Diretor – Mark Deputter \ trimestral \ distribuição gratuita
Jornal 11
tra ns içã o
jan mar 2013 Maria Matos Teatro Municipal
janeiro 10
21h30
Raquel Castro • Os Dias São Connosco
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Raquel Castro • Os Dias São Connosco
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Raquel Castro • Os Dias São Connosco
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Raquel Castro • Os Dias São Connosco
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Raquel Castro • Os Dias São Connosco
21h30
Raquel Castro • Os Dias São Connosco
21h00
Vasco Araújo & André e. Teodósio, Orquestra Gulbenkian • Emilie uu Fundação Calouste Gulbenkian
19h00
Vasco Araújo & André e. Teodósio, Orquestra Gulbenkian • Emilie uu Fundação Calouste Gulbenkian
20h30
Apocalypse: a Bill Callahan tour film
quinta
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18 sexta
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23
Sylvain Chauveau & Stephan Mathieu • Palimpsest: Bill Callahan songs
21h30
mala voadora • dead end
21h30
mala voadora • dead end
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10h00
Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins • Eu também moro nas pontas dos pés
sexta
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mala voadora • dead end
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Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins • Eu também moro nas pontas dos pés
sábado
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mala voadora • dead end
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Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins • Eu também moro nas pontas dos pés
10h00
Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins • Eu também moro nas pontas dos pés
quarta
21h30
tg STAN • Le Chemin Solitaire
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10h00
Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins • Eu também moro nas pontas dos pés
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tg STAN • Le Chemin Solitaire
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Co m pr a crianças e jovens
música
teatro|música
dança
filme
www.teatromariamatos.pt Bu
O
y
debate e pensamento
line On
teatro
n li ne
fevereiro 1
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10h00
Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins • Eu também moro nas pontas dos pés
16h30
Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins • Eu também moro nas pontas dos pés
21h30
tg STAN • Les Estivants uu Culturgest
22h00
The Swifter (Andrea Belfi, BJ Nilsen & Simon James Phillips)
11h00
Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins • Eu também moro nas pontas dos pés
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tg STAN • Les Estivants uu Culturgest
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Dina Lopes • Oficina Faz de conta 2
Dina Lopes • Oficina Faz de conta 2
20h30 às
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Francesca Bertozzi • Oficina Metamorfose 2
Sasha Waltz & Guests • Gefaltet uu Fundação Calouste Gulbenkian Projecto Teatral • moinho
Francesca Bertozzi • Oficina Metamorfose 2
Projecto Teatral • moinho
Projecto Teatral • moinho
Projecto Teatral • moinho
Projecto Teatral • moinho
10h00
Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida & João Rodrigues • A beleza, pequena conferência
19h00
Jean-Philippe Clarac & Olivier Deloeuil • Le Martyre de Saint Sébastien uu Fundação Calouste Gulbenkian
sexta
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Monika Gintersdorfer & Knut Klassen • The End of the Western
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Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida & João Rodrigues • A beleza, pequena conferência
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Marina Nabais • O peso de uma semente
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16h30
Marina Nabais • O peso de uma semente
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Marina Nabais • O peso de uma semente
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Marlene Monteiro Freitas • Paraíso – coleção privada
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21h30
Marlene Monteiro Freitas • Paraíso – coleção privada
16h30
Maria de Vasconcelos • No quintal da minha avó, os cavalos nasciam nas árvores
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Marlene Monteiro Freitas • Paraíso – coleção privada
11h00
Maria de Vasconcelos • No quintal da minha avó, os cavalos nasciam nas árvores
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Maria de Vasconcelos • No quintal da minha avó, os cavalos nasciam nas árvores
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Maria de Vasconcelos • No quintal da minha avó, os cavalos nasciam nas árvores
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Maria de Vasconcelos • No quintal da minha avó, os cavalos nasciam nas árvores
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Maria de Vasconcelos • No quintal da minha avó, os cavalos nasciam nas árvores
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Jean-Philippe Clarac & Olivier Deloeuil • Le Martyre de Saint Sébastien uu Fundação Calouste Gulbenkian
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Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida & João Rodrigues • A beleza, pequena conferência
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Marina Nabais • O peso de uma semente
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março
16h30
22h00
Monika Gintersdorfer & Knut Klassen • Breaking Performance: Gbagbo at the ICC / La Jet Set Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida & João Rodrigues • A beleza, pequena conferência Filipe Felizardo com Margarida Garcia e Riccardo Dillon Wanke • Três sombras para um cego
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Rodrigo Amado Motion Trio & Peter Evans
11h00
Maria de Vasconcelos • No quintal da minha avó, os cavalos nasciam nas árvores
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Dina Lopes • Oficina Faz de conta 2
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Andrew Simms • Cancel the Apocalypse
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Francesca Bertozzi • Oficina Metamorfose 2
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21h30
Rui Catalão • Av. dos Bons Amigos
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Francesca Bertozzi • Oficina Metamorfose 2
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Rui Catalão • Av. dos Bons Amigos
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Dina Lopes • Oficina Faz de conta 2
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21h30
Rui Catalão • Av. dos Bons Amigos
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22h00
Jon Hassell • Sketches of the Mediterranean: Celebrating Gil Evans
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17h30 e
18h30
21h30
Dentro de Cena Rui Catalão • Av. dos Bons Amigos
Dia Mundial do Teatro
Economia
19 março
Andrew Simms membro da new economics foundation (Londres), coautor do livro The Great Transition e autor de Cancel the Apocalypse.
3 abril
Trabalho António Guerreiro ensaísta e crítico literário.
maio
21maio
Ambiente Paulo Magalhães membro fundador da Quercus e coordenador do projeto Condomínio da Terra.
Viriato Soromenho-Marques professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Autor do livro Metamorfoses. Entre o Colapso e o Desenvolvimento Sustentável.
17 julho
O ciclo de debates sobre Transição faz parte do projeto The Politics of Economy da rede House on Fire e é apoiado pelo Programa Cultura da União Europeia.
Comida
5 junho
junho
E Portugal?
Recursos Naturais
Capa: Still Life 2 | Pág 6: Still Life 1 (pormenor) fotografias de Luciana Fina e Moritz Elbert
Estilo de vida
“Alguém que acredite que o crescimento exponencial pode continuar infinitamente num mundo finito ou é louco ou é economista.” Kenneth Boulding, economista
Peter Tom Jones professor de Ecologia Industrial na Universidade de Lovaina e autor dos livros Terra Incognita e Terra Reversa.
Os pensadores e ativistas da Transição apelam à revolução. Pacífica e inclusiva, baseada na colaboração e no esforço de todos, mas não menos uma revolução: uma mudança de fundo que transformará a face da Terra para sempre. Confrontados com as evidências do esgotamento dos recursos naturais e do colapso ecológico, chegaram à conclusão de que o atual rumo do mundo é um beco sem saída e de que é urgente atuar: se não começarmos a implementar as mudanças necessárias, de forma ordenada e planeada, as consequências cair-nos-ão em cima, de forma caótica, quiçá catastrófica. Em 1972, a publicação do livro Os Limites do Crescimento, encomendado pelo Clube de Roma e elaborado pelo MIT, teve um impacto profundo na forma como olhávamos o futuro. Utilizando um sistema computacional (World3) para simular as consequências da interação entre a atividade humana e os sistemas do planeta, os cientistas do MIT chegaram à conclusão de que, sem alterações profundas ao crescimento económico e populacional existente, os sistemas da Terra iriam esgotar-se em meados do século XXI, resultando num colapso da atual organização do mundo.
Carolyn Steel autora do livro The Hungry City.
Tim Jackson professor de Desenvolvimento Sustentável na Universidade de Surrey, diretor do Sustainable Lifestyle Research Group e autor do livro Prosperity without Growth.
O que parecia, para muitos, um problema mais ou menos longínquo em 1972, tornou-se numa urgência imediata, com possíveis consequências nas nossas próprias vidas ou, pelo menos, na vida dos nossos filhos. Nos últimos 40 anos, todas as previsões calculadas pelos modelos computacionais do MIT têm-se verificado; algumas tendências algo mais lentas, outras muito mais rápidas, mas todas se confirmaram, sem exceção. Num esforço científico sem precedentes a nível global, a acumulação extraordinária de provas a que temos assistido nas últimas décadas conseguiu convencer até os mais céticos: as alterações climáticas, a poluição dos mares e das reservas aquáticas, o desaparecimento de biótopos, o colapso da biodiversidade e a depleção do petróleo e dos recursos naturais são já uma realidade incontornável que ameaça evoluir rapidamente para um ponto sem retorno. Perante as evidências assustadoras, a opinião pública despertou e a sustentabilidade tornou-se num dos assuntos primordiais em todos os planos da governação, do contexto local às conferências das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Cada vez mais, o foco das atenções está a mudar-se do estudo e da divulgação do problema (e da catástrofe anunciada) para a implementação de possíveis soluções. Está a crescer a consciência de que o tempo das análises se esgotou: tornou-se imperativo agir. Porém, não bastam as metas e políticas ambientais, duramente negociadas em conferências globais, nem os avanços das tecnologias renováveis. O crescimento exponencial das chamadas economias emergentes faz prever um mundo em que, num futuro não muito distante, nove mil milhões de pessoas aspirarão a níveis de consumo comparáveis aos atualmente praticados no Ocidente. O pesadelo do aumento exponencial do consumo global demonstra que o problema da sustentabilidade está intimamente relacionado com a questão da distribuição da riqueza. O que é preciso é uma mudança sistémica, uma verdadeira transição para um novo paradigma de desenvolvimento. Entre março e julho de 2013, o Teatro Maria Matos junta alguns dos representantes e pensadores mais importantes do movimento de Transição num ciclo de sete palestras e debates. O programa aborda seis áreas consideradas essenciais para a implementação da Transição e encerra com um olhar sobre a situação em Portugal.
um mapa de afinidades
Transição
© João Gambino
teatro | coprodução
Raquel Castro Os Dias São Connosco Sala Principal com bancada qui 10 a qua 16 janeiro (exceto dia 14) ter a sáb 21h30 dom 18h00 12€ / Com desconto 6€ | Duração 60 min
Quando a sua filha nasceu, Raquel Castro iniciou um diário em vídeo de 365 dias para poder mostrar-lhe, mais tarde, o seu primeiro ano de vida. Inspirada por esse registo privado e documental, decidiu criar um espetáculo, uma carta-vídeo de uma mãe para uma filha que é também um retrato de uma pessoa e do mundo que a rodeia, feito ao vivo para ser visto no futuro.
“
Quase sempre aquilo que parecia ter sido um dia igual aos outros acabava por me surpreender, porque ao reviver o filme em câmara lenta no final de cada dia, dava por mim a relembrar coisas, situações, imagens, pessoas ou palavras que tinha ouvido ou dito, das quais dificilmente me tornaria a lembrar. Foi importante perceber que a vida está cheia de presente, de um presente que não podemos abarcar na totalidade. A sensação era a de que afinal tinha vivido muito mais do que aquilo que julgava. O vídeo acabava também por funcionar como um depósito dessas coisas que nunca teriam lugar na minha memória, coisas por que passei mas que, de outro modo, acabariam de fora da grande narrativa da minha vida.
”
Raquel Castro
Nos últimos anos, Raquel Castro integrou projetos de Gonçalo Amorim, João Mário Grilo, Pedro Gil, Ricardo Gageiro, Rui Pina Coelho, Tiago Rodrigues e Mónica Calle. Em 2011, participou no Laboratório de criação – Biografia do Teatro Maria Matos onde nasceu o projeto Os Dias São Connosco, a sua primeira criação.
e Based on the diary compiled throughout her daughter’s first year of life, and following her participation in the 2011 Laboratório de Biografia at the Teatro Maria Matos, Raquel Castro created Os Dias São Connosco, a video letter from mother to daughter that is also the portrait of a person and the world around her. criação e interpretação Raquel Castro apoio à dramaturgia Pedro Gil vídeo João Gambino produção executiva Stage One direção de produção Maria João Santos e Maria Manuel coprodução Maria Matos Teatro Municipal Jornal
7
© Elmer de Haas
teatro | música
Vasco Araújo & André e. Teodósio, Orquestra Gulbenkian Emilie
Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian qui 17 janeiro 21h00 e sex 18 janeiro 19h00 uu
Plateia A 22€ / Plateia B 19€ / Plateia C 16€ / Balcão 11€ / Descontos ciclo teatro|música (ver pág. 39) Duração 80 min | Em francês com legendagem
Emilie du Châtelet está à beira de embarcar na última das viagens. Pressentindo a morte, faz contas à vida, lembra os amores, os medos, os arrependimentos e as culpas, ao mesmo tempo que passa para livro a forma como gostaria de ser recordada. A partir do libreto de Amin Maalouf, a compositora finlandesa Kaija Saariaho criou a música para esta ópera encenada em Portugal com o selo de originalidade de Vasco Araújo e André e. Teodósio. A dar corpo e voz a Emilie estará a soprano Barbara Hannigan, uma artista multifacetada e surpreendente. de Kaija Saariaho libreto Amin Maalouf cocriação artística e cénica Vasco Araújo e André e. Teodósio intérpretes Orquestra Gulbenkian maestro Ernest Martinez-Izquierdo soprano Barbara Hannigan desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção desenho de som David Poissonnier colaboração Escola Superior de Dança nova produção coencomendada pela Fundação Calouste Gulbenkian 8
Jornal
e While
foreseeing death, Emilie du Châtelet looks back on her life and recalls her affections, fears and regrets as she puts in writing the way she would like to be remembered. Based on Amin Maalouf’s libretto, Finnish composer Kaija Saariaho has created this opera, presented in Portugal in a surprising new staging by Vasco Araújo and André e. Teodósio.
© Jérémie Kerling
© Michael Berland
música
Sylvain Chauveau &Stephan Mathieu
Palimpsest: Bill Callahan songs Sala Principal com bancada sáb 19 janeiro 22h00 14€ / Com desconto 7€
Em 2009, quando Sylvain Chauveau recebeu um convite de Stephan Mathieu para um projeto a dois, o seu entusiasmo pela obra de Mathieu não o deixou hesitar. Sem nenhum plano previamente delineado – uma primeira conversa tinha deixado no ar que ambos os músicos eletrónicos trabalhariam em algo instrumental –, Mathieu decide provocar a ignição do projeto gravando pequenos trechos feitos com piano, órgão Farfisa, cítara, percussão, trompa, virginal, entre outros instrumentos e utensílios que o circundavam no local onde vivia e trabalhava. Num ápice, tudo começaria a encaixar nos sítios certos, e o que foi transmitido a Chauveau já indicava claramente um corpo de estruturas bem definidas, de tal forma que
Apocalypse: a Bill Callahan 20h30 tour film 61 min, 2012 Entrada livre (sujeita à lotação da sala) mediante levantamento prévio de bilhete no dia do concerto Em complemento ao concerto, é apresentado o documentário de Hanly Banks que registou a digressão norte-americana de Bill Callahan em promoção ao álbum Apocalypse.
este foi incapaz de se propor a prosseguir a construção das esculturas sonoras, oferecendo em troca a sua voz e a lírica inspiradora de algumas canções do repertório Smog de Bill Callahan. A ideia tinha tanto de inesperado quanto de inspiradora. Portentoso monumento às palavras de Callahan, Palimpsest propõem-se revestir o esqueleto das suas canções com vibrantes camadas de abstracionismo electroacústico. Um choque de mundos tão milagroso quanto Blemish de David Sylvian o foi. E é nessa herança pesada que Palimpsest se inscreve, deixando para a história um dos mais surpreendentes álbuns de versões de sempre, em estreia absoluta nesta noite no Teatro Maria Matos.
e Chauveau and Mathieu’s Palimpsest first started as an instrumental piece, but unexpectedly ended up absorbing influences from the inspired lyrics of Bill Callahan’s Smog period. The result is something rare that works both as a magnificent and unpredictable cover album and one of the dreamiest and richest soundtracks for the present day. As a complement to the show, the opportunity to feel Callahan’s songs in their natural state in the documentary Apocalypse: a Bill Callahan tour film, which will be shown before the concert.
voz, piano Sylvain Chauveau virginal, percussão, órgão, rádio, trompa Stephan Mathieu Jornal
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© Amaya González Reyes
teatro
mala voadora dead end Sala Principal com bancada qua 23 a sáb 26 janeiro 21h30 12€ / Com desconto 6€ | Duração 75 min dead end é uma aproximação ao melodrama. Segundo um opúsculo de 1817 intitulado o Tratado do Melodrama, da autoria de Abel Hugo, Armand Malitourne e Jean Joseph Ader, “para fazer um bom melodrama, primeiro é preciso um título. Depois é preciso adaptar a esse título um assunto qualquer, seja histórico, seja de ficção. Colocam-se como principais personagens um farsante, um tirano, uma mulher inocente e perseguida, um cavaleiro e, sempre que se possa, um animal aprisionado: um cão, gato, corvo, passarinho ou cavalo”. O centro de um melodrama é uma personagem injustamente votada ao sofrimento. O desenlace costuma ser adiado até ao final do terceiro ato para que, assim, aumente a revolta do público e o seu desejo de que o desfecho justo e consolador chegue. Está-se “agarrado à história”.
dead end foi escrito por Chris Thorpe para a mala voadora, a partir de narrativas populares da região de Guimarães. Aproxima-se de coisas como o destino e o sacrifício, um certo negrume – coisas que, nos melodramas, são arrumadas de forma a que o bem triunfe. As histórias em que o mal é castigado e o bem vence cumprem um papel tranquilizador para os que se projetam no papel da vítima. Constroem uma ordem. Ou, pelo menos, a imagem de uma ordem. dead end pode ser sobre a necessidade do mal.
e Chris Torpe collaborates once again with mala voadora on dead end, a play departing from a collection of folktales from the region of Guimarães, and having the narrative model of melodrama as a reference, approaching elements such as Evil, fate and sacrifice.
direção Jorge Andrade texto Chris Thorpe a partir de contos de tradição oral originalmente recolhidos por Francisco Martins Sarmento com Anabela Almeida, Jani Zhao, Joana Bárcia, Jorge Andrade, Mónica Garnel, Rui Lima, Sérgio Martins, Simão Cayatte, Tânia Alves e também Chen Reuyu, Hu Yifan, Huang Jianpin, Jiang Rui, Liv Weichi, Wang Binyu, Zang Xiaobin, entre outros cenografia José Capela, com execução de Carlos Maia figurinos José Capela, com assistência de Teresa Ferreira luz Daniel Worm d’Assumpção banda sonora Rui Lima e Sérgio Martins imagem de divulgação Amaya González Reyes produção Manuel Poças coprodução Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura apoio Comuna Teatro de Pesquisa, Maria Matos Teatro Municipal, Taberna das Almas mala voadora é uma estrutura financiada pelo Secretário de Estado da Cultura/DGArtes e é estrutura associada da Associação Zé dos Bois 10
Jornal
© Bernardo Carvalho
teatroteatro | produção e oficina a partir dos 4 anos
Bernardo Carvalho & Isabel Minhós Martins
Eu também moro nas pontas dos pés Sala de Ensaios sex 25 janeiro a dom 3 fevereiro (exceto dias 28 e 29) semana 10h00 sáb 16h30 dom 11h00 e 16h30 Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 40 min
e The body is not a garment that we dress and undress. The body is
O corpo não é uma roupa que vestimos e despimos. O corpo somos nós: por fora e por dentro. O corpo está vivo: às vezes manda em nós, fala por nós, mexe-se sozinho. O corpo transforma-se: também é vento, chuva, uma estrela-do-mar. Há coisas difíceis que o corpo não faz: respirar debaixo de água, voar... Outras coisas parecem difíceis, mas, se treinarmos muito, chegamos lá. Eu moro dentro do meu corpo e gosto de aqui morar. É um lugar bestial onde estão sempre a acontecer coisas. Contigo também é assim?
we ourselves: either outside or inside. The body is alive: sometimes it tells us what to do, it speaks for ourselves, it moves by itself. There are things that are difficult for the body to do: breathing under water, flying… I live inside my body and I enjoy living there. It’s a fantastic place where there are always things happening. And how is it with you? Do you feel the same?
Depois de Daqui vê-se melhor – uma encomenda do Teatro Maria Matos que circulou por vários teatros no país –, Bernardo Carvalho e Isabel Minhós Martins, da editora Planeta Tangerina, preparam a sua segunda criação para palco, aliando teatro e ilustração.
texto Isabel Minhós Martins ilustrações (adereços, cenários, ambientes) Bernardo Carvalho atriz Maria Radich encomenda Maria Matos Teatro Municipal produção Maria Matos Teatro Municipal Jornal
11
© Tim Wouters
teatro
tg STAN Le Chemin Solitaire (Antuérpia)
O Caminho Solitário de Arthur Schnitzler Sala Principal com bancada qua 30 e qui 31 janeiro 21h30
“
14€ / Com desconto 7€ | Bilhete duplo tg STAN 19€ | Duração 2h00 | Em francês com legendagem
O Caminho Solitário é teatro como o teatro deve sempre ser: intelectualmente desafiante, espirituoso, vivaz e sem medo do confronto.
”
Gazet van Antwerpen
A ação da peça é espoletada pela doença e morte de Gabrielle, mulher de Wegrat e mãe de Felix e Johanna, que vem trazer ao de cima um segredo antigo. Julien, um velho amigo da família, regressa à cidade natal que deixara para se dedicar à sua carreira artística. Na altura, abandonara também Gabrielle, grávida de um filho seu, porém casada com Wegrat que educaria a criança como se fosse sua. Agora, temendo a solidão da velhice que se aproxima, Julien quer finalmente revelar o segredo a Felix. Estreada em 1904, a peça O Caminho Solitário gerou controvérsia pelo enredo centrado na mentira e no adultério, marcadamente influenciada pela Psicologia, disciplina cara a Arthur Schnitzler. Os tg STAN não pretendem, no entanto, retratar o meio burguês da Viena do início do século XX, tendo-se antes deixado inspirar pelo universo irónico e contemporâneo do artista plástico Erwin Wurm. O coletivo belga centra a sua leitura da peça na relação entre o ator, a personagem e o texto. Revelando um profundo trabalho de interpretação, os cinco atores distanciam-se de cada uma das personagens e centram a sua abordagem na universalidade das emoções, representando pessoas intemporais que enfrentam dilemas intemporais.
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Há três anos, o Teatro Maria Matos e a Culturgest apresentaram ao público lisboeta o singular teatro do húngaro Béla Pintér; agora, juntam-se de novo para mostrar dois espetáculos dos tg STAN, nossos velhos conhecidos: primeiro Schnitzler e depois Gorki, dois clássicos do século XX abordados de formas bem distintas, mas com a mesma atenção minuciosa ao texto e ao trabalho do ator.
Jornal
e First staged in 1904, The Lonely Way aroused controversy as its plot was about lies and adultery. However the aim of theatre company tg STAN is not to depict the bourgeoisie of early 20thcentury Vienna, but rather to focus their reading of Schnitzler’s play on the relationship between actor, character and text, where they reveal a thorough work of interpretation. texto Arthur Schnitzler (Der einsame Weg, 1903) de e com Natali Broods, Jolente De Keersmaeker, Damiaan De Schrijver, Nico Sturm/Stijn Van Opstal e Frank Vercruyssen figurinos An D’Huys luzes Thomas Walgrave cenário tg STAN técnica Raf De Clercq e Tim Wouters tradução Martine Bom agradecimentos Erwin Wurm produção tg STAN correalização da versão francesa Théâtre Garonne, Festival d’Automne e Théâtre de la Bastille
© Tim Wouters
teatro
Les Estivants Os Veraneantes de Maxim Gorki
Grande Auditório da Culturgest sáb 2 fevereiro 21h30 e dom 3 fevereiro 17h00 uu
14€ (Ver descontos na pág. 39) | Bilhete duplo tg STAN 19€ | Duração 2h10 | Em francês com legendagem
Les Estivants põe em cena um grupo de amigos russos que passam o verão juntos numa datcha. As conversas giram em torno da educação dos filhos, do amor, do casamento, da literatura, da vida… Bebe-se chá, fala-se e brinca-se, aproveita-se a água e o sol. E, no entanto, há qualquer coisa que se anda a tramar. Este círculo de iluminados notórios, todos membros da burguesia, da intelligentsia russa, não pode esconder um grande nervosismo. Enquanto esperam para ver a sua vida completamente de pantanas, agarram-se uns aos outros e defendem com fanatismo a sua posição periclitante. Maxim Gorki escreveu a peça em 1905. A narrativa dramatiza a vida da classe média russa, bem como a sua atitude diante das mudanças sociais do início do século XX. Uma das principais companhias europeias, os tg STAN são presença habitual nos palcos de Lisboa: em 2012, estrearam Mademoiselle Else de Schnitzler no alkantara festival e Nora de Ibsen no Teatro Maria Matos. Na Culturgest, apresentaram of/niet de Ayckbourn/Pinter em 2009, ANATHEMA de José Luís Peixoto em 2007 e Berenice de Racine em 2005.
e In Les Estivants (Summerfolk), a group of Russian friends spends the summer in a country dacha. They talk about their children’s education, about love, marriage, literature and life… Yet something is brewing. Maxim Gorky wrote the play in 1905. The story dramatizes the life of the Russian middle class and its position vis-à-vis the social changes taking place at the beginning of the 20th century. texto Maxim Gorki (Datchniki, 1905) de e com Robby Cleiren, Jolente De Keersmaeker, Sara De Roo, Damiaan De Schrijver, Tine Embrechts, Bert Haelvoet, Minke Kruyver, Frank Vercruyssen e Hilde Wils figurinos An D’Huys luzes Clive Mitchell técnica Clive Mitchell e Tim Wouters produção tg STAN coprodução Théâtre Garonne, Théâtre de Nîmes, Théâtre National de Strasbourg, Théâtre de la Bastille e Festival d’Automne Jornal
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música
The Swifter
(Andrea Belfi, BJ Nilsen & Simon James Phillips)
Sala Principal com bancada sáb 2 fevereiro 22h00 14€ / Com desconto 7€
A igreja Grunewald em Berlim já abençoou muitos concertos e gravações, mas nenhum foi tão bafejado pela sorte como o primeiro encontro destes músicos em setembro de 2011. O trio, formado repentinamente por uma série de acasos, conheceu-se no exato dia em que o registo dos quatro temas do álbum homónimo aconteceu. O pianista australiano Simon James Phillips tinha a gravação de um álbum a solo agendada na Grunewald, mas, após um ensaio com BJ Nilsen semanas antes, percebeu que deveria partilhar a experiência com o músico eletrónico. A três dias da gravação, um concerto inesperado com Andrea Belfi mudou novamente o plano, e, de duo, The Swifter passou a trio. Com a improvisação como guia permanente dos movimentos, pequenos mecanismos foram traçando inteligentemente o encontro entre os vários instrumentos: piano e percussão em convulsão repetitiva entrelaçada; eletrónica capturando os batimentos do coração do piano para os libertar na atmosfera como projéteis sonoros autónomos. Poder-se-ia traçar paralelismos com a missão libertadora dos Necks ou dos Triosk, mas o maior número de recursos oferece, naturalmente, um maior número de resultados. E esta santíssima trindade promete novas soluções a cada encontro, mostrando uma das hipóteses do chamado jazz do futuro. 14
Jornal
e It all starts with Simon James Philips’s enchanting piano, played both inside and outside, which is captured by BJ Nilsen’s electronics and then released into the atmosphere in the form of a dialogue, while Andrea Belfi uses percussion to colour in the blank spaces and bring some drama into the piece. It was supposed to be a one-off event, but the amazing initial results allowed The Swifter to grow in ambition.
bateria e percussão Andrea Belfi computador BJ Nilsen piano Simon James Phillips
oficina teatro | produção 6 aos 8 anos
oficina dança | produção 6 aos 8 anos
Dina Lopes Faz de conta 2
Francesca Bertozzi Metamorfose 2
Sala de Ensaios qui 7 e sáb 9 fevereiro ter 19 e sáb 23 março
Sala de Ensaios dom 10 e qui 14 fevereiro qui 21 e sex 22 março
semana 10h00 sáb 16h30
semana 10h00 dom 16h30
Criança 3€ | Duração 90 min
Criança 3€ | Duração 90 min
Há histórias que parecem reais e outras que só podiam ser inventadas. Nesta oficina, propomos entrar no mundo da imaginação, no qual nos é permitido tornar possível tudo o que desejamos. Seremos livres de criar qualquer objeto, lugar, figurino ou ação, sem que seja importante definir se é verdadeiro ou não. Tudo se move através da nossa vontade.
Uma bailarina conta a história da metamorfose da lagarta através de movimentos que, passo a passo, são revelados e ensinados às crianças até comporem uma pequena coreografia. Ao longo da oficina, as crianças poderão perceber o que é possível fazer com a dança e o movimento dos corpos para reconhecer, criar e recontar histórias.
e In this workshop, we’ll travel to the world of imagination, where everything is possible. We will be able to create whatever object, place, costume or action we wish, without bothering if they are true or not. Everything that we’ll create will exist because we want it to exist. No more no less!
e A dancer tells the story of the caterpillar’s metamorphosis with movements that are shown and instructed to the children, step by step, until they make up a small choreography. Throughout the workshop, the children will be able to understand what dance and body movement can do in order to recognize, create and retell stories.
Dina Lopes estudou Teatro na Escola Superior de Teatro e Cinema. Enquanto atriz, destaca-se o trabalho com os encenadores Luís Miguel Cintra, João Mota, João Grosso. Começou a desenvolver oficinas de expressão dramática no Teatro O Bando em 1990, desde aí tem estado ligada ao ensino desta disciplina em diferentes contextos.
Francesca Bertozzi formou-se na Escola Superior de Dança de Lisboa e tem vindo a trabalhar como intérprete e criadora na área da dança. Paralelamente aos projetos artísticos, tem vindo a desenvolver atividades pedagógicas lecionando aulas e workshops de dança contemporânea, criativa, composição coreográfica e consciência corporal em Itália, França e Portugal. Jornal
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© Bernd Uhlig
teatro | música
(Berlim)
Sasha Waltz & Guests Gefaltet
de Wolfgang Amadeus Mozart e Mark Andre Concerto coreográfico de Sasha Waltz e Mark Andre
Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian dom 10 fevereiro 19h00 uu
Plateia A 32€ / Plateia B 27€ / Plateia C 22€ / Balcão 14€ / Descontos ciclo teatro|música (ver pág. 39) Duração 2h00
Sasha Waltz e Mark Andre chamam concerto coreográfico a esta sua colaboração. Segundo a coreógrafa alemã, o desafio é explorar a noção dos intervalos entre música, espaço e tons. Para o compositor francês trata-se de uma oportunidade para testar a sua música como resposta a impulsos e movimentos. Como poucas vezes se terá visto, Gefaltet promove diálogo entre bailarinos e músicos (aos primeiros também se pede sons, aos segundos também se pede movimentos), convocando-os a todos para a criação – prévia e em tempo real.
O Goethe-Institut de Lisboa apresenta uma programação paralela durante toda a visita da companhia de Sasha Waltz. Concertos, filmes e encontros oferecem-nos a oportunidade de aproximação ao universo artístico desta criadora ativa em Berlim. 16
Jornal
e Gefaltet, a choreographic concert by Sasha Waltz and Mark Andre, is intended as a dialogue between dancers and musicians. According to the German choreographer, the challenge is to explore the notion of intervals between music, space and tones. For the French composer, it is an opportunity to test his music as a response to impulses and movements.
coprodução
Projecto Teatral moinho Palco da Sala Principal qua 13 a dom 17 fevereiro 20h30 às 23h30 Entrada livre (sujeita à lotação da sala) mediante levantamento prévio de bilhete
Projecto Teatral Maria Duarte, Helena Tavares, Gonçalo Ferreira de Almeida, André Maranha e João Rodrigues Jornal
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teatro | coprodução a partir dos 12 anos
Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida & João Rodrigues A beleza, pequena conferência A partir de Jean-Luc Nancy
Sala de Ensaios qua 20 a dom 24 fevereiro (exceto dia 22) semana 10h00 sáb e dom 16h30 Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 60 min
“
A beleza absoluta manifesta-se em muitas coisas belas e em muitas pessoas belas, ainda que não possamos dizer nunca que esta coisa, esta pintura, esta música ou esta pessoa é a própria beleza. Ao mesmo tempo todos sabemos que só falamos de qualquer coisa de belo porque sabemos o que é a beleza. Ouvindo-me falar, diriam talvez que não é verdade, que não sabem de todo o que é a beleza. Pensam talvez que de qualquer maneira a beleza é muito relativa, que cada um tem a sua definição de beleza, vocês acham isto belo mas um outro não, ou então vocês acham isto belo num dia mas não no seguinte, que o que é belo na China não o é em África nem na Europa. Não é verdade, nós sabemos o que é a beleza. Gostaria de tentar mostrar-vos que vocês sabem, que todos nós sabemos.
e How do you explain what beauty means to children and young people? This is the challenge that French philosopher Jean-Luc Nancy tried to tackle when he gave his Small Conference on Beauty. In this performance, the actors make use of the natural dynamics of acting and the conference text to re-ask the question: what is beauty? A seemingly simple idea, but so difficult to define and characterize.
Como se explica a crianças e jovens o que é a beleza? Foi esse o desafio a que o filósofo francês Jean-Luc Nancy tentou responder numa pequena conferência que é agora recuperada pelos artistas Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida e João Rodrigues. Recorrendo às dinâmicas naturais da representação e ao texto da conferência de Nancy, questiona-se e argumenta-se o que é o belo, uma ideia aparentemente simples, mas tão difícil de definir e caracterizar.
criação Maria Duarte, Gonçalo Ferreira de Almeida e João Rodrigues agradecimentos Jean-Luc Nancy, Tomás Maia e Elisabete Gama coprodução Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura e Maria Matos Teatro Municipal
”
Jean-Luc Nancy, A Beleza
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Jornal
© Clarac-Deloeuil le lab
teatro | música
Jean-Philippe Clarac & Olivier Deloeuil
(Bordéus)
Le Martyre de Saint Sébastien
Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian qui 21 fevereiro 21h00 e sex 22 fevereiro 19h00 uu
Plateia A 27€ / Plateia B 22€ / Plateia C 19€ / Balcão 14€ / Descontos ciclo teatro|música (ver pág. 39) Ação cénica em 5 atos | Duração 90 min | Em francês com legendagem
Inspirando-se diretamente no filme Teorema de Pasolini, o Martyre de Jean-Philippe Clarac e Olivier Deloeuil adota “as revelações místico-eróticas de uma família burguesa, tocada pela graça de um estranho desconhecido chamado… Sébastien”. Mais récita ou oratória do que ópera ou teatro no sentido tradicional do termo, o espetáculo da dupla francesa dá um novo fôlego à histórica criação de Claude Debussy e Gabriele d’Annunzio, estreada em 1911, um marco enquanto desafio às convenções da época.
e Based on Pasolini’s film Teorema, Clarac and Deloeuil’s Martyre adopts “the mystical and erotic revelations of a bourgeois family, touched by the grace of a stranger called… Sébastien”. The performance by the French duo gives new life to Claude Debussy’s and Gabriele d’Annunzio’s musical play, which was first staged in 1911 and a challenge to the conventions of its time.
texto Gabriele D’Annunzio encenação e vídeo JeanPhilippe Clarac e Olivier Deloeuil intérpretes Orquestra e Coro Gulbenkian maestro Alain Altinoglu ator (o santo) Micha Lescot soprano (a mãe) Karen Vourc’h ator (o pai) Éric Bougnon atriz (a criada) Blanche Konrad meio-soprano (a gémea) Marianne Crebassa meio-soprano (a gémea) Marie Kalinine coprodução Cité de la musique, Arsenal de Metz, Clarac & Deloeuil > Le L@b e Filarmónica de Bruxelas coapresentação Fundação Calouste Gulbenkian Jornal
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teatro
Monika Gintersdorfer & Durante duas noites, a dupla Monika Gintersdorfer e Knut Klassen ocupa o Teatro Maria Matos e com os seus atores, bailarinos e mais alguns convidados trazem-nos teatro, dança, música e festa ao ritmo da capital costa-marfinense Abidjan. Em 2005, Monika Gintersdorfer e Knut Klassen desembarcaram na Costa do Marfim. Foi o início de uma sucessão de trocas artísticas entre a cena de teatro e dança europeia e a da África Ocidental. No entanto, o trabalho desta dupla de artistas germânicos afasta-se consideravelmente do de outros criadores europeus que trabalharam em África. Gintersdorfer & Klassen não procuram uma interculturalidade mutuamente inspiradora e politicamente correta. Eles enfatizam as diferenças entre brancos e pretos e estas constituem a força motora dos seus espetáculos.
e In 2005 Monika Gintersdorfer and Knut Klassen’s stepped ashore in Ivory Coast. It was the start of a series of artistic transfers between the West African and the European art and theatre scene. However, Gintersdorfer & Klassen are definitely not looking for a mutually inspiring intercultural exchange. Rather, they emphasise the differences between whites and blacks and, moreover, these contradictions are the driving force behind their performances. uma apresentação House on Fire com o apoio do Programa Cultura da União Europeia e Goethe Institut
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Jornal
Sala Principal com bancada sex 22 fevereiro 21h30 14€ / Com desconto 7€ | Bilhete duplo 19€ / Com desconto 9,50€ | Duração 1h35
The End of the Western Por vezes, os políticos julgam-se cowboys. Em The End of the Western, um grupo de atores e bailarinos refletem sobre a história recente da Costa do Marfim. Durante vários meses, depois das eleições legislativas de 2010, dois presidentes reivindicaram a sua legitimidade enquanto Chefe do Estado eleito, arrastando o país num conflito sangrento. Monika Gintersdorfer e Knut Klassen centram o seu espetáculo na resolução deste western – palavra que Laurent Gbagbo empregou para descrever o conflito com o seu arqui-inimigo Allasane Ouattara.
e In The End of the Western, a group of black and white performers take a close look at the bloody period, after the 2010 elections in the Ivory Coast, when two presidents claimed to be the only official leader. The show focuses on the solving of this “western”, which is how Laurent Gbagbo described his conflict with his arch rival Ouattara. de Monika Gintersdorfer & Knut Klassen com Gotta Depri, DJ Meko, Ted Gaier, Hauke Heumann, SKelly, Shaggy Sharoof e Gadoukou la Star produção Gintersdorfer/ Klassen coprodução FFT Düsseldorf, Kampnagel Hamburg, Pumpenhaus Münster, Rotterdamse Schouwburg e Theater Chur apoio Fonds Darstellende Künste
Festa Couper Décaler mmcafé Entrada livre (sujeita à lotação da sala) Depois do espetáculo, animação musical com os artistas costa-marfinenes de Couper Décaler SKelly, Shaggy Sharoof, Gadoukou la Star e DJ Abidjaninsky. Couper Décaler é uma das expressões mais importantes da música pop africana. O género surgiu em 2003
na diáspora costa-marfinense em Paris, quando um grupo de jovens, chamado La Jet Set, alimentou um verdadeiro hype, longe dos olhares da França branca. Desde então a fama de La Jet Set tem-se multiplicado entre Paris e Abidjan.
& Knut Klassen
(Berlim/Abidjan)
Sala Principal com bancada sáb 23 fevereiro 20h30 14€ / Com desconto 7€ | Bilhete duplo 19€ / Com desconto 9,50€ | Duração 2h00
Breaking Performance: Gbagbo at the ICC Breaking Performance é um formato criado para responder aos acontecimentos da atualidade política com um desfasamento temporal mínimo. As notícias de última hora (breaking news) transmitidas pela televisão são confrontadas em cena pelos intérpretes
e os seus pontos de vista. A sua relação e implicação pessoal com os factos apresentados é determinante. Esta Breaking Performance é dedicada ao processo do ex-presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, no Tribunal Internacional de Justiça de Haia.
e Created to respond with minimum delay to the most recent political events, Breaking Performance confronts television news with statements of the performers, revealing and emphasizing their personal view on the subjects.
La Jet Set Douk Saga, Lino Versace, Boro Sanguy, Le Molare são estrelas de música e dança da Costa do Marfim. Na comunidade imigrante parisiense, são conhecidos como jet set. Combinam o glamour do seu vedetismo com a precariedade das condições de vida nos bairros sociais. Nos clubes noturnos da Cidade das Luzes, lançaram uma nova tendência: o Couper Décaler. DJs cantam histórias sobre o mundo do jet set no qual os imigrantes ascendem a cargos de banqueiro, embaixador ou até presidente. Este movimento artístico tornou-se um sucesso em toda a África Ocidental e nas comunidades residentes na Europa. La Jet Set é uma ideia subversiva, uma exuberante mistura entre política e entretenimento.
e Douk Saga, Lino Versace, Boro Sangui, Le Molare are all superstars of the Ivorian music and dance scene, known in the immigrant community in Paris as the Jet Set. They combine the glamour of stardom with poor living conditions in social housing blocks. La Jet Set is a subversive idea, an exuberant mix of politics and entertainment. de Monika Gintersdorfer & Knut Klassen com Gotta Depri, Hauke Heumann e Gadoukou la Star produção Gintersdorfer/Klassen, Kampnagel Hamburg, Ringlokschuppen Mühlheim e Sophiensaele Berlin apoio den Regierenden Bürgermeister von Berlin – Senatskanzlei – Kulturelle Angelegenheiten e Fonds Darstellende Künste
Concerto Couper Décaler meets Kuduro A noite acaba em festa, com uma atuação conjunta dos músicos costa-marfinenses SKelly, Shaggy Sharoof, Gadoukou la Star e o DJ Marfox, a nata do kuduro produzido em território nacional. Jornal
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© Sara Rafael
música
Filipe Felizardo
Margarida Garcia e Riccardo Dillon Wanke
com
Três sombras para um cego Sala Principal com bancada ter 26 fevereiro 22h00 12€ / Com desconto 6€
No trabalho musical de Filipe Felizardo, tanto em disco como ao vivo, tem-se sentido um ato contínuo de busca, como se houvesse uma interrogação autoimposta a que interessa urgentemente responder. Esta perscrutação, trazida pela sua prática nas artes visuais, integra uma metodologia sonora hiperorganizada, deixando-nos crer que qualquer hipótese é sempre verificada e aceite além de qualquer dúvida. Durante muito tempo, e tal como exposto nas obras Övöo e lII=207.8°, bII=−56.3°, Felizardo perseguiu implacavelmente o drone nas guitarras elétricas, fascinando-o toda a sua tensão (e emoção) manipulável. Esse conhecimento cada vez maior do drone e do sustain – que sempre ouvira na génese dos blues ou na música de John Fahey e Max Ochs – leva-o a perceber que também o riff pode abarcar semelhantes qualidades. Felizardo conclui que tudo deriva de um só ponto, numa espécie de genealogia abrangente da guitarra, seja a tormenta pacífica do drone ou a transparência classicista das suas composições na obra mais recente Guitar soli for the Moa and the Frog – de 2012, a sua primeira edição oficial, e sobre a qual a revista The Wire escreveu que “afastando-se dos efeitos, a ligação de Felizardo aos blues torna-se clara”. 22
Jornal
Para esta nova peça, em estreia e em resposta a um desafio do Teatro Maria Matos, Filipe Felizardo aperfeiçoa a sua metodologia inquisitiva partilhando-a com Margarida Garcia e Riccardo Dillon Wanke. Juntos propõem-se jogar entre tempo, textura e volume, enquanto colhem semelhanças e incongruências com os timbres dos seus instrumentos.
e With the premiere of his new piece, Felizardo continues to explore the tones of the electric guitar as well as the physical and emotional properties of drones. Tempo, texture and volume will be strongly equated while the guitarist plays similarities and inconsistencies with Margarida Garcia’s double bass and Riccardo Wanke’s keyboards. guitarra elétrica Filipe Felizardo contrabaixo elétrico Margarida Garcia sintetizador Riccardo Dillon Wanke design de som Cristiano Nunes design de luz Bruno Moreira
dança | coprodução a partir dos 8 anos
Marina Nabais
O peso de uma semente Palco da Sala Principal sex 1 a ter 5 março (exceto dia 4) semana 10h00 sáb e dom 16h30 Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 50 min
Se, numa balança, dois pesos se equilibram estagnando, o que os fará mover? O peso de uma semente. Ela encerra em si o potencial, a origem e a reprodução da vida. É o princípio de todo o movimento. Com a medida certa de esforço, esse peso – medido em apenas miligramas – recai sobre a terra e transforma-se em vida e conteúdo, ao longo do tempo. Precedido de um prólogo interpretado por um conjunto de jovens, este solo de dança parte da depuração do espaço do corpo, do espaço sonoro e do espaço cénico para explorar o paradoxo entre esforço e inércia.
e If two weights balance each other out and come to a halt on a twin-pan balance, what will make them move? The weight of a seed. It contains in itself the potential, the origin and the reproduction of life. Preceded by a prologue performed by a group of youngsters, this solo dance departs from the purification of the body space, the sound space and the stage space to explore the paradox between effort and inertia.
direção artística, coreografia e interpretação Marina Nabais espaço sonoro Simão Costa interpretação do prólogo alunos do 8.º ano da Escola de Dança do Conservatório Nacional cenários e figurinos Marta Carreiras figurinos do prólogo Marta Carreiras com alunos da CENATEX desenho de luz Cláudia Rodrigues dramaturgia Manuela Pedroso consultoria artística Luca Aprea ilustração Diogo de Calle produção A menina dos meus olhos coprodução Centro Cultural Vila Flor, A menina dos meus olhos e Maria Matos Teatro Municipal
apresentação no âmbito da rede
Jornal
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© Margarida Ribeiro
dança | coprodução
Marlene Monteiro Freitas
Paraíso – coleção privada Sala Principal com bancada qui 7 a sáb 9 março 21h30
Coapresentação alkantara
12€ / Com desconto 6€ | Duração 60 min Lugar imaginário de génese cristã, o Paraíso é onde a vida decorre livremente sem os constrangimentos do quotidiano. Com recursos infinitos, a vida afirma-se livre de esforços e obrigações e nela reina a harmonia como recompensa de uma virtuosa existência terrena. À medida que foi entrando na esfera das artes, libertando-se da marca moral-religiosa, o Paraíso tornou-se no lugar do exótico e do fantástico, mas sempre indissociável do Inferno, constituindo ambos lugares por excelência da imaginação artística.
música, dança, flora e fauna, clima, bebida e comida, onde ocorrem encontros fortuitos com máquinas de costura e outros materiais dissonantes.
Em Paraíso – coleção privada, Marlene Monteiro Freitas trabalha as diferentes dimensões da ideia de Paraíso, num espetáculo que classifica de concerto coreográfico, pontuado por elementos estranhos, eventualmente cómicos, articulados ritmicamente. Constrói, assim, um lugar indefinido, desenhado por
e In Paradise – private collection, Marlene Monteiro Freitas approaches the different dimensions of the concept of paradise and builds a performance that she classifies as a choreographic concert, involving music, dance, fauna and flora, food and drinks, the weather and other strange elements, rhythmically articulated and eventually funny.
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Jornal
Nascida em Cabo Verde, Marlene Monteiro Freitas pertence ao coletivo Bomba Suicida e trabalha regularmente com Emmanuelle Huynn, Loic Touzé, Tânia Carvalho e Boris Charmatz. Entre as suas criações mais recentes, estão as peças (M)imosa, inserida no alkantara festival 2012, e Guintche, apresentada em 2012 no Centro Cultural de Belém.
coreografia Marlene Monteiro Freitas intérpretes Yair Barelli, Lorenzo De Angelis, Luís Guerra, Andreas Merk, Marlene Monteiro Freitas música Nosfell desenho de luz Yannick Fouassier figurinos Marlene Monteiro Freitas produção e difusão Andreia Carneiro (Bomba Suicida), Erell Melscoet coprodutores Les Spectacles Vivants, Centre Pompidou, L´Échangeur, CDC Picardie, CCN de Tours, CCN de Rillieux-la-Pape, Ballet National de Marseille, CDC Uzès Danse, Bomba Suicida, Festival Circular, Maria Matos Teatro Municipal apoios Fundação Calouste Gulbenkian, alkantara, Atelier Real e Rachid Ouramdane’s company Bomba Suicida é uma estrutura financiada pelo Secretário de Estado da Cultura/ DG Artes e uma estrutura associada alkantara, O Espaço do Tempo e Atelier Real apoio à apresentação Départs com o apoio do Programa Cultura da União Europeia
apresentação no âmbito da rede
teatro | produção 3 aos 5 anos
Maria de Vasconcelos
No quintal da minha avó, os cavalos nasciam nas árvores Sala de Ensaios sáb 9 a dom 17 março (exceto dias 11 e 15) semana 10h00 sáb 16h30 dom 11h00 Criança 3€ | Adulto 7€ | Duração 30 min
Um espetáculo que fala do imaginário de uma menina que adorava brincar ao faz de conta no quintal da sua avó onde os ramos das árvores e as vassouras se transformavam no cenário de grandes aventuras. Quando eu era pequena ansiava o ano inteiro pelas férias de verão para ir para casa da minha avó. A avó vivia longe e para lá chegar tínhamos de viajar o dia inteiro de carro: – Papá… falta muito? Os adultos chegavam estafados, mas eu… só pensava nas mil brincadeiras que ia fazer no quintal da minha avó!
e When I was a little girl, I used to long for the summer holidays to visit my grandmother. Grandma lived far away and, in order to get there, we had to drive for a whole day: Daddy… is it still far? The adults were exhausted, but I… I only thought about all the fun I would have in my grandma’s backyard! criação Maria de Vasconcelos cenografia Joana Patrício imagem Pere Cabaret uma encomenda Maria Matos Teatro Municipal produção Maria Matos Teatro Municipal agradecimentos Anaísa Raquel, Cláudia Andrade, Paulo Ferro, Ruy Malheiro Jornal
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música
Rodrigo Amado Motion Trio &Peter Evans Sala Principal sáb 16 março 22h00 14€ / Com desconto 7€
Foi há pouco mais de dez anos que Rodrigo Amado iniciou discograficamente uma das mais sólidas carreiras do jazz português. Inaugurou os seus Lisbon Improvisation Players em 2002 e, desde então, exibe uma impressionante coleção de gravações e concertos que provam o seu poder de fogo criativo e a sua fácil amizade musical com importantes músicos nacionais e internacionais. Em 2009, Rodrigo Amado junta o jovem baterista Gabriel Ferrandini ao generoso violoncelista Miguel Mira em Motion Trio, oficializando este título e formação como a sua mais eloquente working band. Depois de confrontar o Motion Trio com Paul Dunmall e Jeb Bishop (com quem gravaram o segundo álbum Burning live at Jazz ao Centro e prepararam The Flame Alphabet para ser editado na editora polaca Not Two durante 2013), chegou a vez de partilhar o palco com Peter Evans, prodígio incontestado do trompete e um dos mais poderosos improvisadores em atividade. Pólo catalisador de todas as atenções no jazz em Nova Iorque, Evans desdobra a sua suprema arte em múltiplos contextos, desde os seus vibrantes recitais a solo, às participações em orquestras 26
Jornal
de câmara, passando por projetos de arte performativa ou composição electroacústica. Músico completo, domina tanto o rigor clássico do trompete como subverte os limites físicos do instrumento, e quem o já viu tocar, não o esquece. É neste altíssimo patamar que Rodrigo Amado coloca, nesta noite, o seu Motion Trio.
e After defining the mission statement of his Motion Trio back in 2009, Rodrigo Amado has tried several times to create new possibilities by inviting other leading figures in contemporary jazz into the band’s line-up. After electing Jeb Bishop and Paul Dunmall for the past few years, here comes the sensational entrance of the resourceful North-American trumpet player Peter Evans.
saxofone tenor Rodrigo Amado violoncelo Miguel Mira bateria Gabriel Ferrandini trompete Peter Evans
debate | ciclo transição
Andrew Simms Cancel the Apocalypse Sala Principal ter 19 março 18h30 Entrada livre (sujeita à lotação da sala) mediante levantamento prévio do bilhete no próprio dia a partir das 15h00
Apenas dois meses depois do lançamento mundial, Andrew Simms vem a Lisboa apresentar o seu novo livro Cancel the Apocalypse.
“
Alguma vez pensou que o mundo está a desmoronar-se? Não está sozinho. Entre o lixo financeiro e o aquecimento global, a situação parece desesperada. Mas imagina que tudo podia acabar bem, até melhor do que está? Talvez o que nos esteja a limitar seja uma falta de imaginação e um sobrepeso de ortodoxias ultrapassadas. Vivemos num mundo às avessas em que é possível um país como o Reino Unido exportar milhares de toneladas de gelado para a Itália e importar a mesma quantidade de volta; onde banqueiros de topo ganham milhões por destruir valor económico, enquanto enfermeiros criam valor muitas vezes acima dos seus salários.
”
Cancel the Apocalypse é um livro fascinante e iconoclástico que demonstra em pormenor como a corrida implacável ao crescimento económico e o materialismo excessivo estão a arruinar o planeta, sem criar mais felicidade. Simms acredita apaixonadamente na capacidade humana para mudar de rumo e apresenta um projeto abrangente para a criação de uma economia que opere dentro dos limites do sistema Terra e promova o bem-estar humano, a sustentabilidade ecológica e a distribuição mais equitativa da riqueza. Afinal, os cenários do fim do mundo oferecem sempre uma oportunidade para um novo começo.
e In fascinating and iconoclastic detail, Cancel the Apocalypse describes how the relentless race for economic growth is not always one worth winning, how excessive materialism has come at a terrible cost to our environment, and hasn’t even made us any happier in the process. Simms believes passionately in the human capacity for change. While global warming and financial meltdown might feel like modern day horsemen of the apocalypse, Simms shows how such end of the world scenarios offer us the chance for a new beginning. Andrew Simms é membro da new economics foundation (Londres) e (co)autor de vários livros sobre alterações climáticas, interdependência e transição, entre outros Ecological Debt: Global Warming and the Wealth of Nations (2009), The New Economics: A Bigger Picture (2009), The Great Transition (2009) e Cancel the Apocalypse (2013). Designado pela revista New Science como um “mestre em pensamento progressivo”, Simms é coautor do relatório seminal Green New Deal e cofundador do Green New Deal Group. um projeto House on Fire com o apoio do Programa Cultura da União Europeia
Jornal
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© Patricia Almeida
teatro
Rui Catalão
Av. dos Bons Amigos Palco da Sala Principal qui 21 a sáb 23 março 21h30 Sessão Dia Mundial do Teatro qua 27 março 21h30 12€ / Com desconto 6€
Erguida quando eu era ainda uma criança, a Av. dos Bons Amigos tornou-se na principal artéria da vila onde os meus pais vivem desde a infância, e onde eu nasci e cresci. A vila transformou-se num dos maiores dormitórios dos subúrbios de Lisboa e na décima maior cidade do país. Em Av. dos Bons Amigos, convido os espectadores a experimentarem o que é “uma hora psicológica”. Através de anedotas, memórias pessoais, geracionais e da história recente do país, incorro numa excursão a temas que nos são comuns, mas que nos habituámos a esconder: o isolamento, as inibições a que sujeitamos o corpo, a vergonha daquilo que nos menoriza perante o que julgamos ser a normalidade, a relação de medo com o desconhecido, o pânico da morte. Av. dos Bons Amigos é o novo episódio de uma série de 28
Jornal
“solos acompanhados” em que exploro a autobiografia e a memória enquanto matérias ficcionais. Iniciada com Dentro das Palavras, apresentado no Teatro Maria Matos, e continuada em Auto-retrato assistido de Constantin Brâncushi, é o equivalente cénico ao que na literatura se convencionou chamar Bildungsroman (romance de formação). Rui Catalão
e Av. dos Bons Amigos is the latest episode of a series of “accompanied solos” (Dentro das palavras and Auto-retrato assistido de Constantin Brâncushi) where Rui Catalão explores autobiography and memory as fictional matter, this time inviting the audience to explore topics which are not often spoken openly about.
criação e interpretação Rui Catalão residências artísticas espaço alkantara e O Espaço do Tempo
música
Jon Hassell
Sketches of the Mediterranean: Celebrating Gil Evans Sala Principal ter 26 março 22h00 15€ / Com desconto 7,50€
É recorrente encontrar referências a Jon Hassell que o colocam lado a lado com Miles Davis no jazz da década de 1970. Os puristas talvez considerem esta ideia uma intromissão num género tão aberto a iconoclastas, mas, no seu tempo, tanto On The Corner de Davis (1972), como Vernal Equinox (1977), a estreia de Hassell, foram rejeitados pela crítica e pela comunidade jazzística. O tempo tratou de emendar as atas e hoje são ambas obras reconhecidas que inauguraram novos caminhos para a música que se lhe seguiu – a primeira abriu o jazz ao funk, a segunda trouxe o resto do mundo para o jazz. A fase elétrica ou fusionista de Miles nos anos 1970, bem como a visão sonora do produtor Teo Macero, foram cruciais para a definição de algumas das estratégias musicais de Jon Hassell que duram até hoje. Com a homenagem a Gil Evans neste novo trabalho, a aproximação de Hassell a Miles Davis é ainda mais evidente.
A ligação entre Evans e Davis começou com o célebre Birth Of Cool em 1949, mas seria entre 1957 e 68 que juntos comporiam quatro obras centrais do jazz orquestral, entre elas a incontornável Sketches of Spain, na qual Sketches of the Mediterranean se inspira diretamente. Contudo, o título deste novo trabalho reflete também o local onde Jon Hassell iria estrear a peça em agosto de 2012. A pequena cidade de Roccella, no extremo sul de Itália, em pleno Mediterrâneo, ilustra na perfeição uma certa indefinição geográfica que tanto apraz ao trompetista norte-americano. É nesta cidade que encosta a Europa a África, que Hassell imaginou a música de Gil Evans, como se existisse dentro de um sonho de Miles Davis, miscigenada, luxuriante e sensual. Depois do ambientalismo polimórfico da sua primeira vinda ao Teatro Maria Matos em 2009, Jon Hassell revisita-nos num momento de soberba inspiração e celebração jazz.
e With this new breathtaking offering, inspired by Miles Davis’ Sketches of Spain, Jon Hassell embarks on a celebration of the orchestral virtues of Gil Evans as reimagined in Miles’ dreams. Located in a undefined geography, somewhere between Europe, Africa and the Middle East, the North-American composer returns to our venue, after his ambient performance in 2009, with renewed jazz vitality.
trompete e teclados Jon Hassell guitarra e eletrónica Rick Cox baixo elétrico Michel Benita violino Kheir Eddine M’Kachiche
Jornal
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música
Dia Mundial do Teatro qua 27 março 17h30 e 18h30 Dentro de Cena Visitas especiais no Dia Mundial do Teatro Entrada livre, mediante marcação prévia até dia 25 março | Máximo 30 participantes
17h30 — Pais e filhos (3 aos 5 anos) 18h30 — Público geral (a partir dos 18 anos) No Dia Mundial do Teatro, o Teatro Maria Matos recebe famílias e público em geral numa visita especial aos bastidores do Teatro.
21h30 Rui Catalão Av. dos Bons Amigos Preço especial 6€ Av. dos Bons Amigos é o novo episódio de uma série de “solos acompanhados” (Dentro das palavras, Auto-retrato assistido de Constantin Brâncushi) em que Rui Catalão explora a 30
Jornal
autobiografia e a memória enquanto matérias ficcionais, desta vez, convidando o público a explorar temas sobre os quais nem sempre falamos abertamente.
Dossier
A Grande Transição
A new economics foundation é uma organização independente sedeada em Londres, que promove soluções inovadoras, desafiando ideias feitas e teorias mainstream sobre economia e sociedade. Fundada em 1986, a nef combina análises rigorosas e debate político com o desenvolvimento de soluções concretas, muitas vezes desenvolvidas em colaboração com todos os setores da sociedade: universidades, políticos, empresas, a sociedade civil e o governo. Desde o início, a ecologia e a sustentabilidade são temas centrais no pensamento da nef. Segundo a nef, as alterações climáticas são resultado de um sistema económico mal concebido e disfuncional. Para combater o problema, precisamos de uma mudança de paradigma no funcionamento da economia e da sociedade. Porém, esta mudança não implica necessariamente a perda de qualidade de vida. Pelo contrário, a Grande Transição para uma economia descarbonizada é uma oportunidade para criar uma sociedade mais justa e humana. O que segue é o sumário da publicação The Great Transition (A Grande Transição), encomendada pela nef e escrita por Andrew Simms, Stephen Spratt, Eva Neitzert e Josh Ryan-Collins.
O
presente relatório defende que a ocorrência de uma Grande Transição para uma nova economia é não apenas necessária e conveniente, mas também possível. A abordagem do tipo business as usual falhou. No entanto, os primeiros-ministros, os ministros das finanças e os governadores dos bancos centrais ainda correm de um lado para o outro – embora talvez menos freneticamente do que antes –, tentando dissipar os medos e convencer-nos de que não é caso para tal. Mas as consequências estão à vista de todos. Jornal
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A crise financeira revelou falhas graves no tipo de abordagem económica que tem dominado a definição de políticas ao longo de toda uma geração. Acontece que permitir a aceleração máxima dos mercados nem sempre produz os melhores resultados para a sociedade. A intervenção governamental, longe de ser ineficaz em si mesma, revelou ter um papel fundamental na prevenção do colapso de todo o sistema. A ideia de voltarmos a confiar cegamente nos mercados em prol de um crescimento rápido e contínuo no futuro deixou de fazer sentido. Tal promessa foi sempre ilusória, mesmo nos seus próprios termos. A liberalização económica não produziu um crescimento rápido de uma forma consistente, caracterizando-se, isso sim, por períodos de crescimento e períodos de crise. Verifica-se que o número de pessoas que tiraram proveito dos períodos de crescimento foi diminuindo devido a uma crescente concentração da riqueza e dos rendimentos, ao passo que aquelas que mais sofreram com os períodos de crise pouco ou nada beneficiaram dos períodos prósperos. A desigualdade subiu para níveis sem precedentes em muitos países desenvolvidos – o que significa que o efeito trickle down tem sido praticamente inexistente. Mas a promessa provou ser igualmente ilusória a um nível mais elementar. Essencialmente, a teoria económica convencional pressupõe o consumo infinito de recursos finitos. O crescimento, no sentido de uma utilização
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crescente de recursos, torna-se obviamente impossível quando os mesmos se apresentam em quantidade limitada. É evidente que podemos utilizar o que temos de uma forma mais eficiente, mas também neste plano existem limites rígidos. O aquecimento global é uma realidade. A atmosfera não consegue continuar a absorver os atuais níveis de emissão de dióxido de carbono por muito mais tempo sem que se desencadeiem alterações climáticas irreversíveis. A maioria dos ecossistemas está a ser levada ao ponto de rutura. A pegada ecológica do mundo desenvolvido tornou-se excessivamente pesada, não havendo ainda sinais de que sejamos capazes de a tornar mais suave. Os índices de qualidade de vida nos países desenvolvidos encontram-se estagnados. O excesso de trabalho de muitos alia-se a uma generalizada falta de trabalho para muitos outros. Ao lado daqueles que têm mais do que aquilo que necessitam, encontram-se outros que não têm o suficiente. O decréscimo da mobilidade social faz com que estes padrões se repitam de geração em geração, ao mesmo tempo que os insustentáveis níveis de dívida afetam todos os setores da sociedade. Com a diminuição dos rendimentos reais, muitos tiveram de contrair dívidas para pagar as necessidades básicas. Em relação aos mais ricos, continua a verificar-se como norma a prática do consumismo, muitas vezes financiada a crédito, em prol do estatuto social. Não nos podemos dar ao luxo de continuar a agir assim O regresso ao business as usual – se é que tal é possível – não só não nos fará mais felizes, como irá sair-nos muito caro. O presente relatório prevê que, até 2050, os custos cumulativos associados às alterações climáticas irão variar entre 1,6 e 2,6 triliões de libras, enquanto os custos da resolução dos problemas sociais relativos à desigualdade irão atingir os 4,5 triliões de libras. Jornal
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Aparentemente encontramo-nos reféns deste estado de coisas… Mas será mesmo assim? Ainda há esperança de um desfecho positivo Consideramos que existe uma alternativa, segundo a qual é possível vivermos dentro dos limites do mundo natural e de uma forma mais equitativa, seja ao nível local, nacional ou global; e também concentrarmo-nos nas coisas que são realmente importantes, aplicando os valores humanos fundamentais àquilo que é verdadeiramente vantajoso. De acordo com a nossa estimativa, as medidas propostas no presente relatório possibilitariam a criação de um valor ambiental e social até 8,65 triliões de libras até ao ano de 2050. Isto não acontece de um dia para o outro. Primeiro será necessário repensarmos muito daquilo que tínhamos como garantido. À medida que os ricos consumirem menos, indicadores-chave como o PIB irão apresentar uma descida, no mínimo, de um terço, mas entretanto poderá criar-se “valor real”. Em 2050, esta valorização será muito superior à descida do PIB, o qual, em todo caso, constitui um fraco indicador de “progresso”. A realização de uma descarbonização rápida, com o objetivo de se chegar aos limites médios globais estabelecidos, permitirá evitar gastos entre 0,4 e 1,3 triliões de libras em custos ambientais. A redistribuição progressiva dos rendimentos, por forma a atingir os níveis de igualdade verificados na Dinamarca, irá reduzir os custos dos problemas sociais relacionados com a desigualdade e aumentar o valor social em 7,35 triliões de libras. Se partilharmos os nossos recursos de forma mais equitativa, construirmos comunidades e sociedades mais justas e salvaguardarmos o ambiente natural, poderemos concentrar-nos naquilo que é realmente importante e alcançar um progresso verdadeiro, duradouro e com níveis superiores de bem-estar. No seu conjunto, isto constituirá aquilo que designamos por a Grande Transição.
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A Grande Transição: em detalhe Na primeira parte deste relatório, argumentamos em favor da mudança. Na segunda parte, delineamos alguns dos passos necessários para tornar a Grande Transição uma realidade. No capítulo A Grande Revalorização, defendemos que a criação de valor social e ambiental deverá ser o objetivo central da elaboração de políticas. Também defendemos que o mesmo seja válido na tomada de decisões de caráter público e privado, devendo os preços de mercado refletir os custos e os benefícios reais em termos sociais e ambientais. Será necessário tornar os produtos “bons” acessíveis e os produtos “maus” muito dispendiosos – o que em geral constitui o oposto daquilo que se verifica atualmente. Enquanto a obtenção de bons resultados estiver separada da realidade do mundo dos negócios, estes resultados serão impossíveis de alcançar. Do mesmo modo, as políticas públicas não poderão ambicionar a criação de melhores resultados sociais e ambientais a menos que esta questão esteja na base da elaboração de políticas. Em ambos os casos, a construção de valores reais requer a avaliação exata destes resultados e a integração destas avaliações no centro da tomada de decisões públicas e privadas. Este primeiro passo é fundamental, sendo que as restantes propostas presentes neste relatório dependem da sua concretização. No capítulo A Grande Redistribuição, explicamos como a redistribuição do rendimento e da riqueza irá criar valor transferindo recursos das mãos de quem não necessita dos mesmos para as mãos de quem deles necessita. Propomos a criação de Dotações para os Cidadãos até 25 mil libras que permitam aos indivíduos com 21 anos de idade investirem no seu futuro, bem como Dotações Comunitárias que providenciem ativos comuns para a realização de investimentos ao nível local. Ambas as dotações seriam financiadas pelo aumento para 67% do imposto de transmissão sobre todas as propriedades.
No entanto, a par dos fatores materiais, será igualmente necessário efetuar uma redistribuição do tempo. Com uma partilha mais equitativa das horas de trabalho e das tarefas laborais, todos teriam a possibilidade de realizar um trabalho mais significativo; e reduzindo a semana de trabalho para quatro dias, seria possível criar um melhor equilíbrio entre o trabalho remunerado e o imprescindível “núcleo económico” da família, dos amigos e da vida em comunidade. Propomos igualmente uma redistribuição da propriedade para a criação de uma forma de “democracia económica” em que as ações das empresas são progressivamente transferidas para os trabalhadores das mesmas, verificando-se o renascimento das formas de propriedade mútua e cooperativa. As sociedades mais igualitárias são sociedades mais felizes. Ao concentrarmonos na equidade, colhemos benefícios tanto sociais como económicos, uma vez que não será necessário pagar um preço tão elevado pelos “males” sociais associados aos altos níveis de desigualdade. No capítulo O Grande Reequilíbrio, defendemos os mercados, mas somente na condição de se organizarem de forma a permitir que os preços reflitam os verdadeiros custos e benefícios sociais e ambientais e de operarem dentro dos limites estabelecidos cientificamente. Defendemos também que a esfera do mercado terá de ser mais rigorosamente definida e reequilibrada em relação à esfera pública e ao “núcleo económico” – à nossa capacidade para cuidar dos outros, ensinar, aprender, sentir empatia, protestar, bem como às redes sociais que estas mesmas capacidades criam. Em relação ao estabelecimento das funções essenciais do Estado, defendemos que este deve ser entendido como um “nós”, e não um “eles”, bem como um campo de ação no qual estamos juntos para alcançar aquilo que é mais positivamente concretizável em coletivo. Ao defendermos um conceito mais amplo de “bens públicos” e a importância de manter baixos níveis de desigualdade, concebemos um Estado
facilitador, que apoia os cidadãos e que trabalha em conjunto com os mesmos para “coproduzir” bem-estar em áreas como a Saúde e a Educação. Este papel facilitador exige um equilíbrio entre o fornecimento direto, a coprodução e a promoção de relações fortes ao nível local, no qual as pessoas sejam incentivadas a reunir-se em torno de objetivos comuns e a moldar os resultados obtidos. Este processo é central aos conceitos apresentados no capítulo A Grande Localização. Neste tópico, defendemos um conceito mais amplo de “subsidiaridade” – a ideia de que a tomada de decisões é tão mais eficaz quanto mais local for a escala. Esta noção encontra-se consignada no princípio (embora nem sempre na prática) da União Europeia em matéria de participação política e tomada de decisões, que terá de tornar-se mais genuinamente participativa e democrática, assim como adquirir uma maior importância. Isto significa transferir poder real do centro para as entidades democráticas descentralizadas e dar aos habitantes locais uma voz ativa sobre a forma como este poder é exercido. O princípio da subsidiaridade deverá igualmente aplicar-se ao setor privado. Ao redefinirmos a “eficácia” além do seu limitado aspeto económico, estamos a sugerir uma visão mais completa, segundo a qual o impacto sobre o tecido social das cidades, vilas e zonas rurais será importante na ponderação de questões como a produção de mercadorias e de serviços. Ao explorarmos a questão dos bens produzidos mais eficazmente nos planos local, regional, nacional e internacional, sugerimos alguns critérios que poderão ajudar nesta avaliação, ao mesmo tempo que defendemos uma maior autossuficiência local de áreas específicas em articulação com o comércio regional, nacional e internacional de outras. Está provado que pensar em grande nem sempre significa pensar bem; pensar em pequeno pode também não ser necessariamente a melhor opção. Torna-se necessário estabelecer uma escala adequada e, fundamentalmente, uma forma clara de decidir que tipo de escala utilizar. Jornal
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O capítulo A Grande Requalificação continua esta linha de pensamento, partindo do princípio de que uma maior produção local exigirá a reaprendizagem de muitas competências que entretanto foram esquecidas. Desde a agricultura, ao fabrico e à disponibilização de fundos locais, o retorno a uma escala adequada significa equiparmo-nos com os meios para realizar estas atividades. Ao tornarmo-nos menos passivos em termos de consumo e produção, começaremos a recuperar a nossa autonomia, que se estenderá à cultura e às artes, onde descrevemos o início de um renascimento enriquecedor. Contudo, este caso não se aplica apenas à economia e às artes; a tomada de decisões ao nível local com base na participação ativa será tão mais eficiente quanto as pessoas estiverem bem informadas sobre o que move a economia local e o que dá aos serviços públicos a capacidade de alcançar os melhores resultados. A obtenção de um consenso exige a compreensão plena destas questões. No capítulo A Grande Irrigação Económica, descrevemos o modo como as finanças poderão facilitar muitas das mudanças propostas no presente relatório. Relativamente às finanças públicas, fazemos a distinção entre imposto e despesa, bem como entre os níveis nacional e local. Ao desenvolvermos critérios para angariar fundos nestes dois níveis, defendemos a passagem da tributação de “bens” como o trabalho para a tributação de “males” ambientais e sociais como a poluição, o consumo e a especulação a curto prazo. Defendemos o estabelecimento de novos impostos variáveis sobre o consumo, em substituição do imposto sobre os rendimentos da maioria da população e refletindo os custos sociais e ambientais dos bens. Em relação às finanças privadas, fazemos novamente a distinção entre nacional e local, argumentando que projetos de larga escala, como a construção de uma infraestrutura de energia e transporte ecológico, deverão ser financiados ao nível nacional pela tributação de impostos ambientais e impostos sobre imóveis e da criação de fundos públicos, conforme o caso. Estes fundos seriam canalizados através
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de um Banco de Investimento Económico nacional. Relativamente ao crédito privado, sugerimos a articulação da capacidade de criação de crédito por parte dos bancos com a capacidade de construção de valor social e ambiental por parte dos mutuários, criando assim uma “corrida até ao topo” e reduzindo as bolhas de crédito nocivas. Para sairmos da armadilha do endividamento que hoje enfrentamos, ao invés de cortar nos serviços públicos, propomos um Novo Banco Nacional da Habitação que ofereça às pessoas a oportunidade de converterem uma parcela da dívida hipotecária em títulos pagando uma renda social. Defendemos uma reestruturação da “ecologia financeira” das instituições privadas, públicas e de copropriedades criadas para satisfazer as necessidades locais. No âmbito da esfera pública local, mais uma vez sugerimos a utilização de um sistema fiscal que incentive os “bens” sociais e desencoraje os “males”, defendendo também que reflita as prioridades locais estabelecidas democraticamente. O capítulo A Grande Interdependência situa convictamente estas propostas nacionais num contexto internacional. Embora o presente relatório seja direcionado para o Reino Unido, tal é feito com base num “acordo” global específico que aborda as desigualdades globais a partir de uma perspetiva ambiental e de desenvolvimento. Mais especificamente, presumimos que sejam alcançados os limites máximos globais de base para evitar alterações climáticas irreversíveis e que a parcela do orçamento global de carbono que diz respeito ao Reino Unido se baseie na sua população em geral. Enquanto parte de uma transição progressiva, consideramos um período de dez anos para que o Reino Unido reduza as suas emissões
em conformidade com a exigida trajetória de “convergência”, período durante o qual serão efetuadas transferências anuais no total de cerca de 200 biliões de libras para os países em desenvolvimento. A ser seguido por outros países desenvolvidos enquanto parte do mesmo “acordo global”, o total deste financiamento atingiria uma soma na ordem dos triliões de libras, necessários para permitir que os países em desenvolvimento acabem com a pobreza e financiem a sua própria transição para uma trajetória de desenvolvimento sustentável. A redução do total de importações e a remodelação da composição destas importações certamente teriam um impacto sobre as estratégias nacionais de desenvolvimento, mas em certa medida este processo já se encontra em curso. A atual crise global fez com que muitos dos que vivem nos países em desenvolvimento questionassem a sensatez de um crescimento que é alimentado pelas exportações e centrado nas economias desenvolvidas. Embora não estejamos a sugerir de modo algum a cessação das exportações, estas iriam certamente ser em menor número dado que o impacto ambiental do transporte de mercadorias para todo o mundo seria incluído nos preços. Um reequilíbrio entre o desenvolvimento interno e externo seria conveniente por várias razões, sendo que a norma passaria a ser uma maior produção local e um maior comércio regional. Esta situação também já se começa a verificar. Se for gerida com prudência e bem financiada, o desenvolvimento irá acelerar e manter-se, tornando-se mais resiliente dentro de um contexto global estável e sustentável do ponto de vista ambiental, com a redução progressiva da pobreza e da desigualdade global e a prevenção dos grandes riscos de alterações climáticas irreversíveis nos países em desenvolvimento.
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São pressupostos ambiciosos, mas não nos vamos desculpar por isso. Torna-se essencial estabelecer um acordo global na linha do que foi aqui exposto, não só por razões ambientais, mas também para permitir acabar finalmente com o flagelo da pobreza e da desigualdade. A este respeito, o business as usual também falhou redondamente. À semelhança daquilo que acontece em cada país, as abordagens trickle down ao nível mundial colocaram-nos à beira do desastre ambiental, aumentando em simultâneo as desigualdades e a pobreza extrema enraizada. Nos planos local, nacional e global, urge mudarmos rápida e radicalmente de direção. Necessitamos de facto de uma Grande Transição para podermos construir coletivamente um futuro diferente. Este relatório conclui com um debate sobre dois grandes desafios a enfrentar para que todo este processo possa ter lugar, apresentando igualmente passos específicos que poderão ser aplicados de imediato para assim iniciarmos esta trajetória. Embora existam muitas questões que dependem da ação do Governo, existem outras em relação às quais todos podemos dar o nosso contributo desde já. Não nos podemos dar ao luxo de esperar mais e não o deveríamos fazer. O futuro possível que apresentamos neste relatório não pretende ser de forma alguma prescritivo, mas sim mostrar que é possível levarmos a cabo mudanças fundamentais e que todo este processo é extremamente envolvente. Podemos ter de prescindir de algumas coisas, mas estas não serão as mais importantes da vida. Em contrapartida, aquilo que temos a ganhar será algo de muito valor. A Grande Transição significa encontrar meios para sobreviver e prosperar em crises financeiras, alterações climáticas e no pico e declínio da produção global de petróleo.
O relatório completo (em inglês) pode ser descarregado aqui: www.neweconomics.org/publications/great-transition 38
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Coproduções em digressão janeiro a março 2013 Joana Providência, Gémeo Luís & Eugénio Roda catabrisa estreia: fevereiro 2012 Torres Novas, Teatro Virgínia, 22 e 23 fevereiro 2013 Ílhavo, Centro Cultural de Ílhavo, 15 e 16 março 2013
tg STAN Nora estreia: julho 2012 Bélgica, Leuven, 30CC, 20 e 21 fevereiro 2012 Bélgica, Antuérpia, Het Toneelhuis, 22 e 23 fevereiro 2013 Bélgica, Ghent, Vooruit, 28 fevereiro, 1 e 2 março 2013
Marlene Monteiro Freitas Paraíso – Coleção Privada estreia setembro 2012 França, Paris, Les Spectacles Vivants – Centre Pompidou, 13, 14 e 15 fevereiro 2013
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