Revista Tela Viva 221 - Novembro 2011

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 20_#221_nov2011

Alberto Pecegueiro, diretor geral

ESPECIAL GLOBOSAT 20 ANOS

fábrica de conteúdos Programadora se prepara para a nova etapa do mercado lançando canais e investindo nas plataformas digitais de distribuição.

Convergência Fabricantes buscam atrair conteúdos e aplicativos para as TVs conectadas

Regulamentação Seminário reuniu Ancine, produtores e canais para debater efeitos da nova lei




Foto: marcelo kahn

(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro

Editor

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Redação

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Projetos Especiais Arte

Depar­ta­men­to Comer­cial

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Circulação

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Harumi Ishihara (Diretora) Gisella Gimenez (Assistente)

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T

Letícia Cordeiro

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a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Debate travado

André Mermelstein

Tela Viva News

André Mermelstein

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Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A

ela Viva promoveu em novembro, em parceria com o MIS/SP, o primeiro encontro de debates sobre a Lei 12.485/11, a nova lei de TV por assinatura, com a presença da Ancine, produtores independentes, operadoras e programadoras. Ou seja, todos os players afetados pela nova legislação no que diz respeito ao mercado de conteúdos. Pouco foi revelado sobre como será a regulamentação da lei, aguardada com certa ansiedade pelos agentes econômicos, pois definirá totalmente o tipo de exigência que cada um terá que atender. O texto ainda está em elaboração e a Ancine tem sido prudente, como deve ser, em não fomentar especulações e vazamentos que possam gerar ruído na formulação da norma. Ficou claro, porém, que o processo deve seguir os ritos mais democráticos de participação, com a realização de uma longa consulta pública e pelo menos duas audiências públicas, prometidas pelo presidente Manoel Rangel. A disposição em ouvir ficou também clara no seminário, para o qual a agência enviou parte de seu corpo técnico e gerencial para anotar as observações dos participantes. Outro aspecto positivo do seminário foi a percepção de que há solo comum entre programadoras e produtores, e que, aparadas algumas arestas, pode haver um clima de entendimento entre ambos. Houve consenso, por exemplo, de que algum grau de flexibilidade nas normas, no que diz respeito às cotas de produção nacional, beneficiaria a todas as partes, sem prejuízo do pretendido desenvolvimento do parque nacional de produção independente. Poucos dias depois do evento, a nova lei sofreu seu primeiro forte golpe desde a publicação. O Democratas (DEM) e a Sky entraram, separadamente, com ações judiciais para brecar o funcionamento da nova legislação. A posição do partido é difícil de entender. Não está claro o que motivou a manobra (uma ADIN, ação de inconstitucionalidade, no Supremo) para bloquear uma lei que tramitou tantos anos no Congresso e foi aprovada nas comissões de Constituição de Justiça da Câmara e do Senado. No caso da Sky, a ação é coerente com a posição de oposição à lei que a operadora sempre apresentou. Era esperado. O apelo à Justiça é legítimo, mas pode criar situações, como outras já vividas por esse mercado, de incerteza e paralisia. Pelo clima que se viu no evento, a lei já não assusta tanto quanto antes e seguramente os players se adaptarão a ela. O momento parece muito mais propício para o debate e o entendimento do que para o enfrentamento. Resta aguardar o pronunciamento da Justiça, para saber como o debate se desenhará nos próximos meses.

foto de capa: marcelo kahn

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Ano20 _221_ nov/11

(índice ) 16

ESPECIAL GLOBOSAT 20 ANOS

História

De serviço lançado “para ninguém” em 1991 a maior programadora da América Latina

Entrevista

20

Tecnologia

26

Produção

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Novas Mídias

36

Alberto Pecegueiro conta como a programadora se prepara para o novo cenário regulatório e tecnológico Como funciona a nova sede da Globosat, construída especialmente para abrigar os canais Novos canais e meios de distribuição estimulam investimentos no conteúdo nacional

( cartas)

Globosat investe na distribuição multiplataforma para valorizar seus canais

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Programação Felicito a iniciativa da BoxBrasil de colocar em um mercado bastante complicado novos canais com programação brasileira de qualidade. Desejo muito sucesso! Fábio Fernandes, São Paulo

Scanner Figuras Regulamentação

8 12 38

Convergência

42

Audiência Tecnologia

46 48

Making of Case

52 54

Upgrade Agenda

56 58

Ancine pede contribuições do setor para regulamentar a Lei 12.485/2011 48

Publicidade Boas as reflexões apresentadas na matéria “Videocracia”. A televisão tem que se transformar para acompanhar o crescimento desenfreado da Internet e das novas mídias. Há espaço para todos, obviamente, mas já não é tão fácil encontrar lugar ao sol. Cristiane Oliveira, Rio de Janeiro

Fabricantes, desenvolvedores e mídia apontam oportunidades abertas pelas TVs inteligentes

Eventos e ações de marcas aquecem o mercado de video mapping

Academia de Filmes roda primeira coprodução internacional

Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br

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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

telavivanews www.telaviva.com.br 6

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( scanner )

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Os meios em que as crianças mais confiam para obter informações sobre produtos e marcas são a Internet e a TV. Esse foi um dos resultados da pesquisa “O poder de influência da criança nas decisões de compra da família”, apresentada pela Viacom em evento para o mercado publicitário. O estudo mostrou que a Internet e a TV são os meios mais confiáveis para os filhos entrevistados na hora de buscar informações sobre produtos e marcas. A maioria confia na Internet (82%), comerciais na TV (70%), programas de TV (62%), amigos (61%) e pais (44%) para obter essas informações. As entrevistas foram realizadas com crianças com idades entre 9 e 14 anos, e pais e mães com filhos de idades entre 6 e 14 anos. Para chegar às informações sobre o poder de decisão de compra das crianças, a pesquisa apontou as mudanças nos papéis familiares, com pais e filhos apresentando um tipo de relacionamento diferente dos relacionamentos da geração passada. Se o modelo familiar antigo era mais autoritário, com maior controle dos pais, no novo modelo familiar “todos têm algo a dizer”. Segundo a pesquisa, 79% dos pais concordaram que são mais próximos de seus filhos do que os pais eram deles. Além disso, os interesses também são compartilhados. De acordo com a gerente sênior de pesquisa da Viacom, Adriana Pascale, os resultados mostraram que entre os interesses compartilhados entre pais e filhos estão os programas de TV (97%), seguido de restaurantes (93%) e música (86%). Segundo 99% dos pais, eles sempre (ou quase sempre) assistem TV junto dos filhos. Entre as crianças, 98% deles afirmaram ver programas de TV com os pais.

Ainda de acordo com os pais, os filhos chamam a atenção para produtos com mais frequência quando estão assistindo TV, e desejam mais os produtos depois de vê-los na televisão. A pesquisa apontou ainda que os pais pedem a opinião dos filhos sobre os produtos comprados, especialmente para os filhos mais velhos. Esse número é maior quando o produto é para os próprios filhos ou para a família, mas eles também pedem a opinião das crianças quando o assunto são produtos para eles mesmos. Segundo as informações do estudo, os pais estão “abertos” para experimentar novas marcas e serviços a partir da recomendação dos filhos, com destaque para o grupo alimentação. A apresentação da pesquisa foi acompanhada de comentários do psicólogo especialista em psicologia educacional Leo Fraiman, que sugeriu aos publicitários presentes no evento que é preciso ter visão de sustentabilidade quando se fala sobre marcas, e que se a marca não for capaz de gerar valor, será rapidamente descartada. “É preciso fazer uma comunicação que vá vender o produto e agregar valor”, afirmou.

FOTOs: divulgação

Audiovisual carioca

"Machucadinhos": série é resultado de parceria entre Discovery Kids e Johnson & Johnson.

Dodói O Discovery Kids estreou a série “Machucadinhos” nos intervalos comerciais. Produzida pela Mano Mediaworks, a atração é resultado de uma parceria entre o canal, a marca Band Aid, da Johnson & Johnson, e a agência JWT. A série, com episódios de dois minutos, mostra que é natural as crianças sofrerem pequenos machucados depois de um dia repleto de atividades ao ar livre. Entretanto, apesar de pequenos e inofensivos, eles precisam ser protegidos para não inflamarem. 8

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A RioFilme investirá no ano que vem ao menos R$ 31 milhões em 70 projetos de empresas cariocas de audiovisual, entre filmes, festivais e ações de democratização do acesso. Segundo a empresa ligada à prefeitura do Rio, tratase de um investimento recorde em sua história. O valor a ser investido em 2012 pode superar o anunciado, uma vez que, além do investimento direto da RioFilme, se somarão os recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e do Funcine Rio 1 (fundo de investimento criado pela RioFilme em parceria com o BNDES, a Investe Rio, a Firjan e a Lacan Investimentos, que terá R$ 18,5 milhões e começará a investir em 2012). Entre as V i v a

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novidades está a criação do Programa de Fomento ao Audiovisual Carioca (FAC), que prevê um investimento nãoreembolsável de R$ 10 milhões por meio de cinco linhas: desenvolvimento de longas, desenvolvimento de TV, produção de curtas, produção de documentários para TV e produção e finalização de longas. Além do valor destinado pela RioFilme, o FAC terá ainda R$ 1 milhão do Canal Brasil (em regime de coprodução) e R$ 100 mil do Instituto Oi Futuro (prêmio de aquisição), de forma a garantir que a exibição dos filmes realizados através das linhas de produção de documentários para TV e de curtas esteja assegurada.

FOTO: samo trebizan/ shutterstock

Meios confiáveis


HD regional A Globo ampliou a área de cobertura do serviço de TV digital em alta definição por satélite. Foi lançado no início de novembro, em Curitiba, o Sat HD Regional, através do qual será possível receber o sinal digital em alta definição, via satélite, em diversas regiões do Brasil gratuitamente. O Paraná é primeiro estado a receber o Sat HD Regional, com a programação local da RPC TV, de Curitiba, tanto na área urbana quanto na rural. Serão contempladas 36 cidades ao redor de Curitiba, incluindo a capital e o litoral, mais 26 municípios pequenos no restante do estado, bem como toda a área rural do estado, conforme classificação dos setores censitários do IBGE. A Globo prevê uma expansão do projeto para outros estados nos próximos meses. A tecnologia, desenvolvida em parceria com a Nagra, usa um sistema de acesso condicional ligado a um GPS. Desta forma, é possível liberar o conteúdo apenas em algumas regiões, e mesmo determinar se o sinal naquela região será o de uma afiliada ou o da TV Globo.

Meia entrada no celular

Usuários do C5-03 da Nokia terão 50% de desconto na rede Cinemark.

A Nokia e a rede Cinemark, em parceria com a B2W, lançaram o Nokia C5-03 Edição Especial Cinemark. O usuário do telefone, que vem com um aplicativo do Cinemark embarcado, poderá comprar ingressos com 50% de desconto, limitados a um por semana. O aplicativo traz também a programação de filmes e a localização dos cinemas mais próximos de sua casa. Para usuários de outros aparelhos Nokia com sistema operacional Symbian S60 5ª edição, é possível baixar gratuitamente o aplicativo com as informações de programação na loja da Nokia. O benefício de 50% de desconto na compra do ingresso para aquisições efetuadas por meio do aplicativo é válido apenas para o Nokia C5-03 Edição Especial Cinemark. Ao comprar o produto, que será comercializado com exclusividade por Americanas.com, Submarino.com e Shoptime.com, o cliente receberá um voucher eletrônico com instruções para ativar o desconto no aplicativo. O preço sugerido na versão desbloqueada é R$ 499.


( scanner) FOTOs: divulgação

Na África A Baboo Filmes ganhou o prêmio Webber Wentzel Legal Journalism Awards, criado para reconhecer o papel do jornalismo na promoção do conhecimento e compreensão dos sistemas de justiça civil e criminal na África do Reportagem produzida pela Baboo Filmes em parceria com Sul. A produtora parceira realizou uma reportagem sobre o papel das a FWD Films, da África do Sul, ganhou prêmio. “mulas” usadas para o transporte de drogas em coprodução com a sul-africana FWD Films. A reportagem foi ao ar no programa “Carte Blache”, do canal M-Net, da África do Sul.

Debutante O canal comunitário TV Aberta São Paulo, que está nas grades da Net e da TVA, completou 15 anos em novembro. A TV Aberta é uma emissora sem fins lucrativos, fundada por um consórcio entre a OAB São Paulo, a Editora Vida & Trabalho e a TV Interação. A programação aborda as diversas etnias e culturas existentes no país, além de ser um espaço para ONG’s e entidades sem fins lucrativos. Edoaurd de Montmort, diretor internacional da Movie&Art, Mariana Dantas, sócia e diretora da Movie&Art, e Peter Karlsson, co-fundador e CEO da Your Majesty.

Para consulta

Digital A Movie&Art associou-se à produtora digital norte-americana Your Majesty, de Nova York, para o lançamento da Your Majesty Brasil. A produtora terá operação independente, e o objetivo de oferecer soluções em plataformas digitais para os mercados brasileiro e internacional. A operação no Brasil será dirigida pelo cofundador e CEO da Your Majesty, Peter Karlsson. Assim como nas outras unidades internacionais da produtora (em Estocolmo, na Suécia, e em Amsterdã, na Holanda), a Your Majesty Brasil terá o perfil de boutique de produção, com no máximo 25 pessoas no escritório. A produtora digital lança em breve sua primeira campanha desenvolvida no País, para a agência LiveAD.

O “Dicionário de Filmes Brasileiros – Curta e Média-Metragem” faz um levantamento da produção brasileira nestes formatos.

O economista e pesquisador Antônio Leão da Silva Neto lança a segunda edição, revista e atualizada, do “Dicionário de Filmes Brasileiros – Curta e MédiaMetragem”, com um levantamento da produção brasileira nestes formatos. Foram catalogados 21.686 filmes e mais de cinco mil diretores, com sinopses e ficha técnica completa, incluindo técnicos, elenco, argumento, participações em festivais, premiações, comentários e curiosidades. O livro foi editado pelo Instituto Brasileiro Arte e Cultura (IBAC).

Aterrisagem A Sony Pictures Entertainment anunciou a chegada da Crackle na América Latina, a começar pelo Brasil, em 2012. Trata-se da rede multiplataforma de vídeos de entretenimento do grupo. Com modelo baseado em publicidade, a entrega ao consumidor final é gratuita. Nos Estados Unidos, a Crackle obteve um crescimento poderoso e atrai mensalmente mais de 10 milhões de 10

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visitantes online, de dispositivos móveis e over-the-top (OTT). A Crackle deve chegar ao Brasil, com conteúdo em português, no primeiro trimestre do próximo ano e, em seguida, nos demais países da América Latina com conteúdo em espanhol. O executivo José Rivera-Font é o vice-presidente e gerente geral da Crackle para a América Latina e Brasil.

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( figuras) Jornalismo e novas mídias

A Turner América Latina promoveu algumas mudanças no seu quadro de executivos. Vicky Zambrano foi promovida a vice-presidente e gerente do Boomerang e Glitz. Ela supervisionará diretamente o dia-a-dia das atividades de ambos os canais, incluindo a gestão da programação, serviços criativos, novos meios de comunicação, marketing, relações públicas e as operações dos canais. Pablo Zuccarino foi promovido a vice-presidente sênior e gerente geral do Cartoon Network e Tooncast. Zuccarino terá como responsabilidades administrar todas as atividades relacionadas ao Cartoon Network e Tooncast, assim como supervisionar os negócios na área digital para o núcleo de crianças e adolescentes da Turner, incluindo o Boomerang.

A ESPN passa por mudanças na sua estrutura editorial. José Trajano deixará a direção de jornalismo e suas funções executivas na ESPN para assumir o papel de comentarista e membro-chave da equipe. Ele permanece no cargo até janeiro, quando João Palomino, atualmente apresentador e comentarista da ESPN, assumirá a função de diretor de Luis Renato Olivalves jornalismo do grupo. A ESPN Brasil também contratou Luis Renato Olivalves para o cargo de diretor de novos negócios. O profissional trabalhou nos últimos seis anos no Grupo Bandeirantes de Comunicação, além de ter experiência em empresas como a Supportcomm, Telesp Celular, Starmedia Brasil e Motorola do Brasil. Ele também fundou a start up Fun Generation em 2004. Olivalves será responsável pela estratégia digital e de multiplataforma dos canais ESPN e também pelo relacionamento das novas frentes de negócio do grupo.

Vicky Zambrano

Foto: agência brasil

Pablo Zuccarino

O conselheiro João Rezende foi nomeado presidente do Conselho Diretor da Anatel. Rezende substituirá o embaixador Ronaldo Sardenberg no comando da agência O mandato de João Rezende vai até 5 de novembro de 2013. A Presidência da República também nomeou Rodrigo Zerbone e Marcelo João Rezende Bechara para o Conselho Diretor da agência. Zerbone ocupará a vaga aberta com a saída de Sardenberg, até novembro de 2016, e Bechara, a vaga do ex-conselheiro Antonio Domingos Teixeira Bedran, até novembro de 2015.

Institucional Evandro Guimarães deixou o cargo de vice-presidente institucional do Grupo Globo depois de 13 anos à frente da função. Anteriormente, Guimarães havia sido responsável pela área de afiliadas do grupo, onde ingressou pela diretoria comercial. Ao deixar a Globo, ele se dedicará a negócios pessoais. Em seu lugar, assume Paulo Tonet Camargo, que ocupava a vice-presidência institucional e Evandro Guimarães jurídica da RBS. Guimarães foi um dos executivos mais atuantes em questões político-regulatórias do mercado de comunicações, com atuação decisiva em diferentes episódios e debates. Paulo Tonet já atua à frente de diferentes associações representativas do setor (Abert e ANJ, entre outras), e teve passagens relevantes pelo Conselho de Comunicação Social e esteve alinhado a Evandro Guimarães em muitas das causas defendidas pelo setor. 12

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EBC A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) passa a ser presidida pelo jornalista Nelson Breve. Além da emissora de TV pública, TV Brasil, a estatal inclui ainda a Agência Brasil e oito emissoras de rádio, entre outros veículos de comunicação. O jornalista foi secretário de Imprensa da Presidência da República, quando trabalhou ao lado de Franklin Martins. Desde abril deste ano, Breve ocupa o cargo de superintendente de Comunicação Multimídia na EBC. Agora, ele assume a vaga deixada pela também jornalista Tereza Cruvinel.

Comercial

Foto: arquivo

Foto: Assessoria de imprensa/Anatel

Anatel

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O SBT contratou Glen Valente como diretor comercial. O profissional assume no fim do mês e liderará a diretoria nacional de vendas, a cargo de Henrique Casciato; O vice-presidente do SBT, José Roberto a diretoria de novos Maciel, e Glen Valente. negócios, comandada por Jean Teppet; a diretoria de operações comerciais, dirigida por Fernando Fischer; a gerência de vendas internacionais, de Carolina Scheinberg e a diretoria de marketing. Valente tem passagens por empresas como o banco Bozano Simonsen e o HSBC.

Gestão de pessoas O Grupo RBS anuncia a contratação do executivo Deli Matsuo, ex-Google, para a posição de vice-presidente de gestão e pessoas. Deli assume a estratégia de gestão e desenvolvimento de pessoas, com a missão de atrair e reter talentos e qualificálos para a busca da excelência e a alta performance.

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Foto: Lourival Ribeiro

Fotos: divulgação

Promoção



RESERVE JÁ OS MESES QUE IRÃO MOVIMENTAR OS NEGÓCIOS DA SUA EMPRESA EM

2012.

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

Os negócios e as tendências em vídeo on-demand, over the top e dispositivos conectado.

Pioneiro na discussão da internet 2.0 em todos seus aspectos: tecnologia, negócios, marketing, comunicação, mobilidade, tendências e redes sociais. EDIÇÃO

6a

Debate anual sobre as perspectivas políticas e regulatórias do setor de comunicações e a política industrial para o setor de TICs no Brasil.

dias16e17

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

11a

Encontro que discute EDIÇÃO modelos de negócio, conteúdos e aplicações móveis voltadas ao usuário final.

dias4e5

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

JUNHO

MARÇO

6a

EDIÇÃO

MAIO

FEVEREIRO

13a

O ponto de encontro entre quem faz, distribui e exibe programas de TV. Um evento dinâmico com foco em negócios. EDIÇÃO

Fórum Saúde Digita dia22

Hotel Paulista Plaza São Paulo, SP

Fórum

dias31/07a02/08

1a

As tendências e diretrizes tecnológicas na área de banda larga, mobilidade, redes convergentes e sistemas para operadoras de telecomunicações. EDIÇÃO

Transamérica Expo Center São Paulo, SP

3a

Debate sobre tendências, inovações e soluções de mobilidade para a área de saúde. EDIÇÃO

AGOSTO

ABRIL

7a

EDIÇÃO

Nobile Lakeside Convention & Resort Brasilia, DF

Amcham São Paulo-SP

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

dias12e13

dias14e15

dias3e4

dias15e16

20a

O maior encontro de mídias convergentes do país. Congresso e área de exposição de tecnologia e conteúdo para o mercado de TV por assinatura, vídeo on-demand, banda larga e serviços digitais avançados. EDIÇÃO


dias19e20

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

7a

Discute e apresenta soluções e tecnologias envolvendo toda a cadeia de atendimento B2B e B2C.

dias25e26

EDIÇÃO

Centro de Convenções Frei Caneca São Paulo, SP

dias13e14

Royal Tulip Rio de Janeiro Rio de Janeiro-RJ

5a

Apresenta as inovações e soluções de mobilidade para negócios: M-Marketing, M-Payment, M-CRM, M-commerce, M-banking entre outros. EDIÇÃO

dia08

12a

Único evento de satélites da América Latina, para debater os temas mais importantes do setor. EDIÇÃO

dia30

Hotel Paulista Plaza São Paulo, SP

2a

Discute a sustentabilidade para os negócios de TIC. EDIÇÃO

NOVEMBRO

Hotel Paulista Plaza São Paulo, SP

OUTUBRO

SETEMBRO

al

A Converge Comunicações apresenta o calendário de eventos 2012, para você aumentar a sinergia do seu plano de ações e expandir o relacionamento junto ao público qualificado e tomador de decisão do seu mercado. Converse com nossa equipe comercial sobre as novidades e possibilidades de negócios que virão por aí.

4a

Debate as perspectivas para o Cloud Computing, Virtualização, Software as a Service (SaaS) e Comunicação como Serviço (CaaS). EDIÇÃO


especial globosat

20

)

anos

O“acaso”que deu certo Entre a entrada no mercado sem certeza de sucesso e se tornar a segunda maior empresa de mídia no Brasil, a história da Globosat se confunde com a da própria TV paga brasileira.

A

Globosat é hoje, provavelmente, a segunda maior empresa de mídia do Brasil, com uma receita estimada em mais de R$ 2,2 bilhões por observadores do mercado de mídia. Se as estimativas estiverem certas, perderia apenas para a TV Globo e já deve passar a Editora Abril e as emissoras abertas. Os dados de faturamento da empresa são tratados com a máxima reserva dentro do grupo. Há dois anos, quando os balanços eram mais detalhados, a Globosat já representava mais de 15% do que o grupo Globo faturava. Estima-se que esse percentual já passe dos 20%. Mesmo assim, a forma menos imprecisa de fazer essa conta é estimar uma receita de cerca de R$ 15 por assinante de TV paga entre o universo de operadoras que têm Globosat (que hoje somam quase 11 milhões de assinantes). O número é grosseiro, varia de operadora por operadora em função das bases de clientes, e em alguns casos é bem maior do que isso (e em outros um pouco menos). Só aí a Globosat teria perto de R$ 1,6 bilhão. Some a isso as receitas publicitárias (estima-se que 50% do bolo publicitário de TV paga, de cerca de R$ 1 bilhão, sejam abocanhados pela Globosat), mais as joint ventures (Telecine, Universal, Canal Brasil) e descobre-se que o que começou há 20 anos com quatro canais e zero assinantes, como gosta de lembrar o diretor geral da programadora, Alberto Pecegueiro, hoje é uma das maiores empresas de mídia do Brasil e certamente a maior programadora da América Latina.

fotos: marcelo kahn

(

capa

Sede da Globosat na Barra: mil funcionários e investimentos de US$ 50 milhões em equipamentos.

A história da Globosat começou em 1990, originalmente como um projeto de TV educativa sugerido pelo então ministro Ozires Silva (Infraestrutura) para Roberto Irineu Marinho, mas que logo se transformou em um projeto de uma TV por assinatura comercial, em que a Globo era sócia majoritária com 60% e tinha como acionistas minoritários seus executivos Joe Wallach e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni). Estimava-se em US$ 10 milhões o capital necessário para viabilizar a empresa, que rivalizaria com o projeto de TV por assinatura do grupo Abril que estava nascendo, a TVA. O projeto da Globo tornou-se então uma TV por assinatura via satélite em banda C que, para acontecer, tinha quatro canais novos, exclusivos, criados do zero pelo grupo Globo (Telecine, Top Sport hoje SporTV -, Multishow e GNT). Durante algum tempo, o foco da Globosat não era programação, mas sim vender assinatura em condomínios, em um modelo de 16

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negócio complicado que envolvia instalar uma antena no alto de cada condomínio cliente, jogar o sinal na antena interna dos apartamentos e cobrar pelos quatro canais que estavam sendo inventados na época. O custo de instalação em cada prédio era de US$ 10 mil na época, impensável para qualquer operação de TV por assinatura. Esse modelo de operação durou pouco mais de um ano e logo foi abandonado, com a separação entre Net Brasil e Globosat, ficando a segunda responsável apenas pelos conteúdos, e a Net Brasil pelas operadoras. Em 1993, as coisas já estavam separadas. Mas o maior desafio da Globosat talvez tenha sido o de lançar os canais antes de existir um mercado. Nas palavras de Letícia Muhana, ex-diretora geral do GNT e hoje responsável por novos projetos, e que


está na empresa desde a sua fundação, “a Globosat como programadora era um projeto sem business plan, sem estratégia, sem orçamento e sem experiência”, mas que, segundo ela, “contava com um grande comprometimento das pessoas que estavam envolvidas”. Registro histórico Uma das poucas orientações que existiam quando a Globosat começou a fazer os canais era um “briefing” feito por Boni aos executivos da empresa, com as seguintes diretrizes: “Os quatro canais iniciais da Globosat têm em comum as características de seu público-alvo e seu conceito geral de narrativa.

“Tivemos que aprender na prática a desenvolver os conceitos por trás de cada canal.” Letícia Muhana, da Globosat

O target são os adultos das classes socioeconômicas A/B, sendo o limite etário mínimo a faixa dos adolescentes acima de 12 anos de idade. Daí decorre o tipo de televisão que devemos fazer - uma TV sem compromisso com a audiência, em que se vende (...) informação. Uma TV cujo ritmo é calmo, sem narrativa vertiginosa de ataque de venda de broadcasting. Mesmo porque, no caso, nós não estamos vendendo tempo, minuto, segundo - estamos vendendo a própria TV. E, quando um assinante a compra, ele passa a ser nosso patrão. (...) Importa, claro, o sucesso, mas não a audiência. Audiência é um conceito

massivo de broadcasting. No pay, é a segmentação que interessa. Mais adiante, daqui a uns dez anos talvez, lutaremos por audiência, claro. Mas, neste início, nossa maior concorrência é com o home-vídeo, o livro, o disco etc. Ou seja - temos é que investir na construção de um novo público. E, para isso, não é a acelerada programação eclética que interessa, mas o conforto do telespectador (...).” O que mudou nos últimos 20 anos foram os conceitos por trás dos canais (pelo menos de alguns deles) e, obviamente, a ampliação do número de canais. Mas originalmente, a proposta da Globosat, nas palavras de Boni, era a seguinte: “Quanto às prioridades entre os canais, em primeiro lugar vem o

>>


Telecine, o canal de filmes, que deve encarar e atropelar a única concorrência específica já existente no Brasil (...). Em segundo lugar vem o Top Sports, o canal de esportes, que chega cercado de altas expectativas do público telespectador e no qual devemos estabelecer de imediato um diferencial, através da programação de grandes eventos esportivos, sempre que possível, ao vivo (...). O Multishow é a terceira prioridade entre os canais. Aqui, é vital evitar cuidadosamente toda e qualquer semelhança com a TV convencional. O MS é o coringa, nele vale tudo que fuja dos caminhos do broadcasting. Em quarto lugar vem o GNT, que é, por enquanto, o canal de personalidade menos definida (...). O GNT pode e deve experimentar novas formas e novos formatos de fazer jornalismo”.

FOTO: divulgação

( capa )

História: na ata de fundação, Boni pedia que os canais não se preocupassem com a audiência.

Mudanças Com o tempo, o Telecine deixou de ser um canal que comprava a valores absurdos direitos sobre todos os filmes lançados pelos estúdios, e se tornou uma joint-venture com os próprios estúdios. Da mesma forma, o GNT tornou-se um canal de documentários, depois direcionado para novos programas de produção independente e hoje um canal de foco feminino. Segundo Letícia Muhana, essas mudanças começaram a acontecer quando foi possível ter uma base de assinantes para ser pesquisada por meio de focus group e algum planejamento. “Mas no começo, tivemos que aprender na prática a desenvolver os conceitos por trás de cada canal. Houve erros, é claro. Por exemplo, exibíamos durante o dia documentários com cirurgia de cérebro sendo feita. Foi um sucesso entre os médicos, mas o público em geral não gostou muito”, conta. Ela lembra que, nessa época, os próprios 18

executivos dos canais atendiam as ligações dos assinantes para passar informações, inclusive sobre o horário dos programas. O desafio da Globosat e das demais empresas de TV paga que começavam a explorar o mercado no começo dos anos 90 era conquistar o publico e construir um segmento econômico novo. Nesse sentido, as palavras de Boni à época também revelam um pouco da estratégia: “Nossa meta principal é dar uma opção televisiva ao espectador que não assiste televisão, neste processo construindo um novo tipo de público e chegando, no limite, ao pay-per-view, mercadologicamente a mais sofisticada forma de TV existente (...). Lembrem-se que, neste estágio de implementação da Globosat, qualquer preocupação com audiência e concorrência com emissoras comuns de broadcasting é suicídio”. Modelo amarrado Durante um longo período, a Globosat foi item de exclusividade. Por muitos anos (até 2005, para ser mais preciso), apenas algumas operadoras podiam adquirir seus

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conteúdos. Essa política teve um aspecto positivo e um negativo. Como contribuição positiva, permitiu aos operadores que tinham a programação um diferencial em relação à concorrência. Não por acaso, as operadoras que tinham Globosat cresceram muito mais do que as outras e dominaram o mercado. Foi o caso da Net Serviços e da Sky. Essa política de exclusividade só caiu quando, para aprovar a fusão entre Sky e DirecTV, e motivado por uma ação movida pelos operadores independentes que queriam ter acesso aos canais SporTV, o Cade obrigou a Globosat a mudar suas práticas. Com isso, paradoxalmente, a Globosat ganhou, e passou a ser distribuída por praticamente todas as operadoras de médio e grande porte, ampliando sua presença para cerca de 90% dos assinantes. Mais recentemente, outro pilar de sustentação da Globosat também mudou com o lançamento do canal Viva. Em vez de, nas palavras de Boni, evitar qualquer semelhança com a TV aberta, a Globosat percebeu que a classe media que vinha adquirindo avidamente TV paga queria, sim, conteúdos conhecidos, e finalmente o acervo da Globo pode dar base a um canal pago, hoje um dos maiores sucessos de audiência do mercado. Essa aproximação com a TV aberta já havia começado em 1995 com o GloboNews, mas nesse caso muito mais para aproveitar as sinergias com a infraestrutura jornalística da Globo do que para buscar a audiência da TV aberta. Também coube à Globosat consolidar o modelo de venda de payper-view no Brasil, sobretudo com o Campeonato Brasileiro, e também foi a Globosat quem lançou o primeiro canal HD comercial no país, o Globosat HD, que hoje funciona como uma superstation, com programas dos diferentes canais, e como alavanca para o lançamento de novos canais em alta definição. Samuel Possebon



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André Mermelstein e Samuel Possebon

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No embalo Alberto Pecegueiro detalha a estratégia de crescimento da Globosat com o lançamento de novos canais e plataformas, e de olho na explosão dos custos de programação.

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le não estava lá no dia em que, como gosta de dizer, alguém cometeu a “loucura” de botar quatro canais no ar sem ter nenhum assinante, 20 anos atrás. Mas desde que assumiu o comando da Globosat, em 1994, Alberto Pecegueiro é a cara e a voz do braço de programação do grupo Globo. Com um senso de humor apurado e ácido, e sempre provocador, Pecegueiro é incisivo em sua defesa do modelo criado pela programadora, que a levou à liderança do mercado de TV paga no Brasil (e que lhe rendeu admiradores e desafetos). Hoje seus canais estão em praticamente toda a base de assinantes do país e são vistos como essenciais para qualquer pacote de programação. Com a mesma convicção, defendese das críticas sobre seus altos custos de programação e de favorecimento no lançamento de novos canais nos lineups das operadoras. Sobretudo, é um conhecedor e entusiasta do mercado de TV, e revela nessa entrevista exclusiva a sua visão, e a da empresa que dirige, sobre questões como a nova lei do SeAC, o crescimento do mercado com a entrada da classe C, a publicidade na TV por assinatura, os custos de programação e as novas plataformas de distribuição.

europeus, de consolidação nas plataformas de DTH, e parecia a história do “Highlander”: só pode haver um. Todo o contexto apontava para a criação de uma única plataforma de DTH, e o Cade jamais aprovaria aquela fusão se fosse mantida a política de exclusividade. Olhando o cenário de hoje, com quatro, cinco concorrentes de DTH, e que o satélite é a tecnologia dominante no mercado brasileiro, é absolutamente surpreendente.

FOTO: marcelo kahn

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entrevista

crescimento da indústria. Eu estimo que pelo critério de número de canais, faturamento e margem, sejamos a maior programadora da América Latina, mesmo atuando só no Brasil. Vocês estão em 100% da base de assinantes no Brasil? Sim, e esse foi um dos fatores que nos fez ter bons resultados. Se o mercado explodiu de 2005 pra cá, esta explosão na Globosat foi ainda mais potencializada, pelo fim da política de exclusividade que havia.

TELA VIVA - Qual é o tamanho da Globosat hoje? Qual sua importância para o grupo? ALBERTO PECEGUEIRO - Ela hoje é uma empresa relevante dentro das Organizações Globo. Desde 2001 deixou de consumir recursos pra passar a ser geradora de resultados, e obviamente isso está alinhado com o

Foi o momento de virada mais importante para a programadora? Na época, todas as partes envolvidas, nós, os concorrentes, o Cade, olharam o processo de fusão da Sky com a DirecTV como a criação de um monopólio. Isso a gente falava na época, olhava os eventos 20

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Ou seja, foi uma negociação na qual vocês não tinham nada a ver diretamente, mas acabaram sendo responsáveis pela principal mudança no setor. Alberto Pecegueiro Não tínhamos em termos. Havia dois processos correndo em paralelo. Havia a fusão do DTH e o da TVA contra a exclusividade da Globosat. Então o Cade, de uma maneira competente, mergulhou no mercado e acabou concluindo que as questões não podiam ser separadas. Voltando no tempo, em que momento se consolidou a posição da Globosat? Foi logo no começo? Talvez, mas é sempre bom registrar que em algum momento em outubro de 1991 alguém “apertou um botão” na rua Itapiru (antiga sede da programadora, no Rio de Janeiro) e botou no ar quatro canais de TV, no mesmo dia, para zero assinantes. Foi uma loucura total, mas não tinha outro jeito de começar. Ou fazia como a TVA, trazendo canais de fora e pondo a sua marca, e chamando de nacionais. Havia sim dois canais nacionais, exemplos de loucura e da ignorância do pioneirismo, que eram o Showtime, da TVA, e o Telecine, da Globosat. Ou


seja, as duas se dedicaram a criar canais de filmes no Brasil comprando filmes dos estúdios com critérios de televisão aberta e sem exclusividade. Mas a Globo desde cedo se consolidou como uma grande distribuidora (através da Net) e vocês cresceram nessa esteira, não? A gente sempre bate nessa tecla, mas o determinante para isso foi um diagnóstico feito desde cedo pelo Antonio Athayde (principal executivo do grupo à época) de que os grandes players de então, TVA e Globosat, incorriam em dois erros estratégicos críticos. O primeiro foi a opção tecnológica, com o DTH em banda C da Globosat e o MMDS da TVA. Ambos tinham limitações sérias. O segundo foi o erro de modelo de negócio. Espelhava-se no modelo da BSkyB e do Canal+, de verticalização do negócio em distribuição e programação, e obviamente isso gera dificuldades de gestão e foco nas duas pontas. Quando se constatou isso, a opção (da Globo) pelo cabo deu à Globosat, que era a fornecedora deste sistema, as condições de ser dominante. No caso da TVA a aposta se manteve muito tempo na venda da marca, na gestão das marcas, que a força do grupo Abril seria um fator de sucesso nesse negócio. Outro fator determinante foi a negociação da Multicanal, que controlava um grupo significativo de operações de cabo, e andou flertando com a TVA e com a Net. Quando optou pela Net, acabou criando as bases para nossa liderança de programação. O fato é que vocês nunca brigaram com outro player nacional, só com os grupos estrangeiros, cujo modelo é o que prevaleceu no resto da América Latina. Brigamos sim, com a TVA. Ela fez sua aliança com HBO, ESPN, anunciou em 1994, com a entrada da Falcon, Hearst e Disney, que produziria canais aqui, chegou a contratar o Luiz Gleiser (ex-diretor de programação da Globosat, atualmente na TV Globo), montou uma estrutura, canal de

notícias, fez uma joint-venture com o Bravo... Os planos mais ambiciosos acabaram sendo abandonados na largada, mas a concorrência com ESPN e HBO e com os canais de filmes foi forte. Depois tivemos a entrada também da Band, com o mercado já um pouco mais consolidado. Isso gerou uma situação única na América Latina, não? Nos outros países não há programadoras nacionais fortes. Não. Aqui temos um quadro em que comparamos os canais de maior audiência em TV paga em todos os países da região, e o Brasil é o único onde os canais estrangeiros não predominam. Pode-se argumentar que nosso mercado é o único com tamanho para justificar isso, mas durante muitos anos nossa base de assinantes foi menor que a da Argentina ou do México.

“Não tem jornal brasileiro brigando com o New York Times aqui, mas a gente concorre direto com a Turner, Viacom, News Corp... ” Mas para isso vocês passaram muitos anos sem dar lucro, consumindo recursos. Pois é, hoje se coloca uma luz grande na relevância da Globosat no mercado, mas para bancar esse investimento, que não foi pequeno, muito pouca gente teve disposição, fôlego e iniciativa. Vivemos um período muito difícil entre 2002 e 2005, que foi o default da dívida das Organizações Globo, pressionado pelo endividamento da Net Serviços, e naquele momento todo o mundo comemorava o “gigante ferido”. É verdade que com o insucesso da TVA e com o timing da Band, que chegou depois ao mercado, não temos grandes concorrentes nacionais, mas sempre me surpreendo que a gente seja acusado de monopólio, quando no cenário da mídia brasileira a gente está no único segmento em que enfrentamos os maiores grupos de mídia do mundo. Não tem jornal brasileiro brigando com o New York Times aqui, e a gente concorre direto com a Turner, Viacom, News Corp... os dinossauros estão todos aqui.

Na ata de fundação da Globosat, de 1991, o Boni fazia um aviso explícito para os canais não se preocuparem com a audiência. Hoje o mercado está crescendo, há a entrada da classe C na base... Como vocês tratam essa questão? Damos uma importância enorme para a publicidade. O percentual da publicidade na nossa receita tem se mantido inalterado, mas isso é por uma razão simples: a TV paga vem ganhando share e volume no bolo da mídia, mas a base de assinantes cresce mais ainda, então essa proporção se mantém. A TV paga vai bem, do ponto de vista publicitário. Temos um dilema pros próximos anos que é a questão do crescimento explosivo da base através das camadas inferiores, porque sempre fomos considerados um veículo mais para as classes A/B. A gestão do posicionamento dos canais, da grade, é feita sim para gerar audiência, mas sobretudo para que sejam interessantes. Os canais são vistos pelas operadoras como ferramentas para a manutenção e atração de assinantes. Eu tenho que fazer o melhor canal que eu conseguir. Não fazemos concessões pro mercado publicitário que possam prejudicar o processo de atração da base de assinantes. Curiosamente, no Brasil a inserção de publicidade não é percebida pelo assinante como agressão. A HBO não tem publicidade nos EUA e no resto do mundo, só no Brasil, aqui é aceitável. Também não brigamos com a lei quando ela impõe um limite à publicidade. Há um argumento distorcido de que o assinante já paga pelo canal, então não deveria haver publicidade, mas isso também é assim em jornal e revista, são mídias com duas linhas de receita. A questão da classe C é fascinante. Nos perguntam “o que vocês vão fazer para a classe C”. Eu não conheço conteúdo mais relevante do que futebol. É uma das razões pela qual a performance do SporTV vem crescendo tanto.


( entrevista ) Mas o lançamento de canais dublados não é uma tendência nessa direção? Sem dúvida, e é marcante, na medida em que a indústria se implantou seguindo o padrão da sala de cinema e da industria de vídeo, que são legendados, em oposição à TV aberta, que é dublada. Mas esse movimento não impacta só a gente, você começa a ver no cinema a oferta de filmes dublados que não são infantis. Hoje com a tecnologia temos a condição de oferecer os dois canais de áudio e a opção de legenda, então é o melhor dos mundos.

FOTO: marcelo kahn

E puxando os outros canais... Sim, mas não só ele. Temos também o Viva, que foi criado como reflexo dessa entrada na base da classe C. Por que o Viva demorou tanto pra sair? Não poderia ter vindo antes? Se fala num canal desses desde o começo da indústria. É um conjunto de fatores. Há algum tempo as operadoras lutam para reduzir o custo de programação. Há marcos disso na história, como o “dia em que a Terra parou”, com a alta do dólar de 2002, que estrangulou as operadoras. A indústria era toda dolarizada, e houve um grande arranjo de todos para abandonar o dólar como moeda contratual de fornecimento de programação. Todos os programadores entenderam e isso salvou a indústria. Nessa pressão de redução de custos, conseguir extrair dos operadores um license fee significativo que permitisse criar um canal como o Viva foi se tornando quase impossível. Chegou agora, tarde, porque foi lançado a custo zero para as operadoras. Reforça o pacote da Globosat, deixa mais relevante, justifica o investimento. A perspectiva de retorno do Viva está na receita publicitária. E precisa de retorno, até porque tenho que pagar esse conteúdo para a Globo.

“não temos nada a ganhar levando a TV paga para um modelo semelhante ao da TV aberta. ” TVs das casas brasileiras é visto como concorrência, e a Globosat não é exceção. Ao mesmo tempo, a Globo hoje entende que há situações em que uma aliança com a Globosat pode ser positiva para ela. Você já tem na Globo uma série de talentos tanto no esporte, jornalismo e entretenimento que saíram dos canais de TV paga, como o Tiago Leifert ou o Bruno Mazzeo, para citar alguns. Temos também colaboração em alguns eventos como Rock in Rio. Qual o desafio para conquistar a classe C? Eu me lembro uma vez quando se discutia como popularizar a TV paga no país, e veio um executivo de uma consultoria fazer uma apresentação na ABTA, para toda a indústria, e deu o exemplo de como eles tinham criado o conceito do carro 1.0, que deu tão certo que hoje 70% dos carros no país são populares. Só que eu fiz a observação de que nesse caso não havia cinco grandes montadoras oferecendo carro de graça, que é a situação que a gente tem com a TV aberta, que é gratuita e muito popular. Acho que não temos nada a ganhar levando a TV paga para um modelo semelhante ao da TV aberta. Temos uma oferta de canais segmentados que no seu conjunto têm que atender todos os públicos.

Você acha que algum dia a TV Globo vai te ver como um concorrente? Acho que já me vê, assim como a qualquer um. A Globo é frequentemente apelidada de monopólio, mas para mim monopólio é o cara que tem uma posição dominante por motivos alheios à sua competência. Quando você se aproxima da Globo, percebe uma coisa que o Armando Nogueira definia como “a única pessoa jurídica paranoica” que ele conheceu, que é uma empresa gigantesca absolutamente obsessiva com a concorrência. Cada décimo de ponto para a Globo é uma guerra. Então qualquer coisa que passe nas 22

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Por que até agora vocês não tinham um canal infantil (a Globosat anunciou que lançará seu canal infantil Gloob em 2012)? Sou um pouco culpado por isso, porque sempre acreditei que não havia no Brasil conteúdo infantil suficiente para que a gente pudesse fazer uma diferença, e com a grande quantidade de canais internacionais infantis a gente não conseguiria disputar usando conteúdo internacional. O que vem acontecendo é que estou sendo provado errado. Há uma multiplicação da oferta de conteúdo infantil no mundo, inclusive no Brasil, que os canais internacionais não conseguem absorver. A gente hoje acredita que existe espaço para entrar, tanto com conteúdos internacionais, que são importantes para fazer um bom equilíbrio de preços, quanto com conteúdos brasileiros, que ao longo do tempo vão se mostrar relevantes. Como foi a discussão com o canal Rá-Tim-Bum (da Fundação Padre Anchieta)? A gente teve conversas muito abertas e bem intencionadas, mas o “quartinho” realmente é pequeno. Por estarmos entrando depois e em um mercado já muito populado, não estamos fazendo um projeto faraônico. Como já é de dimensões bem contidas, compartilhar com a Cultura se mostrou

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ParabĂŠns Ă Globosat pelos 20 anos.


( entrevista ) FOTO: marcelo kahn

difícil, não poderíamos gerar para a Fundação um modelo de negócio satisfatório para eles. Mas não descartamos a possibilidade de negociar novamente. Mas vocês não tem aí um diferencial, porque o seu canal infantil, ao contrário dos internacionais, poderia entrar pelas cotas (da Lei 12.485/11)? Eu posso, mas até aqui a gente só tem garantia de distribuição nas maiores operadoras nos pacotes HD. A gente só pega o que consegue. Só tem HD, vamos em HD. Depois ao longo do tempo vou ver se consigo ganhar distribuição.

“A gente abocanha a maior fatia dos custos de programação dos operadores, no conjunto dos nossos canais. ”

Este ano vocês lançam o OFF. Como será este canal? É um canal de viagem, aventura, esportes radicais, é um canal de imagens exuberantes. Sai também em HD, com distribuição limitada.

para ver como vai ser. Eles têm uma percepção de qualidade muito boa na banda larga. O desafio é a competência na gestão do produto de TV paga, que é algo diferente do portfólio atual deles.

A grade terá principalmente aquisições? Tem um pouco de tudo, estamos fazendo alguns acordos com fornecedores internacionais e aqui também está aparecendo muita coisa interessante. O que existe nestes dois casos (Gloob e OFF) é que, embora a face mais visível do mercado seja o crescimento da base, os operadores estão habilmente em processo de manutenção de ARPU (receita média por assinante) através dos pacotes mais altos, ligado ao HD. Então conseguimos estas janelas em HD não por outra razão.

As operadoras dizem que o conteúdo nacional é muito caro, e que a Globosat em especial tem um peso muito grande nos custos de programação. É verdade? A Globosat não é cara e eu digo isso com toda a tranquilidade. A gente abocanha a maior fatia dos custos de programação dos operadores, no conjunto dos nossos canais. Por outro lado, nossas tabelas são há muito tempo baseadas em preço por volume. A gente vem trabalhando em um processo constante e significativo de redução de preços. Em comparação, é conhecida no mercado mundial a queda de braço na renovação dos contratos, mesmo entre as grandes operadoras como DirecTV e Comcast, com a Disney/ESPN, que tem nos últimos 15 anos emplacado reajustes crescentes de preço. Há uma inversão na curva de preço da Globosat com o que acontece no mercado americano.

Você acha que a GVT vai conseguir chacoalhar isso de alguma forma, oferecendo HD desde os pacotes mais baixos? Acho que eles foram muito inteligentes de achar que o que pareciam condições de engessamento da atuação das operadoras é um formato original. A Oi tentou isso há dois anos, com outra vertente, e a GVT vem tentando agora, estou curioso

Vocês são vistos como talvez os maiores beneficiários da nova lei de TV por assinatura (Lei 12.485/11). Como 24

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estão avaliando o novo marco legal? Acho que mais uma vez, como foi com a Lei do Cabo, em 1995, a construção desta lei foi um fantástico exercício de democracia. Você tem durante o percurso do projeto manifestações de todas as partes na defesa de seus interesses, e felizmente o que acaba saindo é um produto que procura desagradar igualmente a todos. De uma maneira isenta, entendo que os canais internacionais são os que poderiam reclamar de um maior impacto. Mas ao mesmo tempo, considerando que este canais se alojaram e operam no Brasil num buraco negro constitucional, só porque a atividade começou depois da Constituição estar redigida e portanto não foi contemplada, eles também estão numa posição muito boa. Apesar da visão dos operadores, na prática o impacto para eles não será tão violento quanto se imagina. Mas também não estamos comemorando a lei. É o menor dos males. Entendemos a necessidade de um marco regulatório atualizado, de acabar com uma assimetria regulatória. Nossa maior preocupação é com a regulamentação, porque entendemos que alguma ameaças estapafúrdias que chegaram a se apresentar no processo de construção da lei podem querer voltar agora. Alguns interesses escusos, de grupos que têm posição privilegiada no processo de regulamentação, podem aparecer. O que, por exemplo? A qualificação das cotas de produção independente de uma maneira distinta do que a lei prevê. Na minha opinião, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Uma é saber que tipo de exigência o estado brasileiro faz em relação ao direito patrimonial de produções independentes feitas com dinheiro de incentivo. Posso não gostar, mas entendo que é um direito do estado. Outra coisa é que, se a lei já define o que é produção independente para


barato. Definimos um estilo de produção para a escala da TV paga, com menos câmeras, menos estúdio, menos roteiro, mais non-scripted. Mas o crescimento da escala do mercado vai possibilitar alguns produtos mais sofisticados. A HBO já fez os dela, com lei de incentivo, vamos ver se o mercado consegue viabilizar.

efeito de cota, trazer a definição do que é produção incentivada para a regulamentação de produção independente na lei me parece que seja oportunismo. Canais como GNT e Multishow sempre foram impulsionadores da produção independente. Qual a sua visão sobre essa produção no Brasil hoje? Se eu não fosse diretor da Globosat, minha opção profissional mais imediata seria ter uma produtora, porque esse negócio está vicejando no Brasil. Não só a gente já cumpre um papel relevante nesse desenvolvimento, mas agora com a nova lei a demanda tende a crescer muito. Muitos produtores se queixam que os canais da Globosat pagam pouco... Os nossos preços vão acompanhar a lei da oferta e da procura. Já estamos sentindo uma pressão muito forte de preços no conjunto do negócio, ligada a direitos, produtoras, talentos. Não tem almoço grátis, a indústria cresce, a lei vem, os preços se ajustam. Por outro lado as barreiras de entrada estão diminuindo muito. Uma mesa de pós-produção tinha um metro de largura e custava US$ 150 mil. Hoje você faz muito mais com um Mac de US$ 5 mil, é inacreditável. Obviamente isso facilita a vida do produtor. Os produtores precisam se adaptar a esse novo momento, entender melhor o que é a TV por assinatura? Há um grupo de produtores que já trabalha bem com a TV, principalmente o pessoal que veio do videoclipe. Os clipes praticamente acabaram, e essas produtoras já tinham uma cultura de produzir numa escala de custo, criatividade e velocidade, então se adaptaram bem, houve uma substituição de mercado. Eu entendo também que o formato de produção que a gente desenvolveu possibilita um resultado final mais

Houve recentemente um aumento dos custos dos direitos esportivos. Como estão lidando com isso? O aumento foi explosivo, de tudo, não só de direitos esportivos. Os programadores internacionais apontam, unanimemente, o Brasil como a “bola da vez”. Isso está gerando uma inflação dos custos de conteúdo absurda. Séries viraram uma insanidade. Recentemente foi noticiado que uma série americana foi suspensa, teve apenas nove episódios. Pois essa série, na sua préprodução, ao ser negociada para a TV paga,

“Se eu não fosse diretor da Globosat, minha opção profissional mais imediata seria ter uma produtora.” gerou uma disputa como a de tubarões por um pedaço de carne. O preço foi para o espaço. Isso para uma série que ninguém conhecia e que não terá continuação! Se tem uma crítica que eu posso fazer, é que os nossos concorrentes vêm lançando canais novos a uma velocidade surpreendente para nós. A Turner está anunciando o TBS. Já tem Space, TruTV. O consumidor quer tanto canal? O mesmo filme está passando em três canais, às vezes na mesma hora. As operadoras estão se deixando seduzir, mas esse excesso de canais internacionais baseados em filmes e séries está gerando uma demanda por esses produtos que dá nesse tipo de coisa. Como é essa disputa internacional pelo conteúdo? A gente celebrou muito na última ABTA a decisão da Disney de descolar o Brasil da América Latina na sua negociação. Mas os outros fornecedores de séries não estão

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tendo a capacidade ou o interesse de olhar o Brasil como um mercado isolado. Aí, pra Globosat disputar conteúdo com os canais internacionais fica muito difícil. Ainda que eu tenha a disposição para pagar o mesmo preço de quem compra para a América Latina toda, o fornecedor não quer correr o risco de não ter visibilidade para a série em toda a região. Vocês lançaram o Muu este ano. Como estão vendo o movimento da TV Everywhere, vídeo on-demand, novas plataformas. Isso vai virar um negócio? O que estou vendo é que há uma supervalorização da Netflix. Isso aqui (mostra o gráfico de ações da Netflix) está dizendo que “o lobo ficou rouco”. Saíram de US$ 300 há três meses para US$ 111 hoje, perderam 60% do seu valor. De qualquer maneira, não os vejo como competidores do mercado de TV por assinatura. Eu não compraria ações de uma locadora de vídeo. Nesse mercado (locação) o produto deles é matador, como o Apple TV, Netmovies, Terra TV etc. No negócio de televisão, não enxergo ainda um impacto. Agora, todos nós entendemos que a evolução tecnológica cria demandas do consumidor. A mobilidade é uma delas. Então à medida em que a tecnologia permite fornecer vídeos via Internet, temos que usar isso em nosso benefício e do consumidor. Toda nossa estratégia de TV Everywhere está desenhada para apoiar as operadoras. Nem descarto em algum momento, em uma ação concertada com as operadoras, a gente ofertar esse produto desintermediado para os assinantes. No cenário visível, é um produto para tornar a TV por assinatura mais atraente para o assinante. Estamos testando no mercado o PFC.com, que é o acesso aos jogos do pay-per-view pela Internet. Mas será vinculado à operadora, ela é quem fará a autenticação e a cobrança. Enxergamos a operadora como um parceiro inalienável. 25


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Cabeça, tronco e membros Desde 2010 Globosat conta com sede nova, concentrando tanto a gestão dos canais quanto a central técnica, que exibe o estado da arte em tecnologia.

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FOTOS: marcelo kahn

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tecnologia

m 2010 a Globosat deixou suas antigas instalações da rua Itapiru para se acomodar em um prédio na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro) construído especificamente para suas necessidades. O edifício concentra as atividades administrativas e comerciais de todos os canais e também a central técnica responsável por gerar, processar e transmitir os canais às operadoras do país todo, inclusive eventos ao vivo. Por ter sido construído sob medida, o prédio conta com recursos avançados de gerenciamento de energia e telecomunicações. Uma rede 100% IP percorre todo o edifício, transportando voz, vídeo e dados. Assim, as salas são atendidas por um único cabo, e o terminal telefônico faz o papel de roteador, ao qual se ligam os computadores e as telas de TV, conta Roberto Primo, diretor de tecnologia da programadora e responsável pelo projeto. “Fizemos todo o projeto na casa”, conta. Foram investidos ao todo cerca de US$ 50 milhões FOB na montagem do parque, só em equipamentos, fora o custo da obra civil. “Apenas uns 15% do que havia na sede antiga foi reaproveitado”, lembra Primo. O tempo de execução foi apertado,

Virtualização: servidores e processamento ficam centralizados em uma sala protegida e com refrigeração e energia controladas.

apenas nove meses. O prédio estava previsto para ficar pronto em dezembro de 2010, mas foi entregue em julho do mesmo ano. A Globosat faz mais do que receber, empacotar e transmitir os programas. No prédio da Barra também são produzidos promos, trailers, legendagem, dublagem e a gravação de

Roberto Primo, em uma das salas de controle de exibição.

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alguns programas de estúdio. Trabalham no prédio mil pessoas, sendo 550 na área de tecnologia. Os sistemas são virtualizados. O processamento e os servidores ficam concentrados em uma central protegida e refrigerada, e de lá os dados são acessados por terminais em todas as salas, não apenas para as funções ligadas ao processamento dos canais, mas também para as áreas de TI, RH, telecom etc. Embora a central esteja capacitada para trabalhar em rede, boa parte do workflow tem início ainda em fitas, pois é como a Globosat recebe a maior parte do material que exibe. “Ingestamos 30 mil fitas por mês, entre filmes, programas, promos etc”, conta Primo. Parte do material, como comerciais e filmes, já começa a vir em formato de arquivo, via FTP. “30% dos filmes do Telecine por

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( tecnologia) FOTOS: marcelo kahn

Mesa de controle centraliza a exibição dos canais SD, HD e as transmissões ao vivo.

Nova unidade móvel em montagem na Globosat: investimento de R$ 10 milhões.

exemplo já são entregues em arquivo”, diz o diretor. O storage de tudo o que é exibido também é feito com fitas magnéticas, no formato LTO 5, de 1,5 TB, em sistemas robotizados Scalar i6000, da Quantum, e Flexicart, da Sony. A central no andar térreo é responsável pela distribuição dos sinais. Ali estão três salas, que reúnem o controle de exibição, central de habilitação, controle de operadoras e o controle dos canais ao vivo. As mesas de controle e a interface gráfica são da Miranda, com softwares de automação da Pebble Beach. A central de uplink é responsável pela transmissão dos sinais ao satélite. Os sinais são enviados em DVB MPEG-2, para os canais SD, e MPEG-4 para os canais HD. Primo conta que estão convertendo os sinais para DVB-S 2 (inicialmente com os canais HD), o que permite um ganho de 40% de banda. O “cérebro” do prédio é uma sala, altamente protegida,

onde estão os servidores e o processamento central dos sinais e informações. A central conta com switchers e multiviewers Miranda, servidores de exibição Omneon e sistemas de exibição da Pebble Beach. “Trocamos para estes sistemas porque são mais modernos e já trazem funcionalidades para o mundo online e o video on-demand”, relata Primo. Os encoders Cisco dão as saídas dos sinais a 11 Mbps (HD) e 6 Mbps (SD). Servidores Dell são usados para os canais de rádio. Produção No subsolo ficam os dois estúdios e a área de produção. O destaque é o cenário baseado em “escultura de luz”. Trata-se de uma estrutura em relevo, formada por cubos brancos, sobre a qual são projetadas imagens controladas por computador, que podem ser estáticas,

Cenário 3D com sistema de projeção computadorizado, que permite mudanças animadas no fundo.

animadas ou até vídeos. Assim, para cada programa, o cenário adquire uma configuração diferente sem a necessidade de troca física do fundo. Ali estão também as salas de edição de áudio e vídeo, onde são gravados e editados promos e trailers, em plataformas Final Cut e ProTools. A Globosat conta com quatro unidades móveis HD (UM) próprias para a cobertura de eventos, sobretudo esportivos, e há uma quinta em construção. A programadora produz 2 mil eventos anualmente, dos quais 20% com equipamentos próprios. A nova UM, também 100% HD, terá 16 câmeras, podendo chegar a 24. O principal fornecedor (mesa e câmeras) é a Sony, além dos monitores Samsung e mesa de som Yamaha. O baú (estrutura) foi importado de Ohio (EUA) e é retrátil, com uma parte que se expande quando estacionado. O investimento total é de R$ 10 milhões. Refrigeração e energia são um capítulo à parte no projeto. O prédio recebe energia de duas fontes independentes, e conta ainda com baterias (no-break) e um sistema de geração própria, para garantir o funcionamento contínuo, 24 horas. Um tanque armazena um milhão de litros de água gelada, usada para o sistema de refrigeração nos horários de pico de energia. André Mermelstein

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Ana Carolina Barbosa

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Original do Brasil Canais Globosat aumentam ano a ano investimentos em conteúdo nacional. A chegada de novos canais e novos meios de distribuição devem estimular a demanda. FOTO: Alexandre Campbell

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produção

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Gravação em 3D de “Que Marravilha!”, do GNT, para o VOD.

ma empresa das Organizações Globo já nasce conhecendo a força do conteúdo nacional nos lares brasileiros. As duas décadas de experiência no ramo de televisão por assinatura da Globosat só reforçam esta lição: a produção local é fundamental para criar identificação com o público e, consequentemente, conquistar audiência. Canal Brasil, Multishow e GNT têm constatado isso e ampliado as perspectivas de produção com os planos de novos canais e com os novos meios de distribuição. O Multishow, que também completa 20 anos, aposta em produção nacional desde sempre, e há quatro anos intensificou os investimentos. “Passamos a usar isso como estratégia. Acredito no diferencial da produção de qualidade nacional. Os canais concorrentes estão em vários países. Nós temos a oportunidade de fazer um canal

totalmente customizado”, explica Guilherme Zattar, diretor do Multishow. Segundo o executivo, o grande trunfo sobre a concorrência é fazer um canal totalmente voltado para o público brasileiro, já que existem situações e características regionais, principalmente no humor, um dos pilares da programação do canal, que o conteúdo internacional não consegue contemplar. Hoje, na grade do canal, cerca de 90% da programação é produzida por produtoras independentes nacionais. São 64 programas produzidos por 34 produtoras, de vários portes. O modelo de negócio mais praticado pelo canal é a aquisição. Zattar conta que o canal também tem usado muito a Internet, tanto para encontrar talentos como para oferecer conteúdo ao público jovem, bastante presente nesta plataforma. Atualmente, é uma ferramenta importante para o Multishow. “Encontramos uma forma de testar com menos risco e daí a gente vê se tem eco, se funciona, se tem pegada”, observa. No ano passado, o canal estreou sua primeira websérie, “I Love my Nerd”. 32

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Este ano, estreou outra série específica para a plataforma: o “Serguei Rock Show”. O canal também usou a web para fazer préestreia, como aconteceu com a atração de humor “Olívias na TV”. Entre os talentos encontrados na rede está Natália Klein, que teve seu blog “Adorável Psicose” tranformado em série de dramaturgia com o mesmo nome. A estratégia do canal, de acordo com o diretor, é continuar apostando na produção nacional e no conteúdo multiplaforma. A mobilidade é um fator importante para conquistar o público jovem. Por isso, o Multishow preparou duas séries especificamente voltadas para tablets. Uma delas é a “Fê-Menina”, que mostra os dilemas da vida de uma adolescente, intrerpretada por Cláudia Sardinha. A ideia é lançar uma atração de 10 a 15 episódios por mês com exclusividade para a plataforma. “A gente ainda está encontrando modelos. É um caminho a ser desbravado”, explica o executivo. De acordo com Zattar, a iniciativa tem o objetivo inicial de atender aos propósitos de marketing e de marca que é estar em todos os lugares. A princípio, é uma proposta experimental e não haverá publicidade. VOD Outro meio de distribuição que tem merecido atenção no canal é o video on-demand. Embora ainda não haja planos de produção de conteúdo específico, há o reconhecimento de que alguns conteúdos podem ir muito bem neste canal. Zattar menciona que o “Cilada”, por exemplo, foi o programa mais visto no primeiro mês


FOTO: divulgação

de funcionamento do Now, o serviço de video on-demand da Net. Já o GNT tem elaborado algumas propostas específicas para este meio de distribuição. O canal tem hoje uma média de 165 horas de conteúdo em HD no VOD da Net e prepara um canal de receitas rápidas para o Now, o Muu (video on-demand da Globosat), iPhone e iPad, segundo a diretora do GNT, Daniela Mignani. Os assinantes poderão assistir diretamente às receitas que são exibidas nas atrações de culinária do canal, como “Que Marravilha!”, “Jamie Oliver” e “Diário de Olivier”. Daniela conta ainda que o canal gravou em caráter experimental o programa “Que Marravilha!” em 3D para o VOD. O canal também completa 20 anos e foi responsável pela produção da primeira atração de produção

Apostando na mobilidade, Multishow lança a série "Fê-Menina", exclusiva para tablets.

nacional da TV por assinatura no Brasil, o “Manhattan Connection”. Muitas atrações produzidas localmente estrearam e algumas mantêm-se por muito tempo na grade, como “GNT Fashion” (16 anos), “Alternativa Saúde” (19 anos) e “Superbonita” (10 anos). O GNT surgiu como um canal de

jornalismo e documentário e mudou de perfil com o lançamento do Globo News. Em 2003, passou por um reposicionamento e tornou-se um canal voltado ao público feminino. Em 2011, foram feitas algumas mudanças na grade e lançados novos programas que devem ganhar espaço fixo, como “Vamos Combinar” e “Base Aliada”. Para 2012, Daniela explica que será consolidada a grade temática com pelo menos um novo programa para cada editoria do canal. Estão no forno atrações sobre casamento, culinária do dia-a-dia, uma série sobre a nova família, uma série sobre fé e um programa sobre relacionamentos, com homens falando sobre temas do universo feminino. A maior parte do conteúdo nacional no canal hoje é resultado

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FOTO: Juliana Torres

(produção)

“O Som do Vinil” entrou na grade do Canal Brasil depois do reposicionamento de um canal de cinema para um canal de cultura brasileira, em 2003, e virou atração de linha.

com a marca Wella. Daniela conta que existem outros projetos de branded content vinculados às marcas de lingerie e de perfume.

do trabalho de produtoras independentes que desenvolvem projetos com a supervisão artística do canal. Os programas “Que Marravilha!” e “Decora” são produzidos internamente e “Marília Gabriela” e “Saia Justa” têm modelo de produção híbrido. Na maior parte das atrações nacionais, o canal investe recursos próprios nas produções, mas já há casos com outros tipos de financiamento. No ano passado, o canal entrou com recursos municipais do ISS na produção do longa “Amor?”, de João Jardim. Em 2011 também, estreou o reality show “Por um Fio” com patrocínio da L’Oréal, que na segunda temporada, foi substituída pela Procter & Gamble

Especiais O forte do SporTV não é o conteúdo nacional, mas o canal atinge bons resultados quando investe em produção original. Os grandes esforços do canal, como explica o diretor, Pedro Garcia, estão no hard news e na aquisição de direitos de eventos esportivos. Os especiais, de produção do próprio canal, são produzidos para o fim de ano, quando há uma baixa de eventos. Também há os semanais “SporTV Repórter” e “Zona de Impacto” que não seguem a linha hard news. O “Expresso do Esporte”, apresentado pelo jornalista Décio Lopes, é o único de produção independente, da Maria TV. Segundo Garcia, no caso dos especiais,

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a tentativa é de trazer relevância, buscar outro olhar, um momento histórico. “Essa programação auxiliar ajuda a marca, ajuda a contar outras histórias. A gente procura situar a programação para que ela não caia do nada”, explica ele. Garcia destaca que estes especiais de produção nacional são os conteúdos que melhor transitam nas plataformas on-demand, já que as competições têm maior apelo na transmissão ao vivo. O executivo acredita que agora, com o lançamento do SporTV 3, haverá um aumento deste tipo de produção para preencher também a grade da nova janela.

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FOTO: divulgação

Solta o som Durante alguns anos, o GNT promoveu um pitching para selecionar propostas de documentário. Hoje, não há processos formais. A equipe do canal trabalha com mais proximidade das produtoras para discutir as propostas. Paulo Mendonça, diretor do Canal Brasil, que também não trabalha com processos formais para o fluxo de propostas, ressalta que os projetos têm chegado cada vez mais maduros e cada vez mais com a cara do canal, o que atesta o profissionalismo dos produtores independentes.

O Canal Brasil nasceu em 1998, desenhado para ser um canal só de cinema, como uma janela exclusivamente voltada para a cinematografia nacional. Em 2003, uma reformulação foi necessária e as produções nacionais para televisão entraram em cena. “Estávamos em uma retração e foi feito um redirecionamento. Havia crise, orçamento pequeno e endividamento grande. Estávamos sendo vistos como um sexto Telecine. A abertura para a produção independente foi natural”, explica Mendonça. “Foi uma mudança muito lenta para um canal de cultura brasileira”. O que era um ambiente especulativo acabou estabelecendo uma linha para o canal. Atrações que surgiram nesta época, como “Espelho” e “O Som do Vinil”, acabaram virando programas de linha do canal. Mendonça destaca também que a flexibilidade e o estímulo à diversidade da linha editorial favoreceram o desenvolvimento de propostas experimentais que acabaram conquistando crítica e público, como o “Larica Total”. Mendonça conta que a produção independente deve ganhar mais espaço ainda com o canal exclusivamente voltado à música brasileira que vem sendo planejado. O canal ainda não tem nome nem previsão de lançamento.

Programa “Zona de Impacto”, de produção própria do SporTV, foge da linha de hard news do canal.

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anos

Fernando Lauterjung

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Conteúdos multitela Buscando a valorização da assinatura de seus canais lineares, Globosat investe em plataformas de TV everywhere e video on-demand.

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do Premiere FC irão para a web em 2012. O premiereFC.com permitirá que os assinantes do serviço tenham acesso ao conteúdo dos jogos ao vivo através da Internet. Segundo Pedro Garcia, diretor do SporTV e PremiereFC e PremiereCombat, o novo site está em teste com a Net e será oferecido no início do próximo ano. Ainda no primeiro semestre, deve ser estendido para todas as operadoras interessadas. “Em um primeiro momento, lançaremos o serviço para os campeonatos Paulista e Carioca, depois irá para o Brasileirão”, explica. Segundo ele, ainda não há um modelo de negócios definido, mas a tendência é que seja usado para agregar valor à assinatura do pacote de jogos, seguindo a lógica do Muu. A proposta é oferecer as partidas dos campeonatos ao vivo, para quando o “sócio” está fora de casa, ou como uma opção de segunda tela, para quando o assinante quer acompanhar dois jogos simultâneos. “É um seguro para o assinante, que se não estiver em casa na hora do jogo, ainda poderá assisti-lo ao vivo”, diz Garcia. “Sabemos que há a pirataria do sinal ao vivo na web. Com isso, criamos uma opção legal”, completa. O modelo deve ser levado também para o Premiere Combat em 2012. Outro canal que investe em sua plataforma na web é o Canal Brasil, que lançou recentemente seu novo site. “O site anterior era calcado apenas em vídeo. Agora podemos oferecer formas de interação com as redes sociais”, diz Gesiele Vendramini, analista de novas mídias do Canal Brasil. Todos os programas de grade do canal contam com páginas

FOTO: marcelo kahn

m agosto deste ano, a Globosat anunciou, durante o Congresso e Feira ABTA, seu serviço de TV everywhere, o Muu. Durante o lançamento, o diretor de mídias digitais da Globosat, Gustavo Ramos, deixou claro que a programadora brasileira não está disposta a esperar para descobrir se a TV everywhere será sucesso no Brasil: “Temos um mercado relativamente estável na Europa e relativamente pequeno nos EUA. Se o consumidor brasileiro, que comprou 10 milhões TVs no último ano vai querer mobilidade no conteúdo, não importa. Não vamos esperar para descobrir”. Com mais de 5 mil vídeos do acervo de 20 anos da Globosat, o serviço foi oferecido em um primeiro momento apenas para assinantes da Net. O site conta com mais de 1,4 mil horas de programas e chegará a 2 mil horas até o final deste ano, com conteúdos dos canais GNT, Multishow, SporTV, Universal Channel, Canal Brasil e Telecine. Com a iniciativa, a programadora permite que o assinante aproveite seu conteúdo em qualquer lugar, além de tornar acessível conteúdos de acervo. O conteúdo do portal de vídeos já está disponível para iPads e iPhones, com aplicativos desenvol– vidos pela área de novas mídias da programadora. Futuramente, o portal deverá ter aplicativos também para dispositivos Android, TVs conectadas e consoles de games. Além do Muu, a operadora prepara uma segunda janela de TV everywhere. Os conteúdos

dedicadas no site, sempre com integração com o Facebook e Twitter e com espaço para comentários. Além disso, o site deixa de replicar o conteúdo da TV, o que acontece agora no Muu. Ao invés disso, o canal gera para o seu portal vídeos que são continuidade da programação, como making ofs, erros de gravação, melhores momentos etc. Também produz conteúdos exclusivos, inclusive com a participação dos internautas. No Muu, o Canal Brasil conta com seus programas de grade. O canal também está investindo na plataforma móvel. Em 2012, o site ganhará uma versão “mobile”. Também está nos planos para o próximo ano o lançamento de aplicativos para iOS e Android. Estão em estudo cinco aplicativos de programas do canal. “Estamos pensando, por exemplo, em um app do Zé do Caixão, com as famosas pragas do personagem, que poderão ser enviadas aos amigos”, adianta Gesiele. Ela também aposta na plataforma móvel para escoar o acervo de curtasmetragens do canal. “Acho que o formato combina muito com esta plataforma”, explica. Os canais eróticos da Globosat também devem explorar ainda mais o mobile. Segundo Maurício Paletta, diretor dos canais Playboy, os canais eróticos já contam com conteúdos distribuídos pelas operadoras móveis. Há planos de lançar, em janeiro de 2012, uma versão do site SexyHot para dispositivos iOS. Vale lembrar, a única forma de levar conteúdos adultos para a

“Se o consumidor brasileiro vai querer mobilidade no conteúdo não importa. Não vamos esperar para descobrir.” Gustavo Ramos, da Globosat

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plataforma da Apple é através da web, uma vez que a fabricante “filtra” este tipo de conteúdo em sua loja de aplicativos. “Podemos levar também para outras plataformas, como Android”, diz Paletta.

FOTOs: DIVULGAÇÃO

VOD O video on-demand é a grande aposta da Globosat para o futuro, sobretudo para alguns tipos de conteúdos. João Mesquita, diretor dos canais Telecine, explica que o VOD representa uma janela adicional para a programadora. “Acho que com grandes campanhas, podemos fazer este negócio crescer muito rapidamente”, diz. Os conteúdos dos canais Telecine estão disponíveis no VOD da Net, o Now, em duas categorias. O conteúdo exibido nos canais lineares é oferecido gratuitamente, apenas aos assinantes dos canais. Já o modelo transacional, através do qual o cliente paga por título assistido, está disponível para qualquer assinante Net. Nesta segunda modalidade, estão os conteúdos inéditos na TV por assinatura. Segundo Mesquita, a programadora estuda formas de oferecer o transacional de forma diferenciada para os assinantes do canal. “Queremos criar vantagens para o assinante Telecine. Podemos, por exemplo, adiantar um pouco a janela, ou ainda oferecer um pacote adicional de filmes junto ao título principal”, explica. Por enquanto, a oferta de filmes gratuitamente aos assinantes representa a grande maioria dos streams. Durante a ABTA, em agosto, o presidente da Net, José Felix, afirmou que 90% do conteúdo assistido no Now é gratuito. Para Mesquita, isso não é um problema. Pelo contrário, ele comemora os resultados: “A maioria dos vídeos mais

“A TV everywhere é um seguro para o assinante, que se não estiver em casa na hora do jogo ainda poderá assisti-lo ao vivo.” Pedro Garcia, do SporTV

vistos no Now são catch-up dos filmes Telecine. É uma valorização do nosso serviço”. Para o executivo, a tecnologia pode ser usada para trazer receita, mas também para trazer conveniência ao assinante. “É muito mais que apenas uma nova receita. A tecnologia permite fazer o on-demand, então temos que fazer”, diz. Hoje os canais Telecine contam com acervo de 1,5 mil filmes. “Quando pudermos oferecer todos, além do linear, vamos ter um valor ainda maior para o assinante”. O executivo dos canais Telecine prevê uma mudança, a longo prazo, no perfil dos canais premium de filmes. “Em alguns anos, o acervo que oferecemos sob demanda deve valer mais para o assinante do que o próprio linear. Nosso produto são os filmes, não a programação linear”, explica. No entanto, ele não acredita que haja uma migração para plataformas abertas. “A essência do serviço tem que ser prestado por quem sabe lidar com o assinante. Não vejo mudança nos próximos anos”, completa. Maurício Paletta, dos canais Playboy, também um vê futuro promissor nas plataformas de VOD. “O conteúdo adulto sempre foi um driver para novas tecnologias”, lembra o executivo. No Now, os canais Playboy contam com sete marcas disponíveis, tendo origem nos canais lineares. Os filmes estão disponíveis a todos os assinantes com acesso à plataforma on-demand, em modelo de cobrança transacional. O diferencial é o produto Hot Shot, com trechos de 20 minutos que “vão direto ao assunto”. “Hoje o

“O futuro dos canais adultos será no VOD, pela conveniência de escolha do conteúdo.”

VOD é um complemento, não canibaliza. Acredito que acabará substituindo o pay-per-view em pouco tempo e ajuda a divulgar os canais”, diz Paletta. “O futuro dos canais lineares adultos será no VOD, pela conveniência de escolha do conteúdo”, prevê. Hoje os canais Playboy já contam com um filme em 3D no Now, outra aposta do executivo. “Acho que o 3D combina muito com esportes e com o conteúdo adulto”, diz. O plano é lançar um novo título por mês, na linha dos filmes Playboy (erótico light). O Canal Brasil também planeja um aumento de oferta de conteúdo no VOD. Gesiele Vendramini explica que o canal está estudando como levar também os filmes para esta plataforma. Atualmente, só programas de grade estão disponíveis. Além disso, o canal pretende explorar a plataformas para lançar títulos de seu selo de home vídeo, que conta com filmes e DVDs musicais. Mídias adicionais Gustavo Freudenfeld, gestor de novas mídias do SporTV, mostra que a programadora busca sempre novas telas para seu conteúdo. A SporTV está em telas em 200 supermercados das redes Pão de Açúcar e Extra, através da Cereja PRN. “Também estamos com distribuição de conteúdo nos aviões da Azul. Como a atualização não tem uma frequência tão alta, enviamos apenas conteúdos atemporais”, diz. “Já com a Gol, iniciamos em um novo modelo. O conteúdo é atualizado a cada aterrizagem e a distribuição interna é feita por wi-fi, para os dispositivos dos passageiros. Como a atualização é mais frequente, enviamos conteúdos diários, como o ‘É Gol’ e ‘SportTV News’”, explica.

Maurício Paletta, dos canais Playboy

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cobertura

(regulamentação )

“O”regulamento Ancine prepara a regulamentação da Lei 12.485/2011, que cria o Serviço de Acesso Condicionado, e abre espaço para contribuições dos setores envolvidos.

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“O regulamento”, tratará da exploração da atividade audiovisual pelas operadoras do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC). Este será o principal regulamento, que tratará dos princípios gerais, da classificação dos conteúdos e a aferição das cotas de programação e de canais, das regras de relacionamento entre setores, informações a serem colocadas na Internet, aquisição de eventos e talentos, sanções e das regras de transição. Outra instrução normativa tratará das regras de credenciamento para produtores, as regras editoriais de classificação dos conteúdos dentro dos critérios estabelecidos por lei e outras questões relacionadas diretamente aos produtores de conteúdo. O terceiro regulamento será apresentado em forma de uma Resolução de Diretoria Colegiada (RDC), e deve tratar do recolhimento da Condecine pelas empresas de telecomunicações. O fato gerador desta Contribuição começa em janeiro de 2012 e o recolhimento efetivo deve se dar até março do próximo ano. Além disso, as novas regras devem mexer com pelo menos três instruções normativas já vigentes: a IN 30, que trata da fiscalização por parte da Ancine; a IN 60, que trata da Condecine; e a IN 91, que trata do recolhimento da Condecine. Conforme apurou TELA VIVA, outros pontos devem ser tratados oportunamente, demandando revisões em outras INs ou a edição de novas instruções. FOTOS: marcelo kahn

Ancine definiu que instrumentos usará na regulamentação da Lei 12.485/2011, que cria o Serviço de Acesso Condicionado. Em evento organizado em novembro pela Converge Comunicações em parceria com o MIS/SP, Manoel Rangel, diretorpresidente da agência reguladora, apresentou o cronograma e afirmou que serão editados três regulamentos (ou instruções normativas, como são chamados os principais atos regulatórios da agência) para regulamentar a nova lei. Na primeira exposição pública sobre a Lei 12.485/2011 após a sua publicação, Rangel aplacou a ansiedade dos setores de produção de conteúdo e de programação e operação de TV por assinatura ao enfatizar que haverá um momento no processo de construção dos regulamentos para que todos sejam ouvidos. Ao mesmo tempo, representantes da agência acompanharam atentamente o evento, ouvindo as demandas de produtores, programadores e operadores. As normas que vêm sendo desenhadas na Ancine serão apresentadas, segundo Rangel, em meados de dezembro, e ficarão em consulta pública durante 45 dias. Além disso, duas audiências públicas serão realizadas para ouvir de perto as preocupações e demandas dos envolvidos. As audiências devem ser realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. A primeira instrução normativa, chamada pelo presidente da Ancine de

Titularidade Um dos temas espinhosos que pode ter sua discussão adiada é a questão da Manoel Rangel, da Ancine: agência está se reestruturando para gerenciar e fiscalizar a nova realidade do mercado.

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titularidade sobre obras audiovisuais com recursos incentivados ou que sejam usadas para o cumprimento de cotas. Durante o evento, o advogado Fábio de Sá Cesnik levantou a questão dos direitos patrimoniais. A dúvida se refere principalmente em relação ao conteúdo que será usado para cumprir as cotas de obra de produção independente. A questão é se a obra será considerada de produção independente pelo fato de ter sido produzida por uma produtora independente ou pelo detentor de sua titularidade. Atualmente, no caso de obras que usem recursos públicos, a titularidade deve ser da produtora independente (em pelo menos 51%). Questionado sobre a viabilidade de mudanças nesta regra, Manoel Rangel diz que o tema não é objeto de estudo neste momento e que valem as regras vigentes. Servidores da agência apontam que a Ancine deve se debruçar sobre o assunto, passado o período de regulamentação da Lei 12.485 e do novo Fundo Setorial do Audiovisual, e então preparar uma IN específica sobre o tema. “Em alguns casos, os recursos incentivados são minoria”, comenta uma fonte na agência. Dinheiro novo Além da regulamentação do SeAC em si, a Ancine trabalha para regulamentar o novo Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que é o principal mecanismo de fomento e que será turbinado em cerca de R$ 400 milhões ao ano, segundo estimativas da Ancine, em função da contribuição que será paga pelos operadores de telecomunica–ções.


A regulamentação do novo FSA é esperada para agosto de 2012, segundo Manoel Rangel. Apesar de haver mais tempo, a Ancine optou por manter um grupo de trabalho desde já, para que todas as regulamentações sejam feitas em sintonia. Segundo Rangel, essa nova contribuição representará um desafio para a Ancine e para as empresas. “Apesar de já haver uma rotina para o pagamento da TFF conhecida pela Anatel, o que temos agora é um recolhimento novo”, explica o presidente da Ancine. O montante de R$ 400 milhões praticamente quadruplica o que se tem disponível hoje no Fundo Setorial do Audiovisual para fomento, e representa 150% a mais em relação a todos os recursos incentivados disponíveis para esse fim hoje no Brasil. Caberá ao Comitê Gestor do Fundo Setorial Audiovisual estabelecer os critérios para aplicação desses recursos, mas são esperadas diretrizes que fomentem especificamente a produção para TV por assinatura. Parte desses recursos serão utilizados também para fomento da atividade cinematográfica, diz Rangel, mas serão tomados cuidados para garantir que essa produção cinematográfica seja aproveitada também no setor de televisão. O presidente da Ancine adiantou que o fomento para a TV deve ser mais abrangente, podendo haver crédito para o desenvolvimento de formatos, por exemplo. Completou ainda que o fundo buscará conteúdo de alto valor agregado, ou “conteúdo de estoque, e não de fluxo”. A afirmação vai ao encontro dos critérios atualmente adotados pela agência para liberar recursos através do Artigo 39 da MP 2.228/01, evitando os chamados “conteúdos de grade”. Segundo Rangel, a operação desses recursos exigirá da Ancine e do fundo uma “outra mecânica, mais

Para Marcos Amazonas, do Grupo Bandeirantes e da NeoTV, a nova lei não levou em consideração os operadores em pequenas localidades, sem recursos para digitalizar as redes.

ágil na seleção de projetos e prazos mais curtos para a entrega de obras”. Rangel reconhece que existe um grande desafio para a Ancine em relação à sua estruturação, e já foram iniciados estudos sobre as necessidades da agência. Nesse momento, alguns estudos referentes à reestruturação do Fundo Setorial Audiovisual já foram passados ao governo, e futuramente uma proposta de reestruturação da própria agência também será levada ao Executivo para permitir que a Ancine seja adequadamente aparelhada

incluir estes canais”, afirmou. Marcos Amazonas, do Grupo Bandeirantes, e também presidente da associação de operadoras NeoTV, discorda de Magalhães. Ele diz que a nova lei não levou em consideração os pequenos operadores, que operam pequenas localidades. O executivo lembra que nestas operações é economicamente inviável digitalizar as redes e que o line-up das redes analógicas não é tão flexível. Para uma operadora do tamanho da Net é mais fácil negociar programação e falar de valores, prazos e demandas. “Eu não diria que é um passeio, mas um agradável rali de fim de semana”, brincou. “No nosso caso é uma travessia do deserto carregando a bagagem a pé.” Amazonas cobrou dos reguladores uma atenção especial

As normas que vêm sendo desenhadas na Ancine serão apresentadas em meados de dezembro, e ficarão em consulta pública durante 45 dias. para atender às demandas da Lei 12.485/2011. Segundo Rangel, a área de fomento da agência passou por uma reorganização no último ano, para se preparar para as novas funções. “Em linguagem popular, nós ‘limpamos a área’ para o novo momento do setor”, disse. Operação O diretor de programação da Net Serviços, Fernando Magalhães, minimizou o impacto das cotas de programação criadas na Lei 12485/2011. Segundo ele, na prática, o impacto da nova regra é administrável. “Por enquanto, vamos ter que aumentar a distribuição de alguns canais já distribuídos pela Net”, disse. No prazo de três anos, admitiu que terá de acrescentar “cinco ou seis canais” ao line-up. “Praticamente todas as cidades estão com as redes digitalizadas, diminuindo a dificuldade de

“O impacto não será tão grande nas cidades onde a rede está digitalizada.”

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Fernando Magalhães, da Net

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aos pequenos operadores. Mesmo a Net concorda que expandir o line-up em algumas de suas operações pode ser complicado. “Vamos ter problemas nas cidades analógicas pequenas, onde a conta não fecha para a digitalização”, disse Fernando Magalhães. A Sky mantém sua posição sobre a nova lei. A operadora, seguindo o exemplo do partido Democratas (veja box), entrou na Justiça questionando a Lei 12.485/2011. A operadora de DTH, que desde a tramitação da lei no Congresso vinha se manifestando criticamente em relação a algumas das propostas do novo marco legal, ingressou na Justiça Federal de São Paulo contra a Ancine e a União questionando a constitucionalidade da lei. Especificamente, a Sky questiona os dispositivos que estabelecem a obrigatoriedade de cotas. A Sky não fez nesse 39

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( regulamentação)

Denise Gomes, da BossaNovaFilms

programadoras, já que todo canal local, todo canal comunitário e todo canal estrangeiro terá que estar vinculado a uma programadora, o que não necessariamente acontece hoje”, disse. Isso significa, lembra o advogado, que todos terão que se credenciar junto à Ancine. Ele também lembrou a questão da repetição de conteúdos e contestou a possibilidade de que isso seja limitado pela regulamentação. “Isso faz parte da característica da TV paga. Não tem nada na lei dizendo que não possa haver reprise de conteúdos”, disse. Araujo Lima também questionou a figura do empacotador criada pela lei e disse temer que as empresas de distribuição de TV paga, a partir de agora, passem a exercer esse papel e controlar o empacotamento dos canais. Para Anthony Doyle, da Turner, o setor de programação está trabalhando para se adequar à lei. “Há um esforço para interpretar a lei. Temos pouco tempo para isso”, disse o executivo. Segundo ele, as indefinições e as dúvidas que pairam

Programação Os programadores no evento apontaram algumas preocupações em relação à regulamentação da nova lei. Para a Globosat, maior programadora brasileira de TV por assinatura, não será nada simples esse processo. José Francisco de Araújo Lima, diretor de assuntos institucionais das Organizações Globo e representante da Globosat, ainda há uma grande quantidade de incertezas sobre o que virá na regulamentação. Araújo Lima disse ser um “alívio” ver que a Ancine fará audiências públicas para ouvir o setor. “Estamos preparados para participar ativamente”, disse. Ele finalizou sua participação lembrando que entre a publicação da Lei do Cabo, em 1995, e sua regulamentação, em 1997, o então presidente Fernando Henrique Cardoso criou uma regulamentação por decreto que, por trazer “diversos absurdos”, teve que ser revogada. Araújo Lima apontou uma série de consequências da nova legislação. “Por exemplo, ela cria centenas de

sobre as novas regras já estão impactando negativamente no trabalho das programadoras, que já estão criando as grades de programação de março, quando começam a vigorar as novas regras. Outro ponto apontado por Doyle é em relação ao licenciamento de conteúdos. O executivo teme que as cotas inflacionem o mercado brasileiro. “A Ancine terá de nos ajudar para garantir que o preço pago seja justo. Não sei qual é o valor correto, mas precisa ser viável”, disse. FOTO: DIVULGAÇÃO

“Talentos da TV aberta perceberam a criação de um novo mercado e acredito que muitos não renovem seus contratos de exclusividade com os canais abertos.”

momento pedido de nenhuma medida liminar, pois entende que como a regulamentação não foi concluída, não há risco iminente, mas isso pode acontecer futuramente, explicou o diretor jurídico da operadora, Ricardo Lagreca, a esta reportagem.

Fator psicológico Segundo a produtora Denise Gomes, da Bossa Nova Filmes, há um fator psicológico na aprovação da lei que fez com que as programadoras se aproximassem mais das produtoras independentes. “Pela primeira, foram os canais que nos procuraram, e não o contrário”, disse. Segundo ela, a expectativa da mudança no mercado mexe com toda a cadeia. “Talentos da TV aberta perceberam a criação de um novo mercado e acredito que muitos não renovem seus contratos de exclusividade com os canais abertos”, disse. Fernando Lauterjung e Samuel Possebon

DEM vai ao Supremo O Democratas (DEM) entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao STF, com pedido de medida liminar contra diversos dispositivos da Lei 12.485/2011. O DEM questiona os poderes atribuídos à Ancine, afirmando que a Constituição “veda que uma lei estabeleça princípios de atividades de comunicação e, em seguida, delegue a uma agência reguladora a implementação destes princípios”. A ação questiona a criação de cotas de programação, sob o argumento de que estas cotas são restrições “às atividades de comunicação, que resultam em restrição da liberdade da atividade econômica, da livre iniciativa, do direito do consumidor, do direito de comunicação e da propriedade intelectual”. Também é questionado o must carry dos canais de radiodifusão, sob o argumento de que estaria sendo ferido “o direito autoral das empresas de radiodifusão ao conteúdo por elas gerado”. Questiona-se ainda a obrigatoriedade de migração para o SeAC sem que se avalie a eventual existência de eventuais prejuízos aos

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atuais operadores de cabo, MMDS e DTH. O DEM questiona a ausência de licitação para o processo de autorização do SeAC. Segundo a inicial da Ação de Inconstitucionalidade, “ainda que se entenda que o serviço de acesso condicionado deva ser prestado sob o regime privado, a licitação revela-se necessária em face da escassez dos meios físicos para a prestação dos serviços e pela evidente desigualdade de condições entre os competidores”. Curiosamente, o DEM não questionou dois dos aspectos que são considerados mais graves do ponto de vista constitucional: a criação de novas atribuições de uma agência reguladora por meio de lei originada no Legislativo e a alteração de regras tributárias também por lei que não seja do Executivo. Também não é questionada a separação de mercados entre empresas de distribuição e produção de conteúdos, previstas nos Artigos 5 e 6 da Lei 12.485, que é justamente um dos pontos considerados mais conflitantes com a liberdade de iniciativa prevista na Constituição.

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cobertura

(convergência)

Conectada e interativa Fabricantes, desenvolvedores e grupos de mídia apontam as oportunidades abertas pela nova geração de televisores inteligentes.

A

popularização das TVs inteligentes e conectadas, bem como de outros dispositivos com conectividade como Blu-ray players e consoles de games, cria uma nova oportunidade de distribuição aos detentores de conteúdos audiovisuais, ao mesmo tempo em que abre um espaço na mais nobre tela dos lares para desenvolvedores de aplicativos. O evento TV.APPs, organizado pela Converge Comunicações no início de novembro, foi o primeiro a reunir os diferentes players deste novo ecossistema para discutir o futuro da plataforma e suas oportunidades de negócios. A expectativa dos setores envolvidos é que este mercado ganhe corpo nos próximos anos. Segundo Milton Neto, diretor de TVs conectadas da LG, as TVs conectadas representam hoje 6% da base mundial de aparelhos. A fatia deve chegar a 45% em 2016. Apenas no Brasil, 20% dos aparelhos de tela plana vendidos em 2011 são do tipo Smart TV. Esta proporção tende a crescer, uma vez que, segundo Neto, a diferença de preços entre os aparelhos conectados e os não-conectados chegou a R$ 100. Para se ter uma ideia da dimensão deste mercado, a loja de aplicativos da Samsung já superou os 11 milhões de downloads em nível global, de mil aplicativos, com mais de 10 milhões de acessos registrados. No Brasil, já são mais de 250

TVs conectadas já representam 20% das vendas de aparelhos de tela plana no Brasil.

apps disponíveis e mais de um milhão de pageviews desde o lançamento, em abril desse ano, da loja. Neste momento, os principais fabricantes vêm fomentando os desenvolvedores como forma de investir em suas plataformas de aplicativos. “É uma plataforma e temos que gerar faturamento com ela”, destaca Neto, da LG. “Fomentar o mercado e atrair novas marcas e novos parceiros é um caminho para deixar a plataforma mais forte”. Entre os modelos de negócio praticados atualmente pela fabricante estão a publicidade, a assinatura, o transacional, a venda de aplicativos e, segundo o executivo, ainda

“A revolução no caso das emissoras é não estar preso ao que ela te passa. Você pode assistir o que quiser, a hora que quiser.” Marcelo Varon, da Sony

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existem outros modelos a serem explorados. Segundo Rafael Cintra, gerente de TVs da Samsung, o crescimento do mercado de TVs conectadas traz novos paradigmas para a indústria fabricante, que deixa de focar na entrega do hardware para ser também uma provedora de soluções de conteúdo. O que antes era medido como preço, agora é uma cadeia de valor, explica. Cintra observa que o Brasil é um mercado bastante promissor com as perspectivas de melhoria da banda larga. Hoje são 16 milhões de lares com conexão de banda larga (dos quais apenas 3 milhões têm conexão superior a 1 Mbps). A expectativa é de que em 2016 sejam 30 milhões. Conteúdo O crescimento desta plataforma já tem reverberação no mercado de conteúdos audiovisuais. Segundo Cintra, os aplicativos de video on-demand (VOD) são os mais acessados, seguidos pelas redes


FOTOs: marcelo kahn

sociais. Marcelo Varon, gerente de Internet vídeo da Sony, explica que dos 40 aplicativos mais acessados na plataforma da fabricante, apenas Facebook, Skype e Twitter não são de vídeo. Entre as parceiras da fabricante estão Band, SBT e a TV L!, do diário esportivo Lance!. “Na TV as pessoas querem ver vídeos”, explica o executivo. “A revolução no caso das emissoras é não estar preso ao que ela te passa. Você pode assistir o que quiser, a hora que quiser. Isso vem a complementar a programação de TV”, disse. O SBT oferece conteúdo na plataforma Sony no modelo “catchup TV”. Segundo o diretor de relações institucionais da emissora, Roberto Franco, esse modelo ainda não gera receitas significativas com publicidade, embora esteja sendo explorado. “É mais pela expansão do hábito e pela marca do que pela exploração comercial”, explica. A Band, que também está na plataforma da LG, também explora o conceito de catch-up, liberando o conteúdo 20 minutos após a sua exibição na TV aberta. Entre o que já está disponível da emissora, há vídeos de programas como “CQC”, “A Liga”, “Jornal da Band” e “Jogo Aberto”. Segundo a Band, a disponibilização de programas da emissora nos aparelhos conectados é o início do projeto que irá produzir conteúdo para a Internet, com novas atrações exclusivas para o internauta. Varon, da Sony, citou que o que mais chama a atenção do usuário é YouTube, conteúdos locais, esporte,

“Fomentar o mercado e atrair novas marcas e novos parceiros é um caminho para deixar a plataforma mais forte.” Milton Neto, da LG

“Os grandes players são limitados e esperados. O diferencial é dar abertura para surgir coisas novas e ideias novas.” Terence Reis, da Pontomobi

conteúdos diferenciados e redes sociais. Em conteúdos diferenciados, a Sony apostou no lançamento de um canal 3D. Além dos canais de TV, os serviço de locação virtual de filmes também são destaque nas TVs conectadas, como Netflix, NetMovies e Terra. Ainda sem uma geração expressiva de receitas na nova plataforma, os aplicativos deverão se tornar protagonistas nas TVs conectadas, disputando espaço com as outras formas de informação e entretenimento. Salustiano Fagundes, da HXD, empresa criada inicialmente para desenvolver aplicativos para o Ginga e que encontrou nas SmarTVs um mercado a ser desbravado, diz apostar no mercado e contou que a empresa também passou por mudanças de foco para interagir melhor com o mercado, investindo em profissionais de marketing e conteúdo. Para Terence Reis, da Pontomobi, empresa que tradicionalmente se dedicava a aplicativos e conteúdos para celular e que agora aposta no universo das TVs conectadas, o grande diferencial entre as fabricantes de televisores será a abertura que elas darão aos novos projetos. “Os grandes players são limitados e esperados. O diferencial é dar abertura para surgir coisas novas e ideias novas”, diz. Reis chama a atenção para o problema da existência de plataformas proprietárias, o que atrapalha o desenvolvimento de aplicativos. “Em alguns anos acho que só teremos duas ou três plataformas”. Varon, da Sony, aposta no sucesso dos games. “Os games terão cada vez mais força entre os conteúdos [para TVs conectadas] porque é uma porta de entrada para a geração Y”, diz.

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Breno Masi, da desenvolvedora de aplicativos Finger Tips, também aposta na plataforma de games e no desenvolvimento do mercado. “Há muitas possibilidades de crescimento e de inovação”, afirma. Ele contou que a empresa hoje tem seis células para desenvolvimento de TV, com um profissional focado em Samsung e um em LG. “Uma plataforma única seria mais fácil”, sugere. Fernando Chamis, da Webcore Games, apresentou no evento cases de advergames (jogos ligados a um anunciante) em diversas plataformas. Segundo ele, os jogos podem atingir todos os targets, incluindo homes e mulheres adultos. Os jogos permitem um tempo de exposição média da marca de cinco minutos. Em um jogo criado para a marca de absorventes Sempre Livre, Chamis afirmou ter atingido um tempo de exposição médio de 26 minutos, algo impensável em plataforma lineares. Publicidade e as novas mídias A publicidade é apontada como a galinha dos ovos de outro desta plataforma por outros players. Lilian Viana, da área de inovação do Terra, diz que a conectividade traz a necessidade de reinvenção da televisão, tanto em relação ao conteúdo, quanto aos modelos de publicidade. “Estamos diante de uma

Os conteúdos para TVs conectadas, o video on-demand, a TV everywhere e a segunda tela são alguns dos temas em destaques na sétima edição do Congresso TV 2.0, que a CONVERGE promove em março. O evento passa a ter dois dias em 2012.

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( convergência) “Na TV linear, os formatos de publicidade são os filmes de 15, 30 ou 60 segundos, ou ainda algum tipo de interatividade simples. Nas smart TVs, a força da mensagem pode ser maior.”

FOTOs: marcelo kahn

ferramenta de comunicação muito potente. Temos uma curva de aprendizado pela frente”, disse a executiva. Para ela, as TVs conectadas criam oportunidades novas para o anunciante. “O anunciante pode criar uma estratégia única de publicidade, explorando múltiplas telas. Este desenvolvimento pode se dar em conjunto, entre anunciante, agência, provedor de conteúdo e fabricante de TVs”, disse. Segundo Lilian, a área de TV é estratégica no Terra. “Temos equipes exclusivas nas áreas técnicas e editorial”, afirma. A executiva do Terra destaca que é possível segmentar a publicidade nas plataformas móveis entre fabricantes, tipos de equipamentos (Blu-ray players conectados ou smart TVs, por exemplo), target etc. “A audiência hoje pode não ser muito grande, mas as previsões para 2015 são muito otimistas”, finalizou. Ricardo Godoy, da Burtifilmes/ITBN, uma empresa especializada no conceito transmídia, apresentou o case do Chiclets Evolution, que conta com um aplicativo nos televisores inteligentes da LG. Ao contar com um filme interativo, com diversos pontos na narrativa que demanda a

Luis Bianchi, da Philips

interação do telespectador, o aplicativo acaba expondo a marca durante vários minutos, ao invés de apenas alguns segundos. “Do ponto de vista estratégico, acho que as marcas devem marcar uma posição nesta nova plataforma agora, enquanto ainda está em desenvolvimento e com espaço para experimentação. A questão da métrica vem depois”, disse. “Na TV linear, os formatos de publicidade são os filmes de 15, 30 ou 60 segundos, ou ainda algum tipo de interatividade simples. Nas smart TVs, a força da mensagem pode ser maior”, diz Luis Bianchi, diretor da Philips. Para o executivo as plataformas proprietárias dos fabricantes apresentam vantagens e desvantagens em relação à publicidade interativa baseada em Ginga, por exemplo. “O Ginga tem a vantagem do sincronismo, mas é menos democrático, a Internet é mais flexível em termos de

“Estamos diante de uma ferramenta de comunicação muito potente. Temos uma curva de aprendizado pela frente.” Lilian Viana, do Terra

Emulador Ginga A Totvs anunciou o início da distribuição gratuita do AstroBox SDK a desenvolvedores de aplicativos. Trata-se de um emulador Ginga para PC, usado para o desenvolvimento de aplicações interativas para TV digital. A iniciativa, batizada de “Ginga para todos”, é fruto de uma parceria com o Instituto da Oportunidade Social (IOS) - entidade mantida pela Brasscom - dentro de sua proposta de promover capacitação profissional. Os interessados podem acessar o endereço www.ios.org.br e clicar no banner “Ginga para Todos”. Após se cadastrar, é possível fazer o download do emulador e ter acesso a fóruns e a materiais de treinamento. Na versão beta do AstroBox SDK, o desenvolvedor terá acesso a um emulador Ginga completo e poderá desenvolver aplicativos Ginga em NCL/Lua e Java. Quem se inscrever no programa receberá, ainda, um código que dá desconto na compra de um receptor de TV digital com o AstroTV, em uma parceria da Totvs com a Visiontec.

formatos”, disse. “Precisamos unir o melhor dos dois mundos”, completou Bianchi. Para ele, não basta exibir a marca em algum conteúdo das TVs conectadas. “Não faz sentido anunciar nesta plataforma sem ter um aplicativo da marca”, disse. Segundo o gerente de operações da TV Globo, Carlos Fini, o que funciona para a radiodifusão é o sincronismo de conteúdo, ou seja, quem produz o conteúdo-chave deve pensar em qual tipo de interação quer fazer. “O sincronismo de conteúdo agrega valor e é propriedade de quem o criou”. O middleware da TV digital brasileira já conta com uma plataforma de aplicativos. Trata-se do Sticker Center, da Totvs. Segundo David Britto, diretor da Totvs, a plataforma se destaca porque as TVs conectadas dependem da conexão com a Internet, e apenas 27% dos lares têm acesso à Internet atualmente, sendo que apenas 5,5% deles têm banda larga. “O cenário é promissor, mas não chega à grande parcela da população”. Ele diz ainda que as TVs abertas são o grande vetor da comunicação e das mensagens publicitárias e que são os radiodifusores que carregam essa mensagem dos anunciantes. “A relação dos anunciantes é com a emissora, não com o fabricante”, conclui. Segundo o assessor especial da Casa Civil André Barbosa, as TVs conectadas não são concorrentes do Ginga. “A discussão não é sobre quem será maior, mas sim sobre a integração dessas plataformas”, diz. Segundo Barbosa, até 2015, estima-se que 100% dos televisores produzidos terão Ginga embutido. “Assim, as TVs conectadas e o Ginga estarão presentes em um mesmo dispositivo”, conta o assessor. Da redação

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(audiência - TV paga)

Rock popular

C

Foto: SamuelKobayashi

om apresentações de artistas tão diversos como Katy Perry, Metallica e Stevie Wonder, o Rock in Rio atraiu fãs de todos os gêneros musicais para o Rio de Janeiro – e também para o Multishow, canal que transmitiu os shows do palco principal na íntegra durante os dois finais de semana em que aconteceram as apresentações (de 23 a 25 de setembro e de 29 de setembro a 2 de outubro). Em setembro, mês em que aconteceu a maior parte das apresentações, o canal da Globosat ficou em segundo lugar no ranking de canais pagos com o melhor alcance diário médio entre o público adulto. O Multishow registrou 9,64% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de 25 minutos. No total,

Show da banda Jamiroquai no Rock in Rio, exibido pelo Multishow.

os canais pagos tiveram entre o público com mais de 18 anos alcance diário médio de 46,54% e tempo médio diário de audiência de duas horas e 28 minutos. O primeiro posto do ranking

ficou com o SporTV, com 12,02% de alcance diário médio, seguido por Multishow, TNT, Fox e SporTV 2. Entre crianças e adolescentes, o canal com melhor alcance diário médio foi o Disney Channel, seguido de Cartoon Network, Discovery Kids, Nickelodeon e Fox. O primeiro colocado do ranking entre as crianças registrou 15,16% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de uma hora e três minutos. Os canais pagos tiveram entre o público de 4 a 17 anos 46,23% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de duas horas e 37 minutos. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico

De 4 a 17 anos**

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total canais pagos 46,54 4.670,07 02:28:45 SporTV 12,02 1.206,40 00:40:07 Multishow 9,64 967,59 00:25:22 TNT 9,09 912,26 00:28:28 Fox 8,12 814,37 00:30:18 SporTV 2 7,96 798,84 00:27:48 Cartoon Network 7,65 767,43 00:42:18 Globo News 7,62 764,47 00:27:00 Megapix 7,50 752,30 00:28:22 Viva 7,41 743,78 00:31:04 Discovery Kids 6,83 685,15 01:03:06 Warner Channel 6,09 610,61 00:30:07 Discovery Channel 6,02 603,61 00:21:26 Universal Channel 5,95 597,49 00:25:15 National Geographic 5,93 594,71 00:19:39 Disney Channel 5,45 546,38 00:36:26 GNT 5,17 519,28 00:14:31 Telecine Pipoca 5,10 511,26 00:35:49 FX 4,09 410,29 00:23:40 Nickelodeon 4,07 408,81 00:33:30 ESPN Brasil 3,95 396,76 00:19:27

**Universo 10.034.300 indivíduos

Acima de 18 anos**

(Das 6h às 5h59)

Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total canais pagos 46,23 1.120,65 02:37:50 Disney Channel 15,16 367,55 01:03:00 Cartoon Network 15,05 364,85 01:13:24 Discovery Kids 12,95 313,99 01:01:37 Nickelodeon 11,13 269,68 00:56:25 Fox 8,82 213,63 00:33:58 Multishow 8,48 205,39 00:30:03 SporTV 7,97 193,26 00:33:47 TNT 7,59 183,96 00:32:06 Megapix 6,29 152,33 00:31:24 Disney XD 5,54 134,33 00:51:33 SporTV 2 4,72 114,48 00:24:43 Viva 4,48 108,70 00:19:15 Telecine Pipoca 4,15 100,70 00:34:20 Boomerang 4,15 100,49 00:28:33 Universal Channel 3,94 95,45 00:17:59 Warner Channel 3,76 91,06 00:24:15 Discovery Channel 3,62 87,66 00:19:48 FX 3,55 85,95 00:24:44 National Geographic 3,18 77,13 00:14:53 Globo News 2,96 71,83 00:11:32

*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.

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**Universo 2.370.200 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Setembro/2011

Alcance* e Tempo Médio Diário – setembro 2011


Embarque nessa nova conexão.

EDIÇÃO

O CONGRESSO TV 2.0 DEBATERÁ AS FERRAMENTAS PARA A DISTRIBUIÇÃO DIGITAL DE CONTEÚDOS. NOVIDADES E DISCUSSÕES EM TORNO DO ECOSSISTEMA DE INTERATIVIDADE E CONECTIVIDADE NA TV, REGULAMENTAÇÃO, TECNOLOGIAS E OPORTUNIDADES PARA OS DIVERSOS PLAYERS DO MERCADO.

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Pincel de luz Cada vez mais utilizado em eventos e ações de marca, video mapping ganha a atenção de produtoras e leva otimismo a estúdios veteranos. FOTOs: divulgação

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técnica de projeção de imagens 3D em superfícies arquitetônicas, conhecida como video mapping ou mapeamento de vídeo, está ganhando adeptos no Brasil. Organizadores de eventos e gestores de marcas descobriram que essa é uma maneira eficiente de fascinar multidões, ganhar mídia espontânea e repercussão na web. Produtoras se organizam para ingressar neste mercado e estúdios veteranos no processo acreditam na expansão do negócio. A Movie&Art firmou neste ano uma parceria com o coletivo francês 1024, de Pierre Schneider e François Wunschel, para a oferta dos serviços no Brasil. O coletivo é bastante atuante na Europa, tendo no portfólio eventos como a Festa das Luzes em Lyon, em 2010; o Mapping Festival, em Genebra; e a Bienal de Veneza, em 2006. A iniciativa faz parte do posicionamento da produtora para a produção de conteúdo multiplataforma. “A gente está vivendo este momento em que a publicidade não é mais publicidade, é criatividade”, diz Douglas Costa, diretor artístico executivo da produtora. Costa explica que a grande aposta é o conteúdo integrado: o cliente promove a ação de vídeo mapping, produz o filme para a Internet com a ação e o 30 segundos. “Tem também os eventos e há possibilidade de projeção, de trabalhar com uma decoração virtual”, observa. Ele

Ação desenvolvida pelo Bijari para promover a série “Planeta Humano”, da Discovery, usou o Masp para o video mapping.

reforça que, devido à crise europeia, os preços cobrados pelos franceses muitas vezes são mais acessíveis do que os praticados no Brasil. Alguns projetos já estão em orçamento na casa. Outro aspecto importante do video mapping dentro da produtora é a possibilidade de envolver os diretores da casa nos projetos. Pelo outro lado da parceria, para Schneider e Wunschel, o mercado brasileiro representa muitas possibilidades e

Conteúdo e criatividade são os diferencias das empresas que trabalham com o mapping, porque a tecnologia já não impõe limitações. 48

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tende a crescer com a aproximação de grandes eventos esportivos e musicais. Animação Heber Conde, sócio-fundador da Vagalume, estúdio de animação gráfica 3D que também tem investido no video mapping, acredita que até a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 a técnica já esteja consolidada e apresentando versões mais sofisticadas, como o video mapping 3D. “Acho que vai haver o boom”, palpita. “Ainda falta verba e audácia. Apesar da calorosa recepção, a técnica ainda soa arriscada e dispendiosa aos ouvidos dos produtores. É no entanto, consensualmente, a mais


poderosa técnica de catarse e ilusão ótica para grandes plateias.”, opina. A Vagalume entrou em projetos de video mapping por motivos semelhantes aos da Movie&Art. “Observamos que a grana da mídia de TV estava migrando para branded content e eventos. A gente começou a estudar tudo o que o 3D pudesse agregar na comunicação”, conta o sócio-fundador. O primeiro projeto foi desenvolvido em 2010, em parceria com a Pix Post: o lançamento do Evoque, da Land Rover, no Salão Internacional do Automóvel. Hoje, a produtora apresenta a ideia a novos clientes, principalmente com o intermédio das agências de publicidade. “Hoje, ainda representa 10% do meu negócio em resultado, mas

Projeção feita pela Vagalume em parceria com a Pix Post para o lançamento do Evoque, da Land Rover, no Salão Internacional do Automóvel.

em proposta, solicitação de orçamento é bastante”, afirma. Na SuperUber, ateliê criativo e laboratório de tecnologia, as expectativas são bastante otimistas. “Estamos numa fase muito animadora para o Brasil. Acho que vamos superar os 50% de crescimento anual. É o que

estamos vendo com a economia brasileira com eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas”, explica Russ Rive, sócio-fundador. A empresa foi formada no final de 2002 quando Rive e sua sócia Liana Brazil moravam nos Estados Unidos. Eles começaram a

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FOTOs: divulgação

( tecnologia)

Mapping realizado pelo coletivo francês 1024, parceiro da Movie&Art, no Festival das Luzes de Lyon, na França.

projetos assinados pela casa o show da cantora Ivete Sangalo, na Madison Square Garden; a ação da Discovery para a promoção da série “Planeta Humano” no Masp; e a criação do Espaço Telefônica na Casa Cor de 2011. As principais Sem limites demandas vêm dos setores No estúdio Bijari, o discurso corporativo, para eventos internos também é que a tecnologia não impõe de comunicação institucional e mais limites, tudo depende da lançamentos de produtos, e criatividade dos envolvidos no cultural, com as solicitações de processo. “A técnica de programação e prefeituras, Sescs e governos. conhecimento de hardware a gente Rocha lembra que até 2009 era domina e outras empresas também. O muito difícil a realização de Expectativa é que o boom das mapping no Brasil pelos projeções aconteça próximo altos custos do equipamento. à Copa do Mundo e aos Jogos Hoje os preços são mais acessíveis e fatores como a Olímpicos no Brasil. Lei Cidade Limpa, de São Paulo, forçaram as marcas a diferencial é a direção de arte. É criarem alternativas para gerar o possível fazer qualquer coisa com mesmo nível de atenção com tempo e verba”, explica o sócio João intervenções urbanas. Ele ressalta Rocha. O sócio Olavo Ekman destaca que 2011 foi o marco para os que o investimento em pesquisa trabalhos, com uma média de um também é importante. Hoje, a job realizado por mês. A equipe do estúdio estuda expectativa é que o setor siga microprojeção, pois acredita que crescendo. “Vídeo reverbera e tem também é uma tendência. importância econômica maior. É A empresa foi fundada há 15 anos um produto rentável. Tem uma como um estúdio de criação com foco repercussão que gera mídia e em design. Os primeiros trabalhos com novas empresas chegam até a vídeo foram em vídeo monitor, passou gente”, diz. para shows de música eletrônica e depois para vídeos de maior amplitude. Destacam-se entre os Ana Carolina Barbosa

trabalhar com exposições temáticas. “Sempre trabalhamos com tecnologia e conteúdo. Formatos que não são tradicionais para que as pessoas pudessem interagir”, explica ele. Aos poucos, a empresa foi incorporando novos mercados e hoje, com escritórios em São Paulo e Nova York, ampliou a atuação para as áreas de eventos, exposições, festivais e entretenimento de modo geral. Entre os trabalhos de video mapping do ateliê estão o projeto da loja conceito da Nike, em São Paulo, o novo cenário do canal SporTV, e o mapeamento de projeção da Igreja Santa Rita, com patrocínio da Light, no Rio de Janeiro. Uma equipe multidisciplinar formada por engenheiros eletrônicos, engenheiros de softwares, equipe de produção, animação e cenografia trabalham nos projetos da casa. Todos os softwares são desenvolvidos internamente. “Neste conceito de mapping, estamos pensando em projetores como pincéis de luz. Já acontece há muito tempo, mas não chamava mapping. Gostamos de criar estruturas para mapear, não trabalhar só com fachadas”, afirma Rive. Para ele, o mais importante do trabalho de video mapping hoje é

o potencial criativo, o conteúdo. “A gente nunca usa a tecnologia só pela tecnologia. A tecnologia torna possível a inovação, mas não é o personagem principal”, ressalta Liana.

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Mundo dos ciclopes

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FOTOs: divulgação

m um mundo onde as pessoas têm apenas um olho, estranho é aquele que possui dois. No comercial do celular Optmus 3D, da LG, capaz de captar e exibir vídeos em três dimensões sem a necessidade de óculos especiais, um rapaz, aparentemente normal, é examinado por um oftalmologista. Após alguns segundos, o filme revela que o médico possui apenas um olho, assim como a sua assistente, e que o “doente” é aquele que possui dois olhos. Com a assinatura “Duas lentes. É assim que se vê o mundo em 3D”, o comercial mostra um universo onde as pessoas “normais” na verdade são ciclopes, gigantes da mitologia grega com um olho só no meio da testa. “O desafio era fazer parecer normal o que é totalmente bizarro”, diz um dos diretores do comercial, Nando Cohen, da Vetor Zero/Lobo. “Não existe um take de apresentação de personagens. Tentamos fazer uma decupagem bem tradicional”, conta o outro diretor, Mateus de Paula Santos. Os diretores contam que para chegar ao desenho dos personagens sem que estes parecessem maquiados, ou até mesmo grotescos, muitas referências foram descartadas. “Todos os ciclopes que conhecíamos eram monstros. Neste caso, o objetivo era ter um humano com um olho só”, diz Santos. Para construir o olho único do médico e de sua assistente, os atores foram filmados com marcas de tracking em seus rostos, que serviriam para a aplicação de uma prótese virtual, que cobre a região dos olhos filmados dos atores. “Na pós, trocamos apenas essa região dos olhos e as emendas com as bochechas. O restante, como nariz e boca, foi mantido”, conta Cohen. O olho aplicado nesta prótese virtual foi totalmente criado em 3D,

Olho de ciclope foi totalmente construído em computação gráfica.

com base no olho do ator. Para isso, foram tiradas fotos em altíssima resolução, que ajudaram na recriação de texturas e do tom de pele na pós. “Normalmente se utiliza motion capture para esse tipo de trabalho, mas neste não. O olho foi totalmente feito em CGI, e a textura foi animada. É um trabalho inédito no Brasil”, conta Santos. O casting, com atores mais velhos, ajudou a animação das texturas. “Quando mais vincos no rosto, melhor. Mais realista fica”, complementa o diretor. A única preocupação técnica no momento das filmagens foi não deixar que os atores virassem seus corpos em 52

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ângulos de 90 graus, o que dificultaria a substituição das próteses virtuais na pós. Apesar dos efeitos, a preocupação técnica certamente não foi o grande desafio para os diretores, conhecidos principalmente por seu trabalho na pós-produção. “Esse é um filme de acting, com aquele ‘algo a mais’”, lembra Cohen. “Nosso desafio foi encontrar o melhor jeito de contar a história”, conclui Santos. ficha técnica Cliente LG Título “Ciclope” Agência Y&R Redator Roberto Kilciauskas Diretor de arte Kleyton Mourão Produtora Vetor Zero/Lobo Direção Mateus de Paula Santos e Nando Cohen Dir. de fotografia Lito Mendes da Rocha Dir. de produção André Rosa Montagem Guilherme Sarinho Direção de CG Cleverson Leal e Thiago Machado Pós-produção Equipe Vetor Zero Produtora de som Cream


Cenário reciclável

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e a ideia fosse economizar tempo, a cidade mostrada no comercial da Batavo poderia ter sido feita em 3D. No entanto, o filme que mostra uma cidade totalmente construída de embalagens de leite da marca utilizou como cenário uma maquete feita a partir do material dessas caixas, e contou com a ajuda da pós-produção apenas para os personagens 3D em movimento. “O projeto foi orçado em outras produtoras, mas nós propusemos fazer tudo ao vivo, a partir de uma maquete idealizada pela artista plástica Nani Brisque”, conta a produtora Cristina Pillar, da Zero Filmes. O comercial mostra as novas embalagens do leite Batavo, pensadas para evitar o desperdício, com papel vindo de florestas que preservam a biodiversidade. Para construir essa cidade, a produtora convidou a artista Nani Brisque, que também acumula experiência em cenografia. No briefing, o pedido por um cidade contemporânea, mas que também fosse sustentável, tanto nos aspectos estéticos, quanto ambientais. “Pensamos nessa maquete não só para o comercial, mas também para uma possível saída do estúdio, tanto para ser armazenada, quanto para ser montada em um local expositivo”, conta Nani. Assim, a maquete foi construída em módulos, que juntos formam uma cidade de 45 m². “Não me prendi a uma linguagem ou a uma escala específica. As edificações e os personagens têm tamanhos diferentes”, explica a artista. A base da maquete é feita de refugo de material semelhante ao das embalagens, e os pés desse tampo são de tubos de papelão. “Usamos o mínimo de madeira possível”, conta Nani. Foram utilizadas cerca de 20 mil embalagens de leite, fornecidas pelo fabricante, para a produção de casas, quadras, montanhas, árvores e os personagens que habitam a cidade. “O

Cidade de 45 m² foi construída a partir de 20 mil embalagens de leite.

uso do material foi bastante otimizado. Cerca de 85% foi aproveitado e o restante foi para a reciclagem”, conta a artista. “Essa é uma campanha de sustentabilidade, por isso reunimos uma equipe também preocupada com isso”, diz, lembrando que contou com a consultoria de Jorge Constantino para o reaproveitamento do material. Para montar as diversas peças que constituem a maquete, uma equipe de 33 pessoas trabalhou em diferentes frentes. Uma delas era formada por cenotécnicos, que desenvolveram a base; outra fazia quadras e montanhas; uma terceira trabalhava nas edificações; e uma quarta equipe, formada de aprendizes, desenvolveu parte das árvores. “Além disso, eu e minha sócia, Naná Lavander, cuidamos do desenvolvimento dos personagens”, diz Nani. Entre os técnicos que trabalharam com a artista estão os artistas Mirian Cassemiro, que desenvolve trabalhos em alumínio, e Cléber Padovani, realizador de esculturas feitas com lixo. Ajudantes realizaram o trabalho de cortar (tanto manualmente quanto com guilhotina) e separar o material por cores, marcas, selos e outros detalhes da embalagem. “Para montar, usamos cola quente, grampos e fitas adesivas”, lembra a artista.

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Os personagens que aparecem em movimento no comercial foram modelados e animados pela Tribbo Post. “Os personagens foram desenvolvidos em 3D junto com a artista, para que tivessem uma linguagem única”, conta o diretor executivo da Tribbo Post, André Pulcino. Os cenários serviram como base para a “atuação” dos personagens, e contaram com céu construído em pós. “Apenas duas cenas, entre elas aquela que o menino tira o leite da geladeira, foram totalmente feitas em 3D. Ainda assim, foi tudo baseado no trabalho real”, completa Pulcino.

ficha técnica Anunciante BRF – Brasil Foods Título “Mundo Batavo” Agência NBS Criação Dede Eyer e Cassio Faraco Produtora Zero Filmes Direção Amon Dir. de fotografia Amon Artista /Maquete Nani Brisque Produção Equipe Zero Filmes Montagem Amon e Marcelo Teixeira Produtora de áudio Banda Sonora Pós-produção Tribbo Post

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( case )

Infância Clandestina Academia de Filmes roda sua primeira coprodução internacional em parceria com produtora argentina vencedora do Oscar de 1986.

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FOTOs: divulgação

Academia de Filmes, empresa do Grupo Ink, rodou sua primeira coprodução internacional, com Argentina e Espanha. A produtora brasileira entrou no projeto do longa-metragem “Infância Clandestina” em dezembro de 2010, após participação no Ventana Sur, mercado de produção cinematográfica que acontece em Buenos Aires. Lá, o produtor executivo Paulo Schmidt conheceu Luis Puenzo, da produtora argentina História Cinematográfica, que em 1986 levou o Oscar de melhor filme de língua estrangeira com “A História Oficial”. Puenzo trabalhava no desenvolvimento do filme roteirizado pelo argentino Benjamín Ávila em parceria com o brasileiro Marcelo Müller, que assina o roteiro de outra produção da casa, que estreou em novembro: o filme “Amanhã Nunca Mais”, dirigido por Tadeu Jungle. O argentino é também diretor de “Infância Clandestina”. Foi Müller, que frequentou a escola cubana de San Antonio de los Baños com Ávila, quem aproximou os três. Fechado o acordo durante o evento, foram feitas pequenas modificações no roteiro para justificar a coprodução com o Brasil. Schmidt conta que o enredo chamou a atenção. O filme, com elementos da história particular de Ávila, tem a trama centrada na ditadura militar argentina. A narrativa gira em torno da vida dupla de um garoto que não pode revelar sua verdadeira identidade para não colocar a família em risco. No

Produtora brasileira fechou participação no projeto durante o Ventana Sur, na Argentina, e investiu recursos próprios no filme.

roteiro original, o menino retorna à Argentina acompanhado de um casal pelo Uruguai. Com a participação brasileira, o personagem passa pela fronteira entre Brasil e Argentina. Os atores brasileiros Mayana Neiva e Douglas Simon foram incluídos no elenco.

recursos pelo INCAA (Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales). A produtora espanhola Antártida e a Academia de Filmes do Brasil entraram cada uma com 20% do orçamento, em investimentos próprios. Na composição financeira, ainda há recursos do Programa Ibermedia. Pressa A coprodução entre países ibéricos Segundo Schmidt, o orçamento do tornou o projeto apto à captação. filme é de um milhão de euros. Do total Schmidt conta que a Academia do investimento, 60% vem das Filmes pensou em captar parte dos produtoras argentinas envolvidas no recursos pelo edital da Ancine de projeto: a História Cinematográfica, de coprodução Brasil-Argentina, mas Puenzo, e a Habitación 1520, de Ávila. havia urgência em filmar a história As produtoras captaram parte dos entre dezembro de 2010 e janeiro e julho de 2011, nos meses de férias do ator Com um esboço do primeiro mirim Teo Gutierrez, corte, o filme ganhou o prêmio protagonista do filme. Casa de las Américas, de apoio à “Decidimos entrar com finalização, no festival recursos próprios e buscamos a espanhol de San Sebastian. 54

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recuperação com investimentos e com bilheteria. Ainda não temos distribuidora fechada. Vamos submeter o filme a distribuidores e a possíveis investidores”, diz o produtor. No modelo de coprodução estabelecido entre as produtoras, cada uma tem 100% de participação no filme em seu país de origem. Nos demais países onde o filme possa ser comercializado, haverá divisão das participações. Prêmio O filme está sendo finalizado no Brasil e na Argentina. A Academia de Filmes está cuidando da montagem e da finalização. Os trechos em animação que fazem parte da história serão desenvolvidos na Argentina. Nas cenas mais violentas, Ávila optou por recorrer à animação. “Infância Clandestina” foi exibido ainda sem primeiro corte totalmente definido no festival de San Sebastian, na Espanha, na seção Cine en Construcción. O evento aconteceu entre os dias 16 e 24 de setembro. O filme ganhou o prêmio Casa de las Américas, com apoio para a pós-produção. O prêmio é uma iniciativa conjunta do Festival de San Sebastian e do

Infância Clandestina

Longa-metragem Formato Benjamín Ávila Direção Benjamín Ávila e Marcelo Müller Roteiro Luis Puenzo Produção o Schmidt Paul Produção executiva Academia de Filmes, Histórias Produtoras e Antártida Cinematográficas, Habitación 1520

francês Recontres Cinéma d’Amerique Latine de Toulouse, cujo objetivo é facilitar a conclusão de longasmetragens de ficção latino-americanos. “Os argentinos têm bons profissionais e bons roteiristas. É um filme pequeno, mas é uma

Sinopse: Inspirada na história do diretor e roteirista Benjamín Ávila, o filme tem a trama centrada na última ditadura militar argentina. A narrativa gira em torno da vida dupla de um garoto que não pode revelar sua verdadeira identidade para não colocar a família em risco.

experiência muito interessante, muito legal”, diz Paulo Schmidt. “Infância Clandestina” é o sétimo longa-metragem produzido pela Academia, mas a primeira coprodução internacional. Ana Carolina Barbosa


( upgrade )

Fernando Lauterjung

f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r

Adeus ao magnético

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estado sólido, diz a empresa, reduz os custos operacionais ao Harmonic apresentou o Omneon Spectrum MediaCenter exigir menos energia e refrigeração, e também opera mais SSD, acrescentando a tecnologia de drive em estado silenciosamente do que os sistemas baseados em disco rígido. sólido ao seu servidor de médio porte de mídia Assim como os modelos “irmãos” baseados em disco rígido, multicanal. Apresentando armazenamento integrado somado à o MediaCenter SSD é compatível com todos os outros membros modularidade e escalabilidade da linha Spectrum MediaPort, o da linha de produtos Spectrum. Ele também garante MediaCenter SSD é o primeiro servidor modular a oferecer intercâmbio de mídia e o mesmo suporte para sistemas de opção de armazenamento em estado sólido ou disco rígido. terceiros, como automação, gerenciamento de mídia, controle Segundo a fabricante, o sistema foi criado para emissoras e de playout e sistemas de edição. O sistema opera com todos os instalações de playout remoto que exijam de quatro a 12 canais aplicativos, APIs e formatos de mídia em uma única configuração de servidor de vídeo. compatíveis com o Spectrum e suporta Seu chassi de duas RU (unidades de até seis módulos Spectrum MediaPort I/O rack) oferece até 4 TB de conectados, para ingest de material em armazenamento em várias tempo real e playout de conteúdo de vídeo configurações SSD, permitindo aos e áudio. Equipado com armazenamento broadcasters escolher a capacidade integrado, o sistema simplifica a implantação mais adequada para suas de fibra, eliminando o cabeamento externo de necessidades. O sistema suporta até 12 canais a 50 Mbps, com 600 Mbps de Linha de servidores de médio porte da Harmonic armazenamento, e também reduz as exigências de espaço e energia. banda disponível. O armazenamento em ganha versão com gravação em estado sólido.

Suporte ao 3G

Conversão e algo mais

software de edição não-linear multiformato Edius, da Grass Valley, ganhou um conjunto de ferramentas 3D e adicionou o suporte a 3D aos periféricos de edição. As plataformas de edição Storm 3G e Storm 3G Elite são suportadas diretamente na timeline do Edius com a entrada e saída de 3D estereoscópico através de uma fonte única 3G SDI e/ou dupla de sinais 3G SDI. O novo suporte 3D inclui: suporte nativo a clips de vídeo 3D capturados com as câmeras mais populares 3D, com fácil sincronização de olho esquerdo/direito; capacidade de conversão de 2D para 3D; e um conjunto de ferramentas diretamente na timeline de edição para fazer ajustes e compensação de erros no 3D. Também algumas funções disponíveis em 2D são suportadas em 3D, como correção de cor em tempo real, keyer, transições e edição multicam. Agora também é possível importar, organizar e ajustar clips em 3D de forma mais eficiente, na mesma timeline Edius usada nos projetos 2D. A Grass Valley incluiu também uma integração com seus servidores K2, através do K2 ChannelFlex (uma aplicação de software disponível no AppCenter da Grass Valley). Com isso, em aplicações específicas, tais como super slo-mo, multi-câmera de gravação e produção em 3D, todos os servidores K2 Summit e K2 Solo são expandidos, passando a manipular até oito streams SD/HD, ao invés de quatro. Uma versão preview de 30 dias das novas ferramentas estarão disponíveis no início de dezembro no site da Grass Valley (www.grassvalley.com).

Matrox lançou um conversor SDI para HDMI que suporta uma ampla variedade de resoluções de tela através de 3G, Dual Link, HD e SD-SDI. Com preço sugerido de US$ 495 nos EUA, o Matrox MC-100 pode ser usado como switcher HD-SDI, amplificador de distribuição, multiplexer, e unidade de processamento 3D. O conversor conta com duas entradas SDI e duas saídas SDI para 3G, Dual Link, HD e SD, além de saída HDMI para monitoramento. A exibição na tela é controlada por botões facilmente acessíveis, que permitem configurar a saída para HDMI ou SDI. A amplificação de sinal SDI é para até 300 metros em SD, 100 metros em HD e 70 metros em 3G. A caixa faz a multiplexação de dois sinais de vídeo HD-SDI em uma alimentação única 3G-SDI. Além disso, processa 3D em tempo real. Na interface SDI, o equipamento Conversor Matrox conta com duas suporta 16 canais entradas SDI e duas saídas SDI para 3G, de áudio embutidos, e Dual Link, HD e SD, além de saída HDMI para monitoramento. oito canais na HDMI.

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( agenda ) Exposições Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.webexpoforum.com.br

14 e 15 de fevereiro de 2012 Seminário Políticas de (Tele)cominicações Debate anual sobre as perspectivas políticas e regulatórias do setor de comunicações e a política industrial para o setor de TICs no Brasil. Nobile Lakeside Convention & Resort Brasilia, DF. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.webexpoforum.com.br

15 e 16 de março de 2012 Congresso TV 2.0 Evento que apresenta estratégias e tecnologias para a entrega de conteúdo audiovisual em múltiplas plataformas. Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergeeventos.com.br

DEZEMBRO

1 a 11 33º Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, Habana, Cuba. E-mail: festival@festival.icaic.cu. Web: www.habanafilmfestival.com.

6 a 15 Flickerfest 2012, Sydney, Austrália. E-mail: coordinator@flickerfest.com.au. Web: www.flickerfest.com.au.

30 a 31 Mipformats, Cannes, França. . E-mail: registration. depttele@reedmidem.com. Web: www.mipformats.com

FEVEREIRO

ABRIL

9 a 19 Festival Internacional de Berlim, Berlim, Alemanha. Tel.: (49-30) 259-200. E-mail: info@berlinale.de. Web: www.berlinale.de

10 a 13 CES 2012, Las Vegas, EUA. Tel.: (866) 233-7968. E-mail: CESreg@CE.org. Web: www.cesweb.org.

18 a 1/3 Andina Link 2012, Cartagena, Colômbia. Tel.: (571)2498-229. Web: www.andinalink.com

20 a 28 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes, MG. Tel.: (31) 3282-2366. E-mail: up@universoproducao.com.br. Web: www.mostratiradentes.com.br.

23 a 29 52º Festival Internacional de Cine de Cartagenas de Índias, Cartagena de Índias, Colombia. Tel.: (57 5) 664-2345. E-mail: comercial@ficcifestival.com. Web: http://ficcifestival.com/

23 a 29 Festival Internacional de Programas Audiovisuais – Fipa, Biarritz, França. E-mail: info@fipa.tm.fr. Web: www.fipa.tm.fr.

29 a 2 Rio Content Market, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (21) 3875-5556. Web: www.riocontentmarket.com.br

23 a 25 Natpe 2012, Miami, EUA. E-mail: eric@natpe.org. Web: www.natpe.org.

MARÇO

25 a 5/2 International Film Festival Rotterdam 2012, Rotterdam, Holanda. E-mail: tigger@filmfestivalrotterdam.com. Web: www.filmfestivalrotterdam.com

2 a 10 27º Festival Internacional de Cine en Guadalajara, Guadalajara, México. E-mail: info@festivalcinegdl.udg.mx. Web: www.fcg.mx

29 a 1/02 Realscreen Summit, Washington, EUA.

12 a 13 Web Expo Forum, Centro de 58

30 a 31 Mipdoc, Cannes, França. E-mail: registration.depttele@ reedmidem.com. Web: www.mipdoc.com

Tel.: (416) 408-2300. E-mail: jpinto@brunico.com. Web: http://summit.realscreen.com/2012/ contact.html

7 a 10 Kidscreen Summit, Nova York, EUA. Tel.: (1-416) 408-2300. E-mail: customersupport@kidscreensummit.com. Web: www.kidscreensummit.com

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22 a 1/04 17º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, São Paulo e Rio de Janeiro. Tel.: (11) 3164-7485. E-mail: info@etudoverdade.com.br. Web: www.itsalltrue.com.br

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1 a 4 MipTV, Cannes, França. E-mail: registration.depttele@ reedmidem.com. Web: www.miptv.com 11 a 22 14º Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independiente (Bafici), Buenos Aires, Argentina. E-mail: info@festivales.gob.ar. Web: www.bafici.gob.ar 14 a 19 Nab Show, Las Vegas, EUA. Tel.: (1 202) 595-2052. Web: www.nabshow.com 26 a 2/5 16º Cine PE Festival do Audiovisual, Olinda, PE. Tel.: (81) 3461-3773. Web: www.cine-pe.com

MAIO

16 e 17 11º Tela Viva Móvel, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.telavivamovel.com.br 16 a 25 Festival de Cannes, Cannes, França. Tel.: (33 01) 5359-6110. E-mail: festival@festival-cannes.org


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