Revista Telaviva - 242 - Outubro de 2013

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televisão, cinema e mídias eletrônicas

ano 22_#242_out2013

O MONSTRO NÃO É TÃO MAU Debates do Mipcom mostram que relação da TV convencional com os serviços digitais caminha mais para a complementariedade que para a competição.

TECNOLOGIA Soluções da IBC preparam a operação da TV paga para o futuro

TV POR ASSINATURA Echostar chega ao Brasil em parceria com a GVT e com satélite e set-tops próprios


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Bolha ou nova realidade?

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mundo vive uma explosão na produção de conteúdo. Grupos tradicionais como Starz, HBO e AMC, nos EUA, além de grupos regionais na América Latina, Ásia e Europa vêm produzindo mais séries de ficção de alto padrão do que nunca. A isso, somam-se as iniciativas dos serviços de VOD, que apostam na produção original para se diferenciar e ganhar mercado. Amazon e YouTube mantém estruturas de estúdio para fomentar novas produções, e a Netflix reinveste praticamente todo seu lucro em séries de alta qualidade. O público parece acompanhar e absorver esta produção. Dados de pesquisa da PWC (PriceWaterhouseCoopers) apresentados no Mipcom, que você acompanha em matéria nesta edição, mostram que nos próximos anos deve crescer o consumo de todas as mídias, da TV aberta ao over-the-top, sem canibalização. A relação entre mídias digitais e tradicionais parece estar mais pacificada, mas há quem ainda veja potenciais conflitos. O produtor Jeff Ulin, autor do livro “The Business of Media Distribution”, fez um alerta durante o evento em Cannes. A indústria do audiovisual se baseia em algumas premissas que estão sendo abandonadas pelos novos players, e até pelos tradicionais, em busca da manutenção de seu mercado. O conceito de janelas é uma delas. A ideia de que o usuário paga mais para ter acesso antecipado a um conteúdo, e de que paga novamente para rever um conteúdo de que gostou, é um dos pilares do mercado, e estaria sendo corroído pelos VODs, especialmente com sua política de “binge watching”, a oferta de todos os episódios de uma série, em primeira janela, de uma só vez. Ele sustenta que a atual boa fase é uma bolha, causada pela demanda por conteúdo das novas plataformas para se posicionarem no mercado. Mas há quem demonstre mais otimismo. O CEO da Dreamworks, Jeffrey Katzenberg, em sua palestra no evento, afirmou que “nos meus 40 anos na indústria nunca houve tantas oportunidades no mundo da TV, embora nem tudo seja simples. Oportunidades envolvem riscos e, muitas vezes, parecem ameaçadoras”. Segundo ele, muitas pessoas veem o mercado como um jogo de soma zero, em que para que alguém ganhe, outro tem que perder, mas Katzenberg acredita que isso não seja verdade, e que as plataformas podem conviver, como aconteceu no passado com outras revoluções tecnológicas. Vale lembrar que a Dreamworks fechou um acordo para a produção de 300 horas de conteúdo original para a Netflix. “Com tantas novas opções de distribuição, inevitavelmente haverá mais demanda por conteúdos”, aposta. São duas visões que o mercado tende a equilibrar. Ulin (que por dez anos trabalhou na área de distribuição na LucasFilm e responde pelo lançamento global de títulos como “Star Wars” e “Indiana Jones”) diz que o conteúdo sempre será rei, mas que seu reino pode ficar pobre. Katzenberg diz que não importa o meio, mas a capacidade de criar boas histórias, que será sempre bem remunerada. A realidade deve ficar em algum ponto no meio das duas visões.

capa: editoria de arte converge sobre imagens de Albert Ziganshin/cobalt88/shutterstock.com

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Mipcom

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Scanner Figuras Infraestrutura

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Novos serviços já não assustam o mercado

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Provedores locais partem para a implantação de FTTH

TV por assinatura

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Echostar chega no país através de parceria com a GVT

Tecnologia

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Fornecedores preparam TV paga para o cenário convergente

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Making of Produção

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Série retrata democracia africana com entrevistas de 15 presidentes

Case

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Documentário ganha sobrevida e rende novos negócios à produtora

Upgrade Agenda Acompanhe as notícias mais recentes do mercado

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Fotos: divulgação

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Produção animal A Grifa Filmes estreou uma coprodução com a francesa FLConcept&Co no Animal Planet. “Salvos da Extinção” é uma continuação de “Extinções”, que também foi produzida pelas duas produtoras em parceria com a Gullane Filmes. A atração foi ao ar em 2011 pela TV Brasil. “Salvos da Extinção” tem seis episódios que mostram a luta de algumas espécies para fugir do desaparecimento. A equipe

viajou para oito países para registrar a vida de seis espécies animais. O Brasil foi cenário para dois episódios: tartaruga de pente e mico-leão dourado. A equipe fez o episódio sobre o condor nos Estados Unidos; e na Namíbia e Botsuana, o cão de caça africano. Na França e na Mongólia foi gravado o episódio sobre o cavalo Przewalski e, por fim, na Jordânia e nos Emirados Árabes foram captadas as imagens para o episódio sobre o oryx árabe. A Grifa também estreou outra atração no Animal Planet: “Resgate Animal”, uma coprodução com a Gullane Filmes, que recebeu patrocínio da Tetra Pak. A série é dirigida por Eduardo Rajabally e Mauro Martins e mostra, em seis episódios, o trabalho de veterinários, biólogos, cientistas, policiais ambientais e bombeiros agindo em tempo real para salvar a vida de animais expostos ao perigo. As câmeras acompanham o processo em tempo real, dando à série um tom de reality show.

A Grifa Filmes estreou “Salvos da Extinção” (foto), coprodução com a francesa FLConcept&Co, e “Resgate Animal”, coprodução com a Gullane Filmes, no Animal Planet.

Brasil em alta

Relação abalada

As receitas da Endemol no Brasil cresceram 23% no último ano, segundo Juliana Algañaraz, general manager da empresa no país. A produtora internacional vendeu quase o triplo de episódios de suas diferentes licenças. De agosto de 2011 a agosto de 2012 foram produzidos 98 episódios de cinco formatos, enquanto de 2012 a 2013 foram 250 episódios de oito formatos. Cresceu também a produção interna, de 20 para cem episódios. A Endemol atua no Brasil em parceria com a produtora OSS. Os dados referem-se à Endemol Brasil, e não à Endemol Globo, empresa distinta, que negocia os direitos dos formatos da Endemol apenas para a emissora carioca. Segundo Juliana, o crescimento em 2014 deve Receitas da Endemol ser ainda maior, por conta cresceram 23% no País, dos investimentos que estão conta Juliana Algañaraz. sendo feitos, inclusive com a criação da primeira ficção da Endemol no país, já em projeto. «As pessoas acham que só fazemos formatos, mas na Argentina a Endemol produz as ficções do primetime da Telefe, temos know-how”, conta. Ela ainda revela que a Endemol holding vai investir em 2014 20 milhoes de euros para criar unidades de negócios digitais em cinco paises considerados prioritários: EUA, Rússia, China, Índia e Brasil.

O A&E estreou o reality “Vivendo com o Inimigo”, uma versão brasileira de “Monster in Law”, atração do A&E produzida nos Estados Unidos. “Vivendo com o Inimigo” é uma produção da Plataforma, que também produzirá a versão mexicana do formato para o A&E. No Brasil, a direção do reality é de Pedro Gorski e Guilherme Conti. A série terá oito episódios, e trará casos de casais que têm seu relacionamento prejudicado por uma terceira pessoa, geralmente a sogra. Buscando evitar uma separação indesejada, os terapeutas Marcio Alleoni e Fernanda Guilardi intervêm na intimidade do casal, propondo atividades que reestabeleçam a comunicação da família. De acordo com Gorski, a adaptação começou a ser produzida em novembro de 2012, e contou com um extenso processo de

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pesquisa para selecionar as famílias. “Primeiro selecionamos 40 prováveis participantes, era preciso ter disponibilidade para gravar e estarem dispostos a expor o problema. No fim, ficamos com 12 famílias e fizemos oito episódios, pois alguns acabaram ficando pelo caminho”. “Também buscamos tirar casos repetidos, com situações muito parecidas, queríamos casos que se completassem, mostrando os problemas que a maioria dos brasileiros se identifica”, complementa Conti. As oito famílias selecionadas são de São Paulo, onde foram feitas as gravações. De acordo com a produtora, a equipe de filmagem passou em média quatro dias com cada família. “Foi tudo gravado em São Paulo, mas tentamos retratar os problemas do universo brasileiro”, diz Krishna Mahon, produtora executiva do A&E.


Parceria A Vetor Zero/Lobo anunciou uma parceria com a agência de criação digital americana Bossa, baseada em Nova York. O objetivo dessa representação é unir a expertise em animação 3D da produtora brasileira ao know-how em tecnologias digitais da empresa estrangeira. Nas próximas semanas, os sócios da Bossa, Andrezza Valentin e Hans Weiss estarão no Brasil visitando agências de comunicação ao lado dos sócios da Vetor Zero/Lobo. A Bossa contará com a estrutura da produtora brasileira em sua atuação no País. “Turbinados”, produção da Moonshot Pictures para o Discovery Turbo.

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A Vetor Zero/Lobo firmou parceria com a norte-americana Bossa para unir expertise em animação 3D e Know-how em tecnologias digitais.

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O Discovery Turbo estreou a série “Turbinados”, produzida pela Moonshot Pictures. O programa de 22 episódios de 30 minutos fala sobre o universo da customização de carros, as competições de drift e outros assuntos de interesse dos aficionados por veículos. Todos os sábados serão exibidos dois episódios em sequência. Os três personagens principais são Zumbi, Bola e Caju, que mostrarão os processos que envolvem a customização de um veículo, quem são os competidores e fãs do drift por meio de entrevistas e matérias.


Fotos: divulgação

( scanner) Luta na telona

“Sessão de Terapia” estreou segunda temporada com subprodutos da primeira e tem confirmados os episódios da terceira, que serão totalmente originais.

O canal Combate, a rede Cinemark e a Flix Media fecharam um acordo para a transmissão ao vivo das lutas do UFC em 30 salas espalhadas pelo País. A primeira exibição foi do UFC 166, no dia 19 de outubro, com revanche na disputa do cinturão de pesos pesados entre o brasileiro Junior Cigano e o americano Cain Velasquez. O direito de transmissão ao vivo do UFC foi garantido no início deste ano, na extensão do contrato entre o Combate e a organização, que vai até 2027. A Flix Media será responsável pela comercialização de publicidade e promoção nos cinemas. Depois disso, o Cinemark transmitirá também a revanche entre Anderson Silva e Chris Weidman, dia 28 de dezembro.

Show de conteúdo

Mais dramas O GNT estreou no início de outubro a segunda temporada da série “Sessão de Terapia”, produzida pela Moonshot Pictures. O canal confirmou a produção da terceira temporada, que terá 35 episódios e já está sendo desenvolvida para ir ao ar em 2014. O produtor e sócio da Moonshot, Roberto D’Ávila, conta que a terceira temporada, diferente das duas primeiras que são adaptações do formato israelense “Betipul”, reproduzida em mais de 30 países, será 100% original. “A gente segue a mesma linha das duas primeiras, em que o eixo central é o aprofundamento das questões do Théo (o

analista)”, diz D’Ávila. O canal e a produtora comemoraram a repercussão e os desdobramentos que a série está tendo. Simultaneamente à estreia da segunda temporada, chegam ao mercado produtos resultantes da primeira. A Editora Arqueiro lançou um livro da primeira temporada, escrito pela roteirista-chefe de “Sessão de Terapia”, Jaqueline Vargas. A Som Livre também lançou um box de DVD com a primeira temporada completa. A trilha sonora da série também estará disponível no iTunes e no site do GNT para streaming.

A Paranoid vive o boom da área de conteúdo. Segundo a sócia e produtora executiva Tatiana Quintella, a empresa tem hoje seis projetos para a televisão, a maior parte impulsionada pela Lei 12.485, que fez com que o conteúdo virasse a “área de ouro” dentro das produtoras. A equipe está gravando a segunda temporada de “Elmiro Miranda Show” para o TBS, canal de comédia da Turner. A nova temporada tem 16 episódios, seis a mais que a primeira. Ambas foram financiadas com recursos do Artigo 39. A previsão é que a atração vá ao ar em novembro deste ano. Segundo Silvia Elias, diretora de conteúdo local da Turner, a decisão de produzir novos episódios veio já na leitura dos roteiros, por ser uma série totalmente dentro da proposta do canal e pela qualidade e comprometimento com a entrega da produtora. A Paranoid também está trabalhando em outro projeto grande com a Turner, tem mais uma atração produzida, duas em desenvolvimento e um projeto de animação com a TV Cultura. O cinema também tem movimentado a área de conteúdo. A produtora lançou seu primeiro longametragem em outubro, “Serra Pelada”, de Heitor Dhalia. Outro filme está em captação, sobre a famosa rua Maria Antônia, em São Paulo, e terá direção de Vera Egito.

Festa O Canal Brasil completou 15 anos em setembro e comemora a nova fase, marcada por um salto significativo no número de assinantes a partir da Lei 12.485, saindo de 3,5 milhões para os atuais 14,4 milhões. No mês de aniversário, além de promover a festa e entrega do 8º Grande Prêmio Canal Brasil de Curtas-Metragens, que este ano ficou com “Linear”, de Ami Admon, o canal teve vários destaques de programação, entre eles a exibição do filme “Dossiê Jango”, de Paulo Henrique Fontenelle, que estreou em 5 de julho e teve uma estratégia desenhada com encurtamento de janelas. O canal ainda programou uma mostra com os filmes que produziu, atrações musicais e três novas séries: “Enciclopédia do Samba”, “Cinema de Bordas” e “El Parlante Amarillo”. 8

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“Elmiro Miranda Show”, produção da Paranoid para o TBS, da Turner, teve segunda temporada com mais episódios que a primeira.

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ser visto como acadêmicos. Segundo a produtora executiva Denise Gomes, esse é um projeto bastante sério dentro da TV, e ela acha que pelas suas características, seria inclusive difícil achar um canal para ele. “Decidimos começar com cinco episódios, mas ele tem vida longa. Se tiver resultado bacana, ele tem um futuro promissor na faixa”, observa. Mário Mazzilli, diretor da CPFL Cultura, programa cultural da CPFL Energia, conta que a ideia de produzir o programa veio da vontade de atualizar um dos programas já existentes ou de criar um novo formato. Como o “Café Filosófico” já está consagrado, a ideia foi criar algo novo, e surgiu a ideia de “Peripatético”. De acordo com o executivo, a atração foi planejada dentro da proposta da CPFL Cultura, que é de organizar reflexões sobre o mundo contemporâneo. Sobre o patrocínio, ele destaca o diferencial da empresa. “A gente não trabalha como financiador padrão, nos envolvemos no processo”.

Em “Peripatético”, produção da BossaNovaFilms para a TV Cultura, o filósofo Luiz Felipe Pondé recebe pessoas em uma casa de campo para debater temas como vaidade, sexo, fé, melancolia e casamento.

Filosofia para as massas A BossaNovaFilms produziu a série de cinco episódios “Peripatético”, que estreou na TV Cultura em outubro. A atração foi inteiramente financiada pela CPFL Energia, que patrocina outros dois programas que vão ao ar na TV Cultura, o “Café Filosófico” e “Invenções”. Em “Peripatético”, diferentes grupos de pessoas se reúnem com

o filósofo Luiz Felipe Pondé durante um dia em uma casa de campo. Os episódios abordam os temas vaidade, sexo, fé, melancolia e casamento. As pessoas convidadas a debater o tema são escolhidas pela produção, que buscou perfis diferentes dentro de uma mesma temática e a escolha de Pondé para conduzir a discussão, de acordo com os diretores Marta Maia e Sérgio Ziegler, deve-se à capacidade do filósofo de popularizar assuntos que podem

Nova MTV O começo de outubro marcou o fim das transmissões da MTV Brasil sob o comando do Grupo Abril e início da programação escolhida pela Viacom, que retomou a marca. No lugar da MTV, a Abril lançou a TV Abril, com programas antigos de seu extinto canal Ideal TV, que não conseguiu distribuição e fechou. A grade de programação da nova MTV foi feita para agradar à geração millenial, segundo Tiago Worcman, vice-presidente de conteúdo e programação e brand manager do canal no País. O canal terá 350 horas de conteúdo nacional para o primeiro ano de operações. “Produziremos com produtoras parceiras, como é comum na TV paga”, observa Worcman. Logo na estreia, havia três atrações produzidas no Brasil. Uma delas é a “Coletivation”. Produzida pela Eyeworks, vai ao ar de segunda a sexta a partir das 21h30, com uma hora de duração. A proposta é falar de atualidade, com temas relevantes para o canal, como música, cinema, comportamento, celebridades, cultura pop e Internet, além de trazer entrevistas e pocket shows. Uma apresentação internacional, da cantora Demi Lovato, aconteceu no início de outubro. A apresentação é de Fiuk e Patrick Maia e haverá duas repórteres: Talita Alves, em São Paulo, e Mayara Lepre, no Rio de Janeiro. Outra atração nacional que preencheu a grade logo na estreia é o reality show “Papito In Love”, que vai ao ar às terças-feiras, às 22h30. Na produção da carioca Indiana, 14 mulheres realizarão provas para conquistar o coração do T e l a

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“Papito in Love”, reality show de namoro com o cantor Supla, é uma das atrações nacionais que estrearam na MTV sob comando agora da Viacom.

cantor Supla. O MTV Sports mantém os apresentadores da antiga MTV, Deco Neves e Lucas Stegmann, que comandarão três equipes em provas de esportes radicais que disputarão uma viagem para Los Angeles. A produção é da Clube Filmes com a Bolovo e o programa vai ao ar às quintas-feiras, a partir das 22h30. A música continuará tendo bastante espaço no novo canal, garante Worcman. Serão entre cinco e seis horas por dia de exibição de videoclipes. Os shows acústicos e o prêmio VMB ainda não estão garantidos, mas estão sendo avaliados. O canal também estuda adquirir o acervo da antiga MTV, que pertence ao Grupo Abril. o u t 2 0 1 3

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Duas décadas A Fox celebrou vinte anos de atuação no Brasil anunciando novidades em produções originais e mudanças em seus canais, que devem acontecer até o próximo ano. O Fox Life e o BemSimples, dois canais de lifestyle da programadora, serão fundidos em um só canal que ficará com o nome de Fox Life, a partir de 2014. A programação do canal deve mesclar os blocos de produção local do BemSimples, feitos pela Casablanca, com conteúdo internacional. Paulo Franco, vice-presidente de programação e conteúdo, conta que o canal exibirá no próximo ano a reprise de “Escrava Isaura”, da Record. A diferença será o capítulo final. A emissora gravou quatro finais e exibiu dois. Na Fox, o final que irá ao ar será inédito. O novo Fox Life ainda exibirá “Lucky Ladies”, uma produção original mundial da Fox que terá uma versão produzida no

Brasil pela Casablanca. Além de séries, documentários e realities, a programadora investirá na produção de um longa-metragem sobre o grupo “Mamonas Assassinas”. Franco conta que o projeto surgiu na programadora, que negociou os direitos com as famílias dos músicos. No Nat Geo, estreia em novembro o game show “Os Incríveis”, formato da Endemol, produzido pela Endemol Brasil, que se encarregou tanto da versão brasileira quanto da versão latina. O canal também estreia no ano que vem “Todas as Manhãs do Mundo”, uma parceria de Lawrence Wahba com a francesa Bonne Pioche. O FX terá uma temporada de 12 episódios de um programa com os humoristas Hermes e Renato, produzido pela Boutique Filmes. O canal Fox exibirá no próximo ano uma série da O2 com direção de Fernando Meirelles, chamada “Sete Minutos”.

Parceria germânica O Canal Futura estreou em outubro na sua grade o programa “Futurando”, que apresenta projetos inovadores desenvolvidos em todo o mundo. A série é produzida pela TV alemã Deutsche Welle, em português, especialmente para o mercado brasileiro. A atração pretende abordar temas como observatórios de buracos negros, asteroides e o auxílio de robôs em publicidade com uma linguagem clara e acessível nas reportagens.

Lúcia Araújo, do Futura, e Petra Schneider, da DW, assinam acordo no Mipcom, em Cannes

Da América Latina para o mundo A HBO fechou acordo de distribuição com a mexicana Comarex, distribuidora, entre outros, da programação da TV Azteca. A ideia é entrar em territórios onde a produção original latina não havia chegado, conta Hugo Tapia, diretor sênior de new business development da programadora. “Já estamos na Europa oriental, Oceania, França, Espanha e Portugal. Faltava Oriente Médio, Ásia e África”, disse o executivo. Inicialmente serão oferecidas as produções mais antigas da HBO na região, como “Epitáfios”, “Prófugos” e as brasileiras “Mandrake”, “Filhos do Carnaval”, “Alice” e “Mulher de Fases”. “Seremos um dos principais exportadores de produções brasileiras no mundo”, finaliza Tapia. 10

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Fotos: divulgação

( scanner) Marcus Fernandes, ex-diretor de programação da TV Cultura, está à frente da Irmãos de Criação.

Agência criativa Um grupo de ex-diretores e funcionários da TV Cultura que deixaram a emissora na atual gestão retomou o coletivo Irmãos de Criação, que passa a atuar como uma agência para desenvolver projetos audiovisuais. Tendo à frente Marcus Fernandes, ex-diretor de programação da emissora paulista, cada profissional será responsável por um núcleo dentro da agência, que trabalhará com projetos próprios ou dando assessoria para outras produtoras. Os núcleos podem atuar juntos ou independentes, em áreas como mídia progressiva, conteudo liquido (que se adapta a cada plataforma), criação de formatos, personagens, universos ficcionais, etc. “O objetivo é dar ao produtor mais subsídios para desenvolver um projeto, incluindo os instrumentos legais, desenvolvimento do conteúdo, definição de gênero, das plataformas, análise financeira e de programação, preparação para pitchings, orçamento etc”, conta Fernandes. Uma das ideias é fazer a ponte entre canais, produtores e anunciantes, para projetos de branded content. Na equipe estão Thiago Taboada, exMTV e Cultura, além dos canais Ideal e Fiz, na integração de mídias; Paulo Garcia, que desenvolveu na Cultura o app do “Quem Sabe, Sabe e o projeto de second screen, na área de online; Gustavo Menezes, exAncine e TV Cutura, onde desenvolveu a plataforma Lumlab, para a área de fomento; Sandra Rodrigues, na área de inteligência executiva; e Conrado Zanotto, na área de brandcast. “É uma evolução do branded content. As marcas entram na produção de conteúdos ligados ao seu target. A verba de marketing vai para a produção independente”, conta Fernandes.

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FOTOs: divulgação

( figuras) Reforço

Reorganizando

Zico Goes é o novo diretor executivo para o núcleo de TV da Conspiração. Ele foi, desde 2011, diretor de conteúdo na MTV Brasil, após uma passagem no mesmo cargo no canal GNT, da Globosat. Goes já tinha estado por dez anos na MTV, de 98 a 2008, como VP de conteúdo e programação. A produtora toca atualmente 28 programas de TV, entre ficção e não ficção. Desses, dez estão em produção.

A Harris Broadcast nomeou Pablo Gargiulo como presidente de vendas globais. Gargiulo se reportará diretamente a Charlie Vogt, presidente da Harris Broadcast, e será responsável por liderar uma organização global de vendas recém-criada, que abrange 140 países e 3 mil clientes. A organização Pablo Gargiulo será dividida em quatro grupos regionais: América do Norte e Central; América Latina, ou CALA; Europa, Oriente Médio e África, ou EMEA; e Ásia. Nahuel Villegas será responsável pela região de CALA.

Conteúdo A Dínamo Filmes anunciou Lorraine Gallard como sua nova diretora de conteúdo. A profissional, ex-AD Studio, traz no currículo trabalhos realizados para o canal Multishow e para a Tokio O’Clock, produtora com sedes na Espanha e em Portugal, onde era sócia Lorraine Gallard e ocupou o cargo de produtora executiva e diretora. Lorraine atuará ao lado de Renata Rizek, gestora dos projetos de conteúdo e entretenimento da Dínamo contratada recentemente.

Reposicionamento O criador Luca Paiva Mello é o novo sócio do Cine Group, onde também atuará como diretor executivo de conteúdo. Além de supervisionar toda a área artística da produtora em parceria com o também recémchegado ao time Gideon Boulting, Luca irá comandar o novo núcleo de dramaturgia. Indicado ao Emmy Awards por duas vezes, Luca é o criador responsável por séries como “O Negócio”, da HBO e “Julie e os Fantasmas”, da Nickelodeon. O movimento faz parte de uma ação estratégica da produtora, que resultou em um reposicionamento de marca que passou de Cinevideo para Cine Group, na criação de um núcleo de dramaturgia e no fortalecimento do time com profissionais especializados em criação e produção nacional.

De saída O presidente do conselho da Vivendi, Jean-René Fourtou, deverá deixar a companhia em 2014, após a divisão do grupo em duas áreas: entretenimento e telecomunicações. Em entrevista ao jornal francês Le Monde, Fourtou disse que pretende deixar a empresa em uma posição forte para que possa ter um recomeço “mais flexível e com estrutura mais focada”. Acabada essa reestruturação, o executivo deverá se afastar da liderança do conselho de supervisão da Vivendi, onde está desde 2005. Ficará no lugar dele o vice-presidente do conselho e maior acionista do grupo francês, Vincent Bollore, com quem já teve divergências pela tentativa de exercer maior influência como shareholder. Segundo Fourtou, a divisão deverá ser aprovada em assembleia geral em meados do segundo trimestre de 2014. Além do próprio Fourtou, o CEO atual, Jean-François Dubos, manteria o posto até que a divisão ocorresse.

Diretoria Com 15 anos de carreira e passagens pela JWT, Publicis, África e AlmapBBDO, Gabriela Manisck chega à Santa Clara como diretora de grupo de contas. A publicitária tem experiência em atendimento e coordenação global e tem no currículo campanhas para marcas como Brahma, Doritos e Havaianas.

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Experiência multinacional A Screen Service Broadcasting Technologies, especializada na produção de equipamentos e serviços para a transmissão de sinal de televisão digital, nomeou Alex Kossuta vice-presidente de vendas e marketing e gerente do Brasil. Ao longo da carreira, Kossuta foi responsável pelo controle de gestão e pela área de vendas em multinacionais na Itália e nos Estados Unidos. No currículo do executivo contam empresas como Motorola, na qual ocupou o cargo de diretor de contas internacional, assim como na Blackberry, onde atuou como diretor para a América Latina. 12

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A agência The Heart Corporation, dos sócios Valmir Leite, Lorenzo Bennassar e Roberto Carnicelli, anunciou a contratação de Fernando Silva, novo diretor geral de atendimento. Com 15 anos de experiência no mercado publicitário, o executivo irá responder Fernando Silva por todas as contas da agência. Ao longo de sua carreira Silva já passou por grandes agências do mercado nacional e internacional como Fischer América, Neogama, Lowe, DDB Chicago, Euro RSCG e Publicis. •

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Venha conosco rumo ao futuro O que ontem era ficção científica, amanhã já vai ser realidade. Conheça os projetos em que cientistas e pesquisadores estão trabalhando, ao redor do mundo. Toda semana, o programa produzido pela DW na Alemanha, visita laboratórios e centros de pesquisa, entrevista especialistas e revela as soluções que estão sendo criadas para transformar o nosso dia a dia. SÁBADOS (14H00) E TERÇAS (18H00) NA REDE MINAS QUINTAS (20H30) NO FUTURA

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André Mermelstein, de Cannes

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Convivência pacífica

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vídeo on-demand (VOD) mais uma vez foi predominante nos painéis do Mipcom 2013, maior evento mundial de conteúdos para TV, que aconteceu este mês em Cannes, França. Pouquíssimas sessões foram dedicadas a outros temas, como formatos, financiamento, coproduções etc. Mas o clima em relação às novas plataformas é bem mais ameno que em anos anteriores. Os serviços sob demanda não são mais os bichospapão que iam engolir o setor de produção, mas apenas, parece, mais uma janela para explorar os conteúdos. Este otimismo apareceu por exemplo na palestra da Nielsen, responsável entre outras coisas por medir os índices de audiência no mercado norte-americano. As plataformas digitais têm o poder de potencializar a audiência de programas de TV, mostrou a VP sênior de client insights da empresa, Dounia Turrill. Como exemplo, ela citou a série “The Following”, nos EUA. A série teve audiência de 10,4 milhões de pessoas em sua exibição na TV, mas teve outras 2,8 milhões de pessoas em reprises, 4,7 milhões em catch-up (DVR e VOD por até três dias), 1,4 milhão de views no Hulu e mais um milhão no VOD de quatro a 14 dias após a exibição, somando 20,3 milhões de espectadores, ou quase o dobro da audiência original. Segundo Dounia, 50% dos lares nos EUA têm DVR, e 60% já contam com algum serviço de VOD. Todos crescem Também, aparentemente, não há 14

editoria de arte converge sobre imagens de Albert Ziganshin/cobalt88/shutterstock.com

VOD domina os debates do Mipcom 2013, mas tom agora é mais de integração do que de guerra entre as plataformas tradicionais e as novas.

cani­balização entre as diferentes plataformas de conteúdos audiovisuais. Pela primeira vez, as projeções globais de investimento em mídia apre­sentam crescimento de todos os segmentos. Pelo menos na pesquisa Global Entertainment & Media Outlook 2013-2017, realizada anualmente pela PWC (PriceWaterhouseCoopers) em 50 países há 14 anos, e apresentada por Mary Shelton Rose em Cannes. Segundo a PWC, os investimentos em E&M (Entertainment and Media) nos próximos cinco anos terão crescimento de 5,6% no período, puxados pela publicidade online, que deve crescer 13,1%. O acesso à Internet vem em segundo, com 11,1% e o mercado de games, com 6,5%. O crescimento em publicidade de TV ficará abaixo da média

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do setor, mas ainda assim será de 5,3%, segundo a pesquisa. As receitas totais passarão de US$ 1,6 trilhão em 2012 para US$ 2,2 trilhões em 2017. Segundo Rose, a demanda por TV por assinatura continuará a crescer, mas de formas diferentes em cada região. Nos mercados maduros deve haver aumento da ARPU (receita média por assinante), especialmente com serviços de valor adicionado, como segurança doméstica e VOD. Nos mercados emergentes, ainda há espaço para mais assinaturas. O cres­ ci­mento global previsto de vendas de assinaturas é de 4,3%, e o de receitas, 3,8%, puxado por conteúdo premium, conteúdo original e esportes. No share de mídias, o maior


Bolha? Estamos vivendo uma era de ouro da TV, com grandes lançamentos e novos canais de distribuição, como a Netflix e a Amazon, investindo em conteúdos originais de qualidade, e isso parece ser bom para todos. Mas este fenômeno pode ser uma bolha, alertou Jeff Ulin, autor de “The business of media distribution”. “As janelas estão se movendo, encurtando, e o conceito de janela é contrário ao mantra atual do conteúdo disponível onde, quando e como o usuário quiser”, disse Ulin. Segundo ele, o acesso livre ao conteúdo é visto hoje como direito do usuário, mas o negócio de distribui­ ção tem quatro vetores que são a base da monetização do conteúdo, e que este “mantra” do conteúdo livre é contraditório com este modelo. Os pilares são tempo, preço diferenciado, consumo repetido e exclusividade. Ou seja, o mercado hoje consegue cobrar mais para que um conteúdo seja visto antes (janelas premium), para que seja visto várias vezes e para que seja exclusivo. Estes fatores formam o valor do conteúdo. “O digital rompe estes drivers e pode comer 70% do valor”, diz o autor. A era de ouro que vivemos, com o valor do conteúdo subindo por causa da competição entre plataformas, seria, segundo ele, uma bolha, pois os serviços estão investindo todos seus lucros em conteúdo para marcar posição e ganhar mercado. Ele diz que com a pressão, os valores acharão um novo ponto de equilíbrio. “O conteúdo é rei, mas será que o reino continuará rico?”, perguntou. Força local Mesmo assim, serviços locais de VOD podem fazer muito sucesso e

vários países africanos. O serviço de Njoku juntou este filmes em uma plataforma organizada e simples. “No começo eu falava em revenue share com os produtores, mas eles não entendiam. Então comecei a levar maços de dinheiro vivo, para que eles vendessem seus filmes”, conta. O iRokuTV tem hoje 20 mil assinantes e um milhão de unique viewers.

FOTOs: divulgação

crescimento será da Internet, de 16% para 23% do bolo. Mas ela não cresce em cima do share da TV, que deve permanecer estável. O crescimento se dará em cima principalmente das mídias impressas, estas sim, as grandes perdedoras.

O iRokuTV juntou o grande acervo de filmes nigerianos em uma plataforma simples.

alavancar o conteúdo regional, como se viu em um dos painéis do Mipcom. O serviço Ivi Rússia por exemplo conta com 8 milhões de apps instalados, principalmente em smart TVs, conta Serguey Kornikhin, VP sênior. São 15 milhões de vídeos vistos por mês, em canais de filmes, música e infantil. O ivi.ru é o sexto maior app da Samsung no mundo, é top 3 na LG, e terceiro maior app de iPad na Rússia, depois do Skype e do vkontakt, espécie de Facebook local. O catálogo tem 40 mil títulos e 25 mil videoclipes, em um modelo de negócios misto, no qual 95% do conteúdo é visto de graça, com publicidade, 4% por assinatura (SVOD) e 1% transacional. Ao todo são 100 milhões de usuários. Já o nigeriano Jason Njoku chama seu iRokuTV de “O Netflix da África”. O serviço se aproveitou do imenso mercado da chamada Nollywood, a produção de filmes nigerianos. O país produz cerca de mil filmes anualmente, dos quais apenas 30 chegam aos cinemas. Em geral os filmes têm pouca qualidade técnica e baixíssimos orçamentos, de US$ 20 mil a US$ 30 mil. Mas fazem sucesso. Distribuídos em VCD, versão de pior qualidade do DVD, alguns filmes chegam a vender um milhão de cópias. Há até mesmo um star system local, com celebridades reconhecidas nas ruas de

“A integração da TV com as mídias sociais hoje é uma regra, não exceção” Dan Rose, do Facebook

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Social Outro tema importante foi a integração entre o consumo de TV e as redes sociais e os grandes agregadores da Internet. Aqui, de novo, o tom é de sinergias entre as diferentes plataformas. “A integração da TV com as mídias sociais hoje é uma regra, não exceção. Ela está em notícias, esportes, música é ficção, é parte da experiência”, disse Dan Rose, VP de parcerias do Facebook. Ele lembrou que a TV sempre foi uma atividade comunitária, que gostamos de ver e comentar com os amigos. Também sempre houve um sistema de recomendações. “O que mudou foi a tecnologia. Hoje 43% das pessoas usam o tablet como second screen todos os dias. E fazem o que sempre fizeram, conversam com os amigos. Os mobile devices são a nova máquina de café ou o bebedouro do escritório, em volta do qual as pessoas se reúnem”, explica. Ele afirma que embora as pessoas passem muito tempo conectadas ao Facebook, isso acaba aumentando, e não diminuindo a audiência da TV. “A final de Wimbledon teve 29 milhões de interações, o VMA da MTV teve 26,5 milhões. Só as finais da NBA tiveram 125 milhões de interações no Facebook”, conta, para demonstrar que o público está ligado nas duas telas. Rose deu dicas para os produtores e emissoras aproveitarem melhor seus 15

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( capa ) “Pesquisa é normal, todos fazem, mas nós podemos ter uma quantidade muito maior de dados para decidir”

FOTOs: DIVULGAÇÃO

conteúdos na rede. Uma é alavancar as conversas, usando hashtags. Outra técnica é se conectar com os fãs, colocar os talentos para falar “de cara limpa” com a audiência, mostrar os bastidores. E finalmente, aproveitar as ferramentas de medição. O Facebook lançou por exemplo uma API, a Public feed, que permite medir em detalhes a repercussão de uma palavra, mostrando sua menção em posts na rede segmentada por gênero, idade, localização etc. Já outra gigante da Internet, a Amazon, desde abril de 2012 vem produzindo pilotos e séries, através de seu braço Amazon Studios, e usa

Roy Price, da Amazon

sua imensa rede de usuários para chegar aos resulta­dos, contou Roy Price, diretor da empresa. Ele diz que a empresa parte do princípio da criação “de baixo para cima”, ou seja, no fomento ao surgimento de muitas ideias que serão depois “filtradas”até o produto final. Atualmente a Amazon desenvolve 11 pilotos de séries. A empresa fez um chamamento aberto e recebeu propostas de 111 países. A empresa também usa sua base para decidir quais pilotos têm

mais chance de sucesso. Na primeira temporada, 14 pilotos foram oferecidos gratuitamente por 30 dias no servi;o de VOD da Amazon, e tiveram mais de um milhão de views. “Pesquisa é normal, todos fazem, mas nós podemos ter uma quantidade muito maior de dados para decidir”, diz Price. Para facilitar a análise de roteiros, a Amazon criou um software gratuito, o Storyteller, que ajuda o roteirista a fazer um storyboard. O software “lê” o roteiro e cria graficamente uma representação, com cenários e personagens, como uma história em quadrinhos. “O ideal é que no futuro todos os roteiros tenham um piloto. Imagine ao invés de fazermos 25 pilotos ao ano, fazermos 25 mil”, disse o executivo.

fotos: tela viva

Curtas de Cannes independentes brasileiras, como Medialand, FBL, Mixer, Academia de Filmes, Toca de Filmes, RWR e Tortuga Estúdios. No catálogo estão novelas, documentários, realities, programas musicais e animação. O mercado nacional tem sido o mais relevante para a Band, por causa sobretudo das cotas de conteúdo nacional para a TV por assinatura. Curiosamente, um dos títulos oferecidos pela Band é um documentário sobre a vida de Roberto Marinho, criador da Rede Globo. O catálogo pode ser visto em band. com.br/distribution.

Carla Albuquerque e Beto Ribeiro (Medialand), Elisa Ayube e Marcelo Meira (Band) e Monica Monteiro (Cine Group).

Mauricio de Sousa vai à França

Band vende 500 horas para Netflix

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cartunista Mauricio de Sousa também participou este ano do Mipcom, em Cannes. O cartunista pretende intensificar as ações internacionais através do evento, onde teve encontros agendados com parceiros, emissoras e distribuidoras de conteúdo. A Mauricio de Sousa Produções (MSP), levou ao evento algumas produções já finalizadas, entre elas 68 filmes de sete minutos; seis filmes especiais de 25 minutos; 26 episódios de “Monica Toy”, de 30 segundos. A MSP tem cerca de 22 horas de animação gravadas e finalizadas (exceto os longas), e o objetivo é conversar com distribuidores e emissoras de televisão sobre a comercialização e distribuição das séries da Turma da Monica para outros países.

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Band esteve presente novamente no Mipcom, não apenas representando seus conteúdos próprios, mas como uma distribuidora internacional de conteúdos brasileiros. E já tem no VOD um cliente importante. A emissora fechou um “volume deal” de 500 horas com a Netflix brasileira. No pacote entram programas como “Agora é Tarde”, “Pânico”, “P24” e “CQC”. Em alguns casos, os programas serão oferecidos apenas 15 dias após sua exibição na TV, em uma espécie de “catch-up TV”. Outros programas como “A Liga” terão compilações de vários episódios. A Band levou ao mercado conteúdos de produtoras

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"Tromba Trem" apresentada no mercado por distribuidor internacional.

Animação brasileira fecha negócios no ipcom 2013

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rodutoras de animação brasileiras fecharam negócios durante o evento. A paulista Split Studio firmou um acordo de coprodução com a chilena Cine-Animacion para a animação “Goris, the Gorilla”. As duas produtoras vão desenvolver a primeira temporada com 26 episódios e a produção está orçada em US$ 1,3 milhão. Esta é a primeira coprodução entre Brasil e Chile para a TV, e o projeto foi um dos cinco selecionados para o pitching do Mip Junior 2013, que aconteceu no fim de semana que antecede o Mipcom. A série “Tromba Trem”, da carioca Copa Studio, ganhou distribuição internacional da Cake Entertainement e já foi representada no evento pela distribuidora. A série, que nasceu no Anima TV, programa da SAv/ MinC, em parceria com a TV Cultura e a TV Brasil, atualmente é exibida no Brasil pelo Cartoon Network e TV Brasil.


A vez da Argentina

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Argentina foi o país homenageado do Mipcom este ano. A honraria na realidade é um patrocínio que os países fazem a cada edição do evento, como fez o Brasil em edições anteriores. No primeiro dia do evento, uma sessão mostrou os destaques da produção argentina atual. O país está entre os cinco maiores exportadores de formatos do mundo. A francesa Virginia Mouselet, da consultoria The Wit, que criou um banco de dados de programas de TV do mundo todo, reuniu e apresentou a amostra, começando pelo “CQC”, formato mais famoso saído do país, que desde 1995 foi vendido para a Itália, Espanha, Holanda, França, Portugal, Israel, Chile e Brasil, entre outros. Game shows também são populares, como “Step Right Up”, produzido pela Endemol e vendido para Tailândia, Brasil, Equador, EUA e outros (2011) ou “A todo o nada”. Mas o país também exporta formatos roteirizados (scripted formats). O destaque atual é para “Aliados”, da criadora Cris Morena, produzido pela Telefe. A história fala de adolescentes problemáticos que são ajudados por uma espécie de anjos, com bastante música. A inovação da série é que ela é exibida seis dias por semana na web, e apenas na quarta-feira vai ao ar um episódio completo, com cenas adicionais. Em seguida o episódio é transmitido pela Fox na TV paga, outra mudança de modelo em relação às janelas tradicionais. Segundo Cris Morena, a série foi toda pensada para a web, inclusive com a realização de um casting virtual que atraiu 120 mil candidatos. “Duvidamos dos ratings, mas deu certo. A estratégia potencializou a todos. São 150 mil views por webisode, e ainda há

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Argentina, homenageada no evento, está entre os cinco maiores exportadoras de formatos

extras como os blogs dos personagens. O público navega 14 minutos em média, contra três minutos na média geral da Telefe”, conta Cris. Também foi mostrado o seriado de terror teen “Ruta Misteriosa”, da Screenhits, 2012, exibida pela TV pública canal 7. Na linha adolescentes, também pelo Canal 7, está “Los Pibes del Puente”, da Federal Distribution. Em ficção adulta o destaque foi para “Dissemblers” (“Farsantes”), da Pol-Ka, distribuído pela Televisa, sobre os dilemas éticos de um escritório de advocacia em Buenos Aires. Com qualidade cinematográfica, “Inconsciente Coletivo”, do mesmo Canal 7, feito pela Idealismo Contenidos, é um”psycho thriller”, em que um psicólogo tenta decifrar os mistérios por trás de uma série de suicídios em uma escola. Também produzido com qualidade similar à do cinema, com recriação de cenas de batalha, “Combatientes” é uma história envolvendo veteranos da Guerra das Malvinas. Em painel moderado pelo jornalista Miguel Smirnoff, representantes da indústria de TV argentina mostraram o que o país tem feito para expandir seus mercados tanto internamente, através do crescimento da TV digital, quanto externamente, com coproduções e exportação de formatos.

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Segundo Tristán Bauer, diretor geral da Radio TV Argentina, a TV pública vive um momento extraordinário, em especial nos últimos cinco anos. Isso porque, com a digitalização da TV aberta, o governo criou cinco canais públicos, entre eles os premiados Paka Paka (infantil) e Encuentro (educativo), além de um canal de esportes, um de tecnologia e o canal do INCAA, dedicado ao cinema argentino. O país também “nacionalizou” a exibição do futebol (campeonato nacional) e eventos como as Olimpíadas. “Produzimos ficção, news. É uma política nacional”, diz Bauer. A Argentina produz 120 filmes por ano, e canais como o Paka Paka vem fechando coproduções em animação com Coreia e Índia. CEO da Endemol no país, Martin Kwelles mostrou a grande estrutura que a produtora mantém no país, onde são produzidos programas para 32 países, além de servir para outras produtoras, como a BBC. A Telefe, uma das maiores emissoras privadas do país, se define como “mais que uma tela, somos produtores de conteúdo”, conta o diretor de conteúdos globais, Tomas Yankelevich. “Nunca pensamos só na Argentina, sempre pensamos os conteúdos para o mundo”, diz.


fev abr mai Dia 19

Dia 28

Os responsáveis pela agenda política e regulatória reúnemse para discutir as principais metas e definições do setor de telecomunicações para os próximos anos.

O evento que se preocupa com o principal rentabilizador da sua empresa: o cliente. Palestras e workshops para aprimorar todas as questões que envolvem os serviços de relacionamento e atendimento ao consumidor.

Royal Tulip Brasília Alvorada, BRASÍLIA, DF

World Trade Center, SÃO PAULO, SP

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Dias 21e22

World Trade Center, SÃO PAULO, SP Toda a cadeia do mercado reunida para debater os M’s mais atuais da mobilidade. Tudo sobre o universo de conteúdo móvel discutido por heads de grandes empresas e ainda a premiação mais esperada do ano!

Novo local dos eventos em SP! A nova casa dos eventos que acontecem na cidade de São Paulo.

Calendário de eventos

World Trade Center

Escolhido cuidadosamente para atender às necessidades dos participantes de nossos eventos, localizado próximo aos maiores centros empresariais, proporcionando mais conforto e qualidade para uma audiência com alto padrão de exigência.


jun ago set nov Dias 4e5

Dias 5,6e7

Transamérica Expo Center, SÃO PAULO, SP

Royal Tulip Rio de Janeiro, RIO DE JANEIRO, RJ

Dias 4e5

Dias 5e6

Ponto de encontro para produtoras, distribuidoras e canais de TV aberta e por assinatura. Um evento consagrado, com foco na realização de negócios e debates de temas relevantes para um público qualificado.

Maior encontro do setor de TV por assinatura e banda larga da América Latina, é o único evento que congrega os principais operadores de TV por assinatura e banda larga, empresas de telecomunicações, produtores e programadores de conteúdo, empresas de tecnologia e provedores de internet para debater as pautas mais urgentes do setor.

O evento dos que decidem. Grandes definições do mercado e novidades previstas para os próximos anos apresentadas em debates entre Governo e dirigentes do setor de satélites.

O futuro da televisão sob a ótica dos desenvolvedores, produtores e fabricantes que estão investindo nas TVs conectadas. Aplicativos, conteúdo e projetos discutidos num evento que acompanha a evolução do mercado.

World Trade Center, SÃO PAULO, SP

Fórum Saúde Digital

Fórum

Dia 12

World Trade Center, SÃO PAULO, SP Amplo e atual, na medida que o setor de saúde brasileiro precisa. Especialistas, médicos e fornecedores apresentam tecnologias e projetos que estão movimentando a área de TI e Telecom de hospitais, clínicas e laboratórios.

Dias 9e10

Royal Tulip Brasilia, BRASÍLIA, DF O Painel Telebrasil é o principal encontro das lideranças e autoridades da área de telecomunicações no Brasil.

World Trade Center, SÃO PAULO, SP

Dias 5e6

World Trade Center, SÃO PAULO, SP Os rumos da produção e distribuição de conteúdo para novas mídias apresentados no evento que acompanha de perto a evolução deste mercado.

Dias 30e01/10 World Trade Center, SÃO PAULO, SP

Mobilidade na alma do negócio. O Forum Mobile+ é o evento que apresenta tendências e projetos de desenvolvedores pensadas para otimizar processos corporativos.

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(infraestrutura)

Bruno do Amaral

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Fibra para os pequenos Provedores locais de Internet partem para a implantação de FTTH para garantir a oferta de novos serviços, inclusive TV por assinatura.

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Kosta Kostov/shutterstock.com

Robert Lucian Crusitu/shutterstock.com

eralmente associada à infraestrutura de serviços de ultra banda larga de grandes operadoras em regiões metropolitanas, as soluções de acesso por fibra (FTTx) têm se mostrado, curiosamente, uma boa alternativa para provedores menores em localidades mais remotas. Um grande número de empresas está pulando etapas, saindo do acesso de rádio microondas direto para as redes óticas. Na avaliação destas empresas, esse investimento compensa, mas o retorno pode não vir tão rápido. O fato é que ainda existe demanda. De acordo com dados da fornecedora Furukawa, o Brasil é o segundo país com maior número de homes-passed em fibra na América Latina (atrás do México), com 1,2 milhão de domicílios com a infraestrutura disponível, apesar de ter uma taxa de penetração de cerca de 16%. Assim, as oportunidades crescem para os pequenos provedores. O diretor comercial da pequena operadora de banda larga NetServ, Reinaldo Corrêa, explica que a empresa decidiu pela fibra até o usuário (FTTH) ao esbarrar nas limitações do rádio. “Hoje o cliente demanda uma velocidade maior, existe uma carência absurda no interior de São Paulo. A gente trabalha comendo as grandes operadoras pela borda”, explica. FOTO: divulgação

Para Corrêa, um dos segredos é que a infraestrutura FTTx acaba atraindo mais clientes. A NetServ conta com tronco de 400 km de fibra passada e vai aumentando a rede conforme a solicitação. A possibilidade de oferecer serviços de TV paga com a Lei do Serviço de Acesso Condicionado (SeAC) também ajuda, pois é possível usar a fibra para o transporte não apenas da Internet, mas também da telefonia fixa e da TV utilizando o mesmo protocolo IP, permitindo a oferta de pacotes triple-play mais atraentes ao consumidor. Apesar de o provedor atender primordialmente pessoas

“O investimento inicial é maior do que em outras tecnologias, o ROI do projeto certamente vai ser mais extenso.” Oswaldo Zanguettin Filho, da Life

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jurídicas, Corrêa vislumbra a possibilidade de serviços agregados, incluindo telefonia celular por meio de licença de operadora móvel virtual (MVNO). “Se existisse MVNO, (iríamos) criar uma marquinha de celular NetServ para fazer (oferta) com televisão, celular e Internet”, diz. Grande aposta Para a empresa de banda larga Life, em Marília, interior de São Paulo, a ampliação de rede está em pausa por conta de entraves nas negociações com as programadoras para a oferta de IPTV, além de adequações para os decodificadores (a empresa utiliza middleware da Cianet e plataforma de criptografia da Verimar). “Assim que tiver a TV implantada, estável e funcionando,


vamos voltar ao processo de ampliação”, explica o diretor da empresa, Oswaldo Zanguettin Filho. A prioridade para endereçar o problema é simples: “Se fizer fibra só para a banda larga, a conta não fecha”. O executivo diz que a decisão de escolher uma solução de fibra até a casa do cliente é difícil. “O investimento inicial é maior do que em outras tecnologias, o ROI do projeto certamente vai ser mais extenso.” Mas o custo de manutenção é menor, pois há menos necessidades de upgrades, e mesmo a instalação tem se mostrado mais acessível. “Comparando os preços de instalação interna do assinante há três anos e hoje, a gente percebe uma diminuição considerável”. Como é uma empresa pequena, o desenvolvimento da capacitação de mão de obra especializada em

compensa investir em fibra porque, para quem tem serviços em rádio, o custo de manutenção seria cerca de 60% mais alto. fibra para a Life se torna mais fácil, explica Zanguettin. Apesar de a mão de obra ainda ser cara, o que pesa no investimento não é o custo da fibra em si. “O preço do cabo ótico é mais barato do que o de um metálico. O grande impacto de um projeto FTTH, na verdade, é a unidade que se instala dentro da casa do cliente, a OMU (unidade terminadora ótica) da rede PON, que ainda é cara”. O diretor da Life também coloca na lista de vilões a instalação e os próprios set-top boxes de IPTV. “A gente tem trabalhado com fabricantes de equipamentos de rede, de software e de set-top boxes

para tentar diminuir esses custos de implantação no tempo mais curto possível.” O ponto é que as empresas precisam ter paciência: o retorno de investimento é maior e precisa ser trabalhado em médio prazo, pelo menos. “Se fizer uma análise em curto prazo, realmente é complicado. Tem que ter em mente que o tempo de um projeto desses é maior”, alerta Zanguettin. “Na verdade é uma grande aposta, é um jogo”. Outros problemas enfrentados para a operação do FTTH são as discussões políticas e regulatórias sobre o direito de passagem e compartilhamento de postes. Mas de acordo com o presidente da Furukawa, Foad Shaikhzadeh, esses são desafios mais relevantes nas grandes cidades. “Os principais (provedores pequenos) estão nas pequenas cidades, onde é mais fácil

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( infraestrutura) “Quem veio para ficar vai colocar fibra. Assim, vai ter alta capacidade, terá operação muito menos custosa e crescerá muito mais rápido.”

FOTOs: Divulgação

negociar”, diz. “Toda essa questão de direito de passagem e uso de postes é muito complexa, mas no interior esse problema não existe, você vai à prefeitura e se resolve rapidamente”. Na visão dele, compensa investir em fibra porque, para quem tem serviços em rádio, o custo de manutenção seria cerca de 60% mais alto. “O Capex é muito barato, porque não precisa de direito de passagem nem nada, instala e imediatamente pode operar, mas o Opex é muito alto”, explica o executivo, em relação às redes de rádio. Nas redes passivas óticas, por outro lado, o custo de manutenção é mais baixo. “Quem veio para ficar ou mesmo quem planeja no futuro vender a rede, vai colocar fibra. Assim, vai ter alta capacidade de atendimento ao cliente, terá operação muito menos custosa e crescerá muito mais rápido”, compara Shaikhzadeh.

Foad Shaikhzadeh, da Furukawa

quilômetros de fibra por ano, equivalente a 40% da demanda do mercado brasileiro. A companhia já fez projetos com 412 provedores de acesso com fibra. Com o SeAC, também se torna possível oferecer serviços agregados de TV e telefonia fixa pela fibra, o que pode ser mais complicado por outros meios, salvo o cabo coaxial. “Essa é uma tendência irreversível, eles vão prover toda uma gama de serviço para aumentar o ticket médio do assinante, e não se consegue prover toda essa gama por meio de rádio”, destaca o gerente-geral de vendas da Furukawa, Celso Motizuqui. Além da possibilidade de novas receitas com a convergência de serviços, os custos para montar uma rede FTTH

equipamentos e cabos passivos. “Não é um aporte tão alto. Para fazer torre para colocar rádio, o investimento é maior”. O que mais pesa, na visão de Motizuqui, são os equipamentos da ponta na fibra, que, ainda assim, têm observado redução. Segundo ele, provedores seguem a “cultura do rádio” e instalam material de procedência e qualidade desconhecidas, sem a exigida certificação da Anatel, e correm risco de problemas na operação. A parte da instalação no domicílio, segundo Motizuqui, ainda é um gargalo. “A gente sente uma carência muito grande. Em um primeiro momento temos treinamentos mensais para esses provedores na nossa fábrica, mas estamos lançando um programa de capacitação usando os canais de treinamento”, explica. Até a própria venda de cabos pela Furukawa é diferente para os pequenos provedores, funcionando como no varejo. “Hoje temos

Dados da TelComp, baseados nos seus 38 associados, afirmam que há no País uma rede de 447 mil quilômetros somente pelas chamadas “operadoras competitivas”

Gargalos Dados da TelComp, baseados nos seus 38 associados, afirmam que há no País uma rede de 447 mil quilômetros somente pelas chamadas “operadoras competitivas”, ou seja, fora dos grandes grupos de telecomunicações. “Isso corresponde praticamente ao porte de um grande grupo, e é sinal de que elas (as empresas menores) começam a ter um porte maior”, afirmou o presidente da entidade, João Moura, durante seminário em São Paulo. O faturamento bruto anual é estimado em R$ 20,9 bilhões, ou 9,7% do faturamento total do setor. A Furukawa, que anunciou investimentos de US$ 18 milhões até 2014 somente na fabricação de fibra em uma nova planta de Sorocaba, no interior paulista, deverá ter uma capacidade total de 2,3 milhões de

se reduziram de 20% a 30% nos últimos anos. “Os cabos mudaram, as soluções de conectividade também. Antigamente (as empresas) tinham que ir com uma equipe com máquina de emenda de fibra, hoje não tem mais essa necessidade”, destaca. Nos cálculos do executivo, para montar uma operação para cerca de cem assinantes, são necessários R$ 30 mil em investimentos, incluindo

“Antigamente (as empresas) tinham que ir com uma equipe com máquina de emenda de fibra, hoje não tem mais essa necessidade.” Celso Motizuqui, da Furukawa

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vendas de R$ 5 mil, R$ 10 mil, ou até menos, e em um ciclo muito curto. Então, é preciso ter uma equipe de atendimento muito dinâmica, a característica desses provedores é (pedir) material a pronta entrega e com prazos curtos”. Há ainda projetos conjuntos de empresas, feitos em associações como a Abranet e a Abrint. Assim, a fornecedora está lançando uma loja eletrônica específica para esse tipo de negócios, que ainda é uma parcela pequena, “mas significativa” do faturamento.


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( tv por assinatura)

Da redação.

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Mais um para competir

Operadora de DTH norte-americana desembarca no país através de parceria com a GVT, com tecnologia própria e uma estratégia agressiva para conquistar mercado.

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Echostar, dona da operadora de DTH norte-americana Dish, e a brasileira GVT anunciaram negociação para a formação de uma joint-venture destinada à operação de TV por assinatura no Brasil. O anúncio foi formalizado pela Echostar e pela Vivendi, controladora francesa da GVT. A marca Dish, terceira maior operadora de TV por assinatura dos EUA, pode não ser usada por aqui. Se o acordo se confirmar, deve prevalecer a marca GVT TV. Segundo o comunicado conjunto, “a jointventure seria baseada no Brasil, gerenciada pela GVT, e se beneficiaria da forte posição de mercado e moderna rede IP da GVT combinada com a expertise em satélites e tecnologias de vídeo da Echostar, e suas licenças brasileiras”. A jointventure passa ainda pela necessidade de aprovações regulatórias (Anatel e, possivelmente, Cade) e de um acerto final entre as partes. Se confirmada a parceria, a presença do grupo do bilionário Charles Ergen será agressiva no Brasil. Primeiro porque a capacidade satelital da nova GVT TV será baseada na capacidade da Hughes Networks Systems (também pertencente a Ergen), que já tem um satélite posicionado para o País em 45°W (o Echostar XV), com 32 transponders que cobrem bem o Brasil (com alguma deficiência na região Sul). Segundo apurou TELA VIVA, a Hughes já sinalizou ao governo que planeja ter, no futuro, um satélite com capacidade ainda maior apenas para banda Ku, voltado exclusivamente para TV; outro em banda Ka, para banda larga; e um 24

em banda S, utilizada para transmissões de rádio via satélite. O direito de exploração destas frequências nessa posição orbital foi conquistado em 2011, em um lance de US$ 90 milhões. Set-tops Outro indicador da agressividade com que Ergen pretende trazer seu grupo ao Brasil é a sinalização, também já feita à Anatel, de que a empresa quer ter uma fábrica de set-tops no Brasil. Além de fabricar localmente os decoders que deverão ser usados pela GVT TV, a Echostar pretende ainda produzir o SlingBox, uma caixa conectada que permite ao usuário assistir, privativamente, todo o seu conteúdo de TV paga via Internet, em qualquer lugar. A GVT TV, quando iniciou comercialmente suas operações no Brasil, em 2012, adotou uma postura agressiva, mas reduziu o ritmo quando a Vivendi passou a enfrentar dificuldades econômicas. Além disso, a estratégia da GVT ficou ameaçada pela limitação de capacidade satelital, já que o novo satélite que seria usado pela empresa acabou não sendo lançado com sucesso. A DirecTV, controladora da Sky no Brasil, fez uma oferta bilionária de compra da GVT no final do ano passado, que acabou não se concretizando. Fôlego Com a parceria, a GVT TV ganha um sócio investidor com apetite e recursos e grande capacidade satelital sem ter que investir para isso. Ganha também um fornecedor de decoders, e a escala da Dish nos EUA para a negociação de programação. Sem falar na estratégia

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agressiva de caixas avançadas, como a plataforma Hopper, que permite ao assinante pular comerciais. O grupo Echostar é ainda controlador da Blockbuster, de quem herdou um acervo de dezenas de milhares de títulos que podem ser utilizados para vídeo sob demanda, como acontece com a Dish nos EUA. Já a GVT entra com o bundle de banda larga fixa e voz, com a rede de distribuidores e instaladores, com o centro de operações e uplink center locais e com a marca consolidada. No futuro, uma estratégia com banda Ka da Echostar pode complementar a cobertura banda larga da GVT onde a tele não tem rede fixa, e a distribuição de rádio via satélite em banda S pode ser uma nova fronteira para o entretenimento, já que é uma opção inexistente no Brasil. Ainda não estão fechados os termos da joint-venture. Possivelmente será constituída uma nova empresa para operar o serviço de TV paga, gerida pela GVT. Uma possibilidade é que a empresa seja a Echostar 45, que já havia pedido a outorga de SeAC à Anatel e é hoje a detentora do uso da posição orbital e das frequências de banda Ku, Ka e banda S. A data de início de operações conjuntas também é desconhecida, mas a parceria com a GVT permite acelerar muito o processo, já que a maior parte dos contratos de programação está fechada e a estrutura técnica e de distribuidores está montada. Em agosto, a GVT TV mudou sua estratégia e passou a ofertar o DTH também para clientes sem o acesso banda larga da empresa, o que já foi um indício de uma possível associação com a Echostar.


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cobertura

( tecnologia) Fernando Lauterjung, de Amsterdã

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À prova de futuro Fornecedores apresentam soluções para garantir a relevância das operadoras de TV por assinatura entre os novos consumidores de conteúdo. muito distante, todos os dispositivos nos lares serão IP. “Nós teremos uma distribuição de vídeo headless”, disse o executivo. No entanto, Padrines não acredita que o fim da distribuição linear por redes DVB signifique o fim das operadoras de TV por assinatura. “Quem será o provedor do gateway do lar? A figura do provedor sempre será importante. Se ele não existisse, para quem você ligaria caso a imagem da final da Copa do Mundo tenha congelado na sua tela? Para a Samsung?”, questiona. “O provedor não pode ser apenas um ‘dumb pipe’”, completa. Para Thierry Martin, diretor regional da Nagra para a América Latina, o evento foi “intenso”, sobretudo para o mercado brasileiro, que estava buscando, justamente, uma forma de manter o serviço de distribuição de TV nas operadoras, mas também de torná-las o gateway de conteúdo do lar. “O foco estava nas múltiplas telas e no over-thetop”, disse Martin. A Nagra apresentou no evento o middleware OpenTV 5 para atender esta demanda das operadoras. Trata-se, segundo Thierry Martin, de um ecossistema coerente para prever a evolução do serviço de TV paga. “Muitas operadoras estão com planos de lançar serviços em múltiplas telas, enquanto

outras querem uma interface mais atual, baseada em HTML 5”, disse. O OpenTV 2 atende muitas destas demandas, inclusive DLNA (para acessar e compartilhar conteúdo dentro das redes residenciais), mas não de forma nativa. Segundo Martin, o multiscreen é um caminho inevitável e sem volta para a operação de TV paga. “A dinâmica do multiscreen tem muito em comum com a video on demand”, explica o executivo, destacando que ambos demandam investimentos da operadora sem a previsão de um retorno direto em curto prazo. “A vantagem é a fidelização do cliente. Quem tem VOD, não abre mão do serviço. O mesmo vai valer para aquele que tiver acesso ao conteúdo no iPad”, completa. Para o diretor da Nagra, o momento do mercado brasileiro é propício ao investimento em soluções de fidelização. Com a desaceleração do crescimento da base de assinantes do Brasil (ainda que a mantendo uma taxa de aproximadamente 15% ao ano), as operadoras começam a disputar cada assinante. “O churn este ano está um pouco mais dolorido e todos os operadores tiveram que lidar com mais inadimplência”, diz. “Um bom termômetro é a publicidade. Hoje os operadores começam a apontar as deficiências dos concorrentes”, aponta. Lar inteligente A Technicolor apresentou na IBC o framework Qeo, que permite interoperabilidade com

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forma como o consumidor de mídia se relaciona com o conteúdo e, sobretudo, tem acesso a ele, tem impacto direto da operação de TV por assinatura. Na IBC, evento que aconteceu em setembro em Amsterdã, os principais fornecedores de tecnologia de pay-TV apontaram soluções para que as operadoras mantenham sua relevância no novo cenário de consumo de vídeo. O set-top box não morreu e nem vai morrer, mas a definição de set-top box deve mudar radicalmente. “A distribuição de novos equipamentos está crescendo”, disse Mark Buckman, CMO e diretor de mídias digitais e IPTV da Telstra, em um debate no evento. Segundo ele, as smart TVs são ótimas para conectar, mas a falta de um padrão, principalmente na interface com o usuário, assim como a impossibilidade de evoluir tecnologicamente, não permitirá que as plataformas assumam a função dos STBs, sejam caixas para OTT, sejam os da TV por assinatura. Se as caixas não vão morrer, para a Cisco a forma como o conteúdo chega até elas tem os seus dias contatos. Segundo Yves Padrines, VP e gerente geral de tecnologia de vídeo na Cisco, algum tipo de dispositivo deve continuar tendo a função dos STBs. No entanto, para ele, a distribuição de conteúdo por redes DVB deve desaparecer. O executivo afirma que em um futuro não


“A dinâmica do multiscreen tem muito em comum com a do video on-demand. A vantagem é a fidelização do cliente. Quem tem VOD, não abre mão do serviço.”

FOTO: marcelo kahn

qualquer dispositivo na “smart home”, independente do sistema operacional ou marca. O framework permite desenvolver aplicativos para Open TV 5, da Nagra. Foi demonstrado um app para teste da qualidade do sinal wifi dentro da casa do assinante. A solução permite medir não apenas a intensidade do sinal, mas analisa quais são os eventuais problemas (interferência, interpercurso, ruido). Desta forma, a operadora consegue dar instruções mais adequadas para resolver problemas do que simplesmente pedir para dar um reboot no modem, explica Pascal Portelli, VP sênior na Technicolor. “É possível pedir para desligar a babá eletrônica”, exemplifica.

entre as duas companhias. Além de receber conteúdo por 4G, a caixa pode receber o sinal de TV terrestre. Segundo Pascal Portelli, a caixa tem alto poder de processamento, sendo equipada com o processador Snapdragon 600. A caixa conta ainda com um slot para HDDs de laptop. “Desta forma a operadora não precisa gastar com disco rígido. O próprio assinante pode comprá-lo em uma loja e instalar”, diz. “A ideia é permitir que o assinante leve a sua caixa consigo quando vá para sua casa de campo, por exemplo”, explica Portelli. Soluções de acesso condicional sem cartão também estiveram entre os destaques da feira. A Irdeto foi uma das que apresentou uma solução cardless. Segundo Giovani Henrique, usar uma plataforma sem cartão ajuda o operador a conter custos, uma vez que a importação dos smartcards tem uma taxação de quase 50%. “Os cartões podem representar 20% do custo de uma caixa”, explica o executivo. Na plataforma oferecida, o acesso condicional é integralmente por software. O sistema conta com uma chave dinâmica de controle de acesso, atualizada constantemente. O diferencial do sistema da Irdeto é que ele não precisa de caixas bidirecionais para funcionar, ao contrário dos outros sistemas cardless. A Pace demostrou o Titanium Unified Rights Management. Trata-se de uma solução que permite o gerenciamento de direitos por software, também sem a necessidade de smartcards. A solução é compatível com set-top boxes, desktops e outros dispositivos conectados. Segundo a Pace, a instalação é simples e se integra facilmente ao middleware de STBs e sistemas como iOS, Android e Windows.

Thierry Martin, da Nagra

O serviço da Irdeto encontra estes serviços online, identifica quem é o cliente da operadora responsável pelo roubo do sinal dos canais e interrompe as ferramentas de divulgação da pirataria. “Nós identificamos os anúncios dos serviços ilegais na Internet e entramos em contatos com Yahoo e Google, por exemplo, para que retirem estes anúncios do ar”, explica o executivo. O novo serviço da Irdeto é agnóstico, independente de plataforma e de serviço de acesso condicional contratado. A Irdeto oferece ainda outro serviço agnóstico de sistemas de acesso condicional, o de business inteligence. Através dele, o operador recebe relatórios customizados para antecipar decisões, sobretudo de compra e divulgação de conteúdo. Através de um benchmark do mercado americano, a empresa consegue prever quais serão os futuros grandes destaques na programação, para quais targets devem ser anunciados etc.

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FOTO: divulgação

Segurança Também consequência da evolução das redes de dados e da forma como o consumidor busca conteúdo, a pirataria de sinal de conteúdo também esteve entre os problemas que os fornecedores abordaram na IBC. A Irdeto ofereceu na IBC um serviço de revenue Novas caixas assurance, que ajuda operadores de A feira contou ainda com caixas TV por assinatura e serviços OTT a baseadas em novas redes. A Qualcomm e identificar focos de pirataria e a Technicolor apresentaram o set-top box apresentar soluções para combater o móvel Svelte (Stimulating Video Experience roubo de conteúdo. Segundo Giovani over LTE). Trata-se de um equipamento Henrique, country manager para para permitir que os assinantes de TV América Latina e Caribe, há uma tenham acesso ao seu conteúdo de nova modalidade de pirataria de TV e qualquer lugar, ao mesmo tempo em que de conteúdo em geral, que demanda viabiliza a distribuição de TV paga em menos investimento e é mais redes 4G LTE. Baseado em lucrativa. “O novo pirata faz Android, o equipamento foi streaming na Internet. Já desenvolvido em colaboração identificamos diversas operações destas no Brasil, que cobram R$ 20 “O novo pirata faz streaming na por um pacote com 200 canais, Internet. Já identificamos cobrando através de serviços como diversas operações destas no o PayPal”, explica. O novo serviço Brasil, que cobram R$ 20 por pirata não tem mais o custo de um pacote com 200 canais, operação de rede e não precisa ter cobrando através de serviços um contato direto com o assinante, mantendo uma operação como o PayPal.” integralmente online. Giovani Henrique, da Irdeto 27


( making of )

Lizandra de Almeida

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FOTOs: divulgação

Depilação sem dor

Inspirado no livro “Cinquenta Tons de Cinza”, filme divulga depilador portátil.

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e dependesse da experiência prévia do cliente, o filme desse novo produto – um aparelho portátil de depilação que não só corta como enfraquece os pelos até que eles desapareçam – poderia ser mais um infomercial, com a demonstração do produto e a clássica locução vendedora. Para a concorrência realizada no Brasil, porém, a agência Fess’ Kobbi propôs um filme inspirado no best-seller “Cinquenta Tons de Cinza”, protagonizado pela modelo Maryeva Oliveira. O aparelho é produzido por uma empresa israelense que também produz equipamentos para clínicas de depilação definitiva e já é vendido nos Estados Unidos e na Argentina. Como o próprio cliente está chegando agora ao Brasil, agência e produtora tiveram a oportunidade de acompanhar todo o processo de implantação da

empresa no Brasil e do desenvolvimento de sua estratégia de marketing no país. O filme mostra um casal fazendo brincadeiras sensuais, como por exemplo com o uso de uma venda, e também apresenta o demonstrativo do produto em animação 3D, o que é usado em todos os filmes da marca. “Nosso grande desafio foi traduzir a sensualidade que a criação pedia em um filme que não ficasse vulgar”, avalia o produtor executivo Lúcio Goldfarb. “Desde o começo, pensamos que a arte e a fotografia tinham que ter um ar europeu, francês, como um comercial de perfume.” Para isso, a principal aposta foi na locação. “Encontramos uma casa antiga, tombada, no Morro dos Ingleses, que foi perfeita”, conta Goldfarb. A proposta da agência foi a mais ousada e por isso chamou a atenção do cliente, que no início chegou a ficar preocupado com a proposta. “Conseguimos convencer o cliente e depois fizemos um teste com várias pessoas, exibimos os filmes para pessoas bem diferentes e comprovamos que realmente a ideia não escandaliza”, explica. No final, foi justamente a ousadia que 28

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ganhou o cliente, que também indicou Maryeva. A modelo foi escolhida como garota-propaganda da marca, e protagoniza todas as peças de divulgação e também o site. A produtora então trabalhou a locação para que lembrasse o melhor possível um palácio europeu. “O diretor também é diretor de fotografia e trabalhou muito na atuação dos protagonistas para chegar no tom certo.”

ficha técnica Agência Fess’ Kobbi Produto NO!NO! Hair Criação Roberto Tateishi e André Ricardo Tropiano Direção e fotografia Rodrigo Tavares Produção executiva Carol Campos e Lúcio Goldfarb Direção de produção Dante Hideki Assistência de direção Fabiane Borgatto Figurinos Viviane Amorim Maquiagem Marcos Ribeiro Mont. e correção de cor Rafael Tozzati Motion design Neto Barros Trilha Amplifique Audio


Memórias ficha técnica Agência VCCP Produtora Passion Pictures Inglaterra Diretor Criativo Executivo (VCCP) Darren Bailes Dir. criativo (VCCP) Jim Thornton Dir. de arte (VCCP) Jonny Parker Redator (VCCP) John McLaughlin Dir. e pós-prod. Lobo Diretor criativo Mateus de Paula Santos Prod. executivo Loic Francois criativo Marie Dubois Produtor Aron Matschulat Aguiar Diretor de CG Diogo Kalil Diretor de arte Diego Coutinho Motion designers Diego Coutinho, Diogo Kalil, Bruno Ferrari, Fabiano Broki e Francisco Beraldo Animação 2D Paulo Passaro Partículas Roger Marmo, Fabiano Broki, Cassio Homa (Houdini) Animação 3D Aulo Licínio, Alexandre Martins, Victor Dinis Fernandes, Diogo Kalil e Ivan Oviedo Modelagem Carolina Nogueira, Marcos Smirkoff e Rafael Segnini Render Felipe Bauer e Roberto Maki Composição Bruno Ferrari, Fabio Acorsi, Diogo Kalil e José Eduardo Ambrosio (Flame) Texturas Marcelo Righini, Michel Venus, Diego Coutinho e Francisco Sanches Rigging James do Carmo, Richard Maegaki e Viviane Adade Suporte técnico Giovani Meneghel, Carlos Eduardo Pennachin Filho Pennachin e Thiago Herrero Prod. executivo (Passion) Alex Webster Produtora (Passion) Katie Makin Trilha sonora Nitin Sawhney Pós-prod. de áudio Wave Studios

Filme para operadora britânica mira imigrantes na Inglaterra.

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riado por uma agência inglesa tendo como público-alvo os imigrantes do Paquistão, Bangladesh e Índia na Inglaterra, o filme “Memories” foi produzido no Brasil pela Vetor Zero/Lobo para a operadora de telefonia celular O2. O trabalho é o primeiro resultado da parceria com a Passion Pictures, grande produtora inglesa que hoje representa o trabalho da Lobo, braço internacional da produtora. O filme, todo em animação 3D, partiu do trabalho de ilustração de profissionais dos países que são alvo da campanha e mostra a viagem de um chip de celular pelos três países. A ideia é incentivar as ligações telefônicas entre os migrantes e seus países de origem. A partir das ilustrações em 2D criadas pelos artistas Humna Mustafa, Anj Rana e Shuvo Arman, radicados no sul da Ásia, a equipe brasileira criou o filme 3D. A produtora trabalhou de perto

com cada artista para reproduzir com fidelidade seus traços e estilos, e para que a cultura dos países fosse respeitada e representada no comercial. “Nosso grande desafio foi criar uma narrativa em 3D a partir das ilustrações 2D de cada um dos artistas, de uma maneira uniforme. Nas campanhas impressas, cada peça é independente e foca um único país”, explica o diretor criativo Mateus de Paula Santos. “A equipe da agência veio ao Brasil e trabalhou do nosso lado por uma semana para fechar o filme. A campanha é enorme, o filme está passando em todo lugar e chegou até a ocupar a coluna Ad of the day, do site Adweek”, conta o diretor. A trilha escolhida foi criada por Nitin Sawhney, radicado na Inglaterra, compositor e produtor premiado, com trabalhos feitos para músicos como Sting, Shakira e Jeff Back, além de parcerias com o Cirque du Soleil e mais de 40 trilhas de longas-metragens. A operadora O2 é uma das empresas do grupo Telefónica.

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( produção )

Documento africano

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Cine Group lançou em setembro a série “Presidentes Africanos”, com exibição no canal Discovery Civilization na América Latina. São 15 episódios de uma hora, cada um abordando um país africano. Em cada programa, o jornalista e ex-ministro Franklin Martins mostra a realidade do país e faz uma entrevista exclusiva com o presidente local. O projeto é de concepção do jornalista, inspirado em uma série feita pela TV pública argentina sobre presidentes latino-americanos. “Há um déficit enorme de informação sobre a África no Brasil, mesmo sendo o segundo país em número de afrodescendentes. Quando sai alguma coisa na mídia, é totalmente preconceituosa”, diz Martins. “Na academia e nas escolas o currículo de história da África ainda é modesto. É como se fossemos europeus”, completa. Para realizar a série, o jornalista fez diversas viagens, que duravam em média três semanas, ao continente africano. “Cheguei a ficar 40 dias seguidos. O trabalho todo levou quase 18 meses, desde a concepção. Entre a preparação para gravar e editar, levou 15 meses”. Uma das curiosidades é que o programa conseguiu entrevistar o ex-presidente egípcio Mohamed Morsi poucos dias antes do golpe que o derrubou, em julho deste ano. Segundo o ex-ministro, a série só foi possível porque foi feita pelo Cine Group, que conta com uma empresa em Moçambique há alguns anos e abriu este ano sua segunda filial africana, no Malawi. “Embora a sede seja em Moçambique, a produtora tem 30

Foto: Carlos Alberto Jr./Divulgação

Cine Group e o ex-ministro e jornalista Franklin Martins fazem uma série com 15 reportagens em países africanos, entrevistando os respectivos presidentes.

Franklin Martins e o presidente angolano José Eduardo dos Santos.

experiência em todo o continente. Tem uma rede de produtores em toda a África. Dá para chegar no Senegal e ter um produtor que já foi testado. Na Costa do Marfim tem outro, na Etiópia também”, conta. “Evidente que ajudou o fato de eu ter sido ministro do Lula. O Lula tem um prestígio espetacular”, completa. Em alguns casos o ex-presidente chegou a intervir para ajudar a marcar a entrevista. Para definir a lista de países, foi levada em conta a densidade populacional, mantendo equilíbrio entre as diferentes regiões do continente e procurando incluir os países com maior peso para o Brasil, bem como outros menores que viraram destaque por fenômenos políticos recentes. “Evitamos Marrocos, que é uma monarquia. O Quênia ia ter eleição, o que inviabilizaria uma entrevista no prazo. E não conseguimos entrevista na Argélia e na Libéria.” A Tunísia, embora seja um país pequeno, foi incluída por ter sido o berço da Primavera Árabe. Cabo Verde também, mas pela proximidade com o Brasil. Após a escolha, foi necessário um estudo aprofundado de cada país. “Contratamos a consultoria do jornalista e escritor angolano João Melo, editor da África 21, publicação mais importante em língua portuguesa na África. Ele nos preparava um relatório de cada país, com 70 a 90 páginas, abordando um pouco de tudo:

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mapa, população, etnias, religião, números, história antiga e recente, principais lideranças e partidos, crises etc. Além disso, indicava filmes e livros. Esse consolidado dava um ponto de partida excepcional”. Segundo o jornalista, a maior dificuldade esteve em fazer as entrevistas com o presidente Denis SassouNguesso, do Congo, e Morsi, do Egito. No Congo, Franklin Martins foi chamado para algumas conversas com o presidente antes de poder fazer a entrevista. “Ele não dava uma entrevista longa há cinco anos”, explica. Com Morsi, foi mais fácil marcar, mas a entrevista foi cancelada por duas vezes por conta do início dos conflitos no país. “Já havia desistido. Ele veio ao Brasil em maio e deu a entrevista em São Paulo. Acredito que tenha sua última entrevista longa”. Distribuição A série já foi vendida para exibição no Discovery Civilization no Brasil, em países da América Latina, Portugal e Espanha. No Brasil será exibida também, em versão reduzida, pela TV Bandeirantes (com seis dos 15 episódios) e integralmente no Band News. Além disso, compraram os direitos da produção os canais MNet, da África do Sul, que já está exibindo a série; SABC, também da África do Sul; TVM, de Moçambique; STV, também de Moçambique; Africa Chanel, para exibição no Reino Unido; TV de Angola; e TAAG (companhia aérea angolana). O Cine Group está em negociação ainda com TVs americanas e europeias. André Mermelstein e Fernando Lauterjung


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( case )

Ana Carolina Barbosa

Mulheres de Peito

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Documentário produzido pela Conteúdos Diversos com a Cinema Animadores em 2012 ganha sobrevida e rende novos negócios à produtora, como eventos patrocinados por marcas.

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o ano passado, a Conteúdos Diversos, do publicitário Sérgio Lopes, em parceria com a Cinema Animadores, da produtora executiva Silvia Prado, lançou o documentário “Mulheres de Peito”, inspirado no livro de Mirela Janotti, que enfrentou um câncer de mama e compartilha na obra a experiência, contando com humor os dramas e descobertas do período em que lutou contra a doença. Em outubro desse ano, o projeto voltou à tona com características multiplataforma e eventos com o patrocínio de marcas. “Acredito que esse projeto, que surgiu como um documentário, pode crescer e viver por muitos anos, em diversas plataformas de mídia em um modelo de negócio bastante inovador”, diz Lopes. A ideia inicial das produtoras era viabilizar o documentário pelos métodos tradicionais de financiamento, com captação de recurso pelas leis de incentivo, mas isso demoraria muito. Lopes então decidiu apresentar o projeto a algumas marcas e entidades que pudessem se interessar em financiar e se atrelar ao documentário. A parceria inicial veio do GBECAM (Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama), uma organização independente sem fins lucrativos, que participa de vários protocolos clínicos nacionais e internacionais, com o objetivo de desenvolver estudos clínicos científicos e implementar projetos educativos de prevenção ao câncer de mama. Com a aproximação do GBECAM, houve interesse de algumas empresas da indústria farmacêutica ligadas à entidade no projeto, e a Roche financiou a produção do documentário, que conta a história de cinco mulheres 32

Franquia gerou até ações em shopping e campanhas de prevenção.

que transformaram o medo em coragem na luta contra a doença. A primeira exibição de “Mulheres de Peito” foi em março de 2012, no Museu da Imagem e Som (MIS), em São Paulo. Ainda no ano passado o GNT fez a aquisição com contrato de um ano para exibição na TV por assinatura e o projeto recebeu o apoio da Breast Cancer Awareness Campaign, da fundação do Grupo Estée Lauder, na edição de seu 20º aniversário. Uma das marcas de cosméticos do grupo, a Clinique, reverteu a venda de um de seus produtos para o projeto no ano passado e repetiu o apoio nesse ano. A verba das vendas de cosméticos vai financiar uma animação sobre pesquisa clínica, associada visualmente ao documentário, que vai ser exibida em mídia digital out of home. Outubro Rosa Lopes passou a trabalhar em um projeto maior, que desse sobrevida ao documentário, já que o tema não é passageiro, e começou a articular novas propostas multiplataforma para agregar mais marcas a “Mulheres de Peito”. Surgiu a oportunidade de fazer uma parceria com o Complexo Comercial do Tatuapé, que administra o Shopping Metrô Tatuapé e o Shopping Boulevard Tatuapé para uma ação

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do Outubro Rosa, que aconteceu entre os dias 1º e 19 de outubro. Após muitas negociações para viabilizar a ação, Lopes conseguiu o apoio da GE Healthcare, que disponibilizou uma unidade móvel de mamografia do Hospital de Câncer de Barretos para a realização de 400 exames com o suporte do Hospital Santa Marcelina. Lopes dividiu o projeto em cotas de patrocínio para que, além dos shoppings e da GE, outras marcas pudessem participar da ação. A atriz Paola Oliveira virou madrinha do projeto e foi desenvolvida uma camiseta comemorativa, mulheres fizeram o cadastro para os exames dentro do shopping. A concessionária Caltabiano, uma das patrocinadoras da ação, cedeu um Mini Cooper para ser customizado por um artista plástico. O carro ficou em exposição no shopping e a produtora fez um vídeo para a web para que a marca pudesse utilizar em seus canais de comunicação. A Drogaria São Paulo patrocinou um grande painel branco no shopping para que as mulheres pudessem carimbar o formato de suas mãos banhadas em tinta rosa


nele. A produtora ainda realizou uma exposição interativa no shopping, com totens onde as pessoas que transitam pelo shopping podem ver vídeos de um minuto e meio com depoimentos das mulheres e médicos que participam do documentário. Houve ainda um ciclo de palestras no shopping e a organização de uma caminhada. Há uma série de ações idealizadas pela Conteúdos Diversos que podem ser produzidas com o apoio de marcas para datas especiais como o Dia Internacional das Mulheres, mas também são atemporais. Entre os produtos estão a produção de uma revista, de palavras cruzadas, um projeto de SMS com dicas de cuidados e prevenção, pílulas para rádio e TV, além de uma exposição fotográfica. Lopes observa que o modelo de “Mulheres de Peito” é aplicável a outros projetos que unem

Sinopse: Inspirado no livro “Força na Peruca”, de Mirela Janotti, o documentário “Mulheres de Peito” mostra as histórias de cinco mulheres que venceram o câncer de mama com muita valentia. O documentário teve desdobramentos e ganhou sobrevida com uma série de ações apoiadas por marcas e entidades. entretenimento e informação e são do interesse de marcas. A produtora está em negociações de novos projetos que possam trilhar o mesmo caminho e também planeja uma segunda versão de “Mulheres de Peito”, dessa vez com

Peito Mulheres de cumentário

Do Formato aula Galacini Direção P Silvia Prado utiva Produção exec e Sérgio Lopes riscila Verdasca Produção PCristiane Oliveira Roteiro

foco na Europa, realizado em parceria com a produtora portuguesa Connect Comunicação, com a qual a Conteúdos Diversos e a Cinema Animadores desenvolvem outros projetos.




( upgrade )

Fernando Lauterjung

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Camcorder ao vivo

Fotos: divulgação

GY- HM650 ganha recursos de streaming. GoCoder permite fazer streaming ao vivo em alta definição a partir do iPad e do iPhone.

Transmissão iOS

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ornecedora de soluções para transmissão de conteúdo, a Wowza Media Systems, lançou uma nova versão de seu app GoCoder, trazendo a possibilidade de fazer streaming ao vivo em alta definição aos dispositivos iPad e iPhone. Projetado para streaming simples e ininterrupto em redes wi-fi, 3G e 4G, e otimizado para trabalhar em conjunto com o Wowza Media Server, o aplicativo oferece transmissão profissional para capturar conteúdo remotamente. Lançado apenas para iPhone em abril, o GoCoder pode ser calibrado para transmitir ao vivo em poucos minutos. Após a configuração inicial, os usuários podem abrir o aplicativo e começar as transmissões instantaneamente. A interface permite escolher filtros de vídeo, configurações de bitrate, e as configurações de HD até 720 kbps. O foco por toque na tela mantém a captação de vídeo ágil. O aplicativo transmite conteúdo H.264 , com áudio AAC.

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JVC lançou o firmware 2.0 para a camcorder GY- HM650, trazendo recursos de streaming ao vivo para o modelo. Voltado a aplicações de notícias, esportes, e produção para web, o recurso de streaming permite que imagens sejam transmitidas ao vivo, ao mesmo tempo em que é feita a gravação em full HD no cartão de memória SDHC/SDXC. Graças ao codificador duplo integrado à câmara, quando equipada com conectividade wi-fi, 4G ou 3G, através da porta USB, a GY-HM650 pode transmitir ao vivo vídeo através de uma conexão de rede ao mesmo tempo em que faz a gravação. É possível transmitir em SD, bem como 1280x720 e 1920x1080 full HD. Com a última versão do firmware, a câmera pode transmitir SD em taxas de 0,3 / 0,5 / 1,5 / 3 / 5 Mbps; 1280x720 de resolução HD a 1,5 / 3 / 5 Mbps; e resolução 1920x1080 a 2,5 / 5 / 8 Mbps. Equipado com três sensores CMOS full-HD de 1/3” de 12 bits e lente grande angular com 23x de zoom e autofoco integrado, o equipamento tem sensibilidade à luz de F12 a 2000 lux. Também por conta da codificação dupla, grava arquivos prontos para edição em formatos MOV, MP4 compatível com XDCAM ou arquivos MXF com metadados, simultaneamente à criação de arquivos “webfriendly”, mais compactos em um segundo cartão. O GV Stratus conecta diversas localidades, independentemente da distância.

Não-linear multisite

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GV Stratus, software de produção não-linear da Grass Valley, ganhou nova versão. O software oferece suporte ponta-a-ponta para produção de jornalismo em um único ambiente de trabalho. A solução suporta ingestão, edição e agregação de conteúdo, bem como 36

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registro, transferência e playout, podendo integrar-se com o servidor K2 Summit. Entre as novidades está a possibilidade de uso “multisite”, que conecta o GV Stratus em diversas localidades, independentemente da distância, permitindo aos usuários buscar conteúdos remotos e compartilhar recursos. O multisite funciona mesmo em redes com banda estreita e alta latência e permite que sistemas K2 Dyno em unidades móveis de produção sejam vistos em outros sites. Esta compatibilidade permite aos usuários trabalhar mais estreitamente com operadores de produção remota. Com um plug-in para uso com o Adobe Premiere Pro, a solução aproveita a plataforma de edição aberta fornecida pelo armazenamento K2. Com um clique, os usuários do Adobe Premiere Pro CC podem acessar o armazenamento compartilhado e se conectar ao banco de dados GV Stratus. Além disso, o GV Stratus pode trabalhar em conjunto com a solução de codificação Telestream Vantage.

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ORGANIZAÇÃO

PUBLICAÇÕES OFICIAIS

5 A 7 DE AGOSTO DE 2014

TRANSAMÉRICA EXPO CENTER, SÃO PAULO, SP, BRASIL

Informações: 11 3138.4657 | comercial@convergecom.com.br


( agenda )

Fórum de discussões jurídicas sobre o mercado de telecomunicações, TI e comunicações. Debate a regulamentação de conteúdos audiovisuais e novas plataformas de mídia. 3 a 4 de dezembro Seminário Internacional ABDTIC, São Paulo, SP. Tel: (11) 0800 77 15 028. Email: inscricoes@convergecom.com.br

O novo ecossistema de desenvolvimento de aplicativos para smart TVs na visão dos principais players. 7 de novembro TV.Apps, São Paulo, SP. Tel: (11) 0800 77 15 028. E-mail: inscricoes@convergecom.com.br Web: www. convergecom.com.br

NOVEMBRO

21 a 1/12 21° Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, Rio de Janeiro, RJ. Web: www.mixbrasil.org.br

5 a 7 Festival Internacional El Ojo de Iberoamérica, Buenos Aires, Argentina. Web: www.elojodeiberoamerica.com/pt-br/

30 a 1/12 IV Mostra Animal, Curitiba, PR. Web: www.mostraanimal.com.br/

6 a 13 American Film Market, Santa Mônica, EUA. Tel.: (1-310) 446-1000. E-mail: AFM@iftaonline.org. Web: www.americanfilmmarket.com

16 a 24 Festival Internacional de Cine de Mar del Plata, Mar Del Plata, Argentina. Web: www.mardelplatafilmfest.com/28/

22 a 5/2 International Film Festival Rotterdam 2014, Rotterdam, Holanda. E-mail: tiger@filmfestivalrotterdam.com. Web: www.filmfestivalrotterdam.com 24 a 1/2 17ª Mostra de Cinema de Tiradentes, MG. Tel.: (31) 3282-2366. E-mail: up@universoproducao.com.br. Web: www.mostratiradentes.com.br 26 a 29 Realscreen Summit, Washington, EUA. Tel.: (1-416) 408-2300. E-mail: jpinto@brunico.com. Web: summit.realscreen.com

JANEIRO 2014

27 a 29 Natpe 2014, Miami, EUA. E-mail: eric@natpe.org. Web: www.natpe.com.

7 a 10 CES 2014, Las Vegas, EUA. Web: www.cesweb.org.

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21 a 26 Festival Internacional de Programas Audiovisuais – Fipa, Biarritz, França. E-mail: info@fipa.tv. Web: www.fipa.tv

DEZEMBRO

3 a 6 Ventana Sur, Buenos Aires, Argentina. Web: www.ventanasur.gov.ar/eng/

7 a 17 21° Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, São Paulo, SP. Web: www.mixbrasil.org.br

10 a 19 Flickerfest 2014, Sydney, Austrália. E-mail: coordinator@flickerfest.com.au. Web: www.flickerfest.com.au.

T e l a

V i v a

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