COLO DE ÚTERO Dr. Publio Viana Radiologista Coordenador Médico Do serviço de Intervenção Oncológica Do ICESP Radiologista Coodenador do Setor de Tomografia do Hospital Sírio-Libanês e protocolos de Ressonância Magnética em medicina interna
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ESTADIAMENTO DO CÂNCER DE COLO UTERINO POR RM GUIDELINE DA EUROPEAN SOCIETY OF UROGENITAL RADIOLOGY
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO • Terceira neoplasia ginecológica mais comum • Prevalente especialmente em países em desenvolvimento • Baixa acurácia do estadiamento clínico, com erros de até 32 % para tumores IB e até 65% para tumores III • Principais dificuldades: estimar tamanho, envolvimento parametrial, invasão da parede pélvica e status linfonodal • RM é útil principalmente na doença IB1 e em pacientes candidatas a cirurgia preservadora da fertilidade
INDICAÇÕES • Tumores IB1 ou menores, quando se considera traquelectomia • Seguimento pós-braquiterapia ou QT/RxT • Pesquisa de recorrência • O tempo de follow-up (5 anos), bem como intervalo entre os exames (3–6 meses) é alvo de controvérsia
PREPARO DA PACIENTE • Controverso, mas de uma maneira geral: – Jejum de 6 horas – Antiespasmódico – Gel vaginal/retal (opcional) – Repleção vesical
• A maioria dos centros opta pela utilização do gadolíneo EV
Importância do uso do gel vaginal para avaliação do fórnice posterior
PROTOCOLO DE EXAME • A sequencia ponderada em T2 é a mais importante, sem saturação de gordura, nos planos obliquados a fim de se obter um sagital e axial verdadeiro do colo uterino • Cortes finos e FOV pequeno • Axial da pelve para estadiamento linfonodal • Tempo total de exame: 25-30 min
Sequencia T2 adicional desde a veia renal até a sínfise púbica para estadiamento linfonodal e pesquisa de metástases à distância detectou linfonodo acometido junto ao hilo renal
Sítios mais comuns de metástases à distância
Tumor IB2. Avaliação de invasão estromal e comprometimento parametrial
Tumor IB2. Avaliação de invasão estromal e comprometimento parametrial
PROTOCOLO DE EXAME • As sequencias ponderadas em T1 são uteis para avaliação óssea, linfonodal e de um eventual hematométrio • As sequencias ponderadas em difusão são usadas em grande parte dos centros, principalmente na avaliação pós-tto
Alta capacidade de detecção de tumor viável com sequencia ponderada em difusão
RELATÓRIO ESTRUTURADO • DESCRIÇÃO DA LESÃO – Dimensionamento nas três dimensões – Extensão vaginal (anterior vs posterior) – Extensão estromal e parametrial • RM tem acurácia de 80-87% (pitfall: tumores grandes) • Hidronefrose = invasão parametrial
– Invasão ístmica (importante no planejamento radioterápico)
RELATÓRIO ESTRUTURADO • DESCRIÇÃO DA LESÃO – A descrição pormenorizada das estruturas invadidas pelo tumor possibilitam o estadiamento T, fator determinante no prognóstico e no planejamento terapêutico
RELATÓRIO ESTRUTURADO
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RELATÓRIO ESTRUTURADO
RELATÓRIO ESTRUTURADO
RELATÓRIO ESTRUTURADO
RELATÓRIO ESTRUTURADO
Exemplo de invasão parametrial bilateral
RELATÓRIO ESTRUTURADO • AVALIAÇÃO LINFONODAL – Acurácia da RM é baixa (S: 38-89% / E: 78-99%) – PET indicado para tumores localmente avançados, pela sua superioridade para LND – Critério: menor eixo > 1,0 cm – Cuidado na pelve: arredondados, margens irregulares, sinal semelhante ao tumor e presença de necrose podem indicar acometimento, mesmo com dimensões preservadas
RELATÓRIO ESTRUTURADO • AVALIAÇÃO LINFONODAL
RELATÓRIO ESTRUTURADO • AVALIAÇÃO DE RESPOSTA – Recomenda-se injeção do gadolíneo – Critérios para resposta completa: • Não detecção de lesão cervical • Estroma cervical com sinal homogêneo • Realce homogêneo e tardio no pós-contraste
– Importante comparar com lesão antes do tratamento
RELATÓRIO ESTRUTURADO
Exemplo de resposta completa
CONCLUSÕES • Embora não seja incluido no estadiamento oficial pela FIGO, deve-se encorajar o uso da RM no estadiamento dos tumores de colo uterino, especialmente nos tumores iniciais e na avaliação pós-tratamento