televisão, cinema e mídias eletrônicas
MERCADO EM TRANSE RADIODIFUSÃO Empresas questionam decisão do governo de incluir interatividade no set-top da TV digital popular
ano 24_#257_mai2015
Congresso anual da indústria de cabo nos EUA discute o rumo do setor em um cenário de perda de assinantes, forte regulamentação e concorrência com os serviços OTT. TECNOLOGIA Teles com redes de fibra já se dizem preparadas para o tráfego de vídeo 4K por IP
Habilidade, estratégia, inteligência e até sabotagem são ingredientes indispensáveis. Não perca.
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Tela Viva é uma publicação mensal da Converge Comunicações - Rua Sergipe, 401, Conj. 605, CEP 01243-001. Telefone: (11) 3138-4600 e Fax: (11) 3257-5910. São Paulo, SP. Sucursal Setor Comercial Norte - Quadra 02 Bloco D - torre B - sala 424 - CEP 70712-903. Fone/Fax: (61) 3327-3755 Brasília, DF Jornalista Responsável: Rubens Glasberg (MT 8.965) Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias publicadas nesta revista, sem autorização da Glasberg A.C.R. S/A
Você lerá nas próximas páginas a cobertura especial da INTX 2015, mais tradicional evento de TV por assinatura dos EUA, que este ano resolveu mudar o nome, do tradicional Cable Show, como era conhecido, para a referida e impronunciável sigla acima, numa tentativa de se caracterizar um evento também de Internet. Das empresas ditas de Internet, apenas duas apareceram no evento: a AOL e a Vimeo, mas todo mundo queria mesmo era falar da Netflix, como já acontece há uns quatro anos nesse evento. A AOL, uma semana depois da INTX, foi comprada pela operadora de telecomunicações Verizon por US$ 4,4 bilhões. A mesma AOL que 15 anos antes chegou a valer US$ 260 bilhões em bolsa e que em 2000 "comprou" o grupo Time Warner por US$ 160 bilhões. Um negócio tão irracional que não deu certo, como a história mostrou. A Internet não é mais uma novidade. Ainda que nesse ambiente digital novas coisas aconteçam a cada dia, novas empresas se criem e tantas outras desapareçam, esse é um universo que já tem duas décadas. É o bastante para estudarmos o passado para tentarmos entender o futuro. O que aprendemos sobre a Internet ao longo desses 20 anos é que, além de mudar profundamente os nossos hábitos, processos e comportamentos cotidianos, ela cria e explode bolhas e, sobretudo, altera (quando não destrói) cadeias de valor. A Internet destruiu a cadeia de valor de uma série de indústrias: páginas amarelas, indústria fonográfica, o mercado de telegramas e faxes são alguns dos exemplos. A questão é o quanto ela irá mudar a cadeia de valor do mercado de conteúdos de vídeo por assinatura. A estrela desse mercado de vídeos sob-demanda na Internet, a Netflix, teve globalmente uma receita de US$ 5,5 bilhões em 2014, com mais de 57 milhões de assinantes. Parece muito, mas é mais ou menos a receita de uma operadora como a brasileira Net Serviços, que faturou R$ 12 bilhões em 2014. Ainda assim, o valor de mercado da Netflix, hoje, em bolsa, é de quase US$ 40 bilhões, similar ao valor de uma operadora como a DirecTV. O valor da Netflix não está no quanto ela gera de receita, mas no seu poder de reestabelecer uma lógica econômica no mercado de vídeo, pagando muito menos aos produtores de conteúdo do que as operadoras de TV paga tradicionais pagam, e tendo o potencial de chegar a centenas de milhões de pessoas com investimentos mínimos em rede e infraestrutura. A maior empresa de Internet do mundo é o Google, com uma representativa receita de US$ 66 bilhões em 2014. O Google inventou um negócio que não existia, de publicidade em busca. Para sustentar esse modelo desenvolveu uma metodologia sem precedente de análise dos hábitos e comportamento dos usuários. A Netflix está fazendo a mesma coisa: analisando, organizando e recomendando conteúdos em função do uso feito pelos seus usuários. Isso mudará a demanda por conteúdos na ponta da produção, e no limite destruirá os mecanismos que hoje subsidiam a produção de conteúdos com menor atratividade. O segredo do Google e da Netflix está em conhecer o comportamento do usuário e tirar vantagem disso, seja vendendo publicidade direcionada, seja apenas comprando o conteúdo relevante. O problema das indústrias tradicionais, como a TV por assinatura, é que elas só agora acordaram para esse tipo de competição. Não se sabe se a Netflix será só mais uma bolha, mas o jogo mudou. *Editor do Teletime News
capa: editoria de arte cvg sobre imagens de Oleksiy Mark / Olga Popova / shutterstock.com
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editoria de arte cvg sobre imagens de Oleksiy Mark / Olga Popova / shutterstock.com
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scanner figuras internacional
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Setor de TV paga nos EUA sente pressão dos provedores OTT e discute flexibilização dos pacotes e papel dos operadores.
radiodifusão
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Ministro Berzoini pede a inclusão do Ginga C nas caixas do Bolsa Família
tecnologia
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Teles com backbone de fibra dizem estar prontas para o tráfego ultra HD over-the-top 24
TV por assinatura
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Life lança serviço de IPTV sobre fibra em Marília, interior de São Paulo.
making of case
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Filme “A Estrada 47” tem como pano de fundo participação brasileira na Segunda Guerra Mundial
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upgrade agenda
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Errata: Na última edição de Tela Viva, o case de “Missão Extrema com Karina Oliani” veio acompanhado da ficha técnica de “Lowrider Brasil”. A ficha técnica correta é a seguinte: Produção: BossaNovaFilms Produção Executiva: Denise Gomes e Margarida Ribeiro Pelo Discovery pode colocar: Michela Giorelli e Rafael Rodríguez Direção: Eduardo Rajabally e Pedro Ianhez Diretor de fotografia: Dado Carlin Trilha: Diogo Poças Pós produção: Quanta Post
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cinema
A americana Arris está comprando sua concorrente britânica no negócio de set-top boxes, a Pace, por £ 1,55 bilhão (aproximadamente R$ 6,2 bilhões). A compra está sendo apontada nos Estados Unidos como uma forma de escapar dos impostos mais altos naquele país. Segundo o presidente da empresa, Bob Stanzione, em entrevista ao Financial Times, a aquisição da Pace foi impulsionada principalmente por uma lógica estratégica. No entanto, ele admitiu que as questões fiscais seriam, sim, uma ferramenta importante para a Arris otimizar o negócio e garantir retorno aos acionistas. A New Arris, que ficará baseada no Reino Unido, manterá sua sede operacional em Suwanee, no estado da Geórgia, nos Estados Unidos. A Arris, que não divulgou o tamanho da redução de custos que espera obter com o negócio, em valores absolutos, disse que a sua taxa de imposto global deve cair de 35% para algo entre 26% e 28% no primeiro ano completo após a aquisição. Os acionistas da Pace, que tem sede em Yorkshire, receberão, por ação, 132.5 pence em dinheiro e 0,1455 em ações novas. Os investidores Pace deterão 24% das ações da empresa combinada. Stanzione disse ainda ao jornal que a entidade resultante da fusão seria capaz de competir melhor contra rivais maiores como a Cisco Systems. "É importante para empresas como a nossa terem os meios para disputar no mercado global. Ao combinar-nos com Pace, temos a escala para continuar a competir e crescer nesse mercado global", disse. A transação está condicionada à liberação de antitruste nos EUA e pelo menos cinco outras jurisdições.
rádio
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outdoor
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revista
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jornal
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internet
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televisão
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Maior fatia
Fonte: Secom
FOTOs: divulgação
A televisão abocanhou 66,99% das verbas de investimento em mídia do Governo Federal em 2014, incluindo todos os órgãos da administração direta e todas as empresas da administração indireta. O investimento total, divulgado pela Secom (Sec. de Comunicação), foi de R$ 2,321 bilhões, dos quais R$ 1,555 bilhão foi destinado à televisão. A participação da mídia cresceu de um ano para o outro, embora o valor absoluto tenha caído, como reflexo de uma redução nos gastos com mídia. Em 2013, a participação da televisão no investimento em mídia foi de 64,62% (R$ 1,591 bilhão), quando o investimento total foi de R$ 2,462 bilhões. A redução nos investimentos em mídia teve reflexos nos valores absolutos em quase todas as modalidades, com exceção da Internet, que apresentou, de um ano para o outro, um crescimento de 22,8% para R$ 195,69 milhões. A tabela divulgada pela Secom traz ainda as mídias jornal (R$ 144,89 milhões), rádio (R$ 148,56 milhões), revista (R$ 109,74 milhões), outdoor (R$ 2,50 milhões), cinema (R$ 9,03 milhões) e mídia exterior (R$ 155,72 milhões).
Novo conselho A Spcine promoveu no final de abril a primeira reunião com a nova composição do conselho administrativo da empresa. Nabil Bonduki, urbanista e atual secretário municipal da Cultura, Fábio Maleronka, diretor de eventos da Secretaria Municipal de Cultura, e Rossella Rossetto, coordenadora da assessoria técnica da Secretaria Municipal da Cultura, se juntam ao grupo formado pelo cineasta Orlando Senna, Luís Massonetto, professor de direito econômico e economia política da USP, e Celeste Batalha, assessora especial da Secretaria de Governo da Prefeitura de São Paulo. Todos se tornaram automaticamente membros fixos do conselho. O colegiado passou por alterações em virtude da nomeação de Juca Ferreira, ex-secretário municipal de Cultura de São Paulo, para o Ministério da Cultura.
Intercâmbio
Amilcare Dallevo e Bang Suk Ho
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A RedeTV! fechou uma parceria com a TV Arirang, da Coreia do Sul. A visita do presidente da emissora coreana, Bang Suk Ho, à sede da RedeTV!, em Osasco, marcou o início do acordo que prevê o intercâmbio de conteúdo informativo entre os canais. Em comunicado, a empresa disse que o acordo incentivará também o compartilhamento de processos produtivos. Entre os programas envolvidos no acordo estão o noticiário brasileiro "Good News" e o "K-Pop", programa de canções populares sul-coreano.
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Petr Vaclavek/shutterstock.com
Fusão
Investimentos em mídia do Governo federal em 2014
rvlsoft/shutterstock.com
Ao vivo na web A Vevo estreou no final de abril o programa "Sessions", produzido pela In House Music 2. O projeto é o primeiro talk show ao vivo com transmissão exclusiva para o digital. Sob o comando de Junior Lima – músico, compositor, produtor e agora apresentador –, o público presente na plateia e via web poderá interagir com o convidado por meio do chat online e redes sociais. Em momentos inusitados, Júnior também poderá interagir com a banda presente no palco, adentrando o universo da música e falando sobre o que realmente nasceu para fazer. A cada 15 dias, “Sessions” receberá cantores e bandas de maior destaque da atualidade e de diferentes gêneros musicais. Após o live streaming, três músicas serão disponibilizadas on-demand nos canais de cada artista na Vevo.com.
Claro: aumento na receita apesar da queda no uso do celular
Bom trimestre O grupo Claro (Net, Embratel e Claro) teve no primeiro trimestre deste ano aumento de 4,9% nas receitas em relação ao mesmo período do ano passado. A receita do grupo no país foi de R$ 9 bilhões, sendo quase R$ 6 bilhões em serviços fixos (banda larga, TV por assinatura, telefonia e serviços corporativos) e R$ 3 bilhões em serviços móveis. Os serviços móveis tiveram queda de 1,1% nas receitas do primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2014. O EBITDA do grupo no Brasil foi de R$ 2,3 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de 4,1% na comparação anual. A margem EBITDA está em 25,8%, praticamente igual a 2014. Chama a atenção a queda substancial nos minutos de uso da operação móvel. O MOU (minutes of usage) passou de 122 no primeiro trimestre de 2014 para 81 no primeiro trimestre deste ano, queda de 33,7%. Também caiu a receita média por usuário (ARPU) no segmento móvel, para R$ 13, contra R$ 15 no mesmo período do ano passado. As receitas no Brasil estão, lentamente, se aproximando das receitas registradas pelo grupo América Móvil no México, seu maior mercado. Lá, a receita registrada no primeiro trimestre foi equivalente a R$ 12,7 bilhões, mas a tendência é de queda. Houve uma contração de quase 2% nas receitas no México, na comparação anual. Todos os mercados apresentaram queda para o grupo América Móvil em seu país de origem. A base de assinantes móveis praticamente se igualou entre Brasil e México no primeiro trimestre, chegando a cerca de 72 milhões de usuários em cada um dos países. Ao todo, as receitas do grupo ficaram em equivalentes a R$ 42 bilhões no primeiro trimestre do ano, um aumento de 3,1%. A Claro também divulgou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que investiu em 2014 um total de R$ 13,073 bilhões para as operações do grupo América Móvil no Brasil. O presidente da operadora móvel, Carlos Zenteno, declarou que o aporte previsto para este ano no País seria significativamente diferente: R$ 8 bilhões. Ele insiste que não se trata de redução, mas de um "novo ciclo". Ele argumenta que o montante do ano passado considerava o preço das licenças do leilão de 700 MHz em setembro – a Claro ficou com o Lote 1 por R$ 1,947 bilhão, ou 1% a mais que o preço mínimo.
Júnior Lima: talk show online.
OTT infantil A BBC Worldwide Latin America lançou um serviço de SVOD (vídeo on-demand por assinatura) para a região com conteúdos de seu canal infantil pré-escolar CBeebies. O aplicativo tem episódios completos, em espanhol e português, dos programas, além de jogos e informações sobre crianças dirigidos aos adultos. O app está disponível para todos os dispositivos móveis iOS e Android. Será oferecido um período de experiência gratuito de sete dias, após o qual é cobrada uma assinatura de US$ 4,99 (o preço pode variar um pouco em cada país). A plataforma foi lançada no México no dia 5 de maio. Posteriormente estará disponível (ainda sem data) no restante da América Latina, inclusive Brasil, e no mercado hispânico dos EUA. Entre as atrações no lançamento estão as animações "Charlie e Lola", "Sarah e Pato" e "Os Numtums"
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O Brasil é o segundo país em audiência dos canais da rede Machinima, e em um ano e meio deve pular para o primeiro lugar, disse o CEO da empresa, Chad Gutstein, com exclusividade para TELA VIVA. Apesar disso, disse, o país está longe de ser um dos líderes em monetização do conteúdo. O Machinima é uma MCN (Multi-channel Network), uma agregadora de canais digitais (principalmente no YouTube), com cerca de 30 mil criadores de conteúdo. A rede acumula 3,8 bilhões de vídeos vistos por mês, sobretudo pelo público na faixa de 18-34 anos. Isso equivale a 38 mil anos de exibição a cada mês, 60% dos quais são consumidos em dispositivos móveis. Com criadores de conteúdo espalhados por 109 países, a rede tem um alcance bastante internacional. Na verdade, em média apenas 40% da audiência vem dos países nos quais os conteúdos são gerados. Isso é verdade mesmo nos EUA, onde 52% do conteúdo assistido vem de fora do país. Embora tenha nascido como uma rede de conteúdos ligados aos games e aos fãs, hoje a rede recebe 30 mil horas por mês de conteúdos diversos, que vão de game shows a formatos roteirizados, comédia e documentários. Os conteúdos também não são mais necessariamente curtos. A média de duração é de 18 minutos, e em média o usuário assiste 60% de cada vídeo. A rede vem investindo em criação de conteúdo premium. Após uma parceria com a DC Comics (dona de personagens como Batman), a Machinima bancará uma série produzida por Roberto Orci, produtor de blockbusters como "Star Trek", "Transformers" e "Homem Aranha". "High School 51" é uma série de ficção científica sobre uma escola dentro da famosa Área 51, instalação do exército americano no deserto que supostamente guarda segredos sobre alienígenas na Terra.
Novidades on-demand Clientes de TV da Claro agora têm acesso ao Claro Vídeo, a locadora online da operadora. O serviço permite assistir filmes, séries, desenhos e shows a qualquer hora e lugar, por meio de computadores, tablets, smartphones, além de smart TVs. O primeiro mês é grátis e, após este período, o pagamento da mensalidade, no valor de R$14,90, ou ainda da contratação de filmes recém-lançados por R$6,90 cada, será feito diretamente na fatura. A Claro também está lançando mais um serviço de valor adicionado (SVA) em sua base móvel em junho, desta vez focado em conteúdo esportivo. O Claro Esportes está em fase beta com colaboradores, segundo afirmou o gerente de SVA da operadora, Lucas Bonato. A plataforma estará disponível "a partir do próximo mês, mas ainda sem conteúdo das Olimpíadas". Conforme declara o executivo, a ideia é trazer também personalidades do meio esportivo, como atletas patrocinados pela Embratel, empresa do mesmo grupo da operadora. "E a Claro tem (o jogador de futebol e garoto-propaganda da operadora) Neymar", lembra ele.
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A Apro e o Sebrae – em parceria com a ABPI-TV, o Siaesp e a Ancine – lançaram em abril modelos referenciais de contratos para orientar e ajudar os produtores de conteúdo audiovisual brasileiros em suas relações de contratação profissional e comercial, reduzindo os riscos jurídicos e financeiros em seus projetos e negócios. Oito dos 32 contratos foram validados pela Ancine. Tratam-se dos contratos que dizem mais respeito à regulação da agência sobre as relações entre produtoras e distribuidores, programadores e parceiros. "A construção de modelos de contrato é relevante porque ajuda a organizar os processos de negociação entre os agentes do setor, que serão sempre livres. A constituição de referência ajuda na perseguição por melhores práticas e oferece maior segurança àqueles que buscam viabilizar os projetos", disse Manoel Rangel, presidente da Ancine, no escritório regional da agência em São Paulo, durante o lançamento da ação. "Aqueles que negociarem nos parâmetros desses contratos têm a garantia de que estão de acordo com as regras relativas a benefícios fiscais", completou, alertando para peculiaridades de editais e linhas de fomento que possam características e demandas não contempladas nos modelos recém-lançados. "Vocês ainda precisam acionar o jurídico das suas empresas, mas o processo ficou mais ágil", disse. Os formulários estarão disponíveis para download gratuito no site do "Objetiva – Empreendedorismo em Foco", programa desenvolvido pela Apro e o Sebrae para capacitar os profissionais do mercado audiovisual, que reúne cerca de oito mil empresas em todo o país. Os documentos também serão publicados no site da Ancine. Os modelos foram desenvolvidos pelos advogados João Paulo Morello, Gabriela Pires Pastore e Thiago Macedo Clayton, do escritório Coelho e Morello Advogados Associados. O processo contou com a parceria dos representantes jurídicos das entidades parceiras na ação: Debora Ivanov, diretora executiva do Siaesp; Rodrigo Salinas e Gilberto Toscano, advogados representantes da ABPITV, membros do escritório Cesnik Quintino e Salinas Advogados; Claudia Toledo Mesquita, advogada da produtora Gullane Entretenimento S/A.
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Número dois
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Linear permanece
Em um trimestre em que a venda de ingressos aumentou em comparação com o mesmo período do ano anterior, as produções nacionais registraram perda de público, renda e participação no mercado, de acordo com o Informe de Acompanhamento de Mercado de Salas de Exibição, publicado pela Ancine. Mesmo com o bom desempenho de "Loucas pra Casar", segunda maior bilheteria do primeiro trimestre de 2015, o público de filmes nacionais caiu 23,7%, de 7,3 milhões de espectadores em 2014 para 5,7 milhões em 2015. A participação de mercado das obras brasileiras em relação às estrangeiras encerrou o período, com 12,8%, desempenho inferior ao registrado nos dois anos anteriores. Consequentemente, a renda da produção nacional caiu 18,1%, de R$ 83,2 milhões para R$ 67,4 milhões. No total, foram exibidos 17 filmes nacionais no período, em comparação a 19 produções em 2014 e 2013. Apenas três filmes brasileiros – "Loucas pra Casar", "Os Caras de Pau em o Misterioso Roubo do Anel" e "Superpai" – se encontram entre os filmes com
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A Viacom International Media Network divulgou os resultados do estudo “Redefined”, que explora como os telespectadores estão redefinindo sua relação com a televisão. Os resultados apontam que a TV linear ainda é a principal fonte de entretenimento e descobrimento de conteúdo televisivo. Entre os entrevistados, 69% dos adultos e 76% das crianças de 6 a 12 anos disseram ter a TV linear como fonte de consumo de conteúdo primária. Além disso, a troca de canais é apontada como principal método usado pelos telespectadores para a descoberta de conteúdo, seguido por troca de informações boca a boca e promos de TV. Para esse estudo, a VIMN contou
Nacional em queda
possuem uma média de cinco dispositivos (tablet, smartphone, computador, laptop, console de jogos, dispositivos de streaming, TV smart, Ipod touch, DVD player) e usam em média cinco fontes de acesso ao conteúdo (TV linear, VOD de um operador de TV, DVR, assinantes de VOD, site de vídeo gratuito, websites e aplicativos de canais de TV, etc). Entre usuários com acesso a ferramentas de conteúdo não linear, o VOD aparece como o mais adotado, com 56% daqueles que tem acesso a plataforma afirmando tê-la utilizado na última semana. Na sequência aparecem sites de canais (53%), DVR (51%) e SVOD (47%). No Brasil, o VOD aparece também em primeiro com 71%, seguido por sites de canais (58%), DVR (54%) e SVOD (56%).
com mais de 10,5 mil entrevistas de pessoas de 6 a 34 anos e assistiu 26.866 vídeos produzidos pelos participantes em 14 países – Brasil, México, Indonésia, Filipinas, Austrália, Malásia, Singapura, Rússia, Alemanha, Reino Unido, Itália, Polônia, Holanda, Suécia. No Brasil, foram ouvidas 750 pessoas. Ainda de acordo com a pesquisa, a percepção do público é de que a qualidade da programação televisiva em geral melhorou. 63% dos entrevistados concordou que "a TV nunca esteve tão boa" – no Brasil, esse número é de 66%. Ainda de acordo com o estudo, cerca de 72% das pessoas estão falando sobre programas de TV mais frequentemente do que há alguns anos, enquanto no Brasil o número chega a 78%. O estudo aponta que os brasileiros
Mesmo com aumento do público de cinema, filmes nacionais perderam share.
Esse crescimento foi possível graças ao bom desempenho dos filmes estrangeiros, que registraram público 28,5% maior em relação ao primeiro trimestre de 2014 e tiveram a maior quantidade de bilhetes vendidos em um primeiro trimestre desde 2009. No período, três filmes estrangeiros venderam mais de três milhões de ingressos: "Cinquenta Tons de Cinza", "Bob Esponja: Um Herói Fora d'água" e "Os Pinguins de Madagascar".
mais de 100 mil espectadores, menor número desde 2010 para o período. A renda com venda de ingressos no país registrou aumento de 23,2% se comparado com o mesmo período do ano anterior. Nas 13 primeiras semanas deste ano foram arrecadados R$ 568 milhões nas bilheterias de todo o País. O público em salas de cinema no primeiro trimestre de 2015 alcançou 43,4 milhões de espectadores, o que representa um crescimento de 18,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
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( figuras) Reestruturação
CEO Emilio Rubio assumirá a posição de CEO da HBO Latin America, substituindo Gaston Comas, a partir de 1º de julho. Desde as mudanças organizacionais que ocorreram no ano passado, todas as áreas de negócios já estavam reportando diretamente a Rubio em sua posição atual como presidente da HBO Latin Emilio Rubio America. Na empresa há 21 anos, Rubio liderou as equipes de distribuição e vendas a afiliados, o desenvolvimento de novas linhas de negócios e a introdução de novas mídias. Vem atuando também na expansão para novos mercados, que inclui o aumento da oferta de canais da empresa, e na implementação de novas tecnologias como o lançamento dos sinais HD de todos os canais e o desenvolvimento da HBO GO para a região. Comas assumiu o cargo no ano 2000 e continuará a fazer parte da empresa como integrante independente do Conselho Diretor.
Dando sequência ao processo de reestruturação no seu quadro de executivos no Brasil, a Fox promoveu Marcio Moron a vice-presidente de produção e Rogério Brandão a vice-presidente de programação. Brandão, que atuava como diretor de programação, passará a ser responsável também pela área de eventos. No final de 2014, Eduardo Zebini, que dirigia os canais Rogério Brandão Fox Sports, passou a ser responsável pelo conjunto de canais da programadora, com o cargo de VP sênior de produto. O objetivo da programadora com a reestruturação é agilizar processos internos e aumentar a integração entre os canais esportivos Fox Sports e o restante do portfólio do grupo.
Representação argentina A produtora argentina Landia contratou Lili Pulz para integrar a equipe de atendimento e produção executiva da sua unidade brasileira. No Brasil, a Landia é representada pela Movie&Art. A profissional iniciou sua carreira na AlmapBBDO, tendo passagens pela W/ McCann, Y&R, Bossa Nova Films, e, mais recentemente, na produtora digital Bossa NY, em Nova York. Ela passa a atuar como chefe de vendas e produtora, ao lado dos produtores executivos Carol Dantas e Sebastian Hall.
Vendas publicitárias A Turner International do Brasil nomeou Ricardo Rodrigues como diretor de vendas publicitárias regionais. O executivo carioca ficará baseado no escritório da companhia no Rio de Janeiro e responderá por outros oito mercados regionais: Brasília, Região Sul, Bahia, Interior de São Paulo, além do NorteRicardo Rodrigues Nordeste. Com 15 anos de experiência na área comercial e em projetos digitais de publicidade, Rodrigues atuava como diretor de negócios multiplataforma da Editora Globo e Edições Globo Condé Nast, onde era responsável pela gestão comercial de 18 marcas.
Lili Pulz
Vendas publicitárias A HBO promoveu Bruno Guerrero a diretor de vendas publicitárias para o canal Cinemax em todo o território brasileiro. Reportando-se diretamente à vice-presidente de vendas publicitárias, Renata Lorena, Guerrero contará com reforços em sua equipe comercial sediada em São Paulo e novo representante na região Sul do país, além das representações em regiões-chave como Rio Janeiro e Brasília, que já fazem parte da operação.
Publicidade e branded content
Eduardo Barbosa, Pedro Caldas e Rodrigo Monteiro
A Realejo Filmes contratou Maíra Azevedo Pompeu como diretora de novos negócios. Com passagens pelo planejamento de agências como Talent e Lew'Lara\TBWA, Maíra também foi coordenadora de marketing na Gradiente e sócia da Ludo Produções, especializada em conteúdo para internet e vídeos de pesquisa e documentários para a área Maíra Azevedo de planejamento de comunicação. Na nova função, será responsável por captar novos negócios e consolidar relações com os clientes da produtora. A contratação reflete a intenção da Realejo em reforçar sua atuação na produção de filmes publicitários e de branded content.
Criação A S de Samba contratou o técnico de som Eduardo Barbosa, ex-Satélite Áudio, e os produtores musicais Pedro Caldas e Rodrigo Monteiro, que estavam na ampliMachine e na Satélite Áudio, respectivamente. Os profissionais atuarão na área de criação publicitária sob coordenação de Rafael Silvestrini e direção artística dos sócios Jair Oliveira e Wilson Simoninha. 10
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Diversidade, cultura e entretenimento. 2ª
edição
12 a 19, novembro de 2015 SÃO PAULO, SP www.convergecom.com.br 0800 77 15 028 REALIZAÇÃO
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CORREALIZAÇÃO
PROMOÇÃO
cobertura
( capa )
André Mermelstein e Samuel Possebon, de Chicago
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Mercado perplexo
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setor de TV paga dos EUA “acusou o golpe”. No evento anual da NCTA, a associação americana dos operadores de cabo, não se falou em outra coisa além de como competir com o over the top (OTT), através de novos serviços, de melhores interfaces de usuário ou da flexibilização dos pacotes de programação. Tudo isso sob a espada da regulamentação, com a FCC defendendo um padrão de neutralidade de rede total, que dificulta a exploração da banda larga com serviços diferenciados, e em meio a um cenário inédito de queda líquida na base de assinantes. O maior sintoma foi a própria mudança no nome do evento. O tradicional The Cable Show agora se chama INTX (The Internet and TV Show), numa tentativa de abraçar o mundo online. Mas nenhuma das grandes empresas de Internet (Netflix, Google, Amazon) deu as caras na convenção. Um debate antigo, mas que sempre volta à tona em momentos de crise como o atual, é o dos modelos de empacotamento de canais. O tema ganhou temperatura com a decisão, no final de abril, da ESPN de processar a Verizon nos EUA por suposta quebra de contrato. A operadora está oferecendo o que a indústria chama de "skinny bundles", ou, literalmente, pacotes magricelos, com menos canais e mais baratos. "Os assinantes são muito claros, há bastante tempo, de que querem mais opções e preço melhor. No fim, a maioria vai continuar querendo os pacotões, mas nossas pesquisas com os assinantes que cancelam o serviço 12
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Setor de TV paga nos EUA sente a pressão dos provedores OTT e discute desde a flexibilização dos pacotes de programação até o papel reservado aos operadores no futuro próximo.
INTX 2015: tentativa de se mostrar mais aberta ao mundo online não teve adesão das empresas de Internet
mostram que eles tem mais possibilidades hoje de escolher plataformas mais econômicas, e que acreditam que não assistem o suficiente para justificar o preço do cabo", disse Kathy Payne, chief programming officer da Suddenlink, operadora americana de TV a cabo. "Nos próximos anos haverá mais experimentos (com pacotes). É do nosso melhor interesse não perder assinantes, então se conseguirmos soluções 'ganhaganha' criativas com os programadores será bom para todos", concluiu. Para Tonia o'Connor, presidente de distribuição de conteúdos da Univision, experimentar é importante. "Não somos ingênuos quanto à disrupção, e como diferentes consumidores têm diferentes necessidades. É muito cedo para prever o fim dos pacotes ou da TV paga. Há ainda muita oportunidade. Nossos interesses com os operadores são 100% alinhados, se •
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eles tiverem mais assinantes, eu ganho mais. Não é só o empacotamento que conta, mas toda a proposta de valor". Ela diz, por exemplo, que há ainda muita confusão do assinante em relação ao TV Everywhere. "Muitas vezes o assinante paga um extra para o Hulu ou Netflix para ver um conteúdo que está incluído na sua assinatura e disponível on-demand, mas ele não sabe", queixa-se. Embora diga que não quer falar especificamente do caso da Verizon, Mike Biard, da Fox, alfinetou: "Temos que trabalhar juntos. Vai haver evolução na forma de distribuição. Romper os acordos de distribuição não funciona para ninguém no longo prazo". Para ele, os pacotes de pay TV ainda são o melhor valor em
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nos meios de distribuição. "O que distribui banda larga combinada com TV estamos vendo é uma explosão nas aberta e serviços OTT, inclusive Netflix. formas de distribuição, e não a Segundo a COO da empresa, Kristin Dolan, implosão do modelo tradicional, de essa é uma das respostas possíveis para bundles (pacotes). Mas esse uma economia mais desafiadora e onde as movimento vai forçar os modelos de pessoas têm opções mais baratas. "Temos bundle a se justificarem e mostrarem que lembrar que estamos competindo com que não são a pior coisa do mundo", provedores de conteúdo que cobram disse Peter Chernin. menos e oferecem mais flexibilidade", "As operadoras de TV paga estão disse, referindo-se aos provedores OTT. vendo o surgimento de Para a executiva Jill Campbell, COO da Cox, a “os assinantes muitas outras formas de distribuir vídeo, do ruptura de modelo talvez não saem Snapchat ao Netflix, o que demore mais do que se esteja porque é fantástico para os imaginando e os tem muito produtores de conteúdo. empacotamentos tradicionais conteúdo. só Isso dá uma vantagem ainda terão valor para algumas pessoas. "O desafio agora é querem pagar para as empresas de acertar os pacotes ao que as menos”, diz conteúdo que antes que negociar com pessoas conseguem pagar, esse biard, da fox tinham poucos distribuidores", é o grande desafio". Além disso, disse ele, sem ser ela aponta a mudança de confrontado em seu raciocínio por hábitos de consumo. "53% dos nossos Brian Roberts, CEO da Comcast, um clientes assistem vídeo em plataformas dos maiores grupos operadores de não-lineares, como o VOD ou o DVR. E cabo do mundo e também um metade da nossa rede de banda larga é grande provedor de conteúdo consumida com a Netflix. E isso faz com (mesmo grupo da NBC Universal). "O que as pessoas precisem de banda que estamos vendo é a combinação larga", disse ela. de experiências. O OTT usa nossa Para o ex-presidente do grupo Fox e banda larga e por muito tempo hoje presidente do Chernin Group, um dos investimos para permitir isso. A rede principais investidores em novos negócios está puxando esse crescimento", de mídia, o momento atual que está sendo disse Roberts. vivido pela indústria de conteúdos Para Chernin, o enfraquecimento representa simplesmente uma explosão FOTO: divulgação
entretenimento que alguém pode conseguir. "Eles (assinantes) não estão saindo porque tem muito conteúdo. Só querem pagar menos. A Verizon divulga que as pessoas só assistem dez canais, mas a pratica mostra que ao longo de um mês elas assistem muito mais, nossas pesquisas mostram que assistem 30, 40 canais", contou. Kathy, da Suddenlink, aproveitou para pedir uma "ajudinha" dos programadores. "Queremos mais flexibilidade nos empacotamentos, porque se não conseguirmos conquistar os assinantes, todos perdem… Também queria pedir que aumentassem menos os valores e não exigissem a distribuição de novos canais, mas isso é impossível", disse, rindo. Para Balan Nair, CTO da Liberty Global, uma das maiores operadoras de cabo do mundo, "em geral os pacotes têm um monte de conteúdos subsidiados por um único canal. É um modelo de subsídio que não faz sentido, alguém tem que botar um freio nisso e a Verizon está fazendo o que as pessoas realmente querem", disse ele, ao elogiar a iniciativa da operadora. "Se começarmos a cobrar somente pelo que é assistido, não sei se isso será do interesse dos programadores". Para Balan, as rupturas estão acontecendo em todas as frentes. "O desafio é convencer os parceiros de que existe viabilidade nos modelos. Acho que hoje poucas pessoas ainda assistam de maneira linear, mas ainda consomem conteúdos". O desafio, segundo o executivo, é convencer os parceiros tradicionais que os conteúdos precisam estar em uma plataforma, em uma biblioteca para distribuir em qualquer lugar. "O problema é que de um lado o programador quer mais receitas e o distribuidor quer melhorar o modelo, e estamos discutindo isso há uns três anos". Já a operadora Cablevision tem preferido uma nova abordagem: optou por pacotes baratos, em que
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“O OTT usa nossa banda larga e por muito tempo investimos para permitir isso” Brian Roberts, da Comcast
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( capa ) pessoais. 86,4% dos entrevistados disseram ser OK ter suas informações capturadas pela operadora, se com isso ele tiver um serviço mais personalizado. "Por que a Apple e a Samsung têm filas nas suas lojas quando vão lançar um produto? O que elas tem que nós (indústria de TV) não temos", desafiou Jaison Dolvane, CEO da Espial, também no evento. A explicação estaria na pouca inovação oferecida pelas operadoras. O ciclo de novidades é lento, a cada “Esse movimento vai forçar os modelos de empacotamento a se três a cinco anos. Não há justificarem e mostrarem que não são a pior coisa do mundo” personalização dos serviços, o modelo Peter Chernin,do Chernin Group é único para todos os usuários. A experiência é lenta, ainda muito baseada em texto, e os apps são os mecanismos de recomendação, uma ótima dos bundles as marcas mais fortes mesmos há anos, como EPG e DVR. UI (interface de usuário), e é mais "cool", de conteúdo serão demandadas com A cena deve mudar com as mais atraente para o consumidor jovem. mais força e devem inclusive se plataformas de desenvolvimento Segundo Nizar Assanie, VP da IE fortalecer. "A tecnologia dá abertas (RDK). Os ciclos devem cair Market Research, quando perguntados ubiquidade de distribuição para um a dois anos, como na sobre quem é melhor em oferta de globalmente, independente das indústria do celular. "Temos que conteúdo, qualidade de imagem e serviços, formas. Temos bilhões de inovar na velocidade da Internet, com os pesquisados responderam que era a TV consumidores em potencial e essa serviços em nuvem baseados em por assinatura em 88%, 81% e 93% dos torta vai continuar a crescer". HTML 5, que podem ser rapidamente casos, respectivamente (contra 12%, 19% e atualizados. Temos que nos integrar 7% do OTT). Interface com os OTTs e ter uma experiência Já nos quesitos preço, disponibilidade Não é só o conteúdo e o preço de usuário customizável e imersiva, em múltiplos dispositivos, recomendações que tem atraído os consumidores rápida e fluida", concluiu. relevantes e interface de usuário, o OTT para os serviços de vídeo on-demand Na avaliação do CEO da Liberty teve a preferência de 84%, 79%, 77% e over the top. A interface de usuário e Global, o que falta aos operadores de 78% dos entrevistados. a facilidade de encontrar os TV paga é o aplicativo Perguntados se pretendem conteúdos, as recomendações e a correto. "Temos o reduzir ou cortar suas personalização dos serviços online “Temos o conteúdo e temos o assinaturas de TV paga, 23,4% são mais atraentes que as do cabo conteúdo cliente, mas não temos o dos entrevistados responderam tradicional, disseram os executivos e temos o app", disse Michael Fries. positivamente (20% reduziriam no evento em Chicago. e 4% cortariam). Mas 51% Um estudo realizado pela cliente, mas Ele se refere à facilidade com que os usuários dos destes manteriam o serviço se a Amdocs e executado pela IE Market não temos serviços online navegam e operadora oferecesse a Research Corp mostrou que os o app”, diz ganham recomendações possibilidade de terem todo o usuários ainda preferem o conteúdo Michael Fries. de seus conteúdos. "O que conteúdo, incluindo o oferecido pela TV por assinatura a Netflix mostrou é que há conteúdo online, em uma tradicional, mas esta perde feio um jeito melhor de fazer uma única interface, e também se esta quando a questão é usabilidade e interface, e mantê-la simples". plataforma oferecesse a possibilidade de interface de usuário. O estudo foi descobrir conteúdos e assisti-los. feito com mais de 4 mil usuários em Regulamentação forte A boa notícia é que , segundo a 11 países, inclusive o Brasil. Na Ao mesmo tempo em que pesquisa, os usuários estão dispostos a INTX foram passados apenas os enfrentam a ameaça da concorrência pagar mais por serviços personalizados. dados referentes a EUA e Canadá. online, os operadores dos EUA se Nos EUA pagariam até US$ 6 extras na Gary Cronk, VP de broadband, veem debaixo de uma forte onda assinatura, e no Canadá até C$ 8. cable & satellite da Amdocs, diz que o regulatória. O maior problema do Os usuários também parecem não cabo ainda lidera em percepção de mercado nesse momento, na visão estar preocupados em expor seus hábitos qualidade. Mas o OTT tem bons 14
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dos analistas de Wall Street, não é a quebra dos modelos de negócio, a chegada dos competidores over-thetop ou os custos de programação. O maior desafio é a incerteza regulatória criada pela FCC, o órgão regulador do mercado de comunicações norte-americano (veja matéria a seguir). Para os analistas que participaram da INTX 2015, duas decisões recentes acenderam a luz amarela sobre o futuro da indústria. Uma diz respeito ao Open Internet Rule, que classificou serviços de banda larga como serviços de telecomunicações. A outra foi a indicação de veto à fusão Comcast/ Time Warner Cable, que acabou abortada em decorrência da sinalização de exigências regulatórias mais duras do que as imaginadas inicialmente. Para Craig Moffett, um dos mais renomados analistas do mercado de telecomunicações dos EUA e sócio da MoffettNathanson, "Washington interferiu duas vezes esse ano de maneira decisiva e isso é um desafio tremendo para o futuro da indústria. Eu acho que o Title II é
um controle de preços. Acho que teremos uma pressão sobre os preços de banda larga e se isso acontecer será um negócio muito diferente daquele que temos hoje", disse ele. Title II é um enquadramento da lei de comunicações americanas criado em 1934 para o serviço de telefonia fixa, que a FCC quer adotar para a banda larga e que prevê neutralidade total e controle de tarifas. O temor dos analistas é que a FCC, ao estabelecer as condições isonômicas de competição na Internet, impeça as operadoras de banda larga (e as operadoras de cabo são hoje as principais provedoras de banda larga) de cobrarem por limites de uso à rede em vez de modelos com franquias ilimitadas. "Quando o governo anunciou a barreira de 25 Mbps para classificar os serviços como banda larga acabou colocando um desincentivo para investimentos. Veio do nada, e isso incomoda", disse Jessica Reif Cohen, analista do Bank of America Merrill Lynch. Para Marci Ryvicker, analista da Wells Fargo Securities, o principal desafio para o mercado de TV paga, do ponto de vista de Wall Street, é a insegurança. "Haverá ou não regulação de preço de banda larga?
Se isso acontecer, qual o impacto sobre os preços das ações e valor das empresas? Ainda não sabemos". A resistência da FCC à fusão entre Comcast e Time Warner Cable também assustou os analistas que participaram da INTX. "Foi uma frustração, porque achamos que isso geraria grande valor", disse Jessica Cohen. Para Moffett, "o problema da decisão da FCC sobre a Comcast é que o potencial market share criado, na minha opinião, seria uma ameaça de bloqueio da Netflix, e por isso foi barrada pela FCC". Para Ryvicker, é pouco provável que a Comcast fosse fazer qualquer coisa para prejudicar a Netflix ou qualquer outro OTT, "porque isso não faz sentido do ponto de vista do usuário, e o Departamento de Justiça errou o alvo ao ver isso como um problema". Para os analistas, o mercado de TV paga ainda tem muitas oportunidades nos EUA sobretudo com a banda larga e com a oferta de serviços corporativos. Mas não parece haver tanta preocupação com os modelos mais disruptivos, como o da Netflix, pelo menos entre os analistas.
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( capa ) “Temos 102 milhões de assinantes, isso não vai cair para 5 milhões de repente. A programação de alta qualidade e os eventos ao vivo têm valor” Michael Powell, da NCTA
mas isso tem que ser acelerado. "Há uma nova urgência", diz. "A transformação agora é exponencial, a nova geração está dando o tom desse novo comportamento. Teenagers sempre fizeram isso que fazem agora, são apaixonados pela comunidade, pelos seus amigos. Agora a vida real compete com a televisão, eles filmam tudo, compartilham", disse o executivo. Reinvenção Durante a história recente, lembra, Apesar do clima de perplexidade tínhamos um device único na casa, a TV, com as rápidas mudanças no que todo o mundo via. Na última década mercado, a indústria tenta manter isso mudou, ela não é mais tão um discurso otimista, e propõe novas importante, os usuários mudaram para visões sobre o negócio. telas mais íntimas. "Então "É hora da indústria que estar nessas telas. olhar além das suas a indústria temos O cabo está levando seus fronteiras e dos players tradicionais", disse Michael tenta manter conteúdos para esses devices. um discurso Tem que ser amigo do Powell, presidente da conteúdo gerado pelo usuário. NCTA, na abertura do otimista, e INTX 2015. A declaração propõe novas Ninguém só assiste uma reforça uma posição da visões sobre coisa ou outra". "Rupturas", prosseguiu indústria americana de se o negócio. Powell, "vêm com coisas boas mostrar menos reativa às e ruins. O bom é que esta vem mudanças trazidas pelo com essas experiências, ver coisas a que mundo online, e, pelo contrário, você nunca tinha acesso. O ruim é que abraçá-las. Foi o que motivou a cria oportunidades de piratear, destruir mudança do nome do evento para modelos que estão estabelecidos, destruir "The internet and television show". valor". As empresas de internet, como Na prática, pouca coisa muda. Na Google e Amazon, disse, têm que ser área de exposição e nos painéis do acompanhadas, pois mexem com o tema congresso ainda predominavam as da privacidade. "O negócio deles não é empresas tradicionais do setor, vídeo, usam isso para capturar dados, operadoras, programadoras e informações sobre os usuários, vender fornecedores de equipamentos. outros produtos. São ousados, tomam A indústria, diz Powell, está riscos, que são permitidos pelo mercado respondendo rápido às mudanças, "As pessoas estão indo mais para a Netflix, e isso é um fato, e as empresas de conteúdo vão ganhar menos dinheiro com esse modelo. Por isso terão que cobrar mais da Netflix. Simples assim", disse Marci Ryvicker, da Wells Fargo.
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por eles serem inovadores, que as companhias tradicionais não podem assumir". Powell lembrou que o cabo é o líder da infraestrutura que torna tudo isso possível. "Oferecemos velocidades que vêm aumentando 50% ano. Temos 102 milhões de assinantes, isso não vai cair para 5 milhões de repente. A programação de alta qualidade e os eventos ao vivo têm valor. A internet é ótima, mas você tem só o que consegue, não tem garantia de qualidade". De fato, os números do mercado de TV paga americana ainda são eloquentes. São 54 milhões de assinantes de serviços de vídeo por meio das redes de TV a cabo, 29 milhões de assinantes de telefonia também servidos pelas operadoras de cabo e impressionantes 56 milhões de assinantes de banda larga. Ou seja, nos EUA, a TV a cabo já tem mais clientes de banda larga do que de vídeo. Mas o fato é que em serviços de vídeo o mercado está parado, ou enfrentando uma leve retração. E operadores que servem seus assinantes via Internet têm números igualmente expressivos. A Netflix tem 40 milhões de clientes, quase o dobro da Comcast, com 22,4 milhões de clientes. A DirecTV, que opera por DTH, tem 20,4 milhões de clientes, a Dish (também DTH) tem 14 milhões e a segunda operadora de cabo aparece apenas como o quinto maior player de vídeo por assinatura com 11 milhões de assinantes nos EUA. Depois vem o Hulu (serviço online também) com 9 milhões de clientes, e por fim AT&T e Verizon, com respectivamente 5,9 milhões e 5,6 milhões. Ou seja, quando a fusão entre AT&T e DirecTV for completada, a maior operadora de cabo dos EUA, a Comcast, que hoje é a principal empresa do setor de TV paga, será apenas a terceira maior provedora de conteúdo por assinatura. A tentativa frustrada de se fundir com a Time Warner Cable seria uma forma de fortalecer sua
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posição no mercado de banda larga e também de não perder posições nesse ranking, que tem um significado simbólico. Esses movimentos dizem muito sobre o que está acontecendo com a indústria de TV por assinatura em geral, e especificamente com as operadoras de cabo. A resposta tem sido a oferta de conteúdos nãolineares, como vídeo sob demanda, e a distribuição pela Internet. Só os serviços de TV Everywhere cresceram em um ano 266% e foram assistidos 2,6 bilhões de pessoas. Conteúdo E que papel cabe aos programadores em um universo no qual a banda larga já é o principal produto dos operadores de cabo, como vem acontecendo nos EUA? Para John Landgraf, CEO da FX Networks e do FX Studios, as mudanças são encorajadoras. "As mudanças que estamos vendo vão libertar os consumidores das obrigações, terão flexibilidade. Interfaces não são só plásticas, são fundamentais, as pessoas amam. Isso, somado à percepção de que ele pode ver o que quer, motiva o consumidor", disse. Se por um lado os operadores se beneficiam do OTT, por serem os maiores fornecedores de banda larga, de sua parte os programadores também estudam as alternativas para fazer parte deste universo sem deixar de lado seu business principal, a distribuição linear. Matt Blank, CEO da Showtime, contou que está conversando com todos os provedores de OTT, inclusive com os das operadoras, para entender a "matemática" de levar o canal ou seus programas diretamente ao assinante. "A questão é só de tempo e de definir os parceiros", disse. A programadora já oferece o Showtime Anytime, serviço on-demand, mas apenas para assinantes do canal linear. "Temos condições de competir com Netflix e outros, mas precisamos de uma
Painel com programadores na INTX 2015: benefício para quem tem conteúdo proprietário.
revalorização do conteúdo ao vivo. "As pessoas se acostumaram a ver tudo separadamente, mas estamos fazendo eventos de transmissão de capítulos especiais de 'Walking Dead' e 'Empire' e as pessoas estão de novo se juntando para assistir, pessoal ou virtualmente. Isso é ótimo para a publicidade", diz. "Temos que ver o copo meio cheio", diz Blank. Tudo isso, diz, só é importante porque as pessoas querem mais e mais consumir conteúdo. "No fim, não importa como eles assistem, mas sim que eles querem assistir mais". Ele conta que quando a série "Dexter" começou, dois terços dos espectadores viam "ao vivo" (no momento da exibição), e um terço em time shift. Na temporada final, a proporção era inversa. "Mas na final, tínhamos três vezes mais viewers do que antes", comemora Blank. Para eles é claro que o modelo de publicidade vai mudar, conforme o consumo migra para o on-demand. "Os consumidores não querem mais dar 15 minutos de seu tempo pra ver 45 minutos de conteúdo, mas podem dar um tempo precioso de sua atenção para ver o que querem. O cenário vai mudar, mas o negocio de fazer boas historias e ser pagos por isso não muda, vai ser igual. Daqui a uma década estas três marcas sentadas aqui estarão saudáveis", conclui.
interface compatível. O consumidor hoje compra tudo online e está acostumado com ótimas interfaces, que só agora começamos a oferecer. Isso faz uma grande diferença". Os canais não teceram comentários diretos em relação ao HBO Now, serviço da programadora que é vendido diretamente ao usuário, sem intermediação de uma operadora. Mas deram sinais de que não se juntarão à onda, ao menos por enquanto. "Temos que descobrir um método para atingir esses assinantes que estão hoje só na banda larga (sem vídeo), mas temos com o cabo uma relação simbiótica que nos serviu por muito tempo. Oferecer conteúdo direto ao assinante é uma possibilidade, mas fazê-lo com os operadores é o caminho", disse Landgraf. Uma observação feita pelos canais é de que há uma grande vantagem para aquelas programadoras que produzem ou que são donas de seus conteúdos, em oposição às que apenas licenciam conteúdos de terceiros. "Muito do melhor conteúdo já está no não-linear", diz Landgraf. "Para nos é bom, porque somos donos do conteúdo, então nos beneficiamos disso, preservando a primeira janela para o cabo (linear). Está aumentando o valor desse conteúdo de acervo no mercado, o VOD está substituindo a syndication (venda de programas mais antigos para outros canais)". Josh Sapan, CEO da AMC, vê um outro fenômeno acontecendo, que é uma
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23ª edição
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Abertura forçada
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desafio de vocês será superar a tentação de usar uma posição dominante na banda larga para proteger o modelo tradicional de TV por assinatura. A Internet vai romper com os seus modelos de negócio existentes. Ela faz isso com todo o mundo". Assim o presidente da FCC, Tom Wheeler, deu a sua dura mensagem aos operadores de cabo dos EUA durante a INTX. Em um discurso cheio de referências à história da TV por assinatura, a FCC deixou claro o problema que pretendeu resolver com a Open Internet Order, norma para a Internet que vigora a partir de 13 de junho. Para ele, falta competição na banda larga, sobretudo para ofertas acima de 25 Mbps. Ao mencionar as razões do veto à fusão da Comcast com a Time Warner, Wheeler disse: "a indústria mudou e nós vimos evidências concretas de uma nova competição e de novos modelos de negócio proporcionados pela banda larga. Assim, entendemos que a banda larga tem que ser o centro da nossa análise, e que o vídeo é, em essência, uma aplicação que flui pelas redes e que pode ser suprido tanto pelos donos das redes quanto pelos competidores que usam a internet para competir com os proprietários das redes". Essa percepção é o que Wheeler chama de ponto de virada da análise concorrencial e regulatória, o que terá, segundo ele, uma implicação para a indústria como um todo. Ele lembrou que as operadoras de TV a cabo já se beneficiaram dessa inovação, ao introduzir múltiplos canais e ao introduzirem novas redes na casa dos assinantes, levando vídeo e serviços de banda larga. 20
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Para FCC, operadoras de cabo devem ceder espaço para os serviços que usam suas redes, sem qualquer tipo de privilégio ou discriminação. Indústria contesta e reclama de intervenção excessiva. “A Internet vai romper com os seus modelos de negócio existentes. Ela faz isso com todo o mundo” Tom Wheeler, da FCC
Para o presidente da FCC, a indústria de provedores de banda larga tem um papel amplo em sustentar um ecossistema maior e extremamente importante para o futuro dos EUA. Ele disse esperar que as empresas mantenham os investimentos em banda larga e o compromisso de uma rede aberta. Como sinalização positiva, Wheeler mencionou o esforço de ajustar a regulamentação de acesso a postes e disse que a FCC irá considerar a adoção de uma definição independente de tecnologia para os provedores de vídeo multiprogramado (MVPD), de modo a incluir nesse ambiente as empresas de internet e assim criar um ambiente de simetria regulatória. Tenso A reação dos operadores ao discurso da FCC deixou muito claro que as relações entre a indústria e o órgão regulador nunca estiveram tão ruins, pelo menos na história recente. Quem melhor definiu a situação foi o CEO da Liberty Global, uma das maiores operadoras de cabo do mundo, mas que não opera nos EUA, e talvez por isso tenha se sentido mais a vontade para expressar o sentimento dos demais operadores. "Eu fiquei perplexo. A FCC está •
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presumindo a culpa dos operadores por algo que ainda não aconteceu", disse Michael Fries. Segundo ele, houve um tempo em que os reguladores europeus olhavam a FCC como referência regulatória, mas agora, na questão da regulação de Internet, isso não está mais acontecendo. "A postura regulatória lá é muito mais leve e não parte do princípio que você vai fazer algo errado", disse, sob aplausos da plateia. Para Patrick Esser, presidente da Cox, a FCC está misturando coisas que não deveriam ser misturadas. "Uma coisa é a neutralidade, e faz 18 anos que provamos todos os dias nosso compromisso com ela, não bloqueando nem prejudicando serviços na Internet. Outra coisa é classificar a banda larga com uma regra dos anos 30 que permite regular preços. Isso coloca nossos investimentos em risco", disse ele, referindo-se ao Title II, item da lei de telecomunicações de 1934, criado para garantir a concorrência na telefonia fixa, e que agora o governo americano quer aplicar à Internet.
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Samuel Possebon
Dormindo com o inimigo Começam a aparecer nos EUA parcerias entre operadoras tradicionais e provedores de serviço over the top. unificadas. Ou seja, o assinante busca um conteúdo e pode encontrá-lo tanto nos canais lineares quanto no Hulu, de forma transparente. Se o conteúdo for do Hulu, o app é aberto automaticamente. "O consumidor tem que ter a experiência Hulu igual em qualquer dispositivo", disse o executivo.
“Podemos ser bons amigos. Nosso conteúdo é muito complementar”
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em sempre o OTT (over the top) é visto como o inimigo pelas operadoras de cabo. Nos EUA, pelo menos dois casos importantes de parceria entre empresas do mundo tradicional e do mundo digital foram tema de um painel na INTX 2015, em Chicago. O Hulu nasceu há sete anos como um player puramente digital, bancado por quatro grandes estúdios, em um modelo free, sustentado por publici– dade. Há quatro anos a plataforma mudou de estratégia e passou a apostar no modelo SVOD (por assinatura). Agora, o provedor busca uma estratégia de parceria com operadoras de TV paga. "Percebemos que as operadoras nos permitem servir vídeo a quase 100 milhões de lares, queremos ser parceiros. Podemos ser bons amigos. Nosso conteúdo é muito complementar. O deles é bem mais recente, enquanto o nosso é catálogo", disse Tim Connoly, presidente de distribuição da Hulu. Em abril deste ano o provedor fechou parceria com a Cablevision, nos EUA, e colocará seu app de VOD dentro do set-top box da operadora. "Nós temos por exemplo as temporadas anteriores de 'Empire' . A operadora vai passar a temporada nova, e nós complementamos com o catch-up", disse Connoly. Assim, diz, o assinante tem tudo e não precisa ir para a Netflix ou Apple TV. Ele diz também que o Hulu agrega uma experiência de uso melhor que a oferecida pelo cabo. A marca permanecerá no set-top, como um app independente, mas as buscas serão
Tim Connolly, da Hulu
usuário e a possibilidade de fazer mudanças e adaptações muito rápidas no serviço, uma vez que não existe um hardware proprietário (settop box). A adesão também é simplificada. Por outro lado, é muito fácil também o assinante se desligar (churn). Para Connely, este é um problema similar ao que os operadores enfrentam há anos. A ferramenta principal para combatê-lo é o uso de dados (big data). "Quanto mais as pessoas estiverem engajadas, melhor. Usamos muitos dados de consumo para promover isso, vemos quais os conteúdos com melhor reposta, que dispositivos as pessoas estão usando para assistir. Por exemplo, sabemos que quem usa o serviço em múltiplos devices tem menor chance de churn. Então promovemos o uso dos outros devices, avisamos sempre que ele pode assistir no tablet ou celular, por exemplo", diz Connely. Os números impressionam. O Hulu mede um bilhão de eventos por dia, o que gera 4 Petabytes diários de informação. Lynch vai na mesma linha, e ressalta que no OTT é muito mais fácil fazer testes do que no set-top tradicio nal. "Você descobre que pequenas mudanças trazem pequenos incremen tos, e um monte de mudanças podem fazer muita diferença. Você muda a posição de um menu, ou mexe no processo de adesão, e mede os resultados disso na hora", conta.
Sling Outra parceria que vem sendo vista como um marco nas relações entre pay TV e OTT é a da Sling com a operadora de DTH Dish, para o serviço SlingTV. Segundo Roger Lynch, diretor da operação, o serviço lançado este ano estava sendo discutido há cinco anos. "Víamos que o serviço de TV paga ia chegar a um ponto de saturação e depois cair. Os serviços ficaram parecidos, todos com os mesmos pacotes, e os custos aumentaram. Havia uma nova faixa demográfica, os millenials, com outras características de consumo, e precisávamos de um modelo diferente", disse Lynch no painel. A opção foi por um modelo simples, de US$ 20 mensais, com 20 canais lineares básicos e a possibilidade de adquirir pacotes adicionais separadamente. A transmissão é por IP, pela banda larga do assinante. "Queríamos fazer um modelo ainda mais simples, similar ao da Hulu e Netflix, mas a estrutura dos acordos de programação não permitia", disse Lynch. Para os participantes do painel, o OTT traz muitas vantagens, como a experiência do
“Havia uma nova faixa demográfica, os millenials, com outras características de consumo, e precisávamos de um modelo diferente” Roger Lynch, da SlingTV
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andré mermelstein
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(radiodifusão)
Da redação
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A caixa da discórdia
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ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, reuniu-se em abril, separadamente, com radiodifusores e empresas de telecomunicações. Ele sinalizou para os dois setores que a posição do governo é para que o Gired (Grupo de Implantação da TV Digital) estabeleça como parâmetro para a caixinha (set-top box, ou STB) de TV digital o modelo mais avançado, com capacidade de interatividade plena pelo padrão Ginga C, canal de retorno por meio de rede 3G e que seja compatível com aplicações como as demonstradas pela EBC no Projeto Brasil 4D, que incluem recursos de governo eletrônico e interatividade com a programação. Além de Berzoini e a equipe do Minicom, estavam nas reuniões o presidente da Anatel, João Rezende e o conselheiro Rodrigo Zerbone (presidente do Gired). As reações dos dois setores foram parecidas. Os radiodifusores estão preocupados que essa posição acabe gerando um aumento de custo que comprometa substancialmente outras etapas do processo de desligamento da TV analógica (switch-off). A maior preocupação é que faltem recursos para a mitigação de interferências, compensação aos investimentos feitos, logística e publicidade. Segundo fontes do setor de radiodifusão, a maior dificuldade é que o governo quer bater o martelo sobre o tipo de configuração de caixa sem ter uma dimensão real do custo. Os valores, dizem os radiodifusores, variam muito nas diversas configurações orçadas pelo governo, de US$ 38 a quase US$ 80 por aparelho, e ainda há o risco do câmbio. Lembrando, essas caixas 22
foto: arquivo tela viva
Governo quer que set-top box popular da TV digital tenha recursos completos de interatividade, mas tanto radiodifusores quanto empresas de telecom temem aumento no custo da transição.
Ministro Berzoini reuniu-se com as empresas e pediu a inclusão do Ginga C nas caixas do Bolsa Família
serão distribuídas gratuitamente para cerca de 12 milhões de beneficiários do Bolsa Família e a ideia do governo é desenvolver serviços de governo eletrônico para essa faixa da população. Se originalmente as estimativas eram de um gasto de R$ 1 bilhão na aquisição das caixas, esse valor pode facilmente saltar para R$ 2 bilhões, o que é quase dois terços do orçamento da EAD (Empresa Administradora da Digitalização, que comprará e distribuirá os equipamentos). Mas, afinal, um modelo interativo não interessaria também à radiodifusão como forma de enriquecer seu conteúdo? Os radiodifusores dizem que sim, e não admitem nenhum receio de uma mudança no modelo de negócio, mas voltam a bater na questão dos custos como uma preocupação, daí a defesa veemente da caixa mais simples. Teles Entre as empresas de telecomunicações, a leitura da reunião com o governo foi outra. Primeiro, ficou uma mensagem ruim de uma intervenção do Executivo no •
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processo, que vinha sendo negociado pelo Gired tecnicamente. Depois, existe uma preocupação de que se esteja adicionando uma complexidade técnica mais difícil de ser administrada, com a manutenção posterior dos equipamentos, vulnerabilidade de segurança, a dificuldade de uso e os riscos de maufuncionamento. Há entre as teles, é claro, a questão do custo: para elas, o princípio fundamental é fazer a migração da TV analógica para a digital (liberando o espectro de 700 MHz) dentro do prazo e sem gastar nada além dos R$ 3,6 bilhões já previstos para isso. Aumentar o custo da caixa agora (nas contas das teles ela sairá, na especificação do governo, por cerca de US$ 60) significa ter menos recursos para gastar depois. Isso significa cortar despesas sobretudo em publicidade. Mas para as empresas de telecomunicações há um efeito positivo na imposição de modelo que o governo está fazendo. Elas entendem que essa especificação mais sofisticada da caixa não estava prevista na modelagem da Anatel quando elaborou os valores do edital de 700 MHz. Como estaria havendo, agora, uma quebra das premissas originais, haveria um argumento jurídico para brigar contra a exigência de qualquer aporte financeiro adicional no futuro. Fontes do governo acham que é possível ainda construir um consenso pacificado. Há o entendimento de que a interatividade é parte do Sistema Brasileiro de TV Digital e que seria insustentável ao governo não exigir isso na caixinha que será distribuída
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para a população de baixa renda. Também há a leitura de que não haverá grandes impactos no orçamento, já que o valor previsto quando o edital de 700 MHz foi elaborado era muito similar ao que se imagina chegar. Cobertura Em outra frente, o grupo técnico do Gired parece ter pacificado uma posição sobre os critérios de cobertura que serão considerados para o desligamento da TV digital. Segundo apurou TELA VIVA, o que ficou acertado é que serão excluídos da conta dos 3% de cobertura necessária da TV digital para que seja liberado o desligamento analógico todos os usuários que tenham optado por receber os seus sinais de TV por outro meio além da TV terrestre. Isso significa que quem optou pela TV por assinatura ou parabólica para receber os sinais não entra na conta.
menos um aparelho com recepção Também não entra quem está fora da área digital instalado), será autorizado o de cobertura dos sinais abertos de desligamento analógico, e dessa radiodifusão. conta serão excluídos cerca de 20 É uma posição muito semelhante à que milhões de domicílios com TV paga e havia sido manifestada no começo do mês grande número de domicílios com pelo presidente da Anatel, João Rezende. parabólica. Ou seja, não A diferença é que as pesquisas conduzidas pela caixas serão serão 93% de 70 milhões domicílios com TV, EAD (Entidade distribuídas de mas 93% das pessoas Administradora da gratuitamente que usam a recepção Digitalização) procurarão para cerca de terrestre como principal detectar a opção do usuário 12 milhões de forma de receber o sinal por receber os sinais de TV por outros meios. Nas beneficiários de TV. Esse número ainda será estimado por palavras de um integrante do do Bolsa meio de pesquisas. De Gired, o que se procurará família qualquer forma, o saber é qual a opção de governo não pretende recepção da pessoa. Se ela de entrar em discussões mais fato optou por receber por outro meio, não complexas sobre a ineficiência da há porque considerá-la na conta. cobertura de radiodifusão nem da Isso significa que será muito mais fácil necessidade de estabelecer um chegar ao percentual mínimo necessário tratamento regulatório para a banda para o desligamento analógico. Quando C, que hoje é prestada sem nenhuma 93% dos domicílios estiverem aptos a sustentação legal. receber o sinal digital (o que significa pelo
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Bruno do Amaral
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Prontas para o 4K
Teles que já contam com backbone de fibra dizem estar prontas para o tráfego ultra HD over-the-top, mas ainda é necessário popularizar televisores compatíveis.
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Nerthuz/shutterstock.com
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om os preços das TVs compatíveis em queda e cada vez maior oferta de conteúdo na Internet, a resolução 4K – imagens com 3.840 x 2.160 pixels, também conhecida como Ultra HD - ainda pode ser uma raridade na casa dos brasileiros, mas tudo indica que isso mudará logo. Atualmente, é possível comprar um televisor Ultra HD por cerca de R$ 2 mil, com tamanho de tela de 50 polegadas em diante. Além disso, desde abril do ano passado, a Netflix oferece conteúdo em 4K para seus planos premium, contanto que o usuário possua uma TV (ou monitor de computador) compatível e uma banda larga com velocidade de 25 Mbps ou superior. E, desde então, a oferta vem crescendo: apesar de a provedora over-the-top (OTT) se limitar no Brasil a exibir séries com a resolução Ultra HD, o catálogo vem aumentando especialmente com produções próprias, como as recém-lançadas “Demolidor” e “Bloodline”. O YouTube, por sua vez, já permite vídeos gerados por usuários nessa definição, incluindo os gravados em 60 quadros por segundo (fps). A fornecedora Huawei ressalta, no entanto, que a necessidade de banda deverá aumentar com essas adições de novas características à resolução, como o aumento da taxa de quadros e de bitrate. Com isso, a largura de banda do usuário precisaria sair dos cerca
de 20 Mbps atuais necessários para o 4K comum para 50 Mbps. Considerando-se o formato IMAX 4K (com maior taxa de quadros, bitrates e sample), a banda larga precisaria ter pelo menos 100 Mbps, ainda de acordo com a fornecedora. O novo diretor da Live TIM, Flávio Lang, assegura que o backbone ótico da operadora, baseado na infraestrutura adquirida da AES Atimus em 2011, está preparado para esse eventual aumento na demanda. Mas ele reconhece que a tendência é que o consumo comece antes com OTTs do que com broadcasting. "Onde o 4K vai explodir é realmente em plataformas de IP, não haverá espectro para empacotar e
“Onde o 4K vai explodir é nas plataformas IP. Não haverá espectro para empacotar e distribuir o sinal em alta” Flávio Lang, diretor da Live TIM
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distribuir o sinal em alta; as redes de acesso terão as melhores performances", disse. O problema, aponta Lang, é ainda a falta de dispositivos compatíveis (ver box) e a geração de conteúdo. Mas, uma vez que o movimento ganhe força, ele acredita que oferecer a capacidade - ou seja, não apenas a velocidade, mas a estabilidade e a latência - será um diferencial. Arquitetura de rede A estratégia da Live TIM para o 4K segue os passos da atual aposta da operadora em OTTs, como na parceria do negócio móvel com o serviço de mensagens WhatsApp. O braço de banda larga fixa conta com acordos de peering com a Netflix, além de redes de distribuição de conteúdo (CDNs, na sigla em inglês) para colocar o vídeo mais próximo do consumidor - até pelo fato de rede da operadora se limitar a São Paulo e
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portinha (na ponta)", Rio de Janeiro, que é justamente “As redes de fibra, daqui a argumenta. onde ficam a maior parte dos três ou quatro anos, vão Por outro lado, será pontos de interconexão. "Não tenho rodar 10 Gbps, e os clientes necessário investir mais ponto de gargalo de tráfego, temos que necessitam de mais em headend. A Life oferece conexão direta e peering com banda vão migrar” IPTV por meio da provedores, e CDN com a Oswaldo Zanguettin, da Life arquitetura FTTH, com (fornecedora) Akamai em alguns opção de gravação de TV pontos. Na perspectiva estrutural, em nuvem (cloud DVR). Além disso, o executivo da não é problema para a Live TIM". Como o tamanho dos divisão de banda larga fixa da No caso de uma eventual explosão arquivos será TIM acredita que, ao mesmo de demanda, a arquitetura da rede exponencialmente maior tempo que acontecer a maior deveria evoluir com a maior com o 4K, será necessário investir disponibilidade de aparelhos, que distribuição de CDNs. em capacidade no data center, puxará também a produção de Lang faz as contas: "tenho anéis embora o avanço da tecnologia conteúdo, deverá haver novas metropolitanos de 10 Gbps, em também possa ajudar. "Nos tecnologias de compressão. "Acredito média. Divido por oito emissões próximos dois anos, a expectativa é muito mais que a tecnologia vai evoluir por anel, o que dá 1,2 MSAN (caixa de que os preços melhorem muito em protocolos de encapsulamento, o para onde vai a fibra do backbone) para não termos que usar o disco que vai reduzir a em 192 portas, aí fico rígido como é hoje, mas memórias necessidade de banda", com 3,5 Mbps (de sólidas (SSD), e isso vai ampliar declara. O executivo capacidade máxima) se plataformas bastante a capacidade de gravação, promete para breve a houver 100% do tráfego ott como além da relação de leitura/escrita, chegada da versão em 4K utilizado, o que nunca netflix e que é muito importante em um do set-top da companhia vai ter". Segundo youtube já data center para vídeo", declara (que une TV aberta digital e explica, a ocupação oferecem Zanguettin. OTTs), o Blue Box. total da rede não passa conteúdo Assim como no caso da TIM, está de 70%, deixando entre nos planos de curto prazo da Life Visão do pequeno 10 Mbps e 15 Mbps por ultra hd. oferecer um set-top box compatível Preparar uma rede que cliente, o que ele julga com 4K. Segundo o executivo, o já esteja com fibra na ponta ser mais do que aparelho já está sendo pode ser mais fácil, na visão do suficiente para 4K. desenvolvido em conjunto com a presidente da provedora de Internet e A operadora oferece a Live TIM fornecedora Cianet para ser capaz TV do interior paulista Life, Oswaldo no esquema de fibra até o armário de rodar vídeos com o padrão Zanguettin. "Penso que as redes de (FTTC), seguindo na última milha HEVC em Ultra HD. "A gente já deu fibra, daqui a três ou quatro anos, vão com cobre em VDSL2 - exceto na uma pensada (no futuro da rodar 10 Gbps, e os clientes que oferta de 1 Gbps, que é feita com demanda com a nova tecnologia) necessitam de mais banda vão migrar, fibra na residência (FTTH). A desde a caixinha do usuário até o mantendo a outra base na rede de fibra empresa estuda também utilizar headend e os storages; toda a atual, porque no fundo só muda a tecnologias como G.fast, que utiliza o cobre para entregar velocidade de até 1 Gbps com vectoring, mas ainda considera o FTTH. Flávio Lang Receptores: incipiente, mas com potencial afirma que pesquisou recentemente egundo estudo da Strategy Analytics, apenas 1% das residências nos na Ásia e percebeu que o GPON Estados Unidos possuíam TVs 4K em 2014. No entanto, a empresa prevê começou a fazer mais sentido por que essa proporção aumentará para quase metade dos domicílios norteser mais barato para cobertura, americanos em cinco anos. No ano passado foram vendidas 12,1 milhões de TVs embora ainda necessite de Capex compatíveis com Ultra HD no mundo, com 75% dessas unidades destinadas aos maior. "Se tiver volume de ativação, mercados da Ásia-Pacífico. Para 2015, a previsão é que o mercado mundial seja o cobre ainda é mais barato, mas se abastecido com 27,5 milhões de unidades. Em 2018, a estimativa é que 100 for vender pouco, o GPON é bom", milhões de TVs 4K sejam vendidas. diz. Ou seja: ainda não se justifica. Já uma pesquisa da Accenture realizada em 24 países, incluindo o Brasil, "Por enquanto, me parece que a mostra que entre os usuários que planejam comprar uma TV neste ano, 61% posição mais adequada é seguir, pelo esperam adquirir uma smart TV e 25% têm expectativa de comprar uma TV 4K (aumento de 7% em relação a 2014). menos em curto prazo, com nossa arquitetura".
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( tecnologia) “O primeiro passo foi dado pelas OTTs, mas operadoras darão o passo relevante na Europa e na Ásia, e aí sim começarão a colocar mais conteúdo”
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cadeia a gente já tem uma ideia de como deverá ser", assegura Zanguettin.
Eduardo Amorim, da Huawei
no caso da rede móvel, o que torna a disponibilidade difícil em um país de proporções continentais como o Brasil. O gerente sênior de marketing da Huawei, Eduardo Amorim, justifica que a qualidade do serviço (QoS), como a rápida mudança de canais, o buffer e a "falta de pixels aparentes", influenciará na percepção da resolução Ultra HD. Para entregar o conteúdo OTT, Amorim prevê a necessidade de haver
Oleksiy Mark/shutterstock.com
Arquitetura de redes Há outros elementos importantes para se para entregar a experiência de conteúdo em 4K além da capacidade bruta da rede para operadoras, na visão de fornecedoras, em especial com a experiência do usuário e a possibilidade de também enviar vídeo na resolução Ultra HD. Para tanto, investimentos em uma arquitetura mais inteligente seria o caminho, embora ainda haja a necessidade de infraestrutura ótica ou capacidade de agregar portadoras,
Requisitos de banda larga para vídeos Ultra HD Resolução Taxa de quadros Sample bits Compressão Média de bitrate Requisito de largura de banda
4K comum 3.840 x 2.160 25 fps 8 HEVC main profile De 10 Mbps a 15 Mbps
4K "real" 3.840 x 2.160 50/60 fps 10 HEVC main 10 De 25 Mbps a 30 Mbps
IMAX 4K 3.840 x 2.160 100/120 fps 12 HEVC Range Extension
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Fonte: Huawei
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preocupação com CDNs para diminuir o tempo de buffer, por exemplo. "Nenhuma operadora vai jogar fora o que tem (de infraestrutura) para ter FTTH", crê. A diferença estará na última milha. "O que vai ocorrer é que o gabinete de rua, que chega a 1 km de distância, será colocado a uma distância o menor possível, mesmo que o usuário receba acesso via par trançado. A capacidade será tão grande que ele conseguirá rodar 4K." Ele cita ainda desenvolvi mentos que aumentam a capacidade com infra legada, como o cabo coaxial, com Docsis 3.1, e o cobre, com a G.fast. Do ponto de vista de broadcasting, o diretor de marketing da Huawei acredita no aumento da oferta no mercado internacional, citando previsão de lançamentos de programações em 4K ainda neste ano na Deutsche Telekom e na British Telecom, além de operadoras no Japão, Coreia do Sul e China. "Quando isso acontece lá fora, no Brasil chega cerca de um ano depois, coincidindo com as Olimpíadas. O primeiro passo foi dado pelas OTTs, mas operadoras darão o passo relevante na Europa e na Ásia, e aí sim começarão a colocar mais conteúdo no contexto", analisa. Amorim lembra que, durante a Consumer Electronics Show (CES), em janeiro deste ano, em Las Vegas, a tendência de fabricantes de televisores foi apostar no 4K, colocando de lado o 3D. Ainda assim, argumenta que em telas menores do que 50 polegadas, o Ultra HD fará diferença justamente na exibição do conteúdo em três dimensões, que atualmente sofre queda na qualidade (geralmente para 720p) pela necessidade de processamento maior. "No padrão Full HD, quando há esse corte na definição, a sensação é de que a imagem piorou. Em 4K, mesmo cortando pela metade, ainda vai ser uma definição maior do que Full HD", argumenta.
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Outro ponto da percepção está na geração de imagens. O executivo da Huawei explica que os eventos esportivos são ideais também porque ocorrem de dia, e "tudo gera saturação de imagem para fazer valer a pena". Assim, o usuário começa a perceber a diferença. "É importante ter esse realçamento nos eventos para animar os espectadores, é uma janela de entrada". Mas ele reconhece que há questões subjetivas, como a taxa de quadros por segundo maior: em cinema, essa taxa é de 24 fps, mas há demanda crescente para conteúdo em 60 fps, seguindo a tendência de games.
“O tráfego está migrando de multicast para unicast, e o streaming de vídeos está ficando cada vez mais longo”
poucas pessoas por vez, conforme explica o CTO da Nokia Networks no Brasil, Wilson Cardoso. "Qualquer operadora com 10 Mhz de espectro teria capacidade de oferecer 4K", diz. "Uma célula LTE tem em média 128 assinantes; multiplicados por 25 Mbps você chega em torno de 3,2 Gbps, e isso não se consegue com espectro de 20 MHz, aí teria que fazer agregação", declara, citando a possibilidade de usar o LTEAdvanced somando as faixas de 2,5 GHz com a futura banda de 700 MHz - ou, no caso da Oi, que não adquiriu esta última faixa no leilão do ano passado, com o refarming do 1,8 GHz. Cardoso explica que em países com menor extensão territorial e densidade demográfica, como a Finlândia, é possível utilizar uma combinação de tecnologias para acesso: grandes centros com fibra e LTE-Advanced para áreas rurais, com agregação de duas a três portadoras. "Aí começa a encontrar figuras de consumo de dados de tecnologia móvel típico de fixo, com cara consumindo 10 GB por dia - e nem é mais em tablet, é conteúdo para TV de grande porte; mesmo um PC dificilmente consumiria isso em 12 ou 24 horas", declara. Para lidar com esse consumo tão alto, o executivo da Nokia Networks acredita que, mais do que pensar em infraestrutura, será necessário promover alianças para permitir monetização em todas as frentes. "Talvez com uma interação entre as operadoras e as OTTs, quebre-se um pouco essa barreira. Mas os dois lados precisam começar", considera. "O próprio exemplo da Verizon (que fez acordo de peering com a Netflix nos Estados Unidos) é um bom exemplo. Claro que tem competição, mas, de certa forma, ajeitaram-se."
Andrea Faustino, da Ericsson
tem um longo caminho pela frente. O serviço de transmissão de jogos online Twitch tem capacidade técnica para streaming em 4K. No momento, contudo, a plataforma pode considerar uma taxa acima de 10 Mbps como "abuso do sistema", conforme declarou um representante da empresa no Reddit. Com taxas entre 80.000 Kbps e 110.000 Kbps, ainda de acordo com o Twitch, Upload, realidade ocupa-se a banda necessária distante atender 50 outros aplicativos para A diretora de redes usuários realizando um como o convergentes da streaming comum em HD. periscope e Ericsson para a América Assim, o problema atual não Latina e Caribe, Andrea o meerkat é só disponibilizar 4K para Faustino, explica que um nicho de usuários earlymostram haverá um aumento na demanda por adopters, mas estar pronto demanda também para uma massificação em capacidade para o tráfego móvel, o que potencial. "A preocupação é de upload. gera muito mais fazer um setup inicial que preocupação para garanta escalabilidade de operadoras. Não só pelo lado da maneira inteligente, para poder fazer reprodução de vídeos em Ultra HD, isso de forma otimizada, na medida em mas na geração de conteúdo, que os devices e conteúdos forem sendo especialmente em tempo real. "O disponibilizados. É mais um business tráfego está migrando de multicast case do que adoção de tecnologia", para unicast, e o streaming de explica Andrea, da Ericsson. Ou seja: vídeos está ficando cada vez mais preparar a rede para entregar conteúdo longo, com usuários produzindo 4K é relativamente fácil, o problema é mais conteúdo com aplicativos como conseguir monetizar junto. o Periscope, do Twitter", diz ela. Em tempo: atualmente, tanto esse app Além do 4G quanto seu concorrente, o Meerkat, Mesmo tecnicamente, a entrega de não são capazes ainda de transmitir conteúdo 4K em redes móveis se prova vídeo em 4K. uma dificuldade com a tecnologia atual. O ponto é que haverá O LTE usado no Brasil grande dificuldade em atualmente pode até conseguir gerenciar esse tráfego dar conta, mas apenas para sendo enviado por redes móveis. Daí a necessidade “Talvez com uma interação de redes de gestão e entre as operadoras e as OTTs, entrega de conteúdo para quebre-se um pouco essa garantir que não haja barreira. Mas os dois lados colapso. precisam começar” Por outro lado, mesmo em linhas fixas, o upload ainda Wilson Cardoso, da Nokia Networks T e l a
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(TV por assinatura) Da redação
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Agora é por IP
Life lança serviço de IPTV sobre fibra em Marília, interior de São Paulo.
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m caráter de soft-launch desde setembro do ano passado, a plataforma de IPTV do provedor de Internet (ISP) Life em Marília, interior paulista, foi lançada este mês. O middleware utilizado é o Kingrus, desenvolvido pela fornecedora nacional Cianet em parceria com o ISP e que já aplicado em outros locais e provedores, mas para exibição de canais abertos. A diferença é que a plataforma será utilizada pela primeira vez para entrega de TV paga via fibra até a residência (FTTH), e a promessa é a de oferecer as vantagens da solução sobre as tecnologias tradicionais, como cabo ou DTH. O presidente da Life, Oswaldo Zanguettin, diz que a implantação "deu trabalho", com ajustes para fornecer o serviço com estabilidade. Ele optou por fazer um piloto com cerca de cem assinantes reais, adicionando uma pequena quantidade de clientes a cada mês para ir crescendo de maneira lenta, sem divulgação. "Passamos os primeiros seis meses, que são críticos, testando. É quando surgem uma série de detalhes a serem corrigidos. Até fevereiro, a gente corrigiu uma série de bugs e coisas inesperadas que aparecem ao longo do caminho. Agora a operação está estável, então decidimos lançar", disse o executivo. Entre os problemas apresentados na fase inicial houve travamentos no software, implantação de equipamento na fibra, fornecimento simultâneo de serviços (o protocolo IGMP gerava desligamento da porta Ethernet do modem), entre outros. "Para ser sincero, eu esperava muitos outros, 28
mas foi relativamente tranquilo", declara Zanguettin. A escolha do Kingrus aconteceu por apresentar vantagens econômicas, mas também por conta da desistência de um fornecedor europeu, que já havia atrasado o projeto e acabou decidindo não entrar no mercado brasileiro. A Cianet já era parceira em equipamentos de infraestrutura de rede, então Zanguettin iniciou conversas com a equipe técnica da fornecedora e desenvolveu em conjunto a plataforma. "Como a gente já usava equipamento de rede deles, acabamos trabalhando muito na parte de rede, set-top box (STB), integração e plataforma." Os STB utilizados no IPTV da Life são fornecidos tanto pela Cianet (e que estão em fase final de homologação na Anatel) quanto pela suíça Albis. Para facilitar a implantação, o ISP de Marília utiliza redes virtuais para levar o sinal até o modem, a unidade de terminação ótica (ONT), que divide os sinais em duas portas para telefonia, uma para a Internet (o equipamento vem com Wi-Fi, por enquanto em 2,4 GHz b/g/n) e para a TV. Conteúdo Desde novembro, a Life começou a implantar uma segunda versão do sistema, que traz agora guia eletrônico transparente, busca de canal, e refina o sistema de gravação na nuvem (armazenado no headend da ISP), que permite recurso de catch-up TV e de TV on-demand. O executivo explica que essas e novas funções, como navegação e vídeo on-demand, já podem ser incluídas no middleware, mas não foram oferecidos ainda por ser necessária uma divulgação e uma "educação" do cliente final. As funções relacionadas à gravação estão gratuitas nessa fase experimental, mas a empresa deverá cobrar um valor adicional na •
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assinatura. Em relação ao VOD, Zanguettin se mostra frustrado pela dificuldade de se obter conteúdo. Ele considera uma parceria eventual com um over-the-top (OTT) como a Netflix, já que há o objetivo de oferecer no VOD conteúdo regional, e não apenas filmes de Hollywood. O presidente da Cianet, Ricardo May, diz que a integração do STB com serviços OTT está em estudo. "Netflix será um dos apps, mas tem essa parte de integração, tem a parte de criptografia para o STB decodificar", explica, citando também o portal de vídeos YouTube. Para o VOD, o desafio é a questão da negociação pelo conteúdo com estúdios e o pagamento da Condecine (tributo de licenciamento de conteúdos). Atualmente, a Cianet usa o middleware de IPTV para distribuição de programação aberta com operadoras do Pará (VocêNet), Amapá (Compuservice) e Santa Catarina (Engeplus), entre outras. "A expectativa é que uma segunda operação (com TV paga) comece em dois a três meses", declara May. Infraestrutura A Life continua com seu projeto de FTTH no interior paulista. A empresa já lançou o IPTV também no município de Pompéia e deverá, no final de maio, lançar o serviço em Garça. Ambas as cidades são próximas a Marília, onde fica a sede da ISP. "A gente tem um data center, então o usuário de Garça vai acessar o headend (para usar o recurso de gravação), e pra isso precisa ter uma porta enorme de tráfego", explica Oswaldo Zanguettin.
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Lizandra de Almeida
cartas.telaviva@convergecom.com.br
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Genealogia das bolhas Cenas trazem relação dos atores com as bolhas do chocolate.
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próprio produto virou o personagem principal dos três filmes que integram a campanha dos chocolates Bubbly, uma série divertida e cheia de pitadas surrealistas. Nos três filmes, um consumidor telefona para o chocolate e faz perguntas sobre sua aparência e sabor inusitados – já que ele é um chocolate cheio de bolhas internas e também tem o formato de várias bolhas de tamanhos diferentes, uma ao lado da outra. “Nosso desafio era transformar o diálogo entre o consumidor e o Bubbly, que fazia parte do roteiro, em uma linguagem sensorial, pensando no que poderia ser traduzido como imagem a partir dos comentários da conversa”, explica o diretor Carlão Busatto. A direção de arte foi fundamental para criar essas imagens. “Usamos tudo na forma de esferas e circunferências, com uma paleta de cores restritas às cores do produto e da embalagem, ou seja, em tons de marrom e azul.” Os filmes são uma sucessão de imagens que representam os diálogos, sempre fazendo referência às bolhas do chocolate. Em uma
banheira, por exemplo, uma mulher está coberta de espuma azulada, e a voz diz que o Bubbly é parente das bolhas de sabão. Em outra cena, um casal coberto de pompons em tons de marrom se beija: todos os pompons foram feitos manualmente pela figurinista. O baiacu, que aparece inflando em um dos filmes, outro parente distante do Bubbly, foi feito de látex, com uma traquitana interna para que inflasse no tempo e na hora certos. Em algumas cenas, houve intervenções de computação gráfica, mas os efeitos nunca são o foco. “Filmamos até o personagem que aparece ao longe sobre o cavalo, e depois criamos o cenário em computação gráfica, sempre pensando em manter a unidade entre as cenas.” “Usamos muitos tipos de materiais, construímos praticamente os cenários de todas as cenas. Inclusive um chocolate gigante, de 16 metros de comprimento, que filmamos com uma câmera super-macro”, diz Busatto. “Fomos até meio obsessivos: usamos as bolinhas plásticas de uma piscina de bolinhas infantil, mas pintamos uma por uma de marrom, à mão.” Na cena final, o protagonista finalmente se revela, sentado em uma cadeirinha de analista. “Tivemos que
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construir a cadeirinha, porque não encontramos nenhuma pronta do tamanho do produto. Fizemos um mecanismo com controle remoto para girar na velocidade e na posição que pensamos.” A grande graça do filme, para Busatto, foi essa aposta no bom humor. “A ousadia do roteiro e da proposta da agência permitiram que a gente trabalhasse com muita liberdade. Foi muito divertido”. ficha técnica Cliente Mondelez / Lacta Produto Lacta Bubbly Agência Wieden+Kennedy Diretores executivos Renato Simões de criação Diretores de criação Caio Mattoso, Gustavo Victorino e Rodrigo Mendes Redator André Almeida, Caio Mattoso Diretor de arte Gustavo Victorino, Rodrigo Mendes, Thiago Barbieri Produtora Hungry Man Diretor Carlão Busatto Diretor de fotografia Lito Mendes da Rocha Montador Rami D'Aguiar Finalizador Nash Direção de arte Gizele Müller Produtora de som Satélite Pós-produção Hungry Man / Nash
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a campanha do novo modelo do SUV Peugeot 2008, um rapaz leva o amigo em seu carro. Sempre que o carona repara em alguma coisa do carro e elogia sua beleza, um alçapão se abre no meio da rua ou da estrada e o carro é transportado para outro cenário, onde pode provar que é muito mais do que um carro bonito. O filme foi dirigido pelo espanhol Daniel Benmayor, em sua primeira experiência dirigindo um filme publicitário no Brasil. “Foi um processo respeitoso e coerente, com boas energias e conceitos claros por parte de todos”, comentou. O grande desafio da direção, explicou, foi a combinação de elementos filmados com computação gráfica, nas transições entre os dois terrenos, “para que tudo fluísse de maneira orgânica e invisível”. O produtor executivo Ciro César Silva explica que a ideia é que o resultado final fosse o mais realista possível, por isso a equipe optou por uma fotografia clássica. Todas as cenas foram filmadas no Rio de Janeiro, na cidade ou em localidades próximas. “Só tínhamos duas diárias, então precisávamos que todas as locações fossem próximas entre si. E no Rio de Janeiro tivemos mais opções”, afirma o produtor. Para manter o tom engraçado e não demonstrar agressividade, ele explica que o maior cuidado foi o de que as transições não parecessem muito bruscas, para não dar a sensação de que havia algum tipo de risco envolvido. As transições foram feitas com dois tipos de equipamentos criados especialmente para a filmagem: o primeiro era um mecanismo de pistões que faziam o carro cair como se estivesse entrando no alçapão. As cenas foram todas feitas nas locações, 30
FOTOs: divulgação
Beleza versus desempenho Para obter resultado realista, equipe optou por uma fotografia clássica.
para não haver problema de continuidade de luz. No momento em que o alçapão se abre, o carro e o cenário passam a ser 3D. Depois, para mostrar o carro chegando ao segundo cenário, caindo e continuando o movimento, foi construída uma rampa de 30 cm de altura. “Foram muitas tentativas, com rampas de várias alturas, para conseguir o efeito esperado e manter a sensação de segurança. Tudo precisava estar perfeitamente resolvido para ser feito rapidamente na locação”, diz o produtor. “Normalmente, quando o carro cai, devido ao peso do motor, a frente chega primeiro. Para que o carro caísse com as quatro rodas no chão, tivemos que usar um lastro de 650 kg na traseira do carro. Mais uma vez, para que nada fosse muito agressivo, a velocidade não podia ser muito grande.” Segundo Benmayor, a primeira transição, da cidade para o campo, foi a mais complicada. “Tínhamos um rig com o carro suspenso a uma determinada altura. Era preciso soltar o carro para que a gravidade agisse de maneira lógica e depois apagar a estrutura. É muito interessante fazer os efeitos na câmera. •
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Para mim, quanto mais, melhor.” Outra cena complicada mostra a câmera saindo do carro pelo teto panorâmico e abrindo um plano aéreo. “O carro não tem teto-solar, o vidro superior não abre. Precisamos usar uma grua especial e tirar o vidro, para a câmera sair e chegar ao plano do alto. Depois disso, o carro passa a ser 3D”.
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ficha técnica Cliente Peugeot Citroën do Brasil Automóveis Ltda. Produto Peugeot 2008 VP de criação Rui Branquinho Direção de criação Rui Branquinho, Victor Sant'Anna Criação Raphael Quatrocci Produtora Rebolucion Direção Daniel Benmayor Direção de fotografia Leonardo Hermo Produção executiva Ciro César Silva Montagem Jair Peres Pós-produção/ Clan VFX finalização Produtora de som Raw Áudio
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Leandro Sanfelice
leandro@convergecom.com.br
“A Estrada 47”
“A
Estrada 47” estreou nos cinemas nacionais em maio. O longa é uma coprodução entre Brasil, Itália e Portugal, e resultado de parceria entre quatro empresas: Três Mundos Produções (Brasil, majoritária), Primo Filmes (Brasil), Verdeoro (Itália) e Stopline Films (Portugal). Dirigido por Vicente Ferraz, aborda a participação da FEB (Forças Expedicionárias Brasileiras) na Segunda Guerra Mundial. O longa, que se aventura em um gênero pouco explorado na cinematografia nacional, conta a história de quatro oficiais e um jornalista brasileiros que, perdidos em meio à neve nas montanhas da Itália e em território inimigo, assumem a missão de desativar as minas de uma estrada e abrir caminho para as forças dos Estados Unidos. “Quando o roteiro chegou nas minhas mãos, achei uma história muito interessante, na medida em que abordava uma parte relevante da história brasileira que ainda não havia sido contada devidamente”, diz Isabel Martinez, produtora da Três Mundos. Com orçamento de R$ 8 milhões, o projeto contou com recursos dos editais de coprodução Brasil-Portugal e Brasil-Itália, promovidos pela Ancine em parceria com agências reguladoras locais, do FSA e de incentivos fiscais. “Como éramos novos, tivemos dificuldade em aprovar o valor do projeto junto a Ancine. Por isso, o primeiro orçamento ficou com um valor menor, e após conseguirmos aportes de empresas via incentivos fiscais
FOTOs: divulgação
Longa que aborda participação brasileira na Segunda Guerra Mundial é uma coprodução entre Brasil, Itália e Portugal, e foi filmado em meio à neve das montanhas italianas. Julio Andrade, Thogum Teixeira, Daniel Oliveira, Ivo Canelas e Francisco Gaspar
A preocupação com a reprodução fiel do ambiente retratado estendeuse também ao figurino dos personagens. “A Estrada 47” utilizou peças de vestuário originais da Segunda Guerra, garimpadas junto a colecionadores e museus. “Isso vem muito do Vicente (Ferraz, diretor) que tem uma preocupação e um respeito muito grande com a história. Ele queria a reprodução mais fiel possível e não havia solução melhor para isso que as roupas da época”, conta Isabel. Além disso, os tanques que aparecem no filme vieram do Museu de Ferrara e a produção contou com a assessoria de militares durante as filmagens.
conseguimos redimensioná-lo para o tamanho original. Esse valor de produção, que te permite filmar na Itália, em cenários reais e na neve é percebido na tela”, conta Isabel. “A Estrada 47” foi filmado ao longo de seis semanas na Itália, em meio a neve e em locações reais. Segundo a produtora, o objetivo foi reproduzir de maneira fiel o cenário do roteiro. “Assim que li o texto, sabia que queria filmar na Itália. Realizamos uma série de viagens para falar com possíveis parceiros e fazer o orçamento da obra. Contamos com apoio da film commission local para encontrar as melhores locações e ruínas da época da Segunda Guerra”, conta. Segundo ela, a equipe chegou a esperar quase um ano para poder filmar no clima ideal. “Também rodamos as cenas acima de 1,6 mil metros, para garantir que teríamos o gelo ao longo de todo o período de gravação. Nesse ambiente, é preciso tomar uma série de precauções, tanto com equipamentos quanto com a equipe, que está vulnerável a complicações de saúde”, diz.
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Parcerias internacionais De acordo com o produtor executivo Matias Mariani, a parceria com os produtores internacionais e com experiência em filmes de guerra também colaborou para a qualidade técnica do longa. “Aprendemos muito com 31
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( case) as parcerias. Nunca havíamos filmado nessas condições, em meio a montanhas, nem feito filme desse gênero. Nosso diretor de arte e nossa figurinista, por exemplo, eram italianos, com experiências em filmes da Segunda Guerra. Eram profissionais que tinham o know-how de como produzir esses filmes. Por outro lado, também passamos bastante da nossa experiência, principalmente em relação a trabalhar com recursos limitados”, diz. Ele também destaca o processo de pesquisa realizado pelo diretor Vicente Ferraz. “O Vicente é um entusiasta do tema, assistiu tudo produzido sobre a Segunda Guerra e tem um grande conhecimento histórico dos fatos, das armas usadas, de tudo. Tudo foi reproduzido de maneira muito fiel”. “A coprodução internacional abre caminhos e novas possibilidades. Nesse caso, precisava ser com Itália porque o projeto demandava. Essas parcerias tem que surgir de forma orgânica, não podem ser inventadas”, avalia Isabel. Por outro lado, trabalhar com parceiros internacionais também significou maior burocracia. “Tínhamos que atender exigências de três entidades reguladoras de três países diferentes e precisamos fazer toda uma engenharia financeira para garantir que os valores enviados do Brasil não se perdesse com taxas, inviabilizando o trabalho. A cultura de trabalho na Italia também é bem diferente. Lá, horas extras são muito caras, e isso exige uma precisão maior do cronograma”, revela a produtora. O elenco principal de “A Estrada 47” conta com os atores brasileiros Daniel de Oliveira (Guima), Julio Andrade (Penha), Francisco Gaspar (Piauí) e Thogun Teixeira (Laurinado), com o português Ivo Canelas (Rui), o italiano Sergio Rubini (Roberto) e o alemão Richard Sammel (Jurguen Mayer).
Equipe teve que enfrentar condições severas durante a filmagem.
importante resgatar isso, é uma história que precisa ser contada”, diz Mariani. “Já foram produzidos diversos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial e esse e um tema já bastante batido no cinema. No entanto, essa história ainda não havia sido abordada – é um olhar novo. O foco do filme não está no confronto em si, mas nos desafios que aqueles homens tiveram que enfrentar em situações tão precárias”, conclui.
FOTOs: divulgação
Resgate da história Em 1942, após ter navios mercantes torpedeados por submarinos alemães, o Brasil declarou guerra à Alemanha. As Forças Expedicionárias Brasileiras, no entanto, só começariam a desembarcar no continente europeu em 1944. Ao todo, foram enviados mais de 25 mil soldados brasileiros e mais de 450 deles morreram nos combates. A participação brasileira no confronto, no entanto, é pouco explorada na arte e inspira poucas homenagens. “Acho que existe uma ideia de que o Brasil não deveria participar e que isso foi um equívoco. Pode até ser que essas pessoas estejam certas, mas o fato é que o drama daqueles mais de 25 mil homens foi real, a história deles aconteceu e o sofrimento pelo qual passaram também é real. Acho
Ficha técnica
Sinopose: “A Estrada 47” conta a história de quatro oficiais e um jornalista brasileiros que, perdidos em meio à neve nas montanhas da Itália e em território inimigo, assumem a missão de desativar as minas de uma estrada e abrir caminho para as forças dos Estados Unidos.
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Titulo original A Estrada 47 Titulo inglês Road 47 Diretor Vicente Ferraz Roteiro Vicente Ferraz Produção Isabel Martinez, Matias Mariani, Joana Mariani, Danielle Mazzoca e Leonel Vieira Fotografia Carlos Arango De Montis Montagem Mair Tavares Música Luiz Avellar Direção de arte Sergio Tribastone Figurino Elisabetta Antico Técnico de som Vasco Pedroso Mixagem de som Branco Neskov Elenco Daniel De Oliveira, Richard Sammel, Sergio Rubini, Julio Andrade, Francisco Gaspar e Ivo Canelas Duração 107 min Idioma Português, Alemão, Italiano
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Fernando Lauterjung
fernando@convergecom.com.br Fotos: divulgação
Tempo controlado
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Lattus atende cenários que precisam de armazenamento em larga escala e por grandes períodos, como por exemplo de 1 petabyte por 50 anos.
Longo prazo
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Quantum apresenta uma solução para atender às mudanças na forma como emissoras, produtoras e companhias que lidam com audiovisual no dia a dia usam grandes volumes de dados. Trata-se do armazenamento de objetos Lattus (Lattus Object Stratus). A solução escalável para centenas de pentabytes traz códigos de correção de erros avançados com tecnologia autorreparadora de alta resiliência de dados, proteção contra perdas de dados, recuperação de desastre, acesso global e atualizações simples. A plataforma comercializada no Brasil pela AD-Digital atende cenários que precisam de armazenamento em larga escala e por grandes períodos, como por exemplo de 1 petabyte por 50 anos sem incidentes, interpretação de dados por diferentes sistemas, facilidade de migração com transparência e preservação por longo prazo, física e lógica. Isso é possível graças à tecnologia SIRF (Self-Contained Information Retention Format), formato para armazenamento em longo prazo de informações digitais. A plataforma permite a análise do ambiente onde os assets estão armazenados e a re-monetização sobre o conteúdo digitalizado.
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Timecode Systems lançou uma solução que permite sincronizar as imagens de câmeras GoPro com as de outras fontes de vídeo na captação de eventos. Batizada de Herocast, a solução estreou nos jogos da liga norte-americana de hockey, a NHL, com câmeras instaladas nos postes de baliza, e também faz a transmissão sem fio das imagens captadas. A solução proporciona ângulos de câmera exclusivos para o espectador e ainda alimenta a própria liga com informações sobre jogadas polêmicas, servindo como um “tirateima” em casos em que haja dúvidas sobre o gol. A precisão do timecode é de cinco Herocast garante transmissão microssegundos em cada uma das duas câmeras com timecode de câmeras em cada gol. Ambos os códigos de tempo são instaladas nos gols da NHL. “encaixados” ao sinal de vídeo e vão para o transmissor sem fio de vídeo Vislink, que por sua vez transmite as duas fontes de vídeo separadamente, cada uma no seu caminho de RF. No receptor Vislink no teto da arena, os sinais são recebidos e convertidos para HD-SDI com o código de tempo incluídos no fluxo de HD-SDI. Esse fluxo de trabalho garante que todas as câmeras são sincronizadas, independentemente de qualquer codificação ou decodificação local ou latência na radiofrequência.
Captação das imagens
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Sonnet Technologies anunciou a disponibilidade do adaptador Thunderbolt DX Sonnet para soluções Avid Media Composer Mojo DX e Avid Nitris DX. Anteriormente criado pela Sonnet e oferecido pela Avid, o adaptador Thunderbolt DX é agora comercializado exclusivamente pela Sonnet para usuários do sistema de captura, edição, monitoramento e sistema de saída Mojo DX e para o sistema de transmissão de edição de notícias SD e HD Nitris DX. Com o adaptador, profissionais de mídia podem usar essas soluções Avid em qualquer computador equipado com uma porta Thunderbolt. O Thunderbolt DX oferece desempenho altamente sensível para dois fluxos de vídeo HD descompactado de 10-bit com oito fluxos de áudio. Com latência ultrabaixa e alta precisão de sincronização, o adaptador permite edição de fluxos de trabalho mais rápidos.
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Thunderbolt DX oferece desempenho altamente sensível para dois fluxos de vídeo HD descompactado de 10-bit com oito fluxos de áudio. •
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( agenda )
JUNHO
8 a 13 38º Festival Guarnicê de Cinema, São Luiz, MA. www.cultura.ufma. br/37guarnicedecinema/ 18 a 24 Cine Ceará – Festival IberoAmericano de Cinema, Fortaleza, CE. www.cineceara.com. E-mail: contatos@cineceara.com. Tel: +55 (85) 3055-3465. 18 a 27 Festival Internacional de Cinema Lima Independente, Lima, Peru. www.limaindependiente.com.pe. E-mail: limaindependiente@gmail.com
AGOSTO 4 a 6 - Feira e Congresso ABTA 2015, São Paulo, SP. Evento traz debates sobre os rumos do mercado de TV por assinatura, com foco na inovação em serviços de vídeo. Destaque para novas tecnologias e soluções de distribuição de VOD, IPTV, plataformas over-the-top (OTT), publicidade, satélites, TI, e inovações na distribuição de conteúdos lineares e em alta definição. Web: www.abta2015.com.br. E-mail: inscricoes@convergecom.com.br. Telefone: 0800-7715028.
22 a 25 NATPE, Praga, República Tcheca. www.natpe.com/ market. E-mail: rperth@natpe.org 23 Brasil VOD 2015, São Paulo, SP. E-mail: inscricoes@convergecom.com.br Um evento para apresentar as possibilidades de negócio abertas com a explosão das plataformas de vídeo on-demand, suas características e as possíveis limitações regulatórias e tributárias.
27 a 6/9 Festival Internacional de Cinema de Veneza, Veneza, Itália. www.labiennale.org/en/cinema/71st-festival/ E-mail: info@labiennale.org
AGOSTO
7 a 15 Festival de Cinema de Gramado, Gramado, RS. www.festivaldegramado.net/inscricao/ index.php. E-mail: festivaldecinema@gramadotour.com.br
SETEMBRO
5 a 15 Festival de Cinema de Locarno, Locarno, Suíça. www.pardolive.ch. E-mail: pardotickets@pardo.ch 23 a 27 Set Expo 2015, São Paulo, SP. www.setexpo.com.br/2015/. E-mail: comercial@set.org.br
10 a 15 IBC 2015, Amsterdã, Holanda. www.ibc.org/page.cfm/link=7 E-mail: sales@ibc.org
OUTUBRO
3 e 4 Mip Junior, Cannes, França. www.mipjunior.com 5 a 8 Mipcom, Palais des Festivals, Cannes, França. Web: www.mipcom.com.
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15 e 16 - 15º Congresso LatinoAmericano de Satélites, Rio de Janeiro, RJ. www.convergecom.com.br/portal/ eventos/satelites. E-mail: inscricoes@convergecom.com.br. Telefone: 0800-7715028.
NOVEMBRO
4 a 11 American Film Market, Santa Monica, Califórnia. http://www.americanfilmmarket.com/ E-mail: AFM@ifta-online.org 12 a 19 TELAS - Festival Internacional de Televisão de São Paulo, São Paulo, SP. www.convergecom.com.br. E-mail: inscricoes@convergecom.com.br Telefone: 0800-7715028.
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