televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 23_#250_ago2014
EDIÇÃO ESPECIAL COBERTURA ABTA 2014
LONGO ALCANCE
Com entrada no painel nacional do Ibope, TV por assinatura quer mais voz na divisão do bolo publicitário, mas tem que conquistar os hábitos dos espectadores e dos anunciantes
ENTREVISTA Presidente da AMC conta os planos da programadora para o mercado brasileiro
MERCADO Os debates da ABTA sobre regulamentação, tecnologia e estratégias de crescimento
Foto: marcelo kahn
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Rubens Glasberg André Mermelstein Claudiney Santos Samuel Possebon (Brasília) Manoel Fernandez Otavio Jardanovski
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André Mermelstein Fernando Lauterjung Bruno do Amaral, Leandro Sanfelice Lizandra de Almeida (colaboradora) Letícia Cordeiro Edmur Cason (Direção de Arte) Bárbara Cason (Web Designer) Lúcio Pinotti (Tráfego/Web) André Ciccala (Gerente de Negócios) Patricia Linger (Gerente de Negócios) Ivaneti Longo (Assistente) Gislaine Gaspar (Gerente) Gisella Gimenez (Gerente) Julia Poggetto (Assistente) Claudia Tornelli Zegaib (Gerente) Marcelo Pressi (Gerente) 0800 0145022 das 9 às 19 horas de segunda a sexta-feira
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assados mais de dois anos de aplicação das cotas de conteúdo nacional na TV por assinatura, previstas na Lei 12.485, a Ancine sinaliza, agora com mais clareza, que pretende se debruçar sobre algumas normas e torná-las mais flexíveis, atendendo a alguns pleitos tanto de programadoras quanto de produtores independentes. Como ficou claro nas falas de dois de seus diretores na ABTA 2014, o ponto mais imediato a ser atacado é a questão da “validade” de um conteúdo para o cumprimento das cotas dentro de um grupo programador, hoje fixado em um ano para todos os casos. Programadores argumentam que o período é muito curto para amortizar os investimentos feitos na produção, ainda mais dadas as características da própria TV por assinatura, de super segmentação e de repetição de programas ao longo do tempo. Na intenção inicial da agência, na criação da norma, as produções cumpririam esta janela de um ano em seus canais originais e depois migrariam para outras programadoras, gerando receitas adicionais para os produtores, pondo em funcionamento um mercado secundário de programas, como o chamado “syndication” do mercado norte-americano. Acontece que nos EUA o syndication é movimentado pelas emissoras abertas regionais e canais básicos de cabo, que têm liberdade de compra de programação, e adquirem temporadas antigas de séries para os “reruns” (reprises). No Brasil, é muito raro ver um canal pago exibir programas de linha originais de outro canal. Assim, é bem vista a extensão do prazo de cumprimento de cota, pois estimulará investimentos maiores nas produções nacionais, já que estas terão uma “vida de prateleira” alongada. Outras iniciativas poderiam ser pensadas neste sentido. Um problema das cotas é que a lei trata de forma igual situações que são muito desiguais. Um canal com 15 milhões de assinantes tem exatamente as mesmas obrigações de outro com 2 milhões. Um canal premium tem a mesma obrigação de um básico, e um canal de filmes de Hollywood tem a mesma cota de um outro de clipes musicais ou infantil. Desta forma, as programadoras são obrigadas a fragmentar suas verbas e seus esforços de produção, e dividi-los igualmente entre canais de grande alcance (e portanto grandes verbas) e outros menores. Isso faz com que o valor médio das produções acabe sendo menor, pois o recurso destinado ao total delas é inelástico. Por que não pensar em permitir que parte da cota de um canal “pequeno”, digamos metade, ou um terço, seja transferida para um canal de mais recursos, incentivando produções de maior valor naqueles canais que têm mais público e mais retorno? Parece uma ideia que não prejudicaria o espírito da lei e seria um ganha-ganha para programadoras e produtoras.
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capa: puruan /shutterstock.com
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O CANAL QUE SEMPRE EXIBIU MOVIMENTO NÃO PODIA F I C A R PA R A D O.
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S U R F E - S K AT E - E N T R E V I S TA S - T R I P S - M Ú S I C A - D O C U M E N T Á R I O S - L I F E S T Y L E
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puruan /shutterstock.com
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Scanner
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Figuras
18 cobertura abta 2014
Publicidade
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TV por assinatura busca fatia do bolo publicitário compatível com seu share de audiência
Evento
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Desafios regulatórios e manutenção do crescimento da TV paga marcaram debates da ABTA
TV por assinatura
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DTH ainda pode aumentar de 10% a 20% este ano
Multiplataforma
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Operadoras e programadoras lançam novos serviços de VOD e TV everywhere
Pirataria
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Sinais furtados chegam a 4,2 milhões de “assinantes” 46
Mercado
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Onda de consolidação começa a chegar ao Brasil
Tecnologia
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Adaptação do conteúdo a todas as telas e compressão dos sinais são os desafios da TV paga
Entrevista
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Bruce Tuchman, da AMC, quer trazer novos canais ao Brasil 50
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Making of
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Case
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“Rio, Eu Te Amo” usa plataforma de engajamento à cidade para se viabilizar
Upgrade
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Agenda
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Acompanhe as notícias mais recentes do mercado
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A garantia oficial Sony Brasil só é garantida para os produtos com número de série com procedência de importação Sony Brasil. Sony é uma marca comercial registrada da Sony Corporation. Todos os pesos e as medidas não métricas são aproximados. As imagens visualizadas neste anúncio são simuladas. Fotos, gráficos e ilustrações podem não corresponder a uma representação fiel da realidade.
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VOD em alta
fotos: divulgação
O lucro da Netflix no segundo trimestre deste ano mais que dobrou em relação ao mesmo período do ano anterior. O balanço da empresa, divulgado no final de julho, traz um lucro de US$ 71 milhões, contra US$ 29,5 milhões no segundo trimestre de 2013. A receita, do primeiro para o segundo trimestre deste ano, subiu de US$ 1,07 bilhão para US$ 1,34 bilhão. Apenas com o serviço de streaming, o faturamento foi de US$ 1,146 bilhão. A empresa conquistou em 15 anos, desde a sua criação, uma base de 50,05 milhões de assinantes em mais de 40 países. Com uma receita de US$ 307 milhões no segundo trimestre e uma base de 13,8 milhões de assinantes, a área de streaming internacional continua a dar prejuízo à empresa. A Netflix teve um prejuízo de US$ 15 milhões com a área internacional no período. O prejuízo, no entanto, vem caindo. No mesmo período de 2013, o serviço prestado fora de seu mercado doméstico (EUA) faturou US$ 166 milhões, com prejuízo de US$ 66 milhões. A previsão da empresa é que esta área fature US$ 347 no próximo trimestre, mas com um crescimento no prejuízo (para US$ 42 milhões), o que sinaliza o investimento na expansão para novos territórios. No mercado doméstico de streaming, a Netflix faturou US$ 838 milhões, contribuindo no lucro com US$ 227 milhões.
US$ 1,3 4 bilhão RECEITAS NO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2014
50,05 milhões DE ASSINANTES
US$ 71 milhões LUCRO NO SEGUNDO TRIMESTRE DE 2014
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PAÍSES
Veterano estreante
Dois dígitos
Roberto Faustino e Nadym Cassar Neto lançaram a ConteúdoTV, que nasce com acervo de mais de cem documentários sobre cultura popular brasileira, esporte, música e cultura regional. A empresa, baseada no Rio de Janeiro, criará e produzirá programas e séries para a TV, longas-metragens, e buscará coproduções internacionais, investindo em parcerias. Cassar Neto é sócio da Youle Filmes e da Y Filmes, que produziu programas como "No Astral" (com Claudia Lisboa) e "Dilemas de Irene", para o GNT, e produz interprogramas e chamadas para o Universal Channel há dez anos e para o Telecine há três anos. Roberto Faustino tem mais de 30 anos de experiência em TV e cinema, como produtor executivo, diretor e diretor de programação. Ele foi diretor de promoções da Globosat, Roberto Faustino, da ConteúdoTV: diretor de programação do Telecine, empresa nasce com acervo de mais diretor e um dos criadores do canal de cem documentários Shoptime, diretor de programação de afiliadas da TV Globo e diretor de planejamento de programação da TV Globo. Como documentarista foi finalista do Emmy Awards com a obra "Tantos Carnavais". Como diretor, esteve a frente de programas como "Ana Maria Braga" e "Ação" (Serginho Groisman). Atuou também como produtor executivo de programas da TV Brasil, como "Estúdio Móvel", "Musicograma" e séries como "Oncotô", "Histórias do Brasil" e "TV Piá".
A Net Serviços divulgou os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre deste ano, encerrado no dia 30 de junho. A receita líquida da empresa ficou em R$ 2,864 bilhões no período, crescimento de 20,8% em relação ao segundo trimestre de 2013 e atribuído ao crescimento da base de assinantes. No acumulado do semestre, o total foi de R$ 5,567 bilhões, avanço de 20,7%. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) no trimestre foi de R$ 840,8 milhões, avanço de 37,2% atribuído ao "crescimento do negócio e à otimização de alguns custos operacionais". No semestre, a Net cresceu 31,7% e totalizou R$ 1,635 bilhão. A margem EBTIDA fechou junho em 29,4%, 3,5 pontos percentuais acima do registrado no ano anterior. O lucro líquido no segundo trimestre foi de R$ 187,7 milhões, avanço de 347,4%. No semestre, o lucro cresceu 55,6%, passando a ser de R$ 244 milhões. A companhia ressalta que no dia 29 de maio o conselho de administração homologou o aumento de capital em R$ 880 milhões, passando a ser de R$ 6,492 bilhões. Além disso, entre os meses de maio e julho, a Net celebrou o adiantamento para futuro aumento de capital no montante de R$ 1,177 bilhão junto à Claro tendo como intervenientes as controladoras Embratel Participações e Embratel. O motivo alegado foi dar suporte para investimentos e para reduzir o endividamento.
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Passado em alta O Canal Viva ganhou sua versão HD, que passa a integrar o line-up da Net no canal 543. O canal da Globosat que traz os clássicos da dramaturgia brasileira e programas de linha da TV Globo passará a fazer parte dos pacotes de assinantes a partir do Net Mais HD. Além de novelas clássicas, como "A Viagem" (que passa de segunda a sexta às 14h30) e "Dancin' Days" (de segunda a sexta à meia-noite), o canal traz ainda programas da TV Globo em horário alternativo, como "Bem Estar" (que estreia dia 18 de agosto e será exibido de segunda a sexta, às 18h) e "Mais Você" (de segunda a sexta, às 18h45).
Canal da Globosat traz clássicos da dramaturgia brasileira e programas de linha da TV Globo, agora em HD
Azure Dragon/SHUTTERSTOCK
Rumo ao primeiro bilhão
Multiplicidade
O mercado global de TV por assinatura gerará US$ 280,4 bilhões em faturamento em 2014, aponta estudo da ABI Research. A base total de assinantes ao final do ano deve ser de aproximadamente 936,4 milhões de lares, sendo que 45% devem ter acesso a conteúdos em HD. Segundo a empresa, a ultra-high definition começa a despertar atenção dos assinantes e do mercado, citando os esforços de produção e transmissão em 4k da final da Copa do Mundo pela Globosat. O campeonato de futebol, aliás, é apontado como um dos pontos a contribuir no aumento de receita neste ano. A previsão da ABI Research é de que o mercado global de TV paga chegue a 1,1 bilhão de assinantes em 2019, com crescimento sobretudo nos mercados da Ásia/Pacífico e da América Latina. O faturamento com o serviço deve ser de US$ 331 bilhões em 2019. O estudo, atualizado trimestralmente, aponta que as operadoras de cabo nos Estados Unidos continuam a perder base, mas agora em desaceleração. Embora o mercado global de cabo continue a crescer, nos Estados Unidos a base de assinantes encolheu 4% em 2013, principalmente por conta da concorrência com serviços alternativos. No primeiro trimestre deste ano, no entanto, a queda na base foi menor. A base das principais operadoras de cabo perdeu 7 mil assinantes no período, contra 200 mil no trimestre anterior.
Foi apresentado com um evento no MIS, em São Paulo o projeto transmídia "Zica e os Camaleões", da Cinema Animadores em parceria com a Conteúdos Diversos. Criado pelo ilustrador e diretor de animação Ari Nicolosi, o projeto tem conteúdos em série para TV, livro, game, CD, longametragem, licenciamento de produtos e ações nas redes sociais, como concursos culturais, revista digital interativa, games e social game. Voltada para o público entre 9 e 14 anos, a animação 2D retrata o dia a dia de uma adolescente que utiliza a arte e a música como formas de expressão. Em exibição na TV Brasil, no segundo semestre "Zica" deve ser exibida pela TV Cultura e em toda a América Latina pela Nickelodeon. Silvia Prado e Sergio Lopes assinam a produção executiva. Lopes desenvolveu a arquitetura de produção transmídia.
Sergio Lopes, Silvia Prado e Ari Nicolosi, produtores e criador da série
Mercado global de TV por assinatura chega a 936 milhões de lares no final deste ano
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( scanner) Memória
Obra analisa o papel do canal Viva no resgate histórico da TV
Foi lançado no último dia 2 o livro "A memória televisiva como produto cultural: um estudo de caso das telenovelas no canal Viva". A obra e uma é adaptação da dissertação homônima apresentada na Universidade Metodista de São Paulo por Julio Cesar Fernandes. O livro inaugura a série "Acadêmica" da Coleção Pró-TV, da editora In House, e se propõe a estudar a memória televisiva como parte da memória social e coletiva. O objetivo geral da pesquisa foi analisar a memória televisiva
recuperada e construída pelo canal Viva por meio das telenovelas da Rede Globo antigas nele exibidas, verificando, assim, suas características como produto cultural, além de entender o lugar dessa memória televisiva na trama das mediações culturais e das interações sociais. Fernandes tem experiência em produção e roteiro em rádio, televisão e mídia out-ofhome. Já atuou nas emissoras de TV Mundo Maior, Cultura, Bandeirantes e desde 2009 está na TV Globo, onde ocupa o cargo de coordenador de operações do Jornalismo.
fotos: divulgação
Educação nas telas O longa "A Educação Está Proibida", uma coprodução da Maria Farinha Filmes com a produtora argentina Reevo, ganhará distribuição no Brasil pela Netflix. O documentário, que gerou polêmica ao condenar o modelo escolar atual e sugerir uma revolução na educação, reúne um time de profissionais ligados à educação da Espanha e de diversos países da América Latina, os quais, por meio de seus depoimentos, reforçam a teoria de que "a educação está proibida". Intercaladas entre as declarações, são exibidas cenas de ficção onde um grupo de estudantes tenta levar suas ideias à direção da escola - o que eles buscam são, justamente, mudanças no modelo educacional. O filme foi lançado em 2012 e já atingiu mais de 10 milhões de visualizações na Internet.
Woohoo entra em nova fase, com on-air renovado e programas inéditos
Boa onda O canal Woohoo passou por um relançamento no dia 18 agosto. Trata-se de uma reformulação completa no visual do canal, que ganha novo logo e on-air, criados pelo estúdio estadunidense Space Junk Media. Além disso, conta Antonio Ricardo, diretor do Woohoo, o canal terá nova programação. "Vamos manter o DNA nos esportes de ação, mas ampliando o espectro", diz. Com as cotas de programação da Lei do SeAC, o canal expandiu consideravelmente o seu alcance, contando com um base de 12,5 milhões de assinantes. "Temos uma base de veículo de massa e a programação não havia acompanhado isso ainda", explica. O canal ganha duas produções originais: "Tati com Limão", um programa sobre culinária orgânica e funcional; e "Vamos", uma revista eletrônica de viagem. Além disso, o canal passa a ter dramaturgia, com a compra de duas séries da BBC: "Ideal" e "Youngers". Desta última, o canal comprou inclusive a segunda temporada, que ainda não foi lançada. O canal também investiu em sua área comercial, com a contratação de Claudio Prado, ex-MTV. A infraestrutura também recebeu recursos, com novas ilhas de edição e câmeras (tudo HD) e novos equipamentos de transmissão. "Estamos enviando o melhor sinal SD que é possível", explica Antonio Ricardo. Por fim, o site do Wohho, que até então era institucional, passa a ser um veículo, com conteúdos e curadoria.
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Documentário ganha distribuição pela Netflix
Recursos locais Foi aprovado o aporte conjunto do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) com a RioFilme em projetos de produção. Foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 21 a autorização do Comitê Gestor do FSA para a suplementação do valor de R$ 14 milhões para os editais de produção audiovisual do órgão da prefeitura do Rio de Janeiro. O investimento é no âmbito da ação de Suplementação Regional do FSA •
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foto: withGod /SHUTTERSTOCK
Casa nova, vida nova A Rio Film Comission mudou sua sede para os edifícios das Casas Casadas, no bairro das Laranjeiras, no Rio de Janeiro. A mudança reflete uma nova fase em sua gestão, com a ampliação da equipe de profissionais e atuando em conjunto com a prefeitura da cidade por meio da RioFilme, cuja sede também se encontra nos edifícios. Até então, a entidade atuava em conjunto com o governo estadual do Rio. “É uma questão de eficiência. Continuamos incentivando a produção em todo o estado e há parceria entre Prefeitura e Estado. Mas nos aproximamos de uma empresa que já está desenvolvendo o trabalho de incentivar o audiovisual no Rio. Ao mesmo tempo, a RioFilme vê na comissão um caminho para atrair mais produções internacionais”, explica Fernanda Toledo, coordenadora de produção da Rio Film Comission. A entidade mantém a missão de atrair produtores internacionais e nacionais para a cidade e para o estado do Rio de Janeiro.
Digitalização A integradora de VPF Quanta DGT/AAM assinou contrato com a Cinematográfica Araújo para realizar a conversão digital das 137 salas do grupo pelo país. Todas contarão com o Screenwriter (programa de gestão de cinemas), da Arts Alliance Media (AAM), e o processo será realizado com financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual. A Barco fornecerá projetores, com servidores Doremi. Ao todo a Quanta DGT/AAM firmou acordos para atuar como integrador de VPF no processo de digitalização de cerca de 160 salas de cinema nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. No Norte, são 44 salas, espalhadas por capitais como Belém, Manaus, Porto Velho, Boa Vista e Rio Branco, pertencentes a exibidores como Cine Libero Luxardo, Kinoplex, Arcoplex, Cine Araújo e PlayArte. Na região Nordeste, são 62 salas e na Centro-Oeste, mais de 50 salas. Os equipamentos para a digitalização das salas chegarão ao Brasil em setembro.
Integração
Projeto foi desenvolvido no 1° Programa Globosat de Roteiristas em 2013
A Ancine e o Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina (INCAA) renovaram o acordo de cooperação entre os dois órgãos, garantindo a continuidade do edital de coprodução que existe desde 2011 e já investiu US$ 3,6 milhões em 16 projetos. A cada edição, o edital apoia quatro projetos de coprodução – dois majoritariamente brasileiros e dois com participação majoritária da Argentina. A renovação aconteceu durante a XXVI Reunião Ordinária da Conferência das Autoridades Cinematográficas Iberoamericanas (CACI) e a X Reunião Extraordinária do Comitê Intergovernamental do Programa Ibermedia, que aconteceu entre os dias 21 e 23 e julho, no Equador. Também foram definidas novidades para o Programa Ibermedia, que deverá incorporar a Guatemala e a Nicarágua no rol de países-membros. Para o próximo ano, o programa também deverá desenvolver o Ibermedia Digital, uma plataforma contendo 260 filmes apoiados pelo programa, para uso exclusivo de centros culturais e educativos. T e l a
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Original O canal Viva estreia a sua primeira série em coprodução. Trata-se da comédia "Meu Amigo Encosto", que chega à grade do canal no dia 24 de setembro. Com argumento de Thiago Luciano, o projeto foi desenvolvido no 1° Programa Globosat de Roteiristas em 2013 e teve seu roteiro trabalhado em um writer's room integrado por Thiago e os roteiristas Tony Goes e Fausto Noro. O processo contou com a supervisão de Jacqueline Cantore e pesquisa de Helena Perim. Maria Carmem Barbosa colaborou como consultora. Paulo Fontenelle comanda a direção da série, que tem a Panorâmica como produtora responsável. Protagonizada por George Sauma e Danilo de Moura, a atração traz no elenco nomes como o da ex-BBB Fani Pacheco, Márcia Cabrita, Cadu Fávero, Amanda Richter e Maria Joana. Em 13 episódios, "Meu Amigo Encosto" mostra a convivência de Ivan (George Sauma), dono da mal sucedida loja de fantasias "Rita Fantasias", e seu encosto Janjão (Danilo de Moura). Suas brigas e confusões darão lugar a uma amizade que, até então, Ivan desconhecia. •
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Três programas brasileiros venceram o Prêmio TAL 2014, promovido pela Televisão América Latina. As produções "De Volta" e "Faixa de programação Sala de Notícias", do canal Futura, levaram o prêmio nas categorias Produção de Relevância Social e Grande Destaque, respectivamente. Já "Habitar", do SescTV, levou o prêmio na categoria Produção de Série. O programa sobre arquitetura dirigido por Paulo Markun e Sergio Roizemblit. A votação foi feita através do Facebook e os prêmios foram anunciados no último dia 31 de julho. A relação completa dos premiados está em premios.tal.tv.
fotos: divulgação
Prêmio latinoamericano
Episódio de “Habitar”, que teve votação unânime do júri
Portas abertas O Canal Brasil lançou um site para receber projetos de produção. Há oportunidades para longas-metragens de ficção, documentários, séries de programas (duração de 25 minutos por episódio) e séries de interprogramas (duração de 2 a 5 minutos ou 12 a 15 minutos por episódio). Os produtos devem ter como foco o universo do cinema, música ou irreverência. O Canal Brasil irá considerar para a avaliação dos projetos: originalidade, aspectos artísticos, adequação ao público, qualificação técnica da equipe, capacidade gerencial e desempenho da produtora. Além desses pontos, será avaliada também a adequação aos elementos que definem as estratégias de posicionamento e programação do Canal Brasil. O site pode ser acessado em www.canalbrasil.com.br/enviodeprojetos
Novo site do Canal Brasil recebe projetos de produção
Prodav O Canal Brasil recebe, até 29 de setembro, projetos para o Prodav 2, linha do Fundo Setorial do Audiovisual destinada ao financiamento de conteúdos para as grades de programação da TV por assinatura. Os produtos devem ter como foco o universo do cinema, música ou irreverência.
A Net Serviços divulgou os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre deste ano, encerrado no dia 30 de junho. A receita líquida da empresa ficou em R$ 2,864 bilhões no período, crescimento de 20,8% em relação ao segundo trimestre de 2013 e atribuído ao crescimento da base de assinantes. No acumulado do semestre, o total foi de R$ 5,567 bilhões, avanço de 20,7%. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) no trimestre foi de R$ 840,8 milhões, avanço de 37,2% atribuído ao "crescimento do negócio e à otimização de alguns custos operacionais". No semestre, a Net cresceu 31,7% e totalizou R$ 1,635 bilhão. A margem EBTIDA fechou junho em 29,4%, 3,5 pontos percentuais acima do registrado no ano anterior. O lucro líquido no segundo trimestre foi de R$ 187,7 milhões, avanço de 347,4%. No semestre, o lucro cresceu 55,6%, passando a ser de R$ 244 milhões. A companhia ressalta que no dia 29 de maio o conselho de administração homologou o aumento de capital em R$ 880 milhões, passando a ser de R$ 6,492 bilhões. Além disso, entre os meses de maio e julho, a Net celebrou o adiantamento para futuro aumento de capital no montante de R$ 1,177 bilhão junto à Claro tendo como intervenientes as controladoras Embratel Participações e Embratel. O motivo alegado foi dar suporte para investimentos e para reduzir o endividamento. 12
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Aperto Mesmo vendo suas receitas declinarem 11,8%, muito por conta do encolhimento do faturamento em seu mercado doméstico e pela desvalorização cambial das moedas dos países latino-americanos em que opera, a holding espanhola Telefónica registrou alta de 4,9% no lucro líquido do segundo trimestre na comparação anual, que ficou em 1,21 bilhão de euros. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, o lucro líquido caiu 7,5% em relação a igual período de 2013, para 1,9 bilhão de euros. Além do fraco desempenho na operação espanhola, onde as receitas se reduziram em 9,1% no trimestre (para 3 bilhões de euros), a variação cambial impactou negativamente o desempenho das operações na América Latina, e as receitas consolidadas da Telefónica caíram 11,8% no trimestre, para 12,725 bilhões de euros, e 12,6% no semestre, para 24,957 bilhões de euros. O lucro operacional antes da depreciação e amortização (OIBIDA) também foi impactado: caiu 15% entre abril e junho ficou e 14,5% no semestre, para 4,126 bilhões de euros e 8,055 bilhões de euros, respectivamente. A queda nas margens nos mesmos períodos foi de 1,2 ponto percentual (p.p.) e 0,7 p.p., para 32,4% e 32,3%, respectivamente. A Telefónica vem enfrentando competição acirrada na Europa. Na Espanha, o total de acessos ao final de junho encolheu 3,3% na comparação anual, e ficou em 40,9 milhões de unidades geradoras de receitas (o que inclui linhas fixas, móveis, banda larga e TV). Na América Latina, a base de clientes continua se expandindo: crescimento de 4,1% tanto no Brasil, para 95,1 milhões de acessos, quanto no restante da América Latina, incluindo o México, para 128,7 milhões de acessos. Ao final de junho a Telefónica tinha 37,5 milhões de assinantes de linhas fixas de voz, 18,2 milhões de acessos à Internet (dos quais 17,6 em banda larga), 249 milhões de assinantes móveis (35,3% póspagos) e 4,2 milhões de acessos de TV paga.
Turminha interativa Em março a desenvolvedora MediaHub, que produz aplicativos com conteúdos interativos e games simples para set-top boxes de operadoras, lançou com a Vivo seu primeiro projeto no Brasil ao integrar gibis, games e vídeos da Turma da Mônica à oferta de conteúdo da operadora. Agora, a empresa prepara-se para expandir sua oferta de serviços no país. De acordo com Francisco Bughin, diretor da empresa, o aplicativo da Turma da Mônica estará nos set-top boxes de outra grande operadora brasileira até o final deste ano. Além disso, passará a agregar conteúdo de outros personagens ainda neste mês. Em Portugal, onde atua há mais tempo oferecendo serviços a operadoras como Portugal Telecom, a Mediahub tem uma série de jogos lançados em parceria com marcas famosas – como Barbie - e pretende fazer o mesmo no Brasil. A empresa demonstrou na ABTA 2014 o projeto desenvolvido para a Portugal Telecom para divulgar a estreia do quarto filme da franquia “Transformers”. A página do filme reunia conteúdo on-demand dos filmes anteriores, jogos simples, informação e um quizz que oferecia como prêmio ingressos para o filme. No Brasil um produto semelhante deverá ser lançado junto com o filme “Velozes e Furiosos 7” neste ano.
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Nova janela Completando 11 anos de televisão, o "Pânico" estreou na TV por assinatura este mês, no canal TBS. Na rádio, o programa está no ar há 21 anos. "Quando começamos a fazer o programa, a TV por assinatura tinha uns 2 milhões de assinantes. Hoje é muito mais importante. Vai ser uma boa experiência. Quero saber como o programa se comporta com o público da TV paga", diz Emílio Surita, apresentador e criador do programa. Quando o programa foi para a TV aberta, já houve um aprendizado, conta Surita. "Percebemos que o formato de entrevista, de talk show, não ia bem durante o horário nobre e fomos buscando o nosso formato", diz. De lá para cá, houve algumas mudanças importantes na forma de se fazer televisão, sobretudo humor, como o uso da segunda tela e das redes sociais e uma concorrência maior da TV por assinatura. "Essa massa de novos assinantes de TV começa a experimentar outro tipo de conteúdo. Precisamos correr atrás para manter a audiência e a relevância", diz. Sobre as redes sociais e o uso da segunda tela, o programa vem explorando formas de interação com a audiência e fazendo algumas promoções no Twitter e no Facebook. "É mais uma forma de interagir com a audiência, mas até agora ninguém aprendeu a usar isso para trazer mais audiência à TV", afirma Surita. Por outro lado, as redes sociais trouxeram maior patrulhamento à programação da TV. "Temos que tomar muito mais cuidado. A repercussão hoje é muito maior e em programas de humor, é ainda mais perigoso. A graça do palhaço está no erro, no tombo, mas às vezes você mira em A e acerta em B", diz. A TBS exibirá a temporada de 2013 em episódios de duas horas. Não será, portanto, a temporada atual do programa, que vai ao ar na Band.
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( scanner) Seleção brasileira
Há mais de dez anos na programação da TV Alterosa, “Viação Cipó” é apresentado por Otávio Di Toledo
O canal Cinebrasil TV anunciou no início de agosto o resultado da seleção de projetos inscritos no edital Aspectos da Cultura e da Realidade Brasileira, para projetos de seriados documental e ficção, com vistas ao prélicenciamento junto ao Prodav 02 do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O edital lançado em junho deste ano recebeu 127 inscrições de produtoras de todas as regiões do Brasil. A comissão de análise selecionou 18 projetos para a etapa final, que ocorrerá através de pitching, para os seriados que obtiveram maior pontuação, de acordo com as regras estabelecidas pelo edital. Os seriados selecionados na etapa final deverão assinar contrato de licenciamento para compor a futura grade do Cinebrasil TV, que busca projetos que refletem a realidade brasileira em seus diversos aspectos: meioambiente, social e econômico, reflexão histórica, questões da mulher, indígena, racial, musical, religiosa, além da nossa cultura teatral, literária e regional. Os projetos selecionados podem ser vistos neste link: bit.ly/1oWllbk.
Dez anos de estrada Em 2003, o programa “Viação Cipó” entrava no ar na programação da TV Alterosa, filial do SBT em Minas Gerais. Veiculado aos domingos com reprises aos sábados, o programa apresenta atrações turísticas, cultura e culinária típicas de diversas regiões do país. “Viação Cipó” é uma coprodução da produtora independente Cisup (Companhia de Imagem e Som) com o canal. “O canal oferece equipamentos, profissionais e estrutura de edição e nós cuidamos da produção, da pauta e do formato. A divisão da receita é meio a meio”, explica Carlos Ribas, diretor presidente da produtora. Produzido muito antes das cotas e da ampliação dos recursos investidos por órgãos governamentais na produção independente, o programa sustenta-se até hoje com receita de propaganda direta, conta Ribas. “Nunca contamos com recursos incentivados nem de fundos de investimento do governo. Nossa receita vem toda da publicidade, o que inclusive às vezes nos obriga a intervir no formato para aumentar o número de pequenos anunciantes”. A Cisup produziu neste ano um piloto de uma versão nacional do programa, e pretende leva-lo ao mercado, apresentando-o para outras filiais do SBT e canais de TV por assinatura, já em 2015. “O formato será o mesmo com apenas alguns ajustes e menos publicidade”, conta Ribas.
Cinema oculto
Outros projetos Também para a TV Alterosa, a Cisup produz o programa “Minas em Movimento”, em seu segundo ano na programação. Apresentado pelo deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB/MG), o programa, que tem cerca de 25 episódios por temporada, está temporariamente fora da grade para que o apresentador dedique-se à campanha eleitoral. “Nesse caso é diferente. O programa é pedido sob demanda para nós, e pagam um preço por ele – não temos participação. Aqui utilizamos equipamentos, equipe e edição próprias”, conta Ribas. Além disso, a Cisup pretende apresentar ao mercado em 2015 o piloto de um projeto de coprodução com produtores sulafricanos. “A Melhor Caipirinha do Mundo” acompanhará uma dupla de apresentadores especialistas na produção de drinques enquanto eles visitam diferentes regiões em busca de ingredientes exóticos para as bebidas. “Eles irão visitar bares simples e ensinar como eles podem fazer drinques caros de maneira barata. Também levará o drinque com ingredientes regionais e baratos das regiões que visitam a bares mais elegantes”, explica o produtor.
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A SP Cine, Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo, lançou um mapeamento para identificar os longasmetragens nacionais ainda inéditos em salas do circuito paulista. Filmes não exibidos Distribuidoras podem ganham apoio da empresa inscrever produções de fomento paulistana finalizadas e ainda não lançadas que façam parte de suas carteiras. A intenção é que os filmes sejam avaliados por um comitê da SP Cine e, caso selecionados, possam integrar a programação do circuito de exibição idealizado pela empresa (em fase de estruturação). Entre os espaços, faz parte do roteiro a recém-inaugurada Sala SP Cine no Caixa Belas Artes. No início do ano, a SP Cine pôs no ar um formulário para identificar o contingente de longas-metragens prontos, mas ainda não comercializados. Os dados levaram à criação do Programa de Apoio à Distribuição e Comercialização de Filmes de Longa-Metragem. A linha automática de financiamento investiu R$ 2 milhões para ampliar a participação de 20 produções de médio e pequeno porte em salas comerciais.
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( scanner) Maluquices próximo do traço original. "Queremos manter aquele traço de lápis, mas ainda estamos testando como vai ficar com a animação a com cores", explica. A primeira temporada deve ter 26 episódios de 11 minutos. "Também estamos tentando manter o caráter universal do livro (que foi lançado em diversos países), para ter a possibilidade de exportação. Isso é muito importante na estruturação financeira do projeto", explica o sócio da Oca Filmes. Na adaptação da obra para animação, a produtora conta com uma equipe com experiência em entretenimento e pedagogia, entre eles Marcio Araújo, cuja experiência inclui roteiros para "Cocoricó" e "Castelo Rá-Tim-Bum".
O personagem O Menino Maluquinho, criado em 1980 pelo cartunista Ziraldo, ganhará uma série de animação. O projeto está em desenvolvimento pela Oca Filmes, sob a responsabilidade de Ana Paula Catarino e Guilherme Alvernaz, dois dos sócios-fundadores da produtora. Segundo Alvernaz, a ideia de Ziraldo é trazer o personagem para o século XXI. "Vamos usar o livro como referência, mas criando histórias originais e atuais, explorando a personalidade de 'menino fogueteiro' do personagem", explica o animador. A produtora tem uma "pré-bíblia" da série, que já foi apresentada a alguns canais, e trabalha no desenvolvimento de uma bíblia, em parceria com Ziraldo e com roteiristas. A ideia de Alvernaz é manter o traço da animação bem
O Esporte Interativo é o primeiro canal de conteúdo da América Latina a entrar na plataforma da Apple TV. "Sempre buscamos novas formas de chegar ao nosso público" diz o vice-presidente de novos negócios do EI, Leonardo Lenz Cesar. Segundo ele, a ideia veio do sucesso do aplicativo na iOS, para iPhones e iPads. Impulsionado pela Copa Nordeste, o aplicativo chegou a ser o mais baixado na categoria esportes da loja de apps para dispositivos móveis da Apple. "O desenvolvimento para a Apple TV levou alguns meses, pois há um rigor técnico que temos que seguir para garantir a qualidade do stream", explica Cesar. O aplicativo é autenticado para qualquer assinante do EI Plus, bem como aos assinantes do canal de TV por assinatura, e permite realizar uma nova assinatura com cobrança pelo iTunes. "O AppleTV ainda não é um produto massificado no Brasil, mas abre uma janela interessante para um público de alta renda", explica o executivo. Segundo ele, o Esporte Interativo vem negociando para levar seu conteúdo a outras plataformas. Aplicativo chegou a ser o mais baixado na categoria esportes da loja da Apple
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Bloom Design/shutterstock.com
Novas fronteiras
A ideia é manter o traço da animação bem próximo do traço original.
Competição de vídeos online dará R$ 250 mil em prêmios
Pela rede A competição audiovisual Narrativas do Brasil oferecerá R$ 250 mil para os produtores dos cinco melhores vídeos independentes inscritos, durante todo o segundo semestre de 2014. A iniciativa tem o apoio do YouTube, que oferecerá uma oficina de capacitação aos cinco melhores. Além da premiação, os vencedores terão totais direitos sobre o conteúdo produzido, e estão incumbidos de produzir outros dez vídeos com os recursos do prêmio. Após a divulgação dos vencedores - no dia 6 de outubro -, a ProjectHub premiará os cinco selecionados com um investimento de R$ 50 mil cada para financiar sua produção, além de uma oficina de capacitação em audiovisual de até quatro dias de duração. Como contrapartida, os premiados deverão produzir dez vídeos de até cinco minutos de duração e disponibilizá-los em seus canais de internet. As inscrições dos vídeos para concorrer podem ser feitas no site oficial do projeto até o dia 18 de setembro. As inscrições são abertas a qualquer brasileiro maior de 18 anos que não esteja vinculado por contrato trabalhista a nenhuma empresa de mídia.
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Dias 9 e 10, setembro 2014 ROYAL TULIP BRASILIA, BRASÍLIA, DF
PERSPECTIVAS E PROPOSTAS PARA O
PRÓXIMO GOVERNO TELECOMUNICAÇÕES, COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO NO BRASIL.
TEMAS EM DESTAQUE A COMPETITIVIDADE DA ECONOMIA BRASILEIRA E O PAPEL DAS TICS REALIZAÇÕES E DESAFIOS DAS TELECOMUNICAÇÕES NO NOVO GOVERNO POLÍTICAS DE LONGO PRAZO PARA O BRASIL DIGITAL
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ORGANIZAÇÃO
( figuras) Reforço duplo
Após seis anos ocupando o cargo de gerente executiva de produção e conteúdo da TV Brasil na EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Cristina Carvalho deixou a emissora. Ela se junta a Carolina Sá no comando da produtora Doralice Filmes. Com a chegada da nova sócia, a produtora está expandindo Cristina Carvalho sua equipe e inaugurando uma nova sede, em uma casa no Rio de Janeiro. A Doralice Filmes atua no mercado desde 1998 realizando séries de TV, longa-metragem, documentários e vídeo clipes.
A Batanga Media acaba de contratar Flavia Santoro (ex-Infoglobo) e Milena Melguiso (ex-AD Dialeto). No Rio de Janeiro, Flavia será o contato para comercialização de todos os produtos Batanga BR; em São Paulo, Milena reforça a Flavia Santoro e Milena Melguiso equipe de marketing como web designer. A Batanga tem 12 sites próprios (Grupo Bolsa de Mulher) e oferece desde a geração de conteúdo para anunciantes (brand content/fan pages) até a comercialização de mídia e projetos especiais.
FOTOs: divulgação
Novos desafios
Novo sócio
Liderança latina
Carlos Righi é o novo sócio da Companhia de Cinema, ao lado de Rodolfo Vanni e Maria João Calheiros. Antes de chegar à empresa, Righi era sócio da Fulano Filmes. O profissional já foi redator em agências como MPM, Young Carlos Righi, à esquerda & Rubicam e DPZ. Passou pela direção de criação da Carillo Pastore Euro RSCG, QG e Giacometti. O primeiro flerte com a produção audiovisual foi em 2007, ano em que se tornou sócio da TvZero. Ex-presidente do Clube de Criação de São Paulo, eleito em 2001 e reeleito em 2003, Righi é membro do board do New York Festivals Film & Video Awards, faz parte da diretoria da Apro e do conselho da Film Brazil.
Gabriela Arroyo, vice-presidente de atendimento da WMcCann Rio, responsável pela conta de TIM desde 2011, acaba de ser nomeada líder de práticas de telecomunicações para América Latina da empresa. Antes da WMcCann Gabriela participou do start-up da operadora Oi, atendendo a conta por 9 anos, na NBS.
Despedida Gustavo Burnier, que desde 2013 é sócio e diretor de Serviços a Clientes e Operações Digitais da AlmapBBDO, deixará a sua posição para trabalhar no desenvolvimento de empresas digitais. Alguns projetos já estão sendo discutidos com José Luiz Madeira e Marcello Serpa e têm a possibilidade de serem integrados à AlmapBBDO. O comando da agência passa a ser exercido pelos sócios Rodrigo Andrade, diretor de Negócios e Operações; Cintia Gonçalves, diretora geral de planejamento e operações; e Luiz Sanches, diretor geral de criação.
Ciranda Filmes Sérgio Cardoso, ex-Gema e StudioNuts, é o novo sócio da produtora audiovisual Ciranda Filmes, de Andréa Oliveira. Sérgio vai assumir a área de atendimento, deixando Andréa concentrada na área de produção executiva e de entretenimento. 18
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Ricardo Mehedff, Paulo Diehl, Pedro Giomi e Guilhermo Sartor
Equipe reforçada A Hungry Man ampliou seu time de diretores de cena com a contratação de Ricardo Mehedff, Paulo Diehl, e da dupla Amnésia - Pedro Giomi e Guilhermo Sartor. Cineasta com licenciatura em cinema e TV pela The George Washington University, Mehedff, dirigiu e trabalhou como editor em diversos filmes publicitários para as principais agências e anunciantes do mercado, como Coca-Cola, Nike, Microsoft, Samsung, Banco Itaú e Skol. Na área de cinema, seus filmes de curta metragem já participaram de mais de cem festivais mundiais com diversos prêmios mundo afora. Paulo Diehl, ex-Rebolución e Conspiração Filmes, trabalhou em agências como criativo. Diretor de cena desde 2006, Diehl já produziu filmes para importantes clientes como Volkswagen, Boticário, AmBev, Honda e Unilever, TAM, entre outros. Apostas da produtora, os novos talentos Pedro Giomi e Guilhermo Sartori já passaram por todos os departamentos de uma produção antes de partir para a direção.
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Produção local
Criativo
Elisa Chalfon é a nova diretora de produção da Viacom Brasil, distribuidora dos canais MTV, Nickelodeon e Comedy Central no país. Ela será responsável por coordenar a produção de conteúdo local para todos os canais da Viacom no Brasil e se reportará diretamente a Tiago Worcman, vice-presidente de conteúdo e programação da MTV no Brasil, e Federico Cuervo, SVP de Produção e Programação para a Viacom International Media Networks The Americas (VIMN The Americas). Elisa deixou o cargo de gerente de conteúdo na Fox Channel Brasil e ocupa agora a posição deixada por Roberto Martha, que desde junho é diretor de produção na Discovery. A profissional é formada em comunicação pela FAAP e em Film & TV Business pela Fundação Getúlio Vargas.
A Artplan contratou Marcelo Fedrizzi para ocupar o cargo de diretor de criação do escritório de São Paulo, comandando clientes como Amanco, Elo, Wise Up, Youmove, Abril Educação e Weber Quartzolit. Fedrizzi, que veio da Y&R, onde também ocupava o cargo de diretor de criação, acumula passagens por agências como F/Nazca e DM9. Dentre os clientes com os quais já trabalhou estão Banco Itaú, Banco Real, Caixa Econômica Federal, Itaipava, Heineken, Vivo, Melitta, Nike, Terra, Panasonic, Philips, TNT, Honda Motos e Carros. O profissional, no mercado desde 1991, já foi premiado em vários festivais nacionais e internacionais, como Clube de Criação de São Paulo, Prêmio Abril, Profissionais do Ano, Wave Festival, Festival de Cannes, The One Show, FIAP e FWA. É também professor na Cuca – Escola de Criação.
Substituição
Atendimento
Juliana Miranda
Desde o início de agosto a TV Globo tem um novo diretor geral de tecnologia. Raymundo Barros, 51, então diretor de engenharia da emissora, assumiu o cargo que antes pertencia a Fernando Bittencourt, que se aposentou. Bittencourt era há mais de 20 anos responsável por toda a área de tecnologia da TV Globo e foi personagem especialmente importante e atuante na definição do Sistema Brasileiro de TV Digital, no processo de digitalização da emissora e na construção do Projac.
A Prodigo Films contratou Juliana Miranda, ex-Academia de Filmes, para o departamento de atendimento, coordenado por Renata Corrêa. Juliana se junta ao time formado por Chico Pedreira, Tatiana Cinelli, Claudia Rocha e pelo assistente João Galante.
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cobertura
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Fernando Lauterjung*
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Veículo de massa, mas segmentado
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m janeiro deste ano, o Ibope unificou as 15 praças de cobertura de audiência de TV paga e aberta e, em maio, passou a disponibilizar os dados unificados ao mercado. A novidade, bem recebida pelos canais, acabou confirmando uma distorção grande do mercado de TV por assinatura: a distância entre o share de audiência e a fatia no bolo publicitário - em torno de 20% e 5%, respectivamente. Agora o meio pode ser mais facilmente comparado com a TV aberta, o que é uma boa notícia para o setor. Mas a incompatibilidade nas métricas de TV aberta e por assinatura não é o único limitador no crescimento do share do setor no bolo publicitário. “Até o começo deste ano havia dois universos e públicos: TV aberta e TV por assinatura. A própria métrica do Ibope tratava as plataformas de maneira diferente. Trouxemos isso tudo para uma grande base de dados. Hoje tudo é televisão”, explicou Antonio Wanderley, CMO do Ibope Media, em apresentação na Feira e Congresso ABTA 2014. O evento reuniu este ano, além das programadoras, profissionais de peso de agências e anunciantes, em torno de um debate aberto sobre a realidade e o futuro do meio TV paga. Importantes anunciantes apontaram resultados surpreendentes com investimentos em TV paga, mas não deixaram de cobrar mudanças urgentes para que a fatia do bolo da TV por assinatura seja maior. 20
puruan /shutterstock.com
Durante a Feira e Congresso ABTA, canais, anunciantes e agências trazem cases de sucesso de campanhas na TV por assinatura e apontam os desafios para ampliar o seu faturamento.
“A grande novidade de juntar tudo em um painel de TVs aberta e fechada é começarmos a juntar maçã com maçã”, diz Beatriz Melo, diretora de pesquisa da Discovery. Segundo Adriana Favaro, da Loducca, a audiência começa agora a mostrar uma situação mais próxima da realidade. “Há dados que surpreendem os anunciantes. A gente descobre faixas de horário super-rentáveis, que não eram exploradas e que para algumas marcas ou produtos faz alguma diferença”, diz. Além disso, o anunciante começa a ficar mais bem informado sobre o meio. Segundo Fernanda Scozzafave, vice-presidente do comitê de inteligência de mercado e gerente de estratégia e insight da Danone, o anunciante, quando pede informações de audiência a um veículo ou agência, agora é impactado também pelos dados da TV por assinatura. “Pelo menos a TV por assinatura não é mais ignorada”, disse. Segundo Gustavo Gaion, VP de mídia
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na Y&R Advertising, a TV paga já alcançou um patamar para ser discutida como televisão de forma mais generalista. “Na maioria dos targets, os canais de TV por assinatura estão entre os principais canais. Tem ainda a vantagem da versatilidade de conteúdo e de formato”, diz. O impressionante crescimento da base de assinantes do serviço no Brasil e a promessa de que o mercado seguirá crescendo, apesar da desaceleração, fazem com que canais e agências passem a enxergar boas oportunidades na plataforma. Apesar disso, embora haja um crescimento de receita publicitária, o faturamento do setor não acompanha o ritmo do aumento da base de assinantes. Para Daniel Chalfon, presidente do Grupo de Mídia e sócio da Loducca, a demora na repercussão do aumento da audiência dos canais pagos nos
Massa vs. segmentado Segundo Fábio Freitas, diretor nacional de mídia da F/Nazca, a TV
foto: marcelo Kahn
investimentos publicitários se deve à forma de análise de dados das agências e anunciantes. “Estamos lidando com um fenômeno bastante novo. O mercado publicitário avalia o passado, para planejar o investimento futuro. O mercado (de TV por assinatura) floresceu demais e estamos nos adequando para ter um padrão de análise que contemple isso”. No entanto, lembra ele, o crescimento acelerado da base de assinantes não se reverteu completamente na audiência dos canais pagos. “A maior parte das pessoas assinantes continua vendo a TV aberta”, diz. Fred Muller, diretor executivo comercial da Globosat, concorda que a ampla dominância da TV aberta no mercado publicitário brasileiro constitui outra barreira para o avanço da publicidade na TV por assinatura. “A qualidade da TV aberta no Brasil influencia nesse cenário. Além disso, existe a força do hábito do consumidor, acostumado a assistir a programação aberta. Com o tempo, parte dessa audiência começará a conhecer o conteúdo da TV paga e migrar nos próximos anos. Mas gostaríamos que esse processo fosse mais rápido”, avaliou. Mesmo assim, há uma visão generalizada entre programadoras de que a disputa por verba não é entre elas, mas entre meios. Gilberto Corazza, diretor executivo de vendas publicitárias da Turner, é quem aponta isso de forma mais enfática. Segundo ele, a disputa dos canais de TV por assinatura é com outros meios de comunicação, e não há como fugir dessa disputa se o setor espera aumentar sua receita. Temos que olhar para os outros meios. Ninguém acredita que os anunciantes vão aumentar seus investimentos de maneira significativa nos próximos anos. Então, é uma questão de escolher o meio mais competitivo”, avaliou.
Geraldo Leite, da Singular, Fábio Freitas, da F/Nazca; Gilberto Corazza, da Turner; Roberto Nascimento, da Discovery Networks; Fred Muller,da Globosat; e Orlando Marques, da Publicis e Abap, debateram o aumento do share da TV paga no bolo publicitário.
paga é um meio que passa por uma transição entre a publicidade segmentada e a publicidade de massa. Nesse contexto, avalia, canais terão que rever sua política de preço se quiserem aumentar share e atuar com publicidade massificada. É possível ter uma grande cobertura na TV paga, mas será necessário investimento em grande escala, em diversos canais para alcançar isso. No final, o anunciante quer resultado, ou seja, maior retorno com o menor custo possível. Atingir massa com preço de público segmentado é uma conta que não fecha”, avaliou.
com crescimento constante da base de assinantes, canais e agências vêem boas oportunidades para a publicidade Para Roberto Nascimento, vicepresidente de publicidade da Discovery Networks, a capacidade de segmentação não pode ser desconsiderada na conta. Para ele, o mercado deve usar sua capacidade de segmentar o público de acordo com gostos e diferentes perfis como um diferencial, ainda que atue de maneira massificada. “É preciso entender a vocação de cada veículo. Devemos passar a trabalhar como veículo de massa, com preço de massa, mas não abandonar nosso diferencial, que é a capacidade de gerar conteúdo, de conversar diretamente com
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públicos diferenciados”, disse. A capacidade de gerar conteúdos em parceria com o anunciante também é apontada como uma importante oportunidade por Daniel Chalfon. Segundo ele, o mercado publicitário quer ações dentro do programa, o que não é possível em produtos enlatados, abrindo uma janela extra para o conteúdo original local. “O fato de ser brasileiro abre oportunidades de negócios, com ações dentro do programa. Ainda assim, no final, o que vale é qualificação e audiência”, disse. Segundo Malu Antonio, gerente de publicidade e ativação da Fiat Automóveis e presidente do comitê de comunicação integrada da Associação Brasileira de Anunciantes, ainda há um problema em relação à regionalização. “Marcas nacionais precisam de regionalização, quem dirá as que são regionais”, disse. Anunciantes Orlando Marques, CEO da Publicis e presidente da Abap, defendeu um esforço conjunto entre os setores de TV paga e publicidade para alavancar o potencial do setor, sobretudo com a divulgação de cases de sucesso. Alguns cases foram apresentados no evento, trazendo números surpreendentes. A Citroen, por exemplo, tomou a iniciativa de abandonar o investimento em TV aberta. Segundo Alexandre Greif, gerente de marketing da 21
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foto: marcelo Kahn
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A nova métrica da TV foi tema de discussão com Carlos Queiroz da Fox; Fernanda Scozzafave, da Danone; Beatriz Melo, da Discovery; Adriana Favaro, da Loducca e Grupo de Midia; Antonio Wanderley, do Ibope.
empresa de cosméticos, a Natura tem desde 2010 o projeto “Aqui Tem Natura”, com um programa de televisão de 10 minutos exibidos na TV Record. Em 2013, embora o programa fosse o de maior afinidade junto ao seu target na grade da Record, foi percebida a baixa penetração no público AB, levando à exportação do programa para a TV paga, sem abandonar a TV aberta. “A pluralidade do meio permite fragmentar o conteúdo em temas, endereçando a públicos e interesses específicos, gerando a frequência necessária”, diz Santana. A estratégia foi adotar o canal GNT para “ancorar” o programa na íntegra e ampliar a cobertura com pílulas de três minutos nos canais Dicovery Home&Health e Viva. “A extensão do conteúdo para a TV por assinatura aumentou consideravelmente o número de pessoas impactadas no target, passando de 530 mil para 2,8 milhões no universo mulheres AB 18+”, comemora. Já a Máquina de Vendas, que, historicamente, dedica 95% do seu orçamento à TV aberta, resolveu, já em cima da hora, inserir suas marcas no contexto da Copa. Segundo Allan Barros, diretor comercial e de marketing da empresa, seus dois maiores concorrentes, líder e vice-líder de mercado, estavam bem posicionados com as propriedades de mídia do evento futebolístico. “Não tínhamos orçamento para fazer uma ação nacional. Para conseguir viabilizar, envolvemos
montadora, a verba de marketing foi cortada em 60%. Segundo ele, quase 50% do orçamento de marketing ia para a compra de mídia da TV Globo. “ Concentramos investimentos no digital, relações públicas e TV por assinatura. A afinidade do nosso target com a TV a cabo é muito grande”, diz. O resultado, diz Greif, é que hoje a Citroen perdeu de 30% a 40% do seu target, por não estar na TV aberta. “Mas a conta para reconquistar esses 40% não fecha”, diz. Segundo ele, a montadora trabalha com uma meta de manter um market share de 2%¨. É claro que a pressão das concessionárias, que perderam fluxo de loja, é alta. No entanto, diz o executivo, a Citroen tem, hoje, produto e fluxo de loja para chegar na meta. “O planejamento para o ano que vem é o mesmo”, diz, categórico. Em 2013, a Citroen fechou o ano com uma fatia de investimento do setor em publicidade 4,6%. Hoje, a fatia é de 2,8%, sem impacto negativo no seu market share. Novo target A Natura e a Máquina de Vendas do setor varejista responsável pelas marcas Ricardo Eletro, Insinuante, Salfer, City Lar e Eletro Shopping mostraram como a TV por assinatura os ajudou a atingir o target AB. Segundo Paulo Santana, diretor geral de mídia da Taterka, que atende a 22
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as cinco bandeiras do grupo, atuantes em cinco regiões diferentes e as cinco agências. Além disso, buscamos um parceiro, a Samsung”, conta. Patrocinando o SporTV, com complemento de mídia nos demais canais da Globosat, a Máquina de Vendas anunciou aparelhos de TV que têm um valor bem acima do seu ticket médio e que não foram anunciados em TV aberta. Com isso, mais de 300 mil telas com esse perfil foram vendidas de maio a junho, apresentando 101% de crescimento na categoria. Apenas entre aparelhos Samsung, a companhia saltou do 5º para o 2º lugar nacional em número de TVs vendidas. “O investimento não foi nem de 10% do que os concorrentes fizeram em TV aberta exclusivamente em Copa do Mundo”, diz Barros. “Quero estar mais presente neste meio, só que este segmento precisa regionalizar. O Brasil tem 25 regimes diferentes fiscais. Todo dia eu tenho que precificar de acordo com o regime de cada local. Sem regionalizar, vocês ficam dependentes de uma ação ou outra”, completou. Campanha relâmpago Já a Unilever, com a marca de sorvetes Kibon, resolveu usar principalmente a TV por assinatura para divulgar o “dia do sorvete”, com a meta de incentivar o consumo fora do verão. Em setembro do ano passado, em um único dia, a marca fez 1.203 inserções em 37 canais. Flávio Franco, diretor de contas de mídia da BorghiLowe, conta que a TV paga “ foi o meio que nos permitiu atingir a maior quantidade de pessoas possível em diferentes ambiente editoriais. Nenhum outro meio seria capaz de levar a campanha para estes diferentes segmentos”. A campanha, apenas no dia 23 de setembro, alcançou de 48% do público de pay-TV, com uma frequência média de 3,1 exibições por pessoa. *Colaborou Leandro Sanfelice
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Da redação
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Direto ao ponto foto: marcelo Kahn
Custos de programação, excesso de regulamentação, pirataria e desafios da tecnologia deram o tom dos debates da ABTA 2014, que apontou caminhos para o setor de TV por assinatura.
ABTA 2014: regulamentação e crescimento marcaram os debates
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TV por assinatura brasileira caminha em uma linha tênue entre o otimismo e a preocupação. Otimismo porque o mercado continua crescendo, e há muito campo a ser conquistado. Preocupação porque as amarras regulatórias e burocráticas podem frear este crescimento. Um exemplo é o novo regulamento sobre atendimento ao assinante, que cria normas muito rigorosas. “Às vezes para você melhorar o atendimento em 10% te gera um custo marginal tão alto que isso vai refletir na assinatura, e isso vai contra a política de universalização do serviço”, disse a TELA VIVA um executivo do setor. O discurso da ABTA, associação que congrega as principais operadoras e programadoras de TV por assinatura brasileiras, adotou
um tom de mínima intervenção na atividade econômica. Durante a abertura do congresso, o presidente executivo da associação, Oscar Simões, destacou o crescimento da indústria nos últimos anos e a oferta de um conteúdo plural, diversificado e de qualidade para seus 19 milhões de assinantes, que devem chegar a 20 milhões até o final do ano. A ABTA ainda lembrou que as cotas de programação incentivaram o surgimento de uma nova indústria de produção audiovisual nacional, mas também implicaram um aumento nos custos de programação. E destacou que, apesar de tudo isso, a TV paga brasileira segue sendo o serviço de telecomunicações mais bem avaliado pelos clientes e uma das mais baratas do mundo, em comparação com outros mercados. O recado dado por Simões reverberou entre executivos da indústria. José Felix, presidente da Net Serviços, criticou a carga tributária e as exigências 24
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impostas na regulamentação de direitos do consumidor, especialmente a oferta de pacotes promocionais de maneira isonômica para todos os assinantes. "O que vai acontecer é que não vamos poder oferecer promoção para mais ninguém se a interpretação for mesmo a de que todo mundo tem que ter a mesma oferta". Para o executivo, a regulamentação da Anatel induz os operadores a maquiarem suas ofertas para conseguir mantê-las sem ter que levar para toda a base. "As empresas podem se tornar menos transparentes para não ter que suspender a oferta. Ou vão ter que parar de fazer as ofertas de uma vez", especulou. Custos Uma proposta polêmica, mas há muito demandada por pequenos e médios operadores de TV por
Oscar Simões, da ABTA: serviço é o mais bem avaliado, mas peso regulatório pode impedir o crescimento.
fotos: daniel ducci
assinatura, foi pauta do congresso. O presidente da Anatel, João Rezende, prometeu entregar à Ancine um estudo sobre o impacto que o custo de programação pode estar tendo na concentração e na dificuldade de crescimento do mercado. Segundo Rezende, há indícios de que os custos dos insumos de programação, que são mais elevados para operadores que têm bases menores ou operadores que estão entrando no mercado sem nenhum assinante, estejam contribuindo para uma dificuldade de expansão do mercado de TV paga. "Essa questão tem que ser regulada pela Ancine, mas nós podemos mostrar que existe um problema concorrencial no mercado por conta disso", disse Rezende. A iniciativa afeta todas as programadoras que dão descontos progressivos por escala, mas especialmente a Globosat, que desde 2006, ao firmar um Termo de Ajustamento de Conduta com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), tem um modelo de comercialização dos seus canais com degraus de valores, que se tornam menores à medida que o número de assinantes cresce. Na ocasião, o Cade aceitou este acordo no âmbito de uma ação que visava quebrar a exclusividade dos canais de esporte da Globosat. O argumento é de que haveria cláusulas contratuais entre a Globosat e seus principais clientes (Net e Sky) que impediriam a quebra de exclusividade territorial dos canais e a simetria de preços. Se for adiante, uma eventual iniciativa de intervir neste modelo deverá ser fortemente contestada pelas programadoras e pelas operadoras com grande quantidade de clientes. No começo do ano, a Ancine já havia sinalizado a
Esse público não aceita qualquer porcaria, valoriza muito seu dinheiro (suado) e estão muito bem posicionados em produtos medium price", aconselha. Mônica Pimentel, VP de conteúdo da Discovery Networks, contou um pouco sobre as mudanças nas grades dos canais da programadora. "A gente vê a linguagem mais acessível, mais clara e um ritmo muito mais intenso. Mudou a estratégia na grade de programação dos canais, porque no aumento da população com TV paga, os canais tiveram de se tornar mais competitivos para atrair e reter o espectador por mais tempo no canal", diz. Para ela, diversificação, variedade e personagens e conteúdos que criem maior conexão com o público são essenciais: "É bastante equivocada a percepção de que a classe C exige menos qualidade. Filmes, programação infantil e esportes sempre foram porta de entrada, mas com o amadurecimento do mercado a gente vê um crescimento muito forte em outros gêneros como factual e lifestyle. Nosso portfólio cresceu 45% em audiência em relação ao ano passado; o Discovery Channel cresceu 63% e o Home&Health, 125%", garante. Os canais ESPN também foram positivamente impactados pela chegada da classe C. "O esporte está entre os conteúdos preferidos das classes C e D, é inclusivo, principalmente quando falamos de futebol – ele junta todos os níveis socioeconômicos. E temos estudado bastante como fazer com que o conteúdo esportivo chegue a todos os públicos. Fomos capazes de mudar nossa programação, lançamos a primeira aplicação de segunda tela do mercado brasileiro e batemos o recorde de audiência na Internet na Copa do Mundo com mais de
disposição de analisar os contratos de programação com vistas a garantir que canais nacionais independentes tivessem remuneração compatível com o que é pago por canais brasileiros e internacionais já consolidados. Classe média A base de usuários de TV por assinatura deve chegar aos 20 milhões de domicílios assinantes até o fim de 2014, segundo projeções da ABTA, o que significaria um crescimento de mais de 400% nos últimos dez anos. E grande parte desse crescimento se deu com a ascensão da classe média brasileira, impulsionada pela ampliação no número de pessoas com carteira assinada no País nos últimos anos, como lembrou em painel Márcio Falcão, do instituto de pesquisa Data Popular. "O símbolo do crescimento da classe C é a carteira de trabalho e 75% do aumento da renda familiar pode ser atribuído ao emprego. Em 2014 a classe C já representa 54% das famílias brasileiras e, dos assinantes de TV, 48% sai da classe C", pontua Falcão. A massificação da TV por assinatura, por sua vez, impactou diretamente essa indústria, não apenas aumentando sua base, mas mudando também conteúdos e grades de canais para atender a uma base mais ampla de consumidores distintos. "Para falar com a classe media, primeiro tem de romper barreira do preconceito de 'não querer vender para pobre'. E essa grande massa de consumo tem bolso de classe C, mas pode ainda ter a cabeça de classe D.
“Os canais tiveram de se tornar mais competitivos para atrair e reter o espectador.”
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Monica Pimentel, da Discovery
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( evento) “A maioria das pessoas viu a Copa em duas plataformas simultâneas. Ninguém mais está em um único device.”
para ranquear entre as maiores audiências sem pegar todo o espectro. A chegada desse enorme contingente das classes mais baixas foi o que impulsionou a TV paga", Cristina Bandiera, da Claro hdtv disse. No entanto, ele lembra que o custo está ficando alto, em comparação com produtos plataformas "É um desafio estrangeiros que também têm apelo cada vez maior desenvolver de audiência. "O consumidor estratégias não lineares, cada brasileiro de qualquer classe social vez mais não são simples. E é está interessado no conteúdo preciso levar em consideração importado, que chega aqui custando multicamadas, vários públicos, e qual o muito menos que o conteúdo papel de cada um dos canais (meios) na original brasileiro". interação do público com aquele cliente. Para Fernando Medin viceOs projetos devem promover presidente executivo profundidade de relacionamento com o ancine indica da Discovery, "há uma migração importante público", pontua. que pode Mas ela chama a atenção intervir nos da audiência para a TV "O produto é para o fato de que as valores pagos paga". relevante e atende os agências hoje trabalham aos canais interesses do público. com segmentações de brasileiros Estão se vendo público mais modernas, que na programação", vão bem além da classe de espaço social. "Não importa tanto se qualificado diz Medin. Dados apresentados é classe A, B ou C. Estamos pela diretora da Ancine Rosana mais interessados nos perfis e hábitos de Alcântara indicaram que os canais consumo de diferentes grupos de de TV por assinatura estão se consumidores", completou. adaptando às cotas de programação nacional impostas pela Lei Nacional 12.485/11 lentamente, mas de Para os programadores, o conteúdo maneira constante. A diretora brasileiro, embora seja caro, aumenta e mostrou os resultados de qualifica a audiência dos canais. fiscalizações realizadas pela agência "Enquanto o brasileiro quiser se ver na reguladora durante 43 semanas TV, estamos bem. Se um dia virarmos entre os meses de setembro de uma grande Miami, aí sim vamos ter que 2013 e junho de 2014. No período, achar outra coisa para fazer", brincou foram acompanhados 28 canais de Alberto Pecegueiro, diretor geral da 11 programadoras diferentes. Globosat, em painel no evento. Sobre as Nas primeiras dez semanas de produções independentes, ele diz que as fiscalização, uma média de 11 de alto valor "sempre tiveram canais deixaram de cumprir as performance de audiência exigências estabelecidas. Nas acima da média do horário últimas dez, o número cai para no canal". nove, com redução na média geral Para isso, destaca, é constante em todo o período. No preciso abarcar todas as geral, os canais cumpriram as classes sociais. "Hoje não dá exigências em 736 das 1204 semanas analisadas (28 canais vezes 43 semanas). Ou seja, as cotas “Os dados mostram uma foram cumpridas em 63% dos casos adaptação razoável às fiscalizados. “Os dados mostram normas (da Lei 12.485).” uma adaptação razoável às normas. Rosana Alcântara, da Ancine
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6 milhões de vídeos consumidos na segunda tela", destaca a diretora de inteligência de mercado da ESPN, Marcela Dória. Além disso, o canal já está entre os dez mais assistidos pelo público masculino. A estratégia da Fox foi fazer uma transição do conteúdo segmentado para algo que pudesse atender a uma maior diversidade de público. "Fizemos isso na transição do Bem Simples para o Fox Life. Nós procuramos mesmo o quantitativo. Os primeiros lugares na audiência da TV paga são canais abertos e a gente está em busca dessa massa. Para isso, estamos apostando em coproduções com todas as TVs abertas (menos a Globo)", revela o VP sênior de programação e conteúdo da Fox, Paulo Franco. Já a estratégia do Esporte Interativo é apostar em multiplataformas. "Estamos valorizando quem já tem TV por assinatura e tem devices conectados. Temos uma base de 9 milhões de pessoas que curtiram nossa página no Facebook e conseguimos alcançar quase 40 milhões de pessoas no Facebook durante a Copa do Mundo mesmo sem ter conseguido os diretos de transmissão. Nenhum canal conseguiu isso", comemora o VP de novos negócios, Leonardo Lenz Cesar. Ele citou também o sucesso do canal que a programadora lançou exclusivamente para a região Nordeste. "É uma das regiões com maior potencial de crescimento, e o conteúdo local contribui muito pra conquistar este público", disse. Para as marcas, a dica da VP de planejamento da DM9DDB, Laura Chiavone, é criar estratégias para interagir com as diferentes 26
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No entanto, a redução constante nos casos de irregularidade demonstra uma postura de busca de ajustamento”, conclui Rosana. No evento, a diretora voltou a comentar a questão dos valores pagos pelas operadoras e empacotadoras pelos canais com mais de 12 horas de programação independente nacional. A diretora disse que a agência está desenvolvendo estudos para avaliar quanto está sendo pago pelos canais e que poderá intervir no assunto se julgar necessário. Já no Fórum Brasil de Televisão, realizado em junho, representantes desses canais alegavam que os valores recebidos eram muito baixos, impedindo que investissem em uma programação de maior qualidade. Entre as prioridades apontadas por Rosana na agenda regulatória da agência, está a revisão da IN 100/12, em artigos relacionados ao tempo que a obra pode ficar na programação do canal antes de perder a validade na cota e a necessidade de envio sistemático de informações sobre a programação – a ideia é simplificar o processo de prestação de contas. No painel, Rosana dividiu a mesa de debates com Gustavo Surerus, advogado da Globosat, e Marcelo Yassuda, do conselho federal da ABPI-TV (Associação Brasileira de Produtoras Independente de Televisão). Na oportunidade, Yassuda pediu maior agilidade na liberação de recursos para as produtoras – uma reclamação constante da associação. “Entendemos que a burocracia é necessária quando estamos lidando com recursos públicos. No entanto, seria importante agilizar o processo e estabelecer prazos. Uma das maiores dificuldades do produtor é a incerteza”, disse. Surerus, por sua vez,
“Os primeiros lugares na audiência da TV paga são canais abertos e a gente está em busca dessa massa.” Paulo Franco, da Fox
criticou as mudanças promovidas pela agência na regulamentação das chamadas do Prodav neste ano. “Fiquei surpreso com as novas exigências nas regras do Prodav. Algumas ideias são boas mas, em um momento em que o mercado ainda está se adaptando, acabaram causado confusão e trazendo novas dúvidas”, explicou. O diretor de produção e desenvolvimento da Discovery, Roberto Martha, enumerou em sua participação na ABTA dois pontos que considera ainda problemáticos na regulação do setor e do cumprimento das regras criadas na Lei do SeAC. Segundo ele, o período de um ano para que um conteúdo possa cumprir cota de conteúdo nacional nos canais é muito curto. “O fato de um programa cumprir apenas um ano de cota é uma distorção que inibe investimento. Os riscos são altos. Ao assumir o risco, os canais não podem ser penalizados desta forma”, disse. “É desejável que este conteúdo permaneça na grade. A audiência é quem determina esse tempo. Acreditamos que este ponto deva ser revisto”, completou. O outro ponto citado por Martha foi a impossibilidade de uso de formatos internacionais para cumprir cotas de programação. A rigor, os formatos podem, sim, cumprir cota. No entanto, o detentor dos direitos internacionais precisa liberar o produtor independente brasileiro para vender o conteúdo gerado aqui em outras janelas e
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“O conteúdo local contribui muito pra conquistar este público.” Leonardo Lenz, da Esporte Interativo
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territórios, o que quase nunca acontece. Para Martha, os formatos internacionais, neste momento, poderiam contribuir na formação da indústria. “O formato internacional traz junto uma transferência de conhecimento, com a chegada de um roteirista, produtor ou showrunner. A produtora leva esse conhecimento”, diz. A Ancine sinalizou que deve se debruçar ainda este ano na revisão de algumas normas relativas às cotas de produção nacional na TV por assinatura. O diretor-presidente da agência, Manoel Rangel, disse no Congresso ABTA que deve flexibilizar principalmente o prazo de validade de um conteúdo para o cumprimento da cota em um canal, que hoje é de um ano. Segundo apurou TELA VIVA, a ideia não é simplesmente aumentar o prazo (uma demanda dos programadores, que querem ver o investimento em conteúdos ser amortizado em mais tempo), mas sim criar um sistema que leve em conta as diferenças entre os tipos de conteúdo e os canais. A proposta deve ir a consulta pública antes de ser transformada em norma. Outro item que pode ser flexibilizado é o que restringe o uso de programas musicais, para efeito de cota, aos canais musicais. Canais de outros gêneros poderiam usar estes programas em sua cota de programação nacional. Já os serviços de VOD (video on-demand) devem ter no futuro regras similares às da TV por assinatura linear no que se refere, entre outras coisas, a cotas de conteúdo nacional. Segundo Rangel, "estes serviços precisam valorizar a produção de conteúdo brasileiro. Queremos desenvolver um ambiente regulatório que permita a este serviço crescer, mas respeitando estes princípios". 27
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10 anos de olho no Brasil
( evento) “Os projetos precisam ter um plano de negócios, muitas vezes até sem a participação de um canal.”
fotos: marcelo Kahn
Segundo ele, a criação destas normas passa por um rearranjo da legislação do setor, o que não deve ser feito ainda este ano, por conta do ambiente eleitoral. "Não é um ano propício, há um excesso de sensibilidade no ar, e ainda é preciso fazer estudos sobre o setor".
Carla Albuquerque, da Medialand
requer um tempo de amadurecimento”, disse Débora. A equação, diz ela, seria os canais “arriscarem um pouco mais”, investindo com os produtores no desenvolvimento dos projetos. Carla Albuquerque, da Medialand, concorda apenas em parte: “o canal não é pai da produtora, é marido. Ele divide riscos”, disse. No entanto, ela acredita que cabe às produtoras investir em desenvolvimento dos projetos, inclusive na produção de pilotos. “Os projetos precisam ter um plano de negócios, muitas vezes até sem a participação de um canal”, diz. “E se eu quiser que a primeira janela seja uma Netflix?”, questiona. Carla cobra dos canais mais agilidade nas decisões sobre programação, lembrando que muitas vezes essa decisão nem é tomada no Brasil. “Os canais precisam agilizar as tomadas de decisão internas. Entender que o produtor independente não é um fornecedor”, disse. Débora Ivanov também abordou o financiamento da produção. Segundo ela, o Fundo Setorial do Audiovisual pode não ser, em alguns casos, a melhor opção. “Os projetos mais urgentes só acontecerão se os canais tiverem condições de bancar”, disse, apontando a morosidade do fundo na análise de projetos e liberação de recursos. “Há espaço para melhorar muito o FSA, mas não acredito que um dia será um balcão, onde buscamos os recursos mais rapidamente”, completou.
Produção Segundo a produtora Débora Ivanov, sócia da Gullane Filmes, hoje a maioria das produtoras não tem experiência na produção, sobretudo, dos formatos de realities. No entanto, ela diz que até o momento não houve muitos esforços na criação deste tipo de conteúdo no Brasil. “Será que, observando atentamente, não conseguimos aprender sem ter que importar algo pronto?”, pergunta. “Claro que trabalhar com formatos inéditos é mais arriscado, mas os formatos testados também foram inéditos um dia”, diz. Ter uma participação mais ativa, inclusive financeira, no desenvolvimento de projetos de produção pode ser o modelo para agilizar o processo criativo de novos programas. Segundo Débora , da Gullane, as produtoras não têm fôlego para desenvolver vários projetos de porte, com bons roteiristas e talentos. “Ressentimos muito ter ideias ótimas, mas sem recursos para investir nessa etapa”, diz, lembrando que os canais não aceitam conversar sobre um projeto ainda pouco desenvolvido. “O produtor acaba dando um jeito. Vai levar mais tempo, talvez um ano, para voltar ao canal com o projeto mais desenvolvido”, completou. “A nova linha do Fundo Setorial do Audiovisual para desenvolvimento será muito importante. Vai ter um volume de conteúdo de qualidade para ser negociado no Brasil. Mas isso é moroso. Todo mecanismo novo
“Os projetos mais urgentes só acontecerão se os canais tiverem condições de bancar.” Débora Ivanov, da Gullane
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Para Carla, a Ancine é apenas uma das fontes financeiras e o FSA é um investidor e quer ter retorno do investimento. “Como empresária, não posso ter um negócio que só sobreviva através da Ancine. Tem os prazos inerentes do dinheiro público, assim como os cuidados que esse tipo de investimento demanda”, completa. Percepção de valor Está claro para operadoras e programadores que a oferta de serviços adicionais de vídeo, com vídeo on-demand (VOD) e TV everywhere, é fundamental para fidelizar o cliente e aumentar a percepção de valor sobre a TV por assinatura. Os desafios estão no desenvolvimento e evolução dos serviços adicionais e, sobretudo, em um trabalho de comunicação e educação do cliente sobre estes serviços. Esse novo cenário tornou o negócio mais complexo para o setor. "Antigamente a complexidade era ter um canal à la carte e o pay-perview. Hoje o mundo pede a multiplataforma. A maioria das pessoas viu a Copa em duas plataformas simultâneas. Ninguém mais está em um único device", diz Cristina Bandiera, diretora de marketing e produtos da Claro HDTV. Segundo Márcio Carvalho, diretor de marketing e serviços da Net Serviços, há uma demanda muito forte por comodidade no acesso ao conteúdo. "Ter Wi-Fi no aeroporto faz diferença. Agora, o conteúdo também está disponível, pelo iPad", diz. Na casa do assinante, a mudança deve ser gradual, para não confundi-lo com uma série de novos serviços. "A gente está indo aos pouquinhos. Na parte de conectividade começamos na banda larga fixa, passamos a oferecer Wi-Fi, depois a plataforma móvel da
OiTV, tem dúvidas sobre a relevância Claro, agora o conteúdo também destes novos produtos na decisão do começa a ser oferecido em todos os assinante por uma operadora. "Hoje lugares", explica o executivo da Net. estamos no push mode na oferta desses "O nosso mercado tem os novos serviços. Não é o assinante que formadores de opinião, os early pede, nós é que oferecemos. Não percebo adopters, mas também tem uma isso como uma condição massa que está entrando. Temos que para a blue, nem para o cliente assinar TV", diz. Para ele, a educação do viabilizar os novos todos os serviços para eles", assinantes têm cliente é necessária no serviço principal e mais diz Silvia de Jesus, interesse básico, a TV linear. "O diretora geral da Blue imediato nas conteúdo linear de TV por Interactive. "Não plataformas assinatura ainda não está podemos investir grandes capitais em multitelas. ott tão difundido. Boa parte dos nossos novos clientes pesquisa e seria melhor desenvolvimento de opção de serviço não conhecem a programação. Temos o produtos adicionais trabalho de educar esses clientes. Não é de vídeo. Mas o OTT (over-the-top) um processo de 12 meses, que é o tempo das operadoras é uma boa oferta, de fidelização", afirma. "Os OTTs lançados como o Telecine Play. O OTT é fácil de forma segmentada, cada um de um de explicar ao público não tão canal, também dão trabalho na especializado", completa. educação", completa. Já Ariel Dascal, diretor geral da
Flavia Hecksher, diretora de marketing do Telecine, conta que, com a chegada dos concorrentes OTT puros, a rede de canais premium resolveu investir em uma oferta também em OTT. "Já tínhamos uma marca forte só de filmes e a equipe que faz a melhor curadoria", explica. Segundo ela, percebeu-se que a oferta não afeta a audiência linear do canal, enquanto traz mais momentos de contato com o cliente. "A ocasião de consumo é complementar. No VOD é visto fora do prime time linear. O assinante quer o horário que ele vai assistir", afirma. O investimento feito, no entanto, não tem retorno financeiro. "A conta ainda não fecha. Agregamos muitos custos e pouca receita. O assinante agora paga por seis canais lineares e o everywhere, com ainda mais títulos e encoding diferente", completa Flavia.
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foto: daniel ducci
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(galeria)
José Formoso, presidente da Febratel, falou na abertura do evento foto: daniel ducci
Público aproveitou os intervalos para networking
Dr. Ayham Al Banna, da Arris foto: daniel ducci
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José Francisco de Araújo Lima, das Organizações Globo
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Abertura do evento reuniu o presidente da Ancine, Manoel Rangel, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o presidente da ABTA, Oscar Simões, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o presidente da Anatel, João Rezende
Fernando Sugueno, diretor de programação da Band
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Hugo Marques, da Cisco, falou sobre DVR em nuvem nos STASeminários de TV por Assinatura
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Os apresentadores do “Manhattan Connection” (GloboNews), Ricardo Amorim e Lucas Mendes, entrevistam Carlos Zenteno (Claro), Fernando Medin (Discovery) e José Felix (Net)
Feira e congresso atraíram público superior a oito mil pessoas durante três dias
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FOTO: marcelo Kahn
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Agências e anunciantes apresentam cases de sucesso de investimento em TV por assinatura.
O consultor internacional Lee Hunt foi um dos destaques da ABTA, com palestra sobre melhores práticas em programação e promoção de conteúdos
Food trucks foram outra novidade desta ABTA Russel Wolff, VP executivo da ESPN, foi um dos convidados internacionais do evento
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Julio Worcman, do canal Curta!
FOTO: marcelo Kahn
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Ricardo May, da Cianet
O segundo bloco do “ABTA Connection” teve participação de Alberto Pecegueiro (Globosat), Daniel Chalfon (Grupo de Mídia e Loducca) e Andrea Barata Ribeiro (O2)
FOTO: marcelo Kahn
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Painel debateu o futuro do pequenos e médios operadores com Samuel Possebon (Teletime), Eduardo Pauletti (Multiplay), Laércio Ribeiro (iON), Rodrigo Shuch Wegmann (Algar Telecom), Daniel Barros (Net), Leandro Santos (Blue) e Hector Pedemonte (Coax/Cabo Natal)
Renato Cotrim apresentou a solução Mediaroom, da Ericsson, no Showcase Arena, novidade da feira deste ano
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Discovery distribuiu doces italianos para promover o novo programa do “cake boss” Buddy Valarto
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( crescimento )
Da redação
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Base em expansão Ipsos aponta que DTH ainda pode aumentar de 10% a 20% este ano, e até mais nas capitais do Nordeste. Estratégia passa pela oferta conjunta de serviços de telecom.
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fotos: daniel ducci
TV por assinatura via satélite (DTH) foi o principal motor da expansão média de 30% ao ano do mercado de TV paga desde 2009 e deve continuar puxando o crescimento do segmento. Segundo dados apresentados pela empresa de pesquisa e inteligência de mercado Ipsos na ABTA 2014, embora o crescimento do mercado de TV por assinatura tenha arrefecido – foi de 11% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013, o DTH ainda tem muito especo para crescer, tanto nas regiões metropolitanas da capitais quanto no interior. “Há um potencial de crescimento de 10% a 20% para o DTH este ano. Em áreas metropolitanas do Recife ou de Salvador pode chegar a 18%, 19%”, estima o diretor da Ipsos, Flávio Ferrari. E, segundo Ferrari, para continuar crescendo, as operadoras de DTH têm nas mãos alguns desafios, como rever seu modelo de negócios para entregar o conteúdo não apenas nos pacotes lineares, mas onde e quando o consumidor quiser e aproveitar a convergência com outras plataformas. “Hoje 80% das pessoas no Brasil têm acesso a uma segunda tela e temos um contingente crescente de pessoas com acesso a pelo menos três telas. O consumidor está disposto a pagar pelo conteúdo se estiver disponível quando e onde quiser. Além disso, é preciso evoluir também as medições de audiência para melhorar a fatia do 34
bolo publicitário para a TV por assinatura, porque as medições ainda são domiciliares, mas o consumo de vídeo está passando a ser individual”, pontua. A ideia é aproveitar o tempo que as pessoas gastam em seus dispositivos. No Brasil, enquanto a média é de 4,2 horas gastas em frente à TV, os brasileiros passam ainda 1,6 hora em tablets, 6 horas utilizando um computador e 6,4 horas usando seus smartphones. De 2013 para 2014, o número de pessoas que assistiam TV linear caiu de 95% para 86%; o time shifting é realidade crescente, as pessoas que utilizam alguma forma de gravação ou catch-up para ver os conteúdos da TV passou de 26% para 54% no mesmo período; o consumo de vídeos em consoles de videogame subiu de 25% para 54%; e em computadores, tablets e smartphones, de 23% para 50%. “Outro dado relevante que começa a aparecer em 2014 é que 5% dos pesquisados já não assistem TV”, destaca. Estratégias Associar o serviço de TV por assinatura via satélite com outros serviços de telecomunicações, como telefonia e banda larga tem sido a estratégia das operações de DTH encabeçadas pelas teles. A Claro hdtv, que começou como Via Embratel, estruturou seu modelo de crescimento a partir da construção de uma rede de parceiros para venda, instalação
“Somos um pouco impacientes com um crescimento menor, mas esse crescimento de 11% é espetacular.” Antônio João Filho, da Claro hdtv
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“O consumidor está disposto a pagar pelo conteúdo se estiver disponível quando e onde quiser.” Flavio Ferrari, da Ipsos
e manutenção dos serviços – e que são remunerados também pelo tempo que o assinante permanece na base –, tem sentido o número de adições mensais diminuir um pouco. “Somos um pouco impacientes com um crescimento menor, mas esse crescimento de 11% é espetacular, não dá para dizer que a coisa está reduzida. Todas as empresas buscam instalar dentro da casa dos clientes uma contratação cada vez maior de serviços e é isso o que estamos fazendo com a oferta do Claro Combo, a partir das redes 3G e 4G da Claro para oferecer telefonia fixa, móvel e também banda larga”, detalha o diretor geral da Claro hdtv, Antônio João Filho. Durante a ABTA 2014 a Claro hdtv anunciou o lançamento de uma oferta multi-play com TV, banda larga 3G/4G, telefone móvel e telefone fixo. Agora que a operação de DTH está estruturalmente vinculada à Claro, o grande desafio, segundo Antônio João, passa a ser a integração plena de estratégias e sistemas. “Hoje, na nossa oferta multiplay, o consumidor já é atendido por uma única empresa da compra ao atendimento”. Além dos combos, a aposta da Claro hdtv é aumentar a oferta e diversidade de canais. “Hoje estamos usando toda a capacidade de banda Ku do satélite C2 (da Star One) e planejamos mais do que dobrar nossa capacidade em 2015, com o
lançamento do C4. Vamos usar para lançar mais canais e também para funcionar como um backup de segurança, para ter redundância”, conta o executivo. Hoje a Claro carrega cerca de 200 canais HD e SD no satélite C2. Está em testes internos também uma caixa conectada para levar interatividade ao serviço de DTH da Claro. Segundo Antônio João, a caixa poderia tanto usar uma conexão fixa à Internet quanto a conexão móvel da Claro através de um modem 3G ou 4G. “As caixas já têm porta USB, o que precisaríamos fazer é uma atualização de software pelo próprio satélite”. A Oi, por sua vez, colocou a TV por assinatura como seu carro-chefe
“Nossa estratégia é massificar a TV, é de inclusão com qualidade.” Fernanda Araújo, da Oi TV
para ampliar sua própria base de clientes de outros serviços de telecom. “Temos uma base de 18 milhões de clientes de telefonia fixa e 6 milhões de banda larga e a Oi TV é o nosso carro-chefe para o triple-play. Há uma demanda reprimida forte e a TV é a nossa porta de entrada para as classes C, D e E, que já têm telefonia e ou banda larga. Nossa estratégia é massificar a TV, é de inclusão com qualidade e relevância, e para isso temos toda uma inteligência para fidelizar nossa base”, explica a executiva de inteligência de mercado da Oi TV, Fernanda Araújo. “Temos uma estratégia de retomada agressiva do mercado e estamos colhendo os frutos de trabalhar
junto com nossos parceiros anteneiros onde estamos de fato posicionados para brigar pelo mercado”. Marketing Das operadoras de DTH brasileiras, a única que não tem uma oferta nacional de banda larga 3G/4G e uma oferta de telefonia fixa é a Sky. No entanto, é a operadora que mais cresce. O segredo, na avaliação das concorrentes, está nos pesados investimentos em marketing. Estimase que a Sky gaste cerca de R$ 1 bilhão ao ano em publicidade, o que é o dobro da Net e muito mais do que Claro hdtv, Vivo TV e GVT TV gastam. “É inegável que a Sky tem uma estratégia muito bem montada e uma equipe competente”, diz Antônio João Filho. “Mas para entender o crescimento da operadora é preciso olhar também para o investimento em mídia que eles fazem”, diz.
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Da redação
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Quanto mais telas, melhor Operadoras e programadoras lançam na feira novos serviços digitais para fidelizar os usuários e brigar com o OTT.
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Congresso ABTA 2014 foi plataforma de lançamento de novidades nos serviços de vídeo on-demand (VOD) e TV Everywhere (TVE) de programadoras e operadoras. Faz sentido. Segundo Artie Bulgrin, vice-presidente sênior de análise e pesquisa da ESPN/Disney, as pessoas que usam diversas plataformas de mídia não passam menos tempo vendo televisão. Pelo contrário. "Todas as outras mídias são incrementais à televisão. Um heavy user de uma mídia, é, provavelmente, heavy user de todas as mídias". Ele apresentou no evento alguns dados do Project Blueprint, um sistema de mensuração de audiência multiplataforma desenvolvido pela programadora. A tese de Bulgrin é comprovada por dados obtidos em setembro do ano passado entre usuários multiplataforma da ESPN nos Estados Unidos. O número de horas que homens com mais de 18 anos passam consumindo conteúdos da ESPN cresce conforme o número de plataformas usadas. Naquele mês, os que consumiram conteúdos por apenas uma plataforma passaram 4h43 consumindo estes conteúdos. Os que usaram duas plataformas dedicaram 19h45 no mês consumindo os conteúdos. O número de horas passadas consumindo conteúdo cresce para 27h26, entre os que usam três plataformas, e 30h57, entre os que acessam quatro plataformas. Nestas plataformas incluem-se a TV, Internet, celular e até mesmo o rádio.
Para operadoras e programadoras serviços online são cada vez mais parte integrada de seus pacotes
Segundo Bulgrin, a mensuração multiplataforma é essencial para entender como aumentar e servir a audiência e medir o impacto real da publicidade entre as mídias. Sobre a possibilidade de assistir qualquer conteúdo em qualquer lugar e momento, Bulgrin diz que a importância da curadoria do programador de TV não diminui. O consumo de TV ao vivo cai em algumas demografias e cresce em outras, mas as pessoas ainda estão vendo mais TV do que qualquer outra coisa, explica o executivo "A programação linear ainda é a única forma de criar awareness (percepção da marca)", afirma. A importância do impacto gerado pela programação linear no serviço on-demand também foi notada no serviço de VOD da Net, o Now. Segundo Alessandro Maluf, gerente de marketing da operadora, a maior parte dos conteúdos consumidos sob demanda são de “catch-up TV”, ou 36
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seja, conteúdos fortes dos canais lineares assistidos posteriormente. "O lançamento da semana no Telecine acaba sendo também o mais assistido no VOD", exemplifica. Reação A TV por assinatura assimilou em boa parte o surgimento dos serviços over the top (OTT), e reagiu a eles com soluções próprias. A Netflix, vista até então como grande ameaça ao setor, foi pouco mencionada durante os debates. Há dois anos, o serviço dominou as discussões. Questionados durante um painel, alguns representantes apontaram que o serviço ainda é visto como uma ameaça, mas agora o setor já está melhor preparado para enfrentá-la, ou, pelo menos, conviver com ela. "Não diminuiu a nossa preocupação com este competidor.
Temos algum silêncio em relação a ele porque estamos mais seguros. Mas não vamos baixar a guarda", diz Gustavo Ramos, diretor de novas mídias da Globosat. Segundo o diretor geral dos canais Telecine, João Mesquita, a ameaça não é menor, uma vez que a Netflix tem condições "de guerrilha". Isso porque ela não está atrelada ao ecossistema da TV por assinatura e chega à casa do assinante sem precisar investir em infraestrutura nem depender de uma parceria com outras empresas. "Esse ecossistema nos traz vantagens e desvantagens", diz. "Temos a vantagem de ter os blockbusters na primeira janela. Além disso, boa parte dos novos consumidores do Telecine já dá maior importância ao conteúdo on-demand do que ao linear nos canais. Há assinantes que veem muitíssimo mais filmes no Now do que no linear", diz. "Consigo justificar nossa presença nesse ecossistema e nosso preço tendo 80% dos blockbusters lançados no Brasil", completa. Rodrigo Marques, diretor executivo de estratégia e gestão operacional da Net, diz que a preocupação da indústria foi saudável no momento em que o novo serviço se preparava para aportar no País. "A indústria se preparou para atender à demanda por esse serviço. Hoje ele é só um serviço adicional, não uma ameaça", afirma. Pegou O Now é talvez o melhor exemplo de como a indústria abraçou o serviço. Seu acervo conta com cerca de 20 mil títulos, somando o que vem dos canais de TV, que são gratuitos para os assinantes que tem os canais em seus pacotes, e os conteúdos transacionais. E, de acordo com o diretor de programação da operadora, Fernando Magalhães, o Now já é a maior plataforma de
“Um heavy user de uma mídia, é, provavelmente, heavy user de todas as mídias.”
ser acessado pela Internet por smartphones, tablets e computadores a partir de login e senha e dará ao assinante acesso aos conteúdos que ele já tem na TV, incluindo os Artie Bulgrin, da ESPN alugados pelo controle remoto. Além venda de conteúdos de vídeo disso, mesmo aqueles que não digital do Brasil, com mais possuem o Now na TV poderão receitas e transações do que contratar o Now Online com a qualquer outro serviço de contratação dos serviços Now Clube aluguel ou venda de conteúdos (Clarovideo, Philos ou +Combate). transacionais no País. "Em O serviço permite ainda recursos termos de vendas de filmes, hoje somos a integrados como pausar um maior fonte de venda de vídeo digital no conteúdo sendo assistido em um Brasil, falando em termos transacionais", dispositivo, como a TV, e retomá-lo comemora. Ele explica que a Netflix não num tablet. É possível também entra nessa conta, já que o assinante desse marcar conteúdos na interface mais serviço paga um valor mensal para ter amigável para a navegação do tablet acesso ilimitado a todo o conteúdo da e depois selecioná-los mais plataforma. "Tem estúdio (dos grandes de facilmente pelo controle remoto Hollywood) em que 80% das vendas de para ser assistido pela TV. filmes digitais acontecem no Now, Mesmo dando agora a comparando com os outros possibilidade de acesso serviços de aluguel ou venda acervo do now a conteúdos fora da de conteúdos transacionais tela da TV, a compra de conta com no Brasil, como Saraiva cerca de 20 mil conteúdos Digital, iTunes, Google Play transacionais, como um títulos. Cerca filme em cartaz no payou qualquer outra de 70% da base per-view (PPV), plataforma de VOD de prestadoras de TV por de usuários da continuará sendo feita assinatura no Net já usou o apenas TV, usando o País", revela. controle remoto. De serviço Cerca de 70% da base de acordo com o diretor usuários da Net já usou o Now, revelou de marketing da Net, Márcio Rodrigo Marques, diretor de estratégia e Carvalho, embora seja simples operações da operadora. tecnicamente, a Net optou por não O diretor de marketing da Net, Márcio oferecer a compra dentro dos Carvalho, estima que o conteúdo gratuito aplicativos móveis para evitar ter de para assinantes dos canais totalize apenas repartir a receita com as lojas de 5 mil títulos, mas "são responsáveis pela aplicativos (App Store e Google Play). grande maioria das visualizações do Now". "Já trabalhamos com margens muito "Os conteúdos gratuitos para assinantes pequenas na oferta de transacional e são responsáveis por algo entre 70% e mesmo que aumentemos o preço, 80% de tudo o que é assistido ainda assim não compensa no Now", detalha Magalhães. fazer o revenue share com A Net anunciou na ABTA a as lojas", justifica extensão das funcionalidades Carvalho. do Now. O serviço agora pode Também por uma questão de billing, para que a compra de um PPV “Boa parte dos novos seja cobrada diretamente consumidores já na fatura do cliente, será dá maior importância possível, apenas para ao conteúdo on-demand quem já tem o Now em do que ao linear.” casa, comprar também João Mesquita, do Telecine
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pela tela de um computador. Mas isso não deve ser divulgado para evitar confusão na cabeça do consumidor. Para deixar tudo mais simples, a Net deve concentrar a compra transacional apenas pelo controle remoto. Uma vez adquirido, o conteúdo poderá ser assistido em qualquer dispositivo.
Gustavo Ramos, da Globosat
para as plataformas online (veja BOX). “Em um futuro próximo, a relevância dos serviços irá se alterar, com o VOD atuando como protagonista inclusive na demanda por conteúdo”, disse Ramos. "Acho que dentro de alguns anos os papéis irão se inverter. Produziremos conteúdo pensando no Globosat Play para depois direcioná-lo para um canal. Não faz sentido não aproveitar o conteúdo também na programação linear, mas o protagonismo será das plataformas de TV everywhere e VOD", conclui. Ramos defendeu a padronização e a simplificação dos métodos de autenticação adotados pelas operadoras. "É um desejo natural quando se atua com um conteúdo premium querer proteger seu negócio. Contudo, se complicarmos demais podemos acabar atrapalhando. Temos que lembrar que nossos concorrentes atuam de maneira mais simples", disse.
Remodelado Em maio deste ano, a Globosat anunciou uma reformulação em sua estratégia on-demand. Saiu de cena o Muu, serviço oferecido pela programadora desde 2011 e, em seu lugar foi apresentado o Globosat Play. Reunindo vídeos de todos canais do grupo, a plataforma atual de VOD do grupo agrupa o conteúdo por canais, e não mais por gênero como ocorria no Muu. De acordo com Gustavo Ramos, diretor de novas mídias da Globosat, menos de três meses depois de promover a mudança de marca e adotar nova estratégia, a programadora já registra audiência três vezes maior do que quando operava com o Muu. "Foi uma surpresa para nós. Na minha opinião, isso aconteceu porque nossos canais tem perfis bem definidos de telespectadores que se identificam com a marca desses canais. Quando o conteúdo está em uma página desse canal, fica mais fácil para o assinante encontrá-lo. Faz mais sentido que deixá-lo misturado, perdido debaixo de uma marca diferente", opina o executivo. Para ele, o principal desafio da programadora agora é conseguir monetizar com a audiência da plataforma. "É preciso encontrar um meio de oferecer métricas precisas para o anunciante. Isso é um desafio quando se trabalha com tantas plataformas diferentes", disse. A Globosat está criando pela primeira vez conteúdos exclusivos
Offline Ainda no campo das novidades, o Telecine lançará, nas próximas semanas, uma nova funcionalidade no aplicativo Telecine Play para tablets. Disponível primeiramente para iPads, e, em aproximadamente três meses, em equipamentos Android, a nova versão do aplicativo Telecine Play permitirá fazer o download de filmes. Segundo João Mesquita, diretor geral dos canais Telecine, será possível baixar alguns filmes
para que sejam assistidos posteriormente. "Queríamos uma solução para acabar com a principal limitação do aplicativo móvel, o uso em ambientes offline", explica o coordenador de novas mídias e marketing do Telecine, Tiago Lessa. Será possível baixar até cinco filmes por dispositivo, de uma biblioteca de aproximadamente 200 filmes. A biblioteca disponível para download deve subir, brevemente, para 500 títulos, dos cerca de 1,5 mil disponíveis na plataforma de VOD. Cada título toma cerca de 500 Mb da capacidade de armazenamento do dispositivo. Após um prazo de 15 dias, o filme será apagado automaticamente, caso o usuário não tenha feito isso antes manualmente, para liberar espaço no dispositivo. Além disso, caso o título tenha o direito de uso na plataforma vencido, também será deletado dos dispositivos dos usuários. Para baixar e assistir os filmes é necessário ser assinante dos canais Telecine e o arquivo só pode ser acessado através do aplicativo. Futuramente, a funcionalidade será expandida às outras plataforma onde o Telecine Play funciona, como smartphones e PCs. O Telecine Play também contará com um novo aplicativo, primeiramente para iPad e, em sequência, para tablets Android, destinado ao público infantil de 6 a 12 anos. Ainda sem nome definido, o serviço fará parte do pacote Telecine, oferecido aos assinantes dos canais de filmes. O aplicativo terá apenas filmes destinados ao público da faixa etária e
Produção original
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Globosat está produzindo sua primeira série feita originalmente para exibição em uma de suas plataformas on-demand. A série de cinco episódios "Poesia em Movimento" integrará o catálogo do Philos, serviço de VOD por assinatura (SVOD) da programadora ainda no segundo semestre. A série é apresentada pela cantora e compositora Adriana Calcanhotto, e a cada episódio receberá um convidado para cantar e debater obras de poetas da língua portuguesa. Os convidados são Arnaldo Antunes, Antônio Cícero, Eucanaã Ferraz, Claudia Roquette-Pinto e Alice Sant'Anna e a professora e acadêmica D. Cleonice Berardinelli.
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terá uma estrutura única, porém personalizável. A página inicial do aplicativo se adaptará aos gostos do usuário, bem como à sua idade e gênero. "O aplicativo vai 'crescendo' com a criança, sugerindo conteúdos adequados à sua idade, sem deixar de se adaptar aos seus gostos pessoais", explica Tiago Lessa. Para criação do app, a rede de canais de filmes contou com uma consultoria externa, que pesquisou hábitos de consumo de crianças na faixa atendida. Além dos filmes infantis que fazem parte do acervo do Telecine, o app terá outros conteúdos ligados a estes filmes como jogos e, futuramente, séries de TV baseadas nos longas. Também contará com uma rede social, através da qual os usuários podem compartilhar o que assistiram e mostrar os prêmios virtuais que conquistaram ao acessar os conteúdos da plataforma. "Também criamos uma ferramenta para que os pais possam acompanhar o que os filhos fazem e customizar o seu uso", explica Lessa. Cada ação da criança é documentada e exibida na área de gestão destinada aos pais. "Queríamos uma solução que deixasse os filhos à vontade, mas que também desse uma segurança aos pais", explica. O aplicativo será lançado no último trimestre, provavelmente no dia das crianças, em outubro. A nova funcionalidade de download de alguns filmes que existirá no aplicativo Telecine Play também estará disponível no app infantil. Vivo Nos planos da Vivo desde 2013 pelo menos, o serviço de TV everywhere com programação em tempo real foi lançado pela operadora durante a ABTA 2014. A solução, desenvolvida internamente em conjunto com parceiros, leva a assinantes do serviço Vivo TV Fibra os canais ao
"São seis canais, mas tem possibilidade de aumentar. São direitos, não fazemos isso sem negociar com o gerador." Roberto Piazza, da Vivo
vivo Band, Band Sports, Band News, Woohoo, Eurochannel e Arte 1 para dispositivos móveis com o aplicativo Vivo Play, que continua também como plataforma de video on-demand (VOD). Segundo o diretor executivo de negócios digitais da Telefônica/Vivo, Roberto Piazza, a solução móvel ainda deverá crescer. "São seis canais, mas tem possibilidade de aumentar. São direitos, não fazemos isso sem negociar com o gerador", diz ele sem dar previsão de inclusão de mais canais. O aplicativo terá também a função de controle remoto, desde que o smartphone
a nova versão do aplicativo Telecine Play permitirá fazer o download de filmes ou tablet estejam na mesma rede Wi-Fi ligada à banda larga da operadora. Piazza explica que é preciso "parear" os set-top boxes (STB), para escolher qual será controlado no momento, por meio de um novo app (ainda não lançado) para o middleware MediaRoom (na época da Microsoft, depois adquirida pela Ericsson), que equipa as caixas de IPTV da empresa. "Através do guia, você muda de canal, começa a assistir e pode botar para gravar. E ele tem uma segunda tela onde você usa tudo que pode precisar da IPTV, com botões específicos de volume, canal, configuração de tela e navegação pelo menu." Da mesma forma como pode comandar os receptores de TV, o Vivo Play ainda vai
“Hoje somos, com o Now, a maior fonte de venda de vídeo digital no Brasil.” Fernando Magalhães, da Net Serviços
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permitir gravação remota com o recurso de gravador Multiroom, que permite até três gravações simultâneas. Além disso, o cliente poderá assistir ao conteúdo gravado em qualquer set-top box da casa. Outra novidade apresentada durante a ABTA foi o set-top box Wi-Fi. Fornecido pela Cisco, o equipamento utiliza a própria rede do usuário para transmitir o sinal de TV para diferentes pontos, que podem, assim, ser movidos dentro da residência de acordo com a conveniência do usuário. Roberto Piazza garante que essa transmissão não interfere na conexão de Internet na rede WLAN. "Como (os equipamentos têm) as próprias redes de 2,4 GHz e 5 GHz, com antena de alto desempenho, eles têm bastante alcance", explica. Naturalmente, pode haver problemas de acordo com a topografia do imóvel. Para garantir a estabilidade, a orientação para os instaladores ainda é de privilegiar o serviço com cabo (para ligar STBs na residência, utiliza-se cabo coaxial a partir do roteador), mas ele diz que já há disponibilidade do novo equipamento para o assinante que desejar. Piazza destacou o crescimento de 30,4% no segmento de TV por assinatura da empresa, que em junho contava com 688 mil clientes, incluindo assinantes de DTH, que ainda é a maioria. A Vivo não abre os números do IPTV, mas lembra que conta com 273 mil clientes com FTTH na região metropolitana de São Paulo. "O mix aos poucos foi melhorando", diz o executivo comparando com a fase pré-reestru turação, antes de a companhia adotar a plataforma Mediaroom. "No mercado de consumidor pessoa física, a maioria das instalações de hoje não vem com banda larga pura, vem com combo", diz. 39
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( pirataria )
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TV pirata Mercado de TV por assinatura se mobiliza contra o furto de sinais, e apresenta o tamanho real do problema: 4,2 milhões de “assinantes”.
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V por assinatura é um negócio que vive, essencialmente, de vender canais a um assinante. No modelo clássico, o canal ganha a cada novo assinante conquistado pela operadora. O problema é que desde que o modelo formal foi criado, um paralelo também se desenvolveu, e assim surgiu a pirataria de TV por assinatura, que é a distribuição de canais sem a remuneração devida. O problema é antigo, e vem desde as redes de cabo clandestinas que existiam em dezenas de cidades brasileiras na década de 1990, captando indevidamente sinais do satélite e distribuindo-os a assinantes desavisados. Mas o problema cresceu e se sofisticou. E agora, pela primeira vez, está devidamente dimensionado. Segundo a Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA) e o Sindicato das Empresas de TV por Assinatura (Seta), existem hoje 4,2 milhões de domicílios que recebem sinais de TV por assinatura clandestinamente, ou seja, sem que a contratação se dê de um modo legalmente previsto. Isso significa 23% do mercado oficial, que era de um pouco menos do que 19 milhões de assinantes quando a pesquisa foi feita. Ou, fazendo a conta inversa, significa que hoje existem quase 23 milhões de domicílios recebendo sinais de TV por assinatura, mas apenas uma parte (75%) paga por isso de forma legal. O problema, chamado de furto de sinal pelas associações da indústria,
ganhou uma dimensão relevante sob qualquer aspecto que se olhe: competitivo, tributário, regulatório ou tecnológico. "Se fossem assinantes, esses usuários que recebem o sinal indevidamente representariam a terceira maior operadora do país", explica Antônio Salles, consultor e diretor do Seta, na apresentação do levantamento feito durante a ABTA 2014, que aconteceu no começo de agosto, em São Paulo. Seria uma operação menor apenas do que a Sky e a Net, resume Salles. Do ponto de vista tributário, a falta de recolhimento dos impostos por conta do serviço ilegal gera perdas de cerca de R$ 3 bilhões, diz a ABTA, e o prejuízo para a indústria é da ordem dos R$ 6,4 bilhões, se computadas as mensalidades que seriam pagas pelos assinantes e canalizadas para as operadoras e programadoras.
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Erosão Mas o problema mais grave é a erosão do espaço de crescimento da indústria. Se forem computados todos os domicílios atendidos por serviços de TV por assinatura, incluindo aqueles atendidos clandestinamente, a penetração de TV paga sobe para cerca de 36% (contra pouco menos de 30% nos dados oficiais), comendo quase um quarto do potencial de mercado projetado pela maior parte das empresas, que consideram 50% a penetração possível de ser alcançada no Brasil. A pesquisa de pirataria da ABTA foi feita de uma maneira diferente dos levantamentos anteriores sobre o tema. Normalmente, os números baseavam-se em uma estimativa
“Os clandestinos podem ser qualquer um da população.” Rubens Hannun, da H2R
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com base nos índices de penetração medidos pelo Ibope. Agora, a ABTA e o Seta resolveram mudar a abordagem e elaboraram, em conjunto com a consultoria H2R Pesquisas, uma metodologia que busca entre os domicílios que declaram consumir conteúdos de TV aqueles que efetivamente estão consumindo conteúdos de TV paga e, destes, quais recebem o sinal por meios legais. Assim, se dentro da amostra alguém declarou, por exemplo, ter visto nos últimos dias um conteúdo que só passou na TV paga, é feito um cruzamento com a base de dados de assinantes reais para saber se aquele domicílio efetivamente pertence aos 19 milhões de assinantes reportados nos números da Anatel. Foram ao todo 1.750 entrevistas com quem assiste TV, o que dá uma margem de erro de 2,3%. Extrapolando-se os resultados das entrevistas, que foram selecionadas dentro de critérios estatísticos e feitas em pontos circulantes, a pesquisa apontou para um total de 22,8 milhões de domicílios recebendo conteúdos de TV paga. A maior parte dos assinantes clandestinos (58%) está nas cidades de interior, mas não existe um traço socioeconômico comum. O surpreendente é que entre aqueles que recebem sinal de TV paga de forma clandestina, 38% admitem que estejam recebendo clandestinamente e não consideram isso um crime ou irregularidade. Sem saber Para Rubens Hannun, diretor da H2R, responsável pela pesquisa, não há diferenças significativas que
caracterizem aquele que pirateia o sinal de canais de TV. "Os clandestinos podem ser qualquer um da população, homem ou mulher, de qualquer idade ou de qualquer nível de escolaridade". Os números da pesquisa contratada pela ABTA excluem possíveis equívocos estatísticos, como pessoas que estão assistindo a DVDs com conteúdos ou usuários de sistemas de recepção de TV na banda C. Também excluem assinantes de serviços de DTH que só têm canais abertos, como o Sky Livre ou o Claro Livre. Mas não excluem serviços de recepção de sinais de paga legais mas que são distribuídos irregularmente. Há alguns anos que pequenos operadores de TV por assinatura se queixam da concorrência de pacotes de operadoras de DTH (a Sky é a mais citada, por ter a estratégia mais agressiva) que incluem vários pontos extras e todos os canais. O instalador, deliberadamente, distribui cada um desses pontos em uma residência e "centraliza" a cobrança. Assim, pacotes que deveriam custar algumas centenas de reais acabam saindo por cerca de R$ 70 para cada "ponto". O que nas estatísticas gera um assinante de TV paga representa, na prática, quatro ou cinco residências conectadas com o serviço. Durante a ABTA 2014, a pirataria foi alvo de críticas abertas de executivos de várias operadoras. Para Rodrigo Schuch, diretor de mercados residenciais da Algar Telecom, o problema é especialmente grave no interior, onde estão as maiores oportunidades de expansão pelo fato de o mercado ser menos atendido. "Em uma área classe A de Uberlândia, onde o cliente comprava um pacote completo de TV por assinatura e uma banda larga de 20 Mbps, agora tem o decoder pirata Sky Box ligado via Ethernet. Eles já ligam na nossa própria banda larga para fazer
“Permitir esse tipo de comportamento ('pontoamigo') é predatório para todo o mercado.” Ariel Dascal, da Oi TV
atualizações, e ainda reclamam quando a banda cai", disse ele, ressaltando que a pirataria não precisa cumprir nenhuma obrigação regulatória ou pagar impostos. O Sky Box, ressalte-se, nada tem a ver com a operadora Sky. Trata-se de uma das caixas conectadas que permitem a recepção de sinais de TV via satélite de maneira clandestina. Pirataria branca "E tem a pirataria branca, cada vez mais descarada, com uma operadora colocando cinco, seis, oito pontos espalhados entre amigos", disse ele, aí sim em referência aos pacotes ofertados pela Sky que incluem uma grande quantidade de pontos extras e são desvirtuados, supostamente por instaladores que fazem a instalação em endereços diferentes com o compartilhamento de uma só assinatura. Foi a primeira vez que uma operadora de maior porte reclamou publicamente dessa suposta prática. No mesmo evento, o diretor geral da Oi TV, Ariel Dascal, também criticou esse tipo de comportamento. "É preciso que as demais operadoras e os programadores tomem uma atitude, porque permitir esse tipo de comportamento é predatório para todo o mercado", disse, em referência à prática da instalação do que no mercado é chamada de "ponto-amigo". Do ponto de vista tecnológico, a sofisticação dos sistemas clandestinos é tal que hoje é praticamente consenso de que não existe uma solução definitiva. "É possível tornar a vida do usuário de TV por assinatura clandestino um
“Se fossem assinantes, esses usuários que recebem o sinal indevidamente representariam a terceira maior operadora do país.”
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inferno, cortando o sinal nas horas de maior atenção. Mas não dá para cortar para sempre, pois a indústria que se formou por trás dos fabricantes dessas tecnologias é muito competente", diz uma fonte. Para o diretor de operações da Net, Daniel Barros, a pirataria não é uma novidade no mercado e o que tem feito a maior diferença no combate tem sido a oferta de serviços e produtos que o pirata não tem como atender com a mesma qualidade, como VOD e conteúdos everywhere. Para Michael Hartman, VP sênior de assuntos legais e regulatórios da DirecTV, que no Brasil controla a Sky, o índice de pirataria é alto, "mas não é o fim do mundo". "Informalidade sempre existiu no nosso setor. Há um processo de amadurecimento e legalização do mercado e na medida em que os provedores vão evoluindo, com mais escala, os custos ficam cada vez mais razoáveis para o público. Mas é importante reconhecer que o que aconteceu no mundo da música também pode acontecer no nosso setor. Hartman destacou que a principal ameaça enfrentada no Brasil têm sido os decodificadores ilegais FTA (free-toair). "Supostamente eles captariam sinais abertos, não encriptados, nos satélites usados pelas operadoras de TV paga, mas na realidade têm por trás um software que captura uma cadeia de chaves da encriptação para abrir os sinais dos canais pagos", explica. A maioria desses decodificadores ilegais que abastecem o mercado brasileiro chega pelo Uruguai e Paraguai e a boa notícia é que a Receita Federal de Foz do Iguaçu manifestou por escrito interesse em formatar um convênio com ABTA e Seta para combater a entrada desses decodificadores ilegais pelo Paraná. A informação foi dada durante a ABTA 2014 pelo advogado Márcio Gonçalves, sócio do Siqueira Castro Advocacia Empresarial e que desenvolve trabalhos junto à Receita. 41
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Todos juntos Onda de consolidação começa a dar as caras no Brasil, e a GVT é a bola da vez.
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temporada de fusões, aquisições e consolidações está aberta no mercado de telecomunicações e terá consequências para o mercado de TV por assinatura. O primeiro sinal aconteceu em maio, com a proposta de compra nos EUA da DirecTV (controladora da Sky no Brasil) pela AT&T. Agora é a vez da GVT, Vivo e TIM entrarem no olho do furacão. No começo de agosto, coincidindo com a abertura da ABTA 2014, a Telefônica/Vivo fez uma oferta não solicitada para adquirir a GVT. Inicialmente foi uma oferta de R$ 20,1 bilhões pela operadora, controlada pelo conglomerado francês Vivendi. A transação prevê o pagamento de R$ 11,962 bilhões em dinheiro e uma participação de 12% para a Vivendi nas ações de emissão da nova companhia resultante da combinação entre as operações da Telefônica/Vivo e GVT. Pelos cálculos da espanhola, isso daria um valor de mercado de R$ 20,1 bilhões, ou 6,7 bilhões de euros, tomando como base o atual valor de mercado da Telefônica Brasil S/A. A proposta deve crescer até dia 3 de setembro, quando deixa de valer. Especula-se que a Telefônica vá propor a inclusão de distribuição de conteúdos da Vivendi nas operações de TV paga da própria Telefônica. A Vivendi é controladora da Universal Music e da Canal+ francesa, que atua como operadora TV paga, produtora, programadora, empacotadora de canais e tem emissoras de TV aberto na França, Polônia e antigas colônias francesas. Tem também participação de 47% no canal de Internet Vevo e serviços
de streaming de música. A Telefónica dá ainda à Vivendi a opção de compra de 8,3% das ações de controle da Telecom Italia, diretamente ou por meio de papéis conversíveis em ações, e que seriam transferidos para a francesa na data de fechamento da transação entre as empresas. A proposta do grupo espanhol não foi por acaso, e configurou um lance que buscava evitar um acordo entre GVT e TIM, que também vinha sendo ensaiado. Não por acaso, logo após a proposta da empresa espanhola, a Vivendi recebeu a sinalização de que terá na mesa uma proposta concorrente da TIM. Seria uma proposta de incorporação da GVT pela TIM Brasil, com a troca de ações acontecendo na Italia, onde a Vivendi se tornaria acionista importante, com mais de 20% da Telecom Italia), e mais uma quantia em dinheiro. Além disso, a proposta já viria amarrada com uma distribuição de conteúdos Vivendi garantida. A avaliação dessas propostas deve acontecer no final de agosto, com as 42
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negociações se arrastando provavelmente até setembro. As propostas da Telefônica e da TIM devem inviabilizar uma aproximação que havia sido tentada pela Sky, também interessada na GVT. Do ponto de vista do mercado de TV por assinatura, se GVT e Vivo se fundissem seria uma operadora de mais de 1,5 milhão de assinantes de TV no Brasil, já que a GVT tem pouco mais de 800 mil usuários e a Vivo TV, 700 mil. Além disso, a GVT tem 2,7 milhões de assinantes de banda larga e 4 milhões de usuários de telefonia fixa. Com a TIM, a fusão seria em busca de uma complementação, já que a GVT não tem operadora móvel e a TIM não tem capilaridade em sua rede fixa (voz e banda larga) nem TV por assinatura. Sabe-se que a Vivo está inclusive esperando o desfecho da proposta para anunciar sua estratégia de TV paga. E a TIM parece estar no
Segundo Jacques Beguin, da McKinsey, número de aquisições e fusões entre empresas de mídia e telecom cresceu 80% no último ano. Tendência é global.
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mesmo rumo, já que tem mantido seu foco apenas em alternativas OTT, sem apostar em nenhuma plataforma tradicional de TV paga, como o DTH, como fazem seus concorrentes. O discurso oficial é o de que o futuro é over-the-top e que não faria sentido investir em uma operação tradicional. Agora, com a GVT, a história poderia ser outra. Concorrentes A proposta de aquisição da GVT foi um dos assuntos bastante repercutidos na ABTA 2014. Para o presidente da Net Serviços, José Félix, uma possível combinação entre as operações da Telefônica/ Vivo e da subsidiária da Vivendi no Brasil não mudaria muito o cenário competitivo no País. “Em termos concorrenciais, continua tudo como é hoje: difícil”, disse. “São duas empresas que já estão presentes no mercado e com quem já competimos”, completou, dizendo que prefere competir com quem já conhece como concorrente. Ele se referia a uma outra possibilidade que se cogitava, que era a AT&T, que recentemente adquiriu a DirecTV e, por consequência a Sky no Brasil, fazer um lance pela GVT. “Uma empresa do tamanho da AT&T, sim, mudaria o cenário, mas se estão fazendo algum movimento, estão fazendo em silêncio”, pontuou. O movimento de consolidação que começa a se ver no mercado brasileiro, na opinião de Félix, é um reflexo que ultrapassa a situação econômica. “A consolidação não acontece à toa. Mais do que a economia (desacelerando no Brasil), o setor não está bom. É um negócio que tem tecnologia que muda muito e exige pesados investimentos e a margem tem de existir para pagar esses investimentos e remunerar os acionistas. Sem escala e com margem de 15% ninguém sobrevive
nesse negócio, quebra. A margem tem de ser de pelo menos 30%”, calcula. Concentração Carlos Zenteno, presidente da Claro (que assim como a Net é controlada pela América Móvil), reconhece, por sua vez, que a combinação entre Telefônica/Vivo e GVT aumentaria a concentração no mercado. “Os competidores são os mesmos, mas o grupo passaria a ter presença maior em redes cabeadas fora (do estado) de São Paulo e, sem dúvida, o cenário vai mudar, ficar mais concentrado.” Questionado por
logo após a proposta da telefonica a tim também sinalizou que quer a gvt. propostas devem inviabilizar aproximação da Sky este TELA VIVA sobre uma hipotética aquisição da GVT por uma operadora internacional ainda não estabelecida no Brasil, como a AT&T, Zenteno disse não ter preferência por nenhum dos cenário. “O mundo é pequeno quando falamos de grandes grupos internacionais. Sabemos como a AT&T atua nos EUA e a Telefónica na Europa, são muito fortes. E essa é uma indústria que requer muitos investimentos, precisa de grupos com capacidade técnica e financeira”, analisa o executivo, lembrando ainda a possibilidade de o negócio não chegar a ser concluído. Cenário mundial Em painel na ABTA 2014, o principal executivo de mídia e entretenimento da consultoria McKinsey&Company, Jacques Beguin, discutiu o cenário atual Felix, da Net: concorrência já é forte no Brasil.
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e as principais tendências globais do mercado por assinatura. Segundo o executivo, a quantidade de aquisições e fusões entre empresas de tecnologia, mídia e telecom cresceu consideravelmente a partir de 2013. Em 2011, nos primeiros seis meses foram 22 operações e no ano todo foram 45. No ano de 2012 houve 43 operações de compra e fusão, com 20 delas acontecendo nos primeiros seis meses do ano. O último dado recolhido pela consultoria, contabilizando os seis primeiros meses de 2013, indica 36 operações. Ou seja, 80% a mais que no mesmo período do ano anterior. Entre CEOs entrevistados pela consultoria, 50% disseram considerar uma operação de aquisição até 2015. Quando o prazo aumenta para 2020, a taxa eleva-se para 56%. No entanto, os dados apresentados pelo consultor mostram que mais de 50% dessas uniões não entregam o retorno esperado para os acionistas das empresas. “É preciso avaliar muito bem as chances de sucesso financeiro e operacional nesse tipo de negócio”, disse Beguin. Outra tendência, segundo o executivo, é a consolidação dos serviços multi-play. Segundo os dados da consultoria, esse tipo de oferta elevou em 25% as vendas de serviço IP e diminuiu em 25% a quantidade de casas sem serviços. Por fim, Beguin destacou a crescente relevância dos canais online em plataformas ccomo Youtube. Grupos como Machinimia, dedicado a games, e Studio Bagel demonstram capacidade de atrair milhões de assinantes aos seus canais. Canais da categoria música, por exemplo, são os mais assinados no Youtube com 86,3 milhões de assinaturas, segui por games (78,6 milhões) e esportes (77 milhões). 43
cobertura
( tecnologia )
Leandro Sanfelice
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Prontos para o futuro
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ntregar vídeo com qualidade cada vez maior, em telas cada vez mais diversas e a qualquer momento. A estratégia das operadoras de TV paga para manterem-se relevante frente a serviços online demanda avanços tecnológicos e novas soluções dos fornecedores do mercado. Nessa edição da ABTA, destacaram-se soluções capazes de gerenciar a entrega do vídeo em múltiplos dispositivos e de otimizar a utilização de espaço nas redes. “O cliente quer poder assistir ao conteúdo em qualquer dispositivo, a qualquer hora. Para ele não interessa se o sinal é linear, on demand, se vem da operadora ou de uma plataforma OTT”, diz Thierry Martin, diretor executivo da Nagra na América do Sul. Martin participou de painel que debateu a padronização de linguagens e os desafios para entregar conteúdo em múltiplos dispositivos em uma casa conectada. Em seu estande na feira, a Nagra exibiu exemplos de plataformas de operadoras que atuam com connectware Open TV 5, desenvolvido pela empresa. A plataforma que integra serviços de vídeo online ao portfólio das operadoras já está sendo utilizada no Brasil por Vivo e Net, em seus respectivos serviços de TV paga. A Ion, TV por assinatura desenvolvida pela Unotel para ser comercializada por ISPs, também adotará a interface. Baseada em Linux, a interface utiliza linguagens abertas da internet, como o HTML 5, para adaptar-se a diferentes tamanhos de telas. Com o Open TV 5, as operadoras podem 44
foto: daniel ducci
Capacidade de adaptação do conteúdo a diferentes telas e melhor utilização do espaço das redes são principais desafios dos fornecedores do setor.
Painel no STA sobre casas conectadas, com André Mermelstein (Tela Viva), Scott Lofgren (DLNA), Rob Gelphman (MoCA) e Thierry Martin (Nagra)
entregar conteúdo em smartphones, smart TVs, consoles e qualquer outra tela conectada à internet. Acessado por um aplicativo, o conteúdo da operadora por ser entregue on-demand ou ao vivo, dependendo da estratégia da operadora. “Grande parte do trabalho é manter o software atualizado com a grande variedade de plataformas que existem. A operadora não tem como ficar adaptando o conteúdo a cada nova plataforma que surge. Essa é uma tarefa constante”, conta Martin. Casa conectada Também pensando em facilitar a entrega de conteúdo em múltiplos dispositivos dentro de uma casa conectada, a Digital Living Network Alliance (DLNA) apresentou o conjunto de diretrizes CVP-2. Segundo Scott Lofgren, presidente da associação, a linguagem será lançada no mercado no mês de setembro nos Estados Unidos. A solução permite aos usuários visualizar o
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conteúdo de TV por assinatura em vários dispositivos. O CVP-2 já está sendo testado em plataformas de TV everywhere de operadoras norteamericanas, além de estar sendo adotado por fabricantes que fazem parte da DLNA, como Intel, Samsung, Sony e Broadcom. A organização aguarda apenas a certificação do produto para levá-lo ao mercado. Trabalhando com HTML 5, o CVP-2 permite que o conteúdo enviado por uma operadora de TV por assinatura certificada seja veiculado em todos os dispositivos de uma casa que também tenham a certificação do CVP-2 a partir de um único set-top box. A solução estava em exibição no estande do grupo. No Brasil, ainda estamos apresentando o CVP-2 para as operadoras e para os fabricantes, mas estamos recebendo respostas entusiasmadas”, diz o executivo. De acordo com Lofgren, a
”É fundamental para as operadoras conseguir entregar o conteúdo com qualidade e menor custo possível, utilizado o menor espaço da banda possível.”
fotos: divulgação
diferença deste para outros projetos da DLNA é que o CVP-2 trabalha com conteúdo premium. As operadoras e produtoras de conteúdo pago exigem segurança do conteúdo”, explica. Por isso, as diretrizes do CVP-2 incluem segurança do streaming de conteúdo por meio de DTCP-IP (Digital Content Protection over Internet Protocol) e um sistema de autenticação do usuário.
Ronaldo Rios, da Ericsson
TV paga. “No caso das operadoras, há a questão do legado dos aparelhos na casa dos próprios clientes. Não é possível trocar todos de uma vez só. Em compensação, hoje estimamos que já existam 50 milhões de dispositivos móveis capacitados para o HEVC”, explica.
Compressão para o futuro “Com um número cada vez maior de dispositivos e canais, clientes com TVs cada vez maiores e a futura demanda por UHD, é fundamental para as operadoras conseguir entregar o conteúdo com qualidade e menor custo possível, utilizado o menor espaço da banda possível”, diz Ronaldo Dias, diretor de serviços de compressão de TV da Ericsson para América Latina. A empresa está apresentando para o mercado a linha de encoders AVP 4000, primeira a utilizar um chip desenvolvido pela própria fornecedora. Em julho deste ano, a Vivo tornou-se a primeira empresa na América Latina a adotar a solução. De desenvolvimento interno, o novo chip foi construído para melhorar a velocidade e eficiência na implantação de novos serviços e viabilizar a entrega de conteúdo em 4K. A AVP 4000 aborda todos os aplicativos, codecs, resoluções e perfis, visando se tornar uma plataforma única para todo o tipo de aplicação, incluindo resolução Full HD, 3D e 4K, além de codecs como MPEG-2, MPEG4 AVC e JPEG 2000. Para o futuro, Dias acredita que a massificação do UHD passará pela adoção da codificação HEVC (High Efficiency Video Coding), que permite compressão 50% maior do conteúdo. A adoção do padrão, afirma, deve começar pelos dispositivos móveis, e só depois avançar para os serviços de
Espaço no cabo Em seu estande, a Arris destacou o novo roteador convertido (CER, Converged Edge Router) E6000, solução de CCAP (Converged Cable Access Platform) para headends de operadoras de cabo. O equipamento oferece uma solução para a demanda crescente por banda. Utilizada por duas grandes operadoras no Brasil e 11 na região da América Latina, a solução de CCAP da Arris suporta a tecnologia de transmissão de dados por cabo DOCSIS 3.1, que permite que as redes de cabo entreguem velocidades semelhantes às das operações de FTTH. A solução, diz Mauricio Janisset, responsável por redes DOCSIS da Arris na América Latina, permitirá economia em espaço e consumo de energia, além de atender a demanda por maior consumo de banda. “Essa solução utiliza muito menos espaço, e permite economia com manutenção, ar condicionado e energia de maneira geral”, explica. “A migração para o DOCSIS 3.1 permitirá que as operadoras atendam a demanda por banda e novos serviços nos
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“A solução de CCAP com DOCSIS 3.1 utiliza muito menos espaço no headend, e permite economia com manutenção, ar condicionado e energia de maneira geral.” Mauricio Janisset, da Arris
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próximos anos”, conclui. Um estudo apresentado pela empresa em maio deste ano identificou que o consumo de vídeo online em múltiplas telas é uma tendência e deve continuar crescendo. Segundo o Índice de Entretenimento do Consumidor Arris 2014, cerca da metade dos 10,5 mil donos de smartphones e tablets entrevistados responderam que assistem TV no dispositivo móvel pelo menos alguns minutos por semana. Além disso, 80% dos entrevistados disseram assistir a vários episódios de séries de TV ou até mesmo uma temporada inteira de uma só vez. Durante o evento, a fornecedora apresentou ao mercado brasileiro a sua nova solução de inserção de publicidade cross media para programadoras. A Cross Media Advertising Revenue Potential combina a plataforma da Arris que gerencia automaticamente a inserção de propaganda nos intervalos dos canais com plataformas de outras empresas que fazem o mesmo em sites da internet, como o Facebook Exchanger, fazendo com que os anúncios de uma marca nas duas plataformas interajam entre si. A empresa expôs a solução, ainda em fase de testes nos Estados Unidos e na Inglaterra, em seu estande. No caso de o telespectador estar assistindo um comercial do anunciante enquanto está navegando no tablet, por exemplo, a página no dispositivo móvel passará a exibir banners da propagando que está passando na TV. A ferramenta também funciona na direção oposta. “Os anunciantes pagam mais por esse tipo de campanha, nós ganhamos uma comissão pelo gerenciamento, a operador vende o espaço e as empresas de internet, que viabilizaram a integração também recebem uma parte”, explica Carlos Cunha, arquiteto de soluções da Arris. 45
( entrevista )
André Mermelstein
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AMC busca espaço FOTOs: Marcelo Kahn
Programadora internacional chega ao país ocupando o espaço do MGM, mas quer trazer novos canais, com conteúdos gerados em seu próprio estúdio.
Bruce Tuchman
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sobretudo na Espanha e em Portugal. A programadora vai lançar o seu canal principal, o AMC, nos distintos feeds nos principais operadores de TV por assinatura (cabo e satélite) na Europa, América Latina, Ásia, África e Oriente Médio. O canal lançará também os serviços autenticados AMC VOD, HD e TV Everywhere. A AMC Networks ganhou fama especialmente nos últimos anos com produções originais de sucesso como "The Walking Dead", "Mad Men" e "Breaking Bad". Novas séries originais da programadora como "Halt & Catch Fire" e "The Divide", produzidas pela AMC Studios, serão as primeiras a
o início de agosto mais uma programadora internacional aportou no Brasil. No dia 4 a AMC Networks anunciou que mudará a marca do canal MGM para AMC. A substituição é uma estratégia para colocar a marca rapidamente no mercado, ocupando um espaço já disponível nos apertados line-ups das operadoras. Recentemente, a AMC comprou a Chellomedia, dona do MGM e também de uma série de canais de múltiplos gêneros, com força 46
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estrearem com exclusividade no canal neste ano. Além de estrear a programação original do próprio estúdio da AMC Networks, o canal também contará com filmes dos grandes estúdios, como MGM, Paramount e Sony. Bruce Tuchman, presidente da AMC Global e do Sundance Channel Global, esteve no Brasil para a ABTA 2014 e falou com exclusividade a TELA VIVA. O executivo é responsável pela programação, marketing, negócios e desenvolvimento estratégico dos canais em todo o mundo. “Há muito tempo queríamos ter
canal tem sempre a primeira opção, ou a negociação é livre com outros provedores? Bruce Tuchman – É uma relação bem próxima, são bem conectados, seguem a mesma gestão. São integrados. Não seguimos o modelo convencional de estúdio, porque nosso negócio principal são os canais. Os estúdios de Hollywood são principalmente produtores, e querem vender pra quem pagar o melhor preço. Não desmerecemos isso, mas no nosso caso o objetivo é exibir conteúdo original para valorizar nossos canais. Pode haver casos em que o conteúdo não seja adequado ao canal, pode ser vendido pra outros. Mas não é a ideia.
uma presença mo Brasil. Nossos programas já estavam aqui, mas não os canais”, conta. Ele diz que o segundo canal oferecido no país, o Sundance Channel, ligado ao festival de cinema dirigido por Robert Redford, entra até o fim do ano, inicialmente pela Sky. TELA VIVA – O que será o canal AMC no Brasil? É o MGM com nova marca ou há mudanças no conteúdo? Bruce Tuchman – O lema do canal é “something more” (algo a mais), então o objetivo é oferecer profundamente alguma coisa diferente. Continuaremos a atender o público cativo do canal, com produções do acervo da MGM, mas abriremos a grade para outros estúdios, então haverá uma seleção maior de filmes. Mas principalmente pela primeira vez teremos séries originais da AMC em primeira exibição. São séries que estão alavancando nossas redes nos EUA nesse momento. “Halt and Catch Fire” e “The Divide” são as duas principais séries hoje do AMC Studios. TELA VIVA – O canal é desenhado especificamente para o Brasil ou é um sinal para toda a América Latina? Bruce Tuchman – É específico para o Brasil. isso vale tanto para o AMC quanto para o Sundance, que estamos lançando. É uma versão programada para o país. TELA VIVA – Em relação ao conteúdo local, já estão produzindo ou adquirindo? Bruce Tuchman – Sim, já adquirimos há algum tempo para o Sundance e começamos agora para o AMC. Sabemos que há controvérsias no mercado quanto às cotas, por razões que podemos imaginar por parte de alguns canais, mas para nós é uma coisa positiva, vemos como uma
“Vemos as cotas como uma oportunidade. Faz parte da nossa natureza apresentar conteúdos independentes” oportunidade. Faz parte da nossa natureza apresentar conteúdos independentes, especialmente com o Sundance. Não temos que programar só a partir de um acervo de estúdios americanos. Fazemos isso em todo o mundo, é natural para nós. TELA VIVA – Pretendem trazer para o Brasil outros canais da Chellomedia? Bruce Tuchman – Fechamos a compra há alguns meses, então estamos concluindo agora todo o processo de integração. O primeiro passo, que é o mais importante para nós agora, é trazer o carro-chefe, que é o canal que carrega nossa marca, o AMC. O MGM era o melhor veículo para fazer isso, como foi em outros países. TELA VIVA – Qual é a relação entre o canal AMC e os seus estúdios? O
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TELA VIVA – Como serão as janelas no Brasil em relação às exibições originais nos EUA? Bruce Tuchman – Não existe uma política de atraso. Há um pouco de delay agora porque estamos lançando na temporada de outono, e séries como “Halt and Catch Fire” já estavam em exibição. Se estivéssemos lançando hoje estaria quase ao vivo, descontando o tempo de legendagem, programação... Devemos ter janelas cada vez menores com o tempo. TELA VIVA – Como a tecnologia afeta a programação? Bruce Tuchman – As tecnologias como o DVR, a TV everywhere, o VOD, estão mudando a forma não só de se assistir TV, mas também de como as historias são contadas e escritas. Isso vale especialmente para o drama seriado. Antes estas produções eram simples, feitas para toda a família ver durante a janta. A tecnologia, ao fazer com que cada um assista aquilo que quer, foi o que permitiu temas mais complexos, historias mais elaboradas. 47
( making of )
Lizandra de Almeida
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Meu drone favorito
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FOTOs: divulgação
nova campanha do macarrão instantâneo em copo Cup Noodles, com ações totalmente voltadas para a internet, começa com um filme verdadeiramente épico. Com o slogan “Você nunca sabe quando a fome vai bater”, a campanha apresenta o produto como companheiro ideal dos jovens, podendo ser consumido em qualquer situação. Para comprovar a ideia, o filme é protagonizado drones que representam os sabores do macarrão. Caracterizados por uma cabeça de vaca, uma galinha, um milho e um camarão, do alto da Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí (no Vale do Paraíba), um grupo de jovens solta os drones que carregam o copo e levam até os consumidores, praticantes de esportes radicais. “Assim que entrou esse trabalho, compramos um drone aqui na produtora para entender melhor como funciona”, explica Luiz Evandro, um dos diretores. Em termos de linguagem, a equipe da produtora optou por um tom mais próximo dos programas de esportes radicais do que da publicidade. “Trabalhamos com câmeras adicionais, em planos mais longos”, explica. As condições foram as mais extremas: além do topo da Pedra do Baú, que exigiu uma operação complicada para o transporte dos equipamentos e a acomodação da equipe no alto, com aparato de alpinismo e muito vento, com as cenas de highline, também foram filmadas cenas de surfe e skate, em ambientes totalmente diferentes. A cada drone foi acoplada uma câmera Epic, inclusive em
Linguagem do filme ficou mais próxima à dos programas de esportes do que da publicidade.
um drone maior, que filmou os demais. Também foram usadas câmeras Alexa e Go Pro nas cenas de ação e no alto da montanha. “Trabalhamos com consultores de esportes radicais, pois não queríamos que houvesse nenhuma cena que não pudesse acontecer de verdade”, explica o diretor Giancarlo Barone. “Sempre desenhamos todos os planos antes de sair para filmar e dessa vez, fizemos quatro vezes mais do que o normal. Precisamos esquadrinhar cada ângulo para entender os estilos de cada esporte.” Foram cinco diárias seguidas, em três locações: Pedra do Baú, Parati e São Bernardo do Campo, que tem uma das pistas de skate mais radicais do Brasil. As cabeças que caracterizavam os sabores também foram muito bem pensadas, para não atrapalhar a aerodinâmica dos drones. “Os moldes foram feitos de argila e as cabeças em látex, muito leves”, diz Luiz Evandro. 48
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O filme principal tem 2 minutos, mas foram montadas versões diferentes, focadas em cada esporte. “Não são reduções, mas outras histórias, com detalhes específicos de cada esporte”, afirma o diretor.
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ficha técnica Anunciante Nissin Produto Cup Noodles Agência Dentsu Brasil Diretor geral de griação Mario D’Andrea Direção de griação Filipe Cuvero Head of design Christian Faria Direção de arte Filipe Cuvero e Marcelo Camargo Redação Marcus Meireles Produtora Volcano Hotmind Direção Luiz Evandro e Giancarlo Barone Diretor de fotografia Leandro Filloy Diretor de arte Paulo Ribeiro Pós-produção Volcano Hotmind Finalização Raoni Santos 3D Daniel Moreira Color grading Psycho n’Look Montagem Daniel Fiori Produtora de áudio Lua Nova
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om muito bom humor, a nova campanha da Bradesco Seguros traz o velho Batman — aquele, do seriado de TV dos anos 1960 —, para a telinha, ao lado do inesquecível Coringa, de cabelos verdes e terno roxo. No filme, uma mulher tenta dar a partida no carro, estacionada em um beco, um lugar meio isolado, mas não consegue. Ela chama o Batman para socorrê-la, mas infelizmente ele está preso pelos capangas do Coringa, que atende o telefonema e aproveita para espezinhar o herói. Para não ficar na mão, a moça telefona para o Bradesco Seguro Auto e então recebe a ajuda necessária. Mais do que qualquer questão técnica, o grande desafio do filme foi trazer o personagem para o Brasil – tanto burocrática como praticamente. “Nosso maior problema foi confeccionar a roupa do Batman. Trocamos muitos PDFs com a Warner até acertar todos os acessórios. A máscara, por exemplo, teve várias idas e vindas, e o tecido da roupa também foi muito difícil de acertar, porque no seriado às vezes parece azul, em outras parece preto”, explica o diretor Claudio Borrelli. A equipe criou um cenário psicodélico inspirado no seriado, mas com algumas modernidades. “Usamos luz fluorescente, fria, em todo o filme, para ressaltar as cores”, continua o diretor. A cena em locação, da moça no
FOTOs: divulgação
Super-herói em apuros
Um dos maiores desafios foi recriar o uniforme do personagem
carro, também parece mais simples do que é: foi preciso todo um aparato de iluminação e de muita água para molhar a rua e conseguir o efeito desejado. Como o grande herói não poderia deixar de ser protagonista, apesar de ligeiramente atrasado pelo Coringa, ele consegue se safar (emitindo as características onomatopeias do seriado) e garante que seu logotipo ainda apareça no final do filme. “O Batman é sempre o herói, precisa estar presente em todos os momentos”, diz o diretor.
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ficha técnica Anunciante Bradesco Seguros Produto Bradesco Seguro Auto Agência Almap/BBDO Diretor geral de criação Luiz Sanches Diretor de criação Renato Simões, Bruno Prosperi, André Kassu, Marcos Medeiros Criação Pernil, André Gola Produtora Killers Direção Claudio Borrelli Direção de fotografia Ted Abel Diretora de arte Marinês Mencio Montagem Marcelo Cavallieri e Claudio Borrelli Pós-produção Casablanca Finalização Andréia Figueiredo Produtor de áudio Cabare
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Fernando Lauterjung
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“Rio, Eu Te Amo” Com um orçamento compatível ao número de talentos reunidos no projeto, filme conseguiu se viabilizar através de uma plataforma de engajamento à cidade nas redes sociais e em eventos, atraindo o patrocínio de grandes marcas.
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FOTOs: divulgação
streia no dia 11 de setembro o filme brasileiro da franquia "Cities of Love", produzido pela BossaNovaFilms , Conspiração Filmes e Empyrean Pictures. "Rio, Eu Te Amo" é o terceiro filme da franquia, que começou com "Paris, Eu Te Amo" - que abriu o Festival de Cannes em 2006 - e teve ainda "Nova York, Eu Te Amo", pronto em 2009. A versão brasileira é a primeira licenciada pelo criador e produtor dos dois primeiros Emmanuel Benbihy. A distribuição do filme no Brasil e na América Latina é da Warner Bros e as vendas internacionais estão a cargo da WestEnd Films, de Londres. No formato, dez diretores renomados recebem o desafio de traduzir o amor em histórias emocionantes que se conectam ao longo de dois dias pela cidade. Um 11º recebe a missão de criar uma conexão entre as histórias. Segundo Emmanuel Benbihy, a franquia pode funcionar em qualquer cidade, mas algumas cidades, como o Rio, já têm uma imagem internacional ligada ao amor. "O Rio é uma fantasia. Ela é conhecida por sua beleza, sensualidade, uma música legendária e por um estilo de vida próprio. As pessoas veem a cidade como um destino de sonho, que realiza fantasias paradisíacas", explica. O tamanho da cidade também conta, uma vez que o estilo de vida agitado, segundo Benbihy, acaba desconectando as pessoas da cidade. "'Cities of Love' é sobre a reaproximação das pessoas com as suas cidades, através de nossos filmes e plataformas", explica.
Filme teve criação de dez diretores, com amarração final de Vicente Amorim.
Os dez diretores são os brasileiros Carlos Saldanha, José Padilha, Andrucha Waddington e Fernando Meirelles; o australiano Stephan Elliot; o italiano Paolo Sorrentino; o sul-coreano Im SangSoo; o libanês Nadine Labaki; o mexicano Guillermo Arriaga; e o americano John Turturro. Além deles, cada um com uma história independente, o diretor brasileiro Vicente Amorim, dirigiu as transições entre as histórias, para dar uma unidade ao filme. No elenco estão atores como Fernanda Montenegro, Harvey Keitel, John Turturro, Rodrigo Santoro e Vincent Cassel. "Cada diretor trouxe a sua história, ou o seu roteirista. Tivemos um papel de embaixadores, no sentido de abrir o Rio para os criadores", diz Joshua Skurla, da Empyrean Pictures, a primeira produtora envolvida no projeto, e que licenciou os direitos da franquia para a versão brasileira. 22 mãos Para os diretores, o desafio estava em 50
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criar histórias curtas, que se fechem. Segundo Andrucha Wadington, para a direção, o curta é mais difícil que um longa-metragem. "Tem que contar uma história em apenas 8 minutos. Eu tinha uma ideia de um longa, que tive que reduzir sem prejuízo à história", conta. Sobre o desafio de juntar estes talentos em uma única obra, Benbihy diz que criou e implementou um formato para isso. Nós tivemos que inventar um sistema para conseguir o material que precisávamos na sala de edição. Nosso principal desafio é construir uma unidade com diversidade, e isso não acontece sem um plano sólido", explica. Segundo Pedro Buarque de Hollanda, sócio-presidente da Conspiração, o formato de produção da franquia foi alterado no Brasil. "Ao invés de gravar tudo em sequência, preparávamos e filmávamos dois filmes por vez", explica o produtor. Segundo ele, com
isso, a equipe principal, que era compartilhada por todos os diretores, podia se dedicar mais. Ter um núcleo único também ajudou a dar mais unidade ao filme. A equipe de arte, fotografia e de figurino era compartilhada. Segundo Vicente Amorim, que dirigiu as transições das histórias, o desafio de trabalhar com dez diretores foi dar personalidade sem brigar com a linguagem estética de cada um deles. Para isso, cada transição assumia a linguagem do filme anterior e terminava usando a linguagem estética do seguinte. "Alguns parâmetros foram definidos, entre os diretores, para dar alguma unidade. Mesmo assim, o projeto permitiu grande liberdade criativa", conta Amorim. Para dar fluidez nas histórias e não deixar o resultado "tão episódico", as transições tinham personagens próprios, que de alguma foram acabam interagindo com os personagens das outras histórias. Amorim trabalhou, portanto, com o elenco principal de todos os episódios. Segundo Pedro Buarque, o resultado é que "Rio, Eu Te Amo" é o mais fluído entre os da franquia. Engajamento Segundo Joshua Skurla, uma produção envolvendo um grande volume de talentos internacionais não custa pouco. "Desde o início, sabíamos que teríamos que levantar valores incomuns no cinema brasileiro. Prevíamos, que seria algo em torno de US$ 10 milhões", diz. A previsão se comprovou. Arrecadar este montante foi difícil no início. Segundo Skurla, o projeto bom como a arrecadação de valores - deslanchou quando o trabalho passou a envolver a população do Rio. O filme fez parte de um movimento maior de engajamento das pessoas com a cidade do Rio de Janeiro. Este processo foi capitaneado pela Conspiração Concept e foi o que possibilitou o financiamento do filme, atraindo as marcas a uma possibilidade de exposição mais perene e maior
Elenco estelar internacional elevou o valor da produção
interação com o público alvo. "Havia uma dificuldade em viabilizar o filme. Criamos uma lógica nova no Facebook, juntando quase 1,5 milhão de seguidores. Havia uma equipe criando conteúdo permanentemente", diz Pedro Buarque. Para isso, foi criado um movimento de amor ao Rio chamado #RIOEUTEAMO que incentivou os amantes da cidade a se mobilizarem em intervenções e eventos. "A ideia da franquia é que o filme tenha um engajamento com a cidade. É claro que as redes sociais eram o caminho. Tínhamos uma equipe criando conteúdos, no início, sem qualquer relação com as histórias, mas se aproximando e abordando elas gradualmente", completa. Entre as ações estavam festivais de música, de cinema, de literatura, botequins e restaurantes estrelados, passeios, cenários, competições esportivas. "Para as marcas, criamos uma exposição em um prazo muito maior. Elas desenvolveram ações dentro das mídias sociais conosco", diz Buarque. A composição das verbas usou recursos públicos e incentivados, mas a maior parte veio das marcas. Aproximadamente 70% dos recursos foram captados com os patrocinadores: O Boticário (patrocinador-master), Nextel, Santander, Unilever, Fiat e Brasil Kirin; e apoio da RioFilme/Prefeitura do Rio.
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Marca Segundo Edson Shinohara, gerente de mídia e marketing regional de O Boticário, a marca já havia detectado a necessidade de um reforço em sua imagem especificamente no Rio de Janeiro. O projeto, portanto, surgiu em um momento oportuno. A empresa estava trabalhando no conceito "Rio Beleza que Inspira", com diversas ações. Os canais de comunicação do "Rio, Eu Te Amo" interagiram o tempo todo com os canais do Boticário. Além disso, a empresa, em uma iniciativa inédita, resolveu criar fragrâncias com a marca Rio, Eu Te Amo. Para isso, negociou a concessão dos direitos da marca. Após uma longa interação com a população da cidade, chegou a quatro fragrância diferentes levando a marca, já lançadas na cidade e que serão lançadas em todo o Brasil. No filme, o Boticário aparece apenas com product placement. Futuro O desafio da franquia "Cities of Love" é se tornar uma empresa internacional parte lucrativa e parte não lucrativa. Segundo Emmanuel Benbihy, todas as atividades da plataforma, que busca um engajamento da população da cidade, serão não lucrativas, enquanto os filmes deverão gerar lucro. "Nós lançaremos em breve a iniciativa 'São Paulo, Eu Te Amo', e estamos buscando diferentes parcerias na cidade. Por enquanto, qualquer coisa é possível, ainda estamos abertos", completa, adiantando o futuro da franquia no Brasil.
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Fernando Lauterjung Fotos: divulgação
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XDCAM compacta
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linha XDCAM, da Sony, acabou de ganhar a sua primeira camcorder compacta profissional, a PXW-X70. O modelo, menor e mais acessível, é ideal para a ampla gama de aplicações em jornalismo, documentários e eventos, aponta a fabricante. A camcorder apresenta um sensor CMOS Exmor R de uma polegada com resolução de 20 megapixels. O sensor, maior do que a janela de uma película Super 16mm, oferece alta resolução e bom desempenho com pouca luz. Também pelo tamanho, garante maior controle de profundidade de campo. Com capacidade de gravação em alta definição no codec XAVC Long GOP, com 10-bit de amostragem a 50 Mbps (HD422), o equipamento permite um fluxo de trabalho com qualidade broadcast. A PXW-X70 é também a primeira camcorder profissional compacta da Sony com wi-fi embarcado, permitindo controle do dispositivo por meio de smartphones ou tablets, através de aplicativo. Usando o protocolo NFC (Near Field Communication) a conexão LAN sem fio com smartphone ou tablet é feita facilmente, enquanto o aplicativo
PXW-X70 é a primeira camcorder profissional compacta da Sony com wi-fi embarcado e deve ganhar suporte a 4K em futura atualização.
permite a confirmação de ângulos de filmagem e ajustes de ângulo de visualização, e ajustes de foco e íris. A Sony promete ainda uma importante evolução para o equipamento, que ganhará, através de uma atualização, a possibilidade da gravar em 4K (Ultra High Definition). A atualização também deve permitir a transferência de arquivos e a capacidade de streaming de vídeo ao vivo via wi-fi. Com resolução de 14,2 milhões de pixels efetivos, a câmera traz ainda lentes Carl Zeiss Vario Sonnar T, com zoom ótico de 12x, que pode atingir até 24x com o recurso Clear Image Zoom, mantendo a resolução graças à tecnologia proprietária super resolution. A capacidade de zoom pode ser dobrada com o uso do digital extender em até 48x. Outra característica profissional é o anel de lente manual que pode controlar zoom e foco.
O equipamento pesa menos de 1,4 kg incluindo a unidade de interface XLR, bateria (NP-FV70), tampa de lente e viewfinder. As interfaces são saídas 3G-SDI e HDMI, além de alça destacável com duas interfaces XLR e controle de zoom. Também traz alça de mão ergonômica com uma alavanca de zoom grande, dois slots para cartão de memória SD para backup, gravação simultânea e revezamento, e filtro ND com três níveis variáveis. Dependendo da aplicação, o equipamento pode trabalhar com formatos como XAVC, AVCHD e DV. Quando gravando em XAVC, a PXW-X70 usa o formato de arquivo MXF, comprimindo conteúdo full HD (1920 x 1080) com o codec MPEG-4 AVC/H.264.
Hardware dedicado
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LX-MADI PCI Express suporta entradas e saídas de canais 64x64, com latência de ida e retorno abaixo de 3 milissegundos.
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om lançamento previsto até o final do ano, a Digigram anunciou a nova placa de som para operações broadcast LX-MADI PCI Express. Segundo a fabricante, o equipamento foi projetado para fornecer desempenho de baixa latência e conectividade confiável de áudio multicanal síncrono em aplicações de alta densidade de produção e de automação de áudio. Equipada com uma interface ótica MADI, a nova placa de som suporta entradas e saídas de canais 64x64, com latência de ida e retorno abaixo de 3 milissegundos. Uma matriz 64x64 embutida dá aos usuários roteamento e recursos de monitoramento direto, além de funções de gravar e reproduzir. Como a solução é baseada, sobretudo, em hardware, oferece alta estabilidade, independentemente da carga computacional exigida por outros aplicativos em execução no sistema, como edição, processamento, ingest, e playout.
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( agenda ) FOTO: arquivo
SETEMBRO
29 a 5/11 Festival Biarritz América Latina, França. E-mail: stephanie.loustau@ festivaldebiarritz.com. Web: www.festivaldebiarritz.com/es
OUTUBRO
3 a 12 Festival Internacional de Cinema Fantástico da Catalunha, Espanha. E-mail: festival@sitgesfilmfestival.com Web: sitgesfilmfestival.com.
Primeiro festival de TV de São Paulo, com mostras nacionais e internacionais, prêmios e encontros de negócios.
18 a 25 Festival Internacional de Cinema das Três Fronteiras, Missão, Argentina. E-mail: produccion@cinetresfronteras.com.ar Web: cinetresfronteras.com.ar/
7 a 14 de Novembro
Festival Internacional de Televisão de São Paulo, São Paulo, SP. E-mail: info@convergecom.com.br. Tel: (11) 3138.4600. Web: festivaldetv.com.br/
24 a 2 Festival Internacional de Cinema Infantil de Chicago, Estados Unidos Web: www.cicff.org/ 25 a 26 Festival Internacional de Cinema de Croydon, Londres, Inglaterra. Web: croydoniff.com/
NOVEMBRO
4 a 8 Festival Internacional de Documentários de Antofagasta – Antofadocs, Chile. Web: www.antofadocs.cl 11 a 16 30º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Berlim – Interfilme, Alemanha. Email: interfilm@interfilm.de 21 a 29 Festival de Cinema de Turim, Itália. E-mail: info@torinofilmfest.org Web: www. torinofilmfest.org/
4 e 5 de Setembro
15° Congresso Latino-Americano de Satélites, Rio de Janeiro, RJ. E-mail: inscricoes@convergecom.com.br Web: convergecom.com.br/
22 a 30 29º Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata, Argentina. E-mail: info@mardelplatafilmfest.com. Web: www.mardelplatafilmfest.com/28/
O evento dos que decidem. Grandes definições do mercado e novidades previstas para os próximos anos apresentadas em debates entre governo e dirigentes do setor.
24 a 29 Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades. Web: www.primeiroplano.art.br/inscrever/
9 e 10 de Setembro
58° Painel Telebrasil, Brasília, DF. Email: inscricoes@convergecom.com.br Web: www.paineltelebrasil.org.br
O Painel Telebrasil é o principal encontro das lideranças e autoridades da área de telecomunicações no Brasil. Reúne representantes dos órgãos reguladores, executivos das maiores operadoras do país e especialistas do mercado.
27 a 30 3º Festival Curta Brasília, Brasília, DF. Web: www.curtabrasilia.com.br/ E-mail: curtabrasilia@gmail.com
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7 a 14 de novembro de 2014 Centro Cultural SP - Cinemateca - MIS - Cine Olido - Centro de Cultura Judaica - Praça das Artes
Em parceria com os principais festivais internacionais de programas de TV, como FIPA, Sunny Side of the Doc e Hot Docs, o evento exibirá o melhor da produção nacional e ainda programas de todo o mundo.
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