Nº93 maio 2000 www.telaviva.com.br
no show da nab, produtos para tv e mais serviços
legislação menos exigente para as licitações atuais
N達o disponivel
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E D I T O R I A L
E s te símbolo liga você aos s e rviços T ela Viva na Internet. Ô Guia Tela Viva Ô Fichas técnicas de comerc i a i s Ô Edições anteriores da Tela V iva Ô Legislação do audiovisual Ô Programação regional Í N D I C E
SCANNER
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CAPA
NOVAS EMISSORAS DE TV
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LEGISLAÇÃO
NOVAS REGRAS PARA
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50 ANOS DE TV
DO TELETEATRO
PROGRAMAÇÃO REGIONAL
ESPÍRITO SANTO
MAKING OF
AS CONCESSÕES
à TELENOVELA
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NAB
VERSÃO 2000
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CINEMA
1080P EM HOLLYWOOD
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PRODUTORA
PARCERIAS DA CONSPIRAÇÃO
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EQUIPAMENTOS
REFLETORES
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FIQUE POR DENTRO
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AGENDA
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Las Vegas costuma sediar as mais importantes lutas de boxe. Só que desta vez não eram atletas que disputavam algum cinturão no ringue. Técnicos, treinadores e empresários do 8-VSB e do COFDM se movimentavam no Las Vegas Convention Center, durante a realização da NAB, no mês passado, mostrando o currículo de cada um dos padrões de modulação. A indústria de fabricantes de equipamentos e os broadcasters faziam suas apostas. Os jabs, cruzados de direita e esquerda foram substituídos por petições e divulgação de resultados de testes. A disputa está equilibrada, mas os dois atletas têm estilos bem diferentes. De um lado o arrojo e a agressividade característicos do modelo norte-americano de negócios. Do outro o conservadorismo e o realismo dos europeus. Os próximos rounds serão decisivos. O da decisão da FCC, após o trabalho da força-tarefa, e o da divulgação do padrão brasileiro. Como a disputa envolve cifras bilionárias não há como negar que se teme pela interferência de bastidores. A migração para a TV digital é vultosa. Os fabricantes de equipamentos profissionais mostram-se indiferentes quanto à produção de produtos para ATSC, DVB ou ISDB. O ônus do padrão fica para a indústria de eletroeletrônicos que precisará fabricar receptores adequados a cada caso. Enquanto durar o simulcast as combinações entre NTSC, Secam, PAL-B, PAL-G, PAL-M com 8VSB e COFDM podem ser as mais variadas e restringir a produção em escala. A economia pode estar globalizada, mas as características intrínsecas de cada povo devem e precisam ser respeitadas. Não é possível agradar gregos e troianos. Temos grande extensão territorial, geografia acidentada e principalmente um jeito próprio de fazer e ver TV. A Anatel tem em mãos um trabalho elogiável dos engenheiros brasileiros. Mas é bom verificar se a válvula da panela de pressão - onde foram misturados os ingredientes coletados durante o período da Consulta Pública está funcionando devidamente para dar vazão ao vapor da fervura.
Edylita Falgetano
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BONECOS NA GLOBO
NO SAMBA Para cumprir todas as tarefas relativas aos diversos cargos que ocupa, o inglês Anthony Smith tem de rebolar como um passista nos desfiles das escolas de samba. Por isso, o diretor de marketing e comunicações do Projeto DVB; coordenador de relações públicas, publicidade & trade show; gerente de web, editor e projetista de layout para o DVB News e outros materiais promocionais da DVB tem uma enorme vontade de conhecer de perto o carnaval brasileiro. Durante a NAB, no mês passado, além de recepcionar os visitantes no estande onde o DVB mostrava as transmissões de DTV em 6 MHz, esteve presente no debate do SET e Trinta onde os representantes do DVB, ATSC e ISDB discutiram os resultados dos testes realizados em São Paulo, mediados por Fernando Bittencourt, e andou muito pelos corredores da feira.
Cinco ações de merchandising foram criadas pela QG, agência do Grupo Talent, para inserir a Droga Raia na novela “Terra nostra”, da Rede Globo. Como a primeira farmácia foi fundada em 1905, época em que se passa a novela, será mostrado o nascimento da primeira Pharmacia Raia. O fundador da rede era um imigrante italiano, que chegou ao DOBRADINHA Brasil da mesma forma que os A dobradinha DPZ e Cia de Cinema está personagens Guiliana e Matheo. presente no comercial do adoçante Mid Um novo personagem, o Senhor Sugar, da Ajinomoto, protagonizado Raia, aparecerá na trama para por Débora Secco, e na campanha mostrar também que a farmácia foi das Lojas Riachuelo que explora a a primeira a atender diversidade de personalidades e estilos durante a noite. A de cada consumidor. Rodolfo Vanni rede de drogarias dirige a criação para o Mid Sugar e investiu R$ 1 milhão Jeff Chies a da DPZ Varejo. Junk e YB na campanha que assinam, respectivamente, as trilhas e a inclui um filme Casablanca finalizou os dois filmes. institucional da Droga Raia, hoje composta por 80 farmácias, que irá ao ar na última semana de exibição da novela. Foto: Divulgação
Pela primeira vez, a Rede Globo investe em bonecos de massinha para a confecção de uma abertura de programa. O responsável pela façanha é Fernando Coster, que criou bonecos para a apresentação do programa de Luciano Huck, o “Caldeirão do Huck”. A produção foi toda feita em São Paulo e a finalização na própria Globo. A vinheta pode ser conferida todos os sábados, às 14h30.
ORIUNDI
A QG ainda está Anthony Smith escolhendo a produtora para o filme. Paulo Zoéga, sócio-diretor de Operações da agência, afirma que: “Diante das possibilidades de marcar um momento tão importante da história da Droga Raia, entendemos que a ação de merchadising em ‘Terra nostra’ foi a que se mostrou com a maior capacidade de se diferenciar de uma promoção tradicional, sem contar o impacto de estar presente numa novela com tanto sucesso como esta. A adequação do roteiro com a história da empresa foi fator decisivo na tomada dessa decisão”.
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AQUISIÇÃO Durante todo este ano, o Grupo Publicis, que controla a agência Publicis Norton no Brasil, vem anunciando a aquisição de agências em todo o mundo. Agora, mais uma foi divulgada, desta vez no Brasil. A MPA, agência de Yan Mello von Brewer e Fernando Queiroz, passa a se chamar Dialog.MPA, integrando assim o grupo de agências Dialog que já existe em vários países da Europa e nos Estados Unidos. A Dialog.MPA será uma agência de comunicação integrada, oferecendo desde o planejamento até a produção, execução e logística das estratégias de comunicação. Os sócios von Brewer e Queiroz continuam no comando.
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exterior à vista
A cervejaria Kaiser lançou um novo rótulo para lá de útil para os bebedores de cerveja brasileiros. Trata-se de um selo termossensível, que indica se a ESCLARECIMENTO bebida está no ponto para ser Na página 16 da edição de abril de Tela consumida. A campanha foi criada Viva (nº 92), as declarações do gerente de pela NewCommBates e produzida produtos digitais da Philips, Walter Duran, foram apresentadas como retratando pela Produtora Associados, com posições da empresa com relação ao direção de Luiz Ferré.
NOVA ESPIRAL Entre as mais antigas produtoras de comerciais do Brasil, a Espiral Filmes anunciou em abril uma remodelação completa em sua estrutura. Passando a se chamar agora EspiralCom, a
produtora vai oferecer novas soluções em comunicação ao mercado. Segundo a proprietária, Rosa Jonas, o surgimento de novas mídias, tecnologias e plataformas estimulou a empresa a investir em uma estrutura que possa garantir a solução completa dos problemas de comunicação do cliente. “Com as novas mídias, o cliente é obrigado a escolher vários fornecedores e então têm linguagens diferentes para seu produto”, explica. “Nossa intenção é garantir agilidade e custos acessíveis, criando uma comunicação uniforme para o cliente. “ Para isso, Rosa Jonas vai contar com o sangue novo de Tatiana Shibuya e Éder Martins, que já trabalhavam na empresa e agora passam a sócios, sentando ao seu lado na diretoria.
encaminhamento do processo de escolha do padrão brasileiro de TV Digital. O mesmo Walter Duran, paralelamente às suas atribuições na Philips, é o representante da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Aparelhos Eletroeletrônicos) no Grupo de Trabalho Abert/SET, que realizou testes ligados à transmissão dos sinais digitais em São Paulo. Nessa condição, Walter Duran é porta-voz de todos os fabricantes de televisores instalados no Brasil e foi nessa condição que foi ouvido pela revista. Esclarecemos que a posição dos fabricantes de televisores, onde a Philips é a líder do mercado, é de neutralidade quanto à escolha do padrão de DTV a ser adotado no Brasil e o apoio a um padrão tipo open international standard para interfaces de uso não se refere a nenhum dos padrões testados (ATSC, DVB e ISB) especificamente. A patente do DVB não pertence à Philips, e sim à Comunidade Européia que, por sua vez, autoriza o seu uso mundialmente sem pagamento de qualquer tipo de direitos ou royalties. A afirmação de que “a maioria dos componentes presentes no televisor atual são importados” refere-se à quantidade e não ao valor dos componentes. Em termos de valor, prevalecem os componentes nacionais. Duran ainda esclarece que é incorreto afirmar que “o fabricante faz pequenas adaptações para transformar o produto em PAL-M, gastando quase nada em desenvolvimento de produto”, pois todos os fabricantes instalados em Manaus vêm fazendo altos investimentos, há vários anos, para modernizar suas linhas de produto.
José Paulo Vallone assume a Diretoria de Produções Internacionais, que será supervisionada pela Central Globo de Produção (CGP) e fica responsável pelo planejamento, desenvolvimento e produção de projetos internacionais. Para cada produção internacional será designado um diretor e respectivas equipes de trabalho. A primeira produção internacional será dirigida por Herval Rossano.
NO TIME Foto: Marcelo Rudini
ESTUPIDAMENTE GELADA
A Globo implantou uma nova estrutura para intensificar a internacionalização de sua marca através da abertura de novos canais de distribuição e da produção de conteúdos específicos para o mercado internacional. A Diretoria de Parcerias Internacionais que consolida as atividades da Divisão de Vendas Internacionais (DVI) e da Diretoria de Parcerias Estratégicas será dirigida por Ricardo Scalamandré.
Robson e Roberto
A Philips Digital Video Systems, no Brasil, agora se chama Philips Broadcast e o time tem dois novos integrantes: Robson Rodrigues e Roberto Silva. Os novos contratados atuarão nas áreas de encoders, decoders, acesso condicional, transmissão, compressão e Internet em alta velocidade enquanto os veteranos Fredy Litowsky e Jaime Ferreira cuidam dos equipamentos destinados a estúdio, como câmeras, routers, switchers e masters.
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BOM MINEIRO
Fotos: Divulgação
Mineiro que se preza não perde a chance de retornar à terra. Depois de muitos anos vivendo no interior de São Paulo, Fernando Paraíso, um dos assessores da Central Globo de Afiliadas e Expansão - CGAE - voltou ao estado natal para assumir a Diretoria Regional do Fernando Paraíso grupo de afiliadas composto pelas TVs Integração (Uberlândia), Ideal (Ituiutaba) e União (Araxá). Como um bom nativo do estado de Minas Gerais, Fernando revela apenas que tem trabalhado dia e noite ao lado do novo diretor adjunto das três emissoras, Carlos Magalhães, para consolidar a qualidade e a confiabilidade do sinal nas respectivas áreas de coberturas das geradoras além de ampliar o tempo do telejornal local.
MUDANDO OS LEÕES O premiado redator Ricardo Amaral, conhecido no mercado como Chester, é a nova contratação da Loducca, deixando a Almap/BBDO, onde trabalhou nos últimos cinco anos. O criativo carioca já passou por agências como MPM, Talent Biz e DPZ e carrega na bagagem sete Leões conquistados em Cannes, um Grand Prix, entre outros prêmios.
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CONCEITO CONTINUA
INFORMAÇÃO TOTAL
Três filmes inauguram a nova fase da campanha de Credicard, que dá continuidade ao conceito “obrigado pela preferência”. Os filmes mostram pessoas que decidem comprar em função dos benefícios do cartão. A idéia, criada por Joanna Soares e André Galhardo, da W/Brasil, foi ao ar em produção da Jota Xis Filmes, com direção de Júlio Xavier.
Um mascote bem informado é a estrela das novas campanhas do jornal Correio Braziliense. O personagem é um cão labrador, que se recusa a entregar o jornal para seu dono, mesmo com vários tipos de ofertas tentadoras. No final, o cachorro mostra a que veio: ele mesmo lê o jornal. A criação do filme é da Agnelo Pacheco e a produção da Espiral Filmes, com direção de Stella Rizzo.
SULISTA
A empresa catarinense TVi está investindo em produção independente de dramaturgia e conteúdo cultural para a TV aberta. Há dois meses no ar, uma série de programetes produzidos pela empresa mostra dois momentos importantes da história brasileira: a Guerra do Contestado, na série “O contestado”, exibida nas emissoras RBS de Santa Catarina, e a Guerra dos Farrapos, na série “Os farrapos”, veiculada nas emissoras RBS do Rio Grande do Sul e no canal fechado TVCom, da Net/Porto Alegre. Na primeira série, no ar em três inserções diárias de 90 segundos cada até janeiro de 2001, os 156 episódios podem ser vistos separadamente sem comprometer sua compreensão. Marcos Palmeira vive um jornalista em busca de material para escrever sobre o conflito do Contestado. A segunda tem sinopses assinadas pelo
jornalista Carlos Urbim e supervisão de textos do escritor Luiz Antônio de Assis Brasil. As séries seguem um formato consagrado em dois projetos anteriores, “Santa Catarina 100 anos de história”, com Paulo José e Tony Ramos, e “Rio Grande do Sul 100 anos de história”, com Paulo Goulart, exibidos durante três anos nas emissoras sulinas. Os planos da TVi, premiada com o Top de Marketing da ADVB/SC e da ADVB/RS em 1999, incluem a expansão do formato para outros estados e a incursão na produção de longas-metragens. A direção geral dos projetos é de Laine Milan, com produção executiva de Carlos Wágner La-Bella, o Waguinho. Os programas da série levam as assinaturas de Rafael Figueiredo (direção), Marcelo Esteves e Tatiana Lee (roteiros), Marcelo Leal (direção de fotografia), Celestino e Sérgio Sachet (sinopses) e Nilson Thomé (consultoria).
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com HUMOR
RENOVAÇÃO Cláudio Nemoto volta da NAB 2000 com novas perspectivas e novos desafios profissionais. Durante a feira concretizou sua parceria com Paulino Bonciani Neto e entra como sócio na área de representação de produtos na Debetec. Nemoto deixa suas funções na Line Up para se dedicar exclusivamente ao empreendimento. A empresa já tem a representação das lentes da Canon e dos tripés da Miller e está finalizando os entendimentos, entabulados em Las Vegas, para outros produtos para broadcasting.
DE CINEMA O laboratório Labo Cine em abril o 1º Seminário Técnico, com o tema “Ampliação e Anamorfização”. Wilson Borges, principal sócio do laboratório recebeu nomes consagrados do cinema nacional e participou dos debates ao lado dos fotógrafos Antonio Luiz e Hugo Kovensky e dos técnicos José Nilton e Victor Bregman que deram explicações gerais sobre as novidades da empresa.
XERETICE O projeto de “Os xeretas” nasceu em 1996. Desde então a história dos garotos que descobrem uma rede de túneis localizados abaixo da cidade e que os leva para os lugares inimagináveis já trilhou por diversos caminhos. O longa infanto-juvenil - orçado em R$ 2,9 milhões, com duração de 90 minutos, finalizado em 35 mm, dirigido por Michael Ruman, produzido pela Magia Filmes, com co-produção TV Cultura e distribuição internacional do norte-americano Alan Amiel - deve entrar em cartaz no final deste ano. As filmagens foram realizadas na cidade de Castro (PR) e mais de 80% da equipe formada por 150 pessoas são da região. “Desde que nos instalamos na cidade tomamos diversas iniciativas que contribuíram para o desenvolvimento da comunidade local”, conta Homero Camargo, produtor da Magia Filmes. Estruturas permanentes foram construídas e reformadas, já que o filme é o ponto de partida para a produção de uma série para televisão. “Não pensamos apenas no mercado de salas, mas na série de TV, no lançamento em vídeo e no licenciamento de produtos paralelos ligados aos personagens”, diz Camargo. Para manter os empregos na região os produtores da Magia Filmes e o coordenador do Senac, de Castro, firmaram uma parceria para dar início DIREITO DO SURDO ao Cine Escola, oficinas de produção de Pelo uso de closed caption nos cinema que está formando técnicos no programas “Fantástico”, “Programa setor, com apoio ainda da Prefeitura do Jô” e nos telejornais veiculados Municipal. Mesmo quem não está em nacionalmente, a Rede Globo Castro também pode acompanhar toda recebeu o reconhecimento da Feneis movimentação dos bastidores pelo site (Federação Nacional de Educação www.osxeretas.com.br. e Integração dos Surdos) e pela Arpef (Associação de Reabilitação e Pesquisa Fonoaudiológica). A legislação obriga que todas as emissoras, pelo menos em um LANÇAMENTOS, ENFIM programa por semana, usem Estão prometidos para os meses de a tecnologia, que permite que maio e junho os lançamentos de vários deficientes auditivos acompanhem filmes nacionais prontos ou em fase diálogos e falas de programas de acabamento. “Através da janela”, através de legendas inseridas no de Tata Amaral, produzido pela AF vídeo de televisores. Segundo Filmes, tem estréia prevista para 19 a Feneis e a Arpef, o closed de maio. “Eu, tu, eles”, de Andrucha caption representa um ganho Waddington, produção da Conspiração imensurável para o surdo. É o Filmes, também está prometido para reconhecimento de seu direito à maio. Em junho, é a vez de “Tônica informação e ao entretenimento. dominante”, de Lina Chamie.
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Foto: Divulgação
A dupla Cristiane Maradei e Amaury “Bali” Terçarioli engatou uma campanha de muito bom humor para a pick-up Pajero, da Mitsubishi. A campanha começou na mídia impressa e agora chegou à TV em uma produção da Jodaf. O filme é um típico comparativo, com as duas caminhonetes competindo em terrenos acidentados. Só que a concorrente não pode ser identificada, pois está disfarçada com aqueles quadradinhos que costumam ser aplicados em imagens que não podem ser mostradas. Conforme os dois carros enfrentam a prova, os quadradinhos vão caindo e, no final, não sobra nada da concorrência.
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capa Beto Costa
Muitas horas de produção local e parque técnico totalmente digitalizado. Estas são as marcas das emissoras que estão entrando no ar.
AS NOVAS GERADORAS As novas geradoras de TV estão entrando no ar para sepultar o conceito analógico de fazer broadcasting. As afiliadas da Bandeirantes, em Recife, e da Globo em Mogi das Cruzes, acabaram de montar parques técnicos totalmente digitais - da captação, passando por edição até a pós-produção. Juntas investiram mais de R$ 10 milhões só em equipamentos (veja box). É óbvio que atualmente não faz sentido colocar uma emissora no ar sem pensar na digitalização de ponta a ponta. É o caminho certeiro para melhorar a qualidade do produto final. Mas também é capaz de servir como ferramenta para impactar profundas mudanças no modo de produção. Estas novas geradoras, que estão começando a lançar seus sinais, são de uma nova geração. Conquistaram as respectivas concessões por concorrência e pela legislação a que estão
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submetidas (leia matéria da página 14) têm de cumprir cargas horárias diárias de produção local. A TV Guararapes tem de exibir três horas diariamente e a TV Diário (de Mogi) nada menos do que cinco horas e meia. A mais nova afiliada da Band entrou no ar com os rojões da entrada do ano. De cara, transmitiu 50 horas de carnaval para a Grande Recife. A emissora está usando uma estrutura enxuta para atender à demanda de produção. “A Globo daqui tem 200 funcionários, o SBT, 130. Nós estamos trabalhando com 40 funcionários”, afirma animado Frederico Nogueira, diretor-geral da TV Guararapes. A redação do jornalismo é um bom exemplo do novo modelo. Os jornalistas que trabalham ali são verdadeiros multitarefas. Os chamados newsmen, seis ao total,
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pautam, vão para rua gravar e depois editam as matérias. A TV Guararapes usa ilhas de edição não-linear, mas trabalha com editores de texto e imagem. Ao todo na redação, incluindo gerente e chefe de jornalismo, são 14 profissionais. Os técnicos também atuam em funções diferentes. “Nós não temos operador de áudio e operador de caracteres. Temos a figura do operador de sistemas que faz qualquer uma das funções”, explica Nogueira. Os apresentadores também entram na dança. A emissora usa um teleprompter da QTV onde quem apresenta controla a velocidade do texto através de um botão embutido na bancada. O tráfego de fitas é outro departamento que foi eliminado. Na TV Guararapes, as matérias editadas são descarregadas
diretamente das ilhas para o servidor. Todos as reportagens já são finalizadas com os caracteres incluídos. O jornalismo dispõe ainda de dois switchers da Snell & Wilcox, uma para cada estúdio, que podem funcionar de maneira autônoma. Um dos switchers também é usado para pós-produção. Cobrindo inicialmente uma área de 40 municípios na Grande Recife, onde vivem quatro milhões de pessoas, a TV Guararapes quer se consolidar como a detentora do terceiro faturamento. E a proposta
Ilha de edição da TV Guararapes
é ir mais longe. “A nossa perspectiva é levar o nosso sinal via uplink para um total de 140 municípios. Nosso contrato com a Bandeirantes prevê a cobertura do estado inteiro”, afirma Nogueira.
desafio O desafio da TV Diário, a afiliada de número 112 da Rede Globo, não é de pequenas proporções. Para começar, o maior concorrente da nova emissora é a própria Globo. A região de Mogi das Cruzes é composta por dez municípios onde vivem 1,3 milhão de habitantes e está acostumada a receber o sinal da Globo São Paulo. É natural que a audiência estranhe um pouco no começo e faça inevitáveis comparações. Mas o apelo regional do canal 14 deve
falar mais alto. A TV Diário, ligada ao grupo Diário de Mogi, dono de um tradicional jornal na cidade, é a primeira geradora daquela região. O grupo adquiriu uma antiga fábrica desativada da região para abrigar as instalações da emissora de TV. São 1,3 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 13 mil m . O projeto arquitetônico aproveitou o corpo das construções já existentes, interligando o prédio maior aos setores de apoio por meio de uma cobertura metálica e transparente, que também poderá ser usada nos eventos promovidos pela TV. No ar desde o início de maio, a emissora vai ter mais ou menos uma hora de produção diária durante os três primeiros meses. Depois, além das duas edições diárias do SPTV, vai alongar a programação local para mais de cinco horas. “A legislação permite que você recicle material de 2
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c a p a
outras praças, desde que o produto final seja editado e apresentado localmente. Além do horário normal dos telejornais, em concordância com a rede, nós vamos ocupar horários optativos, principalmente após o ‘Programa do Jô’”, revela Fábio Braidatto, diretor executivo da TV Diário. Os investimentos em equipamentos são proporcionais às necessidades de produção. Foram adquiridas nove câmeras digitais Sony DVCAM (seis somente para externa) e cinco ilhas de edição não-linear. Para correr atrás do modelo de jornalismo comunitário implantado inicialmente pela Globo São Paulo, foram contratadas sete equipes de reportagem. Até o final do ano este número deve ser ampliado para dez. A emissora entra no ar com pouco mais de 100 funcionários. Metade deles no departamento de jornalismo. “Nós estamos
trabalhando com o conceito de que todos os jornalistas devem estar preparados para aparecer no vídeo. “É necessário trabalhar com esta característica multitarefa”, sustenta Braidatto. A busca da notícia instantânea também deve contar muito na conquista da audiência regional. Duas das equipes de reportagem vão ter condições de realizar entradas ao vivo. São as chamadas UPJ (Unidades Portáteis de Jornalismo). O microondas portátil não trabalha com mesa, nem gerador. Basta colocar a antena no tripé e fechar o sinal direto com o estúdio. “A região é bastante favorecida. A torre de recepção tem visibilidade da maioria dos pontos”, explica o diretor-executivo.
primo pobre A TV Beija Flor, de Macapá, destoa da realidade digital nessa nova leva de geradoras. A emissora, que
Os investimentos realizados são proporcionais às necessidades de produção. negocia a afiliação ao SBT, tem a concessão nas mãos desde o final do ano passado. Inicialmente, previa iniciar as operações em fevereiro. A nova previsão é para meados de junho. Mas não há muita certeza. “Nós tivemos muitos gastos ultimamente para colocar três emissoras de rádio no ar (duas
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AM e uma FM)”, confidencia Luiz Giovanílson Borges, sóciodiretor da TV Beija Flor, que é irmão do senador Gilvan Borges (PMDB-AP). A família é proprietária de quatro emissoras de rádio no Amapá. A compra de equipamentos para montar a emissora está emperrada. Foram gastos R$ 150 mil para a compra de um transmissor UHF de 10 kW, da Lis. Giovanílson, que afirma conhecer mais de rádio, espera completar os investimentos em equipamento com outros R$ 150 mil. “Vai ser só o mínimo necessário. Uma ilha de edição e três câmeras, sendo duas para externa. Não definimos ainda se vai ser S-VHS ou Beta”, afirma, reclamando do marasmo econômico em que se encontra o estado. A Beija Flor (o nome é provisório) deve ter no máximo 15 funcionários. Giovanílson pretende ele próprio emplacar um programa de humor
A li s t a c ompl e t a A TV Guararapes investiu R$ 6 milhões só em equipamentos. Foram adquiridas nove câmeras Beta SX/ Sony (quatro para externa e duas para estúdio), quatro ilhas nãolinear S3/Sony, uma UMJ (Unidade Móvel de Jornalismo), da Microwave Corp. com mesa capaz de cortar seis câmeras e mastro de 13 metros. O transmissor é um Harris de 30 kW. O uplink para cobrir o interior de Pernambuco é da Philips. O servidor com capacidade para armazenar 600 comerciais de 30 segundos cada um é o Videoserver 2000/Sony. O swticher do controle mestre é o Saturn/Philips e os dois switchers
na TV Beija Flor. “É algo que evoca a cultura do caboclo.” Mas por enquanto, tudo não passa de projeto. A emissora, que tem capacidade para atingir 80% do Estado do Amapá, ainda não saiu
do jornalismo são da Snell&Wilcox. A emissora dispõe de dois estúdios: um de 230 m2 e outro de 90 m2. A TV Diário foi às compras e gastou R$ 4,5 milhões em equipamentos. Foram adquiridas nove câmeras Sony DVCAM (seis para externa e três para estúdio) e cinco ilhas nãolinear/Sony. O transmissor é um ABS de 1 kW. A exibição de comerciais ocorre pelo Videostore/Sony, com capacidade para 1,2 mil comerciais de 30 segundos. O exibidor do jornalismo é um ES3/Sony. O teleprompter é da QTV. O estúdio definitivo que vai estar pronto daqui a quatro meses vai ter 209 m2.
do papel. Levando em conta que terá de produzir três horas de programação local, é até difícil acreditar que vai cumprir a nova previsão de entrar no ar no início do segundo semestre.
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legislação Paulo Boccato
Mudam as regras para as licitações em radiodifusão Propriedade cruzada não implica mais perda de pontos. Exigências de programação regional também diminuem.
O Ministério das Comunicações busca corrigir as distorções presentes nos últimos editais de concorrência para outorga de concessão para exploração de serviços de radiodifusão. As restrições à propriedade cruzada, colocadas nas últimas licitações, deixam de existir, ao mesmo tempo em que os limites mínimos para programação regional, no caso das emissoras de TV, diminuem. A mudança de rumos é ditada pela observação de que os critérios estabelecidos anteriormente dispunham mais do que a legislação de telecomunicações brasileira exige, além de acarretar ágios absurdos nas propostas de preço, dificultando a expansão do número de emissoras no país. As novas
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regras passam a valer a partir das próximas licitações, inclusive para o chamado lote 5, cujo aviso de concorrência foi emitido pelo Ministério no último mês de março. Em 1997, o então ministro das comunicações, Sérgio Motta, estabeleceu novas regras para a concessão de outorgas, restringindo o poder decisório da Presidência da República ao vinculá-las à Lei das Licitações (Lei nº 8.666/93), e inaugurando um processo que, em tese, permite que uma empresa sem qualquer apadrinhamento político vença uma concorrência. O resultado final é determinado por uma média ponderada entre as pontuações da proposta técnica e da proposta de preço apresentadas pela proponente, com critérios totalmente objetivos. Dependendo do tipo de serviço executado, a pontuação de uma das propostas prepondera sobre a outra. No caso das emissoras de TV, o peso maior é da proposta de preço, que geralmente acaba definindo o vencedor da concorrência. “Essa valorização da proposta de preço leva em conta que o investimento para montar uma emissora de TV é muito alto; assim, temos que garantir que o vencedor tenha condições econômicas de levar o empreendimento adiante”, explica o ex-presidente da
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Comissão de Licitações do Minicom, Pedro Humberto de Andrade Lobo (leia box).
preço alto O problema começou na definição dos critérios de pontuação da proposta técnica, pensados para evitar o monopólio na posse das concessões e para valorizar a programação regional. Na teoria, uma preocupação louvável que, na prática, revelou algumas distorções. Os itens mais polêmicos, presentes nos editais de concorrência dos lotes 1 a 4, referiam-se à quantidade de programação local exigida e às restrições à propriedade cruzada. Os serviços de telecomunicações no Brasil são geridos pela Lei nº 4.117/62, que institui o Código Brasileiro de Telecomunicações, e pelo Decreto-Lei nº 236/67, que o complementa e modifica; além disso, o Decreto nº 2.108/96 estabelece normas gerais para a operação desses serviços no país. Essa legislação determina o limite de cinco emissoras de TV em VHF e cinco emissoras de TV em UHF por entidade, sendo no máximo duas por estado. Pelos últimos editais publicados, se um dos sócios ou dirigentes da empresa proponente participasse, como sócio ou dirigente, de alguma
entidade concessionária de serviços da emissora 24 horas por dia (cinco de telefonia, TV por assinatura ou pontos), nove meses para início radiodifusão, sua empresa perderia da operação (32 pontos), 6% da pontos na classificação da proposta programação diária dedicada a técnica, na ordem de um ponto para programas noticiosos (cinco pontos) cada serviço executado no local da e mais 6% a jornalísticos, culturais outorga e 0,6 ponto pela posse de e artísticos de produção local outorgas em outras localidades. “Se (24 pontos), 12% de programas a legislação permite a participação noticiosos (12 pontos) e mais 12% de em várias emissoras de TV, além jornalísticos, educativos e informativos de outros serviços, por uma única de caráter geral (12 pontos), e o fato entidade, é um absurdo que alguém de que seus sócios ou dirigentes seja punido com perda de pontos não fossem vinculados a nenhuma por estar operando dentro de lei”, concessionária (dez pontos), além defende a advogada do cumprimento Vanda Jugurtha, da da programação Quadrante Consultoria, mínima disposta Para as empresa especializada no Decreto nº na assessoria à 52.795/63. proponentes formatação de projetos Para as para concorrências proponentes sem condições em serviços de sem condições telecomunicações. “Na de cumprir de cumprir a prática, essa exigência a pontuação acabou difundindo a máxima no caso figura do ‘laranja’, e pontuação máxima da propriedade um aumento brutal nos cruzada, a saída valores das propostas a saída era carregar era carregar de preço para definir nos preços. A os vencedores das viabilidade da nos preços. concorrências”, execução dos completa. Apesar serviços nessas disso, a influência da condições fica propriedade cruzada nas últimas bastante comprometida, já que licitações foi menos determinante dificulta, pela carga de programação na definição dos vencedores do regional solicitada, a adesão ao que na morosidade que acarretou modelo de afiliações, responsável nos processos, abrindo brechas pela expansão da TV brasileira, uma jurídicas para que muitos recursos vez que as cabeças-de-rede não fossem impetrados. “Esse mecanismo disponibilizam espaço suficiente atrapalhou muito pouco na em suas grades para produções de pontuação da proposta técnica, caráter local. Só que, para bancar mesmo para os casos em que não uma proposta de preço alta, é quase havia ‘laranjas’, pois todos já faziam certo que a proponente tenha de ter o cálculo das compensações. Quem uma grande rede como aliada. perdeu, perdeu no preço”, diz Vanda. As alterações conduzidas pelo Ministério das Comunicações programação máxima trazem as próximas licitações para um universo mais condizente Na elaboração de uma proposta com a realidade da TV brasileira. técnica, a proponente procura sempre “Quando os primeiros processos cumprir a pontuação máxima em licitatórios começaram, os editais para cada item exigido, chegando o mais radiodifusão eram quase uma cópia próximo possível do total de 100 daqueles destinados a outros serviços, pontos. Nos últimos editais, esse como os de TV por assinatura, por desempenho exigia funcionamento exemplo. A intenção do ministro foi
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não concentrar muito os serviços nas mãos de uma mesma empresa. Porém, nós percebemos que extrapolamos a legislação pré-existente, inclusive tirando pontos pela posse de serviços de TV por assinatura e telefonia. Essa situação gerou uma grande quantidade de recursos, para os quais nós não tínhamos nenhuma defesa jurídica”, explica Andrade Lobo. “A partir de agora, a preocupação com a propriedade cruzada estará limitada aos tetos fixados pelo Decreto-Lei nº 236/67, valendo apenas para habilitação e não mais como item classificatório.” Os dez pontos antes destinados a esse item serão redistribuídos entre os demais itens da proposta técnica, de modo que o total máximo continue igual a 100. Sobre o peso da proposta de preço não haverá alterações. “O que se imaginou, ao fazer o edital, é que nas cidades de pequeno porte, onde predominam os serviços de radiodifusão sonora, não há condições de se jogar um preço muito alto para a outorga. Nesses casos, foi dada ênfase às propostas de programação. No caso da TV, para que o grupo que vai explorar possa produzir um conteúdo visual de qualidade, é preciso que ele tenha suporte financeiro”, coloca Andrade Lobo. Essa preocupação tem a ver com a inserção em um modelo de rede, onde a qualidade de produção tende a ser melhor, e está por trás da diminuição das exigências mínimas de programação regional. Os percentuais antes estabelecidos em 12% devem ser reduzidos para 8%, enquanto aqueles fixados em 6% cairão para 4%, além dos tetos mínimos já fixados pela legislação geral. “Acho importante essa redução. A programação regional deve ser valorizada, mas o percentual determinado nos editais anteriores inviabilizava o empreendimento”, opina Vanda. De qualquer forma, essas novas alterações vão gerar um panorama interessante na radiodifusão brasileira, com três tipos de emissoras em
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GENTE NOVA No intuito de agilizar o moroso processo das licitações de radiodifusão, o Ministério das Comunicações mudou a comissão de licitação de radiodifusão no final do mês passado. O novo presidente da comissão é Manoel Elias Moreira. O vice é Antônio Carlos Tardeli. Fazem parte ainda da comissão de licitação Álvaro Augusto de Souza Neto, Napoleão Emanuel Valadares, José Ancelmo Nogueira, Anacleto Rodrigues Cordeiro e Alexandre Antônio de Souza. O atual presidente Manoel Elias Moreira era o consultor jurídico substituto do Minicom. Foi ele quem assinou o parecer jurídico justificando uma das medidas mais polêmicas do Minicom nos últimos meses: o cancelamento da licitação do canal 06 VHF em Araçatuba/SP, no início do ano. Na ocasião, o Minicom suspendeu o edital para a localidade alegando que o canal estava na área reservada à migração para o sistema digital, embora seja em VHF e as transmissões simulcast usarão a faixa de UHF. Além disso, segundo especialistas, juridicamente apenas a Anatel poderia fazer tal solicitação ao Minicom. Entretanto todos os atos oficiais para retirar o canal do processo saíram do Ministério das Comunicações. O pedido de parecer à consultoria jurídica do Minicom para cancelamento do edital para Araçatuba/SP partiu do diretor de outorgas, Antônio Carlos Tardeli, agora também vice-presidente da comissão de licitação.
operação: as anteriores às licitações, que operam sob as exigências mínimas de programação do Decreto nº 52.795/63; as oriundas dos lotes 1 a 4, com carga mínima altíssima, e aquelas que virão dos novos lotes. Se hoje o Ministério das Comunicações já não consegue fiscalizar a radiodifusão por falta de infra-estrutura, como conseguirá administrar o caos advindo dessa confusa situação é uma pergunta que, por enquanto, não tem resposta.
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Do Teleatro à Telenovela Hamilton Rosa Jr.
O teleteatro foi um novelas de rádio por importante laboratório Walter Foster, que atraiu para a teledramaturgia atenção considerável brasileira que culminou no e obteve uma grande formato das telenovelas repercussão na sociedade como as conhecemos entre dezembro de 51 e nos dias de hoje. Esse fevereiro de 1952. gênero televisivo brasileiro “A falta de televisores na já produziu centenas de maioria das casas não produtos que são vistos impedia a mobilização por milhões de pessoas no social. Ainda havia Brasil e no mundo. poucos receptores de A estréia do teatro na TV para se falar em televisão aconteceu no sociedade de massas, mas dia 29 de novembro de uma audiência começava 50. A direção de TV da a ganhar corpo graças adaptação de “Sorry, ao fenômeno conhecido wrong number”, cujo como o televizinho”, título nacional foi “A conta a primeira dama vida por fio”, ficou a da telenovela Vida Alves. cargo de Cassiano Gabus “O telespectador que Mendes. Cenógrafos, comprava o televisor A televisão brasileira criou um modo muito peculiar de contar iluminadores e sonoplastas abria sua casa para os trabalharam arduamente mais próximos e era histórias, com isso surgiu a teledramaturgia, que ao lado do para apresentar uma como se fosse cinema futebol e o carnaval, são produtos de exportação por excelência. produção bem cuidada, na praça, todo mundo ia mesmo para os padrões assistir”, acrescenta. da época. A radioatriz Lia “Sua vida me pertence” Vera Cruz) formavam-se os primeiros Aguiar desempenhou um causou o primeiro núcleos artísticos, inicialmente em São de seus primeiros papéis na televisão. grande impacto de opinião televisivo. Paulo e depois no Rio. Shakespeare, Ibsen, Moliére, serviram Os Diários Associados, jornal de Num amplo espaço para a de inspiração para a produção do Assis Chateubriand, que também era improvisação as gafes se sucediam teleteatro exibido nas décadas de 50 e proprietário da TV Tupi noticiaram com naturalidade. Uma das mais 60, quando a TV ainda era ao vivo. que ocorreria o primeiro beijo da famosas diz respeito à transposição José de Almeida Castro lembra televisão brasileira naquela noite de Joana D’Arc num cenário que ao quando Fernanda Montenegro chegou e, sob protestos de uns e aplausos fundo trazia uma esfinge egípcia. A à TV Tupi - Canal 13 do Rio. “Eu de outros, a cena romântica certa altura um dos atores esqueceu era diretor geral da emissora do Rio protagonizada por Vida Alves e do trágico destino da heroína na quando ela entrou com uma trupe Walter Foster foi transmitida. fogueira e decretou a forca como teatral (que incluía Natália Thimberg Mauro Alencar, consultor e sua pena de morte. e Sérgio Britto) no estúdio, com a pesquisador de novelas da Rede proposta de montar adaptações de Globo, explica que o formato da quase cinqüentona textos clássicos. Assim foi formado primeira telenovela era diferente do “O grande teatro Tupi”, que passava que conhecemos hoje. “O protótipo em horário nobre e tinha uma grande Em dezembro próximo, a telenovela, escrito por Walter Foster tinha 15 audiência”, comenta. este modo bem brasileiro de expressar capítulos baseados na estrutura Em torno da confluência entre rádio, emoções, completa 49 anos. O marco radiofônica, que eram exibidos duas teatro, literatura e cinema (com inicial foi “Sua vida me pertence”, vezes por semana e ao vivo.” “Nada muitos profissionais vindos do Estúdio uma história redigida nos moldes das podia ser gravado previamente, 18
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porque não havia o videotape. Havia uma garra, uma paixão, uma loucura para experimentar o novo veículo. Entrávamos em cena com o texto decorado e driblávamos os erros com o improviso”, conta Vida. A Tupi funcionava com três câmeras RCA e uma estação de TV móvel que ficava num caminhão e compreendia um switcher e uma câmera com um jogo de lentes para externas. “A aparelhagem era pesada, mas ninguém podia reclamar. Tinha de plugar para cobrir jornalismo e desplugar correndo para ser usado na novela”, relembra José de Almeida Castro, que trabalhou como diretor de implantação da Tupi em nove capitais. Hoje a telenovela fica meses no ar e durante este trajeto sofre uma série de concessões. “Desde a necessidade vital de manutenção da história para manter o interesse do telespectador, até pressões que podem determinar sua condução, que podem vir do patrocinador, do anunciante ou do mais determinante de todos, o telespectador”, diz Rose Calza no seu livro O que é telenovela?. Assim podem desaparecer núcleos inteiros, personagens anteriormente importantes podem ser afastados e outros desconhecidos podem se revelar um verdadeiro sucesso. Por isso é uma obra aberta, ao contrário, de uma minissérie ou de um programa especial, cuja opção narrativa e as questões estéticas planejadas de antemão estão menos sujeitas a influências externas. Não era assim antes do advento do videotape.
consolidação do formato A responsabilidade da primeira compra de VTs para o Brasil ficou a cargo de José de Almeida Castro. “Vieram dez VTs RCA quadruplex. Dois ficaram em São Paulo, dois no Rio e os outros foram distribuídos para outras praças. Chamavam-se quadruplex, porque tinham quatro cabeças de leitura para uma fita de duas polegadas”, conta. Um ano antes Dionísio de Azevedo já havia experimentado o videotape 20
numa adaptação de “Hamlet”, mas grande êxito do foi só com a exibição de “2-5499 mundo!” ocupado” (adaptação de Dulce Em 68 a TV Tupi Santucci da novela do argentino produziu “Beto Alberto Migré), em julho de 1963, que Rockfeller”, uma se inaugurou um novo procedimento telenovela anarquista técnico, sinalizando para o fim das protagonizada encenações ao vivo. Inicialmente a por um malandro que desafiava história da detenta Laura (vivida por autoridades. A Tupi estava com sua Glória Menezes) que trabalhava como saúde financeira abalada, mas o telefonista do presídio e do advogado lema que diz que é nos momentos Larry (Tarcísio Meira), era veiculada de crise que a criatividade sofre seus pela TV Excelsior em apenas três maiores lâmpejos deve ser aplicado capítulos semanais. O sucesso de aqui, porque foi neste momento que audiência fez com que a emissora Cassiano Gabus Mendes encomendou levasse ao ar a trama de segunda à a Bráulio Pedroso essa experiência. sexta-feira. “Beto Rockefeller”, modificou o A interferência direta no público no conceito de apresentação de um processo de criação e produção da personagem, propunha uma anarquia telenovela também tem seu marco: técnica à equipe, acostumada a gravar “Redenção” (1966- 1968). “O autor, tudo em estúdio, com câmera estática. Raimundo Lopes já não sabia mais O veterano Herval Rossano, atual o que inventar para esticar a trama diretor de novos projetos para o solicitada pela direção da TV Excelsior exterior de telenovelas na Rede - e manter a altíssima audiência da Globo, acredita que o estigma de novela”, afirma Mauro Alencar. A que novela só servia para alienar as certa altura, massas preponderou o dramaturgo até a abertura resolveu matar política em 1980. uma das Rossano saiu do personagens Brasil pouco depois mais populares, do Golpe Militar Dona Maroca de 64, com o (Aparecida objetivo de fugir da Baxter), o opressão artística que causou que se delinearia uma comoção em seguida. “Fui nacional. trabalhar na TV Segundo Alencar Chilena, onde o protesto do produzi vários público chegou teleteatros e depois Walter Foster e Vida Alves em aos portões dirigi “Los dias “Sua vida me pertence” da emissora juvenes”, a primeira na forma de telenovela do país.” manifesto e A experiência a saída foi literalmente reviver a para criai um novo segmento de personagem. “Num ato pioneiro da telenovelas no horário das 18h00 TV e também no campo da medicina, começou em 74. Rossano nutria Dona Maroca ressuscita graças a um um gosto particular pela literatura transplante de coração feito pelo brasileira e começou a se cercar de Dr. Fernando (Francisco Cuoco). É autores promissores como Benedito importante dizer que os primeiros Ruy Barbosa e Gilberto Braga para experimentos de transplante do fazer as transposições das obras de coração ainda estavam sendo feitos, José de Alencar, Joaquim José de assim foi numa telenovela brasileira Macedo, Bernardo Guimarães, entre que ocorreu a primeira cirurgia com outros. “Desenvolvemos um
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meados dos anos 70 ocorre em três vertentes”, explica Rossano. “Na equipe responsável pelas telenovelas das 22h00, com Walter Avancini, Régis Cardoso e dramaturgos como Walter George Durst e Bráulio Pedroso; na equipe do “Caso Especial”, que nada mais era do que um espaço para dramaturgos como Dias Gomes e Lauro Cézar Muniz desenvolver pequenos ensaios; e o nosso núcleo, que estabelecia uma ponte entre a experiência de veteranos como eu e o Geraldo Vietri, com novos autores como Gilberto Braga e Benedito Ruy Encontro de veteranos: Yara Lins, Lia de Aguiar, Lima Barbosa.” Duarte, Walter Foster e Cassiano Gabus Mendes O ponto alto na
núcleo de produção pequeno para fazer ‘Helena’, que tinha apenas 20 capítulos e era quase toda passada em interiores. Dessa primeira novela até a terceira, ‘A moreninha’, ganhamos viabilidade para produzir com equipamento colorido e construir uma cidade cenográfica”, conta Rossano. “O experimentalismo da Globo em
carreira de Rossano foi a produção de “Escrava Isaura”, um fenômeno de vendas, que em 99 já alcançava 192 países. “Já vi Isaura falando chinês, espanhol, francês, inglês e sua carreira continua deslanchando”, avalia Rossano. “Claro que não foi só Isaura que se tornou sucesso internacional, “Dona Xepa”, por exemplo ganhou prêmio de melhor novela de 84 no México. “O bem amado” foi outro sucesso estrondoso, assim como “Roque santeiro” e muitas outras.” Em 90 estreou “Pantanal” na TV Manchete, única novela que verdadeiramente ameaçou a supremacia da Globo. Mas a concorrência é temporária, a Manchete não consegue sustentar a audiência
a linha do tempo da teledramaturgia 1951 • “Sua vida me pertence” é a primeira telenovela da TV Brasileira. Walter Foster se baseia nas peças de teatro radiofônico para conceber a estrutura do programa, transmitido ao vivo duas vezes por semana em horário
uma reviravolta na teledramaturgia. A novela
começa a campanha de exportação de novelas
apresenta uma espécie de Macunaíma urbano,
da Globo para vários países da América Latina.
um malandro às voltas com temas do cotidiano.
Mais tarde “Escrava Isaura” torna-se a tele-
“Beto Rockfeller” deixa os atores mais livres,
novela mais vendida para o exterior ao atingir a
a câmera é mais desenvolta. A novela também
marca dos 192 países.
nobre na TV Tupi.
lança trilha sonora internacional e espaço para
tante teleteatro da TV brasileira:
1970 • Janete Clair mostra seu domínio
“TV de Vanguarda”.
de autora da teledramaturgia na Globo com
1952 • Vai ao ar o primeiro e mais impor1963 • Em julho estréia “2-5499 ocupado”,
inclusão de merchandising em cena.
“Irmãos Coragem”, com a qual ganha o público
com Tarcísio Meira e Glória Menezes, a primeira
que vibra com o romance de Lara (Gloria Mene-
telenovela a usar o VT.
zes) e João Coragem (Tarcísio Meira).
do cubano Felix Caginet, arrebata uma multidão
colorida da história: “O bem amado”.
1964 • “O direito de nascer”, de autoria
1973 • Estréia na Globo a primeira novela
de assíduos espectadores, primeiro em
1976 • Dias Gomes adapta o realismo
São Paulo, e depois no Rio.
mágico de Gabriel Garcia Marques
1966 • A TV Excelsior coloca no ar a novela
para o horário das 22h00. Título da
1977 • “Espelho mágico” é novo golpe experimental de Lauro Cezar Muniz. A trama mistura ficção e realidade, mostrando o destino real de atores e diretores e o cotidiano de seus personagens. • Janete Clair cria um suspense com o assassinato do personagem Salomão Ayala (Walmor Chagas) em “O astro”. O país inteiro pergunta: quem matou Salomão Ayala?
1985 • “Roque Santeiro”, transposição de uma telenovela de Janete Clair censurada
“Redenção”, de Raimundo Lopes. A empatia
novela: “Saramandaia”.
nos anos 70, é adaptada por seu marido,
do público com a novela é tão grande que
• Lauro Cesaz Muniz coloca uma trama
Dias Gomes, e crava em média 75 pontos
ela permanece na TV por dois anos,
no horário nobre que entrelaça três épocas
de audiência no Brasil.
tornando-se a novela mais longa da história
e três gerações: “O casarão”.
1990 • Estréia “Pantanal” na TV Manchete,
(com 596 capítulos).
• “Escrava Isaura”, adaptada por Gilberto
única novela que verdadeiramente ameaçou
Braga, é grande sucesso do núcleo das 18h00 e,
a supremacia da Globo.
1968 • “Beto Rockfeller” é responsável por 22
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com o término da novela e, mais tarde toda a equipe, do autor (Benedito Ruy Barbosa) ao diretor (Jaime Monjardim), praticamente migram para a TV Globo.
nas mãos de Deus No balanço da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, quase a totalidade dos US$ 45 milhões de produtos audiovisuais brasileiros exportados em 99 foram obtidos pelas telenovelas da Globo. Para o mestre em novelas, pela USP, Mauro Alencar desenvolvemos um know-how à sombra das teledramaturgias cubana, mexicana e argentina mas estamos num momento que isso se inverte. “Passamos a influenciar a estética dos produtos de teledramaturgia do exterior e principalmente nesses três países.” Segundo Luís Fernando Carvalho, diretor de “Renascer”, uma nova usina de criação pode se delinear com a implantação do novo sistema de
captação digital e com a nova relação de aspecto 16:9. “O momento mais rico da televisão brasileira foi quando Daniel Filho criou a Globo Usina no final dos anos 70. Era um espaço que reunia gente de cinema como Roberto Farias, diretores de teatro como o Ademar Guerra, dramaturgos como Dias Gomes, e profissionais da própria TV, como Walter Avancini. Nos anos 80 houve duas minisséries, ‘Morte e vida Severina’ e ‘Grande Sertão: Veredas’, que foram fenomenais. Infelizmente do ponto de vista cultural não vi mais nada parecido com o Globo Usina.” Na opinião de Carvalho uma série de novas colocações devem ser feitas agora que a Globo começa a trabalhar com os equipamentos de alta definição em broadcast. O profissional de TV terá de ser reeducado e o cinema terá papel fundamental neste novo aprendizado. “O próprio modo de iluminar em TV terá de ser reavaliado.
Até a pouco, a iluminação que se fazia em novela e o enquadramento eram frontais, quase igual ao do ‘Jornal Nacional’. Acho que houve um grande avanço nessa área. As cenas são mais bem compostas hoje, o equilíbrio do quadro está mais voltado para a necessidade de cada momento. Com o formato 16:9, poderemos trabalhar com a noção de perspectiva e a profundidade de campo. O sentido do corte deverá mudar”, adianta. Carvalho, aliás, está de licença da emissora, para rodar “Lavoura arcaica”, sua primeira experiência em longa-metragem. Carvalho que pediu esse afastamento temporário, diz que passou por uma experiência cinematográfica intensa e que vai voltar para a TV reciclado. “De resto, o futuro a Deus pertence.”
registros de
história
A primeira dama da telenovela brasileira, Vida Alves, afastou-se da televisão em 1980, logo após o fechamento da TV Tupi. Começou a se dedicar ao Centro de Treinamento para Executivos Vida Alves e só voltou a pensar em televisão no enterro de Cassiano Gabus Mendes em 93. Cassiano foi uma figura central nos bastidores da cena televisiva, responsável por momentos seminais como a criação do memorável programa “Alô, doçura”, com Eva Wilma e John Herbert e de “Beto Rockfeller”, encomendado a Bráulio Pedroso, quando era diretor superintendente na Tupi. Como autor de novelas, escreveu a primeira versão de “Anjo mau” e sucessos como “Locomotivas”, “Plumas e paetês” e “Que rei sou eu?”. “Eu estava ali e me lembrava do Cassiano, daquele período precioso que vivemos e de que tudo isso tinha se
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perdido”. Dois incêndios praticamente acabaram com os arquivos da televisão, o primeiro ocorreu na TV Tupi nos anos 60, o segundo em princípio dos anos 70, na Record. Com o firme propósito de resgatar o passado, Vida Alves, formou com Luis Galon, Lia de Aguiar, Iara Lins e Lima Duarte, a Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão (Appite) em 1995, com sede em São Paulo. O objetivo primordial da entidade hoje é criar um museu com objetos, fotos e depoimentos do que foi a televisão brasileira num período que tem pouco de concreto e muito só na memória. “Não conseguimos ainda viabilizar financeiramente o museu, mas estamos em contato com a Secretária de Cultura do Estado de São Paulo, a TV Globo e outras emissoras. Acho que com as comemorações dos 50 anos da TV neste ano, chegamos lá”, diz a atriz. Vida
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Vida Alves: a primeira-dama da telenovela brasileira
Alves está há quatro anos fazendo entrevista com testemunhas da época e já colheu 160 depoimentos (todos gravados em Betacam), muitos deles preciosos como o de Jorge Edo, Walter George Dürst, Dias Gomes, já falecidos.
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progr a m a ç ã o r e gion a l Paulo Boccato
ESPÍRITO SANTO
Estado menos populoso da Região Sudeste, o Espírito Santo conta com 2,9 milhões de habitantes, espalhados por 77 municípios, com 700 mil domicílios com TV e Índice de Potencial de Consumo (IPC) de 1,712 %. De acordo com o Mídia Dados 99, a população capixaba é bastante concentrada na região metropolitana de Vitória, onde vivem 1,6 milhão de pessoas ou 55% dos habitantes do estado. O quadro de emissoras locais de TV acompanha essa tendência: são cinco emissoras em Vitória (afiliadas da Globo, SBT, Record e Bandeirantes, além da TV Educativa) e apenas duas no interior, em Cachoeiro do Itapemirim e Linhares, ambas afiliadas da Globo. As cidades de Guarapari e São Mateus contam com retransmissoras educativas, mantidas por fundações de capital privado, que utilizam o sinal da TVE/RJ e exibem alguns programas locais em sua grade.
líder de audiência TV Gazeta, de Vitória, criada em 1976; TV Cachoeiro, de Cachoeiro do Itapemirim (1988);
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e TV Norte, de Linhares (1997) formam o rol de emissoras da Globo no Espírito Santo, cuja área de cobertura somada atinge 100% dos municípios capixabas. A grade local é padrão das afiliadas da Globo: “Bom dia Espírito Santo”, nas manhãs de segunda à sexta; duas edições do “ES TV”, o jornal local, e uma do “Globo esporte - edição local”, de segunda a sábado; além dos matutinos “Santa missa em seu lar” e “Jornal do campo”, aos domingos. O “Painel de domingo”, resumo das notícias do fim de semana transmitido após o “Sai de baixo”, completa a programação local das emissoras, que contava ainda com os programas “Terra da gente” e “Esporte & lazer”, exibidos aos sábados à tarde e temporariamente cancelados, já que a cabeça-de-rede solicitou seus horários para a veiculação do “Caldeirão do Huck”. As emissoras do interior contam com dois blocos locais no “ES TV - 1ª edição” e um bloco no “ES TV - 2ª edição”, sendo que o restante da programação é idêntico. Segundo dados do Ibope, em pesquisa realizada na Grande Vitória em janeiro de 2000, a programação da TV Gazeta atinge, em média, 27% dos domicílios com TV da região, com share de 60%. Por faixa horária, a audiência da emissora é a seguinte: horário matutino, share de 54%; vespertino, share de 58%, e noturno, share de 66%. O programa local de maior audiência é o “ES TV
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- 2ª edição”, com 41 pontos de audiência e 74% de participação, o que corresponde a cerca de 245 mil telespectadores na Grande Vitória. A área de cobertura da TV Gazeta corresponde a 1,6 milhão de habitantes e 393 mil domicílios com TV, em 24 municípios, entre eles Serra, Vila Velha, Cariacica, Guarapari, Viana e Muniz Freire. A TV Norte, de Linhares, que conta com unidades das áreas comercial e de jornalismo em Colatina, alcança 837 mil habitantes, 185 mil domicílios com TV e 32 municípios, entre os quais São Mateus, Ibiraçu, Nova Venécia e Aracruz. A TV Cachoeiro chega a 500 mil habitantes e 122 mil domicílios com TV, em 21 municípios, entre eles Anchieta, Castelo, Bom Jesus do Norte e Marataízes. As duas primeiras produzem em sistema Beta, enquanto a última faz atualmente a passagem de U-Matic para DVCAM.
parcerias A TV Vitória, criada na década de 60, é afiliada da Rede Record no Espírito Santo desde outubro de 98, tendo passado anteriormente pelas extintas redes Tupi e Manchete. Pertencente ao Grupo Buaiz desde 1982, tem a maior programação local entre as emissoras do estado: cinco programas de produção própria e mais sete realizados
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Horário dos programas regionais www.telaviva.com.br em parceria, todos feitos em Beta. No primeiro caso, estão os programas jornalísticos: “Jornal da TV Vitória”, no início da noite; “Espaço local”, exibido no horário de almoço, com entrevistas, matérias e agenda cultural, que o tornam o programa de maior audiência da emissora; “Questões a domicílio” (sic), com quadros sobre saúde, comportamento e utilidade pública; o gravado “Debate livre”, exibido aos sábados e que discute uma questão polêmica por semana, com a presença de convidados e a mediação de Giovanni César, diretor de jornalismo da emissora; além do recém-estreado “Fala Espírito Santo”, programa de variedades com quadros fixos e entrevistas. Há projetos para inserção de um programa esportivo e outro integralmente realizado nas ruas da cidade, com participação da população. O ensaio para tanto já ocorre nos programas “Fala Espírito Santo”, transmitido uma vez por semana de um parque na região de Vitória, e “Espaço local”, realizado na praça de alimentação do Shopping Vitória, também uma vez por semana. Os programas da TV Vitória produzidos em parceria contam com estúdios, equipamentos de captação e finalização e equipe técnica da casa. “Negócios de sucesso” é voltado para o empresariado local; “Wesley Sathler” traz o colunismo social e a cobertura de viagens internacionais promovidas pelo apresentador, com convidados vip; “Vivendo melhor” mostra terapias alternativas e promove campanhas comunitárias; “Programa de turismo” mostra várias regiões do país; “Mundo country” é um programa de rodeios e informativo rural; “Xiru na TV” é apresentado por um sulista que vive há
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décadas no estado, tendo se tornado uma figura folclórica que, em seu programa, mostra aspectos culturais e curiosidades sobre os municípios capixabas. Completando a grade local da TV Vitória, o programa “Repórter estado” conta com duas equipes fixas, sediadas em Linhares e Cachoeiro do Itapemirim, que produzem programas sobre a experiência das administrações municipais e o cotidiano dos municípios do norte e do sul do estado, respectivamente. A área de cobertura da emissora atinge 2,4 milhões de habitantes em 48 municípios, com 545 mil domicílios com TV e IPC de 1,469%. Segundo dados do Ibope, em janeiro de 2000, a TV Vitória tinha audiência domiciliar de 4%, com share de 8%. Na divisão por faixa horária, o share é de 9% no horário matutino, 11% no vespertino e 5% no noturno.
capixaba Criada em 1989, a TV Capixaba é afiliada da Bandeirantes no estado. Seus principais programas locais são o matutino “Repórter 10”, um resumo das notícias do dia de interesse local, com entrevistas e comentários apresentados por Nety Façanha e Ferreira Neto, e o telejornal “Jornal capixaba”, em duas edições diárias. Outros programas da casa, todos produzidos em Beta: “Seus direitos”, apresentado pelo advogado Alexandre de Lacerda Rossoni e dedicado inteiramente aos direitos do consumidor; “Esporte capixaba”,
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comandado por Ferreira Neto e Flávio Simões; “Mídia x mercado”, que resgata uma velha e conhecida coluna da mídia impressa local, criada e editada pelo jornalista Dídimo Effgen, discutindo o mercado capixaba, brasileiro e internacional de propaganda, marketing e comunicação, com participação de profissionais do meio; “Stop car”, um feirão de automóveis, transmitido de uma rua em frente aos estúdios da emissora; “Conversa franca”, programa de entrevistas aberto à participação dos telespectadores. Completam a grade local o “Fórmula total”, produção em parceria com informações sobre os segmentos automobilístico e automotivo, e os independentes “Country Brasil”, sobre rodeio e agribusiness, e “PTV”, de colunismo social. A TV Capixaba cobre 44 municípios, com 2,4 milhões de habitantes, 586 mil domicílios com TV e IPC de 1,463 %. Sua audiência domiciliar é de 3%, com share de 7% na Grande Vitória, segundo dados do Ibope em janeiro de 2000. Seu share por faixa horária é de 5% (matutino), 4% (vespertino) e 12% (noturno).
tribuna A TV Tribuna, afiliada do SBT, é vice-líder de audiência no estado, embora conte com a menor grade local de programação. Fundada em março de 1985, cobre 45 municípios e 2,2 milhões de habitantes. Sua audiência domiciliar média caiu de 14%, em agosto de 99, para 9% (com share de 22%),
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em janeiro de 2000, segundo pesquisa do Ibope na Grande Vitória. O share por faixa horária mostra a força da emissora no horário matutino, com 25% de participação, contra 23% no horário vespertino e 18%, no noturno. De produção própria, são o telejornal “Tribuna notícias”, há 12 anos no ar, com alguns blocos voltados para públicos específicos (Cotação do Café, Mercado Agrícola, Mercado Financeiro, Previsão do Tempo e Agenda Cultural), e o programa de entrevistas sobre assuntos variados “Nove minutos”, comandado por Eustáquio Palhares, e que, apesar do nome, tem meia hora de duração, além de vários programetes de dois minutos espalhados ao longo da grade, mostrando personalidades e aspectos turísticos e culturais do estado sob várias denominações (“Capixaba faz bem”, “Esta terra”, “Viver vitória” e “Coração capixaba”). Completa a programação local, o terceirizado “Desafios”, programa semanal de auto-ajuda.
educativa A emissora educativa de Vitória, TV Espírito Santo, criada em 1976, passa por fase de grande reformulação. Atualmente ocupando três andares da sede da Assembléia Legislativa do estado, está sendo remanejada
para o prédio do antigo Cine Teatro Carmélia, onde contará com o maior estúdio do Espírito Santo. A estruturação da nova sede já consumiu cerca de R$ 150 mil, mas a lentidão dos processos licitatórios e a dificuldade no repasse de verbas pelo governo estadual não permite estimativas sobre quando a emissora estará preparada para reestruturar sua grade de programação e modernizar seu parque de equipamentos. Atualmente, a captação dos programas é feita nos formatos U-Matic e DVCAM. Por ora, a TV Espírito Santo coloca no ar apenas uma produção diária, “Estúdio”, programa de entrevistas apresentado por Gisele Paiva. Além disso, produz alguns programas semanais: o noticiário “TVE esporte”; o programa de debates “Opinião”; “Curta vídeo”, dedicado à exibição e discussão de realizações de curta-metragistas e videomakers locais; “Espaço dois”, agenda cultural; “De conversa em conversa”, com entrevistas de personalidades do mundo das artes e entretenimento; e a “Missa do Convento da Penha”, transmitida de um dos mais importantes pontos turísticos
GERADORAS - ESPÍRITO SANTO CIDADE Cachoeiro do Itapem. Guarapari Linhares São Mateus Vitória Vitória Vitória Vitória Vitória
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EMISSORA Cachoeiro Guarapari Norte São Mateus Espírito Santo Gazeta Vitória Tribuna Capixaba
CABEÇA-DE-REDE Globo educativa Globo educativa educativa Globo Record SBT Bandeirantes
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da região. A cobertura da TV é restrita à Grande Vitória e não há perspectiva de investimentos do estado para a colocação de retransmissoras no interior, que já vem sendo ocupado por emissoras educativas geridas por fundações de capital privado. Uma dessas emissoras é a TV Guarapari, situada no município do mesmo nome e pertencente ao mesmo grupo que detém a concessão da rádio Band FM local. No ar há dois anos, cobre apenas o município-sede e, além de alguns programas locais produzidos em S-VHS, exibe a programação da TV Educativa, do Rio de Janeiro. Seu principal programa é a revista eletrônica “Guarapari em foco”, que abrange telejornalismo, entrevistas, dicas, aulas de ginástica e outros quadros de interesse variado, apresentada por Patrícia Vallin. Além disso, há os programas “Nosso estilo”, de colunismo social; “Jornal Guarapari”; “Vídeo rádio”, com clips e matérias sobre comportamento apresentados por Érica de Carvalho; “Cidade e campo”, jornal agrícola; e “Missa no lar”, aos domingos. De estrutura semelhante, a TV São Mateus é mantida pela Fundação Ruy Baromeu, proprietária de emissoras de rádio em São Mateus, Guarapari e Vitória. Com cinco anos de existência, produz em S-VHS os programas “Doce alegria com Vovó Bina”, infantil com auditório; “SM notícias”, em duas edições diárias; “Palavra viva”, evangélico; “Sala de visitas”, com entrevistas conduzidas por Rui Monte; “Missa no lar”; e “Esporte 12”.
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moda global está na mesma estrutura de uma loja em Amsterdã e o posto de gasolina dos Estados Unidos é o inverso do café parisiense. A construção foi feita em dois lados da mesma estrutura para permitir os movimentos de câmera, que passeiam de um ponto a outro. Para facilitar a montagem de luz, o cenário foi concebido em parceria com a direção de fotografia, de modo a incorporar pontos de luz. “São usadas Detalhe ampliado por lentes especiais. sancas, luminosos, back lights e outros recursos que simplificam a montagem Sebastian, o garoto propaganda da da luz”, conta Nando Olival. C&A, deu a volta ao mundo sem Fred Pinto acredita que o principal sair de São Paulo. Vários filmes da marca já foram rodados fora do Brasil, desafio do filme foi criar ambientes facilmente identificáveis em duas mas desta vez a idéia foi construir dimensões que não corressem o risco cenários que pudessem dar idéia de de parecerem falsos. “A identificação que o personagem tinha viajado pelo mundo, mostrando que a moda agora toda vem da tipologia e da sinalização -placas, luminosos são fundamentais.” é internacional. O diretor de arte Essa linguagem visual foi enfatizada Fred Pinto concebeu cinco cenários, na pós-produção, que contou com o representando cinco cidades do design de Marcelo Presoto. mundo. “A idéia era sugerir o lugar Conforme Sebastian vai mudando sem usar cartões postais ou pontos de um ambiente a outro, a trilha, consagrados”, explica. Em outras vezes, conta o diretor Nando gravada por rappers profissionais, vai fazendo um jogo de palavras Olival, pequenas equipes viajavam começadas com C e A. Ao mesmo e as cenas, muitas vezes filmadas na rua, eram quase documentais. “É difícil tempo, as imagens filmadas são complementadas com efeitos e conseguirmos bancar a montagem de um cenário como esse. Foi uma maneira grafismos que reforçam o conceito. diferente de trabalhar, pois conseguimos “Tínhamos de mostrar a moda no o controle total, o que nem sempre é possível em filmes de moda”, explica. F I C H A T É C N I C A No início, cada um dos cenários seria Cliente C&A apenas uma tapadeira, com alguns Produto Institucional elementos cenográficos, mas sem Agência Avanti Propaganda profundidade. Na construção, os Criação Alemão cenários cresceram um pouco, mas Produtora O2 Filmes se mantiveram praticamente em duas Direção Nando Olival dimensões. Os elementos principais Fotografia Adrian Teijido estão nas fachadas dos lugares e dentro Dir. Arte e Cenografia Fred Pinto só há um painel pintado. Videodesign Marcelo Presoto O cenário maior é o de Tóquio, que Montagem Tamis Lustre tem mais elementos e por onde passa Trilha Hilton Raw (Lua Nova) mais gente. Os demais foram feitos de Telecine Casablanca Finalização O2 Finalização dois em dois, ou seja, o metrô londrino 32
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Tipologia e sinalização para identificar a cidade.
mundo e toda essa velocidade. Por isso, usamos lentes que aumentam certos detalhes, como se alguém olhando de fora tentasse focalizar essa moda. Para compor essas imagens, usamos carimbos de passaportes, fotos de estradas, fotos digitais do próprio cenário tiradas a partir do videoassist, imagens de mapas, texturas e cores da mesma gama do cenário”, esclarece Marcelo Presoto. Toda essa estrutura foi resumida em um filme de um minuto, com versões de 30 segundos. Mas para o diretor Nando Olival, é uma pena ter de dispor de um cenário tão grandioso. Na montagem, as cenas passam muito rápido e vários detalhes passam desapercebidos. Por isso, quando a equipe começou a rodar o novo filme da marca, na semana do dia 20 de abril, já levou para o set um roteiro de curta-metragem. O mesmo aconteceu com o filme “E no meio passa um trem”, grande premiado dos festivais da safra de 1999: foi filmado em um cenário de C&A que caracterizava o interior de um trem. O novo filme, feito para o Dia das Mães, segue o mesmo princípio de usar um cenário por onde a câmera possa se movimentar. No caso, é uma rua com sete pontos diferentes de onde entram e saem pessoas que a câmera acompanha em ritmo vertiginoso. O resultado disso, seja na telinha como na telona, ainda era uma surpresa.
Fichas técnicas de c o m e r c i a i s
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recriação animada
A coreografia inclui monumentos...
A nova campanha de vendas de planos de saúde da Amil tem como protagonistas os atores Pedro Cardoso e Denise Fraga em uma situação insólita. Os dois são um casal que está assistindo à TV e, ao mesmo tempo, são os protagonistas da recriação de um quadro do antigo programa humorístico “Times Square”, da TV Excelsior, onde Grande Otelo representava um malandro cantando para sua mulata. Pedro Cardoso, então, fala que vai comprar um plano de saúde, mas a mulher rejeita a idéia e começa a cochilar. O programa de TV entra em seus sonhos e ela se vê e ao marido como os personagens, devidamente caracterizados como negros. A música então mostra a tentativa do marido de convencer a esposa e, enquanto os dois cantam o samba animado, elementos gráficos em computação atravessam a tela. A voz é, realmente, dos atores, gravada em estúdio antes do início das filmagens. Segundo a diretora de criação Carla Belino, o filme segue a linha de criação que já vinha sendo utilizada para Amil, com cores vivas e um clima bem-humorado. Por isso, optou-se pelo uso da computação gráfica na criação dos cenários, que exibem degradês que mudam de tons no meio dos planos. O diretor Ronaldo Uzeda explica que
... e elementos relativos à saúde na tentativa...
foi preciso criar um shooting board detalhado para marcar a atuação dos atores, uma vez que eles contracenam com elementos inexistentes, aplicados em pós-produção. “Uma das estratégias é mover menos a câmera e fazer os atores se movimentarem mais em quadro. Isso facilita o trabalho da pós-produção.” Mas além da filmagem especial para recorte, dois outros “complicômetros” faziam parte do trabalho. Um deles era a coreografia, criada pelo coreógrafo João Wlamir. Outra era a própria caracterização dos personagens. “A maquiagem para o corpo sempre tem um brilho que reflete oleosidade, por isso o cuidado na preparação da luz tem de ser redobrado a fim de evitar reflexos sobre a pele”, explica. Marisa Ditleff, que juntamente com Patrícia Lobo Neto e Marcello Panzera F I C H A
T É C N I C A
Cliente Amil Produto Plano de saúde Agência Promarket Direção de Criação Carla Belino Produtora Tec Cine Direção Ronaldo Uzeda Fotografia Raul Pedreira Animação e modelação 3D Vetor Zero Telecine Estúdios Mega Montagem Tamis Lustre Trilha Luiz Avelar Finalização Vetor Zero
...de convencimento da compra do plano
respondeu pelos efeitos digitais, conta que os cenários foram aplicados sob as imagens filmadas em fundo de recorte. As principais dificuldades, porém, foram para movimentar personagens tão improváveis quanto a Torre Eiffel, o Big Ben e a Estátua da Liberdade. Isso porque a música cita o fato de que o plano de saúde dá assistência fora do Brasil. Nesse momento, entram em cena os três monumentos, dançando em ritmo de samba. “Esse tipo de figura pode ser adquirido em modelos digitais prontos. Nós já tínhamos dois e compramos o Big Ben. A partir desses modelos, porém, temos de trabalhar a animação: e eles não foram feitos para dançar. Por isso, precisamos limpar muitos polígonos para dar mais leveza aos modelos. Realçamos também as cores, dentro da linguagem do filme”, explica Marisa. Outro recurso usado em pósprodução que foi inaugurado pela Vetor Zero nesse trabalho foi o módulo cloth do equipamento Maya da casa. Com esse módulo, é possível criar efeitos de tecido digitalmente. O software permite determinar a elasticidade e a maleabilidade de uma superfície e simular sua queda a partir de pontos fixos. Isso foi usado para a criação das cortinas que encerram o sonho de Denise Fraga e são o pack-shot do filme.
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N A B Edylita Falgetano e Fernando Lauterjung
RESOLUÇÕES DIGITAIS As discussões relativas aos padrões de modulação 8-VSB e CO F D M f i c a r a m r e s t r i t a s à s salas de reuniões e debates da NAB 2000. Nos centros de exposição os fornecedores de equipamentos pareciam ignorar que estavam sob o fogo cruzado dos dois contendedores enquanto apresentavam suas soluções para o mundo digital.
Indiferentes à briga de bastidores que se travava entre os defensores das modulações 8-VSB (usada pelos norte-americanos) e COFDM (presente nos padrões europeu e japonês de DTV), fabricantes e fornecedores dos equipamentos usados pelos broadcasters estavam muito mais interessados em demonstrar seus sistemas e soluções para as mais de 113 mil pessoas 34
que estiveram em Las Vegas, entre os dias 10 e 13 de abril para participar da NAB 2000. A implantação da TV digital nos Estados Unidos ainda não deslanchou, mas a palavra “analógico” foi riscada do mapa das mídias convergentes. A Sony fez um bom diagnóstico dos rumos da digitalização durante a coletiva realizada no domingo (dia 9), antes da abertura da feira. Além de incentivar os broacasters a produzirem em SDTV para usufruir da banda para vender outros serviços, apontar para a necessidade do desenvolvimento de programas para o mundo broadband e apresentar os serviços interativos que a empresa estará disponibilizando em Nova York, através de seus set-tops digitais, mostrou que fincou o pé em Hollywood. A Sony conseguiu o aval de cineastas de peso para o uso do vídeo em alta definição na substituição aos filmes de 35 mm. George Lucas já anunciou que vai “filmar” o “Guerra nas estrelas: episódio 2” com o equipamento Sony/Panavision 24P e o diretor alemão Wim Wenders estava em Las Vegas mostrando um preview do
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videoclipe, captado com câmeras 24P, “The ground beneath her feet”, onde o grupo U2 toca a música do filme “The million dollar hotel”. Seus equipamentos HDTV 24P agora têm a marca CineAlta. A exposição deste ano serviu para mostrar aos broadcasters como tirar vantagem das diversas oportunidades de negócios abertas pelo espectro adicional advindo dos canais digitais. A quantidade de megabits por segundo proporcionada pela faixa disponível pode ser usada para oferecer serviços tais como Internet em alta velocidade, streaming de áudio e vídeo em tempo real, transmissão de dados em alta velocidade, entre muitos outros.
adaptação ao mercado Na área reservada para a Internet, no pavilhão do Sands Expo Center, ficou evidente que, finalmente, a convergência é uma boa idéia também na prática e deixou de ser apenas um tema a ser discutido para se tornar realidade. Além das líderes Real Networks e Microsoft, que roubaram a cena e brigaram para conquistar um território maior, a feira em Las Vegas contou com tradicionais fabricantes de software para vídeo e pequenas empresas empurrando “pacotes prontos para streaming”, todos tentando abocanhar uma fatia do mercado tão promissor. A Real Networks, que já tem acordos de distribuição de vídeo e áudio com vários provedores de acesso e com a PanAmSat para distribuição broadband via satélite, anunciou parceria com a Akamai Technologies, uma distribuidora de streaming para mais de 550 sites, que colocará o RealSystem G2 em todos os seus servidores de Internet. A Virage, fabricante de um software de busca de vídeos na rede, recebeu um investimento de US$ 3 milhões da Real e mais US$ 3,5 milhões da Akamai. Todo
o investimento da Real, que ainda lidera o mercado de vídeo streaming, seguida pela Microsoft, é para manter sua posição em frente à gigante liderada por Bill Gates. Em alguns países, como o Brasil, por exemplo, a Microsoft conseguiu ultrapassar a Real em número de usuários e vídeos disponíveis na web. E continua na briga pelo mercado mundial. Durante a NAB, a Microsoft fez a demonstração da plataforma Windows Media Technologies 7. Com a nova tecnologia, a Microsoft diz poder transmitir vídeo com qualidade de televisão a 60 fps, desde que o usuário esteja conectado a 700 kb/s. Segundo os dados da empresa, 25% do tráfego de vídeo pela Internet usando o Windows Media Player é feito por usuários conectados a 300 kb/s. Estes dados levaram a Microsoft a testar seu software para ter certeza de estar pronta para a banda larga. A nova plataforma do Windows Media inclui um codificador que não altera a velocidade no processamento do vídeo no computador do usuário e facilita o gerenciamento de direitos autorais pelas empresas distribuidoras. A codificação dos dados é uma mão na roda para quem deseja selecionar quem pode e quem não pode ver um vídeo, como
num sistema pay-per-view. Os fabricantes do software de edição e finalização já estão entrando na onda da Internet. A maioria dos programas já exporta o vídeo em um formato pronto para o streaming media. A Pinnacle, durante a feira, ficou em cima do muro e demonstrou seus softwares prontos para o Real Player, o Quick time e o Windows Media Player. Quase
pela rede, gastou US$ 1,2 milhão em seis servidores de vídeo Profile XP da Grass Valley. Os equipamentos serão usados para gravação, edição e distribuição de conteúdo pela web. O uso de servidores pela Microcast é semelhante ao uso em noticiários. A empresa poderá gravar e editar vídeo de fontes diferentes, como via satélite ou fitas pré-gravadas, e depois comprimir para uso na Internet. Todo o material é gravado em MPEG-2 comprimido a 8Mb/s e a edição é feita em um software residente no Profile desenvolvido pela Omnibus, o Media-prep Control. Após a edição, o vídeo em MPEG-2 será arquivado em fitas e também enviado para um codificador que irá convertê-lo em formato streaming para distribuição online.
Os fabricantes de softwares de produção estão entrando na onda da Internet. A maioria já
briga de foice
exporta para formatos de streaming media.
todos os fabricantes são capazes de trabalhar com o formato da Microsoft. Entre os parceiros de Bill Gates também estão a Avid, que comprou da Microsoft a Softimage, e a Adobe. A Grass Valley anunciou durante a feira sua primeira grande venda no universo dotcom. A Microcast, uma empresa de distribuição de streaming
A produção de conteúdo é hoje o diferencial para conquistar a audiência, em qualquer meio de distribuição. Broadcast, Internet ou banda larga de TV a cabo, pouco importa. E equipamentos e softwares não são problema para os produtores. Os expositores, grandes ou pequenos, apresentavam produtos para garantir a qualidade de produção. As dúvidas e problemas a serem solucionados estão na transmissão e na recepção do conteúdo gerado pelas empresas.
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Edward Grebow, presidente da Sony Eletronics and Professional Company, atribuiu a lenta aceitação da DTV, nos EUA, aos problemas enfrentados pelo ATSC (Advanced Television Systems Committe) e pela FCC (Federal Communications Commission) com relação ao padrão de modulação. A aceitação da FCC em estudar a possibilidade do COFDM ser usado como uma alternativa nos Estados Unidos e a repercussão dos testes
realizados em São Paulo colocou os executivos do ATSC em uma posição de defesa e estabeleceu um clima belicoso entre os representantes das duas vertentes. Defensores dos dois sistemas de modulação travaram verdadeiros duelos nos debates e nas demonstrações dos avanços dos sistemas realizadas nos estandes ou em sessões privadas de demonstração do funcionamento dos equipamentos nos dois sistemas. O debate que ocorreu na terça-
ENCRUZILHADA Os festejados testes brasileiros apontam para uma encruzilhada. O Grupo Abert/SET apontou a modulação COFDM para ser o padrão usado nas transmissões de DTV no Brasil. A Anatel pretende decidir o padrão até junho, segundo o cronograma traçado. O COFDM é usado nos padrões de transmissão terrestre da Europa (DVB) e do Japão
(ISDB) e possibilita as transmissões móveis. A Comunidade Européia não pretender realizar transmissões em HDTV. Até hoje, apenas a Inglaterra iniciou as transmissões digitais terrestres. Alemanha, França e Itália ainda não têm previsões para a implantação do sistema. Os japoneses só irão implementar as transmissões terrestres entre
2003 e 2004. Os Estados Unidos oferecem melhores condições financeiras para a aquisição dos equipamentos e prometem melhorar o sistema. Mas, os radiodifusores têm pressa na implantação da DTV para poderem concorrer com as outras mídias. Não será nada fácil conciliar as vantagens técnicas com os interesses da indústria.
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feira, 11 de abril, no SET e Trinta entre os representantes do ATSC, DVB e ISDB não foi só para brasileiros. Jornalistas e executivos de empresas internacionais estiveram atentos às argumentações de Robert Graves, presidente do ATSC, Peter MacAvock, diretor executivo do DVB Project e do representante do ISDB. Numa das sessões de conferências que aconteceram no Las Vegas Convention Center foram apresentados os prós e os contras dos métodos de transmissão baseados no 8-VSB e no COFDM. Fernando Wiktor Quintela Pietrukowicz e Ana Elisa Faria e Silva, da Rede Globo, apresentaram o resultados dos testes comparativos realizados pelo Grupo Abert/SET, ao lado de representantes da CBS, DigiTAG, Thomcast, Advanced Television Technology Center, NxtWave Communications e Zenith. Num ritmo bem europeu, a DVB fez transmissões diretas para seu estande no Hall Norte do LVCC em 6 MHz, para provar que mesmo tendo sido desenvolvido para operar em 8 MHz, ele funciona. “As especificações do DVB-T permitem versões para sinais em 6, 7 ou 8 MHz. Os equipamentos podem ser disponibilizados nessas três variações. Além do Brasil, testes do DVB-T em 6 MHz estão
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sendo realizados no Canadá e transmissor para COFDM precisa ser nos EUA. Entre os fabricantes maior que a de um que usa de equipamentos para DVB-T 6 o 8-VSB para cobrir uma mesma MHz posso citar: a Philips, Nokia, área. O investimento maior recairia Itelco, Thomcast, PTV, Broadcast nos broadcasters. Mas Robert Graves Technology, Tandberg TV”, diz adverte: “A maior potência implica Peter MacAvock. maior interferência entre os canais A tentativa de desacreditar a adjacentes. Nas áreas com problema Sinclair, que encabeçou a petição de canalização, como São Paulo sobre a revisão do padrão, e Rio, isto é um sério entrave e minimizar os efeitos dos para o COFDM”. resultados brasileiros pautaram as Sob o fogo cruzado dos argumentos apresentações comparativas das relativos às transmissões móveis, três gerações de receptores da HDTV ou não-HDTV, modelo de Zenith, que eram realizadas numa negócios, economia de escala, largura sala do LVCC. de banda, gap filler e até mesmo à Como a metodologia saúde financeira para a realização do grupo Sinclair dos testes do - que segundo Enquanto durarem grupo Abert/SET comentários não foi previamente teria como trocar as dúvidas quanto acertada entre todos os 16 transmissores à recepção de DTV, os participantes, para iniciar as restou ao grupo transmissões de as vendas de do ATSC, contestar DTV no prazo a elaboração do previsto e por aparelhos domésticos relatório. Wayne isso está fazendo Luplow, vicetodo esse alarde não vão decolar. presidente de - os provedores HDTV, padrões e de serviços e promoções da Zenith, sustenta fabricantes de equipamentos afirmam que os dados obtidos nos testes que apenas desejam que o sistema de laboratório e de campo não de DTV funcione. Os fabricantes foram devidamente analisados. de equipamentos profissionais Um extenso documento rebatendo ficaram indiferentes à luta travada as críticas ao 8-VSB foi enviado à nos bastidores pelo padrão de Anatel durante o período em que modulação. Mesmo porque somente o processo ficou sob consulta o segmento de transmissores pública, que terminou no digitais é que sofreria algum abalo, dia 5 deste mês. embora as principais empresas do setor apresentassem nos estandes consumidor final transmissores para ambos os padrões. A carga é, sem dúvida, dos O ponto fraco do 8-VSB é fabricantes de produtos de a interferência relativa ao consumo. Mas a preocupação não multipercurso. Os primeiros é com o tipo de equipamento. receptores de DTV vendidos Enquanto perdurarem as dúvidas nos EUA, realmente apresentam quanto à qualidade de recepção de problemas de recepção nos sinal e quanto ao modelo HDTV ambientes urbanos, principalmente ou SDTV, as estimativas de vendas com antenas internas. O COFDM feitas pela indústria irão por água foi projetado especificamente abaixo. A reversão do padrão, nos para eliminar a interferência de EUA, pode reduzir de 50% para multipercurso, mas esbarra na área 15% a penetração de aparelhos de cobertura. Os testes realizados em 2006, prevista pela Consumer demonstram que a potência de um Eletronics Association.
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C I N E M A Edmond Rosenthal
O 1080P CHEGA A HOLLYWOOD Um ano após sua introdução, o novo formato de vídeo já ganhou espaço na pós-produção.
Ao que tudo indica, a HDTV já entrou definitivamente na pós-produção de programação de TV e até comerciais, antes produzidos em película. Encabeçado pela LaserPacific, de Los Angeles, e pela Sony, o formato 1080P/24 fps está ocupando o espaço. Emery Cohen, presidente da LaserPacific, garante que a capacidade de conversão do formato em outros formatos e a disponibilidade de uma grande variedade de interfaces nada deixam a desejar. A LaserPacific já não é mais a única a utilizar o formato. Em Nova York, a Rhinoceros acaba de concluir a instalação de uma ilha de edição com capacidade para imagens de 24, 25 e 30 quadros. Segundo o diretor de criação Walter Lefler, o equipamento
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logo começará a produzir programas de TV em alta definição. Mas como os comerciais representam cerca de 80% do trabalho da Rhinoceros, também aí existe aplicação para o 1080P/24. “Ele nos permite criar uma master única que pode ser convertida em qualquer formato do mundo. A qualidade é excelente, mesmo voltando ao filme a partir de uma master de 24 quadros HD”, diz Lefler. Jeff Merritt, gerente de marketing de produtos HDTV da Panasonic, afirma que “muitos comerciais que eram captados em 30 quadros podem ser captados agora em 24 e as pós-produtoras ainda podem fazer a edição. Além disso, existe a possibilidade de integrar imagens de arquivo que tenham sido captadas em 24 quadros”.
experiência As primeiras incursões pela criação de um sistema 1080P/24fps foram realizadas pela Sony e pela LaserPacific. Cohen procurava resolver o problema de se trabalhar com muitos formatos, uma vez que a NBC e a CBS estavam comprometidas com o 1080I e a ABC e a Fox com o 720P ou o 480P. Para completar, os broadcasters estrangeiros estavam interessados no 1080I/50fps e o 1080P/25fps. “Era óbvio que não podíamos criar
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salas de telecine, edição online, efeitos visuais e correção de cor em todos esses formatos. Nossos clientes precisavam ter uma única master que atendesse a todas as necessidades de distribuição”, diz Cohen. Hoje, a LaserPacific já tem experiência no formato, usado em oito séries e inúmeros programas para a TV desde o início da atual temporada - cerca de 200 programas ao todo. Entre eles estão “Judging Amy”, da Twentieth Television, “Early edition” e “Family law”, da Columbia TriStar, “Touched by an angel”, da CBS Productions, e “Becker”, da Paramount. Cohen afirma que a LaserPacific não teve nenhum problema trabalhando com o 1080/24. “Temos três salas de telecine de alta definição com telecines Philips Spirit compatíveis com os VTRs da Sony, e usamos o sistema de correção de cor Digital Vision HD. Cada aparelho é fundamental. Nós fazemos a conversão para outros formatos e finalizamos a master no 1080P/24. A partir daí fazemos uma cópia 1080I para a CBS, por exemplo, e uma cópia de 525 linhas para transmissão NTSC. Em muitos programas, fazemos uma master PAL de 625 linhas para distribuir no exterior.” A empresa fez uma demonstração da conversão para 720P na NAB, para a ABC Television Network. Quanto à Rhinoceros, o corretor de cor embutido no switcher HD da Sony é usado nas salas de edição. Lefler informa que recentemente começaram a usar o novo scanner de filme de alta definição da Sony com o corretor de cor daVinci 2K. Três Inferno e Fire, da Discreet, foram adaptados para alta definição, bem como com o gerador de caracteres Antero, da RT Set. O braço sonoro da empresa, a Cool Beans, terminou recentemente a construção de três estúdios de mixagem configurados para o novo formato de mixagem e edição de som surround 5.1 feito para HD. Também conta com uma câmera Sony 700A HD disponível para os clientes. “Estamos também introduzindo um
sistema de disco Spydrr”, continua Lefler, “que nos permitirá transferir o filme para um disco e carregar o disco no Inferno ou no Fire, além de utilizá-lo na sala de edição. Estamos dando uma série de seminários para agências e anunciantes sobre como usar a produção em HD”. Os VTRs da Sony vão soltar sinal em definição normal em tempo real. Trabalhando com o Inferno ou o Fire, a produtora tem capacidade de produzir uma master padrão de 30 quadros. Lefler ressalta que a Rhinoceros poderá escolher entre cinco maneiras de fazer a conversão: a partir do Fire, do Inferno, de um conversor independente, do Spydrr ou dos VTRs. Apesar de vários fabricantes terem feito equipamento para a produção em 1080P/24, é o conceito de quadro segmentado (sF) da Sony, também conhecido como 24PsF, que até hoje está no centro de todo o trabalho da LaserPacific. O conceito de quadro segmentado (segmented-frame)
da Sony consiste em captar uma imagem em 24 fps na câmera ou no telecine e processá-la em um sinal de 48 Hz, cada frame constituindo dois segmentos. Cohen explica que “o conceito permite adaptar o equipamento de HD entrelaçado já existente sem ter de construir novos sistemas a partir do zero”. Larry Thorpe, vice-presidente de sistemas de aquisição da Sony Broadcast, observa que o conceito de quadro segmentado já foi padronizado pela International Telecommunications Union (que atribuiu a designação 24PsF) e que a SMPTE também está trabalhando no padrão. Ele acredita que a padronização seja importante, mas não necessária, para o futuro do formato. O sF permitiu que a Sony entrasse no mercado e fizesse funcionar o 1080P/24 provavelmente uma temporada mais cedo do que se a indústria tivesse de esperar pelo “verdadeiro” equipamento 1080P/24.
Esse verdadeiro método 1080P/24 foi adotado pela Panasonic, e é constituído por um gravador de alta definição e um conversor de formato compatíveis com o quadro segmentado. Merritt observa que caberá aos usuários decidir se o quadro segmentado se tornará o padrão norte-americano, mas avisa que ele tem algumas desvantagens: “Exige filtragem vertical. E, no verdadeiro progressivo, a resolução vertical não é penalizada”. Quanto ao 1080/24, ele diz: “Não acreditamos que um formato único seja o escolhido, mas faz sentido gravar em 1080P/24 o material produzido em filme, porque dá a possibilidade de se converter para outros formatos. Também é possível editar esse material em qualquer sistema, sem se preocupar com a redução do 3:2. Outra vantagem dos 24 fps é a possibilidade de transmitir esse material em 24 quadros, economizando uma boa largura de banda”. Ele acrescenta que a redução do 3:2 pode ser inserida pela set-top box do espectador,
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para receber a transmissão digital. Thorpe lembra que “o que começou como um compromisso com o 24P foi mudado ao longo do ano passado. A ITU saiu com o padrão ITU 709, que é uma estrutura de sampling digital de 1920 horizontal e 1080 vertical. Isso permite uma ampla variação nas taxas de quadro e campo: 60P, 50P, 30P, 25P, 24P, 50I e 60I. Quando esse padrão apareceu, nossos equipamentos podiam ser convertidos para qualquer um deles, menos o 60P e o 50P. Pela primeira vez alguém conseguiu fazer um equipamento adaptável internacionalmente. Ninguém mais se preocupa com o PAL e o Secam. Por isso o movimento pelo 24P ganhou tanta importância”. A conversibilidade para 60P e 50P virá depois. E Thorpe acrescenta: “Os dados têm taxas tão altas que vão exigir uma nova geração de equipamento”. A Sony agora tem seus VTRs de edição 1080P/24 prontos para serem distribuídos, juntamente com seus
switchers de produção, os sistemas de efeitos digitais e os monitores de estúdio, tudo no formato. A Panasonic mostrou na NAB do ano passado o seu VTR com capacidade para 24 quadros, o AJ-HD3700, e começa a distribuí-lo em junho. Seu conversor de formato, o AJ-UFC1800, já foi lançado há alguns meses. Mesmo que companhias concorrentes, como a Leitch e a Snell & Wilcox, tenham conversores de formatos competitivos, Merritt ressalta que o conversor D-5 da Panasonic é o único que pode processar oito canais de áudio e converter qualquer formato ATSC em outro formato ATSC. Há um consenso de que o custo de um complemento de pós-produção em alta definição para uma produtora fique em torno de US$ 2 milhões e que isso vai afetar o preço para o cliente. Lefler explica: “Nossas taxas de produção são baseadas no mundo comercial e acreditamos que as finalizações em HD terão um acréscimo de uns 20%”.
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Cohen observa que “com o tempo, talvez os fabricantes sofram algum tipo de pressão da concorrência para baixar o preço do equipamento, como haverá pressões também sobre os nossos valores. Mas acredito que não seja nada muito significativo”. Os telecines de alta definição, o equipamento de edição online, a correção de cor e as funções periféricas custam, em média, o dobro da definição padrão. Cohen acrescenta que suas taxas variam muito de um trabalho para outro, mas o preço para usar a HD é aproximadamente um terço maior. Levando em conta o custo de produção de uma série de TV, porém, isto representa somente cerca de 2%. Thorpe está otimista em relação ao preço do equipamento e aposta que vai baixar bastante. E acrescenta: “Esse novo equipamento de 24 quadros permite cinco modos de operação, mas os VTRs custam mais ou menos o mesmo que o digital Betacam de três anos atrás”.
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P R O D U T O R A Edianez Parente
CONSPIRAÇÃO na TELEVISÃO A produtora de comerciais, videoclipes, documentários e longas-metragens fecha pacotes para exibir seus produtos nas telinhas das emissoras fechadas.
O mundo musical da Conspiração Filmes não passa mais apenas pelos videoclipes. Aliás, a produtora nem tem feito mais tantos clips assim, já que enfrentou alguns problemas negociais com as empresas fonográficas. “As gravadoras ainda não perceberam que o videoclipe é um comercial do disco”, afirma o diretor Andrucha Waddington. Entretanto, no campo dos documentários musicais, o terreno vem se mostrando dos mais férteis. Depois de exibir dois musicais no canal HBO (“Milton Nascimento - a sede do peixe” e “Paralamas em closeup”), a Conspiração continua a levar seus badalados documentários à TV por assinatura. A produtora carioca fechou um pacote musical com o canal Multishow, da Globosat, numa parceria que envolveu a co-produção do especial de Chico Buarque, “Chico e as cidades”, além de vários outros
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documentários produzidos através de diferentes associações. Junto à Conspiração, o próximo projeto do Multishow diz respeito à dramaturgia, com a execução de telefilmes, vertente praticamente inexplorada no Brasil. A questão ainda está sendo negociada entre as partes, mas Wilson Cunha, diretor do Multishow, adianta que o budget para cada telefilme esbarra no limite de aproximadamente R$ 500 mil, valor ainda questionado pelos diretores da Conspiração. Só para se ter uma idéia, o especial de Chico Buarque bateu na casa dos R$ 630 mil. “Cada programa exige cerca de 20 horas de filmagem, que após a edição chegam a 80, 90 minutos. Não se trata de uma filmagem pura e simples de um show”, explica Leonardo Monteiro de Barros, diretor da produtora responsável pelos contratos. Além dos especiais já citados, integram o pacote para o Multishow “Gilberto Gil - tempo de rei”, “Marisa Monte - barulhinho bom” e “Caetano Veloso - circuladô”. Tudo é feito em película, com tempo médio de produção beirando os oito meses.
todas as telas Para Andrucha Waddington, a parceria com a TV paga é essencial para o negócio: “Sem TV, não há
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produção independente”. Leonardo Monteiro de Barros detalha a trajetória traçada pela Conspiração para os seus documentários musicais: “Primeiro eles são exibidos pela TV, depois são lançados em vídeo pelas gravadoras dos artistas para então serem vendidos no mercado externo”. Mas nem só de música vive o casamento Conspiração/TV paga. O documentário “Filhos de Gandhi” já chegou ao GNT e, com outro canal de TV por assinatura, o Sportv, a Conspiração prepara um longa-metragem baseado no programa “Surf adventures”, para ser uma espécie de “Endless summer” brasileiro e que será dirigido por Arthur Fontes. O filme é referência para os amantes desse esporte, já que acompanha as viagens de dois surfistas em busca das melhores ondas do planeta. Ainda sem parceria fechada com uma emissora, a produtora engata uma série de documentários científicos sobre temas diversos como poluição, meio ambiente e energia. Fora da tela pequena, seguem a todo vapor as próximas estréias by Conspiração na tela grande, depois dos recentes “Traição” e “Gêmeas”, “Eu, tu, eles” está prestes a estrear; “Bufo & Spallanzani”, baseado em romance de Rubem Fonseca, está em fase de pós-produção; e vêm por aí “O homem do ano”, baseado no livro “O matador” (de Patrícia Mello); e “Redentor”, com Miguel Falabella.
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e q uipamentos Emerson Calvente
REFLETORES: FONTES DE LUZ ARTIFICIAL A luz é fundamental para que obtenhamos uma imagem, seja através dos nossos olhos ou de uma câmera.
No começo, enquanto os filmes eram rodados ao ar livre ou em estúdios envidraçados, as possibilidades expressivas da iluminação foram pouco exploradas. Segundo o crítico francês Marcel Martin, apenas a partir de 1915, iniciou-se a exploração dos efeitos psicológicos e dramáticos através da iluminação com o filme “Enganar e perdoar”, do diretor norte-americano Cecil B. DeMille. A luz influencia na maneira como percebemos uma cena e interfere no significado das imagens. A iluminação serve para definir e modelar os contornos e planos dos objetos, para criar a impressão de profundidade espacial e para produzir uma atmosfera emocional (efeitos dramáticos). As formas, a cor e as noções de espaço e tamanho estão
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relacionadas aos tipos de iluminação. Os equipamentos de iluminação foram criados e desenvolvidos com o objetivo de explorar as possibilidades dramáticas da luz e garantir condições adequadas de iluminação para a sensibilização da película cinematográfica ou do CCD eletrônico. Esses equipamentos e acessórios (refletores, rebatedores, difusores, filtros de correção de cor, entre outros) permitem que o iluminador e o diretor de fotografia tenham total controle sobre as características da luz, ou seja, a qualidade, a direção e a cor. Em relação à qualidade, dependendo da fonte, a luz pode ser dura (hard) ou suave (soft). A luz dura provoca sombras fortes, definidas, criando zonas de claro-escuro. Nos esquemas de iluminação, geralmente é usada como luz principal, a partir da qual as outras são equilibradas. Os refletores mais utilizados como fontes de luz dura são os do tipo fresnel.
fresnéis O refletor fresnel tem esse nome pelo uso de uma lente com o mesmo nome. Essa lente tem a função de
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concentrar os raios de luz numa determinada área, produzindo um foco de luz que pode ser ampliado ou reduzido através de ajustes. É uma fonte de luz de fácil direcionamento e controle. Todos os refletores fresnéis possibilitam o uso de um acessório chamado barn door, um conjunto de quatro ou oito lâminas metálicas que ajudam no direcionamento da luz. Os produtos Arri Lighting, da Arriflex Corporation, são fabricados em alumínio extrudado. Há uma linha de fresnéis que utiliza lâmpadas de tungstênio de 150 W a 24.000 W. Outra linha, a HMI Compact Fresnels, trabalha com lâmpadas do tipo HMI de 125 W a 18.000 W. Os refletores são vendidos individualmente ou em kits portáteis. A Arri oferece mais de 20 kits em cases especiais, providos de rodinhas para facilitar o transporte. Os kits são combinações versáteis de refletores e incluem todos os acessórios mais utilizados. Nas produtoras de vídeo, a locação de equipamentos de iluminação é mais comum que a compra. O aluguel de um kit Arri por um dia, com dois refletores fresnéis de 650 W e dois “abertos” de 1.000 W, custa aproximadamente R$ 140. A italiana De Sisti também é bastante conhecida no Brasil e tem linhas completas de refletores para uso em estúdios ou locações, além de kits portáteis e luz fria (refletores com lâmpadas fluorescentes especiais). Entre os refletores de quartzohalogênio para uso em estúdio estão o Magis de 300 W e o Leonardo de 10.000 W. Muitos destes fresnéis podem ser motorizados. A linha de refletores para uso em locações, a família Piccolo Leonardo, foi desenvolvida com o objetivo de diminuir o tamanho e o peso dos refletores. Entre eles estão o Magis de 300 W e o Super Leo de 20.000 W. A De Sisti Lighting tem uma linha de refletores fresnéis HMI, a família Rembrandt Piccolo, entre 6.000 W
e 18.000 W. Esses refletores têm o peso substancialmente reduzido e são inoxidáveis, ideais para o uso em locações. A também italiana Strand Lighting tem uma linha de fresnéis para uso em estúdio, de 1.000 W a 5.000 W, e uma linha completa de fresnéis compactos, a Bambino, de 500 W a 10.000 W. A linha de fresnéis HMI, desenvolvida para o uso em locações, tem refletores de 200 W a 6.000 W.
luz suave A luz suave ou soft é uma luz difusa que praticamente não provoca sombras. Serve para suavizar as sombras provocadas pela luz dura, iluminando áreas não atingidas por esta. Provoca um aumento global do nível de luz, diminuindo o contraste claroescuro, fazendo com que todos os elementos em quadro recebam um pouco de luz. Uma fonte de luz suave pode ser conseguida pelo uso de difusores e rebatedores em uma fonte de luz dura. A empresa americana Chimera Lightbanks, desde 1980, dedica-se ao desenvolvimento de estruturas de difusão. Estas estruturas, além da facilidade de uso, têm excelente durabilidade e portabilidade. Os lightbanks Chimera suportam o calor de refletores de até 20.000 W sem perder a translucidez do material difusor ou alterar a temperatura de cor da luz. Ao todo, são oferecidos dez tipos de bancos destinados ao uso em produções de vídeo ou cinema. Entretanto, há no mercado refletores que emitem uma luz suave, difusa (soflights). Estes refletores são compostos por lâmpadas dispostas de tal maneira que a irradiação de sua luz se dá de modo indireto, através da reflexão a partir de uma superfície difusora. A Arri oferece dois refletores softlight: o Arrisoft 1000 e o Arrisoft 2000, com superfícies
difusoras intercambiáveis. A De Sisti oferece duas linhas de softlights, uma quartzo-halogênio e outra HMI. A família de quartzo-halogênio é dividida em dois grupos, a Wyeth, para uso em locações ou em pequenos estúdios, e a Botticelli, para aplicações em grandes estúdios. Os refletores de luz fria representam um grande avanço na obtenção de fontes de luz suave. Estes refletores são compostos por várias lâmpadas fluorescentes especiais, pois as lâmpadas fluorescentes comuns degradam seriamente a qualidade da imagem, que fica esverdeada e perde a coloração. Uma das principais vantagens dos refletores de luz fria é a eliminação do calor, antes provocado pelas fontes de tungstênio. Comparadas com estas fontes, as fluorescentes produzem cerca de dez vezes mais luz por watt e economizam muito mais
energia elétrica. A Kino Flo foi a primeira empresa a desenvolver uma linha própria de lâmpadas fluorescentes profissionais, a True Match. As lâmpadas desta linha estão disponíveis em três temperaturas de cor: tungstênio, balanceadas para 2.900° K e 3.200° K, e daylight, balanceada para 5.500° K. Estas lâmpadas permitem controlar a intensidade de luz sem alterar a temperatura de cor. Ao todo, quatro refletores são oferecidos para o mercado de broadcast. O Image 80, com oito lâmpadas, o Image 40, com quatro lâmpadas, o Image 20, com quatro lâmpadas com a metade do tamanho do Image 40 e o 4Banks, um sistema com quatro lâmpadas, sem barn doors, operado através de um ballast remoto. O Image 80 equivale a um refletor softlight de 3.000 W e o Image 40 a um softlight de 1.000 W.
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MIL ANOS EM UM MINUTO Em sua oitava edição, o Festival Mundial do Minuto, que acontece desde 1991, está com as inscrições abertas. O tema será o “milênio” e desafia o profissional a retratar mil anos em apenas 60 segundos. O festival, que acontecerá na semana de 9 a 15 de outubro e será exibido em cerca de 100 cidades brasileiras, premiará três trabalhos com um troféu e R$ 5 mil. O prazo final para as inscrições, que poderá ser feita apenas pela Internet no endereço 1minuto@uol.com.br, é dia 30 de agosto.
MAQUIAGEM PREMIADA A campanha criada pela DPZ para o 6° Prêmio Avon Color, traz como principal estrela a atriz Carolina Kasting, transformada no ídolo do rock Elvis Presley. Os participantes são desafiados com o seguinte título: “Se você é capaz de provar que Elvis não morreu, inscrevase”. Serão premiados profissionais das seguintes categorias: Maquiagem Social, Cinema e Vídeo Publicitário, Cinema Longa e Curta-metragem, Video Independente Profissional e Clip, Televisão, Mídia Impressa Editorial, Mídia Impressa Publicitária, Artes Cênicas, Desfiles e Eventos Promocionais e Revelação. O ganhador receberá um prêmio em dinheiro de R$ 5 mil. As inscrições para a categoria Maquiagem Social serão feitas através de anúncio na revista Caras, e irão de 19 de abril a 10 de maio. As demais categorias serão através de indicações dos curadores. A premiação ocorrerá na Casa das Caldeiras, no dia 15 de junho.
D E N T R O EVENTOS DE ÁUDIO A maior feira de áudio da América Latina, a AES-Brasil, acontecerá na Centro Têxtil, em São Paulo, entre os dias 6 a 8 de junho das 13h00 às 21h00. Os cerca de 50 expositores mostrarão os últimos lançamentos em áudio, gravação digital, mixer digital, softwares, rádio/TV, sonorização, iluminação, produção musical, consultoria e projetos em áudio, eletroacústica, envolvendo recursos avançados de informática e tecnologia de ponta. A entrada é franca. A 4ª Convenção Internacional da Sociedade de Engenharia de Áudio, que acontece paralelamente à feira, terá debates abordando temas das tendências mundiais como áudio via Internet (MP3); gravação e edição digital; o DVD; uso do computador; o ensino de Áudio no Brasil; sistemas de gravação; acústica; manipulação de microfones; áudio digital; e normas técnicas. Mais informações pelos telefones (21) 447-4505 / 436-1820 / 436-1825.
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A G E N D A M Diretor e Editor Rubens Glasberg Editora Geral Edylita Falgetano Editor de Internet Samuel Possebon Editor de Projetos Especiais André Mermelstein Coordenador do Site Fernando Lauterjung Redação Edianez Parente, Fábio Koleski, Murilo Ohl, Camila Rinaldi (assistente) Colaboradores Beto Costa, Emerson Calvente, Hamilton Rosa Jr., Lizandra de Almeida, Paulo Boccato. Sucursal de Brasília Carlos Eduardo Zanatta e Raquel Ramos Arte Claudia Intatilo (Edição de Arte), Edgard Santos Jr. (Assist. de Arte), Rubens Jardim (Produção Gráfica), Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica), Marcelo Laruccia (Ilustração de capa) Diretor Comercial Manoel Fernandez Vendas Almir B. Lopes (Gerente), Patrícia M. Patah (Gerente de Contas Internacionais), Alexandre Gerdelmann (Contato), Ivaneti Longo (Assistente) Coordenação de Circulação e Assinaturas Gislaine Gaspar Coordenação de Marketing Mariane Ewbank Administração Vilma Pereira (Gerente); Gilberto Taques (Assistente Financeiro) Serviço de Atendimento ao Leitor 0800-145022 Internet: www.telaviva.com.br E-mail: telaviva@telaviva.com.br Tela Viva é uma publicação mensal da Editora Glasberg - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001 Telefone (11) 257-5022 e Fax (11) 257-5910 São Paulo, SP. Sucursal: SCN - Quadra 02, sala 424 - Bloco B - Centro Empresarial
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