Nº 1 - MARÇO DE 92
OS PROMISSORES NEGÓCIOS DA “JORNALANDA” VEJA O MERCADO DE ANIMAÇÃO GRÁFICA PREPARE-SE PARA A NAB EM LAS VEGAS UM BALANÇO DE DOIS ANOS DO S-VHS NO SBT
televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 21_#226_mai2012
edição comemorativa Tela Viva completa duas décadas e pergunta a profissionais de vários segmentos do mercado como estão sendo afetados pelas transformações tecnológicas e o que esperam para os próximos anos.
CGCOM
A GENTE INVESTE EM EMOÇÃO. PORQUE SÓ ELA É CAPAZ DE TRADUZIR
A NOSSA CULTURA PARA MAIS DE170 PAÍSES.
O compromisso com a qualidade, a diversidade de conteúdo e o grande volume de produção é o que liga a TV Globo ao mundo. Hoje, somos líderes de audiência no Brasil, com uma produção superior a 2.500 horas anuais realizadas no maior complexo de estúdios da América Latina. E investindo sempre para melhorar cada vez mais. A Globo se orgulha de levar para o mundo a emoção, a alegria e a tradição da cultura brasileira.
Foto: marcelo kahn
(editorial ) Presidente Diretores Editoriais Diretor Comercial Diretor Financeiro
Editor Tela Viva News Redação
Projetos Especiais Arte
Departamento Comercial
Fernando Lauterjung Ana Carolina Barbosa Daniele Frederico Leandro Sanfelice (Vídeo repórter) Letícia Cordeiro Edmur Cason (Direção de Arte) Debora Harue Torigoe (Assistente) Rubens Jardim (Produção Gráfica) Geraldo José Nogueira (Editoração Eletrônica) Alexandre Barros (Colaborador) Bárbara Cason (Colaboradora) Bruna Zuolo (Gerente de Negócios) André Ciccala (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente) Gislaine Gaspar (Gerente) Patricia Brandão (Gerente)
Marketing
Harumi Ishihara (Diretora) Gisella Gimenez (Gerente)
Administração TI Central de Assinaturas
Vilma Pereira (Gerente) Marcelo Pressi (Gerente) 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira
Internet E-mail
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Redação E-mail
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André Mermelstein
Circulação
a n d r e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Os primeiros 20 anos
Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski
Inscrições e Assinaturas
André Mermelstein
(11) 3214-3747 comercial@convergecom.com.br Ipsis Gráfica e Editora S.A.
Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
ela Viva surgiu numa época em que a TV aberta reinava sozinha no universo da comunicação eletrônica. A Internet e a TV por assinatura eram promessas ainda incipientes para um futuro distante. Celular, nem conhecíamos. Havia na época apenas a visão, captada pelo jornalista Rubens Glasberg, criador da revista e da empresa que a edita, de que este business da produção e distribuição audiovisual se tornaria algo cada vez mais importante. Que a eletrônica permitiria um barateamento e democratização dos meios. E que portanto faria sentido criar uma publicação que tratasse o cinema, a TV e as futuras plataformas como uma indústria, um negócio. Nestes 20 anos, acompanhamos de perto as mudanças que aconteceram. Não apenas como observadores, mas também como participantes. Afinal, como veículo, passamos por grandes transformações. Fomos pioneiros ao migrar de uma única plataforma, a mídia impressa, mensal, para a Internet, diária, ainda no distante 1995, quando a maioria dos executivos sequer tinha uma conta de e-mail e muitos pediam para receber nossas notícias por fax. Em seguida, vieram os eventos: congressos, feiras e seminários de sucesso, como o Fórum Brasil de Televisão, o Congresso TV 2.0, o Tela Viva Móvel, o Seminário Políticas de (Tele)Comunicações, a Feira e Congresso ABTA, entre muitos outros. Também percebemos, em 1998, que a abertura do mercado de telecomunicações traria uma onda de oportunidades, e criamos a revista e o site Teletime, hoje líder do setor de telecom no país. Mais tarde, acrescentamos ao portfólio a revista e o site TI Inside e o noticiário sobre aplicações móveis Mobile Time. Lançamos ainda a revista Pay-TV, que foi durante anos a referência para o nascente negócio de TV por assinatura. Não foi fácil. Sofremos, como toda a mídia, os efeitos da digitalização e da fragmentação. O faturamento com publicidade impressa caiu e tivemos que nos reinventar, ano após ano, criando maneiras de gerar receita a partir da única coisa que sabemos fazer e que temos para oferecer: conteúdo confiável e de qualidade. Temos orgulho do que fizemos até aqui. Poucas empresas jornalísticas nacionais e independentes se mantiveram por tanto tempo, concorrendo com a selva da Internet, onde a apuração cuidadosa não existe e a informação vira uma commodity, onde muitas vezes não se sabe quem redigiu a notícia que se está consumindo. Concorremos também contra grupos estrangeiros que trazem seus eventos e publicações ao Brasil de forma predatória, sem estabelecer conexões ou compromissos com o mercado local, que trazem de fora seu conteúdo já amortizado e seus patrocinadores globais. Assim, só temos o que celebrar neste aniversário. Muito maior que estes obstáculos é o grupo de pessoas e empresas que nos apoiaram este tempo todo. São anunciantes, patrocinadores, colaboradores, jornalistas, publicitários, produtores, executivos e amigos aos quais aproveitamos para agradecer. São pessoas que entendem que é importante que exista um veículo assim, que gera valor ao mercado e às suas marcas. É contando com esse apoio, e o de quem mais quiser embarcar conosco, que nos preparamos para as próximas décadas. Aquela visão de 20 anos atrás continua verdadeira. O conteúdo, em todas as suas modalidades, continuará ganhando importância e será uma indústria fundamental para o Brasil. sobrecapa: reprodução da primeira edição de tela viva, com colagem de tide hellmeister | capa: editoria de arte converge sobre fotos: Jule Berlin Shutterstock.com (show rock); sportgraphic Shutterstock com (futebol)
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(índice ) 12
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Tela Viva 20 anos
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A história do setor, na visão de seus protagonistas
Retrospectiva
Duas décadas nas páginas de TELA VIVA
Scanner Figuras Artigos
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( cartas)
Entrevista
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Audiência Case Making of Upgrade Agenda
58 60 62 64 66
No NABshow, broadcasters se movimentam para manter relevância A nova força dos pequenos operadores
Tela Viva edita as cartas recebidas, para adequá-las a este espaço, procurando manter a máxima fidelidade ao seu conteúdo. Envie suas críticas, comentários e sugestões para cartas.telaviva@convergecom.com.br
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telavivanews www.telaviva.com.br 4
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Evento
Marco Aurélio Marcondes
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Manoel Rangel José Augusto de Blasiis
Capa Muito boa a reportagem “Explosão On-Demand” da última Tela Viva. Acho que o VOD só tende a se desenvolver no país, mas acredito que as operadoras de TV por assinatura poderiam estimular o mercado oferecendo reais vantagens à já conquistada base de clientes. Se não o fizer, concorrentes como o Netflix, ficarão com a maior parte do mercado. Fábio Soares, Botucatu, São Paulo
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Ao vivo de Londres
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milhões de pessoas nos 17 países O Terra levará a cobertura ao para os quais o Terra levará a vivo das Olimpíadas de Londres cobertura. Só no Brasil, o Terra para as TVs conectadas da estima impactar entre 35 e 40 Philips, Samsung e LG, segundo milhões de pessoas. Trabalharão a vice-presidente de mídia do no projeto 220 profissionais, portal, Sandra Pecis. O portal sendo que 84 estarão em terá 36 canais simultâneos em Londres. O projeto de cobertura e HD para a transmissão das comtransmissão foi desenvolvido para petições. O conteúdo estará disdar ao usuário o controle da ponível também sob demanda. experiência de vídeo. Ele poderá Segundo Paulo Castro, diretorassistir a mais de um evento -geral do Terra no Brasil, o projeusando uma tela secundária, e to Londres 2012 foi pensado de tudo estará ligado às redes forma a fazer a “cauda longa” sociais. Castro conta que os com os esportes. O portal investe Equipe que fará a cobertura dos Jogos Olímpicos patrocinadores – Bradesco, Ford, em vídeos, textos, notícias, estade 2012 pelo Terra. P&G, Sadia, Vivo, Intel, tística e fotos em uma cobertura Alpargatas, Centauro, McDonald’s e Visa – investiram multiplataforma que contempla, além da Internet e das cerca de R$ 120 milhões no projeto Rumo a 2012 do SmarTVs, as telas out of home, smartphones e tablets. Terra. No cálculo entram apenas os valores investidos no Outra novidade é a exibição de conteúdo 3D, com os Brasil, contando desde os Jogos Panamericanos de melhores momentos dos Jogos Olímpicos. São estimadas Guadalajara, no ano passado. 4.760 horas de programação e uma audiência de 100
Produtora coreana cuidará das etapas iniciais da série de animação “Flock & Roxy”, da True Motion, e terá direitos de distribuição na Coreia e em outros países da Ásia.
Animação coreana A paulistana True Motion fechou uma parceria de coprodução com uma produtora coreana, a H-Culture, durante o Rio Content Market 2012 para uma série de animação. “Flock & Roxy” é uma série de animação 3D de 13 episódios de três minutos de duração orçada em R$ 1 milhão. A produtora coreana cuidará das etapas iniciais da produção, o que inclui modelagem 3D, texturização, personagens e cenários e, em contrapartida, terá os direitos de distribuição do programa na Coreia e em outros países da Ásia. Segundo Ricardo Romim, sócio e produtor da True Motion, o valor dos serviços da produtora coreana corresponde a 15% do orçamento da série. O restante está em fase de captação. A produtora já fechou exibição com um canal aberto regional e um canal pago também está avaliando.
Carnavalesco A Primo Filmes, em coprodução com a Fox International Productions, começou a rodar em abril, no Rio de Janeiro, o longa-metragem “Trinta”. Dirigido por Paulo Machiline, o filme é inspirado na vida de Joãosinho Trinta. Baseado em pesquisa feita por Machiline, o longa tem como narrativa central o primeiro carnaval de Joãosinho à frente do Salgueiro, Joãosinho Trinta compra o desafio de preparar o Salgueiro para o carnaval em tempo recorde, mesmo sem o apoio daquele que até então, havia sido seu chefe, seu maior mentor e amigo, Fernado Pamplona. As filmagens acontecem no Teatro Municipal, no Copacabana Palace, na Avenida Antonio Carlos - palco do carnaval na década de 70 - e a maior parte em um barracão instalado na zona portuária da cidade, onde o carnavalesco prepara o desfile. 6
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O diretor Paulo Machiline e Matheus Nachtergaele durante as filmagens de “Trinta”. •
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Para o Brasil
Atração musical
ser de aquisições e versões A BBC Worldwide lande programas existentes çou o canal BBC HD no da BBC. “Também vamos Brasil. O primeiro canal conversar com os regulada BBC dedicado exclusidores para falar sobre as vamente aos assinantes produções locais”, diz brasileiros estreou na Net Jana. “Mas, a princípio, HD. O canal é multigênevamos fazer versões de ro, como definiu a presinossos programas e aquidente da BBC Worldwide sições no Brasil”, conta. O Networks e BBC Global canal terá feed exclusivo iPlayer, Jana Bennett. A para o Brasil e a prograprogramação será commação deverá ser transmiposta por séries de ficção, tida na língua original, documentários, música e com legendas. “Para as entretenimento factual, 100% HD. “Teremos valo- “Sherlock”, uma das atrações séries de ficção teremos legendas com áudio original. res de produção altos, com do canal BBC HD no Brasil. E estamos dublando documentários em programas de sucesso como ‘Top português”, diz Jana. Além do canal Gear’, ‘Sherlock’, ‘Planet Earth Live’ e HD linear, a BBC vai oferecer conteúdo ‘London Calling’, além de produções dos canais BBC Entertainment e que têm o Brasil como tema”, conta CBeebies sob demanda no Now, plataJana. Em um primeiro momento, o forma de vídeo on-demand da Net. conteúdo brasileiro no BBC HD deve
O canal Vh1 estreou a série de documentários “Música.doc”, que mostra os bastidores do trabalho de novas estrelas da música brasileira. O programa é uma coprodução entre o canal da Viacom, a Migdal Filmes e a DLA, e utilizou recursos do Artigo 39. A série conta com oito episódios, que serão exibidos às terça-feiras, e tem como artistas convidados Tiê, Cidadão Instigado, Tulipa Ruiz, Marcelo Jeneci, Bárbara Eugênia, Vanguart, Ana Cañas e Thiago Pethit. A cantora Tiê participa do “Música.doc” do Vh1.
( scanner) Um sonho de TV A Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura em parceria com a Sociedade Amigos da Cinemateca, sob gestão e produção da Academia de Cultura, do Grupo Ink, lançaram o Sonhar TV (www.sonhar.tv), um movimento para a discussão coletiva do que seria uma hipotética televisão dos sonhos para a sociedade. A ideia é reunir depoimentos de profissionais que marcaram a trajetória da TV no Brasil. A primeira temporada conta com as participações de Nilton Travesso, Tadeu Jungle, Newton Cannito, Danilo Gentili, Arlindo Machado, Zico Goes, Nelson Hoineff, Marcílio Moraes, Esther Hamburger, Del Rangel, Renato Janine Ribeiro, Eugênio Bucci, entre outros. Até junho, todos os depoimentos estarão no ar com as temáticas: o que é televisão, TV dos sonhos, IBOPE, interatividade, programação, vídeo on-demand, audiência e censura. No dia 13 de junho acontece na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o primeiro Seminário Internacional Sonhar TV, que será transmitido ao vivo no site oficial do projeto.
Newton Cannito é um dos profissionais que gravou depoimento para a Sonhar TV.
Bicharada Um novo canal web totalmente voltado para cuidados com animais foi lançado em maio. A TV Bicho (www.tvbicho.com.br) está dividida em canais como cães, gatos, aves, bichos aquáticos e animais silvestres. Os programas, que estarão disponíveis sob demanda, são produzidos pela equipe comandada por Júnior Perini, idealizador e produtor executivo do canal. Entre as atrações estão o “Tatauida”, conteúdo especial para crianças, e o “Causa Animal”, programa de entrevistas comandado por Juliana Camargo. O modelo de negócios da TV Bicho é baseado na venda de publicidade.
Foz do Iguaçu terá competição X Games, da ESPN, a partir de 2013. Na foto, X Games de Los Angeles em 2011.
FOTOs: divulgação
Aventura em Foz O X Games, competição criada pela ESPN, terá competições em Foz do Iguaçu (Brasil), Munique (Alemanha) e Barcelona (Espanha) a partir de 2013. Estas cidades se unem a Aspen, Los Angeles e Tignes (França), como resultado de um esforço de expansão global da marca, que quer passar de uma marca de competições esportivas para uma marca de estilo de vida de esportes de ação e a qual destacará o crescimento mundial, novos locais e maior ênfase nos elementos digitais e culturais. A ESPN conduziu um processo formal de licitação em maio do ano passado do qual resultou um significante interesse de cidades ao redor do mundo que quiseram concorrer ao posto de sede de um dos três novos eventos. A partir do anúnico das cidades escolhidas, comitês de organização locais de Foz do Iguaçu, Munique e Barcelona vão colaborar com a ESPN nos próximos três anos para realizarem o evento de esportes. Em Foz do Iguaçu, o evento acontece de 18 a 21 de abril de 2013.
Equipe da TV Bicho, canal web voltado para os cuidados com os animais.
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Transformações
“Sol e Sal”, da Lima Produções é uma das atrações nacioanais do Canal OFF.
A editora Aleph lançou o livro “Publicidade na TV Digital”, do publicitário Rafael Gonçalez Carneiro. O livro aborda como a TV altera a produção, a distribuição, a comercialização e o consumo dos conteúdos audiovisuais e as consequências da nova tecnologia para o mercado publicitário. Livro do publicitário Rafael Gonçalez Carneiro aborda a TV digital e as consequências da tecnologia para o mercado publicitário.
Quem dá bola é o Santos
Radical nacional O canal OFF, da Globosat, completa seis meses no ar em junho e amplia o número de programas nacionais em sua grade de oito para 12. Entre as atrações inéditas estão documentários e produções que acompanham o estilo de vida e as experiências de experts e pessoas comuns pelo mundo. “Brazilian Storm” (produção da Mellin Vídeos), por exemplo, mostrará os bastidores das competições disputadas pelos novos talentos do surfe brasileiro. Já em “Sol e Sal” (Lima Produções), Claudinha Gonçalves vai explorar lugares onde a presença de mulheres surfando é incomum, como o Marrocos e a Guatemala. Durante o mês, haverá ainda as estreias das segundas temporadas de “Kaiak” (Celula Digital Media), “Snow Camp” (KN Produções), “Submerso” (Macadâmia Filmes) e “Pela Rua” (Estúdio Casa da Árvore).
O Esporte Interativo estreou o “Santástico”, programa oficial do Santos Futebol Clube. Em parceria com o clube, o canal levará ao ar, todas as sextas-feiras, às 16h, o conteúdo gerado pela TV Santos, com entrevistas exclusivas, bastidores, vestiários, viagens e outros momentos da equipe. Pelo acordo firmado com o Santos, o Esporte Interativo exibirá o “Santástico” em todas as plataformas do canal (TV, internet, celulares, tablets, Facebook e TVs conectadas). A emissora, aliás, já transmite a programação das principais TVs de clubes no exterior, como as do Barcelona, Milan, Manchester United e Chelsea. No Brasil, os canais do Vasco, Corinthians e Cruzeiro também estão na grade do Esporte Interativo.
Economia criativa O Canal Futura estreou o projeto “Criaticidades”, uma série de cinco programas que aborda como a economia criativa pode contribuir para o desenvolvimento das cidades brasileiras. Os programas trazem entrevistas com especialistas brasileiros e estrangeiros e exemplos práticos e bem sucedidos de municípios que conseguiram bons resultados em buscar novas alternativas de desenvolvimento econômico. O projeto é complementado pelo site www.criaticidades. com.br, que traz notícias, depoimentos, exemplos e um manifesto por uma cidade de São Paulo criativa, com dez pontos fundamentais para criação de um ambiente no qual a criatividade seja valorizada por todos. A produção é da Garimpo de Soluções e da Umana Comunicação Inteligente. Os programas são gravados em alta definição e com duração média de 25 minutos. No primeiro programa será apresentado o que é economia criativa, quando surgiu e como este modelo econômico cresceu e gerou novos negócios em todo o mundo. Alguns dos entrevistados deste episódio são o embaixador Rubens Ricupero; a coordenador de Cultura da Unesco, Jurema Machado; e o consultor britânico Tom Fleming. Os demais têm participações de nomes como o T e l a
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“Criaticidades”, do Canal Futura, é uma produção da Garimpo Soluções e da Umana Comunicação Inteligente.
arquiteto e urbanista Jorge Wilheim; o presidente da BOP Consuting, John Howkins; a chef Ana Luiza Trajano; a secretária de economia criativa do Ministério da Cultura, Claudia Leitão; a editora de moda Lilian Pacce; a organizadora do São Paulo Fashion Week, Graça Cabral; e o representante do London Design Festival, Ben Evans.
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( figuras) Presidente
Conselho
Foto: Sérgio Zacchi
Hugo Janeba assumiu a presidência executiva da Mixer. Com as mudanças promovidas na diretoria da produtora, João Daniel Tikhomiroff fica com o posto de executive chairman dentro da companhia. Janeba Hugo Janeba e João Daniel Tikhomiroff deixou no ano passado o cargo de vice-presidente de marketing e inovação na Vivo, empresa onde trabalhou por 11 anos. A ideia é que a experiência de Janeba na gestão de grandes corporações possa auxiliar na profissionalização da gestão da produtora. Um dos principais focos é expandir o segmento de conteúdo com base na Lei 12.485/11.
Comercial
A Discovery Networks Latin America/US Hispanic (DLA/USH) anuncia a contratação de Tânia Guilherme (ex-Sony Pictures Entertainment) como nova gerente comercial da programadora. A profissional também tem passagens pela Rádio Antena 1, Rádio Musical FM, Norton Publicidade e no Canal 3 Comunicação Audiovisual. Na Discovery, Tânia atuará na comercialização de publicidade para os canais da rede no País, dedicando esforços para a captação de novos anunciantes, gerenciamento e expansão dos atuais clientes. Ela também responderá pelo desenvolvimento de parcerias comerciais e ações integradas junto aos departamentos de marketing, pesquisa e programação a fim de proporcionar aos anunciantes pacotes inovadores em diferentes plataformas.
O presidente da Algar Telecom, Divino Sebastião, é o novo presidente do Conselho Consultivo e da Diretoria da Telcomp, associação que reúne as operadoras competitivas de telecomunicações. O executivo da operadora mineira assume o lugar deixado por Alfredo Ferrari, da Nextel. Alexandre Costa e Silva, CEO da Neovia Telecomunicações, será o vice-presidente da instituição. O Conselho Consultivo e a Diretoria contam ainda com representantes da America Net, Ascenty, BT Global Services, Compugraf, Copel, Level 3, Nextel, Option, Sky e os Grupos Telmex e TIM. As nomeações valem para o biênio 2012-2014.
Atendimento A BusTV anuncia a contratação de Madalena Vaz e de Claudia Boero. As duas profissionais chegam para assumir o atendimento executivo de grandes agências. Madalena atua no Claudia Boero e Madalena Vaz mercado há 13 anos. Nesse período passou por veículos como Gazeta Mercantil, Antena 1, Brasil Econômico e nas mídias out of home. Elemidia e Subwaylink. Claudia trabalhou para a Clear Channel Out Of Home e já atuou na área de atendimento de agências como JWT, Africa, F/Nazca e Full Jazz, tendo passado ainda pela Fischer (quando era Fischer,Justus) e pela Young & Rubicam.
Criação A WMcCann promoveu Sandro Nascimento de redator a diretor de criação. O profissional tem 14 anos atuação no mercado publicitário e acumula passagens pela Young & Rubicam, JWT e Dez Brasil.
Diretor Reforço
A ParanoidBR anunciou a contratação de Rafael Queiroga para o time de diretores da produtora. Queiroga é ator, e ficou conhecido por sua atuação no “Comédia MTV”. Na ParanoidBR, ele vai dirigir e trabalhar na produção de roteiros.
A Rebolucion, produtora argentina que abriu filial no Brasil no ano passado, contratou Paulo Diehl para o time de diretores de cena. Diehl vem da Conspiração e tem passagens pela Y&R, Lowe, DM9 e Fallon.
Editor-chefe Eduardo Tironi foi contratado como editor-chefe executivo da sede da ESPN Brasil no Rio de Janeiro. O executivo comandará a equipe no Rio e terá como objetivo expandir a cobertura diária da capital fluminense em todas as mídias. Antes da ESPN Brasil, Tironi era editor executivo do jornal Lance!, onde trabalhou por quase 11 anos. 10
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Superintendência Paulo Leal assumiu a superintendência comercial nacional da RedeTV. O publicitário e jornalista tem passagens pela MTV, ESPN, HBO e TVA. Leal também atuou no mercado publicitário como executivo da Dentsu, Almap e JWT. Nos últimos anos, atuou na Time For Fun, Dream Factory e XYZ T e l a
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( capa ) Ana Carolina Barbosa e Daniele Frederico
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Tela Viva 20 anos: o que vem a seguir?
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m comemoração aos seus 20 anos, Tela Viva preparou uma edição especial, com as perspectivas e os possíveis desdobramentos para os setores que aborda em suas matérias desde o seu lançamento. Perguntamos aos principais executivos dos segmentos de TV aberta, TV por assinatura e produção audiovisual quais são as mudanças e as evoluções previstas para suas respectivas áreas de atuação. Foram feitas quatro
perguntas a todos os entrevistados: “como o seu segmento deve evoluir nos próximos anos?”, “quais são as grandes mudanças que devem acontecer?”, “quais são os impactos dessas evoluções e mudanças no seu segmento?” e “quais são as manchetes que gostaria de ver impressas nos próximos anos?”. As melhores respostas para essas questões, que visam dar um panorama da indústria audiovisual brasileira para os próximos anos, você confere no painel a seguir.
“A TV aberta tem uma presença muito forte na vida das pessoas e acredito que ela vai continuar a ter esse papel, porque a televisão é um tipo de divertimento acessível.
É um entretenimento barato que se usufrui no sofá de casa e, graças aos celulares, tablets e outros gadgtes, agora também em qualquer outro lugar” Alexandre Raposo, presidente da TV Record
“Profissionais que atuam dentro do segmento de criação e realização deverão adotar
inovação como estado de espírito, filosofia de trabalho, modelo de gestão, modo de vida e de relacionamentos para se adaptar aos novos tempos. Com a proliferação de novas plataformas, dispositivos ‘smart’ e gêneros diversos de conteúdos, a fragmentação de audiências será ainda maior”
Marcus Fernandes, gerente de aquisições e produção independente da TV Cultura e diretor geral da TV Rá Tim Bum 12
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FOTOs: divulgação
FOTO: edu moraes
Como o seu segmento deve evoluir nos próximos anos?
“A produção independente de audiovisual continuará crescendo aceleradamente devido ao aumento substancial das assinaturas da TV fechada, da nova regulamentação da lei e da evolução das novas tecnologias.
O cinema nacional será beneficiado pelo aumento da presença da classe C nas salas de exibição e na rápida propagação do VOD”
FOTO: Juan Guerra
Pedro Buarque de Hollanda, diretor-presidente da Conspiração Filmes
“Nosso segmento deverá crescer fortemente nos próximos anos pelas demandas de mercado, crescimento da classe média, baixa de juros, agenda positiva da Lei 12.495, foco nos eventos anuais até 2016, entre outros motivos”
“Em termos de audiências, será travada uma disputa maior entre plataformas, mas, por outro lado, a base de consumo da informação aumentará.
Hugo Janeba, presidente da Mixer
“Acredito que, em se tratando de pay TV, a distribuição vai continuar muito ativa e competitiva, principalmente se considerada a entrada de novos players, como as telefônicas.
Na TV aberta em especial, o incremento das classes C e D na economia, somado à forte produção de conteúdo regional, às telas de TV cada vez mais atrativas, à universalização do sinal de TV digital (que permite mobilidade e portabilidade) e à convergência com Internet e celular indicam que esta audiência ainda será muito forte”
Mas o segmento não evolui apenas com a distribuição. Outros departamentos são também muito importantes dentro desse mercado, como licenciamento, vendas publicitárias e novas mídias,
que impulsionam o negócio da TV por assinatura como um todo”
Antônio Carlos Magalhães Júnior, presidente da Rede Bahia
Raul Costa, vice-presidente sênior e gerente-geral da Viacom Networks Brasil
“O segmento de TV por assinatura deve seguir a tendência dos últimos dois, três anos, que é fortemente ligada à situação econômica do país. Estamos tendo sinais disso este ano. Mas, existe ainda o fator de que as
novas gerações estão crescendo com tendências de consumo de conteúdo completamente diferentes das gerações anteriores. Isso significa menos dependência da TV aberta, mais consumo de TV por assinatura e de conteúdo online”
Anthony Doyle, vice-presidente regional da Turner International do Brasil, divisão da Turner Broadcasting System (TBS) Latin America, Inc. T e l a
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FOTOs: divulgação
Quais são as grandes mudanças que devem acontecer? “O segmento de entretenimento está a pleno vapor, com novas medidas vindas de políticas públicas, como por exemplo, a própria Lei 12.485. Isso significa um crescimento do mercado de produção audiovisual brasileira.
Para atender a essa demanda, naturalmente teremos aprimoramento tanto nas questões técnicas quanto artísticas, o que consequentemente elevará a profissionalização do setor” Denise Gomes, sócia e produtora executiva da área de entretenimento e branded content da BossaNovaFilms
“A primeira é que mais pessoas podem fazer um vídeo de qualidade aceitável, o que aumentará a oferta. A segunda é
a melhor qualidade da distribuição tanto pelo broadcast, com a digitalização da transmissão e da recepção, garantindo imagens de alta definição, quanto pela broadband, com a ampliação das bandas de transmissão garantindo fluxos maiores de imagem na internet e nos dispositivos móveis.
“Os consumidores estão mudando seus hábitos de consumo. O broadcaster deverá (e vai) acompanhar esta mudança e estar pronto para entregar o conteúdo premium, gratuito,
que fará com que com que o canal aberto seja a escolha natural do seu telespectador e a indústria acelerará e impulsionará o mercado além das fronteiras já existentes”
Ou seja, haverá mais oferta e mais qualidade avançando no mercado”
Antônio Tigre, diretor geral de televisão RS do Grupo RBS
João Carlos Dal Bello, diretor de tecnologia da Organização Jaime Câmara
“Acredito que seja o consumo de conteúdo mesmo. Cada vez mais estamos falando de variações de janelas, de compartilhamento de conteúdo e diversos acessos via aparelhos móveis.
Esta nova forma de consumo de conteúdo exige por parte das produtoras talentos que consigam pensar fora da caixa e que ajudem as agências a pensar em estratégias complementares aos comerciais de 30 segundos e as emissoras a pensar além de seus produtos televisivos. Além disso, acredito na consolidação do mercado independente de TV”
Paulo Schmidt, sócio do Grupo Ink 14
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FOTO: Willy Ertel/ESPN
“O crescimento da economia e a consolidação do Brasil como mercado altamente atrativo devem acirrar a concorrência entre as empresas. Muitas delas que, no passado, não tinham interesse no Brasil, estão revendo suas estratégias e devem ingressar ao mercado.
Em relação ao consumidor, ele quer acessar conteúdo onde quer que esteja e no momento que deseja. As mudanças devem acontecer no aprimoramento de entrega de conteúdo em todos devices”
German Hartenstein, diretor geral da ESPN Brasil
“Os competidores que atuam exclusivamente no segmento de TV por assinatura deverão enfrentar dificuldade na conquista de novos clientes, por competirem com ofertas integradas e mais completas.”
Eduardo Aspesi, diretor de Segmentos da Oi
“As grandes mudanças já estão em curso. Recente estudo divulgado pelo Instituto Data Popular demonstra o interesse da nova classe média em serviços de valor agregado, entre eles a TV por assinatura.
A qualidade da produção passa a ser fator primordial. Com o crescimento acelerado na penetração da TV por assinatura, assistiremos ao amadurecimento do mercado
que também resultará em um impulso nos diferentes níveis de consumo do serviço – a busca pela qualidade do conteúdo é comum a todos eles. Todos estão à procura do melhor que a TV pode oferecer”
Fernando Medin, vice-presidente sênior e diretor-geral da Discovery Networks no Brasil
“A evolução dos serviços passará pela consolidação da alta definição e dos serviços conectados. Conteúdo sob demanda, TVs de tela fina que demandam alta qualidade de imagem, e vídeo em múltiplas telas já são realidade e devem se tornar itens obrigatórios nos próximos anos.
O mercado deverá se preparar para a transição gradativa de conteúdos “ao vivo” para o conceito de consumo sob demanda, em múltiplos dispositivos e em qualquer lugar. Isso tudo em alta definição. O desafio é trazer conveniência e melhorar a experiência dos clientes ao assistir TV, onde eles estiverem e quando quiserem”
Dante Compagno, diretor de TV por assinatura da GVT 15
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FOTO: Carlos Vechi
Quais são os impactos das evoluções e mudanças no seu segmento? “A forma de se gerenciar e veicular o conteúdo vai mudar. Hoje, não podemos pensar somente em TV aberta, cabo ou Internet. A TV está no seu computador e o seu computador na TV, no seu telefone.
São muitas opções, o que torna aquele “zap” ainda mais cruel. Como vamos falar com o público? Como segurar a atenção na hora de falar do Bombril, por exemplo? Essa para mim é a grande questão. Pessoalmente sou da turma que gosta de aliar a qualidade ao conteúdo”
“O fortalecimento das produtoras independentes, aprimoramento de infra-estrutura, geração de oportunidades de trabalho para profissionais de diversas áreas, valorização do talento e da cultura brasileira. Economicamente tem um impacto
enorme, pois movimenta toda a cadeia produtiva. Culturalmente é o Brasil se vendo cada vez mais na tela”
Gabriel Lacerda, Caio Gullane, Debora Ivanov e Fabiano Gullane, sócios da Gullane.
“O Brasil tende a espelhar o que já acontece há algum tempo no mercado dos Estados Unidos, com a fronteira entre a televisão aberta e fechada ficando cada vez mais imperceptível ao consumidor” Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat “Têm sido objeto de estudo e avaliação na TV Globo as evoluções tecnológicas, como
a TV conectada, o 3D, os novos formatos (4K e o 8k, chamado de UltraHD) e a TV interativa, que, ao lado da crescente audiência nas redes sociais e na segunda tela, enriquecerão a experiência de assistir à televisão.
Por isso, todas essas novas tecnologias têm sido muito bem recebidas pela emissora, sempre com o objetivo de enriquecer e valorizar a experiência de assistir à TV Globo. Acreditamos que o mercado se desenvolverá e os equipamentos necessários a essas novas experiências estarão em breve acessíveis ao público”
Octávio Florisbal, diretor geral da TV Globo 16
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FOTO: José Paulo Cardeal
FOTO: arquivo
Andrea Barata Ribeiro, sócia da O2 Filmes
FOTOs: divulgação
“Vai haver um crescimento dessa indústria no Brasil, que ainda é uma indústria jovem. Acredito que as programadoras vão qualificar ainda mais a sua programação, expandir os gêneros, ter opções de multilinguagem, ou seja, dar opção de escolher o som original ou o português, com legenda ou sem legenda etc.
“O crescimento do setor exigirá relevantes investimentos em tecnologia e infraestrutura, assim como no desenvolvimento de novas aplicações de conteúdo multimídia e corporativas.
Os impactos incluem conteúdo mais qualificado, maior número de canais, tecnologia HD, 3D, e opção de escolha de como o assinante quer assistir àquele conteúdo por qual ele paga”
O consumidor, mais maduro e experiente, selecionará aquelas empresas que apresentarem alta qualidade de serviços, com disponibilidade e atendimento próximo ao cliente.
Alberto Niccoli, vice-presidente e gerente geral do grupo Sony Pictures Television do Brasil “A oferta de serviço de vídeo terá cada vez mais plataformas, além do DTH e cabo. Hoje, vemos algumas iniciativas de serviços VOD e OTT, e, com a evolução da banda larga no País, estes serviços deverão ser agregados aos serviços de TV paga de forma complementar. A maior oferta de canais HD é outra tendência em ascensão. Além disso, a convergência, cada vez maior, de produtos de telecomunicações (voz e banda larga) com serviços de TV, permitirão desafios adicionais à prestação dos serviços.
Teremos que oferecer produtos que sejam sofisticados tecnologicamente e simplificados no seu uso para permitir que cada vez mais consumidores se sintam aptos para sua utilização. Competência em atendimento, serviços de qualidade e velocidade de atualização serão peças chaves do sucesso”
Para que estas mudanças sejam implementadas, as operadoras deverão adquirir conhecimentos adicionais aos do vídeo digital tradicional, além de planejar uma migração acelerada de clientes digitais SD para HD,
Silvia de Jesus, CEO da Blue Interactive
o que demanda mais investimentos em terminais e maior capacidade de transmissão”
Antonio João Filho, diretor executivo de Claro TV e Claro Fixo da Embratel T e l a
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( capa )
Quais são as manchetes que você gostaria de ver impressas na Tela Viva nos próximos anos?
TV por assinatura no Brasil atinge 50% de domicílios Antonio João Filho, diretor executivo de Claro TV e Claro Fixo da Embratel
Produtoras independentes são responsáveis por 70% do conteúdo televisivo nacional Paulo Schmidt, sócio do Grupo Ink
O2 Filmes traz o primeiro Oscar para o Brasil
Brasil exporta formatos para TVs de todo o mundo Gabriel Lacerda, Caio Gullane, Debora Ivanov e Fabiano Gullane
Andrea Barata Ribeiro, sócia da O2 Filmes
Redução da carga tributária das empresas de cabo para incentivo e democratização do uso de Internet banda larga Silvia de Jesus, CEO da Blue Interactive
Record é líder de faturamento e audiência em todo o País Alexandre Raposo, presidente da Record
Ampliação da produção audiovisual revela talentos nacionais Antônio Tigre, diretor geral de televisão RS do Grupo RBS 18
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A partir de agora, canais brasileiros também merecerão incentivos para produção brasileira Alberto Pecegueiro, diretor geral da Globosat
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Públicos do cinema e teatro quadruplicam no Brasil Denise Gomes, sócia e produtora executiva da área de entretenimento e branded content da BossaNovaFilms
Brasil mantém crescimento sustentado de 5% ao ano e beneficia audiovisual Pedro Buarque de Hollanda, diretor-presidente da Conspiração Filmes
Pay TV assume o segundo posto do ranking de mídias em investimentos
Raul Costa, vice-presidente sênior e gerente-geral da Viacom Networks Brasil
Assinantes reconhecem TV por assinatura como fonte de informação e auxílio na educação Fernando Medin, vice-presidente sênior e diretor-geral da Discovery Networks no Brasil.
Penetração de TV por assinatura no Brasil se iguala à dos EUA Anthony Doyle, vice-presidente regional da Turner International do Brasil, divisão da Turner Broadcasting System (TBS) Latin America, Inc.
Mercado de TV por assinatura atinge 25 milhões de clientes Dante Compagno, diretor de TV por assinatura da GVT
TV aberta: faixas de frequência liberadas para transmissão de novos serviços de televisão digital João Carlos Dal Bello, diretor de tecnologia da Organização Jaime Câmara
Sony bate TV Globo no horário nobre Alberto Niccoli, vice-presidente e gerente geral do grupo Sony Pictures Television do Brasil.
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( capa - retrospectiva)
Fernando Lauterjung
f e r n a n d o @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
A novela do conteúdo Em duas décadas, TELA VIVA acompanhou e documentou as mais importantes evoluções e revoluções da indústria brasileira de mídia eletrônica.
Q
uando TELA VIVA foi criada, em 1992, o cinema brasileiro estava em sua pior fase, com a produção reduzida a quase zero e o mercado exibidor em decadência. A televisão aberta reinava absoluta na mídia brasileira, sem concorrência da TV por assinatura (que ainda engatinhava) e da Internet. O conteúdo audiovisual brasileiro era praticamente o da TV aberta, que trabalhava em um modelo vertical, sem qualquer espaço para produtores independentes. Uma leitura das antigas matérias de TELA VIVA pela ótica atual mostra que muitas discussões no setor são cíclicas, mas também mostra muita evolução e o quanto conseguimos caminhar nestes vinte anos. Desde o final do milênio passado, por exemplo, discute-se a criação de uma Lei de Comunicação de Massa. Em julho de 1998 a revista apontava que o setor estava preocupado com o esboço de dessa lei. Algo que até hoje é empurrado para o “próximo governo”, seja qual for. O próprio setor, desde aquela época, apontava a necessidade de mudanças, seja para “proteger o modelo vigente”, seja para flexibilizar e permitir a entrada de novos players. No mês seguinte, em entrevista exclusiva à revista, o então ministro das Comunicações, Juarez Quadros, dizia que todos os assuntos referentes à radiodifusão, inclusive a possibilidade de abertura do setor para o capital estrangeiro, deveriam fazer parte da discussão da nova lei. A revisão do Artigo 222 da
Março,
1992 20
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Na ressaca do Plano Collor, nasce TELA VIVA, voltada ao business da produção e da radiodifusão. O cinema nacional vivia ainda uma de suas piores fases, pós-Embrafilme. Digitalização, TV por assinatura e Internet ainda eram termos distantes, e os equipamentos profissionais de produção só eram acessíveis às grandes emissoras e produtoras de publicidade. •
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Constituição, permitindo a entrada de pessoas jurídicas e capital estrangeiro na radiodifusão, com limite de 30%, era vista como a salvação para a mídia, que vinha fragilizada devido a uma grave crise global, e previa um alto investimento da digitalização dos sinais. A abertura ao capital veio em forma de medida provisória, no final do governo de Fernando Henrique Cardoso, mas o marco regulatório, mais uma vez, ficou no papel. No final do governo Lula, novo projeto foi esboçado pela equipe do então ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, e tornou-se uma prioridade do atual governo. Baseando-se nos exemplos anteriores, até que se prove o contrário, o projeto é uma prioridade com enorme potencial de ser empurrada para o próximo mandato. Ainda assim, serviços específicos e alguns setores da mídia receberam regulamentos nesse período. A TV por assinatura, por exemplo, teve seu primeiro grande regulamento editado em 1995, com a publicação da Lei do Cabo. TELA VIVA acompanhou de perto esta discussão, que acabou gerando sua publicação irmã, a revista Pay-TV. O desafio naquele momento (dependendo do ponto de vista), era proteger o modelo da radiodifusão aberta, principalmente do poder econômico dos grupos estrangeiros, mas ainda garantir que o novo serviço pudesse ser prestado. Poucos anos depois, o regulamento se mostrou defasado, ao tratar de um meio físico e não de um serviço. As regras para a TV por assinatura ficaram divididas por plataformas, sendo que o DTH e o hoje decadente MMDS não tinham que seguir as mesmas regras. Naquele início, a TV por assinatura era apenas uma grande promessa. A base em 1994 era de aproximadamente 400 mil assinantes e a expectativa era que o setor rapidamente atingisse seus 10
Junho,
1993
O Betacam Digital aparecia como o vencedor na disputa pelos padrões de vídeo profissional. A edição não-linear aparecia como opção interessante à montagem em fitas, mas ainda era salgada. Um único Avid Media Composer saia por volta de US$ 85 mil.
Julho,
1994
Rubens Glasberg e Franklin Martins entrevistam o candidato Lula, que fala dos planos do PT para as comunicações, da TV pública nacional e diz que, se eleito, fará audiências públicas para a renovação de concessões de TV. O então suplemento Pay-TV, que depois viraria revista, dava a “Lei de Cabodifusão” como quase pronta.
Abril,
1995
Nos 30 anos da Rede Globo, Roberto Irineu Marinho dava sua primeira grande entrevista à revista e falava dos planos do grupo para a então nascente TV paga. Fala do novo centro de produções a ser inaugurado, o Projac, e defende a abertura do mercado de telecom no país.
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( capa ) Julho,
1996
As produtoras já faziam apostas no que então se chamava “produção multimídia”. Na pré-história da Internet, o recurso multimídia mais em voga era o CD-ROM, que se espalhou até pelas bancas de jornal, mas algumas produtoras já construíam “home pages” para seus clientes. milhões de assinantes. A profecia demorou a se concretizar. Em 2001, a base chegou a 3,6 milhões de lares, caindo para 3,5 milhões no ano seguinte e mantendo-se estável até o final de 2003. Foram necessários cinco anos para a base (quase) dobrar de tamanho e o crescimento do setor ganhar ritmo. Entre 2009 e 2012, o setor cresceu mais que em toda a sua história, desde 1991. Ao final de 2008, havia 6,2 milhões de assinantes de TV. O setor fechou o primeiro trimestre de 2012 chegando a 13,6 milhões de lares. Este crescimento trouxe
importantes impactos no setor de programação e produção de conteúdo para TV. Com o ganho de escala, novos canais foram lançados, atendendo mais nichos e, sobretudo, trazendo um conteúdo mais adequado ao novo perfil do assinante de televisão, formado pela chamada “nova classe média brasileira”. Além de novos canais, o conteúdo local começou a ganhar importância na TV paga. As programadoras estrangeiras passaram a buscar maior afinidade com o telespectador brasileiro, trazendo a temática local para suas grades e lançando canais muito mais calcados no conteúdo local, como o Glitz, o Woohoo e o Bem Simples. A Globosat, que desde o início da TV paga contou com forte presença de conteúdo brasileiro, trouxe
Maio,
1997
A NAB traz as novidades da TV digital e do HDTV. Na feira, os brasileiros ainda pesquisam os substitutos digitais do S-VHS, do Hi8 e do Betacam UVW/PVW, usados em larga escala nas emissoras nacionais.
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a programação da TV aberta para os line-ups com o canal Viva. As regras das plataformas de TV por assinatura só foram unificadas com a Lei 12.485, publicada no final do ano passado, após quatro anos de uma discussão que esteve presente em praticamente todas as edições da revista no período. O que tornou a discussão tão importante foi que ela traria (e trouxe) regras também para a programação de TV por assinatura e a produção independente de conteúdo, além, é claro, de abrir o serviço de vez para o capital estrangeiro e para as operadoras de telecom. Embora tenha sido o mais importante instrumento legal a tratar especificamente de programação e produção de TV paga, este não foi o primeiro. Em março de 1999, Tela Viva apontava que o ministro da Cultura, Francisco Weffort, e seu secretário do Audiovisual, José Álvaro Moisés, recebiam da Comissão de Cinema reivindicações do setor para criação de uma indústria. Entre elas estava a abertura de espaço nas grades de televisão para a produção independente brasileira, que até então se resumia, quase exclusivamente, ao cinema. No início do século XXI, TELA VIVA apontava o nascimento de um novo mercado. Em abril de 2001, uma reportagem trazia as dificuldades que as pouquíssimas produtoras independentes de televisão tinham para conquistar espaço nas emissoras e encontrar um modelo de negócios. Em julho daquele ano, a revista apontava que a Casa Civil estudava a criação de uma lei específica para o cinema e o audiovisual, com a criação de uma agência reguladora que, a princípio, seria independente do Ministério da Cultura. Naquele momento, programadores de TV por assinatura e distribuidores estrangeiros, reunidos na TAP e na MPAA, respectivamente, mostravam “preocupação com a forma como a
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( capa ) Julho,
1999
Ecad era apontado como vilão dos direitos autorais por editoras de música, radiodifusores e exibidores de cinema. nova legislação estava sendo desenhada” e chegavam a ameaçar deixar o país. Em setembro, TELA VIVA trazia uma análise do conteúdo de uma medida provisória que por pouco não foi assinada, criando a tal agência para o cinema e o audiovisual. A minuta da MP havia sido divulgada, num furo de reportagem, pelo noticiário PAY-TV News. Em outubro, finalmente saiu a análise da MP 2228/01, que criou a Ancine. Exibidores de cinema, canais estrangeiros de TV paga e produtoras de publicidade apontavam a inviabilidade do pagamento da Condecine. A medida trouxe um artigo que dá isenção fiscal às programadoras estrangeiras para coproduzir
conteúdo com produtoras independentes brasileiras. O chamado Artigo 39 fomentou o início de uma parceria entre os dois setores. Até meados do ano passado, foram recolhidos pelo mecanismo RS 159 milhões. A partir de 2012, com entrada em vigor da nova lei para o setor de TV por assinatura e de alguns mecanismos de fomento e incentivo nela previstos, a Ancine estima uma injeção de recursos adicionais para o setor de produção audiovisual da ordem de R$ 400 milhões anuais. TV digital A transformação da TV aberta do sistema analógico para o digital também foi uma longa novela escrutinada por TELA VIVA desde 1994, quando foi criado o Grupo SET/Abert, que estudaria os três padrões internacionais existentes
Setembro,
2000
Em 2000, emissoras menores apontavam que não poderiam arcar com o custo de digitalização da TV.
para digitalização da TV brasileira. Em seu editorial, TELA VIVA previa em junho de 1999 que o modelo broadcast adotado no Brasil não passaria por uma revisão com a chegada das transmissões digitais. Apontava que nos debates promovidos no mês anterior pelo Ministério das Comunicações para discutir a Lei de Comunicação de Massa fora deixada de lado a oportunidade de se discutir, por exemplo, a possibilidade de se adotar a multiprogramação na TV digital. Não se tratava de um manifesto em defesa da multiprogramação, mas da constatação de uma falha no processo de discussão da digitalização da TV, uma falha forçada pela própria radiodifusão, que esperava garantir sua faixa no espectro antes mesmo de discutir o que fazer com ela. Ainda em 1999, a revista publicou os resultados de testes realizados nos Estados Unidos apontando problemas de recepção no padrão americano de TV digital, o ATSC. Estes testes também foram apontados pelo Grupo SET/Abert, quando divulgou seu comparativo dos padrões. No ano seguinte, radiodifusores apontavam a transmissão para dispositivos móveis e portáteis como imprescindível para o futuro da TV aberta. O Grupo SET/Abert já havia apontado o padrão japonês como o mais eficiente e adequado, e este foi justamente um dos pontos que levou à escolha do menos provável dos padrões, por sua pequena escala de adoção. A escolha da radiodifusão não desanimou os lobistas dos outros dois padrões. Pelo contrário, o padrão norte-americano, o ATSC, chegou a desenvolver uma forma de fazer transmissões para dispositivos portáteis com sucesso, embora só tenha conseguido definir sua norma tarde demais, pelo menos para o Brasil. Nos Estados Unidos, a transmissão para dispositivos móveis é hoje apontada como a salvação da
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( capa ) Abril,
2001
Fornecedores de equipamento já apresentam soluções para a produção multimeios, com saídas para TV e Internet, embora a maior parte dos acessos ainda fossem por linha discada. Empresas do mundo da informática, como Apple, Microsoft, Adobe e Real Networks invadem a NAB.
Maio,
2003
Emissoras públicas eram praticamente a única porta de entrada da TV aberta para produtores independentes.
Setembro,
2004
O ministro Gilberto Gil explica o polêmico projeto da Ancinav e dá sua visão de uma política convergente para a indústria do audiovisual, no momento em que a convergência de mídias, a banda larga e a presença das teles no mercado de vídeo vinham à tona.
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lavoura para a radiodifusão, fragilizada pela forte penetração da TV por assinatura no país. A recomendação dos engenheiros especializados e das empresas de radiodifusão também não foi suficiente para fazer com que o padrão japonês fosse adotado imediatamente. O governo FHC preferiu deixar a decisão para o próximo governo, que preferiu não escolher entre as opções disponíveis naquele momento, para horror da radiodifusão brasileira, que temia chegar à alta definição tarde demais, depois das mídias concorrentes. Em 2003 foi criado um grupo de trabalho para trabalhar na questão, que apontou a possibilidade de desenvolver um padrão brasileiro. Por pressão da radiodifusão, foi estabelecido que o padrão japonês seria adotado como base, por ter a modulação de transmissão mais robusta. No ano seguinte, foi dado o prazo de um ano para que um grupo de universidades entregassem um padrão mais moderno. O resultado foi o Sistema Brasileiro de TV Digital, baseado no padrão japonês, mas com inovações como o MPEG-4 e um middleware capaz de viabilizar o uso de interatividade na TV aberta, o Ginga. No final de 2007, todas as emissoras de São Paulo passaram a transmitir também digitalmente, iniciando um prazo de transição do analógico para o digital que se estende até 2016. Três anos e meio depois, a fatia da população coberta por sinais digitais é expressiva, mas o território geográfico está longe de estar tomado pelas ondas do SBTVD. Já o middleware, tido como a mais importante inovação do padrão (e que inclusive fez com que fosse adotado por quase todos os países da América do Sul e parte da América Central), não foi adotado de forma expressiva pelos radiodifusores e nem pelos fabricantes de televisores. Embora
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CANAIS VARIADOS, PROGRAMAS DIFERENTES, PÚBLICOS DIVERSOS. ISSO É TURNER.
( capa ) Agosto,
2005
Com os mecanismos de incentivo e o aumento da base de assinantes, as programadoras estrangeiras começavam a buscar mais produções nacionais.
haja um esforço, sobretudo do governo, para incentivar sua popularização, o Ginga pode ter perdido a chance, uma vez que a maioria dos televisores vendidos pelas grandes marcas hoje já contam com plataformas proprietárias de interação e conexão online, que não dependem dos sinais da TV aberta. Em relação à transição, a radiodifusão já diz abertamente que o prazo estipulado não poderá ser cumprido, embora o governo não dê sinais de que aceitará mudar a data de desligamento dos sinais analógicos. Além disso, há uma forte disputa (no Brasil e no resto do mundo) pelo chamado dividendo
digital, a faixa de espectro que será liberada com o final da TV analógica. A radiodifusão pede para manter o espectro para garantir a evolução tecnológica da TV aberta, com o conteúdo 3D ou em super alta definição; ou ainda para garantir a expansão da radiodifusão regional, chegando com geração de conteúdo local a mais cidades e regiões. Por outro lado, as operadoras móveis pedem a faixa para a expansão da banda larga no país. Novas mídias No início de 1999, TELA VIVA apontava a tendência da TV em explorar outras mídias para divulgar seu
Novembro,
2006
O BNDES lança suas linhas de financiamento ao setor do audiovisual. No mesmo mês, a compra da TVA pela Telefônica é o prenúncio da competição que se armaria nos próximos anos entre os grupos de telecom pelo mercado de televisão. 28
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conteúdo. A TV começava a perceber a multiplataforma como uma maneira de expandir sua comunicação com o público, ainda que, naquele momento, apenas para comunicar o que seria apresentado em suas grades de programação. O bus door era uma tendência. O veículo coletivo, mais tarde, seria tomado pelas televisões como serviço adicional, e não apenas como mídia para divulgar o serviço principal. O ano 2000 trouxe à pauta o “casamento da TV com a Internet”, algo então visto como prioritário pelas emissoras, como mostrou a revista em janeiro daquele ano. O SBT foi um dos pioneiros, com o apresentador e dono do canal Sílvio Santos repetindo à exaustão em seu programa que o portal do SOL (SBT Online) era o mais visto da América Latina. O aparente sucesso acabou se mostrando um fracasso retumbante. Já a iniciativa da Globo, o Globo.com, acabou sendo um destaque neste mercado. Os portais concorrentes, por sua vez, entraram no mercado de conteúdos audiovisuais com a produção própria, principalmente de jornalismo, e comprando conteúdos de entretenimento. Naquele ano, as produtoras se mostravam interessadas no novíssimo mercado criado com a Internet e as possibilidades da nova janela para o conteúdo audiovisual, ainda que o conteúdo em vídeo tivesse uma qualidade ainda baixíssima na Internet. A tendência se concretizou. Até meados de 2011, com a expectativa da chegada da Netflix ao Brasil, todo o setor de TV paga via o over-the-top como o bandido sobre o muro de seus condomínios de luxo, pronto para levar tudo o que houvesse de valor. O setor correu atrás e se preparou para o novo concorrente. A Net lançou seu video on-demand, o Now; a Sky lançou um serviço de VOD via web e a Globosat lançou um serviço de TV everywhere, restrito
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( capa ) Abril,
2007
Sai a normatização do Sistema Brasileiro e começa o processo de transição para a TV digital no Brasil. Embora a capa da revista faça uma despedida do velho Bombril na antena, o sinal analógico ainda está longe de ser extinto. aos assinantes de seus canais, o Muu. No fim, o setor continuou crescendo de forma acelerada e os over-the-top começaram a se estabelecer, mas sem impactar nas operações TV. Isso no Brasil, onde ainda há uma demanda reprimida pelo serviço de TV. Nos Estados Unidos, onde a penetração da TV por assinatura é de mais de 90%, percebeu-se o fenômeno do cable cut. Trata-se de uma redução na base de assinantes de TV, enquanto as pessoas passam a buscar seus conteúdos por outras formas, como serviços OTT por assinatura ou por transação. Para os produtores e distribuidores de conteúdo, aqui e lá,
um nova janela chegou e se estabeleceu, trazendo novas receitas. Netflix, Netmovies e SundayTV já disputam conteúdo brasileiro, muitas vezes comprando com exclusividade na janela. Mais tecnologia Do ponto de vista da infraestrutura de produção e distribuição de conteúdo, nos 20 anos de TELA VIVA a evolução tecnológica superou as previsões de qualquer futurologista. Em sua primeira edição, a revista trazia uma reportagem sobre a adoção de uma tecnologia mais avançada no SBT, o S-VHS. De lá para cá, o vídeo tornou-se digital e não-linear,
Setembro,
2007
Congresso da ABTA é marcado pela presença das teles, que avançam sobre a TV paga. Telefônica lançava seu DTH, Oi investia em redes e Brasil Telecom lançava seu hoje extinto serviço de vídeo on-demand, enquanto a Net consolidava suas operações com a compra da Vivax. 30
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a alta definição virou padrão e os caros equipamentos de edição e pós-produção foram substituídos por estruturas de TI, muito mais acessíveis e capazes de proporcionar mais agilidade. Na virada do milênio, as parcerias entre os fabricantes e desenvolvedores de soluções começaram a permitir a interoperabilidade entre formatos na produção e distribuição de conteúdo. Com a digitalização da produção, chegou à tecnologia o termo “agnóstico”. Uma ilha de edição que não aceitasse um codec da Avid, da Sony ou da Panasonic, além do MPEG-2, era um equipamento manco. Em 2003, TELA VIVA decretava “o início do fim da fita” nas estruturas de produção, com a chegada de tecnologias de gravação digital não-linear. Essa história ainda não acabou. Como mostra a cobertura da NAB 2012 nesta edição, há ainda no Brasil uma grande demanda por estruturas sem fita, sobretudo nas emissoras regionais, que ainda não digitalizaram seus acervos. A possibilidade de explorar o conteúdo em outras mídias de forma mais ágil tem sido um incentivo para estas emissoras. Além disso, os principais fabricantes começam hoje a lançar modelos de câmeras profissionais full HD de baixo custo, destinado a este mercado de redes afiliadas. Outro tema que se mantém em debate desde o século passado é a qualidade do áudio na televisão. Em 1998, TELA VIVA fazia uma análise dos padrões de áudio e das regras de closed caption, SAP e loudness. Enquanto esta edição era finalizada, o Ministério das Comunicações recebia contribuições para uma regulamentação dos níveis de volume e da diferença de ruído na transição entre o conteúdo e os comerciais na TV aberta. A previsão é que o novo regulamento esteja pronto no início do segundo semestre. No entanto, a
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( capa ) Outubro,
2008
Fragmentação da audiência gerada pelas novas mídias já começa a incomodar a televisão, que desenha estratégias para manter o espectador colado na telinha.
Agosto,
2010
O fenômeno dos over-the-top e das TVs conectadas já começa a se fazer sentir, e o IP é apontado por muitos como a plataforma do futuro para a distribuição de vídeo.
Fevereiro,
2011
A TV influencia e é influenciada pelas mídias sociais. Na TV paga, esquenta a briga em torno do novo marco regulatório.
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TV por assinatura ficará de fora da nova regra, deixando espaço para que a discussão se alongue por mais alguns anos. Também na virada do milênio, em 2000, o cinema digital começava a virar assunto, com finalizadoras americanas passando a entregar o conteúdo no formato 1080p. No Brasil, a digitalização da produção era apontada como uma alternativa para resolver a dificuldade de obter financiamento para a produção de filmes. No entanto, o formato ainda não estava suficientemente evoluído, o que se confirmava na fotografia da obra digital gerada naquela época. Naquele ano a primeira sala de cinema digital era inaugurada no Brasil, numa pareceria entre a Teleimage e a UCI, em São Paulo, usando um projeto Christie digital de 2K. Hoje a digitalização das salas é uma demanda das distribuidoras, que já contam com iniciativas para ajudar a bancar e financiar essa transição. Também no início de 2000, Tela Viva apontava a tendência da finalização in house no mercado de publicidade. Com a queda dos preços da infraestrutura, as produtoras com maior demanda começavam a montar seus departamentos de finalização. Como consequência, o mercado de finalizadoras passava por um processo de concentração. Nestes 20 anos, alguns setores foram criados e ganharam relevância, enquanto a produção encontrou espaço nas antigas telas e nas novíssimas. O cinema voltou a ser uma indústria no Brasil, e a indústria da televisão acabou abrindo espaço para criadores e produtores, ainda que nos dois casos com forte dependência de recursos públicos. TELA VIVA participou desta história documentando os mais importantes fatos, fomentando com informações os debates, e ajudando o setor a se preparar para a próxima etapa.
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(artigo) Manoel Rangel*
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Duas décadas de transformações FOTO: arquivo
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m 1992, o cinema brasileiro e a produção independente viviam uma situação delicada. Em função da extinção da Embrafilme e do desmonte da estrutura de Estado que apoiava a indústria, a produção estava praticamente paralisada, profissionais e empresas passavam por grandes dificuldades e a produção hegemônica ampliava ainda mais seu domínio em nosso mercado interno. Nesse cenário de terra arrasada e de vácuo institucional, o cinema brasileiro estava órfão do Estado, distante da sociedade e ausente do mercado. A relação entre cinema e Estado precisou ser reconstruída a partir do zero, e naquele momento, de todos os elos da cadeia econômica do setor, o que apresentava carências mais urgentes e maior dificuldade de se viabilizar economicamente era a produção. Daí o foco maior nessa atividade nas iniciativas que integraram a política pública implementada nos anos seguintes, a partir da criação da Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, em 1992, e da aprovação da Lei do Audiovisual, em 1993. As leis de incentivo não constituíram uma política pública, mas um conjunto de mecanismos paliativos e emergenciais, necessários para recompor a capacidade produtiva do setor. Na década de 90 não existiu uma visão sistêmica estruturada, nem um projeto estratégico que promovesse a articulação entre a produção, a distribuição e a exibição, ou estimulasse parcerias entre o cinema e a televisão, condições necessárias para a viabilidade econômica da atividade e a atração de investimentos privados. Faltava, ainda, uma abordagem regulatória abrangente, que, além de estimular a competitividade, garantisse a diversidade criativa e simbólica da
*Diretor-presidente da Ancine 36
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produção brasileira, realizando o potencial cultural e econômico do nosso audiovisual. Em suma, apesar de avanços pontuais, até o final da década de 90 o Estado brasileiro se omitiu da missão de coordenar estratégias de desenvolvimento para a indústria do audiovisual. Foi então que o poder público, as entidades representativas e os agentes do mercado iniciaram um intenso debate sobre a necessidade de mudanças na atuação do Estado no setor. Esse debate se cristalizou no que pode ser considerado o marco inicial do processo de construção de uma nova política pública do audiovisual: o III Congresso Brasileiro de Cinema, realizado em Porto Alegre em junho de 2000. Com a participação de 44 entidades, do Sindicato das Distribuidoras à Associação Brasileira de Documentaristas, dos produtores aos pesquisadores, o III CBC congregou diferentes interesses em prol de um projeto comum: a revitalização do cinema e do audiovisual brasileiro. Sua plataforma de 69 pontos e o diálogo aberto ali levaram o Governo Federal à criação da Agência Nacional do Cinema – Ancine, em setembro de 2001, para regular e fomentar o setor audiovisual, e teve influência direta no conteúdo da Medida Provisória 2228-1/2001. No novo desenho institucional completado pelo Conselho Superior do Cinema e pela Secretaria do Audiovisual – SAv/MinC, o caráter industrial foi priorizado: o acento econômico da nova política pública e a ideia do cinema como produto que precisa se realizar no mercado foram claramente expressados. Ao mesmo tempo, criou-se um novo
modelo de atuação do Estado, como mediador e indutor de relações entre os agentes econômicos. Isso permitiu sair de um quadro em que a ação do poder público se resumia a autorizar a captação de recursos e lançar editais para uma situação completamente diferente. Partimos de uma política de apoio centrada na produção cinematográfica para a criação de mecanismos que fortalecem as empresas distribuidoras e exibidoras nacionais, estimulam parcerias entre o cinema, a televisão aberta e a televisão fechada – esta contemplada pela Lei 12.485/2011, que abriu o mercado para novos agentes e estabeleceu obrigações de veiculação de conteúdos nacionais e independentes – e criam condições para uma expansão significativa do parque de salas de cinema no país, por meio do Programa Cinema Perto
de Você e da Lei 12.599, que desonerou a construção e modernização de salas de cinema no Brasil, além de estabelecer mecanismos de defesa do mercado publicitário nacional. A política pública de cinema e audiovisual identificou a necessidade de atuar para o crescimento do mercado interno de audiovisual, e nele da presença das empresas nacionais. Passou a existir um projeto para o cinema e o audiovisual brasileiro, que passa pela universalização do acesso, pelo fortalecimento das produções independentes e pela diversidade das obras que chegam a todas as telas. Como em outras áreas da economia, também no setor audiovisual o Estado recuperou a capacidade de planejamento e de regulação, posicionando-se de forma a induzir o desenvolvimento. A política pública implementada pela Ancine vem levando ao desenvolvimento
de uma economia do audiovisual mais forte e plural: cada vez mais filmes brasileiros conquistam o público e são premiados em festivais internacionais, estimulando a demanda por novos produtos e robustecendo o mercado interno. Cada vez mais conteúdos nacionais e independentes para TV ocupam a grade das programadoras de TV paga e são exportados para diferentes países. Tudo isso mostra que a sociedade brasileira gosta de se enxergar nas telas, em conteúdos que refletem os seus hábitos e valores e falam a sua língua. Com uma média de lançamentos superior a 90 títulos por ano – somente em 2011, 99 longasmetragens nacionais foram lançados no circuito comercial, sete deles com mais de um milhão de espectadores – o cinema brasileiro cresce em volume e qualidade, mas também
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( artigo ) em diversidade, na medida em que todos os olhares passam a ter lugar e a ser reconhecidos como importantes para compor o painel do Brasil que queremos ver projetado em nossa produção audiovisual. Esse crescimento só foi possível com o empenho de todos os agentes econômicos que compõem a indústria do audiovisual, somado ao planejamento do Estado com foco no desenvolvimento do mercado, criando as condições para que o Brasil se torne um forte produtor de conteúdos audiovisuais. Porque, felizmente, hoje está disseminada a compreensão de que qualquer país que deseje ter um futuro no cenário mundial deve ser necessariamente um grande centro produtor de obras audiovisuais e cinematográficas. Nesse sentido, o desenvolvimento do cinema e do audiovisual vem se amparando nos seguintes pilares: crescimento do mercado interno, por meio da expansão da oferta e da demanda por conteúdos plurais e diversificados; fortalecimento das empresas de capital nacional comprometidas com o conteúdo nacional, com vistas à maior competitividade nos diferentes segmentos do mercado; e a maior inserção dos filmes e conteúdos nacionais no mercado externo, por meio de coproduções e participação em festivais internacionais. Para a realização desses objetivos, a Ancine criou e aprimorou diferentes mecanismos, como o Prêmio Adicional de Renda (PAR) e o Programa Ancine de Incentivo à Qualidade (PAQ), que injetam recursos em todos os elos da cadeia do audiovisual com base em parâmetros de desempenho no mercado e de participação em festivais – recursos que são obrigatoriamente alocados em novos projetos audiovisuais, de forma a realimentar a cadeia produtiva. A agência também contribuiu para inovações na
legislação, criando o Artigo 3º A e estimulando com ele o investimento em produções nacionais para televisão. Concebeu, ainda, os Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional – Funcines, que estão atraindo novos investidores que acreditam no cinema brasileiro como negócio. Mas a principal inovação produzida pela Ancine foi seguramente o Fundo Setorial do Audiovisual. Criado pela Lei 11.437/2006, o FSA, alimentado por receitas oriundas do próprio setor, cria uma nova relação entre o Estado e os agentes privados, compartilhando riscos e resultados e contemplando atividades associadas aos diversos segmentos da cadeia produtiva do setor – produção, distribuição e comercialização, exibição, e infra-estrutura de serviços. Promove, assim, a formação de uma cultura de
As leis de incentivo não constituíram uma política pública, mas um conjunto de mecanismos paliativos e emergenciais, necessários para recompor a capacidade produtiva do setor. investimentos privados no setor, que aumentam na medida em que este se mostra uma atividade rentável. Além disso, a Lei 12.485/2011, recentemente aprovada, constitui um novo marco regulatório para a TV por assinatura no Brasil e viabiliza a presença maior da produção audiovisual nacional e independente na televisão por assinatura. Esta é uma questão estratégica num segmento de mercado com enorme potencial de crescimento, já que a TV paga representa o nó central do processo da convergência tecnológica que estamos vivendo, por enlaçar, por meio das tecnologias digitais, as atividades de telecomunicações e as atividades de comunicação social. A realidade do audiovisual atravessa transformações aceleradas, que tendem a modificar as fronteiras 38
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entre as diferentes plataformas de distribuição de conteúdo, o que gera novos desafios. Tudo isso acontece num momento em que cresce na sociedade brasileira a compreensão de que o cinema não é inimigo do mercado, de que os filmes e conteúdos para TV são melhores quando neles existe um compromisso com o seu resultado cultural e econômico. Toda obra precisa encontrar seu público para se realizar como bem cultural, e isso só acontece quando existe invenção estética e viabilidade econômica. Por outro lado, hoje se sabe que, o mecanismo puro de mercado não é suficiente para conciliar objetivos privados a objetivos sociais. A atuação do Estado no cinema e no audiovisual não deve substituir o papel do setor privado, e sim buscar a complementaridade das ações. Mas algumas responsabilidades do Estado são intransferíveis, como garantir diversidade, pluralidade, condições de invenção estética para os criadores e o acesso universal aos bens e serviços culturais, sobretudo no contexto internacional cada vez mais competitivo que o setor vive. O futuro é promissor, pois o mercado brasileiro ainda apresenta um enorme potencial reprimido. São inúmeras as oportunidades abertas pela cultura da convergência, pela Internet, pela TV digital e pela entrada de novos atores no mercado, como as empresas de telecomunicações. O Brasil está num ritmo de crescimento expressivo, o que provoca o surgimento de um mercado de consumo vigoroso, que inclui amplas parcelas da população com demandas por bens culturais. Além disso, o país assume um papel cada vez mais relevante na cena internacional, o que exige um setor audiovisual forte, com empresas saudáveis e capacidade de atuação no mercado internacional.
(artigo) José Augusto De Blasiis*
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20 anos de cinema brasileiro da retomada à revolução digital
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os últimos vinte anos o cinema brasileiro foi do inferno ao céu, e deste para uma normalidade de altos e baixos, sempre garantido por leis e decretos. No período de ouro dos anos 70, onde a política de financiamentos e distribuição da Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes, fundada em 1969), juntamente com o sucesso de público da pornochanchada, fizeram com que o público chegasse ao recorde de 275 milhões de ingressos vendidos (total geral) em um universo de 3.276 salas de cinema e com um ingresso de valor médio de U$ 0,39. O filme brasileiro arrastava grande público aos cinemas. Além disso, o número de salas comportava uma grande quantidade de lançamentos internacionais. Na década de 80 a situação entra numa oscilação de número de salas e de público. Com o advento do home vídeo (VHS) e a expansão das transmissões das redes de TV aberta por todo o Brasil, o público do cinema vai diminuindo, assim como número de salas. O preço do ingresso oscila muito, chegando ao teto de U$ 3,60. Em março de 1990 o presidente Fernando Collor de Melo fecha a Embrafilme e o Concine (Conselho Nacional de Cinema), que foram por quase vinte anos a base de sustentação do cinema brasileiro. Em 1991 é criada a Lei Rouanet, que buscava financiar a cultura através de incentivos e renúncia fiscal. Com a crise econômica advinda da brutal intervenção do governo na economia, o Brasil lança somente três títulos nacionais em 1992. Foi o chamado “fundo do poço” do cinema brasileiro. Tínhamos 1,4 mil salas e uma renda total de 75 milhões. Neste mesmo ano Collor
* Coordenador do curso de Cinema Digital da Universidade Metodista de São Paulo e coordenador do CasablancaLab do grupo Casablanca/Teleimage. Diretor e coordenador pedagógico da Cinemática Educacional 40
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foi afastado do cargo e logo no ano seguinte o presidente Itamar Franco sancionou a Lei do Audiovisual, que em conjunto com a Lei Rouanet formaram as bases da chamada retomada do cinema brasileiro. De 1995 até 2010 tivemos dois picos de participação dos filmes brasileiros no mercado – 2003 com 22%, e 2010 com 25,6% - com os fenômenos “Cidade de Deus/Carandiru” e “Tropa de Elite 2”, respectivamente. Podemos dizer que o cinema brasileiro “adormeceu” analógico e linear em 1991 e “acordou” digital e não linear em 1995. A finalização de filmes no Brasil era totalmente analógica e filme/óptica no final da década de 80. No período de cinco anos, até o ponto de retomada da produção em 1995, as tecnologias de edição não linear já tinham penetrado no país através da produção publicitária. Foi a indústria de produção publicitária que sempre sustentou a renovação do parque técnico de produção e pós-produção. Desde que os equipamentos e a mão de obra especializada da Vera Cruz foram incorporados ao mercado publicitário nos anos 60, o cinema andou sempre a reboque da publicidade nas questões tecnológicas. E não foi diferente nos anos 90. Do meio ao final desta década se iniciou o que podemos chamar de tripla transição. A tripla transição Passamos a viver o momento da chamada tripla transição, onde a produção (captação), a pós-produção e a exibição transitam dos meios analógicos para os digitais em todo o
Market Share do cinema brasileiro – 2001/2011 25,6 22,0
Percentual da bilheteria
mundo. Dentre as três a que primeiro se estabeleceu de maneira quase que majoritária foi a pósprodução. O processo efetivo se iniciou no começo dos anos 90, com o desenvolvimento e aperfeiçoamento dos editores de imagem e som não lineares. Já existiam sistemas não lineares desde os anos 70 (Memorex CMX600), quase que protótipos, mas que funcionavam nos conceitos de acesso não linear. Na década de 80 tivemos os editores baseados em discos laser usados pela Lucas Film, como o Edit Droid, e a partir de 1993 com a Avid 1, Lightworks e o Media 100, e em 1999, com o fenômeno de popularidade Final Cut, já não havia mais volta e a velha moviola se dirigia para a fila da aposentadoria. Os efeitos especiais foram o passo seguinte, principalmente em Hollywood. “O Exterminador do Futuro 2” é de 1991 e teve os efeitos realizados em 8K, resolução que depois se mostrou desnecessária para a resolução dos negativos de 35mm. Mais no final da década passamos a ter a intermediação digital dos filmes inteiros, processo internacionalmente conhecido como DI – Digital Intermediate. Até então os efeitos especiais e as trucagens dos grandes filmes de entretenimento eram realizadas por trucas ópticas (optical printers). De “King Kong”, de 1933, passando por “Cidadão Kane”, de 1941, e chegando em “Blade Runner”, “Guerra nas Estrelas”, “Indiana Jones” e “Roger Rabbit”, todos tiveram seus efeitos e animações compostos em equipamentos óptico/ analógico. A intermediação digital e a computação gráfica democratizaram em muito todo o domínio destas tecnologias, possibilitando que um país totalmente periférico como a Nova Zelândia tenha podido se tornar um dos grandes centros de produção de efeitos do mundo a partir de um mega projeto como foi a saga do
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definição) no Brasil, em 12 de setembro de 2000. Logo em seguida tivemos um segundo filme, o primeiro de ficção (acredito que tenha sido o primeiro no Brasil) – “Caramuru a Invenção do Brasil”, projeto da TV Globo dirigido por Guel Araes como microsérie, que depois foi editado como longametragem e distribuído em salas de cinema. De lá para cá, este processo se tornou majoritário no mercado brasileiro. Apenas comparando: não se tem notícias de filmes finalizados
“O Senhor dos Anéis”, e agora, a de “O Hobbit”. No Brasil este processo se iniciou nos anos 90 com alguns títulos de documentários que tiveram a transferência realizada nos EUA. Em 1997 eu tive a minha primeira experiência com este processo ao trabalhar como consultor de pósprodução do filme “O Cineasta da Selva”, do diretor Aurélio Michiles. Acompanhei pessoalmente os testes de transfer em Los Angeles e depois todo o processamento no Brasil. Este projeto precisava desta
A intermediação digital e a computação gráfica democratizaram em muito todo o domínio destas tecnologias. em processo óptico no ano de 2011. Se existiram, foram pontos fora da curva. Os outros dois pilares da tripla transição estão ocorrendo quase que simultaneamente. Hoje a captação em formatos digitais já é quase que 100% dominante na área da produção de documentários. Digo quase 100% em razão de termos lançado no ano passado o filme “O Homem que Engarrafava Nuvens”, um documentário sobre o compositor Humberto Teixeira filmado integralmente em película, e por alguns outros projetos que usam em algumas sequências o S-16mm, ou em materiais de arquivo. Fora estas exceções, tudo é captado em digital e, atualmente, em resolução HD. Filmes captados com os mais
tecnologia em razão da grande quantidade de material de acervo do diretor Silvino Santos (o cineasta do titulo), que estava em copias muito precárias as quais só o processo de telecinagem (transferência de filme para vídeo) poderia dar conta de reproduzir. A finalização deste projeto foi em SD (resolução standard), mesmo tendo sido filmado com negativos S-16mm, pois o Brasil não contava com estruturas técnicas de vídeo de alta resolução. Como primeira e pioneira experiência com pós-produção digital em HD, fiz a supervisão do filme “A Expedição Langsdorff”, do diretor Maurício Dias. Rodado em película S-16mm e finalizado em HD para exibição na Discovery Channel internacional. Este projeto também teve o pioneirismo de ter a primeira exibição digital em HD (alta
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( artigo ) aproximadamente umas 160 salas no padrão de E-Cinema (cinema eletrônico), onde a resolução dos projetores ficam em sua maioria em 1368 X 768 (half HD) e encodados em WMP (Windows Mídia Player). O Brasil possui perto de 2,4 mil salas de cinema (2.225 em 2011), com as salas digitais chegando em 21% do mercado. Projeta-se que o Brasil terá majoritariamente salas digitais 2K em 2015. Nem sempre as previsões se cumprem e o mundo passa por uma crise sistêmica, mas mais cedo ou mais tarde o mundo terá que migrar os seus parques de projeção para o D-Cinema (cinema digital), pois se não o fizerem, não terão os filmes mais cobiçados (os blockbusters americanos) do mercado.
diversos equipamentos, mas que, seguindo a moda, também trabalham muito com as câmeras fotográficas. No ano de 2011 foram lançados 101 filmes brasileiros (fonte: Filme B), sendo que destes, 49 são de ficção e 52 são documentários, todos majoritariamente captados em formatos digitais. No caso dos filmes de ficção de médios e grandes orçamentos se usam câmeras chamadas data cine, como a RED MX, Epic e a Alexa, da Arriflex, que entrou com enorme força no mercado, sendo um dos grande sonhos de consumo das produções dos longas brasileiros. A Sony acaba de lançar o seu modelo de 4K, a F65, que já conta com um exemplar no Brasil. O filme “O Tempo e o Vento”, do diretor Jaime Monjardim, com fotografia de Afonso Beato, está sendo rodado com duas F65 vindas de fora do país. A TV Globo, que tem usado em seus projetos especiais de dramaturgia e em novelas das 21h a F35 da mesma Sony, está testando a F65 para futuros projetos. Neste ano de 2012 menos de 10% dos projetos de ficção serão rodados em película. A terceira ponta do tripé é a da exibição digital. O processo de transição se acelerou muito rapidamente no mundo em razão da forte demanda dos filmes em 3D. A troca de plataformas nos cinemas tem andado ao ritmo de mais de 70% ao ano nos EUA e na Europa. A crise de 2008 retardou um pouco este processo, mas já se antecipa que em 2013 a maioria do parque de exibição dos EUA estará migrado. Lembrando que neste mercado americano existem perto de 40 mil salas de cinema, e deste montante 65% já são digitais 2D e 3D. Na Europa o índice de digitalização já chegou a 50% e na América Latina 22%. No Brasil hoje devemos ter perto de 350 salas no padrão chamado DCI (salas de 2k e 4K que seguem as normas das majors de Hollywood), e
O mundo demanda um fluxo geométrico de meios de exibição, e a produção terá sempre que se adequar a estas demandas. Com a expansão dos projetores digitais, teremos cada vez menos cópias analógicas para exibição dos filmes (são por volta de 160 mil salas de cinema no mundo todo), o que contribuirá para a antecipação do fim do uso de película como a melhor forma de se captar imagens. Nestas duas décadas de produção audiovisual no Brasil todos os componentes técnicos e artísticos evoluíram muito. O acabamento técnico de imagem e som estão muito próximos da média produzida para filmes de orçamentos similares. Só as grandes produções dos blockbusters americanos têm uma performance fora do alcance médio mundial. Os nossos roteiros, embora ainda não ideais, tiveram um grande salto qualitativo e o elenco de atores principais e coadjuvantes tem uma média muito superior à de toda a história do nosso cinema. Conseguimos um star system que leva público ao cinema e que garante, juntamente com a televisão, um grande aumento das produções de ficção no país. 42
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Vale ressaltar, como no início deste período de vinte anos, que a mão de obra técnica vinda das produtoras, finalizadoras e dos profissionais da publicidade foi em grande parte a responsável por este grande salto qualitativo que deu o cinema brasileiro desde o início da chamada retomada da produção cinematográfica no país. Contribuíram para este processo todas as leis de incentivo à cultura, os editais de todo tipo ligados à produção audiovisual e uma constante crise na área de produção publicitária, que fez com que grandes produtoras deste segmento se voltassem também para a produção de conteúdo, para cinema, TV e agora Internet e dispositivos móveis. Esta próxima década verá uma transformação que veio de uma revolução gestada nos últimos vinte anos e que muda toda a nossa concepção de produção e exibição de produtos audiovisuais. O mundo demanda um fluxo geométrico de meios de exibição, e a produção terá sempre que se adequar a estas demandas. Sem dúvida esta revolução digital será a única capaz de fazer frente a estas enormes necessidades de produção. Só devemos sonhar que a democratização dos meios de produção tenha o devido acompanhamento de uma consciência das necessidades formativas de quem vai produzir isto tudo, e que possamos nos afastar da nefasta “leviandade digital”, pois com ela o nosso mercado sempre estará correndo atrás dos fluxos e processos internacionais. Temos que refletir melhor sobre todo este processo no qual, em muitas vezes, incorporamos práticas de trabalho nocivas ao todo do nosso mercado, mas que de momento nos parecem geniais e inovadoras. É bom nunca perder este ponto de vista em meio às tantas possibilidades deste cinema digitalmente expandido.
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(artigo) Marco Aurélio Marcondes*
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O Mundo Gira e a Lusitana Roda FOTO: arquivo
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u já vivia 1.327.363.200 segundos quando surgiu Tela Viva há 20 anos, e lá se vão 631.152.000. Nestes 7.305 dias de existência da revista o mundo mudou, e muito, o Brasil também, e para melhor. Mudou também a nossa indústria, como mudaram nossos corações e mentes. Et por cause mudou o cinema, que hoje entre altas e baixas, comemora 113 anos bem vividos entre nós, sendo que somos apenas três anos mais jovens do que o “cinema mundial”. O mês em que nasceu Tela Viva foi aquele em que Pedro Collor de Mello concedeu aquela entrevista à revista Veja, e passamos o já distante 1992 grudados na TV Senado assistindo àquela tragédia. O “desfecho da trama” foi o impeachment do irmão de Pedro, que no seu primeiro ato de governo extinguiu a Embrafilme, que então preparava o lançamento de “Dias Melhores Virão”, de Cacá Diegues. Entrementes a tragédia, no governo do prefeito Marcelo Alencar é fundada em 1992 a Rio Filme, que viria exercer importante papel na revitalização do cinema brasileiro. Já no governo Itamar, foi criada no âmbito do Ministério da Cultura a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, que vinha liberar recursos para produção através do Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro e que passa a trabalhar na elaboração do que viria ser a Lei do Audiovisual. A partir de 1995, praticamente toda a produção cinematográfica brasileira passou a ser financiada com recursos provenientes da Lei do Audiovisual associados aos da Lei Rouanet. “Carlota Joaquina”, de Carla Camurati, parcialmente financiado pelo Prêmio Resgate, e “O Quatrilho”, de Fábio Barreto, ambos de 1995, são marcos desta chamada “retomada”. Saímos do fundo do poço, fomos regatados pelo Estado.
* Sócio fundador e CEO da Nossa Distribuidora e sócio fundador da Mobz S/A 44
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Na última década do século XX, o mercado do video home viceja e o VHS dá lugar ao DVD, e novos players - que adquiriam filmes para o mercado de vídeo - entram também na distribuição cinematográfica, pois o home video necessitava expor seus títulos na primeira janela, a mais nobre. Através do Artigo 3º da Lei do Audiovisual passam também a entrar na produção. Em 98, uma coprodução da Videofilmes com a Rio Filme e o Consórcio Europa Filmes & Severiano Ribeiro, “Central do Brasil”, ganha o Festival de Berlim e é indicado ao Oscar em 1999. Diante da “retomada”, em agosto de 1997 um novo e grande player entra em cena. A Rede Globo cria a Globo Filmes, da qual fui um dos primeiros executivos. Em 20 anos, 1,6 bilhão de espectadores frequentaram as nossas salas, uma média de 100 milhões ao ano na última década, e picos de 135 milhões e 144 milhões em 2010 e 2012, respectivamente, bem longe da média de 43 milhões ao ano nos primeiros cinco anos da década de 90. Os números de hoje poderiam ser bem maiores. Temos 2,4 mil salas de cinema, mas ainda temos poucas, quando em 1975, por exemplo, eram 3,3 mil. Estamos longe de mercados como o México, que possui 4,5 mil, uma para cada 25 mil habitantes, e Estados Unidos, com 36 mil salas, ou uma para cada 8,5 mil habitantes. Apenas 600 das nossas salas possuem hoje projeção digital, e destas apenas cem possuem antenas capazes de receber conteúdo ao vivo via satélite. Corremos o risco de ficarmos defasados, mas o panorama deve mudar, pois o Brasil está mesmo que atrasadíssimo - entrando
na “era do VPF - Virtual Print Fee”, e a digitalização em 2K de nossas salas permitirá que se acelere a conversão do parque com os custos divididos entre exibidores e distribuidores. Os contratos de VPF estabelecem que os estúdios paguem até 70% da digitalização. A outra parte será paga pelos exibidores financiados em até sete anos. A isto se soma a isenção obtida recentemente na importação de projetores, e a criação de empresas integradoras - como a Mobz - que passarão a financiar os exibidores brasileiros - com o apoio da Ancine e do BNDES. A produção Quanto à produção, em 1992, estávamos a mingua: produzimos então meia dúzia de filmes. Agora temos uma média de 80 filmes de longa-metragem produzidos por ano nos últimos cinco anos. Segundo dados disponíveis no Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual, da Ancine, de 1995 a 2009 foram produzidos 623 filmes de longa, e o volume da renúncia fiscal aplicado na produção neste período foi de R$ 974,3 milhões. Agora em maio, o Minc e a Ancine anunciam investimentos de R$ 205 milhões na produção de longas e séries de TV, e também em distribuição. A distribuição Quanto à distribuição, de 1992 para cá a equação econômica mudou. Hoje, não é mais o vídeo que gera receitas que, até 2008, possibilitavam aos distribuidores independentes pagar altos preços pelos direitos de distribuição no Brasil de produtos importados, lançá-los nos cinemas, para garantir exposição na janela nobre, e assim obter altos resultados nas vendas junto às locadoras (que aos poucos desaparecem) e com as vendas no varejo. Agora, na equação, a participação dos canais a cabo é fundamental,
A revolução tecnológica que presenciamos faz ampliar os horizontes do mercado de massas e a circulação de bens, serviços e informações, e aqui no Brasil vivemos um momento único em nossa história politica e econômica. Somos hoje a sexta economia mundial. Neste quadro estável, e com previsões de que este ciclo seja duradouro, temos um mercado interno pujante no qual os consumidores querem além de bens, educação, saúde e segurança, também diversão e arte, pois somente com este conjunto serão cidadãos plenos. Nos últimos 20 anos, milhões de brasileiros deixaram a faixa da pobreza e se tornaram consumidores e cidadãos, criando um ciclo virtuoso em nossa economia. Politicamente, a democracia de fato se institucionalizou no País. Nestes 20 anos, a revolução tecnológica que presenciamos é diferente, de novo tipo, daquela outra, a revolução industrial, que em meados do século XVIII na Europa levou mais de cem anos para se expandir globalmente. A que vivemos hoje é veloz e o conjunto das transformações que estão acontecendo tem um impacto ainda maior do que a “velha revolução”, impelindo mudanças radicais na economia, na vida social, na circulação e na difusão de bens, na cultura - local e globalmente. Neste quadro, parafraseando o título do artigo de Chris Anderson e Michael Wolff na Wired (“A Web está morta. Viva a Internet”), eu diria “o cinema está morto, viva o cinema”. Nos próximos cinco anos, esta revolução que já nos impacta impactará muito mais, e antevejo que nossa indústria mudará. Os atuais paradigmas, as métricas e as equações do negócio mudarão radicalmente. Tela Viva vai registrar, e quem viver verá. O “mundo gira e a Lusitânia roda”, como dizia o reclame de antanho.
e em breve, se somarão de forma significativa as receitas advindas das vendas em VOD e congêneres. A participação de empresas brasileiras na distribuição para o mercado de salas é significativa - são hoje grandes players, ligados ao home video: a Paris Filmes, a Imagem e a Play Arte. Na distribuição de filmes brasileiros, destaca-se a Downtown. Todas mantendo deals com os canais a cabo, particularmente o Telecine, assim como com a Globo Filmes e a Rio Filme. Modelos de negócio já consagrados em outros mercados estarão surgindo por aqui. É o caso da Nossa Distribuidora. A empresa surge graças às condições favoráveis de mercado criadas pelo momento econômico que vive o Brasil e no bojo da experiência que tivemos no bem sucedido lançamento de “Tropa
A participação de empresas brasileiras na distribuição para o mercado de salas é significativa - são hoje grandes players, ligados ao home video. de Elite II”. Seus fundadores, entre os quais me incluo, entendem que é possível reduzir os custos de transação incorridos pelos detentores dos direitos patrimoniais na comercialização de seus filmes no mercado nacional de salas. A Nossa não deterá os demais direitos de exploração dos filmes no Brasil ou quaisquer direitos relativos aos demais territórios, e os produtores ficarão livres para negociação dessas janelas com terceiros. Prevejo que a distribuição irá colaborar para o aumento da competitividade do filme brasileiro. As empresas produtoras nacionais associadas às TVs, atraindo investimentos privados de risco, caminharão no sentido de termos uma indústria audiovisual autossustentável no médio prazo, sem que se abandonem os recursos advindos das políticas públicas de apoio ao setor, praticadas hoje pela Ancine, BNDES, MinC e Rio Filme. Mas o futuro? É aqui e agora.
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( evento) Fernando Lauterjung*
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Modelo em xeque
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radiodifusão dos Estados Unidos, bastante fragilizada com a reorganização que ocorreu na mídia nas últimas décadas, segue em defesa do que ainda chama de “atual modelo”, embora já exista quem diga que este é o modelo antigo. Claramente, a disputa pelo espectro nos Estados Unidos continua, apesar da aparente trégua entre os interessados. Enquanto parte (significativa) da radiodifusão aceita o acordo proposto e, além de aceitar, vê nos leilões de espectro propostos pela FCC uma forma de se capitalizar ou até de deixar o mercado, os principais grupos de mídia, inclusive regionais, temem que este espectro seja usado para criar serviços concorrentes com a radiodifusão. Estes grupos são aqueles que buscam diversificar, chegando a mais dispositivos e plataformas, mas que ainda têm na TV aberta sua principal fonte de receitas. No NABshow 2012, que aconteceu em abril, em Las Vegas, os debates mercadológicos e políticos abordaram as novas oportunidades para a radiodifusão, inclusive aquelas abertas por novas tecnologias. Já na feira do evento da associação de broadcasters dos Estados Unidos, que reúne os fabricantes de equipamentos e prestadores de serviços para o setor, a tecnologia demonstrada era para ajudar a radiodifusão neste processo de diversificação. Além disso, viu-se uma consolidação das tecnologias de produção apresentadas nos últimos
FOTO: divulgação
Broadcasters buscam soluções para manter sua relevância no cenário da mídia nos Estados Unidos e prometem, durante o NABshow, brigar pela manutenção do espectro. Evento apresenta soluções para grupos atuarem em um mercado multiplataforma.
NAB 2012: esquenta debate sobre o uso das frequências.
dois ou três anos, como o 3D e o 4K. O aparente acordo entre broadcasters e FCC, o poderoso órgão regulador das comunicações nos Estados Unidos, para liberar espectro da radiodifusão para a banda larga móvel, ainda é controverso. Segundo o chairman da FCC, Julius Genachowski, a proposta de leiloar toda ou parte das fatias de espectro dos canais de TV foi bem recebida. Para ele, a resposta dos radiodifusores tem sido positiva, com diversas manifestações de interesse em participar do leilão. “Claro que não temos a expectativa de que todos os broadcasters participem. Para muitos, os leilões podem ser uma oportunidade tentadora. Para muitos outros, não”, disse. Vale lembrar, pela proposta da FCC os radiodifusores podem participar de três formas do leilão de espectro: com toda a frequência do canal (6 MHz); através da divisão do espectro; e 46
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migrando do UHF para o VHF. No caso das emissoras interessadas em dividir seu espectro, elas passarão a transmitir em multiprogramação (quando mais de uma programação é transmitida no espectro destinado a um único canal) com outro canal. Já a migração da faixa de frequência é fundamental para o sucesso da operação, já que para a banda larga móvel é necessário uma faixa ampla destinada a este único serviço. Embora o faturamento publicitário da TV aberta ainda esteja em alta nos Estados Unidos, com previsão de 12% de crescimento em 2012, para muitas emissoras a proposta é tentadora. Isto porque a penetração da TV por assinatura é muito próxima à penetração da TV aberta, e a recepção de TV por via
“Não existe bala de prata para resolver a escassez de espectro. Nós precisamos de novas tecnologias para usar o espectro de forma mais eficiente.”
FOTO: divulgação
terrestre é praticamente inexistente no televisor principal dos lares. No caso do leilão parcial do espectro, a emissora mantém seu direito de “must carry”, ou seja, continua tendo seu sinal carregado pelas operadoras locais de cabo. A liberação de espectro por parte destas emissoras menores abre uma oportunidade para os canais mais relevantes, que precisam de todo o seu espectro para conseguir transmitir em alta definição e ainda para dispositivos móveis. Estas emissoras poderão participar mudando seus canais digitais para a faixa VHF. Segundo Genachowski, foi criado um fundo de US$ 1,75 bilhão para financiar o custo de migração para outras frequências. Para ele, o leilão voluntário traz uma “oportunidade sem precedentes” para os radiodifusores melhorarem suas condições financeiras. Mas o chaiman da FCC lembra que o leilão é apenas uma parte do esforço necessário para liberar espaço no espectro de frequências dos Estados Unidos. “Eu venho dizendo desde o início: não existe bala de prata para resolver a escassez de espectro. Nós precisamos de novas tecnologias para usar o espectro de forma mais eficiente. Nós precisamos cultivar e expandir o uso de espectro nãolicenciado, como o wifi”. O chairman da FCC garantiu no evento para aqueles que não participarão que a agência está “comprometida com a continuidade de um broadcast forte e saudável”. Outro lado No entanto, para os radiodifusores, a batalha pelo espectro ainda não terminou. Segundo o presidente da NAB, Gordon Smith, a radiodifusão tem um “futuro vibrante”, apesar dos tablets, smartphones etc. Na abertura do evento, Smith afirmou
perdedor”, completou. O executivo provocou ainda as operadoras móveis, afirmando que, mesmo com “todo o espectro do universo”, a arquitetura de “um para um” nunca se compararia à habilidade da radiodifusão de se comunicar com as massas. “Por isso nos últimos 18 meses o número de lares americanos conectados apenas por broadband e broadcast saltou para 23%”, ironizou, em referência ao fenômeno cable-cut, que vem reduzindo a base das operações de TV por assinatura. O presidente da FCC, em seu discurso, também usou palavras duras contra Smith, ainda que com bastante humor: “Nós trilhamos um longo caminho desde a nossa primeira NAB, dois anos atrás - a sua primeira como presidente da NAB e a minha primeira como chairmand da FCC. Naquela convenção, que aconteceu pouco tempo depois de apresentarmos a ideia de um incentivo a leilões voluntários para liberar espectro da radiodifusão para banda larga
Julius Genachowski, da FCC
que o setor está “mantendo seus olhos no futuro”, apesar dos supostos esforços para se diminuir a força da radiodifusão sonora e audiovisual. Segundo ele, foi uma vitória para a TV ter conseguido moldar a legislação sobre o espectro que incentiva que emissoras participem do leilão voluntário de frequências, mas garantindo que aqueles que não quiserem participar estejam fora de perigo. Como parte significativa dos radiodifusores tem interesse no leilão, Smith, e a própria associação, não podem se colocar contra a sua realização. No entanto, fica clara a visão do ex-senador republicano e dos maiores grupos de mídia regionais, que temem a chegada de novos serviços, não apenas pela questão do espectro, mas pela disputa pela atenção dos consumidores e do bolo
para a fcc, a proposta de leiloar parte do espectro da tv foi bem recebida. publicitário. Para Smith, a disputa por espectro ainda não terminou. Segundo ele, a indústria de telecom “quer nos ver fora do mercado”. O executivo da NAB diz que a indústria wireless quer replicar o que os radiodifusores fazem. “Na verdade, eles estão desenvolvendo suas próprias redes de TV móvel, mas eles precisam de mais espectro para isso. O serviço deles, seguramente, não seria gratuito”, disse. Ou seja, para a NAB, o leilão é uma estratégia das teles para liberar espectro para criar serviços concorrentes com a radiodifusão. Seu principal poder de argumento é a oferta gratuita de entretenimento e informação. “Parece que o governo pode estar na posição de escolher a indústria móvel como vencedora e o consumidor como
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móvel, você me comparou ao Poderoso Chefão. A propósito, parabéns pelo seu novo contrato de cinco anos com a NAB, imagino que mais alguém fez uma oferta que você não poderia recusar.” Multiplataforma Anualmente, a NAB homenageia uma figura importante para o desenvolvimento da radiodifusão. Esta ano, durante a abertura do evento, a associação prestou homenagem a uma empresa, a EW Scripps Company. A decisão está alinhada com o discurso do presidente da associação, que diz que a radiodifusão deve lutar para manter seu espectro, bem como garantir sua presença em novas 47
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( evento) mídias e plataformas. A Scripps tem mais de 130 anos, contando com diversos jornais nos Estados Unidos. Na década de trinta, passou a atuar também no rádio, e foi uma das primeiras emissoras de TV dos EUA, ainda na década de 40. Atualmente, conta também com canais de TV por assinatura e serviços digitais de notícias. Gordon Smith também incentivou a radiodifusão a buscar novas formas de monetizar o seu trabalho. Segundo ele, a TV precisa trabalhar agressivamente para adotar a transmissão móvel e o ultra HD. A transmissão pelo ar para dispositivos móveis já chegou a 35 mercados norte-americanos. “Estamos avançando sobre outras plataformas. E não são apenas telefones móveis. Também precisamos estar nos tablets, laptops e consoles de games e em dispositivos móveis que sequer foram inventados”, disse. Para isso, a NAB lançou recentemente o NAB Labs. “Vamos providenciar a plataforma para inovação e para testar novas tecnologias”, afirmou Smith. “Nós temos o que todos os outros querem: ondas de rádio, conteúdo e uma conexão com o público local”, finalizou o presidente da NAB. Para a radiodifusão norteamericana, a plataforma de TV por assinatura é fundamental. De acordo com a “retransmission consent law”, as operadoras são obrigadas a carregar o sinal da radiodifusão, caso seja oferecido gratuitamente ou haja acordo de preço entre as partes. Para as emissoras menores, cujo apelo não é suficiente para permitir a fixação de um preço por seu sinal, o must carry é uma forma de inclusão em uma importante plataforma de distribuição. Para as emissoras mais relevantes, a regra significa uma fonte adicional de
norte-americana, bem como na radiodifusão brasileira, é ver seu mair asset, o conteúdo, sendo distribuído em outras plataformas sem seu consentimento. “Este ano nós testemunhamos um debate que colocou a comunidade do conteúdo contra a comunidade da tecnologia. Vocês devem ter ouvido da SOPA e PIPA, se tornaram nomes familiares do dia pra noite. A ideia por trás dos dois projetos era simples e direta: não roube nosso conteúdo”, disse Gordon Smith. Segundo ele, a comunidade da tecnologia, “os Googles e Wikis”, usaram, “assim como nós”, seus meios para moldar a opinião pública. “Eles usaram todas as ferramentas a disposição para desviar a opinião pública. Mudaram o debate”, criticou o líder da associação de radiodifusores.
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“Estamos avançando sobre outras plataformas. E não são apenas telefones móveis. Também precisamos estar nos tablets, laptops e consoles de games e em dispositivos móveis que sequer foram inventados.” Gordon Smith, da NAB
receitas. No entanto, o acordo entre radiodifusores e operadores não é acertado facilmente. O presidente da NAB afirmou que a associação precisa continuar lutando pela manutenção do modelo de negociação sobre o direito de carregamento dos sinais dos canais abertos no cabo. “Infelizmente, algumas operadoras de cabo e satélite não querem pagar uma taxa justa pelos sinais das emissoras locais. Mas isso é o que a audiência mais quer, as notícias locais e o conteúdo que a TV aberta oferece”, disse. Por conta disto, a FCC não descarta regular as negociações entre as partes para a distribuição dos canais abertos nas plataformas por assinatura. Segundo Julius Genachowski, a abordagem da agência até agora sobre o tema foi resistir aos chamados por uma intervenção, encorajando as
Tendências Um evento organizado dentro do NABshow pela SET (Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão), sobre o padrão ISDB-T, foi a plataforma de apresentação de uma
a FCC não descarta regular as negociações entre as partes para a distribuição dos canais abertos nas plataformas por assinatura. negociações de mercado entre radiodifusores e operadoras. “Mas os chamados pela intervenção da agência continuam”, diz. Segundo ele, a indústria do cabo aponta que a radiodifusão recebeu, historicamente, diversas vantagens do governo, o que teria dado a ela vantagens injustas no mercado. Além disso, diz Genachowski, grupos de consumidores também têm se mostrado preocupados com os efeitos da falta de consenso sobre consumidores e sobre a própria indústria. “Nós continuaremos a acompanhar o mercado cuidadosamente para determinar quando uma ação mais profunda da FCC será necessária”, disse. Outra preocupação da radiodifusão 48
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visão japonesa da evolução da radiodifusão. O diretor de broadcast networks da NHK Science and Technology Research Labs, Toru Kuroda, apresentou as pesquisas que vêm sendo desenvolvidas pela emissora pública japonesa. Segundo ele, a NHK trabalha para, em dois anos, implementar o que ele chamou de hybridcast. Trata-se de uma combinação de broadcast e broadband. “Nossa meta é tornar a televisão mais completa, informativa e divertida”, disse. Com a união das plataformas, a TV poderá mesclar conteúdos gerados para as massas com conteúdos mais segmentados, mesmo em um único programa, prevê
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( evento) em 20 anos a NHK espera poder transmitir as imagens em um “3D natural”, sem a necessidade de óculos.
ele. A banda larga tem penetração de mais de 60% no Japão. Outra evolução importante deve estar pronta em dez anos. É o Super Hi-Vision, sistema de ultra alta definição (UHD) que vem sendo desenvolvido pela NHK. Segundo Kuroda, cada frame do UHD tem 33 milhões de pixels, enquanto o áudio é formado por 22.2 canais. O ângulo de visão é de 100 graus. Um dos desafios é construir as câmeras e os displays, explica. A NHK/Ikegami já desenvolveu a terceira geração de câmeras UHD. A versão compacta, que será usada na captação dos Jogos Olímpicos de Londres, pesa 20 kg. O modelo “full resolution”, explicou Kuroda, pesa 65 kg. “Nosso esforço é para reduzir o tamanho dos equipamentos”. Também já há um protótipo de tela de 85”.
Outro desafio é ampliar a capacidade de transmissão do sinal terrestre, permitindo transmitir maior volume de dados. Por fim, Kuroda apontou que em 20 anos a NHK espera poder transmitir as imagens em um “3D natural”, sem a necessidade de óculos e sem fadiga aos olhos. Na feira, o NICT (National Institute of Information and Communications Technology) apresentou uma tecnologia fruto de quatro anos de trabalho de seu laboratório de sistemas de vídeo ultra-
realísticos. Trata-se de uma nova tecnologia de projeção 3D sem óculos, que proporciona uma experiência completamente diferente de 3D. Nesta projeção a imagem exibida não tem um único ponto de vista definido, variando conforme a posição do espectador em frente à tela. A percepção para o espectador é de realmente estar em frente ao objeto projetado. Um exemplo demonstrado é a imagem de um carro com as portas abertas. Dependendo de onde o espectador está, ele pode enxergar o interior do veículo, e conforme se move em frente à tela, o interior é coberto pelas portas abertas. Para projetar o veículo em uma tela de 200 polegadas são necessários 200 projetores. A tela conta com uma camada formada por um filme difusor de imagem e outra composta lentes condensadoras (Fresnel).
Infraestrutura preparada
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aproximadamente 2,4 mil pessoas, contra 1,6 mil em 2011. Na abertura do evento, o presidente da NAB, Gordon Smith, afirmou que 99 mil pessoas se credenciaram para o evento, entre expositores e visitantes. Tradicionalmente, cerca de 25% dos visitantes são estrangeiros. Para atender à enorme demanda por tecnologia de produção HD nas emissoras geradoras regionais, a Sony apresentou no evento soluções desenvolvidas para atender as especificidades do mercado brasileiro. Segundo Luis Fabichak, gerente de marketing da Sony Broadcast & Professional Brasil, há uma categoria de
em participar ativamente dos debates político/ mercadológicos, os fornecedores de infraestrutura mostraram que estão prontos para responder rapidamente às demandas apresentadas pelo setor, conforme novas oportunidades de rentabilizar o conteúdo aparecem. O momento histórico e as características gerais do mercado brasileiro são levado em conta por fornecedores, que, em alguns casos, desenvolvem ferramentas exclusivas para o mercado, e em outros otimizam as soluções criadas para o mercado norteamericano ou global. Estas soluções foram apresentadas a uma delegação brasileira 50% maior no evento. A delegação foi de
produtos HD que já não faz sentido para os mercados dos Estados Unidos e Europa, que estão em outro estágio da evolução digital, mas que atendem às demandas das geradoras brasileiras, sobretudo regionais. Chega ao mercado em maio deste ano a câmera PDW-680, que conta com as mesmas características e funcionalidades da PDW-700, mas equipada com sensores CMOS, ao invés de CCDs, o que garante um custo mais acessível, de US$ 26 mil. A camcorder usa o sensor 2/3” CMOS Exmor e incorpora as principais características que a PDW-700 tem, com a exceção de gravação em formatos progressivos, sendo comutável entre 50i / 60i
A Sony apresentou soluções desenvolvidas para atender as especificidades do mercado brasileiro. A câmera PDW-680 conta com as mesmas características e funcionalidades da PDW-700, mas equipada com sensores CMOS, ao invés de CCDs, e custo mais acessível.
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( evento) “A América Latina representa 10% do faturamento da empresa, sendo o Brasil responsável por 50% da região. Trabalhamos com a meta de crescimento de 25% para este ano.”
FOTO: divulgação
incluindo gravações em DVCAM e gravações XDCAM HD em 35 Mbps 4:2:0 e 50 Mbps 4:2:2. A camcorder também pode incorporar o XM Pilot, com o adaptador Wi-Fi CBK-WA01, que permite organizar e adicionar metadados diretamente nos discos de gravação. No segundo semestre chega ao mercado o deck PDW-HD 1200, destinado ao mesmo mercado. Estes produtos foram mostrados apenas nas salas reservadas ao mercado latino americano da Sony no evento. “Outra solução ideal para este mercado é a portátil PMW-100”, diz Fabichak. Segundo ele, esta câmera atende aos standards que algumas cabeças de rede definiram para as emissoras afiliadas. “É uma câmera para gravação em memória em 50 Mb/s”, diz, lembrando que a Globo, por exemplo, adotou este bitrate para o jornalismo. A Sony apresentou ainda no evento a solução Telestrator, que trabalha em conjunto com outra solução apresentada no ano passado, a Stitching. Com esta solução, é possível fazer rapidamente marcações na tela para apresentação de dados e estatísticas de forma dinâmica em partidas esportivas. Segundo Fabichak, a tecnologia está sendo oferecida no Brasil para sofisticar a cobertura dos eventos esportivos internacionais que acontecerão no país.
Rafael Castillo, da Grass Valley
armazenamento sem fitas e sistemas avançados de gestão de conteúdo. “Em muitos casos, a transmissão digital chegou trazendo mais uma etapa no processo, a conversão do conteúdo gerado em SD”, diz. Para Daniela, as novas mídias e plataformas de distribuição estão sendo fatores de incentivo para as emissoras migrarem suas estruturas, permitindo e automatizando a distribuição de conteúdo nas mídias sociais e plataformas digitais. Ou seja, a capacidade de explorar outras plataformas, a trazer novas receitas, acaba sendo um grande incentivo à atualização tecnológica. Um incentivo ainda maior que a digitalização do sinal terrestre. Para Rafael Castillo, vice-presidente sênior para América Latina e Caribe da Grass Valley, a radiodifusão brasileira ainda tem muito espaço para crescer.
High-end no Brasil Em sua apresentação à imprensa no NABshow, a Sony exibiu o curtametragem produzido pela Globo com imagens do Carnaval. Todo captado com a CineAlta F65, câmera 4K da Sony, o filme foi fruto de um teste realizado pela Globo com o equipamento. No evento, Fernando Bittencourt, diretor-geral de engenharia da TV Globo, lembrou que a emissora já vem trabalhando com câmeras de cinema digital da Sony, as F35, na captação de novelas. Em relação à captação 4K, Bittencourt afirmou que há espaço, mesmo para gerar conteúdo HDTV. Segundo ele, a Globo usa muito o backlot, com a pré-gravação de locações e cenários. Nestes casos, explica, a captação em 4K garante melhor qualidade de imagem.
Potencial de crescimento O volume de emissoras transmitindo digitalmente no Brasil não reflete a realidade das infraestruturas de produção e de jornalismo, ainda bastante defasadas. Segundo Daniela Souza, CEO da AD Digital, mesmo entre as cabeças das grandes redes de TV, poucas já contam com 52
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Segundo ele, hoje a América Latina representa 10% do faturamento da empresa, sendo o Brasil responsável por 50% da região. “O mais importante não é a participação atual, mas o potencial”, diz Castillo. Segundo ele, em 2011 o faturamento da Grass Valley no Brasil cresceu 50% em relação ao ano anterior. “Trabalhamos com a meta de crescimento de 25% para este ano”, completa. Segundo o executivo, o destaque no Brasil atualmente é a transição para os sistemas de produção sem fita, sobretudo jornalismo, além da transição para a transmissão digital. Além disso, o mercado de unidades móveis também está aquecido, principalmente com a demanda gerada pelos eventos esportivos globais que acontecerão no país. Além disso, Castillo destaca o investimento em operações de TV por assinatura, que também demandam grande volume de equipamentos. Segundo ele, todas as operadoras de DTH estão fazendo investimentos expressivos em tecnologia. O executivo da Grass Valley concorda com Daniela, da AD, destacando o movimento global dos canais para levar seus conteúdos para outras plataformas, o que demanda soluções diferenciadas para distribuição e readequação do conteúdo. Um dos destaques anunciados pela Harris no evento foi o acordo fechado com uma das redes de afiliadas Globo no interior de São Paulo, a TV Tem. A emissora está instalando 45 transmissores da Harris para expandir sua cobertura digital, chegando a 70% de seu mercado. A compra, explica a fabricante, é a segunda parte do projeto de digitalização da afiliada, que pretende levar o sinal HDTV a toda a sua área de cobertura, formada por 8 milhões de pessoas. Os transmissores comprados são da linha Maxiva, fabricados na planta de Campinas. A rede conta com
distribuição por satélite e por microondas para espalhar o sinal entre as retransmissoras. A fabricante lançou na feira a nova geração de sua solução de DTV para os padrões ATSC e ISDBTb. Na última IBC, em setembro, a Harris havia lançado sua solução completa para o padrão DVB-T2. A solução é composta pela plataforma de mídias convergentes Selenio; pelos transmissores digitais Maxiva UHF e Platinum VHF, para baixa e alta potência; e a série de equipamentos para teste e medição Videotek MSA. Evoluções A Avid está investindo pesadamente no desenvolvimento e lançamento de produtos. A empresa, vale lembrar, apresentou lucro no último trimestre de 2011 pela primeira vez desde 2007, mas mantendo queda em sua receita. A empresa apresentou 12 produtos, entre novos e evoluções de suas soluções já difundidas. Um dos destaques apresentados é uma solução para distribuição multiplataforma. A MPD (Multiplatform Distribution) agiliza o processo para jornalistas, produtores e editores de vídeo que criam conteúdo e distribuem por múltiplas plataformas. A solução orquestra o fluxo de conteúdos e
de material jornalístico. Já a Panasonic apresentou este ano a evolução da sua mídia de gravação em memória em estado sólido. Trata-se do Micro P2 Card. Com o formato de um cartão SD, a nova mídia de gravação conta com versões de 64 GB e 32 GB. Segundo a fabricante, os novos cartões garantem alta velocidade de transferência em todos os formatos de gravação e codecs. Um adaptador para o formato tradicional dos cartões P2 também foi lançado, permitindo interoperabilidade com a base instalada de equipamentos, incluindo leitores e camcorders. Em alguns casos, pode ser necessário um upgrade de firmware. Segundo a Panasonic, o adaptador permite que cartões SD de alta qualidade ou Class sejam usados “em situações de emergência”. A Panasonic também apresentou uma evolução da família de codecs lançada no último ano e trouxe à NAB uma nova linha de monitores, bem como a nova camcorder AG-HPX600 P2. A fabricante japonesa, em sua coletiva de imprensa, mostrou por alguns segundos o que definiu como a sua “visão da captação em 4K”. Tratava-se de um protótipo de câmera ainda não lançado. A fabricante não deu mais detalhes sobre o futuro produto ou sobre quando deverá ser lançado.
Espaço tupiniquim O evento da NAB contou mais uma vez com um estande guarda-chuva para empresas brasileiras. O estande é parte da parceria da Apex com o Sindvel (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica). Segundo a gerente do projeto internacional no Sindvel, Daniela Albino Saccardo, no último biênio o projeto exportador superou a meta estabelecida pela Apex em recursos gerados com exportação e em geração direta de empregos. Foram exportados no período R$ 26 milhões e gerados 3,5 mil empregos. Um novo contrato bienal deve ser assinado em meados do ano, desta vez com a meta de exportar R$ 30 milhões, conta Richar Sabah, gerente do projeto na Apex. O projeto exportador conta com recursos de R$ 6 milhões, sendo 50% de recursos da Apex.
metadatas durante o processo de criação, transcodificação, e distribuição para web, plataformas de vídeo online e plataformas de mídias social. Outra novidade importante apresentada pela Avid é o Interplay Sphere, uma solução que permite acesso em tempo real permitindo a aquisição, acesso, edição e finalização de matérias para canais de TV remotamente. Com arquitetura baseada na nuvem, o Interplay Sphere permite trabalhar em diferentes localidades, inclusive em campo, agilizando o envio
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( entrevista) André Mermelstein
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A nova NeoTV Associação de pequenos e médios operadores de TV volta a crescer com as possibilidades abertas pela nova lei de TV por assinatura e com a chegada de novos players.
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desaceleramos um pouco o processo de entrada de sócios, até porque recebemos muita gente que nem está preparada para o mercado, que quer entrar agora. Temos que nos preparar para receber, mas vamos abrir de novo. Temos mais de 200 provedores de Internet aguardando para entrar, mas antes temos que ter uma política para estes novos, saber que serviços vamos oferecer. Nosso maior valor é a negociação de conteúdo, o que para eles ainda não interessa, apenas para quem tem outorga. Temos que ter um pacote para eles, com os benefícios que interessam a eles agora.
FOTO: marcelo kahn
NeoTV, associação que congrega pequenas e médias operadoras de cabo e MMDS, sofreu nos últimos anos com a concentração do mercado. Perdeu alguns de seus maiores associados, como a Vivax e a BigTV, compradas pela Net em 2007 e 2009, respectivamente, e viu sua base de assinantes minguar. Esta queda parecia fatal para a associação, que tem entre suas principais atividades a negociação de pacotes de programação para seus associados junto às programadoras nacionais e internacionais, e que portanto depende da base de assinantes para conseguir melhores condições negociais. Mas o jogo vem mudando desde a tramitação e aprovação da Lei 12.485/11, que cria o SeAC (Serviço de Acesso Condicionado) e abre o mercado de TV por assinatura a um número maior de players. Percebendo a mudança dos ventos, a NeoTV alterou seu estatuto para permitir a entrada de empresas ainda sem outorga de serviços de TV, como provedores de Internet (ISPs), provedores de conteúdos e fornecedores de tecnologia. Também passou a absorver as operadoras que vêm se desfiliando da Net Brasil, que com a nova lei não poderá mais atuar no segmento de distribuição. Como resultado, a associação passou de 41 membros em abril de 2011 a 97 associados no fim do ano. Dos cerca de 200 mil assinantes representados pela associação após a saída dos grandes sócios, a NeoTV espera
Mariana Filizola
chegar a 500 mil até o final de 2012. Nesta entrevista, a diretora executiva da NeoTV, Mariana Filizola, que assumiu o cargo em janeiro do ano passado, conta o que a associação vem planejando para a nova realidade e projeta os efeitos que a nova lei deve ter sobre o mercado de operadoras locais. TELA VIVA - Como a NeoTV está lidando com este afluxo de novos players? MARIANA FILIZOLA - Este ano 54
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Como a NeoTV se manteve até aqui? Chegamos a ter quase um milhão de assinantes, que fomos perdendo com a saída da Vivax, Big TV, TVA etc. Mas houve aí uma participação muito legal dos programadores, que não fizeram valer o aumento de preço a que tinham direito pela queda dos ratings, então conseguimos nos acomodar e nos manter. Agora temos uma perspectiva muito grande de voltar a crescer, com a entrada dos ex-Net Brasil, que já trazem base (de assinantes). Qual a perspectiva em relação aos novos players? Agora o crescimento vai depender entre outras coisas da agilidade da Anatel (em outorgar as novas licenças). Eu assumi metas de benefícios junto aos programadores e é fundamental que haja celeridade nos processos.
A Anatel me diz que está esperando os pedidos (de licenças), e que está pronta para emitir. Tem que lembrar que a Anatel dá 18 meses para a empresa começar a operar, e que quem não tem rede pronta ainda vai ter que construir, então isso pode demorar. Mas muitos players já têm redes, inclusive de fibra, o que pode acelerar o processo. Muitos estarão prontos para operar assim que saírem as licenças. Como estes provedores pretendem operar? A gente tem visto como tendência para os pequenos e médios o compartilhamento de headend. Já é uma realidade para pequenas cidades próximas umas das outras. Hoje a lei permite e os próprios fornecedores estão orientando a fazer compartilhamento. Vocês dão a orientação tecnológica? Geralmente um ISP (provedor de Internet) não entende de TV. A gente tem se aproximado dos fornecedores, associados ou não, e tem tratado de capacitação, temos feito projetos conjuntos. Estamos negociando treinamento com a Cisco e a Arris. Estamos tentando desenvolver com a Cisco um certificado para pay TV. Eles têm em outras áreas, mas não para TV. O que acontece é que os operadores pequenos treinam os técnicos para depois os grandes levarem embora. Com a entrada da Net em novas cidades, inclusive onde já existem operações, eles vão precisar buscar gente no mercado, e vão pegar estes profissionais. Então se a gente não tiver uma forma de reciclar e treinar nosso pessoal, ficamos com um gap de gente. Que outras soluções são oferecidas? Alguns fornecedores, como a TVC, por exemplo, estão oferecendo projetos turn-key, em
que oferecem o sistema inteiro, já pronto para o operador. Embutem o projeto dentro do pacote de equipamentos. Além disso, há os operadores que se agrupam e vão atrás de headends alternativos. Estão o tempo todo indo pra China, se falam e trazem coisas diferentes, montam headends compartilhados. São headends menores, pra cidades onde às vezes não faz sentido um headend mais robusto.
testado, funciona perfeitamente. Há resistência dos programadores, porque fortalece demais uma única empresa. Mas eles estão se falando e tentando resolver como faz a habilitação, abre sinal, fecha sinal para os diferentes operadores. É uma alternativa, o custo é baixíssimo, tem a robustez de ter um Nagra (N.da R.: sistema de acesso condicional), todo o conteúdo etc.
Como se dá a capacitação dos novos operadores? Agora em junho vamos começar os encontros regionais, começando pelo Nordeste, onde vamos falar de tudo, explicar o que é churn (desligamento de clientes), tecnologia. Os novos vão discutir em mesas com quem já está no negócio. E não é só para os donos, mas também pro pessoal técnico, de vendas etc. Temos também uma ferramenta de EAD (ensino à distância) pelo nosso site,
E em relação à banda larga? Temos falado com a Telebrás, fazendo um estudo para ver que fibras podem acender para atender à NeoTV. É um ano de definições, de montagem de alternativas. Tem que ter uma alternativa ao modelo atual. Pra essa nova leva de provedores, o modelo existente não se viabiliza. O novo sempre assusta, mas os operadores, programadores e fornecedores já perceberam que a realidade é outra. Mudou tanto nos últimos anos que temos que experimentar novas coisas para utilizar todo o potencial que o mercado trás.
“só por abrir o mercado, o novo marco regulatório já é bom. os pequenos sofreram com o mercado parado.”
Que avaliação vocês fazem do novo marco regulatório? Será bom para os pequenos operadores? Só o fato de abrir o mercado já é bom. Historicamente sempre houve um pleito grande do mercado em ser aberto. Os pequenos sofreram muito mais, porque tinham business plans em que tinham que implantar uma operação, fazer funcionar, para depois começar uma outra e assim por diante, tinham planos de crescimento. O que aconteceu é que muitos pararam na primeira, porque não surgiram novas licenças. O mercado parado era difícil para todo o mundo, operadores, fornecedores. Hoje com o mercado aberto, estamos fazendo negociação conjunta de decoders. Antes, não
que estará pronta no fim de junho, com os nossos treinamentos, certificado online, fóruns de discussão etc. Como os programadores enxergam os headends compartilhados? Estamos discutindo isso, mas eles veem com bons olhos, pelo menos em comparação à alternativa de se ter um headend único para todas as operações. Estão dispostos a discutir modelos de contrato. Há questões difíceis, como a inadimplência. Como você corta o sinal de um operador e deixa o do outro no mesmo headend? O modelo único é o da Media Networks (empresa da Telefônica)? Sim. Desenvolvemos com eles um modelo de “headend in the sky” (N. da R.: um headend único no satélite, que serviria a todos os operadores). Foi
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( entrevista ) FOTO: marcelo kahn
tinha volume, só se comprava para reposição. Então é muito positivo. Obviamente vieram também as restrições. Aí é muito particular a visão de cada um. Pra alguns, não tem problema implantar canais obrigatórios etc. No geral, nosso associado não está de “cabelo em pé”. Mas vai ter alguma dificuldade em se adaptar. Que dificuldades? Temos muitos associados com redes analógicas ainda, que se preparam para digitalizar. Todos vão digitalizar um dia. O risco é que muita coisa do novo marco só se viabiliza quando a rede é digital. Vai ficar um gap entre este momento analógico e quando ele digitalizar. A maior dificuldade que vamos ter é a renegociação de conteúdo para adequar os pacotes às cotas, porque o modelo hoje é muito definido, já fizemos um movimento forte nos últimos dois anos e o mercado está estabilizado. Vai chegar um item novo, que são os conteúdos nacionais. Isso não é um problema, sempre estimulamos o conteúdo nacional, fomos os primeiros a lançar os canais da Band, CineBrasilTV, BoxBrazil. A gente apoia todos os conteúdos nacionais. O problema é que as cotas trazem não só a obrigatoriedade de carregar os conteúdos, mas também diz onde estes conteúdos vão ficar. Aí alguém tem que “combinar com os russos”, porque não é uma equação simples trocar canais. Se não houvesse custo, que tem que ser repassado ao consumidor ou absorver, tudo bem. Seria mais simples. Ainda assim tem o custo de implantação e gerenciamento. E canal de programação nacional é caro, não tem um custo marginal. O custo tem que ser diluído no país, não vem amortizado de fora. A gente vê pelo preço a que chegam os canais
“as grandes operadoras entram nas capitais. o pequeno atua em nichos que nem o satélite consegue atender.” nacionais. Imagino que no médio prazo isso vá se acomodar. As cotas preocupam? A cota de conteúdo por canal não é ruim para nós, é ruim para o programador, que vai ter que investir mais. Mas é uma cota inteligente. A cota de pacotes é que é um problema. Quem nós temos de canal de conteúdo independente, fora a Globosat? Quantos canais existem? Como garantir a qualidade de canais inteiros de produção nacional? Nosso negócio é de volume, se o canal for distribuído só pela NeoTV, ele não se sustenta, e não vai ter qualidade. Então vamos ter que ver o que os grandes vão fazer e seguir um caminho parecido. Se eu quiser ir sozinha, o canal não vai pra frente. 56
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Do ponto de vista de concentração do mercado, como você vê o novo marco? Hoje dois grupos (Net/Claro e Sky) detêm 80% dos assinantes. Você acha que o mercado vai se pulverizar ou os grandes vão acabar comprando estas novas operações menores? O mercado é naturalmente concentrado. Não sei o que vai acontecer daqui a cinco anos, que movimento vai haver. Mas vai ter um momento de maior oferta, através dos pequenos, e vai ter uma desconcentração. Isso vai acontecer mesmo, mas não sei por quanto tempo. Vai depender da estratégia desse operador, como vai atuar, como vai se proteger. Temos exemplos claros hoje no mercado de operadores que vivem muito bem em suas regiões, seu nicho. Temos operadores que não carregam Globosat, o que para todo o mundo é a morte, e estão bem, trabalham num nicho, atendem à classe C, com outra estratégia. Quero ver alguém tirar eles daí. Como em Natal, onde a Net entrou com força, dando 10 Mbps de banda larga, campanhas etc. Mas a Cabo Natal têm muita fidelidade do público, estão muito arraigados na cidade. Já enfrentaram a GVT, agora estão se preparando, oferecendo HD, mais banda, telefonia. Os grandes vão entrar nas cidades grandes, capitais. Os pequenos operadores estão no Brasil inteiro. Quem vai atender? O satélite não oferece o que eles têm, a presença local. Os novos players estão em áreas que não têm grande concorrência. Tem gente aqui em cidade que a gente tem dificuldade até de achar no Google (risos). Quais são os maiores obstáculos hoje para os entrantes no mercado?
Sem dúvida a questão dos postes (aluguel). Temos uma questão grave de infraestrutura. Temos tratado isso com Anatel, Aneel, Minicom, Ministério da Justiça. Apresentei a nossa situação ao Minicom e eles ficaram de “cabelo em pé”. Porque há uma expectativa muito grande no mercado com essas novas operações. Mas se não tiver infra, não acontece. Meu operador não consegue poste. A diferença de custo é gigante, tem empresa grande comprando poste a menos de R$ 1, e o pequeno operador às vezes paga R$ 11, já vi contratos assim. E estes são contratos antigos. Para os novos já me disseram que estão cobrando R$ 19. É mais do que ele paga de programação às vezes. A R$ 10 já inviabiliza a operação. É uma grande barreira.
mercado, os fornecedores estão com boas linhas de financiamento. O problema é conseguir fechar o projeto, saber todas as variáveis, quanto vai custar o poste, o conteúdo, a caixa (set-top box), ver se é viável, se vai se pagar. O dinheiro está disponível, tem grupos de fora querendo investir, mas sem essa informação ninguém vai tomar recursos, sem saber se vai conseguir operar. Tem que fechar a conta. Muita operadora de Internet, quando descobre o tempo de retorno da TV por assinatura, desiste, porque é outro negócio. Em Internet ele compra banda no atacado e vende no varejo. Quanto mais cliente tem, mais dilui o custo. Na TV é diferente: quando mais ele vende, mais custo tem, porque aumenta o custo do conteúdo.
“não é uma equação simples trocar de canais. mexe com uma situação que hoje é estável.” Em relação às obrigações, a Ancine aparentemente terá uma tolerância com os pequenos, será flexível com as operações de até 60 mil assinantes, na cobrança de relatórios, metadados de programação. Tem que ver o que virá na Instrução Normativa, mas a ideia é que seja uma coisa razoável pro pequeno, senão o cara não tem como fazer. E dinheiro, é uma limitação? Há financiamento para as novas operações? Sim, há várias linhas, o próprio BNDES pediu indicação de operações que queriam expandir. Há interesse no
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(audiência - TV paga)
Clima de festa
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Foto: divulgação
m março, mês da mulher, o Viva conquistou o sexto lugar no ranking de alcance dos canais pagos entre o público adulto. Com programação composta por novelas, minisséries, humorísticos, programas de variedades e filmes, o Viva chegou à liderança de audiência entre mulheres com mais de 35 anos, no horário nobre, entre os dias 27 de fevereiro e 4 de março, segundo informações de sua assessoria. O canal, que completa dois anos neste mês de maio, registrou em março alcance diário médio de 7,3% e tempo médio diário de audiência de 25 minutos. Em primeiro lugar no ranking entre os adultos aparece o Multishow, com 10,37% de alcance diário médio e tempo médio diário de audiência de
Minissérie “Os Maias” estreou em março no Viva.
20 minutos, seguido de SporTV, TNT, Fox e Megapix. Os canais pagos tiveram entre o público com mais de 18 anos, no total, alcance diário médio de 44,76% e
tempo médio diário de audiência de duas horas e 25 minutos. Entre o público infantojuvenil, o Cartoon Network liderou a lista dos canais pagos com melhor alcance. No mês, o canal registrou 15,85% de alcance diário médio e uma hora e dez minutos de tempo médio diário de audiência. Em seguida no ranking aparecem Disney Channel, Discovery Kids, Nickelodeon e Fox. No total, os canais pagos registraram entre o público de 4 a 17 anos alcance diário médio de 44,89% e tempo médio diário de audiência de duas horas e 48 minutos. O levantamento do Ibope Mídia considera as praças Grande São Paulo, Grande Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal, Florianópolis e Campinas. Daniele Frederico
Alcance* e Tempo Médio Diário – março 2012
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total canais pagos 44,76 5.723,87 02:25:54 Multishow 10,37 1.325,88 00:20:28 SporTV 9,42 1.205,08 00:40:10 TNT 8,60 1.099,43 00:23:54 Fox 8,27 1.057,20 00:34:21 Megapix 7,43 950,57 00:30:18 Viva 7,30 933,87 00:25:54 Globo News 7,23 924,73 00:27:46 Cartoon Network 6,86 877,21 00:44:53 Space 6,41 819,11 00:28:53 Discovery Kids 6,06 774,53 00:58:42 SporTV 2 5,98 764,67 00:22:36 Universal Channel 5,75 734,86 00:26:28 Telecine Pipoca 5,61 717,36 00:33:06 National Geographic 5,45 696,70 00:17:43 Warner Channel 5,45 696,59 00:26:01 Telecine Action 5,30 678,10 00:38:24 Discovery Channel 5,17 661,64 00:21:05 Disney Channel 5,05 645,88 00:36:07 GNT 4,96 634,86 00:16:30 FX 4,61 588,99 00:22:06
(Das 6h às 5h59)
Alcance (%) Indivíduos (mil) Tempo Médio Total canais pagos 44,89 1.523,72 02:48:51 Cartoon Network 15,85 538,14 01:10:52 Disney Channel 14,12 479,18 01:05:15 Discovery Kids 13,73 465,93 01:12:05 Nickelodeon 10,04 340,82 00:53:06 Fox 9,42 319,73 00:37:04 Multishow 8,10 275,06 00:24:42 TNT 7,26 246,31 00:29:11 Megapix 7,02 238,08 00:33:42 SporTV 5,62 190,75 00:26:25 Disney XD 5,08 172,42 00:46:09 Telecine Pipoca 4,99 169,43 00:36:03 Space 4,80 163,02 00:28:07 Viva 3,98 135,03 00:27:01 SporTV 2 3,78 128,30 00:15:43 Universal Channel 3,73 126,52 00:19:47 Telecine Action 3,65 123,94 00:23:11 Telecine Premium 3,58 121,46 00:25:41 Discovery Channel 3,39 115,10 00:19:22 FX 3,30 112,07 00:23:17 Boomerang 3,28 111,23 00:24:06
*Alcance é a porcentagem de indivíduos de um “target” que estiveram expostos por pelo menos um minuto a um determinado programa ou faixa horária.
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**Universo 3.394.000 indivíduos Fonte: IBOPE Media Workstation – Tabela Minuto a Minuto - Março/2012
De 4 a 17 anos**
(Das 6h às 5h59)
**Universo 12.788.300 indivíduos
Acima de 18 anos**
( case )
Corações Sujos
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pós rodar “O Caminho das Nuvens” (2003), o diretor Vicente Amorim, então na Mixer, estava interessado em fazer um longa-metragem sobre identidade quando caiu nas mãos dele o livroreportagem “Corações Sujos”. Publicada em 2000, a obra de Fernando Morais conta a história da Shindo Renmei, ou “Liga do Caminho dos Súditos”, seita formada em São Paulo, com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, por imigrantes japoneses que acreditavam que a rendição do Japão era uma fraude aliada. A colônia nipônica ficou então dividida: de um lado ficavam os vitoristas da Shindo Renmei; do outro os derrotistas apelidados de “corações sujos”, que começam a ser perseguidos e assassinados pelos membros da seita. Embora a leitura de Amorim não tenha sido feita com a intenção de transformar a história em narrativa audiovisual, ele viu grande potencial de adaptação. A Mixer comprou então os direitos da obra. O diretor conta que o processo de adaptação foi difícil porque o livro de Morais não tem foco em um personagem, ele conta a história real, com linguagem jornalística. Para o longa de ficção que a Mixer pretendia fazer, era preciso criar personagens e uma trama central que se passasse neste momento histórico. O diretor e o roteirista David França Mendes viajaram algumas vezes às cidades do interior paulista onde as perseguições e assassinatos aconteceram, conversaram com representantes da colônia nipônica e conseguiram construir os personagens e compor a narrativa do filme.
FOTOs: divulgação
Filme da Mixer baseado na obra de Fernando Morais foi pensando para o mercado externo e tem estreia no Japão antes do Brasil.
O filme foi todo rodado no Pólo Cinematográfico de Paulínia entre abril e maio de 2010.
No longa-metragem “Corações Sujos”, a narrativa tem foco no imigrante japonês Takahashi, dono de uma pequena loja de fotografia, casado com Miyuki, uma professora primária. O filme mostra a transformação de Takahashi de homem comum a assassino e a luta de Miyuki contra o destino, tentando salvar seu amor no meio do caos e da violência. “É um filme de identidade com uma história de amor”, conclui Amorim. Em espera O projeto ficou em desenvolvimento de roteiro entre 2005 e 2008, período em que o diretor dedicou-se ao longametragem internacional “O Homem
Bom”. Foram aproximadamente cinco tratamentos de roteiro até chegar à versão final. Em 2008, a produtora começou a captação para “Corações Sujos”, cujo orçamento de produção era de R$ 7,5 milhões. Eliane Ferreira, produtora executiva, explica que, o projeto conta com recusos incentivados vindos do Artigo 1º (Banco do Brasil e BNDES), do Artigo 1º A (Petrobras, Oi e as agências Loducca, Neogama e Borghierh/Lowe) e do Fundo Setorial do Audiovisual, pela linha de produção. O filme também ganhou o edital de Paulínia e recebeu recursos do Funcine da distribuidora Downtown. A Globo Filmes, também
Na composição do orçamento do filme, de R$ 7,5 milhões, entraram recursos incentivados e do Funcine da Downtown. 60 •
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associada ao projeto, entrou com mídia de divulgação. Todo o filme foi rodado no Pólo Cinematográfico de Paulínia em seis semanas, entre abril e maio de 2010. A equipe da Mixer recebeu o apoio da film commission da cidade. Foi construída uma cidade cenográfica no pólo. Antes disso, foi feito muito ensaio com o elenco, composto majoritariamente por atores japoneses. O diretor contou com um intérprete durante ensaios e filmagens e com o apoio de Elton Takii, preparador de elenco de “Cartas de Iow Jima”, já que 80% do filme é falado em japonês. “Um dos diferenciais do filme é que ele tem olho para o mercado externo”, destaca Amorim. O filme tem estreia prevista para 27 de julho no Japão e para 24 de agosto no Brasil. A ideia de estrear no Japão primeiro, segundo o diretor, é aproveitar a mídia gerada para o lançamento no País. A distribuição
Sinopse: Inspirado no livro de Fernando Morais, “Corações Sujos” se passa no interior de São Paulo após a Segunda Guerra Mundial. O filme conta a história do imigrante japonês Takahashi, dono de uma pequena loja de fotografia, casado com Miyuki, uma professora primária. “Corações Sujos” mostra a transformação de Takahashi de homem comum a assassino, enquanto sua mulher luta contra o destino, tentando em vão salvar seu amor em meio ao caos e à violência.
também está sendo negociada para outros territórios. O filme participou dos festivais de Montreal, Paulínia, Festival do Rio,
Corações Sujos
Longa-metragem Formato Vicente Amorim Direção d França Mendes Davi Roteiro s Mixer, Downtown Filmes, Globo Filme Produtoras ira Ferre ins Mart ue Caiq Produtor executivo Daniel Flaskman Diretor de arte Rodrigo Monte Diretor de fotografia
Ventana Sur (Argentina), Punta del Este, Madrid, Nova York e Guadalajara. ana carolina barbosa
( making of )
Daniele Frederico
d a n i e l e @ c o n v e r g e c o m . c o m . b r
Chegadas e partidas
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FOTOs: divulgação
ara comemorar o aniversário de 40 anos da operadora de turismo CVC, a Publicis Red Lion criou um comercial de um minuto que aborda aquilo que a empresa define como seu grande diferencial: o atendimento ao consumidor durante as viagens. O filme mostra uma legião de funcionários CVC dirigindo-se a uma praça, onde seguram monitores que ressaltam os atributos da empresa, em uma espécie de “flashmob”. A ideia do mosaico veio das festividades olímpicas e das comemorações em estádios de futebol. “Originalmente, os funcionários estariam se dirigindo a um estádio. Mas, no processo, sugeri que o encontro deles fosse na rua, para dar uma sensação mais real, de algo que parecesse ter acontecido de verdade, na cidade”, conta o diretor do filme, Gualter Pupo, da Hungry Man. O diretor também sugeriu que as placas que formam o mosaico não fossem impressas e estáticas. “Sugeri que criássemos um elemento digital, como um monitor ou um tablet gigante, que permitisse ter imagens estáticas ou em movimento”, diz. Assim, criou-se um protótipo do que seria um aparelho desses, com o mesmo tipo de brilho, reflexo, cor e material de um tablet, mas sem qualquer funcionalidade. Cerca de 40 painéis foram fabricados nessa qualidade, para utilização em primeiro plano. O restante dos painéis, cerca de 110, era feito de madeira pintada de verde, para que as imagens formadas no mosaico pudessem ser incluídas na pósprodução. Cerca de 25 pessoas atuaram como protagonistas do filme, aparecendo em close, e outros 150
No comercial da CVC, 150 figurantes tornaram-se mais de quatro mil por meio da composição.
figurantes foram usados para as cenas de chegadas de pessoas mais volumosas e no próprio encontro. “Fizemos cerca de 18 set ups em 15 locações”, lembra o diretor. Para imprimir cerca de 4 mil pessoas no filme, o diretor apostou na multiplicação por blocos de pessoas. “O trabalho consistia em marcar o chão, posicionar as pessoas em retângulos ou fatias do mosaico, e filmar. Depois, deslocávamos as pessoas para outra posição e filmávamos. Assim fomos completando o mosaico e acrescentando pessoas em volta da praça”, diz Pupo. “Todo mundo que aparece no comercial estava ali mesmo”. Com tudo filmado, a pós entrou em ação para fazer a rotoscopia e a composição. “Quando o mosaico está todo formado, a primeira e a segunda filas de pessoas, por exemplo, foram filmadas. Já os painéis que aparecem da segunda fila em diante foram 62
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multiplicados na pós produção”, ressalta o diretor. As filmagens aconteceram no Rio de Janeiro, mas a ideia era que alguns cenários pudessem parecer ser de qualquer lugar do Brasil. “O Rio tem uma paisagem múltipla. Procurei pensar em ângulos e enquadramentos que pudessem parecer ser qualquer cidade”, lembra Pupo.
ficha técnica Título Cliente Agência Produtora Direção Direção de fotografia Pós-produção Finalização Produtora de áudio
“Boa Viagem” CVC Brasil Publicis Red Lion Hungry Man Gualter Pupo Fernando Young Sindicato VFX Sindicato VFX e Hungry Man Lua Nova
Com cara de longa
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om comercial de um minuto para a TV, filmes curtos para a Internet e jogos para Facebook, a campanha da Vivo “Conectados vivemos melhor” foi concebida com ares de super produção. Para falar sobre a oferta dos serviços de telefonia fixa e móvel, televisão e Internet, todos sob a marca “Vivo”, a Vetor Zero/Lobo foi convidada a criar os filmes da campanha, que utilizam a mesma trilha sonora do comercial de lançamento da marca em 2003. Na campanha que mostra a Vivo como empresa que reúne diferentes tipos de serviço e conecta pessoas de todo o País, a grande estrela é a animação 3D, que ganhou tratamento de longa-metragem. Em três meses de trabalho, foram concebidos quase oito minutos de animação, entre o filme original, de um minuto, e os desdobramentos na Internet. Entre esses desdobramentos, estão chamadas de entrada e de saída do filme principal, vídeos que mostram supostos testes de elenco dos personagens, além de avisos para cinema (para o projeto Vivo Open Air), e jogos para o Facebook. “Também lançamos um vídeo com ‘erros de gravação’ dos personagens, como existe hoje em alguns longas de animação”, conta Guto Terni, que codirigiu o filme com Mateus de Paula Santos e Nando Cohen. Apesar da grande quantidade de vídeos, o principal desafio deste trabalho foi o desenvolvimento de cerca de 50 personagens diferentes. “Foi um trabalho brutal de desenho”, conta Terni. O processo consistia em fazer o desenho a lápis, aprová-lo internamente, depois pintá-lo e submetê-lo à aprovação da agência e do cliente. Por último, esses personagens pré-aprovados eram modelados em 3D. “O cliente e a
agência foram muito parceiros, até para dar agilidade ao processo”, conta Mateus de Paula Santos, lembrando que o trabalho levou pouco mais de dois meses para ser concluído. Além do volume de personagens, algumas cenas exigiram que verdadeiras multidões fossem criadas, como aquelas que mostram a Sapucaí e um show musical. Para criar esse efeito, o departamento de pesquisa e desenvolvimento da Vetor Zero entrou
em ação, e desenvolveu um software de renderização internamente. Para a cena do sambódromo, por exemplo, havia cerca de 50 mil personagens, e todos foram renderizados. “Não foi utilizada composição”, lembra Terni. Cerca de 60 pessoas participaram da produção da campanha. Segundo Santos, durante algum tempo, a produtora trabalhou com um software utilizado para criar multidões em filmes como “O Senhor dos Anéis”, mas este já não atendia mais às necessidades dos diretores. “Começamos então a desenvolver a nossa própria solução, reescrevendo partes do software exclusivamente para esse projeto”, diz. “Tínhamos um prazo de publicidade, mas queríamos resultado de longametragem”, conta Terni. Para ganhar tempo, cerca de 80% dos cenários e das paisagens brasileiras mostrados no filme foram filmados em “live action”, enquanto o restante era de banco de imagens ou feito em 3D (caso das cenas do show e da Sapucaí). “Se estivéssemos trabalhando com o tempo de um longa-metragem, até daria para fazer isso em 3D”, lembra Santos. “Essa solução, além de economizar tempo, também deu riqueza ao filme”, conclui. ficha técnica Título “Vivo Posicional” Anunciante Vivo S/A Agência Africa Produtora Vetor Zero/Lobo Direção Guto Terni, Mateus de Paula Santos e Nando Cohen Dir. de fotografia Helcio Alemão Naganmini Direção de arte Marcelo Reginato Final./pós-produção equipe Vetor Zero/Lobo Produtora de som Amics Audio Prod. e mixagem Rodrigo Coelho de Medeiros e Equipe Amics
Produtora criou 50 personagens diferentes para campanha que envolve comercial para TV e vídeos para a Internet.
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cobertura
( upgrade )
Oferecida por
Fernando Lauterjung
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Super slow 4K
A Sony planeja para breve uma atualização do firmware que permitirá que a NEX-FS700 gere um bitstream 4K RAW através da saída 3G HD-SDI.
A
SLR e DSLR para 35mm, com o uso de adaptadores simples e baratos, sem degradação óptica. A filmadora é comutável entre 60/50Hz para dar às pessoas a liberdade de trabalhar em qualquer região geográfica, sem ficar restrito a apenas PAL ou NTSC. As saídas 3G HD-SDI e HDMI trabalham com Full HD 50p e 60p, além de padrão HD 60i, 24p, 25p ou 30p, com time code e áudio incorporados. Os usuários podem salvar até 99 configurações de perfil em um cartão de memória e podem copiar as configurações para várias unidades. A NEX-FS700 está prevista para chegar ao mercado em junho de 2012.
Sobrevida ao Triax
Sólido renovado
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Grass Valley adicionou mais flexibilidade ao seu sistema de transmissão de câmera 3G (lançado na NAB 2011) com um conversor de fibra 3G para 3G Triax, permitindo que os usuários que produzem programas em resoluções de até 1080p50/60 possam enviar sua sinais através de qualquer tipo de infraestrutura de cabo. O LDK 4427 executa uma conversão de um-para-um de um sinal de fibra 3G da câmera para um sinal de triax 3G. Dados adicionais como vídeo de retorno, controle e intercom também são convertidos em uma base um-para-um, com acesso a todos os diagnósticos de transmissão a qualquer momento. O conversor é construído para resistir a situações meteorológicas extremas, em conformidade com as normas de segurança IP54 (assegurando que ele é à prova de pó e de água), e vem com um para-sol. Ele também pode ser colocado em um rack padrão de 19 polegadas, onde até quatro unidades podem ser montadas lado-a-lado. O LDK 4427 está disponível com preço de tabela de US$ 24.853. O LDK 4427 executa uma conversão de um-para-um de um sinal de fibra 3G da câmera para um sinal de triax 3G.
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linha de camcorders com lentes intercambiáveis E-mount NXCAM, da Sony, ganhou um novo membro. A NEX-FS700 Full-HD Super Slow Motion está pronta para trabalhar em 4K. O equipamento traz o novo sensor Super 35mm ExmorTM CMOS, com resolução 4K de 4096 x 2160. A Sony planeja para breve uma atualização do firmware que permitirá que a NEXFS700 gere um bitstream 4K RAW através da saída 3G HD-SDI (quando utilizada com um gravador opcional 4K). O novo modelo Super 35mm é projetado para alta velocidade de disparo e é capaz de capturar imagens em até 960 quadros por segundo. A camcorder também tem uma gama de capacidades, tais como saída 3G HD-SDI e filtros embutidos ND. Além disso, ela traz opções criativas e melhor ergonomia. A câmera oferece imagens de qualidade Full-HD a 120 e 240 frames por segundo em “rajadas” de 8 ou 16 segundo, respectivamente. Com capacidade de disparo de alta sensibilidade e baixo ruído, a NEX-FS700 permite fazer câmera lenta de forma mais conveniente, sem equipamento adicional. Em resolução reduzida, é possível captar a 480 fps e 960 fps. O bocal E-Mount permite usar praticamente todas as lentes
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Panasonic anunciou uma nova série de cartões de memória chamada microP2. A introdução simultânea de um adaptador de cartão microP2 garante que a nova série pode operar nos atuais equipamentos baseados no cartão de memória em estado sólido P2. O microP2 garante transferência em alta velocidade em todas as taxas de quadros P2, formatos e codecs, bem como na nova compressão AVC-ULTRA (até o AVC-Intra200). O adaptador de cartão microP2 permite ainda usar cartões SD Class 10, em taxas de até 50 Mbps. Os cartões microP2, bem como o adaptador, estarão disponíveis em 2013.
O microP2 garante transferência em alta velocidade em todas as taxas de quadros P2, formatos e codecs, bem como na nova compressão AVC-ULTRA.
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Fim da redação
Extensão
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dquirir, acessar, editar e finalizar matérias a qualquer hora, de qualquer lugar. Esta é a promessa da Avid para os profissionais de jornalismo de televisão com a estreia do Interplay Sphere, uma solução de acesso em tempo real que aproveita uma arquitetura baseada em nuvem para dar aos colaboradores a liberdade de trabalhar em um ambiente completamente distribuído que se estende por vários locais e fusos horários. O Interplay Sphere dá aos jornalistas a capacidade de criar matérias onde elas estão realmente acontecendo - e enviá-las para o ar, mantendo conectividade total com a operação de redação. Trabalhando em conjunto com o NewsCutter e o Media Composer para edição de vídeo, a nova solução fornece recursos de produção distribuídos, permitindo aos jornalistas acessar e editar imagens de vídeo capturadas na cena da notícias, mas também material de arquivo de qualquer outra estação Interplay Sphere ligadas, mesmo em outra localização. Isso estende os limites de edição para além da redação tradicional. A solução de acesso em tempo real deve estar disponível em setembro de 2012.
Avid lança solução para adquirir, acessar, editar e finalizar matérias a qualquer hora, de qualquer lugar.
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Avio F120 é o primeiro de uma nova linha de extensores de fibra óptica projetados para aplicações intensivas em A transmissão mantém o desempenho gráficos e gráfico e o frame-rate de vídeo HD visualização sem latência na estação remota, lançado pela enquanto o computador permanece em uma sala de máquinas. Matrox. O par de transmissor e receptor conecta vídeo DVI, teclado, mouse, áudio e dispositivos USB do sistema hospedeiro aos perifiéricos instalados a até 2 mil metros de distância utilizando um cabo de fibra óptica. A transmissão mantém o desempenho gráfico e o frame-rate de vídeo HD sem latência na estação remota, enquanto o computador permanece em uma sala de máquinas climatizada para maior segurança e fácil manutenção. Além disso, o design do Avio F120 é agnóstico com ampla compatibilidade com sistemas operacionais, facilitando a implantação plug-and-play. O equipamento estende dois sinais de vídeo DVI com resolução máxima de 1920x1200 por monitor ou um sinal dual-link DVI a 2560x1600. Além disso, conta com portas USB ou PS/2 para teclado e do mouse e várias portas USB HID.
Ponta-a-ponta
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mais compacto headend de vídeo; a linha Maxiva UHF e Harris apresentou sua solução completa de TV digital Platinum VHF de transmissores; e a série de teste e medição terrestre lançada originalmente em 2011, mas Cideotek MSA. apenas no padrão DVBComo com a solução T2, que ajuda a fazer o melhor DVB-T2, as novas atualizações uso possível do espectro do Selenio permitem eliminar permitindo novos serviços os gateways separados em digitais para os espectadores e headends ISDB-Tb, oferecendo minimizando infraestrutura, uma conexão direta com os agora para ATSC e ISDB-Tb. transmissores de TV digital. As soluções completas para Esta infraestrutura minimiza todos os três padrões incluem o e reduz os problemas de Harris Selenio, uma plataforma Solução de TV digital terrestre ajuda a fazer o melhor uso interoperabilidade no de convergência de mídias, possível do espectro, permitindo novos serviços digitais para os espectadores e minimizando infraestrutura para ATSC e ISDB-Tb. caminho do sinal. apontada pela fabricante como o
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( agenda ) 14 a 23 14º Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte, Belo Horizonte, MG. Web: www.festcurtasbh.com.br
4 e 5 de junho
17 a 22 Curta-SE 12, Aracaju, SE.
31 julho a 2 de agosto
Ponto de encontro entre quem faz, distribui e exibe programas de TV. Um evento dinâmico, com foco em negócios. Fórum Brasil de Televisão, Centro de Convenções Frei Caneca, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.forumbrasiltv.com.br
O maior encontro de mídias convergentes do país. Congresso e área de exposição, de tecnologia e conteúdo para o mercado de TV por assinatura, video-on-demand, banda larga e serviços digitais avançados. ABTA 2012, Transamérica Expo Center, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.abta2012.com.br
Tel.: (79) 3302-7092. Web: www.curtase.org.br
19 a 23 Ottawa International Animation Festival, Ottawa, Canadá.
Tel.: (613) 232-6315. E-mail: info@animationfestival.ca. Web: www.animationfestival.ca
OUTUBRO
MAIO
29 a 30 – Mediahub Market, Bangkok, Tailândia. E-mail: info@mediahub. Web: www.mediahubmarket.com
br
6 a 7 MipJunior, Cannes, França. Web: www.mipworld.com
2 a 8 9º Feminafest, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (21) 2544-4080. E-mail: contato@feminafest.com.br. Web: www.feminafest.com.br
6 a 18 Festival do Rio, Rio de Janeiro, RJ. Web: www.festivaldorio.com.br
JULHO
JUNHO
1 a 8 Cine Ceará, Fortaleza, Ceará. Tel.: (85) 3264-3877. Web: www.cineceara.com.br 4 a 9 Festival Internacional de Animação de Annecy, Annecy, França. Tel.: (33 04) 5010-0900. E-mail: info@citia.org. Web: www.annecy.org
10 a 13 Banff World Media Festival, Banff, Canadá.
Tel.: (1 416) 921-3171. E-mail: info@archillesmedia.com.br. Web: www.banffmediafestival.com
15 a 26 FAM 2012 – 16º Florianópolis Audiovisual Mercosul, Florianópolis, SC. Web: www.panvision.com.br
13 a 29 Animamundi, Rio de Janeiro e São Paulo. Tel.: (21) 2543-8860. E-mail: info@animamundi.com.br. Web: www.animamundi.com.br
19 a 1/11 Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, São Paulo, SP. E-mail: info@mostra.org. Web: www.mostra.org
AGOSTO
10 a 18 40º Festival de Cinema de Gramado, Gramado, RS.
E-mail: festival@festivaldegramado.net
21 a 23 Broadcast&Cable, São Paulo, SP. Web: www.broadcastcable.com.br 23 a 31 23º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, São Paulo, SP. Tel.: (11) 3034-5538. E-mail: spshort@kinoforum.org. Web: www.kinoforum.org
21 a 24 Sunny Side of the Doc,
La Rochelle, França. Tel.: (33 05) 4634-4652. Web: www.sunnysideofthedoc.com
29 a 15/7 11º Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis,
Florianópolis, Santa Catarina. Tel.: (48) 3232-5996. Web: www.mostradecinemainfantil.com.
4 a 6 Andina Link 2012, San Pedro
Sula, Honduras. E-mail: contacto@andinalink.com. Web: www.andinalink.com
13 e 14 Congresso LatinoAmericano de Satélites, Rio de Janeiro, RJ. Tel.: (11) 3138-4660. E-mail: info@convergecom.com.br. Web: www.convergeeventos.com.br T e l a
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31 a 7/12 American Film Market, Santa Monica, EUA.
Tel.: (1 310) 446-1600. E-mail: AFM@ifta-online.org. Web: www.americanfilmmarket.com
5 a 13 26º Festival Internacional de Cine de Mar del Plata, Mar del Plata, Argentina.
SETEMBRO
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25 a 28 BRAFFTv 2012,
Toronto, Canadá. Tel.: (11) 2615-7615. E-mail: brafftv@brafftv.com. Web: www.brafftv.com
NOVEMBRO
17 a 23 Cannes Lion, Cannes,
França. Tel.: (44 0 20) 7728-4040. Web: www.canneslion.com
8 a 11 Mipcom, Cannes, França. Web: www.mipworld.com
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Tel.: (54 11) 4383-5115. E-mail: info@mardelplatafilmfest.com. Web: www.mardelplatafilmfest.com
DEZEMBRO
4 a 14 34º Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, Havana, Cuba.
E-mail: festival@festival.icaic.cu. Web: www.habanafilmfestival.com
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