GED: a gestรฃo inteligente da burocracia Serpro padroniza uso de software livre Ano 5 | nยบ 44 | marรงo de 2009
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Crise acelera projetos de telepresenรงa
e-commerce
enche o caixa Modalidade projeta receita de R$ 10 Bi em 2009
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foto: izilda frança
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>editorial
Ano 5 | nº 44 |mar de 2009 | www.tiinside.com.br
Nasce uma nova geração de consumidores
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á cerca de dois anos, os resultados da pesquisa anual sobre comércio eletrônico no Brasil, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, indicava que empresas e usuários não estavam suficientemente amadurecidos para uma negociação virtual completa, mas já iniciavam relacionamentos comerciais pela internet. Ou seja, não fechavam contratos, mas escolhiam produtos e garimpavam preços pela rede para, então, selar as compras nas lojas físicas. Os avanços, porém, não só foram rápidos como significativos neste período. O comércio eletrônico, ou a venda de produtos pela internet, cresceu e atraiu uma das empresas mais reticentes à esta modalidade, as Casas Bahia. Samuel Klein, o seu fundador, repetiu por inúmeras vezes que somente ingressaria neste universo quando o seu público-alvo, exponencialmente as classes D e E, estivesse pronto, sob o ponto de vista de cultura de uso e de acesso aos computadores e à web, para realizar tais compras. Sendo assim, o dia 2 de fevereiro pode ser considerado um marco na história do e-commerce no Brasil. Esta é a data em que as Casas Bahia iniciou a operação da sua loja de número 5000, e cujo endereço começa com www.
Coincidentemente ou não, projeta-se para este ano o melhor faturamento global para o e-commerce brasileiro, com a marca inédita de R$ 10 bilhões e crescimento de algo entre 20% e 25%. A cifra mostra que o movimento da gigante do varejo não é isolado. Além da proliferação de marcas na rede de computadores há uma expansão significativa da variedade de produtos, ofertas e modelos de negócios. A criatividade das agências especializadas no desenvolvimento de layouts de websites e portais, além das ferramentas de medição de acesso e de interatividade na internet está à solta, mostrando que a audiência é a alma do negócio virtual. E com a interatividade, ingressamos no tema amplamente debatido no último Web Expo Forum, evento organizado pela Converge Comunicações, que teve entre os dias 17 e 19 de março, mais de 70 palestras e painéis de debates, cobrindo todos os ângulos da Internet 2.0, e mostrando na prática as várias possibilidades da chamada Convergência. Seguramente, a iniciativa da Converge nos torna pioneiros na discussão efetiva da evolução da internet no Brasil.
Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski Diretor de Marketing Leonardo Pinto Silva
Editor Claudiney Santos Redação Jackeline Carvalho (Comunicação Interativa) Colaboradores Cláudio Ferreira, Genilson Cezar, Rodrigo Conceição dos Santos e Lucia Guimarães TI Inside Online Erivelto Tadeu (Editor) Victor Hugo Alves (Repórter) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe (Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Alexandre Barros e Bárbara Cason (colaboradores) Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) Glauco Forli e Fernanda Siqueira (Gerente de Negócios); Marco Godoi (Gerente de Negócios Online) e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Marketing e Circulação Gislaine Gaspar Administração Vilma Pereira (Gerente) TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br
Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br
Instituto Verificador de Circulação
>sumário NEWS
INFRAESTRUTURA 10 Segurança em crise Aperto nos investimentos provoca onda de ataques à web
4 Legado em evidência Grupo TBA investe em empresa especializada em documentação de sistemas
14 Burocracia sob controle Grandes corporações intensificam projetos de gestão eletrônica de documentos
5 Alerta vermelho Mais da metade de ex-funcionários roubam dados de suas antigas empresas
INTERNET
GESTÃO
28 Web ou TV Emissoras exploram a interatividade da internet para atrair expectadores
8 Padronização Serpro unifica ferramenta de software livre
SERVIÇO
INTERNET
32 SaaS se consolida Mais e mais fornecedores aderem à modalidade do software como serviço
18 Capa
E-commerce conquista adeptos e projeta receita de R$ 10 bilhões
Capa: purestockx
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>news JACKELINE CARVALHO
Legado sim, mas sem problemas Grupo TBA compra empresa especializada em documentação de legado e expande oferta de serviços
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tartup desenvolvida dentro da Universidade de São Carlos, no interior de São Paulo, a Transformare agora é parte do Grupo TBA. Grande fornecedora e integradora de soluções Oracle e Microsoft, principalmente para o segmento governo, a organização utilizada o investimento que fez na aquisição de 75% da Transformare para fincar, definitivamente, o pé no segmento de prestação de serviços para o mercado corporativo, seu principal alvo em 2009. A Startup, por sua vez, tem planos de faturar R$ 60 milhões em cinco anos, oferecendo serviços de documentação de sistemas legados. Um processo quase 100% automatizado e que utiliza os 20 domínios de linguagem desenvolvidos pela equipe do interior de São Paulo. “Recebemos, em 2005, o prêmio de inovação no Ciab (Congresso de Automação Bancária, da Febraban)”,
diz José Luiz Miranda, presente da Transformare. A previsão de faturamento, segundo ele, se baseia em dados de mercado. Há indicadores que registram a existência de mais de 1 bilhão de linhas de códigos legados com mais de 10 anos no mundo. Além disso, o Gartner estima que algo entre 60% e 70% dos custos de TI de uma corporação está na manutenção de aplicativos legados. “O retorno do investimento (ROI) de projetos nesta área é rápido. Além disso, com as dificuldades econômicas atuais, as empresas tendem a investir mais nos sistemas próprios ao invés de adquirir novas soluções”, defende Miranda, ao dizer que os projetos da Transformare, a exemplo do contrato fechado com a Telefônica, geram ganhos operacionais e são de manutenção e impacto menores.
Segmento promissor Mercado de software de storage cresce 3,6% no 4º trimestre
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mercado mundial de software de armazenamento (storage) encerrou o quarto trimestre do ano passado com receita de US$ 3,03 bilhões, o que representa um crescimento de 3,6% em relação ao mesmo período de 2007, de acordo com dados da IDC. A EMC liderou o mercado global no período, com um crescimento da receita de 4,2%, que totalizou US$ 787 milhões, fechando com participação de mercado de 26%. Em segundo lugar, com market share de 18,3%, veio a Symantec, com receita de US$ 556 milhões, aumento de 6,9%; seguida pela IBM, com receita de US$ 401 milhões e 13,2% de participação de mercado.
Bancos padronizam Digitalização de cheque
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té junho, os bancos filiados à Federação Brasileira de Bancos (Febraban) terão unificados seus processos de digitalização para a truncagem de cheques - processo de tráfego e compensação de cheques por imagem. A orientação da entidade significa novos investimentos em TI pelas organizações financeiras como forma de facilitar a padronização e acelerar a implantação da digitalização de documentos, um processo que deve garantir mais segurança, redução de custos e o acesso às informações de forma mais rápida e eficiente pelos clientes das instituições. (Leia mais sobre GED na reportagem “Burocracia vai para dentro do computador”, na página 14)
Errata Na reportagem o “Outsourcing não se Abala”, publicada na edição de fevereiro, o nome da empresa Interfile foi trocado por Interlife.
Pronto para inspirar inovações Diante do crescimento do mercado de Tecnologia da Informação e comunicação (TIC) no País, ao longo dos últimos anos, o Instituto de Pesquisas Eldorado resolveu investir na construção de uma nova e ampla sede dentro do campus da Unicamp – Universidade de Campinas. O novo prédio do Instituto conta com 2,5 mil pontos de rede categoria 6, em um ambiente totalmente padronizado. Para o projeto foram adquiridas soluções da Panduit, fornecedora de infraestrutura física unificada, que incluem cabeamento em cobre e fibra óptica, espelhos, racks e organizadores para o data center. 4
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DESCOBERTAS
Alerta vermelho
Pesquisa revela que mais da metade de ex-funcionários de corporações roubam dados das empresas para as quais trabalhavam
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Symantec e o Instituto Ponemon, uma empresa de pesquisa líder em gerenciamento de informação e privacidade, realizaram pesquisa junto a trabalhadores que perderam ou deixaram seus empregos em 2008 e constataram que 59% deles roubaram informações confidenciais da empresa para a qual trabalhavam. Dos participantes que admitiram o delito, 61% relataram ter uma visão desfavorável de seu antigo empregador. Listas de e-mail, dados dos funcionários e informações de clientes, incluindo listas de contato e informações não-financeiras, são os alvos mais comuns. Apesar dos participantes da pesquisa estarem divididos em diferentes segmentos de indústria, a área mais vulnerável é a de serviços financeiros.
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O Instituto Ponemon realizou a pesquisa via internet em janeiro de 2009, e contou com a participação de cerca de 1000 adultos norteamericanos que deixaram o emprego nos 12 meses anteriores ao levantamento.
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disse que seu empregador não realizou uma auditoria ou uma revisão dos papéis ou documentos eletrônicos antes que ele/ela deixasse o emprego.
tiveram acesso ao sistema ou rede de computadores do empregador após a saída da empresa.
Pico de audiência
convidamos a AccesStage, empresa que possui um histórico de parceria conosco, para viabilizar o projeto”, conta a executiva. A solução da AccesStage possibilita, com a troca de dados via Web, que uma nota fiscal (entregue na empresa juntamente com a mercadoria) seja relacionada a um determinado boleto e, posteriormente, registrada no sistema da empresa. Estabelecida a relação entre NF e boleto, a empresa tem conhecimento de quando deverá quitar cada uma de suas obrigações, que serão enviadas para o banco em um formato padrão. O serviço permite ainda, além das funcionalidades utilizadas pela 3M, controlar outras formas de pagamentos que, anteriormente demandariam uma grande atenção dos funcionários envolvidos por se tratar de exceções - como TEDs, DOCs, Transferências Internas, entre outros, que podem, inclusive, ser agendados com antecedência.
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levou os dados sem a autorização do empregador.
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3m cruza dados via web ealizar atividades complexas de varredura e captura de boletos, conciliar com as notas fiscais e centralizar a recepção das informações de cobrança em uma única instituição, eram as necessidades da 3M do Brasil ao adotar, no final de 2008, em parceria com o Banco Real, uma solução desenvolvida pela AccesStage Tecnologia Ltda. O serviço automatizou o processo feito por um funcionário do Banco, segundo Arlete Santarosa Luize, Gerente de Processos de Sourcing da 3M do Brasil, que transmitia os boletos da 3M pela leitora de código de barras e conciliava as obrigações em aberto. “A maneira que visualizamos para suprir as necessidades da 3M e automatizar todo o processo de pagamentos foi por meio da troca de arquivos digitais, utilizando uma solução que, além de conciliar as NFs com os boletos, canaliza os pagamentos mais facilmente para a instituição financeira escolhida. Com esse objetivo,
dos participantes copiou informações em um CD ou DVD, 42% em um drive USB e 38% enviou arquivos anexados a sua conta pessoal de e-mail
Usiminas integra 13 sites e expande visibilidade em 20%
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ntegrar, reestruturar e padronizar 13 websites das 11 empresas do grupo Usiminas, de modo a facilitar a gestão e a atualização dos conteúdos, foi o desafio enfrentado pela Neoris, consultoria global de negócios e de TI, ao ser escolhida pela empresa, para implantar uma plataforma única integrando seus websites, intranets, sistema de gestão (ERP) e legados. O projeto foi consolidado na plataforma SAP NetWeaver, e sua primeira fase foi concluída em setembro do ano passado, quando a companhia, além de contabilizar uma maior facilidade de gestão e atualização de conteúdos e melhoria no processo de manutenção dos sites, obteve redução de custos operacionais e um aumento de 20% no total de acessos aos sites, em função da nova identidade visual e da navegação mais amigável.
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Livre, mas com padrão De acordo com promessa do Governo Federal, a partir de definições do Serpro e do Ministério do Planejamento, a utilização de software livre será padronizado. A referência será um framework de desenvolvimento, o Demoiselle
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foto: divulgação
Marcos Mazoni, do Serpro: governo amplia a autonomia para a contratação de prestadores de serviços, podendo, inclusive, desenvolver e manter sistemas com equipe interna
mesma empresa que forneceu o software ou buscar outros fornecedores”, diz Marcos Mazoni, presidente do Serpro, segundo o qual também será possível construir e manter sistemas inernamente, já que a ferramenta de desenvolvimento é aberta. “A documentação é conhecida. E isso estabelece a interoperabilidade dos sistemas do governo”, argumenta. A plataforma, desenvolvida em software livre, segue a orientação de aquisição de sistemas, e tudo o que for adquirido seguirá a prática. Nela, o desenvolvedor terá assistentes para geração de código, geração de páginas e integração de relatórios que seguem padrões do mercado aberto. “Tudo é padrão.
partir do final de março, segundo promessa do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), será implementada a padronização do uso de sistemas desenvolvidos para o Governo Federal. A iniciativa utiliza como base um framework de desenvolvimento, o Demoiselle (veja a origem do nome no Box: Inspiração nas alturas), a partir do qual serão lançados os editais para a aquisição de novos sistemas. Desenvolvido pelo Serpro e pela Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social), o Demoiselle passará a ser adotado em todas as novas contratações de desenvolvimento de programas. “Ela nos garante uma manutenção com o conhecimento aberto. Podemos inclusive continuar contratando a 8
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Não vamos precisar comprar nada ou ter qualquer treinamento específico. Estamos lidando com o que já existe”, enfatiza Mazoni. Regras e fins O Demoiselle foi concebido a partir da idéia de obter um framework extensível, fácil de usar, estável, configurável, confiável e com documentação publicada, e observando os objetivos de automatizar e acelerar a integração de sistemas, aumentando assim a produtividade e evitando o retrabalho. Premissas que são aplaudidas pelo mercado. “Acredito que trará aspectos bons, inclusive para a indústria, permitindo o
Inspiração nas alturas
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ome da aeronave criada e pilotada por Santos Dumont em 1907, o Demoiselle agora virou nome de framework de desenvolvimento. E para quem não sabe ou não conhece muito bem a história ligada ao aviador é interessante saber que o Demoiselle foi a consolidação do projeto aeronáutico de Dumont um ano depois do famoso 14 Bis, no qual teria feito o vôo inaugural de um avião pelos céus do mundo. Com o nome de Demoiselle foram criadas inúmeras versões de aeronaves entre o período de 1907 e 1909, sempre avançando no projeto. Como curiosidade, assim como o framework do Serpro, as anotações e toda a documentação de Dumont para a construção da aeronave ficaram disponíveis para quem desejasse construir seu avião a partir dele, ou seja, pode-se dizer que o aviador brasileiro construiu também um framework.
planejamento de investimentos e a montagem de roadmaps de tecnologia, e isso independente do fabricante”, assegura Alejandro Chocolat, country manager da Red Hat no Brasil. Política de mercado à parte, o Demoiselle atende também a questão de redução de custos. Segundo o Serpro, com o não pagamento de licenças de software, a expectativa é de que seja feita uma economia de 50% na operação e na manutenção
dos sistemas. E o framework estará disponível para uso por qualquer órgão, de qualquer esfera governamental. “Ficará fácil mantermos soluções, na medida em que somos dominadores das tecnologias que vamos operar, não mais comprando algo com uma caixa preta. Vamos comprar o que nós dominamos”, completa Mazoni. Questionado se esse padrão pode ser replicado ou servir como um parâmetro para as corporações,
Alejandro, da Red Hat, explica e compara: “pode influenciar o segmento privado, porque traz uma definição importante, produz benefícios econômicos e facilita o trabalho de todos. Ao existir um mesmo padrão de conversões, é como não ter mais metro e polegadas”. Resta saber como o mercado corporativo pretende assimilar a experiência. Claudio Ferreira
>infra-estrutura Claudio Ferreira
Crise chega à segurança Análise de grupo da IBM apontou que aumento no número de ataques à rede nos últimos seis meses pode estar relacionado com a desaceleração da economia mundial e com cortes de gastos na área de segurança
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olêmica, mas não totalmente dissociada da realidade. É assim que os executivos dos fornecedores de ferramentas e soluções voltadas à segurança da informação analisam a conclusão de documento da X-Force, da IBM, que relacionou os últimos seis meses de curva ascendente e extremamente rápida de ataques à internet com a crise mundial. O estudo aponta que a desaceleração da economia é o grande vilão para a atual “Estamos em um enxurrada de ameaças. Apenas de setembro a dezembro de momento de 2008, o report dos dados coletados da grande aumento base de clientes de Serviços Gerenciados de ameaças à de Segurança da companhia, que conta segurança. À com cerca de 4 mil empresas do mundo medida que as revelou que os ataques passaram empresas cortam inteiro, de 1,8 bilhão para mais de 2,5 bilhões seus gastos, por dia em escala global. Tal ocorrência ameaças internas resultou no crescimento de 40% dos aumentam e os acessos de clientes aos Centros de hackers Operações de Segurança (SOCs) da IBM, aproveitam a para monitorar e verificar os ataques. situação para Mas o que isto quer dizer criar exatamente? As corporações estariam oportunidades” investindo menos em segurança como Marcelo Bezerra, forma e cortar gastos na área de TI? da IBM ISS “Estamos em um momento de grande aumento de ameaças à segurança. À medida que as empresas cortam seus gastos, ameaças internas aumentam e os hackers aproveitam a situação para criar oportunidades”, explica Marcelo Bezerra, gerente de soluções IBM ISS na América Latina. Tirar nacos do orçamento, no entanto, não parece ser uma decisão das mais inteligentes, uma vez que o custo de um incidente é muito superior a qualquer atividade de prevenção, de acordo com uma pesquisa do Instituto Ponemon, 1 0
segundo o qual o custo médio de uma violação de dados pode atingir até US$ 6,3 milhões. Cortando ou não, a pressão é realmente de fazer mais com menos, como comprova o relatório State of the Data Center, da Symantec. Em seu segundo ano de estudos, o documento mostra que os gerentes de data center convivem com uma dicotomia conflitante: expectativas de usuários mais exigentes e maiores níveis de desempenho junto com a pressão para reduzir custos. Mais do que números Dentre os entrevistados globais, 75% relataram que as expectativas dos usuários aumenta gradualmente ou rapidamente. Além disso, 60% dos entrevistados afirmam que atender aos níveis de serviço exigidos pela organização está cada vez mais difícil. E T I I n s i d e
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somente 10% admitiram mais facilidade no atendimento aos níveis de serviço. No Brasil, 62% dos pesquisados disseram que está mais difícil/caro ou muito mais difícil/caro atender às expectativas das organizações em relação ao nível dos serviços. No entanto, parece que o Brasil está se descolando do resto do mundo. O principal objetivo global identificado pela pesquisa para o ano foi a redução de custos, seguido por outros dois temas combinados: aprimorar níveis de serviço e agilidade de resposta. Já entre os brasileiros, o principal objetivo para 2009 é melhorar o nível dos serviços (33%); seguido por melhorar a velocidade da resposta (22%). Reduzir custos ficou com 14% das citações. De qualquer forma, para quem precisa ou vai encarar a idéia de “fazer mais com menos” é preciso incluir na sua lista de prioridades a automação de tarefas de rotina – mencionado por 42% dos entrevistados; treinamento multidisciplinar da equipe 40%; e redução da complexidade de data center 35%. “Os data centers nos chamam para desenhar projetos, e já aumentou a demanda de consultas por redução de custos, o que pode ser resultado de menor orçamento. Assim como alguns investimentos estão sendo postergados. Mas todos querem revisar esse quadro em junho/julho quando acreditam ter uma visão mais clara dos efeitos da crise”, aponta Paulo Vendramini, gerente da área de engenharia de sistemas da Symantec. O executivo alerta que o crescimento de ataques é decorrente ainda do “underground economy” que está em alta. A pirataria de informações,
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como números de cartões de crédito ou mesmo nome com e-mail, cresceu de forma explosiva nos últimos anos. Pior, os hackers que montavam ameaças por conta própria acabaram criando toolkits do tipo “faça uma ameaça você mesmo”, o que aumentou significativamente o contingente de atacantes assim como o de pessoas que se especializaram na venda de dados para terceiros que executam o roubo propriamente dito. “Com o desemprego e mais gente querendo ganhar a vida isto pode ser um motor, mas ainda não é possível relacionar”, conclui Vendramini. Ainda não! Ghassan Dreibi Junior, gerente de desenvolvimento de negócios de segurança da Cisco, também acha prematuro fazer correlações no momento. “De uma forma geral, as crises sempre aumentam o número de ataques e as razões são inúmeras. Dizer que está relacionado com cortes de investimento, entretanto, pode ser um exagero. É preciso ter mais informações e mais tempo para afirmar isto”, alerta. É sabido que grandes acontecimentos, como a eleição do Presidente Obama, ou de caráter mais sazonal e regional, como uma edição do show televisivo do Big Brother, podem despertar uma série de ameaças relacionadas, assim como acontece com
a crise. “As quadrilhas usam estes temas como forma de causar mais impacto. Isso é algo extremamente comum”, ensina Arthur Capella, country manager da IronPort Brasil, empresa da Cisco. Porém, existem visões contraditórias na relação direta da crise e mesmo o decréscimo dos orçamentos com o número de ataques. “Qualquer conclusão agora é especulação. As variáveis são muito complexas. Os ataques oscilam para cima, nunca decrescem, e esse crescimento é cíclico. Ele pode ter coincidindo com o momento de crise, mas não sei se tem relação com diminuição de verbas para a área de segurança”, explica Fernando Fontão, gerente sênior de sistemas para
a América Latina da Websense. Nas medições realizadas pela empresa, o crescimento exponencial começou em setembro do ano passado e pode existir uma relação com o desemprego. “Vimos que de lá para cá encontramos 7,3 vezes mais sites com código malicioso. É sabido que existe uma relação entre desempregados e fraude. São abundantes as formas de ataque e é fácil entrar em contato com elas. Além disso, o custo do “investimento” é baixo. Para muitos pode ser mais fácil atacar pela internet do que assaltar a velhinha na esquina. É o ladrão de galinhas do futuro”, argumenta Fontão. Tirar e tirar Mas e os orçamentos, sofreram cortes ou não? Capella, da IronPort Brasil, empresa da Cisco, por exemplo, não observou uma propensão nesse sentido. “Não tenho essa impressão, mas, claro, existe um endurecimento das negociações, um aperto generalizado. Nos processos de novos projetos que temos trabalhado não senti um sinal de paralisação e sim de reordenamento. Segurança é muito importante para as empresas”, conclui. Visão que é compartilhada pelo mercado. Questionados sobre a hipótese de uma corporação pedir uma análise de corte de orçamento de 10 a 15% no
Segurança em números 2008 foi o ano mais movimentado para registro de vulnerabilidades, com um aumento de 13,5% em relação a 2007 53% de todas as vulnerabilidades descobertas durante o ano não receberam correções do fornecedor 46% das vulnerabilidades de 2006 e 44% das de 2007 continuavam sem correção disponível até o final de 2008 os principais países de origem de spam ao longo de 2008 foram a Rússia com 12%, os Estados Unidos com 9,6% e a Turquia com 7,8%. Apesar disso, as origens de spam não têm necessariamente correlação com o local onde residem os spammers a China ultrapassou pela primeira vez os Estados Unidos como principal país a hospedar websites nocivos aproximadamente 90% dos ataques de phishing são voltados contra instituições financeiras, e a maioria deles é direcionada à América do Norte 46% de todo malware em 2008 foram cavalos de Tróia direcionados a usuários de jogos online e atividades bancárias online. Esses grupos específicos de usuários provavelmente continuarão a ser alvos em 2009 *Dados do X-Force
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“Nos processos de novos projetos que temos trabalhado não senti um sinal de paralisação e sim de reordenamento. Segurança é muito importante para as empresas” Arthur Capella, da Cisco
>infra-estrutura quesito segurança, os executivos propuseram diferentes abordagens. “Seria ótimo se todo cliente nos perguntasse antes de fazer qualquer corte. O ideal é integrar e racionalizar os investimentos, para deixar de comprar pontualmente recursos de TI. Algumas “Vimos que de lá coisas não se podem abrir mão. As para cá pessoas já se acostumaram com encontramos 7,3 controle de acesso, mas deveriam focar segurança dos dados. Elas deveriam vezes mais sites na enfatizar o valor dos dados”, assegura com código Dreibi Junior, da Cisco. malicioso. É sabido Para Fernando Fontão, da que existe uma Websense, tudo depende do foco da relação entre empresa. Se a internet é o principal canal desempregados e de vendas por exemplo. “A empresa fraude. São precisa entender e separar o que é a abundantes as segurança tradicional, periférica, com o formas de ataque e uso de IDS e antivírus, do mais é fácil entrar em complexo. Os dados corporativos e dos contato com elas” clientes precisam estar bem guardados e Fernando Fontão, deve existir um investimento para evitar o da Websense seu roubo”, aponta. Coerente com o “fazer mais com menos” que surgiu nas pesquisas da Symantec, Vendramini faz a sugestão de cortar projetos novos, desde que não vitais, e garantir a manutenção do que existe. “O essencial é entender o que é necessário, assim como é importante saber que uma tecnologia do setor com um ano de vida e sem upgrades começa a ficar defasada rapidamente”, explica. Como manutenção do que existe, é preciso falar do componente das pessoas, que gerenciam e administração a prática. “Ter pessoas habilitadas é crítico e existe falta de pessoal. Então não deve ser uma área
que vai sofrer cortes. Pode ser que os salários não cresçam, mas teremos vagas e oportunidades mesmo com a crise”, garante Vendramini. Presente e futuro Estamos falando então de um terreno – segurança de TI – que atingiu um nível de maturidade que leva a essas conclusões? “O tema é analisado de uma forma mais madura. Segurança era algo pontual que surgia depois que um projeto estava pronto e o foco mudou. É um alicerce ou um componente primordial em novos investimentos de TI. E melhor, estamos vivendo um tempo no qual o CSO (Chief Security Officer) tende a mudar de perfil, vislumbrando os riscos operacionais”, assegura Dreibi Junior. Uma outra alternativa para otimizar os gastos seria o outsourcing. No entanto, quando se fala em segurança,
alguns tabus ainda existem. Terceirizar significa confiar plenamente em outra empresa, e confiar as chaves de sua casa para alguém não é algo facilmente digerível no Brasil. “É incipiente. Algumas empresas começam a confiar e tem aplicações de segurança hosteadas, como em cloud computing ou hosted services. Assim não se terceirizam os dados, mas apenas a aplicação”, garante Fontão, da Websense. Mas é preciso prestar atenção, por conta da baixa demanda e do restrito número de provedores, a terceirização de segurança não é barata. Assim como a oferta dos players é totalmente direcionada para grandes empresas. “Essas barreiras existem e se trabalha apenas com altos volumes. Assim como as ofertas não são atrativas. Os serviços que chegam por aqui não são aderentes ao mercado local”, garante Dreibi Junior. Seja qual for a saída é preciso se movimentar, pois as ameaças não têm data para diminuir seu volume. A tendência é uma maior intensificação e sofisticação nos ataques. Mesmo sites com boa reputação começam a ser alvos de ataques e como conseqüência servem como propagadores. Os especialistas de segurança da IBM acreditam que as ameaças estão apenas começando e planeja o contraataque. “O time da X-Force tem conseguido identificar tentativas de exploração de falhas regionais e ajuda na proteção contra esses ataques em regiões que ainda não foram atingidas”, comenta Bezerra.
Novo relatório, mais ameaças
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se concentrar nos controles de ActiveX e navegadores, os criminosos estão buscando outras maneiras para incorporar novos tipos de exploração de vulnerabilidades que se propagam em vídeos e documentos nocivos, como arquivos PDF. No ano passado, mais da metade de todas as brechas de segurança descobertas estava relacionada a aplicativos web, e mais de 74% não tinham correção (veja mais números no quadro ao lado). Ao final de 2008, o volume de ataques saltou para 30 vezes o número observado no início do ano. “O objetivo dessas ações é enganar e redirecionar pessoas na Internet para kits de ferramentas que exploram navegadores. Quase dez anos depois das primeiras vulnerabilidades de injeção de SQL terem sido descobertas, ainda é possível detectar invasões disseminadas sem a correção adequada”, completa João Gaspar, gerente da IBM ISS no Brasil.
mais recente estudo da X-Force – equipe de pesquisadores da área de segurança que trabalha para detectar vulnerabilidades e ameaças na Internet –, da IBM, é o seu relatório anual sobre tendências e riscos. O estudo revelou que hackers estão utilizando websites corporativos para realizarem ataques, ou seja, as organizações estão involuntariamente colocando seus clientes em risco em relação à atividade cybercriminosa. Esses sites atuam como ponto de partida para ataques e roubo de dados pessoais de consumidores. Duas tendências ou forma de atuação mostram como os criminosos estão atingindo a população. Primeiro, as corporações estão usando aplicativos com brechas de segurança ou que hospedam inúmeras vulnerabilidades desconhecidas que não podem ser corrigidas. E, em segundo lugar, embora continuem a 1 2
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>infra-estrutura Genilson Cezar
Burocracia vai para dentro
do computador
Prática usual entre bancos, governos e órgão públicos, gestão eletrônica de documentos conquista usuários entre pequenas empresas e vira recurso obrigatório na telefonia celular
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redução nas despesas com remessas postais entre as filiais e os correspondentes distribuídos pelo território nacional. Mas há vantagens também em termos de facilidade de localização da informação, agilidade nas transações, ilimitadas possibilidades de indexação de documentos, melhor atendimento ao cliente, controle pró-ativo do ciclo dos negócios, melhor aproveitamento de recursos, entre outras. Segundo o Cenadem, existem cerca de mil empresas e organismos governamentais utilizando GED total ou parcialmente. As aplicações são as mais variadas. As Casas Bahia, que investe em GED desde 2003, contabiliza atualmente 387 milhões de objetos digitalizados, entre notas fiscais, contratos, garantias etc. Equipamentos fotos: divulgação
Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) pega carona na esteira do movimento de terceirização dos serviços de impressão de documentos e ganha mais alento como opção transformadora de custos dos processos de negócios das empresas brasileiras. Os casos de pleno sucesso na utilização de tecnologias de GED não se limitam mais apenas ao mercado financeiro, embora aí, juntamente com as companhias de seguros e previdências, ainda esteja o maior mercado. Grandes usuários são atualmente diversos organismos do governo federal e áreas dos governos “As mudanças estadual e municipal, além de tribunais, que o mercado serviços públicos e empresas de de telecomunicações, principalmente as gerenciamento operadoras de celular, obrigadas pela eletrônico de Anatel a armazenar, em mídia digital, documentos vem informações dos seus clientes por pelo apresentando menos cinco anos. O principal benefício proporcionado nos últimos anos por GED e suas tecnologias correlatas, são bastante Enterprise Content Management positivas, e a como (ECM), certamente, são de ordem gama de oferta financeira, e justificam os investimentos está muito das empresas brasileiras, estimados pelo alinhada com a Centro Nacional de Desenvolvimento do tecnologia de Gerenciamento da Informação cloud computing (Cenadem) em mais de 250 milhões de e com o modelo reais, em 2009. O escritório Lacerda e de negócios Franze Advogados Associados, de São SaaS (Software Paulo, por exemplo, registra resultados as a Service)” significativos, como a redução em cerca Waldir Arévolo, de 50% no custo de impressão e cópias da TGT Consult dos processos, além de 70% de
Kodak escaneiam 240 páginas por minuto. São mais de 16 Terabytes de documentos digitalizados armazenados com redundância total das informações em tempo real. Outra grande aplicação é do Grupo Gerdau, onde mais de três milhões de páginas são digitalizadas por ano através de mais de 140 sites de captação remota. Já as Lojas Marisa, implantou em 220 lojas um sistema incluindo captação descentralizada, remontagem de pacotes, importação automática de imagens, classificação e indexação de imagem e portal de imagens. O sistema processa diariamente 30 mil imagens e o investimento, segundo a empresa, teve retorno em apenas três meses. “Trata-se de um negócio que gera para os provedores de soluções de GED e EMC um faturamento bruto de cerca de R$ 1,5 bilhão”, diz Antônio Paulo de Andrade e Silva, diretor do Cenadem. Nada comparável, é claro, ao total do mercado brasileiro de outsourcing de impressão, que foi de 12 bilhões de reais e, em 2008, por conta da crise financeira, cresceu a uma taxa de 13%, menor que nos anos anteriores, quando exibia faixas de crescimento entre 30 a 40%. Mudanças GED e ECM ainda são pouco representativos em termos de volume de negócios, mas se transformaram, mais uma vez, numa onda de interesse das corporações brasileiras, pelos benefícios que apresentam em termos de redução de custos, e são alvo das empresas fornecedoras de serviços de
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outsourcing, que aumentam a oferta de soluções e aplicações. “As mudanças que o mercado de gerenciamento eletrônico de documentos vem apresentando nos últimos anos são bastante positivas e a gama de oferta está muito alinhada com a tecnologia de cloud computing e com o modelo de negócios SaaS (Software as a Service)”, avalia Waldir Arévolo, consultor-principal da TGT Consult, que atua com foco na parte de desenho e estruturação de processos de documentação eletrônica. Segundo ele, pequenas e médias empresas já aderiram a solução e as grandes também estudam a utilização de GED dentro do modelo de pagamento por transação. ‘É uma forma de serviço integrado menos custoso”, constata. Quem fala mais alto Muitas empresas ainda resistem à adoção de processos de gestão eletrônica de documentos, mas as pressões por redução de custos e continuidade de negócios estimulam a demanda, conta Vinicius Freire Moura, diretor superintendente da Image Pro. O setor de finanças, por conta das exigências de conformidade com as regulamentações internacionais e nacionais, é o principal alvo dos provedores. No entanto, os projetos da Nota Fiscal Eletrônica (e-NF) e do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), que prevêem a emissão eletrônica de notas fiscais e a apresentação dos livros contábeis e fiscais das empresas por meio digital, devem fortalecer mais implantação do GED através do outsourcing, por ser mais barato. Segundo Moura, 2008 foi um ano atípico, mas ainda assim muito bom em termos de projetos com GED. Foram 12 até outubro, com investimentos que variaram de 100 mil reais e 1 milhão de reais. Um dos clientes é a Cotia Trading, uma das maiores empresas de comércio eletrônico do País, que adotou o software Captaris Alchemy para auxiliar a empresa a administrar e utilizar todo seu conteúdo fixo como imagens, fax, e-mails, PDFs e arquivos de relatório durante todo o ciclo de vida das informações. Expansão As pequenas e médias empresas são o filão mais promissor, também,
para os provedores de GED e ECM. A EMC, um dos principais fornecedores de sistemas de gerenciamento e armazenamento de informação, está lançando no País o Documentum
ApplicationXtender, um software para “Estamos fazendo gerenciamento eletrônico de um investimento documentos, com mais de 8 mil de 38 milhões de clientes mundiais, totalmente em reais em português e destinado a pequenas e tecnologias para médias empresas. aquisição e Um de seus parceiros no Brasil, a distribuição de Documentar, empresa com mais de 20 equipamentos. A anos de atuação nesta área, com idéia é oferecer clientes como Petrobras, Samarco, soluções Gerdau, Braskem, Sanofi Aventis, compactas com decidiu ampliar seu portifólio de captura remota, soluções e investir no mercado das centralizada ou pequenas e médias empresas. A Documentar apresentou recentemente o descentralizada, e processamento primeiro software no modelo ASP (Application Service Provider) aplicado à distribuído para reduzir os custos gestão e organização de documentos dos clientes” eletrônicos: o i4BS – Information for Business Solution. Nori Lermen, da ATP O modelo ASP permite que as empresas hospedem seus dados e aplicativos em data centers (físicos, ou pela “nuvem”) por meio dos quais os usuários acessam, processam, atualizam e obtém informações dos sistemas pela internet.
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ATP, especializada na prestação de serviços informatizados, que administra a Rede Verde-Amarela (RVA), processando 43 milhões de documentos por mês (40% do volume bancário total do país), intensifica a utilização de soluções de GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos) em suas áreas de negócios. São quatro projetos já em andamento: soluções de auto-atendimento através de rede própria, rede de correspondentes não bancários, pontos de captura remota e processamento de imagem em agências bancárias e lojas de varejo e digitalização de cheques com processamento utilizando imagem de documento. “Estamos fazendo um investimento de 38 milhões de reais em tecnologias para aquisição e distribuição de equipamentos. A idéia é oferecer soluções compactas com captura remota, centralizada ou descentralizada, e processamento distribuído para reduzir os custos dos clientes”, diz Nori Lermen, presidente da ATP. O projeto de instalação de quiosques de auto-atendimento da sua rede própria foi lançado no ano passado, com a implantação de um terminal da ATP num posto de abastecimento, em Brasília, e prossegue este ano com a abertura de mais 50 terminais em seis capitais do Brasil. Outro exemplo de utilização de GED é no sistema de correspondentes não bancários, atualmente com três mil terminais, instalados em 2,5 mil pontos no território brasileiro, realizando em média 4,5 milhões de transações por mês. A ATP está ampliando o conceito dos correspondentes não bancários, que oferecem alguns serviços como recebimento de contas e pagamentos de benefícios, com a criação de micro-agencias em bancos e redes de varejo para captura remota de documentos e processamento descentralizado, com apoio de suas 21 filiais no Brasil. Serão dois mil pontos de captura em 2009 e a meta até 2010 é a criação de mais 8,5 mil pontos, informa Lermen. A ATP, de acordo com o executivo, também está preparada para executar todo o processo de digitalização de cheques dentro do cronograma e padrões definidos pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), para os próximos dois anos. “O movimento de adesão à tecnologia GED vai se acentuar nos próximos meses e deve contribuir para aumentar o nosso faturamento, que deve atingir 320 milhões este ano”, diz Lermen.
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>artigo Rubens de Souza*
A geração e a gestão eletrônica de documentos O mercado dispõe de soluções de que têm se mostrado altamente viáveis e são cada vez mais aplicadas na otimização de processos, redução e porque não dizer eliminação de impresso
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nquanto o setor gráfico já se prepara para uma retração importante, o mercado de TI ligado à geração e gestão de documentos enxerga novas oportunidades. Se realmente as empresas começam a cortar despesas supérfluas e desperdícios com material gráfico, nesta conta deveriam estar contabilizados os pré-impressos utilizados por elas em documentos de negócio: notas fiscais, pedidos, contratos, boletos, entre outros. Certamente estes insumos não são encarados como supérfluos, porque o negócio das empresas depende deles, mas o mercado dispõe de soluções de geração e gestão eletrônica de documentos que têm se mostrado altamente viáveis e são cada vez mais aplicadas na otimização de processos, redução e porque não dizer eliminação deste tipo de impresso. Até mesmo a burocracia e a regulação fiscal eletrônica com validade jurídica para governamental “altamente” dependentes deste todos os fins”, de acordo com o Portal Nota recurso, agora avançam na Fiscal Eletrônica, do direção da tecnologia, Ministério da Fazenda. É Esta é uma passando a admitir, uma tendência em rápida incentivar e em muitos consolidação porque traz tendência casos até exigir o trâmite benefícios claros para em rápida eletrônico de documentos. todos os lados envolvidos. Vide o advento da Nota Validade jurídica, consolidação Fiscal Eletrônica. Já adotada desburocratização, maior porque traz controle contra fraudes, por muitas prefeituras país afora, ajuda a controlar redução de custos. Muitos benefícios melhor o que elas têm a processos dependentes claros para dos pré-impressos passam arrecadar das empresas de serviços sediadas em seus todos os lados cada vez mais a utilizar territórios. E tudo isso sem papel branco ou até envolvidos que nenhum dos lados mesmo formatos tenha que comprar talões eletrônicos para a de notas ou caixas de pré-impressos. Em visualização em tela, sem necessidade de âmbito federal, o Projeto Nota Fiscal Eletrônica múltiplas vias, reduzindo áreas de estocagem (NF-e) propõe “a alteração da sistemática atual de diversos modelos de impressos, sua de emissão da nota fiscal em papel, por nota logística de distribuição e seu descarte em 1 6
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caso de qualquer alteração, como no caso da Lei 11785/08, que exige uso de fonte 12 nos contratos de adesão. As empresas que possuem soluções eletrônicas para composição e geração de documentos não jogarão no lixo uma página sequer de seus contratos. Além disso, a capacidade de implementar formulários inteligentes as permitirá minimizar o inevitável aumento do número de páginas destes contratos através da implementação de cláusulas e blocos descritivos dinâmicos, ou seja, que só serão incorporados ao documento se o cliente de fato contratar aquele produto. Imagine esse impacto em um contrato de seguros. Não é raro recebermos apólices com dezenas e dezenas de páginas de onde algumas cláusulas realmente se aplicam ao perfil do produto que adquirimos. Quantas páginas poderiam ter sido economizadas? E se pudéssemos receber este documento pela Web, em formato eletrônico, com assinatura digital certificada? Sem papel, sem custo de postagem. Já existe, o e-CPF será o caminho. E para as empresas que ainda não possuem este tipo de solução ou ainda dependem de sistemas caseiros, sem suporte nem escalabilidade, esse momento de crise, que exigirá esforço ainda maior na redução de despesas, será uma grande oportunidade para se investir em ferramentas de TI, que, se bem dimensionadas, implantadas depois de uma correta avaliação de seus processos com documentos, que seja sob medida para suas necessidades, trarão grandes benefícios e um retorno muito mais rápido do que o mercado costuma oferecer em outras áreas. (*) Rubens De Souza é Gerente de Negócios da DocPath Document Solutions Brasil
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Claudio Ferreira
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Casas Bahia As atividades de e-commerce geraram receita de R$ 8,2 bilhões em 2008, 30% a mais que no ano anterior, e devem registrar um volume ainda mais significativo este ano. Pelo menos é o que espera o mercado, estimulado pela mais que esperada entrada das Casas Bahia na modalidade. Um sinal claro de consolidação da prática no País
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pós alguns anos de espera e expectativa, a gigante do varejo, Casas Bahia, entra de vez no e-commerce. Porém, mais do que anunciar esta nova estratégia de negócio, a notícia avaliza o mercado, pois até mesmo os concorrentes aguardavam a estréia da líder do varejo. Corroborando com essa premissa, grandes lojas virtuais populares, para a consultoria e-bit, são um motor importante para o avanço das empresas sobre novos clientes. Não por acaso, a perspectiva do mercado de e-commerce de faturar R$ 10 bilhões neste ano não soa mais como um desejo por um número redondo. Este montante representa um crescimento previsto na ordem de 22% em cima dos R$ 8,2 bilhões registrados em 2008 pela consultoria e-bit – que por sua vez significou 30% acima dos valores de 2007. “O e-consumidor está cada vez mais atento às possibilidades no canal web. É um meio que oferece múltiplos tipos de informação para os usuários, que acabam se sentindo mais seguros. Esse é um comportamento que vem mostrando evolução ano a ano, pois muitos já tiveram uma experiência de compra pela internet”, assegura Pedro Guasti, diretor geral da e-bit e vice-presidente de estratégia da câmara-e.net. Segundo Guasti, a confiança que a internet passou a propiciar para seus usuários é uma importante aliada à elevação dos números. “A confiança do
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Bahia no mundo físico não é transferido automaticamente para o universo online. “Não se sabe se eles vão conseguir entender a mecânica de web. A Globo. com ainda não é na internet algo parecido com a nave-mãe, a Rede Globo. O jogo é diferente no mundo virtual e eles agora precisam se adaptar. Mas, no geral, vejo como positivo, porque traz um novo público e oferece mais credibilidade para o e-commerce”, assegura. Na incubadora Há três anos, a Casas Bahia desenvolve seu projeto, e os planos são de longo prazo: em 10 anos, a iniciativa deve responder por 25% do mercado local de e-commerce. No dia 02 de fevereiro foi dado o primeiro passo foto: Mônica Varella / divulgação
consumidor nas transações online demonstra que o segmento tem cada vez mais credibilidade junto ao público, que procura sanar todo o tipo de dúvida antes de efetuar sua compra. Em 2008, por causa da crise, esse processo tornou-se ainda mais explícito”, explica. Ele ressalta que o ingresso de grandes redes varejistas neste processo, como a Casas Bahia, traz ainda novos públicos para o comércio eletrônico. “A fidelidade de alguns consumidores faz com que eles associem a marca da loja física à virtual e, chegando ao portal, esse consumidor irá se deparar com melhores preços e condições de pagamento, possibilitando o seu retorno”, conclui Guasti. Pode vir Mesmo os possíveis concorrentes demonstram ser positiva a entrada da Casas Bahia. “Todo novo grande concorrente contribui para a melhoria do mercado. É mais gente pesquisando, mais gente comprando e isso é muito bom para um canal que ainda tem muito para se desenvolver no País”, aponta Flávio Dias, diretor de e-commerce do Wal-Mart, cujo site foi lançado em outubro de 2008. Na estrada do “quanto mais players melhor”, Alípio Camanzano, CEO da Decolar.com, site de turismo, acredita que o entrante pode servir ainda como um fator para o mercado revisar suas estratégias. “O usuário ou consumidor não é cativo, ele busca uma experiência boa na web. Se ele descobre um ferramental melhor, com uma “entrega” bacana, ele migra mesmo. O Grupo B2W (conheça mais no Box Sem Palavras), por exemplo, disseminou a logística do Submarino para seus co-irmãos e todos saíram ganhando”, compara. Para o já veterano no setor, Stelleo Tolda, diretor-presidente do Mercado Livre, as coisas podem não ser tão simples. O sucesso da marca Casas
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nesse sentido, com o lançamento da chamada filial 5000 (veja mais no Box: Bastidores da loja 5000), que pode ser encontrada em www.casasbahia.com. br ao custo de R$ 3,7 milhões. Em seu primeiro ano de funcionamento, a perspectiva é que o empreendimento represente algo como 2% do faturamento da companhia. “As Casas Bahia entra na internet com um modelo diferenciado, que não afeta as vendas das lojas físicas. A idéia é que um canal auxilie o outro e que os dois preservem o nosso padrão de atendimento. Além disso, a loja virtual utiliza uma tecnologia que tem absoluta sinergia com a gestão de negócio em tempo real que a empresa faz”, afirma Michael Klein, diretor executivo da rede e filho do fundador da empresa. O objetivo explícito do portal de vendas é concorrer no preço e buscar todas as camadas sociais que possam acessar a internet, algo que trará o público tradicional da empresa (C, D e E) a um mundo ainda dominado pelas classes A e B. A universalização que tornou possível o investimento para as Casas Bahia começou a partir da aceitação de cartão de crédito em suas lojas físicas, um primeiro passo para chegar a web. “Contabilizamos 5 milhões de cartões de crédito private label, em parceria com o Bradesco. Construímos essa base em três anos, dando oportunidade às classes menos favorecidas de terem seus primeiros cartões. Com isso, facilitamos, também, de alguma forma, o acesso do público às compras online”, argumenta Klein. A loja da rede na web possui 13 categorias de produtos diferentes para o e-consumidor como: móveis, eletrodomésticos, eletroportáteis, informática, bebê, saúde e beleza, esporte e lazer e brinquedos e games. Ao todo, serão comercializados, na fase inicial, cerca de 4 mil produtos, 1 9
“O consumidor busca uma experiência boa na web. Se ele descobre um ferramental melhor, com uma “entrega” bacana, ele migra mesmo” Alípio Camanzano, da Decolar.com
Michael Klein, das casas bahia: objetivo do portal é compartilhar experiências e captar clientes paraos dois canais
>internet Como aumentar o tíquete O e-bit em suas pesquisas setoriais apontou que o tiquete médio do setor em 2008 fechou em R$ 328. E, dentre todos os períodos do ano, o mais lucrativo foi, novamente, o Natal, que registrou vendas de R$ 1,25 bilhões com o tíquete médio em torno de R$ 346. O desafio este ano parece ser crescer esse patamar mesmo diante de toda a restrição de crédito, fruto da crise. Veja algumas estratégias possíveis para isto de acordo com os planos dos players: n o site precisa buscar um ou vários diferenciais n é preciso oferecer opções de compra amplas e negociar com as entidades de crédito – bancos e operadoras de cartão n oferecer o melhor preço é fundamental, mas serviços agregados como uma garantia estendida ou uma logística eficiente são diferenciais cada vez mais visados n para ter o cliente certo é preciso investir em mídias segmentadas, dentro e fora da web n é essencial aumentar o mix de produtos sem que isto traga problemas de navegação ou mesmo na ponta da logística
brasileiros a internet continua crescendo como forte referência para a aquisição de produtos e serviços. “A recente diminuição da venda de carros não se refletiu na web no último mês,
com algumas exceções daquilo que é vendido no mundo físico, como os aparelhos celulares e itens do portifólio de móveis. Para cima Mesmo no meio de um cenário de crise, as perspectivas para o setor – até antes da iniciativa de lançamento das Casas Bahia – vão contra a maré do mundo real. É certo, no entanto, que ainda existe um grande abismo entre os consumidores, pois apenas 7% dos brasileiros efetuaram compras através de lojas virtuais, de acordo com pesquisa do Ibope Mídia. No entanto, a presença do mundo virtual, seja na compra propriamente dita ou em pesquisa, cresce exponencialmente, assim como o número de usuários. As categorias que mais cresceram em audiência única em “O jogo é janeiro deste ano na comparação com diferente no o mês anterior foram Automóveis mundo virtual, (14,2%, atingindo 4 milhões de usuários mas, no geral, a únicos); e Viagens, que aumentou entrada das 13,3% e chegou a 7,8 milhões de Casas Bahia pessoas (veja mais sobre o oferece mais comportamento do usuário no Quadro: credibilidade É tempo de E-commerce). “Nos sites para o de automóveis, destacaram-se os e-commerce”, anúncios classificados. Nos sites de Stelleo Tolda, viagens, além do crescimento constante do Mercado do uso de mapas, também aumentou Livre em janeiro a procura por agências de turismo”, informou José Calazans, analista do Ibope/NetRatings. Os dados indicam que para os
R$ 10 bilhões é a cifra que o e-commerce deve movimentar este ano
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já que a busca por sites de classificados de veículos novos e usados aumentou em dezembro e em janeiro”, completa Calazans. Estamos longe do potencial possível da internet, porém a curva
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brasileira de utilização da web como canal de vendas desnorteia. Afinal, enquanto aqui se fala em crescimento acima dos 20% este ano, os Estados Unidos querem manter o mesmo patamar de 2008. E, lá, no último trimestre do ano, se registrou um decréscimo de 3% nas vendas. “Trabalho com um mercado 30% maior. Várias grandes empresas estão investindo no setor e diversos fatores continuam contribuindo para esse crescimento, como a penetração de computadores, da banda larga e o amadurecimento do consumidor on-line”, admite Dias, do Wal-Mart. Sopa de letrinhas Os vetores de crescimento passam pelas classes C e D, alavancados tanto pela aquisição de computadores como pelo acesso em lan-houses em suas comunidades/bairros. Para chegar a esse novo público, a linguagem dos sites precisa ser adaptada, assim como os ícones que serão utilizados, uso de cores e outros detalhes de navegação simplificada. O consumidor C e D carrega suas expectativas de comunicação e elas, nem sempre, são as mesmas das pessoas de maior poder aquisitivo. Independente das barreiras, o futuro não é tão nebuloso assim. “O cenário macroeconômico é muito complicado, mas não sei se ele vai se sobrepor negativamente. Não arrisco percentual de crescimento do mercado, mas, com certeza, vamos crescer bem acima da economia real”, compara Tolda. O executivo garante que a crise ainda não proporcionou retração no segmento no qual o Mercado Livre atua, da venda de produtos por meio de leilões e ofertas. Por não ter uma operação baseada em crédito, o site não sofre o impacto da restrição monetária. Para Tolda, projetos que se baseiam em demasia em produtos caros, como eletroeletrônicos, é que devem sair perdendo. Muito além da curva, o Decolar. com quer seguir no mesmo patamar de crescimento dos últimos anos – algo como 110% no ano passado e 150% em 2007. “O mercado de viagens e turismo na web ainda está sendo desbravado. Conseguimos ter uma dinâmica bem consolidada e sempre inovamos em ferramental. Por
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conta da volatilidade do dólar, as pessoas estão viajando mais internamente. Em uma estimativa extremamente conservadora vamos crescer no mínimo 50%”, revela Camanzano. Novos projetos Concorrente da Decolar e acreditando no crescimento do mercado local, a sueca Travelstart – uma das quatro maiores agências de viagens do mundo, que opera 100% online, iniciou suas atividades no Brasil recentemente com investimentos de US$ 500 mil e uma perspectiva de vendas de R$ 36 milhões no primeiro ano. Atuante em 13 países e com faturamento de US$ 180 milhões, a empresa processa, apenas na Escandinávia, algo como 2 mil reservas de passagens online por dia. Flávio Dias, Sua operação é baseada na do Wal-Mart integração automatizada com os bancos de dados das companhias aéreas e pode oferecer aos consumidores, em tempo real e online, informações como o número disponível de assentos nos vôos das companhias com as quais trabalha e serviços exclusivos de personalização dos vôos. Como travel assist, permite a escolha de refeições diferenciadas e opções de seguro saúde, entre outras facilidades. Outro nome novo é o da Track & Field. Completando 21 anos de operação no mundo real este ano, a empresa, especializada em moda esportiva, montou sua loja de comércio eletrônico (www.tf.com.br) no final do ano passado. Nela, o consumidor encontra os mesmos produtos
“Várias grandes empresas estão investindo no setor e diversos fatores continuam contribuindo para esse crescimento, como a penetração de computadores, da banda larga e o amadurecimento do consumidor on-line”
disponíveis nas suas 34 lojas físicas. “Queremos atingir os consumidores das cidades onde ainda não temos loja, mas também encaramos o comércio
on-line positiva para os clientes, desde o momento da pesquisa até o recebimento do produto em casa. Cada detalhe foi minuciosamente analisado para transformar a compra eletrônica em algo natural e confortável, sempre dentro do padrão de atendimento da marca”, argumenta Chilvarguer. Para atender à demanda virtual, foi realizada uma reestruturação dentro da empresa e montada uma área dedicada exclusivamente às transações de comércio eletrônico. O projeto de construção da loja online levou cerca de um ano e disponibilizou, de imediato, cerca de 700 itens, entre eles o da coleção verão 2009. É um luxo E não é só baseado nas classes C e D que o mercado quer avançar. O cliente AAA se mantém no radar das empresas, a exemplo do que vem
loja virtual das casas bahia possui 13 categorias de produtos para o e-consumidor eletrônico como um novo meio para o nosso público estar em contato conosco, oferecendo a eles a oportunidade de comprar sem sair de casa”, aponta Sérgio Chilvarguer, diretor de e-commerce da companhia. O site dispõe de ferramentas que integram todo o conteúdo de informações produzido pela empresa, incluindo o que é publicado no blog, na revista e vídeos corporativos. Desta forma, o internauta tem acesso a uma gama de informações sobre os produtos antes de optar pela compra. “Nossa meta é criar uma experiência
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igante do setor, fruto da fusão do Submarino com a Americanas.com em 2006, a B2W Companhia Global de Varejo possui atualmente mais de 50% do mercado de e-commerce no País. Além dos dois nomes, ainda carrega as marcas Shoptime, Blockbuster Online, Ingresso.com, Submarino Finance e B2W Viagens, oferecendo conjunto mais de 30 categorias de produtos e serviços e atuando através dos canais de distribuição na Internet, televendas, catálogos, TV e quiosques/lojas. Nada mais justo, portanto, do que ouvir e conhecer os planos do grupo, certo? Errado. Depois de um contato inicial, chegou, por meio de sua assessoria de imprensa, o seguinte comunicado lacônico: “Infelizmente não poderemos participar da sua matéria. As empresas do grupo B2W são muito discretas e não costumam dar entrevistas nem divulgar informações sobre mercado e vendas”. Como disse um analista certa vez, a concentração de mercado – qualquer mercado – só é boa para quem é dono ou sócio da empresa em questão.
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fazendo o Coquelux, cuja proposta é oferecer oportunidades de compras a seus sócios. O portal tem menos de um ano e atua como um clube de consumo fechado. Para entrar é preciso convite e disposição financeira para adquirir roupas, acessórios, artigos de beleza, design e “art de vivre” de alto valor. O sócio, no entanto, garante descontos que podem chegar a 70%. A cada semana, a Coquelux disponibiliza novas oportunidades de compra – uma marca de cada vez, durante dois dias. Os sócios são informados uma semana antes do evento e podem gerar um lembrete, por e-mail, avisando da abertura da campanha. Os franceses PierreEmmanuel Joffre e Laurent Zago são os responsáveis pela idealização e criação do site. Após anos no mercado de luxo internacional, eles escolheram o Brasil para fixar residência e dar origem ao projeto. Marcas renomadas como Everlast, Dior, Dom Pérignon, Oliviers & Co., Cia. Marítima e Juliana Jabour já participaram da proposta da Coquelux. O personagem Sofia, que é quem convida para os eventos, tem também um espaço dentro do site, intitulado “O Clube”, que funciona como um blog no qual ela escreve histórias e curiosidades sobre as marcas e os criadores. 2 0 0 9
>internet Além do componente de relacionamento 2.0, o site trouxe a ferramenta “Manequim virtual” para auxiliar os clientes. Com ele, o sócio pode criar até quatro manequins e, junto com um guia de medidas, pode garantir que sua mais nova compra sirva perfeitamente antes que ela seja entregue em sua casa. Invista e ganhe Se a concorrência tende a se ampliar em todos os setores, a navegação ou ferramental precisa ser incrementado para se transformar em um diferencial que aumente suas vendas (veja mais no Box: Como aumentar o tiquete). A filial 5000 das Casas Bahia, por exemplo, utiliza o site de compartilhamento de vídeos YouTube como instrumento. O mix de produtos – mais de 100 na fase de lançamento – é apresentado por vídeos
cliente aaa se mantém no radar das empresas, apesar das iniciativas que descem a pirâmide explicativos de 30 segundos a 2 minutos. A idéia é facilitar o entendimento da funcionalidade das mercadorias, suas características e benefícios. Os vídeos serão atualizados semanalmente e feitos pelos garotospropaganda da marca. O que para muitos consumidores, cansados da gritaria histérica dos spots televisivos, pode ser um martírio. Outra inovação é o Web Colaboration, uma espécie de consultor virtual que auxilia o visitante na navegabilidade e permite que um atendente estabeleça contato virtual com o consumidor, entrando em sua tela para auxiliá-lo no que for necessário. E o internauta tem a opção de retirar ele mesmo o produto adquirido na filial
Bastidores da loja 5000
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om identidade própria, chamada de loja 5.000, a operação das Casas Bahia na web tem como maior novidade o fato de ter sido montada na plataforma mainframe. A tecnologia, que já atuava como o coração do processamento da companhia, permite um ambiente virtual integrado do site com o da rede física em tempo real, no qual a validação da compra, geração de cadastro, pedido de venda, baixa no estoque e entrega são acionados para que a mercadoria seja levada ao cliente no prazo determinado. Entre os parceiros de infra-estrutura, a companhia lista parceiros como a Clear Sale, que checa informações transacionais no ambiente online; a Aúnica, responsável pela implementação do Omniture, software líder mundial em web analitics; e a Atlas Solutions, plataforma de monitoramento e hospedagem de campanhas de mídia online. Além disso, traz ferramentas de criptografia que asseguram que todas as informações transacionais estejam codificadas. A segurança do site – assim como a de mainframe – é fruto de parceria com a IBM. “Trabalhamos duro para garantir a inviolabilidade e a confidencialidade dos dados de cada transação. Nossa loja utiliza tecnologia de ponta, o que há de mais “top” no mercado. Afinal, segurança não é produto, é solução mais processo”, completa Klein. Na integração do mundo real com o virtual, a loja online utiliza um sistema de logística próprio e só fará entregas nos mercados nos quais a rede possui filiais. Para compras de mercadorias na região Sudeste, com valor acima de R$ 299, por exemplo, não haverá cobrança de frete. Para as demais regiões, o preço do transporte será estipulado de acordo com o produto adquirido, no ato da compra. E o serviço de garantia estendida também está à disposição na loja virtual, como mais uma opção ao cliente. Para atender os clientes, a companhia montou um SLV (Suporte à Loja Virtual) com um contingente de 100 profissionais que já atuavam na CB Contact Center, braço da Casas Bahia na área de call center e central de atendimento.
mais próxima, se assim o desejar. Já o Wal-Mart quer facilitar a busca dos produtos em sua loja virtual. Um exemplo: na seção de notebooks é possível utilizar filtros simultâneos por marca, processador, memória RAM, faixa de preço etc. Ou seja, se o consumidor tem um budget definido, e tem exigência de configurações, preferências por uma ou mais marcas, ele combina as informações e encontra o equipamento mais adequado. “Durante sua navegação o consumidor é apresentado a diversos recursos de Web 2.0, que incentivam a colaboração entre os usuários e fornecem, em diversos momentos, informações sobre o que os outros consumidores estão vendo, comprando ou buscando no site. Isso significa que, com o tempo, a experiência tende a ser ainda mais rica, uma vez que mais consumidores terão interagido com a plataforma”, revela Dias. Um exemplo desses recursos é o uso de tags – palavras postadas pelos próprios usuários que viram referência de navegação e dicas para os outros – do tipo “quem viu acabou comprando”, “quem comprou, comprou também”, e
>internet comentários sobre o produto, entre outras possibilidades.
e-commerce brasileiro cresceu mais que o norte-americano, em 2008. foram 30% contra 7% naquele país
Acelerando no 2.0 Outra opção é o modo “Espiar”, que possibilita que alguns detalhes do produto possam ser rapidamente visualizados em uma “janela” sem que seja necessário sair da página. Na home page, dentro da ferramenta Wal-Mart RSS, o consumidor pode fazer uma assinatura para receber informações de
ofertas da área desejada e as buscas do dia, que mostra as palavras mais buscadas em formato tag cloud – links mais relevantes aparecem com fonte maior e em negrito. Como todos os sites, o Wal-Mart permite o uso de cartões, mas traz a possibilidade de dividir a compra em dois cartões de crédito no próprio site, bastando definir o valor de cada um deles. E, na entrega, para as praças de São Paulo e Rio, o site abre a possibilidade de entrega expressa – feita no mesmo dia da compra. “Criamos ainda recursos de personalização, que permitem a exibição de “prateleiras” de produto e banners de forma customizada. E ainda o “Meu Wal-Mart”, espaço no qual o consumidor pode criar seu perfil com foto, preferências e informações pessoais. Assim, o consumidor tem fácil acesso aos pedidos que fez no site, informações cadastrais, listas criadas, tags, resenhas, últimos produtos navegados e muito mais”, enumera Dias. Estas facilidades são fruto do investimento do Wal-Mart em uma infraestrutura terceirizada, com a garantia do
É tempo de e-commerce Atualmente, no Brasil, 97% das empresas estão conectadas à Internet, enquanto 20% das residências estão ligadas à rede mundial de computadores. E, em média, os brasileiros passam 23 horas por mês conectados, de acordo com o Ibope/ NetRatings. Valores que tem crescido anualmente de forma exponencial. Veja agora o tempo de navegação por pessoa em categorias e subcategorias selecionadas, com números registrados em horas, minutos e segundos, que demonstra a boa performance do e-commerce no Brasil.
Categorias
tempo de crescimento crescimento navegação semestral anual
Automóveis
00:16:57 24,3% 4,4%
Casa e Moda
00:16:19
19,0%
21,0%
Comércio Eletrônico
00:35:14
18,0%
8,9%
Notícias e Informações
00:30:46
16,0%
16,0%
Buscadores
00:36:10 14,5% 18,6%
01:37:40 14,2% 13,0%
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*Fonte: Ibope/NetRatings
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parceiro em relação a flexibilidade e crescimento. Como a garantia, em contrato, de rápida expansão em caso de necessidade, e de maior carga em momentos de pico das operações. Crescer o bolo A Decolar acredita em promoções e na interatividade com o cliente. “Montamos ofertas e pacotes continuamente e sabemos que o segmento de turismo precisa sempre agregar algo, além da pesquisa pura e simples”, alerta Camanzano. Política que é complementada por financiamento próprio, em até 18 vezes, com auxílio da Cetelen e entidades de cartão de crédito. A navegação é aprimorada regular e continuamente. “Temos um pipeline com muitas novidades de ferramental e desenvolvemos tudo internamente. Temos uma equipe de 80 pessoas na Argentina para a América Latina, e um grupo local, de seis profissionais, para o que é específico da operação brasileira”, revela. Ainda em março será lançada uma rede social da empresa que vai focar em informações e dicas dos destinos feita pelos próprios consumidores. Os primeiros posts, em regime de teste, foram feitos pelos mil funcionários da companhia em toda a AL. Todas essas iniciativas visam assegurar as boas perspectivas para 2009, que, apesar da crise, prometem ser positivas. Principalmente se compararmos a previsão de crescimento do Brasil com o dos Estados Unidos. Mesmo com um número menor se comparada aos anos anteriores, o comércio pela Internet deve alcançar a marca inédita de R$ 10 bilhões de faturamento, crescendo entre 20% e 25% em relação a 2008 – enquanto o crescimento no último ano foi de 30%. Já o comércio eletrônico norteamericano, que segundo o eMarketer cresceu apenas 7%, gerando um faturamento de US$ 136 bilhões, deve seguir meio de lado este ano – na melhor das hipóteses. Até por não ter uma base de clientes em expansão como acontece por aqui. 2 0 0 9
>internet Genilson Cezar
TV busca audiência na web Emissoras investem em recursos de interatividade para melhorar programação e manter a audiência em alta, seguindo as regras dos telespectadores
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que a internet suporte toda a programação da Fox, mas não se sobreponha ou ganhe o espaço da televisão”, indica Hohagen.
fotos: divulgação
A
s emissoras de televisão do País, tanto as que operam sinais abertos, quanto o universo de TV por assinatura, aceleram os passos para abrir novos “Os expectadores passaram a fazer canais na internet, utilizando os recursos uso muito intenso de web 2.0 para interagir online com dos canais web seus expectadores. O objetivo em médio para influenciar prazo é criar comunidades sociais na programação virtuais, de modo a incentivar o envio de da televisão. A comentários, blogs, fóruns e vídeos, além nossa percepção de permitir a geração de conteúdos. é que eles estão Mais do que tudo, a intenção é aumentar das emissoras de TV junto mais rigorosos e aaovisibilidade público. exigem a oferta “Os expectadores passaram a de mais conteúdo fazer uso muito intenso dos canais em vídeo, e não web para influenciar na programação apenas da televisão. A nossa percepção é informações em que eles estão mais rigorosos e texto, fotos, exigem a oferta de mais conteúdo em grades de vídeo, e não apenas informações em programas etc.” texto, fotos, grades de programas Bernardo etc.”, conta Bernardo Hohagen, Hohagen, da .FOX diretor de publicidade online da .FOX Networks Networks, redes que possui mais de 500 websites e sete bilhões de impressões mensais. Segundo ele, há pelo menos dois anos, a empresa já disponibiliza, dentro do conceito de web 2.0, vários canais interativos na internet (canalfox. com.br, natgeo.com.br, National Geographic Channel, foxlife.com.br, canalfx.com.br, canalspeed.com.br) que permitem interações com usuários através de facilidades de acesso à programação, jogos, fotos, dicas sobre os personagens das séries,
chats, entre outros serviços. Os usuários precisam se cadastrar para ter acesso às redes virtuais e utilizar o canal de interatividade na web para acompanhar a programação, falar ao vivo com os especialistas dos sites, ouvir músicas e assistir aos vídeos, além de participar de fóruns sobre as programações, com estatísticas, em tempo real, dos acessos. “A idéia é
Ao seu dispor A grande preocupação é se antecipar aos desejos dos expectadores. A TVA, operadora de multisserviços, que tem como sócios os grupos Abril e Telefônica, decidiu transformar sua presença online e inaugurou um novo website, desenvolvido com recursos de web 2.0, para possibilitar acessos de todos os expectadores ao seu conteúdo da TV por assinatura. A operadora é líder na oferta de TV por assinatura digital via cabo no Brasil, serviço que lançou em 2004, e pretende agora promover uma experiência em vídeo para mudar a relação de entretenimento dos usuários na internet. “O novo site da TVA reflete a mudança de comportamento do consumidor, que busca conteúdos pela internet, pesquisa e está sempre antenado com o que é publicado no meio web. O vídeo tornou-se referência e estamos, de forma pioneira, antecipando esta tendência”, afirma Leila Cocito, diretora de marketing da TVA.
A TV Globo transmitiu ao vivo pela internet (webcast) a coletiva de imprensa de lançamento de Paraíso, remake da novela de Benedito Ruy Barbosa, lançada este mês T I I n s i d e
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Eduardo Kfouri, da vignette: mais efetivo do que fazer marketing aberto e horizontal, é fazer marketing direcionado, que proporcione uma experiência online agradável e atenda às expectativas do cliente
De acordo com Rafael Scoladore, consultor de internet da TVA, o site foi desenvolvido em três meses com o objetivo de estimular a participação dos usuários, assinantes ou não da emissora. O internauta precisa se cadastrar para assistir a um vídeo, por exemplo, mas está livre para fazer comentários, recomendações a amigos, avaliar eventos, participar de blogs e definir programações segundo suas preferências por gêneros, canais e programas. Utilizando conceitos de web 2.0, o site foi desenvolvido pela LabOne, em parceria com a Ithink, responsável pela estratégia e interface de comunicação. O novo site contará agora com trailers de filmes e séries, making ofs, vídeos de programas exibidos pelos canais. “A finalidade é tornar o site uma referência para todos aqueles que quiserem encontrar o melhor da programação da sua TV por assinatura e ampliar sua experiência na web, pois poderá se programar, assistir e interagir por meio de recursos de web 2.0”, diz Scoladore. Para os provedores de tecnologia essa é uma tendência que vai revolucionar a forma como as empresas planejam sua comunicação. Um exemplo, segundo Marcelo Albagli, sócio-diretor da Canvas
Webhouse, foi a transmissão ao vivo pela internet (webcast), no dia 2 de março, da coletiva de imprensa de Paraíso, remake da novela de Benedito Ruy Barbosa, lançada este mês na TV Globo. O acesso dos usuários à coletiva online, feita diretamente do estúdio de gravação Projac, da TV Globo, teve número recorde de cliques, informa Albagli, acrescentando que desde o final do
ano passado a TV Globo vem realizando uma série de eventos utilizando recursos de web 2.0. Outro grande fornecedor de tecnologia, a norte-americana Vignette, que desenvolve software para gerenciamento de experiências e conteúdo na web, conta com vários clientes mundiais na área de TV a cabo, entre os quais a British Sky Broadcasting, com mais de oito milhões de assinantes na GrãBretanha. No Brasil, um de seus principais clientes é a Globo.com, que usa as soluções para acelerar a implementação de seus sites, reduzir riscos e aumentar a performance na entrega das informações. Eduardo Kfouri, vice-presidente da Vignette para a América Latina, avalia que os benefícios dessa estratégia são inúmeros. Mas para usufruí-los é preciso engajar clientes (reais ou potenciais) na web. “É preciso aumentar a percepção de valor da marca da empresa. Isso só acontece quando oferecemos aquilo que cada usuário está buscando. Ou seja, mais efetivo do que fazer marketing aberto e horizontal, é fazer marketing direcionado, que proporcione uma experiência online agradável, visando atender às expectativas dos clientes” afirma.
Métricas
A
a web será utilizada para compartilhar vídeos, fotos e outros conteúdos multimídia que permitem enriquecer a experiência dos usuários. “Este aumento de interatividade desperta o interesse do internauta em usar ainda mais a web no seu cotidiano e desafia as organizações a desenvolverem serviços diferenciados”, diz Manzar. Isso significa ao mesmo tempo uma boa oportunidade de negócio e um desafio associados à entrega de ricas experiências online no mercado brasileiro, de acordo com outra pesquisa, desta feita realizada pela Vignette, no ano passado, com objetivo de mensurar a maturidade da web 2.0 no Brasil. Foram entrevistados 107 executivos das áreas de marketing de 81 empresas, e a grande preocupação no que diz respeito ao acesso aos sites atuais das empresas, segundo a pesquisa, é entender as necessidades dos consumidores e avaliar o comportamento desses clientes. “O levantamento aponta para uma vontade das empresas de amadurecer suas estratégias on line e consideram importante o uso da web 2.0 em seus planos de comunicação”, diz Kfouri.“Mas revela também um mercado ainda carente de amadurecimento no que diz respeito ao uso de soluções diferenciadas como social media, personalização e abordagem multicanal”, assinala.
s redes sociais já estão sendo utilizadas para prover a interação entre empresas, clientes e parceiros de negócios, mas os fornecedores de telecomunicações devem oferecer serviços diferenciados para atender internautas cada vez mais exigentes. Essa é uma das constatações do novo estudo do Institute for Business Value (IBV) da IBM, denominado “Transformando o Papel da Indústria de Telecomunicações”. O estudo mostra que 69% dos profissionais entrevistados revelaram que utilizam aplicativos para aumentar a colaboração; 55% agilizam o tempo de resposta; e outros 36% pretendem diminuir o custo de TI com o uso dessas ferramentas. “Com a evolução da web, os fornecedores de telecomunicação passam a atuar como provedores de serviços de plataformas abertas na internet. Todo esse processo é estratégico para os negócios e impacta diversas áreas, como ofertas de produtos e serviços, skills, plataformas, modelos de receita e mercado” diz Manzar Feres, diretor da área de telecomunicações da IBM para América Latina. Segundo ela, os internautas estão mais atentos e exigentes às novidades e facilidades que a web oferece. Entre os principais interesses estão sites como Facebook e MySpace, atendendo seus objetivos de colaboração, principalmente para contatos pessoais. Mas as exigências crescem e cada vez mais
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6 E 7 DE MAIO DE 2009 - AMCHAM - SÃO PAULO-SP
As novas soluções para as empresas se relacionarem com o mercado de software. A REVISTA TI INSIDE E A CONVERGE COMUNICAÇÕES REALIZAM A NOVA EDIÇÃO DO EVENTO TOTALMENTE DEDICADO À NOVA MANEIRA PELA QUAL O UNIVERSO DAS EMPRESAS SE RELACIONA COM O MERCADO DE SOFTWARE. DOIS DIAS DE DEBATES SOBRE O IMPACTO DAS INOVAÇÕES EM SOFTWARE NO COTIDIANO E NA INFRA-ESTRUTURA DOS NEGÓCIOS EM TI DAS EMPRESAS BRASILEIRAS. UM QUADRO COMPLETO DE COMO O SOFTWARE ESTÁ TRAZENDO SOLUÇÕES INOVADORAS PARA AS EMPRESAS DE TODOS OS TAMANHOS E ÁREAS DE ATUAÇÃO, NUM ENCONTRO OBRIGATÓRIO PARA TODA A CADEIA DE VALOR DO SEGMENTO.
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A salvação
da lavoura David Fernández, da Info Build: médias e grandes corporações são curiosas em relação ao SaaS, mas ainda resistem ao modelo por ser necessário tirar de casa as informações dos seus bancos de dados
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uando a crise econômica mundial começou a se desenhar, a necessidade das corporações em repensar seus investimentos apontava para o modelo de software como serviço, o SaaS, como opção aos novos orçamentos, muito mais enxutos. Embalada pela premissa de não demandar um grande aporte de capital inicial, a modalidade passou a ser considerada como a “salvação da lavoura” em tempos de crise. Coincidência ou não, vários anúncios de novas soluções no modelo foram feitos nos últimos meses, encabeçados pela IBM, que apresentou seu LotusLive, um conjunto de serviços de colaboração baseado em cloud computing e oferecido como SaaS. A aposta ganhou ainda mais fôlego, com a nova previsão para o segmento, feita pela IDC, mostrando que a crise econômica mundial vai realmente acelerar as vendas de soluções “as a service”. O crescimento mundial previsto para 2009, que era de 36%, passou para 40,6%, porque, segundo revelou a pesquisa, as empresas devem buscar meios mais simples de contratar serviços, ao mesmo tempo em que os fornecedores vão se apressar em desenvolver novos produtos para obter fontes de receita recorrentes. A IDC previu ainda que
fotoS: divulgação
O modelo de SaaS atrai novos fornecedores embalados pelas previsões otimistas de crescimento nas empresas e pela promessa de receita em novos nichos de mercado
73% das empresas norte-americanas estarão usando ao menos um software entregue no modelo de serviço até o final deste ano.
Apesar do otimismo em torno do tema e dos benefícios financeiros da entrega “as a service”, em princípio independentemente do porte da empresa, aqui no Brasil, ainda há resistência das grandes corporações em adotá-la. Para cada tipo de serviço, as barreiras variam, mas o fato de as informações ficarem armazenadas fora das empresas, além das limitações de customização da maioria dos softwares entregues no modelo SaaS, são ainda os maiores entraves para a sua difusão no País. Ainda assim, observa-se o ingresso cada vez maior de novos players nesse mercado, que investem no desenvolvimento de produtos e planos de negócio mais adequados à nova demanda. Vale a pena? Se depender do que diz o
EM BUSCA DE DESENVOLVEDORES
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e olho nas previsões de crescimento do mercado de SaaS para incrementar a receita em 2009, a Corpflex saiu ao mercado em busca de novos parceiros nacionais e multinacionais desenvolvedores de softwares corporativos como ERP, CRM e BI. A empresa - que já trabalha com empresas como a Senior Sistemas, Benner Solution e a Mega Sistemas - oferece a infraestrutura de servidores necessária para suportar as soluções e se responsabiliza pela hospedagem do software de gestão e seu monitoramento 24x7x365 no seu Data Center. A idéia é facilitar a venda do software para as empresas desenvolvedoras de CRM, BI e ERP, uma vez que esses sistemas de gestão exigem alto investimento por parte dos clientes finais. Acreditamos que, dessa forma, os desenvolvedores de software possam focar no seu negócio e vender mais sistemas a novos clientes e mercados”, afirma João Alfredo Pimentel, diretor da CorpFlex.
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Marcio Lebrão, da McAfee: 90% das compras feitas por usuários residenciais são no modelo SaaS, contra 15% no mercado corporativo
Gartner, sim. Para a consultoria, que identificou as 10 tendências em TI para os próximos quatro anos, pelo menos um terço das aplicações de negócios serão contratadas no modelo SaaS. Entre as empresas que demonstram acreditar nessa aposta está a SAS Brasil, cujas iniciativas previstas para 2009 incluem o lançamento de uma série de soluções na modalidade, com acesso pela internet, por meio de assinatura. A primeira, que será colocada no mercado a partir de abril, é um aplicativo para automação de campanhas de marketing. “Escolhemos esta solução porque pode ser adotada por empresas de portes e mercados variados, uma vez que atende a um departamento que existe em todas as corporações”, explica Márcio Dobal, presidente da SAS Cone Sul. Embora concorde que o modelo SaaS está mais relacionado às pequenas organizações, o executivo
buscando a Info Build, empresa de BI representante da Information Builders no Brasil, que se prepara para colocar no mercado o seu
mercado: previsão de crescimento mundial para 2009 saltou de 36% para 40,6% software como serviço, e enxerga as pequenas empresas como maior filão. O diretor de novos negócios da Info Build, David Fernández, justifica a escolha, explicando que “nas médias e grandes a postura em relação ao SaaS é de curiosidade, mas há uma grande resistência por ser necessário ‘tirar de casa’ as informações dos seus bancos de
afirma que este não será o alvo da SAS, que continua sendo as grandes corporações. “Para nós, o modelo terá utilidade para a implantação de projetos-piloto, uma vez que permite que a empresa teste as soluções sem grandes investimentos iniciais. Mas o passo seguinte é a customização”, declara. O caminho difere do que está
dados”. Já nas pequenas, segundo ele, a aderência é bem maior, principalmente pelos baixos investimentos iniciais em infraestrutura e gestão. “Na maioria desses negócios, as áreas de TI são muito enxutas e desempenham várias funções. A gestão de BI tradicional implicaria ou em contração ou em sobrecarga das pessoas”, diz o executivo. Além disso, ele explica que as pequenas empresas demandam sistemas menos complexos, pois suas necessidades são mais simples, o que faz com que o software como serviço possa ser mais básico e, portanto, acessível. Para a McAfee do Brasil, que atua no País com a solução McAfee Total Protection Service, as pequenas e medias empresas e os consumidores domésticos representam o grande mercado de entrega como serviço. Neste último, o SaaS representa 90% das vendas. Já no mercado corporativo, apenas 15% das vendas estão baseadas no modelo. “As médias e grandes ainda fazem questão de comprar o próprio software e fazer a gestão da segurança”, explica Márcio Lebrão, presidente da McAfee do Brasil. Ainda assim, ele prevê um aumento da parcela do SaaS, que deve chegar a 20% até o final do ano. “Vamos dar um foco maior nas pequenas e médias, e com isso aumentaremos a fatia do SaaS, que é a melhor alternativa para esse mercado”.
OS MITOS DO SaaS, SEGUNDO O GARTNER
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ito 1: contratação de software como serviço é mais barata do que o desenvolvimento de soluções - essa afirmação só é verdadeira se for levado em consideração o curto prazo. O desenvolvimento de soluções in-house pode ser mais econômico uma vez que permite atualização constante de suas funcionalidades. Assim a empresa usuária não precisa esperar o término de um contrato para mudar especificações da ferramenta. Isso só atrasa a evolução das soluções e o progresso empresarial. Mito 2: implementação de SaaS é mais rápida do que as demais - A implementação de software como serviço é mais simples, mas é preciso considerar que as organizações demandam soluções cada vez mais complexas e integradas a seus parques de TI. Isso, certamente, diminuirá a velocidade de implementação das soluções de SaaS, praticamente igualando-as às demais. Mito 3: SaaS é precificado como utility – essa é a forma
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mais correta de precificação – quando o usuário paga apenas pelo que usou, como em contas de energia elétrica. Entretanto, são muito raros os fornecedores que fazem uso desse modelo de tarifação. Em geral, os usuários pagam muito mais do que utilizaram o serviço. Mito 4: aplicações de SaaS não são integráveis – Se o contrato for firmado com um fornecedor competente, a integração dos softwares com a infraestrutura da companhia acontece facilmente. Mito 5: SaaS só funciona para funções básicas - Ainda há algumas funcionalidades para as quais o modelo de serviços não é eficiente. Hoje as aplicações de SaaS já cobrem muito da demanda do mercado, mas ainda deixam a desejar em se tratando de programas que requerem workflow mais complexo e capacidades de gerenciamento processual mais específicas.
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Os encantos da telepresença
Com forte apelo econômico, conceito ganha adeptos no País e esquenta guerra entre os fabricantes
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o início da década de 90, uma tecnologia baseada em rede, voz e vídeo, brilhou aos olhos das corporações porque propunha corte nos gastos com viagens; otimização de tempo de executivos; e agilidade nas decisões corporativas, além de sugerir maior qualidade de vida aos empregados de uma corporação. Era o auge da videoconferência que, apesar do custo alto e da baixa qualidade à época, atraia simpatizantes pelas vantagens que oferecia. De lá para cá muitas novas tecnologias foram desenvolvidas, e um primo mais evoluído da videoconferência – a telepresença – promete recolocar os projetos de salas para reuniões remotas na pauta do dia das corporações, em especial aquelas que querem prestar um melhor serviço aos seus executivos de ponta. O conceito permite a integração de ambientes fisicamente distantes, dando a duas ou mais pessoas a impressão de que estão na mesma sala, conversando frente a frente. Em todo o mundo, a proposta vem sendo valorizada como ferramenta de colaboração por permitir uma maior integração entre colegas de diferentes países, reduzir o número de viagens e
tornar mais ágil a solução de problemas, aumentando a produtividade, segundo Victor Hugo Casiano, analista de indústria da Frost & Sullivan. O conceito convencional e histórico da telepresença é o de imersão. Assim, as soluções são baseadas em conexões de alta velocidade, propõem uma configuração padrão para as salas de reuniões (mobiliário e equipamentos) e utilizam equipamentos mais simples de usar e de melhor qualidade de imagem (escala um para um). “Na telepresença imersiva a
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esquisa feita pela ABI Research, que inclui equipamentos, serviços gerenciados e de rede no mundo todo, indica que este mesmo segmento movimentou US$ 126 milhões no ano passado, e deve chegar a US$ 2,5 bilhões em 2012. Entre os avanços destacam-se vídeo em alta definição, em áudio e na simplificação do acesso às sessões de telepresença como motivadores do crescimento. Segundo a consultoria, a alta da demanda se justifica pela necessidade das empresas em cortar custos com viagens internacionais, além de economizar tempo dos executivos e reduzir as emissões de carbono. 3 6
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pessoa esquece a tecnologia. Se alguém cutucar a mesa do outro lado, todos ouvirão o barulho”, define Pierre Rodriguez, diretor de operações e marketing da Polycom no Brasil. Um estudo feito pela consultoria F&S mostra que a maioria das verticais no mercado pode se beneficiar da telepresença, a exemplo da área de educação, onde a tecnologia permite conferências com palestrantes do mundo todo, ou ainda reuniões de cientistas de uma mesma área de atuação em diferentes universidades, independente da distância entre elas. Treinamentos e interações entre diversas equipes, que muitas vezes nem se conhecem mas que executam o mesmo trabalho em vários países, também são benefícios reais quando se tem um ambiente com recursos para telepresença, aponta Casiano. Iniciativas No mundo corporativo, os exemplos de economia também são recorrentes. A
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consultoria Deloitte contratou a Nortel para ter serviços de telepresença e videoconferência em mais de 130 filiais em todo o mundo e, assim, reduzir os custos com viagens de funcionários, além de amenizar os impactos ao meio ambiente. Segundo a Nortel, uma organização que gasta mais de US$ 23 milhões por ano com deslocamentos pode recorrer à telepresença para diminuir 385 mil horas de produtividade perdida e economizar até US$ 7 milhões. Outra empresa a aderir mundialmente a telepresença, e de forma pioneira no Brasil, é a Procter & Gamble. O projeto desenvolvido e implementado pela Dimension Data utiliza a tecnologia Cisco TelePresence, uma solução que segue os padrões da telepresença imersiva, com três telões de plasma, que permitem a visualização em tamanho real dos interlocutores, por meio de três câmeras de alta definição em cada uma das salas e um sistema de microfones de alta sensibilidade. Lançamento Os projetos globais animam os provedores de produtos e serviços no Brasil. Um deles, a BT, selou parceria com a Cisco e lança, ainda em março, seus serviços para telepresença em um pacote que inclui o projeto da sala, o fornecimento dos equipamentos, a conexão em alta velocidade e o suporte à conferência. A BT oferece tanto a solução completa quanto parcial, ou seja, somente a sala e o equipamento de telepresença, ou a sala, o equipamento e a conectividade, este último, aliás, o seu foco. Com certificações para duas atividades – venda e instalação de salas de telepresença; e integração da rede para suportar o tráfego de imagem em alta definição, a empresa traçou, junto com a Cisco, um plano de três anos, período no qual pretende instalar 1500 salas no mundo, sendo 200 na América Latina e, destas, entre 80 e 100 no Brasil. Luiz Sanches, diretor geral da empresa no Brasil, ressalta, no entanto, que o foco da solução se restringe a grandes corporações, com dois ou mais pontos de presença e necessidade de contato freqüente entre seus líderes. “Não é um produto para pequena e média, e até entre as grandes corporações o seu uso ainda é restrito. Trata-se, portanto, de uma solução de nicho para um mercado de nicho”, confirma Pierre Rodriguez. Às médias e
plano de negócios para atendimento de clientes em larga escala dá-se principalmente pelo fator custo, além da necessidade de se traçar a geografia da demanda. Segundo Sanches, o serviço de telepresença não é tão trivial como um serviço de conferência, para o qual se usa apenas um terminal. Na verdade, as diferenças partem da infraestrutura de comunicação, cuja conexão precisa ser de, no mínimo, 2MB, no caso da solução oferecida pela Siemens (veja reportagem abaixo), podendo chegar ao link dedicado de 15MB exigido pelos sistemas Cisco; e custam a partir de US$ 36 mil, sem considerar as obras civis necessárias para a configuração das salas e o mobiliário. Um gráfico dinâmico utilizado pela
Segundo a Nortel, uma organização que gasta mais de US$ 23 milhões por ano com deslocamentos pode recorrer à telepresença para diminuir 385 mil horas de produtividade perdida e economizar até US$ 7 milhões pequenas empresas ainda se estuda uma proposta de serviço remunerado pelo uso, a exemplo do que faz a Tata Telecom, na Índia. Há inclusive estudos de algumas operadoras de telecomunicações no Brasil, segundo Fernando Lucato, gerente de negócios da Cisco, que observam com simpatia a proposta, apesar de ainda não terem definido um modelo de negócio. Custo e banda A dificuldade em se estabelecer um
BT, no entanto, enriquece os argumentos de defesa dos vendedores de telepresença. A ferramenta indica que cinco profissionais com três viagens mensais, em média, assumindo um salário de US$ 80 mil por ano, gerariam para a empresa um custo de aproximadamente US$ 110 mil/ano. Assumindo que 10 empregados utilizem telepresença em 40% das reuniões, a mesma empresa teria uma
DIFERENTE, MAS IGUAL
A
Siemens Enterprise Communicatinos iniciou a venda no Brasil de uma solução cuja principal característica é a alta resolução, e se posiciona como mais um concorrente na arena da telepresença. Além de oferecer a tecnologia, a Siemens Enterprise também provê serviços de consultoria sobre layout (iluminação, mobiliário etc.), alinhando-se ao conceito de telepresença, com o OpenScape Vídeo. O principal diferencial do produto em relação às soluções disponíveis no mercado, segundo Juliano Fenolio, gerente de alianças da Simens Enterprise Communications, são o preço e a otimização de banda (consome 1MB por terminal). O OpenScape Video é um hardware composto por câmera, microfone/autofalante, dispositivos de codificação e multiconferência e software de administração. O produto oferece imagem em alta definição e sincronia fina entre vídeo e áudio, permite o compartilhamento de diversos tipos de documentos, integração de aplicativos (Office, Netmeeting etc.) e o funcionamento em até seis pontos. A necessidade de utilização de pouca banda se deve à tecnologia de compressão de áudio, a mesma utilizada pelo iPod, da Apple.
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T I I n s i d e
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“Na telepresença imersiva a pessoa esquece que tem tecnologia. Se alguém cutucar a mesa do outro lado, todos ouvirão o barulho” Pierre Rodriguez, da Polycom no Brasil
>mercado economia de quase US$ 150 mil no segundo ano, obtendo o retorno do investimento em 15 a 30 meses. No item pay-back, a Cisco é um caso de sucesso de si própria, já que instalou 269 salas no mundo e realizou
144 mil reuniões com telepresença, nos últimos dois anos, evitando, com isso, 27 mil viagens. Em tempos de arrocho econômico mundial, o apelo custo tem sido o grande aliado da telepresença, juntamente com a segurança, conforto
e agilidade que a ferramenta pode prover. Os provedores instalados no Brasil já computam os primeiros casos de sucesso e apostam em alta da demanda assim que a solução for melhor assimilada pelo mercado.
10 mitos A Polycom, uma das fornecedoras de solução de telepresença no mercado brasileiro, listou recentemente 10 fatores que podem causar equívocos sobre o conceito:
1
A telepresença é uma tecnologia completamente nova
6
FALSO – As soluções de telepresença estão no mercado há mais de uma década. Mesmo que não seja algo novo, é correto afirmar que a telepresença está recebendo mais atenção agora do que antes. Isso acontece em razão da melhora da qualidade conseguida pela tecnologia HD da videoconferência e a entrada no mercado de grandes empresas que oferecem soluções de telepresença.
2
FALSO – Atualmente existem dois termos utilizados para a telepresença imersiva. O primeiro é o que chamamos de telepresença imersiva “do outro lado da mesa”, criado para fazer com que as pessoas sintam como se estivessem sentadas do outro lado da mesa, em frente aos seus colegas de outros lugares. Este é o mais comum, hoje em dia. O segundo tipo de solução oferecida é aquela que chamamos de telepresença imersiva “na mesma sala”, exclusividade da Polycom. Utilizando monitores de cinema com vídeo de alta-definição, essas soluções oferecem uma imagem completa das outras salas em proporções similares a da vida real para que as pessoas possam parar e caminhar ao redor da sala e, mesmo assim, interagir de forma dinâmica com os demais participantes.
A telepresença é uma tecnologia completamente separada da videoconferência FALSO – A telepresença constitui uma nova evolução da videoconferência, dirigida a proporcionar una experiência natural e de alta qualidade similar a da vida real. A diferença pode ser facilmente notada entre uma experiência em telepresença e uma videoconferência, mas as tecnologias utilizadas e os conceitos são basicamente os mesmos.
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A telepresença é uma marca específica de uma empresa FALSO – O termo “telepresença” se refere às soluções que estão no mercado há mais de uma década e que são distribuídas atualmente por vários provedores.
Você não pode obter uma experiência verdadeira de telepresença utilizando as soluções mais comuns de comunicação visual FALSO – Vários provedores têm soluções de telepresença imersiva baseadas em padrões disponíveis hoje em dia que cumprem ou até mesmo ultrapassam a experiência disponível em soluções patenteadas. Estas soluções de telepresença imersiva também são completamente interoperáveis com os sistemas de videoconferência baseados em padrão que são utilizados atualmente, ao redor do mundo.
5
As soluções de telepresença são realmente caras VERDADEIRO e FALSO – É verdadeiro porque alguns sistemas têm realmente preços elevados, mas torna-se falso quando avaliamos a redução dos custos operacionais das empresas. Estudos iniciais sobre a telepresença mostram que os sistemas de telepresença são 10 vezes mais utilizados que os sistemas de videoconferência tradicionais. Com isso, podem-se reduzir os custos de uso por hora desses sistemas. 3 8
T I I n s i d e
Todas as soluções de telepresença imersiva proporcionam a mesma experiência
7
As soluções de telepresença de diferentes provedores não podem conectar-se entre si
8
A telepresença exige um melhoramento considerável da infra-estrutura da rede
9
A telepresença exige que a rede tenha uma banda considerável
10
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VERDADEIRO e FALSO – É uma dúvida simples, mas com uma resposta complexa. Ela depende da definição da telepresença e porque há diferentes estratégias assumidas por alguns provedores que se aderem ou não a padrões já estabelecidos.
FALSO – Para os clientes que estejam usando a vídeo conferência com sucesso, a implementação de soluções de telepresença é relativamente fácil. Contudo, os compradores devem ficar atentos às possíveis plataformas distintas de algumas empresas que fornecem telepresença para evitar surpresas.
VERDADEIRO, mas varia – É correto dizer que as soluções que utilizam vídeo em HD exijam um tamanho de banda larga mínimo de 1Mbps (se recomenda 1.5 Mbps) por codec para qualidade de vídeo HD, mas na realidade o tamanho da banda larga necessária para as soluções de telepresença depende do nível da resolução HD e da eficiência da tecnologia de coding de vídeo que é utilizada.
A telepresença é indicada apenas para salas de reuniões FALSO – Existe uma ampla variedade de soluções de telepresença disponíveis hoje em dia que cumprem diferentes aplicações e necessidades de espaço. As soluções de telepresença também oferecem muito mais do que “cabeças que falam” permitindo às pessoas compartilhar conteúdo multimídia durante uma reunião de telepresença
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