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Sumário 08 Palavra do Diretor
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APRENDIZAGENS MÚLTIPLAS
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Descobrindo o mundo Jogos cooperativos A brincadeira é... A organização dos espaços na Educação Infantil Jogos Uirapuru: muito além de uma competição esportiva Regiões brasileiras: conhecendo as características naturais, sociais e culturais #Comportamento em Rede Tecnologias: recursos sempre presentes A importância do esporte na formação de talentos para a vida
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LEITURA E ESCRITA: FACES DA COMUNICAÇÃO E DA CRIAÇÃO
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42 Bibo: história e descobertas 44 Quem planta colhe e quem colhe experimenta 48 O gato xadrez: um pensar matemático na Educação Infantil 54 Cantar e rimar, a brincadeira já vai começar 60 Achadouros da Infância 65 Parlendas 68 Viajando pelos continentes e conhecendo crianças assim como nós. Crianças como você 72 Um clássico da literatura infantil 77 Letras e canções regionais 84 Malala: muito além da
leitura acadêmica 88 Volta ao mundo em 52 histórias – contando e encantando 90 Desvendando Sherlock Holmes 93 A lua no cinema 96 Não há uma língua portuguesa, há línguas em português 99 A construção do repertório de leitura no Ensino Médio
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CIÊNCIAS: UM MUNDO DE DESCOBERTAS
104 Bem-vindos ao Quintal Uirapuru! Vamos entrar? 108 Quintal Uirapuru: uma área verde, um laboratório de vivências ambientais a céu aberto 112 Vivenciando a Ciência no Ensino Fundamental II 116 Pesquisa e divulgação científica em prática 121 Projeto Vida saudável: construindo valores e transformando comportamentos
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ARTE: LINGUAGEM SEMPRE PRESENTE
130 Arte: um mundo de exploração 135 Arte: experiências de criação e técnicas 140 Modos de ver o mundo 144 O poder da História da Arte 146 festival das letras
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INGLÊS: EM DIFERENTES CONTEXTOS
164 Reading circles: 168 conversando com o livro Em busca da língua viva
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PENSANDO E REPENSANDO O ENSINO MÉDIO
186 O papel da escola na formação do SER HUMANO, além dos vestibulares 188 O conflituoso momento da escolha profissional 190 Fotografia, uma escolha 192 Circuitos Elétricos e Automação 194 Nas entrelinhas do texto, do discurso e da argumentação 196 Saúde e Qualidade de Vida
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FORMAÇÃO DOCENTE: O CORAÇÃO DA ESCOLA
202 Para ensinar melhor é preciso aprender sempre 208 Psicomotricidade e Grafomotricidade: o processo corporal da aprendizagem 211 Planejamento: elemento vivo na sala de aula 213 Tematização da prática: para pensar como, quando e por que intervir de um modo e não de outro 215 Filmar, observar e refletir. Um avanço nas propostas pedagógicas do professor 217 O fio da meada: a observação de aula como estratégia de experiências formativas
219 Avaliação docente: reflexão e análise das práticas educativas
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PAPEL DE PAI, PAPEL DE FILHO
222 Amor e tempo: preciosidades na formação do ser humano
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ENTREVISTA
228 Tecnologias e cotidiano, contribuições da Dra. Alessandra Borelli Vieira
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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
235 Potencialidades e fragilidades: avaliar para reconhecer e melhorar
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GRANDES HISTÓRIAS COMEÇAM AQUI
250 Língua Inglesa: caminho para o exterior 252 Não tenham medo de tentar coisas novas 254 Well, here we are 257 Ponto final 260 O nosso santo bateu 262 Formandos do ensino médio 2016
acompanhe todos os nossos projetos de 2016 e saiba porque Grandes Histórias começam aqui. 06 TURMINHA UIRAPURU 125 NOVO SITE UIRAPURU 182 SOUND LOGO
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170 O valor dos livros literários com ilustrações no ensino 177 da Língua Inglesa Seedfolks, uma história de transformação
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Pela busca incessante do conhecimento
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O momento de escrever este editorial nos remete à uma reflexão sobre o que nosso Colégio conseguiu avançar em 2016, mas também o que estamos pensando para o próximo ano. Quanto à “prestação de contas”, a qualidade das matérias e o envolvimento de alunos, educadores e demais colaboradores dizem bem dos ótimos resultados do processo educativo que vivemos. Tudo é relevante, assim não podemos destacar este ou aquele aspecto e nos é particularmente grato reconhecer a participação de todos os segmentos, desde o Berçário até o Ensino Médio. Quanto ao ano de 2017, muitas coisas novas teremos no Berçário, no Infantil 2 e, em consequência, na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Quanto ao Ensino Médio, não podemos fugir do estudo e da reflexão da proposta nacional de reformulação, tão discutida nos últimos meses. Mesmo antes do Governo anunciar a Medida Provisória para a Reforma do Ensino Médio (ou podemos usar Novo Ensino Médio), em 2016 o Colégio Uirapuru já sentiu a necessidade de uma nova realidade de aprendizagem: começamos a adotar uma postura mais flexível, diversificada, onde os alunos podem escolher atividades de seus interesses. Há mais de 50 anos o Ensino Médio é engessado, possui uma carga pesada, pouco atraente e pautada nas provas do Enem e dos vestibulares. No mundo todo não é assim, ele possui vertentes que atendem interesses, habilidades e competências dos alunos e aos recursos que as escolas podem oferecer.
Temos um compromisso com o sucesso pessoal e educacional de nossos alunos. Adquirir conhecimento mediante habilidades e competências se torna muito mais importante e profundo do que aprender uma gama de conhecimentos, muitas vezes nunca utilizados. Que essa mudança possa colaborar de forma positiva na formação dos jovens brasileiros, transformando-os em adultos realizados pessoalmente e profissionalmente. Um abraço,
Arthur Fonseca Filho Diretor
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Para nós, o Ensino Médio deve ser uma preparação para o Ensino Superior e não apenas para o vestibular. Se os vestibulares conseguirem enxugar seus conteúdos, com certeza, teremos um Ensino Médio melhor.
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APRENDIZAGENS MÚLTIPLAS
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Quando falamos em “aprendizagens múltiplas” nosso foco tem como referência os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, baseados no Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI, coordenada por Jacques Delors em 1999. Aprender a conhecer, é um tipo de aprendizagem que visa nem tanto a aquisição de um repertório de saberes codificados, mas antes o domínio dos próprios instrumentos do conhecimento pode ser considerado, simultaneamente, como um meio e uma finalidade da vida humana; aprender a fazer, se preocupa em como ensinar o aluno a pôr em prática os seus conhecimentos; aprender a conviver, significa aprender a conviver com os outros, tomar consciência das semelhanças
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e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta; e, finalmente, aprender a ser, a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa – espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade. É nesse espírito que pensamos em projetos e práticas que vão da exploração física e cognitiva, que leva os bebês do Berçário a descobrirem o mundo e os pequenos da Educação Infantil a vivenciarem diversas brincadeiras que levam a muitas aprendizagens; aos jogos e aos esportes como fontes de conhecimentos acadêmicos, pessoais e interpessoais, muito além da competição esportiva; ao estudo das regiões brasileiras e suas diversidades naturais, culturais, sociais, econômicas; e ao uso consciente da tecnologia da informação e da comunicação.
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Descobrindo o mundo
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Coordenadoras Fernanda Rodrigues e Maria Angélica Moreira
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Nos primeiros anos de vida, o ser humano tem uma enorme curiosidade pelo mundo à sua volta. Estes anos compreendem o período das mais importantes etapas do desenvolvimento infantil.
É importante que as profissionais do Berçário tenham um “olhar” muito atento e cuidadoso, para identificar e estimular os momentos, de maneira que o bebê avance cada vez mais nas suas descobertas.
Através da manipulação, do toque, das sensações e de tudo o que envolve a vida do bebê, podemos fortalecer e desenvolver as emoções, as interações, as descobertas, os hábitos de higiene, alimentares e de convivência e os valores para sua vida.
Na medida em que ele experimenta, vai construindo a memória de suas vivências, afinal é um ser ativo, capaz de expressar seus sentimentos e vontades, utilizando as sensações físicas, gestos e emoções.
Uma criança que experimenta, que tem a possibilidade de “explorar” o mundo terá a oportunidade de se desenvolver plenamente, ser uma pessoa segura, feliz e viver em grupo, com amigos, valorizando as relações humanas adequadamente. É por isso que no Berçário Uirapuru, valorizamos todas as etapas do desenvolvimento infantil, dando condições para que as crianças experimentem, vivenciem e “descubram o mundo” de uma maneira lúdica. Por meio de músicas e das sensações, proporcionamos grandes momentos de descobertas.
O toque é um dos sentidos que mais proporciona conhecimento para o bebê, pois ele explora o mundo ao seu redor. “As mãos são os instrumentos de inteligência do homem”, já dizia Maria Montessori. As crianças sentem necessidades de tocar e pegar os objetos para conhecê-los, sentir suas formas e texturas, principalmente com a boca e, assim, acontecem muitas aprendizagens.
Por meio das explorações que faz, do contato físico com outras crianças (interações), da observação do ambiente, a criança aprende sobre o mundo, sobre si mesma e comunica-se pela linguagem corporal. O corpo do bebê “fala” e é a partir das vivências, das suas interações que as descobertas acontecem. O ambiente é uma fonte de mudanças constantes, que influencia e enriquece as oportunidades de aprendizagem. Cabe ao adulto ter um olhar para cada movimento, gesto, expressão e proporcionar situações de acolhimento e estímulos adequados do momento de cada bebê. Pequenos gestos podem dizer muito mais do que palavras. Nesta fase, de 0 a 2 anos, o choro é uma forma de expressão muito presente e marcante, pois os bebês se comunicam demostrando suas necessidades, como: fome, sono, dor e desconforto. Por isso, o contato físico, o afeto, a maneira de olhar, falar e tocar no bebê, são determinantes para que ele sinta-se seguro, amado e compreendido.
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A música é um elemento fundamental nesta fase do desenvolvimento, pois traz tranquilidade, sensibilidade e proporciona grandes descobertas, como: sons diversos através de objetos e brinquedos, ritmos, expressão corporal e localiza a criança na sua rotina, como as músicas para marcar a hora do lanche, da história, da escovação dos dentes, entre outros. Por isso temos que oferecer boas músicas, instrumentos diversos e cantar muito com as crianças, possibilitando descobertas encantadoras.
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Acreditando que o brincar não significa apenas distração ou diversão, mas sim conhecimento, amor, carinho, vínculos e cuidados, valorizamos estes momentos dando oportunidades para que brinquem livremente (acompanhados das berçaristas), com brinquedos e brincadeiras lúdicas, como o faz de conta, dramatizações e histórias! No início, o bebê presta atenção no adulto e tenta imitá-lo, aos poucos, por intermédio da manipulação e exploração, vai adquirindo autonomia necessária para se permitir brincar de diferentes maneiras e, assim continuar, sua jornada de descobertas. Na brincadeira a criança explora, experimenta, fantasia e aprende. O brincar também tem suas etapas de desenvolvimento, pois primeiro o bebê brinca sozinho, através da manipulação. Mais tarde, começa a procurar o outro, assim, desenvolverá o conceito de grupo e descobrirá os prazeres e as frustações de brincar com os outros, crescendo emocionalmente.
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Brincar com o corpo, brincar com água, reinventar brinquedos, brincar no espelho, brincar de faz de conta, são alguns exemplos que a criança descobre e aprende através da brincadeira. Esta fase é muito importante e fascinante no desenvolvimento infantil, por isso precisa ser vivida intensamente com as crianças!
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Jogos Cooperativos Professor Geronimo Cardia
Na medida em que a vida se desenrola, aprimoramos nossas relações sociais e podemos também melhorar a qualidade de nossas ações pessoais e interpessoais.
Entretanto, não é isto que se nota na vida cotidiana e na sociedade de maneira geral. Percebe-se sim muita competitividade e um “vale tudo” para conseguir, entre outras coisas, determinados valores e altas posições sociais. Para contrapor a esta tendência mundial pode-se destacar um movimento lúdico milenar denominado Jogos Cooperativos. Esta proposta divertida vem sendo resgatada e aplicada de forma efetiva na escola. Os Jogos Cooperativos proporcionam uma convivência sadia e proveitosa, pois instigam seus participantes a perceberem o outro dentro do universo do jogo, proporcionando ações em conjunto, ou
seja, em equipe, que são fundamentais para conclusão de metas coletivas e, assim, alcançar a vitória para todos. Os Jogos Cooperativos, comparados com os de competição, apontam para outras formas de participação, pois, fazendo um contraponto, são modos de compartilhar, unir pessoas, despertar nelas a coragem de juntar forças e vencer os desafios. E esta vitória em conjunto não significa que será em função da derrota de outros, pois jogar cooperativamente significa reconhecer nossos limites e aprender que somando forças podemos ser mais fortes para enfrentar inclusive nossos medos. Para exemplificar melhor esta proposta segue um quadro comparativo entre a situação cooperativa e situação competitiva, segundo o autor Fábio Otuzi Brotto (2001) do livro: “O jogo e o esporte como um exercício de ferramenta de convivência”:
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Esta essência social pode nos tornar aptos a sermos cidadãos proativos e, assim, gerar soluções positivas numa perspectiva de melhorar a qualidade de vida de todos.
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Estas atividades cooperativas são previstas a partir da Educação Infantil, que abrangem de forma lúdica, todos os aspectos do desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens. Elas acontecem continuamente nas propostas de movimento corporal, desafios como “salvar” o amigo que “ficou paralisado” na brincadeira do pega-pega, passar a bola para o outro companheiro de jogo para se alcançar a meta desejada, ser solidário e deixar o colega repetir quando o mesmo não conseguiu, ou mesmo quando precisa torcer a favor para que todos acertem a cesta para se sagrarem vitoriosos. São breves exemplos de como o aluno vivencia esses momentos de união e cooperação.
Com a aplicação dos Jogos Cooperativos pode-se não somente aperfeiçoar e melhorar as capacidades e habilidades físicas dos nossos alunos, mas também agregar valores para que tomem consciência de si e aprendam a controlar seu temperamento, relaxar e superar seus desafios. E com isso, o aluno melhora cada vez mais seus índices de aproveitamento durante o jogo ou fora dele, tornandose no futuro, um cidadão que contribua para uma sociedade mais humana e preocupada com o bem-estar de todos.
Referência: BROTTO, F, O. Jogos Cooperativos: O jogo e
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Reconhecendo a importância dessa forma de jogo, a equipe da Educação Física do Colégio Uirapuru, entre outras propostas, tem se estruturado para desenvolver atividades voltadas para a cooperação.
o esporte como um exercício de ferramenta de convivência. Santos: Editora Projeto Cooperação, 2000.
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A brincadeira é... A organização dos espaços na Educação Infantil Professoras Daniele Araújo e Gilcelene Moretão
“A atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança sendo por isso, indispensável à prática educativa”.
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Entendemos que o momento da brincadeira é um tempo destinado ao imprevisível da imaginação... Um tempo que só existe para aqueles que mergulham no mundo do faz de conta, onde os protagonistas são os nossos alunos. São eles que fazem acontecer, que transformam o espaço da sala de aula naquilo que quiserem, só basta ser criança e saber brincar! Pensamos que os espaços físicos do Colégio e, até mesmo das salas de aula, são estáticos, mas ganham vida e têm a possibilidade de serem modificados; porém, existem duas variáveis que devem ser observadas: a faixa etária e as particularidades de cada grupo, pois cada fase tem necessidades diferentes, bem como a intenção do educador quanto aos objetivos a serem alcançados. A organização do espaço e o ambiente da sala de aula têm extrema importância no desenvolvimento das propostas que envolvem o brincar, pois é nesse espaço em que ocorrem os encontros, as trocas de experiências, as discussões e as interações entre as crianças e o educador. É importante que os alunos sintam-se integrantes desse ambiente, pois só dessa forma, esse processo terá sentido e significado para eles. Nós, adultos, precisamos ter a consciência
de que o ambiente da sala de aula é como uma “fábrica” de trabalho e aprendizagem, onde tudo pode acontecer e se transformar, tornando-se um espaço acolhedor, organizado e estimulante para nossos pequenos. Uma vez por semana, os alunos da Educação Infantil do Colégio Uirapuru, incorporam diferentes papéis e, consequentemente, novos aprendizados, por meio dos espaços de brincadeira que são organizados com a ajuda das professoras e explorados por eles. Essa proposta tem como objetivo ampliar o repertório de brincadeiras das crianças, tornando o espaço da sala de aula em um espaço “mutante”, que se transforma a todo o tempo; por exemplo: uma mesa que hoje serve como fogão para fazer comidinhas, amanhã pode ser virada de pernas para cima e se transformar na base de uma cabana. Esses momentos de faz de conta possibilitam a interação na medida em que a criança se apropria desse ambiente e participa desse processo, porém é importante que o educador também participe e possibilite aos alunos aprender novas maneiras de brincar, utilizando brinquedos tradicionais e materiais menos estruturados, como tecidos, sucatas, caixas, cordas, entre outros. No Infantil 2 e 3 os alunos realizam nos parques, quintais das salas, Quintal do Uirapuru, alguns jogos tradicionais da infância como “Coelhinho sai da toca”, “Corre cotia”, “Duro ou mole”, e são encorajados a aceitarem os desafios
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Acreditamos que a criança precisa ter oportunidade de viver plenamente a infância e nada melhor do que a brincadeira para isso. Brincando ela desenvolve a fantasia, a socialização, as diferentes habilidades e, acima de tudo, aprende a viver e a conviver.
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físicos que o espaço do Colégio oferece (pular, saltar, escorregar no parque grande, lugar cheio de encontros!) ou aqueles oferecidos pelos circuitos que são criados e montados para que os alunos, ao percorrê-los, realizem movimentos, como por exemplo, virar cambalhotas, pular, saltar, engatinhar e equilibrar-se em um pé só.
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As mais diferentes brincadeiras têm lugares assegurados em nosso dia a dia. Os alunos experimentam, repetem, inventam e se divertem com o que se pode fazer por meio da linguagem, como trava-línguas, poesias infantis, músicas, parlendas e, principalmente, com o jogo de papéis. Estas são brincadeiras muito apreciadas pelas crianças, pois são inventadas por elas (possuem um enredo e utilizam brinquedos e materiais disponíveis no Colégio e/ou trazidos de casa). Os pequenos “fazem de conta”, entregando-se com prazer inegável a uma situação imaginária.
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Por meio dos temas previamente elaborados pelas professoras, o dia da “A brincadeira é...” tornou-se o momento mais esperado pelos alunos. Os espaços são organizados especialmente para a brincadeira acontecer. A ideia é que, ao neles entrar, os alunos sintam-se convidados a brincar. Um dos momentos marcantes no Infantil 2, foi o “Dia do Circo”. Contorcionistas, malabaristas e equilibristas chegaram dispostos a participar de um grande espetáculo! Em uma das salas das turmas do Infantil 2, a tenda foi armada para que a brincadeira se aproximasse ainda mais de um circo de verdade. “Cama de gato”, “corda bamba” e malabares ficaram esperando pela exploração das crianças. A proposta envolveu brincadeira aliada ao movimento. Pensar em um circo de verdade, ou mesmo naquele que é imaginado pelos pequenos para transformar um espaço conhecido, é algo que requer criatividade e imaginação, além de estimular a troca por meio da linguagem oral. Participar dos desafios que envolvem o corpo em movimento, requer equilíbrio, atenção e, é claro, muita diversão. O espetáculo foi um sucesso e a brincadeira não deixou ninguém parado! Nessa idade, pequenos conflitos por disputa de objetos acontecem. A criança não verbaliza e reage com o corpo. Pode passar pelo amigo e pegar o seu brinquedo, ou também de não querer emprestá-lo. Tudo é resolvido com muito carinho sob a mediação das professoras
e, com a linguagem mais desenvolvida, os alunos vão aos poucos, criando argumentos para tentar solucionar essas situações (na brincadeira, os alunos são produtores de linguagem, interagem e aprendem a se submeter às regras).
No Infantil 4, por exemplo, entendemos que a brincadeira é um comportamento que se aprende. Quando a criança chega num espaço que é “velho”, mas que está organizado e pronto para ser explorado, ela cria personagens, imita o adulto e vai, aos poucos, modificando e dando significado ao espaço à sua maneira. É nesse momento lúdico que a criança aprende a se relacionar com o outro, a representar situações que já viveu, o que traz a oportunidade de realizar ações que estão além de suas capacidades, assim como desenvolver a sociabilidade, a cooperação e o respeito mútuo. Em uma das propostas, as crianças trouxeram de casa materiais como caixas de papelão, tecidos de diferentes tipos e cores, binóculos, para uma atividade de faz de conta que aconteceu no Quintal do Uirapuru: “Viagem ao espaço”. Nesse dia, os alunos inventaram diversas histórias sobre Marte, extraterrestres, viajaram literalmente no tema escolhido como proposta. Durante a brincadeira, observamos diversas vezes, meninos e meninas interagindo entre si, viajando no “espaço sideral” (era assim
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E a brincadeira da vez no Infantil 3, foi a “Pastelaria!”. Para a proposta acontecer, tudo foi previamente elaborado pelas professoras e pelos alunos. Numa roda de conversa, argumentaram e levantaram hipóteses sobre o que precisava ter numa pastelaria: “Precisa ter massas de pastel!”, “Recheios para colocar dentro!”, “Panela grande para fritar!”. A organização do espaço contou com objetos e brinquedos selecionados com muito carinho pelos pais. Os alunos prepararam as massas, fizeram os recheios e fritaram! “Tia, podemos colocar água para fritar os pastéis!”, “Do que você vai querer, amigo?”, “Precisa pagar no caixa!”. Enquanto uns preparavam as massas, outros serviam as mesas e logo puderam trocar as funções. É importante estimular as interações nessa fase em que desenvolver a linguagem oral é um dos principais objetivos.
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que um de nossos alunos verbalizava enquanto fazia de conta que voava em sua nave espacial).
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Posteriormente, os alunos foram convidados a participar do “Dia do construtor”. Foi uma diversão só! Prédios, casas, torres e robôs foram construídos com caixas de papelão, rolos de papel, caixas de sapato, tampinhas de refrigerante e iogurte, com uma pitada de retalhos de papéis de diferentes tipos, tesoura, cola, fita crepe e durex colorido. Os materiais ficaram dispostos para que todos tivessem acesso. E segura daqui, segura dali, recorta aqui e prende assim... Foi mais ou menos dessa forma que nossos alunos foram trazendo suas ideias e, com a ajuda dos outros, transformaram aqueles simples materiais em objetos fantásticos. Sentiram-se como pequenos e grandes construtores...
“Tia, posso fazer um trator?”, “Eu quero fazer uma casinha com essa caixa de sapato! Ela vai ter sofazinho, caminha e mesa!”. “Vamos fazer um prédio bem alto?”. “Minha casa precisa ter porta... Vamos fazer um buraco aqui com a tesoura!”...
O Infantil 5 também desenvolve a proposta com o tema “A brincadeira é...”. Um dos objetivos, além do brincar de faz de conta, é desenvolver a reflexão sobre as hipóteses de escrita, ou seja, que cada vez mais essas crianças sejam usuárias desse instrumento, praticando-a nas mais diversas situações em que seja necessária. É o pensar sobre a função social que a escrita desempenha em nosso universo (é a escrita como comunicação do pensamento – sobre o que e como escrever). Para o “Pet Shop”, os alunos foram primeiramente, convidados a elaborar uma lista contendo todos os itens encontrados e necessários a esse ambiente. Em outra situação, trouxeram de casa o seu pet de estimação para passar um dia no Colégio. Foi um momento especial, pois até foram tiradas fotos para a carteirinha de identificação (uma ficha de saúde em que cada criança escreveu o nome de seu animalzinho, a idade, o peso e o nome do dono) e vacinação dos bichinhos. Outro aspecto marcante para as crianças foi a elaboração da coleira de seu pet, pois não seria nada legal o bichinho de estimação fugir ou ficar perdido pelas dependências do Colégio, no momento do passeio. Ah, e outro detalhe, cada criança levou um saquinho para as possíveis necessidades de seus bichinhos. Foi realmente um dia inesquecível! Para a escolha do nome do estabelecimento, houve uma votação. De início, foram levantadas as possíveis opções de nomes para o ambiente.
Dessa conversa, surgiram inúmeras ideias, as quais foram anotadas na lousa pela professora. Em seguida, cada criança participou dando o seu voto e, o mais votado, foi consequentemente, escolhido para o pet shop daquela turma: “Pet shop patinhas felizes”. Quando chegou o grande dia, as portas se abriram e todos os alunos estavam prontos para atender aos clientes. Os serviços disponíveis eram: banho, tosa, raio-X, veterinários de plantão, recepção e lojinha com artigos que todo pet precisa.
No Colégio, acontecem também os momentos de integração, em que os alunos de fases diferentes brincam juntos. Dessa forma, acreditamos que favorecendo as interações de crianças com idades diferentes, podemos ajudá-las a controlarem seus impulsos e emoções, a internalizarem regras de comportamento, a serem sensíveis ao ponto de vista do outro, a cooperarem e a desenvolverem uma variedade de formas de comunicação para expressar afetos e conflitos.
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Ah, como é bom ser criança! Fazer de conta que é adulto, sem mesmo crescer... Mas nossos pequenos pensam como gente grande... Todos os serviços foram sinalizados com plaquinhas (com escritas dos próprios alunos) para que os clientes não tivessem dúvida no momento de comprar algum produto ou pedir algum serviço para o seu bichinho e, para ficar ainda mais divertido, os alunos do Infantil 5 convidaram as crianças do Infantil 3 para participar dessa envolvente brincadeira.
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Jogos Uirapuru: muito além de uma competição esportiva Professoras Flávia Corrêa e Gisele Prado Jogos Uirapuru, um dos momentos mais esperados pelos alunos do 5º ano. Sorteio das equipes, desfile de abertura, entrega da camiseta, início das competições e a entrega das medalhas. No entanto, esse projeto é muito mais do que uma competição. Por serem jogos em equipe, tem como principal característica a cooperação entre os membros dos times e promove o desenvolvimento de práticas éticas e de boa convivência, que servem de exemplo para a construção de uma sociedade mais justa. Agregando os preceitos acima, com a diversidade cultural do Brasil (tema abordado nas disciplinas de Geografia e História) e as Olimpíadas, elege-se o tema: “Jogos Uirapuru 2016 – Cultura e Paz”.
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A diversidade cultural brasileira é imensa, uma vez que, desde a colonização até a atualidade, a sociedade se formou das influências recebidas dos diferentes ciclos migratórios. As diferenças sociais devem ser respeitadas e valorizadas como uma oportunidade de conhecer variadas formas de expressão.
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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, um dos objetivos do ensino é tornar os alunos capazes de:
conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais (1997, p. 8).
Seguindo o princípio dos Parâmetros Curriculares, norteia-se a pesquisa. Há a busca de informações dos países envolvidos nas Olimpíadas Rio 2016 e um roteiro pré-estabelecido relacionando a influência de cada um na nossa cultura. Características de cada país em que houve imigração para o Brasil: motivo da imigração, contribuição à nossa cultura (alimentação, vestimentas, expressões, festas, músicas e danças), esportes mais praticados em cada região e a região brasileira em que se encontram características marcantes de determinados povos.
Durante as aulas do dia a dia, as crianças são incentivadas a participarem com seus questionamentos e argumentos, mas é no momento da apresentação do Seminário, que demonstram como se portar, falar e gesticular para poderem ser bem entendidos e passar para o público (outros alunos e professores) o que pesquisaram e dominam. Para isso há ensaios com cada grupo e aulas de oralidade.
Os tópicos pesquisados auxiliam os alunos a perceberem a diversidade cultural, nutrindo o objetivo inicial e possibilitando a reflexão para um desenvolvimento sustentáve das relações.
Como sendo o primeiro contato dos alunos com uma pesquisa monitorada e apresentação de seminário, há um apoio e respeito das professoras e dos colegas com as crianças que estão se apresentando.
A pesquisa se divide em etapas: orientação de pesquisa com a bibliotecária, busca de informações (na biblioteca e no laboratório de informática), digitação do trabalho e confecção dos slides, encontro de oralidade e apresentação oral do produto final.
Com o tema assimilado e com os slides projetados, nossos alunos apresentam suas descobertas e mostram como fazer bons Seminários e trabalhos escritos.
Referência: Brasil. Secretaria de Educação Fundamental.
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Em todos os momentos os alunos são acompanhados pelas professoras para fazerem uma pesquisa orientada e um trabalho consciente, o qual termina com a entrega das medalhas pelos pais e com a apresentação do Seminário e entrega do trabalho escrito.
Para a digitação do trabalho escrito são observadas as normas da ABNT, como Referências Bibliográficas que devem ser citadas corretamente no trabalho.
Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural, orientação sexual. Volume 10. Brasília: MEC/SEF, 1997.
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Regiões brasileiras: conhecendo as características naturais, sociais e culturais Professora Vivian Pretti
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A sociedade em que vivemos é marcada por um intenso processo de integração econômica, política e social, denominado globalização. Neste processo é possível observar claras tendências à homogeneização cultural, fato que merece nossa atenção, pois quando não valorizamos a cultura na qual estamos inseridos tendemos a adotar, sem nenhum questionamento, a cultura de outros países, perdendo lentamente nossa identidade cultural. Acredita-se que uma das formas mais significativa de evitar este processo, é envolver nossa cultura na educação.
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É importante colocar que a identidade cultural, entendida como um conjunto de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente compartilhados, que estabelece a comunhão de determinados valores entre membros de uma sociedade, LARAIA (2004) é algo vivo. Por isso, valorizar a cultura não significa cristalizá-la, mas sim conhecê-la para identificar as nossas origens e compreender as modificações que ocorrem e que acabam por resultar em novas identidades culturais. O Brasil é um país de grandes dimensões territoriais, e cada uma de suas regiões possui características distintas, tanto de ordem natural como sociocultural. Essa multiplicidade faz de nós um dos povos mais diversificados do mundo, formamos uma população cheia de peculiaridades, mas pertencente ao mesmo território. Por esta razão se torna necessário conhecer a diversidade natural, social e cultural existente em nosso país para entendermos a importância de valorizar e preservar estes elementos que formam o espaço e a sociedade que vivemos, modificamos e construímos.
Para realização dos trabalhos os alunos de cada sala foram divididos em cinco grupos, ficando cada grupo responsável por pesquisar uma região, definida através de sorteio. O projeto foi dividido em três etapas: levantamento e seleção de informações sobre as regiões, elaboração da apresentação em meio digital e a apresentação. As atividades do projeto foram realizadas durante as aulas de Geografia, em paralelo com o conteúdo programático. A primeira etapa consistiu na realização de pesquisas para levantamento de dados para que os alunos fizessem uma caracterização geral da região. Os alunos foram convidados a buscar informações sobre: processo de ocupação e povoamento do território da região, características naturais (tipo de relevo, clima e vegetação), caraterísticas sociais (índices de escolaridade, expectativa de vida, renda per capita, mortalidade infantil) e sobre as principais atividades
econômicas desenvolvidas na região. Após o levantamento dos dados os alunos organizaram, em meio digital, as informações obtidas para apresentar aos demais colegas da sala durantes as aulas do 4º bimestre. Nesta etapa contamos com o apoio da equipe de Tecnologia Educacional, que auxiliou os alunos na elaboração das apresentações, através de oficinas para utilização da plataforma Prezzi, na qual puderam mesclar imagens, textos e vídeos das regiões. Para enriquecer as apresentações dos trabalhos em sala, foi solicitado aos grupos que escolhessem uma música para retratar as características da região que foram descobertas ao longo da pesquisa. Além da música, os alunos sugeriram que oferecessem um prato típico da região estudada para degustação na sala, e assim foi feito. Desta forma, envolvidos por músicas que nunca tinham ouvido e comidas que desconheciam a origem, a última etapa do projeto resultou em um dia muito diferente e agradável para os alunos que vivenciaram um pouquinho da diversidade de nosso país dentro da sala de aula.
Referência: LARAIA, R. B. Cultura, um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004
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Associando a necessidade de conhecer nosso patrimônio cultural e natural com o conteúdo de Geografia para o 7º ano, que é justamente Brasil, foi pensado o projeto “Regiões Brasileiras”. Este projeto foi trabalhado dentro da disciplina Geografia com os alunos do 7º ano. Os objetivos foram conhecer as características naturais, sociais e culturais do Brasil e entender as diferenças existentes entre as cinco regiões do nosso país, despertando nos alunos o respeito às diferenças culturais e, ao mesmo tempo, o sentimento de pertencimento a uma cultura.
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#Comportamento em rede Coordenador de Responsabilidade Social Jorge Proença
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Vivemos em um cenário em que as novas gerações estão experimentando o relacionamento através de redes sociais e conteúdos digitais em voz e vídeo. Esta nova experiência traz algumas facilidades e, também, alguns riscos. As redes sociais tornaram-se um grande desafio para instituições tradicionais como família, escola, governo e justiça.
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As redes sociais, principalmente, o Facebook, o Whatsapp e o Instagram passaram a fazer parte da vida de bilhões de pessoas mundo afora, trazendo novas oportunidades, agilidade, benefícios e uma forma diferente de comunicação. Estudantes passaram a contar com mais uma ferramenta de estudo e com a possibilidade de trocas instantâneas de informações com seus amigos e também com pessoas não tão próximas. Esses mecanismos fazem parte da vida das crianças e dos adolescentes cada vez mais cedo, proporcionando-lhes informações a que, dificilmente, teriam acesso em um passado recente. Todavia, com essas novas tecnologias também
vieram perigos, aliciamentos das mais variadas espécies, o ciberbullying e, mais recentemente, jogos agressivos que ultrapassam o limite do tolerável e banaliza o uso da violência por parte de crianças e adolescentes. Pessoas mal intencionadas, através de diferentes práticas, também usam da tecnologia para violar os mais diversos direitos, visando, muitas vezes, à pedofilia, ao abuso sexual e, até mesmo, ao sequestro. Os aliciadores, fingindo ser amigos das nossas crianças e adolescentes, tentam estimular determinada atitude ou delas obter informações. Muitas vezes, é assim que, sem as orientações e cuidados necessários, os benefícios advindos da rede podem acarretar sérios danos à vida, à honra e à privacidade das pessoas, especialmente, daquelas em fase de desenvolvimento. Por vezes, os pais orientam suas crianças a não conversar com pessoas estranhas em um shopping center, mas não as alertam dos perigos do
Da mesma forma que não saímos distribuindo as nossas fotos em uma praça pública ou em um clube, na praia ou no cinema, também não devemos distribui-las na rede. Eventual falta de cuidado na divulgação de conteúdo relativo à vida privada pode acarretar prejuízos imensuráveis para toda a vida. Com a tecnologia surgiu um novo espaço que é tão público quanto uma praça, uma rua ou um shopping center. A diferença é que, para ter acesso a esse novo espaço público, crianças e adolescentes não precisam sair de casa,
o que gera uma sensação de segurança que, na realidade, não existe. Ao contrário, a rede pode se mostrar até mais perigosa que uma via pública. O excesso de exposição na rede pode dar ensejo a uma invasão tão grande da vida privada que, quando menos se espera, nossa reputação pode se ver abalada. Devemos nos lembrar sempre de que, quando as nossas informações são divulgadas, torna-se impossível recolhê-las por inteiro.
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compartilhamento de informações pessoais ou da divulgação de imagens nas redes sociais.
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Eventual ofensa à imagem ou à honra, especialmente de uma criança ou adolescente através da rede, alcança um número incalculável de pessoas e poderá acompanhá-la pelo resto da vida e em qualquer lugar do mundo. Quando se coloca uma foto na rede perde-se o controle do que pode ser feito em relação a ela. Há relatos de casos em que realizaram montagens em fotos que, posteriormente, foram divulgadas com conteúdo que não possuíam, acrescentadas de mensagens difamatórias sobre determinada pessoa.
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Tais ocorrências podem acarretar graves consequências no relacionamento social. O desgaste advindo dessa divulgação não compensa o momentâneo prazer da divulgação indiscriminada.
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Por sua vez, o cyberbullying, que é a prática de agressão, intimidação, ameaça e humilhação através da rede, já é considerado um dos maiores riscos da web (internet). O aparente anonimato proporcionado pelas novas tecnologias acabou incentivando essa espécie de agressão, que pode acarretar prejuízos inestimáveis, especialmente às pessoas em desenvolvimento. Se somos preocupados com eventuais ofensas ou humilhações que nossos filhos possam vir a sofrer nos corredores e pátios da escola, também devemos nos preocupar com esses acontecimentos através da rede. Por essa razão, é muito importante que
os pais acompanhem a divulgação de mensagens e imagens através dessas novas tecnologias, para evitar que seus filhos sejam vítimas dessa prática. É bom saber que, o cyberbulying não corresponde a uma simples brincadeira e, por vezes, ganha proporções tão grandes que acaba parando na Justiça. Aqueles que desmoralizam pessoas ou praticam crimes através da rede ficam sujeitos à aplicação das leis como se tivesse praticado o fato fora da web (internet). Tais atos, se praticados por adolescente, poderá caracterizar ato infracional, o que possibilita a aplicação de sanções ao infrator.
Por outro lado, canais de vídeos do Youtube que promovem falsas referências e más atitudes também podem influenciar negativamente as crianças, os adolescentes, os jovens e, até mesmo, os adultos. Além de fama, youtubers ganham dinheiro através da veiculação de propaganda em seus canais e chegam a fazer de tudo para chamar a atenção e ganhar seguidores. Como essa realidade já está posta e não mudará, recomenda-se aos pais conversar com seus filhos, assistir com eles aos programas e orientá-los sobre possíveis inversões de valores observadas em muitos desses canais. O Colégio Uirapuru ciente de todo este desafio e da necessidade de criar um ambiente seguro para os alunos desenvolve um projeto educativo com as classes do 4º ao 7º ano do Ensino Fundamental. Esse projeto, realizado desde 2010, leva aos alunos informações sobre os perigos e incentiva as boas práticas na rede mundial de computadores. Além dos trabalhos desenvolvidos pela área de responsabilidade social do Colégio contamos com a colaboração de especialistas das áreas jurídica e comportamental.
Enfim, muito mais está por vir: realidade aumentada, realidade virtual, transmissões de experiências ao vivo etc. As famílias, em parceria com as escolas, podem evitar ou minimizar eventuais riscos e transformar este ambiente em uma experiência positiva para todos. A internet e as redes sociais são ferramentas extraordinárias que podem ser exploradas de maneira proveitosa e segura. O seu uso consciente e sem excessos só nos trará resultados positivos. Os tempos mudam, as ferramentas evoluem, os desafios surgem, mas com o fortalecimento dos valores morais, bons exemplos e cuidados, conseguiremos transformar essas novidades em mais um instrumento para formarmos cidadãos por inteiro a alcançar um mundo melhor para se viver.
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Assim, as crianças e os adolescentes precisam ser orientados a informar a seus pais situações verificadas na rede que lhes causem desconforto, medo ou vergonha. As práticas nocivas através da rede podem e devem ser denunciadas.
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Tecnologias: recursos sempre presentes Coordenadora Luciane Vellozo
No cotidiano do homem do campo ou do homem urbano, ocorrem situações em que a tecnologia se faz presente e necessária. Assumimos então, educação e tecnologia como ferramentas que podem proporcionar ao sujeito a construção de conhecimento, preparando-o para saber criar, ou seja, estamos em um mundo em que as tecnologias interferem no cotidiano, sendo relevante, assim, que a educação também envolva à democratização do acesso ao conhecimento, à produção e à interpretação das tecnologias.
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(Brito, 2008)
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As tecnologias possuem grandes influências no cotidiano dos educandos e a inclusão de recursos tecnológicos nas aulas contribui para a construção de conhecimento, possibilitando uma melhor assimilação daquilo que o professor tem como objetivo: ensinar. Pensando nestes objetivos, a equipe Pedagógica, juntamente com a equipe de Tecnologia Educacional do Colégio Uirapuru, reflete em torno do assunto tecnologia e educação. Sempre em busca do saber e aprender, podemos relatar algumas práticas do uso da tecnologia em sala de aula, como a dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I. Eles sistematizaram a tabuada de uma forma divertida com o uso dos tablets e exploraram no Laboratório de Mídias o aplicativo Monkey Multiplication.
Para Gil (2011, p. 14), “a motivação do aluno é um fator importante na determinação do sucesso na aprendizagem, assim como os hábitos de estudo podem influenciar o desempenho”. Neste sentido, a escola precisa ser atuante quanto ao desenvolvimento de condições que sejam capazes de despertar o interesse dos alunos pela disciplina. Utilizandose os recursos tecnológicos, a escola pode criar uma “possibilidade de leitura da realidade, traduzida pela linguagem digital, automatizando a informação”, sendo de grande importância para as possíveis melhoras no desempenho de cada estudante (LEMOS, 2002, p. 107). O uso da tecnologia na educação implica em novas formas de comunicar, de pensar, ensinar e aprender, deve ser vista e utilizada como um recurso para auxiliar o professor na integração dos conteúdos curriculares, a todo um leque de oportunidades que deve ser explorado por alunos e professores. Valente (1999) ressalta que o professor deve criar condições para que o aluno
descreva seus pensamentos, reconstruaos e materialize-os por meio de novas linguagens. Nesse processo o educando é desafiado a transformar as informações em conhecimentos práticos. Dentro deste contexto, os alunos da turma Parrots foram desafiados pela Teacher Juliana e os alunos da turma Penguins pela Teacher Déia, do Lively Bird. O desafio foi criarem um game a partir da leitura dos livros “Does a Kangaroo have a mother, too?”, de Eric Carle, realizada pela turma Infantil 5/ Parrots e “The Eye Book”, de Dr. Seuss, realizada pelos alunos da turma 1º ano/ Penguins. Os alunos criaram um game nos tablets com o aplicativo Tiny Tap. TinyTap é um aplicativo no qual professores e alunos podem criar os seus próprios jogos de aprendizagem personalizados, que podem ser
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Com o aplicativo educacional, os alunos realizaram a prática de sistematização das tabuadas do 2 ao 10 através de atividades propostas na forma de um jogo. O objetivo do jogo é libertar os macacos que estão presos, a cada acerto da tabuada, os alunos ganham pontos e conseguem libertá-los. Praticar a tabuada foi mais divertido através deste aplicativo.
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compartilhados com qualquer usuário que possuir o aplicativo. Com ele, podemos criar jogos de quebra-cabeças, quizzes, apresentações e muito mais. Os alunos inseriram imagens, gravaram o áudio e se lançaram ao desafio de construir o game baseado na leitura dos livros.
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Praticar o Inglês e integrar a tecnologia foi também a proposta do professor Gabriel Martins de Jesus que, no Laboratório de Mídias, juntamente com os alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I, estudaram Inglês usando o aplicativo Duolingo.
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O Duolingo é um dos mais famosos aplicativos de ensino de idiomas do mercado, funciona de maneira fácil e é bastante útil para quem está estudando Inglês. Para as aulas do 3º ano, a equipe de Tecnologia Educacional do Colégio criou uma conta para os alunos no aplicativo, com usuário e senha cada aluno acessou e iniciou no nível básico. Os exercícios começaram, perguntas para correlacionar imagens às suas respectivas palavras, áudios e outras atividades foram propostas no aplicativo, que avança, de acordo com as suas respostas, acertos e erros. Outro fato interessante do aplicativo é que reproduz em áudio as palavras em Inglês, ajudando o usuário a dominar também sua pronúncia, tornando assim as aulas do professor Gabriel um ambiente audiovisual rico para explorar o vocabulário em Inglês.
O Moodle é uma plataforma de Educação à Distância (EaD) que possui um enorme potencial para o ensino presencial, é composto por várias ferramentas, permite diferentes abordagens metodológicas e a organização de material didático. O ambiente pode ser usado em um processo avaliativo de forma contínua e formativa, pois além de permitir a inserção de questionários de autoavaliação e avaliações individuais, ele possibilita que aluno e professor retornem à atividade, a editem novamente fazendo correções e indicações. Possibilita também analisar os avanços em relação à produção, à participação, à defesa de opinião e ao uso da ferramenta. Enfim, o uso do ambiente de aprendizagem Moodle pode promover reflexões, mudar posturas, renovar metodologias e contribuir para ampliar a interação com os outros recursos já presentes na escola, como no exemplo citado, a interação com o
livro didático. A professora Flávia criou outros questionários ao longo do ano, como do livro “A Bolsa Amarela” e outras verificações de leitura utilizando reportagens, notícias e textos. Para viver, aprender e trabalhar em uma sociedade cada vez mais complexa, rica em informação, baseada em conhecimento e com recursos sempre presentes, os alunos e professores precisam usar a tecnologia de forma efetiva. Em um ambiente educacional qualificado, a tecnologia pode permitir que os alunos se tornem usuários qualificados das tecnologias da informação; pessoas que buscam, analisam e avaliam a informação; solucionadores de problemas e tomadores de decisões; usuários criativos e efetivos de ferramentas de produtividade; comunicadores, colaboradores, editores e produtores; cidadãos informados, responsáveis e que oferecem contribuições (UNESCO, Padrões de Competência em TIC).
ReferênciaS: BRITO, G. S. Educação e novas tecnologias. 2. ed Curitiba, PR: Editora IBPEX, 2008. GIL, A. C. Didática do ensino. São Paulo: Atlas, 2011. LEMOS, A. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2002.
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Os alunos do 5º ano leram “A Ilha do Tesouro”, um dos clássicos da literatura infanto-juvenil escrito por Robert Louis Stevenson, livro sobre piratas e tesouros enterrados, e de uma forma diferente realizaram uma atividade de checagem desta leitura. A professora Flávia Correa usou a plataforma Moodle para elaborar um questionário com perguntas sobre o livro; o questionário foi respondido individualmente no Laboratório de Informática pelos alunos, e cada aluno pode acompanhar os seus acertos, erros e fazer uma checagem da leitura.
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A importância do esporte na formação de talentos para a vida Professora Vania Hernandes de Souza
“[...] o esporte é a vida. As situações de competições são onipresentes no cotidiano, no trabalho, na escola, no mundo artístico. Elas se traduzem todos os dias em combates, desafios, enfrentamentos, duelos em que cada um deve defender o seu ponto de vista, suas ambições, seu salário, seu talento, sua dignidade etc”.
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(DUCASSE, 2009, p. 13)
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Desde o final do século XX, psicólogos, pedagogos, professores, pesquisadores e estudiosos da área da saúde e da educação consideram o esporte um fenômeno social, não apenas pela influência desse fenômeno no fator de interação social, mas na vida das pessoas, refletindo diretamente na educação e no cotidiano das mesmas. Para Derbly (2016), “o esporte é um meio de integração humana, pois é capaz de unir pessoas, classes, países, continentes e inimigos; neutralizando as divergências ideológicas e amenizando os ódios e as posições políticas divergentes”.
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Outro benefício da prática esportiva é pontuado por Cavalcanti e Moura (2011). Para os autores o esporte auxilia na formação do cidadão porque, enquanto atividade social, desenvolve princípios, valores morais e éticos e estabelece uma intensa interação social. Igualmente, é através da prática esportiva que a solidariedade, o espírito esportivo e coletivo e a educação são aprendidos e desenvolvidos ao longo da vida.
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Assim, a partir das colaborações acima descritas, entendemos que o esporte transforma as pessoas. E, apesar das dificuldades e a luta para não sucumbir as mazelas do esporte contemporâneo, o treinamento esportivo, seja em qual contexto for praticado ou objetivo estabelecido, quando acompanhado de valores que ultrapassam o interesse pessoal, o dos pais, dos professores, técnicos e dirigentes, é transformador.
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O esporte só é belo e exemplar, quando o combate, por mais feroz que seja, deixa entrever faíscas de humanidade, da elegância, de lealdade e nos lembra que uma vitória não justifica tudo, que haverá sempre algo mais precioso que o resultado de uma partida; que um homem deve temer a vergonha mais do que a derrota. No fundo, a mais bela vitória é vender a mediocridade (DUCASSE, 2009, p. 145). Aprendi a gostar do esporte na educação física escolar e segui praticando o basquete, a modalidade que escolhi através da influência muito positiva do meu pai. Durante toda a minha carreira esportiva tive técnicos/educadores que
me ensinaram muito mais do que os fundamentos do basquete. Com eles aprendi a generosidade e entrega, a lealdade, o respeito, a dignidade na derrota, a solidariedade, a defender com coragem, força e humildade em meus objetivos e, acima de tudo, o senso de honra e de palavra dada. Esses valores pontuaram e continuam a pontuar as minhas ações como pessoa, mulher e técnica/educadora. Nos treinamentos esportivos realizados no Colégio Uirapuru o objetivo é que os nossos alunos treinem para as competições e o façam de forma prazerosa e gratificante. Igualmente, que as lições aprendidas sejam inspiradoras e motivadoras na busca de seus objetivos pessoais e profissionais. Com isso, estamos formando talentos para a vida!
Disponível em: < http://www.conteudojuridico. com.br/?artigos&ver=2.29588&seo=1 > Acesso em: 29 jul. 2016. DERBLY J. F. Esporte como fenômeno social. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/ site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3592. Acesso em: 06 ago. 2016. DUCASSE, F. Cabeça de campeão: como a psicologia forma vencedores no esporte e na vida. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009.
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ReferênciaS: CAVALCANTI, M.M.; MOURA, J.P. A socialização e a relevância do esporte na educação de adolescentes.
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LEITURA E ESCRITA: FACES DA COMUNICAÇÃO E DA CRIAÇÃO
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Delia Lerner, educadora argentina, nos ensinou que ler e escrever é “um desafio que transcende amplamente a alfabetização em sentido estrito” (2002). É um desafio que nos faz pensar diariamente em como podemos levar nossos alunos a serem membros plenos da comunidade de leitores e escritores. Para isso, Lerner diz que precisamos nos apropriarmos (e, consequentemente nossos alunos) de uma tradição de leitura e escrita que supõe “assumir uma herança cultural que envolve o exercício de diversas operações com os textos e a colocação em ação de conhecimentos sobre as relações entre os textos; entre eles e seus autores; entre os próprios autores; entre os autores, os textos e seu contexto... “ (2002). Num movimento de alcançarmos essa apropriação buscamos fazer do nosso Colégio uma comunidade de leitores, constituída a partir das práticas de leitura e de escrita aqui desenvolvidas. Os textos a seguir contam algumas experiências – do Berçário ao Ensino Médio – que revelam as faces da comunicação e da criação a partir da leitura e da escrita.
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Bibo: história e descobertas Coordenadoras Fernanda Rodrigues e Maria Angélica Moreira
No Berçário Uirapuru, as crianças da Fase Amarela (18 a 24 ou 30 meses), trabalham com o Projeto “Histórias e Descobertas”. A cada dois meses as turmas conhecem detalhadamente um livro de história infantil.
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O Projeto tem como objetivos criar, fantasiar, descobrir, conhecer brincadeiras novas, estimular a imaginação, a percepção visual, sensorial e ampliar o vocabulário, desenvolvendo a linguagem e a comunicação verbal, de maneira lúdica, além do gosto pelos livros.
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Primeiro contamos a história do livro de diversas maneiras (fantoches, livro, teatro de sombras e outros). Em seguida, começamos a apresentar os personagens para as crianças e assim vão descobrindo como ele é, onde vai, o que gosta de fazer, onde mora, o que come, entre outras informações. Com o tempo, as crianças vão se familiarizando com a história e conhecendo tudo o que acontece. Sempre aproveitamos o cenário do local que a história se passa, para montarmos
brincadeiras como dramatizações, cabanas, vivências e confeccionamos os personagens com sucatas. As crianças pintam os personagens com tintas caseiras e texturas. O Bibo foi o ponto alto do projeto, pois cada turma fez o seu. As berçaristas trouxeram o Bibo cortado e costurado para que cada criança ajudasse a enchê-lo com manta acrílica. Ficou lindo! Colocaram roupas e puderam explorar tudo sobre o novo amigo. A partir daí, tudo o que faziam, o Bibo acompanhava. Fizeram piqueniques, cabanas, foram na areia, levavam o Bibo para almoçar e jantar, participando, assim, de toda rotina das crianças. Para o encerramento do projeto, uma grande exposição com a participação das crianças foi vista pelos pais. Para encerrar este lindo projeto, tivemos a honra de receber a autora do livro, Silvana Rando, que veio prestigiar o trabalho das crianças.
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Quem planta colhe e quem colhe experimenta! Professoras Graziela Ferro e Luciene Almeida
Tudo começou com uma visita especial! Nestor, o macaco amigo da turma do Infantil 2, recepcionou as crianças no primeiro dia de aula após as férias. A deliciosa visita não parou por aí, Nestor trouxe uma surpresa e convidou toda a turma para descobrir o que era... Puxa, que puxa, um livro apareceu! Assim começou o projeto “Quem planta colhe e quem colhe experimenta”, que tinha como objetivos principais, o desenvolvimento da linguagem oral, a ampliação do repertório de conhecimentos a respeito do mundo social e natural, bem como o estímulo à alimentação saudável com experimentação de novos sabores.
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Com o apoio do livro “O Grande Rabanete”, de Tatiana Belinky, os alunos foram aos poucos se envolvendo com o projeto favorecendo também, o estreitamento dos laços entre o Colégio e as famílias. A literatura infantil traz aos alunos vivências de momentos de ficção que são associados à realidade, assim, eles são convidados a serem pertencentes àquela história, “o uso da literatura infantil em sala de aula e sua atuação é sempre ativa e dinâmica de modo que este não permanece indiferente” (Zilberman, 1998, p. 21-22). Com isso, o convívio com a leitura desde ao nascer proporciona à criança o alargamento de horizontes, a ampliação de repertório oral, a compreensão do fictício com a fantasia e a aquisição do saber. Após explorarem o livro, familiarizarem-se com a história, de repente...
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Puxa que puxa, que puxa... Uma caixa apareceu!
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“O que será? Será que é pesado? Será que é de comer? Podemos tocar? Foram essas as primeiras impressões das crianças aos se depararem com a surpresa. E afinal o que tem dentro da caixa? A descoberta foi incrível... rabanetes! A cada etapa do projeto surgiam novos questionamentos e descobertas... Rabanete? O que é isso? É de comer? É de Brincar? Eu nunca comi? Eu já? É rosa! E assim, as crianças, que aos dois anos estão se desenvolvendo oralmente, contaram suas impressões. Como nasce rabanete? Da onde ele vem? No Quintal Uirapuru as crianças aprenderam sobre o cultivo desse legume e conheceram alguns personagens da história: o rato e a minhoca. Será que o rato come rabanete? E a minhoca? Seria ela importante para o rabanete?
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São questionamentos assim que esperamos que as crianças sintam ao viver a realidade associada à ficção.
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Enfim, minhocas na terra, sementes e regadores em mãos, muita curiosidade e interesse, cheirinho de terra molhada, cheirinho de aprendizagem e muita ansiedade para que nossos rabanetes crescessem, fortes, saudáveis ... E rápido! “Nossa infância é repleta de cheiros, cheiro de terra molhada, do bolo saindo do forno. E hoje? Que criança conhece o cheiro de salsinha ou de estrume?
É preciso despertar a atenção para os cheiros e cuidar para que ele não adormeça. Os cheiros podem despertar a memória afetiva, remetendo-nos a momentos e locais queridos ou desagradáveis” (BUITONI, 2006, p. 150). As crianças estavam ansiosas, o tempo não espera, logo mamãe e papai virão ao Colégio, o “Momento Família” se aproximava, todos irão plantar rabanetes juntos! Para esse tão esperado dia, cada criança decorou seu vasinho, com tintas de todas as cores, com carinho e amor. A participação das famílias dignifica as ações desenvolvidas pelo corpo docente, contribuindo para que a criança sinta-se plena, feliz e realizada! Nossas crianças são sabidas, gostam de aprender, mas ensinar seus pais sobre o plantio de rabanetes era uma novidade! Afinal, nós não vamos á escola para aprender?
- Não, também vamos para ensinar! Ser criança é estar inserida num mundo de brincadeiras, experimentado o mundo, sem preceitos e preconceitos, viver nesse universo exploratório, mostra que se valoriza uma experiência, quando estamos dentro dela, quando somos parte dela, com valores de pertencimento e respeito.
ReferênciaS: BELINKY, Tatiana. O grande rabanete. São Paulo: Editora Moderna, 1999. BUITONI, Dulcilia Shoroeder. De volta ao quintal mágico: a educação infantil na te-arte. São Paulo: Ágora, 2006. ZILMERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. 10ª edição: São Paulo: Editora Global, 1998.
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Experimentando novos sabores, experimentamos novas experiências, sensações e aromas que tornaram as crianças mais confiantes, criativas, sabidas e mais determinadas a viverem novas aventuras através de muitas outras histórias que ainda estão por vir!
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O gato xadrez: um pensar matemático na Educação Infantil Professoras Juliana Sewaybricker e Mariana Rodrigues
A literatura infantil é considerada um grande instrumento para o ensino e aprendizagem da linguagem matemática.
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Segundo Smole (1996, p. 9), “a literatura infantil não apenas pode ser um modo desafiante e lúdico para as crianças pensarem sobre algumas noções matemáticas, mas também propicia um contexto significativo para a formulação e resolução de problemas”.
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Na Educação infantil são desenvolvidas propostas com foco no pensamento matemático, tendo compreensão que a Matemática não é considerada fonte unicamente de contato com números e aprendizagem de cálculos, mas que também está voltada para o desenvolvimento de um pensar, no qual as crianças podem expressar suas hipóteses, confrontar ideias, pensar e refletir sobre as opiniões dos amigos, levantar questionamentos e, principalmente, argumentar e encontrar do seu modo resoluções para problemas encontrados no cotidiano.
No mês de março, o Infantil 3, fase que em nosso Colégio atende crianças de três anos, deu início ao projeto “O gato xadrez”, visando realizar uma conexão entre a Literatura e a Matemática. Esta proposta, que tem como apoio o livro “O gato xadrez”, de Isa Mara Lando, tem como objetivo fazer com que a criança reflita o pensar matemático e participe de situações nas quais será estimulada a argumentar, questionar e procurar soluções para situações-problema e, principalmente, levantar e questionar suas hipóteses.
Durante cada dia da semana a caixa era retomada.
Na primeira semana do mês de março, as crianças receberam uma caixa personalizada (dentro dela o livro “O gato xadrez”) acompanhada de uma carta endereçada aos alunos do Infantil 3. A carta relatava que aquele era um presente de alguém que gostaria de ser amigo da turma, porém, para elas descobrirem de quem se tratava, primeiramente deveriam descobrir o que continha na caixa e que ela só deveria ser aberta após sete dias.
Um dia, ela apareceu com um buraco, envolvendo-a ainda mais de mistérios. Agora as crianças puderam colocar a mão e sentir o que seria o misterioso presente. Ao estabelecerem este contato, as crianças começaram a formular melhor suas hipóteses, e tentavam resolver o problema. Os comentários eram de que o objeto era fino e de papel, assim descobriram que o presente se tratava de um livro.
Com a chegada da misteriosa caixa os olhinhos brilhavam e a emoção era contagiante.
Segundo Smole (2000, p. 21), “a primeira preocupação ao trabalhar com a resolução de problemas na educação infantil é quanto à forma de se iniciar esse processo, especialmente com crianças de três a quatro anos. Mesmo com as crianças mais velhas é recomendável iniciar pela proposta mais simples, que é problematização oral de situações próximas do aluno”.
As crianças manipularam a caixa, chacoalharam e muitas tentaram ouvir se o objeto realizava algum barulho. Então, as professoras levantaram um questionamento: “O que será que tem dentro desta caixa?”. Surgiram várias hipóteses como: “É uma bola colorida”, “Bola não pode ser pois a caixa é quadrada e a bola parece um sol!”, “É um carro de corrida”, “É uma boneca”, “Não, é leve, então pode ser um livro!”. A cada hipótese e argumentação, a emoção ia crescendo e a vontade de abrir e descobrir o que continha na caixa também.
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A seguir, descreveremos como tudo isso aconteceu.
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Em um segundo momento a caixa foi aberta e, para a alegria de todos, era realmente um livro. Com esta descoberta iniciou-se uma nova etapa, a exploração da capa e a leitura do texto. Com a exploração da capa, surgiram alguns questionamentos: “O que aparece na capa do livro?”, “Do que será que se trata o livro? ”, “Que cor são os gatos? ”, “Por que será que este é colorido?”. De uma forma desafiante, as crianças foram estimuladas a questionar e argumentar sobre qual seria o contexto do livro.
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Em seguida, ocorreu a contação da história. No primeiro momento o livro foi utilizado como suporte e cada criança acompanhou a leitura com o seu em mãos (mesmo não sendo leitores convencionais). A história também foi contada utilizando outros meios como livro digital e fantoches, o que tornou a leitura mais prazerosa e significativa.
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Então, num certo dia, as crianças receberam um convite para irem até a sala espelhada, pois lá estaria uma surpresa à espera delas. Quando chegaram a surpresa foi visível! A sala estava toda enfeitada com molduras e fantasias, nas quais as crianças puderam se fantasiar e se camuflar através das molduras, ficando listradas, coloridas, com corações, entre outros adereços. Foi um momento único e cheio de encantamentos. Depois de muitas conversas e mistérios, apareceu uma carta onde alguém relatava que estava à procura de novos amigos e, junto com ela, veio um novelo de lã.
“De quem será que é?” Esta pergunta foi inevitável! Várias hipóteses surgiram: “É do cachorro”, “Não, é do Nestor”, “É de um gato”.
Como não poderia ser diferente, a família foi convidada a participar deste momento mágico na vida das crianças. Foi enviando para casa uma pista, na qual deveriam descobrir de quem se tratava e, junto com essa pista, os pais receberam peças de um quebra-cabeça para montar juntamente com as crianças. A cada dia eram enviadas novas peças para que o quebra-cabeça fosse montado e o mistério resolvido. Juntamente com as famílias, as crianças montaram e personalizaram os quebracabeças, que ficaram lindos! Então um dia ao chegarem ao Colégio, as crianças tiveram uma grande surpresa! Era uma trilha feita de novelo de lã. As crianças foram convidadas a seguir esta trilha e descobrir algo maravilhoso! Ao final da trilha as crianças encontraram o
Com o novo amigo, foi retomada a leitura do livro e novos questionamentos foram levantados: “Será que todos os gatos são coloridos?”, “Quais as cores que existem no gato xadrez?”, “Existem outras cores que não estão no gato xadrez, quais?”. As crianças foram argumentando e as professoras lançaram uma problematização, pegaram os potinhos de tinta guache e perguntaram quais cores eram iguais às do Gato. Elas observaram que todas eram existentes no corpo do Gato e descobriram que estavam faltando algumas cores como rosa e laranja. Aproveitando esta descoberta, as crianças foram estimuladas a descobrir como se obtém a tinta rosa. As professoras
aproveitaram e questionaram qual seria a solução para este problema, encaminhando à prevista: a mistura de cores. Surgiram várias hipóteses: as crianças pediram para comprar as tintas, pintar com caneta hidrocor. Foi então que, para a surpresa das professoras, as crianças disseram: “Tia, tem que misturar as tintas”. Com a descoberta da mistura das tintas, as crianças tinham pela frente um outro problema a ser resolvido: quais as cores que misturadas dariam rosa? Foram testadas todas as hipóteses levantadas pelas crianças. Utilizando tinta, pincel e papel elas iam testando: branco
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amigo misterioso, o Gato xadrez. A alegria foi contagiante.
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com azul, verde com amarelo, vermelho com azul e assim foram descobrindo outras cores. Até que descobriam que para se obter o rosa era necessário misturar branco com vermelho.
para as crianças, elas puderam aprender passo a passo como preparar um bolo, identificar os ingredientes necessários e ainda aprenderam como se faz clara em neve.
Após esta descoberta cada criança realizou a sua própria mistura. Em outras situações, a mistura de cores voltou a aparecer, tornando esses momentos mais significativos.
Com o bolo pronto, chegou o dia da festa. Foi um dia colorido no qual as crianças puderam vir de roupas coloridas e trazer uma fruta de sua preferência para dividir com os amigos.
Assim como nas misturas das cores, as crianças também tiveram contato com algumas brincadeiras e jogos, que foram adaptadas para esse projeto como: Gatinho colorido, Gatinho para as formas e Bingo das cores.
O “Gato Xadrez”, se tornou um amigo inseparável de toda a turma. Por meio das ações realizadas, as professoras puderam observar os avanços de cada um durante todo o processo.
Com o novo amigo Gato Xadrez, as crianças puderam brincar e se divertir no parque, na areia e na hora do lanche. Elas descobriram muitas coisas novas e, com isso, decidiram que esse grande amigo deveria ter uma festa de aniversário surpresa! Em roda, foi discutido com as crianças sobre a realização de uma festa surpresa para o Gato Xadrez. Elas pensaram em tudo, no convite, nas comidas da festa e, principalmente, no bolo. O bolo deveria ser colorido e para isso as crianças contaram com a ajuda da Tia Maura para a preparação. Este momento foi marcante
ReferênciaS: SMOLE, Kátia Stocco et al. Era uma vez na Matemática: uma conexão com a literatura infantil. 3ª ed. São Paulo: IME/USP-CAEM, 1996. SMOLE, Kátia Stocco; DINIZ, Maria Ingnez e CÂNDIDO, Patrícia (orgs). Coleção matemática de 0 a 6 anos? Porto Alegre: Artmed, 2000. LANDO, Isa Mara. O gato xadrez. 3ªed. São Paulo: Brinque Book, 2012.
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Cantar e rimar, a brincadeira já vai começar... Quando a música e a brincadeira fazem parte da nossa aprendizagem Anuário 2016
Professoras Raquel Avena e Suelen Moura
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O Infantil 4 é marcado pelo desenvolvimento da linguagem, onde o convívio com o mundo letrado traz uma relação fundamental com o processo de leitura e escrita. Nosso foco não é a alfabetização, mas fornecemos aos alunos repertório para que compreendam a função social da escrita e, assim, colaboramos com este processo nos anos seguintes. O trabalho com a linguagem oral e escrita é sem dúvida um importante componente do processo educativo e não deve ser deixado de lado em nenhuma das etapas de aprendizado e desenvolvimento infantil. Este trabalho com a linguagem oral, de forma dinâmica e lúdica, permite que as crianças explorem seus próprios instrumentos comunicativos e sociais, favorecendo o processo de aquisição da linguagem através da participação delas em um ambiente rico em atividades e descobertas.
Também possibilita a interação das crianças, as torna mais comunicativas, desenvolve sua autonomia e seu pensamento, enriquece seu vocabulário e constrói seu conhecimento. Sabemos que a linguagem influencia no desenvolvimento do sujeito, sendo um fator determinante no crescimento das crianças.
Entendemos que a riqueza da nossa Língua Portuguesa deva ser trabalhada como um privilégio da nossa proposta pedagógica, usada a favor da criação do conhecimento cultural, da relação entre a linguagem oral e verbal e do desenvolvimento da expressão corporal. Diante de tantas músicas, o livro traz de uma maneira agradável e alegre cantigas que antigamente faziam parte das brincadeiras e hoje em dia acabaram se perdendo no tempo por diversos motivos. Trazer para nossas crianças o contato com o folclore infantil brasileiro, as parlendas tradicionais e as brincadeiras da época da vovó, num ambiente escolar promove a preservação desse legado. Os diferentes tipos de textos existentes no livro nos proporcionam uma excelente ferramenta a favor da linguagem, sendo
esta usada das mais diversas formas. Mesmo o foco não sendo a alfabetização, tais escritas fazem com que a criança desenvolva a linguagem oral e escrita, ou seja, vai se apropriando do que é lido, ouvido e visto e, a partir destas leituras, apreende a estrutura textual e vai construindo repertório suficiente para produzir suas escritas, ainda que não as escreva de maneira convencional. Cada criança com seu livro em mãos, acompanha a leitura realizada pela professora passando o dedinho em cima das letras, percebendo a cada dia a função social da escrita. Sabemos que cada criança possui um nível de aprendizagem, mesmo sendo da mesma faixa etária. Quando propomos atividades em que os alunos possam atuar como cantores, ilustradores e trocar vivências entre outras fases, percebemos que existe um avanço muito grande no que diz respeito à autoestima, ao controle emocional e até mesmo ao desenvolvimento do sujeito como um todo.
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Para dar às crianças todo este repertório, o livro “Quem canta seus males espanta”, de Theodora Maria Mendes de Almeida, traz uma mistura de brincadeiras cantadas, músicas, cantigas de roda, trava-línguas e parlendas de um modo lúdico e divertido. Entre ritmos, parlendas, músicas e poesias o Infantil 4 vivenciou novas experiências através deste livro.
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Oferecemos às crianças a oportunidade de serem donas daquele pedaço de papel encantado, lá colocam suas emoções e sentimentos que aparecem enquanto trabalhamos algum texto. É através de recortes, colagens, pinturas, desenhos e, até mesmo, escrita que os alunos vão completando suas páginas, dando vida aos seus livros de maneira única e independente.
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A cada página lida as crianças são convidadas a participar, enriquecer e completar as ilustrações, fazemos com que percebam cada detalhe do texto ou da arte que está inserido na folha. O intuito é que percebam, através do desenho do outro, que podem intervir de maneira positiva na arte e composição do desenho. A exploração dos traçados, das cores, das formas e das letras amplia a visão das crianças, faz com que elas desenvolvam um olhar mais crítico e perceptivo dos detalhes, auxiliando assim o avanço nas mais variáveis áreas do conhecimento infantil.
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Ofereceremos às crianças diversos materiais, repertórios fotográficos e muita criatividade para que possam preencher o pedaço de papel da forma mais especial que consigam. Na parlenda “Agá agá”, os alunos puderam recitar, contar juntos, brincar e fabricar seus próprios ovos e a galinha. Perceberam que além da escrita, foi trabalhado também a sequência numérica, a manipulação de biscuit para a confecção do ovo e a criatividade para colocá-lo onde melhor achavam. Criaram possibilidades de reestruturar o desenho
já existente e, assim, dar significado ao próprio feito. Através desta parlenda muitas áreas de conhecimento foram trabalhadas, mas o mais importante foi apreciar o quão divertido e diferente pode ser aprender uma parlenda e poder participar dela. É visível e notório que os alunos se encantam quando se deparam com uma ilustração que já está marcada no papel, tentam decifrar de todas as maneiras o que o desenho está representando. É neste momento que a imaginação deles cria asas, voa para lugares que só eles possuem a chave para dar continuidade na produção. Todo este processo é valorizado, pois sabemos o quanto se sentem importantes e realizados ao criarem algo próprio, de sua autoria. Quando é proposto que as crianças se utilizem e se apropriem do livro, fazendo suas artes nele, ensinamos um pouquinho de como é cuidar e trabalhar aquele papel. A intenção é que, desde já, criem hábitos de leitura, acompanhem com os dedos o que está sendo lido e viajem no mundo letrado. Adultos, como de costume, fazem anotações em seus livros, riscam, traçam, deixam marcações do que é importante e válido, consomem suas leituras. Os alunos, como ainda não as fazem convencionalmente, deixam também neste livro suas anotações, suas marcas, seus registros que ficarão ali para sempre. Acima de tudo são as próprias crianças donas daquele pedaço de papel, elas que dão vida, cor, formas e significado para o projeto.
Fazer com que nossos alunos se sintam pertencentes do grupo, percebam que são sujeitos de direitos e deveres faz com que estreitem suas relações com os demais alunos do Colégio. Com essa visão, foi trabalhado com as crianças do Infantil 4 a parlenda: “Cadê o toucinho que estava aqui?”. Nesta atividade nossos alunos
tiveram a preocupação de ensaiar e se preparar para o “recital” que realizaram aos amigos menores do Infantil 3 com qualidade e de maneira formal. Com seus livros em mãos, foram até a sala dos menores, se posicionaram, abriram o livro e iniciaram sua apresentação. Foi com esta tarefa que a vergonha foi deixada de lado, a brincadeira passou a ser coisa séria e a apresentação foi um momento mágico na vida dos pequenos, construíram juntos uma apresentação sólida e inesquecível. O ato de apresentar-se para o outro faz-se importante para a comunicação, o contato, o cuidado e, principalmente, a transmissão de valores e respeito aos menores. Também houve intervenção na música: “Quem te ensinou a nadar”, após cantarem e fazerem os movimentos, cada aluno confeccionou um marinheiro, que ficou colado numa fita de cetim, pendurado, para interagir com as ilustrações já existentes e servir como marca página. Outra intervenção feita pelos alunos foi na música: “Motorista”, em que as crianças desenharam os passageiros dentro do ônibus. Estas foram algumas das atividades e intervenções realizadas no livro, para assim, enriquecer e desenvolver cada vez mais o repertório oral, motor e criativo dos alunos; sempre utilizando materiais diversificados para aguçar a criatividade dos pequenos.
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Na loja mais animada do livro, a do “Mestre André”, os alunos cantaram, fizeram os movimentos que remeteram aos instrumentos musicais cantados, discutiram sobre o que estava ilustrado na folha, pesquisaram novos instrumentos em nossa mídia digital e quando estavam todos satisfeitos, completos com suas hipóteses puderam, em um pedaço simples de papel vegetal, desenhar seus instrumentos prediletos. Precisaram de muita concentração, empenho e criatividade para passar ao papel o que imaginavam, de como seria a loja do “Mestre André” e o que haveria por lá. Com muito capricho, as primeiras “notas” foram sendo rabiscadas, cada aluno traçou sua imaginação, delineou as formas mais curvas do violão, do piano, do tambor, da guitarra, do chocalho e, assim, cada um fez sua orquestra completa no papel. Ao completar toda a obra musical, os instrumentos foram preenchidos com as cores de DÓ a SI e a partitura de cada um findada. Quando a folha foi sobreposta à página do livro, presenciaram a magia acontecer, viram que seus desenhos faziam parte do livro, inteiravam com a gravura existente, perceberam que o papel invisível era mais visível do que imaginavam e puderam ultimar suas obras.
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QUANDO A FAMÍLIA RECEBE O LIVRO... Com o intuito de uma maior participação dos familiares, os alunos puderam brincar em sala de aula com a música do “Crocodilo”. Fizeram os movimentos necessários para completar a música e trabalharam a oralidade, ora se confundiam e riam, ora ficavam chateados quando erravam alguma parte da música ou a coreografia, mas a verdade foi que todos entraram na brincadeira. Depois de muito ensaio, risos e vergonha, os alunos tiveram a tarefa de levar o livro para casa, lá tinham o dever de representar e ensinar a seus familiares a música e os gestos. Além disso poderiam inventar novos movimentos e, depois, mostrar aos amigos o que foi feito em casa. Estas relações são importantes para nossos alunos e fazem com que se sintam seguros para expor suas novas vivências. Aprenderam também a música “Sai piaba”. Cantaram e dançaram, pesquisaram o que seria piaba, mas como são muito sabidos, uma das crianças disse que só poderia ser algo que vive na água, pois falava de lagoa na música, foram muitas tentativas e chutes. Foi então que descobriram que é um peixe, inventaram gestos para a música e se divertiram treinando para ensinar em casa. Esperamos que nossos alunos sejam sonhadores, donos de seus sentimentos, ações e desejos. Que a cada conquista, percebam o quanto são importantes neste mundo...por isso valorizamos todas as relações pessoais, para que o crescimento de cada um seja visto por todos. É com essa visão que nossos alunos do Infantil 4 passaram por um ano mágico, repleto de aprendizagens!!!!
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Convidamos todos vocês para cantar, sonhar e brincar!!!!!
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Achadouros de Infância Manoel de Barros Professoras Mônica Marques e Nayara Silva É consensual o fato de que a escola tem um papel fundamental em garantir o contato com livros desde a primeira infância: manusear as obras, encantar-se com as ilustrações e começar a descobrir o mundo das letras, apresentando diversos gêneros às crianças pequenas, desenvolvendo comportamentos leitores e o gosto pela literatura desde muito cedo. Mesmo antes de aprender a ler, as crianças devem ser colocadas em contato com a literatura. Pois ao ver um adulto lendo, ao ouvir uma história contada por ele, ao observar as rimas (num poema ou numa música), os pequenos começam a se interessar pelo mundo das palavras. E esse é o primeiro passo para tornarem-se leitores literários. "Poesia é descoberta das coisas que eu nunca vi”. A definição do escritor brasileiro Oswald de Andrade (1890-1954) se encaixa perfeitamente no que os textos do gênero podem representar para os pequenos que estão descobrindo as possibilidades da linguagem e da oralidade.
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Ainda nesse sentido, Coelho (2000, p. 222) nos afirma que poesia não é só palavra:
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Poesia é também imagem e som. As palavras são signos que expressam emoções, sensações, ideias... através de imagens (símbolos, metáforas, alegorias...) e de sonoridade (rimas, ritmos...). E esse jogo de palavras, é o principal fator, é da atração que as crianças têm pela poesia, transformada em canto (as cantigas de ninar, cantigas de roda, lengalengas...). Ou pela poesia ouvida ou lida em voz alta, que lhes provoque emoções, sensações, impressões, numa interação lúdica e gratificante.
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Pensando assim, foram oferecidos momentos em que proporcionassem aos educandos a ampliação dessas experiências, estimulando o gosto pela literatura e promovendo um encontro mágico com a poesia.
Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros etc. que a importância de uma coisa há de ser medida pelo encantamento que a coisa produz em nós (BARROS, 2006, p. 28).
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Os alunos puderam “apropriar-se” das poesias do autor por meio do CD “Crianceiras”, o qual contém poemas musicados pelo cantor e compositor Márcio De Camillo, que interpreta as canções ao lado de mais de 15 crianças nos vocais. E a viagem ao mundo poético e musical iniciou-se com as crianças cantarolando e “cantarejando” as obras e os trechos de obras do poeta que já tinham de memória.
O trabalho ofereceu momentos de descobertas, pesquisas e conhecimentos para nossos “pequenos”. Um momento em que as crianças conheceram de perto a vida do poeta Manoel Wenceslau Leite de Barros, mais conhecido por “Manoel de Barros”, suas poesias e um pouco da sua trajetória de vida.
Manoel de Barros reforça a ideia que nunca se esqueceu das lembranças de ser criança. Pela poesia, retoma uma infância cuja linguagem é a sua referência. Seu prazer é brincar com as palavras para, a partir daí, alcançar o “grau de brinquedo”, a “língua de faz de conta”. E, por não ter sido um menino peralta, ele “faz peraltagens com as palavras” e “enche os vazios” com elas. O poema, pelas máscaras do sujeito, alude às suas “raízes crianceiras, a visão comungante e oblíqua das coisas”; opta, portanto, pela inversão da sintaxe usual, ou seja, tem preferência pela recriação da língua para se comunicar com as pessoas.
Dentre as descobertas realizadas pelas crianças nessa intensa jornada, está o trabalho da filha do poeta: Martha de Barros, que é uma grande admiradora e ilustradora do trabalho de seu pai. A artista inspirava-se em desenhos infantis para criar seus registros e herdou de Manoel o lirismo e o gosto
Buscando esses intuitos, e por meio de vários mascaramentos, o poeta é múltiplo em significados. Os movimentos criados pelos sujeitos líricos, em suas palavras, encantaram, de maneira bastante lúdica, cada pequeno leitor que mergulhou em suas obras e percebeu nelas uma forma diferente
E é esse encantamento citado por Manoel de Barros que o projeto “Achadouros de infância” proporcionou aos alunos, pais e professoras do Infantil 5.
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pelas coisas pequenas, pelo intocado, que a leva a recriar a inocência.
de se fazer poesia, de reconstruir para construir algo “novo”.
Como exemplo, o arrebol: - “Essa palavra é muito esquisita, mas fala na música do Bem-te-vi”. - “O que será o significado disso, heim?” - “Será que é alguma brincadeira com bola?” - “Não pode ser isso”. - “Vamos procurar o significado dessa palavras?” Além de tantas descobertas e desafios, as crianças se depararam com um material inédito, que foi a utilização da aquarela. Além dos traços e das cores, o lápis de cor aquarela e a folha de papel abriram espaço para trabalhar diferentes técnicas e texturas com os pequenos, o que motivou tamanha investigação criadora e expressividade. Embalados ao som de “Crianceiras”, as crianças soltaram a imaginação para criar divertidas e coloridas “lâminas ilustrativas” recriando as poesias preferidas da turma.
O envolvimento das crianças e professoras do Infantil 5 pelas obras de Manoel de Barros e Martha Barros foi tão grande que a organização da exposição aconteceu. Assim as crianças poderiam mostrar aos alunos de outras fases e funcionários do Colégio o quanto eram sabidas e envolvidas com as poesias e poderiam encantar também a todos. Essa exposição foi além dos corredores, pois em um dia especial os pais dos alunos do Infantil 5 foram convidados a entrar no Colégio para apreciar e viajar no mundo poético e musicalizado de Manoel de Barros e crianceiras aos olhos de seus filhos. No início dessa viagem os pais foram convidados a participarem da enquete: “Qual é a música?”, escolhendo suas músicas preferidas e registraram com papeizinhos formando um gráfico para futuramente observarem em sala de aula. E a nossa exposição foi o maior sucesso, podia-se ver o quanto o “encantamento” das crianças do Infantil 5 contagiaram a todos que passaram pelo corredor.
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Por esse fato, as rodas de conversa aconteceram inúmeras vezes em sala de aula, pois durante a apreciação e leitura das poesias os alunos se deparavam com essas “escritas intrigantes” (que não estavam tão presentes em seus vocabulários), pautavam suas imaginações singelas e mostravam-se o quanto eram sabidos ao levantarem suas hipóteses sobre o “novo”:
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Durante o trabalho os alunos conheceram sobre a infância do poeta Manoel de Barros registradas em suas poesias. Após alguns dias da exposição os alunos ouviram a história “O que é uma criança”, de Beatrice Alemagna. Uma roda de conversa aconteceu após a leitura, as crianças foram convidadas a falarem sobre as “marcas de infância”, o que elas mais lembravam de quando eram menores. Um momento de emoção, alegrias, saudades, experiências maravilhosas de vida e lembranças, um momento único vivido pelas crianças, professores e familiares que ficaram marcados em nossos corações. Assim, após várias vivências e experimentações a respeito da infância na poética de Manoel de Barros, reafirma-se que a espontaneidade de ser criança, em intercâmbio com o poeta pantaneiro, e, pela sua naturalidade infantil, é responsável por encaminhar, de maneira lúdica, ao universo imaculado da poesia afetiva e da memória.
ReferênciaS: Coelho, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000.
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BARROS, M. Memórias inventadas: a segunda infância. São Paulo: Planeta, 2006.
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Parlendas Professora Cleisi Tezzotto Unidunitê, Salamê Minguê ... Um homem bateu em minha porta, e eu abri... Muitos de nós, já brincamos ou vimos alguém brincar com as famosas parlendas. As parlendas e os demais textos da tradição oral sempre fizeram parte do universo infantil e estão presentes em diversos momentos na escola. Desde pequenas, as crianças têm contato direto com um grande repertório desses textos, seja ouvindo-as diariamente por seus familiares ou recitando-as de memória ao longo de sua rotina escolar. São textos curtos, de fácil memorização, com rimas, ritmo e musicalidade. Também se revelam como uma ferramenta socializadora, pois ao brincarem com as parlendas as crianças interagem umas com as outras. Enfim, elas se tornam importante instrumento na prática pedagógica, especificamente no trabalho com a leitura e escrita.
Para o início das atividades foi eleito o livro “Salada, Saladinha”, da autora Maria José Nobrega. Durante a leitura os alunos conheceram algumas parlendas, até então desconhecidas para a maioria, podendo assim, ampliar o seu repertório. Juntamente com a apresentação do livro, foram levantados os conhecimentos prévios a respeito do que as crianças sabiam sobre parlendas e quais já conheciam.
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Tudo isso favorece o trabalho com parlendas no 1º ano, permitindo a retomada de tudo o que foi tornando-se familiar para os alunos. Este conhecimento foi essencial no momento em que trabalhamos a escrita das mesmas e os ajudou na reflexão sobre o sistema alfabético. Como as crianças já tinham domínio do texto, tendo-os de memória, não precisaram se preocupar com o conteúdo. Assim, podiam focar sua reflexão apenas em como escrever, ajustando a fala com o que estava escrito, refletindo sobre quais letras usar e em qual ordem. Também possibilitou a reflexão sobre a estrutura dos textos em questão.
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Para que o projeto tivesse ainda mais significado, os alunos foram convidados a participar da gravação de um vídeo para publicação em um blog de parlendas.
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O passo seguinte foi listar todas as etapas do planejamento de tudo o que seria necessário realizar para que conhecessem o processo de criação do blog.
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CONHECER AS DUPLAS.
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ESCOLHER AS PARLENDAS.
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REVISÃO DA PARLENDA.
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VISUALIZAÇÃO DO BLOG COM A COLETÂNEA DE PARLENDAS E LANÇAMENTO PARA AS FAMÍLIAS.
CONHECER E ESTUDAR AS PARLENDAS. COPIAR A PARLENDA ESCOLHIDA. ILUSTRAÇÃO DA PARLENDA. ESCRITA DA PARLENDA NO COMPUTADOR. REESCRITA DA PARLENDA. TREINAR A PARLENDA. GRAVAÇÃO DA PARLENDA. ESCRITA DO BILHETE COMUNICANDO O BLOG ÀS FAMÍLIAS.
A cada parlenda lida era proposto um desafio para o estímulo e desenvolvimento da leitura, como grifar a palavra solicitada, realizar a leitura do nome da parlenda solicitada, colocar em ordem cada frase da parlenda escolhida, escrever as palavras solicitadas pelas professoras, entre outros desafios. Umas das intervenções escolhidas para o auxílio no processo de alfabetização foi a escrita do texto utilizando um material manipulável, como as letras móveis. Por ser uma parlenda conhecida e muito explorada anteriormente, fez com que se tornasse um texto de memória. Com o texto já organizado mentalmente o desafio foi o de localizar as letras, juntar as sílabas e formar os versos da parlenda. Pois, quando o aluno trabalha com o auxílio das letras tridimensionais, pode-se eliminar a preocupação com o traçado gráfico, favorecendo a experimentação com as sílabas na formação das palavras. Na aula seguinte, a professora selecionou três fotos dos textos para realizarmos a revisão coletiva utilizando o projetor multimídia com o foco na escrita correta das palavras e nas frases completas. Após a revisão, as duplas tiveram a oportunidade de reescrever e realizar as alterações que julgaram necessárias à escrita da parlenda. Após as parlendas já serem conhecidas por todos e memorizadas, a etapa seguinte foi partir para a pesquisa da parlenda mais conhecida pela comunidade escolar. O público escolhido foi o de inspetores do colégio. No primeiro momento houve uma discussão
com os alunos sobre o que, de fato, seria realizar uma pesquisa. Para, então, realizarem a busca dos dados. Chegando ao final do projeto, partiu-se para escolha e gravação da parlenda. As duplas foram escolhidas pelas professoras, tendo como critério o processo de aprendizagem de cada aluno. Com o livro “Salada, Saladinha” em mãos, os alunos decidiram qual parlenda iriam gravar, ilustrar e digitar.
E, por fim, a tão esperada gravação do áudio da parlenda foi realizada, tendo como apoio a Equipe de Tecnologia Educacional para edição e publicação do vídeo. Após todo esse preparo, o resultado final foi divulgado para toda a comunidade escolar e às famílias. Fazendo um grande sucesso entre todos. Aprecie nosso trabalho acessando o link: www.teuirapuru2016.wix.com/parlendas
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Já com a parlenda escolhida pela dupla, chegou-se ao momento de ensaiar para ajustarem o ritmo, a musicalidade e tom de voz adequado para o dia da gravação. Além disso, as crianças foram convidadas a realizar a ilustração da parlenda escolhida para compor a montagem do vídeo. Em seguida seria necessário digitar o texto, sendo que ora um tinha o papel de ditante, ora de escriba. E assim, respeitando o processo de alfabetização que cada um se encontrava, o blog de parlenda ganhou forma.
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Viajando pelos continentes e conhecendo crianças assim como nós. Crianças como você
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Professoras Ana Paula Campanholi e Sabrina Laura Binhardi
Organizar, contextualizar e sistematizar contribui para que os alunos transformem informação em conhecimento. Nesse processo, eles desenvolvem habilidades cognitivas e autonomia intelectual, tornando-se protagonistas do processo de aprendizagem e agentes transformadores de si mesmos e do mundo ao seu redor. (Neuza Sanchez Guelli e Cíntia Nigro, 2015).
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Com uma mala repleta de intenções e curiosidades, no livro “Crianças como você”, de Barnabas e Anabel Kinderbersley, nos descobrimos passeando pelo mundo, visitando os continentes e conhecendo crianças que, assim como nós, sonham e desejam desvendá-lo. O livro nos revela algumas informações sobre a geografia dos continentes como clima, paisagens e culturas locais. Além de nos proporcionar uma interação com as crianças que vivem nesses lugares, desvendando um pouco de seus hábitos, costumes e projetos para o futuro. Experimentar essa leitura foi para as crianças do 2° ano, um momento de grandes descobertas, comparações e infinitas afinidades. Em nossas rodas de leitura e discussões os alunos descreviam rotinas próximas e distintas das deles, costumes e hábitos que nem imaginavam existirem e sonhos. Ah! Os sonhos... esses sim eram enaltecidos como se fossem deles também, compartilhados com as crianças do mundo, como relatavam:
_ “Levi mora no Canadá, que fica lá na América do Norte, e também brinca com carrinhos”. _ “A Aseye também gosta de brincar com bonecas, mas só que são diferentes da gente, né tia?” _ “Nossa que engraçado, lá também eles comem igual a gente, pizza e verduras”. _ “ A Olia tem o mesmo sonho que eu... ela quer ser bailarina e dançar no lago dos cisnes, onde é esse lago?”
Aos poucos, foram percebendo que, mesmo em regiões muito distantes da nossa, com climas e culturas distintas, ser criança indefere em qualquer lugar do mundo porque todas gostam de brincar, vão à escola, cuidam da família extensa ou nuclear, adoram ter animais de estimação, têm amigos e sonham, muito, muito mesmo! Desejosos por novos conhecimentos, fomos além e recebemos carinhosamente, numa conversa informal na biblioteca do Colégio, a Família Verlangierie que, de volta ao Brasil, trouxe em seu baú suas experiências num país estrangeiro, compartilhando-as encantadoramente conosco. Foi um encontro marcante para nossos alunos.
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O estudo de Geografia no Colégio Uirapuru vai além de uma fragmentação dos conteúdos geográficos isolados. Buscamos desenvolver nos alunos uma visão do todo, refletindo sobre quem sou, que espaço ocupo no mundo e de que maneira me relaciono com ele.
- “O Oscar também é doido por futebol, assim como nós do Brasil, mesmo sendo um índio que mora na Bolívia.”
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Além disso, os alunos escreveram cartas e as enviamos para crianças de outros países, nas quais descreveram seus costumes, sua rotina escolar e um pouco dos seus sonhos.
de arte, maquetes, plantas, símbolos, gráficos e outros recursos visuais que facilitam a compreensão dos processos necessários para fazer representações gráficas.
Ao receberem o retorno da primeira carta, enviada há cerca de dois meses, os alunos ficaram surpresos com as informações contidas. Exploraram atentamente todos os detalhes como o formato da letra, o tipo de papel utilizado e o que aquela escrita poderia traduzir-lhes, já que estavam ansiosos por essa comunicação. A cada trecho lido, as expressões deixavam claro o quão admirados estavam e, ao final, a sensação que ficou foi que, de alguma maneira, puderam compartilhar experiências longínquas, mas tão próximas ao mesmo tempo.
Após esse momento, foi proposto aos alunos a elaboração de um livro digital. Integrado ao trabalho com a informática, onde descreveram sobre seu continente, país, hábitos, costumes, curiosidades e sonhos, como lemos no livro “ Crianças como você”.
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Em sala exploramos o planisfério, que nos possibilitou uma visão bidimensional e completa do mundo e também o globo terrestre, numa outra perspectiva, agora tridimensional para conhecerem e localizarem cada continente e os países em que todas as crianças do livro viviam e qual a distância entre nós.
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Esse trabalho no 2° ano visou também desenvolver nos alunos a alfabetização cartográfica, que vai além das letras, das palavras e dos números, propondo um estudo com fotos, desenhos, obras
ReferênciaS: KINDERSLEY, Anabel e KINDERSLEY, Barnabas. Crianças como você. Uma emocionante celebração da infância no mundo. São Paulo: Ática, 2009. GUELLI, Neuza Sanchez; NIGRO, Cíntia. Presente Geografia. Guia e Recursos Didáticos. São Paulo: Moderna, 2015.
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Um clássico da Literatura Infantil
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Professoras Maria Cláudia Landulpho e Patrícia Marques
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“Pegar um livro e abri-lo guarda a possibilidade de fato estético. O que são as palavras dormindo num livro? O que são esses símbolos mortos? Nada, absolutamente. O que é um livro se não o abrirmos? Simplesmente um cubo de papel e couro, com folhas; mas se o lemos acontece algo especial, creio que muda a cada vez.” (Jorge Luis Borges)
Ao abrir o livro do “Peter Pan, Monteiro Lobato em quadrinhos” iniciamos uma aventura por um clássico da Literatura Infantil em que, ao folheá-lo, algo de especial acontece: o envolvimento constante, a curiosidade aguçada a cada página virada e a vontade de não interromper a leitura foram situações vivenciadas pelos alunos do 3º ano.
personagens do sítio, convidando o leitor infantil a tomar também o seu lugar na poltrona e participar da história.
A leitura de Monteiro Lobato foi escolhida para as turmas do 3º ano por ser um clássico da literatura brasileira, o que possibilitou um enriquecimento literário, resgatando a contemporaneidade.
Os clássicos são livros que podem ser eternos, mas também se revelam sempre novos, inesperados quando são lidos realmente e vêm fascinando geração de leitores.
A partir da história de Lobato, a autora Denise Ortega faz uma versão em formato de história em quadrinhos. Ela é considerada uma adaptação, pois há uma modificação da história, mantendo o enredo, porém contando de forma resumida e introduzindo falas de personagens, o que traz a história para um universo mais próximo dos alunos. O texto resgata a contadora de história Dona Benta, que procura envolver os ouvintes, aproximando-os do cotidiano deles. Assim, cria-se um espaço de contação com hora marcada aos
Ítalo Calvino (apud MACHADO, 2002, p. 23), sintetiza a importância dos clássicos: “Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e atrás de si os traços que deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou nos costumes)”. E foi buscando esse fascínio que iniciamos o projeto. Num primeiro momento, assistimos a um pequeno vídeo sobre o Sítio do Picapau Amarelo para despertar a curiosidade dos alunos. Depois, conversamos sobre Monteiro Lobato: quem foi ele, os personagens que criou e sua biografia. Como estratégia de sensibilização, pedimos que os alunos explorassem o livro analisando a capa, a contracapa, o título, o autor e as ilustrações. Os alunos socializaram suas observações, levantando hipóteses, a partir do título de como seria a história.
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O livro de “Peter Pan e Wendy”, do escritor escocês James M. Barrie, publicado em 1911, já era um clássico da literatura quando Monteiro Lobato resolveu adaptar as aventuras do menino que se recusava a crescer para os leitores brasileiros, incorporando o famoso personagem Peter Pan à turma do Sítio do Picapau Amarelo.
Segundo Ana Maria Machado (2002) os primeiros contatos com um clássico na infância não precisam ser com o original, podem ser com uma adaptação bem feita e atraente.
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Em seguida, assistimos a um episódio que conta como o Peter Pan foi parar na história do Sítio e lemos um trecho da história original do Monteiro Lobato para que os alunos entendessem a razão de Dona Benta comprar o livro do Peter Pan. Estabelecemos com isso, uma relação com a história original de Monteiro Lobato. Realizamos alguns registros escritos, com o objetivo de buscar entendimento do texto, justificar a escolha de Dona Benta e conhecer o que os alunos já sabiam sobre o Peter Pan.
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No decorrer da leitura compartilhada os alunos foram motivados a ouvir a contação e interpretação feitas pela Dona Benta, instigando a curiosidade com a entrada do Peter Pan na história, sua luta contra o Capitão Gancho e a participação dos personagens do sítio. Enquanto ouvia as aventuras sobre a Terra do Nunca, tentavam descobrir o que estava acontecendo com a sombra da Tia Nastácia e que brinquedo era o “boi de chuchu”. Foram momentos significativos, ampliando o repertório das crianças e gerando conhecimento.
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Desta forma, levantamos questionamentos para melhor compreensão da história e os alunos foram convidados a fazer antecipação, ou seja, foram criadas hipóteses para desvendar o sentido do texto.
Por que Dona Benta comprou esse livro? Quem é o personagem que aparece nessa história? Por que há momentos em que aparecem os personagens da história do Peter Pan e em outros os do Sítio? Quem estava cortando a sombra da Tia Nastácia? Será que o Peter Pan estava no sítio? Por que foi o Visconde que investigou o sumiço da sombra da tia Nastácia? Uma situação marcante na leitura da história refere-se ao desaparecimento da sombra da Tia Nastácia. A partir da primeira noite, quando a sombra da Tia Nastácia é cortada, assim como foi a sombra do Peter Pan, aparece a cozinheira sempre reclamando da diminuição de sua sombra. O desaparecimento gradual deixa todas as personagens intrigadas, inclusive os alunos que faziam inferências de quem havia cortado a sombra dela. Somente no final da história que o Visconde descobre ser a Emília a autora da tal traquinagem (Vieira, 1999).
Os alunos também se depararam com uma fala da Dona Benta sobre o que é um Nursey, que é um quarto de criança típico inglês, decorado, colorido e com todo tipo de brinquedo que se possa imaginar, que era da família Darling. E a Emília queria saber se lá tinha “boi de chuchu”. Diante desta pergunta, os alunos demonstraram desconhecer este tipo de brinquedo e, então, resolvemos construi-lo trazendo de casa um legume (Vieira, 1999). Com essa atividade, fizemos o resgate de uma brincadeira antiga, desenvolvemos a coordenação motora, a criatividade e a curiosidade em saber o que o legume iria se transformar. Tiramos algumas fotos e os alunos fizeram comentários sobre a experiência de fazer seu “boi de chuchu”.
“Eu conheci um novo brinquedo, fiz vários detalhes”.
“Foi legal porque esta experiência teve a ver com os tempos antigos”. “Não imaginava que ele fosse feito com palitos”.
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“Foi muito divertido porque eu usei a minha imaginação e fui pintando a batata e colocando os palitinhos”.
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Trabalhamos com o vocabulário e utilizamos o dicionário como fonte de pesquisa, procurando o significado de algumas palavras desconhecidas encontradas no texto, como: convencida, nascença e a diferença entre estalagmites e estalactites.
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Deste modo, os alunos receberam orientação de como utilizá-lo: abrir e procurar a palavra por ordem alfabética, fazer a leitura dos possíveis significados da palavra e perceber qual deles fazia sentido com o texto e anotar na folha. Foi um momento de trocas e descobertas.
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O projeto possibilitou momentos de fruição em que estiveram presentes o ato de gostar de ler, o levantamento de hipóteses, a compreensão do sentido das palavras no contexto, a dedução ou conclusão de algo a respeito do texto, a vivência das emoções, fantasia e imaginação, expandindo o conhecimento do aluno sobre um clássico da literatura infantil. Finalizando o projeto, os alunos entraram no mundo do sítio de Lobato e se encantaram com as peripécias da Cuca e as travessuras da Emília e sua turma. Ao som de goiabada e marmelada, a Festa Junina reuniu a tradição da cultura caipira com a Literatura Infantil e o gostinho de ser criança.
ReferênciaS: VIEIRA, Adriana Silene. Peter Pan, uma leitura inglesa no Sítio do Picapau Amarelo. In: VIEIRA, Adriana Silene. Lendo e escrevendo Monteiro Lobato. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 1999. MACHADO, Ana Maria. Como e por que ler os clássicos Universais desde cedo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002. ORTEGA, Denise. Adaptado da obra de Monteiro Lobato. Monteiro Lobato em quadrinhos, Peter Pan. São Paulo: Globo, 2010.
Letras de Canções Regionais
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Professoras Francileide Cunha e Myrna Maria Carone
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- Você conhece a obra retratada ANTERIORMENTE? Ela representa um gênero musical tipicamente “abrasileirado”, tocado por uma diversidade de instrumentos de sopro, corda e percussão. Datada de 1924, a obra está em painel de 225cm x 300cm, pintado a têmpera, pelas mãos do artista brasileiro Candido Portinari, executada para decorar a sede da Rádio Tupi, no Rio de Janeiro. - Ficou curioso(a)? Quer saber mais sobre esse gênero musical? - É considerado “Símbolo da Cultura brasileira”, nascido no Rio de Janeiro, das mãos, ou melhor, do sopro do exímio flautista Joaquim Callado Jr., em meados do século XIX, por volta de 1870, trazendo em sua bagagem, a História do Brasil, sua colonização, escravização e pluralidade étnica e cultural.
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- O nome dado à obra? Chorinho!
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- O nome dado ao estilo e, logo, gênero musical? Choro! - Mas o que será que “Chorinho” de Portinari, “Choro” de Callado, tem a ver com o nosso projeto “Letra de canção regional?” Vamos começar? (...)
Através de suas múltiplas manifestações, as canções regionais vêm se constituindo em objeto cultural relevante onde seus autores compõem e cantam a história, as emoções e valorização do homem. Algumas canções atingiram reconhecimento tamanho que têm sido cantadas há mais de 60 anos, nos mais diversos lugares e com as mais variadas interpretações. Além do gênero musical Choro, focamos também neste projeto a importância cultural da Música Caipira, valorizando a cultura que “não se aprendia nas escolas”, mas que se ”transmitia de pai para filho” e que está traduzida e retratada nas composições e narrativas de Cornélio Pires, escritor paulista, nascido em Tietê, interior de São Paulo. Através de suas palestras, “causos” e piadas, Cornélio divulgou e continua a divulgar as riquezas do mundo rural. Iniciando com a letra da canção “Saudosa Maloca”, do compositor Adoniran Barbosa, durante toda sequência desenvolvida no projeto, envolvemos os alunos aguçando a pesquisa, a leitura e a sensibilidade para ouvir e escutar: Ouvir a canção! A melodia! O instrumento! Escutar a mensagem, sensibilizar o coração!
O projeto percorre onze etapas, que não se tornam importante pela ordem aqui destacadas, mas pelo seu conjunto e completude, inerentes ao trabalho realizado. Leitura Compartilhada do Livro adotado na série: “Choro e Música Caipira”, de Carla Gullo, Rita Gullo e Camilo Vannuchi. Essa leitura compartilhada é realizada também nas aulas de música, com a participação do professor Renato. A leitura do texto transcende a ação do ouvir quando, entre uma leitura e outra, é apresentado às crianças um instrumento musical, possibilitando também saber como se dá a propagação do som, o ritmo e a melodia presente na composição do gênero musical “Choro” e “Música Caipira”. Coleta de objetos que nos permitem ouvir e ler canções regionais: CDs, Disco de Vinil, Vitrola, Toca Fita K7...! Quanta riqueza cultural! Quanta história! Nessa etapa do projeto, as famílias são convidadas a participar, pois percebemos que os alunos, ao apresentarem os objetos selecionados em casa, trazem também sua história, narrada por um membro da família, falando a quem pertence ou pertenceu o objeto, em que época usou ou se ainda faz uso, destacando algumas de suas canções preferidas, seu estilo musical, mostrando-se enraizados a MPB - Música Popular Brasileira.
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Assim, iniciamos o projeto “Letras de Canções Regionais” com alunos do 4º ano e, durante aproximadamente dois meses, mergulhamos em livros, literaturas, vídeos, melodias e letras de canções para melhor conhecermos, entendermos e relacionarmos a canção às situações comunicativas e de informações culturais de uma comunidade, de um povo, de um país.
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Escuta da letra da canção (Sérgio Reis) e apreciação em vídeo do Filme “O menino da Porteira” (www.youtube.com/ watch?v=mlwjuJmXE5s0) nas aulas de música. Escuta de diversas canções regionais. Leitura e interpretação da letra de canção “Saudosa Maloca”, de Adoniran Barbosa. Pesquisa de letra de canção regional.
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Identificação das características de uma letra de canção regional, observando aspectos da linguagem em que os textos desse tipo de canção são escritos.
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Valorização e diferenciação da linguagem popular da norma culta, desmistificando a ideia de certo e errado. Intertextualidade entre as letras de canção e o que acontece na vida real, desenvolvendo habilidades de valorização e percepção do outro.
Saudosa Maloca (Adoniran Barbosa, no disco Adoniran Barbosa, Odeon, 1974) Se o sinhô num tá lembrado, dá licença de contá, é que onde agora está esse edifício arto, era uma casa veia, um palacete assobradado. Foi aqui, seu moço, que eu, Mato Grosso e o Joca construímo nossa maloca. Mas um dia, nóis nem pode se alembrá, veio os home co’as ferramenta: o dono mandô derrubá. Peguemo toda as nossas coisa e fumos pro meio da rua apreciá a demolição... Que tristeza que nóis sentia, cada tauba que caía doía no coração. Mato Grosso quis gritá mas em cima eu falei: - Os home tá co’a razão, nóis arranja outro lugá. Só se conformemo quando Joca falou: - Deus dá o frio, conforme o coberto. E hoje nóis pega paia nas grama do jardim e pra esquecer, nóis cantemos assim: Saudosa maloca, maloca querida, dim – dim donde nóis passemo os dias feliz de nossa vida.
A letra da canção “Saudosa Maloca”, possibilita também que falemos das mudanças ocorridas na cidade de São Paulo, estudadas nas disciplinas de Geografia e História do Brasil. Canção que, ao ser narrada em primeira pessoa, oferece ao leitor a possibilidade de intensificação da emoção, levando-o a perceber que retrata uma situação vivida por pessoas simples e, por isso, o emprego de uma linguagem mais informal, regional. As crianças, entre uma leitura e outra, entre uma reflexão e outra, se permitem fazer alguns questionamentos, falar sobre a emoção sentida, questionando as diferenças sociais ou, até mesmo, trazendo exemplos de situações que leram, ouviram ou assistiram nos acessos aos meios de comunicação. A letra da canção conta uma história que pode acontecer a qualquer pessoa que construa sua casa em um terreno do qual não tenha a posse legal. É também a história das pessoas que, nos processos de urbanização, são despejadas para a construção de novos prédios, ruas, viadutos. Ao pedir que pesquisem em outros portadores de textos, notícias e reportagem que retratem essa realidade, favorecemos que entrem em contato com diferentes questões sociais.
Relação ortografiaacentuação-linguagem, ao reproduzir a forma como se fala: não aparecem o "R" e o "S" finais de muitas palavras; a concordância não é a gramatical e a escrita aparece de forma diferente daquela como estão registradas no dicionário. Durante toda a interpretação textual, enfoca-se a linguagem popular, comparando-a à norma culta. Em um dos exercícios propostos no livro, fazemos essa comparação nas duas formas de grafar as palavras, levando-os a perceberem diferenças e semelhanças, quanto a tonicidade e acentuação.
Produção, em dupla, de uma letra de canção, passando pelo processo de elaboração e reescrita.
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O objetivo dessa etapa do projeto é basicamente o de mostrar aos alunos que, através de certas escolhas de linguagem, podemos traduzir emoções, evidenciar de modo contextualizado e positivo a riqueza da linguagem popular.
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Divulgação e apreciação de todos os textos realizados em exposição para o grupo entre as séries. Essa etapa do trabalho é de grande valia, pois aqui possibilitamos que as informações e os conhecimentos adquiridos nas aulas anteriores, sejam reorganizados e aplicados durante a sessão “Você é o autor”. Esse espaço é dedicado aos alunos, convidandoos a serem autores, ou melhor, serem compositores da letra de uma canção. O trabalho de autoria é feito em duplas, objetivando a troca e valorização de ideias. Enquanto mediadores, nesta etapa do projeto não fazemos intervenções diretas, possibilitando que as crianças expressem em seus textos suas emoções, seus pensamentos
e que usem como repertório, as canções ouvidas, as histórias lidas, os causos contados. Nossa atenção dar-se-á em organizá-los quanto a necessidade de observarem alguns pontos do gênero textual que precisam ser levados em consideração, como por exemplo: qual a linguagem adequada? Como dizer o que querem transmitir? Apontando a importância de se fazer um roteiro de ideias. A produção de texto é realizada em duas etapas: produção e reescrita, tendo como objetivo a possibilidade de observação do que já sabem, do que precisa ser melhorado.
Produção: Escrita e Reescrita da letra de canção: Galo Cantor Primeira Escrita
Reescrita
Galo Cantor
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Lá no sítio onde eu morava, Tinha tudo que eu amava. O rio passava e as vaca, No campo pastava.
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De manhã quem me acordava, Era o galo carijó. Meu cantô e meu xodó! Mas um dia veio arguém me visitá, Meu franguinho foram logo cozinhá. Quando fui oiá, comecei a chorá. Ai que horror Era o galo cantô. No meu coração, só dor Minhas manhãs ficaram sem cor.
A última etapa do texto é digitar o que foi produzido. Utilizando as aulas de informática, as duplas se alternam em digitar suas autorias. Habilitados com mais essa ferramenta tecnológica, podemos observálos orgulhosos de suas capacidades, confiantes, e o que nos gratifica grandemente: conhecedores daquilo que fazem! Optamos por terminar o trabalho com uma situação de leitura dos textos produzidos, convidando as duplas para compartilharem com os colegas de sala suas primeiras, que podem ser de muitas, composições. As duplas, uma a uma, leram em voz alta sua produção diante da classe. Como finalização do projeto, os textos são fixados no mural do corredor da escola, para serem lidos por todos do Colégio.
ReferênciaS: Sites acessados durante o projeto: http://www.portinari.org.br/#/acervo/obra/3754/detalhes http://www.ntelecom.com.br/users/pcastro4/museucp.htm Literaturas adotadas e trabalhadas na série: GULLO, Carla; GULLO, Rita e VANNCHI, Camilo. Choro e música caipira. São Paulo: Moderna. 2015. PIMENTEL, Luís. Luiz Gonzaga. 1ed.- São Paulo: Moderna.2007. (Mestres da música no Brasil). Livro didático adotado e trabalhado na série: CARVALHO, Carmen Silvia. Construindo a Escrita. São Paulo: Ática. 2015. Leituras do professor pesquisador: COSTA, Cibele Lopresti. O ensino da Leitura: o que se ensina, afinal? Assessoria de Língua Portuguesa no Colégio Uirapuru. http://musicabrasilis.org.br/temas/choro. http://www.clubedochoro.org.br/choro/index.html. http://almanaque.folha.uol.com.br/choro.htm. http://desmanipulador.blogspot.com.br/2016/04/a-historia-do-choro-chorinhoritimo.html.
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http://dicionariompb.com.br/choro/dados-artisticos.
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MALALA: muito além da leitura acadêmica Professora Flávia Corrêa
A escola deve visar o desenvolvimento de competências que não estão centradas somente no saber acadêmico, mas sim em conhecimentos, habilidades e, especialmente, atitudes que vão ser imprescindíveis para a vida.
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(Zabala, 2016)
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É a partir desse pensamento que os livros de literatura do 5º ano do Colégio Uirapuru são trabalhados, em especial Malala, de Adriana Carranca. Além da leitura de uma história verídica, os alunos puderam aprender sobre uma cultura muito diferente da que estão acostumados e entender também que o diferente deve ser respeitado e compreendido, para que não haja a intolerância. O estudo do livro se iniciou a partir de uma reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, em que Bia Reis relata:
Histórias que se passam em um reino distante, cercado por montanhas, com príncipes e princesas e um protagonista que busca a felicidade são comuns na literatura infanto-juvenil. Malala, a Menina Que Queria Ir Para a Escola, porém, é diferente de todas as outras: aconteceu de verdade. Além de apresentar uma narrativa verídica, quase um conto de fadas às avessas, em que a personagem principal não quer casar, mas sim estudar, a jornalista Adriana Carranca, repórter especial do Estado, traz para crianças e adolescentes um gênero até então usado apenas na literatura adulta: o livro-reportagem (15/05/2015).
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Desvendar o que a jornalista quis dizer com “conto de fadas às avessas” foi o primeiro desafio a ser tratado com os alunos e demonstrou, neste momento e em todo o restante deste projeto, a aprendizagem significativa que sobressaiu, pois resulta da interação cognitiva entre novos conhecimentos e conhecimentos prévios, relevantes, apreendidos pelo aluno. Cada uma das crianças quis dar seu depoimento a respeito do que já sabia sobre a menina e o motivo pelo qual essa história foi comparada com contos infantis. Além disso, o fato de querer e não poder frequentar uma escola, como escrito no título, “a menina que queria ir para a escola”, trouxe mais questionamentos de nossos alunos.
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Ler, ouvir, dizer sobre uma diferente cultura é algo ainda abstrato para as crianças, mas nessa história, o verdadeiro vem à tona e o choque cultural acaba por inquietá-las. Nesse tempo, o direcionamento da conversa foi sobre o respeito ao novo, ao diferente. No momento em que as crianças “vivenciaram” sobre o povo que mora nesse local, o relevo, os mercados, as praças, as residências e comidas, notaram que há ainda povos que comem com as mãos, mesmo no século XXI, e que isso não os diferencia das qualidades que esse povo tem.
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Perceberam que o uso de um lenço cobrindo o rosto, não modifica o que pensamos dessa pessoa. E que, mesmo
nas Olimpíadas, Rio 2016, puderam ver que atletas egípcias mostraram que a religião e a vestimenta não as impediu de participarem com orgulho dos jogos de vôlei de praia. Conheceram também a história do grupo extremista que dominou o Afeganistão e o Paquistão na época em que Malala sofreu o atentado. Viram, mesmo sem entender muito (até para os adultos há coisas inexplicáveis), o motivo do Talibã ser contra meninas frequentarem a escola. Mas também aprenderam sobre o respeito com que as mulheres são tratadas em seus lares e sobre avós que se reúnem com seus familiares, principalmente com as crianças, para contar histórias recheadas de ensinamentos. Constataram que há muita injustiça e intolerância no mundo, mas que quando se acredita em algo que possa mudar essa realidade, lutar por aquilo que se quer ver mudado, pode ser pouco, mas é uma semente para grandes transformações. E, por fim, compreenderam que Malala é uma menina um pouco mais velha que eles, que agarrou com toda sua força seu sonho e que ajudou e ajuda até hoje, para que os direitos das crianças sejam assegurados por todo o mundo.
A menina mais nova a receber o Prêmio Nobel da Paz, deixou um grande ensinamento aos alunos quando diz que “minha honra não está na espada, está na caneta”. Assim como Beth Serra, secretária-geral da Fundação Nacional do Livro InfantoJuvenil destaca: A Literatura nos dá autonomia para ler nas entrelinhas ao trabalhar com o texto de modo quase artesanal. E, assim, permite formar um leitor que opina, interpreta, imagina e duvida (Educar Transforma, 2015). Malala queria ir para a escola, foi e quase se foi... Assim como nossos alunos que também querem aprender mais e mais e têm sonhos, pois só conseguimos compreender nossos jovens alunos quando abrimos espaço para a voz deles e aceitamos suas interpretações. A autonomia da leitura virá, aos poucos... virá na relação entre interação e aprendizagem, virá na leitura e interpretação de bons livros, na conversa entre os pares, nas discussões com o grupo. Neste momento, após tantos pensamentos, após serem impulsionados a grandes questionamentos, pode-se dizer que aprenderam! Aprenderam que as perguntas são instrumentos de percepção e que podem nos levar longe.
ReferênciaS: CARRANCA, Adriana. Malala, a menina que queria ir para a escola. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2015. ZABALA, Antoni in Revista Educatrix. Educar para a vida. São Paulo: Moderna, 2016, número 10. Páginas 36-43. Revista Educar Transforma. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, 2015, número 1. Páginas 42-44. REIS, Bia. Livro conta a saga de Malala, a garota paquistanesa que desafiou o Talibã. Jornal O Estado de São Paulo, 15/05/2015. Disponível em: http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,livro-conta-a-saga-de-malala-a-garota-paquistanesa-que-desafiou-o-taliba,1688568
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Contudo, aprenderam muito mais do que isso, pois viram que uma pessoa e um sonho podem mudar o mundo, mesmo que essa pessoa ainda não seja um adulto.
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Volta ao Mundo em 52 Histórias – contando e encantando Professoras Juliana Akaishi e Tatiana Pasin
Anuário 2016
Quem nunca se encantou ao ouvir uma história? Nunca resgatou memórias da infância? Quem nunca se deixou levar pelas personagens e adentrou nas histórias? O livro Volta ao Mundo em 52 Histórias trouxe aos alunos do 6º ano a oportunidade de conhecerem novas histórias, os países de origem de cada uma delas, os costumes, as crenças e as tradições culturais. Os contos são organizados por temáticas, como Encantamentos, Trapos & Plumas, Heróis & Heroínas e O Amor Tudo Vence. São contos que foram narrados “durante séculos ao pé do fogo no mundo inteiro, distraindo – e instruindo os numerosos iletrados do passado” (PHILIP, 2013, p. 8).
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O projeto envolve, além do trabalho da leitura dos contos, o ato de contar histórias. Os alunos dividiram-se em pequenos grupos, escolheram um conto a ser apresentado e começaram a trabalhar com jogos teatrais para fazer a contação de histórias para os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I do Colégio. Essas contações de histórias acontecem na biblioteca do Colégio, espaço que proporciona um mundo mágico e infinito de aventuras. O trabalho com os jogos teatrais foi desenvolvido pela professora contadora de histórias Juliana Akaishi. Esses jogos são ferramentas de suma importância no desenvolvimento das crianças, pois trazem a espontaneidade e a improvisação do teatro para a leitura do texto literário. Os jogos exploram diversas expressões faciais e corporais para demonstrar sentimentos e situações. Viola Spoli (2007), pioneira do teatro improvisacional e criadora do método de Jogos Teatrais, justifica e reafirma o caráter social que os jogos podem ter, passando a ser não apenas um método para atores, mas um facilitador para a integração social e para o desenvolvimento do trabalho em grupo.
Os jogos teatrais podem trazer o frescor e a vitalidade para a sala de aula. As oficinas de jogos teatrais não são designadas como passatempo do currículo, mas sim como complementos para aprendizagem escolar, ampliando a consciência de problemas e ideias fundamentais para o desenvolvimento intelectual dos alunos (SPOLIN, 2007, p. 29).
ReferênciaS: PHILIP, Neil. Volta ao mundo em 52 histórias. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998. PUPO, M. L. Palavras em jogo. Textos literários e teatro-educação. (Tese de Livre docência). São Paulo: ECA/USP, 1997. SPOLIN, V. Jogos Teatrais para a sala de aula: um manual para o professor. São Paulo: Perspectiva, 2007.
Nas aulas vivenciadas pelos alunos do 6º ano, as atividades desses jogos abordaram especificamente os contos de fadas, o processo de aprender a ouvir, a autoconfiança, o exercício de interpretação e a interação dos grupos.
Com este projeto, os alunos têm a oportunidade de se transformarem em contadores de histórias e de proporcionarem um momento prazeroso, rico e muito gostoso para os outros alunos do Colégio. Os novos contadores de histórias do 6º ano estão se dedicando cada dia mais, estão muito empenhados e motivados para narrarem os contos e abrirem as portas da imaginação de todos vocês.
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No decorrer das aulas, houve, além da integração, o desenvolvimento do crescimento pessoal dos alunos por meio do domínio da comunicação e do uso interativo da linguagem teatral, num ponto de vista de improvisação. Trabalhou-se também o enriquecimento da criatividade e maior organização em grupo praticando a coletividade diante dos jogos propostos.
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Desvendando Sherlock Holmes Professora Adriana Paiva
“Olhando de relance um indivíduo, a gente pode identificar-lhe o país de origem por suas feições; pelas mãos, a profissão e os meios de vida; e o resto da sua história é revelado pelo modo de andar, os maneirismos, os berloques do relógio e até os fiapos que aderem às suas roupas”.
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(Joseph Bell)
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Tanto a frase de Joseph Bell, um antigo professor de Medicina de Edimburgo, quanto sua incrível capacidade de analisar minuciosamente diferentes pessoas, situações e lugares, hipnotizaram muitos de seus alunos, entre eles, Arthur Conan Doyle, escritor que utilizou o método analítico de seu mestre na construção de Sherlock Holmes, o mais famoso personagem do romance policial do século XIX. Holmes, assim como Bell, utiliza o famoso método científico e a lógica dedutiva na resolução dos seus casos. Como o detetive afirma ao seu caro Watson, tudo está nos detalhes, basta que os observemos. Mas, diferentemente da facilidade com que Holmes soluciona os casos mais enigmáticos de toda a Inglaterra, acompanhar seu raciocínio e método dedutivo não é tarefa fácil para os
leitores. Assim como Sherlock Holmes e seu inseparável amigo Watson, os estudantes tiveram de munir-se de suas lupas e cadernos de anotações e atentar-se a todos os detalhes explíci tos e implícitos na tentativa de desvendar a assustadora história de “O Cão dos Baskerville”. Apesar da árdua tarefa, os alunos não só conseguiram descobrir o que havia por trás da emblemática figura do cão demoníaco como foram além: criaram eles mesmos novos e enigmáticos casos para Sherlock Holmes resolver, sempre, é claro, acompanhado de seu inseparável amigo Watson.
Entre as mirabolantes histórias elaboradas por nossos jovens escritores estão o assassinato da rainha da Inglaterra, o roubo de valiosíssimas obras de arte e, é claro, os casos que envolvem criaturas sobrenaturais como o famoso cão dos Baskerville. Enfim, histórias que, bem ao estilo do imortal Sr. Arthur Conan Doyle, comprovam que o segredo está nos detalhes, sempre nos detalhes.
Vinícius e Raphael
Sherlock, como era organizado, fez algumas anotações no bloco de notas que sempre levava em seu bolso, era nele que anotava os suspeitos e os seus respectivos motivos para o crime. Princesa: Tomar o cargo real. Jardineiro: Vingança por diminuição de salário. Mordomo: Desentendimentos com a rainha poderiam resultar em sua demissão. Rei: Suspeita de traição com o Bobo da Corte. Bobo da Corte: medo do Rei descobrir a traição.”
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“Após receber uma carta anunciando a morte da rainha, Sherlock Holmes foi até o castelo e encontrou-se com a majestade morta, aparentemente sem sinal externo de agressão. Holmes não demorou muito para perceber que fora envenenamento, pois ela estava espumando pela boca e com uma xícara quebrada entre seus dedos em sua sala de estar real. Quem fora? Essa era sua dúvida cruel.
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Júlia e Mariana Holmes precisava de mais pistas, então decidiu procurá-las pelo jardim, começou a andar ali por perto e encontrou uma mochila de couro. Olhou dentro dela e achou um papel amassado com as seguintes informações: “Saio de casa, chego ao Louvre e quebro a pirâmide de vidro que é a entrada do museu. Desço as escadas e vou até a sala 3. Pego o quadro e vou escondê-lo na...” O papel estava rasgado. Sherlock não conseguiu descobrir onde era o esconderijo. O detetive saiu correndo para o Louvre, o lugar citado no bilhete. Chegando lá, reparou o estrago da pirâmide de vidro. Ao entrar, foi direto para a sala onde ficava o quadro “Mona Lisa”, mas quando chegou percebeu que a obra não estava lá.
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Leonardo e Maurício
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Enquanto o detetive dormia, ouviu um barulho vindo da cozinha. Não podia ser Watson, pois este estava de férias. Sherlock desceu as escadas pisando cautelosamente para evitar estalos. Viu em sua sala uma criatura enorme, parecia o cão dos Baskerville só que maior e mais amedrontador. Como deduziu que o animal era um lobisomem e sabia que só seria morto por balas de prata, de fininho, o detetive saiu de sua casa e foi correndo à loja de armas.
A lua no cinema e outros poemas Professora Silvia Assis
“Todas as coisas têm seu mistério, e a poesia é o mistério das coisas”. (Frederico Garcia Lorca)
A poesia não tem motivos. Todo o mundo é poético quando visto em verdade, todas as coisas são maravilhosas quando se compreende. E a poesia limita-se afinal a iluminar a verdade, a beleza secreta que há em tudo aquilo que existe. “A poesia manifesta-se na linguagem literária, mas de modo especial destaca-se nos poemas” (PELLEGRINI e FERREIRA, 1998, p. 48). Com o objetivo de intensificar o conhecimento dos alunos, levando-os a perceber que a
poesia tem características, que vão além da disposição em versos, foi criado o projeto de leitura “A lua no cinema e outros poemas”. O livro apresenta uma coletânea de poemas dos séculos XX e XXI, mais próximos do universo cultural, linguístico e existencial de hoje, tendo, lado a lado, autores brasileiros e portugueses, representados por textos que juntam comunicação e surpresa, pincelados ora de emoção, ora de humor. Os poemas incorporam valores e questões destinadas ao jovem de hoje. E de acordo com seu organizador, Eucanaã Ferraz, “os versos, por sua vez, desvendam certos mecanismos do corpo e da alma, que se não fossem aquele poema, aquele autor, aquela palavra ao lado daquela outra, permaneceriam secretos até para nós mesmos” (2011, p. 8). O projeto iniciou com a apresentação
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Nunca se definiu, nem se definirá poesia. A poesia é, vive ou paira, existe ou não. A poesia acompanha a vida e, talvez, seja um acréscimo de vida como toda a arte, uma maneira íntima de adivinhar as coisas, de fundir o ritmo do mundo com o ritmo da alma humana, uma pura intuição da verdade.
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do livro e sua organização em quatro partes, tendo como temas: a visão do homem no tempo; o amor, apresentado como uma experiência que muitas vezes surge envolta em incertezas e hesitações; a natureza e o tempo e, por último, seres e coisas que se confundem com a poesia e com a palavra. E como compreender tudo isso? “Os poemas são máquinas extraordinárias, ligadas à vida do mundo, que produzem significados incessantemente, dando-nos o inigualável prazer de pensar, imaginar e sentir – e estão, materialmente, em suas mãos, basta um gesto simples, como virar uma página ou entrar em uma sala de cinema” (FERRAZ, 2011, p. 9).
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O segredo está desvendado... ao se buscar, na satisfação de folhear o livro, a descoberta de poemas que produzem significados e concedem o prazer de pensar, imaginar e sentir.
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Reconhecer a importância do título do poema de Paulo Leminski, que dá nome à coletânea, foi o primeiro passo para se entender melhor a poesia dos poemas, pois para compreendê-los, basta a curiosidade de quem entra numa sala de cinema. E a lua foi ao cinema... e levou com ela os alunos do 8° ano. Aos poucos, eles foram descobrindo, cada um de seu modo, os mistérios de cada poeta que cria ou reconstrói uma realidade por meio de um trabalho especial com a palavra na combinação de sons, de ritmo, de melodia.
Durante várias aulas, houve um trabalho de leitura e interpretação de poemas e seus possíveis diálogos com o mundo real. Existiram etapas de exploração da sonoridade das palavras, o reconhecimento de uso das imagens, a descoberta de pluralidade de significados e a percepção do mundo interior do poeta ao revelar emoções e sentimentos. Além disso, paralelamente, acontecia o estudo dos aspectos formais do poema - conteúdo curricular do 8° ano. Os alunos puderam reconhecer nos poemas do livro a métrica, os tipos de rimas, o ritmo e as figuras de linguagem. Conseguiram, ainda, identificar a intertextualidade e exemplos de metalinguagem, presentes em diversos poemas. Para estimular a criação poética, foram solicitadas algumas propostas de produção de poemas, utilizando recursos expressivos e aspectos formais aprendidos. Merece destaque o desenvolvimento do tema “O fazer poético” em que os alunos conseguiram, através do poder das palavras, ser a própria voz do poeta.
“O texto poético pode ser instrumento de ampliação de mundo e de desenvolvimento pessoal; pode, ainda, abrir espaço no cotidiano para melhor compreensão do mundo. A poesia permite que outros mundos, além do universo material e tangível, sejam construídos; permite, ainda, a aproximação entre a vida de cada um e a vida que nasce nos versos”
ReferênciaS: FERRAZ, Eucanaã (organização). A lua no cinema e outros poemas. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2011. PELLEGRINI Tânia; FERREIRA Marina. Português Palavra e Arte. volume1 capítulo 4, São Paulo: Editora Atual, 1998. SILVA Patrícia; ASSIS Silvia. Poetar pra quê?. In: Anuário 2015 – Colégio Uirapuru, p.96-99.
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(SILVA E ASSIS, 2015, P. 99).
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Não há uma língua portuguesa, há línguas em português
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Professoras Ana Carolina Benzoni e Patrícia Silva
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A frase usada como título desse texto é de José Saramago e foi dita pelo autor português no documentário Língua – Vidas em português, produzido por Victor Lopes em 2004. O filme trata da presença da língua portuguesa em diferentes lugares do mundo e mostra como, em cada um dos lugares, o idioma se reinventa em contato com os povos locais. A Lusofonia, conjunto de algumas identidades culturais existentes em países, regiões, estados ou cidades falantes da Língua Portuguesa (como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Goa, Damão e Diu) e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo, foi o tema trabalhado com os alunos do 9º ano ao longo do
2º bimestre. A partir da leitura da obra Milagrário pessoal, de José Eduardo Agualusa, autor angolano, os alunos tiveram contato com autores e literaturas de expressão portuguesa, advindos de diferentes países falantes de língua portuguesa. Na obra de Agualusa, a Língua Portuguesa é a personagem principal. Desde as primeiras páginas, as palavras da nossa língua são, ao mesmo tempo, objeto de reflexão e motivadores do enredo. Estimulam as ações das demais personagens, ao mesmo tempo em que configuram a identidade dos indivíduos, das comunidades e das nações. A língua realça culturas, ganhando poder de criação de identidade. A esse respeito, Fiorin (2013, p. 147) afirma:
O enredo gira em torno da resolução de um mistério: a linguista Iara, portuguesa, e seu antigo professor de filologia, um octogenário angolano, unem-se para descobrir o que tem motivado a criação de neologismos perfeitos, colhidos pela moça em suas investigações em jornais e revistas. Nas idas e vindas dos dois por Portugal e Brasil, o que ganha destaque na narrativa é o resgate das lendas e mitos angolanos, bem como a valorização de autores lusófonos, como os brasileiros Guimarães Rosa e Manoel de Barros, o moçambicano Mia Couto e angolano Luandino Vieira.
Depois da leitura e discussão da obra, os alunos assistiram a um trecho do documentário Língua - Vidas em português e a alguns exemplos de Língua Portuguesa falada em diferentes países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa): um noticiário da rede televisiva portuguesa, um rap brasileiro, uma apresentação de fado e outra de música regional gaúcha. Em seguida, aprenderam sobre o conceito de variação linguística. Nesse sentido, evidenciou-se o caráter de diversidade da língua, determinado por fatores regionais, históricos, sociais e situacionais, e, ao mesmo tempo, sua unidade: a língua falada por um povo assegura sua identidade, conforme afirma Fiorin (2012, 149): A língua estabelece uma identidade, tanto naquilo que faz dela uma unidade (...), como também em suas variedades, por exemplo, regionais (...). As línguas exerceram um papel significativo na constituição das identidades nacionais, que são uma criação moderna. Esse processo tem início no século XVIII e desenvolve-se plenamente no século XIX. Para garantir que os alunos pudessem se aprofundar no estudo da literatura de expressão portuguesa, foram organizados sete grupos em cada classe e atribuído um autor lusófono diferente a cada grupo. Cada um dos grupos pesquisou sobre a vida e a obra do autor, sua importância literária e aspectos contextuais relacionados ao país de origem de cada um deles. O resultado das pesquisas foi
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O que importa é a memória armazenada na língua, pois um idioma é a condensação da história de um povo, das influências que ele sofreu, dos seus desejos, de suas expectativas, de seus preconceitos, do modo de ser de sua gente, de sua música, de sua literatura.
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partilhado com o restante dos alunos da sala em formato de seminário. Assim, os alunos puderam aprender sobre escritores como José Saramago, Mia Couto, Luandino Vieira, Ana Cristina César, Daniel Munduruku, Pepetela, Sérgio Vaz, Florbela Espanca, entre outros. A diversidade de culturas, de falares e escritas não apenas mostrou a riqueza de nossa língua, mas também confirmou a beleza de cada uma das muitas possibilidades de expressão da língua portuguesa, valorizadas em sua singularidade. O grande aprendizado dessa jornada pela língua portuguesa é sintetizado nas palavras de Fiorin (2012, p. 159):
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(...) para que a lusofonia seja um espaço simbólico significativo para seus habitantes, para que seus membros tenham uma identidade lusófona, é preciso, no que diz respeito à língua, que seja um espaço em que todas as variedades linguísticas sejam, respeitosamente, tratadas em pé de igualdade.
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ReferênciaS: AGUALUSA, José Eduardo. Milagrário pessoal. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2010. FIORIN, J.L. “Língua, identidade e fronteiras”. Diversitas, mar.-set. 2013, p. 147-164. Disponível em: www.revistas.usp.br/diversitas/article/download/58381/61382. Acesso em 05 set 2016. LOPES, Victor; NADRUZ, Ulysses. Língua - Vidas em português. Documentário. Brasil, 2004.
A construção de repertório de leitura no Ensino Médio Professora Mônica Martinez
Os prazeres da leitura são múltiplos. Lemos para saber, para compreender, para refletir. Lemos também pela beleza da linguagem, para nossa emoção, para nossa perturbação. Lemos para compartilhar. Lemos para sonhar e para aprender a sonhar.
Na citação de José Morais, aparecem diversos usos e funções da leitura, que podemos dividir em duas grandes esferas: a leitura com o objetivo de produzir conhecimento e a leitura com o objetivo de produzir emoção. Ambas, sem dúvida, caminham integradamente, mesmo quando lemos apenas mediante a cobrança de uma avaliação ou quando precisamos assinar um documento, assumindo os riscos e os benefícios de determinado contrato, por exemplo. Ler mobiliza os sujeitos, ativa conhecimentos adormecidos, desperta outros novos, leva à comunicação interpessoal e coletiva. Ler é uma ação social.
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(MORAIS, José. A arte de ler. São Paulo: UNESP, 1996)
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A palavra ler, do latim legere, numa primeira instância, significava contar, enumerar as letras; em seguida, significava colher e, por último, roubar. A palavra traduz, em sua raiz, três níveis de leitura: 1. a leitura enquanto decodificação ou decifração (a soletração, a vocalização de sinais gráficos, o agrupamento de letras em sílabas e palavras); 2. a leitura enquanto “colheita”, por parte do leitor, do sentido já pronto no texto, demarcado unicamente pelas intenções do autor; e 3. a leitura enquanto construção do sentido por parte do leitor.
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Conectando a etimologia da palavra à realidade do Ensino Médio, as três vertentes são aplicáveis, interconectadas, especialmente quando os estudantes descobrem que um leitor proficiente livra-se, em certa medida, das amarras da manipulação, passando a observar a realidade de forma mais concreta, articulada, real.
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Contudo, como toda ação responsiva e significativa, usar a leitura como uma ferramenta para conquistar novos territórios não é uma tarefa fácil, tampouco “comprável”: ela é construída com muito trabalho, muita prática e disciplina – ela é processual, portanto contínua. Num suposto mundo ideal, o hábito de ler é uma herança, o maior tesouro deixado pelos pais para seus filhos, mesmo hoje, em 2016, com a velocidade
medida em teras e as superfícies touch; porém, na realidade, os estudantes trazem diferentes repertórios de leitura, diferentes relações com o texto escrito, seja por ele ser como um espelho, revelando os detalhes escondidos do escritor, ou por ser uma ação que requer construção, desconstrução, idas e vindas, combate, concentração. Que atire a primeira pedra quem nunca foi derrotado por um texto, quem nunca correu para o final do livro, tamanha a ansiedade em descobrir os contornos finais da obra. Que atire a primeira pedra quem não passou a ler um livro vagarosamente, já com saudades do mundo criado por uma narrativa. Como escola, atiramos a primeira pedra em direção aos nossos alunos quando, através de textos diversos, mostramos que o bom texto, seja ele na leitura ou na escrita, é como jogo: há pistas a serem conquistadas, caso o leitor queira, efetivamente, adentrar territórios inéditos, para, na sequência, descobrir que o mundo é um livro aberto, cheio de novos significados e possibilidades. Além disso, a associação entre leitura e produção de texto é singular quando pensamos em uma das metas mais ambiciosas da escola: desenvolver autonomia. É necessário, sem dúvida, desenvolver habilidades nessas duas instâncias, tanto da recepção, quanto da produção, para que o universo de sentido dos alunos possa se ampliar. Dizer ao aluno “leia que você escreverá melhor” é pouco significativo, pois esse discurso já passou para o senso comum. É significativo, sim, fazer leituras guiadas, desdobrar os sentidos do texto, analisar
Ao longo das séries do Ensino Médio, felizmente, várias áreas do conhecimento colaboram para que o estudante construa um repertório diversificado de textos. Em literatura, textos líricos diversos ativam a poesia das palavras; em geografia, infográficos e mapas contribuem para a leitura imagética, também muito preciosa, assim como em artes, momento de sensibilizar-se frente às múltiplas manifestações artísticas, seja na escultura, na música ou no teatro. Na disciplina de redação, além do estudo de autores, como Zygmunt Bauman, Francis Wolff e Slavoj Zizek, há a corriqueira leitura de filmes e documentários, como “Laranja Mecânica” e “Human”, textos estes desafiadores e capazes de mudar o nível de leitura dos estudantes.
Construir repertório de leitura, então, é uma tarefa compartilhada, cada qual com sua importância: a família e sua heterogeneidade; a escola e seu caráter mediador; o sujeito e seu livre arbítrio para reformular-se e desafiar-se, sempre. De tijolo em tijolo não construímos apenas muros, pois eles segregam, isolam; de tijolo em tijolo construímos alicerces capazes de sustentar determinados conjuntos ideológicos, independente do grau de dificuldade da leitura ou da produção de texto, independente do tom mais ou menos manipulador da obra – com uma base crítica densa, passamos de fantoches a analistas, de plateia a protagonistas. Ler o mundo é ler-se, descobrir-se e, ao final do dia, agradecer por, em certa medida, sentir-se um pouco menos ignorante, um pouco menos cego.
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linguisticamente os usos lexicais, o viés ideológico aplicado e os outros textos que dialogam com a obra. Agindo assim, mostramos ao aluno que ler não é simplesmente decodificar letras e suas combinações, mas descobrir, através de um olhar atento, a mensagem que o texto quer comunicar. Uma palavra isolada é apenas uma palavra isolada; uma palavra combinada com outras é, sem dúvida, uma oportunidade de compreender novos percursos críticos, para, posteriormente, produzir textos mais autorais e técnicos.
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CIร NCIAS: UM MUNDO DE DESCOBERTAS
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Em uma época em que o avanço e a valorização do conhecimento científico estão presentes em nosso cotidiano, entendemos como necessário trabalharmos as Ciências enquanto “conhecimento que colabora para a compreensão do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduo”, conforme orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (2001). Para os pequenos – da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I – o Quintal Uirapuru se transforma em um ambiente propício a observações e vivências surpreendentes, que constituem em repertório para as atividades desenvolvidas nos laboratórios quando estiverem no Ensino Fundamental II e Ensino Médio, como veremos a seguir. Nessa direção, mas com foco no desenvolvimento de comportamentos que inspirem uma vida saudável, cada série do Ensino Fundamental II refletiu sobre questões próprias da adolescência: emoções, dúvidas e dificuldades que envolvem assuntos como higiene pessoal, uso de bebidas isotônicas e energéticas, álcool e drogas ilícitas, gravidez.
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Bem-vindos ao Quintal Uirapuru! Vamos entrar? Coordenadora Michele Leite e Recreacionista Thais Botti
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Imagine-se entrando em um lugar onde se pode brincar, sentir a grama cutucar os pés, sentir o cheiro da terra molhada misturado com o cheiro de tempero na horta. Um lugar onde bichos aparecem e contam as histórias que só conhecíamos nos livros.
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Esse é o Quintal Uirapuru. Lugar onde teoria e prática se encontram em um emaranhado de emoções, sensações, experimentações e aprendizados. Venham e se aconcheguem, pois aqui, para entrar é preciso que a imaginação acompanhe. Tudo começa ainda no espaço da sala de aula, com uma conversa que faz o pensamento fluir e a imaginação aguçar.
As crianças dão conta direitinho, pensam pensamento de criança e, rapidamente, se transportam ao espaço do Quintal. Aos adultos é necessário tirar a venda dos olhos, acariciar de leve o coração e lembrar do cheiro da chuva e do bolinho da vovó. Todos prontos? Então vamos lá... Dia de visita do Infantil 2 é sempre uma alegria. Na roda de conversa, que acontece no início do período, rostinhos eufóricos aguardam ansiosos o momento em que a imagem do Quintal vai compor a rotina do dia e, quando aparece, é uma grande algazarra.
Em “dia de bicho”, correm para a roda e esperam ansiosos pelo que vão conhecer. Se a história contada fala de macaco, lá estarão os saguis esperando pelas crianças; quando galinhas são as protagonistas, além de poder observá-las, bem de perto, aproveitam para preparar o bolo de milho que apareceu na história. Agora, em dia que a história fala sobre um “monstro verde”... ah, não precisa se preocupar... as crianças mandam o monstro embora e preparam uma grande meleca para sentir com as mãos, com os pés e acreditem, utilizam também todo o corpo!
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Momentos de vivência e explorações enriquecem o dia a dia nesse espaço tão especial.
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Chegando lá, depositam questionamentos e indagações à equipe do Quintal, que cuidadosamente responde às questões das crianças. Surgem aí pequenos pesquisadores que, antes mesmo de ler e escrever de forma convencional, utilizam esse espaço para boas experiências que envolvem, além do contato direto com a natureza, o campo da linguagem oral e escrita. Como já dizia o poeta, “brancas, azuis, amarelas, pretas... brincam na luz as belas borboletas...” Brincando de voar, de imitar o bater das sensíveis asas das borboletas, as turmas do Infantil 4 chegam, como num singelo voo, explorando todo o verde do Quintal. Foi borboleteando que as crianças dessa fase souberam como se dava a metamorfose desse tão curioso inseto. O paralelo com Romeu e Julieta, vivido em sala de aula, foi fundamental para que tudo fosse mais que significativo.
pouco mais sobre a vida que acontece ali, entre uma brisa e outra no espaço azul do céu. Nessa necessidade de descobrir, experimentar e também testar, o Infantil 5 procura no Quintal um espaço para desbravar algumas curiosidades brasileiras. Conhecer o urucum e utilizá-lo como pigmento para colorir não só a pele, que pode ser lavada, mas também camisetas que guardarão a lembrança da experiência vivida, faz da visita ao Quintal um momento marcante. Experimentar o açaí, fruto originário de outros estados, uma iguaria exótica que nem sempre agrada todo tipo de paladar, também se torna marcante por ser algo compartilhado com amigos num espaço especial. Há tempo ainda para aprimorar habilidades manuais, como os artesãos, confeccionando colares de coquinho. O Quintal Uirapuru promove essas vivências porque quando se é criança, o quintal que se vive é na verdade bem maior do que se imagina, afinal, tudo cabe na imaginação e nela, tudo é possível.
Descobrir que as borboletas também polinizam, assim como as abelhas.
Deixamos um gostinho de quero mais nessa despedida, mas convidamos a todos para que a magia e o encantamento que o Quintal traz, possa despertar a criança que há em cada um de nós!
E, assim, em meio a insetos tão pequenos e delicados, aprenderam um
Bem-vindos ao Quintal Uirapuru, entrem e fiquem à vontade!!!
Sabe o que foi mais interessante?
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As turmas do Infantil 3, curiosas como são, organizam a ida ao Quintal com todo o grupo de amigos. Consultam livros, enciclopédias e imagens em busca de informações que resultam no exercício de investigação, na vontade de querer saber mais sobre o animal que aparecerá naquele espaço.
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Quintal Uirapuru, uma área verde, um laboratório de vivências ambientais a céu aberto
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Coordenadora Andréa Furtado Vazatta e Biólogo Lucas Maciel
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O Quintal Uirapuru tem como objetivo ser um complemento no aprendizado de nossos alunos, através de aulas diferenciadas e fora do ambiente da sala de aula. Nota-se, assim, um envolvimento muito maior dos alunos com o tema a ser estudado. Segundo Rosa (2012), é possível observar que o interesse, a participação e o próprio envolvimento dos alunos nas atividades, comparandose com as aulas em sala, tornam a aprendizagem em ambientes diferenciados mais eficiente e significativa.
Tendo como base a interpretação e a adequação das estratégias à faixa etária que essas aulas diferenciadas são propostas, os alunos são vistos como agentes de conhecimento científico que, certamente, irão ampliar a capacidade de reflexão e os subsídios necessários à melhora da qualidade de vida dos componentes da comunidade escolar. A ideia principal é promover e estimular através dos componentes escolares aos conhecimentos científicos desenvolvidos no processo, ensino-aprendizagem para que possa ser desenvolvida a capacidade de leitura e interpretação do meio, a expressão de opiniões, a tomada de decisões e até mesmo a interferência em situações da vida cotidiana.
A vivência dos estudantes do Ensino Fundamental I ocorre por meio de experimentos e fichas de observação. Nesses processos, as informações são organizadas e os alunos podem verificar se os dados obtidos foram suficientes para responder à questão do problema na aquisição do conceito de ser vivo em todo ciclo. O 1º ano estuda um grupo de animais muito peculiar: os mamíferos. Durante as aulas, os alunos têm contato físico com os animais e uma breve explicação sobre a morfologia, evidenciando sempre as suas principais características e semelhanças com os seres humanos.
No 2ºano, os alunos passam a estudar sobre a alimentação saudável e dentição dos animais. Professores e biólogos usam como referência exemplares de crânios e dentes, relacionando sempre o conceito de ser vivo aos animais e às plantas, que nascem, crescem, podem se reproduzir e morrem. Observar, comparar características físicas, modo de vida dos vertebrados, perceber as relações que esses animais, as plantas e os microrganismos estabelecem em uma cadeia alimentar é o conjunto de relações que se espera no 3º ano. Utilizamos como exemplo, o manguezal. Por se tratar de um
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(COELHO, 2012, p. 10)
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ecossistema costeiro de transição entre o ambiente terrestre e o ambiente marinho, é possível observar o comportamento de espécies de animais como, lagosta, camarão, caranguejo, peixes e a dissecação dos animais para a observação das estruturas internas e as estruturas externas. Nas aulas são utilizados animais vivos e taxidermizados (técnica de preservação da forma da pele e tamanho dos animais).
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No 4º ano, os alunos são capazes de interpretar o conceito de ser humano, compreender transformações pelas quais passam os seres vivos ao longo de milhões de anos e reconhecê-los como material de estudo sobre a história do planeta Terra. Eles estudam o sistema digestório até o urinário, fazendo experimentos e a sistematização de dados através de esquemas, maquetes e exposições de modelos. Por fim, no 5º ano, os alunos aprendem sobre a decomposição na natureza e os processos físicos e químicos envolvidos, como adquirem os pigmentos de tintas que vêm da terra e como aumentam a capacidade de interpretar e diferenciar fases de desenvolvimento de alguns representantes – inclusive o ser humano - do grupo dos seres vivos. Os alunos são estimulados no contato com a natureza, através do cultivo de hortaliças, frutas, verduras que são plantadas e, na maioria das vezes, colhidas pelos próprios estudantes, tendo em vista a valorização do meio ambiente e a sustentabilidade.
O Quintal Uirapuru tem papel fundamental ao propor aulas diferenciadas fora do ambiente comum à sala de aula. Essa mudança de espaço, voltado para o aprendizado e a motivação, se mostra positiva pois acaba estimulando o cérebro a prestar mais atenção no determinado ambiente. A motivação é como uma força propulsora que leva o indivíduo a satisfazer suas necessidades e desejos, uma energia interna, algo que vem de dentro do indivíduo, fazendo com que este se coloque em ação. A motivação no trabalho leva os recursos humanos, além de buscarem satisfações pessoais, a realizarem os objetivos da organização (BERGAMINI, 1997, p. 35).
ReferênciaS: BERGAMINI, C.W. 1997. In: ROSA, A.B. Aula diferenciada e seus efeitos na aprendizagem dos alunos: o que os professores de Biologia têm a dizer sobre isso? Universidade do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. (Trabalho de Conclusão de Curso). Porto Alegre. 2012. COELHO, G. Ciência vivência e descobertas, 2º ano. Editora FTD. São Paulo. 2012. ROSA, A.B. Aula diferenciada e seus efeitos na aprendizagem dos alunos: o que os professores de Biologia têm a dizer sobre isso? Universidade do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. (Trabalho de Conclusão de Curso). Porto Alegre. 2012.
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Vivenciando a Ciência no Ensino Fundamental II Professoras Claudia Renata Marques, Daniela Almenara e Karla Oliva
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O ensino de Ciências engloba diversas atividades práticas que envolvem os alunos e proporcionam a vivência e a percepção em detalhes do funcionamento do mundo ao nosso redor. Dentre essas atividades, são realizadas as Feiras de Ciências que contribuem para o crescimento pessoal e a ampliação dos conhecimentos, a ampliação da capacidade comunicativa, a mudança de hábitos e atitudes, o estímulo ao caráter investigativo, a criatividade e o desenvolvimento do método científico (Hartmann & Zimmermman, 2009).
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Os projetos de Feira de Ciências passaram a se destacar na década de 60 nos Estados Unidos, envolvendo o método científico experimental para incentivar os alunos dentro do mundo da Ciência. No Brasil, a partir desta mesma década, apresentaram a função de trazer aos alunos contato com os materiais existentes nos laboratórios, antes quase inacessíveis (Mancuso, 2000). Ainda segundo esse autor, esse tipo de prática permite ao aluno um progresso individual, ampliando e desenvolvendo a criticidade e melhorando a autoconfiança e a iniciativa. No Colégio Uirapuru, a Feira de Ciências é um projeto de pesquisa e inovação que acontece do 6° ao 9° ano, que visa aproximar os alunos do meio científico. Neste projeto, além dos livros e a sala de aula, os alunos vivenciam o “aprender fazendo”, representando uma maneira de estimular o aluno aprender de forma diferente.
A partir de um tema decidido com as professoras de Ciências, os alunos, em grupo, desenvolveram um projeto que foi apresentado através de banners, atos criativos e recursos digitais no dia 27 de agosto de 2016. Na oportunidade, os alunos-expositores demonstraram crescimento científico, cultural e social.
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A Feira de Ciências representa um aprendizado dialógico no processo de ensino e aprendizagem, sendo fundamental tanto para o professor quanto para o aluno. O papel do professor/orientador vai além de um simples acompanhamento e orientação do projeto, ele estimula a busca pelo conhecimento, incentiva a pesquisa e propõe desafios a serem realizados, tudo isso de forma dinâmica e inovadora, sempre acreditando no potencial do aluno.
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Esta experiência de fazer e vivenciar a ciência trouxe aos alunos uma grande oportunidade que contribuiu muito no processo de aprendizagem, na seleção crítica de conteúdo e na exposição de ideias, trabalhando a oralidade e a capacidade de síntese. Os alunos experimentaram a tarefa de adequar o conteúdo científico ao público leigo, promovendo a adaptação da linguagem e das abordagens práticas, vislumbrando o lado árduo e prazeroso do trabalho científico. Durante o desenvolvimento deste projeto, os alunos trabalharam em grupo, enfatizando a importância de respeitar opiniões e sugestões alheias, contribuindo também para o relacionamento interpessoal.
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Em 2016, o tema geral da feira de Ciências foi: “A integração dos seres vivos e o planeta Terra”, sendo que cada série teve um tema específico: “O Planeta Terra e a sustentabilidade” (6º ano), “Os seres vivos e o meio ambiente” (7º ano) e “O corpo humano e saúde” (8º ano), “Os grandes pensadores em Ciências” (9º ano).
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Com os alunos do 6º ano foram desenvolvidos projetos relacionados à sustentabilidade do planeta. Uma vez que os recursos naturais estão cada vez mais escassos e o meio ambiente sofre processos de degradação, o estudo da sustentabilidade é de suma importância. Além de conhecimentos teóricos nesta área, os alunos pesquisaram ações sustentáveis práticas, com intuito de criar
hábitos e responsabilidades para ações atuais e futuras. O primeiro passo do projeto foi observar um problema que afetasse a sustentabilidade do planeta e, em seguida, procurar soluções práticas e saudáveis para o meio ambiente e para a população. Os projetos ilustraram a conservação e o manejo adequado da água, do solo e do ar, além de demostrarem ações remediadoras como opções viáveis na recuperação de ecossistemas contaminados e no tratamento de resíduos e efluentes. Os alunos do 7° ano abordaram diversos temas a respeito dos seres vivos, desde organismos simples como as bactérias até os mais derivados, como as plantas e os animais. Dentro deste contexto, a professora e os alunos visaram sempre debater o caráter evolutivo dos seres vivos do planeta, refletindo acerca dos processos de diversificação da vida no Planeta. Estes temas se apresentaram bastante relevantes, uma vez que a biodiversidade da Terra está sendo cada vez mais prejudicada com os avanços tecnológicos e muitas espécies, ainda não descobertas, podem ser de extrema importância para os demais seres vivos e também para a espécie humana. O foco dos trabalhos das turmas de 8º ano foi o estudo do corpo humano. Os temas englobaram aspectos de anatomia e fisiologia de diferentes sistemas, bem como biotecnologia e assuntos relacionados à manutenção e promoção da saúde. O principal objetivo durante
a definição dos temas foi permitir a obtenção e a transmissão de conhecimento sobre o funcionamento do próprio corpo e a aquisição de hábitos de vida saudáveis. Também estão incluídos temas que levam à reflexão sobre cuidados com o corpo e sobre as novidades tecnológicas que influenciam a medicina.
Os alunos obtiveram após todos os processos da Feira de Ciências um grande enriquecimento acerca do mundo científico, desenvolvendo com o seu grupo a busca pelo conhecimento, bem como a sua interpretação e exposição, além disso, estimulou também a criatividade, a autonomia e a formação de valores éticos. Seguindo essas diretrizes, os alunos passam a descobrir seus potenciais como estudantes e cidadãos.
ReferênciaS: HARTMANN, A. M. & ZIMMERMMAN, E. Feira de Ciências: A Interdisciplinaridade e a contextualização em produções de estudantes de Ensino Médio. VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – Florianópolis, 2009. MANCUSO, R. Feiras de ciências: produção estudantil, avaliação, consequências. Contexto Educativo. Revista digital de Educación y Nuevas Tecnologias, n. 6, abr. 2000. Disponível em: <
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Neste ano, o 9° ano trabalhou e pesquisou a respeito dos grandes pensadores existentes até hoje na Ciência, desde os gênios como Albert Einstein e Louis Pasteur, até os mais recentes como Oswaldo Cruz, um grande pesquisador brasileiro. Conhecer os grandes pesquisadores da humanidade levou à reflexão da importância das grandes descobertas na vida atual, onde encontramos um grande avanço da tecnologia e o desenvolvimento da humanidade, porém também foi relevante perceber que os avanços trazem também danos ao meio ambiente, quando não utilizados com responsabilidade.
http://contexto-educativo.com.ar/2000/4/nota-7. htm>. Acesso em: 05/08/2016.
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Pesquisa e divulgação científica em prática Professores Daniela Almenara, Karla Oliva e Murilo Murakami
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Quando falamos em ensino de Ciências da Natureza no ambiente escolar, tocamos em um assunto cuja complexidade abrange desde as primeiras observações de fenômenos naturais durante os anos de Educação Infantil até os mais complexos conteúdos teóricos e experimentais dos currículos de Química, Física e Biologia das séries finais do Ensino Médio.
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Ao revisar as ementas mais tradicionais das disciplinas ditas científicas, tentando enquadrá-las em objetivos voltados ao ensino por competências e habilidades, as metas estabelecidas comumente expressam que os estudantes devem aprender a adquirir e selecionar conhecimento, assimilar e executar o processo de Método Científico e, ainda, compreender as aplicações das Ciências em sua relação com a sociedade e a tecnologia.
Os movimentos de reforma curricular nas últimas décadas deram grande destaque ao ensino de Ciências através de aulas práticas. A maioria dos professores acredita que a melhoria do ensino está na introdução de aulas práticas no currículo, desenvolvendo no aluno o letramento científico. O modelo tradicional de ensino, enfatizando somente a teoria, é ainda amplamente utilizado por muitos educadores nas escolas de ensino fundamental e médio. Segundo Fracalanza (1986) tal modelo de educação trata o conhecimento como um conjunto de informações que são simplesmente “passadas” dos professores para os alunos, o que nem sempre resulta em aprendizado efetivo. A realização de experimentos representa uma excelente ferramenta para que o aluno faça a experimentação do conteúdo
É interessante observar também, o crescente desinteresse das matérias de Química, Física e Biologia, à medida que os alunos avançam para o Ensino Médio. Nas fases iniciais, a curiosidade das crianças as levam a constantes questionamentos e experimentações em seu cotidiano. Infelizmente, o modelo tradicional de ensino, não deixa espaço para que tais possibilidades sejam exploradas privando os jovens de exercitar a sua criatividade e, o mais importante talvez, demonstrar que a partir do erro é possível obter um ensino enriquecedor. Para Silva e Zanon (2000), a relação entre a teoria e a prática é uma via de mão-dupla, na qual se vai dos experimentos à teoria e das teorias aos experimentos, para contextualizar, investigando, questionando, retomando conhecimentos e também reconstruindo conceitos. Dentro desta proposta, as aulas em laboratório visam aproximar o aluno dos produtos da Ciência, obtidos através da observação e da experimentação.
As práticas permitem a compreensão e a execução de métodos, a tomada de dados e a análise dos mesmos, estabelecendo correlações e propondo desdobramentos e aplicações secundárias. O texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (MEC, 1999, p. 20) propõe que o ensino de Ciências deve propiciar “ao educando compreender as ciências como construções humanas, entendendo como elas se desenvolvem por acumulação, continuidade ou ruptura de paradigmas”. Nesse contexto, emerge a necessidade de trabalhar um outro aspecto da produção de conhecimento: a divulgação. Para que o conhecimento chegue à sociedade e seja por ela aproveitado em seu progresso, há necessidade de organizar e disseminar o conhecimento gerado, com linguagem adequada ao público-alvo e com a rigidez necessária para minimizar o estabelecimento de conclusões erradas ou precipitadas. É através da divulgação científica, também, que o conteúdo progride, uma vez que os dados e observações de um trabalho podem servir de base para a aquisição de novas informações. Na disciplina de Laboratório de Ciências, os professores de Biologia, Química e Física das 1ª e 2ª séries do Ensino Médio desafiam suas turmas a colocar a divulgação científica em prática, através de diferentes instrumentos acadêmicos.
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e estabeleça a relação entre teoria e prática. Considerando que a teoria é feita de conceitos, que são abstrações da realidade, podemos inferir que o aluno que não reconhece o conhecimento científico em situações do seu cotidiano, não é capaz de compreender a teoria (Serafim, 2001). Segundo Freire (1997), para compreender a teoria é preciso experienciá-la.
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Na 1ª série, os temas pesquisados foram primeiramente resumidos para a confecção de uma breve apresentação oral. Dentre os temas selecionados, encontram-se assuntos pertinentes ao cotidiano científico, os quais despertaram interesse e curiosidade dos alunos. Em Física, os alunos pesquisaram sobre foguetes, manchas solares, buracos negros, asteroides e planetas, o fenômeno El niño, micro-ondas, magnetismo e visão em cores. Em Biologia, os assuntos abordados foram plantas carnívoras, probióticos, mimetismo, bioluminescência, controle biológico e apoptose. Os temas em Química foram biocombustíveis, relógio atômico, espectroscopia, síntese de proteínas, radioatividade e petróleo. Alguns temas apresentaram pesquisas multidisciplinares, pois se relacionavam entre as disciplinas de Física, Química e Biologia. Neste momento, os alunos praticaram a elaboração de resumos, seleção de imagens e oralidade. Em uma segunda etapa, o mesmo tema é, então, exposto na forma de pôster impresso. Esse formato, predominante em congressos científicos, exige critérios de seleção ainda mais rigorosos, visando uma síntese agradável e visualmente
atrativa do conteúdo divulgado. Em uma apresentação para professores e colegas, os então pesquisadores mostram preparo e desenvoltura para responder à plateia as dúvidas e curiosidades despertadas pelos dados e imagens selecionados, além de lidar com as críticas e sugestões, tão comuns no meio científico. Na 2ª série, os estudantes são desafiados a produzir um roteiro de aula prática. Neste trabalho, estão livres a escolher o segmento escolar com o qual “trabalhariam”, trafegando desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Após ter a proposta analisada e aprovada pelos professores da disciplina, os alunos se colocam no papel de público-alvo e executam a própria proposta, sentindo na prática as dificuldades de criar um roteiro de aula interessante, de fácil execução e que permita uma boa discussão. Essa experiência é, então, relatada e analisada em apresentação oral e relatório. Este último é produzido nos moldes de um relatório acadêmico tradicional. Os temas abordados pelos alunos da 2ª série foram selecionados de acordo com o interesse dos próprios alunos em relatarem assuntos pertinentes aos conteúdos estudados e ao cotidiano. Os grupos confeccionaram relatórios com os seguintes temas: produção de papel caseiro, utilização da ressonância, análise do teor de ácido no vinagre, nuvens e chuvas, oxidação de alimentos, corrosão, medidas de impacto, leis dos gases, disco de Newton, mini-hidrelétrica, plantas
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Após realizarem pesquisas de dados e experimentos, os alunos elaboraram apresentações, pôsteres, roteiros e relatórios, exercitando assim a seleção de dados e o emprego da linguagem adequada a cada um dos formatos trabalhados.
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insetívoras, mimetismo e camuflagem, fotossíntese, fermentação, extração de pigmentos de plantas, osmose e plantas de sol e sombra. Os grupos desenvolveram práticas que foram incluídas nos resultados dos relatórios.
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As aulas de Laboratório de Ciências proporcionam a oportunidade para que o aluno seja atuante, construtor do próprio conhecimento, descobrindo que a ciência é mais do que simples aprendizado de fatos. Com as aulas práticas, o aluno aprende a interagir com as suas próprias dúvidas e a utilizar seus conhecimentos para chegar a importantes conclusões, tornando-se agente do seu aprendizado. Quando compreende um conteúdo trabalhado em sala de aula, o aluno amplia sua reflexão sobre os fenômenos que acontecem à sua volta. Além disso, as aulas práticas servem de estratégia e podem auxiliar o professor a retomar um assunto já abordado, construindo com seus alunos uma nova visão sobre um mesmo tema.
ReferênciaS: HARTMANN, A. M. & ZIMMERMMAN, E. Feira de Ciências: A Interdisciplinaridade e a contextualização em produções de estudantes de Ensino Médio. VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências – Florianópolis, 2009. MANCUSO, R. Feira de ciências: produção estudantil, avaliação, consequências. Contexto Educativo. Revista digital de Educación y Nuevas Tecnologias, n. 6, abr. 2000. Disponível em: < http://contexto-educativo.com.ar/2000/4/nota-7.htm>. Acesso em: 05/08/2016.
Projeto vida saudável – construindo valores e transformando comportamentos Professores Claudia Renata Marques, Daniela Almenara, Karla Oliva e Roberto Vazatta
Desde os alunos do Infantil 5 até o Ensino Médio desenvolvemos projetos como cuidados com acidentes domésticos, alimentação, prática de atividade física, higiene corporal, autoimagem, ídolos, drogas lícitas e ilícitas. Com a coordenação da Educação Física, essas realizações ocorrem com colaboração dos professores de Ciências, Biologia, Química, Arte e História, que disponibilizam suas aulas participando efetivamente das discussões. Ouvir e expor comentários e sentimentos nos dá a certeza de que sementes de conhecimentos são plantadas com essas crianças e jovens. A seguir apresentamos um pouco dos projetos realizados no Fundamental II.
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O projeto Vida Saudável surgiu há alguns anos com o propósito de levar aos alunos conhecimentos e discussões sobre os temas que permeiam o desenvolvimento de uma vida mais saudável e a interação com o meio em que vivemos.
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6º ano Professores responsáveis: Karla, Giovana, Britto, Ronaldo e Roberto O projeto para os alunos do 6º ano enfatizou a higiene pessoal e o uso de bebidas isotônicas e energéticas. A falta de higiene não é apenas um problema que pode interferir na saúde, pois está paralelamente relacionada com a autoestima e o bem-estar, podendo causar nos jovens dificuldades de relacionamento e socialização.
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Outro fator de preocupação é uso de bebidas isotônicas e energéticas, o qual está se tornando muito comum na geração infanto-juvenil. De acordo com estudo publicado no British Dental Journal, o uso de bebidas isotônicas na adolescência pode gerar obesidade e erosão dentária, enquanto que palpitação cardíaca, convulsões, AVCs e mesmo morte súbita podem ser danos causados pelo uso de energéticos, enfatizaram pesquisadores na revista médica Pediatrics.
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O trabalho com os alunos do 6º ano iniciou-se com um questionamento prévio sobre higiene pessoal, estimulando um debate sobre alguns fatores que contribuem para o bem-estar físico e social. As turmas foram divididas, permanecendo os meninos e meninas em salas separadas. Com essa divisão pretendeu-se oferecer maior liberdade para os alunos questionarem e sanarem suas dúvidas sobre higiene pessoal.
O assunto com bebidas isotônicas e energéticas foi abordado através de uma conversa com os alunos informando-os sobre as alterações físicas que esses tipos de bebidas causam no organismo. Para finalizar, realizamos um experimento sobre higiene pessoal e bactérias. A ação das bactérias é uma das causas dos odores provenientes do suor. Dessa forma, foi desenvolvido um experimento de cultura bacteriana, no qual os alunos foram capazes de entender melhor esses seres e de avaliar os prejuízos que as bactérias podem trazer, assim como a forma de transmissão de algumas doenças.
7° ano - Ídolos Professores responsáveis: Cláudia Renata, Denise e Roberto
Ainda sobre autoimagem, os alunos refletiram, junto aos docentes, que o processo de imitar é inato à espécie humana, porém por serem dotados de inteligência e razão, os seres humanos são capazes de decidir qual imagem querem construir, desde que realizem reflexões acerca de si mesmo, visando entender suas emoções e seus sentimentos. Como produto final os alunos produziram vídeos juntamente com a professora de Arte.
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Buscando entender o conceito de vida saudável, levando em consideração o corpo e também a mente do indivíduo, no 7° ano, o tema abordado foi “Ídolos”. Em um primeiro momento, foi realizado um levantamento dos principais ídolos dos alunos e, então, foi exposto aos alunos, a realidade do cotidiano destes ídolos, suas qualidades e seus defeitos. A partir desta exposição, os alunos realizaram uma autorreflexão, a fim de pensarem e refletirem sobre qual imagem pretendem obter e se esta imagem reflete realmente a sua pessoa.
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8º ano – Álcool e Drogas Professores responsáveis: Daniela e Roberto No 8º ano, o tema abordado com os alunos é o consumo de entorpecentes, com ênfase ao álcool e às drogas ilícitas, em especial aquelas que circulam em maior quantidade em festas, bares e outros eventos destinados a adolescentes. Através de palestras e discussões, os alunos são apresentados ao histórico do surgimento do vício na sociedade, seus desdobramentos e características que levaram (ou não) à proibição da venda e do consumo de algumas drogas.
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São, também, discutidos os componentes do vício (aquele químico, que decorre da experimentação e do consumo) e o social (que está relacionado ao bem-estar e ao “sucesso” atingidos através do consumo). O aluno recebe informações sobre os principais efeitos das drogas mais comuns e suas consequências para o organismo, a família e a sociedade.
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Mais do que uma abordagem repressora, o objetivo do projeto ao trabalhar esse tema, é aproximar o aluno da realidade, simulando situações do cotidiano, onde a oferta do álcool e da droga se faz presente e reforçando a importância de não aceitar e não ceder às pressões de grupo que incentivam e cobram o consumo como forma de inclusão e popularidade.
9° ano – Distúrbios e dependências Professores responsáveis: Cláudia Renata e Roberto No 9° ano, as emoções e os sentimentos dos adolescentes são bastante intensos, portanto são várias as reflexões necessárias ao longo do ano. O assunto principal em 2016 foi “Reflexões e o bemestar”, expondo sobre as emoções, as dúvidas e as dificuldades na adolescência. A partir daí foram abordados temas como distúrbios psicológicos (depressão, ansiedade, síndrome do pânico e distúrbios alimentares) e também os vícios (drogas, por exemplo o álcool e as drogas ilícitas). Inicialmente foi elaborado com os alunos um debate a respeito de todos problemas decorrentes da vida atual, muitas vezes bastante corrida e estressante. Os temas emoções, sentimentos, estresse, distúrbios psicológicos e os vícios foram discutidos com os alunos. Eles perceberam que as decisões são individuais, bem como as consequências de cada ato, mesmo que façam parte de um contexto social.
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Em um segundo momento, foram realizadas dinâmicas no Quintal Uirapuru, proporcionando aos alunos a oportunidade de vivências, além da teoria, sobre estas questões da adolescência. A primeira dinâmica, nomeada “Mímica”, visou entender e capturar o conhecimento dos alunos acerca das drogas existentes no mundo, e a segunda dinâmica, chamada “Ritual” proporcionou aos alunos a percepção da pressão exercida pelos grupos sociais sobre certos comportamentos que, muitas vezes, passam a fazer parte do cotidiano do adolescente, sendo que este ainda nem refletiu sobre o assunto.
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ARTE: LINGUAGEM SEMPRE PRESENTE
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Pensar a Arte como uma linguagem sempre presente no ambiente escolar nos remete a uma educação que “propicia o desenvolvimento do pensamento artístico e da percepção estética, que caracterizam um modo próprio de ordenar e dar sentido à experiência humana: o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação, tanto ao realizar formas artísticas quanto na ação de apreciar e conhecer formas produzidas por ele e pelos colegas, pela natureza e nas diferentes culturas” (Parâmetros Curriculares Nacionais, 2001). Os textos a seguir dão uma pequena amostra de como essa linguagem se materializa sob orientação das professoras de Arte.
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Arte: um mundo de exploração Coordenadoras Gabriela Plens e Michele Leite
Há algum tempo pensamos na construção de um trabalho em Arte que tenha uma sequência e contemple todas as fases da Educação Infantil.
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A ideia é que, com o passar dos anos, as crianças passem também por uma evolução nas experiências que vivenciam no Colégio.
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Nessa perspectiva, entendemos que a Arte está presente como linguagem. A linguagem do corpo por meio do contato sensível com o universo que nos rodeia. Começamos as primeiras experiências com as turmas do Infantil 2. Nesta fase, entendemos necessário a apresentação de materiais, estruturados ou não, e permitimos a livre exploração para que cada criança possa, ao seu modo, experimentar as diferentes possibilidades de manuseio de cada material.
Queremos promover ricas experiências em que as crianças tragam um olhar, diferenciado daquele que o adulto tem, aos objetos e materiais que compõem o dia a dia na escola. As propostas envolvem não só a pintura, mas também o desenho, a colagem, a modelagem e as melecas, o que se estende em todas as fases da Educação Infantil. Ainda com as crianças de 2 anos, quando propomos atividades com tinta, por exemplo, cuidamos também para que os pequenos participem do processo de produção. Para que isso ocorra, alguns ateliês são organizados e, por meio deles, as crianças ganham papel de protagonistas ao selecionarem ingredientes, colocarem em copos medidores, adicionarem à panela e misturarem, antes do adulto levar ao fogo.
Ao participarem de todo o processo percebem as transformações existentes, ao invés de receberem um produto pronto e com finalidade finita. Quando a tinta volta do fogo, novas sensações são permitidas. Pegar uma concha de tinta morna bem cheia pode não caber no pote, mas isso só será aprendido se for experimentado, então por que não tentar? “Concha cheia + pote pequeno = tinta no chão.” Essa equação só seria um problema se estivesse fora de um ambiente que favorecesse todo o processo de experimentação e exploração, o que não é o caso, assim esse problema se transforma em uma nova descoberta.
Ao serem questionadas sobre a existência das cores, buscam ao redor algo que também as convença para utilizar como resposta, então sugerem que possam existir porque estão no lápis de cor ou nas canetinhas, quem sabe?
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Após levar o que ficou no pote para explorar no papel, a criança volta para encher novamente seu pote e, desta vez o faz com mais medida, cuidado e destreza.
Há uma infinidade de possibilidades sobre a existência das cores e elencar uma a uma nos renderia uma enorme lista.
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Ao chegar no Infantil 3, novas descobertas acontecerão.
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Quando falamos de Arte, estamos implicitamente nos referindo ao espaço, ao corpo, aos materiais e, também, à natureza.
O corpo promove a força e o impulso para expressar a vida.
De acordo com a disponibilidade de materiais, transformam o seu conhecimento e, a partir das relações que são estabelecidas com os parceiros de trabalho, apropriam-se do conhecimento do outro. Não é incomum durante as propostas coletivas, observar uma criança indo em busca do material do amigo, tentando com isso reproduzir suas marcas.
Os materiais permitem que a criança utilize o corpo de diferentes formas.
E, por falar em marcas, por que não falar das marcas da Arte na pele?
E a natureza liberta-a ao sensível, à delicadeza de cortar uma maçã ao contrário e perceber que dentro dela existe uma estrela. Esta é a Arte!
A pele que sente, que toca, que experimenta. A pele que difere da do outro e que faz com que cada pessoa seja única no mundo, e na Arte de se conhecer, descobrem e redescobrem a pele.
Os espaços promovem o encontro entre os corpos, a pesquisa e a criação.
No Infantil 4, a contemplação da Arte pode se dar ao observar uma simples borboleta borboleteando. Nesta fase, as produções das misturas e das cores ganham ainda a riqueza das produções artísticas. Durante a confecção de um livro que fala sobre duas borboletas, por exemplo, as crianças demonstram um olhar diferenciado para a proposta.
Assim, do Infantil 3 ao Infantil 5, as crianças experimentam as diversas facetas e modos de representar o humano. Por meio de gizes que revelam os diferentes tons de pele, podem perceber que a pele que cobre o seu corpo, não é da mesma cor da que cobre o corpo de outrem. Com essa rica experiência passam a perceber que cor de rosa não é cor de pele de ninguém.
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É com essa incógnita que convidamos as crianças de 3 anos a irem para a cozinha. Lá, vivenciarão a transformação de alimentos em cores, como as da tinta guache que já vêm em potes, porém com texturas e cheiros bem diferentes e que se tornarão inesquecíveis até que outras boas experiências aconteçam.
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Ao chegarem no Infantil 5, quando desenham e pintam, contam suas histórias, colocam no papel, além das cores, o sentimento, o que foi vivido, o que foi percebido e o que foi concebido. Expressam-se por meio das linhas, experimentam diferentes caminhos para enfim comunicarem-se também pelos desenhos.
A grama desenha o verde a árvore desenha o céu o vento desenha a nuvem a nuvem desenha o azul a água desenha o rio e o homem desenha o tempo na exatidão do sonho. Almir de Castro (1999)
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Continuaremos construindo o trabalho em Arte na Educação Infantil, cuidando para que as ações com as crianças sejam planejadas com base nos desafios pertinentes em cada fase. Cuidaremos também para que nosso olhar continue aguçado na delicadeza do que as crianças veem, sentem, pensam e tiram sentido de tudo que vivenciam.
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Arte: experiências de criação e técnicas Professoras Silene Oliveira e Simoni Lima
Criar é, basicamente, formar. É poder dar uma forma a algo novo. Em qualquer que seja o campo de atividade, trata-se, nesse “novo, de novas coerências: que se estabelecem para a mente humana, fenômenos relacionados de modo novo e compreendidos em termos novos. O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar
Arte marca o início da evolução cultural em sociedade, desde que o homem sentiu necessidade de representar o que sentia ou pensava. As primeiras manifestações artísticas estão relacionadas com os aspectos essenciais da condição humana e a Arte nas paredes é uma das mais antigas formas de expressão do saber humano, pois reúne as manifestações gráficas e materiais realizadas no início da evolução cultural do ser humano, em sociedades que não contavam ainda com a escrita.
Eis que surge um ser humano capaz de estabelecer relações e, em sua experiência de viver, passa a dar significado ao que está ao seu redor. Em uma busca constante surge um homem que relaciona, ordena, configura e significa, e que dá forma ao novo num ato criador que abrange a capacidade de compreender. Um homem que cria não apenas porque quer ou gosta, mas sim por necessidade, porque precisa se desenvolver enquanto ser humano.
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(OSTROWER, 2001, p. 9)
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Nesta perspectiva, as soluções das ideias se concretizam no tentar fazer, sem certezas, porém dentro do ponto de vista de quem cria (valores, emoções, motivações, percepções, entre outros) do ambiente que se encontra (condicionamentos culturais, sociais, educativos) e dos processos que mobiliza (teoria, técnicas, métodos, poéticas, estéticas). Se apropriando da ideia de criação como processo, entende-se que qualquer informação nasce de alternativas. A decisão está ligada à criação, invenção e originalidade. Contudo o ato criativo não é um processo contínuo, pois o mesmo acontece por etapas, surge da proposta de um problema, da constituição do repertório, da elaboração, da ideação e concepção até a realização e técnica.
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Um percurso é estabelecido, o aluno aprende os diversos modos de operar, ou seja, investiga os métodos e as técnicas envolvidos neste processo.
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Tal método não é visto de modo prédeterminado, mas dentro de um processo mental. Dentro de um percurso de criação pessoal, que se apresenta em um estado de contínua metamorfose. Um processo contínuo de regressão e progressão, a ideia de criação implica em desenvolvimento, seleções, apropriações e combinações. Em termos gerais, o percurso de criação pessoal acontece por meio da tensão entre
limites (enfrentamento de restrições) e liberdade (possibilidades infinitas). Tal percurso se deve à construção de conhecimento, uma conexão entre o pensamento e o fazer. Portanto, o conhecimento é obtido por meio da ação, onde o desenvolvimento se dá pela mediação de procedimentos técnicos. Nesta perspectiva, a mediação acontece para que haja o enfrentamento dos obstáculos, promovendo assim a reflexão. De modo geral, a técnica requer o uso de ferramentas e conhecimentos bastante variados, os quais podem ser físicos ou intelectuais, ela surge da necessidade de modificar o meio e de o adaptar às suas necessidades. Sua transmissão não ocorre apenas de forma consciente ou reflexiva, sendo passível de aprender, alterar e, até mesmo, inventar uma nova técnica.
Logo, a mediação pode potencializar esse processo de interpretação, sendo que não há interpretações certas ou erradas. É necessário conhecê-la para realizá-la com êxito, ou seja, para o sucesso de qualquer prática se faz necessário foco na escolha da autonomia e apropriação do espaço, para assim garantir a conquista de procedimentos e escolha de materiais conhecidos e adequados ao que se deseja realizar. Dessa forma, aumentam-se as chances de um número maior de combinações e novas descobertas. No entanto, a prática só gera conhecimentos quando ocorre reflexão sobre ela, da associação entre o pensamento e ação surgem objetos humanizados, revelando assim os seres humanos que os produziram.
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A Arte é uma linguagem e aprender uma linguagem implica, em conhecer seus códigos, desvelar seus sentidos e ampliar referências por meio do contato com várias produções.
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Quando pensamos em quais conteúdos nossos alunos podem aprender, apresentam-se as várias linguagens artísticas como: desenho, pintura, escultura, desenho animado, design e outras manifestações que envolvem imagens; e como o teatro, a dança e a música. Enquanto arte-educadores mediadores, temos como objetivo oferecer a combinação de muitos afazeres. Mas o que se esperar diante de tais ações? Nada mais que surpresas espontâneas. Contudo, é necessário que o professor arte-educador, enquanto mediador, crie situações pontuais para possibilitar a construção do percurso criador de maneira significativa. Quando o aluno é alimentado por produções artísticas realizadas em diferentes planos artísticos, diferentes épocas, lugares e nas várias linguagens, inicia-se um mergulho na individualidade, pois a relação com a Arte se dá a partir do modo de olhar, imaginar, construir representações, olhar novamente para o que já foi visto. Desenvolvese, assim, um olhar ampliado juntamente com a autonomia, pois inicia-se o processo da escolha, o caminho a se percorrer, a construção de percurso individual.
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As aulas de Arte são alinhadas aos conteúdos curriculares, mas por meio de experiências de criação e técnicas, nossos alunos desenvolvem o gosto por construir. Muitas vezes se surpreendem com os resultados que surgem ao acaso, somado à surpresa, também são tomados de intencionalidade sendo capazes de refletir sobre suas escolhas, por meio da análise de materiais utilizados, atingindo o desenvolvimento do percurso criador.
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ReferênciaS: OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 9 ed. Petrópolis: Vozes, 1993. BARBOSA, Ana Mae; COUTINHO, Rejane Galvão. Arte/Educação como Mediação Cultural e Social. São Paulo: Editora Uniesp, 2009.
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Modos de ver o mundo Professora Denise Lopes
As coisas são porque as vemos, e o que vemos, e como vemos, depende das artes que tenham influído em nós.
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(Oscar Wilde)
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O ensino da Arte nos convida a ver o mundo. Um mundo de cores, formas, texturas se descortina diante dos olhos de nossos alunos e os encantam através de aulas dinâmicas, explorando os diversos espaços e materiais da escola. Ver o mundo, conhecer os processos, as produções, os artistas de diferentes épocas e estilos são premissas básicas da disciplina de Arte. Assim, os processos de ensino-aprendizagem em Arte são trabalhados de forma a contemplar a abordagem triangular, proposta de ensino fundamentada por Ana Mae Barbosa, principal referência no ensino de Arte no Brasil. Tal abordagem, compreende momentos de produção artística, fruição e reflexão diante dos conteúdos abordados, de obras de arte selecionadas, da produção dos alunos e dos colegas.
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No decorrer das aulas, a fundamentação histórica acontece no aprofundamento, na análise e na reflexão sobre os diversos períodos da história da Arte, afinal, se faz necessário mostrar aos educandos que a Arte possui uma conotação social e que passou por diversas fases, diversos olhares e diversas formas de ver o mundo. Por conta disso, os alunos do 6º ano ampliaram seus repertórios artísticos conhecendo a Pop Art, o Neoplasticismo e a forma como os artistas se expressaram nesses períodos. Em atividades realizadas em sala de aula, os alunos criaram ilustrações contextualizadas com os movimentos estéticos e uma exposição dos trabalhos foi montada nos corredores do Colégio para que todos apreciassem as suas criações.
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Dentro desse contexto, a inserção das novas tecnologias também se faz presente. Os alunos do 7º ano conheceram a história da fotografia, o surgimento dessa nova forma de expressão e seu impacto com as formas tradicionais de Arte. Para tanto, experimentaram a criação de câmara escura feita no ateliê de Arte e, em uma divertida manhã de sol, os alunos foram ao pátio experimentar essa invenção para comprovar o princípio da propagação retilínea da luz e sua relação com o surgimento das máquinas fotográficas.
Na sequência, os alunos refletiram sobre a evolução tecnológica dos equipamentos fotográficos e sobre formas de composição de imagens através dos planos fotográficos para posteriormente, em grupos, colocarem todo o conhecimento em prática, explorando os ambientes da escola e usando-os para criarem belíssimos registros em suas máquinas digitais. Uma exposição fotográfica foi realizada nos painéis da escola e, assim, todos puderam perceber que não houve limites para a criatividade. A história da animação gráfica também foi tema abordado com os alunos do 7º ano. Os alunos conheceram desde as formas mais simples de criação explorando o fenômeno da persistência visual, como o Thaumatrope, até às produções atuais, produzidas com recursos digitais. Atividades realizadas em parceria com o Laboratório de Informática proporcionaram momentos de criação de pequenas animações com efeitos sonoros e visuais. Pensar em modos de ver o mundo também significa olhar para a nossa própria cidade e pensar sobre como a arte se faz presente nas ruas. Os alunos do 8º ano passaram por esses momentos de reflexão sobre a Arte em espaços não-tradicionais e conheceram artistas que se dedicam a levar a arte para as ruas e, assim, aproximá-la das pessoas.
Temas diversos foram abordados em aula, como: artes visuais, música e dança de rua. Os alunos aprenderam técnicas diversas e produziram grafites em máscaras que agora fazem parte dos muros da nossa escola. A arte contemporânea não poderia estar de fora das nossas aulas, afinal, olhar com atenção a produção artística atual, com toda efervescência de questionamentos presentes, é abrir um vasto campo de discussão sobre a própria vida.
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Os alunos do 9º ano tiveram um contato profundo com essas discussões através da análise da produção de diversos artistas selecionados, prática de exercícios de criação direcionados e reflexão sobre suas produções. Ao final dos nossos estudos sobre a Arte Contemporânea, um momento muito aguardado pelos alunos: eles escolheram um artista com o qual se identificaram e produziram um pequeno texto para, então, enviar para o artista através da Internet. Assim, aproximar o aluno da produção artística atual e dos artistas é forma certeira de ampliar a percepção de todos a respeito da arte e promover uma nova forma de ver o mundo.
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O poder da História da Arte Professora Isabela Saraiva
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Pensar a Arte é uma tarefa desafiadora. Arte é sentir, compartilhar, emocionarse, refletir e mudar de ponto de vista a partir do encontro com uma obra. Sim, a Arte transforma nossa perspectiva de ver o mundo – e nem sempre sabemos verbalizar como e por quê isso acontece. Essa é a tarefa do curso de História da Arte ministrado aos alunos da 3ª série do Ensino Médio: compreender as técnicas e os períodos artísticos para correlacionálos com o impacto causado por obras de Arte ao longo dos séculos.
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Arte (p. 29): “Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância em descartar hábitos e preconceitos”. Talvez aí resida a importância de se estudar História da Arte: ela obriga que nos coloquemos no lugar do outro de alguma maneira. Para compreendê-la, precisamos nos despir de nossas crenças e visões de mundo e abrir nossos pensamentos para novas possibilidades e análises. Essa é a beleza do estudo da Arte!
Nos últimos anos, os vestibulares e o ENEM têm exigido cada vez mais uma postura analítico-reflexiva acerca da Arte. Questões de múltipla escolha, análise de quadros, interpretações de trechos de peças teatrais, relação entre a técnica artística apresentada e o período ao qual a obra pertence, são alguns exemplos de como a História da Arte vem ganhando espaço no ingresso às universidades.
Podemos compreender dessa maneira, o encanto da Arte Egípcia, criada em função da religião e dos mortos, sem nunca termos seguido tal religião, nem tão pouco termos visitado as pirâmides. Nosso mundo se abre às novas possibilidades. Compreendemos o outro. Em um mundo onde tudo é virtual, e no qual o individualismo vem crescendo de forma exorbitante, estudar História da Arte nos dá alento.
O que haveria de tão especial em saber analisar obras e correlacioná-las com épocas? Por que os vestibulares estariam exigindo isso de nossos alunos? Uma possibilidade seria a levantada por E. H. Gombrich em seu livro A História da
A apreciação estética depende da cultura na qual estamos inseridos. Quando escolhemos conhecer novas culturas e novas formas de expressão ampliamos nosso leque de possibilidades de apreciações artísticas. A Arte nos faz
pensar. Por muito tempo, Arte fazia parte somente do currículo da nobreza. Todos os reis e rainhas do mundo estudaram e apreciaram Arte. Quando Arte passa a fazer parte do currículo escolar, estamos dando aos nossos alunos a possibilidade do pensamento crítico, da análise, da argumentação, do conhecimento e da aceitação de novos pensamentos, e apesar de certamente auxiliá-los nos vestibulares e no Enem, estamos construindo uma nova forma de ver o mundo através do horizonte da Arte.
ReferênciaS: OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criação. 9 ed. Petrópolis: Vozes, 1993.
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BARBOSA, Ana Mae; COUTINHO, Rejane Galvão. Arte/Educação como Mediação Cultural e Social. São Paulo: Editora Uniesp, 2009.
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CATEGORIA I A
1º lugar
2º lugar
Giovanni Moreira Mascarenhas 6º ano C
Paula Mascella Scapol 6º ano A
Paradoxo
Arte
O que desejar? O que querer? O que esperar? Do meu futuro.
Desenho, música e poema É esse seu esquema Tem leitura, dança e brincadeira de criança tudo isso em uma coisa só: a arte.
Eu não consigo delinear E nem sei o que acontecerá Tenho medo!
Ela está por toda parte Transmite sensação de liberdade e assim nós esquecemos da realidade Rapidamente chega aquela inspiração Que nos vêm à cabeça a melodia de uma canção.
Medo do que está por vir. E que rumo tomar? Tantos caminhos, tantas coisas E apenas algumas realizar Sei que parece frio. Com apenas o pouco que viu. Mas é a realidade. E sobra apenas vazio. Tudo em minha vida já se realizou E nada sobrou Apenas meras palavras que retumbam no vácuo
Quando sento-me num banco, Começo a imaginar Em um simples papel branco Surgem belos pássaros que começam a voar Até que uma chuva de respingo de tinta aparece E com seu calmo som minha mente adormece. Arte é a felicidade, o medo e a tristeza São todos os sentimentos presentes em nossas vidas Mesmo que em nosso mundo não exista maldade As boas lembranças nunca serão esquecidas.
Anuário 2016
(6º anos)
Mas sonho... É ter um sonho para trilhar.
147
3º lugar
4º lugar
Thiago Gutierrez Maffei 6º ano C
Giuliane Bertoni 6º ano A Escolhendo Meu Futuro
A história da vida Tudo pode ocorrer nesta grande história Sempre há de ter Algo novo a ocorrer Perigos abundantes Desertos escaldantes. Sempre há de ter Alguém a nascer Sempre a ocorrer, a morte O padecer. Mas tudo isso não importa Importa ser O que você quer ser.
Uni, duni, tê... Engenheira, pediatra ou sei lá o quê! Tenho mil opções para ser Mas não sei qual escolher O jeito é se preparar e esperar Para um dia descobrir no que quero trabalhar Sangue, cálculos, ou invenções, Existem mil opções Mas escolher, não é agora Tenho todos os desafios da vida a chegar na sua hora Só o tempo dirá Por qual profissão vou me apaixonar!
5º lugar Anuário 2016
Fernando Morales Sacristan 6º ano C
148
Poema animal Quero ser biólogo Talvez paleontólogo Para descobrir, catalogar Conhecer, explorar. E falar para todos: “Ei! Parem de desmatar! Isso não é legal! E ouçam mais Este poema animal!”
CATEGORIA I B (7º anos)
1º lugar Maria Eduarda de Barros Alves 7º ano B Aquela Mulher
Oi, tudo bem? O que você faz por aqui? Por acaso você conhece Aquela mulher ali?
Aquela mulher chegou ao trabalho Ela era faxineira Posso dizer que era babá E também cozinheira
Aquela mulher olhou a porta Lá vinha o seu marido Ela tinha muito medo dele Que já era um homem perdido
Aquela mulher acordou Quando ainda era escuro Com um sorriso no rosto Mas com medo do futuro
Aquela mulher estava cansada Cansada de trabalhar Com medo de que no fim do mês Não dê para se sustentar
Aquela mulher levantou da cama Para olhar sua pequena filha Que mesmo estando magra de fome Era o amor da sua vida
Aquela mulher saiu do trabalho E nem tinha percebido Que atrás dela havia Alguns homens atrevidos
Aquela mulher não tinha saída Ela foi espancada Por um homem que já amou Por um homem que já a deixou apaixonada
Aquela mulher foi à cozinha Pegou a caixa de leite da filha Era muito pouco Mas era apenas o que tinha
Aquela mulher chegou em casa Cansada de trabalhar Quando viu seu marido Estava deitado no sofá
Aquela mulher estava atrasada Se arrumou e saiu de casa Correu até o ônibus Com sua bolsa que não tinha nada Aquela mulher entrou no ônibus Por dentro estava desesperada Já estava dando a sua hora Não queria chegar atrasada
Aquela mulher achou a pia Cheia de louça para lavar Ela ficou assustada Não dava tempo de limpar
Aquela mulher saiu de casa Para viver na pobreza Mas uma coisa ela sabia: “Melhor aqui do que na doença” Agora você a conhece Sabe sobre o seu jeito Aquela mulher e todas as outras Merecem todo o respeito
Anuário 2016
Aquela mulher de olho roxo Foi até o quarto Pegou a sua filha E o pouco que tinha guardado
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2º lugar
3º lugar
Ernesto Simões Strangis Cumino 7º ano D
Larissa Schulz Stofer 7º ano B
Não existe amor
Pobreza
Não existe amor Existe interesse
Você não me conhece Já que não tenho nome Não tenho família Nem casa e sobrenome Não tenho nada Só tenho fome
Não amor por Existe interesse Não existe amor por outra Existe interesse Não existe amor por outra pessoa Existe interesse Não existe amor por outra pessoa Existe Não existe amor por outra pessoa Existe amor Não existe amor por outra pessoa Existe amor por
Anuário 2016
Não existe amor por outra pessoa Existe amor por você
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Eu moro nas ruas Não sou nada nobre E nada mudará Não importa o quanto eu chore Sei que vou sempre vou ser Só mais um pobre. Ninguém liga, Se uma criança mora na rua Você pode não achar Mas é a verdade nua e crua Porque, claro Você nunca dormiu sob a lua. À noite, só penso Em como alguns não dão valor Se eu tivesse tudo aquilo Faria algo em vez de apreciar a dor Queria que soubessem como é Viver no desamor. Pra você que vive no limpinho, Na beleza Com conforto E comida na mesa Conheça o meu mundinho Aquele da pobreza.
4º lugar
5º lugar
Juliana Cotrim Munhoz 7º ano D
Júlia Ferreira Stopa 7º ano D
Racismo
Paixão irritante
Preto ou branco Qual cor é melhor? Se vamos desenhar Analisamos o contexto E escolhemos qual usar Por que com pele não é igual?
Eu estou desistindo de você Você não sabe me amar Para você não faz diferença Por isso não consigo continuar.
Pele negra é mais forte Como prova o atletismo Mas os brancos tendem a usar Isso à sua sorte Dizendo que força é pro trabalho Trabalhando como escravo Ou recebendo pior salário Do que branco que faz a mesma coisa.
Mas mesmo que você saiba Não posso ir adiante Pensei que nunca ia acontecer Esta paixão irritante. Eu estou desistindo desta paixão Um amor que é impossível Que não cabe em meu coração. Uma paixão irritante Que só serviu para me machucar Não sou tão forte assim Como você pode imaginar. Eu entreguei todo o meu amor E ainda assim consegui me machucar Eu sei que é difícil Mas eu terei que continuar.
Anuário 2016
Se vamos à praia Queremos nos bronzear Mas pele escura não é feia? Às vezes acho que o branco tem inveja E quer copiar Sem deixar isso claro Achando que iria se humilhar.
Você não sabe da minha paixão Será que nunca suspeitou Do que passa no meu coração?
151
CATEGORIA II (8º / 9º anos)
1º lugar Carolina Aguera Marques 8º ano D
Até quando sociedade Mais uma noite se passou Mais uma mulher chorou O país inteiro parou E todo mundo se chocou.
Anuário 2016
Mas isso nada mudará O tempo passará Todo mundo esquecerá E só ela sentirá Só ela se lembrará.
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Daquela noite Em que seu corpo foi forçado E logo depois abandonado E agora quem é o culpado? Roubaram-lhe sua vida Sua alma foi ferida.
Não há tempo Que cure esse sofrimento Que jamais será esquecido Que para sempre em sua alma será sentido. Há quem diga que ela foi a culpada Por estar na hora errada Por não estar comportada.
Me desculpe a sinceridade Mas onde está a sua dignidade? Como pode dizer que não foi crueldade? Até quando será assim sociedade? Até quando ela colocará um short com medo? Até quando seu corpo e sua alma serão tratados como brinquedo?
2º lugar
3º lugar
Julia de Pilla 8º ano C
João de Sousa Marin 8º ano C
Tempo novo
Cativando
A pressa nos consome Não temos tempo Para respirar.
Seja cativado Para cativar Cative Para ser cativado
Enxergamos Tudo borrado Não conseguimos apreciar
Cative para entender Cative para amar Cative para sorrir Cative para ver o mar
Comentamos Compartilhamos Cultivamos Mas não conversamos. Trabalhamos Recebemos Gastamos Consumimos Mas não vivemos.
Cativeiro é feito para isolar A vida é feita para cativar Sonhar Viver aventuras Cativando se aprende a ajudar o próximo Estender a mão para o levantar Ó cativar! Quando será amar?
Vinícius Augusto Silva Brasileiro 8º ano D Uma existência sem sentido Soltos no mundo sem motivo ou explicação vivemos por devemos ou podemos? Não sei dizer Nosso objetivo é chegar à perfeição? Apreciar a escassa beleza de nosso mundo ou nos espantar com o mal que podemos romper? Dor, alegria, medo, amor, todas substâncias que nos contagiam e nos dão um significado, uma noção O que fazer? Escrever, acreditar, pensar, obedecer? Como eu poderei saber?
Anuário 2016
4º lugar
153
5º lugar Ana Bernardo 8ª ano D As nuvens No céu, pairam elas As belas nuvens esbeltas Sorrindo, em movimento pelo céu Nuvens tristes, alegres ou risonhas Engraçadas, essas nuvens Nelas vejo meus amigos Mamãe vê gatos, papai, cachorros Mas todos concordam: “quão belas são elas” Pensam por um instante, meio hesitante “Por que cada um vê algo diferente” Acho que as nuvens, diferente de espelhos, Refletem nosso interior, o que queremos e pensamos
Anuário 2016
Assim como nas nuvens Cada um tem uma diferente visão da vida Uns acharam a cor ideal, outros ainda procuram Alguns, infelizmente, desistiram
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O modo como vejo as nuvens É o mesmo com que quero ver a vida Colorida, livre, alegre, às vezes, tristes Mas sempre, como nuvens, em constante movimento.
CATEGORIA III (ensino médio)
1º lugar Iana Maciel dos Santos 3ª série B
Grasnou o primeiro, astuto (plumas cerúleas recobriam-lhe o cocoruto) dentre os pássaros da mata, periquitos e tuins – tão iguais este tinha um vislumbre muito além de seus pais. e assim fez-se o chamado: de boca em boca, a represália do passado; juntou-se, organizada a minoria não representava e a quantidade de informação, que tanto carecia de atenção, uniu-se num coletivo próspero, que ressoou num cato grave, embora, jamais, efêmero. o cooperativismo das aves criadas num ambiente exemplar gerou uma miscigenação de cores que, num combate pacífico, aos poucos desbancou um pilar. Criou-se um organismo vivo, de pulsantes veias e artérias que rumavam direitos terrenos,
plenos; Coras, não etéreos. Berthas, pássaros de todos os tipos Simones e Celinas, - dos beija-flores às aves de rapina e, ademais disso, subiram da base ao topo o rito empoderou sua existência da cadeia social e descobriu tradicional, muitos e muitos pois a união os tornava mitos. ainda mais fortes. Enfim, quando se reuniram quanto aos outros animais, para observar as dimensões que pediram que abrissem o bico, que o movimento tomara surpreenderam-se: - no coração da floresta, sua natural opressão nunca outrora o epicentro fora firmemente questionada e, do mundo que os resta sem ditaduras por mérito foi como emancipar-se do solo evolucional, para a adrenalina do primeiro voo. o exoticismo alado Sendo assim, chegou ao ponto desfizeram o membro aéreo da revolução cabalística, afinal. da insígnia esmeralda Todos ali tinham nome, é claro e libertaram-se da crença que a respalda. mas antes, era natural De agora em diante, davam um basta sentir-se confinado. às asas cortadas. agora, o poleiro de luanas O seu grito, sua música e seu canto, expandiu-se em penugens de Olgas, ainda tinham território a trilhar, Chiquinhas, no entanto.
Anuário 2016
Canto dos pássaros que não eram verdes
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2º lugar
3º lugar
Ian de Oliveira Antônio Bueno 3ª série B (Godofredo)
Isabella Arca Vieira 3ª série B
Anti-Horário
Prisma
Acordei à luz do mundo Caduco, 89 anos Meus primeiros passos foram até o escritório Seguir o ciclo sem começo nem fundo
Entre dialetos em kikongo e kibundo entre semblantes vietcongues ou nazistas só me encontro na poeira cósmica? Muito mais que humana mas também animal. Objetificada. transcendental.
Aos 66 anos quis ser pianista Aos 62, bombeiro e depois maquinista No fim segui para advocacia Aos 53 parei de sentir os dias 40, despertei Acabou-se o tempo de sonhar Trabalhar, trabalhar, trabalhar 30, desespero Não era o que eu queria Mas não há volta nessa vida
Anuário 2016
Aos 20 não sabia que o tempo passa Ser o que não quer custa caro Estou vendo-o passar e me deixar À deriva da minha indecisão
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Cerrei os olhos marejados com medo Pulei no córrego da incerteza Dormi aos braços da correnteza Acordei, era criança O sofrimento sumiu, restara a inocência Acordar e passar os dias sem rumo Ter o tempo nas mãos E brincar de vê-lo esvair Queria poder ter tido mais tempo Ter voltado e escolhido o que não pude Agarrar cada grão do tempo que me deram E reviver o tempo ao contrário, para seguir adiante.
Como pode um corpo tão quebradiço coberto por faixar bicolores “cuidado”, frágil” e constantes manchas com o sabor de suas batalhas ser tão radiante em sua potência de agir bombardeado por inspiração em chamas do calor da vontade do desejo de poder se expandir Deve ser essa a realidade de quem tem dentro de si mil facetas fundidas por tudo que já se viu além de espectros do que ainda se virá É estar em meio a turbulência e mesmo sabendo do que são feitas as nuvens (nada além do que também se faz presente em mim) é ter medo e prazer saber que toda essa dança é induzida pelo mesmo operador que também é vítima de seu ego e não pode se mexer não pode contestar a verdade é como uma sublimação espontânea, inesperada, intangível, para apenas se apreciar assim que a luminosidade nos cercar e todos pudermos vir a nos inteirar.
5º lugar
Matheus Florio 2ª série A
Beatriz Ideriha Mathiazzi 3ª série B
Na cama
Pensamento oscilante
E não me vejo sem essa tristeza feliz, sem me contentar sendo descontente e contentar-me com todo esse vão por que tudo foi, mas não foi em vão não
Aguardo. Sim, guardo. É o mais observado Por mim, está rodeado por cautela e resguardo. Dir-me-ia: “Para com todo este alarde. Sabes que sou prudente Então, sorria contente”. Pensa que não lhe transcende? Pendente, eu sei, está de tanta aguardente. Embora afobado, anuente, consente. É surpreendente: Compreende e atende. É sempre muito modesto Atento, recato, caminha introspecto. Em tudo repara – é circunspecto. Finge à todos andar como errante, Mas não é avulso – é um pendente. Por mim, é muito observado. Porém, guardo. Sim, aguardo.
não me vejo sem inventar palavras para me expressar: ou melhor, sem palavrear para mostrar meu eu para mostrar-me eu e eu, não me vejo sem essa felicidade passada, que passou e passou muito bem dentro de mim também também não me vejo sem mares, rios e lagos de choro de pura tristeza e de pura felicidade daqueles cuja idade nunca se revelou mas eu me revelo a mim: eu sou assim. e assim serei e toda essa lágrima derramada eu prefiro ter, a ter uns olhos tristes de quem ainda não chorou chorei.
Anuário 2016
4º lugar
157
CATEGORIA IV (adulto)
1º lugar Gabriel Ferreira Friedrich Ex-aluno
Anuário 2016
Variação em A Divina Comédia ou Ode a Os Mutantes
158
“Ando meio desligado”, é a antecipação de estar contigo, de tornar realidade os sonhos doces de teus beijos a guitarra etérea é meu corpo flutuando, meus olhos são apenas o almejo de teu querer.
“Preciso urgentemente encontrar um amigo” para as batalhas desse jazz psicodélico chamado vida, para acreditar na paz do nascer das flores, para alcançar, no caos de pessoas por aí, um coração.
“Quem tem medo de brincar de amor” fica sozinho na sarjeta, buscando o esquecimento da confusão de amar, refletindo na mudança dos tempos sem sentido.
“Chão de estrelas” ilusórias, pintando a luz do meu ser. o silêncio triste traz a memória do amor passageiro, a fanfarra festiva canta a melancolia da inocência de uma vida sem certezas.
“Ave, Lúcifer”, seu braço com gosto de maçã me guia a um paraíso interno, florestal, íntimo, com as promessas de um amor embriagante seu violão a paz de uma doce flor.
“Jogo de calçada” apressado à luz da lua, interrompido pela chuva fina, o tombo de quem se agarra, futilmente, à esperança de um beijo que resgate o amor.
“Desculpe, babe”, a glória chama por mim e seu clamor é maior que nosso amor. correndo, me ausente até ser alguém.
“Haleluia” o coro incessante, ansioso, urgente, antecipado, aguardando pelo raiar do dia.
“Meu refrigerador não funciona”, a solidão não me cai bem, é o tambor desesperado por teu amparo. estou bem, mas não sei o que mais tentar canto ansiosamente nossa música na esperança de que voltes.
“Oh! mulher infiel”, ardilosamente serpente, estridentemente eficaz, travestiu tudo meu ser, sussurrando teu sucesso.
“Hey boy”, fechando em teu mundinho moderno, tens tudo o que poderia querer, amor, dinheiro, cabelo, vives apenas pelo presente.
2º lugar Elaine Cristina de Mattos Fernandez Perez mão do ex-aluno Manolo Fernandez Perez
Seu veredito é culpado. Qual meu crime? Entrou na porta errada e o pior, abriu outras portas. A acusação está respaldada nas defesas de nossos territórios. Não serei ouvido? Tenho direito de defesa! Sua fala será permitida a partir da porta dos fundos. Nos fundos, àqueles que me acusam nunca chegam. Que sua defesa grite talvez escutemos murmúrios. Quando cheguei a porta estava aberta. Por que não poderia ter entrado? O que o fez se autorizar adentrar nesta porta aberta? Que ousadia a sua inquirir o direito de uma defesa que já nasceu culpada. Sua presença suja o chão que pisamos. Meus pés têm somente as marcas do caminhar. Mais um crime para ser somado à acusação. Entrar pela porta da história e não apagar as marcas de suas ações é delito sem direito a defesa. Os interesses apregoados pelos ditames do poder, deixam bem claro os limites. Almas transgressoras serão pisoteadas, por passos que sabem a arte de apagar suas forças. Em nome da moral e dos bons costumes digo ao povo! Culpado! Desta maçã vocês não terão o direito de experimentar.
Anuário 2016
Culpado
159
3º lugar
4º lugar
Mercis Regina Rodrigues Bertoni mãe da aluna Giuliane Bertoni 6º ano A
Fernanda Maria Lozano Monteiro Sanches mãe da aluna Mariana Monteiro Sanches – 7º ano B
Além da Sala de Aula Pela porta da sala de aula, Saíram sonhos pelo mundo Saiu a lógica, que tudo prova Números, letras se viu escapar Saíram, também, conhecimentos Espalhados pelo vento Soltos pelo ar Mas, não!!! Olhe bem! São sementes, como são!
Anuário 2016
Sementes de Einstein, Galileu, De Salvadores, como Dalí João e Maria, também voou a sumir
160
E, nos quatros cantos do mundo brotou... Ecoou a consciência, Que nossa existência, Embaixo da pele negra, parda, branca ou amarela Somos todos humanos Vivendo o mesmo sonho Aquele que escapou... Porque a porta da sala de aula Nunca se fechou...
Desembaraço Quando permites que penteie teus cabelos, Revisto-me das horas desse momento. E desembaraçando os fios, me perco nas tramas do pensamento. Das tranças emergem lembranças. Lembro-te pequenina com os cachos a enrolar, travando contra o sono batalha singular. Enquanto o pente desliza recordo os nós desatados, embaraços rotineiros entre enroscos desesperados.
Penteados, revoltos ou desgrenhados são sempre um emaranhado de pensamentos, narrativas, histórias linhas que desenham trajetórias. Entre memórias, resiliência. seguimos atando e desatando os frágeis fios que amarram a nossa existência.
5º lugar Edilson Pereira pai do aluno Gabriel Mattucci Domingues Pereira - 1ª série B
Regresso
Anuário 2016
Um dia ele virá. Da janela de meu quarto o verei chegando ao longe Lindo e forte, a cidade toda o verá. Virá ao meu encontro e eu irei ao encontro dele. Quando ele me abraçar vai sentir o descompasso esquisito e ansioso do meu coração. Antes que eu lhe diga qualquer coisa, sussurrará ao meu ouvido: - Calma... Eu sei, eu sei... Pronto. Meu coração se aquietará. Definitivamente e eternamente, meu coração se aquietará.
161
Anuรกrio 2016
INGLร S: EM DIFERENTES CONTEXTOS
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Anuário 2016
Nos últimos anos, a equipe de professores de Inglês tem se dedicado ao estudo do Quadro Europeu Comum de Referência (QECR), que fornece uma base comum para a elaboração de programas de línguas, linhas de orientação curriculares, exames, manuais, etc., na Europa. Descreve exaustivamente aquilo que os aprendentes de uma língua têm de aprender para serem capazes de comunicar nessa língua e quais os conhecimentos e capacidades que têm de desenvolver para serem eficazes na sua atuação. A descrição abrange também o contexto cultural dessa mesma língua. O QECR define, ainda, os níveis de proficiência que permitem medir os progressos dos aprendentes em todas as etapas da aprendizagem e ao longo da vida. A partir desse estudo, após o estabelecimento de metas de aprendizagem para cada programa – seja do Inglês curricular ou extra-curricular –, adequamos material didático, livros de literatura, bem como desenvolvimento metodológico e procedimentos de avaliação. A seguir apresentamos relatos de professores de Inglês que revelam pequenos exemplos de como os livros de literatura se revelam como bons instrumentos no aprendizado da Língua Inglesa, na perspectiva proposta pelo QECR.
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READING CIRCLES: Conversando com o livro Professor Alexandre Rodrigues
Anuário 2016
Quantos de nós já fomos o Peter Pan, a Emília, a Narizinho, a Chapeuzinho, a princesa ou o príncipe? Quantas vezes queríamos ser o vilão por sua coragem ou até mesmo pelo desejo de sermos maus? Relacionamos nossas vidas, dores, amores com lugares e personagens.... Choramos, rimos, criamos imagens, rostos e nos apaixonamos, nos desiludimos e nos reerguemos com palavras e atitudes.
164
Tendo isso em mente, quantos de nós verdadeiramente tivemos a oportunidade de compartilhar nossa experiência de leitura com nossos pais, amigos, amores e, até, com desconhecidos? Realmente temos essa necessidade, mas nem sempre a ideia parece acolhida pelo outro devido a insegurança da exposição, a algo que não parece tão comum.
A Literatura é uma aliada devotada, indicando um dos caminhos em busca da felicidade humana: o caminho do autoconhecimento e da celebração do bem próprio e comum. Ela permite que os seres humanos se tornem pessoas mais seguras e dignas por desenvolverem seus papéis sociais de forma saudável e bem informada. As obras literárias contribuem como um arsenal valioso para que tracemos nossos próprios percursos ao longo da vida, integrados ao meio em que vivemos. A observação dos trajetos das personagens, com seus tropeços e ajustes, abre as mentes para especulações expressivas sobre as causas e implicações das ações humanas. Pode-se observar que, em todas as épocas, só triunfou o que foi verdadeiramente gerado pelo amor, elemento essencial da Literatura.
Nosso primeiro objetivo foi proporcionar uma leitura menos centrada e intervencionada pelo professor, visto por muitos como o único detentor do conhecimento. Esse tipo de leitura vê o aluno/leitor como principal protagonista na construção de vocabulário, descoberta de estruturas, utilização de estratégias, desenvolvimento da criatividade, reflexão crítica dos aspectos humanos sociais e individuais e formação do respeito aos diversos pontos de vista.
O Colégio Uirapuru baseou-se nessas perspectivas a fim de criar um ambiente seguro por meio do diálogo e acordos, construindo-se um espírito crítico saudável, respeitoso e acolhedor através dos círculos de leitura.
Voltando ao nosso título e primeiro parágrafo, tentamos proporcionar aos nossos alunos, aquilo que sempre fizemos sozinhos, isto é, interagir com nosso livro, conversar com nossas histórias, querer ser um ou vários personagens, relacionar nossas histórias, comparar nossa realidade, cultura e visão de mundo. Nós pretendíamos acolher esses desejos tímidos de compartilhar nossas concepções sem intervir, apenas guiar linhas de raciocínio, estabelecendo respeito a cada contribuição.
Quisemos nos distanciar do que Geraldi afirma (2006, p. 90) “Na escola não se leem textos, fazem-se exercícios de interpretação e análise de textos. E isso nada mais é do que simular leituras”. Isso causa um distanciamento entre a escrita e o aluno e cabe ao professor adotar maior empenho como intercessor na formação do leitor evitando o que Antunes (2006, p. 28) afirma ao dizer que “O ato de ler passa a ser um exercício puramente escolar, sem gosto, sem prazer, convertido em cobranças”.
Anuário 2016
A leitura propicia o contato com emoções que rotineiramente residem na alma humana, estimulando a reflexão e a fantasia e permitindo o treinamento da exposição de ideias dentro da sociedade, mas como fazer isso de forma que as emoções se expressem respeitosamente e as ideias se organizem para se expor de modo compreensível? Como desenvolver um canal para se aprender a importância de ouvir cuidadosamente e falar com propriedade?
165
Percebemos que criar o círculo de leitura no colégio e, posteriormente, com os resultados obtidos, divulgar sua importância é uma forma de propiciar novas perspectivas de incentivo à leitura. Mas afinal, o que é um círculo de leitura?
Anuário 2016
Em círculos de leitura, cada aluno participa de forma dinâmica e individual através de diálogos, monólogos e apresentação em grupo. Os alunos ficam menos intimidados do que eles poderiam estar em uma discussão com a classe toda. Os alunos ficam profundamente envolvidos em construir seus próprios significados de um texto, em vez de esperar do professor ou de outros colegas fornecerem, na maioria das vezes, um significado pessoal e tendencioso.
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Nos círculos de leitura, cada aluno tem um papel diferenciado nas discussões e se encontram para conversar sobre o enredo. Em cada encontro, os alunos trocam seus papéis dentro do círculo. Ao praticar as estratégias de investigação de cada função / papel no grupo, os alunos se tornam leitores mais hábeis e com mais recursos. Os diferentes papéis em um círculo de leitura mostram aos alunos que os textos históricos podem compreender
múltiplas perspectivas, dependendo de quem está narrando a história. Como os alunos trazem essas perspectivas a todo o grupo, todos ganham e aprendem uns com os outros. Como os alunos fazem tentativas em diversos papéis e aprendem várias formas de falar sobre um texto, eles começam a internalizar esses hábitos e perspectivas; por fim, eles serão capazes de discutir literatura produtivamente enquanto guiam por si mesmos a apresentação. Como foi nosso projeto? Utilizamos nosso livro de leitura adicional na disciplina de Língua Inglesa para o segundo bimestre do 9º ano “Cinderella Man”, uma biografia adaptada do lutador de boxe James Braddock, que teve de lutar literalmente e metaforicamente para vencer as dificuldades da Grande Depressão dos anos 30. Nós expomos e discutimos com nossos alunos os objetivos do projeto. Os alunos escolheram seus papéis nas aulas divididas e se organizaram para explorar os seguintes aspectos do livro: coletor de aspectos culturais entre o Brasil e o país onde se passa a história, coletor de aspectos que remetem a lembranças e/ ou experiências vividas dentro do âmbito familiar, escolar, rodas de amigos ou conhecidos e o conector, responsável
por fazer a conexão do enredo aos sentimentos humanos comuns, notícias atuais ou histórias relacionadas. Os resultados foram surpreendentes devido a sensibilidade de nossos alunos ao se identificarem com o enredo e as personagens. As conexões foram as mais admiráveis e significativas e pudemos perceber suas relevâncias na vida e pontos de vista de cada um. Nossos alunos perceberam a necessidade do respeito à percepção alheia, houve empatia e entusiasmo pelo trabalho desenvolvido pelos colegas e, finalmente, a reflexão de que uma história nunca é singular, mesmo que algumas vezes escrita com tal objetivo.
Com os resultados obtidos, podemos agora declarar que nossos alunos estão mais aptos a discutir, se expor, compartilhar e arriscar no idioma inglês, uma vez guiados, sensibilizados e conscientes do processo. Estamos extremamente satisfeitos com os pontos levantados e certos de que estamos juntos com os pais na tarefa de oferecer à sociedade, cidadãos críticos, sensíveis e dispostos a respeitar o próximo.
ReferênciaS: ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2006. GERALDI, João Wanderley. O Texto na sala de aula. 4ª ed. São Paulo: Ática, 2006.
Obviamente, os ajustes linguísticos tiveram interferência, mas foram tratados posteriormente, a fim de não prejudicar a produção de nossos alunos.
Anuário 2016
Notamos que a organização dos grupos foi impecável. Os alunos menos habilidosos no idioma tiveram a oportunidade de se expressar com suas contribuições valiosas através da ajuda mútua dentro dos grupos e não se opuseram a se expor em frente a um grupo, visto que não há certo ou errado.
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Conversando com o livro: Em busca da língua viva Professor Gabriel de Jesus
A busca da aprendizagem da Língua Inglesa há muito tempo deixou de ser apenas uma questão de aprender por achar interessante, para aprender porque é necessário. Observamos que é intensa a cobrança para adquirir a língua a fim de conquistar uma melhor colocação no mercado de trabalho ou mesmo uma vaga em faculdades de países de Língua Inglesa.
Anuário 2016
Por outro lado, temos crianças “da geração y”, que são literalmente sobrecarregadas de informações de todos os tipos, sedentas e ansiosas por conteúdos cada vez mais visuais e multiuso. Percebemos que tais preocupações não fazem parte do seu “mundo”.
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Nós do Colégio Uirapuru buscamos levar a criança a aprender a Língua Inglesa de maneira espontânea. Para isso é importante permitir que a criança faça por si mesmo as descobertas necessárias, a fim de compreender e assimilar a segunda língua. De acordo com o especialista norte-americano Kenji Hakuta da faculdade de Yale, para que tenhamos êxito em nossas ações dentro de sala de aula é de grande importância compreender esta criança e providenciar a informação nos moldes que ela aceitará e compreenderá. Isto de nenhuma forma significa fazer o que a criança quer, mas proporcionar para ela momentos na sala de aula em que a informação chegue nos moldes em que sua mente foi acostumada desde muito pequena (1986, p. 11). Frente a esta percepção as aulas são preparadas e executadas visando à melhor maneira que a criança absorverá o conteúdo proposto.
Cada criança tem a oportunidade de brincar com vários brinquedos e compartilhar com o outro. Durante este momento o professor pergunta com o que a criança está brincando, que cor e quantos brinquedos há por grupo de crianças. Assim brincando e se divertindo as crianças têm a oportunidade de vivenciar a língua alvo e, desta maneira, internalizar o conteúdo proposto. No 2º ano temos um projeto chamado “Monsters” onde utilizamos o filme da Pixar Monstros S.A., um sucesso de público muito conhecido pelos alunos. É trabalhado em uma sequência de aulas com objetivo de trabalhar partes do corpo. No projeto, a abordagem do tema é feita de maneira indireta, trabalhando as partes do corpo de vários monstros, bem como partes que não existem no corpo humano como, chifres, asas, cauda e outros, os alunos têm a oportunidade de vivenciar a criação do seu próprio monstro com um trabalho de colagem, pintura e, principalmente, usar pensamento crítico para resolver as problemáticas propostas em sala de aula. Com isto, no projeto “Monsters” exploramos também questões que trabalham o desenvolvimento psicomotor, de maneira envolvente e significativa. De igual modo com grupos do 3º ano exploramos os sentidos por meio do uso de novas mídias, em nosso Laboratório
de Mídias, com o suporte da equipe de TI. Utilizamos o aplicativo Duolingo no modo escolar, onde o professor é capaz de monitorar o desenvolvimento de cada aluno. Dessa maneira os alunos são expostos a todas as formas da prática de um idioma trabalhando com habilidade de leitura e interpretação (Reading), fala (speaking), compreensão auditiva (listening) e produção escrita (writing). O aplicativo traz de maneira interativa imagens, recursos de áudio e visual que tornam o aprendizado muito mais prazeroso e, sem dúvidas, divertido. No 3º ano também são trabalhados livros de literatura clássica da Língua Inglesa. Neste ano, os livros adotados Tinkers Farm e Tinkers Island foram explorados de maneira dinâmica com circuito de leitura, recurso este que permite que o professor explore a leitura participativa de modo mais interativo, pois o aluno durante a leitura tem funções importantes com objetivo de pontuar em uma espécie de jogo com a leitura proposta. Assim nossa equipe se preocupa a proporcionar atividades que levem os alunos a vivenciar a língua em sua totalidade com atividades que tragam em si todo um significado, que proporcione a oportunidade de potencializar o seu aprendizado na Língua Inglesa.
Referência:
Anuário 2016
No 1º ano aconteceram atividades como: “What toy is it?” (Que brinquedo é este?). Em roda são apresentados brinquedos variados e os alunos têm a oportunidade de olhar, tocar e, principalmente, brincar.
HAKUTA, K. Mirror of Language: The Debate on Bilingualism. Nova York. Basic Book Inc. Publisher. 1986.
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O valor dos livros literários com ilustrações no ensino da Língua Inglesa Professoras Aline Silva e Lilian Krieger
Para promover métodos de ensino da língua moderna, que irão reforçar a independência de pensamento, julgamento e ação, combinada com as habilidades sociais e de responsabilidade coletiva.
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Desde cedo é muito importante, para a criança, o contato com os livros, pois eles são considerados uma fonte valiosa que propiciará ao universo infantil, através da fantasia e da imaginação, uma compreensão maior de si e do mundo à sua volta. Nos livros literários infantis, as ilustrações funcionam como elemento enriquecedor das obras, sendo um aspecto visual que tanto atrai as crianças pela sua beleza quanto ajuda a contar a história. A
imagem faz parte da história e ajuda a contar essa mesma história. A linguagem visual é anterior à linguagem faladae escrita. O professor será o mediador entre os alunos e o mundo da leitura. Por este motivo, a literatura infantil, deve fazer parte da sua rotina de sala de aula no aprendizado da Língua Inglesa. Há três valores principais ao utilizar livros com ilustrações no ensino da Língua
Valor linguístico – trabalhar livros com ilustrações serve como instrumento de apoio aos professores, pois os alunos saberão como utilizar as palavras em várias situações. O vocabulário aprendido será melhor assimilado e o contexto compreendido de uma forma mais lúdica. Os livros servem também para relembrar os alunos de certas palavras ou sentenças aprendidas em histórias anteriores. Ao utilizar livros com ilustrações, se o aluno esquecer uma palavra aprendida, o professor poderá perguntar: “Você se lembra da palavra que aprendemos daquela história do/a...?” Os alunos ao escutarem uma história em inglês são capazes de relembrar a palavra ou sentença ao escutá-la novamente. As histórias em inglês com ilustrações facilitam o trabalho do professor num aspecto mais funcional e comunicativo na aquisição do aprendizado da linguagem. O professor pode explicar uma determinada situação ou história usando uma linguagem mais simples. Valor da história – uma boa história irá sempre atrair a atenção dos alunos. Eles gostam de ler e interpretar as ilustrações, mas para uma história ser atraente para o aluno, o enredo é muito importante. Por trás da escolha de um bom livro em inglês, há o fator da motivação para aprender a língua. O conteúdo da história fará com que o aluno naturalmente tente
narrar usando segunda língua. Ler um livro com ilustrações é como assistir a um programa de televisão, pois há uma gama vasta de livros e gêneros a serem escolhidos. Os livros motivam não apenas o aprendizado, mas apoiam o processo da leitura. Valor das ilustrações – as ilustrações aumentam a compreensão e estimulam a imaginação. As ilustrações instigam o interesse de aprendizado, especialmente no ensino de uma segunda língua. Por exemplo, ao dar um livro sem ilustrações, os alunos irão falar que não entenderam a história. Mas, ao entregar um livro com uma ilustração de uma boneca na página esquerda e na página direita a palavra “doll”, eles irão entender rapidamente a história. A finalidade de usar os livros com ilustrações é auxiliá-los no aprendizado da Língua Inglesa. Uma ilustração pode ter muitos significados. Os leitores que irão imaginar o significado das figuras. Ideias diferentes surgirão, pois cada aluno pensa de uma maneira e tem opinião diferentes. Para instigar a imaginação dos alunos, o professor não deve simplesmente ler a história, e sim, contar a história. Tentando expandir a imaginação e fazer com que os alunos percebam a diferença entre o pensar do autor e do próprio aluno. Os alunos terão opiniões diferentes sobre o desenrolar da história, onde os professores terão a oportunidade de mostrar que pensamos diferente e devemos respeitar essas diferenças. Enfatizar a importância de olhar para
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Inglesa: o valor linguístico, o valor da história e o valor das ilustrações.
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as ilustrações e não apenas ler as palavras. O papel do professor é muito importante para desenvolver esta habilidade no aluno, de “ler” as ilustrações. A contação de histórias é um instrumento mágico e valioso para ser utilizado em sala de aula, especialmente ao ensinar uma segunda língua. Há vários locais que podemos usar para contar uma história: o momento da roda, na biblioteca e, até mesmo, embaixo de uma árvore. O professor poderá utilizar não apenas o livro para enriquecer a história, mas também música, cheiros que remetam a algum lugar especial, fantasias, instrumentos musicais e, até mesmo, uma colher de pau. Em 2016, tivemos o prazer de introduzir títulos de autores renomados no currículo e também de fazer um curso sobre contação de histórias. Como exemplo, foram trabalhados os seguintes livros com o Infantil 4 (Woodpeckers) ao longo do ano: Goldilocks/Cachinhos Dourados adaptação: Arianna Candell ilustrações: Daniel Howarth The Gruffalo autor: Julia Donaldson ilustrações: Axel Scheffler The Big Hungry Bear autor: Don & Audrey Wood ilustrações: Don Wood
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Tooth Fairy autor e ilustrador- Audrey Wood
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Silly Sally autor e ilustrador – Audrey Wood
Antes da leitura O papel do professor:
Preparar o ambiente de maneira que as crianças se sintam confortáveis, por exemplo: fazer um semicírculo em volta do professor de forma que os alunos consigam ver o rosto do professor e as ilustrações do livro. Preparar os alunos para a leitura, providenciando elementos visuais como flashcards, máscaras, desenhos na lousa, objetos reais, ilustrações da capa. Na história da “Silly Sally” os p ersonagens foram apresentados através do uso de flashcards. Determinar um contexto para a história e apresentar os personagens principais. A professora contou aos alunos que Silly Sally era uma menina muito levada, pois ela estava indo para a cidade de cabeça para baixo e, ao mesmo tempo que a professora transmitiu essa informação, automaticamente apontou para a figura no livro que representa “Silly Sally” de cabeça para baixo.
Envolver os alunos relacionando aspectos da história com suas experiências prévias, considerando-se o universo que eles conhecem, animais que estão familiarizados, coisas que gostam ou não. No livro “Silly Sally” há alguns animais que os alunos já aprenderam previamente. A professora utilizou o ensejo para questionar os nomes dos animais em inglês e enfatizar o uso da palavra ‘silly’, pois todos os animais que Sally encontra pelo caminho são levados (silly) de alguma forma, um porco levado (a silly pig). Outra maneira de despertar a imaginação dos alunos é a ‘antecipação’, perguntar o que eles acham que acontecerá na história. Em Silly Sally, a professora questionou os alunos quem mais será que a Sally encontraria pelo caminho e o que eles fariam para chegar até a cidade. Assim que os alunos se familiarizarem com as personagens e se situarem com o contexto, trabalhar vocabulário e frases-chaves que envolvam e motivem os alunos a prever e participar da contação. Como enfatizado anteriormente, a professora ensinou o vocabulário ‘de cabeça para baixo’, que se repete a todo o momento no livro (upside down) e automaticamente apontava para as figuras com as personagens de cabeça para baixo. Também foi trabalhado os nomes dos animais com a palavra silly (levado).
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Estar preparado para a leitura com antecedência a fim de saber qual o seu objetivo e como alcançá-lo.
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Durante a leitura Entender uma história em uma segunda língua não é um trabalho fácil. Usar livros literários em sala de aula requer um planejamento cauteloso. O entusiasmo dos alunos aumenta consideravelmente quando o professor garante que a compreensão dos mesmos é sustentada de várias maneiras.
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Fazer comentários sobre as ilustrações, quando dizer uma palavra, apontar para a figura que representa aquela palavra e ou cena. Na história de “Silly Sally” as imagens foram fundamentais para o ensino do vocabulário em inglês, pois as imagens remetiam diretamente ao que se contava.
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Encorajar os alunos a participar da contação repetindo palavras e fraseschaves, pausar a história com expressão de dúvida e levar a mão à orelha indicando que está esperando que eles participem é um ótimo meio de fazêlos interagir. A professora ao contar a história, fazia uma pausa levando a mão à orelha (na espera que os alunos dissessem) quando “Silly” iria encontrar a próxima personagem, como por exemplo: On the way she met a ____? / No caminho ela encontrou____?.
Segue letra abaixo da canção da “Silly Sally”: Silly Sally went to town, walking backwards upside down. On the way she met a pig, a silly pig, they danced a jig. Silly Sally went to town, dancing backwards, upside down. On the way she met a dog, a silly dog, they played leapfrog. Silly Sally went to town, leaping backwards, upside down. On the way she met a loon, a silly loon, they sang a tune. Silly Sally went to town, singing backwards upside down. On the way she met a sheep, a silly sheep, they fell asleep. Now how did Sally get to town, sleeping backwards, upside down?Along came Neddy Buttercup, walking forwards, right side up. He ticked the pig who danced a jig. He tickled the dog who played leapfrog.
He tickled the loon who sang a tune. He tickled the sheep who fell asleep. He tickled Sally, who woke right up. She tickled Neddy Buttercup. And that's how Sally got to town, walking backwards, upside down. Dar tempo para os alunos pensarem; fazer perguntas e comentários sobre as figuras e verificar as hipóteses levantadas anteriormente. No final da história verificamos se aconteceu mesmo o que eles haviam imaginado e fizemos comentários sobre as figuras em que todas as personagens estão ‘upside down’ (de cabeça para baixo).
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Usar gestos, mímicas faciais, diferentes ritmos e entonações. Adaptar a voz para as diferentes personagens a fim de transmitir sentido e manter a atenção dos alunos. A história de “Silly Sally” existe em forma de canção, então ao contar a história a professora pausadamente faz gestos em forma de uma dança cada vez que Sally encontrava uma personagem, On the way she met a pig, a silly pig, they danced a jig. Foi feito um gesto e som para representar o porco levado e uma dança para representar a dança “jig”.
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Após a leitura Atividades de acompanhamento As atividades de acompanhamento são uma ótima oportunidade de usar a Língua Inglesa: vocabulário, rimas, colagem, artesanato, fantoches, máscaras, desenhos, atividades para colorir, entre outros. Ressaltando que as mesmas ajudam no desenvolvimento da criatividade. Como atividade de acompanhamento, foi trabalhado a história de “Silly Sally” em forma de canção onde os alunos cantaram e dançaram representando cada figura do livro. Realizaram uma atividade de colorir, coloriram a Silly Sally upside down (a todo momento sendo reforçado o vocabulário aprendido). A professora também utilizou da dramatização, onde ela era a Silly Sally e cada aluno segurava um flashcard dos personagens e, dessa maneira, foi recontada a história com a participação de todos.
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Canto do livro
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É interessante ter em sala de aula um cantinho com os livros disponíveis para que os alunos possam ler ou folhear em seu próprio ritmo, deste modo consegue fazer uma conexão do que ele já ouviu e memorizou com o que ele vê escrito ou ilustrado. No Lively Bird, os livros trabalhados em sala de aula ficam disponíveis em uma estante no canto da sala ao alcance dos alunos, os quais gostam de relê-los à sua maneira.
quais inferir o significado das palavras, treinar a memória, auto-teste e assim por diante. Ao escolhermos os livros a serem trabalhados na Educação Infantil e Fundamental I é importante pensarmos se os temas são relevantes, os autores, a faixa etária e a extensão da obra. Do 2º ao 5º ano, os alunos percebem o uso da língua e o ensino da gramática se inicia. As palavras tornam-se importantes para a história, pois atribuem sentido à atividade. A leitura de imagens agrega grande valor no processo de alfabetização e também incentiva a criança a criar sua própria história. Criando expectativas sobre o que vem a seguir e ficando deslumbrada com as descobertas. Os projetos podem ser baseados nos livros e envolver pesquisa. Por exemplo, no Infantil 5 (Parrots) um jogo foi criado no iPad no 1º semestre, após a leitura do livro “Mister Seahorse”, do autor Eric Carle. Os alunos do 3º ano criaram uma história em quadrinhos, a partir de pesquisas realizadas ao longo do semestre.
Referência:
Vale ressaltar a importância das imagens para o desenvolvimento de estratégias para o ensino da Língua Inglesa, dos
Ministério da Educação/Gaeri – Quadro europeu comum de referência para línguas-aprendizagem, ensino e avaliação. Edições ASA, 2001
Seedfolks, uma história de transformação Professora Laura Gil
Um terreno baldio, cheio de lixo e infestado de ratos, parecia que não era o lugar para um jardim. Principalmente naquele bairro, considerado "uma cidade de imigrantes", em Cleveland, Ohio, onde nem todos se conheciam ou se davam bem. Até que um dia, uma jovem garota vietnamita chamada Kim resolve limpar um pequeno espaço no lote vazio para plantar suas preciosas sementes de feijão.
Como parte das atividades propostas pela professora Stephanie Walter, da University of Missouri High School, e orientada pela professora de Literatura de English 9A do Colégio, os alunos criaram perguntas e entrevistaram jardineiros com o objetivo de entender melhor a ocupação e as razões de cada um deles em seguir com esta profissão. Os alunos relataram que se emocionaram ao ouvir as diferentes histórias. A leitura do livro também proporcionou aos alunos a oportunidade de refletir e discutir sobre problemas, diferenças e senso de comunidade. Analisaram aspectos linguísticos e literários, cada um deu vida a um novo personagem e criaram um novo capítulo ao livro Seedfolks. Essa é uma das atividades mais esperadas por nós e pelos professores da University of Missouri High School. Podemos dizer que, assim como em Seedfolks, nossos alunos estão plantando as suas sementes para um futuro melhor e cheio de oportunidades. Todos fizeram um excelente trabalho.
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O livro Seedfolks, do autor americano Paul Fleischman, é uma das obras estudadas no 1º ano do High School pelos alunos que cursam o 9º ano do Ensino Fundamental no Colégio Uirapuru. A história é contada por treze personagens, de diferentes idades, etnias e perspectivas, cada um com sua triste história de vida. Cada personagem descreve como o plantio de sementes e a transformação de um lote vazio em um lindo jardim comunitário, deu a eles a oportunidade de crescimento, melhoria e união.
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Trecho do texto escrito a partir da entrevista feita com o jardineiro pela aluna Lívia Trucharte Costa do 9º ano do Ensino Fundamental (1º ano High School)
Planting with love
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“Gardening is my passion,” said Daniel, 43 years old, “This love is the only thing that I know that will last forever in my life”. Daniel’s hard voice and attitude can make a lot of people think that he is a very tough guy. Actually, he is very sweet and has lots of love in his heart, especially for plants. He’s always wanted to be a gardener and his dream came true in the moment he finished high school, when he started a small business. Daniel is now a well known professional in my town. His father was a gardener and, since he was a little boy, he taught Daniel how to deal with flowers, seeds and everything related to that. When his father died, all he wanted was to make him proud by doing gardening. A man with a big dream that with persistence, patience and plenty of hard work was able to achieve a successful life by doing what he most likes in the world: gardening.
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“Jardinagem é a minha paixão”, disse Daniel, 43 anos. “Este amor é o único que tenho certeza que durará para sempre”. A voz e atitude forte de Daniel podem fazer com que muitas pessoas pensem que ele é um cara durão. Na verdade, ele é muito doce e tem muito amor em seu coração, especialmente com as plantas. Ele sempre quis ser um jardineiro e o seu sonho se tornou realidade no momento em que ele terminou o ensino médio, foi quando ele começou seu pequeno negócio. Daniel é um profissional bem conhecido em minha cidade. O pai de Daniel era jardineiro e desde cedo ensinou seu filho como lidar com as flores, sementes e tudo relacionado a elas. Quando seu pai morreu, tudo que Daniel queria era fazer seu pai orgulhoso, fazendo jardinagem. Um homem com um grande sonho e com persistência, paciência e muito trabalho foi capaz de alcançar uma vida bem-sucedida, fazendo o que ele mais gosta no mundo: jardinagem.
Trecho do último capítulo do livro Seedfolks criado e escrito pela aluna Andressa Borsatto do 9º ano do Ensino Fundamental (1º ano High School) Chloe It was on 11th of December, in a cloudy day, with a little of sunrise shining on the petal of the sunflowers, a flower that my mom loved. Me and my parents, called Rose and Steve, they were having lunch together, we were happy because my birthday was getting close, my father did not go to work on my birthday’s day, and my mother could be with me too because she did not work. I went into my bedroom, I was anxious with my birthday, I did not want presents, I just wanted my parents with me in my birthday, and when I knew that my father did not go to work on my birthday, I was the happiest girl in the world. After two days, on a rainy day, on 13th of December, it was my birthday. My parents had left the house in the morning, while I was sleeping, to buy me a present. I woke up at 10 am, I searched for my parents at home and then as every girl is curious, I called my uncle, who was called Sam. He did not answer my call, but soon after twenty minutes, he was at home with his eyes red from crying. I was curious to know what he came to do here. I thought it was because of my birthday, but then I found out it was not just for that "Chloe, happy birthday!" He said, trying to show he was not sad, holding the tears I could see in his eyes. "Oh! Thank you!" I said with a suspicious voice, "Why are you crying? Can I help you uncle?"
Depois de dois dias meu aniversário chegou, dia 13 de dezembro, um dia chuvoso. Meus pais saíram na parte da manhã enquanto eu estava dormindo, para comprarem um presente. Acordei às 10 horas, procurei por meus pais em casa e, em seguida, como toda menina curiosa, liguei para meu tio chamado Sam. Ele não atendeu minha ligação, mas após 20 minutos ele chegou em casa com os olhos vermelhos de tanto chorar. Eu estava curiosa para saber o que ele estava fazendo aqui. Eu pensei que era pelo meu aniversário, mas então eu descobri que não era este o único motivo “Chloe, parabéns!” Ele disse, tentando não demostrar a sua tristeza, segurando as lágrimas que eu podia ver em seus olhos. “Ah! Obrigada! Eu respondi com uma voz desconfiada, “Por que você está chorando? Posso te ajudar tio?”
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“Foi no dia 11 de dezembro, em um dia nublado, com um pouco do nascer do sol brilhando nas pétalas dos girassóis, a flor que minha mãe mais gostava. Meu pais, Rose e Steve e eu, estávamos almoçando juntos e felizes pois o meu aniversario estava se aproximando. Meu pai não iria trabalhar no dia do meu aniversário e minha mãe poderia estar comigo também, já que ela não trabalhava. Fui para meu quarto, estava muito ansiosa com o meu aniversário, eu não queria presentes, só queria ter os meus pais comigo e, ao saber que meu pai não iria trabalhar no dia do meu aniversário me senti a menina mais feliz do mundo.
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PENSANDO E REPENSANDO O ENSINO Mร DIO
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Principalmente neste segundo semestre, muito se falou sobre “mudanças no Ensino Médio”, principalmente após a divulgação dos resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e da MP (Medida Provisória) 746/2016, que propõe reforma e disciplinas focadas na área de interesse do estudante. Esse movimento de pensar e repensar o Ensino Médio no Colégio Uirapuru não se inicia agora, mas já é fruto de estudos e discussões realizados nos últimos anos, que culminou inclusive com a inclusão de disciplinas eletivas a partir de 2016.
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O papel da escola na formação do SER HUMANO, além dos vestibulares Coordenadora Elaine Cobos
“O homem é a única criatura que precisa ser educada.”
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(Kant)
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As palavras de Kant nos convidam a pensar sobre a importância da educação na constituição do “SER HUMANO”. Sabendo-se que o bebê não se define como indivíduo no próprio ato de seu nascimento, porque nasce apenas como criatura biológica, entende-se que a escola seja uma das responsáveis por torná-lo humanizado . Nesse sentido, como ela deve conduzir sua prática pedagógica, a fim de alcançar tais objetivos? Cabe à Educação Escolar acionar os meios intelectuais das crianças e dos jovens, para que eles sejam capazes de assumir o pleno uso de suas
potencialidades físicas, intelectuais e emocionais. Dessa forma, a escola não deve assumir apenas a função de transmitir informação, mas inserir o indivíduo no mundo social e disciplinar os seus impulsos naturais, para desenvolver nele a capacidade do entendimento e do conhecimento; a organização e promoção de habilidades necessárias à produção e reprodução das condições próprias de existência; a compreensão de seu papel como partícipe de um processo civilizatório, no qual se torna responsável com o bem-estar pessoal e dos outros, e com a incessante busca da felicidade.
Como o vestibular no Brasil representa o maior obstáculo que o jovem enfrenta para cursar uma Universidade de qualidade e, consequentemente, ser um almejado profissional no mercado de trabalho, propiciar ao filho uma educação de excelência tornou-se a expectativa de muitas famílias brasileiras. Tal preocupação, muitas vezes, incentiva a busca por uma formação mais acadêmica em detrimento da formação humana, mas devemos pensar que o investimento para uma formação acadêmica de qualidade não tenha que desprezar o ensino de princípios e valores essenciais à constituição do indivíduo, pois conhecer trigonometria, a ponto de cooperar com um colega que apresenta dificuldade, mesmo ele não sendo seu amigo, é um exemplo de atitude que não é inata à espécie humana e precisa ser incentivada e promovida no espaço escolar, garantindo a formação de pessoas mais amigas e solidárias.
Dessa maneira, devemos refletir sobre o quanto nossos alunos estão sendo preparados para se transformarem em pessoas do bem. Sendo que não adiantará para a sociedade ter em seus hospitais um médico com grande potencial acadêmico, mas que não saiba demonstrar preocupação em compreender as dores do seu paciente, focando seu atendimento apenas no sintoma, sem considerar as necessidades daquele que o procura. Não é o vestibular que está em questão na formação desse SER HUMANO. O vestibular será apenas uma ‘vírgula’ nesse processo de formação. Há um sentido maior que deve ser atribuído aos conteúdos ensinados, promovendo uma relação dialógica entre o aluno e todos eles, ou seja, entre o aluno e a aplicabilidade do conhecimento no mundo real. O mais importante na Educação Escolar será formar pessoas comprometidas com a vida, com a existência do outro e, principalmente, transformadoras da atual realidade. Somente assim as gerações futuras, quando lerem estas palavras de Guimarães Rosa “Se todo animal inspira ternura, o que houve, então, com os homens?”, não serão capazes de compreendê-la como prática.
Humanizado é o indivíduo que se apropria dos conhecimentos científicos e da cultura, compreendendo a dimensão do conviver em sociedade, visando o bem comum coletivo. Além de promover ações no seu meio, capazes de transformar as injustiças sociais.
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Assim, diante do exposto, podemos afirmar que ensinar os conteúdos para o estudante vencer a barreira do vestibular não é a missão mais importante da escola, no entanto, ela é responsável em oferecer, aos alunos, aulas de qualidade que os instrumentalizem para esse desafio. A principal tarefa da escola é com o projeto de futuro da sociedade e, para que esse projeto promova a transformação da atual realidade social, além dos conhecimentos científicos, ela tem a missão de humanizar seus educandos.
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O conflituoso momento da escolha profissional Orientadora Educacional Marina Fernandes
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O momento de escolha profissional é um período muito conflituoso na vida dos adolescentes e de sua família. Nessa época passam muitos pensamentos na cabeça do jovem como: “Será que as pessoas nascem com uma vocação?” E, se sim, ”por que ainda não encontrei a minha?” Ou, “se eu escolher errado a minha carreira estarei sacrificando minha felicidade?” Como também, “se eu escolher certo ganho na loteria, isto é, serei feliz”?
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Bem, a vida real não é tão exata assim. Dessa forma, vale informar que as pessoas não nascem com uma vocação predestinada, a escolha profissional é um processo que será construído a partir de interesses, habilidades, aptidões e fantasias das pessoas. É importante que um jovem que nunca pesquisou sobre uma profissão e tem certeza de que irá segui-la se questione: “Por que estou optando por esse curso?”, pois, se não houve busca de informação, o adolescente pode estar se guiando apenas pela sua fantasia. A busca pela carreira deve passar por algumas etapas como: 1) Autoconhecimento: o jovem precisa primeiro se conhecer, verificar o que é seu, o que vem do outro/sociedade, quais são seus interesses e projetos de futuro, para depois se informar sobre as profissões e o mercado de trabalho. 2) Momento da informação: é crucial, não se pode ter preguiça de pesquisar, existem vários cursos disponíveis no mercado. 3) Decisão: é importante respeitar o tempo de cada jovem, alguns têm mais maturidade do que outros para decidir mais rápido entre as opções assinaladas através
O jovem, em sua decisão profissional, optará pelo curso que, no momento, tem mais a ver com os seus interesses. Isso não quer dizer que será a escolha certa, pois não existe escolha certa nem errada. Se a pessoa entra num curso e não gosta, ela pode dar um tempo, mas se não se encontrar é importante que tenha coragem para procurar novos caminhos. É necessário lembrar que quem se informa mais (pesquisa sobre as áreas, disciplinas do curso, mercado de trabalho, conversa com profissionais) tem menos chances de ter alguma surpresa. Por outro lado, se a pessoa escolhe uma profissão na qual ela tem afinidade ela necessariamente será feliz? A resposta é não. A felicidade não é algo constante. Talvez, essa pessoa tenha momentos em seu trabalho em que se sinta realizada e que sinta que este faz sentido, mas isso normalmente não ocorre o tempo todo, e em todos os aspectos da vida que vão muito além do profissional. No entanto, é importante procurar um trabalho/ curso em que o tempo seja valorizado e apreciado, pois, ficamos a maior parte de nossas vidas dentro desses contextos (trabalho/universidade/escola).
Mas afinal, o que é ser feliz? Penso que ser feliz implica em se aceitar enquanto sujeito, entrar em contato com as suas qualidades e defeitos, poder significar e trabalhar com o que se é. Ser feliz é conseguir aproveitar momentos simples e significantes da vida presente, além de compartilhar e ajudar outras pessoas a buscarem esse estado também. Ser feliz é reconhecer que em algum outro momento já houve a tristeza e conseguir ver sentindo para as suas ações corriqueiras do dia a dia. Para ser feliz não existe uma fórmula, ou um passo a passo já preestabelecido, cada indivíduo tem uma maneira singular de vivenciar a felicidade. Então, retomando a questão de escolha profissional, é preciso pensar com calma e respeito em relação à essa temática e é importante que se reflita partindo da ideia de que cada indivíduo é único e singular, ou seja, tem seu próprio tempo, desejos e maneira de experienciar a felicidade. Além disso, vale frisar, de que esta será apenas uma dentre muitas escolhas que ainda estão por vir na vida desses adolescentes e, é claro, ela não é imutável (as pessoas mudam com o tempo e com a vida profissional não é diferente).
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da pesquisa. É sempre bom lembrar que escolher é abrir mão de algo e isso é fundamental para a vida. Afinal, não escolher também é uma escolha.
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Fotografia, uma escolha.
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Professora Isabela Saraiva
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Como visto no filme sobre Sebastião Salgado, O Sal da Terra, a palavra fotografia significa escrever, desenhar com a luz. Mas qual seria a importância de aprender a fotografar em um mundo digital, com celulares que fazem quase o mesmo papel da máquina fotográfica? Essa pergunta me impulsionou a pensar em uma disciplina eletiva que despertasse o interesse dos alunos a saírem de sua zona de conforto de fotografar com o celular e começassem a entender como e por quê os celulares foram equipados de maneira a simplificar a fotografia. Além disso, compreendendo a câmera fotográfica e os processos que a cercam, os alunos poderiam utilizar os celulares e as máquinas digitais de maneira mais direcionada, registrando realmente o que quisessem mostrar às pessoas. Esse foi o ponto de partida: os alunos fotografavam, mas não direcionavam o olhar do espectador, não conseguiam dar sua identidade à fotografia. A fotografia era automatizada. A eletiva de “Fotografia” foi pensada de forma que os alunos tivessem contato com todas as partes constituintes do processo fotográfico. Então, trata-se de uma eletiva multidisciplinar: Artes,
Química, Física, História e a experiência de um fotógrafo profissional foram abordados durante o curso. Começamos o processo com aulas sobre a história da fotografia, desde a câmera escura utilizada pelos gregos até as máquinas fotográficas digitais e seus processos ultra modernos. Depois, com a Professora Suzana, que leciona a disciplina Física, os alunos entraram em contato com a parte óptica do processo fotográfico, estudando a semelhança do olho humano com a forma que a máquina fotográfica é constituída: obturador, diafragma, espelhos e objetiva. Os alunos foram instruídos a construir uma câmera escura, para compreender o processo de propagação da luz, da formação de imagem e do processo de sensibilização e revelação do filme fotográfico. No decorrer do curso, os alunos estudaram as funções e utilizações do obturador, do diafragma, do fotômetro, do ISO, e de como utilizar o zoom. Eles puderam praticar, tanto na escola quanto nos trabalhos realizados em casa, comparando as diferenças da imagem ao trabalharmos com diferentes aberturas,
velocidades, ISOs, entre outras questões. Na aula de revelação fotográfica com a Professora Daniela, de Química, os alunos estudaram a teoria do processo de revelação fotográfica, conheceram os químicos utilizados ao longo da história na revelação de fotografias e puderam vivenciar na prática a revelação de um filme fotográfico no laboratório do Colégio, que foi transformado em uma câmara escura para a revelação. Nas aulas com o professor e fotógrafo profissional Scott, os alunos aprenderam as mais variadas regras para uma boa fotografia: enquadramento, regra dos terços, perspectiva, entre outros aspectos importantes. Todos puderam praticar a teoria das regras e das funções dos elementos que compõem a máquina fotográfica aprendidas nas aulas anteriores na prática, com uma aula de fotografia ao ar livre na praça Kasato Maru.
Acredito que depois da eletiva os alunos puderam compreender que fotografar significa dar um olhar único e imortalizar algo que só o fotógrafo vê daquela maneira. É ressignificar uma paisagem, é direcionar o olhar do espectador, é mostrar seu posicionamento diante da vida, da paisagem, do mundo. É deixar através de seus registros, pegadas para futuras gerações compreenderem o mundo através de seu olhar. Fotografar é uma escolha!
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Para finalizar a eletiva, os alunos realizaram um portifólio com todo o percurso fotográfico deles ao longo da eletiva, no qual pudemos observar a evolução dos alunos através de suas fotografias.
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Circuitos Elétricos e Automação
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Professor Murilo Murakami
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Uma rápida busca na literatura a respeito do ensino de Física no Ensino Médio é suficiente para constatar as dificuldades presentes no ensino desta disciplina. Podemos citar como exemplo um ensino altamente expositivo, baseado em um elevado grau de memorização e uma grande dependência dos livros didáticos (GOBARA; GARCIA, 2007). Além disso, o ensino de Física baseia-se em modelos que necessitam de certo grau de abstração, além de lidar com elementos que não fazem parte do cotidiano do estudante como, por exemplo, partículas subatômicas (MEDEIROS; MEDEIROS, 2002).
BRASIL, 2002) alertam, não defendemos que se deva deixar de lado todas as equações matemáticas, pelo contrário, a formalização matemática é sim necessária, mas que esta venha como “síntese dos conceitos e das relações”.
Outro ponto crítico no ensino de Física é a exigência e uso em demasia de ferramental matemático que, muitas vezes, acaba por disfarçar toda a beleza e todo o fascínio que a Física pode causar aos estudantes. Como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs,
Desta forma, a possibilidade da criação de uma eletiva corrobora com a intenção de mostrar o quanto a Física está presente no nosso cotidiano e o quanto ela é baseada na análise, interpretação, experimentação e formulação de hipóteses.
Fica claro que uma das grandes dificuldades na sala de aula é a motivação dos estudantes no estudo da Física, mesmo esta disciplina apresentando um grande potencial motivador devido aos seus temas (astronomia, física moderna, funcionamento de equipamentos).
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Anuário 2016
Visando conquistar e despertar o interesse dos alunos do Colégio sobre a Física, a ideia central da eletiva Circuitos Elétricos e Automação, nasce a partir da construção de um braço hidráulico, o qual é controlado a partir de seringas e mangueiras com água. Por meio deste projeto foi possível trabalhar conceitos físicos como pressão, força, equilíbrio, além de instigar a curiosidade dos estudantes com estes levantando hipóteses sobre outras possibilidades de montagem do braço hidráulico.
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Com base nisso, e lembrando que os jovens estão cada vez mais integrados no mundo digital e eletrônico, se faz necessário que conheçam os princípios básicos de funcionamento destes dois mundos. De um lado a eletrônica, na qual componentes eletrônicos traduzem sinais alógicos e digitais em funções que vão das mais simples como acender uma lâmpada aos mais complexos como microcontroladores. Do outro lado, temos o mundo digital que contempla linguagens de programação que vão dos comandos mais simples a linguagens extremamente complexas envolvendo inteligência artificial, um futuro não muito distante para os nossos jovens. Desta forma, a junção destes três temas se dá através de um questionamento e desafio aos estudantes, como controlar e automatizar um braço mecânico? Não podemos nos esquecer também, no frenético ritmo de desenvolvimento tecnológico e científico que estamos presenciando, o qual nos mostra a necessidade de um ensino diferenciado
que aborde cada vez mais temas relevantes e contextualizados, que sirvam de motivadores no processo de ensino e aprendizagem. Na primeira etapa, as aulas colocam o aluno em contato com os conceitos básicos relacionados a circuitos elétricos simples. E, logo na primeira aula, estes conceitos já são explorados e analisados de forma prática. A segunda etapa é voltada para a programação e o controle de dispositivos eletrônicos. Estas duas etapas são intermediadas pelo Arduino, uma placa de prototipagem equipada com um microcontrolador. De uma maneira simples, através de uma linguagem de programação o estudante consegue designar “instruções” para serem executadas pelo Arduino, permitindo que este controle um respectivo componente eletrônico.
Ao longo de todas as aulas, tarefas desafiadoras são propostas aos alunos, as quais são encaradas com muito entusiasmo. Gradativamente os projetos vão ficando mais complexos, como por exemplo ascender um led, fazer o led piscar e despois projetar um semáforo só para carros e um outro semáforo para pedestre que trabalhe em conjunto com o anterior. Como etapa final, temos a automação de um braço mecânico. Vale ressaltar, que a fim de instigar, ainda mais a curiosidade e criatividade dos estudantes, o braço mecânico é feito de palitos de picolé. Isso é para mostrar que com muita criatividade e trabalho em grupo é possível dar vida a projetos elaborados e complexos.
ReferênciaS: GOBARA, S. T.; GARCIA, J. R. B. As licenciaturas em física nas universidades brasileiras: um diagnóstico da formação inicial de professores de física. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 29, n. 4, p. 519525, setembro 2007. MEDEIROS, C. F.; MEDEIROS, A. Possibilidades e limitações das simulações computacionais no ensino da física. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 24, n. 2, p. 77-86, junho 2002. BRASIL, M. D. E. Pcn+ Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciência da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEMT, 2002.
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Por fim, por ser o primeiro ano desta eletiva, pode-se dizer que o feedback foi muito positivo por parte de nossos alunos. Portanto, não estranhe se a sua garagem virar uma oficina de Autobots!
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Nas entrelinhas do texto, do discurso e da argumentação Professora Patrícia Silva Quase sempre usada como sinônimo de pronunciamento, a palavra discurso tem origem no latim discursus e significa “correr ao redor”, metaforicamente “lidar com um assunto por vários pontos de vista”. Na linha de estudos de Análise de Discurso, o discurso se constitui como o conjunto de afirmações que, articuladas por meio da linguagem, traduzem os valores e as significações atribuídas pelas diferentes instituições sociais (religiosas, políticas, educacionais, familiares, mercadológicas, entre outras.). Em outras palavras, é o que dá sustentação a tudo aquilo que produzimos materialmente em forma de texto.
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Apoiando-se nessa linha teórica, a disciplina O discurso em diferentes contextos tem como objeto de estudo a relação entre o discurso e o texto, este último entendido como a materialização concreta, verbal, não-verbal ou sincrética em que se manifesta o discurso (MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, D., 1997). Nesse sentido, priorizamos o estudo das estratégias argumentativas que compõem os diferentes tipos de discurso, já que, conforme afirma Citelli (2004, p. 21):
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(...) em qualquer texto, busca-se o convencimento (...), isto é ressalta-se a capacidade que as palavras têm de influenciar as pessoas e suas atitudes. Seguindo esse raciocínio, entendemos que a argumentação está na língua não importando qual meio as pessoas usem-na para se comunicar, pois em todo texto há uma ideologia, mesmo que o locutor ainda não tenha plena consciência disso. Assim, partindo de considerações mais gerais sobre texto e discurso, enveredamos pela via da argumentação, com base nos estudos da Nova Retórica, e aprofundamos a discussão argumentativa em quatro tipos de discurso: publicitário, político, humorístico e de divulgação científica. Além das estratégias argumentativas específicas de cada tipo, discussões a respeito de questões inerentes a cada um dos contextos também
Dessa forma, os alunos são levados a “dissecar” os textos apresentados em cada aula, de maneira que, a partir da análise, possam apreender o mecanismo de construção de cada discurso no que se refere aos percursos de persuasão adotados em cada um. Semana a semana, vão construindo repertório de leitura, de escrita e de análise, o que possibilita um apuramento do olhar para quaisquer textos com os quais eles se deparem a partir de então. O desenvolvimento de habilidades de retórica, no que se refere ao uso público eficiente da linguagem oral, também é alvo desse trabalho. Seja nas participações orais espontâneas, que ocorrem durante as aulas, seja nas apresentações orais individuais, com foco no uso público formal da modalidade falada da língua, ou nos seminários em grupos que encerram a disciplina, o cuidado com o uso da linguagem, entonação de voz, uso do corpo, direcionamento ao ouvinte, entre outros aspectos pertinentes à fala pública, são também objeto de estudo da disciplina.
A intrínseca relação entre linguagem e argumentação é amplamente defendida pela linguísta Ingedore Koch, para quem somos seres argumentativos por natureza. A esse respeito, defende (KOCH, 2004, p. 88):
(...) o ato de argumentar, isto é, de orientar o discurso no sentido de determinadas conclusões, constitui o ato linguístico fundamental. (...) A linguagem passa a ser encarada como forma de ação, ação sobre o mundo dotada de intencionalidade, veiculadora de ideologia, caracterizando-se, portanto, pela argumentatividade.
Com isso, pretendemos que a linguagem deixe de ser vista como uma parte da matéria escolar, didatizada nas lousas e livros de Gramática, e passe a ser vista como ela realmente é: uma atividade humana viva, plena de significados e intenções, constituída pela argumentação.
ReferênciaS: BRANDÃO, H. Introdução à Análise do Discurso. Campinas: UNICAMP, 1994. CITELLI, Adilson O. O Texto Argumentativo. 1ª Ed. São Paulo: SCIPIONE, 2004. KOCH, Ingedore G. Villaça. Argumentação e linguagem. 9ª ed. São Paulo: Cortez, 2004. MEURER, José Luiz; MOTTA-ROTH, D. (Orgs.) Gêne-
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são realizadas. No discurso publicitário, discutimos o uso dos estereótipos de gênero e raça nas propagandas; no discurso político, abordamos a superficialidade dos discursos atuais; polemizamos os limites do humor no discurso humorístico; e comparamos o discurso científico ao de divulgação científica.
ros Textuais: Subsídios para o ensino da linguagem. Bauru: EDUSC-Editora da Universidade do Sagrado Coração, 1997.
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Saúde e Qualidade de Vida Professor Roberto Vazatta
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Com o início das disciplinas eletivas em 2016, os alunos da 1ª série do Ensino Médio tiveram a oportunidade de colocar em prática conhecimentos aprendidos em várias disciplinas.
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Em Saúde e Qualidade de Vida foram abordados assuntos que, por muitas vezes, até são de conhecimento geral, mas quase sempre entendidos de maneira generalizada. Algumas frases nossos alunos já ouviram como: “atividade física faz bem à saúde”, “a boa alimentação é importante”, “o esporte auxilia na formação do ser humano”. Mas como tratar de maneira mais eficaz isso tudo? Em qualquer fase da vida e, principalmente, na adolescência, os reforços destes assuntos nas suas especificidades são muito importantes.
A relação da prática com a teoria passa pelos conhecimentos adquiridos até aqui no Ensino Médio. Ciências e Biologia são bases para o conhecimento do próprio corpo e relacionar o balanço energético, a absorção de nutrientes e a correta execução de práticas físicas, são fundamentais para interligações de conhecimentos. Em sala discutimos a importância do equilíbrio da alimentação com ingestão calórica e o gasto de energia com a Taxa Metabólica Basal, juntamente com a prática de exercícios físicos. O descanso e as horas de sono também foram apontados como forma de reorganização das funções corporais, assim como os prejuízos fisiológicos com o uso de bebidas energéticas, álcool e drogas.
Foram momentos de entrosamento com fortalecimento de vínculos e conhecimento de possibilidades de movimentos e limites do próprio corpo. Ressaltamos a importância para o jovem, principalmente nesta idade e fase estudantil, da prática de atividades físicas saudáveis que tragam a socialização e o bem-estar. Vamos aproveitar toda a energia e curiosidade que é inata aos jovens para proporcionar momentos transformadores, mas claro, sempre com supervisão de um adulto responsável. A importância nas abordagens desses assuntos em uma disciplina está na justificativa que estes conhecimentos e estas boas práticas reforçam o cuidado com a própria saúde, princípio básico da longevidade e da qualidade de vida.
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Nos momentos práticos tivemos, no início e no fim do semestre, uma avaliação física para verificar as condições de cada aluno. Realizamos testes como a aptidão cardiorrespiratória (correr e andar durante seis minutos), flexibilidade, por meio do banco de Wells e cálculo do IMC, com peso e estatura. Com os dados em mãos discutimos em sala de aula estas medidas e o ideal para cada faixa etária. Na quadra esportiva, no campo society ou na piscina, desenvolvemos modalidades diferentes e especiais como jogos cooperativos, recreação, futebol americano, hugby, arco e flecha, lutas, capoeira, atividades aquáticas, escalada esportiva, entre outras.
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FORMAÇÃO DOCENTE: O CORAÇÃO DA ESCOLA
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A proposta dos textos a seguir é refletir e compartilhar algumas práticas de formação de professores numa perspectiva reflexiva e dialógica desenvolvidas no Colégio Uirapuru. Construir saberes e práticas críticas e reflexivas requer um trabalho de formação contínua de toda a equipe de coordenação, entendendo o processo como proveniente da experiência e de saberes teóricos compartilhados. Desenvolver o processo de construção reflexiva docente é antes de tudo, compreender que o professor é um ser ativo; é entender esse processo como construtivo, os estímulos e a mediação como imprescindíveis para a formação de sujeitos pensantes, que busquem alternativas para o processo didáticopedagógico que será desenvolvido. Em nosso Colégio, buscamos um trabalho pautado em quatro pilares indispensáveis para a formação docente: a gestão do conhecimento, a gestão do relacionamento,
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a gestão do tempo e a gestão do espaço (GUERRA, 2012). A linguagem também possui papel de destaque no trabalho de formação, pois está presente em nosso dia a dia e nas relações interpessoais que construímos. A escolha de palavras para a produção de um texto oral ou escrito é uma questão importante que merece atenção, pois favorece uma comunicação efetiva e verdadeira numa sessão reflexiva ou tematização da prática, por exemplo, e faz toda a diferença para que a relação dialógica e interlocutiva da formação reflexiva ocorram. Todo o trabalho de formação docente – intervenções no planejamento, tematização da prática, filmagem, observação de aula e avaliação docente – perpassam por esses quatro pilares. Desenvolver um trabalho com foco na gestão da sala de aula possibilita o questionamento e a transformação de práticas metodológicas que favorecem experiências formativas.
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Para ensinar melhor é preciso aprender sempre Coordenadora Geral Maura Bolfer
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Concebidos a priori como seres inacabados, expostos a um constante aprendizado, à uma educação continuada, como deve agir o profissional da educação nessa sociedade em aceleradas mudanças? Como esse profissional digere o conteúdo teórico formador, o “avalanche” de recursos tecnológicos e a sua prática pedagógica?
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Muitas vezes, falta-nos humildade suficiente para aceitarmos verdadeiramente essa nossa inconclusão e olharmos a beleza do valor desse constante aprendizado, que nos torna humanos e não deuses. Afinal, já nos dizia Paulo Freire: “Gosto de ser gente, porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir além dele” (2000, p. 59). É essa inconclusão que nos diz que para ensinar melhor é preciso aprender sempre. Por isso precisamos sair da zona de conforto, tirar as amarras e entregar-nos à maravilha da construção desse ser criado à imagem divina, com todos os recursos disponíveis para o aperfeiçoamento. Precisamos realmente estar no mundo, pois “estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem tratar sua própria presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem esculpir, sem filosofar, sem pontos de vista sobre o mundo, sem fazer ciência ou teologia, sem assombro em face do mistério, sem aprender, sem ensinar, sem ideias de formação, sem politizar não é possível” (FREIRE, 2000, p. 64).
Nasce o ser humano, homem ou mulher, à família cabem as primeiras adaptações. Adaptações sim, porque essa criança estabelecerá contatos com algo que já existe, que já tem uma estrutura, onde alguns papéis já estão definidos e servem como parâmetros para o papel que assumirá ao longo de sua existência. Mas que maravilha, a essência da criatividade acompanha essa criança, dando-lhes a oportunidade de criar algo novo, com a sua identidade! E nós, adultos, precisamos abrir espaço para que essa identidade possa florescer. Onde cada momento vivido será uma cena, que, uma vez perdida, uma vez “violentada” será morta e dificilmente terá a chance de ser recuperada. Essa criança vai se desenvolvendo, enfrentando, à sua maneira o seu dia a dia, vai lendo o mundo com os recursos que dispõe, até que chega o dia de entrar na escola, não como seres ignorantes, mas seres com uma história de vida, com acúmulo de experiências. Muito bem, é essa criança que nos faz professores, que nos faz professoras, que dá sentido à nossa missão educadora, pois
sem a presença dela não teríamos sentido. E agora, qual é o nosso papel em sua vida? Com certeza, quando decidimos ser professores, ser professoras, muitos de nós não tínhamos a lucidez, que temos hoje, da nossa real responsabilidade, do nosso verdadeiro papel dentro da sociedade, da necessidade de trabalharmos com as diferenças dentro da sala de aula. Não conhecíamos a real importância de virtudes (Freire, 2000) tão necessárias como a amorosidade (permite ter carinho, afeto pelo outro e por nós mesmos), a tolerância (permite que possamos admitir e respeitar opiniões e atitudes contrárias às nossas, permite que se desculpe), a abertura (dá a possibilidade de enxergar o novo), a persistência (propicia a perseverança em nossos ideais), a disponibilidade (permite aceitar sem impedimentos preconceituosos as solicitações do que é externo), o respeito (permite acatar o parecer alheio, a postura alheia, sem medo ou preconceito), a humildade (mostra a modéstia, não tem vergonha de reconhecer as próprias limitações, de reconhecer um erro, de fazer o caminho de volta, se preciso for), a responsabilidade (faz considerar-se responsável, que permite responder por alguma ação ou conceito de maneira coerente), a coragem (possibilita ter a firmeza, a bravura permeando nosso trabalho) e a alegria (deixa nosso trabalho com marcas de contentamento, de
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Imaginemos um diamante bruto e que precisa percorrer um longo caminho para se tornar uma joia, tornar-se aquilo que encanta e é admirado por sua essência. Não é uma pedra oca, mas traz dentro de si algo de real valor, com um interior que precisa de estímulo adequado para abrirse. Assim também é o ser humano.
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satisfação por estar no mundo, com o mundo, sendo sujeito). E é por isso, que nessa nossa caminhada, ao longo do percurso, se olharmos para trás, encontraremos momentos em que nos odiamos enquanto professores e professoras, momentos em que permitimos que alguma coisa morresse em alguém e em nós também. Não nos entristeçamos! Façamos desses momentos algo que fortaleça o nosso trabalho hoje. Esse olhar ao passado deve fazer-nos refletir, e que seja criticamente, sobre nossas atitudes e nos direciona as atitudes posteriores.
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Nesse pensamento, qual deve ser o papel da escola na vida dessa criança?
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A escola hoje, precisa ser fortalecida, deve deixar de ser um mero local de instrução e tornar-se um local de formação humana para a sociedade, para a liberdade, para a responsabilidade, para colocar o saber a serviço da coletividade. Nessa escola exigida em nossa mente, como deve ser o professor, a professora?
O professor, a professora deve, em primeiro lugar, estar comprometido consigo mesmo para depois assumir um compromisso com o outro. Esse profissional precisa instrumentalizar-se da ciência, da tecnologia, para uni-las às suas virtudes e realizar realmente um trabalho de humanização. Precisa estar na posição de aprender sempre. Esse professor, essa professora deve integrar o aluno, realizando uma adaptação ativa, onde existam relações entre eles e não contatos, porque:
As relações são: Reflexivas Consequentes Transcendentes Temporais AS CONTATOS são: Reflexos Inconsequentes Intranscendentes Intemporais
O professor, a professora precisa estar atento ao contexto em que está inserido, realizar um efetivo trabalho de equipe para que o conhecimento a ser explorado e trabalhado não fique fragmentado, que não exista fronteiras entre uma disciplina e outra, que se possa fazer um verdadeiro “encaixe” entre uma e outra. É necessário olhar o aluno e o conteúdo sob vários ângulos, é preciso ter uma postura interdisciplinar. A escola precisa ser um lugar que propicie a problematização da realidade, que reflita junto com os sujeitos as reais dificuldades, as reais possibilidades da sociedade, devendo ampliar sua metodologia, suas técnicas de ação, sua preocupação com a formação de seus profissionais. Ela precisa assumir seu papel de fazer sujeitos, a partir de suas relações com o mundo, que criem, que recriem, que decidam, que se libertem pela conscientização, que dialoguem verdadeiramente com o outro, com a realidade, que possam ter atitudes críticas, que possam fazer História. A escola não pode mais ser o lugar onde se impõe ou se dá “fórmulas” e “comunicados”, recebidos passivamente pelos seus alunos. Portanto, a escola deve ser o lugar onde os sujeitos, educadores e educandos, possam ser agentes da aprendizagem, onde sejam respeitadas as diferenças individuais e com elas construa-se a coletividade. As crises devem ser encaradas como oportunidades de construção e de transformação. Onde todos possam ter a segurança de que sabem algo e de que ignoram algo.
Para isso, se faz necessário partir sempre da premissa que para ensinar melhor é preciso aprender sempre. É nesse movimento de “aprender sempre” que valorizamos a formação continuada de nossos professores. Afinal, precisamos promover sempre uma atitude de “aprendendo a aprender”, como dizia John Dewey. A seguir, relação de cursos que realizamos neste ano.
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E é a partir do professor, da professora, da autonomia que tem na realização do seu trabalho é que essa escola poderá ser construída e formar verdadeiros cidadãos, verdadeiras cidadãs.
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Anuário 2016 ReferênciaS: FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000, 16ª edição.
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Psicomotricidade e Grafomotricidade: O processo corporal da aprendizagem Formação de Professores da Educação Infantil e Ensino Fundamental I Psicomotricista e Pedagoga Carolina Elisabeth Oliveira
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Psico o quê? Psicomotricidade!
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A Psicomotricidade é o estudo do desenvolvimento humano a partir do corpo em movimento. A Psicomotricidade é uma ciência que teve início na Europa, se desenvolveu essencialmente na França e chegou ao Brasil na década de 70. Para a Professora Doutora Maria Beatriz Loureiro, Presidente Mundial da OIPR – Organização Internacional de Psicomotricidade e Relaxação, “o corpo reflete o orgânico, o emocional e o neurológico, pois sem esta totalidade, ele não existe. Psicomotricidade é a manifestação corporal do invisível”. Para a Psicomotricidade, tudo que o indivíduo sente, pensa e faz tem passagem pelo seu corpo, fazendo com que este seja o principal instrumento de qualquer transformação. Portanto, ao falar em Psicomotricidade, falamos da união entre aspectos cognitivos, psicoafetivos e sensório-motores, presentes em qualquer ser humano e em latente desenvolvimento durante toda a sua infância.
Grafomotricidade Ao pensar sobre o assunto, a primeira conexão que fazemos é relacionar escrita ao traçado, à letra, às mãos, à praxia fina e à coordenação motora. Este pensamento faz sentido, mas os professores foram convidados a aprofundar esta visão, entendendo o que está por trás de todo este processo, que não começa nas mãos e nem na escrita formal, mas sim na percepção e exploração de si, na construção do simbólico. Para Franco Boscaini, diretor da Escola de Psicomotricidade Italiana, “Grafomotricidade é uma função que permite traçar uma mensagem de qualquer tipo em um espaço determinado, graças aos movimentos combinados do braço e da mão, em estreita conexão com a globalidade do corpo. É o primeiro lugar de expressão da vida afetiva, cognitiva e de relação: encontram-se nela implicados ao mesmo tempo, elementos motores espaço-temporais e viso-cinestésicos,
além do componente afetivo cognitivo”. A estreita conexão com a globalidade do corpo a que Boscaini se refere é a base para qualquer construção e aquisição futura, sendo o corpo o instrumento através do qual nos relacionamos com o mundo. Não seria diferente no processo de leitura e escrita, que envolve a Grafomotricidade, sendo então considerado um processo psicomotor. Educador em constante (trans)formação Os encontros realizados foram dinâmicos e cheios de energia. Nos encontros teóricos, os professores aprofundaram seus estudos buscando compreender melhor o processo psicomotor da escrita, assim como o desenvolvimento infantil como um todo, considerando cada uma de suas etapas e a importância das mesmas. O educador estudioso e preparado traz para a sala de aula uma prática mais consciente, um olhar mais apurado ao processo de aprendizagem, características fundamentais para uma Educação que faça sentido para a criança em seu crescimento. Ao mesmo tempo, o professor é componente ativo no processo de aprendizagem, uma vez que suas trocas diárias com as crianças trazem significado ao que vai além do registrado nos
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O Colégio Uirapuru e a Faculdade Prof. Wlademir dos Santos (WLASAN), escola formadora e consciente das novas tendências da Educação e do universo infantil, promoveram um estudo teóricoprático com os professores para aprimorar o desenvolvimento dos trabalhos de escrita com os alunos. Compreendendo que o processo de ensino e aprendizagem é construído, dia a dia, através da relação entre professor e aluno, os professores e coordenadores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Uirapuru participaram, ao longo do 1º semestre, de uma formação em Psicomotricidade, a fim de discutir e aprofundar conhecimentos específicos na área da Grafomotricidade.
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cadernos. Não seria possível falar do corpo dos alunos sem viver na prática a evolução do próprio ato psicomotor e, pensando nessa constante troca entre professor e aluno, a formação teórica pela qual os professores participaram foi também acompanhada da formação prática, uma vez que a vivência traduz e traz significado ao pensamento, cristalizando os aprendizados. Desta forma os professores tiveram a oportunidade de vivenciar corporalmente situações desafiadoras e reflexivas, enriquecendo sua atuação com as crianças.
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Nas atividades práticas, os professores foram divididos em grupos por segmento, a fim de aprofundar os conteúdos apropriados para cada faixa etária. Brincaram e realizaram atividades corporais desafiadoras, questionando seus limites e vivenciando todas as possibilidades a serem realizadas com os alunos para aprimorar as atividades grafomotoras. Discutiram questões sobre postura corporal, tônus e praxias adequados para a preensão do lápis, traçado da letra e outras tantas situações presentes na rotina escolar. A formação prática enriquece o educador pois o considera como participante ativo nessa troca constante com os alunos no processo de aprendizagem. Adicionalmente, ela auxilia o educador no desenvolvimento de seu olhar sensível, uma vez que ambos, alunos e professores, estão em constante transformação, vivendo, individualmente, um processo psicomotor completo.
O brincar no desenvolvimento da escrita Uma parte fundamental da formação de professores em Grafomotricidade foi discutir a importância do brincar no trabalho diário com as crianças, uma vez que através de propostas lúdicas é que podemos explorar e observar o corpo, cérebro e afetividade atuando em conjunto. Por meio do brincar, o professor assume um papel fundamental, pois é ele quem organiza, de maneira planejada, as cenas mais pertinentes para que esse desenvolvimento ocorra. Enquanto os alunos brincam livremente, é o professor que, com seu olhar atento, identifica situações a serem trabalhadas ou incentivadas. É o educador que fará com que o sujeito não se fragmente no processo de aprendizado, uma vez que se oferece como elo de todos os aspectos intangíveis que constituem uma criança: os aspectos psicomotores.
Planejamento: elemento vivo na sala de aula Coordenadoras Gabriela Plens e Michele Leite
Toda ação desempenhada em sala de aula carrega em si uma série de objetivos traçados e de concepções que sustentam a prática do professor. Estar em sala de aula compreende uma busca pelo conhecimento e pela constante ressignificação da aprendizagem, uma vez que ela pode ser considerada como um laboratório de pesquisa.
No Colégio Uirapuru o ato de planejar os encaminhamentos da sala de aula, juntamente com os professores de uma mesma fase/série, consiste também num momento propício à formação da equipe docente. Por meio do planejamento didático, o professor e a coordenação conseguem alinhar e ajustar concepções que devem sustentar as ações em sala de aula e que condizem com os princípios da instituição escolar. O planejamento, seja das atividades permanentes, das sequências didáticas ou dos projetos, possibilita a reflexão para uma prática junto aos alunos com maior significado. A ação de planejar não implica somente em organizar cronologicamente uma listagem de atividades, mas sim em considerar os aspectos do desenvolvimento, compreender a idade com que se trabalha, conhecer as necessidades do grupo em que se atua, além de domínio total das competências e habilidades que se espera desenvolver até o final do ano letivo daquela fase/série.
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Entende-se esse ambiente como um promotor de descobertas a respeito de como se dá a aprendizagem do sujeito e, para isso, os processos de idas e vindas que envolvem o planejar, o documentar, o refletir, o avaliar e o replanejar são vistos como elementos fundamentais.
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Além de todo esse conhecimento, o professor precisa também ter o domínio da didática, ou seja, o que e como ele fará para que os alunos construam e ressignifiquem conhecimentos que vão além da instituição escolar.
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Ao longo dos anos, temos vivido uma prática embasada em preceitos teóricos, não conseguimos conceber uma ação que seja pelo simples ato do fazer. Essa postura foi construída ao longo de toda a existência do Colégio Uirapuru, que acredita na excelência do corpo docente e investe em sua formação.
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O planejamento realizado pelo professor permite que se perceba a necessidade de formação da equipe docente. As marcas implícitas que estes carregam ajudam a revelar em que momentos teoria e prática poderiam se dissociar. Refletir sobre textos ou propostas apresentadas por especialistas das diferentes áreas do conhecimento ou, até mesmo, da didática da sala de aula requer um tipo de habilidade do professor, compreender e se apropriar do discurso teórico requer outra. No Colégio Uirapuru trabalha-se para que competências sejam desenvolvidas nos docentes de modo que teoria e prática sejam indissociáveis. A complexidade desse processo vivo e intenso que envolve o ato de planejar precisa considerar o conhecimento, seja do campo social e também didático, pois um não pode existir sem o outro (CASTEDO e MOLINARI, 2002). Um outro cuidado que deve existir na elaboração do planejamento é que o conhecimento deve contemplar elementos que dialoguem com os alunos, para que
eles tenham a oportunidade de expor aquilo que já sabem e façam novas interpretações (CASTEDO e MOLINARI, 2002). A reflexão do planejamento pela equipe pedagógica (professores e coordenação), prévia e posterior ao trabalho, possibilita avaliações e retomadas de ações que não sejam voltadas apenas para o desenvolvimento do aluno, mas também sobre o processo de aprendizagem do professor. Segundo Soligo (2015), é necessário criar no professor a necessidade de formação, ou seja, ele precisa perceber que a ausência de alguma habilidade lhe impede de ter uma prática mais eficaz. A reflexão do planejamento oportuniza um trabalho de formação com o professor, pois traz elementos reveladores sobre os encaminhamentos e mediações propostas para a sala de aula.
ReferênciaS: CASTEDO, M e MOLINARI, C. Ler e escrever por projetos. In: Projeto: Revista e educação. Projeto Editora. Ano III, nº 4. Porto Alegre, 2002. SOLIGO, R. Formação de formadores. Anotações pessoais do curso, 2015.
Tematização da prática: para pensar como, quando e por que intervir de um modo e não de outro
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Coordenadoras Gabriela Plens e Michele Leite
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A tematização da prática é uma excelente estratégia formativa que vai ao encontro das necessidades do professor e da sua atuação em sala de aula. Por meio dela, é possível refletir sobre uma determinada prática executada e sobre ela ressignificar algum conhecimento já sabido. As situações didáticas escolhidas podem ser provenientes do planejamento didático e, analisadas junto com parceiros da mesma fase ou não e com a coordenação, possibilitam construir observáveis para algo que não foi possível constatar no momento da ação. O foco sobre o observável deve ser considerado segundo as necessidades formativas do grupo de professores. Deste modo, a tematização da prática pedagógica possibilita converter um pensamento em uma experiência ou uma experiência em um pensamento. Por meio dos registros e da documentação pedagógica, o professor consegue se distanciar da sua atuação, trazer elementos reflexivos sobre o que foi realizado e novas possibilidades de mediação para que de fato, sua mediação junto aos alunos permita que os objetivos sejam alcançados. Muitas vezes se tem clareza do objetivo e da teoria que sustenta a prática, porém existe um distanciamento desses na atuação em sala de aula. A reflexão sobre a atuação em sala de aula constrói bases mais sólidas na formação do professor, pois faz com que caminhem para busca de uma mediação maior e mais eficiente junto aos alunos.
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As reflexões dos observáveis precisam estar pautadas em fundamentações teóricas, para que se pense em como, quando e por que intervir de um modo e não de outro.
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A escrita do professor, seja utilizando o recurso do Moodle destinado à construção constante de um diário coletivo em que cada docente tem a oportunidade de se enunciar, seja pela construção da autobiografia docente, evidenciando elementos da historicidade do professor, permite não apenas a construção de novas concepções teóricas, mas também a experimentação e constante busca por uma atuação em sala de aula em que teoria e prática sejam indissociáveis.
Filmar, observar e refletir. Um avanço nas propostas pedagógicas do professor Coordenadoras Andréa Vazatta e Liliane Moraes
Buscamos aporte teórico para validação dos conteúdos, selecionamos os temas e o plano das aulas, criamos roteiro de observação, agendamento de filmagem, análise individual do professor, análise no grupo da série, pauta de reflexão coletiva apresentada pelo coordenador pedagógico, descrição de metas a serem reorganizadas e atingidas, ata escrita pelos professores e sugestão de leituras para apoio dos critérios da nova observação. No programa da aula destacamos as competências a serem atingidas, habilidades, objetivos, estratégias e material a ser utilizado. Após este procedimento, o coordenador consegue intervir no grupo de professores da série envolvida para o remanejamento das ações que ainda não estão interligadas ou com o foco no que foi proposto dentro das competências e habilidades sugeridas. O próximo passo se dá na criação do roteiro de observação visando questões como:
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Um dos pontos na formação dos professores do Colégio Uirapuru é auxiliar o professor a refletir sobre sua prática, contribuindo para a qualificação do processo de aprendizagem, em um espaço de construção e reconstrução de saberes. Essa reflexão só se torna possível quando há clareza dos procedimentos adotados e de sua intenção pelo professor e coordenador pedagógico das aulas e temas a serem discutidos.
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1. Quais são os pontos ou observações que chamaram sua atenção em relação à aula? 2. Que conhecimentos a professora revela saber sobre a proposta? O que ainda não sabe? Por quê?
3. A comanda para os alunos foi clara? Houve ações positivas para a construção das habilidades propostas? 4. Os alunos mostraram-se participativos durante a excussão? 5. Há conexão teórica na aplicação prática do professor? O roteiro de observação sempre terá como base pontos de reflexão com o objetivo a ser alcançado nas aulas, vale ressaltar que, para cada proposta, podem variar as questões levantadas, não possuindo um único padrão, até mesmo porque cada aula possui um foco especifico. É necessário que o coordenador consiga, junto à sua equipe de professores, detectar o objetivo a ser alcançado com os alunos no processo de aprendizagem, conseguir captar os pontos centrais e saber colocar o olhar de maneira a desencadear uma reflexão importante. Ao se analisar uma aula, deve-se levantar questões que ajudem a promover uma discussão, de tal modo que o conteúdo didático circule: fala-se deles porque se tornam observáveis aos professores.
Anuário 2016
Na tematização da prática segundo Cuter, Lerner e Torres (2007), a finalidade da análise de situações de sala de aula sempre é a aprendizagem. Tanto nas situações em que são analisadas as aulas originadas em outros contextos, como naquelas em que se reflete sobre a própria prática, os formadores propõem questões que permitem observar de que maneira o conteúdo – e entre si na relação com o conteúdo – quais são as intervenções do professor e que avanços se observam nas aprendizagens dos alunos.
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ReferênciaS: CUTER, Maria Elena, LERNER, Delia; TORRES, Mirta. A tematização da prática na sala de aula. In: LERNER, Delia, NOGUEIRA, Neide; PEREZ, Tereza. Ensinar: Tarefa para profissionais. Rio de Janeiro, São Paulo: Record, 2007.
O fio da meada: a observação de aula como estratégia de experiências formativas Coordenadora Patrícia Pegoraro
O processo de observação de aula está sustentado no tripé: observação, conflito e negociação (NININ, 2010). A visão crítica e reflexiva desenvolvida com este trabalho vai ao encontro da Teoria da Atividade (ENGESTROM, 1999), pois ambas têm o foco no pensar crítico-social e na reconstrução de saberes por meio da experiência e da historicidade dos envolvidos. A observação pautada nessa teoria possibilita a discussão sobre a sala de aula, a docência e os conhecimentos didático-pedagógicos. É gerada a partir de uma sessão reflexiva, levando o professor a investigar as próprias ações, tornando-se protagonista de suas aulas, internalizando mecanismos, procedimentos e conceitos que o auxiliem na construção de sua autonomia
Anuário 2016
No Colégio Uirapuru a observação de aula tem se mostrado um excelente recurso dialógico de construção de conhecimento, intervenção crítica e participativa na formação de professores.
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e na análise da atividade que desenvolve. A ação de observar-se corresponde ao movimento na Zona Proximal de Desenvolvimento, pois torna o erro observável, discutível e construtivo (VYGOTSKY, 1934/2000). Para Ninin (2010, p. 60) “O professor, nesse processo, entra em contato com suas próprias representações, com aquilo que lhe é conflitante em relação ao que faz/ aprendeu a fazer”. E por meio desses conflitos e do que está em seu exterior, como por exemplo, o que está no seu contexto de trabalho ou o que circunda a atividade, vê-se provocado a pensar, buscar explicações para o que faz.
As pautas de observação de aula são pensadas a partir dos quatro pilares da gestão da sala de aula: gestão do conhecimento com foco na estratégia de ensino e clareza na linguagem, gestão do relacionamento com foco na interação, gestão do tempo com foco na organização e a gestão do espaço com foco no ambiente da sala de aula.
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Com as intervenções do coordenador pedagógico, aspectos da historicidade do professor se revelam pela dialogicidade do processo e podem explicar muitas de suas ações pedagógicas.
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É importante ressaltar que deve-se manter a ética e o sigilo das impressões que se revelam durante a aula. Esses são critérios combinados na préobservação, assim como, aspectos que serão observados pelo observador. Essa relação construída entre ambos, coordenador e professor, contribui para que o observado não se sinta invadido e consiga de fato olhar para o que deva ser reconstruído. Um outro fator importantíssimo na observação de aula, é a discussão prévia da pauta que será utilizada, possibilitando a (re)construção de conhecimentos conceituais e procedimentais.
ReferênciaS: ENGESTROM, Y. et. al. Perspectives on Activity Theory and Context. Cambridge: Cambridge, University Press, 1999. GUERRA, Mônica. OS pilares da gestão em sala de aula: visão caleidoscópica do ensino-aprendizagem. In LEMOS, Mônica Ferreira; GUERRA, Mônica. Coordenador Pedagógico: reflexões e desafios no dia a dia da escola. Fortaleza: Aprender Consultoria Educacional, 2012. NININ, Maria Otília Guimarães. O fio da meada: descortina-se a prática de observação – uma perspectiva crítica. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010. VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. 2a ed. 3a tir. Trad. Jeferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes: 1934/2000
Avaliação docente: reflexão e análise das práticas educativas A avaliação feita pelo discente sobre o desempenho do docente é um instrumento de avaliação institucional realizado em nosso Colégio e que contribui fortemente para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem.
indispensáveis da relação professor/ aluno. Conteúdo, didática, planejamento, avaliação e relacionamento são os focos desta intervenção.
Proporciona aos alunos a participação efetiva na busca pela excelência do ensino e, aos professores, os retornos esperados e muitas vezes necessários ao bom andamento de suas práticas didático-pedagógicas.
Com os resultados desta avaliação é possível rever, planejar e aplicar ações que visem a constante busca pela melhoria do relacionamento professor/aluno. Fundamentam-se e (re)organizam-se também os conteúdos, as metodologias, as estratégias, o planejamento e as práticas de sala de aula.
O questionário utilizado para a aplicação desta avaliação visa mensurar itens
Refletir, planejar e avaliar são ações vinculadas e requerem a participação de
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Coordenadora Flávia Proença
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quem pensa em suas práticas: professores, orientadores e coordenadores pedagógicos. A proposta dos nossos encontros de formação de professores está em ajudá-los no processo de transformação, para que a pesquisa e a reflexão sejam percebidas, compreendidas efetiva e funcionalmente como instrumento que compõem a teoria, o planejamento e suas ações. Conforme Chalita (2001, p. 179), “o professor só conseguirá fazer com que o aluno aprenda se ele próprio continuar a aprender”, o que nos faz concluir que a formação do professor precisa sempre considerar e direcionar para a reflexão constante e ao entendimento de que, enquanto se ensina também se aprende, além da conclusão de que há a necessidade da formação integral do professor. A avaliação docente é um instrumento que fornece dados que nos conduzem, muitas vezes, à reformulação dos objetivos e à revisitação de planejamento, a fim de que o processo se torne mais eficiente e ajustado às necessidades do educando e da comunidade escolar refletindo a ação do que se produz nas práticas educativas, não apenas para ampliação e atualização intelectual. É uma condição para exercer o trabalho com qualidade e aproximação entre o que se quer fazer e o que se faz concretamente. O trabalho docente gira em torno deste ciclo: refletir, planejar, praticar e avaliar, ou seja, ferramentas que precisamos aprender a manuseá-las com a devida habilidade que o processo educacional exige.
Referência: CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no
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afeto. São Paulo: Gente, 2001.
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“Papel de Pai, Papel de Filho” é um evento anual, de caráter reflexivo, destinado a pais de alunos, professores e funcionários do Colégio Uirapuru. Neste ano abordamos temas relacionados à importância das relações interpessoais e ao estabelecimento de vínculos no desenvolvimento humano. Reunindo mais de 300 participantes, aprendemos que investir nas relações interpessoais e na formação de vínculos, no presente, é capaz de definir e mudar o futuro da humanidade.
Anuário 2016
PAPEL DE PAI, PAPEL DE FILHO
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Amor e tempo: preciosidades na formação do ser humano Anuário 2016
Priscila Castilho Araújo
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Quando sonhamos em ter um filho, não nos damos conta do tamanho da responsabilidade que nos espera. Por mais planejada e querida que seja, a chegada de uma criança a um lar, muda tudo! Os pais mudam o foco de suas vidas, as relações familiares são transformadas, as prioridades já não são as mesmas, o que antes era importante já não tem tanto valor e os sentimentos, ahhh os sentimentos, esses são profundamente transformados. Ter um filho vai muito além de arrumar a criança com uma roupinha bonita, comprar muitos brinquedos, promover festas de aniversário que se tornam verdadeiros espetáculos ou, então, exibir o filho como um troféu. Importante mesmo é olho no olho, entender o que a criança quer expressar, respeitar sua opinião, impor limites, amá-la incondicionalmente e fazer com que ela se sinta parte integrante da família.
Ter um filho é preparar, moldar e lapidar um ser humano.
“O Começo da Vida” é um documentário que mostra a importância dos primeiros anos da vida de uma criança. Dirigido por Estela Renner e produzido pela Maria Farinha Filmes, o documentário foi filmado em nove países. Estela entrevistou especialistas no desenvolvimento infantil e visitou famílias das mais diversas culturas, etnias e classes sociais, para descobrir que proporcionar um ambiente com amor e segurança para as crianças nessa fase é o maior investimento que se pode fazer na humanidade. Para conversar com os pais sobre o assunto, estiveram presentes Maria Helena Masquetti, psicóloga atuante no Projeto Alana, Debora Joan Cardoso, psicóloga e orientadora educacional do Ensino Médio no Colégio Santa Cruz e as mães Marselha Bortolan Caram e Maria Beatriz Falcão Margotti.
Para Maria Helena, o começo da vida é a alavanca, a interferência positiva que faz a mudança da chave. Ela acredita que o bebê quando chega ao mundo ainda não sabe como será recebido. Para ela, é preciso pensar nas seguintes questões: Como é chegar ao mundo e perceber que as coisas não estavam preparadas para te receber? Como é chegar e perceber que não foi bem recebido? Maria Helena afirma que a mãe precisa estar bem, precisa estar disponível para cuidar daquele bebê, é importante também que o pai, ou outra pessoa, dê o respaldo para que ela possa estar ali disponível para aquele momento mãe e filho. Se o olhar da mãe for receptivo, ele vai se sentir incluído. A mãe passa a ser um reflexo, um espelho onde o bebê se vê. Passado esse momento inicial, é preciso dar toda atenção necessária para que a criança se desenvolva da melhor maneira possível.
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Diante desta complexa e apaixonante tarefa, o Colégio Uirapuru preparou a Jornada Papel de Pai, Papel de Filho 2016 baseada no filme de Estela Renner, “O Começo da Vida”.
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“A infância é a melhor versão de cada ser humano pela capacidade que os pequenos têm de enxergar a beleza ou as saídas que muitos não podem ver, pela capacidade lúdica de reinventar a realidade. É preciso que os pais compreendam a importância desse começo da vida. Cada pessoa vai fazer diferença no mundo. O amor é a substância da nossa existência e ele deve ser preservado”. Maria Helena Masquetti
Anuário 2016
Um pai e uma mãe que entram no mundo criativo da fantasia estão dando a oportunidade para que a criança se torne um adulto seguro, capaz de levar esses momentos de felicidade para sua vida adulta. São tantas as maravilhas contidas em cada criança que é inadmissível ver muitas delas perdendo pelo caminho suas melhores razões para acreditar na vida em função de qualquer desamparo, seja ele de que ordem for.
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A orientadora do Colégio Santa Cruz, Deborah Joan Cardoso, afirma que todo esse cuidado com o início da vida será reflexo na adolescência. Na adolescência, as crianças vão em busca de novas identidades. Nessa etapa da vida é impossível viver sem conflitos, os grupos se tornam importantes e trazem novas referências, que anteriormente eram apenas dos pais.
“Filhos que tiveram um relacionamento forte com os pais no início da vida conseguem passar pela adolescência de maneira um pouco mais tranquila pois receberam uma base forte, um alicerce”. Deborah Joan Cardoso
O tempo não para, a tecnologia e o imediatismo tomam conta do dia a dia, mulheres engravidam mais tarde, muitas não conseguem parar de trabalhar. Mas é preciso diante disso tudo entender a preciosidade que é gerar um filho e doar-se, estar verdadeiramente presente na vida dele. Pais devem saber a hora de impor limites, ser firmes nas decisões, respeitar, mas acima de tudo, amar e estar presente.
“Se mudarmos o começo da história, mudamos a história toda”, essa é uma das frases mais ditas no filme de Estela Renner. As mulheres precisam entender que desde a concepção aquele ser humano fará a diferença no mundo. Diante disso tudo, a primeira infância deve ser prioridade e os pais devem compreender que o amor e o tempo são preciosos na formação do ser humano. Acreditamos que investir no presente é capaz de definir e mudar o futuro da humanidade. Por conta disso, esperamos juntos – escola e famílias – escrever uma nova história para a humanidade.
Anuário 2016
Segundo Deborah a adolescência se torna um momento difícil para os pais também, aí eles devem ser firmes para fazer o embate. Neste momento, aquela função paterna e materna de afeto e referência dá lugar para enfrentar os momentos mais difíceis. Por conta dessas dificuldades é importante frisar que o começo da vida pode mudar tudo.
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Anuário 2016
ENTREVISTA
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Diante de uma sociedade cada vez mais conectada, para o bem e para o mal, e cientes do papel que temos junto à nossa comunidade – alunos, professores, funcionários e pais – no aperfeiçoamento de nossas ações educacionais a fim de fazermos melhor uso dos avanços tecnológicos conhecemos Dra. Alessandra Borelli Vieira, da NETHICS, que orientará e acompanhará nossas atividades. A Nethics é uma empresa especializada para educação de crianças e adolescentes sobre o uso ético e seguro da internet, com o objetivo de formar e inspirar comportamentos positivos e saudáveis na interação com as tecnologias da informação e da comunicação. Efetivamente o trabalho de assessoria acontecerá em 2017, mas neste ano realizamos palestra sobre “A evolução tecnológica e o papel dos pais e da escola na educação digital de crianças e adolescentes” com o objetivo de formar e inspirar comportamentos positivos e saudáveis na interação com as tecnologias da informação e da comunicação. Aproveitamos a publicação deste Anuário para apresentarmos ideias gerais da Dra. Alessandra, que estará mais presente no próximo ano
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Anuรกrio 2016
Tecnologias e cotidiano, contribuições da Dra. Alessandra Borelli Vieira Priscila Castilho Araujo
Anuário 2016
Uirapuru: Quando surgiu a ideia de organizar a Nethics? Quando vocês perceberam essa necessidade?
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Dra. Alessandra: São quatro sócios especialistas em direito digital. Nosso escritório é Opice Blum e a Nethics é uma extensão. A Nethics surgiu no momento de aumento muito significativo de demandas judiciais envolvendo pais, alunos, professores por conta de comportamentos inadequados nos meios digitais. Por exemplo, pai procurar o escritório porque a filha está sendo extorquida ou chantageada pela Internet por pessoa mal intencionada ou pedófilo, um sequestrador, um aliciador de menores. Uma criança ofende professor na rede social, publicando fotografia e escrevendo frase pejorativa. Ou aluno que se depara com professor com imagens que denigrem a escola. Crimes contra a honra. Muitos pais começam a ser chamados.
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Anuรกrio 2016
Diante dessas demandas resolvemos estruturar a Nethics pensando em ações preventivas ou ações para atender situações já estabelecidas, em via judicial. Nossa proposta é trabalhar na tentativa de resolver esses conflitos de forma amigável e levar informações tanto para pais, como para alunos e profissionais da escola. Diante de um conflito tentar mediar e evitar a judicialização. Não temos a intenção de ver esses conflitos invadindo o poder judiciário. Os meus sócios continuam atuando prioritariamente no lado contencioso do direito digital e eu resolvi priorizar a vertente educacional e me dedicar somente ao trabalho com crianças, adolescentes, pais e escolas sobre uso seguro das novas tecnologias. Eu fiz junto com um grupo uma cartilha sobre uso seguro das redes sociais.
Anuário 2016
Uirapuru: Muitas vezes falamos sobre a necessidade dos pais supervisionarem o uso das redes sociais pelos filhos. Como fica a questão ética sobre o direito de privacidade?
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Dra. Alessandra: Quando se trata de crianças, sob o ponto de vista legal e moral, cumpre aos pais zelar e dirigir a educação dos filhos. Se os filhos ficam vulneráveis e expostos ao perigo os pais precisam acompanhar, sob pena de responder à omissão e à negligência. Então, com relação às crianças, isso é indiscutível. Com os adolescentes, eu creio que os pais têm um pouco mais de dificuldades e aí entra a questão da construção e, por isso, acreditamos no poder da educação. Nós adultos aprendemos a usar a Internet aos poucos,
as crianças têm essa oportunidade desde muito pequenas. Antes de falarmos em vigilância, precisamos falar em orientação. Quando os pais participam da educação, da orientação dos filhos, e não quero dizer vigiando, porque as tecnologias e as redes sociais não estão só em casa e não é possível acompanhar o tempo todo. A internet traz muitas informações. Os pais podem usar essas informações para ilustrar alguma situação, alguma orientação que estão fazendo aos filhos. De acordo com a lei, a Constituição Federal e o Marco Civil, aos pais cabe o dever de criar e orientar a educação dos filhos até os 18 anos de idade. Sabemos que isso não é tão fácil, daí a importância de trabalhar esses conceitos, essas orientações desde a base. Tentar, pela conexão famíliaescola, falar de medidas de proteção e ilustrar pela própria Internet, que pode ser fonte de informação e orientação. Por exemplo, no site da Nethics há informações sobre controle parental. Há pais que não sabem o que é isso, mas podem consultar o site, como fonte segura de informação. Tudo isso sustenta e contribui para que as pessoas que têm relação com as crianças consigam informações seguras em um único lugar. É preciso reconhecer que nenhum filtro de segurança é 100% eficaz e que a educação é, sem dúvida, o melhor e mais seguro mecanismo de controle. Conversar com os jovens e ilustrar, sempre que possível, os argumentos que sustentam determinadas proibições demonstram comprovados e eficientes resultados. É importante lembrar que a vigilância é acessória. A única coisa que vai, de verdade, mitigar os riscos de envolvimento das crianças e dos adolescentes em crimes na Internet é a educação, a educação
Uirapuru: Como a escola ajuda, nesse sentido? Dra. Alessandra: Não adianta incluir o assunto como matéria curricular. Não adianta pegar uma cartilha e ler com a criança. O assunto precisa ser inserido em tudo, todos os professores devem tratar disso. Os professores precisam entender que a tecnologia está em cada uma das disciplinas, precisam compreender e valorizar o lado positivo e orientar sobre os riscos. Em Educação Física, por exemplo, na organização dos grupos, das propostas, perceber questões de bullying; nas aulas de Inglês usar os diversos aplicativos; em Português, ao orientar leitura de textos e pesquisa na Internet, trabalhar com a questão do direito autoral. Uirapuru: Pesquisas revelam que é fato o aumento do número de crimes sexuais pela Internet. Como você vê esse aumento? Como podemos lidar com essa questão? Dra. Alessandra: O Brasil é um dos países que mais consome conteúdos pornográficos. Pedofilia, crimes sexuais infantis sempre existiram. O que mudou foi o meio e o que facilitou foi o acesso, a maneira pela qual as pessoas se expõem e expõem seus filhos na Internet. Os pais, quando entregam a seus filhos um celular de última geração ou quando tiram uma foto bonitinha do filho e publicam na Internet, não têm a intenção de colocá-los
em situação vulnerável, eles não pensam nisso. Só que hoje, há pessoas que têm como objetivo explorar a sexualidade infantil e encontram na facilidade de acesso à situação íntima da criança – foto ou vídeo on-line – a possibilidade de ação, por exemplo, em chats on-line. Isso abre muitas portas ao crime digital. Podemos ajudar a afastar esses riscos das crianças e dos adolescentes conhecendo esses riscos; orientando sobre comportamento básico (não conversar com estranhos, por exemplo); alertando e, até demonstrando, que na Internet qualquer pessoa pode se passar por outra; conhecendo as estratégias que essas pessoas usam para aproximar-se das crianças e dos adolescentes. A partir do momento em que o adulto conhece tudo isso e mostra que outras crianças e outros adolescentes infelizmente foram vítimas, acabam ficando mais atentas. A informação, a orientação e o acompanhamento são fundamentais. A criança que está sendo chantageada dá alguns sinais e quem a acompanha percebe. Uirapuru: Hoje nos deparamos com grupos de mães no Whatsapp. Em geral, há uma série de benefícios nessa comunicação, mas às vezes nos deparamos com situações mais delicadas. Dra. Alessandra: Os adultos também encontram alguma dificuldade no uso das redes sociais. É sempre importante que a escola estabeleça uma relação de confiança com os pais diante de qualquer circunstância. Quero trazer algumas situações que considero importantes para pensarmos sobre isso. Na primeira,
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digital. A informação e a orientação são fundamentais.
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uma mãe coloca no grupo que seu filho está com dificuldade em certa matéria. Aqui é preciso perguntar se a mãe pensou que pode colocar o filho em situação constrangedora ao trazer uma questão de ordem particular ao grupo. No grupo pode aparecer um certo apoio à situação, mas pessoalmente podem falar sobre a situação de modo não tão positivo. Também precisa contar com a possibilidade de uma das crianças pegar o celular da mãe (que é muito comum) e ler a conversa. Isso pode originar um problema, a mãe que falou do filho não queria que as outras crianças soubessem. Outra situação é quando uma mãe xinga ou fala mal de alguém ou de alguma coisa no grupo. Se a criança lê a conversa entenderá que se a mãe faz, também poderá fazê-lo, acaba legitimando uma ação que não é correta do ponto de vista ético. Nessas duas situações é preciso refletir que se, enquanto mãe/adulto, tenho a intenção de contribuir para o desenvolvimento ético e responsável do meu filho, que sabe reivindicar seus direitos com dignidade, com temperança, "eu preciso ser referência". Enquanto mãe/adulto, meu discurso não pode contrariar a minha prática. É preciso discutir com as famílias se esse é o melhor canal para tratar de assuntos como esses. Às vezes, alguns assuntos são tratados nos grupos e que, em vez de resolver o problema, acaba potencializando, levando para frente algo que poderia ser resolvido mais rapidamente. É preciso pensar qual é o objetivo de quem escreveu: resolver a situação ou tornar o assunto polêmico? Se é resolver, o melhor é ir à fonte. Outra situação, às vezes, mães perguntam no grupo qual é a lição de casa porque o filho não entendeu o que escreveu, por
conta da letra. Nessa situação, o aluno continuará sem se empenhar por fazer uma letra melhor porque ele já tem a solução, a mãe pergunta no grupo. Ele não precisa se empenhar. Como essa mãe estará tornando o filho responsável? Outra situação, dependendo do conteúdo que trafega nas conversas, pode gerar implicações de ordem judicial, tanto no âmbito criminal quanto civil. A expressão dizendo que “a professora não deu uma boa aula” pode rapidamente ser o motivo para que ela vire péssima e a comprometa. Nesse caso, todas pessoas que participam do grupo podem ser questionadas, mencionadas, em eventual processo pela pessoa que se sentiu ofendida, no caso aqui a professora, sob ponto de vista moral e do ponto de vista civil terem que pagar indenização. Quando trago todas essas informações, as pessoas bem-intencionadas, que não sabiam sobre os desdobramentos dessas questões, passam a ter outro comportamento. Uirapuru: Os adolescentes também usam com frequência o Whatsapp e há muito compartilhamento dos “nudes”. Quando essa foto cai na rede, o que a família pode fazer? Como a escola pode lidar com o aluno e tudo que gera tal situação? Qual sua orientação? Dra. Alessandra: A escola precisa mostrar diligência. Hoje a responsabilidade da escola ultrapassa os limites físicos. Por exemplo, a situação aconteceu na casa do menino ou da menina, no final de semana e a foto da menina foi compartilhada. Só que a situação reverberou na escola,
Uirapuru: Percebemos uma certa tendência em achar que as coisas na Internet “estão de passagem”. Há redes sociais, que dizem apagar os conteúdos
após determinado tempo ou que após publicarmos determinado conteúdo (texto, foto, vídeo) podemos apagar. Isso é verdade? Dra. Alessandra: Primeiro que não é apagado da rede social porque há uma obrigatoriedade em manter os registros para situações que tenham desdobramentos de ordem judicial. Há o Marco Civil da Internet e legislação que garantem isso. Outra situação é que alguém pode dar um print na tela, salvar a imagem e publicá-la novamente. Uirapuru: Na cartilha que você e sua equipe elaboraram, em um dos tópicos, trata do número de horas que crianças, adolescentes e adultos passam na Internet, nas redes sociais. Como você orienta para trabalharmos a adequação desse tempo? Dra. Alessandra: A grande questão do uso dessas tecnologias, sobretudo das redes sociais não está no uso, mas na forma como são utilizadas. O nosso desafio, enquanto pais e educadores, é direcionar para o uso produtivo. Encontramos na Internet e nas redes sociais grandes oportunidades de comunicação, de acesso à informação, a network, à troca de experiências, a relacionamentos, à cultura... São várias oportunidades. Se esse tempo for utilizado de forma benéfica não há prejuízo. A tecnologia veio para ficar. Há uma grande tendência para o uso pedagógico. Os games têm aparecido não só para o entretenimento, mas com viés pedagógico também.
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chegou para uma professora, para alguém da escola. O que a escola fará, diante da situação? Em primeiro lugar chamará a menina e individualmente os envolvidos para entender o contexto em que aconteceu, quem filmou/fotografou, quem compartilhou para imediatamente acionar os pais, porque envolve a questão da dignidade muito séria, e conter a ação. Se há assessoria da Nethics, a escola nos aciona para fazermos um encontro geral para trazermos o assunto à tona, orientamos sobre o controle parental e os softwares nos dispositivos de casa, canal de ajuda, canal de denúncia, materiais de apoio. Tudo isso pretende contribuir para que as pessoas, que se relacionam com as crianças e os adolescentes, tenham subsídios para tratar desse assunto. É preciso chamar os responsáveis. A escola sozinha não pode assumir esse ônus. Vai juntar as pessoas para entender o que aconteceu e evitar a proliferação. É necessário dar um print na tela porque precisa preservar a prova, que se configura como crime contra a honra, entrar em contato com a rede e solicitar a exclusão do conteúdo. O que aconteceu é considerado um crime contra a honra, é um crime de ação penal privada, depende da queixa da vítima. A pessoa ofendida precisa se pronunciar, fazer boletim de ocorrência em delegacia especializada, contratar advogado especialista em direito digital para tentar acelerar o processo de ação civil de indenização.
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AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
Anuário 2016
Conhecer nossas fragilidades e potencialidades contribui para que, com nossa comunidade, pensemos em estratégias que nos ajudem a concretizarmos nossa missão institucional “proporcionar excelente formação acadêmica, sem descuidar da formação de seres autônomos, independentes do ponto de vista individual, e colaborativos, participativos e responsáveis do ponto de vista social”. É esse o intuito da avaliação institucional, cujos resultados compartilhamos a seguir.
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Potencialidades e fragilidades: avaliar para reconhecer e melhorar Entendemos que a avaliação institucional permite o reconhecimento das relações, dos processos, das funções e das atividades inerentes ao funcionamento pedagógico e administrativo do Colégio Uirapuru. Acreditamos que a avaliação é uma atividade estruturada que permite o levantamento de dados e, a partir daí, a aferição da qualidade institucional, no sentido de nossa responsabilidade na constituição de um ambiente favorável ao ensino e à aprendizagem, diretamente ligado ao trabalho docente, ao pessoal de apoio e à infraestrutura com vistas ao redimensionamento das ações da própria instituição. Reforçamos o caráter processual da avaliação, realizando a devida prestação de contas aos alunos, pais, professores e demais funcionários das atividades desenvolvidas, constituindo-se necessária ferramenta para o planejamento e a gestão escolar. A partir da análise dos dados, implementamos programas de formação continuada aos professores, parametrizamos demandas da infraestrutura e do pessoal de apoio às atividades escolares.
Anuário 2016
Coordenadora Geral Maura Bolfer
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Avaliação Institucional pelos Pais Os pais receberam o link dos questionários por e-mail. Considerando o número total de alunos – por segmento, fase/série – tivemos os seguintes percentuais de participação:
Anuário 2016
Avaliação Institucional pelos Professores Os professores receberam o link dos questionários por e-mail. Considerando o número total de professores – por segmento – tivemos os seguintes percentuais de participação:
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Avaliação Institucional pelos Alunos (Ensino Fundamental II e Ensino Médio) Os alunos acessaram o link dos questionários no Colégio. Considerando o número total de alunos – por segmento, fase/série – tivemos os seguintes percentuais de participação:
RESUMO DOS RESULTADOS
Os percentuais revelam o quanto os pais concordam com a afirmação. Há em torno de 15% de pais que deixaram, em média, dois ou três aspectos sem responder.
Anuário 2016
pais
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Anuário 2016
professores
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*Educação Física ** Há em torno de 15% de professoras que deixaram, em média, sem concluir a resposta.
Alunos (Ensino Fundamental II e Ensino Médio)
Anuário 2016
pais
Nos aspectos Direção e Coordenação Geral há uma média de 15% de pais que não souberam responder.
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professores
*Educação Física ** Há em torno de 15% de professoras que deixaram, em média, sem concluir a resposta.
Anuário 2016
Alunos (Ensino Fundamental II e Ensino Médio)
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pais
*Entre 15% e 20% dos pais dizem que não sabem responder. **Entre 20% e 30% dos pais dizem que não sabem responder.
*Educação Física ** Há em torno de 15% de professoras que deixaram, em média, sem concluir a resposta.
Anuário 2016
professores
241
pais
Há em torno de 15% de pais que deixaram, em média, dois ou três aspectos sem responder.
Anuário 2016
pais
242
Há em torno de 15% de pais que deixaram, em média, dois ou três aspectos sem responder.
Anuário 2016
professores
*Educação Física ** Há em torno de 15% de professoras que deixaram, em média, sem concluir a resposta.
243
Anuário 2016
Alunos (Ensino Médio)
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Anuรกrio 2016
Alunos (Ensino Fundamental II)
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pais
Há em torno de 20 a 30 % de pais que deixaram, em média, dois ou três aspectos sem responder ou não completaram a resposta.
Anuário 2016
professores
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*Educação Física ** Há em torno de 15% de professoras que deixaram, em média, sem concluir a resposta.
professores
Há em torno de 20 a 30 % de pais que deixaram, em média, dois ou três aspectos sem responder ou não completaram a resposta.
Anuário 2016
Ressaltamos a importância da participação de todos neste processo, afinal, acreditamos que a escola se constitui nas relações que estabelecemos e na participação ativa de toda a comunidade – alunos, pais, professores e funcionários.
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Anuário 2016
GRANDES HISTÓRIAS COMEÇAM AQUI
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A última etapa da Educação Básica, o Ensino Médio, apresenta características bastante específicas, pois se configura como um período para a estruturação das raízes dos projetos de vida – pessoal e profissional – dos alunos, marcando o início da vida adulta e a preparação para o vestibular. Percebemos que o respeito e os elos de amizade que se formam nessa fase escolar contribuem muito para a constituição de um ser humano ético e responsável. Aqui o conhecimento acadêmico não é visto apenas como simples conteúdo a ser acumulado pelos alunos, mas como ferramenta que pode possibilitar sua inserção no mundo. Criar condições para que os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os conhecimentos necessários para construir instrumentos de
Anuário 2016
compreensão da realidade e de participação em relações sociais, políticas e culturais diversificadas e, cada vez mais, amplas tem sido o objetivo a ser alcançado pelo Colégio. Ao finalizar o Ensino Médio muitos pensamentos e sentimentos vêm na mente e no coração dos alunos. A finalização de um ciclo e o início de um outro, rumo à formação profissional. Lembranças que ficam, planos que se estruturam... Muitas histórias para contar sobre o que aqui viveram e muitas expectativas com o que virá... Ao organizar este Anuário vem o desejo de compartilhar com os leitores textos escritos por alunos que concluíram o Ensino Médio em 2016 e outros que iniciaram o ensino superior e que revelam que “grandes histórias começam aqui”.
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Língua Inglesa, caminho para o exterior Ex-Aluno Felipe Roz Barscevicius
Anuário 2016
Para quem se depara com o processo de “Application” – vestibular para as universidades americanas – pela primeira vez, ele parece um pouco assustador: vários testes e redações em Inglês, cartas de recomendação, entrevistas, documentos e procedimentos aos quais não estamos acostumados no Brasil. A primeira vez que ouvi meus amigos de sala do Colégio Uirapuru comentarem que estavam querendo realizar esse processo juntamente com o vestibular, pensei que aquilo talvez fosse um sonho alto demais.
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Felizmente, resolvi encarar o desafio e fomos atrás de mais informações sobre o processo. Nossos professores e coordenadores tinham pouca experiência com o processo, mas se mostraram muito felizes em nos ajudar. Conseguimos entrar em alguns programas brasileiros de ajuda para o processo como o Prep Scholars, da Fundação Estudar e o programa de mentoria do BSCUE (Brazilian Student Council on Undergraduate Education), onde conseguimos muita ajuda com os estudos para os testes e dicas para
os essays (redações sobre histórias de vida) que devem ser enviados para as universidades. Grande parte dessa ajuda vinha de nossos mentores, pessoas que já tinham passado pelo processo e se voluntariaram a nos ajudar através desses programas. As aulas de Inglês do Colégio também nos ajudaram muito nos testes de escolaridade (SAT e TOEFL). Muitos de nossos amigos de sala reclamavam que o curso era muito “puxado”, mas para quem vai aplicar para as universidades no exterior, ele é muito bom. Grande parte da gramática e do vocabulário dos testes era visto em sala e, embora o curso não fosse específico para os testes, nos ajudou na nossa preparação e conseguimos resultados bons. A execução do application foi provavelmente um dos maiores desafios de minha vida. Enquanto eu tinha que estudar para o Colégio e para os vestibulares, tinha que me focar em revisar as redações, marcar e fazer vários testes em Inglês e me preparar para
Após alguns meses de ansiedade, os resultados foram saindo lentamente... e foi como se cada segundo de estudo do Ensino Médio tivesse finalmente me retribuindo um grande presente. Primeiramente, passei na POLI – USP e cursei Engenharia Mecânica. Foi uma experiência incrível, aprendi muitas coisas novas e conheci muita gente que tinha os mesmos interesses do que eu. Porém, após dois meses na USP, no dia 14 de Março (3/14, no calendário americano, chamado de Pi day em homenagem ao número “Pi”), uma grande notícia chegou e mudou completamente minha vida: eu fui aceito no MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, considerada a melhor universidade de Engenharia do mundo. Era difícil de acreditar e os meses de preparação e espera até chegar aqui foram bem difíceis. Agora, final de setembro, já fez um mês que estou aqui. Me fascino cada vez mais por esse lugar e pelas pessoas que conheci por aqui. Não devo dizer qual é o meu curso ainda porque ainda não o escolhi. Isso é algo que os estudantes escolhem ao final do primeiro ano, após conhecerem bastante sobre todos os cursos, mas tenho certeza de que escolherei Engenharia Aeroespacial, meu sonho desde pequeno!
Devo dizer que a rotina aqui é ainda mais corrida do que a do Ensino Médio. Tenho vários Problem-sets (tarefas de casa) semanais e eventos quase todos os dias, desde encontros do time de foguetes do MIT, reuniões sobre um programa de inverno no Cazaquistão, ou até mesmo entrevistas para uma oportunidade de pesquisa em uma nova tecnologia de sistemas de propulsão iônicos para missões longas no espaço. Mas tudo isso vale muito a pena, me sinto em um ambiente muito inovador e ativo, onde posso aprender e ver o resultado de minhas ações rapidamente.
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as entrevistas. Por volta de novembro, quando as provas finais acabam para a 3ª série do Ensino Médio, minha rotina estava muito corrida, e era bem difícil lidar com a sensação de que tudo podia dar errado. Uma questão sempre me incomodava: por que não foquei só no vestibular ou só no application?
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Não tenham medo de tentar coisas novas
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Ex-Aluno Gabriel Friedrich
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Faz um mês que cheguei em Carleton College, na cidade de Northfield, Minnesota, e confesso que passo a maior parte do tempo sem acreditar que cheguei aqui (isso é, quando acho tempo entre aulas, leituras e trabalhos). Sempre me pareceu um sonho tão distante e nem mesmo os seis meses entre minha admissão e minha chegada me prepararam para essa nova realidade. A memória das aulas de Inglês com todos reclamando sobre o vocabulário difícil é recente demais e agora, de repente, estou usando essas mesmas palavras em discussões sobre a expansão napoleônica para o Egito sob uma perspectiva árabe. Estou matriculado em três disciplinas “apenas”: Literatura Árabe com foco nos encontros entre esse povo e o Ocidente, Árabe e Cálculo. Reforço as aspas porque, apesar do número pequeno de matérias, a profundidade e o rigor com que elas são estudadas bastam para ocupar minha semana, ainda mais do que quando estudava no Colégio Uirapuru. A escolha
das cadeiras também pode parecer surpreendente – quem me conhece sabe que dificilmente me consideraria alguém das ciências “Exatas”. No entanto, é exatamente por este motivo que estou estudando Cálculo. Aqui em Carleton, somos encorajados a sair da nossa zona de conforto e explorar todas as áreas do conhecimento que possam nos interessar, sem a preocupação de um diploma ou grade específica (ao ponto de que nem mesmo podemos declarar nosso major – nosso bacharelado – antes do terceiro ano). Dessa forma, podemos não apenas ter a certeza de que estamos traçando um caminho acadêmico que nos agrade, mas também a de que não nos limitamos a um conceito ultrapassado como Humanas, Exatas e Biológicas. Talvez eu nunca use limites e derivadas depois dessa aula (ou use, vai saber?), mas devo admitir que tem sido interessante e desafiador no bom sentido. Aproveito e peço desculpas aos professores de Matemática e Física por passar meu 3º ano achando que a matéria de vocês seria inútil para mim.
Tem sido uma experiência incrível conviver com pessoas tão diferentes, mas que compartilham a mesma paixão pelo aprendizado e por uma comunidade unida. Por sermos apenas cerca de dois mil alunos (um número pequeno
Para encerrar esse texto em um espírito alegre, deixo aqui uma sugestão clichê, porém verdadeira, aos atuais alunos do Colégio Uirapuru: não tenham medo de tentar coisas novas. O medo, na maioria das vezes, serve como um prelúdio de algo fantástico porvir.
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Como nem só de estudos vive o universitário, quero ressaltar outro lado que me surpreendeu e me tem agradado muito: a comunidade. Logo na primeira semana, conheci gente de todo o mundo e com visões que nunca imaginei e, o melhor de tudo, me tornei amigo de vários. Dancei “bachata” com uma garota muçulmana da Somália, fiz um piquenique com um moço da Ucrânia, tive conversas sobre culinária (em árabe) com um rapaz da Síria, passei noites em claro jogando sinuca com pessoas da Índia, Tibete e Espanha e, claro, fui às típicas feiras estadunidenses com gente de todos os EUA.
comparado à maioria das universidades daqui), é possível (e muito provável) que você cruze com rostos conhecidos o dia inteiro enquanto corre através do campus para as aulas. Ao mesmo tempo, é gente o bastante para que você, com certeza, encontre aqueles grupos com interesses mais próximos dos seus e não se sinta como a única pessoa de tal jeito. O momento que mais me fez ter certeza de estar no lugar certo, no entanto, decorreu de uma tragédia. Após a morte de um aluno do segundo ano, a comunidade de ex-alunos angariou, em apenas dois dias, cerca de nove mil dólares, que foram utilizados para surpreender todos os alunos do campus com uma flor e uma mensagem de apoio. O restante desse dinheiro foi então doado para um centro de pesquisas de distúrbios mentais na região. É claro que uma flor não diminui o luto ou a gravidade da situação, mas esse gesto, vindo muitas vezes de alunos formados há 50, 60 anos, serviu para todos nós, alunos atuais, nos lembrarmos da comunidade acolhedora e unida da qual fazemos parte.
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Well, here we are: da escola pública para o Colégio Uirapuru e do Uirapuru para Notre Dame
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Ex-Aluno Pedro Henrique Cardoso Navarro
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Entrei no Colégio Uirapuru em 2013, na 1ª série do Ensino Médio, como bolsista do ISMART (Instituto Social para Motivar, Apoiar e Reconhecer Talentos), programa que oferece oportunidades de bolsas de estudos nas melhores escolas do país para alunos das escolas públicas. Ao longo dos três anos de Ensino Médio, me dediquei a muitas atividades extracurriculares: participei de concursos de escrita e olímpiadas científicas (especialmente Astronomia), entrei para o time de foguetes, co-fundei um projeto social, o “Motivando o Futuro”, para levar oportunidades e inspiração a alunos de escolas públicas (assim como eu era), fui monitorvoluntário nos laboratórios de Química e Física do Colégio, dei aulas voluntárias, entre outras atividades. Tentei aproveitar ao máximo as oportunidades disponíveis no Colégio. Futuramente, tudo isso me ajudou a ser aceito em universidades no Brasil e nos EUA.
Minha preparação para o processo de seleção das universidades americanas se deu junto com a preparação para o vestibular, o que fez minha 3ª série, em especial, bastante agitada, mas de muito aprendizado. Para o application (como é chamado o processo de seleção das universidades americanas), tive que escrever dezenas de essays (ou redações, que em sua maioria visam conhecer mais sobre nós através de experiências de vida, atividades extracurriculares e conquistas acadêmicas), enviar cartas de recomendações de professores, notas do Ensino Médio e pontuações de provas como ACT, SAT e TOEFL. Contei também com a ajuda financeira e mentoria de
alguns programas como o Prep Scholars (da Fundação Estudar), o Oportunidades Acadêmicas (do EducationUSA) e o BSCUE (Brazilian Student Council on Undergraduate Education), Mentoring Program. Tais programas foram essenciais para que eu pudesse montar um application competitivo e futuramente, conseguisse minha aceitação em algumas universidades, entre elas, University of Notre Dame (que está entre as 20 melhores dos EUA), na qual atualmente estudo. A rigidez acadêmica do Colégio Uirapuru contribuiu muito para o application, e, principalmente, para o vestibular, onde fui também aceito na Escola Politécnica da USP. Em agosto de 2016 iniciei meus estudos na University of Notre Dame, em Engenharia Química. As universidades nos EUA nos permitem ter muita liberdade para explorarmos diversas áreas e, nesse contexto, pretendo fazer um minor (espécie de curso secundário) em Business, ou também ter uma concentração em Energia, dentro de Engenharia Química. Meu primeiro mês em Notre Dame foi bastante intenso. Na primeira semana, tive diversas palestras e orientações sobre a universidade, onde pude fazer amigos de diversos países. Se eu pudesse dar um motivo para “por que Notre Dame?”, a resposta é óbvia: a comunidade deste lugar. Todo mundo é muito acolhedor e todos estão dispostos a ajudar, não importa qual seja o problema. Mesmo estando a 10 mil km de casa e do Brasil, me sinto em casa aqui também, graças às pessoas. Cada um carrega uma história incrível e muito inspiradora, e somado ao fato de que o campus é
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Nas 1ª e 3ª séries do Ensino Médio, tive também a oportunidade de participar de programas de verão em instituições como University of Notre Dame, Stanford University e University of California, Bekeley. Neles, ao lado de estudantes do mundo todo, pude vivenciar por algumas semanas como era a experiência de estudar em uma das melhores universidades do mundo. Pude me candidatar a esses programas não só por ter participado de diversas atividades extracurriculares (que são extremamente valorizadas na seleção de universidades do exterior), mas também porque tinha um inglês bem desenvolvido, resultado, especialmente, das aulas de inglês do Uirapuru. Em pouco tempo, melhorei meu domínio da língua graças ao nível de cobrança e plenitude das aulas, me preparando para diversas situações que acabei vivenciando (seja em conversas cotidianas ou em discussões a nível acadêmico).
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considerado um dos mais bonitos dos EUA, estudar aqui é um prazer imenso. A atmosfera esportiva de Notre Dame também é única, e o time de futebol americano, o Fighting Irish, é um dos mais prestigiados do país. Em época de jogo, o campus fica bem cheio e animado.
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Aqui os estudos são extremamente rigorosos também: diariamente tenho aulas, palestras e diversas tarefas para serem concluídas durante a semana – e tudo aqui é avaliado, e a carga de trabalho é bem alta. Antes do semestre começar, podemos escolher algumas das aulas que faremos. Nesse semestre, estou tendo aulas como Cálculo, Princípios da Microeconomia, Química, Introdução à Engenharia e Community Based Writing & Rhetoric, onde estudamos escrita e fazemos atividades fora do campus junto da comunidade local. O número de atividades para se fazer fora da sala de aula é muito grande. Há uma infinidade de clubes estudantis de todos os tipos. Esse semestre, por exemplo, entrei para o Notre Dame Rocketry Team, o time de foguetes (formado principalmente por engenheiros) que compete em torneios nacionais entre universidades, o clube de Engenharia Química e o Brazil Club. O tempo limitado que temos aqui, porém, torna difícil conseguir participar de tudo que queremos.
Depois de anos sonhando em estudar aqui, a ficha ainda não caiu. É estranho pensar que estou em um país diferente, constantemente ouvindo e falando uma outra língua, tendo aulas em uma das melhores universidades dos EUA e do mundo. Ainda, é estranho pensar que tenho já amigos tão próximos, mas que vieram de culturas e realidades totalmente diferentes da minha; para mim, esse é o poder que a educação (é até mesmo uma língua) tem de aproximar as pessoas e te levar a lugares que você jamais imaginaria estar. Well, here we are: da escola pública para o Colégio Uirapuru e do Uirapuru para Notre Dame. Aos meus professores e àqueles que me ajudaram a ser o Pedro que sou hoje, só me resta honrar a oportunidade que estou tendo!
Ponto final Está um calor absurdo nesse ônibus hoje, por isso minhas mãos suadas molham meu caderno de capa vermelha. Sou daquele time que ama a tecnologia, mas não abre mão do bom e velho papel. Pelo menos na hora de escrever. Faz uma avenida e três ruas que eu tento fazer minha lapiseira cor de rosa rabiscar algum texto genial e emocionante, mas eu não faço ideia de como começar. Ultimamente, eu ando mais sensível do que já sou, e o motivo é bem óbvio: o fim se aproxima. Refletindo bem, talvez seja por isso que eu não consigo escrever. Eu odeio despedidas. Só mais algumas semanas e eu deixarei de passar na frente dessa pastelaria às seis da tarde, quando aquele garçom muito bonito está limpando as mesas. Pausa porque a senhora do meu lado quer descer do ônibus. Pronto, acho que ela chegou na porta a tempo. Aliás, eu gosto muito da metáfora clichê das portas que se fecham e das janelas que se abrem, e agora percebi que é um ótimo jeito de começar meu texto, já que é exatamente o que vem acontecendo comigo nos últimos anos. Acontece com todo mundo, eu sei, mas eu peço que você entenda meus impulsos humanos de egoísmo e deixe que eu prossiga. Obrigada!
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Aluna da 3ª série do Ensino Médio Giulia Yokomizo Girardi
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Fui parar no melhor colégio da cidade, porque eu me joguei de uma janela que apareceu quando inúmeras portas se fecharam. Foi uma bela queda, infinita, como quando a Alice cai no País das Maravilhas: coisas sem sentido me rodeavam enquanto permiti que a gravidade me guiasse. Então veio o encanto: o banheiro da escola tinha papel higiênico e espelhos, o que é uma conquista enorme para quem tinha que ir buscar papel na sala dos professores e era medida, com o olhar, pela quantidade que pegava. Os novos corredores eram, para mim, um novo mundo de possibilidades, com lagartas sábias e rosas falantes, e eu senti que tinha achado meu lugar, estava onde deveria ter vivido toda a minha longa vida de 15 anos. Ô motorista, vai descer! Que coisa, ele fechou a porta antes que as meninas aqui atrás conseguissem alcançar a saída. É, foi mais ou menos assim que eu me senti no final de dois meses, ao ver meu boletim. Para quem só tirava mais que oito na escola antiga, vir com 1,5 em Geometria representou o ônibus fechando a porta a poucos centímetros, e indo embora sem permitir que eu descesse. Como eu quis descer! Janelas abriram-se ao meu redor, cada uma com uma voz que consolava e intimava: “Vai ficar tudo bem, se você começar a estudar”. Seria um belo texto
motivacional, se eu dissesse que segui esse conselho, mas a verdade é que sempre tentava começar, me perdia no meio das coisas atrasadas e desistia no final. Até hoje é assim! Começou a chover do nada, está quente demais, e não consigo fechar a janela. Está emperrada. Molho-me cada vez mais e as folhas do caderno vão se tingindo com a canetinha das outras páginas. Licença, cê pode fechar pra mim? Obrigada. Toda vez que me permito chover e aceito conformada o estado encharcado em que gradualmente fico, aparecem minhas fadas madrinhas (tadinhas, trabalham tanto!) e, ao invés de magicamente darem tudo que preciso, usam suas varinhas de condão para bater na minha cabeça e me fazer enxergar que nem tudo está perdido. Conheci-as durante meus primeiros passos, no País das Maravilhas, e definitivamente não estaria aqui hoje, se não fosse por elas. Sabe, sempre pensei que não conseguiria seguir a vida sem minhas fadas (olha o egoísmo aí de novo, como se eu pudesse tratar por pronomes possessivos
Só um minuto, preciso aumentar o volume da música que estou ouvindo, porque entrou um daqueles grupos de estudantes barulhentos, terror dos que têm sono leve. Meninas e meninos, todos rindo e falando alto sobre tudo e todos. Sorrio e sinto aquele nó na garganta. Tá aí outra coisa da qual devo me despedir: meus amigos. Alguns caíram comigo no buraco do País das Maravilhas, outros, os nativos, eu conheci na hora do chá. E ainda tem um terceiro grupo, os que descobriram outras entradas e se juntaram a nós posteriormente. Companheiros de jornada, nadamos juntos nos rios de nossas próprias lágrimas, rimos uns dos outros ao redor da mesa de chá, e, no final, enfrentamos unidos a Rainha Vermelha e seus julgamentos injustos. Obedecemos ao “Eat me” e, grandiosos, sentimos que o mundo era pequeno demais para nós. Depois, o drink de realidade nos lembrou de nossa pequenez e nem isso foi motivo de
desistência. Veteranos dessas batalhas, agora seguimos sozinhos para outras novas, com a certeza de que a gente titubeia, mas aguenta os baques da vida. A cada ponto que o motorista para, o ônibus esvazia. Olho meu reflexo no vidro embaçado e percebo o quanto eu mudei, o quanto cresci. Recordo-me do primeiro ônibus que peguei, no primeiro dia de aula, quando passei o caminho inteiro encarando minha imagem no pouco que o vidro refletia. Um rosto aterrorizado e sorridente. Agora, tudo que vejo é serenidade e sisudez. Sigo minha viagem e começo a me preparar, porque o ponto final se aproxima e eu serei obrigada a descer. É inevitável. De todos os sinais gráficos de pontuação, o ponto final sempre foi o que eu mais odiei, porque é o mais definitivo. Sua função é separar períodos diferentes. É a despedida e o recomeço, ao mesmo tempo. Eu odeio despedidas. O papel está molhando novamente, mas dessa vez não é suor, tampouco chuva. São lágrimas.
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mulheres tão fortes!), mas percebi, há algum tempo, que, a cada arco-íris que vejo graças às suas varinhas, menos eu preciso delas. Aos poucos vão me fortalecendo, porque sei que desejam secretamente que eu me junte a elas e seja a fada madrinha de alguém também, sem me permitirem esquecer que o Sol da minha vida sou eu.
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O nosso santo bateu Aluna da 3ª série do Ensino Médio Ana Luiza Moraes Ferraz
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Cheguei exausta, mas isso não me impediu de aproveitar muito o dia seguinte no Beach Park, famoso parque aquático. Foi a primeira vez que não ouvi reclamações sobre acordar cedo ou caminhar uns 15 minutos, afinal, com uma vista tão linda como a praia, não tem como reclamar. Aos poucos, a turma começava a se unir, vivendo aventuras inesquecíveis no parque. Nos amigos, encontrei a coragem para descer o Insano, um toboágua que simula uma queda livre. Subi as escadas tremendo, mas o apoio deles fez valer a pena a descida assustadora. Aprendi a respeitar os limites dos outros, mas também a encorajá-los a ir além (subindo num brinquedo mais alto, por exemplo). Provei minha amizade ao descer um toboágua com uma câmera enfiada no biquíni, pois minha amiga não tinha onde guardar. Curti cada momento, enquanto percebia o grupo cada vez mais próximo.
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Além do Beach Park, fomos para as belíssimas praias nordestinas. Após uma longa viagem, ao som de nossa playlist ou das vozes (nem tão afinadas) de alguns, Cumbuco e Canoa Quebrada proporcionaram fotos incríveis e passeios de bug emocionantes. As dunas eram percorridas em alta velocidade e, a cada descida, achava que iria cair na areia fofa. Os gritos eram ouvidos de longe e a animação era tangível. O sol brilhou o tempo todo, apesar de eu não ficar bronzeada como pretendia. No fim da tarde, jogávamos vôlei e ficávamos na piscina do hotel, desfrutando do início das férias. Cada noite era mais especial do que a outra. A balada Mucuripe, com o show da dupla sertaneja Simone e Simaria, poderia ter sido um fracasso, pois não estávamos vestidos ou preparados para uma balada daquele nível, mas acabou em diversão, com 23 adolescentes comprando comida e água num posto no meio da rua. A feirinha do Meireles mostrou-me um pouco do Ceará, com suas rendas, castanhas e um povo alegre e receptivo. A apresentação de Luci Alves e Marcos Lessa, numa festa típica nordestina, fez com que eu me apaixonasse pelo forró e dançasse a noite toda. A última noite, porém, foi a mais memorável.
Voltamos para o hotel e, sem sono, decidi passar a noite em claro com mais 4 amigos. Conversamos sobre tudo, rimos até a barriga doer e confidenciamos segredos, enquanto
aplaudíamos o sol que nascia. Essa madrugada parecia o filme “Clube dos Cinco”, no qual 5 colegas de escola passam uma tarde juntos e transformam-se. Éramos 5, cada um muito diferente do outro e, ao final dessa madrugada, nos tornamos inseparáveis. Refletindo sobre minhas amizades do Ensino Médio, percebi quantas pessoas deixei de conhecer e, ao mesmo tempo, agradeci Fortaleza por ter me apresentado a algumas delas. Três anos é pouquíssimo tempo para que possamos conhecer a imensidão de cada colega de classe. A viagem chegava ao fim, trazendo a saudade. No aeroporto, formamos um corredor de tristeza, com lágrimas e lencinhos. A alegria das lembranças, porém, era maior. Graças a Fortaleza, como tapioca quase todos os dias e ainda procuro um pudim que supere aquele servido no jantar do hotel. No entanto, já desisti de tentar encontrar uma cocada melhor do que a da praia de Cumbuco. Ganhei um parceiro de forró, 22 horas de música e fotos sensacionais. Vivenciei momentos históricos, como quando os meninos apostaram corrida e tropeçaram mais do que correram. Conheci melhor pessoas maravilhosas, hoje essenciais no meu dia a dia. Obrigada, Fortaleza. O nosso santo bateu mesmo.
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Fomos ao Pirata, um bar turístico muito famoso em Fortaleza. A atmosfera do ambiente atraía todos para a pista de dança, que ficou lotada durante toda a madrugada. Quando a banda principal assumiu o palco, tocando sucessos de vários gêneros e épocas, o lugar pulsava. Ninguém estava cansado ou dolorido, só havia sorrisos e danças malucas. Até mesmo os tímidos amantes do rock entregaram-se ao lugar. Foi realmente a segunda-feira mais louca do mundo. O momento mais marcante da viagem aconteceu nessa noite. Uma música começou a tocar e nosso grupo parou de dançar, tentando identificá-la. “Que música X”, disseram alguns, mas a melodia parecia-me conhecida. Quando o refrão chegou, lembrei-me e cantei loucamente. Gritei com todas as minhas forças, assustando as pessoas ao meu redor. Logo, o resto da turma cantou junto. Foi nesse momento que percebi que o meu santo tinha batido com o de todo mundo naquela viagem. Olhei ao meu redor e vi pessoas, com as quais eu mal conversei durante os três anos de Ensino Médio, tornarem-se parte da minha memória.
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Formandos do ensino médio 2016
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Alunos da 3ªA AUGUSTO JOSÉ MANGINI DOS SANTOS BEATRIZ ALMEIDA PESTANA BEATRIZ DE PAULA ABDALLA BEATRIZ MONTEIRO SOUZA MARTINS CAROLINA ARAUJO RODRIGUES DOS REIS CAROLINE PUGLIESE CLARA MONTANHA BASSO DAVI MARQUES GUTIERRES EDUARDO ALBANO DE AQUINO BOTURA ENRICO MATTOS E URSO ENRICO STEINLE MATIUCI EVELYN CAROLINE SILVA GABRIELA GEROTE ARVATE GABRIELLA HELENA DE FIGUEIREDO ARAÚJO GUILHERME DE SOUSA REAL GUILHERME PILLER TELES JÚLIA SCARPA CARDOSO JULIA YAMANAKA AGNELO JULIANE RAISSA DE ALMEIDA SANTOS LAURA MENDES ROCHA LUCAS DE OLIVEIRA CIMATTI LUISA SPADA GIMENEZ LUIZA DIAS SEGHESE MARINA MATTUCCI TARDELLI MATHEUS ANDRÉ NASCIMENTO QUEIROZ MURILO TADEU RUSCONI FURLANI PEDRO GABRIEL DE CAMARGO STÉFANI RAFAELA ALMEIDA CASSANIGA THAIS DI RUSSO SOTTOVIA ARRUDA THIAGO RIBEIRO BAIZI DIAS FURTADO WASHINGTON LUIZ RODRIGUES DA SILVA FILHO
Alunos da 3ªc
ANA CAROLINA HERNANDES MARTIN ANA LUIZA MORAES FERRAZ ANDRÉ PERROUD SAMPAIO BEATRIZ DE ALMEIDA CRUZ BEATRIZ IDERIHA MATHIAZZI BEATRIZ MATEUS FAUSTINO SAPORITO BRUNA BONAS SCHMIDT ROHDE BRUNO HENRIQUE DE CARVALHO SCAGLIONE CAROLINA MITSUE MISSAWA CATARINA DE CÁSSIA COLMATTI BROMATTI DIOGO FILIPE MICALI MOTA ERIK BENAVIDES WITSCHER FÁBIO CARVALHO SCAREL GABRIEL CÔRTES LOUREIRO GABRIELLA BUENO ANTUNES RODRIGUES GIULIA YOKOMIZO GIRARDI GUSTAVO DUARTE TRUCHARTE GUSTAVO ROSA PALAMIDESE HENZO RUSSO ZUMKELLER IAN DE OLIVEIRA ANTÔNIO BUENO IANA MACIEL DOS SANTOS ISABELLA ARCA VIEIRA JOÃO VITOR JURCA MURTA JOHANNA BERNECKER JOSÉ RENATO BARROS SOARES KAREN HAYASHIDA KEILA LUMI KAWAUCHI DE ARAUJO LARISSA LOPES FURQUIM DA SILVA LARISSA SOUZA MORA LAURA KRÜGER VESTENA MARCOS ROGÉRIO RODRIGUES GALVÃO JÚNIOR MATHEUS ESCOBOSA SALVADOR NÁTHALI MIRAMONTES LIMA MORAES PATRÍCIA FRANCO VERAS RICARDO MARÇAL YAMAMOTO MADEIRA
ALEXANDRE PONTES MIGUEL ANA CAROLINA NASCIMENTO POMPEU BÁRBARA MORAES SCARANCI FERNANDES CAMILLA FORLIN PEREIRA ERTHAL RIBEIRO ENRICO GIUNTA ENZO SCARPA AGUIAR DE PAULA FERNANDA OLIVEIRA DEMARCHI FRANCISCO JOSÉ ALEIXO DE CAMARGO PINTO GABRIEL COELHO ACORSI GABRIEL FERREIRA DA SILVA PEREIRA VAZ GABRIEL VINÍCIUS GARTNER GIOVANNI MACEDO E CORDEIRO GIULIA MONTONE GIULIA TEZOLI BAKAUKAS GUSTAVO DE GUSMÃO COSTA RUBINATO GUSTAVO ROMERO CARDOSO HELENA AFFÉRRI FERNANDES PINTO IGOR MACHADO COSTA ISABELA WATANABE SILVA JAMILE NEIEF HADDAD JOÃO PEDRO DE CASTRO CAMARGO JÚLIA BONVENTI NUNES JÚLIO ALEXANDRE GEMENTE LOZANO LARA KOURY LEONARDO SCHULZ STOFER LUCAS SANCHES GERMANO LUIZA GUN MARIA LUIZA CLETO BRANCACCIO DOS SANTOS MARIA SILVIA FERRAZ SAMPAIO MARINA PARDUCCI ROSATI MIGUEL CORRÊA NETTO CAVALCANTI RAFAEL PASTRELLO ROSSETTO THAIS MARIA ALVES DA SILVA FERREIRA THIAGO RIBEIRO GALRÃO TIAGO KALIL PEIXOTO VICTOR BARBOSA OLIVEIRA
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Alunos da 3ªB
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Colégio Uirapuru Anuário 2016 Diretor Geral: Arthur Fonseca Filho Diretor Administrativo: Arthur Fonseca Neto Diretor Financeiro: Renato Machado de Araujo Fonseca Coordenadora Geral: Maura Bolfer Jornalista Responsável: Priscila Castilho – Mtb 40.222/SP Produção Gráfica e Tratamento de imagens: bëwe - building brands Realização: bëwe - building brands www.agenciabewe.com.br
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