Nome: Felipe Alves Mourato Instituição: Círculo do Coração de Pernambuco Uma rede de cardiologia pediátrica com área de 56000 km²: uma experiência do nordeste brasileiro Descrição da experiência O tratamento das cardiopatias congênitas permanece um desafio, principalmente em regiões em desenvolvimento. O Brasil possui uma grave deficiência no número de cirurgias cardíacas, que é muito pior no norte e nordeste do Brasil, locais onde existem algumas poucas ilhas com serviços de saúde capazes de lidar com esse tipo de patologia. Um desses serviços está localizado na cidade de Recife, Pernambuco, e por meio de uma organização não governamental realizou um convênio com o governo da Paraíba. Este convênio tem como objetivo realizar a triagem, acompanhar e realizar cirurgias cardíacas (quando necessárias) das cardiopatias congênitas. Inicialmente houve o levantamento de dados do estado, encontrando-se 12 centros de saúde que poderiam realizar a triagem inicial por meio do exame clínico e oximetria de pulso arterial. Destas, três maternidades foram escolhidas para realizarem triagem por meio de ecocardiograma realizado por neonatologistas e um centro foi escolhido para realização das cirurgias cardíacas. Visitas técnicas foram realizadas em todos os centros para verificar velocidade da internet e treinamento na coleta de oximetria de pulso. Muitos tinham déficit importante nesse quesito, já que apenas seis centros possuíam acesso à banda larga. Também foram distribuídos tablets com conexão 3G para todos os centros, com o objetivo de sempre manter uma segunda opção de conexão entre os centros de saúde paraibanos e o serviço de referência localizado em Recife. Neonatologistas de três maternidades foram convidados para receberem treinamento no centro de referência em Recife. Doze deles foram realizar o curso que ensinava o básico sobre obtenção de imagens ecocardiográficas para triagem das cardiopatias congênitas, anatomia cardíaca e hemodinâmica. Depois, foram mantidas reuniões semanais com discussão de casos clínicos, visualização de imagens ecocardiográficas e aulas sobre os principais temas da cardiologia pediátrica. Uma equipe de cirurgia cardíaca especialista em cirurgia cardíaca pediátrica ia semanalmente para o centro escolhido para realização das cirurgias cardíacas e acompanhamento no pósoperatório imediato. O objetivo era aumentar o grau de independência da Paraíba, com transmissão de conhecimento para equipes locais. Foi criado um protocolo para a triagem das cardiopatias congênitas dentro da rede. Incialmente era realizada a oximetria de pulso arterial e o exame físico do neonato. Caso fossem identificadas alterações, o neonato seria encaminhado para um dos três centros responsáveis pela triagem com ecocardiograma realizado por neonatologista. Este gravaria os exames e os enviaria para o centro de referência via internet, onde as imagens seriam analisadas por cardiologistas pediátricos especialistas em ecocardiograma. Estes julgariam se as imagens precisariam ser refeitas (neste caso, realizariam orientação em tempo real para obtenção das imagens), se o paciente receberia alta hospitalar ou se foi diagnosticado com cardiopatia congênita (esses dois últimos com associação as informações clínicas dos pacientes). Adicionalmente foram criadas visitas virtuais diárias para acompanhar os neonatos nas doze maternidades. Cardiologistas pediátricos entravam em contato diariamente com os doze centros (por meio do sistema Webex ou Skype) para verificar os resultados das oximetrias e se