caderno especial
casa
conectada
televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 20_#217_jul2011
por uma fatia maior Canais e agências avaliam o que falta para a participação da TV paga no bolo publicitário crescer tanto quanto a base de assinantes
ENTREVISTA
Paulo Bernardo explica as novidades nos processos de radiodifusão
MERCADO
Filmes para o público LGBT aumentam presença nas telas do país
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Foto: marcelo kahn
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro
Editor Tela Viva News Redação
Projetos Especiais Arte
Departamento Comercial
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski
Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Daniel Machado Samuel Possebon Willian Miron Lizandra de Almeida (Colaboradora) Pedro Santos (Colaborador) Letícia Cordeiro Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jardim (Produção Gráfica) Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Bruna Zuolo (Gerente de Negócios) André Ciccala (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente) Gislaine Gaspar (Gerente) Patricia Brandão (Gerente)
Marketing
Harumi Ishihara (Diretora) Gisella Gimenez (Assistente)
Administração TI Central de Assinaturas
Vilma Pereira (Gerente) Marcelo Pressi (Gerente) 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira
Internet E-mail
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Redação E-mail
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O
Fernando Lauterjung
Circulação
a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
O PL da discórdia
André Mermelstein
Inscrições e Assinaturas
André Mermelstein
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PLC 116, que cria um novo ambiente regulatório no setor de TV por assinatura, ao abrir o mercado de cabo para as empresas de telecom, inclusive estrangeiras, e criar cotas de conteúdo nacional nos pacotes e canais, causou um dos maiores rachas já vistos no segmento no país. Operadoras e programadoras nacionais e estrangeiras sempre tiveram suas diferenças, e em muitas situações se posicionaram em lados opostos, como na crise cambial do início dos anos 2000, e quando as operadoras deixaram de crescer e suspenderam os pagamentos para os programadores. Mas o PLC foi um divisor de águas, levando até mesmo à saída de muitos grupos da associação do setor, a ABTA. De um lado, ficaram as operadoras, exceto a Sky, única grande operadora sem vínculos com empresas de telecomunicações, que com o PLC aprovado ficaria numa posição fragilizada de competição. Do outro, as programadoras, sobretudo estrangeiras, preocupadas com a obrigação de cotas, especialmente na formatação dos pacotes. Esta divisão se reflete até mesmo na feira da ABTA, agora em agosto. Pela primeira vez em quase 20 anos de história a maioria dos canais internacionais não poderá ser vista no piso de exposições. Esta divisão, no entanto, está cobrando seu preço, e com o PLC prestes a ser aprovado, é hora de se começar uma reconciliação. Nas palavras de um alto executivo de um canal, ouvido por TELA VIVA, “este PLC já custou caro demais à indústria como um todo, em tempo, esforços e desgaste”. Segundo ele, e outros executivos consultados, o pior cenário hoje é a indefinição, que leva à cisão. Até alguns players que são contra o projeto de lei preferem que ele passe logo e o mercado se pacifique, do que se mantenha esta situação de conflagração. E este mercado precisa se unir, para debater conjuntamente questões que abalarão o próprio modelo de TV por assinatura nos próximos anos. Questões como o crescimento da internet, as TVs conectadas e os sistemas over the top, a manutenção do crescimento e o combate ao churn, a pirataria, a regulamentação do conteúdo e da publicidade entre outras vão requerer atenção total dos players daqui para a frente. Qualquer que seja o resultado final do PLC 116, será certamente melhor para o mercado de TV por assinatura do que esta indefinição, que gerou tanto desgaste. O momento é de olhar para a frente.
Ipsis Gráfica e Editora S.A.
Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
capa: foto de Svetlana Lukienko/shutterstock
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Ano20 _217_ jul/11
(índice ) 14
SHARE
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Figuras
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A luta da TV por assinatura para ampliar sua fatia no bolo publicitário
Entrevista
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Paulo Bernardo, ministro das Comunicações, fala sobre a evolução dos projetos da pasta
Audiência
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ESPECIAL
CASA CONECTADA
( cartas)
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TV por assinatura O sucesso do Netflix nos Estados Unidos, tratado na matéria sobre o Cable Show, indica claramente que os assinantes têm interesse em consumir conteúdo sob demanda, e não empacotado. O mercado de TV paga poderia se espelhar nesse fato para fazer um produto melhor para seus assinantes, sem temer ser engolido por outros serviços que oferecem ao cliente apenas aquilo que ele quer. Cláudio Lima, São Caetano do Sul, SP
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Veja quais são as tecnologias e serviços que atendem à demanda por mais conteúdo, interatividade e integração entre dispositivos.
Publicidade
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Celulares tem taxa de ocupação baixa, mesmo com aumento da oferta de espaços
Mercado Conteúdo LGBT conquista espaços alternativos e desponta como negócio
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Audiovisual religioso Excelente a matéria sobre conteúdo religioso. Bem informativa e bastante respeitosa a todas as crenças. Se há público para consumir é bom investir mesmo em produção de qualidade. Tiago Antônio de Souza, Campinas, SP
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Making of
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Cinema
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Florianópolis Audiovisual Mercosul discute coproduções latino-americanas
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Produtoras brasileiras participam de projeto internacional de documentário para a TV Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br
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Agenda
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
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A ViraLata Filmes e a Black Maria estão coproduzindo dois longasmetragens. Um é sobre a história do amazonense José Aldo, campeão de UFC (luta livre). O outro é sobre o casal Chimbinha e Joelma, da banda Calypso. O responsável pela direção do longa-metragem sobre o lutador será Afonso Poyart. A distribuição será da Paris Filmes. A produção do filme terá a assinatura de Caco Souza, diretor de “400 contra 1”. Com roteiro em fase de finalização, as filmagens da obra estão previstas para o início de 2012, com estreia entre o final de 2012 e o início de 2013. Caco Souza será o responsável também por dirigir a história do casal Chimbinha e Joelma em “Isso é Calypso” (título provisório). Fruto da mesma parceria, a produção será de Poyart. O roteiro ficará a cargo de René Belmonte (“Se Eu Fosse Você” e “Se Eu Fosse Você 2”) e Josefina Trota. Uma das coproduções da ViraLata Filmes com a Black Maria será sobre a banda Calypso, de Chimbinha e Joelma.
FOTOs: divulgação
União
Site do riso
“WTF News”, noticiário de bizarrices, é uma das atrações do portal Vitrine do Riso, da Band.
O portal da Band (band.com.br) estreou o site Vitrine do Riso, com a proposta de ser palco para talentos do humor, servindo também como um ponto de encontro dos comediantes. Entre os conteúdos do site estarão shows exclusivos de stand-up comedy. Além disso, o site traz programas “de linha”, como o “The Porangaba Show” (situações do dia a dia contadas de maneira divertida) e o “WTF News” (noticiário especializado em bizarrices), ambos protagonizados pelas comediantes Marcela Leal e Carol Zoccoli. Outra atração do site é o programa de entrevistas “Terra de Ninguém”, comandado por Marcela Leal, com direção de Rafinha Bastos. Entre os convidados estão nomes como Marco Luque, Lobão e Carlos Alberto de Nóbrega.
Aposta no humor
Audiência
A Turner Broadcasting System anuncia o lançamento de um novo canal na América Latina. O TBS, que tem seu lançamento programado para 1° de outubro, será totalmente dedicado ao humor e voltado para a família, com filmes e séries, programas com erros de gravação, entre outros. O canal foi lançado nos Estados Unidos há mais de 30 anos, e chega à América Latina com o slogan “Muito divertido”. Vale lembrar que a Viacom anunciou recentemente a chegada do canal Comedy Central, também voltado ao humor, para janeiro de 2012. Nos EUA, o TBS é o canal de TV paga mais distribuído pelas operadoras, chegando a mais de 102 milhões de assinantes. Turner planeja para 1º de outubro o
O Ibope lança no segundo semestre um projeto de medição de audiência de TV digital em celular. Realizado em parceria com a Vivo e a Samsung, a pesquisa fornecerá informações sobre o uso da TV digital no celular, os programas mais assistidos, o percentual de pessoas que usam a TV, audiência minuto a minuto, entre outras. Para essa medição, os aparelhos saem de fábrica com um meter instalado. Trata-se de um software que começa a funcionar depois que o usuário do aparelho concorda em participar da pesquisa do Ibope. Após o processo de autorização e coleta de informações demográficas - o aparelho emite um SMS para o Ibope, e a equipe operacional entra em contato com o usuário para coletar resultados - o aparelho passa a enviar as informações de sintonia para o Ibope toda vez que o usuário acessa a TV digital. Inicialmente, o aplicativo será instalado em 2 mil aparelhos em São Paulo. Em uma segunda etapa, uma amostra será implantada no Rio de Janeiro e, depois das duas praças, será montado um plano para expansão nacional. Os testes iniciais começam no segundo semestre de 2011, e a previsão de divulgação dos primeiros dados é para 2012.
lançamento do TBS na América Latina.
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Pacificadora
Edina Fujii deixou a Quanta Estúdios e abriu a Origami Cultural.
Assessoria cultural A empresária Edina Fujii, que recentemente deixou a Quanta Estúdios, anuncia a abertura da Origami Cultural, empresa que surge com o propósito de assessorar projetos culturais e apoiar realizadores com as questões burocráticas. Entre os serviços oferecidos estão a elaboração de projetos dentro dos parâmetros exigidos pela lei de incentivo à cultura, inscrição de projetos em editais, análise mercadológica do projeto, produção executiva e prestação de contas. A empresa chega ao mercado com clientes como a exposição fotográfica multisensorial “Ilumina”, de Ricardo Fujii; o longametragem “Magal e os Formigas”, de Newton Cannito; o curta-metragem “Menage a 3”, de René Belmont; o canal Movie Box Brasil; o Centro de Infraestrutura Audiovisual do Rio de Janeiro e projetos de infraestrutura cultural em diversas secretarias de cultura. Edina segue forte em sua atuação política, desenvolvendo ações através da Uninfra, da qual é presidente, da diretoria do CBC (Congresso Brasileiro de Cinema), e também como conselheira da Cinemateca Brasileira e da Academia Brasileira de Cinema, entre outras ações.
A Via Embratel e o governo do Estado do Rio de Janeiro firmaram uma parceria para levar TV por assinatura em condições diferenciadas às comunidades pacificadas do Rio de Janeiro. O projeto, batizado de Via Paz, oferecerá TV por assinatura com adesão grátis e mensalidade de R$ 29,90 aos moradores do Complexo do Alemão, Penha e Vila Cruzeiro inicialmente. O conteúdo do pacote Via Paz é o Essencial da Via Embratel, que conta com 96 canais entre filmes, esportes, varidades, infantis, noticiários e canais de música e rádios. O projeto prevê um ajuste anual do preço do serviço de R$ 5,00 mais IGP-M. O objetivo é que em oito anos o assinante destas comunidades tenham o produto com os mesmos preços dos demais bairros do Rio de Janeiro. O assinante terá, ainda, a comodidade de escolher a forma de pagamento de sua fatura por meio de boleto bancário ou débito automático em conta corrente.
Mineiros na guerra O média-metragem “Heróis”, uma produção da mineira Cinemarketing Filmes, ganhou uma versão websérie para o portal Uai. O filme, que conta a história de três soldados brasileiros que defenderam o país durante a Segunda Guerra Mundial, será exibido em cinco capítulos de sete Média-metragem “Heróis”, da mineira Cinemarketing minutos na Internet a Filmes, ganhou versão websérie para o portal Uai. partir de 19 de julho. Segundo o diretor Guto Aeraphe, a produtora fechou uma parceria com os Diários Associados e haverá o suporte da TV Alterosa, outro veículo do grupo, com divulgação e matérias. Aeraphe conta que a produtora está trabalhando em uma outra websérie, dessa vez de ficção científica.
( scanner) FOTO: erik dan
Voando pela rede A produtora catarinense Faganello Comunicações lançou o projeto Filmes que Voam, que pretende ser uma alternativa de distribuição para realizadores brasileiros. Trata-se de uma plataforma online (www. filmesquevoam.com.br) na qual os usuários se cadastram e podem fazer download ou streaming de filmes gratuitamente. O projeto foi aprovado na Lei Rouanet e busca patrocinadores. Segundo Francisco Faganello, idealizador do Filmes que Voam, com este modelo de negócio é possível investir em infraestrutura e remuneração do realizador. A ideia é que o conteúdo possa ser assistido também em outras plataformas, como celulares e tablets. Faganello destaca que há uma seleção de filmes de nicho e com propostas educativas. Para isso, um dos caminhos é a parceria com os festivais, como o que a produtora fez com a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis. Hoje, ainda sem patrocínio, a plataforma tem cerca de 40 títulos entre curtas e médias-metragens. Em agosto, haverá a estreia do primeiro longa: “Muamba”, dirigido por Faganello. “O diferencial da plataforma é que ela é brasileira, todo tráfego de dados fica no Brasil. É baseada no consumo ético e é concentrado. O filme não vai ser mais um em um milhão, como no YouTube”, explica Faganello.
O grupo Orquestra Voadora participou da primeira experiência do projeto Show Mambembe.
De tweet em tweet
FOTOs: divulgação
A produtora transmídia carioca Mobbr lançou um projeto inspirado no crowdfounding, sistema em que fãs apoiam a realização de projetos artísticos com contribuições financeiras. Batizado de Show Mambembe, os projetos propostos pela Mobbr dependem não de contribuições em dinheiro, mas de mobilização em redes sociais para serem concretizados. A proposta é levar artistas para filmar em lugares inusitados. A primeira experiência foi com a apresentação do grupo Orquestra Voadora no Carnaval. O próximo a gravar um show deve ser o cantor Maurício Baia. As filmagens no Morro da Providência devem acontecer quando o projeto atinja os 500 tweets. “A métrica é escolhida de acordo com o projeto, mas sempre usamos as redes sociais”, explica Marcos Ferreira, sócio-diretor da Mobbr. O show e todo o material extra produzido ficam disponíveis na Internet. O modelo de negócio do Show Mambembe é a publicidade, com várias possibilidades para a inserção das marcas. Para o artista, explica Ferreira, a vantagem é a mobilização em torno do seu produto.
“Muamba”, de Chico Faganello, será o primeiro longa-metragem da plataforma Filmes que Voam.
3D
Cinema nacional
A Samsung anunciou um aplicativo de vídeo on-demand (VOD) com conteúdos em 3D no mercado brasileiro. O Explore 3D trará inicialmente 37 títulos entre documentários, trailers de filmes, clipes musicais e conteúdos infantis, todos gratuitos e em 3D. Segundo a empresa, o número de títulos disponíveis deve triplicar até o final desse ano, à medida que parcerias com os provedores de conteúdo são fechadas. Para garantir qualidade, a fabricante recomenda conexão à Internet com velocidade mínima de 4 Mbps. A novidade está disponível na Samsung Apps para download, desde o dia 1º de julho, e será exclusiva para os usuários da Smart TV Samsung.
O YouTube lançou o canal YouTube/ Cinema. Inspirado em canais internacionais como o Project Direct e o Screening Room, a ideia é promover espaço para cineastas brasileiros exibirem seus portfólios de curtas e longas. Na estreia, o canal trouxe curtas e vídeos sobre os longas do Paulínia Festival de Cinema 2011, além de entrevistas e cobertura de bastidores do festival, que aconteceu em julho. A ideia é realizar coberturas de outros festivais de cinema no Brasil.
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YouTube lançou canal para cineastas brasileiros exibirem seus curtas e longas-metragens.
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Associação
FOTO: arquivo
distribuidor avaliar o potencial de cada Dez distribuidoras de cinema filme”, completa. anunciaram a criação da Associação das Wainer lembra que foram criados nos Distribuidoras Brasileiras - Adibra. O últimos anos diversos mecanismos de anúncio foi feito por Bruno Wainer, da financiamento direcionados ao cinema que Downtown Filmes, em reunião do Conselho consideram o mérito das empresas. “Temos Superior do Cinema, em Brasília. Além da que incentivar esse tipo de política. O Downtown, estão na Adibra a Imagem cinema é uma indústria”, Filmes, Califórnia Filmes, diz o distribuidor. “As Paris Filmes, PlayArte, empresas de distribuição Vinny Filmes, Espaço sempre trabalharam desta Filmes, Filmes do Estação, forma. O distribuidor só se Imovision e RioFilme. remunera com o sucesso do “Embora existam pleitos filme”, destaca. Em seu comuns na distribuição, as discurso na reunião do demandas das Conselho Superior de distribuidoras brasileiras Cinema, Wainer afirmou geralmente são diferentes e que “em todos os mercados até conflitantes da visão em que a produção local das majors”, explica apresenta market share Wainer. Na pauta da nova expressivo, as distribuidoras entidade está a divulgação nacionais tem um papel do trabalho das vital. É o caso da França, da distribuidoras junto ao Coreia, do Japão, da público, ao setor e ao Bruno Wainer, representante da Associação das Distribuidoras Alemanha e da Índia e até governo. “Precisávamos de Brasileiras (Adibra). da Turquia, entre outros um veículo institucional países”. No Brasil o sucesso dos filmes para mostrar que o papel do distribuidor nacionais também está na mão das não é só comercializar e divulgar os filmes. distribuidoras locais. As dez empresas No caso da Downtown, os recordes de associadas à Adibra foram responsáveis por bilheteria foram justamente projetos que seis das dez maiores bilheterias nacionais começaram na casa e foram levados aos de 2010 e sete das dez maiores aberturas de produtores”, explica o distribuidor. “Mesmo filmes nacionais em 2011. quando o caminho é inverso, cabe ao
Transmídia O Canal Brasil tem apostado nas múltiplas plataformas. Em julho, o canal estreou a atração “Projeto Sumir”, comandada por Samir Abujamra. O ator e cineasta saiu do Rio de Janeiro em abril para uma viagem de 300 dias com o propósito de conhecer 20 países de cinco continentes com uma câmera na mão. Os 40 episódios estão sendo editados por Samir no próprio computador e enviados pela Internet para o Canal Brasil. O programa é a primeira experiência transmídia do O apresentador Samir Abujamra comanda o “Projeto Sumir”, com conteúdo para televisão, canal. O projeto reúne diferentes plataformas: TV, celular e Internet. celular e Internet (blog, Facebook, Twitter e Foursquare). O público pode acompanhar a viagem pelo site: colunas.canalbrasil.globo. com/platb/projetosumir/. Ainda em julho, o canal estreou o “Cine Chat Brasil”. Uma vez por mês um filme será transmitido na TV e, simultaneamente, ocorrerá um chat durante a sua exibição, que une Twitter e Facebook no site oficial do Canal Brasil (www.canalbrasil.com.br). Durante o chat, os internautas podem conversar com o convidado da produção do mês. Assim que a transmissão termina, a webcam é aberta para que o entrevistado responda às questões durante 30 minutos. O filme escolhido para a estreia da atração foi o documentário “Loki – Arnaldo Baptista”, e o diretor Paulo Henrique Fontenelle interagiu com o público. T e l a
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Programação
Cena
Kátia Murgel, ex-diretora de programação da Fox no Brasil, assumiu a vice-presidência de programação dos canais Sony. A programadora passou por recentes mudanças que conferem ao escritório brasileiro mais autonomia na tomada de decisões.
A DeliBistrot contratou Amilcar Oliveira como diretor de cena. O profissional teve passagens pela televisão, em canais como o National Geographic, antes de dedicar-se à publicidade. Antes de chegar à DeliBistrot, Oliveira passou pela Sentimental Filmes e Cinemá Produções.
Diretora
Foto: Edu Moraes
Daniela Mignani, que até então era gerente de marketing do GNT, assume a diretoria do canal, ocupando o lugar de Letícia Muhana, que continua como diretora do Viva e como consultora de programação da Globosat. Daniela ingressou na programadora em 2000, e foi gerente de marketing dos canais Universal e Multishow.
Único A produtora Pix Post será controlada unicamente por Fernando Rocha, com a saída dos sócios Marcelinho Romero e Marcus Tornovsky. Os sócios, que atuavam na Pix Post há quatro anos, deixam a produtora em busca de outros caminhos profissionais. A Pix Post também muda de endereço, e passa a atuar na Vila Romana, em São Paulo. Daniela Mignani
Mercado
Diretor executivo
A Central Globo de Relações com o Mercado (CGRM), dirigida por Gilberto Leifert, amplia sua estrutura com dois novos colaboradores. Renato Thomaz Pereira, profissional que trabalha na Globo há 23 anos, deixa a divisão de atendimento para assumir o cargo de diretor-executivo da CGRM. Pereira atuará em conjunto com Cícero Azevedo na condução do Programa Globo de Incentivo às Agências e apoiará a Renato Thomaz Pereira direção da CGRM na coordenação das gerências e equipes de relações com agências, eventos/RP, eventos institucionais e relações com mercado publicitário.
André Luiz Dias Duarte assumiu a diretoria executiva do Record News. O executivo acumulará o novo cargo com a diretoria de rede e expansão da Record, função que já exercia. O profissional substitui Luciano Ribeiro Neto, que recentemente assumiu a diretoria executiva da Record Goiás.
André Luiz Dias Duarte
Criação e produção
Críticos de cinema
Novas mídias A Turner América Latina promoveu Alex González ao cargo de vice-presidente corporativo e novas mídias. O profissional tem sete anos de casa e continuará supervisionando a área de desenvolvimento de novos negócios e planejamento estratégico, bem como fusões e aquisições da empresa. Além disso, González e sua equipe são responsáveis pelo negócio de distribuição digital de conteúdo da Turner na web, serviços móveis e plataformas não-lineares de TV dos 16 sinais da Turner América Latina.
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Os críticos de cinema do país oficializaram durante o Festival de Cinema de Paulínia, a criação da Associação Brasileira dos Críticos de Cinema, a Abraccine. A entidade surge com a proposta de reunir os profissionais da crítica cinematográfica no país e promover o pensamento crítico, a reflexão e o debate sobre o cinema. A primeira diretoria, eleita para o biênio 2011/2012, traz críticos de oito estados brasileiros e é presidida por Luiz Zanin Oricchio. Ivonete Pinto é vice-presidente, João Luiz Zanin Oricchio Nunes é secretário geral, João Sampaio é secretário, Paulo Henrique Silva é o primeiro tesoureiro e Marcelo Miranda é o segundo tesoureiro. No conselho fiscal estão como titulares Carlos Heli de Almeida, Marco Antônio Carvalho e Luiz Joaquim da Silva Júnior. Os suplentes são Marcos Santuário, Neusa Barbosa e Carlos Eduardo Lorenço Jorge.
Foto: Luiz Joaquim
A Band contratou Tadeu Jungle, que em agosto assume a direção de criação de conteúdo, departamento subordinado à direção-geral artística e de programação, comandada por Hélio Vargas. A emissora anunciou ainda a contratação de Paula Cavalcanti, que assume a direção de produção, função até agora exercida por Adriana Silva, que deixa o canal para se dedicar a projetos pessoais no exterior.
Fotos: divulgação
Foto: arquivo
( figuras)
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Mídia
Criação
A área de mídia da Neogama/BBH reforçou o time com três contratações. Luiz Antonio Gini (ex-Babel) chega à agência como diretor de mídia para atender Renault, ESPN e Puma. Alexandre Viegas (ex-DPZ e Y&R) é o novo supervisor de mídia para as contas Bradesco e Hospital São Luiz. Jonas Lages (ex-RGA Comunicação) assumiu como coordenador de mídia para as contas de Mentos, Fruitella, Diageo, Autostar e Metodista.
Beto Rogoski é o novo integrante do time de diretores de criação da Fisher&Friends. O profissional tem passagens pela OpusMúltipla, Talent e JWT. Na Fisher&Friends, ele atuará principalmente no atendimento à Caixa Econômica Federal.
Comercial
Luiz Antonio Gini, Jonas Lages e Alexandre Viegas
A Rede Elemídia ganhou 12 reforços na sua estrutura comercial. Janete Aguiar e Marcel Penimpedo foram promovidos de executivos de negócio a gerentes de publicidade. Marcelo Aguiar (ex-TV Minuto) também assume como gerente de publicidade. Os novos executivos de negócio que chegam à equipe são Kelly Toledo (ex-Rob Report), Edson Arsenio (ex-Carta Capital), Augusto Amorim (ex-DM9), Valéria Guerra (ex-Editora Caras), Valquíria Rezende (ex-Brasil Econômico), Vera Gonçalves (ex-Jornal Lance), Cleber Alucci (ex-Trip), Daniel Reis (ex-Bus TV), Tatiane Oliveira (ex-Kinomaxx) e Bruno de Paula (Editora Esfera).
( capa ) Daniele Frederico
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Por uma fatia maior
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pós quatro anos com crescimento de base de assinantes entre 9% e 18%, a TV por assinatura registrou em 2010 um crescimento de 30%, em relação a 2009. Esse aumento de base tem sido acompanhado também de um ganho de receitas publicitárias – em 2010, o investimento no meio foi de R$ 1,011 bilhão, o que representa um crescimento de 22,95% em relação ao ano anterior, segundo dados do Projeto Intermeios. O momento positivo pelo qual a TV por assinatura passa, que parece apontar para crescimento por todos os lados – de janeiro a junho deste ano, a TV paga registrou um crescimento de base de assinantes de 13,7% –, só não está completo devido à tímida participação do meio no bolo publicitário, de 3,86%, em 2010. No mesmo ano, a penetração da TV por assinatura nos lares brasileiros chegou a pouco mais de 16%. Os programadores agora aguardam o momento em que o tamanho da fatia do bolo publicitário será mais próximo da representatividade do meio na população. “Atualmente o share não está alinhado com o tamanho da TV por assinatura”, diz Fernando Medin, vicepresidente sênior e diretorgeral da Discovery no Brasil. “A TV por assinatura deixou de ser um veículo de nicho, segmentado. No entanto, essa é uma percepção que muitos ainda têm do meio”, afirma.
FOTO: Svetlana Lukienko/shutterstock
O share da TV por assinatura no bolo publicitário e o crescimento da base de assinantes andam desalinhados. Mudanças na indústria e nas relações com o mercado anunciante são alguns dos caminhos para uma cenário mais equilibrado.
A percepção de que o share da TV por assinatura está aquém do tamanho e do potencial do meio não é exclusiva dos programadores. As agências também reconhecem essa disparidade. “Esse share não está adequado ao tamanho do meio. Existe um ‘gap’ grande que deve ser preenchido”, conta o diretor de mídia da WMcCann, Ricardo Armbrust. O desalinhamento entre o crescimento do meio e o ganho de pontos no share publicitário pode ser explicado por fatores relacionados ao próprio meio.
Um deles é o reconhecimento de um período em que a TV por assinatura não cresceu na velocidade desejada – e abaixo do crescimento da própria publicidade. “O período em que não crescemos nos atrapalhou. Outras mídias entraram na briga”, diz Maurício Kotait, vice-presidente de ad sales do grupo Sony Pictures Television no Brasil. Para Marcelo Cataldi, vicepresidente de publicidade da Fox Latin American Channels do Brasil, além do crescimento moderado da TV por
“A TV por assinatura deixou de ser um veículo de nicho, segmentado. No entanto, essa é uma percepção que muitos ainda têm do meio” Fernando Medin, da Discovery
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FOTOs: divulgação
assinatura durante anos anteriores, fatores como o modelo concentrador do mercado, a fragmentação da audiência, as poucas opções de comercialização regional e o fato de as programadoras acabarem viabilizando compras mais “satisfatórias” são algumas das razões para o share tímido da TV paga. “A TV por assinatura sempre conseguiu adaptar sua oferta a todos os tamanhos de verba. Essa ‘flexibilidade’ vem desde os tempos em que as programadoras possuíam menos anunciantes e mais inventário ocioso e acabou gerando um histórico de negociações agressivas e descontos altos”, afirma. Essa flexibilidade para se adaptar às verbas dos anunciantes, ao mesmo
“Existe um costume do mercado de investir em um porto seguro. Dá trabalho fazer mais mídias e muitas vezes as agências não tem tempo e staff suficientes para fazê-lo” Rafael Davini, da Turner
tempo em que criou uma cultura de altos descontos, também ajudou a atrair anunciantes que de outra forma poderiam não estar na TV por assinatura. “Crescemos e fizemos um mercado sólido. Tínhamos clientes de R$ 15 mil que hoje são clientes de R$ 1,5 milhão. Ajudamos marcas a virarem anunciantes, já que não tinham fôlego para a TV aberta”, aponta o vice-presidente de vendas publicitárias da Turner América Latina, Rafael Davini. Ainda que seus altos preços levem
anunciantes para a TV por assinatura, a TV aberta ainda é a principal concorrente da TV paga – e da maioria dos meios –, já que concentra 62,91% dos investimentos em publicidade. “O brasileiro tem uma cultura de TV aberta, e isso é levado aos anunciantes”, diz o vicepresidente de mídia da Lew’Lara\ TBWA, Luiz Ritton. Além da cultura do brasileiro, as garantias de entrega de audiência da TV aberta fazem com que ela seja a grande concorrente da TV por assinatura pela verba publicitária. “Existe um costume do mercado de investir em um porto seguro. A TV aberta dá uma resposta imediata e conta com os dados técnicos. Dá mais trabalho fazer mais mídias e muitas vezes as agências não tem tempo e staff suficientes para fazêlo”, diz Davini. “É um pouco de
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( capa) “Se por um lado o mercado de TV paga cresce, por outro, existe um limitador do tamanho do mercado disponível”
FOTO: divulgação
preguiça e inércia das agências de olhar para 60, 80 canais, já que podem trabalhar com cinco abertos”, completa. O executivo da Turner acredita que essa inércia acontece porque as agências passam por pressões dos anunciantes, e estes, por sua vez, passam por um momento de busca pelo resultado. “As agências são mais exigidas pelos anunciantes, que querem pagar cada vez menos. Ao mesmo tempo, as empresas costumavam arriscar mais. Hoje, buscam resultados imediatos”, diz. Além desses, há outros motivos externos ao mercado de TV paga a serem considerados, como o investimento publicitário total a ser dividido pelos meios. “Se por um lado o mercado de TV paga cresce, por outro, existe um limitador do tamanho do mercado disponível. O mercado publicitário total não está crescendo na mesma velocidade da TV por assinatura”, lembra o diretor executivo comercial da Globosat, Fred Müller. Para Müller, é preciso observar ainda que a TV por assinatura vem ganhando share e teve ganhos consistentes em publicidade em anos em que a base não cresceu. “As mudanças de participação de mercado são lentas. As variáveis são os movimentos do mercado publicitário total e dos outros meios”, diz. No entanto, o executivo da Globosat acredita que isso não é motivo para acomodação. “Existe espaço para ampliarmos nosso share. Não existe conformismo”, completa.
Fred Müller, da Globosat
um desalinhamento entre o share que cabe à TV por assinatura e o tamanho do meio, mas os caminhos para chegar a números mais justos não parecem estar muito claros. Os meios apontados para que a publicidade na TV por assinatura ganhe mais espaço passam por mudanças na própria indústria e nas relações com o mercado anunciante. “Sou pela otimização do meio”, diz Davini. “Não é porque o Cartoon tem 60% audiência que eu quero 60% da verba. É preciso ter certeza que o anunciante também está investindo em outros canais. Nunca pedi exclusividade. Hoje o Cartoon tem mais de
também precisa ser tratado com cuidado. “Além de ampliar a base cada vez mais, é preciso haver uma valorização do intervalo comercial e um cuidado na construção desses intervalos. Esse cuidado é um diferencial importante para o mercado, além da qualidade da programação”, diz Müller. “A base é importante, mas dentro do lar a TV paga precisa ser relevante para o assinante e, assim, conseguirá ser para o anunciante”, completa. Toco Monteleone, diretor de projetos e conteúdo da Ogilvy Brasil, sugere ainda que os canais procurem trabalhar com integração de marcas no conteúdo, branded content, programas encomendados por anunciantes, product placement, entre outras possibilidades. “Vejo uma outra questão importante que me faz pensar que os canais pagos devam mirar no branded
Enquanto a TV por assinatura cuida do break, das negociações, do conteúdo e das relações com as agências, estas precisam entender melhor a TV por assinatura.
“É importante mostrar o desenvolvimento do conteúdo, como o canal é programado, enfim, contar um pouco de como a indústria de TV paga respira”
Tarefa do setor Programadores e agências parecem concordar que existe
Luiz Ritton, da Lew’Lara\TBWA
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content: o fato do assinante pagar por aquele canal traz certa perspectiva de não criar breaks muito longos”, observa. “Além disso, criação de um programa para uma marca, por exemplo, é mais inviável na TV aberta, pois seria muito mais caro e as TVs abertas estão preocupadas em brigar pela audiência. Na TV por assinatura o hábito é mais fragmentado, a audiência não é o foco editorial”. Apesar disso, Armbrust lembra que para alguns clientes, os formatos customizados na TV por assinatura são um segundo passo, já que acarretam custo extra. Ele diz ainda que os esforços de produção nacional na TV por assinatura ajudam bastante a atrair investimentos para a mídia. “O conteúdo nacio nal permite formatos diferentes, como o merchandising”, diz. FOTO: Paola Vianna
130 anunciantes e nunca deixamos de crescer”, orgulha-se. Para Ritton, da Lew’Lara\TBWA, a TV por assinatura pode se aproximar mais dos profissionais de mídia para ajudá-los a entender o mercado. “É importante mostrar o desenvolvimento do conteúdo, como o canal é programado, enfim, contar um pouco de como a indústria de TV paga respira”, afirma. Ele lembra ainda que no caso da TV por assinatura, não se pode tentar copiar as fórmulas de TV aberta, que tem uma grade menos flexível e busca grandes audiências. “A TV por assinatura tem outros objetivos”, diz. O break comercial da TV paga
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Mais uma vez os institutos de pesquisa comprovam o que a gente já sabia: a Playboy do Brasil é referência absoluta em conteúdo adulto para homens e mulheres.
Sexy Hot* - Canal Adulto por assinatura mais assistido. Playboy TV** - Top of Mind em canal erótico.
(*) Fonte: Ipsos Marplan Pesquisas - Estudos Marplan – 2010 – 9 Mercados - (canais eróticos assistidos nos últimos 7 dias.) (**) Fonte: Pesquisa Quantas (2010) com assinantes NET e SKY, não assinantes de canal adulto, que se declaram interessados em conteúdo erótico (São Paulo / Rio de Janeiro / Porto Alegre / Curitiba / Belo Horizonte e Campinas).
B. de Mello
É simples explicar o sucesso da Playboy do Brasil: ela mostra o que todo mundo quer ver.
( capa) “A tecnologia cresce e as pesquisas não acompanham”
FOTOs: divulgação
Para o executivo da WMcCann, o crescimento da base é importante, mas são as mudanças que tem ocorrido dentro dos próprios canais que tem levado a um melhor aproveitamento deles pelo mercado anunciante. “Os próprios canais se adaptaram ao público brasileiro. Antes o conteúdo vinha de fora e era colocado na grade, hoje existe uma preocupação maior”, diz. Enquanto a TV por assinatura tem como missão cuidar do break, das negociações, do conteúdo e das relações com as agências, estas têm como principal tarefa a de entender melhor a TV por assinatura. “A TV paga precisa de um olhar mais criterioso. Todos conhecem a grade da TV aberta, mas a da TV por assinatura não”, diz Armbrust. Kotait, do Sony, acredita que as agências já respondem bem aos projetos da TV paga e isso tem relação com o que as programadoras têm oferecido ao mercado. “Se tenho um projeto novo, bacana, o mercado publicitário apoia”, diz. “Não paramos de produzir o que o mercado nos pede, desde vinhetas diferenciadas até programetes. Conseguimos ter essa relação com agência e cliente porque fornecemos formatos diferentes”, afirma. Para Cataldi, da Fox, falta às agências uma dose de ousadia quando o assunto é a fatia da TV por assinatura no bolo publicitário. “As agências já trabalham muito bem com a TV por assinatura de uma forma geral, mas talvez pudessem ser mais ousadas em conscientizar os anunciantes da necessidade de incluir um maior número de canais nas campanhas. Como consequência, poderíamos ter planos de mídia mais completos e um maior investimento no meio”, diz.
Alberto Niccoli, da Sony Pictures Television
Uma questão de audiência A base para olhar para a força dos canais como mídia, pagos ou abertos, é a audiência. Embora não seja a única característica responsável por direcionar a compra de TV por assinatura, já que existem questões de conteúdo, target, segmentação, entre outros, ela é fator determinante. “Hoje se consegue usar com eficiência outros canais que não os grandes, como SporTV e TNT”, diz Armbrust. “Deixamos de tratar a TV paga como uma coisa só e conseguimos fazer uma publicidade mais assertiva”. Ele vê, inclusive, a possibilidade de começar a explorar os canais HD. “Alguns clientes querem falar com quem tem alto poder aquisitivo.Atualmente, a maioria dos canais HD é espelho do SD, e os canais não têm publicidade específica para o HD”, salienta.
confronto com a TV aberta. Se o trunfo da TV por assinatura é a segmentação, tudo tem que ser diferente”, afirma. Para alguns programadores, porém, seria possível fazer modificações na medição de audiência atual, para que os resultados refletissem as mudanças pelas quais o setor passa, especialmente o crescimento experimentado nos últimos anos. “Uma variedade grande de canais e pacotes e uma amostra pequena faz haver distorções”, diz Davini. Para o vice-presidente sênior e gerente geral da SPT no Brasil, Alberto Niccoli, a pesquisa de audiência não atende às necessidades do mercado. “O Ibope tem que fazer investimentos nessa área. Está ficando defasada”, diz Niccoli. “Não adianta crescer se a amostra não cresce. A tecnologia cresce e as pesquisas não acompanham”. Para o Ibope, porém, ainda não está na hora de mudar. “Atualmente, não existe demanda do mercado”, afirma Adalgisa Rodrigues, diretora da Unidade de Negócios de Audiência do Ibope Mídia.
Segundo o Ibope, não existe demanda do mercado para aumentar a amostra das pesquisas de audiência da TV paga. Quando o assunto é medição de audiência, agências e programadores parecem não estar de acordo com a eficiência das pesquisas apresentadas pelo Ibope. Para as agências, os números são satisfatórios. “Não nos falta pesquisa para recomendar o meio”, diz Monteleone, lembrando de outros institutos de pesquisa fornecem informações para o embasamento da venda de TV por assinatura aos clientes. Ritton lembra ainda que os canais devem investir mais em pesquisas qualitativas. “Pode ser melhor investir em pesquisa qualitativa do que ficar brigando por pontos de audiência, caindo em
“O conteúdo nacional permite formatos diferentes, como o merchandising” Ricardo Armbrust, da WMcCann
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O Ibope iniciou a medição regular em 2001, com 400 domicílios, na Grande São Paulo e no Grande Rio de Janeiro. Atualmente, são oito praças aferidas e 860 domicílios. “Essa ampliação da amostra é resultado de demandas do mercado de TV por assinatura e do crescimento natural da penetração do meio nas regiões medidas pelo Ibope”, afirma o instituto. Segundo o Ibope, a escolha de novas praças para o painel de TV por assinatura depende da penetração do serviço em cada praça e também do interesse do mercado (veículos e agências de propaganda) em obter as informações de determinada região.
( entrevista) Samuel Possebon, de Brasília
s a m u c a @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Ordem no cartório Nada de Lei de Comunicação ou TV digital. O que mudou no Ministério das Comunicações nos primeiros sete meses de gestão Paulo Bernardo foram as práticas e a organização da Secretaria de Radiodifusão.
C
FOTO: eugênio novaes
om a banda larga dominando os debates e declarações públicas do Ministério das Comunicações, muitas vezes as outras prioridades do governo para a área da comunicação social ficam esquecidas. Nessa entrevista, o ministro Paulo Bernardo comenta a evolução dos diferentes projetos de sua pasta nas áreas de comunicação e radiodifusão. Como se constata, muito ainda está por ser feito, apesar dos avanços importantes na gestão da processos na Secretaria de Radiodifusão. Foi o primeiro passo para a retomada do processo de outorgas de TVs comerciais. Já os debates mais “glamourosos”, como a Lei de Comunicação, ainda carecem de diretrizes mais claras sobre como evoluirão.
Paulo Bernardo
temos outras alternativas. Está em gestação na Anatel a regulação de TV sobre IP, por exemplo. Temos que ter um plano B.
TELA VIVA O timing político, com a aproximação do ano eleitoral em 2012, começa a ficar complicado para projetos no Congresso. Como está a expectativa para que o parlamento trate das questões de comunicação este ano, sobretudo o PLC 116 e o projeto de Lei de Comunicação? Paulo Bernardo: Acho que no caso do PLC 116/2010 certamente o Congresso vai tratar. Claro que o ritmo, o tempo do Congresso é diferente, mas é normal, porque tem muita pressão, opinião diferente. Na questão do PLC 116, há plenas condições de votar. Se não votar,
Mesmo que se diga que há consenso sobre o PLC 116, parece que ainda existe muito problema. Acho que existe resistência sim. No conjunto da obra, ele tem um consenso satisfatório, mas há grupos tentando mudar um ou outro ponto, o que é normal. Uma das coisas colocadas é que a presidência deveria dar garantias de que não haverá vetos ao texto. Isso é possível? Se for votado do jeito que está, há chances grandes de o governo não vetar nada. Para o governo entrar na discussão, contudo, a gente tem que ser chamado, porque não podemos dar 22
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pitaco em matéria do Congresso, isso causa tensão desnecessária. Se o governo for chamado para acertar a forma, aí sim pode-se assumir um compromisso. Os principais opositores do PLC 116 são os grupos de radiodifusão. Se já está complicado nessa matéria, o debate para a Lei de Comunicação não fica ainda mais incerto? Claro, mas faz parte, não podemos querer fazer mudanças significativas sem oposição. Se no PLC 116 já é complicado, é natural e inevitável que haverá. É preciso ter força de convencimento. Como está o cronograma da Lei de Comunicação agora? Acho que vencidas as
negociações da banda larga (N.E.: referindo-se aos contratos firmados com as operadoras de telecom para o Plano Nacional de Banda Larga), podemos avançar e nos debruçar mais sobre esse projeto. Vou pedir uma conversa com a presidenta para fazer um balanço das nossas atividades e tocarei nesse assunto para saber qual a orientação daqui para frente. Acho que desde o começo se criou uma expectativa de que isso seria resolvido com rapidez. Mas veja que o PLC 116, que é muito menor, tem resistência, e é natural que isso só aumente no projeto de Lei de Comunicação. Tem que fazer debate, colocar a polêmica, da nossa parte temos que garantir para não fazer de forma apaixonada, porque isso dificulta mais ainda.
Parte dessa ansiedade vem do fato de que essa discussão já se arrasta por mais de dez anos, e nem começou a acontecer, falta o primeiro passo... É verdade, mas é natural e não se resolve isso com ansiedade. Resolve com argumento, com debate, porque
“estou preocupado com a velocidade em que as emissoras estão digitalizando. Isso precisa ser intensificado.” pressão vem de todo lado. Vamos conduzir essa questão e estamos nos atendo ao que está colocado na Constituição. Não pode ter censura, mas não pode ter discriminação, não pode ter monopólio, tem que ter
produção nacional, tem que ter a classificação. Tudo isso está lá e esse é o parâmetro. Vocês tinham o projeto de reestruturar a área de radiodifusão do Minicom. Como está a reforma nesse momento? Acho que estamos indo bem. Eram 50 mil processos acumulados, e agora está perto de 30 mil. Foram passados 10 mil para a Anatel, referentes a processos de fiscalização, e o restante começamos a destrinchar. Reestabelecemos a ordem cronológica, seguindo a ordem de entrada. Mudamos o fluxo de trabalho para que uma série de coisas não precisem mais passar pelo ministro. Uma série de processos, troca de transmissor, potência etc, isso tudo resolve na
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( entrevista ) técnico para resolver o problema, senão fica todo mundo doido. Tem que resolver o problema com regra. Se ficar bafejando no cangote do técnico não tem controle. A secretaria não é intransigente, tem flexibilidade quando precisa, se tá vencendo um prazo etc, mas isso não é a regra.
FOTO: eugênio novaes
própria secretaria. Mudamos as regras para rádio e TV educativa, a forma de tratar rádio comunitária e estamos agora com uma consulta pública sobre RTV (retransmissoras). E na semana passada mandamos uma proposta de decreto para a Casa Civil para mudar o processo de licitação de outorgas de emissoras comerciais.
A administração dessa fila não pesa na hora de negociar politicamente no Congresso? Nunca ninguém me demandou nada disso. O que fazemos é atender bem os parlamentares e os empresários do setor, mas tem que haver racionalidade, porque se for seguir a pressão políticoempresarial não tem planejamento, não tem controle.
O que vai ser mudado? Vamos ampliar as exigências de caução. A secretaria queria exigir 20%, mas a legislação só prevê 10% em casos especiais. O padrão é fazer com 5%, o que é bom, considerando que hoje é 0,1%. Isso é para acabar com negociação de outorgas logo após a licitação? Isso. O cara dava uma caução ínfima e depois negociava. Agora está garantido que pelo menos 5%, ou talvez 10%, ele vai ter que pagar, e o pagamento terá que ser em uma vez no ato da assinatura do contrato. E estamos exigindo que haja (na documentação) um parecer de uma consultoria atestando a capacidade de investimento da empresa.
“Vamos ter que fazer um plano de outorgas para TV e rádio como fizemos para as educativas e comunitárias. Vamos avaliar onde tem espaço e licitar.”
A retomada do processo de licitação das emissoras comerciais vem quando? Vamos ter que fazer um plano de outorgas para TV e rádio como fizemos para as educativas e comunitárias. Vamos avaliar onde tem espaço e licitar. Sabemos que há locais em que existe espaço e vamos fazer um cronograma bem definido.
complicados que tivemos que avaliar, mas a regra é manter a fila. O que não pode é pedir para furar a fila, porque isso impede o trabalho. Da sua parte, como está a demanda dos parlamentares? Eles vêm, eu recebo com prazer, mas explicamos que existe uma fila, um atraso que tem que ser tirado, dar vazão de saída maior do que a entrada. Temos um atendimento, um guichê, que atende o “cliente” do ministério, mas que não deixa as pessoas chegarem diretamente na mesa do
O maior desafio da área de radiodifusão do Minicom sempre foi administrar a pressão dos políticos em favor de um ou outro radiodifusor. Como está isso hoje? Não vou dizer que não temos mais isso, tinha casos muito 24
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E a questão da coordenação da TV digital, que ainda está em um limbo entre Casa Civil e Minicom? Vamos ter que debater e resolver isso com a presidenta. Já estamos discutindo rádio digital, teremos um seminário com o Senado e com a Câmara e queremos definir o padrão no segundo semestre, se conseguirmos. A falta de definição na TV digital não é preocupante? É ruim, e estou preocupado também com a velocidade que as emissoras estão digitalizando. Isso precisa ser intensificado e preciso definir isso com a presidenta. Mas temos dificuldades de pessoal aqui. Não adianta pegar a coordenação disso e não conseguir fazer nada. O sr. deve estar acompanhando o fenômeno das TVs conectadas, não? Sim, acho fantástico. Pois é, o problema é que isso parece estar matando as chances do Ginga prosperar.
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( entrevista ) Qual a sua opinião? Estamos consultando o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Ministério do Desenvolvimento para eventualmente tornar obrigatório que essa tecnologia seja embarcada nos aparelhos. Mandamos uma
consulta e temos reuniões para decidir. Acho que essa obrigatoriedade faz sentido. Mesmo considerando que hoje cada fabricante tem uma plataforma própria de aplicativos e que isso já está acontecendo?
Mas temos que ter uma solução, né? Temos que debater mais, mas se não vier embarcado não acontece. As emissoras precisam se preparar. Hoje o software varia de um televisor para o outro e isso complica a vida das emissoras, que precisam ter a interação.
Ainda em ponto morto
Projetos para regulamentar setor de comunicação tramitam lentamente no Congresso.
N
ão é de hoje que os debates das questões regulatórias referentes à TV por assinatura e comunicação em geral enfrentam caminhos tortuosos e lentos até produzirem algum resultado. E com a mudança no marco legal e regulatório da TV paga não está sendo diferente. Mais um semestre começa com a expectativa do “agora vai...”. Essa toada já tem pelo menos quatro anos e meio, se for contado o momento em que antigo PL 29/2007, que propõe novas regras para o setor de TV por assinatura, começou a tramitar (hoje, no Senado, o projeto tem o número de PLC 116/2010). Já é um semestre a mais do que a Lei do Cabo, aprovada em 1995, levou entre a data em que foi proposta e a data em que foi sancionada. A expectativa do governo é que o PLC 116 seja votado na primeira quinzena de agosto. Mas expectativa não é certeza. Para que isso aconteça, será necessário vencer as propostas de mudança de pelo menos três grandes radiodifusores (Band, SBT e Record), que querem alterações em maior ou menor escala no texto. Além disso, será preciso garantir à Globo que o projeto será aprovado como está, sem alterações sobretudo na parte que assegura a separação entre empresas produtoras de conteúdo e empresas de telecomunicações. Será preciso, enfim, garantir que não haja destaques em separado, que poderiam derrubar a integralidade da proposta. E seria preciso garantir que a 26
Presidência da República não vete nenhuma das partes do projeto. Este é o quadro no front legal. Na frente regulatória, a Anatel tenta concluir o trabalho de reforma da regulamentação de TV a cabo. A proposta de um novo regulamento para o serviço teve sua consulta encerrada no final de julho, sob severo bombardeio nas contribuições e a certeza, segundo confidenciaram técnicos e mesmo dirigentes da agência a este noticiário, de que se a reforma proposta for adiante ela tem 50% de chance de cair na Justiça. Os pontos mais frágeis e questionados são, justamente, as inovações da proposta. Basicamente, a Anatel está sendo
limitação de 49% ao capital externo. Outro ponto de muita polêmica é se a Anatel tem previsão legal para impor limites de publicidade aos canais pagos, como propõe no texto do novo regulamento, e se pode interferir na natureza dos contratos de programação, impedindo acordos de exclusividade. A agência argumenta que essas questões foram colocadas a partir de questionamentos do Ministério Público. Ainda assim há quem diga, como o Laboratório de Políticas de Comunicação da Universidade de Brasília, que a Anatel não tem previsão legal para avocar a si estas funções.
Anatel está sendo criticada por interpretar que a Lei de TV a Cabo, de 1995, não prevalece sobre a Lei Geral de Telecomunicações, de 1997. criticada por interpretar que a Lei de TV a Cabo, de 1995, não prevalece sobre a Lei Geral de Telecomunicações, de 1997. Com isso, a agência entende que as outorgas de TV a cabo podem ser autorizações (e não concessões) e que não é mais preciso um processo de licitação. Leva a autorização quem pedir, e pagar o preço administrativo de R$ 9 mil. A Embratel, acionista controladora da operadora de cabo Net Serviços, faz a pergunta óbvia: se a Lei do Cabo pode ser desconsiderada na questão dos procedimentos de outorga, por que não desconsiderá-la também na questão do capital estrangeiro? Afinal, quem impede a Embratel de assumir definitivamente o controle da Net é a Lei do Cabo com sua
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Empresas como a própria Telefônica, que apoia a reforma regulatória da Anatel, também entendem que a agência não deveria interferir em questões de conteúdo. Com isso, o debate sobre um novo marco regulatório para o setor de TV a cabo tende a se arrastar mais um pouco, desde maio de 2010, quando começou. Ao mesmo tempo, o mercado de TV paga segue crescendo a passos largos. Já ultrapassou os 11,1 milhões de assinantes no primeiro semestre, segundo dados da Anatel, e o segmento de DTH (via satélite) tem hoje nada menos do que 50,6% do mercado.
TBS muitodivertido – TM & Š 2011 Superstation, Inc, uma empresa Time Warner. Todos os direitos reservados.
OUTUBRO DE 2011
(audiência - TV paga)
Briga pela criançada
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canais com melhor alcance entre o público infantojuvenil. No total, os canais pagos tiveram entre esse público alcance
diário médio de 48,3% e tempo médio diário de audiência de duas horas e 39 minutos. Entre os adultos, o SporTV ocupou a primeira posição do ranking em maio. O canal de esportes da Globosat registrou 11,34% de alcance diário médio e 41 minutos de tempo médio diário de audiência no mês. Os canais pagos tiveram entre o público acima de 18 anos 46,48% de alcance diário médio e duas horas e 22 minutos de tempo médio diário de audiência. Para este levantamento, o Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas.
Foto: Divulgação
m maio, o Disney Channel alcançou o primeiro lugar do ranking dos canais pagos com melhor alcance entre o público de 4 a 17 anos. Com 16,51% de alcance diário médio e uma hora e 11 minutos de tempo médio diário de audiência, o canal desbancou o Cartoon Network da primeira posição do ranking pela primeira vez este ano. No mês de maio, os principais destaques na programação do canal foram a exibição do filme original inédito “A Fabulosa Aventura da Sharpay” e, entre as séries, a estreia da segunda temporada de “Boa Noite Charlie!”. Cartoon Network, Discovery Kids, Nickelodeon e Multishow completam o topo da lista dos
Filme original “A Fabulosa Aventura da Sharpay” foi destaque no Disney Channel em maio.
Daniele Frederico
Alcance* e Tempo Médio Diário – maio 2011
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 46,48 4.682,62 02:22:08 11,34 1.142,66 00:41:46 10,44 1.052,08 00:31:28 8,48 854,77 00:17:06 8,02 808,05 00:29:34 7,68 774,26 00:28:00 7,61 766,33 00:26:05 7,40 745,65 00:35:37 7,25 730,40 00:26:47 6,98 703,05 00:36:31 6,49 653,40 01:04:08 6,22 626,96 00:43:02 6,06 610,92 00:31:40 5,99 603,10 00:33:11 5,98 602,08 00:19:20 5,48 552,07 00:21:26 5,11 514,66 00:17:40 4,56 459,44 00:34:26 4,22 425,35 00:22:34 4,00 402,94 00:32:13 3,89 391,76 00:25:19
Total canais pagos Disney Channel Cartoon Network Discovery Kids Nickelodeon Multishow SporTV Fox TNT Disney XD Megapix SporTV 2 Viva Universal Channel Telecine Pipoca Discovery Channel National Geographic Boomerang Warner Channel Globo News Animal Planet
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio 48,30 1.151,10 02:39:29 16,51 393,28 01:11:05 15,76 375,68 01:09:58 14,04 334,47 01:09:22 12,14 289,50 00:53:21 8,72 207,89 00:23:03 7,98 190,24 00:34:01 7,74 184,45 00:30:24 7,48 178,29 00:30:45 6,82 162,50 00:57:34 5,23 124,55 00:21:15 5,03 119,84 00:19:58 4,36 103,87 00:35:07 3,92 93,47 00:24:51 3,83 91,34 00:30:13 3,75 89,44 00:17:40 3,49 83,08 00:17:07 3,34 79,50 00:24:42 3,32 79,02 00:19:57 3,10 73,79 00:11:49 2,76 65,71 00:20:29
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 2.383.400 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Maio/2011
Total canais pagos SporTV TNT Multishow Globo News Fox SporTV 2 Viva Megapix Cartoon Network Discovery Kids Disney Channel Warner Channel Universal Channel National Geographic Discovery Channel GNT Telecine Pipoca ESPN Brasil Nickelodeon Telecine Action
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
**Universo 10.074.900 indivíduos
Acima de 18 anos**
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Especial
CasaConectada
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Índice
Especial
CasaConectada A
s tecnologias de rede mais acessíveis e uma novíssima geração de equipamentos conectados permitem uma integração entre o lar, o acervo de mídia do próprio consumidor, o conteúdo recebido pelas diversas plataformas de distribuição e os mais variados dispositivos. A TV deixa de ser uma tela exclusiva para a absorção da programação linear e passa a exibir as fotos e vídeos do consumidores, os conteúdos da Internet e de serviços virtuais de distribuição. A tela com a qual o consumidor tem maior afinidade ganha também a finalidade de gerenciar a segurança do lar. Veja quais são as oportunidades que se abrem às operadoras, fabricantes de equipamentos, desenvolvedores de software e criadores de conteúdo. APPs 34 Linhas de equipamentos conectados permitem levar à tela nobre do lar conteúdos de fontes variadas, sem linearidade, e trazem ferramentas de interação que mudam a forma como se assiste à programação. Desenvolvedores de aplicativos ganham um novo mercado, à medida que as “app stores” dos principais fabricantes de equipamentos se tornam mais populares. Tecnologia 42 Padronização dos codecs de vídeos e de protocolos de comunicação permite compartilhar os conteúdos gerados pela família nos mais diversos dispositivos da casa conectada. Consoles de games tablets, televisores e smartphones passam a conversar e compartilhar suas funções e seus acervos. Serviços 48 Operadoras veem na demanda por automação residencial uma forma de entrar na casa do consumidor com seus serviços de voz, dados e televisão. Estratégias passam por parcerias com empresas especializadas e aposta em novos empreendimentos imobiliários.
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EspecialCasaConectada • Apps por Fernando Lauterjung
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A última tela
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Com a nova geração de TVs conectadas, a mais tradicional tela de vídeo ganha acesso à Internet e abre um leque de possibilidades para desenvolvedores de aplicativos e criadores de conteúdo.
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FOTO: arquivo
“Acho que falta muito pouco para haver massa crítica para criar um mercado de aplicativos. Terão mais chance os aplicativos agregados a marcas fortes e que tragam serviços relevantes.” Milton Neto, da LG
“rede mundial de computadores” tornou-se nos últimos anos uma rede de dispositivos, destinados às mais diversas finalidades, tornando defasado o ultradesgastado chavão usado para designar a Internet. Qualquer observador da indústria de eletrônicos com olhar atento percebe que a televisão será protagonista neste novo ambiente. Nos últimos 12 meses, quase todos os grandes fabricantes lançaram modelos de TVs conectadas. Estes equipamentos permitem que algumas das mais populares aplicações da Internet sejam transportadas para a tela mais nobre dos lares, colocando a pedra fundamental para erguer a indústria de aplicativos para televisão. Uma pesquisa da Companiesandmarkets aponta que o mercado global de TVs conectadas está previsto para chegar a US$ 81,2 bilhões até o ano 2017. A análise aponta que há
diversos fatores que levam a este aumento, principalmente a demanda cada vez maior por aplicativos para a TV, maior clareza e resolução e um espectro de canais com opções de entretenimento virtualmente ilimitados. No futuro, aponta o estudo, a fusão de hardware, software e conteúdo multimídia será a estratégia de diferenciação para os fabricantes de televisores. Com a conectividade em rede, a TV passa a desfrutar de uma série de conteúdos que já estava disponível a outros dispositivos. Talvez o mais importante conteúdo seja, por enquanto, aquele gerado pelo próprio usuário, que através de protocolos abertos como o DLNA (Digital Living Network Alliance), que permite compartilhar fotografias, vídeos e áudio aos equipamentos compatíveis em uma mesma rede, passa a ficar disponível para ser mostrado na
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AppStores Os primeiros aplicativos da HXD são fruto de um esforço conjunto da
“Por enquanto, queremos povoar as plataformas e ajudar a criar o hábito de usar estas ferramentas e a própria cultura dos aplicativos.” Salustiano Fagundes, da HXD desenvolvedora e da LG, que buscou um grupo de empresas de software para começar a povoar sua plataforma de TVs conectadas. “Esse novo mercado começa a pegar ritmo. Não se trata mais de um projeto de uma empresa isolada” diz Milton da Silva Neto, gerente geral de conteúdo da LG para as Américas do Sul e Central. Segundo ele, a fabricante coreana está buscando parceiros para sua plataforma. “Vamos fomentar o mercado de desenvolvedores. Hoje já trabalhamos com dez”, diz Neto. A entrada de novos desenvolvedores na plataforma, explica, depende da capacidade de rentabilizar o negócio, uma segunda fase da criação desta plataforma. O desenvolvedores de aplicativos para telefonia móvel, explica o executivo, devem ser os primeiros a ser atraídos para este mercado. “Eles sabem lidar com as limitações tecnológicas que os dispositivos conectados têm”, explica. Para estes desenvolvedores a indústria em formação de aplicativos para TV é especialmente atraente porque não existe a figura do operador de rede, que morde boa parte do faturamento com aplicativos para dispositivos móveis. Os fabricantes assumem a função de gatekeepers de suas plataformas, mas os exemplos que seguem são menos vorazes na divisão de receita com o desenvolvedor. “A AppStore da Apple e a Android Store provaram que é possível
gerar receita com o volume. Acredito que teremos volume na nossa plataforma”, diz Neto. A Pontomobi é uma das empresas de softwares para dispositivos móveis que montou uma equipe dedicada para apps de TVs conectadas. O time dedicado a esse segmento, formado por oito profissionais, entre programadores, designers e arquitetos de informação, trabalha em 20 projetos simultaneamente para a LG. “Existe a necessidade de povoar as lojas de aplicativos das TVs”, explica Leo Xavier, presidente do grupo Pontomobi. A Samsung é outra fabricante que vem fomentando a criação de uma indústria de aplicativos para televisão. “A meta (com o lançamento da linha conectada de televisores) não é apenas aumentar a venda de hardware. Estamos criando um ecossistema”, diz Henrique de Freitas, gerente sênior de vendas e marketing da Samsung. Para isso, a empresa criou um concurso para desenvolvedores de aplicativos para TVs inteligentes. O site do concurso (www.samsung.com.br/ concursosmarttvapps) traz vídeos informativos sobre o Software Development Kit. O executivo da Samsung, que vendeu 2 milhões de TVs da linha Smart em todo o mundo em três FOTOs: DIVULGAÇÃO
televisão. Ao buscar este recurso, o consumidor acaba levando para casa um televisor capaz de acessar diversos outros conteúdos e serviços da web, abrindo um leque de possibilidade aos próprios fabricantes, que explorarão comercialmente suas plataformas; criadores de conteúdo, que passarão a ter mais uma forma de distribuição; e desenvolvedores de software, que também ganham um novo mercado. A HXD, uma empresa criada para atender à prometida demanda por aplicativos para a interatividade na TV aberta, através do middleware Ginga, foi uma das primeiras a apostar que as plataformas dos fabricantes se tornarão grandes em algum momento. Percebendo que o Ginga não cumpriria as promessas iniciais, a empresa resolveu diversificar sua área de atuação, embora ainda focada em conteúdos para TV. Recentemente a HXD anunciou seus primeiros aplicativos para as plataformas interativas proprietárias dos fabricantes de televisão. “É o começo de uma mudança na empresa, que passa a trabalhar de forma independente de plataforma”, diz Salustiano Fagundes, CEO da HXD. “Já temos acesso ao SDK (Software Development Kit) dos principais fabricantes”, destaca. Os primeiros aplicativos da empresa são para os equipamentos da LG. Em parceria com a produtora TV Pinguim, a empresa criou um aplicativo baseado na série de animação “Peixonauta”, exibida na TV por assinatura pelo canal Discovery Kids e na TV aberta pelo SBT. O aplicativo consiste em um jogo de memória, disponibilizado de forma gratuita na plataforma da LG. “Está previsto no desenvolvimento do aplicativo uma loja, com novos serviços”, diz Fagundes. “Por enquanto, queremos povoar as plataformas e ajudar a criar o hábito de usar estas ferramentas e a própria cultura dos aplicativos. Apostamos muito no crescimento da banda larga e na popularização das TVs inteligentes, independente de plataforma”, completa o executivo.
Montada no Brasil, pela Tecnoworld, a FnacBox conta com sistema operacional Windows, que permite instalar aplicativos direcionados a PCs.
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EspecialCasaConectada • Apps
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“Uma TV de 46” é social. Muitas pessoas vão ver aquela tela ao mesmo tempo. Já uma TV de 22” tem outra característica. Não dá para fazer um copy/ paste dos aplicativos para celulares ou tablets.” Henrique de Freitas, da Samsung
meses, concorda que a indústria de desenvolvimento de aplicativos deva migrar ou se expandir para as plataformas das TVs inteligentes. No entanto, diz que terão que reaprender a criar aplicativos. Segundo ele, a TV tem peculiaridades. A principal delas é que a tela não é confinada, como a de um celular. Além disso, devem surgir aplicativos destinados para diferentes perfis de televisores. “Uma TV de 46” é social. Muitas pessoas vão ver aquela tela ao mesmo tempo. Já uma TV de 22” tem outra característica. Não dá para fazer um copy-paste dos aplicativos para celulares ou tablets”, diz. “Ainda não há uma fórmula pronta”, destaca, lembrando que a tecnologia é nova no mundo inteiro, não apenas em terras tupiniquins. Em outras palavras, o Brasil não está entrando atrasado nesta nova onda. Ainda há espaço para conquistar um mercado global. Segundo Freitas o aplicativo que leva o comunicador Windows Live Messenger às TVs conectadas da Samsung do mundo inteiro foi criado pela equipe brasileira da fabricante. Para ele, os conteúdos das redes sociais são os mais importantes nas TVs conectadas, pois trazem um nível de interatividade que não existia. “A audiência pode, durante um jogo, comentar e ver comentários nas redes sociais”, exemplifica. “Mas é o usuário que vai dizer que aplicações serão importantes. É ele que vai descobrindo as funcionalidades e adotando elas ou não”, completa. Outro aplicativo desenvolvido para o mercado brasileiro foi em parceria com o Bradesco, contando com serviços bancários. Os clientes do Bradesco e usuários dos serviços de Internet Banking poderão consultar informações de conta corrente, como saldo, investimentos e demonstrativo das movimentações realizadas, além de outros dados institucionais e telefones úteis do banco. A operadora de DTH Sky anunciou recentemente que parte de seus set-top boxes passarão a contar com aplicativos. Por enquanto, a operadora conta com apenas seis. “Temos aplicativos em parceria, com empresas de conteúdo, como a Climatempo e o History Channel, e estamos buscando mais parceiros”, diz Alexandre Menon Pelissoni, gerente de interatividade da Sky. Segundo ele, a operadora estuda a viabilidade de abrir a plataforma e disponibilizar um SDK aos desenvolvedores. Universo aberto A Fnac lançou em julho a caixa conectada FnacBox. A caixa entrou nas lojas da rede há alguns meses, mas sem lançamento oficial.
a sky disponibilizou seis apps para suas caixas e estuda lançar um sdk para desenvolvedores.
Neste período, mil unidades foram vendidas. O equipamento over-the-top (OTT) permite acessar à Internet a partir de qualquer TV com entrada HDMI. A estratégia da rede neste momento, explica o diretor do projeto, Pierre Paparemborde, é entrar neste mercado com o hardware, trazendo algum conteúdo através de parceiros. A entrada da Fnac no mercado de conteúdos digitais deve acontecer apenas em 2012, explica o executivo. “O mercado de conteúdos digitais no Brasil está em formação, ainda não há uma economia estabelecida”, diz. “Queremos sentir a reação do mercado”, completa. Por enquanto, a Fnac tem uma parceria com a Truetech, que fornece conteúdo em vídeo aos usuários da caixa, em um modelo de revenue share. São aproximadamente 1,2 mil títulos disponíveis pela biblioteca FnacBox-Office. Além disso, a rede tem uma parceria com a Netmovies, oferecendo um período de assinatura do serviço gratuitamente aos usuários da caixa. O acesso ao serviço se dá através do browser da caixa. A FnacBox vem com o sistema Windows 7 Starter embarcado, permitindo usar qualquer aplicativo do sistema operacional e navegar na web como em um computador convencional. “A proposta inicial era ter um ambiente fechado. A plataforma aberta foi uma demanda dos beta testers”, diz o executivo, destacando que a caixa já está em teste há pouco mais de um ano por funcionários da Fnac. Além da demanda dos usuários que testaram o equipamento durante aproximadamente um ano, a empresa resolveu manter a plataforma aberta para facilitar a formação de uma indústria de desenvolvimento.
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Faltava um motivo pra ter o SESCTV na sua operadora: este anúncio. O SESCTV é um canal inteiramente dedicado à exibição de shows, filmes, espetáculos de teatro e dança, programas de artes visuais, literatura, além de entrevistas e documentários. Bom para você, melhor ainda para o assinante da sua operadora.
O SESCTV é distribuído gratuitamente às operadoras e está credenciado pelo Ministério da Cultura como canal composto de obras com produção brasileira independente.
sesctv.org.br/operadoras
EspecialCasaConectada • Apps Para o executivo, quanto mais experiências em software forem feitas, melhor. Ele acredita que este tipo de equipamento tem potencial de mudar o hábito de consumo tanto de televisão, quanto de Internet. “O uso da Internet passa a ser comunitário, não tão pessoal”, diz, prevendo a formação de aplicações na web capazes de atender este novo perfil de uso da Internet. Montada no Brasil pela Tecnoworld, a FnacBox conta com um mini-teclado wireless com 80 teclas, em português. A caixa é equipada com um processador Intel Atom, 2 GB de memória e um disco rígido de 320 GB, webcam e Wi-Fi. Nestes poucos meses no mercado, diz o executivo, foram vendidos mil equipamentos. “O FnacBox é um complemento para as mais de 5 milhões de TVs vendidas nos últimos anos”, diz Paparemborde. A D-Link anunciou em junho o lançamento do Boxee Box no Brasil. Trata-se de equipamento over-the-top baseado na plataforma aberta Boxee. A plataforma conta com mais de 180 canais pré-selecionados embarcados, além do conteúdo que pode ser buscado via browser. Segundo o fabricante, em breve serão incluídos entre os canais de conteúdo empresas locais, incluindo o portal Terra e a Saraiva, ambas com suas locadoras virtuais. Além disso, o equipamento acessa YouTube e as principais redes sociais. Como a plataforma é aberta, é possível criar “canais” de conteúdo e divulgar o link para estes canais para amigos, diz o fabricante. Outro diferencial é que a caixa suporta uma ampla variedade de codecs, permitindo acessar conteúdos em diversos formatos disponíveis na rede do usuário.
A caixa da D-Link é baseada na plataforma aberta Boxee. A plataforma conta com mais de 180 canais préselecionados embarcados.
VOD Além do conteúdo gerado pelo próprio usuário, o YouTube e as redes sociais, o video on-demand também é apontado como uma killer application das TVs conectadas. Para a Samsung, a parceria com provedores de conteúdo locais faz parte da estratégia para chegar a 45% de participação no mercado de televisores conectados no Brasil em 2011. A fabricante conta com parceria com a NetMovies, que dá acesso a mais de 4 mil títulos de filmes aos televisores conectados. “Com uma banda de 400 kbps, o assinante já tem uma qualidade próxima à do DVD”, diz Henrique de Freitas. Além disso, aponta Milton Neto, da LG, há espaço para os próprios canais de TV aberta ou por assinatura, que podem levar parte de seus conteúdos a estas plataformas e ampliar a 38
Um relatório da TV Digital Research aponta que o mercado global de vídeo sob demanda movimentará em 2016 US$ 5,7 bilhões. possibilidade de distribuição. “Estamos conversando com todos os canais”, diz o executivo. Um relatório da TV Digital Research aponta que o mercado global de vídeo sob demanda movimentará em 2016 US$ 5,7 bilhões, um aumento de 58% em comparação com 2010. O estudo deixa de fora as receitas obtidas com conteúdo adulto, esportes e serviços de VOD por assinatura. No mercado internacional já há uma disputa por direitos envolvendo os principais prestadores de serviço de locação virtual. A loja online Amazon assinou recentemente um acordo de licenciamento não-exclusivo para distribuição por streaming de programas de televisão da CBS. Com isso, a loja acrescentou, sem custo adicional, 2 mil episódios da biblioteca da CBS em seu serviço de vídeo Prime, que concorre diretamente com o líder Netflix. Além disso, incluiu diversos conteúdos ao serviço Instant Video, que se diferencia por ser transacional, competindo diretamente com a Apple. Por enquanto, os prestadores de serviço de locação virtual, por assinatura ou transacional, são os únicos que geram alguma receita através das plataformas de TVs conectadas, se desconsiderarmos a venda de hardware. Para os fabricantes, a popularização destes equipamentos permitirá a criação de uma indústria sustentável. A publicidade, diz Milton Neto, já começa a chegar aos televisores, através de aplicativos de empresas, como os bancários. “Acho que falta muito pouco para haver massa crítica para criar um mercado de aplicativos. Terão mais chance os aplicativos agregados a marcas fortes e que tragam serviços relevantes”, diz. * Colaborou Fernando Paiva
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EspecialCasaConectada • Tecnologia por Daniel Machado
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Em busca de um padrão Padronização das plataformas de transmissão, sistemas operacionais e aplicativos, além da integração entre terminais de diversos fabricantes, é o desafio tecnológico da indústria em direção à casa conectada.
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“Não basta rodar o conteúdo, ele tem que ser exibido com a mesma qualidade independente do dispositivo, ou seja, quero assistir um vídeo na minha TV e, se eu desejar sair de casa, continuar vendo no meu smartphone, sem prejuízo da experiência.” Hugo Marques, da Cisco
s tecnologias evoluem ano a ano quase sempre em torno de uma mesma regra: para serem bem-sucedidas, têm de ganhar escala global. Para ganhar escala, antes é necessário um ecossistema padronizado de sistemas, protocolos e plataformas. Para que haja padronização é preciso uma convergência de interesses econômicos, mercadológicos e político-regulatórios. Com as tecnologias de casa conectada não poderia ser diferente. E neste caso há um desafio ainda maior pela frente, a integração de um grande número de dispositivos que crescem não só em quantidade, como em diversidade e complexidade, o suporte a aplicações cada vez mais pesadas e uma paciência cada vez menor do usuário por tudo o que não “roda” em tempo real. Tudo isso via Internet e acessado como, quando e onde o assinante quiser. É o que os especialistas em casa conectada chamam de “content everywhere”, e empresas do setor, como a Cisco, denominam de “video escape”, ou seja, o vídeo extrapolando o terminal e sendo rodado em qualquer tela, seja ela de TV, tablet, smartphone ou o que for. A empresa lançou recentemente a solução, que começa a ser apresentada ao mercado brasileiro. Trata-se de um produto para provedores de conteúdo que permite integrar a oferta de vídeos e as ferramentas de web 2.0 em uma só plataforma, permitindo ao consumidor final o acesso aos conteúdos também pelos tablets e smartphones. “Não basta rodar o conteúdo, ele tem que ser exibido com a mesma qualidade independente do dispositivo, ou seja, eu quero assistir um vídeo na minha TV e, se eu desejar sair de casa, continuar vendo no meu smartphone, sem prejuízo da experiência”, diz Hugo Marques, consultor de engenharia da Cisco que,
a integração de todo esse ecossistema na casa do usuário só será possível quando os devices e o home gateway falarem a mesma língua. juntamente com a Ericsson, AlcatelLucent, D-Link e dezenas de outros fabricantes e operadoras, congrega o Open IPTV Forum, associação global que desde 2007 trabalha para padronizar os sistemas e protocolos e tornar a solução de IPTV cada vez mais “plug and play” e intuitiva para o usuário final. Os sistemas, plataformas e terminais da casa do usuário são diversos e vão de tocadores como Flash, Smooth, players para conteúdos 3D e Blu-Ray a formatos MPEG, AVI, Real Video e Quick Time; padrões de criptografia MPEG2, MPEG4; sistemas operacionais Windows e Mac; dispositivos diversos, como TV, smartphones, tablets, videogames e, mais recentemente, a TV conectada. Segundo o executivo da Cisco, a integração de todo esse ecossistema na casa do usuário só será possível quando os devices e o home gateway tiverem um protocolo de comunicação em comum, ou seja, falarem a mesma língua. O mercado está consciente desta demanda. O crescente fortalecimento do padrão DLNA (Digital Living Network Alliance), que reúne 250 fabricantes de dispositivos móveis,
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“Com a padronização, você garante ao usuário a liberdade de ter uma TV de uma marca, um videogame de outra, sem ficar preso a sistemas proprietários. E isso vale para equipamentos de banda larga, IPTV e infraestrutura.” Alexis Seiki Saito, da Ericsson
computadores, eletroeletrônicos de consumo e operadoras de TV por assinatura ao redor do mundo, é a maior prova disso. O DLNA é um protocolo embutido no set-top box da TV que permite a integração da TV, via protocolo IP (Wi-Fi ou cabeado), com notebooks, tablets, smartphones. A partir daí, com um sistema de transmissão via radiofrequência, como o RFID, o próprio usuário pode agregar a essa rede também câmeras de vigilância, ar-condicionado e outros eletroeletrônicos. Novos modelos de TVs conectadas, consoles de videogames, Blu-rays conectados e outros dispositivos já têm saído de fábrica com DLNA embarcado, que também tem integrado o Universal Plug and Play (UPnP), protocolo capaz de reconhecer automaticamente outros terminais e compartilhar conteúdos neles armazenados. “Existe um esforço da indústria para que a interoperabilidade seja a mais suave, transparente e prática possível”, diz Alexis Seiki Saito, engenheiro de telecomunicações da Ericsson. “Com a padronização, você garante ao usuário a liberdade de ter uma TV de uma marca, um videogame de outra, sem ficar preso a sistemas proprietários. E isso se estende a equipamentos de banda larga, IPTV e infraestrutura”, acrescenta.
GVT pode sair na frente Segundo Rodrigo Andreola, da GVT, a operadora planeja instalar até o final do ano equipamentos com o padrão DLNA para sua base de assinantes. Ele revela também que a GVT já tem um show-room em sua sede, em Curitiba, com TVs conectadas, videogame, set-top boxes e demais equipamentos integrados via DLNA, com plataforma tecnológica da Ericsson. “Devemos lançar a solução até o final do ano, com um set-top DLNA. No momento estamos estudando a melhor forma de utilizar a tecnologia para transformá-la em um produto útil para o consumidor”, diz. Ele destaca também que somente uma boa capacidade de rede é capaz de suportar um serviço de casa conectada. “A GVT oferece planos de 5 Mbps a 100 Mbps. Um fluxo de vídeo em altíssima qualidade (HD) consome de 8 Mbps a 10 Mbps. Um assinante com uma banda larga GVT de 35 Mbps poderia rodar cinco fluxos simultâneos de HD, ou três com 50 Mbps”, calcula. Em coletiva de imprensa realizada recentemente, o presidente da operadora, Amos Genish, destacou que a velocidade média da banda larga dos clientes GVT é sete vezes maior em relação aos clientes dos outros provedores. Segundo dados da Nielsen, a velocidade média de navegação da base de clientes da GVT atingiu 9,13 Mbps em março último, contra 1,3 Mbps da média brasileira.
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Além do padrão DLNA, a outra plataforma de integração que deve prevalecer na indústria de casa conectada é a da Apple. PC e videogame O computador (PC) deve se consolidar como o servidor, uma espécie de biblioteca de mídia e demais conteúdos da casa conectada. O home gateway atua como espécie de ponte entre a rede da residência e o processamento para os televisores. Mas o gerente de tecnologia e desenvol vimento de produtos da GVT, Rodrigo Andreola, aposta mais nos videogames desempenhando essa função. “O videogame é muito mais do que um console de entretenimento, é um media center ideal para a casa conectada. Ele dispõe de recursos gráficos, de áudio e vídeo de alta qualidade e uma excelente navegabilidade, melhor até que a da TV”, destaca. Smartphones e tablets Para especialistas, o crescimento do mercado de smartphones e tablets deve acelerar ainda mais a padronização e o lançamento de soluções de casa conectada. Somente no primeiro trimestre deste ano, foram vendidos 427,8 milhões de dispositivos móveis de comunicação no mundo, de acordo com dados do instituto Gartner. De acordo com a pesquisa, os smartphones responderam por 23,6% das vendas de dispositivos móveis, o que representa um aumento de 85% na participação desses aparelhos na receita total do setor. Para a área de tablets, a projeção do Gartner é de 208 milhões de terminais comercializados em 2014. Em 2010 foram vendidos 69,9 milhões de unidades, número três vezes maior em relação a 2009. No Brasil, com a chegada de novos modelos, isenção fiscal e fabricação local (Samsung, Motorola e ZTE planejam produzir tablets no País), o custo do equipamento deve cair consideravelmente e aquecer ainda
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“A operadora que deseja ser convergente terá de cuidar não só da instalação, mas também da operação e manutenção desse ecossistema, seja sozinha ou por meio de parcerias.” Renato Improta, da Accenture 46
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“O videogame é muito mais do que um console de entretenimento, é um media center ideal para a casa conectada. Ele dispõe de recursos gráficos, de áudio e vídeo de alta qualidade e uma excelente navegabilidade, melhor até que a da TV.” Rodrigo Andreola, da GVT
mais as vendas. A estimativa do Gartner para 2011 é de 267 mil unidades vendidas na América Latina e a da Samsung é de 250 mil somente no Brasil. Um dos especialistas que acreditam no empurrão que o crescimento das vendas de tablets e smartphones dará no setor de casa conectada é o gerente da GVT, que informa que a operadora reserva novidades nessa área para os seus clientes até o final do ano (ver box). “O aumento do número de telas desenvolve a forma de interligá-las, que é o wi-fi, e estimula a popularização de equipamentos DLNA”, afirma. Andreola diz isso pois um set-top box com DLNA embutido estabelece uma interconexão IP com a rede local da residência, seja Wi-Fi ou cabeada. Quanto mais dispositivos integráveis a pessoa tiver, mais interessante para ela integrá-las numa só rede. O executivo da Cisco concorda e destaca: “As pessoas estão cada vez mais interessadas em assistir vídeos em outras telas que não somente a TV”, diz. Ele cita um estudo global recente da Accenture, que informa que 80% das pessoas com menos de 25 anos estão interessadas em assistir vídeos em outras telas. Acima dos 50 anos, de acordo com a pesquisa, a proporção cai para 50%, porém permanece representativa. Apple Além do padrão DLNA, a outra plataforma de integração que deve prevalecer na indústria de casa conectada é a da Apple. Para Saito, da Ericsson, a empresa de Steve Jobs é a única que pode lançar esta solução sozinha. “A Apple tem força e escala para fazer isso”, diz. Andreola concorda e lembra que a empresa norteamericana deu um passo à frente rumo à casa conectada quando lançou, ainda em 2007, o Apple TV, reprodutor de mídia digital que se conecta ao iTunes e baixa conteúdo diretamente para o gadget, tudo sem fio. E o sistema funciona tanto para Mac OS quanto para Windows. “O compartilhamento de conteúdos entre os dispositivos da Apple é muito simples e rápido. Você pode tirar a foto no iPhone, apertar um ícone e ver a imagem no televisor, tudo de maneira muito transparente”, diz. Consumidor no centro Para o executivo sênior da área de mídias digitais e
mobilidade da Accenture, Renato Improta, o conceito de casa conectada precisa ser revisto pelas operadoras e demais players do setor. “Hoje a demanda do consumidor vai além da conexão na casa, ele deseja ter esses serviços avançados também no escritório, na rua. É mais do que uma visão física da casa, é o consumidor que tem de estar no centro”, diz. Segundo ele, para oferecer um bom serviço de casa conectada os provedores têm de estar atentos a três etapas. “A operadora que deseja ser convergente terá de cuidar não só da instalação, mas também da operação e manutenção desse ecossistema, seja sozinha ou por meio de parcerias”, diz. Para sustentar sua tese, Improta cita um estudo realizado pela Accenture em 2008, que revelou que 82% das pessoas não procurariam o fabricante do set-top box para resolver problemas técnicos, mas sim o provedor do serviço.
Polêmica na prateleira Recente proposta da Anatel está causando polêmica no mercado e, se aprovada, pode influenciar inclusive o mercado de casa conectada. Trata-se do Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), que estabelece que as operadoras de TV por assinatura detentoras do que a agência chama de Poder de Mercado Significativo terão de disponibilizar set-top boxes padronizados e não exclusivos adquiridos pelo consumidor no varejo. Em outras palavras, o assinante de TV paga poderá comprar o seu próprio decodificador e solicitar à operadora que faça a instalação. Para Rodrigo Andreola, da GVT, a proposta, que ainda passará por consulta pública, é inviável e prejudicial às novas operadoras. “Essa proposta faz com que as entrantes, com tecnologias mais avançadas, fiquem presas a soluções com uma série de limitações técnicas, sem suporte a vídeo HD, interação, entre outras coisas”, diz Nos EUA, por anos a FCC tentou implementar esse tipo de política, sem sucesso, pois os operadores alegam que as caixas rodam sistemas específicos e controles de acesso complexos que inviabilizam a produção padronizada para oferta no varejo. Além disso, seria um estímulo à pirataria.
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Casa conectada abre novos nichos para as teles operadoras estudam modelos de negócios para a oferta de serviços convergentes.
“Estamos muito interessados neste nicho, porém só entramos em projetos que nos permitem fibrar o prédio todo, oferecendo sistema de banda larga full de 5 Mbps.” Marco Jordam, da Transit Telecom 48
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erenciar remotamente a casa por meio de sofisticados sistemas e terminais de comunicação é uma realidade cada vez mais próxima dos consumidores brasileiros. Com os avanços tecnológicos no setor de telecomunicações, as operadoras de telefonia e televisão paga têm incrementado seus portfólios com serviços de automação residencial e novas formas de distribuição de conteúdo. A Transit Telecom, por exemplo, tem apostado neste cenário para migrar de uma estrutura de negócios voltada para o mercado corporativo e disputar o mercado residencial com gigantes como a Telefônica, Embratel e Oi. Para isto, a operadora aposta em parcerias com empresas do ramo de construção civil para implantar redes de fibra ótica em futuros lançamentos de edifícios de alto padrão, criando o conceito iApartament, uma variação “vertical” da casa conectada. “Temos força no corporativo, mas uma presença modesta na venda de serviços para o residencial”, disse o diretor de marketing e produtos da empresa, Marco Jordam.
A primeira experiência da operadora foi com o condomínio Pinheiros Connect, em construção no bairro de Pinheiros, zona Oeste da capital paulista. À venda por R$ 350 mil desde fevereiro - a unidade tem 40 m² -, o imóvel conectado pela Transit é projetado para interagir com os moradores. Nele é possível acionar, por comando de voz, as luzes, além de abrir e fechar cortinas e janelas. Segundo a empresa, a casa do futuro tem até 40 itens de automação e também é capaz de ler notícias e e-mails para o morador, que controla tudo pelo iPad, cedido a quem compra o imóvel. “Resolvemos ir além de acender e apagar uma luz”, explica. O executivo afirmou que até meados de 2012 a empresa pretende levar o sistema a outros seis empreendimentos nas cidades de São Paulo, Curitiba e Florianópolis. “Estamos muito interessados neste nicho, porém só entramos em projetos que nos permitem fibrar o
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EspecialCasaConectada • Serviços prédio todo, oferecendo sistema de banda larga full de 5 Mbps por segundo”. O grupo Telefônica também resolveu pegar carona nesta brecha para novos negócios e estruturou a At Home, uma subsidiária que faz automação residencial, com oferta de serviços interligados à rede da empresa. De acordo com a Telefônica, em 2010 a At Home alcançou mais de 20% dos condomínios de alto padrão lançados no mercado imobiliário da região metropolitana de São Paulo. A empresa ressaltou também que desde dezembro de 2009, quando foi lançada, já equipou mais de duas mil residências. “É um negócio estratégico, porque vira um diferencial competitivo”, declarou o diretor de negócios da At Home, Gabriel Domingos, que comemora a aceitação do serviço no mercado: “no primeiro semestre deste ano, conseguimos superar o resultado de todo o ano passado”. O executivo pontuou que a integração das operações da Telesp e da Vivo trará vantagens ao grupo Telefônica quando o assunto for a venda de múltiplos serviços para a casa do consumidor final. “Desta forma podemos desenvolver maneiras de o cliente acessar a casa dele pelo celular da Vivo”, comentou. “Imagine que o cliente poderá receber alerta via SMS quando alguém entrar na casa”, completa. Além da operadora de telefonia móvel, o conglomerado espanhol de telecomunicações detém uma participação na empresa de televisão por assinatura TVA, fato que também pode favorecer a estratégia do grupo, na hora de entrar na casa do assinante com pacotes de serviços combinados. Para o diretor de marketing da TVA, Ricardo Perez, a parceria comercial com a Telefônica dá fôlego à empresa de TV paga na disputa com gigantes como a Net Serviços com múltiplas ofertas. “A convergência de serviços é uma demanda crescente dos consumidores em todo o mundo e, com a parceria entre TVA e Telefônica, oferecemos aos assinantes a tecnologia de fibra ótica, e por meio dela oferecemos aos clientes do serviço de ultra-banda larga e IPTV”.
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“Queremos nossa operação centrada em vídeo, dados e comunicação. Qualquer serviço que saia deste universo fica por conta de empresas integradoras.” José Félix, da Net Serviços
Conectada, mas nem tanto Embora a interligação de praticamente todos os equipamentos da casa esteja ao alcance das operadoras, a maioria das empresas rechaça ir muito além do que é core business delas, ou seja: telefonia, banda larga e vídeos. Na Telefônica a palavra de ordem é evitar o conceito de casa da “família Jetson”. Depois de família Jetson: embora a empresa ofereça alguns itens de automação por meio da subsidiária AT Home. “Entre
operadoras têm incrementado seus portfólios com serviços de automação residencial e novas formas de distribuição de conteúdo. as ofertas de automação preferimos focar mais em climatização, iluminação e na parte de áudio e vídeo, mesmo”, afirmou Gabriel Domingos. Já a Net Serviços, prefere apostar na conectividade da casa, com ofertas de banda larga sem fio para todos os cômodos e a possibilidade de o cliente escolher o dia, a hora e o cômodo da casa onde quer assistir determinado conteúdo. José Félix, presidente da operadora, diz que o foco da empresa é aumentar a conectividade da casa e possibilitar a venda de serviços de valor agregado por meio da rede. “Queremos nossa operação centrada em vídeo, dados e comunicação. Qualquer serviço que saia deste universo fica por conta de empresas integradoras”. Segundo Félix, um dos pilares da oferta de conectividade da empresa é a oferta de vídeos on-demand, que possibilitam ao cliente baixar filmes e assisti-los a qualquer momento. “Temos o serviço Now, e queremos dar ao assinante produtos desta natureza, e nos quais acreditamos que ele veja valor. Não vamos acender e apagar a luz, é vídeo e conectividade que vamos entregar”. Na visão do presidente da Net Serviços, a disponibilidade de super velocidades facilitará ao cliente na hora de contratar uma empresa que utilize a banda larga contratada da Net Serviços para prestar os serviços de automação residencial. “Com a ultra-banda larga ele poderá fazer tudo isso de maneira simples”, conta. Outra que pretende atender a demanda crescente de seus clientes por conectividade é a mineira Algar Telecom. Segundo a coordenadora de novos produtos da operadora, Zaima Milazzo, o interesse da Algar é oferecer aos clientes apenas serviços de telecomunicações, deixando os itens de automação a
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EspecialCasaConectada • Serviços cargo de uma empresa parceira. A executiva afirmou que para agilizar a implantação do serviços fez parceria com a Cemig Telecom para levar fibra óptica aos condomínios de luxo de Minas Gerais. “Queremos levar serviços com mais inteligência para o cliente, oferecendo maior conectividade entre os dispositivos e qualidade de banda larga por meio da fibra”, disse Zaima. Por ora os planos da empresa são expandir a banda larga wireless e o serviço de televisão paga via satélite (DTH). “O cliente fica cada vez mais longe da televisão comum e mais perto do computador ou da televisão conectada”, disse. Segundo Zaima, o bom resultado da operadora na implantação de conectividade nas casas dos assinantes já faz a Algar Telecom pensar em agregar ao portfólio serviços básicos de automação, que seriam comandados pelo celular. “Estamos avaliando ter isto”, comentou. Em teste Até o final deste ano a GVT começará a vender seu serviço de televisão paga, que será integrado à banda larga da empresa, por meio de um set-top box compatível com o padrão DLNA (Digital Living Network Alliance). O
Investimentos em fibra vão reforçar poder de fogo das teles Mesmo sem oferecer serviços diretamente para a casa conectada, a TIM aposta na melhoria de sua rede como diferencial competitivo, num universo onde as teles precisam oferecer mais capacidade de conexão aos clientes. “Toda grande operadora precisa de soluções completas, e com uma boa rede de fibras você consegue estabelecer altas conexões, que o cliente usará para integrar itens da residência”, diz o diretor de marketing da TIM, Rogério Takayanagi. O executivo observa que os investimentos recentes da empresa para adquirir a Atimus, braço de Telecom do grupo AES, estão em linha com este pensamento de oferecer ultravelocidades de banda larga, num universo no qual os clientes demandam cada vez mais conectividade. “Todo mundo fala de alternativas para levar automação, ou mesmo conexão ao cliente, mas, na verdade, o centro desta interligação é a banda larga”, disse. Para Takayanagi, a melhoria nas redes fixas das operadoras deve acelerar a venda de serviços por meio de terminais, como celulares, TVs e outros. “Desta forma, soluções de cloud computing são cada vez mais viáveis para se prestar serviços”, conclui o executivo. Para não perder o passo da evolução tecnológica a Telefônica promete investir R$ 200 milhões neste ano para implantar fibras nas regiões onde vê demanda por conexões com ultravelocidades. A estratégia da operadora é aumentar a capilaridade de sua rede de fibras, que atende a mais de 20 mil residências em São Paulo. Já a Transit Telecom pretende passar de 300 km para 500 km de rede instalada até dezembro. A operadora informou que parte dos investimentos em fibra são relacionados aos projetos de casa conectada.
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oferta de casa conectada pelas operadoras ainda passa pelo desafio da consolidação do modelo de negócios, com a oferta de novos serviços a preços dentro da realidade do cliente. modelo proposto pela empresa para a comercialização de televisão já pode ser um primeiro passo na oferta de serviços interligados em diversos ambientes da casa do assinante, pois o sistema DLNA permite compartilhar a banda larga entre a televisão e o computador, oferecendo um modelo híbrido de IPTV e DTH. Na visão do diretor de marketing e vendas da companhia, Ricardo Sanfelice, o fato de a rede da GVT ter pouco mais de dez anos dará vantagem à empresa na hora de levar serviços combinados à residência do consumidor. “As soluções de casa conectada estão aí, ao alcance de todo mundo. Porém a maioria das empresas está engatinhando neste segmento”, comentou Sanfelice, ao justificar a estratégia da operadora de segurar o lançamento das soluções de casa conectada. O diretor da GVT afirmou que a empresa já testa, em Curitiba, diversas soluções de casa conectada. Entretanto se esquivou de revelar um prazo para comercialização destes serviços. “Com a demanda crescente dos consumidores por mais conectividade e pela facilidade que as operadoras têm para prestar serviços na casa do assinante, é natural que aos poucos esses itens [de automação] entrem no core business das operadoras, mas não pode ser rápido demais”, disse. “Por enquanto temos apenas um projeto piloto de casa conectada, mas ainda não oferecemos essas soluções como produto de prateleira”. Para ele, a oferta de casa conectada pelas operadoras ainda passa pelo desafio da consolidação do modelo de negócios, com a oferta de novos serviços a preços dentro da realidade do cliente.
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( publicidade) Fernando Paiva, do Rio de Janeiro
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Muito espaço, pouco anúncio Espaço para publicidade em dispositivos móveis aumenta significativamente nos últimos 12 meses, mas apetite de anunciantes não acompanha o ritmo.
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inventário móvel do Yahoo! aumentou 400%, passando de 12 milhões para 60 milhões de impressões/mês – e a expectativa é dobrar para 120 milhões até dezembro. O Google não revela números absolutos, mas informa que, no seu caso, o crescimento foi de 600% em um ano. É difícil medir o tamanho total do mercado, mas alguns especialistas arriscam dizer que seria próximo a 2 bilhões de impressões por mês, somando sites e apps móveis acessados por brasileiros, o que representaria um crescimento de quase dez vezes em um ano. O que deveria ser motivo para comemoração, entretanto, está gerando reflexão. Em vez de anúncios, o que se vê no espaço reservado para publicidade em vários sites móveis brasileiros são os chamados calhaus, ou seja, propaganda de outros produtos do mesmo grupo editorial. “A taxa de ocupação é pequena. O celular hoje é como a Internet na década de 90: a audiência cresce ano a ano, mas faltam anunciantes”, analisa o diretor de marketing e publicidade do UOL, Enor Paiano. Tal como no começo da Internet, quando muitas marcas não tinham website e por isso não anunciavam na web, agora ainda há muitos anunciantes que ainda não possuem sites móveis. Para resolver o problema, a Hands e o Yahoo!, por exemplo, oferecem aos clientes, a partir FOTOS: divulgação
barateamento de smartphones, o surgimento dos tablets e o lançamento de planos de dados para acesso à Internet para usuários pré-pagos e a expansão da cobertura 3G geraram, entre outras consequências, um crescimento expressivo na audiência de sites e aplicativos móveis nos últimos 12 meses no Brasil. Como reflexo, a oferta de espaço publicitário na telinha dos celulares aumentou de maneira significativa, pois seu principal modelo de negócios é a venda de “impressões”, ou seja, de vezes em que uma página com anúncio é exibida, seja em um site ou em um aplicativo. O problema é que a demanda dos anunciantes não cresceu na mesma proporção. O resultado é uma taxa de ocupação baixa, girando em torno de 20%, e uma preferência das equipes de vendas por comercializar patrocínios, por serem mais rentáveis. Não faltam exemplos para ilustrar o aumento do inventário da publicidade móvel no País (veja gráfico). A Hands, uma adnetwork que administra mais de cem sites e aplicativos móveis, registrava um ano atrás cerca de 35 milhões de impressões por mês. Agora, são 200 milhões. “O celular não é mais a cereja do bolo. Agora é mídia de massa”, afirma Edison Maluf, diretor executivo da Hands. No mesmo intervalo de 12 meses, o
“A publicidade móvel somente deslanchará quando houver padronização mínima entre as quatro grandes operadoras do País” Fiamma Zarife, da Claro
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“O celular não é mais a cereja do bolo. Agora é mídia de massa” Edison Maluf, da Hands
de um determinado valor de contrato, o desenvolvimento de uma página móvel. Os setores que mais têm anunciado nas telinhas dos celulares são o automotivo e o financeiro, justamente os dois que foram pioneiros em anunciar na Internet, por quererem agregar o caráter de inovação às suas marcas. A falta de sites móveis não é a única razão para o baixo interesse dos anunciantes. Do lado das agências digitais, existe uma reclamação de que o preço do CPM (custo por mil impressões) está alto no celular. O preço de tabela chega a R$ 100 em alguns casos, mas é reduzido em até 75% durante a negociação, dependendo da escala. Ainda assim, é muito mais caro que os preços da web. Entre as justificativas está o fato de que, no celular, a taxa média de clique, conhecida como CTR, na sigla em inglês, costuma ser dez vezes maior que a da web. Enquanto nesta última o CTR médio é de 0,1%, no celular a média é de 1%, podendo chegar a 5% em casos de segmentação mais cuidadosa ou de uso de anúncios multimídia. O usuário de celular é mais propenso a clicar em propagandas porque as vê como conteúdos, explica Paiano, do UOL. Além disso, um banner no celular ocupa proporcionalmente mais espaço de tela do que um banner na web. Outra explicação para o CPM mais alto está na possibilidade de
de vendas para comercializar anúncios, as nacionais estão conseguindo atrair marcas consagradas. A Hands tem em seu portfólio o jornal O Dia, a revista Caras e o aplicativo eBuddy – este último representa mais da metade de seu inventário, registrando atualmente 180 milhões de impressões por mês no Brasil. Por sua vez, na Redemobi estão MTV, Climatempo e os canais Globosat. Grandes provedores de conteúdo estão se rendendo às adnetworks nacionais para poderem participar de campanhas de maior escala, complementando o trabalho feito por suas equipes de vendas. É o caso da Abril, que está em fase final de negociação com uma rede nacional de publicidade móvel. “O objetivo é entrar em planos de mídia diferentes, que nossa equipe de vendas não atinge”, explica a gerente de publicidade digital da Abril, Virgínia Any. Para se ter uma ideia do ritmo de crescimento das adnetworks nacionais, o faturamento da Redemobi deve alcançar R$ 4 milhões este ano, quatro vezes mais que o obtido em 2010. Leo Xavier, presidente do Grupo.Mobi, entretanto, evita comemorações precipitadas: “Assim como não houve o ano da Internet, nem o ano da TV a cabo, não existe o ano do mobile marketing. É um processo longo, de anos.” Há quem resista a essa tendência de adesão às redes de publicidade móvel, sejam nacionais ou estran geiras. “O problema é o preço. Se eu baixar para centavos, nunca mais vendo anúncio por um valor decente”, comenta Paiano, do UOL. A alternativa pode ser a busca por patrocínios. “Em aplicativos é melhor vender patrocínio em vez de CPM, porque a audiência é pequena ainda”, relata Melissa Beltrão, do Yahoo! Na Abril, o patrocínio de apps tem gerado mais receita publicitária que os banners em sites móveis. Geralmente são vendidas cotas de um ano, com um espaço préestabelecido e direito de trocar os anúncios periodicamente etc.
“Assim como não houve o ano da Internet, nem o ano da TV a cabo, não existe o ano do mobile marketing” Leo Xavier, do Grupo.Mobi
O cliente apenas informa o público alvo e a plataforma se encarrega de definir os espaços a serem ocupados. Nesse caso, em vez de impressões, o anunciante é cobrado por cliques. “Nossos clientes costumam ser anunciantes globais que, eventualmente, querem atingir também o consumidor brasileiro”, explica o diretor de projetos estratégicos da InMobi, Khamir Bhatia. A rede da InMobi tem mais de 10 mil publishers de 150 países. A Admob é ainda maior, com 90 mil sites e apps. Estão surgindo também adnetworks nacionais. Hands e Redemobi, do Grupo. Mobi, são as mais conhecidas. A estratégia é diferente: o objetivo é montar uma rede premium, cobrar um preço mais alto que as concorrentes internacionais, mas permitir que o anunciante segmente melhor seu público alvo. Enquanto as redes estrangeiras são atraentes para pequenos desenvolvedores que não possuem equipe
Adnetworks Em vez disso, o que ganha força é justo o contrário: a reunião de vários pequenos canais em redes de publicidade, ou adnetworks, algumas delas com abrangência mundial, como a AdMob, do Google; a iAd, da Apple; e a indiana InMobi, que já faz negócios no Brasil. Elas vendem espaço publicitário no atacado, principalmente em aplicativos móveis. Costumam usar o modelo de conhecido como “blind delivery”, literalmente uma distribuição às cegas: o anunciante não escolhe em quais aplicativos seu banner aparecerá.
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Oleksiy Mark / shutterstock
segmentação dos anúncios, o que também contribui para elevar o CTR. Os servidores de banners são capazes de dividir a base de usuários de acordo com o sistema operacional ou aparelho usado, estado de origem e operadora móvel. Mas há quem diga que os preços não baixam porque os grandes portais não precisam da receita de publicidade móvel e preferem, portanto, não queimar essa mídia agora. Acaba que o banner móvel é dado quase como brinde em negociações maiores, que envolvem outras mídias. Do lado dos anunciantes, existe a queixa de que falta no inventário móvel brasileiro um verdadeiro canal de massa. Algo como a página de saída do Orkut, que é vista por 5 milhões a 6 milhões de pessoas por dia e cujo CPM gira em torno de R$ 1. Outro exemplo é a página de boas vindas do MSN. Os dois estão para a web como o horário nobre está para a TV. Os anunciantes fazem fila e aguardam vários meses para botar suas propagandas no ar. Na mídia móvel, uma primeira tentativa de criar algo parecido parte do Google, com o Mobile YouTube Roadblock, que permite a uma marca ter 100% dos anúncios na versão do YouTube acessada por celulares, informa o responsável por publicidade móvel da empresa na América Latina, Peter Fernandez.
Android vs iOS em publicidade móvel Android iOS CPM médio
US$ 1,3
US$ 1,7
Taxa de ocupação global
85%
78%
CTR médio
1,1%
2,3%
Cinco principais países*
EUA, Inglaterra, França, Alemanha e Índia
EUA, Inglaterra, França, Alemanha e China
*Considerando CPM, taxa de ocupação e CTR Fonte: Inneractive, julho de 2011
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( publicidade) Foi o modelo de patrocínio que sustentou muitos dos aplicativos para tablets, especialmente o iPad. Segundo fontes do mercado, houve contratos de valores estratosféricos, porque algumas marcas faziam questão de serem as pioneiras a anunciar nessa mídia. Vale lembrar que, no caso de revistas e jornais em tablets, há também a venda de anúncios dentro das versões digitais, cuja receita pode ser ainda maior que as cotas de patrocínio. Na Veja, por exemplo, que acumula mais de 200 mil downloads, os anúncios da versão para iPad são vendidos separadamente daqueles para a edição impressa. Como contribuem para aumentar o tamanho do arquivo a ser baixado pelo leitor, o preço do anúncio varia de acordo com seu peso em megabytes, pois há desde anúncios simples até aqueles multimídia, com interações e vídeos embarcados.
Na web 0,1% Banner no celular 1% Richmedia no celular 5% publicidade em si, mas com os serviços de valor adicionado que são divulgados ali. A maioria dos anunciantes nos portais das teles são agregadores de conteúdo parceiros, que vendem serviços de valor adicionado (SVAs) cuja receita é dividida com as operadoras. É comum a cobrança não ser por impressões e nem por cliques, mas por aquisição de novos assinantes para esses serviços, conhecido como CPA (custo por aquisição). A participação das operadoras não se limita a banners em portais WAP. A Claro adotou uma solução para exibição de anúncios em mensagens “pop-up” nas telas dos usuários quando o celular está ocioso. A operadora utiliza uma tecnologia chamada LiveScreen, desenvolvida pela Celltick, que recentemente firmou parceria com a RIM para distribuir anúncios dessa maneira na tela do Blackberry. Outra iniciativa da Claro é a venda de espaço FOTO: DIVULGAÇÃO
Operadoras As operadoras móveis não estão fora do mercado de publicidade. Seus portais WAP ainda atraem um público significativo e que segue aumentando, graças ao planos de dados pré-pagos. Na Claro, por exemplo, o inventário cresceu 60% em 12 meses, atingindo 23 milhões de impressões/mês em junho. É comum as operadoras terceirizarem a comercialização dos banners. Seu CPM de tabela está bem abaixo da média do mercado, pois o objetivo não é ganhar com a
Click through rate (CTR) médio no Brasil
“Em apps, é melhor vender patrocínio do que CPM, porque a audiência é pequena ainda” Melissa Beltrão, do Yahoo!
publicitário para jingles em sua URA de recarga de pré-pagos, no número *555. O maior canal para publicidade que as operadoras têm em suas mãos, porém, é a plataforma de SMS, com potencial para atingir toda a base de usuários. As teles ainda exploram pouco essa ferramenta, pela dificuldade de obter a autorização dos assinantes, o chamado “opt-in”. Como consequência, proliferam ações de mobile advertising via SMS comandadas por terceiros a partir de brechas no modelo de negócios e na tecnologia, seja através de gateways internacionais, ou SMS corporativo ou mesmo SIMcards de pessoas físicas, aproveitando promoções agressivas das teles para SMS peer-to-peer. Não raro, é uma publicidade enviada sem autorização do usuário, ou seja, spam, puro e simples. “É um mercado que se movimenta à revelia das operadoras, em muitos aspectos devido à falta de padronização de mecânicas, modelos comerciais, inventários de mídia, relatórios disponíveis etc”, analisa a diretora de serviços de valor agregado e roaming da Claro, Fiamma Zarife. Ela complementa: “A publicidade móvel somente deslanchará quando houver padronização mínima entre as quatro grandes operadoras do País, para que o alcance
Formigas esmagadas geram anúncios Formiguinhas pretas e vermelhas avançam sobre uma toalha de piquenique em direção a uma cesta de comida. Para impedi-las, é preciso esmagá-las com os dedos... na tela do smartphone. A temática é simples, mas o jogo casual Ant Smasher é viciante e contabiliza mais de 10 milhões de downloads nas plataformas iOS e Android. Criado pela empresa brasileira Best, Cool & Fun Games, o título é distribuído de graça na App Store e no Android Market. Sua receita provém de publicidade, a partir de banners servidos por redes internacionais de publicidade móvel. Sozinho, Ant Smasher gera US$ 2,5 milhões de receita anual para a empresa desenvolvedora, 80% do qual a partir de publicidade. Um ano e meio atrás, o executivo Guilherme Schwartsman trabalhava em um banco de investimentos e desenvolvia jogos para smartphones em seu tempo livre. O que era um hobby virou coisa séria. Schwartsman pediu demissão e passou a se dedicar integralmente à Best, Cool & Fun Games. A empresa desenvolveu até agora mais de 80 títulos para as plataformas iOS e Android. A
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maioria é distribuída gratuitamente, tal como o Ant Smasher. A aposta mais recente atende pelo nome de Bunny Shooter. A empresa trabalha com diferentes adnetworks, como Admob, do Google, e iAd, da Apple. “Essas redes garantem uma escala grande para a monetização dos desenvolvedores. E isso permite a oferta de jogos gratuitos”, explica Schwartsman. Algumas adnetworks pagam por impressões, outras por cliques. O CTR médio dos jogos da Best, Cool & Fun Games gira em torno de 1,5% e 2%. A empresa embute em seus jogos a programação para receber os anúncios das redes. Através de um sistema, escolhe em tempo real a adnetwork que paga melhor por clique, trocando-a sempre que necessário. A Best, Cool & Fun Games tem hoje 15 funcionários, dos quais 11 são programadores. A empresa recebeu aporte de fundos de investimento nacionais e estrangeiros e está avaliando a possibilidade de adquirir outros desenvolvedores brasileiros este ano. Tudo graças a alguns milhões de formiguinhas esmagadas.
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seja total e a escala obtida garanta o retorno para o anunciante.” Richmedia e Ibope Novidades estão surgindo para convencer as grandes marcas a anunciar na tela dos celulares. Uma delas é a oferta de banners multimídia, com animações, vídeos e interações, em um formato conhecido como richmedia. As plataformas das Hands e da Yahoo! já oferecem essa possibilidade e os resultados chamam a atenção, com CTRs acima de 4%. “O celular é um espaço mais restrito que a web. É preciso tomar cuidado para não ser invasivo na comunicação”, pondera o diretor de marketing e propaganda do iG, Marcelo Lobianco. Outra novidade em estudo é o acompanhamento do mercado pelo Ibope. O instituto planeja acompanhar mensalmente os seis maiores portais móveis do Brasil, reportando seus
impressões por mês no Brasil
*Estimativa de especialistas entrevistados por TELETIME
inventários, CPMs e principais setores anunciantes. O monitoramento conferirá um status de mídia consolidada e profissional, o que tende a atrair mais anunciantes. Para Marcelo Castelo, sócio-diretor da agência digital Fbiz, o mobile advertising
só vai acontecer para valer no Brasil quando os diretores das grandes empresas navegarem efetivamente pela Internet em seus smartphones e notarem a ausência de suas marcas ali.
( mercado) Ana Carolina Barbosa
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O nicho da diversidade Produção audiovisual de temática LGBT conquista espaços alternativos e desponta como oportunidade de negócio.
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inda tímida e autocensurada na mídia de massa, especialmente na TV aberta com as intermináveis discussões sobre beijo gay, a produção audiovisual de temática LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) cresce em espaços alternativos, como cineclubes e festivais, e começa a despontar como oportunidade de negócio. Produtores e distribuidores já enxergam potencial de mercado para este tipo de conteúdo. Para João Federeci e André Fischer, organizadores do Festival Mix Brasil de Diversidade Sexual, que em 2011 chega à sua 19ª edição e já faz parte do calendário de eventos de São Paulo, a evolução é notável. O festival começou como uma mostra de filmes brasileiros no Festival Mix de Nova York. “Na época não tínhamos tanto conteúdo, pedimos para amigos fazerem vídeos caseiros, levamos reportagens”, lembra Fischer. Nos anos seguintes, o evento ganhava musculatura não só com a produção internacional, que reconhece o potencial do festival e tem interesse em exibir no Brasil, como também com a produção nacional, que aumenta aos poucos. “Houve uma época em que todos os filmes nacionais que chegavam entravam. Hoje conseguimos selecionar”, explica Federeci. A oferta de conteúdo, tanto internacional quanto nacional, é grande e o fato de o festival acontecer em várias salas de cinema da capital paulista possibilita programar produções para determinados segmentos dentro do nicho.
O Cineclube LGBT, no Rio de Janeiro, tem uma sessão por mês no Cine Odeon com filmes sobre a diversidade sexual.
“Conseguimos fazer a ultrassegmentação”, define Fischer. Segundo Federeci, o festival também é programado com filmes comerciais e experimentais. Em 2010, por exemplo, foram exibidos 35 longasmetragens. Quatro deles já tinham previsão de lançamento e mais três foram comprados por distribuidores durante o evento. Com menos tempo de estrada, Alexander Vinícius de Mello, curador e organizador do Festival Diversidade em Animação, cuja terceira edição aconteceu de 6 a 13 de maio, no Rio de Janeiro, também menciona o rápido crescimento do evento, programado com curtas-metragens internacionais e nacionais. “Essas animações não participam de circuitos ou então só participavam em programas mais abrangentes, como o Anima Mundi”, explica. Ao criar um espaço específico, Mello acredita que também estimula os realizadores brasileiros a desenvolverem 58
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conteúdo para este público, já que hoje a maior parte das animações vem dos Estados Unidos e da Europa. O For Rainbow - Festival de Cinema e Cultura da Diversidade acontece há cinco anos em Fortaleza. A diretora Verônica Guedes também aponta o aumento da quantidade e da qualidade dos filmes que chegam para a seleção. No entanto, ela destaca um problema: a captação. “Nunca conseguimos captar junto a empresas privadas. O festival ainda está de pé graças ao apoio do Ministério da Cultura e da Prefeitura Municipal. Eventualmente, do governo do estado”, diz Verônica. Federeci confirma a insegurança das empresas em associar suas marcas a um festival com esta temática e explica que o principal apoio vem das Secretarias de Saúde, Justiça e Direitos Humanos. Difusão No entanto, estes eventos têm força por tratar de uma questão que também é tema importante para debate social e encontram caminhos alternativos para a expansão. Para chegar a novos públicos, o Festival For Rainbow fez uma parceria com o Conselho Nacional de Cineclubes (CNC). Foram selecionados 110 cineclubes e 40 Pontos de Cultura espalhados pelo país para participar de uma mostra itinerante. Em julho, eles receberam uma maleta artesanal com o “kit For Rainbow”, contendo um DVD com filmes de curta e médiametragem nacionais, um catálogo, um CD com produtos gráficos para reprodução e textos de interesse da questão LGBT, um cartaz, produtos artesanais com motivos LGBT e
FOTOs: DIVULGAÇÃO
camiseta para sorteio ao público das sessões itinerantes. Segundo Carolinne Vieira, diretora adjunta de acervo e difusão do CNC, a iniciativa tem o objetivo de promover o debate sobre a diversidade sexual e combater a homofobia, além de aumentar o acervo dos cineclubes com filmes sobre este tema. Ela diz que os cineclubistas estão instruídos também a gravarem depoimentos com as impressões dos espectadores sobre as sessões. A ideia é montar um documentário depois. O cineasta Aleques Eiterer, sabendo que há poucas possibilidades de exibição para estes filmes, criou o Cineclube LGBT em junho de 2008, no Rio de Janeiro. Uma vez por mês, geralmente na última sexta-feira do mês, o Cine Odeon tem uma sessão programada com filmes que tratam da diversidade sexual. “A gente faz programas temáticos, temos parcerias com vários festivais de cinema. O
“Como esquecer”: uma boa história e o potencial do público LGBT para o consumo de cultura chamaram a atenção da produtora e da distribuidora.
grosso da programação é de curtasmetragens nacionais”, explica Eiterer. Segundo o organizador do cineclube, algumas pessoas o questionam sobre a segmentação da programação. “É um risco que se corre, mas é interessante colocar o público em contato. É uma forma de dar visibilidade a estas obras”, diz Eiterer, explicando que as sessões são cobradas (R$ 8 inteira e R$ 4 meia) e há um público fiel. As sessões são seguidas de uma balada.
Filmes com o tema começam a avançar para a programação de outros festivais no Brasil. Pelo primeiro ano em seis edições, o Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo, que aconteceu em julho, ganhou uma mostra específica com filmes de temática gay de vários realizadores latino-americanos: Soy Loca Por Ti América. A curadoria é de Suzy Capô, que propôs à organização do festival fazer uma retrospectiva de produções feitas desde a década de 70. Suzy tem experiência com estas produções e com o público que elas conquistam. Foi curadora do Festival Mix Brasil por muitos anos. Em 2008, fundou a distribuidora Festival Filmes, com o propósito de distribuir filmes de nicho, com ênfase na produção de temática LGBT. A ideia inicial era trabalhar com o mercado de DVD, mas percebendo que não haveria muitas possibilidades neste
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Integrante do projeto internacional Fucking Different, “Depois do Almoço”, da Filmes de Abril, ganhou prêmio de melhor curta no Festival de Paulínia em 2010.
buscam filmes que possam agradar também a outros públicos. Elisa Tolomelli, da carioca Eh! Filmes, lançou em 2010 o filme “Como Esquecer”, uma obra inspirada no livro homônimo de Myriam Campello. É uma narrativa sobre a perda de um amor protagonizada por um casal homossexual. “Trata a questão do homossexualismo sem tratar do homossexualismo em si. O filme traz o homossexual para a área comum”, explica Elisa. Segundo Elisa, o processo de captação não foi tão simples. Ela passou por reuniões com várias empresas privadas que diziam gostar da história, mas não queriam ter a imagem associada ao filme. “É uma negativa velada. Ninguém diz, mas se percebe o desconforto nas entrelinhas”, conta, explicando que somente empresas estatais com programas internos voltados para a diversidade patrocinaram o filme. A distribuidora Europa Filmes entrou
Tela colorida O jornalista Stevan Lekitsch lançou neste ano pela Edições GLS (do Grupo Editorial Summus) o livro “Cine Arco-Íris – 100 anos de Cinema LGBT nas Telas Brasileiras”, em que reúne material de dez anos de pesquisa. “O que me motivou foi que muitos amigos conhecem os filmes atuais, mas não os antigos. Fiquei surpreso com a quantidade de títulos. Os primeiros são da década de 20. Não é uma produção exatamente recente”, explica o escritor. No livro, dividido em décadas, Lekitish fala de aproximadamente 300 produções. Segundo o autor, é possível observar que o cinema vai refletindo o momento para a produção LGBT. Ele explica que até a década de 60 era tudo muito velado e subliminar. Com a liberação sexual da década de 70, já é possível observar algumas mudanças. A década de 80 é bastante marcada pela AIDS. O maior número de produções vem dos anos 2000. “Os personagens gays passam a ser pessoas mais bacanas e bem resolvidas. Deixam de ser retratadas como pessoas solitárias e problemáticas”, aponta Lekitsh. Para ele, a sociedade também se desvencilha aos poucos de certos preconceitos e isso tende a aumentar produção sobre o tema.
Produção Os produtores que enveredam pela temática LGBT têm uma linha de raciocínio parecida à de Suzy e 60
também na produção com recursos do edital da Petrobras e Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Elisa acredita que os interesses dela e da distribuidora coincidiram: ambas sabiam que estavam diante de uma boa história e do potencial do público gay para o consumo de cultura. “Sabia que existia um mercado galopante GLS que consome cultura e é um público carente deste tipo de filme. Sabia que no mínimo teria este público para assistir. A gente projeta, mas tem que saber o tamanho do mercado dele”, ressalta Elisa. Elisa considera bons os resultados: 50 mil espectadores no cinema e vendas para 12 países. “Ele cumpriu o papel que desenhei para ele e estou muito feliz com o resultado artístico. Nunca achei que chegaria a 500 mil espectadores. Não é um filme popular”, diz. Ela tem vontade de voltar a produzir para este público. “Se pintar outro projeto tudo bem. Não sou produtora de nicho nenhum. Produzo bons projetos”, afirma. Rodrigo Diaz Diaz, sócio da produtora paulista Filmes de Abril, tem dois curtas-metragens abordando temas LGBT. “A gente percebe que muitos festivais tradicionais acabam restringindo, mas, por outro lado, a gente descobriu que tem um mercado grande surgindo”, explica ele. O primeiro curta LGBT do portfólio da produtora, “Páginas de Menina”, de
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Pinnacleanimates/shutterstock
mercado que está em declínio, ela decidiu apostar na distribuição theatrical e hoje também analisa o mercado de VOD. “O modelo de negócio das distribuidoras procura atingir um público abrangente, não querem trabalhar com público direcionado. No caso de filmes gays, muitos distribuidores evitam divulgar explicitamente. Eu pensava em uma coisa diferente. Tudo tem um público, ainda que seja pequeno”, observa Suzy. Com experiência com o público, contatos internacionais e sensibilidade para selecionar o que pode dar certo, ela resolveu desbravar este mercado. Para Suzy, já existe um mercado para a produção LGBT que se consolida com a visibilidade que os filmes vêm ganhando em grandes festivais internacionais. O Festival de Berlim, por exemplo, tem premiação especial para obras com este perfil e é um espaço de networking para programadores de festivais e profissionais de outros elos da cadeia audiovisual. “A partir do momento em que você cria mercado, você tem aumento da produção e da qualidade”, explica Suzy. A Festival Filmes tem no portfólio filmes como o americano “De Repente Califórnia” e o peruano “Contracorrente”. Neste ano, a distribuidora deve lançar “A Viagem de Lúcia”, uma coprodução entre Itália e Argentina. Suzy conta que busca trabalhar com filmes que abordem a temática LGBT, mas que tenham potencial de levar o público hétero ao cinema. “A Viagem de Lúcia”, por exemplo, aborda uma relação entre mulheres, mas fala de transformação e superação para um público feminino no geral, na opinião de Suzy. “O público maior do filme é gay, é minha chance de falar diretamente com o público. O que vier além dele é um plus”, destaca a distribuidora.
FOTO: DIVULGAÇÃO
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Contato de Vendas para BBC World News: Miguel Torres-Bohl Castalia Communications Telefone: (511) 348-7800 Celular: (511) 99*824-7487 (Nextel) miguel@castaliacom.com
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( mercado) 2008, foi vendido para um canal online americano e para uma coletânea de DVDs canadense. O segundo curta-metragem com tema LGBT produzido pela Filmes de Abril ganhou prêmio de melhor curta-metragem no Festival de Paulínia de 2010. “Depois do Almoço” integra um projeto chamado Fucking Different, idealizado por um produtor alemão. Ele sugere a diretores que retratem a ideia que eles têm de um relacionamento entre mulheres e a diretoras que retratem como elas imaginam que é um relacionamento entre homens. A experiência já foi feita na Alemanha, em Israel e chegou ao Brasil em 2009. Diaz foi um dos diretores brasileiros a participar do projeto. A proposta era fazer um curtametragem de baixíssimo orçamento (cerca de 250 euros), mas Diaz decidiu investir alguns recursos da produtora para poder fazer um projeto mais completo. “Depois do Almoço” é a história de duas amigas, casadas, donas de casa, que “ficam” após um almoço em família. Atualmente, o filme participa do circuito de festivais e, embora não tenha sido comercializado, está sendo analisado por canais de televisão. Segundo Diaz, é interessante trabalhar com a temática LGBT, mas ele prefere deixar de lado os rótulos. “Não quero o preconceito ao
A censura do curta “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, da Lacuna Filmes, deu visibilidade ao trabalho. Um longa-metragem está em captação.
contrário. Quero levar a produção a outros públicos também. ‘Depois do Almoço’ é uma comédia”, observa. Outra produtora paulista com algumas experiências na produção de conteúdo LGBT é a Lacuna Filmes. O primeiro curta-
sala de aula. O curta, dirigido por Daniel Ribeiro, causou polêmica em uma sala de aula em Rio Branco, no Acre, em que alunos levaram reclamações a líderes religiosos locais e o projeto, confundido com o kit antihomofobia do governo federal, também foi suspenso. “Isso acabou dando visibilidade para a gente. O filme está no YouTube e teve 70 mil views na semana do acontecido. Só no primeiro dia foram 11 mil views”, conta o diretor, que acredita na força da Internet para a distribuição deste tipo de conteúdo. Hoje, a produtora está captando recursos em editais para desenvolver um longa-metragem baseado no curta
Para organizadores de festivais e produtores, empresas ainda não se sentem totalmente confortáveis em patrocinar projetos com a temática LGBT. metragem com esta temática do portfólio é “Café-com-Leite”, que circulou por vários festivais e foi vendido para os Estados Unidos e para a Europa. Em 2010, a produtora lançou “Eu Não Quero Voltar Sozinho”, que ganhou prêmios nacionais e internacionais. “Eu Não Quero Voltar Sozinho” fez parte de um projeto chamado Cine Educação, uma coletânea de curtasmetragens que abordam temas referentes aos direitos humanos para a discussão em
“Eu Não Quero Voltar Sozinho”. Existe também a possibilidade de uma coprodução internacional. Ribeiro explica que a Lacuna Filmes não é uma produtora de nicho, mas sente-se bem ao lidar com o assunto.“Eu tenho vontade de falar sobre o assunto, mas não exclusivamente. É importante que haja a discussão”, destaca Ribeiro, ressaltando a importância de dialogar com o público geral. “Este diálogo é possível”, conclui.
A produção pornográfica para o público LGBT não vive os melhores momentos, segundo Antônio Carlos Silveira, sócio da Ícaro Studios. Ele aponta os vilões do mercado: a pirataria de DVDs e a Internet. Fundada há sete anos, a Ícaro Studios produzia conteúdo e distribuia DVDs. Hoje, a empresa funciona apenas como distribuidora de DVDs e tem alguns negócios com operadoras de telefonia móvel. A distribuidora comprou o portfólio de outra produtora do ramo que faliu e trabalha com este conteúdo. “Pensam que é um negócio fácil, mas não é. Há dois anos não produzo mais. É difícil encontrar um gay famoso para produzir. Acho que este mercado não vai muito longe”, avalia Silveira. Já Maurício Palettas, gerente geral dos canais Playboy na Globosat, enxerga boas perspectivas para o canal For Man, voltado para o público homossexual masculino. O canal estreia cerca de 210 novos títulos por ano, entre conteúdo nacional e internacional. Cerca de 40% da
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programação é nacional. Uma pesquisa do Instituto Marplan, feita no primeiro trimestre de 2011, indica a fidelidade do público homossexual e bissexual na assinatura de canais eróticos: a maioria tem assinatura há mais de três anos. A pesquisa também mostra o alto interesse do público no conteúdo erótico. Entre os homossexuais, 53% se interessam pelo conteúdo pornográfico. Entre os bissexuais o índice chega a 89% e entre os héteros a 40%. Palettas também é otimista em relação à distribuição do For Man e dos demais canais Playboy no VOD da Net, o Now. “Eu acho que é uma tendência efervescente. A gente está acompanhando. Estamos lançando produtos novos, novas sessões em canais específicos e acompanhando pesquisas”, explica Palettas. O gerente geral conta que há também um interesse pelo homossexual feminino, que já tem faixas específicas em canais como o Sexy Hot.
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Apimentados
( making of )
Lizandra de Almeida
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Perseguição na rede
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FOTOs: DIVULGAÇÃO
ara dar ainda mais dramaticidade ao último programa do reality show “Ídolos”, a Rede Record decidiu encomendar a produção de um filme especial que antecedesse a revelação do grande vencedor. O filme foi ao ar na noite de 14 de julho, logo antes da apresentação do resultado ao vivo da casa de espetáculos Via Funchal, em São Paulo. Combinando cenas ao vivo com animação, o filme mostra um personagem misterioso que chega em sua casa, liga o notebook para acessar seus e-mails e se vê diante de uma missão: entregar o envelope do Ídolos no Via Funchal. Sugado pelo computador, ele começa a percorrer vários sites, passando pelo portal da Rede Record e os anúncios dos patrocinadores, Fiat, Net e Pepsi. Uma vez dentro da Internet, o personagem começa a ser perseguido por hackers que querem o envelope com o resultado do programa. O personagem vai percorrendo os sites dos patrocinadores com os hackers em seu encalço, mas consegue fugir e chegar ao computador de um produtor do programa, pulando da tela para o camarim do jornalista Britto Jr., que recebe o envelope. Ao vivo, o apresentador entrou no palco do programa para finalmente entregar o envelope que revelou o grande vencedor para o apresentador Rodrigo Faro. Enquanto o filme era exibido para os espectadores em casa, também foi projetado no Via Funchal. Segundo João Luz, diretor do projeto, a produtora sugeriu que o filme fosse criado em pós-produção para viabilizar o prazo e a verba. A solução permitiu criar o suspense que a emissora queria promovendo também uma ação de merchandising a partir dos sites dos patrocinadores. Uma das principais preocupações, já que havia três patrocinadores, era
Personagem passa por sites dos patrocinadores com o envelope do vencedor do “Ídolos”.
não privilegiar um ou outro. Ou seja, o personagem precisava passear de maneira equilibrada pelos sites de cada um. “Escrevi o roteiro com o Marcelo e apresentamos para a Record e para os patrocinadores”, explica. “Fizemos um story board e então um animatic com todo o caminho percorrido pelo personagem para validar o trabalho, antes de começar a produção”, explica João Luz. “Precisávamos ter certeza de que as telas permaneceriam as mesmas, para não ter de refazer, já que o prazo era curto.” A produtora agregou parceiros de animação para viabilizar o filme em cinco dias de trabalho. A parte filmada foi captada com uma câmera 5D, no caso das cenas externas. Para o ambiente interno, a equipe usou uma AF3 da Sony, com um jogo de lentes ultraprime. “A ideia era dar essa cara de filme, mais escuro, como se realmente fosse um suspense para o cinema”, diz João Luz. Depois as imagens passaram por um processo de correção de cor. 64
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A animação foi criada pela dupla Chico Zullo e Fred Matias, com Bruno Garcia e Zeca Riscala, os motion designers da casa. Depois as imagens foram trabalhadas no After Effects. O Smoke foi usado para a cena em que o personagem é sugado pela tela do computador.
ficha técnica Cliente Rede Record (Guilherme Bernardo) Produtora Crash Filmes Direção João Luz Roteiro Marcelo Bellintani e João Luz Fotografia Paulo Costa Produção Cris Moura Dir. de Arte Marghe Pennacchi Pós-produção Crash Filmes Montagem Marcos Kacherian Motion Design Bruno Garcia e Zeca Riscala Animação Chico Zullo e Fred Mathias Smoke Artist Roosevelt Garcia Finalização Augusto Magrão Trilha Vinyl
Uma TV para a sustentabilidade
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Digital 21 coloca no ar em agosto a SWU TV, parte do projeto SWU, iniciativa do grupo TotalCom. O SWU - sigla de Starts With You (começa com você) - estreou em 2010 como um festival de bandas internacionais e brasileiras, que se repete em 2011, em Paulínia (SP). O projeto tem um caráter educativo e de conscientização ambiental, e prevê uma série de ações online, entre elas a TV. A Digital 21 é sócia no projeto da SWU TV e desenvolveu toda a interface gráfica, além de trabalhar na produção, edição e finalização do conteúdo e de equipar a unidade móvel que vai cobrir eventos e ações promovidas pelo projeto. “Criamos uma identidade visual, com muito motion design e animações”, explica o diretor Rodolfo Patrocínio. “Todos os conteúdos são trabalhados com essa identidade, que é bem gráfica, feita a partir de setas coloridas que apontam para os três temas do SWU: arte, música e sustentabilidade.” A produtora participa desde o início
Espectador seleciona o que quer assistir na SWU TV em uma esfera tridimensional
do projeto e já tinha desenvolvido a interface do site. A programação fica por conta da equipe da Fischer & Friends, empresa do grupo TotalCom. A TV terá quatro horas de conteúdo ao vivo por dia e, por ser na Internet, também permite que o espectador selecione o que quer assistir e monte sua própria programação. Tudo o que foi exibido fica disponível a partir dos menus temáticos, com vídeos sobre as atrações que se apresentam no festival, bastidores, documentários sobre ONGs e projetos de sustentabilidade e entrevistas. Os espectadores também poderão mandar vídeos sobre soluções de sustentabilidade criadas por eles, para que sejam disseminadas pela rede. Para montar a programação, o espectador seleciona o que quer assistir em uma esfera tridimensional que aparece com várias texturas diferentes, sempre a partir de elementos recicláveis, como folhas, pneus, garrafas PET e outros. “A esfera é controlada pelo mouse e está sincada com as opções de conteúdo. O espectador gira e assiste o que quer”, explica Rodolfo.
Além da Digital 21 e da Fischer & Friends, o projeto conta com a parceria da Sambatech, empresa especializada na transmissão ao vivo para a Internet e em uploads e downloads de vídeo. A edição 2011 do Festival, que acontece de 12 a 14 de novembro, terá cobertura e transmissão ao vivo, a partir da unidade móvel montada pela Digital 21. A unidade conta com uma equipe de jornalista, câmeras e técnicos para captação e gravação e edição de entrevistas. A SWU TV entra no ar em sua versão beta na URL do Festival (www.swu.org.br/swutv) e depois ganha URL própria. ficha técnica Projeto SWU TV Criação e Fischer & Friends, desenvolv. Digital 21 e SambaTech Direção geral Rodolfo Patrocínio Produção João Felipe Keunecke Prod. executivo Eduardo Fischer Câmeras Bruno Pozzi e João Jasmim Direção de arte Celso Lopes Artes e motion Daniel Gabbay, Fabio Holtz, design Francis Girard, Amanda Seiler e Flávio Muraca Edição Alice Riff Finalização Carlos Cunha Programação Felipe Medina e Bruno Oliveira
( cinema ) Pedro Santos, de Florianópolis
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Mercosul, cinema e televisão O 15º Florianópolis Audiovisual Mercosul fortalece parcerias no setor de produção entre países latino-americanos e discute a existência de um cinema transnacional.
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AnatolyM / shutterstock
mbora as parcerias em negócios audiovisuais entre países latinoamericanos tenham crescido de alguns anos para cá, o cinema feito no continente ainda tem que superar obstáculos internacionais que inviabilizam outras atividades no setor. Essa busca tanto no que diz respeito à viabilização econômica quanto pela identificação de histórias e narrativas que representem a América Latina pautaram as discussões do Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) 2011. O evento, que integra o circuito consolidado de festivais, se notabilizou por ser um dos únicos a integrar cinematografias não só dos países que fazem parte do Mercosul, mas de toda a América Latina. Em sua 15ª edição, realizada entre dias 24 de junho e 1° de julho, foi palco de discussões que envolveram as novas formas de produzir cinema, oportunidades de negócios e políticas no setor audiovisual. No evento, produtores tiveram a chance de apresentar projetos para que consultores profissionais avaliassem possibilidades de negócios. A consultoria técnica e legal foi oferecida pelo advogado especialista em entretenimento Fábio Cesnik e pelo executivo de cinema Steve Solot, presidente da Rio Film Commission. “Eu já tenho certa experiência na consultoria de projetos e é sempre uma troca bastante enriquecedora. Percebo, na maior parte dos casos, uma maturidade dos produtores e
dos projetos, tanto que alguns estão bem adiantados e praticamente prontos para serem filmados”, avalia Solot.
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Estratégias de coprodução De longe, o tema que mais incendiou o fórum de discussões do festival foi a busca de um modo comum de fazer cinema na América Latina. Um dos raros exemplos de integração é o do produtor Beto Rodrigues. Desde que começou a trabalhar com cinema, no auge da crise provocada pela extinção
“O Brasil firmou vários acordos bilaterais, mas ainda muito pouco resultou deles.” Beto Rodrigues, da Panda Filmes
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da Embrafilme durante o governo Collor, Rodrigues já pensava em integrar ao máximo a forma de produção entre o Brasil e seus vizinhos mais próximos. Ele foi ao festival representando dois longas-metragens que coproduziu com a Argentina e o Uruguai: “La Vieja de Atrás” e “Reus”, respectivamente. “Nosso cinema sempre esteve de costas para a América Latina. Agora está acontecendo uma mudança estratégica. O Brasil firmou vários acordos bilaterais, mas ainda muito pouco resultou deles. Não temos essa tradução em coproduzir com os países vizinhos”, explica o produtor. Beto Rodrigues chama a atenção para pelo menos três vantagens em realizações de coprodução: o compartilhamento de riscos, já que sempre há o problema de se levantar fundos para o orçamento; o estranhamento cultural, que acaba sendo produtivo para qualquer obra de arte; e a abertura potencial de mercado. “Quando transpomos as fronteiras também transportamos nossa visão de mundo. Já passou da hora de pensar e produzir um cinema latinoamericano.” O produtor uruguaio Pablo Fernandez concorda. Produtor de “Reus”, que trata de um bairro violento de Montevidéu, acredita que o resultado final foi um caminho bem sucedido para mostrar que se pode fazer trabalhos conjuntos na América Latina. O longa-
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(cinema) “O Mercosul é o futuro. E as narrativas não tem que ser restritas apenas às telas grandes de cinema.”
FOTO: divulgação
metragem foi a primeira coprodução entre Brasil e Uruguai, país no qual “Reus” já foi assistido por mais de 50 mil espectadores, um sucesso de público (para aquele mercado) que não era visto desde “El Baño Del Papa” (2009). “Os países do Mercosul têm que estar abertos a filmar em esquema de coprodução. Falta intercâmbio cultural, de técnicas, e mais estímulo à produção, com impostos reduzidos e incentivos fiscais”, analisa o diretor. Em outra mesa de discussões no festival, a secretária do audiovisual (SAv) do Ministério da Cultura, Ana Paula Santana, defendeu coproduções entre os países do Mercosul não só na área do cinema. “O Mercosul é o futuro. E as narrativas não tem que ser restritas apenas às telas grandes de cinema, mas a outros aparelhos, plataformas inovadoras e múltiplas linguagens. A essência latino-americana é o que nos une e não se pauta por modelos estabelecidos”, afirma. O diretor da Rede Tal (Televisão América Latina), Orlando Senna, também acredita que essa união é um caminho sem volta. “É possível, sim, fazer produções
Ana Paula Santana, da SAv
latino-americanas. O maior entrave hoje talvez esteja na distribuição. É o gargalo da garrafa e um problema para o qual muitos países não encontram solução. É preciso trabalhar nesse sentido. Mas de qualquer forma, temos uma infinidade de temas e particularidades que compartilhamos com os países vizinhos”, enfatiza. Cinema transnacional Apesar dos lados opostos em outra mesa de discussão, o cineasta brasileiro Carlos Reichenbach e o chileno Matías
produtores ao dinheiro. A forma como incentivamos a cultura está totalmente equivocada. Como incentivar a cultura com recursos do empresariado? As leis de incentivo, do jeito que estão, só beneficiam projetos que não são artísticos, porque as empresas aproveitam a isenção fiscal para divulgar a marca. Mas o que é isso? Isso não é arte”, afirma Reichenbach, acrescentando que a política anda em desalinho com a arte. Já Matías Bize, diretor do filme mais aclamado no festival, “La vida de los Peces” (representante do Chile no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e vencedor do prêmio Goya como melhor filme hispanoamericano), chamou a atenção para a falta de incentivos. De acordo com o diretor, no Chile é impossível fazer
produtores discutiram modelos de incentivo em evento em florianópolis. Bize tentavam desvendar encontros e possibilidades na realização de um verdadeiro cinema latino-americano. Reichenbach, diretor de filmes como “Alma Corsária” e “Garotas do ABC”, defende a responsabilidade cultural dos artistas mais do que da garantia dos direitos autorais, e afirma temer pelo futuro do cinema. “Me assusta a submissão dos
cinema sem ajuda estrangeira. “Há uma séria dificuldade em encontrar nas leis de incentivo à produção um verdadeiro estímulo. Acontece que o autor é muito inconsciente do que está fazendo. E talvez tenha que ser assim mesmo. Se eu fosse mais consciente dos problemas e das limitações não faria mais filmes”, argumenta Bize.
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TV digital lenta O I Congresso de Televisão Digital do Mercosul, evento paralelo ao FAM, discutiu a integração latino-americana no que diz respeito aos negócios em TV digital. Marco Antonio Munhoz, gestor do projeto TV Digital Social desenvolvido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), apresentou ideias de serviços públicos e interativos por meio do SBTVD. “O desafio é trabalhar os conceitos da TV digital, como sinal gratuito, alta definição de imagem e som, interatividade, mobilidade, portabilidade e multiprogramação. Se o modelo for desenvolvido em parceria com radiodifusores,
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universidades e empresas públicas, certamente contribuiremos para o processo de inclusão social”, afirmou. Em uma perspectiva mais ampla, o argentino Luis Valle, consultor em telecomunicações, explicou que o país vizinho ainda enfrenta muitas dificuldades no que diz respeito à difusão do sinal digital. “Nós estamos muito atrasados em relação aos países da Europa. Temos que correr”, avalia Valle. “Na Argentina, contamos com 19 estações digitais de transmissão de alta potência já em funcionamento. Poderia ser mais, mas levando em consideração que é um projeto público com pouco tempo de desenvolvimento, é bastante coisa.” O consultor acrescenta que, apesar dos atrasos, iniciativas governamentais estão ampliando rapidamente o sistema digital no país vizinho, como o Plano LCD para Todos e o Plano Nacional de Telecomunicações: Argentina Conectada. Assim, a expectativa oficial é a TV digital alcance todo o território argentino em até cinco anos.
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Extinções Com coprodução entre Grifa e Gullane, Brasil participa de série de televisão envolvendo França, Cingapura e Canadá.
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FOTO: divulgação
Brasil, por meio das produtoras Grifa e Gullane, foi convidado a participar de um projeto internacional de série de televisão coordenado pelo francês Frederic Lepage, da Frederic Lepage Concepts. A proposta era fazer uma série de documentários para a televisão abordando o assunto animais em extinção em diversas partes do mundo. Além de França e Brasil, participam do projeto Cingapura (Oak 3 Films) e Canadá (Greenpeace). O contato com Lepage foi feito em festivais internacionais frequentados pelo diretor Maurício Dias, fundador da Grifa, que já produziu documentários para canais como National Geographic e Discovery Channel. No projeto de Lepage, ele assina a direção do episódio brasileiro sobre a onça-pintada. Para participar do projeto, explica Dias, os países envolvidos tinham que se comprometer a encontrar um canal para a exibição da série e levantar recursos para a produção do seu episódio. Além da onça-pintada, foram produzidos documentários sobre o urso polar, o orangotango, o guepardo e o elefante asiático. Dias conta que a TV Brasil prontamente aceitou a proposta e entrou como parceira no projeto, fazendo aporte financeiro. O restante do orçamento foi captado em leis de incentivo. A Tetra Pak entrou como patrocinadora porque constatou que o projeto tinha propostas semelhantes à filosofia de sustentabilidade da empresa, que prega a mudança
Produtoras brasileiras fizeram o episódio sobre a onça-pintada.
de hábitos para auxiliar na preservação da biodiversidade do planeta. Segundo o diretor, foram aproximadamente três anos entre a elaboração e a finalização do projeto. Neste período, aconteceram frequentes reuniões entre os produtores participantes para definição e alinhamento da linguagem da série.
porque não há muito material atualizado sobre a espécie. Habitat Após intensa pesquisa, a equipe iniciou as filmagens, que aconteceram entre janeiro e março de 2010, na região do Parque das Emas, em Goiânia, e na ONG NEX (No Extinction), que fica na região
Para participar do projeto, cada país precisava ter um canal para a exibição da série e captar recursos para o seu episódio. Era preciso ter uma unidade na atração porque os canais que entrassem na parceria teriam o direito de exibir o programa completo. A equipe brasileira decidiu trabalhar com a onça-pintada
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de Brasília. O apoio da equipe dos biólogos Leandro Silveira e Anah Jacomo, profissionais que também são personagens no episódio brasileiro, foi fundamental nestas etapas. “É um filme de
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FOTO: Guillaume Bernard
FOTO: Isabelle Han
FOTOs: divulgação
FOTO: Oghel Joye
natureza, mas existe uma narrativa que funciona superbem”, destaca o diretor. O episódio acompanha a história de Lenda, uma jovem fêmea de onça pintada que habita o Parque Nacional das Emas. Cercada de fazendas por todos os lados, Lenda se vê forçada a entrar na perigosa área ocupada pelo homem. Durante o episódio, a equipe brasileira acompanha a jornada de Lenda desde o Parque Nacional das Emas até o corredor ecológico do parque indígena do Xingu, aborda temas como a ameaça dos pecuaristas e o infanticídio na espécie, além de registrar o trabalho da equipe de Silveira “A gente fez cenas muito bonitas de natureza, a parte plástica foi trabalhada com bastante cuidado”, conta Dias. A captação de imagens foi toda feita em full HD. Cada país produtor também ficou encarregado da finalização do episódio que produziu. No Brasil, a Grifa e a Gullane convidaram os atores Luana Piovani e Eduardo Moscovis para narrar todos os episódios. A TV Brasil exibiu entre os meses de junho e julho a série completa, com imagens registradas em 17 países. Os seis episódios foram ao ar semanalmente, às quartas-feiras, às 23h. Com distribuição internacional da Zodiak, a série já foi vendida para cerca de 70 países. Segundo Dias, “Extinções” foi ao ar na França pelo canal France 5 e teve boa audiência.
Extinções
série de 6 episódios age Gullane, Grifa, Frederic Lepgua, Coprodução cepts (França), Marca D’A e Con ak 3 Films (Cingapura) O Greenspace (Canadá) Maurício Dias Direção (Brasil) Formato
Sinopse: Uma iniciativa internacional para tentar reverter a tendência de extinção de seis animais é documentada na série “Extinções”. As vidas de um urso polar, de uma onça pintada, um guepardo, um orangotango, um elefante asiático e um tigre foram acompanhadas.
Salvação Dias conta que uma nova temporada da série começa a ser desenhada. Ela deve se chamar “Salvos da Extinção” e terá, a princípio, o envolvimento de produtores do Brasil, do Canadá e da França. “Ainda estamos discutindo o conceito, o processo de criação. As premissas são parecidas e estamos falando com
alguns canais para serem parceiros”, diz o diretor. A ideia é que para a próxima temporada o Brasil produza dois episódios que devem ser rodados em agosto de 2012. Dias explica que existe ainda a 72
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possibilidade, futuramente, de juntar o conteúdo das duas séries e produzir um material para exibição nos cinemas. Ana Carolina Barbosa
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Solução integrada
Logos e marcas
Miranda aprimora integração entre roteadores NVision 8500 e multi-viewers Kaleido.
FOTOS: divulgação
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Miranda Technologies apresenta na IBC, que acontece em setembro, em Amsterdã, os reforços em sua linha de gerenciamento de sinais em estúdio e em sistemas de monitoramento. Para simplificar a monitorização e gestão de sinal em estúdios de produção e em caminhões, a empresa tem melhorado a integração entre seus roteadores NVision 8500 com o processamento de áudio e seus multi-viewers Kaleido, bem como com switchers de produção de terceiros. Usando um software de integração, os multi-viewers e os roteadores comportam-se como uma única solução, reduzindo a complexidade do estúdio, e também aumentando a flexibilidade do sistema, a redundância e escalabilidade. Esta integração entre roteador e multiviewer também fornece ferramentas de rastreamento através de vários estúdios, com capacidade de registro. O roteador NVision 8500 3Gbps/HD, que está no centro desse sistema de estúdio, fornece processamento de áudio embutido, para economizar espaço e custos, ao mesmo tempo em que racionaliza o uso de cabeamento. Este processamento de áudio também evita problemas de tempo (sync) no sinal associados com o uso de de-embedders/embedders externos em estúdios.
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ChannelBox automatiza inserção de logos e informações na programação.
evento brasileiro Broadcast&Cable, realizado com o Congresso SET, contará com apresentação especial da Chyron, que trará ao País o seu recém-reforçado ChannelBox. Trata-se de um sistema de channel branding que apresenta design 2D/3D com um conjunto de ferramentas de aquisição para todas as aplicações da marca do canal. A solução permite aos usuários acessar os dados - de feeds RSS, tráfego, meteorologia, mercado financeiro, eleições, tickers, promos etc - e publicá-los no ar de qualquer lugar, a qualquer hora. A versão 4.1 do ChannelBox apresenta um sequenciador de playlist que permite que um único comando desencadeie uma sequência de telas. Ao automatizar os processos, reduzindo a carga de trabalho do operador, a solução agiliza o fluxo de trabalho e economiza o tempo da equipe.
Migração ágil
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aseada na tecnologia Samma, da Front Porch, a nova solução de migração SAMMAsolo HD permite executar, em tempo real e com controle de qualidade, a migração de conteúdo de fitas HD para um ambiente digital seguro, garantindo a preservação do conteúdo e facilitando o acesso. A solução atende a uma necessidade crescente ao permitir que emissoras e instituições de preservação e arquivo de conteúdo preservem e façam uso de seus ativos. Todas as soluções de migração da linha SAMMAsolo combinam hardware e software para mover o conteúdo dos arquivos de fitas para arquivos digitais de vídeo em variados formatos, em uma única passagem. Como a solução automatiza as etapas repetitivas e usa a análise de sinal para avaliar a qualidade do vídeo e para monitorar e documentar a própria migração, o trabalho não demanda 74
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muito tempo de treinamento e pode ser feito com uma equipe reduzida. O processo preserva o timecode da fonte e também associa indexação e metadados técnicos.
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Solução de migração de fita para arquivos digitais automatizada minimiza o tempo de treinamento e o tamanho da equipe.
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Temos um encontro marcado em Copacabana.
DIAS 6 E 7 DE OUTUBRO DE 2011 R I O O T H O N PA L A C E H O T E L Copacabana, Rio de Janeiro, RJ
A reunião de toda indústria de satélites da América Latina. Sempre renovado e relevante, o Congresso Latino-Americano Satélites 2011, discutirá importantes assuntos do setor, como: • Papel do satélite na universalização da banda larga. • O crescimento explosivo do DTH. • A entrada de grandes indústrias brasileiras no segmento aeroespacial • Novas aplicações em comunicações marítimas, meteorologia, imagem, sensoriamento remoto.
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Gefen apresentou dois novos modelos de players de mídia digital para sinalização, ampliando seu leque de soluções destinadas a este segmento crescente da indústria. Ambos os Digital Signage Media Players com wi-fi contam com SMIL (Synchronized Multimedia Integration Language), tornando-os compatíveis com qualquer sistema de computador LAN, seja por conexão direta à LAN ou usando a conexão wi-fi. Os usuários podem reproduzir vídeo 1080p Full HD. As caixas contam com saídas de vídeo componente e composto e dois canais de áudio. O Digital Signage Media Player com wi-fi oferece 4 GB de memória flash interna e slot para cartão SD de até 16 GB. Teclados, mouses, discos rígidos e outros acessórios podem ser conectados através das duas portas USB 2.0. O Digital Signage Media Player com wi-fi Plus oferece as mesmas características, mas com a capacidade adicional para conectar vídeo ao vivo usando uma entrada de vídeo composto com áudio. Os usuários também podem fazer a sobreposição de conteúdo e separar o vídeo em quatro quadrantes para sistemas mais complexos. A caixa também tem controle de monitores externos RS-232. Ambos os modelos suportam os formatos mais populares, incluindo MPEG-1, MPEG-2, MPEG L2, MP3, H.264/MPEG-4, e VC-1. Digital Signage Media Players com wi-fi reproduzem vídeo fullHD em telas de sinalização.
Transcodificação automatizada FOTOS: divulgação
Sinalização sofisticada
Transcode Manager 2.0, transforma grandes volumes de mídia entre dezenas de formatos.
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Transcode Manager 2.0, da Digital Rapids, é a nova geração do software de transcodificação de arquivos de mídia, que fará sua estreia na IBC, em setembro. Construído sobre a plataforma Kayak, o software combina automação inteligente e alto desempenho para transformar grandes volumes de mídia entre dezenas de formatos de aquisição, produção, arquivo e distribuição. Os novos recursos incluem um sofisticado processo de automação orientado por metadados; maior flexibilidade de implantação e escalabilidade; além de facilidades para uso da nuvem, com processamento de mídia local e baseada na nuvem.
Suporte a BXF
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om a versão 2.3 do Morpheus, a Snell apresenta funcionalidade BXF ao seu sistema de automação. O BXF (Broadcast eXchange Format) é um padrão de comunicação criado pela SMPTE para facilitar o tráfego de dados em ambiente broadcast. Na IBC, a Snell demonstrará três módulos do sistema: BXF Import Content, BXF Media Change Notifier e BXF Schedule Query. Os três módulos fornecem um ciclo contínuo entre o banco de dados do Morpheus e todos os sistemas BXF de terceiros pré-configurados. Com os metadados de mídia, todos os sistemas podem acessar automaticamente as informações atualizadas, garantindo que instalações estarão bem equipadas para gerir os seus conteúdos de forma transparente e precisa, Sistema de automação Morpheus passa a trabalhar com em todas as plataformas de padrão criado pela SMPTE. distribuição.
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Artel lançou o DLC410, um gateway de sinal ASI e SDI através de redes IP que permite o transporte de dois streams através de uma conexão bidirecional Gigabit Ethernet. Trata-se de uma solução ideal para operadores de TV a cabo e prestadores de serviços de vídeo com os requisitos de conectividade de vídeo interurbanos. Como seu projeto é baseado no encapsulamento e padrão de correção antecipada de erros 2022 SMPTE, o DLC410 também fornece interoperabilidade com outros produtos baseados em padrões de vídeo por IP.
Placa da Artel permite trafegar dois streams ASI/SDI em redes Gigabit Ethernet.
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( agenda ) SETEMBRO
6 a 11 Andina Link 2011, San José de Costa Rica, Costa Rica. Tel.: (57 1) 2498-229. Web: www.andinalink.com 9 a 11 de agosto de 2011 O maior e mais importante evento de negócios de TV por assinatura, mídia, entretenimento e telecom da América Latina. ABTA 2011, Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@abta2011.com.br. Web: www.abta2011.com.br
6 a 7 de outubro de 2011 O único evento de satélites da América Latina para debater os temas mais importantes do setor Congresso LatinoAmericano de Satélites 2011, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergeeventos.com.br
AGOSTO
5 a 13 39º Festival de Cinema de Gramado, Gramado, RS. Tel.: (51) 3235-1776. E-mail: festivaldegramado@lnconsultoria.com.br. Web: www.festivaldegramado.net
25 a 2/9 22º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3034-5538. E-mail: spshort@kinoforum.org. Web: www.kinoforum.org
23 a 25 Broadcast & Cable, São Paulo, SP. Tel.: (21) 3974-2028. E-mail: bc@certame.com. Web: www.broadcastcable.com.br
30 a 11/9 6º Cinefantasy – Festival Internacional de Cinema Fantástico, São Paulo, SP. E-mail: contact@cinefantasy.com.br. Web: www.cinefantasy.com.br
9 a 15 38ª Jornada Internacional de Cinema da Bahia, Salvador, BA. Tel.: (71) 3014-0678. E-mail: jornadaba@yahoo.com. Web: www.jornabahia.com 13 a 17 9º Curta Santos, Santos, SP. Tel.: (13) 3021-8833. E-mail: junior@curtasantos.com.br. Web: www.curtasantos.com.br 12 a 17 11º Curta-se, Aracaju, SE. Tel.: (79) 3302-7092. E-mail: mostras@curtase.org.br. Web: www.curtase.org.br 21 a 25 Ottawa International Animation Festival, Ottawa, Canadá. Tel.: (613) 232-6315. E-mail: info@animationfestival.ca. Web: www.animationfestival.ca
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