FAUNA #1| Mai - Jul

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índice 1_2 - EDITORIAL 5_12 - TERRITÓRIOS DRAMÁTICOS 13 - ZOOM:VER MELHOR 14 - SESSÃO DE CONTOS COM THOMAS BAKK 15_16 - MATER 17_18 - MÚSICA DA ÉPOCA 19 - LA TORTILLA DE MI MADRE 20 - ALTOS E BAIXOS 21 _22 - FESTIVAL INTERNACIONAL VAUDEVILLE RENDEZ-VOUS 23 - CRIAÇÕES EM CIRCULAÇÃO 24 - INFO GERAL 27 _28 - MAPA: FAUNA - CCJJ 29 _30 - CALENDÁRIO

equipa

ficha técnica

Direção Artística Bruno Martins

Coordenação Bruno Martins

Coordenação Geral Cláudia Berkeley

Design Gráfico + Ilustração de Capa

Coordenação zOOm: ver melhor

Rui Verde

Patrícia Amaral

Revisão Bruno Martins, Jonathan da Costa,

Direção Musical / Mater e Música da Época

Patrícia Amaral

Rui Souza

Tiragem 5000 exemplares

Direção de Produção Jonathan da Costa

Impressão Mota & Ferreira Artes Gráficas

Direção Técnica Valter Alves

Periodicidade Trimestral

Equipa Técnica Igor Pittella, João Teixeira,

Edição 01

Mariana Figueroa, Miguel Dias

Ano 2018

Design Gráfico Rui Verde

Distribuição gratuita

Assessoria de Imprensa Central de Informação

Agradecimentos Álvaro Dinis Mendes, António Marinho, António Oliveira, Daniela Marques, Deusidino Correia e família, Faia, Frederico de Almeida, Glória Cheio, Hélder Matos, Igor Gonçalves, Inês Marinho, Isaura Matias, João Teixeira, Joaquim Alves, Joaquim Araújo, Joaquim Costa, Jorge Magalhães, José Nuno Lima, Kiara Maria, Laurinda Costa, Liliana Duarte, Lurdes Azevedo, Manuela Barbosa, Marcos Barbosa, Maria de Fátima Araújo, Maria de Lurdes Martins, Maria do Carmo, Mariana Dixe, Miguel Dias, Pedro Cunha, Philomena FitzGibbon, Rui Souza, Sandro Alves.



Editorial

sacelerada da arte, feita com o tempo de outros tempos, que já não é o nosso, mas que haverá necessidade de recuperar. A programação, assente numa profunda relação que estabelece com o território, procura interagir com as dinâmicas próprias das comunidades com quem trabalha, mantendo a coerência e a regularidade na apresentação de obras das várias linguagens trabalhadas pelo Teatro da Didascália (teatro, circo contemporâneo, formas transdisciplinares, música e memória), em diálogo com a natureza, estimulando uma prática de vida saudável com propostas que cruzam a arte com a ecologia e a própria gastronomia.

Maio. O tremoceiro encheu-se de flores lilás e ao pé da nora crescem arbustos vermelhos e ervas amarelas. O calor faz desabrochar as cores e o nosso novo espaço pinta-se de preto. Sim, estamos a construir um teatro no meio do campo, rodeado por Oliveiras, Camélias, Chorões... O Pica-Pau parou agora de afiar o bico nas Bétulas. As rãs estão sossegadas hoje. No outro dia apareceu cá uma Garça-Real, vinha sozinha. Não é muito comum aparecerem Garças por aqui. Deve ter-se perdido pelo caminho e veio ao nosso rio refrescar-se. É mais frequente sermos visitados pelas Águias. Os Pica-Paus, os Corvos e os Gaios moram mesmo cá, no FAUNA.

Esta nova e amadurecida fase do Teatro da Didascália merece e exige um programa especificamente orientado para o desenvolvimento de públicos e contacto com a comunidade. Assim, nasce o zOOm: ver melhor. No dia 12 de maio abriremos os portões do FAUNA para todos aqueles que desejarem conhecer este novo espaço e saber o que andámos a imaginar durante estes primeiros meses do ano. A natureza já está a preparar uma bonita passadeira verde que se estende ao longo de toda a entrada da Quinta. São todos bem vindos!

Chamamos-lhe assim, FAUNA, ao nosso novo espaço de criação e programação artística inserido na Quinta da Bemposta, na freguesia de Joane, que passa agora a ser o centro gravitacional da produção e programação artística do Teatro da Didascália.

A programação arranca logo na semana seguinte, 18 de maio, com a 2ª edição do encontro de teatro, TERRITÓRIOS DRAMÁTICOS, um momento forte da nossa programação regular e que se estende até dia 28.

Afirmando-se como um espaço de fruição artística alternativo, o contexto espacial e sociocultural do FAUNA permite o desenvolvimento de um diálogo íntimo com o espetador, potenciando uma experiência de contemplação de-

Junho é o mês em que iniciamos dois importantes ciclos da nossa programa-

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ção regular, MÚSICA DA ÉPOCA e MATER. MÚSICA DA ÉPOCA, com regularidade mensal, transformará o FAUNA num restaurante de cozinha e música improvisada, onde o público é convidado a desfrutar de um concerto-jantar. Uma experiência única onde os ouvidos comem e o estômago escuta. MATER, concerto dividido em seis partes apresentadas ao longo do ano, parte da teoria dos cinco elementos Wu Xing, criada pelo naturalista Tsou Yen. Os concertos serão compostos para piano estragado, eletrónica e dois músicos convidados, num profundo diálogo com o espaço interior e exterior do FAUNA. Este é o nosso novo espaço, interior e exterior. Esta é a primeira edição da sua nova agenda. Sua, sim. Uma agenda através da qual também se poderá expressar criativamente. Será uma espécie de fanzine, um mural coletivo onde também poderá partilhar a sua criatividade e os seus pensamentos, que serão publicados nas edições seguintes. Ficamos à espera dos seus poemas, desenhos, pinturas, textos, fotografias, colagens. O que quiser. O FAUNA é interior e exterior. O seu meio ambiente. BRUNO MARTINS

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TERRITÓRIOS

DRAMÁTICOS

Nesta segunda edição, o TERRITÓRIOS DRAMÁTICOS volta a apresentar-se como um observatório dedicado à dramaturgia nacional e um ponto forte no âmbito da programação regular do Teatro da Didascália. Este encontro tem como objetivo pensar as práticas de criação teatral sedimentadas por todo o país, privilegiando a pluralidade estética e artística produzida em Portugal, os processos e o modo como estas práticas influenciam e são influenciadas pelo seu posicionamento geográfico, possibilitando ao público da região a fruição de novas visões artísticas. Em 2018, o TERRITÓRIOS DRAMÁTICOS tem dois temas: “Reescrita da História” - nos últimos anos, muitos artistas se têm inspirado e ficcionado sobre o nosso passado recente e sobre as questões ligadas à memória - e “Teatro Fora de Formato” - obras disruptivas e provocadoras do ponto de vista estético e intelectual, focadas no universo particular e linguagem artística transdisciplinar de cada criador.

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Bilhetes: 4 euros 3 euros (estudantes, maiores de 65 anos e grupos de 6 ou mais pessoas) Reservas: rp@teatrodadidascalia.com (+351) 912 761 740 Inscrições - Oficinas: patricia@teatrodadidascalia.com Telm. (+351) 916 491 626 Moradas: FAUNA Quinta da Bemposta, Travessa da Quinta, 1 4760 – Joane Google Maps: Fauna | Teatro da Didascália 41°26’10.9”N 8°24’37.9”W CCJJ – Centro Cultural da Juventude de Joane Associação Teatro Construção Rua Dr. Agostinho Fernandes, 113 4770-260 Joane ACE Famalicão Rua Associação de Moradores das Lameiras 4760 – 026 Vila Nova de Famalicão

18-28

Maio

fAUNA

CCJJ 6


MUSEU da EXISTÊNCIA

direção artística fernando giestas e rafaela santos

dramaturgia

fernando

giestas

encenação rafaela santos interpretação

ricardo vaz trindade conceção plástica, cenografia e figurinos ana seia de matos conceção plástica digressão e fotografia carolina reis conceção e design dispositivo

amarelo silvestre

cénico henrique ralheta desenho de luz jorge ribeiro apoio espaço

sonoro ana

bento design gráfico luís belo registo e edição vídeo tomás pereira consultoria museológica

Um homem, o Senhor Melo, decidiu construir um Museu com objetos que as pessoas fazem existir. Se não fosse o valor que as pessoas lhes atribuem, esses objetos não existiam, diz ele. Assim, existe o chapéu salva-vida, o pão torrado que alimentou um amor clandestino, a aliança da revolução que acabou com a guerra e a boneca que não se pode partir e a borracha que não se pode gastar. E o frasquinho de que é melhor não falar (é mais fácil se lerem a história – as histórias dos objectos estão escritas). É isso o Museu da Existência. O Senhor Melo cita as suas próprias inspirações para a construção desta casa: o “Museu da Inocência”, livro do escritor turco Orhan Pamuk que conta a história de um homem – Kemal, assim se chama ele – que construiu um museu, também intitulado Museu da Inocência, que pode ser visitado em Istambul, na Turquia; e “Um Modesto Manifesto para Museus”, do mesmo autor. Orhan Pamuk, Prémio Nobel da Literatura 2006, advoga que o futuro dos museus é dentro das nossas casas. É isso o Museu da Existência. Uma casa. Com pessoas e objetos. É isso uma casa. O Museu da Existência. A coleção do Museu da Existência a apresentar no FAUNA, em Joane, terá objetos de pessoas da comunidade local.

susana

medina

produção

executiva paula trepado e susana rocha criação

amarelo

silvestre

coprodução

amarelo silvestre, teatro viriato, centro cultural

vila

cofinanciamento

flor

direção-geral das artes (apoio pontual

2015)

parceria as casas do visconde apoio câmara

municipal de nelas, lusofinsa, borgstena, patinter

confiança,

agradecimentos sapataria

custódio

chapelaria

domingos,

ourivesaria lifon e relojoaria suíça

(viseu),

ourivesaria joyarte, a velocipédica, ernesto

augusto dos santos e residencial rossio (canas

de senhorim); a todos os que contribuíram para este projecto, com histórias e objetos.

Sex 18/Sáb 19 18h00 e 21h30

fAUNA

duração aprox.: 90 min classificação etária: M/12 lotação limitada: 30 pax por apresentação CEAR E FALAR | conversa e ceia com os artistas após o espetáculo

amarelo silvestre

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Este espetáculo é um retrato-memória da infância escrito a quatro mãos (duas mãos que não param quietas; outras duas que as acompanham e observam), em que há espaço para o medo, o risco, a rua, um cão que ladra (e talvez morda) e um avô à janela capaz de nos proteger pelo canto do olho. “Caco, porque é que estás a trepar?”, perguntava o meu avô Elísio. “Porque me chamo Caco, Caco, Caco…”, dizia eu a imitar o eco. O meu nome atirado contra uma montanha partir-se-ia em mil bocados. Quero dizer, em cacos. Talvez não seja o nome mais respeitável do mundo. Um nome que é um pedaço de uma coisa partida. Mas é o meu.

criação filipe caldeira direção artística filipe

caldeira

interpretação

e

catarina

filipe

gonçalves texto

caldeira

original isabel minhós martins apoio

à

dramaturgia joclécio azevedo cenografia ana guedes apoio à cenografia emanuel santos

sonoplastia

rodrigo

malvar

voz

catarina gonçalves figurinos jordan santos desenho e operação de luz miguel carneiro vídeo

teresa

teatro

do

pinto

frio,

agradecimentos

apoio

à

residência

companhia

seteventos,

instável

escola

viva

produção executiva e difusão circular associação

cultural

coprodução

maria

matos teatro municipal e teatro municipal do porto rivoli campo alegre encomenda do programa para crianças e jovens do maria matos teatro municipal.

filipe caldeira

Dom 20 16h00

CCJJ

O CÃO QUE CORRE ATRÁS DE MIM

duração aprox.: 45 min classificação etária: M/3 lotação limitada: 30 pax por apresentação

(E O AVÔ ELÍSIO À JANELA)

filipe caldeira

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BRISA ou TUFÃO mafalda saloio

Sex 25 21h30

fAUNA

“Brisa ou Tufão” é um espetáculo de teatro sobre a força e a leveza do ar que nos rodeia. Sobre a importância de conviver com o invisível que sopra. De rasgar janelas e celebrar o ar! Dependendo da sorte geográfica, emocional e humana, este ar pode fazer-nos brisa ou tufão. Uma mulher viaja por entre terras, mede o ar e areja lugares. Para prevenir catástrofes, ensinar-nos a conviver com este invisível suave e rebelde da vida. O que fazemos quando temos taquicardia, quando estamos cabisbaixos, quando o lufa-lufa do quotidiano nos tira o ar? “Brisa ou Tufão” é um espetáculo que nos fala de como resistir celebrando a vida. Uma “técnica de leveza e bem-estar” que traz dentro do seu Kit soluções caseiras para tornar tudo mais simples. Um espetáculo sobre a beleza das coisas simples.

duração aprox.: 50 min classificação etária: M/12 CEAR E FALAR | conversa e ceia com os artistas após o espetáculo

criação

e

interpretação

mafalda

sa-

loio apoio à criação andré braga, cláudia figueiredo,

suzana

branco

sonoplastia,

desenho e operação de luz pedro fonseca/ colectivo, ac cenário mafalda saloio e nuno

brandão produção mafalda saloio, ana carvalhosa, cláudia santos colaboradores no

projeto antónio saloio, elena sanz aizpurua, fátima saloio, esmeralda saloio, rui simões, alberto carvalhal, pedro santiago cal apoio

inês mariana moitas, manuel barosa lda., a. marques lda.

mafalda saloio

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Sáb 26

“Portugal não é um país pequeno”, de André Amálio (Hotel Europa), reflete sobre a ditadura e a presença portuguesa em África, em particular a vida dos antigos colonos portugueses através dos seus testemunhos reais. O texto deste espetáculo foi criado através de um processo de verbatim, que significa copiado palavra por palavra, o que se traduziu na escrita de um texto de teatro que utiliza fielmente as palavras das pessoas entrevistadas sobre a sua vida em África no Período Colonial Português. A metodologia seguida combinou a recolha de testemunhos dessas pessoas e uma detalhada pesquisa historiográfica, criando um texto que retrata a complexidade da história recente em Portugal; neste caso, o fim do colonialismo português. Com este trabalho quero investigar histórias reais que se tornaram memórias e que com o tempo foram herdadas; estou interessado em situações onde as pessoas reais contribuem para contestar e reconstruir identidades culturais; estou interessado na forma como o teatro pode contribuir para a reescrita da história, dando voz a um grupo silenciado, trabalhando assim na transmissão da memória entre gerações”.

21h30

fAUNA duração aprox.: 90 min classificação etária: M/12 CEAR E FALAR | conversa e ceia com os artistas após o espetáculo

hotel europa intérpretes andré amálio e pedro salvador assistente de encenação e coreografia

PORTUGAL NÃO É UM PAÍS PEQUENO

tereza havlicková criação musical pedro salvador cenografia pedro silva.

hotel europa

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MANIPULA#SOM radar 360º

Dom 27/Seg 28 16h00

fAUNA

O projeto “Manipula#som” é simultaneamente um processo de investigação criativa e pedagógica. Pretende recolher vocabulário ao longo de diferentes laboratórios, para se transformar num ato performativo. Este laboratório encontra o seu caminho na fusão entre a manipulação de objectos e a música interativa. O núcleo duro do projeto: Um manipulador de objetos, malabarista e sonoplasta, e um manipulador de som, programador e compositor. Ao interagir com interfaces que nos permitam expressar artisticamente através do som, a música eleva o seu processo criativo e performativo ao encontro de uma nova dramaturgia. Ao executar o gesto preciso do malabarismo na interação com os interfaces, pretendemos explorar o sentido rítmico, visual e sonoro da vasta arte da manipulação de objetos. Propomos um concerto visual, cujo epicentro tem origem na interrelação entre o mundo físico e o mundo virtual.

duração aprox.: 90 min classificação etária: M/6

direção artística antónio oliveira interpretação antónio oliveira dramaturgia e encenação julieta rodrigues cenografia nuno guedes e rui azevedo desenho de luz pedro teixeira sonoplastia e desenho de som tiago ângelo e tiago ralha figurinos julieta rodrigues vozes antónio oliveira direção e operação técnica tiago ralha e rui azevedo fotografia teresa couto e luis camanho coprodução centro cultural de belém, rivoli teatro municipal e radar

360º

associação cultural apoio à criação insti-

tuto politécnico do porto, teatro municipal do porto, circolando.

radar 360º

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Oficina de teatro documental

OFICINAS Play 19 MAIO

10h00-12h30

27 MAIO . 9h00-18h00

Oficina lúdica de Teatro e Expressão Dramática, para famílias, desenvolvida por Patrícia Amaral. Através de jogos, exercícios e boa conversa, este atelier explora as capacidades expressivas, a disponibilidade para o desafio, a comunicação e a criatividade. Uma manhã divertida, em família!

Oficina de Teatro Documental, dirigida a estudantes e profissionais de teatro e desenvolvida por André Amálio (Hotel Europa). Nesta oficina será explorada a forma como se pode aliar uma experiência de criação artística à investigação académica de metodologia historiográfica, como a pesquisa de arquivo e história oral.

PATRÍCIA AMARAL

ANDRÉ AMÁLIO

Com vasta experiência no trabalho com o público, Patrícia Amaral desenvolve oficinas de Expressão Dramática e Teatro há mais de 15 anos, privilegiando a partilha, o encontro e a auto-exploração enquanto ferramenta de desenvolvimento pessoal.

Insere-se no novo teatro documental, aliando a experiência artística à investigação académica. Desenvolveu um ciclo de espetáculos sobre o colonialismo português: “Portugal Não é Um País Pequeno”, um projeto que reflete sobre a ditadura e a presença portuguesa em África; “Passa-Porte”, sobre o fim do colonialismo português; “Libertação”, sobre o fim do colonialismo e a independência conquistada pelos países colonizados.

Local: Sala da Universidade Sénior - CCJJ Custo: 5 euros

Cear e Falar

Local: ACE Famalicão Custo: 15 euros

19, 25, 26 MAIO

No final de cada espetáculo, promovemos uma conversa entre artistas e público, num serão onde, para além do confronto de ideias, haverá também um combate gastronómico. O anfitrião vinho verde abrirá o apetite a um doce ou salgado típico da região ou dos territórios evocados pelos espetáculos das companhias convidadas, no sentido de promover um intercâmbio cultural que se desdobra entre o prazer da contemplação da arte e o contacto com o perfil artístico e gastronómico de cada artista convidado.

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“A educação é o que resta depois de termos esquecido tudo o que aprendemos na escola.” Albert Einstein

zOOm: ver melhor é a designação do programa de desenvolvimento de públicos do Teatro da Didascália – um modelo de Serviço Educativo abrangente e transversal a todas as actividades, com o objectivo de reforçar os laços com a comunidade, não só no sentido da mediação entre as produções artísticas e o público, como também no de auscultação deste, tendo em vista a criação de dinâmicas férteis entre artistas e população – sim, estamos a falar de amizade, de afectos. Não faria sentido trabalharmos de outro modo. Conhecer profundamente os públicos que frequentam as actividades da companhia, envolver agentes locais na reflexão, preparação e análise das actividades é absolutamente fundamental e, para nós, fonte de prazer, porque nos move o espírito comunitário de partilha e interajuda. Fazemos zOOm

para nos vermos melhor uns aos outros, para nos percebermos melhor, para caminharmos sempre em direcção a uma linguagem comum. Assim, o zOOm focar-se- á nos aspectos mais ligados ao público e à comunidade, realizando actividades como conversas após os espectáculos e oficinas, promovendo a comunicação directa entre Companhia e Comunidade/ Público, desenvolvendo projectos com e para grupos específicos, ou até colaborando com instituições locais. Fique atento a este símbolo nos programas do Teatro da Didascália. E participe, apareça, comente, sugira. Façamos deste um espaço colectivo, onde todos se sentem bem. PATRÍCIA AMARAL A autora deste texto não segue o Acordo Ortográfico de 1991

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SESSÃO DE CONTOS COM THOMAS BAKK FAUNA . 2 JUNHO . 18h00

Ouvir e contar histórias já faz parte da essência do Teatro da Didascália. É nesta roda de escuta e partilha que nos vamos conhecendo melhor, aproximando, percecionando a vida através da cortina diáfana da narração oral. Um bom momento onde nos emocionamos, rimos, questionamos e avivamos memórias. O contador que abre a porta das sessões de narração desta nova temporada é o nosso amigo Thomas Bakk, um brasileiro muito luso que nos chega do Porto com as suas histórias, cantigas, sarcasmos e muitas piscadelas de olho. Junte-se a nós no espaço FAUNA, traga a família e os amigos. Há muito nessa viagem, Vive de hotel em hotel, Carregando na bagagem As histórias de cordel.

THOMAS BAKK

Thomas Bakk é autor e contador de histórias. Tem obras publicadas e peças encenadas em Portugal e no Brasil. Foi guionista da Rede Globo e atualmente dedica-se à narração oral de contos da sua autoria e também de outros autores, interpretando várias personagens, utilizando o teatro, a música e a interação com público num espetáculo surpreendente e divertido.

E nessas suas andanças, Conheceu sítios bués. Para adultos e crianças, É O Senhor dos Cordéis!

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9 Junho

fAUNA

/21h30

duração aprox.: 60 min classificação etária: M/6

MADEIRA

A primeira edição do Mater terá Samuel Coelho no violino, Carina Albuquerque no violoncelo e Rui Souza dará conta das composições, das eletrónicas e dos teclados. O tema do primeiro Mater é a madeira. Sem que demos conta, a madeira está presente em tudo nas nossas vidas. É uma espécie de pilar, de sustentação, de suporte de vida. É também um dos materiais mais resistentes e, ao mesmo tempo, dos mais leves. Porque será que nos sentimos confortáveis com a madeira? Este primeiro momento musical pretende trazer à tona o arrepio da madeira, a sensação do que somos: natureza. A esta ideia ou sensação/matéria das composições, aliar-se-á uma grande influência do cante alentejano (imaterialidade). O Mater é isto, um reencontro do ser humano com o ser em si. Uma descoberta daquilo que somos e do que pode estar esquecido em nós.

MATER teatro da didascália

Este trimestre inclui o primeiro concerto Mater, um concerto dividido em seis partes e apresentados ao longo do ano, com início em junho e término em dezembro. Os concertos serão baseados na teoria dos cinco elementos Wu Xing criada pelo naturalista Tsou Yen: terra, madeira, água, fogo e metal. A esta teoria vamos unir elementos da imaterialidade cultural: cantares polifónicos da Albânia, polifonia minhota, tenores da Sardenha, cante Alentejano e Throat Singing da Mongólia.

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ÁGUA

A água, como sabemos, é a fonte da vida ou o elixir da existência. Para nos fazer viajar e sentir dentro de nós esta matéria, às composições, eletrónicas e teclados de Rui Souza juntam-se Pedro Oliveira, um baterista cheio de sensibilidade, com uma linguagem única, e Pedro Teixeira, no oboé e no corn inglês. Juntamente com a água (materialidade) irão aparecer inspirações dos cantares polifónicos da Albânia (imaterialidade). Este concerto é a continuação da madeira e do cante alentejano. Qual será o som da água dentro de nós? De que forma podemos sentir a água a correr e a fazer parte de nós? O Mater é isto, um reencontro do ser humano com o ser em si. Uma descoberta daquilo que somos e do que pode estar esquecido em nós.

14 Julho

fAUNA

/21h30

duração aprox.: 60 min classificação etária: M/6

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cialmente, os japoneses usavam o arroz apenas para conservar o peixe. Hoje, graças ao vinagre, o elixir da acidez, o sushi é consumido também com o arroz. A sushi woman Sophia, dentro das suas improvisações culinárias, adianta que terá opções para estreantes no sushi, vegetarianos e apaixonados. Os músicos darão conta do ambiente sonoro que, em diálogo com a chef, resultará numa refeição com sabor a criatividade.

MÚSICA da ÉPOCA teatro da didascália

Este projeto consiste na junção de chefs de cozinha e músicos. Um desafio onde a música improvisada se alia simbioticamente ao acto de preparação das refeições, também esta improvisada. Os músicos serão influenciados pelos sons, cheiros e movimentos do cozinheiro/ chef. Este, por sua vez, será inspirado pela música que está a ser criada em tempo real. Dar-se-á, então, lugar a um diálogo entre cozinheiro/chef e músicos, que culminará num jantar a ser degustado pelo público. Os ingredientes utilizados na preparação destes jantares serão provenientes de produtores locais, dando-se primazia aos produtos orgânicos, naturais, e à agricultura biológica.

3 Junho

8 Julho

/20h00

fAUNA

duração aprox.: 120 min classificação etária: M/6 lotação limitada: 20 pax

DAVID EYGUESIER

De nacionalidade francesa, David Eyguesier vai conduzir a segunda edição do Música da Época. Na Rua das Escolas Gerais, em Lisboa, podemos encontrar o seu restaurante “O Gazeteiro”. O David não tem arcas congeladoras, não tem microondas, apenas produtos do dia e originalidade. Produtos frescos e biológicos, cheios de cor e sabor, são princípios básicos para a sua cozinha. Mas não se fica por aqui. Este cozinheiro tem um gosto e uma ligação particular com a música: estudou Jazz em França e a guitarra é o instrumento que escolheu para comunicar. O que vem mesmo a calhar. Qual será o sabor do jazz? Entre os músicos e o David, haverá um diálogo de improvisações, de cheiros, de ritmos, de temperos e de silêncios. No final, a música será empratada e entre músicos, chef e público, veremos de que cheiros, sons e sabores se fazem esta época.

/20h00

fAUNA

duração aprox.: 120 min classificação etária: M/6 lotação limitada: 20 pax

SOPHIA VIEIRA

Para a estreia do projeto “Música da Época”, convidamos a sushi woman Sophia Vieira. Nada melhor do que uma viagem ao Japão dentro de portas para aguçar os apetites e os sentidos. Ini-

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la TORTILLA de MI MADRE Peripécia Teatro 10 Junho 21h30

fAUNA

Mi Madre leu todos os clássicos. Leu também os românticos, os modernos e os contemporâneos. Delira com Pessoa, Faulkner e Lorca e as suas obras vivem com ela. Livros, livros, livros. Ela curte todos os clássicos da música. E el Flamenco. E a Bossa Nova. E todos os de la Movida Madrileña. Os discos também não faltam na casa de mi Madre. Nem um gira-discos. Nem um cuco dentro do relógio que não para de marcar as horas. Nem uma salamandra a arder por dentro. Também há uma salamandra, da família dos anfíbios, seca por dentro e por fora, guardada algures para mostrar à neta quando vier de longe para visitar. Ela faz as melhores tortillas do mundo. Ouve a música a altos berros e lê Samuel Beckett ao som dos filmes de Pedro Almodóvar. A solidão e o gato, que nunca aparece, são seus fiéis companheiros.

duração aprox.: 65 min classificação etária: M/12 CEAR E FALAR: conversa e ceia com os artistas após o espetáculo

criação,

dramaturgia

e

interpretação

noelia domínguez e sérgio agostinho técnica vocal joana valente caracterização e maquilhagem maria simões espaço cénico peripécia teatro figurinos peripécia teatro e cláudia ribeiro iluminação pedro pires cabral produção executiva sara casal direção, cocriação josé carlos garcia.

peripécia teatro

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30 Junho

Esquece as retas. Pensa em círculos, em curvas, em BAIXOS E ALTOS. Assim, as surpresas da vida surpreender-te-ão menos. Pensa em labirintos, em tramas de tecidos, em caminhos, pontos cruzados, montanhas russas, em idas e vindas. Lembra-te da beleza da surpresa e da magnitude do desconhecido. Da emoção de cada passo e da probabilidade fantástica de dar certo ou errado. Mais ainda, reflete sobre a poderosa mudança do conceito de CERTO E ERRADO. Não penses em dados ou estatísticas, considera a vibração, o pulsar das batidas do teu coração. Aceita a queda!

21h30

fAUNA duração aprox.: 60 min classificação etária: M/12 CEAR E FALAR: conversa e ceia com os artistas após o espetáculo

fiar

FIAR

coordenação artística dolores de matos

ALTOS e BAIXOS

direção artística, espaço cénico branko potocan cocriadores intérpretes carolina ramos, rini luyks participação dolores de

matos fotografia, desenho de luz, som

alexandre nobre figurinos branko potocan, dolores de matos produção fiar

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2016


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FESTIVAL INTERNACIONAL

VAUDEVILLE

RENDEZ-VOUS 25-28 Julho

BRAGA FAMALICÃO GUIMARÃES O FESTIVAL INTERNACIONAL VAUDEVILLE RENDEZ-VOUS é um festival internacional focado na programação de circo contemporâneo, artes de rua e formas transdisciplinares para espaço público. O festival é organizado pelo Teatro da Didascália e coproduzido pelos municípios de Braga, Guimarães e Vila Nova de Famalicão e acontece nas ruas e praças destas três cidades. O Festival afirma-se desde 2016 como o maior e mais influente festival de circo contemporâneo da região Norte do país. +info: www.teatrodadidascalia.com/td/vaudevillerendez-vous

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Criações em circulação

MAIO-JULHO TEATRO da DIDASCÁLIA 1 JUNHO

19 JUNHO

O VIGILANTE NOTURNO theatro garcia de rezende, évora

PRELÚDIO: A MULHER SELVAGEM fitei 2018 teatro municipal do porto campo alegre

20 JUNHO

28 JUNHO

O VIGILANTE NOTURNO a moagem, fundão

O VIGILANTE NOTURNO peripécia teatro, vila real

a seguir . . .

SET/OUT/NOV/DEZ MATER MÚSICA DA ÉPOCA ZOOM: VER MELHOR 20 DIZER - trigo limpo teatro/ACERT DANÇA - projecto ruínas BONECOS DE SANTO ALEIXO - CENDREV

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INFORMAÇÕES

COMO CHEGAR FAUNA Quinta da Bemposta, Travessa da Quinta, 1 4760 - Joane, Vila Nova de Famalicão Google Maps: Fauna | Teatro da Didascália De carro Coordenadas GPS: Latitude: Longitude: 8o24’37.9”W

41o26’10.9”N;

De autocarro ARRIVA | Linha 100 - Guimarães-Joane-Famalicão/ Famalicão-Joane-Guimarães Saída na paragem JOANE (paragem seguinte ao CAFÉ CENTRAL) + 5 min. a pé até ao FAUNA CONTACTOS GERAIS Tel. (+351) 924 305 850 didascalia@teatrodadidascalia.com www.teatrodadidascalia.com www.facebook.com/teatrodadidascalia

BILHETEIRA Bilhetes: 4,00 EUR | Geral 3,00 EUR | Estudantes, maiores de 65 anos e grupos de 6 ou mais pessoas (por pessoa) e sócios da ATC (mediante apresentação de documento comprovativo)

ESTACIONAMENTO GRATUITO O FAUNA possui um parque de estacionamento adjunto ao espaço, em calçada.

2.00 EUR | Estudantes - ACE, INAC, Universidade do Minho, Agrupamento de Escolas Padre Benjamim Salgado (mediante apresentação de documento comprovativo)

OUTRAS INFOS Não é permitida a entrada na sala após o início do espetáculo, salvo indicação em contrário por parte da organização. Em caso de atraso e impossibilidade de entrada, o valor do bilhete não será devolvido. Espetáculos com entrada a convite estão sujeitos à lotação do espaço e exigem marcação prévia (v. Reservas). A participação em atividades do zOOm: ver melhor é feita mediante inscrição prévia, limitada à lotação definida. Pedidos de informação através de patricia@ teatrodadidascalia.com. A informação presente nesta agenda poderá ser alterada por motivos imprevistos.

10.00 EUR | Concerto/jantar MÚSICA DA ÉPOCA Lotação da sala: 60 lugares RESERVAS As reservas podem ser efetuadas até 24 horas antes do dia de apresentação/espetáculo e os bilhetes reservados deverão ser levantados no próprio dia do espetáculo até 30 minutos antes da hora de início da apresentação/espetáculo. Não temos serviço de pagamento por multibanco nos espaços FAUNA e CCJJ. Contactos para reservas: rp@teatrodadidascalia.com (+351) 912 761 740

24




FamalicĂŁo


GuimarĂŁes


MAIO DIA

HORA

ESPETÁCULO/INICIATIVA

ESPAÇO

PÁG

SEX 18

18H00

MUSEU DA EXISTÊNCIA Amarelo Silvestre

FAUNA

7

SEX 18

21H30

MUSEU DA EXISTÊNCIA Amarelo Silvestre

FAUNA

7

SÁB 19

10H00

OFICINA PLAY Patrícia Amaral

CCJJ

12

SÁB 19

18H00

MUSEU DA EXISTÊNCIA Amarelo Silvestre

FAUNA

7

SÁB 19

21H30

MUSEU DA EXISTÊNCIA Amarelo Silvestre

FAUNA

7

DOM 20

16H00

O CÃO QUE CORRE ATRÁS DE MIM (E O AVÔ ELÍSIO À JANELA) Filipe Caldeira

CCJJ

8

SEX 25

21H30

BRISA OU TUFÃO Amarelo Silvestre

FAUNA

9

SÁB 26

21H30

PORTUGAL NÃO É UM PAÍS PEQUENO Hotel Europa

CCJJ

10

DOM 27

16Hoo

MANIPULA#SOM Radar 360º

FAUNA

11

SEG 28

09Hoo

OFICINA TEATRO DOCUMENTAL André Amálio

ACE FAMALICÃO

12

SEG 28

16Hoo

MANIPULA#SOM Radar 360º

FAUNA

11

29


JUNHO DIA

HORA

ESPETÁCULO/INICIATIVA

ESPAÇO

PÁG

SÁB 2

18H00

SESSÃO DE CONTOS Thomas Bakk

FAUNA

14

DOM 3

20H00

MÚSICA DA ÉPOCA Sophia Vieira

FAUNA

18

SÁB 9

21H30

MATER Madeira

FAUNA

15

DOM 10

21H30

LA TORTILLA DE MI MADRE Peripécia Teatro

FAUNA

19

SÁB 30

21H30

ALTOS E BAIXOS FIAR

FAUNA

20

JULHO DIA

HORA

ESPETÁCULO/INICIATIVA

ESPAÇO

PÁG

DOM 8

20H00

MÚSICA DA ÉPOCA David Eyguesier

FAUNA

18

SÁB 14

21H30

MATER Água

FAUNA

16

30


Este espaço é Seu!


Envie-nos uma mensagem, desenho, colagem, pintura, poema, fotografia, mensagens e declarações de amor… Estamos a criar um mural coletivo para a próxima edição. Envie-nos os seus materiais para: didascalia @ teatrodadidascalia.com





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