televisão, cinema e mídias eletrônicas
ano 23_#251_set2014
sem sintonia
TV aberta gosta das condições colocadas no leilão da telefonia móvel de 4G, mas problemas vão além das compensações pelas faixas perdidas
MERCADO Telefônica fica com a GVT e novos grupos estrangeiros podem entrar no país
TECNOLOGIA Pesquisa mostra o desejo do usuário por novas modalidades de consumo de vídeo
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O
s programas de governo dos três principais candidatos à Presidência, registrados no TSE, são econômicos e genéricos em suas propostas para o setor de comunicações, e praticamente omissos no que toca à radiodifusão. Olham mais para a Internet e para a expansão da infraestrutura. O plano de governo de Dilma Rousseff fala em uma proposta de “universalização do acesso a um serviço de Internet barato, rápido e seguro”. Para isso, o programa fala em “expansão da infraestrutura de fibra ótica e equipamentos de última geração” e também cita o “uso da Internet como ferramenta de educação, lazer e instrumento de participação popular”. O programa cita ainda o Marco Civil da Internet, mas não se aprofunda em nenhuma das polêmicas. Também deixou completamente de fora qualquer referência a uma política de regulamentação do setor de comunicação, incluindo o setor de radiodifusão e mídia, antiga bandeira do partido, agora abandonada. No início de setembro a campanha de Dilma anunciou a chegada do secretário municipal de Cultura de São Paulo e ex-ministro de Lula, Juca Ferreira, e daí devem-se esperar ao menos novas ideias para a área cultural. Já o programa de Aécio Neves fala apenas em “estímulo à infraestrutura de comunicação, com garantia de acesso dos brasileiros à Internet de qualidade com custos compatíveis”, mencionando a possibilidade de acesso gratuito “quando necessário”. O programa fala ainda em “melhoria constante da infraestrutura para serviços públicos”, entre os quais elenca a telefonia (“em todas as suas modalidades”), mas não fala especificamente de infraestrutura para Internet. A exemplo do programa do PT, nada se fala sobre uma política específica para o setor de radiodifusão e mídia. O programa da candidata Marina Silva, publicado posteriormente, após a morte de Eduardo Campos, é um pouco mais aprofundado em alguns temas relacionados às pautas das comunicações, mais até do que o programa original do PSB. Ao falar de telecomunicações e banda larga, propõe “transformar a conexão à Internet em um serviço essencial (como eletricidade e água)”, criar plataformas amigáveis para a publicação de dados governamentais, criar indicadores em Estados e Municípios, permitir o envio de propostas da população ao governo por plataformas digitais, e “instituir um setor específico de democracia digital atrelado à Presidência da República, a fim de acompanhar sua evolução no País e no mundo”. Marina é até agora a única a abordar a política audiovisual. Seu programa propõe “reestruturar a Ancine” e “mudar os mecanismos de composição da diretoria colegiada” com vistas a “garantir transparência de processos internos”. Também propõe “rediscutir os critérios de filmes incentivados com verbas públicas”, com valorização da “estética e da pesquisa” em detrimento do resultado comercial. O programa elogia as iniciativas dos Pontos de Cultura, mas fala em enfraquecimento do Ministério da Cultura e necessidade de revisão dos modelos de financiamento. Como os demais, Marina não faz nenhuma menção ao mercado de mídia e comunicações, nem levanta bandeiras tradicionais dos movimentos de democratização das comunicações, como a regulamentação dos artigos 221 e 222 da Constituição. Talvez seja cedo, mas pela leitura dos planos vê-se que nenhum dos candidatos quer se comprometer de antemão com algumas das polêmicas que envolvem o setor de mídia e comunicação, como o futuro da TV digital frente à banda larga móvel, a interatividade e a multiprogramação; a regulamentação dos artigos da Constituição que versam sobre concentração da mídia e regionalização; ou na estrutura de incentivos à Cultura, mecanismos de fomento, direitos autorais etc. É uma chance que o país desperdiça de discutir mais a fundo novas visões e ideias sobre um setor fundamental para a economia e para a cultura.
Fernando Lauterjung
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capa: panos3 / shutterstock.com
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TV digital
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scanner
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figuras
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Radiodifusores apontam insatisfação com plano para o desligamento analógico
broadcast
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satélites
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mercado
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tecnologia
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cinema
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making of
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case
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upgrade
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agenda
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Dabarti CGI / shutterstock.com
foto: marcelo kahn
Fornecedores se preparam para atender demanda que, apostam, continuará crescendo
Com aumento de demanda gerado pela TV paga, operadores investem em expansão
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Telefônica leva a GVT e forma o terceiro maior grupo operador de TV por assinatura
Estudo da Arris mostra hábitos globais de consumo de vídeo
fotos: divulgação
Holding da Conspiração e do Grupo Icatu compra participação na H2O 38
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“Zica e os Camaleões” aposta no conteúdo multiplataforma
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( xxxxxxxxx) Desenvolvimento
Numa fria A brasileira mais jovem a chegar ao cume do Monte Everest, Karina Oliani, estreou no dia 3 de setembro, às 21h, um novo programa no canal Off. Em "Expedição Islândia", a paulista ganha destaque ao fazer escaladas no gelo, praticar stand-up paddle em geleiras e escalar vulcões ativos. A atleta ainda conseguiu outro feito: foi a primeira pessoa - com um mergulhador local - a nadar com mais de cem orcas no país. "Expedição Islândia" é uma produção é da Pitaya Filmes e será exibida em quatro episódios.
Programa acompanha aventuras da brasileira Karina Oliani na Islândia
Classe eletrônica A Fundação Padre Anchieta terá um canal com programação especial dirigida a alunos, pais e professores dos ensinos fundamental e médio, a TV Cultura Educação. O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Marcos Mendonça, durante sua participação no Fórum Nacional de Educação, realizado em São Paulo. O projeto, que é uma parceria entre a emissora e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, usa como referência para sua programação os currículos da Educação Básica. Além da programação da nova TV, a Cultura disponibilizará todo o material na Internet.
Audiência múltipla telespectadores, A GfK, empresa de identificando quem está medição de audiência que assistindo a programação. passará a competir com o A ideia é oferecer Ibope em 2015, revelou medições em múltiplas alguns detalhes de sua plataformas no futuro, operação em painel mas por enquanto o foco realizado na SET Expo, no estará na televisão. final de agosto em São "Pretendemos oferecer Paulo. Segundo Ricardo medições Monteiro, diretor de multiplataformas e cruzar audiência da empresa as informações com a TV. alemã, a GfK medirá a Mas não adianta avançar audiência em todos os Monteiro, da GfK: medição de para isso se os dados na dispositivos conectados todos os dispositivos TV ainda são incompletos aos televisores da e podem melhorar", avaliou. residência, diferenciando-os nos Segundo ele, a empresa está relatórios. "Mediremos a audiência de começando a montar sua operação, todos os canais de TV, e ofereceremos negociando com as residências. Os dados real time e relatórios com mais primeiros relatórios devem sair em informação. Será possível saber se o abril para São Paulo e Rio de Janeiro e usuário está usando o videogame ou em junho nas demais praças. A outro dispositivo. Iremos além do sinal empresa atuará com uma amostra de da TV", disse. 6 mil domicílios em 15 mercados, e Segundo o executivo, além da tem acordos com Band, Record, medição por pontos, os relatórios da GfK SBT e RedeTV! trarão audiência em número de 8
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A Ancine lançou em 20 de agosto o edital para o credenciamento de empresas especializadas no desenvolvimento de projetos. As empresas que atenderem às condições do edital estarão habilitadas a implantar laboratórios dirigidos a projetos contemplados em chamadas públicas específicas do Programa Brasil de Todas as Telas, gerenciado pela agência, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). Os laboratórios, com duração máxima de 18 meses, deverão oferecer supervisão à distância e encontros presenciais. A primeira linha do programa a se relacionar com o edital será a Prodav 04/2013 (Laboratórios de Desenvolvimento), já que a chamada pública prevê que as empresas contratadas terão suporte ao desenvolvimento de projetos por meio de dinâmica composta por três semanas de encontros presenciais e supervisão à distância coordenada por empresa credenciada pela Ancine. O edital apresenta os critérios para o fornecimento de laboratórios de desenvolvimento nas seguintes modalidades: obra seriada de ficção, animação ou documentário; obras não seriadas de ficção ou animação; e formato de obra audiovisual. No ato da inscrição, será necessário indicar a equipe técnica e a metodologia e estrutura dos laboratórios e da supervisão. Tanto a empresa quanto o profissional destacado como gestor do laboratório deverão comprovar experiência pregressa, nos termos do edital. As propostas de credenciamento poderão ser encaminhadas durante todo o prazo de vigência do edital, que é de 12 meses, podendo ser prorrogado. Uma vez credenciadas, as empresas estarão aptas a participar de sorteio que definirá o prestador de serviço selecionado na modalidade específica de desenvolvimento, para a qual haja demanda. As empresas firmarão contrato com o BRDE. O valor global do contrato será de R$ 600 mil para cada serviço, incluídas todas as despesas necessárias para a sua execução integral.
Notícias da pesca A Fish TV estreou no dia 31 de agosto seu novo programa jornalístico. O "Fish TV News" destacará as maiores feiras, fatos, marcas e empreendedores dos segmentos de pesca, turismo, aquicultura, aventura, náutica, mergulho, cutelaria e gastronomia. O primeiro programa teve cobertura especial em Curitiba, cidade conhecida pelos inúmeros negócios ligados à pesca esportiva. No dia 2 de setembro estreou "Bom de Pesca", apenas pelo site da Fish TV. O programa apresenta o casal Beto e Ane Chioquetta percorrendo o Brasil atrás de pescarias. Nos próximos meses o programa também estará disponível no canal linear.
Segundo canal, audiência com temporada de 2013 foi 29% maior em comparação com ano anterior.
Mais dois anos
Primeiro programa teve cobertura especial em Curitiba
Blue A TPV, empresa responsável pelos televisores Philips, e a Tim fizeram uma parceria para o desenvolvimento conjunto de um aplicativo para a oferta do Live Tim Blue Box nas smart TVs Philips. Segundo as empresas, a aplicação visa oferecer aos consumidores as facilidades do Blue Box, como a recomendação de conteúdo, guia de programação, canais da TV aberta digital gratuita, apps OTT (over the top) e, no futuro, pacotes de TV por assinatura.
A NFL - National Football League e a ESPN fecharam um acordo que dá à programadora a exclusividade em TV por assinatura no Brasil na transmissão dos jogos da liga até a temporada de 2016. O novo acordo dá à ESPN o direito de transmitir ao menos um jogo em cada horário de transmissão, e ainda o Super Bowl, a concorrida final do campeonato. A ESPN também terá os direitos para transmitir um terceiro jogo domingo à tarde, podendo optar pelo horário das 13h ou das 16h. Com isso, a programadora terá até seis jogos por semana, além de todos os jogos do playoff, Pro Bowl e do Super Bowl. A ESPN transmitirá ainda os jogos em dispositivos móveis no WatchESPN - plataforma de vídeos e programas ao vivo e on-demand. Além disso, garantiu os direitos de clipes digitais disponíveis via Internet e celular no site ESPN.com.br. Os direitos também incluem compactos, com os melhores momentos das partidas, cobrindo sessenta jogos por temporada. Segundo o canal, durante a temporada regular de 2013, a audiência da ESPN com a NFL cresceu 29% em comparação com o período anterior. O Super Bowl XLVIII alcançou a maior audiência de TV por assinatura em 2014 no dia do jogo, 2 de fevereiro. Outro dado que registrou crescimento foi o ATS (Average Time Spent - tempo de permanência no canal), que registrou uma média de 76 minutos, contra 49 minutos em 2013 - um aumento de 55%.
Televisão revisitada A obra “Televisão em 3 Tempos”, de Elmo Francfort, marcou o mês de aniversário da TV no Brasil, contando sua trajetória de 1950 até hoje. Lançado no dia 27 de setembro, o livro é o primeiro a abordar vários aspectos até então não tratados em obras sobre a área. A obra insere a televisão na realidade sócio-cultural do país, mostrando-a como parte integrante do processo de desenvolvimento do Brasil.
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A obra aborda a implantação dos três formatos de televisão no país: o preto e branco, em 1950; as cores, lançadas oficialmente em 1972; e a alta definição, inaugurada em 2007. Francfort é radialista e jornalista e pesquisa a TV desde o final dos anos 1990, integrando a associação Pró-TV desde 2002. Hoje é coordenador da Coleção Pró-TV e curador do acervo do Museu da Televisão Brasileira. O prefácio é de José Armando Vannucci.
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fotos: divulgação
foto: d13/SHUTTERSTOCK
A Ancine publicou no final de agosto o informe de mercado de salas de exibição relativo ao primeiro semestre de 2014. Segundo a agência reguladora, nos primeiros seis meses do ano, o público em salas de cinema cresceu 10% em relação ao mesmo período do ano passado – de 73,2 milhões de espectadores para 80,6 milhões. Desde 2009, o público total do primeiro semestre nas salas brasileiras vem aumentando gradativamente. A participação de público das obras brasileiras chegou a 14,2%, acumulando 11,5 milhões de ingressos. No semestre, foram exibidos 107 títulos brasileiros (contra 93 no mesmo período de 2013). Desses, 55 foram lançados em 2014, mantendo o mesmo patamar do ano passado. Onze obras brasileiras alcançaram mais de 100 mil espectadores no primeiro semestre, sendo responsáveis por 96% do público do cinema nacional. Desses 11, quatro ultrapassaram a marca de um milhão de espectadores: “Até que a sorte nos separe 2”, de Roberto Santucci; “S.O.S. mulheres ao mar”, de Cris D'Amato; “Os homens são de Marte... e é para lá que eu vou” , de Marcus Baldini; e “Muita calma nessa hora 2”, de Felipe Joffily. Nos primeiros seis meses, a soma das salas ocupadas
Cinema no Brasil - primeiro semestre
80,6 milhões de espectadores 10% a mais que no primeiro semestre de 2013
Espacial "Show da Luna" ("Earth to Luna" em inglês), série de animação sobre uma garota de seis anos apaixonada por ciência produzida pela TV Pinguim, estreou no dia 16 de agosto no canal Sprout da NBC. No Brasil e na América Latina, a atração de 52 episódios de 12 minutos voltada para o público pré-escolar será exibida pelo Discovery Kids a partir de 12 de outubro e, para o fim do ano, ainda está prevista a estreia no canal hispânico Discovery Family nos Estados Unidos. A série foi coproduzida com a Discovery, que investiu recursos do Artigo 39, e pré-vendida à NBC Sprout. •
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107 Títulos
de público dos filmes nacionais
brasileiros exibidos no semestre
pelos lançamentos nacionais nas semanas de estreia alcançou 3.828 salas, contra 3.321 ocupadas por estreias nacionais no mesmo período de 2013, um aumento de 15%. O parque exibidor brasileiro encerrou a primeira metade do ano com um total de 2.765 salas de exibição – 194 salas a mais do que na primeira metade de 2013. A região Sudeste teve 67 salas inauguradas no primeiro semestre de 2014, seguida das 50 novas salas de exibição da região Nordeste; o Sul ganhou nove salas novas; e a região Norte teve oito salas implementadas.
Dos mesmos criadores de “Peixonauta”, atração estreou no canal Sprout no dia 16 de agosto
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14,2% Share
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Pela Internet A Globo firmou acordo com as operadoras de OTT Cloudio TV e GLWiZ, que passam a oferecer o canal internacional da emissora brasileira por suas plataformas over-the-top na Europa. A assinatura é de 12,90 mensais. A Cloudio TV tem uma oferta de conteúdo premium em vários dispositivos, incluindo um set-top próprio para streaming, além de aplicativos na caixa Roku e nas TVs conectadas da Samsung, Panasonic, Toshiba e LG. Já a GLWiZ, que tem um portfólio de canais étnicos, passa a oferecer também conteúdo em português no set-top box próprio da operadora com exibição em streaming. A caixa permite fazer gravação instantânea e agendada, além de voltar na grade e assistir aos programas favoritos (catch-up). A Globo Internacional tem mais de 2,2 milhões de assinantes em todo o mundo. Na França, Suíça, Portugal e Reino Unido o sinal está disponível por meio de operadoras locais de TV paga. s e t 2 0 1 4
foto: Thiago Leite/SHUTTERSTOCK
Publicidade cresce
Estado de São Paulo lança editais de mais de R$ 2 milhões do ProAC
Fomento paulista A Secretaria de Cultura de São Paulo lançou três editais do ProAC - programa de incentivo à cultura do Governo do Estado de São Paulo - para produção de filmes, séries de TV e de web. Somados, os editais constituem investimento de R$ 2,28 milhões na área. O programa contempla diversas vertentes da produção audiovisual. O concurso de desenvolvimento de ações de fomento na área audiovisual no Estado de São Paulo contemplará dez projetos, no valor de R$ 60 mil cada, para a manutenção e criação de trabalhos continuados na área de cinema, vídeo, TV e web, como pesquisa, formação, capacitação de profissionais, produção de obras e difusão nos diferentes meios disponíveis. Também haverá apoio a projetos de longa-metragem em diferentes etapas previstas para o planejamento da obra audiovisual, visando sua posterior realização. Serão dez projetos, no valor de R$ 60 mil cada. Para TV os subsídios serão para produtoras independentes que desejam desenvolver projetos para a TV por assinatura. O concurso de apoio ao desenvolvimento de série inédita será destinado a produções de ficção, documentário, animação ou misto e contemplará 12 obras, divididas em dois módulos diferentes: seleção de seis projetos de série TV, com formatos ficção ou animação, com prêmio de R$ 100 mil cada; e o segundo módulo, que será a seleção de seis projetos que contemplem o desenvolvimento de série TV, com formato documentário, com prêmio de R$ 80 mil cada. Os editais estão disponíveis, na íntegra, no site da Secretaria de Estado da Cultura.
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Segundo levantamento do Ibope Media, Share da publicidade - 1º semestre os investimentos em Outros publicidade no primeiro 11% semestre de 2014 alcançaram R$ 59,6 bilhões e registraram crescimento de Internet 15% em relação ao mesmo 5% período do ano anterior. TV aberta A TV aberta, somados TV por 62% assinatura os investimentos em 8% merchandising, totalizou 62% do total investido, seguida pelo jornal (14%), TV por assinatura Jornais (8%) e Internet (5%). O instituto 14% usa como referência os valores de tabela das empresas Fonte: Ibope Media de mídia, e não os valores efetivamente desembolsados. Para a medição de TV paga houve a inclusão de seis canais que passaram a ser aferidos durante o período. Com o Mundial de futebol, o mês de junho registrou a maior concentração de verba publicitária do semestre, especialmente para a TV aberta, que apresentou um crescimento de 72% em relação ao Mundial de 2010. Seis dos dez maiores anunciantes do semestre eram patrocinadores do evento. A Unilever, mesmo não estando nessa lista, foi a companhia que mais investiu em publicidade no Brasil no primeiro semestre de 2014. Segundo o Ibope Media, a empresa direcionou R$ 2,46 bilhões em propaganda, o que representa um crescimento de 10% em relação ao mesmo período de 2013. De acordo com a pesquisa, que monitora mensalmente os investimentos publicitários das categorias de produtos veiculados nos principais meios de comunicação, este é o segundo ano consecutivo em que a Unilever está à frente da Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio), que acumulou R$ 2,036 bilhões, aumento de 11% em comparação com o período anterior. Em seguida, a Genomma (do segmento de higiene pessoal, beleza e farmacêutica) aparece na terceira posição do estudo, com R$ 1,59 bilhão em investimentos publicitários no primeiro semestre deste ano.
Captura O canal Lifetime estreia sua primeira série nacional: "Mulheres em Ação". Produzida pela Medialand, a série acompanhou durante quatro meses policiais femininas que trabalham na Polícia Militar, na Polícia Série acompanhou trabalho de policiais Técnico-Científica e na femininas durante quatro meses Delegacia de Desaparecidos. Foram cinco equipes de produção simultâneas para registrar essas oficiais em diferentes momentos do trabalho, da investigação à prisão de criminosos, incluindo cenas de perseguição e troca de tiros. A primeira temporada de "Mulheres em Ação" tem 15 episódios, que serão exibidos às segundas, quartas e sextas-feiras, às 18h30. V i v a
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6000
R$ milhões
O SBT lançou no dia 18 sua nova identidade visual que inclui novo logo - e uma nova campanha publicitária, desenvolvidos pela agência Publicis em parceria com a equipe artística do canal. Os lançamentos fazem parte da comemoração dos 33 anos da emissora, celebrados no último mês. O canal também lançou seu novo portal na Internet, com mais destaque à seção SBT Vídeos, que traz conteúdo do canal sob demanda, e maior integração com as redes sociais. Além disso, o site também ganhou uma versão mobile neste ano.
Empréstimo
Orçamento dos ministérios
2014 2015
5000 4000 3000 2000 1000 0
768,8
1.364
1.178
Ciência, Tecnologia e Inovação
Comunicações
1.131
Cultura Fonte: PLOA
Verba gorda O orçamento do Ministério das Comunicações em 2015 será R$ 595 milhões maior que o deste ano, de acordo com o Projeto de Lei Orçamentária Anual para o próximo ano (PLOA 2015). O documento foi entregue pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, ao presidente do Senado, Renan Calheiros, no final de agosto. Em 2014, o orçamento do órgão foi de R$ 768,8 milhões e, em 2015, passará para R$ 1,364 bilhão, um aumento de mais de 77%. O ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação também terá um orçamento maior no ano que vem, indo de R$ 6,869 bilhões para R$ 7,234 bilhões. Já o Ministério da Cultura terá um orçamento praticamente igual ao de 2014. Em 2015 a previsão orçamentária é de R$ 1,131 bilhão, cerca de R$ 47 milhões a menos que este ano.
O secretário municipal de Cultura de São Paulo e exministro da Cultura no governo Lula, Juca Ferreira, licenciouse temporariamente do cargo. Ele será o coordenador do programa de governo da candidata à reeleição Dilma Rousseff na área cultural. O secretário adjunto, Alfredo Manevy, assume interinamente a posição de Juca Ferreira até o final do segundo turno, quando o secretário reassume o cargo. foto: marcelo kahn
Reforma
Juca Ferreira coordena programa de Dilma
Sem burocracia foto: Su Justen/Shutterstock.com
projeto que os cumpra pode ser Em parceria com o Programa contratado. A seleção é aberta às Brasil de Todas as Telas, produtoras cariocas e distribuidoras gerenciado pela Ancine, a RioFilme, nacionais (com longas-metragens empresa de investimentos em produzidos por empresas do Rio de audiovisual da Prefeitura do Rio de Janeiro) habilitadas, que tiveram, Janeiro, lançou em agosto a edição em 2013, filmes com mais de 300 2014 do Programa de Investimento mil ingressos vendidos. A lista de Automático Reembolsável em empresas habilitadas pode ser Produção de Longas-Metragens. conferida no edital. O programa, que investirá na As empresas habilitadas devem produção de longas-metragens de encaminhar suas propostas de produtoras sediadas na cidade destinação de recursos até o do Rio de Janeiro, disponibilizará Programa investirá na produção de longas de produtoras dia 31 de outubro de 2014. R$ 14.094.499,66, sendo sediadas na cidade do Rio de Janeiro Os longas-metragens investidos R$ 7.047.249,83 da empresa pública deverão ser exibidos em, pelo menos, 150 salas de cinema. municipal e R$ 7.047.249,83 do Brasil de Todas as Telas, com O Fundo Setorial do Audiovisual aportará recursos no recursos do FSA. mesmo valor aportado pela RioFilme, na modalidade A seleção do Programa de Investimento Automático tem investimento em projeto. requisitos objetivos – até o limite dos recursos, qualquer 12
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Locadora A Sony lançou no Brasil o Video Unlimited, serviço de vídeo digital on-demand. O serviço conta com um catálogo global com mais de 500 títulos dos grandes estúdios internacionais, que podem ser comprados ou alugados a qualquer hora e em qualquer lugar. O Video Unlimited traz lançamentos recentes do cinema Video Unlimited, da Sony: 500 títulos on-demand mundial 28 dias antes de outros serviços similares. Entre os destaques estão "O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro", "RoboCop", "300: A Ascensão do Império", "Uma Aventura Lego", "Rio 2", "O Hobbit: A Desolação de Smaug", entre outros. O conteúdo é atualizado semanalmente e os títulos são oferecidos tanto em SD 480, e HD de 720p e 1080p, dependendo da velocidade da rede. O usuário precisa de uma única conta PSN para acesso ao serviço. Os usuários têm acesso imediato aos filmes por meio da PlayStation Store (PS Store) em PS4 e PS3, e pelo aplicativo Video Unlimited nos televisores e leitores Blu-ray da Sony. Os usuários também podem baixar e reproduzir filmes em PlayStation Vita (PS Vita), PCs baseados em Windows, Sony Xperia e tablets por meio de aplicativo da Sony Media Go. Os preços para aluguel variam entre R$ 9,90 (HD, novos lançamentos) e R$ 6,90 (o conteúdo da biblioteca SD). Com a inclusão do Brasil, o Video Unlimited passa a estar disponível em 11 países, incluindo Estados Unidos, França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, Japão, Canadá, Austrália e México.
Chamada A Ancine e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), agente financeiro do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), divulgaram a lista preliminar de projetos classificados nas chamadas públicas Prodav 03/2013 e Prodav 04/2013, voltadas ao desenvolvimento de projetos audiovisuais. Os proponentes podem ter acesso aos relatórios de análise com as notas correspondentes à avaliação de suas propostas no site do BRDE, mediante login. Pela Chamada Pública Prodav 03/2013, 143 das 167 propostas habilitadas obtiveram nota igual ou superior à máxima e foram classificadas. Foram indicadas para avaliação da comissão de seleção e seguirão para a próxima etapa 67 propostas de Núcleos Criativos, sendo as 54 propostas com as maiores notas e 13 em cumprimento a cota regional que prevê que ao menos 30% das propostas sejam das regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste e, no T e l a
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mínimo, 10% de propostas venham da região Sul, e dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. O Prodav 03 vai disponibilizar R$ 27 milhões para apoio financeiro a um mínimo de 27 núcleos criativos, com o desenvolvimento de ao menos 135 projetos. Já a Chamada Pública Prodav 04/2013, destinará R$ 10 milhões para propostas de desenvolvimento de projetos de produção independente que receberão estímulo e suporte de Laboratórios de Desenvolvimento. Por esta linha, o Fundo apoiará os projetos, respeitando os limites de R$ 120 mil para obras seriada de animação ou ficção; R$ 40 mil para obras seriadas de documentário e formatos; e R$ 70 mil para obras não seriadas de longametragem de ficção ou animação. Das 61 propostas habilitadas, 56 tiveram rendimento igual ou superior a 50% da nota máxima e 5 não alcançaram a nota mínima para classificação.
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( figuras) Bom negócio
FOTOs: divulgação
Associados
Fabio Zavala é o novo sócio da Zulu Filmes, ao lado de Moa Ramalho e Hugo Prata. O profissional atua na produtora desde setembro de 2012 João Simi como produtor execu- Fabio Zavala tivo de conteúdo. Como sócio, Zavala assume também a produção executiva da área de publicidade. Zavala tem passagem pela Academia de Filmes e Delicatessen. A produtora também anunciou a chegada de João Simi como diretor associado. João, que acumulou prêmios internacionais e nacionais no ano passado (dois Leões em Cannes, London Festival, El Ojo, Fiap, New York Festivals, ABP e Wave), acaba de voltar das filmagens de seu quinto minidocumentário para o projeto “Inside”, rodado em algumas cidades do Alaska.
A Artplan contratou Daniela Ferro para o cargo de diretora de mídia. A executiva tem como experiência trabalhos para marcas como Coca-Cola, CCAA, Correios, O Boticário, Embratur, Infraero, Bob´s e Bom Negócio.com. Daniela, que ganhou o prêmio Folha Uol com o case Bom Negócio.com, trabalhou como mídia em agências nos mercados de SalvaDaniela Ferro dor, Brasília e Rio de Janeiro. Atuou como especialista de mídia para Petrobrás e Secretaria de Comunicação Social Presidência da República.
Planejamento e futuro
Despedida A jornalista Alice-Maria, da TV Globo, se aposentou após 48 anos de casa. Ela chegou à emissora em 1966, um ano após sua inauguração, como estagiária. Ao lado de Armando Nogueira, esteve à frente do jornalismo da Globo por 20 anos. Foi a primeira mulher a ocupar um cargo de direção Alice-Maria na Central Globo de Jornalismo. Em 1969, participou diretamente da criação do “Jornal Nacional”; em 1973, assumiu a função de diretora de telejornais da Globo. Em 1996, foi convidada para implantar e dirigir a GloboNews. Em julho de 2009, assumiu a diretoria de desenvolvimento de programas especiais, com a missão de desenvolver novos talentos de jornalismo. Mariano Boni, diretor executivo da Central Globo de Jornalismo responderá interinamente pelas funções que Alice-Maria vinha desempenhando.
Paulo Franco
Paulo Franco deixou a Fox, onde era vice-presidente de programação e conteúdo, para assumir a superintendência artística e de programação da Record. Segundo a emissora, a chegada do executivo faz parte da reestruturação e modernização dos setores de criação artística da emissora, visando o planejamento do futuro da programação. Franco se reporta ao vice-presidente artístico e de produção, Marcelo Silva. Marcello Braga também deixou a programadora. Para o seu lugar, a Fox contratou Zico Góes, ex-MTV Brasil, com passagens recentes também pela Globosat e Conspiração.
Zico Góes
Novo player
Campanhas digitais
A ÍON, operadora de TV por assinatura cujos serviços serão ofertados por ISPs, contratou Mauricio Pedron para a diretoria comercial e Alexandre Rey para a área de logística. Mauricio têm oito anos de experiência nas áreas comercial, técnica e de Mauricio Pedron gestão de clientes em empresas do ramo de telecomunicações e TV por assinatura, como Net e Oi TV. Ele cuidará da preparação dos parceiros ORTs (Operadores Regionais de Telecom) para a comercialização do serviço. Alexandre Rey passou pela TIM e Net Serviços, e terá a responsabilidade de cuidar do relacionamento com os operadores regionais de Telecom.
A Conspiração contratou Patrick Petry, que assume o cargo de novos negócios no núcleo digital da produtora - o Conspiração Concept. Com conhecimentos em pós-produção, computação gráfica e desenvolvimento 3D, Patrick foi professor durante três anos em instituições de ensino como ESPM e Senac. Também liderou a equipe 3D da produtora Santa Transmedia desde sua Patrick Petry abertura, em 2005, até 2008, data em que saiu da área de pós-produção e entrou na área de novos negócios e produção executiva. Já atendeu clientes como Honda, Coca Cola, Volkswagen, Heineken, LG, Budweiser, Hyundai, Fiat e Colgate.
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Gregory Kickow
Carlos Henrique Nascimento
foto: Globo-Zé Paulo Cardeal
Ricardo Esturaro
Roberto Schmidt
A Globo anunciou mudanças na diretoria executiva de negócios, que passam a vigorar a partir de janeiro de 2015. A diretoria de marketing terá gestão de Ricardo Esturaro, que atualmente ocupa o cargo de diretor de planejamento comercial. E a diretoria de comercialização será comandada por Marcelo Duarte, atual diretor de desenvolvimento comercial. As mudanças são resultado da aposentadoria de Anco Saraiva, diretor de marketing, e Marcelo Assumpção, diretor de comercialização. Segundo a Globo, os executivos que assumirão essas áreas passam a trabalhar desde já em conjunto com os atuais diretores, em um período de transição. A diretoria de planejamento comercial será assumida por Roberto Schmidt, enquanto a área de desenvolvimento comercial ficará sob Carlos Henrique Nascimento. Ambos os executivos têm longa trajetória na Globo. Ainda este ano, está prevista a aposentadoria de Franciso Viard, diretor de operações comerciais, que se prepara para deixar a empresa em setembro de 2014. Para assumir o posto foi designado Oscar Dardo, atual gerente executivo da área.
A Cisneros Media Distribution contratou Helen Jurado, profissional com 16 anos de experiência na indústria, como diretora sênior de vendas e novos negócios. Com isso, a empresa espera fortalecer sua presença na América Latina. Helen se reportará diretamente a César Diaz, vice-presidente da Cisneros. Helen Jurado
Redação e planejamento A agência Peralta contratou o redator Paulo Carmona. O profissional, que estava na Tribo Interactive, tem passagens pela R/GA São Paulo e Africa Rio. Ao longo de sua carreira participou de Paulo Carmona e Murilo Capellini campanhas para clientes como Toddy, Omo, Cif, PayPal, Tim e MasterCard. Já Murilo Capellini foi contratado como supervisor de planejamento da área liderada pelo VP de Estratégia Oscar Ferreira. Ex-AlmapBBDO, Capellini atuou na agência por três anos e atendeu importantes clientes como O Boticário, PepsiCo, Audi e Bayer.
Maurício Passarinho, Karina Monique, José de Oliveira, Layana Leonardo e Danilo Gonçalves
Criação reforçada A Giacometti anunciou Maurício Passarinho como seu novo diretor de criação da unidade de Brasília. O profissional é formado pela Universidade de Brasília e faz carreira no mercado publicitário desde 1998. Soma em seu currículo passagens por agências de grande porte como Denison, Ogilvy, TBWA, Borghi/Lowe e Propeg, onde foi supervisor e diretor de Criação.Também na criação de Brasília, Karina Monique foi promovida a Coordenadora, após cinco anos como redatora na Giacometti. Formada em Comunicação Social pela Universidade Católica de Brasília, Karina trabalhou anteriormente na Giovanni+DraftFCB, D&M, Comunicata e AgênciaClick. Em São Paulo, a agência contratou Layana Leonardo como redatora. A profissional tem passagens por Peralta, LiveAd, Purple Cow, Young & Rubicam e AgênciaClick. Também na capital paulista, José de Oliveira foi ontratado como novo diretor de arte. Ele acumula no currículo campanhas para Sebrae, Faber-Castell, Transitions Optical, Chery, Porto Seguro, Unidas, Copersucar, Ultragaz e Unimed do Brasil.A empresa ainda promoveu Danilo Gonçalves, há três anos na agência em São Paulo, ao cargo de diretor de arte. Formado em Desenho Industrial pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), Danilo foi arte-finalista, assistente de arte e ilustrador em agências e gráficas.
Viajante A Bossa Nova Films contratou o diretor Vitor Amati. O profissional, que começou como diretor de fotografia, já trabalhou em cidades como Milão, Paris, Nova York e Moscou. A direção de campanhas de automóveis é uma das suas especialidades. Vitor já produziu diversos filmes para marcas como GM, Fiat, Citroën, Honda entre outras. Vitor Amati V i v a
Marcelo Duarte
Reformulação
Distribuição
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foto: Globo-Zé Paulo Cardeal
O gaúcho Gregory Kickow, ex-Loducca, foi contratado como diretor de arte da F.biz. Kickow integrará a equipe liderada por Guilherme Jahara, chief creative officer (CCO) da F. biz, e trabalhará com as marcas Motorola, Porto Seguro, Omo, Seda, Dove Skin, Orloff, Jameson, Anhanguera e Multiplus.
foto: Globo-Dario Zalis
foto: Globo-Zé Paulo Cardeal
Direção de arte
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Fernando Lauterjung*
fern an do@co nvergeco m .co m .br
Final planejado
Minicom e Anatel desenham o plano para o desligamento analógico da TV. No Congresso da SET, radiodifusores e indústria apontam insatisfação com as regras e colocam o cronograma em xeque. panos3 / shutterstock.com
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ublicadas as regras do leilão da faixa de 700 MHz e o prazo para o desligamento dos transmissores analógicos, o que deveria restar seria a execução do plano. No entanto, pelo menos de acordo com os radiodifusores, parte da indústria fabricante e até os interessados na faixa - as empresas de telecom -, há muito mais o que fazer. O Ministério das Comunicações, por sua vez, faz a lição de casa para garantir a cobertura nas zonas urbanas e manter o cronograma. O tema pautou o congresso da Sociedade de Engenharia de Televisão, que aconteceu com a feira SET Expo, no final de agosto, em São Paulo. O desligamento do sinal analógico das emissoras de radiodifusão só poderá ser realizado se ao menos 93% dos domicílios do município estiverem aptos a receber o sinal digital, de acordo com norma do Ministério das Comunicações que traz as premissas e as condições necessárias para o switch-off. E o leilão da faixa de 700 MHz para uso de banda larga 4G deve distribuir 14 milhões de receptores de TV digital, sendo que os beneficiários do Bolsa Família receberão um conversor digital, que deverá incorporar o middleware de interatividade Ginga, além de recursos de acessibilidade. Também serão distribuídos filtros a toda a base dos inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), a fim de garantir a recepção da TV digital livre de interferências. O custo será bancado pelas teles vencedoras do leilão. O leilão prevê ainda um
ressarcimento aos radiodifusores que deverão ter suas frequências remanejadas, no valor de R$ 3,615 bilhões. A estipulação de um percentual mínimo de recepção agradou a radiodifusão. Mas a alegria do setor acaba por aí. Segundo as associações que representam as emissoras, o valor do ressarcimento estipulado está muito aquém do necessário. A Abert diz que estuda medidas contra o edital de venda da faixa, através de um pedido de impugnação do edital junto à comissão de licitação da Anatel. Para o setor, os valores de ressarcimento deveriam ficar entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5 bilhões. No evento, o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, se disse confiante no valor destinado à realocação de emissoras. Segundo ele, os cálculos que levaram ao valor foram checados diversas vezes pelo 16
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Tribunal de Contas da União (TCU). “Estamos confiantes nos valores. Não tem como errar em R$ 1,5 bilhão esse cálculo", disse o ministro a jornalistas. "Algumas fontes do setor de telecomunicações me disseram que será gasto menos que o esperado, inclusive. A Abert começou falando em R$ 6 bilhões, e já ouvi contatos na associação revendo esse valor para até R$ 4,5 bilhões". O ministro disse ainda que acredita que será cumprido o prazo de transição para a TV digital até 2018, começando em 2016. Segundo ele, nos grandes centros o tema já está resolvido. "O problema são as regiões com menos habitantes, onde é preciso viabilizar". Os radiodifusores pedem à Anatel que abra os critérios usados para se
“Estamos confiantes nos valores. Não tem como errar em R$ 1,5 bilhão esse cálculo.”
FOTO: marcelo kahn
chegar ao valor. "Queremos transparência, para podermos apresentar os nossos cálculos", disse Fernando Ferreira, diretor da SET e da Bandeirantes. Jarbas Valente, superintendente e vice-presidente da Anatel, afirmou que há, sim, um estudo que levou ao valor, mas não o detalhou no evento. "Há todo um trabalho que a Anatel desenvolveu e chegou a esse número de R$ 3,6 bilhões para viabilizar a adequação dos 1.080 canais. Não será necessária a compra de novos transmissores para todos os canais realocados, muitos dos transmissores serão apenas resintonizados", disse Valente. Apagão A portaria que determina as regras para o leilão traz ainda o detalhamento do cronograma, mostrando as cidades que desligarão com as capitais dos Estados. O desligamento começa em 2015, com um projeto-piloto em Rio Verde (GO), e se estende até 2018. Mesmo antes dos prazos definidos a cada localidade, os radiodifusores podem pedir para adiantar o desligamento do seu sinal, explica a secretária de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Patrícia Ávila. Segundo ela, o trabalho de consignação para digitalizar a maior parte das 518 estações de TV e as 5.933 retransmissoras primárias já está pronto. Quanto às 4.616 retransmissoras de TV secundárias (RTV-S), serão pareadas no mesmo canal. "Portanto, não há que se falar em consignação". Entre estes canais, os que quiserem entrar em operação digital antes do prazo devem pedir apenas a alteração para "virar a chave". Caso contrário, deverão fazer isso no final do prazo de digitalização da sua localidade.
outorga, que precisava ser assinada pelo ministro. Agora, o trâmite será mais curto. A outorga será concedida pela Diretoria de Outorgas, desde que a emissora comprove tecnicamente à Anatel que a utilização do mesmo canal não garante a cobertura adequada. Trata-se, segundo Denise, de uma autorização simplificada. Ela destaca que a transmissão deve ter as mesmas características da transmissão de reforço pelo mesmo canal, ou seja, devem usar a menor potência possível, sem ultrapassar o contorno original. A portaria traz ainda a possibilidade de fazer o “reuso” de canais. Segundo a diretora, a regra vale para os canais considerados "mortos", aqueles que sofrem interferência de duas localidades vizinhas. Para estes casos, se uma emissora tem outorga para duas localidades e há um canal disponível em um município que fica entre essas localidades, nenhuma outra emissora
Paulo Bernardo, ministro das Comunicações
A secretária destaca que, ao contrário do que acontece com a TV analógica, não há uma limitação quanto à potência do sinal das RTV-S. "No digital, a potência tem que ser necessária para cobrir 90% do município. Mas essa outorga não tem proteção contra interferência. Portanto, se interferir em alguém, a emissora terá de reduzir a potência", diz. Cobertura Além de garantir a realocação das emissoras para limpar a faixa que será destinada à banda larga móvel, o apagão analógico depende de uma garantia de cobertura por parte das emissoras digitais, o que hoje, mesmo nos grandes centros, ainda não foi conseguido.
A Abert diz que estuda medidas contra o edital de venda da faixa, através de um pedido de impugnação junto à comissão de licitação da Anatel consegue utilizar este canal sem sofrer interferências. O ministério autorizará o reuso deste canal pela emissora que já tem as outorgas para as localidades vizinhas, uma vez que nenhuma outra transmissão poderia ser feita ali.
O Minicom publicou uma portaria que simplifica as regras para que as geradoras de TV e retransmissoras possam reforçar seu sinal em áreas de sombra. A diretora do Departamento de Outorgas do ministério, Denise Oliveira, afirmou no evento que o reforço do sinal deve ter “a potência mínima necessária para cobrir a área de sombra sem ampliar o contorno da área outorgada”. Com a nova regra, as emissoras não precisam mais esperar a autorização para reforçar o sinal em zonas de sombra ou interferência. Elas ficam liberadas para instalar estações retransmissoras auxiliares para cobrir estas áreas, bastando apresentar um projeto técnico à Anatel. Nos casos em que a zona de sombra só pode ser coberta por outro canal, a tramitação também ficou mais simples. Antes, o ministério concedia uma nova
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Recepção Na busca da garantia de recepção, há ainda um outro abacaxi a ser descascado: a mitigação da interferência entre os sinais do 4G e da TV digital. O esforço para garantir a 93% da população a recepção do sinal de TV digital pode se resumir a atender aproximadamente um terço da população, o que não tornará o processo trivial. Segundo Marcelo Martins, diretor de novos negócios da Century, dos 68 milhões dos lares 17
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( capa ) “Queremos transparência, para podermos apresentar os nossos cálculos.”
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com TV, 24 milhões dependem dos sinais da TV aberta. O restante recebe os canais por satélite - 26 milhões de lares dependem da banda C - ou TV por assinatura 18 milhões. É importante notar que as bases da TV paga e do satélite continuam avançando sobre a de lares que dependem da TV aberta. A TV por assinatura reduziu o ritmo de crescimento, mas ainda cresce dois dígitos por ano. Já a base do satélite, conta Martins, também avança significativamente. Entre 3 milhões e 3,5 milhões de parabólicas são fabricadas ao ano no Brasil. Esta conta inclui reposição e a própria TV paga, com as antenas de DTH, mas aproximadamente metade pode ser considerada ampliação da base da banda C, uma vez que cerca de 1,5 milhão de receptores de banda C (analógica e digital) são feitos anualmente pela indústria. Não há números confiáveis sobre a real fatia de lares que recebem os sinais terrestres digitais. "O que ouvimos no mercado, no varejo, é que a base de TV recebendo sinal digital pelo ar é muito pequena", diz Martins. "Acertamos na tecnologia (no desenvolvimento do SBTVD), mas a comunicação da TV digital foi falha. Os concorrentes foram espertos. O mercado de TV por assinatura se apropriou do termo digital na comunicação", opina. "Aqueles dois terços não vão voltar para a TV terrestre. Precisamos chegar a apenas a um terço", completa. Mesmo com a base de lares dependentes da recepção terrestre não sendo tão grande, o desafio para garantir que passem a receber será hercúleo. Aproximadamente 14 milhões de televisores são colocados no mercado ao ano desde 2011, a grande maioria com receptores digitais. No entanto, a maior parte não recebe sinal pela antena. Entre os que recebem sinais terrestres,
Fernando Ferreira, da Bandeirantes
podem perder essa capacidade quando a faixa dos 700 MHz for destinada a outros serviços. "Não é um filtro de R$ 10 que vai resolver o problema", diz Martins. Segundo o engenheiro, nos grandes centros, 70% a 80% das estruturas de recepção são antenas coletivas em condomínios que estão preparadas apenas para o VHF. E a maior parte dos que já recebem o sinal digital terrestre o faz através de antena interna ou de sistemas coletivos inapropriados. "Quando houver 20 mil torres 4G na faixa de 700 MHz em São Paulo gerando um nível de ruído com que os receptores não são capazes de lidar, todos os receptores do mercado serão impactados", diz. "Ainda não são feitos receptores na norma que contemple a convivência entre os serviços", completa. Para ele, o cronograma do desligamento analógico está acelerado, e isso terá impacto no negócio da TV aberta. "A fraca adesão ao DTV terrestre, somada ao desligamento prematuro do analógico e à interferência dos serviços na faixa dos 700 MHz são uma combinação perigosa. O impacto será direto na receita das emissoras", diz. TV vs. set-top box Para Marcelo Martins, o receptor externo volta a ser uma promessa de salvação para a TV digital. Apontado como tendência de consumo no início das transmissões digitais, o equipamento acabou não conquistando mercado, até por conta dos incentivos fiscais que levaram à inclusão dos receptores
“Não será necessária a compra de novos transmissores para todos os canais realocados, muitos dos transmissores serão apenas resintonizados.” Jarbas Valente, da Anatel
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digitais nos próprios monitores de TV. "O set-top box micou. O boom não aconteceu", diz Martins. O recorde de produção do equipamento foi em 2012, com cerca de 130 mil caixas, menos de 1% do volume de televisores feitos no mesmo ano. Com uma base grande de telas de alta definição no mercado com potenciais problemas de interferência, a solução volta a ser o receptor externo. "A escala vai ser através do set-top box. Não podemos mais boicotar o conversar em favor dos televisores com recepção. Será o mesmo que boicotar a TV digital", diz. Já os fabricantes de televisão não estão satisfeitos com a forma escolhida para garantir a penetração do sinal da TV digital antes do desligamento dos sinais analógicos. "Nosso setor sempre acreditou que a melhor solução para chegar aos 93% é com o equipamento final (televisores completos). Não acreditamos que seja através da digitalização de equipamentos analógicos", disse o vice-presidente de negócios da Samsung, Benjamin Sicsu. Segundo ele, com uma boa revisão da carga tributária, seria possível baixar os valores de equipamentos de TV digital completos, chegando muito próximo ao valor das caixinhas receptoras. "Um set-top box é composto por gabinete, fonte, e uma placa. O gabinete e a fonte são desperdício, já estão na televisão", completou. Segundo ele, a carga tributária dos televisores é próxima dos 50%. Campanha Ainda para garantir a recepção por parte da população, o cronograma do apagão analógico prevê uma forte campanha de divulgação, envolvendo os próprios radiodifusores. Para o engenheiro de comunicações da Abratel André Felipe Trindade, o
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( capa ) “ "Nosso setor sempre acreditou que a melhor solução para chegar aos 93% é com o equipamento final. Não acreditamos que seja através da digitalização de equipamentos analógicos.”
FOTO: marcelo kahn
calendário político pode afetar negativamente esta campanha. Segundo ele, exemplos internacionais mostram que o desligamento dos canais analógicos em época de eleições pode confundir a população. "Goiânia tem apagão previsto para agosto de 2016, época de eleição municipal. Como mudar o foco da população da eleição para uma campanha de compra de receptores digitais?", questiona. Trindade lembrou que em 2018 haverá o desligamento de importantes
Benjamin Sicsu, da Samsung
centros em meio à campanha para presidente da República. Para Marconi Maya, superintendente de Outorgas e Recursos à Prestação da Anatel, qualquer data escolhida para os desligamentos apresentaria alguma barreira. "O que vai dar o sabor da
transição é a qualidade da comunicação que será feita à população, mesmo em época eleitoral", completou. Geraldo Mello, engenheiro da TV Alterosa, alertou o superintendente de que a comunicação deve ser feita de forma diferente para públicos diferentes. "As peças publicitárias até agora foram bastante institucionais. Precisamos ter informação direcionada ao consumidor, aos técnicos e às prefeituras. São peças diferentes para público distintos", disse. *Colaborou Leandro Sanfelice
A novela e o closed caption
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Assuntos Legais da Abert, esses padrões foram estabelecidos antes da regulamentação que determinou a obrigatoriedade do recurso, e representam um cenário ideal para a aplicação do recurso, não parâmetros voltados à fiscalização do mercado.
Abert aproveitou o evento da SET para voltar a pedir uma revisão das normas que determinam a obrigatoriedade da veiculação do recurso de closed caption na programação de emissoras em todo o país. Segundo as normas atuais, estabelecidas nas portarias 310 de 2006 e 188 de 2010 do Ministério das Comunicações, os canais devem transmitir 16 horas de programação diária contendo o recurso entre as seis e duas horas da manhã. Em abril do ano que vem esse tempo passará para 20 horas, e em 2017 toda a programação deverá conter o recurso. A reclamação da Abert dirige-se às normas de qualidade adotadas pelo ministério. Estabelecidas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) em 2005, elas preveem precisão de 98% e máximo de 4 segundos de atraso na inserção do texto para programas ao vivo e 100% de precisão com nenhum atraso para programação pré-gravada. Segundo Cristiano Lobato Flores, diretor de
A reclamação da Abert dirige-se às normas de qualidade adotadas pelo ministério. elas preveem precisão de 98% e máximo de 4 segundos de atraso na inserção do texto para programas ao vivo "Pedimos a revisão dessas normas, levando em conta a realidade do mercado, as limitações tecnológicas e a disponibilidade de profissionais capacitados para oferecer estenotipia no país", diz Flores. Ele também chama a atenção para as normas de fiscalização do recurso que, segundo ele, punem da mesma maneira a emissora que comete erros na prestação do serviço e a emissora que simplesmente opta por não oferecê20
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lo. "Isso estimula que as empresas nem tentem se adequar, e não premia aquele que está tentando fazê-lo", explica. Em abril, o diretor geral da Abert, Luiz Roberto Antonik, já havia criticado as normas atuais. Na época, a advogada e representante da CBS (Confederação Brasileira de Surdos) Tatyana Dé Carli contestou o posicionamento da associação. Ela lembrou que as normas são antigas, e disse que as emissoras e afiliadas tiveram tempo para se preparar. "A lei atende uma demanda social importante, e não é possível depois de todo esse tempo dizer que não se sabia ou não se pode cumprir", afirmou a advogada. De acordo com ela, a confederação entrou em contato com associações do setor já em outubro de 2010 para alertar sobre a demora das emissoras em adotar o recurso. "Enviamos comunicado para Astral, Unali e Abert alertando para a necessidade de conscientizar seus afiliados e não tivemos resposta", lembrou. Leandro Sanfelice
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Leandro Sanfelice
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Tomando fôlego
Após agitação da Copa do Mundo, fornecedores aproveitam tempo para atualizar portfólios e se preparar para atender novas demandas do mercado que, apostam, continuará crescendo.
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“As emissoras dos grandes centros já estão praticamente 100% em HD. No interior essa migração acontece de forma mais gradual.”
Fusão Após ser adquirida pela fabricante de transmissores Belden por US$ 220 milhões e fundida com a Miranda, a Grass Valley passa por um período
FOTOs: marcelo kahn
atípico consolidando linhas de produto e equipes de suporte. Contudo, segundo Leonel da Luz, vice-presidente de vendas da empresa para a América Latina, as expectativas no país são boas. “Estamos ampliando nossas equipes de vendas, suporte e até pessoal de escritório. Cada uma das empresas tinha uma expectativa de vendas. Essas expectativas têm sido constantemente superadas. Isso é surpreendente, pois passamos por um período entre Copa do Mundo e eleições”, diz o executivo. Ele diz que a consolidação tornou o portfólio de soluções mais atrativo para o mercado, e que a Grass Valley já percebe uma evolução na demanda por produtos em 4K e na adoção de sistemas baseados em IP. “No mercado broadcast temos produtos em 4K tradicional e também em IP, que são duas tendências. A demanda por 4K começa a surgir até pelo interesse em longevidade da produção. Se você quer manter essa produção rentável por mais tempo em outras plataformas é relevante produzi-la em 4K. Outra demanda que temos em função do 4K é por fibra e canais de distribuição. Enquanto a distribuição terrestre depende de questões tecnológicas e regulatórias para avançar, serviços de VOD e operadoras já começam a entregar esse conteúdo”, avalia. Para atender essas novas demandas, a empresa lançou uma série de soluções para o mercado brasileiro. Entre eles, um roteador hibrido com entradas
pós a agitação do mercado com a Copa do Mundo, fornecedores e integradores do setor broadcast costumam enfrentar uma redução natural na quantidade de pedidos e vendas. Isso não significa, no entanto, que suas expectativas para o setor estejam menos otimistas, nem que eles estejam trabalhando menos nesse período. Nesta edição da SET, os principais players do mercado apresentaram uma série de novidades para atender às demandas do mercado. A expectativa é que esta demanda continue crescendo, apesar da estagnação da economia nacional. Os principais motores desta demanda são sistemas de entrega de conteúdo em múltiplas plataformas e gerenciamento, transmissão e compressão de conteúdo digital via IP. Além disso, há a adoção cada vez maior de equipamentos HD em emissoras do interior que, após digitalizarem a estrutura de transmissão, passam a investir na captação. Ao mesmo tempo, a adoção de equipamentos 4K começa a crescer, impulsionada por cabeças de rede e produtoras. Se a transmissão via terrestre ainda enfrenta obstáculos regulatórios e tecnológicos para suportar o UHD, em redes de TV por assinatura, banda larga, e serviços de VOD a tecnologia apresenta-se cada vez mais como um padrão para o futuro.
Luis Fabichak, da Sony
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em vídeo SDI e IP e uma nova câmera em 4K com sensores de 2/3 de polegada, capaz de operar com lentes convencionais de alta definição. “Isso faz todo sentido na produção de eventos esportivos, onde não é preciso lentes de última geração como em cinema. É possível produzir em definição 4K utilizando a estrutura tradicional”, explica Leonel. Outro destaque foi o lançamento do Stratus, que reúne todo um sistema de playout em uma única placa, e permite o controle e monitoramento remoto do conteúdo via nuvem. Ampliação No caminho contrário ao da Grass Valley, a Imagine surgiu após a Harris Broadcast dividir-se em duas companhias em maio deste ano. “Foi uma fase muito difícil, com pedidos constantes chegando, Copa no meio e nós criando duas empresas, tudo muito rápido”, diz Nahuel Villegas, vice-presidente de vendas para a América Latina da Imagine Communications. Segundo Villegas, a empresa está expandindo investimentos, inclusive na América Latina. Entre as mudanças que acompanham o novo nome, está a transferência da unidade produtiva da empresa do Canadá para o México. “A nova fábrica já está operando e tem capacidade de produção três vezes maior”, diz. Além disso, conta o executivo, a Imagine está avaliando empresas para futuras aquisições, com o objetivo de aumentar o portfólio de produtos. No estande da empresa
na Set Expo 2014, destacaram-se novos produtos baseados em IP, software, virtualização e TV everywhere. A empresa apresentou ao mercado brasileiro o novo processador dual-channel 1RUSelenio X100, com arquitetura única para IP e UltraHD.Também em exposição estava a mais recente evolução do sistema integrado de playout Versio, com capacidades expandidas de I/O, caption, legendagem, gráficos e formato. O Versio também suporta fluxos de trabalho híbridos SDI e IP. A empresa ainda apresentou os novos módulos para a plataforma de convergência de mídia Selenio MCP, que permitem codificação de alta performance para eventos ao vivo por meio de um novo suporte de compressão JPEG2000 e distribuição por satélite por meio de um demodulador DVB-S/S2 dual-channel. Lançamento mundial Flexibilidade é a principal característica da PXW-X500, camcorder lançada mundialmente pela Sony durante a edição deste ano da SET Expo. O aparelho chegará ao mercado em outubro deste ano, com preço estimado de cerca de US$ 23 mil. O modelo é capaz de trabalhar com uma série de formatos de codecs, incluindo MPEG IMX e DVCAM em SD, MPEG-4 SStP e MPEG HD422 em HD. Três recém-desenvolvidos sensores CCDs do tipo 2/3 de polegada Power HAD FX prometem produzir imagens de alta qualidade com alta relação sinal-ruído (60dB). Com um módulo sem fio integrado, a PXW-X500 pode ser operada a partir de dispositivos compatíveis com Wi-Fi, como tablets, por meio do módulo LAN sem fio USB IFU-WLM3 embutido. Além disso, arquivos pequenos de vídeo como os proxy podem ser gerados separadamente da linha de gravações de alta resolução e gravados
“Ainda teremos mais momentos agitados. O novo CEO está olhando outras empresas para aquisição, buscando adquirir mais tecnologia em áreas pontuais que não cobrimos.”
para atender a necessidade de rápida distribuição de conteúdo das indústrias de mídia e permitir colaboração em nuvem com segurança sem a necessidade de grandes investimentos em software e hardware. Armazenamento A Videodata ampliou seu portfólio de produtos com o sistema de armazenamento em discos ópticos Sony Optic Disc Archive. A fabricante japonesa homologou a integração do sistema à solução de gerenciamento de mídia da Media Portal, comercializado pela integradora. “Esse sistema permite maior velocidade de gravação e maior longevidade para armazenamento do arquivo”, explicou Rosalvo Carvalho, presidente da Videodata. Em seu estande na feira, a empresa também destacava uma solução OTT da Thomson para serviços de TV Everywhere, que permite que o assinante acompanhe canais ao vivo em tablets e smartphones. No começo do terceiro trimestre deste ano, a plataforma será utilizada no lançamento do serviço de TV Everywhere de uma grande operadora no país, com a Videodata atuando como principal integradora.
Nahuel Villegas, da Imagine
diretamente em um cartão SD independente. A empresa anunciou ainda uma reformulação no seu portal de vendas, que passará a apresentar os produtos profissionais em categorias, além de oferecer condições de financiamento com prazos de pagamento mais longos. "A idéia é mostrar para o produtor que não conta com grandes incentivos fiscais que é possível adquirir os produtos aqui", diz Luis Fabichak, gerente de marketing da Sony. O negócio principal da empresa no setor profissional ainda está na venda de aparelhos digitais HD, impulsionada pela digitalização do interior do país. Contudo, a Sony se mostra entusiasmada com o ritmo de adoção do 4K, e aposta que, diferente o que aconteceu com o 3D, essa é uma tecnologia que será amplamente adotada em um futuro próximo. A Globo, por exemplo, já adquiriu equipamentos UHD para a produção de teledramaturgia. Em parceria com a emissora carioca, a Sony também conduziu os primeiros testes de transmissão ao vivo em 4K durante a Copa do Mundo. Outras cabeças de rede e emissoras locais de grande porte já adquiriram equipamentos, em menor escala, e já estão testando", diz Fabichak.
Suporte local A Hitachi, por sua vez, anunciou a criação de um centro de manutenção para câmeras profissionais em sua sede no Brasil. "O desenvolvimento e a fabricação do produto ficam no Japão. Mas podemos oferecer suporte de campo, com manutenção, treinamento e ajuste dos equipamentos", disse Yasutoshi Miyoshi, diretor geral comercial da empresa. A ideia é agilizar o atendimento ao cliente e oferecer melhor serviço de pós-vendas. Outra novidade apresentada pela empresa no evento foi um novo modelo de shelter para gap fillers de sinais. O abrigo combina estrutura de transmissão, no breaks e ar-condicionado numa estrutura que sai pronta da fábrica.
Nuvem A AD Digital apresentou a plataforma Media Cloud, provida e administrada por uma nuvem privada da integradora. Com isso, a empresa passa a oferecer soluções SaaS (Software as a Service) com hospedagem em sua própria plataforma de nuvem. Entre os novos produtos que utilizarão a nova plataforma, está o Media Fast Transfer. De desenvolvimento próprio, a solução de transferência de conteúdo foi destaque no estande da empresa nesta edição do Set Expo 2014. O produto surge
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Avenida espacial
TV paga continuará gerando demanda crescente de capacidade satelital, e operadoras investem na expansão, mesmo sob o risco de oferta em excesso. FOTOs: marcelo kahn
O
Brasil se converteu nos últimos anos no cenário ideal para investimento de empresas de satélite. Não apenas para os tradicionais players que já atuavam no país, mas também é alvo de interesse de operadores internacionais ainda sem presença local, como a Inmarsat e a estatal de Abu Dhabi Yahsat. Com vistas à alta demanda para vídeo da Copa e das Olimpíadas, a Anatel leiloou quatro posições orbitais em agosto de 2011, arrecadando R$ 254,4 milhões, com ágio que chegou a 3.759% na posição arrematada pela HNS Americas, do grupo Hughes/Echostar/Dish, dos Estados Unidos. O último leilão de posições orbitais para satélites brasileiros, realizado em maio deste ano, vendeu quatro posições satelitais com ágio médio de 213% e arrecadou R$ 153,15 milhões. A Hispasat arrematou uma posição; a SES, duas; e a Eutelsat, uma. Operadores como StarOne e Hughes, que já operam no Brasil, acabaram não levando nenhuma posição, assim como as entrantes Inmarsat e Yahsat, que chegaram a apresentar propostas, mas desistiram por considerar que os lances chegaram a valores maiores do que estavam preparadas para pagar. Diante deste cenário com novos interessados no mercado brasileiro, e que já têm satélites planejados para 2016 com cobertura no Brasil em banda Ka, como é o caso da Inmarsat e da Yahsat, a Anatel pretende fazer com que esses satélites ocupem posições brasileiras.
Jarbas Valente, da Anatel, Senador Anibal Diniz, Manoel Almeida, presidente da Abrasat e Luiz Octávio Prates, do SindiSat
"Essas empresas já têm satélites planejados para cobrir o Brasil de qualquer maneira e tanto melhor se operarem eles daqui, como satélites em posições brasileiras", comenta o vicepresidente e conselheiro da Anatel, Jarbas Valente, que participou no início de setembro do Congresso Latino-Americano de Satélites, realizado pela Converge Comunicações, no Rio de Janeiro. A ideia da agência é aproveitar o mesmo edital de licitação de maio, já aprovado pelo TCU, que tem validade de um ano, para acelerar o processo. "Assim que o último lote de maio for assinado pela Eutelsat agora em 24 de fevereiro e isso for publicado, a agência está liberada para dar andamento na nova licitação", explica Valente. “Ainda temos cinco posições de bandas planejadas e cinco de bandas não planejadas para vender e acredito que as posições vão interessar a mais de um 26
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novo operador internacional", analisa o conselheiro, prevendo competição no novo certame. Risco de excesso A presidente da Hispasat, Elena Pisonero Ruiz, classificou o mercado brasileiro como o mais atrativo do mundo não apenas em banda larga, mas também em TV por assinatura. "Estamos vivendo um momento muito atrativo no Brasil. A demanda é muito grande e a ambição do governo brasileiro também é. São necessários investimentos muito grandes, há o risco de excesso de capacidade (satelital) e os operadores só conseguirão fazer esses investimentos de maneira rentável se houver uma certa consolidação para se conseguir equilíbrio", alerta. A Hispasat planeja colocar, em dois anos, um satélite com grande
capacidade para banda Ku e banda Ka na posição 61˚W, escolhida pela empresa para a operação na faixa Ku-BSS após vitória no último leilão. Será o Amazonas 5A, que complementará a cobertura já existente na posição com o Amazonas 3. A operadora também planeja, em pouco tempo, passar a operar no Brasil um outro satélite de grande capacidade em uma posição espanhola, localizado em 30˚W, e que ampliará a capacidade de cobertura de banda Ku, já que o recém-lançado Amazonas 4A (que ficaria na posição 61˚W) provavelmente terá sua capacidade afetada em decorrência de uma falha elétrica, que não afetará a vida útil, mas obrigará uma diminuição na quantidade de transponders ativos. O risco de excesso de capacidade existe, mas, na opinião diretor geral da Telesat, Mauro Wajnberg, essa é uma característica natural do mercado. "A gente entrega capacidade em lotes e o mercado vai digerindo isso aos poucos. Vai haver excesso, mas o mercado vai se equilibrar novamente e acabar se corrigindo, como já aconteceu no passado", pondera. A Telesat prevê o lançamento do seu High Throughput Satellite (HTS) Telstar 12-Vantage no final de 2015. "Ele combina beams de alto throughput e tradicionais em banda Ku e vai maximizar nossos recursos em órbita", diz Wajnberg. Para o diretor geral da SES América Latina, Jurandir Pitsch, os riscos podes ser minimizados. "Estamos acostumados a atuar em um mercado competitivo. O Brasil chegou a ter mais de 12 operadores de satélite e a competição é sempre bem-vinda. A partir de 2016 existirá uma grande quantidade de satélites com cobertura no País, independente de posição brasileira, e a boa notícia é que haverá boa capacidade disponível para as Olimpíadas",
“Há o risco de excesso de capacidade e os operadores só conseguirão fazer esses investimentos de maneira rentável se houver uma certa consolidação.”
interessantes. São mais de 19 milhões de assinantes de TV no Brasil, dos quais 61% são atendidos por DTH. E mesmo o cabo utiliza o satélite porque 100% dos canais são distribuídos para as operadoras via satélite", lembra o diretor geral da Eutelsat, Rodrigo Campos. Segundo ele, a Eutelsat agrega mais de 5,7 mil canais de TV, dos quais 500 em HD, em seus 35 satélites. "E temos ainda três novos satélites projetados até 2016", acrescenta. A operadora adquiriu a posição 69,45oW com frequências para banda C e Ku. "Não vamos abandonar a banda C, é essencial para a TV paga. Agora buscaremos aumentar as faixas de frequência que nos são atribuídas e começaremos a olhar mais para bandas planejadas próximas à banda C para fugir de interferências", conta Campos. A Star One lançará em 2015 o satélite C4 para suportar a expansão da operação de TV do grupo América Móvil em toda a América Latina, mas em especial para atender à Claro hdtv no Brasil. "Isso aumentará a disponibilidade para colocarmos mais conteúdos", diz o diretor executivo da Claro hdtv, Antonio João. "A Claro é a operadora que tem menos canais HD. Isso é um diferencial negativo e estamos trabalhando para corrigir isso", declara. A Intelsat, por sua vez, prevê até o começo de 2015 o lançamento dos satélites IS-30 e IS-31, ambos em banda C com cobertura no Brasil; e em julho do ano que vem o IS-34, que deverá atender à operação de DTH da GVT. Vale lembrar que o IS-27, que atenderia a GVT, experimentou uma falha no lançamento e foi destruído.
Helena Pisonero, da Hispasat
relativiza ele, lembrando que os operadores têm flexibilidade a bordo dos satélites para deslocar capacidade para outros mercados da América Latina, como Colômbia e Peru, além de poderem ainda deslocar satélites para outras posições orbitais. Para o executivo da SES, como a empresa adquiriu duas novas posições brasileiras no último leilão de maio, é provável que não dispute uma nova posição no segundo leilão deste ano que Anatel prepara. "Nossa proposta para os próximos anos é desenvolver essas posições, as duas brasileiras e outra nos países andinos. E existe ainda uma tendência de usar as posições já adquiridas como hotspots para agregar capacidade colocando mais de um satélite na mesma posição", explica. A operadora lançará o SES-10 em 2016 em banda Ku especificamente para atender à América Latina e tem a intensão de deslocar outro satélite de sua frota de 55 artefatos para a recém-adquirida posição de 48oW para começar a operar com capacidade adicional nas bandas C e Ku no Brasil. TV paga A previsão dos operadores é que mercado de TV por assinatura continuará a demandar capacidade satelital crescente, seja pela expansão do número de assinantes via DTH, seja pela aumento de canais HD e até mesmo pelo surgimento de canais em ultra alta definição (4K). "O mercado de DTH cresce a taxas bastante
“Estamos acostumados a atuar em um mercado competitivo. O Brasil chegou a ter mais de 12 operadores de satélite e a competição é sempre bem-vinda.”
4k Uma pesquisa encomendada pela Intelsat, inclusive, prevê uma rápida adoção do 4K. O relatório feito pela
Jurandir Pitsch, da SES
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s operadoras de satélite classificaram as transmissões da Copa do Mundo como um sucesso, um teste para o que deverão executar nas transmissões das Olimpíadas do Rio de Janeiro – considerada mais complexa por concentrar em horários simultâneos diversas transmissões de esportes distintos. "As Olimpíadas trazem um desafio diferente. Na Copa, foram 30 dias com jogos espaçados, quase sem nenhuma simultaneidade. Nas Olimpíadas teremos uma concentração grande de eventos em duas semanas. Do ponto de vista de infraestrutura para captação e produção, não será problema, mas na parte de distribuição teremos um desafio grande, e precisamos das operadoras", alerta o CTO da Globosat, Roberto Primo. E além das transmissões de vídeo temos também agora as transmissões para segunda tela, acrescenta o CEO da Casablanca Online, Alex Pimentel. A Casablanca transmitiu as três últimas partidas do Maracanã em 4K e realizou 814 janelas ao vivo da Copa do Mundo. "Durante a Copa a Star One teve cinco transponders sendo utilizados simultaneamente para a transmissão. Foram mais de três mil horas de serviços vendidos, mas foi praticamente um ensaio para o que teremos nas Olimpíadas de 2016", diz Oliveira. A SES registrou 40 mil horas de transmissão na Copa utilizando 500 MHz de capacidade em dois artefatos. "E mesmo a banda Ku, com a forte chuva em Natal, suportou muito bem a transmissão dos eventos", observa Pitch. Já a Intelsat contabilizou 50 mil horas de transmissão em 12 satélites sendo utilizados no Brasil. "É o resultado de dois anos de trabalho, de planejamento, muitas vezes transferindo clientes de um satélite para outro para otimizar a cobertura para a Copa, e ocorreu tudo de forma tranquila", conta Ghizoni.
Jefferson Bernardes/shutterstock.com
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canal HD", prevê. “Só a qualidade do 4K é suficiente para que a gente tenha noção de profundidade e certamente teremos mais aplicações de 4K nas Olimpíadas do que tivemos na Copa", observa o diretor geral da Star One, Lincoln Oliveira. O diretor da Intelsat para a América do Sul, Estevão Ghizoni, concorda: "O 4K é uma realidade que já esta nascendo e a gente espera e prevê que em 2016
Market Connections entrevistou 80 executivos das áreas técnicas e não técnicas - principalmente marketing – da base de clientes da Intelsat e revelou que 63% dos entrevistados esperam que a tecnologia 4K se torne um padrão, com penetração semelhante à do HD atualmente, dentro de um período de cinco a sete anos. Além disso, 83% responderam que em até dez anos o formato será a norma para consumo de conteúdo em vídeo, com 42% informando já ter um cronograma de lançamento definido. Para Pitch, da SES, diferentemente do 3D, o 4K irá se consolidar por conta da tendência natural de aumento na resolução dos dispositivos e câmeras. "E com as novas modulações, implantar canais 4K terá quase o mesmo preço de um
“Só a qualidade do 4K é suficiente para que a gente tenha noção de profundidade e certamente teremos mais aplicações de 4K nas Olimpíadas do que tivemos na Copa.” Lincoln Oliveira, da Star One
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FOTO: marcelo kahn
Copa do Mundo e Olimpíadas
nas Olimpíadas vai haver uma participação muito mais importante do 4K, principalmente nas transmissões para Japão e Coreia – porque essa deverá ser a forma predominante nas transmissões para lá", analisa. Para o gerente geral da Newtec para a América Latina, Bart Van Utterbeeck, o 4K é um mercado bastante interessante e que vai pegar bem porque os fabricantes de telas têm trabalhando intensamente para reduzir o valor das TVs. "O novo padrão DVB-S2X tem um ganho de compressão de 120% comparado com DVB-S2 na migração para HD e agora, com satélites HTS e spots menores, os operadores têm como dimensionar melhor a banda", comenta. O diretor geral de engenharia da TV e Rádio Bandeirantes, Fernando Ferreira, lembra, contudo, que pode ser que o mercado brasileiro pule do HD diretamente para o 8K, evolução do 4K que já está sendo testada. "É algo evolutivo. Temos que acompanhar e cuidar muito do momento de fazer a transição. Talvez seja o caso de pular direto para o 8K. Acho factível chegar a 2018 com um produto bacana", prevê. O primeiro canal de testes para transmissões 4K será lançado em outubro pela Hispasat, depois de a operadora ter realizado com sucesso sua primeira transmissão em 4K no ano passado. "Mais definição e mais qualidade do 4K serão diferencial competitivo para os canais e operadoras de TV paga crescerem e por isso estamos lançando em outubro um canal próprio em 4K para fazer provas na América Latina", conta Elena. A ideia, de acordo com a executiva, é reunir programadoras e canais para carregar os conteúdos nesse canal teste e provar também junto com operadoras as trans missões no novo padrão.
(mercado)
Letícia Cordeiro
letic ia@convergeco m .co m .br
Jogo de xadrez
Telefônica leva a GVT e forma o terceiro maior grupo operador de TV por assinatura. Gigantes estrangeiras podem ser alternativa para bancar a Oi em oferta pela TIM. prevê o pagamento de € 4,66 bilhões em dinheiro, financiado através de um aumento de capital na Telefônica Brasil e 12% da Telefônica/Vivo expandida, seja concluído em meados de 2015. No cronograma, a espanhola estima obter o sinal verde do conselho de empregados da Vivendi após revisão da proposta e posterior aprovação dos acionistas da Telefônica Brasil até outubro deste ano e anuência da Anatel e do Cade em meados do ano que vem. A Vivendi terá de decidir até a assinatura do contrato definitivo dentro do período de três meses de negociações exclusivas se quer trocar uma participação de 4,5% na Telefônica Brasil ampliada em troca da participação de 8,3% no capital votante da Telecom Italia. O financiamento da oferta em dinheiro que será paga à Vivendi (€ 4,66 bilhões) virá de um aumento de capital da Telefônica no Brasil, sobre o qual a tele espanhola se compromete a subscrever integralmente seu direito de preferência (74%).
Alex Mit / shutterstock.com
A
onda das consolidações definitivamente bate à porta do mercado brasileiro de telecomunicações, um reflexo do que acontece no mercado internacional. Como esperado, a Telecom Italia não deixou o caminho livre para a Telefónica adquirir sem esforço a GVT e oficializou na sequência uma proposta de € 7 bilhões (R$ 21,020 bilhões) pela subsidiária brasileira da Vivendi. A proposta incluí € 1,7 bilhão em dinheiro; mais uma participação de 16% no capital da holding italiana e 21% das ações de controle; e ainda 15% da TIM Brasil (os italianos continuarão controlando a TIM com cerca de 60% das ações). A Telecom Italia também oficializou a proposta de parceria de mídia e entretenimento para a distribuição de conteúdos da Vivendi na Itália e no Brasil. A transação seria financiada com aumento de capital da TIM Participações. A Telefónica, por sua vez, aumentou o valor de sua proposta inicial de € 6,7 bilhões para € 7,45 bilhões, dos quais € 4,663 bilhões em dinheiro e 12% em ações da Telefônica Brasil, dos quais cerca de um terço pode ser convertido em ações que os espanhóis detêm na Telecom Italia (5,7% do capital e 8,3% das ações de controle). A Telefónica também incluiu parceria para distribuição de conteúdos da Vivendi em sua nova oferta. O
conselho supervisor da Vivendi discutiu ambas as propostas e decidiu pela proposta da Telefônica. A Vivendi alega que "o desinvestimento na GVT permitirá a venda da última subsidiária integral de telecom" da companhia, seguindo as vendas da Maroc Telecom e da SFR. "A oferta da Telefónica é considerada particularmente atrativa, gerando ganho de capital de mais de € 3 bilhões. As outras condições da oferta, limitando o risco de execução da operação e o comprometimento a Vivendi após a venda ao mínimo necessário estão totalmente em linha com os objetivos da Vivendi", justifica o conglomerado francês. A transação, ainda segundo a Vivendi, permitirá o desenvolvimento conjunto de projetos em conteúdo e mídia e, além disso, a francesa poderá se tornar acionista da Telecom Italia se desejar, trocando ações brasileiras por italianas. A expectativa é de que o negócio, que
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Sinergias Com a integração da GVT, a Telefônica passará a deter 29% das receitas do mercado nacional de telecomunicações, com liderança no segmento de ultra banda larga, além de ser a líder em telefonia móvel com a Vivo, com fortalecimento na estratégia de quad play no País. A ideia é usar a rede de fibra ótica da GVT para conectar sites de telefonia 29
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(mercado) Juntas, GVT e Telefônica/ Vivo terão 101,5 milhões de unidades geradoras de receita (UGRs), incluindo telefonia móvel, voz fixa, banda larga e TV por assinatura
móvel e apoiar a estratégia de 4G da operadora, otimizar a implantação de fibra com a transferência de melhores práticas operacionais da GVT e melhorar a rentabilidade no segmento corporativo e de pequenas e médias empresas (PMEs) fora do estado de São Paulo ao migrar para infraestrutura própria. As sinergias da combinação dos negócios está estimada em, no mínimo, € 4,7 bilhões, calculada como valor presente líquido (VPL) dos custos de integração, com ganhos a partir já do primeiro ano. Serão ao menos € 3,2 bilhões em sinergias operacionais e de receitas e outro € 1,5 bilhão com sinergias financeiras, fiscais e outras. No detalhe, a Telefônica especifica € 600 milhões em sinergias de rede e mais de € 300 milhões em outros custos diretos; mais de € 1,3 bilhões em Opex (custos operacionais); mais de € 1 bilhão em Capex (custos de investimento); e € 900 milhões em sinergias em receita. O run-rate de sinergias operacionais e em receita é de pelo menos € 450 milhões ao ano a partir de 2020, com 70% do runrate até 2017. Juntas, GVT e Telefônica/Vivo terão 101,5 milhões de unidades geradoras de receita (UGRs),
incluindo telefonia móvel (líder de mercado, com 78,465 milhões de acesos); voz fixa (15,066 milhões – a segunda maior, atrás da Oi, com 17,263 milhões); banda larga (6,566 milhões, atrás da Net/ Claro/Embratel, que tem 6,825 milhões); e TV por assinatura (1,398 milhão, atrás da Net/Claro– com 9,875 milhões – e Sky – com 5,48 milhões). Em receita líquida, a Telefônica/Vivo já era a maior operadora brasileira ao final de 2013, com € 12,206 bilhões, e passaria a € 13,915 bilhões ao somar a receita líquida da GVT. Em segundo lugar no mercado fica o grupo América Móvil (Net/ Claro/Embratel), com € 11,670 bilhões. O mesmo ocorre com o fluxo de caixa, medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA). Telefônica/Vivo também já tinha o maior EBITDA ao final de 2013, de € 3,689 bilhões, e passaria a € 4,396 bilhões com a GVT. A América Móvel fica em segundo, com € 2,768 bilhões. Apenas a
Bola da vez
KamilloK / SHUTTERSTOCK.com
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m investidor norte-americano vem adquirindo participações em pequenas e médias empresas brasileiras de cabo. O grupo Acon comprou, segundo apurou este noticiário, participações relevantes em pelo menos duas operadoras: a Multiplay, de Fortaleza, e a Cabo Telecom, de Natal. Trata-se de um investidor em private equity com um portfólio de cerca de US$ 3,5 bilhões e investimentos em vários setores, de energia a alimentação e logística, passando por empresas de tecnologia e telecomunicações. O grupo tem Natal (RN), uma das investimentos nos EUA, México, Colômbia e operações adquiridas pelo grupo Acon Venezuela. O grupo tem conversado com praticamente todas as operadoras nacionais. Não está claro se pretende formar uma MSO reunindo estas operações ou se continuarão a operar separadamente. André Mermelstein
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relação EBITDA/Capex pioraria um pouco com a integração da GVT, de € 1,568 bilhão em 2013 para € 1,506 bilhão. A segunda melhor relação entre EBITDA e Capex é da TIM, com € 470 milhões. Com a fusão, a taxa de crescimento anual composto (CAGR) das receitas da Telefônica Brasil calculado pela empresa passaria de 1,6% ao ano entre 2014 e 2016 para 3,2%; o do fluxo de caixa livre operacional, de 12,9% ao ano para 22,5%; e o do EBITDA, de 4,1% para 5,9% com aumento CAGR de margem EBITDA de 31,2% para 33,9%. Oi Com o comunicado de contratação do BTG Pactual para preparar uma oferta de compra da participação da Telecom Italia na TIM Brasil, a Oi se coloca como protagonista nesse cenário com vários atores. E as possibilidades de desfecho são muitas. Falta à Oi, obviamente, fôlego financeiro para fazer uma oferta sozinha pela TIM Brasil. Depois do calote de € 897 milhões de euros da Rioforte e com a nova configuração da fusão com a Portugal Telecom pendente de aprovação dos acionistas de ambas as empresas, a Oi se encontra em uma situação complicada: alto endividamento, baixa liquidez e um valor de mercado correspondente a apenas um terço do valor de mercado da TIM, de cerca de R$ 35 bilhões. O movimento da Oi pode ser, na verdade, a porta de entrada para uma nova operadora na disputa por ativos brasileiros: a Verizon. Fontes ouvidas com exclusividade por TELA VIVA confirmaram o interesse da operadora norte-americana em entrar nesse negócio em parceria com a Oi, por meio da Telemar. Para a Verizon, segundo essas fontes, interessam, e muito, tanto a operação da GVT, forte em banda larga e com bom crescimento em TV por assinatura, quanto a TIM, a segunda operadora em número de usuários
( xxxxxxxxx) móveis no País – além, é claro, do iminente leilão das frequências de 700 MHz para o 4G. E, além de poder fazer ofertas sozinha por cada uma das operações ou pelo pacote das duas juntas, a Verizon avalia essa oferta através da parceria com a Oi. Para a norte-americana, o mercado brasileiro faz sentido. A Verizon já atua discretamente no País atendendo o mercado corporativo desde 2011 e recentemente viu sua principal concorrente nos EUA, a AT&T, ganhar forte presença por aqui ao comprar todas as operações da DirecTV, o que inclui a Sky – que além de TV via satélite tem frequências de 2,5 GHz onde oferece banda larga 4G TD-LTE e também flertou com a GVT e com a Nextel. Especula-se, inclusive, que a AT&T possa até mesmo participar do leilão de 700 MHz. Assim, a entrada no mercado brasileiro seria a forma da Verizon manter em pé de igualdade a competição com sua maior rival.
O movimento da Oi pode ser, na verdade, a porta de entrada para uma nova operadora na disputa por ativos brasileiros: a Verizon forte geração de caixa e elevada distribuição de dividendos para a Telefónica. E com essa eventual negociação entre Vodafone e os portugueses, o fato relevante da Oi para a compra da TIM, ainda que o negócio não se concretize, força a participação dos brasileiros na mesa de negociações, uma vez que a eventual compra da TIM elevaria imensamente o valor do negócio. Ao tornar pública a intenção de comprar a subsidiária italiana, a Oi garante que qualquer novo movimento de mercado tenha necessariamente de passar pela aprovação do conselho de administração da operadora brasileira. A isso, junta-se a especulação de que a AT&T pode fazer uma oferta para comprar a Vodafone.
Enquanto isso, lá na Europa, mais uma negociação acontece nos bastidores. Segundo fontes de mercado, a Vodafone já teria feito uma oferta à Portugal Telecom por sua participação na Oi, para aquisição de 25% a 37% do controle da operadora brasileira – a depender do que se definir da composição entre PT e Oi após o calote da Rioforte. A operadora britânica, em fevereiro desse ano, embolsou nada menos do que US$ 130 bilhões com a venda para a Verizon da participação que detinha na americana Verizon Wireless e anunciou em março a compra por € 7 bilhões da Ono, operadora de cabo e banda larga espanhola e principal concorrente local da Telefónica na Espanha. Uma oferta pela participação portuguesa na Oi traria a competição com os espanhóis para o mercado brasileiro – que tem garantido
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André Mermelstein, de Miami*
an dre@co nvergeco m .co m .br
O consumidor quer mais Time shift, multiplataformas e binge watching já são fenômenos globais crescendo. Hoje, entre assinantes de TV e broadband, são consumidas em média 11 horas semanais de TV paga, 8 de VOD, 7 de TV aberta (broadcast), 7 de streaming de vídeo e 4 de conteúdos gerados por usuários (UGC). Sandy vê uma oportunidade para os operadores oferecerem novos serviços, como o DVR em nuvem e mais armazenamento. "37% das pessoas no Brasil disseram que pagariam mais para poder gravar múltiplos programas para assistir depois", conta. O estudo completo pode ser visto em arrisi.com/arriscei FOTO: divulgação
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Arris apresentou detalhes de seu estudo feito com 10,5 mil pessoas em 95 países, todos usuários de serviços de banda larga e TV por assinatura. A apresentação aconteceu no primeiro Costumer Leadership Forum, promovido pela fabricante em Miami em agosto. Segundo a quinta edição do Consumer Entertainment Index, os serviços lineares de TV ainda são de grande importância para 95% dos entrevistados. "Foi uma grande surpresa",conta Sandy Howe, VP senior de marketing. Outras descobertas interessantes: 87% dos usuários na região CALA (América Central e América Latina) são adeptos do binge watching, o hábito de ver episódios seguidos de uma série. "Não sabíamos que este número era tão grande", disse Sandy. Também foi detectado que 25% das pessoas usam seus dispositivos móveis para fazer compras de produtos que veem na TV. O estudo também mostrou que 77% das pessoas estão insatisfeitas com a capacidade de armazenamento de seus servidores e DVRs. A sala de estar ainda é o principal ambiente de consumo de vídeo, mas com a proliferação das telas este consumo também se dá em outras partes da casa. Nos países latinos, 27% das pessoas assistem TV na cozinha usando seus tablets. O tempo em que se consomem conteúdos na Internet está
Ruptura Como lidar com esta nova realidade? Foi o que a fabricante buscou explicar, dando sua visão em relação às opções tecnológicas disponíveis para os operadores tradicionais. “O vídeo sobre IP e a explosão no número de devices está mudando o mercado de provedores de serviço de vídeo, permitindo uma competição mais ampla, pela ruptura dos limites de rede que existiam”, disse Sean Matthews, VP senior de estratégias da Arris. Em 2013, conta, havia 122 milhões de dispositivos móveis na região CALA
O consumo de vídeo em dispositivos móveis subiu 26% em dois anos, e pelo menos metade dos usuários de smartphones vê TV no device semanalmente
“87% dos usuários na região CALA (América Central e América Latina) são adeptos do binge watching, o hábito de ver episódios seguidos de uma série.” Sandy Howe, da Arris
(América Central e América Latina). Para 2017, a previsão é de que sejam 252 milhões de dispositivos, mais que o dobro da atual. O consumo de vídeo em dispositivos móveis subiu 26% em dois anos, e pelo menos metade dos usuários de smartphones vê TV no device semanalmente, conta. Segundo Matthews, a média de dispositivos conectados por domicílio no mundo era de 4,65 em 2012, com projeção de 7,09 para 2017, crescimento de 8,8%. Na região, diz, os números são de 5,04 em 2012 contra 6,79 em 2017, crescimento previsto de 6,1%. Isso traz problemas para as redes domésticas, segundo ele. O Wi-Fi não dá conta e acaba sendo um gargalo para a banda da casa, pois sofre interferências e é compartilhado entre os múltiplos devices. Ele acredita que a solução será a adoção de media gateways, caixas que gerenciam o fluxo de informações, especialmente vídeo, pelos dispositivos da casa. Também preconiza soluções como o DVR em nuvem, que por trafegar vídeo sobre IP permite sua distribuição para todos os devices. "Há uma demanda crescente e isso não vai mudar, puxada pelos serviços over-the-top (OTT) e pela
Set-tops avançados Nos próximos cinco anos os settop boxes evoluirão para incorporar tecnologias como o vídeo em 4k, 8k, capacidade para games e monitoramento doméstico. Esta foi a visão apresentada por Charles Cheevers, CTO de CPE (Costumer Premises Equipment, ou equipamentos da casa do usuário) da Arris. Além disso, conta, a tendência é que o wi-fi seja a forma de se transportar os sinais dentro da residência, eliminando os cabos,
Desejo de consumo de TV everywhere 80 70 Em % dos respondentes
multiplicação dos devices. A Netflix responde hoje por 30% do nosso tráfego", contou Darren Richer, CTO da Columbus, que opera cabo e banda larga em países do Caribe, e que participou de painel no evento. Uma das soluções, conta, tem sido replicar os conteúdos mais requisitados dentro da rede da operadora. "Instalamos um servidor da Netflix para melhorar a experiência e evitar o tráfego internacional, que é muito caro", disse Vincenzo Maya, CTO da Milicom (ex-Tigo), com operações em diversos países do continente. Raul Ponson, CTO da Setar, de Aruba, lembra que é importante também melhorar a rede doméstica, que se mal feita pode piorar a experiência do usuário. Os operadores veem a adoção do DOCSIS 3.1, que trará grandes velocidades, como uma aposta certa, mas para o futuro. A implantação requer novos devices, é preciso balancear bem os investimentos com a demanda real, dizem. “Temos que evoluir para isso em três ou quatro anos”, conta Maya. Segundo ele, a vantagem em estar na América Latina é que a pressão é menor e eles podem esperar a tecnologia baratear antes de adotála. "Hoje são poucos os usuários que precisam realmente de mais banda. Sai mais barato botar fibra e cobrar mais deles", resume.
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Tem interesse em um serviço que permita acesso ilimitado aos seus vídeos de qualquer lugar
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Pagaria para poder pausar o vídeo na sala e voltar a ver no quarto
Gostaria de gravar um programa enquanto assiste outro
realidade é a melhora da confiabilidade do wi-fi, que por ser não-gerenciado, não oferece qualidade de serviço (QoS). "Podemos resolver isso com novos gateways que gerenciem o serviço do wi-fi, priorizando certas aplicações ou dispositivos. Por exemplo, um filme em PPV pelo qual você pagou teria prioridade sobre um vídeo do YouTube, e a TV da sala teria prioridade sobre o tablet do filho", conta. O wi-fi também tem um limite de velocidade e funciona como um gargalo, mesmo que a banda do usuário seja boa. Com isso, o operador pode criar aplicações e cobrar por serviços, como o monitoramente das portas da casa, com sensores e câmeras, ou o monitoramento de idosos. "Podemos simplesmente monitorar se há atividade na casa, pelo uso da TV, por exemplo, e acionar um parente caso não haja movimento por algum tempo", disse Cheevers. "É uma forma do operador monetizar em cima de um equipamento que já está lá. Há empresas que cobram U$ 50 por mês por serviços deste tipo", conclui.
Fabricação nacional
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Arris tem planos de fabricar localmente alguns de seus equipamentos, sobretudo CPEs, os equipamentos que ficam na casa dos usuários, como cable modems e set-top boxes. A empresa já tem uma unidade fabril no continente, na Argentina. Segundo o presidente global de vendas e marketing, Ron Coppock, não serão usadas as instalações da Motorola, comprada pela Arris, em Jaguariúna (SP). A empresa está procurando uma fábrica que atenda melhor aos critérios tributários e de logística, e não pensa em construir uma planta própria.
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Fica frustrado quando perde um programa que queria ver fonte: cei/arris
mas para isso é necessária uma evolução da tecnologia. "Divido a evolução em quatro épocas: a do gateway IP, quando o set-top proverá todos os serviços da casa, depois a do wireless, quando acabarão os cabos. Em seguida, do vídeo IP, com um gateway central e várias caixas clientes espalhadas pela casa, permitindo o vídeo multiscreen e multiroom. Depois será a época da plataforma de serviços domésticos, com controle de ambiente, serviços de saúde e outros", disse Cheevers. Um passo importante para esta
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Pagaria para gravar múltiplos programas simultaneamente
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*O jornalista viajou a convite da Arris.
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(cinema)
Aporte na distribuição
Holding da Conspiração e do Grupo Icatu compra participação na distribuidora de cinema H2O. A meta é tornar a distribuidora uma das três maiores até 2016. Dabarti CGI / shutterstock.com
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Córtex, holding criada pela produtora Conspiração e pelo Grupo Icatu, fez, em agosto, um aporte de capital na distribuidora de cinema H2O. A meta é tornar a distribuidora uma das três maiores de capital brasileiro em 2016. A Córtex passa a ter 40% das ações da H2O, além de garantir três assentos no conselho da empresa. Segundo Sandro Rodrigues, diretor-presidente da empresa, com os novos sócios a distribuidora deve ganhar fôlego para ampliar seu investimento em produtos brasileiros, bem como a carteira de títulos do seu line-up internacional. A negociação começou a ser costurada há um ano. A H2O passou por um processo de auditoria e consultoria, liderado pelas empresas Freitas Leite e Campos Mello. Todos os processos internos da distribuidora foram redesenhados e serão revistos anualmente. O foco, explica o executivo, está no cinema nacional, porque é onde a distribuidora consegue ter uma relação de parceria com os produtores. Mas, para isso, o próprio mercado precisa crescer e não apenas em volume - o que já vem acontecendo com o aumento de recursos para a produção -, mas também em participação de mercado. "O produto brasileiro tem que estar em 30% a 35% do market share. Isso só acontece se houver um volume de filmes competitivos”, explica. Segundo ele, atualmente o setor depende de dois ou três grandes títulos por ano. “Se um deles fica abaixo da expectativa, a participação do produto nacional no
mercado cai. Precisamos de um modelo industrial. Para isso, é preciso um volume de projetos e não de apenas uma distribuidora", completa. Os filmes internacionais têm papel importante no line-up da H2O. O plano é inverter essa realidade. "Em curto espaço de tempo, o nacional deve passar a ter representação maior na nossa empresa, em volume de tickets", Rodrigues. Serviço Para atrair as produtoras, a distribuidora acena com um investimento em sistemas que deem maior transparência ao processo de investimento e distribuição. Os recursos para produção devem vir, sobretudo, do Fundo Setorial do Audiovisual e de incentivos, como o Artigo 3° da Lei do Audiovisual. "Esperamos ter uma empresa de um 34
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porte e musculatura maior, para conseguir pensar em um planejamento estratégico de longo prazo, buscando projetos maiores", diz Sandro Rodrigues, diretorpresidente da H2O. A Córtex não terá ingerência sobre as escolhas artísticas ou de gestão de produtos da distribuidora. Mas está claro que há uma aproximação amigável que deve favorecer a distribuidora. "Estamos buscando expertise para dentro da empresa e inteligência. Vai ser importante trazer a experiência em gestão do Icatu e em conteúdo do Pedro (Buarque, sócio da Conspiração)", diz Rodrigues. Segundo o executivo, o sócio da Conspiração foi o principal responsável por apontar quais são as demandas das produtoras em relação às distribuidoras. "Temos que ser sócios de fato do projeto, com um trabalho transparente, capaz de unir forças pelo melhor resultado", diz. O objetivo é oferecer ao mercado interno um trabalho estratégico de distribuição mais próximo das produtoras nacionais, entrando no projeto ainda na etapa de elaboração do roteiro. Para ter um envolvimento maior com os parceiros, a distribuidora investe em uma estrutura para lidar com maior número de projetos e consequentemente de projetos. A H2O vem investindo em equipe, e em sistema, para dar mais transparência aos produtores. "O produtor tem acesso simultâneo a todas as informações do filme. Essa é uma das principais demandas dos produtores, transparência nos investimentos, no retorno", diz. A distribuidora tem uma gerente
Foco está no cinema nacional, onde a distribuidora consegue ter uma relação de parceria com os produtores. Para isso, mercado precisa crescer não apenas em volume, mas também em participação. exclusiva para área de produção de filmes nacionais, Sabrina Garcia, que veio da Globo Filmes. Ela concentra a análise de projetos e seleção. Enquanto Daniel van Hoogstraten, que vem do Festival do Rio, é gerente internacional. Jorge Peregrino, que foi VP sênior de distribuição para Latam da Paramount, é diretor de planejamento. O diretor financeiro é Flavio Byron, que foi sócio da Liquidez, empresa que atua no mercado financeiro. Com esta equipe, a empresa pretende ampliar o número de parceiros. “Precisamos de, no mínimos, dez produtoras parceiras,
para ter volume industrial no futuro”. A meta é trabalhar exclusivamente com filmes, mas atuando na distribuição em todas as plataformas. Internacional Apesar da aposta no produto brasileiro, Rodrigues diz que segue investindo em títulos internacionais. "Temos projetos importantes na área internacional, mas com foco principal no cinema nacional. A área internacional nos mantém plugados no que acontece no mundo. A mudança de comportamento de público é muito grande. Com isso, estamos em contato com outros estudos, temos reuniões discutindo estratégia de lançamento", explica o executivo. Além
disso, segundo ele, os títulos internacionais ajudam a gerar um volume de projetos para girar a companhia. "Temos que manter uma equipe de alto nível. Sempre fomos muito preocupados em manter um time experiente. Isso tem custo", diz Rodrigues. A desvantagem do internacional é que a distribuidora entra no projeto no início, e participa pouco de seu desenvolvimento, aumentando o risco. "Você entra no roteiro e reza para vir algo bom. No nacional, trabalhamos mais perto do diretor e do roteirista", explica. O primeiro lançamento nacional da distribuidora após a mudança será "Made in China", de Estevão Ciavatta, coproduzido por Pindorama, Conspiração e Globo Filmes. Estrelado por Regina Casé, o filme estreia em 6 de novembro com 400 cópias. Fernando Lauterjung
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Lizandra de Almeida
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epois de nove meses de trabalho, foi lançado em 25 de agosto o filme “Guerra ao Drugo”, uma superprodução em stop-motion da AlmapBBDO e Vetor Zero / Lobo para a Comissão Global de Política sobre Drogas, liderada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com três minutos de duração, o filme mostra, de forma lúdica, como os esforços para combater o tráfico de drogas nos últimos anos têm sido um verdadeiro tiro no pé. Em um cenário de fábula medieval, o curta conta a história de um dragão que convivia muito bem com os habitantes de uma cidade, até que eles começam a querer ficar cada vez mais perto dele, deixando o trabalho e a vida pessoal de lado. Isso provoca uma perseguição por parte do rei, que instaura uma guerra contra o dragão e conduz as pessoas aos calabouços do reino. Conforme o governante arma seu exército para eliminar o dragão, ele se torna mais forte e novas cabeças vão surgindo. A moral da história é que a criminalização das drogas só potencializa a violência e o sofrimento. Para produzir o filme, a equipe encabeçada por Gabriel Nóbrega, em parceria com Diego Coutinho, na direção de arte; Fabiana Fukui, responsável pelas personagens, props e máquinas; e Donald Lee, à frente da animação, passou um mês em pré-produção, sete meses em execução e mais um mês em pósprodução na casa alugada para o projeto, onde foram montados quatro sets de filmagem. “Nossa grande preocupação era com as texturas. Não queríamos que o filme tivesse cara de que foi feito em 3D. Hoje é possível realizar praticamente qualquer coisa em 3D, mas manter essas texturas seria
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Drogas, o dragão de sete cabeças
Curta em stop-motion crítica guerra às drogas
muito trabalhoso. Por isso optamos pelo stop-motion”, explica Gabriel. Ao todo, foram usados 13 cenários diferentes, gravados nos quatro sets. O primeiro set, com fundo azul, foi preparado para as cenas de chroma key. No segundo set, foi instalado um robô que faz movimentos de câmera, para gravar cenas mais livres, com movimentos mais complicados. “Adaptamos um robô de automação industrial para isso”, explica Gabriel. O terceiro set concentrou os trilhos e travellings, para cenas com movimento lateral. E o quarto era “coringa”, para os efeitos especiais. O filme é cheio de efeitos, e a maior parte deles foi feita ao vivo. “Tínhamos cenas de fogo e fumaça, mas para que ‘conversassem’ esteticamente não quisemos fazer em 3D. Então gravamos ao vivo e aplicamos em composição.” No 36
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caso do fogo, a equipe movimentou fitas de tecido cor-de-laranja dentro de um aquário cheio de água e com fundo preto. A fumaça, por sua vez, utilizou um tecido branco. “Tudo foi produzido com os mesmos materiais: tecido, papelão, madeira e serragem”, completa o diretor. Os números da produção são gigantescos: foram usadas mais de 31 mil fotos e um total 310 personagens (alguns com 3 mm de tamanho e o dragão chegou a ter 40 cm), dos quais 83 foram animados, com articulações usadas para que eles pudessem se mover quadro a quadro. A equipe contou com mais de 30 pessoas. A campanha foi criada pela Almap/BBDO probono. Segundo o diretor de arte Marcello Serpa, as campanhas criadas até agora – demonizando substância e usuários – não contribuíram para diminuir o consumo nem a violência decorrente da proibição. A intenção, portanto, é abordar o problema de forma diferente, tentando quebrar os tabus e gerando uma discussão mais elevada, à altura da complexidade do problema. ficha técnica Título Guerra ao Drugo Cliente Comissão Global de Políticas sobre Drogas (CGPD) Diretor geral de criação Marcello Serpa Criação Marcello Serpa, Pernil, Andre Gola Produtora Vetor Zero / Lobo Direção Gabriel Nóbrega Diretor de arte e assistente de direção Diego Coutinho Fotografia Alexandre Elaiuy Produção executiva Alberto Lopes, Sergio Salles, André Rosa Finalização Vetor Zero / Lobo Produtora de som RawÁudio Produtor Hilton Raw, Fernando Forni
Para combater a falta de água
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FOTOs: divulgação
falta de água no Estado de São Paulo este ano chegou ao extremo, mas em Itu, a cerca de 100 km da capital, o problema é crônico e afeta a cidade todos os anos. Neste inverno atípico, há lugares da cidade em que a água não chega por 25 dias. Diante dessa situação, o diretor Felipe Camargo, dono da produtora Guará Filmes, resolveu reunir os amigos e criar um curta que denunciasse o problema em tons dramáticos. “Agora que a situação está ruim em São Paulo, em Itu está muito pior. Quis então transformar a revolta em arte e tentar colaborar para conscientizar as pessoas”, explica. Felipe, que é diretor de fotografia, assina o roteiro e a direção do filme, que mostra um contrabandista de água sendo torturado por um bando que quer descobrir onde está a fonte de onde ele tira o líquido. Como todo bom “curta de amigos”, o filme exigiu uma boa dose de dedicação e de improviso, sem contar a boa vontade de trabalhar pela causa. Os atores fazem parte de grupos de teatro de Itu e Salto. Como locação, Felipe conseguiu um galpão de um dos atores. “Tivemos muita resistência por parte de possíveis apoiadores. Nunca ninguém quer se envolver em questões políticas”, explica. Os efeitos especiais foram todos feitos de forma criativa, com os recursos disponíveis na hora. Um dos desafios foi criar o ruído de ossos
Curta denuncia falta de água crônica em Itu.
quebrados por um martelo. “Não encontramos nada parecido pronto, então colocamos um ovo de codorna na ponta do martelo e revestimos de espuma e assim conseguimos o som que estávamos procurando”, conta Felipe. Outro improviso certeiro foi a cena noturna em um carro em movimento, no momento em que os vilões capturam o prisioneiro. A equipe usou um inversor de tensão ligado à bateria do carro para acender uma luminária chinesa e assim iluminar levemente o interior do carro. A luz toda foi feita com Fresnel e set lights, que não oferecem muito controle, mas estavam disponíveis na produtora. “Usamos muitos rebatedores e bandeiras para controlar a luz.” O filme tem cerca de 8 minutos e será
exibido na internet. “Também vamos produzir DVDs ou BluRays para vender e queremos reverter parte da receita para uma instituição que tenha um projeto sério relacionado à água.” ficha técnica Direção e fotografia Felipe Camargo Direção de arte e figurino Chicó Ferreira Assistente de direção André Almeida Assistente de produção Mariana Mendes, Jéssica Tavernari e Melissa Vassali Operador de som direto Rafael Tavernari Microfonista Leandro Mendes Elenco Rodrigo Stoppa, Alessandro Franco, Rodrigo Lunardelli e AlessandrePi
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Zica e os Camaleões
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série de animação “Zica e os Camaleões”, no ar pela TV Brasil desde abril, é uma produção da empresa Cinema Animadores, com coprodução da Conteúdos Diversos, em parceria com a emissora e a TV Cultura, através do Anima Cultura. Com 13 episódios, a atração chegou também à TV paga brasileira em setembro, por meio do canal Nickelodeon, que comprou os direitos de exibição também para territórios da América Latina. Para essa primeira temporada, foram investidos R$ 2,1 milhões, em uma produção que começou em 2009, quando a produtora ganhou o prêmio de R$ 110 mil no festival Anima TV, e utilizou os recursos para produzir o primeiro piloto de “Zica e os Camaleões”. A série acompanha Zica, adolescente de 14 anos alternativa que questiona o estilo de vida de seus pais e seus amigos. Diferente da maioria dos jovens da sua idade, a protagonista gosta de se vestir de preto, é fã de uma banda de rock clássico dos anos 70 e gosta de transformar seus momentos de reflexão em produções artísticas como grafite e música. É por meio da criatividade de sua protagonista que a série encontra o espaço para investir na criação de diversos produtos transmídia – uma das principais apostas da Cinema Animadores. “Nós apostamos que o conteúdo transmídia vai crescer muito. Esse público jovem hoje em dia não se satisfaz mais com apenas assistir um programa na TV. Se ele gostar, vai atrás de games, vídeos, livros e uma
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No ar pela TV Brasil e Nickelodeon, série de animação com 13 episódios aposta no conteúdo transmídia para conquistar público jovem.
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lançamento de um produto musical. No canal “Zica e os Camaleões” no Youtube, é possível assistir um teaser com trechos de todos os clipes e o clipe completo de “Sempre às Segundas”, música que acompanha o primeiro episódio da série, no qual a personagem principal manifesta sua aversão pelo dia. Segundo Lopes, a produtora ainda dialoga com canais para saber qual a melhor forma de aproveitar o série de outras coisas. Essa garotada já conteúdo. “A Nickelodeon por assiste tuitando e quer interagir com o exemplo irá utilizá-los na personagem”, explica Sergio Lopes, programação independentemente dos fundador da Conteúdos Diversos. episódios. Ainda estamos pensando O próprio roteiro dos episódios é em como vamos soltá-los, em quais pensado em função desta produção plataformas e em qual ritmo”, conta. multiplataforma. As histórias são As músicas foram desenvolvidas divididas sempre em três momentos: real, em parceria com a imaginário e clipe musical. No primeiro Para cada episódio, Lua Music, produtora de Thomas Roth, que momento, chamado de é produzido atua como produtor mundo real, a também um clipe musical da série. Já protagonista vivencia musical, que pode os clipes são experiências na escola e ser veiculado resultado do trabalho em casa. No segundo, o em conjunto com imaginário, a personagem de forma tranca-se em seu quarto independente e diferentes produtores, com a para “digerir” as em diversas supervisão de Ari experiências e conversar plataformas Nicolosi, criador da com seus camaleões, que personagem e diretor representam de animação da série. “Cada um dos manifestações da personalidade e as produtores adota uma linguagem ideias conflitantes de Zica. Na terceira diferente em seu clipe. Tem bonecos, parte, a jovem chama amigos para tem filme, tem animação. Uma produzir um clipe e uma música sobre o preocupação foi fazer produtos de tema do episódio. Esses clipes depois qualidade, mas com recursos ao podem ser disponibilizados em diversas alcance dos jovens. Queremos mostrar plataformas de vídeo, enquanto que as que, assim como a Zica, eles também músicas abrem caminho para o futuro
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Zica”, uma rádio para web onde a personagem vai apresentar suas músicas, falar sobre comportamento adolescente.
podem produzir coisas bacanas”, conta Nicolosi. O piloto da série foi eleito “Melhor Animação” pelo Júri Oficial da 9ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, na categoria acima de 12 anos. Além disso, a produção teve sessão especial no Anima Mundi 2010 e foi selecionada no 1º laboratório Transmídia do Rio Content Market. Conteúdos diversos Além dos clipes musicais, a série tem uma série de produtos e conteúdos pensados para outras plataformas além da TV. O projeto para o game de aventura/walktrough “Zica X Mister G” venceu o edital para conteúdo multiplataforma do primeiro Programa da Secretaria Municipal de Cultura. O jogo está sendo desenvolvido, e será lançado em um modelo freemium, no qual o jogador pode optar por jogar gratuitamente ou pagar por vantagens que o ajudarão no decorrer da história. Um segundo game, mais simples, também esta sendo produzido. Nele, os usuários controlarão os camaleões de Zica enquanto eles tentam comer moscas sem, por acidente, engolir objetos indigestos pelo caminho. Além de já estar trabalhando na produção de um CD com as músicas da primeira temporada da atração, a produtora lançou em julho, em parceria com a editora Devir, o livro “Quadrado”, com histórias contadas pela própria personagem. Existe ainda o projeto de criar um vlog da personagem, onde Zica expressaria a sua opinião sobre diversos temas em 26 vídeos, e convidaria os fãs a postarem seus próprios vídeos. “Ainda está em desenvolvimento. Temos um piloto e queremos desenvolver a ideia. O objetivo é que através desses conteúdos diferentes o jovem possa conhecer mais sobre a Zica, o que ela pensa e sua personalidade”, explica o criador, Ari Nicolosi. Até mesmo o Flight of Stone, grupo de hard rock fictício dos anos 70, do qual Zica é fã, ganhou um
Criador Todo o conteúdo produzido – livro, eventos, vídeo e games – conta com a supervisão, aconselhamento e participação criativa do idealizador da série e diretor de animação Ari Nicolosi. Ele conta que a ideia de criar “Zica e os Camaleões” surgiu anos antes da série ter seu primeiro piloto, sempre com a ideia de atuar em múltiplas plataformas. “Era 2006 ou 2007, estava em uma livraria ouvindo CDs disponíveis para degustação e lendo livros. Foi quando tive a ideia de criar uma personagem que falasse com esse público jovem e pudesse trafegar por todo esse universo de produtos culturais”, lembra. Ele conta que a estreia da personagem se deu inclusive na internet, por meio de um blog criado por ele com textos de Zica. “Acabei descontinuando a ideia porque havia uma dificuldade de entender que o blog era de uma personagem, e que ela não era real. Contudo, acabou sendo um laboratório muito interessante para o desenvolvimento da Zica”. Para garantir que os temas abordados estejam de acordo com as preocupações de jovens entre 11 e 15 anos, público-alvo da série, a equipe de produção está criando em parceria com colégios grupos de consultoria formado por jovens alunos. “É uma experiência que ainda está se desenvolvendo. Por um lado, o jovem tem acesso a esse mundo da produção audiovisual. Alguns deles já manifestaram interesse em seguir carreira na área. Ao mesmo tempo, nós ganhamos acesso a críticas e opiniões direto do principal interessado, que é o público”, conclui o criador de Zica. Até o momento, a produtora já se reuniu com alunos do colégio Vincentino, mas planeja ampliar as reuniões para outras instituições.
Sinopse: A série multiplataforma acompanha o dia a dia de Zica, adolescente de 14 anos alternativa que questiona o estilo de vida de seus pais e seus amigos, se veste de preto, curte bandas antigas e transforma suas reflexões em arte.
amaleões” “zica e os c Animadores
Cinema versos Conteúdos Di Ari Nicolosi Ari Nicolosi s e Sergio Lope Silvia Prado th Ro as Thom
Produção Coprodução Criação imação Direção de an ecutiva Produção ex ical us Produção m
clipe para a música “Why Did You Run Away”, que pode ser assistido no canal da série no Youtube. “Buscamos reproduzir o som e os clipes típicos das bandas daquela época, com imagens do avião da banda, da limusine e dos shows lotados”, conta Nicolosi. A produtora ainda pretende investir na produção de eventos com atividades e bandas cover da personagem principal. A primeira edição da “Zica Experience” foi realizada no MIS em julho, e marcou o lançamento do livro da série. Além da banda, o evento contou com atividades de live painting e oficinas de stencil. Por fim, a Conteúdos Diversos está iniciando o desenvolvimento da “Rádio
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( upgrade )
Fernando Lauterjung
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Ponte para o IP
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Fotos: divulgação
equipamento inclui um par Solid State Logic de entradas de sincronização apresenta a MADIpara o uso do relógio Bridge. Trata-se de redundante do sistema uma ponte que fornece uma Dante. A ponte também traz interface entre o sistema Dante uma conexão de fone de IP Audio Network e ouvido no painel frontal, com equipamentos com o protocolo MADI-Bridge fornece uma interface entre o sistema Dante IP Audio Network e equipamentos com o protocolo Multi Audio Digital Interface controle de nível rotativo, e MADI - Multi Audio Digital monitor de roteamento Interface. Com 64 canais por embutido para a detecção de falhas. ponte em 48 kHz, ou 32 canais a 96 kHz, interfaces MADI Com o equipamento as soluções de áudio baseadas em redundantes, portas de rede IP e PSU, a ponte é construída IP da fabricante, da linha Dante IP Audio Network, para trabalhar de forma redundante ininterrupta. ganham compatibilidade com equipamentos de terceiros. Além da redundância de relógio interno, o
Sem fita e em nuvem
Prompter
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Pronology conta com uma nova linha para criação e distribuição de conteúdo para fluxos de trabalho sem fita. A interface principal é baseada em um navegador da web padrão, o que permite Pacote da Pronology permite trabalhar na nuvem, um número ilimitado por meio de uma rede própria do cliente ou uma de usuários para rede segura hospedada pela empresa. executar várias funções simultaneamente e de forma remota. Os usuários têm acesso imediato a um proxy da web dos feeds ao vivo de vídeo e áudio. Estes feeds podem ser registrados imediatamente e codificados por vários usuários, independentemente de sua localização física. Os comentários dos usuários e as entradas de registro são imediatamente visíveis para todos os outros usuários, e podem ser associados a apenas uma gravação, ou a todas as gravações dentro de um grupo. As entradas de log podem ser importadas para um ambiente de edição não-linear e associadas às gravações. Os produtores têm a opção de usar os proxies da Web para criar um storyboard ou uma lista de corte de seus projetos. Eles podem simplesmente arrastar e soltar os clipes selecionados em um storyboard e enviar isso como uma "sequência" para o seu editor. Uma vez que estas sequências podem ser associadas a qualquer resolução de uma gravação, o editor pode carregar o storyboard em sua ilha e optar pela resolução apropriada. Entre os sistemas de edição não-linear suportados estão as soluções da Avid, Adobe e Apple. Para gerenciar a aprovação do projeto, o sistema permite que a equipe de pós-produção envie um link por e-mail. Este link é criptografado, permitindo a visualização off-site, mantendo a segurança de conteúdo. Cada exibição do link é monitorada em tempo real. O sistema inclui uma solução de arquivo completo. Conteúdos gravados ou importados e seus metadados podem ser preservados em fitas de dados LTO, bem como na nuvem. Os usuários têm a opção de controlar uma única unidade de fita LTO ou um robô multi-unidade.
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oi lançado o novo prompter da CueScript CSM19 de LED de alto brilho com entrada HD-SDI. O equipamento conta com a versão CSP19L 19” CS On-Camera Prompter System with Large Hood and Purple Mount, para montagem em câmera. Os monitores prompter da linha CSM apresentam baixo consumo de energia, podendo operar em três potências ajustáveis incluindo baixa potência (26 watts), média (30 watts) e alta (38 watts). Os modelos também têm um sistema de montagem integrado, design de perfil baixo e um ângulo de visão aumentada (170 x 16) para facilitar a leitura de tela. Luzes embutidas de sinalização LED vêm de fábrica com cada modelo, algo que muitas vezes é uma opção nesta categoria de produto. O CueScript CSTM19 Talent Monitor deve ser pendurado sob o teleprompter, ajudando a manter os pisos de estúdio livres de outros monitores e prevenindo que o apresentador tenha que olhar para fora da câmera em um monitor separado. CueScript CSTM19 Talent Monitor deve ser pendurado sob o teleprompter, prevenindo que o apresentador tenha que olhar para fora da câmera em um monitor separado.
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( agenda ) OUTUBRO 3 a 12 Festival Internacional de Cinema Fantástico da Catalunha, Espanha. E-mail: festival@sitgesfilmfestival.com Web: sitgesfilmfestival.com. 18 a 25 Festival Internacional de Cinema das Três Fronteiras, Missão, Argentina. E-mail: produccion@cinetresfronteras.com.ar. Web: cinetresfronteras.com.ar/
Primeiro festival de TV de São Paulo, com mostras nacionais e internacionais, prêmios e encontros de negócios.
24 a 2 Festival Internacional de Cinema Infantil de Chicago, Estados Unidos Web: www.cicff.org/
7 a 14 de Novembro
25 a 26 Festival Internacional de Cinema de Croydon, Londres, Inglaterra. Web: croydoniff.com/
Festival Internacional de Televisão de São Paulo, São Paulo, SP. E-mail: info@convergecom.com.br. Tel: (11) 3138.4600. Web: festivaldetv.com.br/
NOVEMBRO 4 a 8 Festival Internacional de Documentários de Antofagasta – Antofadocs, Chile. Web: www.antofadocs.cl
22 a 30 29º Festival Internacional de Cinema de Mar del Plata, Argentina. E-mail: info@mardelplatafilmfest.com. Web: www.mardelplatafilmfest.com/28/
7 a 14 Telas - Festival Internacional de Televisão de São Paulo, São Paulo, SP. E-mail: info@convergecom.com.br Web: festivaldetv.com.br/ Tel: (11) 3138.4600.
24 a 29 Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades. Web: www.primeiroplano.art.br/inscrever/
11 a 16 30º Festival Internacional de Curtas-Metragens de Berlim – Interfilme, Alemanha. Email: interfilm@interfilm.de
27 a 30 3º Festival Curta Brasília, Brasília, DF. Web: www.curtabrasilia.com.br/ E-mail: curtabrasilia@gmail.com
21 a 29 Festival de Cinema de Turim, Itália. E-mail: info@torinofilmfest.org Web: www.torinofilmfest.org/
2015 - JANEIRO 6 a 9 CES – Consumer Eletronic Show, Las Vegas, Estados Unidos. Web: www.cesweb.org/ E-mail: internationalreg@CE.org 20 a 25 FIPA – Festival International de Programmes Audiovisuales, Biarritz, França. Web: www.fipa.tv/inscription. E-mail: info@fipa.tv 27 a 30 Realscreen Summit, Washington, Estados Unidos. Web: summit.realscreen.com/2015/ E-mail: jpinto@brunico.com
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