Nº97 SETEMBRO 2000 www.telaviva.com.br
RECORDES OLÍMPICOS NAS REDES DE TELEVISÃO
PUBLICIDADE EXPLÍCITA NAS TVS EDUCATIVAS
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SCANNER
CAPA
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Broadcast & Cable 2000 Diretrizes para a transição digital
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50 ANOS DE TV
Prognósticos para o futuro
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TELEVISÃO
Cobertura das Olimpíadas 2000
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PRODUÇÃO
Campanhas institucionais
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PROGRAMAÇÃO REGIONAL
Ceará
das TVS
MAKING OF
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DTV
Patrocínio esportivo
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PUBLICIDADE
Comerciais nas TVs educativas
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PROGRAMAÇÃO
Por trás do ponto eletrônico
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INTERNET
Animação na web
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cinema
Desacertos de Gramado
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AGENDA
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A televisão brasileira completa 50 anos este mês. Nas bodas de ouro do casamento com o telespectador todos os bons momentos dessa ligação amorosa vêm à tona. As desavenças e baixarias, comuns em muitos relacionamentos, são deixadas de lado, e até mesmo esquecidas, no intuito de festejar a data. E, verdade seja dita, o brasileiro tem paixão pela televisão. Bem ou mal, durante essa cinqüentenária relação, as imagens da telinha fizeram o telespectador rir e chorar, levaram informação e entretenimento para todas as classes, ajudaram a integrar o País e alavancaram o desenvolvimento econômico de regiões e microrregiões brasileiras. Como presente, o Ministério das Comunicações poderia agilizar o processo de outorgas de novas concessões, propiciando a expansão das diversas redes que não estão suficientemente representadas em diversos estados. Ganharia o público, com mais opções de programas. Ganhariam os broadcasters com um processo mais democrático de gestão das emissoras. A raridade, ou escassez, das concessões, assim como a vinculação a determinada rede, dá, em alguns casos, ao concessionário um grande poder de barganha em relação à cabeça-de-rede a que está afiliado, e ainda aumenta o valor da emissora numa eventual venda. A lentidão não é só no processo de outorgas. A digitalização bate à porta das emissoras de TV brasileiras. Mas o modelo das transmissões ainda não foi esboçado. A Anatel já traçou o cronograma da transição. Mas como fazêla é que são elas. Essa lerdice na adoção de diretrizes causa preocupação com o futuro do broadcasting nacional. As programadoras nacionais não poderão imitar o modelo baseado no improviso usado por Chateaubriand há 50 anos para colocar no ar seus serviços. Foram pesquisas de comportamento muito bem elaboradas e executadas que deram à Globo a liderança na preferência do público. Os broadcasters precisam saber urgentemente o que os brasileiros querem assistir e como querem sua TV nos próximos 50 anos. Caso contrário correm o risco de receber um pedido de divórcio depois de tantos anos de feliz convivência. Edylita Falgetano
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NOVA SAFRA
Maria Helena C. Carvalho, que trabalhava na área de desenvolvimento organizacional da Globo, está com outra visão do negócio TV desde que chegou na CGAE, no Rio. A assessora mantém Maria Helena segredo sobre suas novas tarefas e apenas menciona que vem trabalhando para “agregar valor à empresa de modo a levar o padrão Globo de qualidade para o século 21”.
VARA CURTA Fotos: Gerson Gargalaka
Para manter o “padrão Globo de qualidade” as afiliadas da rede vivem se reestruturando. Os assessores que trabalham na, ou para a, Central Globo de Afiliadas e Expansão (CGAE), vira e mexe são convidados a desempenhar funções de chefia nas afiliadas, deixando Washington vagos os cargos de assessoria da CGAE. Os engenheiros Washington Gasparotto e Carlos Roberto Fernandes de Carvalho, conhecido como Carlos Fernandes, são da Central Globo de Engenharia (CGE), mas estão a serviço da CGAE para orientar o aperfeiçoamento técnico das emissoras que compõem a rede. Esse trabalho é coordenado por Liliana Nakonechyj (CGE) e Luís Carlos Navarro (CGAE). Carlos Fernandes O engenheiro Marcio Pinto Pereira, que integrava a equipe de assessores, assumiu o posto de gerente técnico na Rede Integração, afiliada da Globo em Uberlândia.
Um dos grandes destaques da animação brasileira desde o Festival de Gramado do ano passado, o animador Alan Sieber vinha provocando a onça com sua série de desenhos “Deus é pai”. As animações mostram o conflito entre Deus e Jesus Cristo, num tom absolutamente debochado. Lógico que a Igreja não gostou. O primeiro episódio foi exibido em Gramado e em vários festivais pelo Brasil, além de ter passado no cinema antes do filme “Dogma”, de Kevin Smith (igualmente blasfemo).
A repercussão atraiu a MTV, que programou a série para ser exibida no programa de João Gordo, o “Gordo a gogo”. A Igreja pediu a retirada do programa, a emissora atendeu e a reação de Sieber foi imediata. No final de agosto, ele estava reformulando seu site para disponibilizar a todos os episódios da série. A promessa de estréia era de 31 de agosto. Confira no endereço www. toscographics.com.br
MAKING OF INTERNACIONAL A Rede Globo de Televisão e a Teleimage foram pauta de uma matéria especial da revista virtual VFXPro (www.vfxpro.com) em agosto. A matéria conta como foram desenvolvidos os efeitos especiais do filme “O Auto da Compadecida”, baseado na minissérie homônima exibida pela emissora, com entrevista do supervisor de efeitos especiais da casa, Marcelo Siqueira. A VFXPro é a comunidade virtual que discute tecnologias de efeitos especiais, com a participação de O padrão de transmissão digital designers de todo o mundo. ainda não foi definido no Brasil, mas a indústria começa a cutucar o desejo do consumidor. A Samsung FORÇA DO INTERIOR demonstrou na última edição da A produtora ribeirão-pretana Comdex um modelo de receptor Clube Produção anunciou de HDTV que possui ainda terminal o upgrade em seu parque para DVD. O equipamento já é de equipamentos com comercializado nos Estados Unidos e investimentos de US$ 200 alguns países da Europa. A Samsung mil realizados em agosto. desenvolveu tecnologia para todos Com novos equipamentos de os padrões de transmissão. captação e ilhas digitais de O Brasil é tido como um país edição, mais softwares e hardware que adota novas tecnologias para efeitos, a produtora quer rapidamente. Daí a pressa da indústria de aproximar o consumidor ampliar sua atuação em produção com as novidades da TV hi-def. broadcast e multimídia.
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DOIS COELHOS...
INVESTIMENTO Joaquim Cordeiro Neto é o mais novo contratado dos Estúdios Mega para operar o Flame, instalado na filial carioca. Ele vem acompanhando há bastante tempo a evolução dos equipamentos de pós-produção e computação gráfica, tendo trabalhado nas antigas finalizadoras New Vision e Finish House e, mais recentemente, na produtora de computação gráfica Vetor Zero. A chegada de Joaquim coincide com o upgrade no equipamento da Discreet para sua versão 7.0, o que reforça as instalações do grupo no Rio. Os reforços na sede carioca não param por aí. A finalizadora também está anunciando a criação de núcleos de computação gráfica 3D, neste caso não só na sede do Rio mas em São Paulo também. Esses núcleos resultam de parcerias com produtoras locais - o que no Rio é o caso da Tibet
BODAS DE PRATA No dia 27 deste mês, a primeira emissora a entrar no ar no Estado de Alagoas completa 25 anos de transmissões. A TV Gazeta de Alagoas foi fundada por Arnon de Mello e sempre foi afiliada à Rede Globo. Atualmente cobre 73 municípios e conta com equipamentos Beta, da Sony. Além dos telejornais, produz o “Gazeta rural” e o “Gazeta economia”, exibidos domingo pela manhã e aos sábados, respectivamente.
Filmes, dirigida por João Amorim e Jon Tojek, profissionais que atuaram na Silicon Graphics, nos EUA. No currículo da Tibet Filmes estão videoclipes e curtas-metragens, entre eles o premiado “Não fique pilhado”, que ficou em segundo lugar na última edição do festival AnimaMundi. A produtora foi inaugurada há apenas três meses e em sua estrutura conta com os softwares Maya 3D
Autor de traços objetivos que resultam em desenhos animados cáusticos, o animador Tomás Welss esteve no Brasil para estrear seu último curta de animação, “Manos libres”. A vinda do chileno Tomás teve mais uma finalidade: estreitar os laços com a produtora Cinema Animadores, de São Paulo, com quem ele vem desenvolvendo uma parceria há dois anos. A intenção é a de mostrar ao mercado um estilo diferente de traço, muito econômico e extremamente preocupado em revelar características interiores e psicológicas dos personagens.
(cinco), Maya Composer (quatro), Flint (dois) e After Effects (um, para o Macintosh G4 de 400 Mhz). Em São Paulo, a estrutura de computação gráfica será interna, com a contratação do designer Paulo Ferreira. O núcleo paulista contará com três plataformas de trabalho com dois softwares Maya e um After Effects.
VOLTA À PRODUÇÃO As dificuldades enfrentadas pela Tape House, de Jean Pierre Manzon, como finalizadora foram superadas desde que a empresa se voltou para a produção de comerciais. Atendendo agências como Lage Maggy, age., Colucci, QG, Loducca e Talent, a produtora manteve alguns de seus equipamentos de finalização, como o Edit Box, Flame e Fire, e contratou o diretor Marcelo Nepomuceno como principal nome da casa. Todo o trabalho, agora, é feito internamente.
EXPERTISE Especializado em operação de equipamentos de ponta de edição e composição e na coordenação de pós-produção, Zeca Daniel está em nova casa desde agosto. Ele é responsável pelo setor de finalização da produtora 5.6, de Wellington Amaral. Zeca vinha atuando na finalizadora Abertura, da família Clemente, que não resistiu à nova tentativa de funcionamento e acabou fechando suas portas.
FILHO PRÓDIGO Ruy Lindberg é o novo diretor de criação da W/Brasil, voltando à casa onde já havia trabalhado até 1995. O criativo deixou o Brasil há pouco mais de um ano, planejando passar um ano sabático em Nova York. Não conseguiu se livrar do trabalho: acabou trabalhando para a Young Rubicam em Nova York e Madri. Apesar de ter recebido várias propostas, acabou retornando ao lar.
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PESQUISA
MOTO CONTÍNUO A pós-produtora Casablanca está voltando a investir em efeitos especiais este ano. Depois de se atualizar com os equipamentos mais modernos de edição, a Casablanca volta a enfatizar a área de computação gráfica. A segunda casa da empresa, bem Staff da Casablanca ao lado da matriz, que já abrigou a área de cinema, agora foi totalmente reformada para receber a equipe de efeitos. Foto: Gerson Gargalaka
Fernando Waisberg, da Timeline, continua se dedicando à produção e finalização de aulas para o Telecurso e vídeos de treinamento, para clientes como o Bradesco e BCN, por exemplo. Waisberg acredita que o diferencial nas produções reside nos diferentes softwares e durante a Broadcast & Cable 2000 pesquisou equipamentos para a autoração de DVD.
O núcleo vai agregar os equipamentos já existentes com novos, em fase de definição. A coordenação e o atendimento estarão a cargo de Roberta Reigado e Solange Cruz. Na operação da computação gráfica 3D, Flame e Inferno estão Rodolfo Patrocinio, Emiliano Dias, Diego Moroni e Rodrigo Aguirre. A equipe do Henry é composta de Reinaldo Pina (Bibinho), Paulo de Barros e Fernando Cesar. Na operação do Fire estão Fefo e Rodrigo Pina.
NOVO FOCO
QUANTEL iQ A nova plataforma da Quantel, a iQ, anunciada pela empresa no dia 24 de agosto, promete ser um novo modelo de trabalho para a indústria de pós-produção. O produto, que deve ser lançado em janeiro de 2001, tem como vantagem a interoperabilidade com outros equipamentos de pós-produção da Quantel ou não e funciona na plataforma Windows 2000. Os softwares da Quantel e de outros fabricantes já estão em fase de desenvolvimento para a nova plataforma. Os computadores virão acompanhados do software editor em alta resolução Qedit, um editor de timeline, o Qpaint e o Qscribe para efeitos. A Quantel ganhou a apoio de empresas como Alias|Wavefront, Boris FX, Inscriber, Panasonic, Photron, Sony, Ultimatte e 5D para dar suporte à nova plataforma.
Foto: Divulgação
A AV Produções está com uma nova divisão: a AVCOM, focada na área de produção de comerciais, um segmento onde a empresa já atuava, mas que recebe agora maiores investimentos de equipe e Ricardo Meyer equipamento. A nova divisão será coordenada por Ricardo Meyer, que traz sua experiência acumulada como RTVC das agências Standard, MPM, Almap e Contemporânea e já está escalando uma nova seleção de talentos para a AVCOM. A nova divisão, além de atender seus habituais clientes institucionais (Fiat, Esso, Xerox, Coca-Cola, Ponto Frio e Sul América), cria um setor de produção de comerciais com atendimento exclusivo para as agências de propaganda.
CONVERG NCIA DE MÍDIAS Um dos destaques do IBC 2000, entre 8 e 12 de setembro em Amsterdã, foi a apresentação da Multimedia Home Platform (MHP), uma solução que orienta a padronização dos sistemas de mídias convergentes. O projeto foi desenvolvido pelo DVB, um consórcio formado por empresas de várias naturezas, sempre ligadas às telecomunicações, como emissoras broadcast, fabricantes de equipamentos, hardware e software, e instituições regulamentadoras. O grupo assumiu o compromisso de desenhar estratégias globais de transmissão, combinando vídeo digital, áudio e dados. Os padrões desenvolvidos para o MHP, que incluem a linguagem Java, resultaram em um documento de mais de mil páginas, que foi digerido durante o evento.
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PRAZER CUMPRIDO A equipe que trabalhou no longa “Tônica dominante” está vivendo um clima de satisfação total e alívio até. É que depois de quatro anos desde seu início, o projeto de Lina Chamie está finalmente concluído. O filme sofreu percalços quando o ator principal, Fernando Alves Pinto, sofreu um acidente bem no meio das filmagens. Agora, a diretora comemora a seleção do filme para o Festival de Cinema de Montreal, onde o longa marca sua estréia. A previsão de estréia no circuito comercial brasileiro é para o início do próximo ano, com distribuição da RioFilme. “Tônica dominante” é um projeto bem pessoal, já que a diretora também se dedica à música como o personagem vivido por Fernando. O elenco também inclui a atriz Vera Holtz e o ator Carlos Gregório.
UM SHOW DE PORTAL Lançado no dia 16 de agosto com um investimento de R$ 3 milhões, o Showlivre.com é o mais novo portal de shows e eventos musicais do País. O Showlivre teve início como um projeto da agência DPTO, a cerca de um ano, e recebeu mais dois parceiros para o seu lançamento, a produtora Espiralcom e o portal Terra. Além de um calendário com os shows do Rio de Janeiro e de São Paulo, o site conta com conteúdo broadband, cobertura jornalística dos shows de São Paulo,
RECRIADORES EFICIENTES A equipe de produção de “Aquarela do Brasil”, da Rede Globo, composta por cerca de 200 profissionais das mais diversas áreas gerenciada por Maria Alice Miranda, teve apenas 17 dias para criar todos os cenários, tanto de estúdio quando os da cidade cenográfica, arrumar centenas de figurinos e ainda procurar (e achar) os milhares de elementos de cena que fazem parte de uma história que se desenrola cerca de 60 anos atrás.
Foto: Divulgação
UM ANO DE BRASIL O gerente geral para o Brasil da EVS Broadcast Equipment, Carl Christiaens, está comemorando um ano no País. A empresa belga, que já vende há oito anos sistemas de slow motion para a Rede Globo, montou seu escritório brasileiro Carl Christiaens próximo ao Projac, no Rio de Janeiro, para dar um suporte melhor ao seu maior cliente local. Além de seu primeiro aniversário tupiniquim, Christiaens está comemorando a presença de vários equipamentos da EVS nas olimpíadas de Sydney.
venda de ingressos, colunistas e informações sobre música. Todo o conteúdo broadband, entrevistas em áudio e vídeo e trechos dos shows e shows exclusivos feitos semanalmente no estúdio da rádio Transamérica, é produzido pela Espiralcom e a venda dos ingressos é feita pela Fun by Net. A geração de receita do portal, que deve aumentar sua cobertura para todo o Brasil em breve, é feita através de publicidade, venda de ingressos, e produtos ligado à música.
Paulo Lóis, que assina os figurinos, encontrou uma boa parte das roupas e acessórios dos personagens em brechós do Rio de Janeiro e especialmente de São Paulo. A equipe de produção de arte, que está sendo assinada por Tiza de Oliveira, teve de descobrir onde encontrar coisas que poucas pessoas sequer suspeitam da existência, como um rádio-goniômetro, aparelho utilizado para captar transmissões clandestinas, usado pelo exército na década de 40, que aparece nos primeiros capítulos, além de carros, um ônibus e o material que mostram o universo militar, com seus jipes e caminhões especiais. Outro aspecto que tem envolvido a equipe de Tiza refere-se ao universo gráfico da época. Estão sendo reproduzidos, sempre tendo material verídico como referência, revistas da época; capas de discos; os próprios discos, com formato completamente diferente do atual; pôsteres; caixas de cigarros; além de jornais, como O Globo ou Diário da Noite e Correio da Manhã. Raul Travassos, que está à frente da cenografia, recriou várias ruas do Rio antigo, uma emissora de rádio com seus diferentes estúdios e até um auditório, seguindo os modelos das grandes rádios da década de 40.
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OXIGENAÇÃO
PROFISSIONAIS DO BRASIL Já saíram os resultados das regiões Sudeste Interior, Leste-Oeste, Norte-Nordeste e Sudeste Capitais do 22º Profissionais do Ano, promovido pela Rede Globo. As festas circenses aconteceram em Bauru (SP), Belo Horizonte (MG), São Luiz (MA) e Rio de Janeiro (RJ) respectivamente.
criação da Atual Propaganda para TCO - Centroeste Celular. Na região Norte-Nordeste o vencedor em campanha foi o filme “Matrículas”, com criação da Engenhonovo Publicidade e produção da Sala de Produção para a ACBEU, e na categoria mercado foi o filme “Gago”, produzido pela Espiralcom sobre criação da Mart Pet para a TIM.
Os comerciais “Pullman, o primeiro” e “Peixe exótico” Na região Sudeste Interior venceram foram os vencedores nas os comerciais “Corneta”, na categoria categorias campanha e mercado, mercado, e “Bichinhos”, na categoria respectivamente da etapa Sudeste campanha. O primeiro foi produzido Capitais. O filme vencedor em pela Profile Vídeos Produções e campanha foi criado pela agência criado pela Cia. Interativa para a Talent para a Plus Vita e produzido Moto Rio e o segundo teve criação da pela O2 Filmes. O filme “Peixe exótico” Matisse Propaganda e produção da teve criação da Loducca Publicidade e M7 Produção e Finalização para a produção da Jodaf para o provedor de Campinas Veículos. Internet América Online. O vencedor da região Leste-Oeste REGIÃO INSCRIÇÕES TOTAL de na categoria campanha foi o filme COMERCIAIS “Palavras”, com produção da Preview Leste-Oeste 237 352 e criação da DNA Propaganda para Norte-Nordeste 210 266 a Telemig Celular, e na categoria Sudeste Interior 200 236 mercado venceu o “Vibracow”, 232 360 produzido pela Alterosa Cinevídeo com Sudeste Capitais
Os sócios Mário Barreto e Thomas Wilson, da produtora carioca de computação gráfica Intervalo, estão trilhando caminhos separados desde o mês passado. Thomas continua com a Intervalo, que vai priorizar projetos infantis e para a Internet, enquanto Mário procura se dedicar mais ao que sempre gostou de fazer: criar projetos em computação gráfica. Mário Barreto inaugurou a Imagina Produções, em um novo escritório na Barra da Tijuca, e convidou os já parceiros Bruno Vidigal (produtor) e Karina Rei (atendimento) para serem seus sócios. Com a nova composição da empresa, o artista gráfico espera colocar mais a “mão na massa”. A Imagina mantém a equipe da Intervalo, que vem com fôlego novo. “Depois de 11 anos, cheguei à conclusão de que preciso de uma outra maneira de trabalhar e de viver. Apesar do bom resultado alcançado até aqui, as antigas exigências da produtora estavam me afastando cada vez mais do que gosto de fazer, que é dirigir e realizar filmes. Por isso, convidei a Karina Rei e o Bruno Vidigal como sócios e diretores de atendimento e produção: isso vai me liberar para eu dedicar um tempo ainda maior a direção e realização”, diz Mário Barreto.
DESTAQUE NOVIDADE NO PARANÁ Os diretores Glaucia Nogueira, Rodrigo Stradiotto e Rosane Melink são a cara da Net Films em Curitiba. A produtora nasceu de uma parceria entre a RGB, de Curitiba, e a Net Films, de São Paulo. No comando da equipe paranaense estão os executivos Itagiba Cobra e Antonio Spina Filho. A intenção da produtora é atender o mercado da Região Sul. A RGB foi a primeira produtora de Curitiba a trabalhar com computação gráfica e ilha de edição não-linear. Por isso, a nova Net Films já começa com uma estrutura de pós-produção, utilizando estações Silicon Graphics e Macintosh.
Integrando a equipe da produtora Sam Studio desde fevereiro, Vicente de Paula Salvia, mais conhecido como Viché, foi um dos destaques da etapa Sudeste-Capitais do Prêmio Profissionais do Ano. Viché concorreu com o filme “Braço”, da Almap/BBDO. Além de ser fera em trilhas comerciais, o músico também assina composições para longa “Terra estrangeira”, de Walter Salles Jr., e “O Cangaceiro”, de Anibal Massaini.
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c a p a Edylita Falgetano e Mario Luis Buonfiglio*
TUDO PELO BROADCASTING Em clima de contagem regressiva para a definição do padrão de transmissão digital de TV, os participantes da Abert/SET 2000 - Broadcast & Cable puderam conferir tendências e discutir o comportamento de empresas e profissionais envolvidos na transição que se avizinha.
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A feira e o congresso que integram a Abert/SET 2000 - Broadcast & Cable foram realizados entre os dias 21 e 23 de agosto no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo. As discussões envolvendo os diversos aspectos da transição pautaram os seminários realizados durante o evento, e um dos temas que mais atraíram a atenção foi a migração para o digital nas emissoras regionais. O presidente reeleito da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão, Olímpio Franco, reafirmou a indicação do japonês ISDB-T como o padrão ideal de DTV para o Brasil, devido à sua robustez e flexibilidade. Tanto durante as palestras quanto na realização de demonstrações nos estandes, os defensores do padrão norte-americano de DTV, o ATSC, contestaram a metodologia e a conclusão dos testes realizados pelos engenheiros brasileiros. “O nosso trabalho teve um reconhecimento mundial; foi a primeira vez que os padrões norte-americano, europeu e japonês foram testados lado a lado, fazendo com que nosso relatório seja
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uma referência de informação neste campo”, observou Franco. A recepção móvel, usando o ISDB (Integrated Services Digital Broadcast), foi demonstrada na feira em um carro elétrico que circulava pelo pavilhão. Em demonstração exclusiva à Tela Viva, a Zenith realizou um teste de recepção móvel usando modulação 2-VSB (leia box) para mostrar que o padrão desenvolvido pelo ATSC também poderá dispor em breve desta aplicação. O custo dos receptores digitais continua sendo um dos temas mais polêmicos. Para o diretor técnico da SET, Carlos Capellão, a diferença de preço entre os receptores usando modulação COFDM (europeu e japonês) ou 8-VSB (norte-americano) é insignificante frente ao custo de fabricação. E os argumentos em prol do ATSC usados por Renato Zatz, diretor de novos negócios da LG, empresa coreana que comprou a Zenith (detentora da patente do 8-VSB), sobre a impossibilidade
de exportação e conseqüente diminuição da escala de produção acarretando um alto custo final do produto para os consumidores brasileiros são contestados pela atual situação das exportações brasileiras neste segmento.
sem erro Os broadcasters brasileiros que participaram do SET 2000 deste ano mantiveram o foco no caminho para o digital. O painel “A transição para o digital das emissoras de médio e pequeno porte” atraiu um grande número de interessados. Os empresarios nacionais perceberam que chegou a hora de aliar às novas tecnologias a psicologia no trabalho e suas práticas de motivação. Afinal, de nada adiantará nos preparamos para a TV digital apenas com equipamentos. Será preciso redefinir o perfil da mão-de-obra da televisão brasileira, à exemplo das propostas já em prática, como por exemplo, na EPTV (com três emissoras no interior de São Paulo e uma no sul de Minas) e na TV Anhangüera, em Goiânia, ambas afiliadas da Globo. Nessas emissoras, a preocupação com o perfil profissional precedeu a compra dos equipamentos. “O treinamento é a parte mais crítica no processo de transição digital”, afirmou o engenheiro Wilson Martins, da EPTV, durante sua exposição. Segundo Martins, depois de optar por um modelo de transição setorizada, iniciou-se na emissora o processo de digitalização (que começou com uma máquina de still store) simultaneamente às mudanças culturais que esta tecnologia impõe. Na planta atual, que utiliza servidores espelhados para atender ao Cedoc e às estações de trabalho para a edição e a redação de jornalismo, a idéia foi otimizar as operações. Com um público estimado em 9,2 milhões de espectadores, a EPTV cobre as regiões de Campinas, São Carlos e Ribeirão Preto em São Paulo e a de Varginha, no
sul de Minas Gerais. Nesse atual processo de transição, Wilson Martins acredita que os equipamentos de arquitetura aberta serão a melhor solução, principalmente porque estes sistemas não estão atrelados a um único fabricante. Utilizando para a captação de imagens o formato DVCPRO50, Wilson Martins destacou também as mudanças na rotina de trabalho de outros setores da emissora. “O pessoal de escritório agora é treinado para fazer o upload dos comerciais para o servidor, agilizando o processo de comercialização”, enfatiza. “É importante criar possibilidades para que o profissional não saia do mercado de trabalho”, disse Euzébio Tresse, consultor de TV que participou do painel abordando aspectos da qualificação profissional. Para Tresse, o especialista tem de ser broadband, ou seja, ampliar os referenciais, matéria obrigatória neste processo de transição. Ainda sob o mesmo tema, José Wanderley Schmaltz, da TV Anhangüera de Goiânia, que coordenou os trabalhos desse painel, lembrou aos participantes que as emissoras de pequeno e médio porte não têm o direito de errar no projeto, já que não existe dinheiro para uma transição completa e imediata. “Se não pensarmos também no conteúdo, de nada adiantará mudar de analógico para digital. Será o mesmo que mudar a cebola de canteiro”, ironizou Schmaltz. Para Warxio Luiz Rocha, gerente técnico e operacional da Rede Record de Minas Gerais, a dificuldade em sua emissora será manter uma planta híbrida, que deverá incluir o formato Betacam SP e os sistemas de arquitetura aberta.
pé no chão Mas foi Paulo Canno, diretor de tecnologia da Rede Gazeta de Vitória (ES), afiliada da Globo, que levantou a bandeira dos negócios que as
A T SC M Ó V E L Poucos minutos antes do encerramento da Broadcasting & Cable 2000, o engenheiro sênior da Zenith, Timothy Laud, realizou uma demonstração exclusiva para a revista Tela Viva mostrando a possibilidade de recepção móvel do padrão ATSC. Mesmo usando um sistema precariamente montado numa van para apresentação, o teste serviu para mostrar que a possibilidade existe, embora ainda precise ser desenvolvida. A transmissão foi realizada usando modulação 2-VSB, mais robusta que o padrão 8-VSB. Até uma velocidade de 40 km/h não houve problema de recepção. O sinal foi gerado da torre de transmissão da Bandeirantes da Av. Paulista usando o canal 34 e recebido no Centro de Exposições Imigrantes, no início da Rodovia dos Imigrantes, na Zona Sul de São Paulo. novas tecnologias irão proporcionar. “O advento dos negócios gerados pela TV digital vai requerer novas habilidades de gerenciamento”, apontou. Apresentando soluções implantadas em sua emissora, Paulo Canno destacou a utilização de parte do seu sinal de banda base (a outra parte destina-se ao vídeo analógico) para o tráfego de áudio, voz (telefonia) e dados com um bitstream de 2 Mbps. Canno mostrou que, além de eficiente, essa solução economizou cerca de R$ 8 mil mensais em tarifas. Quanto à transmissão digital, Canno afirmou que se for concedido a uma emissora um canal adjacente, é interessante pensar em uma configuração dual em um transmissor de estado sólido. Mesmo se tratando de um tema regional, esse painel do SET 2000 foi um dos que tiveram grande destaque durante o congresso, por tratar, segundo Schmaltz, da
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televisão com “pé no chão”. A importância deve-se justamente ao fato de o assunto refletir a situação da maioria das emissoras brasileiras. Assim, os trabalhos prosseguiram com o relato de Enio Jacomino, da TV Paranaense, afiliada da Rede Globo no Paraná, cuja proposta é a substituição do formato U-Matic para o DVCPRO25 (TV Cataratas), a manutenção do Betacam SP em parte das emissoras do grupo e nas cidades de Cascavel e Guarapuava, a digitalização total do sistema (exceto o tráfego de sinais). No projeto da nova sede, em Curitiba, segundo Jacomino, todo o parque técnico será digital, bem como a transmissão, que terá o projeto definido a partir do cronograma divulgado pela Anatel. No Recife, a TV Jornal, que transmite a programação do SBT através de seis geradoras, está adquirindo equipamentos digitais desde 1999. De acordo
deverá atender à emissora por mais dez anos, prazo estimado para o simulcast brasileiro.
em exposição
O pessoal da Telavo/Lys
com Luiz Carlos Gurgel, gerente de engenharia, a estratégia de transição para o digital será feita em etapas. Para o jornalismo já foram adquiridas câmeras de corpo único DSR-300 no formato DVCAM e ilhas não-lineares modelo ES-7, todas da Sony. Em cada fase, a empresa deseja manter uma sintonia de programação e de tecnologia com a cabeça-de-rede em São Paulo, principalmente no que diz respeito à transmissão em HDTV. Nos planos de Gurgel consta também a troca do transmissor reserva, um Marconi de 40 anos de idade, por um novo transmissor PAL-M de 10 kW, que
A feira deste ano contou com 150 expositores. Representantes e fabricantes mostraram aos visitantes soluções e sistemas para todos os tipos de emissoras. Quebrando a tradição do revezamento entre Rio de Janeiro e São Paulo como sede do evento, a Certame divulgou que a Broadcast & Cable 2001 será realizada entre 8 a 10 de agosto do próximo ano no mesmo Centro de Exposições Imigrantes, de São Paulo, que abrigou os broadcasters neste ano. A associação de dois fabricantes de transmissores nacionais - Lys e Telavo - recebeu atenção dos participantes do evento. A fusão dos dois grupos gerou também a criação de uma nova empresa, a RF Telecomunicações, que terá uma unidade fabril em São Paulo, para desenvolver novos produtos para segmentos como telefonia celular, por exemplo. Já foram investidos cerca de US$ 800 mil em laboratórios digitais. O esforço conjugado objetiva aumentar a participação tanto no mercado nacional quanto na América Latina, que hoje está estimada em 53% e 34%, respectivamente. So n y Kanato Yoshida, gerente de marketing, e Tatsuhiko Takeushi, gerente geral da área técnica, posaram frente ao pôster comemorativa às 1.031 unidades de DVCAM vendidas para 108
Kanato e Takeushi, da Sony
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emissoras brasileiras, sendo 192 unidades na Região Sul, 332 na Sudeste, 143 na Centro-Oeste, 285 na Nordeste e 79 na Norte. Num estande de 600 m2 a Sony apresentou suas camcorders nos formatos Betacam SX, DVCAM e HDCAM, câmeras de estúdio, switches, os sistemas não-lineares ES-3 e ES-7 e gravador e reprodutor de 1/2” da nova linha MPEG-IMX com sistema de gravação MPEG-2P@ML em 50 Mbps com I-frame only, compatível com Betacam/SP/SX/Digital que
Time olímpico da Philips
comporta entrada/saída de SDTI-CP, capacidade de pré-edição, controle de movimento dinâmico e controle de velocidade variável. P hilip s O destaque da Philips era o switcher DD-35 que rodou o Brasil por mais de dois meses. Mas a equipe vestiu a camisa do time holandês e mostrou com garra a estratégia que vem aumentando a participação da empresa no mercado brasileiro de equipamentos profissionais: investimentos em recursos humanos e técnicos e suporte pós-vendas. 4S Na página 13 da edição de agosto de Tela Viva (nº 96) o nome da empresa catarinense 4S foi publicado erroneamente como S4. Alessandro Amancio, Mario Bernardini, Celso Schmidt, Armando
Staff da 4S
Moraes, Lidiane Amorim, Valmor Martendal e Edvaldo Machado Jr. tiveram muito trabalho durante os três dias da feira para demonstrar o Digimaster 2000 aos broadcasters brasileiros. Telex Equipamentos de áudio e intercom, como mesas de mixagem, ponto eletrônico, microfones sem fio e fones não faltaram no estande Telex onde Geraldo Ribeiro mostrava o CM Automation, um roteador de áudio digital de 24
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Geraldo Ribeiro, da Telex Manoel Simões, da Simtek
bits com controle de volume por crosspoint a um custo igual ao de um patch bay. JVC Na JVC, o consultor técnico Sergio Dourado e o gerente para não-linear Ricardo Murata destacavam a linha Mini-DV profissional, o Media 100 e o Maya.
Sergio Dourado e Ricardo Murata, da JVC
Panasonic O DVCPRO vem ganhando mercado entre os broadcasters
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brasileiros. Manoel Simões, da Simtek, representante da Panasonic, apresentava com orgulho o DVCPRO-HD. A T SC O Advanced Television Systems Committee (ATSC) quis demonstrar que a modulação 8-VSB merece considerações antes da decisão brasileira sobre o padrão de DTV a ser adotado. Usando a torre da TV Bandeirantes, fez transmissões ao vivo pelo canal 34 de material previamente gravado em alta definição. O presidente do ATSC, Robert Graves, reafirmou que os problemas apresentados pelo padrão norteamericano estão sendo sanados e veio acompanhado de Jennifer Haefeli e Tommy Bruce, da Chlopak, Leonard, Schechter & Associates, empresa sediada em Washington responsável pela comunicação do ATSC, para
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Robert Graves, Jennifer Haefeli e Tommy Bruce, do ATSC
detectar os problemas brasileiros. SE T O carro utilizado nos testes realizados pelo grupo SET/Abert para a definição do padrão de DTV brasileiro estava em exposição na B&C 2000. O engenheiro Eduardo Bicudo, que participou dos experimentos, reafirmou a validade das conclusões apresentadas à Anatel e considera a mobilidade das transmissões como fundamental
Eduardo Bicudo, da SET
para o futuro do broadcasting.
Boucher e Gañán, da Grass Valley.
V id e od a t a / G r a s s V a ll e y No estande da Videodata, o representante da Grass Valley no Brasil, Leonardo Emilio Gañán, que acaba de ser promovido a diretor de vendas para a América Latina, dava destaque às aplicações do Vibrint. Para apresentar o sistema não-linear usado para jornalismo e highlights esportivos Gañán, veio de Miami (EUA), onde fica seu escritório, acompanhado pelo diretor de marketing para a linha de produtos Vibrint, Roland J. Boucher Jr., baseado na cidade de Bedford. V id e o S y s t e m s A Hitachi, Miranda, Chyron, Àccom, Barco, Revcom, Omneon, Panasonic Profissional (DVCPRO25 e DVCPRO50) e fitas Maxwell estiveram presentes na B&C 2000 através da Video Systems. Sergio Constantino apresentava orgulhosamente os principais produtos de cada uma das empresas que representa em solo nacional, apresentando soluções adequadas às diversas necessidades
Sergio Constantino, da Video Systems.
daqueles que trabalham no segmento audiovisual. Z e n ith O vice-presidente de HDTV, padrões e promoções da Zenith, Wayne Luplow, veio acompanhado de Jacob George e Gary Sgrignoli para realizar a demonstração de três gerações dos receptores de DTV da Zenith. A apresentação mostrava a redução de interferências na recepção de imagens conseguida pelo desenvolvimento dos aparelhos fabricados pela empresa.
George, Sgrignoli e Luplow, da Zenith.
Bárbara e Miasiro, da ProTV
ProTV A ProTV estava demonstrando em seu estande o plug-in TitleMotion, para criação de efeitos em textos e logos, o VideoCarte, um gerenciador de imagens e clips, e o gerador de caracteres CG Solution, todos da Inscriber. Também estavam no estande os produtos da Media 100 e da Matrox. T e c hkit André Fischer, da empresa alemã Fast, veio ao Brasil para apresentar o Studio 2.5 Purple no estande da Techkit. Baseado em plataforma T E L A V I V A S E T E MBRO D E 2 0 0 0
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NT, o Purple é um sistema de edição nativo DV que terá seu lançamento oficial na IBC. El e t r o Equip A maior atração apresentada pela Eletro Equip foi o cenário virtual para Web vi[z]rt’s NT. A programação ao vivo gerada no estande da Eletro Equip foi veiculada no portal do Terra no padrão de streaming Windows Media, da Microsoft.
tempo real ou não; e o gerador de caracteres Inscriber. L um a t e k As luminárias de luz fria Power Flo foram o que mais chamou a atenção no estande da Lumatek. Para uso interno e externo, podem ser encontradas com duas, quatro ou seis lâmpadas e são controladas manualmente ou por mesa de controle com tecnologia DMX.
C r o s s poi n t
Hamilton Costa e Ayrton Stella, da Exec Guilherme Ramalho da Silva, da Crosspoint
Guilherme Ramalho da Silva fez revezamento entre o estande da Crosspoint, onde estavam os editores NT Symphony, da Avid, e DS, da Softimage, e o da CIS Group, onde mostrou o StreamGenie, uma solução para webcasting que permite transmissões ao vivo, e a ferramenta para edição não-linear e composição de efeitos CinéWave para TV e cinema digital tanto em SDTV quanto em HDTV.
Engenharia Indústria e Comércio Ltda Avenida Olegário Maciel, 231 Lojas 101/104 Barra da Tijuca • Rio de Janeiro • RJ • 22621.200 Tel.: (21) 493.0125 • Fax: (21) 493.2595
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FLORIPA Na Floripa Tecnologia, o primeiro sistema digital brasileiro de automação e exibição para TVs broadcast e por assinatura, o SpotWare, conviveu com outros produtos, como o Combustion, lançamento da Discreet para composição em 3D; o e-news, uma solução de edição de notícias em televisão; o sistema de vídeo streaming da Optibase, VideoMultiCast, que permite transmitir vídeo usando qualquer meio de comunicação digital em
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Ex e c Os equipamentos da Discreet foram mostrados por Hamilton Costa e Ayrton Stella, da Exec Technology. No estande da empresa também foi montada uma pequena sala de demonstrações com palestras mais detalhadas dos produtos.
Mancz, Garcia e Singh, da Leitch
L e it c h Wagner Mancz, Edel Garcia e Anthony Singh, da Leitch, exibiam o Opus Master Control Switcher, com oito canais de áudio de 24 bits, upgrade para HDTV e processamento de vídeo 8:4:4. * Colaborou Fernando Lauterjung
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A TV DO FUTURO
Hamilton Rosa Jr.*
No momento em que de áudio e vídeo. Na a TV completa seu era digital, ela será cinqüentenário um novo uma distribuidora de caminho é pavimentado conteúdo eletrônico”, diante dos olhos diz Franco, definindo do telespectador. A o comportamento dos convergência das mídias broadcasters no mundo poderá criar um aparelho dos bits. multitarefa e a evidência Uma das maiores concreta deste futuro incógnitas é conseguir já pode ser sentida a prever qual aparelho partir das experiências se reafirmará no futuro. com a TV interativa, que Afinal, o computador começa a ser implantada substituirá a televisão? comercialmente nos EUA. Ronald Barbosa, assessor Independente do técnico da Abert padrão digital que será Associação Brasileira de adotado pelo Brasil para Emissoras de Rádio e a transmissão de TV, Televisão - não acredita A cinqüentenária TV está para ser reciclada. A digitalização a tecnologia mudará o que um aparelho dê lugar formato e permitirá a aparece como personagem decisivo de uma série de ao outro. “Dizia-se que o integração de diversos cinema estava com os dias prognósticos feitos para os próximos 50 anos. serviços em paralelo contados com o advento ao sinal da TV. A TV da TV, que o rádio FM digital ainda é incipiente ia acabar com o AM, e “50/50”, publicação que deve nos países que já iniciaram as nenhuma destas coisas aconteceu.” chegar às livrarias este mês pela transmissões. Ainda não existem Segundo o técnico, daqui a 50 anos Editora Globo. “O destino da TV pesquisas nem parâmetros para o mundo pode estar tão interativo para os próximos anos não poderia saber qual será a postura do como o da ficção “Supertoys last ser articulado com clareza sem as telespectador frente às possibilidades all day long”. O conto, que está experiências pessoais de tantos”, dos novos aparelhos de TV. Quem sendo adaptado para o cinema por garante Boni. se habilita a detalhar este futuro? Steven Spielberg com novo título, “AI Lustrar a bola de cristal não é para José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, - inteligência artificial”, descreve o qualquer um. Alguns futurólogos o Boni, tem lugar mais que futuro como um mundo de painéis diziam que no ano 2000 haveria garantido nos diversos capítulos da e TVs holográficas. Esses aparelhos mais gente vivendo na Lua que na história da TV brasileira e da Rede interagem com o ser humano, Terra. Continuamos com os pés Globo de Televisão (leia box). O obedecendo comandos de voz e no chão. Por outro lado, cruzando desenvolvimento do veículo de abrindo janelas no ar para que o informações do pessoal técnico que comunicação mais querido do povo usuário execute suas multitarefas. trabalha na área com experiências brasileiro às vezes se confunde Nesse contexto, bastam palavras concretas, é possível vislumbrar com o trabalho realizado pelo de ordem para você poder assistir flashes do que nos espera. ex-todo-poderoso homem da TV. ao noticiário em qualquer parede Atualmente prestando consultoria de sua casa ao mesmo tempo em dois mundos à Globo, usou seu poder de que delibera seus trabalhos em articulação para mobilizar um grupo uma imagem de holograma e trava O diretor de engenharia e de 50 personalidades (entre os uma conversa videofônica com um operações da Rede Record, Roberto quais Marluce Dias da Silva, Daniel parente. Franco, tem um lema: “Tecnologia Filho, Sílvio Santos, Marília Gabriela “Da mesma forma que se faz não é nada..., sozinha”. “No mundo e Regina Duarte) para criar o livro venda online na Internet hoje, analógico, a TV é distribuidora 20
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acho que o primeiro passo para a interatividade do telespectador será a disponibilização de datacasting para os programas de TV. O público poderá assistir a uma novela, por exemplo, e obter informações sobre o produto que a atriz está usando ou a receita do bolo que ela está fazendo com um clique do controle. Poderá ir mais além, navegando até um supermercado virtual para comprar os ingredientes sem sair do conforto do seu lar”, acrescenta Barbosa. O novo veículo deverá interligar serviços de telecomunicações, radiodifusão e Internet. “Deveremos agregar valor para o usuário oferecendo novos serviços, facilidade de acesso e mobilidade”, pontua Franco. Para Mario Fanucchi, professor de rádio e televisão da Escola de Comunicação e Artes da USP, será o melhor dos mundos para os anunciantes. A tecnologia vai gerar uma supersegmentação, de tal modo que uma mensagem poderá atingir
os moradores de um bairro, ou mais precisamente de uma rua específica. Por outro lado, Fanucchi acredita nas maravilhas do cabo, mas não vê um futuro muito próspero para a TV aberta, que continuará existindo. “No tocante a ela não vejo um futuro bom. Acho que a programação ficará cada vez mais viciada em atender à necessidade do Ibope. Haverá mais concessões em nome da audiência, o que deve acarretar grandes disputas judiciais por conta dos abusos cada vez maiores”, comenta Fanucchi, que é autor de um livro sobre os primórdios da publicidade na TV, intitulado “Nossa próxima atração”.
multitv Segundo José Augusto de Blasiis, coordenador geral dos Estúdios Mega e do Megacolor, a partir do momento que a TV digital entrar no ar em escala comercial no Brasil (a previsão é o primeiro semestre de 2002) teremos uma gama maior de formatos para a pós-produção.
Na opinião de Blasiis, todo mundo já sabe que a tendência no futuro é o aspecto 16:9 substituir o 4:3, mas pouca gente conhece a trilha de possibilidades a ser aberta com o novo padrão. Além do formato da tela, os sistemas de transmissão oferecem vários níveis de resolução, isto é, imagens em alta definição ou definição padrão (standard), que possibilita o multicasting, multicâmera, interatividade, Tcommerce, datacasting, video-ondemand, portabilidade e mobilidade. “No futuro eu vislumbro a maior variedade do investimento técnico de acordo com a programação. Por exemplo, você pode fazer a captação das notícias em SDTV e a cabeça do jornalismo em HDTV. Programas da tarde que têm uma audiência muito menor que os programas do horário nobre poderão ser gerados e exibidos na definição padrão. Será ainda possível transmitir um evento esportivo com alto índice de audiência como uma final do torneio da NBA, por exemplo, além da
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hi-def o telespectador poderá acessar informações ou outras posições de câmera com detalhes do evento enquanto assiste ao jogo.” As primeiras experiências com transmissão de filmes via satélite para cinemas começou a ser feita no ano passado. De Blasiis acredita que em algum momento TV e cinema, que já brigaram por sua própria sobrevivência no passado, vão estar mais integrados do que nunca. “As salas de cinema do futuro seguirão o conceito da televisão, a projeção será digital com filmes sendo transmitidos via satélite, numa grade de programação que poderá ser variada de acordo com a expectativa do público. Esses espaços com alta qualidade de projeção e áudio poderão passar também grandes transmissões televisivas que não teriam a menor graça ser vistas em casa, já que numa sala de projeção você pode assistir numa supertela.” Historicamente grandes equívocos
O VISIONÁRIO BONI O desenvolvimento da TV brasileira tem muito a ver com o trabalho realizado por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Considerado um ícone do veículo, Boni concedeu uma breve entrevista sobre as perspectivas da TV: Tela Viva - A TV brasileira deve passar por um processo de renovação tecnológica com a transmissão digital. Você acredita que a TV do futuro vai ser menos artística e mais técnica? Boni - Tecnologia é apenas suporte. Eu acredito em conteúdo, resultado de talento e criatividade. TV - Em retrospecto, depois de rever e examinar todo o passado no processo de feitura do seu livro, você poderia definir numa frase a TV de ontem e numa frase a TV de hoje? Boni - O livro não trata da história ou do passado da televisão e sim da visão de várias épocas. Se tivesse de definir em uma frase diria: a televisão de ontem era feita para um público passivo e a de hoje, para um indivíduo ativo.
TV - “50/50” documenta muito da evolução da TV nestes primeiros 50 anos. Você acha que a TV vai continuar sendo a maior potência da expressão cultural brasileira ou a Internet pode acabar com esta perspectiva? Boni - Eu não escrevi o livro. Apenas idealizei e supervisionei o projeto. Eu sou daqueles que acham que a TV e a Internet acabarão se casando para proporcionar filhos mais inteligentes e melhor informados. TV - Ainda sobre o livro, você tomou o depoimento de 50 personalidades da TV brasileira. Você, que sempre teve um olho no futuro, que conselho daria para o jovem que está começando a trabalhar numa emissora hoje? Boni - Os depoimentos foram escritos pelos convidados. O conselho que eu daria é que a leitura de experiências pessoais pode dar à nova geração uma perspectiva histórica que, certamente, influirá na contribuição que esta geração dará às gerações vindouras.
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já foram cometidos por conta de pessoas que se atreveram a fazer o exercício da futurologia. A HDTV vai substituir a película? Se conseguir tal proeza, quando vai ter a mesma resolução do filme? É impossível prever. O melhor sistema de HDTV tem uma resolução de 2,73 milhões de pixels, enquanto o negativo no estado atual oferece 16 milhões de pixels. O negativo ainda pode evoluir, mas a indústria só se mexe quando incomodada. Mas independente desse avanço tecnológico, o professor Fanucchi pondera: “As reformulações técnicas visam facilitar o trabalho de criação do artista, aumentar a comodidade do consumidor, mas elas estão ocorrendo em tal velocidade que em vez de haver um momento de concentração das pessoas, podemos cair na armadilha da dispersão”. Fanucchi teve uma contribuição fundamental na criação de ícones televisivos como o índio da Tupi, que ele próprio desenhava. Mas
a maturidade de seu pensamento encontra eco na nova geração. Beto Salatini, jovem diretor publicitário que vem desenvolvendo vários comerciais com personagens virtuais, como o dos pãezinhos cantores do restaurante Macedo e o dos brinquedos salvando um bebê da cólica com o Espasmo Silidron, também acredita que a tecnologia faz as pessoas perderem os parâmetros da realidade. “O que o telespectador cobra hoje é ilusionismo feito com realismo. A TV atual é muito diferente da feita ontem. Antigamente uma idéia como a do comercial do Espasmo Silidron, só podia ser produzida pela técnica do stop motion e a graça estava no poder de sugestão, que estas imagens precárias produziam”, argumenta. “Daqui a 50 anos pode ser que essa obsessão pelo real atue sobre as pessoas de forma contrária. Que uma onda retrô faça que as pessoas se reconciliem com as
improvisações de um passado remoto, como naqueles comerciais e naquelas novelas que nossos avós (ou bisavós) assistiam quando a televisão ainda estava no seu primeiro ano”, arremata Fanucchi. Roberto Franco parafraseia John F. Kennedy dizendo: “Pergunte sempre o que você pode fazer com a tecnologia e nunca o que a tecnologia pode fazer por você”. O passivo telespectador transformou-se em usuário. Imagens em preto e branco, com chuviscos e fantasmas foram substituídas pelas coloridas e com alta definição. Mas o que importa mesmo é que a televisão daqui a 50 anos seja um veículo capaz de distribuir conteúdo, seja ele informação, entretenimento ou serviços, com a mesma qualidade da tecnologia disponível nos dias de hoje. * Colaborou Edylita Falgetano
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t e l e v i s ã o Davi Molinari *
OLIMPÍADA DA MADRUGADA Bandeirantes e Globo vão dedicar praticamente metade da programação para a transmissão dos Jogos Olímpicos pela TV, entre as 10h00 da noite e as 8h00 da manhã. Quem ficar acordado verá.
O maior desafio a ser vencido nas Olimpíadas 2000 será o fuso horário. Com o relógio australiano adiantado 14 horas em relação ao brasileiro, nem Globo nem Bandeirantes, as duas emissoras abertas com estúdios montados em Sydney, se aventuram a prever a audiência que conseguirão obter na madrugada com a transmissão ao vivo das competições das diversas modalidades esportivas. O primeiro teste da notívaga audiência começa 13 de setembro, dois dias antes da abertura oficial dos XXVII Jogos Olímpicos, com a transmissão ao vivo do jogo Brasil X Eslováquia, pelo torneio feminino de futebol. A Rede Globo transmitirá a partida depois da meia-noite. A trilha sonora encomendada ao grupo Pato Fu e o mascote eletrônico, 26
o canguru Zé do Pulo, servirão para tentar animar uma platéia de telespectadores que durante o dia assistirá apenas a videotapes das competições já disputadas. A cerimônia de abertura será transmitida dia 15 de setembro, ao vivo, a partir das 4h00 da manhã pelas duas emissoras. Boa parte dos equipamentos que serão usados na captação e geração de imagens são locados dos fabricantes. Além de não desfalcar o parque no Brasil, alguns equipamentos precisam funcionar em 50 Hz, o padrão da Austrália. A Sony estará dando cobertura nestas Olimpíadas às várias emissoras de televisão que utilizam seus equipamentos. Entre as emissoras brasileiras estão a TV Globo, que está utilizando as séries MPEG IMX, e a TV Bandeirantes e a ESPN Brasil, que utilizam a série Betacam SX. Além do fornecimento de equipamentos profissionais, fornecimento de peças e equipamentos de resposição, a Sony manterá um escritório central em Sydney com engenheiros de vários países, inclusive três brasileiros, enviados exclusivamente para dar suporte às emissoras nacionais. O especialista em switchers da Philips, Paulo Azevedo, estará em Sydney para dar suporte às emissoras brasileiras (abertas e fechadas)
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que estarão usando o equipamento da empresa holandesa. “O aumento da participação da Philips no mercado brasileiro exige a presença de um brasileiro para ajudar os técnicos das emissoras. Em eventos anteriores o suporte era dado por profissionais da própria fábrica de switchers, que fica na Alemanha, onde nosso representante (Paulo Azevedo) foi treinado”, explica Sundeep Jinsi, diretor da Philips Digital Video Systems no Brasil. A Globo estará usando o DD-35 e a Band o DD-10 nas transmissões geradas na Austrália. A EVS Broadcast Equipment também terá uma equipe de suporte às emissoras, que contarão com mais de 50 gravadores de slow motion LSM em Sydney. A Globo estará usando um LSM 4-CAM da empresa.
mais brasil A Rede Globo mobilizou 125 profissionais, entre técnicos e jornalistas, que estarão em Sydney para acompanhar o desempenho dos atletas brasileiros. Desse staff, 35 pessoas são da Engenharia da emissora. A programação olímpica da Globo começa diariamente no “Jornal Nacional”, com apresentação da relação dos eventos do dia e um resumo dos resultados do dia anterior. A assessoria de imprensa da Globo informou que a partir do telejornal do horário nobre, um canal de satélite ficará disponível noite adentro para a transmissão de flashes ao vivo, mesmo durante a novela. Pelo menos um uplink será alugado. A cobertura começa para valer mesmo com o “Jornal da Globo”, que será apresentado direto dos estúdios montados em Sydney. O “Programa do Jô”, exibido após o telejornal apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão, também será gerado em terras australianas. Jô Soares fará seu talk show colocando no ar entrevistas com participantes das Olimpíadas. O quartel general da Globo ocupa 800 m do Centro Internacional de Televisão montado em Sydney para os Jogos Olímpicos. Além dos estú2
dios conta com ilhas de edição e de pós-produção e uma redação informatizada. A Globo tem um pequeno estúdio na torre com vista panorâmica de todo o complexo olímpico. Reproduções dos cenários dos dois programas globais foram montados nos estúdios australianos. A emissora levou para Sydney 21 câmeras Betacam digitais (SX DW90) e nove camcorders. Um dirigível patrocinado pela Goodyear, idêntico ao usado no Brasil, também fornecerá imagens aéreas para a Globo e para a norteamericana NBC. Durante as Olimpíadas 2000 a Globo aproveitará para realizar testes com câmeras de HDTV. “As transmissões esportivas serão uma das principais atrações da programação em alta definição da TV digital e não poderíamos perder a chance de realizarmos gravações nesse formato”, adianta José Ricardo Mello dos Santos, diretor de engenharia de jornalismo da Rede Globo. A japonesa NHK vai produzir e entregar o sinal para a Globo gravar as imagens. O
Emissoras querem quebrar o recorde de sete pontos do Ibope das madrugadas com a transmissão das Olimpíadas 2000. material gerado por equipamentos da Sony será usado para ilustrar palestras e dar treinamento para as futuras transmissões de DTV.
dez horas por dia A Rede Bandeirantes, associada à Traffic, calcula um total de 200 horas de transmissão desde o início até o encerramento da Olimpíada, em 1º de outubro. Além das transmissões ao vivo a emissora se prepara para apresentar as reprises e os melhores momentos das principais competições que serão transmitidas durante dez horas por dia. A exibição da programação olímpica está garantida pelo trabalho de 110 jornalistas e técnicos. O staff da Band tem à sua disposição 400 m no Centro 2
Internacional de Televisão. A Bandeirantes não levou ilha de pós-produção. Segundo o engenheiro Maurício Belônio, a emissora vai trabalhar em pós-produção apenas o sinal que receber aqui no Brasil através do Intelsat 805. Em Sydney, a Band conta com três ilhas de edição em corte seco com seis VTRs Betacam SX, sete Câmeras Betacam Sony SX DNW-90P para ENG e três câmeras para estúdio Philips LDK 20. Toda a monitoração técnica na Austrália será feita com equipamentos da Tektronix. A distribuição e o processamento do sinal usará hardware e sofwtare da Leitch. Para converter o sinal australiano PAL em PAL-M serão usados conversores da Alchemist, Snell & Wilcox. A audiência noturna raramente passa dos sete pontos. As equipes comandadas por Luciano do Valle e por Galvão Bueno têm pela frente a difícil missão de manter acordada a torcida brasileira para conseguir quebrar esse recorde. * Colaborou Edylita Falgetano
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p r o d u ç ã o Beto Costa*
COMERCIAL EM CAUSA PRÓPRIA Grande volume de lançamento de programas espalhados ao longo do ano faz a Globo investir pesado na produção de campanhas institucionais.
Em qualquer meio de comunicação existem dois mercados e dois produtos: o do telespectador e o do anunciante. Para conseguir bons índices de audiência é preciso descobrir o que o primeiro quer assistir para poder criar a programação. Para atender ao anunciante, base de sustentação de uma emissora comercial, o produto é a audiência. E é nessa hora que as próprias emissoras se transformam em anunciantes para promover suas programações, seus artistas e assim disputar a verba publicitária que precisa para suas produções. É um processo de sinergia: a programação deve atrair muitos telespectadores para que o anunciante tenha a oportunidade de falar com o maior público possível; quanto maior for a audiência de um programa, maior será o volume de anúncios que atrai e mais caro se torna o break comercial; e quanto mais dinheiro aporta nas emissoras melhor a qualidade dos programas produzidos que atrairão mais telespectadores. Durante muito tempo, uma das marcas da Rede Globo foi o lançamento da nova grade de programação em abril. As reprises 30
das férias de verão serviam para alimentar a expectativa do telespectador em relação aos novos programas que estavam por vir. As novidades chegavam em bloco. A estratégia era causar grande impacto. Esse modelo da era Boni foi gradativamente abandonado. Na era Marluce, a estratégia é espalhar as estréias ao longo do ano. Neste ano, a emissora vem lançando novidades quase mensalmente. A safra de novos programas inclui “Mais você”, “Programa do Jô”, “Caldeirão do Huck”, as minisséries “A muralha” e “Aquarela do Brasil”, “No limite”, “Garotas do programa”, o novo “Vídeo show”, “Festival da música brasileira” e a habitual troca de novelas.
catequese Com tantas estréias pululando na grade, a Globo passou a fazer um esforço contínuo de catequese do público. “O objetivo não é apenas conceituar cada um dos produtos (características, horário, conteúdo, atores etc.), mas também chamar atenção, criar a curiosidade e o desejo de consumir os programas. Como na venda de qualquer produto que existe no mercado”, afirma Luís Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação. A emissora não revela a parcela do orçamento anual que é consumido com as campanhas institucionais. A relevância dos anúncios e chamadas podem ser dimensionados pelo espaço que ocupam nos breaks - cerca de 30%. As ações de comunicação são
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produzidas seguindo uma política de integração. As centrais Globo de Comunicação, Criação, Programação, Controle de Qualidade e Produção participam da criação, produção e veiculação das peças e mensagens. A preocupação é com a unificação da linguagem. “Todas as ações de comunicação são unificadas internamente. A linguagem é definida em reuniões de briefing com o autor e o diretor de cada produto onde todas as centrais participam. Cada etapa do trabalho é avaliada por todos os envolvidos para garantir a homogeneidade da linguagem do início ao fim”, explica Erlanger. As peças são normalmente finalizadas em vídeo ou película (16 mm) e a maioria é finalizada internamente. A Globo só busca fornecedores no mercado quando precisa produzir em curto espaço de tempo ou necessita buscar algum tipo de expertise. Nesses casos, mantém uma política de solicitar jobs de criação ao mercado publicitário. “Já fizemos trabalhos com a W/Brasil, DM9DDB, Almap/BBDO, LewLara, FischerAmérica e Giovanni FCB”, enumera Erlanger. E as outras emissoras não dão importância para ações de comunicação? Embora procurados, SBT, Record, Bandeirantes e Cultura não quiseram falar sobre a política formal de vender os programas que fabricam para o telespectador nem quanto gastam com a produção de chamadas da programação. *Colaborou Edylita Falgetano
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p r og r a m a ção r e gio n a l Paulo Boccato
CEARÁ Apesar de ser a terceira força econômica da região Nordeste, o Ceará conta com poucas emissoras locais, todas situadas na capital, Fortaleza. São cinco emissoras VHF e uma UHF operando no estado. Com sete milhões de habitantes espalhados por 184 municípios, o Ceará tem 1,3 milhão de domicílios com TV e um índice de potencial de consumo (IPC) de 3,077%, de acordo com o Mídia Dados 99. O reduzido número de emissoras não impede que a programação local seja bastante variada e atinja uma expressiva audiência, especialmente no caso da TV Jangadeiro, ex-afiliada da Rede Bandeirantes atualmente operando sob a bandeira do SBT. A Band, aliás, após a perda da Jangadeiro, só chega no estado com a programação da rede, via satélite. Já a afiliada da Rede TV! (canal 2) não tem nenhuma produção local, contando apenas com uma sucursal do departamento
TV JANGADEIRO Formato de produção: Beta Digital e Beta SP Programas Na boca do povo Confidencial com Alan Neto Jornal da Jangadeiro Botando boneco Primeiro plano Barra pesada Em cima da hora Loteria dos sonhos Horário da Igreja De repente, cantoria Nossa cozinha Medicina do dia-a-dia CE TV No Ceará é assim O X da questão
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Dias de exibição Seg-sex Seg-sex Seg-sáb Seg-sex Seg-sex (reprise) Seg-sex (reprise) Seg-sex Seg-sex (reprise) Seg-sex Seg-sex Seg-sex Seg-sáb Sábado Sábado Sábado Sábado Sábado Sábado
Horário 11h00 a 11h55 11h55 a 12h00 12h00 a 12h30 12h30 a 12h40 18h50 a 19h00 7h55 a 8h00 12h40 a 12h45 7h00 a 7h55 12h45 a 13h40 18h40 a 18h50 19h00 a 19h10 6h00 a 7h00 7h30 a 8h00 9h30 a 10h00 10h00 a 10h30 10h30 a 11h00 11h00 a 12h00 12h30 a 13h00
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TV VERDES MARES Formato de produção: DVCPRO Programas Bom dia Ceará Jornal do meio-dia Jornal do 10 Nordeste rural
Dias de exibição Seg-sex Seg-sáb Seg-sáb Domingo
Horário 6h45 a 7h15 11h45 a 12h40 18h45 a 19h00 7h00 a 7h30
comercial. Essa emissora, criada em 1984 como parte da Rede Manchete, atinge apenas seis municípios da região metropolitana de Fortaleza.
TV Jangadeiro - Canal 12, Fortaleza A TV Jangadeiro foi criada em 1990 já com um projeto ambicioso de programação local. É afiliada do SBT desde janeiro de 1999. A emissora faz parte de um grupo de comunicação que inclui a FM 88 e a operadora local da Net. O conceito que norteia sua programação é a busca de uma identidade local, com programas de cunho popular. Esse conceito já estava presente na época da Band, quando estreou a maior parte dos programas atualmente no ar, mas caiu como uma luva justamente na migração para o SBT. A empresa investiu pesado nos últimos meses para subir seu sinal para satélite, cobrindo atualmente 92% do Estado do Ceará. Conta com sucursais dos departamentos de jornalismo e comercial nas cidades de Juazeiro do Norte e Sobral. Seu parque de equipamentos é todo digital. Alguns de seus programas lideram as pesquisas de
TV CIDADE Formato de produção: DVCPRO Programas Dias de exibição Jornal da cidade Seg-sáb Programa Armando Vasconcelos Domingo Classe A Domingo Despertar de fé Diariamente Ponto de fé Diariamente Em que posso te ajudar Diariamente Jesus verdade Diariamente
Horário 19h10 a 19h30 9h00 a 10h00 10h30 a 11h30 Madrugada Madrugada Madrugada Madrugada
audiência. O mais popular é o “Barra pesada”, que chega a mais de 50% de participação e a uma média de 30 pontos de audiência. Na época da Band, esses números representavam cerca de três vezes a média de espectadores conseguida no estado pela programação da rede e a chegada do SBT foi importante para diminuir essa defasagem. Apresentado por Nonato Albuquerque, “Barra pesada” está há quase dez anos no ar e mistura noticiário policial com prestação de serviços à comunidade. O “Jornal Jangadeiro” e o programa “Botando boneco” também brigam pelo topo da audiência. Esse último é uma experiência interessante de dramaturgia local. Traz o boneco Seo Encrenca, manipulado por Augusto Bonequeiro, artista popular no Ceará, contracenando com Dona Cremilda, personagem vivida por uma atriz de carne e osso, em pequenas crônicas diárias sobre o cotidiano de Fortaleza. Outra atração é a revista matutina “Na boca do povo”, com quadros fixos sobre temas que vão da culinária à agenda cultural. A estréia mais recente é o programa “Primeiro plano”, comentário sobre assuntos da política local.
TV Cidade - Canal 8, Fortaleza A TV Cidade foi criada em 1978. Afiliada da Record desde 1998, já foi parte da rede do SBT. A emissora passa por uma grande reestruturação em sua programação. Foram reduzidos os programas locais, com exceção dos religiosos, que ocupam as madrugadas, e novos formatos estão sendo pensados para depois do término do horário eleitoral gratuito. Sua área de cobertura inclui 42 municípios, com uma população total de 3,6 milhões de habitantes e cerca de 500 mil domicílios com TV. O restante do estado recebe apenas a programação da rede, via satélite.
TV Verdes Mares - Canal 10, Fortaleza A TV Verdes Mares pertence ao grupo Édson Queirós, também proprietário da TV Diário (UHF), das rádios FM 93 e 810 AM e do jornal Diário do Nordeste, todos de Fortaleza. A emissora é afiliada de Rede Globo desde sua criação, em 1970. Sua programação chega a todos os municípios do estado. A grade local obedece ao padrão das emissoras Globo, com produção voltada exclusivamente para o telejornalismo.
TV Diário - Canal 22, Fortaleza A TV Diário é uma emissora UHF com programação inteiramente local, no ar 24 horas por dia. Criada em 1998, seu alcance atual está em um raio de 200 km a partir de Fortaleza, mas até o final do ano a emissora pretende subir seu sinal para
TV DIÁRIO Formato de produção: Beta, DVC, U-Matic e DVCPRO Programas Alô Fortaleza Acontece O assunto é cidade O assunto é cidadania O assunto é economia O assunto é política Boca livre Caderno 3 Caminhões Canal Unifor Check-up Conhecer Contador de história Cursinho Barão Debate bola DN TV Encontro nio Carlos Forrobodó Gabi InfoTV João Inácio José Rangel Marcas & motores Municípios Musical gospel Must Nordeste rural Painel imobiliário Paulo na TV Planeta diário Ponto de encontro Questão aberta Radicais Rota 22 Sábado alegre Show gourmet Show da tarde Studio 22 Talentos da terra Toque de classe Transitando TV Neno Vaquejada Viva
Dias de exibição Seg-sex Dom Sex Qui Qua Seg Seg-sex Sex Dom Sáb Dom Dom Ter Seg Dom Seg, qua, sex Ter Sáb Dom Ter Sáb Qua Seg Dom Dom Seg, qua, sex Ter Seg Dom Sex Ter-sex Sáb Dom Qui Seg-sex Sáb Sáb Seg, ter, qui, sex Qua Dom Sáb Seg-sáb Sáb Ter, qui Seg, ter, qui, sex Qua Seg Dom Qui Sáb Seg, qua, qui, sex Ter Qua Sáb
Horário 8h00 a 9h30 23h00 a 0h00 23h20 a 0h00 23h20 a 0h00 23h20 a 0h00 23h20 a 0h00 12h00 a 12h55 22h00 a 23h00 9h00 a 10h00 8h00 a 9h00 14h30 a 15h00 17h00 a 17h30 23h05 a 23h35 23h00 a 23h20 21h00 a 22h00 21h20 a 21h55 22h20 a 23h00 20h45 a 21h30 20h30 a 21h00 23h55 a 0h00 21h30 a 23h30 19h45 a 21h15 18h00 a 18h30 13h00 a 13h30 10h30 a 13h00 21h15 a 21h20 22h15 a 22h20 22h00 a 23h00 19h30 a 20h30 19h45 a 21h15 0h30 a 1h30 23h30 a 0h30 0h00 a 0h30 22h00 a 23h00 9h30 a 10h30 19h45 a 20h45 16h30 a 18h30 17h00 a 18h00 17h30 a 18h30 22h00 a 23h00 10h00 a 11h00 18h30 a 19h45 14h00 a 16h30 18h00 a 18h30 16h00 a 17h00 16h30 a 17h30 19h45 a 21h15 15h00 a 17h30 19h45 a 21h15 12h30 a 13h00 21h55 a 22h00 23h00 a 23h05 22h00 a 23h00 12h00 a 12h30
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satélite, com cobertura nacional. A programação da emissora é bastante diversificada. Os programas jornalísticos predominam, em vários formatos, desde hard news até programas de entrevistas, debates e variedades. Duas faixas do horário nobre são dedicadas a programas semanais de formato variado, que se revezam a cada dia da semana. A faixa das 20h00 é dedicada a musicais, que vão de programas especializados em forró à música instrumental. Na faixa das 22h00, os temas são mais amplos, de “Marcas & motores”, considerado um dos melhores programas sobre esporte motor do País, a “Caderno 3”, dedicado à agenda cultural da semana. Outro destaque entre os 44 programas da emissora é o “Planeta diário”, exibido aos sábados, com apresentações de bandas de garagem.
TV Ceará - Canal 5, Fortaleza A TV Ceará está no ar há 26 anos. Emissora educativa gerida pelo governo estadual e pela Fundação de Teleducação do Ceará (Funtelc), atinge todos os municípios cearenses via satélite e, além de uma expressiva programação CIDADE local baseada em telejornalismo, musicais, programas culturais e Fortaleza religiosos, produz e veicula um Fortaleza importante trabalho de educação à distância. O programa “TVC escola” Fortaleza vai ao ar oito horas por dia, de Fortaleza segunda a sexta, atendendo cerca Fortaleza de 400 mil alunos da quinta à oitava séries de escolas municipais Fortaleza e estaduais. As teleaulas são
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acompanhadas com o apoio de manuais e cadernos de atividades e também são transmitidas diariamente pela TV Senac, via cabo, das duas às seis da manhã. O restante de sua grade é preenchido por programas da TVE (Rio de Janeiro) e da TV Cultura.
TV CEARÁ Formato de produção: DVCPRO Programas Falando sério do amor de Deus TVC escola Jornal da TVC Cena pública Ontem, hoje e sempre Telenfoque (quinzenal) Programa da família Semeando A santa missa Ceará caboclo Encontro marcado
Dias de exibição
Horário
Seg-sex Seg-sex (reprise) Seg-sex Seg-sex (reprise) Seg-sex Ter Dom (reprise) Qui Sábado Domingo Domingo Domingo Domingo não-fornecido
6h30 a 6h45 11h45 a 12h00 7h00 a 11h00 13h00 a 17h00 12h00 a 12h30 21h00 a 22h00 17h00 a 18h00 22h30 a 23h30 8h30 a 9h30 1h30 a 3h30 7h30 a 8h00 8h00 a 9h00 9h30 a 11h30
GERADORAS - CEARÁ EMISSORA CABEÇA-DE-REDE
CANAL
Rede TV!
Rede TV!
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Ceará
Educativa
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Cidade
Record
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Globo
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Diário
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MA Lizandra
de
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ING
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Almeida
facetas virtuais
A manipulação do cubo mágico ...
A criação da campanha da Bradesco Seguros encontrou em formas multifacetadas a solução para apresentar os produtos da seguradora ao consumidor potencial. A intenção da agência era a de mostrar que, mesmo oferecendo produtos diferentes para os vários perfis de clientes, todos estavam sob a responsabilidade da mesma empresa. A idéia foi a de mostrar um homem manipulando um cubo mágico, cujas faces revelam cenas com situações agradáveis, representando a tranqüilidade oferecida pelo seguro. A execução do trabalho exigiu da finalizadora Casablanca o uso do plug-in Match Move para o SoftImage, que permite a composição de layers de imagens em 3D, possibilitando determinar pontos de tracking em um objeto e “colar” imagens sobre sua superfície. “Como todas as imagens se moviam, tanto o cubo quanto as imagens aplicadas, seria impossível usar a composição 2D”, explica Rodolfo Patrocínio, que comandou a equipe de pós-produção da Casablanca neste trabalho. A execução do processo exigiu a criação de um cubo azul cortado por filetes verdes, que determinavam os pontos de tracking da imagem. No computador, foi gerado um cubo virtual idêntico e foram inseridos
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os dados relativos à filmagem real (os mesmos parâmetros de câmera e iluminação do estúdio onde a manipulação do cubo foi filmada). O Match Move mapeia a imagem filmada, gerando um gráfico do movimento. Isso permite trabalhar a imagem corrigindo pequenas imperfeições sem perder a naturalidade da manipulação pela mão humana e também simula as luzes utilizadas na filmagem real, o que permite iluminar sob o mesmo ângulo e intensidade as imagens aplicadas. O cubo era um objeto inteiro, subdividido em outros pequenos cubos. De um para outro, havia chanfros que criavam efeitos de luz e sombra, tudo reproduzido sobre a imagem aplicada como se ela fosse uma textura sobre um elemento sólido. Como o software permite a aplicação das imagens às seis faces do cubo, quando o movimento é feito e revela uma nova face, a imagem-textura aparece naturalmente. A composição exigiu a criação de diversas máscaras, tanto do cubo quanto dos dedos do manipulador, o que permitiu que os dedos ficassem sobre a imagem aplicada, que tinha de ficar sobre o cubo azul, que estava sobre o fundo filmado. “O azul de recorte do cubo cria um reflexo sobre o dedo, o que esconde os limites”, explica Patrocínio. F I C H A
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Título Cubo mágico Cliente Bradesco Seguros Produto Institucional Agência NewComm Bates Criação Stalimir Vieira Produtora Produtora Associados Direção Luiz Ferré Fotografia Fê Oliveira Computação Gráfica Equipe Casablanca Finalização Casablanca Trilha MCR
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... mostra diferentes cenas em suas faces.
Para facilitar o recorte, ele usou o recurso modular keyer, do Inferno. “É um tipo de recorte 3D que isola as tonalidades de azul pela luminância. Fazemos uma máscara dos tons mais claros ou mais escuros e conseguimos separar o que queremos.” Assim, foi possível isolar os dedos, aplicandoos sobre a imagem e colando-os novamente na mão, que continuou por trás. Como os dedos já tinham sido separados do resto da mão, ficou fácil fazer a cena final, quando a mão some e, em fusão, aparece o logotipo do banco sobre a superfície chanfrada. Mas para que todo esse processo de pós-produção fosse deflagrado, foi necessária uma intensa preparação. “Primeiro filmamos em estúdio, para criar todos os movimentos e descobrir os tempos da manipulação. O ator tinha de ter movimentos precisos, para evitar dificuldades técnicas depois. Só depois de acertar os movimentos do cubo é que começamos a filmar as cenas que seriam aplicadas”, conta o diretor Luiz Ferré. As quatro cenas tiveram um planejamento e uma direção de arte precisos para evitar ruídos quando sobrepostas ao cubo. “Precisamos nos preocupar com a composição e o enquadramento da cena em si, com sua interação com a próxima cena e também com o cubo”, conta o diretor.
Fichas técnicas de c o m e r c i a i s
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poesia a q uarelada
Numa homenagem ao Rio de Janeiro, ...
... os biscoitos Piraquê representam ...
... cenas corriqueiras da cidade.
Líder de mercado no Rio de Janeiro, a indústria de alimentos Piraquê (conhecida principalmente por seus biscoitos) decidiu homenagear a cidade no ano de seu cinqüentenário. Na campanha criada pela W/Brasil, os produtos Piraquê são tão próximos do cotidiano do Rio que se tornam objetos corriqueiros. Um biscoito maisena vira uma prancha de surf, um biscoito água e sal é a vela de um windsurf, uma garota tem cabelos de macarrão parafuso, o bondinho é substituído por potes de margarina, o Maracanã visto do alto é um biscoito recheado. A graça do comercial, porém, está em seu tratamento diferenciado. O filme, em versões de um minuto e 30 segundos, não tem locução, apenas uma trilha em ritmo de bossa nova. E as imagens são a grande sacada: o filme todo é feito em animação convencional, misturando réplicas dos produtos criados em computação gráfica e cenários pintados a mão em aquarela. No meio do break comercial, o filme se destaca tanto pela trilha sem locução como pela suavidade das cores e das imagens. Para desenvolver a cara do filme, a dupla de criação Marcelo Pires e Itagiba Lages convidou o artista gráfico Brasílio, do 6B Studio, para criar as aquarelas. Todo o filme foi projetado
no storyboard feito por Brasílio, que já determinava como cada produto seria usado para representar as situações do dia-adia. “Fomos inventando maneiras de utilizar os produtos como objetos e só a animação poderia garantir esse ar poético do filme”, acredita o redator Marcelo Pires. A partir do roteiro da agência e do storyboard de Brasílio, a equipe da Trattoria di Frame começou a trabalhar nos produtos. Os modelos foram desenvolvidos em computação gráfica e o acabamento foi feito a partir de texturas extraídas dos próprios produtos. Segundo o diretor Guilherme Ramalho, muitos biscoitos foram parar no scanner para que o visual fosse mais próximo do real.
“O filme exigiu um tratamento muito grande de imagem, com o uso de muitos filtros. Em geral, toda animação é feita a partir de desenhos com linhas e, neste caso, as linhas não podiam aparecer e as cores ainda se misturavam, por causa da aparência de aquarela. Então tivemos de fazer toda a animação convencional, com desenhos contornados, e depois apagar os contornos e aplicar os efeitos para ressaltar a aquarela”, explica Ramalho. “A animação sempre parte de traços simples, em lápis e papel. Não tem como o animador indicar as manchas de cores no meio da animação. Então, além de animar os personagens em si e reproduzir seus movimentos, tivemos de animar depois as pinceladas da aquarela, pois as cores interagem entre si.” A montagem do filme foi resultado de uma composição detalhada de elementos de animação e criados em 3D. Os movimentos, porém, foram inspirados em modelos reais. “Para criar o ritmo e definir cada cena, fizemos um filme de um minuto apenas com cenas reais, de stock shot, que representavam cada momento do filme. Tinha um pôr-do-sol, uma cena de surf e até uma imagem de windsurf tirada de uma videoaula”, conta o diretor Guilherme Ramalho.
F I C H A
T É C N I C A
Título Homenagem Cliente Piraquê Produto Institucional Agência W/Brasil Criação Marcelo Pires, Itagiba Lages e Brasílio Produtora Trattoria di Frame/6B Studio Direção Guilherme Ramalho Ilustração Brasílio Animação Guilherme Alvernaz Computação Gráfica 3D Rodrigo Sotero Montagem Omar Trilha YB Finalização Trattoria di Frame
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horário nobre nem toda a temporada. A Thomson cobrirá os custos de de patrocínio para a transmissão produção da CBS para os cinco jogos e anunciará durante todo o outono nortedas finais do Super Bowl e americano na programação analógica da rede. A empresa receberá uma menção da AFC em HDTV. promocional durante as transmissões analógicas dos jogos pós-temporada da A rede norte-americana CBS, que NFL pelo patrocínio de HDTV. atualmente apresenta 14 horas por “A segunda fase desses acordos fez semana de programas em alta definição crescer a publicidade”, diz Martin durante o horário nobre, divulgou a Franks, vice-presidente executivo da programação da transmissão em HDTV CBS. “Essas empresas querem vender do 35º Super Bowl e as quatro finais da aparelhos e precisam de programação American Football Conference (AFC), para atrair os consumidores.” patrocinadas pela Thomson Consumer A Thomson concentrará o marketing nos Electronics, o maior fabricante de aparelhos de alta definição integrados televisores dos Estados Unidos. de 38’, capazes de receber imagens A CBS, que já teve a Mitsubishi e a NTSC, ATSC e DirecTV. Alrland diz que Samsung como patrocinadores de séries e a empresa talvez faça uma promoção filmes em HDTV no horário nobre, deve durante o Super Bowl, com base no anunciar outros acordos de programação sucesso da última estação quando em breve. Como em 1999, a Mitsubishi lançou o pacote com monitor e set-top deverá patrocinar os jogos do US Open HDTV por US$ 2,4 mil. de tênis. Especula-se também que a CBS O acordo com a Thompson atinge as continue com a programação regular mais de 30 emissoras operadas pela CBS e em HDTV no horário nobre, mas sob o afiliadas da rede que transmitem em DTV. patrocínio de um novo fabricante. Arland acredita que a DirecTV também A Thomson patrocinou a transmissão transmita a produção em HDTV da CBS em alta definição do último Final Four do Super Bowl. A DirecTV já transmite da NCAA, na CBS. David Arland, portadesde 1998 para todo o país jogos da NFL voz da empresa, lembra que os playoffs produzidos pela CBS em HDTV. da NFL coincidirão com o pico da Um porta-voz da DirecTV disse que, temporada de vendas de receptores. embora não existam planos concretos “É um bom veículo e a melhor época do para transmitir nacionalmente os jogos em ano para vendas. Muita gente troca de HDTV, o serviço de DTH discutirá essa aparelho em janeiro para assistir ao Super possibilidade com a Thomson e a NFL. É Bowl.” Arland acrescenta que a Thomson óbvio que esse acordo também depende não tem interesse em bancar séries em da concordância das afiliadas da CBS. T h o m s o n e C BS f e c h a m a c o r d o
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PU B LICIDADE Lizandra de Almeida
TERRA DE NINGUÉM A legislação proíbe a veiculação de publicidade nas emissoras educativas que, por sua vez, se apóiam em brechas legais para sustentar a comercialização dos breaks. Ao mesmo tempo, os governos não querem mais investir e optam pelo laissez-faire.
A inserção de publicidade nos intervalos comerciais das TVs educativas parece ter se tornado um fato consumado e poucas reações são despertadas contra isso. Na verdade, porém, a legislação que regulamenta o assunto não foi alterada desde 1967 e suas disposições são claras: qualquer publicidade é proibida em TVs educativas. A realidade do País e das telecomunicações, entretanto, 40
é absolutamente diferente, depois de mais de 30 anos. Outras leis foram criadas, regulamentando desde o incentivo à cultura até a organização de empresas e fundações, e o emaranhado jurídico acaba oferecendo brechas para que todos os tipos de interpretação sejam feitas. A Lei nº 8.313/91, conhecida com Lei Rouanet, permite que rádios e TVs educativas e culturais, sem fins comerciais, contem com recursos de incentivo fiscal. Porém, esses recursos só podem ser aplicados em projetos audiovisuais específicos se estes forem realizados majoritariamente por empresas de produção independente. Ou seja, uma emissora educativa não pode captar recursos para produzir programas em que tenha participação majoritária. Pode sim produzi-los em parceria com as tais produtoras independentes (definidas na lei como aquelas não vinculadas a concessionárias de serviços de radiodifusão). Para ampliar e variar sua programação, porém, algumas emissoras educativas começaram a procurar na iniciativa privada
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parceiros que apoiassem suas ações. As empresas podiam participar realizando doações para as fundações que gerenciam as emissoras ou utilizando-se das vantagens da Lei Rouanet. Aí já começou o problema: a lei não permite que as emissoras em si captem recursos para o desenvolvimento de projetos próprios, o que chegou a ser feito. E qualquer que fosse a forma de apoio, as empresas sempre estavam interessadas em deixar claro o patrocínio, o que a lei das telecomunicações não permite. Aos poucos, as emissoras educativas começaram a ceder. No início, criaram cartelas a serem inseridas ao final dos programas, com o logotipo do patrocinador. Depois, os logotipos foram criando vida, tornando-se animados. Hoje, são propagandas de 30 segundos que povoam os breaks comerciais.
mudança formal Uma outra lei, criada em junho de 1998 pelo Governo Federal, veio entornar ainda mais o caldo jurídico que envolve as emissoras educativas. A lei cria uma nova figura jurídica - as organizações sociais - um tipo de entidade que combina interesse social e utilidade pública, a exemplo das fundações, mas com uma série de benefícios adicionais, entre elas a permissão oficial de inserção de apoios culturais nas educativas. A Lei nº 9.637, de 15 de junho de 1998, dispõe em seu artigo 19 que “a organização social que absorver atividades de rádio e televisão educativa poderá receber recursos e veicular publicidade institucional de entidades de direito público e privado, a título de apoio cultural, admitindo-se o patrocínio de programas, eventos e projetos, vedada a veiculação remunerada de anúncios e outras práticas que configurem comercialização de seus intervalos”. A primeira emissora a se beneficiar da lei foi a TVE, antes gerida
pela Fundação Roquette Pinto, mas com ingerência direta do governo federal, e hoje denominada Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto. A prerrogativa aberta pela TVE é usada como forma de legitimar a transmissão de mensagens publicitárias, mas o texto da lei é claro ao estabelecer apenas a inserção de patrocínios.
fato consumado A questão, entretanto, já está praticamente institucionalizada tanto para a TVE quanto para a TV Cultura. Ambas contam com departamentos próprios encarregados de captar esses recursos. A TV Cultura, em 1998, contratou o produtor Renato Bulcão como diretor de marketing e foi então subcontratada uma empresa para cuidar da comercialização dos espaços e captação de apoios institucionais aos projetos da emissora. Como a TV Cultura continua sendo uma fundação, seu estatuto impede o pagamento de comissões e de salários que ultrapassem os limites hierárquicos dos cargos estabelecidos. Portanto, ficava impossível repassar comissões de vendas a pessoas que podiam chegar a ganhar mais do que um diretor da casa, já que os salários, regidos pela CLT, estão bastante aquém da média praticada nas emissoras comerciais. As receitas obtidas com a venda de espaços vêm crescendo desde então, o que motivou até uma série de represálias à forma como essa empresa foi contratada (veja box desta página). A mudança de figura jurídica da TVE, por sua vez, permitiu a constituição de um departamento de Operações Comerciais, a exemplo dos existentes nas emissoras abertas. Expedito Grossi, saído da TV Manchete, assumiu há um ano e meio a gerência comercial e hoje conta com pessoas especializadas no controle do material enviado
pelas agências e até em sistemas de relatórios de exibição. Além do pessoal técnico, dois vendedores contratados se responsabilizam pela comercialização dos espaços. Na opinião de Renato Bulcão, a busca dos recursos no mercado é uma imposição da política privatizante do governo de Fernando Henrique Cardoso. Desde que assumiu o governo do Estado de São Paulo, o também peessedebista Mario Covas fechou as torneiras para a emissora. Pelo estatuto da TV Cultura, o governo estadual se obriga a aportar recursos suficientes para a manutenção da emissora, o que inclui os salários dos funcionários e as
despesas de consumo. Investimentos na programação não fazem parte dessas premissas e, ao assumir, Covas se determinou a cumprir estritamente o que lhe competia. Se a questão legal, em contraposição à realidade do mercado brasileiro, deixa qualquer um confuso, quando se começa a pensar no papel do governo as coisas ficam ainda mais nebulosas. Até 1998, os únicos comerciais exibidos na TV Cultura faziam parte de um pacote de mensagens institucionais enviado pelo governo federal, com transmissão compulsória a partir da Radiobrás. Até hoje, às quartasfeiras, o pacote é exibido e
polêmica na tv cultura Apesar de a lei realmente não haver mudado e continuar sendo proibida a veiculação de anúncios nas TVs educativas, a contestação ocorrida recentemente contra a TV Cultura foi em relação ao contrato estabelecido entre a Fundação Padre Anchieta e a empresa Connect, do empresário Marcos Amazonas, encarregada de vender os espaços publicitários. Em primeiro lugar, a própria Connect entrou em disputa com a Starsat, empresa subcontratada para realmente vender os espaços. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) sugeriu à emissora que realizasse uma licitação para escolher a empresa que vai vender os anúncios, já que a Connect foi escolhida no início de 1998 sem concorrência, por “notória especialização”. Segundo Renato Bulcão, não houve necessidade de se recorrer a uma licitação naquele momento pois o negócio era de risco. “A empresa no início não tinha garantia alguma de que aquele seria um bom negócio. As condições, na época, foram de que a empresa teria de bancar todos os custos e para isso concordamos em aumentar a comissão de venda para 20% - enquanto o mercado em
geral pratica taxas de 10% a 15%”, relata Bulcão. Ele afirma que a contestação ocorreu por pressão de outras empresas do mesmo gênero, já que o crescimento da venda publicitária da TV Cultura nestes últimos dois anos foi “vertiginoso”. O contrato inicial, conta, previa o cumprimento de metas e todas elas foram superadas (veja quadro na pág. 44). “Agora que nós viramos um bom negócio, mesmo com todas as limitações impostas por nosso código de ética, várias empresas ficaram interessadas”, comenta Bulcão. “Tudo sempre foi feito às claras, tanto que agora ouvimos o TCE, que recomendou a realização de uma licitação.” O diretor de marketing previa para a última semana de agosto a publicação em Diário Oficial das regras para a concorrência. Segundo Bulcão, será criada uma comissão de licitação formada por membros do Conselho da TV Cultura, da associação de funcionários e auditores externos. A intenção da TV Cultura é escolher uma empresa para vender seus espaços publicitários a partir de 2001.
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nunca houve qualquer remuneração por parte do governo federal em relação a isso. “No final das contas, o investimento do governo federal nas educativas acaba sendo menor do que nas emissoras abertas. O governo responde por 30% de todo o investimento em mídia no País. Várias emissoras pagam todas as suas despesas graças aos contratos que têm com estatais e órgãos governamentais. Por que só as educativas não recebem nada para veicular a mídia oficial?”, indaga Renato Bulcão.
mídia diferenciada A realidade atual, a despeito do que se possa considerar em relação aos aspectos legais, é a de que, no fundo, as educativas receberam o suporte do mercado. Algumas agências mostraram-se arredias no início, publicitários chegaram a se posicionar refratários à idéia da rendição da emissora educativa
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o que diz a lei A lei que instituiu o Código Brasileiro de Telecomunicações tem o número 4.117 e data de 27 de agosto de 1962. Em 28 de fevereiro de 1967, foi baixado o Decreto Lei nº 236, que modifica e complementa a lei anterior, estabelecendo, por exemplo, a proibição de veiculação de propaganda nas TVs educativas. Essa determinação faz parte do Artigo 12, em seu Parágrafo Único, cuja íntegra é a seguinte: “Parágrafo Único: A televisão educativa não tem caráter comercial, sendo vedada a transmissão de qualquer
à tentação do mercado, temendo más influências na qualidade da programação, mas a quantidade de anúncios em exibição na TV Cultura permite afirmar que a abertura veio ao encontro das aspirações do próprio mercado.
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propaganda, direta ou indiretamente, bem como o patrocínio dos programas transmitidos, mesmo que nenhuma propaganda seja feita através dos mesmos.” O decreto-lei, assinado pelo então presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, não estabelece como a TV educativa deve se financiar, alertando apenas para o fato de que as universidades que se dispuserem a gerir um canal educativo devem possuir recursos próprios para fazê-lo. Nenhuma alteração a esta lei específica foi proposta desde então.
Enquanto as emissoras abertas muitas vezes não conseguem a receita publicitária que desejam com programas de alta audiência, justamente porque muitas empresas preferem não ver seus nomes associados às aberrações que atualmente invadem a telinha, programas de grande credibilidade na TV Cultura são disputados pelos anunciantes. É o caso, por exemplo, do programa de entrevistas e debates “Roda viva”, criado na década de 80, e assistido por um público qualificado de empresários e homens do governo. Quando a emissora abriu a possibilidade de inserção comercial em seus breaks, dois grandes bancos de investimento praticamente leiloaram o espaço. Os resultados obtidos pela TV Cultura nestes quase três anos de inserções de apoios e comerciais geraram receitas que permitiram à emissora investir R$ 6 milhões em mudanças na sua programação este ano. Os resultados da TVE ainda não são tão expressivos em relação à resposta de empresas privadas, mas a taxa de crescimento ano a ano vem se mantendo (veja quadro na pág. 44). Mesmo partindo de uma premissa duvidosa, as emissoras educativas tomaram alguns cuidados para
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manter o caráter diferenciado de suas programações. Na TV Cultura, o Conselho da Fundação Padre Anchieta criou uma verdadeira “constituição”, regulamentando a inserção de publicidade na emissora. Propagandas de cigarro, bebidas, liquidações e qualquer tipo de varejo estão fora dos intervalos. As emissoras comerciais em geral costumam veicular 12 minutos de propaganda por hora, contra seis minutos na emissora paulista. “Mesmo com todas as limitações e com um preço proporcionalmente
Metas e receita publicitária da TV Cultura
mais alto do que Ano Meta Receita Publicitária o das demais emissoras, 1998 R$ 6 milhões R$ 7 milhões em função 1999 R$ 9 milhões R$ 11,5 milhões da audiência 2000 R$ 14 milhões R$ 14 milhões* mais restrita, * Até o fechamento do mês de agosto de 2000. estamos tendo uma resposta muito positiva das agências”, afirma divulgada no jornal O Estado de Renato Bulcão. S.Paulo em 25 de agosto último, Ele enfatiza o papel do conselho da informa que a Agência Nacional de TV, formado por 43 pessoas, entre as Telecomunicações (Anatel) estava quais os representantes do governo sendo orientada pelo ministro são minoria, na manutenção da das comunicações, Pimenta da credibilidade da emissora. “Entre os Veiga, a fiscalizar as emissoras membros estão educativas, com o objetivo de funcionários saber se estava havendo inserção Receitas da TVE e pessoas publicitária. As blitzes, porém, só nomeadas pela estão programadas para novembro, Ano Receita publicitária Receita própria* sociedade, mas não será preciso uma grande 1998 R$ 400 mil R$ 19,3 milhões incluindo até um mobilização para constatar o que 1999 R$ 650 mil R$ 19 milhões representante da já é realidade. 2000 R$ 750 mil** dado não disponível União Estadual A pergunta que fica pendente * Inclui aluguel de estúdios e equipamentos e serviços de engenharia dos Estudantes ainda é qual o melhor mecanismo prestados pela emissora. de São Paulo”, de sustento dessas emissoras, se o ** Até o fechamento do mês de agosto de 2000. A previsão é de superar explica ele. governo realmente está disposto a R$ 1 milhão até dezembro. Uma notícia lavar as mãos?
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p r o g r a m a ç ã o Paulo Boccato
aparelhos de surdez
O CONTROLE REMOTO DO DIRETOR A grade de programação da TV está recheada de programas ao vivo, talk shows e telejornalismo. Para manter o ritmo e evitar erros durante a apresentação, o ponto eletrônico virou item básico para o diretor comandar o espetáculo.
A TV não seria a mesma sem o ponto eletrônico. O dinamismo de programas ao vivo e talk shows e a agilidade do telejornalismo atual dependem muito desse aparelhinho que o telespectador jamais vê, mas que está quase sempre presente. São raros os programas desses gêneros que prescindem dessa tecnologia; quando isso ocorre, normalmente é uma opção do apresentador. Para começar, é bom esclarecer o que é o tal ponto eletrônico. Parece absurdo, mais muita gente ainda confunde sistemas de comunicação à distância em geral com ponto eletrônico. “Já houve casos em que recebemos encomendas de 46
exibição”, define o diretor de TV Emílio Major, da TV Cultura, há 38 anos exercendo a função.
pontos eletrônicos e, quando chegamos no local, descobrimos que se estava falando, na verdade, de comunicação através de rádios dotados de headphones”, conta Antônio Pereira Neto, da Teleponto, empresa especializada em aparelhos de comunicação à distância. Também é comum que o ponto eletrônico seja confundindo com os intercoms, sistemas normalmente utilizados para a comunicação entre os operadores do switcher e de câmera. Ponto eletrônico, como o próprio nome diz, é um “ponto”, um pequeno receptor que pode ser fixado no ouvido, na maioria das vezes oculto. Sua função básica é servir de comunicação entre o diretor e o apresentador de um programa, no ar, sem que essa comunicação seja percebida pelos espectadores. Não tem sentido instalar um ponto eletrônico na orelha de alguém que fique atrás das câmeras. Quem está por trás do ponto, na maioria dos casos, é o próprio diretor. “Na verdade, é o nosso controle remoto, com o qual podemos definir ou modificar os rumos do programa durante a
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O ponto eletrônico surgiu como uma encomenda de uma emissora de TV norte-americana a um fabricante de aparelhos auditivos, há mais de duas décadas. A escolha, na ocasião, foi óbvia, já que esses aparelhos, usados em caso de surdez, são dotados de bobinas telefônicas, que captam sinais gerados dentro de um campo magnético. Mas a tecnologia era bastante limitada, baseada em um circuito formado por microfone, amplificador e aparelho receptor. O amplificador gerava um campo com pequeno raio, o que restringia a capacidade de movimentação do apresentador. Além disso, a potência gerada era tão grande que muitas vezes a comunicação vazava. Atualmente, o mesmo princípio é aplicado em um dos sistemas de ponto eletrônico existentes, o sistema indutivo. A diferença é que o amplificador foi substituído por aparelhos construídos para a geração de campos magnéticos com maior raio e possibilidade de vazamento quase zero. Ainda assim, há limitações físicas, o que torna o método recomendável para situações em que o apresentador se movimente pouco, como no telejornalismo e nos talk shows. Para estúdios de médio porte, há outro sistema, com transmissão por RF (radiofreqüência). Nesse caso, o sinal é mais limpo, sem o ruído de fundo constante que caracteriza o sistema indutivo; a ressalva é que o nível de áudio é limitado, dificultando seu uso em locais com muito ruído externo. Para estúdios de grande porte, há um terceiro sistema: o colar indutivo, no qual o apresentador carrega, normalmente na cintura, uma caixa transmissora que gera um campo magnético em torno de seu próprio corpo, permitindo a movimentação para onde quer que seja. Esse recurso é bastante utilizado em eventos, onde normalmente não há estrutura
para a instalação de outro tipo de transmissão. “No último Vídeo Music Brasil, da MTV, a apresentadora Luana Piovani tinha de ter um ponto eletrônico e o colar indutivo era a única solução possível. Os figurinistas tiveram de adaptar a roupa para que a caixa transmissora não pudesse ser vista pela platéia”, conta Pereira.
sem berros Os métodos de transmissão também variam. O mais comum nas emissoras brasileiras é que cada estúdio tenha seu próprio sistema. Ou seja, um transmissor instalado dentro de um estúdio recebe o sinal apenas do switcher daquele estúdio. A exceção é a TV Record, que conta com um sofisticado sistema de troncos, cujo princípio de funcionamento é similar ao da telefonia celular. Isso significa que um operador no switcher X pode mandar um recado para o ponto eletrônico de um apresentador instalado no estúdio Y e ser entendido com a mesma clareza, como se estivesse no próprio switcher Y. “Esse sistema foi desenvolvido por causa do grande número de programas ao vivo produzidos pela emissora”, explica Pereira, responsável pelo desenvolvimento do sistema. Toda a intercomunicação da casa é feita por entroncamento, não apenas a baseada em pontos eletrônicos. O sistema é centralizado em matrizes de intercomunicação totalmente digitais, com recursos que vão do bloqueamento de canais à memorização de todas as mensagens passadas, o que permite detectar a origem de erros de comunicação. Outras sofisticações são possíveis atualmente. O aparelho receptor é normalmente moldado em silicone, adaptando-se perfeitamente ao ouvido de cada usuário, evitando a promiscuidade dos antigos aparelhos auditivos adaptados. O ideal é que essa adaptação não seja apenas física, mas que o trabalho de moldagem conte com o acompanhamento de um fonoaudiólogo para que o apresentador não sofra qualquer tipo de distúrbios em seu aparelho
auditivo. Existem também limitadores de freqüência, que evitam que os berros de um diretor mais nervoso cheguem aos ouvidos do pobre apresentador no mesmo nível em que foram emitidos. Apesar de todas essas sofisticações, há quem dispense o ponto eletrônico. O caso de Boris Casoy é o mais conhecido. O jornalista se recusa terminantemente a ter alguém falando em seus ouvidos durante os seus programas. O apresentador Raul Gil também dispensa o aparelhinho. “Se você enfiar qualquer coisa no ouvido do Raul, ele fica realmente nervoso. Ele tem domínio absoluto do que fazer no ar, com grande capacidade de improviso e, se surge alguma situação mais crítica, ele olha para o diretor do programa (seu filho, Raulzinho) e resolve tudo só no olhar”, conta Nelson Tambelli Filho, produtor musical do “Programa Raul Gil”, da Rede Record. Esses casos são cada vez mais raros. “Acho difícil dispensar o ponto eletrônico hoje, mesmo tendo trabalhado muitos anos sem ele”, opina Major. “Naqueles tempos, muita coisa funcionava na base da correria: falávamos com o assistente de estúdio, que tinha de dar um jeito de passar os recados para o apresentador do jeito mais discreto e rápido possível. Com o ponto, os programas ficaram mais interativos e dinâmicos”, explica.
mil e uma utilidades O jornalista Celso Zucatelli, do Canal 21 (UHF), não sabe o que é a vida na TV sem ponto eletrônico. “Claro que eu já passei por situações em que o ponto estava com problemas, mas são casos raros e experiências que eu não desejo à ninguém”, conta. Sua experiência com o ponto inclui gravações em estúdio, externas e apresentação de shows. “O ponto não é importante só na hora de receber instruções, mas também porque nosso retorno do ar vem dele”, explica. Entrevistas feitas em redações movimentadas, formato comum no telejornalismo atual, também contam
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com uma ajuda extra do ponto eletrônico. “Às vezes, você está no meio daquele barulho da redação e não ouve o que seu entrevistado está dizendo. Nesses casos, eu costumo usar um ponto em cada ouvido: um fica para a comunicação do diretor, outro para o retorno. Assim eliminamos o ruído externo”, diz Zucatelli. Para ele, a primeira dificuldade a que o apresentador tem de se adaptar é entender instruções mais complicadas do diretor ao mesmo tempo em que fala. “Quando os recados são mais curtos, do tipo ‘dez segundos para o break’ ou coisa parecida, tudo bem. O problema é que, em certos casos, entra um fato novo em que o diretor tem de passar um monte de informações para você, tudo isso no ar”, diz. Essa situação é muito comum em cobertura de eventos com várias coisas acontecendo simultaneamente, como no carnaval, quando muitas vezes o apresentador está falando de uma cidade e, na seqüência, tem de entrar um VT de outro local completamente diferente,
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onde um fato novo está ocorrendo. Outra ocorrência freqüente é, em um telejornal com dois apresentadores, ambos os pontos estarem ligados no mesmo canal. “Você está falando seu texto e fica escutando o diretor instruindo o colega”, explica Zucatelli.
interferências Por isso, quem está por trás do ponto deve tentar falar o mínimo necessário. Que o diga Fernanda Telles, diretora do “Interligado”, da Rede TV!, na época em que era apresentado pela hoje estrela da MTV Fernanda Lima. “Cada um tem seu jeito de dirigir e eu gosto de falar bastante. Um dia em que estava particularmente inspirada, eu simplesmente não conseguia parar de contar piadas para ela, em pleno ar. A Fernanda ria tanto que perdeu a concentração e acabou tirando o ponto eletrônico e jogando no chão”, conta. Fernanda Telles dirige hoje o “Música na rua”, do Canal 21, em condições totalmente diferentes para a utilização do ponto eletrônico. “O ‘Interligado’
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era feito em condições ideais para o aparelhinho, no estúdio; usar o ponto eletrônico em externas, como são feitas as gravações do ‘Música na rua’ é bem diferente. Ainda mais porque a proposta do programa é exibir shows, onde a variedade de freqüências existentes é imensa e a possibilidade de interferência é muito grande. Nessa situação é melhor trabalhar com um retorno de músico”, explica Fernanda. Para Pereira, da Teleponto, o problema de interferências pode ser evitado se houver um controle das faixas utilizadas. “Quando você junta, em um evento, um monte de equipes diferentes, cada uma com seus rádios, a mistura de freqüências pode levar ao caos. No exterior, isso é comum. Você chega com seus equipamentos e a organização determina que freqüências você pode utilizar”, explica. O ponto eletrônico também pode ter aplicações em outras áreas. É comum, por exemplo, no cinema publicitário, quando os atores têm de trabalhar com playback.
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i n t e r n e t Emerson Calvente e Fernando Lauterjung
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web d i a m n a a Softwares que permitem a criação de páginas animadas e interativas na Internet estimulam a imaginação de designers e envolvem de maneira eficaz cada vez mais visitantes.
Desde que o primeiro browser para a Internet, o Mosaic, foi lançado, as comunicações na rede evoluíram e deixaram de ser “somente texto”. O uso de imagens tornou a Internet mais amigável para os navegadores, mas a animação causou um impacto ainda maior. Atualmente, as páginas têm figuras que giram, mudam de cor, movimentam-se pela tela, tudo sincronizado com uma trilha de áudio. Apesar da sofisticação, todos esses movimentos e sons podem ser transmitidos até para modems ultrapassados, como os de 28,8 kbps, por exemplo. Segundo o designer da Agência Click e autor do livro “Flash - o estado da arte em animação para Internet”, Marcelo Siqueira, “os sites contam cada vez mais com essa tecnologia. Quando a página inteira não é em Flash, ela tem pelo menos um adicional”.
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O Macromedia Flash, que tem o lançamento de sua quinta versão previsto para a segunda quinzena deste mês, é o aplicativo de animação para webdesigners mais difundido no mercado. O software dispõe de ferramentas para a criação de websites combinando a precisão e a flexibilidade de gráficos vetoriais com bitmaps, áudio, animação e interatividade, além de permitir importações diretas do Macromedia FreeHand e do Fireworks e integração com o Generator, um software para atualização dinâmica de gráficos para páginas que exijam modificações periódicas. Para a nova versão, ferramentas foram otimizadas e interfaces de design personalizáveis foram adicionadas. Entre os recursos básicos dessa nova interface estão incluídos classificação de elementos por nome, data de criação, tipo, ou número de vezes que o elemento foi utilizado; agrupamento de elementos em pastas para itens usados normalmente em conjunto; um painel de visualização de todos os elementos; seleção de elementos que não estão sendo utilizados no momento; capacidade de ampliação/redução da visualização para acomodar monitores grandes e pequenos; opções para reutilizar, classificar e visualizar os elementos. Segundo o consultor da Macromedia
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Claudir Segura, a versão cinco do Flash está mais adaptada à realidade da Internet pois “suporta a importação e exportação de áudio no formato MP3, por exemplo”. “É possível também ajustar e otimizar os filmes para a velocidade do modem do usuário e não é necessário um tipo de servidor específico ou exclusivo pois o software gera uma página HTML.” Para Siqueira, uma das vantagens da nova versão do software é que ele conta com mais recursos de programação, o que facilita a criação de pequenos jogos ou aplicativos. “O Flash havia sido projetado para desenvolver as páginas visualmente. Os recursos de programação da versão cinco ampliam as possibilidades de trabalho.”
recurso atrativo A Adobe promete aos usuários de outros aplicativos como o Adobe Photoshop, Illustrator e After Effects, que “se sentirão em casa” ao trabalharem com o LiveMotion 1.0. Isso porque esse aplicativo tem ferramentas, comandos de menu, paletas, atalhos de teclado e uma timeline semelhante aos encontrados no After Effects. Os arquivos em layers do Photoshop e do Illustrator podem ser incorporados pelo LiveMotion, podendo-se adicionar movimento, interatividade e sons, sem “achatá-los” ou convertê-los para formatos não-nativos. Também é possível atualizar automaticamente as modificações feitas em arquivos originários do Photoshop e do Illustrator, além de usar filtros do Photoshop. Os arquivos podem ser salvos nos formatos do Flash, GIF animado, JPEG, PNG ou Photoshop. Qualquer que seja o software utilizado, a tecnologia da animação pela Internet mostrou-se eficiente para entreter e prender a atenção dos navegadores de plantão e pode ser uma boa saída para quem ainda não está contente com a imagem de baixa qualidade e a exigência de um acesso rápido e caro ao usuário que o streaming de vídeo traz.
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c i n e m a
GRAMADO EM REVISTA “Quase nada” é o título de um dos filmes concorrentes na 28º edição do Festival de Gramado, mas também pode se referir ao que surgiu de produtivo para o cinema durante o evento.
Os efusivos aplausos a “Eu, tu eles” na noite de entrega de prêmios do 28º Festival Latino Americano de Gramado, realizado entre 31 de julho e 5 de agosto passado, devem ter deixado em muita gente a impressão de que o cinema nacional é uma nau capitânia navegando rumo a um futuro próspero. Embora o filme peruano “Pantaleón y las visitadoras” tenha recebido sete prêmios e a
promessa de distribuição em cinema pela Art Filmes, nenhum dos três filmes nacionais que concorriam ficaram sem um Kikito. Enfim, o ambiente era de festa e ninguém saiu descontente. Durante os seis dias do festival, o clima de celebração foi o mesmo. Porém no que tange aos rumos da indústria cinematográfica brasileira a conclusão é bem diferente. A história do cinema nacional desfilou pelos olhos dos espectadores numa colagem elaborada sobre a canção “Cinema novo”, de Caetano Veloso. Flashes de Oscarito, Grande Otelo, Jardel Filho, Betty Faria, Daniel Filho; imagens de “Terra em transe”, “Assalto ao trem pagador”, “Toda nudez será castigada”, “Bye bye Brasil”, “Sargento Getúlio” e “Quatrilho” compuseram o clip. O contra-senso era que o som Dolby de alta qualidade da canção não casava com as imagens desbotadas que apareciam na tela. Algumas cenas pareciam estar se decompondo na frente dos espectadores, mas poucos perceberam que o estado de conservação dos filmes brasileiros pode estar seriamente comprometido.
ausência Em paralelo à mostra competitiva os organizadores do festival criaram um espaço para debater e refletir sobre o mercado 52
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audiovisual. A oitava edição do Gramado Cine Vídeo, montada no Centro de Eventos do Hotel Serrano, não atraiu os cineastas. A feira estava quase às moscas e os seminários estavam sendo freqüentados apenas por universitários que concorriam a prêmios na Mostra de Produção de Vídeo Universitário e Independente. Considerando as novas tecnologias como um processo que está afetando até a forma como escrevemos, palestrantes procuravam estabelecer caminhos e conseqüências para o mercado audiovisual futuro. Ninguém da equipe de “Estorvo”, “Eu não conhecia Tururu” ou “Quase nada”, os representantes brasileiros em Gramado, esteve nas conferências ou participou no auditório. Nenhum produtor nacional apareceu nas palestras onde foram discutidas, por exemplo, as experiências com câmeras de HDTV no Brasil na direção de imagem, fotografia e iluminação ou no workshop sobre as Novas Tecnologias do Cinema Digital. Um famoso produtor de cinema do Rio disse que Gramado não comporta esse tipo de encontro. Outro, de São Paulo, reiterou que sem dinheiro não adianta correr atrás de formação tecnológica. E um tradicional produtor de Minas Gerais afirmou que já tinha até montado estande em feiras anteriores, mas realmente o Gramado Cine Vídeo só lhe causava desânimo. Os prêmios em Gramado talvez ajudem esse ou aquele filme. Mas o que deve reverberar no presente, sem dúvida, são esses dois episódios, até certo ponto constrangedores: o que demonstra o estado de penúria da conservação da memória cultural do País e o que reafirma a falta de interesse de reciclagem dos produtores. Passado e futuro desperdiçados. Hamilton Rosa Jr.
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