USO DA TELEMEDICINA NO INTERNATO DE CLÍNICA MÉDICA COMO FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO ENTRE A PRECEPTORIA E ACADÊMICOS QUE FAZEM ESTÁGIO EM UM HOSPITAL DE BAIXA COMPLEXIDADE.
Bruno Leonardo Bublitz (Unioeste – Cascavel – PR), Carla Sakuma de Oliveira Bredt (Unioeste – Cascavel – PR), Djoney Rafael dos Santos (Unioeste – Cascavel – PR).
Introdução: O Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) é o local de campo de estágio dos acadêmicos do curso de medicina da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), entretanto, observou-se ao longo dos últimos 10 anos que, devido aos casos altamente complexos referenciados ao HUOP, as patologias dos pacientes não refletem a realidade do dia a dia dos médicos nos hospitais brasileiros.
Objetivos: Utilizar a telemedicina como uma ferramenta de comunicação entre a preceptoria e acadêmicos em estágio no hospital secundário.
Resultados: A coordenação do internato de Clínica Médica, através de convênio com um hospital em um município vizinho, criou um campo de estágio nesse hospital de menor complexidade para garantir que os alunos recebam a devida instrução de maneira acadêmica baseada nos protocolos e consensos de cada patologia, além de serem tutoriados pelo médico local. Durante 11 semanas, 2 alunos se comunicavam diariamente com a preceptoria através da telemedicina. 9 alunos se revezaram em duplas e trio nesse estágio, atendendo um total de 221 pacientes de pequena ou média complexidade, no Pronto Atendimento ou internados, e tiveram a oportunidade de discutir em média 2 casos por dia de segunda a sexta, escolhidos pelo tutor local e pelos acadêmicos, com a preceptoria e os outros internos que estavam no HUOP, pela ferramenta da telemedicina, recebendo as informações necessárias para garantir a conduta considerada mais correta.
Discussão: As Diretrizes Curriculares do MEC/2001 para os cursos de Medicina recomendam uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capaz de atuar pautado sob princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação á saúde, na perspectiva da integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano. Observa-se que os Hospitais Universitários, públicos ou privados, estaduais ou federais, absorvem cada vez mais pacientes de extrema complexidade, ou seja, todos aqueles casos que não puderam ser resolvidos nos serviços de menor complexidade são encaminhados a estes hospitais. Observa-se que esta complexidade, não reflete a realidade da maior parte dos hospitais de pequeno e médio portes e das patologias mais frequentes, onde o médico recém-formado iniciará sua carreira médica. Desta forma, os acadêmicos puderam ter acesso a pacientes mais comuns da rotina do médico generalista, que normalmente não se encontram no HUOP devido à altacomplexidade do serviço, podendo aplicar os conhecimentos previamente aprendidos e como o estágio se deu em um local distante a universidade a ferramenta da telemedicina foi de suma importância para garantir o contato diário com os professores do internato, mesmo que esses estivessem em outra cidade, ampliando e abrangendo também a discussão com os internos que se encontravam no hospital universitário.
Conclusão: Através deste projeto, verificou-se que os alunos do internato de clinica médica agregaram conhecimentos necessários para exercício da medicina, que hospitais secundários podem ser utilizados como campo de estágio e que a telemedicina é eficaz e segura na discussão de casos e orientações de conduta.
Autor
Bruno Leonardo Bublitz
brunobublitz@hotmail.com
Carla Sakuma de Oliveira Bredt
csakuma21@yahoo.com.br
Djoney Rafael dos Santos
djoneysantos@hotmail.com
Gerson Luiz Bredt Junior
gersoncardio@yahoo.com.br