televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 20_#218_ago2011
A TV Paga PÓS-PLC 116 Como ficará o mercado com a nova regulamentação, a chegada do vídeo on-demand e o crescimento da classe C na base de assinantes.
PROGRAMAÇÃO
Canais pagos e emissoras abertas investem no filão do humor
RADIODIFUSÃO
Teles e broadcasters mostram as armas na disputa pelos 700 MHz
Foto: marcelo kahn
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro
Editor
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski
Fernando Lauterjung
Redação
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Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jardim (Produção Gráfica) Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Bruna Zuolo (Gerente de Negócios) André Ciccala (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente) Gislaine Gaspar (Gerente)
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Administração TI Central de Assinaturas
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Internet E-mail
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O futuro, atrasado
André Mermelstein
Tela Viva News
André Mermelstein
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Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
futuro às vezes chega atrasado. Um exemplo é a TV digital interativa, com a plataforma Ginga, trabalho brilhante desenvolvido pela universidade brasileira, mas que aparece num momento em que a interatividade, na TV e em outros dispositivos, já tem outra dona, a Internet. A regulamentação também, em geral, vem apenas quando uma nova realidade já está configurada, ou pelo menos com tendências claras de como se desenvolverá. É o caso do PLC 116, finalmente aprovado pelo Congresso no final de agosto e até o fechamento desta edição aguardando a sanção da Presidência da República. Quando proposto, há quase cinco anos, trazia elementos vanguardistas, uma regulamentação moderna para os serviços de TV paga, sem separá-los por tecnologia, enxergando uma realidade mais convergente. O PLC também inovou ao trazer as cotas de conteúdo, vinculadas a mecanismos de financiamento da produção nacional, como instrumento de fortalecimento da indústria e do patrimônio cultural nacional (embora estas desagradem uma porção significativa do mercado de payTV). Mas a nova lei traz também traços de antiguidade, de coisas que em 2011 soam mais anacrônicas do que poderiam soar em 2007, quando foi apresentado. Afinal, se vamos mergulhar cada vez mais em modelos de consumo de vídeo on-demand, como falar em cotas para o horário nobre? Como definir horários, se os assinantes podem consumir o conteúdo quando querem, com seus DVRs e plataformas VOD? E as cotas, como funcionarão para as ofertas não-lineares? Faz sentido pensar em cotas percentuais quando o portfolio a ser oferecido é virtualmente ilimitado? Outro ponto a se destacar é a separação legal entre os serviços de programação e distribuição, o chamado Tratado de Tordesilhas entre teles e broadcasters. É certo que a lei brasileira deve proteger a radiodifusão, um patrimônio do país, com seu serviço universal e gratuito. Mas isso não precisa ser feito, como está na nova lei, em detrimento do surgimento de novos players no setor audiovisual, em plataformas que não têm nada a ver com a TV aberta, como é o caso das teles e seus portais, serviços de IPTV e vídeo over-the-top. Por que não pensar, em uma nova rodada de debates sobre o marco legal que possa surgir com a Lei de Comunicação, em uma lei verdadeiramente convergente, que permita a exploração de qualquer serviço por qualquer um e em qualquer plataforma? Parece que seria a melhor forma de criar concorrência e ampliar as possibilidades de desenvolvimento de serviços e conteúdos.
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Ano20 _218_ ago/11
(índice ) 14
Capa
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Scanner
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Figuras
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Como a aprovação do PLC 116 e a chegada dos serviços on-demand vão moldar o cenário da TV por assinatura nos próximos anos
TV por assinatura
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Com quase metade das assinaturas, classe C torna-se foco da indústria
Radiodifusão
( cartas)
Congresso da SET destaca disputa pela faixa de frequência dos 700 MHz
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EDITORIAL Muito bom o editorial “O PL da discórdia” (TELA VIVA 217). Me parece que a situação relatada poderia ser alterada se redes menores e canais buscassem atrair recursos financeiros para viabilizar programas brasileiros mais atrativos (chave para maior audiência e maior receita), abrindo mão de direitos eternos sobre programas (que não são reexibidos). Algumas redes na América Latina implantaram um modelo verticalizado que funciona bem, em poucos casos. Já nos EUA e Europa o mercado é horizontal, com a atuação de dezenas de redes, canais, produtoras e agentes financeiros que viabilizam a produção de programas exibidos e reexibidos em diferentes canais, logo gerando menor custo para o primeiro exibidor. Paulo Areas, Rio de Janeiro
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Audiência
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Programação
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Conteúdo de humor conquista novos espaços na TV paga e na Internet
Tecnologia
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Mercado ainda aposta na TV digital móvel
Making of
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Artigo
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A necessidade de discutir o modelo de criação audiovisual e a valorização de autores
Case
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Com associação de produtoras, Zapata Filmes roda seu primeiro longa de ficção Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br
Upgrade
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Agenda
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
telavivanews www.telaviva.com.br 4
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( xxxxxxxxx) Novo nome
FOTO: Mariana Vianna
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A produtora Youle Filmes passa a se chamar Y Filmes a partir de agosto. O novo nome passa a existir com a estreia das novas temporadas dos programas “Dilemas de Irene” e “No Astral!”, realizados pela produtora para o canal GNT. A nova temporada da série de ficção “Dilemas de Irene” estreou no canal em 5 de agosto. Os novos episódios de 15 minutos de “No Astral!”, que explica os signos do Zodíaco, estrearam no dia 7 de agosto, com novo cenário, assinado pela cenógrafa e diretora de arte Claudia Alencar. O programa online “Vivo On Webshow”, desenvolvido pela operadora Vivo em parceria com a produtora New Content e o apresentador Marcos Mion, ganhou uma nova temporada de 12 episódios. A atração terá novos quadros e a participação especial da banda Jota Quest. O programa interativo e com transmissão ao vivo pela Internet recebe celebridades para comentar o que acontece na web. Os programas são exibidos quinzenalmente, às terças-feiras, das 21h às 22h, no site Vivo On. Os internautas podem conferir o programa pelo site www.livestream.com/ vivoon e acompanhar os melhores momentos no site www.vivoon.com.br.
“Nota 10 – Série Enem” é uma parceria do Canal Futura com a Editora Moderna.
Boas práticas
FOTO: Alexandre Campbell
O Canal Futura estreia em agosto o programa “Nota 10 – Série Enem”, atração desenvolvida em parceria com a Editora Moderna e produzida pela Limite Filmes. São duas séries de programas e outra de interprogramas dedicadas a mostrar práticas pedagógicas que têm se mostrado eficientes no alcance de bons resultados no Exame Nacional do Ensino Médio, tanto para estudantes quanto para as escolas. A primeira fase da série tem cinco episódios temáticos de 30 minutos e vai ao ar a partir de 30 de agosto, às terças-feiras, às 15h. Haverá reprises às quartas-feiras, às 2h45, e às quintas-feiras, às 22h30. A série completa terá reprise na semana que antecede o Enem 2011, de 17 a 21 de outubro. Em outubro, na véspera das provas, serão exibidos três programas interativos com formato de simulado para passar dicas e tirar dúvidas dos jovens, que poderão participar por meio de e-mail, telefone e redes sociais. São dez programetes de 30 segundos cada, com dicas e informações sobre o Enem que serão exibidos durante a programação do Canal Futura e nos intervalos comerciais do jornalismo da Rede Globo. Os episódios e os bastidores dos programas ficarão disponíveis no hotsite www.nota10serie.com.br.
Claudia Lisboa, apresentadora de “No Astral!”, atração da Y Filmes para o GNT.
Coprodução internacional
Fé multiplataforma
A Academia de Filmes está filmando sua primeira coprodução internacional. O longa-metragem “Infância Clandestina”, projeto aprovado no Programa Ibermedia, é uma parceria entre a produtora brasileira e a argentina Histórias Cinematográficas, que produziu o filme “La Historia Oficial”, vencedor do Oscar de melhor filme de língua estrangeira em 1986. O longa está sendo filmado na fronteira do Brasil com a Argentina e a previsão de estreia é para o primeiro semestre de 2012. 6
A Rede Aparecida ampliou sua distribuição. A emissora católica passou a ter seus conteúdos de rádio e TV distribuídos ao vivo aos donos de equipamentos da plataforma iOS (iPhone e iPad). O conteúdo pode ser assistido através de um aplicativo, que já está disponível na loja da Apple. A TV Aparecida também está disponível para mais de 140 cidades em canal aberto, incluindo 11 capitais, em 16 estados brasileiros e para todo o Brasil pela antena parabólica, pela internet no portal www.A12.com e em algumas operadoras de TV por assinatura. •
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A Netflix chegou ao Brasil no início de setembro. É a primeira investida da locadora virtual fora do mercado norte-americano. Nos EUA, a empresa tem 25 milhões de assinantes de serviços de vídeo por entrega de DVDs e vídeo streaming, e começou este ano uma operação no Canadá. O CEO da empresa, Reed Hastings, veio ao país para anunciar o lançamento. O serviço custará R$ 14,99 ao mês, com uso ilimitado. No Brasil haverá somente a opção de streaming, sem distribuição física de DVDs. Hastings não respondeu às perguntas sobre o tamanho do acervo para o mercado brasileiro. Os conteúdos são licenciados nos EUA, e a empresa deve manter no Brasil apenas equipes de suporte aos assinantes e cobrança. Não foram apontados executivos no país. Conteúdos locais, apenas algumas novelas da Bandeirantes. Mas o CEO disse que pretende com o tempo não apenas agregar conteúdos brasileiros à plataforma, mas também levá-los à base global de assinantes do serviço. Perguntado se a falta de presença local não o deixava em desvantagem aos competidores já instalados aqui, Hastings disse que a expertise global da empresa compensará seu desconhecimento do mercado local. “Podemos fazer coisas que os locais não podem, como negociar os conteúdos globalmente, bem como as parcerias com os fabricantes de devices”, disse. Curiosamente, uma rápida navegação no
serviço mostra erros de tradução em nomes de filmes e seriados, como “Anatomia de Grey” (“Grey’s Anatomy”) e “Belleza Americana”, fora alguns títulos de filmes em espanhol. O serviço estará disponível inicialmente para O CEO da Netflix, Reed Hastings, no lançamento do serviço no país. computadores e consoles PS2, PS3 e Wii. Até o fim do ano, segundo a empresa, estará também em TVs conectadas da Samsung e LG, Xbox e nos dispositivos móveis da Apple (iPhone e iPad), além de Blu-ray players. Hastings disse que a Netflix tem parcerias globais com outros fabricantes, como Sony, Philips etc, e que todas essas parcerias devem ser replicadas no Brasil e nos demais países. Ele não informou se o serviço estará disponível no Apple TV nem qual será a política de relacionamento com os parceiros de plataforma e conteúdos.
FOTO: tela Viva
Presença virtual
( scanner) América digital
FOTOs: divulgação
Estados Unidos. Quem assume a função é Fred Medina, Um dos temas de destaque do BBC Showcase Latin ex-vice-presidente executivo de desenvolvimento de America 2011, evento que a emissora inglesa promoveu negócios na Ole Communications. Medina será responsável no Rio de Janeiro nos dias 29 e 30 de agosto, foi o avanço pela entrega de novas marcas, produtos e iniciativas para das plataformas digitais. Pela primeira vez, além dos aumentar as receitas na região. O profissional ficará em clientes tradicionais (os compradores dos canais abertos e Miami e se reportará a Jana Bannett, pagos), participaram do evento presidente da Worldwide Networks e representantes de empresas que investem diretora executiva para a América Latina. em plataformas digitais, como Oi, Terra e Jana participou do BBC Showcase 2011 Saraiva Digital. “Essa é uma demanda dos e contou que o grupo quer investir na nosso clientes e queremos dividir região e que, até o início do ano que vem, a conhecimento com eles”, explicou Helen BBC deve ter um escritório no Brasil. A Jurado, vice-presidente de vendas e executiva observa que com um vicedistribuição para América Latina. Ela presidente voltado para a região e a destaca que os países da região têm grande presença local, novas oportunidades podem força de produção e o mercado de VOD que se abrir no País. A ideia é estreitar está se abrindo na América Latina pode ser parcerias com broadcasters e produtores uma grande janela para o conteúdo da BBC. independentes locais, participar do mercado Helen conta que os clientes pedem com Fred Medina assumiu o cargo de que se firma com as novas plataformas frequência direitos para VOD dos conteúdos vice-presidente executivo para digitais e distribuir os canais BBC na região. América Latina e mercado que compram, mas raramente sabem hispânico dos Estados Unidos. Jana aposta no canal BBC HD, já que as especificar que tipo de serviço é, se é catch programadoras buscam conteúdo em alta up, transacional, quantas pessoas atingem e definição para ampliar a oferta ao usuário. Nesta os modelos. “É um mercado muito novo. Estamos todos semana, o canal BBC HD será lançado no México. estudando e aprendendo”, observa. O evento deste ano Uma das atrações mais festejadas do evento deste ano também foi marcado por anúncios que indicam a foi a série “Frozen Planet”, uma coprodução com a importância do mercado latino-americano dentro do Discovery que deve estrear na América Latina no início grupo. A BBC Worldwilde criou o cargo de vice-presidente do próximo ano. executivo para América Latina e mercado hispânico dos
Tela social
Dramaturgia
O Facebook vem sendo alvo de investidas de alguns canais. O Telecine disponibilizou o filme “O Lutador” em sua página na rede social (www. facebook.com/redetelecine). A ação divulgou o evento UFC Rio 2011. O filme de Isaac Florentine ficou disponível na fanpage do canal entre os dias 24 e 28 de agosto. Antes do longa, os espectadores Telecine exibiu "O Lutador" no Facebook para puderam ver o trailer de promover o UFC Rio 2011. “Conan, O Bárbaro”, que chega aos cinemas em 16 de setembro. “O Lutador” foi exibido também no canal Telecine Action, no dia 26 de agosto, dentro do especial MMA no Cinema. O Esporte Interativo também transmitiu com exclusividade no Facebook o jogo entre Real Madrid e Barcelona pela Super Copa da Espanha, com o patrocínio da Petrobras. A programação da TV Canção Nova está disponível ao vivo na rede social. As transmissões, que tiveram início em junho, são feitas por meio de um aplicativo (apps.facebook.com/tvcancaonova/). Além da transmissão da programação ao vivo, estão disponíveis vídeos de entrevistas, encontros, programas passados e pregações. Mais de 14 mil usuários já “curtiram” a TV Canção.
A RPC TV, afiliada da Rede Globo no Paraná, produz em parceira com o produtor cultural Luiz Brambilla a comédia de situação “Condomínio Pedreira”. A atração, escolhida através do pitching realizado em abril, será exibida em três capítulos, ainda este ano, no quadro “Casos e Causos”. A minissérie “Casal Terapia”, em fase de produção pela produtora Plano 9, foi escolhida no mesmo processo seletivo. Os episódios de “Condomínio Pedreira” foram gravados com plateia. A comédia aborda questões presentes no cotidiano, como amizade, desafios, família e profissão, de maneira leve e descontraída. A trama gira em torno de seis personagens que moram em quatro apartamentos, todos no mesmo andar, e que trocam experiências, dramas e conquistas. Cada episódio também terá um convidado especial.
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Terra em evolução O Planeta Terra 2011, festival de música do Terra, terá sua transmissão ampliada com novas câmeras, novos formatos de entrevistas entre os shows e mais interação com as redes sociais. A quinta edição do festival, que acontece no dia 5 de novembro no PlayCenter, em São Paulo, terá transmissão HD e SD, pela Internet, celulares e tablets. A ideia é ter ainda mais câmeras captando os shows e o público, e mais interação com as redes sociais, a exemplo dos shows do U2 e do Paul McCartney no Brasil, transmitidos ao vivo pelo Terra. “O que fizemos no show do Paul McCartney foi um ensaio. Estamos trazendo essa experiência para o Planeta Terra”, conta o diretor de marketing do Terra para América Latina e EUA, Alexandre Cardoso. Além do Brasil, o festival é transmitido para os outros países da América Latina e para os Estados Unidos. Em 2010, a audiência da transmissão foi de 3,9 milhões de pessoas. Com o sucesso do festival no Brasil – os ingressos foram vendidos em 14 horas – o Terra planeja a internacionalização do evento. A primeira nova cidade a receber uma edição do festival é Lima, no Peru. A data ainda não está definida, mas a previsão é que aconteça ainda este ano. Todas as cotas de patrocínio do Planeta Terra 2011 estão vendidas, totalizando cerca de R$ 19 milhões. As cotas master foram vendidas para Banco do Brasil, Claro, Close Up, Gol, HP, Trident e Volkswagen. As cotas de apoio foram para 51 Ice, Universidade Cruzeiro do Sul, Dermacyd, Devassa, Gafisa, Sadia (Hot Pocket) Philips e Sedex. O festival tem 11 bandas confirmadas até o momento, entre elas The Strokes, Broken Social Scene e Beady Eye.
Ação chilena A HBO estreou no dia 4 de setembro “Profugos”, sua primeira série de ação, e também a primeira produzida no Chile. A série de 13 episódios conta a história de um grupo de traficantes em fuga após uma operação de contrabando frustrada pela polícia. O clima é de “road-movie” e o grupo transita por praticamente todas as regiões do país. É recheada de cenas de perseguição e explosões, todas realizadas “ao vivo”, conta o produtor Roberto Rios, ou seja, sem a ajuda de efeitos de CGI. A produção levou sete meses para ser concluída, e teve algumas semanas de atraso por conta do terremoto no Chile no ano passado. A HBO não revela o custo da produção, bancada integralmente pela programadora, sem o uso de incentivos fiscais no Chile. Além de Rios, a produção é assinada por Luis F. Peraza, da HBO, Pablo Larraín, Juan de Dios Larraín, Cristián de la Fuente e Rodrigo Flores, da Efetres-Fabula Producciones. A direção-geral é de Pablo Larraín. “Profugos”, série de ação produzida no Chile para a HBO.
Cenário cenografia impulsionou Fantoni, após sete anos de criação de grandes eventos, a associar-se à M Checon Com o objetivo de oferecer projetos especiais e conceituais, Pablo e Marcelo idealizaram a butique Diferente, um laboratório de ideias com uma equipe focada na criação do conceito cenográfico à direção do evento. Segundo Checon, a butique foi criada para ser uma potencializadora da M Checon. A ideia é ampliar a atuação da empresa no mercado. Como já existe um departamento de criação, que atende à grande maioria dos projetos, os mais conceituais serão desenvolvidos pela equipe da Diferente. Há três meses no mercado, a Diferente está executando o projeto do Rock in Rio e, paralelamente, para a Citroën, a Volkswagem e a Sonar. A agência está participando de uma concorrência, em parceria com a agência Spirit, para a criação do projeto A Casa Placar, que será realizado em 2012, em Londres.
O empresário Marcelo Checon, da empresa do setor de montagem e cenografia M Checon, e o diretor artístico Pablo Fantoni (ex-B\Ferraz) lançaram uma butique de cenografia chamada Diferente. A expertise na área de
Marcelo Checon, que lançou com o diretor artístico Pablo Fantoni a empresa de cenografia Diferente.
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Adriana Dutra, sócia da Inffinito, apresenta o Mediafundmarket.com no festival de cinema brasileiro em Miami.
Crowdfunding Adriana Dutra, sócia da Inffinito, lançou durante o 15th Brazilian Film Festival of Miami, em agosto, o Mediafundmarket.com, uma plataforma online para o crowdfunding de projetos audiovisuais e acesso direto dos produtores aos compradores. A exemplo do que já acontece em sites como o Catarse, os produtores poderão inscrever seus projetos de conteúdo audiovisual (as categorias são microfilmes, curtas-metragens, videoclipes, conteúdo de TV, médiasmetragens, longas-metragens, mostras e filmes, pós-produção, distribuição e divulgação). Uma equipe da Inffinito selecionará os projetos que julgar viável para pleitear financiamento. O produtor estipula o valor total que quer arrecadar, o tempo em que deseja fazer isso (de um a oitenta dias) e estipula recompensas para os financiadores. Por exemplo, quem contribuir com R$ 25 ganha o nome nos créditos finais, quem contribuir com R$ 40, ganha o nome nos créditos e ingresso para a pré-estreia e assim por diante. Quando atingir 60% do total estipulado, o produtor ganha mais 30 dias para arrecadação. Se ele atingir 80% da meta, ele retira o dinheiro, que o financiador deposita por sistema de pay-pal. Se a arrecadação for aquém dos 80%, os financiadores recebem seus investimentos de volta. O máximo que a plataforma permite arrecadar por projeto é R$ 1 milhão em três fases. A remuneração da Inffinito,
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idealizadora e realizadora do projeto, será de 4% sobre o arrecadado por aqueles projetos que chegarem aos 80% da meta. Outra fonte de renda da produtora deverá vir dos streamings dos vídeos que os produtores inscritos na plataforma quiserem enviar a determinados compradores cadastrados. Será cobrado um valor de R$ 10 para que o comprador possa visualizar o conteúdo de maneira segura por até três vezes ao longo de cinco dias consecutivos. A estimativa é que em seis meses do lançamento do projeto, em setembro, haja 30 projetos inscritos para o financiamento e dez já financiados. Em dois anos, a expectativa é que haja 200 projetos participantes e cem já financiados. Para a seção de mercado, esperase ter 200 projetos inscritos em seis meses e mil conteúdos inscritos em dois anos. Em relação aos compradores, a ideia é ter cem compradores em seis meses e 500 em dois anos. A Inffinito conta com consultores em vários países para incentivar os compradores a participar do projeto. O Mediafundmarket.com contou com o apoio do Ministério da Cultura, por meio do Fundo Nacional de Cultura, para desenvolver a plataforma. Outra novidade da produtora, que organiza festivais de cinema brasileiro em dez cidades da América e da Europa, é expandir o circuito com duas novas cidades, uma na África e uma na Ásia, em 2012.
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A Beltrano Digital, produtora de Carlos Righi e Krysse Mello (também sócios da Fulano Filmes), fechou uma parceria com o Popload Gig, do jornalista Lúcio Ribeiro e da empresária Paola Wescher, para criar a Beltrano Musical, definida como empresa de booking, music branding e advertainment. A empresa se propõe a juntar o trabalho de produção de shows já realizado por Lúcio e Paola à produção audiovisual, gerando um “pacote” para os anunciantes que inclui os shows em si e tudo o que os envolve (comunicação digital, criação de vídeos para DVD, TV, Internet etc). A Beltrano Musical ocupará o mesmo espaço físico da Fulano Filmes e da Beltrano Digital, no Pacaembu, em São Paulo, e um escritório em Botafogo, no Rio de Janeiro. O primeiro projeto da empresa é o próprio PoploadGig, festival que acontece há dois anos e que traz nomes da música internacional ao país. “Nós já contratamos as bandas com os direitos para transmissão do show em Internet, TV e rádio, tanto ao vivo quanto para exploração posterior”, conta Paola. Há um outro projeto em andamento para a marca de óculos Chilli Beans. A empresa se beneficiará ainda da casa de shows Cine Joia, que está sendo aberta por Lúcio Ribeiro e será usada em diversas produções. “Também teremos quase sempre os talentos da casa envolvidos, como os cinco diretores da Fulano e os três da Beltrano”, completou Krysse Mello. FOTO: divulgação
FOTO: Mariana Vianna
Música de marca
Lúcio Ribeiro, Paola Wescher, Krysse Mello e Carlos Righi, da Beltrano Musical.
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( figuras) Cena
Editorial
O português João Nuno reforça o time de diretores de cena da Delicatessen Filmes. O profissional começou carreira na Abrinício, uma agência do Grupo JWT, como diretor de arte e mais tarde como diretor de criação. Começou dirigindo para a produtora Tangerina Azul e, em 2005, fundou a Garage. Mesmo no Brasil, João Nuno continua sócio da produtora portuguesa, tornando-a uma porta europeia para os trabalhos realizados na Delicatessen.
A jornalista Ana Claudia Paixão assumiu o cargo de editora de conteúdo no canal Glitz. A profissional já trabalhou como gerente de programação na Globosat e como editora na TV Bandeirantes e na TV Globo.
Fotos: divulgação
Atendimento A produtora Volcano Hotmind contratou Fátima Latorre como diretora de atendimento. A profissional, que atua há mais de 15 anos no mercado de atendimento e produção, tem passagens pela TV Globo e Dínamo Filmes. Sua função na Volcano é fortalecer e estreitar o relacionamento com as agências.
Promoções O grupo A&E Ole Networks anuncia promoções em sua equipe executiva, com o objetivo de atender ao crescimento de sua plataforma de canais. Cesar Sabroso foi promovido a vice-presidente sênior de marketing; Victor Hernandez a vice-presidente sênior de finanças; Miguel Brailovsky a vicepresidente sênior de programação e produção dos canais History e Bio; e Cesar Coletti a vice-presidente de marketing do History.
Trio
Gerenciamento O Grupo JWT Brasil anunciou um novo modelo de gerenciamento. Com a mudança, Guilherme Gomide, membro do board do grupo JWT desde maio de 2010 e CEO da Casa, assumirá a gestão regional das duas agências paranaenses do grupo e anuncia que, em breve, um escritório único abrigará as duas operações (Casa e JWT), que hoje somam mais de 300 Guilherme Gomide colaboradores. Além disso, Jorge Uesu assume a direção de criação da JWT Curitiba e passa a responder diretamente para Roberto Fernandez, diretor geral de criação, sediado em São Paulo. A intenção é estimular a relação direta entre o resultado e a qualidade Jorge Uesu criativa dos dois escritórios.
Hanna, Guilherme e Laura.
Mudança Ana Leão deixa o atendimento da conta da Tim para atuar em projetos da McCann Worldgroup tanto no Brasil quanto no exterior. Gabriela Arroyo assume a conta da operadora no lugar dela. A profissional se dedica há nove anos ao mercado de telecomunicações, tendo atendido a Oi na NBS.
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Gabriela Arroyo
De volta
A Viacom Networks Brasil anuncia a contratação de Ana Carolina Lima como diretora de programação dos canais Vh1 e Vh1 HD tanto para o Brasil como para toda a América Latina. A profissional vem da Discovery, onde atuava na programação dos canais Liv, Home & Health e Discovery Channel. Ela tem passagens pela Synapse Produções, pelo Canal Futura e pelo Multishow. 12
A área de atendimento da Neogama/BBH conta com três reforços: Guilherme Nogueira (ex-Publicis), que assume o cargo de gerente de contas; Hanna Abou Jokh (ex-Gnova), para a gerência de atendimento; e Laura Tieppo (ex-JWT), nova assistente de atendimento da agência.
A Fulano Filmes anunciou a volta do sócio e diretor René Sampaio à produção publicitária. Sampaio passou os últimos meses rodando se primeiro longa-metragem, “Faroeste Caboclo”, agora em fase de finalização. •
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cobertura
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Fernando Lauterjung, Letícia Cordeiro e Samuel Possebon
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A nova TV por assinatura
Novo marco legal, a pressão dos serviços convergentes e as mudanças no hábito de consumo de conteúdo mudam o perfil do serviço de TV paga brasileiro.
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cenário no setor de TV por assinatura no Brasil deve passar por mudanças significativas após a transformação em lei do PLC 116, que cria o novo marco legal, uma nova estrutura regulatória e abre o serviço às teles e empresas de capital estrangeiro. Em paralelo, o setor vem se preparando para uma mudança no comportamento do assinante. A pressão dos provedores over-the-top de distribuição de vídeo online que se estabelecem no país leva operadoras a buscar novos serviços e modelos para satisfazer seus assinantes e mantê-los em suas bases. As mudanças no marco legal, bem como os novos modelos de negócios, devem ser responsáveis por uma repaginação na TV por assinatura brasileira nos próximos meses. As novas regras permitirão que as operadoras de telecom tenham um papel mais efetivo na TV por assinatura, uma vez que poderão oferecer serviços convergentes em uma única plataforma. A aprovação do PLC 116 recebeu manifestações de apoio da ABTA, do SindiTelebrasil e das teles, que individualmente trabalharam na aprovação do texto, notadamente Oi, Embratel e, menos efusivamente, a Telefônica. Todas comemorando o fim das restrições que existiam no mercado de cabo, como a limitação às teles e ao capital estrangeiro. O PLC 116 tem uma característica que dará ainda mais competitividade às teles: o fim dos limites impostos pelo Artigo 86 da Lei Geral de Telecomunicações. Esse artigo é que vedava à concessionária de telecom ter, sob um mesmo CNPJ, qualquer outro serviço além do serviço público
(telefonia fixa, no caso). Com o fim desse artigo, as empresas poderão consolidar suas operações de TV por assinatura, celular e banda larga, se quiserem, sob o mesmo CNPJ da operadora de telefonia fixa, o que trará grandes ganhos tributários. O governo analisa os cenários, mas como o PLC 116 diz que esses ganhos decorrentes do fim do Artigo 86 têm que ser transferidos integralmente ao consumidor em caso de ganhos diretos, ou compartilhados, no caso de eficiências e sinergias, já há quem diga que todo o ganho tributário se transformará em redução de tarifas. Apesar do discurso de que o projeto foi consensual, não foi bem assim. Para alguns setores, a aprovação é ruim. Programadores internacionais de TV paga, por exemplo, chegaram a encaminhar à Presidência da República um pedido formal de vetos ao projeto, alegando entre outras coisas inconstitucionalidade no fato de um projeto de lei de autoria do Legislativo ter estabelecido mudanças nas atribuições de 14
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agências reguladoras, o que só cabe ao Executivo fazer. Até o fechamento desta edição, os técnicos do Planalto até concordavam com essa avaliação, mas ponderavam que o peso político de um veto seria pior do que enfrentar um debate no Supremo depois, e possivelmente o PLC 116 seria sancionado por Dilma Rousseff sem vetos, como recomendou o Minicom. Para as programadoras internacionais o principal problema é a política de cotas do PLC 116. Mas para empresas como Sky, grupo Bandeirantes e outras, o problema maior é a separação entre os mercados de conteúdo e distribuição, que afeta situações já existentes. A Sky, por exemplo, nunca mais poderá fazer investimentos diretos em conteúdo, o que é péssimo para a estratégia da operadora, que em outros países, como nos EUA, tem uma política de fazer fortes investimentos em
Geoff Román, da Motorola Mobility: embora o tempo gasto em frente à TV esteja aumentando, as pessoas consomem cada vez mais conteúdo online.
FOTOs: marcelo kahn
programas exclusivos na briga com outros operadores. Para alguns radiodifusores, como Band, SBT, TV Bahia, grupo ORM no Pará entre outros, será necessário vender uma parte das operações de TV por assinatura que controlam.
maiores produtoras independentes em busca de projetos para desenvolvimento em conjunto. “As programadoras já têm condições de constituir suas carteiras de produtos”, diz.
Conteúdo Do ponto de vista do conteúdo, o novo marco legal cria as cotas de programação, estabelecendo a veiculação de 3h30 de conteúdo local no horário nobre da maioria dos canais. Além disso, define um número mínimo de canais brasileiros no line-up das operadoras. Para ajudar a viabilizar a produção de conteúdo independente local, o Fundo Setorial do Audiovisual contará com recursos revertidos do Fistel (Fundo de Fiscalização de Telecomunicações). A expectativa é que isso injete até R$ 300 milhões por ano no setor produtivo, ainda que, efetivamente, a arrecadação da Condecine com a contribuição compulsória do setor de telecomunicações irá a mais de R$ 600 milhões segundo cálculos do IPEA. Segundo Manoel Rangel, presidente da Ancine, a liberação de recursos depende de negociação com o Tesouro Nacional. “É importante destacar que a destinação destes recursos não torna a agência responsável por fornecer conteúdo aos canais de TV por assinatura”, diz Rangel. Ele lembra que as programadoras contam atualmente com acesso a aproximadamente R$ 150 milhões, que podem ser disponibilizados através do Artigo 39 da MP 2.228/01 e do Artigo 3ºA da Lei do Audiovisual. “Os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual poderão ser usados para complementar o orçamento de algumas produções”, diz. Segundo Rangel, nos meses que antecederam a aprovação do projeto, diversas programadoras consultaram as
Novas ameaças No segundo trimestre deste ano, as seis maiores operadoras de TV por assinatura dos Estados Unidos perderam aproximadamente 580 mil assinantes. Enquanto isso, as incumbents (teles) ganharam cerca de 380 mil assinantes dos serviços de TV, conquistando market share. Os 200 mil que não migraram entre concorrentes são a causa do maior pesadelo do setor de TV por assinatura, os chamados cord cutters. São assinantes que desistiram do serviço de TV paga, aderindo a formas mais flexíveis de comprar conteúdo, como os serviços online Netflix, Apple TV ou Hulu,
modelo de TV everywhere estão mudando o mercado de distribuição de conteúdos. O modelo de TV everywhere, ressalte-se, já é uma resposta das operadoras de cabo à ameaça online: trata-se da oferta de conteúdos pela Internet àquelas pessoas que assinam os canais em modelos tradicionais. Operadores e programadores parecem não querer esperar a popularização destes serviços e pagar para ver o que acontece, temendo sofrer no mercado de vídeo a mesma coisa que a indústria fonográfica sentiu há alguns anos, quando as plataformas de consumo e distribuição de conteúdos digitais, aliados à pirataria, mataram o modelo de venda de CDs. Todos de alguma maneira se movimentam no sentido de oferecer cada vez mais conteúdos sob demanda em múltiplas plataformas para acompanhar a mudança de hábito desses consumidores conectados. Mas o caminho não é simples: mexe com modelos muito bem consolidados de
nova condecine pode recolher R$ 600 milhões, mas nem todo o dinheiro será liberado. que só dependem da banda larga. O número de cutters é ainda maior, se levarmos em conta que grande parte da população jovem sequer entra na base de assinantes ao montar seu primeiro apartamento. O fenômeno não chegou ao Brasil. Ao contrário, a base da TV por assinatura tem crescido em proporções nunca previstas e bate recordes a cada trimestre, puxada sobretudo pelo crescimento do DTH, que já representa mais da metade da base de assinantes do Brasil. Mesmo assim, o setor começa a se preparar para a chegada e a eventual popularização dos serviços overthe-top (OTT), porque a tendência, segundo todos os especialistas ouvidos, é inevitável mesmo por aqui. O lançamento dos serviço da Netflix no País no começo de setembro foi só um exemplo. O tema dominou os debates durante o Congresso e Feira ABTA 2011, que aconteceu em agosto em São Paulo. Não há dúvidas que a massificação do acesso à Internet e a chegada de serviços OTT e do
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relacionamento entre programadores e operadores e, principalmente, não apresenta uma sustentabilidade econômica existente nos modelos tradicionais. Segundo o diretor da consultoria Farncombe, Barry Flynn, em relação ao mercado norte-americano especificamente, embora tenha havido redução da base de assinantes de cabo ainda não se pode afirmar que o fenômeno dos cable cutters é efetivo e que exista uma substituição do serviço de TV por assinatura tradicional por serviços OTT. “Ainda é cedo para afirmar que estão cortando o serviço de cabo por conta do OTT e que isso não seja apenas um reflexo da recessão econômica pela que o país está passando”, enfatiza. Em junho, durante o congresso da NCTA, realizado em Chicago, os maiores operadores de TV a cabo dos EUA diziam a mesma coisa. 15
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( capa) “Ainda é cedo para afirmar que nos EUA estão cortando o serviço de cabo por conta do over the top.”
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Flynn destaca que embora o consumo de vídeos online esteja crescendo a taxas altíssimas, a maior parte ainda é composta por conteúdos gerados pelo usuário (UGC, na sigla em inglês). No Reino Unido, por exemplo, essa proporção é de 70%. “Temos cenários diferentes na Europa e nos Estados Unidos. Na Europa, o que vemos é pouca opção de conteúdos premium no modelo OTT e praticamente ninguém paga para ter o serviço, que funciona principalmente no modelo baseado em publicidade. Já nos Estados Unidos, que tem uma alta penetração de TV a cabo, o usuário está acostumado a pagar pelo conteúdo e por isso vemos sucesso no modelo da Netflix”, compara Flynn. Pesa ainda a flexibilidade dos produtores de abrirem seus conteúdos para distribuição online nos EUA, o que não acontece no resto do mundo por medo de pirataria. Definitivamente, não é o conteúdo gerado por usuários que abalará o negócio da TV por assinatura. O executivo da Farncombe destaca que o “killer application” para a televisão é... mais televisão. Para o head of global media and entertainment da PriceWaterhouseCoopers, Marcel Fenez, o que fará com que usuários paguem pelo conteúdo são atributos de conveniência, experiência e qualidade, que podem garantir um modelo de negócios sustentável, rentável e engajado com o consumidor. “Os OTTs ainda não estão tendo grande impacto na receita das operadoras tradicionais, principalmente por conta dos eventos ao vivo, que mantêm a maior parte dos consumidores”, avalia.
Barry Flynn, da Farncombe
dos temas foi, justamente, a chegada dos modelos over-thetop. Ele lembrou que o modelo de negócios do serviço norteamericano ainda está em formação e que recentemente a empresa desatrelou a assinatura do serviço virtual daquela do serviço físico (de distribuição de DVDs). O serviço tem como público potencial os assinantes de banda larga, que são, em boa parte, assinantes também do serviço de TV. Antônio João Filho, diretor executivo da Via Embratel, destacou que o serviço não deve chegar ao País com o mesmo potencial americano, uma vez que a penetração da banda larga em diversos municípios é inexistente ou irrelevante. A solução, aponta José Felix, presidente da Net, é fazer parcerias com programadores para criar a oferta de novos serviços. “Podemos blindar o setor”, diz. Para Fernando Medin, VP sênior e diretor geral da Discovery Brasil, qualquer que seja a transformação no setor, a figura do programador sempre será fundamental na agregação do conteúdo. “As marcas dos canais de TV sempre terão papel fundamental”. O problema, aponta Medin, é que as programadoras terão de “concorrer com outra plataforma em desigualdade de condições, pois eles não terão as cotas de conteúdo”. Solução local A Net Serviços foi a primeira a lançar um serviço de vídeo on-demand em grande escala, antes mesmo da chegada da Netflix ao País. O serviço
“Estamos presentes em todas as cidades acima de 500 mil habitantes. Isso é uma vantagem, porque a Netflix vem apenas com o modelo de streaming online.”
Brasil “A única coisa que não podemos fazer em relação ao Netflix é subestimá-lo”, disse o diretor geral da Globosat, Alberto Pecegueiro, durante debate na ABTA em que um
Daniel Topel, da NetMovies
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Now, embora não seja o primeiro VOD brasileiro (a Telefônica/TVA conta com o serviço, mas apenas na sua base de assinantes de fibra óptica, e a Sky oferece o push-VOD com poucos títulos), é a mais importante experiência em vídeo sob demanda no Brasil até o momento. “Temos de reconhecer que existem outras plataformas e temos de melhorar a experiência do nosso usuário. Não é mais dinheiro, é mais experiência para o usuário que paga a TV por assinatura”, afirma o diretor de programação da Net Serviços, Fernando Magalhães. O serviço, lançado em abril, somava em agosto 1,5 milhão de programas assistidos, sendo mais da metade deles vistos ao longo de julho. “Esse balanço comprova aquilo que já dizíamos no início, que o Now é muito mais do que uma locadora de filmes, é também um novo conceito de TV por assinatura, não-linear, no qual as pessoas podem fazer sua programação e assistir aos programas quando quiserem”, diz José Felix, da Net. Segundo ele, 90% dos streams é de conteúdo oferecido de forma gratuita aos assinantes do serviço de TV da operadora. “O Now não é um serviço criado para ganhar dinheiro, mas para fidelizar o assinante”, disse. O grande desafio da Net é conseguir convencer o programador que o usuário não necessariamente vai pagar mais para ter o conteúdo on-demand, mas ele precisa ter aquele conteúdo de maneira fácil, ou vai optar por caminhos alternativos. Segundo o CTO da Motorola Mobility, Geoff Romàn, embora o tempo gasto em frente à TV esteja aumentando, as pessoas consomem cada vez mais conteúdo online. O tempo médio que um usuário passa consumindo o portal de vídeos premium Hulu, por exemplo, evoluiu de uma hora mensal em 2008 para quatro em 2010. Além disso, lembra Romàn, o percentual de consumidores de Internet
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que visitam os sites de vídeo online por semana também aumenta. A TVA também prometeu ampliar seu serviço de VOD para base de assinantes sem fibra óptica para breve. Além disso, a operadora, em parceria com a Telefônica, pretende ter um serviço OTT, que será oferecido para não assinantes do serviço de TV. E a própria estratégia da Telefônica, inegavelmente, passa pelo portal Terra, que já tem um inventário crescente de conteúdos. As pequenas operadoras de TV paga veem no VOD uma forma de se blindar. O problema, no caso das “independentes”, é bancar o custo do serviço. Durante a ABTA 2011, o CEO da NetMovies, Daniel Topel, recebeu pedidos de pequenas operadoras para levar o serviço OTT às suas bases de assinantes. Segundo ele, é viável levar seu serviço online às bases de assinantes das pequenas operadoras. Contudo, neste momento a empresa se dedica a preparar-se para a chegada da concorrente norteamericana no Brasil. Para isso, a NetMovies conta com
FOTOs: marcelo kahn
( capa) Para Jeff Shell, da NBC Universal International, o futuro da TV paga está no conceito de TV everywhere.
Para Jeff Shell, presidente da NBC Universal International, o futuro da TV paga está no conceito de TV everywhere. Para executivo, não se trata apenas de criar um modelo para reduzir o churn. Segundo ele, é possível aumentar o faturamento com a oferta do conteúdo em múltiplos dispositivos e em qualquer lugar, através da publicidade. O modelo de TV paga tradicional é conhecido. A venda de pacotes por assinatura garante a todos os pontos da cadeia a rentabilidade adequada para sustentar o modelo. O problema, colocou Shell, é que os modelos over-the-top não têm uma proposta de negócios clara, e certamente são muito menos relevantes do ponto de vista financeiro do que os modelos tradicionais. Por enquanto, o que há neste sentido no Brasil é o novo serviço da Globosat, o Muu, oferecido até agora apenas aos assinantes da Net. “Se o consumidor brasileiro, que comprou 10 milhões de TVs no último ano, vai querer mobilidade no conteúdo, não importa. Não vamos esperar para descobrir”, diz o diretor de mídias digitais da Globosat, Gustavo Ramos.
dois trunfos: a distribuição física, serviço que o concorrente não deve ter por aqui, e a oferta de títulos premium em um modelo transacional (a Netflix conta apenas com títulos de catálogo, oferecidos por assinatura). “Estamos presentes em todas as cidades acima de 500 mil habitantes e ainda em algumas outras com até menos, o que nos dá uma cobertura muito perto de 100% do PIB brasileiro. E isso é uma vantagem, porque a Netflix vem apenas com o modelo de streaming online”, revelou Topel. Em todo o lugar A oferta de vídeo sob demanda dá às operadoras um dos dois diferenciais dos serviço over-the-top. Estes serviço também permitem assistir o conteúdo em qualquer lugar e em múltiplos dispositivos. Segundo Geoff Romàn, 29% dos consumidores estão muito interessados em assistir conteúdo em qualquer lugar e a qualquer hora, 32% estão relativamente interessados e 39% têm pouco interesse.
Principais pontos do PLC 116 1) C ria o serviço de comunicação audiovisual de acesso condicionado, que engloba todas as tecnologias de distribuição de conteúdos pagos.
7) A gestão, a responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção inerentes à programação e ao empacotamento são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos.
2) Q ualquer atividade de comunicação audiovisual de acesso condicionado será enquadrada em produção, programação, empacotamento ou distribuição.
8) Nos canais de espaço qualificado, no mínimo 3h30 semanais dos conteúdos veiculados no horário nobre deverão ser brasileiros e integrar espaço qualificado, e metade deverá ser produzida por produtora brasileira independente.
3) N enhuma empresa direta ou indiretamente ligada à atividade de radiodifusão, produção ou programação brasileira poderá controlar mais do que 50% do capital total e votante de empresas de telecomunicações de interesse coletivo.
9) Em todos os pacotes ofertados ao assinante, a cada três canais de espaço qualificado existentes no pacote, ao menos um deverá ser canal brasileiro de espaço qualificado, até um limite máximo de 12 canais (ou três canais para operadoras que só consigam distribuir até 31 canais).
4) Nenhuma empresa de telecomunicações poderá, direta ou indiretamente, controlar mais do que 30% do capital total e votante de empresas de radiodifusão, produtoras ou programadoras.
10) Destes canais brasileiros de espaço qualificado, pelo menos um terço deverá ser de programadora brasileira independente.
5) Empresas de telecomunicações não podem adquirir diretos de imagem de eventos de interesse nacional, talentos artísticos nacionais ou direitos sobre obras de autores nacionais.
11) Empresas de telecomunicações e radiodifusão em geral passam a recolher, anualmente, a Condecine, já que esta passa a ser devida por empresas que utilizem de meios que possam, efetiva ou potencialmente, distribuir conteúdos audiovisuais. Uma parcela desses recursos vai para a produção de conteúdos para o serviço de acesso condicionado.
6) Cabe à Ancine regular e fiscalizar o mercado de programação e produção, e a atividade de programação e empacotamento deverá ser credenciada previamente na agência do cinema.
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12) A cabam as restrições para a oferta de TV por assinatura no serviço de acesso condicionado, cabendo à Anatel fiscalizar a distribuição. Todo conteúdo deve ser empacotado por empresa credenciada junto à Ancine. 13) A transmissão dos sinais digitais das emissoras de TV aberta poderá ser negociada entre as partes. 14) A Lei do Cabo é extinta, assim como o artigo 212 da LGT e o artigo 31 da MP 2.228/01. 15) A s outorgas e respectivos contratos das atuais prestadoras do serviço de cabo, MMDS (inclusive as radiofrequências associadas), DTH e TVA continuarão em vigor sob as mesmas condições em que foram autorizados até o término dos prazos de validade neles consignados. 16) Muda o Artigo 86 da Lei Geral de Telecomunicações, de modo que a concessionária de STFC (telefonia fixa) possa prestar outros serviços, desde que garantido compartilhamento de ganhos com os usuários, a reversão dos bens e a justa competição.
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“Não vamos esperar para descobrir o que o consumidor quer.”
O Muu conta com mais de 5 mil vídeos do acervo de 20 anos da Globosat. “Inovar não é caro nesse mercado. Aproveitamos parcerias, apresentamos o produto para a Net e rapidamente fechamos o contrato do serviço”, conta Ramos, que garantiu que o serviço Muu não será exclusivo da operadora.
ver o conteúdo da TV por assinatura na televisão. Contudo, a operadora não descarta ampliar a oferta deste conteúdo para outras plataformas. Alessandro Maluf, gerente de marketing da operadora, diz que em uma segunda etapa a Net deve levar esse serviço para outros dispositivos dentro da casa do assinante e, eventualmente, permitir que seja assistido até mesmo fora da residência.
Gustavo Ramos, da Globosat
Além disso, a Net diz que poderá em breve levar conteúdo do Now para outros dispositivos. O objetivo inicial com o serviço de vídeo on-demand é oferecer ao assinante mais uma forma de
Desafio regulatório
Nova agência Mas a principal mudança conceitual do PLC 116 é que ele
introduz uma "nova" agência no cenário regulatório da TV paga. A partir de agora, a Ancine passa a ter um papel relevante na regulação das relações de programadoras, canais e empacotadoras com os operadores do serviço. Além disso, todas as empresas de telecomunicações passam a contribuir para a Condecine. Isso deverá gerar uma receita monumental para o audiovisual dentro dos parâmetros atuais. Apenas como exemplo, para cada terminal móvel no Brasil (são cerca de 210 milhões de celulares) se pagará o equivalente a R$ 3,22 por ano, e mais R$ 160 por ERB (estação radiobase, as torres da rede celular). E a cobrança, anual, se aplica a todas as operadoras de telecomunicações em todas as modalidades que possam, potencialmente, fazer a distribuição dos sinais de vídeo. Esse novo tributo passa a ser compensado com uma queda proporcional no Fistel. De qualquer maneira, o setor de telecom passará a ser, de longe, o maior contribuidor para a indústria audiovisual brasileira. Segundo Manoel Rangel, presidente da Ancine, deve haver uma colaboração estreita entre as duas agências para
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om a aprovação do PLC 116, a Anatel e a Ancine recebem a missão de regulamentar a lei. A Anatel divulgou nota logo que o texto foi aprovado pelo Senado, mas antes mesmo da sanção presidencial, informando que a minuta de regulamento do serviço de acesso condicionado está em fase final de elaboração e deverá ser colocada em consulta pública no início de setembro. “É preciso, porém, aguardar a sanção presidencial do projeto, para eventuais ajustes na minuta”, diz a nota. O serviço de acesso condicionado é o serviço de TV por assinatura que engloba todas as tecnologias, criado com a aprovação do PLC 116. A aprovação pelo conselho diretor está prevista para novembro. Assim, a Anatel garante que tem condições de concluir a regulamentação da matéria dentro do prazo legal de 180 dias. Muito do trabalho terá que ser feito de forma coordenada com a Ancine. A agência de telecom terá ainda que adequar os regulamentos dos demais serviços de TV por assinatura e precisará avaliar a hipótese de manter regulamentos estanques para cada tecnologia no caso de algumas empresas optarem por não migrar para o novo serviço.
“Todos os setores envolvidos serão ouvidos no processo.” Manoel Rangel, da Ancine
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dar continuidade ao desenvolvimento do marco legal de modo harmonioso. Em um primeiro momento, é esperado um debate “para moldar uma interpretação conjunta e construir uma visão convergente” da lei. A partir deste momento, cada agência segue seu ritmo, tratando de seus respectivos temas. “Todos os setores envolvidos serão ouvidos no processo regulatório”, completa o presidente da Ancine, ressaltando que todas as normas passarão por consulta pública. A agência afirma ter inteligência para implantar os mecanismo de regulação, fiscalização e financiamento que serão necessários com a conversão do PLC 116 em lei. No entanto, diz Rangel, serão necessários recursos humanos e financeiros adicionais. “Será preciso reconfigurar a agência para receber as novas atribuições”, diz. Ele deixa claro que será fundamental realizar concursos para a contratação de novos servidores. TELA VIVA apurou que atualmente a equipe dedicada a acompanhar o mercado de TV por assinatura conta com quatro servidores e tem como principais recursos de consulta os guias de programação das operadoras. Além disso, não há um sistema de registro pronto para abrigar o volume de dados que a agência deverá receber e computar para dar subsídios ao processo fiscalizatório. 19
cobertura
( tv por assinatura) d a nie l e@ co nvergeco m . co m . b r
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Daniele Frederico e Ana Carolina Barbosa
an ac aro l i n a@ co nvergeco m .co m .br
Questão de classe Quase metade dos assinantes de TV por assinatura são da nova classe média brasileira. Comunicação adequada, qualidade do serviço e conteúdo relevante são essenciais para conquistar esse público.
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FOTOS: marcelo kahn
crescimento da base de assinantes de TV por assinatura no último ano tem sido atribuído, especialmente, à adesão da classe C ao serviço. Dos 11 milhões de lares brasileiros com TV por assinatura, 5 milhões são da nova classe média, segundo informações do Instituto Data Popular apresentadas por seu presidente, Renato Meirelles, em um painel no encerramento da ABTA 2011, em agosto, em São Paulo. Segundo os dados apresentados por Meirelles, entre os assinantes de TV por assinatura, 43% são da classe C, 7% da D, 26% da B e 24% da A. A penetração da TV por assinatura na classe C, porém, é de 24%, enquanto na A, por exemplo, é de 75%. A classe C também é a aposta quando se fala em novos assinantes: segundo a pesquisa, 13% da classe C pretende ter TV por assinatura nos próximos 12 meses. “A TV por assinatura deixará de ser segmentada por renda, para ser segmentada por assuntos”, aposta Meirelles. Essa chamada nova classe média brasileira ainda é, porém, um mistério para grande parte das empresas. Segundo representantes de operadoras de TV por assinatura e banda larga, operadoras de celular e programadores que participaram do painel “A nova classe média digital”, durante a ABTA 2011, conquistar este segmento não depende apenas de preços mais baixos de
Painel debate classe média na ABTA: 13% da classe C pretende adquirir o serviço.
crescimento”, diz. “E mais de 95% dos novos clientes entraram via ‘combo’”, acrescentou. Ela afirmou ainda que uma melhoria na infraestrutura, com novos links, cable modems e equipamentos de headend, por exemplo, também foi importante. “A qualidade é fundamental para esses clientes”. Para Marcello Zeni, diretor de afiliadas da ESPN Disney, um desafio importante do ponto de vista dos conteúdos para se chegar à classe C é valorizar nos pacotes de entrada não apenas a quantidade de canais, mas sobretudo a qualidade. Para ele, ainda que o usuário goste de quantidade, se ele não tiver “A questão do empacotamento qualidade vai buscar na Internet precisa ser discutida entre os conteúdos que precisa. programadores e operadores. A pesquisa do Instituto Data Se houvesse flexibilização, isso Popular mostrou ainda que poderia alavancar a classe C” quando o assunto é programação, o que a nova Silvia de Jesus, da Viacabo
produtos e serviços. É preciso uma comunicação adequada, qualidade do serviço e conteúdo relevante. Durante o debate, a presidente da Viacabo, Silvia de Jesus, contou que nos últimos dois anos a operadora teve um crescimento de mais que o dobro dos clientes de Internet e mais de 60% dos assinantes de TV por assinatura. Ela atribui esse bom momento em especial ao crescimento da classe C. “A entrada da classe C, o crescimento econômico, em especial fora das grandes capitais, onde atuamos, e a melhoria da comunicação com esse cliente foram os principais fatores que impulsionaram esse
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classe média brasileira procura é informação. Esse público prefere conteúdos falados em português, ainda que estrangeiros. A pesquisa apontou que os que preferem os filmes legendados são os espectadores das classes A e B (40%), enquanto apenas 15% da classe C preferem esta modalidade. Já os filmes dublados são a preferência de 76% da classe C e 49% das classes AB. “Fomos às casas das pessoas e elas nos diziam que queriam informação. Algumas usam a TV como babá eletrônica, por isso precisam da qualidade dos canais infantis. Outras ligam a TV enquanto fazem outras atividades, por isso gostam da dublagem”, conta a diretora de marketing e conteúdo da
“O grande risco de entrar nesse mercado é tratar mal o cliente” Rogério Takayanagi, da Tim Brasil
Via Embratel, Cristina Bandiera. A Globosat viu uma oportunidade de atender a uma grande parcela de assinantes que já tinham serviço de TV paga mas preferiam assistir TV aberta. Segundo a diretora de pesquisa e análise de mercado da programadora, Giani Scarin, o canal Viva foi pensado para um segmento de mulheres, donas de casa, com renda abaixo da média da TV por assinatura, e que tinham na TV aberta o principal consumo de TV. “O desafio dos programadores é acomodar a classe C sem perder a AB”, observa. Para chegar aos pacotes adequados à classe C é preciso pensar não apenas no ajuste de conteúdo, mas de preço. “A
questão do empacotamento precisa ser discutida entre programadores e operadores. Se houvesse flexibilização, isso poderia alavancar a classe C”, diz Silvia. Segundo Cristina, da Via Embratel, a comunicação adequada a esse público e a transparência também são essenciais. “As pessoas se sentiam enganadas quando viam anunciado um valor e esse valor aumentava após alguns meses”, afirma. Além disso, ela observa que os clientes de diferentes partes do Brasil têm diferentes reações aos esforços de comunicação e vendas. “Em algumas cidades, 45% das vendas são provenientes do televendas. Em outras, somente 15%”. O atendimento adequado é a grande preocupação de Rogério Takayanagi, diretor de marketing da Tim Brasil, que se prepara para
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( tv por assinatura) lançar sua oferta de banda larga fixa residencial pela rede da AES Atimus, recémadquirida. “O grande risco de entrar nesse mercado é tratar mal o cliente”, diz. Ele conta que além de entender como comunicar, é preciso “potencializar”. “A classe C não quer o que ‘custa barato’, mas sim aquilo que permite potencializar, quer ‘conseguir fazer muito mais com o que é oferecido’”, afirma. Quem tem apostado nisso é a Via Embratel, que lançou recentemente um serviço de gravação digital que não está atrelado à assinatura de pacotes em alta definição (veja box). “É preciso tentar rentabilizar também oferecendo outros produtos, para agregar valor. A partir do momento que o cliente aprende a gravar, mais pra frente ele pode querer migrar para outros pacotes e serviços”, diz Cristina. “E não pode haver um salto de preço muito além de R$ 10, R$ 15, senão o cliente ‘assusta’”. Takayanagi ressaltou que, diferente do senso comum, o cliente pós-pago é menos fiel do que o prépago, desde que haja uma oferta adequada para este público. “Estamos tentando trazer esses insights para a banda larga. Ao invés FOTO: marcelo kahn
“O jovem da classe média brasileira é o novo formador de opinião, é preciso estar atento a isso” Renato Meirelles, do Instituto Data Popular
de criar uma oferta fantástica e tentar empurrar para o consumidor, queremos entendê-lo”, diz. Ele exemplificou esta situação com a venda de celulares para clientes pós-pagos. Segundo o executivo, entregar o celular “de graça” para o cliente, com o custo do aparelho embutido nas mensalidades, não funciona. “Ganhamos R$ 700 milhões por deixarmos de dar celular de graça.
Consumidores de tecnologia Assim como a TV por assinatura, a banda larga também conquista seu espaço nos lares da classe C brasileira. O aumento do consumo de tecnologia nesses domicílios pode ser explicado, entre outros fatores, pelo aumento de escolaridade dos jovens. “Na classe C, 68% dos jovens estudaram mais do que os seus pais, contra 10% na classe A”, diz Renato Meirelles, do Instituto Data Popular. Hoje, os computadores estão presentes em 66,08% dos lares de classe C, sendo que 56% deles já têm acesso à Internet. A banda larga também se populariza e as classes C, D e E juntas respondem 55% desse mercado. Em 2010, estes
segundo pesquisa do data popular, filmes dublados são os preferidos da classe c. internautas emergentes foram responsáveis por uma massa de renda de R$ 378 bilhões. Na telefonia móvel, as classes C, D e E têm presenças significativas: 60% do mercado de pós-pagos e quase 87% do mercado de prépagos. “O jovem da classe média brasileira é o novo formador de opinião, é preciso estar atento a isso”, sugeriu Meirelles. A pesquisa que ele apresentou mostra que para cada R$ 100 que os pais colocam em casa na classe C, os filhos colocam R$ 53. Na classe A, a proporção cai de R$ 100 para R$ 11.
Gravação para todos Uma das apostas da Via Embratel no sentido de agregar valor à sua oferta de TV paga é o lançamento do serviço PenVR, para gravação de programas de TV em pen drive, com mensalidade de R$ 4,90. O serviço é voltado para os assinantes de pacotes SD, que não possuem DVR. Para usar o serviço, o assinante conecta um pen drive na entrada USB de seu receptor. Não há necessidade de um receptor novo. “Cerca de 85% da base tem o conector na frente do set-top, e aqueles que não têm poderão ser substituídos”, contou o diretor executivo da Via Embratel, Antônio João Filho. O conteúdo gravado no pen drive pode ser reproduzido apenas no set-top em que foi gravado,
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sem possibilidade de transporte para o computador, ou outros set-tops, mesmo que do mesmo assinante. O pen drive pode ter qualquer capacidade a partir de 8 GB, que permite cerca de duas horas de gravação. O serviço permite funcionalidades como gravação de programas a partir da grade, avançar e retroceder e pausar ao vivo. A empresa fez uma atualização de todos os set-top boxes para que tivessem a capacidade de gravação ativada. A ideia é chegar a 50% da base de cerca de 1,5 milhão de assinantes em dois anos.
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FOTO: edson kumasaka
E as vendas aumentaram, porque as pessoas percebem que a conta está mais barata”. Silvia diz que os riscos na oferta de serviços para a classe C estão no fato de os clientes fazerem mais contas para determinar o orçamento, o que faz com que sejam menos fieis. “Eles são mais observadores, comparam mais e trocam com mais rapidez”, diz. Ela conta que o contrato de fidelidade é importante, mas é preciso trabalhar além dele. “Além de contrato e upsell, o suporte é fator de fidelização grande. Também notamos que a presença local dá confiança”, observa.
Claudio Zylberman, diretor de engenharia da Via Embratel, apresenta o serviço de gravação em pen drive da operadora.
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cobertura Congresso
(radiodifusão) a ndre@ co nvergeco m . co m . b r
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André Mermelstein e Fernando Lauterjung
fern an do @ co nvergeco m .co m .br
Em defesa do modelo No Congresso da SET, radiodifusores brigam pela manutenção da faixa de frequência dos 700 MHz após o desligamento da TV analógica. Lentidão na popularização da interatividade também é destaque no evento.
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uem acompanhou o Congresso SET, organizado pela Sociedade de Engenharia de Televisão no final de agosto, logo percebeu qual é a pulga atrás da orelha da radiodifusão brasileira: o destino das frequências usadas hoje nas transmissões analógicas. O desligamento das transmissões analógicas está previsto para 2016, e já há uma disputa por esta fatia do espectro entre a radiodifusão e as operadoras de telecomunicações. Enquanto os radiodifusores encontram apoio em parte do governo, que considera estratégico dar condições à radiodifusão para que explore serviços convergentes (já se fala em usar parte deste espectro para fazer o canal de retorno para a interatividade na televisão digital), as operadoras de telecomunicações encontram respaldo na União Internacional de Telecomunicações. Além disso, mesmo os setores do governo que não veem com bons olhos destinar todo o “dividendo digital” às operadoras de telecomunicações concordam que pelo menos parte desta faixa deve ser dedicada à transmissão de dados. Na abertura do Congresso SET, o coordenador de serviços de radiodifusão da União Internacional de Telecomunicações – UIT, Pham Nhu Hai, fez um discurso que vai de encontro ao que prega a
FOTOs: Marcelo kahn
radiodifusão local. Segundo ele, a decisão que será tomada agora em relação ao dividendo digital, resultante da transição da TV analógica para a digital, impactará todo o setor de comunicação no Brasil no futuro. Ele pregou a destinação de espectro aos serviços móveis de dados. “O espaço ocupado por uma transmissão de TV pode levar até seis conteúdos de vídeo”, disse. A presidente da SET, Liliana Nakonechnyj, e o assessor especial da Casa Civil André Barbosa saíram em defesa da radiodifusão nacional. Para Barbosa, a recomendação da UIT desconsidera a dependência que a população brasileira tem da TV aberta para ter acesso à informação e entretenimento. “A questão é se a radiodifusão saberá chegar unida a esta discussão e deixar suas diferenças para outros momentos”, disse. Liliana completou, afirmando
“O tráfego de dados na rede (móvel) deve crescer 80% anualmente até 2015.” Leila Loria, da Telefônica
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que “a TV aberta e a banda larga devem se complementar, e não brigar entre si”. Regionalização A radiodifusão já encontrou um argumento para manter as frequências da TV analógica em seu poder. Segundo o diretor de engenharia da Globo, Fernando Bittencourt, a radiodifusão deve manter a faixa de 700 MHz para o serviço de TV após o desligamento das transmissões analógicas para garantir a regionalização. Segundo ele, apenas 235 dos mais de 5 mil municípios brasileiros têm hoje geradoras de TV. Como a TV digital brasileira adotou o princípio de SFN (Single Frequency Network) na alocação dos canais digitais, não é possível a criação de novas geradoras locais próximas a regiões onde já existam emissoras atuando. Como as emissoras de uma mesma rede usam a mesma frequência em toda a região, explicou, para que se crie uma nova geradora local será necessário mais espectro, justamente
nesta faixa dos 700 MHz. Além de apresentar argumentos para manter as frequências, a radiodifusão bateu forte no setor de telecomunicações. No evento da SET, os radiodifusores contestaram a necessidade futura de espectro das teles. A diretora da área de regulamentação da Telefônica, Leila Loria, reforçou a necessidade de espectro que as teles, sobretudo as móveis, terão nos próximos anos, especialmente na cobiçada faixa dos 700 MHz, a melhor para o serviço de banda larga sem fio, por suas características de propagação. Segundo Leila, a banda larga móvel é quem puxa o crescimento de novos acessos. Dos 46 milhões de acessos à Internet no Brasil, 30 milhões são móveis, diz. Estes devem chegar ao final de 2011 em 40 milhões de acessos, o que somado ao crescimento dos smartphones, geraria grande demanda por banda. “O tráfego de dados na rede deve crescer 80% anualmente até 2015”, disse a executiva. Leila trouxe à discussão estudos da UIT dizendo que mesmo a alocação das faixas de 2,5 GHz e 3,5 GHz para os serviços móveis não serão suficientes, e que os 700 MHz são fundamentais. Além disso, completa, é uma faixa mais econômica, que permite a mesma cobertura com um quarto do investimento. Ela afirmou ainda que os estudos mostram que a alocação destas faixas para a banda larga geram maior aumento no PIB e no emprego. Paulo Balduíno, consultor da Synthesis, falando em nome da Abert (para quem realizou estudos), contestou as informações, dizendo que a primeira questão a ser definida é o que se chama de “dividendo digital”. “É diferente em cada país. Primeiro temos que discutir o futuro que queremos para cada serviço, para depois definir o que é este dividendo”, disse.
Liliana Nakonechnyj, da SET, e André Barbosa, da Casa Civil, lembraram a importância da TV aberta no cenário socioeconômico brasileiro.
Segundo ele, a TV só tem esta faixa (700 MHz) para se desenvolver, e os países precisam decidir se a TV aberta é importante ou não. “Nos EUA a TV aberta está em declínio, 91% da população recebe cabo ou satélite, não há necessidade de espectro (para a TV). Na Ásia, África e Brasil é diferente, a TV aberta é importante e há necessidades futuras a serem consideradas”, disse. Balduíno então questionou a necessidade de ampliação do espectro das teles. “O Brasil já tem 200 MHz a mais na faixa do SMP (serviço celular) que os EUA, e nossa demanda não é maior que a deles”. Ele diz que este
de TV digital a outros países da América Latina e da África, até hoje não virou realidade no Brasil. E há quem diga que jamais se tornará. O acadêmico Walter Lima Jr., professor da Faculdade Casper Líbero, questionou no evento a eficácia do uso do DTVi (Ginga) para promover a inclusão digital. Segundo ele, há uma cultura de
a eficácia do dtvi (Ginga) para promover a inclusão digital foi questionada no evento. “apetite” se baseia nos estudos da UIT, mas questionou a metodologia destes estudos. “As projeções não levaram em conta fatores socioeconômicos”, disse. Segundo ele, apenas 14 países (8% dos membros) responderam aos questionários do estudo. Além disso, o estudo considerou uma demanda por acessos de 100 Mbps a 1 Gbps em 2010, o que está muito acima da realidade. Também não foram consideradas, disse, as tecnologias que permitem o uso cada vez mais eficiente do espectro.
interatividade na Internet há 15 anos, e o nível de interação que a Internet proporciona, com o uso de PCs, é muito maior. “Alguém vai querer regredir para um nível de interação menor?”, questionou. Ele não duvida que a TV tenha potencial como mais um dispositivo de interação, já que as televisões passam a ser “máquinas computacionais somadas à rede telemática”. A questão é se a interatividade possível com o Ginga/DTVi é satisfatória. “O bonde da interatividade passou, e o Ginga não estava lá”, disse. A opinião é compartilhada, ainda que de forma discreta, até por desenvolvedores que buscavam especialização no padrão brasileiro de TV digital e acabaram se dedicando mais às plataformas de TVs conectadas.
Passos de formiga O outro ponto que se destacou nos debates foi a interatividade na televisão. Um dos principais argumentos para vender o padrão nipo-brasileiro
“O Brasil já tem 200 MHz a mais na faixa do SMP (serviço celular) que os EUA, e nossa demanda não é maior que a deles.” Paulo Balduíno, da Synthesis
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( radiodifusão) Flávio Lenz Cesar, do Minicom: governo analisa duas grandes medidas para incentivar a adoção da interatividade na TV digital aberta.
FOTO: Marcelo kahn
O contra-argumento, defendido por parte da radiodifusão, bem como por parte do governo, é que a penetração da TV no Brasil é muito superior à do computador, sobretudo com conexão à Internet. As razões que levaram à baixa adesão ao DTVi são motivo para mais discussões. A indústria fabricante diz que não há conteúdo que justifique o investimento em um televisor mais caro; a radiodifusão diz que falta escala para lançar conteúdo relevante; todos, incluindo desenvolvedores, apontam que sem uma suíte de testes não dá pra lançar equipamentos, conteúdos e aplicativos para o DTVi. Segundo Roberto Barbieri, diretor técnico da Semp Toshiba, incluir o Ginga em um receptor de TV digital pode custar até R$ 400. O valor parece exagerado, mas não é tão distante da realidade se compararmos um receptor sem qualquer capacidade de interatividade (e portanto com pouco processamento e memória interna) e um receptor com middleware completo, capaz de trabalhar com vídeo online. “Hoje há computadores por R$ 600 no mercado”, diz Barbieri, apontando que a inclusão digital já acontece por outros meios. Por outro lado, segundo Luis Bianchi, gerente de marketing de smart TV da Philips, as plataformas das TVs conectadas se tornarão relevantes em muito pouco tempo. “Hoje, smart TV é o principal argumento de venda dos equipamentos”, diz. Contudo, o sucesso destas plataformas, assim como da interatividade Ginga, depende de conteúdo. Geraldo Araújo, da Accenture, apontou que o conteúdo dos canais abertos é importante para garantir o sucesso das plataformas de TVs
conectadas. Segundo ele, o serviço mais importante nos dispositivos over-the-top é o catch up TV. Tecnicamente, o ponto mais importante é a qualidade do serviço, ou seja da imagem. Obrigatório A radiodifusão está ciente disso, e passou a usar seu conteúdo como moeda para tentar solidificar o DTVi no Brasil. No evento da SET, Luana Bravo, do SBT, afirmou que a emissora só levará seus conteúdos às smart TVs dos fabricantes que tenham adotado o middleware do Sistema Brasileiro de TV Digital. O SBT conta com seus conteúdos disponíveis sob demanda
de aplicações interativas, principalmente nas emissoras públicas, mas também nas privadas. Segundo André Barbosa, da Casa Civil, as empresas estatais devem investir em aplicativos Ginga e em sua distribuição através do sinal aberto de TV. A maior parte destes recursos deve ser destinado à distribuição dos aplicativos através da radiodifusão pública. “Mas pelo menos 1% deve ir para a radiodifusão privada, como forma de incentivo”, disse em uma roda de jornalistas no evento. O Banco do Brasil é uma das empresas que levou seu serviço de t-banking à TV digital, primeiramente em televisores com a solução StickerCenter, da Totvs, embarcada. Em breve, segundo Rodrigo Mulinari, gerente de tecnologia do Banco do Brasil, o aplicativo do banco passará a ser
tvs conectadas ganham relevância e radiodifusão usa conteúdo como moeda para solidificar dtvi. apenas na família de equipamentos conectados da Sony, que conta com o Ginga embarcado. Por outro lado, o governo estuda outras formas de “incentivar” a adoção por parte da indústria. Segundo Flávio Lenz Cesar, assessor da Secretaria de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, o governo analisa duas grandes medidas para incentivar a adoção da interatividade na TV digital aberta. Uma delas é a inclusão do middleware no Plano Produtivo Básico dos televisores. Segundo ele, a decisão final deve ser tomada em breve. “Tecnicamente, não se trata de imposição à indústria, mas um incentivo”, disse, lembrando que o alinhamento ao PPB não é obrigatório, mas um incentivo fiscal. “Sabemos que, na prática, isso vira uma imposição, porque os fabricantes perdem competitividade ao não adotar o PPB”, completou. A outra forma de acelerar a adoção do DTVi é estimular a disponibilização 26
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distribuído pelo ar, no sinal da EBC, em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso, o aplicativo estará disponível em qualquer televisor com DTVi nestas cidades. Mas o próprio Banco do Brasil, um dos maiores incentivadores do uso do Ginga, ao lado da Caixa Econômica Federal, lançou seu aplicativo para a plataforma de Smart TV da LG, e prepara o lançamento em outras plataformas. Em debate no Congresso SET, Flávio Lenz, do Minicom, minimizou a necessidade de ajuda pública para a criação de uma suíte de testes Ginga. “A indústria pode se unir para criar esta suíte”, disse. Segundo ele, em cada implementação do middleware DTVi, os fabricantes criaram suas próprias suítes. Caberia à indústria harmonizá-las, criando uma suíte de testes única que serviria para garantir a interoperabilidade entre todas as implementações.
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(audiência - TV paga)
Com filmes e esportes, Globosat é destaque
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Foto: Divulgação
m junho, seis dos dez canais pagos com melhor alcance entre os assinantes adultos foram da Globosat. O canal com melhor alcance diário médio foi o SporTV, com 11,41% e 43 minutos de tempo médio diário de audiência. O SporTV 2 também destacou-se, subindo duas posições no ranking e registrando 7,73% de alcance diário médio e a quarta posição na lista. Além do crescimento do esportivo, outro canal da programadora conquistou nova posição no ranking. Em junho, o canal de filmes dublados Megapix chegou à sétima colocação, com 7,4% de alcance médio diário e 31 minutos de tempo médio diário de audiência. O vencedor do Oscar “Quem Quer Ser um Milionário?” foi o filme de maior audiência do canal no mês, segundo dados fornecidos
“Quem Quer Ser um Milionário?” foi o filme de maior audiência do Megapix em junho.
pelo Megapix. Além dos canais SporTV, ocuparam o topo do ranking em junho TNT, Multishow e Globo News. No total, os canais pagos tiveram entre o público com mais de 18
anos 46,49% de alcance diário médio e duas horas e 21 minutos de tempo médio diário de audiência. Entre o público infantojuvenil, o canal pago com o melhor alcance diário médio foi o Disney Channel, que registrou 16,92% e tempo médio diário de audiência de uma hora e 12 minutos. Em seguida na lista aparecem Cartoon Network, Discovery Kids, Nickelodeon e Multishow. Os canais pagos registraram entre o público de 4 a 17 anos 49,35% de alcance diário médio e duas horas e 40 minutos de tempo médio diário de audiência. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico
Alcance* e Tempo Médio Diário – junho 2011
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total canais pagos 46,49 4.700,57 02:21:54 SporTV 11,41 1.153,29 00:43:47 TNT 9,56 966,45 00:31:42 Multishow 9,00 909,82 00:19:15 SporTV 2 7,73 781,87 00:24:28 Globo News 7,56 764,52 00:29:08 Fox 7,51 758,92 00:32:51 Megapix 7,40 748,31 00:31:01 Viva 7,22 729,93 00:36:03 Discovery Kids 6,90 698,00 01:07:42 Cartoon Network 6,80 688,03 00:37:29 Universal Channel 6,30 637,05 00:32:48 Disney Channel 5,90 596,71 00:43:49 Warner Channel 5,86 592,06 00:29:39 National Geographic 5,51 557,53 00:19:53 Discovery Channel 5,43 549,47 00:22:15 GNT 5,31 536,97 00:19:25 Telecine Pipoca 4,55 459,71 00:31:29 Telecine Action 4,09 413,44 00:24:19 Nickelodeon 3,94 398,65 00:28:51 AXN 3,83 387,51 00:34:06
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total canais pagos 49,35 1.158,36 02:40:21 Disney Channel 16,92 397,20 01:12:00 Cartoon Network 16,56 388,79 01:04:09 Discovery Kids 14,81 347,69 01:07:48 Nickelodeon 12,66 297,18 00:56:12 Multishow 9,46 222,13 00:23:20 Fox 8,38 196,67 00:35:52 TNT 7,90 185,30 00:28:46 SporTV 7,69 180,34 00:40:15 Disney XD 7,11 166,99 00:50:17 Megapix 5,98 140,45 00:29:42 SporTV 2 5,20 121,99 00:20:40 Viva 4,50 105,56 00:39:51 Universal Channel 4,12 96,61 00:21:47 Telecine Pipoca 3,86 90,64 00:31:53 Discovery Channel 3,82 89,65 00:14:46 Boomerang 3,75 88,04 00:22:38 National Geographic 3,42 80,26 00:16:03 Warner Channel 3,17 74,32 00:16:58 Globo News 2,90 68,06 00:11:33 GNT 2,79 65,58 00:15:06
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 2.347.100 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Junho/2011
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
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( programação)
A TV de bom humor Programação de comédia ganha força no Brasil com site de humor da Band e a chegada de dois canais pagos voltados para o gênero. FOTO: Luís Simione
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humor está em alta na televisão. Os canais voltados para o público jovem, como a MTV, o Multishow e a MixTV, adotaram o humor como um dos pilares de sua programação. As emissoras abertas, embora sempre tenham investido no humor, têm demonstrado interesse em expandir e atualizar os programas do gênero. “O humor abrange todos os públicos. É uma característica de todas as áreas do entretenimento e do audiovisual. Até mesmo o conteúdo de drama tem que ter alguma coisa de humor. É um componente importante”, diz o vice-presidente de criação da Viacom Networks Brasil, Jimmy Leroy. O momento para o conteúdo de humor é tão propício que a TV por assinatura no Brasil prepara-se para receber dois novos canais cômicos consagrados no exterior. O primeiro a desembarcar por aqui é o TBS muitodivertido, da Turner. O canal chega ao País em outubro, com a proposta de trazer o melhor da diversão para o público que deseja se desconectar das pressões da vida diária. Embora o canal seja oferecido aqui apenas em 2011, ele é transmitido nos Estados Unidos há mais de 30 anos. “O TBS muitodivertido registra um crescimento sólido e muito sucesso nos Estados Unidos e hoje está entre os cinco canais mais vistos da televisão por assinatura”, conta o vice-presidente regional da Turner
Humoristas de stand-up participam do especial “Comedy Central Apresenta: o Mês da Comédia na Vh1”, que promove o novo canal de comédia da Viacom.
International do Brasil, Anthony Doyle. Segundo o executivo, a decisão de lançar o canal nesse momento no Brasil tem relação com esses resultados positivos nos Estados Unidos e ainda com a falta de um canal 100% dedicado ao humor para toda a família na região. Além disso, a programadora conta com dados da pesquisa quantiqualitativa “A Ponta do Novelo”, realizada por agência contratada na Argentina, no México e em São Paulo, com o objetivo de objetivo de avaliar qual seria o impacto de um canal de humor nas regiões. Segundo a pesquisa, mais de 80% das pessoas entrevistadas se mostraram muito interessadas
FOTO: divulgação
em um canal de humor familiar como o TBS muitodivertido. “Elas vêem um canal com estas características como único no gênero, já que não existem outras propostas que tenham exclusivamente o humor como fio condutor”, diz Doyle. Na programação, o TBS muitodivertido terá filmes de humor, comédias românticas, séries para a família e programas de erros de gravação, com programação dublada e feed exclusivo para o Brasil. As operadoras terão ainda a opção de escolher o canal SD ou HD. Embora os canais de humor tenham tido sucesso no exterior, sua aceitação no Brasil depende “O nosso principal desafio é conseguir de adaptações feitas para o que o TBS muitodivertido tenha um público local. “O nosso principal desafio é ‘sabor local’ por meio do conteúdo conseguir que o TBS nacional e das produções originais” muitodivertido, por meio do Anthony Doyle, da Turner
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FOTO: márcia valéria/divulgação
conteúdo nacional e das produções originais, tenha um ‘sabor local’ que atraia todos os públicos brasileiros, de todas as classes sociais, e que esses públicos se sintam identificados e fiquem contentes com o canal”, diz Doyle. O executivo da Turner conta que o canal tem produções nacionais em desenvolvimento, mas ainda não revela que tipo de conteúdo será feito no País. Pensando nessa necessidade de customização, um outro canal voltado para o humor estreia no Brasil em 2012 abastecido de produções nacionais. O Comedy Central, da Viacom, que chega ao País em 1° de janeiro de 2012, estreia com produções nacionais e um feed para o Brasil e outro para os países de língua espanhola da América Latina. A ideia é que os canais sejam diferentes do americano, e entre si. “É difícil ter um canal de comédia panregional que seja relevante. O humor nem sempre viaja bem”, disse o vicepresidente sênior de distribuição da MTV Networks Latin America e gerente geral da Viacom Networks Brasil, Alvaro Paes de Barros, à época do anúncio do lançamento.
“A Internet é o terreno ideal para o humor, pois tem menos amarras e restrições” Eliane Leme, da Band
Segundo o executivo, a decisão de trazer a marca para a região foi motivada por uma série de razões, entre elas o sucesso internacional, a importância da marca para o portfólio de canais da Viacom e a percepção de que o segmento de comédia não é totalmente atendido com a oferta disponível atualmente. “Embora esteja presente em alguns canais, nenhum deles tem a comédia como parte principal de seu DNA”, diz Barros. O VP de criação da Viacom, Jimmy Leroy, acredita que o momento de grande difusão de informações e discussões sérias na televisão sobre meio-ambiente, economia, política, entre outros assuntos, faz com que o humor ganhe destaque. “O humor aproveita os momentos difíceis para aparecer”, diz Leroy. Ele lembra ainda que o gênero vive um momento interessante no Brasil. Depois da transmissão de programas clássicos de humor nas TVs abertas, um novo cenário aparece com a invasão dos comediantes nos canais pagos, como o Multishow, com as séries de comédia em canais de filmes e séries, e também com uma produção em larga escala, até mesmo amadora, na Internet. “Quando
anunciamos que o canal seria lançado no Brasil, fomos contatados por pessoas interessadas em lançar projetos”, diz Leroy. A programação do Comedy Central no Brasil será constituída por filmes, séries, animação para adultos e programas de stand-up. Estes últimos já estão em produção e programados para serem exibidos em outro canal do grupo, o Vh1. O especial “Comedy Central Apresenta: o Mês da Comédia na Vh1”, que ficará no ar durante todo o mês de outubro, serve como teaser para o lançamento do Comedy Central em janeiro. O bloco terá apresentações de stand-up comedy, exibidas de segunda a sexta, às 23h, com duração de uma hora. Às terças e quintas, os humoristas brasileiros Robson Nunes, Patrick Maia, Murilo Gun, Fabio Lins, Maurício Meirelles, Zé Neves, Rogério Vilela, Nigel Goodman, Rogério Morgado, Enio Vivona e Danilo Gentili, que é o host dessa série, se apresentam. Segundo Álvaro Paes de Barros, a marca Comedy Central inclui mais do que apenas o canal linear, e no Brasil não será diferente. Além do canal pago, haverá conteúdo para Internet, mobile e VOD disponível. Leroy conta que há alguns contratos sendo fechados para
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(programação) FOTO: DIVULGAÇÃO
Internet neste primeiro momento. Pequenas séries já produzidas por grupos de comédia e produções exclusivas para o Comedy Central devem ser incorporadas ao site, que deve ser lançado em outubro, antes mesmo da estreia do canal nas operadoras pagas. Algumas dessas produções estarão no site e na TV. A Internet tem sido também o local de origem das ideias de projetos nacionais que, em outros casos, surgem pelas produtoras independentes. “A produção brasileira está quente. Muitos comediantes têm projetos, de todos os tipos, e estamos estudando de que forma podemos realizá-los”, conta Leroy. “Não há formação acadêmica para o comediante. São pessoas divertidas, que muitas vezes criam um local na Internet para postar seu conteúdo. Estamos trabalhando com esses artistas diretamente”. Apesar das ideias terem aparecido mais pelos próprios comediantes do que pelas produtoras, as portas continuam abertas para as empresas. “As produtoras podem nos procurar, com projetos de séries de ficção de humor, animação e até reality shows”, diz o VP de criação da Viacom.
“Vitrine do Riso Show”: apresentações de stand-up são gravadas com exclusividade para o site de humor da Band.
dia 8 de julho. A ideia veio da percepção de que existe demanda do público por esse tipo de conteúdo e mercado anunciante interessado em se associar a esse tipo de projeto. Eliane conta que a editoria foi também uma consequência da veia humorística da Band, que conta hoje com programas voltados para o gênero como “CQC”, “É Tudo Improviso” e “Agora é Tarde”. O pontapé inicial e o formato do site surgiram de um encontro entre a executiva da Band e a humorista Carol Zoccoli. Outra pioneira da comédia,
unir e divulgar o stand-up, que ainda tem muito a percorrer no Brasil”. Ela afirma que a ajuda das humoristas na seleção de novos talentos tem sido fundamental. “Há muitos artistas novos surgindo, mas existe muita imitação daquilo que já existe”. Para Eliane, o grande desafio do Vitrine do Riso tem sido “fazer diferente” de outros conteúdos do gênero. “Não é o humor popular de sábado a noite na TV. Não é um humor óbvio”, diz. Para a produção, o site contrata uma editora para os programas “WTF News” e “The Porangaba Show”, e realiza o “Vitrine do Riso Show” com recursos da própria Band. “Gravamos o show às quartas e quintas, quando outras gravações acontecem na Band. Assim otimizamos os horários”, conta. Para os outros programas, são utilizadas câmeras e estrutura do portal, e, em alguns casos, estúdio com chroma-key e diretores da Band. “Na Internet as produções são um pouco mais livres. O meio
sucesso de canais de humor depende de adaptações para o público local. Marcela Leal se juntou ao time. Assim, surgiram o “WTF News”, um jornal de bancada que comenta fatos bizarros, e o “The Porangaba Show”, com situações do dia a dia contadas de maneira divertida. Além dos programas gravados com exclusividade para o Vitrine do Riso, o site conta com programas como o “Terra de Ninguém”, de Marcela Leal, com direção de Rafinha Bastos, que é cedido ao site, e com o “É Tudo Improviso”, que mostra exatamente o mesmo programa exibido na pela Band na TV. O site apresenta ainda o “Vitrine do Riso Show”, programa de quase uma hora com sessões de stand-up gravadas em um estúdio da Band. O programa é transmitido apenas uma vez na semana, às sextas-feiras. “Dentro desse programa temos um ‘open mic’, para revelar novos talentos do stand-up”, conta Eliane. “Os humoristas querem se
Na web Apostando não apenas nos talentos surgidos na Internet, mas também no poder do meio quando o assunto é o humor, a Band lançou em julho, dentro do portal da Band, o Vitrine do Riso. Trata-se de uma editoria de humor dentro do portal do Grupo Bandeirantes, que foi reestruturado em junho deste ano e ganhou produtos novos e específicos. “O humor e a Internet têm um casamento muito fértil. A Internet é o terreno ideal para esse tipo de conteúdo, pois tem menos amarras e restrições. Ela potencializa o humor”, diz Eliane Leme, diretora executiva do portal da Band e idealizadora do Vitrine do Riso, que entrou no ar no último
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aceita produções com menos recursos”, diz Eliane. Ainda que o humor seja normalmente apontado como um dos caminhos para conectar-se ao jovem, este não é o único públicoalvo dos canais que estão surgindo e do Vitrine do Riso. “Nem só de hard news vive o ser humano”, brinca Eliane. “O humor não é só para o jovem, ele agrada a todo o mundo. Colocamos o conteúdo do Vitrine do Riso na home do portal da Band, no meio das notícias ruins, para dar um ‘refresco’ no hard news”, conta. Além do site exclusivo para o humor, a Band tem outras iniciativas voltadas ao gênero na Internet, entre elas o “CQC 3.0”, que começa na Internet quando o programa acaba na TV. “À 1h da manhã o ‘CQC 3.0’ tem 70 mil pessoas conectadas”, observa Eliane. Daniele Frederico
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Remendas no bolso Apesar de o mercado para a TV móvel digital não ter tido o desenvolvimento estimado, players ainda apostam na expansão do segmento, em um processo lento e gradual. FOTOS: divulgação
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uando o Brasil escolheu o ISDB-T como modelo de televisão digital, a transmissão One-Seg, com sua possibilidade de captação gratuita do sinal da TV aberta por usuários com um handset compatível, encheu o mercado de expectativas. Acreditava-se, na época, que a paixão do brasileiro pelo futebol faria da Copa do Mundo 2010 uma grande impulsionadora de vendas. No entanto, como apontam os players ouvidos por TELA VIVA, o mercado ainda não aconteceu. Pelo menos, não como se esperava inicialmente. Entre os entraves citados, estão a impossibilidade de se fazer programação específica para os dispositivos móveis, cobertura insuficiente e as poucas transmissoras fora dos grandes centros aptas a transmitir o sinal digital. Mas, em meio a adversidades, ainda tem gente otimista. O Fórum SBTVD apresentou no Congresso SET 2011, que aconteceu em agosto em São Paulo, alguns dados sobre os dispositivos móveis capazes de captar o sinal da TV digital disponíveis no mercado: são cinco modelos de dongles USB para laptops, seis modelos de mini TVs, três modelos de notebooks, sete modelos de receptores automotivos e 21 modelos de telefones com TV digital, contando apenas os produtos das empresas associadas ao Fórum. A entidade, porém, não
tem números sobre as vendas ano a ano destes aparelhos. Roberto Barbieri, da Semp Toshiba, que recentemente foi nomeado coordenador do Módulo de Mercado do Fórum SBTVD, núcleo multidisciplinar criado para incentivar a consolidação da TV digital no País, conta que a equipe está definindo áreas a serem exploradas, com temas que considera que necessitam mais atenção. A TV móvel digital é um deles. “O conteúdo ainda não está bem resolvido e há uma concorrência desleal, vinda de produtos pirateados. O trabalho começou agora, precisamos formular propostas”, destaca Barbieri. Sem diferenciação Para Frederico Nogueira, vicepresidente da Band, o principal empecilho para o desenvolvimento da TV móvel digital é a portaria do Ministério das Comunicações que impede os broadcasters de desenvolver conteúdo específico para o One-Seg. “Esse é o principal problema, a programação diferenciada tem que ser liberada o quanto antes”, observa Nogueira, destacando que há muita diferença nos
Modelo de TV portátil com receptor digital da AOC. Fabricante prepara novos lançamentos para o ano que vem.
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“O conteúdo ainda não está bem resolvido e há uma concorrência desleal, vinda de produtos pirateados. O trabalho começou agora, precisamos formular propostas”. Roberto Barbieri, do Fórum SBTVD
hábitos de consumo do conteúdo em um dispositivo móvel. De qualquer forma, ele acredita no mercado. “O que seria do rádio se não fossem os dispositivos móveis? Acho que com a TV vai ser a mesma coisa”. Vale lembrar que a transmissão diferenciada para a TV móvel esbarra na proibição, pelo Minicom, das emissoras fazerem multiprogramação. Flávio Lenz Cesar, assessor da Secretaria de Telecomunicações do Minicom, participou do Congresso SET 2011 e apresentou os planos e a agenda do Ministério para o switch off previsto para 2016. Ele sugeriu para estes próximos meses a discussão dos marcos regulatórios, incluindo o One-Seg diferenciado. “A gente pode trabalhar isso. Em um primeiro momento, ficou todo mundo muito preocupado com a cobertura e com os investimentos tecnológicos e a questão da TV móvel não emergiu. Agora, com o amadurecimento do processo, podemos trazer à tona novas discussões”, disse. Os broadcasters também apontam a cobertura como complicador da TV móvel digital. Hoje, há 103 emissoras com transmissão digital em 523 cidades,
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fator complicador é a dificuldade de julgar o benefício do produto. “Nesse mercado, a população ainda não Ricardo Tortorella, da tem ciência ou não vê STMicroeletronics. vantagem”, observa, acrescentando que é difícil a concorrência investiu no lançamento de com o mercado de aplicativos interativos para tablets e celulares, telefones celulares e outros produtos que agregam dispositivos móveis inúmeras outras funções. relacionados a programas da TV Globo A STMicroeletronics é e eventos esportivos. fabricante de semicondutores e também tem uma plataforma de Rolo compressor desenvolvimento para os clientes Marco Szili, diretor geral da Tele customizarem seus produtos.A System, que tem no portfólio três empresa tem quatro regiões de modelos de TV portátil (dois fabricados venda e, na América do Sul, no Brasil e um importado) e um segundo Tortorella, ainda não navegador GPS com receptor de TV houve solicitação para o digital, segue a filosofia de que não se desenvolvimento de produto pode ter ansiedade neste mercado e que digital móvel. tudo é uma questão de tempo. “Ela tem A Siano Mobile Silicon, empresa seu espaço, mas obviamente muita com base em Israel e fornecedora de Canais também investem no receptores para a TV desenvolvimento de aplicativos móvel digital para para tablets e smartphones para regiões como América novas possibilidades comerciais Latina, Estados Unidos e China, aposta no crescimento rápido do mercado nos gente foi extremamente otimista”, próximos anos. Segundo o viceavalia. Szili destaca um aspecto que, na presidente de marketing da Siano, sua opinião, aliado à baixa cobertura da Ronen Jashek, o mercado se TV digital, poucas transmissoras fora desenvolve em ritmo específico em das grandes cidades e impossibilidade cada região. Japão e Coreia são os de programação diferenciada, fez com casos de maior sucesso em termos que a TV móvel digital não tenha se de penetração: mais de 80% dos firmado de acordo com as expectativas: telefones celulares têm receptor de “Tem o rolo compressor que é a TV digital. Entretanto, explica Internet, com conteúdo disponível Jashek, as possibilidades de nos smartphones”. crescimento são quase Para Ricardo Tortorella, inexistentes porque são diretor de marketing e vendas mercados relativamente para a America do Sul da pequenos. STMicroeletronics Ltda., a TV Na China, a móvel digital tem a vantagem previsão é que se da robustez do sinal, mas o venda entre 15 “O que seria do rádio se milhões e 20 milhões não fossem os dispositivos de aparelhos celulares com TV móvel digital móveis? Acho que com a em 2011. Em 2012, a TV vai ser a mesma coisa”. expectativa é vender o Frederico Nogueira, da Band
“Nesse mercado, a população ainda não tem ciência ou não vê vantagem”.
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o que abrange 46% da população brasileira. “A sensação que dá é que o One-Seg demorou tanto que as tecnologias baseadas no tráfego de dados têm hoje mais impacto”, explica Ricardo Anderaos, diretor de Internet e mobile da MTV. O canal, que é transmitido em sinal aberto e também no cabo, lançou em março de 2010, um aplicativo para as plataformas Nokia e iPhone, com a programação ao vivo, na íntegra e de graça. Dessa forma, o usuário tem acesso ao conteúdo do canal de qualquer lugar onde tenha acesso à rede, independente de estar em área com cobertura da TV digital. Até o início de agosto deste ano, mais de 130 mil downloads do aplicativo haviam sido feitos. “O alcance é maior e o público é mais fiel. Trabalhamos em novas versões para acessar conteúdo do portal. A gente consegue fazer aprimoramentos constantes nas lojas de aplicativos”, ressalta Anderaos. Para ele, os aplicativos também levam vantagem em termos de marketing. “O One-Seg é limitado aos espaços comercializados para a televisão. Com o aplicativo, posso criar receitas adicionais”, explica Anderaos. Na opinião de Liliana Nakonechnyj, diretora de engenharia de transmissão e afiliadas da Rede Globo, a TV móvel digital é um mercado crescente particularmente nas grandes metrópoles, como São Paulo, onde as pessoas passam muito tempo no trânsito. Ela chama a atenção para a adesão dos taxistas aos aparelhos e a iniciativa do IBOPE de iniciar a medição da TV digital nos aparelhos celulares. Entre as iniciativas da Rede Globo, ela destaca a parceria da emissora com empresas de ônibus em algumas cidades brasileiras que oferecem TV digital aos passageiros. A emissora também já
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( tecnologia) dobro e, em 2013, espera-se “A sensação que dá é que o chegar a 50 milhões de unidades One-Seg demorou tanto vendidas. Jashek também chama que as tecnologias baseadas a atenção para o mercado no tráfego de dados têm americano, onde os broadcasters hoje mais impacto”. começam a se posicionar de Ricardo Anderaos, da MTV forma mais agressiva após conteúdo diferenciado, as algumas tentativas fracassadas de fabricantes mostram-se emplacar a TV móvel. A dispostas a investir, inovar, expectativa é começar a ganhar descobrir potenciais escala no Natal de 2012. consumidores e quais características Na América Latina, a Siano atua mais os agradam nos produtos. A com mais expressividade no Brasil e Samsung lançou o primeiro modelo de na Argentina. Nestes mercados, conta celular com receptor de TV digital em o executivo, as vendas tanto de 2008. Em 2009, com a popularização do celulares como de outros aparelhos touchscreen lançou mais dois modelos. eletrônicos ainda não são tão Em 2010, chegaram ao mercado o expressivas. A Copa do Mundo 2010, Samsung Galaxy S e o tablet Samsung movimentou o mercado, mas logo Galaxy Tab 3G, produzidos no Centro de depois houve uma estabilização e Pesquisa e Desenvolvimento da crescimento lento. “Isso provavelmente está relacionado ao fato de a Mesmo cientes das limitações conscientização sobre a TV do mercado, fabricantes digital não ser grande, apostam no marketing para combinado a um conteúdo que não é extremamente encontrar seus nichos. atraente”, palpita Jashek. A fabricante em Campinas. expectativa da Siano é que as vendas No caso do Samsung Tab 3G, a na América Latina voltem a crescer tecnologia híbrida (analógica e digital) novamente a partir do final de 2012 e foi escolhida para potencializar o uso da com a aproximação da Copa do função de televisão em regiões ainda Mundo de 2014 e dos Jogos sem o sinal da TV digital, segundo Olímpicos de 2016. Roberto Soboll, diretor de produtos telecom da fabricante. “Com esse Lançamentos desenvolvimento feito localmente, temos Apesar de estarem cientes alcançado os resultados de venda sobre a necessidade de evoluir no aguardados, o que nos dá mais marco regulatório e da seguranças e expectativas em relação a dependência dos broadcasters para
este mercado”, explica. O último modelo com tecnologia TV móvel digital que a empresa lançou foi o Samsung DUOS TV, reunindo duas características que a fabricante identificou como relevantes para o consumidor: a função TV digital com gravação e a possibilidade de utilização de dois chips simultâneos de qualquer operadora GSM. Outra que está disposta a trazer novidades em 2012 para o mercado é a AOC. A fabricante lançou uma TV portátil com receptor digital em 2008 e investe no desenvolvimento de novos modelos para 2012. “A gente acredita em uma retomada nas vendas para o ano que vem por causa da Olimpíada. Também estará mais perto da Copa do Mundo”, explica Audiene Oliveira, gerente de produtos da AOC. Oliveira acredita que precisa haver mais divulgação sobre a TV digital também do portátil e também esforços de marketing das fabricantes para encontrarem seus nichos. Ele conta que uma das ideias da empresa é buscar associar a TV móvel ao futebol, estratégia que a Tele System também desenhou no ano passado com o lançamento de uma televisão portátil com a marca Corinthians licenciada.
Falta modelo A TV móvel, de forma geral, ainda não encontrou um modelo ideal. Essa foi a conclusão de alguns palestrantes em debate na ABTA 2011. O CTO da Motorola Mobility, Geoff Romàn, disse que tem conhecimento de poucos casos bem-sucedidos de transmissão broadcast, mas sempre em torno de um evento de valor, como Jogos Olímpicos ou Copa do Mundo. Ele observou que nos Estados Unidos, o consumo de vídeos no celular é alto pela navegação na web, mas os usuários geralmente buscam os conteúdos desejados. O diretor de produtos da Net Serviços, Márcio Carvalho, disse que a operadora está experimentando dois modelos de TV móvel, com transmissão broadcast e sob demanda. “Ainda não temos muitas respostas. É um modelo de negócio a ser construído e temos que saber qual é a aderência”, disse o executivo. De acordo com o diretor de operações e tecnologia da Algar Telecom, Luís Andrade Lima, a empresa também não tem experiências concretas para compartilhar. “Acho que a tendência é que plataformas móveis e tablets sejam complementares”, observou.
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Samsung Galaxy Tab 3G: a tecnologia híbrida (analógica e digital) foi escolhida para potencializar o uso da função televisão também em lugares sem cobertura da TV digital.
Temos um encontro marcado em Copacabana.
DIAS 6 E 7 DE OUTUBRO DE 2011 R I O O T H O N PA L A C E H O T E L Copacabana, Rio de Janeiro, RJ
A reunião de toda indústria de satélites da América Latina. Sempre renovado e relevante, o Congresso Latino-Americano Satélites 2011, discutirá importantes assuntos do setor, como: • Papel do satélite na universalização da banda larga. • O crescimento explosivo do DTH. • A entrada de grandes indústrias brasileiras no segmento aeroespacial • Novas aplicações em comunicações marítimas, meteorologia, imagem, sensoriamento remoto.
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Daniele Frederico
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eguindo a linha de outros comerciais para a mesma marca, novos “homensbaiacu” entraram em cena para o filme “Feijucabilidade”, criado pela F/Nazca para a Skol 360º. Na campanha, torna-se um baiacu aquele que toma “cerveja quadrada”, bebida que causa sensação de estufamento. A ideia de estufamento é retratada de forma literal nos filmes da campanha, que mostram as pessoas sendo infladas após beberem as tais cervejas quadradas. O primeiro filme, lançado em outubro de 2010, mostrou uma série de situações em que as pessoas bebem a cerveja concorrente e “inflam” instantaneamente, em cenários como bar, praia, piscina ou na sala de casa, assistindo a um jogo de futebol com os amigos. O segundo mostrou os efeitos do estufamento durante um churrasco. No terceiro filme com o conceito de “bebabilidade”, os efeitos da cerveja quadrada aparecem durante uma feijoada entre amigos. “Na série de três filmes aprendemos bastante”, conta o diretor do comercial Pedro Becker, da FatBastards/Movi&Art. Ele diz que a técnica utilizada nos filmes para fazer com que os personagens “inflassem” foi mudando conforme foram feitos. “No começo usávamos um balão inflável, especialmente criado pra isso. Ao longo do tempo, descobrimos que era melhor usar só 3D durante a inflada”, diz Becker. Nas cenas em que os personagens já estão cheios, os atores foram cobertos por uma espuma de alta densidade em formato de bola, para moldar a barriga, e receberam o figurino por cima. Em “Feijucabilidade”, a dupla de amigos que conversa sobre a cerveja quadrada também aponta para a pista de dança, onde um grupo de mulheres dança após sofrer os efeitos da bebida. 38
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Literalmente estufados
Efeitos em 3D foram utilizados para mostrar pessoas “inflando” após beberem “cerveja quadrada”.
Para esta cena, em que o grupo de mulheres é apelidado de “ala das baianas”, a produção teve de contar com composição, para a multiplicação de pessoas. Isso porque havia mais de 20 personagens, e apenas oito barrigas de espuma. Uma vez que um lado havia sido filmado, outros oito atores colocavam a espuma e um figurino diferente para capturar as imagens do outro lado. “Trocávamos o elenco e o figurino para aumentar a quantidade de pessoas, dando mais grandiosidade para o filme”, diz Becker. Os personagens foram filmados ao vivo na locação, com alguma utilização de rotoscopia. A utilização de poucos efeitos foi proposital e tinha como objetivo dar mais destaque a outros aspectos da história. “Sempre tivemos a preocupação de não deixar virar um filme duro, onde tudo tem que girar em torno do efeito. Cuidamos muito para que a atuação dos atores não se perdesse no meio de tudo isso”, diz o diretor. “Acho que o principal desafio foi
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deixar o filme com cara de Skol, que é sempre alegre, divertido e solto”. Becker conta ainda que os baiacus, embora sejam engraçados, não poderiam parecer mais interessantes que aqueles que bebem a cerveja do anunciante. “Outro desafio foi achar uma cara que fosse certa para a parte dos baiacus, não tão alegre e bacana quanto a segunda parte do filme, do 360º, mas que fosse interessante visualmente”, conclui. ficha técnica Título Feijucabilidade Cliente Skol Agência F/Nazca Direção e edição Pedro Becker Produtora Fatbastards/Movi&Art Prod. executiva André Pinho & Fernando Carvalho Dir. de fotografia Rhebling Jr Direção de arte Thays Leite Dir. de produção Edu Ramos Finalização Bitt Animation / Bruno Vianna
Escolhas
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goma de mascar Chiclets Evolution, que começa com um sabor e termina com outro completamente diferente, foi o produto ideal para a criação do primeiro comercial interativo feito para TVs conectadas. Assim como o Chiclets, o comercial começa de um jeito e pode terminar de outro, a gosto do espectador. Para fazer este comercial, a Interactive Transmídia Brand Network (ITBN), empresa do Grupo Burti responsável por produção interativa e transmídia, desenvolveu um software específico para rodar nos novos modelos de Smart TV da linha LW5700 da LG. A ideia de fazer o comercial interativo para as TVs dessa nova linha foi levada para a agência WMcCann, que selecionou um cliente que tivesse a visão para entrar neste ambiente de inovação. Além de se enquadrar no requisito, a Kraft Foods Brasil tinha um produto que se encaixava no conceito, uma vez que começava de um jeito e terminava de outro. O roteiro foi criado de forma colaborativa, entre a ITBN e a WMcCann, até chegar o ideal de filmagem, realizada pela equipe da BurtiFilmes. Na trama, um garoto entra em uma festa a fantasia e fica triste, por ser o único que não está fantasiado. Neste momento, as opções começam a aparecer para o espectador. A primeira opção é escolher entre uma luva e um óculos, que aparecem em cena com a ajuda de traquitanas. Ao chegar perto de uma das opções com o cursor do controle remoto, o processo começa. Não há explicações durante o comercial sobre a interatividade. “A explicação está na narrativa do texto. Depois da primeira fala, isso acontece naturalmente”, diz o diretor da
Primeiro comercial interativo da TV conectada utilizou poucos efeitos, para não se parecer com produções para a Internet.
ITBN, Ricardo Godoy. Um dos detalhes apontados por Godoy, é que quando se fala em interatividade, não adianta ter uma série de cortes secos, que tiram a fluidez do filme. “Quanto menos intromissão tecnológica, com botões do tipo ‘clique aqui’, melhor”. Com as opções aparecendo no quadro com a ajuda de traquitanas, a computação gráfica entrou em ação para a realização de alguns cenários – uma maternidade e um templo, que aparecem de acordo com as escolhas do espectador. A ideia era que as opções parecessem mecânicas e não artificiais. “O que eu não quis é que o filme tivesse cara de Internet, que parecesse que usamos Flash”, diz Godoy. O espectador é levado a interagir em diversas situações durante a festa. Além disso, dentro das cenas, Chiclets são colocados em computação gráfica e quando acionados dão entrada a outros filmes. “É uma extensão da extensão”, comenta Godoy. Foram gravadas 16 possibilidades de cenas, além das “caixas de surpresas” onde estão os filmes do Chiclets. Uma das preocupações durante as filmagens foram as marcações no set, para evitar problemas de continuidade e dar
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fluidez às cenas, mesmo com a possibilidade de escolhas diferentes. “Apesar das dificuldades técnicas, o principal desafio do trabalho foi a quebra de paradigma de fazer um comercial interativo”, conclui Godoy. O comercial pode ser visto nos modelos da nova linha de Smart TVs da LG.
ficha técnica Título Filme interativo Chiclets Evolution Agência WMcCann Cliente Kraft Produto Chiclets Evolution Direção de criação Fernando Penteado e Eric Sulzer Produtora Burti Filmes Produtor Marcello Avian Direção Ricardo Sampaio Direção de arte Eduardo Fazzio Dir. de fotografia Carlos Pacheco Animação, edição e finalização Burti Filmes
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(artigo) Newton Cannito*
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Do modelo de negócios ao modelo de criação
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á momentos em que o ou com o controle financeiro. A debate sobre audiovisual produção de set é mais commodity brasileiro parece uma do que a criatividade. E por mérito Empresa Junior, aquele nosso já temos inúmeros grupinho de meninos profissionais habilitados a garantir universitários que vestiam terninhos uma boa produção de set. A para brincar de ser pequenos criatividade é, portanto, o empresários e acreditar completamente verdadeiro diferencial. E a no “mundo dos negócios”. No entanto, criatividade é mais importante do quem entende mesmo de negócio sabe que o próprio modelo de negócios. que a chave para o sucesso é ser Basta ver que um único filme inovador na invenção de conteúdos bom supera completamente e ir além do modelo estabelecido. qualquer perspectiva racional de A criatividade é a verdadeira chave público (vide filmes inovadores como para o sucesso comercial na “Tropa de Elite 2” e o americano indústria audiovisual. “Titanic”). Pois um filme bom A saudável vontade que temos para reinventa o público e descobre o que conquistar o mercado tem levado o o consultor W. Chan Kin chama de debate para falsas questões. Um um vasto “oceano azul” de públicos exemplo: queremos profissionalizar a inexplorados. O mesmo acontece produção, mas achamos que ser com televisão, seja para séries, profissional é o oposto de ser “artista”. animações ou realities. O que Isso é um erro. Temos que importa mesmo é ser artisticamente novelas Muito se fala inventarmos profissionalizados. Essa como “Betty, a Feia” no Brasil de crença nos negócios e no (que foi vendida para produção profissionalismo fez com dezenas de países), que as avaliações de independente. formatos inovadores que editais dessem Chegou a hora são vendidos para importância exagerada ao centenas de países e de falar de “tamanho” da empresa franquias de animação “autor produtora, na questão da que dão lucros por independente”. dezenas de anos. distribuição etc. Começamos a tratar o Inovação é tudo na conteúdo audiovisual como se ele fosse indústria de conteúdos audiovisuais. uma “commodity” que deve ser “bem E inovação não é experimentalismo, produzida” e “bem comercializada”. O nem é oposta à conquista do problema principal, no entanto, é que o público. Vale lembrar que as novelas conteúdo audiovisual não é uma brasileiras mais inovadoras são as commodity. Cada filme ou programa de que dão mais audiência. No entanto, televisão é único. O fato incontestável é para debater o conteúdo temos que que para a indústria a criatividade é sair do debate sobre “modelo de mais importante que a produção do negócios” e chegar ao debate sobre filme, e a produção no Brasil costuma o “modelo de criação”. ser confundida com a produção de set e/ Quando falo do modelo de
* Roteirista e diretor. Entre outros trabalhos assina a criação do seriado “9mm: São Paulo” (Fox) e o roteiro do longa “Broder”. É autor do livro “A Televisão na Era Digital” (Summus). Foi secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura. 40
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isso, o dono da empresa tem que ter a sabedoria de dar a gestão do grupo criativo a quem entende disso, tal como Roberto Marinho entregou a Boni (que vinha de agência de publicidade) que, por sua vez, entregou o poder criativo aos dramaturgos (que, aliás, vinham do teatro de esquerda, como Lauro Cesar Muniz e Dias Gomes). Isso é ser profissional e ser industrial. Isso está longe de acontecer na produção independente de televisão brasileira. O fato é que os produtores e donos das empresas têm que ter a coragem e a Alex Kalmbach / shutterstock
criação falo de como organizar a equipe criativa e como distribuir o poder dentro dela. É um debate sobre gestão de grupos criativos, muito realizado na indústria de software (Domenico di Masi é um dos autores que debate isso), mas ainda pouco executado na indústria audiovisual. A Rede Globo se firmou com uma das maiores produtoras audiovisuais do mundo por ter criado um modelo de criação que gerou uma fábrica de audiovisual criativo. Em seus primórdios esse modelo partiu de duas coisas: o modelo de negócios novos implantado por Walter Clark e um modelo de criação criado por Boni e Daniel Filho. Esse modelo é baseado numa grande valorização dos roteiristas de televisão, que ficam sob contrato e têm imenso poder criativo. Dentro da Globo o roteirista é autor, artista e produtor criativo. Não é o que tem acontecido, por exemplo, com a produção independente de televisão brasileira. Nas produtoras independentes brasileiras os roteiristas/autores são subvalorizados. Mesmo nas produtoras grandes, que começam a ter setores de desenvolvimento fixos, o trabalho dos roteiristas é mal renumerado e eles não têm real poder criativo sobre a série. Já vi projetos de séries onde a produtora não apresenta sequer o nome dos roteiristas e diz que o roteiro foi feito pelo “coletivo da empresa”. O problema é que a maioria dessas produtoras nunca foram empresas da área de criação de histórias. Muitos não sabem o que faz um roteirista. São produtoras de publicidade, que sempre receberam os roteiros prontos da agência. O talento deles é para a direção de arte e fotografia. Isso “segura” para filmes de 30”, mas, quando se trata de fazer 13 horas de dramaturgia, o poder tem que ser passado aos roteiristas. Como a Globo já demonstrou, a única forma de uma produção de televisão ter sucesso é dar poder aos roteiristas. E, para
sabedoria de dividir realmente o poder com artistas, principalmente roteiristas e diretores. Muito se fala muito no Brasil de produção independente. Chegou a hora de falar de “autor independente”. Pensando um pouco em cinema: já repararam como há poucas produtoras que contratam diretores de fora da casa e dão poder para eles? Geralmente, a direção de um filme e/ou de uma série é o prêmio de consolação para “diretores da casa” que geram recursos para a empresa filmando publicidade. Isso não é ser profissional. Já é a hora de o cinema e a televisão serem vistos como negócios em si mesmos. É o conteúdo que cria os negócios, não o contrário. Audiovisual é uma indústria de protótipos, que demanda inovação permanente. E inovação permanente vem de autores. No Brasil, a
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crença na importância da produção veio junto com a crença na produtora e com a crítica ao cinema de autor. Como se o autor fosse antimercado e o produtor fosse o mercado. Comercialmente falando, isso é bobagem. Basta ver o audiovisual americano. Os filmes e séries de maiores mercados são sempre de autores. Mesmo as franquias têm autores fazendo releituras dos personagens (“Batman” foi feito por vários autores, como Nolan, Burton etc). Filmes sem autor são os filmes menos comerciais. No Brasil, ao contrário, o cinema de autor ficou confundido com o cinema de pouco público. Mas isso está errado. Ter autoria na obra é uma condição para alcançar o sucesso. Importamos a ideia de produtor criativo, mas invertermos a polaridade. Nos EUA, o produtor criativo é um artista que já provou seu potencial criativo em obras autorais e, por isso, ganha o poder de ser produtor e supervisionar obras de autores mais iniciantes. No Brasil, o produtor criativo tem sido o dono da produtora, alguém de negócios e/ou da área de finanças. Isso tem tirado poder criativo dos artistas e atrapalhado a criatividade em nossa indústria. As avaliações de vários editais públicos e privados também acreditam demais na empresa produtora e distribuidora. É claro que é importante, mas o fundamental para o sucesso de um filme ou obra televisiva é um bom roteiro e o “pacote de talentos”, que inclui sempre roteirista, diretor e elenco principal e mais alguns profissionais, dependendo do filme. Temos que urgentemente discutir o modelo de criação de nossos filmes e programas de televisão e revalorizar o papel dos autores. E temos que pensar modelos de produção que permitam que a criatividade aflore. Só assim conquistaremos mais sucesso comercial.
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gaúcha Zapata Filmes terminou de filmar “Simone”, o seu primeiro longametragem de ficção, com direção de Juan Zapata. A produtora quis testar um novo modelo de captação com o filme, usando-o no lançamento de um projeto da casa batizado de Cinema em Rede. O movimento de financiamento colaborativo de projetos audiovisuais é inspirado no crowdfunding, uma ação de cooperação realizada por pessoas que contribuem financeiramente com iniciativas de outras pessoas ou organizações. Segundo Zapata, a ideia do Cinema em Rede é agregar profissionais que fazem projetos de baixo orçamento e precisam levantar recursos e descobrir profissionais para os seus filmes. Para o financiamento, o filme foi inscrito no site de crowdfunding Catarse (catarse.me). “O projeto não atingiu sua meta de captação no crowdfunding, mas foi importante para a comunicação, conseguimos mobilizar profissionais”, explica. A ideia de produzir “Simone” surgiu há seis anos, quando o diretor conheceu a atriz Simone Telecchi durante as gravações de um programa para o “Curtas Gaúchos”, espaço para a produção independente regional da RBS. Zapata conta que interessou-se pela história da moça que, depois de sofrer com alguns relacionamentos homossexuais experimentava um relacionamento heterossexual e teve vontade de transformá-la em um filme protagonizado pela própria Simone, construindo assim um híbrido de documentário e ficção. 42
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Primeiro longa-metragem de ficção da Zapata Filmes reúne artistas e técnicos por meio do projeto “Cinema em Rede” e se viabiliza com associação de produtoras nacionais e internacionais.
Diretor quer fazer estreia do longa metragem em múltiplas plataformas.
O diretor começou a trabalhar no roteiro, que passou por 15 tratamentos até chegar à versão final. “Queríamos trabalhar com um filme que pudesse viajar”, observa Zapata. A atriz engravidou
de 2011. No elenco, além de Simone, a protagonista da história, estão o ator Pedro Birindelli e a atriz uruguia Natalia Mikeliunas. O projeto está agora em pós-produção e a ideia dos produtores e do diretor é ter um primeiro corte da produção até o fim do ano. Segundo o diretor, o orçamento do filme é estimado em R$ 700 mil. Até a fase de produção, foram gastos R$ 53 mil. A estimativa é gastar mais R$ 240 milhões para a finalização e R$ 310 milhões para a distribuição. Zapata pretende fazer o lançamento de “Simone” simultaneamente em várias plataformas. Cinema, TV, Internet e DVD estão praticamente garantidos e mais uma mídia, que o diretor ainda não revela, deve ser agregada. O filme deve ser distribuído em outros países da América Latina graças a projetos de distribuição da Rede de Distribuição Independente e a Mirada Latina, encabeçados pela Zapata Filmes no Brasil. A produtora associada espanhola fará a finalização em 35 mm e
Subprodutos como livros e série na web devem acompanhar o lançamento do filme. e os planos foram adiados até o início de 2011, quando o diretor resolveu levar adiante o projeto. Mesmo sem o sucesso no financiamento coletivo, o filme foi viabilizado devido à participação de produtoras associadas, como a espanhola Back Story, a colombiana Plan e as gaúchas Oxalá e Infoco Filmes. Subprodutos O filme foi inteiramente rodado em Porto Alegre, em 12 dias, durante julho
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deve garantir a exibição na Espanha. Uma aposta do diretor foi a criação de subprodutos que acompanhem o lançamento do filme. A atriz Simone Telecchi prepara um livro sobre a sua história. Um produtor espanhol preparou um série documental para a web sobre a produção de filmes de baixo orçamento. A Zapata Filmes também pretende
lançar um livro sobre como fazer cinema com poucos recursos. O diretor destaca que a experiência com o seu primeiro longa-metragem foi positiva e o motiva a fazer novos projetos que possam ser viabilizados e produzidos por estes caminhos. “A gente continua acreditando no coletivo. O modelo de captação de recursos está obsoleto. A gente tem que se mexer mais. Não dá para fazer um filme a cada cinco anos. É preciso acompanhar o processo internacional de distribuição”, explica. A prioridade dentro da produtora gaúcha hoje é o projeto de “Simone”. Em seguida, o produtor pretende retomar o documentário “História de Fronteira” e desenhar outros projetos que possam se viabilizar com base na experiência do longa-metragem.
simone longa-metragem Formato Juan Zapata Direção Juan Zapata Roteiro Bernardo Zortea Direção de arte Pablo Chasseraux Direção de fotografia Paola Rodrigues Direção de produção Zapata Filmes, Backstory, Oxalá, Produtoras Plan e Infoco Filmes Sinopse: Simone tomou uma decisão: após anos de relacionamento com mulheres, resolve estar com um homem pela primeira vez. O longa-metragem aborda a temática da liberdade sexual por meio das vivências de sua protagonista. “Simone” é uma história rodeada de questionamentos íntimos e de incertezas, que colocam à prova as convicções da personagem. Baseado em fatos reais, o filme mistura elementos de ficção e documentário.
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Fernando Lauterjung
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FOTO: divulgação
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DVPRO está inaugurando um novo modelo de negócios para câmeras de alta velocidade no Brasil. A empresa trouxe ao país a câmera Phantom V640, da Vision Research, capaz de captar cenas a mil quadros por segundo. O equipamento foi usado para fazer as imagens em super câmera lenta na transmissão ao vivo da Copa do Mundo 2010, Super Bowl, Olimpíadas de Inverno de 2010 e Liga Mundial de Baseball. A grande novidade é que a DVPRO está oferecendo o equipamento no Brasil para locação. Segundo Laurindo Almeida, a empresa consegue integrar a câmera em qualquer unidade móvel, permitindo que o equipamento seja controlado como qualquer outra câmera. A câmera, com os equipamentos necessários para a integração em uma unidade móvel, chega ao Brasil custando aproximadamente US$ 200 mil FOB. A locação é oferecida por US$ 15 mil ao mês. Além de alugar o equipamento e fazer a integração, a DVPRO também faz o treinamento da equipe responsável por operar a câmera. A ideia é trabalhar com contratos de locação de longo prazo, por isso o preço por mês. Por enquanto, há apenas um exemplar disponível para locação, mas há planos de oferecer em breve uma solução para que todas as câmeras de cobertura de partidas esportivas sejam de alta velocidade. “Hoje esta câmera só é usada nos principais jogos. Queremos viabilizar seu uso não apenas nos jogos do Flamengo e do Corinthians, mas dos times regionais também”, diz Almeida, que apresentou o equipamento na última Broadcast&Cable, em agosto. DVPRO oferece Phantom V640 para locação.
Alto nível para baixo custo
FOTOs: marcelo kahn
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Rentalcam e a Sony estão trabalhando em conjunto para divulgar a camcorder PMW-F3, da linha CineAlta da fabricante japonesa. Segundo Vando Mantovani, da Rentalcam, a ideia é demonstrar, em um “roadshow” passando pelas produtoras, os benefícios de se trabalhar com um equipamento criado para a produção audiovisual com sensor 35 mm. “O mercado aderiu ao uso das DSLR abrindo mão de recursos importantes que estão apenas nos equipamentos de cinema e vídeo. Precisamos mostrar a diferença”, diz Mantovani. Na demonstração, o equipamento conta com lentes prime e viewfinder óptico. A camcorder da Sony chegou justamente para disputar o público das DSLR em produções de médio orçamento. O equipamento conta com montagem de lentes PL e gravação em cartões SxS ExpressCard em formato MPEG2 (Long GOP 4:2:0 8bit, 35 Mbps). Além disso, conta com uma saída HD-SDI dual-link para gravação externa (4:2:2 1080 50/59.94P, como padrão; ou em RGB 1080 Camcorder PMW-F3, da Sony, chega para disputar público das DSLR. 23.98/25/29.97PsF). 44
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T e l a
V i v a
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Plataforma convergente
Harris apresentou plataforma Selenio, de convergência de mídias.
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Harris apresentou na Broadcast&Cable a plataforma Selenio. Trata-se de uma plataforma integrada de convergência de mídias da indústria de radiodifusão, ideal para ambientes híbridos, já que combina o tradicional processamento de baseband de vídeo e áudio, a compressão de vídeo e áudio e a tecnologia de redes IP. Baseada em equipamentos modulares, a plataforma pode se adequar a qualquer ambiente fixo ou móvel de produção, operação de broadcast ou headend terrestre de redistribuição digital (DVB-T/T2, ATSC, M/H, ISDB-T), assim como headends de cabo, satélite e IPTV. Entre os benefícios operacionais da plataforma estão a gestão inteligente e eficiente de sinais IP comprimidos e de baseband, redução de complexidade de controle e instalação simplificada. A ideia, explica Felipe Luna, diretor regional da Harris, é garantir que seu clientes tradicionais tenham uma via de acesso rentável para o mundo IP. A aplicações híbridas (como decodificar um stream de contribuição comprimido, convertê-lo para o formato HD apropriado e recodificá-lo para redistribuição ao consumidor) são facilmente gerenciadas. Os padrões de compressão MPEG-2 e H.264 são compatíveis tanto com SD e HD como com 3 Gbps e móvel. Outra novidade anunciada pela Harris no evento foi que a sua área de arena, adiantada por TELA VIVA em maio, já está funcionando. O engenheiro Robson Moro é o gerente da área, que vem trabalhando junto a operadoras de telecom para fazer a integração tecnológica necessárias nas arenas esportivas da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
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