Ano 7 | nº 74 | novembro de 2011
www.tiinside.com.br
PF se arma para prevenir crimes eletrônicos O modelo brasileiro do Google Shopping Tecnologias que devem imperar em 2012
canteiro de obras
Preocupado com competitividade e retenção de mão de obra, setor da construção amplia orçamentos de TI
>editorial
Ano 7 | nº 74 |novembro de 2011 | www.tiinside.com.br
Presidente Rubens Glasberg Diretores Editoriais André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon Diretor Comercial Manoel Fernandez Diretor Financeiro Otavio Jardanovski
Editor Claudiney Santos
Demanda acelera uso de TIC pelo setor de construção civil
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s construtoras e incorporadoras vivem seu melhor momento econômico e isto fica evidente na profusão de lançamentos imobiliários estampados em sites e jornais e na farta disponibilidade de crédito imobiliário. Um cenário com reflexo direto nos investimento em TI pelas construtoras e incorporadoras que, como os demais setores da economia, precisam ganhar produtividade para enfrentar a concorrência e, principalmente nesta área, a carência de mão de obra qualificada. Não poderia haver otimismo maior diante de um ‘’pipeline’’ da construção de imóveis financiados pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal, e as grandes obras de infraestrutura para a Copa do Mundo, em 2014, entre outros programas de melhoria associados à expansão econômica brasileira. Esses fatores garantem, neste ano, que o setor da construção civil se mantenha em alta, conforme constata um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o órgão, o crescimento deve girar em torno de 8,5%, taxa um pouco abaixo do resultado registrado no ano passado (11,6%), mas um cenário de atividades mais favoráveis à construção civil do que o previsto, na média, para o conjunto de todos os setores econômicos. A previsão para o crescimento do Produto Interno Brasileiro (PIB), que é a soma das riquezas produzidas pelo país, é 4,5% - ante um crescimento de 7,5% no ano passado.
Conforme mostra a matéria de capa da editora Jackeline Carvalho, o empurrão do governo e a resposta dos consumidores, principalmente as classes C e D, expõem o interesse das incorporadoras e construtoras à necessidade de investirem em soluções de TI que tragam maior eficiência e produtividade, além de instituir a governança interna para que o negócio seja igualmente atraente no mercado de capitais, alvo de um número cada vez mais elevado de empresas do setor. Nesta edição também registramos dois projetos públicos que devem satisfazer velhas demandas da sociedade: a informatização da Justiça, para acelerar o trâmite de processos; e o projeto Oráculo, da Polícia Federal, para investigar crimes eletrônicos. Em se tratando de segurança, item de primeira necessidade nas grandes cidades brasileiras, não há dúvidas de que o projeto da PF receberá uma aprovação social tão rápida quanto foi a liberação das verbas destinadas à sua operacionalização. O Oráculo vai montar uma base de inteligência sobre o panorama da nossa segurança cibernética. Se bem sucedido, esse projeto terá também a função de evidenciar aos poderes públicos que os aportes em TIC podem não só minimizar esforços como aumentar a eficiência das ações das polícias brasileiras.
Redação Jackeline Carvalho (Comunicação Interativa) Colaboradores Claudio Ferreira Marcelo Vieira Ruan Segretti TI Inside Online Erivelto Tadeu (Editor) Victor Hugo Alves (Repórter) Gabriela Stripoli (Repórter) Arte Edmur Cason (Direção de Arte); Débora Harue Torigoe (Assistente); Rubens Jardim (Produção Gráfica); Geraldo José Nogueira (Edit. Eletrônica); Alexandre Barros e Bárbara Cason (Colaboradores) Departamento Comercial Manoel Fernandez (Diretor) Carla Gois (Gerente de Negócios); e Ivaneti Longo (Assistente) Gerente de Circulação Patrícia Brandão Gerente de Inscrições Gislaine Gaspar Marketing Harumi Ishihara (Diretora) Gisella Gimenez (Assistente) Gerente Administrativa Vilma Pereira TI Inside é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 603, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal SCN - Quadra 02 - Bloco D, sala 424 - Torre B Centro Empresarial Liberty Mall - CEP: 70712-903 Fone/Fax: (61) 3327-3755 - Brasília, DF. Jornalista Responsável Rubens Glasberg (MT 8.965) Impressão Ipsis Gráfica e Editora S.A. Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A CENTRAL DE ASSINATURAS 0800 014 5022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira Internet www.tiinside.com.br E-mail assine@convergecom.com.br REDAÇÃO (11) 3138-4600 E-mail cartas.tiinside@convergecom.com.br PUBLICIDADE (11) 3214-3747 E-mail comercial@convergecom.com.br
Boa leitura.
Claudiney Santos Diretor/editor csantos@convergecom.com.br
Instituto Verificador de Circulação
>sumário NEWS
4 Prejuízo iminente
Estudo detalha prejuízo da pirataria nos países do Grupo BRIC
6 Carteira eletrônica
Telefônica e Mastercard criam joint venture para desenvolver aplicações financeiras no celular
GESTÃO 8 Processo eletrônico
Justiça perde papel e ganha velocidade
10 Crimes virtuais
PF recebe verba da Copa de 2014 para projeto de investigação
MERCADO
12 TI no Varejo
Soluções chegam aos pequenos e médios negócios
14 Tudo verde
INFRAESTRUTURA
24 Capa
Setor da construção aumenta investimentos em TIC
GESTÃO FISCAL 29 Certificação digital
Sescon-SP espera demanda aquecida no início de 2012
GESTÃO DA SEGURANÇA 31 Falta grave
PMEs não protegem dados em servidor virtual
INTERNET 34 Desafio
Indústria debate caminhos para chegar à sustentabilidade
O modelo Google Shopping no Brasil
18 Promessas de 2012
Erros e acertos de corporações nas social medias
Tecnologias e tendências que vão dominar os projetos
35 Redes sociais
Capa: montagem com fotos de Imagewell (prédio e plantas); Maxx-Studio (notebook) e Andresr (tela azul) / shutterstock
Briga de gigantes
Oracle acusa HP e Intel de firmarem acordo secreto
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processo aberto na Corte Superior do Condado de Santa Clara, na Califórnia, solicitando que a Oracle volte a fornecer suporte ao processador Itanium, da Intel, ganhou um novo ingreditente. A Oracle agora acusa a HP e a Intel de firmarem um acordo secreto para a fabricação de chips, segundo o The Wall Street Journal. O ponto central da questão é o chip Itanium, desenvolvido em conjunto pelas fabricantes nos anos de 1990 e que equipa servidores e equipamentos high-end da HP. Em março, a Oracle anunciou que interromperia o suporte ao processador, o que gerou a abertura de um processo pela HP alegando que a empresa de software era obrigada por contrato a permanecer atualizando produtos para o chip. A HP sustenta que a Oracle, que entrou no segmento de hardware com a compra da Sun Microsystems, tomou a decisão porque passou, com isso, a ser uma empresa rival. Em audiência, a Oracle expôs a suspeita de um acordo secreto que obrigava a Intel a continuar a produzir o Itanium por mais duas gerações, caso contrário, a fabricante teria descontinuado devido ao baixo volume de vendas. A Oracle afirma que o reconhecimento da HP sobre a situação do Itanium está documentada internamente, com algumas partes utilizadas no processo aberto pela fabricante. A HP nega veementemente a existência de documentos ou acordos secretos. “Como a Oracle bem sabe, a HP e a Intel têm um comprometimento contratual para continuar a vender o processador Itanium a nossos clientes pelas próximas duas
agsandrew/shutterstock
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gerações de microprocessadores, além de garantir a disponibilidade do Itanium até ao menos o fim da década”, disse um porta-voz da empresa. “Isso reforça que a decisão da Oracle de interromper o suporte ao Itanium foi uma estratégia ilícita de negócio”, acusou a HP por meio de seu porta-voz. Ele afirmou que a alegação da Oracle não é nada além de uma “tática desesperada para estender a incerteza no mercado” com a interrupção do Itanium. A Oracle tenta, com novas acusações, tornar impossível o julgamento agendado para o dia 27 de fevereiro. Enquanto isso, cada envolvido no caso produziu diversos documentos em busca de evidências. “As partes envolvidas estão na metade da produção de documentos, com centenas de milhares ainda por vir”, escreveu a Oracle em um deles. “O escopo completo não será finalizado em algumas semanas, talvez até meses”, completa.
CARTEIRA MÓVEL
A administradora de cartões de crédito American Express anunciou o lançamento de um fundo de US$ 100 milhões para investir em start-ups e empresas de comércio digital, segundo o blog de tecnologia TechCrunch. De acordo com fontes próximas ao assunto, os investimentos abrangerão uma série de áreas de comércio digital, incluindo fidelidade e recompensas, gerenciamento de pagamento móvel e on-line, serviços mediante pagamento, segurança e detecção de fraudes e análise de dados.
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Joachim Wendler/shutterstock
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Assinantes da Vivo poderão usar celulares para realizar compras, transferências, pagar contas e comprar recarga
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MasterCard e a Telefônica anunciaram uma joint venture para oferecer soluções financeiras móveis aos 65 milhões de clientes da Vivo no Brasil. A iniciativa inclui a criação de uma carteira móvel que pode ser usada pelo cliente para realizar pagamentos através do celular e transferir recursos, pagar contas e fazer compras online. O serviço inclui clientes bancarizados e nãobancarizados, além de levar o serviço eletrônico a locais que tradicionalmente aceitam apenas dinheiro, como táxis, serviços de entrega, e vendas
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porta a porta. A joint venture é uma oportunidade de oferecer soluções financeiras acessíveis e eficientes para clientes que possuem celulares, mas que nunca tiveram acesso aos benefícios aos meios de pagamentos eletrônicos, segundo a MasterCard. Para a Telefônica a parceria a posiciona como uma das empresas líderes no desenvolvimento de soluções financeiras móveis no Brasil. Ainda pendente de aprovação pelos órgão reguladores, a nova empresa será independente e cada sócio terá 50% das ações.
>news
A pirataria do prejuízo
Alavancas da TI
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uso de software ilegal por empresas da manufatura nos países do Grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) gera perdas de US$ 1,6 bilhão aos concorrentes que utilizam softwares originais. A China é o país responsável pela maior cifra (US$ 837 milhões), seguido pela Índia (US$ 505 milhões), Brasil (US$ 186 milhões) e Rússia (US$ 115 milhões). Os dados são parte de um estudo que aborda o impacto econômico causado pela pirataria de software em 17 mercados, encomendado ao instituto de pesquisa Keystone Strategye pela Microsoft, que faz parte do Dia do Jogo Limpo (Play Fair Day). A iniciativa global busca enfatizar a importância do uso do software original às empresas e consumidores, além de informar os benefícios do software legal e promover o respeito à propriedade intelectual. De acordo com o estudo, na China, por exemplo, fabricantes que respeitam a lei ao utilizar software genuínos e licenciados podem sofrer um impacto da ordem de US$ 837 milhões motivado pela concorrência desleal, que corta custos ilegalmente e usa softwares piratas. Esse prejuízo se revela na oportunidade de empresas piratas aumentarem indevidamente seus lucros e ampliarem os investimentos em seus negócios. As empresas afetadas poderiam reinvestir o dinheiro, por exemplo, para construir 66 novas plantas fabris, comprar 12 mil máquinas ou contratar 217 mil novos funcionários. A pesquisa destaca que o Brasil conta com cerca de 900 mil PCs licenciados em empresas que atuam legalmente, um número bastante alto e que representa 36% dos PCs legais da América Latina. Segundo o estudo, software piratas e ilegais têm remunerado criminosos e reduzido as oportunidades de emprego e de inovação do país. Com o montante desviado pela pirataria no Brasil, seria possível empregar cerca de 20 mil profissionais. O combate à pirataria poderia aumentar ainda mais a participação do setor de TI na economia. Ainda de acordo com a pesquisa, a injustiça oriunda da pirataria cria mais de US$ 2,9 bilhões de desvantagem competitiva por ano para empresas da América Latina, Europa Central e Ocidental e a região da Ásia-Pacífico. Nos cinco anos do ciclo de vida aproximada de um software, empresas dos BRIC perderão mais de US$ 8,2 bilhões para seus concorrentes desleais.
As empresas afetadas poderiam reinvestir o dinheiro, por exemplo, para construir 66 novas plantas fabris, comprar 12 mil máquinas ou contratar 217 mil novos funcionários 6
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Business analytics e cloud computing vão gerar maior taxa de empregos, diz estudo
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usiness analytics (BA), mobilidade, computação em nuvem e mídias sociais são as principais tendências no mercado mundial de TI, as quais devem responder pelo maior número de abertura de vagas de emprego, de acordo com pesquisa realizada pela IBM com 4 mil profissionais de TI em 93 países. Entre elas, o levantamento destaca a área de BA, tecnologia com maior índice de adoção (90%) na comparação com as demais. A IM atribui essa supremacia à crescente necessidade das empresas de automatizar e decifrar o grande volume de dados gerados no dia-a-dia. Dentre os entrevistados, 42% disseram ter demanda por software de BA e 49% afirmaram que a área é ou será utilizada para aumentar a automação de processos. Os sitemas de BA despertam maior interesse nos países que compõem o chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) do que nos Estados Unidos, “talvez pela saturação do mercado norteamericano”, diz a pesquisa. A integração de BA com outras áreas de negócio é a principal preocupação dos entrevistados. Entre as demais áreas de TI que devem atrair investimentos, a mobilidade é apontada como oportunidade, principalmente para os profissionais que desenvolvem aplicações. A pesquisa estima que a mobilidade crescerá 85% nos próximos dois anos, com aumento de 34% na adoção de aplicativos corporativos e 33% no desenvolvimento de apps específicos para determinados segmentos da indústria. Em relação a computação em nuvem, a pesquisa sugere que os profissionais foquem na integração de ambientes em nuvem no desenvolvimento de aplicações. Vinte e cinco por cento das empresas disseram que pretendem desenvolver novas aplicações para computação em nuvem, enquanto 24% deve virtualizar seus ambientes de TI – mesma porcentagem pensa em tirar proveito da nuvem para armazenamento de dados. Embora 40% dos entrevistados acreditem que suas empresas não estejam engajadas na computação em nuvem, 75% acham que elas começarão a desenvolver infraestrutura na nuvem nos próximos dois anos, motivados pela flexibilidade e redução de custos. Por fim, o uso de mídias sociais começa a influenciar a maneira pela qual as empresas fazem negócio. Dos entrevistados, 43% pretendem utilizar os recursos de “social business” para desenvolvimento interno e 41%, para desenvolver a empresa em ambientes externos. O uso de redes sociais, contudo, é apontado como intenção de apenas 20% das empresas.
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Justiça perde papel e ganha velocidade Primeira Vara do Trabalho a implantar o Processo Judiciário Eletrônico (PJe) entra em operação agora em dezembro com o propósito de ser um divisor de águas neste setor que sofre com o excesso de exigências e de documentos
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Histórico O PJe é resultado da integração dos vários projetos isolados de informatização de processos já iniciados dentro do poder Judiciário. Em 2006, a lei 11.419 deu validade jurídica a todas as iniciativas de digitalização de processos e de instalação de sistemas para acelerar o trâmite judicial, reafirmando a validade dos atos anteriores. Nesse mesmo ano e em 2007, já sob a batuta do CNJ, foi lançado o Projuri, um programa voltado à área jurídica. Hoje, uma vasta quantidade fotos: divulgação
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m 2010, a Justiça brasileira contabilizou 24 milhões de processos novos. Desses, 1 milhão são eletrônicos, seguindo a iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de utilizar os recursos das tecnologias da informação e comunicação (TIC) para acelerar as decisões judiciais. “Ainda estamos bem longe do objetivo de 100%, mas este é o começo”, sintetiza o juiz auxiliar da presidência do CNJ, Marivaldo Dantas Araújo. Criado para auxiliar a justiça “Ainda estamos bem longe do brasileira, o CNJ desenvolve ações, objetivo de programas e projetos de controle 100%, mas este administrativo e processual e lançou, junho deste ano, o Processo é o começo” em Judicial Eletrônico (PJe), um sistema Marivaldo de informática desenvolvido em Dantas Araújo, do CNJ parceria com os tribunais para a automação do Judiciário. O principal objetivo da iniciativa é automatizar a prática de atos processuais pelos magistrados, servidores e demais participantes da relação processual, assim como o acompanhamento de processos judiciais, independentemente da tramitação, se na Justiça Federal, dos Estados, na Justiça Militar ou do Trabalho.
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de processos eletrônicos na plataforma Projuri está distribuída em 19 estados, mas o sistema vem sendo substituído pelo PJe, porque deu sinais de saturação da infraestrutura. “Um estudo nos mostrou que era mais vantajoso iniciar um projeto do zero do que reformular o Projuri”, explica o juiz Araújo. A opção foi pela construção de um sistema que pudesse ser utilizado por qualquer ramo do poder judiciário, que fosse menos dependente de alterações de código e que fosse baseado em plataforma aberta. Assim nasceu o PJe, em 2009, sem uma orientação de obrigatoriedade, mas focado em atender a qualquer tipo de justiça – civil, do trabalho, estadual, etc. Na Justiça Estadual há vários juizados já equipados com o PJe, e planos de instalação individual. Toda a Justiça do Trabalho definiu que este será o seu sistema padrão e se prepara para iniciar a operação na primeira Vara agora em dezembro de 2011. Como vantagens do PJe, o CNJ identifica que a primeira delas é a eliminação de muitas tarefas burocráticas, como o carimbo de folhas juntadas aos autos. A estimativa é que isso represente uma redução de 2 0 1 1
aproximadamente 70% do tempo de tramitação de um processo – o período em que ele fica parado e aquele em que ele vai de um lado para outro em carrinhos. “O processo vai chegar muito mais rápido ao juiz do que um processo normal”, estima Marivaldo Dantas Araújo. Links de conexão Segundo ele, há no entanto muitos entraves que precisam ser superados até que o PJe se consolide como plataforma padrão. A própria estabilização do sistema é um dos agravantes. “O PJe vem sendo instalado em alguns tribunais, e a ideia é que a partir deste final de ano e no início do próximo as instalações se intensifiquem”, explica. Outro obstáculo é a infraestrutura. Por ser 100% baseado em internet, o PJe depende de links de conexão de alta velocidade para prover um serviço de qualidade. “O que o CNJ tem indicado é que os tribunais procurem ter todas as unidades com um link de internet de 2 megabits. Mas isso não quer dizer que o sistema consuma toda esta capacidade. A maioria tem usado até 512 kbps com tranquilidade”, observa o juiz Araújo. Mas em algumas cidades nem mesmo essa infraestrutura mínima está disponível. Na região norte, por exemplo, o CNJ, a partir de um acordo de cooperação com a Casa Civil para equipar os tribunais na área da Amazônia legal, adquiriu equipamentos de aceleração de WAN, ampliando a capacidade dos links em, no mínimo, 100%, para minimizar a falta de infraestrutura de telecom. Não há informação consolidada sobre investimentos no PJe, porque cada Tribunal tem estabelecido o seu ritmo de implantação do sistema. Parte dos aportes, no entanto, é custeada pelo TRF da 5ª Região, o CNJ mantém uma fábrica de software e há colaboração de outras instâncias. O objetivo de longo prazo é ter zero de papel nos tribunais. Mas há o acervo histórico, além do tempo de adaptação das pessoas. “Pode ser que em um determinado momento nenhum processo seja iniciado em papel. Mas é preciso considerar o custo-benefício de digitalizar tudo”, afirma Araújo, ao dizer que é difícil estimar em quanto tempo a Justiça chegará ao papel zero.
região sul lidera iniciativas
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uando se fala em tribunal de armazenamento NetApp - outro justiça, uma das primeiras produto distribuído pela Servix -, imagens que vêm à cabeça onde fica o seu banco de dados. é a de uma enorme quantidade de Segundo o juiz federal Sérgio Renato pastas – e de papel - contendo Tejada Garcia, um dos mentores do processos que seguem um ritmo de projeto de informatização do TRF 4ª tramitação bastante lento. Porém, Região, quando o projeto de no Tribunal Regional Federal (TRF) processo eletrônico foi lançado, em da 4ª Região, que abrange os 2003 - a princípio, nos Juizados estados de Paraná, Santa Catarina e Especiais, em Porto Alegre, havia um Rio Grande do Sul, a realidade é atraso de seis meses entre a entrada completamente diferente. da ação e a sua distribuição. A ideia Esse é o primeiro – e, por foi usar a rede para tornar o enquanto, o único – tribunal do País processo acessível para todas as em que os processos são 100% partes ao mesmo tempo. digitalizados, dispensando Na avaliação dos gestores do totalmente o papel. No TRF 4ª tribunal, o projeto já gerou vários Região, os autos já começam resultados positivos. Os agravos de eletrônicos e os instrumento, por exemplo, documentos ficam parte da equipe que antes não levavam disponíveis, em de seis meses, de 100 pessoas menos tempo real e agora não passam de 29 envolvidas em simultaneamente, dias. O TRF 4ª Região já para todos os atividades-meio julgou 50% dos processos interessados - entre que entraram eletrônicos do trf 4ª região neste mesmo ano. Ou eles, advogados, juízes, representantes está sendo seja, 50% dos processos do Ministério Público que entraram entre abril e da Advocacia Geral liberada e de 2010 e abril de 2011 da União. O aproveitada em foram julgados até 1º de advogado elabora a deste ano. outras funções maioAlém petição inicial no do objetivo sistema, onde quer principal de dar agilidade e que esteja, e, em vez de entregá-la aumentar a transparência, para que pessoalmente, faz o seu upload. o cidadão tivesse acesso às Além disso, pode acompanhar o informações sobre o processo, processo a distância e, por meio de vários outros benefícios foram videoconferência, participar da obtidos, como uma economia muito audiência realizada na sede da grande de insumos de toda ordem, Justiça Federal mais próxima. O tanto para o tribunal quanto para os advogado nem precisa ir advogados - e até para o meio pessoalmente à sede do TRF 4ª ambiente. Na área de pessoal, parte Região, em Porto Alegre. das cerca de 100 pessoas Para dar suporte a esse projeto, envolvidas na atividade-meio já está que transformou milhões de páginas sendo liberada e poderá ser em papel em arquivos eletrônicos, o aproveitada em funções como a TRF 4.ª Região adotou a solução assessoria dos desembargadores, CAStor, da Caringo, distribuída no pesquisa de administração, entre Brasil pela Servix. Trata-se de um outras. Esse fato levou a uma software de armazenamento de proposta de reestruturação para objetos de conteúdo fixo (fotos e alocar ao menos 50% dessas qualquer tipo de documento, como pessoas, o que evita a necessidade petições e sentenças) que não de novas contratações. podem sofrer alterações e precisam A meta é, até 2012, ter tudo em ser guardados por longos períodos formato eletrônico. Os processos de tempo. legados, que já correm na justiça estadual, ainda não possuem um Benefícios convênio para a digitalização, mas Além da arquitetura CAStor, o um dos objetivos é acabar com o tribunal adotou também a solução de passivo em papel.
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Claudio Ferreira
PF se arma para prevenir
crimes eletrônicos Em fase de seleção de parceiros, projeto Oráculo deve entrar em operação em 2013. Objetivo é proteger transações de e-commerce antes da Copa de 2014
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provado como um investimento estratégico para a Copa do Mundo de futebol de 2014, o projeto Oráculo, do URCC (Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal), tem como objetivo o combate aos crimes de alta tecnologia por meio da inteligência digital. Em fase de seleção de ferramentas, tecnologia e parceiros, ele tem recursos iniciais já destinados pelo governo de R$ 500 mil, mas são esperados mais investimentos visando a sua conclusão em 2013. “O objetivo é montar uma base de inteligência sobre o panorama de segurança cibernética brasileira, antecipando ameaças e fornecendo informações consolidadas sobre os seus praticantes”, aponta Ivo Carvalho Peixinho, perito criminal federal da Polícia Federal de Brasília. Coordenador 1 0
do projeto, ele integra o URCC (veja mais no Box: Swat made in Brazil da web) há 4 anos e já trabalhou na RNP (Rede Nacional de Pesquisa). A gênese do Oráculo está no Projeto Tentáculo, iniciado em 2008 e que conseguiu resultados em operações da Polícia Federal nos últimos anos, ajudando a desbaratar quadrilhas de fraudadores de crimes que utilizam a web em todo o País. A premissa era o desenvolvimento de uma base de dados única, a criação do Grupo Permanente de Análise (GPA) e a instalação dos grupos regionais de combate a fraudes – com 10 deles criados nos Estados. Polvo inteligente Com seu desenvolvimento foi possível formar um banco de dados nacional que concentra todas as informações sobre fraudes bancárias encaminhadas pelos bancos; fazer a análise da conexão, da convergência T I I n s i d e
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dos dados na base nacional de fraudes (análise de inteligência); e ainda gerar relatórios que subsidiam a instauração de um menor número de inquéritos com maior quantidade e qualidade de informações. Ainda em 2008, a PF assinou um termo de cooperação técnica com a Caixa Econômica Federal visando o desenvolvimento de projetos e ações de interesse comum, voltados ao treinamento de recursos humanos, desenvolvimento e compartilhamento de tecnologias e informações, bem como o planejamento e desenvolvimento institucional. Após a celebração deste termo de cooperação, a Caixa passou a enviar as informações das fraudes bancárias via Internet Banking e clonagem contra seus correntistas. Na boca do caixa No ano seguinte, um novo acordo foi selado entre a PF e a Febraban 2 0 1 1
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(Federação Brasileira dos Bancos) para cooperação técnica, com o repasse por parte dos bancos das informações de fraudes bancárias cometidas contra seus correntistas. E, como desdobramento, foi construído um projeto de BI, com manipulação de dados estatísticos automatizados para extração de dados de inteligência (em andamento), e uma nova base de dados, para recebimento das fraudes das instituições bancárias. “A partir do Tentáculo, em 2010 concebemos o Oráculo, que é um desdobramento do projeto inicial. E colocamos como meta que ele poderia auxiliar no combate às fraudes nos grandes eventos que teremos. Por isso tivemos esse primeiro aporte com o foco na Copa”, garante Peixinho. Ele aponta que, como todo o investimento com dinheiro público, e este não seria diferente, foi complicado levantar os recursos financeiros. “Mas a vinculação com a Copa nos ajudou”, diz.
Steve Cukrov/shutterstock
Em desenvolvimento A fase atual do projeto é de prospecção da tecnologia e dos parceiros, e deve ir até março de 2012. “Já conversamos com fornecedores de diversos segmentos, e o grande desafio é na indexação das informações que queremos analisar. Até porque vamos trabalhar tanto na investigação como na prevenção”, projeta Peixinho, que ainda não tem fechado o montante total que será gasto no projeto. Nesse levantamento não se exclui a prestação de serviços terceirizados, desde que o gerenciamento continue com o URCC. Entre os parceiros, está
Nova York contra o crime
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entro da plataforma global da IBM de “cidades mais inteligentes”, um dos projetos na área de combate aos crimes é o de Nova York. Naquela cidade foi montado um RTCC (Real Time Crime Center), um centro que tem como principal pilar um imenso banco de dados que reúne todos os detalhes de infrações cometidas na localidade. A IBM trabalhou com o NYPD – sigla em inglês do departamento de polícia de Nova York – para criar esse megabanco de dados que pudesse reunir todas as informações antes estavam dispostas em arquivos metálicos, fichários e até mesmo em notas manuscritas. Hoje, o RTCC reúne mais de 120 milhões de queixas criminais na cidade, 31 milhões de registros de crimes nacionais e 33 bilhões de informações públicas... só para citar alguns números das informações contidas nele. A partir desse manancial, os dados passam por métodos sofisticados de análise e recursos de busca que estabelecem conexões e oferecem inputs para investigações em curso. As informações podem ser visualizadas no Centro, em segundos, em uma tela de vídeo com a altura de dois andares. Um exemplo, a foto de um suspeito aparece com detalhes – tatuagens, delitos anteriores, endereços com mapas – rapidamente. E dados críticos podem ser enviados instantaneamente aos policiais na cena do delito. O que antes levava dias agora é feito em minutos. sendo conversado um acordo com o Exército, com o departamento de defesa cibernética da corporação. “Eles possuem um foco um pouco diferente do nosso, mas existem pontos comuns e é um alinhamento natural das duas instituições”, revela o coordenador. As etapas do Projeto Oráculo compreendem depois do levantamento de fontes de informação e tecnologias, o desenvolvimento de sistemas específicos – como de monitoramento ativo e análise criminal; o estabelecimento de convênios; e ainda treinamento e manutenção dos sistemas. Entre as ferramentas que estão sendo analisadas no momento estão as de prevenção de comportamentos suspeitos, correlação de dados, monitoramento ativo de atividades na internet (chats, redes sociais, blogs
etc) e análise e inteligência policial. (veja mais no Box: Nova York contra o crime). A meta é que o projeto esteja pronto em 2013 para que sejam feitos testes antes da Copa no ano seguinte. “Nossa ideia é que possamos nos antecipar aos ataques contra os serviços de interesse da população prestados pela PF e pelos sites de órgãos governamentais, evitando que eles sofram qualquer paralisação de suas atividades”, garante. Questionado se a experiência e o desenvolvimento do Oráculo pode se refletir em empresas fora do ambiente de Governo, o coordenador afirmou que em especial os bancos serão afetados positivamente pelo projeto. “Não temos ainda consultas, porém ele pode servir de exemplo dentro e fora do âmbito governamental”, completa.
Swat made in brazil da web
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URCC foi criado em 2003 para coordenar as ações de combate às fraudes eletrônicas, de internet banking e clonagem de cartões de crédito e débito. Assim como de reprimir a venda de medicamentos pela web, combater os crimes que utilizam tecnologia – venda de diplomas, tráfico de drogas, venda de animais etc – e ainda apoiar no combate à pornografia infantil. Outras atribuições do URCC são a capacitação e treinamento de integrantes das polícias por meio de cursos à distância para difusão do conhecimento e presencias para aperfeiçoamento e especialização. Além de desenvolver ferramentas tecnológicas específicas para busca de informações e de investigação e inteligência policial.
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>mercado Ruan Segretti
Varejo faz as pazes com a TI
Mônica Panelli, da Everis: varejo brasileiro tem um histórico de atraso em relação à tecnologia, foi um dos últimos segmentos a entrar nessa área, mas está rapidamente revertendo esta imagem
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m pleno século XXI, com os consumidores altamente interessados nos recursos tecnológicos, o setor varejista ainda registra baixos índices de investimentos em TIC, sendo somente 31,6% das companhias reconhecidamente automatizadas, segundo a pesquisa da Bematech “Panorama da Automação Comercial”, realizada em parceria com a Opinião Consultoria com 3.147 varejistas, em todas as regiões do Brasil. A maioria caracterizada como estabelecimento único, ou seja, não faz parte de redes ou franquias. E para entender as razões de tamanha resistência, a TI Inside ouviu a indústria e os provedores de serviços de automação comercial, em busca de informações sobre o quais tecnologias ou produtos atraem os investimentos do setor atualmente. Qual é a previsão de futuro, as necessidades urgentes de automação do varejo físico e também do e-commerce, além, e principalmente, por que este setor ainda resiste às graças da TI. Para Mônica Panelli, gerente de marketing da Everis, empresa de consultoria de negócios, tecnologia e outsourcing, o varejo brasileiro tem um histórico de atraso em relação à tecnologia, e foi um dos últimos segmentos a entrar nessa área. Mas esta é uma realidade em rápida mutação, de acordo com a Associação Brasileira de Automação Comercial (AFRAC), segundo a qual o mercado de automação comercial deve crescer mais do que o PIB em 2011, algo próximo de 11%. A pesquisa da Bematech indica que a maioria das empresas não automatizadas (68,4%) pretende fazer investimentos nos próximos anos, índice que sobe para 69% quando incluídas as organizações que já iniciaram investimentos, mas pretendem ampliar o uso de soluções de automação no curto prazo. 1 2
foto: divulgação
Antes vista como um investimento alto para empresas que trabalham com margens apertadas e enfrentam alta concorrência, a tecnologia da informação, após fazer diferença em grandes grupos, cai nas graças do comércio, seja por força da regulação ou mesmo por necessidades concorrenciais
Um comportamento considerado natural por Albert Deweik, sócio-fundador da Neoassist, empresa provedora de soluções em automação para o atendimento ao cliente. Já o varejo tradicional no Brasil vive o momento de transição junto com o restante da economia e, com atraso, identifica a necessidade de investir principalmente em sistemas ERP e CRM. “A ampliação das classes C e D em um ritmo maior do que o crescimento do PIB faz com que a parcela não automatizada do varejo comece a sentir a necessidade de adoção de recursos tecnológicos para lidar, não só com a contabilidade, mas com o pós-venda, o tão importante relacionamento com o cliente”, diz ele. Gestão Mais uma vez a sondagem da Bematech confirma a sensibilidade do mercado, identificando os software de gestão como a categoria que receberá a maior parcela dos investimentos (47%), acima inclusive das soluções de impressão fiscal (42%) e dos pagamentos com cartões de débito e crédito. Para 31% dos entrevistados, o T I I n s i d e
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principal impacto da adoção de ferramentas de automação é a agilidade nos processos. Em seguida vem a melhoria de controle da gestão, com 15%. Para Flavio Montezuma, diretor de automação comercial da Itautec, o pequeno comércio, na maioria das vezes, acredita que não necessita da automação para lidar com o público, porque ele é cadastrado pelo Simples (sistema integrado de pagamento de impostos e contribuições das microempresas e empresas de pequeno porte). Em termos de meios de pagamento, o estudo mostrou que 66% dos locais já aceitam pagamentos por cartões de crédito, débito ou pagamento pelo celular. Joalherias ou lojas de departamento são as que mais aceitam cartões. Outro dado apresentado foi que 10% dos entrevistados disseram estar em processo de adesão de uma ou mais novas formas de pagamento automatizado. O pagamento via celular ainda apresenta baixa adesão, sendo encontrado com maior frequência em postos de combustível (4%) e nos supermercados (2%). Para pagamento online, hotéis são maioria, com 6%. Naturalmente envolvido com TI, o varejo online é visto como mais amadurecido em projetos de automação. Soluções como um sistema inteligente de atendimento, que automatiza e agiliza a comunicação entre o varejista online e o e-consumidor, é apontado como um dos recursos de maior ROI (retorno sobre o investimento) quando comparado a quanto o varejista necessitaria investir para ter uma equipe dedicada ao atendimento para esclarecimento de dúvidas, reclamações e sugestões que chegam à loja virtual. Deweik comenta que esse ganho não se restringe à equipe em si. “A qualidade e a precisão das informações, que podem ser prestadas em pouco tempo e a qualquer hora do dia, também são avanços importantes”, conclui. 2 0 1 1
Bons projetos não podem fIcar só no papel. Merecem ir pra tela do celular. Programa Oi Inovação.
A Oi está selecionando projetos de aplicativos para celular que sejam úteis para os turistas que visitarem o Brasil nos próximos anos. As aplicações mais inovadoras serão escolhidas. Mande seu projeto. Acesse www.oi.com.br/inovacao
oi.inovação.
fotos: izilda frança
>mercado
Victor Hugo Alves e Gabriela Stripoli
Medir o ROI é essencial
em projetos de TI verde
Forum Green Tech 2011 apresenta iniciativas de sustentabilidade de grandes consumidores de TIC e da indústria, e expõe a morosidade do setor público em regulamentar lei que obriga a coleta e a reciclagem de equipamentos eletrônicos. A maior crítica é que faltam educação do consumidor e linhas de financiamento para estimular a logística reversa
André Luis Saraiva, da Abinee: as políticas públicas sobre o destino do lixo eletrônico ainda desprezam mecanismos de financiamento, enquanto poderiam contar com agências de fomento, e investir na educação dos cidadãos sobre as questões de sustentabilidade
A
s iniciativas para redução das emissões de gases de efeito estufa podem representar redução de custos e, consequentemente, maior competitividade para as empresas de tecnologia. A implantação pela indústria de políticas e estratégias que resultem na redução de poluentes pode gerar crédito de carbono, aliando o impacto socioambiental ao aumento da lucratividade. Segundo André Luis Saraiva, diretor de responsabilidade socioambiental da Abinee, o primeiro passo para adoção de uma política de redução de 1 4
poluentes é a realização de um inventário para identificar quais áreas do negócio podem gerar créditos e, consequentemente, economia. Nessa linha, a Vivo concluiu, em estudo, que 80% dos impactos ambientais da empresa estavam relacionados ao consumo de energia. A partir desse dado, foram desenvolvidas e implantadas melhorias para a eficiência energética que podem gerar economia de até 30% na área de redes e de 10% na área de escritórios. Barreira regulatória Além de iniciativas internas de racionalização do consumo de energia, a indústria TIC pode e estará obrigada a T I I n s i d e
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Falta de escala “O fato de não haver um sistema unificado que contribua para ganho de escala, e ainda o preço elevado para sua implantação, são dois pontos críticos”, diz Marcio Quintino, gerente sênior de responsabilidade ambiental e sustentabilidade corporativa da Philips do Brasil. Ele ressalta que o custo da logística reversa dos programas da empresa representa 70% das despesas, enquanto ganha-se apenas 30% com a reciclagem dos materiais. A Philips defende que uma parte dessa despesa deve ser repassada ao consumidor. Além disso, a empresa sugere a união de projetos de empresas distintas por meio de associações para que haja um ganho de escala e volume na coleta dos materiais. Uma pesquisa da Nokia, no entanto, mostra que o consumidor ainda não tem total domínio sobre os programas de reciclagem e a importância dos projetos na área de telefonia móvel. O estudo mostra que apenas 3% dos consumidores reciclam seus celulares obsoletos, enquanto 4% fazem o descarte em lixo comum, 24%
transferem para conhecidos e 16% vendem os aparelhos. As empresas também enfrentam problemas com o alto custo de reutilização dos reciclados no país. Hoje, todos os celulares, baterias e carregadores coletados nas 228 urnas
do programa de sustentabilidade no Brasil são exportados para os Estados Unidos, onde são modificados e reutilizados. A educação do consumidor e iniciativas do governo para redução dos custos de logística reversa é uma bandeira da Abinee (Associção Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). André Luis Saraiva, diretor de responsabilidade socioambiental da entidade, é enfático ao criticar as políticas públicas sobre o destino do lixo eletrônico, que desprezam mecanismos de financiamento, que poderiam contar com agências de fomento, e a educação dos cidadãos sobre as questões de sustentabilidade. “Isso sim é política pública, educação de uma nação e criação sustentada de uma política empresarial. Sem isso, não teremos ganho de escala que viabilize operações de logística reversa”, afirmou.
“O fato de não haver um sistema unificado que contribua para ganho de escala, e ainda o preço elevado para sua implantação, são dois pontos críticos” Marcio Quintino, da Philips do Brasil
Psycho/shutterstock
extrapolar os projetos para os seus consumidores, por meio da coleta e reciclagem de equipamentos. Porém, as tentativas de coleta seletiva de lixo eletrônico, especialmente bens de consumo portáteis, como celulares e laptops, ainda esbarram no alto custo da logística e na falta de conscientização da população sobre a real importância da iniciativa. O debate sobre logística reversa – quando o fabricante é o responsável pelo descarte do produto após a venda – Forum Green Tech 2011, promovido pela revista TI INSIDE e organizado pela Converge Comunicações, em setembro passado, expôs boas práticas, mas criticou a morosidade do Congresso brasileiro na regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada pelo ex-presidente Lula em agosto do ano passado. A lei que cria o novo plano de gestão de resíduos sólidos, que inclui toda a logística de produção e descarte de eletroeletrônicos, ainda não obteve consenso de todos os setores envolvidos para que seja regulamentada e possa ser colocada em prática.
Vitrina para
novos projetos
Data Center verde do Itaú Unibanco gera economia e abre via para outras iniciativas sustentáveis
D
efinir métricas para avaliar o retorno sobre os investimentos (ROI) em TI verde é essencial para as empresas e também para garantir a continuidade dos projetos de sustentabilidade envolvendo tecnologia. A opinião, em tom de alerta, é do superintende da área de TI do Itaú Unibanco, Júlio Cezar di
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Conti, que foi um dos palestrantes no Forum Green Tech 2011. O executivo observa que é por meio da tangibilidade dos projetos de TI verde, ou seja, do que pode ser medido e avaliado, que se consegue mostrar o resultado para a alta direção da empresa e aos acionistas e, assim, continuar a investir na implantação de estratégias de 1 5
>mercado além de critérios de ti verde para a compra de equipamentos, o itaú unibanco mantém programa de reciclagem e descarte sustentável de lixo eletrônico
sustentabilidade. Um dos principais benefícios obtidos com o uso de métricas de ROI é a melhoria da eficiência energética, com a iminente redução dos custos com energia. “A eficiência energética paga a conta e mostra resultados mais tangíveis”, pontua Di Conti. Como exemplo ele cita um projeto de modernização de um dos data centers do banco, totalmente baseado em práticas de TI verde e com o qual o Banco atingiu redução no consumo de energia de 43%. Em números, isso representou economia de R$ 500 mil por ano nos gastos com energia elétrica. O Itaú Unibanco conta com diversas iniciativas de TI verde (publicada na página ao lado). A
modernização do data center é uma das práticas de TI verde do Itaú Unibanco, que envolveu entre outras coisas a consolidação de servidores, por meio de um projeto de virtualização de praticamente a metade do parque de máquinas, e a
compra de equipamentos mais eficientes em termos de consumo de energia, como desktops e servidores. Além critérios de TI verde na aquisição de equipamentos, o banco mantém um programa de reciclagem e descarte sustentável de lixo eletrônico, bem como o uso de um sistema de call center que dispensa a utilização de telefones tradicionais. Para garantir a continuidade dessas estratégias, assim como para mapear, quantificar e acompanhar os projetos e identificar novas oportunidades de uso de TI verde, o Itaú Unibanco criou o Comitê de TI verde, que responde por todo o gerenciamento dos projetos e programas de sustentabilidade.
Liderança em boas práticas
C
Kami Saidi, da HP: políticas de sustentabilidade ambiental podem contribuir para amenizar as mudanças climáticas no planeta e, ao mesmo tempo, proporcionar crescimento, maior produtividade, diferenciação competitiva e inovações, entre outros benefícios
erca de 1,4 bilhão de quilowatts de energia economizados por meio de estratégias de design de desktops e notebooks, 50% de redução na quantidade de papel e plástico utilizados nas embalagens de impressoras, 100 mil toneladas de plásticos reciclados na fabricação de novos produtos de impressão, 10 mil servidores reciclados e 151 mil toneladas de hardware e suprimentos recuperados para reciclagem e revenda. Esses foram alguns dos resultados obtidos pela HP Brasil com seu programa de sustentabilidade ambiental, que neste ano aparece como a quinta no ranking da Interbrand como a marca mais sustentável do mundo. E acaba de ser escolhida como a primeira colocada no ranking de 2011 das melhoras práticas ambientais pelo Green Peace. Os números foram apresentados pelo diretor de operações e sustentabilidade da HP Brasil, Kami Saidi. Segundo ele, políticas de sustentabilidade ambiental podem contribuir para amenizar as mudanças climáticas no planeta e, ao mesmo tempo, proporcionar crescimento, maior produtividade, diferenciação competitiva e inovações, entre outros benefícios. Saidi cita um estudo do Gartner, 1 6
foto: izilda frança
HP prova que iniciativas sustentáveis geram crescimento, aumento da produtividade, diferenciação competitiva e estimulam a inovação
segundo o qual o setor de TI hoje responde por apenas 2% das emissões globais de gases de efeito estufa e também contribui para reduzir as emissões do restante da economia. Entre os principais aspectos em que a tecnologia da informação pode colaborar na direção de negócios sustentáveis, o executivo cita a redução do consumo de energia e emissão de carbono, a substituição de processos com intensa emissão de carbono por processos de baixo carbono e a
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possibilidade de habilitar o gerenciamento de uma economia de baixo carbono. Os objetivos do programa de sustentabilidade ambiental da HP Brasil são atender a demanda crescente dos clientes por TI verde e as legislações governamentais, além de capturar valor. Para isso, Saidi conta que a companhia criou uma estrutura que inclui desde um comitê de governança para sustentabilidade, a estratégia de comunicação e a infraestrutura de TI, até a coleta de produtos. O papel do comitê é gerenciar as questões envolvendo conformidade, o posicionamento ambiental da marca, o engajamento dos acionistas, educação e acesso ao mercado. Paralelamente a essa estrutura, a HP Brasil criou mais de 50 centros de serviço ao cliente e 55 HP Stores para fazer a logística reversa e a reciclagem de baterias, hardware e suprimentos. Em 2009, a empresa também montou o primeiro centro de reciclagem de cartuchos na América Latina com capacidade para processar 1,2 milhão de cartuchos por ano, provenientes do programa de coleta de cartuchos e das operações industriais da fabricante. 2 0 1 1
A cultura verde do Itaú Unibanco
TI Inside - Em que momento o Itaú Unibanco identificou a necessidade de investir em projetos orientados à preservação ambiental (sustentabilidade) e por quê? Rooney - O banco sempre teve uma cultura e foco em eficiência, antes mesmo do movimento de TI verde. Entretanto, em 2008, foi criado o Comitê de TI verde com objetivo de discutir ações com foco em sustentabilidade, identificar, consolidar e quantificar os ganhos gerados por estas ações e estimular que os aspectos de sustentabilidade fossem considerados nos projetos de TI. TI Inside - Houve um crescimento significativo na coleta de lixo eletrônico ao longo de 2010. Qual foi a estratégia adotada para que isso acontecesse? Rooney - Em 2010 foram enviados 3,8 mil toneladas de lixo eletrônico para descarte sustentável. Este volume de lixo eletrônico tem origem em prédios administrativos, rede de agências e data centers e está fortemente relacionado ao movimento de migração das agências Unibanco para Itaú Unibanco e atualização de parque de equipamentos. Em 2011, este volume ultrapassa 1,5 mil toneladas. Para implantação deste processo, foi realizado um trabalho de conscientização demonstrando os riscos do descarte inadequado dos equipamentos obsoletos de TI e os benefícios que poderíamos gerar para o meio ambiente, sociedade e para a corporação através da implantação de um modelo de descarte sustentável. Desde 2009, antes mesmo da Política Nacional de Resíduos Sólidos ser sancionada, o descarte sustentável de equipamentos obsoletos é uma prática corporativa. Hoje quase 98% dos materiais são reaproveitados, retornando à cadeia produtiva, reduzindo assim a necessidade de extração de matérias primas. TI Inside - Qual é o objetivo deste ano? Rooney - Continuaremos buscando soluções que gerem eficiência. Como exemplo de ações podemos citar: modernização da infraestrutura de data centers agregando maior segurança operacional e redução no uso de energia
elétrica e espaço; virtualização e consolidação de servidores; ampliação das salas de telepresença e uso racional de impressão.
TI Inside - Seguindo as orientações de sustentabilidade, como está estruturado (configurado) o data center do Itaú Unibanco hoje? Rooney - Existe uma grande preocupação com os aspectos de eficiência dentro de nossos data centers, onde buscamos o equilíbrio entre disponibilidade e redução do consumo de energia, água e espaço. Para isto, temos adotado desde ações simples como organização das fileiras de racks, como a adoção de equipamentos mais eficientes, processos de virtualização e outras melhores práticas de mercado. TI Inside - Vocês possuem métricas tanto de redução de custos quanto de benefícios ao meio ambiente do projeto como um todo? Quais são? Rooney - Temos métricas e indicadores que nos ajudam a acompanhar a evolução e identificar pontos de melhorias. Estas métricas possibilitam quantificar os ganhos como consumo de energia e emissão de CO2. Podemos citar como exemplo o PUE (Power Usage Effectiveness), consumo de energia por servidores e emissão de CO2 evitada. TI Inside - Quais são as orientações para novas aquisições de eletrônicos pela instituição? Rooney - Na realidade, temos preocupação com todo o ciclo de vida do equipamento, desde o processo de manufatura até a destinação dos equipamentos no final de vida útil. Desta forma, o banco tem adotado critérios sociais e de sustentabilidade na escolha dos parceiros e aquisição de equipamentos de TI. Estes critérios consistem, basicamente, na aquisição de equipamentos fabricados conforme diretiva RoHS, que regula a utilização de substâncias potencialmente perigosas ao meio ambiente e ao ser humano. Atualmente este critério é aplicado em alguns segmentos e está
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em fase de expansão.
foto: divulgação
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essa entrevista, Roney Silva, diretor de Arquitetura e Infraestrutura do Banco Itaú Unibanco, cita as principais iniciativas de TI verde e a importância da sustentabilidade para a instituição financeira.
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TI Inside - Quais são os critérios de avaliação de novos produtos? Rooney - As ações de TI verde são baseadas no tripé da sustentabilidade (Triple Bottom Line). Desta forma, as decisões são basedas em aspectos econômicos, sociais e ambientais. TI Inside - Quais são os resultados, do ponto de vista da sustentabilidade, do investimento feito em telepresença. Rooney - O uso das salas de telepresença tem um impacto muito positivo em índices de sustentabilidade. Deixamos de percorrer muitos quilômetros, economizamos com viagens aéreas, poupamos o meio ambiente reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, além de melhorar a qualidade de vida dos usuários. Os índices mostram isso. Em 2011, até o mês de agosto, foram realizadas 1570 reuniões nas salas do Itaú Unibanco, com duração média de 1,5 horas por reunião. Deixaram de ser percorridos 6.035.692 km entre uso de automóvel e avião. Para o meio ambiente, deixamos de emitir 852 toneladas de CO2 e poupamos 5.380 árvores. TI Inside - Descreva o ambiente de telepresença – número de salas, frequência de uso e outros detalhes que tenham disponíveis? Rooney - O ambiente de telepresença no Itaú Unibanco foi criado em 2008 e hoje conta com 11 salas no Brasil e três salas internacionais (Miami, Londres e Nova Iorque). Em novembro deste ano haverá expansão de mais duas salas em São Paulo e uma sala em Lisboa. Ainda temos integração com mais 13 salas do Itaú Unibanco BBA, com salas em diversas localidades em São Paulo e outras capitais. O Itaú Unibanco também possui contrato de serviço Business to Business (B2B) com a operadora BT, possibilitando a realização de reuniões de telepresença com outras empresas. A utilização das salas é controlada pela área de Service Desk, responsável pelo agendamento das reuniões e comunicação com os usuários. 1 7
Roney Silva, do Itaú Unibanco: Desde 2009, antes mesmo da Política Nacional de Resíduos Sólidos ser sancionada, o descarte sustentável de equipamentos obsoletos é uma prática do Banco. Hoje quase 98% dos materiais são reaproveitados
>mercado Claudio Ferreira
Orçamentos, diretrizes
e tendências
A
s previsões para os orçamentos de TI em empresas da Europa e dos Estados Unidos, de acordo com o Gartner, não é das mais agradáveis. Os problemas econômicos que afetam aqueles países devem levar para baixo os montantes investidos. O que leva a “Nosso setor um questionamento inicial: será que sempre será visto veremos algo semelhante no Brasil? como centro de E a uma segunda pergunta que custos, isso não tentaremos responder: como serão os orçamentos por “essas muda. Mas a nossa gastos praias”? Cloud, mobilidade e social realidade local está media estão na ordem do dia. em alta, porque Para a IDC, 2011 se encerra com precisamos investir o Brasil como o 8º maior consumidor em infraestrutura, de TI no mundo, com algo como US$ segurança de 142 bilhões de investimentos e 13% redes, links de aumento em relação ao ano internos e passado. E a explicação é simples e externos, VoIP e, o direta. “O País ainda tem muito a mais significativo, investir, não apenas em portos e em mão de obra, aeroportos, mas em infraestrutura em para suportar geral. Estamos passando por um nossa curva de momento de forte crescimento, o que crescimento” traz boas perspectivas”, aponta Nádia Alencar, Alexandre Vargas, analista de da Aon mercado da IDC Brasil. Entre as mudanças no cenário de infraestrutura, a IDC fala na chamada “terceira onda de tecnologia”, marcada especialmente pela mobilidade (veja mais no Box: Negócios sem fio), irmã de sangue da plataforma de cloud computing e prima de 1º grau da chamada “consumerização” – conceito de que cada vez mais, e rapidamente, os usuários utilizam tecnologia mais recente efetuando tarefas de maneira mais rápida, estejam elas dentro ou fora da empresa. Diante deste cenário, a IDC 1 8
foto: divulgação
A discussão sobre quais rumos os investimentos em tecnologia da informação tomarão em 2012 está apenas começando, mas algumas soluções e conceitos já dão sinais de liderança
prevê uma proliferação de oportunidades no setor de aplicativos, não somente em tablets e smartphones, mas também em automóveis, televisões, máquinas de lavar roupas, geladeiras etc. Se esses fenômenos são mundiais, eles ganham mais importância nos países emergentes como o Brasil, já que o cinto das corporações globais em TI estará mais apertado em 2012.
País tropical O mercado de TI no Brasil, segundo o Gartner US$ 130,6 bilhões, em 2010 US$ 142 bilhões, em 2011 US$ 143,8 bilhões, em 2012 T I I n s i d e
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Se ainda não existem previsões pessimistas quanto aos orçamentos por aqui, o mesmo não podemos dizer de nossos colegas no hemisfério norte. O Gartner prevê uma redução nos gastos tanto nos Estados Unidos como na Europa – ao mesmo tempo em que a mobilidade se torna imprescindível, junto com colaboração e redes sociais. Essa dura realidade nos maiores centros de gastos de TI do mundo levou os analistas do Gartner a pedirem que os CIOs repensem até mesmo seus departamentos – algo que também explica porque cloud está mais acelerado por lá que no Brasil. Outro termo utilizado é o de “destruição criativa”, cunhado por Tina Nunno, analista da consultoria, que prega que é necessário derrubar as barreiras internas organizacionais e aderir aos formatos que levem à inovação. “Destruam o perfeccionismo e abracem o risco calculado”, afirmou Tina em evento da companhia. A realidade brasileira O mesmo Gartner, no entanto, fala que os gastos com TI no Brasil podem chegar aos US$ 143,8 bilhões em 2012, 10,1% acima dos US$ 130,6 bilhões de 2010. E projeta que o setor apresentará crescimento até 2014, com uma taxa anual de 9,9%. “O Brasil foi menos afetado pela crise financeira mundial em virtude de sua disciplina fiscal, do consumo interno e do mercado diversificado de exportação”, apontou Peter Sondergaard, vice-presidente do Gartner e global head de Pesquisas. Para o executivo, as organizações brasileiras abraçaram a recessão 2 0 1 1
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>mercado global como uma oportunidade e buscaram a tecnologia como um fator decisivo, o que ajudou o País a se recuperar rapidamente na demanda e no crescimento de TI. “Os CIOs brasileiros têm a oportunidade de se tornarem líderes mundiais na adoção de TI”, concluiu. Bem na foto Multinacional do setor de seguros, a Aon está presente em 120 países e soma 500 escritórios e 59 mil colaboradores em todo o mundo. No Brasil, onde possui 900 funcionários e 11 escritórios nas principais cidades, a previsão da área de TI é de aumento acelerado no budget. “Em 2011, nosso orçamento cresceu 35% e traçamos uma estimativa de 15% para o próximo ano”, revelou Nádia Alencar, diretora de TI da empresa. Ela admite que sempre existiu, e não mudou, a pressão para reduzir custos. No entanto, o cenário positivo da Aon se deve à reestruturação da operação de TI da companhia, que ganhou uma grande injeção de investimentos. “Nosso setor sempre será visto como centro de custos, isso não muda. Mas a nossa realidade local está em alta, porque precisamos investir em infraestrutura, segurança de redes, links internos e externos, VoIP e, o mais significativo, em mão de obra, para suportar nossa curva de crescimento”, enumera. Mesmo com iniciativas de outsourcing, como em service desk, a realidade se traduz em aumento de projetos ligados à TI interna. “Nosso movimento é de, no mínimo, 3 anos e é voltado para a perspectiva de
Tecnologias em alta Os investimentos que estão ou deveriam estar no topo das prioridades dos CIOs globais em 2012, de acordo com o Gartner: Cloud Computing Computação social atrelado às redes sociais Big Data evolução da lógica de warehouse de dados Mobilidade com os smartphones e os tablets na proa crescimento da empresa no Brasil. Mobilidade e qualificação da mão de obra estão entre os temas principais”, projeta Nádia. Aprovação na pauta Ela admite que a montagem do orçamento sofre influência da matriz, porém no sentido de que existem projetos corporativos globais, como compra de licenças ou procedimentos de segurança. “Tenho uma parcela do meu budget de 2012 voltado para isso, porém tenho liberdade em projetos locais”, explica. O processo de aprovação do budget, ela revela, passa pelo CFO (Chief Finance Officer) e é preciso que ele acompanhe o crescimento da empresa. “Tenho que chegar ao nível do detalhe, é natural”, comenta. Mas, como ela ressalta, em uma empresa de serviços como a Aon é extremamente prioritário o investimento em tecnologia que suporte o negócio. Questionada se a parcela de
inovação nos orçamentos de TI no Brasil sempre é diminuta, ela fala que o momento da Aon é diferente desse lugar-comum, mesmo que não totalmente revolucionário. “Como passamos alguns anos com investimento baixo e temos que mirar a excelência operacional, dependo de tecnologia e de pessoas habilitadas para sustentar o crescimento da companhia. Existe inovação, porém quando mudamos os processos não é uma inovação em letras maiúsculas”, argumenta. Ela admite que é preciso investir mais em mobilidade nos próximos anos, porém cloud ainda não está entre suas prioridades. “Não vou investir em 2012, não vejo a plataforma como algo totalmente maduro, embora veja como o futuro da tecnologia”, minimiza. Preocupada com a evolução dos salários do setor, e vendo como algo constante em 2012, Nádia adota o modelo de equipe flutuante, com uma equipe própria de analistas e a contratação de equipes parceiras para projetos. Ao todo são 35 pessoas na TI somando essas duas realidades. Na visão geral, e no bom sentido, segundo Sondergaard, os tempos mudaram e a TI não é mais algo sem importância. “O setor é um impulsionador básico do crescimento dos negócios. Como exemplo, observamos que, somente este ano, 350 companhias vão investir mais de US$ 1 bilhão em tecnologia, e elas estão fazendo isso porque esta é a área que tem impacto no desempenho de seus negócios”, completa.
Negócios sem fio
O
futuro da TI pode estar nos smartphones e nos tablets. Como uma amostra dessa tendência, estudos da IDC apontam que em 2015 o Brasil já venderá mais smartphones do que telefones convencionais. E em uma outra pesquisa – da mesma IDC – se fala que 74% das empresas já disponibilizam aos funcionários o acesso remoto a uma ou mais aplicações corporativas por meio da internet. E isso não é um fenômeno brasileiro. A IDC estima que já existam 5 bilhões de celulares no mundo – mais de quatro equipamentos tecnológicos diferentes por pessoa. O que leva a uma evolução natural de uma boa fatia deles rumo aos smartphones e mesmo aos emergentes tablets. Se no ano passado foram vendidos ao menos 20 milhões de tablets no mundo – quase que a maioria esmagadora de iPads, da Apple – a previsão do Gartner para 2016 fala que 900 milhões de tablets estarão em uso – ou um para cada oito pessoas em todo o mundo.
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>infraestrutura Jackeline Carvalho
Entre blocos e cimento,
um computador
As construtoras e incorporadoras vivem seu melhor momento econômico. Há demanda e disponibilidade de crédito para a aquisição de imóveis. Mas, para enfrentar a concorrência e evitar que a carência de mão de obra leve tudo por água abaixo, aumentando a eficiência, o setor não mede mais esforços em seus investimentos em TI
A
montagem com fotos de Imagewell (prédio e plantas); Maxx-Studio (notebook) e Andresr (tela azul) / shutterstock
continuidade dos financiamentos para a casa própria, motivadas pelo programa “Minha Cada, Minha Vida”, do governo federal, e as grandes obras de infraestrutura para a Copa do Mundo, em 2014, entre outros programas de melhoria associados à expansão econômica brasileira, vão garantir que, neste ano, o setor da construção civil se mantenha em alta, mostra um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Segundo o órgão, o crescimento deve girar em torno de 8,5%, taxa um pouco abaixo do resultado registrado no ano passado (11,6%), mas um cenário de atividades mais favoráveis à construção civil do que o previsto na média para o conjunto de todos os setores econômicos. A previsão para o crescimento do Produto Interno Brasileiro (PIB), que é a soma das riquezas produzidas pelo País, é 4,5% - ante um crescimento de 7,5% no ano passado. “Muitas atividades que estão recebendo investimentos, sejam públicos ou privados, influenciam diretamente a cadeia de construção, como a ampliação e a construção de novas fábricas, shoppings, centros de compras, construção e reformas de postos de saúde, entre outras”, diz o estudo. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) , lançado em 2007, e que destinou R$ 657,4 bilhões em investimentos para um período de três anos, é um dos 2 4
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destaques. Desse total, R$ 216,9 bilhões se referem ao financiamento habitacional para pessoa física. O empurrão do governo e a resposta dos consumidores, principalmente as classes C e D, que ampliaram os investimentos em bens duráveis, expõem um novo hábito das incorporadoras: o investimento em soluções de tecnologia da informação e comunicação (TIC). “O Brasil chegou à maioridade neste setor, e não dá mais para brincar. As empresas precisam de eficiência e produtividade, algo que exige investimento em TI”, indica André Papaleo, vice-presidente de indústria da Oracle para a América Latina. Não que o avanço já tenha se aproximado dos aportes feitos pelos setores financeiros ou de telecomunicações, considerados de ponta nos investimento em TIC. Mas, pelo número de empresas, a composição já se apresenta significativa aos olhos da indústria de eletroeletrônicos e de sistemas. As incorporadoras e construtoras cresceram e se multiplicaram pelo país, destinando entre 1% e 1,5% do faturamento global ou da obra para a compra de ferramentas de TI. No mapeamento feito pela SAP, há projetos que vão desde a modernização ou substituição de sistemas de gestão até aportes em inovações tecnológicas, como a compra de sistemas de gestão de suprimentos. “A medida que a empresa passa a construir centenas ou milhares de unidades em diferentes lugares simultaneamente, ela deixa de fazer uma construção um a um para fazer em larga escala e toda a dinâmica de suprimento para o novo cenário quase que se transforma em uma linha de montagem”, destaca Daniel Bio, gerente de desenvolvimento de negócios da SAP Brasil. Segundo ele, neste aspecto, a indústria da construção ganha semelhanças com a área automobilística, porque precisa sincronizar pedidos e entregas de materiais, para que o estoque não seja alto, nem ocupe muito espaço. “O material precisa chegar no tempo, nem antes, nem depois”, salienta. Além disso, a incorporadora ou construtora precisa gerenciar a dinâmica do mercado para não interromper projetos por falta de um ou outro produto.
Recursos Humanos O crescimento do setor também tem provocado a falta de mão de obra, em todos os níveis - desde o ajudante de pedreiro até o engenheiro. Só nos primeiros oito meses de 2011 o nível de emprego na construção civil cresceu
seu ápice em relação à remuneração, e o aumento salarial como atrativo para retenção da mão de obra pode comprometer a rentabilidade do “O Brasil empreendimento. “A preocupação chegou à agora é com a gestão do capital maioridade no humano, para que tudo seja mais setor de profissional e se evite, por exemplo, construção, e erros em pagamentos de salários e em não dá mais outras dinâmicas do RH. O volume exige investimento em tecnologia para para brincar. As empresas melhorar o controle e a satisfação do precisam de profissional”, diz Bio. eficiência e Outra linha de investimento da construção civil, segundo o executivo, produtividade, algo que exige são os equipamentos móveis. Um recurso que aos poucos substitui, por investimento exemplo, o apontador, figura chave na em TI” medição da obra porque era o André Papaleo, profissional que registrava toda a da Oracle evolução a partir do preenchimento de planilhas. “Agora não dá mais para fazer isso, porque há uma multiplicidade de obras. A prancheta está sendo trocada por netbooks, tablets e smartphones, com conexão à internet e acesso à documentação para a transmissão de informações em
o nível de emprego na construção civil cresceu 9,44%, segundo balanço do Sinduscon-SP 9,44%, segundo balanço do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), sendo contratados, em agosto, 38,7 mil trabalhadores, um aumento de 1,27% em relação a julho. Um cenário que começa a mostrar às empresas que a simples busca de novos profissionais no mercado atingiu
tempo real”, pontua Bio. Com ações negociadas na BM&F Bovespa desde 2007, a MRV Engenharia confirma a tendência de adoção da mobilidade pelo setor. Reinaldo Sima, diretor de TI da construtora, diz que, em 2012, a empresa vai priorizar projetos que promovam a melhoria dos processos e
ROSSI NAS REDES SOCIAIS
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Rossi está presente nas mídias sócias há bastante tempo. As primeiras ações ocorreram no Youtube e, desde o ano passado, a empresa é atuante no Twitter e no Facebook, onde atualmente mantém um game que simula a decoração de imóveis a partir de plantas de produtos reais. Toda semana são premiadas as melhores plantas, com kits de produtos exclusivos Rossi. Além disso, a empresa transmite conteúdos relevantes para os momentos de vida das pessoas, estreitando a relação com o público. Nas redes sociais a Rossi consegue identificar particularidades e oferecer produtos e vantagens direcionados às necessidades dos potenciais clientes. “É um dos meios que transmitirmos conhecimento, segurança e preocupação com o projeto de vida de cada um que fazemos contato”, diz Reginaldo Mobrizi, gerente de TI da Rossi. Por intermédio de perfis oficiais, a empresa posta informações relevantes e compatíveis com os momentos de vida das pessoas. “Em 2011, estamos com a campanha comemorativa de 30 anos da Rossi no ar, estrelada pela cantora Ivete Sangalo, que é bastante ativa nas redes sociais”, conclui Mobrizi.
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“A automação de todos os nossos processos nos possibilitou unir a expertise do negócio com as melhores práticas de gestão contidas no SAP” Reginaldo Mobrizi, da Rossi
Daniel Bio, da SAP Brasil: a indústria da construção ganha semelhanças com a área automobilística, porque precisa sincronizar pedidos e entregas de materiais, para que o estoque não seja alto, nem ocupe muito espaço
ganhos de produtividade, e que já possui duas iniciativas em andamento, aplicadas na assistência técnica (manutenção) e na gestão da qualidade e em medições. Capitalização As mudanças na construção civil são percebidas a olhos nus e não devem cessar no curto prazo ou pelo menos enquanto o Governo estiver empenhado em estimular o crédito e mantiver os planos sociais para melhoria da qualidade de vida. “É bom separarmos a construção pesada e a incorporação. Nesta segunda parte, sem dúvida, como o número de empresas acaba sendo muito maior, o avanço dos investimentos em TI foi grande nos últimos anos, principalmente com a ida dessas empresas ao mercado de capitais para a captação de recursos e, consequentemente, a necessidade de estabelecer projetos de governança mais efetivos”, pontua Alvaro Mattos, executivo de clientes – produtos de consumo e varejo da CPM Braxis. A empresa desenvolveu aplicativos e customizou um ambiente de integração de sistemas para a Tecnisa Construtora e Incorporadora, mas Mattos cita que há outros ícones dessa nova realidade do setor imobiliário, como a Gafisa e a Rossi. “Muitas se lançaram no mercado de capitais no passado recente e isso exige um reforço na área de governança”, salienta. A Tecnisa não só investiu no sistema de gestão SAP para estruturar seu backoffice, atrelado ao planejamento operacional, como implantou uma solução de business intelligence (BI) considerada referência de mercado. Osvaldo Rodrigues, gerente de TI da empresa, diz que os novos projetos da sua área são motivados tanto pelo desempenho atual do setor como influenciados pela estratégia da empresa para acelerar as obras. Todos os canteiros estão equipados com links de internet e computadores com o sistema de gestão SAP ERP, que suportam da gestão de estoque e pagamentos de fornecedores à gestão do projeto. Outras soluções auxiliam na gestão dos cronogramas e integram todas as áreas da corporação, fazendo com que os departamentos sejam gerenciados por 2 6
fotos: divulgação
>infraestrutura
uma aplicação única. “Isso é importante, porque um cronograma de obras pode ter mais de 10 mil atividades”, explica Rodrigues. Atenção aos projetos A gestão dos projetos e empreendimentos é feita pelo Microsoft Project, que orbita ao redor do SAP e é compartilhado por arquitetos, projetistas, engenheiros de obras e outros profissionais da equipe operacional que, por um banco de dados único, trocam informações. Rodrigues conta que o projeto SAP foi implementado em ondas. A primeira, em 2009/2010, foi sucedida por adequações feitas pela CPM Braxis, com aplicações específicas para o negócio. “A gestão de obras tem cerca
de um ano, ainda está em processo de melhoria, mas gradativamente amplia o número de pessoas e usuários. Esse ambiente nos dá uma flexibilidade muito grande, porque a equipe não precisa de campo, não precisa mais ir até o escritório para repassar informações”, ressalta o gestor de TI. Entre as principais incorporadoras e construtoras do País, a Rossi também opera sob a plataforma SAP desde 1999. “A automação de todos os nossos processos nos possibilitou unir a expertise do negócio com as melhores práticas de gestão contidas no SAP”, relata Reginaldo Mobrizi, gerente de TI da empresa. A automação e integração de processos foi iniciada pela área logística – suprimentos, produção de obras, vendas, contas a pagar e a receber, contabilidade, ativo fixo, gestão de contratos, planejamento e orçamentário. Em um segundo momento, já com a maturidade nos processos operacionais, a empresa integrou os processos estratégicos adquirindo da Oracle a ferramenta da BI Hyperion para elaborar simulações financeiras, do fluxo de caixa de longo prazo, rentabilidade dos empreendimentos, viabilidade dos projetos e gestão do programa de lançamentos. Com um orçamento anual de TI girando em entorno de R$ 7 milhões, a Rossi tem, hoje, toda a sua operação integrada pelo ERP, tendo feito, este ano, três mudanças principais: revisão dos processos operacionais com o objetivo de obter maior eficiência; desenvolvimento de ferramentas gerenciais e de simulação para suportar a tomada de decisão; atendimento às exigências legais de mercado. Simultaneidade O forte aquecimento das atividades do setor de construção civil vem exigindo das incorporadoras a definição de estratégias diferenciadas tanto para a administração simultânea de projetos quanto para lidar com a escassez de mão de obra. “O setor está investindo em RH, mais especificamente na gestão de talentos e na satisfação do profissional”, observa Papaleo, da Oracle. No caso da Tecnisa, além da administração simultânea de projetos, havia a necessidade de permitir que equipes externas tivessem acesso à
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informação atualizada, e o MS Project fez com que os dados centralizados nas mãos dos profissionais responsáveis pela rotina das obras fossem compartilhados, e o projetista, por exemplo, passasse a acompanhar as ocorrências em tempo real. “Com o mercado muito aquecido, a Tecnisa passou a gerenciar mais de 50 empreendimentos simultaneamente, sendo cada um uma unidade de negócio”, informa Osvaldo Rodrigues, gerente de TI da empresa, ao justificar a migração para o ambiente SAP como forma de gerenciar grandes volumes de informação. Todo o controle de estoque e parque dos equipamentos, seja de tecnologia, empreendimento, material de escritório etc, são gerenciados através dos módulos integrados do SAP. O módulo financeiro integra, inclusive, o pagamento de fornecedores, fazendo com que na rotina das obras, as notas fiscais dos materiais recebidos, sejam digitalizadas e colocadas no sistema. “O financeiro programa o pagamento e faz a gestão de fluxo”, diz Rodrigues. O data center Tivit faz o hosting e o processamento da plataforma SAP, sob a gestão da Tecnisa. Para suportar a alta carga de troca de dados, a companhia substituiu o cabeamento lógico, e todo o parque de servidores
cronograma nas obras”, pontua Rodrigues, ao justificar a instalação de links dedicados nessas unidades. Tanto Tecnisa quanto MRV enxergam a infraestrutura de telecomunicações como insumo básico para estandes de vendas e, posteriormente, obras. “Nossos sistemas são utilizados nas pontas, por isso precisamos manter conectados nossas obras e plantões de vendas”, explica Reinaldo Sima, da MRV. Prova de que os investimentos das construtoras e incorporadoras na área TIC não se restringem a aplicativos, as redes de telecomunicações dividem espaço com a terceirização de processos nas estratégias das construtoras. “A partir do momento
As incorporadoras e construtoras cresceram e se multiplicaram pelo país, e hoje destinam entre 1% e 1,5% do faturamento global ou da obra para a compra de ferramentas de TI foi padronizado com a plataforma HP. A nova infraestrutura abriu estrada para o projeto de telefonia IP que, além de interligar as filiais e as obras por ramais, permitirá a criação de novos produtos e serviços, em 2012, para impressionar os clientes nos estantes e obras. “Precisamos de estrutura para receber materiais e fazer a gestão do
em que as grandes companhias deixaram de ser empresas regionais e passaram a ser organizações nacionais, o setor passou a demandar links de comunicação, realizou investimento em infraestrutura e na reorganização interna”, conclui Álvaro Matos, da CPM Braxis.
CASA INTELIGENTE
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construtora BKO vem acompanhando passo a passo a mudanca de perfil do consumidor brasileiro e criou uma linha de empreendimento especial, o projeto iBlue, para aqueles mais “tecnológicos”, que querem serviços agregados, segurança e que não se incomodam em pagar mais pela comodidade. Eduardo Batista, diretor de incorporação da BKO, revela que a estratégia de inovação da companhia começou pela oferta de condomínios mais seguros, inicialmente com um reforço na monitoria das áreas comuns. “Os usuários cadastram suas digitais no sistema do condomínio e o administrador habilita o acesso da pessoa a determinadas áreas do edifício”, descreve. Os condomínios da BKO também permitem a medição remota dos consumos de gás e água. Todos os prédios têm conexão à internet nas dependências, e as unidades são entregues preparadas para automação. “Não entregamos automação porque, fazendo benchmark com empresas e sistemas, concluímos que é algo muito particular. Tem gente que quer fazer só iluminação, outro quer integrar todos os sistemas”, explica Batista. Outro diferencial entregue ao cliente mais exigente da BKO é a instalação de telas touch screen de 42 polegadas nas áreas
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sociais e nas garagens para que sejam publicados o noticiário do condomínio, a programação de serviços e informações individualizadas aos condôminos. Os prédios em Alphaville (BarueriSP), em São Paulo (Vila Olímpia), em Curitiba (Paraná), e em Santos (litoral paulista, com previsão de lançamento em dezembro) já estão equipados com os novos recursos. E o objetivo da BKO é, cada vez mais, integrar serviços com tecnologia. “Por que não permitir que o morador peça um serviço de lavagem do carro por iPad?”, questiona Batista. A inovação é resultado do trabalho da equipe de pesquisa da BKO que monitora diariamente o comportamento do consumidor e as inovações disponíveis e aplicáveis aos empreendimentos imobiliários.
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“Nossos sistemas são utilizados nas pontas, por isso precisamos manter conectados nossas obras e plantões de vendas” Reinaldo Sima, da MRV
>infraestrutura
As nuances do varejo Os altos e baixos da revenda de materiais de construção são compensados pela eficiencia administrativa, defende o diretor de TI da Dicico, Gerson Cruz
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s vendas de materiais para construção inverteram a tendência de crescimento nos últimos dois anos e cairam 7% em outubro. Uma mostra de que no varejo o céu nunca é de brigadeiro, por mais claro e celeste que esteja. O resultado de outubro surpreendeu por dois motivos: geralmente este é um dos melhores meses para o varejo do setor, e foi o primeiro recuo do ano. O levantamento mensal realizado pela Anamaco – Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção –, em parceria com o Ibope, ainda mantém a previsão de crescimento para 2011, porém recuou o índice para 5%, já que se mantém a expectativa de recuperação em novembro, tradicionalmente o segundo melhor mês do ano. Considerando o período de novembro de 2010 a outubro de 2011, o varejo de material de construção apresentou crescimento de 4,5% contra 9,5% entre 2009/2010. Em 2011, o setor apresenta crescimento de 4% contra o mesmo período 2009/2010, de 10%. Nesta entrevista, Gerson Cruz, diretor de TI da Dicico, fala sobre as prioridades tecnológicas da companhia para enfrentar o cenário e diz que “toda companhia que deseja se diferenciar no mercado deve, a cada dia, desenvolver novas formas de se relacionar e atender as necessidades de seus consumidores”. Acompanhe os detalhes da nossa entrevista feita por email.
“Toda companhia que deseja se diferenciar no mercado deve, a cada dia, desenvolver novas formas de se relacionar e atender as necessidades de seus consumidores”
TI Inside: Qual é ou quais são os sistemas que permeiam toda a companhia, em especial a área operacional? Gerson Cruz: SAP RETAIL. TI Inside: Qual é o orçamento anual destinado a TI e telecomunicações? Gerson Cruz: Nosso orçamento anual é de aproximadamente 1,20% sobre o faturamento líquido da empresa.
TI Inside: Quais foram as principais Gerson Cruz, da Dicico mudanças empreendidas este ano? 2 8
Gerson Cruz: Este ano implementamos novos módulos do SAP, como o Novo Sistema de Vendas Assistidas (CSVA); o Sistema de PósVendas (CSDEVOL); Sistema de Aprovações via Mobile; Sistema de Pós Vendas (Suporte a Vendas); Sistema de Gerenciamento de Armazenamento e Roteirizarão (WMS e TMS); Sistema para implementação de expansão via franquias; Sistema para Operação com Entrepostos Logísticos; NFe 2.0; e a parceria com a T-Systems. TI Inside: Enxerga os projetos de TIC como diferenciais estratégicos para a empresa? Gerson Cruz: Sim, toda companhia que deseja se diferenciar no mercado deve, a cada dia, desenvolver novas formas de se relacionar e atender as necessidades de seus consumidores e, para isto se tornar possível, é necessário investimentos em projetos de TIC. TI Inside: Quantas pessoas trabalham na área de TI atualmente? Gerson Cruz: Nossa área de TI tem 20 colaboradores. Todos do desenvolvimento/melhorias estão terceirizados para a CONSTRU Software (consultoria SAP focada em SAP no varejo).
TI Inside: Qual será a prioridade de investimentos no próximo ano? Gerson Cruz: Sempre focar em investimentos que nos traga governança corporativa e aumentar a produtividade por pessoa, desenvolvendo processos e tecnologias que reduzam retrabalho, reprocesso e burocracia. TI Inside: Usa ou pretende adotar tablets e/ou smartphones para a equipe de campo? Gerson Cruz: Sim, este é o futuro do varejo. TI Inside: Com qual aplicação? Gerson Cruz: Vendas, logística, pesquisa de mercado e aprovações via workflow. TI Inside: Possui link de internet dedicado? Por que? Gerson Cruz: Sim, como contingência do link principal. TI Inside: Qual é a estratégia da companhia nas redes sociais? Gerson Cruz: Nossa estratégia passa por monitorar cada vez mais todos os ambientes de redes sociais por meio de ferramentas específicas. Entendemos que o mercado cada vez mais será influenciado por estes canais.
TI Inside: Quais processos de TIC são terceirizados e por que? Gerson Cruz: Realizamos neste ano o outsourcing completo de infraestrutura para a T-Systems. A nossa estratégia é atender as áreas de negócios e deixar para especialistas a área de infraestrutura, além de uma redução significativa de TCO. T I I n s i d e
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TI Inside: Qual é o sistema adotado para check-in e check-out de produtos? Gerson Cruz: SAP Retail. TI Inside: Como avalia os resultados dos investimentos feitos em TIC? Gerson Cruz: Ótimos. Somente com estes investimentos conseguimos nos adequar as constantes mudanças da legislação, além de desenvolvermos novos modelos de negócios que permitem a nossa expansão. d e
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Sescon-SP espera demanda aquecida de certificados digitais no início de 2012
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Sescon-SP (Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e Assessoramento de São Paulo) se prepara para atender a demanda crescente por certificados digitais esperada para o início de 2012. A entidade avalia que a procura deve aumentar consideravelmente em função do cumprimento de algumas obrigações que exigem o uso do certificado digital. Para isso, atenderá os associados, filiados e seus clientes em hora marcada na sua sede central, na capital paulista (que teve o seu horário de atendimento ampliado), e nas regionais espalhadas por todo o Estado, oferecendo descontos especiais.
O certificado digital será exigido a partir de janeiro para o acesso das empresas Conectividade Social ICP, da Caixa Econômica Federal, que é um canal eletrônico de relacionamento. Outra exigência do certificado digital está atrelada à transmissão da Escrituração Fiscal Digital (EFD) do PIS/Cofins, a partir de fevereiro (para empresas do Lucro Real) e março (para empresas do Lucro Presumido). “A certificação digital é fundamental no atual relacionamento entre Fisco e o contribuinte, pois garante e dá autenticidade às transações”, destaca José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sescon-SP.
Movimento quer reduzir multas do SPED
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contabilidade em lidar com complexa legislação tributária brasileira. Fenacon lidera um movimento para reduzir ou escalonar A grande dificuldade é acompanhar as constantes mudanças o valor das multas aplicadas pelo Fisco por atraso, erro que ocorrem. Das 570 empresas de diversos setores consultadas, ou omissão na apresentação de obrigações acessórias, 41,1% disseram que seus sistemas estão desatualizados, ou seja, tais como a Escrituração Contábil Digital (ECD) e a os dados apurados não refletem a correta situação das Escrituração Fiscal Digital (EFD) do PIS/Cofins. contribuições sociais. A entidade encaminhou um manifesto nesse sentido ao Um dado preocupante é que 61,8% das empresas revelaram Ministério da Fazenda. Uma cópia do documento deve ser já terem recolhido contribuições de forma entregue a Carlos Alberto Barreto, secretário incorreta, observa Marcelo Odetto Esquiante, da Receita Federal. entidades propõem presidente do Sescap-Ldr (Sindicato das O documento propõe a elaboração de uma elaboração de mp para Empresas de Consultoria, Assessoria, Medida Provisória ou de Projeto de Lei para Perícias e Contabilidade de Londrina). revogar o artigo 57 da MP nº 2.158-35/2001, distribuir multas que institui novas multas em função da falta de por falta de entrega de “Isso é um grande transtorno para as empresas, pois pode gerar multas em caso apresentação ou apresentação extemporânea obrigações acessórias de recolhimento à menor e, se tiverem dessas obrigações acessórias. recolhido a mais, a burocracia para fazer a O movimento conta com a participação de compensação ou a devolução é enorme”, diz. todos os sindicatos do Sistema Fenacon e entidades Outro problema sério identificado pela pesquisa foi que muitas representativas, que somam cerca de 170 no total. empresas interpretam as normas legais inadequadamente: 65% “O objetivo da proposta é oferecer às pessoas jurídicas, responderam que deixaram de aproveitar créditos permitidos, por independentemente do regime fiscal, um tratamento mais justo e conta da complexidade da legislação tributária. proporcional quanto à aplicação de penalidades por “É um índice alarmante”’, comenta Esquiante, lembrando que descumprimento de obrigações tributárias acessórias, com a o estudo indicou ainda que 65,5% das empresas disseram que redução e escalonamento das multas referentes à ECD e à EFD não estão preparadas para o EDF do PIS/Cofins, que será do PIS/Cofins”, afirma Valdir Pietrobon, presidente da entidade. A articulação ocorre em um momento bastante oportuno. O site obrigatório a partir de 1º de fevereiro de 2012. A pesquisa foi realizada com empresas dos setores industrial, serviços, comércio FiscoSoft divulgou recentemente uma pesquisa que constata a e finanças. dificuldade de as empresas e os profissionais da área de
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Novas regras para validação da NF-e entraram vigor neste mês
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o dia 1º de novembro começaram a vigorar as novas regras de validação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), definidas pela Nota Técnica 2011/004. Os contribuintes devem ficar atentos às alterações que foram introduzidas no procedimento. Uma delas é a definição da validação do dígito verificador do GTIN (Numeração Global de Item Comercial), que é o código de barra, cujo preenchimento na NF-e tornou-se obrigatória a partir de julho deste ano. O novo procedimento também amplia o prazo para a emissão da Carta de Correção Eletrônica (CC-e), para cinco anos a partir da emissão da NF-e, inclui novos Códigos Ficais de Operação e Prestação (CFOPs) e define o teto, por Secretaria da Fazenda, para o valor máximo da NF-e, visando diminuir as ocorrências de notas emitidas com valores absurdos. Outras duas novidades são a alteração e exclusão de
Quero automatizar meu processo de recepção, validação e guarda de NF-e
algumas regras de validação da NF-e para não rejeitar operações válidas, e a definição de procedimentos para preenchimento de informações das notas eletrônicas destinadas à Zona Franca de Manaus. Além disso, o contribuinte devem inserir no documento fiscal a informação relativa ao IPI e ao Imposto de Importação nas notas eletrônicas de importação. Os contribuintes que usam o programa emissor gratuito não necessitarão efetuar nenhum ajuste no software, pois as devidas alterações já foram promovidas pela Secretaria da Fazenda de São Paulo.
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PMEs não protegem dados em servidores virtuais
A Symantec divulgou os resultados da sua Pesquisa 2011 sobre Virtualização em Pequenas Empresas, que analisou a adoção da virtualização dentro das PMEs e o impacto nessas organizações
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estudo Virtualização em Pequenas Empresas, da Symantec, mostra que este grupo de empresas tem forte interesse por essa tecnologia, mas ainda está aprendendo como adotá-la e que quando implementam a virtualização em servidores, elas estão colocando seus dados em risco. Feita em uma base de 658 entrevistados, em 28 países, a pesquisa constatou também que a maioria das PMEs não usa sequer as medidas mais básicas para proteger e garantir a segurança de seus ambientes virtuais. "As pequenas empresas estão avaliando como a virtualização pode beneficiar suas organizações. Ainda estamos nas fases iniciais do ciclo de adoção, mas a virtualização permite que empresas de pequeno porte reduzam custos e atendam às crescentes demandas por maior produtividade e eficiência", afirma Steve Cullen, vice-presidente sênior de estratégia e marketing da Symantec Corp. "Entretanto, estando ou não prontas para a transição, é essencial que as pequenas empresas sempre protejam e garantam a segurança dos dados, não importa que tipo de ambientes tenham." Entre os destaques da pesquisa, a empresa destaca: • Benefícios financeiros orientam a decisão de virtualizar – 70% dos entrevistados disseram que suas organizações estão considerando a virtualização. Não surpreendentemente, os benefícios financeiros são a principal razão de adoção da virtualização de servidores. As menores despesas de capital foram citadas por 70%, enquanto 68% afirmaram que as menores despesas operacionais também
orientam as decisões de implantar a virtualização. Outros benefícios são a capacidade de usar menos servidores para o mesmo número de aplicações (67%) e maior capacidade de expansão dos servidores (65%). • Capacidade limitada de TI é empecilho para algumas pequenas empresas - Apesar do interesse, as pequenas empresas estão encontrando dificuldades para migrar da discussão para a execução. Somente 10% dos entrevistados implantaram servidores virtuais e estão concentrando seus esforços iniciais nas aplicações mais simples, menos críticas. Os principais desafios são desempenho (60%), backup (56%) e gerenciamento de segurança e patches (56%). Quase um terço das pequenas empresas não está planejando a virtualização nesse momento e citaram a falta de experiência como causa. • Dados em servidores virtuais não possuem segurança básica - Quando as pequenas empresas passam a usar ambientes virtuais, deixam de proteger e garantir a segurança dos dados. Apenas 15% fazem sempre backup dos servidores virtuais; 23% fazem com pouca frequência ou não fazem de modo algum. Elas não estão fazendo nada para proteger os dados – apenas 40 % estão totalmente seguros. Os entrevistados disseram que problemas relacionados a orçamento e equipe os impedem de tomar as medidas essenciais. Mesmo aquele que afirmou estar um pouco ou totalmente seguro, está, na verdade, menos seguro do que pensa. Impressionantes 78% não têm antivírus nos servidores virtuais; 48% não usam firewall; e 74 por cento não possuem proteção para os endpoints.
91% das empresas sofreram algum tipo de ataque nos últimos 12 meses
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egundo o relatório da pesquisa “Riscos Globais de segurança", realizada pela Kaspersky Lab em parceria com a agência de pesquisas B2B Internacional, 91% das empresas entrevistas sofreram algum tipo de ataque cibernético nos últimos 12 meses. O estudo ouviu mais de 1.300 profissionais de TI, de 11 países distintos, inclusive o Brasil. As ameaças mais comuns aparecem nas formas de vírus, spyware e outros programas maliciosos. Outro dado importante levantado pelo estudo da Kaspersky Lab é que 31% dos ataques maliciosos resultam em algum tipo de perda de dados e apenas 10% das empresas notificam o vazamento de informações confidenciais. Em relação à segurança das companhias, 70% das
empresas utilizam uma proteção anti-malware completa e 3% não têm proteção alguma. O nível de adoção dos programas de segurança varia de país para país. Em mercados emergentes, 65% das empresas utilizam este tipo de produto, enquanto no Reino Unido e EUA os níveis de implementação foram de 92% e 82%, respectivamente. Apesar de o índice ser alto, a maioria das empresas ainda vivenciou uma violação de segurança nos últimos 12 meses, e quase um terço delas tiveram vazamento de informações de terceiros.
70% das empresas utilizam uma proteção anti-malware completa e 3% não têm proteção alguma
>especial
Paranapanema diminui riscos usando serviços gerenciados
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torne totalmente seguro”, afirma Alessandre Galvão, CIO da epois de analisar os últimos seis meses de operação, a Paranapanema. Paranapanema avalia que os serviços gerenciados de Nos últimos seis meses mais de 33 mil vírus foram bloqueados, segurança proporcionaram uma economia de 7 terabites de negaram-se mais de 54 milhões de tentativas de acessos a sites com banda com regras de acesso a sites indevidos ou perigosos. aplicações ilegais - como roubo e terrorismo - e impediram mais de Os serviços contratados da Arcon evitaram ainda vírus e códigos maliciosos, negaram acesso a sites com aplicações legais, bloquearam 438 mil tentativas de acessos a sites infecciosos, além de bloquear uma média de 478 mil ataques externos por dia. ataques trazendo mais segurança para a rede da empresa. A Paranapanema contratou os serviços de Os principais objetivos da Paranapanema ao Firewall/VPN, que faz o controle do tráfego nos terceirizar sua segurança de TI com um contrato de A Paranapanema segmentos protegidos; o serviço de IPS (sistema 3 anos foram o monitoramento constante (24 contratou os prevenção de intrusos), para detecção e horas) do ambiente, focar a equipe de segurança serviços de Firewall/ de bloqueio; o serviço de Segurança na Web, para nos objetivos estratégicos do core business e VPN, Segurança na controle do tráfego de acesso à internet, incluindo implementar infraestrutura redundante de proteção contra vírus e códigos maliciosos; e segurança no núcleo da rede, reduzindo os riscos Web e Gestão serviço de Gestão Antivírus Corporativo para os relacionados à segurança da informação. Antivírus Corporativo servidores e estações de trabalho, para identificar “Atingimos um ótimo nível de segurança em e mitigar infecções por vírus de intrusão nos toda nossa rede de tecnologia. Neste período, segmentos protegidos. aumentamos a disponibilidade e performance dos acessos à internet, “Montamos um conjunto de serviços gerenciados que protegesse eliminamos os incidentes relacionados a ataques e códigos maliciosos, as frentes mais importantes da empresa. Estes resultados mostram o além de aumentarmos o nível de segurança do ambiente corporativo. quanto a segurança da informação é um assunto crítico para a Em complemento, estamos desenvolvendo um trabalho de educação Paranapanema”, diz Flávio Carvalho, diretor de serviços da Arcon. interna dos colaboradores, o que fará com que nosso ambiente se
Estudo revela condições para implementar firewall
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Sourcefire dilvou neste mês nos resultados da pesquisa que mostra que 55% dos usuários no mundo e 64% nos EUA, optam por utilizar o conceito Next-Generation Firewalls (Nova Geração de Firewalls) para aumentar sua segurança nas implementações, ao invés de substituir as antigas tecnologias. No Brasil, 66% dos entrevistados disseram ter NGFW total ou parcialmente implementados. Cerca de 43% estão usando a solução para aumentar as suas implementações de firewall existente. A pesquisa, realizada pelo Ponemon Institute, e encomendada pela Sourcefire, também destaca a necessidade da NGFW priorizar a qualidade do Intrusion Protect System (IPS) para que os clientes atinjam uma segurança abrangente sem afetar seu desempenho. Os pontos chaves da pesquisa foram: os entrevistados classificaram o IPS como o componente mais importante da NGFW para proteção de dados; os entrevistados consideraram o firewall como a característica menos importante para proteger
seus dados dos acessos não autorizados; mais de 62% dos atuais usuários da NGFW pesquisados sofreram degradação da performance quando a primeira geração de IPS foi implementada como parte do dispositivo da NGFW; 39% dos usuários da NGFW estão implementando o controle de aplicativos em modo de monitoramento e relatório; 25% desses usuários dizem que o controle da aplicação é implementado facilmente; 40% dos entrevistados configuram o controle de aplicação devido às preocupações de desempenho. O Ponemon Institute pesquisou as implementações da NGFW em 5 países, foram entrevistados gerentes de segurança da informação, administradores de rede, CIOs e CISOs nas empresas com mais de 75 mil funcionários. Os pesquisados representam 15 empresas de diferentes setores incluindo serviço financeiro, varejo, saúde e farmácia, governo, hospital, educação, transporte e defesa.
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Claudio Ferreira Oleg Zhevelev/shutterstock
O modelo
Google shopping
Em entrevista exclusiva, Lucia Tahara Le Menn, gerente de parcerias estratégicas para varejo do Google, fala do modelo que a gigante de web pretende utilizar em seu novo canal de exposição de produtos de e-commerce. Entre as empresas que já se associaram estão o grupo Nova Pontocom, que agrega o Grupo Pão de Açúcar Casas Bahia e o Carrefour
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om 4 anos de experiência no mundo, o canal Google Shopping aportou no Brasil em outubro. A modalidade, que permite a busca e comparação de produtos do comércio eletrônico e é utilizada por 200 mil sites de e-commerce globais, já tem adesões locais como o Grupo Pão de Açúcar e a Casas Bahia – ambas pertencentes ao Grupo Nova Pontocom – e o Carrefour, entre outros varejistas. “O retorno monetário (para o Google) é obtido por meio de anúncios veiculados nas páginas Google Shopping”, explica Lucia Tahara Le Menn, gerente de parcerias estratégicas para varejo do Google, ao falar do modelo de negócios. Para os varejistas e empresas que praticam o e-commerce, o novo canal serve para estreitar a relação com os consumidores que utilizam o mecanismo de busca para consultar informações sobre produtos. Entenda também o modelo do Yahoo no Box: Outra experiência. O cadastro no GS (Google Shopping) é gratuito e a única restrição é para os sites de compras coletivas, já que estes – como situa Lucia – não possuem “portifólio próprio” de produtos. E o momento do lançamento do serviço é oportuno, às vésperas do Natal. “Apostamos muito nessa plataforma, que é um canal importante para que o 3 4
consumidor possa encontrar os produtos que deseja com informações precisas, atualizadas com a qualidade e segurança de entrega dos nossos três sites”, comentou Vicente Rezende, diretor de marketing da Nova Pontocom. Veja a seguir a entrevista com Lucia Tahara Le Menn sobre o modelo do GS, sua estratégia para o mercado local, seu funcionamento na prática e qual o papel que a ferramenta pode exercer no mercado de e-commerce brasileiro.
TI Inside: A parceria das redes locais de varejo – Carrefour, Casas Bahia etc – com o Google Shopping funciona dentro de qual modelo? Lucia Tahara Le Menn: Os varejistas interessados em expor seu portifólio de produtos no Google Shopping acessam o Google Merchant. Nele, é possível cadastrar os produtos, com informações como preço, imagens, reviews de usuários, condições de pagamento etc.
TI Inside: Como o modelo de operação do Google Shopping foi aprimorado no mundo até chegar ao Brasil? Lucia Tahara Le Menn: O Google Shopping nasceu da nossa missão de organizar as informações e torná-las globalmente disponíveis. Como a busca de produtos representa uma categoria importante para o internauta, achamos importante lançar um motor vertical dedicado. O Google Shopping começou em 2002, quando lançamos o Froogle – antigo nome do Google Shopping – nos Estados Unidos. E em 2007, ele se tornou Google Shopping. Na sequência lançamos no Reino Unido e Alemanha. Nossa estratégia de internacionalização se acelerou a partir de 2010. Desde então lançamos o produto em diversos países, como França, Japão, Espanha, Itália, Holanda e Austrália, e desde o mês passado no Brasil e Suíça.
TI Inside: O retorno monetário para o Google é de acordo com os resultados de vendas ou de prospects ou por meio dos anúncios associados às páginas de busca? Lucia Tahara Le Menn: O retorno monetário é obtido por meio de anúncios veiculados nas páginas Google Shopping.
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TI Inside: Existe uma limitação para os parceiros presentes no Google Shopping, pequenos sites de e-commerce podem participar? Como será feito o filtro dos parceiros? Lucia Tahara Le Menn: Não, o Google Shopping é uma funcionalidade que opera nas mesmas condições da busca orgânica, ou seja, se baseia na relevância dos termos procurados, independente do tamanho da empresa. 2 0 1 1
TI Inside: Sites de compras coletivas também podem participar do GS? Lucia Tahara Le Menn: Não, somente sites com um portifólio próprio podem participar. Temos uma política editorial nesse sentido. TI Inside: Alguns analistas falam que o GS entra em uma seara na qual existem outros players consolidados no Brasil, como o UOL Shopping, ou ainda traria elementos de comparação de preços, segmento no qual o Buscapé e outros oferecem esse serviço. Qual a sua visão do que o GS é e pode vir a ser? Lucia Tahara Le Menn: O Google Shopping não é um serviço de comparar preços, como o Buscapé, por exemplo. Ele fornece, de uma maneira simples e rápida, uma variedade enorme de varejistas e produtos que estão na internet. Isso significa que, se o item que o usuário procura estiver na web, com certeza ele será encontrado. Não vendemos produtos. Nosso trabalho é encontrar o produto que o usuário está buscando e direcioná-lo para a loja que está vendendo o mesmo, com base em nossa avaliação do que é mais relevante para a pesquisa. Além disso, o Google Shopping não aceita pagamento para inclusão nos resultados mostrados. TI Inside: Existe um componente, seja estratégico ou de funcionamento, montado de forma específica para o mercado brasileiro no GS, além do Brasil ser o único país do mundo onde o usuário pode consultar o preço parcelado dos itens? Lucia Tahara Le Menn: A opção “pagamento parcelado” foi pensada com base na característica do consumidor brasileiro em parcelar a compras. As pessoas têm o hábito de calcular o preço da parcela e não o valor final, sendo assim, entendemos que essa seria uma opção relevante para incluir na ferramenta. TI Inside: Como será feita a hierarquia da busca pelos produtos, quais as opções já disponíveis? Lucia Tahara Le Menn: O ranking será baseado na pertinência/relevância do produto e/ou do varejista, que varia de acordo com a busca efetuada pelo internauta.
Google shopping fornece uma grande variedade de produtos que estão na internet
TI Inside: É possível associar informações de geolocalização de lojas físicas, por exemplo? Lucia Tahara Le Menn: Sim, existe a funcionalidade “Lojas próximas”. Caso o varejista online possua alguma loja física cadastradas no Google Places, o internauta poderá clicar no link das “lojas próximas” para visualizar os endereços mais próximos da sua localização. TI Inside: Quais produtos ou categorias de produtos devem ter uma busca maior no serviço? Lucia Tahara Le Menn: As duas categorias que costumam ter mais buscas são: eletrônicos e vestuário, mas todas as categorias de produtos vendidos online e que respeitem nossas políticas serão bem-vindas. TI Inside: Qual pode ser o papel do GS no mercado brasileiro? Não apenas para os consumidores finais como para os parceiros de e-commerce?
Lucia Tahara Le Menn: A missão do Google é organizar a informação e torná-la acessível para todos. Enxerga mos os produtos como uma categoria importante da informação que gostaría mos de tornar acessível ao mundo. Gostaríamos de continuar a aumentar nossas ofertas de comércio, bem como o número de varejistas com quem tra balhamos. No lado do produto, você não pode simplesmente mostrar aos usuários uma lista do que está lá fora. É necessário dar ferramentas que permi tam encontrar o que os usuários preci sam de uma maneira simples e rápida. TI Inside: Como o GS está sendo ou será integrado às demais ferramentas do Google, como o Google+ ou a Google TV? Lucia Tahara Le Menn: O Google+ está integrado à experiência Shopping. Para isso, basta que o internauta marque com “+1” qualquer página de produto no Google Shopping.
Outra experiência
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oncorrente histórico do Google e envolto nas últimas semanas em rumores de vendas para esta ou aquela empresa, o Yahoo lançou no meio deste ano a sua experiência chamada de Yahoo Ofertas. Nela, a empresa promove uma parceria com o player de compras coletivas Peixe Urbano. “Temos modernas tecnologias para segmentação e personalização da publicidade, o que possibilita oferecer aos usuários ofertas cada vez mais relevantes, alinhadas com uma experiência on-line diferenciada e forte conteúdo editorial. Com a combinação desses elementos e a parceria com o Peixe Urbano, conseguiremos apresentar a oferta certa para a audiência certa”, explica Leonardo Khéde, diretor de e-commerce do Yahoo. A operação conjunta começou oferecendo promoções nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre para depois chegar a outras cidades. A parceria, como revelou Khéde, é exclusiva por parte do Yahoo. “Temos no nosso DNA a montagem de produtos e serviços em conjunto com parceiros. Acreditamos na personalização das ofertas e conseguimos fazer isso muito bem. Temos uma base de e-mail e 30 milhões de usuários no portal, e acredito que podemos atingir de 20% a 30% desse público com o Yahoo Ofertas”, projeta. O modelo local, no entanto, não segue o que é feito lá fora. Nos Estados Unidos, por exemplo, são três os parceiros. “É um mercado novo e estamos montando nosso próprio modelo que pode ser migrado para a América Latina, por exemplo”, finaliza.
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Claudio Ferreira
Eles sabem trabalhar
as redes sociais
Pesquisa da Miti Inteligência mostra como os 10 principais portais de conteúdo da web brasileira têm trabalhado o social media. Veja as estratégias e o modelo de atuação que pode servir de modelo ou mesmo de parâmetro para o investimento das corporações em geral
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útil”. Por isso, usa os perfis e o blog para ensinar e orientar sobre suas ferramentas, direcionando a melhor utilização e seus benefícios”, observa Elizangela Grigoletti, gerente de inteligência e marketing da Miti Inteligência. Elizangela conduziu a análise sobre como as 10 maiores empresas da internet atuam nas mídias sociais e traz conclusões interessantes. O portal Uol, que é até hoje referência em notícias no Brasil ao contar com foto: divulgação
onteúdo na web é tudo! E a ideia de que com as redes sociais o conteúdo está nas mãos do internauta em geral é algo que sai do simples discurso para uma realidade da qual não se pode fugir. Mas como mediar e usufruir da melhor forma do contato com os associados das redes sociais para alavancar sua marca e, por que não, seu conteúdo? Em pesquisa analítica, a Miti Inteligência mapeou como os dez maiores portais de conteúdo na internet atuam no “Os canais sociais relacionamento com seus usuários por do Google meio das mídias sociais. seguem a mesma O site mais acessado no mundo, premissa da por exemplo, o gigante das buscas empresa: Google – embora não produza “organizar a conteúdo – mantém desde perfis no informação e Twitter e um canal no YouTube, site torná-la útil”. Por que é de sua propriedade, até blogs isso, usa os perfis voltados para o público brasileiro. As e o blog para páginas são usadas para divulgar ensinar e orientar produtos e ferramentas, além de sobre suas informar sobre lançamentos, ferramentas, atualizações e orientar sobre o direcionando a uso. Mesmo sem utilizar o melhor utilização “concorrente” Facebook. O modelo é bem transparente. e seus benefícios” “Os canais sociais do Google seguem Elizangela Grigoletti, da Miti a mesma premissa da empresa: Inteligência “organizar a informação e torná-la
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parceiros editoriais de peso como a Folha de S. Paulo, recebe cerca de 50 milhões de visitantes únicos por mês e nas redes sociais tem presença oficial no Facebook e no Twitter, com perfis segmentados por assunto, com quase 20 perfis no microblog – uma estratégia cada vez mais comum entre os Top Ten. “Esta é uma estratégia bastante seguida atualmente (da segmentação), pois oferece conteúdo direcionado, o que torna o objetivo das redes – o relacionamento – algo muito mais produtivo e interessante”, admite Elizangela. Múltiplos ou tímidos? Seguindo o mesmo padrão de segmentação, o Yahoo mantém diversas páginas no Facebook e perfis no Twitter segmentados por assunto. O portal possui também um canal de divulgação no YouTube. Enquanto o perfil do Twitter é usado principalmente para replicação de notícias veiculadas no site. O Globo.com, portal que reúne todos os serviços e conteúdos relacionados à maior emissora de TV do País, está no Twitter com um perfil para assinantes dos serviços de Internet e outro voltado para tecnologia, além dos perfis dos canais de conteúdo G1 e do Globo Esporte. O que mostra o
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O principal evento de Políticas de (Tele)Comunicações agora tem um “plus”. Venha discutir também a política de TICs. O debate anual com empresários, acadêmicos e representantes da sociedade civil sobre as perspectivas políticas e regulatórias do setor. Entre os temas em debate: A agenda política de 2012 para as (Tele) Comunicações A agenda regulatória da Anatel para 2012 A agenda regulatória da Ancine para 2012 Radiodifusão e Telecom: O desafio da convivência O setor de TICs e a política industrial As políticas de inclusão digital Os projetos estratégicos de infraestrutura Programa Brasil Maior para desenvolvimento e exportação de software e serviços Programa de incentivo para fabricação de componentes e semicondutores Programas de desoneração para fabricantes de TI Apoio
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Promoção
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>internet interesse da empresa em estreitar e dar continuidade às “conversas” com seus assinantes e possíveis associados. Já o portal MSN mantém apenas perfis com conteúdo em inglês, vinculados à página norte-americana – o que lhe confere um certo distanciamento do consumidor-leitorinternauta brasileiro. Portal que nasceu visando à democratização da internet no Brasil com a oferta de acesso gratuito e que depois se consolidou como um portal de conteúdo, o IG é considerado pelo Miti como um forte player nas redes sociais. “Eles mantém canais segmentados por assuntos/editorias, totalizando nove páginas no Facebook e 34 perfis no Twitter, inclusive alguns dedicados aos principais times de futebol do Brasil”, comenta a analista. Segmentados e segmentos Maior grupo de mídia impressa do País, a Editora Abril possui um portal de notícias amplo, reunindo as publicações das revistas do grupo e também outros conteúdos, produzidos especificamente para a página. E eles seguem a cartilha de seus pares ao manter perfis oficiais no Twitter e páginas no Facebook para os assuntos relacionados à suas revistas e também aos portais que mantém. Ao todo, são 58 fanpages da rede social e 62 perfis no microblog. “O Estadão também atua da mesma forma, mantendo páginas e perfis separados por editorias e serviços, como o Reclame ou Arquivo”. Um dos sites mais queridos da Internet – como ressalta o estudo da Miti –, o portal Lancenet, está entre os 10 maiores do Brasil, ainda que com o foco exclusivo em mídia esportiva. Para estreitar o relacionamento entre seus leitores, mantém no Twitter perfis segmentados por times de futebol, contemplando os principais clubes do eixo Rio-São Paulo-Minas-Rio Grande do Sul. “O Lancenet também possui uma página no Facebook, mas inovou com a criação do Lance!Activo 2.0, uma rede social que possibilita uma participação mais ativa dos usuários nos blogs e fotologs do grupo, entre outras ações de relacionamento”, aponta a analista. Lançado em 2008, o Activo 2.0 tem atualmente algo como 1 milhão de 3 8
visitantes mês e média de 60 mil page views por blog ao mês. Blogueiros da rede tem seus textos publicados no site do veículo e mesmo na versão impressa. Criação, produção, desenvolvimento e o acompanhamento da rede social são feitos pela produtora paulistana Red Cube. Experiência “terrena” Outro exemplo nesse sentido é o do portal Terra, que também segmenta os seus perfis no Twitter, com informações sobre esportes, notícias, diversão e o perfil Terra TV, além de manter uma página oficial no Facebook e um canal no YouTube. “Existe uma mudança de porta de entrada, mudou o formato da fonte de informação, hoje a pessoa consome a informação de
O Top Ten de mídia Veja o resumo do modelo utilizado pelos maiores grupos de mídia/conteúdo do Brasil nas redes sociais. Editora Abril possui 58 páginas no Facebook e 62 no Twitter; Estadão inúmeros perfis segmentados; Globo.com está no Twitter com perfis diversos; Google perfis no Twitter, no canal no Youtube e em blogs voltados para o público brasileiro. Divulga seus produtos e ferramentas; IG montou nove páginas no Facebook e 34 perfis no Twitter; Lancenet perfis na redes sociais e criação de uma rede social própria com blogs e fotologs; MSN perfis, mas em inglês; Terra perfis segmentados por seus canais no Twitter, também usa o Facebook e o YouTube; Uol usa tanto o Facebook como o Twitter, com perfis segmentados por assunto, com quase 20 perfis no microblog; Yahoo mantém diversas páginas no Facebook, perfis no Twitter e um canal no YouTube T I I n s i d e
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outras fontes e temos uma mudança importante de produção, que pode ser de qualquer indivíduo. As redes sociais estão pautando conteúdos mesmo da mídia tradicional”, aponta Elisa Calvo, diretora de mídia e de social media do Terra Networks. A forma de se diferenciar dos demais portais, garante Elisa, é misturar os meios, os canais formais e as redes sociais. “Com o “Você Repórter”, no qual a geração de conteúdo é do próprio internauta, tudo fica ainda mais fácil. E a segmentação é fundamental. No Planeta Terra – evento musical realizado em São Paulo –, criamos canais nas redes sociais específicos para cada palco para que as pessoas fizessem comentários de acordo com a afinidade daquele grupo de shows, por exemplo”, relembra Elisa. A área de redes sociais conta com uma equipe de 12 pessoas, das quais oito ficam dentro da redação de conteúdo do Terra, interagindo pautas e ideias com os jornalistas. “É importante reverberar as notícias e vice-versa. Nossa equipe está ligada tanto ao marketing como ao editorial. Tivemos uma grande experiência com o Pan de Guardalajara, o perfil do César Cielo conosco foi um grande sucesso. E agora projetamos como vamos trabalhar na Olimpíada de Londres”, projeta Elisa. Como apoio, o Terra conta com uma área de inteligência de mercado, que trabalha com métricas de audiência nas redes sociais. “O “like”, do Facebook, é uma métrica, mas o sharing, o compartilhamento dos posts nas redes, é que deve passar a ser a métrica mais importante para os portais”, explica a executiva. A meta de Elisa e do Terra é que os vários endereços do portal cheguem ao 1 milhão de fãs em 2012. “Falamos com 500 mil hoje, e é muita gente. E a interação acontece a todo o momento, ao contrário de um jornal impresso, por exemplo. Nossa missão é filtrar os conteúdos e manter a conversa com os internautas”, completa. Entre presença e inovação, os grandes portais mostram porque estão à frente não somente na web, mas também em todas as possibilidades advindas com ela. Ficam as lições e as estratégias para que as corporações possam montar o seu modelo de atuação. 2 0 1 1
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