23 24 flutter atrial taquicardia atrial dr nelson samesima 2013

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Eletro Cardiografia

DISCUSSテグ DE CASOS


CASO 23 N.M.T. 56 anos, feminino, antecedente de DPOC e queixa de palpitações frequentes.

ritmo – onda P – intervalo Pr – duração QRS – eixo QRS – progressão R/S no PH – ondas Q – repolarização (T, ST, IQT)


CASO 23 IDENTIFICAÇÃO: N.M.T. 56 anos, feminino História de palpitação taquicárdica. ASPECTOS DO ECG: Flutter atrial comum – rotação horária. As derivações inferiores (DII, DIII e aVF) apresentam as características ondas F negativas e em serra. A resposta ventricular pode ser regular ou irregular. Apesar das ondas F geralmente apresentarem frequencia ao redor de 300bpm, isto não é uma regra, principalmente quando os indivíduos estão sob medicação anti-arrítmica. DISCUSSÃO: DISCUSSÃO: O FLUTTER ATRIAL é uma arritmia de origem supraventricular cujo mecanismo eletrofisiológico é a reentrada. Esta arritmia ocorre exclusivamente no átrio direito (AD), sendo considerada uma MACRO-reentrada, pois utiliza uma extensa área atrial (istmo cavo-tricuspídeo, septo interatrial, teto do átrio direito e parede lateral do AD). O FLUTTER ATRIAL que utiliza o istmo cavo-tricuspídeo (ICT) recebe o nome de comum. Em 90% dos FLUTTERS ATRIAS COMUNS, a rotação no ICT faz-se no sentido anti-horário e apresentam o característico ECG com ondas F em serra na parede inferior (DII, DIII e aVF). Nos outros 10%, a rotação no ICT ocorre no sentido inverso, isto é, horário. Dessa forma, as ondas F no ECG aparecem positivas. Neste caso, do ponto de vista eletrocardiográfico, não é possível fazer o diagnóstico de FLUTTER ATRIAL COMUM HORÁRIO pois, uma taquicardia atrial esquerda também pode ter a mesma apresentação ao ECG. A manifestação clínica é bastante variável, podendo ser um achado eletrocardiográfico (assintomático) ou sintomas de mal-estar, tontura, palpitações, pré-síncope e até síncope. Corresponde a 10% das taquicardias com origem supraventricular, predomínio do sexo masculino, encontrado em 0,88% da população geral e em 5,9% dos indivíduos acima de 80 anos. Comumente está associado a doenças como HAS, valvopatias, DAC, doença do nódulo sinusal e DPOC. O FLUTTER ATRIAL é considerado maligno , isto é, com maior risco de fenômenos embólicos, quando associado a ICC, HAS, DM, doença reumática e episódios documentados de fibrilação atrial. Assim, nestas situações, a anticoagulação deverá ser considerada no tratamento desta arritmia. Apesar do tratamento farmacológico ser possível com amiodarona e beta-bloqueador, atualmente, a opção terapêutica de escolha é a ablação com cateter. Esta apresenta uma alta taxa de sucesso (90% a 95%), com baixas taxas de recorrência (5%) e complicações (<1%), quando comparada ao tratamento farmacológico.

CONCLUSÃO: Flutter atrial comum – rotação anti-horária.

BIBLIOGRAFIA: Livro: ABC do ECG Editores: Carlos Alberto Pastore / Nelson Samesima / Rafael Munerato. Editora CBBE, 2011.


CASO 24 M.P.R. 30 anos, masculino, história de palpitações taquicárdicas.

ritmo – onda P – intervalo Pr – duração QRS – eixo QRS – progressão R/S no PH – ondas Q – repolarização (T, ST, IQT)


CASO 24 IDENTIFICAÇÃO: M.P.R. 30 anos, masculino DISCUSSÃO: As taquicardias atriais são arritmias que podem ocorrer tanto no átrio direito (AD) como no átrio esquerdo (AE). Caracteristicamente apresentam ritmo atrial regular com frequência acima de 100bpm. Os mecanismos eletrofisiológicos envolvidos são o automatismo, a atividade deflagrada, a micro reentrada e a macro reentrada. Por esta definição, o FLUTTER ATRIAL também é considerado uma taquicardia atrial. As taquicardias atriais chamadas de focais, isto é, que utilizam um dos três primeiros mecanismos eletrofisiológicos descritos acima, podem ser originadas em ambos os átrios (AD: 60% e AE: 40%). Dentre as taquicardias de origem supraventricular induzidas no estudo eletrofisiológico, 5% a 15% são consideradas TA focal, com igual distribuição entre os sexos. Já as reentrantes representam 6% das TPSV induzidas. Os indivíduos podem apresentar-se assintomáticos ou com queixas de palpitações, tontura, mal-estar, présíncope e até síncope. Comumente, as TA’s estão relacionadas a doença cardíaca estrutural como POT cirurgia cardíaca, cardiomiopatias, infarto do miocárdio. Podem também ser desencadeadas por DPOC exacerbado, infecção, distúrbios metabólicos, hipóxia, intoxicação medicamentos/álcool. Quadros de insuficiência respiratória aguda como pneumonia e embolia pulmonar também são responsáveis pelo aparecimento da taquicardia atrial. O tratamento da TA, em geral, visa a correção do fator desencadeante. Alguns anti-arrítmicos como beta-bloqueador, bloqueador de cálcio, amiodarona, sotacor e propafenona podem ser utilizados. A ablação com cateter é a opção não farmacológica para os casos refratários e recorrentes. ASPECTOS DO ECG: Ritmo atrial rápido (~125bpm) e regular. Ondas P isoelétricas em DI e negativas em DII e aVF. Relação P-QRS de 1:1. CONCLUSÃO: Taquicardia atrial. BIBLIOGRAFIA: Livro: ABC do ECG. Editores: Carlos Alberto Pastore / Nelson Samesima / Rafael Munerato. Editora CBBE, 2011.


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