Manipulação de cateteres, sondas e drenos módulo 3

Page 1

MANIPULAÇÃO DE Manipulação de Cateteres, CATETERES e Drenos SONDASSondas E DRENOS Letícia Spina

Letícia Spina

Enfermeira e Fisioterapeuta Enfermeira e Fisioterapeuta Pós-Graduada em Docência do Ensino Superior e Pós-Graduada em Docência do Ensino Superior e Fisioterapia Dermato-Funcional Fisioterapia Dermato-Funcional Pós-Graduanda emem Educação à Distância Pós-Graduanda Educação à Distância


MÓDULO 3


Assistência de Enfermagem na manipulação de Cateteres

Assistência de Enfermagem com cateteres na: •

Implantação;

Manutenção; •

Remoção;


Assistência de Enfermagem: Considerações gerais Como já foi abordado no módulo anterior, uma das principais complicações relacionadas ao uso de cateteres venosos é a infecção primária da corrente sanguínea – IPCS. A IPCS associa-se a importante excesso de mortalidade, a maior tempo de internação e a incrementos de custos relacionados à assistência;


Assistência de Enfermagem: Considerações gerais Embora diversos estudos tenham demonstrado que programas educacionais voltados para os profissionais de saúde podem reduzir as taxas de IPCS, há uma diferença entre ter o conhecimento e aplicar essas informações na prática diária. O desafio está em criar o modelo adequado, de acordo com as características do serviço para garantir o sucesso da intervenção;


Assistência de Enfermagem: Considerações gerais De acordo com o documento da Anvisa “Orientações para prevenção

de

infecção

primária

na

corrente

sanguínea”,

desenvolvido pela Unidade de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Efeitos Adversos – UIPEA, 2010, algumas estratégias reforçariam a mudança de comportamento da equipe médica e de enfermagem para prevenção de IPCS.

São elas:


Assistência de Enfermagem: Considerações gerais • Higienização das mãos antes e após o manuseio do acesso; • Precauções de barreira máxima: higienização das mãos, uso gorro, máscara, avental e luvas estéreis e campos estéreis grandes que cubram o paciente; • Preparo da pele com gluconato de clorexidina; • Seleção do sítio de inserção de CVC: utilização da veia subclávia como sítio preferencial para CVC não tunelizado;


Assistência de Enfermagem: Considerações gerais • Revisão diária da necessidade de permanência do CVC com pronta remoção quando não houver indicação; • Desinfecção de conectores antes de serem acessados; • Coberturas com aspecto adequado; • Troca de sistema de infusão no tempo adequado; • Identificação da data de troca do sistema de infusão; • Troca correta de curativo;


ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA IMPLANTAÇÃO DE CATETERES


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

• A higienização das mãos deverá ser realizada antes e após tocar o sítio de inserção do cateter, bem como antes e após a inserção, remoção, manipulação ou troca de curativo; • Selecionar o cateter periférico com base no objetivo pretendido, na duração da terapia, na viscosidade do fluido, nos componentes do fluido e nas condições de acesso venoso; Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

Em adultos, as veias de escolha para canulação periférica são as das superfícies dorsal e ventral dos membros superiores. As veias de membros inferiores não devem ser utilizadas rotineiramente devido ao risco de embolias e tromboflebites. Trocar o cateter inserido nos membros inferiores para um sítio nos membros superiores assim que possível. Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

• O sítio de inserção do cateter intravascular não deverá ser tocado após a aplicação do antisséptico, salvo quando a técnica asséptica for mantida; • Realizar fricção da pele com solução a base de álcool: gluconato de clorexidina 0,5 a 2%, PVPI alcoólico 10% ou álcool 70%;

Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

• Para o álcool e o gluconato de clorexidina aguarde a secagem (espontânea) antes da punção; • Para PVPI aguarde pelo menos 1,5 a 2,0 minutos antes da punção; • Somente uma aplicação é necessária; • Utilizar luvas não estéreis para a inserção do cateter venoso periférico; Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

• A remoção dos pelos, quando necessária, deverá ser realizada com tricotomizador elétrico ou tesouras; • O sítio de inserção do cateter prevê o acesso direto à circulação e o produto/material que entra em contato com o sítio de inserção deverá ser estéril; • Os produtos/materiais utilizados para a estabilização dos cateteres devem incluir dispositivos próprios para estabilização ou fita adesiva estéril; Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

O propósito da cobertura é: 1) proteger o sítio de punção e minimizar a possibilidade de infecção por meio da interface entre a superfície do cateter e a pele e, 2) fixar o dispositivo no local e prevenir a movimentação do dispositivo com dano ao vaso;

•A cobertura deve ser estéril podendo ser semi-oclusiva (gaze ou fixador) ou membrana transparente semipermeável; Anvisa, 2010


ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA MANUTENÇÃO E REMOÇÃO DE CATETERES


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres

Acessos vasculares devem ter sua permeabilidade mantida com cloreto de sódio 0,9% (salinização), antes e após o uso, para promover e manter o fluxo, além de prevenir a mistura de medicamentos e soluções;

Examinar o sítio de inserção do cateter no mínimo diariamente. Por palpação através da cobertura para avaliar a sensibilidade e por inspeção por meio da membrana transparente semipermeável em uso; Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres

• O cateter periférico na suspeita de contaminação, complicações, mau funcionamento ou descontinuidade da terapia deve ser retirado; • Recomenda-se a troca do cateter periférico em adultos em 72 horas quando confeccionado com teflon e 96 horas quando confeccionado com poliuretano; Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres

• Nas situações em que o acesso periférico é limitado, a decisão de manter o cateter além das 72-96 horas depende da avaliação do cateter, da integridade da pele, da duração e do tipo da terapia prescrita e deve ser documentado nos registros do paciente

Anvisa, 2010


ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA IMPLANTAÇÃO DE CATETERES


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

Embora a implantação de cateter venoso central seja, na maioria das vezes, realizada pelo médico, a enfermagem tem relevante participação no ato selecionando material necessário, posicionando o paciente e auxiliando o médico durante o procedimento.


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

• Não realizar punção em veia femoral de rotina há aumento do risco de infecção nesse sítio; • Higienizar as mãos com água e sabonete associado à antisséptico (gluconato de clorexidina 2% ou PVPI 10%) ou preparação alcoólica para as mãos;

Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

• Utilizar barreira máxima no momento da inserção, incluindo uso de gorro, máscara, avental estéril de manga longa, luvas estéreis e campo estéril ampliado. Utilizar também óculos de proteção; • A remoção dos pelos, quando necessária, deverá ser realizada com tricotomizador elétrico ou tesouras; • A degermação previamente à antissepsia da pele é recomendada quando houver necessidade de redução da sujidade; Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

• Usar cobertura, gaze, filme transparente ou semipermeável estéril para cobrir a inserção do cateter; • Realizar a limpeza do sítio de inserção com clorexidina alcoólica 0,5% a 2%; • Realizar a troca da cobertura com gaze estéril a cada 48 horas, ou antes, se estiver suja, solta ou úmida e para cobertura transparente semipermeável a cada 7 dias, ou antes, se suja, solta ou úmida;

Anvisa, 2010


Assistência de Enfermagem: Implantação de Cateteres

• A periodicidade de troca do curativo do cateter venoso central deverá seguir a recomendação do protocolo da instituição; • A cobertura com gaze estéril é preferível à cobertura membrana transparente semipermeável em pacientes com sangramento local ou para aqueles com sudorese excessiva. Se a escolha de cobertura for a gaze estéril, cobri-la durante o banho com plástico;

Anvisa, 2010


ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA MANUTENÇÃO E REMOÇÃO DE CATETERES


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres

• Toda manipulação deve ser precedida de higienização das mãos e desinfecção das conexões com solução contendo álcool; • Os cateteres venosos centrais de curta permanência devem ser mantidos com infusão contínua. Em situações extremas de restrição volêmica associada à dificuldade de acesso pode-se utilizá-lo de forma intermitente (salinização); Anvisa, 2010


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central • Lavagem das mãos antes do procedimento e preparo do material; • Técnica asséptica com uso de luva estéril ou kit de curativo se disponível; • Uso de máscaras é recomendado e orientação prévia do paciente; • Abrir o kit de curativo estéril na técnica e separar as pinças na parte lateral do campo tocando apenas as pontas mais externas; • A remoção do curativo anterior deverá ser com luva de procedimento e/ou pinça dente de rato;


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 1 – Material necessário para realização do curativo de Cateter Venoso Central Fonte: Arquivos EEP


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 2 – Abertura do kit de curativo e separação das pinças na lateral do campo estéril Fonte: Arquivos EEP


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 3 – Remoção do curativo com pinça dente de rato Fonte: Arquivos EEP


Fig 4 – Posicionamento das pinças utilizadas para remover o curativo na lateral do campo estéril distante da área que será utilizada para realizar o curativo Fonte: Arquivos EEP


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central • Lavagem das mãos e troca da luva após a remoção do curativo anterior; • Abrir a quantidade de gaze necessária o centro do campo estéril; • Abrir com cortador estéril ou agulha estéril a solução antisséptica recomendada pela instituição; • Realizar “dobras” da gaze com a pinça anatômica e reta; • Aplicar o antisséptico sem tocar sua ponta na gaze;


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 5 – Realização das “dobras” da gaze e aplicação de antisséptico Fonte: Arquivos EEP


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 6 – Realização da abertura do antisséptico com cortador estéril Fonte: Arquivos EEP


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central • Iniciar a antissepsia sempre do local mais “limpo” para o mais “sujo”, ou seja, iniciar no óstio de inserção do cateter para a parte mais externa; • Realizar movimentos circulares durante este procedimento com a gaze e as pinças, tomando o cuidado de não voltar a tocar a pele com a parte da gaze que já foi utilizada;


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central • Desprezar a gaze utilizada em saco plástico e reiniciar o procedimento de antissepsia da pele quantas vezes forem necessárias;


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 8 – Realização da antissepsia da pele iniciando no óstio de inserção do cateter Fonte: Arquivos EEP


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 9 – Realização da antissepsia da pele nas bordas da inserção do cateter Fonte: Arquivos EEP


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central • Após a antissepsia da pele, esperar a evaporação do antisséptico e aplicar a cobertura de escolha conforme descrito em cuidados durante a implantação do cateter venoso central; • Realizar fixação em “meso” para evitar tracionamento;


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 10 – Colocação da cobertura com gaze e micropore Fonte: Arquivos EEP


Técnica de realização Curativo de Cateter Venoso Central

Fig 11 – Colocação da fixação em “meso” para evitar tracionamento do cateter Fonte: Arquivos EEP


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres • Sempre proteger o curativo com saco plástico quando o paciente for realizar o banho; • Manter as extensões das infusões alinhadas de modo que o paciente possa movimentar-se sem tracionar o dispositivo; • A administração de soluções parenterais somente poderá ser feita após a confirmação por RX da localização do cateter venoso central e sua liberação para uso pelo médico responsável;


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres • Examinar o sítio de inserção do cateter no mínimo diariamente. Por palpação através da cobertura para avaliar a sensibilidade e por inspeção por meio da membrana transparente semipermeável em uso; • Para remoção do cateter venoso central, seguir o protocolo da instituição onde o procedimento poderá ser realizado pelo Enfermeiro ou pelo Técnico de Enfermagem sob a supervisão do Enfermeiro;


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres • Quando for indicada a remoção do cateter, esta deverá constar em prescrição médica e ter sido solicitada pelo médico; • O procedimento de retirada do cateter deverá seguir as recomendações da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da Instituição; • Algumas orientações gerais sobre a remoção do cateter venoso central:


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres • Para remoção do cateter venoso central, o paciente deverá ser orientado sobre o procedimento; • Preparar o material necessário e manter o paciente em decúbito dorsal horizontal durante o procedimento; • Se for necessária cultura da ponta do cateter, a presença de dois profissionais de enfermagem pode ser necessária para facilitar o procedimento; • Utilizar luvas, máscara e kit de curativo para o procedimento;


Assistência de Enfermagem: Manutenção e Remoção de Cateteres • Preparar curativo com gaze e micropore previamente a retirada para colocação imediata. Este deverá ser fixado de maneira compressiva e permanecer no mínimo por 24 horas; • Observar após a retirada do cateter, se este se encontra íntegro em toda sua extensão, pois pode ocorrer quebra, com resíduos de fragmentos permanecendo dentro da veia; • Caso ocorra quebra o médico deverá ser comunicado imediatamente;


Avaliação do módulo 1.

Agora que você atualizou seu conhecimento sobre assistência de enfermagem durante inserção, manutenção e remoção de cateteres cateteres venosos, sugerimos a leitura complementar das Orientações para Prevenção de Infecção Primária de Corrente Sanguínea, da Anvisa, página 29, 30 e 31, para que tome nota da assistência de enfermagem com dispositivos especiais;

2.

Ao final de sua leitura responda ao questionário no AVA para avaliar seu aprendizado;


Parabéns Você acaba de finalizar os três módulos sobre assistência de enfermagem no cuidado com cateteres venosos; Gostaríamos de saber como foi o seu aprendizado, os principais pontos compreendidos e se apresentou alguma dificuldade Preencha com essas informações o DIÁRIO disponível no AVA e nos conte como foram seus estudos; Esse preenchimento é necessário para que você avance para os próximos módulos então: Mãos a obra!!!


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.