Viegas Produtora: Rocambole Produções / Viegas Estúdio

programa 1

Direção: André Queiroz e Thaís Bologna Produtora: KM70 - Cultura, Arte e Comunicação

mostrinha de cinema

foto: Divulgação

Ao trocar seu burro por uma”macaxeira mágica”, Josué descobre que não são apenas feijões que podem nos proporcionar uma aventura fantástica

de e o pé ira é u s o e j macax jorge

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es a s c o re m m o s

foto: Divulgação

o quand animação, digital, 15’, sp, 2009

mostrinha

programa 2

Direção: Luciano Lagares Produtora: Openthedoor Artes Visuais Ltda. Laila percebe que as cores de suas pinturas se modificam quando ficam no escuro. Em busca de uma explicação, questiona seus pais, mas eles entendem que o problema da menina seria resolvido com uma visita ao oftalmologista. Após uma série de exames, o médico não detecta nenhum problema. O problema é resolvido com uma simples explicação feita por um cego. Ele sugere à menina que use a imaginação. ao ficar no escuro.

animação, digital, 3’35”, SP, 2009

de cinema

Direção: Camila Barbizan Kressin

v i s i ta Lúcio

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ntes

foto: Divulgação

Maria Molly é uma garotinha que tem um gato gordo e preguiçoso, o Gula. Em noite chuvosa, a menina, sem sono, resolve assustar seu gato. Durante esta brincadeira coisas estranhas começam a acontecer.


foto: Divulgação

ig e umb d a i r h i s tó

o

animação, 35mm, 10’, sp, 2009

Quando a pequena Milu descobre que terá de dividir seu reino particular com um irmãozinho, algo estranho acontece em sua barriga. História de Umbigo, uma fábula sobre ciúmes e afeição.

ficção, digital, 15’, sp, 2009 Direção: Ale McHaddo Produtora: 44 Toons

programa 2

Direção: Michelle Gabriel Produtora: Disca Filmes e 44 Toons

mostrinha de cinema

foto: Divulgação

Um grupo de crianças acampa no parque da cidade. Lorota diz que pode fazer contato com extraterrestres e, escondido, coloca sua máscara de ET. Enquanto isso, um alienígena de verdade aparece. Uma enorme confusão começa, cheia de perigos e aventuras.

rais s side gial o t a t le con do co antes Lia

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juvenil

encicl

opédia

ficção, digital, 8’50”, sp, 2009

ficção, digital, 14’21”, rs, 2009

Direção: Victor Ribeiro Produtora: Academia Internacional de Cinema

Direção: Bruno Gularte Barreto Produtora: Okna Produções Culturais

Em tempos de adolescência, Alexandre reencontra sua ex-namorada enquanto anda de skate pelas ruas de São Paulo, fazendo com que ele tenha de entender um jargão muito usado no universo do skatista: skate or die.

Alex é um menino tímido, franzino e de óculos grossos. Ele percebe o mundo através dos verbetes que formam os volumes de uma enciclopédia. Mas ele vai descobrir que nem todas as palavras de uma enciclopédia podem decifrar uma menina de 10 anos.

foto: Divulgação

or die

foto: Divulgação

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ficção, digital, 14’48”, rj, 2009 Direção: Vitor Leite Produtora: Ion Cine

mostrinha de cinema

flor

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foto: Divulgação

Bernardo é um aluno do primeiro ano com problemas auditivos. Emília é uma jovem talentosa que conseguiu publicar uma de suas histórias em quadrinhos. Os eventos catastróficos de 11/9 aproximam os dois de uma forma inesperada.”


foto: Divulgação

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ção distra

n d e i va

ficção, 35mm, 15’, rj, 2009

Ivan é um menino de 11 anos. Ele vive com a avó no subúrbio do Rio de Janeiro. Em meio ao seu cotidiano de brincadeiras e brigas com os amigos, ele irá amadurecer.

ficção, 35mm, 15’, sp, 2009 Direção: Luís Eduardo Amaral e Pedro Morelli Produtora: Universidade de São Paulo

juvenil

Direção: Cavi Borges e Gustavo Melol Produtora: Cavideo Produções

mostrinha de cinema

foto: Divulgação

Caio deve beijar o máximo de garotas em frente dos amigos. Carol tem medo de ficar sozinha. Na busca pela aprovação e pertencimento, eles sentem como é difícil superar as pressões e expectativas do grupo quando se é adolescente.

ite ma no u s i a m juca

143


144


o i r รก n i m e s 145


13º seminário do cinema brasileiro ideias e perspectivas debate

DIÁLOGOS DO AUDIOVISUAL

O percurso de Karim Aïnouz

Encontro Nacional do FÓRUM DOS FESTIVAIS realizadores de Eventos Audiovisuais Brasileiros

Convidados Felipe Bragança – cineasta - RJ Hermila Guedes – atriz – PE Karim Aïnouz – cineasta - CE Lázaro Ramos – ator - RJ Marcelo Gomes - cineasta - PE

Elaboração do documento - Carta de Tiradentes - 2010

Mediador: Cleber Eduardo – crítico de cinema - SP seminário

146

Coordenador: Antônio Leal – Diretor do Fórum dos Festivais


DIÁLOGOS DO AUDIOVISUAL

debate

ENCONTRO DA ABPA – Associação Brasileira de Preservação Audiovisual

O OLHAR sobre O CINEMA BRASILEIRO

-Institucionalização da ABPA: função social, definição do campo de atuação, elaboração do estatuto -Planejamento de articulações e estratégias institucionais -Sugestões de pauta para a programação do Encontro Nacional de Acervos e Arquivos Audiovisuais para a 5ª CineOP - Mostra de Cinema Ouro Preto

Este debate pretende refletir sobre a imagem do cinema brasileiro na Europa e quais as expectativas eles têm em relação ao cinema produzido no Brasil. Conta com a participação de importantes curadores de festivais franceses que enfocam o cinema latino-americano e marcam presença na Mostra Tiradentes para conhecer a ampla produção brasileira e compartilhar com os seus realizadores e produtores as expectativas e possíveis co-

Elaboração do documento - Carta de Tiradentes - 2010

laborações para ajudar a difundir essa produção no circuito de festivais franceses e europeus.

Membros da comissão executiva Rafael de Luna - coordenador da ABPA - RJ Beatriz Kushnir - diretora Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro - RJ Fernanda Elisa - pesquisadora do Acervo Fílmico e Fotográfico do Núcleo de Documentação Audiovisual/ Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia – Universidade Católica de Goiás – GO Ronaldo dos Anjos - analista técnico em gestão cultural – MIS - SC João de Lima - coordenador do Núcleo de Documentação – Universidade Federal da Paraíba - PB Alexandre Pimenta - coordenador de acervo do Crav - MG Yuri Queiroz Gomes - assessoria parlamentar – Ancine - DF

seminário

Convidados Fabien GAFFEZ, membro da comissão de seleção da Semaine de la Critique – Festival de Cannes – França Rachel MONTEIRO, consultora internacional do programa Cinema do Brasil - SP Sylvie DEBS, curadora do Festival Rencontres Cinémas d’Amérique Latine de Toulouse – França Mediador: Leonardo Mecchi –crítico de cinema - SP

147


DIÁLOGOS DO AUDIOVISUAL

DEBATE

ENCONTRO DA ABD NACIONAL

POLÍTICAS PÚBLICAS DE FOMENTO DA SECRETARIA DO AUDIOVISUAL / SAV – Ministério da Cultura

-Planejamento e definição de agenda para 2010 -Estratégias e articulações para o Encontro Nacional sobre comercialização e distribuição do curta-metragem planejado para março de 2010 no Mato Grosso do Sul

Apresentação das Diretrizes e Políticas dos programas de apoio à

Elaboração do documento - Carta de Tiradentes - 2010

seminário

148

Coordenação Daniela Fernandes – diretora de comunicação e presidente da Associação Curta Minas – MG Solange Lima – presidente da ABD Nacional - BA

produção e difusão do audiovisual Lançamento dos editais 2010 para o segmento audiovisual

Participantes Adilson Ruiz – diretor de Programas e Projetos da SAV – DF Ana Paula Santana – chefe de Gabinete da SAV - DF Silvio Da-Rin – secretário do Audiovisual – MinC - DF


debate

debate

A ESTÉTICA DO PROCESSO: OS FILMES POR TRÁS DOS FILMES

PARADOXOS DO CONTEMPORÂNEO

A mesa terá como foco os filmes cuja abordagem recai sobre seus

O debate abordará as características mais marcantes da produ-

próprios processos de realização. Nos documentários ou nas fic-

ção atual, de modo a não reduzi-la ao senso comum que a divide

ções, em filmes com direitos a repetições de cenas na filmagem

em comédias de costumes centradas em casais de classe média

ou em filmagens ao vivo e simultâneas à exibição, essa dinâmica

e elite, dramas sociais que mostram a violência como espetácu-

retoma os processos de reflexividade do cinema moderno dos

lo, e documentários sobre personagens incomuns e espetacula-

anos 60-70, que procuravam desconstruir o ilusionismo das

res. Em pauta, uma pergunta: como os filmes brasileiros recentes

operações cinematográficas, mas nessa nova configuração tal-

lidam com seu momento histórico?

vez haja novas intenções e novos efeitos na exposição de parte dos bastidores da realização.

Convidados Carlos Alberto Mattos – crítico de cinema - RJ Cezar Migliorin – crítico de cinema - RJ Pedro Butcher – crítico de cinema - RJ

Convidados Daniel Caetano – professor UFF - RJ Inácio Araújo – jornalista e crítico de cinema - SP José Carlos Avellar – crítico de cinema - RJ

seminário

Mediador: Cleber Eduardo – crítico de cinema – SP

Mediador: Cristian Borges – professor USP - SP

149


currículos Carlos Alberto Mattos - rj

cinema na revista Época, colaborador da revista Sinopse (Cinusp)

Jornalista, crítico de cinema e escritor. Autor de livros sobre os ci-

e da revista Bravo, além de crítico da revista eletrônica Contra-

neastas Walter Lima Jr., Eduardo Coutinho, Carla Camurati, Jorge

campo. Foi curador de mostras no Rio, em Brasília e em São Pau-

Bodanzky, Maurice Capovilla e Vladimir Carvalho. Foi coordenador

lo. É curador da Mostra de Cinema de Tiradentes. No cinema, é

de cinema do CCBB-Rio e presidente da Associação de Críticos de

diretor, com Ilana Feldman, do curta Almas Passantes, de 2008,

Cinema (RJ). Criou o DocBlog (extinto). É subeditor do site www.

e Rosa e Benjamin, de 2009.

criticos.com.bre e autor do blog www.carmattos.wordpress.com.

cristian borges - sp

seminário

Cezar Migliorin - rj

Professor do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Uni-

Professor, realizador e ensaísta concentrado no cinema e no au-

versidade de São Paulo. Cineasta formado pela UFF, onde também

diovisual. Nos últimos anos teve seus trabalhos em vídeo apre-

foi professor e doutor em Cinema e Audiovisual pela Universidade

sentados em mostras na Tate Modern (Londres), Centre George

de Paris III (França); codirigiu por vários anos o Festival Brasileiro

Pompidou (Paris) e Museu Patio Herreriano (Espanha). Possui

de Cinema Universitário (RJ) e foi cocurador das mostras Agnès

diversos artigos publicados em livros e revistas e é colaborador

Varda - O Movimento Perpétuo do Olhar (2006), Alain Resnais - A

da revista Cinética. Membro do Programa de Pós-Graduação em

Revolução Discreta da Memória (2008) e Novo Cinema Indepen-

Comunicação da Universidade Federal Fluminense e professor do

dente Alemão: Uma Outra Política do Olhar (2009).

Departamento de Cinema e Vídeo. Doutor em Comunicação e Cinema (Eco-UFRJ / Sorbonne Nouvelle, Paris III).

daniel caetano - rj Professor do curso de Produção Cultural no polo de Rio das Os-

Cleber Eduardo - sp

150

tras da UFF. Realizou os filmes Conceição - Autor Bom é Autor

É um dos fundadores e redatores da revista Cinética. Formado

Morto (produção, codireção e roteiro), O Mundo de um Filme (câ-

em Comunicação e Ciências Sociais, é mestrando em Ciências da

mera, produção e codireção) e Contadores de Causos (direção).

Comunicação na USP, com projeto sobre documentários de per-

Foi diretor da peça de teatro A + Forte, baseada num texto de

sonagens únicos, e professor de Teoria do Audiovisual e Roteiro

Strindberg. É colaborador da revista Cinética. Assinou a curado-

no curso de bacharelado em Comunicação Audiovisual do Cen-

ria de diversas mostras de cinema, como a Homenagem a Mario

tro Universitário Senac. Foi crítico de cinema dos jornais Folha

Carneiro, realizada em abril e maio de 2007 nos CCBBs do Rio de

da Tarde (SP) e Diário Popular (SP), editor assistente e crítico de

Janeiro e de São Paulo.


Fabien Gaffez - frança

Hermila Guedes - pe

É membro do comitê de seleção de longas-metragens da Semai-

Atriz, atuou no cinema em diversos longas e curtas como O Pe-

ne de la Critique, do Festival de Cannes, que seleciona primeiros e

dido, de Adelina Pontual; Assombrações do Recife Velho; A Velha

segundos longas de cineastas. Alem de trabalhar para a Semai-

Branca e o Bode Vermelho, O Homem da Mata; Cinema, Aspirinas

ne, escreve também para a revista de cinema Positif, na França,

e Urubus, de Marcelo Gomes; Copo de Leite, de William Cubits;

além de ser um do selecionadores do Festival de Amiens, onde,

Entre Paredes, de Eric Laurence; O Céu de Suely, de Karim Aïnouz,

há mais de 15 anos, organiza a seleção dos projetos que concor-

onde recebeu vários prêmios de melhor atriz; além de Deserto

rem ao Fonds d’Aide au Développement du Scénario” ( Fundo de

Feliz e Baixio das Bestas, de Cláudio Assis. No teatro, atuou em A

Ajuda ao Desenvolvimento de Roteiros). É professor do Deptº de

Duquesa dos Cajus, de João Ferreira; Noite Feliz e Paixão de Cris-

Cinema da Universidade de Picardie Jules Vernes e um dos mais

to, de Carlos Reis e Lúcio Lombard, entre outros. Na TV, participou

atuantes incentivadores do Groupe de Réflexion sur l’Acteur de

do especial Por Toda Minha Vida, da novela Ciranda de Pedra e da

Cinéma (Grupo de Reflexão de Cinema de Ator). Gaffez também é

série Força Tarefa, todos da Rede Globo.

autor de livros como Orson Welles (2005), Sous le soleil de la Nikkatsu (2007), L‘actors studio: une révolucion stylistique? (2009)

inácio Araújo - sp

e Johnny Depp, le singe et la statue (2010).

É jornalista, crítico de cinema do jornal Folha de S. Paulo, autor dos livros Hitchcock, o mestre do medo e Cinema, o mundo em

felipe bragança - rj

movimento. Escritor, autor do romance Casa de meninas (Prêmio

Cineasta, produtor, roteirista, 29 anos, entre 2003 e 2006 dirigiu três

APCA de autor revelação, 1987, em 2ª ed. pela Imprensa Oficial do

curtas-metragens premiados exibidos em mais de 50 festivais de ci-

Estado/SP), do romance juvenil Uma chance na vida e de Coisas

nema no Brasil e no exterior, foi diretor assistente e roteirista de O

celestes (contos, inédito). Técnico cinematográfico entre os anos

Céu de Suely e roteirista de No meu Lugar, Alice (HBO) e de outros

1970 e 1980, foi montador, roteirista e assistente de direção e

longas em pré-produção. Um dos fundadores da revista Cinética, da

montagem em diversas produções. Escreveu, montou e dirigiu

qual hoje é colaborador, Felipe hoje se dedica, junto com Marina Me-

Aula de Sanfona, episódio do filme As Safadas (1982). No mo-

liande, à montagem de seu primeiro longa-metragem 35mm, A Ale-

mento, o crítico Juliano Tosi prepara uma coletânea de seus tex-

gria, premiado pelo Programa Petrobras cultural 2007 e com previsão

tos sobre cinema com o título Cinema de boca em boca, mesmo

de estreia em 2010; à finalização do projeto coletivo Desassossego, do

título do blog mantém no portal UOL.

seminário

qual é idealizador, coordenador e um dos diretores envolvidos entre nomes como Karim Ainouz; e à circulação por mostras e festivais do

José Carlos Avellar - rj

longa-metragem digital de guerrilha A Fuga da Mulher Gorila - melhor

Crítico de cinema, autor entre outros livros de O chão da pala-

filme pelo Júri da Crítica e pelo Júri Jovem em Tiradentes (2009) e es-

vra, cinema e literatura no Brasil (editora Rocco, Rio de Janeiro),

treado internacionalmente na Filmmakers of the Present Competition

A ponte clandestina, teorias de cinema na América Latina (editora

do Festival del Film Locarno (2009). Em 2009, escreveu ainda o roteiro

34, São Paulo) e Glauber Rocha (Editorial Arcadia, Madrid). Atu-

do próximo filme de Karim Ainouz, Praia do Futuro (em captação), do

almente é curador de cinema do Instituto Moreia Salles. Uma

qual deve ser também diretor assistente.

seleção de textos encontra-se em www.escrevercinema.com

151


Karim Aïnouz - ce

Cafundó, Cidade Baixa, O Cobrador, Ó Paí Ó e Saneamento Bási-

Nasceu em Fortaleza, Ceará. Formou-se em Arquitetura pela

co. Desde 2006 apresenta e dirige o programa Espelho, exibido

Universidade de Brasília e fez mestrado em Teoria do Cinema

pelo Canal Brasil. O programa, que entrevista personalidades da

pela Universidade de Nova York. Realizou vários curtas-metra-

cena artística brasileira e investiga assuntos que permeiam o co-

gens e documentários, entre eles O Preso (1991), Seams (1993),

tidiano do País, exibirá em 2010 sua 5ª temporada.

Paixão Nacional (1994) e Hic Habitat Felicitas (1996), que foram exibidos em inúmeros festivais internacionais. Seu primeiro

Leonardo Mecchi - sp

longa-metragem, Madame Satã, foi selecionado para a mostra

É crítico de cinema e produtor. Editor da revista Cinética [www.

Un Certain Regard do Festival de Cinema de Cannes em 2002 e

revistacinetica.com.br], foi selecionado em 2007 para o Berlina-

recebeu mais de 40 prêmios em festivais nacionais e interna-

le Talent Campus, programa anual do Festival Internacional de

cionais. O Céu de Suely, seu segundo longa-metragem, foi se-

Cinema de Berlim. Como produtor, atua no desenvolvimento e

lecionado para o Festival de Veneza em 2006 e recebeu o Grand

na produção de projetos de curtas e longas-metragens – entre

Coral - First Prize no Festival de Havana e o prêmio de Melhor

eles À Margem do Lixo e Quebradeiras, de Evaldo Mocarzel; Rosa

Filme no Festival Internacional do Rio de Janeiro, entre outros

e Benjamin, de Cléber Eduardo e Ilana Feldman; e Onde Andará

50 prêmios. Em 2004 foi recipiente da prestigiosa bolsa Berliner

Dulce Veiga?, de Guilherme de Almeida Prado – além de mostras

Künstler Program do DAAD – German Academic Exchange Ser-

e festivais dedicados ao cinema brasileiro. Idealizou e produziu

vice. Aïnouz acaba de finalizar a série Alice para o canal HBO, em

também o ciclo de debates em mídia eletrônica Estéticas da Bio-

parceria com Sergio Machado, e atualmente prepara seu próxi-

política - Audiovisual, Política e Novas Tecnologias, contemplado

mo longa-metragem, Praia do Futuro.

pelo MinC através do programa Cultura e Pensamento. É colaborador das Mostras de Cinema de Tiradentes, Ouro Preto e Belo

seminário

Lázaro Ramos - rj

Horizonte.

Nascido em Salvador, tem como formação cursos avulsos de tea-

152

tro, dança e canto, além de nove anos como integrante do Bando

Marcelo Gomes - pe

de Teatro Olodum. Como ator do Bando de Teatro Olodum, parti-

O primeiro contato de Marcelo Gomes com o cinema foi através

cipou de vários espetáculos. No ano 2000, através de um convite

do cineclube que ele criou em Recife. Em seguida, recebeu uma

do diretor João Falcão, entrou para o elenco do espetáculo A Má-

bolsa para estudar cinema na Universidade de Bristol, Inglaterra.

quina, que se tornou um enorme sucesso de público e crítica na-

Após dois anos de estudos, voltou ao Brasil e fundou a produ-

cional. A partir de sua atuação brilhante nesse espetáculo, o ator

tora Parabólica Brasil, onde realizou curtas e vídeos em parceria

teve sua carreira alavancada, recebendo convites para trabalhar

com Adelina Pontual e Cláudio Assis. Seu primeiro roteiro para

em projetos ligados a cinema, TV e publicidade, entre outros. No

cinemas, o curta Maracatu, Maracatus, foi premiado em vários

cinema, desde sua estreia participou de mais de 15 filmes. Como

festivais, entre eles, Melhor Filme no Festival de Brasília. Em se-

protagonista de Madame Satã, um marco no cinema nacional,

guida filmou Clandestina Felicidade, também premiado como

alcançou o estrelato, sendo premiado no mundo inteiro por sua

melhor curta segundo a crítica no Festival de Gramado. Além

interpretação. Entre os filmes nos quais atuou, podemos desta-

disso, Gomes dirigiu diversos documentários para TV. Colaborou

car: O Homem que Copiava, Carandiru, Meu Tio Matou um Cara,

para o roteiro de Madame Satã, de Karim Aïnouz. E dirigiu tam-


bém, em parceria com Aïnouz, a videoinstalação Ah! Se a Vida

Mendes Jr. do Brasil e produzidos na Europa entre 1981 e 1983. É

Fosse Sempre Assim, para a 26ª Bienal de São Paulo, em 2004.

responsável pelo Setor Cultural da Embrafilme, em Paris – 1984.

Recentemente, Gomes desenvolveu o roteiro dos filmes Deserto

Na volta ao Brasil, assinou a direção de cerca de 270 filmes pu-

Feliz, de Paulo Caldas, e A Casa de Alice, de Chico Teixeira. Ambos

blicitários para as agências Salles–DMBB, DM-9, Adag, Almap,

estrearam na mostra Panorama do Festival de Berlim/2007. Seu

Guimarães e Associados, Norton, entre 1986 e 1995. É roteirista

longa-metragem Cinema, Aspirinas e Urubus foi premiado na

de obras audiovisuais para a Fundação Roberto Marinho, TV dos

mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes 2005, além de

Trabalhadores, a Fundação Crocevia (Itália) e Senac. Desde de

Melhor Filme da 29ª Mostra Internacional de São Paulo e Melhor

2006 é consultora internacional do Programa Cinema do Brasil,

Filme de 2005 pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Seu

um programa de internacionalização do cinema brasileiro, que

segundo longa-metragem, Viajo Porque Preciso, Volto Porque te

tem como parceiros a Apex – Brasil, SAV - MinC, Ancine e Minis-

Amo, dirigido em parceria com Karim Aïnouz, estreou no Festival

tério das Relações Exteriores.

de Veneza 2009 e, recentemente, foi vencedor dos prêmios de Melhor Direção e Melhor Fotografia no Festival Internacional de

Sylvie Debs - mg

Cinema do Rio de Janeiro, além de ser premiado nos festivais de

Adida de Cooperação e Ação Cultural na Embaixada da França no Brasil

cinema de Havana, Cuba e Santa Maria da Feira, em Portugal.

e doutora em Literatura Geral e Comparada pela Universidade de Toulouse, Sylvie Debs participa dos festivais (como jurada), acompanha

Pedro Butcher - rj

filmagens, colabora com revistas e participa de seminários e even-

Formado em Jornalismo pela Escola de Comunicação da UFRJ,

tos culturais. Publicou livros e artigos sobre cultura popular, cordel,

com passagens pelo Jornal do Brasil e O Globo. É autor dos livros

literatura e cinema brasileiros, e assume curadorias de festivais de

Abril despedaçado – história de um filme (Companhia das Letras,

cinema brasileiro. Na Universidade Robert Schuman de Strasbourg le-

2001), Cinema: desenvolvimento e mercado (BNDES/Aeroplano,

cionou teoria da comunicação. No Brasil, publicou Patativa do Assaré

2003) e Cinema brasileiro hoje, da coleção Folha Explica (Publi-

(Editora Hedra, 2000) e Cinema e literatura no Brasil. Os mitos do

folha, 2005). Atualmente edita o website Filme B, especializado

sertão: emergência de uma identidade nacional (Editora Interarte,

no mercado cinematográfico brasileiro, e é colaborador do jor-

2007).

seminário

nal Folha de S. Paulo. Em março de 2006, concluiu mestrado na Escola de Comunicação da UFRJ, sob orientação da professora Consuelo Lins.

Rachel Monteiro - rj Cursou Comunicações e História na Universidade de São Paulo (USP), no Institut des Hautes Études Marc Ferro (Paris/França) e Cinéma Direct com Jean Rouch, na Sorbonne, em Paris. Foi curadora, na Cinemateca Francesa, de uma série de Panoramas e Mostras de autores do cinema brasileiro, em Paris, durante os anos de 1982 a 1985. Dirigiu documentários realizados para a

153


encontro com a crítica, o diretor e o público filme

convidado

viajo porque preciso volto porque te amo

Cléber Eduardo – SP

cabeça a prêmio

Daniel Schenker - RJ

os inquilinos natimorto terras estrada para ythaca

João Luiz Vieira - RJ Ricardo Calil - SP Eduardo Valente - RJ João Carlos Sampaio - BA

debates de filmes

um lugar ao sol

Luiz Joaquim – PE

mulher à tarde

Ataídes Braga - MG

belair a falta que nos move

154

Inácio Araújo - SP Cezar Migliorin - RJ

esperando telê

Rafael Ciccarini - MG

pacific

Sérgio Alpendre - SP

corpos celestes

Rodrigo Fonseca - RJ


Ataídes Braga

tro Universitário Senac. Foi crítico de cinema dos jornais Folha

Graduado em História pela Ufop (Universidade Federal de Ouro Pre-

da Tarde (SP) e Diário Popular (SP), editor assistente e crítico de

to) e mestre em Cinema pela UFMG (Universidade Federal de Minas

cinema na revista Época, colaborador da revista Sinopse (Cinusp)

Gerais). Poeta, ator, roteirista, produtor, professor e pesquisador

e da revista Bravo, além de crítico da revista eletrônica Contra-

de cinema. Crítico e comentarista de cinema em jornais, rádios e

campo. Foi curador de mostras no Rio, em Brasília e em São Pau-

TVs. Professor de Análise Fílmica da Universidade Una. Membro do

lo. É curador da Mostra de Cinema de Tiradentes. No cinema, é

Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro e autor dos livros O

diretor, com Ilana Feldman, do curta Almas Passantes, de 2008,

fim das coisas - salas de cinemas de Belo Horizonte (Crav/Secre-

e Rosa e Benjamin, de 2009.

taria Municipal)b e Fragmentos de versos (editora Plurarts).

Daniel Schenker Wajnberg - rj Cezar Migliorin - rj

Jornalista, formado pela Faculdade da Cidade e doutorando em

Professor, realizador e ensaísta concentrado no cinema e no au-

Teatro na UniRio. Trabalha, atualmente, como colaborador do

diovisual. Nos últimos anos teve seus trabalhos em vídeo apre-

Jornal do Brasil e do Jornal do Commercio nas áreas de cinema

sentados em mostras na Tate Modern (Londres), Centre George

e teatro e como crítico de teatro da revista Isto É/Gente. Escre-

Pompidou (Paris) e Museu Patio Herreriano (Espanha). Possui

ve também para o site www.criticos.com.br, destinado à crítica

diversos artigos publicados em livros e revistas e é colaborador

de cinema. É professor de Teoria do Teatro da Casa das Artes de

da revista Cinética. Membro do Programa de Pós-Graduação em

Laranjeiras (CAL). Integrou os júris da Fipresci dos festivais de Fri-

Comunicação da Universidade Federal Fluminense e professor do

bourg, Miami, Rio de Janeiro e Montreal.

debates de filmes

Departamento de Cinema e Vídeo. Doutor em Comunicação e Cinema (Eco-UFRJ / Sorbonne Nouvelle, Paris III).

Eduardo Valente - rj Formou-se em Cinema pela UFF (Niterói/RJ). Seus três curtas se-

Cleber Eduardo - sp

guintes, Um Sol Alaranjado (2002), Castanho (2003) e O Monstro

É um dos fundadores e redatores da revista Cinética. Formado

(2005) foram exibidos no Festival de Cannes, em diferentes se-

em Comunicação e Ciências Sociais, é mestrando em Ciências da

ções. No meu Lugar (2009), sua estreia em longas-metragens,

Comunicação na USP, com projeto sobre documentários de per-

teve sua primeira exibição pública em Tiradentes e também foi

sonagens únicos, e professor de Teoria do Audiovisual e Roteiro

exibido em Cannes e vários festivais pelo mundo. Além de rea-

no curso de bacharelado em Comunicação Audiovisual do Cen-

lizador, é editor da revista de crítica de cinema Cinética. (www.

155


revistacinetica.com.br), curador e organizador de mostras e fes-

versidade Federal Fluminense. Pesquisador, ensaísta e crítico, é

tivais de cinema; e dá cursos e oficinas de crítica, roteiro, direção

autor de, entre outros, Cinema Novo & beyond (NY, MoMA, 1998) e

e linguagem de cinema.

Câmera-faca: o cinema de Sérgio Bianchi (Portugal, Santa Maria da Feira, 2004).

inácio Araújo - sp

debates de filmes

É jornalista, crítico de cinema do jornal Folha de S. Paulo, autor

Luiz Joaquim - pe

dos livros Hitchcock, o mestre do medo e Cinema, o mundo

Jornalista graduado pela Universidade Católica de Pernambuco

em movimento. Escritor, autor do romance Casa de meninas

em 2000, tendo antes, em 1998, participado da instauração

(Prêmio APCA de autor revelação, 1987, em 2ª ed. pela Im-

e da administração do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco

prensa Oficial do Estado/SP), do romance juvenil Uma chance

(Fundaj). Em 2000, ingressou na editoria de cultura do Jornal

na vida e de Coisas celestes (contos, inédito). Técnico cinema-

do Commercio (Recife). No ano seguinte, retornou à Fundaj

tográfico entre os anos 1970 e 1980, foi montador, roteirista

como coordenador e programador do Cinema da Fundação.

e assistente de direção e montagem em diversas produções.

Em 2004 foi convidado a ocupar a posição de crítico de ci-

Escreveu, montou e dirigiu Aula de Sanfona, episódio do filme

nema do jornal Folha de Pernambuco. Ainda em 2004 defen-

As Safadas (1982). No momento, o crítico Juliano Tosi prepa-

de dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação

ra uma coletânea de seus textos sobre cinema com o título

do Departamento de Comunicação Social da Universidade

Cinema de boca em boca, mesmo título do blog mantém no

Federal de Pernambuco sobre a crítica cinematográfica feita

portal UOL.

no Brasil. Em 2006 passa integrar o corpo docente do curso de pós-graduação em Estudos Cinematográficos, na Uni-

João Carlos Sampaio - ba

versidade Católica de Pernambuco, e em 2007 lançou o site

Jornalista e crítico de cinema. Pesquisador que atua na análise fíl-

http://www.cinemaescrito.com.

mica há mais de 15 anos, escrevendo para jornais, revistas e sites, além de trabalhar para programas de televisão e rádio. Colabora

Rafael Ciccarini - mg

com projetos de difusão do cinema brasileiro, incluindo atividades

Professor e crítico de cinema. Mestre e doutorando em Artes -

cineclubistas e como consultor de programação. Integrou júris dos

Cinema, pela UFMG, graduado em História pela UFMG. Professor

mais importantes eventos de cinema do País, atuando ainda na

de História do Cinema Brasileiro na Pós-Graduação do IEC/PUC

seleção de obras e como curador de festivais de cinema.

Minas, professor das disciplinas: Ética e Legislação Cinematográfica e Distribuição e Exibição Cinematográfica na UNA, e também

João Luiz Vieira - rj

professor de História do Cinema, Cinema Brasileiro e Crítica Cine-

Doutor em Estudos Cinematográficos pela New York University

matográfica da Escola Livre de Cinema - MG. É também editor da

(1984), é professor associado do Departamento de Cinema e Ví-

revista eletrônica Filmes Polvo.

deo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Uni-

156


Ricardo Calil - sp Crítico de cinema da Folha de S. Paulo, diretor de redação da revista Trip e titular do blog Olha Só, no portal IG. Dirigiu, ao lado de Renato Terra, o documentário Uma Noite em 67, com estreia prevista para 2010. Trabalhou como crítico no site NoMínimo, na revista Bravo e nos jornais Gazeta Mercantil e Jornal da Tarde, entre outros.

Rodrigo Fonseca - RJ jornalista e produtor editorial, é repórter e crítico de cinema do jornal O Globo. Um dos editores do blog Cinema Curto, sobre mercado publicitário, e professor da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. É autor dos livros Meu compadre cinema - sonhos, saudades e sucessos de Nelson Pereira dos Santos e 5 + 5 - os melhores filmes brasileiros em bilheteria e crítica, escrito em parceria com Luiz Carlos Merten e Carlos Diegues.

Sérgio Alpendre - sp Crítico de cinema e jornalista. É redator da Contracampo desde 2000. Fundou e editou a revista Paisà, publicação impressa bimestral sobre

debates de filmes

cinema, de 2005 a 2008. É colaborador da Folha de S. Paulo, do UOL Cinema, do Cineclick, da Movie, do Poeira Zine, da Zingu, e do Cinequanon. Já colaborou com o Caderno Mais (Folha de S. Paulo) e com a revista Bravo. Mantém os blogs: http://chiphazard.zip.net (sobre cinema) e www.melomania.blogspot.com (sobre música). Ministra oficinas de crítica de cinema em Aracaju, pelo Brasil e elaborou o curso Panorama do Cinema Japonês, realizado em 2008 e 2009. Já ministrou cursos sobre Fassbinder, Abel Ferrara e o Seminário de Cinema Contemporâneo, em Londrina. Foi curador da Retrospectiva do Cinema Paulista e editou o catálogo pertencente à mostra. Como jornalista, realiza coberturas de diversos festivais de cinema (no Amazonas, em Atibaia, São Paulo, Rio de Janeiro, Tiradentes, Ouro Preto, Belo Horizonte, Cuiabá, Fortaleza e Salva dor).

157


158


s a n i c i of 159


FORMAÇÃO . QUALIFICAÇÃO . RECICLAGEM. ESTÍMULO. FOMENTO O PÚBLICO COMO CIDADÃO DO FAZER CINEMATOGRÁFICO. oficinas

A Mostra de Cinema de Tiradentes mantém a tradição e o compromisso de dar atenção especial à formação no segmento audiovisual – questão fundamental para o fomento da indústria cinematográfica. Desde a primeira edição, o evento promove gratuitamente oficinas de cultura e cinema ao público interessado em reciclar conteúdos pertinentes ao fazer cinematográfico e adquirir experiência nesta atividade. São 12 oficinas e 310 vagas que pretendem aproximar o público do fazer cinematográfico, aprimorar profissionais ligados ao segmento audiovisual e, também, despertar e estimular novos talentos e futuros profissionais que terão contato, pela primeira vez, com a sétima arte.

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REALIZAÇÃO EM CURTA DOCUMENTAL

ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO E CONTINUIDADE

Instrutor: Luiz Carlos Lacerda - RJ Período: 23.01 a 30.01.2010 (sábado a sábado) Horário: 10 às 13 horas e 15 às 18 horas Nº de vagas: 35 participantes Carga horária: 48 horas/aula Faixa etária: acima de 21 anos

Instrutor: Eduardo Aguilar - SP Período: 27.01 a 30.01.2010 (quarta a sábado) Horário: 13 às 18 horas Nº de vagas: 25 participantes Carga horária: 20 horas/aula Faixa etária: acima de 18 anos

FORMATAÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS

PRODUÇÃO AUDIOVISUAL EM NOVAS MÍDIAS

Instrutora: Izadora Fernandes -MG Período: 23.01 e 27.01.2010 (sábado a quarta) Horário: 9h30 às 13h30 horas Número de vagas: 30 participantes Carga horária: 20 horas/aula Faixa etária: acima de 18 anos

Instrutores: Igor Amin Ataídes e Vinícius Cabral - MG Período: 23.01 a 27.01.2010 (sábado a quarta) Horário: 10 às 12h30 e 14 às 16h30 horas Nº de vagas: 20 participantes Carga horária: 25 horas/aula Faixa etária: 16 a 24 anos

DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

DIREÇÃO DE ARTE, CENOGRAFIA E FIGURINOS NA ÁREA do CINEMA

Instrutor: Alziro Barbosa - SP Período: 25.01 a 27.01.2010 (segunda a quarta) Horário: 13 às 19 horas Nº de vagas: 25 participantes Carga horária: 18 horas/aula Faixa etária: acima de 18 anos

Instrutor: Luiz Fernando Pereira (LF) - SP Período: 28.01 a 30.01.2010 (quinta a sábado) Horário: 10 às 13h e de 14 às 18 horas Nº de vagas: 30 participantes Carga horária: 21 horas/aula Faixa etária: acima de 18 anos

oficinas

PRÁTICA DO DOCUMENTÁRIO Instrutor: Jorge Bodanzky - SP Período: 27.01 a 29.01.2010 (quarta a sexta) Horário: 14 às 18 horas Nº de vagas: 25 participantes Carga horária: 12 horas/aula Faixa etária: acima de 18 anos

161


oficinas

ANIMATRECOS

OFICINA DE ARTES PLÁSTICAS: PINTURA E CINEMA

Instrutor: Henrique Morais Kopke - RJ Período: 25.01 a 29.01.2010 (segunda a sexta) Horário: 13h30 às 17h30 horas Nº de vagas: 25 participantes Carga horária: 20 horas/aula Faixa etária: 14 a 18 anos

Instrutora: Daniella Penna - MG Período: 25.01 a 29.01.2010 (segunda a sexta) Horário: 14 às 17 horas Nº de vagas: 25 participantes Carga horária: 15 horas/aula Faixa etária: 11 a 14 anos

oficina por trás da câmera

BRINQUEDOS ÓTICOS

Instrutoras: Ana Paula Nunes e Anna Rosaura - RJ Período: 25.01 a 29.01.2010 (segunda a sexta) Horário: 13 às 18 horas Nº de vagas: 25 participantes Carga horária: 25 horas/aula Faixa etária: 14 a 20 anos

Instrutora: Bete Bullara - RJ Período: 29.01.2010 (sexta) Horário: 13h30 às 17h30 horas Nº de vagas: 20 participantes Carga horária: 4 horas/aula Faixa etária: 7 a 11 anos

FOTOGRAFIA STILL Instrutora: Bete Bullara - RJ Período: 25.01 a 28.01.2010 (segunda a quinta) Horário: 13h30 às 17h30 horas Nº de vagas: 25 participantes Carga horária: 16 horas/aula Faixa etária: 12 a 20 anos

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currículos ALZIRO BARBOSA - SP

ANA PAULA NUNES - RJ

Mestre em Direção de Fotografia pelo VGIK - Instituto Estatal de

Ana Paula Nunes tem graduação e mestrado em Comunicação/

Cinema de Moscou. Assinou a direção de fotografia dos longas:

Cinema pela UFF. Atualmente, é professora assistente do curso

Mistéryos, dirigido por Beto Carminatti e Pedro Merege; JK - Uma

de Cinema da UFRB.

pela Noite para Voar, dirigido por Zelito Viana; Serras da Desordem, de Andrea Tonacci; No Meio da Rua, dirigido por Antonio

ANNA ROSAURA - RJ

Carlos da Fontoura; Gatão de Meia Idade, de Antonio Carlos da

Rosaura Trancoso é licenciada em Educação Artística e bacha-

Fontoura, entre outros longas, curtas, documentários e comer-

rel em Comunicação Visual pela PUC/RJ e pós-graduada em Arte

ciais. Principais prêmios: Melhor Fotografia Longa-Metragem

Terapia pela Ucam/RJ. Formada em Vídeo na Fundição Progresso

com o filme Mistéryos, no festival de Recife (2009); Melhor Fo-

e Didata em Biodanza. Atualmente é professora substituta de Ci-

tografia Brasileira, concedido pela Assoc. Brasileira de Cinemato-

nema e Dança no curso de Dança da EEFD/ UFRJ.

oficinas

grafia (ABC), na categoria Curta-Metragem, para o filme A Cauda do Dinossauro (2008); Melhor Fotografia Longa-Metragem, Fest.

BETE BULLARA - RJ

Gramado, para o filme Serras da Desordem (2007); Melhor Foto-

Formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense,

grafia Brasileira, concedido pela Assoc. Brasileira de Cinemato-

jornalista e fotógrafa. Faz parte da equipe do Cineduc desde

grafia (ABC), na categoria Curta-Metragem, para o filme O Misté-

1975, onde participa de cursos e oficinas para professores,

rio da Japonesa (2006); Melhor Fotografia Brasileira, concedido

crianças e adolescentes, mesas-redondas e palestras no Bra-

pela Assoc. Brasileira de Cinematografia (ABC), na categoria cur-

sil e no exterior, além do preparo de material didático, tanto

ta-metragem, para o filme A Ira (2005); Melhor Fotografia para o

teórico como de exercícios. A partir de 1974 trabalhou como

filme Eternamente, na Mostras de Curtas Mercosul (2004).

repórter fotográfica, tendo atuado para jornais e revistas de circulação nacional, além de empresas como a Petrobras. Para a Embrafilme, formou agentes culturais para a área de

163


cinema em vários estados; para a Funarte, criou núcleos de

bém desenvolveu projetos de encenação junto ao coletivo Núcleo

cineclubismo em universidades federais. Trabalhou em todos

de Direção 2008 ELT - Escola Livre de Teatro de Santo André.

os municípios do Rio de Janeiro, exibindo cinema na praça e em escolas municipais e estaduais. Durante oito anos, foi

HENRIQUE MORAIS KOPKE - RJ

professora de Cinema no curso de Educação Artística da Fa-

Bacharel em Cinema de Animação pela Escola de Belas Artes da

culdade do Centro Educacional de Niterói. Teve experiências

UFMG. Atuou como assistente de produção do curta-metragem

também como roteirista, produtora e assistente de direção

Rua da Amargura, de Rafael Conde, e no longa-metragem Vinho

na TV Educativa, como produtora e assistente de direção em

de Rosas, de Elza Cataldo. Animador da microssérie Hoje é Dia de

curtas-metragens e vídeos. Coautora do livro Cinema: uma

Maria, na Rede Globo, monitor do Estúdio Aberto de Animação

janela mágica, junto com Marialva Monteiro.

no Festival Anima Mundi. Professor de animação, tendo ministrado cursos nas cidades de Fortaleza (CE), Macapá (AP), Itajaí e

DANIELA PENNA - MG

Florianópolis (SC), Petrolina e Recife (PE), Campina Grande e João

Pós-graduada em Artes Plásticas e Contemporaneidade pela

Pessoa (PB), Brasília (DF), Xanxerê e Concórdia (SC) Belém, Ana-

Universidade Estadual de Minas Gerais (Escola Guignard).

nindeua e Castanhal (PA), Arapiraca (AL). Ministrou a Oficina de

Artista plástica e professora com formação profissional em

Animação na 11ª Mostra de Tiradentes. É diretor de animação e

dança e artes cênicas, atua nas áreas de preparação corpo-

possui filmes voltados para novas mídias.

ral e artes plásticas com grupos de teatro, artistas e escolas

oficinas

pedagógicas. Trabalhou no 1º Ato, no Grupo Corpo, no Teatro

IGOR AMIN ATAÍDES - MG

Universitário (UFMG), no Galpão Cine Horto, no Balleteatro

Igor Amin é publicitário, artista multimídia e produtor de conteú-

Minas, entre outros. Desenvolve pesquisas e participa de ex-

dos para Web. É sócio-diretor da Produtora Audiovisual, respon-

posições. Artista selecionada pelo projeto Rumos Itaú Cultural

sável pela gestão de projetos autorais. Viabiliza estudos e negó-

2001/2003.

cios em novas mídias e novos formatos. É coordenador do projeto Cineclube Móvel – Audiovisual, Educação e Novas Tecnologias.

EDUARDO AGUILAR - SP

Suas produções audiovisuais são focadas em questões como uti-

Cineasta e professor, Eduardo Aguilar ministra cursos livres por

lização de tecnologias de baixo custo, cinema expandido, distri-

todo o Brasil no campo do audiovisual. Atua na área desde o iní-

buição alternativa em meios virtuais, live image e blogosfera. Faz

cio da década de 80, tendo trabalhado como assistente de dire-

parte do Instituto Visão Futuro Belo Horizonte.

ção para cineastas como Alfredo Sternheim, Walter Hugo Khouri e

164

Carlos Reichenbach. Produziu e dirigiu diversos curtas, entre eles:

IZADORA FERNANDES - MG

Puta Solidão (2000), premiado pela ABCV como melhor ficção no

Izadora Fernandes é produtora cultural e professora. Ministra cur-

VII Fest. Nacional de Vídeo de Salvador – Imagem em 5 Minutos, e

sos de formatação de projetos culturais na área de extensão para o

Interf@ce (2002), premiado como melhor videoclipe no Videofes-

Centro Universitário UNA de Belo Horizonte e para gestores cultu-

tival de São Carlos – 2002. Atualmente realiza pesquisas investi-

rais no interior do País, através do Ministério da Cultura. Elaborou

gando o diálogo entre as dramaturgias audiovisual e teatral. Tam-

projetos de leis de incentivo para diversos grupos e empresas, entre


eles: Grupo Galpão, Zikzira Teatro Físico, Prefeitura Municipal de Ja-

LUIZ CARLOS LACERDA - RJ

naúba e TV Cultura da Paraíba. Foi produtora de diversos filmes de

Iniciou sua carreira de cinema como assistente de direção do ci-

curta-metragem e documentários (O Caminho do Homem, A Hora

neasta Nelson Pereira dos Santos. É diretor e roteirista de mais

do Primeiro Tiro, Igreja Revolucionária dos Corações Amargura-

de 20 curtas-metragens. Diretor e roteirista dos longas: Mãos

dos, Cinema Instantâneo, entre outros). Prepara-se atualmente

Vazias (1972), O Príncipe do Prazer (1978), Leila Diniz (1987), For

para produzir seu primeiro documentário, intitulado Gorutubanos,

All (1998) e Viva Sapato (2002). É professor da Escola Internacio-

sobre uma comunidade remanescente de quilombo no norte de

nal de Cinema de Cuba. Ministra cursos na Universidade de São

Minas Gerais. É curadora do prêmio de cinema do Sesc/Sated de

Carlos, Universidade Federal de Santa Catarina e Secretaria de

Minas Gerais. Atuou também como atriz, seu último trabalho foi o

Cultura de Niterói. Foi produtor executivo de mais de 15 longas-

longa-metragem Mutum, da diretora Sandra Kogut.

metragens e de novelas da TV Globo.

JORGE BODANZKY - SP

LUIZ FERNANDO PEREIRA “lf” - SP

Jorge Bodanzky nasceu em São Paulo, em 1942. É formado em Ci-

Profissional atuante na área de direção de arte no cinema, na

nema pela Escola de Design de Ulm, na Alemanha, e iniciou sua

publicidade, na televisão e no teatro há 30 anos; premiado em

carreira como fotógrafo, atuando em diversos órgãos da Imprensa,

festivais de cinema nacional com trabalhos de longa-metragem;

entre eles a revista Realidade e o Jornal da Tarde. Sua estreia como

professor mestre pela ECA-USP, atualmente membro docente

diretor de cinema e sua ligação com a Amazônia aconteceram na

nos cursos de Cinema, Audiovisual e Rádio e TV nas Universida-

década de 70, com Iracema - Uma Transa Amazônica, que de-

des: Metodista de SBC; Centro Universitário Senac/SP e na Uni-

nunciava a devastação da floresta e o modelo equivocado de ocu-

versidade Anhembi Morumbi.

pação. Este documentário ficcional, um dos filmes brasileiros mais premiados da década em festivais nacionais e internacionais, abriu

VINÍCIUS CABRAL - MG

caminho para uma sólida carreira, que inclui mais de 10 longas-

Vinícius Cabral é publicitário, produtor independente e curador.

metragens e dezenas de documentários para as TVs brasileira,

É diretor de mais de 10 vídeos autorais e criador de uma série

alemã, francesa e italiana, como diretor, fotógrafo e produtor. Sua

em processo cujo tema são as novas possibilidades semiológi-

passagem para a Internet se deu a partir de um CD-Rom sobre a

cas da imagem digital (www.nemsooqueandaemovel.com). Foi

Amazônia, encomendado pelo governo brasileiro para ser apre-

premiado na categoria Ousadia e Risco com seu curta Vídeo Ter-

sentado aos integrantes da reunião do G-7, na Alemanha, em 1997.

rorismo no FLÔ 2007 – Festival do Livre Olhar – É sócio-diretor

Além disso, realizou vários outros trabalhos nesta área, como os

da Produtora Audiovisual, responsável pela direção de conteúdos

CD-ROMs para a Rio Filme sobre o cinema brasileiro dos Anos 60

audiovisuais.

oficinas

e para o Arquivo Nacional sobre o Rio 500 anos (O Rio de Janeiro no século XVI), além de sites para o Ibama. Unesco, Governo do Amapá e Parque Nacional do Itatiaia. Atualmente, é coordenador dos projetos Navegar Amazônia e TV Navegar.

165


166


TE R A 167


arte O BRASIL NAS TELAS, NAS RUAS, NAS PRAÇAS E NO PALCO DA SÉTIMA ARTE ARTE PARA VER, SENTIR, OUVIR, VIVER, APLAUDIR ARTE PARA EMOCIONAR, CONSTRUIR, ABRAÇAR ARTE NO ROSTO, NA VOZ, NO PULSO, NA VEZ DE QUEM FAZ ARTE POR TODA PARTE CINEMA MÚSICA LITERATURA CIRCO TEATRO CORTEJO FOTOGRAFIA PERFORMANCE ARTES PLÁSTICAS SHOWS EXPOSIÇÕES

arte

A CULTURA BRASILEIRA NO SUOR, NA GARRA, NO TALENTO, NA GENIALIDADE DE NOSSOS REALIZADORES E ARTISTAS. A MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES ACREDITA QUE AO LADO DA MAIS RELEVANTE PRODUÇÃO AUDIOVISUAL BRASILEIRA DEVEM ESTAR TODAS AS OUTRAS MANIFESTAÇÕES DA ARTE QUE, SOMADAS, DÃO FORMA À SÉTIMA ARTE. ESTA CONJUGAÇÃO DE FONTES, GESTOS, EXPRESSÕES, INTERVENÇÕES CELEBRAM A IDENTIDADE DE UM POVO.

168


arte jo da

foto: Leonardo Lara

corte

Manifestação que marca o encerramento da programação de oficinas da Mostra, apresentando os produtos realizados pelos alunos, que percorrem as ruas tricentenárias de Tiradentes até o auditório do Centro Cultural Yves Alves, seguido da entrega de certificados no Cine-Teatro.

Um contagiante e tradicional passeio musical promovido desde a primeira edição da Mostra que percorre as ruas tricentenárias de Tiradentes com a regência e animação de bandas, grupos e artistas convidados rumo à praça principal da cidade para comemoar os 307 anos de fundação do Arraial de São José Del Rey e os 292 anos de sua elevação à categoria de cidade, que mais tarde ganhou o nome de Tiradentes. Nesta edição, o cortejo sedia o movimento e Campanha pela Preservação e Tombamento da Serra São José – patrimônio singular que emoldura a cidade de Tiradentes.

arte

foto: Leonardo Lara

Participações: BANDA RAMALHO GRUPO ENTRE & VISTA PELO TOMBAMENTO DA SERRA DE SÃO JOSÉ HOZANAN CONCEIÇÃO BANDA CHUPINHA TRUPE CIRCO PERSONAGENS TURMA DO PIPOCA ARTISTAS E GRUPOS CONVIDADOS

C ORTEJO

F I C INAS DAS O

169


KARIM AÏNOUZ É DIRETOR DE FILMES EMBLEMÁTICOS, DA NOVA CINEMATOGRAFIA BRASILEIRA. SEU PRIMEIRO LONGA-METRAGEM,

O

UE TE AM O PORQ, UF, 2009 O, VOLT 75’ O, COR, PRECISAÏN OUZ_FICÇÃ PORQUE E KARIM ES VIAJO MA RCELO GOM

MADAME SATÃ, ESTREOU NO FESTIVAL DE CANNES 2002, UN CERTAIN REGARD.

DIREÇÃO:

O CÉU DE SUELY, SEU SEGUNDO LONGA, ESTREOU NO FESTIVAL DE VENEZA, ORIZZONTI, 2006. SUAS INSTALAÇÕES FORAM EXIBIDAS NA BIENAL DO WHITNEY MUSEUM OF AMERICAN ART (1997) E NA BIENAL DE SÃO PAULO (2004). NASCIDO NO CEARÁ, DE ASCENDÊNCIA ARGELINA, FRANCO-BRASILEIRO DE NACIONALIDADE, QUINZE ANOS DE VIVÊNCIA NOS EUA, UMA MISTURA DE TRADIÇÕES CULTURAIS DIVERSAS, KARIM ESTUDOU ARQUITETURA,

O CINEASTA TEMATIZA O PRÓPRIO DESLOCAMENTO

MAS SUA GRANDE PAIXÃO É A PINTURA. DEPOIS VEIO, A FOTOGRAFIA E, EM SEQUÊNCIA, O CINEMA.

EM VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO,

COMEÇOU A FAZER CINEMA COM VONTADE DE MUDAR O MUNDO.

REALIZADO EM PARCERIA COM O PERNAMBUCANO MARCELO GOMES. RECENTEMENTE CONCLUIU ALICE,

E SATÃ MADAM

DIREÇÃO:

O, COR,

OUZ_FICÇÃ

KARIM AÏN

’, 2002

35MM, 105

SÉRIE DE TELEVISÃO PARA HBO LATIN AMERICA E A CINEMATOGRAFIA DE KARIM AÏNOUZ REVELA IDENTIDADE, MODERNIDADE, MOVIMENTO. HISTÓRIAS DE

TRABALHA ATUALMENTE NO SEU PRÓXIMO LONGA,

PERSONAGENS FORTES, POESIA, MÚSICA, VITALIDADE, DESEJOS E CONFLITOS – A FORÇA QUE SURGE DAS

PRAIA DO FUTURO – UMA CO-PRODUÇÃO BRASIL-

ENTRANHAS PARA AS TELAS E, EM DESLOCAMENTO, CONQUISTA ESPAÇOS, GANHA O MUNDO.

ALEMANHA.

KARIM COLOCA-SE ASSIM À FRENTE DE UMA ATUALIDADE CINEMATOGRÁFICA EM CONSTANTE MUTAÇÃO. SUA BUSCA PELO AFETO E NOVOS DESAFIOS MOVEM SUA VIDA.

exposição arte

contemporâneo em movimento Inspirada no conceito desta edição da Mostra Tiradentes, a exposição Contemporâneo em Movimento é uma instalação em painéis fotográficos que visam interagir, informar e enaltecer o homenageado, a temática central e a programação de filmes Local: Galeria de Arte do Centro Cultural Yves Alves

170

O CÉ

ELY U DE SU

DIREÇÃO:

O, COR,

OUZ_FICÇÃ

KARIM AÏN

35MM, 88

MIN, CE,

2006


lounge digital

Foto ilustrativa

Durante toda Mostra, o público poderá conhecer o Oi Futuro, o seu Programa de Patrocínios, Oi Kabum!, e os seus Espaços Culturais e, ainda, assistir aos curtas premiados da edição Cel.U.Cine 2009, festival que apresenta a possibilidade de se utilizar a mídia celular para porudção e ampla difusão de conteúdos brasileiros criativos.

Foto ilustrativa

cabine petrobras

arte

Participe da promoção Bandeira Viva – um jeito simples de conhecer os sonhos de cada brasileiro e vislumbrar o que o nosso país deseja para o futuro. Na cabine Petrobras você pode conhecer e participar desta bandeira!

171


roda arte

GRUPO: TRUPE CIRCO

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v i va

foto: Victor Schwanner

teatro de rua É O PRIMEIRO ESPETÁCULO DA TRUPE CIRCO, FORMADA POR PALHAÇOS, MALABARISTAS, MÁGICO E BONEQUEIRO. NESTA RODA OS ARTISTAS APRESENTARÃO NÚMEROS CIRCENSES QUE FARÃO A ALEGRIA DA GAROTADA. O ESPETÁCULO É INSPIRADO NOS ARTISTAS CIRCENSES DE RUA, QUE SE APRESENTAVAM EM FEIRAS, PRAÇAS E ESPAÇOS PÚBLICOS MUITO ANTES DO CIRCO DE LONA SURGIR. A DRAMATURGIA DO ESPETÁCULO É SEMI-ABERTA, COM ESPAÇO PARA IMPROVISAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DO PÚBLICO. SOB A REGÊNCIA DO PALHAÇO POPÓ, A TRUPE FAZ DE TUDO PARA DIVERTIR, ENCANTAR E GARANTIR BOAS RISADAS. DIREÇÃO E PRODUÇÃO: PAULO SÉRGIO PIRES ELENCO: PALHAÇO POPÓ CIA. CIRCUNSTÂNCIA MÁGICO RUBADEL PALHAÇO POLIKA RAFARAFA MALABARES


INTERVENÇ

C ENSES Õ ES C IR

Grupo: Companhia de Inventos

Grupo: Trupe Circo

é um espetáculo que a Companhia de Inventos apresenta desde sua fundação. São quadros independentes que exploram temas diversos de caráter cômico, que se desenvolvem através do movimento e do ritmo das marionetes. Inventando e recriando situações do dia a dia, brincadeiras de infância, lembranças e sonhos ou algo fantástico e inusitado, a Companhia de Inventos cria seus espetáculos. À medida que novos quadros são criados, o espetáculo vai se renovando, o que possibilita a abordagem de novos temas e faz de “Marionetes a Fio” um espetáculo para todas as idades.

Antes de cada sessão da Mostrinha, a Trupe Circo, formada pelos palhaços Popó e Alegria, recepcionam a garotada, proporcionando momentos de descontração e brincadeiras. Os palhaços apresentam números circenses variados, interagindo e buscando a participação do público.

foto: Victor Schwanner

fio tes a

foto: Divulgação

ne mario

arte

173


arte

LÍVIA LUCAS Diretamente de terras espanholas, a moça emplaca o CD Canto de Casa (2008) recheado de canções inéditas, assinadas por compositores de ponta no cenário musical nacional.

174

foto: Divulgação

foto: Divulgação

shows

PEDRO MORAIS Pedro Morais chega ao novo disco com grandes parcerias e sinais evidentes de maturidade. Sob o Sol, seu segundo CD, fruto de um longo processo de depuração e uma intensa vivência no meio artístico.


foto: Bruno Magalhães

foto: Divulgação

foto: Divulgação

TÚLIO MOURÃO CONVIDA LEO GANDELMAN No show, especialmente formulado para a 13a. Mostra de Cinema de Tiradentes, os compositores e instrumentistas compartilham com o público suas trajetórias e experiências com o universo audiovisual.

RENATA VANUCCI Vencedora da última edição do concurso BDMG Cultural Cantoras Daqui. Inspirada pela interpretação de grandes cantoras de musicais, unindo de Cole Porter a Noel Rosa.

arte

MARINA MACHADO Conhecida por sua parceria e andanças com um dos ícones da música brasileira, a cantora mineira apresenta seu terceiro CD, Tempo Quente. A gravação marca a estreia do selo Nascimento Music, de propriedade de Milton Nascimento, com distribuição da EMI.

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foto: Carlos França

foto: Divulgação

foto: Divulgação

arte

MONTE PASCOAL O grupo reinventa com bastante competência importantes clássicos da MPB e interpreta com personalidade peças do repertório erudito e autores brasileiros contemporâneos. O quarteto aproxima com sabedoria os universos das músicas erudita e popular e o resultado é uma música criativa e de grande qualidade.

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RICARDO NAZAR HOMENAGEM A CHICO BUARQUE Cantor, compositor e ator, Ricardo Nazar traz em seu espetáculo uma retrospectiva desse genial compositor da MPB, contando e cantando sua trajetória musical, vida e obra.

MARKU RIBAS Cantor, compositor, multi-instrumentista, ator, Marku é o pioneiro nas fusões sonoras, um dos pais do samba-rock que transita com maestria pelo soul, samba, black, jazz, funk, reisado, batuque e por uma infnidade de sonoridades africanas. Apresenta uma obra diversificada e universal que encantou parceiros em todo o mundo, dos Rolling Stones a João Donato.


foto: Divulgação

foto: Divulgação

arte

DJ JANOT Foi escolhido pela Revista Época o melhor dj do rio em 2009. Com dois cds em sua carreira, participou da abertura do show dos Rolling Stones no Brasil e foi uma das principais atrações do Réveillon 2010 de Copacabana. Costuma se apresentar nas principais casas noturnas cariocas e em eventos no exterior, como o Brazilian Day, em Nova York, a Expo 2008, em Zaragoza, e o Carnaval de Lisboa.

DJ ROGER MOORE A música dos anos 70 no repertório de um dos DJs mais badalados da noite mineira inaugura a programação de shows do evento, revisitando sucessos nacionais e internacionais da década.

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programação

23 Janeiro SÁBADO Longa Mostrinha de cinema _______________ 11h Local: Cine-Tenda

22 Janeiro SEXTA

O GUERREIRO DIDI E A NINJA LILI Ficção, Cor, 35mm, 102’, RJ, 2008 Direção: Marcus Figueiredo

Abertura Oficial ______________________ 21h

Elenco: Renato Aragão, Livian Aragão, Vanessa Loes,

Local: Cine-Tenda

Marcelo Novaes, Cadu Favero, Daniele Suzuki, Werner Schunemann, João Vitor Silva, Rafael Ritto, Luan Assimos

Homenagem ao cineasta KARIM AÏNOUZ Filme de Abertura - Pré-Estreia Nacional

e Rodrigo Hilbert.

12h às SEMINÁRIO DEBATE ______________________ 13h30 Local: Cine-Teatro

VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO

programação

Ficção, digital, 75’, RE/SP, 2009

TEMA: O PERCURSO DE KARIM AÏNOUZ

Direção: Marcelo Gomes e Karim Aïnouz

Convidados:

Elenco: Irandhir Santos

• Karim Aïnouz – Cineasta - CE • Marcelo Gomes – Cineasta - PE

ARTE ________________________________ 0h30 Local: Tenda Bar Show

• Felipe Bragança – Cineasta - RJ • Hermila Guedes – Atriz - PE • Lázaro Ramos – Ator - RJ

SHOW Canto de Casa

Mediador: Cleber Eduardo – Crítico de cinema - SP

LIVIA LUCAS

curtas Mostrinha de cinema ______________ Local: Cine-Tenda

série Mostrinha – curtas para nova geração Eu Queria Ser um Monstro, de Marão animação, 8min, RJ, 2009 Libertas, de Jackson Abacatu animação, 9min40, MG, 2009

178

15h


Insectus, de Julia Nascimento e Felipe Kolb

Curtas _________________________________ 16h30

animação, 2min48, MG, 2009

Local: Cine-Tenda

Josué e o Pé de Macaxeira, de Diogo Viegas animação, 12min, RJ, 2009

Série 1 – Mostra Panorama

Ernesto no País do Futebol, de André Queiroz e

Cidade dos Mascarados, de Emanuela Yglesias

Thaís Bologna

documentário, 9min47, BA, 2009

ficção, 14min, SP, 2009

Raz, de André Lavaquial ficção, 19min, RJ, 2010

arte ________________________________ 16h

Flash Happy Society, de Guto Parente

Local: Igreja do Rosário

documentário, 8min, CE, 2009 Cheirosa, de Carlos Segundo

CORTEJO DA ARTE

ficção, 4min45, MG, 2009

Um contagiante e tradicional passeio musical promovido

Zigurate, de Carlos Eduardo Nogueira

desde a primeira edição da Mostra que percorre as ruas

ficção, 19min45, SP, 2009

tricentenárias de Tiradentes com a regência e animação de bandas, grupos e artistas convidados rumo à praça

médias e curtas ______________________ 17h

principal da cidade para comemorar os 307 anos de

Local: Cine-Teatro

fundação do Arraial de São José Del Rey e os 292 anos de sua elevação à categoria de cidade, que mais tarde

Série - Filmes Homenagem

ganhou o nome de Tiradentes.

Sertão de Acrílico Azul Piscina, de Karim Ainouz e

Nesta edição, o cortejo sedia o movimento e Campanha

Marcelo Gomes

pela Preservação e Tombamento FEDERAL da Serra

documentário, 26 min, PE, 2004

São José – patrimônio singular que emoldura a cidade

Seams, de Karim Aïnouz

de Tiradentes.

documentário, 29 min, Brasil/EUA, 1993

programação

Paixão Nacional, de Karim Aïnouz Participações: Banda Ramalho

experimental, 9 min, Brasil/Canadá/EUA, 1994

Banda Chupinha Grupo Entre & Vista

LONGA PRÉ-ESTREIA NACIONAL _______________ 18h

Hozanan Conceição

Local: Cine-Tenda

Trupe Circo Personagens Turma do PIPOCA Artistas e Grupos Convidados

Mostra Olhares INSOLAÇÃO ficção, cor, 35mm, 100 min, SP, 2009 Direção: Felipe Hirsch e Daniela Thomas Elenco: Paulo José, Antonio Medeiros, Simone Spoladore, André Frateschi, Maria Luisa Mendonça, Leandra Leal, Jorge Emil, Daniela Piepsyk e Emilio di Biasi

179


LONGA PRÉ-ESTREIA NACIONAL ________________ 20h

ARTE ________________________________ 0h30

Local: Cine-Tenda

Local: Tenda Bar Show

Mostra Olhares CABEÇA A PRÊMIO

SHOW SOB O SOL PEDRO MORAIS

ficção, cor, 35mm, 105 min, SP, 2009

24 Janeiro domingo

Direção: Marco Ricca Elenco: Fulvio Stefanini, Alice Braga, Daniel Hendler, Eduardo Moscovis, Cássio Gabus Mendes, Ana Braga, César Trancoso e Via Negromonte

Longa Mostrinha de cinema ________________ 11h Local: Cine-Tenda

*RECOMENDADO PARA MAIORES DE 14 ANOS.

XUXA EM O MISTÉRIO DE FEIURINHA

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 21h

Ficção, cor, 35mm, 82 min, RJ, 2009

Local: Cine-Praça

Direção: Tizuka Yamazaki Elenco: Xuxa Meneghel, Sasha Meneguel, Daniele Valente,

Mostra Onda Musical

Samantha Schumutz, Angélica, Luciano Huck, Hebe

DZI CROQUETTES

Camargo, Luciano Szafir, Bruna Marquezine, Bernardo

Documentário, cor, digital, 110 min, RJ, 2009

Mesquita

Direção: Raphael Alvarez e Tatiana Issa programação

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 22h

SEMINÁRIO ENCONTRO COM A CRÍTICA, DIRETOR e PÚBLICO _____________________________

Local: Cine-Tenda

Local: Cine-Teatro

Mostra Olhares

11h

- Bate-papo do filme OS INQUILINOS com a presença do

OS INQUILINOS

diretor e convidados.

ficção, cor, 35mm, 103 min, SP, 2009

Crítico participante: João Luiz Vieira – RJ

Direção: Sérgio Bianchi

Mediador: Francisco César Filho – SP

Elenco: Marat Descartes, Ana Carbatti, Umberto Magnani, Torre, Caio Blat, Leona Cavalli, Zezeh Barbosa, Sergio

SEMINÁRIO ENCONTRO COM A CRÍTICA, DIRETOR e PÚBLICO______________________________ 12h

Guizé, Ailton Graça, José Trassi e Sidney Santiago

Local: Cine-Teatro

*RECOMENDADO PARA MAIORES DE 14 ANOS.

- Bate-papo do filme CABEÇA A PRÊMIO com a presença

Lennon Campos, Andressa Néri, Cássia Kiss, Ana Lucia

do diretor e convidados. Crítico participante: Daniel Schenker - RJ Mediador: Francisco César Filho – SP

180


arte ________________________________ 13h

Longa FILME HOMENAGEM ___________________ 17h30

Local: Cine Praça

Local: Cine-Teatro

Espetáculo RODA VIDA

O CÉU DE SUELY

Grupo: Trupe Circo

ficção, cor, 35mm, 88 min, CE/SP, 2006 Direção: Karim Aïnouz

LONGA Mostrinha de cinema ________________ 15h Local: Cine-Tenda

Elenco: Hermila Guedes, Georgina Castro, Maria Menezes, João Miguel, Mateus Alves, Gerkson Carlos, Cláudio Jaborandy e Marcélia Cartaxo

O GRILO FELIZ E OS INSETOS GIGANTES animação, cor, 35mm, 84 min, SP, 2009

*RECOMENDADO PARA MAIORES DE 16 ANOS.

Direção: Walbercy Ribas e Rafael Ribas

Curtas ______________________________ 17h

Longa PRÉ-ESTREIA NACIONAL ________________ 18h30 Local: Cine-Tenda

Local: Cine-Tenda

MOSTRA Vertentes Série 2 – Mostra Panorama

MORRO DO CÉU

Sobe, Sofia, de André Mielnik

Documentário, cor, digital, 71 min, RS, 2009

ficção, 15min39, RJ, 2009

Direção: Gustavo Spolidoro

Feito Pedra, de Adélia Jeveaux experimental, 7min, RJ, 2009

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 20h

Obra-Prima, de Andréa Midori Simão e Thiago Faelli

Local: Cine-Tenda

programação

ficção, 23min25, SP, 2009 Pão dos Anjos, de Daniel Tonacci

Mostra Olhares

ficção, 13min, SP, 2009

NATIMORTO

Carreto, de Cláudio Marques e Marília Hughes

ficção, cor, 35mm, 92min, SP, 2009

ficção, 12min, BA, 2009

Direção: Paulo Machline Elenco: Simone Spoladore, Lourenço Mutarelli e

*RECOMENDADO PARA MAIORES DE 14 ANOS.

Betty Gofman

181


25 Janeiro segunda

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 21h Local: Cine-Praça

SEMINÁRIO DIÁLOGOS DO AUDIOVISUAL __________ 10h30 Local: Cine-Teatro

Mostra Onda Musical MAMONAS PRA SEMPRE, O DOC

Tema: Encontro Nacional do FÓRUM DOS FESTIVAIS –

Documentário, cor, digital, 85 min, SP, 2009 Direção: Claudio Kahns

às 13h

Realizadores de Eventos Audiovisuais Brasileiros. Coordenador: Antônio Leal – Diretor do Fórum dos

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 22h

Festivais.

Local: Cine-Tenda

Mostra Olhares OS FAMOSOS E OS DUENDES DA MORTE

SEMINÁRIO ENCONTRO COM A CRÍTICA, DIRETOR e PÚBLICO _____________________________ Local: Cine-Teatro

15h às 16h

ficção, cor, 35mm, 101 min, SP, 2009 Direção: Esmir Filho

- Bate-papo do filme NATIMORTO com a presença do

Elenco: Ismael Caneppele, Tuane Eggers, Henrique Larré,

diretor e convidados.

Samuel Reginatto e Áurea Baptista

Crítico participante: Ricardo Calil - SP Mediador: Francisco César Filho – SP

*RECOMENDADO PARA MAIORES DE 16 ANOS. programação

ARTE ________________________________ 0h30

Curtas ______________________________ 17h30 Local: Cine-Tenda

Local: Tenda Bar Show

Série 3 – Mostra Panorama SHOW IN CONCERT

What Do You Think of Me?, de Kika Nicolela

TÚLIO MOURÃO E LEO GANDELMAN

experimental, 16min, SP, 2009 Sobre Distâncias, Incômodos e Alguma tristeza, de Alberto Bitar experimental, 6min10, PA, 2009 Calça de Veludo, de Ana Moravi e Dellani Lima ficção, 7min, MG, 2010 A Montanha Mágica, de Petrus Cariry documentário, 13min, CE, 2009 Olhos de Ressaca, de Petra Costa documentário, 20min, RJ, 2009 *RECOMENDADO PARA MAIORES DE 16 ANOS.

182


Longa Pré-estreia Nacional ________________ 19h30

24° Domingo do Tempo Comum, de Daniel Lentini

Local: Cine-Tenda

documentário, 16min, RJ, 2009 Cadernos de Viagem, de Alex Lindolfo

Mostra Aurora

experimental, 5min29, MG, 2009

TERRAS

Chapa, de Thiago Ricarte

documentário, cor, 35mm, 75min, RJ, 2009

ficção, 15min, SP, 2009

Direção: Maya Da-Rin *RECOMENDADO PARA MAIORES DE 14 ANOS.

Curtas ______________________________ 21h Local: Cine-Praça

ARTE ________________________________ 0h30 Local: Tenda Bar Show

Série 1 – Mostra Foco Bem Vindo Guilherme, de Dellani Lima e

SHOW Cabaret Café

Rodrigo Lacerda Jr

RENATA VANUCCI

documentário, 15min, MG, 2009

26 Janeiro terça

Perto de Casa, de Sérgio Borges documentário, 9min30, MG, 2009 Sweet Karolynne, de Ana Bárbara Ramos O Divino, de Repente, de Fábio Yamaji

SEMINÁRIO ENCONTRO COM A CRÍTICA, DIRETOR e PÚBLICO _____________________________ 11h

animação, 6min20, SP, 2009

Local: Cine-Teatro

documentário, 15min, PB, 2009

programação

Guilherme de Brito, de André Sampaio - Bate-papo do filme TERRAS com a presença da diretora

Curtas ______________________________ 22h30 Local: Cine-Tenda

e convidados. Crítico participante: Eduardo Valente - RJ Mediador: Francisco César Filho – SP

Série 2 – Mostra Foco As Corujas, de Fred Benevides 98001075056, de Felipe Barros

SEMINÁRIO ENCONTRO COM A CRÍTICA, DIRETOR e PÚBLICO _____________________________

experimental, 3min11, SP, 2009

Local: Cine-Teatro

ficção, 20min32, CE, 2009

12h

Fantasmas, de André Novais Oliveira ficção, 11min13, MG, 2009

- Bate-papo dos curtas da Mostra Foco - série 1 com a

Matryoshka, de Salomão Santana

presença dos diretores.

ficção, 9min, CE, 2009

Mediador: Cleber Eduardo - RJ

183


SEMINÁRIO ENCONTRO COM A CRÍTICA, DIRETOR e PÚBLICO _____________________________

João de Lima - Coordenador do Núcleo de

13h

Local: Cine-Teatro

Documentação – Universidade Federal da Paraíba - PB Alexandre Pimenta - Coordenador de Acervo do

- Bate-papo dos curtas da Mostra Foco - série 2 com a

Crav - MG

presença dos diretores.

Yuri Queiroz Gomes - Assessoria Parlamentar –

Mediador: Cássio Starling Carlos - SP

Ancine - DF

SEMINÁRIO DIÁLOGOS DO AUDIOVISUAL __________ 14h30 às

Curtas ___________________________ 16h

Local: Cine-Teatro

Local: Cine-Tenda

Tema: Encontro Nacional da ABPA – Associação Brasileira de Preservação Audiovisual.

programação

18h30

Série Cena Mineira - Mostra Panorama Mulher-Bomba, de Igor Amin

- Institucionalização da ABPA: função social.

experimental, 3min, MG, 2009

- definição do campo de atuação, elaboração do

Moto.contínuo, de Marcelo Braga e Eduardo

estatuto.

Zunza

- Planejamento de articulações e estratégias

experimental, 2min15, MG, 2009

institucionais.

Narcolepsia, de Walfried Amaral Weissmann

- Sugestões de pauta para a programação do

ficção, 6min16, MG, 2010

Encontro Nacional de Acervos e Arquivos

Bifurcation, de Alexandre Milagres

Audiovisuais para a 5ª CineOP - Mostra de Cinema

experimental, 3min24, MG , 2009

Ouro Preto.

Marisqueiras de Cabuçu, de Gabriel Sanna documentário, 8min, MG, 2010

Elaboração do documento - Carta de Tiradentes - 2010

Kombucha, de Sávio Leite experimental, 2min17, MG, 2009

Membros da comissão executiva:

documentário, 22min, MG, 2009

Beatriz Kushnir - Diretora Arquivo Geral da Cidade

Bala na Cabeça, de Cristiano Abud

do Rio de Janeiro - RJ

ficção, 14min, MG, 2009

Fernanda Elisa - Pesquisadora do Acervo Fílmico

e Fotográfico do Núcleo de Documentação Audiovisual/ Instituto Goiano de Pré-história e Antropologia – Universidade Católica de Goiás – GO Ronaldo dos Anjos - Analista Técnico em Gestão

Cultural – MIS - SC

184

Pólis, de Marcos Pimentel

Rafael de Luna - Coordenador da ABPA - RJ


Curtas ______________________________ 17h30 Local: Cine-Tenda

A Amiga Americana, de Ivo Lopes Araújo e Ricardo pretti

ficção, 19min, CE, 2009

Série 4 – Mostra Panorama

Nego Fugido, de Marília Hughes e Cláudio Marques

Coração, de Pedro Faissol

ficção, 16min, BA, 2009

ficção, 6min, RJ, 2009

O Filme Mais Violento do Mundo, de Gilberto

Valparaíso, de Diego Hoefel

Scarpa

documentário, 15min, RJ, 2009

Curtas ______________________________ 22h30

Verão, de Thiago Pedroso e Hiro Ishikawa

Local: Cine-Tenda

ficção, 9min, CE, 2010

Série 4– Mostra Foco

1976, de Carlosmagno Rodrigues e Alonso Pafyeze experimental, 3min, MG , 2009

Laurita, de Roney Freitas

Princípios da Incerteza, de Cauê Brandão

ficção, 20min, SP, 2009

ficção, 13min44, GO, 2009

Sangre, de Cris Ventura

Epox, de Sérgio Oliveira

experimental, 2min30, MG, 2009

documentário, 20min, PE, 2009

Tauri, de Marcio Miranda Perez ficção, 7min, SP, 2009

Longa Pré-estreia mundial _________________ 19h30

Tchau e Bênção, de Daniel Bandeira

Local: Cine-Tenda

ficção, 10min, PE, 2009 Não me Deixe em Casa, de Daniel Aragão

Mostra Aurora

ficção, 17min49, PE, 2009

ESTRADA PARA YTHACA

Handebol, de Anita Rocha da Silveira

ficção, cor, digital, 70 min, CE, 2010

ficção, 19min10, RJ, 2010

Direção: Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diogenes e

As Sombras, de Juliana Rojas e Marco Dutra

Ricardo Pretti

ficção, 15min, SP, 2009

programação

Elenco: Guto Parente, Luiz Pretti, Pedro Diógenes, Ricardo Pretti, Uirá dos Reis, Ythallo Rodrigues e

ARTE ________________________________ 0h30

Rodrigo Capistrano

Local: Tenda Bar Show

Curtas ______________________________ 21h

SHOW Tempo Quente

Local: Cine-Praça

MARINA MACHADO

Série 3– Mostra Foco Vista Mar, de Pedro Diogenes, Rubia Mercia, Rodrigo Capistrano, Claugeane Costa, Henrique Leão e Victor Furtado

documentário, 12min, CE, 2009

185


I N CE N T I VO

27 Janeiro quarta

o brasileira e compartilhar com os seus realizadores

APOIO

eprodutoresasexpectativasepossíveiscolaborações

SEMINÁRIO Encontro com a Crítica, o Diretor e o Público _____________________________ 11h

para difundir essa produção no circuito de festivais franceses e europeus.

Local: Cine-Teatro

Convidados: - Bate-papo do filme ESTRADA PARA YTHACA com a

Fabien GAFFEZ, membro da comissão de seleção da

presença dos diretores e convidados

Semaine de la Critique – Festival de Cannes – França

Crítico convidado: João Carlos Sampaio - BA

Sylvie DEBS, curadora do Festival Rencontres

Mediador: Francisco César Filho – SP

Cinémas d’Amérique Latine de Toulouse – França Rachel MONTEIRO, consultora internacional do

SEMINÁRIO Encontro com a Crítica, o Diretor e o Público _____________________________

programa Cinema do Brasil - SP

12h

Local: Cine-Teatro

Mediador: Leonardo Mecchi – produtor e crítico de cinema - SP

- Bate-papo dos curtas Mostra Foco - série 3 com a presença dos diretores

PARCERIA:

Mediador: Eduardo Valente - RJ

Curtas ______________________________ 16h programação

SEMINÁRIO Encontro com a Crítica, o Diretor e o Público _____________________________ RE A L I Z A ÇÃ O

Local: Cine-Tenda

13h

Local: Cine-Teatro

Série 5 – Mostra Panorama Dois Mundos, de Thereza Jessouroun

- Bate-papo dos curtas – Mostra Foco - série 4 com a

documentário, 15min11, RJ, 2009

presença dos diretores

C.E.A.S.A, de Arnaldo Belotto

Mediadora: Ana Siqueira - MG

documentário, 10min57, PR, 2009 Os Inocentes, de Davi Kolb

Seminário DEBATE ______________________ 14h30 às

experimental, 7min, RJ, 2009

Local: Cine-Teatro

Avaca, de Gustavo Rosa de Moura

16h30

experimental, 12min, SP , 2009 Tema: O OLHAR SOBRE O CINEMA BRASILEIRO ESTE

DEBATE

PRETENDE

GERAR

INTERCâmbio

Reverso, de Francisco Colombo e

refletir sobre a imagem do cinema brasileiro na

ficção, 5min38, MA, 2009 O Plano do Cachorro, de Arthur Lins e Ely

frança. conta com a presença de profissionais

Marques

internacionais para conhecer a ampla produção

ficção, 10min, PB, 2009 *RECOMENDADO PARA MAIORES DE 14 ANOS.

186


SEMINÁRIO DIÁLOGOS DO AUDIOVISUAL __________ 17h às

Curtas ______________________________ 21h

Local: Cine-Teatro

Local: Cine-Praça

19h30

Tema: ENCONTRO DA ABD NACIONAL.

Série 5 – Mostra Foco

Planejamento e definição de agenda para 2010

Quarto de Espera, de Bruno Carboni e Davi Pretto

Estratégias e articulações para o Encontro Nacional

ficção, 12min30, RS, 2009

sobre comercialização e distribuição do curta-

Bailão, de Marcelo Caetano

metragem planejado para março de 2010 no Mato

documentário, 16min55, SP, 2009

Grosso do Sul .

Faço de Mim o que Quero, de Sergio Oliveira e

Elaboração do documento - Carta de Tiradentes - 2010

Petrônio Lorena

documentário, 19min, PE, 2009 Coordenação: Solange Lima – presidente da ABD Nacional - BA

Recife Frio, de Kleber Mendonça Filho ficção, 23min34, PE, 2009

Daniela Fernandes – diretora de comunicação e

presidente da Associação Curta Minas – MG

Curtas ______________________________ 22h30 Local: Cine-Tenda

Longa Pré-LANÇAMENTO Nacional ____________ 17h30 Local: Cine-Tenda

Série 6 – Mostra Foco Ensaio de Cinema, de Allan Ribeiro

sessão especial A ALMA DO OSSO

experimental, 16min20, RJ, 2009 Manassés, de Luisa Marques

documentário, cor, digital, 74 min, MG, 2004/2010

experimental, 13min52, CE, 2009

Direção: Cao Guimarães

Lembro-me Ainda de Quando Comíamos Pão

programação

de Mel Toda Manhã mas Hoje Acordei de

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 19h30

Ressaca, de João Toledo

Local: Cine-Tenda

experimental, 3min30, MG, 2009 Pedra Bruta, de Julia Zakia

mostra Aurora

ficção, 8min, SP, 2009 O Menino Japonês, de Caetano Gotardo

UM LUGAR AO SOL

ficção, 18min, SP, 2009

documentário, cor, digital, 71 min, PE, 2009

Ressaca, de Rene Brasil

Direção: Gabriel Mascaro

ficção, 10min20, SP, 2009 Um Par, de Lara Lima ficção, 8 min, SP, 2010

187


ARTE ________________________________ 20H30

Seminário DEBATE ______________________ 14h30 às

Local: Tenda Bar Show

Local: Cine-Teatro

SHOW Quarteto de Saxofones & Percussão MONTE PASCOAL

17h

Tema: POLÍTICAS PÚBLICAS DE FOMENTO DA SECRETARIA DO AUDIOVISUAL / SAV – Ministério da Cultura Apresentação das diretrizes e políticas dos programas

28

Janeiro quinta

SEMINÁRIO encontro com A Crítica, o Diretor e 11h o Público _____________________________ Local: Cine-Teatro

de apoio à produção e difusão do audiovisual Lançamento dos editais 2010 para o segmento audiovisual Participantes: Silvio Da-Rin – secretário do Audiovisual – MinC - DF Adilson Ruiz – diretor de Programas e Projetos da

- Bate-papo do filme UM LUGAR AO SOL com a presença

SAV/mINC - DF

do diretor e convidados

Ana Paula Santana – chefe de Gabinete da SAV - DF

Crítico participante: Luiz Joaquim - PE Mediador: Francisco César Filho – SP

MEDIADOR: FRANCISCO césar filho - presidente do fórum dos festivais - sp

programação

SEMINÁRIO encontro com A Crítica, o Diretor e 12h o Público _____________________________

Curtas ______________________________ 16h30

Local: Cine-Teatro

Local: Cine-Tenda

- Bate-papo dos curtas – Mostra Foco - série 5 com a

Série 6 – Mostra Panorama

presença dos diretores

Urânia, de Felipe David Rodrigues, Oswaldo martins e

Mediador: Cássio Starling Carlos – SP

alexandre Faria

experimental, 5min, RJ, 2009

SEMINÁRIO encontro com A Crítica, o Diretor e 13h o Público _____________________________

Pendular, de Julia Murat

Local: Cine-Teatro

Vigília do Amor, de Camila Leite

ficção, 11min25, RJ, 2009 experimental, 6min26, GO, 2009

- Bate-papo dos curtas - Mostra Foco - série 6 com a

Avenca, de Erly Vieira Jr.

presença dos diretores

ficção, 10min20, ES, 2009

Mediadora: Ana Siqueira – MG

História Triste de uma Praieira, de Ana Moravi experimenta, 5min, MG, 2009 Rio de Mulheres, de Cristina Maure e Joana Oliveira documentário, 21min, MG, 2009

188


Longa Pré-estreia Nacional ________________ 18h

arte ________________________________ 0h30

Local: Cine-Tenda

Local: Tenda Bar Show

mostra Aurora MULHER À TARDE

Show Homenagem a Chico Buarque RICARDO NAZAR

ficção, cor, digital, 96 min, MG, 2009

29 Janeiro sexta

Direção: Affonso Uchoa Elenco: Renata Cabral, Luisa Horta e Ana Carolina Oliveira

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 20h

SEMINÁRIO encontro com a Crítica, o Diretor e o Público _____________________________

Local: Cine-Tenda

Local: Cine-Teatro

mostra Olhares BELAIR

- Bate-papo do filme MULHER À TARDE com a presença do diretor e convidados

documentário, cor, 35mm, 80 min, RJ, 2009

Crítico participante: Ataídes Braga - mg

Direção: Noa Bressane e Bruno Safadi

Mediador: Francisco César Filho – SP

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 21h Local: Cine-Praça

11h

SEMINÁRIO encontro com a Crítica, o Diretor e o Público _____________________________ 12h Local: Cine-Teatro

programação

mostra Vertentes VERDADE DE MULHER

- Bate-Papo do filme BELAIR com a presença dos

documentário, cor, digital, 60 min, RJ, 2009

diretores e convidados

Direção: Maria Luiza Aboim

Crítico participante: Inácio Araújo – SP Mediador: Francisco César Filho – SP

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 22h Local: Cine-Tenda

mostra Aurora

SEMINÁRIO encontro com a Crítica, o Diretor e o Público _____________________________

13h

Local: Cine-Teatro

A FALTA QUE NOS MOVE ficção, cor, digital, 95 min, RJ, 2009

- Bate-papo do filme A FALTA QUE NOS MOVE com a

Direção: Christiane Jatahy

presença da diretora e convidados

Elenco: Cris Amadeo, Dani Fontes, Pedro Bricio, Kiko

Crítico participante: Cezar Migliorin - RJ

Mascarenhas e Marina Vianna

Mediador: Francisco César Filho – SP

*RECOMENDADO PARA MAIORES DE 16 ANOS.

189


Seminário DEBATE ______________________ 14h30 às

Mais uma Noite, de Luís Eduardo Amaral e Pedro

Local: Cine-Teatro

Morelli

17h

ficção, 15min, SP, 2009 Tema: PARADOXOS DO CONTEMPORÂNEO O debate abordará as características mais marcantes

A Distração de Ivan, de Cavi Borges e Gustavo Melo ficção, 15min, RJ, 2009

da produção atual, de modo a não reduzi-la ao senso comum, que a divide em comédias de costumes

*Recomendado para maiores de 10 anos.

centradas em casais de classe média e elite, dramas sociais que mostram a violência como espetáculo

curtas _________________________________ 16h30

e documentários sobre personagens incomuns e

Local: Cine-Tenda

espetaculares. Em pauta, uma pergunta: como os filmes brasileiros recentes lidam com seu momento histórico?

Série 7– Mostra Panorama Pastoreio, de Alexandre R. Garcia documentário, 16min50, PR, 2009

Convidados:

Fome de Bola, de Isaac Chueke

José Carlos Avellar – pesquisador e crítico de

documentário, 23min34, RJ, 2009

cinema - RJ

Homem Doim, de Fausto Junior

Daniel Caetano – professor UFF e crítico de cinema- RJ

documentário, 2min25, BA, 2009

Inácio Araújo – jornalista e crítico de cinema - SP

Pescaria de Merda, de Coletivo Santa Madeira documentário, 8min46, SP, 2009

programação

Mediador: Cleber Eduardo – crítico de cinema – SP

Alguém Tem que Honrar essa Derrota, de Leonardo Esteves

curtas mostra juvenil ____________________ 15h

experimental, 7min30, RJ, 2009

Local: Cine-Tenda

arte ________________________________ 17h30 Série Juvenil

Local: Escola Basílio da Gama com destino ao Cine-Teatro

Skate or Die, de Victor Ribeiro ficção, 8min50, SP, 2009

Cortejo das Oficinas

Enciclopédia, de Bruno Gularte Barreto

O Cortejo marca o encerramento da programação

ficção, 14min21, RS, 2009

de oficinas da Mostra, apresentando os produtos

Enquanto Isso, de Vitor Leite

realizados pelos alunos, que percorrem as ruas

ficção, 14min48, RJ, 2009

tricentenárias de Tiradentes até ao Centro Cultural Yves Alves, seguido da entrega de certificados no Cine-Teatro.

190


Longa Pré-estreia Nacional ________________ 18h

ARTE ________________________________ 0h30

Local: Cine-Tenda

Local: Tenda Bar Show

DJ Janot

mostra Aurora ESPERANDO TELÊ

30 Janeiro sábado

documentário, cor, digital, 96 min, SP, 2009 Direção: Rubens REwald e Tales Ab’Saber

Longa Pré-estreia Nacional ________________ 20h Local: Cine-Tenda

curtas mostrinhas de cinema _______________ 11h Local: Cine-Tenda

série mostrinha Visitantes, de Camila Barbizan Kressin

mostra Aurora PACIFIC

animação, 3min35, SP, 2009 Contatos Siderais Antes do Colegial, de Ale

documentário, cor, digital, 73 min, PE, 2009 Direção: Marcelo Pedroso

McHaddo

ficção, 15min, SP, 2009

Longa Pré-estreia Nacional ________________ Local: Cine-Praça

História de Umbigo, de Michelle Gabriel

21h

animação, 10min, SP, 2009 Quando as Cores Somem, de Luciano Lagares

mostra Onda Musical

animação, 15min, SP, 2009

HERBERT DE PERTO documentário, cor, 35mm, 85 min, RJ, 2009 Direção: Roberto Berliner e Pedro Bronz

programação

SEMINÁRIO encontro com a Crítica, o Diretor e 11h o Público _____________________________ Local: Cine-Teatro

Longa Pré-estreia Nacional ________________ Local: Cine-Tenda

- Bate-papo do filme ESPERANDO TELÊ com a presença dos diretores e convidados

mostra Olhares CORPOS CELESTES

Crítico convidado: Rafael Ciccarini – MG Mediador: Francisco César Filho – SP

ficção, cor, 35mm, 90 min, PR, 2009 Direção: Marcos Jorge e Fernando Severo Elenco: Dalton Vigh, Carolina Holanda, Rodrigo Cornelsen, Alexandre Nero e Antar Rohit

191


SEMINÁRIO encontro com a Crítica, o Diretor e o Público _____________________________

12h

Curtas _______________________________ 17h Local: Cine-Tenda

Local: Cine-Teatro

Série EspeciaL - Bate-papo do filme PACIFIC com a presença do diretor

Vida Vertiginosa, de Luiz Carlos Lacerda

e convidados

ficção, 15min, RJ, 2009

Crítico convidado: Sérgio Alpendre - SP

Ouro Branco, de Elza Cataldo

Mediador: Francisco César Filho – SP

ficção, 22min, MG, 2009

SEMINÁRIO encontro com a Crítica, o Diretor e o Público _____________________________

13h

Local: Cine-Teatro

- Bate-papo do filme CORPOS CELESTES com a presença do diretor e convidados

Longa Pré-estreia Nacional _________________ 18h Local: Cine-Tenda

mostra Vertentes ELVIS E MADONA

Crítico convidado: rodrigo fonseca - rj

ficção, cor, 35mm, 105 min, RJ. 2009

Mediador: Francisco César Filho – SP

Direção: Marcelo Laffitte Elenco: Simone Spoladore, Igor Cotrim, Sergio Bezerra,

ARTE ________________________________ 13h

Maitê Proença, Buza Ferraz e José Wilker

Local: Cine-Praça

programação

*Recomendado para maiores de 14 anos.

Espetáculo Marionetes a Fio Grupo: Companhia de Inventos

Longa Mostrinha de cinema ________________ 15h

Longa Pré-estreia Nacional _________________ 20h Local: Cine-Tenda

Local: Cine-Tenda

Mostra olhares TURMA DA MÔNICA EM UMA AVENTURA NO TEMPO animação, cor, 35mm, 80 min, RJ, 2006

documentário, cor, 35mm, 85 min, MG, 2009

Elenco (vozes): Marli Borbeletto, Angélica Santos, Paulo

Direção: Marília Rocha

Cavalcante, Elza Gonçalves, Sibele Toledo, Maurício de Sousa, Bianca Rinaldi.

192

A FALTA QUE ME FAZ

Direção: Maurício de Sousa


Longa Pré-estreia Mundial _________________ 21h Local: Cine-Praça

Mostra Olhares DÁ UM TEMPO! ficção, cor, digital, 90 min, RS, 2009 Direção: Evandro Berlesi e Rodrigo Castelhano Elenco: Diego César, Jéssica Maciel, Rapahel Markzal, Everton Carvalho e Michael Azambuja

Encerramento ________________________22h30 Solenidade de encerramento Exibição dos curtas dos alunos da Oficina de Realização em Curta Documental e da Oficina por trás da Câmera produzidos durante o evento Exibição TV Mostra - retrospectiva do evento Anúncio dos vencedores, premiação e entrega do Troféu Barroco para:

programação

Melhor curta Mostra Panorama eleito pelo Júri Popular Melhor curta Mostra Foco eleito pelo Júri Popular Melhor longa Mostra Aurora eleito pelo Júri Jovem Melhor longa Mostra Aurora eleito pelo Júri da Crítica Melhor longa eleito pelo Júri Popular

ARTE ________________________________ 0h30 Local: Tenda Bar Show

SHOW Croas e Loas MARKU RIBAS

193


opinião “A Mostra de Tiradentes hoje é, pra mim, o lugar onde o cinema

cinema brasileiro. Novos autores e, o mais importante, novas

brasileiro se renova, e nem estou falando da idade dos diretores

propostas de linguagem e estética. Isso advém de uma postura

nem de uma estética cinematográfica (embora este ano estes

corajosa da Mostra, que optou por ser um festival de cinema de

tenham se renovado sim), mas principalmente do jeito da orga-

curadoria. A Mostra é pioneira e emblemática nesta direção. Hoje

nização de um festival se posicionar frente ao cinema. Aqui, os

a gente percebe que realizadores, críticos e público acorrem a

filmes e quem os faz e os pensa são o que importa, e isso no Brasil

Tiradentes em busca disso: do novo no cinema brasileiro. Outro

ainda é muito novo.”

aspecto que deve ser ressaltado, além das exibições, são os de-

Eduardo Valente, cineasta, diretor do longa No meu Lugar

bates. Eles são parte intrínseca dessa proposta. Não só realizadores e crítico frequentam esses debates, como o público também.

opinião “Já vim a Tiradentes, mas é a primeira vez no festival, apesar dos

O cinema brasileiro programado pela Mostra de Tiradentes é um

seus 12 anos de existência. O festival é muito charmoso. Tem

cinema que desperta a reflexão.”

um perfil bonito, instigante e provocativo, que a mim soa bem. A curadoria é esperta. Já vi que as discussões que se pretendem

Francisco César Filho, cineasta e presidente do Fórum dos Festivais

são interessantes e isso é bom.”

Chico Diaz, ator

“É a segunda vez que eu venho ao Brasil, estive no Festival do Rio em 2006. Esta é a primeira vez que venho à Mostra de Tiradentes e acho

“Tiradentes afirma uma personalidade enquanto evento audio-

que é um festival que tem uma personalidade muito específica, uma

visual. Essa personalidade é muito difícil de ser alcançada num

organização muito boa e está numa cidade muito simpática.”

contexto de aproximadamente 180 eventos audiovisuais no Brasil. Todos a buscam e poucos a alcançam. Uma personalidade no sentido de ter se transformado numa vitrine privilegiada do novo

194

Olivier Pères, diretor geral da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, França


195 foto: Alexandre C. Mota


“Eu tenho uma relação antiga com Tiradentes e a Mostra de Ci-

“É a minha primeira vez no festival, o qual em Pernambuco já

nema já está mais do que consolidada no calendário da cidade.”

é bem conceituado, pelo trabalho da curadoria diferenciada. A

Angela Gutierrez, empresária

exibição do meu filme foi a melhor exibição até agora. Estávamos com medo de exibir em praça pública, da plateia ficar dispersa,

‘’Tiradentes se apresenta ao País como fórum importante do ci-

mas aqui foi uma surpresa. A plateia conseguiu sentir o filme de

nema nacional. Esta Mostra acontece pela 12ª vez, provando ser

tal forma que a resposta da plateia foi incrível, o público foi inte-

uma referência do cinema produzido no Brasil, que, ultimamen-

ragindo. Para mim foi uma experiência muito rica.”

te, tem dado até mais bilheteria que o cinema estrangeiro.”

Gabriel Mascaro, cineasta, diretor do longa KFZ-1348

Hélio Costa, ministro das Comunicações “A Mostra mais uma vez foi um sucesso, com grande divulgação “A impressão que tenho é que a Mostra confirma o que senti nos

de Tiradentes em todo o Brasil. Aqui o turismo é nossa atividade

anos anteriores. Ela substitui muitas das coisas que perdemos na

principal, dependemos exclusivamente dele e eventos como a

maioria dos eventos: o hábito de discutir o filme, quer nos deba-

Mostra dão impulso a essa atividade econômica.”

tes, quer em conversas espontâneas, quando termina a sessão.

Nilzio Barbosa, prefeito de Tiradentes

O forte da Mostra é estimular que cada filme seja apresentado,

opinião

comentado e discutido pelas pessoas, por mais rápido que isso

“Não deve ser nada fácil abrir o calendário de eventos desta na-

seja, é uma introdução. É a oportunidade de se conhecer quem

tureza no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, assim logo de

faz o filme e a possibilidade de termos uma relação mais direta

cara em janeiro. Afinal, temos nesta área uma sobrecarga de

com os realizadores até para satisfazer algumas curiosidades.

festivais, mostras e congêneres. E ocupar espaço e marcar pre-

Nisso o festival cumpre sua tarefa de ajudar tanto o realizador do

sença com organização afinada e talento curatorial não é para

filme quanto o espectador: ter uma relação direta com o cinema

muitos. Mas este é sem dúvida o perfil da Mostra de Tiradentes.

brasileiro”.

Esta é minha segunda participação concreta, e mais uma vez levo

José Carlos Avellar, pesquisador e crítico de cinema

de volta comigo a impressão assegurada de uma vivência rica, produtiva, certamente de férteis resultados. Mineiramente, a

“A organização é perfeita e estar numa cidade pequena facilita o

Mostra de Tiradentes foi se consolidando, emitindo significativos

encontro com as pessoas. Queria ter a oportunidade de ver mais

sinais de fumaça pelo País afora, abrindo - e preenchendo, o que

longas de ficção. Como é minha primeira vez aqui, fica difícil avaliar

é sempre mais determinante - espaços vivos e palpitantes para

se estes são os filmes mais representativos da produção atual.”

ver, descobrir, discutir e difundir o ‘cinema brasileiro contempo-

Alain Jalladeau, diretor artístico do Festival 3 Continents de Nantes

196

râneo em todos os sentidos’.”

Carlos Eduardo Lourenço Jorge, jornalista, crítico de cinema


“A Mostra de Cinema de Tiradentes é sempre esperada, porque traz

os moradores de Tiradentes e São João del-Rei. A vida dessas cidades

um aumento expressivo no número de hóspedes. Para a Mãe D’Água

muda, eles até colocam uma linha exclusiva de ônibus para atender as

é fabuloso, ao longo de todos esses anos é a época em que o ho-

pessoas de acordo com os horários do festival.”

tel fica mais cheio. E não é só aqui, a Mostra movimenta a cidade: as pousadas, restaurantes, charretes trabalham com um número

Jorge Moreno, presidente do Congresso Brasileiro de Cinema (CBC)

maior de pessoas, a circulação de dinheiro é muito maior.”

Cristiano Júnior, recepção Pousada Mãe d’Água

“Acho um barato vir para uma cidade pequena, tão charmosa, curtir e encontrar gente tão interessada em cinema e outros colegas

“Um show não é só o repertório, é o lugar, são as pessoas para quem

que você admira. A exibição do meu filme aqui foi histórica. Desde

você está tocando. E a gente tá aqui na Mostra de Cinema, cercado

o início queríamos fazer uma exibição ao ar livre e esta estreia foi

por essas pedras que contam histórias e isso tudo tava ali ontem. As

aqui, foi um belo começo. Porque o filme tem essa vocação de fes-

pessoas estavam ali celebrando o cinema, que é o olhar, eu estava

ta, de viver as emoções, o que tem tudo a ver com a exibição na

ali tocando para gente que se interessa pelo cinema, pelo olhar, pela

praça. Além disso, ressalto o trabalho da curadoria, que reconhe-

expressão. Adoro cinema, gostaria de voltar na Mostra.”

ceu a obra do Belmonte. Achei genial ele ser homenageado.”

Paulinho Moska, cantor e compositor

Oscar Rodrigues Alves, cineasta, diretor do longa Titãs – A Vida Até Parece uma Festa

“A Mostra de Tiradentes é um exemplo de organização e curadoria.

opinião

É um festival que não se preocupa com os números e tem coragem

“Eu já estive em Tiradentes e acho aqui a coisa mais linda do

de mostrar o que está em ebulição. Prova disso é a homenagem

mundo, a cidade é uma coisa de linda. Acho que a Mostra de

feita ao José Eduardo Belmonte, que é um diretor que está no seu

Cinema num lugar lindo desse é muito especial, principalmente

momento, em ebulição. Acho que é um festival que tem coragem.

mostrar o filme ao ar livre, na praça, é muito romântico, é muito

A ideia de ser em Tiradentes também é felicíssima, nunca vi um

bonito. Eu fiquei assistindo ao filme ali e estava com uma boa

público mais inteligente e mais participativo como o daqui.”

qualidade de som, o que também é legal, porque quando você

Murilo Grossi, ator

vai mostrar o filme ao ar livre, como tem música, dá uma certa aflição sobre a qualidade da projeção, e tava muito legal.”

“Eu sou muito fã da Mostra de Tiradentes. Já vim várias vezes. Este

Malu Mader, atriz e diretora do longa Contratempo

festival abre o calendário no Brasil e oferece a pauta do que vai ser debatido ao longo do ano. Nesse sentido, é muito rico, além da proposta

“Eu tive um curta exibido aqui em 2007, mas não pude vir. Agora

da curadoria, que também oferece um recorte interessante. Também

estou confirmando os boatos de que é um bom festival. Nosso

é um festival que amplia o público de cinema na região. Participam

filme foi exibido na Tenda e foi muito legal, não houve êxodo du-

197


rante a exibição, o público interagiu e foi bastante interessante.

“O evento é uma possibilidade de renovação do cinema brasilei-

A experiência de ter um filme debatido também foi boa, princi-

ro, não como substituição do velho, mas pela percepção de que o

palmente com tanta gente apreciadora de cinema, embasada e

cinema é necessariamente algo sempre novo. A Mostra é um dos

informada para falar sobre o filme.”

poucos lugares, senão o único no Brasil, no qual esta questão é

Alan Langdon, cineasta, diretor do longa Sistema de Animação

priorizada. A prioridade da imagem do cinema como algo superficial é sempre encontrar no que há de inédito e emergente. O cinema é assim, e a Mostra sabe disso.”

‘’Este é, no mínimo, o festival mais simpático do Brasil, o que pode ser até redutor. Mais eu digo isso pela hospitalidade, pelo carinho com que as pessoas são recebidas. É uma Mostra altamente de-

Felipe Bragança, cineasta, diretor do longa A Fuga, a Raiva, a Dança, a Bunda, a Boca, a Calma, a Vida da Mulher Gorila

mocrática, entra quem quer para ver o filme, o que às vezes pode até criar problemas como crianças andando em frente à tela. Mas

“Eu acho que a Mostra de Tiradentes é muito bacana. É um grande

eu prefiro assim. A linha da curadoria também me interessa, quer

orgulho participar de um dos eventos do audiovisual mais impor-

realmente pensar o cinema. Os filmes que as pessoas assistem,

tante do Brasil. Sem falar que aqui é o encontro com os amigos.”

por mais estranhos que possam parecer, cumprem exatamente

Gilberto Scarpa, cineasta

esse papel de expor as pessoas a determinados filmes que não opinião

têm o hábito de ver. Além disso é um ponto de encontro, de troca

“A Mostra de Tiradentes vem evoluindo a cada ano. Difere nacio-

de ideias, ano passado eu me ressenti de não poder ter vindo,

nalmente e internacionalmente pela boa produção e qualidade

a gente se renova, encontra gente legal, inteligente. Acho uma

curatorial, que vem sendo acompanhada pelo público, que sente

opção corajosa da Universo fazer a Mostra de Tiradentes, e agora

na pele esta evolução. Eu, como mineiro e envolvido com a mos-

são três mostras que se complementam - Tiradentes, Ouro Preto

tra de diferentes formas desde o seu início, tenho orgulho em

e Belo Horizonte - o que também é muito interessante.”

participar, colaborar e me envolver com este evento que aglutina

Pedro Butcher, jornalista Filme B

198

pessoas e talentos em uma pequena e charmosa cidade como


Tiradentes. A Universo Produção é um exemplo a ser seguido e observado por outras mostras e festivais, sempre atenciosa e cuidadosa e que tem na sua equipe um belo e carinhoso cartão de visitas.”

Leonardo Barcelos, cineasta “Minha relação com a Mostra de Tiradentes é como um namoro, onde fomos nos conhecendo aos poucos até nos apaixonarmos. Acho que tanto eu como a Mostra de Tiradentes amadurecemos juntos, sempre com esse perfil de discutir ideias, alimentar ideias sobre novas formas de fazer e de pensar. Nesse sentido, o paradigma de homenagem aqui é quebrado. Ao contrário do que se pensa, não se homenageia o cara consagrado, já reconhecido, mas se tenta jogar luz em algo que está começando. É como se dissesse ‘vai, segue em frente’.”

José Eduardo Belmonte, cineasta homenageado da 12ª edição

foto: Alexandre C. Mota

depoimentos

199


restaurantes parceiros restaurante

endereço

telefone (32)

Atrás da Matriz

R. Santíssima Trindade, 201

3355-2150

Bar do Celso

Largo das Forras, 80

3355-1193

Delícias de Tiradentes

R. São Francisco de Paula, 46

8812-1197

Dona Xepa

R. Ministro Gabriel Passos, 26 A

3355-1767

Empório das Massas

R. Frederico Ozanan, 327

3355-1104

Mandalun

Largo das Forras, 88

3355-2176

Quinto do Ouro

R. Direita, 159

8865-6749

Restaurante da Mercês

Travessa José F. Barbosa, 307

3355-1911

Taberna Padre Toledo

R. Direita, 202

3355-2132

Trattoria Via Destra

R. Direita, 45

3355-1906

Viradas do Largo

R. Moinho, 11

3355-1111

restaurantes parceiros

200


pousadas parceiras restaurante

telefone (32)

endereço

Arraial Velho

3355 1362

Rua Bárbara Heliodora, 10

Bárbara Bela

3355 2345

Rua Herculano José dos Santos, 67

Bebeto

3355 1156

Rua dos Inconfidentes, 294

Berço da Liberdade

3355 1831

Travessa Berço da Liberdade, 51

Candonga da Serra

3355 1483

Estrada Velha Tiradentes

Chafariz das 4 Estações

3355 1352

Rua do Chafariz, 120

Don Quixote

3355 1929

Rua Francisco Pereira de Morais, 69

Encanto da Serra

3355 1591

Travessa dos Inconfidentes, 41

Largo

3355 1166

Largo das Forras, 48

Laurito

3355 1268

Rua Direita, 187

Mãe d´Agua

3355 1206

Largo das Forras, 50

Pé da Serra

3355 1107

Rua Nicolau Panzera, 51

Pequena Tiradentes

3355 1262

Av.Governador Israel Pinheiro, 670

Ponta do Morro

3355 1342

Largo das Forras, 88

pousadas parceiras

Pousada do Ó

3355 1699

Rua do Chafariz, 25

Pouso das Gerais

3355 1234

Rua dos Inconfidentes, 109

Quatro Corações

3355 1281

Rua Joaquim Ramalho, 190

Recanto das Pedras

3355 1336

Av. Governador Israel Pinheiro, 512

São José da Serra

3355 1112

Rua dos Inconfidentes, 247

Serra à Vista

3355 1290

Av. Governador Israel Pinheiro, 196

Sirlei

3355 1440

Rua Antônio Teixeira de Carvalho, 113

Solar da Ponte

3355 1255

Praça das Mercês, s/nº

Tiradentes

3355 1232

Rua Francisco de Paulo, 41

Trem do Imperador

3355 2161

Av. Conde de Assumar, 116

Venerando

3355 1274

Praça Berço da Liberdade, 78

Villa Alegra

3355 1597

Travessa Pedro Lourenço da Costa, 31

Villa Real

3355 1292

Rua Antônio Teixeira de Carvalho, 127

201


agradecimentos

agradecimentos

202

Agostinho Neves

Elynês Soares

Maria Cristina Seabra de Miranda

Alfredo Maneny

Escola Estadual Basílio da Gama

Márcia Rosana de Resende

Amílcar Martins

Fabiane Costa Torres

Marcos Vieira Silva

Ana Paula Santana

Fernando Rios

Mário Augusto Lopes Moysés

André Sturm

George Moraes

Marcos Borges

Baques Vladimir C. Sanna

Helvécio Luiz Reis

Ministro Juca Ferreira

Carla Branco

Heleny Hallak d´Angelo

Mirela Diláscio

Cecília Bhering

Jafete Abrahão

Neyla Lourdes Bello

Cláudia Maria Salviano da Silva

João Bosco d´Angelo

Paulo Brant

Claudinei Pimentel Mota (Pirelli)

José Amaro (Zinho)

Patrícia Baby

Cristina Wittenstein

José Augusto da Gama Figueira

Prefeitura Municipal de Tiradentes

Dalma Ferreira

José Luiz Gattás Hallak

Rachel Monteiro

Deputado Federal Reginaldo Lopes

José Vicente Hallak d´Angelo

Romildo Nascimento

Deputado Federal José Fernando Aparecido

Lúcia Camargo

Rubem Tavares

de Oliveira

Luis Eguinoa

Sabrina Cândido

Deputado Federal Virgilio Guimarães

Luiz Henrique Michalick

Sílvio Da-Rin

Duncan Frank Semple

Marcelo Matte

Ten. Cel. Milton Oliveira Costa

Edina Fujji

Maria Artele Gonçalves

Túlio Vanucci

Eliane Costa

Márcia de Oliveira Ribeiro

Victor d’Almeida


203


ficha técnica Idealização e realização

Logística

Apresentadores

Universo Produção

passagem aérea Juliana Braga tráfego de filmes Rebeca de Paula

André Magalhães Luis Carlos Gomes

Coordenação geral Raquel Hallak d’Angelo

Gestora administrativo-financeiro

Assessoria de imprensa

Cássia Melo

Universo Produção

Colaboradores

Coordenação adjunta e técnica Quintino Vargas Neto

Assistentes de produção

Ana d’Angelo

Amanda Hallak

Ariane Lemos

Coordenação adjunta e logística

André Magalhães

Israel do Vale

Fernanda Hallak d’Angelo

Andreza Magalhães

Leonardo Mecchi

Débora Lucas

Débora Lucas - Assistente

Coordenação de oficinas e produção

Janaína Vaz

Denise Hallak

Kika Haddad

TV Mostra

Roberta Guilhelmelli

Trade Comunicação

Temática central e seleção de longas

Rômulo Moreira

Cléber Eduardo

Rosane Félix

Fotografia

Taiana Vanucci

Leonardo Lara

ficha ténica

Alexandre C. Mota

Seleção de curtas

Mostra Foco

Assistente – Júri Jovem

André Fossati

Cleber Eduardo

Ilana Feldman

Paulo Filho Larissa - Assistente

Eduardo Valente

Mostra Panorama

Agentes de apoio

Cássio Starling Carlos

Cláudia Reis

Projeção película, digital e HD

Ana Siqueira

Luciana Miranda Paiva

Alltech - José Luiz Almeida

Ricardo Damaso de Jesus Produção executiva e logística

Welbert Tiago

Mônica d’Angelo Braga

Projeção HD Rain do Brasil

Lounge Oi futuro Produção logística

Recepcionistas

Rebeca de Paula

Lucy Hallak

e programação artística

Gabriela Viggiano

Som Melhor

Ana Tamires Jardins

204

Sonorização cinemas


Iluminação cênica

Edição Oficinas Cineduc

Quanta

ERA

Som Melhor Transporte

VT Homenagem

Banana Veloz

Canal Brasil

Disk Van Vinheta Turma do Pipoca Passagens aéreas

ERA

Terra Viagens e Turismo Vinheta - TV Mostra Website

Agência ) dez

Feira Modderna VT 13ª Mostra Tiradentes Identidade visual e publicidade Agência ) dez

Criação Agência ) dez Montagem e finalização Lucas Souza Direção de cena Thiago Glomer

Produção gráfica Agência ) dez

VT Abertura multimídia

Holograma Design Gráfico

Universo Produção

ficha ténica

Imago Vídeo Cerimonial Ruby Cardoso

Apresentadora Raquel Pedras Trilha ao vivo DJ Roger Moore

Letícia do Amaral Rona Norma

VT Encerramento e premiação Universo Produção

Projeto cenográfico

ERA

Dois Arquitetura

Criação e direção ERA - Rodrigo Coelho Coprodução Carla Sandim Edição Thiago Coelho

Bar show e cine bar café

*as imagens utilizadas na identidade visual do evento fazem parte do acervo fotográfico da universo produção

José Luiz da Silveira

205


PATR O C ÍN IO

I NC E N T IV O

A P O IO

REA L IZ A Ç Ã O

R UA P IRAP ETI N G A, 567 - SER R A - B ELO HOR IZONTE/MG - C EP 30220-150 (31) 3282-2366 - WWW.UNIV ER SOPR ODU C AO.C OM.B R




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